Apostila 2 - Vestibular 2020
Apostila 2 - Vestibular 2020
Apostila 2 - Vestibular 2020
APOSTILA 2
Material Didático 2 de 4
- Março de 2020 -
PORTUGUÊS HISTÓRIA
Rafael Sousa 05 Paulo Gereba 241
LITERATURA HISTÓRIA
Fabrício Ferreira 31 Paulo Henrique 255
MATEMÁTICA FÍSICA
Daniel Araújo 39 Francisco Júnior 273
MATEMÁTICA FÍSICA
Carlos André 49 Uanser Ezeanowai 311
BIOLOGIA GEOGRAFIA
Velozo 77 Saul Filho 335
QUÍMICA GEOGRAFIA
Alexssan Moura 155 Gláucio Carlos 377
QUÍMICA FILOSOFIA
Aléssio Robson 191 Rômulo Ribeiro 413
SOCIOLOGIA
Rômulo Ribeiro 425
PORTUGUÊS
Rafael Sousa
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gesso: Origina-se do grego gypsos 2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, tí-
jipe: Origina-se do inglês jeep. tulo ou origem
Emprega-se o G Exemplos:
burguês- burguesa inglês- inglesa
1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem chinês- chinesa milanês- milanesa
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferru-
gem
3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa
Exceção: pajem
Exemplos:
2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, - catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa
úgio palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio
4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa
3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g Exemplos:
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massa- catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose,
gem), vertiginoso (de vertigem) metamorfose, virose
Emprega-se o J 6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
derivados
1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear Exemplos:
Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
arranjar: arranjo, arranje, arranjem quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
despejar: despejo, despeje, despejem repus, repusera, repusesse, repuséssemos
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem 7) Nos seguintes nomes próprios personativos:
viajar: viajo, viaje, viajem Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa,
Teresa, Teresinha, Tomás
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji 8) Nos seguintes vocábulos:
abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, deci-
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j são,despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada,
Exemplos: paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene,
laranja- laran- lisonja - lison- raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.
loja- lojista nojo- nojeira
jeira jeador
cereja- cere- varejo- vare- Emprega-se o Z:
rijo- enrijecer jeito- ajeitar
jeira jista
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z
no radical
4) Nos seguintes vocábulos: Exemplos:
berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje,
traje, pegajento deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar
raiz- enraizar cruz-cruzeiro
Emprego das Letras S e Z
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstra-
Emprega-se o S: tos a partir de adjetivos
Exemplos:
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s inválido- inva-
no radical limpo-limpeza macio- maciez rígido- rigidez
lidez
Exemplos: nobre- no- pobre-po-
análise- analisar catálise- catalisador frio- frieza surdo- surdez
breza breza
casa- casinha, casebre liso- alisar
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Emprega-se Sc:
4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita
Exemplos: Nos termos eruditos
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita Exemplos:
acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente,
5) Nos seguintes vocábulos: fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível,
azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafa- plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.
riz, cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz,
etc. Emprega-se Sç:
6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no Na conjugação de alguns verbos
contraste entre o S e o Z Exemplos:
Exemplos: nascer- nasço, nasça
cozer (cozinhar) e coser (costurar) crescer- cresço, cresça
prezar( ter em consideração) e presar (prender) descer- desço, desça
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)
Emprega-se Ss:
Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z.
Veja os exemplos: Nos substantivos derivados de verbos terminados em
"gredir", "mitir", "ceder" e "cutir"
exem- inexorá- Exemplos:
exame exato exausto existir exótico
plo vel agredir- demitir- de- ceder- ces- discutir- dis-
agressão missão são cussão
Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs progredir- transmitir- exceder- ex- repercutir- re-
progressão transmissão cesso percussão
Existem diversas formas para a representação do fonema
/S/. Observe:
Emprega-se o Xc e o Xs:
Emprega-se o S:
Em dígrafos que soam como Ss
Exemplos:
Nos substantivos derivados de verbos terminados em "an-
exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar
dir","ender", "verter" e "pelir"
Exemplos:
Observações sobre o uso da letra X
expandir- ex- pretender- pre- expelir- ex-
verter- versão
pansão tensão pulsão 1) O X pode representar os seguintes fonemas:
estender- ex- suspender- converter - repelir- re- /ch/ - xarope, vexame
tensão suspensão conversão pulsão /cs/ - axila, nexo
/z/ - exame, exílio
Emprega-se Ç: /ss/ - máximo, próximo
/s/ - texto, extenso
Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer"
Exemplos: 2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-
ater- atenção torcer- torção Exemplos: excelente, excitar
deter- detenção distorcer-distorção
Emprego das letras E e I
manter- manutenção contorcer- contorção
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i
/ pode não ser nítida. Observe:
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1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, - 1) Utiliza-se inicial maiúscula:
uir a) No começo de um período, verso ou citação direta.
Exemplos:
cair- cai Exemplos:
doer- dói Disse o Padre Antonio Vieira: "Estar com Cristo em qualquer
influir- influi lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso."
"Auriverde pendão de minha terra,
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra) Que a brisa do Brasil beija e balança,
Exemplos: Estandarte que à luz do sol encerra
Anticristo, antitetânico As promessas divinas da Esperança…"
(Castro Alves)
3) Nos seguintes vocábulos:
aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, pri- OBSERVAÇÕES:
vilégio, etc. - No início dos versos que não abrem período, é facultativo o
uso da letra maiúscula.
Emprego das letras O e U Por Exemplo:
"Aqui, sim, no meu cantinho,
Emprega-se o O/U: vendo rir-me o candeeiro,
gozo o bem de estar sozinho
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado e esquecer o mundo inteiro."
de algumas palavras. Veja os exemplos:
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realiza- - Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-
ção) se letra minúscula.
soar (emitir som) e suar (transpirar) Por Exemplo:
Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, moleque. "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, in-
Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua censo, mirra." (Manuel Bandeira)
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g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, po- b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em
líticos ou nacionalistas. nomes sagrados e que designam crenças religiosas.
Exemplos: Exemplos:
Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria, Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
União, etc. Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor
OBSERVAÇÃO: esses nomes escrevem-se com inicial minús- Santa Maria ou santa Maria.
cula quando são empregados em sentido geral ou indetermi-
nado. c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e
Exemplo: Todos amam sua pátria. disciplinas.
Exemplos:
Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula: Português ou português
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas moder-
a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios. nas
Exemplos: História do Brasil ou história do Brasil
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade Arquitetura ou arquitetura
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário
Edifício Azevedo ou edifício Azevedo NOTAÇÕES LÉXICAS
2) Utiliza-se inicial minúscula: Para representar os fonemas, muitas vezes há necessi-
a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes. dade de recorrer a sinais gráficos denominados notações léxi-
Exemplos: cas.
carro, flor, boneca, menino, porta, etc.
b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana. Emprego do Til
Exemplos:
janeiro, julho, dezembro, etc. Til ( ~ )
segunda, sexta, domingo, etc. O til sobrepõe-se sobre as letras a e o para indicar vogal nasal.
primavera, verão, outono, inverno Pode aparecer em sílaba:
Tônica: balão, corações, maçã
c) Nos pontos cardeais. Pretônica: balõezinhos, grã-fino
Exemplos: Átona: órgão, bênçãos
Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.
Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, Outros Exemplos:
sudoeste. Capitães, limão, mamão, bobão, chorão, devoções,
põem, etc.
OBSERVAÇÃO: quando empregados em sua forma absoluta, Observação:
os pontos cardeais são grafados com letra maiúscula. Se a sílaba onde figura o til for átona, acentua-se grafica-
Exemplos: mente a sílaba predominante.
Nordeste (região do Brasil) Por Exemplo: Órfãos, acórdão
Ocidente (europeu)
Oriente (asiático)
Emprego do Apóstrofo
Lembre-se: Apóstrofo ( ´ )
Depois de dois-pontos, não se tratando de citação di- O uso deste sinal gráfico pode:
reta, usa-se letra minúscula. a) Indicar a supressão de uma vogal nos versos, por exigências
Exemplo: métricas. Ocorre principalmente entre poetas portugueses
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádi- Exemplos:
vas:ouro, incenso, mirra." (Manuel Bandeira) esp´rança (esperança)
minh'alma (minha alma)
Emprego FACULTATIVO de letra minúscula: 'stamos (estamos)
a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica. b) Reproduzir certas pronúncias populares
Exemplos: Exemplos:
Crime e Castigo ou Crime e castigo Olh'ele aí...(Guimarães Rosa)
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas Não s'enxerga, enxerido! (Peregrino Jr.)
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido
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Palavra primitiva: be - bê
átona tônica Essa frase é formada apenas por monossílabos. É possí-
vel verificar que os monossílabos sol, já e pôs são pronuncia-
dos com maior intensidade que os outros. São tônicos. Pos-
Palavra derivada: be - be - zi - nho
suem acento próprio e, por isso, não precisam apoiar-se nas
átona subtônica tônica átona palavras que os antecedem ou que os seguem. Já os monos-
sílabos o e se são átonos, pois são pronunciados fracamente.
Classificação das Palavras quanto à Posição da Sí- Por não terem acento próprio, apoiam-se nas palavras que os
laba Tônica antecedem ou que os seguem.
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PAROXÍTONAS
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Sílaba tônica: penúltima
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
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3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos cres- acentuadas por acabarem assumindo alguma das termina-
centes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), ções contidas nas regras. Exemplos:
io(s).
beijar + a = beijá-la fez + o = fê-lo
Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, in- dar + as = dá-las fazer + o = fazê-lo
gênuo, início
ACENTO DE INSISTÊNCIA
OXÍTONAS
Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a
Sílaba tônica: última simples necessidade de enfatizar uma ideia podem levar o fa-
Acentuam-se as oxítonas terminadas em: lante a emitir a sílaba tônica ou a primeira sílaba de certas pa-
lavras com uma intensidade e duração além do normal.
a(s): sofá, sofás Exemplos:
e(s): jacaré, vocês Está muuuuito frio hoje!
Deve haver equilíbrio entre exportação e importação.
o(s): paletó, avós
em, ens: ninguém, armazéns REGRAS ESPECIAIS
MONOSSÍLABOS Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras
destinadas a pôr em evidência alguns detalhes sonoros das pa-
Os monossílabos, conforme a intensidade com que se pro- lavras. Observe:
ferem, podem ser tônicos ou átonos.
Ditongos Abertos
Monossílabos Tônicos
Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia
Possuem autonomia fonética, sendo proferidos forte- aberta em palavras oxítonas (éi e não êi), são acentuados.
mente na frase onde aparecem. Acentuam-se os monossílabos Veja:
tônicos terminados em: éi (s): anéis, fiéis, papéis
a(s): lá, cá éu (s): troféu, céus
e(s): pé, mês ói (s): herói, constrói, caubóis
o(s): só, pó, nós, pôs
OBS.: os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas
Monossílabos Átonos NÃO são acentuados.
Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico,
Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fraca- ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia, etc.
mente, como se fossem sílabas átonas do vocábulo a que se
apoiam. ATENÇÃO: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxí-
Exemplos: o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, tona terminada em "r" (e não por possuir ditongo aberto "ói").
e, que, etc.
Hiatos
OBSERVAÇÕES:
1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a
vindo representados por artigos, pronomes oblíquos, ele- vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados
mentos de ligação (preposições, conjunções). apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-nh".
2) Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em Exemplos:
outras. sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de
Exemplos:
Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem den- Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:
tro da sua mochila? (átono)
ju - iz ra - iz ru - im ca - ir
Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu
nome, mas não me recordo agora. (átono)
Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de
-s na sílaba.
Saiba que:
Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos,
produzem formas oxítonas ou monossilábicas que devem ser
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Existem palavras cujo acento prosódico é incerto, mesmo Veja abaixo o quadro-resumo:
na língua culta. Observe os exemplos a seguir, sabendo que a
primeira pronúncia dada é a mais utilizada na língua atual.
Forma Emprego Exemplos
acrobata - acróbata réptil - reptil Por que ele chorou? (inter-
Em frases interroga-
rogativa direta)
Bálcãs - Balcãs xerox - xérox Por que tivas (diretas e indire-
Digam-me por que ele cho-
projétil - projetil zangão - zângão tas)
rou. (interrogativa indireta)
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Em substituição à ex- Os bairros por que passa- Exemplos: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Passa-Quatro,
pressão "pelo qual" mos eram sujos. (por que = Quebra-Costas, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria-
(e suas variações) pelos quais) a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Monte-
mor-o-Novo, Trás-os-Montes.
Eles estão revoltados por
Por quê No final de frases quê? OBS.: os outros topônimos compostos escrevem-se com
Ele não veio não sei por quê. os elementos separados, sem hífen: América do Sul, Belo
Em frases afirmati- Não fui à festa porque cho- Horizonte, Cabo Verde, etc. O topônimo Guiné-Bissau é,
Porque
vas e em respostas veu. contudo, uma exceção consagrada pelo uso.
Todos sabem o porquê de
Porquê Como substantivo 7) Emprega-se o hífen nas palavras compostas que desig-
seu medo.
nam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não
ligadas por preposição ou qualquer outro elemento.
EMPREGO DO HÍFEN Exemplos: couve-flor, erva-doce, feijão-verde, erva-do-
chá, ervilha-de-cheiro, bem-me-quer (planta), andorinha-
O hífen é usado com vários fins em nossa ortografia, geral- grande, formiga-branca, cobra-d'água, lesma-de-conchi-
mente, sugerindo a ideia de união semântica. As regras de em- nha, bem-te-vi, etc.
prego do hífen são muitas, o que faz com que algumas dúvidas
só possam ser solucionadas com o auxílio de um bom dicionário. OBS.: não se usa o hífen quando os compostos que desig-
Entretanto, é possível reduzir a quantidade de dúvidas sobre o nam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora
seu uso, ao observarmos algumas orientações básicas. de seu sentido original. Observe a diferença de sentido:
Conheça os casos de emprego do hífen (-): bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental, com hífen)
e bico de papagaio (deformação nas vértebras, sem hífen).
1) Na separação de sílabas.
Exemplos: vo-vó; pás-sa-ro; U-ru-guai. 8) Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos
além, aquém, recém e sem.
2) Para ligar pronomes oblíquos átonos a verbos e à pala- Exemplos: além-mar, aquém-fontreiras, recém-nascido,
vra "eis". sem-vergonha.
Exemplos: deixa-o; obedecer-lhe; chamar-se-á (mesó-
clise); mostre-se-lhe (dois pronomes relacionados ao 9) Usa-se o hífen sempre que o prefixo terminar com a
mesmo verbo); ei-lo. mesma letra com que se inicia a outra palavra.
Exemplos: anti-inflacionário, inter-regional, sub-bibliote-
3) Em substantivos compostos, cujos elementos conser- cário, tele-entrega, etc.
vam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas
perdem sua significação individual para construir uma uni- 10) Emprega-se hífen (e não travessão) entre elementos que
dade semântica, um conceito único. formam não uma palavra, mas um encadeamento voca-
Exemplos: Amor-perfeito, arco-íris, conta-gotas, decreto- bular:
lei, guarda-chuva, médico-cirurgião, norte-americano, etc. Exemplos: A divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade; A
ponte Rio-Niterói; A ligação Angola-Moçambique; A rela-
OBS.: certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em ção professor-aluno.
certa medida, a noção de composição, grafam-se sem hífen:
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, pa- 11) Nas formações por sufixação será empregado o hífen nos
raquedista, etc. vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani
que representam formas adjetivas, tais como -açu, -guaçu
4) Em compostos nos quais o primeiro elemento é numeral. e -mirim, se o primeiro elemento acabar em vogal acentu-
Exemplos: primeira-dama, primeiro-ministro, segundo-te- ada graficamente, ou por tônica nasal.
nente, segunda-feira, quinta-feira, etc. Exemplos: Andá-açu, capim-açu, sabiá-guaçu, arumã-mi-
rim, cajá-mirim, etc.
5) Em compostos homogêneos (contendo dois adjetivos,
dois verbos ou elementos repetidos). 12) Usa-se hífen com o elemento mal antes de vogal, h ou l.
Exemplos: técnico-científico, luso-brasileiro; quebra-que- Exemplos: mal-acabado, mal-estar, mal-humorado, mal-
bra, corre-corre, reco-reco, blá-blá-blá, etc. limpo.
6) Nos topônimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, 13) Nas locuções não se costuma empregar o hífen, salvo na-
grão, ou por forma verbal ou cujos elementos estejam quelas já consagradas pelo uso.
ligados por artigos.
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Exemplos: café com leite, cão de guarda, dia a dia, fim de H / M / N / VOGAL
semana, ponto e vírgula, tomara que caia. Exemplos: circum-meridiano,
Circum-, Pan- circum-navegação, circum-oral,
Locuções consagradas: água-de-colônia, arco-da-velha, cor- pan-americano, pan-mágico,
de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à pan-negritude.
queima-roupa.
Pseudoprefixos (diferem-
Prefixos e Elementos de Composição se dos prefixos por apre-
sentarem elevado grau
H / VOGAL idêntica à que ter-
Usa-se o hífen com diversos prefixos e elementos de com- de independência e pos-
mina o prefixo
suírem uma significação
posição. Veja o quadro a seguir: Exemplos com H: geo-histórico,
mais ou menos delimi-
mini-hospital, neo-helênico,
tada, presente à consci-
Usa-se hífen com Quando a palavra proto-história, semi-hospitalar.
ência dos falantes.)
os prefixos: seguinte começa por: Exemplos com vogal idêntica:
Aero-, Agro-, Arqui-,
arqui-inimigo, auto-observação,
H / VOGAL idêntica à que ter- Auto-, Bio-, Eletro-, Geo-,
eletro-ótica, micro-ondas,
mina o prefixo Hidro-, Macro-, Maxi-,
micro-ônibus, neo-ortodoxia,
Exemplos com H: ante-hipófise, Mega, Micro-, Mini-,
semi-interno, tele-educação.
anti-higiênico, anti-herói, Multi-, Neo-, Pluri-, Proto-
contra-hospitalar, entre-hostil, , Pseudo-, Retro-, Semi-,
Ante-, Anti-, Contra-, En- Tele-
extra-humano, infra-hepático,
tre-, Extra-, Infra-, Intra-,
sobre-humano, supra-hepático,
Sobre-, Supra-, Ultra-
ultra-hiperbólico. IMPORTANTE
Exemplos com vogal idêntica:
anti-inflamatório, contra-ataque, 1) Não se utilizará o hífen em palavras iniciadas pelo prefixo
infra-axilar, sobre-estimar, ‘co-’. Ele irá se juntar ao segundo elemento, mesmo que
supra-auricular, ultra-aquecido. este se inicie por 'o' ou 'h'. Neste último caso, corta-se o 'h'.
H/R Se a palavra seguinte começar com 'r' ou 's', dobram-se
Exemplos: hiper-hidrose, hiper- essas letras.
Hiper-, Inter-, Super- Exemplos: coadministrar, coautor, coexistência, cooptar,
raivoso, inter-humano, inter-racial,
super-homem, super-resistente. coerdeiro corresponsável, cosseno.
B-H-R
2) Com os prefixos pre- e re- não se utilizará o hífen, mesmo
Exemplos: sub-bloco, sub-hepá-
diante de palavras começadas por 'e'.
tico, sub-humano, sub-região.
Sub- Exemplos: preeleger, preexistência, reescrever, reedição.
Obs.: as formas escritas sem hí-
fen e sem "h", como por exemplo
3) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo terminar
"subumano" e "subepático" tam-
em vogal e o segundo elemento começar por r ou s, estas
bém são aceitas.
consoantes serão duplicadas e não se utilizará o hífen.
B - R - D (apenas com o prefixo "Ad") Exemplos: antirreligioso, antissemita, arquirrivalidade, au-
Exemplos: ab-rogar (pôr em de- torretrato, contrarregra, contrassenso, extrasseco, infras-
Ab-, Ad-, Ob-, Sob-
suso), ad-rogar (adotar), ob-reptício som, eletrossiderurgia, neorrealismo, etc.
(astucioso), sob-roda, mad-digital
Diante de qualquer palavra ATENÇÃO: Não confunda as grafias das palavras autor-
Ex- (no sentido de estado retrato e porta-retrato. A primeira é composta pelo prefixo
Exemplos: ex-namorada, sota-so-
anterior), Sota-, Soto-, auto-, o que justifica a ausência do hífen e a duplicação da
berania (não total), soto-mestre
Vice-, Vizo- consoante 'r'. 'Porta-retrato', por outro lado, não possui pre-
(substituto), vice-reitor, vizo-rei.
fixo: o elemento 'porta' trata-se de uma forma do verbo
Diante de qualquer palavra "portar". Assim, esse substantivo composto deve ser sem-
Exemplos: pós-graduação, pré- pre grafado com hífen.
Pós-, Pré-, Pró- (tônicos escolar, pró-democracia.
e com significados pró- Obs.: se os prefixos não forem au- 4) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo terminar
prios) tônomos, não haverá hífen. Exem- em vogal e o segundo elemento começar por vogal dife-
plos: predeterminado, pressupor, rente, não se utilizará o hífen.
pospor, propor.
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Exemplos: antiaéreo, autoajuda, autoestrada, agroindus- d] A quimica vem produzindo novas cores para as industrias
trial, contraindicação, infraestrutura, intraocular, plurianual, de tecido.
pseudoartista, semiembriagado, ultraelevado, etc. e] Eles não veem o apoio que se da a qualquer pessoa que
aqui vem pedir ajuda.
5) Não se utilizará o hífen nas formações com os prefixos
des- e in-, nas quais o segundo elemento tiver perdido o
3- (EPCAR) Assinale a série em que todos os vocábulos devem
"h" inicial.
Exemplos: desarmonia, desumano, desumidificar, inábil, receber acento gráfico:
inumano, etc. a] Troia, item, Venus
b] hifen, estrategia, albuns
6) Não se utilizará o hífen com a palavra não, ao possuir fun- c] apoio (subst.), reune, faisca
ção prefixal. d] nivel, orgão, tupi
Exemplos: não violência, não agressão, não compareci- e] pode (pret. perf.), obte-las, tabu
mento.
4- (BB) Opção correta:
LEMBRE-SE: Não se utiliza o hífen em palavras que pos- a] eclípse
suem os elementos "bi", "tri", "tetra", "penta", "hexa", etc.
b] juíz
Exemplos: bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, tridi-
mensional, trimestral, triênio, tetracampeão, tetraplégico, pen- c] agôsto
tacampeão, pentágono, etc. d] saída
e] intúito
OBSERVAÇÕES:
- Em relação ao prefixo "hidro", em alguns casos pode haver 5- (BB) "Alem do trem, voces tem onibus, taxis e aviões".
duas formas de grafia. a] 5 acentos
Exemplos: b] 4 acentos
"Hidroavião" e "hidravião"; c] 3 acentos
"hidroenergia" e "hidrenergia" d] 2 acentos
- No caso do elemento "socio", o hífen será utilizado apenas
e] 1 acento
quando houver função de substantivo (= de associado).
Exemplos:
sócio-gerente / socioeconômico 6- (BB) Monossílabo tônico:
a] o
b] lhe
c] e
EXERCÍCIOS d] luz
e] com
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análise / analise \"... medo de que as coisas erradas caiam na boca do povo\".
dívida / divida T. R. O.
Disponível em: <http://www.filologia.org.br>. Acesso em: 23 fev. 2013.
Acerca das palavras que compõem esses pares, pode-se afir-
mar que: Esses fragmentos textuais pertencem ao laboratório eletrônico
a] as paroxítonas são classificadas como substantivos. de oralidade escrita, e foram produzidos por um grupo de alu-
b] as proparoxítonas são classificadas como substantivos. nos do Ensino Fundamental. Um aspecto da composição estru-
c] os seus acentos tônicos são perceptíveis apenas na fala. tural que caracteriza essas produções como modalidade falada
d] as paroxítonas são verbos conjugados no presente do indi- da língua é
cativo. a] a supressão dos fonemas /d/, da terminação do gerúndio (-
e] as paroxítonas e as proparoxítonas não apresentam dife- ndo) e a omissão do fonema /p/, da palavra "próprias".
rença de sentido entre si. b] a neutralização do fonema /r/ na forma verbal "sondar" em
lugar da vogal reduzida /a/ na construção lexical.
8- Leia a tirinha a seguir. c] o uso de uma expressão formulaica e a presença de su-
pressões gráficas e fonéticas em algumas palavras.
d] a presença do advérbio "hoje" seguido de expressões que
caracterizam a temporalidade do texto.
e] a presença de verbos que indicam ação e movimento, ele-
mentos restritos ao universo narrativo oral.
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O artigo integra as dez classes gramaticais que conhece- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de apro-
mos, definindo-se como o termo que antepõe o substantivo ximação numérica:
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O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. • Para designar dias do mês, utilizam-se os cardinais, exceto
na indicação do primeiro dia, que é tradicionalmente feita pelo
O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas ordinal:
de outras classes gramaticais: Chegamos dia dois de setembro.
Não sei o porquê de tudo isso. Chegamos dia primeiro de dezembro.
A casa é perfeita, tem apenas um senão.
• Nos endereços de casas, usa-se o cardinal.
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral O número da minha casa é 99 (noventa e nove).
“ambos”:
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas. • Nas referências a páginas, usa-se o cardinal.
Leiam a página 22 (vinte e dois) do livro.
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Adoro o meu vestido longo. • O cardinal também é usado no sentido figurado, não expres-
Adoro meu vestido longo. sando exatidão numérica.
OBS: Como consequência, a ocorrência de crase antes de pro- Já bati nessa tecla mil vezes.
nome possessivo feminino é facultativa: Nossa professora é dez.
Vou a minha escola. (artigo ausente)
Vou à (a+a) minha escola. (artigo presente) • Ambos ou Ambas e Zero são considerados numerais cardi-
nais. Ambos (as) significa "um e outro", "os dois" (ou "uma e
Outra consequência é que palavras antecedidas por crase são outra", "as duas") e são largamente empregados para retomar
sempre determinadas. Caso seja removido o sinal de crase, a pares de seres aos quais já se fez referência.
palavra deverá ser tomada em sentido genérico. Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância
Não assisto à (a+a) novela. (determinada novela) da solidariedade. Ambos agora participam das atividades co-
Não assisto a novela. (Nenhuma novela) munitárias de seu bairro.
OBS: A forma "ambos os dois" é considerada enfática.
NUMERAIS
OBS: Em relação à grafia, alguns numerais apresentam mais
Numerais: Palavras que indicam o número ou quantidade de uma forma.
exata de pessoas ou coisas. Podem ser cardinais, ordinais, quatorze ou catorze
fracionários ou multiplicativos. décimo primeiro, undécimo ou onzeno
Exemplo: três, quatro, cinco, segunda, terceira, dobro, triplo, décimo segundo, duodécimo ou dozeno
metade, um décimo... décimo terceiro, tredécimo, trezeno ou tércio-décimo
septuagésimo ou setuagésimo
Emprego dos numerais septingentésimo ou setingentésimo
• Na designação de séculos, papas e reis usam-se:
de 1 a 10 – ordinais nongentésimo ou noningentésimo
Século V (quinto) bilhão ou bilião
João Paulo II (segundo) trilhão ou trilião
de 11 em diante – cardinais
Século XXI (vinte e um) OBS: milhão e milhares são palavras masculinas.
Bento XVI (dezesseis) Os milhares de pessoas chegaram.
Os milhões de mulheres chegaram.
• Se o numeral estiver anteposto ao substantivo, lemos sempre
como ordinal. Distinção entre “um” numeral e “um” artigo
Participei do XI Congresso de Informática (décimo primeiro).
OBS: Em linguagem jurídica usa-se o ordinal até o nono. A par- Na prática, descobre-se que "um" é numeral cardinal quando
tir do dez, usa-se cardinal. estiver acrescido de termo que indica quantificação ("só", "ape-
Artigo segundo, parágrafo onze e artigo dez, parágrafo nono. nas", "único"). (numeral)
Um só homem é suficiente para erguer isso. (numeral)
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PRONOME
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PRONOMES POSSESSIVOS
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
São aqueles que indicam idéia de posse. Além de indicar a
coisa possuída, indicam a pessoa gramatical possuidora. Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substan-
tivo em relação às pessoas, ao tempo, e sua posição no interior
de um discurso.
Perto de quem fala (1ª Presente Referente aquilo que Referente ao último
pessoa). ainda não foi dito. elemento citado em
uma enumeração.
este, esta, isto, estes,
estas Ex.: Não gostei deste li- Ex.: Neste ano, tenho Ex.: Esta afirmação me Ex.: O homem e a mu-
vro aqui. realizado bons negó- deixou surpresa: gos- lher são massacrados
cios. tava de química. pela cultura atual, mas
esta é mais oprimida.
Perto de quem ouve (2ª Passado ou futuro pró- Referente aquilo que já
pessoa). ximos foi dito.
esse, essa, esses, es-
sas Ex.: Não gostei desse Ex.: Nesse último ano, Ex.: Gostava de quí-
livro que está em tuas realizei bons negócios mica. Essa afirmação
mãos. me deixou surpresa
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PRONOMES INDEFINIDOS Pode, às vezes, ter valor intensificador : “Mário diz cada coisa
idiota!”
São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o de-
terminam de forma precisa. PRONOMES RELATIVOS
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“Qual foi o motivo do seu atraso?” pessoa, animal, cidade, universidade, praça, planeta...
Substantivos abstratos Verbos Regulares: são aqueles que não sofrem alterações no
Representam aqueles que não possuem forma. Geralmente radical. Ex: cantar, vender, partir...
dão nome a estados, qualidades, sentimentos e ações. canto, cantei, cantaremos, cantaram.
amor, paixão, tristeza, honestidade, coragem, abstração...
Verbos Irregulares: são aqueles que não seguem o modelo de
Substantivos comuns conjugação. Ex: Fazer
São aqueles que generalizam. Designam de modo geral seres, Eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos...
entidades e coisas diversas.
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Verbos Irregulares Anômalos: são aqueles que apresentam Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da pre-
mudanças significativas no radical. Ex: Ser, Ir posição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição
Sou, Serei, É, Era, Fui, Fomos. de.
vou, foste, irei, ides... A casa ficou cercada de soldados.
Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja ex-
Verbos Defectivos: são aqueles que não possuem conjugação plícito na frase.
completa. Ex: falir, reaver, precaver. A exposição será aberta amanhã.
Eu ---, Tu ---, Ele ---, nós falimos, vós falis, eles ---
A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar <SER>, pois
Verbos Abundantes: são aqueles que apresentam duas formas o particípio é invariável. Observe a transformação das frases
de mesmo valor. Geralmente ocorrem no particípio. seguintes:
aceitar: aceitado e aceito
acender: acendido e aceso a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
eleger: elegido e eleito O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
entregar: entregado e entregue
enxugar: enxugado e enxuto b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
imprimir: imprimido e impresso O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
limpar: limpado e limpo
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
Obs.: Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, ver e O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
vir só possuem o particípio irregular: aberto, coberto, dito, es-
crito, feito, posto, visto e vindo. d] Nas frases com locuções verbais, o verbo <SER> assume
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Vozes verbais
e] O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
Voz verbal é a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica, As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
recebe, ou pratica e recebe ao mesmo tempo a ação verbal.
a) Voz Ativa: quando o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação 2- Voz Passiva Sintética: a voz passiva sintética ou pronominal
verbal ou participa ativamente de um fato. constrói-se com verbo com transitividade direta na 3ª pessoa,
Eles exigiram a presença da diretora. seguido do pronome apassivador SE.
A torcida aplaudiu os jogadores. Abriram-se as inscrições.
b) Voz Passiva: quando o sujeito é paciente, ou seja, sofre a abrir (v.t.d.): quem abre, abre algo.
ação verbal do agente da passiva. Admite voz analítica: As inscrições foram abertas.
A presença da diretora foi exigida por eles. Logo, a função do se é: pronome apassivador.
Os jogadores foram aplaudidos pela torcida. Sujeito paciente: as inscrições.
c) Reflexiva: quando o sujeito é agente e paciente ao mesmo Obs.: o agente da passiva não costuma vir expresso na voz
tempo, isto é, pratica e recebe a ação. passiva sintética.
O menino feriu-se.
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3-
TOPISON®
VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja
furoato de mometasona
atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997.
CREME OU POMADA 1 MG/G
O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com re-
USO TÓPICO – USO ADULTO E PEDIÁTRICO (ACIMA DE 2
lação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome
ANOS DE IDADE)
oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é
INFORMAÇÃO AO PACIENTE
inadequado, pois
AÇÃO ESPERADA DO MEDICAMENTO
a] contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
TOPISON® contém a substância ativa furoato de mometasona,
b] contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e ob-
que é um corticoide sintético que combate a reação inflamatória
jeto.
produzida por algumas doenças de pele, como psoríase (do-
c] gera inadequação na concordância com o verbo.
ença em que ocorrem espessamento e descamação da pele) e
d] gera ambiguidade na leitura do texto.
doenças alérgicas da pele.
e] apresenta dupla marcação de sujeito.
A ação do medicamento ocorre logo após a primeira aplicação.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO
2- Notícias do além
Conservar o medicamento em sua embalagem original, em
Aquele que morrer primeiro e for para o céu deverá voltar à
temperatura entre 2 °C e 30 °C, protegido da luz.
Terra para contar ao outro como é a vida lá no paraíso. Assim
PRAZO DE VALIDADE
ficou combinado entre Francisco e Sebastião, amigos insepa-
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o me-
ráveis e apaixonados pelo futebol. Francisco teve morte súbita
dicamento apresenta uma validade de 24 meses a contar da
e, passado algum tempo, no meio da noite, sua alma apare-
data de sua fabricação. Não devem ser utilizados medicamen-
ceu ao colega:
tos fora do prazo de validade, pois podem trazer prejuízos à
— Nossa Senhora, Chico! Você veio mesmo!
saúde.
— Estou aqui, Tião, para cumprir a minha promessa, tra-
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO
zendo-lhe duas notícias.
Informe seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do
— Então me fala.
tratamento ou após o seu término. Informar ao médico se está
— O céu é uma maravilha, um colosso, uma beleza.
amamentando. Este medicamento não deve ser utilizado por
Tem futebol todo dia.
mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-den-
— E a outra?
tista.
— A outra é que você está escalado para jogar no meu time
CUIDADOS DE ADMINISTRAÇÃO
amanhã cedo.
TOPISON® é indicado apenas para uso dermatológico (pele) e
DIAS, M. V. R. Humor na Marolândia. In: ILARI, R. Introdução
deve ser usado conforme as intruções do médico.
à semântica: brincando com
Evite o contato de TOPISON® com os olhos.
a gramática. São Paulo: Contexto, 2001.
Esta medicação não deve ser usada na face, embaixo dos bra-
Esse texto pode ser analisado sob dois pontos de vista que in-
ços, nas virilhas ou órgãos genitais, a menos que
cluem situações diferentes de interlocução: a primeira, consi-
sob orientação médica.
derando seu produtor e seus potenciais leitores; e a segunda,
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Você deve aplicar uma fina camada de TOPISON® nas áreas 5- Observe as frases a seguir:
afetadas, uma vez ao dia. I – Quando chegavam visitas , titia sempre fazia bolo de choco-
Você não deve usar TOPISON® para tratar qualquer outra do- late.
ença que não seja sob orientação do seu médico. II - Júnior estava nadando desde das 7 horas da manhã.
Não faça curativos sobre a aplicação (curativos oclusivos), a Os verbos destacados nas frases I e II indicam respectivamente
não ser sob orientação médica. aspectos
Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horá- a] inacabado - pontual;
rios, as doses e a duração do tratamento. b] imperfeito - completo;
A Bula de remédio é um gênero textual caracterizado por uma c] habitual – durativo
linguagem objetiva e marcada por ordens que devem ser obe- d] indeterminado – durativo
decidas a fim de que se obtenha o resultado desejado com o e] pontual – determinado.
uso de medicamentos. Entre essas marcas linguísticas, pode-
mos apontar 6- Observe as seguintes sentenças.
a] ausência de metáforas e verbos no imperativo. Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral.
b] uso de anáforas e indicações textuais por tópicos. Tarsila do Amaral pintou o quadro Abaporu.
c] presença de linguagem científica e sofisticação vocabular. A alternativa em que os dois períodos anteriores estão adequa-
d] largo uso de metalinguagem e valorização do texto referen- damente reunidos por meio de um pronome relativo é:
cial. a] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral, da qual pintou a
e] ausência de denotação e presença de frases nominais. obra Abaporu.
b] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral, que pintou o qua-
4- dro Abaporu.
[...] Quando eu tinha seis anos c] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral, cuja pintou o
Não pude ver o fim da festa de São João quadro Abaporu.
Porque adormeci d] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral, com cuja pintou
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo a obra Abaporu.
Minha avó e] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral cuja que pintou o
Meu avô quadro Abaporu.
Totônio Rodrigues
Tomásia 7- Acerca do uso do presente do indicativo, está correta a rela-
Rosa ção entre o exemplo e o valor semântico indicados na alterna-
Onde estão todos eles? tiva:
— Estão todos dormindo a] Chego ao trabalho às 7 horas – Presente durativo.
Estão todos deitados b] Almoço das 12 horas às 13 horas – Presente atemporal.
Dormindo c] De grão em grão, a galinha enche o papo – Presente habi-
Profundamente. tual.
Antropofagia poética, de Manuel Bandeira. d] Amanhã você traz o livro para eu ler – Presente como impe-
rativo.
O trecho sugerido começa com a lembrança de um aconteci- e] Em 1492, Cristóvão Colombo chega à América – Presente
mento: o eu lírico adormeceu e não viu o fim da festa de São atemporal.
João. Nesse trecho, o verbo adormecer
a] está empregado no sentido próprio, literal. 8- A outra face do macaco
b] procura impor um processo verbal ao leitor. No livro Uma janela para a vida, no qual relata suas três dé-
c] exprime um processo verbal provável, duvidoso, hipotético. cadas de experiência nas selvas da Tanzânia, tornando-se uma
d] tem o mesmo sentido de "estão todos dormindo profunda- das pioneiras da observação direta dos chimpanzés, Jane Go-
mente". odall relata sua decepção com o comportamento dos animais.
e] revela traços de oralidade, muitas vezes comuns ao gênero \"Durante muitos anos acreditei que os chimpanzés eram, no
em que se insere. geral, bem mais legais do que nós. De repente descobri que,
sob certas circunstâncias, podiam ser igualmente brutais, que
também tinham em sua natureza um lado obscuro. Isso doeu\".
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PORTUGUÊS • Rafael Sousa
9-
Nudez
Não cantarei amores que não tenho,
e, quando tive, nunca celebrei.
Não cantarei o riso que não rira
e que, se risse, ofertaria a pobres.
Minha matéria é o nada.
Jamais ousei cantar algo de vida:
se o canto sai da boca ensimesmada,
é porque a brisa o trouxe, e o leva a brisa,
nem sabe a planta o vento que a visita.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética.
Rio de Janeiro: Record, 2000.
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LITERATURA
Fabrício Ferreira
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Realismo brasileiro. Sua obra mais importante é um dos gran- III. Os folhetins só começaram a ser escritos por causa da
des marcos da literatura nacional: Memórias de um sargento de Questão Coimbrã.
milícias (1854).
Destaca-se, também, Bernardo Guimarães (1825-1884), É correto o que se afirma em:
com O seminarista (1872) e A Escrava Isaura (1875); Visconde a] apenas I e II.
de Taunay (1843-1899), conhecido por seu romance Inocência b] nenhuma das alternativas.
(1872) e Machado de Assis (1839-1908), cuja obra principia c] todas as alternativas.
romântica, com romances como A mão e a luva (1874) e He- d] apenas III.
lena (1876). e] I e III.
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2. AUTORES E OBRAS pensão (1884) e O cortiço (1890), sua obra-prima, em que Alu-
ísio Azevedo se distanciou do melodrama folhetinesco, ele-
mento que, sob muitos aspectos, marca sua produção literária,
2.1 Machado de Assis
de maneira que podemos percebê-lo até mesmo nos dois pri-
meiros romances citados anteriormente.
Podem-se notar na obra de Machado de Assis, especial-
Em O cortiço, temos o processo de enriquecimento do por-
mente no romance, dois momentos de sua produção literária:
tuguês João Romão, dono de uma venda, um cortiço e uma
uma fase em que o escritor está mais próximo dos princípios
pedreira, o qual não mede esforços para ascender socialmente
do Romantismo, como, por exemplo, em Ressureição (1872),
e equiparar-se aos Miranda, família vizinha de grande riqueza
A mão e a luva (1874) e Helena (1876), e outra fase na qual o
e prestígio. Ao eixo central do romance, que se refere às arti-
Realismo emerge em primeiro plano, como, a título de exempli-
manhas de João Romão para enriquecer, entrelaça-se a narra-
ficação, em Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quin-
ção da vida cotidiana dos moradores do cortiço, de modo a evi-
cas Borba (1891), e Dom Casmurro (1899), romances que
denciar literariamente os aspectos instintivos, animalescos e
constituem a chamada trilogia realista machadiana.
rudes que constituem as vivências desses personagens, como,
Machado de Assis entrelaça, em suas narrativas, a inves-
por exemplo, a sedução da mulata Rita Baiana sobre o portu-
tigação psicológica do caráter e do comportamento humano,
guês Jerônimo, que o leva a deixar sua esposa Piedade, tam-
em sua dimensão mais particular, íntima e subjetiva, com a ob-
bém portuguesa, para se relacionar com Rita Baiana, em que
servação, sempre crítica, dos aspectos sociais, principalmente
o encanto sexual despertado pelo gingado da brasileira se so-
no que diz respeito à degradação dos valores éticos e morais,
brepõe aos compromissos sociais do casamento.
através de um cinismo que deixa entrever certa melancolia e,
Pense nisso: Realismo ou Pré-modernismo?: a narrativa
por isso mesmo, encontra na ironia um meio de expressão vá-
do início do século XX Alfredo Bosi (2006) classifica a prosa
lido para suas representações, figura de pensamento que Ma-
brasileira das primeiras décadas do século XX como pré-mo-
chado, de modo muito refinado, soube explorar com geniali-
dernista, por reconhecer nela certos traços que já anunciariam
dade.
o que o Modernismo de 1922 proporia mais tarde. Contudo,
Memórias póstumas de Brás Cubas, seu romance que
mais do que esses aspectos pré-modernistas, a obra de escri-
inaugura o Realismo, como movimento literário, no Brasil, é a
tores como Monteiro Lobato (1882-1948), Euclides da Cunha
autobiografia de Brás Cubas, porém, escrita por ele na condi-
(1866-1909) e Lima Barreto (1881-1922) colocam para a litera-
ção de “defunto-autor”, isto é, de alguém que, estando morto,
tura brasileira um novo momento do realismo, não mais como
começa a escrever suas memórias, das quais podemos desta-
Machado de Assis e Raul Pompeia o fizeram, mas buscando
car seu envolvimento amoroso com Marcela, Eugênia e Virgília,
outras formas de colocar o real em cena, porém, cada roman-
a amizade com o filósofo Quincas Borba, personagem do seu
cista a seu modo: Monteiro Lobato, com tendências regionalis-
romance homônimo, e o planejamento da invenção do em-
tas, como, por exemplo, em Urupês (1918), Euclides da Cunha,
plasto Brás Cubas, medicamento que curaria todas as doen-
com uma escrita entre o jornalismo, a ciência e a literatura, so-
ças. Para além de ser um narrador em primeira pessoa, o que
bretudo em Os sertões (1902), Lima Barreto, com uma forte
faz com que o narrador esteja implicado na matéria narrativa, o
crítica social, cuja obra-prima é Triste fim de Policarpo Qua-
fato de escrever suas memórias após a sua morte, a presença
resma (1911).
marcante de ironia e os experimentalismos de linguagem, com
ênfase na exploração de recursos gráficos, problematizam,
nesse romance machadiano, o conceito de Realismo que
EXERCÍCIOS
busca a objetividade na narração.
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após a sua morte. As suas Poesias (1888) demarcaram o aproxima do Simbolismo. Foi um parnasiano, por herança de
passo mais firme do Parnasianismo, no Brasil – e a série de sua primeira época, com forte carga emocional. Raimundo Cor-
poemas “Via-Láctea” acabou se tornando um clássico pelo tra- reia foi um dos maiores poetas de nossa pátria. As suas temá-
tamento da temática amorosa controlada, embora bela; musi- ticas variam entre a contemplação da natureza e a investigação
cal, malgrado nas regras do soneto italiano, em decassílabos filosófica, não raramente pessimista, do ser humano. Em suas
heroicos (quatorze versos e acentuação na quarta e décima sí- Sinfonias (1883) estão os poemas mais essenciais de sua poé-
labas). Bilac, republicano e patriota, foi um dos árduos defen- tica parnasiana, entre os quais “As Pombas” e “O Vinho de
sores do serviço militar obrigatório, além de ter sido o autor da Hebe”. Dessa obra, eis um dos mais célebres sonetos do autor.
letra do Hino à Bandeira. Para o poeta carioca, a pátria reve-
lava-se pelo Idioma, ideal manifestado claramente num dos so- Mal Secreto
netos mais famosos de sua carreira, presente em Tarde (1919):
Em Tarde, a poesia de Olavo Bilac ganhou alguns contor- Se a cólera que espuma, a dor que mora
nos simbolistas, principalmente pelo abandono do descriti- N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
vismo por si somente e pelo desenvolvimento filosofista para a Tudo o que punge, tudo o que devora
busca das razões do ser no mundo. Apesar de não ser um livro O coração no rosto se estampasse;
simbolista (há pouca ousadia melódica, por exemplo), é um Se se pudesse o espírito que chora
marco de como o Simbolismo, a despeito da convenção esta- Ver através da máscara da face,
belecida, fincou terreno, de uma forma ou outra, na literatura Quanta gente, talvez, que inveja agora
brasileira. Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Língua Portuguesa Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Última flor do Lácio, inculta e bela, Quanta gente que ri, talvez existe,
És, a um tempo, esplendor e sepultura: Cuja única ventura consiste
Ouro nativo, que na ganga impura Em parecer aos outros venturosa!
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura, 2.3. Alberto de Oliveira (1857-1937)
Tuba de alto clangor, lira singela
Que tens o trom e o silvo da procela, Os versos de “Mal Secreto”, constituídos por decassílabos
E o arrolo da saudade e da ternura! acentuados na quarta e oitava sílabas e por hendecassílabos
Amo o teu viço agreste e o teu aroma (11 sílabas) com acentuação na quarta e décima (Tu/do o/ que/
De virgens selvas e de oceano largo! pun/ ge,/ tu/do o/ que/ de/vo/ra), possuem uma presença con-
siderável de enjambements (“a dor que mora/ N'alma”), embora
Os decassílabos desse soneto, acentuados nas terceiras a utilização dessa técnica, nesse caso, não seja para o desen-
e oitavas sílabas (“De/ir/gens sel/vas/ e/ de o/ce a/no/ lar/ go!”), volvimento de rimas internas.
com os quartetos em rimas interpoladas (ABBA/ BAAB) e ter- Considerado o mais radical dos parnasianos da tríade, Al-
cetos em rimas no esquema CDC/EDE, apresentam um desen- berto de Oliveira, nascido em Saquarema (RJ), ainda tem a sua
volvimento diferenciado daquele descritivismo clássico dos par- imagem ligada aos sonetos de descrição e de evocação à mi-
nasianos, pois quase cria uma perspectiva de evocação divina- tologia grega (como era típico do movimento), embora tenha
tória, condizente com a ideia de Bilac segundo a qual a Pátria atingido níveis muito mais elevados em sua poética. Participou
“é o idioma criado ou herdado pelo povo”. de um momento decisivo para o Parnasianismo no Brasil, a
chamada “Batalha do Parnaso”, ocorrida entre 1878 e 1881,
Amo-te, ó rude e doloroso idioma, nas páginas do Diário do Rio de Janeiro, cujo principal intento
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”, era mostrar que o Ultrarromantismo estava ultrapassado e jo-
E em que Camões chorou, no exílio amargo, gar luz ao Romantismo original, indianista, em diálogo com as
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! perspectivas poéticas dos novos tempos (influências do cu-
bano José-Maria Heredia e do francês Leconte de Lisle, por
2.2. Raimundo Correia (1859-1911) exemplo). Em seus Sonetos e poemas (1886) é que a sua po-
esia se manifestou, porém, absolutamente parnasiana. Desse
Maranhense, foi um poeta com duas fases muito livro, eis um dos mais célebres sonetos:
bem demarcadas (romântica e parnasiana) e uma que se A evocação da mitologia grega foi uma das características
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LITERATURA • Fabrício Ferreira
mais marcantes do parnasianismo. Os decassílabos de “Vaso poesia e poeta, respectivamente, pairam acima da realidade,
Grego”, em rimas cruzadas nos quartetos (ABAB/ ABAB), têm constituem-se independentemente e para além dela. São esfe-
uma construção clássica do movimento, visto a presença de ras superiores e elevadas, que da realidade guardam apenas a
enjambements “que a suspendia/ então [(...])” e um descriti- imagem de uma natureza sublimada e transcendentalizada,
vismo evidente, embora a chave de ouro não esteja tão tensio- instância esta a que é reportada a idealidade da figura do poeta
nada quanto em outros poemas do autor. e da poesia.
(In: Do encantamento à apostasia: a poesia brasileira de 1880-1919:
Vaso Grego antologia e estudo. Curitiba: Ed. UFPR, 2006. p. 57)
Esta de áureos relevos, trabalhada Embora, e erradamente, o Parnasianismo não seja reco-
De divas mãos, brilhante copa, um dia, nhecido por sua perspectiva de evasão, Alberto de Oliveira tra-
Já de aos deuses servir como cansada, balhou essa tópica em sua “Aspiração”. Em que sentido a “arte-
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. pela-arte” conduziria o poeta ao isolamento diante da realidade
Era o poeta de Teos que a suspendia de sua época?
Então, e, ora repleta ora esvazada, A “arte-pela-arte” é o ideal de que a arte independe dos
A taça amiga aos dedos seus tinia, fatores externos, bastando-se por si mesma. Ou seja, o poeta
Toda de roxas pétalas colmada. que optasse por essa ideia se sentiria confortável para se abs-
Depois... Mas o lavor da taça admira, ter dos temas e problemas de sua época, evadindo-se de si
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas mesmo (visto que o poeta é um cidadão em uma sociedade) e
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, de seu entorno.
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
EXERCÍCIOS
Analise o trecho do poema de Alberto de Oliveira e o pequeno
texto de Fernando Cesari Gil.
Aspiração
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MATEMÁTICA
Daniel Araújo
A regra de três é um processo matemático para a resolu- Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que
ção de muitos problemas que envolvem duas ou mais grande- contém o x (2ª coluna). Observe que, aumentando a área de
zas diretamente ou inversamente proporcionais. absorção, a energia solar aumenta. Como as palavras corres-
Nesse sentido, na regra de três simples, é necessário pondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as
que três valores sejam apresentados, para que assim, descu- grandezas são diretamente proporcionais.
bra o quarto valor. Assim sendo, colocamos uma outra seta no mesmo sen-
Em outras palavras, a regra de três permite descobrir um tido (para baixo) na 1ª coluna. Montando a proporção e resol-
valor não identificado, por meio de outros três. vendo a equação temos:
A regra de três composta, por sua vez, permite descobrir
um valor a partir de três ou mais valores conhecidos.
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MATEMÁTICA • Daniel Araújo
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que 4. Dois sétimos de uma obra foram realizados por 4 trabalha
contém o x (2ª coluna). Observe que, aumentando a veloci- dores, todos com a mesma força de trabalho, em 5 dias. No
dade, o tempo do percurso diminui. Como as palavras são sexto dia, mais um trabalhador, com a mesma força de trabalho
contrárias (aumentando - diminui), podemos afirmar que as dos demais, foi contratado e, até o final da obra, mantiveram-
grandezas são inversamente proporcionais. se os cinco trabalhadores. Sendo assim, é correto afirmar que
Assim, colocamos uma outra seta no sentido contrário essa obra foi realizada em um número total de dias igual a
(para cima) na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a] 15 d] 10
a equação temos: b] 14 e] 9
c] 11
Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horas ou 2 ho- 6. Marcos trabalha quatro horas por dia, e leva 18 dias para
ras e 30 minutos. realizar um determinado trabalho. Quantas horas Marcos pre-
cisaria trabalhar diariamente para realizar o mesmo trabalho
em seis dias?
a] 6 d] 12
EXERCÍCIOS b] 8
c] 10
e] 14
2. Hoje, Filomena gastou 3 horas de trabalho ininterrupto para 8. ENEM-2013 • A cotação de uma moeda em relação a uma
segunda moeda é o valor que custa para comprar uma unidade
digitar do total de páginas de um texto e, amanhã, Gertrudes da primeira moeda, utilizando a segunda moeda. Por exemplo,
deverá digitar as págnas restantes. Considerando que a capaci- se a cotação do dólar é 1,6 real, isso significa que para comprar
dade operacional de Gertrudes é 80% da capacidade de Filo- 1 dólar é necessário 1,6 real.
mena, então, o esperado é que Gertrudes digite a sua parte em Suponha que a cotação do dólar, em reais, seja de 1,6 real, a
a] 2 horas. do euro, em reais, seja de 2,4 reais e a cotação da libra, em
b] 2 horas e 30 minutos. euros, seja de 1,1 euro.
c] 3 horas. Qual é a cotação da libra, em dólares?
d] 3 horas e 30 minutos.4 horas a] 4,224 dólares d] 1,50 dólar
b] 2,64 dólares e] 1,36 dólar
3. Em 120 dias 9 pedreiros constroem uma residência. Quan- c] 1,65 dólar
tos pedreiros são necessários para fazer outra residência igual
em 40 dias? 9. ENEM-2018 • Os tipos de prata normalmente vendidos
a] 27 pedreiros. são 975, 950 e 925. Essa classificação é feita de acordo com a
b] 30 pedreiros. sua pureza. Por exemplo, a prata 975 é a substância constitu-
c] 26 pedreiros. ída de 975 partes de prata pura e 25 partes de cobre em 1 000
d] 22 pedreiros. partes da substância. Já a prata 950 é constituída de 950 partes
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MATEMÁTICA • Daniel Araújo
de prata pura e 50 de cobre em 1 000; e a prata 925 é consti- d] 42 000 dias a mais que a lâmpada comum.
tuída de 925 partes de prata pura e 75 partes de cobre em 1 e] 1 008 000 dias a mais que a lâmpada comum.
000. Um ourives possui 10 gramas de prata 925 e deseja obter
40 gramas de prata 950 para produção de uma joia. 13. Oito trabalhadores, trabalhando com desempenhos cons-
Nessas condições, quantos gramas de prata e de cobre, respec- tantes e iguais, são contratados para realizar uma tarefa no
tivamente, devem ser fundidos com os 10 gramas de prata 925? prazo estabelecido de 10 dias. Decorridos 6 dias, como apenas
a] 29,25 e 0,75 d] 27,75 e 2,25 40% da tarefa havia sido concluída, decidiu-se contratar mais
b] 28,75 e 1,25 e] trabalhadores a partir do 7º dia, com as mesmas características
c] 28,50 e 1,50 25,00 e 5,00 dos anteriores, para concluir a tarefa no prazo inicialmente es-
tabelecido. A quantidade de trabalhadores contratados a mais,
10. ENEM-2012 • Pensando em desenvolver atividade física e a partir do 7º dia, foi de
reduzir gasto com energia elétrica em sua residência, uma pes- a] 18 d] 8
soa resolveu instalar uma bomba d'água acoplada a uma bici- b] 12 e] 6
cleta ergométrica. Após alguns dias de atividade física, ela ob- c] 10
servou que, pedalando durante uma hora, o volume médio de
água bombeada para o seu reservatório era de 500 litros. Esta 14. ENEM-2015 • Uma confecção possuía 36 funcionários, al-
pessoa observou, ainda, que o consumo diário em sua casa é cançando uma produtividade de 5 400 camisetas por dia, com
de 550 litros de água. uma jornada de trabalho diária dos funcionários de 6 horas. En-
Qual a atitude, em relação ao tempo de exercício diário, essa tretanto, com o lançamento da nova coleção e de uma nova
pessoa deve tomar para suprir exatamente o consumo diário campanha de marketing, o número de encomendas cresceu de
de água da sua casa? forma acentuada, aumentando a demanda diária para 21 600
a] Reduzir o seu tempo diário de exercício na bicicleta em 6 camisetas. Buscando atender essa nova demanda, a empresa
minutos. aumentou o quadro de funcionários para 96. Ainda assim, a
b] Reduzir o seu tempo diário de exercício na bicicleta em 10 carga horária de trabalho necessita ser ajustada.
minutos. Qual deve ser a nova jornada de trabalho diária dos funcioná-
c] Aumentar o seu tempo diário de exercício na bicicleta em rios para que a empresa consiga atender a demanda?
5 minutos. a] 1 hora e 30 minutos d] 6 horas
d] Aumentar o seu tempo diário de exercício na bicicleta em b] 2 horas e 15 minutos e] 24 horas
6 minutos. c] 9 horas
e] Aumentar o seu tempo diário de exercício na bicicleta em
10 minutos. 15. ENEM-2016 • Um clube tem um campo de futebol com
área total de 8 000 m2, correspondente ao gramado. Usual-
11. ENEM-2011 • Em uma fábrica de bebidas, a máquina que mente, a poda da grama desse campo é feita por duas máqui-
envasa refrigerantes é capaz de encher 150 garrafas de 2 L a cada nas do clube próprias para o serviço. Trabalhando no mesmo
minuto e funcionar ininterruptamente durante 8 horas por dia. ritmo, as duas máquinas podam juntas 200 m2 por hora. Por
Para atender uma encomenda de 198 000 garrafas de 2 L, a motivo de urgência na realização de uma partida de futebol, o
máquina é colocada para funcionar todos os dias, a partir do administrador do campo precisará solicitar ao clube vizinho má-
dia 10, sempre das 8 h às 16 h. quinas iguais às suas para fazer o serviço de poda em um
A máquina terminará essa tarefa no dia tempo máximo de 5 h.
a] 11, às 14 h d] 12, às 8 h 06 min Utilizando as duas máquinas que o clube já possui, qual o nú-
b] 12, às 14 h e] 13, às 8 h 06 min mero mínimo de máquinas que o administrador do campo de-
c] 13, às 14 h verá solicitar ao clube vizinho?
a] 4 d] 14
12. ENEM-2014 • Enquanto as lâmpadas comuns têm 8 mil b] 6 e] 16
horas de vida útil, as lâmpadas LED têm 50 mil horas. c] 8
MetroCuritiba, 18 ago. 2011 (adaptado).
De acordo com a informação e desprezando possíveis algaris- 16. PAES/UEMA-2019 • O Proprietário de um veículo cujo o
mos na parte decimal, a lâmpada LED tem uma durabilidade de tanque de combustível tem capacidade para 60 litros, ao passar
a] 1 750 dias a mais que a lâmpada comum. por um posto de combustível vê a placa a seguir.
b] 2 000 dias a mais que a lâmpada comum.
c] 2 083 dias a mais que a lâmpada comum.
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MATEMÁTICA • Daniel Araújo
PORCENTAGEM
Definição de porcentagem
𝑃
Ao número p associamos a razão , ou seja, tomamos
100
p partes de um todo que foi dividido em 100 partes iguais.
Exemplo: 5% (leia-se: cinco por cento) equivale a fração
O atento proprietário verifica que o carro está apenas com 1/4 5⁄ .
100
do tanque com gasolina ele gastará para completa o tanque.
O nome tem origem do latim (per centum) e quer dizer por
a] 61,35 d] 229,38
cento, ou seja, uma razão de base 100. É frequentemente utili-
b] 184,05 e] 244,38
zado para cálculos de transações comerciais entre outros.
c] 245,40
Essas razões com denominadores 100 são chamadas de
razões centesimais, taxas percentuais ou, simplesmente, por-
17. PAES/UEMA-2020 • Os equipamentos elétricos vêm com centagens.
um selo do INMETRO que indica o consumo de energia elé- Um dos assuntos que caem em vestibulares, dos mais
trica. Analise a imagem do selo a seguir. concorridos aos menos concorridos do país, também aparece
frequentemente em questões do ENEM.
Além disso, sempre vimos nos telejornais notícias relacio-
nadas, por exemplo: “O preço da gasolina aumentou 10%”.
Dessa forma, se a gasolina custa 5,00 reais e esta irá sofrer um
reajuste (aumento) de 10%, na matemática escrevemos assim:
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MATEMÁTICA • Daniel Araújo
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MATEMÁTICA • Daniel Araújo
7. UFPR-2017 • Em julho deste ano, os brasileiros foram sur- cobrados juros de 10% sobre o saldo devedor para a próxima
preendidos com uma alteração da alíquota do PIS e Cofins que fatura. Para quitar sua dívida, optou por pagar sempre o mínimo
resultou em um aumento de R$ 0,41 por litro de gasolina, ele- da fatura a cada mês e não efetuar mais nenhuma compra.
vando seu preço médio para R$ 3,51. De quanto foi o aumento A dívida desse consumidor em 01/05/2012 será de
percentual aproximado do preço médio da gasolina causado a] R$ 600,00 d] R$ 774,40
por essa alteração de alíquota? b] R$ 640,00 e] R$ 874,22
a] 7,5% d] 13,2% c] R$ 722,50
b] 8,8% e] 15,5%
c] 11,7% 11. ENEM-2013 • Uma dona de casa vai ao supermercado fa-
zer a compra mensal. Ao concluir a compra, observa que ainda
8. ENEM-2018 • Os alunos da disciplina de estatística, em lhe restaram R$ 88,00. Seus gastos foram distribuídos con-
um curso universitário, realizam quatro avaliações por semes- forme mostra o gráfico. As porcentagens apresentadas no grá-
tre com os pesos de 20%, 10%, 30% e 40%, respectivamente. fico são referentes ao valor total, em reais, reservado para a
No final do semestre, precisam obter uma média nas quatro compra mensal.
avaliações de, no mínimo, 60 pontos para serem aprovados.
Um estudante dessa disciplina obteve os seguintes pontos nas
três primeiras avaliações: 46, 60 e 50, respectivamente.
O mínimo de pontos que esse estudante precisa obter na
quarta avaliação para ser aprovado é
a] 29,8 d] 75,5
b] 71,0 e] 84,0
c] 74,5
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MATEMÁTICA • Daniel Araújo
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MATEMÁTICA • Daniel Araújo
3. Márcia de Lurdes aplicou R$ 10.000,00 em um título de 8. UNEMAT-2011 • Um capital de R$ 600,00, aplicado à taxa
renda fixa que rende juros simples. Após 15 meses, ela resga- de juros simples de 30% ao ano, gerou um montante de R$
tou R$ 12.250,00. Qual a taxa de juros simples proporcionada 1320,00 depois de certo tempo.
por essa aplicação financeira? O tempo de aplicação foi de:
a] 1,23% a.m d] 21,36% a.m a] 1 ano d] 4 anos
b] 1,36% a.m e] 22,50% a.m b] 2 anos e] 5 anos
c] 1,50% a.m c] 3 anos
4. ENEM 2011 • Um jovem investidor precisa escolher qual 9. IFSudMinas - 2018/1 • João tomou emprestado com Ma-
investimento lhe trará maior retorno financeiro em uma aplica- ria um capital de R$ 50,00 a uma taxa de juros de 1% ao mês.
ção de R$ 500,00. Para isso, pesquisa o rendimento e o im- Supondo que a capitalização é simples e que João quitou a dí-
posto a ser pago em dois investimentos: poupança e CDB (cer- vida com Maria 3 meses após tomar emprestado o dinheiro,
tificado de depósito bancário). As informações obtidas estão re- qual o montante pago por João a Maria?
sumidas no quadro: a] R$ 50,50 d] R$ 52,00
b] R$ 51,00 e] R$ 52,50
c] R$ 51,50
6. Um eletrodoméstico está sendo vendido nas seguintes 12. UFSM-RR • A situação alarmante na Síria tem levado
condições: cada dia mais sírios a buscarem uma vida melhor em países
- Preço à vista = R$ 2.580,00; europeus, como Itália e Grécia. Porém, a viagem tem um custo
- Condições a prazo = entrada de R$ 680,00 e R$ 1.995,00 em bastante elevado. Para custear uma viagem de R$ 10 000,00
60 dias. uma pessoa dispõe de R$ 5 000,00. Para conseguir o restante
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a prazo é do valor, ela faz um empréstimo a uma taxa de juro simples de
a] aproximadamente 1,84% a.m. 3,125% ao mês, o qual deverá ser pago em 8 parcelas iguais.
b] 2,30% a.m Qual será o valor, em reais, da parcela?
c] 2,50% a.m. a] 625,00 d] 1.250,00
d] aproximadamente 3,68% a.m. b] 640,63 e] 1.637,50
e] 5,00% a.m. c] 781,25
7. UNICAMP-2014 • Uma compra no valor de 1.000 reais será 13. FUVEST-2019 • Um capital de R$50.000,00 foi dividido
paga com uma entrada de 600 reais e uma mensalidade de 420 em duas aplicações, a primeira pagou uma taxa de 6% de juros
reais. A taxa de juros aplicada na mensalidade é igual a anuais; a outra aplicação pagou 10% de juros anuais. Ao tér-
a] 2% c] 8% mino de dois anos, notou-se que os lucros obtidos nas duas
b] 5% d] 10% aplicações foram iguais.
Qual a diferença dos capitais aplicados?
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MATEMÁTICA • Daniel Araújo
a] R$ 12.500,00 c] R$ 23.500,00
b] R$1 8.750,00 d] R$ 31.250,00
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MATEMÁTICA • Daniel Araújo
Nesse caso, se, ao final de dois meses, for sacado o valor de [Use log 1,2 = 0,08]
R$ 50, então o saldo remanescente será de: a] 15 d] 13
a] R$ 51,00 d] R$ 52,03 b] 12 e] 14
b] R$ 52,0 e] R$ 53,00 c] 11
c] R$ 52,01
11. ENEM 2019 • Uma pessoa se interessou em adquirir um
6. Uma pessoa aplicou um capital no valor de R$ 20.000,00, produto anunciado em uma loja. Negociou com o gerente e
durante 2 anos, a juros compostos, a uma taxa de 8% ao ano. conseguiu comprá-lo a uma taxa de juros compostos de 1% ao
Caso esta pessoa tivesse aplicado o mesmo capital de R$ mês. O primeiro pagamento será um mês após a aquisição do
20.000,00 a juros simples, a uma taxa de 1% ao mês, durante produto, e no valor de R$ 202,00. O segundo pagamento será
2 anos, verifica-se que o valor do respectivo montante supera- efetuado um mês após o primeiro, e terá o valor de R$ 204,02.
ria o valor do montante anterior, em R$, em Para concretizar a compra, o gerente emitirá uma nota fiscal
a] 828,00 d] 1.600,00 com o valor do produto à vista negociado com o cliente, corres-
b] 1.472,00 e] 672,00 pondendo ao financiamento aprovado.
c] 1.150,00 O valor à vista, em real, que deverá constar na nota fiscal é de
a] 398,02 d] 404,00
7. (UFMG - 2019 • João sacou R$ 1.000,00 no seu cartão de b] 400,00 e] 406,02
crédito, que cobra juros compostos de 15% ao mês. No mês c] 401,94
seguinte, João depositou R$ 650,00 e, um mês depois, deposi-
tou o restante, liquidando a dívida. Qual o valor do último depó- 12. CESMAC-2018 • Um investidor aplicou um total de R$
sito feito por João? 23.545,00 em duas instituições financeiras diferentes que ope-
a] R$ 550,00 d] R$ 600,00 ram sob um regime de juros compostos. Na instituição X, a taxa
b] R$ 560,00 e] R$ 625,00 de juros é de 9% ao ano e, na instituição Y, a taxa é de 8% ao
c] R$ 575,00 ano. Após dois anos, o investidor obteve o mesmo montante
nas duas instituições. Qual valor foi aplicado na instituição Y?
a] R$ 11.880,00
8. IFAL 2016 • Em 2000, certo país da América Latina pediu
b] R$ 11.881,00
um empréstimo de 1 milhão de dólares ao FMI (Fundo Monetá-
c] R$ 11.882,00
rio Internacional) para pagar em 100 anos. Porém, por proble-
d] R$ 11.883,00
mas políticos e de corrupção, nada foi pago até hoje e a dívida
e] R$ 11.884,00
foi sendo “rolada” com a taxação de juros compostos de 8,5%
ao ano. Determine o valor da dívida no corrente ano de 2015,
em dólar. Considere (1,085)5 ≅ 1,5. 13. UniNassau 2º Dia - Medicina 2018/2 • Cristina comprou
a] 1,2 milhões d] 1,47 milhões um sofá novo para sua residência de forma financiada, sendo
b] 2,2 milhões e] 2 milhões as prestações dadas por:
1ª prestação: R$ 440,00
c] 3,375 milhões
2ª prestação: R$ 605,00
3ª prestação: R$ 798,60
9. (UNICAMP 2015 • Uma compra no valor de 1.000 reais
será paga com uma entrada de 600 reais e uma mensalidade Considerando que a taxa de juros cobrada foi de 10% ao mês,
de 420 reais. A taxa de juros aplicada na mensalidade é igual qual o valor do sofá à vista?
a: a] R$ 1.100,00
a] 2% c] 8% b] R$ 1.300,00
b] 5% d] 10% c] R$ 1.500,00
d] R$ 1.700,00
10. (PUC-SP Administração 2019/2) Ao depositar x reais, ao e] R$ 1.900,00
final de cada ano, em uma aplicação que rende juros compos-
tos à taxa de 20% ao ano, um investidor consegue obter, logo
após o enésimo depósito, um montante M dado pela fórmula
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MATEMÁTICA
Carlos André
3. Números de diagonais
GEOMETRIA PLANA II
POLÍGONOS
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MATEMÁTICA • Carlos André
• Ângulo Externo
Polígono regular
• Convexo;
• Equilátero;
• Equiângulo.
Exemplo:
• , se n for par
• Ângulo interno
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MATEMÁTICA • Carlos André
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MATEMÁTICA • Carlos André
ÂNGULOS NA CIRCUNFERÊNCIA
AP = CP
DP BP Propriedade: o ângulo central apresenta a mesma medida do
arco formado por seus lados, ou seja:
2. Dois Segmentos secantes partindo de um
mesmo ponto
Em qualquer circunferência,quando traçamos dois segmen- 2. Ângulo cujo vértice é um ponto da circunferência – Ângulo
tos secantes, partindo de um mesmo ponto a multiplicação da Inscrito.
medida de um deles pela medida de sua parte externa é igual
à multiplicação da medida do outro segmento pela medida de
sua parte externa. Observe:
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MATEMÁTICA • Carlos André
EXERCÍCIOS
Observe os seguintes componentes da figura:
• NP – lado do quadrado;
• AM – lado do paralelogramo;
• CDR e ADR – triângulos congruentes, bem como CNP e RST.
A razão entre a área do trapézio AMNP e a área do quadrado
ABCD equivale a:
QUESTÕES SOBRE ÁREAS DE FIGURAS PLANAS
a]
1- Uma empresa estuda cobrir um vão entre dois prédios
(com formato de paralelepípedos reto‐retângulos) que têm pa-
redes laterais paralelas, instalando uma lona na forma de um b]
quadrilátero, com pontas presas nos pontos A, B, C e D, con-
forme indicação da figura. c]
Sabendo que a lateral de um prédio tem 80 m de altura e 28 m
de largura, que a lateral do outro prédio tem 60 m de altura e
20 m de largura e que essas duas paredes laterais distam 15 d]
m uma da outra, a área total dessa lona seria de
3- Considere um terreno com a forma de um triângulo retân-
gulo cuja medida dos dois menores lados são respectiva-
mente 30 m e 40 m. Deseja-se cercar um quadrado no in-
terior do terreno com um dos vértices sobre o maior lado e
os demais sobre os outros lados do terreno.
Nessas condições, a medida da área do quadrado, em m2,
será, aproximadamente, igual a
a] 294.
b] 302.
c] 290.
d] 298.
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MATEMÁTICA • Carlos André
4- A Ecofont possui design baseado na velha fonte Vera Sans. Nesse caso, o lucro da construtora, em real, será de
Porém, ela tem um diferencial: pequenos buraquinhos circula- a] 380 000,00.
res congruentes, e em todo o seu corpo, presentes em cada b] 404 000,00.
símbolo. Esses furos proporcionam um gasto de tinta menor na c] 1 104 000,00.
hora da impressão. d] 1 120 000,00.
e] 1 460 000,00.
que a área a ser pintada seja reduzida a da área inicial, A bandeja a ser escolhida deverá ter uma área mínima, em cen-
pretende-se reduzir o tamanho da fonte. tímetro quadrado, igual a
Sabe-se que, ao alterar o tamanho da fonte, o tamanho da letra a] 192.
é alterado na mesma proporção. b] 300.
Nessas condições, o tamanho adequado da fonte será c] 304.
a] 64. d] 320.
b] 48. e] 400.
c] 24.
d] 21. 7- Um casal realiza sua mudança de domicílio e necessita co-
e] 12. locar numa caixa de papelão um objeto cúbico, de 80 cm de
aresta, que não pode ser desmontado. Eles têm à disposição
5- Uma empresa de construção comprou um terreno de formato cinco caixas, com diferentes dimensões, conforme descrito:
retangular por R$ 700 000,00. O terreno tem 90 m de compri- • Caixa 1: 86 cm x 86 cm x 86 cm
mento e 240 m de largura. O engenheiro da empresa elaborou • Caixa 2: 75 cm x 82 cm x 90 cm
três projetos diferentes para serem avaliados pela direção da • Caixa 3: 85 cm x 82 cm x 90 cm
construtora, da seguinte maneira: • Caixa 4: 82 cm x 95 cm x 82 cm
Projeto 1: dividir o terreno em lotes iguais de 45 m x 10 m, •Caixa 5: 80 cm x 95 cm x 85 cm
sem ruas entre os lotes, e vender cada lote por R$ 23 000,00; O casal precisa escolher uma caixa na qual o objeto caiba, de
Projeto 2: dividir o terreno em lotes iguais de 20 m x 30 m, modo que sobre o menor espaço livre em seu interior.
deixando entre lotes ruas de 10 m de largura e 240 m de com- A caixa escolhida pelo casal deve ser a de número
primento, e vender cada lote por R$ 35 000,00; a] 1
Projeto 3: dividir o terreno em lotes iguais de 35 m x 20 m, b] 2
deixando entre lotes ruas de 20 m de largura e 240 m de com- c] 3
primento, e vender cada lote por R$ 45 000,00 d] 4
A direção da empresa decidiu dividir o terreno e utilizar o e] 5
projeto que permitirá o maior lucro, sendo que este será igual
ao valor obtido pela venda dos lotes, menos o valor da compra 8- Viveiros de lagostas são construídos, por cooperativas lo-
do terreno. cais de pescadores, em formato de prismas reto-retangulares,
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MATEMÁTICA • Carlos André
fixados ao solo e com telas flexíveis de mesma altura, capazes Para economizar energia, o supervisor deverá escolher o apa-
de suportar a corrosão marinha. Para cada viveiro a ser cons- relho de menor capacidade térmica que atenda às necessida-
truído, a cooperativa utiliza integralmente 100 metros lineares des do laboratório e às recomendações do fabricante.
dessa tela, que é usada apenas nas laterais. A escolha do supervisor recairá sobre o aparelho do tipo
a] I.
b] II.
c] III.
d] IV.
e] V.
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MATEMÁTICA • Carlos André
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MATEMÁTICA • Carlos André
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MATEMÁTICA • Carlos André
respectivamente, colorindo um dos triângulos menores, como reto com base triangular, cujas dimensões da base são 6 cm, 8
mostra a figura. cm e 10 cm e cuja altura é 10 cm. Tal peça deve ser vazada de
tal maneira que a perfuração na forma de um cilindro circular
reto seja tangente às suas faces laterais, conforme mostra a
figura.
a] b]
EXERCÍCIOS
QUESTÕES SOBRE POLIGONOS
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MATEMÁTICA • Carlos André
redário foi representado sem o telhado, mas com as redes já 3- Um robozinho foi programado para percorrer uma trajetória
instaladas. partindo de um ponto P e obedecendo às instruções dadas pelo
fluxograma abaixo:
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MATEMÁTICA • Carlos André
Considere que:
• o ponto C é vértice da função f
• os pontos B e D possuem ordenadas iguais.
• as abscissas dos pontos A e E são raízes da função f
Pode-se afirmar que a área do polígono ABCDE, em unidades
de área, é
a]
a]
b]
b]
c] c]
d] d]
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MATEMÁTICA • Carlos André
a]
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MATEMÁTICA • Carlos André
b] será suficiente, pois a área da nova região a ser pavimen- O passeio terá seu piso revestido com ladrilhos. Sem condições
tada mede 24 m2. de calcular os raios, pois o chafariz está cheio, um engenheiro
c] será suficiente, pois a área da nova região a ser pavimen- fez a seguinte medição: esticou uma trena tangente ao chafariz,
tada mede 48 m2. medindo a distância entre dois pontos A e B, conforme a figura.
d] não será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi- Com isso, obteve a medida do segmento de reta AB: 16 m.
mentada mede 108 m2.
e] não será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi-
mentada mede 120 m2.
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a]
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1) POLIEDROS
• Elementos
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Considerando um poliedro convexo. ATENÇÃO: Todo poliedro regular é de Platão, mas nem todo
Sejam: poliedro de Platão é regular.
• : número de vértices
• : número de faces Exemplo: O paralelepípedo é um poliedro de Platão, mas
• : número de arestas como a face é um retângulo (não é equilátero) então não é um
• n: número de lados de cada face poliedro regular.
Temos que:
2) PRISMAS
• Soma dos Ângulos das Faces
O prisma É caracterizado por ser um poliedro convexo com
Considerando um poliedro convexo, temos que a soma dos ân- duas bases (polígonos iguais) congruentes e paralelas, além
gulos das suas faces é:
das faces planas laterais (paralelogramos).
• Composição do Prisma
• Poliedros de Platão / Poliedros Regulares
Os elementos que compõem o prisma são: base, altura,
Os poliedros de Platão são os que correspondem às seguin-
arestas, vértices e faces laterais.
tes características:
Assim, as arestas das bases do prisma são os lados das
(convexo) bases do polígono, enquanto que as arestas laterais corres-
pondem aos lados das faces que não pertencem às bases.
Todas as faces têm o mesmo número de arestas .
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MATEMÁTICA • Carlos André
Al = n .a
n: número de lados
a: face lateral
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• Definição Características
• Base: Polígono regular;
Sejam um plano, P um polígono convexo pertencente a • Arestas laterais: congruente entre si;
• Vértice: sua projeção ortogonal é o centro da pirâmide;
eV um ponto não pertencente a . Traçam-se todos os seg-
mentos possíveis que possuem uma extremidade em V e a ou- • Faces laterais: Triângulos isósceles congruentes;
• Apótema: altura da face lateral relativa à aresta da base.
tra em P.
Pirâmides regulares
Sejam:
Áreas
• : altura da pirâmide
• : apótema da pirâmide ou altura da face
• Área da base • : lateral da base
Área do polígono da base. • : aresta lateral
• Área lateral
Soma das áreas dos triângulos das faces laterais. face da pirâmide:
• Área total:
• Volume
Sejam:
• : área da base
• : altura
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MATEMÁTICA • Carlos André
Quadrangular Triangular
Hexagonal
Tetraedro / Octaedro
Tetraedro regular
Pirâmide triangular regular, com quatro faces congruentes.
• Altura
• Volume
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MATEMÁTICA • Carlos André
• Volume 5-. (U.F. – RS) Um poliedro convexo tem seis faces triangulares
e cinco faces quadrangulares. O número de arestas e de vérti-
ces do poliedro é, respectivamente:
a] 34 e 10
b] 19 e 10
EXERCÍCIOS c] 34 e 20
d] 12 e 10
e] 19 e 12
EXERCÍCIOS SOBRE POLIEDROS
6- ENEM-O hábito cristalino é um termo utilizado pormineralo-
1- (UF – PI) Em um poliedro convexo, o número de arestas gistas para descrever a aparência típica deum cristal em termos
excede o número de faces em 18. O número de vértices desse de tamanho e forma. A granadaé um mineral cujo hábito crista-
poliedro é: lino é um poliedro com30 arestas e 20 vértices. Um mineralo-
a] 10 gista construiu ummodelo ilustrativo de um cristal de granada
b] 20 pela junçãodos polígonos correspondentes às faces.
c] 24 Supondo que o poliedro ilustrativo de um cristal degranada é
d] 30 convexo, então a quantidade de faces utilizadasna montagem
e] 32 do modelo ilustrativo desse cristal é igual a
a] 10.
2.- (Fuvest – SP) O número de faces triangulares de uma pirâ- b] 12.
mide é 11. Pode-se, então, afirmar que esta pirâmide possui: c] 25.
a] 33 vértices e 22 arestas. b] 42.
b] 12 vértices e 11 arestas. e] 50.
c] 22 vértices e 11 arestas.
d] 11 vértices e 22 arestas. 7- ENEM-Para o modelo de um troféu foi escolhido um polie-
e] 12 vértices e 22 arestas. dro P, obtido a partir de cortes nos vértices de um cubo. Com
um corte plano em cada um dos cantos do cubo, retira-se o
3.- (PUCAMP – SP) Sobre as sentenças: canto, que é um tetraedro de arestas menores do que metade
I. Um octaedro regular tem 8 faces quadradas. da aresta do cubo. Cada face do poliedro P, então, é pintada
II. Um dodecaedro regular tem 12 faces pentagonais. usando uma cor distinta das demais faces.
III. Um icosaedro regular tem 20 faces triangulares. Com base nas informações, qual é a quantidade de cores que
É correto afirmar que apenas: serão utilizadas na pintura das faces do troféu?
a] I é verdadeira. a] 6
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MATEMÁTICA • Carlos André
b] 8 e] 2V + 5F = 4
c] 14
d] 24 10- Representar objetos tridimensionais em uma folha de papel
nem sempre é tarefa fácil. O artista holandês Escher (1898-
e] 30
1972) explorou essa dificuldade criando várias figuras planas
impossíveis de serem construídas como objetos tridimensio-
8- ENEM-Um lapidador recebeu de um joalheiro a encomenda nais, a exemplo da litografia Belvedere, reproduzida abaixo.
para trabalhar em uma pedra preciosa cujo formato é o de uma
pirâmide, conforme ilustra a Figura 1. Para tanto, o lapidador
fará quatro cortes de formatos iguais nos cantos da base. Os
cantos retirados correspondem a pequenas pirâmides, nos vér-
tices P, Q e S, ao longo dos segmentos tracejados, ilustrados
na Figura 2.
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MATEMÁTICA • Carlos André
EXERCÍCIOS
QUESTOES SOBRE PRISMAS
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MATEMÁTICA • Carlos André
a]
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MATEMÁTICA • Carlos André
7- Alguns objetos, durante a sua fabricação, necessitam pas- compartimentos são interligados, conforme a figura. Assim
sar por um processo de resfriamento. Para que isso ocorra, caso haja rompimento no casco do reservatório, apenas uma
uma fábrica utiliza um tanque de resfriamento, como mostrado parte de sua carga vazará.
na figura.
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MATEMÁTICA • Carlos André
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS SOBRE PIRÂMIDES
b] e]
c]
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MATEMÁTICA • Carlos André
4- Uma fábrica produz velas de parafina em forma de pirâmide A e o outro o ponto B. Esses planos dividem cada aresta lateral
quadrangular regular com 19 cm de altura e 6 cm de aresta da em três partes iguais.
base. Essas velas são formadas por 4 blocos de mesma altura Considere as seguintes medidas da pirâmide:
— 3 troncos de pirâmide de bases paralelas e 1 pirâmide na • altura = 9 cm;
parte superior —, espaçados de 1 cm entre eles, sendo que a • aresta da base = 6 cm;
base superior de cada bloco é igual à base inferior do bloco • volume total = 108 cm3.
sobreposto, com uma haste de ferro passando pelo centro de
cada bloco, unindo-os, conforme a figura
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MATEMÁTICA • Carlos André
e]
GABARITO
1. C 2. B 3. D 4. B 5. C
6. D 7. D 8. C 9. A 10. D
a] 260 cm3 .
b] 276 cm3 .
c] 281 cm3 .
d] 390 cm3 .
e] 780 cm3 .
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BIOLOGIA
Velozo
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BIOLOGIA • Velozo
Depois, Mendel começou a cruzar plantas da geração Assim, Mendel concluiu que o fator que determinava
P, obtendo na descendência, denominada de primeira geração a característica de um dos pais (verde) ficava encoberto na ge-
híbrida (modernamente: geração F1 ) plantas que apresenta- ração F1 e reaparecia na geração F2.
vam a característica igual a um dos indivíduos da geração P. O fator que desaparecia na geração F1 foi denominado
Para melhor observarmos esse primeiro passo, vamos escolher de recessivo e o fator que se manifestava de dominante.
uma das caracteres da ervilha, como Mendel fez e exemplificá- Mendel observou também que em F2 as proporções
lo. de aparecimento do fator dominante em relação do fator reces-
sivo era de 3 : 1. Como essa proporção se manteve nas sete
1. Experiência de Mendel características estudadas, Mendel concluiu que deveria existir
uma lei invariável responsável pela herança hereditária.
Característica escolhida: cor da semente. Para explicar o desaparecimento do fator recessivo
Variação da cor: amarela ou verde. em F1 e o seu reaparecimento em F2, bem como a proporção 3
Formação da geração P : 1, Mendel elaborou as seguintes premissas:
a) Cada característica é determinada por fatores hereditários
presentes aos pares em cada um dos indivíduos. Um dos
fatores é herdado da mãe e o outro do pai. Indivíduos pu-
ros possuem pares iguais, enquanto indivíduos híbridos
possuem pares diferentes.
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BIOLOGIA • Velozo
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BIOLOGIA • Velozo
Fecundação Cruzada de F1
VvRr X VvRr
Cada indivíduo gera quatro tipos de gametas: Aspecto: liso (RR) X rugoso (rr) liso(Rr) em F1
Fazendo fecundação cruzada em F1: liso(Rr) x liso(Rr), se
VR – Vr – vR – vr obtém em F2
Dizemos que basta a existência de um gene dominante, Se você observou, os resultados são idênticos aos encon-
devido ao fato da característica dominante se manifestar em trados nos cálculos das ocorrências juntas.
homo ou heterozigose. Ou seja, na realidade basta a presença Isso demonstra que as características são independentes,
de um gene dominante para que a característica se manifeste. caso contrário, esse cálculo deveria ser diferente do anterior.
A segregação independente de duas características é de- Mas por que a lei da segregação independente é verda-
monstrada se pensarmos nelas em separado. deira? Por que um indivíduo di-híbrido (heterozigoto para duas
Observe: características) produz quatro gametas distintos?
Cor: amarelo (VV) X verde (vv) amarelo (Vv) em F1
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BIOLOGIA • Velozo
Isso ocorre porque os genes estão localizados em cromos- Quando os eventos têm a mesma chance de ocorrência, dize-
somos não-homólogos. mos que eles são aleatórios, como por exemplo:
Durante o processo de meiose, para a formação dos ga- • A probabilidade de sortear uma carta de espadas em um
metas, a migração das cromátides pode ocorrer de formas di- baralho de 52 cartas é de 1/4, pois em um baralho existem
ferentes. Assim, existe a possibilidade de originar quatro game- 4 naipes.
tas distintos. Vamos observar o processo: • A probabilidade de sortear um rei qualquer em um baralho
de 52 cartas é de 4/52, pois existem 4 reis em um baralho
Célula somática de 52 cartas.
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BIOLOGIA • Velozo
Quando falamos em genes dominantes e recessivos, Esses alelos possuem graus diferentes de dominância
ou que um domina o outro, podemos pensar que um gene inibe entre si. O alelo C é dominante sobre todos os outros. Já o cch,
a ação do outro. Porém, não é isso que ocorre. O gene consi- mesmo sendo recessivo para o C, é dominante para o ch e c.
derado recessivo é aquele que possui algum defeito e por isso O ch é dominante sobre c, mesmo sendo recessivo para o C e
não é capaz de transcrever o RNAm ou não traduz uma prote- o cch. Assim, temos:
ína funcional. Por isso, ele se torna inativo, prevalecendo o que
nós denominamos de dominante. Porém, devemos ter em C > cch > ch > c
mente que o fato de um gene ser recessivo não significa ne-
cessariamente que isso seja um problema. Porém, devemos lembrar que esses genes atuam
apenas em um par. Com isso, podemos ter vários tipos de ge-
2.3. Polialelia ou alelos múltiplos nótipos e apenas quatro fenótipos.
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BIOLOGIA • Velozo
As transfusões só são compatíveis quando não mesma maneira que qualquer sangue transfusionado para o
existe a formação do complexo antígeno-anticorpo. receptor “AB” poderia provocar problemas.
Dessa maneira, é importante que se observe o antí- Observação! O exame de paternidade feito por meio do
geno do doador e o anticorpo do receptor. Observe: grupamento sanguíneo foi utilizado durante muito tempo como
análise de exclusão de paternidade, pois não determinava
quem poderia ser o verdadeiro pai, mas podia-se excluir os que
não eram.
Hoje esse método é complementado pela análise do DNA.
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BIOLOGIA • Velozo
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BIOLOGIA • Velozo
GENÉTICA 2:
PLEIOTROPIA, HERANÇAS SEXUAIS
E INTERAÇÃO E LIGAÇÃO GÊNICA
1. PLEIOTROPIA
3. INTERAÇÃO NÃO-EPISTÁTICA
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BIOLOGIA • Velozo
Observe que a proporção 9: 3: 3: 1 manteve-se idên- será mantida. Ocorre apenas que a presença do gene (I) im-
tica àquela determinada pela 2.ª Lei de Mendel, logo, a segre- pede a formação de pigmentos.
gação independente está confirmada.
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BIOLOGIA • Velozo
Sistema X0
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BIOLOGIA • Velozo
A região não-homóloga é maior do que a homóloga, pro- Mulheres com essa anomalia apresentam baixa estatura, de-
vocando fenômenos genéticos exclusivos. senvolvimento anormal dos órgãos sexuais, principalmente os
Dessa maneira, os genes situados na região não-homó- ovários, o que provoca esterilidade. Essas mulheres não apre-
loga de X produzirão a chamada herança ligada ao sexo. Na sentam cromatina sexual.
região do cromossomo Y os genes produzirão a herança res- A síndrome de Klinefelter é caracterizada pelo cariótipo
trita ao sexo, pois esse tipo de herança só ocorre em homens. 44 A + XXY. Isto significa que o homem possui um cromossomo
X a mais. Esses homens apresentam atrofia testicular, por isso
7. CROMATINA SEXUAL OU CORPÚSCULO são estéreis, musculatura pouco desenvolvida, altura acima da
média e, geralmente, ginecomastia (desenvolvimento anormal
DE BARR
das glândulas mamárias)
Existe, ainda, a chamada superfêmea ou metafêmea, em
As células femininas possuem uma mancha na face in-
que o cariótipo apresenta três cromossomos X. Normalmente,
terna da membrana nuclear quando se coram as células. Essa
essas mulheres não apresentam problemas, porém a ocorrên-
mancha corada é um dos cromossomos X. Durante a interfase,
cia de mais um X pode provocar alterações físicas e mentais.
os cromossomos estão na fase de cromonema, como se fos-
No homem, a existência de mais um cromossomo Y pa-
sem fios longos e finos, exceto em um dos cromossomos X,
rece não provocar alterações, porém existem alguns estudos
que permanece condensado.
que relatam alterações psicológicas (superagressividade).
A geneticista Mary Lyon elaborou a hipótese de que a
maior parte dos genes desse cromossomo não está em ativi-
dade. Essa hipótese foi confirmada por outros cientistas e ex- 9. ALTERAÇÕES EM CROMOSSOMOS NÃO-
plica porque uma mulher homozigota não tem o dobro das SEXUAIS
substâncias produzidas pelo homem.
Existem várias síndromes provocadas pela existência de
8. ALTERAÇÕES NOS CROMOSSOMOS SE- mais um cromossomo autossômico. A síndrome mais conhe-
cida é a síndrome de Down, caracterizada pela entrada de um
XUAIS
cromossomo a mais no 21.º par.
Essa alteração cromossômica também é denominada de
Durante o processo de meiose para formação dos game-
trissomia do 21.
tas, pode ocorrer uma distribuição incorreta de cromossomos,
originando gametas com um número anormal.
Os gametas com condições numéricas incorretas origina-
rão zigotos e indivíduos com cariótipos anormais.
Dois exemplos importantes são as síndromes de Turner
e de Klinefelter.
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BIOLOGIA • Velozo
10.1. Daltonismo
Observação!
As alterações genéticas podem provocar a deficiência da
formação dos cones, que são os receptores da retina para as
cores.
Existem três tipos básicos de cones. Cada um absorve
uma frequência do espectro luminoso para o vermelho, azul e
o verde.
Os tons cromáticos surgem da combinação das cores pri-
márias.
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Se uma pessoa tem deficiência no cone para a cor verme- 12. HERANÇA INFLUENCIADA PELO SEXO
lha terá o daltonismo denominado de protanópico. Se for para
o verde, deuteranópico. Se for para o azul, tritanópico. Nesse tipo de herança, as características são determina-
Os dois primeiros (verde e vermelho) são provocados por das por genes autossômicos, porém são influenciadas pelo
uma alteração no cromossomo X; para o azul, no cromossomo 7. sexo. Na espécie humana, a calvície é o melhor exemplo.
Devido à ação da testosterona, o gene C comporta-se
10.2. Hemofilia como dominante. Na ausência desse hormônio, passa a se
comportar como recessivo.
Essa doença se caracteriza pela dificuldade de coagulação
sanguínea, devido à deficiência de fatores de coagulação. A Observe:
mais comum é a falta do fator VIII (globulina anti-hemofílica –
GAH) denominada de hemofilia clássica ou hemofilia A. Porém,
existem a hemofilia B ou doença de Christmas, que determina
a falta do fator IX e a hemofilia C (a mais rara). Todas determi-
nam a falta de uma substância precursora da tromboplastina.
A transmissão genética é idêntica ao daltonismo, pois a
doença também é recessiva. Assim:
13. LIGAÇÃO GÊNICA
Dizemos que uma herança é restrita ao sexo quando o Obteremos a formação de quatro gametas distintos com
gene que acarreta o problema encontra-se na região não-ho- 25% de probabilidade para cada um.
móloga do cromossomo Y. Logo, só poderá ocorrer no homem.
Como exemplo, pode-se citar a má-formação testicular, a Genes em cromossomos homólogos
ausência de espermatozoides e a infertilidade masculina. Outro
exemplo é a hipertricose auricular (presença de pelos nas ore-
lhas).
Esses genes são denominados de holândricos.
Observação!
A hipertricose auricular é uma característica genética co-
mum no Paquistão e na Índia, podendo ocorrer em caucasia-
nos, aborígenes australianos e japoneses.
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Veremos, então, que os genes existentes no mesmo cro- Se observarmos o resultado, notaremos que se fosse um
mossomo vão para o mesmo gameta. Com isso, passamos a tipo de segregação independente (2.ª lei) as proporções deve-
ter a probabilidade de 50% para cada gameta. riam ser iguais (25% para cada gameta).
Porém, durante a meiose para formação dos gametas, Como não obtivemos esse percentual, é lógico afirmarmos
pode ocorrer um processo denominado de crossing-over, que que se trata de um caso de permutação, onde observaremos o
é a permuta entre as cromátides no par homólogo. Quando isso aparecimento de gametas parentais ou não-recombinantes e
acontece, observasse o aparecimento de gametas com a com- gametas recombinantes.
binação diferente do original. Como os recombinantes dependem da ocorrência do cros-
Quando esse fenômeno não acontece, ou seja, quando os sing-over, os percentuais de aparecimento são menores.
gametas são formados com a combinação genética original, di- 45 AB e 45 ab são os parentais (existem independente de re-
zemos que a ligação é completa. combinação).
Quando ocorre o crossing-over, falamos em ligação parcial 5 aB e 5 Ab são os recombinantes.
ou incompleta. Então, teremos:
Esses gametas que aparecem com a combinação dife- 90 gametas parentais e 10 gametas recombinantes.
rente do parental, são denominados de recombinantes. Como tivemos 10 gametas em 100 com recombinação, pode-
Devemos ter em mente que o crossing-over é um fenô- mos dizer que o percentual de recombinação foi de 10%.
meno aleatório e que pode acontecer em qualquer ponto do Como são dois gametas diferentes, cada um apresenta um per-
cromossomo. Logo, a frequência de recombinantes será sem- centual de 5%, assim obteremos:
pre menor do que a dos não-recombinantes. 45% de frequência para os gametas AB e 45% de frequência
Utilizando o exemplo anterior, podemos representar os ge- para os gametas ab.
nes em cromossomos homólogos da seguinte maneira: 5% de frequência para os gametas aB e 5% de frequência para
os gametas Ab.
Quanto maior a distância entre os genes situados no Sabemos que o crossing-over é o cruzamento das cromá-
mesmo cromossomo, maior será a possibilidade de ocorrer per- tides internas do par homólogo. Se dois genes estiverem muito
mutação entre eles e, consequentemente, a frequência de ga- próximos ou se estiverem próximos do centrômero, a permuta
metas recombinantes. será muito difícil.
Esses estudos tiveram início por meio dos trabalhos de Assim, a possibilidade de aparecer recombinantes tende a
Morgan e colaboradores, na observação da herança de certos zero.
caracteres da mosca Drosophila melanogaster. Se, por outro lado, os genes estiverem próximos das ex-
Eles observaram que nem sempre os caracteres eram tremidades opostas, a probabilidade da recombinação au-
transmitidos independentemente, o que significava uma varia- menta, logo a taxa será mais alta.
ção da 2.ª Lei de Mendel. Assim, a taxa de recombinação ou crossingover depende
Observaremos essa hipótese com a resolução de um da distância entre os genes.
exemplo: Esse estudo foi realizado por Alfred H. Sturtevant, um dos
Imaginemos um indivíduo di-híbrido AaBb que tenha 25 alunos de Thomas Morgan.
das suas células germinativas fazendo meiose. No final do pro- Em homenagem a Thomas Morgan convencionou- se que
cesso, como cada célula forma quatro gametas, obteremos 100 1% de crossing é igual a 1 morganídio ou 1 unidade de recom-
gametas. Ao analisarmos os 100 gametas, verificaremos que: binação (UR), que indica a distância entre os genes.
45 gametas possuem os genes AB. No nosso exemplo anterior, como a taxa de recombinação
45 gametas possuem os genes ab. é de 10%, podemos dizer que a distância entre eles é de 10
5 gametas possuem os genes Ab. morganídios ou 10 UR.
5 gametas possuem os genes aB. Baseando-se nas taxas de permuta, é possível fazer o ma-
peamento genético.
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GENÉTICA POPULACIONAL E
Para se calcular a frequência de a, podemos utilizar o
ENGENHARIA GENÉTICA mesmo raciocínio ou proceder com a relação entre as frequên-
cias dos genes alelos:
O mecanismo da evolução caracteriza-se basicamente por Assim, se f(A) + f(a) = 1 f(a) = 1 – 0,55 f(a) = 0,45 = f(a) =
mudanças na frequência de certos alelos na população. 45%.
As mudanças nas populações (evolução) podem ocorrer Nessa população, as frequências dos genes A e a são, res-
devido à mutação, seleção natural, migração, ou à deriva ge- pectivamente, de 55% e 45%.
nética. Podemos ainda calcular a frequência genotípica desses
É importante lembrar que Theodor Dobzhansky, um dos genes, na população:
autores da teoria sintética, definiu evolução como “mudanças
não-oscilatórias na composição genética das populações, re-
sultando em alterações irreversíveis”.
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as frequências genéticas não sofreriam alteração ao longo das Assim, essa relação pode ser representada do seguinte modo:
gerações, ou seja, estariam em equilíbrio. p2 + 2pq + q2
Essa conclusão ficou conhecida como teorema de Hardy - Se observarmos a relação anterior, notaremos que essa
Weinberg. relação é o desenvolvimento de um binômio elevado ao qua-
drado. Como sabemos que a soma da frequência de um gene
1.3. Condições A (p) com o gene a(q) é igual a 1, podemos escrever a relação
do seguinte modo:
Para que a frequência gênica de uma população se man-
tenha em equilíbrio são necessárias algumas condições, tais Como p + q = 1 q = p – 1
como: Assim, temos: p2 + 2pq + q2 = 1
• população grande para que não ocorra desvios ou mudan- ou p2 + 2p(1-p) + (1 + p)2 = 1
ças significativas devido ao acaso na frequência dos genes
(deriva genética); 2. ENGENHARIA GENÉTICA
• não há mutações;
• não há migrações (não podem entrar ou sair alelos da po- A genética progrediu muito desde as primeiras descober-
pulação); tas de Mendel até a demonstração da estrutura espacial do
• todos os genótipos devem ter a mesma chance de sobrevi- DNA.
vência na reprodução (não há seleção natural); No entanto, foi a partir da demonstração do DNA, em 1954,
• os cruzamentos ocorrem ao acaso. por Watson e Crick, que os estudos se intensificaram e origina-
Uma população assim caracterizada encontrasse em equi- ram a chamada engenharia genética.
líbrio genético, porém devemos lembrar que na natureza, en- No início, essa nova área progrediu devagar, sendo que,
tretanto, não existem populações sujeitas rigorosamente a es- no final do século XX, obteve um impulso muito grande, culmi-
sas condições. nando com o projeto de sequenciamento do genoma humano.
Esse ramo da genética está longe de atingir o seu final e
A importância do teorema está no fato deste possibilitar es- promete muitas revelações nos próximos anos.
tabelecer um modelo de comportamento dos genes. Assim, é O início do século XXI foi marcado pela inundação de no-
possível estimar as frequências gênicas e genotípicas ao longo tícias na TV e nos jornais de novas descobertas no campo da
de gerações e fazer comparações. Se os valores observados genética, porém, num campo muito mais específico do que es-
são muito diferentes dos valores esperados, podemos concluir távamos acostumados a ver, que até pouco tempo seria consi-
que a população está evoluindo. Caso os valores não sejam derado ficção científica.
diferentes, pode-se concluir que a população está em equilíbrio Novas descobertas do DNA, o aprendizado de sua mani-
ou que não está evoluindo. pulação e as várias aplicações no dia-a-dia tornam a engenha-
ria genética uma tecnologia extremamente interessante.
Vamos observar o teorema:
3. O INÍCIO DE TUDO
Eles propuseram que a frequência de A seria representada
por p e que a frequência de a pelo q. Na realidade, a engenharia genética começa com a des-
Como os genótipos possíveis são AA, Aa e aa, as frequên- crição da estrutura espacial da molécula de DNA e os estudos
cias genotípicas em cada geração serão: que se seguiram a esse fato.
AA = a probabilidade de um óvulo com o gene A ser fecun- Mas, em 1973, os norte-americanos Cohen e Boyer trans-
dado por um espermatozoide com o gene A: feriram um gene de uma rã para o genoma de uma bactéria
p x p = p2 que, ao se reproduzir, começou a duplicar esse gene junto com
aa = a probabilidade de um óvulo com o gene a ser fecundado o seu próprio genoma.
por um espermatozoide com o gene a: Começava definitivamente a verdadeira engenharia gené-
q x q = q2 tica.
Aa = a probabilidade de um óvulo com o gene A ser fecundado As técnicas modernas da engenharia genética consistem
pelo espermatozoide com o gene a: em permitir a manipulação do DNA, técnica que ficou conhe-
p x q = pq cida como DNA recombinante.
Aa = a probabilidade de um óvulo com o gene a ser fecundado Com essa técnica é possível fazer com que bactérias pro-
pelo espermatozoide com o gene A: duzam substâncias de interesse humano como, por exemplo a
q x p = qp
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insulina, produzir vacinas e alimentos denominados de trans- 4.2. Eletroforese – comparando DNAs
gênicos.
Na verdade, as bases da engenharia genética nasceram Os cientistas extraem e purificam enzimas de restrição
muito tempo atrás. bacterianas, utilizando-as para tratar um determinado DNA a
Na década de 1940, uma pesquisadora americana, Bár- ser testado. Uma enzima de restrição corta o DNA em pontos
bara McClintoc (Nobel de Medicina de 1983), descobriu que específicos, nos quais há uma sequência de bases que a en-
cromossomos de milho, quando submetidos à ação de raios X, zima reconhece.
liberavam fragmentos que mudavam de posição, gerando no- Assim, o DNA picotado por uma determinada enzima fica
vas combinações. reduzido a um certo número de pedaços de diferentes tama-
Esse fenômeno ficou conhecido como os genes saltadores nhos, correspondentes às distâncias entre cada dois pontos re-
ou transposons que realizavam a transposição do DNA. Esse conhecidos e cortados pela enzima.
fato ocasiona as novas combinações genéticas, mas é raro na Descobriu-se que se duas diferentes moléculas de DNA
natureza. forem cortadas pela mesma enzima de restrição, originam con-
Em alguns casos, esses fragmentos de DNA se duplicam juntos de fragmentos diferentes, característicos de cada DNA
antes de saltarem. Isso faz com que sejam encontradas várias que foi fragmentado. Da mesma forma, dois DNAs idênticos,
cópias dos genes saltadores no próprio organismo. cortados por uma mesma enzima, produzem conjuntos de fra-
A descoberta dos transposons mostrou o caminho para o gmentos de tamanhos idênticos. Assim, a análise dos tipos de
desenvolvimento da técnica do DNA recombinante mais de três fragmentos de DNA produzidos por uma enzima permite com-
décadas depois. parar moléculas de DNA.
Essa análise é feita por meio da técnica conhecida por ele-
4. PROCESSO DE MANIPULAÇÃO DO DNA troforese.
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A eletroforese é uma técnica laboratorial que permite se- 5.2. Determinação de paternidade
parar moléculas de DNA, RNA ou de proteínas com base na
velocidade de migração em um suporte denso e grosso, geral- O exame de DNA é atualmente muito usado nos testes de
mente de agar, submetido a um campo elétrico. A amostra que paternidade. O padrão de fragmentos de DNA de uma pessoa
contém as moléculas que se deseja separar é colocada em é comparado com os padrões de sua mãe e do homem sus-
uma pequena fenda feita em uma placa de gelatina, que é mer- peito de ser o pai. Como uma pessoa sempre recebe metade
gulhada em uma solução condutora de corrente elétrica. Em de suas moléculas de DNA do seu pai e outra da sua mãe, os
seguida, a placa é submetida a um campo elétrico. Nessas con- tipos de fragmentos de seus progenitores devem estar presen-
dições, os fragmentos de DNA, que têm carga negativa, mi- tes no seu DNA.
gram para o pólo positivo do campo elétrico. A velocidade com Assim, comparando os fragmentos de DNA produzidos por
que cada fragmento se desloca na gelatina é inversamente pro- eletroforese da pessoa com os da sua mãe, se excluem as ban-
porcional ao seu tamanho: quanto menor ele for, mais rápido das que forem idênticas.
se desloca. As outras só podem ter vindo do pai. A partir disso, com-
Depois de algumas horas, desliga-se a corrente elétrica e para-se as bandas com o do suposto pai.
os fragmentos param de se deslocar. A placa de gelatina é en-
tão mergulhada em uma substância que faz o DNA brilhar ao
5.3. Melhoramento genético
ser iluminado com luz ultravioleta. Podem-se ver, assim, os fra-
gmentos de DNA de diversos tamanhos estacionados a dife-
A genética tem sido empregada em técnicas de melhora-
rentes distâncias do local em que foram colocados inicialmente.
mento de plantas e animais, utilizando-se o conhecimento do
Os que mais “correram” são os fragmentos menores, se-
DNA para produzir plantas mais resistentes a pragas, animais
guidos por fragmentos um pouco maiores e assim por diante.
com melhor qualidade de carne etc.
Fotografias da gelatina, tiradas sob iluminação ultravioleta,
mostram um padrão de faixas, correspondentes aos locais em
que estacionaram fragmentos de DNA de diferentes tamanhos. 5.4. Exemplo de melhoramento animal
Pela distância relativa de migração, é possível calcular até
mesmo o número de nucleotídeos dos fragmentos de DNA se- A produção de uma nova raça de gado bovino, conhecido
parados durante a eletroforese. como Santa Gertrudes, foi desenvolvida a partir da combinação
de outras raças.
5. BIOTECNOLOGIA O gado Shorthorn criado em certas regiões dos EUA é um
excelente produtor de carne, mas sensível a doenças transmi-
tidas por carrapato e pouco resistente ao calor.
É o estudo de processos biológicos com propósitos de uso
Por outro lado existe uma espécie de gado Zebu, de ori-
prático. A engenharia genética permitiu que novas técnicas fos-
gem indiana, muito resistente ao calor e a doenças, porém pro-
sem desenvolvidas, algumas das quais veremos a seguir.
duz pouca carne.
Após vários ciclos de cruzamentos entre o gado da raça
5.1. Identificação de pessoas por DNA Shorthorn e Zebu, sempre selecionando as características mais
vantajosas, desenvolveu-se uma população homogênea deno-
Cortar o DNA com enzimas é, hoje, um procedimento cor- minada de Santa Gertrudes que, além de ótima produtora de
riqueiro em laboratórios de genética molecular. Por exemplo, carne, tem ótima resistência a doenças e consegue viver em
uma amostra de DNA purificado, extraída de glóbulos brancos ambientes com temperaturas mais elevadas.
do sangue de uma pessoa, pode ser tratada com determinada
enzima de restrição e os fragmentos obtidos podem ser sepa-
rados por meio de eletroforese, fornecendo um padrão de fai-
xas típico do indivíduo. A análise do padrão de fragmentos de
DNA é o método mais seguro para identificar pessoas.
Com exceção dos gêmeos univitelinos, não existem duas
pessoas cujos DNAs sejam totalmente idênticos. Assim,
A – Santa Gertrudes B – Shorthorn C – Zebu
quando um DNA é cortado, produz fragmentos diferentes e
consequentemente bandas diferentes pela eletroforese.
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5.5. Exemplo de melhoramento vegetal Esse tipo de plantação gera mais lucro, porém, em caso
de doenças, a probabilidade de perda é consideravelmente
Experiências com variedades de milho, feitas por George maior.
Shull, demonstraram o aparecimento de plantas mais vigoro- Um exemplo histórico de um desastre envolvendo a perda
sas, resistentes contra doenças, e com espigas maiores do que de uma monocultura aconteceu no século XIX na Irlanda. A pro-
as espécies cruzadas. dução de batata era baseada em uma única linhagem e era
Essas plantas foram denominadas híbridas. principal fonte de alimento para a população. Uma doença cau-
Os cientistas concluíram que os híbridos, por apresenta- sada por fungos dizimou, em um prazo muito curto, todas as
rem maior número de genes em heterozigose, eram superiores plantações de batata do país. O resultado foi trágico, pois mi-
às espécies puras, altamente homozigóticas, esse fenômeno lhares de pessoas morreram de fome.
conhecido como vigor do híbrido ou heterose.
O conhecimento desse fato permitiu a produção de duplos- 7. ACONSELHAMENTO GENÉTICO
híbridos, isto é, indivíduos obtidos a partir de quatro linhagens
homozigóticas parentais. Esse processo obteve tanto sucesso Muitas doenças humanas são genéticas. Com isso, o es-
que hoje praticamente todo milho cultivado é híbrido. tudo dos padrões genéticos da família pode ajudar a estimar o
Esse fenômeno não é restrito ao milho, conhecendo-se vá- provável nascimento de crianças afetadas por algum distúrbio
rias plantas em que o processo foi aplicado, como morango, genético.
algodão e animais como a galinha doméstica. A análise das genealogias familiares permite que especia-
listas façam o aconselhamento genético dos casais, visando
reduzir o risco de nascimentos com crianças afetadas.
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10.1. Método do bombardeamento Existe muita discussão a respeito da segurança dos ali-
mentos transgênicos, chamados de organismos geneticamente
Consiste em acoplar o gene que se quer transferir para o modificados (OGM).
vegetal na superfície de uma micropartícula de ouro ou tungs- Os ambientalistas dizem que já ocorreram reações alérgi-
tênio, disparando-a com um microcanhão contra as células ve- cas em pessoas que consumiram OGM, mas a OMS (Organi-
getais. zação Mundial de Saúde) garante que os OGM foram monito-
O disparo faz com que a micropartícula atinja uma veloci- rados de maneira segura e não põem em risco a saúde hu-
dade de 1 500km/h, fazendo com que atravesse a parede ce- mana.
lular, alojando-se no citoplasma. De qualquer maneira, os alimentos transgênicos vieram
No citoplasma, o gene é separado da micropartícula e pela para ficar.
própria dinâmica citoplasmática, acaba sendo incorporado ao Hoje existem mais de 52,6 milhões de hectares de área
DNA da célula, tornando-a transgênica. plantada com transgênicos, seja de soja, milho, algodão, ou ou-
tro produto.
No Brasil, foi aprovada recentemente, no Congresso Naci-
onal, a Lei de Biossegurança, que pretende regulamentar essa
matéria.
EXERCÍCIOS
QUESTÕES PARA SALA DE AULA
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e] tanto na espécie 1 quanto na espécie 2, mas a Segunda Lei tipos diferentes de herança genética. Com base nas caracterís-
de Mendel se constata apenas na espécie 2. ticas de cada tipo de herança, assinale a alternativa correta.
a] Herança Autossômica Dominante: o indivíduo afetado de-
02 - (ACAFE) O termo genética foi aplicado pela primeira vez verá ter recebido uma cópia de um gene mutante de um dos
pelo biólogo inglês William Bateson (1861 – 1926) para definir pais, não afetado pela doença.
o ramo das ciências biológicas que estuda e procura explicar b] Herança Autossômica Recessiva: o indivíduo afetado de-
os fenômenos relacionados à hereditariedade. Assim, a alter- verá ter um dos pais afetado para a característica herdada,
nativa correta é: sendo o outro normal homozigoto para a característica.
a] A penetrância é a expressão percentual com que um gene c] Herança Ligada ao Sexo: se o indivíduo afetado for um ho-
se manifesta. Sabendo-se que a penetrância do gene para mem, irá manifestar a característica, mesmo em se tratando
o nanismo acondroplásico é de 80%, pode-se dizer que a de um gene recessivo.
probabilidade de um homem heterozigoto, casado com uma d] Herança Influenciada pelo Sexo: o indivíduo afetado será
mulher normal, ter um filho com este tipo de nanismo é de sempre do sexo masculino, uma vez que o gene está rela-
80%. cionado ao Y na porção não homóloga ao cromossomo X.
b] Epistasia é um tipo de interação gênica em que um gene de e] Herança Restrita ao Sexo: o gene é afetado pelas caracte-
determinado locus inibe a manifestação de genes de outro rísticas hormonais do sexo do indivíduo, podendo agir como
locus. Denomina-se hipostático o gene inibidor e epistático, dominante ou recessivo.
o gene inibido.
c] A capacidade que tem um único par de alelos de produzir 05 - (FUVEST) A surdez é geneticamente heterogênea: pode
diversos efeitos fenotípicos, simultaneamente, no mesmo ser causada por mutações em diferentes genes, localizados
indivíduo, chama-se pleiotropia. nos autossomos ou no cromossomo X ou, ainda, por mutações
d] Na herança quantitativa, os indivíduos diferem de forma em genes mitocondriais.
descontínua, apresentando como componentes da variação
o genótipo e o ambiente. Dessa forma, toda a variação exis-
tente pode ser representada graficamente através de uma
curva de Gauss.
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04. Com o passar do tempo, Pedro e Paulo terão fenótipos dis- c] Os dois heredogramas apresentam o mesmo padrão de he-
tintos devido à expressão gênica diferente em cada um. rança, sendo que todos os indivíduos afetados possuem o
08. A produção de melanina em Pedro será maior que em genótipo homozigoto recessivo.
Paulo, pois possuem alelos diferentes, fato explicado pela d] O genótipo dos indivíduos II:1 nos dois heredogramas é he-
herança quantitativa. terozigoto.
16. Pedro tem maior probabilidade de desenvolver câncer do
que Paulo. 10 - (FACULDADE ALBERT EINSTEIN) Em humanos, a de-
Soma das alternativas corretas: finição dos tipos sanguíneos do sistema ABO depende da ação
conjunta do loco H e do loco ABO. O alelo dominante H é res-
07 - (PUC-CAMPINAS) André e Mariana pretendem ter dois ponsável pela síntese do chamado antígeno H, enquanto que
filhos e procuraram um geneticista pois nas famílias de ambos essa produção não ocorre por ação do alelo recessivo h, muito
há indivíduos afetados pela fibrose cística, uma doença de he- raro na população. Os alelos IA e IB, por sua vez, são respon-
rança autossômica recessiva. Alguns testes mostraram que sáveis pela conversão do antígeno H em aglutinógenos A e B,
tanto André como Mariana são portadores de uma cópia do respectivamente, enquanto o alelo recessivo i não atua nessa
gene com a mutação para a fibrose cística. No caso de duas conversão. Considerando que na tipagem sanguínea se identi-
gestações independentes, a probabilidade de seus filhos apre- fica a presença apenas de aglutinógenos A e B, e não do antí-
sentarem a doença é de: geno H, é possível que uma pessoa de sangue tipo O tenha
a] 100%. genótipos diferentes, tais como:
b] 25%. a] HhIAIB e HHIA
c] 12,5%. b] Hhii, hhIAi e hhIAIB.
d] 6,25%. c] hhii, HhIAi e HHIAIB.
e] 0%. d] HHii e hhIAi e HhIB
08 - (IFSuldeMinas) No Felis catus (gato doméstico) os ale- 11 - (FIT) Teresa casou-se duas vezes, teve quatro filhos e ja-
los A e a ligados ao cromossomo X auxiliam na determinação mais realizou qualquer transfusão sanguínea. O heredograma
da cor de sua pelagem. O alelo dominante A determina a pela- informa dois fenótipos de dois filhos de Teresa, com relação ao
gem laranja e é epistático sobre os alelos autossômicos M e m. sistema Rh de tipagem sanguínea.
O alelo recessivo a não determina pelo laranja e possibilita a
manifestação dos alelos autossômicos responsáveis pela cor
preta (MM ou Mm) ou marrom (mm). Uma gata alaranjada e
heterozigota para o par autossômico, filha de um macho (pai)
alaranjado e de uma fêmea (mãe) alaranjada e homozigota
para os alelos sexuais, foi cruzada com um gato preto e hete-
rozigoto para o gene autossômico. Qual será a proporção feno-
típica esperada para os descendentes?
a] 100% fêmeas laranjas.
b] 50% fêmeas laranjas e 50% machos pretos.
c] 50% machos laranjas e 50% fêmeas pretas. Sabendo que apenas Paulo, o quarto filho de Teresa, apresen-
d] 50% fêmeas laranjas e 50% machos laranjas. tou eritroblastose fetal, é correto afirmar que:
a] Pedro é homozigoto recessivo para o sistema Rh.
09 - (IFNMG) Em relação aos tipos de herança ilustrados na b] a sensibilização de Teresa ocorreu no casamento com
figura abaixo, pode-se a firmar que: João.
c] Teresa é heterozigota para o sistema Rh.
d] a sensibilização de Teresa ocorreu na gestação de Fer-
nanda.
e] Paulo é homozigoto dominante para o sistema Rh.
a] A herança representada em 2 é autossômica recessiva e o 12 - (FAMERP) O quadro ilustra um experimento que utilizou
genótipo do indivíduo II:3 é homozigoto dominante. ervilhas de cheiro, em que as plantas parentais (P) eram de
b] A herança representada no heredograma 1 é autossômica linhagens puras.
dominante e o genótipo do indivíduo I:1 e I:2 é heterozigoto.
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08. Indivíduos do grupo sanguíneo AB podem receber sangue III. Os dois filhos são heterozigóticos.
de indivíduos de todos os outros grupos sanguíneos. Está correto o que se afirma em:
16. O sistema sanguíneo MN se manifesta por dominância a] I, apenas.
completa e é dependente do sistema ABO. b] I e III, apenas.
Soma das alternativas corretas: c] II e III, apenas.
d] I e II, apenas.
17 - (URCA) Qual a probabilidade de um casal heterozigoto e] I, II e III.
para uma herança condicionada por um par de genes autossô-
micos terem um descendente homozigoto? 20 - (FUVEST) Nos cães labradores, a cor da pelagem preta,
a] 0%. chocolate ou dourada depende da interação entre dois genes,
b] 25%. um localizado no cromossomo 11 (alelos B e b) e o outro, no
c] 50%. cromossomo 5 (alelos E e e). O alelo dominante B é responsá-
d] 75%. vel pela síntese do pigmento preto e o alelo recessivo b, pela
e] 100%. produção do pigmento chocolate. O alelo dominante E deter-
mina a deposição do pigmento preto ou chocolate nos pelos; e
18 - (UNICAMP) Para um determinado caráter, fenótipo é o o alelo e impede a deposição de pigmento no pelo. Dentre 36
conjunto de características que o organismo exibe como fruto cães resultantes de cruzamentos de cães heterozigóticos nos
de seu genótipo. No entanto, no molusco hermafrodita dois lócus com cães duplo homozigóticos recessivos, quantos
Lymnaea peregra, ocorre algo diferente. Neste animal, há dois com pelagem preta, chocolate e dourada, respectivamente, são
tipos de fenótipo da concha (ver figura a seguir), que não são esperados?
determinados pelo genótipo do próprio indivíduo. A prole for- a] 0, 0 e 36.
mada pela fertilização de óvulos vindos de um parental com b] 9, 9 e 18.
genótipos AA ou Aa tem conchas dextrógiras; já a prole for- c] 18, 9 e 9.
mada pela fertilização de óvulos vindos de um parental aa tem d] 18, 0 e 18.
conchas levógiras. e] 18, 18 e 0.
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Após análise da genealogia e de acordo com os conhecimentos Dentre os meninos nativivos, a frequência do cariótipo 47, XYY
relacionados ao tema, assinale a alternativa correta. é de cerca de 1 em 1.000.
a] O genótipo dos indivíduos II.2 e II.3 pode ser AA ou Aa. LEITE.L. Síndrome 47, XYY. Disponível
b] A probabilidade do casal III.4 x III.5 ter duas meninas afeta- em:<http://www.ghente.org/ciencia/genetica/xyy.htm>. Acesso: 17 de jun. 2017.
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d] 0%. b] 1/8.
e] 25%. c] 1/2.
d] 1.
07 - (UVV) O texto a seguir é referência para esta questão. e] 3/4.
A Síndrome de Klinefelter é uma das desordens cromossômi-
cas, ocorrendo em 1:500 até 1:1000 nascidos vivos do sexo 10 - (UFU) Em relação aos graus de dominância em Genética,
masculino. A causa genética da síndrome foi descrita pela pri- são feitas as seguintes afirmativas:
meira vez por Harry Klinefelter em 1942. A síndrome consiste I. Nos cruzamentos clássicos das ervilhas de Mendel, a des-
na presença de um cromossomo X a mais no homem, resul- cendência F1 sempre se assemelha a uma das variedades
tando no cariótipo 47, XXY. progenitoras, pois um alelo em um par mostra completa do-
Sobre as anomalias cromossômicas, marque a alternativa correta: minância sobre o outro.
a] A anomalia cromossômica, observada na síndrome de Kli- II. No cruzamento entre plantas bocas-de-leão de cor verme-
nefelter, é do tipo estrutural, relacionada ao sexo. Pode-se lha com plantas de cor branca, todos os híbridos F1 têm
considerar que alterações desse tipo ocorrem na formação flores cor-de-rosa. O intercruzamento dos híbridos F1pro-
dos gametas, durante a meiose. duz descendência F2 com proporção fenotípica de três ver-
b] Quando observamos diminuição ou aumento do número de melhas para uma branca, clássico exemplo de dominância
cromossomos, classificamos como aneuploidia. Esta pode incompleta.
ser sexual, como no caso da síndrome de Down, ou autos- III. No grupo sanguíneo humano MN, indivíduos heterozigotos
sômica, como na síndrome de Klinefelter. exibem os fenótipos M e N, pois as duas moléculas estão
c] As mutações cromossômicas numéricas são aquelas que presentes, caracterizando um exemplo de codominância.
não modificam a quantidade de cromossomos de uma cé- IV. No cruzamento de ervilhas duplamente heterozigotas para
lula e, sim, a estrutura do cromossomo. a cor e a textura da semente, a proporção fenotípica será
d] Alterações cromossômicas numéricas são caracterizadas 9:3:3:1.
pelo rearranjo da estrutura cromossômica. Observam-se
perda de material cromossômico, translocações de seg- Assinale a alternativa que apresenta apenas afirmativas corretas.
mentos, duplicação e inversão dos genes no cromossomo. a] I, II e III.
e] O exame mais indicado para o diagnóstico de síndromes, b] I, II e IV.
provocadas por alterações cromossômicas numéricas, c] I, III e IV.
como a síndrome de Klinefelter, é o cariótipo. d] II, III e IV.
08 - (UEM) Assinale o que for correto. 11 - (ACAFE) Acerca das informações a seguir, assinale a al-
01. A segunda lei de Mendel não se aplica quando os pares de ternativa correta.
alelos estão localizados em cromossomos não homólogos. Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner ve-
02. Epistasia ocorre quando apenas um par de alelos é respon- rificou que, quando amostras de sangue de determinadas pes-
sável pela determinação de dois ou mais caracteres, sob a soas eram misturadas em alguns casos, as hemácias se aglu-
mesma condição ambiental. tinavam. Essa aglutinação ocorre devido à reação de antígenos
04. Interação gênica ocorre quando dois ou mais pares de ge- (aglutinogênio) presentes na membrana das hemácias e anti-
nes não alelos atuam na determinação de uma mesma ca- corpos (aglutininas) presentes no plasma sanguíneo. No sis-
racterística. tema sanguíneo ABO, a presença do antígeno é condicionada
08. Genes localizados na região homóloga, quando no cromos- por alelos múltiplos: IA, IB e i.
somo X, apresentam herança ligada ao sexo; quando no Em certa população, a frequência desses genes está assim dis-
cromossomo Y, apresentam herança restrita ao sexo. tribuída: IA = 35%, IB = 5% e i = 60%.
16. Heranças monogênicas seguem a primeira lei de Mendel. a] Espera-se que menos de 1% da população (0,17%) seja do
Soma das alternativas corretas: grupo sanguíneo AB.
b] Analisando-se a frequência do alelo i, pode-se dizer que o
09 - (MACKENZIE) Um homem polidáctilo e não albino, filho de tipo sanguíneo mais frequente nessa população é o grupo
mãe albina, casa-se com uma mulher não polidáctila e albina. sanguíneo O (ii).
O primeiro filho desse casal é normal para ambos os caracteres c] Nessa população, a maioria das pessoas (54,25%) são do
e a mulher está grávida da segunda criança. A probabilidade grupo sanguíneo A.
de essa segunda criança ser polidáctila e albina é de: d] A frequência esperada de indivíduos do grupo sanguíneo B
a] 1/4. é de aproximadamente 0,25%.
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12 - (UPF) A doença de Tay-Sachs é um distúrbio neurológico observar mais mulheres do que homens afetados, como o
degenerativo, autossômico recessivo, causada pela disfunção caso dos indivíduos I-2 e I-3 (genótipos do tipo XAXA).
dos lisossomos. O heredograma de três gerações da família 08. Trata-se de um heredograma de uma herança autossômica
Silva, apresentado abaixo, mostra indivíduos com essa doença. recessiva. Os indivíduos I-2, I-3 e III-2 apresentam genótipo
homozigoto recessivo do tipo aa.
Soma das alternativas corretas:
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b] Os machos e as fêmeas podem ter a cor branca; as fêmeas, Dessa forma, a frequência de heterozigotos esperada para este
por serem XX, podem carregar os alelos B1 e B2, que con- locus será:
ferem a cor preta e amarela ao mesmo tempo; o que não a] 0,15.
ocorre com os machos, por serem XY. b] 0,25.
c] As fêmeas, por serem XX, podem carregar os alelos B1 e c] 0,50.
B2, que conferem a cor preta e branca ao mesmo tempo. d] 0,70.
Os machos, por serem XY, podem ser branco ou preto. e] 1,50.
d] As fêmeas sempre serão coloridas. Os machos só podem
ter a cor branca. 20 - (UDESC)
e] Os machos e as fêmeas podem ter a cor branca; os ma-
chos, por serem XX, podem carregar os alelos B1 e B2, que
conferem a cor preta e amarela ao mesmo tempo. As fê-
meas, por serem XY, só podem ser pretas ou amarelas.
19 - (PUC-RIO) Uma população que está em equilíbrio de 01 - (PUC-RIO) As possíveis cores na pelagem dos cães da
Hardy-Weinberg apresenta frequência de 0,5 para o alelo do- raça Labrador Retrivier são resultantes de um processo de in-
minante de um determinado locus autossômico e dialélico. teração gênica epistásica entre dois loci autossômicos: B, res-
ponsável pela produção de melanina, e E, responsável pela
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deposição do pigmento nos pelos. O quadro abaixo apresenta 16. As características “lisa” e “amarela” tendem a aparecer
os possíveis genótipos para cada fenótipo. sempre juntas nas sementes das ervilhas, visto que são am-
bas características dominantes.
Soma das alternativas corretas
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(PUC-PR) Considere o texto a seguir. a] Esta comprovação foi calculada em uma população pe-
Por que cientistas falam em epidemia de miopia e qual a quena para que não houvesse erros de amostragem, os
sua origem Nos últimos 50 anos, o número de pessoas míopes cruzamentos eram ao acaso, e não havia mutações nem
duplicou. Estima-se que em 2020 um terço da população mun- migrações.
dial terá o problema na visão, em 2050, a metade. “Estamos b] Na comprovação matemática dos dois pesquisadores, eles
em meio a uma epidemia global de miopia”, disse o médico Earl atribuíram ao alelo “A” a frequência inicial p2 e ao seu alelo
Smith, professor de desenvolvimento da visão e decano da Fa- “a”, a frequência inicial q2.
culdade de Optometria da Universidade de Houston, nos Esta- c] Assumindo-se também a 1a Lei de Mendel e os princípios
dos Unidos. E essa epidemia tem mais incidência entre os jo- da probabilidade, a proporção de indivíduos homozigotos
vens do leste da Ásia, em países como China e Coreia do Sul, dominantes na geração seguinte seria de 2p, assim como
onde o problema afeta quase 90% dos estudantes que con- dos homozigotos recessivos seria 2q.
cluem o Ensino Médio. Em outras regiões do mundo, embora d] A população hipotética panmítica não existe na realidade,
os números não sejam tão alarmantes, a condição também pois sempre há fatores evolutivos ocorrendo em uma popu-
avança. As pessoas míopes podem ver claramente os objetos lação, tais como mutação e seleção natural, mantendo-se
que estão próximos, mas não conseguem focar objetos distan- assim a frequência dos alelos.
tes. Ela ocorre quando o globo ocular cresce demais e fica e] A partir da população hipotéticas, foi possível caracterizar
maior do que o normal. Essa condição visual costuma se ma- matematicamente que a evolução ocorre quando a frequên-
nifestar quando as crianças estão em idade escolar e piora gra- cia dos alelos de uma população se altera ao longo das ge-
dualmente até que o globo ocular complete seu crescimento. rações.
Se não for detectada e corrigida com lentes, a miopia pode pro-
gredir e, com o tempo, aumentar significativamente o risco de 06 - (UFSC) A distrofia muscular do tipo Duchenne é uma do-
catarata, glaucoma, desprendimento da retina e maculopatia ença ligada ao sexo que causa problemas nas células muscu-
míope. Além disso, está entre as três primeiras causas de ce- lares de forma progressiva e letal. Na genealogia abaixo, são
gueira permanente no mundo. mostrados indivíduos normais e um afetado pela doença.
Qual é a causa
Os especialistas acreditam que a genética tenha um papel
no desenvolvimento da miopia, mas não é o único fator. “Há
algo em nosso comportamento e nosso ambiente que está con-
tribuindo para o aumento de casos de pessoas míopes”, ga-
rante Smith, que recebeu financiamento de US$ 1,9 milhão (R$
6,3 milhões) exatamente para investigar as causas e estraté-
gias de tratamento.
Com base na genealogia e sabendo-se que não ocorreu muta-
Disponível em
< http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2017/06/1892669-por-que- ção e nenhum erro de segregação, é correto afirmar que:
cientistas-falam-em-epidemia-de-miopia-equal-a-sua-origem.shtml>. 01. o indivíduo I – 1 pode ser heterozigoto para a doença.
Acesso em 13/06/17. 02. o indivíduo I – 2 é homozigoto.
04. o casal I – 1 e I – 2 tem 50% de chance de ter uma filha com
A Genética da miopia ainda não é completamente compreen- a doença.
dida. Supondo que a miopia siga uma herança autossômica do- 08. o indivíduo II – 3 tem 50% de chance de ser heterozigoto.
minante, qual a chance de um casal, que já tem um filho com 16. a chance de o casal II – 1 e II – 2 ter um descendente com
visão normal, ter uma menina com miopia de origem genética? a doença é de 12,50%.
a] 0. 32.o casal II – 1 e II – 2 não pode ter descendentes com a do-
b] 1/2. ença.
c] 2/8. Soma das alternativas corretas:
d] 3/4.
e] 3/8. 07 - (IFMG) Na espécie humana, mulheres com sangue do-
tado de fator Rh negativo que geram filhos com sangue dotado
05 - (UNIOESTE) Em 1908, dois pesquisadores – G.H. Hardy de fator Rh positivo podem desenvolver anticorpos anti-Rh.
e W. Weinberg – comprovaram, teoricamente, o que acontece- Isso ocorre porque, no final da gestação e principalmente du-
ria com a frequência de dois alelos (“A” e “a”) na ausência de rante o parto, parte do sangue do filho entra em contato com o
fatores evolutivos. A partir desta afirmativa, assinale a alterna- sangue da mãe, sensibilizando-a para o fator Rh. A partir desse
tiva correta. momento, se esta mulher gerar outro filho com sangue dotado
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de fator Rh positivo, anticorpos anti-Rh poderão ser rapida- 01. Atualmente, a eritroblastose fetal pode ser evitada inje-
mente produzidos pela mãe, atravessar a placenta e destruir as tando-se na mãe Rh+ (Rh positiva) o anticorpo anti-Rh, logo
hemácias fetais, processo que continua no recém-nascido, re- após o nascimento do primeiro filho Rh– (Rh negativo).
sultando na síndrome conhecida como: 02. Durante o parto, as hemácias do filho portadoras do fator
a] Daltonismo. Rh+ (Rh positivo) entram em contato com o sangue da mãe
b] Eritroblastose fetal. Rh– (Rh negativa), estimulando assim a produção de anti-
c] Hemofilia corpos anti-Rh no plasma da mãe.
e] Klinefelter. 04. Para que aconteça a eritroblastose fetal, o pai necessaria-
mente deve ser Rh– (Rh negativo) e a mãe deve apresentar
08 - (UFRGS) Quando todas as filhas de um indivíduo, afetado o fator Rh nas suas hemácias, ou seja, ser Rh+ (Rh posi-
por uma determinada anomalia genética, têm o mesmo fenótipo tiva). O segundo filho sofrerá com as consequências da do-
que o pai e nenhum filho é afetado, o mais provável padrão de ença caso ele também apresente o fator Rh, como a mãe.
herança é: 08. A eritroblastose fetal pode ocorrer quando mulheres Rh–
a] ligado ao X dominante. (Rh negativas), já sensibilizadas anteriormente, tem filho
b] ligado ao X recessivo. Rh+ (Rh positivo). A sensibilização pode ocorrer por trans-
c] autossômico dominante. fusão de sangue Rh+ (Rh positivo) ou gestação anterior de
d] autossômico recessivo. um filho Rh+ (Rh positivo).
e] extranuclear. 16. Uma mãe Rh– (Rh negativa), casada com um homem Rh–
(Rh negativo), pode apresentar filhos Rh+ (Rh positivos) na
09 - (UENP) O daltonismo é uma característica genética ligada segunda gestação, porém sem que haja a manifestação da
ao cromossomo X. Assinale a alternativa que apresenta, corre- doença, visto que a mãe não apresenta anticorpos anti-Rh.
tamente, o que pode ser afirmado sobre os pais de uma mulher Soma das alternativas corretas:
que apresenta essa característica.
a] O pai é hemizigótico, a mãe é heterozigótica e ambos são 12 - (UFPR) Em uma espécie de mamíferos, a cor da pelagem
daltônicos. é influenciada por dois genes não ligados. Animais AA ou Aa
b] O pai é hemizigótico, a mãe é heterozigótica dominante e são marrons ou pretos, dependendo do genótipo do segundo
ambos são daltônicos. gene. Animais com genótipo aa são albinos, pois toda a produ-
c] O pai é hemizigótico, a mãe é homozigótica recessiva e am- ção de pigmentos está bloqueada, independentemente do ge-
bos são daltônicos. nótipo do segundo gene. No segundo gene, o alelo B (preto) é
d] O pai é hemizigótico, a mãe é homozigótica dominante e dominante com relação ao alelo b (marrom). Um cruzamento
ambos são daltônicos. entre animais AaBb irá gerar a seguinte proporção de prole
e] O pai é hemizigótico, a mãe é homozigótica dominante e quanto à cor da pelagem:
ambos não são daltônicos. a] 9 pretos – 3 marrons – 4 albinos.
b] 9 pretos – 4 marrons – 3 albinos.
10 - (UNICENTRO) O albinismo é uma condição que deter- c] 3 pretos – 1 albino.
mina a ausência de pigmentação da pele. Na espécie humana, d] 1 preto – 2 marrons – 1 albino.
ela é condicionada por um gene recessivo a. Suponha que um e] 3 pretos – 1 marrom.
casal, cuja mãe é homozigota recessiva e o pai é heterozigoto
para essa condição, qual é a probabilidade de o primeiro e o 13 - (UDESC) Um exemplo clássico da Herança Quantitativa
segundo filho nascerem com albinismo? é a cor da pele em seres humanos, embora este não seja o
a] 1/4. único caso deste tipo de herança. Apesar de serem utilizadas
b] 1/2. letras maiúsculas e minúsculas para identificar os genes e seus
c] 3/4. alelos, esta maneira de escrever não indica que exista domi-
d] 1/3. nância e recessividade entre os alelos, conforme se pode de-
e] 2/3 duzir pela observação dos resultados fenotípicos, mostrados
. no quadro abaixo.
11 - (UEPG) A eritroblastose fetal, ou doença hemolítica do re-
cém-nascido, está relacionada ao fator Rh. Assinale o que for
correto sobre esta doença.
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a] Os dois genes citados não estão segregando de forma in- filho e filha). Como o teste com o DNA nuclear não foi conclu-
dependente. sivo, os peritos optaram por usar também DNA mitocondrial,
b] A planta homozigota era dominante para as duas caracte- para dirimir dúvidas.
rísticas. Para identificar o corpo, os peritos devem verificar se há homo-
c] Uma das plantas parentais era heterozigota para as duas logia entre o DNA mitocondrial do rapaz e o DNA mitocondrial
características. do(a)
d] A prole seria mantida na proporção 1:1:1:1, se as duas plan- a] pai.
tas parentais fossem duplo heterozigotas. b] filho.
e] Os resultados obtidos são fruto de recombinação genética. c] filha.
d] avó materna.
19 - (UNIOESTE) Sobre daltonismo e hemofilia A, pode-se e] avô materno.
afirmar que:
a] as duas doenças são heranças genéticas associadas a pro- 03 - (ENEM) Em um experimento, preparou-se um conjunto de
blemas de coagulação do sangue. plantas por técnica de clonagem a partir de uma planta original
b] o daltonismo está relacionado somente ao cromossomo Y que apresentava folhas verdes. Esse conjunto foi dividido em
e resulta na dificuldade em distinguir determinadas cores. dois grupos, que foram tratados de maneira idêntica, com ex-
c] na hemofilia A não há relação com o cromossomo X. ceção das condições de iluminação, sendo um grupo exposto
d] no daltonismo, os homens são apenas portadores. a ciclos de iluminação solar natural e outro mantido no escuro.
e] o gene recessivo da hemofilia A está no cromossomo X. Após alguns dias, observou-se que o grupo exposto à luz apre-
sentava folhas verdes como a planta original e o grupo culti-
vado no escuro apresentava folhas amareladas.
Ao final do experimento, os dois grupos de plantas apresenta-
ram
a] os genótipos e os fenótipos idênticos.
b] os genótipos idênticos e os fenótipos diferentes.
QUESTÕES ENEM c] diferenças nos genótipos e fenótipos.
d] o mesmo fenótipo e apenas dois genótipos diferentes.
01 - (ENEM) A estratégia de obtenção de plantas transgênicas e] o mesmo fenótipo e grande variedade de genótipos.
pela inserção de transgenes em cloroplastos, em substituição
à metodologia clássica de inserção do transgene no núcleo da Gabarito
célula hospedeira, resultou no aumento quantitativo da produ- 01-b 02-d 03-b
ção de proteínas recombinantes com diversas finalidades bio-
tecnológicas. O mesmo tipo de estratégia poderia ser utilizada
para produzir proteínas recombinantes em células de organis-
mos eucarióticos não fotossintetizantes, como as leveduras, HISTOLOGIA ANIMAL
que são usadas para produção comercial de várias proteínas
recombinantes e que podem ser cultivadas em grandes fermen-
tadores.
Considerando a estratégia metodológica descrita, qual orga- 1. HISTOLOGIA ANIMAL
nela celular poderia ser utilizada para inserção de transgenes
em leveduras? Após a formação embrionária inicial com a diferenciação
a] Lisossomo. dos folhetos embrionários, os processos de histogênese e or-
b] Mitocôndria. ganogênese avançam. As estruturas começam a adquirir as-
c] Peroxissomo. pectos mais definitivos, com a especialização em tecidos per-
d] Complexo golgiense. manentes.
e] Retículo endoplasmático. Os organismos pluricelulares são constituídos de vários ti-
pos de células que se especializam em determinadas funções.
02 - (ENEM) Para a identificação de um rapaz vítima de aci- Além disso, observamos que essas células são originárias a
dente, fragmentos de tecidos foram retirados e submetidos à partir de determinados grupamentos celulares embrionários,
extração de DNA nuclear, para comparação com o DNA dispo- chamados de folhetos embrionários, que sofrerão especializa-
nível dos possíveis familiares (pai, avô materno, avó materna, ções ao longo do desenvolvimento embrionário, originando um
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grupo de células de mesma origem, especializadas em uma de- células de tamanhos diferentes, passa a impressão de ser es-
terminada função. A esse grupo denominamos tecido. Os teci- tratificado. Por essa razão denomina-se de pseudo estratifi-
dos são agrupados de acordo com determinadas característi- cado. Quanto à forma, os epitélios podem ser classificados de
cas, tais como: presença ou não de substância intercelular, tipo pavimentosos, quando as células são achatadas; de cúbicos,
de função realizada e origem embrionária. Assim, temos quando em forma de cubo e prismáticos, quando são alonga-
das em forma de colunas.
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Existem glândulas que apresentam as duas funções. Essas Holócrinas – a célula produz sua secreção e morre, pois se-
glândulas são denominadas anfícrinas ou mistas, apresen- creta todo o citoplasma. Merócrinas – eliminam somente o pro-
tando uma região endócrina, sem duto de secreção, e outra duto secretado, mantendo-se íntegras. Apócrinas – perdem
exócrina, com duto de secreção. As glândulas exócrinas apre- uma parte do citoplasma quando eliminam a secreção.
sentam algumas classificações diferentes, dependendo do cri-
tério observado. Quanto à morfologia da área secretora. 1.5. Pele
Tubulosas – se tiverem o aspecto tubular. Acinosa ou alve-
olar – se o aspecto for arredondado. Túbulo-alveolar ou túbulo- É o revestimento externo do organismo humano. Na reali-
acinosa – quando possui longos dutos tubulares e áreas secre- dade, a pele não é um tecido, mas um órgão, pois é formado
toras arredondadas. pelo conjunto da epiderme (tecido epitelial) e a derme (tecido
conjuntivo). A pele é o maior órgão do corpo humano. A epi-
derme é a região mais externa. É um epitélio do tipo estratifi-
cado pavimentoso. Sua camada mais profunda está em cons-
tante processo mitótico, o que permite a renovação constante
das camadas mais superficiais. A epiderme é um revestimento
característico de vertebrados terrestres, que apresentam, nas
camadas mais superficiais, uma substância impermeabilizante,
denominada queratina, que evita a desidratação. Nas camadas
mais profundas da epiderme encontramos os melanócitos, que
fabricam a melanina, pigmento que é responsável pela colora-
ção da pele e tem a finalidade de proteger o organismo contra
a radiação ultravioleta. Encontramos, ainda, na epiderme, os
chamados anexos, formados por células queratinizadas, como
cabelos, pelos, cascos e alguns chifres, como, por exemplo, os
do rinoceronte.
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1.6.6. Mastócitos os tendões, que ligam os músculos aos ossos. Um dos tendões
mais famosos é o tendão calcâneo (tendão de Aquiles), que
Células produtoras de heparina e histamina. Os mastócitos liga os músculos denominados de gastrocnêmios (barriga da
são produzidos na medula óssea vermelha. A heparina é o an- perna) ao osso calcâneo (que forma o calcanhar).
ticoagulante natural e a histamina é vasodilatadora, aumen-
tando a permeabilidade capilar. O TCPD pode apresentar uma
função mais específica quando existe um grande número de 2. TECIDO CARTILAGINOSO
células denominadas adipócitos, que são células responsáveis
pelo armazenamento de gordura. Nesse caso, o TCPD passa O tecido cartilaginoso é um conjuntivo com consistência rí-
a ter a denominação de tecido adiposo. Os adipócitos possuem gida, porém flexível, que irá desempenhar funções de suporte,
um grande vacúolo que tem a finalidade de armazenar a gor- revestimento e permitirá o crescimento ósseo. Na realidade, as
dura. Esse vacúolo pode variar de tamanho, dependendo da funções exercidas pelo tecido dependem da constituição da
quantidade de gordura armazenada. O tecido adiposo atua matriz cartilaginosa, pois, como todo tecido conjuntivo, este
como uma reserva de energia, sendo que nos mamíferos, que apresenta uma substância intercelular denominada matriz e um
são animais homeotérmicos ou endotermos, o tecido adiposo conjunto de células denominadas condrócitos. A matriz possui,
forma uma camada logo abaixo do pêlo, denominada de paní- em sua composição, fibras colágenas ou colágeno e elastina,
culo adiposo. A finalidade do panículo é isolar o organismo do glicoproteínas e um mucopolissacarídeo denominado de con-
meio ambiente, evitando a perda de calor para o meio. drina (formada a partir do ácido condroitino – sulfúrico). O te-
cido cartilaginoso não possui vasos sanguíneos. Sua nutrição
1.6.7. Tecido conjuntivo denso se deve a uma vasta rede capilar que circunda o tecido pelo
tecido conjuntivo envolvente, denominado de pericôndrio.
O tecido conjuntivo denso é caracterizado pela presença
de grande quantidade de fibras colágenas que, dependendo da Não apresenta, também, vasos linfáticos ou nervos.
sua organização, classificará o tecido conjuntivo denso em:
O tecido cartilaginoso surge na fase embrionária
Tecido conjuntivo denso – fibroso ou não-modelado através do mesênquima, a partir do qual as células sofrem mo-
dificação, originando os condroblastos. Depois, os condroblas-
Apresenta as fibras colágenas entrelaçadas, o que confere tos iniciam a síntese da matriz, o que provoca o afastamento
resistência e elasticidade. Encontramos esse tipo de tecido na das células. Os condroblastos mais centrais começam a adqui-
formação de cápsulas envoltórias de diversos órgãos, tais como: rir as características dos condrócitos, enquanto as células me-
fígado, baço, rins etc. Como se molda ao órgão que reveste e, senquimais superficiais iniciam a formação do pericôndrio. Du-
por consequência não apresenta forma definida, recebe a deno- rante o processo de síntese das células cartilaginosas e da ma-
minação de tecido conjuntivo denso não-modelado. triz, os condrócitos ficam aprisionados em lacunas, denomina-
das condroplastos. Quando observados em microscopia eletrô-
nica, o condrócito apresenta superfície irregular, com várias re-
entrâncias. Isso se torna importante devido ao fato da cartila-
gem não possuir vascularização. Na realidade, as células car-
tilaginosas respiram por mecanismos anaeróbios, degradando
a glicose em ácido lático. Logo, essas células trabalham sob
baixa tensão de oxigênio, o que dificulta muito os processos de
cicatrização.
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conjuntivo denso (presença predominante de colágeno). O te- fagocitose, remodelam e destroem o tecido ósseo. O tecido ós-
cido cartilaginoso dará origem às cartilagens, que em alguns seo é revestido por membranas conjuntivas denominadas pe-
animais, como os tubarões e raias, formam o esqueleto (peixes riósteos que, após a formação do osso, permanecerão reves-
condrictes). Em outros vertebrados, o esqueleto formado por tindo-o. O tecido ósseo apresenta em sua composição fibras de
cartilagens existirá apenas na fase embrionária, que será subs- colágeno, glicoproteínas e cristais de fosfato de cálcio, o que
tituído por ossos à medida que o embrião amadurece. Porém, torna a matriz óssea muito mais resistente do que a cartilagi-
nem todas as cartilagens serão trocadas por ossos. Algumas nosa. Essa síntese proteica é responsabilidade dos osteoblas-
permanecerão durante toda a vida do animal, inclusive no ho- tos, que são células grandes com expansões citoplasmáticas
mem. que formam longos prolongamentos. Durante a formação da
matriz óssea, os osteoblastos são aprisionados. Como a matriz
2.1. Tipos de cartilagens já está formada, eles sofrem uma retração, o que faz com que
a célula, agora denominada de osteócito, ocupe apenas uma
lacuna formada pela matriz ao seu redor. Como os prolonga-
Hialina
mentos também sofreram retração, os canais antes ocupados
É a mais comum. Apresenta substância intercelular
por eles, passam a constituir uma eficiente rede de canalículos
homogênea com poucas fibras colágenas, em torno de 40%,
que interligam as várias lacunas existentes no tecido. É justa-
associadas a glicoproteínas. É encontrada na traqueia, brôn-
mente através desses canalículos que o oxigênio e as substân-
quios e nas extremidades dos ossos. Essa cartilagem forma o
cias nutritivas irão chegar até as células. Durante o processo
molde do esqueleto, onde, posteriormente, nos processos de
de formação da matriz, os osteoblastos se colocam de maneira
ossificação, a cartilagem será substituída pelo tecido ósseo.
concêntrica, formando uma infinidade de unidades, chamadas
de sistemas de Havers. Cada sistema apresenta um canal cen-
Elástica tral, por onde passam os vasos sanguíneos e os nervos que
É semelhante à hialina, porém com fibras colágenas servem ao osso.
e elásticas. Forma a orelha, o septo nasal e a epiglote. Os vários sistemas de Havers que formam o osso
comunicam-se entre si através dos canais de Volkmann.
Fibrosa
Apresenta grande quantidade de fibras colágenas e
é a mais resistente. Encontramos esse tipo de cartilagem nos
ossos pubianos, meniscos e discos intervertebrais. Também é
encontrada nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se
inserem nos ossos. Essa cartilagem normalmente está associ-
ada ao tecido conjuntivo denso.
3. TECIDO ÓSSEO
Atenção!!!
Na realidade esse tecido é apenas um dos consti- A superfície externa é recoberta pelo periósteo, que é rico
tuintes do osso, que apresenta outros tipos de tecidos conjun- em células osteogênicas e tecido conjuntivo. Essas células,
tivos em sua constituição. morfologicamente semelhantes aos fibroblastos, são capazes
de originar os osteoblastos. Isso é importante nos processos de
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido regeneração óssea, no caso, por exemplo, de uma fratura. Ao
conjuntivo que, além de participar da formação do osso apre- analisarmos o tecido ósseo verificamos que ele pode se apre-
sentando características que permitem a movimentação, prote- sentar de duas formas: o tecido ósseo compacto e o esponjoso.
ção e suporte para o organismo, também funciona como arma- Nas extremidades dos ossos longos (epífises), o tecido ósseo
zenador de íons, principalmente cálcio e fosfato. É formado por forma trabéculas ósseas, que se apresentam entrelaçadas, for-
células denominadas de osteócitos, situados em lacunas na mando o tecido ósseo esponjoso. No corpo do osso (diáfise)
matriz óssea; os osteoblastos, que produzem a parte orgânica encontramos a matriz óssea mais compacta, formando do te-
da matriz; e os osteoclastos, que com um alto poder de cido ósseo compacto, que apresenta um canal central,
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5. TECIDO SANGUÍNEO
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5.1.3. Granulócitos
Possuem núcleo irregular e citoplasma com granula-
ções. São classificados em neutrófilos, basófilos e eosinófilos,
de acordo com a afinidade por corantes.
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São os mais numerosos, constituindo 60 a 70% dos leucó- Constituem 3 a 8% dos leucócitos. Eles dão origem aos
citos. Apresentam núcleo irregular formado por dois a cinco lo- macrófagos, células com grande poder de fagocitose, existen-
bos, mais comumente com três lobos. São especializados para tes no tecido conjuntivo e que, quando no tecido ósseo, irão
fagocitar bactérias e outros micro-organismos que penetrem no originar os osteoclastos.
nosso corpo. São corados com corante neutro. É interessante
ressaltar que, no sangue, os neutrófilos são esféricos e não fa- Observação! Lembramos que os leucócitos granulócitos e
zem fagocitose. Mas, ao migrarem para o tecido por diapedese, monócitos, assim como as hemácias, são formados na medula
adquirem forma ameboide e passam a fagocitar. óssea (tecido mieloide). Já os linfócitos amadurecem nos tecidos
linfoides, como o baço, o timo, intestinos e gânglios linfáticos.
5.1.5. Eosinófilos ou acidófilos
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7. SISTEMA IMUNITÁRIO são produzidos pelos plasmócitos, que se originam dos linfóci-
tos B.
Compreende estruturas celulares ou bioquímicas espalha-
das pelo corpo, cuja função principal é de defender o organismo 7.3. Linfócitos
contra invasões de micro- -organismos ou substâncias tóxicas.
As células imunológicas têm a capacidade de identificar os Os linfócitos podem ser classificados em T e B. Cada tipo
agentes agressores e coordenar a destruição ou inativação de linfócito apresentará uma função específica. Todos os linfó-
desses agentes. O sistema imunológico compreende órgãos in- citos têm a mesma origem: a medula óssea. Porém, as células
dividualizados, como o baço e linfonodos, e células livres, como produzidas ainda serão imaturas para o desempenho da função
os linfócitos, granulócitos e sistema mononuclear fagocitário. imunológica. Após a sua produção, esses linfócitos migrarão
Existem, ainda, células que apresentam antígenos aos órgãos para órgãos específicos onde terminarão o processo de ama-
de defesa. A comunicação entre essas células e as outras durecimento.
ocorre por meio de moléculas protéicas denominadas citocinas.
7.4. Linfócito T
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7.5. Linfócito B vez gerado o anticorpo contra a doença não mais seremos aco-
metidos desta doença novamente, pois o sistema gerará célu-
São originados na medula e amadurecem em órgãos, tais las de memória contra o antígeno.
como o baço, o intestino etc. O linfócito B é especializado na
produção de anticorpos, reconhecendo-se dois tipos: 7.1. Imunização natural passiva
• Linfócito B – são ativados por antígenos específicos ou por
informação do linfócito T, transformando-se em plasmócito É a que ocorre por meio da amamentação. A mãe fornece
para produção de anticorpos. anticorpos para a criança pelo leite materno, permitindo um pro-
• Linfócito B de memória – célula preparada para resposta cesso de defesa até que o sistema imunológico do recém-nas-
da produção de anticorpos de forma mais rápida, em uma cido esteja prontamente ativo. Nesse tipo de imunização não
segunda invasão de antígeno reconhecido. ocorre a formação de células de memória.
São glicoproteínas plasmáticas circulantes, do tipo gama- Ocorre por meio da vacinação. A técnica consiste em in-
globulinas, que são denominadas genericamente de imunoglo- troduzir no organismo uma antígeno que não provocará a do-
bulinas (Ig). Os anticorpos são constituídos por quatro cadeias, ença, mas estimulará a produção de anticorpos e células de
sendo duas denominadas de leves e duas de pesadas. memória, evitando posterior ataque do antígeno.
CAPÍTULO 2
Histologia animal: tecidos muscular e nervoso
A função mais importante do anticorpo é se ligar ao antí-
geno e emitir sinais químicos indicando a presença do invasor
aos outros elementos do sistema imunitário. Existem cinco prin- 1. TECIDO MUSCULAR
cipais classes de imunoglobulinas na espécie humana, identifi-
cadas como: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE. Cada tipo de anticorpo O tecido muscular é constituído por células longas, deno-
atua de maneira independente e específica no organismo. minadas fibras, que possuem em seu citoplasma microfilamen-
tos formados pelas proteínas miosina e actina.
8. IMUNIZAÇÕES As fibras musculares surgem da mesoderme por diferenci-
ação celular, com alongamento das células e síntese de prote-
Existem, basicamente, dois tipos de imunização que po- ínas filamentosas.
dem ocorrer no ser humano. Uma é denominada natural e a Esses microfilamentos são responsáveis pela propriedade
outra artificial. Ambas as imunizações podem ser ativas ou pas- de contração da estrutura muscular, assim como pela movi-
sivas. Imunização natural ativa. mentação de diversos órgãos do corpo, que possuem tecido
Ocorre quando o organismo entra em contato direto com o muscular na sua constituição.
antígeno, geralmente adquirindo a doença. Nesse caso, o sis- Existe uma modificação da nomenclatura das estruturas
tema imunológico identificará o antígeno e produzirá os anticor- celulares. A membrana plasmática é denominada de
pos no decorrer da doença. É quando ficamos gripados. Uma
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sarcolema; o citoplasma, de sarcoplasma, e o retículo endo- controle consciente; já os músculos estriados apresentam con-
plasmático, de retículo sarcoplasmático. tração voluntária.
Existem três tipos de tecido muscular: o estriado esquelé-
tico, o estriado cardíaco e o liso. 3. MÚSCULO
1.1. Tecido muscular estriado esquelético O músculo é formado pela união de vários feixes de fibras
musculares.
Constitui a maior parte da estrutura muscular de um verte- No músculo estriado esquelético, cada fibra é revestida por
brado. Esse tipo de musculatura está ligada aos ossos, permi- uma camada de tecido conjuntivo denominada de endomísio.
tindo os seus movimentos. A fibra muscular esquelética é uma As fibras musculares formam feixes que são revestidos por
fibra cilíndrica dotada de vários núcleos, possuindo no seu ci- uma camada muito fina de tecido conjuntivo denominado de
toplasma várias miofibrilas, paralelas, formadas pelas proteí- perimísio. Os feixes, finalmente, são envolvidos por uma ca-
nas actina e miosina. mada de tecido conjuntivo denominado de epimísio. Está for-
A nomenclatura de estriada vem do fato de que as miofi- mado o músculo estriado esquelético.
brilas se dispõem em linhas paralelas, formando faixas claras O músculo cardíaco apresenta uma configuração seme-
e escuras. lhante, sendo que o endomísio apresenta uma vasta rede capi-
As fibras esqueléticas possuem uma membrana plasmá- lar.
tica, normalmente denominada de sarcolema, que, em espaços O músculo liso é revestido por uma lâmina basal e suas
regulares, dobram-se para dentro, formando tubos achatados células são mantidas unidas por uma rede de fibras reticulares
– os túbulos T – dispostos perpendicularmente às miofibrilas.
Envolvendo as miofibrilas existe uma estrutura membranosa,
denominada de retículo sarcoplasmático, que nada mais é do
que um retículo endoplasmático especializado em armazenar
cálcio. Tecido muscular estriado cardíaco
O tecido muscular estriado cardíaco é encontrado apenas
no miocárdio (músculo cardíaco).
As fibras cardíacas apresentam características semelhan-
tes às das esqueléticas, exceto quanto ao fato de serem uninu-
cleadas e ramificadas.
As fibras cardíacas são anastomosadas (unidas), sendo
que na região de união de cada fibra existe um tipo de conexão
chamado de discos intercalares, que, entre outras funções, per-
mite que um estímulo elétrico recebido por uma fibra seja trans-
mitido a todas as outras fibras formadoras do músculo. Assim,
a contração do coração ocorre como um todo.
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O tecido nervoso é formado por células altamente especi- São os mais abundantes. Apresentam mais de dois prolon-
alizadas, responsáveis pelos mecanismos de regulação interna gamentos (dendritos). Estão presentes em todas as partes do
e coordenação. organismo.
As células fundamentais do tecido nervoso, com as propri-
edades de irritabilidade e condutibilidade, são os neurônios. 4.2.2. Bipolares
Existem ainda as células da glia ou neuróglia, que susten-
tam o funcionamento dos neurônios. Têm um dendrito e um axônio. São encontrados na retina,
na cóclea e na mucosa olfativa.
4.1. Neurônios
4.2.3. Pseudounipolar
São células alongadas, com um corpo celular e muitas ra-
mificações. Normalmente, o neurônio tem uma ramificação São também chamados células em T, pois sai do corpo
principal longa denominada axônio e numerosas ramificações celular apenas uma ramificação que se bifurca em um dendrito
curtas denominadas dendritos. e um axônio. Embriologicamente eles nascem sob a forma de
Os corpos celulares são encontrados na substância cin- bipolar. Durante o desenvolvimento, os eixos se aproximam,
zenta do encéfalo, medula, gânglios nervosos e órgãos senso- dando a impressão de existir apenas uma ramificação. Eles são
riais. Eles são indispensáveis ao metabolismo geral e à rege- encontrados nos gânglios espinhais, situados nas raízes dor-
neração das ramificações dos neurônios. No corpo celular sais dos nervos espinhais. Por isso, são sensitivos.
existe um núcleo esférico, com nucléolo bem visível, muitas mi- Os neurônios podem ainda ser classificados quanto à sua
tocôndrias, retículo endoplasmático desenvolvido. O retículo função em motores e sensoriais. Os motores controlam órgãos
endoplasmático granular encontra-se difuso no citoplasma, for- efetores, tais como glândulas, fibras musculares etc. Os senso-
mando os Corpúsculos de Nissl. Existe ainda um conjunto de riais ou sensitivos encaminham estímulos do meio ou do pró-
neurofibrilas dispostas em várias direções do neurônio. prio organismo para áreas de processamento do impulso.
Os dendritos geralmente formam uma extensa rede de ra-
mificações, estabelecendo numerosas conexões com outras
4.3. Mielina
células.
O axônio é um fino filamento que pode ter mais de um me-
Uma característica marcante dos axônios é a existência de
tro de comprimento.
bainhas envolventes.
A bainha de Schwann é de natureza celular conjuntiva,
sendo representada por inúmeras células em toda a extensão
do axônio. O núcleo dessas células é alongado e bem visível.
As células de Schwann crescem ao redor do axônio de
modo que suas membranas plasmáticas formem um conjunto
de lâminas enroladas em espiral. Esse conjunto de membranas
é chamado de bainha de mielina, possuindo natureza lipídica.
A bainha de mielina formada pelas células de Schwann ocor-
rem no sistema nervoso periférico (SNP).
Cada célula de Schwann envolve apenas uma parte do
axônio, constituindo um segmento mais espesso, onde se nota
a mielina. Observam-se ao longo do axônio várias constrições
entre os segmentos, os estrangulamentos de Ranvier (nódulos
de Ranvier).
As fibras mielínicas apresentam grande velocidade na con-
dução do impulso nervoso. Há também as fibras chamadas de
4.2. Tipos de Neurônios
amielínicas, nas quais as células de Schwann não se enrolam
no axônio. Nelas, a condução do impulso nervoso é mais lenta.
Os neurônios são classificados de acordo com as ramifica-
ções existentes. Existem três tipos:
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6. SINAPSES
Observação! A bomba de sódio e potássio é também co-
nhecida como sódio – potássio – ATPase (faz transporte ativo). A região entre as ramificações dos neurônios denomina-se
sinapse. É por meio dela que o impulso nervoso é transmitido,
Cada ponto estimulado modifica a permeabilidade na re- pois não existe um contato físico entre o neurônio e a região
gião vizinha. O impulso nervoso propagase, então, como uma onde será descarregado o impulso. Na realidade existem dois
onda dinâmica de inversão de polarização da membrana do tipos de sinapses: elétrica e química. A elétrica ocorre quando
axônio em toda a sua extensão. Essa onda, que pode ser me- existem regiões de aposição da membrana celular de duas cé-
dida eletricamente, corresponde ao impulso nervoso. lulas vizinhas em áreas denominadas de junções comunicantes
Quando o axônio é mielínico, a propagação do potencial ou gap junctions. A transmissão da informação se dá por cor-
de ação ocorre de maneira saltatória em virtude da alta resis- rentes iônicas, permitindo a passagem de informações entre as
tência e baixa capacitância das regiões mielinizadas. células.
As correntes tendem a fluir para as regiões onde não existe Na sinapse química, a transmissão ocorre por intermédio
a bainha, como é o caso do nódulo de Ranvier, nos quais estão de um mediador químico ou neuro- -hormônio que age sobre a
concentrados os canais de sódio. Os potenciais de ação são célula seguinte.
gerados somente nos nódulos, caracterizando a chamada onda As sinapses elétricas são raras em mamíferos. Por isso,
saltatória. Isso aumenta a velocidade de propagação do im- vamos estudar com detalhes as sinapses químicas.
pulso nervoso.
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HISTOLOGIA E VEGETAL
Capítulo 1
HISTOLOGIA VEGETAL
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Na região não-apical do caule encontramos também as ge- Ao contrário das células meristemáticas primárias, em que
mas laterais ou axilares, que originam os ramos dos vegetais. o processo mitótico é constante, os meristemas secundários
As áreas onde ocorrem as gemas apicais são conhecidas têm origem em células que já sofreram diferenciação e estão
como nós. com a capacidade mitótica latente.
Entre esses ocorre um alongamento das células que acaba Essas células sofrem um processo de regressão, isto é,
provocando o crescimento longitudinal. adquirem novamente a capacidade embrionária e voltam a se
Em algumas espécies de vegetais, como nas gramíneas, dividir.
pode surgir o chamado meristema intercalar. Essa região fica Essas células irão originar o câmbio interfascicular, que se
na base dos entrenós, abrigando células meristemáticas origi- desenvolve no interior dos feixes vasculares e o felogênio, que
nais, o que acaba provocando o crescimento também nessas forma anéis no caule e na raiz, promovendo o crescimento
regiões e não somente na região apical. transversal, ou em espessura, do vegetal.
A partir do meristema apical surgem os meristemas primá-
rios, chamados de protoderme, meristema fundamental e 3. TECIDOS PERMANENTES
procâmbio.
Os tecidos permanentes que se originam desses meriste-
3.1. Tecidos de revestimento ou tegumentares
mas são denominados de tecidos primários e respondem pelo
crescimento longitudinal da planta, conhecido como cresci-
Os tecidos de revestimento dos vegetais apresentam o
mento primário.
mesmo princípio dos animais: proteção.
Eles são chamados de epiderme ou periderme, depen-
Importante! A protoderme origina a epiderme (tecido per-
dendo da idade do vegetal.
manente de revestimento), o procâmbio, os sistemas vascula-
res primários (xilema e floema); e o meristema fundamental ori-
gina os parênquimas. 3.2. Epiderme
2. MERISTEMAS SECUNDÁRIOS
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São estruturas encontradas normalmente na epiderme in- São estruturas pontiagudas com função de proteção da
ferior das plantas. planta. Os acúleos são normalmente confundidos com espi-
O estômato é formado por duas células denominadas de cé- nhos, mas diferem destes por não serem folhas modificadas, e
lulas-guarda, com capacidade fotossintetizante. Possui uma sim, estruturas da epiderme, o que permite facilmente a sua
abertura central, entre as células-guarda, denominada de ostíolo. retirada.
A função do estômato é permitir as trocas gasosas com o
meio ambiente e a transpiração do vegetal. 3.6. Periderme
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4. PARÊNQUIMAS
5. Tecidos de condução
5.1. Xilema
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As traqueias se comunicam com as células vizinhas por É predominante em vegetais jovens e arbustos, o que con-
meio de pontoações ou poros, por onde a seiva flui livremente. fere flexibilidade ao vegetal.
Como é formado por células vivas, capazes de se alongar,
5.2. Floema esse tecido não impede o vegetal de crescer.
6.2. Esclerênquima
6. TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO
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Existe uma variedade de tecidos secretores, adaptados às aumento da permeabilidade dos capilares sanguíneos, facili-
mais diversas funções. tando a liberação de anticorpos.
O nectário produz uma substância adocicada (néctar) que Marque a alternativa que Indica o tipo de leucócito responsável
atrai os insetos com a finalidade de promover o transporte do pela liberação da histamina:
grão de pólen, o que permite a reprodução. a] Eosinófilo.
Os produtores de látex têm a finalidade de produzir uma b] Basófilo.
substância que promove a cicatrização do caule em resposta a c] Linfócito.
lesões produzidas externamente. d] Monócito.
Possuem, ainda, tecidos produtores de alcaloides, essên- e] Neutrófilo.
cias, cristais etc. Todos têm a finalidade de proteção ou de atra-
ção de animais que permitam a polinização ou disseminação 3. (UCPel) O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo. Sua
com função reprodutora. rigidez resulta do acúmulo de sais minerais, principalmente de
carbonato de cálcio e fosfato de cálcio disperso pela matriz or-
gânica constituída por proteoglicanas, fibras colágenas e glico-
proteínas. O elemento ósseo responsável pela determinação
de sua rigidez é:
a] O osteócito.
b] O sistemas de Havers.
c] A matriz.
d] Os osteoclastos.
e] Os osteoblastos.
EXERCÍCIOS
QUESTÕES PARA SALA DE AULA(I)
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7. (UFU) Assinale a alternativa que apresenta corretamente 10. (UEA) Uma importante toxina anestésica, popularmente
um tecido, um dos seus tipos celulares e a função desse tecido: conhecida como curare, pode ser extraída de plantas nativas
a] Conjuntivo, fibroblasto, nutrição. de florestas brasileiras e empregada na caça de animais utili-
b] Ósseo, condroblasto, sustentação. zados como alimento por tribos indígenas. A morte das aves e
c] Nervoso, hepatócito, secreção. dos mamíferos caçados com tal técnica ocorre através da asfi-
d] Epitelial, osteócito, comunicação. xia, interrupção das trocas respiratórias pulmonares, sem, en-
tretanto, afetar o batimento do coração. É correto dizer que a
8. (COVEST) Em várias partes do mundo, a tatuagem é vista ação dessa toxina é verificada no tecido:
como moda e/ou livre expressão de pensamento e comporta- a] Epitelial pulmonar, obstruindo os alvéolos.
mento, especialmente pelo público jovem. Sobre este assunto, b] Muscular esquelético, impossibilitando a ventilação pulmo-
observe a figura abaixo, que mostra a região da pele em que a nar.
tinta que colore as tatuagens é injetada, e considere as asser- c] Nervoso periférico, paralisando a transmissão do impulso
tivas que se seguem: nervoso.
d] Conjuntivo cartilaginoso, bloqueando a circulação sanguí-
nea.
e] Ósseo estrutural, destruindo as células vermelhas do san-
gue.
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a] Os mecanismos de defesa do organismo humano são orga- e] O tecido adiposo contém fibroblastos, células de alta taxa
nizados em duas categorias: os de defesa específicos e os mitótica e consideradas células-tronco, responsáveis pela
inespecíficos. produção de colágeno e elastina.
b] O timo é um órgão linfoide onde atuam os linfócitos T e ma-
crófagos. É um órgão muito desenvolvido em recém-nasci- 15. (UFPR) O esquema abaixo é representativo de um epitélio
dos e involui após a puberdade. de revestimento estratificado. Pode-se observar que as cama-
c] Os linfócitos são células de defesa do sistema imune, pro- das superiores, em contato com o meio externo, são compostas
duzidos na medula espinhal, que atuam contra microrganis- por células cada vez mais achatadas. Além disso, essas células
mos ou substâncias estranhas ao corpo. achatadas geralmente estão mortas e descamam do tecido.
d] Os anticorpos são proteínas específicas, produzidas por cé- Um exemplo desse tipo de epitélio é encontrado no esôfago de
lulas do sistema imune, que atuam contra microrganismos animais carnívoros.
e substâncias estranhas ao corpo.
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BIOLOGIA • Velozo
Assinale a alternativa que contém a correlação incorreta: Soma das alternativas corretas: ( ___ )
a] I. glândula holócrina, que perde suas células durante a se-
creção. 19. (UNISC) No sangue, além das hemácias, encontramos
b] II. glândula exócrina, que ajuda a manter a temperatura cor- leucócitos. Um dos tipos de leucócitos são os linfócitos, cuja
poral. frequência é relativamente alta no sangue. Em relação a essas
c] II. glândula tubulosa enrolada, que faz parte do sistema ex- células, os linfócitos, podemos afirmar que:
cretor. a] São células encontradas exclusivamente no sangue.
d] I. glândula endócrina, que lubrifica a camada córnea super- b] São células que podem ser encontradas com facilidade no
ficial. tecido conjuntivo, além do sangue e linfa.
c] Ocorrem exclusivamente na medula vermelha dos ossos.
17. (UNICAP) d] São encontradas unicamente nos nódulos linfáticos e linfa.
I II
0 0 – Os diversos tipos de tecido epitelial podem ser classifica- 20. (UESPI) São funções desempenhadas pelo tecido sanguí-
dos basicamente em glandulares e de revestimento. En- neo, exceto:
tretanto, todos eles possuem, em comum, células diversi- a] O transporte de gases.
ficadas em forma e em função, com material intercelular b] A excreção de metabólitos.
rico em fibras. c] A dissipação do calor.
1 1 – Em relação aos elementos figurados do sangue, as prin- d] A coagulação sanguínea.
cipais funções desenvolvidas pelos leucócitos são: elimi- e] A nutrição celular.
nação de glicose e transporte de nutrientes.
2 2 – O tradicional bife de carne de boi é constituído por tecido
muscular estriado esquelético, que se caracteriza por re-
alizar contrações voluntárias.
3 3 – Os gânglios nervosos são constituídos por uma cápsula
de tecido muscular que abriga numerosos corpos celula-
QUESTÕES PARA SALA DE AULA (II)
res de neurônios.
4 4 – A ossificação endocondral inicia-se com um centro pri-
01 - (CEDERJ) Nos animais, diferentes tipos de células se reú-
mário na haste de um modelo cartilaginoso, com hipertro-
nem para formar os tecidos que podem ser classificados em
fia de condrócitos e calcificação da matriz cartilaginosa.
quatro tipos principais: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido
muscular e tecido nervoso. A figura abaixo demonstra a orga-
18. (IFSC) Após a fecundação, óvulo e espermatozoide dão
nização de dois desses tecidos (A e C) separados por uma es-
origem à célula ovo ou zigoto, que sofre muitas diferenciações
trutura (B).
celulares, dando origem aos vários tecidos. Tais tecidos origi-
narão o indivíduo como um todo. Sobre os tecidos biológicos,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01. Os tecidos de revestimento presentes no organismo hu-
mano caracterizam-se por apresentar células justapostas,
com pouca substância intercelular.
02. Cicatrizes presentes na pele após um ferimento envolvem
a participação de múltiplos tipos de tecidos conjuntivos, Os tecidos A e C e a estrutura B, que os separa, são respecti-
como reticular, denso modelado, frouxo, além do epitelial. vamente identificados como:
04. O tecido adiposo presente nos animais apresenta muita a] Tecido conjuntivo, tecido muscular e membrana basal.
substância intercelular, rica em lipídios e que promove a b] Tecido epitelial, tecido nervoso e membrana basal.
reserva energética para o organismo. c] Tecido conjuntivo, tecido epitelial e lâmina basal.
08. As fibras musculares estriadas contam com a presença d] Tecido epitelial, tecido conjuntivo e lâmina basal.
de filamentos de actina e miosina, proteínas que, medi-
ante a presença de ATP, promovem a contração muscu- 02 - (UNAMA) O colágeno é um composto orgânico, larga-
lar. mente utilizado na indústria de cosmetologia como um dos
16. Durante o desenvolvimento embrionário, as células do meios de prevenção contra o processo de envelhecimento. Sa-
sistema nervoso central são originadas a partir da diferen- bendo que esse composto é uma proteína, qual das
ciação de células da ectoderme e da mesoderme.
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(UPF) O conjunto de peças ósseas e cartilaginosas que dá glândulas. Os vasos sanguíneos e o intestino, por exemplo
sustentação ao corpo humano constitui o sistema esquelético. são revestidos internamente por tecido epitelial.
Tal conjunto protege os órgãos internos e participa da movi- b] O tecido conjuntivo é um tecido de preenchimento formado
mentação do corpo, servindo como ponto de apoio para a ação por matriz extracelular e não tem forma definida.
dos músculos esqueléticos. Além de constituírem o sistema es- c] O tecido muscular é composto de células musculares, em
quelético, os ossos também atuam como: forma de fuso, que têm a capacidade de contraírem-se e
a] Local de formação de células musculares. gerarem movimento. Assim, todo o sistema motor é for-
b] Local de formação de células do sangue. mado de tecido muscular.
c] Local de síntese da vitamina D. d] O tecido nervoso é o tecido que forma o sistema nervoso,
d] Local de síntese do hormônio do crescimento. ou seja, os neurônios, os nervos e o cérebro são formados
e] Condutores de impulsos nervosos. de tecido nervoso.
07 - (UNITAU) Nos vertebrados terrestres aparece, na superfí- 10 - (IFNMG) As reações alérgicas ou “alergias” ocorrem
cie da epiderme, uma camada córnea formada por uma prote- quando determinada substância irritante (alérgeno) entra em
ína impermeabilizante chamada: contato com nosso organismo, provocando os sintomas como
a] Muco. o inchaço local, se for na conjuntiva dos olhos; se a substância
b] Queratina. for ingerida, pode causar alergia estomacal com diarreias e vô-
c] Cromatóforo. mitos; e, se for inalada, pode provocar espirros e coriza. Mas
d] Melanina. se o alérgeno entrar na corrente sanguínea, a reação anafilá-
tica pode ter grande amplitude, sendo chamada de choque ana-
08 - (UFPel) O tecido cartilaginoso ou simplesmente cartilagem filático, com sintomas como taquicardia, queda da pressão ar-
apresenta uma ampla distribuição pelo nosso corpo. Ele é um terial, inchaço na glote, diarreias e vômitos. O choque pode le-
tipo especial de tecido conjuntivo. É dividido em três subtipos, var à morte e deve ser tratado imediatamente.
dependendo das fibras presentes na matriz extracelular. Com Com base no trecho acima e em seus conhecimentos sobre o
base no texto e em seus conhecimentos sobre o tecido cartila- assunto, assinale a alternativa que indica as células responsá-
ginoso, é incorreto afirmar que: veis por esse mecanismo e as suas respectivas funções nos
a] Os condroblastos e os condrócitos são células típicas desse tecidos que se encontram:
tecido, sendo que os condrócitos se originam a partir dos a] Macrófagos – realiza a fagocitose de partículas e corpos es-
condroblastos. tranhos no organismo.
b] A cartilagem hialina é a que apresenta a maior distribuição. b] Mastócitos – produz e libera a histamina, que é uma subs-
Está presente, por exemplo, na traqueia e nos brônquios. tância vasodilatadora e a heparina, que é uma substância
c] A cartilagem elástica apresenta muitas fibras elásticas. Ela anticoagulante.
está presente, por exemplo, na epiglote. c] Plasmócitos – produz as imunoglobulinas, que constituem
d] É subdividido em cartilagem hialina, elástica e fibrosa, os anticorpos que participam dos mecanismos de defesa
sendo que a fibrosa também é conhecida como fibrocartila- contra substâncias estranhas ou microrganismos que pene-
gem. tram nos tecidos.
e] Ele é irrigado, assim como os demais tecidos do corpo hu- d] Linfócitos – presentes no sangue atuam na produção de an-
mano. Os nutrientes saem dos capilares e, por difusão, al- ticorpos, destroem células anormais como as cancerosas e
cançam as células. atuam na imunidade do organismo.
09 - (UFSJ) “Os tecidos são arranjos celulares funcionais, 11 - (UFAM) Grupos de células especializadas em executar um
constituindo os órgãos e os sistemas. Um órgão é uma organi- número de funções específicas são chamados de tecidos.
zação de diferentes tecidos geralmente de vários tipos, reali- Cada um dos tecidos do nosso corpo tem sua estrutura distinta
zando funções específicas.” e seu próprio papel na manutenção da homeostase. O quadro
Fonte: Histologia. Disponível no site da UFRJ: http://acd.ufrj.br/labhac/histo- a seguir contém duas colunas: uma lista os tipos de tecidos e
logia.htm, acessado em 25 de agosto de 2012. outra os tipos celulares representativos dispostos de forma ale-
atória. Dada a importância da Histologia, relacione correta-
Em relação a essa afirmação, assinale a alternativa correta. mente as duas colunas:
a] O tecido epitelial é formado por células arranjadas morfolo-
gicamente para revestir superfícies, cavidades ou formar
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08. Nos vertebrados, a pele é constituída por duas porções: a b] Tecido exclusivamente de revestimento, células poliédricas
epiderme, formada por tecido epitelial estratificado e a e justapostas, participam da extrusão merócrina e não pos-
derme, formada por tecido conjuntivo. suem matriz extracelular.
16. Os eritrócitos ou hemácias formam-se na medula óssea c] Possuem pequena quantidade de matriz extracelular, apoio
vermelha. e proteção, transmissão de impulsos nervosos e revesti-
32. Nos tecidos conjuntivos, há três tipos de fibras: coláge- mento de superfície ou de cavidades do corpo.
nas, elásticas e reticulares. d] Células poliédricas e justapostas, vários tipos de células fi-
xas e migratórias, células alongadas contráteis e células
Soma das alternativas corretas: ( ___ ) com longos prolongamentos.
17 - (UFPel) Na maioria dos organismos multicelulares, as cé- e] Altamente vascularizados, células alongadas contráteis,
lulas com propriedades semelhantes formam os tecidos, que possuem grande quantidade de substância amorfa e origi-
se organizam formando os órgãos e estes, os sistemas. Sobre nam-se a partir de qualquer folheto embrionário.
os tecidos animais, assinale a alternativa correta.
a] Os ossos não apresentam células, pois são formados por
um tecido muito rico em minerais como o cálcio, que torna
os ossos altamente duros e impróprios para a sobrevivência
de uma célula.
b] O tecido nervoso é formado por vários tipos celulares,
QUESTÕES PARA SALA DE AULA (III)
como, por exemplo, os neurônios, células responsáveis
pela transmissão dos impulsos nervosos, encontradas so-
01 - (UEL) A figura a seguir é uma fotomicrografia ao microscó-
mente no cérebro e na medula espinhal.
pio óptico de estômato de Tradescantia, em vista frontal:
c] O tecido epitelial é formado por células intimamente ligadas,
com pouca matriz extracelular. Ele é encontrado, no corpo
humano, em vários locais, como, por exemplo, revestindo o
tubo digestório (boca, esôfago, estômago, intestinos).
d] O tecido adiposo serve como reserva de energia, pois é rico
em carboidratos que podem ser utilizados pelas células
para a produção de ATP.
e] O tendão é formado por tecido muscular diferenciado, pois
tem a função de ligar os músculos aos ossos, para que se
efetuem os movimentos.
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10 - (UFLA) Apresentam-se, a seguir, três proposições I, II e III. 1 1 – parênquima clorofiliano é o principal tecido de preenchi-
Cada proposição contém mais de uma afirmativa. mento de folhas, tendo por função a realização da fotossín-
I. Os tecidos de sustentação da planta são o colênquima e o tese.
esclerênquima. As principais diferenças entre esses dois te- 2 2 – colênquima é formado por células vivas e é responsável
cidos residem na estrutura das paredes celulares e nas con- pela sustentação de folhas, frutos e caules.
dições do protoplasto. 3 3 – parênquima aquífero está presente em plantas aquáticas,
II. Os meristemas apicais ocorrem nos ápices de raízes e cau- auxiliando na flutuabilidade desses vegetais.
les das plantas vasculares. A atividade desses meristemas 4 4 – O esclerênquima é formado por células mortas, impreg-
causa um aumento em espessura desses órgãos. nadas de lignina, e é responsável pela sustentação de cau-
III. O sistema vascular das traqueófitas é constituído pelo xi- les em crescimento.
lema, que é o principal tecido condutor de água e íons mi-
nerais, e pelo floema, que é o tecido condutor de substân- 13 - (UPE) As características abaixo fazem parte de um tipo de
cias orgânicas elaboradas pela fotossíntese. tecido vegetal. Analise-as.
I. É constituído de células vivas.
Assinale a alternativa na qual a(s) proposição(ões) indicada(s) II. Confere flexibilidade nos caules jovens, ao pecíolo das
apresenta(m) todas as afirmativas corretas. folhas e ao pedúnculo das flores.
a] Somente a proposição III é totalmente correta. III. Promove a sustentação da planta.
b] Somente as proposições I e II são totalmente corretas.
c] Somente as proposições I e III são totalmente corretas. Com base nesses dados, é correto afirmar que o tecido corres-
d] Somente as proposições II e III são totalmente corretas. pondente é
a] Colênquima.
11 - (PUC-RIO) A figura a seguir é uma fotomicrografia de um b] Felogênio.
corte de caule em uma dicotiledônea. c] Esclerênquima.
d] Parênquima.
e] Meristema primário.
COLUNA I
1. Súber
2. Meristemas
3. Colênquima
A estrutura assinalada com a letra A pertence a um tecido de 4. Xilema
condução de seiva bruta, cujas células são caracteristicamente
mortas. A descrição do tecido refere-se ao: COLUNA II
a] Floema. (_) Crescimento vegetal
b] Xilema. (_) Transporte de seiva mineral
c] Meristema. (_) Proteção
d] Colênquima. (_) Sustentação
e] Esclerênquima.
a] 1, 2, 3, 4.
12 - (UDESC) Os tecidos vegetais fundamentais são aqueles b] 2, 4, 1, 3.
encarregados de uma série de funções, como preenchimento e c] 4, 3, 2, 1.
sustentação. A respeito desses tecidos, analise cada proposi- d] 3, 2, 4, 1.
ção e assinale a(s) correta(s). e] 1, 4, 3, 2.
I II
0 0 – O parênquima de reserva está presente em sementes, 15 - (UFLA) As células meristemáticas, quando examinadas ao
frutos, raízes e rizomas e tem como função o armazena- microscópio óptico, mostram:
mento de substâncias nutritivas. a] Núcleo grande.
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17 - (UFSCar) Em presença de luz, as células estomáticas re- 20 - (URCA) Considere os variados tipos de parênquimas:
alizam fotossíntese e consomem CO2, diminuindo a concentra- I. Amilífero
ção desse gás e tornando o hialoplasma dessas células alca- II. Aquífero
lino. Com isso, determinadas enzimas, como a fosforilase, en- III. Clorofiliano
tram em ação, conforme representado no esquema. IV. Aerífero
Desses tecidos, o que fabrica produtos orgânicos e o que ar-
mazena esses produtos são, respectivamente:
a] I e II.
b] I e III.
c] III e II.
d] III e I.
A transformação do amido em glicose nas células estomáticas:
e] III e IV.
a] É responsável pela neutralização do meio intracelular.
b] Torna essas células mais murchas e mais concentradas.
c] Provoca aumento de concentração das células vizinhas.
d] Promove o movimento de fechamento do estômato.
e] Causa o aumento da pressão osmótica dessas células.
QUESTÕES PROPOSTAS (I)
18 - (UINIRIO) Um ramo de cravos com pétalas brancas foi co-
locado no interior de um vaso que continha solução de azul de 01 - (UEPB) Aquiles, guerreiro mitológico e um semideus é o
metileno. Após alguns minutos, observou-se que as pétalas fi- maior dos heróis gregos, sétimo filho de Peleu, rei dos Mirmi-
caram com coloração azulada. Assinale a melhor opção que dões com Tétis, a mais bela das nereidas, ninfa marinha e neta
explica o fenômeno biológico do transporte de seiva observada da Terra e do Mar. Uma das versões correntes conta que in-
no experimento. conformada com a mortalidade dos filhos que gerava, Tétis
a] A solução de azul de metileno é seiva elaborada e foi con- mergulhou seu filho nas águas do Rio Estige, o rio infernal, se-
duzida às pétalas pelo lenho. gurando-o pelo calcanhar, para torná-lo invulnerável. Assim,
b] A solução de azul de metileno é seiva elaborada e foi con- este ponto ficou vulnerável, visto que não havia sido mergu-
duzida às pétalas pelo líber. lhado naquelas águas imortalizantes. Aquiles cresceu e se tor-
c] A solução de azul de metileno é seiva bruta e foi conduzida nou um dos principais heróis gregos na guerra de Tróia, sendo
às pétalas pelo xilema.
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ao final atingido e morto por Páris, com uma flecha no calca- 04 - (UFGD) Observe a figura a seguir.
nhar. Dai se falar hoje em tendão de Aquiles, uma denomina-
ção vulgar para o tendão calcâneo, que se encontra na parte
inferior e posterior da perna. Do ponto de vista histológico, o
tendão calcâneo é formado por:
a] Tecido conjuntivo fibroso.
b] Tecido conjuntivo denso modelado.
c] Tecido conjuntivo cartilaginoso.
d] Tecido conjuntivo frouxo.
e] Tecido conjuntivo ósseo.
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e conjuntivo. Sobre as características desses tecidos, é incor- Estamos diante do tecido ósseo, que apresenta características
reto afirmar que: particulares, quando comparado aos demais tecidos do corpo
a] O tecido epitelial não é atravessado por vasos sanguíneos e, humano. Sobre o tecido ósseo, assinale a alternativa correta:
por isso, é nutrido por difusão a partir do tecido conjuntivo. a] Apesar de ser constituído por uma matriz mineral, apre-
b] O tecido ósseo, que faz parte do tecido conjuntivo, é cons- senta as mesmas características do tecido epitelial.
tituído por material mineralizado e, por isso, não há ocor- b] É um tipo de tecido conjuntivo rígido e entre suas várias
rência de células vivas. funções estão a de sustentação e a de proteção.
c] O tecido muscular é formado por células alongadas, denomi- c] É pobremente vascularizado, por apresentar uma estrutura
nadas fibras musculares, ricas em proteínas filamentosas. compacta com pouquíssimo espaço medular, preenchido
d] O tecido nervoso apresenta, além dos neurônios, as células na sua totalidade por colágeno.
da glia, constituídas de astrócitos, oligodendrócitos, células d] Apresenta uma celularidade variada, osteócitos, osteoblas-
da micróglia e ependimárias. tos e osteoclastos; esses últimos são células jovens, com
intensa atividade metabólica, e responsáveis pela produção
12 - (UFLA) Leia as afirmativas seguintes: da parte orgânica da matriz.
I. É um tipo de tecido conjuntivo especial.
II. Tecido avascularizado. 14 - (UEA) Maior felino da América, a onça pintada, Panthera
III. A matriz extracelular é produzida por condroblastos e con- onca, está ameaçada de extinção pela constante diminuição de
drócitos. seu hábitat natural. Em alguns indivíduos dessa espécie, é ve-
As características citadas referem-se ao tecido: rificada a condição melânica, com manchas pouco aparentes
a] ósseo. na pelagem negra, existindo, por isso, diversas explicações in-
b] adiposo. dígenas e folclóricas para essa característica. A condição me-
c] cartilaginoso. lânica é explicada biologicamente:
d] conjuntivo frouxo. a] Pelo acúmulo de lipídeos na derme do animal.
b] Pela ativação de um gene situado nos pelos do animal.
13 - (PUC-GO) Use o texto a seguir para responder esta ques- c] Pela produção de uma enzima na derme do animal.
tão, d] Pela secreção de um hormônio na epiderme do animal.
Idealismo e] Pelo depósito de uma proteína na epiderme do animal.
Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor na Humanidade é uma mentira. 15 - (UEG) A melanina é um pigmento acastanhado que con-
E é por isto que na minha lira fere coloração à pele, aos pelos e aos olhos. Esse pigmento é
De amores fúteis poucas vezes falo. produto dos melanócitos, uma glândula exócrina que projeta a
melanina para os ceratinócitos. A pigmentação da pele é, por-
O amor! Quando virei por fim a amá-lo?! tanto, um fenótipo resultante de um processo complexo que
Quando, se o amor que a Humanidade inspira pode ser induzido pela exposição aos raios solares. Conside-
É o amor do sibarita e da hetaira, rando-se o mecanismo de produção de melanina:
De Messalina e de Sardanapalo?! a] A pele exposta à luz solar torna-se pigmentada devido a fa-
Pois é mister que, para o amor sagrado, tores alheios à genética.
O mundo fique imaterializado b] A produção de melanina é ativada pela exposição à radia-
— Alavanca desviada do seu fulcro — ção ionizante do tipo UV.
c] A produção estimulada de melanina visa proteger perma-
E haja só amizade verdadeira nentemente a pele dos raios solares.
Duma caveira para outra caveira, d] Tanto a pigmentação não induzida quanto a induzida são
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?! resultados da expressão genética.
(ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 41.)
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contribuem para o desenvolvimento vegetativo das plantas. d] O aumento do ácido abscísico nas folhas determina a for-
(TAIZ, L & ZEIGER, E. p. 468). mação da camada de abscisão em sua base, levando à
queda das mesmas.
A partir da diferenciação dos meristemas, todos os demais te- e] A proximidade do período seco determina uma diminuição
cidos vegetais serão formados: tecidos de revestimento, con- do metabolismo e consequente diminuição da concentração
dução, sustentação e preenchimento. Sobre os tecidos vege- de auxina nas folhas, levando à formação da camada de
tais, marque a alternativa correta. abscisão na base do pecíolo.
a] O esclerênquima é formado por células vivas com paredes
lignificadas; é encarregado de sustentação e flexibilidade. 12 - (UNISC) Relacione os tecidos vegetais com sua respectiva
b] O floema é um tecido de condução formado por células mor- função.
tas lignificadas; é responsável pelo transporte de seiva 1. Floema.
bruta. 2. Colênquima.
c] O xilema é um tecido de sustentação formado por células 3. Meristema.
vivas; é responsável pela condução de seiva elaborada. 4. Esclerênquima.
d] Os primeiros tecidos que aparecem nos vegetais são os te- 5. Xilema.
cidos condutores, que originam os demais tecidos. Os teci-
dos condutores têm capacidade de divisão permanente de ( ) Formado por células de natureza ainda indiferenciada
suas células. que se destinam a formar todos os demais tecidos das
e] O colênquima é um tecido formado por células vivas, com plantas.
paredes celulósicas, permeáveis, que confere sustentação ( ) Tecido de sustentação formado por células com formato
e flexibilidade. de fibra, porém curtas e ainda vivas. Os feixes desse
tecido são superficiais, fornecendo pequena rigidez que
10 - (PUC-CAMP) Os cactos são considerados plantas sucu- não impede a flexibilidade de caules finos.
lentas devido ao armazenamento de água em um tecido espe- ( ) Transporte de água das raízes para os caules e as fo-
cializado que funciona como um verdadeiro reservatório. Esse lhas.
tecido é: ( ) As células deste tecido fornecem suporte rígido após
a] Parenquimatoso. morrerem.
b] Meristemático. ( ) Transloca carboidratos e outros nutrientes.
c] Colenquimatoso.
d] Esclerenquimático. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima
e] Tegumentar. para baixo, é:
a] 3 – 4 – 1 – 2 – 5.
11 - (UNINASSAU) A caatinga nordestina é um ecossistema ti- b] 4 – 3 – 1 – 2 – 5.
picamente brasileiro, com flora e fauna típicas. Para se adaptar c] 3 – 2 – 5 – 4 – 1.
ao clima quente e seco, as plantas desta região apresentam d] 1 – 2 – 3 – 4 – 5.
adaptações anatômicas e fisiológicas próprias. Uma dessas é e] 5 – 4 – 3 – 2 – 1.
a perda das folhas com a chegada do período seco. Este fenô-
meno decorre da ação dos hormônios vegetais e determina o 13 - (UFSM) Segundo alguns autores, o “Abaporu”, de Tarsila
significado do nome caatinga (mata branca). Marque a alterna- do Amaral, homenageia o povo sofrido dos trabalhadores da
tiva a seguir que explica corretamente este fenômeno. época; o sol inclemente e o cacto representam, ali, sua dura
a] A possível explicação está na liberação de ácido abscísico rotina. Essa planta se adapta bem ao meio ambiente. Em geral,
(ABA) pelas raízes, que é conduzido pelo xilema até as fo- dispensa as folhas para a fotossíntese e armazena água para
lhas. O aumento da concentração dessa substância nas ge- sobreviver. Que tecido vegetal está envolvido nesses dois pro-
mas caulinares estimula a queda das folhas. cessos fisiológicos?
b] A diminuição da concentração do gás etileno nas folhas pro- a] Parênquima.
voca a formação da camada de abscisão, levando à queda b] Xilema.
das folhas. c] Meristema.
c] O aumento da temperatura e a diminuição da umidade pro- d] Periderme.
vocam uma concentração excessiva de auxina nas folhas, e] Esclerênquima.
causando suas quedas.
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14 - (UDESC) Existem diferenças entre a organização das es- 32. Nectários, pelos glandulares e tubos laticíferos são exem-
truturas dos vegetais. Em relação ao enunciado, relacione as plos de estruturas secretoras presentes nas plantas.
colunas. Soma das alternativas corretas: ( ___ )
1. Epiderme e súber
2. Colênquima e esclerênquima 17 - (IFSudeste-Mg) Considere as seguintes funções dos teci-
3. Vasos lenhosos e liberianos dos vegetais:
4. Parênquima amilífero e parênquima clorofiliano I. Sustentação
( ) São tecidos de assimilação e reserva dos vegetais. II. Realização de fotossíntese ou armazenamento
( ) São tecidos de condução de seiva dos vegetais. III. Condução de substâncias
( ) São tecidos de revestimento e proteção dos vegetais. IV. Crescimento em comprimento
( ) São tecidos de sustentação dos vegetais.
Assinale a alternativa que contém os tecidos vegetais corres-
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima pondentes às funções indicadas nos itens I, II, III e IV, respec-
para baixo. tivamente.
a] 4 – 3 – 1 – 2. a] Colênquima, meristema secundário, xilema e floema.
b] 3 – 4 – 2 – 1. b] Esclerênquima, floema, meristema primário e parênquima.
c] 4 – 2 – 1 – 3. c] Esclerênquima, parênquima, floema e meristema primário.
d] 2 – 3 – 1 – 4. d] Xilema, colênquima, meristema primário e floema.
e] 1 – 3 – 4 – 2. e] Colênquima, parênquima, esclerênquima e meristema pri-
mário.
15 - (PUC-MG) O súber é um tecido secundário constituído por
células maduras mortas com paredes infiltradas por suberina, 18 - (UFPB) A figura a seguir representa a secção transversal
material ceroso ou gorduroso que são resistentes à passagem do caule de uma angiosperma, onde se observa sua estrutura
de gases e vapor d’água. Após a leitura da passagem acima, anatômica.
marque a afirmativa incorreta sobre o súber.
a] O súber é um tecido que atua como isolante térmico e na
proteção contra choques mecânicos.
b] O súber de determinadas espécies de plantas são utilizados
comercialmente como cortiça.
c] O súber é constituído do parênquima cortical com função
de reserva e de preenchimento geral do córtex vegetal.
d] O tecido formador do súber é o felogênio, também denomi-
nado de câmbio da casca.
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QUESTÕES ENEM
A castanheira (Bertholletia excelsa), também conhecida 02 - (ENEM) Um paciente deu entrada em um pronto-socorro
como castanha-do-Brasil, é a mais famosa espécie de árvore apresentando os seguintes sintomas: cansaço, dificuldade
nativa da Amazônia e as maiores concentrações estão na Ama- em respirar e sangramento nasal. O médico solicitou um he-
zônia Brasileira. Árvore de grande porte, a castanheira chega a mograma ao paciente para definir o diagnóstico. Os resulta-
atingir até 60 metros de altura e diâmetro, na base, superior a dos estão dispostos na tabela:
4 metros. Os frutos, conhecidos como ouriços, são lenhosos e Relacionando os sintomas apresentados pelo paciente com
esféricos, atingindo entre 10 e 15 centímetros de diâmetro, pe- os resultados de seu hemograma, constata-se que
sando até 1,5 kg, e contendo até 25 sementes. Diversas espé- a] o sangramento nasal é devido à baixa quantidade de pla-
cies de fauna, incluindo pássaros e mamíferos (como roedores quetas, que são responsáveis pela coagulação sanguí-
e primatas), utilizam-se destas sementes para seu alimento, in- nea.
clusive o homem. A castanha (semente da castanheira) é um b] o cansaço ocorreu em função da quantidade de glóbulos
alimento muito rico. Quando desidratada, possui cerca de 17% brancos, que são responsáveis pela coagulação sanguí-
de proteína e seu teor de gordura chega a 67%. nea.
(www.greenpeace.org. Adaptado.)
c] a dificuldade respiratória decorreu da baixa quantidade
de glóbulos vermelhos, que são responsáveis pela defesa
Um professor mostrou aos alunos a foto de um tecido vegetal imunológica.
retirado de uma castanheira que apresentava, como caracte- d] o sangramento nasal é decorrente da baixa quantidade
rísticas marcantes, núcleo volumoso, paredes celulares delga- de glóbulos brancos, que são responsáveis pelo trans-
das e elevada quantidade de células em divisão celular. É mais porte de gases no sangue.
provável que esse tecido tenha sido retirado:
a] Da região subapical da raiz.
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BIOLOGIA • Velozo
GABARITO
01-a 02-a
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QUÍMICA
Alexssan Moura
SOLUÇÕES
Dispersões são sistemas nos quais uma substância está disseminada, sob a forma de pequenas partículas, em uma segunda
substância.
Nas soluções, o componente que está presente em menor quantidade recebe o nome de soluto (é o disperso), enquanto o
componente predominante é chamado de solvente (é o dispersante). Por exemplo, quando dissolvemos açúcar em água, o
açúcar é o soluto, e a água, o solvente.
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Regra de solubilidade
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• não-saturadas(ou insaturadas): contêm menos soluto do que o estabelecido pelo coeficiente de solubilidade;
• saturadas: atingiram o coeficiente de solubilidade;
• supersaturadas: ultrapassaram o coeficiente de solubilidade.
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Título em volume
Às vezes aparece nos exercícios o título em volume ou a correspondente porcentagem volumétrica de uma solução. As defini-
ções são idênticas às anteriores, apenas trocando-se as palavras massa por volume.
Ou
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MISTURAS DE SOLUÇÕES
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Havendo reação química, esses problemas devem ser resolvidos com o auxílio do cálculo estequiométrico.
Dicas!
Titulação
Quando os cientistas precisam determinar a concentração em mol/L (em quantidade de matéria) de alguma solução, costuma-
se usar uma técnica de análise volumétrica denominada titulação, ou mais especificadamente, titulação
ácido-base.
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PROPRIEDADES COLIGATIVAS
Os solventes puros apresentam propriedades específicas que os identifica. A água pura, por exemplo, congela a 0ºC e ferve a
100 ºC, ao nível do mar. Quando um soluto não volátil é adicionado a solventes puros, obtemos soluções, e as propriedades
originais dos solventes são alteradas. Essas alterações são chamadas de efeitos coligativos, pois resultam da interação de
substâncias, formando um novo sistema com características próprias diferentes das originais.
Aumentando-se a temperatura, as partículas do líquido se agitam mais; e, em consequência, o líquido evapora mais intensa-
mente, produzindo então maior pressão de vapor.
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EFEITOS COLIGATIVOS
→TONOSCOPIA
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→ EBULIOSCOPIA
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→CRIOSCOPIA
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→OSMOSCOPIA
A equação fundamental da osmometria, para soluções moleculares e diluídas, é idêntica à equação dos gases perfeitos:
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EXERCÍCIOS
AS PROPRIEDADES COLIGATIVAS NAS SO-
LUÇÕES IÔNICAS
No século XIX, Raoult e Van’tHoff já haviam percebido que, 1- (Ime 2017) A figura a seguir representa as curvas de solu-
em concentrações idênticas, as soluções eletrolíticas apre-
bilidade de duas substâncias A e B.
sentavam efeitos coligativos maiores do que os das solu-
ções não-eletrolíticas.
Para o efeito osmótico, temos: Com base nela, pode-se afirmar que:
a] No ponto 1, as soluções apresentam a mesma temperatura
mas as solubilidades de A e B são diferentes.
b] A solução da substância A está supersaturada no ponto
2.
c] As soluções são instáveis no ponto 3.
Na verdade, o fator i de Van’tHoff apenas traduz o aumento d] As curvas de solubilidade não indicam mudanças na estru-
do número de partículas causado pela dissociação. tura dos solutos.
e] A solubilidade da substância B segue o perfil esperado
Matematicamente, pode-se concluir que a fórmula gené- para a solubilidade de gases em água.
rica para o fator i de Van’tHoff é:
2- (Ebmsp 2017)
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QUÍMICA • Alexssan Moura
sódio, NaC (s) , e do sulfato de cério, Ce2 (SO4 )2(s). Qual a massa mínima e aproximada de águaque deve ser eva-
porada para iniciar a cristalizaçãodo soluto?
A análise do gráfico permite afirmar: a] 160 g
a] O processo de dissolução dos sais constituídos pelos me- b] 120 g
tais alcalinos, em água, é endotérmico. c] 40 g
b] A mistura de 120 g de cromato de potássio com 200 g de d] 80 g
água forma uma solução saturada a 60 C.
c] O coeficiente de solubilidade do sulfato de cério aumenta 5- (Ucs 2016)Curvas de solubilidade, como as representadas
com o aquecimento do sistema aquoso. no gráfico abaixo, descrevem como os coeficientes de solubili-
d] A solubilidade do nitrato de potássio é maior do que a do dade de substâncias químicas, em um determinado solvente,
cromato de potássio a temperatura de 20 C. variam em função da temperatura.
e] O nitrato de potássio e o cloreto de sódio apresentam o
mesmo coeficiente de solubilidade a 40 C.
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6- (Mackenzie 2015)A solubilidade do cloreto de potássio máxima de chumbo permitida é de 20 ppm nas formulações
(KC ) em 100 g de água, em função da temperatura é mos- desses produtos.
trada na tabela abaixo:
Fonte: Disponível em:
Temperatura Solubilidade ( gKC em 100 g de <http://www.veja.abril.com.br/noticia/saude>. Acesso em: 24
(C) água) jul. 2013. (adaptado)
0 27,6
Com base nesse texto, responda.
10 31,0
20 34,0
a] A análise de um batom de 3 g apontou a quantidade de
30 37,0
0,006 mg de chumbo. Por meio de cálculo, mostre se esse
40 40,0
batom está em conformidade ou não com as normas da AN-
50 42,6
VISA, no que diz respeito à quantidade máxima desse metal
permitida na composição do referido batom.
Ao preparar-se uma solução saturada de KC em 500 g de
água, a 40C e, posteriormente, ao resfriá-la, sob agitação, até b] O que explica a denominação do chumbo como metal, uma
20C, é correto afirmar que vez que este faz parte do grupo 14 A, no qual figuram,
a] nada precipitará. também, o carbono e o silício que não são metais?
b] precipitarão 6 g de KC .
c] precipitarão 9 g de KC . 9- (Enem (Libras) 2017)Um pediatra prescreveu um medica-
d] precipitarão 30 g de KC . mento, na forma de suspensão oral, para uma criança pesando
16 kg. De acordo com o receituário, a posologia seria de 2
e] precipitarão 45 g de KC .
gotas por kg da criança, em cada dose. Ao adquirir o medica-
7- (Uema 2015)Uma peça publicitária veiculada na revista Veja mento em uma farmácia, o responsável pela criança foi infor-
apresentou a seguinte chamada: ¯ Gasolina S − 50 tecnologia mado que o medicamento disponível continha o princípio ativo
para melhorar a vida dos brasileiros. A Petrobrás desenvolveu em uma concentração diferente daquela prescrita pelo médico,
a gasolina S-50 que tem 94% menos enxofre do que a versão conforme mostrado no quadro.
anterior. A redução foi de 800 mg / kg para 50 mg / kg do
Concentração do princípio
teor de enxofre na gasolina‖. Medicamento
ativo (mg/gota)
Fonte: REVISTA VEJA. São Paulo: Abril, ed. 2376, p.76, 4 jun. 2014.
Prescrito 5,0
A representação de concentração do teor de enxofre, no texto, Disponível comercial-
4,0
corresponde à mente
a] molalidade.
b] molaridade. Quantas gotas do medicamento adquirido a criança deve in-
c] fração molar. gerir de modo que mantenha a quantidade de princípio ativo
d] parte por milhão. receitada?
e] concentração comum. a] 13
b] 26
8- (Uema 2014)Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos c] 32
mostrou que o uso de batons ou brilhos labiais, por conter me- d] 40
tais tóxicos como o chumbo, pode levar a ingestão desse metal e] 128
em quantidades acima das recomendadas, pois consome-se
batom, ao lamber os lábios, alimentar-se, beber algum líquido, 10- (Enem (Libras) 2017)A ingestão de vitamina C (ou ácido
beijar na boca. A sua reaplicação, várias vezes ao longo do dia, ascórbico; massa molar igual a 176 g mol) é recomendada
caracteriza uso intenso e potencializa os danos à saúde. No para evitar o escorbuto, além de contribuir para a saúde de den-
Brasil, de acordo com as normas da ANVISA, a concentração tes e gengivas e auxiliar na absorção de ferro pelo organismo.
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Uma das formas de ingerir ácido ascórbico é por meio dos com- 13- (Enem 2015)A hidroponia pode ser definida como uma téc-
primidos efervescentes, os quais contêm cerca de 0,006 mol nica deprodução de vegetais sem necessariamente a presença
de ácido ascórbico por comprimido. Outra possibilidade é o desolo. Uma das formas de implementação é manter as plantas
suco de laranja, que contém cerca de 0,07 g de ácido ascór- com suas raízes suspensas em meio líquido, deonde retiram
bico para cada 200 mL de suco. os nutrientes essenciais. Suponha que um produtor de rúcula
hidropônica precise ajustar a concentração de íon nitrato
(NO3− ) para 0,009 mol L em um tanque de 5.000 litros e,
O número de litros de suco de laranja que corresponde à quan-
tidade de ácido ascórbico presente em um comprimido eferves- para tanto, tem em mãos umasolução comercial nutritiva de ni-
cente é mais próximo de trato de cálcio 90 g L.
a] 0,0002. As massas molares dos elementos N, O e Ca são iguais a
b] 0,03. 14 g mol, 16 g mol e 40 g mol, respectivamente.
c] 0,3.
d] 1. Qual o valor mais próximo do volume da soluçãonutritiva, em
e] 3. litros, que o produtor deve adicionar aotanque?
a] 26
11- (Enem 2ª aplicação 2016)O soro fisiológico é uma solução b] 41
aquosa de cloreto de sódio (NaC ) comumente utilizada para c] 45
higienização ocular, nasal, de ferimentos e de lentes de con- d] 51
tato. Sua concentração é 0,90% em massa e densidade igual e] 82
a 1,00 g mL.
Qual massa de NaC , em grama, deverá ser adicionada à 14- (Enem PPL 2015)A cafeína é um alcaloide, identificado
como 1,3,7-trimetilxantina (massa molar igual a 194 g mol),
água para preparar 500 mL desse soro?
cuja estrutura química contém uma unidade de purina,con-
a] 0,45
forme representado. Esse alcaloide é encontrado emgrande
b] 0,90
quantidade nas sementes de café e nas folhas dechá-verde.
c] 4,50 Uma xícara de café contém, em média, 80 mg de cafeína.
d] 9,00
e] 45,00
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QUÍMICA • Alexssan Moura
15- (Enem 2010)Ao colocar um pouco de açúcar na água e Um comprimido efervescente contendo 1 g de vitamina C foi
mexer até a obtenção de uma só fase, prepara-se uma solução. dissolvido em água, de modo a obter-se 200 mL de solução.
O mesmo acontece ao se adicionar um pouquinho de sal à A concentração de ácido ascórbico na solução obtida é, apro-
água e misturar bem. Uma substância capaz de dissolver o so- ximadamente,
luto é denominada solvente; por exemplo, a água é um solvente a] 0,01mol L.
para o açúcar, para o sal e para várias outras substâncias. A
b] 0,05 mol L.
figura a seguir ilustra essa citação.
c] 0,1mol L.
d] 0,2 mol L.
e] 0,03 mol L.
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25- 29-
30-
26-
31-
27-
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QUÍMICA • Alexssan Moura
32-
33-
34-
35- (Ita 2018)São feitas as seguintes proposições a respeito 36- (Enem PPL 2018)Bebidas podem ser refrigeradas de modo
de propriedades coligativas: mais rápido utilizando-se caixas de isopor contendo gelo e um
I. A pressão osmótica depende do tipo de solvente para um pouco de sal grosso comercial. Nesse processo ocorre o der-
dado soluto. retimento do gelo com consequente formação de líquido e res-
II. A criometria usa o abaixamento do ponto de congelamento friamento das bebidas. Uma interpretação equivocada, base-
do solvente para medir a massa molar do soluto. ada no senso comum, relaciona esse efeito à grande capaci-
III. Na ebuliometria, a variação da temperatura de ebulição de- dade do sal grosso de remover calor do gelo.
pende da concentração molal de soluto não volátil utilizado. Do ponto de vista científico, o resfriamento rápido ocorre em
IV. Na tonometria, ocorre abaixamento da pressão de vapor de razão da
uma solução que contém um soluto não volátil, em relação a] variação da solubilidade do sal.
ao solvente puro. b] alteração da polaridade da água.
c] elevação da densidade do líquido.
Das proposições acima é(são) CORRETA(S) d] modificação da viscosidade do líquido.
a] apenas I. e] diminuição da temperatura de fusão do líquido.
b] apenas I e III.
c] apenas II, III e IV. 37- (Ufrgs 2018) Observe o gráfico abaixo, referente à pressão
d] apenas II e IV. de vapor de dois líquidos, A e B, em função da temperatura.
e] todas.
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QUÍMICA • Alexssan Moura
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QUÍMICA • Alexssan Moura
41- (Uemg 2017)Ebulioscopia é a propriedade coligativa, rela- A ordem crescente do ponto de ebulição dessas soluções é:
cionada ao aumento da temperatura de ebulição de um lí- a] 2 3 4 1
quido, quando se acrescenta a ele um soluto não volátil. b] 2 4 1 3
Considere as três soluções aquosas a seguir: c] 2 4 1 3
Solução A = NaC 0,1mol L d] 2 3 4 1
Solução B = sacarose 0,1mol L
Solução C = CaC 2 0,1mol L
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TERMOQUÍMICA
Uma transformação química sempre envolve uma troca de calor. As transformações que liberam calor são exotérmicas; as
que absorvem calor são endotérmicas. O conteúdo de calor associado a uma substância é chamado de entalpia (H). Quando
uma reação é realizada sob pressão constante, a quantidade de calor liberada ou absorvida recebe o nome de variação de
entalpia (ΔH).
EQUAÇÃO TERMOQUÍMICA
REAÇÃO EXOTÉRMICA
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QUÍMICA • Alexssan Moura
DIAGRAMA DE ENTALPIA
PROCESSO ENDOTÉRMICO
PROCESSO EXOTÉRMICO
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QUÍMICA • Alexssan Moura
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QUÍMICA • Alexssan Moura
→Influência da temperatura
→Influência da dissolução/diluição
A compressa quente, que é um saco de plástico com uma ampola de água e um produto químico seco (cloreto de cálcio ou
sulfato de magnésio, por exemplo). Com uma leve pancada, a ampola se quebra e a água dissolve o produto químico, liberando
calor:
Analogamente, a compressa fria contém um produto químico de dissolução endotérmica (como nitrato de amônio, por exemplo).
→Influência da pressão
A pressão praticamente não influi nos calores de reações que envolvem sólidos e líquidos.
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A seguir uma tabela com os valores das entalpias padrão de formação de algumas substâncias comuns.
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A tabela seguinte apresenta os valores das entalpias de combustão de algumas substâncias orgânicas comuns:
LEI DE HESS
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QUÍMICA • Alexssan Moura
Energia de ligação
Apresentamos, a seguir, uma tabela com os valores das energias de algumas ligações mais comuns:
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c] CH3CH2OH
d] CH3CH2CH2OH
e] CH3CH2CH2CH2CH2CH3
3 C2H2(g) → C6H6( )
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7- (Enem 2010)No que tange à tecnologia de combustíveis al- CH4(g) + H2O(v) + calor CO(g) + 3H2(g)
ternativos, muitos especialistas em energia acreditam que os
alcoóis vão crescer em importância em um futuro próximo. e analisando-a como potencial mecanismo para o aproveita-
Realmente, alcoóis como metanol e etanol têm encontrado al- mento posterior da energia solar, conclui-se que se trata de
guns nichos para uso doméstico como combustíveis há muitas uma estratégia
décadas e, recentemente, vêm obtendo uma aceitação cada a] insatisfatória, pois a reação apresentada não permite que a
vez maior como aditivos, ou mesmo como substitutos para ga- energia presente no meio externo seja absorvida pelo sis-
solina em veículos. tema para ser utilizada posteriormente.
Algumas das propriedades físicas desses combustíveis são b] insatisfatória, uma vez que há formação de gases poluentes
mostradas no quadro seguinte. e com potencial poder explosivo, tornando-a uma reação
perigosa e de difícil controle.
Calor de c] insatisfatória, uma vez que há formação de gás CO que não
Densidade a
Álcool Combustão possui conteúdo energético passível de ser aproveitado
25°C (g/mL)
(kJ/mol) posteriormente e é considerado um gás poluente.
Metanol d] satisfatória, uma vez que a reação direta ocorre com absor-
0,79 – 726,0 ção de calor e promove a formação das substâncias com-
(CH3OH)
Etanol bustíveis que poderão ser utilizadas posteriormente para
0,79 – 1367,0 obtenção de energia e realização de trabalho útil.
(CH3CH2OH)
e] satisfatória, uma vez que a reação direta ocorre com libera-
ção de calor havendo ainda a formação das substâncias
Dados: Massas molares em g/mol: combustíveis que poderão ser utilizadas posteriormente
H = 1,0; C = 12,0; O = 16,0. para obtenção de energia e realização de trabalho útil.
Considere que, em pequenos volumes, o custo de produção de
ambos os alcoóis seja o mesmo. Dessa forma, do ponto de
9- (Enem 2009)Nas últimas décadas, o efeito estufa tem-se in-
vista econômico, é mais vantajoso utilizar
tensificado de maneira preocupante, sendo esse efeito muitas
a] metanol, pois sua combustão completa fornece aproxima-
vezes atribuído à intensa liberação de CO2 durante a queima
damente 22,7 kJ de energia por litro de combustível quei-
mado. de combustíveis fósseis para geração de energia. O quadro
b] etanol, pois sua combustão completa fornece aproximada- traz as entalpias-padrão de combustão a 25 ºC (ÄH025) do me-
mente 29,7 kJ de energia por litro de combustível queimado. tano, do butano e do octano.
c] metanol, pois sua combustão completa fornece aproxima-
damente 17,9 MJ de energia por litro de combustível quei- massa mo-
fórmula ÄH025
mado. composto lar
molecular (kj/moℓ)
d] etanol, pois sua combustão completa fornece aproximada- (g/moℓ)
mente 23,5 MJ de energia por litro de combustível quei- metano CH4 16 - 890
mado. butano C4H10 58 - 2.878
e] etanol, pois sua combustão completa fornece aproximada- octano C8H18 114 - 5.471
mente 33,7 MJ de energia por litro de combustível quei-
mado. À medida que aumenta a consciência sobre os impactos ambi-
entais relacionados ao uso da energia, cresce a importância de
8- (Enem 2010)O abastecimento de nossas necessidades se criar políticas de incentivo ao uso de combustíveis mais efi-
energéticas futuras dependerá certamente do desenvolvimento
cientes. Nesse sentido, considerando-se que o metano, o bu-
de tecnologias para aproveitar a energia solar com maior efici-
tano e o octano sejam representativos do gás natural, do gás
ência. A energia solar é a maior fonte de energia mundial. Num
dia ensolarado, por exemplo, aproximadamente 1kJ de energia liquefeito de petróleo (GLP) e da gasolina, respectivamente, en-
solar atinge cada metro quadrado da superfície terrestre por tão, a partir dos dados fornecidos, é possível concluir que, do
segundo. No entanto, o aproveitamento dessa energia é difícil ponto de vista da quantidade de calor obtido por mol de CO2
porque ela é diluída (distribuída por uma área muito extensa) e gerado, a ordem crescente desses três combustíveis é
oscila com o horário e as condições climáticas. O uso efetivo a] gasolina, GLP e gás natural.
da energia solar depende de formas de estocar a energia cole- b] gás natural, gasolina e GLP.
tada para uso posterior. c] gasolina, gás natural e GLP.
BROWN, T. Química, a ciência central.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. d] gás natural, GLP e gasolina.
e] GLP, gás natural e gasolina.
Atualmente, uma das formas de se utilizar a energia solar tem
sido armazená-la por meio de processos químicos endotérmi- 10- (Enem 2000)Ainda hoje, é muito comum as pessoas utili-
cos que mais tarde podem ser revertidos para liberar calor. zarem vasilhames de barro (moringas ou potes de cerâmica
Considerando a reação: não esmaltada) para conservar água a uma temperatura menor
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do que a do ambiente. Isso ocorre porque: Considerando-se os valores de entalpia de formação acima ta-
a] o barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre a belados, todos no estado-padrão, pode-se afirmar que a ental-
uma temperatura menor que a dele, como se fosse isopor. pia dessa reação é igual a
b] o barro tem poder de "gelar" a água pela sua composição a] −131,3 kJ.
química. Na reação, a água perde calor. b] +131,3 kJ.
c] o barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. c] −352,3 kJ.
Parte dessa água evapora, tomando calor da moringa e do
restante da água, que são assim resfriadas. d] +352,3 kJ.
d] o barro é poroso, permitindo que a água se deposite na e] 0 kJ.
parte de fora da moringa. A água de fora sempre está a
uma temperatura maior que a de dentro. 13- (Unesp 2018) Analise os três diagramas de entalpia.
e] a moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando
substâncias higroscópicas que diminuem naturalmente a
temperatura da água.
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QUÍMICA • Alexssan Moura
a] −1.367
b] +1.367
c] −18.200
d] +10.936
e] −23.780
15-
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Aléssio Robson
PARTE 1 – ATOMÍSTICA
J. J. THOMSON E A DIVISIBILIDADE DO
ÁTOMO
Modelos Atômicos
Os raios catódicos: a descoberta do elé-
TEORIA ATÔMICA GREGA (FILOSOFIA ATÔ- tron
MICA)
Vamos montar uma aparelhagem semelhante a uma
lâmpada fluorescente. Nela, você observa um tubo de vidro (1)
Uma das tentativas filosóficas mais antigas para explicar ao qual estão acoplados dois eletrodos (2) e uma bomba de
a constituição do universo foi realizada no âmbito da filosofia vácuo (3) ligada ao sistema. O eletrodo negativo, chamado cá-
grega. Os primeiros atomistas foram Leucipo e seu discípulo todo, e o positivo, chamado ânodo, estão ligados a um gerador
Demócrito, da cidade de Abdera. Segundo o que se conhece, que fornece uma voltagem variável.
nos meados do século V antes de Cristo esses filósofos divul- A primeira observação feita através de uma ampola de
garam a idéia de que o mundo era constituído por átomos e Crookes nessas condições foi a de um fluxo luminoso — deno-
por vácuo. A matéria seria constituída por pequenas partículas minado raios catódicos — que partia do pólo negativo da am-
indivisíveis chamadas átomos (em grego, “não-divisíveis”). O pola (denominado cátodo) em direção ao pólo positivo (deno-
átomo em movimento no vácuo seria a unidade fundamental minado ânodo) e que apresentou as seguintes propriedades
da matéria. principais:
Essa teoria sobre o mundo material, ainda sustentada
por Epicuro um século mais tarde, não possuía base experi-
mental, o que só veio acontecer a partir do século XIX.
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Características do fluxo
Confirmação experimental Esquema experimental
luminoso
Mais tarde, em 1897, o físico inglês Joseph John Thom- por exemplo, pelo polônio. Se o átomo fosse o descrito pelo
son (1856-1940), trabalhando com raios catódicos, concluiu modelo de Thomson, a maioria das partículas a atravessaria a
que eles eram parte integrante de toda película sem sofrer desvios. Isso aconteceria porque as repul-
espécie de matéria, uma vez que a ex- sões elétricas seriam fracas, pois as cargas elétricas estariam
periência podia ser repetida com qual- espalhadas por todo o átomo. Entretanto, os resultados da ex-
quer substância na fase gasosa. periência foram bastante distintos.
Thomson passou então a cha-
mar os raios catódicos de elétrons. A Previsão do modelo de Tho- Resultado da Experiência
palavra elétron tem origem no grego mson
élektron, que significa âmbar.
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MODELO DE BOHR
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Nível de ener- Raio da órbita do No caso dos átomos de hidrogênio, somente os saltos
Energia de elétrons de níveis mais externos para o segundo nível pro-
gia elétron
1 -2,18017 10-18 J 0,52918 Å duzem linhas na parte visível do espectro.
Os saltos de elétrons de níveis mais externos para o pri-
2 -0,545 10-18 J 2,11672 Å
meiro nível produzem radiação ultravioleta (ondas mais curtas
3 -0,242 10-18 J 4,76262 Å
do que as luminosas), ao passo que os saltos de elétrons de
4 -0,136 10-18 J 8,46688 Å níveis mais externos para a terceira, quarta e quinta órbitas pro-
duzem radiação infravermelha (ondas mais longas que as lumi-
nosas).
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b) Bromo (Z = 35)
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p5
O último nível/subnível preenchido, o 4p5, contém os
elétrons mais energéticos do átomo de bromo no estado
fundamental.
O átomo de bromo possui 7 elétrons de valência no nível
4(4s2 4p5), no estado fundamental.
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56
Distribuição em orbitais dos elétrons do ferro, 26 Fe , no
estado fundamental:
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químicos que deveriam ser aí encaixados. Nesse aspecto, suas As séries dos Lantanídeos (La) e dos Actinídeos (Ac),
previsões estavam plenamente corretas. deslocadas do corpo central da tabela, apresentam respectiva-
Mendeleyev foi além: conseguiu prever com grande pre- mente 6 e 7 camadas eletrônicas; por isso, estão localizadas
cisão as propriedades dos elementos de massas atômicas 44 respectivamente no 6ª e 7ª períodos.
(hoje chamado escândio) e 72 (hoje chamado germânio), al-
guns anos antes de esses elementos serem descobertos. Grupos ou Períodos
PERIÓDICA ATUAL (MOSELEY) Existem, atualmente, duas maneiras de identificar as fa-
mílias ou grupos. Uma delas, amais comum, é indicar cada fa-
Em 1913, Moseley verificou que as propriedades dos mília por um algarismo romano seguido das letras A e B, por
elementos eram dadas pela sua carga nuclear, denominada de exemplo, IA, IIA, IIIB e IVB. Essas letras, A e B, indicam a po-
número atômico (Z). Com a descoberta de Moseley foi possível sição do elétron mais energético nos subníveis. No final da dé-
corrigir algumas anomalias observadas por Mendeleev. cada de 80, a IUPAC (União Internacional de Química Pura e
Aplicada) propôs outra maneira: as famílias devem ser indica-
das por algarismos arábicos de l a 18, eliminando-se as letras
Lei periódica atual (Moseley): quando os A e B.
elementos químicos são agrupados em ordem cres-
cente de número atômico (Z), observa-se a repe-
tição periódica de várias de suas propriedades. Famílias A e zero
Essas famílias são constituídas pelos elementos repre-
Algumas das várias previ- Propriedades observadas sentativos, sendo que todos esses elementos apresentam o
sões de Mendeleev para o no germânio (1886) seu elétron mais energético situado .nos subníveis s ou p.
eka-silício (1869) Nas famílias de IA a VIIA, o número da família indica a
Peso atômico 72 Peso atômico 72,60. quantidade de elétrons existentes na camada de valência. Veja
Metal cinza-escuro com PF Metal de cor cinza. os exemplos:
elevado e densidade 5,5 PF = 958°C
g/cm3 d = 5,36 g/cm3
O EsCl4 seria um líquido vo- O GeCl4 é um líquido volátil.
látil, com PE pouco inferior a PE = 83°C
100°C e densidade 1,9 d = 1,88 g/cm3
g/cm3
FAMÍLIAS E PERÍODOS
Já a família zero (0) recebeu esse número para indicar
que a reatividade dos seus elementos em condições ambientes
Períodos ou Séries é nula. Na sua maioria, os elementos dessa família apresentam
oito elétrons na camada de valência. Veja exemplo:
Na tabela atual existem sete períodos, sendo que o nú-
mero do período corresponde à quantidade de níveis (cama-
das) eletrônicos que os elementos químicos apresentam.
Veja alguns exemplos:
4Be ⎯ 1s / 2s
2 2
K L 2 camadas eletrônicas (K e L): 2º período Além de serem indicadas por números e letras, essas
famílias recebem também nomes característicos.
13A ⎯ 1s /2s 2p /3s 3p
2 2 6 2 1
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Famílias B
As famílias B, incluindo as duas linhas horizontais sepa- PROPRIEDADES PERIÓDICAS E APERIÓDI-
radas do corpo principal da tabela, são constituídas pelos ele- CAS
mentos de transição e apresentam seu elétron mais energé-
tico situado nos subníveis d ou f. Sua localização na tabela é Certas propriedades são aperiódicas, ou seja, se fo-
representada pelos esquemas seguintes: rem colocadas em um gráfico em função do número atômico
✓ Elementos das famílias B cujo subnível mais energético é dos elementos, o resultado será uma curva sempre ascendente
d da penúltima camada e que aparecem no corpo da ta- ou descendente.
bela são chamados elementos de transição.
Exemplos:
Característica da configuração eletrônica A massa atômica é uma propriedade aperiódica. Se fizer-
n = 4 , 5, 6 , 7
mos um gráfico da massa atômica do elemento em função de
ns 2 (n − 1)d x seu número atômico, obteremos uma curva ascendente.
x = 1, 2 , 3, ..., 10
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PROPRIEDADES PERIÓDICAS
Zef = Z – S
RAIO ATÔMICO
Z = número atômico (carga nuclear total)
em que
A medida do raio de um átomo isolado não pode ser feita S = número total de elétrons dos níveis internos
com precisão, pois a eletrosfera não possui um limite determi-
nado.
Assim, para medir o raio atômico, usa-se a técnica de
difração por raios X que consiste em fazer um feixe de raios X
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Com o aumento da carga efetiva, ocorre uma atração maior do núcleo sobre os elétrons do último nível de energia
e o raio atômico diminui.
1. Raio Iônico
Raio do átomo Raio do íon
Veremos agora o que ocorre com o raio atômico quando um elemento perde ou ganha elétrons.
a) Raio do átomo raio do cátion
Quando o elemento perde elétrons, a carga nuclear efetiva aumenta e seu raio diminui.
Exemplo: 13A ⎯ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 Zef = Z – S
Zef = 13 – 10 = 3
A 3+ ⎯ 1s2 2s2 2p6 Zef = 13 – 2 = 11
13
Conclusão:
raio do átomo > raio do cátion respectivo
b) Raio do átomo raio do ânion
Quando um elemento ganha elétrons, a carga nuclear efetiva não se altera, mas acaba se dispersando e seu raio
aumenta.
Exemplo: 8O ⎯ 1s2 2s2 2p4 Zef = 8 – 2 = 6
8O ⎯ 1s 2s 2p
2– 2 2 6 Z =8–2=6
ef
A entrada de 2 elétrons no último nível do oxigênio, onde antes só havia 6, provoca uma expansão no nível. É como
se os 6 elétrons que antes estavam acomodados num determinado espaço, ao sentirem a presença de outros 2 elétrons, se
afastassem ocupando um espaço maior para evitar uma repulsão elétrica.
Conclusão:
raio do átomo < raio do ânion respectivo
Todos possuem 10 elétrons e 2 camadas. Logo, o íons 8O2– possui maior raio.
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➢ Variação da eletronegatividade
Nas famílias a densidade aumenta de cima para baixo e nos
períodos aumenta das laterais para o centro.
Os elementos de maior densidade são o ósmio (22,6 g/mL e o
irídio (22,5 g/mL).
Volume atômico
Nas famílias a eletronegatividade aumenta de baixo para cima Esta propriedade não representa o volume de um átomo,
e nos períodos aumenta da esquerda para a direita. mas se relaciona com a estrutura cristalina do elemento.
Logo, o volume atômico é a razão entre a massa corres-
Eletropositividade: pondente a l mol do elemento e a densidade desse elemento
no estado sólido.
• . Observe na tabela o aumento do volume atômico nas
famílias e nos períodos:
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2- Quantas das afirmações dadas a seguir estão corretas? O número máximo de linhas de absorção é:
I) A lei de Lavoisier (Conservação das Massas) e a Lei de a] 5
b] 6
Proust (Proporções Definidas) serviram de base para a Teoria
c] 9
Atômica de Dalton.
d] 10
II) A descoberta das partículas alfa (a) foi de fundamental im- e] 14
portância para descoberta do "núcleo" nos átomos.
III) Foi interpretando um "espectro descontínuo" (espectro de 5- (UFRN) As cores de luzes exibidas na queima de fogos de
linhas) que Bohr propôs a existência de "estados estacionários" artifício dependem de certas substâncias utilizadas na sua fa-
no átomo. bricação.
IV) Quando o elétron de um átomo salta de uma camada mais Sabe-se que a freqüência da luz emitida pela combustão do
externa para outra mais próxima do núcleo, há emissão de níquel é 6,0 1014 Hz e que a velocidade da luz é 3 108m
energia. s-1.
a] 0 Com base nesses dados e no espectro visível fornecido pela
b] 1 figura a seguir, assinale a opção correspondente à cor da luz
c] 2
dos fogos de artifício que contêm compostos de níquel.
d] 3
e] 4
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conforme ilustração dos espectros dos átomos dos elementos b] O átomo emite radiações eletromagnéticas ao passar a 1s 2
hidrogênio, hélio e mercúrio. 2s2 2p6.
c] O átomo deve receber energia para passar a 1s2 2s2 2p6.
d] Os orbitais 1s e 2s estão completamente preenchidos.
e] Na configuração mais estável, o átomo é paramagnético.
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dos quais apenas um é desemparelhado, estão indicados nas 5- A teoria Atômica de Dalton só não está claramente ex-
alternativas: pressa em:
a] 13 d] 16 g] 19 a] formação dos materiais dá-se através de diferentes associ-
b] 14 e] 17 ações entre átomos iguais ou não
c] 15 f] 18 b] o átomo possui um núcleo positivo envolto por órbitas ele-
trônicas
15- (FEI-SP) A experiência de Stern-Gerlach que mostra a se- c] o número de átomos diferentes existente na natureza é pe-
paração de um fluxo de átomos de prata sujeito a um campo queno
magnético indicou: d] os átomos são partículas que não podem se dividir
a] que a prata é um elemento de transição. e] toda matéria é formada por partículas extremamente pe-
b] A existência do spin eletrônico. quenas.
c] Que o modelo de Bohr era incorreto.
d] Nenhuma das respostas anteriores. 6- Há mas de 100 anos (1897) J. J. Thomson determinou,
pela primeira vez, a relação entre a massa e a carga do elétron,
EXERCÍCIOS PROPOSTOS o que pode ser considerado como a descoberta do elétron. É
reconhecida como uma contribuição de Thomson ao modelo
1- (UFRGS-RS) O modelo atômico que suscitou a idéia de atômico:
átomo com estrutura elétrica foi o: a] o átomo ser indivisível
a] de Dalton. b] a existência de partículas subatômicas
b] do átomo planetário de Rutherford. c] os elétrons ocuparem níveis discretos de energia
c] de Bohr. d] os elétrons girarem em órbitas circulares ao redor do núcleo
d] da mecânica ondulatória. e] o átomo possuir um núcleo com carga positiva e uma ele-
e] de Thomson. trosfera
7- Há 110 anos, o físico neozelandês, Ernest Rutherford
2- (UFPE) Ao longo da história da ciência, diversos modelos (1871-1937) foi aprofundar seus conhecimentos na Inglaterra
atômicos foram propostos até chegarmos ao modelo atual. sob a orientação de Thomson e 18 anos mais tarde estaria lan-
Com relação ao modelo atômico de Rutherford podemos afir- çando um novo modelo atômico. Qual das afirmações a seguir
mar que (julgue os itens como verdadeiros ou falsos): teria sido dita pela primeira vez por Rutherford?
0) foi baseado em experimentos com eletrólise de soluções de a] "Todos os átomos de uma mesma substância são idênticos
sais de ouro. na forma, no tamanho, na massa e nas demais proprieda-
1) é um modelo nuclear que mostra o fato de a matéria ter sua des; átomos de substâncias diferentes possuem forma, ta-
massa concentrada em um pequeno núcleo. manho, massa e propriedades deferentes. A massa de um
"átomo composto" é igual à soma das massas de todos os
2) é um modelo que apresenta a matéria como sendo consti-
"átomos simples" componentes".
tuída por elétrons (partículas de carga negativa) em contato
b] "O átomo é uma esfera de carga elétrica positiva, não ma-
direto com prótons (partículas de carga positiva). ciça, incrustada de elétrons (negativos), de modo que sua
3) não dá qualquer informação sobre a existência de nêutrons. carga elétrica total seja nula".
4) foi deduzido a partir de experimentos de bombardeio de fi- c] "Os corpos aquecidos emitem radiação não sob a forma de
nas lâminas de um metal por partículas . ondas, mas sob a forma de pequenos "pacotes" de energia
denominados quantum (no plural, quanta), ou seja, a ener-
3- As lâmpadas de sódio: muito usadas na iluminação de tú- gia é descontínua".
neis, tanto nas estradas como nas cidades, são tubos de des- d] "Para cada camada eletrônica (n), havia l órbita circular e (n
carga: – 1) órbitas elípticas de diferentes excentricidades".
a] Que contêm vapor de sódio e baixa pressão. e] "É quase tão incrível como se uma granada de 15 polega-
b] Que contêm vapor de sódio e alta pressão. das, que tivéssemos atirado contra um pedaço de papel de
c] A alto vácuo. seda, retrocedesse, para nos atingir".
d] Com cátodo de sódio.
e] Com ânodo de sódio. 8- As alternativas a seguir referem-se ao modelo atômico de
Sommerfeld. Indique a falsa.
4- (UFMG) O modelo de Rutherford da estrutura atômica a] O modelo de Sommerfeld foi desenvolvido a partir da ob-
apresentou, como novidade, a noção de: servação da estrutura fina dos espectros de emissão, ou
a] Energia quantizada seja, da descoberta de que as raias que eram consideradas
b] Massa atômica constituídas de uma única linha, na verdade, eram forma-
c] Núcleo das por um conjunto de linhas distintas muito próximas
d] Orbital umas das outras.
e] spin
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c] 36 d] prótons
d] 34 e] orbitais eletrônicos
e] 32
19- (FEI-SP) A configuração eletrônica de um átomo neutro no
14- (UFPI) Observam-se moléculas de cloro C2 com massas estado fundamental é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5. O número de orbitais
relativas de 70, 72 e 74. Considerando esta informação, indique vazios remanescente no nível principal M é:
a alternativa correta. a] 0
a] O cloro tem apenas um isótopo de massa relativa 35. b] 1
b] O cloro tem dois isótopos de massas relativas 35 e 36. c] 5
c] O cloro tem dois isótopos de massas relativas 35 e 37. d] 9
d] O cloro tem dois isótopos de massas relativas 36 e 37. e] 10
e] O cloro tem três isótopos de massas relativas 35, 36 e 37.
20- (Moji-SP) Assinale a alternativa que representa um con-
15- (PUC-SP) Considere as seguintes informações sobre os junto de números quânticos não-permitido:
átomos A, B e C. a] n = 3; = 2; m = 0; s = +1/2
a. A e B são isótopos. b] n = 4; = 0; m = 0; s = –1/2
b. A e C são isótonos. c] n = 3; = 1; m = 1; s = +1/2
c. B e C são isóbaros. d] n = 3; = 2; m = 1; s = +1/2
d. O número de massa de A é igual a 55. e] n = 3; = 0; m = 1; s = +1/2
e. A soma dos números de prótons de A, B e C é igual a 79.
f. A soma dos números de nêutrons de A, B e C é igual a 88. 21- (UFRN) Nas distribuições eletrônicas das espécies quími-
Determine os números atômicos e de massa de A, B e C. cas abaixo:
I) Na+ 1s2 2s2 2p5 3s1
16- São dados três átomos, A, B e C, com as seguintes ca- II) K 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 4p0
racterísticas: III) Cl- 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
I) o átomo A apresenta (3x) prótons e (y + 5) nêutrons; IV) F + 1s2 2s2 2p4
II) o átomo B apresenta (2x + 3) prótons e (2y + 1) nêutrons; V) C 1s2 2s2 2p1 3p1.
III) o átomo C apresenta (4x – 1) prótons e (3y – 1) nêutrons.
Identifique as que estão no estado fundamental:
Considerando essas informações, concluímos que: a] I, II e IV
a] A é isóbaro de B, B é isótopo de C e C é isótono de A. b] I, III e IV
b] A é isótopo de B, B é isóbaro de C e C é isótono de A. c] I, III e V
c] A é isótono de B, B é isótopo de C e C é isóbaro de A. d] I, IV e V
d] A, B e C são isótopos. e] II, III e IV
e] A, B e C são isótonos.
22- (UFCE) Considere três átomos: A, B e C. Os átomos A e C
17- (FESP-PE) Qual das alternativas abaixo é falsa? são isótopos; os átomos B e C são isóbaros e os átomos A e B
a] O número máximo de elétrons em um orbital d é 10. são isótonos. Sabendo que o átomo A tem vinte prótons e nú-
b] O número máximo de elétrons em um subnível é dado pela meros de massa 41, e que o átomo C tem 22 nêutrons. Os nú-
seguinte expressão matemática: 4 + 2, onde é o número meros quânticos do elétron mais energético do átomo B são:
quântico secundário. a] n = 3; = 0; m = 2; s = –1/2
c] Em um mesmo nível de energia é possível elétrons possuí- b] n = 3; = 2; m = 0; s = –1/2
rem energia diferentes. c] n = 3; = 2; m = –2; s = –1/2
d] O número quântico secundário determina a forma do orbital d] n = 3; = 2; m = –1; s = +1/2
e, para um dado valor de n, pode assumir os valores inteiros
0, 1, 2, 3, ... até n – 1.
23- (UECE) A distribuição eletrônica do átomo de molibdênio,
e] O número máximo de orbitais em um nível de energia é
Mo, é:
dado pelo quadrado do número quântico principal.
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s1 4d5
18- (UFMG) O modelo atômico atual apresenta uma descrição
probabilística para os elétrons. Esse modelo inclui, todos os se-
guintes conceitos, exceto: O conjunto de números quânticos: n, , m e ms para o 5º elé-
a] energias quantizadas tron do 2p6 é dado por: 2, 1, 0 e –1/2. Segundo esse modelo, o
b] nêutrons conjunto dos números quânticos para o 8º elétron do 3d10 é:
c] núcleos atômicos a] 3, 2, –1, –1/2
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b] 3, 2, 0, –1/2 21 22 23 24 25 26 27 ⎯ ⎯ ⎯
c] 3, 2, –2, +1/2 E C D A E * B ⎯ ⎯ ⎯
d] 3, 2, 0, +1/2
e] 3, 2, 0, -1/2 2) F, V, F, V, V
55 56 56
*15) 26 A 26 B 27 C
24- (Fuvest-SP) Em um átomo, quantos elétrons podem ocu- *26) Não. Vejamos:
23V = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3
par, no máximo, o orbital p representado na figura?
25Mn = 1s 2s 2p 3s 3p 3d
2+ 2 2 6 2 6 5
a] 2
b] 3
c] 4
d] 5 QUESTÕES TABELA PERIODICA
c] 6
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QUÍMICA • Aléssio Robson
a] O elemento C é um gás nobre e o elemento B é um halogê- 6- (UFMG) Considere os elementos do segundo período da
nio. Tabela Periódica, em ordem crescente de números atômicos.
b] Os elementos A e C situam-se, respectivamente, no terceiro Todas as afirmativas sobre tais elementos, nessa ordem, estão
e no quarto período da tabela periódica. corretas, exceto:
c] O elemento E é um calcogênio e situa-se no quinto período a] A eletronegatividade aumenta.
da tabela periódica. b] A energia de ionização aumenta.
d] O elemento B é um halogênio do segundo período , en- c] O caráter metálico diminui.
quanto o elemento D situa-se no sexto período da tabela d] O ponto de fusão aumenta.
periódica. e] O raio atômico diminui.
e] O elemento A é um metal alcalino-terroso.
7- (UFPR) Dada a configuração eletrônica dos elementos con-
4- Sobre a Tabela Periódica e alguns de seus elementos in- tidos na tabela a seguir (as letras de A a F não correspondem
vestigue as afirmativas abaixo e, em seguida, marque a opção aos verdadeiros símbolos dos elementos) e os respectivos va-
onde está o número de corretas: lores da primeira Energia de Ionização (ou potencial de ioniza-
1) Um elemento que possui subnível mais energético s1 é ne- ção — 1º E.I.) e da Afinidade Eletrônica (A.E.), é correto afir-
cessariamente um metal alcalino. mar:
2) Um elemento que apresente sua configuração de camada
de valência 4s2 é necessariamente metal alcalino-terroso.
3) Um elemento que apresenta sua configuração de camada
de valência 4s1 é necessariamente metal alcalino.
4) Todo gás nobre possui oito elétrons na última camada.
a] 4
b] 3
c] 2
d] 1
e] 0
I) A, C e D encontram-se â esquerda da tabela periódica; E e
5- Cinco amigos resolveram usar a tabela periódica como ta- F, à direita.
buleiro para um jogo. Regra do jogo: Para todos os jogadores, II) Os altos valores da 1° E.I. de E e F são típicos de elementos
sorteia-se o nome de um objeto, cujo constituinte principal é não-metálicos.
determinado elemento químico. Cada um joga quatro vezes um III) Os elementos C e E estão no 2º período da tabela periódica;
dado e, a cada jogada, move sua peça somente ao longo de B e F, no 3° período; A e D, no 4° período.
um grupo ou de um período, de acordo com o número de pon- IV) O elemento A tende a tornar-se ânion e o elemento F tende
tos obtidos no dado. O início da contagem é pelo elemento de a tornar-se cátion.
número atômico 1. Numa partida, o objeto sorteado foi “latinha V) A e D são elementos de transição.
de refrigerante” e os pontos obtidos com os dados foram: Ana
(3, 2, 6, 5), Bruno (5, 4, 3, 5), Célia (2, 3, 5, 5), Décio (3, 1, 5, 8- (Unicenp-PR) A análise das configurações eletrônicas dos
1) e Elza (4, 6, 6, 1). elementos químicos A, B, C e D, no estado fundamental, per-
mite-nos estabelecer conclusões sobre suas propriedades fí-
sico-químicas:
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11- (UFPB) Analise as afirmativas abaixo: 1. Explique a variação observada nos valores da energia de
I. O comportamento químico semelhante dos elementos de ionização entre o primeiro e o quinto elétron.
uma dada família da tabela periódica, é mais bem explicado 2. Explique por que o valor da energia de ionização do sexto
pelo fato de que os átomos desses elementos possuem a elétron é muito maior do que a do quinto.
mesma estrutura nuclear.
II. O elemento químico cujo número atômico é igual a 11, per- QUESTÕES PROPOSTAS
tence à família IA e ao 3a período da tabela periódica.
III. Eletroafinidade é a energia necessária para retirar um elé- 1- Numa tríade, ou seja, num grupo de três elementos seme-
tron de um átomo no estado gasoso, formando um íon gasoso. lhantes, o peso atômico de um deles é aproximadamente a mé-
dia aritmética do peso atômico dos outros dois. Assim, na tríade
Considerando as afirmativas I, II e III, marque a alternativa cor- Li-Na-K, os pesos atômicos são respectivamente 7, 23 e 39. De
reta. fato, 23 = (7 + 39)/2. Essa observação foi feita pela primeira
a] Apenas I está correta. vez por:
b] Apenas I e II estão corretas. a] Berzelius
c] Apenas II e III estão corretas. b] Döbereiner
d] Apenas II está correta. c] Newlands
e] Apenas III está correta. d] Chancourtois
e] Mendeleev
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2- Colocou os elementos em ordem crescente de pesos atô- 6- (Mackenzie-SP) Se o subnível mais energético de um
micos e verificou que, de sete em sete elementos, havia repe- átomo x apresenta o conjunto de números quânticos:
tição de propriedades semelhantes. Colocando os elementos n = 4; = 3; m = –2 e ms = +1/2, é correto afirmar que:
(na ordem crescente de pesos atômicos) em colunas verticais (Convenção de spin: primeiro elétron de um orbital tem spin
de sete elementos, verificou que os semelhantes ficavam reu- (ms) igual a -1/2.)
nidos nas colunas horizontais. a] x pertence ao subgrupo 4A.
Classificação em oitavas (1864) b] esse subnível completo apresenta dez elétrons.
c] x apresenta camada de valência 4f2 .
d] x pertence à série dos lantanídios.
e] x é elemento de transição externa.
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Os gases nobres tem todos 8 elementos no último nível de energia, exceção feita ao hélio, que tem 2. Assim,
os demais elementos, para atingir uma situação também estável, tenderiam a ficar com 8 elétrons no último nível
(chamado de camada de valência), daí o nome Teoria do Octeto, para essa explicação.
A ligação iônica é aquela que ocorre pela atração elétrica entre os íons positivos e negativos.
Esses íons são formados, de modo geral, quando se encontram juntos átomos de metais e ametais.
Metais
Exemplo:
Tomemos da tabela periódica dois elementos que se enquadrem respectivamente nas características e des-
critas acima:
11Na e 17C
Observemos suas configurações eletrônicas no estado fundamental:
11Na 1s2/ 2s2 2p6 / 3s1
17C 1s2/ 2s2 2p6/ 3s2 3p5
Podemos notar que nenhum deles possui a última camada completa, sendo, portanto instáveis.
Se houver transferência de um elétron na camada de valência do sódio para a do cloro, ambos adquirem
configuração estável, pois ficarão com oito elétrons na camada mais externa.
Como duas cargas de sinais opostos se atraem, então os íons Na+ e C– permanecem ligados um ao outro
por forças de atração elétrica, que caracterizam as ligações iônicas, formando o composto cloreto de sódio.
As substâncias formadas como nesse exemplo são chamadas compostos iônicos e podem ser representadas
por diferentes notações. No caso do cloreto de sódio, tais representações são:
• Fórmula unitária ou fórmula mínima: NaC
• Fórmula iônica: Na+C–
Além dessas duas, existe outra notação, chamada fórmula de Lewis, ou fórmula eletrônica, na qual os elétrons da última
camada estão indicadas ao redor do símbolo do elemento.
© Copyright Preparatório
Observe que, emJúris. É proibida
todas a cópia deste
essas fórmulas, material, no
é indicado todo ou em parte.
primeiramente Todos(íon
o cátion os direitos reservados.
positivo) e em seguida o ânion. 217
Exemplo:
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Observe que, em todas essas fórmulas, é indicado primeiramente o cátion (íon positivo) e em seguida o ânion.
Exemplo:
Composto iônico de cálcio (Z = 20) e flúor (Z = 9).
Eletronicamente:
Fórmula: CaF2
Em um composto iônico temos um número muito grande de cátions e ânions agrupados alternadamente, segundo uma
forma geométrica definida que chamamos de arranjo cristalino.
O arranjo cristalino segundo o qual os íons Na1+ e C1– se agrupam é o seguinte:
NÚMERO DE COORDENAÇÃO
Podemos observar que, nesse cristal, cada íon Na 1+ e cercado por 6 íons C1– e vice-versa.
Portanto, o número de coordenação do sódio, assim como o do cloro, nesse composto, é igual a 6.
A fórmula de um composto iônico, ou seja, o íon-fórmula, deve ser escrita da seguinte maneira:
VALÊNCIA
Entende-se por valência a capacidade de combinação dos átomos. Ela corresponde ao número de elétrons que
um átomo pode ganhar ou perder.
A valência é um número puro; quando acompanhado do sinal da carga do íon, recebe o nome de eletrovalência.
Assim, temos:
• O sódio (11Na) sempre perde 1 elétron. Logo, a sua valência é 1 e a sua eletrovalência é +1.
• O cloro (17C) sempre recebe 1 elétron. Logo, a sua valência é 1 e a sua eletrovalência é –1.
• O alumínio (13A) sempre perde 3 elétrons. Logo, a sua valência é 3 e a sua eletrovalência é +3.
Observe:
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• Os elementos da família 4A são anfóteros, isto é, eles tem duplo comportamento; podem ganhar ou perder elétrons. Entre-
tanto, preferencialmente eles ganham elétrons.
Por isso são classificados como não metais.
Conhecendo a valência dos elementos cujos átomos vão se ligar para formar um composto iônico, podemos desco-
brir o íon fórmula.
Existe uma maneira prática, portanto, rápida, de determinar a quantidade de íons na fórmula iônica:
a) Como apresentam forma definida, são sólidos nas condições ambiente (temperatura de 25°C e pressão de 1 atm).
b) Os compostos iônicos apresentam elevados ponto de fusão e ponto de ebulição.
c) Quando submetidos a impacto, quebram facilmente, produzindo faces planas; são, portanto, duros e quebradiços.
d) Conduzem corrente elétrica quando dissolvidos em água ou quanto puros no estado líquido (fundidos), devido à existência
de íons com liberdade de movimento, que podem ser atraídos pelos eletrodos, fechando o circuito elétrico.
e) Seu melhor solvente é a água.
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Cada átomo de hidrogênio possui apenas 1 elétron desemparelhado. Ambos necessitam de mais um elétron para adquirir
a configuração eletrônica de gás nobre (última camada completa).
A partir daí podemos perceber que a ligação covalente possui características magnéticas (elétrons de spins opostos se
atraem magneticamente).
Podemos representar a ligação covalente entre os átomos e a formação de moléculas através de 3 fórmulas diferentes:
a) Fórmula eletrônica ou fórmula de Lewis
Indicam-se todos os elétrons da última camada de cada átomo, colocando lado a lado aqueles que estão sendo
compartilhados.
b) Fórmula estrutural
Evidencia a estrutura da ligação, ou seja, cada par de elétrons compartilhado é representado por um traço.
H⎯H
c) Fórmula molecular
Mostra apenas o tipo e a quantidade de átomos que formam 1 molécula.
H2
A molécula de hidrogênio é formada pela superposição de orbitais s dos átomos de hidrogênio. Nesse caso a
superposição dos orbitais ocorre segundo um mesmo eixo. Uma ligação formada dessa maneira é chamada ligação sigma ()
1H ⎯ 1s
1
Toda vez que ocorre a formação de uma ligação química há liberação de energia, ou seja, quando os átomos estão
ligados uns aos outros, a energia do sistema é menor do que quando ele se encontram separados. Isto porque os elétrons que
fazem a ligação são simultaneamente atraídos pelos núcleos dos átomos.
Esquematicamente:
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A molécula de cloreto de hidrogênio é formada pela superposição dos orbitais s do átomo hidrogênio, e p do átomo
cloro. A ligação também é .
As moléculas de gás cloro são formadas pela superposição de orbitais p dos átomos de cloro. Essa superposição
ocorre através de um mesmo eixo e a ligação, da mesma maneira que as anteriores, é .
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Cada átomo de oxigênio tem apenas seis elétrons na camada de valência. Os dois átomos se unem compartilhando dois pares
eletrônicos, de modo que cada átomo “exerça domínio” sobre oito elétrons. Forma-se assim uma ligação dupla entre os
átomos, que é indicada por dois traços na representação O = O,
Na formação das moléculas de gás oxigênio são envolvidos orbitais p. No entanto a superposição ocorre de maneira
diferente: dois orbitais se sobrepõem através de um eixo formando uma ligação e outros dois através de um plano formando
um tipo de ligação chamada ligação pi (). Na formação da ligação os orbitais se interpenetram menos intensamente, o que
faz com que essa ligação seja mais fraca do que a ligação .
Cada átomo de nitrogênio tem apenas cinco elétrons na camada periférica. Eles se unem compartilhando três pares
eletrônicos. Forma-se assim uma ligação tripla entre os átomos, que é indicada pelos três traços na representação N N.
Desse modo, cada átomo está com o octeto completo, pois além de seus cinco elétrons, compartilha três elétrons com o átomo
vizinho.
Na formação das ligações da molécula de gás nitrogênio também estão envolvidos orbitais p. Nesse caso ocorre a formação
de uma ligação e duas ligações .
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• Existe um outro tipo de ligação covalente entre átomos de elementos de alta eletronegatividade (iguais ou diferentes). Esse
tipo de ligação recebe o nome de ligação covalente dativa.
Ligação covalente dativa ou coordenada é aquela que ocorre quando o par eletrônico compartilhado
é formado por elétrons de apenas um dos átomos participantes.
Tomemos as seguintes fórmulas moleculares:
a) NO2C b) SOC2 c) SO2C2 d) POC3
Para montarmos a fórmula estrutural dessas moléculas, devemos primeiro escolher o átomo central, aquele que fica no centro
da molécula, do qual partem as ligações coordenadas.
O átomo central deve ser:
Nesse exemplo, o NH3 inicial tinha um par eletrônico livre, e o íon hidrogênio (H+), por sua vez, estava sem elétrons
(normalmente o H+ é “arrancado” de outra molécula, deixando lá seu único elétron). A solução foi o H + compartilhar do par
eletrônico livre, que inicialmente era de propriedade exclusiva do nitrogênio. Estabeleceu-se assim uma covalência dativa.
Note também que no NH+4 final existem, pois, três covalências normais e uma covalência dativa
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HIBRIDAÇÃO DE ORBITAIS
A hibridização é o processo pelo qual dois ou mais orbitais atômicos, de um mesmo átomo, se associam para produzir
um novo conjunto de orbitais, chamados orbitais híbridos, que apresentam disposição espacial diferente dos orbitais atômicos
originais.
O número de orbitais híbridos obtidos é igual ao número de orbitais atômicos que participam do processo de hibridização. Da
mesma forma que os orbitais atômicos puros, os orbitais híbridos podem abrigar no máximo dois elétrons.
1º Tipo: Hibridação sp
Geometria da molécula de berílio, BeH2; no 2º nível de energia do átomo de berílio existe um orbital s preenchido e três
orbitais p vazios.
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Geometria da molécula de metano, CH4: o átomo de carbono apresenta, no 2º nível de energia, o orbital s preenchido, dois
orbitais p semipreenchidos e 1 orbital p vazio.
Consideremos elementos da coluna 5A como, por exemplo, o fósforo de número atômico 15. Ele forma compostos como o
PCl5. Vamos explicar suas ligações, apresentando apenas o átomo de fósforo já hibridizado e a molécula final, para simplificar
o esquema.
Lembramos que a hibridação sp3d explica a “expansão” da camada de valência para dez elétrons, em desobediência à Regra do
Octeto. Essa expansão só pode ocorrer com átomos grandes (do terceiro período da Tabela Periódica para baixo)
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Consideremos elementos da coluna 6A – por exemplo, o enxofre de número atômico 16. Ele forma compostos como o SF 6.
Vejamos suas ligações.
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GEOMETRIA MOLECULAR
Através das regras determinadas por Gillespie, é possível encontrar facilmente a geometria de uma série de
moléculas, tendo como base apenas o número de átomos que as compõem e a estrutura do átomo central.
A tabela a seguir simplifica essas regras. Preste bastante atenção durante a aula e aproveite
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SOLUBILIDADE
Dizemos que duas espécies químicas são solúveis entre si, ou se dissolvem uma na outra, se elas são capazes de
se misturar (sem se transformar quimicamente), de tal maneira que, uma vez misturadas, não podemos distingui-las como
partes, mesmo usando um ultramicroscópio.
Como regra geral da solubilidade, podemos dizer que:
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FORÇAS INTERMOLECULARES
As forças intermoleculares são genericamente denominadas forças de Van der Waals em homenagem ao físico
holandês Johannes Van der Waals que, em 1873, propôs a existência dessas forças. As atrações existem tanto em substâncias
formadas por moléculas polares como por moléculas apolares, mas nessas últimas a explicação foi dada por Fritz London
apenas em 1930.
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Enquanto a maioria das substâncias são mais densas no estado sólido que no líquido, com a água ocorre o contrário.
Isso porque se ao solidificar-se a água expande-se, aumentando de volume em variar sua massa.
Consideremos o gráfico a seguir. Nesse gráfico, a curva da coluna 6A mostre que, ao nível do mar, a água (H 2O) é
um líquido que ferve a 100 °C, enquanto os compostos análogos H 2S, H2Se e H2Te são gases que fervem abaixo de 0°C — a
saber H2S (–60,3°C), H2Se (–41,3°C) e H2Te (–2,2 °C). É interessante ainda notar que, nos três últimos compostos, os pontos
de ebulição sobem gradativamente, o que é uma decorrência do aumento gradual de suas massas moleculares. Por isso, como
já dissemos acima, a água é considerada atualmente como se fosse formada por um aglomerado de muitas moléculas: (H 2O)n.
Esse conjunto mais pesado justificaria seu alto ponto de ebulição.
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e] YX e covalente normal.
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(32) Uma substância é considerada covalente quando a maioria aparece na forma de fluoreto de sódio, a ligação química exis-
das ligações estabelecidas entre os átomos que a constituem tente entre o sódio e o flúor é denominada:
é do tipo covalente. a] iônica
a] 29 b] metálica
b] 30 c] dipolo-dipolo
c] 31 d] covalente apolar
d] 62
e] 63 2- (PUC-Campinas-SP) Os átomos de certo elemento metá-
lico possuem, cada um, 3 prótons, 4 nêutrons e 3 elétrons. A
7- (UFMG) O gráfico energia de ionização desse elemento está entre as mais baixas
representa a variação de dos elementos da Tabela Periódica.
energia potencial em função Ao interagir com halogênio, esses átomos tem alterado o seu
da distância internuclear, número de:
quando átomos de a] prótons, transformando-se em cátions.
hidrogênio se aproximam b] elétrons, transformando-se em ânions.
para formar a molécula de c] nêutrons, mantendo-se eletricamente neutros.
H 2: d] prótons, transformando-se em ânions.
Sobre esse gráfico, todas as afirmativas estão corretas, exceto: e] elétrons, transformando-se em cátions.
a] A distância r2 corresponde ao comprimento de ligação.
b] A energia de ligação é – E2. 3- (UFV-MG) Os compostos formados pêlos pares
c] A estabilidade molecular é máxima na distância r3. Mg e Cl; Ca e O; Li e O; K e Br
d] Os átomos estão isolados na distância r1. possuem fórmulas cujas proporções entre os cátions e os
e] Os átomos estão ligados na distância r2. ânions são, respectivamente:
Números atômicos Li (Z = 3); O (Z = 8); Mg (Z = 12);
8- (Ufes) A molécula do ácido nitroso (HNO2) apresenta: Cl (Z = 17); K (Z = 19); Ca (Z = 20); Br (Z = 35)
a] 2 orbitais moleculares e um . a] 1:1 2:2 1:1 1:2
b] 3 orbitais moleculares e um . b] 1:2 1:2 1:1 1:1
c] 4 orbitais moleculares . c] 1:1 1:2 2:1 2:1
d] uma ligação iônica e 3 covalentes. d] 1: 2 1:1 2:1 1:1
e] somente ligações do tipo s-p covalentes. e] 2:2 1:1 2:1 1:1
9- As ligações O ⎯ H da água são sigma do tipo: 4- (FEI-SP) Um elemento metálico forma um óxido de fórmula
a] s-sp2 MO2. A fórmula de seu cloreto será, provavlemente:
b] p-sp2 a] MCl
c] s-sp3 b] MCl2
d] p-sp3 c] MCl3
e] sp3-sp3 d] MCl4
e] MCl5
10- O fósforo, no PCl5, e o enxofre, no SF6, têm hibridação, res-
pectivamente: 5- (Esal-MG) Os íons Ca+2, Mg+2 e K+1 estão intimamente rela-
a] sp3d3 e sp3d2. cionados com as características químicas do solo agrícola,
b] sp3d2 e sp3d3. sendo importantes para a nutrição das plantas. (Números atô-
c] sp3d2 e sp3d. micos: Ca = 20, Mg = 12, K = 19.)
d] sp3d e sp3d2. Das afirmativas abaixo, a correta é:
e] sp2d2 e sp2d2. a] Ca+2 e K+1 são isoeletrônicos.
b] Ca+2 e Mg+2 são isoeletrônicos.
ATIVIDADES PROPOSTAS c] g+2 e K+1 são isoeletrônicos.
d] Ca+2, Mg+2 e K+1 são isoeletrônicos.
1- (Uerj) Apesar da posição contrária de alguns ortodontistas, e] Ca+2, Mg+2 e K+1 apresentam o mesmo raio.
está sendo lançada no mercado internacional a "chupeta anti-
cárie". Ela contém flúor, um já consagrado agente anticáries, o 6- (ITA-SP) Qual das opções abaixo apresenta a comparação
xylitol, um açúcar que não provoca cárie e estimula a sucção ERRADA relativa aos raios de átomos e de íons?
pelo bebê. Considerando que o flúor utilizado para esse fim a] raio do Na+ < raio do Na.
b] raio do Na+ < raio do F".
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22- O ângulo formado pelas ligações covalentes nas moléculas d] IV, III, V, I, II
de BCl3 e PCl3 é de aproximadamente: e] IV, V, III, II, I
a] 90° em ambos os casos.
b] 120° em ambos os casos. 2- (UFES) A molécula do OF2 é polar e a molécula do BeF2 é
c] 120° no BCl3 e 107° no PCl3 não-polar. Isto se deve à (ao):
d] 120° no PCl3 e 90° no BCl3 a] diferença de eletronegatividade entre os átomos nas res-
e] 120° no BCl3 e 90° no PCl3 pectivas moléculas.
b] geometria molecular.
GABARITO c] tamanho dos átomos ligados ao flúor.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 d] grande reatividade do oxigênio em relação ao flúor.
A E D D* A E D B D C e] fato de o oxigênio e o flúor serem gases.
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B E D B E D A * * D
21 22
B C 3- (Mack-SP) Analise as seguintes informações:
*4) Da fórmula do óxido deduz-se que o cátion do metal M é tetrava- I) A molécula CO2 é apolar, sendo formada por ligações co-
lente, M4+.
valentes polares.
MO2 (M4+)1 (O2-)2
Assim, na ligação com cloro, temos: (M4+)1 (Cl-)4 MCl4 II) A molécula H2O é polar, sendo formada por ligações cova-
Alternativa “d”. lentes apolares.
*18) III) A molécula NH3 é polar, sendo formada por ligações iôni-
cas.
Conclui-se que:
Números atômicos: H = 1; C = 6; N = 7; O = 8
a] somente I é correta.
b] somente II é correta.
c] somente III é correta.
d] somente II e III são corretas.
e] somente I e III são corretas.
O ângulo é menor que 104°5’, pois o enxofre possui um raio maior e
permite, por isso, uma distância maior entre os hidrogênios, que não 4- (Vunesp) A água, a amônia e o metano têm massas
sofrerão tanta repulsão um pelo outro. moleculares próximas. Apesar disso, a água possui ponto de
ebulição muito mais elevado que os da amônia e do metano.
*19) Essas observações experimentais podem ser explicadas
porque:
BF3 3 0 Trigonal sp2 a] a água tem ligações iônicas, enquanto o metano e a amônia
NH3 4 1 Pirâmide trigonal sp3 são formados por ligações covalentes.
PCl5 5 0 Bipirâmide trigonal sp3d
b] os tipos de ligações não interferem no ponto de ebulição.
SF6 6 0 octaédrica sp3d
c] todos os três compostos apresentados têm ligações
covalentes, porém a amônia e o metano são polares.
QUESTÕES LIGAÇÕES QUIMICAS II d] as moléculas de água têm as ligações covalentes oxigênio-
hidrogênio facilmente rompíveis.
e] a água possui moléculas polares que formam ligações de
1- (Uespi) Associe a coluna da esquerda com a coluna da di-
pontes de hidrogênio, aumentando a força de coesão entre
reita, relacionando a espécie química com a sua respectiva ge-
suas moléculas.
ometria, e marque a seqüência correta, de cima para baixo:
I. SO3 * Tetraédrica
5- A respeito das substâncias CC4(); I2(s); NH3(); CsF(s)
II. PCl5 * Linear
e CO2(g),
III. H2O * Angular qual das opções abaixo contém a afirmação falsa?
+
IV. NH4 * Trigonal planar a] Já que a ligação C-C é polar, segue-se necessariamente
V. CO2 * Bipirâmide trigonal que a molécula CC4 é polar.
b] A coesão entre as moléculas no iodo cristalino pode ser ex-
a] II, V, III, I, IV plicada por interações do tipo dipolo induzido-dipolo indu-
b] IV, V, III, I, II zido.
c] II, III, V, I, IV
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QUÍMICA • Aléssio Robson
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
D A C C C A E E D * * A
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HISTÓRIA
Paulo Gereba
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HISTÓRIA • Paulo Gereba
no final do século. Assim, seria inaugurada uma nova estrutura ✓ Social: Sociedade dividida em estamentos (clero, nobreza
política que marcaria o século XIX e possibilitaria a sociedade e povo).
em que vivemos hoje. ✓ Economia: Mercantilismo; intervenção do Estado na eco-
nomia.
ANTIGO REGIME EUROPEU ✓ Cultural: Intolerância religiosa e filosófica.
Séculos XVII e XVIII Burguesia Passa a aspirar Ao criticar o antigo regime, a burguesia criou a sua própria
ao Poder Político Crítica ao antigo regime ideologia: “O Estado só é poderoso se for rico. Para enriquecer,
deve haver capitalismo. Para haver capitalismo, a burguesia
Antigo Regime ou Absolutismo Monárquico: deve estar no Poder”. Surge então o Iluminismo.
✓ Política: Poder absoluto dos reis.
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AS GRANDES NAVEGAÇÕES isto é, leste da Ásia. Grande parte dos europeus conhecia ape-
nas o Extremo oriente por meio de relatos; como o do viajante
veneziano Marco Pólo, que partiu de sua cidade em 1271,
acompanhando seu pai e seu tio em uma viagem àquela região.
A América e a Oceania eram totalmente desconhecidas
pelos europeus.
As primeiras rotas das grandes navegações desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para po-
derem também lucrar com este interessante comércio. Outro
No século XV, os países europeus que quisessem comprar fator importante, que estimulou as navegações nesta época,
especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros tem- era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras.
peros), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais
Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo
acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os bur- a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento,
gueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especia- pois, significaria novos fiéis. Os reis também estavam interes-
rias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mer- sados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimen-
cadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado tos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam tam-
pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era bém aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos.
uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas
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EXERCÍCIOS
São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).
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5. Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua Mundo era extremamente grande enquanto visto pela ótica das
viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido dificuldades nas comunicações e a pequena (ou quase inexis-
escapar de todos os perigos que se apresentam em sua pere- tente) mobilidade de seus habitantes entre suas regiões. Ou
grinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diaria- seja, a maior parte das notícias chegavam às pessoas através
mente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que dos viajantes e nômades e muito posteriormente às suas ocor-
aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando que- rências, dada a ausência de jornais e periódicos ou mesmo em
rem empreender suas viagens. virtude do comum analfabetismo. Além disso, a maioria dos in-
J. PT. “Histoire de plusieurs voyages aventureux”. 1600. divíduos, a não ser por causas como o recrutamento militar,
In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300-1800. nasciam, viviam e morriam em seu local de nascimento. Era um
São Paulo Cia. das Letras. 2009 (adaptado). mundo rural, com raras grandes áreas “urbanas” (como Lon-
dres e Paris), permeado por uma economia voltada ao campo.
Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da O trabalhador rural não possuía um conceito muito diferenciado
época moderna, expressa um sentimento de do escravo: dedicava-se ao trabalho forçado nas terras de seu
a] gosto pela aventura. senhor, submetia-se a exploração e, em alguns casos, poderia
b] fascínio pelo fantástico. até mesmo ser vendido. Em vista deste quadro feudal, gradati-
c] temor do desconhecido. vamente desponta uma sociedade rural diferenciada em algu-
d] interesse pela natureza. mas partes da Europa. A Inglaterra é o grande exemplo desta
e] purgação dos pecados. diferença, com um número considerável de seus agricultores
voltados aos empreendimentos comerciais médios, dotados de
mão-de-obra contratada.
A “ERA DAS REVOLUÇÕES” Outro fator relevante para a implantação industrial, se-
gundo o autor, quanto a Grã-Bretanha, era o incentivo econô-
Século XVIII até 1848 mico de seu governo às atividades comerciais e manufaturei-
ras. Não devendo a este ponto se subestimar no período ao
Iluminismo, enquanto facilitador e incentivador da propagação
O ponto de partida da obra “A Era das Revoluções” de do conhecimento e ao mesmo tempo, sendo fruto do progresso
Hobsbawm é o estudo do período compreendido entre 1789 e da classes mercantis, economicamente progressistas e pré-in-
1848, marcado por diversos acontecimentos sociais, políticos e dustriais. Formam-se, assim, sociedades provincianas através
econômicos. Os principais destaques, todavia, são a a revolu- de homens que incentivavam ao progresso científico, político e
ção industrial britânica em seus estágios iniciais e desenvolvi- econômico, tendo como principais núcleos a própria Inglaterra
mento, assim como a Revolução Francesa, aos quais, o autor e a França – os centros da “dupla revolução”. Através da ideo-
nomeou com o termo a “dupla revolução”. Pontua os efeitos de logia propagada pelo Iluminismo, surgem os princípios univer-
tais acontecimentos e seus reflexos no mundo contemporâneo sais que guiariam a Revolução Francesa: Liberté, Egalité, Fra-
e não apenas no tocante à França e Inglaterra apenas. Se- ternité (liberdade, igualdade e fraternidade). Fato é, entretanto,
gundo o próprio autor, o livro encontra-se, a princípio dividido que este mesmo pensamento, apesar de inovador, repleto de
em duas partes; sendo a primeira referente ao desenvolvimento ideias humanitárias, de racionalidade e de progresso, ainda
histórico do intervalo compreendido na obra e a segunda parte que indiretamente, favoreceu à consolidação do capitalismo.
a respeito da construção da sociedade a partir de tais eventos. Ainda que muitos pensadores iluministas estivessem ao lado
Hobsbawm, propõe, a partir desta obra, uma interpretação dos dos governantes monárquicos, em muito esta ideologia colabo-
fatos e acontecimentos, em detrimento a uma análise minuci- rou para o declínio do Antigo Regime. Desta forma, com o de-
osa destes. Entretanto, sublinha a importância destes mesmos senvolvimento do capitalismo, a burguesia continuou sua as-
eventos para o panorama mundial da época, assim como, para censão econômica na como Inglaterra e França.
o contemporâneo e suas ramificações e extensões para a for- Entretanto, o fator preponderante para que existisse a Re-
mação da modernidade e pensamento sócio-político-econô- volução Industrial na Inglaterra não foi apenas a presença de
mico. pensamentos inovadores ou mesmo do avanço científico e tec-
Hobsbawn inicia sua interpretação ao apresentar o mundo nológico. Na realidade, a Inglaterra dispunha de uma estrutura
da época como “maior” e “menor”, se comparado ao atual. “Me- político-econômica anterior que já favorecia às atividades mer-
nor”, já que tanto a população, quanto a estrutura física do ho- cantis, assim como uma agricultura que igualmente beneficiava
mem do período era bem reduzida. Mesmo entre os homens da ao crescimento econômico. Todavia, a verdadeira e real explo-
ciência, o conhecimento sobre o Mundo que o cercava e a sua são da Revolução Industrial ocorreu na medida em que vislum-
população era estreito. “Maior”, já que, para seus habitantes, o brou-se uma possibilidade de alcançar dividendos na produção
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de consumo de massa (do algodão, por exemplo), através uma as da Alemanha durante o século 20. Os congressos foram um
tecnologia relativamente rudimentar e pouco onerosa. Aliado a importante instrumento diplomático na manutenção da paz no
este aspecto, tais empresários descobriram o mercado externo, período pós-napoleônico, ainda que não tenham resistido por
como real fonte de lucro, ajustando-se plenamente às estrutu- muito tempo à crise da fome de 1816-17 e à depressão econô-
ras capitalistas. Ainda que alguns percalços tenham atingido mica. Ainda que a “Questão Oriental” tenha amedrontado a Eu-
esta estrutura econômica, na visão dos capitalistas, os proble- ropa, na iminência de uma guerra entre britânicos e russos, não
mas sociais gerados a partir da transição econômica só seriam desencadeou um conflito de grandes proporções ou que pu-
relevantes se quebrassem a ordem social. Assim, geraram-se desse ser duramente sentido como a princípio se esperava. Ex-
novos investimentos, ainda que crescessem as revoltas por ternamente, a Inglaterra se impunha militarmente no período,
parte da classe trabalhadora, o que facilitou o surgimento das mas a sua atuação se restringia às parcelas externas à Europa.
ferrovias. Estas possibilitaram tanto no transporte de mercado- Sublinham-se, no período, as revoluções de ordem libertária na
rias, quanto de pessoas e até mesmo da comunicação, a am- América espanhola e a onda revolucionária de 1830.
pliação vertiginosa da velocidade que chegavam de um ponto O ano de 1830, além das revoluções, ficou notório também
a outro, ainda que distante. Se por um lado, a economia mun- pela industrialização dos EUA e do continente europeu, assim
dial estava completamente modificada após a Revolução In- como pelas ondas migratórias humanas e os avanços no pen-
dustrial inglesa, por outro, na França, a Revolução Francesa samento humano e artes. Tão somente em 1848, a possibili-
mudaria o Mundo pela sua nova forma de conceber a política e dade uma guerra de grandes proporções se fez presente, ainda
ideologia. A crise social e econômica na França desencadeou que esta só viesse realmente a eclodir no século 20. Um ponto
a oposição das classes baixas, os burgueses, os trabalhadores que o autor esclarece, é que a Revolução Francesa foi um le-
e os camponeses – o Terceiro Estado. Enquanto camponeses vante que serviu de modelo aos posteriores. Os revolucionários
e trabalhadores em geral consumiam-se na mais amarga misé- que se sucederam demonstravam claramente o descontenta-
ria, aspirando uma melhor condição de vida; a burguesia pos- mento econômico e social dos envolvidos, antagônicos a siste-
suía uma melhor condição social. Entretanto, a burguesia de- mas e governantes igualmente inadequados. Viam-se assim os
sejava uma maior participação política, além de desejar arden- revolucionários, a exemplo dos franceses em 1789, como de-
temente sua liberdade econômica. fensores de um povo ignorante e iludido contra um sistema ine-
Hobsbawm vê a Revolução Francesa como uma revolução ficaz e desigual. As revoluções de 1830, no entanto, configura-
no âmbito social, marcada pela presença de grupos que, ram-se como um movimento revolucionário proletário-socialista
mesmo que semelhantes não eram idênticos – os jacobinos, os que separou moderados de radicais e criou uma nova situação
girondinos e os sans-culottes. Estes grupos possuíam concep- internacional. Ainda que os problemas da revolução fossem se-
ções próprias o que, por vezes, levou a conflitos entre estes. melhantes na Europa, não eram iguais - provocavam grande
Nesta esteira entre conflitos, surgirá por fim a figura de Napo- tensão entre os moderados e os radicais. Nos princípios demo-
leão Bonaparte como catalisador dos ideais franceses. E não cráticos antes ventilados, tornaram-se incertos o suficiente en-
só isso, a Revolução Francesa causou a comoção estrangeira tre ideologias e posturas diversas. Os liberais minimizaram
que, mesmo posteriormente à queda de Bonaparte, não se ar- seus intuitos reformistas e passaram a suprimir a esquerda ra-
refeceu. Ainda que existissem muitos grupos que pregassem dical, em especial, os revolucionários da classe operária. Visto
antagonismo à França, muitos outros manifestavam apoio a por este ângulo, percebe-se a falta de clareza entre radicais,
esta nação. Entretanto, notadamente, os grandes inimigos da republicanos e os novos movimentos proletários e os liberais.
França eram os ingleses. O que ficou notório, outrossim, é o descontentamento cres-
Os franceses eram conhecidos pela eficiência de seus cente das classes desfavorecidas em toda Europa, inclusive na
exércitos, porém, não foram capazes de fazer frente à frota ma- Grã-Bretanha e França, marcado pelo receio que tais incutiam
rítima inglesa. Portanto, viram-se obrigados a anular a Ingla- nos governantes.
terra economicamente, isto através do Bloqueio Continental. A Desta forma, compilando todas as informações anteriores,
França, por fim, derrotada na Rússia viu-se vencida pela coali- segundo o historiador e sociólogo Fábio Metzger, sobre as on-
zão de seus inimigos e abandonada por alguns de seus defen- das de revolução citadas por Hobsbawm: Em 1820, ocorreu a
sores. No entanto, a guerra havia mudado – político-econômica primeira onda revolucionária, com a libertação de países latino-
e socialmente - em muito o panorama europeu e até mundial, americanos do jugo espanhol, e revoltas na Itália, na Espanha
de forma inexorável. Depois de aproximadamente vinte anos e na Grécia. Em 1830, a segunda, ameaçando Estados liberais
de guerra, a iniciativa dos governantes foi no sentido de promo- moderados, com guerras civis e revoltas populares. Essa se-
ver a paz, especialmente aqueles que ainda se detinham na quência de acontecimentos eliminou os últimos vestígios de
concepção do Antigo Regime. Mesmo a França, enquanto o feudalismo na Europa. E, em 1848, a terceira onda de revolu-
lado derrotado, não sofreu sanções tão duras se comparadas ções tomou o continente como um todo, derrubando governos.
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Só que nenhum dos governos rebeldes que assumiram o poder também modificações drásticas na sociedade da época. A so-
sobreviveria por muito tempo. No fim das contas, triunfou a or- ciedade aristocrática sendo devastada, também levou consigo
ganizada articulação dos liberais. os seus padrões e suas visões, abrindo espaço para uma nova
Após 1830, inicia-se a desintegração do movimento revo- forma burguesa de cultura, pensamento e coletividade. A arte
lucionário europeu em segmentos nacionais, que dá lugar a e a cultura em geral ganham um impulso que, entretanto, não
uma mentalidade voltada a fraternidade totalizante e a liber- a tornou acessível para as massas desfavorecidas. As últimas
dade mútua. Estes novos movimentos mais uma vez configu- apoiavam sua cultura especialmente nas manifestações popu-
ravam-se como consequência da “revolução dupla”, envol- lares (como o folclore), mantendo-se praticamente inalteradas
vendo, a partir de então, os proprietários menores ou pequena de 1789 até 1830, e sendo colocadas à parte de outras classi-
nobreza inferior. Surge, assim, uma classe média que conta ficações da arte. Mesmo os artistas do período, em especial os
com o apoio dos intelectuais profissionais que, por sua vez, românticos, possuíam clara aversão às classes superiores, po-
emerge em conjunto ao progresso das escolas e universidades. rém, nem sempre este antagonismo revelava-se na prática.
Tal acontecimento insuflou ao aumento notável do número de
pessoas instruídas e no consequente avanço científico.
Outros movimentos que também merecem destaque, se-
gundo Hobsbawm, são aqueles referentes às revoltas popula-
res contra o domínio estrangeiro, embora não possam ser clas-
sificados como nacionalistas modernos. Entretanto, mesmo
EXERCÍCIOS
com relação aos movimentos revolucionários anteriores, não se
pode afirmar que possuíssem um caráter socialista ou mesmo
voltado à democracia radical, prevalecendo ainda os interesses 6. A entrega pacífica do governo a um adversário pressupu-
das classes dominantes. É importante que se saliente a este nha um elevado nível de automoderação. O mesmo determinou
ponto que o feudalismo estava erradicado da França desde a a boa vontade de um governo em não usar os seus grandes
Revolução Francesa, bem como seria eliminado de outras re- recursos do poder na humilhação ou destruição de predeces-
giões, como a Alemanha, Países Baixos e Suíça por obra dos sores hostis ou opositores (...). As técnicas militares deram lu-
conquistadores franceses. As conquistas liberais e o incentivo gar às técnicas verbais do debate feitas de retórica e de persu-
de pensadores também acabaram por invadir as regiões adja- asão, a maior parte das quais exigia mais contenção geral,
centes, levando também ao banimento de tal sistema e da so- identificando, de modo nítido, esta mudança com um avanço
ciedade aristocrática, mesmo que em tempos diversos. As mu- da civilização.
danças nas relações agrárias, por exemplo, foram influencia- Norbert Elias, A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.
das pela Revolução Francesa, no entanto, a utilização racional
da terra já havia impressionado aos despostas esclarecidos do O processo histórico britânico ofereceu, entre os séculos XVII
período pré-revolucionário, sendo portanto, anterior ao evento e XIX, modelos institucionais e práticas políticas importantes.
francês. Da mesma maneira, consolidou-se a economia indus- A respeito deles, é correto afirmar que
trial, iniciada pela Inglaterra e firmada em 1848 neste país, de a] os debates acalorados no Parlamento, que desencadea-
forma gradual e lenta, em muitos casos. ram uma série de lutas sociais no século XVIII, foram ape-
Assim, enquanto a industrialização atingia índices vertigi- nas superados no início do século XIX com a instauração
nosos na Inglaterra, em outras regiões, como a França parecia do Regime Parlamentar.
caminhar a passos lentos. A verdade é que, diferentemente da b] após o turbulento século XVII, marcado por sucessivas lu-
Inglaterra, a economia capitalista francesa baseava-se nas es- tas sociais e golpes de Estado, a pacificação entre as clas-
truturas do campesinato e da pequena burguesia – não direci- ses dominantes ocorreu com o fortalecimento do Regime
onando capital para a indústria. Nos Estados Unidos, no en- Parlamentar ao longo do século XVIII.
tanto, a situação era diversa; enquanto na França existia o ca- c] a instauração da República de Cromwell e do parlamenta-
pital, este era escasso em terras americanas. Estes fatos de- rismo, em meados do século XVIII, foi responsável pelo fim
monstram claramente a maneira diversa como a industrializa- das turbulências políticas características do absolutismo
ção se comportou nas diferentes regiões e nações. Baseado monárquico.
nas afirmações anteriores, o autor ressalta que a maior conse- d] o avanço da civilização mencionado no texto ocorreu com
quência destes processos seria a divisão dos blocos entre paí- o estabelecimento do princípio da tolerância religiosa entre
ses desenvolvidos e subdesenvolvidos. anglicanos, calvinistas e católicos pelo Parlamento no final
Os efeitos causados pela “dupla revolução” não se restrin- do século XVIII.
giram apenas ao âmbito político e econômico, causaram e] o estabelecimento do parlamento bicameral, com
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representação para os nobres e para a burguesia enrique- e] Proibição das atividades artesanais.
cida, e do direito de voto universal, ambos no século XVIII,
foram responsáveis pela contenção das lutas sociais na 9. Em 1793, durante a Revolução Francesa, a Convenção,
Grã‐Bretanha. eleita por sufrágio universal em setembro do ano anterior, criou
a Lei dos Suspeitos. O Terror foi responsável por milhares de
7. Quando na mesma pessoa, ou no mesmo órgão de go- mortes na guilhotina. Essas pessoas foram consideradas, em
verno, o poder Legislativo está unido ao poder Executivo, não geral, “inimigas da revolução”. O advogado jacobino Maximilien
existe liberdade […] E também não existe liberdade se o poder Robespierre foi um dos principais nomes dessa fase da Revo-
Judiciário (poder de julgar) não estiver separado do poder Le- lução. Ele defendia que o Terror só poderia ser praticado se
gislativo (poder de fazer as leis) e do poder Executivo (poder fundamentado na virtude. Ele mesmo se autoproclamava “O In-
de executar, de por em prática as leis.) corruptível”. Sobre o Terror e sua moral, assinale a alternativa
Montesquieu, O espírito das leis, 1748. In: FREITAS, G. de; CORRETA.
900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1978. V. III, p.24 a] O Terror foi praticado para proteger os chamados “bons
cidadãos” franceses, o que era plenamente compatível
Político, filósofo e escritor, o Barão de Montesquieu (1689– com os princípios revolucionários de liberdade, igualdade
1755) se notabilizou por sua teoria sobre a separação dos po- e fraternidade.
deres, que organiza o funcionamento de muitos dos Estados b] O Terror, em nome da liberdade e da Revolução, instaurou
modernos até a atualidade. o chamado “despotismo da liberdade”, sendo a Lei dos
Ao formular sua teoria, Montesquieu criticou o regime absolu- Suspeitos um mecanismo autoritário de criminalização dos
tista e defendeu a divisão do governo em três poderes – Exe- indivíduos.
cutivo, Legislativo e Judiciário – como forma de c] O uso da violência pelo Terror, em nome da liberdade, atin-
a] garantir a centralização do poder monárquico e a vontade giu apenas criminosos de todo tipo, poupando os cidadãos
absoluta dos reis, bem como defender os interesses das que demonstrassem seguir os princípios do governo revo-
classes dominantes. lucionário.
b] desestabilizar o governo e enfraquecer o Judiciário, bem d] A violência foi praticada sobre o estamento nobreza, uma
como garantir a impunidade dos crimes cometidos pelos vez que esta, durante séculos anteriores, impediu o
mais pobres. avanço da burguesia ao poder e massacrou camponeses,
c] evitar a concentração de poder e os abusos dos governan- poupando outros grupos.
tes, bem como proteger as liberdades individuais dos cida- e] O Terror, apesar de brutal, seguiu a lei vigente e os meca-
dãos. nismos jurídicos mais modernos criados pela Revolução,
d] estabilizar o governo e fortalecer o Executivo, bem como em processo democrático, e aceito pela maioria.
liberar as camadas subalternas da cobrança de impostos.
e] fortalecer o povo e eliminar os governos, bem como elimi-
nar as formas de punição consideradas abusivas.
10. O mapa abaixo representa a divisão geopolítica europeia
no início do século XIX, destacando a estratégia militar napo-
leônica conhecida como Bloqueio Continental.
8. Dificilmente passa-se uma noite sem que algum sitiante te-
nha seu celeiro ou sua pilha de cereais destruídos pelo fogo.
Vários trabalhadores não diretamente envolvidos nos ataques
pareciam apoiá-los, como se vê neste depoimento ao The Ti-
mes: “deixa queimar, pena que não foi a casa”; “podemos nos
aquecer agora”; “nós só queríamos algumas batatas; há um
fogo ótimo para cozinhá-las”.
HOBSBAWM, E.; RUDÉ, G. Capitão Swing.
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado).
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A linha de Bloqueio Continental que se estende de Portugal até distrito ao outro, destruindo tudo que encontravam. Porém, mui-
a Noruega, representada no mapa, revela a intenção francesa de tos manifestantes foram condenados à prisão, à morte, à de-
a] integrar a economia europeia, com a isenção das tarifas portação e até à forca.
alfandegárias. O Ludismo ocorreu durante alguns anos, mas aos poucos
b] fortalecer a França, garantindo-lhe a livre circulação pelos os manifestantes constataram que não eram contra as máqui-
portos britânicos. nas que deveriam reagir, e sim ao uso que os proprietários fa-
c] desenvolver a economia espanhola, consolidando seu mo- ziam delas, abusando da mão-de-obra dos operários.
nopólio comercial na Península Ibérica.
d] isolar a Grã-Bretanha, impedindo-lhe o acesso a importan- Cartismo
tes mercados da Europa continental.
e] inibir o comércio de escravos oriundos de portos africanos, De maneira mais organizada, em 1836 surgiu o Cartismo,
situados ao norte da Linha do Equador. constituído pela “Associação dos Operários” e liderado por Fe-
argus O’Connor e William Lovett. Reivindicavam direitos políti-
cos, como o sufrágio universal (direito de voto), o voto secreto,
melhoria das condições e jornadas de trabalho. Redigiram a
MOVIMENTOS OPERÁRIOS; “Carta do Povo”, onde pediam um conjunto de reformas junto
DOUTRINAS SOCIAIS; ao Parlamento. Inicialmente, as exigências não foram aceitas
pelo Parlamento, havendo grandes movimentos e revoltas por
NACIONALISMOS E IMPERIA- parte dos operários. Depois de muitas tentativas e lutas, o Car-
tismo foi se dissolvendo até chegar ao fim. Porém, o espírito do
LISMO NA EUROPA DO SÉC. XIX movimento não se perdeu e ganhou maior presença política de-
pois de um tempo, fazendo com que algumas leis trabalhistas
fossem criadas.
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surge a fundação da Associação Internacional dos Trabalhado- trabalhista dependeu de muitas lutas, os operários e sindicatos
res (AIT). Mas a burguesia sempre achava novos meios de in- resistiram à muita pressão para que hoje, todos pudessem ter
terferir e reprimir os sindicatos. A história da legislação os direitos trabalhistas.
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EXERCÍCIOS
mento".
O processo é entendido por alguns historiadores antago-
nistas Bourbon, bem como a conquista do aristocrático sul da
Itália (Nápoles e Sicília), o estado mais industrializado da pe-
nínsula e a terceira na Europa a partir do Norte da Itália ( Po
Valley), influenciado por potências européias, como França e 12. Atualmente a Itália e a Alemanha são dois dos destinos mais
Áustria (de acordo com eles, o processo pode também ser in- almejados pelos imigrantes que fogem dos conflitos na Síria e na
terpretada como significando que o norte ao sul parasitados im- África Subsaariana. No entanto, no século XIX, o fluxo migratório
pedindo o seu desenvolvimento e incentivar a emigração e a era bem diferente. Eram os cidadãos destes territórios europeus
perpetuação da sua situação social. que buscavam refúgio e melhores condições de vida em outros
Historiadores como Benedetto Croce ver o processo como lugares, principalmente no continente americano. Observe os re-
a conclusão do Renascimento italiano, interrompido pelas inva- latos abaixo, que tratam deste contexto:
sões francesas e espanholas do século XVI, na Itália. Este re- Fala anônima de um italiano para um Ministro de Estado da
Itália no século XIX, em carta exposta no Memorial do Imi-
nascimento nacional Florence chegou de todas as regiões ha-
grante, em São Paulo.
bitadas povo italiano (incluindo a Sicília e depois Itália Ístria e
“Que entendeis por uma Nação, Senhor Ministro?
Dalmácia como não resgatados no século). É a massa dos infelizes?
Em qualquer caso, o processo foi finalmente canalizada Plantamos e ceifamos o trigo, mas nunca provamos pão
pela Casa de Saboia, reinante no Piemonte (nomeadamente branco.
pelo primeiro-ministro Conde Cavour), em detrimento de outras Cultivamos a videira, mas não bebemos o vinho.
intervenções "republicanos" notáveis (Mazzini, Garibaldi), jun- Criamos animais, mas não comemos a carne... Apesar disso,
tamente vicissitudes complicados ligados aos equilíbrio euro- vós nos aconselhais a não abandonarmos a nossa Pátria?
peu (intervenções da França e da Áustria), culminando com a Mas é uma Pátria a terra onde não se consegue viver do próprio
adição do último reduto dos Estados Pontifícios, em 1870. O trabalho?”
Relato feito por Robert Avé-Lallemant sobre os alemães que
novo Reino da Itália continuou reivindicação sobre áreas de
migraram para o Brasil, presente no livro Viagem pela província
fronteira, especialmente com o Império Austro-Húngaro (Tri-
do Rio Grande do Sul (1858).
este e Trentino), parcialmente solventaron em 1919 após a Pri- “Parece-me que os nossos bons compatriotas nesta natureza
meira Guerra Mundial (Tratado de Saint-Germain-en-Laye e sul-americana livre, onde estão expostos a lutas peculiares
emissão Gabrielle D'Annunzio). contra obstáculos naturais, desenvolvem ainda mais determi-
A unificação da Alemanha é um processo político que tem nação em resolver e agir… Por entre dificuldades começaram
lugar no final do século XIX, culminando com a criação do Im- eles, mas conquistaram o solo, e os que na Alemanha eram
pério Alemão. criados tornaram-se senhores pelo direito do trabalho.”
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De acordo com as informações acima, é correto afirmar que: seus territórios. Alguns deles foram: as divergências entre a In-
a] O italiano autor da carta exaltava as autoridades do seu glaterra e a Alemanha sobre a pretendida construção pelos in-
país por defenderem uma ideia de nação em que todos en- gleses de uma ferrovia que ligaria o Egito à África do Sul, vetada
contravam boas condições de trabalho. pela Alemanha; entre a França e a Inglaterra sobre outra ferrovia
b] Os deslocamentos para a América eram decorrentes das pretendida desta vez pela França cortando todo o Saara, tam-
dificuldades de sobrevivência encontradas nos países eu- bém impedida pela Inglaterra que dominava o Egito e o Sudão,
ropeus. ou ainda, novamente entre França e Inglaterra que brigavam
c] Os processos de imigração, tanto no século XIX quanto na pelo controle do Egito, do Sudão e do Canal de Suez.
atualidade, seguem sempre a mesma direção: da Europa O legado da dominação europeia foi devastador para as
para a América.
populações, a economia e a cultura africanas. Executando o
d] Nas novas terras para onde migraram, os alemães perma-
projeto de dominação imperialista, os colonizadores desloca-
neceram sempre como criados, sem nunca conseguirem
chegar a proprietários. ram muitas tribos de suas terras para dar lugar a construção de
e] Os imigrantes europeus eram considerados preguiçosos, minas e ao estabelecimento das plantations exportadoras, nos
sem motivação e sem capacidade de solucionar os proble- quais os africanos trabalhavam muitas vezes em regime de tra-
mas cotidianos. balho compulsório. O cultivo de alimentos foi desorganizado,
dando início aos sérios problemas de desabastecimento. Além
disso, instituíram a cobrança de impostos em economias não
monetárias; disseminaram a crença de que os povos africanos
IMPERIALISMO EUROPEU NO eram inferiores em relação aos povos brancos e impuseram as
línguas e a cultura europeias aos povos dominados, compro-
SÉCULO XX metendo a sobrevivência das culturas originais africanas. Foi
implantado ainda, em muitas regiões, um elaborado sistema e
Neocolonialismo na África e Ásia discriminação racial dos negros, conhecido na África do Sul
como apartheid que considerava os africanos seres humanos
de segunda classe.
A PARTILHA DA ÁFRICA Em todo o continente, durante e depois da ocupação, ex-
plodiram revoltas e movimentos de resistência contra a invasão
O processo de ocupação territorial, exploração econômica e e as medidas colonizatórias. Houve revoltas à própria chegada
domínio político do continente africano pelas potências euro- dos europeus como a Revolta Zulu no Sul da África e outras
peias teve início no século XV e se estendeu até a metade do rebeliões ocorridas depois da instalação dos europeus, como a
século XX. A descoberta de diamantes na África do Sul e aber- sudanesa e a etíope, que conseguiram criar por determinados
tura do Canal de Suez, ambos em 1869, despertaram a atenção períodos países livres do jugo europeu.
das potências europeias sobre a importância econômica e estra-
tégica do continente. Rapidamente, os países europeus come- O IMPERIALISMO NA ÁSIA
çaram a disputar os territórios africanos. Para concretizar a do-
minação, muitos países europeus fizeram uso de forças milita- No final do século XIX a Ásia se mostrava com uma orga-
res, em alguns casos, os próprios líderes africanos fizeram acor- nização social mais complexa do que aquela da maior parte do
dos com os estrangeiros para estabelecerem um controle e uma continente africano, que vivia sob uma organização tribal. As-
exploração conjunta da região. Grã-Bretanha, França, Portugal e sim como ocorrera na África, também na Ásia o Imperialismo
Bélgica controlaram a maior parte do território africano, seguidos significava a expansão dos grandes capitais do mercado euro-
da Alemanha, que perdeu suas posses africanas após derrota na peu em busca de investimentos e retorno econômico. Diferen-
Primeira Guerra Mundial. Os europeus repartiram o território afri- temente da dominação econômica na América Latina praticada
cano em mais de 50 Estados, cujas fronteiras foram demarcadas na mesma época, o processo de dominação asiática foi acom-
sem respeitar critérios étnicos e culturais fundamentais para evi- panhado da intensiva ocupação político-militar. Mais do que a
tar os futuros conflitos na região. Até o presente, as fronteiras África (que não tinha um expressivo mercado consumidor, mas
africanas, em muitos casos, dividem uma única comunidade ét- muitas matérias-primas), a Ásia se tornou o grande alvo da ex-
nica em duas ou mais nações, ou ao contrário, reúnem num pansão europeia, já que possuía um grande mercado consumi-
mesmo país diversas tribos rivais. dor e economias mais complexas do que as africanas.
Apesar das iniciativas como o Congresso de Berlim de 1885 As principais potências europeias que se encontravam na
(teve como objetivo regulamentar a ocupação da África pelas po- África participaram também da partilha da Ásia, como Inglaterra,
tências coloniais) os conflitos de interesses entre os colonizado- França, Bélgica e Alemanha. Mas outras potências também to-
res prevaleceu. Houve uma série de confrontos entre os países maram parte nesse processo, é o caso da Holanda (que desde
europeus sobre a dominação na África e a administração dos o século XVII, dominava a Indonésia); do Japão (que iniciou,
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HISTÓRIA • Paulo Gereba
após a sua vitória na Guerra Russo-japonesa, de 1905, a sua a revolta que culminou com a Restauração Meiji, que restaurou
expansão imperialista); dos EUA (que deram início a seu imperi- os poderes do imperador. A Era Meiji foi responsável pelo fim do
alismo em 1898), e ainda da Rússia, que já exercia uma domina- regime feudal no Japão e o início do seu processo de moderni-
ção no território asiático não caracterizada como imperialista. O zação. As reformas que visavam a ocidentalização japonesa in-
curso tomado pelo imperialismo ocidental na Ásia foi considera- cluíram uma reforma monetária, militar, o envio de japoneses aos
velmente diferente e mais complexo do aquele praticado anteri- centros de estudo do Ocidente e o incentivo à industrialização.
ormente na África. Na Ásia, alguns Estados europeus já possu- Em 1895, o Japão saiu vencedor da Guerra Sino-japonesa (1894
íam possessões que datavam da época inicial da colonização, e 1895) e em 1905, derrotou a Rússia na Guerra Russo-japonesa
como Portugal, desde o século XVI, além de França, Holanda e (1904-1905), conquistando a Coréia e a região Sul da Manchúria,
Inglaterra desde os séculos XVII e XVIII. Assim como ocorrera na China, dando início à sua expansão imperialista.
na África, o imperialismo ocidental na Ásia também estimulou as A Índia foi a principal colônia inglesa na Ásia. A dominação
rivalidades das grandes potências colonizadoras e produziu re- inglesa nessa região foi fruto de um longo processo que se es-
petidas crises internacionais. tendeu até meados do século XIX quando a coroa britânica as-
Na disputa pelo sudeste asiático encontravam-se França e sumiu o controle político sobre a Índia. Dentre outras ações, os
a Inglaterra. Desde meados do XIX, os franceses tinham fun- colonizadores ingleses desorganizaram a produção agrícola in-
dado a Indochina Francesa, ao mesmo tempo, os britânicos se diana implantando as plantações de ópio para o comércio com
expandiram para o leste da Índia e dominaram a Birmânia, Cin- a China.
gapura e organizaram na parte Sul do território, uma faixa de Antes da chegada dos europeus, os chineses viviam sob a
pequenos protetorados. No final do século XIX, a Tailândia era dinastia estrangeira Manchu. Desprezados pelo restante da
a única região a permanecer como Estado independente no su- China (que considerava sua cultura inferior o Sul do território
deste asiático, apesar de ameaçada por franceses e ingleses. chinês) Macau, Cantão e Hong Kong já eram tradicionalmente
Nas fronteiras ao Norte e ao Ocidente da Índia, os conflitos regiões mais abertas ao comércio ocidental. A abertura do res-
eram entre a Rússia e a Inglaterra. tante do país se deu em consequência da derrota chinesa nas
A entrada do Japão no grupo dos países imperialistas se duas Guerras do Ópio contra a Inglaterra. A partir de então,
deu através da própria pressão imperialista dos Estados Unidos muitos países ocidentais passaram a investir e a exportar pro-
e da Inglaterra. Inicialmente um país fechado, sob pressão dos dutos para a China. Apesar do avanço de várias potências im-
Estados Unidos, que impuseram os Acordos desiguais de Co- perialistas sobre a China, os Estados Unidos manifestaram o
mércio, o Japão (governado oficialmente por um imperador, mas seu interesse em preservar a unidade territorial Chinesa. Os
na prática governado pelo comandante das Forças Militares Ja- chineses organizaram várias revoltas e movimentos de resis-
ponesas, o Xogun) foi obrigado a promover a abertura de alguns tência contra o domínio estrangeiro no país.
dos seus portos para os países ocidentais, causando, em 1868,
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retorna para Portugal e seu filho aproxima-se ainda mais da tentassem desembarcar no Brasil.
aristocracia rural brasileira, que sentia-se duplamente amea- São Paulo vivia um clima de instabilidade para os irmãos
çada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portu- Andradas, pois Martim Francisco (vice-presidente da Junta Go-
gal e as guerras de independência na América Espanhola, res- vernativa de São Paulo) foi forçado a demitir-se, sendo expulso
ponsáveis pela divisão da região em repúblicas. da província. Em Portugal, a reação tornava-se radical, com
ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não retornasse
3. O SIGNIFICADO HISTÓRICO imediatamente.
José Bonifácio, transmitiu a decisão portuguesa ao prín-
DA INDEPENDÊNCIA
cipe, juntamente com carta sua e de D. Maria Leopoldina, que
ficara no Rio de Janeiro como regente. No dia sete de setembro
A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência de 1822 D. Pedro que se encontrava às margens do riacho Ipi-
do Brasil com o cuidado de não afetar seus privilégios, repre- ranga, em São Paulo, após a leitura das cartas que chegaram
sentados pelo latifúndio e escravismo. Dessa forma, a indepen- em suas mãos, bradou: "É tempo... Independência ou morte...
dência foi imposta verticalmente, com a preocupação em man- Estamos separados de Portugal".Chegando no Rio de Janeiro
ter a unidade nacional e conciliar as divergências existentes (14 de setembro de 1822), D. Pedro foi aclamado Imperador
dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos Constitucional do Brasil. Era o início do Império, embora a co-
da sociedade representados por escravos e trabalhadores po- roação apenas se realizasse em primeiro de dezembro de
bres em geral. 1822.
Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigências A independência não marcou nenhuma ruptura com o pro-
para que também o príncipe regente voltasse, a aristocracia ru- cesso de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas
ral passa a viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representa-
ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse vam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permanece-
o caráter revolucionário-republicano que marcava a indepen- ram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolida-
dência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria ção de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás,
seus privilégios. com a abertura dos portos.
A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja maçô-
nica Comércio e Artes) e a imprensa uniram suas forças contra
a postura recolonizadora das Cortes.
D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida O PRIMEIRO REINADO
poderia representar o esfacelamento do país. Era preciso ga-
nhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se concretizariam
(1822-1831)
os interesses da aristocracia rural brasileira. Um abaixo assi-
nado de oito mil assinaturas foi levado por José Clemente Pe-
reira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1. ASPECTOS GERAIS
1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pres-
sões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e fe- A vinda da Família Real para o Brasil, em 1808, encerrou
licidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico". o monopólio comercial português. Quando o Brasil declarou
É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e sua independência, em 1822, com o apoio inglês, houve resis-
bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em tência dos portugueses especialmente na Bahia e no Pará;
troca da futura independência não alterar a realidade sócio- Vencidos os portugueses, reuniu-se a Assembléia Consti-
econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo tuinte em 1823, que fez um projeto de Constituição centrali-
para o rompimento definitivo com Portugal. Graças a homens zando o governo no Rio de Janeiro e mantendo os privilégios
como José Bonifácio de Andrada e Silva (patriarca da indepen- dos proprietários e a escravidão, entre outras medidas. Ao ten-
dência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e outros, o tar limitar os poderes de dom Pedro I, a Constituinte foi cercada
movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente por tropas imperiais e fechada;
com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas Dom Pedro I convocou um conselho para elaborar uma
somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título nova Constituição, outorgada em 1824. Através dela, o poder
de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido do imperador foi mantido praticamente sem limitações. A Cons-
pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada tituição manteve a maior parte da população na miséria e sem
uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em primeiro direito à cidadania;
de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que
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HISTÓRIA • Paulo Henrique
• Características do Ante-Projeto Constitucional de 1823 anos de idade. O poder permaneceu nas mãos da mesma
classe dominante da época da independência;
__________________________________________________ Entre 1822 e 1831, a maioria da população era analfabeta,
__________________________________________________ poucos jornais eram impressos no país e os artistas eram
__________________________________________________ quase todos estrangeiros. Os primeiros cursos superiores fo-
__________________________________________________ ram criados em 1827. A situação social pouco se transformou:
__________________________________________________ os escravos e as mulheres continuaram submetidos.
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
Texto Complementar
• Características da Constituição Outorgada de 1824 Crise no Primeiro Reinado
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I. Na noite de 20 de novembro de 1830, os estudantes do Curso ocupado pelo parente mais próximo do soberano. Como o prín-
Jurídico de São Paulo promovem uma passeata para comemo- cipe Pedro tem apenas 5 anos, é formada uma regência tríplice
rar a revolução liberal que, na França, depusera o rei Carlos X. provisória para administrar o país.
Durante a manifestação, Libero Badaró é assassinado por des-
conhecidos. Pouco antes de morrer, teria dito: "Morre um libe-
ral, mas não morre a liberdade". Sua morte acelera a crise po-
lítica do primeiro reinado: mais de cinco mil pessoas compare- O PERÍODO REGENCIAL
cem ao enterro e multiplicam-se as manifestações pela renún- (1831-1840)
cia do imperador.
Cipriano José Barata de Almeida (1764-1838) é um dos
mais combativos jornalistas brasileiros do período imperial.
Nasce em Salvador, Bahia, e forma-se em filosofia e cirurgia 1. ASPECTOS GERAIS
pela Universidade de Coimbra. Liberal-democrata radical, par-
ticipa da Conjuração Baiana, em 1798, e da Revolução Per- Nas regências (1831-1840), os principais grupos políticos
nambucana de 1817. Em 1821, deputado pela Bahia nas Cor- eram os liberais moderados (latifundiários e grandes comerci-
tes Constitucionais, em Lisboa, assume posições separatistas. antes), liberais exaltados (classe média) e restauradores (por-
Volta ao Brasil em 1822 e estréia na imprensa na Gazeta de tugueses aliados a dom Pedro I) ;
Pernambuco. Em 1823, cria o jornal Sentinela da Liberdade na Até dom Pedro de Alcântara atingir a maioridade, os re-
Guarita de Pernambuco, onde denuncia as tendências absolu- gentes governariam em seu nome. Na Regência Trina, desta-
tistas de dom Pedro I. Eleito para a Assembléia Constituinte, cou-se o padre Diogo Antônio Feijó;
prefere ficar em seu "posto de combate": a redação do Senti- Os pasquins, jornais ligados a grupos políticos, eram utili-
nela, em Pernambuco. Preso nas turbulências que precedem a zados para atacar os inimigos e o governo de forma irônica.
dissolução da Constituinte, em novembro, inaugura nova série Além disso, os partidos organizavam rebeliões populares e mi-
de seu jornal, agora clandestino: A Sentinela da Liberdade na litares. Para acabar com as manifestações políticas do Exér-
Guarita de Pernambuco Atacada e Presa na Fortaleza do Brum cito, Feijó organizou a Guarda Nacional;
por Ordem da Força Armada e Reunida. Sua ousadia é punida Através da Guarda Nacional, Feijó derrotou a tentativa de
com sucessivas transferências de prisão. Em quase todas con- golpe liderada por José Bonifácio, tutor do príncipe. Feijó tentou
segue reeditar o jornal, apenas adaptando o título. Sai da prisão destituir José Bonifácio, porém o Senado rejeitou sua proposta.
em 1830. Com 64 anos e a saúde abalada, volta para a Bahia Feijó demitiu-se do cargo de ministro da Justiça, mas os liberais
e publica A sentinela da Liberdade, Hoje na Guarita do Quartel- moderados mantiveram-se no poder;
general de Pirajá. Defende o federalismo e idéias republicanas. Até a outorga da Constituição de 1824, os castigos físicos
Volta a ser preso várias vezes e continua na ativa até sua eram aplicados aos presos e aos escravos. Essas penas só fo-
morte. ram mudadas com o Código de Processo Criminal de 1832,
feito sob pressão dos liberais exaltados. Entretanto, o Código
Abdicação de Dom Pedro I manteve os escravos submetidos aos senhores;
O Ato Adicional, aprovado em 1834, modificou a Constitui-
Em 1831 os confrontos entre as diferentes facções políti- ção: criaram-se as Assembléias provinciais e o Conselho de
cas de oposição ao imperador se intensificam. Os partidários Estado e a Regência Trina foram extintos. No lugar desta úl-
de dom Pedro ganham a adesão dos portugueses residentes tima, criou-se a Regência Una. O regente passou a ser esco-
no Brasil e estouram distúrbios em várias Províncias. O mais lhido pelo voto de 6 mil homens de posses;
sério ocorre no Rio de Janeiro e fica conhecido como a Noite Com a morte de dom Pedro I em Portugal, o Partido Res-
das Garrafadas. Em 12 de março de 1831 portugueses e bra- taurador perdeu sua razão de ser. O quadro partidário mudou,
sileiros atracam-se nas ruas durante um ato de desagravo a passando a existir os partidos Liberal (somando parte dos anti-
dom Pedro, com muitos feridos para os dois lados. Protestos e gos exaltados e moderados) e Conservador (parte dos mode-
novos conflitos se reproduzem nas semanas seguintes. rados e os antigos restauradores) ;
Poucas divergências separavam liberais e conservadores,
Renúncia de dom Pedro entre elas o grau de autonomia das províncias. Com a vitória
dos liberais nas eleições de 1835, Feijó tornou-se o único re-
Pressionado e sem apoio, dom Pedro abdica do trono em gente. Renunciou em 1837, pressionado pelos conservadores
7 de abril de 1831 em favor de seu filho Pedro. Seu ato tem e pelas revoltas provinciais;
apoio na Constituição: em caso de vacância, o trono deve ser
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2. DO GOLPE DA MAIORIDADE AO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
PARLAMENTARISMO ÀS AVESSAS (1840-1889)
Antes de começarmos a pensar esse longo período da his-
tória Brasileira, conhecido como Segundo Reinado (1840- Os primeiros anos do Segundo Reinado ainda foram mar-
1889) gostaria de fazer algumas reflexões sobre D. Pedro II. cados pelos velhos conflitos políticos progressistas (agora cha-
Em geral quando pensamos na imagem de D. Pedro II nos mados de liberais) e regressistas (denominados agora de con-
lembramos sempre de um homem velho, barbudo, grisalho, fi- servadores).
gura corrente em muitos livros didáticos. Quando estudamos O ministério liberal que assumiu o poder com golpe da mai-
as suas atuações políticas, logo nos vem à cabeça a crise do oridade teve vida curta. As denúncias de fraude nas eleições
Império e a noção de um político ultrapassado e conservador. parlamentares de 1840 (que ficaram conhecidas como as "elei-
Essa visão nos parece um tanto quanto confusa. D. Pedro ções do cacete") comprometeram o gabinete liberal. Diante
II assumiu o poder com quase 15 anos de idade e nele perma- dessa denúncia e de pressões dos conservadores, essas elei-
neceu por 49 anos. A imagem, portanto, que nos parece mais ções foram anuladas e o gabinete liberal, destituído pelo impe-
adequada é a de um governante Jovem. rador. D. Pedro II ainda com 15 anos mostrava uma nova face,
Uma confusão parecida acontece quando se trata de ana- a de detentor do Poder Moderador e não de marionete como
lisar o poder desse imperador sobre o Estado. Muitos dizem gostariam os liberais.
Ter sido ele mero espectador, enquanto a aristocracia brasileira
comandava o cenário político. 2.1. O Golpe da Maioridade (1840)
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liberdade, seis anos durante os quais o governo, desprovido de nas leis, no sentido do fortalecer a autoridade e preservara uni-
meios coercitivos, quase que por milagre lograra manter-se, ti- dade nacional; daí a tão desejada interpretação do Ato Adicional
nham desenganado os elementos mais realistas dentre os libe- para impedir excessos federalistas; daí a projetada remodelação
rais e mostrado a conveniência de armar o poder, de dar força do Código do Processo. Do seu lado; os liberais, na oposição,
à autoridade. Nessas eleições de 1836 lançavam-se as bases começavam a pensar mais seriamente em planos antes do
do futuro Partido Conservador do Segundo Reinado, a cuja agrado dos elementos que constituíam o 'regresso' ao tempo da
sombra se abrigaram, de preferência, proprietários agrícolas, regência de Feijó: a antecipação da maioridade de D. Pedro".
fazendeiros e senhores de engenho, latifundiários e escravo- A solução parecia simples: "Tivesse o país um imperador
cratas, empenhados em contrabalançar na direção política do e a ordem se implantaria providencialmente. Havia, é certo,
país a influência dos centros urbanos, com os seus agitadores quem fosse mais positivo e visse numa 'ditadura legal' a salva-
e sua imprensa, preponderantes desde os dias da independên- ção. Dessa 'ditadura legal' os jornais se ocupavam mais ou me-
cia. Vasconcelos, Honório Hermeto. Rodrigues Torres, já então nos abertamente e na Câmara, em agosto de 1839, por ela se
tácita ou declaradamente unidos a elementos como os que re- declarou o deputado Barreto Pedroso. Mas o grande recurso já
presentavam, por exemplo, o futuro marques de Olinda, foram era a maioridade, embora muita gente a quisesse como mero
dos que mais claramente perceberam o novo rumo dos acon- pretexto para assalto mesquinho e egoístico do poder, porfi-
tecimentos. A nova e próspera lavoura cafeeira do Centro-Sul ando os partidos políticos em abrir um crédito na gratidão do
aliava-se aos interesses da agricultura do açúcar do Norte". menino que subiria ao trono”. Assim, liberais da direita e con-
O radicalismo da esquerda liberal, assim, na fase em que servadores deságuam no mesmo estuário, o de um golpe par-
o centro de gravidade da economia, do país se deslocava para lamentar que, sem luta, sem abalo, sem controvérsia, man-
o sul, quando começava a tomar impulso a produção e a ex- tendo o velho expediente da monarquia, fórmula salvadora
portação do café, proporcionando saldos, provocava o movi- desde o início do processo da independência, garantisse os
mento contrário, unindo-se as forças da classe que dividida em seus privilégios, trouxesse para eles a cobertura bem-aventu-
seus interesses vinha permitindo a existência tormentosa dos rada da ordem, da paz, da tranquilidade. E levaram ao trono,
pronunciamentos liberais. Nos países onde o proletariado não então, o jovem herdeiro para, à sombra dele, realizarem o "re-
existe, ou ele é fraco, o radicalismo de esquerda encontra gresso", isto é, o abandono total dos princípios liberais.
campo fácil para expandir-se e até para desmandar-se. Esse SODRÉ, Nelson Werneck. Razões da independência. São Paulo: brasiliense.
radicalismo, peculiar às camadas médias, à pequena burgue-
sia, esquece frequentemente as condições objetivas e coloca 2.2. O Parlamentarismo às avessas (1847-1889)
os seus esforços nas tentativas de, apressadamente, introduzir
alterações que a realidade não comporta. Tais impulsos, por “Nada mais conservador que um Liberal no poder...”
vezes generosos e até heroicos, acarretam, com a mesma fre-
quência, retornos reacionários no processo dialético que cons- Apesar dos conflitos iniciais entre conservadores e liberais, a
titui a história. O Brasil iria assistir a um desses retrocessos. tendência política no Segundo reinado era a conciliação entre os
Porque, agora, tratava-se de armar o poder de condições dois partidos. Afinal de contas, a maior diferença ideológica entre
para pôr fim à agitação. A ordem, a paz, a tranquilidade foram eles no período regencial era quando a maior ou menor centraliza-
palavras acolhidas por toda a parte, por toda parte encontrando ção política, sendo esse o principal causador dos conflitos.
receptividade, ganhando adeptos. Na mesma' marcha, as alte- O Segundo Reinado põe fim à discussão sobre o grau de
rações eram gradativamente introduzidas, para reforço da au- centralização, pois agora o poder está nas mãos do imperador,
toridade central e das autoridades provinciais dependentes. O e isso é indiscutível. Restavam agora os jogos de interesses
centro ia sendo provido de meios adequados que o desenvol- dos diversos setores representados no Parlamento. Não mais
vimento material permitia. Os empréstimos externos se suce- por grandes divergências ideológicas, mas pelo acesso ao uso
deriam: a Regência concretizou o terceiro, em sua fase final, ao da máquina do Estado.
preparar o caminho para o novo sistema, com o restabeleci- Uma das principais características políticas do Segundo
mento do Império, na pessoa do herdeiro ainda menor. Depois Reinado foi a criação do cargo de presidente do Conselho de
da Maioridade, a curtos intervalos, eles viriam das a ilusão da Ministros em 1847, dando início a um período denominado na
ordem na economia e nas finanças, a ilusão do progresso. época de regime parlamentarista.
Os laços iam sendo apertados: "As desordens, os motins, Até então o imperador era responsável direto pela escolha
as revoluções, com a insegurança, a instabilidade, os reflexos na do Congresso de Ministros e pelo governo do país. A partir da-
economia do país, estavam criando um ambiente de susto, de quela data, o imperador passou a escolher somente o presi-
perigo iminente, de pânico bastante propício a medidas extraor- dente do Conselho de ministros e este, por sua vez, passou a
dinárias. Os 'regressistas' no poder cuidavam de uma reforma escolher e ter a responsabilidade pelo Ministério. Criava-se
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HISTÓRIA • Paulo Henrique
enviado pelo poder central em 1845. Estavam afastados a fa- eco do socialismo europeu de 1848, na medida em que espe-
mília Cavalcanti e, consequentemente, o conservadorismo. cificava o "trabalho como garantia de vida para o cidadão bra-
Simultaneamente à dominação praieira, crescia a insegu- sileiro defendido pelos socialistas franceses.
rança dos latifundiários e dos comerciantes lusos, frequente-
mente atacados pelas ações policiais dos praieiros. A aversão O Fim
aos portugueses tomou conta dos praieiros, e em 1847, se-
gundo Caio Prado Jr., "aos gritos de mata marinheiros são os O malogro da revolução Praieira decorreu principalmente
portugueses mortos nas ruas na capital de suas casas invadi- da carência de recursos materiais e menos da clareza ideoló-
das e saqueadas". gica. As forças repressivas terminaram por rechaçar os revolu-
cionários; Pedro Ivo, atraído pelas falsas promessas governis-
A Radicalização tas, foi preso em Alagoas, em 1850. Depois de dois anos, em
1852, os praieiros foram anistiados. Encerrou-se, então, o ciclo
Os praieiros começaram a pedir a expulsão dos portugue- de revoltas iniciados pelo movimento da independência.
ses solteiros e a exigir reformas sociais. Luiz Koshiba e Denise Manzi Frayze Pereira. A História do Brasil, pp. 205-207
As agitações cresciam e os presidentes provinciais, suces-
sores de Chichorro da Gama, mostravam-se impotentes para
refreá-las. No Parlamento, os representantes praieiros lutavam
EXERCÍCIOS
para conseguir a nacionalização do comércio, afastando dele
os portugueses. O gabinete liberal de Paula Souza, não po-
dendo conter por outro, "fortemente reacionário", liderado por
Pedro de Araújo lima, cujo conservadorismo extremo já fora no-
tado em 1837, quando substituiu o Regente Feijó. O novo ga-
binete assumiu o poder a 9 de setembro de 1848 e, já no mês
BRASIL: INDEPENDÊNCIA, PRIMEIRO REINADO
seguinte, nomeou um novo presidente provincial, Herculano
E PERÍODO REGENCIAL
Ferreira Pena. Os praieiros passaram, então, a hostilizar aber-
tamente o novo governo. A 7 de novembro eclodiu a revolução.
1. (Cesgranrio) Os movimentos de rebelião colonial e o pro-
O Levante Armado cesso de emancipação política do Brasil estão ligados às trans-
formações do mundo ocidental no final do século XVIII. Assim,
A massa popular imediatamente passou à insurreição ar- está carreto afirmar que:
mada, apesar da oposição das lideranças moderadas, como a a] o desenvolvimento industrial reforçou o pacto colonial,
de Borges da Fonseca. De Olinda o levante armado ganhou o como instrumento de reserva de mercado.
interior. Nessa fase destacou-se Pedro Ivo Veloso da Silveira, b] a Ilustração promoveu expressiva modernização econô-
principal líder da revolta armada, que obteve grandes sucessos mica da colônia e o reforço da religiosidade expressa no
militares contra militares contra a resistência oficial. Barroco.
Em 1º de janeiro de 1849, os revolucionários os lançaram c] a emancipação política, no caso brasileiro, marcou a defi-
o manifesto ao mundo, redigido por Borges da Fonseca. Se- nitiva separação entre portugueses, agentes da metrópole
gundo caio Prado Jr., as principais exigências eram as seguin- e colonos brasileiros.
tes: "1º - Voto livre e universal do povo brasileiro; 2º - Plena d] as reações contra o domínio metropolitano foram movi-
liberdade de comunicar os pensamentos pela imprensa; 3º - mentos autóctones das elites coloniais, não se ligando ao
Trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro; 4º - processo geral da crise do Antigo Regime.
Comércio a retalhos para os cidadãos brasileiros; 5º - Inteira e e] as rebeliões coloniais foram influenciadas pelo pensa-
efetiva independência dos poderes constituídos; 6º - Extinção mento liberal, apesar das diferenças entre as áreas coloni-
do poder moderador e do direito de agraciar; 7º - Elemento fe- ais e a Europa.
deral na nova organização; 8º - Completa reforma do poder ju-
dicial de modo a assegurar as garantias individuais dos cida- 2. (UFRJ) "(...) o povo nada ganhou absolutamente com a
dãos; 9º - Extinção do juro convencional; 10º - Extinção do atual mudança operada. A maioria dos franceses lucrou com a Re-
sistema de recrutamento". volução que suprimiu privilégios e direitos auferidos por uma
O programa políticos dos praieiros possuía, como se vê, casta favorecida. Aqui, lei alguma consagrava a desigualdade,
uma coerência ideológica como nenhum movimento anterior todos os abusos eram o resultado do interesse e dos caprichos
havia alcançado. Era radicalmente democrático e já continha o dos poderosos e dos funcionários. Mas são estes homens que,
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HISTÓRIA • Paulo Henrique
no Brasil, foram os cabeças da revolução, (...)" 5. (Fuvest) A organização do Estado brasileiro que se seguiu
(SAINT-HILAIRE, A. de. Segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Geríeis
à independência resultou do projeto do grupo
e São Paulo-1822. In: MATTOS, Ilmar R., ALBUQUERQUE, Luís Affonso S.
de. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil. São Paulo: a] liberal-conservador, que defendia a monarquia constituci-
Atual, 1991. p. 63-4.) onal, a integridade territorial e o regime centralizado.
b] maçônico, que pregava a autonomia provincial, o fortaleci-
O processo de ruptura do pacto colonial assumiu dimensão de- mento do executivo e a extinção da escravidão,
finitiva por ocasião das mudanças ocorridas quando da Era Na- c] liberal-radical, que defendia a convocação de uma Assem-
poleônica. Os interesses colonialistas sofreram contestações e bleia Constituinte, a igualdade de direitos políticos e a ma-
o ideário da Revolução Francesa influiu decisivamente nos mo- nutenção da estrutura social.
vimentos políticos ocorridos no interior das colônias america- d] cortesão, que defendia os interesses recolonizadores, as
nas. No Brasil, esse processo reflete-se em ações que resulta- tradições monárquicas e o liberalismo econômico.
ram na independência de 1822, precedida de movimentos, e] liberal-democrático, que defendia a soberania popular, o
como o da Insurreição Pernambucana de 1817, que visavam federalismo e a legitimidade monárquica.
ao rompimento com a metrópole.
a] Cite duas razões que contribuíram para a eclosão da In- 6. (UnB) Leia o texto que se segue.
surreição Pernambucana de 1817. "A independência do Brasil não resultou em maiores alterações
b] Justifique o apoio dos grandes proprietários ao processo da ordem social e econômica, ou da forma de governo. Exem-
de independência no Brasil. plo único na história da América Latina, o Brasil ficou sendo
uma monarquia entre repúblicas."
3. (Cesgranrio) A transferência do governo português para o (FAUSTO, Boris. História do Brasil.)
Brasil, em 1808, teve ligação estreita com o processo de eman-
cipação política da colônia porque: Quanto às razões dessa continuidade social e econômica entre
a] introduziu as ideias liberais na colônia, incentivando várias a colônia e o império, julgue os itens seguintes.
rebeliões. a] A abertura dos portos por D. João estabeleceu uma ponte
b] reforçou os laços de dependência e monopólio do sistema entre a Coroa portuguesa e os setores dominantes na co-
colonial, aumentando a insatisfação dos colonos, lônia.
c] incentivou as atividades mercantis, contrariando os inte- b] A elite política promotora da independência, embora dese-
resses da grande lavoura. jasse rupturas sociais mais profundas, teve de enfrentar a
d] instalou no Brasil a estrutura do Estado português, refor- resistência da corte portuguesa,
çando a unidade e a autonomia da colônia. c] A monarquia transformou-se em um símbolo de autori-
e] favoreceu os comerciantes portugueses, prejudicando os dade, nos primeiros anos após a independência, mesmo
brasileiros e os ingleses ligados ao comércio de importa- quando D. Pedro I era contestado.
ção. d] A continuidade foi facilitada pela existência de uma elite
política orgânica, com uma base social firme e um projeto
claro para a nova nação.
4. (PUC-SP) "(...) todos os brasileiros, e sobretudo os bran-
cos, não percebem suficientemente que O tempo de se fechar
a porta aos debates políticos (...). Se se continua a falar dos 7. (Cesgranrio-) A formação do Estado nacional, no Brasil, foi
direitos dos homens, da igualdade, terminar-se-á por pronun- marcada por confrontas e períodos de instabilidade. A esse res-
ciar a palavra fatal. liberdade, palavra terrível e que tem muito peito, assinale a opção que expressa corretamente uma etapa
mais força num país de escravos que em qualquer outra parte da história política do império.
(...)" a] O Ato Adicional de 1834 reafirmou a concepção centralista
(MOTA, C. G. 1822. Dimensões.) do império, abalada com a abdicação de D. Pedro l.
b] O Segundo Reinado, em sua primeira fase (1840- 1850),
O texto acima, escrito provavelmente por volta de 1823/1824, foi marcado por medidas centralizadoras e pela derrota
O parte de uma carta sobre a independência do Brasil, enviada dos últimos movimentos revolucionários.
por um observador europeu a D, João VI. Leia com atenção o c] A maioridade marcou a derrota do grupo político regres-
texto e, a seguir, identifique e comente os limites sociais do pro- sista, na medida em que instituiu o poder absoluto do im-
cesso brasileiro de independência. perador.
d] A Conciliação, aliança de liberais e conservadores, garan-
tiu a efetivação do ideário democrático dos primeiros.
e] As rebeliões provinciais, como a Farroupilha (RS) e a
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HISTÓRIA • Paulo Henrique
Balaiada (MA), expressaram a reação restauradora das oli- 10. (Vunesp) "O quadro político O evidentemente alterado com
garquias contra o liberalismo do governo regencial. a nova ordem: quem fazia oposição ao governo se divide em
dois grandes grupos – o dos moderados, que estão no poder;
8. (UFMG) Nos textos seguintes, Gilberto Freyre descreve, os exaltados, que sustentam teses radicais, entre elas a do fe-
respectivamente, a rotina de uma senhora de engenho, dona deralismo, com concessões maiores às Províncias. Outros, de-
de casa ortodoxamente patriarcal, e a rotina de um novo tipo putados, senadores, Conselheiros de Estado, jornalistas... per-
de mulher, surgida nos meados do século XIX. manecem numa atitude de reserva, de expectativa crítica. De-
"... levantando-se cedo a fim de dar andamento aos servi- les, aos poucos surgem os restauradores ou caramurus."
ços, ver se partir a lenha, se fazer o fogo na cozinha, se matar (IGLÉSIAS, Francisco. Brasil, sociedade democrática.)
a galinha mais gorda para a canja; a fim de dar ordem ao jantar
(...) e dirigir as costuras das mucamas e molecas, que também O texto refere-se à nova ordem decorrente
remendavam, cerziam, remontavam, alinhavavam a roupa da a] da elaboração da Constituição de 1824.
casa, fabricavam sabão, vela, vinho, licor, doce, geléia. Mas b] do golpe da maioridade.
tudo devia ser fiscalizado pela iaiá branca, que às vezes não c] da renúncia de Feijó.
tirava o chicote da mão," d] da abdicação de D. Pedro I.
"... acordando tarde por ter ido ao teatro ou a algum baile; e] das revoluções liberais de 1824.
lendo romance; olhando a rua da janela ou da varanda; levando
duas horas no toucador (...) outras tantas horas no piano, estu- 11. (Mackenzie-SP) “O certo é que, se os marcos cronológicos
dando a lição de música, e ainda outras na lição de francês ou com que os historiadores assinalam a evolução social e política
de dança. Muito menos devoção religiosa do que antigamente. dos povos não se estribassem unicamente nos caracteres ex-
O médico de família mais poderoso que o confessor. O teatro ternos e formais dos fatos, mas refletissem a sua significação
seduzindo as senhoras elegantes mais que a igreja. O próprio íntima, a independência do Brasil seria antedatada de catorze
baile mascarado atraindo senhoras de sobrado." anos...”
(FREYRE, Gilberto. Sobrados e mocambos. (Caio Prado Júnior. Evolução política do Brasil.)
Rio de Janeiro: J. Olympio, 1968. t.1, p. 109-10.)
O fato histórico mencionado no texto e que praticamente anulou
a] Indique três mudanças ocorridas na estrutura socioeconô- nossa situação colonial foi:
mica do Brasil, na segunda metade do século XIX, que ex- a] criação do ensino superior;
plicam as transformações ocorridas no papel feminino. b] alvará de liberdade industrial;
b] Descreva a condição da cidadania da mulher no período c] tratado de 1810 com a Inglaterra;
primário-exportador. d] abertura dos portos;
e] elevação do Brasil a Reino Unido.
9. (Cesgranrio) A concretização da emancipação política do
Brasil, em 1822, foi seguida de divergências entre os diversos 12. (Fuvest) “As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias
setores da sociedade, em torno do projeto constitucional, cul- inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam
minando com o fechamento da Assembleia Constituinte. aos olhos: algodão estampado, ferragens de Birmigham podem
Assinale a opção que relaciona corretamente os preceitos da ser obtidos nas lojas do Brasil a um preço um pouco mais alto
Constituição Imperial com as características da sociedade bra- do que em nossa terra.”
sileira. Essa descrição das lojas do Rio de Janeiro foi feita por Mary
a] A autonomia das antigas capitanias atendia aos interesses Graham, uma inglesa que veio ao Brasil em 1821.
das oligarquias agrárias. a] Como se explica a grande quantidade de produtos ingleses
b] O poder moderador conferia ao imperador a proeminência à venda no Brasil desde 1808, e sobretudo depois de
sobre os demais poderes. 1810?
c] A abolição do Padroado, por influência liberal, assegurou b] Quais os privilégios que os produtos ingleses tinham nas
ampla liberdade religiosa. alfândegas brasileiras?
d] A abolição progressiva da escravidão, proposta de José
Bonifácio, foi uma das principais razões da oposição ao 13. (UFSM-RS) Em novembro de 1823, D. Pedro I fechou a
imperador D. Pedro l.
Assembléia Constituinte. Em março do ano seguinte, outorgou
e] A introdução do sufrágio universal permitiu a participação
uma Carta Constitucional à nação. Os liberais protestaram de-
política das camadas populares, provocando rebeliões em
vido ao fato de o imperador haver:
várias partes do país.
a] desconsiderado o problema da escravidão;
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cafeicultoras, pois os escravos transferidos das fazendas Higienópolis, na cidade de São Paulo.”
açucareiras do Nordeste eram a maioria absoluta da mão- (Ricardo Maranhão e Antonio Mendes Jr. Brasil Histórico)
de-obra nas plantações do Oeste Paulista;
b] o desenvolvimento de uma política governamental de dis- A partir dos seus conhecimentos e da leitura do texto, deduz-
tribuição de pequenas propriedades às famílias imigrantes, se que o cultivo do café não possibilitou:
que plantavam café a baixos custos e o vendiam a meno- a] um predomínio econômico dos plantadores paulistas sobre
res preços no mercado internacional; os plantadores fluminenses;
c] a coexistência de grandes propriedades escravistas e mo- b] um crescimento urbano populacional significativo;
nocultoras de café para exportação e pequenas proprieda- c] um atrelamento dos fazendeiros paulistas aos setores
des de famílias imigrantes, que produziam gêneros de sub- mais dinâmicos da produção;
sistência para os mercados urbanos; d] uma instrumentalização do comércio praticada pelas ca-
d] o desenvolvimento de uma política governamental de sub- madas médias da sociedade;
venção à imigração, cujo objetivo era estimular o investi- e] um ganho nos “foros de nobreza”, mesmo que não pelo
mento, por parte dos imigrantes, de capitais na construção nascimento, pelos fazendeiros paulistas.
de estradas de ferro e nas indústrias nascentes;
e] a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre de 5. (Unirio) O envolvimento do Brasil em sucessivos conflitos
imigrantes europeus no interior das fazendas cafeicultoras, na região platina, na segunda metade do século XIX, pode ser
o que permitiu uma maior lucratividade do capital cafeeiro explicado pelo(a):
e seu investimento em estradas de ferro, no comércio e em a] tradicional rivalidade entre Brasil e Argentina com vistas ao
indústrias. controle do Estuário do Prata, culminando com a derru-
bada de Rosas naquele país;
3. (UFBA) A cultura do café não apenas solucionou a crise b] neutralidade do Império em relação à política uruguaia,
econômica dos meados do século XIX, como possibilitou o se- obrigação assumida quando da independência da Cispla-
guinte ou os seguintes desdobramentos: tina;
01. Implantação e desenvolvimento de um sistema ferroviário c] independência do Paraguai, apoiada pela Argentina, e
com vistas a minimizar os sérios problemas de transporte. suas pretensões expansionistas sobre o território brasi-
02. Introdução do trabalho livre como forma de suprir a escas- leiro;
sez de mão-de-obra decorrente da extinção do tráfico de d] apoio inglês à restauração do Vice-Reino do Prata, criando
escravos. uma unidade de domínio na região;
04. Dinamização das atividades comerciais de importação e e] conflito do Império Brasileiro com os países platinos em
exportação, possibilitando o desenvolvimento do sistema torno da competição no comércio de produtos pecuários.
bancário.
08. Ruptura da sociedade patriarcal tradicionalista, ocasio- 6. (UFV-MG) Em 1997 o Brasil comemorou 150 anos de nas-
nando o declínio dos proprietários de terra. cimento de Castro Alves, um poeta baiano, cujos versos sim-
16. Extinção do modelo agrário-escravista-exportador, como bolizam a luta pela liberdade e contra a escravidão. Com rela-
resultado do surto industrial ocorrido no período. ção à escravidão e à estrutura social no Brasil, é incorreto afir-
32. Aparecimento e desenvolvimento de núcleos urbanos mar que:
como resultado da complexidade crescente dos empreen- a] houve um processo gradual de abolição da escravidão a
dimentos comerciais. partir de 1850 com o fim do tráfico negreiro;
Dê como resposta a soma dos itens corretos. ( __ ) b] a mão-de-obra escrava representava a base de sustenta-
ção da economia colonial e também do Império;
4. (Cesgranrio) "Na segunda metade do século XIX e particu- c] havia um grande contingente de homens livres e pobres
larmente os últimos anos do Império, é inegável que o setor vivendo sob a dependência dos grandes senhores de terra;
urbano da economia tenha começado a atingir um desenvolvi- d] a abolição da escravidão foi precedida de medidas restrin-
mento e uma importância capazes de diferenciá-la significati- gindo o acesso à terra e ao direito de voto;
vamente do setor rural (...). O grande fazendeiro paulista fazia e] a abolição da escravidão em maio de 1888 foi precedida
parte de uma dinâmica econômica muito mais próxima daquilo de uma ampla discussão na sociedade, bem corno da ado-
que chamaríamos de Capitalismo. Mais acostumado com as fi- ção de medidas no sentido de incorporar os futuros libertos
nanças, com os créditos, possuía seus próprios esquemas de à estrutura econômica, social e política nacional.
comercialização do café, não vivia nas fazendas, mas tinha sua
residência nas vistosas mansões dos Campos Elísios ou de
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Texto 2
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FÍSICA
Francisco Júnior
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FÍSICA • Francisco Júnior
- mesma direção;
As 3 leis de newton
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FÍSICA • Francisco Júnior
Quando tentamos fazer um corpo deslizar sobre uma superfí- Podemos fazer os cálculos neste caso, imaginando
cie, mas não conseguimos é porque surge uma força entre as
superfícies de contato que impede o movimento, esta força é
denominada força de atrito estático. O seu módulo vale:
⃗⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑎𝑒 ≤ 𝜇𝑒 ∙ 𝑁 ⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑎𝑒 →Força de atrito estático,
ou em N
⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗ μe →Coeficiente de atrito está-
𝐹𝑎𝑒 = 𝜇𝑒 ∙ 𝑁
tico - depende do material dos
corpos em contato e do poli-
mento das superfícies
N→Força normal, em N
Experimentalmente, sabe-
se que:
μe >μc
Portanto:
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑎𝑒𝑚á𝑥 > 𝐹 ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑎𝑐
Nesse tipo de sistema, a resolução é feita da mesma maneira
que o sistema por blocos em contato, só que ao invés de ter-
mos as forças de ação e reação, teremos a tração no fio. Se
houver mais de um bloco, ou mais de uma corda, a sistemática
de resolução será a mesma, adicionando as outras massas e
trações para cada fio/corda/cabo. Veja a seguir o esquema de
forças para esses blocos A e B.
Aplicação das leis de Newton
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FÍSICA • Francisco Júnior
Movimento em um elevador
A Força Normal no elevador pode assumir diferentes valores,
a depender do tipo de movimento que ele executa.
1º caso: elevador parado ou em movimento
com velocidade constante – MRU
Fr = N – P
Fr = 0 e N = P
Portanto, N = m·g
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FÍSICA • Francisco Júnior
EXERCÍCIOS
SALA
a] 1N
b] 4N
c] 7N
d] 10 N
e] 13 N
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FÍSICA • Francisco Júnior
EXERCÍCIOS PROPOSTOS atrito (fe, estático, e fc, cinético) com as intensidades das forças
aplicadas ao objeto deslizante.
1- (Enem 2018) Em desenhos animados é comum vermos a
personagem tentando impulsionar um barco soprando ar contra
a vela para compensar a falta de vento. Algumas vezes usam
o próprio fôlego, foles ou ventiladores. Estudantes de um labo-
ratório didático resolveram investigar essa possibilidade. Para
isso, usaram dois pequenos carros de plástico. A e B, insta-
laram sobre estes pequenas ventoinhas e fixaram vertical-
mente uma cartolina de curvatura parabólica para desempe-
nhar uma função análoga à vela de um barco. No carro B in-
verteu-se o sentido da ventoinha e manteve-se a vela, a fim de
manter as características do barco, massa e formato da carto-
lina. As figuras representam os carros produzidos. A montagem Com base nas informações apresentadas no gráfico e na situ-
do carro A busca simular a situação dos desenhos animados, ação vivida pelos irmãos, em casa, é correto afirmar que
pois a ventoinha está direcionada para a vela. a] o valor da força de atrito estático é sempre maior do que o
valor da força de atrito cinético entre as duas mesmas su-
perfícies.
b] a força de atrito estático entre o guarda-roupa e o chão é
sempre numericamente igual ao peso do guarda-roupa.
c] a força de intensidade F, exercida inicialmente pelo estu-
dante, foi inferior ao valor da força de atrito cinético entre o
guarda-roupa e o chão.
d] a força resultante da ação dos dois irmãos conseguiu des-
locar o guarda-roupa porque foi superior ao valor máximo
da força de atrito estático entre o guarda-roupa e o chão.
Com os carros orientados de acordo com as figuras, os estu- e] a força resultante da ação dos dois irmãos conseguiu des-
dantes ligaram as ventoinhas, aguardaram o fluxo de ar ficar locar o guarda-roupa porque foi superior à intensidade da
permanente e determinaram os módulos das velocidades mé- força de atrito cinético entre o guarda-roupa e o chão.
dias dos carros A (VA ) e B (VB ) para o mesmo intervalo de
tempo. 3- (Unesp 2011) Uma garota de 50 kg está em um elevador
sobre uma balança calibrada em newtons. O elevador move-se
A respeito das intensidades das velocidades médias e do sen- verticalmente, com aceleração para cima na subida e com ace-
tido de movimento do carro A, os estudantes observaram que: leração para baixo na descida. O módulo da aceleração é cons-
a] VA = 0; VB 0; o carro A não se move. tante e igual a 2 m/s2 em ambas situações. Considerando
g=10m/s2, a diferença, em newtons, entre o peso aparente da
b] 0 VA VB ; o carro A se move para a direita.
garota, indicado na balança, quando o elevador sobe e quando
c] 0 VA VB ; o carro A se move para a esquerda. o elevador desce, é igual a
d] 0 VB VA ; o carro A se move para a direita. a] 50.
e] 0 VB VA ; o carro A se move para a esquerda. b] 100.
c] 150.
2- (UEPB 2013) 7. Um jovem aluno de física, atendendo ao d] 200.
pedido de sua mãe para alterar a posição de alguns móveis da e] 250.
residência, começou empurrando o guarda-roupa do seu 4- (G1 - ifce 2016) Um conjunto de caixas precisa ser deslo-
quarto, que tem 200 kg de massa. A força que ele empregou, cado através de um plano inclinado, conforme mostra a figura
de intensidade F, horizontal, paralela à superfície sobre a qual abaixo.
o guarda-roupa deslizaria, se mostrou insuficiente para deslo-
car o móvel. O estudante solicitou a ajuda do seu irmão e, desta
vez, somando à sua força uma outra força igual, foi possível a
mudança pretendida.
O estudante, desejando compreender a situação-problema vi-
vida, levou-a para sala de aula, a qual foi tema de discussão.
Para compreendê-la, o professor apresentou aos estudantes
um gráfico, abaixo, que relacionava as intensidades da força de
Nesta figura, as massas das 3 caixas A, B e C são,
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respectivamente, mA = 12 kg, mB = 8 kg e mC = 20 kg. O Suponha que esse elevador esteja parado no andartérreo de
fio que as une é inextensível e está conectado às caixas A e um edifício e que passe a descrever um movimentouniforme-
C. A polia é ideal e o atrito das caixas é desprezível. Nesta mente acelerado para cima. Adotando g = 10 m / s2 , é correto
situação, a intensidade da força que o bloco A exerce sobre o afirmar que a maior aceleração verticalque esse elevador pode
bloco B é experimentar, de modo quea caixa em contato com o piso re-
(Considere a aceleração da gravidade como sendo ceba desse, no máximo,a mesma força que receberia se o ele-
g = 10 m s2 , e também cos α = 0,8 e sen α = 0,6). vador estivesse paradoe, na pilha, houvesse seis caixas, é
a] 96 N. igual a
b] 60 N. a] 4 m / s2 .
c] 72 N. b] 8 m / s2 .
d] 64 N. c] 10 m / s2 .
e] 100 N. d] 6 m / s2 .
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FÍSICA • Francisco Júnior
Os Gráficos das energias cinética, potencial gravitacional e me- 2- (G1 – IFCE 2019) O trabalho é uma grandeza física relacio-
cânica para um corpo de massa m, quando lançado vertical- nada à força e ao deslocamento por ela produzido. Nunca rea-
mente para cima, a partir doponto de lançamento, tomado lizam trabalho as forças constantes
como referencial e desprezando-se as forças resistivas, em a] Centrífuga e elétrica.
função do tempo de subida e descida. b] Peso e tração.
c] Centrípeta e peso.
d] Magnética e nuclear.
e] Centrípeta e magnética.
3- (Ufpr 2019)
Uma das definições mais gerais de rendimento pode ser dada 4- (ENEM 2015) Uma análise criteriosa do desempenho de
pela divisão da potência útil pela potência total recebida du- Usain Bolt na quebra do recorde mundial dos 100 metros rasos
rante algum processo: mostrou que, apesar de ser o último dos corredores a reagir ao
tiro e iniciar a corrida, seus primeiros 30 metros foram os mais
𝑃𝑜𝑡ú𝑡𝑖𝑙 velozes já feitos em um recorde mundial, cruzando essa marca
𝜂= ∙ 100%
𝑃𝑜𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 em 3,78 segundos. Até se colocar com o corpo reto, foram 13
passadas, mostrando sua potência durante a aceleração, o mo-
mento mais importante da corrida. Ao final desse percurso, Bolt
havia atingido a velocidade máxima de 12 m/s.
EXERCÍCIOS
Disponível em: http://esporte.uol.com.br.
Acesso em: 5 ago. 2012 (adaptado).
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FÍSICA • Francisco Júnior
diferença entre a potência teórica e a instalada é a potência não 2- (ENEM 2018) Um projetista deseja construir um brinquedo
aproveitada. que lance um pequeno cubo ao longo de um trilho horizontal, e
Disponível em: www.itaipu.gov.br. Acesso em: 11 maio 2013 (adaptado). o dispositivo precisa oferecer a opção de mudar a velocidade
de lançamento. Para isso, ele utiliza uma mola e um trilho onde
Qual é a potência, em MW, não aproveitada em cada unidade o atrito pode ser desprezado, conforme a figura.
geradora de Itaipu?
a] 0
b] 1,18
c] 116,96
d] 816,96
e] 13 183,04
b]
c]
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O trabalho realizado pela força elástica aplicada pela mola so- Qual é a força que a fita exerce em cada uma das árvores por
bre o bloco, quando este se desloca da posição A até a posição causa da presença da atleta?
B, é a] 4,0 x 102N
a] 0,60J b] 4,1 x 10²N
b] – 0,60J c] 8,0 x 10²N
c] -0,30J d] 2,4 x 10³N
d] 0,80 J e] 4,7 x10³N
e] 0,30 J
10- (ENEM 2019) Numa feira de ciências, um estudante utili-
8- (FAMEMA 2017) A figura representa, em corte, parte de uma zará o disco de Maxwell (ioiô) para demonstrar o princípio da
instalação utilizada para demonstrações de experimentos. Um conservação da energia. A apresentação consistirá em duas
corpo de dimensões desprezíveis escorrega pela superfície in- etapas.
clinada e atinge o ponto A com velocidade escalar igual a 10 Etapa 1 – a explicação de que, à medida que o disco desce,
m/s. Considere o atrito e a resistência do ar desprezíveis e g = parte de sua energia potencial gravitacional é transformada em
10 m/s2. energia cinética de translação e energia cinética de rotação;
Etapa 2 – o cálculo da energia cinética de rotação do disco no
ponto mais baixo de sua trajetória, supondo o sistema conser-
vativo.
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FÍSICA • Francisco Júnior
DINÂMICA DE
MOVIMENTO CURVOS
Resultante centrípeta
Não existe uma força chamada força centrípeta. O que acon-
tece é que uma força ou um conjunto de forças que atuam na
direção radial (nesse caso a força resultante), é denominada
resultante centrípeta. Da 2º Lei de Newton, temos:
𝑅𝑐 = 𝑚 ∙ 𝑎𝑐
ou
𝑣2
𝑅𝑐 = 𝑚 ∙
𝑟
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FÍSICA • Francisco Júnior
ROTOR
Quem atua como resultante centrípeta? A força normal (N).
De acordo com o diagrama de forças, temos:
𝑉𝑚á𝑥 = √𝑅 ∙ 𝑔
GLOBO DA MORTE/LOOPING
Quem atua como resultante centrípeta? No ponto mais alto é a
soma da força peso (P) com a força normal (N).
Fp/centro – Fp/ fora = m·acp
Considere N como força normal e P força peso.
No ponto mais alto do looping Sendo v = ω.r, temos: m.ω2.r = N.
𝑵 + 𝑷 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑
Quando o cilindro gira com uma velocidade angular mínima, a
No meio do looping pessoa
𝑵 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑 fica na iminência de escorregar e, nessas condições, a força de
atrito tem valor máximo:
No ponto mais baixo
do looping Lembrando que a força de atrito deve equilibrar a força peso,
temos:
𝑵 − 𝑷 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑
𝑉𝑚í𝑛 = √𝑅 ∙ 𝑔
PÊNDULO CÔNICO
Quem atua como resultante centrípeta? É a soma vetorial da
tração (T) e da força peso (P).
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FÍSICA • Francisco Júnior
RODA GIGANTE
A soma vetorial da força peso com a força de tração nos for- 𝑷 − 𝑵 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑
nece a resultante centrípeta. Do triângulo de forças, tiramos:
Na parte inferior: Fp/centro – Fp/ fora = m·acp
𝑵 − 𝑷 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑
Temos que:
EXERCÍCIOS
1- (Famerp 2017) Em uma exibição de acrobacias aéreas, um
Essa última expressão nos dá a velocidade angular do pêndulo
cônico definido pelo ângulo θ. avião pilotado por uma pessoa de 80 kg faz manobras e deixa
no ar um rastro de fumaça indicando sua trajetória. Na figura,
AVIÃO EFETUANDO UMA CURVA está representado um looping circular de raio 50 m contido em
Pelas mesmas razões apresentadas nos estudos do pêndulo um plano vertical, descrito por esse avião.
cônico e do carro numa curva com sobrelevação, podemos en-
tender o motivo de um avião ter suas asas inclinadas no mo-
mento que efetua uma curva horizontal de raio R. A força de
⃗ ), normal às asas, e o peso (𝑃⃗) do
sustentação aerodinâmica (P
avião geram, por composição, a sua resultante centrípeta hori-
zontal.
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FÍSICA • Francisco Júnior
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FÍSICA • Francisco Júnior
04. a velocidade mínima para o piloto 1 realizar a manobra é de contato com os trilhos iguala 36 km/h. O raio da curva, consi-
11,0 m/s. derada circular, é, em metros,igual a
08. a velocidade mínima para o piloto 1 realizar a manobra au-
menta se o raio do Globo aumentar.
16. a força centrífuga sobre o sistema piloto-moto tem o sentido
para o centro da trajetória.
32. um piloto com massa menor do que o piloto 1 poderia rea-
lizar a manobra com menor velocidade.
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7- (Puccamp 2010) Num trecho retilíneo de uma pista de auto- 10- Um pequeno bloco de massa m1 gira sobre uma mesa ho-
mobilismo há uma lombada cujo raio de curvatura é de 50 m. rizontal sem atrito. Esse bloco está ligado a outro, de massa
Um carro passa pelo ponto mais alto da elevação com veloci- m2, por um fio que passa por um orifício existente na mesa. O
dade v, de forma que a interação entre o veículo e o solo (peso bloco de massa m1descreve um movimento circular uniforme
𝑚𝑔 de raio R = 0,50 m e velocidade v = 5,0 m/s, e o bloco de massa
aparente) é neste ponto. Adote g = 10 m/s2. m2permanece em repouso. Sendo g = 10 m/s2, determine a re-
5
Nestas condições, em m/s, o valor de v é 𝑚
lação 2.
a] 10 𝑚1
b] 20
c] 30
d] 40
e] 50
DINÂMICA IMPULSIVA
a] 231512 N
b] 215360 N Quantidade de movimento
c] 1800 N
d] 25800 N É uma grandeza vetorial dada pelo produto da massa pela
e] 24000 N velocidade do corpo:
⃗Q = m ∙ v⃗
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FÍSICA • Francisco Júnior
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FÍSICA • Francisco Júnior
de aproximação tem módulo igual ao da velocidade relativa de Entre essas situações extremas, há o choque parcialmente
afastamento. Portanto, nesse choque, e = 1. No choque perfeita- elástico, em que há perda de energia cinética, mas a veloci-
mente inelástico, os corpos prosseguem juntos, pois há aloja- dade relativa de afastamento não é nula. Nesse tipo de choque,
mento de um no outro e consequentemente é nula a velocidade o coeficiente de restituição tem um valor intermediário entre 0
relativa de afastamento. Portanto, nesse choque, e = 0. e 1, isto é, 0 < e < 1.
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FÍSICA • Francisco Júnior
EXERCÍCIOS
1- Para entender os movimentos dos corpos, Galileu discutiu o
movimento de uma esfera de metal em dois planos inclinados
sem atritos e com a possibilidade de se alterarem os ângulos Com base nos dados experimentais, o valor da massa do car-
de inclinação, conforme mostra a figura. Na descrição do expe- rinho 2 é igual a:
rimento, quando a esfera de metal é abandonada para descer a] 50,0 g.
um plano indicado de um determinado nível, ela sempre atinge, b] 250,0 g.
no plano ascendente, no máximo, um nível igual àquele em que c] 300,0 g.
foi abandonada. d] 450,0 g.
e] 600,0 g.
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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FÍSICA • Francisco Júnior
a] nenhuma
b] uma
c] duas
d] três
e] quatro
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FÍSICA • Francisco Júnior
a] 𝑚√𝑅𝑔
b] 𝑚𝑅 √𝑔
c] 𝑚𝑔√𝑅
5
d] 𝑚𝑟𝑔
2
2
Se a vazão de areia sobre a esteira é de 80 kg/s,a intensidade e] 𝑚𝑟𝑔
5
da força adicional necessária para manter o movimento da es-
teira à mesma velocidade de 0,5 m/s é, em newtons, igual a: 11- (Unesp 2013) Em um jogo de sinuca, a bola A é lançada
a] 10 com velocidade V de módulo constante e igual a 2 m/s em
b] 20 uma direção paralela às tabelas (laterais) maiores da mesa,
c] 40 conforme representado na figura 1. Ela choca-se de forma per-
d] 60 feitamente elástica com a bola B, inicialmente em repouso, e,
e] 80 após a colisão, elas se movem em direções distintas, conforme
a figura 2.
9- (UFPI) Na figura a seguir, o peixe maior, de massa M 5 5,0
kg, nada para a direita a uma velocidade v 5 1,0 m/s e o peixe
menor, de massa m 5 1,0 kg,se aproxima dele a uma veloci-
dade u 5 8,0 m/s,para a esquerda.
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FÍSICA • Francisco Júnior
A = k.Δt
k – Constante de proporcionalidade.
• Velocidade areolar do planeta é a constante de proporcio-
nalidade, que depende do planeta.
a] O ângulo a que a trajetória do antineutrino fazcom o eixo • Os planetas não se movem ao redor do Sol com velocidade
horizontal é de 30°. Determine omódulo da quantidade de constante – Mais rápido perto do Sol.
movimento do antineutrino. • Ponto mais próximo do Sol – Periélio (+ Veloz).
b] Qual é a velocidade do núcleo de hélio após adesintegra- • Ponto mais afastado do Sol – Afélio (– Veloz).
ção? A massa do núcleo de hélio é5,0 · 10-27 kg.
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FÍSICA • Francisco Júnior
𝐺(𝑚 ∙ 𝑀)
𝐹=
𝑟2
𝑇 2 = 𝐾𝑟 3
4𝜋 2
𝐾=
𝐺𝑀𝑆
Constante de gravitação universal:
K – Constante de proporcionalidade – Depende da massa do
Sol. G = 6,67.10-11 Nm2/kg.
MS – Massa do Sol.
• Não depende do meio – O valor é igual no vácuo, no ar ou
em qualquer outro meio.
• Se os pontos materiais forem esferas idênticas – A distância
é entre seus centros.
• Para corpos pequenos, a atração gravitacional entre suas
massas é desprezível.
Capítulo 2 - Lei da Gravitação Universal A direção da força peso não passa pelo centro da Terra, a não
ser pelos polos e no equador.
• Foi proposta por Isaac Newton.
• As velocidades dos planetas variam ao longo da órbita em Aceleração da Gravidade
módulo e direção.
• Os planetas e o Sol interagem a distância, com forças gra-
• Considere a Terra estacionária (sem rotação) isolada no
vitacionais.
Universo.
• Dois pontos materiais atraem-se com forças cujas intensi-
dades são diretamente proporcionais às suas massas e
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FÍSICA • Francisco Júnior
𝑎𝑐𝑝 = 𝑔ℎ
𝐺 ∙ 𝑀𝑇
𝑔𝑇 =
𝑟2 Período orbital
𝑀𝑇 é a massa da Terra.
• Aceleração da gravidade à altitude “h‟ da superfície da
Terra:
𝐺 ∙ 𝑀𝑇
𝑔ℎ =
(ℎ + 𝑅)2
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FÍSICA • Francisco Júnior
Satélite Rasante
Velocidade do satélite a baixa altitude – Raio da Terra é igual
ao raio da órbita.
𝐺𝑀
𝑉𝑅𝐴 = √
𝑅
𝑉𝑅𝐴𝑇 ≅ 8 𝐾𝑚/𝑠
Imponderabilidade
• No interior de uma nave em órbita ao redor da Terra, os
astronautas têm a sensação de ausência de peso.
Qual gráfico expressa as intensidades das forças que a Terra
• A força de atração não deixou de existir. exerce sobre cada satélite em função do tempo?
• A força de atração gravitacional funciona como resultante
centrípeta.
• A nave orbitando a Terra está em constante queda livre.
Lixo Espacial
• Existem 10 mil objetos de médio e grande porte, além de
outros milhares de pequeno porte, produzidos pelo homem
em órbita.
• Perigo de colisões no espaço – Até objetos pequenos dani-
ficam as estruturas espaciais, pois suas velocidades são de
15-30 mil quilômetros por hora.
• Reentrada na atmosfera – Todos os dispositivos colocados
órbita um dia retornarão à superfície terrestre.
a]
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FÍSICA • Francisco Júnior
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FÍSICA • Francisco Júnior
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Tétis é outro dos maiores satélites de Saturno e está a uma
1- (Uema 2016) “Na eternidade, eu quisera ter distância média de Saturno de 300 000 km.
Tantos ano-luz, quantos fosse precisar Considere:
Para cruzar o túnel
Do tempo do teu olhar”
Seu olhar – Gilberto Gil, 1984.
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FÍSICA • Francisco Júnior
O período aproximado de translação de Tétis ao redor de Sa- 6- (UFRN) Marte tem dois satélites: Fobos, que se move em
turno, em dias terrestres, é órbita circular de raio 9.700 km e período 2,75 x104 s e Deimos,
a] 4. que tem órbita circular de raio 24.300 km. O período de Deimos
b] 2. expresso em segundos é um valor mais próximo de:
c] 6. a] 2,2x104
d] 8. b] 8,2x104
e] 10.
c] 1,1x105
4- (Unesp 2013) No dia 5 de junho de 2012, pôde-se observar, d] 2,2x106
de determinadas regiões da Terra, o fenômeno celeste cha- e] 1,1x107
mado trânsito de Vênus, cuja próxima ocorrência se dará em
2117. 7- (Acafe) A distância do centro da Terra à Lua é, aproximada-
mente, 60 vezes o raio da Terra. Sendo gT o valor da acelera-
ção da gravidade da Terra na sua superfície, a aceleração da
gravidade da Terra num ponto da órbita da Lua será de, apro-
ximadamente:
a] gT/ 60
b] gT/ 3600
c] 60.gT
d] gT/ 6
e] 6.gT
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FÍSICA • Francisco Júnior
EXERCÍCIOS
1- (Unicamp 2020) As escadas flutuantes em cascata feitas em
concreto armado são um elemento arquitetônico arrojado, que
confere leveza a uma estrutura intrinsecamente massiva. Es-
sas escadas são apoiadas somente na extremidade superior
Quando F for oblíqua, teremos:
(normalmente em uma parede) e no chão. O esquema abaixo
𝑀𝐹 (𝑂)=𝑀𝐹 𝑥 (𝑂)+𝑀𝐹 𝑦 (𝑂) mostra as forças aplicadas na escada pela parede (𝐹𝑃 ) e pelo
chão (𝐹𝐶 ), além da força peso (m𝑔) aplicada pela Terra, todas
Na figura, como 𝐹 𝑥 está alinhada com o polo O, temos 𝑀𝐹 𝑥 pertencentes a um plano vertical. Com base nesse esquema, é
(𝑂)=0. Assim: correto afirmar que
b]
c]
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FÍSICA • Francisco Júnior
d]
e]
Considere a figura para responder às perguntas.
a] Para o caso em que α = 30 e β = 60, determine as ten-
3- (Uema 2016) Um carro deverá ser projetado a pedido de um
cliente com necessidades especiais que consegue exercer sões sofridas pelos cabos 1, 2 e 3, sendo sen30 = 1/ 2,
uma força de 200 N com os dois braços. sen60 = ( 3) / 2, cos30 = ( 3) / 2 e cos60 = 1/ 2.
b] Calcule em qual situação as tensões nos cabos 1 e 2 podem
ser iguais.
5- (Mackenzie 2018)
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
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a] 1,70
b] 0,57 Disponível em: www.histedbr.fae.unicamp.br.
Acesso em: 28 fev. 2013 (adaptado).
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FÍSICA • Francisco Júnior
O número mínimo de polias móveis usadas, nessa situação, ser o dobro do original, como mostra a figura 2, a tensão em
por Arquimedes foi cada fio será igual a
a] 3. a] 0,50 do valor original.
b] 6. b] 1,74 do valor original.
c] 7. c] 0,86 do valor original.
d] 8. d] 2,00 do valor original.
e] 10. e] 3,46 do valor original.
8- As pessoas que utilizam objetos cujo princípio de funciona- 10- (Acafe 2017) Um homem queria derrubar uma árvore que
mento é o mesmo do das alavancas aplicam urna força, cha- estava inclinada e oferecia perigo de cair em cima de sua casa.
mada de força potente, em um dado ponto da barra, para su- Para isso, com a ajuda de um amigo, preparou um sistema de
perar ou equilibrar uma segunda força, chamada de resistente, roldanas preso a outra árvore para segurar a árvore que seria
em outro ponto da barra. Por causa das diferentes distâncias derrubada, a fim de puxá-la para o lado oposto de sua suposta
entre os pontos de aplicação das forças, potente e resistente, queda, conforme figura.
os seus efeitos também são diferentes. Afigura mostra alguns
exemplos desses objetos.
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FÍSICA
Uanser Ezeanowai
Medindo temperatura
TEMPERATURA
A transferência de energia do corpo mais quente para o
corpo mais frio ocorre até que se chegue ao equilíbrio térmico.
As moléculas de um corpo, independentemente do seu Essa troca de energia térmica é denominada calor.
estado, possuem velocidade e energia cinética. Quando se es- O termômetro é o aparelho utilizado para medir a tempe-
quenta um corpo, fornece-se energia para ele na forma de ratura e consiste em um bulbo de vidro com mercúrio. O mer-
energia térmica. Parte dessa energia é transformada em ener- cúrio é um metal que à temperatura ambiente se apresenta no
gia cinética, e as moléculas se tornam mais agitadas. estado líquido e se dilata com facilidade.
CALOR
ESCALA CELSIUS
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FÍSICA • Uanser Ezeanowai
a temperatura da sua esposa e adotou, para esse ponto fixo, CONVERSÃO ENTRE ESCALAS
um valor de 100. Nessa escala, o ponto de fusão do gelo vale
32 F e o ponto de ebulição da água, 212 F. Esses valores na Celsius e Fahrenheit
escala Celsius representam, respectivamente, 0 C e100 C.
Os valores dos pontos fixos são diferentes para
ESCALA KELVIN cada escala. Porém, é possível encontrar expressões mate-
máticas que convertem valores de uma escala para outra. A
A escala Kelvin foi criada por Lorde Kelvin, na Inglaterra, expressão que converte valores nas escalas Celsius (C) e Fah-
em1854. Ele estabeleceu como valor mínimo o zero (denomi- renheit (F) é
nado de zero absoluto), e, portanto, não existem temperaturas
negativas nessa escala. As moléculas de um corpo na tempe-
ratura de zero absoluto deveriam estar paradas, o que, na prá-
tica, é impossível. Os pontos fixos da escala Kelvin são 273K
para o ponto de fusão do gelo e 373K para o ponto de ebulição Kelvin e Celsius
da água.
A escala Kelvin é a medida de temperatura do Sis-
tema Internacional de Unidades e costuma ser usada em algu-
mas fórmulas de Física e Química. Portanto, é importante co-
nhecer a expressão que faz a conversão entre as grandezas
Celsius e Kelvin. A expressão abaixo é usada para converter
valores entre essas duas escalas:
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07- (UCDB-MT) Um processo rápido para estimar valor em b] Dois corpos atingem o equilíbrio térmico quando suas tem-
graus Celsius de uma temperatura fornecida em graus Fahre- peraturas se tornam iguais.
nheit é dividir o valor fornecido por dois e subtrair 16. Assim, c] A energia térmica de um corpo é função da sua tempera-
76 °F valeriam, aproximadamente, 22 °C. O erro dessa esti- tura.
mativa seria de: d] Somente podemos chamar de calor a energia térmica em
a] 10%. trânsito; assim, não podemos afirmar que um corpo contém
b] 23%. calor.
c] 15%. e] A quantidade de calor que um corpo contém depende de
d] 25%. sua temperatura e do número de partículas nele existentes.
e] 20%.
10- Imagine dois corpos A e B com temperaturas TA e TB,
08- Duas escalas termométricas, x e y, relacionam-se con- sendo TA > TB. Quando colocamos esses corpos em contato
forme o gráfico. térmico, podemos afirmar que ocorre o seguinte fato:
a] Os corpos se repelem.
b] O calor flui do corpo A para o corpo B por tempo indetermi-
nado.
c] O calor flui do corpo B para o corpo A por tempo indetermi-
nado.
d] O calor flui de A para B até que ambos atinjam a mesma
temperatura.
e] Não acontece nada.
Quando um termômetro graduado na escala x marcar 40º, a 11- No café-da-manhã, uma colher metálica é colocada no in-
marcação de outro termômetro graduado na escala y, será terior de uma caneca que contém leite bem quente. A respeito
igual a: desse acontecimento, são feitas três afirmativas.
a] 20º I. Após atingirem o equilíbrio térmico, a colher e o leite estão a
b] 40º uma mesma temperatura.
c] 60º II. Após o equilíbrio térmico, a colher e o leite passam a conter
d] 80º quantidades iguais de energia térmica.
e] 90º III. Após o equilíbrio térmico, cessa o fluxo de calor que existia
do leite (mais quente) para a colher (mais fria).
08- O gráfico abaixo estabelece a relação entre a escala ter-
mométrica X e a Celsius. Na escala X, o valor correspondente Podemos afirmar que:
a 40 ºC é: a] somente a afirmativa I é correta;
b] somente a afirmativa II é correta;
c] somente a afirmativa III é correta;
d] as afirmativas I e III são corretas;
e] as afirmativas II e III são corretas.
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13- Você sabe que o aprendizado da Física também se faz por 15- (Unama-AM) A figura a seguir apresenta uma barra de
meio da observação das situações que ocorrem no nosso dia- chumbo de comprimento 40 cm e área de seção transversal
a-dia. Faça um experimento. Caminhe descalço sobre um car- 10 cm2 isolada com cortiça; um termômetro fixo na barra cali-
pete ou um tapete e sobre um piso cerâmico, como o do ba- brado na escala Fahrenheit, e dois dispositivos A e B que pro-
nheiro da sua casa, por exemplo. Você vai notar que o piso porcionam, nas extremidades da barra, as temperaturas cor-
cerâmico parece mais frio do que o tapete, apesar de estarem respondentes aos pontos do vapor e do gelo, sob pressão nor-
à mesma temperatura. Essa diferença de sensação se deve mal, respectivamente. Considerando a intensidade da corrente
ao fato de: térmica constante ao longo da barra, determine a temperatura
a] a capacidade térmica do piso cerâmico ser menor que a registrada no termômetro, sabendo que ele se encontra a 32
do tapete; cm do dispositivo A. Dado: coeficiente de condutibilidade tér-
b] a temperatura do piso cerâmico ser menor que a do ta- mica do chumbo = 8,2 · 10–2 · cal.cm|cm²°Cs.
pete;
c] a temperatura do tapete ser menor que a do piso cerâ-
mico;
d] a condutividade térmica do piso cerâmico ser maior que a
do tapete;
e] a condutividade térmica do piso cerâmico ser menor que
a do tapete.
14- Numa noite muito fria, você ficou na sala assistindo à tele-
visão. Após algum tempo, foi para a cama e deitou-se debaixo
das cobertas (lençol, cobertor e edredom). Você nota que a 16- Uma barra metálica é aquecida conforme a figura; A, B e
cama está muito fria, apesar das cobertas, e só depois de al- C são termômetros. Admita a condução de calor em regime
gum tempo o local se torna aquecido. estacionário e no sentido longitudinal da barra. Quando os ter-
mômetros das extremidades indicarem 200 °C e 80°C, o inter-
mediário indicará:
a] 195 °C.
b] 125 °C.
c] 175 °C.
d] 100 °C.
Isso ocorre porque: e] 140 °C.
a] o cobertor e o edredom impedem a entrada do frio que se
encontra no meio externo; 17- Usando o seus conhecimentos de transmissão de calor,
b] o cobertor e o edredom possuem alta condutividade tér- analise as proposições e indique a que você acha correta.
mica; a] A condução térmica é a propagação do calor de uma região
c] o cobertor e o edredom possuem calor entre suas fibras, para outra com deslocamento do material aquecido.
que, ao ser liberado, aquece a cama; b] A convecção térmica é a propagação de calor que pode
d] o cobertor e o edredom não são aquecedores, são isolan- ocorrer em qualquer meio, inclusive no vácuo.
tes térmicos, que não deixam o calor liberado por seu corpo c] A radiação térmica é a propagação de energia por meio de
sair para o meio externo; ondas eletromagnéticas e ocorre exclusivamente nos flui-
e] sendo o corpo humano um bom absorvedor de frio, após dos.
algum tempo não há mais frio debaixo das cobertas.
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FÍSICA • Uanser Ezeanowai
d] A transmissão do calor, qualquer que seja o processo, 21- Na cidade de São Paulo, em dias de muito frio é possível
sempre ocorre, naturalmente, de um ambiente de maior observar o fenômeno conhecido como inversão térmica, que
temperatura para outro de menor temperatura. provoca um aumento considerável nos índices de poluição do
e] As correntes ascendentes e descendentes na convecção ar (tem-se a impressão de que os gases poluentes não conse-
térmica de um fluido são motivadas pela igualdade de suas guem subir para se dispersar). Nos dias quentes ocorre o
densidades. oposto, os gases poluentes sobem e são dispersados pelas
correntes de ar. Esse processo de movimentação de massas
18 - Em cada uma das situações descritas a seguir você deve gasosas, a temperaturas diferentes, ocorre devido à:
reconhecer o processo de transmissão de calor envolvido: a] elevação da pressão atmosférica.
condução, convecção ou radiação. b] condução térmica.
I. As prateleiras de uma geladeira doméstica são grades vaza- c] convecção térmica.
das para facilitar a ida da energia térmica até o congelador por d] criogenia
(...). e] radiação térmica.
II. O único processo de transmissão de calor que pode ocorrer
no vácuo é a (...). 22- Ao contrário do que se pensa, a garrafa térmica não foi
III. Numa garrafa térmica, é mantido vácuo entre as paredes criada originalmente para manter o café quente. Esse recipi-
duplas de vidro para evitar que o calor saia ou entre por (...). ente foi inventado pelo físico e químico inglês James Dewar
(1842–1923) para conservar substâncias biológicas em bom
Na ordem, os processos de transmissão de calor que você estado, mantendo-as a temperaturas estáveis. Usando a ob-
usou para preencher as lacunas são: servação do físico italiano Evangelista Torricelli (1608–1647),
a] condução, convecção e radiação; que descobriu ser o vácuo um bom isolante térmico, Dewar
b] radiação, condução e convecção; criou uma garrafa de paredes duplas de vidro que, ao ser la-
c] condução, radiação e convecção; crada, mantinha vácuo entre elas. Para retardar ainda mais a
d] convecção, condução e radiação; alteração de temperatura no interior da garrafa, ele espelhou
e] convecção, radiação e condução as paredes, tanto nas faces externas como nas faces internas.
Dewar nunca patenteou sua invenção, que considerava um
19- (Ufes) Ao colocar a mão sob um ferro elétrico quente, sem presente à Ciência. Coube ao alemão Reinhold Burger, um fa-
tocar na sua superfície, sentimos a mão “queimar”. Isso ocorre bricante de vidros, diminuir o seu tamanho, lançando-a no mer-
porque a transmissão de calor entre o ferro elétrico e a mão se cado em 1903.
deu principalmente através de:
a] radiação.
b] condução e convecção.
c] condução.
d] convecção e radiação.
e] convecção.
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Após o equilíbrio térmico ser atingido, verificou-se que 30 cm3 e] quando o calor sai da água, provoca sua solidificação;
de gelo se fundiram. Considerando o sistema (gelo-anel) ter- esse calor, no gelo, provoca fusão.
micamente isolado, o calor específico do metal que constitui o
anel, em cal/g °C, é: 35- (UFPI) O gráfico abaixo representa a variação de tempe-
a] 0,050. ratura, em função do tempo, de um corpo inicialmente sólido
b] 0, 096.
c] 1,0.
d] 0,092.
e] 0,10.
Dados: calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g; densidade do
gelo: 0,92 g/cm3.
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EXERCÍCIOS
37- Uma dona de casa resolveu fazer uma salada para o jan-
tar, mas não conseguiu abrir o frasco de palmito, que tem
tampa metálica. Porém, lembrando-se de suas aulas de Física,
ela mergulhou a tampa da embalagem em água quente du-
rante alguns segundos e percebeu que ela abriu facilmente.
Isso provavelmente ocorreu porque:
a] reduziu-se a força de coesão entre as moléculas do metal Abaixo segue uma tabela com os coeficientes de dilatação li-
e do vidro; near média, α, para alguns metais:
b] reduziu-se a pressão do ar no interior do recipiente;
c] houve redução da tensão superficial existente entre o vi-
dro e o metal;
d] o coeficiente de dilatação do metal é maior que o do vidro;
e] o coeficiente de dilatação do vidro é maior que o do metal.
38- Você já deve ter observado em sua casa que o vidro pirex
é mais resistente que o vidro comum às variações de tempe-
ratura. Se colocarmos água fervente em um copo de vidro co-
mum, ele trinca, mas isso não acontece com o vidro pirex. A Calculando-se o coeficiente de dilatação linear α a partir dos
explicação para isso é que: dados experimentais (gráfico), inferimos que o metal em
a] o calor específico do pirex é menor que o do vidro co- questão se trata provavelmente do:
mum; a] chumbo;
b] o calor específico do pirex é maior que o do vidro comum; b] ouro;
c] para aquecimentos iguais, o vidro comum sofre maior va- c] alumínio;
riação de temperatura; d] aço.
d] o coeficiente de dilatação do vidro comum é menor que o e] cobre;
do vidro pirex;
e] o coeficiente de dilatação do vidro comum é maior que o 40- (Mack-SP) Num laboratório, um aluno aquece de 50 °C
do vidro pirex. uma barra metálica de comprimento inicial 80 cm, observando
que o seu comprimento aumenta de 0,8 mm. Fazendo os cál-
39- (Unilasalle) Em uma experiência para medir o coeficiente culos, ele conclui que o coeficiente de dilatação linear do ma-
de dilatação linear médio de um pedaço de metal desconhe- terial da barra vale:
cido, obteve-se o seguinte gráfico do comprimento em função a] 5 · 10–5 °C–1.
da temperatura: b] 2 · 10–5 °C–1.
c] 4 · 10–5 °C–1.
d] 1 · 10–5 °C–1.
e] 3 · 10–5 °C–1.
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41- (Unisa-SP) Uma linha férrea tem 300 km de extensão no 45- Um recipiente de volume V está cheio de um líquido a 20
inverno, quando a temperatura é –5 °C. Porém, no verão, a °C. Aquecendo-se o conjunto a 70 °C, transbordam 5,0 cm3
temperatura chega a 25 °C. Se os trilhos são construídos de de líquido. Esses 5,0 cm3 correspondem:
um material de coeficiente de dilatação linear α = 10–5 °C–1, a] à dilatação real do líquido;
qual é a variação de comprimento que os trilhos sofrem na sua b] à dilatação aparente do líquido;
extensão? c] à soma da dilatação real com a dilatação aparente do lí-
a] 10 m. quido;
b] 90 m. d] à diferença entre a dilatação real e a dilatação aparente do
c] 200 m. líquido;
d] 20 m. e] a três vezes a dilatação real do líquido.
e] 150 m.
46- (Mack-SP) Em uma experiência, para determinarmos o co-
42- (UFPI) A diferença entre os comprimentos de duas barras eficiente de dilatação linear do vidro, tomamos um frasco de
metálicas se mantém constante, em 80,0 cm, num intervalo de vidro de volume 1 000 cm3 e o preenchemos totalmente com
temperatura em que vale a aproximação linear para a dilata- mercúrio (coeficiente de dilatação volumétrica = 1,8 · 10–4 °C–
ção. Os coeficientes de dilatação linear associados às barras 1). Após elevarmos a temperatura do conjunto de 100 °C, ob-
são 3,0 · 10–5 °C–1 e 2,0 · 10–5 °C–1. Assim, podemos dizer que, servamos que 3,0 cm3 de mercúrio transbordam. Dessa
à temperatura inicial, as barras mediam: forma, podemos afirmar que o coeficiente de dilatação linear
a] 2,4 m e 1,6 m. do vidro que constitui esse frasco vale:
b] 4,0 m e 3,2 m. a] 5,0 · 10–5 °C–1.
c] 2,5 m e 1,7 m. b] 4,0 · 10–5 °C–1.
d] 4,4 m e 3,6 m. c] 3,0 · 10–5 °C–1.
e] 3,2 m e 2,4 m. d] 2,0 · 10–5 °C–1.
e] 1,0 · 10–5 °C–1.
43- Um disco de latão de 50,0 cm2 de área é perfurado, fi-
cando com um furo circular de 10,0 cm2 na posição indicada 47- (Enem) A gasolina é vendida por litro, mas em sua utiliza-
na figura. O coeficiente de dilatação linear do latão é de 2 · 10– ção como combustível a massa é o que importa. Um aumento
5 °C–1 e essas áreas se referem à temperatura ambiente. Se o da temperatura do ambiente leva a um aumento no volume da
disco for colocado em um forno e a temperatura elevada de gasolina. Para diminuir os efeitos práticos dessa variação, os
100 °C, a área do furo: tanques dos postos de gasolina são subterrâneos. Se os tan-
a] diminuirá de 0,12 cm2; ques não fossem subterrâneos:
b] aumentará de 0,04 cm2; I. Você levaria vantagem ao abastecer o carro na hora mais
c] aumentará de 0,02 cm2; quente do dia, pois estaria comprando mais massa por litro
d] não sofrerá alteração. de combustível.
e] diminuirá de 0,16 cm2; II. Abastecendo com a temperatura mais baixa, você estaria
comprando mais massa de combustível para cada litro.
44- (UMC-SP) A figura mostra a variação relativa do compri- III. Se a gasolina fosse vendida por kg em vez de ser vendida
mento de uma barra metálica em função da temperatura. por litro, o problema comercial decorrente da dilatação da
gasolina estaria resolvido.
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49- (Esam-RN) Chama-se pressão média sobre uma superfí- Nessa ordem, as transformações podem ser chamadas tam-
cie plana: bém de:
a] o contato entre superfícies planas. a] isobárica, adiabática e isocórica.
b] uma propriedade da superfície livre dos líquidos. b] isométrica, isotérmica e isobárica.
c] o valor da força que atua sobre qualquer superfície plana. c] isotérmica, isobárica e adiabática.
d] a razão entre o módulo da força que atua perpendicular- d] isométrica, isocórica e isotérmica.
mente na superfície e a área da superfície. e] isotérmica, isobárica e isométrica.
e] a razão entre o módulo da força que atua na superfície e o
perímetro dessa superfície. 51- (Univali-SC) Considere o diagrama onde se apresentam
duas isotermas, TA e TB.
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a] 5%.
As transformações gasosas 1, 2 e 3 são, respectivamente:
b] 50%.
a] isobárica, isocórica e isotérmica.
c] 10%.
b] isocórica, isobárica e isotérmica.
d] 100%
c] isotérmica, isobárica e isocórica.
e] 20%.
d] isobárica, isotérmica e isocórica.
e] isotérmica, isocórica e isobárica.
55- (Mack-SP) Um mol de gás ideal, inicialmente num estado
A, ocupa o volume de 5,6 litros. Após sofrer uma transforma-
52- (Fuvest-SP) Um congelador doméstico (freezer) está regu-
ção isotérmica, é levado ao estado B.
lado para manter a temperatura de seu interior a –18 °C.
Sendo a temperatura ambiente igual a 27 °C (ou seja, 300 K),
o congelador é aberto e, pouco depois, fechado novamente.
Suponha que o freezer tenha boa vedação e que tenha ficado
aberto o tempo necessário para o ar em seu interior ser tro-
cado por ar ambiente. Quando a temperatura do ar no freezer
voltar a atingir –18 °C, a pressão em seu interior será:
a] cerca de 150% da pressão atmosférica.
b] cerca de 118% da pressão atmosférica.
c] igual à pressão atmosférica.
d] cerca de 85% da pressão atmosférica.
e] cerca de 67% da pressão atmosférica.
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GEOGRAFIA
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PROCESSO DE ORIENTAÇÃO
1) PONTOS DE ORIENTAÇÃO
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!
Orientação significa determinarmos a nossa posição
em relação aos pontos cardeais.
Além dos pontos cardeais, existem também os pontos
colaterais, subcolaterais e intermediários, totalizando 32 dire-
ções ou rumos, os quais se acham assinalados numa figura
denominada Rosa dos Ventos ou Náutica.
N Norte = setentrional ou boreal
S Sul = meridional ou austral
E Leste = oriental ou nascente (Este)
W ou O Oeste = ocidental ou poente (West)
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1 3
De acordo com o desenho, se uma bola for chutada do centro,
agulha
a partir do jogador X, em direção aos jogadores A, B e C, su-
cessivamente, as direções percorridas serão, respectivamente, 2
a] leste, norte e noroeste. a] 1
b] leste, sul e sudoeste. b] 2
c] sul, leste e nordeste. c] 3
d] oeste, sul e sudeste. d] 4
e] oeste, norte e noroeste. e] faltam dados para julgar a questão
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ATUALIDADES!
VOCÊ SABIA QUE HOJE ESTÃO EM ÓRBITA SOBRE
NOSSAS CABEÇAS UM NÚMERO BEM MAIOR DE SATÉLI-
EXERCÍCIOS
TES DE POSICIONAMENTO GLOBAL? E VOCÊ NOTOU
QUE O SISTEMA NORTE-AMERICANO GPS JÁ NÃO REINA 5- Considere a imagem ao lado, com a divisão regional do Bra-
ABSOLUTO NOS CÉUS? sil.
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Gabarito
4- A construção dos estádios brasileiros para a Copa de 2014
foram realizados analisando vários fatores. Um dos fatores a 1b 2c 3d 4c 5b
serem observados na construção é a posição do Sol, para que
não atrapalhe a visão dos jogadores.
Observe a imagem:
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9. Latitude:
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO
GEOGRÁFICO!.
I) INTRODUÇÃO
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Exemplo 1:
C 30ºLS E 50ºLNw
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Exemplo 2:
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tela de vídeo. Em resumo, o autor avisa, todos os mapas pre- d] 23° 5; 45° L
cisam contar mentirinhas. e] 60° N; 60° L
Observe o planisfério acima, considerando as ressalvas pre-
sentes no texto. 2- Em uma operação aérea, ao planejar o deslocamento da
Para deslocar-se sequencialmente, sem interrupções, pelos frota, um comandante concluiu que deveria deslocar uma aero-
pontos A, B, C e D, percorrendo a menor distância física possí- nave do ponto A para o ponto B. Esses pontos apresentam as
vel em rotas por via aérea, as direções aproximadas a serem seguintes coordenadas geográficas:
seguidas seriam:
a] Leste – Norte – Oeste Ponto A: 23º27’ S / 45º47’ O
b] Oeste – Norte – Leste Ponto B: 13º07’ S / 54º33’ O
c] Leste – Noroeste – Leste
d] Oeste – Noroeste – Oeste O deslocamento da aeronave do ponto A para o ponto B deverá
seguir a direção:
7- (ENEM) Pensando nas correntes e prestes entrar no braço a] Sudeste.
que deriva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-me de b] Nordeste.
um vidro de café solúvel vazio. Coloquei no vidro uma nota c] Sudoeste.
cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque. Anotei a posição e d] Noroeste.
data: Latitude 49°49’N, Longitude 23°49’W. Tampei e joguei na e] Norte.
água. Nunca imaginei que receberia uma carta com a foto de
um menino norueguês, segurando a bolinha e a estranha nota. 3- As coordenadas geográficas são um sistema de linhas ima-
KLINK, A. Parati: entre dois polos. ginárias traçadas sobre o globo terrestre ou um mapa. Através
São Paulo: Companhia das Letras, 1998 (adaptado). da interseção de um meridiano com um paralelo, podemos lo-
calizar cada ponto da superfície da Terra.
No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é Como a Terra apresenta uma superfície quase esférica, é pos-
a] a relação que se estabelece entre as distâncias represen- sível determinar dois pontos diametralmente opostos, denomi-
tadas no mapa e as distâncias reais da superfície cartogra- nados antípodas. Apenas algumas cidades brasileiras têm uma
fada. cidade antípoda, como Coari (AM) e Pontes e Lacerda (MT).
b] o registro de que os paralelos são verticais e convergem Assinale a alternativa que indica duas cidades antípodas.
para os polos, e os meridianos são círculos imaginários, ho- a] Pontes e Lacerda (Brasil) – 15º latitude S e 60º longitude
rizontais e equidistantes. W; Candelária (Filipinas) – 15º latitude N e 60º longitude E.
c] a informação de um conjunto de linhas imaginárias que per- b] Coari (Brasil) – 4º latitude S e 63° longitude W; Temon (Ma-
mitem localizar um ponto ou acidente geográfico na super- lásia) – 4º latitude N e 63º longitude E.
fície terrestre. c] Coari (Brasil) – 4º latitude S e 63° longitude W; Temon (Ma-
d] a latitude como distância em graus entre um ponto e o Me- lásia) – 4º latitude N e 117º longitude E.
ridiano de Greenwich, e a longitude como a distância em d] Pontes e Lacerda (Brasil) – 15º latitude S e 60º longitude W;
graus entre um ponto e o Equador. Candelária (Filipinas) – 75º latitude N e 120º longitude E.
e] a forma de projeção cartográfica, usado para navegação,
onde os meridianos e paralelos distorcem a superfície do 4- No fragmento musical abaixo, os compositores gaúchos
planeta. Kleiton e Kledir retratam a cidade de Porto Alegre:
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Quando eles fazem citação a um dos termos relacionados com das terras emersas ou 1,6% da área total do planeta, aproxima-
coordenadas geográficas, grifado em destaque, refere-se à damente. Se levarmos em consideração o fator terras contí-
medida de: nuas, só seremos suplantados pela Rússia, China e Canadá.
a] 30º de longitude Oeste. O território brasileiro é quase todo habitável, uma vez
b] 30º de latitude Norte. que não possui desertos, nem altas montanhas ou regiões ge-
c] 30º de longitude Leste. ladas como ocorrem nos outros países de grandes extensões.
d] 30º de latitude Sul.
e] 30° de latitude oeste APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!
5- Havana(Cuba) e Calcutá(Índia) são cidades localizadas nas VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GRANDE EXTENSÃO
proximidades do trópico de câncer(23° LN). Porém, a cidade TERRITORIAL
de Havana está a 82° LNW e Calcutá fica a 88°° LNE. Um avião A grande extensão territorial brasileira implica, por um
, pela menor distância, saindo de Calcutá, deverá seguir a dire- lado, maior campo de ação para a agricultura, graças à diversi-
ção: dade das zonas climáticas. As possibilidades de recursos ve-
a] Norte getais, animais e minerais são também mais variadas e mais
b] Sul amplas. Por outro lado, a enorme extensão territorial cria aos
c] Oeste órgãos governamentais o problema das grandes distâncias a
d] Leste serem vencidas por ferrovias e rodovias de elevado custo. As-
e] Impossível responder, devido à falta de dados. sim, por exemplo, uma viagem de São Paulo a Porto Alegre
tem uma distância que, na Europa, atravessaria Portugal,
Gabarito França, Bélgica, Holanda e Alemanha. Além das enormes dis-
1a 2d 3c 4d 5d tâncias que encarecem sobremaneira a produção, a grande ex-
tensão territorial pode vir a criar problemas de diferenciação so-
ASPECTOS RESULTANTES DA cial, política e econômica entre as diversas regiões do país.
(I) Brasil
1-Área Territorial
A área do Brasil é avaliada em 8.547.403,5 km2, o que o
coloca em 5.º lugar entre os países mais extensos do globo, de-
pois da Rússia, EUA, Canadá e China. Sua área equivale a 5,7%
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Assim cerca de 93% das terras brasileiras localizam- Predomínio de clima quente e
se no Hemisfério Sul (meridional ou austral) e, consequente- úmido.
mente, 7% no Hemisfério Norte (setentrional ou boreal). Predomínio das estações do ano
A linha do Equador atravessa as seguintes unidades fe- Implicações da locali- mal definidas.
derativas: AM, PA, RR e AP (terras do Hemisfério Norte e Sul), zação geográfica 3 fusos atrasados em relação ao
enquanto o Trópico de Capricórnio atravessa os estados de SP, GMT.
PR e MS (terras nas zonas tropical e temperada sul). Uso ou não do horário de verão em
Assim sendo, 92% das terras situam-se na zona inter- algumas regiões do país.
tropical e apenas 8% na zona temperada do Sul.
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO
GEOGRÁFICO!. OUTRAS CONSEQUÊNCIAS DA NOSSA SITUAÇÃO GEO-
GRÁFICA
✓ Existência, no país, de vários tipos climáticos (equatorial,
tropical e subtropical), possibilitando à agricultura o plantio
dos mais diversos tipos de vegetais úteis ao homem.
✓ A localização quase total no Hemisfério Sul torna o clima
mais ameno que nos países correspondentes do Hemisfé-
rio Norte. O Hemisfério Sul é o Hemisfério das Águas
(maior maritimidade).
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DIMENSÕES BRASILEIRAS
✓ Sentido norte–sul (latitudinal ou dos meridianos):
4.394 km
– consequência: variação climatobotânica no país.
✓ Sentido oeste–leste (longitudinal ou dos paralelos):
4.319 km
– consequência: presença de vários(4) fusos horários
no país.
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(II) Maranhão
EXERCÍCIOS Considerações Maranhão
Divisão física
América do Sul
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM da América
Divisão cultural
América Latina
1- Observe o trecho da notícia a seguir e assinale a alternativa da América
correta: Equador Hemisfério Sul = 100%
Greenwich Hemisfério Oeste ou Ocidental = 100%
Devido ao fuso horário, Acre é Coordenadas
LS, LNW
o último estado a comemorar 2020. geográficas
Predomínio de
Terrestres
Devido ao fuso o Acre tem três horas de diferença de Brasília fronteira
(DF). Por conta disso, enquanto o resto do Brasil está come- Predomínio de
Fluviais
morando a chegada do ano novo, os acreanos ainda estarão linhas divisórias
há três horas de 2019 […]. ✓ Horário atrasado em relação à
(Adaptado de: G1) Greenwich.
✓ Estações do ano mal definidas.
O Brasil possui, oficialmente, quatro fusos horários, cuja exis- ✓ Clima quente e úmido.
tência deve-se: ✓ Vegetação megatérmica.
a] à grande extensão latitudinal do país. Implicações
✓ Predomínio de rios cheios no verão e
b] à preocupação em manter as diferenças culturais regionais. no inverno com vazantes.
c] ao grande número de longitudes que o país ocupa. ✓ Não deve se usar o horário de verão
d] à política brasileira de adotar uma maior diversidade de ho- (duração do dia praticamente igual a
rários. da noite).
e] à necessidade de uso da eletricidade em horas distintas en-
tre as regiões.
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Pontos extremos
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b] observando os limites e as linhas de fronteiras do nosso Es- a Rio 92, que afirma que a nação tem direito sobre a variedade
tado, podemos concluir que o mesmo quase que seria uma de vida contida em seu território e o dever de conservá-la utili-
ilha flúvio- marinha, devido a presença da Serra do Gu- zando-se dela de forma sustentável.
rupi(oeste) e a Chapada das Mangabeiras(sul); A dificuldade encontrada pelo Brasil em seguir o acordo da
c] o fato do Maranhão ser uma Estado muito tropical, deter- Convenção sobre a Diversidade Biológica decorre, entre outros
mina o nosso clima quente e as estações do ano mal defi- fatores, do fato de a:
nidas; a] extinção de várias espécies ter ocorrido em larga escala.
d] estamos no 2º fuso horário do Brasil, com três horas atra- b] alta biodiversidade no país impedir a sua conservação.
sadas em relação a Greenwich(Londres). O atraso no ho- c] Utilização de espécies nativas de forma sustentável ser utó-
rário do Maranhão tem relação com o fato da localização no pica.
hemisfério oeste ou ocidental; d] Grande extensão de nosso território dificultar a sua fiscali-
e] a alta latitude do Maranhão é fator determinante do não uso zação.
do horário de verão no nosso Estado. e] Classificação taxonômica de novas espécies ocorrer de
forma lenta.
4- Uma característica do território brasileiro bastante relevante
é a sua grande extensão longitudinal. Do extremo leste, a Ponta 7- (UEMA)Analise:
do Seixas, em Paraíba, até o extremo oeste, a Nascente do Rio
Moa, no Acre, há uma distância de 4.319 quilômetros.
Uma característica socioespacial do Brasil resultante do fator
acima apresentado é:
a] elevada variação climática
b] presença de domínios naturais diversificados
c] existência de vários fusos horários
d] acentuada unidade topográfica
e] facilidade para o deslocamento rodoviário
6- (ENEM) A interferência do homem no meio ambiente tem O Brasil é considerado um país continente, pois apresenta
feito com que espécies de seres vivos desapareçam muito mais uma grande área territorial. Seria possível colocar quase todos
rapidamente do que em épocas anteriores. Vários mecanismos os países europeus dentro do Brasil. Um espaço geográfico de
de proteção ao planeta têm sido discutidos por cientistas, orga- grandes dimensões deve ser muito bem trabalhado pela socie-
nizações e governantes. Entre esses mecanismos, destaca-se dade e pelos gestores, caso contrário pode se tornar um pro-
o acordo na Convenção sobre a Diversidade Biológica durante blema. Assim algo favorável pode passar a ser desfavorável.
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Observe abaixo aspectos favoráveis e desfavoráveis da nossa 3- Qual a MELHOR frase que justifica o conteúdo do mapa
grande extensão: mostrado?
I. Grandes distâncias para o escoamento da produção; a] Brasil – um país continente
II. Maior integração intra-continental com os outros países da b] Brasil – um país de grande distância longitudinal
América doSul, através de seus limites; c] Brasil - um país muito grande no sentido norte-sul
III. Maior diversidade climática; d] Brasil – um país de grande distância latitudinal
e] “c” e “d” se completam como resposta
IV. Problemas de diferenciação social, política e econômica en-
tre as diversas regiões do país.
4- O Brasil tem todos os seus fusos horários atrasados em re-
V. Maiores possibilidades de apresentar uma grande biodiver-
lação ao horário do GMT(Hora do meridiano de Greenwich). A
sidade.
justificativa para esse fato deve-se
a] a sua localização predominantemente no hemisfério sul
1- Qual desses fatores teria maiores implicações no desenvol-
b] a sua localização predominantemente na zona tropical
vimento da agricultura brasileira ?
c] a sua localização no hemisfério ocidental
a] I
d] a sua localização parcialmente no hemisfério norte
b] II
e] todas estão certas
c] III
d] IV
5- “Uma equipe da TV Globo estava no ponto oeste do Estado
e] V
do Maranhão e saiu para o ponto extremo sul, seguindo as
divisas do Estado, pelo percurso mais curto. Assim, a equipe
2- Qual desses fatores teria maiores implicações no desen-
passará, em ordem, pelo(a):
volvimento de novas vacinas, medicamentos, matérias-primas
a] Rio Gurupi, Rio Tocantins e Rio Araguaia;
e formas de alimentação ?
b] Rio Tocantins, Chapada das Mangabeiras e Rio Manuel Al-
a] I
ves Grande;
b] II
c] Rio Tocantins, Rio Gurupi e Rio Parnaíba;
c] III
d] Rio Gurupi, Rio Tocantins e Chapada das Mangabeiras;
d] IV
e] Rio Tocantins, Rio Manuel Alves Grande e Chapada das
e] V
Mangabeiras
INSTRUÇÕES PARA AS QUESTÕES 3 E 4:
6- Analise:
“Do lado daquela cidade
O Brasil apresenta 4 fusos horários, todos eles atrasados em
Existe um rio de eternidade
relação ao horário do GMT. O fuso horário de Brasília-DF é
Amores e barcaças
considerado o oficial (HOB).
E barrancas e capins
Tucunaré, piau e um matagal que é sem igual
Riacho do cacau a desaguar no Tocantins.
(Trecho da música “Imperador Tocantins” — Carlinhos Veloz)
Gabarito
1c 2e 3b 4c 5e 6d
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FUSOS HORÁRIOS
Considerações Gerais
Cada região, cada país e até mesmo cada cidade ou vila marcava a hora segundo as suas próprias particularidades. Não
havia um acordo ou uma "combinação" para a marcação das horas dos relógios das diferentes partes da Terra.
Quando os meios de transporte se desenvolveram - como foi o caso das ferrovias no século XIX -, permitindo maior rapidez
nas viagens e maior contato entre os povos, tomou-se importante estabelecer um acordo na fixação das horas. Foi esse o caso,
por exemplo, de uma companhia ferroviária dos Estados Unidos, que, em 1883, verificou a necessidade de estabelecer uma
tabela de horários que não variasse de uma cidade próxima a outra, mas somente na passagem de uma região para outra.
Foi assim que, no ano de 1884, realizou-se um Congresso na cidade de Washington, Estados Unidos, para discutir a
questão. Estiveram presentes, nesse congresso, representantes de 36 nações, e foi a partir daí que se adotou o sistema de
fusos horários para a determinação das horas nos diferentes lugares da Terra.
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4. Diferença entre…
Hora legal – horário determinado pelo meridiano que passa
no centro do fuso (meridiano central). É a hora que é válida
para todos os lugares situados no mesmo fuso horário.
Hora verdadeira (real ou solar) – horário determinado
pelo movimento aparente anual do Sol. Para dois lugares
terem a mesma hora verdadeira (real) eles devem estar no
mesmo meridiano.
5. Variação da hora:
6. No Equador (0ºL):
1° 111 km
360° ⎯⎯⎯ 40.000 km
1° ⎯⎯⎯ x EXERCÍCIOS
1 fuso = 15° 1665 km x 111 km
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM
7. LID (Linha Internacional da Data): 1- Ana reside na cidade de Manaus, localizada a 60º de longi-
180º LN – Localizada em pleno Pacífico. tude oeste, e sua irmã reside em Jacarta, localizada a 105º de
Antimeridiano de Greenwich. longitude leste. No dia 20 de março, Ana fez um telefonema
Sofre desvio para não passar em locais habitados, evitando para sua irmã às 9 horas. Ela foi atendida, em Jacarta, no ho-
que esses lugares tenham horas iguais com dias diferentes. rário de Londres, às:
a] 13 horas do dia 20 de março.
b] 20 horas do dia 20 de março.
c] 22 horas do dia 19 de março.
d] 8 horas do dia 21 de março.
e] 12 horas do dia 20 de março.
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c] 1h – 11/01
d] 5h – 11/01
e] 5h – 10/01
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A partir de 25 de junho de 2008, o Brasil passou a ter ape- presidente Lula, em junho de 2008, que alterou o fuso horário
nas 3 fusos. As modificações foram as seguintes: do Acre e de parte do Amazonas de duas para uma hora em
- Extinção do quarto fuso horário. relação a Brasília. O Brasil volta a contar com quatro fusos ho-
- O extremo oeste do Amazonas e o Acre passaram a ser par- rários, sendo o quarto o que se caracterizava há 95 anos pela
tes integrantes do terceiro fuso. hora de Greenwich 'menos cinco horas', que compreende o
- O oeste do Pará saiu do terceiro fuso e foi para o segundo. Acre e o sul do Amazonas.
- Agora todo o estado do Amazonas está no terceiro fuso.
- Agora todo estado do Pará está no segundo fuso.
31-10-2013 – AGORA O BRASIL VOLTA A TER 4 FUSOS HOB: o fuso horário oficial do Brasil, que determina a hora ofi-
cial do país (hora de Brasília), corresponde ao terceiro fuso a
HORÁRIOS
oeste de Greenwich. Está, portanto, com 3 horas a menos em
relação à hora de Londres. Se em Londres forem 15 horas, em
Dilma restabelece antigo fuso horário do Acre e Amazonas
Brasília será 12 horas. É o segundo fuso do Brasil. O Maranhão
está localizado dentro desse fuso.
A presidente Dilma Rousseff revogou uma lei, de autoria
do então senador Tião Viana (PT-AC), sancionada pelo então
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Exemplo: se em Roma (meridiano 12ºLNE) são 12 horas, 9- Um avião saiu de Rio Branco (AC – Fuso de 75° LNW) às
qual seria a hora real de Lisboa (meridiano 9ºLNW)? 10h do dia 12 de março, seguindo para Munique (Alemanha -
1.º passo fazer o esboço do gráfico: fuso de 15° LNE), percorrendo 10° por hora. Em qual horário e
data a mesma chegará em Munique?
EXERCÍCIOS
e] 36 horas.
12- Analise:
8- Analise os dados:
Se em Lima – Peru – localizada no meridiano 77° LnW - a
hora solar(real) é 10h 30min; qual seria a hora verdadeira(real)
da cidade de Budapeste – Hungria – localizada no meridiano
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Uma família partiu de Porto Alegre (RS), às 8h do dia 1° de 4- Um voo saiu as 19 horas do dia 20/03 do aeroporto de Gua-
janeiro de 2010, portanto, dentro do período de vigência do ho- rulhos – São Paulo/Brasil, localizado a 23° 25' 55" S, e 46° 28'
rário de verão, com destino a Belém (PA). 10" W, com destino ao aeroporto Leonardo da Vinci – Fiumicino
Apesar da distância, a viagem será feita de automóvel e terá – Roma/Itália, localizado a 41° 48´1´´ N e 12° 14´20´´E. A du-
duração de 56 horas. Qual o dia e a hora de chegada dessa ração do voo direto e de 11 horas. Calcule o horário em que os
família à capital paraense? (ENEM) passageiros chegaram a Roma (horário local) e assinale a al-
a] Dia 2 de janeiro de 2010, às 15h. ternativa correta.
b] Dia 3 de janeiro de 2010, às 15h. a] As 09 horas do dia 21/03, pois Roma esta 03 fusos horários
c] Dia 2 de janeiro de 2010, às 16h. adiantados em relação ao Brasil.
d] Dia 3 de janeiro de 2010, às 16h. b] As 10 horas do dia 21/03, pois Roma esta 04 fusos horários
e] Dia 3 de janeiro de 2010, às 17h. adiantados em relacao ao Brasil.
c] As 06 horas do dia 21/03, pois Roma tem o mesmo fuso
EXERCÍCIOS PROPOSTOS COM RESPOSTAS horário que o Brasil.
d] As 09 horas do dia 21/03, pois Roma esta 03 fusos horários
1- Uma pessoa encontra-se na cidade de Brasília, localizada atrasados em relação ao Brasil.
no fuso horário -3GMT, e recebe uma ligação de sua amiga que e] As 10 horas do dia 21/03, pois Roma esta 04 fusos horários
mora em Tóquio, no fuso 9GMT. atrasados em relação ao Brasil.
Se, em Tóquio, for 21h, assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, o horário em que tocará o telefone em Brasília. 5- Uma partida de futebol, que será disputada em Los Angeles
a] 6h às 14:00 h, será transmitida “ao vivo” para as cidades de Bue-
b] 8h nos Aires e Londres. Sabendo que cada fuso horário mede 15º
c] 9h de longitude e que as cidades de Los Angeles, Buenos Aires e
d] 12h Londres estão localizadas, respectivamente, a 120º oeste, 60º
e] 18h oeste e 0º, sob o meridiano de Greenwich, a que horas os es-
pectadores das cidades de Buenos Aires e Londres assistirão
2- No último campeonato mundial de basquete masculino, re- à partida de futebol, respectivamente?
alizado na China em setembro de 2019, os telespectadores que a] 18 e 16 horas.
estavam no Brasil tiveram que se adaptar ao horário local Chi- b] 06 e 10 horas.
nês para assistir ao vivo às partidas do mundial pela televisão. c] 10 e 18 horas.
Sabendo que as cidades chinesas que sediaram o mundial pos- d] 16 e 12 horas.
suem um fuso horário de 11 horas de diferença (UTC+8) em e] 18 e 22 horas.
relação ao horário de Brasília (UTC-3) e que a maioria dos jo-
gos do Brasil no mundial foram realizados às 16:00, 16:30 e às 6- Três internautas (A, B e C. navegam pela rede mundial e vi-
20:00 no horário chinês, os telespectadores que acompanham sitam a página da BBC de Londres. No momento em que eles
os jogos ao vivo pela televisão brasileira tiveram que assistir às acessam a referida página, são 15h (hora local em Londres (0º
partidas: Gr.). Sabe-se que o internauta A mora numa cidade a 105ºL de
a] no início da noite brasileira. Gr., o internauta B a 30ºO de A, e o internauta C, a 45ºW de Gr.
b] no final do dia seguinte. Com base nessas informações, é correto afirmar que as cida-
c] nas madrugadas e manhãs brasileiras. des dos internautas A, B e C, no momento em que eles aces-
d] no final da tarde brasileira. sam a referida página, têm, como hora local, respectivamente,
e] nas tardes e noites brasileiras. a] 20h, 18h e 12h.
b] 20h, 22h e 18h.
3- Um geógrafo está viajando do Ponto A (175° Oeste - um
c] 22h, 17h e 12h.
local latitudinalmente próximo ao Alasca), onde são 10h da ma-
d] 22h, 20h e 12h.
nhã de quarta-feira, em direção ao Ponto B (165° Leste - um
e] 22h, 20h e 18h.
local na Sibéria). Em que dia da semana e horário, nesse per-
curso, ele cruzará a Linha Internacional de Mudança de Data?
7- Na última etapa de uma competição aeronáutica internacio-
a] Terça-feira às 09h.
nal, uma equipe formada pelos aviões A e B tem a seguinte tarefa
b] Quarta-feira às 11h.
para realizar: o avião A deverá sair às 13 horas (hora local) da
c] Quarta-feira às 09h.
cidade de Vila dos Remédios (Fernando de Noronha/PE), com
d] Quinta-feira às 24h.
destino à cidade de Manaus/AM; o avião B somente poderá sair
e] Quinta-feira às 10h.
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(II)ESCALAS CARTOGRÁFICAS
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APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO
GEOGRÁFICO!.
Transformações
(1) cm para m: deslocar para a esquerda duas casas deci-
mais.
Ex.: 120 cm = 1,2 m 20 m = 2000 cm APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!.
(2) m para km: deslocar para a esquerda três casas decimais.
Ex.: 55.000 m = 55 km 700 km = 700.000 m A riqueza de detalhes do mapa II (o tamanho real foi redu-
(3) cm para km: deslocar para a esquerda cinco casas deci- zido 60.000 vezes) é maior do que do mapa I (o tamanho real
mais. foi reduzido 120.000 vezes), pois tem maior escala. Portanto,
Ex.: 33.000.000 cm = 330 km 25 km = 2.500.000 cm quanto maior a escala, maior será a riqueza de detalhes.
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Sensoriamento remoto – é um recurso técnico para ampliar que transportam cargas valiosas. Em caso de roubo, é possível
os sentidos naturais do homem, ou seja, é um dispositivo ou localizá-los com precisão, possibilitando uma ação mais rápida
equipamentos: câmaras fotográficas (já existem câmaras aé- da polícia.
reas – aerofotogrametria), radares, satélites(ex: GPS) etc., que
capta e registra sob a forma de imagens, a energia refletida ou “Geoprocessamento é a tecnologia que abrange o conjunto de
transmitida pelas áreas, acidentes, objetos e acontecimentos procedimentos de entrada, manipulação, armazenamento e
do meio ambiente ou artificial. análise de dados espacialmente referenciados. Geo-referenci-
A utilização de satélites para sensoriamento remoto mento é uma situação em que uma entidade geográfica é refe-
apresenta outra grande vantagem: a de registrar a sequência renciada espacialmente ao terreno por meio de sua localização,
de eventos ao longo do tempo. Imagens de uma mesma região utilizando-se para tal um sistema de coordenadas conhecido.
podem ser registradas em intervalos regulares de tempo, o que
permite observar e prever a ocorrência de muitos fenômenos. As técnicas são desenvolvidas por computadores e
O exemplo mais conhecido é a previsão do tempo. Satélites por sistemas de processamento e análise de dados espaciais.
meteorológicos captam imagens das massas de ar, visíveis por O SIG (Sistema de Informação Geográfica) é um deles, usando
meio das formações de nuvens, em intervalos de horas. Com o geoprocessamento e o geo-referenciamento.
essas imagens são feitas animações que auxiliam os meteoro- Geoprocessamento é a etapa dos SIGs (Sistemas de
logistas a prever chuvas, períodos de seca ou furacões. Alguns Informações Geográficas) que seleciona todas as informações
dados obtidos em estações e balões meteorológicos também das imagens de satélites e aerofotogramétricas para represen-
ajudam os especialistas na previsão do tempo. tação cartográfica1. Computadores com softwares adequados
Há ainda diversas animações feitas por intermédio de para cada finalidade transformam as imagens em informações
imagens dos satélites, como as que mostram a formação e o sobre características físicas (dimensão, forma, cor), tempera-
deslocamento de um furacão (fundamental para a defesa civil), tura e composição química dos elementos em estudo.
o uso do solo urbano ou rural (útil no planejamento de interven- As imagens de satélite captadas por sensoriamento re-
ção no espaço geográfico) e o desmatamento de florestas (útil moto e as fotos aéreas são trabalhadas em programas de com-
para orientar a ação governamental). Os incêndios florestais, a putadores especiais, que transformam as imagens em banco
expansão urbana e a poluição das águas são outros fenôme- de dados sobre os mais diferentes temas, como uso do solo,
nos registrados dessa maneira. dados geológicos e topografia, entre outros. O geoprocessa-
Por intermédio de imagens de satélites já é possível mento permite analisar esses elementos separadamente ou em
saber as variações de fertilidade do solo numa área de cultivo. conjunto para elaborar mapas, planejar intervenções numa de-
Utilizando o GPS, um agricultor pode distribuir a quantidade terminada área ou monitorar qualquer modificação na paisa-
ideal de adubo em cada pedaço da área cultivada, o que pro- gem, como nos casos de devastação de florestas, queimadas,
porciona eficácia e economia. Há modernos tratores que já vêm poluição de rios, determinação da extensão de áreas alagadas
equipados da fábrica com um computador de bordo conectado por enchentes etc.
ao GPS. O alto custo dessa tecnologia, entretanto, limita sua Há vários exemplos de aplicação prática dos Siste-
disseminação na agricultura. mas de Informação Geográfica, cada vez mais presentes nas
O GPS também está disponível em carros de luxo fa- empresas e nos órgãos públicos de gerenciamento territorial,
bricados nos Estados Unidos, no Japão e na Europa. Eles já como prefeituras. Os SIGs podem ser utilizados para:
vêm equipados com um computador de bordo conectado ao • planejar a distribuição e calcular os custos dos serviços
GPS e com mapas rodoviários e guias de cidades armazena- prestados pela prefeitura no território municipal, como a co-
dos em sua memória, permitindo ao motorista uma orientação leta do lixo;
contínua por meio dos satélites do sistema. No Brasil, uma lo- • planejar investimentos em obras públicas, como um novo
cadora de automóveis já tem esse serviço disponível em parte viaduto, um hospital, e avaliar seus resultados;
de sua frota que circula em algumas cidades, como São Paulo • facilitar o levantamento de imóveis para cálculo e controle
e Rio de Janeiro. da arrecadação das taxas de impostos, como o Imposto
Nos últimos anos, órgãos governamentais brasileiros Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto Territorial
vêm utilizando imagens de satélites e o GPS para identificar Rural (ITR);
com precisão os limites de fazendas improdutivas a serem de- • melhorar a qualidade do sistema de transportes coletivos e
sapropriadas para a reforma agrária, para controlar queimadas do tráfego urbano;
em florestas, para demarcar limites fronteiriços etc. • cadastrar propriedades, empresas e moradores, com
Outras aplicações práticas do sistema GPS são o planejamento grande número de informações, tornando mais rápidos e
de rotas e o rastreamento de veículos, principalmente carretas eficientes os programas de atendimento etc.
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APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO! • equivalente: não deforma a área. Ex.: projeção cilíndrica de
Arno Peters;
Cabe ao cartógrafo escolher o tipo de projeção que melhor • conforme: não deforma a forma. Ex.: projeção cilíndrica de
atenda aos objetivos do mapa. As opções são de 3 tipos: Mercator
• equidistantes: não deforma a distância;
a) Cilíndrica
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Planisfério de Mercator
I) século XVI (1569);
II) momento histórico: grandes navegações e supremacia eu-
ropeia;
III) projeção: cilíndrica conforme;
IV) forma dos continentes: conservada;
V) área dos continentes: deformada;
VI) escala: depende da latitude; b) Cônica
VII) planisfério: do eurocentrismo;
VIII) tendência: desigualdades entre os países.
I) século XX (1973);
II) momento histórico: crítica ao colonialismo e processo de
descolonização;
III) projeção: cilíndrica equivalente;
IV) forma dos continentes: deformada;
V) área dos continentes: conservada;
IV) escala: única;
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EXERCÍCIOS
7) As anamorfoses são mapas esquemáticos, sem escala
cartográfica, representações em que as áreas sofrem deforma-
ções matematicamente calculadas, tornando-se diretamente
proporcionais a um determinado critério que se está conside-
rando. Em Geografia usamos essa técnica para representar
cartograficamente temas e visualizá-los de forma diferente da
habitual. A superfície de cada espaço cartografado vai mudar
proporcionalmente segundo uma determinada variável.
a] População
b] mortalidade infantil
c] produto interno bruto(PIB)
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Para quem viu pela primeira vez o mapa em 1973, sua novi-
dade estava na aparência. Para aqueles acostumados à proje-
ção de Mercator, os continentes do hemisfério norte tinham o
tamanho aumentado, enquanto a África e a América do Sul as-
sumiam a aparência de lágrimas caindo em direção à Antár-
tica.”
BROTTON, Jerry. Uma História do Mundo em Doze Mapas)
Sobre a projeção de Peters, marque a alternativa CORRETA: As curvas de nível são muito utilizadas em mapas topográficos
a] Ao publicar sua projeção, Arno Peters deu maior destaque para determinar a declividade e a variação de altura, sendo um
aos países de latitudes elevadas, próximos aos polos, antes importante instrumento para a implantação de loteamentos e es-
subjugados pela projeção de Mercator. tradas, para evitar problemas como o demonstrado na figura 1.
b] A visão de mundo defendida por Arno Peters em sua proje- Analisando o mapa topográfico (figura 2), em qual localidade o
ção acabou com as desigualdades econômicas entre paí- problema destacado na figura 1 será mais frequente?
ses dos Hemisférios Norte e do Sul do planeta. a] 1
c] A projeção de Arno Peters foi muito divulgada pela im- b] 2
prensa internacional porque, pela primeira vez, representou c] 3
os contornos dos continentes com exatidão. d] 4
d] A projeção de Arno Peters atendeu aos anseios dos países
mais pobres do Hemisfério Sul, pois materializou cartogra- 6- Observe na imagem uma feição de relevo em escarpa, área
ficamente maior igualdade entre as nações. de desnível acentuado de altitude, encontrada geralmente nas
e] Os contornos e os tamanhos relativos aos continentes fo- bordas de planalto, como os trechos da Serra do Mar no estado
ram preservados na projeção de Arno Peters, que por esta do Rio de Janeiro.
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b] d]
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Gláucio Carlos
TIPOS DE MASSAS DE AR
TEMPERA- PRES-
TIPO SUBTIPO ORIGEM UMIDADE
TURA SÃO
Continen- Próximo
Seca
Polares tal aos trópi- Baixa Alta
Oceânica cos Úmida
Continen- Próximo
Seca
Tropicais tal aos trópi- Alta Baixa
Oceânica cos Úmida
Continen- Próximo
Muito Úmida
Equatoriais tal ao Equa- Muito alta
baixa
Oceânica dor Úmida
Massas de ar. São grandes porções de ar que costumam se
originar em áreas extensas e homogêneas, como as planícies,
os oceanos e os desertos. Em seu processo de formação, ad-
quirem as características da área de origem (umidade e
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Predomínio de massas de ar quentes e úmidas sul, rumo às regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil
Brasil e aos países vizinhos.
92% localizado na zona tropical
É assim que o regime de chuva e o clima do Brasil se deve
muito a um acidente geográfico localizado fora do país! A
RIOS VOADORES – A influência da Amazônia nas chuvas chuva, claro, é de suma importância para nossa vida, nosso
do Brasil bem-estar e para a economia do país. Ela irriga as lavouras,
enche os rios terrestres e as represas que fornecem nossa
energia.
TEMPO CLIMA
ATENÇÃO
Ao estudar o tempo por mais de 30 anos, podemos determinar
Os rios voadores são “cursos de água atmosféricos”, for- o tempo mais presente (habitual), que é o clima do local.
mados por massas de ar carregadas de vapor de água, muitas • Classificação climática tradicional (estática ou genérica):
vezes acompanhados por nuvens, e são propelidos pelos ven- baseada na média aritmética da temperatura e da pluvio-
tos. Essas correntes de ar invisíveis passam em cima das nos- sidade, julgando, erradamente, o clima com o estado mé-
sas cabeças carregando umidade da Bacia Amazônica para o dio da atmosfera.
Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. • Classificação climática moderna (dinâmica ou genética):
Essa umidade, nas condições meteorológicas propícias baseada na dinâmica das massas de ar, julgando o clima
como uma frente fria vinda do sul, por exemplo, se transforma como a sucessão habitual dos tipos de tempo.
em chuva. É essa ação de transporte de enormes quantidades
de vapor de água pelas correntes aéreas que recebe o nome
PLUVIOGRAMAS(CLIMOGRAMAS)
de rios voadores – um termo que descreve perfeitamente, mas
em termos poéticos, um fenômeno real que tem um impacto
• Pluviogramas ou climogramas:são gráficos que reve-
significante em nossas vidas.
lam, através de barras, a quantidade de chuvas ocorridas
A floresta amazônica funciona como uma bomba d’água.
em cada mês do ano e, através de uma linha superposta,
Ela puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo
a oscilação da temperatura. Nos climogramas temos:
oceano Atlântico e carregada pelos ventos alísios. Ao seguir
terra adentro, a umidade cai como chuva sobre a floresta. Pela na linha horizontal, os meses do ano, indicados pelas letras;
ação da evapotranspiração das árvores sob o sol tropical, a flo- na vertical, à esquerda, a quantidade de chuvas caídas na
resta devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de região, identificada pela altura da barra;
vapor de água. Dessa forma, o ar é sempre recarregado com na vertical, à direita, as temperaturas em graus centígrados,
mais umidade, que continua sendo transportado rumo ao oeste cuja oscilação é representada pela linha grossa.
para cair novamente como chuva mais adiante.
Propelidos em direção ao oeste, os rios voadores (massas
de ar) recarregados de umidade – boa parte dela proveniente
da evapotranspiração da floresta – encontram a barreira natural
formada pela Cordilheira dos Andes. Eles se precipitam parci-
almente nas encostas leste da cadeia de montanhas, formando
as cabeceiras dos rios amazônicos. Porém, barrados pelo pa-
redão de 4.000 metros de altura, os rios voadores, ainda trans-
portando vapor de água, fazem a curva e partem em direção ao
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IP V O I VO I P V
I. Equatorial
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ATENÇÃO
Os planaltos e serras do Sudeste costumam apresentar médias
térmicas menores que o conjunto da área abrangida pelo clima
tropical. Muitos autores utilizam a expressão tropical de altitude
para designar o clima dessa região.
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Considerações Preliminares
PEDOLOGIA (SOLOS
Solo, a camada superficial da crosta terrestre, é um com-
plexo composto de materiais minerais e orgânicos.
Na formação dos solos, podemos considerar duas etapas:
• a desintegração e a decomposição das rochas por ação do
intemperismo (agentes físicos, químicos e biológicos), que
dão origem aos componentes minerais;
• a incorporação e a decomposição de elementos orgânicos
animais e vegetais, chamados de húmus. Sem esses or-
ganismos, os solos não seriam formados. Dão fertilidade
aos solos, possibilitando a produção dos elementos neces-
sários para que a vida se estabeleça.
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muito tempo, leva-os ao ponto de fadiga, isto é, a desagrega- As bactérias, os fungos, as algas, os liquens e os musgos
ção, da mesma forma como um arame se rompe quando sub- exercem seu papel produzindo nitratos, ácidos orgânicos, gás
metido a movimentos contínuos de dobra e desdobra. carbônico e outras substâncias, que, uma vez incorporados à
Assim, no decorrer do tempo, a rocha vai se quebrando, água, agem sobre os minerais das rochas, auxiliando em sua
partindo-se em pedaços cada vez menores, transformando-se decomposição.
em materiais soltos devido às oscilações de temperatura entre O tatu por exemplo, ao fazer o buraco no solo, facilita a
o dia e a noite (a que chamamos desagregação por termoclas- penetração da água e de substâncias químicas nela existentes.
tia, do grego thermos = quente + cratos = que quebra). Encontrando condições favoráveis, certas plantas podem se
Há também o caso em que a água da chuva congela nas desenvolver nas fendas das rochas. O crescimento de suas raízes,
fendas ou fraturas das rochas. Como a água, ao congelar, au- ao exercer uma força ou pressão nas paredes das fendas, contri-
menta de volume em cerca de 9%, ela ocasiona pressão nas bui para o processo de desagregação mecânica das rochas.
fendas das rochas, que se desagregam por ação mecânica (a
isso dá-se o nome de desagregação por crioclastia, do grego Camadas do Solo
kryos = frio + klastein = quebrar).
Os dois processos descritos recebem o nome de intem- Devemos entender como horizontes do solo as camadas
perismo físico ou mecânico. diferentes entre si que se sucedem em profundidade, de cima
para baixo. São eles que definem o perfil do solo. Cada hori-
O INTEMPERISMO QUÍMICO zonte possui cor, composição mineralógica e textura próprias.
O perfil do solo, ou seja, um corte na vertical através do
Quando chove ou existe elevada umidade no ar atmosfé- solo, mostra seus horizontes. Estes são representados por sím-
rico, a água e o vapor de água entram em contato com os mi- bolos e convenções.
nerais das rochas. 1. Nas regiões de clima quente e úmido, o solo se forma mais
A água da chuva, apesar de naturalmente destilada, não é rápido do que nas regiões frias e secas.
pura. Possui gases, principalmente o gás carbônico, que tem um 2. O elemento principal para explicar a formação e os tipos
poder corrosivo sobre os minerais e, juntamente com a água, par- de solo é o clima, já que o solo resulta da decomposição
ticipa no processo de decomposição da rocha. Além do gás car- das rochas pelo intemperismo. Mas, conforme o tipo de
bônico, outros ácidos exercem ação no intemperismo químico. clima (maior ou menor umidade, temperatura, etc.), haverá
A decomposição química dos minerais das rochas provo- solos diferentes, mesmo a partir de rochas semelhantes.
cada pela água e pelos gases e ácidos vai, por conseguinte, ao 3. Encostas de barlavento x sotavento: solo
longo do tempo, transformando a rocha — decompondo-a —,
e, juntamente com o intemperismo físico e biológico, que vere-
mos adiante, dá origem ao solo.
O intemperismo químico ocorre principalmente nas regiões
de clima úmido, como, por exemplo, no Brasil, onde predomina
o clima quente e úmido controlado por massas de ar equatoriais
e tropicais. As temperaturas quentes criam condições satisfa-
tórias para o desenvolvimento da vegetação e favoráveis para
o aumento da quantidade de gás carbônico e ácidos que vão
causar a decomposição química da rocha.
O intemperismo químico é também o agente de formação FATORES BARLAVENTO SOTAVENTO
Encosta Voltada para o Em oposição ao mar
do relevo arredondado, das "meias-laranjas" ou dos "mares de
mar
morros" das regiões tropicais úmidas, como ocorre em parcelas
Umidade Maior Menor
do território brasileiro. Ex.: Região Sudeste.
Vegetação Mais rica Mais pobre
Predomínio do intem- Químico Físico
O INTEMPERISMO BIOLÓGICO perismo
Profundidade do solo profundos rasos (delgados)
Os animais e os vegetais também participam do processo
de formação do solo.
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Principais Componentes do Solo responsável pela distribuição na planta (raiz, caule etc.). Cerca
Os solos apresentam quatro componentes fundamentais: ele- de 80 a 97% do peso dos vegetais é representada pela água.
mentos e partículas minerais, matéria orgânica, água e ar. A sua falta ou excesso podem ser solucionados através da irri-
gação e da drenagem, respectivamente.
ELEMENTOS E PARTÍCULAS MINERAIS
AR
Compreendem os minerais propriamente ditos (potássio,
fósforo, etc.), além das partículas de argila e areia, por exem- Tem grande importância para o solo e para as plantas em
plo. Os elementos minerais são os verdadeiros nutrientes das virtude das trocas gasosas que ocorrem entre eles. O oxigênio
plantas. Assim, podemos dizer que, enquanto as plantas se ali- contido no ar atmosférico é fundamental para a respiração das
mentam diretamente dos nutrientes, nós nos alimentamos indi- raízes dos vegetais.
retamente deles através das plantas.
Profundidade do Solo
MATÉRIA ORGÂNICA
Corresponde à espessura que um solo apresenta, deter-
minada pela camada impeditiva ao desenvolvimento das raízes
Constitui-se em fator muito importante para o solo e sua dos vegetais, que pode ser, por exemplo, o lençol d'água sub-
fertilidade. É responsável pela vida dos microrganismos, os terrâneo permanente, o substrato rochoso ou camadas internas
quais, além de fixar o nitrogênio e o enxofre para o solo quando bastante adensadas.
os microrganismos se decompõem. O principal efeito danoso Quanto à profundidade, o solo pode ser classificado:
das queimadas é a desnutrição desse complexo orgânico. A
cinza é removida pela erosão.
SOLO: PROFUNDIDADE E CLASSIFICAÇÃO
Classificação Profundidade
ÁGUA Raso menor ou igual a 50 cm
Pouco profundo Maior que 50 cm e menor que 100 cm
É um componente essencial para as plantas. Por meio dela Profundo Maior que 100 cm e menor que 200 cm
são absorvidos os elementos nutrientes do solo, além de ser a Muito profundo maior que 200 cm
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Um solo raso impõe certas limitações: dificulta a fixação ou fertilidade. Da mesma forma, um solo acentuadamente alcalino
ancoragem do vegetal e restringe seu acesso aos nutrientes e é também um obstáculo.
à própria água. Por sua vez, os solos profundos podem também Se a água contida no solo for muito alcalina, ela não con-
apresentar restrições. Se o lençol freático for elevado ou se as seguirá dissolver os sais minerais, impedindo-os de serem ab-
camadas inferiores estiverem adensadas, pode haver obstácu- sorvidos pelas plantas. Mas se tiver um nível elevado de aci-
los à penetração de raízes mais profundas, impedindo o desen- dez, ela dissolverá rapidamente os sais minerais e nutrientes e
volvimento de lavouras permanentes. provocará sua lixiviação, antes mesmo de estes serem absor-
vidos pelas plantas.
Geralmente: O desenvolvimento satisfatório das plantas requer do solo
Intemperismo um "ponto" adequado de acidez e alcalinidade. Para tanto, a
Regiões Profundidade do solo
químico ciência criou uma escala de acidez e alcalinidade do solo de-
Úmidas Grande Grande nominada pH (potencial de hidrogênio), que expressa a con-
Secas Pequeno Pequeno (solos rasos ou centração de íons de hidrogênio nele contidos.
delgados) A escala mede o pH de O a 14. Um solo neutro (nem ácido
nem alcalino) tem pH 7. Solos com pH abaixo de 7 são consi-
Textura derados ácidos; os com pH acima de 7 são solos alcalinos.
A maior parte das plantas necessita de um solo de pH neu-
O solo pode ter textura arenosa, argilosa ou siltosa, depen- tro, ou seja, 7, para melhor se desenvolverem. É nesse "ponto"
dendo do teor ou proporção de argila, areia e silte que conte- que se dá a reação mais favorável à disponibilidade dos nutri-
nha. A dominância de um ou de outro no solo é que determina entes
sua porosidade, isto é, sua capacidade de absorção de água e Para elevar o pH do solo, ou seja, para torná-lo menos
oxigênio, que, como sabemos, são elementos importantes para ácido ou próximo de 7, utiliza-se a calagem, adicionando calcá-
as plantas. Os solos argilosos, dependendo de outros fatores, rio (CaCO3) ao solo. O cálcio existente no calcário baixa a aci-
retêm mais água e nutrientes (cálcio, potássio etc.). Os solos dez do solo. Para baixar o pH de solos alcalinos, usa-se o
arenosos retêm pouca água e nutrientes, pois possuem gran- gesso (CaSO4 2H2O).
des poros, facilitando o escoamento da água. A acidificação do solo pode ser, também, provocada pelo
Existe um procedimento prático para se observar a textura ser humano. Por exemplo, o uso constante de fertilizantes, prin-
do solo. Pega-se um pouco de solo na mão, molha-se com cipalmente aqueles que contêm amônia ou uréia, causa o re-
água, sem contudo encharcá-lo, e procura-se sentir nas pontas baixamento do pH. A deposição de ácidos existentes na atmos-
dos dedos se ele é áspero ou macio. Os solos arenosos mos- fera é também outra causa da acidificação dos solos. E isso
tram-se ásperos e recusam a ação de moldagem. Já os argilo- progrediu de forma significativa com o processo de industriali-
sos são macios e moldáveis, e são utilizados, desde a Antigui- zação, com as chaminés de fábricas e usinas colocando em
dade, para a fabricação de vários objetos: utensílios de cerâ- suspensão na atmosfera gases ácidos em quantidades alar-
mica, tijolos, telhas, porcelanas etc. mantes (lembre-se das chuvas ácidas).
Para o pleno desenvolvimento das plantas, o melhor solo é
o argilo-arenoso, pois a porosidade da areia possibilita circulação PRINCIPAIS PROBLEMAS DO SOLO
de ar – importante para o crescimento vegetal –, enquanto a ar-
gila permite a maior retenção de água, impedindo que haja o es- EROSÃO
coamento direto para os níveis mais baixos do solo.
Há solos que apresentam variações de textura de uma ca-
Hídrica – águas
mada para outra, podendo, por exemplo, ser arenosos na su-
Erosão Eólica- vento
perficial e compactados na profunda. Esses tipos de solo são
facilmente erodidos, pois a água, ao se infiltrar, não consegue Antrópica – homem
ultrapassar a camada compactada, provocando a lavagem ou
lixiviação superficial (lavagem pela água da chuva). Erosão é o desgaste ou o transporte do solo e dos seus
componentes. Os principais agentes da erosão são a chuva e
Acidez do Solo as enxurradas, o vento e também o homem.
Em países tropicais como o Brasil, a intensidade, o volume
A acidificação do solo (nível elevado de acidez) é um pro- e a concentração das chuvas durante o verão acarretam um
blema que compromete largamente a agricultura, pois afeta sua processo erosivo violento nos solos. Milhões e milhões de to-
neladas de terra (solo) são arrastados anualmente, exigindo em
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consequência elevados gastos em fertilizantes químicos para vegetação e regime hídrico, reduzindo a capacidade de
compensar a perda da fertilidade natural. Além da erosão natu- sustentação e de produtividade das terras submetidas à
ral (chuvas, enxurradas) há também a não menos importante ação mais intensa da erosão, transformando uma área pro-
erosão provocada pelo homem, quer em consequência da não- dutiva em improdutiva, sendo causadas pela ação antró-
adoção de técnicas apropriadas quer pela utilização de técni- pica (desmatamentos, atividades agropastoris irracionais,
cas rudimentares de cultivo. esgotamento do solo etc.) e pela ação da natureza (princi-
No Brasil, bem como nos demais países subdesenvolvi- palmente pela ação do vento, clima etc.).
dos, é muito importante a até mesmo desprezível o emprego
de técnicas conservacionistas do solo, como trerraceamento, Técnicas de Conservação do Solo
curvas de nível, rotação de culturas, adubação correta e ade-
quada dos solos, reflorestamento, proteção de encostas etc. • Terraceamento – construção de patamares (“degraus”),
Em vista disso, as consequências são as piores possíveis: em terreno com declividade, para evitar a erosão do solo.
baixa produtividade, baixa qualidade dos produtos, maior inci-
dência de pragas agrícolas, agricultura não-competitiva, rota-
ção constante de terras etc.
A erosão do solo provocada pela ação humana decorre de
uma série de práticas e atitudes inadequadas: desmatamento,
queimadas, manejo incorreto de terraceamento e curvas de ní-
vel, monoculturas prolongadas e outras.
Um problema relacionado aos solos de clima tropical, su- • Plantio direto – nos últimos anos, vem aumentando no Bra-
jeitos a grandes índices pluviométricos, é a erosão vertical, re- sil a utilização de uma técnica conhecida como plantio na
presentada pela lixiviação e pela laterização. A água que se palha ou plantio direto. É uma técnica utilizada há mais de
infiltra no solo escoa através dos poros, como em uma esponja, quatro décadas por agricultores dos Estados Unidos, que
e vai, literalmente, lavando os sais minerais hidrossolúveis (só- consiste em se utilizar a palha resultante da colheita para
dio, potássio, cálcio, etc.), o que retira a fertilidade do solo. cobrir o solo.
Essa “lavagem” chama-se lixiviação. Paralelamente a esse pro- O plantio direto é feito com as seguintes etapas:
cesso, ocorre a laterização ou surgimento de uma crosta ferru- durante a colheita de grãos, os restos da cultura – chama-
gionosa, a laterita – popularmente chamada de canga no inte- dos popularmente de palha – são processados em um pi-
rior do Brasil –, que em certos casos chega a impedir a pene- cador acoplado nas colheitadeiras;
tração das raízes no solo. os restos picados são deixados sobre o solo, criando as-
sim um manto de proteção contra o impacto das gotas da
• Lixiviação: processo de “lavagem” intensa e profunda dos chuva, diminuindo o processo erosivo, além de dificultar o
solos pelas chuvas torrenciais típicas das latitudes tropi- crescimento das plantas invasoras, pela falta de luz, o que
cais. resulta em economia de herbicidas. Importante também é
• Laterita: rica em óxido de ferro, própria das áreas de clima o fato de que a palha sofre o ataque de microrganismos e
quente e úmido. Esta variedade aparece em extensas se transforma em húmus, enriquecendo o solo de matéria
áreas do Brasil central e setentrional, onde é conhecida orgânica;
pelo nome de “canga”. no momento no novo plantio, faz-se uma abertura no solo
entre a palha e joga-se o fertilizante – se necessário – e a
DEGRADAÇÕES DO SOLO semente do vegetal que se vai cultivar. Existem máquinas
para realizar essa operação, ou seja, sulca o solo, adubar,
• Compactação do solo – pelas máquinas da mecanização. semear e tapar o sulco.
• Acidificação (pH – menor que 7) – usar o método da cala- O emprego dessa técnica já demons trou muitas vanta-
gem (adição de calcário). gens sobre o processo de mecanização intensiva. Além da
• Contaminação do solo por mercúrio (garimpo). produtividade agrícola obtida, destaca-se sobretudo como
• Salinização: irrigação imprópria. técnica de conservação do solo.
• Uso inadequado de fertilizantes químicos e pesticidas. • Curvas de nível – linhas que ligam pontos de mesma cota
• Reflorestamento inadequado (com espécies diferentes da- altimétrica, sobre as quais se faz a semeadura, estabele-
quele ecossistema). cendo-se, assim, fileiras horizontais de plantas. Isso per-
mite que a água escorra mais lentamente. Usada em regi-
• Desertificação: conjunto de mudanças regressivas no solo,
ões com certa declividade do relevo.
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Figura I: sem curvas de ní- Figura II: com curvas de Importantes solos do Brasil
vel- plantio errado nível –plantio correto
Nome Característica principal Região mais comum
• Rotação de culturas – cultivo alternado de produtos (por Formado por decom-
exemplo: soja, depois trigo). Alterna-se um cultivo qualquer posição do basalto e
Ocorrência em forma
com uma leguminosa (ex.: soja) ou uma gramínea (ex.: do diabásio de origem
de manchas isoladas
feno), pois eles nitrogenam o solo, recuperando-o para um Terra roxa vulcânica; de colora-
no Centro-Sul do Bra-
novo plantio. Exemplos: ção avermelhada, foi
sil.
fundamental para o de-
senvolvimento do café.
Formado por decom-
Ocorrência em faixas,
posição de rochas cal-
principalmente na
cárias, granito e
parte litorânea do
Massapé gnaisse; foi fundamen-
Nordeste brasileiro
tal para o desenvolvi-
(zona da mata nor-
mento da cana-de-açú-
destina).
• Afolhamento – método no qual o terreno é dividido em car.
três partes e que, enquanto duas partes são cultivadas, a
terceira permanece em repouso por um ou dois anos para 1. Latossolos: recobrem a maior parte da Zona Intertropical,
recuperar as propriedades retiradas com as sucessivas co- com destaque para a África central e o Brasil. Típicos de
lheitas. climas quentes e úmidos ou subúmidos, são profundos
mais tendem a enfrentar intensa lixiviação. A lixiviação
está associada a outro processo, a laterização, que ocorre
nos latossolos das águas tropicais submetidos à alternân-
cia entre estações chuvosas e secas. Nessas condições,
forma-se a laterita, isto é, solo que contém grande quanti-
dade de resíduos de ferro ou alumínio, com coloração de
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS tijolo. Tais solos são bastante ácidos, necessitando de cor-
reção através do método da calagem, baseado na adição
de calcário.
a) Eluviais: são formados por rochas que sofrem o intempe-
2. Os solos mais férteis do mundo são os escuros e averme-
rismo no próprio local. Ex.: massapê, terra roxa, etc.
lhados, presentes nas estepes da Ucrânia e da Rússia
b) Aluviais: são formados por fragmentos de rochas que fo-
(solo negro de tchernoziom), na Europa central, nas pra-
ram transportados por ventos ou por águas correntes. Ex.:
darias do Canadá e dos Estados Unidos, no pampa argen-
loess, solo de várzea.
tino, entre outras regiões.
c) Orgânicos: decomposição de seres vivos. Ex.: podzol,
No Brasil, os solos mais férteis são o massapé da Zona
tchernoziom.
da Mata nordestina (escuro e orgânico) e o terra roxa no
Categoria dos Solos Centro-Sul (castanho-avermelhado e vulcânico), ambos já
a) Zonais: principais responsáveis pela sua formação são o bastante exauridos pelas prolongadas monoculturas da
clima e organismos vivos. São solos maduros. Ex.: solos cana-de-açúcar e do café, respectivamente.
de pradarias, latossolos. 3. Os solos da Amazônia são, em geral, de baixa fertilidade,
b) Intrazonais: principais responsáveis pela sua formação com exceção apenas de algumas manchas de terra preta
são o relevo local e rocha de origem. (solo orgânico muito fértil) e de alguns solos aluviais na
Ex.: solo de massapé, terra-roxa. várzea do rio Amazonas. No passado imaginou-se que os
solos amazônicos fossem férteis, por causa da exuberân-
cia da floresta que cobre a região. Mas inúmeras experiên-
cias demonstraram que, quando se derruba a floresta para
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plantio, o solo perde sua fertilidade. Isso ocorre porque é a o feijão, o milho, a mandioca e boa parte da produção do arroz;
floresta que garante a reposição de minerais e matéria or- e as "culturas de rico", como são conhecidas as plantações de
gânica do solo: anualmente caem, por hectare, cerca de 8 cana-de-açúcar, café, soja, algodão, trigo, etc.
toneladas de folhas mortas, galhos, flores e frutos. Esse As primeiras — destinadas principalmente à produção de
material é decomposto e enriquece o solo. Além disso, a alimentos para a população — desde a época colonial são re-
vegetação densa e fechada protege o solo da erosão cau- legadas a segundo plano, cultivadas nas piores terras e em pe-
sada pelas chuvas, impedindo que uma quantidade grande quenas propriedades. As "culturas de rico", ao contrário, desti-
de minerais seja carregada pelas enxurradas até os rios e nam-se principalmente à exportação ou à transformação indus-
o oceano. Por isso se diz que a vegetação vive de si pró- trial, como ocorre com parte da produção da cana, do fumo, do
pria na Amazônia, pouco dependendo do solo. E foi por algodão, etc. Desde o período colonial, ocupam os melhores
esse motivo que falharam tantas tentativas de estabelecer solos e são cultivadas principalmente nas médias ou grandes
grandes plantações monocultoras nessa região. propriedades rurais.
Essas diferenças são relativas, pois muitos produtos des-
ALGUNS SOLOS IMPORTANTES: tinados ao consumo interno podem eventualmente ser exporta-
Formado por erosão dos se apresentarem forte valorização, como ocorreu nas últi-
eólica (ventos), que mas décadas com a laranja. Da mesma forma, os produtos des-
leva grandes quantida- Ocorre principalmente na tinados à exportação também são consumidos dentro do país,
Loess des de sedimentos de China e no Sudeste Asiá- mas normalmente se exporta o melhor e deixa-se o pior para o
cor amarelada; foi fun- tico. consumo interno. Assim, toma-se um cafezinho melhor em
damental na produção Nova York ou em Londres que em São Paulo ou no Rio de Ja-
de trigo e arroz. neiro.
Formação argilosa de Encontrado principal-
cor acinzentada, de ca- mente em latitudes mais AS CONTRADIÇÕES DO ESPAÇO AGRÍCOLA
ráter ácido, tem neces- baixas, sendo sua maior DO BRASIL
Podzol sidade de aditivos para freqüência na porção
produção agrícola, norte da Europa, onde Quanto às áreas, é possível reconhecer uma incidência
como adubos de alto aparece de forma mais desigual do processo modernizador, que se concentra princi-
potencial. contínua. palmente no Centro-Sul do país.
Formado pela ação
De vár- das águas fluviais, Ocorre nas margens do
BRASIL AGRÍCOLA MODERNO
zea sendo bom para o cul- rios.
tivo do arroz.
Essa parcela relativamente pequena do território, que
conta com elevado nível de modernização, é responsável pela
maior parte da produção agropecuária do país. Inclui as regiões
ESPAÇO GEOGRÁFICO Sudeste e Sul e áreas restritas do Centro-Oeste (sudeste de
Goiás e centro-sul do Mato Grosso do Sul) e do Nordeste (Zona
ECONÔMICO da Mata). As principais características dessas áreas do país
são as seguintes:
agropecuária intensiva (emprego de capitais, mecaniza-
Espaço agrário II: Brasil ção, mão-de-obra qualificada), com forte vínculo entre in-
dústria e agropecuária;
produção para o mercado consumidor interno e para ex-
portação, além do fornecimento de matérias-primas indus-
triais como soja, cana, café, algodão e laranja;
elevado preço da terra e altos índices de ocupação da área
dos estabelecimentos, ou seja, há baixa ociosidade das
terras.
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Na atual fase do desenvolvimento capitalista, novas rela- agroindústrias. É dominado por grandes empresas trans-
ções estão sendo estabelecidas entre as atividades agropecu- nacionais.
árias e as demais atividades da economia.
A agricultura é pressionada pela indústria para a agricul- Agribusiness
tura e pela indústria da agricultura e sofre pressões das gran-
des corporações ligadas ao comércio internacional e da Bolsa O termo agribusiness, num sentido geral (tal como foi cri-
de Mercadorias de Chicago (onde são estabelecidos os preços ado nos Estados Unidos), designa toda uma cadeia ou um sis-
dos produtos agropecuários no mercado internacional). A dinâ- tema integrado de produções — adubos, fertilizantes, cereais,
mica da agropecuária na atual fase do capitalismo está estrei- máquinas agrícolas, criações, etc. —, que dependem umas das
tamente ligada à agroindústria e ao agribusiness, a tal ponto outras. Num sentido mais restrito, bastante empregado no Bra-
que o ritmo de ocupação das terras, a própria territorialização sil, o agribusiness refere-se especificamente às indústrias cujos
da agricultura e da pecuária e sua produtividade e o que deve produtos têm por base um produto agrícola, tais como: a indús-
ser plantado estão sendo definidos pela indústria. tria de cigarros, baseada no cultivo do fumo; a indústria de be-
Esse processo no Estado de São Paulo pode ser verificado bidas, que utiliza a cana-de-açúcar, a cevada, a uva, etc.; a in-
com nitidez. As culturas da laranja e da cana-de-açúcar avan- dústria de óleos comestíveis, que beneficia a oliva, a soja e ou-
çaram sobre áreas de pastagens, de café, de algodão e de agri- tros produtos agrícolas; a indústria de calçados, que usa o
cultura de produtos alimentares. Estas, por sua vez, desloca- couro; a indústria de laticínios, que fabrica queijos, iogurtes,
ram-se para a Região Centro-Oeste, onde as terras são de manteiga e outros produtos derivados do leite; a indústria de
preço menor. No Estado de São Paulo foram locadas duas mo- beneficiamento de carnes diversas, que produz salsichas, car-
noculturas, atendendo aos interesses da agroindústria: uma, nes enlatadas, frangos congelados, etc.
energética, representada pela cana-de-açúcar, e outra, voltada
para o mercado externo, a cultura da laranja, que, uma vez in-
dustrializada, fornece o suco para ser exportado.
O papel da agricultura na geração de divisas
Notamos, assim, que a agricultura encontra-se subordi-
nada à agroindústria. Isso tem levado alguns especialistas do Da década de 1960 em diante, o Estado passou a orientar
setor a apontar a possibilidade de a agricultura ser substituída diretamente a produção no campo. Para que os produtores ru-
pela indústria, com a reprodução natural dos vegetais e animais rais pudessem investir na modernização das técnicas utilizadas
já controlada pelo setor industrial pela biotecnologia. A moder- e na mecanização das propriedades, o governo federal come-
nização da agropecuária exige a profissionalização e a especi- çou a operar de forma mais direta na liberação de linhas de
alização da mão-de-obra. Isso deverá romper com as antigas crédito bancário por meio do chamado crédito rural, que possi-
— e ainda remanescentes — relações sociais de produção no bilitou a aquisição dos equipamentos e dos insumos necessá-
Brasil (agregado, morador, parceiro e peão ou peonagem) e rios. No entanto, o aumento da divida externa fez com que o
transformá-las em relações assalariadas de produção. Pode- governo direcionasse a liberação de créditos rurais para os pro-
mos, então, dizer que, o desenvolvimento das relações de pro- prietários que passassem a produzir gêneros agrícolas de
dução capitalistas no campo se faz industrializando a própria maior valor no mercado externo, como é o caso, por exemplo,
agricultura. do café, do trigo, da soja e da laranja (para a fabricação de suco
concentrado). A meta do Estado passou a ser a produção de
grandes safras de gêneros agrícolas para exportação, de forma
Relação: agricultura x indústria a conquistar divisas por meio de superávits em sua balança co-
mercial. Esse excedente financeiro passou a ser utilizado em
Da integração entre os setores agropecuários e industrial grande parte para o pagamento dos juros da dívida externa,
surgiram os tipos de indústria descritos a seguir. situação que permanece nos dias atuais.
Indústria da agricultura ou agroindústria. Transforma Divisas: moedas estrangeiras aceitas no mercado interna-
produtos agropecuários em produtos industrializados no cional (sobretudo o dólar americano, o euro e o iene japo-
próprio local da produção, por exemplo, a indústria de lati- nês) como forma de pagamento nas transações comerci-
cínios e de óleos vegetais. ais (importações e exportações) entre os países.
Indústria para a agricultura. Fornece bens de produção Superávit: saldo positivo na balança comercial de um
(máquinas, equipamentos e produtos químicos, como fer- país. Ocorre quando o Estado e as empresas nacionais
tilizantes e pesticidas) para a agricultura. exportam mais do que importam. O contrário de déficit, que
Complexo agroindustrial. Articulação ou junção da agro- é o saldo negativo na balança comercial, situação que se
pecuária com as chamadas indústrias para a agricultura e
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Finalidade Abate (corte): Um dos problemas enfrentados por muitos brasileiros são
Produção do leite
principal carne os escorregamentos de grandes volumes de solo e rocha, cujas
Destaque para a quali- Destaque para a consequências podem incluir, não raras vezes, perda de vidas
Alimentação
dade quantidade humanas.
Criação Em estábulos Solto I. Os dois principais fatores físicos envolvidos no processo de
Tipos de pas- escorregamento dos solos são a pluviosidade, associada
Selecionadas Naturais ao grande volume de água típico de áreas tropicais, e a de-
tagens
Atividade in- clividade do relevo.
dustrial que II. Em áreas tropicais úmidas, as chuvas concentradas no ve-
Laticínio Frigorífica rão, associadas ao grande volume de água em curto espaço
se desen-
volve de tempo, fazem com que os solos encharcados tenham
• Pampas ar- sua estrutura física alterada, sobretudo em áreas de de-
• Região dos Grandes clive, aumentando a instabilidade e a possibilidade de es-
gentinos
Lagos (EUA/Canadá) corregamento.
• Pradarias dos
• Vale do São Loureço III. A ação antrópica pode intensificar esse processo erosivo
EUA
Globo (Canadá) por meio de dois fatores: a retirada da cobertura vegetal e
• Oeste dos
• Noroeste europeu a ocupação irregular de encostas. Na expansão desorde-
EUA
• Nova Zelândia (pre- nada de áreas urbanas, a ocupação socioeconômica de ter-
• Austrália (pre-
domínio) renos menos valorizados, com menor infraestrutura, pela
domínio)
população de baixa renda (loteamentos clandestinos) ou
Ilha de Marajó
Próximo de Manaus (AM) por empreendimentos empresariais, implica a retirada da
(PA)
cobertura vegetal original, expondo o solo desprotegido ao
Agreste (Região NE) Sertão nordestino
impacto direto das chuvas e ao deslizamento.
Pantanal e cer-
Exemplos no Vale do Paranaíba (GO) IV. O que se observa é que, apesar da existência de políticas
rado (Região CO)
Brasil (predo- públicas que disciplinem a ocupação de encostas, a fiscali-
Campanha Gaú-
mínio da pe- Vale do Itajaí (SC) zação ineficaz e, em alguns casos, a omissão governamen-
cha
cuária exten- tal somam-se a problemas como crescimento desordenado
Região de Campinas (SP) Triângulo Mineiro da população ou de atividades econômicas, agravando o
siva)
Vale do Paraíba do Sul problema dos desmatamentos nas áreas de encosta.
Araçatuba (SP)
(SP, RJ, MG)
Presidente Pru-
Sul de MG
dente (SP)
DESERTIFICAÇÃO
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A ação humana pode romper esse equilíbrio. Quando um • deficiência nos níveis de capacitação da mão-de-obra rural,
período de secas prolongado atinge terras semiáridas usadas industrial e do comércio;
para a sustentação de rebanhos numerosos ou desmatados pelo • fragilidade institucional;
uso da madeira como combustível, a erosão provocada pelos • gestão municipal sem planejamento e comprometimento
ventos destrói as camadas finas do solo. Depois da seca, não com objetivos a longo prazo.
existem mais as condições necessárias no processo de regene-
ração das espécies vegetais. Nessas condições, um novo perí- Possíveis causas da desertificação podem ser apuradas:
odo sem chuvas pode ser fatal: o deserto invade o semiárido. • O desmatamento, que além de comprometer a biodiversi-
dade, deixa os solos descobertos e expostos à erosão,
PRINCIPAL EXEMPLO DO GLOBO: FAIXA DE ocorre como resultado das atividades econômicas, seja
SAHEL para fins de agricultura de sequeiro ou irrigada, seja para a
pecuária, quando a vegetação nativa é substituída por
pasto, seja diretamente para o uso da madeira como fonte
• Localização: ao sul do Deserto do Saara, estendendo-se
de energia (lenha e carvão);
no sentido oeste-leste. Tem clima semiarido e vegetação
• O uso intensivo do solo, sem descanso e sem técnicas de
campestre rala (estepe).
conservação, provoca erosão e compromete a produtivi-
• Atividades econômicas: pastores nômades (no norte) e
dade, repercutindo diretamente na situação econômica do
pastores e agricultores sedentários (ao sul).
agricultor. A cada ano, a colheita diminui, e também a pos-
• Principais causas da desertificação:
sibilidade de ter reservas de alimento para o período de es-
I. crescimento da população pressão demográfica
tiagem. É comum verificar-se, no semiarido, a atividade da
sobre as áreas férteis; pecuária ser desenvolvida sem considerar a capacidade de
II. aumento no tamanho dos rebanhos; suporte da região, o que pressiona tanto pasto nativo como
III. utilização mais intensa das pastagens pelos pastores plantado, além de tornar o solo endurecido, compacto;
nômades;
• A irrigação mal conduzida provoca a salinização dos solos,
IV. substituição da rotação de cultura pela monocultura,
inviabilizando algumas áreas e perímetros irrigados do se-
causando esgotamento do solo.
miárido, o problema tem sido provocado tanto pelo tipo de
• Alguns países com terras na Faixa de Sahel: Senegal, sistema de irrigação, muitas vezes inadequado às caracte-
Mauritânia, Mali, Nigéria, Níger, Chade, Sudão, Etiópia, rísticas do solo, quanto, principalmente, pela maneira como
Somália etc. a atividade é executada, fazendo mais uma molhação do
que irrigando.
A Desertificação é definida como processo de destruição
do potencial produtivo da terra nas regiões de clima árido, se-
APROFUNDAMENTO
miárido e sub-úmido seco. O problema vem sendo detectado
Além de serem correlacionados, esses problemas desenca-
desde os anos 30, nos Estados Unidos, quando intensos pro-
deiam outros, de extrema gravidade para a região. É o caso do
cessos de destruição da vegetação e solos ocorreu no Meio
assoreamento de cursos d'água e reservatórios, provocado
Oeste americano.
pela erosão, que, por sua vez, é desencadeada pelo desmata-
Muitas outras situações consideradas como graves proble-
mento e por atividades econômicas desenvolvidas sem cuida-
mas de desertificação foram sendo detectadas ao longo do
dos com o meio ambiente.
tempo em vários países do mundo. América Latina, Ásia, Eu-
ropa, África e Austrália oferecem exemplos de áreas onde o
homem, através do uso inadequado e/ou intensivo da terra, Consequências da desertificação:
destruiu os recursos e transformou terras férteis em desertos
ecológicos e econômicos. Natureza ambiental e climática
As causas mais frequentes da desertificação estão associ-
adas ao uso inadequado do solo e da água no desenvolvimento Como perda de biodiversidade (flora e fauna), a perda de
de atividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal solos por erosão, a diminuição da disponibilidade de recursos
planejada e no desmatamento indiscriminado. hídricos, resultado tanto dos fatores climáticos adversos
quando do mau e a perda da capacidade produtiva dos solos
Principais problemas: em razão da baixa umidade provocada, também, pelo manejo
• vulnerabilidade às secas, que impactam diretamente a agri- inadequado da cobertura vegetal.
cultura de sequeiro e pecuária;
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facilitam a condensação do vapor de água da atmosfera. E as Essa forma de destinação final do lixo constitui grave problema
enchentes decorrem da dificuldade da água das chuvas de se ambiental porque pode contaminar as águas superficiais e sub-
infiltrar no subsolo, pois há muito asfalto e obras, o que com- terrâneas pela infiltração do chorume, líquido resultante da de-
pacta o solo e aumenta sua impermeabilização. composição de materiais orgânicos (restos de alimento, papel
Todos esses fatores que provocam um aumento das mé- etc.). Além disso, favorece a proliferação de moscas e outros
dias térmicas nas metrópoles somados aos edifícios que bar- insetos, que podem transmitir doenças à população.
ram ou dificultam a penetração dos ventos e à canalização das As formas mais comuns de destinação e tratamento de lixo
águas - fato que diminui o resfriamento provocado pela evapo- são:
ração - conduzem à formação de uma ilha de calor nos grandes • vazadouro a céu aberto: o lixo é lançado sobre o terreno
centros urbanos. De fato, uma grande cidade funciona quase (lixões);
como uma "ilha" térmica em relação às suas vizinhas, onde as • aterro controlado: o lixo é coberto com uma camada de
temperaturas são normalmente menores. Essa "ilha de calor" terra;
atinge o seu pico, o seu grau máximo, no centro da cidade. • aterro sanitário: redução do volume e da área e cobertura
diária com camada de terra, evitando danos à saúde e di-
Medidas para evitar a formação das ilhas de minuindo os impactos ambientais;
calor urbanas: • usina de compostagem: transformação do lixo em com-
posto orgânico, para uso agrícola;
• Plantio de árvores em grande quantidade nas grandes ci- • usina de reciclagem: es diferentes materiais (vidros, plás-
dades. Criação de parques e preservação de áreas verdes. ticos, papeis, metais) são separados e recuperados para
• Medidas para diminuir a poluição do ar: diminuição e con- reutilização;
trole da emissão de gases poluentes pelos veículos e con- • usina de incineração: o lixo é queimado.
trole de poluentes emitidos por indústrias.
A QUESTÃO DO LIXO
A IMPERMEABILIDADE DO SOLO URBANO, O
O lixo sólido é um dos maiores problemas que afetam as
LIXO E AS ENCHENTES
zonas urbanas modernas, independentemente de seu tama-
nho.
Nas grandes cidades das regiões tropicais, onde predomi-
Os volumes gerados são absurdamente altos, principal-
nam os climas tropical úmido ou semiúmido, são comuns as
mente nos países ricos. Na Europa, os números pularam de
fortes pancadas de chuva - as tempestades de verão.
220 kg para 440 kg por habitante/ano na última década; a po-
Como essas cidades apresentam uma superfície com pulação americana produz a astronômica cifra de 10 bilhões de
baixo grau de permeabilidade, em virtude da enorme concen-
toneladas por ano de lixo sólido.
tração de asfalto e concreto e da reduzida quantidade de gra- Você pode estar se perguntando: como foi possível chegar
mados e áreas arborizadas, grande volume de água escoa de
a esses números?
forma muito rápida em direção aos rios. Estes, por sua vez, não
A resposta é simples: de um lado tivemos a popularização
têm capacidade para dar vazão necessária. Ocorrem, então, as dos produtos descartáveis e, de outro, o aumento do consumo
enchentes, que são mais intensas nas várzeas dos rios, onde
em escala planetária.
se instalam tanto habitações populares como grandes prédios A solução para esse crescente problema é a diminuição do
de escritórios e indústrias.
uso de materiais descartáveis e a reciclagem de lixo, ou seja,
O problema das enchentes é agravado pela grande quan- aplicar a ideia conhecida como a “política dos 3 R”: reduzir; reu-
tidade de lixo lançado nas ruas e calçadas, que sempre acaba
tilizar e reciclar. Na prática, ela ajuda a diminuir o volume do
entupindo os bueiros e as galerias pluviais.
lixo e a evitar a contaminação do solo e da água.
Percebe-se, assim, como são imprescindíveis as áreas ar- Assim, a ordem do dia na preservação são os Três R(já
borizadas e os gramados, que possibilitam a drenagem de boa
estão falando da política dos 5Rs):
parte das águas das chuvas, amenizando o problema das en-
• Reduzir: evitar o desperdício de material descartável, isto
chentes.
é, produzir menos lixo.
O maior problema do lixo não está na coleta, que é razoa-
• Reutilizar: aproveitar objetos usados, dando-lhes nova uti-
velmente satisfatória em quase todos os estados, mas sim na
lidade.
sua destinação final. A grande maioria dos municípios brasilei-
• Reciclar: reutilizar materiais usados que podem ser trans-
ros (86,4%) despeja o lixo a céu aberto, nos chamados lixões.
formados novamente em matéria-prima. Só pode ocorrer
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se houver um processo seletivo, com a separação dos ma- 5R´s o planeta fica com um sorriso de lado a lado ao ver o lixo
teriais usados conforme sua origem: papel, plástico, vidro, diminuir!
alumínio e material orgânico.
Os países pobres obviamente acumulam menos quanti- I. O que é reduzir?
dade de lixo, dado o poder aquisitivo mais baixo da população. Consiste em diminuir a quantidade de lixo produzido, des-
Mas, embora o volume seja menor, esse problema se agrava, perdiçando menos e consumindo só o necessário.
pois uma grande percentagem dele não é recolhida, e a maior Reduzir significa ainda sermos cidadãos mais conscientes
parte do que é coletado vai parar em “lixões”, áreas onde se e mais atentos, quando se trata de consumir.
deposita o lixo a céu aberto. Esses depósitos são focos perma- II. O que é reutilizar?
nentes de transmissão de uma série de doenças. Além disso, Reutilizar significa tal como o próprio nome indica, utilizar
exalam um odor bastante forte, devido à decomposição de ma- de novo, dar uma nova utilidade a materiais que muitas
terial orgânico, e produzem um líquido escuro e ácido – o cho- vezes consideramos inúteis. Há objetos que são con-
rume – que se infiltra no subsolo, contaminando os lençóis cebidos para serem usados várias vezes. Há outros em
freáticos. que a imaginação ajuda a potenciar uma nova ou mais
Nesses depósitos encontramos, além da matéria orgânica, duradoura utilização.
uma série de materiais não biodegradáveis, que descartamos Consiste na devolução de garrafas e embalagens reutili-
e que fazem parte do nosso cotidiano como plásticos, vidros, záveis, para que estas possam ser usadas novamente.
pneus de borracha, metais etc. O tempo de degradação desses Devemos preferir sempre as garrafas com depósito.
diferentes materiais varia muitíssimo. Os plásticos não temos III. O que é renovar?
certeza se algum dia serão decompostos; o vidro leva milhares Renovar consiste na reparação de "coisas" em vez de as
de anos para desaparecer. Portanto, o lixo que acumulamos deixar fora.
hoje já é um problema para as gerações frituras. IV. O que é a reciclagem?
Além desses gravíssimos problemas ambientais, há outro, A reciclagem consiste em transformar os materiais inúteis
que é a degradante presença de catadores de lixo nesses de- em novos produtos ou matérias primas de forma a dimi-
pósitos. Homens, mulheres e crianças misturam-se com mate- nuir a quantidade de resíduos, poupar energia e recursos
riais em decomposição, em busca de alimento ou de objetos naturais valiosos.
que possam ter alguma utilidade (mesmo danificados) ou ainda V. O que é recuperar?
que possam ser vendidos ou trocados. Não pense que essa Consiste na devolução de garrafas e embalagens reutili-
terrível realidade se dá apenas nos países miseráveis. Infeliz- záveis, para que estas possam ser usadas novamente.
mente ela está presente em grande parte dos países pobres,
inclusive no nosso. No Brasil, são produzidas cerca de 240.000
toneladas de lixo por dia. Desse total, 40 % não é recolhido;
dos 60 % coletados quase 80% são depositados em lixões a
céu aberto e muitos brasileiros recorrem a esses lugares fétidos
e verdadeiros focos de contaminação para poder se alimentar.
EXERCÍCIOS
CLIMATOLOGIA
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pois vários fatores estão relacionados à sua distribuição ou va- a] Devido ao aumento da acidez das chuvas e o consequente
riação. aumento de suas características corrosivas, os efeitos na
Sobre os fatores que interferem na variação e distribuição da natureza provocados pelas “chuvas ácidas” têm sido mini-
temperatura atmosférica, é correto afirmar que mizados a partir do século XXI.
a] as variações de temperaturas no continente são menos b] Áreas florestais e lagos, ecossistemas vitais para inúmeros
acentuadas que nos oceanos devido à diferença do com- animais têm sido atingidos por essa calamidade, com é o
portamento térmico no meio sólido e no líquido. caso do Lago Yellowstone (EUA), que está contaminado
b] a influência da altitude ocorre, porque o calor é irradiado da com ácido sulfúrico, metais pesados e ainda está altamente
superfície da Terra para o alto e a atmosfera se aquece por salinizado.
irradiação. Assim, quanto maior a altitude, maior a tempe- c] As extensões de terra arável têm sido degradadas, afe-
ratura. tando assim a economia de vários países, como é o caso
c] o relevo pode facilitar ou dificultar a passagem de massas do solo tipo “permafrost”, na Península Ibérica, que fica par-
de ar, por isso a presença de altas cadeias de montanhas cialmente congelado durante o ano.
no litoral evitam a formação de desertos. d] Alguns monumentos públicos urbanos, como algumas es-
d] a variação da temperatura com a latitude deve-se, funda- tátuas europeias, esculpidas em mármore ou em calcário,
mentalmente, à forma esférica da Terra e, em função disso, têm sido corroídas pela elevada acidez das chuvas.
a insolação diminui a partir do Equador em direção aos po- e] A erosão eólica é responsável por grande prejuízo às terras
los. agrícolas e por fornecer grande quantidade de sedimento,
e] o fenômeno da continentalidade térmica explica por que, que vai assorear rios, lagos e represas.
quanto mais distante estiver uma área do continente, me-
nores são suas oscilações térmicas. 5- Observe a figura abaixo e assinale a alternativa correta.
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variações climáticas do tempo meteorológico. O fenômeno As figuras e o texto acima referem-se a um processo de forma-
é mais comum nas áreas urbanas, após a passagem de ção de um fenômeno climático que ocorre, por exemplo, na ci-
uma frente fria, quando o tempo se abre e uma massa de dade de São Paulo. Trata-se de
ar fria e seca, de ventos fracos, recobre uma região que re- a] ilha de calor, caracterizada pelo aumento de temperaturas
cebeu as chuvas recentes. na periferia da cidade.
b] zona de convergência intertropical, que provoca o aumento
6- O termo poluição deriva do latim poluere, que significa su- da pressão atmosférica na área urbana.
jar. Poluição é qualquer alteração provocada no meio ambiente, c] chuva convectiva, caracterizada pela formação de nuvens
que pode ser um ecossistema natural ou agrário, um sistema de poluentes que provocam danos ambientais.
urbano ou até mesmo, em microescala, o interior de uma casa. d] inversão térmica, que provoca concentração de poluentes
Sobre a poluição do ar é correto afirmar, exceto: na baixa camada da atmosfera.
a] A poluição do ar é resultado do lançamento de enorme e] ventos alíseos de sudeste, que provocam o súbito aumento
quantidade de gases e materiais particulados na atmosfera, da umidade relativa do ar.
seja de gases que já a compõem, causando um desequilí-
brio nas proporções; ou de gases estranhos a ela, como é 8- Sobre o clima mundial, os fatores e os processos que o
o caso do dióxido de enxofre, dos óxidos de azoto e do mo- condicionam, assinale a alternativa INCORRETA.
nóxido de carbono. I. A latitude influencia na distribuição espacial das tempera-
b] Os principais responsáveis pela poluição do ar, nas cida- turas. Dessa forma, quanto maior for latitude, menores se-
des, são os transportes, as instalações industriais, as cen- rão as temperaturas.
trais termelétricas, as instalações de aquecimentos, entre II. A pressão atmosférica varia em função da altitude e da
outros. temperatura. Assim, quanto maior for a altitude, menor
c] O monóxido de carbono é um gás que em altas doses pode será a pressão atmosférica e quanto mais alta a tempera-
levar à morte por asfixia. O monóxido de carbono reduz a tura, menor será a pressão.
oxigenação do cérebro, provocando, também, dores de ca- III. O planeta Terra é aquecido uniformemente, tanto ao longo
beça, vertigens e perturbações sensoriais. da sua superfície quanto ao longo do tempo (anos), e isto
d] A poluição do ar causa problemas respiratórios, alergias e condiciona a circulação atmosférica com a produção de
doenças crônicas como asma e bronquite. centros de alta e de baixa pressão, que se alteram conti-
e] A poluição do ar atinge somente as cidades industrializa- nuadamente.
das, mesmo assim, hoje em dia, já não é mais um problema IV. Dependendo das condições locais, a precipitação pode
tão grave, se comparado às chuvas ácidas. ocorrer na forma de chuva, granizo ou neve e está relaci-
onada, principalmente, à umidade atmosférica.
7- Observe a figura abaixo com atenção. V. A diferença entre as temperaturas máxima e mínima é
maior no interior dos continentes e a continentalidade
exerce grande influência sobre essa amplitude térmica.
COLUNA 1
(1) El Niño
Em algumas cidades, pode-se observar no horizonte, em certos (2) Circulação geral da atmosfera
dias, a olho nu, uma camada de cor marrom. Essa condição (3) Monções
afeta a saúde, principalmente, de crianças e de idosos, provo- (4) Alísios
cando, entre outras, doenças respiratórias e cardiovasculares. (5) Contra-alísios
http://tempoagora.uol.com.br/noticias.
Acessado em 20/06/2009. Adaptado.
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Assinale a alternativa correta. MOREIRA, I. Construindo o espaço do homem. São Paulo: Ática, 2001. p. 200.)
a] Estão corretas as afirmativas I, II e III.
b] Estão corretas apenas as afirmativas II e III. Assinale a alternativa abaixo em que os climas listados corres-
c] Estão corretas apenas as afirmativas I e III. pondem, correta e respectivamente, às letras A, B e C, locali-
d] Está correta apenas a afirmativa I. zadas no mapa acima.
e] Está correta apenas a afirmativa III. a] tropical úmido, tropical semiárido, tropical de altitude
b] equatorial, tropical, subtropical
13- O território brasileiro apresenta diferentes tipos de clima c] tropical semiúmido, tropical de altitude, subtropical
que são influenciados por fatores variados, como a fisiono- d] tropical de altitude, tropical úmido, extratropical
mia geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica e] tropical semiárido, tropical semiúmido, tropical de altitude
das massas de ar. Com relação às características climáti-
cas do Brasil, analise as proposições. 15- A Amazônia ocupa uma área de mais de 6,5 milhões de
I. A influência tropical no clima brasileiro está associada ao km2, na parte norte da América do Sul, abrangendo nove paí-
fato da maior parte do país estar localizada em uma área ses: Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suri-
entre o Equador e o Trópico de Capricórnio. name, Guiana e Guiana Francesa. Em toda a região amazô-
II. Os Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul têm nica, calcula-se que cerca de 26.000 km2 são desmatados to-
clima subtropical por estarem localizados abaixo do Tró- dos os anos. Uma pesquisa da revista Science alerta que, até
pico de Capricórnio. 2050, poderá ocorrer a extinção de cerca de 80% das espécies
III. No Brasil predominam climas quentes e úmidos. de vertebrados, em áreas que sofreram desmatamento.
IV. No interior da região Nordeste o clima predominante é o (FARIA, C. Desmatamento da Amazônia. Disponível em: <http://www.infoes-
clima tropical, tendendo a seco pela irregularidade de ação cola.com/geografia/desmatamento-da-amazonia.>. Acesso em: 22 out.
2012.) (WEARN, O. R.; REUMAN, D. C.; EVERS, R. M. Extinction Debt and
das massas de ar. Windows of Conservation Opportunity in the Brazilian Amazon. Science, v.
V. No interior da região Nordeste o clima predominante é o 337, n. 6091, p. 228-232, 13 July 2012.)
clima árido por causa da falta de umidade.
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19- TEXTO 1 se acelerar à medida que mais terras são desmatadas [...] uma
vez que os solos ficam desprotegidos da cobertura vegetal e,
MG: SECA MATOU 120 MIL CABEÇAS DE GADO consequentemente, as chuvas incidem direto sobre a superfí-
17 de novembro de 2007 cie do terrenos.
GUERRA, A. J. T. Geomorfologia urbana.
A seca que castiga a região norte de Minas Gerais, há mais Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.
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23- A superfície terrestre encontra-se em permanente evolu- muito intensa, o que faz com que o intemperismo químico
ção. Algumas mudanças que ocorrem são imperceptíveis de seja o principal agente de formação do solo. Em conse-
observação na escala temporal humana, enquanto outras po- quência, o horizonte A é muito profundo e se apoia direta-
dem ser facilmente verificadas, como a percebida no desenho mente sobre rochas calcárias.
esquemático a seguir. Observe-o. d] O perfil II é típico da Zona da Mata nordestina. Devido a
abundância de chuvas, a ação do intemperismo biológico é
muito intenso, o que faz com que seja rico em material or-
gânico. Em consequência, o horizonte C é muito profundo
e rico em húmus.
e] O perfil I é típico do semiárido nordestino. Devido à escas-
sez de chuvas, a ação do intemperismo biológico é limitada,
o que faz com que o mesmo seja ácido, pedregoso e salino.
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de médias altitudes com declividade acentuada. Preocupado a] viabiliza a possibilidade de produção de vários produtos na
com a conservação do solo, o agricultor consultou um enge- mesma safra.
nheiro agrônomo. Este recomendou arar e semear o solo se- b] diminui a longo e médio prazo os gastos com recuperação
guindo as cotas altimétricas do relevo, o que reduz a velocidade de solo.
do escoamento superficial da água, os processos erosivos e a c] garante, ao agricultor, maior lucratividade em curtíssimo
perda de solo agricultável. A técnica de conservação do solo prazo.
recomendada pelo engenheiro agrônomo denomina-se d] aumenta a lucratividade do produtor por conta da qualidade
a] curvas de nível. do produto.
b] terraceamento.
c] associação de culturas. 30- Uma rocha submetida à ação da água, às oscilações de
d] reflorestamento. temperatura e à atuação de seres vivos irá, com o tempo, de-
e] savanização sintegrar-se e decompor-se. Os minerais que a compõem irão
se fragmentar e se separar em pedaços cada vez menores, até
27- Ao considerar a influência da infiltração da água no solo e dar origem ao solo. No caso brasileiro, em função da sua loca-
o escoamento superficial em topos e encostas, é correto afir- lização geográfica e de suas características físicas, encontra-
mar que mos uma gama de solos, cada um com suas especificidades.
a] a maior infiltração e o menor escoamento superficial retar- Nesse sentido, analise as afirmativas abaixo, referentes aos di-
dam o processo de intemperismo físico e aceleram a ero- versos tipos de solos existentes no Brasil.
são. I. O solo de várzea, argiloso e tipicamente das áreas meridi-
b] a menor infiltração e o menor escoamento superficial inibem onais do país, possui grande riqueza de materiais orgâni-
a erosão e favorecem o intemperismo químico. cos, os quais são utilizados pelas populações ribeirinhas
c] a menor infiltração e o maior escoamento superficial acele- para cultivos de gêneros agrícolas de subsistência.
ram o intemperismo físico e químico e retardam o processo II. O solo de massapé, arenoso e encontrado em todo o litoral
de erosão. brasileiro, concentra grandes quantidades de nitrogênio e
d] a infiltração e o escoamento superficial aceleram, respecti- potássio, o que acabou favorecendo o desenvolvimento de
vamente, os processos de intemperismo químico e de ero- cultivos agrícolas destinados majoritariamente para expor-
são. tações.
III. O solo de terra roxa, argiloso e comum no norte do Paraná
28- Tratando-se das condições geoambientais e da ocupação e oeste de São Paulo, em função da decomposição de ro-
do semiárido brasileiro, pode-se afirmar que a desertificação é chas magmáticas, resultaram em nutrientes importantes,
um processo que conduz à degradação irreversível dos solos e favorecendo a sua utilização no plantio de culturas como o
dos demais recursos naturais renováveis. café.
Sobre o processo em pauta, assinale a opção que contém a IV. O solo conhecido como salmourão, arenoso e com grande
afirmação falsa. gradiente de fertilidade, especialmente por sua decompo-
a] A desertificação tem afetado, principalmente, a área exten- sição química e riqueza em materiais orgânicos, contribuiu
sivamente recoberta por caatinga em solos rasos de tipos para que a região Nordeste se tornasse grande produtora
variados. e exportadora de cana-de-açúcar.
b] Com a expansão do processo de desertificação, tem ocor-
rido a desorganização dos sistemas produtivos como a Assinale a opção correta.
agropecuária e o extrativismo vegetal. a] Apenas as afirmativas I e. II são verdadeiras.
c] A desertificação tem afetado, indistintamente, todos os b] Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras.
grandes domínios naturais do Nordeste brasileiro. c] Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
d] A desertificação é própria dos climas secos, semiáridos e d] Apenas a afirmativa III é verdadeira.
subúmidos secos. e] As afirmativas I, ll, III e IV são verdadeiras.
29- Rotação de culturas é uma técnica agrícola de conserva- AGROPECUÁRIA GERAL E DO BRASIL
ção que visa diminuir a exaustão do solo. Isto é feito trocando
as culturas a cada novo plantio de forma que as necessidades 31- Tomates de amadurecimento lento, frutas cítricas resisten-
de adubação sejam diferentes a cada ciclo. Consiste em alter- tes à geada, soja resistente à herbicida e com mais proteína,
nar espécies vegetais, numa mesma área agrícola. A rotação batatas maiores e com polpa mais densa são alguns dos pro-
de culturas é vantajosa por que dutos que estão disponíveis no mercado ou estarão nos
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GEOGRAFIA • Gláucio Carlos
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36- A pecuária em que o rebanho é criado obedecendo a mé- ( ) É o tipo de agricultura voltado às produções alternativas
todos modernos que permitem uma seleção do gado para o que visam à preservação do meio ambiente, gerando me-
corte, reprodução ou leite, utilizando pasto plantado e rações nos impactos ambientais.
suplementares, é denominada: ( ) É o tipo de agricultura permanente que se baseia em uma
a] Pecuária Intensiva. ciência holística com o objetivo de manter o homem na
b] Pecuária Extensiva. Terra.
c] Pecuária Nômade. ( ) É o tipo de agricultura cuja produção é desenvolvida por
d] Pecuária Ultra-extensiva. famílias, que visam ao seu próprio sustento.
e] Pecuária de espaços semi-áridos. ( ) É o tipo de agricultura que cultiva um único produto (mo-
nocultura), produção essa que se desenvolve em grandes
37- A agropecuária é uma das mais antigas atividades da his- extensões de terra.
tória da humanidade, tendo passado ao longo da sua evolução
por uma série de transformações. Em relação a esta atividade, a] 3-4-1-2
analise o que se afirma a seguir. b] 4-3-1-2
( ) Apesar da grande produção de grãos existente no planeta, c] 4-2-1-3
uma parcela considerável da população mundial é atingida d] 3-4-2-1
pela fome. Este flagelo é produto muito mais de fatores po-
líticos e econômicos, estando presente, muitas vezes, em 39- A inovação nas técnicas produtivas, a mecanização e a uti-
países que são grandes produtores e exportadores de lização de insumos para melhorar a produtividade e diminuir as
grãos. perdas por causas naturais provocaram significativos impactos
( ) Os fatores de produção agrícola são: terra, capital e traba- no meio ambiente.
lho. Dependendo do maior ou menor emprego desses fa- São impactos ambientais decorrentes da produção agrícola,
tores, a atividade agrícola é classificada como extensiva exceto:
ou intensiva. a] desmatamento e lixiviação em áreas mais chuvosas, origi-
( ) Na agricultura intensiva, o aumento da produtividade é al- nando a laterização em solos férteis, tais como, os areno-
cançado com a incorporação de novas terras ao processo sos.
produtivo. b] contaminação do solo a partir do uso indiscriminado de
( ) A distribuição da população economicamente ativa por se- agrotóxicos, sobretudo na produção de alimentos orgâni-
tores produtivos, nos países centrais, revela que é o setor cos.
primário, onde se encontra a atividade agropecuária, c] poluição das “reservas de aquíferos”.
aquele que absorve menos mão-de-obra. d] reúso da água.
( ) O agronegócio da fruticultura, no Vale do São Francisco, e] assoreamento e desertificação.
permite a presença, no meio rural, não apenas da atividade
agrícola mas também de atividades dos setores secundá- 40- Estudos e criação de técnicas que buscam diminuir os im-
rio e terciário, relacionadas ao processo de produção que pactos ao meio ambiente são cada vez mais comuns, tais
aí se desenvolve. como:
a] utilização de fertilizantes químicos e utilização das curvas
A sequência correta acima é de nível
a] V F V F V b] incentivo à agricultura orgânica, sobretudo como o contexto
b] V F F F V familiar
c] V V F F F c] irrigação dos terrenos cultivados o que pode reduzir ao má-
d] V V F V V ximo o processo de sanilização, tal qual é o caso de áreas
e] F F F V V localizadas no Sertão Nordestino.
d] uso de defensivos químicos, além da utilização das rota-
38- Faça a correlação entre os tipos de agricultura e suas de- ções de culturas e do sistema de polsio.
finições. Em seguida, assinale a alternativa correta. e] intensificação do uso de máquinas para que se evite o pro-
(1) Agricultura tradicional cesso de desertificação.
(2) Agricultura moderna
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GEOGRAFIA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA BRASILEIRA A opção que descreve corretamente a estrutura socioespacial
relacionada às figuras é:
41- Observe a charge a seguir: a] Figura A: pequena propriedade – elevada produtividade
em decorrência da expansão da fronteira agrícola – policul-
tura. Figura B: grande propriedade – monocultura – traba-
lho escravo.
b] Figura A: grande propriedade – relações de trabalho servis
– produtividade elevada devido à aplicação do conheci-
mento técnico-científico na produção. Figura B: grande pro-
priedade – monocultura – trabalho escravo.
c] Figura A: grande propriedade – monocultura – produtivi-
dade relacionada à incorporação de terras e superexplora-
ção do trabalho. Figura B: pequena propriedade – mono-
cultura – desmatamento em grandes proporções da Mata
Atlântica.
d] Figura A: grande propriedade – adoção do conhecimento
técnico-científico no sistema produtivo – emprego de mão-
de-obra pouco numerosa e qualificada. Figura B: grande
propriedade – trabalho escravo – produtividade ligada à su-
perexploração da mão-de-obra e à expansão da área de
Na charge é apresentada uma prática que não é uma exclusi- produção.
vidade de países em desenvolvimento, de países pobres, ela e] Figura A: pequena propriedade – monocultura – contami-
existe em todas as economias do mundo, em todas as regiões nação dos rios e lençóis freáticos. Figura B: grande propri-
e apresenta as mais diversas formas. Essa prática é: edade – predomínio de relações escravocratas – desapare-
a] grilagem de terras. cimento da floresta de araucária.
b] invasão de terras.
c] pirataria ecológica. 43- Só produzir alimentos não é o bastante para acabar com a
d] trabalho escravo. fome. O importante - sobretudo nos países e nas regiões onde
e] trabalho por tarefa. a população rural é grande e tem taxas de crescimento demo-
gráfico elevadas - é que se consiga uma integração orgânica
42- As figuras A e B apresentam formas de produção em es- entre o combate à fome e a produção de alimentos por parte
paços e tempos distintos no território brasileiro. dos pobres que vivem no campo.
(Abramovay, R. "Folha de S. Paulo" 18/06/95.)
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o mais forte movimento social em prol da distribuição da Leia a charge para responder às 3 questões que seguem.
terra no país e vem contando com o apoio de grandes pro-
prietários de terra e de grandes empresários rurais.
d] Na última década, as indústrias de alimentos inovam e di-
versificam os produtos alimentícios agregando maior valor
à matéria-prima fornecida pelos produtores rurais e transfe-
rindo renda do campo para as grandes indústrias e cadeias
de supermercados.
e] A partir da década de 1960, a modernização da produção
agrícola teve como condição básica os créditos agrícolas
garantidos pelo Estado, e os grandes beneficiários foram os
grupos sociais com maior poder político e econômico.
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47- O aumento crescente da demanda por produtos livres de exploração ilegal de árvores de valor comercial.
agrotóxicos tem impulsionado a agricultura orgânica no Brasil. b] um dos problemas que os pecuaristas vêm enfrentando na
Esse sistema agrícola que se apóia no manejo sustentável dis- Amazônia é a proibição do plantio de soja.
pensa o uso de agrotóxicos sintéticos e privilegia a preservação c] a mobilização de máquinas e de força humana torna o des-
ambiental, a biodiversidade, os ciclos biológicos e a qualidade matamento mais caro que o aumento da produtividade de
de vida do homem. Com uma área plantada de 842 mil hecta- pastagens.
res, o setor movimentou cerca de US$ 1 bilhão em 2003. O país d] o superávit comercial decorrente da exportação de carne
tem 19 mil propriedades e 174 processadoras espalhadas em produzida na Amazônia compensa a possível degradação
diversas regiões. ambiental.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre agricultura, con- e] a recuperação de áreas desmatadas e o aumento de pro-
sidere as afirmativas a seguir. dutividade das pastagens podem contribuir para a redução
I. Na agricultura orgânica, a forma de produzir demanda uma do desmatamento na Amazônia.
maior utilização de mão de obra para colocar em prática o
controle biológico e o manejo integrado de pragas, consti- 49- O crescimento da economia brasileira desenvolveu-se sob
tuindo-se em alternativa para o desenvolvimento da agri- o signo dos grandes ______ e da concentração de renda. A
cultura familiar. _______ da agricultura e a concentração ______ produziram o
II. O crescimento do mercado para os produtos orgânicos não ________ acelerado, que se manifesta na formação das
se limita ao Brasil, o que tem permitido aos agricultores au- _______ urbanas. No campo, os novos padrões de ______ im-
mentar a receita, por unidade de produção, a uma razão postos pelos complexos ______ continuam a provocar a ruína
superior à da agricultura convencional. dos pequenos produtores, configurando um quadro de verda-
III. O crescimento do número de propriedades rurais em que deira tragédia social.
se pratica a agricultura orgânica invalida o debate sobre os Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas
impactos do consumo de agrotóxicos no Brasil. do texto.
IV. O sistema de agricultura orgânica é impraticável nas pe- a] agroindustriais – produtividade – das periferias – consumo
quenas propriedades rurais, pois a eliminação do uso de – favelas – monopólios – rurais.
fertilizantes e de pesticidas químicos proporciona um au- b] agronegócios – produtividade – de renda – consumo – mas-
mento dos custos de produção, o que, consequentemente, sas – investimentos – industriais.
diminui a renda da unidade produtiva agrícola. c] monopólios – crise – de terras – crescimento – franjas –
consumo – urbanos.
Estão corretas apenas as afirmativas: d] monopólios – modernização – fundiária – êxodo rural – pe-
a] I e II. riferias– produtividade – agroindustriais.
b] II e III. e] capitalistas – proletarização – fundiária – enriquecimento –
c] III e IV. favelas – modernização – agroindustriais.
d] I, II e IV.
e] I, III e IV. 50-
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GABARITO
1) C 2) D 3) C 4) D 5) B
6) E 7) D 8) D 9) A 10) A
11) C 12) C 13) C 14) C 15) E
16) C 17) E 18) D 19) A 20) A
21) E 22) D 23) B 24) B 25) A
26) A 27) D 28) C 29) B 30) D
31) E 32) C 33) A 34) D 35) A
36) A 37) D 38) A 39) D 40) B
41) D 42) D 43) C 44) C 45) E
46) D 47) A 48) E 49) D 50) A
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FILOSOFIA
Rômulo Ribeiro
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
divina e na revelação: a razão humana não pode compreender planetas. Baseado na concepção aristotélica, a parte baixa ou
o conhecimento divino e as verdades divinas não poderiam ser sublunar (abaixo da lua) é caracterizada pela imperfeição, pela
demonstradas pela razão corrupção (morte) da matéria, nesse âmbito o movimento é re-
tilíneo (de cima para baixo) e é composto pelos quatro elemen-
TOMÁS DE AQUINO (1224 - 1274) tos básicos (ar, fogo, ar e água).
Na parte alta ou celeste, os planetas e as estrelas possu-
Italiano, foi padre dominicano, filósofo e teólogo, repre- íam um quinto elemento que não existia no meio terrestre: o
senta o apogeu da Escolástica. O sistema tomista estabeleceu éter, elemento que sempre existiu e não havia sido criado. O
o equilíbrio de relações entre fé e razão, entre filosofia e teolo- movimento natural dos corpos seria circular, pois perfeito, ou
gia, entre o aristotelismo e o cristianismo. Muito combatido no seja, saía e voltava ao seu local de origem.
início, acabou por se estabelecer como doutrina oficial da Igreja Essa concepção era muito aceita pela ideologia cristã do-
Católica. Obras: Suma teológica e Suma Contra os Gentios. minante que defendia que as coisas terrestres são imperfeitas
Tomas de Aquino parte de preceitos aristotélicos (Motor e decadentes, enquanto que a vida celeste ou no reino de deus
Imóvel) para comprovar a existência divina: partindo da percep- é perfeita. Tal concepção perdurou do século II ao século XVI.
ção empírica de que tudo é movimento e entendendo que todo
movimento tem uma força primária e exterior ao que move (ou NICOLAU COPÉRNICO (1473-1543)
seja, uma bola de futebol se move pois foi condicionada por um
movimento anterior e externo, um chute, por exemplo), Aquino Copérnico, astrônomo polonês, foi defensor do heliocen-
entende, assim como Aristóteles, que tudo tem uma força an- trismo, onde propôs para os tempos modernos uma nova orga-
terior e, em última análise, uma força inicial motivadora das de- nização do Universo, em cujo centro estaria o Sol. Até tal teoria
mais forças. Para Aristóteles esse é o Motor Imóvel, supras- ser aceita decorreram aproximadamente 150 anos após muita
sensível, estável, perfeito e absoluto. contribuição de cientista como Kepler, Galileu e Newton. Obra:
Para Aquino esse é Deus. Enquanto que para o primeiro, A Revolução dos Corpos Celestes (1543)
tais características não são exclusivas do Motor Imóvel, ha- Copérnico não foi o primeiro a defender um modelo helio-
vendo outras substâncias imateriais com semelhante importân- cêntrico, Aristarco, no século III, já havia proposto um modelo
cia, para o segundo só há um ser verdadeiramente absoluto. semelhante, mas por razões desconhecidas ficou esquecido
Para Aquino as concepções de humano e o que torna este por dois mil anos. Tal fato provavelmente aconteceu porque
único é sua capacidade de abstração, de intelecção, de pensa- suas concepções destoavam das ideias cristãs e das de Aris-
mento e reflexão, que o aproxima da inteligibilidade absoluta de tóteles que conquistou grande autoridade na Baixa Idade Mé-
deus. dia.
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
contrapondo à concepção aristotélica e medieval de mundo por Newton esclareceu o movimento dos planetas, as leis que re-
meio de métodos de experimentos e demonstrações práticas. gem o movimento dos corpos terrestres são as mesmas que
Sua maior contribuição foi demonstrar, em atitude cientí- regem os movimentos sobre todo o universo. É com esses dois
fica, uma oposição ao sistema vigente (ptolomaico-aristotélico), princípios que Newton estabelece, por exemplo, a dinâmica
dedicando grande parte da sua vida a coletar evidências con- gravitacional da Lua sobre a Terra.
trárias ao modelo geocênctrico e a favor do sistema heliocên-
trico ISAAC NEWTON (1642-1727)
GALILEU GALILEI (1564 - 1642) Matemático e físico inglês, é principal referência das con-
cepções da ciência moderna, consegue criar uma teoria física
Cientista e filósofo italiano, precursor da ciência moderna que unifica o movimento de todo o universo. Além de fazer vá-
e opositor das especulações metafísicas e a tradição medieval rias descobertas matemáticas e ópticas, muitos dos princípios
pautada em dogmas. Para se obter conhecimento físico do metodológicos da ciência moderna e contemporânea foram es-
mundo era necessário observação, experimentação e reflexão tabelecidos a partir dele. Principal obra: Princípios Matemáticos
racionais. Seu trabalho trouxe inúmeras contribuições metodo- da Filosofia Natural (1687).
lógicas para a ciências. Obras: Diálogos Sobre os Dois Máxi- Com simplicidade e utilizando três leis e alguns princípios
mos Sistemas do Mundo, Mensageiro das Estrelas, História e e conceitos novos,ele unificou o movimento terrestre e celeste.
Demonstração Sobre as Manchas Solares, Discursos e De- A partir desses elementos, qualquer estudioso poderia enten-
monstrações Matemáticas Acerca de Duas Ciências Novas. der o movimento de todo o Universo. A ciência passou a ser
Por intermédio da experimentação, Galileu demonstrou o mais simples e objetiva, afastou-se de explicações metafísicas
que Newton demonstraria mais tarde por meio de cálculos ma- e caminha para o estudo do objeto ao invés de buscar a causa
temáticos, o princípio da inércia e a força da gravidade, ao lan- última das coisas (deus, motor imóvel, ser absoluto), nas expli-
çar um objeto de cima de uma torre ele cai em direção ao chão cações.
(gravidade) e, ao invés de se afastar da torre, acompanha o
movimento da torre (inércia). Estas descobertas estão em sua
obra Diálogos.
Através da adaptação de um telescópio ele conseguiu RACIONALISMO
constatar que os astros sol e lua não eram perfeitos como de-
fendidos, o sol tinha manchas e a lua possuía várias crateras.
E EMPIRISMO
Percebeu também que o Universo não se resumia aos astros
do modelo ptolomaico-aristotélico, e possuía estrelas e muitos
outros astros, contribuindo para a ideia de um universo infinito. Em síntese os racionalistas, encontravam nas ideias raci-
Uma última constatação foi a de que Júpiter possuía quatro onais (a razão) a fonte de todo o conhecimento, já e os empi-
satélites que o orbitavam, depreendeu daí a conclusão de que, ristas acreditavam que é através da experiência sensível que
de igual forma, a terra poderia orbitar o sol e ter a lua como obtemos o conhecimento sobre tudo.
satélite, diferente do que era defendido até então que entendia Os racionalistas adotavam a matemática como modelo
que, por conta de como se dispunha tais astros, a Terra era ideal de conhecimento. A linguagem matemática é simples,
imóvel e estava no centro do Universo. clara, objetiva, universal e de fácil demonstração. Por tudo isso,
Galileu não produziu suas obras de forma sistemática e ci- a matemática se alçou como referência de conhecimento ver-
entífica e nem pretendeu reformar ou reconstruir o sistema ci- dadeiro e seguro. É nesse âmbito de predomínio da matemá-
entífico, porém a metodologia por ele empregada foi muito di- tica que surgem os principais sistemas racionalistas, como o de
ferente da usada até então. Sua postura criou uma autonomia Descartes, o de Espinosa e o de Leibniz.
para a produção de conhecimento que não era mais submetida Os empiristas se apoiavam, por um lado, em longa tradição
aos preceitos religiosos. que ressalta o papel primordial da experiência como base de
Isaac Newton sistematiza a chamada física moderna, es- todo o conhecimento e, por outro, nas conquistas científicas do
tabelecendo uma síntese entre a mecânica de Galileu e a as- século XVII e na decorrente metodologia de investigação criada
tronomia de Kepler criando uma unidade teórica entre os movi- principalmente por Galileu e Newton, a qual tinha na observa-
mentos que acontecem na Terra e os dos planetas. Se já não ção e na experiência dois alicerces. Três filósofos tornaram-se
fosse o bastante, ele ainda estabeleceu os princípios metodo- símbolos da concepção empirista: Locke, Berkeley e Hume.
lógicos do conjunto da ciência natural. O método cartesiano de busca do conhecimento verda-
A partir das leis de movimento e da força da gravidade, deiro tem na dúvida um instrumento central de investigação. A
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
substância pensante é o fundamento de todo o nosso conheci- um método utilizado tanto para o mundo quanto para o ser hu-
mento. mano em análises de anatomia humana, por exemplo.
René Descates iniciou um processo de constante duvida O Dualismo Cartesiano explicou a existência de duas
sobre as formas de obtenção de conhecimento existentes. É da substância no ser humano, porém não conseguiu explicar como
dúvida quanto a todos os métodos desenvolvidos até então é se relacionam em forma de unidade. Outro ponto é que o autor
que ele estabelece a primeira certeza do seu sistema. estabelece no sujeito a fonte do conhecimento verdadeiro.
O seu ponto de partida inicial é de que se questiono, cogito, Espinosa acreditava que só era possível obter conheci-
logo penso, e para pensar preciso necessariamente existir mento verdadeiro por meio de procedimentos racionais e que o
como ser pensante, daí depreende - se sua análise inicial: a próprio Universo era regido por leis geométricas necessárias,
existência de um pensamento e de um ser pensante – penso, ou seja, fixas e imutáveis, que podiam ser compreendidas pelo
logo existo. homem.
O conceito básico de seu pensamento é o de substância,
RENÉ DESCARTES (1596 - 1650) que existe por si só e não depende de nada para existir, ou
seja, o único ser que não depende de outra realidade para exis-
Filósofo e matemático francês, formou-se em direito e de- tir é deus, a única substância existente e a causa por si só.
senvolveu a base do pensamento racionalista com a razão Dessa forma qualquer coisa que existia no mundo era uma ma-
como núcleo de tudo. Criando a máxima “Penso, logo existo”, nifestação divina. Tudo, inclusive o ser humano, faz parte
distinguiu mente e matéria, criando a base do pensamento du- dessa manifestação, ou seja, deus e natureza seriam uma
alista. Buscou consolidar a ciência com a base de pensamento coisa só.
humano (metafísica) e das coisas materiais (física). Principais Assim é resolvido a problemática cartesiana, já que mani-
obras: O discurso do Método, As Meditações Metafísicas, O festação material (corpórea) e ideal (pensante) fazem parte de
Tratado do Homem, O Tratado do Mundo e Os Princípios da uma só coisa, o divino, não havendo problema de comunicação
filosofia. entre elas, tal concepção, diferente do dualismo cartesiano, é
chamada de monista.
Dualismo Cartesiano
BARUCH ESPINOSA (1632 - 1677)
Descartes identificou duas substância no ser humano: a
substância pensante e a substância extensa. A primeira é o Filósofo judeu holandês, produziu análises críticas sobre
fundamento do nosso conhecimento, do nosso intelecto, que os discursos morais, à metafísicas e à Bíblia, que segundo ele
cogita, duvida, pensa e questiona, é responsável pelo nosso produzia ilusões o que fez com que fosse excomungado. De-
pensare pelo que há de verdadeiro no mundo. Faz parte do fendeu direitos individuais e separação entre Estado e Igreja.
campo ideal ou das idéias. Já o segundo está localizado no Apesar de ser acusado de ateísmo, defendeu a união intelec-
campo sensível, é onde não é possível identificar as coisas de tual entre o ser humano e a essência divina. Obras: Tratado
forma clara e precisa e onde residem os corpos que, por assim Teológico-político, Tratado Político, Tratado da Reforma da In-
o serem, possuem extensão: comprimento, largura e profundi- teligência e da Ética.
dade. Faz parte do campo material ou sensível. A organização do mundo seria feita por ordem divina, tal
Portanto, para o teórico existiam duas substâncias no ordem era considerado por ele como geométrica pois, assim
mundo, além de uma terceira que regia tudo: deus. como as proposições geométricas estão vinculadas entre si por
um sistema a partir de postulados e regras gerais, da mesma
Deus e o Inatismo forma a vida é concatenada e não solta, de maneira a formar
uma unidade, o Universo seria um grande sistema geométrico.
Para Descartes, havia um pensamento que não era criado Para ele essa ordem estava em tudo, considera assim
pelo ser humano, pois tudo criado por este tem caráter de im- como um racionalista radical. Acreditava ainda que tudo na vida
perfeição, a ideia que já nascia com o ser era a de deus, de um existia por conta de uma ordem causal, ou seja, a causa de
ser perfeito e infinito. A própria ideia de deus seria a razão de uma ideia está em outra ideia, e a causa desta, por sua vez,
sua existência como ser supremo e externo ao indivíduo. em outra e assim sucessivamente.
René Descartes acreditava que o mundo era comparado
com uma máquina que, para se entender completamente seu
funcionamento era preciso decompor em partes o todo, anali-
sando minuciosamente o comportamento das divisões. Esse foi
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
nas experiências, como Locke dizia, nem em deus, como dizia d] postulavam um princípio originário para o mundo.
Berkeley. Para Hume não havia resposta sobre a origem, era e] defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
desconhecida.
David Hume não acreditava na causalidade, entendia que 2. (Puccamp) Preparando seu livro sobre o imperador Adri-
não havia garantia empírica que comprovasse o motivo das coi- ano, Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de Flaubert
sas acontecerem, a conexão causal das coisas é suposta e não esta frase: "Quando os deuses tinham deixado de existir e o
factual. Para ele poucas certezas poderiam ser levantadas so- Cristo ainda não viera, houve um momento único na história,
bre o Universo que houvesse comprovação pragmática. entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho".
Os deuses pagãos nunca deixaram de existir, mesmo com o
triunfo cristão, e Roma não era o mundo, mas no breve mo-
EXERCÍCIOS
mento de solidão flagrado por Flaubert o homem ocidental se
viu livre da metafísica - e não gostou, claro. Quem quer ficar
sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem
o apoio e o consolo de uma teologia, qualquer teologia?
(Luiz Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses)
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como 3. ENEM (2018) Não é verdade que estão ainda cheios de
criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus an-
tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face tes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”,
desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos
para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro ele- séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em
mentos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a
Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira
o mundo numa teia de aranha.” eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não exis-
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. tia?”
São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um
para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação exemplo da reflexão filosófica sobre a(s):
racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de a] essência da ética cristã.
Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamenta- b] natureza universal da tradição.
ção teorias que: c] certezas inabaláveis da experiência.
a] eram baseadas nas ciências da natureza. d] abrangência da compreensão humana.
b] refutavam as teorias de filósofos da religião. e] interpretações da realidade circundante.
c] tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
4. (Faap) A doutrina de Platão influenciou os primeiros filóso- homem. A do filósofo Agostinho é uma delas. Sua teoria está
fos medievais, Santo Agostinho, bispo de Hipona (354 a 430) e fundamentada em uma consciência do tipo:
Boécio (480 a 524), autores de "Confissões" e "Consolação da a] crítica.
Filosofia", respectivamente. Mas a Filosofia que predominou na b] religiosa.
Idade Média foi a: c] empírica.
a] Sofística d] científica.
b] Epicurista e] senso comum.
c] Escolástica
d] Existencialista 7. (ESPM - 2019) No século XIII surgiu a Escolástica, cor-
e] Fenomenológica rente filosófica que, a partir de então, dominou o pensamento
medieval.
5. (Ufu 2010) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreita- (Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades:
das Comunidades Primitivas às Sociedades Medievais)
mente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas tradu-
ções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio,
A Escolástica:
cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo
a] teve em Santo Agostinho seu maior expoente e era teo-
sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho
cêntrica;
venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão).
b] teve em Alberto Magno seu maior expoente e refutava o
(PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, Fran-
çois (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p.77.) teocentrismo, pregando o antropocentrismo;
c] teve em Tomás de Aquino seu principal expoente e foi uma
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por tentativa de harmonizar a razão com a fé;
meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apre- d] considerava que a razão podia proporcionar uma visão
senta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Pla- completa e unificada da natureza ou da sociedade;
tão. e] pregava o recurso racional da força, sendo este mais im-
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma des- portante do que o exercício da virtude ou da fé.
sas diferenças:
a] Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhe- 8. ENEM (2018) Desde que tenhamos compreendido o signi-
cimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a ficado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus
respeito do mundo é inacessível ao ser humano. existe.Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem
b] Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o
das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que
realidade além do mundo natural em que vivemos. existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto
c] Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento,
alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo. desde que se entenda essa palavra, também existe na reali-
d] Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, dade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.
a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.
nascer;
e] Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Ilumina- O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino
ção divina, a centelha de Deus que existe em cada um. caracterizada por
a] reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.
6. UEMA/PAES (2014)”Segundo o filósofo Agostinho, o ho- b] sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
mem fora criado à imagem e à semelhança de Deus, estando, c] explicar as virtudes teologais pela demonstração.
portanto, preparado para compreender a essência divina. Con- d] flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.
tudo, em virtude do pecado de Adão – o chamado pecado ori- e] justificar pragmaticamente crença livre de dogmas.
ginal -, o homem decaíra. Como todo ser humano nasce em
consequência do ato procriador (pecado original), todo ser hu- 9. ENEM (2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum
mano nasce manchado pelo pecado de Adão”. fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja direta-
Fonte: AGOSTINHO, Santo. Confissões. mente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para
São Paulo: Paulus, 1997. (adaptado) diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chega-
ria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido
Existem várias formas de se tentar explicar a origem do ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens Filosofia Patrística e Santo Agostinho liderou a Escolás-
de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade tica.
dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o d] Foi um período que ficou na média por ter preservado o
homem de um dirigente para o fim. saber greco-romano da destruição causada pela Santa In-
AQUINO, T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos quisição.
políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado). e] Foi uma importante era da história da humanidade em que
René Descartes e Galileu Galilei lançaram as bases da ci-
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como ência moderna, em contraposição ao teocentrismo do pen-
o regime de governo capaz de: samento grego.
a] refrear os movimentos religiosos contestatórios.
b] promover a atuação da sociedade civil na vida política.
c] unir a sociedade tendo em vista a realização do bem co-
12. ENEM (2014) A filosofia encontra-se escrita neste grande
livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é,
mum.
o universo), que não se pode compreender antes de entender
d] reformar a religião por meio do retorno à tradição helenís-
a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito.
tica.
Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triân-
e] dissociar a relação política entre os poderes temporal e es-
gulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos
piritual.
meios é impossível entender humanamente as palavras; sem
eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.
10. (UFF 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino GALILEI, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana
e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão na- No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a
tural, inclusive a respeito de certas questões da religião. Dis- posição de Galileu significava defender a:
correndo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, a] continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na
ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. Idade Média.
A primeira refere-se a verdades da revelação que a razão hu- b] necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do
mana não consegue alcançar, por exemplo, entender como é exame matemático.
possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é com- c] oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da
posta de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que filosofia escolástica
Deus existe. d] importância da independência da investigação científica
A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor ex- pretendida pela igreja.
pressa o pensamento de Tomás de Aquino. e] inadequação da matemática para elaborar uma explicação
a] A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade. racional da natureza.
b] O ser humano só alcança o conhecimento graças à reve-
lação da verdade que Deus lhe concede. 13. ENEM(2013)
c] Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar cer-
tas verdades por seus meios naturais. Texto I
d] A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca
de Deus. “Há já algum tempo eu me aprecebi de que, desde meus
e] Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verda-
nada pode conhecer d’Ele. deiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão
mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto.
11. (UNICENTRO - 2019) Do ponto de vista das reflexões filo- Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, des-
sóficas contemporâneas sobre o que foi a chamada Idade Mé- fazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e
dia, é correto afirmar: começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme
a] Constituiu-se num período em que o saber não evoluiu, re- e inabalável”.
presentando uma “longa noite de mil anos”. DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia.
b] Foi um período em que o saber filosófico esteve atrelado São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
ao saber religioso, tendo a filosofia como “serva” da teolo-
gia, ou seja, um saber voltado a fundamentar racional-
mente os dogmas da fé.
c] Foi um período em que Santo Tomás de Aquino liderou a
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o co-
viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se: nhecimento, de modo crítico, como resultado da
a] retomar o método da tradição para edificar a ciência com a] investigação de natureza empírica.
legitimidade. b] retomada da tradição intelectual.
b] questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e c] imposição de valores ortodoxos.
concepções. d] autonomia do sujeito pensante.
c] investigar os conteúdos da consciência dos homens me- e] liberdade do agente moral.
nos esclarecidos.
d] buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos 16. ENEM (2014) É o caráter radical do que se procura que
e ultrapassados.
exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o
e] encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam
espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que apare-
ser questionados.
cer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria
dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram
14. Leia o trecho a seguir: “[…] é quase impossível que nossos anteriormente varridas por essa mesma dúvida.
juízos sejam tão puros e tão sólidos como teriam sido se tivés- SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade.
semos tido inteiro uso de nossa razão desde a hora de nosso São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
nascimento, e se tivéssemos sido conduzidos sempre por ela.”
(DESCARTES, René. Discurso do Método. Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical
São Paulo: Martins Fontes. 1996, p. 17). da filosofia cartesiana tem caráter positivo por contribuir para
o(a):
A Razão Cartesiana inaugurou, na modernidade, uma forma de a] dissolução do saber científico.
se pensar a partir de uma linguagem racionalista, inspirada em b] recuperação dos antigos juízos.
modelos matemáticos. Esse modelo racional pretendia servir c] exaltação do pensamento clássico.
como guia para o conhecimento da realidade. Sobre o método d] surgimento do conhecimento inabalável.
cartesiano, é correto afirmar que: e] fortalecimento dos preconceitos religiosos.
a] tem sua formulação mais bem acabada na obra “Crítica da
Razão Pura”. 17. ENEM(2013) ”Os produtos e seu consumo constituem a
b] consistia em colocar o mundo, a realidade, “entre parênte-
meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi
ses”, operando assim em uma “redução fenomenológica”.
proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como ex-
c] foi duramente combatido pelos filósofos contemporâneos
pectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No en-
a Descartes, não tendo assim exercido influência em ne-
tanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por
nhuma geração posterior.
pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Ilu-
d] consistia em duvidar de tudo e, a partir da dúvida, recon-
minismo, não surgiu ‘de um prazer de poder’, ‘de um mero im-
duzir o pensamento à possibilidade da realidade, processo
perialismo humano’, mas da aspiração de libertar o homem e
que se sintetiza na frase: “penso, logo existo”.
de enriquecer sua vida, física e culturalmente”.
e] tem seu apogeu no século XV, quando a entra em declínio CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques.
a filosofia escolástica. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro
natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta
em: suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impres-
a] expor a essência da verdade e resolver definitivamente as são sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.
disputas teóricas ainda existentes. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento.
b] oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
TEXTO I
TEXTO II
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SOCIOLOGIA
Rômulo Ribeiro
diferentes, como: cultivo das artes, cultivo das letras e das ci-
CULTURA ências
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SOCIOLOGIA • Rômulo Ribeiro
burguesia como classe dominante e na transformação que isso observação extremamente detalhada, onde procurou eviden-
produziu nos hábitos e costumes da sociedade europeia. ciar a função de cada traço cultural em uma dada sociedade,
O estudo de Elias permitiu entender que o conceito de cul- escola de pesquisa científica que ficou conhecida como funcio-
tura é histórico e varia de local para local e de época para nalista.
época. Dessa forma, é necessário analisar uma cultura em fun-
ção ao grupo que pertence e não usada para desqualificar ou- FRANZ BÓAS (1858 - 1942)
tros grupos ao qual não faz parte.
O primeiro a conceituar a cultura como uma bagagem ad- De Minden, Alemanha e físico de formação, foi para os
quirida de conhecimento, práticas, crenças, comportamentos E.U.A. se dedicar a Antropologia. Considerado um dos funda-
etc, foi Edward Burnett Tylor explanando que tal aquisição era dores da antropologia estaduniense, foi curador do Smithso-
feita de geração a geração por meio do aprendizado. No en- nian e professor da Universidade de Columbia, formou diversos
tanto, aplicou uma visão inspirada no evolucionismo darwini- antropólogos. Obras: A mente do Ser Humano Primitivo (1938),
ano, desenvolvendo uma visão de culturais mais e menos evo- Antropologia Cultural (1940) e Arte Primitiva (1889 - 1916).
luída.
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social que é possível verificar seu status,dessa forma, profis- Por conta das disputas, a concorrência e os conflitos são
são, relações sociais que mantêm, núcleo familiar, classe so- constantes dentro dessa estrutura, onde, aqueles que ocupam
cial, a exemplo, serão definidores para constatar qual status os estratos superiores, visam manter suas posições, enquanto
determinado indivíduo possui. que os que estão mais abaixo na hierarquia tentam superar os
Os status podem ser atribuídos (quando uma posição é obstáculos para alcançar posições mais altas. Essa dinâmica
ocupada independente da ação do indivíduo, como: “filho pri- também se faz presente de forma constante no capitalismo mo-
mogênito”, “parente de celebridade”, etc) ou podem ser adqui- derno.
ridos (quando a posição é conquistada por intermédio da ação,
como: “concursado”, “professor doutor”, “criminoso”, etc). DESIGUALDADES SOCIAIS
O papel social é uma categoria complementar ao status
social. Este primeiro discorre sobre as obrigações e os benefí- A desigualdade social envolve distanciamentos sociais que
cios que cada indivíduo possui por possuir um status social; é possuem uma dificuldade muito grande em serem transpostos
o ônus e o bônus, os direitos e deveres da pessoa que possui e existem em relação a grupos étnico culturais, regionais, polí-
determinada posição em uma sociedade. Dessa forma: um pro- ticos e econômicos. Dentro dessa dinâmica estão presentes
fessor deve passar conhecimento, um motorista deve guiar também instituições e as próprias relações sociais.
dentro das regras de trânsito, uma enfermeira deve cuidar dos Florestan Fernandes identifica o Brasil em sua obra A In-
pacientes, um pai deve cuidar dos filhos, etc. tegração do Negro na Sociedade de Classes (1964), não só
como uma país economicamente periférico, mas como um pro-
INTERAÇÃO SOCIAL pagador da periferia internamente, na medida que permite a
propagação de zonas de exclusão social pela imposição de mo-
Constitui uma ação envolvendo duas ou mais pessoas em dos de vida subalternos e não cidadãos. As análises críticas
um processo comunicativo, onde há o mínimo de troca intera- atuais apontam que tais desigualdades são historicamente
tiva (informações, emoções, etc.) e transformando o ser hu- construídas.
mano em ser social.
A interação é elemento indispensável para a constituição e PROCESSOS SOCIAIS
o desenvolvimento de uma sociedade, é por intermédio dela
que as redes de relações são firmadas, as práticas e compor- São as formas pelas quais os indivíduos organizam e es-
tamentos são firmadas e que se estabelece a relação básica de tabelecem suas interações sociais e, por cada indivíduo ter
comunicação. suas singularidades, esses processos irão variar bastante.
A interação pode ser recíproca, quando as partes envolvi- Os processos sociais variam em associativos ou dissocia-
das interagem entre si (indivíduos ou grupos), ou pode ser não tivos na medida em que ou estabeleçam relações positivas, de
recíproca, quando não há interação e só existe a passagem de consenso e cooperação ou relações de divergência e oposição.
informação de maneira unilateral. São processos associativos: cooperação, acomodação e
assimilação. No primeiro os indivíduos juntam-se entre si para
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL alcançar um objetivo comum. O segundo é uma prática de acei-
tação sobre algo imposto, seja por outro indivíduo, seja pela
O conjunto de status sociais formam uma estrutura hierar- sociedade. E o terceiro diz respeito a um processo pelo qual
quizada denominada de Estratificação Social que, de maneira indivíduos ou grupos distintos tornam-se mais semelhantes.
simbólica, pode ser representada por uma pirâmide, onde os
indivíduos são posicionados, de forma ascendente, de acordo SOCIOLOGIA E VIOLÊNCIA
com o poder econômico e político dentro de uma dada socie-
dade, a base e o topo representam, respectivamente, indiví- A violência é uma prática humana recorrente e atinge todo
duos com baixo e alto poder. o grupo humano sem distinção e existe em diversos momentos
O acesso aos baixos estratos da pirâmide é relativamente e lugares.
fácil, porém, à medida em que se busque escalar posições, o Achados arqueológicos encontrados em 2012 no Quênia
nível de competição aumenta e com ela a dificuldade. É neces- mostram um grupo de 27 esqueletos fossilizados com o crânio
sário frisar que a possibilidade de mudança de estratos é dinâ- perfurado, dando indicativo de que um grupo de ser humano foi
mica em sistemas como o capitalista contemporâneo, no en- atacado por outro. Esse é um dos mais remotos achados, da-
tanto, em sistemas de castas, a exemplo, é praticamente im- tando de 10 mil anos atrás, demonstrando que a prática vio-
possível. lenta é tão antiga quanto a espécie humana
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SOCIOLOGIA • Rômulo Ribeiro
A ideia de castigo e controle social permitiu a legitimação Os campos de extermínio, judeu, comunista e homesse-
da violência ao longo da história, tais atos punitivos violentos xual do nazimo, as bombas nucleares jogadas pelos E.U.A. no
não necessariamente eram motivados por raiva e ódio, mas Japão no final da Segunda Guerra Mundial, prisões arbitrárias
como uma sanção equiparada ao ato infracional. no governo de Stálin na União Soviética, perseguições e desa-
A violência vem a se tornar endêmica (constante em qual- parecimentos de pessoas nas ditaduras da América Latina
quer lugar ou período) a partir do estabelecimento da proprie- põem em debate e discussão o uso da violência pelos Estados.
dade privada, da acumulação de riquezas e da legitimação de Qustionamentos como: todos os cidadãos estão de acordo
formas de poder central e controle. com tais atitudes do Estado? As formas violentas de atividade
Na medida em que reinos e principados começam a ser do Estado visa somente a manutenção da ordem ou calar críti-
demarcados, o uso da força e violência para manter a ordem, cas, dissidências e posicionamentos contrários? Dessas ques-
suprimir revoltas e enfrentamento de outros povos se tornou tões são criadas organizações internacionais com o intuito de
uma prática regular. As guerras, como enfrentamento contínuo arbitrar e interferir sobre assuntos de relações exteriores e in-
entre nações, se tornaram ponto principal na busca da sobera- teriores de Estados membros, a violência é o principal ponto a
nia dos países e de sua história, centralizando o uso da força e ser abordado. Tais organizações podem julgar a legitimidade
da violência como elemento fundamental para o exercício do ou não do uso de armamentos que possam ameaçar a paz e a
poder, seja para o ataque, seja para defesa, seja para o diálogo ordem interna dos países e sobre o equilíbrio das relações in-
diplomático. ternacionais.
É nesse ponto que violência, poder, controle social e Es-
tado se misturam e confundem-se, tornando a utilização vio- CRIMINALIDADE
lenta como mecanismo de defesa dos cidadãos e do Estado.
Sobre essas questões, Michel Foucault entende que o po- O crime consiste no desrespeito, intencional ou não, da or-
der político é utilizado como uma força disciplinadora que cons- dem estabelecida e consiste em uma das principais preocupa-
tantemente materializa-se em atos de violência, fiscalização, vi- ções da Sociologia.
gilância e punição. Émile Durkheim é um dos primeiros sociólogos a abordar
o crime não mais como uma prática individual, a partir de ca-
Michel Foucault (1926 - 1984) racteres que desumanizam tanto o crime quanto o praticante (a
partir de concepções que fantasiavam ou metamorfoseava em
Nascido em Pointers, França, foi considerado pós-estrutu- monstro a prática e o praticante, bem como o entendimento de
ralista e pós-modernista, mas rejeitou tais denominações. Leci- que o crime é resultado de uma personalidade desviante), e
onou na Universidade de Túnis, na Tunísia e no Collegè de analisa o crime como prática coletiva, em seus termos, anô-
France. Ficou conhecido como intelectual com sua obra Histó- mica, ou seja, fora das regras e normas sociais comungadas e
ria da Loucura (1961). Outras obras como Arqueologia do Sa- aceitas.
ber (1969), A Ordem do Discurso (1970), Vigiar e Punir (1970) Robert Merton entendeu o desvio como uma prática ori-
e Microfísica do Poder (1978). unda da própria sociedade, sociedade esta que oferece objeti-
Max Weber é o autor clássico que identifica o Estado como vos comuns a serem alcançados, porém restringe a poucos os
instituição com o monopólio do uso legítimo da força como meios pelos quais alcançá-los, fazendo com que parcela dos
forma de se instituir enquanto governo de determinado territó- sujeitos procure uma forma alternativa pela qual atingi-los.
rio.
Hannah Arendt, em seu estudo sobre o totalitarismo, ana- Robert K. Merton (1910 - 2003)
lisou formas de poder em que o Estado extrapola seus limites
estabelecidos de violência pelo chamado estado de direito, lo- Sociólogo estadunidense e professor da Columbia e Har-
cal em que reside a legitimidade desse mesmo Estado e de sua vard. Tem como principal teoria a “profecia autorrealizável” que
defesa. Como exemplos dessa transgressão, a autora analisou explica como alguns resultados são obtidos a partir das expec-
o nazismo e o stalinismo. tativas criadas.
Depreendendo-se deste estudo, análises posteriores veri-
Hannah Arendt (1906 - 1975) ficam que, buscando o sucesso social supervalorizado pela so-
ciedade, jovens vêem na delinquência (praticas não aceitas e
Filósofa política alemã, perde sua nacionalidade em 1937 não legitimadas pela sociedade) uma forma desviante de afir-
e se estabelece nos E.U.A. Produziu análise crítica sobre o mação social.
pensamento de Kant e Marx. Atuou como jornalista e profes- Howard Becker entende que algumas praticas podem ser
sora universitária. Lutou contra toda forma de totalitarismo. consideradas dentro do padrão e aceitas quando são
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SOCIOLOGIA • Rômulo Ribeiro
praticadas pelas classes que possuem domínio do poder eco- a] A existência de culturas subdesenvolvidas relaciona-se à
nômico e político, ao passo que as mesmas praticas podem ser presença, em sua formação, de etnias de tipo incivilizado.
consideradas incorretas e fora do padrão se forem praticadas b] Os povos indígenas possuem um acúmulo de saberes que
pelas classes sem o mesmo domínio de poder. Nesse caso, podem influenciar as formas de conhecimentos ocidentais.
entram na equação fatores como preconceitos e a discrimina- c] Os critérios de julgamento das culturas diferentes devem
ção. Essa é a teoria da rotulagem. primar pela tolerância e pela compreensão dos valores, da
lógica e da dinâmica própria a cada uma delas.
Howard Becker (1928 - ) d] As culturas podem conviver de forma democrática, dada a
inexistência de relações de superioridade e inferioridade
Sociólogo estadunidense, contribui a partir das análises da entre as mesmas.
Sociologia do Desvio. Considerado da segunda geração da es- e] O encontro entre diferentes culturas propicia a humaniza-
cola de Chicago, tem como obra importante Outsiders (1973) ção das relações sociais, a partir do aprendizado sobre as
desenvolve a teoria da rotulagem. diferentes visões de mundo.
Para os marxistas, o comportamento desviante é traço
marcante de uma sociedade desigual. Nesse caso, uma socie- 2. (UEL – 2004) Observe os quadrinhos a seguir:
dade baseada na propriedade privada e na hegemonia ideoló-
gica da classe dominante relega a população a altos índices de
pobreza e más condições de vida, para subverter esse quadro
seria necessária uma mudança revolucionária da sociedade,
que quando não ocorre, leva a comportamentos desviantes, vi-
olentos e criminosos.
Já os processos de globalização e metropolização cons-
tantes provocam reflexos na organização social, como: migra-
ção, ruptura na estrutura familiar, perda de cultura originária,
etc. Esse é o processo de desenraizamento humano, o que
leva a produção endêmica da criminalidade e de povos margi-
nalizados que começam a agir de acordo com regras próprias,
explicando-se, a partir disso, os altos índices de criminalidade
principalmente em grandes centros urbanos, onde crescem a
favelização, exclusão e vulnerabilidade social.
EXERCÍCIOS
1. (UEL – 2003) O etnocentrismo pode ser definido como
uma “atitude emocionalmente condicionada que leva a consi-
derar e julgar sociedades culturalmente diversas com critérios
fornecidos pela própria cultura. Assim, compreende-se a ten-
dência para menosprezar ou odiar culturas cujos padrões se
afastam ou divergem dos da cultura do observador que exteri- Fonte: HENFIL. Fradim. Rio de Janeiro: Codecri, [197-], p. 3.
oriza a atitude etnocêntrica. (...) Preconceito racial, naciona-
lismo, preconceito de classe ou de profissão, intolerância reli- Nos quadrinhos o cartunista faz uma ironia sobre a perspectiva
giosa são algumas formas de etnocentrismo”. adotada pelos ‘civilizados’ em relação aos ameríndios. Por in-
(WILLEMS, E. Dicionário de Sociologia. termédio dessa ironia, Henfil revela práticas contumazes dos
Porto Alegre: Editora Globo, 1970. p. 125.) ditos ‘civilizados’. Sobre essas práticas, analise as afirmativas
a seguir.
Com base no texto e nos conhecimentos de sociologia, assinale I. As práticas dos ‘civilizados’ expressam uma postura de
a alternativa cujo discurso revela uma atitude etnocêntrica:
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relativismo cultural, pois os aspectos da cultura ameríndia povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos —
são abordados em seu próprio contexto. para interagirem na construção de uma nação democrática, em
II. A disposição de assimilar os ameríndios à ‘civilização’ é um que todos igualmente tenham seus direitos garantidos.
sinal evidente de negação do direito à diferença cultural. (BRASIL. Conselho Nacional de Educação.
III. Os ‘civilizados’ se propõem a estabelecer uma relação si- Disponível em: www.semesp.org.br. Acesso em: 21 nov. 2013).
A presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-se como 6. (Ueg 2012) “Não quero que a minha casa seja cercada de
uma forma de: muros por todos os lados, nem que minhas janelas sejam tapa-
a] lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas pe- das. Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas
riferias urbanas. para dentro de minha casa, o mais livremente possível. Mas
b] entretenimento inventada pela indústria fonográfica nacio- recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer outra.”
nal. GANDHI, M. Relatório do desenvolvimento humano 2004. In: TERRA, Lygia;
c] subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes. COELHO, Marcos de A. Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2005. p.137.
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7. (Enem 2018) Outra importante manifestação das crenças devemos interferir nas outras culturas.
e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos
como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como 9. (UFUB) O fato de o homem ver o mundo através de sua
espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: cultura tem como conseqüência a propensão para considerar o
das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da vio- seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Essa
lência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos male- tendência se denomina:
fícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e a] egocentrismo
até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras dé- b] heliocentrismo
cadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas c] heterocentrismo
também homens brancos. d] etnocentrismo
CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Bra-
sil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado).
10. (Enem 2017) Muitos países se caracterizam por terem po-
pulações multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo
A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto
ao longo de séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas
representava um(a)
mais rapidamente, como resultado de políticas incentivando a
a] expressão do valor das festividades da população pobre.
migração, ou por conta de legados coloniais e imperiais.
b] ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado.
GIDDENS. A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).
c] estratégia de subversão do poder da monarquia portu-
guesa. Do ponto de vista do funcionamento das democracias contem-
d] elemento de conversão dos escravos ao catolicismo ro- porâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, simulta-
mano. neamente,
e] instrumento para minimizar o sentimento de desamparo a] defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo.
social. b] universalização de direitos e respeito à diversidade.
c] segregação do território e estímulo ao autogoverno.
8. (Unisc 2017) "O grupo do 'eu' faz, então, de sua visão a d] políticas de compensação e homogeneização do idioma.
única possível, ou mais discretamente se for o caso, a melhor, e] padronização da cultura e repressão aos particularismos.
a natural, a superior, a certa. O grupo do 'outro' fica, nessa ló-
gica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou inteligível". 11. (Enem 2017) Para a Organização das Nações Unidas para
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. 1. ed.
São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 9. a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante pro-
mover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens
A citação explicita o fenômeno social denominado etnocen- culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura
trismo. Assinale entre as alternativas abaixo aquela que explica de um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as
o conceito. festas e diversos outros aspectos e manifestações devem ser
a] O etnocentrismo demonstra como convivemos em harmo- levados em consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e
nia com grupos e indivíduos que pertencem a uma cultura ainda contribuem fortemente na formação do patrimônio imate-
diversa ou são reconhecidos como “diferentes” por não se- rial do Brasil, que concentra o segundo contingente de popula-
guirem os padrões de comportamento socialmente aceitos ção negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria.
MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como
na sociedade em que vivemos.
patrimônio imaterial. Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.
b] O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode com-
preender ideias e ideologias) em que nosso próprio grupo Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfati-
é tomado como centro de referência e todos os outros são zam a importância das representações culturais para a
pensados e avaliados através de nossos valores, nossos a] construção da identidade nacional.
modelos e nossas definições do que é a existência. b] elaboração do sentimento religioso.
c] O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode com- c] dicotomia do conhecimento prático.
preender ideias e ideologias) em que buscamos não julgar d] reprodução do trabalho coletivo.
e não avaliar as diferenças e sim compreender as especi- e] reprodução do saber tradicional.
ficidades culturais de cada grupo ou cultura.
d] O etnocentrismo demonstra a luta de classe nas socieda-
des capitalistas a partir da teoria marxista.
12. (Enem 2012) Na regulamentação de matérias cultural-
mente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os
e] O etnocentrismo é uma teoria que explica por que não
currículos da educação pública, o status das Igrejas e das
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comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exem- a] transmitir a herança cultural.
plo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos cha- b] promover mudanças por meio do engajamento na pes-
mativos, como, por exemplo, a posição da família e dos con- quisa.
sórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de c] familiarizar os indivíduos com os vários papéis da socie-
segurança ou a delimitação das esferas pública e privada — dade.
em tudo isso reflete-se amiúde apenas o autoentendimento d] prover a preparação para os papéis ocupacionais e profis-
ético-político de uma cultura majoritária, dominante por motivos sionais.
históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, e] preparar os indivíduos para os papéis sociais exigidos ex-
mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta clusivamente pela família.
formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir
um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra 15. Sobre socialização é CORRETO afirmar que é o processo:
a cultura da maioria. a] de divisão da riqueza social entre os indivíduos em uma
HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política.
determinada sociedade.
São Paulo: Loyola, 2002.
b] de formação de grupos sociais.
c] de constituição de grupos políticos.
A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como ex-
d] por meio do qual o indivíduo aprende e interioriza o sistema
posto por Habermas, encontra amparo nas democracias con-
de valores, de normas e comportamentos de uma determi-
temporâneas, na medida em que se alcança
nada cultura, sendo sua condição de classe um aspecto
a] a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a
decisivo para a garantia de que aconteça.
igualdade de direitos na condição da sua concentração es-
e] por meio do qual o indivíduo aprende a ser membro da so-
pacial, num tipo de independência nacional.
ciedade.
b] a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada
em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões
religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma 16. Sobre o tema da socialização, analise as afirmações abaixo
cultura política nacional. e assinale a alternativa que indica as que estão corretas:
c] a coexistência das diferenças, considerando a possibili- I. Diz respeito ao processo pelo qual os indivíduos tornam-
dade de os discursos de autoentendimento se submeterem se membros de uma sociedade, interiorizando a cultura em
ao debate público, cientes de que estarão vinculados à co- que nascem.
erção do melhor argumento. II. Envolve diferentes níveis de relação, uma vez que os indiví-
d] a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida duos se inserem em diversas redes de relações entre gru-
adulta, tenham condições de se libertar das tradições de pos e instituições, que se cruzam e se sobrepõem, como a
suas origens em nome da harmonia da política nacional. família, a escola, os espaços sagrados das religiões.
e] o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como lin- III. Para Émile Durkheim, a educação consiste, em síntese, no
guagem política ou distintas convenções de comporta- processo de socialização das crianças, e as sociedades
mento, para compor a arena política a ser compartilhada. possuem sistemas de educação que se impõem ao indiví-
duo de forma geralmente irresistível. Assim, é uma ilusão os
pais acreditarem que podem criar os filhos como querem.
13. A família brasileira, nas últimas décadas, vem apresen-
IV. As novas tecnologias da comunicação e informação vêm
tando mudanças significativas em todos os segmentos da po-
cumprindo um papel essencial na socialização de crianças
pulação, a principal delas refere-se à sua:
e jovens, e estudiosos vêm apontando, por um lado, para
a] função.
aspectos como a visão fragmentária do mundo, a banali-
b] configuração.
zação da violência, a preguiça de pensamento, a exacer-
c] renda.
bação do individualismo; ao mesmo tempo, verifica-se a
d] habitação.
emergência de novas formas de sociabilidade virtual e o
fortalecimento das identidades de grupo, especialmente
14. Instituição social é definida pela Sociologia como um con- entre os jovens.
junto de relações sociais relativamente permanentes, que ab-
sorve valores e procedimentos comuns e atende as necessida- Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão cor-
des básicas da sociedade. A Educação é um exemplo de insti- retas:
tuição social, cujo papel é o de socializar os indivíduos no grupo a] Apenas I, II e III.
comunitário. b] Apenas I e II.
Nesse contexto, NÃO é função da educação c] I, II, III e IV.
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18. Os impostos são quantia em dinheiro para o Estado pagos 20. Leia o texto a seguir:
por pessoas físicas e jurídicas. É um tributo usado para custear
parte das despesas de administração e dos investimentos do Amor
governo em obras de infraestrutura e serviços essenciais à po-
pulação, como saúde, segurança e educação. Mas há um des- Menino rejeitado por casais heterossexuais por ser “feio e ne-
compasso entre arrecadação e qualidade dos serviços públi- gro demais” é adotado por casal homossexual.
cos, pois o custo Brasil é alto, bem observado no texto abaixo. O garoto de quatro anos havia sido rejeitado por outros três
A carga tributária bruta brasileira em 2010 subiu para 33,56% casais heterossexuais
do PIB (Produto Interno Bruto), informou há pouco a Receita
Federal. No ano retrasado, o percentual havia sido de 33,14%.
Em valores, isso representa R$ 3,6 trilhões ao longo do ano
passado. O aumento decorreu do crescimento de 7,5% do PIB
e de 8,9% da arrecadação tributária nos poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário. Em 2010, a arrecadação tributária bruta
totalizou R$ 1,2 trilhão.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso: 23 set. 2011.
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constituída por um homem e uma mulher pode oferecer essa a] à garantia de liberdade coletiva pelo uso da força.
estrutura, ganhou repercussão, nas redes sociais, o caso do b] aos anseios idealistas utópicos perante as convenções so-
garoto de quatro anos que foi adotado por um casal homosse- ciais.
xual após ser rejeitado por três casais heterossexuais com as c] à natureza imitadora da maioria dos indivíduos diante das
justificativas de ser “feio” e “negro demais”. (...) instituições sociais.
Disponível em: Adaptado. Acesso em: junho 2015 d] à possibilidade de reação e reversão de processos condi-
cionantes.
O tema apresentado no texto se refere ao conceito sociológico de e] às relações de poder presentes nas sociedades.
a] Comunidade.
b] Instituição social. 22. ENEM (2010) “Pecado nefando” era expressão corrente-
c] Indicadores políticos. mente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus:
d] Igualdade de gênero. o que não pode ser dito. A Assembleia de clérigos reunida em
e] Democratização das classes trabalhadoras. Salvador, em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e hor-
rendo crime”, tão contrário à lei da natureza, que “era indigno
21. (ENEM 2009 de ser nomeado” e, por isso mesmo, nefando.
NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA L. História da vida privada no Brasil. V. 1.
São Paulo: Companhia das Letras. 1997 (adaptado).
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assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei terá que ir embora das favelas por inútil. Ou será obrigada a
sobre os Pobres não cortado, mas desfeito — tudo por uma exercer a mesma opressão que o tráfico exercia para se prote-
simples ideia de arquitetura! ger.
BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. CACÁ DIEGUES. A contrapartida do lucro.O Globo, 28 jul. 2012.
Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, Para o autor, a consolidação da cidadania nas comunidades
um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades carentes está condicionada à:
contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos a] efetivação de direitos sociais.
a] religiosos, que se constituem como um olho divino contro- b] continuidade da ação ofensiva
lador que tudo vê. c] superação dos conflitos de classe.
b] ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impe- d] interferência de entidades religiosas.
dindo a visão da dominação sofrida. e] integração das forças de segurança.
c] repressivos, que perpetuam as relações de dominação en-
tre os homens por meio da tortura física. 26. ENEM (2014) Em 1879, cerca de cinco mil pessoas reuni-
d] sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio ram-se para solicitar a D. Pedro II a revogação de uma taxa de
do olhar como instrumento de controle. 20 réis, um vintém, sobre o transporte urbano. O vintém era a
e] consensuais, que pactuam acordos com base na compre- moeda de menor valor da época. A polícia não permitiu que a
ensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações multidão se aproximasse do palácio. Ao grito de “Fora o vin-
controladas. tém!”, os manifestantes espancaram condutores, esfaquearam
mulas, viraram bondes e arrancaram trilhos. Um oficial ordenou
24. ENEM (Segunda aplicação 2016) A favela é vista como fogo contra a multidão. As estatísticas de mortos e feridos são
um lugar sem ordem, capaz de ameaçar os que nela não se imprecisas. Muitos interesses se fundiram nessa revolta, de
incluem. Atribuir-lhe a ideia de perigo é o mesmo que reafirmar grandes e de políticos, de gente miúda e de simples cidadãos.
os valores e estruturas da sociedade que busca viver diferen- Desmoralizado, o ministério caiu. Uma grande explosão social,
temente do que se considera viver na favela. Alguns oficiantes detonada por um pobre vintém.
do direito, ao defenderem ou acusarem réus moradores de fa- Disponível em: www.revistadehistoria.com.br.
velas, usam em seus discursos representações previamente Acesso em: 4 abr. 2014 (adaptado).
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