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Apresentação
A farmácia clínica tem como principal premissa a utilização dos conhecimentos dos farmacêuticos
sobre os medicamentos para promover o cuidado centrado no paciente, por meio da cultura do uso
racional de medicamentos. Essa é uma atividade que surgiu no ambiente hospitalar, visto que há a
possibilidade de vigilância contínua do paciente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), os farmacêuticos devem estar mais envolvidos em resolver problemas dos sistemas de
saúde, partindo de uma abordagem centrada no cuidado ao paciente.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá quais são as ações mínimas para o funcionamento da
farmácia clínica e as atividades desenvolvidas na prática de atuação do farmacêutico nessa área.
Além disso, reconhecerá a aplicação da farmácia clínica na segurança do paciente.
Bons estudos.
As farmácias têm como principal função a dispensação dos medicamentos de acordo com a
prescrição médica, nas quantidades e nas especificações solicitadas, de forma segura e no prazo
requerido, promovendo o seu uso seguro e correto. No entanto, mesmo assim, podem ocorrer
reações adversas ou interações medicamentosas.
Diante desse contexto, no papel de farmacêutico, imagine que você foi chamado para avaliar o
seguinte caso:
b) A não administração do corticoide na paciente pode ter prejudicado a terapia? Se sim, como?
A análise farmacêutica no âmbito hospitalar deve ter início desde o momento de admissão do
paciente e ser verificada periodicamente, dependendo da classificação de risco do paciente. Em
síntese, essa análise começa com os aspectos legais da prescrição, já que, na prática, esse é o
principal item a ser verificado.
Alguns conceitos são mais empregados na prática clínica e podem ser aplicados em vários
momentos da internação do paciente. Ou seja, com o objetivo de resolver problemas relacionados
aos medicamentos, os farmacêuticos desenvolvem muito a conciliação medicamentosa, a
classificação do escore de risco e as intervenções farmacêuticas.
No Infográfico, veja, detalhadamente, como esses conceitos são aplicados na prática clínica.
Aponte a câmera para o
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conteúdo ou clique no
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Conteúdo do Livro
Assim, entregar o medicamento é algo que qualquer profissional treinado pode fazer, mas dispensar
o medicamento, com conhecimento adequado e correto para o seu uso, apenas o farmacêutico
pode fazer. Por isso, atualmente, esse profissional está supervalorizado.
Leia o capítulo Farmácia Clínica Hospitalar, da obra Farmácia hospitalar, para entender a atuação do
farmacêutico nessa área, reconhecendo sua importância e desenvolvendo seu pensamento crítico a
respeito das habilidades clínicas desse profissional.
Boa leitura.
FARMÁCIA
HOSPITALAR
Introdução
O farmacêutico clínico é, no ambiente hospitalar, o profissional de saúde
responsável por levar as informações sobre os medicamentos tanto para
a equipe de saúde quanto para o paciente. Sua principal função é prever,
detectar, evitar, identificar, atuar, checar constantemente os problemas
relacionados aos medicamentos (PRMs) e corrigi-los junto com a equipe
de saúde.
A sua atuação vem se desenvolvendo ao longo dos anos e tem cada
vez mais impacto positivo em vários aspectos no âmbito hospitalar. Uma
boa comunicação entre a farmácia e o restante da equipe é essencial para
o cuidado do paciente, assim como também o são os conhecimentos
básicos de farmacologia, farmacoterapia, semiologia farmacêutica e co-
municação profissional-paciente.
A farmácia clínica é transversal à farmácia hospitalar; por isso, o farma-
cêutico precisa ter domínio sobre as áreas da farmácia hospitalar e muita
proatividade, a fim de elevar a qualidade no atendimento do paciente
de forma integral.
Neste capítulo, você vai ler sobre a atuação do farmacêutico na prática
clínica e sobre como é possível implantar essa atividade no ambiente
hospitalar, visando à aplicação de conceitos e ao reconhecimento das
principais atribuições do farmacêutico; pretende-se, assim, promover a
segurança do paciente na utilização dos medicamentos.
2 Farmácia clínica
Conhecimento Habilidade
Informação sobre
Doenças
medicamentos
Farmacoterapia
Monitoramente de
Terapias não pacientes
medicamentosas
Planejamento
Análises clínicas farmacoterapêutico
Informática Comunicação em saúde
0–5 medicamentos 1
6–10 medicamentos 2
11–15 medicamentos 3
> 16 medicamentos 4
Nenhum 0
1–3 1
4 ou mais 2
Faz uso de 1 1
Paciente
(Continua)
Farmácia clínica 5
(Continuação)
Idade do paciente
0–14 anos 2
15–65 anos 1
> 65 anos 2
Sim 1
Não 0
Sim 1
Não 0
Sim 2
Não 0
TOTAL
<4 Baixo risco: pacientes que devem ser apenas observados e monitorados.
Necessidades farmacoterapêuticas
Quadro 5. Principais fármacos com indicação para monitoramento dos níveis terapêu-
ticos
Serviço pelo qual o farmacêutico elabora uma lista precisa de todos os medica-
mentos (nome ou formulação, concentração/dinamização, forma farmacêutica,
dose, via de administração e frequência de uso, duração do tratamento) utili-
zados pelo paciente, conciliando as informações do prontuário, da prescrição,
do paciente, de cuidadores, entre outras. Este serviço é geralmente prestado
quando o paciente transita pelos diferentes níveis de atenção ou por distintos
serviços de saúde, com o objetivo de diminuir as discrepâncias não intencionais
(CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2016. documento on-line).
Descalonamento da terapia
O descalonamento consiste na administração inicial de tratamento empírico de
amplo espectro, com o objetivo de cobrir os patógenos mais frequentemente
relacionados à infecção a ser tratada e, assim que o agente causador for identifi-
cado, ajustar o tratamento. O descalonamento também inclui alteração de terapia
combinada por monoterapia, ou suspensão da antibioticoterapia, assim que o
estado clínico do paciente permitir. O objetivo do descalonamento é reduzir
mortalidade e morbidade com o início precoce de terapia empírica ampla, além
de limitar o desenvolvimento de resistência bacteriana por meio da redução da
pressão seletiva, com a suspensão do antimicrobiano ou a redução do espectro.
Rotação de antibióticos
O objetivo desta estratégia é reduzir, mediante a troca frequente de antibióticos,
a ocorrência de resistência, preservando sua atividade para que possam ser
reintroduzidos em um ciclo posterior.
Terapia preemptiva
Consiste na administração de antibióticos a determinados pacientes com alto
risco de infecções oportunistas, antes mesmo do aparecimento dos sinais de
infecção. É sugerida a utilização de terapia preemptiva em pacientes críticos
com alto risco de candidemia, que é associada a altas taxas de mortalidade,
apesar do tratamento adequado.
Farmácia clínica 21
Restrição de medicamentos
O controle de quais drogas estarão disponíveis para prescrição é o método
mais direto de influenciar na utilização de antibióticos. O perfil de resistência
geralmente é considerado na decisão pelos medicamentos disponíveis, cuja lis-
tagem deve ser dinâmica e responder às mudanças de patógenos locais e novas
drogas disponíveis. Esse controle deve ser aplicado principalmente às drogas
de amplo espectro de ação, como, por exemplo, os carbapenêmicos, ou àquelas
relacionadas a um rápido surgimento de resistência, como as cefalosporinas.
Pré-autorização
Esta ferramenta tem impacto positivo no desfecho clínico e, particularmente,
no surgimento de resistência. A pré-autorização pode ser realizada de várias
formas: formulário de prescrição de antibióticos (com justificativa), contato
telefônico e suspensão automática da prescrição, entre outras.
Educação
Um programa educacional, com o objetivo de aumentar a compreensão dos
médicos sobre o uso adequado dos agentes antimicrobianos, é relativamente
barato e fácil de implementar. As diretrizes clínicas para manejo de infecções
específicas podem ser extremamente úteis no processo de tomada de decisão
e ajudam na implementação de estratégias para a racionalização no uso de
antibióticos. No entanto, é necessário que sejam constantemente revisadas e
atualizadas.
22 Farmácia clínica
Leituras recomendadas
BRASIL. Resolução nº. 338, de 06 de maio de 2004. Aprova a Política Nacional de
Assistência Farmacêutica, estabelecida em alguns princípios: a Política Nacional de
Assistência Farmacêutica, a Assistência Farmacêutica e ações referentes a esta. Diário
Oficial da União, Brasília, 6 maio 2004. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/cns/2004/res0338_06_05_2004.html. Acesso em: 17 mar. 2020.
BRASIL. Resolução-RDC nº. 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas
Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da
comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias
e drogarias e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 17 ago. 2009.
Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_44_2009.
pdf/ad27fafc-8cdb-4e4f-a6d8-5cc93515b49b.html. Acesso em: 17 mar. 2020.
BOLETIM ISMP. Nomes de medicamentos com grafia ou som semelhantes: como evitar
os erros? v.3, n. 6, 2014.
CARDINAL, L.; FERNANDES, C. Intervenção farmacêutica no processo da validação da
prescrição médica. Rev. Bras. Farm. Hosp. Serv. Saúde, v. 5, nº. 2, p. 14–19, abr./jun. 2014.
Disponível em: https://www.santapaula.com.br/Arquivos/IEP_farmacia_trabalho021.
pdf. Acesso em: 17 mar. 2020.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Resolução
CNE/CES 2, de 19 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduação em Farmácia. 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/
pdf/CES022002.pdf. Acesso em: 17 mar. 2020.
LEITE, S. N. et al. Assistência farmacêutica no Brasil: política, gestão e clínica. Florianópolis:
UFSC, 2016. 5 v.
MELO, A. C. de; FRADE, J. C. Q. P. (org.). Serviços farmacêuticos diretamente destinados ao
paciente, à família e à comunidade: contextualização e arcabouço conceitual. Brasília:
Conselho Federal de Farmácia, 2016. 200 p.
REIS, W. C. et al. Análise das intervenções de farmacêuticos clínicos em um hospital
de ensino terciário do Brasil. Einstein, v. 11, nº. 2, p. 190–6, 2013. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/eins/v11n2/pt_10.pdf. Acesos em: 17 mar. 2020.
SANTOS, N. S. et al. Intervenções para reduzir a prescrição de medicamentos inapro-
priados para idosos. Rev. Saúde Pública, v. 53, nº. 7, p. 1–16, 2019. Disponível em: https://
scielosp.org/pdf/rsp/2019.v53/7/pt. Acesso em: 17 mar. 2020.
24 Farmácia clínica
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
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sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do Professor
Na Dica do Professor, você verá como manejar uma RAM, em um caso prático, no setor de
urgência de um pronto-socorro.
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Exercícios
O paciente Carlos, 38 anos, passou 5 dias internado devido a uma infecção urinária grave e
hoje está de alta. O farmacêutico Josias visitou o paciente antes da alta e fez algumas
orientações acerca dos cuidados fora do ambiente hospitalar. Explicou os horários da
tomada do antibiótico e incentivou a ingestão de água. A interação entre eles foi simples,
visto que Carlos não tem muito letramento, assim, ele ficou muito feliz por entender como
continuar seu tratamento em casa.
A) Monitoramento do paciente.
B) Conciliação medicamentosa.
C) Comunicação em saúde.
D) Planejamento farmacoterapêutico.
Paciente de 28 anos com sepse de foco urinário iniciou uso de ciprofloxacino 200mg
12/12h. Após analisar o exame de cultura bacteriana, o farmacêutico identificou que o
patógeno era resistente à ciprofloxacina, mas sensível à cafazolina e à cefuroxima. Em
seguida, ele alertou o médico assistente, sugerindo alteração de prescrição antimicrobiana.
O médico concordou, alterando a prescrição.
Diante do exposto, qual foi a estratégia aplicada para gerenciar a situação? Marque a
alternativa correta.
A) Terapia preemptiva.
B) Restrição de medicamentos.
C) Rotação de antibióticos.
D) Descalonamento da terapia.
E) Pré-autorização.
Dentro dessa temática, analise as alternativas a seguir e marque a opção correta quanto à
metodologia para análise da farmacoterapia da prescrição.
C) Idade, peso e função renal do paciente são parâmetros pouco relevantes para a análise da
prescrição.
4) A cultura de segurança é uma das propostas trazidas pela Portaria n.° 29, em 1° de abril de
2013, em que ficou instituído o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).
E) O uso de abreviatura, em alguns casos, pode ser aceito pelo farmacêutico desde que seja
pactuado pela instituição. Dessa forma, esse profissional consegue seguir uma análise da
prescrição dentro dos critérios de boas práticas de prescrição.
Na farmácia clínica, uma das maiores habilidades que o farmacêutico precisa ter é a análise
minuciosa da prescrição, tanto dos aspectos legais como dos aspectos clínicos. Além disso, a
comunicação com outros profissionais deve ser efetiva.
Na Prática, a partir de um caso fictício, veja como um erro de prescrição pode ser solucionado de
forma simples pelo farmacêutico.
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Saiba mais
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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