Cópia de MS Bruna
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Cópia de MS Bruna
Maria Joaquina , 4º Sargento QBMG 01, e-mail xxxx@gmail.com, inscrito no CPF sob o nº
yyyyyyyyyy, portadora do RG AAAAAAA CBM/DF, residente e domiciliada no —--------------, CEP
6666666666, cidade de Brasília/DF, vem, por seus procuradores, inscritos na OAB/DF, com
fundamento no artigo 1º, da Lei 12.016/2009, impetrar
II – DA TEMPESTIVIDADE
III - DO CABIMENTO
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É cabível mandado de segurança com fulcro no artigo 5º, LIXIX da Carta Magna e artigo
1º e seguintes da Lei nº 12.016/09 sempre que houver ato administrativo que se queira anular
em virtude de ser violador de direito líquido e certo.
Do que pode se extrair que ainda que haja a controvérsia há que se decidir de modo a
não trazer prejuízo decisório para o remédio constitucional ora subscrito.
IV – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Assere-se que o valor tem custeado também despesas com saúde que a pandemia
trouxe com sua filha adolescente, sua dependente, sendo que a menor impúbere encontra-se em
acompanhamento psiquiátrico inclusive de modo a promover uma melhora em seu quadro de
saúde, sem contar as sessões de psicopedagogia que realiza também em clínica de
acompanhamento particular conforme documentação anexa.
Ressalte-se que tais rendimentos destinam-se à renda familiar, bem como aos cuidados
com a sua mãe, sua dependente, que inclusive mora com a impetrante, sendo que os cuidados
de consultas, exames, manutenção da casa de sua genitora (uma edícula dentro do mesmo lote)
restam todos às suas expensas.
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justiça. Isso significa que essa pessoa não consegue pagar taxas e custas da tramitação do
processo, sem prejudicar seu sustento básico.
Ainda, a hipossuficiência jurídica não deve ser confundida com a inexistência absoluta
de vencimentos ou até mesmo de miserabilidade, pois a “pobreza” jurídica refere-se a
prejudicialidade do pagamento de despesas processuais face ao mínimo existencial que deve
ser assegurado ao impetrante.
A assistência judiciária gratuita é assegurada pelo art. 5º, LXXIV, da CF/88, que exige
como requisito simples afirmação da parte de que não tem condições de suportar o pagamento
das despesas processuais.
Não basta provar que a parte possua renda, mas que essa renda possa ser disposta sem
prejuízo do sustento próprio e da família da impetrante.
Assim, o que se pretende infirmar é que a impetrante não teria como arcar com as
custas sem prejuízo de sua subsistência, assim reforçando-se a necessidade da gratuidade de
justiça. Próprio declaração gera a presunção relativa dessa necessidade, veja-se:
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interessada de que não tem condições de arcar com as custas processuais, sem
prejuízo de seu sustento ou de sua família, gera a presunção relativa da
necessidade de gratuidade de justiça. 2. A presunção de veracidade da
necessidade de justiça gratuita pode ser afastada pelo próprio magistrado,
quando houver nos autos elementos que demonstrem a capacidade de custeio
das despesas processuais pela parte requerente, conforme art. 99, § 2º, do
Código de Processo Civil. 3. Recurso provido.
Requer, portanto, a concessão da gratuidade de justiça no presente feito, nos termos dos
artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil.
V – DA LIMINAR
O artigo 7º, inciso III da lei nº 12.016/09 estabelece como requisitos para concessão da
liminar o fundamento relevante do pedido e o perigo de ineficácia da medida.
Assim, uma vez clarificados que sim, existem os elementos necessários, torna-se
necessária a concessão da medida liminar para que em sede de juízo de cognição sumária seja
determinado à impetrada, o pagamento da Gratificação Natalina com a inclusão do valor integral
devido a título de Auxílio Moradia e Etapa Alimentação.
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VI - DOS FATOS
Em todo o período atuando como militar na corporação, qual seja, o Corpo de Bombeiros
Militar do Distrito Federal (CBMDF), a impetrante em nenhum momento em seus rendimentos
teve a percepção de sua gratificação natalina no montante a que faz juz, havendo assim
flagrante desrespeito ao enunciado no art. 9º do Decreto-Lei 2.317/1986. Tal fato é acusado nas
fichas financeiras e contracheques anexos.
[...]
e) auxílio-alimentação;
f) auxílio-moradia;
Excelência, é possível verificar que os contracheques deixam claro que, para o cálculo do
valor a pagar da Gratificação Natalina à impetrante, a impetrada não levou em consideração o
comando dos arts. 6º e §1º, do art. 7º, ambos do Decreto-Lei 2.317/2002, conforme
demonstrado a seguir:
Estabelece que a gratificação de natal corresponderá a 1/12 (um doze avos) calculados
sobre a “remuneração a que o funcionário fizer jus em dezembro”, que, em síntese, traduz que o
valor integral da verba deve ser paga com base na percepção remuneratória de dezembro.
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Dispõe que, in verbis:
para efeito de pagamento da Gratificação de Natal, entende-se como remuneração o
vencimento ou o soldo e as vantagens de caráter permanente, da qual se extrai que o
valor da gratificação é a soma dos seguintes:
● Soldo;
● Adicionais e gratificações elencados no art. 1º da Lei 10.486/2002
● Direitos pecuniários discriminados nas alíneas “e” e “f”, do inciso I, do art. 2º, da
Lei 10.486/2002
Frise-se que o art. 3º, incisos XIII e XIV da Lei 10.486/2002 delineia, mais acuradamente,
os auxílio alimentação e o auxílio-moradia, in verbis:
Dessa forma é inconteste que o pagamento vem sendo realizado à margem da estrita
legalidade, conforme foi demonstrado.
Em uma análise mais acurada dos contracheques supracitados resta clarificado que a
autoridade coatora têm retido, de forma indevida, dos cálculos, valores expressos de forma
literal na legislação em referência, conforme planilha em anexo que discrimina os valores pagos
e os valores efetivamente devidos.
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Por outro lado, quando da ocorrência do pagamento da gratificação no mês de
novembro, ao invés de considerarem o valor da remuneração do mês de dezembro para o
pagamento integral da verba, a impetrada somente considerou a remuneração bruta do mês de
novembro, já descontadas as verbas permanentes de auxílio moradia e etapa de alimentação, o
que avoluma os prejuízos da impetrante, tendo em vista que em alguns anos pode ocorrer de
serem desconsiderados reajustes das verbas de caráter permanente auferidos pelos militares no
decorrer do ano.
VIII - DO MÉRITO
Veja-se, o Serviço Voluntário está previsto na Lei nº. 10.486/2002, nos seguintes termos:
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b) de Certificação Profissional;
c) de Operações Militares;
d) de Tempo de Serviço, observado o art. 62 desta Lei;
III - gratificações:
a) de Representação;
b) de função de Natureza Especial;
c) de Serviço Voluntário. (...)
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se como:
VIII - gratificação de Serviço Voluntário - parcela remuneratória devida ao militar
que voluntariamente, durante seu período de folga, apresentar-se para o serviço de
policiamento, prevenção de combate a incêndio e salvamento, atendimento
pré-hospitalar ou segurança pública de grandes eventos ou sinistros, com jornada
não inferior a 8 (oito) horas, na conveniência e necessidade da Administração,
conforme regulamentação a ser baixada pelo Governo do Distrito Federal.
Assim, reafirme-se a Lei nº. 10.486/02 dispõe sobre a gratificação natalina, da seguinte
forma:
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Os autos em questão tratam das verbas de auxílio-moradia e etapa alimentação, as
quais estão previstas nos incisos XIII e XIV, do art. 3º, da Lei 10.486/02, como direitos
pecuniários mensais devidos aos militares da ativa e da inatividade.
Ainda, ressalta-se que há jurisprudência recente deste douto tribunal no qual deu-se
provimento a recurso, de forma parcial, em razão de se tratar de militar da inatividade.
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SERVIDOR. INTEGRAÇÃO À BASE DE CÁLCULO DA GRATIFICAÇÃO NATALINA.
EXPRESSA PREVISÃO LEGAL (DECRETO-LEI Nº 2.317/86, ART. 9º). SEGURANÇA.
CONCESSÃO PARCIAL. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Segundo o regime
remuneratório dos militares do Distrito Federal - policiais militares e bombeiros
militares -, fazem jus ao pagamento da gratificação natalina, conforme o art. 8º
Decreto nº 2.317/86, em valor igual aos proventos ou pensões auferidos no mês
de dezembro, e, a seu turno, as verbas compreendidas na remuneração dos
militares são expressamente pontuadas pelo legislador especial (Lei nº 7.479/86,
arts. 1º e 54; Lei nº 10.486, arts. 1º, 20 e 21). 2. Além da remuneração assim
definida, os militares do Distrito Federal fazem jus, além de outras verbas de
natureza indenizatória, ao auxílio-alimentação e ao auxílio-moradia, sendo que,
quanto àquela parcela, não é assegurada aos servidores inativos, enquanto essa
última é assegurada, inclusive, aos militares inativos, denotando seu caráter
permanente, e, portanto, integrante da remuneração do militar, a despeito da
omissão legislativa havida ao tratar dessa questão (Lei nº 10.486/02, arts. 2º, I, “e”
e “f”, e 3º, XIII e XIV). 3. Estabelecendo o artigo 6º do Decreto-lei nº 2.317/86 -, ao
dispor sobre a gratificação de natal -, que será calculada com base de incidência
na remuneração a que o funcionário fizer jus em dezembro, por mês de efetivo
exercício, e dispondo o artigo 9º desse mesmo normativo que, para “efeito de
pagamento da Gratificação de Natal, entende-se como remuneração o
vencimento ou o soldo e as vantagens de caráter permanente”, não
remanescendo dúvida de que a remuneração compreende, pois, o vencimento
básico e as vantagens de caráter permanente, o auxílio-moradia assegurado aos
servidores militares, encerrando natureza permanente, pois assegurado inclusive
aos servidores inativos, deve ser considerada na base de cálculo da gratificação
natalina. 4. A construção segundo a qual o auxílio-moradia é verba de natureza
permanente, integrando a remuneração do militar da ativa e inativo, não é
infirmada mediante invocação do disposto nos artigos 1º e 54 da Lei nº 7.479/86
e nos artigos 1º, 20 e 21 da Lei nº 10.486, que dispõem sobre a compreensão da
remuneração dos militares do Distrito Federal, à medida em que, consoante
orientam as regras de hermenêutica, o ordenamento jurídico deve ser interpretado
de forma coerente, unitário e harmônico, não podendo um dispositivo ser
invocado para restringir o alcance de outro. 5. Ao intérprete, defronte aparente
dicotomia de dispositivos normativos, deve valer-se da hermenêutica, e manejar
a técnica da interpretação sistemática, cotejando de forma sistemática todos os
dispositivos para deles extrair o comando positivado de forma harmônica e
coerente, e assim é que, mediante interpretação sistemática dos dispositivos que
tratam da matéria, inviável que, tratando-se de verba de natureza permanente, o
auxílio-moradia destinado aos militares locais não seja tratado como verba
remuneratória, e, portanto, integrante da base de cálculo da gratificação natalina
(Lei nº 7.479/86, arts. 1º e 54; Lei nº 10.486, arts. 1º, 2º, I, “e” e “f”, 3º, XIII e XIV, 20
e 21; Decreto-lei nº 2.317/86, arts. 6º e 9º). 6. Apelação conhecida e parcialmente
provida. Unânime.
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2) DO MODUS OPERANDI CORRETO DO CÁLCULO
1ª PARCELA OU ANTECIPAÇÃO
É preciso lembrar, Excelência, que outrora, a etapa alimentação não havia em pecúnia,
em razão de os militares das forças auxiliares do Distrito Federal serem arranchados, vale dizer,
tinham o rancho e a alimentação era fornecida pelo Estado. Havia cozinha, refeitório e horários
destinados a efetuar essas refeições.
Pois bem, com o advento do Projeto SALVE, o qual tinha colocado os militares em
pontos distantes, em locais de BRs, em posto da barragem, dentre outros, ficou difícil o acesso
com todo esse aparato.
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O COMANDANTE-GERAL DO CBMDF, no uso da competência que lhe é conferida
no artigo 9º, da Lei nº 8.255, de 20 de novembro de 1991, combinado com os
incisos II, VII, do artigo 47 do Decreto nº 16.036, do 04 Nov 94 e o Art. 3º do
Decreto nº 16.844, de 09/10/ 95 e,
Considerando que em conformidade com o que especifica a legislação em vigor,
e responsabilidade do Estado a concessão de alimentação aos bombeiros
militares dos Distrito Federal;
Considerando que aquela responsabilidade e da competência da União, conforme
estabelecido no Art. 21, inciso XIV, da Constituição Federal e, direito do bombeiro
militar, conforme a letra "g", do inciso IV, do Art. 51, do Estatuto dos Bombeiros
Militares do CBMDF, aprovado pela Lei nº 7.479, de 02 Jun 86;
Considerando que nos últimos anos ( há cerca de seis anos), a União não tem
repassado os recursos necessários ao GDF, para custear aquilo que é de sua
responsabilidade, gerando assim conseqüências funestas e desgastantes de toda
ordem, referindo-se em última instância, no próprio desempenho da tropa e,
consequentemente na MISSÃO FIM ;
Considerando que além da alimentação é também da competência da União, a
manutenção física (aquartelamentos) da Corporação, estando nela inclusas as
instalações e equipamentos de rancho (cozinhas, refeitórios, mobiliário, panelas,
fogões, cadeira, etc..);
Considerando que atualmente existe certa quantidade de bombeiros militares
envolvidos nas atividades de armazenagem, distribuição e confecção de
alimentos, onde poderia ser empregados nas atividades operacionais, com reflexo
positivos na MISSÃO FIM;
Considerando a impossibilidade do pagamento do vale-alimentação aos
bombeiros militares, em face de imposições legais;
Considerando que alguns bombeiros militares pertencentes a determinadas
OBMs, tendo em vista a natureza que executam ou mesmo a área onde atuam, já
recebem, em espécie, nos seus respectivos contracheques os valores
correspondentes a etapas ou diárias de alimentação, sendo este um anseio de
todos bombeiros militares,
RESOLVE :
Art. 1º - Estipular o valor da indenização da alimentação a vigorar no Corpo de
Bombeiros do Distrito Federal, em 8 (oito) etapas de alimentação para todos
bombeiros militares em atividade própria de bombeiro militar ou de interesse do
serviço de bombeiro militar, na forma abaixo especificada, em conformidade com
o Art. 49, da Lei nº 8.237, de 09 de setembro de 1991:
I - OFICIAIS, SUBTENENTES E SARGENTOS BM:
Valor de cada Etapa: R$ 3,65
Valor de 8 (oito) Etapas: R$ 29,20
Fator de correção das Etapas (Etapa X 10)
Valor mensal a ser recebido por cada BM (OF/ST/SGT): R$ 292,00
II - CABOS E SOLDADOS BM: Valor de cada Etapa: R$ 3,24
Valor de 8 (oito) Etapas: R$ 25,92
Fator de correção das Etapas (Etapa X 10)
Valor mensal a ser recebido por cada BM (CB E SD): R$ 259,20
Art. 2º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos
financeiros a partir de 1º de outubro de 1995. (grifo nosso)_
12
Brasília-DF., em 22 de novembro de 1995
JOSÉ RAJÃO FILHO - Coronel QOBM/Comb.
[...]
[...]
Além disso anote-se que as atividades militares são de caráter permanente, ou seja, não
há direito a greve e ainda sopese a isso, o fato de poderem ser convocados a qualquer momento
conforme foi observado durante a pandemia e , mais recentemente, nas ocorrências envolvendo
manifestações da população do Distrito Federal em 08/01/2023, nas quais, em ambos os casos
foram expedidos documentos que deixavam claro que os militares mesmo de férias poderiam
ser convocados para eventual mobilização, rotinas próprias da caserna conforme
documentação anexa.
Dessa forma Excelência, não há como negar o caráter permanente da verba em questão
e sua posterior incidência na gratificação de natal.
Quanto aos termos do art. 9º, do Decreto-lei debatido, temos que o objetivo da norma ao
estabelecer que são computadas na gratificação natalina todas as vantagens pecuniárias
permanentes era justamente abranger todas as vantagens de caráter permanentes, de qualquer
natureza ou tipo, desde que permanentes.
Não há espaço para qualquer atuação do Poder Judiciário fora de sua competência
típica e originária sob fundamento da coesão do ordenamento jurídico e da inafastabilidade da
jurisdição, uma vez que: há legislação específica sobre o tema, a qual se encontra em plena
vigência e o texto não apresenta lacunas no texto do caput do art. 9º apta a ensejar a
substituição do legislador pelo magistrado.
4) CONCLUSÃO
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Ex positis, observa-se que a remuneração, o vencimento ou o soldo e as vantagens de
caráter permanente devem ser inseridos na base de cálculo da Gratificação de Natal.
Assim dispõe o art. 3° da lei 10.486/2002 o qual referenda que o auxílio alimentação e o
auxílio moradia são verba de caráter permanente. In verbis:
Vide ainda:
JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. ADMINISTRATIVO.
CONVERSÃO DE LICENÇA-PRÊMIO EM PECÚNIA. BASE DE CÁLCULO DA
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REMUNERAÇÃO. ABONO PERMANÊNCIA. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO.
AUXÍLIO TRANSPORTE. INCLUSÃO DEVIDA. DIREITO AO RECEBIMENTO
DAS DIFERENÇAS NÃO PERCEBIDAS. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
1. Cuida-se de sentença proferida pelo 3º Juizado Especial da Fazenda Pública do
DF que julgou parcialmente procedente o pedido inicial para reconhecer que as
parcelas remuneratórias de abono de permanência, auxílio alimentação e
auxílio transporte integram a base de cálculo da conversão de licença prêmio em
pecúnia, e para condenar o Distrito Federal a pagar à parte autora R$ 8.653,36
(oito mil seiscentos e cinquenta e três reais e trinta e seis centavos), relativos à
diferença devida. Em sede recursal, o Distrito Federal insurge-se contra o
deferimento da parcela do auxílio transporte. Assevera que tal verba possui caráter
indenizatório e natureza temporária, não devendo integrar a base de cálculo.
Requer a reforma da sentença para julgar improcedentes os pedidos iniciais. 2.
Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o abono de
permanência, o auxílio-saúde, assim como o auxílio-alimentação têm
natureza remuneratória de caráter permanente, integrando o
patrimônio do servidor, cessando apenas com a aposentação. Por
conseguinte, devem ser incluídas na base de cálculo da conversão de
licença-prêmio em pecúnia ( AgInt no AREsp 475.822/DF, Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/12/2018,
DJe 19/12/2018). ?Ainda que o auxílio-transporte tenha natureza remuneratória e,
portanto, também possa integrar a base de cálculo da conversão de licença-prêmio
em pecúnia? ( AREsp 1.592.998, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
julgado em 11/11/2019). 3. O valor da conversão deve ter como base de cálculo a
última remuneração do servidor antes da aposentação. Do que se extrai do
processo, a conversão da licença-prêmio em pecúnia não foi integrada pelas
parcelas reclamadas, pelo que a parte autora faz jus ao pagamento da diferença,
conforme consignado em sentença. 4. Recurso CONHECIDO e IMPROVIDO.
Sentença confirmada por seus próprios fundamentos. Condeno o recorrente ao
pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência, os quais fixo em 10% (dez
por cento) do valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei 9.099/95. Nos
moldes do Decreto-Lei 500/69, o Distrito Federal é isento do pagamento de custas
perante a Justiça do Distrito Federal. 5. A súmula de julgamento servirá de
acórdão, consoante disposto no artigo 46 da Lei nº 9.099/95.
Observe-se ainda:
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recurso inominado em face da sentença proferida pelo 4º Juizado Especial da
Fazenda Pública do Distrito Federal que julgou parcialmente procedente o pedido
inicial para que o réu pague ao autor os valores a título da parcela complementar
do auxílio alimentação e auxílio alimentação, multiplicado pelo número de meses
da licença prêmio não usufruídas, no caso, 16 (dezesseis). 3. Afirma que os valores
do auxílio alimentação, nos termos da Lei Complementar 840/2011, possui
natureza indenizatória e é fruído sob as condições estabelecidas pelo legislador,
não se incorporando à remuneração do servidor. Requer a reforma da sentença. 4.
O recorrido em contrarrazões, esclarece que os valores do auxílio alimentação não
são de natureza indenizatória, mas sim vantagens de caráter indenizatório, nos
termos da Lei Complementar 840/2011. Requer a manutenção da sentença. 5.
Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o abono de
permanência, assim como o auxílio-alimentação e o auxílio-saúde,
possuem caráter remuneratório indubitavelmente permanente, que se
incorporam ao patrimônio jurídico do servidor de forma irreversível,
vindo a cessar somente com o implemento da aposentadoria, devendo,
portanto, integrar a base de cálculo para pagamento da licença-prêmio não gozada.
( AgInt no AREsp 475822/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira
Turma, DJE 19/12/2018; REsp 1576363/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2018, DJe 19/11/2018, REsp 1514673/RS,
Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
07/03/2017, DJe 17/03/2017). 6. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
Sentença mantida por seus próprios fundamentos. 7. O recorrente é isento de
custas. Condeno o recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios
que fixo em 10% (dez por cento) da condenação, nos termos do Art. 55 da Lei
9.099/95.
Postos estão os julgados colacionados dos quais é possível extrair que tais verbas, de
caráter permanente, inclusive vem compor o patrimônio jurídico do servidor, no caso em
comento, do militar, de forma irreversível, ou seja, jamais poderiam ter sido suprimidas dos
cálculos da remuneração da impetrante.
IX – DOS PEDIDOS
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Pelo exposto, requer:
1. haja deferimento do pedido liminar inaldita altera pars, determinando à impetrada que,
no pagamento da antecipação da Gratificação Natalina vincenda no mês de junho deste ano,
nos moldes do art. 6º e 9º, ambos do Decreto-Lei nº. 2.317/1986, seja incluído no valor da verba
a vantagem de caráter permanente paga a título de Auxílio Moradia, nos termos do art. 3º, inciso
XIV da Lei 10.486/2002.
4. a notificação da autoridade coatora, para que preste suas informações no prazo legal;
6. Que haja a concessão da segurança com efeitos ex tunc, sendo que os efeitos da
concessão da segurança serão perseguidos em ação própria a ser movida posteriormente;
7. Por fim, requer provar o alegado por todo o meio de direito admitidos em Juízo,
especialmente pela juntada de novos documentos, dentre outros. Dá-se à causa o valor de R$
2.366,07 (dois mil trezentos e sessenta e seis reais e sete centavos).
Maria de Jesus
OAB/DF nº XXXXX
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