Apostila 2 - Vestibular 2020

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VESTIBULAR 2020

APOSTILA 2
Material Didático 2 de 4

Preparatória para o Enem


e o vestibular da UEMA

- Março de 2020 -
PORTUGUÊS HISTÓRIA
Rafael Sousa 05 Paulo Gereba 241

LITERATURA HISTÓRIA
Fabrício Ferreira 31 Paulo Henrique 255

MATEMÁTICA FÍSICA
Daniel Araújo 39 Francisco Júnior 273

MATEMÁTICA FÍSICA
Carlos André 49 Uanser Ezeanowai 311

BIOLOGIA GEOGRAFIA
Velozo 77 Saul Filho 335

QUÍMICA GEOGRAFIA
Alexssan Moura 155 Gláucio Carlos 377

QUÍMICA FILOSOFIA
Aléssio Robson 191 Rômulo Ribeiro 413

SOCIOLOGIA
Rômulo Ribeiro 425
PORTUGUÊS
Rafael Sousa

b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados.


ORTOGRAFIA Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como
unidades de medida de curso internacional.
A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km
forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada tanto a (quilômetro), Watt.
critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto fo-
nológicos (ligados aos fonemas representados). É importante Emprego de X e Ch
compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma
de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que en- Emprega-se o X:
volvem os diversos países em que a língua portuguesa é oficial.
A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e consul- 1) Após um ditongo.
tar o dicionário sempre que houver dúvida. Exemplos: caixa, frouxo, peixe
Exceção: recauchutar e seus derivados
2) Após a sílaba inicial "en".
O ALFABETO Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca
Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o
O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. prefixo "en-"
Cada letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de
Veja: chiqueiro), encher e seus derivados (enchente, enchi-
aA (á) jJ (jota) mento, preencher...)
sS (esse) 3) Após a sílaba inicial "me-".
bB (bê) kK (cá)
tT (tê) Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão
cC (cê) lL (ele)
uU (u) Exceção: mecha
dD (dê) mM (eme)
vV (vê) 4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas
eE (é) nN (ene)
wW (dáblio) palavras inglesas aportuguesadas.
fF (efe) oO (ó)
xX (xis) Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu
gG (gê ou guê) pP (pê)
yY (ípsilon) 5) Nas seguintes palavras:
hH (agá) qQ (quê)
zZ (zê) bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo,
iI (i) rR (erre)
puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez,xarope,
OBSERVAÇÃO: emprega-se também o ç, que representa o xaxim, xícara, xale, xingar, etc.
fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas pa-
lavras. Emprega-se o dígrafo Ch:

1) Nos seguintes vocábulos:


Emprego das letras K, W e Y
bochecha, bucha, cachimo, chalé, charque, chimarrão,
chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, fi-
Utilizam-se nos seguintes casos:
cha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus deri-
Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia con-
vados.
siderada correta é aquela que ocorre de acordo com a ori-
Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor,
gem da palavra. Veja os exemplos:
taylorista.

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gesso: Origina-se do grego gypsos 2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, tí-
jipe: Origina-se do inglês jeep. tulo ou origem

Emprega-se o G Exemplos:
burguês- burguesa inglês- inglesa
1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem chinês- chinesa milanês- milanesa
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferru-
gem
3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa
Exceção: pajem
Exemplos:
2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, - catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa
úgio palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio
4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa
3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g Exemplos:
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massa- catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose,
gem), vertiginoso (de vertigem) metamorfose, virose

4) Nos seguintes vocábulos: 5) Após ditongos


algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, Exemplos:
hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem. coisa, pouso, lousa, náusea

Emprega-se o J 6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
derivados
1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear Exemplos:
Exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
arranjar: arranjo, arranje, arranjem quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
despejar: despejo, despeje, despejem repus, repusera, repusesse, repuséssemos
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem 7) Nos seguintes nomes próprios personativos:
viajar: viajo, viaje, viajem Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa,
Teresa, Teresinha, Tomás
2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica
Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji 8) Nos seguintes vocábulos:
abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, deci-
3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j são,despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada,
Exemplos: paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene,
laranja- laran- lisonja - lison- raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.
loja- lojista nojo- nojeira
jeira jeador
cereja- cere- varejo- vare- Emprega-se o Z:
rijo- enrijecer jeito- ajeitar
jeira jista
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z
no radical
4) Nos seguintes vocábulos: Exemplos:
berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje,
traje, pegajento deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar
raiz- enraizar cruz-cruzeiro
Emprego das Letras S e Z
2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstra-
Emprega-se o S: tos a partir de adjetivos
Exemplos:
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s inválido- inva-
no radical limpo-limpeza macio- maciez rígido- rigidez
lidez
Exemplos: nobre- no- pobre-po-
análise- analisar catálise- catalisador frio- frieza surdo- surdez
breza breza
casa- casinha, casebre liso- alisar

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3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar Emprega-se o X:


substantivos
Em alguns casos, a letra X soa como Ss
Exemplos: Exemplos:
civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe,
colonizar- colonização realizar- realização texto, trouxe

Emprega-se Sc:
4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita
Exemplos: Nos termos eruditos
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita Exemplos:
acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente,
5) Nos seguintes vocábulos: fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível,
azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafa- plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.
riz, cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz,
etc. Emprega-se Sç:
6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no Na conjugação de alguns verbos
contraste entre o S e o Z Exemplos:
Exemplos: nascer- nasço, nasça
cozer (cozinhar) e coser (costurar) crescer- cresço, cresça
prezar( ter em consideração) e presar (prender) descer- desço, desça
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)
Emprega-se Ss:
Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z.
Veja os exemplos: Nos substantivos derivados de verbos terminados em
"gredir", "mitir", "ceder" e "cutir"
exem- inexorá- Exemplos:
exame exato exausto existir exótico
plo vel agredir- demitir- de- ceder- ces- discutir- dis-
agressão missão são cussão
Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs progredir- transmitir- exceder- ex- repercutir- re-
progressão transmissão cesso percussão
Existem diversas formas para a representação do fonema
/S/. Observe:
Emprega-se o Xc e o Xs:
Emprega-se o S:
Em dígrafos que soam como Ss
Exemplos:
Nos substantivos derivados de verbos terminados em "an-
exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar
dir","ender", "verter" e "pelir"
Exemplos:
Observações sobre o uso da letra X
expandir- ex- pretender- pre- expelir- ex-
verter- versão
pansão tensão pulsão 1) O X pode representar os seguintes fonemas:
estender- ex- suspender- converter - repelir- re- /ch/ - xarope, vexame
tensão suspensão conversão pulsão /cs/ - axila, nexo
/z/ - exame, exílio
Emprega-se Ç: /ss/ - máximo, próximo
/s/ - texto, extenso
Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer"
Exemplos: 2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-
ater- atenção torcer- torção Exemplos: excelente, excitar
deter- detenção distorcer-distorção
Emprego das letras E e I
manter- manutenção contorcer- contorção
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i
/ pode não ser nítida. Observe:

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Emprega-se o E: 4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo ele-


mento, se etimológico
1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.
Exemplos:
magoar - magoe, magoes OBSERVAÇÕES:
continuar- continue, continues 1) No substantivo Bahia, o "h" sobrevive por tradição. Note que
nos substantivos derivados comobaiano, baianada ou baiani-
2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior) nha ele não é utilizado.
Exemplos: antebraço, antecipar 2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a letra
3) Nos seguintes vocábulos: "h" na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos
cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico, sempre são grafados com h. Veja:
orquídea, etc. herbívoro, hispânico, hibernal.

Emprega-se o I : Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas

1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, - 1) Utiliza-se inicial maiúscula:
uir a) No começo de um período, verso ou citação direta.
Exemplos:
cair- cai Exemplos:
doer- dói Disse o Padre Antonio Vieira: "Estar com Cristo em qualquer
influir- influi lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso."
"Auriverde pendão de minha terra,
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra) Que a brisa do Brasil beija e balança,
Exemplos: Estandarte que à luz do sol encerra
Anticristo, antitetânico As promessas divinas da Esperança…"
(Castro Alves)
3) Nos seguintes vocábulos:
aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, pri- OBSERVAÇÕES:
vilégio, etc. - No início dos versos que não abrem período, é facultativo o
uso da letra maiúscula.
Emprego das letras O e U Por Exemplo:
"Aqui, sim, no meu cantinho,
Emprega-se o O/U: vendo rir-me o candeeiro,
gozo o bem de estar sozinho
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado e esquecer o mundo inteiro."
de algumas palavras. Veja os exemplos:
comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realiza- - Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa-
ção) se letra minúscula.
soar (emitir som) e suar (transpirar) Por Exemplo:
Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, moleque. "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, in-
Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua censo, mirra." (Manuel Bandeira)

Emprego da letra H b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.


Exemplos:
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor foné- Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote.
tico. Conservou-se apenas como símbolo, por força da etimolo- c) Nos topônimos, reais ou fictícios.
gia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se Exemplos:
desta forma devido a sua origem na forma latina hodie. Rio de Janeiro, Rússia, Macondo.
d) Nos nomes mitológicos.
Emprega-se o H: Exemplos:
1) Inicial, quando etimológico Dionísio, Netuno.
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio e) Nos nomes de festas e festividades.
2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh Exemplos:
Exemplos: flecha, telha, companhia Natal, Páscoa, Ramadã.
3) Final e inicial, em certas interjeições f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais.
Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc. Exemplos: ONU, Sr., V. Ex.ª.

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g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos, po- b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em
líticos ou nacionalistas. nomes sagrados e que designam crenças religiosas.
Exemplos: Exemplos:
Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria, Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
União, etc. Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor
OBSERVAÇÃO: esses nomes escrevem-se com inicial minús- Santa Maria ou santa Maria.
cula quando são empregados em sentido geral ou indetermi-
nado. c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e
Exemplo: Todos amam sua pátria. disciplinas.
Exemplos:
Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula: Português ou português
Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas moder-
a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios. nas
Exemplos: História do Brasil ou história do Brasil
Rua da Liberdade ou rua da Liberdade Arquitetura ou arquitetura
Igreja do Rosário ou igreja do Rosário
Edifício Azevedo ou edifício Azevedo NOTAÇÕES LÉXICAS
2) Utiliza-se inicial minúscula: Para representar os fonemas, muitas vezes há necessi-
a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes. dade de recorrer a sinais gráficos denominados notações léxi-
Exemplos: cas.
carro, flor, boneca, menino, porta, etc.
b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana. Emprego do Til
Exemplos:
janeiro, julho, dezembro, etc. Til ( ~ )
segunda, sexta, domingo, etc. O til sobrepõe-se sobre as letras a e o para indicar vogal nasal.
primavera, verão, outono, inverno Pode aparecer em sílaba:
Tônica: balão, corações, maçã
c) Nos pontos cardeais. Pretônica: balõezinhos, grã-fino
Exemplos: Átona: órgão, bênçãos
Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.
Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste, Outros Exemplos:
sudoeste. Capitães, limão, mamão, bobão, chorão, devoções,
põem, etc.
OBSERVAÇÃO: quando empregados em sua forma absoluta, Observação:
os pontos cardeais são grafados com letra maiúscula. Se a sílaba onde figura o til for átona, acentua-se grafica-
Exemplos: mente a sílaba predominante.
Nordeste (região do Brasil) Por Exemplo: Órfãos, acórdão
Ocidente (europeu)
Oriente (asiático)
Emprego do Apóstrofo
Lembre-se: Apóstrofo ( ´ )
Depois de dois-pontos, não se tratando de citação di- O uso deste sinal gráfico pode:
reta, usa-se letra minúscula. a) Indicar a supressão de uma vogal nos versos, por exigências
Exemplo: métricas. Ocorre principalmente entre poetas portugueses
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádi- Exemplos:
vas:ouro, incenso, mirra." (Manuel Bandeira) esp´rança (esperança)
minh'alma (minha alma)
Emprego FACULTATIVO de letra minúscula: 'stamos (estamos)
a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica. b) Reproduzir certas pronúncias populares
Exemplos: Exemplos:
Crime e Castigo ou Crime e castigo Olh'ele aí...(Guimarães Rosa)
Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas Não s'enxerga, enxerido! (Peregrino Jr.)
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido

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c) Indicar a supressão da vogal da preposição de em certas Saiba que:


palavras compostas • São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister, No-
Exemplos: bel, novel, ruim, sutil, transistor, ureter.
copo d´água, estrela d'alva, caixa d'água • São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, aziago,
boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, de-
Acento Tônico cano, filantropo, fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero,
impudico, inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, misan-
Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, percebe- tropo, necropsia (alguns dicionários admitem também ne-
se que há uma sílaba de maior intensidade sonora do que as crópsia), Normandia, pegada, policromo, pudico, quiro-
demais. mancia, rubrica, subido(a).
calor - a sílaba lor é a de maior intensidade. • São palavras proparoxítonas, entre outras: aerólito, bá-
faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade. varo, bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo,
sólido - a sílaba só é a de maior intensidade. ômega, pântano, trânsfuga.
• As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla toni-
OBS.: a presença da sílaba de maior intensidade nas palavras, cidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceâ-
em meio a sílabas de menor intensidade, é um dos elementos nia/Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/rep-
que dão melodia à frase. til, zângão/zangão.

CLASSIFICAÇÃO DA SÍLABA QUANTO MONOSSÍLABOS


À INTENSIDADE
Leia em voz alta a frase abaixo:
- Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade.
- Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensidade. O sol já se pôs.
- Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária.
Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas, corres-
pondendo à tônica da palavra primitiva. Veja o exemplo
abaixo:

Palavra primitiva: be - bê
átona tônica Essa frase é formada apenas por monossílabos. É possí-
vel verificar que os monossílabos sol, já e pôs são pronuncia-
dos com maior intensidade que os outros. São tônicos. Pos-
Palavra derivada: be - be - zi - nho
suem acento próprio e, por isso, não precisam apoiar-se nas
átona subtônica tônica átona palavras que os antecedem ou que os seguem. Já os monos-
sílabos o e se são átonos, pois são pronunciados fracamente.
Classificação das Palavras quanto à Posição da Sí- Por não terem acento próprio, apoiam-se nas palavras que os
laba Tônica antecedem ou que os seguem.

De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos Critérios de Distinção


da língua portuguesa que contêm duas ou mais sílabas são
classificados em: Muitas vezes, fazer a distinção entre um monossílabo
- Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última. átono e um tônico pode ser complicado. Por isso, observe os
Exemplos: critérios a seguir.
avó, urubu, parabéns
- Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúltima. 1- Modificação da pronúncia da vogal final.
Exemplos:
dócil, suavemente, banana Nos monossílabos átonos a vogal final se modifica ou
- Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a ante- pode modificar-se na pronúncia. Com os tônicos, não ocorre
penúltima. tal possibilidade.
Exemplos: Exemplos:
máximo, parábola, íntimo Vou de carro para o meu trabalho. (de = monossílabo
átono - é possível a pronúncia di ônibus.)
Dê um auxílio às pessoas que necessitam. (dê = monossí-
labo tônico - é impossível a pronúncia di um auxílio.)

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2- Significado isolado do monossílabo - Sobre as letras e e o, indica que representam as vogais


tônicas com timbre aberto.
O monossílabo átono não tem sentido quando isolado na Exemplos: pé, herói
frase. - Acento Grave (`): indica as diversas possibilidades de
Veja: Meus amigos já compraram os convites, mas eu crase da preposição "a" com artigos e pronomes.
não. Exemplos: à, às, àquele
O monossílabo tônico, mesmo isolado, possui significado. - Acento Circunflexo (^): indica que as letras e e o represen-
Observe: Existem pessoas muito más. tam vogais tônicas, com timbre fechado. Pode surgir sobre
Nessa frase, o monossílabo possui sentido: más = ruins. a letra a, que representa a vogal tônica, normalmente di-
São monossílabos átonos: ante de m, n ou nh.
artigos: o, a, os, as, um, uns Exemplos: mês, bêbado, vovô, tâmara, sândalo, cânhamo
pronomes pessoais oblíquos: me, te, se, o, a, os, as, lhe,
nos, vos REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA
preposições: a, com, de, em, por, sem, sob
pronome relativo: que Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as
conjunções: e, ou, que, se palavras mais numerosas são as paroxítonas, seguidas pelas
oxítonas. A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em,
São monossílabos tônicos: todos aqueles que possuem podendo ou não ser seguidas de "s". Essas paroxítonas, por
autonomia na frase. serem maioria, não são acentuadas graficamente. Já as pro-
Exemplos: mim, há, seu, lar, etc. paroxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentu-
adas.
OBS.: pode ocorrer que, de acordo com a autonomia foné-
tica, um mesmo monossílabo seja átono numa frase, porém tô-
PROPAROXÍTONAS
nico em outra.
Exemplos:
Sílaba tônica: antepenúltima
Que foi? (átono)
As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente.
Você fez isso por quê? (tônico)
Exemplos: trágico, patético, árvore

PAROXÍTONAS
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Sílaba tônica: penúltima
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

ACENTO PROSÓDICO E ACENTO GRÁFICO l fácil


n pólen
Todas as palavras de duas ou mais sílabas possuem uma
sílaba tônica, sobre a qual recai o acento prosódico, isto é, o r cadáver
acento da fala. Veja: ps bíceps
x tórax
es - per - te - za us vírus
ca - pí - tu - lo i, is júri, lápis
tra - zer
e - xis - ti - rá om, ons iândom, íons
um, uns álbum, álbuns
Dessas quatro palavras, note que apenas duas receberam ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos
o acento gráfico. Logo, conclui-se que: ditongo oral (seguido
Acento Prosódico é aquele que aparece em todas as pa- jóquei, túneis
ou não de s)
lavras que possuem duas ou mais sílabas. Já o acento gráfico
se caracteriza por marcar a sílaba tônica de algumas palavras. Observações:
É o acento da escrita. Na língua portuguesa, os acentos gráfi- 1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen),
cos empregados são: mas as que terminam em "ens", não (hifens, jovens).
- Acento Agudo (´ ): utiliza-se sobre as letras a, i, u e sobre 2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r"
o e da sequência -em, indicando que essas letras repre- (semi, super).
sentam as vogais das sílabas tônicas.
Exemplos: Pará, ambíguo, saúde, vintém

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3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos cres- acentuadas por acabarem assumindo alguma das termina-
centes: ea(s), oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), ções contidas nas regras. Exemplos:
io(s).
beijar + a = beijá-la fez + o = fê-lo
Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, in- dar + as = dá-las fazer + o = fazê-lo
gênuo, início
ACENTO DE INSISTÊNCIA
OXÍTONAS
Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a
Sílaba tônica: última simples necessidade de enfatizar uma ideia podem levar o fa-
Acentuam-se as oxítonas terminadas em: lante a emitir a sílaba tônica ou a primeira sílaba de certas pa-
lavras com uma intensidade e duração além do normal.
a(s): sofá, sofás Exemplos:
e(s): jacaré, vocês Está muuuuito frio hoje!
Deve haver equilíbrio entre exportação e importação.
o(s): paletó, avós
em, ens: ninguém, armazéns REGRAS ESPECIAIS
MONOSSÍLABOS Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras
destinadas a pôr em evidência alguns detalhes sonoros das pa-
Os monossílabos, conforme a intensidade com que se pro- lavras. Observe:
ferem, podem ser tônicos ou átonos.
Ditongos Abertos
Monossílabos Tônicos
Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia
Possuem autonomia fonética, sendo proferidos forte- aberta em palavras oxítonas (éi e não êi), são acentuados.
mente na frase onde aparecem. Acentuam-se os monossílabos Veja:
tônicos terminados em: éi (s): anéis, fiéis, papéis
a(s): lá, cá éu (s): troféu, céus
e(s): pé, mês ói (s): herói, constrói, caubóis
o(s): só, pó, nós, pôs
OBS.: os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas
Monossílabos Átonos NÃO são acentuados.
Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico,
Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fraca- ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia, etc.
mente, como se fossem sílabas átonas do vocábulo a que se
apoiam. ATENÇÃO: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxí-
Exemplos: o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, tona terminada em "r" (e não por possuir ditongo aberto "ói").
e, que, etc.
Hiatos
OBSERVAÇÕES:
1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a
vindo representados por artigos, pronomes oblíquos, ele- vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados
mentos de ligação (preposições, conjunções). apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-nh".
2) Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em Exemplos:
outras. sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de
Exemplos:
Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem den- Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:
tro da sua mochila? (átono)
ju - iz ra - iz ru - im ca - ir
Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu
nome, mas não me recordo agora. (átono)
Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de
-s na sílaba.
Saiba que:
Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes oblíquos,
produzem formas oxítonas ou monossilábicas que devem ser

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OBSERVAÇÃO: cabe esclarecer que existem hiatos acen- ACENTO GRAVE


tuados não por serem hiatos, mas por outras razões. Veja os
exemplos abaixo: O acento grave usa-se exclusivamente para indicar a crase
po-é-ti-co: proparoxítona da preposição "a" com os artigos a, as e com os demonstrati-
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente. vos a, as, aquele(s), aquela(s), aquilo: à, às, àquele(s),
ja-ó: oxítona terminada em "o". àquela(s), àquilo. Veja mais sobre este assunto em Sintaxe ->
Emprego da Crase.
Verbos Ter e Vir
ORTOÉPIA OU ORTOEPIA
Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do pre-
sente do indicativo dos verbos ter e vir, bem como nos seus A palavra ortoépia se origina da união dos termos gregos or-
compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir, etc.). Veja: thos, que significa "correto" e hépos, que significa "palavra". Assim,
a ortoépia se ocupa da correta produção oral das palavras.
Ele tem Eles têm
Ela vem Elas vêm Preceitos:
Ele retém Eles retêm 1) A perfeita emissão de vogais e grupos vocálicos, enunci-
ando-os com nitidez, sem acrescentar nem omitir ou alterar
Ele intervém Eles intervêm fonemas, respeitando o timbre (aberto ou fechado) das vo-
gais tônicas, tudo de acordo com as normas da fala culta.
OBS.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre 2) A articulação correta e nítida dos fonemas consonantais.
obrigatoriamente, mesmo no singular. Distingue-se o plural do 3) A correta e adequada ligação das palavras na frase.
singular mudando o acento de agudo para circunflexo:
ele detém - eles detêm Veja a seguir alguns casos frequentes de pronúncias cor-
ele advém - eles advêm. retas e errôneas, de acordo com o padrão culto da língua por-
tuguesa no Brasil.
ACENTO DIFERENCIAL
CORRETAS ERRÔNEAS
Na língua escrita, existem dois casos em que os acentos
adivinhar advinhar
são utilizados para diferenciar palavras homógrafas (de mesma
grafia). Veja: advogado adevogado
apropriado apropiado
a) pôde / pode aterrissar aterrisar
Pôde é a forma do pretérito perfeito do indicativo do verbo bandeja bandeija
poder. Pode é a forma do presente do indicativo. Exemplos: bochecha buchecha
O ladrão pôde fugir. boteco buteco
O ladrão pode fugir. braguilha barguilha
b) pôr / por bueiro boeiro
cabeleireiro cabelereiro
Pôr é verbo e por é preposição. Exemplos: caranguejo carangueijo
Você deve pôr o livro aqui.
eletricista eletrecista
Não vá por aí!
empecilho impecilho
SAIBA QUE: estupro, estuprador estrupo, estrupador
Para acentuar as formas verbais com pronome oblíquo em fragrância fragância
ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo), frustrado frustado
cada elemento deve ser considerado como uma palavra inde- lagartixa largatixa
pendente. Observe:
jogá-lo lagarto largato
jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento) mendigo mendingo
lo = monossílabo átono (portanto, sem acento) meteorologia metereologia
jogá-lo-íamos mortadela mortandela
jogá = oxítona terminada em a (portanto, com acento)
lo = monossílabo átono (portanto, sem acento) murchar muchar
íamos = proparoxítona (portanto, com acento) paralelepípedos paralepípedos

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pneu peneu EMPREGO DOS PORQUÊS


prazerosamente prazeirosamente
privilégio previlégio Por Que
problemas poblemas ou pobremas
A forma por que é a sequência de uma preposição (por)
próprio própio e um pronome interrogativo (que). Equivale a "por qual ra-
proprietário propietário zão", "por qual motivo":
psicologia, psicólogo pissicologia, pissicólogo Exemplos:
salsicha salchicha Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.
Por que você comprou este casaco?
sobrancelha sombrancelha
superstição supertição Há casos em que por que representa a sequência prepo-
sição + pronome relativo, equivalendo a "pelo qual" (ou al-
Em muitas palavras há incerteza, divergência quanto ao guma de suas flexões (pela qual, pelos quais, pelas quais).
timbre de vogais tônicas /e/ e /o/. Recomenda-se proferir: Exemplos:
Com timbre aberto: acerbo, badejo, coeso, grelha, grose- Estes são os direitos por que estamos lutando.
lha, ileso, obeso, obsoleto, dolo, inodoro, molho (feixe, con- O túnel por que passamos existe há muitos anos.
junto), suor.
Com timbre fechado: acervo, cerda, interesse (substan- Por Quê
tivo), reses, algoz, algozes, crosta, bodas, molho (caldo), poça,
torpe. Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de
um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou de reticên-
PROSÓDIA cias, a sequência deve ser grafada por quê, pois, devido à po-
sição na frase, o monossílabo "que" passa a ser tônico.
A prosódia ocupa-se da correta emissão de palavras Exemplos:
quanto à posição da sílaba tônica, segundo as normas da lín- Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?
gua culta. Existe uma série de vocábulos que, ao serem profe- Será deselegante se você perguntar novamente por quê!
ridos, acabam tendo o acento prosódico deslocado. Ao erro
prosódico dá-se o nome de silabada. Observe os exemplos. Porque

1) São oxítonas: A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já


que, uma vez que, como. Costuma ser utilizado em respostas,
condor novel ureter para explicação ou causa.
Exemplos:
mister Nobel ruim
Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.
Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?
2) São paroxítonas:
Porquê
austero ciclope Madagáscar recorde
caracteres filantropo pudico(dí) rubrica A forma porquê representa um substantivo. Significa
"causa", "razão", "motivo" e normalmente surge acompanhada
3) São proparoxítonas: de palavra determinante (artigo, por exemplo).
Exemplos:
aerólito lêvedo quadrúmano Não consigo entender o porquê de sua ausência.
Existem muitos porquês para justificar esta atitude.
alcíone munícipe trânsfuga Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.

Existem palavras cujo acento prosódico é incerto, mesmo Veja abaixo o quadro-resumo:
na língua culta. Observe os exemplos a seguir, sabendo que a
primeira pronúncia dada é a mais utilizada na língua atual.
Forma Emprego Exemplos
acrobata - acróbata réptil - reptil Por que ele chorou? (inter-
Em frases interroga-
rogativa direta)
Bálcãs - Balcãs xerox - xérox Por que tivas (diretas e indire-
Digam-me por que ele cho-
projétil - projetil zangão - zângão tas)
rou. (interrogativa indireta)

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Em substituição à ex- Os bairros por que passa- Exemplos: Grã-Bretanha, Grão-Pará; Passa-Quatro,
pressão "pelo qual" mos eram sujos. (por que = Quebra-Costas, Traga-Mouros, Trinca-Fortes; Albergaria-
(e suas variações) pelos quais) a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios, Monte-
mor-o-Novo, Trás-os-Montes.
Eles estão revoltados por
Por quê No final de frases quê? OBS.: os outros topônimos compostos escrevem-se com
Ele não veio não sei por quê. os elementos separados, sem hífen: América do Sul, Belo
Em frases afirmati- Não fui à festa porque cho- Horizonte, Cabo Verde, etc. O topônimo Guiné-Bissau é,
Porque
vas e em respostas veu. contudo, uma exceção consagrada pelo uso.
Todos sabem o porquê de
Porquê Como substantivo 7) Emprega-se o hífen nas palavras compostas que desig-
seu medo.
nam espécies botânicas e zoológicas, estejam ou não
ligadas por preposição ou qualquer outro elemento.
EMPREGO DO HÍFEN Exemplos: couve-flor, erva-doce, feijão-verde, erva-do-
chá, ervilha-de-cheiro, bem-me-quer (planta), andorinha-
O hífen é usado com vários fins em nossa ortografia, geral- grande, formiga-branca, cobra-d'água, lesma-de-conchi-
mente, sugerindo a ideia de união semântica. As regras de em- nha, bem-te-vi, etc.
prego do hífen são muitas, o que faz com que algumas dúvidas
só possam ser solucionadas com o auxílio de um bom dicionário. OBS.: não se usa o hífen quando os compostos que desig-
Entretanto, é possível reduzir a quantidade de dúvidas sobre o nam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora
seu uso, ao observarmos algumas orientações básicas. de seu sentido original. Observe a diferença de sentido:
Conheça os casos de emprego do hífen (-): bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental, com hífen)
e bico de papagaio (deformação nas vértebras, sem hífen).
1) Na separação de sílabas.
Exemplos: vo-vó; pás-sa-ro; U-ru-guai. 8) Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos
além, aquém, recém e sem.
2) Para ligar pronomes oblíquos átonos a verbos e à pala- Exemplos: além-mar, aquém-fontreiras, recém-nascido,
vra "eis". sem-vergonha.
Exemplos: deixa-o; obedecer-lhe; chamar-se-á (mesó-
clise); mostre-se-lhe (dois pronomes relacionados ao 9) Usa-se o hífen sempre que o prefixo terminar com a
mesmo verbo); ei-lo. mesma letra com que se inicia a outra palavra.
Exemplos: anti-inflacionário, inter-regional, sub-bibliote-
3) Em substantivos compostos, cujos elementos conser- cário, tele-entrega, etc.
vam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas
perdem sua significação individual para construir uma uni- 10) Emprega-se hífen (e não travessão) entre elementos que
dade semântica, um conceito único. formam não uma palavra, mas um encadeamento voca-
Exemplos: Amor-perfeito, arco-íris, conta-gotas, decreto- bular:
lei, guarda-chuva, médico-cirurgião, norte-americano, etc. Exemplos: A divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade; A
ponte Rio-Niterói; A ligação Angola-Moçambique; A rela-
OBS.: certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em ção professor-aluno.
certa medida, a noção de composição, grafam-se sem hífen:
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, pa- 11) Nas formações por sufixação será empregado o hífen nos
raquedista, etc. vocábulos terminados por sufixos de origem tupi-guarani
que representam formas adjetivas, tais como -açu, -guaçu
4) Em compostos nos quais o primeiro elemento é numeral. e -mirim, se o primeiro elemento acabar em vogal acentu-
Exemplos: primeira-dama, primeiro-ministro, segundo-te- ada graficamente, ou por tônica nasal.
nente, segunda-feira, quinta-feira, etc. Exemplos: Andá-açu, capim-açu, sabiá-guaçu, arumã-mi-
rim, cajá-mirim, etc.
5) Em compostos homogêneos (contendo dois adjetivos,
dois verbos ou elementos repetidos). 12) Usa-se hífen com o elemento mal antes de vogal, h ou l.
Exemplos: técnico-científico, luso-brasileiro; quebra-que- Exemplos: mal-acabado, mal-estar, mal-humorado, mal-
bra, corre-corre, reco-reco, blá-blá-blá, etc. limpo.

6) Nos topônimos compostos iniciados pelos adjetivos grã, 13) Nas locuções não se costuma empregar o hífen, salvo na-
grão, ou por forma verbal ou cujos elementos estejam quelas já consagradas pelo uso.
ligados por artigos.

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Exemplos: café com leite, cão de guarda, dia a dia, fim de H / M / N / VOGAL
semana, ponto e vírgula, tomara que caia. Exemplos: circum-meridiano,
Circum-, Pan- circum-navegação, circum-oral,
Locuções consagradas: água-de-colônia, arco-da-velha, cor- pan-americano, pan-mágico,
de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à pan-negritude.
queima-roupa.
Pseudoprefixos (diferem-
Prefixos e Elementos de Composição se dos prefixos por apre-
sentarem elevado grau
H / VOGAL idêntica à que ter-
Usa-se o hífen com diversos prefixos e elementos de com- de independência e pos-
mina o prefixo
suírem uma significação
posição. Veja o quadro a seguir: Exemplos com H: geo-histórico,
mais ou menos delimi-
mini-hospital, neo-helênico,
tada, presente à consci-
Usa-se hífen com Quando a palavra proto-história, semi-hospitalar.
ência dos falantes.)
os prefixos: seguinte começa por: Exemplos com vogal idêntica:
Aero-, Agro-, Arqui-,
arqui-inimigo, auto-observação,
H / VOGAL idêntica à que ter- Auto-, Bio-, Eletro-, Geo-,
eletro-ótica, micro-ondas,
mina o prefixo Hidro-, Macro-, Maxi-,
micro-ônibus, neo-ortodoxia,
Exemplos com H: ante-hipófise, Mega, Micro-, Mini-,
semi-interno, tele-educação.
anti-higiênico, anti-herói, Multi-, Neo-, Pluri-, Proto-
contra-hospitalar, entre-hostil, , Pseudo-, Retro-, Semi-,
Ante-, Anti-, Contra-, En- Tele-
extra-humano, infra-hepático,
tre-, Extra-, Infra-, Intra-,
sobre-humano, supra-hepático,
Sobre-, Supra-, Ultra-
ultra-hiperbólico. IMPORTANTE
Exemplos com vogal idêntica:
anti-inflamatório, contra-ataque, 1) Não se utilizará o hífen em palavras iniciadas pelo prefixo
infra-axilar, sobre-estimar, ‘co-’. Ele irá se juntar ao segundo elemento, mesmo que
supra-auricular, ultra-aquecido. este se inicie por 'o' ou 'h'. Neste último caso, corta-se o 'h'.
H/R Se a palavra seguinte começar com 'r' ou 's', dobram-se
Exemplos: hiper-hidrose, hiper- essas letras.
Hiper-, Inter-, Super- Exemplos: coadministrar, coautor, coexistência, cooptar,
raivoso, inter-humano, inter-racial,
super-homem, super-resistente. coerdeiro corresponsável, cosseno.
B-H-R
2) Com os prefixos pre- e re- não se utilizará o hífen, mesmo
Exemplos: sub-bloco, sub-hepá-
diante de palavras começadas por 'e'.
tico, sub-humano, sub-região.
Sub- Exemplos: preeleger, preexistência, reescrever, reedição.
Obs.: as formas escritas sem hí-
fen e sem "h", como por exemplo
3) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo terminar
"subumano" e "subepático" tam-
em vogal e o segundo elemento começar por r ou s, estas
bém são aceitas.
consoantes serão duplicadas e não se utilizará o hífen.
B - R - D (apenas com o prefixo "Ad") Exemplos: antirreligioso, antissemita, arquirrivalidade, au-
Exemplos: ab-rogar (pôr em de- torretrato, contrarregra, contrassenso, extrasseco, infras-
Ab-, Ad-, Ob-, Sob-
suso), ad-rogar (adotar), ob-reptício som, eletrossiderurgia, neorrealismo, etc.
(astucioso), sob-roda, mad-digital
Diante de qualquer palavra ATENÇÃO: Não confunda as grafias das palavras autor-
Ex- (no sentido de estado retrato e porta-retrato. A primeira é composta pelo prefixo
Exemplos: ex-namorada, sota-so-
anterior), Sota-, Soto-, auto-, o que justifica a ausência do hífen e a duplicação da
berania (não total), soto-mestre
Vice-, Vizo- consoante 'r'. 'Porta-retrato', por outro lado, não possui pre-
(substituto), vice-reitor, vizo-rei.
fixo: o elemento 'porta' trata-se de uma forma do verbo
Diante de qualquer palavra "portar". Assim, esse substantivo composto deve ser sem-
Exemplos: pós-graduação, pré- pre grafado com hífen.
Pós-, Pré-, Pró- (tônicos escolar, pró-democracia.
e com significados pró- Obs.: se os prefixos não forem au- 4) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo terminar
prios) tônomos, não haverá hífen. Exem- em vogal e o segundo elemento começar por vogal dife-
plos: predeterminado, pressupor, rente, não se utilizará o hífen.
pospor, propor.

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Exemplos: antiaéreo, autoajuda, autoestrada, agroindus- d] A quimica vem produzindo novas cores para as industrias
trial, contraindicação, infraestrutura, intraocular, plurianual, de tecido.
pseudoartista, semiembriagado, ultraelevado, etc. e] Eles não veem o apoio que se da a qualquer pessoa que
aqui vem pedir ajuda.
5) Não se utilizará o hífen nas formações com os prefixos
des- e in-, nas quais o segundo elemento tiver perdido o
3- (EPCAR) Assinale a série em que todos os vocábulos devem
"h" inicial.
Exemplos: desarmonia, desumano, desumidificar, inábil, receber acento gráfico:
inumano, etc. a] Troia, item, Venus
b] hifen, estrategia, albuns
6) Não se utilizará o hífen com a palavra não, ao possuir fun- c] apoio (subst.), reune, faisca
ção prefixal. d] nivel, orgão, tupi
Exemplos: não violência, não agressão, não compareci- e] pode (pret. perf.), obte-las, tabu
mento.
4- (BB) Opção correta:
LEMBRE-SE: Não se utiliza o hífen em palavras que pos- a] eclípse
suem os elementos "bi", "tri", "tetra", "penta", "hexa", etc.
b] juíz
Exemplos: bicampeão, bimensal, bimestral, bienal, tridi-
mensional, trimestral, triênio, tetracampeão, tetraplégico, pen- c] agôsto
tacampeão, pentágono, etc. d] saída
e] intúito
OBSERVAÇÕES:
- Em relação ao prefixo "hidro", em alguns casos pode haver 5- (BB) "Alem do trem, voces tem onibus, taxis e aviões".
duas formas de grafia. a] 5 acentos
Exemplos: b] 4 acentos
"Hidroavião" e "hidravião"; c] 3 acentos
"hidroenergia" e "hidrenergia" d] 2 acentos
- No caso do elemento "socio", o hífen será utilizado apenas
e] 1 acento
quando houver função de substantivo (= de associado).
Exemplos:
sócio-gerente / socioeconômico 6- (BB) Monossílabo tônico:
a] o
b] lhe
c] e

EXERCÍCIOS d] luz
e] com

7- (BB) Leva acento:


1- (IBGE) Assinale a opção cuja palavra não deve ser acentu-
a] pêso
ada:
b] pôde
a] Todo ensino deveria ser gratuito.
c] êste
b] Nãoves que eu não tenho tempo?
d] tôda
c] É difícil lidar com pessoas sem carater.
e] cêdo
d] Saberias dizer o conteudo da carta?
e] Veranópolis é uma cidade que não para de crescer.
8- (BB) Não leva acento:
a] atrai-la
2- (IBGE) Assinale a opção que contém as três, dentre as cinco
b] supo-la
palavras sublinhadas, que devem receber acento gráfico:
c] conduzi-la
a] Eles tem de, sozinhos, aparar o pelo do animal e prepara-
d] vende-la
lo para a exposiçao.
e] revista-la
b] A estrategia utilizada pelo jogador pos a rainha em perigo
em tempo recorde.
9- (BB) Noite:
c] Saimos do tribunal mas, por causa do tumulto, não conse-
a] hiato
guimos a rubrica dos juizes.
b] ditongo

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c] tritongo a] pés, hóspedes


d] dígrafo b] sulfúrea, distância
e] encontro consonantal c] fosforescência, provém
d] últimos, terrível
10- (UF-PR) Assinale a alternativa em que todos os vocábulos e] satânico, porém
são acentuados por serem oxítonos:
a] paletó, avô, pajé, café, jiló 16- (SANTA CASA) As palavras após e órgãos são acentuadas
b] parabéns, vêm, hífen, saí, oásis por serem respectivamente:
c] você, capilé, Paraná, lápis, régua a] paroxítona terminada em s e proparoxítona
d] amém, amável, filó, porém, além b] oxítona terminada em o e paroxítona terminada em ditongo
e] caí, aí, ímã, ipê, abricó c] proparoxítona e paroxítona terminada em s
d] monossílabo tônico e oxítona terminada em o, seguida de s
11- (ITA) Dadas as palavras: e] proparoxítona e proparoxítona
1. tung-stê-nio
2. bis-a-vô 17- (MACK) Indique a alternativa em que nenhuma palavra é
3. du-e-lo acentuada graficamente:
Constatamos que a separação silábica está correta: a] lapis, canoa, abacaxi, jovens
a] apenas na palavra nº 1 b] ruim, sozinho, aquele, traiu
b] apenas na palavra nº 2 c] saudade, onix, grau, orquidea
c] apenas na palavra nº 3 d] voo, legua, assim, tenis
d] em todas as palavras e] flores, açucar, album, virus
e] n.d.a
18- (CESGRANRIO) Aponte a única série em que pelo menos
12- (OSEC) O plural de tem, dê, vê; é, respectivamente: um vocábulo apresente erro no que diz respeito à acentuação
a] têm, dêem, vêm gráfica:
b] tem, dêem, vêem a] pegada - sinonímia
c] têm, dêem, vêem b] êxodo - aperfeiçoe
d] têem, dêem, vêm c] álbuns - atraí-lo
e] têem, dêem, vêem d] ritmo - itens
e] redimí-la - grátis
13- (FGV-RJ) Assinale a alternativa que completa as frases:
I - Cada qual faz como melhor lhe ....... . 19- (PUCC) Assinale a alternativa de vocábulo corretamente
II - O que ....... estes frascos? acentuado:
III - Nestes momentos os teóricos ....... os conceitos. a] hífen
IV - Eles ....... a casa do necessário. b] ítem
a] convém, contêm, revêem, provêem c] ítens
b] convém, contém, revêem, provém d] rítmo
c] convém, contém, revêm, provém e] n.d.a
d] convêm, contém, revêem, provêem
e] convêm, contêm, revêem, provêem 20- (ITA) Dadas as palavras:
1. des-a-len-to
14- (CESCEM) Sob um ..... de nuvens, atracou no ..... o navio 2. sub-es-ti-mar
que trazia o ..... . 3. trans-tor-no,
a] veu, porto, heroi constatamos que a separação silábica está correta:
b] veu, pôrto, herói a] apenas na número 1
c] véu, pôrto, herói b] apenas na número 2
d] véu, porto, heroi c] apenas na número 3
e] véu, porto, herói d] sem todas as palavras
e] n.d.a
15- (CESGRANRIO) Assinale a opção em que os vocábulos
obedecem à mesma regra de acentuação gráfica:

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Gabarito: 1 - A 2 - A 3 – B 4 – D 5 – A 6 – D 7 – B 8 – C 9 – B Considere as seguintes atitudes:


10 – A 11 – C 12 – C 13 – A 14 – E 15 – B 16 – B 17 – B 18 – 1. Você corrige um erro.
E 19 – A 20 – C 2. Você corrige dois erros.
3. Você não corrige nada e elogia a criatividade do grafiteiro.
4. Você fica louco da vida, xinga o cara de ignorante e manda

EXERCÍCIOS repintar o muro.\"


Lourenço Diaféria.

Com base no texto, podemos concluir que


CONTEXTUALIZANDO
a] a letra h não representa, na Língua Portuguesa, nenhum fo-
nema, mas é usada em palavras que a trazem da etimolo-
1- Observe as frases a seguir:
gia, como humano.
I – Quando chegavamvisitas , titia sempre fazia bolo de choco-
b] as letras x e ch podem representar o mesmo fonema, o que
late.
não ocasiona certa dificuldade na escrita de palavras como
II - Júnior estava nadando desde das 7 horas da manhã.
pichar e xícara.
Os verbos destacados nas frases I e II indicam respectivamente
c] não poderia ser acrescentada à "questão de múltipla esco-
aspectos
lha" mais uma alternativa: Você corrige três erros.
a] inacabado - pontual;
d] não encontraríamos nenhum erro na questão utilizando as
b] imperfeito - completo;
variações regionais.
c] habitual – durativo
e] o "H" é letra diacrítica, muda, portanto desnecessária à gra-
d] indeterminado – durativo
fia.
e] pontual – determinado.
4- Os dígrafos são encontros de duas letras para formar um
2-
único fonema, que pode ser tanto vocálico quanto consonantal.
Assinale, a seguir, a alternativa que apresenta, respectiva-
mente, dois dígrafos consonantais e um dígrafo vocálico.
a] Chuva, absoluto e tempo.
b] Étnico, guerra e deixa.
c] Exceto, alheio e onda.
d] Quadra, banho e cuidado.
e] Chaleira, pneu e tinta.
BROWNE, Dik. Hagar. Folha de São Paulo, 1999.
5- Analise as frases a seguir e assinale aquela em que todas
Na tirinha, a construção do humor está relacionada à questão as palavras se encontram de acordo com as regras de acentu-
da sonoridade, pois: ação gráfica.
a] os fonemas /f/ e /v/ possuem sons e significados semelhan- a] A fôrma como ele conduz esse caso é muito estranha.
tes, aspectos que possibilitaram o engano do personagem b] Ela pediu que nós fossemos embora logo.
Hagar. c] Durante um mês, ele trabalhava em dois armazens.
b] Hagar não percebeu a distinção dos fonemas vocálicos /f/ e d] Preocupamo-nos com coisas que não nos convêm.
/v/, por isso trouxe "vacas". e] O espetáculo de ontem teve entrada gratuíta.
c] Hagar não percebeu seu engano, como demonstra o último 6- Os vocábulos que apresentam letras diferentes para repre-
balão da tira. sentar o mesmo fonema /z/ são
d] o humor é construído a partir de uma falha na comunicação, a] caso, posse e êxodo
aspecto que demonstra que letra e fonema são a mesma b] zelo, exagerado e mesada.
coisa. c] coisa, zumbido e enxame.
e] é construído a partir da troca de um fonema por outro, ou d] pesar, anzol e exceção.
seja, Helga pediu "facas" e Hagar trouxe "vacas". e] censura, exultante e azulado.

3- Leia o texto. 7- Observe os pares de palavras a seguir, que apresentam


\"O grafiteiro pixou no muro caiado: acentos tônicos distintos.
‘Herrar é umano.’ dúvida / duvida

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análise / analise \"... medo de que as coisas erradas caiam na boca do povo\".
dívida / divida T. R. O.
Disponível em: <http://www.filologia.org.br>. Acesso em: 23 fev. 2013.
Acerca das palavras que compõem esses pares, pode-se afir-
mar que: Esses fragmentos textuais pertencem ao laboratório eletrônico
a] as paroxítonas são classificadas como substantivos. de oralidade escrita, e foram produzidos por um grupo de alu-
b] as proparoxítonas são classificadas como substantivos. nos do Ensino Fundamental. Um aspecto da composição estru-
c] os seus acentos tônicos são perceptíveis apenas na fala. tural que caracteriza essas produções como modalidade falada
d] as paroxítonas são verbos conjugados no presente do indi- da língua é
cativo. a] a supressão dos fonemas /d/, da terminação do gerúndio (-
e] as paroxítonas e as proparoxítonas não apresentam dife- ndo) e a omissão do fonema /p/, da palavra "próprias".
rença de sentido entre si. b] a neutralização do fonema /r/ na forma verbal "sondar" em
lugar da vogal reduzida /a/ na construção lexical.
8- Leia a tirinha a seguir. c] o uso de uma expressão formulaica e a presença de su-
pressões gráficas e fonéticas em algumas palavras.
d] a presença do advérbio "hoje" seguido de expressões que
caracterizam a temporalidade do texto.
e] a presença de verbos que indicam ação e movimento, ele-
mentos restritos ao universo narrativo oral.

10- Dígrafo é a representação gráfica, por meio de duas letras,


de um único som.

Disponível em: <http://ultimaquimera.com.br/wp-content/uplo-


ads/2012/11/grumpacord.pdf>.

Na tirinha, a personagem lê o Acordo Ortográfico e descobre


uma nova regra de acentuação. As palavras que estão de
acordo com a regra em questão são:
a] Corroi, doi e fieis.
b] Alcateia, heroi e aneis.
c] Boleia, aldeia e lençois.
d] Assembleia, jiboia e proteico.
e] Papeis, epopeico e paranoico. Na tirinha de Calvin e Haroldo, alguns vocábulos utilizados para
compor as falas são formados por dígrafos. Entre eles estão:
9- \"Através da imprensa, podemos denunciar políticos [...] que a) "abaixa" e "bom".
vêm sondano nosso país...\" b) "isso" e "pouco".
T. D. S. c) "obrigado" e "por".
\"Hoje os brasileiros vivem em busca de uma sociedade de- d) "Calvin" e "trabalhar".
mocrática com opiniões própias...\". e) "achar" e "pneu".

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para determiná-lo ou indeterminá-lo, indicando, também, o gê-


11- Leia o poema a seguir que explora com muita intensidade nero (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
a sonoridade das palavras. A função do artigo é determinar de modo a definir ou inde-
Forca na força finir o termo a que faz referência. Assim, o artigo pode ser defi-
a palavra na boca nido ou indefinido.
na boca a palavra: força Artigos definidos – o, a, os, as. Usados para determinar de
a força da palavra força modo definido.
a palavra rolha fofa Exemplo I:
Ele vai fazer uma mágica.
arolha fofa sem força
(Que mágica? Qualquer mágica indeterminada.)
a palavra em folha solta
Ele vai fazer a mágica.
a força da palavra forca
(Que mágica? Uma mágica que é do contexto do assunto,
a palavra de boca em boca
determinada mágica definida no contexto.)
na boca a palavra forca
a palavra e sua força Exemplo II:
Mário Chamie Tenho uma aluna que gabarita a prova.
(Qual aluna gabarita? Determinada aluna não definida no con-
Sobre o poema apresentado, assinale a alternativa correta. texto. Não se sabe qual, mas sabe-se que é alguma das alu-
a] As palavras "forca" e "força" apresentam dois fonemas dis- nas.)
tintivos, sendo um vocálico e o outro consonantal.
b] A palavra "rolha" apresenta o mesmo número de letras e Tenho umas alunas que gabaritam a prova.
fonemas da palavra "folha". (Qual aluna gabarita? Determinadas alunas não definidas no
c] As palavras "fofa" e "força" apresentam semelhança sonora contexto. Não se sabe quais, mas sabe-se que não foram to-
por causa dos fonemas vocálicos e dos dígrafos. das.)
d] A palavra "sua" apresenta, respectivamente, uma vogal e
uma semivogal. Uma vez elucidadas tais características, constatemos algumas
e] As palavras em destaque sugerem o movimento das folhas
circunstâncias especiais em que os artigos se manifestam:
quando estas são empurradas pelo vento.
Alguns nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do
12- Assinale a alternativa cujas palavras apresentam acento tô-
artigo, outros não:
nico localizado da mesma forma que em escritor, asa e pás-
São Paulo
saro, respectivamente.
a] azul, ápice, corpo. O Rio de Janeiro
b] café, exército, funil. Veneza
c] setor, túnica, tráfego A Bahia
d] sutil, cidade, quilômetro.
e] autor, armário, segredo. Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo (o/a) para
conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso do artigo, o pro-
nome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabeniza o professor. (a totalidade da sala)
EMPREGO DAS CLASSES Toda classe parabeniza o professor. (qualquer sala)
Todo o time foi premiado. (os jogadores do time)
DE PALAVRAS Todo time foi premiado. (qualquer time)

Pode também indicar toda uma espécie:


ARTIGO O trabalho dignifica o homem.

O artigo integra as dez classes gramaticais que conhece- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de apro-
mos, definindo-se como o termo que antepõe o substantivo ximação numérica:

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O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. • Para designar dias do mês, utilizam-se os cardinais, exceto
na indicação do primeiro dia, que é tradicionalmente feita pelo
O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas ordinal:
de outras classes gramaticais: Chegamos dia dois de setembro.
Não sei o porquê de tudo isso. Chegamos dia primeiro de dezembro.
A casa é perfeita, tem apenas um senão.
• Nos endereços de casas, usa-se o cardinal.
Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral O número da minha casa é 99 (noventa e nove).
“ambos”:
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas. • Nas referências a páginas, usa-se o cardinal.
Leiam a página 22 (vinte e dois) do livro.
Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Adoro o meu vestido longo. • O cardinal também é usado no sentido figurado, não expres-
Adoro meu vestido longo. sando exatidão numérica.
OBS: Como consequência, a ocorrência de crase antes de pro- Já bati nessa tecla mil vezes.
nome possessivo feminino é facultativa: Nossa professora é dez.
Vou a minha escola. (artigo ausente)
Vou à (a+a) minha escola. (artigo presente) • Ambos ou Ambas e Zero são considerados numerais cardi-
nais. Ambos (as) significa "um e outro", "os dois" (ou "uma e
Outra consequência é que palavras antecedidas por crase são outra", "as duas") e são largamente empregados para retomar
sempre determinadas. Caso seja removido o sinal de crase, a pares de seres aos quais já se fez referência.
palavra deverá ser tomada em sentido genérico. Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância
Não assisto à (a+a) novela. (determinada novela) da solidariedade. Ambos agora participam das atividades co-
Não assisto a novela. (Nenhuma novela) munitárias de seu bairro.
OBS: A forma "ambos os dois" é considerada enfática.
NUMERAIS
OBS: Em relação à grafia, alguns numerais apresentam mais
Numerais: Palavras que indicam o número ou quantidade de uma forma.
exata de pessoas ou coisas. Podem ser cardinais, ordinais, quatorze ou catorze
fracionários ou multiplicativos. décimo primeiro, undécimo ou onzeno
Exemplo: três, quatro, cinco, segunda, terceira, dobro, triplo, décimo segundo, duodécimo ou dozeno
metade, um décimo... décimo terceiro, tredécimo, trezeno ou tércio-décimo
septuagésimo ou setuagésimo
Emprego dos numerais septingentésimo ou setingentésimo
• Na designação de séculos, papas e reis usam-se:
de 1 a 10 – ordinais nongentésimo ou noningentésimo
Século V (quinto) bilhão ou bilião
João Paulo II (segundo) trilhão ou trilião
de 11 em diante – cardinais
Século XXI (vinte e um) OBS: milhão e milhares são palavras masculinas.
Bento XVI (dezesseis) Os milhares de pessoas chegaram.
Os milhões de mulheres chegaram.
• Se o numeral estiver anteposto ao substantivo, lemos sempre
como ordinal. Distinção entre “um” numeral e “um” artigo
Participei do XI Congresso de Informática (décimo primeiro).
OBS: Em linguagem jurídica usa-se o ordinal até o nono. A par- Na prática, descobre-se que "um" é numeral cardinal quando
tir do dez, usa-se cardinal. estiver acrescido de termo que indica quantificação ("só", "ape-
Artigo segundo, parágrafo onze e artigo dez, parágrafo nono. nas", "único"). (numeral)
Um só homem é suficiente para erguer isso. (numeral)

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Apenas um homem é suficiente para erguer. (numeral)


Um homem é suficiente para erguer isso. (numeral)
Basta um homem para erguer isso. (numeral)
Um homem consegue erguer isso. (artigo)

PRONOME

A palavra que acompanha (determina) ou substitui um nome é


denominada pronome.
Ex.: Ana disse para sua irmã: PRONOMES OBLÍQUOS
– Eu preciso do meu livro de matemática. Você não o encon-
trou? Ele estava aqui em cima da mesa.
Associação de pronomes a verbos:
1. eu substitui “Ana”
Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando associados a ver-
2. meu acompanha “o livro de matemática”
bos terminados em -r, -s, -z, assumem as formas lo, la, los, las,
3. o substitui “o livro de matemática”
caindo as consoantes.
4. ele substitui “o livro de matemática”
Ex.: Carlos quer convencer seu amigo a fazer uma viagem.
Carlos quer convencê-lo a fazer uma viagem.
O pronome tem duas funções fundamentais:
Quando associados a verbos terminados em ditongo nasal (-
am, -em, -ão, -õe), assumem as formas no, na, nos, nas.
Substituir o nome.
Ex.: Fizeram um relatório.
Nesse caso, classifica-se como pronome substantivo e consti-
Fizeram-no.
tui o núcleo de um grupo nominal.
Ex.: Quando cheguei, ela se calou. (ela é o núcleo do sujeito
Os pronomes oblíquos podem ser reflexivos e quando isso
da segunda oração e se trata de um pronome substantivo por-
ocorre se referem ao sujeito da oração.
que está substituindo um nome)
Ex.: Maria olhou-se no espelho
Referir-se ao nome.
Eu não consegui controlar-me diante do público.
Nesse caso, classifica-se como pronome adjetivo e constitui
Antes do infinitivo precedido de preposição, o pronome usado
uma palavra dependente do grupo nominal.
deverá ser o reto, pois será sujeito do verbo no infinitivo
Ex.: Nenhum aluno se calou. (o sujeito “nenhum aluno” tem
Ex.: O professor trouxe o livro para mim.(pronome oblíquo, pois
como núcleo o substantivo “aluno” e como palavra dependente
é um complemento)
o pronome adjetivo “nenhum”)
O professor trouxer o livro para eu ler.(pronome reto, pois é su-
jeito)
Pronomes Pessoais

São aqueles que substituem osnomes e representam as pes- PRONOMES DE TRATAMENTO


soas do discurso:
1ª pessoa – a pessoa que fala – EU/NÓS São aqueles que substituem a terceira pessoa gramatical. Al-
2ª pessoa – a pessoa com que se fala – TU/VÓS guns são usados em tratamento cerimonioso e outros em situ-
3ª pessoa – a pessoa de quem se fala – ações de intimidade.
ELE/ELA/ELES/ELAS Conheça alguns:
• Você (v.) : tratamento familiar
Pronomes pessoais retos: são os que têm por função princi- • Senhor (Sr.), senhora (Srª.) : tratamento de respeito
pal representar o sujeito ou predicativo. • Senhorita (Srta.) : moças solteiras
Pronomes pessoais oblíquos: são os que podem exercer fun- • Vossa Senhoria (V.Sª.) : para pessoa de cerimônia
ção de complemento. • Vossa Excelência (V.Exª.) : para altas autoridades
• Vossa Reverendíssima (V. Revmª.) : para sacerdotes
• Vossa Eminência (V.Emª.) : para cardeais
• Vossa Santidade (V.S.) : para o Papa
• Vossa Majestade (V.M.) : para reis e rainhas

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• Vossa Majestade Imperial (V.M.I.) : para imperadores


• Vossa Alteza (V.A.) : para príncipes, princesas e duques
1- Os pronomes e os verbos ligados aos pronomes de trata-
mento devem estar na 3ª pessoa.
Ex.: Vossa Excelência já terminou a audiência? (nesse frag-
mento se está dirigindo a pergunta à autoridade)
2- Quando apenas nos referimos a essas pessoas, sem que
estejamos nos dirigindo a elas, o pronome “vossa” se trans-
forma no possessivo “sua”.
Ex.: Sua Excelência já terminou a audiência? (nesse fragmento
não se está dirigindo a pergunta à autoridade, mas a uma ter-
Existem palavras que eventualmente funcionam como prono-
ceira pessoa do discurso)
mes possessivos. Ex.: Ele afagou-lhe (= seus) os cabelos.

PRONOMES POSSESSIVOS
PRONOMES DEMONSTRATIVOS
São aqueles que indicam idéia de posse. Além de indicar a
coisa possuída, indicam a pessoa gramatical possuidora. Os pronomes demonstrativos possibilitam localizar o substan-
tivo em relação às pessoas, ao tempo, e sua posição no interior
de um discurso.

Pronomes Espaço Tempo Ao dito Enumeração

Perto de quem fala (1ª Presente Referente aquilo que Referente ao último
pessoa). ainda não foi dito. elemento citado em
uma enumeração.
este, esta, isto, estes,
estas Ex.: Não gostei deste li- Ex.: Neste ano, tenho Ex.: Esta afirmação me Ex.: O homem e a mu-
vro aqui. realizado bons negó- deixou surpresa: gos- lher são massacrados
cios. tava de química. pela cultura atual, mas
esta é mais oprimida.

Perto de quem ouve (2ª Passado ou futuro pró- Referente aquilo que já
pessoa). ximos foi dito.
esse, essa, esses, es-
sas Ex.: Não gostei desse Ex.: Nesse último ano, Ex.: Gostava de quí-
livro que está em tuas realizei bons negócios mica. Essa afirmação
mãos. me deixou surpresa

Perto da 3ª pessoa, Passado ou futuro re- Referente ao primeiro


distante dos interlocu- motos elemento citado em
tores. uma enumeração.
aquele, aquela, aquilo,
Ex.: Não gostei da- Ex.: Tenho boas recor- Ex.: O homem e a mu-
aqueles, aquelas
quele livro que a Ro- dações de 1960, pois lher são massacrados
berta trouxe. naquele ano realizei pela cultura atual, mas
bons negócios. esta é mais oprimida
que aquele

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PRONOMES INDEFINIDOS Pode, às vezes, ter valor intensificador : “Mário diz cada coisa
idiota!”
São pronomes que acompanham o substantivo, mas não o de-
terminam de forma precisa. PRONOMES RELATIVOS

São aqueles que representam nomes que já foram citados


e com os quais estão relacionados. O nome citado denomina-
se ANTECEDENTE do pronome relativo.
Ex.:“A rua onde moro é muito escura à noite.”
onde: pronome relativo que representa “a rua”
a rua: antecedente do pronome “onde”

O pronome relativo QUEM sempre possui como antece-


dente uma pessoa ou coisas personificadas, vem sempre ante-
cedido de preposição e possui o significado de “O QUAL”
Uso de alguns pronomes indefinidos Ex.: “Aquela menina de quem lhe falei viajou para Paris.”
Antecedente: menina
Algum Pronome relativo antecedido de preposição: de quem
a) quando anteposto ao substantivo da ideia de afirmação “Al- Os pronomes relativos CUJO, CUJA sempre precedem a um
gum dinheiro terá sido deixado por ela.” substantivo sem artigo e possuem o significado “DO QUAL”
b) quando posposto ao substantivo dá ideia de negação “DA QUAL”
“Dinheiro algum terá sido deixado por ela.” Ex.: “O livro cujo autor não me recordo.”
Obs.: O uso desse pronome indefinido antes ou depois do Os pronomes relativos QUANTO(s) e QUANTA(s) aparecem
verbo está ligado à intenção do enunciador. geralmente precedidos dos pronomes indefinidos tudo,
tanto(s), tanta(s), todos, todas.
Demais Ex.: “Você é tudo quanto queria na vida.”
Este pronome indefinido, muitas vezes, é confundido com o ad- O pronome relativo ONDE tem sempre como antecedente pa-
vérbio “demais” ou com a locução adverbial “de mais”. lavra que indica lugar.
Ex.: “Maria não criou nada de mais além de uma cópia do qua- Ex.: “A casa onde moro é muito espaçosa.”
dro de outro artista.” (locução adverbial) O pronome relativo QUE admite diversos tipos de anteceden-
“Maria esperou os demais.” (pronome indefinido = os outros) tes: nome de uma coisa ou pessoa, o pronome demonstrativo
“Maria esperou demais.” (advérbio de intensidade) ou outro pronome.
Veja mais em: Advérbios de Intensidade – “de mais” e “demais” Ex.: “Quero agora aquilo que ele me prometeu.”
Os pronomes relativos, na maioria das vezes, funcionam como
Todo conectivos, permitindo-nos unir duas orações em um só perí-
É usado como pronome indefinido e também como advérbio, odo.
no sentido de completamente, mas possuindo flexão de gênero Ex.:A mulher parece interessada. A mulher comprou o livro.
e número, o que é raro em um advérbio. (A mulher que parece interessada comprou o livro.)
Ex.: “Percorri todo trajeto.” (pronome indefinido)
“Por causa da chuva, a roupa estava toda molhada.” (advérbio) PRONOMES INTERROGATIVOS
Cada Os pronomes interrogativos levam o verbo à 3ª pessoa e
Possui valor distributivo e significa todo, qualquer dentre certo são usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.
número de pessoas ou de coisas. Não existem pronomes exclusivamente interrogativos e
Ex.: “Cada homem tem a mulher que merece.” sim que desempenham função de pronomes interrogativos,
Este pronome indefinido não pode anteceder substantivo que como por exemplo: QUE, QUANTOS, QUEM, QUAL, etc.
esteja em plural (cada férias), a não ser que o substantivo ve- Ex.: “Quantos livros teremos que comprar?”
nha antecedido de numeral (cada duas férias). “Ele perguntou quantos livros teriam que comprar.”

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“Qual foi o motivo do seu atraso?” pessoa, animal, cidade, universidade, praça, planeta...

SUSTANTIVO Substantivos próprios


São aqueles assim denominados pelo fato de designarem de
Substantivo provém da mesma família de “substância, forma particular seres, entidades e coisas diversas. São inicia-
substancial”, ou seja, algo necessário, fundamental. Os subs- dos com letra maiúscula.
tantivos recebem classificações distintas, tendo em vista as- Pedro, Spaik, Salvador, UFBA, Praça da Sé, Vênus...
pectos relacionados à formação e ao significado. Quanto à for-
mação, um substantivo pode ser formado por composição ou ADJETIVO
por derivação. Quanto ao processo de composição, pode ser
simples ou composto. Em relação ao processo de derivação, Adjetivo é a classe de palavras variáveis que modificam um
pode ser primitivo ou derivado. No que tange à significação, substantivo exprimindo as suas características. O adjetivo pode
cada substantivo tem um aspecto de generalização e um as- ser:
pecto de abstração. Quanto à generalização, pode ser comum
(geral) ou próprio (específico). Em relação à abstração, pode Simples - possui apenas um radical, um só elemento.
ser concretos ou abstrato. · bonito
· azul
Substantivos simples
São aqueles que apresentam um único radical em sua estru- Composto – possui mais de um radical, mais de um elemento.
tura. · azul-escuro
tempo, roda, flor, sol, casa...
Primitivo – é aquele que não deriva de outra palavra; servindo
Substantivos compostos de base para a formação de outras palavras.
São representados por aqueles que possuem pelo menos dois · triste
radicais em sua estrutura. · bom
passatempo, rodapé, couve-flor... · pobre

Substantivos primitivos Derivado – é aquele que deriva de outras palavras, geralmente


Classificam-se como aqueles que não derivam de outra pala- de substantivos e de verbos.
vra. · tristonho
flor, pedra, gato, fogo... · bondoso
· pobretão
Substantivos derivados
São aqueles que provêm de outras palavras já existentes. Pátrio – indica o local de origem do ser representado pelo subs-
floricultura, pedreira, gatinho, fogaréu... tantivo.
Exemplos: brasileiro, italiano, cearense etc.
Substantivos concretos
Representam aqueles que possuem forma, seja real ou imagi- VERBOS
nária.
gato, flor, fogo, cidade, cimento, concreto, Deus, fada... Classificação dos verbos

Substantivos abstratos Verbos Regulares: são aqueles que não sofrem alterações no
Representam aqueles que não possuem forma. Geralmente radical. Ex: cantar, vender, partir...
dão nome a estados, qualidades, sentimentos e ações. canto, cantei, cantaremos, cantaram.
amor, paixão, tristeza, honestidade, coragem, abstração...
Verbos Irregulares: são aqueles que não seguem o modelo de
Substantivos comuns conjugação. Ex: Fazer
São aqueles que generalizam. Designam de modo geral seres, Eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos...
entidades e coisas diversas.

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Verbos Irregulares Anômalos: são aqueles que apresentam Obs. : o agente da passiva geralmente é acompanhado da pre-
mudanças significativas no radical. Ex: Ser, Ir posição por, mas pode ocorrer a construção com a preposição
Sou, Serei, É, Era, Fui, Fomos. de.
vou, foste, irei, ides... A casa ficou cercada de soldados.
Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja ex-
Verbos Defectivos: são aqueles que não possuem conjugação plícito na frase.
completa. Ex: falir, reaver, precaver. A exposição será aberta amanhã.
Eu ---, Tu ---, Ele ---, nós falimos, vós falis, eles ---
A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar <SER>, pois
Verbos Abundantes: são aqueles que apresentam duas formas o particípio é invariável. Observe a transformação das frases
de mesmo valor. Geralmente ocorrem no particípio. seguintes:
aceitar: aceitado e aceito
acender: acendido e aceso a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)
eleger: elegido e eleito O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)
entregar: entregado e entregue
enxugar: enxugado e enxuto b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)
imprimir: imprimido e impresso O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)
limpar: limpado e limpo
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)
Obs.: Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, ver e O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)
vir só possuem o particípio irregular: aberto, coberto, dito, es-
crito, feito, posto, visto e vindo. d] Nas frases com locuções verbais, o verbo <SER> assume
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa.
Vozes verbais
e] O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
Voz verbal é a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica, As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)
recebe, ou pratica e recebe ao mesmo tempo a ação verbal.

a) Voz Ativa: quando o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação 2- Voz Passiva Sintética: a voz passiva sintética ou pronominal
verbal ou participa ativamente de um fato. constrói-se com verbo com transitividade direta na 3ª pessoa,
Eles exigiram a presença da diretora. seguido do pronome apassivador SE.
A torcida aplaudiu os jogadores. Abriram-se as inscrições.
b) Voz Passiva: quando o sujeito é paciente, ou seja, sofre a abrir (v.t.d.): quem abre, abre algo.
ação verbal do agente da passiva. Admite voz analítica: As inscrições foram abertas.
A presença da diretora foi exigida por eles. Logo, a função do se é: pronome apassivador.
Os jogadores foram aplaudidos pela torcida. Sujeito paciente: as inscrições.

c) Reflexiva: quando o sujeito é agente e paciente ao mesmo Obs.: o agente da passiva não costuma vir expresso na voz
tempo, isto é, pratica e recebe a ação. passiva sintética.
O menino feriu-se.

Formação da Voz Passiva: a voz passiva pode ser formada por


dois processos: analítico e sintético.

1- Voz Passiva Analítica


Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do
verbo principal.
A escola será pintada. (sujeito paciente: a escola)
O trabalho é feito por ele. (sujeito paciente: o trabalho)

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considerando os interlocutores Francisco e Sebastião. Para

EXERCÍCIOS cada uma dessas situações o produtor do texto tem um objetivo


específico que se determina, não só pela situação, mas tam-
bém pelo gênero textual. Os verbos que sintetizam os objetivos
do produtor nas duas situações propostas são, respectiva-
CONTEXTUALIZANDO mente,
a] entreter e seduzir.
1- b] divertir e informar.
c] distrair e comover.
d] recrear e assustar.
e] alegrar e intimidar.

3-
TOPISON®
VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja
furoato de mometasona
atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997.
CREME OU POMADA 1 MG/G
O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com re-
USO TÓPICO – USO ADULTO E PEDIÁTRICO (ACIMA DE 2
lação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome
ANOS DE IDADE)
oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é
INFORMAÇÃO AO PACIENTE
inadequado, pois
AÇÃO ESPERADA DO MEDICAMENTO
a] contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
TOPISON® contém a substância ativa furoato de mometasona,
b] contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e ob-
que é um corticoide sintético que combate a reação inflamatória
jeto.
produzida por algumas doenças de pele, como psoríase (do-
c] gera inadequação na concordância com o verbo.
ença em que ocorrem espessamento e descamação da pele) e
d] gera ambiguidade na leitura do texto.
doenças alérgicas da pele.
e] apresenta dupla marcação de sujeito.
A ação do medicamento ocorre logo após a primeira aplicação.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO
2- Notícias do além
Conservar o medicamento em sua embalagem original, em
Aquele que morrer primeiro e for para o céu deverá voltar à
temperatura entre 2 °C e 30 °C, protegido da luz.
Terra para contar ao outro como é a vida lá no paraíso. Assim
PRAZO DE VALIDADE
ficou combinado entre Francisco e Sebastião, amigos insepa-
Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o me-
ráveis e apaixonados pelo futebol. Francisco teve morte súbita
dicamento apresenta uma validade de 24 meses a contar da
e, passado algum tempo, no meio da noite, sua alma apare-
data de sua fabricação. Não devem ser utilizados medicamen-
ceu ao colega:
tos fora do prazo de validade, pois podem trazer prejuízos à
— Nossa Senhora, Chico! Você veio mesmo!
saúde.
— Estou aqui, Tião, para cumprir a minha promessa, tra-
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO
zendo-lhe duas notícias.
Informe seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do
— Então me fala.
tratamento ou após o seu término. Informar ao médico se está
— O céu é uma maravilha, um colosso, uma beleza.
amamentando. Este medicamento não deve ser utilizado por
Tem futebol todo dia.
mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-den-
— E a outra?
tista.
— A outra é que você está escalado para jogar no meu time
CUIDADOS DE ADMINISTRAÇÃO
amanhã cedo.
TOPISON® é indicado apenas para uso dermatológico (pele) e
DIAS, M. V. R. Humor na Marolândia. In: ILARI, R. Introdução
deve ser usado conforme as intruções do médico.
à semântica: brincando com
Evite o contato de TOPISON® com os olhos.
a gramática. São Paulo: Contexto, 2001.
Esta medicação não deve ser usada na face, embaixo dos bra-
Esse texto pode ser analisado sob dois pontos de vista que in-
ços, nas virilhas ou órgãos genitais, a menos que
cluem situações diferentes de interlocução: a primeira, consi-
sob orientação médica.
derando seu produtor e seus potenciais leitores; e a segunda,

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PORTUGUÊS • Rafael Sousa

Você deve aplicar uma fina camada de TOPISON® nas áreas 5- Observe as frases a seguir:
afetadas, uma vez ao dia. I – Quando chegavam visitas , titia sempre fazia bolo de choco-
Você não deve usar TOPISON® para tratar qualquer outra do- late.
ença que não seja sob orientação do seu médico. II - Júnior estava nadando desde das 7 horas da manhã.
Não faça curativos sobre a aplicação (curativos oclusivos), a Os verbos destacados nas frases I e II indicam respectivamente
não ser sob orientação médica. aspectos
Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horá- a] inacabado - pontual;
rios, as doses e a duração do tratamento. b] imperfeito - completo;
A Bula de remédio é um gênero textual caracterizado por uma c] habitual – durativo
linguagem objetiva e marcada por ordens que devem ser obe- d] indeterminado – durativo
decidas a fim de que se obtenha o resultado desejado com o e] pontual – determinado.
uso de medicamentos. Entre essas marcas linguísticas, pode-
mos apontar 6- Observe as seguintes sentenças.
a] ausência de metáforas e verbos no imperativo. Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral.
b] uso de anáforas e indicações textuais por tópicos. Tarsila do Amaral pintou o quadro Abaporu.
c] presença de linguagem científica e sofisticação vocabular. A alternativa em que os dois períodos anteriores estão adequa-
d] largo uso de metalinguagem e valorização do texto referen- damente reunidos por meio de um pronome relativo é:
cial. a] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral, da qual pintou a
e] ausência de denotação e presença de frases nominais. obra Abaporu.
b] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral, que pintou o qua-
4- dro Abaporu.
[...] Quando eu tinha seis anos c] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral, cuja pintou o
Não pude ver o fim da festa de São João quadro Abaporu.
Porque adormeci d] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral, com cuja pintou
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo a obra Abaporu.
Minha avó e] Admiro muito a obra de Tarsila do Amaral cuja que pintou o
Meu avô quadro Abaporu.
Totônio Rodrigues
Tomásia 7- Acerca do uso do presente do indicativo, está correta a rela-
Rosa ção entre o exemplo e o valor semântico indicados na alterna-
Onde estão todos eles? tiva:
— Estão todos dormindo a] Chego ao trabalho às 7 horas – Presente durativo.
Estão todos deitados b] Almoço das 12 horas às 13 horas – Presente atemporal.
Dormindo c] De grão em grão, a galinha enche o papo – Presente habi-
Profundamente. tual.
Antropofagia poética, de Manuel Bandeira. d] Amanhã você traz o livro para eu ler – Presente como impe-
rativo.
O trecho sugerido começa com a lembrança de um aconteci- e] Em 1492, Cristóvão Colombo chega à América – Presente
mento: o eu lírico adormeceu e não viu o fim da festa de São atemporal.
João. Nesse trecho, o verbo adormecer
a] está empregado no sentido próprio, literal. 8- A outra face do macaco
b] procura impor um processo verbal ao leitor. No livro Uma janela para a vida, no qual relata suas três dé-
c] exprime um processo verbal provável, duvidoso, hipotético. cadas de experiência nas selvas da Tanzânia, tornando-se uma
d] tem o mesmo sentido de "estão todos dormindo profunda- das pioneiras da observação direta dos chimpanzés, Jane Go-
mente". odall relata sua decepção com o comportamento dos animais.
e] revela traços de oralidade, muitas vezes comuns ao gênero \"Durante muitos anos acreditei que os chimpanzés eram, no
em que se insere. geral, bem mais legais do que nós. De repente descobri que,
sob certas circunstâncias, podiam ser igualmente brutais, que
também tinham em sua natureza um lado obscuro. Isso doeu\".

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PORTUGUÊS • Rafael Sousa

AGUERRE, Gabriela. A outra face do macaco. Superinteres-


sante, São Paulo, out. 1998.
Disponível em: <http://super.abril.com.br>. Acesso em: 25 maio 2015.
(adaptado)
O pronome isso, presente ao final do texto, configura-se como
um pronome
a] possessivo, referindo-se aos chimpanzés.
b] demonstrativo, referindo-se ao livro Uma janela para a vida.
c] possessivo, referindo-se ao bom comportamento dos chim-
panzés.
d] demonstrativo, referindo-se ao fato de os chimpanzés se-
rem "igualmente brutais".
e] demonstrativo, referindo-se às três décadas de experiência
de Jane nas selvas da Tanzânia.

9-
Nudez
Não cantarei amores que não tenho,
e, quando tive, nunca celebrei.
Não cantarei o riso que não rira
e que, se risse, ofertaria a pobres.
Minha matéria é o nada.
Jamais ousei cantar algo de vida:
se o canto sai da boca ensimesmada,
é porque a brisa o trouxe, e o leva a brisa,
nem sabe a planta o vento que a visita.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia poética.
Rio de Janeiro: Record, 2000.

Dependendo do contexto, alguns substantivos podem ser clas-


sificados como formas verbais, é o que acontece com a palavra
a] brisa.
b] planta.
c] nada.
d] visita.
e] matéria.

10- Alguns substantivos mudam de sentido quando mudam de


gênero. É o caso de:
a] "A dama do lotação" já foi lido por vários estudantes.
b] Assistiram ao eclipse em um mirante.
c] Em meio ao evento, Plínio devolveu-lhe o agrado.
d] Era camaradagem a sua.
e] No vão principal, encontramos as digitais referidas.

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LITERATURA
Fabrício Ferreira

lançadas aqui, tais narrativas eram inicialmente publicadas na


ROMANTISMO imprensa, na forma de capítulos diários ou semanais, aumen-
tando extraordinariamente a tiragem dos periódicos. Essas pu-
blicações receberam o nome de “romances de folhetim”.
1. CONTEXTO SOCIO HISTÓRICO
1.2 Autores e obras
E CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Tanto em Portugal quanto no Brasil, o Romantismo foi ca-
Em um momento histórico no qual as classes sociais se racterizado por gerações, fases e tendências. A primeira fase
definiam como nós as conhecemos, na atualidade, fortemente romântica portuguesa foi marcada por ainda apresentar algu-
impactadas por dois grandes acontecimentos mundiais que mas características clássicas. Os principais autores do período
mudaram o rumo da história da humanidade, nascia, no século foram: 1. Almeida Garrett (1799-1854): atuando no jornalismo,
XIX, o Romantismo. A Revolução Industrial (1760-1840) e a na poesia, na prosa de ficção e no teatro, entrou em contato
Revolução Francesa (1789-1799) causaram profundas trans- com a obra de Shakespeare, em seu exílio na Inglaterra. Teve
formações na sociedade europeia e, por conseguinte, no resto uma vida sentimental extremamente atribulada, o que possivel-
do mundo. Concomitantemente a tais transformações, a ascen- mente tenha servido de inspiração para seus poemas mais in-
são da tipografia (inventada pelo alemão Johannes Guten- tensos e destacados. Assimilou os moldes clássicos, deixando
berg), disseminada no final do século XVIII, popularizaria o Ro- também uma produção respeitável no teatro e na prosa de fic-
mantismo em proporções nunca antes vistas, na história da li- ção. Escreveu Camões (1825), Dona Branca (1826), Folhas ca-
teratura. ídas (1853), Viagens na minha terra (1846), entre muitos outros
Como marco inicial mundial do Romantismo, ficou muito bons textos; 2. Alexandre Herculano (1810-1877): exilou-se
conhecida a Wertherfieber (Febre de Werther, do alemão), que na Inglaterra e na França. Em sua produção ficcional, enfatizou
aconteceu na Europa, depois da publicação de Os sofrimentos o caráter histórico nos enredos, tratando das origens de Portu-
do jovem Werther, de Johann Goethe, em 1774. Após surgir na gal como nação, além de abordar temas de caráter religioso.
Alemanha, o Romantismo se espalhou na Europa, conquis- Em sua obra não--ficcional, renovou a historiografia de seu
tando primeiramente Inglaterra e França. Em Portugal, o início país, abordando com frequência o conflito de classes sociais.
do Romantismo foi marcado com a publicação do poema nar- Suas obras de maior destaque são A harpa do crente (1838),
rativo Camões, de Almeida Garrett, em 1825, onde o poeta por- Eurico, o presbítero (1844), entre outras.
tuguês cria uma espécie de biografia sentimental de Luís Vaz Na Segunda Geração do Romantismo português, já
de Camões, o mais importante autor do Classicismo daquele existe a predominância da estética e da ideologia romântica,
país. Versos decassílabos brancos, subjetivismo, vocabulário com os escritores privilegiando temas soturnos e fúnebres, fler-
culto e rebuscado, nostalgia e melancolia são características tando com o exagero, numa linguagem fácil, acessível e comu-
marcantes do famoso poema de Garrett. nicativa. Apesar de o poeta Soares de Passos (1826-1860) ser
Muitos romances dos autores europeus do período, como importante para o período, o principal autor romântico, sem
Victor Hugo, Alexandre Dumas, Walter Scott e outros, torna- sombra de dúvidas, foi Camilo Castelo Branco (1825-1890),
ram-se extremamente populares (inclusive no Brasil, através de um dos mais importantes escritores portugueses de todos os
sua publicação em jornais, desde 1830), criando no público o tempos, tendo sido historiador, tradutor, romancista, cronista,
gosto pelo gênero. Tanto na Europa quanto nas traduções

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LITERATURA • Fabrício Ferreira

dramaturgo e crítico. Magalhães e Araújo Porto Alegre. Gonçalves Dias (1823-


A Terceira Geração do Romantismo português é conhe- 1864) foi o grande poeta indianista, célebre por escrever a
cida sobretudo pela produção dos escritores João de Deus, To- “Canção do Exílio”, um dos poemas mais conhecidos da litera-
más Ribeiro, Bulhão Pato, Xavier de Novais, Pinheiro Chagas tura brasileira, com seus versos “Minha terra tem palmeiras,/
e Júlio Dinis, os quais tentam se livrar dos exageros ultrarro- Onde canta o Sabiá”, e também pelo poema indianista “I-Juca-
mânticos das gerações anteriores. É considerada uma geração Pirama”, em versos decassílabos e alexandrinos, presente na
mais equilibrada, de transição, já apontando para o Realismo. obra Últimos cantos (1851).
Idealismo, exaltação da figura feminina, espiritualidade e valo- A Segunda Geração do Romantismo nacional era consi-
rização do amor são temáticas recorrentes da geração. derada por seu ultrarromantismo, com temas obscuros, pessi-
No Brasil, o ponto de partida do Romantismo foi a publica- mismo, apego aos vícios e exageros. Temas como a melanco-
ção do livro de poemas Suspiros poéticos e saudades, de Gon- lia, a morbidez, o sofrimento, a noite e o medo do amor são
çalves de Magalhães, em 1836. Em um país que conquistara recorrentes. O eu-lírico vive na mais completa solidão, em de-
sua Independência há catorze anos, o Romantismo era um mo- vaneios e idealizações. Álvares de Azevedo, Casimiro de
vimento muito plausível, principalmente pela valorização do na- Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela são os represen-
cionalismo e da liberdade, sentimentos que afloravam e grada- tantes mais destacados desse período. Destaca-se Álvares de
tivamente se ajustavam ao espírito da nação, recentemente tor- Azevedo (1831-1852): escritor ultrarromântico ou byroniano,
nada livre de Portugal. um dos mais importantes de todo o Romantismo, com suas
Os Românticos brasileiros cultivavam o nacionalismo, ma- obras densas sendo publicadas postumamente. Conhecido na
nifestado principalmente na exaltação da natureza do país, no poesia, com a Lira dos vinte anos (1853), na prosa, com seus
retorno ao passado histórico e na tentativa de criação do herói contos da Noite na Taverna (1855), e no teatro, com Macário
nacional (em nosso caso, o índio, uma espécie de cavaleiro (1855).
medieval do país). Através da exaltação do passado histórico, A Terceira Geração do Romantismo brasileiro também foi
começa o culto à Idade Média, representando as glórias e as chamada de Condoreira, com uma poesia social e libertária,
tradições do passado. A natureza é a extensão da pátria e tam- com ideias abolicionistas e republicanas vindo à tona. Nessa
bém um prolongamento do poeta e de suas emoções, um refú- fase, já observamos o prenúncio do Realismo, focando a reali-
gio em relação à vida agitada e atribulada dos centros urbanos dade social. O nome “condoreirismo” refere-se à figura do con-
do século XIX. Além disso, o Romantismo traz à tona o Senti- dor, ave com voo alto, assim como os poetas românticos dessa
mentalismo, uma valorização exacerbada dos sentimentos, das geração, os quais buscavam alçar imponentes voos e defender
emoções e do mundo interior. ideais libertários. O maior representante dessa geração foi
Esse conflito do eu com o mundo cria estados de frustra- Castro Alves (1847-1871), conhecido como o “poeta dos es-
ção, insatisfação e tédio, culminando nas mais variadas fugas cravos”. Além das questões abolicionistas, Castro Alves com-
da realidade – o álcool, o ópio, a nostalgia da infância, a ideali- pôs belíssimos poemas com a mulher e seu poder de sedução
zação da sociedade, do amor e da mulher. Todavia, há uma como tema. O navio negreiro (1869) e Espumas flutuantes
fuga romântica maior que todas as outras, tema recorrente do (1870) são as suas obras mais consagradas.
período: a morte. Por volta de 1860, as mudanças econômicas, O Romantismo brasileiro também proporcionou à literatura
sociais e políticas no país provocam uma guinada no Roman- nacional o surgimento de excelentes autores de prosa. Em re-
tismo nacional e o conduzem a uma literatura mais próxima da lação aos romances produzidos no período, muitos foram os
realidade, refletindo as grandes agitações, como a luta abolici- autores de grande destaque: 1. Joaquim Manuel de Macedo
onista, a Guerra do Paraguai e o ideal de República, com a de- (1820-1882): romancista de verve urbana, destacou-se pela
cadência do regime monárquico e o aparecimento da poesia produção de A moreninha (1844) e O moço loiro (1845); 2. José
social, sobretudo com Castro Alves. Em relação à forma, o de Alencar (1829-1877): foi o principal romancista do período
verso livre, sem métrica ou estrofes padronizadas, e o verso e um dos maiores nomes da literatura brasileira em todos os
branco, sem rima, caracterizam fortemente a poesia romântica tempos. Destacam-se os romances urbanos Cinco minutos
brasileira. Assim como em Portugal, no Brasil, também o Ro- (1856), A viuvinha (1857), Lucíola (1862) e Senhora (1875). En-
mantismo foi dividido em gerações: tre os romances regionalistas, são de maior relevo O gaúcho
A Primeira Geração do Romantismo brasileiro foi cha- (1870), O tronco do ipê (1871) e O sertanejo (1875). Em relação
mada de Nacionalista ou Indianista, pois os seus autores exal- aos romances históricos, ganharam grande vulto A Guerra dos
tavam a pátria e o herói nacional, o índio, que era visto como o Mascates (1871) e As minas de prata (1865). Seus romances
brasileiro em sua essência. Ademais, queriam construir uma indianistas mais importantes foram O Guarani (1857), Iracema
arte brasileira, independente de Portugal. Os principais autores (1865) e Ubirajara (1874); 3. Manuel Antônio de Almeida
dessa geração foram Gonçalves Dias, Gonçalves de (1831-1861): romancista urbano, é tido como o precursor do

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LITERATURA • Fabrício Ferreira

Realismo brasileiro. Sua obra mais importante é um dos gran- III. Os folhetins só começaram a ser escritos por causa da
des marcos da literatura nacional: Memórias de um sargento de Questão Coimbrã.
milícias (1854).
Destaca-se, também, Bernardo Guimarães (1825-1884), É correto o que se afirma em:
com O seminarista (1872) e A Escrava Isaura (1875); Visconde a] apenas I e II.
de Taunay (1843-1899), conhecido por seu romance Inocência b] nenhuma das alternativas.
(1872) e Machado de Assis (1839-1908), cuja obra principia c] todas as alternativas.
romântica, com romances como A mão e a luva (1874) e He- d] apenas III.
lena (1876). e] I e III.

2. Leia cuidadosamente o poema que segue e responda:

EXERCÍCIOS Se eu morresse amanhã

Se eu morresse amanhã, viria ao menos


Fechar meus olhos minha triste irmã,
Minha mãe de saudades morreria
Leia atentamente o excerto que segue.
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
[...] Agora quem move estes ridículos combates de frases
Que aurora de porvir e que manhã!
é a vaidade ferida dos mestres e dos pontífices; é o espírito de
Eu perdera chorando essas coroas
rotina violentamente incomodado por mãos rudes e inconveni-
Se eu morresse amanhã!
entes; é a banalidade que quer dormir sossegada no seu leito
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
de ninharias; é a vulgaridade que cuida que a força. Nós só lhe
Acorda ti natureza mais louçã!
queremos puxar as orelhas! Isto, resumido em poucas pala-
Não me batera tanto amor no peito
vras, quer dizer: combatem-se os hereges da Escola de Coim-
Se eu morresse amanhã!
bra por causa do negro crime de sua dignidade, do atrevimento
Mas essa dor da vida que devora
de sua retidão moral, do atentado de sua probidade literária, da
A ânsia de glória, o dolorido afã...
impudência e miséria de serem independentes e pensarem por
A dor no peito emudecera ao menos
suas cabeças. E combatem-se por faltarem às virtudes de res-
Se eu morresse amanhã!
peito humilde às vaidades onipotentes, de submissão estúpida,
de baixeza e pequenez moral e intelectual [...].
a] A qual geração do Romantismo brasileiro o poema de Ál-
vares de Azevedo parece pertencer?
1. Considere as afirmações que seguem, referentes ao ex- b] Quais foram as características do texto que o conduziram
certo acima, extraído de um dos textos mais polêmicos e im- a tal resposta?
portantes da literatura portuguesa:
I. Neste texto, uma carta aberta, Antero de Quental respon-
deu ao poeta Antonio Feliciano de Castilho, que o havia  Sugestões Culturais
provocado anteriormente. Castilho censurara um grupo de
jovens de Coimbra, acusando-os de exibicionismo livresco, ✓ Filme O GUARANI, dirigido por Norma Bengell, de 1996,
de obscuridade propositada e de tratarem temas que nada filmado no Brasil, base-ado no romance homônimo de
tinham a ver com a poesia. José de Alencar, com Márcio Garcia, Herson Capri, Glória
II. A resposta de Quental saiu em folheto: “Bom Senso e Bom Pires, José de Abreu e grande elenco.
Gosto”. Neste folheto, de onde retiramos o excerto acima, ✓ Filme SENHORA, dirigido por Geraldo Vietri, de 1976, fil-
Antero defendia a independência dos jovens escritores, mado no Brasil, baseado no romance homônimo de José
apontava a gravidade da missão dos poetas na época de de Alencar, com Elaine Cristina, Paulo Figueiredo, Flávio
grandes transformações em curso, a necessidade de eles Galvão e grande elenco.
serem os arautos do pensamento revolucionário e os re- ✓ Filme WERTHER, dirigido por Max Ophüls, de 1938, fil-
presentantes do “Ideal”. Além disso, ridicularizava a futili- mado na França, baseado no romance homônimo de Go-
dade, a insignificância e o provincianismo da poesia de ethe, com Pierre Richard-Willm, Annie Vernay, Jean Gal-
Castilho. land e grande elenco.

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LITERATURA • Fabrício Ferreira

postura modular a ser assumida pelo escritor, em seu processo


REALISMO E criativo.
NATURALISMO O movimento naturalista procurou estabelecer forte diá-
logo com as correntes científicas que estavam em voga no sé-
culo XIX, principalmente com o Positivismo, criado por Au-
gusto Comte, o qual defende que a única forma verdadeira-
1. CONTEXTO SÓCIO HISTÓRICO E CARAC- mente válida de conhecer o mundo é por meio do conheci-
mento científico, obtido por um método científico coerente; com
TERÍSTICAS LITERÁRIAS
o Determinismo, de Hippolyte Taine, para quem o caráter e o
comportamento humano são condicionados pelo meio, raça e
Se o Romantismo é o movimento artístico-filosófico que
momento histórico; e com o Evolucionismo, de Charles Dar-
coloca, no âmbito da cultura e da sociedade, os princípios que
win, o qual afirma que o meio natural seleciona, entre os seres
emergem com a ascensão da burguesia ao poder, o Realismo
vivos, as características que permitem uma maior adaptação
e o Naturalismo, por sua vez, já na segunda metade do século
ao próprio meio e, consequentemente, favoreceria a sobrevi-
XIX, são motivados, sobretudo, pelas contradições, tensões e
vência de determinada espécie.
conflitos sociais gerados a partir da consolidação da burguesia
No Brasil, os dois escritores de fins do século XIX que po-
como classe dominante, que encontra na exploração desme-
deriam ser classificados como realistas são Machado de Assis
dida do proletariado sua forma de enriquecimento. A sociedade
(1839-1908) e Raul Pompeia (1863-1895), autor de O Ateneu
europeia de fins do século XIX é caracterizada pelos impactos
(1888), porque seus romances elaboram literariamente a reali-
da liberação das forças produtivas – e, consequentemente, da
dade sociocultural, de sorte a se resignar – por vezes, até
intensificação da exploração da mão de obra operária –, alcan-
mesmo ironizar – frente às fantasias, idealizações e distorções
çada, especialmente, por meio da Revolução Industrial, o
românticas. Contudo, basta uma rápida leitura de seus roman-
que, de algum modo, possibilitou que se tornassem marcas
ces para observar que o conceito de Realismo apresentado
desse período as lutas sociais e a efervescência do debate po-
acima não condiz plenamente com a obra desses dois roman-
lítico, principalmente aquele que se vincula ao socialismo, bem
cistas, sobretudo porque ambos fogem da perspectiva de um
como o progresso científico e os avanços tecnológicos, como,
narrador que busca se distanciar dos fatos narrados em prol da
por exemplo, o uso da eletricidade, do aço e o desenvolvimento
precisão, plenitude e imparcialidade do que narra e descreve.
dos sistemas de comunicação.
Já o Naturalismo brasileiro, embora fosse uma escola lite-
O Realismo, como movimento literário surgido na França,
rária com curta duração, em nossa literatura, mostrou-se bem
o qual encontrou seus impulsos iniciais na publicação de Ma-
diversificado, com romances que representam desde precarie-
dame Bovary (1857), de Gustave Flaubert (1821-1880), é uma
dades sociais, no ambiente urbano, como a complicada situa-
espécie de literatura que coloca em cena a vida cotidiana bur-
ção das habitações coletivas – O cortiço (1890), de Aluísio Aze-
guesa, em sua trivialidade, hipocrisia e desajustes, sem o he-
vedo (1857-1913) –, passando por problemas sociais que di-
roísmo que distingue os protagonistas românticos. Para tanto,
zem respeito a uma determinada região do país, como as im-
o narrador realista assumiria um ponto de vista que se pretende
plicações da seca no Nordeste – A fome (1890), de Rodolfo
objetivo, neutro e totalizante, frente à matéria narrada. Nesses
Teófilo (1863-1932) –, até o estudo do temperamento de per-
termos, buscava-se, nos romances, reproduzir a realidade so-
sonagens femininas entregues às paixões da carne – Dona
ciocultural com a fidelidade alcançada por uma fotografia, de
Guidinha do poço (1892-1952), de Manuel de Oliveira Paiva
modo a enfatizar os costumes, as relações sociais e a degra-
(1861-1892). Por vezes, o Naturalismo brasileiro se afastou das
dação de determinadas instituições sociais, como, por exem-
propostas do Naturalismo europeu, principalmente com a acen-
plo, a família ou a Igreja.
tuada presença de traços próprios do Romantismo, em alguns
O Naturalismo, cujas origens foram igualmente traçadas
romances, como, por exemplo, a permanência da concepção
em território francês, sob a influência de Émile Zola (1840-
de amor romântico, bem como a construção de personagens
1902), sobretudo desde a publicação de Thérèse Raquin
com tons heroicos, conforme se pode verificar em algumas pas-
(1867), é considerado como o movimento literário que intensifi-
sagens de Bom-crioulo (1895), de Adolfo Caminha (1867-
cou as propostas estético-ideológicas do Realismo, de maneira
1897), romance que trata das relações homoeróticas e inter-
que, por exemplo, a banalidade da vida humana, no Natura-
raciais em ambiente militar, entre Amaro e Aleixo.
lismo, é representada, sob muitos aspectos, a partir de grupos
social e culturalmente marginalizados, por meio da animali-
dade, crueza, excessos e processos de rebaixamento. Ade-
mais, a ânsia por uma representação da realidade referencial
que fosse translúcida motivava que se buscasse na ciência a

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LITERATURA • Fabrício Ferreira

2. AUTORES E OBRAS pensão (1884) e O cortiço (1890), sua obra-prima, em que Alu-
ísio Azevedo se distanciou do melodrama folhetinesco, ele-
mento que, sob muitos aspectos, marca sua produção literária,
2.1 Machado de Assis
de maneira que podemos percebê-lo até mesmo nos dois pri-
meiros romances citados anteriormente.
Podem-se notar na obra de Machado de Assis, especial-
Em O cortiço, temos o processo de enriquecimento do por-
mente no romance, dois momentos de sua produção literária:
tuguês João Romão, dono de uma venda, um cortiço e uma
uma fase em que o escritor está mais próximo dos princípios
pedreira, o qual não mede esforços para ascender socialmente
do Romantismo, como, por exemplo, em Ressureição (1872),
e equiparar-se aos Miranda, família vizinha de grande riqueza
A mão e a luva (1874) e Helena (1876), e outra fase na qual o
e prestígio. Ao eixo central do romance, que se refere às arti-
Realismo emerge em primeiro plano, como, a título de exempli-
manhas de João Romão para enriquecer, entrelaça-se a narra-
ficação, em Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quin-
ção da vida cotidiana dos moradores do cortiço, de modo a evi-
cas Borba (1891), e Dom Casmurro (1899), romances que
denciar literariamente os aspectos instintivos, animalescos e
constituem a chamada trilogia realista machadiana.
rudes que constituem as vivências desses personagens, como,
Machado de Assis entrelaça, em suas narrativas, a inves-
por exemplo, a sedução da mulata Rita Baiana sobre o portu-
tigação psicológica do caráter e do comportamento humano,
guês Jerônimo, que o leva a deixar sua esposa Piedade, tam-
em sua dimensão mais particular, íntima e subjetiva, com a ob-
bém portuguesa, para se relacionar com Rita Baiana, em que
servação, sempre crítica, dos aspectos sociais, principalmente
o encanto sexual despertado pelo gingado da brasileira se so-
no que diz respeito à degradação dos valores éticos e morais,
brepõe aos compromissos sociais do casamento.
através de um cinismo que deixa entrever certa melancolia e,
Pense nisso: Realismo ou Pré-modernismo?: a narrativa
por isso mesmo, encontra na ironia um meio de expressão vá-
do início do século XX Alfredo Bosi (2006) classifica a prosa
lido para suas representações, figura de pensamento que Ma-
brasileira das primeiras décadas do século XX como pré-mo-
chado, de modo muito refinado, soube explorar com geniali-
dernista, por reconhecer nela certos traços que já anunciariam
dade.
o que o Modernismo de 1922 proporia mais tarde. Contudo,
Memórias póstumas de Brás Cubas, seu romance que
mais do que esses aspectos pré-modernistas, a obra de escri-
inaugura o Realismo, como movimento literário, no Brasil, é a
tores como Monteiro Lobato (1882-1948), Euclides da Cunha
autobiografia de Brás Cubas, porém, escrita por ele na condi-
(1866-1909) e Lima Barreto (1881-1922) colocam para a litera-
ção de “defunto-autor”, isto é, de alguém que, estando morto,
tura brasileira um novo momento do realismo, não mais como
começa a escrever suas memórias, das quais podemos desta-
Machado de Assis e Raul Pompeia o fizeram, mas buscando
car seu envolvimento amoroso com Marcela, Eugênia e Virgília,
outras formas de colocar o real em cena, porém, cada roman-
a amizade com o filósofo Quincas Borba, personagem do seu
cista a seu modo: Monteiro Lobato, com tendências regionalis-
romance homônimo, e o planejamento da invenção do em-
tas, como, por exemplo, em Urupês (1918), Euclides da Cunha,
plasto Brás Cubas, medicamento que curaria todas as doen-
com uma escrita entre o jornalismo, a ciência e a literatura, so-
ças. Para além de ser um narrador em primeira pessoa, o que
bretudo em Os sertões (1902), Lima Barreto, com uma forte
faz com que o narrador esteja implicado na matéria narrativa, o
crítica social, cuja obra-prima é Triste fim de Policarpo Qua-
fato de escrever suas memórias após a sua morte, a presença
resma (1911).
marcante de ironia e os experimentalismos de linguagem, com
ênfase na exploração de recursos gráficos, problematizam,
nesse romance machadiano, o conceito de Realismo que

EXERCÍCIOS
busca a objetividade na narração.

2.2 Aluísio Azevedo

Aluísio Azevedo, um dos principais escritores do movi-


mento naturalista brasileiro, ainda que apresente certas parti- 3. (UNICAMP – 2015) Leia o seguinte excerto de Memórias
cularidades, pôde se aproximar das propostas estético-ideoló- póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis:
gicas do Naturalismo europeu, em especial, da obra do francês Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Não;
Émile Zola e do português Eça de Queirós, o que se observa é uma errata pensante, isso sim. Cada estação da vida é uma
principalmente em seus romances mais bem realizados, como, edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até
por exemplo, O mulato (1881), considerado o primeiro ro- a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes. (Ma-
mance aos moldes naturalistas da literatura brasileira, Casa de chado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. São

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LITERATURA • Fabrício Ferreira

Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.120.)


a] Na passagem citada, a substituição da máxima pascalina  Sugestões Culturais
de que o homem é um caniço pensante pelo enunciado “o
homem é uma errata pensante” significa ✓ Filme Poderosa Afrodite, de Woody Allen (1995).
b] a realização da contabilidade dos erros acumulados na ✓ Filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles (2002).
vida porque, em última instância, não há “edição definitiva”. ✓ Filme O Cheiro do ralo, de Heitor Dhalia (2007).
c] a tomada de consciência do caráter provisório da existên- ✓ Música Cotidiano, de Chico Buarque (1971).
cia humana, levando à celebração de cada instante vivido. ✓ Pintura O violeiro, de Almeida Júnior (1899).
d] a tomada de consciência do caráter provisório da existên- ✓ Pintura Indolência e Sensualidade ou Mulheres dormindo,
cia humana e a percepção de que esta é passível de cor- de Gustave Courbet (1866).
reção. ✓ VERÍSSIMO, José. História da literatura brasileira: de
e] a ausência de sentido em “cada estação da vida”, já que a Bento Teixeira, 1601 a
morte espera o homem em sua “edição definitiva”. ✓ Machado de Assis, 1908. 4. ed. Brasília, DF: Ed. Universi-
dade de Brasília, 1963.
4. (ENEM – 2011) Abatidos pelo fadinho harmonioso e nos-
tálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros,
se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, do
Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada PARNASIANISMO
mais que os primeiros acordes da música crioula para que o
sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se al-
guém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram- 1. CONTEXTO SÓCIO HISTÓRICO
se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais deli-
E CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
rantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbri-
cos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem eram ais
convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos Escola poética de origem francesa, surgiu na década de
e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo 1850, opondo-se a alguns exageros românticos e ao que con-
estalar de gozo. sideravam falta de cuidado estético do romantismo. Espe-
AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento). lhando o espírito determinista de sua época, voltou-se à perfei-
ção formal dos versos, às rimas ricas e à perspectiva da “arte-
No romance O cortiço (1890), de Aluízio Azevedo, as persona- pela-arte”, ou seja, que a própria arte se explica por si mesma,
gens são observadas como elementos coletivos caracterizados não tendo compromisso algum para com a sociedade, a política
por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passa- ou o mundo.
gem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses re- No Brasil, apesar de ter tido o seu primeiro destaque nos
vela prevalência do elemento brasileiro, pois momentos derradeiros do Império, o Parnasianismo (conhecido
a] destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de também como Ideia Nova) foi a escola poética oficial de parte
personagens portuguesas. da Primeira República (1889-1931). A Tríade Parnasiana, como
b] exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do era conhecido o grupo dos três principais poetas do movimento
português inexpressivo. (Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira), tornou-
c] mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala se o grande alicerce do parnasianismo, no país, embora outros
o fado português. bons poetas tenham se destacado fora da Capital federal (Rio
d] destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza de Janeiro), como Francisca Júlia (São Paulo) e Emílio de Me-
dos portugueses. nezes (Paraná).
e] atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instru-
mentos musicais. 2. AUTORES E OBRAS

2.1. Olavo Bilac (1865-1918)

Considerado, em 1907, o “príncipe dos poetas brasileiros”,


Olavo Bilac foi, sem dúvida alguma, o mais representativo dos
parnasianos – não somente pela sua poesia, mas também por
sua atuação pública e pela marca que deixou, longos anos

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LITERATURA • Fabrício Ferreira

após a sua morte. As suas Poesias (1888) demarcaram o aproxima do Simbolismo. Foi um parnasiano, por herança de
passo mais firme do Parnasianismo, no Brasil – e a série de sua primeira época, com forte carga emocional. Raimundo Cor-
poemas “Via-Láctea” acabou se tornando um clássico pelo tra- reia foi um dos maiores poetas de nossa pátria. As suas temá-
tamento da temática amorosa controlada, embora bela; musi- ticas variam entre a contemplação da natureza e a investigação
cal, malgrado nas regras do soneto italiano, em decassílabos filosófica, não raramente pessimista, do ser humano. Em suas
heroicos (quatorze versos e acentuação na quarta e décima sí- Sinfonias (1883) estão os poemas mais essenciais de sua poé-
labas). Bilac, republicano e patriota, foi um dos árduos defen- tica parnasiana, entre os quais “As Pombas” e “O Vinho de
sores do serviço militar obrigatório, além de ter sido o autor da Hebe”. Dessa obra, eis um dos mais célebres sonetos do autor.
letra do Hino à Bandeira. Para o poeta carioca, a pátria reve-
lava-se pelo Idioma, ideal manifestado claramente num dos so- Mal Secreto
netos mais famosos de sua carreira, presente em Tarde (1919):
Em Tarde, a poesia de Olavo Bilac ganhou alguns contor- Se a cólera que espuma, a dor que mora
nos simbolistas, principalmente pelo abandono do descriti- N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
vismo por si somente e pelo desenvolvimento filosofista para a Tudo o que punge, tudo o que devora
busca das razões do ser no mundo. Apesar de não ser um livro O coração no rosto se estampasse;
simbolista (há pouca ousadia melódica, por exemplo), é um Se se pudesse o espírito que chora
marco de como o Simbolismo, a despeito da convenção esta- Ver através da máscara da face,
belecida, fincou terreno, de uma forma ou outra, na literatura Quanta gente, talvez, que inveja agora
brasileira. Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Língua Portuguesa Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Última flor do Lácio, inculta e bela, Quanta gente que ri, talvez existe,
És, a um tempo, esplendor e sepultura: Cuja única ventura consiste
Ouro nativo, que na ganga impura Em parecer aos outros venturosa!
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura, 2.3. Alberto de Oliveira (1857-1937)
Tuba de alto clangor, lira singela
Que tens o trom e o silvo da procela, Os versos de “Mal Secreto”, constituídos por decassílabos
E o arrolo da saudade e da ternura! acentuados na quarta e oitava sílabas e por hendecassílabos
Amo o teu viço agreste e o teu aroma (11 sílabas) com acentuação na quarta e décima (Tu/do o/ que/
De virgens selvas e de oceano largo! pun/ ge,/ tu/do o/ que/ de/vo/ra), possuem uma presença con-
siderável de enjambements (“a dor que mora/ N'alma”), embora
Os decassílabos desse soneto, acentuados nas terceiras a utilização dessa técnica, nesse caso, não seja para o desen-
e oitavas sílabas (“De/ir/gens sel/vas/ e/ de o/ce a/no/ lar/ go!”), volvimento de rimas internas.
com os quartetos em rimas interpoladas (ABBA/ BAAB) e ter- Considerado o mais radical dos parnasianos da tríade, Al-
cetos em rimas no esquema CDC/EDE, apresentam um desen- berto de Oliveira, nascido em Saquarema (RJ), ainda tem a sua
volvimento diferenciado daquele descritivismo clássico dos par- imagem ligada aos sonetos de descrição e de evocação à mi-
nasianos, pois quase cria uma perspectiva de evocação divina- tologia grega (como era típico do movimento), embora tenha
tória, condizente com a ideia de Bilac segundo a qual a Pátria atingido níveis muito mais elevados em sua poética. Participou
“é o idioma criado ou herdado pelo povo”. de um momento decisivo para o Parnasianismo no Brasil, a
chamada “Batalha do Parnaso”, ocorrida entre 1878 e 1881,
Amo-te, ó rude e doloroso idioma, nas páginas do Diário do Rio de Janeiro, cujo principal intento
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”, era mostrar que o Ultrarromantismo estava ultrapassado e jo-
E em que Camões chorou, no exílio amargo, gar luz ao Romantismo original, indianista, em diálogo com as
O gênio sem ventura e o amor sem brilho! perspectivas poéticas dos novos tempos (influências do cu-
bano José-Maria Heredia e do francês Leconte de Lisle, por
2.2. Raimundo Correia (1859-1911) exemplo). Em seus Sonetos e poemas (1886) é que a sua po-
esia se manifestou, porém, absolutamente parnasiana. Desse
Maranhense, foi um poeta com duas fases muito livro, eis um dos mais célebres sonetos:
bem demarcadas (romântica e parnasiana) e uma que se A evocação da mitologia grega foi uma das características

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LITERATURA • Fabrício Ferreira

mais marcantes do parnasianismo. Os decassílabos de “Vaso poesia e poeta, respectivamente, pairam acima da realidade,
Grego”, em rimas cruzadas nos quartetos (ABAB/ ABAB), têm constituem-se independentemente e para além dela. São esfe-
uma construção clássica do movimento, visto a presença de ras superiores e elevadas, que da realidade guardam apenas a
enjambements “que a suspendia/ então [(...])” e um descriti- imagem de uma natureza sublimada e transcendentalizada,
vismo evidente, embora a chave de ouro não esteja tão tensio- instância esta a que é reportada a idealidade da figura do poeta
nada quanto em outros poemas do autor. e da poesia.
(In: Do encantamento à apostasia: a poesia brasileira de 1880-1919:
Vaso Grego antologia e estudo. Curitiba: Ed. UFPR, 2006. p. 57)

Esta de áureos relevos, trabalhada Embora, e erradamente, o Parnasianismo não seja reco-
De divas mãos, brilhante copa, um dia, nhecido por sua perspectiva de evasão, Alberto de Oliveira tra-
Já de aos deuses servir como cansada, balhou essa tópica em sua “Aspiração”. Em que sentido a “arte-
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. pela-arte” conduziria o poeta ao isolamento diante da realidade
Era o poeta de Teos que a suspendia de sua época?
Então, e, ora repleta ora esvazada, A “arte-pela-arte” é o ideal de que a arte independe dos
A taça amiga aos dedos seus tinia, fatores externos, bastando-se por si mesma. Ou seja, o poeta
Toda de roxas pétalas colmada. que optasse por essa ideia se sentiria confortável para se abs-
Depois... Mas o lavor da taça admira, ter dos temas e problemas de sua época, evadindo-se de si
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas mesmo (visto que o poeta é um cidadão em uma sociedade) e
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, de seu entorno.
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.

EXERCÍCIOS
Analise o trecho do poema de Alberto de Oliveira e o pequeno
texto de Fernando Cesari Gil.

Aspiração

Ser palmeira! existir num píncaro azulado,


Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em bando;
Dar ao sopro do mar o seio perfumado,
Ora os leques abrindo, ora os leques fechando;
Só de meu cimo, só de meu trono, os rumores
Do dia ouvir, nascendo o primeiro arrebol,
E no azul dialogar com o espírito das flores,
Que invisível ascende e vai falar ao sol;
Sentir romper do vale e a meus pés, rumorosa,
Dilatar-se e cantar a alma sonora e quente
Das árvores, que em flor abre a manhã cheirosa,
Dos rios, onde luz todo o esplendor do Oriente;
[...]

Tanto na linguagem poética quanto na retórica acadêmica,

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MATEMÁTICA
Daniel Araújo

Identificação do tipo de relação:


REGRA DE TRÊS
SIMPLES E COMPOSTA

A regra de três é um processo matemático para a resolu- Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que
ção de muitos problemas que envolvem duas ou mais grande- contém o x (2ª coluna). Observe que, aumentando a área de
zas diretamente ou inversamente proporcionais. absorção, a energia solar aumenta. Como as palavras corres-
Nesse sentido, na regra de três simples, é necessário pondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as
que três valores sejam apresentados, para que assim, descu- grandezas são diretamente proporcionais.
bra o quarto valor. Assim sendo, colocamos uma outra seta no mesmo sen-
Em outras palavras, a regra de três permite descobrir um tido (para baixo) na 1ª coluna. Montando a proporção e resol-
valor não identificado, por meio de outros três. vendo a equação temos:
A regra de três composta, por sua vez, permite descobrir
um valor a partir de três ou mais valores conhecidos.

Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas são diretamente proporcionais quando,


o aumento de uma implica no aumento da outra na mesma
proporção.
Logo, a energia produzida será de 500 watts por hora.
Grandezas Inversamente Proporcionais Exemplo 2: Um trem, deslocando-se a uma velocidade
média de 400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas.
Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, Em quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade
o aumento de uma implica na redução da outra. utilizada fosse de 480km/h?
Solução: montando a tabela:
Exemplo 1:Com uma área de absorção de raios solares
de 1,2m2, uma lancha com motor movido a energia solar con- Velocidade (Km/h) Tempo (h)
segue produzir 400 watts por hora de energia. Aumentando-se 400 3
essa área para 1,5m2, qual será a energia produzida? 480 x
Solução: montando a tabela:
Identificação do tipo de relação:
Área (m2) Energia (Wh)
1,2 400
1,5 x

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MATEMÁTICA • Daniel Araújo

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que 4. Dois sétimos de uma obra foram realizados por 4 trabalha
contém o x (2ª coluna). Observe que, aumentando a veloci- dores, todos com a mesma força de trabalho, em 5 dias. No
dade, o tempo do percurso diminui. Como as palavras são sexto dia, mais um trabalhador, com a mesma força de trabalho
contrárias (aumentando - diminui), podemos afirmar que as dos demais, foi contratado e, até o final da obra, mantiveram-
grandezas são inversamente proporcionais. se os cinco trabalhadores. Sendo assim, é correto afirmar que
Assim, colocamos uma outra seta no sentido contrário essa obra foi realizada em um número total de dias igual a
(para cima) na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a] 15 d] 10
a equação temos: b] 14 e] 9
c] 11

5. Um veículo percorre os 5/8 de uma estrada em 4 horas, à ve-


locidade média de 75 km/h. Para percorrer o restante dessa es-
trada em 1 hora e 30 minutos, sua velocidade média deverá ser:
a] 90 km/h d] 120 km/h
b] 100 km/h e] 125 km/h
c] 115 km/h

Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horas ou 2 ho- 6. Marcos trabalha quatro horas por dia, e leva 18 dias para
ras e 30 minutos. realizar um determinado trabalho. Quantas horas Marcos pre-
cisaria trabalhar diariamente para realizar o mesmo trabalho
em seis dias?
a] 6 d] 12

EXERCÍCIOS b] 8
c] 10
e] 14

7. Admita que 3 operários, trabalhando 8 horas por dia, cons-


truam um muro de 36 metros em 5 dias. O tempo necessário
1. Sabendo que o cobrador de um ônibus arrecadou a quan-
para que 5 operários, trabalhando 6 horas por dia, construam
tia de R$ 42,55 após ter cobrado 23 passagens, quanto ele terá
um muro de 30 metros é de
arrecadado após cobrar 117 passagens?
a] 3 dias mais 2 horas d] 4 dias mais 3 horas
a] R$ 216,45 d] R$ 215,05
b] 3 dias mais 4 horas e] 4 dias mais 4 horas
b] R$ 217,15 e] R$ 215,95
c] 3 dias mais 8 horas
c] R$ 215,85

2. Hoje, Filomena gastou 3 horas de trabalho ininterrupto para 8. ENEM-2013 • A cotação de uma moeda em relação a uma
segunda moeda é o valor que custa para comprar uma unidade
digitar do total de páginas de um texto e, amanhã, Gertrudes da primeira moeda, utilizando a segunda moeda. Por exemplo,
deverá digitar as págnas restantes. Considerando que a capaci- se a cotação do dólar é 1,6 real, isso significa que para comprar
dade operacional de Gertrudes é 80% da capacidade de Filo- 1 dólar é necessário 1,6 real.
mena, então, o esperado é que Gertrudes digite a sua parte em Suponha que a cotação do dólar, em reais, seja de 1,6 real, a
a] 2 horas. do euro, em reais, seja de 2,4 reais e a cotação da libra, em
b] 2 horas e 30 minutos. euros, seja de 1,1 euro.
c] 3 horas. Qual é a cotação da libra, em dólares?
d] 3 horas e 30 minutos.4 horas a] 4,224 dólares d] 1,50 dólar
b] 2,64 dólares e] 1,36 dólar
3. Em 120 dias 9 pedreiros constroem uma residência. Quan- c] 1,65 dólar
tos pedreiros são necessários para fazer outra residência igual
em 40 dias? 9. ENEM-2018 • Os tipos de prata normalmente vendidos
a] 27 pedreiros. são 975, 950 e 925. Essa classificação é feita de acordo com a
b] 30 pedreiros. sua pureza. Por exemplo, a prata 975 é a substância constitu-
c] 26 pedreiros. ída de 975 partes de prata pura e 25 partes de cobre em 1 000
d] 22 pedreiros. partes da substância. Já a prata 950 é constituída de 950 partes

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MATEMÁTICA • Daniel Araújo

de prata pura e 50 de cobre em 1 000; e a prata 925 é consti- d] 42 000 dias a mais que a lâmpada comum.
tuída de 925 partes de prata pura e 75 partes de cobre em 1 e] 1 008 000 dias a mais que a lâmpada comum.
000. Um ourives possui 10 gramas de prata 925 e deseja obter
40 gramas de prata 950 para produção de uma joia. 13. Oito trabalhadores, trabalhando com desempenhos cons-
Nessas condições, quantos gramas de prata e de cobre, respec- tantes e iguais, são contratados para realizar uma tarefa no
tivamente, devem ser fundidos com os 10 gramas de prata 925? prazo estabelecido de 10 dias. Decorridos 6 dias, como apenas
a] 29,25 e 0,75 d] 27,75 e 2,25 40% da tarefa havia sido concluída, decidiu-se contratar mais
b] 28,75 e 1,25 e] trabalhadores a partir do 7º dia, com as mesmas características
c] 28,50 e 1,50 25,00 e 5,00 dos anteriores, para concluir a tarefa no prazo inicialmente es-
tabelecido. A quantidade de trabalhadores contratados a mais,
10. ENEM-2012 • Pensando em desenvolver atividade física e a partir do 7º dia, foi de
reduzir gasto com energia elétrica em sua residência, uma pes- a] 18 d] 8
soa resolveu instalar uma bomba d'água acoplada a uma bici- b] 12 e] 6
cleta ergométrica. Após alguns dias de atividade física, ela ob- c] 10
servou que, pedalando durante uma hora, o volume médio de
água bombeada para o seu reservatório era de 500 litros. Esta 14. ENEM-2015 • Uma confecção possuía 36 funcionários, al-
pessoa observou, ainda, que o consumo diário em sua casa é cançando uma produtividade de 5 400 camisetas por dia, com
de 550 litros de água. uma jornada de trabalho diária dos funcionários de 6 horas. En-
Qual a atitude, em relação ao tempo de exercício diário, essa tretanto, com o lançamento da nova coleção e de uma nova
pessoa deve tomar para suprir exatamente o consumo diário campanha de marketing, o número de encomendas cresceu de
de água da sua casa? forma acentuada, aumentando a demanda diária para 21 600
a] Reduzir o seu tempo diário de exercício na bicicleta em 6 camisetas. Buscando atender essa nova demanda, a empresa
minutos. aumentou o quadro de funcionários para 96. Ainda assim, a
b] Reduzir o seu tempo diário de exercício na bicicleta em 10 carga horária de trabalho necessita ser ajustada.
minutos. Qual deve ser a nova jornada de trabalho diária dos funcioná-
c] Aumentar o seu tempo diário de exercício na bicicleta em rios para que a empresa consiga atender a demanda?
5 minutos. a] 1 hora e 30 minutos d] 6 horas
d] Aumentar o seu tempo diário de exercício na bicicleta em b] 2 horas e 15 minutos e] 24 horas
6 minutos. c] 9 horas
e] Aumentar o seu tempo diário de exercício na bicicleta em
10 minutos. 15. ENEM-2016 • Um clube tem um campo de futebol com
área total de 8 000 m2, correspondente ao gramado. Usual-
11. ENEM-2011 • Em uma fábrica de bebidas, a máquina que mente, a poda da grama desse campo é feita por duas máqui-
envasa refrigerantes é capaz de encher 150 garrafas de 2 L a cada nas do clube próprias para o serviço. Trabalhando no mesmo
minuto e funcionar ininterruptamente durante 8 horas por dia. ritmo, as duas máquinas podam juntas 200 m2 por hora. Por
Para atender uma encomenda de 198 000 garrafas de 2 L, a motivo de urgência na realização de uma partida de futebol, o
máquina é colocada para funcionar todos os dias, a partir do administrador do campo precisará solicitar ao clube vizinho má-
dia 10, sempre das 8 h às 16 h. quinas iguais às suas para fazer o serviço de poda em um
A máquina terminará essa tarefa no dia tempo máximo de 5 h.
a] 11, às 14 h d] 12, às 8 h 06 min Utilizando as duas máquinas que o clube já possui, qual o nú-
b] 12, às 14 h e] 13, às 8 h 06 min mero mínimo de máquinas que o administrador do campo de-
c] 13, às 14 h verá solicitar ao clube vizinho?
a] 4 d] 14
12. ENEM-2014 • Enquanto as lâmpadas comuns têm 8 mil b] 6 e] 16
horas de vida útil, as lâmpadas LED têm 50 mil horas. c] 8
MetroCuritiba, 18 ago. 2011 (adaptado).
De acordo com a informação e desprezando possíveis algaris- 16. PAES/UEMA-2019 • O Proprietário de um veículo cujo o
mos na parte decimal, a lâmpada LED tem uma durabilidade de tanque de combustível tem capacidade para 60 litros, ao passar
a] 1 750 dias a mais que a lâmpada comum. por um posto de combustível vê a placa a seguir.
b] 2 000 dias a mais que a lâmpada comum.
c] 2 083 dias a mais que a lâmpada comum.

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MATEMÁTICA • Daniel Araújo

PORCENTAGEM

É usada para calcular descontos, acréscimo de preços, lu-


cros, etc. É uma fração em que o denominador é igual a 100.
O símbolo para representar uma porcentagem é % e vem pre-
cedido por um número.

Definição de porcentagem
𝑃
Ao número p associamos a razão , ou seja, tomamos
100
p partes de um todo que foi dividido em 100 partes iguais.
Exemplo: 5% (leia-se: cinco por cento) equivale a fração
O atento proprietário verifica que o carro está apenas com 1/4 5⁄ .
100
do tanque com gasolina ele gastará para completa o tanque.
O nome tem origem do latim (per centum) e quer dizer por
a] 61,35 d] 229,38
cento, ou seja, uma razão de base 100. É frequentemente utili-
b] 184,05 e] 244,38
zado para cálculos de transações comerciais entre outros.
c] 245,40
Essas razões com denominadores 100 são chamadas de
razões centesimais, taxas percentuais ou, simplesmente, por-
17. PAES/UEMA-2020 • Os equipamentos elétricos vêm com centagens.
um selo do INMETRO que indica o consumo de energia elé- Um dos assuntos que caem em vestibulares, dos mais
trica. Analise a imagem do selo a seguir. concorridos aos menos concorridos do país, também aparece
frequentemente em questões do ENEM.
Além disso, sempre vimos nos telejornais notícias relacio-
nadas, por exemplo: “O preço da gasolina aumentou 10%”.
Dessa forma, se a gasolina custa 5,00 reais e esta irá sofrer um
reajuste (aumento) de 10%, na matemática escrevemos assim:

10% de 5,00 = 10⁄100  5 = 0,50

Ou seja, a gasolina sofrerá um aumento de 50 centavos


por litro.
Ao calcularmos uma porcentagem em relação a um valor
dado, estamos também representando uma proporção em que
um dos denominadores é igual a 100.
Pelo exemplo acima dado, dizemos que 0,50 representa
em 5 o mesmo que 10 representa em 100. Veja:

Nesse selo, afirma-se que o aparelho elétrico consome, em mé-


dia, 57 kWh/mês (Quilowatt-hora por mês), ao funcionar 1 hora
por dia. Um condicionador de ar funciona 4 horas por dia, todos
os dias do mês, em um laboratório no Colégio Universitário em Como representar porcentagem?
São Luís-MA.
O valor pago, por kWh, é de R$ 0,65. Ao final do mês, o custo, Existem três formas de representarmos uma porcentagem:
em reais, do consumo de energia desse aparelho será igual a na forma percentual, forma fracionária ou forma decimal.
a] R$ 228,00 d] R$ 148,20
b] R$ 456,00 e] R$ 84,00
c] R$ 339,00

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3. ENEM-2010 • No dia 12 de janeiro de 2010, o governo da


Venezuela adotou um plano de racionamento de energia que
previa cortes no fornecimento em todo o país. O ministro da
Energia afirmou que uma das formas mais eficazes de se eco-
nomizar energia nos domicílios seria o uso de lâmpadas que
consomem 20% menos da energia consumida por lâmpadas
normais.
Disponível em: http://www.bbc.co.uk. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado).

EXERCÍCIOS Em uma residência, o consumo mensal de energia proveniente


do uso de lâmpadas comuns é de 63 kWh. Se todas as lâmpa-
das dessa residência forem trocadas pelas lâmpadas econômi-
cas, esse consumo passará a ser de, aproximadamente,
a] 9 kWh d] 35 kWh
1. PAES/UEMA-2020 • O quadro ao lado representa o custo b] 11 kWh e] 50 kWh
médio mensal de ração para cães em um hotel. c] 22 kWh
Um casal adulto da raça Boxer e uma cadela adulta da raça
Yorkshire ficarão dois meses no hotel para cães. O custo médio 4. Na última eleição, ao elaborar o relatório sobre o compare-
das rações consumidas pelos cães representa 34% da mensa- cimento dos eleitores inscritos numa Seção Eleitoral, o presi-
lidade a ser paga. dente da mesa de trabalhos observou que 40% do total de ins-
critos haviam votado pela manhã e 75% do número restante no
período da tarde. Considerando que foi constatada a ausência
de 27 eleitores, o total de inscritos nessa Seção era:
a] 108 d] 172
b] 125 e] 180
c] 150

5. Certo mês, um comerciante promoveu uma liquidação em


que todos os artigos de sua loja tiveram os preços rebaixados
em 20%. Se, ao encerrar a liquidação o comerciante pretende
voltar a vender os artigos pelos preços anteriores aos dela, então
os preços oferecidos na liquidação devem ser aumentados em:
O gasto total, em reais, por um período de dois meses, será de a] 18,5% d] 25%
a] R$ 500,00 d] R$ 971,42 b] 20% e] 27,5%
b] R$ 800,00 e] R$ 790,70 c] 22,5%
c] R$ 1.000,00
6. ENEM-2019 • Para construir uma piscina, cuja área total
2. ENEM-2019 • Uma pessoa, que perdeu um objeto pessoal da superfície interna é igual a 40 m2, uma construtora apresen-
quando visitou uma cidade, pretende divulgar nos meios de co- tou o seguinte orçamento:
municação informações a respeito da perda desse objeto e de - R$ 10 000,00 pela elaboração do projeto;
seu contato para eventual devolução. No entanto, ela lembra - R$ 40 000,00 pelos custos fixos;
que, de acordo com o Art. 1 234 do Código Civil, poderá ter que - R$ 2 500,00 por metro quadrado para construção da área
pagar pelas despesas do transporte desse objeto até sua ci- interna da piscina.
dade e poderá ter que recompensar a pessoa que lhe restituir Após a apresentação do orçamento, essa empresa decidiu re-
o objeto em, pelo menos, 5% do valor do objeto. duzir o valor de elaboração do projeto em 50%, mas recalculou
Ela sabe que o custo com transporte será de um quinto do valor o valor do metro quadrado para a construção da área interna
atual do objeto e, como ela tem muito interesse em reavê-lo, da piscina, concluindo haver a necessidade de aumentá-lo em
pretende ofertar o maior percentual possível de recompensa, 25%. Além disso, a construtora pretende dar um desconto nos
desde que o gasto total com as despesas não ultrapasse o va- custos fixos, de maneira que o novo valor do orçamento seja
lor atual do objeto. reduzido em 10% em relação ao total inicial.
Nessas condições, o percentual sobre o valor do objeto, dado O percentual de desconto que a construtora deverá conceder
como recompensa, que ela deverá ofertar é igual a nos custos fixos é de
a] 20% d] 60% a] 23,3% d] 87,5%
b] 25% e] 80% b] 25% e] 100,0%
c] 40% c] 50,0%

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7. UFPR-2017 • Em julho deste ano, os brasileiros foram sur- cobrados juros de 10% sobre o saldo devedor para a próxima
preendidos com uma alteração da alíquota do PIS e Cofins que fatura. Para quitar sua dívida, optou por pagar sempre o mínimo
resultou em um aumento de R$ 0,41 por litro de gasolina, ele- da fatura a cada mês e não efetuar mais nenhuma compra.
vando seu preço médio para R$ 3,51. De quanto foi o aumento A dívida desse consumidor em 01/05/2012 será de
percentual aproximado do preço médio da gasolina causado a] R$ 600,00 d] R$ 774,40
por essa alteração de alíquota? b] R$ 640,00 e] R$ 874,22
a] 7,5% d] 13,2% c] R$ 722,50
b] 8,8% e] 15,5%
c] 11,7% 11. ENEM-2013 • Uma dona de casa vai ao supermercado fa-
zer a compra mensal. Ao concluir a compra, observa que ainda
8. ENEM-2018 • Os alunos da disciplina de estatística, em lhe restaram R$ 88,00. Seus gastos foram distribuídos con-
um curso universitário, realizam quatro avaliações por semes- forme mostra o gráfico. As porcentagens apresentadas no grá-
tre com os pesos de 20%, 10%, 30% e 40%, respectivamente. fico são referentes ao valor total, em reais, reservado para a
No final do semestre, precisam obter uma média nas quatro compra mensal.
avaliações de, no mínimo, 60 pontos para serem aprovados.
Um estudante dessa disciplina obteve os seguintes pontos nas
três primeiras avaliações: 46, 60 e 50, respectivamente.
O mínimo de pontos que esse estudante precisa obter na
quarta avaliação para ser aprovado é
a] 29,8 d] 75,5
b] 71,0 e] 84,0
c] 74,5

9. ENEM-2017 • A mensagem digitada no celular, enquanto


você dirige, tira a sua atenção e, por isso, deve ser evitada.
Pesquisas mostram que um motorista que dirige um carro a
uma velocidade constante percorre “às cegas" (isto é, sem ter
visão da pista) uma distância proporcional ao tempo gasto ao
olhar para o celular durante a digitação da mensagem. Consi-
dere que isso de fato aconteça. Suponha que dois motoristas Qual o valor total, em reais, reservado por essa dona de casa
(X e Y) dirigem com a mesma velocidade constante e digitam a para a compra mensal?
mesma mensagem em seus celulares. Suponha, ainda, que o a] 106,80 d] 500,00
tempo gasto pelo motorista X olhando para seu celular en- b] 170,40 e] 588,00
quanto digita a mensagem corresponde a 25% do tempo gasto
c] 412,00
pelo motorista Y para executar a mesma tarefa.
Disponfvei em: http://g1.globo.com. Acesso em: 21 jul. 2012 (adaptado).
12. ENEM-2013 • Existem hoje, no Brasil, cerca de 2 milhões
A razão entre as distâncias percorridas às cegas por X e Y, de pessoas que sofrem de epilepsia. Há diversos meios de tra-
nessa ordem, é igual a tamento para a doença, como indicado no gráfico:
a] 5/4 d] 4/1
b] 1/4 e] 3/4
c] 4/3

10. ENEM-2013 • O Conselho Monetário Nacional (CMN) de-


terminou novas regras sobre o pagamento mínimo da fatura do
cartão de crédito, a partir do mês de agosto de 2011. A partir
de então, o pagamento mensal não poderá ser inferior a 15%
do valor total da fatura. Em dezembro daquele ano, outra alte-
ração foi efetuada: daí em diante, o valor mínimo a ser pago
seria de 20% da fatura.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 29 fev. 2012.

Um determinado consumidor possuía no dia do vencimento,


01/03/2012, uma dívida de R$ 1 000,00 na fatura de seu cartão Considere um estado do Brasil, onde 400 000 pessoas sofrem
de crédito. Se não houver pagamento do valor total da fatura, são de epilepsia. Nesse caso, o número de pessoas que

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MATEMÁTICA • Daniel Araújo

conseguem se recuperar com o uso de medicamentos, ou se Onde,


curar a partir da cirurgia para retirada da porção doente do cé- J: juros
rebro, é aproximadamente C: capital
a] 42 000 d] 280 0 00 i: taxa de juros. Para substituir na fórmula, a taxa deverá estar
b] 60 0 00 e] 340 000 escrita na forma de número decimal. Para isso, basta dividir o
c] 220 0 00 valor dado por 100.
t: tempo. A taxa de juros e o tempo devem se referir à mesma
13. FGV-2018 • Considere a seguinte convenção de datas: unidade de tempo.
Data-------------Convenção
15/01/2018 ---------- 0 Podemos ainda calcular o montante, que é o valor total re-
15/02/2018 ---------- 1 cebido ou devido, ao final do período de tempo. Esse valor é a
15/03/2018 ---------- 2 soma dos juros com valor inicial (capital).
15/04/2018 ---------- 3 Sua fórmula será:

No período de 0 a 1, o preço de uma ação caiu 10%. M=C+J→M=C+C.i.t


No período de 1 a 2, o preço da mesma ação subiu 5%. Quanto
deverá subir, em porcentagem, o preço da ação no período de
2 a 3 para que seu preço na data 3 seja igual ao da data 0? Da equação acima, temos, portanto, a expressão:
(Arredonde o resultado para uma casa decimal).
a] 5,6% d] 5,0% M = C . (1 + i . t)
b] 5,2% e] 5,8%
c] 5,4%
Exemplo: Quanto rendeu a quantia de R$ 1200, aplicado
14. UECE-2019 • Carlos é vendedor em uma pequena empresa a juros simples, com a taxa de 2% ao mês, no final de 1 ano e
comercial. Seu salário mensal é a soma de uma parte fixa com 3 meses?
uma parte variável. A parte variável corresponde a 2% do valor Sendo:
alcançado pelas vendas no mês. No mês de abril, as vendas de C = 1200
Carlos totalizaram R$ 9.450,00, o que lhe rendeu um salário de
i = 2% ao mês = 0,02
R$ 1.179,00. Se o salário de Carlos em maio foi de R$ 1.215,00,
t = 1 ano e 3 meses = 15 meses (tem que transformar em
então, o total de suas vendas neste mês ficou entre
a] R$ 11.300.00 e R$ 11.340,00. meses para ficar na mesma unidade de tempo da taxa de juros.
b] R$ 11.220,00 e R$ 11.260,00. J = C . i . t = 1200 . 0,02 . 15 = 360
c] R$ 11.260,00 e R$ 11.300,00. Assim, o rendimento no final do período será de R$ 360.
d] R$ 11.180,00 e R$ 11.220,00.

JUROS SIMPLES EXERCÍCIOS


É um acréscimo calculado sobre o valor inicial de um aplica-
1. Um empréstimo de R$ 2.000,00 a ser pago em dois anos,
ção financeira ou de uma compra feita a crédito, por exemplo. a juros simples de 15% ao ano, terá como valor final a ser pago:
O valor inicial de uma dívida, empréstimo ou investimento a] R$ 1400,00 d] R$ 2800,00
é chamado de capital. A esse valor é aplicada uma correção, b] R$ 2645,00 e] R$ 3200,00
chamada de taxa de juros, que é expressa em porcentagem. c] R$ 2600,00
Os juros são calculados considerando o período de tempo
em que o capital ficou aplicado ou emprestado.
2. Considere que um investidor tenha aplicado R$ 50.000,00
à taxa de juros simples de 15% ao mês.
Fórmula Se, o capital ficar aplicado por 23 dias, então o montante a ser
auferido será de:
A fórmula para calcular os juros simples é expressa por: a] R$ 55.500,00 d] R$ 55.850,00
b] R$ 55.750,00 e] R$ 55.900,00
J=C.i.t c] R$ 55.800,00

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MATEMÁTICA • Daniel Araújo

3. Márcia de Lurdes aplicou R$ 10.000,00 em um título de 8. UNEMAT-2011 • Um capital de R$ 600,00, aplicado à taxa
renda fixa que rende juros simples. Após 15 meses, ela resga- de juros simples de 30% ao ano, gerou um montante de R$
tou R$ 12.250,00. Qual a taxa de juros simples proporcionada 1320,00 depois de certo tempo.
por essa aplicação financeira? O tempo de aplicação foi de:
a] 1,23% a.m d] 21,36% a.m a] 1 ano d] 4 anos
b] 1,36% a.m e] 22,50% a.m b] 2 anos e] 5 anos
c] 1,50% a.m c] 3 anos

4. ENEM 2011 • Um jovem investidor precisa escolher qual 9. IFSudMinas - 2018/1 • João tomou emprestado com Ma-
investimento lhe trará maior retorno financeiro em uma aplica- ria um capital de R$ 50,00 a uma taxa de juros de 1% ao mês.
ção de R$ 500,00. Para isso, pesquisa o rendimento e o im- Supondo que a capitalização é simples e que João quitou a dí-
posto a ser pago em dois investimentos: poupança e CDB (cer- vida com Maria 3 meses após tomar emprestado o dinheiro,
tificado de depósito bancário). As informações obtidas estão re- qual o montante pago por João a Maria?
sumidas no quadro: a] R$ 50,50 d] R$ 52,00
b] R$ 51,00 e] R$ 52,50
c] R$ 51,50

10. UERR-2019 • O valor do principal que deve ser aplicado


com uma taxa de juros de 2,5% ao mês, para produzir um mon-
tante de R$ 20.150,00 no prazo de doze meses, no regime de
Para o jovem investidor, ao final de um mês, a aplicação mais juros simples é:
vantajosa é a] R$ 15.600,00 d] R$ 15.450,00
a] a poupança, pois totalizará um montante de R$ 502,80. b] R$ 15.500,00 e] R$ 15.520,00
b] a poupança, pois totalizará um montante de R$ 500,56.
c] R$ 15.550,00
c] o CDB, pois totalizará um montante de R$ 504,38.
d] o CDB, pois totalizará um montante de R$ 504,21.
e] o CDB, pois totalizará um montante de R$ 500,87. 11. UFPE-2019 • Diante da crise que o país atravessa, uma
financeira oferece empréstimos a servidores públicos cobrando
apenas juro simples. Se uma pessoa retirar R$ 8 000,00
5. Em quanto tempo um determinado capital tem seu valor
nessa financeira, à taxa de juro de 16% ao ano, quanto tempo
octuplicado, considerando uma taxa de 120% ao ano e capita-
lização mensal simples? levará para pagar um montante de R$ 8 320?
a] 80 meses d] 72 meses a] 2 meses d] 5 meses
b] 5 anos e 10 meses e] 6,5 anos b] 3 meses e] 6 meses
c] 6 anos e 4 meses c] 4 meses

6. Um eletrodoméstico está sendo vendido nas seguintes 12. UFSM-RR • A situação alarmante na Síria tem levado
condições: cada dia mais sírios a buscarem uma vida melhor em países
- Preço à vista = R$ 2.580,00; europeus, como Itália e Grécia. Porém, a viagem tem um custo
- Condições a prazo = entrada de R$ 680,00 e R$ 1.995,00 em bastante elevado. Para custear uma viagem de R$ 10 000,00
60 dias. uma pessoa dispõe de R$ 5 000,00. Para conseguir o restante
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a prazo é do valor, ela faz um empréstimo a uma taxa de juro simples de
a] aproximadamente 1,84% a.m. 3,125% ao mês, o qual deverá ser pago em 8 parcelas iguais.
b] 2,30% a.m Qual será o valor, em reais, da parcela?
c] 2,50% a.m. a] 625,00 d] 1.250,00
d] aproximadamente 3,68% a.m. b] 640,63 e] 1.637,50
e] 5,00% a.m. c] 781,25

7. UNICAMP-2014 • Uma compra no valor de 1.000 reais será 13. FUVEST-2019 • Um capital de R$50.000,00 foi dividido
paga com uma entrada de 600 reais e uma mensalidade de 420 em duas aplicações, a primeira pagou uma taxa de 6% de juros
reais. A taxa de juros aplicada na mensalidade é igual a anuais; a outra aplicação pagou 10% de juros anuais. Ao tér-
a] 2% c] 8% mino de dois anos, notou-se que os lucros obtidos nas duas
b] 5% d] 10% aplicações foram iguais.
Qual a diferença dos capitais aplicados?

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MATEMÁTICA • Daniel Araújo

a] R$ 12.500,00 c] R$ 23.500,00
b] R$1 8.750,00 d] R$ 31.250,00

14. Um capital no valor de R$ 18.000,00 é aplicado durante 8


meses a juros simples, com uma taxa de 18% ao ano. No final
do período, o montante é resgatado e aplicado a juros compos-
tos, durante um ano, a uma taxa de 5% ao semestre. A soma
dos juros das duas aplicações é igual a
a] R$ 4.012,30 d] R$ 4.226,40
b] R$ 4.026,40 e] R$ 5.417,10
c] R$ 4.176,00
No final do 8º mês, o montante será de R$ 541,43. Mas é
obvio que não faremos dessa forma, para isso existe a formula
JUROS COMPOSTOS do Juro composto, para diminuir o trabalho ao se calcular um
juros a um determinado tempo e a uma determinada taxa.
Exemplo: Calcule o montante de um capital de R$
6.000,00, aplicado a juros compostos, durante 1 ano, à taxa de
O regime de juros compostos é o mais comum no sistema 3,5% ao mês. (use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)
financeiro, sendo portanto o mais útil para cálculos de proble- Resolução:
mas do dia a dia. Os juros gerados a cada período são incor- P = R$6.000,00
porados ao principal para o cálculo dos juros do período se- t = 1 ano = 12 meses
guinte. i = 3,5 % a.m. = 0,035
Chamamos de capitalização o momento em que os juros M=?
são incorporados ao principal. Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos:
Após três meses de capitalização, temos: M = 6000.(1+0,035)12 = 6000. (1,035)12 = 9066,41
1º mês: M =P.(1 + i) Portanto o montante é R$ 9.066,41.
2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior:
M = P.(1 + i).(1 + i)
3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior:
M = P.(1 + i).(1 + i).(1 + i)
Simplificando, obtemos a fórmula: EXERCÍCIOS
M = P . (1 + i)n
1. Calcular o montante, ao final de um ano de aplicação, do
IMPORTANTE: a taxa i tem que ser expressa na mesma capital R$600,00, à taxa composta de 4% ao mês.
medida de tempo de n, ou seja, taxa de juros ao mês para n
meses. 2. Um capital de R$5000,00 aplicado durante um ano e meio,
Para calcularmos apenas os juros, basta diminuir o princi- produziu um montante de R$11.000,00, determine a taxa men-
pal do montante ao final do período:
sal de juros dessa aplicação. (Use 18
2,2 = 1,04)
J=M-P
3. Determinado capital gerou, após 24 meses, um montante
de R$15.000,00. sabendo que a taxa de juro composto é de 2%
Observe esse exemplo de como o capital se comporta de
a.m., determine o valor do capital. (Use 1,02^24 = 1,06)
acordo com o tempo no regime de juro composto: Considere
que uma pessoa aplique R$ 500,00 durante 8 meses em um
4. Um capital de R$1.000,00 é aplicado a juros compostos de
banco que paga 1% de juro ao mês. Qual será o valor ao final 4% a.m., gerando um montante de R$1.731,00. Determine o
da aplicação? tempo de aplicação desse capital (Tome log1,731 = 0,23 e
A tabela demonstrará mês a mês a movimentação finan- log1,04=0,01)
ceira na aplicação do regime de juros compostos.
5. Um poupador de pequenas quantias aplicou R$ 100 espe-
rando obter rendimento de 1% de juros compostos ao mês.

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MATEMÁTICA • Daniel Araújo

Nesse caso, se, ao final de dois meses, for sacado o valor de [Use log 1,2 = 0,08]
R$ 50, então o saldo remanescente será de: a] 15 d] 13
a] R$ 51,00 d] R$ 52,03 b] 12 e] 14
b] R$ 52,0 e] R$ 53,00 c] 11
c] R$ 52,01
11. ENEM 2019 • Uma pessoa se interessou em adquirir um
6. Uma pessoa aplicou um capital no valor de R$ 20.000,00, produto anunciado em uma loja. Negociou com o gerente e
durante 2 anos, a juros compostos, a uma taxa de 8% ao ano. conseguiu comprá-lo a uma taxa de juros compostos de 1% ao
Caso esta pessoa tivesse aplicado o mesmo capital de R$ mês. O primeiro pagamento será um mês após a aquisição do
20.000,00 a juros simples, a uma taxa de 1% ao mês, durante produto, e no valor de R$ 202,00. O segundo pagamento será
2 anos, verifica-se que o valor do respectivo montante supera- efetuado um mês após o primeiro, e terá o valor de R$ 204,02.
ria o valor do montante anterior, em R$, em Para concretizar a compra, o gerente emitirá uma nota fiscal
a] 828,00 d] 1.600,00 com o valor do produto à vista negociado com o cliente, corres-
b] 1.472,00 e] 672,00 pondendo ao financiamento aprovado.
c] 1.150,00 O valor à vista, em real, que deverá constar na nota fiscal é de
a] 398,02 d] 404,00
7. (UFMG - 2019 • João sacou R$ 1.000,00 no seu cartão de b] 400,00 e] 406,02
crédito, que cobra juros compostos de 15% ao mês. No mês c] 401,94
seguinte, João depositou R$ 650,00 e, um mês depois, deposi-
tou o restante, liquidando a dívida. Qual o valor do último depó- 12. CESMAC-2018 • Um investidor aplicou um total de R$
sito feito por João? 23.545,00 em duas instituições financeiras diferentes que ope-
a] R$ 550,00 d] R$ 600,00 ram sob um regime de juros compostos. Na instituição X, a taxa
b] R$ 560,00 e] R$ 625,00 de juros é de 9% ao ano e, na instituição Y, a taxa é de 8% ao
c] R$ 575,00 ano. Após dois anos, o investidor obteve o mesmo montante
nas duas instituições. Qual valor foi aplicado na instituição Y?
a] R$ 11.880,00
8. IFAL 2016 • Em 2000, certo país da América Latina pediu
b] R$ 11.881,00
um empréstimo de 1 milhão de dólares ao FMI (Fundo Monetá-
c] R$ 11.882,00
rio Internacional) para pagar em 100 anos. Porém, por proble-
d] R$ 11.883,00
mas políticos e de corrupção, nada foi pago até hoje e a dívida
e] R$ 11.884,00
foi sendo “rolada” com a taxação de juros compostos de 8,5%
ao ano. Determine o valor da dívida no corrente ano de 2015,
em dólar. Considere (1,085)5 ≅ 1,5. 13. UniNassau 2º Dia - Medicina 2018/2 • Cristina comprou
a] 1,2 milhões d] 1,47 milhões um sofá novo para sua residência de forma financiada, sendo
b] 2,2 milhões e] 2 milhões as prestações dadas por:
1ª prestação: R$ 440,00
c] 3,375 milhões
2ª prestação: R$ 605,00
3ª prestação: R$ 798,60
9. (UNICAMP 2015 • Uma compra no valor de 1.000 reais
será paga com uma entrada de 600 reais e uma mensalidade Considerando que a taxa de juros cobrada foi de 10% ao mês,
de 420 reais. A taxa de juros aplicada na mensalidade é igual qual o valor do sofá à vista?
a: a] R$ 1.100,00
a] 2% c] 8% b] R$ 1.300,00
b] 5% d] 10% c] R$ 1.500,00
d] R$ 1.700,00
10. (PUC-SP Administração 2019/2) Ao depositar x reais, ao e] R$ 1.900,00
final de cada ano, em uma aplicação que rende juros compos-
tos à taxa de 20% ao ano, um investidor consegue obter, logo
após o enésimo depósito, um montante M dado pela fórmula

Se x = 40 000, qual o valor mínimo de n de modo que o mon-


tante seja superior a R$1 800 000,00?

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MATEMÁTICA
Carlos André

3. Números de diagonais
GEOMETRIA PLANA II

POLÍGONOS

1. Polígono côncavo e polígono convexo

2. Nomenclatura dos polígonos: 4. Soma dos ângulos internos e externos

A soma dos ângulos internos de um polígono convexo de


n lados é dada por:

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MATEMÁTICA • Carlos André

• Ângulo Externo

• Soma dos ângulos interno e externo

ÁREAS DE FIGURAS PLANAS

5. A soma dos ângulos externos de um polí-


gono convexo de n lados é dada por:

Polígono regular
• Convexo;
• Equilátero;
• Equiângulo.

Exemplo:

6. Diagonais que passam pelo centro do polí-


gono Regular
Seja o número de diagonais que passam pelo centro do
polígono regular, temos que:
• , se n for ímpar

• , se n for par

7. Medidas dos Ângulos em um Polígono Re-


gular

• Ângulo interno

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MATEMÁTICA • Carlos André

Relações métricas na circunferência

1. Relação entre cordas

Definição de circunferência e de corda

Para dado ponto O, chamado centro, a circunferência de


raio r é o conjunto de pontos cuja distância até o ponto O é igual
a r. Um de seus elementos é a corda, definida como segmento
de reta que liga dois pontos pertencentes a uma circunferência.
Assim, um diâmetro fica definido como a maior corda que uma
circunferência possui, ou como a corda que passa pelo centro
dela.

Relação entre cordas

Na imagem a seguir, observe a circunferência c, de raio r


e centro O. Nessa figura, construímos duas cordas, o segmento
AB e o segmento CD, que se encontram no ponto P.

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MATEMÁTICA • Carlos André

ÂNGULOS NA CIRCUNFERÊNCIA

1. Ângulo com vértice no centro da circunferência – Ângulo cen-


tral.

Nessas circunstâncias, os segmentos formados pelas cor-


das são proporcionais conforme a igualdade:

AP = CP
DP BP Propriedade: o ângulo central apresenta a mesma medida do
arco formado por seus lados, ou seja:
2. Dois Segmentos secantes partindo de um
mesmo ponto

Em qualquer circunferência,quando traçamos dois segmen- 2. Ângulo cujo vértice é um ponto da circunferência – Ângulo
tos secantes, partindo de um mesmo ponto a multiplicação da Inscrito.
medida de um deles pela medida de sua parte externa é igual
à multiplicação da medida do outro segmento pela medida de
sua parte externa. Observe:

Propriedade: a medida do ângulo inscrito equivale à metade da


medida do arco formado por seus lados, ou seja:

3. Segmento secante e segmento tangente


partindo de um mesmo ponto

Nesse caso, o quadrado da medida do segmento tangente


3. Ângulo com vértice exterior à circunferência – Ângulo excên-
é igual à multiplicação da medida do segmento secante pela
trico externo.
medida de sua parte externa.

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MATEMÁTICA • Carlos André

Propriedade: o ângulo α equivale à metade da diferença entre a] 300 m2


as medidas dos arcos formados pelos seus lados, ou seja: b] 360 m2
c] 600 m2
d] 720 m2
e] 1.200 m2

2- O Tangram é um quebra-cabeça chinês que contém sete


4. Ângulo com vértice no interior da circunferência – Ângulo ex- peças: um quadrado, um paralelogramo e cinco triângulos re-
cêntrico interno. tângulos isósceles. Na figura, o quadrado ABCD é formado com
as peças de um Tangram.

Propriedade: o ângulo excêntrico interno possui medida igual à


metade da soma dos arcos formados pelos seus lados, ou seja:

EXERCÍCIOS
Observe os seguintes componentes da figura:
• NP – lado do quadrado;
• AM – lado do paralelogramo;
• CDR e ADR – triângulos congruentes, bem como CNP e RST.
A razão entre a área do trapézio AMNP e a área do quadrado
ABCD equivale a:
QUESTÕES SOBRE ÁREAS DE FIGURAS PLANAS
a]
1- Uma empresa estuda cobrir um vão entre dois prédios
(com formato de paralelepípedos reto‐retângulos) que têm pa-
redes laterais paralelas, instalando uma lona na forma de um b]
quadrilátero, com pontas presas nos pontos A, B, C e D, con-
forme indicação da figura. c]
Sabendo que a lateral de um prédio tem 80 m de altura e 28 m
de largura, que a lateral do outro prédio tem 60 m de altura e
20 m de largura e que essas duas paredes laterais distam 15 d]
m uma da outra, a área total dessa lona seria de
3- Considere um terreno com a forma de um triângulo retân-
gulo cuja medida dos dois menores lados são respectiva-
mente 30 m e 40 m. Deseja-se cercar um quadrado no in-
terior do terreno com um dos vértices sobre o maior lado e
os demais sobre os outros lados do terreno.
Nessas condições, a medida da área do quadrado, em m2,
será, aproximadamente, igual a
a] 294.
b] 302.
c] 290.
d] 298.

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MATEMÁTICA • Carlos André

4- A Ecofont possui design baseado na velha fonte Vera Sans. Nesse caso, o lucro da construtora, em real, será de
Porém, ela tem um diferencial: pequenos buraquinhos circula- a] 380 000,00.
res congruentes, e em todo o seu corpo, presentes em cada b] 404 000,00.
símbolo. Esses furos proporcionam um gasto de tinta menor na c] 1 104 000,00.
hora da impressão. d] 1 120 000,00.
e] 1 460 000,00.

6- Um garçom precisa escolher uma bandeja de base retangu-


lar para servir quatro taças de espumante que precisam ser dis-
postas em uma única fileira, paralela ao lado maior da bandeja,
e com suas bases totalmente apoiadas na bandeja. A base e a
borda superior das taças são círculos de raio 4 cm e 5 cm, res-
pectiva mente.

Suponha que a palavra ECO esteja escrita nessa fonte, com


tamanho 192, e que seja composta por letras formadas por

quadrados de lados x com furos circulares de raio . Para

que a área a ser pintada seja reduzida a da área inicial, A bandeja a ser escolhida deverá ter uma área mínima, em cen-
pretende-se reduzir o tamanho da fonte. tímetro quadrado, igual a
Sabe-se que, ao alterar o tamanho da fonte, o tamanho da letra a] 192.
é alterado na mesma proporção. b] 300.
Nessas condições, o tamanho adequado da fonte será c] 304.
a] 64. d] 320.
b] 48. e] 400.
c] 24.
d] 21. 7- Um casal realiza sua mudança de domicílio e necessita co-
e] 12. locar numa caixa de papelão um objeto cúbico, de 80 cm de
aresta, que não pode ser desmontado. Eles têm à disposição
5- Uma empresa de construção comprou um terreno de formato cinco caixas, com diferentes dimensões, conforme descrito:
retangular por R$ 700 000,00. O terreno tem 90 m de compri- • Caixa 1: 86 cm x 86 cm x 86 cm
mento e 240 m de largura. O engenheiro da empresa elaborou • Caixa 2: 75 cm x 82 cm x 90 cm
três projetos diferentes para serem avaliados pela direção da • Caixa 3: 85 cm x 82 cm x 90 cm
construtora, da seguinte maneira: • Caixa 4: 82 cm x 95 cm x 82 cm
Projeto 1: dividir o terreno em lotes iguais de 45 m x 10 m, •Caixa 5: 80 cm x 95 cm x 85 cm
sem ruas entre os lotes, e vender cada lote por R$ 23 000,00; O casal precisa escolher uma caixa na qual o objeto caiba, de
Projeto 2: dividir o terreno em lotes iguais de 20 m x 30 m, modo que sobre o menor espaço livre em seu interior.
deixando entre lotes ruas de 10 m de largura e 240 m de com- A caixa escolhida pelo casal deve ser a de número
primento, e vender cada lote por R$ 35 000,00; a] 1
Projeto 3: dividir o terreno em lotes iguais de 35 m x 20 m, b] 2
deixando entre lotes ruas de 20 m de largura e 240 m de com- c] 3
primento, e vender cada lote por R$ 45 000,00 d] 4
A direção da empresa decidiu dividir o terreno e utilizar o e] 5
projeto que permitirá o maior lucro, sendo que este será igual
ao valor obtido pela venda dos lotes, menos o valor da compra 8- Viveiros de lagostas são construídos, por cooperativas lo-
do terreno. cais de pescadores, em formato de prismas reto-retangulares,

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MATEMÁTICA • Carlos André

fixados ao solo e com telas flexíveis de mesma altura, capazes Para economizar energia, o supervisor deverá escolher o apa-
de suportar a corrosão marinha. Para cada viveiro a ser cons- relho de menor capacidade térmica que atenda às necessida-
truído, a cooperativa utiliza integralmente 100 metros lineares des do laboratório e às recomendações do fabricante.
dessa tela, que é usada apenas nas laterais. A escolha do supervisor recairá sobre o aparelho do tipo
a] I.
b] II.
c] III.
d] IV.
e] V.

10- Um senhor, pai de dois filhos, deseja comprar dois terrenos,


com áreas de mesma medida, um para cada filho. Um dos ter-
renos visitado já está demarcado embora não tenha um formato
convencional (como se observa na figura B), agradou ao filho
Quais devem ser os valores de X e de Y, em metro, para que a mais velho, e por isso, foi comprado. O filho mais novo possui
área da base do viveiro seja máxima? um projeto arquitetônico de uma casa que quer construir, mas,
a] 1 e 49 paraisso, precisa de um terreno na forma retangular (como
mostrado na Figura A) cujo comprimento seja 7 m maior do que
b] 1 e 99
a largura.
c] 10 e 10
d] 25 e 25
e] 50 e 50

9- Um fabricante recomenda que, para cada m2 do ambiente a


ser climatizado, são necessários 800 BTUh, desde que haja até
duas pessoas no ambiente. A esse número devem ser acres-
centados 600 BTUh para cada pessoa a mais, e também para
cada aparelho eletrônico emissor de calor no ambiente. A se-
guir encontram-se as cinco opções de aparelhos desse fabri-
cante e suas respectivas capacidades térmicas: Para satisfazer o filho mais novo, esse senhor precisa encon-
Tipo I: 10 500 BTUh trar um terreno retangular cujas medidas, em metro, do compri-
Tipo II: 11 000 BTUh mento e da largura sejam iguais, respectivamente, a
Tipo III: 11 500 BTUh a] 7,5 e 14,5.
Tipo IV: 12 000 BTUh b] 9,0 e 16,0.
Tipo V: 12 500 BTUh c] 9,3 e 16,3.
d] 10,0 e 17,0.
O supervisor de um laboratório precisa comprar um aparelho
para climatizar o ambiente. Nele ficarão duas pessoas mais e] 13,5 e 20,5.
uma centrífuga que emite calor. O laboratório tem forma de tra-
pézio retângulo, com as medidas apresentadas na figura. 11- O proprietário de um restaurante deseja comprar um tampo
de vidro retangular para a base de uma mesa, como ilustra a
figura

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MATEMÁTICA • Carlos André

Sabe-se que a base da mesa, considerando a borda externa, c] 2(x + y) = 7 500


tem a forma de um retângulo, cujos lados medem AC = 105 cm d] 2(4x + y) = 7 500
e AB = 120 cm. e] 2(2x + y) = 7 500
Na loja onde será feita a compra do tampo, existem cinco tipos
de opções de tampos, de diferentes dimensões, e todos com a 13- No projeto de arborização de uma praça está prevista a
mesma espessura, sendo: construção de um canteiro circular. Esse canteiro será consti-
Tipo 1: 110 cm x 125 cm tuído de uma área central e de uma faixa circular ao seu redor,
Tipo 2: 115 cm x 125 cm conforme ilustra a figura.
Tipo 3: 115 cm x 130 cm
Tipo 4: 120 cm x 130 cm
Tipo 5: 120 cm x 135 cm

O proprietário avalia, para comodidade dos usuários, que se


deve escolher o tampo de menor área possível que satisfaça a
condição: ao colocar o tampo sobre a base, de cada lado da
borda externa da base da mesa, deve sobrar uma região, cor-
respondendo a uma moldura em vidro, limitada por um mínimo
de 4 cm e máximo de 8 cm fora da base da mesa, de cada lado.
Segundo as condições anteriores, qual é o tipo de tampo de
vidro que o proprietário avaliou que deve ser escolhido? Deseja-se que a área central seja igual a area da faixa circular
a] 1 sombreada.
b] 2 A relação entre os raios do canteiro (R) e da área central (r)
c] 3 deverá ser
d] 4 a] R = 2r
e] 5
b] R = r
12- Um terreno retangular de lados cujas medidas, em metro,
são x e y será cercado para a construção de um parque de c]
diversões. Um dos lados do terreno encontra-se às margens de d]
um rio. Observe a figura.
e]

14- Um arquiteto deseja construir um jardim circular de 20 m de


diâmetro. Nesse jardim, uma parte do terreno sera reservada
para pedras ornamentais. Essa parte tera a forma de um qua-
drado inscrito na circunferência, como mostrado na figura. Na
parte compreendida entre o contorno da circunferência e a
parte externa ao quadrado, será colocada terra vegetal. Nessa
parte do jardim, serão usados 15 kg de terra para cada mº. A
terra vegetal é comercializada em sacos com exatos 15 kg
cada. Use 3 como valor aproximado para n.

Para cercar todo o terreno, o proprietário gastará R$ 7 500,00.


O material da cerca custa R$ 4,00 por metro para os lados do
terreno paralelos ao rio, e R$ 2,00 por metro para os demais O número mínimo de sacos de terra vegetal necessários para
lados. cobrir a parte descrita do jardim e
Nessas condições, as dimensões do terreno e o custo total do a] 100.
material podem ser relacionados pela equação b] 140.
a] 4(2x + y) = 7 500 c] 200.
b] 4(x + 2y) = 7 500 d] 800.
e] 1000.

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MATEMÁTICA • Carlos André

15- Um casal e seus dois filhos saíram, com um corretor de


imóveis, com a intenção de comprar um lote onde futuramente
construiriam sua residência. No projeto da casa, que esta famí-
lia tem em mente, irão necessitar de uma área de pelo menos
400 mº. Após algumas avaliações, ficaram de decidir entre os
lotes 1 e 2 da figura, em forma de paralelogramos, cujos preços
são R$ 100 000,00 e R$ 150 000,00, respectivamente.

O ponto O indica a posição da nova antena, e sua região de co-


bertura será um círculo cuja circunferência tangenciará externa-
mente as circunferências das áreas de cobertura menores.
Com a instalação da nova antena, a medida da área de cober-
tura, em quilômetros quadrados, foi ampliada em
a] 8π.
b] 12π.
c] 16π.
Use , e 1,7 como aproximações, respectivamente, para d] 32π.
e] 64π.
sen(60º), cos(60º) e ?
Para colaborarem na decisão, os envolvidos fizeram as seguin- 17- O proprietário de um parque aquático deseja construir uma
tes argumentações: piscina em suas dependências. A figura representa a vista su-
Pai: Devemos comprar 0 Lote 1, pois como uma de suas dia- perior dessa piscina, que é formada por três setores circulares
gonais é maior do que as diagonais do Lote 2, 0 Lote 1 também idênticos, com ângulo central igual a 60°. O raio R deve ser um
terá maior área; número natural.
Mãe: Se desconsiderarmos os preços, poderemos comprar
qualquer lote para executar nosso projeto, pois tendo ambos o
mesmo perímetro, terão também a mesma área;
Filho 1: Devemos comprar 0 Lote 2, pois é o único que tem área
suficiente para a execução do projeto;
Filho 2: Devemos comprar 0 Lote 1, pois como os dois lotes
possuem lados de mesma medida, terão também a mesma
área, porém 0 Lote 1 é mais barato;
Corretor: Vocês devem comprar 0 Lote 2, pois é o que tem me-
nor custo por metro quadrado.
A pessoa que argumentou corretamente para a compra do ter- O parque aquático já conta com uma piscina em formato retan-
reno foi o(a) gular com dimensões 50 m x 24 m. O proprietário quer que a
a] pai. área ocupada pela nova piscina seja menor que a ocupada pela
b] mãe. piscina já existente.
Considere 3,0 como aproximação para π.
c] filho 1.
O maior valor possível para R, em metros, deverá ser
d] filho 2.
a] 16.
e] corretor. b] 28.
c] 29.
16- Uma empresa de telefonia celular possui duas antenas que d] 31.
serão substituídas por uma nova, mais potente. As áreas de e] 49.
cobertura das antenas que serão substituídas são círculos de
raio 2 km, cujas circunferências se tangenciam no ponto O, 18- Um artista deseja pintar em um quadro um figura na forma
como mostra a figura. de triângulo equilátero ABC de lado 1 metro. Com o objetivo de
dar um efeito diferente em sua obra, o artista traça segmentos
que unem os pontos médios D, E e F dos lados BC, AC e AB,

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MATEMÁTICA • Carlos André

respectivamente, colorindo um dos triângulos menores, como reto com base triangular, cujas dimensões da base são 6 cm, 8
mostra a figura. cm e 10 cm e cuja altura é 10 cm. Tal peça deve ser vazada de
tal maneira que a perfuração na forma de um cilindro circular
reto seja tangente às suas faces laterais, conforme mostra a
figura.

Qual é a medida da área pintada, em metros quadrados, do


triângulo DEF?

a] b]

c] O raio da perfuração da peça é igual a


d] a] 1 cm.
b] 2 cm.
c] 3 cm.
e] d] 4 cm.
e] 5 cm.
19- Para decorar a fachada de um edifício, um arquiteto proje-
tou a colocação de vitrais compostos de quadrados de lado me- Gabarito
dindo 1 m, conforme a figura a seguir. 1. C 2. D 3. A 4. B 5. B
6. C 7. C 8. D 9. C 10. B
11. C 12. A 13. B 14. A 15. C
16. A 17. B 18. B 19. B 20. B

EXERCÍCIOS
QUESTÕES SOBRE POLIGONOS

1- A imagem a seguir mostra um redário, espaço que dispõe


Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos médios dos la- de redes para o descanso de pessoas. Seu piso é um polígono
dos do quadrado e os segmentos AP e QC medem 1/4 da me- e o teto, uma pirâmide de base semelhante ao piso. O proprie-
dida do lado do quadrado. Para confeccionar um vitral, são usa- tário de um hotel fazenda solicitou a um projetista uma proposta
dos dois tipos de materiais: um para a parte sombreada da fi- de redário com capacidade para colocar 6 redes iguais às da
gura, que custa R$ 30,00 o m2, e outro para a parte mais clara figura. No projeto, o projetista considerou que o piso do redário
(regiões ABPDA e BCDQB), que custa R$ 50,00 o m2. deva ser um hexágono regular e o teto, uma pirâmide hexago-
De acordo com esses dados, qual é o custo dos materiais usa- nal regular. As redes, que têm formato retangular enquanto es-
dos na fabricação de um vitral? ticadas, serão suspensas por meio de cordas em “V” invertido
a] R$ 22,50 da seguinte forma: uma das extremidades das redes será presa
b] R$ 35,00 a um tronco de madeira no centro do piso e a outra extremi-
c] R$ 40,00 dade, fixada em troncos de madeira nos vértices do hexágono,
d] R$ 42,50 como no redário da figura. Todos os troncos de madeira devem
e] R$ 45,00 ser cilíndricos e perpendiculares ao piso.
Para discutir a proposta com o cliente, o projetista desenhou
20- Uma metalúrgica recebeu uma encomenda para fabricar, uma planta com a representação da projeção ortogonal sobre
em grande quantidade, uma peça com o formato de um prisma o que será o piso do redário a ser construído. Na projeção, o

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redário foi representado sem o telhado, mas com as redes já 3- Um robozinho foi programado para percorrer uma trajetória
instaladas. partindo de um ponto P e obedecendo às instruções dadas pelo
fluxograma abaixo:

A planta que condiz com a proposta elaborada pelo projetista e


que está de acordo com as exigências do cliente é
a] d] A trajetória percorrida pelo robozinho é um polígono regular. O
número de diagonais desse polígono é igual a:
a] 35
b] 27
c] 20
b] e] d] 44
e] 54

4- O terreno mostrado na figura abaixo, cujas medidas estão


expressas em metros, foi dividido em dois lotes de mesma
área.
c]

2- Julgue as seguintes assertivas assinalando V, para verda-


deiro e F, para falso.
• Quadrados e losangos possuem diagonais que também são
bissetrizes internas.
• Retângulos, quadrados e losangos possuem diagonais que
se interceptam no ponto médio destes segmentos.
• Os ângulos consecutivos de retângulos e trapézios são su-
plementares. A medida x, em metros, é igual a:
• Paralelogramos, trapézios, quadrados e retângulos são po- a] 11
lígonos convexos. b] 12
c] 13
a] V V F V. d] 14
b] V F F F. e] 15
c] F V V V.
d] FFFF. 5- O quadrado e o retângulo da figura abaixo foram montados
e] VFVF. com as mesmas 4 peças. A medida x é igual a:

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Considere que:
• o ponto C é vértice da função f
• os pontos B e D possuem ordenadas iguais.
• as abscissas dos pontos A e E são raízes da função f
Pode-se afirmar que a área do polígono ABCDE, em unidades
de área, é

a]
a]
b]
b]
c] c]

d] d]

e] 8- A travessia do Mar Mediterâneo passou a ser um negócio


muito lucrativo para os traficantes de pessoas. Feita em barcos
6- Um polígono simples com 2018 lados é desenhado a partir superlotados, cada viagem pode render até um milhão de dó-
de um vértice P no interior de um quadrado. Nenhum vértice do lares. Considere que um barco transporta 5 pessoas por metro
polígono está sobre qualquer lado do quadrado, e nenhum vér- quadrado em um local com formato e dimensões dadas, em
tice do quadrado está sobre qualquer lado do polígono. Dentre metros, pela figura a seguir.
as alternativas abaixo, qual é a única que pode corresponder
ao número de intersecções entre lados do quadrado e lados do
polígono?

Qual é o número de pessoas transportadas por esse barco?


a] 106
b] 108
c] 480
d] 530
7- No plano cartesiano abaixo estão representados o gráfico e] 610
da função real f definida por f (x) = −x2 − x + 2 e o polígono
ABCDE 9- Uma pessoa desenhou uma flor construindo semicírculos
sobre os lados de um hexágono regular de lado 1, como
na figura abaixo.

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uma serra copo (broca com formato circular) para perfurar a


base em madeira, encontrando cinco exemplares, com diferen-
tes medidas de diâmetros, como segue: (I) 3,8 cm; (II) 4,7 cm;
(III) 5,6 cm; (IV) 7,2 cm e (V) 9,4 cm.

A área dessa flor é

a]

b] Considere 1,4 e 1,7 como aproximações para √2 e √3 , respec-


tivamente. Para que seja atingido o seu objetivo, qual dos
c] exemplares de serra copo o marceneiro deverá escolher?
a] I
d] b] II
c] III
e] d] IV
e] V
10- Na figura abaixo, estão representados dois círculos congru-
entes, de centros C1 e C2, pertencentes ao mesmo plano α. O Gabarito
segmento C1C2 mede 6 cm.
1. B 2. A 3. A 4. E
5. C 6. A 7. B 8. D
9. A 10. C 11. B 12.

A área da região limitada pelos círculos, em cm2, possui valor


EXERCÍCIOS
aproximado de: QUESTOES SOBRE CÍRCULO ECIRCUNFERENCIA
a] 108
b] 162
c] 182 1- Em um condomínio, uma área pavimentada. que tem a
d] 216 forma de um circulo com diâmetro medindo 6 m, é cercado por
e] 220 grama. A administração do condomínio deseja ampliar essa
área, mantendo seu formato circular, e aumentando, em 8 m, o
11- Um marceneiro está construindo um material didático que diâmetro dessa região, mantendo o revestimento da parte já
corresponde ao encaixe de peças de madeira com 10 cm de existente. O condomínio dispõe, em estoque, de material sufi-
altura e formas geométricas variadas, num bloco de madeira
ciente para pavimentar mais 100 m2 de área. O síndico do con-
em que cada peça se posicione na perfuração com seu formato
correspondente, conforme ilustra a figura. O bloco de madeira domínio irá avaliar se esse material disponível será suficiente
já possui três perfurações prontas de bases distintas: uma qua- para pavimentar a região a ser ampliada.
drada (Q), de lado 4 cm, uma retangular (R), com base 3 cm e Utilize 3 como aproximação para 𝜋.
altura 4 cm, e uma em forma de um triângulo equilátero (T), de A conclusão correta a que o síndico deverá chegar, conside-
lado 6,8 cm. Falta realizar uma perfuração de base circular (C). rando a nova área a ser pavimentada, é a de que o material
O marceneiro não quer que as outras peças caibam na perfu- disponível em estoque
ração circular e nem que a peça de base circular caiba nas de- a] será suficiente, pois a área da nova região a ser pavimen-
mais perfurações e, para isso, escolherá odiâmetro do círculo tada mede 21 m2.
que atenda a tais condições. Procurou em suas ferramentas

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MATEMÁTICA • Carlos André

b] será suficiente, pois a área da nova região a ser pavimen- O passeio terá seu piso revestido com ladrilhos. Sem condições
tada mede 24 m2. de calcular os raios, pois o chafariz está cheio, um engenheiro
c] será suficiente, pois a área da nova região a ser pavimen- fez a seguinte medição: esticou uma trena tangente ao chafariz,
tada mede 48 m2. medindo a distância entre dois pontos A e B, conforme a figura.
d] não será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi- Com isso, obteve a medida do segmento de reta AB: 16 m.
mentada mede 108 m2.
e] não será suficiente, pois a área da nova região a ser pavi-
mentada mede 120 m2.

2- Um ciclista quer montar um sistema de marchas usando


dois discos dentados na parte traseira de sua bicicleta, chama-
dos catracas. A coroa é o disco dentado que é movimentado
pelos pedais da bicicleta, sendo que a corrente transmite esse
movimento às catracas, que ficam posicionadas na roda tra-
seira da bicicleta. As diferentes marchas ficam definidas pelos
diferentes diâmetros das catracas, que são medidos conforme
indicação na figura.
Dispondo apenas dessa medida, o engenheiro calculou corre-
tamente a medida da área do passeio, em metro quadrado.
A medida encontrada pelo engenheiro foi
a] 4π
b] 8π
c] 48π
d] 64π
e] 192π

4- A manchete demonstra que o transporte de grandes cargas


representa cada vez mais preocupação quando feito em vias
O ciclista já dispõe de uma catraca com 7 cm de diâmetro e urbanas.
pretende incluir uma segunda catraca, de modo que, à medida
em que a corrente passe por ela, a bicicleta avance 50% a mais Caminhão entala em viaduto no Centro
do que avançaria se a corrente passasse pela primeira catraca,
a cada volta completa dos pedais. Um caminhão de grande porte entalou embaixo do viaduto no
O valor mais próximo da medida do diâmetro da segunda ca- cruzamento das avenidas Borges de Medeiros e Loureiro da
traca, em centímetro e com uma casa decimal, é Silva no sentido Centro-Bairro, próximo à Ponte de Pedra, na
a] 2,3. capital. Esse veículo vinha de São Paulo para Porto Alegre e
b] 3,5. transportava três grandes tubos, conforme ilustrado na foto.
c] 4,7.
d] 5,3.
e] 10,5.

3- A figura mostra uma praça circular que contém um chafariz


em seu centro e, em seu entorno, um passeio. Os círculos que
definem a praça e o chafariz são concêntricos.

Considere que o raio externo de cada cano da imagem seja


0,60 m e que eles estejam em cima de uma carroceria cuja
parte superior está a 1,30 m do solo. O desenho representa a
vista traseira do empilhamento dos canos.

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MATEMÁTICA • Carlos André

6- Um ciclista A usou uma bicicleta com rodas com diâmetros me-


dindo 60 cm e percorreu, com ela, 10 km. Um ciclista B usou outra
bicicleta com rodas cujos diâmetros mediam 40 cm e percorreu,
com ela, 5 km. Considere 3,14 como aproximação para n.
A relação entre o número de voltas efetuadas pelas rodas da
bicicleta do ciclista A e o número de voltas efetuadas pelas ro-
das da bicicleta do ciclista B é dada por

a]

A margem de segurança recomendada para que um veículo b]


passe sob um viaduto é que a altura total do veículo com a
carga seja, no mínimo, 0,50 m menor do que a altura do vão do c]
viaduto. Qual deveria ser a altura mínima do viaduto, em metro,
para que esse caminhão pudesse passar com segurança sob d]
seu vão? Considere 1,7 como aproximação para 3
a] 2,82
e]
b] 3,52
c] 3,70
7- Tradicionalmente uma pizza média de formato circular tem
d] 4,02
diâmetro de 30 cm e é dividida em 8 fatias iguais (mesma área).
e] 4,20
Uma família, ao se reunir para o jantar, fará uma pizza de for-
mato circular e pretende dividi-Ia em 10 fatias também iguais.
5- De forma geral, os pneus radiais trazem em sua lateral uma
Entretanto, eles desejam que cada fatia dessa pizza tenha o
marcação do tipo abc/deRfg, como 185/65R15. Essa marcação
mesmo tamanho (mesma área) de cada fatia da pizza média
identifica as medidas do pneu da seguinte forma: quando dividida em 8 fatias iguais.
• abc é a medida da largura do pneu, em milímetro;
Qual o valor mais próximo do raio com que deve ser feita a
• de é igual ao produto de 100 pela razão entre a medida da
pizza, em centímetro, para que eles consigam dividi-Ia da forma
altura (em milímetro) e a medida da largura do pneu (em milí-
pretendida? Use 2,2 como aproximação para 5.
metro);
a] 15,00
• R significa radial
• fg é a medida do diâmetro interno do pneu, em polegada. b] 16,50
A figura ilustra as variáveis relacionadas com esses dados. c] 18,75
d] 33,00
e] 37,50

8- A London Eye é uma enorme roda-gigante na capital inglesa.


Por ser um dos monumentos construídos para celebrar a en-
trada do terceiro milênio, ela também é conhecida como Roda
do Milênio. Um turista brasileiro, em visita à Inglaterra, pergun-
tou a um londrino o diâmetro (destacado na imagem) da Roda
do Milênio e ele respondeu que ele tem 443 pés.

O proprietário de um veículo precisa trocar os pneus de seu


carro e, ao chegar a uma loja, é informado por um vendedor
que há somente pneus com os seguintes códigos: 175/65R15,
175/75R15, 175/80R15, 185/60R15 e 205/55R15. Analisando,
juntamente com o vendedor, as opções de pneus disponíveis,
concluem que o pneu mais adequado para seu veículo é o que
tem a menor altura.
Desta forma, o proprietário do veículo deverá comprar o pneu
com a marcação

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MATEMÁTICA • Carlos André

Não habituado com a unidade pé, e querendo satisfazer sua


curiosidade, esse turista consultou um manual de unidades de Se o raio da base de cada um dos cilindros menores for igual a
medidas e constatou que 1 pé equivale a 12 polegadas, e que 6 cm, a máquina por você operada deverá ser ajustada para
1 polegada equivale a 2,54 cm. Após alguns cálculos de con- produzir tubos maiores, com raio da base igual a
versão, o turista ficou surpreendido com o resultado obtido em a] 12 cm.
metros. Qual a medida que mais se aproxima do diâmetro da b]
Roda do Milênio, em metro?
a] 53 c]
b] 94 d]
c] 113
d] 135 e]
e] 145
GABARITO
9- Em um sistema de dutos, três canos iguais, de raio externo 1. E 2. C 3. D 4. D 5. E
30 cm, são soldados entre si e colocados dentro de um cano 6. D 7. B 8. D 9. C 10. D
de raio maior, de medida R. Para posteriormente ter fácil ma-
nutenção, é necessário haver uma distância de 10 cm entre os
canos soldados e o cano de raio maior. Essa distância é garan- GEOMETRIA ESPACIAL (PARTE I)
tida por um espaçador de metal, conforme a figura.:

1) POLIEDROS

• Elementos

Superfície poliédrica convexa

Reunião de “ ” polígonos convexos tais que:

Utilize 1,7 como aproximação para . O valor de R, em cen-


tímetros, é igual a • Dois polígonos quaisquer estão contidos em planos distin-
a] 64,0. tos.
b] 65,5. • Cada aresta de um polígono é comum a dois (e somente
c] 74,0. dois) polígonos.
d] 81,0. • O plano de cada polígono deixa todos os outros em um só
e] 91,0.
dos semiespaços determinados por ele.
10- Uma fábrica de tubos acondiciona tubos cilíndricos meno-
res dentro de outros tubos cilíndricos. A figura mostra uma si- Poliedro convexo
tuação em que quatro tubos cilíndricos estão acondicionados
perfeitamente em um tubo com raio maior. Intersecção dos semiespaços determinados pelos polígonos.

Suponha que você seja o operador da máquina que produzirá


os tubos maiores em que serão colocados, sem ajustes ou fol-
gas, quatro tubos cilíndricos internos.

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MATEMÁTICA • Carlos André

Elementos dos poliedros Cada vértice é extremidade do mesmo número de arestas .


• Faces: são os polígonos; Existem apenas cinco poliedros de Platão:
• Arestas: são os lados dos polígonos; Tetraedro
• Vértices: são os vértices dos polígonos; Hexaedro
• Ângulos das faces: são os ângulos dos polígonos. Octaedro
Dodecaedro
• Nomenclatura Icosaedro

Conforme o número de faces.


Tetraedro 3 3 4 4 6
Número de Faces Nome do poliedro Hexaedro 4 3 8 6 12
4 Tetraedro Octaedro 3 4 6 8 12
5 Pentaedro Dodecaedro 5 3 20 12 30
6 Hexaedro Icosaedro 3 5 12 20 30
7 Heptaedro
Poliedros regulares
8 Octaedro • Suas faces são polígonos são regulares;
9 Eneaedro • Seus ângulos poliédricos são congruentes entre si.
10 Decaedro Existem apenas cinco poliedros regulares:
12 Dodecaedro • Tetraedro
20 Icosaedro • Hexaedro
• Octaedro
• Dodecaedro
• Relação de Euler • Icosaedro

Considerando um poliedro convexo. ATENÇÃO: Todo poliedro regular é de Platão, mas nem todo
Sejam: poliedro de Platão é regular.
• : número de vértices
• : número de faces Exemplo: O paralelepípedo é um poliedro de Platão, mas
• : número de arestas como a face é um retângulo (não é equilátero) então não é um
• n: número de lados de cada face poliedro regular.
Temos que:

2) PRISMAS
• Soma dos Ângulos das Faces
O prisma É caracterizado por ser um poliedro convexo com
Considerando um poliedro convexo, temos que a soma dos ân- duas bases (polígonos iguais) congruentes e paralelas, além
gulos das suas faces é:
das faces planas laterais (paralelogramos).

• Composição do Prisma
• Poliedros de Platão / Poliedros Regulares
Os elementos que compõem o prisma são: base, altura,
Os poliedros de Platão são os que correspondem às seguin-
arestas, vértices e faces laterais.
tes características:
Assim, as arestas das bases do prisma são os lados das
(convexo) bases do polígono, enquanto que as arestas laterais corres-
pondem aos lados das faces que não pertencem às bases.
Todas as faces têm o mesmo número de arestas .

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MATEMÁTICA • Carlos André

Os vértices do prisma são os pontos de encontro das ares-


tas e a altura é calculada pela distância entre os planos das
bases.

Figuras de prisma segundo suas bases

Importante ressaltar que os chamados “prismas regula-


res” são aqueles cujas bases são polígonos regulares e, por-
tanto, formados por prismas retos.
Note que se todas as faces do prisma forem quadrados,
trata-se de um cubo; e, se todas as faces são paralelogramos,
o prisma é um paralelepípedo.

Fique Atento! Para calcular a área da base (Ab) de um prisma


deve-se levar em conta o formato que apresenta. Por exemplo,
se for um prisma triangular a área da base será um triângulo.
Ilustração de um prisma e seus elementos
Fórmulas do Prisma
• Classificação dos Prismas
Os primas são classificados em Retos e Oblíquos: Áreas do Prisma
• Prisma Reto: possui arestas laterais perpendiculares à
base, cujas faces laterais são retângulos. Área Lateral: para calcular a área lateral do prisma, basta
• Prisma Oblíquo: possui arestas laterais oblíquas à base, somar as áreas das faces laterais. Num prisma reto, que possui
cujas faces laterais são paralelogramos. todas as áreas das faces laterais congruentes, a fórmula da
área lateral é:

Al = n .a
n: número de lados
a: face lateral

Área Total: para calcular a área total de um prisma, basta


somar as áreas das faces laterais e as áreas das bases:

Prisma reto (A) e prisma oblíquo (B) At = Sl+ 2Sb

• Bases do Prisma Sl: Soma das áreas das faces laterais


Sb: soma das áreas das bases
De acordo com o formato das bases, os primas são classifi-
cados em: Volume do Prisma
• Prisma Triangular: base formada por triângulo.
• Prisma Quadrangular: base formada por quadrado. O volume do prisma é calculado pela seguinte fórmula:
• Prisma Pentagonal: base formada por pentágono. V = Ab.h
• Prisma Hexagonal: base formada por hexágono. Ab: área da base
• Prisma Heptagonal: base formada por heptágono. h: altura
• Prisma Octogonal: base formada por octógono.

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MATEMÁTICA • Carlos André

3) PIRÂMIDES • Pirâmides Regulares

• Definição Características
• Base: Polígono regular;
Sejam um plano, P um polígono convexo pertencente a • Arestas laterais: congruente entre si;
• Vértice: sua projeção ortogonal é o centro da pirâmide;
eV um ponto não pertencente a . Traçam-se todos os seg-
mentos possíveis que possuem uma extremidade em V e a ou- • Faces laterais: Triângulos isósceles congruentes;
• Apótema: altura da face lateral relativa à aresta da base.
tra em P.

Elementos da pirâmide Relação notável


Sejam:
• :apótema da pirâmide
• Vértice: ponto V;
• Base: polígonoP; • :altura
• Arestas da base: arestas do polígono; • :apótema da base
• Arestas laterais: segmentos com extremidades no vértice •
e outra e um dos vértices do polígono;
• Altura: Distância do vértice ao plano da base.

Pirâmides regulares
Sejam:
Áreas
• : altura da pirâmide
• : apótema da pirâmide ou altura da face
• Área da base • : lateral da base
Área do polígono da base. • : aresta lateral
• Área lateral
Soma das áreas dos triângulos das faces laterais. face da pirâmide:
• Área total:

• Volume

Sejam:
• : área da base
• : altura

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MATEMÁTICA • Carlos André

Quadrangular Triangular

• Triângulos principal e secundário:


• Triângulos principal e secundário:

Hexagonal
Tetraedro / Octaedro

Tetraedro regular
Pirâmide triangular regular, com quatro faces congruentes.

• Triângulos principal e secundário: Seja “ ” a aresta lateral:


• Área total

• Altura

• Volume

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MATEMÁTICA • Carlos André

Octaedro regular b] II é verdadeira.


Possui doze arestas congruentes entre si. c] III é verdadeira.
d] I e III são verdadeiras.
e] II e III são verdadeiras.

4-. (U.F. Santa Maria – RS) Um poliedro convexo tem 12 faces


triangulares e as demais, pentagonais. Sabendo que o número
de arestas é o triplo do número de faces pentagonais, então a
soma dos ângulos de todas as faces pentagonais é, em radia-
nos, igual a:
a] 3π
b] 12π
c] 36π
d] 64π
• Área total e] 108π

• Volume 5-. (U.F. – RS) Um poliedro convexo tem seis faces triangulares
e cinco faces quadrangulares. O número de arestas e de vérti-
ces do poliedro é, respectivamente:
a] 34 e 10
b] 19 e 10

EXERCÍCIOS c] 34 e 20
d] 12 e 10
e] 19 e 12
EXERCÍCIOS SOBRE POLIEDROS
6- ENEM-O hábito cristalino é um termo utilizado pormineralo-
1- (UF – PI) Em um poliedro convexo, o número de arestas gistas para descrever a aparência típica deum cristal em termos
excede o número de faces em 18. O número de vértices desse de tamanho e forma. A granadaé um mineral cujo hábito crista-
poliedro é: lino é um poliedro com30 arestas e 20 vértices. Um mineralo-
a] 10 gista construiu ummodelo ilustrativo de um cristal de granada
b] 20 pela junçãodos polígonos correspondentes às faces.
c] 24 Supondo que o poliedro ilustrativo de um cristal degranada é
d] 30 convexo, então a quantidade de faces utilizadasna montagem
e] 32 do modelo ilustrativo desse cristal é igual a
a] 10.
2.- (Fuvest – SP) O número de faces triangulares de uma pirâ- b] 12.
mide é 11. Pode-se, então, afirmar que esta pirâmide possui: c] 25.
a] 33 vértices e 22 arestas. b] 42.
b] 12 vértices e 11 arestas. e] 50.
c] 22 vértices e 11 arestas.
d] 11 vértices e 22 arestas. 7- ENEM-Para o modelo de um troféu foi escolhido um polie-
e] 12 vértices e 22 arestas. dro P, obtido a partir de cortes nos vértices de um cubo. Com
um corte plano em cada um dos cantos do cubo, retira-se o
3.- (PUCAMP – SP) Sobre as sentenças: canto, que é um tetraedro de arestas menores do que metade
I. Um octaedro regular tem 8 faces quadradas. da aresta do cubo. Cada face do poliedro P, então, é pintada
II. Um dodecaedro regular tem 12 faces pentagonais. usando uma cor distinta das demais faces.
III. Um icosaedro regular tem 20 faces triangulares. Com base nas informações, qual é a quantidade de cores que
É correto afirmar que apenas: serão utilizadas na pintura das faces do troféu?
a] I é verdadeira. a] 6

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MATEMÁTICA • Carlos André

b] 8 e] 2V + 5F = 4
c] 14
d] 24 10- Representar objetos tridimensionais em uma folha de papel
nem sempre é tarefa fácil. O artista holandês Escher (1898-
e] 30
1972) explorou essa dificuldade criando várias figuras planas
impossíveis de serem construídas como objetos tridimensio-
8- ENEM-Um lapidador recebeu de um joalheiro a encomenda nais, a exemplo da litografia Belvedere, reproduzida abaixo.
para trabalhar em uma pedra preciosa cujo formato é o de uma
pirâmide, conforme ilustra a Figura 1. Para tanto, o lapidador
fará quatro cortes de formatos iguais nos cantos da base. Os
cantos retirados correspondem a pequenas pirâmides, nos vér-
tices P, Q e S, ao longo dos segmentos tracejados, ilustrados
na Figura 2.

Considere que um marceneiro tenha encontrado algumas figu-


ras supostamente desenhadas por Escher e deseje construir
uma delas com ripas rígidas de madeira que tenham o mesmo
tamanho. Qual dos desenhos a seguir ele poderia reproduzir
em um modelo tridimensional real?
a] d]

Depois de efetuados os cortes, o lapidador obteve, a partir da


pedra maior, uma joia poliédrica cujos números de faces, ares-
tas e vértices são, respectivamente, iguais a
a] 9, 20 e 13
b] 3, 24 e 13
b] e]
c] 7, 15 e 12
d] 10, 16 e 5
e] 11, 16 e 5

9- ENEM - Os sólidos de Platão são poliedros convexos cujas


faces são todas congruentes a um único polígono regular, to-
dos os vértices têm o mesmo número de arestas incidentes e c]
cada aresta é compartilhada por apenas duas faces. Eles são
importantes, por exemplo, na classificação das formas dos cris-
tais minerais e no desenvolvimento de diversos objetos. Como
todo poliedro convexo, os sólidos de Platão respeitam a relação
de EulerV - A + F = 2, em que V, A e F são os números de
vértices, arestas e faces do poliedro, respectivamente.
Em um cristal, cuja forma é a de um poliedro de Platão de faces GABARITO
1. B 2. E 3. E 4. E 5. B
triangulares, qual é a relação entre o número de vértices e o
6. B 7. C 8. A 9. C 10. E
número de faces?
a] 2V - 4F = 4
b] 2V - 2F = 4
c] 2V - F = 4
d] 2V + F = 4

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EXERCÍCIOS
QUESTOES SOBRE PRISMAS

1- Uma fábrica comercializa chocolates em uma caixa de ma-


deira, como na figura.

A forma geométrica da superfície cujas arestas estão represen-


tadas na Figura 2 é
a] tetraedro.
b] pirâmide retangular.
c] tronco de pirâmide retangular.
d] prisma quadrangular reto.
e] prisma triangular reto.

3- Na alimentação de gado de corte, o processo de cortar a


forragem, colocá-la no solo, compactá-la e protegê-la com uma
vedação denomina-se silagem. Os silos mais comuns são os
horizontais, cuja forma é a de um prisma reto trapezoidal, con-
A caixa de madeira tem a forma de um paralelepípedo reto- forme mostrado na figura.
retângulo cujas dimensões externas, em centímetro, estão in-
dicadas na figura. Sabe-se também que a espessura da ma-
deira, em todas as suas faces, é de 0,5 cm.
Qual é o volume de madeira utilizado, em centímetro cúbico, na
construção de uma caixa de madeira como a descrita para em-
balar os chocolates?
a] 654
b] 666
c] 673
d] 681
Considere um silo de 2 m de altura, 6 m de largura de topo e 20
e] 693
m de comprimento. Para cada metro de altura do silo, a largura
do topo tem 0,5 m a mais do que a largura do fundo. Após a
2- Uma rede hoteleira dispõe de cabanas simples na ilha de
silagem, 1 tonelada de forragem ocupa 2 m3 desse tipo de silo.
Gotland, na Suécia, conforme Figura 1. A estrutura de susten- EMBRAPA. Gado de corte. Disponível em: www.cnpgc.embrapa.br.
tação de cada uma dessas cabanas está representada na Fi- Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).
gura 2. A ideia é permitir ao hóspede uma estada livre de tec-
nologia, mas conectada com a natureza. Após a silagem, a quantidade máxima de forragem que cabe
no silo, em toneladas, é
a] 110.
b] 125.
c] 130.
d] 220.
e] 260.

4- Corta-se um cubo ABCDEFGH por um plano ortogonal às


faces ABCD e EFGH que contém os pontos médios I e J das
arestas CD e BC e elimina-se, em seguida, o prisma IJCLKG,
obtendo-se o prisma ABJIDEFKLH.

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5- Eclusa é um canal que, construído em águas de um rio com


grande desnível, possibilita a navegabilidade, subida ou des-
cida de embarcações. No esquema abaixo, está representada
a descida de uma embarcação, pela eclusa do porto Primavera,
do nível mais alto do rio Paraná até o nível da jusante.

A planificação da superfície do prisma resultante ABJIDEFKLH


corresponde à figura

a]

A câmara dessa eclusa tem comprimento aproximado de 200


m e largura igual a 17 m. A vazão aproximada da água durante
o esvaziamento da câmara é de 4.200 m3 por minuto. Assim,
para descer do nível mais alto até o nível da jusante, uma em-
b] barcação leva cerca de
a] 2 minutos.
b] 5 minutos.
c] 11 minutos.
d] 16 minutos.
e] 21 minutos.

6- A cerâmica possui a propriedade da contração, que con-


siste na evaporação da água existente em um conjunto ou
bloco cerâmico submetido a uma determinada temperatura ele-
c] vada: em seu lugar aparecendo “espaços vazios” que tendem
a se aproximar. No lugar antes ocupado pela água vão ficando
lacunas e, consequentemente, o conjunto tende a retrair-se.
Considere que no processo de cozimento a cerâmica de argila
sofra uma contração, em dimensões lineares, de 20%.
Disponível em: www.arq.ufsc.br. Acesso em: 30 mar. 2012 (adaptado).

Levando em consideração o processo de cozimento e a contra-


ção sofrida, o volume V de uma travessa de argila, de forma
d]
cúbica de aresta a, diminui para um valor que é
a] 20% menor que V, uma vez que o volume do cubo é direta-
mente proporcional ao comprimento de seu lado.
b] 36% menor que V, porque a área da base diminui de a2
para ((1 − 0,2)a)2.
c] 48,8% menor que V, porque o volume diminui de a3 para
(0,8a)3.
d] 51,2% menor que V, porque cada lado diminui para 80% do
comprimento original.
e] e] 60% menor que V, porque cada lado diminui 20%.

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7- Alguns objetos, durante a sua fabricação, necessitam pas- compartimentos são interligados, conforme a figura. Assim
sar por um processo de resfriamento. Para que isso ocorra, caso haja rompimento no casco do reservatório, apenas uma
uma fábrica utiliza um tanque de resfriamento, como mostrado parte de sua carga vazará.
na figura.

O que aconteceria com o nível da água se colocássemos no


tanque um objeto cujo volume fosse de 2 400 cm3?
Suponha que ocorra um desastre quando o petroleiro se en-
a] O nível subiria 0,2 cm, fazendo a água ficar com 20,2 cm de
contra com sua carga máxima: ele sofre um acidente que oca-
altura.
siona um furo no fundo do compartimento C.
b] O nível subiria 1 cm, fazendo a água ficar com 21 cm de
Para fins de cálculo, considere desprezíveis as espessuras das
altura.
placas divisórias espessuras das placas divisórias.
c] O nível subiria 2 cm, fazendo a água ficar com 22 cm de
Após o fim do vazamento, o volume do petróleo derramado terá
altura.
sido de
d] O nível subiria 8 cm, fazendo a água transbordar.
a] 1,4 x 103 m3
e] O nível subiria 20 cm, fazendo a água transbordar.
b] 1,8 x 103 m3
c] 2,0 x 10³ m3
8- Conforme regulamento da Agência Nacional de Aviação Ci-
d] 3,2 x 103 m3
vil (Anac), o passageiro que embarcar em voo doméstico po-
e] 6,0 x 103 m3
derá transportar bagagem de mão, contudo a soma das dimen-
sões da bagagem (altura + comprimento + largura) não pode
10- Um porta-lápis de madeira foi construído no formato cú-
ser superior a 115 cm.
bico, seguindo o modelo ilustrado a seguir. O cubo de dentro é
A figura mostra a planificação de uma caixa que tem a forma
vazio. A aresta do cubo maior mede 12 cm e a do cubo menor,
de um paralelepípedo retângulo.
que é interno, mede 8 cm.

O volume de madeira utilizado na confecção desse objeto foi


O maior valor possível para x, em centímetros, para que a caixa de
permaneça dentro dos padrões permitidos pela Anacé a] 12 cm3.
a] 25. b] 64 cm3.
b] 33. c] 96 cm3.
c] 42. d] 1 216 cm3.
d] 45. e] 1 728 cm3.
e] 49.
GABARITO
9- Um petroleiro possui reservatório em formato de um para- 1. C 2. E 3. A 4. E 5. D
lelepípedo retangular com as dimensões dadas por 60 m x 10 6. C 7. C 8. E 9. D 10. D
m de base e 10 m de altura. Com o objetivo de minimizar o
impacto ambiental de um eventual vazamento, esse reservató-
rio é subdividido em três compartimentos, A, B e C, de mesmo
volume, por duas placas de aço retangulares com dimensões
de 7 m de altura e 10 m de base, de modo que os

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MATEMÁTICA • Carlos André

EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS SOBRE PIRÂMIDES

1- João propôs um desafio a Bruno, seu colega de classe: ele


iria descrever um deslocamento pela pirâmide a seguir e Bruno
deveria desenhar a projeção desse deslocamento no plano da
base da pirâmide.

O valor mais aproximado para a altura da pirâmide de Quéops,


em metro, é
a] 97,0.
b] 136,8.
c] 173,7.
d] 189,3.
e] 240,0.

3- Devido aos fortes ventos, uma empresa exploradora de pe-


tróleo resolveu reforçar a segurança de suas plataformas maríti-
mas, colocando cabos de aço para melhor afixar a torre central.
O deslocamento descrito por João foi: mova-se pela pirâmide, Considere que os cabos ficarão perfeitamente esticados e terão
sempre em linha reta, do ponto A ao ponto E, a seguir do ponto uma extremidade no ponto médio das arestas laterais da torre
E ao ponto M, e depois de M a C. central (pirâmide quadrangular regular) e a outra no vértice da
O desenho que Bruno deve fazer é base da plataforma (que é um quadrado de lados paralelos aos
a] d] lados da base da torre central e centro coincidente com o centro
da base da pirâmide), como sugere a ilustração.

b] e]

c]

Se a altura e a aresta da base da torre central medem, respec-


tivamente, 24 m e m e o lado da base da plataforma
2- A figura mostra a pirâmide de Queops, também conhecida
como a Grande Pirâmide. Esse e o monumento mais pesado mede m, então a medida, em metros, de cada cabo
que já foi construído pelo homem da Antiguidade. Possui apro- será igual a
ximadamente 2,3 milhões de blocos de rocha, cada um pe- a]
sando em média 2,5 toneladas. Considere que a pirâmide de
Queops seja regular, sua base seja um quadrado com lados
b]
medindo 214 m, as faces laterais sejam triângulos isósceles
congruentes e suas arestas laterais meçam 204 m. c]
c]
e]

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MATEMÁTICA • Carlos André

4- Uma fábrica produz velas de parafina em forma de pirâmide A e o outro o ponto B. Esses planos dividem cada aresta lateral
quadrangular regular com 19 cm de altura e 6 cm de aresta da em três partes iguais.
base. Essas velas são formadas por 4 blocos de mesma altura Considere as seguintes medidas da pirâmide:
— 3 troncos de pirâmide de bases paralelas e 1 pirâmide na • altura = 9 cm;
parte superior —, espaçados de 1 cm entre eles, sendo que a • aresta da base = 6 cm;
base superior de cada bloco é igual à base inferior do bloco • volume total = 108 cm3.
sobreposto, com uma haste de ferro passando pelo centro de
cada bloco, unindo-os, conforme a figura

O volume da região compreendida entre os planos paralelos,


em cm3 , é:
Se o dono da fábrica resolver diversificar o modelo, retirando a a] 26 d] 30
pirâmide da parte superior, que tem 1,5 cm de aresta na base, b] 24 e] 40
mas mantendo o mesmo molde, quanto ele passará a gastar c] 28
com parafina para fabricar uma vela?
a] 156 cm³. d] 216 cm³. 7- Certa empresa pretende vender amêndoas torradas em
b] 189 cm³. e] 540 cm³. embalagens de papel com formato de pirâmides. O setor de
c] 192 cm³. marketing da empresa sugeriu três características para a em-
balagem: a base da pirâmide deve ser um quadrado, a altura
5- Um artesão construiu peças de artesanato interceptando deve ter o dobro do comprimento do lado do quadrado da base
uma pirâmide de base quadrada com um plano. Após fazer um e o volume da embalagem deve ser de 144 cm3 para caber a
estudo das diferentes peças que poderia obter, ele concluiu que quantidade ideal de amêndoas. Desprezando a espessura do
uma delas poderia ter uma das faces pentagonal. papel, o comprimento do lado do quadrado da base da pirâmide
Qual dos argumentos a seguir justifica a conclusão do artesão? que atende a especificação do marketing é
a] Uma pirâmide de base quadrada tem 4 arestas laterais e a a] 12 cm d] 6 cm
interseção de um plano com a pirâmide intercepta suas b] 8 cm e] 10 cm
arestas laterais. Assim, esses pontos formam um polígono c] 9 cm
de 4 lados.
b] Uma pirâmide de base quadrada tem 4 faces triangulares e, 8- Um artista plástico deseja construir uma obra chamada“A
quando um plano intercepta essa pirâmide, divide cada face pirâmide da desigualdade da riqueza no Brasil”. Ele fará uma
em um triângulo e um trapézio. Logo, um dos polígonos tem réplica do gráfico apresentado, mantendo todas as suas pro-
4 lados. porções.
c] Uma pirâmide de base quadrada tem 5 faces e a interseção
de uma face com um plano é um segmento de reta. Assim, Distribuição da riqueza entre os 10% mais ricos e os 90%
se o plano interceptar todas as faces, o polígono obtido mais pobres - Brasil
nessa interseção tem 5 lados.
d] O número de lados de qualquer polígono obtido como inter-
seção de uma pirâmide com um plano é igual ao número de
faces da pirâmide. Como a pirâmide tem 5 faces, o polígono
tem 5 lados.
e] O número de lados de qualquer polígono obtido intercep-
tando-se uma pirâmide por um plano é igual ao número de
arestas laterais da pirâmide. Como a pirâmide tem 4 arestas
laterais, o polígono tem 4 lados.

6- Observe na imagem uma pirâmide de base quadrada, sec-


cionada por dois planos paralelos à base, um contendo o ponto

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MATEMÁTICA • Carlos André

Nesse gráfico, considere que a altura da pirâmide referente à


riqueza dos 10% mais ricos seja 90% da altura da pirâmide total
de distribuição de riqueza e que essas pirâmides sejam seme-
lhantes entre si.
Para construir a obra, ele utilizará quatro triângulos isósceles
congruentes entre si e um quadrado, todos feitos de metal, dei-
xando o interior da pirâmide vazio. A pirâmide terá 4 metros de
altura, e a base quadrada ter 6 metros de lado.
No gráfico, o percentual que o volume da pirâmide referente
aos 10% mais ricos representa do volume total é, aproximada-
mente, igual a
a] 58%
b] 62% Se os sólidos possuírem o mesmo volume, a aresta da base da
c] 73% pirâmide, em centímetros, será igual a
d] 87%
e] 90% a]
9- A figura ao lado apresenta um molde para construção de
uma pirâmide hexagonal regular. Para montar essa pirâmide,
basta recortar o molde seguindo as linhas contínuas, dobrar b]
corretamente nas linhas tracejadas e montar a pirâmide usando
as abas trapezoidais para fixar sua estrutura com um pouco de c]
cola. Sabendo que cada um dos triângulos tracejados nesse
molde é isósceles, com lados medindo 5 cm e 13 cm, qual das d]
alternativas abaixo mais se aproxima do volume dessa pirâ-
mide?

e]

GABARITO
1. C 2. B 3. D 4. B 5. C
6. D 7. D 8. C 9. A 10. D

a] 260 cm3 .
b] 276 cm3 .
c] 281 cm3 .
d] 390 cm3 .
e] 780 cm3 .

10- A figura indica um prisma reto triangular e uma pirâmide re-


gular de base quadrada. A altura desses sólidos, em relação ao
plano em que ambos estão apoiados, é igual a 4 cm, como in-
dicam as figuras.

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BIOLOGIA
Velozo

ambientais, seria maior. Outro detalhe era que os traços das


GENÉTICA 1: características fossem bem definidos, evitando erros de inter-
LEIS DE MENDEL E POLIALELIA pretação.
Mendel, então, concentrou-se no estudo de sete ca-
racterísticas bem definidas, que eram: cor da semente, forma
da semente, cor da casca da semente, forma da vagem, cor da
HISTÓRICO vagem madura, disposição das flores no caule e altura da
planta.
O termo genética surgiu com o biologista inglês Wil- Além disso, a escolha da ervilha como instrumento de
liam Bateson para definir o estudo dos fenômenos relacionados estudo levou em conta algumas características, tais como: fa-
à hereditariedade. cilidade de cultivo, variedades facilmente identificáveis, ciclo de
A hipótese mais antiga é a de Hipócrates, que dizia vida curto, permitindo obter várias gerações em pouco tempo,
que cada tecido liberava uma partícula que daria origem a um e alto índice de fertilidade nos cruzamentos.
novo tecido. O grande sucesso de Mendel deve-se ao fato de ele
Uma outra hipótese era a progênese ou da pré-forma- ter considerado apenas uma característica por vez, quando fa-
ção, na qual admitia-se que no interior dos gametas existia um zia os estudos, ou seja, se ele observava a cor da semente, ele
pequeno ser, o homúnculo, que iria após a fecundação originar desconsiderava a altura, o aspecto etc.
um novo ser humano. Mendel inicialmente tinha que ter certeza de que as
No fim do século XIX, surgia a lei da herança ances- plantas eram puras. Por isso, durante um longo período, pro-
tral, que afirmava que as características eram transmitidas atra- moveu a autofecundação das plantas.
vés do sangue. A ervilha é uma leguminosa hermafrodita, ou seja, a
Mas, a partir de 1865, o monge austríaco Gregor Men- flor possui órgãos masculinos (androceu) e femininos (gine-
del determinou a base da transmissão das características he- ceu), que ficam encerrados em uma espécie de receptáculo fe-
reditárias. Porém, somente no início do século XX é que os chado. A autofecundação é automática.
pensamentos mendelianos foram efetivamente aceitos como a Para fecundar uma planta com a outra, Mendel cor-
base da genética. tava as anteras (órgãos masculinos formadores de pólen) antes
Hoje sabemos que a transmissão ocorre através dos que elas amadurecessem. Com isso, ele evitava a autofecun-
genes que são frações dos DNAs. dação, colhendo pólen de outra planta e polinizando a planta
de que tinha cortado o órgão masculino. Esse processo é de-
nominado de fecundação cruzada.
Capítulo 1
Durante várias florações, Mendel promoveu a autofe-
A DETERMINAÇÃO DA 1.ª LEI DE MENDEL cundação produzindo sempre plantas iguais. Os descendentes
que se apresentassem de forma diferente, eram descartados.
Mendel escolheu 34 variedades de ervilhas, Pisum sa- Assim, Mendel obteve gerações que ele denominou de puras,
tivum. batizando-as de geração parental (abreviadamente de geração
A finalidade da seleção era escolher espécies que não P), quando escolhidas para certo cruzamento.
sofressem alterações de uma geração para outra, pois, assim,
a garantia de que as características fossem genéticas, e não

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BIOLOGIA • Velozo

Depois, Mendel começou a cruzar plantas da geração Assim, Mendel concluiu que o fator que determinava
P, obtendo na descendência, denominada de primeira geração a característica de um dos pais (verde) ficava encoberto na ge-
híbrida (modernamente: geração F1 ) plantas que apresenta- ração F1 e reaparecia na geração F2.
vam a característica igual a um dos indivíduos da geração P. O fator que desaparecia na geração F1 foi denominado
Para melhor observarmos esse primeiro passo, vamos escolher de recessivo e o fator que se manifestava de dominante.
uma das caracteres da ervilha, como Mendel fez e exemplificá- Mendel observou também que em F2 as proporções
lo. de aparecimento do fator dominante em relação do fator reces-
sivo era de 3 : 1. Como essa proporção se manteve nas sete
1. Experiência de Mendel características estudadas, Mendel concluiu que deveria existir
uma lei invariável responsável pela herança hereditária.
Característica escolhida: cor da semente. Para explicar o desaparecimento do fator recessivo
Variação da cor: amarela ou verde. em F1 e o seu reaparecimento em F2, bem como a proporção 3
Formação da geração P : 1, Mendel elaborou as seguintes premissas:
a) Cada característica é determinada por fatores hereditários
presentes aos pares em cada um dos indivíduos. Um dos
fatores é herdado da mãe e o outro do pai. Indivíduos pu-
ros possuem pares iguais, enquanto indivíduos híbridos
possuem pares diferentes.

b) Os fatores de cada par se segregam (separam) no mo-


mento da formação dos gametas. Se o indivíduo é puro, to-
dos os gametas terão fatores iguais. Se o indivíduo é hí-
brido, produz dois tipos de gametas, na mesma proporção.

Se nós observarmos as premissas propostas por Men-


Após ter certeza que os descendentes eram puros, come- del, vamos notar que o aspecto essencial é a separação dos
çou a cruzá-los: fatores hereditários na formação dos gametas. Esse princípio
foi denominado de Lei da Pureza dos Gametas ou Primeira
Lei de Mendel, que diz:
“Os fatores que condicionam uma característica
segregam-se na formação dos gametas; estes, portanto
são puros com relação a cada fator”.
Devido aos avanços da biologia molecular e citológica,
a segregação foi devidamente explicada e alguns termos utili-
Mendel observou que todos os cruzamentos entre ervilhas zados por Mendel foram modificados.
puras amarelas com ervilhas puras verdes, sempre origina- O que Mendel chamou de fatores da hereditariedade,
vam ervilhas amarelas. A cor verde desaparecia na geração nós denominamos de genes.
F1.
Sabemos também que a segregação é possível de-
A partir daí Mendel começou a fecundar F1, originando F2
vido ao fato de que os genes responsáveis por uma caracterís-
(segunda geração híbrida). tica encontram-se aos pares nos cromossomos homólogos em
Observe:
posição alélica, ou seja, os genes são considerados como ale-
los (ocupam o mesmo loco no par de cromossomos homólo-
gos).
Quando os “fatores” são iguais, os indivíduos são ho-
mozigotos. Quando diferentes, heterozigotos.
Convencionalmente, utilizamos letras como represen-
tação dos genes. Quando um gene é considerado dominante,
A característica que desaparecia na geração F1 reaparecia utilizaremos a letra maiúscula. Quando ele for recessivo, a
em F2. letra deverá ser minúscula.
Assim, vamos exemplificar a experiência de Mendel.

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BIOLOGIA • Velozo

Formação da geração P Um exemplo muito comum entre nós é o bronzea-


mento da pele pelo Sol.
Nem sempre é possível determinar pelo fenótipo com
precisão o genótipo, principalmente para sabermos se um indi-
víduo é homozigoto ou heterozigoto.
Para determinarmos isso, devemos promover o cruza-
mento do indivíduo com o genótipo desconhecido com um indi-
víduo de fenótipo recessivo, pois esse é necessariamente ho-
mozigoto.
Formação da Geração F1 Se os descendentes apresentarem indivíduos com fe-
nótipos dominantes e recessivos, o indivíduo teste será com
certeza heterozigoto. Caso só apresente descendentes com fe-
nótipos dominante ou recessivo, o indivíduo teste será, quase
com certeza, homozigoto.
Esse procedimento é denominado de cruzamento
teste. Quando cruzamos um indivíduo da geração F2, possui-
dor de genótipo dominante duvidoso, com um ascendente de
Demonstração da Geração P, F1 e F2 fenótipo recessivo, denominamos de retrocruzamento.

2. A determinação da 2.ª Lei de Mendel

Após os estudos desenvolvidos por Mendel com as


características de modo isolado, ele passou a observar o que
acontecia quando se estudava duas ou mais características ao
mesmo tempo.
Mendel considerou a cor da semente (amarelo e
verde) e a textura da casca da semente (lisa e rugosa).
Uma técnica simples de combinação de gametas é for- Ao cruzar plantas de sementes amarelas e lisas com
mar o quadrado de Punnet, que consiste em um quadrado sementes verdes e rugosas, Mendel obteve em F1 plantas com
onde o n.º de fileiras e de colunas correspondem ao n.º de ga- sementes amarelas e lisas.
metas masculinos e femininos. Ao cruzar os indivíduos de F1, obteve descendentes
Assim, o exemplo anterior ficaria demonstrado dessa (F2) nas seguintes proporções: 9/16 de plantas amarelas – li-
maneira: sas; 3/16 plantas amarelas – rugosas; 3/16 plantas verdes –
lisas e 1/16 verdes – rugosas.
Em proporções, essas frações representam 9 : 3 : 3 :
1 de ocorrência dos fenótipos dentro das possíveis combina-
ções.
Com base nesse e em outros experimentos, Mendel
considerou que na formação dos gametas, os alelos para a cor
da semente segregam-se independentemente dos alelos que
1.1. Alguns conceitos importantes condicionam a forma da semente.
• Genótipo – é o termo utilizado para designar a constituição Baseado nisso, Mendel propôs uma segunda lei da
genética dos indivíduos, ou seja, os genes que possuem. herança, a chamada Lei da Segregação Independente, con-
• Fenótipo – são as características apresentadas pelo indiví- siderada como a Segunda Lei de Mendel.
duo, sejam elas quais forem: morfológicas, fisiológicas ou
comportamentais. 2.1. Demonstração do experimento
• Monoibridismo – refere-se à herança de um caracter con-
dicionado por um único gene com dois ou mais alelos. Planta: Amarela – Lisa  VVRR
Devemos ter em mente que o fenótipo é a interação Planta: Verde – Rugosa  vvrr
do genótipo com o meio ambiente.

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BIOLOGIA • Velozo

Fazendo fecundação cruzada em F1: amarelo


(Vv) X amarelo (Vv), se obtém em F2

Fecundação Cruzada de F1

VvRr X VvRr

Cada indivíduo gera quatro tipos de gametas: Aspecto: liso (RR) X rugoso (rr) liso(Rr) em F1
Fazendo fecundação cruzada em F1: liso(Rr) x  liso(Rr), se
VR – Vr – vR – vr obtém em F2

Se utilizarmos o quadrado de Punnet, obteremos:

Como nós queremos que as características ocorram


ao mesmo tempo, podemos aplicar uma lei matemática que diz
Agora, vamos rever os genótipos de acordo com o fenótipo de- que a probabilidade de dois ou mais eventos independen-
sejado: tes ocorrerem conjuntamente é igual ao produto das pro-
• Para que a planta tenha fenótipo amarelo – liso, basta que babilidades de ocorrerem separadamente. Essa é conhe-
ela possua no seu genótipo um gene dominante para ama- cida como a regra do “e”.
relo e um gene dominante para o liso.
Assim, vamos aplicá-la:
• Isso ocorre em nove situações dentre as 16 possíveis;
Planta Amarela – Lisa
logo, a proporção será 9/16.
Probabilidade de ser amarela = 3/4
• Para a planta com fenótipo amarelo – rugoso, basta que
Probabilidade de ser lisa = 3/4
ela possua no seu genótipo um gene dominante para o
Probabilidade total = 3/4 X 3/4 = 9/16
amarelo e os dois recessivos para o aspecto rugoso.
Planta Amarela – Rugosa
Isso acontece em três situações dentre as 16 possíveis.
Probabilidade de ser amarela = 3/4
• Para a planta com fenótipo verde – liso, basta que ela pos-
Probabilidade de ser rugosa = 1/4
sua no seu genótipo um gene dominante para o aspecto liso
Probabilidade total = 3/4 x 1/4 = 3/16
e dois recessivos para o aspecto verde. Isso ocorre em três
Planta Verde – Lisa
situações dentre as 16 possíveis.
Probabilidade de ser verde = 1/4
• E finalmente as duas situações recessivas, verde – ru-
Probabilidade de ser lisa = 3/4
goso, em que deveremos ter dois genes recessivos para o
Probabilidade total = 1/4 x 3/4 = 3/16
verde dois genes recessivos para o rugoso. Isso ocorre em Planta Verde – Rugosa
apenas uma situação dentre as 16 possíveis. Probabilidade de ser verde = 1/4
Probabilidade de ser rugosa = 1/4
Importante! Probabilidade total = 1/16

Dizemos que basta a existência de um gene dominante, Se você observou, os resultados são idênticos aos encon-
devido ao fato da característica dominante se manifestar em trados nos cálculos das ocorrências juntas.
homo ou heterozigose. Ou seja, na realidade basta a presença Isso demonstra que as características são independentes,
de um gene dominante para que a característica se manifeste. caso contrário, esse cálculo deveria ser diferente do anterior.
A segregação independente de duas características é de- Mas por que a lei da segregação independente é verda-
monstrada se pensarmos nelas em separado. deira? Por que um indivíduo di-híbrido (heterozigoto para duas
Observe: características) produz quatro gametas distintos?
Cor: amarelo (VV) X verde (vv)  amarelo (Vv) em F1

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Isso ocorre porque os genes estão localizados em cromos- Quando os eventos têm a mesma chance de ocorrência, dize-
somos não-homólogos. mos que eles são aleatórios, como por exemplo:
Durante o processo de meiose, para a formação dos ga- • A probabilidade de sortear uma carta de espadas em um
metas, a migração das cromátides pode ocorrer de formas di- baralho de 52 cartas é de 1/4, pois em um baralho existem
ferentes. Assim, existe a possibilidade de originar quatro game- 4 naipes.
tas distintos. Vamos observar o processo: • A probabilidade de sortear um rei qualquer em um baralho
de 52 cartas é de 4/52, pois existem 4 reis em um baralho
Célula somática de 52 cartas.

Quando a ocorrência de um evento não afeta a probabili-


dade de ocorrência de um outro, diz-se que os eventos são in-
dependentes.

Exemplo: Ao se lançar várias moedas ao mesmo tempo,


ou uma moeda várias vezes consecutivas, um resultado não
interfere no outro.
Além do princípio da regra do “e”, um outro princípio tam-
bém é utilizado. É a regra do “ou” que diz que a ocorrência
de dois eventos que se excluem mutuamente é igual à
soma das probabilidades com que cada evento ocorra.

Exemplo: Qual a probabilidade de ao lançarmos um dado


obtermos a face 1 ou a face 6?
A probabilidade de se obter qualquer face é de 1/6.
Para calcular a probabilidade perguntada, basta somar as
Dessa maneira, existem quatro possibilidades de formação
probabilidades dos eventos: 1/6 + 1/6 = 2/6 ; então a probabili-
de gametas; e é justamente devido a esse fato que a 2.ª Lei de
dade será de 2/6.
Mendel torna-se verdadeira.
A experiência de Mendel foi demonstrada sobre duas ca-
racterísitcas simultâneas, ou seja, o di-hibridismo. 2.2. Heredograma
Porém, podemos estudar três, quatro ou n características
simultaneamente. São os casos de trihibridismo ou simples- Também denominado de árvore genealógica ou genealogia.
mente de poli-hibridismo. Consiste em utilizar símbolos para representar os mem-
Se os genes estiverem em pares de cromossomos diferen- bros de uma família. Os símbolos mais utilizados são:
tes, o raciocínio será sempre igual.
Nos casos de poli-hibridismo de qualquer quantidade,
quando existe dominância completa, podemos avaliar determi-
nados resultados aplicando os seguintes cálculos:
1) Para calcular o número de gametas diferentes de um indi-
víduo = 2n
2) Para calcular o número de fenótipos diferentes nos des-
cendentes de heterozigotos completos = 2n – 1
3) Para calcular o número de genótipos diversos nos descen-
dentes de heterozigotos completos = 3n
4) Para calcular o número de casas do genograma nos des-
cendentes de heterozigotos completos = 4n
n = número de caracteres em heterozigose.

Vamos aproveitar o momento para observarmos algumas


considerações matemáticas muito utilizadas em genética.
Probabilidade é a chance que um evento tem de ocorrer
entre dois ou mais eventos possíveis.

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Quando falamos em genes dominantes e recessivos, Esses alelos possuem graus diferentes de dominância
ou que um domina o outro, podemos pensar que um gene inibe entre si. O alelo C é dominante sobre todos os outros. Já o cch,
a ação do outro. Porém, não é isso que ocorre. O gene consi- mesmo sendo recessivo para o C, é dominante para o ch e c.
derado recessivo é aquele que possui algum defeito e por isso O ch é dominante sobre c, mesmo sendo recessivo para o C e
não é capaz de transcrever o RNAm ou não traduz uma prote- o cch. Assim, temos:
ína funcional. Por isso, ele se torna inativo, prevalecendo o que
nós denominamos de dominante. Porém, devemos ter em C > cch > ch > c
mente que o fato de um gene ser recessivo não significa ne-
cessariamente que isso seja um problema. Porém, devemos lembrar que esses genes atuam
apenas em um par. Com isso, podemos ter vários tipos de ge-
2.3. Polialelia ou alelos múltiplos nótipos e apenas quatro fenótipos.

Esse tipo de herança é caracterizada pela existência Observe:


de uma série de alelos de mesmo padrão genético ocupando o
mesmo locus.
Para entender esse fenômeno, estudaremos dois
exemplos. Uma é a polialelia em coelhos e, a outra, no sistema
sanguíneo ABO.

2.3.1. Polialelia em coelhos 2.3.2. Grupamentos sanguíneos


No início do século XX, um grupo de pesquisadores,
A cor do pelo de coelhos é condicionada por quatro chefiados por Karl Landsteiner, constatou que existiam entre
alelos que variam no mesmo par. Esses alelos são classifica- algumas pessoas uma compatibilidade sanguínea e entre ou-
dos como: tras o sangue, quando misturado, provocava a aglutinação
C – gene selvagem ou aguti: determina a ocorrência das hemácias, obstruindo os vasos sanguíneos.
de pelagem castanho-acinzentada.
cch – chinchila: determina a ocorrência de pelagem Foram identificados quatro tipos de substâncias res-
cinzento-prateada. ponsáveis por esse fenômeno, duas na membrana das hemá-
ch – himalaia: determina pelagem branca com extre- cias e duas no plasma sanguíneo.
midades pretas.
c – albina: determina pelagem branca. As substâncias encontradas nas hemácias foram de-
nominadas de aglutinogênios ou antígenos e classificadas
como A e B. As substâncias plasmáticas foram classificadas de
aglutininas ou anticorpos anti-a e anti-b.

A presença dessas substâncias no sangue, que na re-


alidade são oligossacarídeos e proteínas, respectivamente, é
determinada pela existência de três alelos: IA, IB e i, que se
manifestam como alelos múltiplos, sendo que entre os alelos IA
e IB existe codominância (ambos se manifestam) e entre eles
e o i existe dominância completa:
IA = IB > i
Observe a relação entre os alelos e a produção de antígenos e
anticorpos:

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As transfusões só são compatíveis quando não mesma maneira que qualquer sangue transfusionado para o
existe a formação do complexo antígeno-anticorpo. receptor “AB” poderia provocar problemas.

Dessa maneira, é importante que se observe o antí- Observação! O exame de paternidade feito por meio do
geno do doador e o anticorpo do receptor. Observe: grupamento sanguíneo foi utilizado durante muito tempo como
análise de exclusão de paternidade, pois não determinava
quem poderia ser o verdadeiro pai, mas podia-se excluir os que
não eram.
Hoje esse método é complementado pela análise do DNA.

2.3.3. Efeito Bombaim


Essa preocupação com antígeno e anticorpo deve-se Na década de 1980 descobriu-se que, por meio da ação
ao fato de que o sangue do doador é que está invadindo o or- dos genes IA e IB, a produção dos antígenos A e B dependiam
ganismo do receptor (volume plasmático da doação é sem- da ação de enzimas que atuavam sobre uma glicoproteína de-
pre menor do que o do receptor). nominada de H, o que permitia a formação dos antígenos A e
B dependendo do açúcar adicionado.
Exemplo: No indivíduo tipo B, por exemplo, o alelo IB produzia uma
enzima denominada de glicosil-transferase B, que adicionava o
1.º ) Doador: sangue tipo O. polissacarídeo D-galactose ao antígeno H, transformando-o em
Receptor: sangue tipo AB. antígeno B. O indivíduo tipo A tinha a ação da glicosil-transferase
Verificando o antígeno do doador = O  não existe. A, que ligava o açúcar N-acetil-galactosamina ao antígeno H.
Verificando o anticorpo do receptor = AB  não existe. O indivíduo ii produzia uma enzima defeituosa que impedia
Logo, essa transfusão é compatível, pois não existe a possibi- a alteração do antígeno H.
lidade de formação do complexo antígeno– anticorpo. Portanto, para que o tipo sanguíneo se manifeste, a pes-
soa deve ser HH ou Hh para induzir a produção do antígeno H
2.º ) Doador: sangue tipo AB. e gerar os antígenos A ou B.
Receptor: sangue tipo O. Porém, se o indivíduo for hh não produzirá o antígeno H,
Verificando o antígeno do doador = AB  A e B. logo, independente do genótipo para o grupamento ABO ele
Verificando o anticorpo do receptor = O  anti-a e anti- não terá a formação dos antígenos A ou B, comportando-se
b. como um falso O. Esse indivíduo é denominado de portador
Essa transfusão é incompatível. de sangue Bombaim.

Como podemos observar, os tipos sanguíneos do exemplo 3. Fator Rh


se tornaram incompatíveis, pois bastou que trocássemos a con-
dição de cada um para que a transfusão deixasse de ser com-
Um outro elemento importante, também descoberto por
patível.
Landsteiner, permitiu que as transfusões de sangue se tornas-
Se você observou bem, quem possui sangue tipo “O” não
sem mais seguras.
possui antígeno, logo, é incapaz de gerar algum tipo de agluti-
Ao injetar hemácias de um macaco da espécie rhesus em
nação. Por isso esse tipo sanguíneo é denominado de doador
coelhos, verificou-se que o coelho produzia anticorpos específi-
universal. Já o sangue tipo AB não possui anticorpos, sendo
cos. Isso levou o cientista a concluir que as hemácias possuíam
considerado receptor universal, pois não apresenta capaci-
alguma substância que estimulava a produção de anticorpos.
dade de defesa contra qualquer tipo de aglutinogênio.
A essa substância denominou-se de fator Rh e, os anticor-
Porém, não devemos esquecer que, dependendo do volume
pos, de anti-Rh.
transfusionado, essa característica de doador universal ou re-
Ao testar o sangue de um grande número de pessoas,
ceptor universal pode tornarse perigosa, pois o volume de anti-
ele verificou que, aproximadamente, 85% dessas pessoas pos-
corpos do doador seria muito alto, o que ocasionaria uma agluti-
suíam o fator Rh no sangue. A essas pessoas ele denominou
nação entre o anticorpo do doador e o antígeno do receptor.
de Rh positivas (Rh+). As que não possuíam (+ 15%) de Rh
O tipo “O” possui os dois tipos de anticorpos que, depen-
negativas (Rh–).
dendo do volume, se aglutinaria com o antígeno do receptor da

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O sistema Rh é condicionado por três pares de genes


alelos (C,D,E), em que o gene fundamental é o “D”.
De uma maneira simples, consideramos o sistema Rh
como sendo de dominância completa e apenas trabalhamos
com o gene “D”.
Assim, as pessoas que são homozigotas dominantes
ou heterozigotas (DD, Dd) apresentam o fator Rh em suas he-
mácias, enquanto as que são homozigotas recessivas (dd) não
possuem o fator.

Observação! Alguns autores e também em determinados


vestibulares utilizam do genótipo RR, Rr e rr, ao invés de DD,
Dd e dd.
O Fator Rh também é conhecido como Fator D.
Os anticorpos anti-Rh não existem naturalmente no san-
gue. Eles só passam a existir se a pessoa qu não possui o fator Como prevenção, existe um soro com anticorpos anti-
(Rh–) entrar em contato com u sangue que o possua. Rh que são injetados na mulher Rh–, logo após o parto de um
A reação será, então, igual a qualquer antígeno que pene- filho Rh+, destruindo as hemácias fetais antes que o seu sis-
tre em nosso organismo. O sistema imunológico fabricará um tema imunológico possa identificar o fator Rh e produzir anti-
anticorpo específico para ele, ou seja, o anti-Rh. corpos.
A incompatibilidade materno-fetal quanto ao fator Rh pode
gerar um problema denominado de Eritroblastose fetal ou
DHNR (Doença Hemolítica do Recém-Nascido).
Esse problema ocorre se a mãe for Rh–, isto é, não pos-
suir o fator, e gerar um filho com o fator Rh+.
Durante a gravidez, o contato sanguíneo materno-fetal é
muito pequeno, não havendo capacidade de produzir anticor-
pos para desencadear problemas ao feto. Porém, por ocasião
do parto, a placenta se rompe e um volume maior de sangue
fetal entra em contato com o materno, sendo que o sistema
imunológico da mãe irá produzir anticorpos.
Se esta mulher tiver um segundo filho Rh+, esses anticor-
pos passarão para o sangue fetal, destruindo o fator Rh. O fator
Rh encontra-se nas hemácias e a destruição destas provocará 4. Sistema MN
anemia e icterícia, pois o fígado, a partir da hemoglobina libe-
rada pelas hemácias destruídas, produzirá muita bilirrubina, o Landsteiner descobriu, também, um grupo de proteínas
que provoca o amarelamento da pele. nas hemácias que apresentavam relação de codominância,
Em resposta ao quadro anêmico, são lançados na corrente não tendo, porém, interferência quanto à transfusão sanguínea.
sanguínea fetal os eritroblastos que são hemácias imaturas, Os genes que determinavam a presença dessas proteínas
incapazes de transportar oxigênio, o que acaba provocando le- foram batizados de LM e LN, combinando-se da seguinte ma-
sões graves no feto, causando até a morte. neira:
Quando uma mulher fabrica anticorpos anti-Rh por ter en- LMLM  Tipo M
trado em contato com o fator, dizemos que está sensibilizada. LMLN  Tipo MN
LNLN Tipo N

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GENÉTICA 2:
PLEIOTROPIA, HERANÇAS SEXUAIS
E INTERAÇÃO E LIGAÇÃO GÊNICA

1. PLEIOTROPIA

Existem casos em que um par de alelos determina


um ou mais caracteres, mantidas as mesmas condições am-
bientais.
Um dos exemplos que podemos citar são as varia-
ções de cebolas, que podem ser avermelhadas ou brancas. Observe que para que a galinha tenha crista noz, existe a
Observa-se que cebolas avermelhadas são resisten- obrigatoriedade da presença dos dois genes dominantes, seja
tes a um determinado fungo parasita, enquanto que as cebolas em homozigose ou heterozigose.
brancas não resistem a esse fungo. Para a crista ser do tipo ervilha, o gene “E” tem de estar
Descobriu-se então que um determinado gene reces- presente e o outro gene “R” em homozigose recessiva (rr).
sivo, em condição homozigótica, era capaz de determinar a co- Já para a crista rosa, o dominante será o R e o outro gene
loração avermelhada e a produção de uma substância que tor- E em homozigose recessiva.
nava a cebola imune ao ataque do fungo. A crista simples apresenta os dois pares em homozigose
A esse fenômeno denominou-se pleiotropia. recessiva.
Assim, vamos observar o que acontece quando cruzamos
2. INTERAÇÃO DE GENES NÃO-ALELOS (IN- dois indivíduos, um do tipo rosa e outro do tipo ervilha, em ho-
TERAÇÃO GÊNICA) mozigose. Convém lembrar que os pares segregam-se de
maneira independente um do outro.
Existem situações em que dois ou mais genes loca-
lizados em cromossomos, diferentes ou não, interagem
para determinar uma característica.
Essa ação conjunta pode ser classificada como: inte-
ração epistática ou não-epistática.

3. INTERAÇÃO NÃO-EPISTÁTICA

Um fenômeno clássico é a interação gênica que deter-


mina a forma de cristas de galinhas, sendo determinado por
dois pares de genes.
Existem quatro tipos de cristas, classificadas como:
rosa, ervilha, noz e simples.
Esses tipos são determinados por dois pares da se-
guinte maneira:
Crista noz  E_R_
Crista ervilha  E_rr
Crista rosa  eeR_
Crista simples  eerr

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Observe que a proporção 9: 3: 3: 1 manteve-se idên- será mantida. Ocorre apenas que a presença do gene (I) im-
tica àquela determinada pela 2.ª Lei de Mendel, logo, a segre- pede a formação de pigmentos.
gação independente está confirmada.

3.1. Interação epistática

Outro caso de interação de genes não-alelos é a epistasia,


na qual um gene, denominado de epistático, inibe a ação de
outro gene, chamado de hipostático. 3.3. Epistasia recessiva
Existem dois tipos de epistasia: a dominante e a recessiva.
Em camundongos, existem três tipos de pelagem: aguti
3.2. Epistasia dominante (castanho-acinzentada), preta ou albina (branca, devido à au-
sência de pigmentos).
Em galinhas, o gene C determina a coloração da pluma- Quando camundongos pretos são cruzados com certas li-
gem, enquanto o seu alelo c condiciona a plumagem branca. nhagens albinas, ocorre a produção de descendentes aguti.
Quando existe no genótipo o gene I, este provoca a não- Quando cruzamos camundongos aguti da geração F1 (resul-
formação de cor pelo gene C, o que faz com que a plumagem tante do cruzamento dos pretos com albinos), são produzidos
se torne branca, como se a galinha fosse cc. O seu recessivo i 9/16 de aguti, 3/16 de pretos e 4/16 de albinos.
não interfere no genótipo. Assim, galinhas que tenham genótipo O camundongo apresenta dois pares: Aa e Pp.
igual a C_ii serão coloridas, ao passo que ccIi, ccii e C_I_ serão O gene A determina que a pelagem seja aguti, e o alelo a
brancas. pelagem preta. O outro par (Pp) atua conjuntamente, sendo
Observe o cruzamento de um galo colorido (CCii) com um que o P permite a manifestação tanto de A quanto de a, en-
galinha branca (ccII). quanto que o gene p, quando em homozigose (pp) atua como
epistático, determinando a ausência de pigmentos.

Se observarmos a proporção, notaremos que ela será de


13/16 para branco e 3/16 para colorido.
Logo, o cruzamento de aves brancas duplo-heterozigotas
resulta na proporção de 13: 3.
Porém, observe que os genótipos que possuem cc não
apresentariam cor, visto que os recessivos não formam pig-
mentos, independente da presença do gene I.
Se pensarmos na proporção típica do cruzamento de dois
heterozigotos, segundo a Lei de Mendel, notaremos que ela

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Observe que independente do tipo de gene (P ou S), o que


determina a concentração de melanina é a quantidade de ge-
nes dominantes.
Porém, não se deve esquecer que a determinação desse
tipo de genótipo, a partir do fenótipo, torna-se difícil, pois o meio
ambiente interfere na manifestação do pigmento.
Na realidade, existe uma discussão a respeito de quantos
genes realmente estão envolvidos na determinação das cores,
principalmente no que diz respeito à cor do pelo, cabelo e
olhos.
A herança quantitativa numa população forma um padrão
4. HERANÇA QUANTITATIVA de curva em formato de sino que é considerada como uma
curva normal.
Outro fenômeno de interação gênica conhecido é a he- Para que possamos entender melhor essa explicação, ob-
rança quantitativa, onde o efeito cumulativo dos genes é que servaremos o cruzamento de um homem e uma mulher mula-
determina a característica. tos-médios, onde ambos sejam di-híbridos (PpSs).
A herança quantitativa também é denominada de poligê-
nica. P PpSs x PpSs
Muitas características, como altura, cor dos olhos e da
pele, são determinadas por esse tipo de herança. Gametas gerados por ambos  PS, Ps, pS, os
Vamos apresentar como exemplo a situação clássica da Fazendo o cruzamento dos gametas, teremos:
cor da pele, isto é, a quantidade do pigmento melanina na epi-
derme.
A pele humana é normalmente caracterizada em cinco fe-
nótipos distintos: negro, mulato-escuro, mulato-médio, mulato-
claro e branco.
A pigmentação é condicionada por dois pares de alelos
(P/p e S/s) que se segregam independentemente.
Nesse tipo de herança, o que determina a característica
não é o tipo do gene, nem a combinação deles, mas a quanti- Analisando os resultados:
dade de um tipo de gene presente no genótipo. Com 4 genes dominantes teremos: 1 em 16 possíveis.
Com 3 genes dominantes teremos: 4 em 16 possíveis.
Com 2 genes dominantes teremos: 6 em 16 possíveis.
Com 1 gene dominante teremos: 4 em 16 possíveis.
Com 0 genes dominantes teremos: 1 em 16 possíveis.

Com esse resultado, ao montarmos um gráfico que de-


monstre as proporções obtidas, teremos:

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Logo, a fêmea possui dois cromossomos iguais e durante


o processo de meiose para a fabricação de gametas irá originar
dois gametas iguais (X). Por isso, o sexo feminino é denomi-
nado de homogamético.
Já o sexo masculino é considerado heterogamético, pois
origina um gameta X e outro gameta Y. Esse sistema é comum
à maioria dos mamíferos e em muitas espécies de insetos.
Assim, nesse sistema, o macho é que determina o sexo da
prole.

Sistema X0

Algumas espécies não possuem o cromossomo Y. As fê-


Podemos observar que nos extremos teremos uma pe- meas são XX e os machos X0 (xis – zero).
quena ocorrência de indivíduos. O ponto máximo encontra-se Nesse caso, os machos apresentam número ímpar de cro-
no ponto médio. mossomos em suas células, visto que não existe um par se-
Hoje sabemos que as situações que ocorrem no desenvol- xual, pois o zero indica a ausência de um dos cromossomos.
vimento do ser humano, assim como de todos os seres vivos, Assim, como no sistema anterior, o macho é que determina o
dependem de informações contidas nos genes que interagem sexo da prole. Esse sistema existe em algumas espécies de
com o meio. insetos.
Na realidade, quando falamos de meio, estamos nos refe-
rindo de uma forma genérica a toda a situação capaz de inte-
ragir com o genótipo para promover um fenótipo.
Sistema ZW
Assim, durante o desenvolvimento embrionário, o útero
Nesse sistema, quem possui o sexo heterogamético é a
materno interage com os genes do embrião, promovendo o de-
fêmea, pois ela apresenta os cromossomos ZW e o macho, ZZ.
senvolvimento do fenótipo, inclusive para a determinação se-
Ao contrário dos sistemas anteriores, a fêmea é que determina
xual.
o sexo da prole, pois ela é quem possui a diferença cromosso-
Várias alterações ocorrem no embrião e, por meio dessa
mial. Esse sistema está presente em algumas espécies de
interação, há o desenvolvimento sexual.
aves, peixes e insetos como as borboletas e mariposas.
Naturalmente, erros podem ocorrer, não só da má-forma-
ção genética, como de falhas durante essa interação.
Estudaremos as heranças ligadas ao sexo, bem como al- Sistema Z0
gumas alterações provocadas durante a formação embrionária.
Semelhante ao X0, em algumas espécies de aves, como a
5. HERANÇA SEXUAL galinha doméstica, e em répteis, ocorre a ausência do cromos-
somo W. Dessa forma os machos são ZZ e as fêmeas são Z0
(zê – zero). Neste sistema também é a fêmea que faz a deter-
5.1. Determinação sexual minação sexual da prole.

A determinação sexual de machos e fêmeas, na maioria


das espécies, é feita pelos dos cromossomos sexuais ou hete-
6. OS CROMOSSOMOS X E Y
rossomos. Os principais sistemas sexuais são:
Em nossos estudos nos preocuparemos com os cromos-
somos X e Y, pois é o padrão da espécie humana.
Sistema XY Como observamos, o cariótipo humano é formado por 44
pares autossômicos e um par sexual.
Na maioria das espécies, a fêmea possui um par de cro- Observaremos os dois cromossomos sexuais: o X e o Y.
mossomos homólogos sexuais, enquanto os machos possuem Como o cromossomo X é maior do que o Y, durante a for-
um cromossomo igual ao da fêmea. mação do par sexual haverá um problema de pareamento.
O outro cromossomo é exclusivamente do macho. Esse pareamento se tornará parcial, uma vez que há uma
Nesse sistema, a fêmea é XX e o macho XY. área denominada de homóloga e outra de não-homóloga.

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A região não-homóloga é maior do que a homóloga, pro- Mulheres com essa anomalia apresentam baixa estatura, de-
vocando fenômenos genéticos exclusivos. senvolvimento anormal dos órgãos sexuais, principalmente os
Dessa maneira, os genes situados na região não-homó- ovários, o que provoca esterilidade. Essas mulheres não apre-
loga de X produzirão a chamada herança ligada ao sexo. Na sentam cromatina sexual.
região do cromossomo Y os genes produzirão a herança res- A síndrome de Klinefelter é caracterizada pelo cariótipo
trita ao sexo, pois esse tipo de herança só ocorre em homens. 44 A + XXY. Isto significa que o homem possui um cromossomo
X a mais. Esses homens apresentam atrofia testicular, por isso
7. CROMATINA SEXUAL OU CORPÚSCULO são estéreis, musculatura pouco desenvolvida, altura acima da
média e, geralmente, ginecomastia (desenvolvimento anormal
DE BARR
das glândulas mamárias)
Existe, ainda, a chamada superfêmea ou metafêmea, em
As células femininas possuem uma mancha na face in-
que o cariótipo apresenta três cromossomos X. Normalmente,
terna da membrana nuclear quando se coram as células. Essa
essas mulheres não apresentam problemas, porém a ocorrên-
mancha corada é um dos cromossomos X. Durante a interfase,
cia de mais um X pode provocar alterações físicas e mentais.
os cromossomos estão na fase de cromonema, como se fos-
No homem, a existência de mais um cromossomo Y pa-
sem fios longos e finos, exceto em um dos cromossomos X,
rece não provocar alterações, porém existem alguns estudos
que permanece condensado.
que relatam alterações psicológicas (superagressividade).
A geneticista Mary Lyon elaborou a hipótese de que a
maior parte dos genes desse cromossomo não está em ativi-
dade. Essa hipótese foi confirmada por outros cientistas e ex- 9. ALTERAÇÕES EM CROMOSSOMOS NÃO-
plica porque uma mulher homozigota não tem o dobro das SEXUAIS
substâncias produzidas pelo homem.
Existem várias síndromes provocadas pela existência de
8. ALTERAÇÕES NOS CROMOSSOMOS SE- mais um cromossomo autossômico. A síndrome mais conhe-
cida é a síndrome de Down, caracterizada pela entrada de um
XUAIS
cromossomo a mais no 21.º par.
Essa alteração cromossômica também é denominada de
Durante o processo de meiose para formação dos game-
trissomia do 21.
tas, pode ocorrer uma distribuição incorreta de cromossomos,
originando gametas com um número anormal.
Os gametas com condições numéricas incorretas origina-
rão zigotos e indivíduos com cariótipos anormais.
Dois exemplos importantes são as síndromes de Turner
e de Klinefelter.

Os portadores dessa síndrome apresentam alterações


mentais e físicas, tais como olhos oblíquos, mãos curtas, ore-
lhas baixas e alterações da capacidade mental. Essas altera-
ções dependem da interação do cromossomo excedente com
o par homólogo.
A síndrome de Turner caracteriza-se pelo cariótipo 44 A Assim, existem portadores que mesmo sofrendo da sín-
+ X0, ou seja, a mulher apresenta um cromossomo X a menos. drome se comportam quase que normalmente.

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10. HERANÇA LIGADA AO SEXO

São características relacionadas a genes da região não-


homóloga de X.
Várias doenças como o daltonismo, a hemofilia A e a dis-
trofia muscular de Duchenne são provocadas por genes que
existem no cromossomo X.
Como a mulher é duplo X, eles podem aparecer em homo-
zigose ou heterozigose. Porém, no homem, como ele só possui
um cromossomo X dizemos que o gene é hemizigótico.
Síndrome de Down – “Palma simiesca”. Assim, se uma doença for ligada a gene recessivo, como
é o caso do daltonismo e da hemofilia, no homem ela se mani-
Outras duas alterações importantes são a síndrome de festará bastando que um gene esteja presente. Porém, na mu-
Patau e síndrome de Edwards. lher, para que a doença se manifeste, os genes deverão estar
A primeira é uma trissomia do 13, que se caracteriza pela em homozigose recessiva. Devido a esse fato, essas doenças
presença de lábio leporino, microcefalia e má-formação cardí- são encontradas em maior frequência em homens do que em
aca. mulheres.

10.1. Daltonismo

A visão das cores depende de receptores encontrados na


retina, em que se observa a existência de pigmentos responsá-
veis pela percepção do azul, do vermelho e do verde. Para o
azul, o controle é feito por um par autossômico. Para as outras
duas cores, os genes estão ligados ao cromossomo sexual. De-
vido a isso, algumas pessoas apresentam deficiência para o
verde ou para o vermelho, pois não formam a pigmentação ne-
cessária para detectar essas cores.
O caso mais comum de daltonismo é provocado pelo gene
d, o que torna o indivíduo incapaz de distinguir o verde do ver-
melho. Já o gene D permite a visão normal.
Observe os padrões possíveis:

A segunda é provocada pela trissomia do 18, caracteri-


zando-se por alterações neurológicas e má-formação do sis-
tema urinário, reprodutor e cardiovascular.

Observação!
As alterações genéticas podem provocar a deficiência da
formação dos cones, que são os receptores da retina para as
cores.
Existem três tipos básicos de cones. Cada um absorve
uma frequência do espectro luminoso para o vermelho, azul e
o verde.
Os tons cromáticos surgem da combinação das cores pri-
márias.

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Se uma pessoa tem deficiência no cone para a cor verme- 12. HERANÇA INFLUENCIADA PELO SEXO
lha terá o daltonismo denominado de protanópico. Se for para
o verde, deuteranópico. Se for para o azul, tritanópico. Nesse tipo de herança, as características são determina-
Os dois primeiros (verde e vermelho) são provocados por das por genes autossômicos, porém são influenciadas pelo
uma alteração no cromossomo X; para o azul, no cromossomo 7. sexo. Na espécie humana, a calvície é o melhor exemplo.
Devido à ação da testosterona, o gene C comporta-se
10.2. Hemofilia como dominante. Na ausência desse hormônio, passa a se
comportar como recessivo.
Essa doença se caracteriza pela dificuldade de coagulação
sanguínea, devido à deficiência de fatores de coagulação. A Observe:
mais comum é a falta do fator VIII (globulina anti-hemofílica –
GAH) denominada de hemofilia clássica ou hemofilia A. Porém,
existem a hemofilia B ou doença de Christmas, que determina
a falta do fator IX e a hemofilia C (a mais rara). Todas determi-
nam a falta de uma substância precursora da tromboplastina.
A transmissão genética é idêntica ao daltonismo, pois a
doença também é recessiva. Assim:
13. LIGAÇÃO GÊNICA

Quando estudamos o di-hibridismo na experiência de Men-


del, notamos que um indivíduo AaBb originava quatro tipos de
gametas: AB, Ab, aB e ab.
Isso ocorria porque os genes estavam em cromossomos
não-homólogos. Porém, se os genes estiverem em cromosso-
mos homólogos, só poderemos obter dois tipos de genes. Ob-
serve os dois casos a seguir para que possamos compará-los.

Observação! Genes em cromossomos não-homólogos


Popularmente, chegou-se a afirmar que não existe mulher
hemofílica. Esse conceito é incorreto, pois mesmo sendo rara
a ocorrência (aproximadamente 1 / 100 000 000 para cada nas-
cimento) essa possibilidade existe, sendo que essas mulheres
deverão receber tratamento intensivo e até interromper o ciclo
menstrual, por meio de hormônios.

11. HERANÇA RESTRITA AO SEXO

Dizemos que uma herança é restrita ao sexo quando o Obteremos a formação de quatro gametas distintos com
gene que acarreta o problema encontra-se na região não-ho- 25% de probabilidade para cada um.
móloga do cromossomo Y. Logo, só poderá ocorrer no homem.
Como exemplo, pode-se citar a má-formação testicular, a Genes em cromossomos homólogos
ausência de espermatozoides e a infertilidade masculina. Outro
exemplo é a hipertricose auricular (presença de pelos nas ore-
lhas).
Esses genes são denominados de holândricos.

Observação!
A hipertricose auricular é uma característica genética co-
mum no Paquistão e na Índia, podendo ocorrer em caucasia-
nos, aborígenes australianos e japoneses.

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Veremos, então, que os genes existentes no mesmo cro- Se observarmos o resultado, notaremos que se fosse um
mossomo vão para o mesmo gameta. Com isso, passamos a tipo de segregação independente (2.ª lei) as proporções deve-
ter a probabilidade de 50% para cada gameta. riam ser iguais (25% para cada gameta).
Porém, durante a meiose para formação dos gametas, Como não obtivemos esse percentual, é lógico afirmarmos
pode ocorrer um processo denominado de crossing-over, que que se trata de um caso de permutação, onde observaremos o
é a permuta entre as cromátides no par homólogo. Quando isso aparecimento de gametas parentais ou não-recombinantes e
acontece, observasse o aparecimento de gametas com a com- gametas recombinantes.
binação diferente do original. Como os recombinantes dependem da ocorrência do cros-
Quando esse fenômeno não acontece, ou seja, quando os sing-over, os percentuais de aparecimento são menores.
gametas são formados com a combinação genética original, di- 45 AB e 45 ab são os parentais (existem independente de re-
zemos que a ligação é completa. combinação).
Quando ocorre o crossing-over, falamos em ligação parcial 5 aB e 5 Ab são os recombinantes.
ou incompleta. Então, teremos:
Esses gametas que aparecem com a combinação dife- 90 gametas parentais e 10 gametas recombinantes.
rente do parental, são denominados de recombinantes. Como tivemos 10 gametas em 100 com recombinação, pode-
Devemos ter em mente que o crossing-over é um fenô- mos dizer que o percentual de recombinação foi de 10%.
meno aleatório e que pode acontecer em qualquer ponto do Como são dois gametas diferentes, cada um apresenta um per-
cromossomo. Logo, a frequência de recombinantes será sem- centual de 5%, assim obteremos:
pre menor do que a dos não-recombinantes. 45% de frequência para os gametas AB e 45% de frequência
Utilizando o exemplo anterior, podemos representar os ge- para os gametas ab.
nes em cromossomos homólogos da seguinte maneira: 5% de frequência para os gametas aB e 5% de frequência para
os gametas Ab.

Podemos também dizer que a taxa de recombinação ou de


crossing-over foi de 10%.

ou simplificadamente: AB / ab. 14. MAPA GENÉTICO

Quanto maior a distância entre os genes situados no Sabemos que o crossing-over é o cruzamento das cromá-
mesmo cromossomo, maior será a possibilidade de ocorrer per- tides internas do par homólogo. Se dois genes estiverem muito
mutação entre eles e, consequentemente, a frequência de ga- próximos ou se estiverem próximos do centrômero, a permuta
metas recombinantes. será muito difícil.
Esses estudos tiveram início por meio dos trabalhos de Assim, a possibilidade de aparecer recombinantes tende a
Morgan e colaboradores, na observação da herança de certos zero.
caracteres da mosca Drosophila melanogaster. Se, por outro lado, os genes estiverem próximos das ex-
Eles observaram que nem sempre os caracteres eram tremidades opostas, a probabilidade da recombinação au-
transmitidos independentemente, o que significava uma varia- menta, logo a taxa será mais alta.
ção da 2.ª Lei de Mendel. Assim, a taxa de recombinação ou crossingover depende
Observaremos essa hipótese com a resolução de um da distância entre os genes.
exemplo: Esse estudo foi realizado por Alfred H. Sturtevant, um dos
Imaginemos um indivíduo di-híbrido AaBb que tenha 25 alunos de Thomas Morgan.
das suas células germinativas fazendo meiose. No final do pro- Em homenagem a Thomas Morgan convencionou- se que
cesso, como cada célula forma quatro gametas, obteremos 100 1% de crossing é igual a 1 morganídio ou 1 unidade de recom-
gametas. Ao analisarmos os 100 gametas, verificaremos que: binação (UR), que indica a distância entre os genes.
45 gametas possuem os genes AB. No nosso exemplo anterior, como a taxa de recombinação
45 gametas possuem os genes ab. é de 10%, podemos dizer que a distância entre eles é de 10
5 gametas possuem os genes Ab. morganídios ou 10 UR.
5 gametas possuem os genes aB. Baseando-se nas taxas de permuta, é possível fazer o ma-
peamento genético.

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15. CONFIGURAÇÃO 6 000 indivíduos Aa  n.º de genes A = 6 000


Total de genes A 13 200
Quando analisamos um indivíduo heterozigoto para dois
pares de genes, podemos observar que o posicionamento dos O número de genes para esse locus é de 24 000, pois se
genes pode ocorrer de duas formas: cis e trans. existem 12 000 indivíduos na população e eles são diploides,
No posicionamento cis, os genes dominantes estão na significa dizer que cada locus apresenta dois alelos. Logo, 2 x
mesma cromátide e, no posicionamento trans, os dominantes 12 000 = 24 000 genes para a mesma posição no par alélico.
estarão em cromátides diferentes.
Então, obtemos:

GENÉTICA POPULACIONAL E
Para se calcular a frequência de a, podemos utilizar o
ENGENHARIA GENÉTICA mesmo raciocínio ou proceder com a relação entre as frequên-
cias dos genes alelos:

1. GENÉTICA POPULACIONAL f(A) + f(a) = 1

O mecanismo da evolução caracteriza-se basicamente por Assim, se f(A) + f(a) = 1 f(a) = 1 – 0,55 f(a) = 0,45 = f(a) =
mudanças na frequência de certos alelos na população. 45%.
As mudanças nas populações (evolução) podem ocorrer Nessa população, as frequências dos genes A e a são, res-
devido à mutação, seleção natural, migração, ou à deriva ge- pectivamente, de 55% e 45%.
nética. Podemos ainda calcular a frequência genotípica desses
É importante lembrar que Theodor Dobzhansky, um dos genes, na população:
autores da teoria sintética, definiu evolução como “mudanças
não-oscilatórias na composição genética das populações, re-
sultando em alterações irreversíveis”.

1.1. Frequência na população


Podemos, então, calcular a frequência de AA, Aa e aa:
Vamos observar como calculamos a frequência de genes
em uma população.
Imaginemos uma população de 12 000 indivíduos, em que
os genes AA são encontrados em 3 600; os genes aa em 2 400
e os Aa em 6 000 indivíduos.
A frequência dos genes A ou a, nessa população, pode ser
calculada da seguinte maneira:

1.2. Equilíbrio de Hardy–Weinberg

O matemático inglês Godfrey H. Hardy e o geneticista ale-


mão Wilhelm Weinberg demonstraram, trabalhando indepen-
Assim: dentemente, que se não houvesse fatores evolutivos influindo,
Frequência do gene A
3 600 indivíduos AA  n.º de genes A = 7 200

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as frequências genéticas não sofreriam alteração ao longo das Assim, essa relação pode ser representada do seguinte modo:
gerações, ou seja, estariam em equilíbrio. p2 + 2pq + q2
Essa conclusão ficou conhecida como teorema de Hardy - Se observarmos a relação anterior, notaremos que essa
Weinberg. relação é o desenvolvimento de um binômio elevado ao qua-
drado. Como sabemos que a soma da frequência de um gene
1.3. Condições A (p) com o gene a(q) é igual a 1, podemos escrever a relação
do seguinte modo:
Para que a frequência gênica de uma população se man-
tenha em equilíbrio são necessárias algumas condições, tais Como p + q = 1  q = p – 1
como: Assim, temos: p2 + 2pq + q2 = 1
• população grande para que não ocorra desvios ou mudan- ou p2 + 2p(1-p) + (1 + p)2 = 1
ças significativas devido ao acaso na frequência dos genes
(deriva genética); 2. ENGENHARIA GENÉTICA
• não há mutações;
• não há migrações (não podem entrar ou sair alelos da po- A genética progrediu muito desde as primeiras descober-
pulação); tas de Mendel até a demonstração da estrutura espacial do
• todos os genótipos devem ter a mesma chance de sobrevi- DNA.
vência na reprodução (não há seleção natural); No entanto, foi a partir da demonstração do DNA, em 1954,
• os cruzamentos ocorrem ao acaso. por Watson e Crick, que os estudos se intensificaram e origina-
Uma população assim caracterizada encontrasse em equi- ram a chamada engenharia genética.
líbrio genético, porém devemos lembrar que na natureza, en- No início, essa nova área progrediu devagar, sendo que,
tretanto, não existem populações sujeitas rigorosamente a es- no final do século XX, obteve um impulso muito grande, culmi-
sas condições. nando com o projeto de sequenciamento do genoma humano.
Esse ramo da genética está longe de atingir o seu final e
A importância do teorema está no fato deste possibilitar es- promete muitas revelações nos próximos anos.
tabelecer um modelo de comportamento dos genes. Assim, é O início do século XXI foi marcado pela inundação de no-
possível estimar as frequências gênicas e genotípicas ao longo tícias na TV e nos jornais de novas descobertas no campo da
de gerações e fazer comparações. Se os valores observados genética, porém, num campo muito mais específico do que es-
são muito diferentes dos valores esperados, podemos concluir távamos acostumados a ver, que até pouco tempo seria consi-
que a população está evoluindo. Caso os valores não sejam derado ficção científica.
diferentes, pode-se concluir que a população está em equilíbrio Novas descobertas do DNA, o aprendizado de sua mani-
ou que não está evoluindo. pulação e as várias aplicações no dia-a-dia tornam a engenha-
ria genética uma tecnologia extremamente interessante.
Vamos observar o teorema:
3. O INÍCIO DE TUDO
Eles propuseram que a frequência de A seria representada
por p e que a frequência de a pelo q. Na realidade, a engenharia genética começa com a des-
Como os genótipos possíveis são AA, Aa e aa, as frequên- crição da estrutura espacial da molécula de DNA e os estudos
cias genotípicas em cada geração serão: que se seguiram a esse fato.
AA = a probabilidade de um óvulo com o gene A ser fecun- Mas, em 1973, os norte-americanos Cohen e Boyer trans-
dado por um espermatozoide com o gene A: feriram um gene de uma rã para o genoma de uma bactéria
p x p = p2 que, ao se reproduzir, começou a duplicar esse gene junto com
aa = a probabilidade de um óvulo com o gene a ser fecundado o seu próprio genoma.
por um espermatozoide com o gene a: Começava definitivamente a verdadeira engenharia gené-
q x q = q2 tica.
Aa = a probabilidade de um óvulo com o gene A ser fecundado As técnicas modernas da engenharia genética consistem
pelo espermatozoide com o gene a: em permitir a manipulação do DNA, técnica que ficou conhe-
p x q = pq cida como DNA recombinante.
Aa = a probabilidade de um óvulo com o gene a ser fecundado Com essa técnica é possível fazer com que bactérias pro-
pelo espermatozoide com o gene A: duzam substâncias de interesse humano como, por exemplo a
q x p = qp

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insulina, produzir vacinas e alimentos denominados de trans- 4.2. Eletroforese – comparando DNAs
gênicos.
Na verdade, as bases da engenharia genética nasceram Os cientistas extraem e purificam enzimas de restrição
muito tempo atrás. bacterianas, utilizando-as para tratar um determinado DNA a
Na década de 1940, uma pesquisadora americana, Bár- ser testado. Uma enzima de restrição corta o DNA em pontos
bara McClintoc (Nobel de Medicina de 1983), descobriu que específicos, nos quais há uma sequência de bases que a en-
cromossomos de milho, quando submetidos à ação de raios X, zima reconhece.
liberavam fragmentos que mudavam de posição, gerando no- Assim, o DNA picotado por uma determinada enzima fica
vas combinações. reduzido a um certo número de pedaços de diferentes tama-
Esse fenômeno ficou conhecido como os genes saltadores nhos, correspondentes às distâncias entre cada dois pontos re-
ou transposons que realizavam a transposição do DNA. Esse conhecidos e cortados pela enzima.
fato ocasiona as novas combinações genéticas, mas é raro na Descobriu-se que se duas diferentes moléculas de DNA
natureza. forem cortadas pela mesma enzima de restrição, originam con-
Em alguns casos, esses fragmentos de DNA se duplicam juntos de fragmentos diferentes, característicos de cada DNA
antes de saltarem. Isso faz com que sejam encontradas várias que foi fragmentado. Da mesma forma, dois DNAs idênticos,
cópias dos genes saltadores no próprio organismo. cortados por uma mesma enzima, produzem conjuntos de fra-
A descoberta dos transposons mostrou o caminho para o gmentos de tamanhos idênticos. Assim, a análise dos tipos de
desenvolvimento da técnica do DNA recombinante mais de três fragmentos de DNA produzidos por uma enzima permite com-
décadas depois. parar moléculas de DNA.
Essa análise é feita por meio da técnica conhecida por ele-
4. PROCESSO DE MANIPULAÇÃO DO DNA troforese.

A técnica do DNA recombinante é um conjunto de procedi-


mentos que interferem na sequência normal do DNA em es-
tudo.
A manipulação teve origem na experiência de Cohen e Bo-
yer, com a transferência do gene de uma rã para uma bactéria.
Em 1985 surgiu uma técnica denominada de PCR (Reação
em Cadeia de Polimerase) que permite, a partir de um pequeno
fragmento de DNA, gerar milhares de cópias desse mesmo
DNA.

4.1. As tesouras moleculares

A principal ferramenta empregada na manipulação do DNA


é um conjunto de enzimas extraídas de bactérias, as chamadas
enzimas de restrição.
Elas são capazes de cortar a dupla-hélice de DNA em pon-
tos específicos sendo, por isso, comparadas a tesouras mole-
culares.
Uma enzima de restrição associa-se a uma curta sequên-
cia de bases específicas do DNA, em geral quatro ou seis pares
de nucleotídeos, cortando a molécula exatamente nesse ponto.
Atualmente já se conhecem centenas de tipos de enzimas de
restrição, cada uma capaz de cortar o DNA em um ponto espe-
cífico.
Acredita-se que essas enzimas sejam mecanismos de de-
fesa bacteriana contra os vírus bacteriófagos que as atacam.
Essas enzimas picotariam o DNA viral antes que ele conse-
guisse afetar o DNA bacteriano.

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A eletroforese é uma técnica laboratorial que permite se- 5.2. Determinação de paternidade
parar moléculas de DNA, RNA ou de proteínas com base na
velocidade de migração em um suporte denso e grosso, geral- O exame de DNA é atualmente muito usado nos testes de
mente de agar, submetido a um campo elétrico. A amostra que paternidade. O padrão de fragmentos de DNA de uma pessoa
contém as moléculas que se deseja separar é colocada em é comparado com os padrões de sua mãe e do homem sus-
uma pequena fenda feita em uma placa de gelatina, que é mer- peito de ser o pai. Como uma pessoa sempre recebe metade
gulhada em uma solução condutora de corrente elétrica. Em de suas moléculas de DNA do seu pai e outra da sua mãe, os
seguida, a placa é submetida a um campo elétrico. Nessas con- tipos de fragmentos de seus progenitores devem estar presen-
dições, os fragmentos de DNA, que têm carga negativa, mi- tes no seu DNA.
gram para o pólo positivo do campo elétrico. A velocidade com Assim, comparando os fragmentos de DNA produzidos por
que cada fragmento se desloca na gelatina é inversamente pro- eletroforese da pessoa com os da sua mãe, se excluem as ban-
porcional ao seu tamanho: quanto menor ele for, mais rápido das que forem idênticas.
se desloca. As outras só podem ter vindo do pai. A partir disso, com-
Depois de algumas horas, desliga-se a corrente elétrica e para-se as bandas com o do suposto pai.
os fragmentos param de se deslocar. A placa de gelatina é en-
tão mergulhada em uma substância que faz o DNA brilhar ao
5.3. Melhoramento genético
ser iluminado com luz ultravioleta. Podem-se ver, assim, os fra-
gmentos de DNA de diversos tamanhos estacionados a dife-
A genética tem sido empregada em técnicas de melhora-
rentes distâncias do local em que foram colocados inicialmente.
mento de plantas e animais, utilizando-se o conhecimento do
Os que mais “correram” são os fragmentos menores, se-
DNA para produzir plantas mais resistentes a pragas, animais
guidos por fragmentos um pouco maiores e assim por diante.
com melhor qualidade de carne etc.
Fotografias da gelatina, tiradas sob iluminação ultravioleta,
mostram um padrão de faixas, correspondentes aos locais em
que estacionaram fragmentos de DNA de diferentes tamanhos. 5.4. Exemplo de melhoramento animal
Pela distância relativa de migração, é possível calcular até
mesmo o número de nucleotídeos dos fragmentos de DNA se- A produção de uma nova raça de gado bovino, conhecido
parados durante a eletroforese. como Santa Gertrudes, foi desenvolvida a partir da combinação
de outras raças.
5. BIOTECNOLOGIA O gado Shorthorn criado em certas regiões dos EUA é um
excelente produtor de carne, mas sensível a doenças transmi-
tidas por carrapato e pouco resistente ao calor.
É o estudo de processos biológicos com propósitos de uso
Por outro lado existe uma espécie de gado Zebu, de ori-
prático. A engenharia genética permitiu que novas técnicas fos-
gem indiana, muito resistente ao calor e a doenças, porém pro-
sem desenvolvidas, algumas das quais veremos a seguir.
duz pouca carne.
Após vários ciclos de cruzamentos entre o gado da raça
5.1. Identificação de pessoas por DNA Shorthorn e Zebu, sempre selecionando as características mais
vantajosas, desenvolveu-se uma população homogênea deno-
Cortar o DNA com enzimas é, hoje, um procedimento cor- minada de Santa Gertrudes que, além de ótima produtora de
riqueiro em laboratórios de genética molecular. Por exemplo, carne, tem ótima resistência a doenças e consegue viver em
uma amostra de DNA purificado, extraída de glóbulos brancos ambientes com temperaturas mais elevadas.
do sangue de uma pessoa, pode ser tratada com determinada
enzima de restrição e os fragmentos obtidos podem ser sepa-
rados por meio de eletroforese, fornecendo um padrão de fai-
xas típico do indivíduo. A análise do padrão de fragmentos de
DNA é o método mais seguro para identificar pessoas.
Com exceção dos gêmeos univitelinos, não existem duas
pessoas cujos DNAs sejam totalmente idênticos. Assim,
A – Santa Gertrudes B – Shorthorn C – Zebu
quando um DNA é cortado, produz fragmentos diferentes e
consequentemente bandas diferentes pela eletroforese.

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5.5. Exemplo de melhoramento vegetal Esse tipo de plantação gera mais lucro, porém, em caso
de doenças, a probabilidade de perda é consideravelmente
Experiências com variedades de milho, feitas por George maior.
Shull, demonstraram o aparecimento de plantas mais vigoro- Um exemplo histórico de um desastre envolvendo a perda
sas, resistentes contra doenças, e com espigas maiores do que de uma monocultura aconteceu no século XIX na Irlanda. A pro-
as espécies cruzadas. dução de batata era baseada em uma única linhagem e era
Essas plantas foram denominadas híbridas. principal fonte de alimento para a população. Uma doença cau-
Os cientistas concluíram que os híbridos, por apresenta- sada por fungos dizimou, em um prazo muito curto, todas as
rem maior número de genes em heterozigose, eram superiores plantações de batata do país. O resultado foi trágico, pois mi-
às espécies puras, altamente homozigóticas, esse fenômeno lhares de pessoas morreram de fome.
conhecido como vigor do híbrido ou heterose.
O conhecimento desse fato permitiu a produção de duplos- 7. ACONSELHAMENTO GENÉTICO
híbridos, isto é, indivíduos obtidos a partir de quatro linhagens
homozigóticas parentais. Esse processo obteve tanto sucesso Muitas doenças humanas são genéticas. Com isso, o es-
que hoje praticamente todo milho cultivado é híbrido. tudo dos padrões genéticos da família pode ajudar a estimar o
Esse fenômeno não é restrito ao milho, conhecendo-se vá- provável nascimento de crianças afetadas por algum distúrbio
rias plantas em que o processo foi aplicado, como morango, genético.
algodão e animais como a galinha doméstica. A análise das genealogias familiares permite que especia-
listas façam o aconselhamento genético dos casais, visando
reduzir o risco de nascimentos com crianças afetadas.

7.1. Os alelos deletérios

Muitos genes alelos que causam doenças ou diminuem a


sobrevivência de um determinado organismo são provocados
por mutações de alelos normais. Esses alelos mutantes rece-
bem o nome de alelos deletérios e geramente são recessivos.
Normalmente, as crianças afetadas por alguma anomalia
deletéria são filhos de pais normais que, em condição de hete-
rozigose, não sofrem da doença.
Algumas doenças já podem ser detectadas por meio de
exames bioquímicos, como é o caso da doença de Tay-Sachs,
uma anomalia provocada por alteração dos lisossomos.
Pessoas portadoras do gene para a anemia falciforme já
contam com um exame de sangue capaz de detectar se são
portadoras do gene para a anemia, mesmo sem sofrer da do-
ença. Com isso, pode-se evitar o nascimento de crianças afe-
tadas por essas anomalias.
6. VARIABILIDADE GENÉTICA – UM PRO-
BLEMA CRIADO 7.2. Consanguinidade
Um dos problemas do melhoramento genético é o surgi- A probabilidade de genes deletérios recessivos se encon-
mento de linhagens com pouca variabilidade genética. Isso pro- trarem e, consequentemente, provocarem uma doença, já que
voca a redução da capacidade da população de se adaptar às estariam em condição de homozigose, aumenta à medida que
alterações ambientais. ocorrem casamentos consanguíneos, ou seja, aqueles que
Esse problema já era conhecido por agricultores muito an- ocorrem entre membros da mesma família.
tes das descobertas genéticas. Em campos de cultura de milho Quanto mais próximo é o parentesco, maior a probabili-
era comum a plantação de variedades distintas, pois em caso dade, pois a existência de um gene recessivo em ancestrais
de seca ou enchentes, algumas delas sobreviviam. Essa téc- comuns, tenderia ao encontro homozigótico, devido à conver-
nica hoje está praticamente abandonada, prevalecendo a mo- gência genética dos envolvidos. Se o casamento ocorre entre
nocultura.

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indivíduos de famílias diferentes, a probabilidade da conver- 9. TRANSGÊNICOS


gência diminui.
O desenvolvimento de variedades transgênicas impulsio-
8. DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL nou a agricultura e a indústria de alimentos.
Não há dúvida de que a maior utilização dessa técnica en-
Atualmente, é possível a determinação de certas doenças contra-se na agricultura. Novas plantas resistentes a pragas,
genéticas graves antes do nascimento, ou seja, durante a vida frutos que permanecem mais tempo amadurecendo e, conse-
intrauterina. quentemente, mais saborosos, são algumas das inúmeras apli-
Em determinados países, o diagnóstico de lesões graves cações dos transgênicos.
de origem genética é justificativa para o aborto, o que não
ocorre no Brasil. Porém, o casal estaria preparado antes do 10. TÉCNICAS DE PRODUÇÃO
nascimento para cuidar de uma criança com determinada ano-
malia, pois poderia recorrer a especialistas, a fim de se acon- As plantas transgênicas podem ser produzidas por várias
selhar como proceder. técnicas, tais como: método da infecção e bombardeamento
Um desses exames é a amniocentese, que é empregado por microcanhão.
para análise fetal entre a décima quarta e a décima sexta se-
manas de gravidez. O exame consiste em puncionar a barriga
10.1. Método da infecção
da mãe até atingir a bolsa amniótica, aspirando o líquido am-
niótico. Essa operação é monitorada por ultrasom e a quanti-
Essa técnica consiste em gerar pequenos discos da folha
dade de líquido retirado é muito pequena. Como o líquido ba-
do vegetal a partir do qual se quer criar um transgênico. Esses
nha o feto, certas doenças podem ser detectadas por análise
discos são incubados com agrobactérias que possuem o plas-
direta do líquido e cultura de células embrionárias presente, o
mídeo recombinante.
que permite a análise dos cromossomos fetais.
Os discos, que são feitos de folhas danificadas, emitem
Um outro exame é a amostragem vilo-coriônica, que per-
substâncias químicas que atraem as agrobactérias.
mite a análise no período entre a oitava e a décima semanas.
Algumas células do vegetal incorporam o plasmídio trans-
Através da vagina, passando pelo canal uterino, um pedaço de
ferido da agrobactéria. Essas células proliferam e formam um
amostra do córion, uma membrana de revestimento embrioná-
embrião imaturo que é incubado em condições especiais de la-
rio é retirada e analisada.
boratório, gerando um broto vegetal. Esse broto é plantado em
Esse exame é mais arriscado do que o outro, pois pode
condições especiais, enraíza e cresce, formando um vegetal
provocar aborto espontâneo. Por isso, só é utilizado se houver
transgênico.
grande risco de doença genética.

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10.1. Método do bombardeamento Existe muita discussão a respeito da segurança dos ali-
mentos transgênicos, chamados de organismos geneticamente
Consiste em acoplar o gene que se quer transferir para o modificados (OGM).
vegetal na superfície de uma micropartícula de ouro ou tungs- Os ambientalistas dizem que já ocorreram reações alérgi-
tênio, disparando-a com um microcanhão contra as células ve- cas em pessoas que consumiram OGM, mas a OMS (Organi-
getais. zação Mundial de Saúde) garante que os OGM foram monito-
O disparo faz com que a micropartícula atinja uma veloci- rados de maneira segura e não põem em risco a saúde hu-
dade de 1 500km/h, fazendo com que atravesse a parede ce- mana.
lular, alojando-se no citoplasma. De qualquer maneira, os alimentos transgênicos vieram
No citoplasma, o gene é separado da micropartícula e pela para ficar.
própria dinâmica citoplasmática, acaba sendo incorporado ao Hoje existem mais de 52,6 milhões de hectares de área
DNA da célula, tornando-a transgênica. plantada com transgênicos, seja de soja, milho, algodão, ou ou-
tro produto.
No Brasil, foi aprovada recentemente, no Congresso Naci-
onal, a Lei de Biossegurança, que pretende regulamentar essa
matéria.

EXERCÍCIOS
QUESTÕES PARA SALA DE AULA

01 - (UNESP) As figuras representam células de duas espé-


cies animais, 1 e 2. Na célula da espécie 1, dois genes, que
determinam duas diferentes características, estão presentes no
mesmo cromossomo. Na célula da espécie 2, esses dois genes
estão presentes em cromossomos diferentes.

11. ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

As primeiras plantas transgênicas surgiram na década de


1980, mas somente na metade dos anos 1990 é que os primei-
ros alimentos transgênicos surgiram.
O primeiro registro de um alimento transgênico foi o do to-
mate longa vida, de maturação lenta, cultivado nos EUA.
Atualmente, existem mais de 700 alimentos transgênicos Tendo por base a formação de gametas nessas espécies, e
liberados nos Estados Unidos, porém ainda hoje se discute a sem que se considere a permutação (crossing-over), constata-
segurança desses alimentos. se a Primeira Lei de Mendel:
Um dos alimentos mais discutidos no mundo é a soja. O a] tanto na espécie 1 quanto na espécie 2, mas a Segunda Lei
Brasil é o maior produtor de soja não-transgênica, o que ainda de Mendel se constata apenas na espécie 1.
está favorecendo a exportação, pois muitos países só importam b] apenas na espécie 1, enquanto a Segunda Lei de Mendel
soja natural. se constata apenas na espécie 2.
O plantio deste tipo de soja não-transgênica gera um custo c] apenas na espécie 2, enquanto a Segunda Lei de Mendel
muito maior do que a transgênica, o que está fazendo com que se constata apenas na espécie 1.
os produtores pressionem o governo brasileiro a liberar o plan- d] apenas na espécie 2, enquanto a Segunda Lei de Mendel
tio definitivamente. se constata tanto na espécie 1 quanto na espécie 2.

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e] tanto na espécie 1 quanto na espécie 2, mas a Segunda Lei tipos diferentes de herança genética. Com base nas caracterís-
de Mendel se constata apenas na espécie 2. ticas de cada tipo de herança, assinale a alternativa correta.
a] Herança Autossômica Dominante: o indivíduo afetado de-
02 - (ACAFE) O termo genética foi aplicado pela primeira vez verá ter recebido uma cópia de um gene mutante de um dos
pelo biólogo inglês William Bateson (1861 – 1926) para definir pais, não afetado pela doença.
o ramo das ciências biológicas que estuda e procura explicar b] Herança Autossômica Recessiva: o indivíduo afetado de-
os fenômenos relacionados à hereditariedade. Assim, a alter- verá ter um dos pais afetado para a característica herdada,
nativa correta é: sendo o outro normal homozigoto para a característica.
a] A penetrância é a expressão percentual com que um gene c] Herança Ligada ao Sexo: se o indivíduo afetado for um ho-
se manifesta. Sabendo-se que a penetrância do gene para mem, irá manifestar a característica, mesmo em se tratando
o nanismo acondroplásico é de 80%, pode-se dizer que a de um gene recessivo.
probabilidade de um homem heterozigoto, casado com uma d] Herança Influenciada pelo Sexo: o indivíduo afetado será
mulher normal, ter um filho com este tipo de nanismo é de sempre do sexo masculino, uma vez que o gene está rela-
80%. cionado ao Y na porção não homóloga ao cromossomo X.
b] Epistasia é um tipo de interação gênica em que um gene de e] Herança Restrita ao Sexo: o gene é afetado pelas caracte-
determinado locus inibe a manifestação de genes de outro rísticas hormonais do sexo do indivíduo, podendo agir como
locus. Denomina-se hipostático o gene inibidor e epistático, dominante ou recessivo.
o gene inibido.
c] A capacidade que tem um único par de alelos de produzir 05 - (FUVEST) A surdez é geneticamente heterogênea: pode
diversos efeitos fenotípicos, simultaneamente, no mesmo ser causada por mutações em diferentes genes, localizados
indivíduo, chama-se pleiotropia. nos autossomos ou no cromossomo X ou, ainda, por mutações
d] Na herança quantitativa, os indivíduos diferem de forma em genes mitocondriais.
descontínua, apresentando como componentes da variação
o genótipo e o ambiente. Dessa forma, toda a variação exis-
tente pode ser representada graficamente através de uma
curva de Gauss.

03 - (UNICAMP) Assinale a alternativa que preenche correta-


mente as lacunas nas definições a seguir.
(I) …… é o conjunto de toda a informação genética de um or-
ganismo. A(s) família(s) em que o padrão de herança permite afastar a
(II) …… é um trecho do material genético que fornece instru- possibilidade de que a surdez tenha herança mitocondrial
ções para a fabricação de um produto gênico. é(são) apenas:
(III) …… é a constituição de alelos que um indivíduo possui em a] 1.
um determinado loco gênico. b] 2 e 3.
(IV) …… é a correspondência que existe entre códons e ami- c] 3.
noácidos, relativa a uma sequência codificadora no DNA. d] 3 e 4.
a] (I) Código genético; (II) Alelo; (III) Homozigoto; (IV) Gene. e] 4.
b] (I) Genoma; (II) Gene; (III) Genótipo; (IV) Código genético.
c] (I) Código genético; (II) DNA; (III) Genótipo; (IV) tRNA. 06 - (UEM) Considere dois gêmeos monozigóticos, mas com
d] (I) Genoma; (II) Código genético; (III) Homozigoto; (IV) hábitos de vida diferentes. Pedro, com hábitos não saudáveis,
tRNA. tem intensa e descontrolada exposição ao sol, alimentação in-
dustrializada não balanceada, é fumante e sedentário. Paulo,
04 - (UniTau) Uma vida dedicada a experimentos cuidadosos com hábitos saudáveis, não fuma, tem exposição moderada e
e criteriosos do estadunidense Thomas Hunt Morgan, nascido controlada ao sol, alimentação balanceada não industrializada
no Kentucky, permitiu desvendar os princípios da genética e e realiza atividade física regular e orientada. Com base no ex-
dos processos de hereditariedade. Com os estudos de Morgan, posto, assinale o que for correto.
outros puderam, posteriormente, ampliar e aprofundar os co- 01. Com o passar do tempo, Pedro e Paulo terão fenótipos di-
nhecimentos sobre a importância do gene na transmissão de ferentes, apesar de terem nascido com o mesmo genótipo.
caracteres por gerações. Hoje, sabemos que podem ocorrer 02. Os hábitos de vida diferentes influenciam Pedro e Paulo,
igualmente, visto que possuem o mesmo genótipo.

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04. Com o passar do tempo, Pedro e Paulo terão fenótipos dis- c] Os dois heredogramas apresentam o mesmo padrão de he-
tintos devido à expressão gênica diferente em cada um. rança, sendo que todos os indivíduos afetados possuem o
08. A produção de melanina em Pedro será maior que em genótipo homozigoto recessivo.
Paulo, pois possuem alelos diferentes, fato explicado pela d] O genótipo dos indivíduos II:1 nos dois heredogramas é he-
herança quantitativa. terozigoto.
16. Pedro tem maior probabilidade de desenvolver câncer do
que Paulo. 10 - (FACULDADE ALBERT EINSTEIN) Em humanos, a de-
Soma das alternativas corretas: finição dos tipos sanguíneos do sistema ABO depende da ação
conjunta do loco H e do loco ABO. O alelo dominante H é res-
07 - (PUC-CAMPINAS) André e Mariana pretendem ter dois ponsável pela síntese do chamado antígeno H, enquanto que
filhos e procuraram um geneticista pois nas famílias de ambos essa produção não ocorre por ação do alelo recessivo h, muito
há indivíduos afetados pela fibrose cística, uma doença de he- raro na população. Os alelos IA e IB, por sua vez, são respon-
rança autossômica recessiva. Alguns testes mostraram que sáveis pela conversão do antígeno H em aglutinógenos A e B,
tanto André como Mariana são portadores de uma cópia do respectivamente, enquanto o alelo recessivo i não atua nessa
gene com a mutação para a fibrose cística. No caso de duas conversão. Considerando que na tipagem sanguínea se identi-
gestações independentes, a probabilidade de seus filhos apre- fica a presença apenas de aglutinógenos A e B, e não do antí-
sentarem a doença é de: geno H, é possível que uma pessoa de sangue tipo O tenha
a] 100%. genótipos diferentes, tais como:
b] 25%. a] HhIAIB e HHIA
c] 12,5%. b] Hhii, hhIAi e hhIAIB.
d] 6,25%. c] hhii, HhIAi e HHIAIB.
e] 0%. d] HHii e hhIAi e HhIB

08 - (IFSuldeMinas) No Felis catus (gato doméstico) os ale- 11 - (FIT) Teresa casou-se duas vezes, teve quatro filhos e ja-
los A e a ligados ao cromossomo X auxiliam na determinação mais realizou qualquer transfusão sanguínea. O heredograma
da cor de sua pelagem. O alelo dominante A determina a pela- informa dois fenótipos de dois filhos de Teresa, com relação ao
gem laranja e é epistático sobre os alelos autossômicos M e m. sistema Rh de tipagem sanguínea.
O alelo recessivo a não determina pelo laranja e possibilita a
manifestação dos alelos autossômicos responsáveis pela cor
preta (MM ou Mm) ou marrom (mm). Uma gata alaranjada e
heterozigota para o par autossômico, filha de um macho (pai)
alaranjado e de uma fêmea (mãe) alaranjada e homozigota
para os alelos sexuais, foi cruzada com um gato preto e hete-
rozigoto para o gene autossômico. Qual será a proporção feno-
típica esperada para os descendentes?
a] 100% fêmeas laranjas.
b] 50% fêmeas laranjas e 50% machos pretos.
c] 50% machos laranjas e 50% fêmeas pretas. Sabendo que apenas Paulo, o quarto filho de Teresa, apresen-
d] 50% fêmeas laranjas e 50% machos laranjas. tou eritroblastose fetal, é correto afirmar que:
a] Pedro é homozigoto recessivo para o sistema Rh.
09 - (IFNMG) Em relação aos tipos de herança ilustrados na b] a sensibilização de Teresa ocorreu no casamento com
figura abaixo, pode-se a firmar que: João.
c] Teresa é heterozigota para o sistema Rh.
d] a sensibilização de Teresa ocorreu na gestação de Fer-
nanda.
e] Paulo é homozigoto dominante para o sistema Rh.

a] A herança representada em 2 é autossômica recessiva e o 12 - (FAMERP) O quadro ilustra um experimento que utilizou
genótipo do indivíduo II:3 é homozigoto dominante. ervilhas de cheiro, em que as plantas parentais (P) eram de
b] A herança representada no heredograma 1 é autossômica linhagens puras.
dominante e o genótipo do indivíduo I:1 e I:2 é heterozigoto.

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pele. Vitor e Taís são casados e não apresentam a doença.


Contudo, a primeira filha do casal nasceu com xeroderma pig-
mentoso. Supondo que Taís engravide de gêmeos dizigóticos,
a probabilidade de ambos nascerem com xeroderma pigmen-
toso, independentemente do sexo dos bebês, é:
a] 1/2.
b] 1/16.
c] 1/4.
d] 3/4.
e] 1/8.
Os resultados obtidos em F2 permitiram concluir que os genes
que determinam a forma e os genes que determinam a cor das 15 - (FCMSCSP) Analise o ciclo de vida de uma espécie de
ervilhas: briófita que expressa os genes dominantes A e B somente nos
a] estão no mesmo par de cromossomos homólogos. gametófitos.
b] se combinaram de tal modo que revelaram um desacordo
com a 2a Lei de Mendel.
c] se combinaram de diferentes formas por causa da permu-
tação.
d] distam 25 centimorgans por estarem no mesmo par de cro-
mossomos homólogos.
e] estão em diferentes pares de cromossomos homólogos.

13 - (Faculdade De Medicina De Petrópolis) A doença renal


policística autossômica recessiva, conhecida em inglês pela si-
gla ARPKD, é uma rara enfermidade hereditária. Para desen-
volver a enfermidade, uma criança deve herdar as duas cópias
defeituosas do gene que causa a ARPKD. Quem tem apenas
uma cópia do gene com problema não desenvolve a doença,
embora possa transmiti-la a seus filhos se seu parceiro também
carregar uma mutação nesse mesmo gene. Considere o here-
dograma abaixo que mostra uma família na qual o indivíduo V
nasceu com ARPKD:

Se um esporófito duplo-heterozigoto gerar esporos, a propor-


ção esperada de gametófitos que irá expressar ambos os alelos
dominantes será:
a] 1/4.
b] 1/2.
c] 2/3.
A probabilidade de o indivíduo III ser portador do gene para a d] 3/4.
ARPKD é: e] 1/1.
a] 1/4.
b] 1. 16 - (UEM) Sobre a herança dos grupos sanguíneos do sis-
c] 1/2. tema ABO, do sistema Rh e do sistema MN, assinale o que for
d] 1/3. correto.
e] 2/3. 01. Indivíduos do tipo sanguíneo O possuem aglutinogênios em
seus eritrócitos, porém não possuem aglutininas.
14 - (Faculdade de Ciências Médicas de São José dos 02. Um casal com tipo sanguíneo A e com genes heterozigotos
Campos) O xeroderma pigmentoso é uma doença autossô- pode ter filhos com tipo sanguíneo A, B ou AB.
mica, determinada por um par de alelos, que provoca uma hi- 04. A eritroblastose fetal ocorre quando mulheres Rh– já sensi-
persensibilidade à luz ultravioleta. Pessoas que nascem com bilizadas (que produzem aglutininas anti Rh) têm filhos Rh+.
essa doença têm altíssimas chances de desenvolver câncer de

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08. Indivíduos do grupo sanguíneo AB podem receber sangue III. Os dois filhos são heterozigóticos.
de indivíduos de todos os outros grupos sanguíneos. Está correto o que se afirma em:
16. O sistema sanguíneo MN se manifesta por dominância a] I, apenas.
completa e é dependente do sistema ABO. b] I e III, apenas.
Soma das alternativas corretas: c] II e III, apenas.
d] I e II, apenas.
17 - (URCA) Qual a probabilidade de um casal heterozigoto e] I, II e III.
para uma herança condicionada por um par de genes autossô-
micos terem um descendente homozigoto? 20 - (FUVEST) Nos cães labradores, a cor da pelagem preta,
a] 0%. chocolate ou dourada depende da interação entre dois genes,
b] 25%. um localizado no cromossomo 11 (alelos B e b) e o outro, no
c] 50%. cromossomo 5 (alelos E e e). O alelo dominante B é responsá-
d] 75%. vel pela síntese do pigmento preto e o alelo recessivo b, pela
e] 100%. produção do pigmento chocolate. O alelo dominante E deter-
mina a deposição do pigmento preto ou chocolate nos pelos; e
18 - (UNICAMP) Para um determinado caráter, fenótipo é o o alelo e impede a deposição de pigmento no pelo. Dentre 36
conjunto de características que o organismo exibe como fruto cães resultantes de cruzamentos de cães heterozigóticos nos
de seu genótipo. No entanto, no molusco hermafrodita dois lócus com cães duplo homozigóticos recessivos, quantos
Lymnaea peregra, ocorre algo diferente. Neste animal, há dois com pelagem preta, chocolate e dourada, respectivamente, são
tipos de fenótipo da concha (ver figura a seguir), que não são esperados?
determinados pelo genótipo do próprio indivíduo. A prole for- a] 0, 0 e 36.
mada pela fertilização de óvulos vindos de um parental com b] 9, 9 e 18.
genótipos AA ou Aa tem conchas dextrógiras; já a prole for- c] 18, 9 e 9.
mada pela fertilização de óvulos vindos de um parental aa tem d] 18, 0 e 18.
conchas levógiras. e] 18, 18 e 0.

QUESTÕES PARA SALA DE AULA


GENÉTICA 2
Se óvulos de um molusco Aa forem fertilizados por espermato- 01 - (ACAFE) A neurofibromatose tipo 1 é uma doença gené-
zoides de um molusco aa, as probabilidades de ocorrência de tica, autossômica dominante de penetrância completa, cau-
indivíduos Aa dextrógiros, Aa levógiros, aa dextrógiros e aa le- sada por mutações no cromossomo 17. Essas alterações ge-
vógiros na prole resultante são, respectivamente, néticas reduzem a produção de neurofibromina, uma proteína
a] 1/4, 1/4, 1/4 e 1/4. necessária para a função normal em muitos tipos de células
b] 1/2, 0, 0 e 1/2. humanas. Essa redução ocasiona a formação de tumores, ge-
c] 1/2, 0, 1/2 e 0. ralmente, benignos. Na genealogia a seguir, os indivíduos re-
d] 1, 0, 0 e 0. presentados por símbolos escuros são afetados pela neuro-fi-
bromatose tipo 1.
19 - (PUC-CAMPINAS) Considere a observação abaixo, sobre
um casal e seus filhos:
Um homem de tipo sanguíneo A tem dois filhos com uma mu-
lher de tipo sanguíneo B. O primeiro filho do casal apresenta
tipo sanguíneo AB e o segundo filho é do tipo A.
A partir dessa observação são feitas as seguintes afirmações:
I. A mãe é heterozigótica.
II. No caso de um acidente, os dois filhos podem doar sangue
para o pai.

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Após análise da genealogia e de acordo com os conhecimentos Dentre os meninos nativivos, a frequência do cariótipo 47, XYY
relacionados ao tema, assinale a alternativa correta. é de cerca de 1 em 1.000.
a] O genótipo dos indivíduos II.2 e II.3 pode ser AA ou Aa. LEITE.L. Síndrome 47, XYY. Disponível
b] A probabilidade do casal III.4 x III.5 ter duas meninas afeta- em:<http://www.ghente.org/ciencia/genetica/xyy.htm&gt;. Acesso: 17 de jun. 2017.

das com a doença e um menino normal é de 3/64.


c] A penetrância é o grau de intensidade com que um gene se Marque a alternativa com a hipótese mais adequada para ex-
manifesta no fenótipo do indivíduo. plicar a síndrome 47, XYY.
d] A influência do meio sobre a ação do genótipo, levando à a] Não disjunção das cromátides irmãs paternas do cromos-
manifestação diferente daquele que havia sido programado somo Y na meiose II.
geneticamente, é denominada interação gênica. b] Não disjunção das cromátides irmãs paternas do cromos-
somo Y na meiose I.
02 - (UPF) Segundo as Leis de Mendel, nas células somáticas, c] Não disjunção dos cromossomos homólogos maternos na
os genes encontram-se aos pares, porém, durante a formação meiose I.
dos gametas, eles segregam. Com base nessa informação, é d] Não disjunção das cromátides irmãs maternas na meiose II.
possível que indivíduos com genótipo: e] Não disjunção dos cromossomos homólogos paternos ou
a] VvTT produzam gametas V, v e T. maternos na meiose I.
b] RR produzam gametas RR.
c] CcMM produzam gametas Cc e MM. 05 - (UDESC) Se um casal tiver cinco filhos, a possibilidade de
d] BBAa produzam gametas BA e Ba. serem dois do mesmo sexo e três de outro é:
e] DDEe produzam gametas D e Ee. a] 50%.
b] 37,50%.
03 - (UEM) Conforme Davenport (1913), a cor da pele na es- c] 62,50%.
pécie humana é resultante da ação de dois pares de genes (Aa d] 20%.
e Bb) sem dominância. Dessa forma, A e B possuem efeito adi- e] 10%.
tivo e determinam a produção da mesma quantidade de mela-
nina. Considerando os filhos resultantes da união de um ho- 06 - (UFSC) A genealogia da figura abaixo é representativa da
mem de pele clara (aabb) com uma mulher mulata escura, he- herança da hemofilia em humanos, a qual é observada nos in-
terozigota para o gene A (AaBB), assinale o que for correto. divíduos do sexo masculino indicados através dos quadrados
01. Poderão nascer somente descendentes com o fenótipo mu- escuros (XhY). Podemos dizer que se trata de um padrão de
lato médio. herança ligada ao cromossomo X recessivo, no qual as mulhe-
02. 50% dos descendentes poderão ter fenótipo mulato médio. res heterozigotas, portadoras de apenas um cromossomo que
04. A probabilidade de nascerem filhos mulatos claros é de 1/2. apresenta o alelo para a anomalia (XHXh), têm o fenótipo nor-
08. No caso de nascerem gêmeos univitelinos, a probabilidade mal, e estão representadas pelos círculos pontuados.
de terem fenótipo mulato claro é de 1/4.
16. A probabilidade de nascer um menino e uma menina ambos
com fenótipo mulato médio é de 1/4.
Soma das alternativas corretas:

04 - (PUC-PR) Considere o texto a seguir.

Síndrome 47, XYY


Apesar da constituição cromossômica 47, XYY não estar
associada a nenhum fenótipo obviamente anormal, ela desper-
tou grande interesse médico e científico após observar-se que
a proporção de homens XYY era bem maior entre os detentos
de uma prisão de segurança máxima, sobretudo entre os mais A partir destas informações, qual a probabilidade de o casal re-
altos, do que na população em geral (JACOBS et al., 1968). presentado pelos indivíduos 1 e 2 da segunda geração (II-1 e
Cerca de 3% dos homens em penitenciárias e hospitais de II-2) vir a conceber uma outra criança com hemofilia?
doentes mentais possuem cariótipo 47, XYY; no grupo com al- a] 75%.
tura acima de 1,80 m, a incidência é bem maior (mais de 20%). b] 50%.
c] 100%.

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d] 0%. b] 1/8.
e] 25%. c] 1/2.
d] 1.
07 - (UVV) O texto a seguir é referência para esta questão. e] 3/4.
A Síndrome de Klinefelter é uma das desordens cromossômi-
cas, ocorrendo em 1:500 até 1:1000 nascidos vivos do sexo 10 - (UFU) Em relação aos graus de dominância em Genética,
masculino. A causa genética da síndrome foi descrita pela pri- são feitas as seguintes afirmativas:
meira vez por Harry Klinefelter em 1942. A síndrome consiste I. Nos cruzamentos clássicos das ervilhas de Mendel, a des-
na presença de um cromossomo X a mais no homem, resul- cendência F1 sempre se assemelha a uma das variedades
tando no cariótipo 47, XXY. progenitoras, pois um alelo em um par mostra completa do-
Sobre as anomalias cromossômicas, marque a alternativa correta: minância sobre o outro.
a] A anomalia cromossômica, observada na síndrome de Kli- II. No cruzamento entre plantas bocas-de-leão de cor verme-
nefelter, é do tipo estrutural, relacionada ao sexo. Pode-se lha com plantas de cor branca, todos os híbridos F1 têm
considerar que alterações desse tipo ocorrem na formação flores cor-de-rosa. O intercruzamento dos híbridos F1pro-
dos gametas, durante a meiose. duz descendência F2 com proporção fenotípica de três ver-
b] Quando observamos diminuição ou aumento do número de melhas para uma branca, clássico exemplo de dominância
cromossomos, classificamos como aneuploidia. Esta pode incompleta.
ser sexual, como no caso da síndrome de Down, ou autos- III. No grupo sanguíneo humano MN, indivíduos heterozigotos
sômica, como na síndrome de Klinefelter. exibem os fenótipos M e N, pois as duas moléculas estão
c] As mutações cromossômicas numéricas são aquelas que presentes, caracterizando um exemplo de codominância.
não modificam a quantidade de cromossomos de uma cé- IV. No cruzamento de ervilhas duplamente heterozigotas para
lula e, sim, a estrutura do cromossomo. a cor e a textura da semente, a proporção fenotípica será
d] Alterações cromossômicas numéricas são caracterizadas 9:3:3:1.
pelo rearranjo da estrutura cromossômica. Observam-se
perda de material cromossômico, translocações de seg- Assinale a alternativa que apresenta apenas afirmativas corretas.
mentos, duplicação e inversão dos genes no cromossomo. a] I, II e III.
e] O exame mais indicado para o diagnóstico de síndromes, b] I, II e IV.
provocadas por alterações cromossômicas numéricas, c] I, III e IV.
como a síndrome de Klinefelter, é o cariótipo. d] II, III e IV.

08 - (UEM) Assinale o que for correto. 11 - (ACAFE) Acerca das informações a seguir, assinale a al-
01. A segunda lei de Mendel não se aplica quando os pares de ternativa correta.
alelos estão localizados em cromossomos não homólogos. Por volta de 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner ve-
02. Epistasia ocorre quando apenas um par de alelos é respon- rificou que, quando amostras de sangue de determinadas pes-
sável pela determinação de dois ou mais caracteres, sob a soas eram misturadas em alguns casos, as hemácias se aglu-
mesma condição ambiental. tinavam. Essa aglutinação ocorre devido à reação de antígenos
04. Interação gênica ocorre quando dois ou mais pares de ge- (aglutinogênio) presentes na membrana das hemácias e anti-
nes não alelos atuam na determinação de uma mesma ca- corpos (aglutininas) presentes no plasma sanguíneo. No sis-
racterística. tema sanguíneo ABO, a presença do antígeno é condicionada
08. Genes localizados na região homóloga, quando no cromos- por alelos múltiplos: IA, IB e i.
somo X, apresentam herança ligada ao sexo; quando no Em certa população, a frequência desses genes está assim dis-
cromossomo Y, apresentam herança restrita ao sexo. tribuída: IA = 35%, IB = 5% e i = 60%.
16. Heranças monogênicas seguem a primeira lei de Mendel. a] Espera-se que menos de 1% da população (0,17%) seja do
Soma das alternativas corretas: grupo sanguíneo AB.
b] Analisando-se a frequência do alelo i, pode-se dizer que o
09 - (MACKENZIE) Um homem polidáctilo e não albino, filho de tipo sanguíneo mais frequente nessa população é o grupo
mãe albina, casa-se com uma mulher não polidáctila e albina. sanguíneo O (ii).
O primeiro filho desse casal é normal para ambos os caracteres c] Nessa população, a maioria das pessoas (54,25%) são do
e a mulher está grávida da segunda criança. A probabilidade grupo sanguíneo A.
de essa segunda criança ser polidáctila e albina é de: d] A frequência esperada de indivíduos do grupo sanguíneo B
a] 1/4. é de aproximadamente 0,25%.

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12 - (UPF) A doença de Tay-Sachs é um distúrbio neurológico observar mais mulheres do que homens afetados, como o
degenerativo, autossômico recessivo, causada pela disfunção caso dos indivíduos I-2 e I-3 (genótipos do tipo XAXA).
dos lisossomos. O heredograma de três gerações da família 08. Trata-se de um heredograma de uma herança autossômica
Silva, apresentado abaixo, mostra indivíduos com essa doença. recessiva. Os indivíduos I-2, I-3 e III-2 apresentam genótipo
homozigoto recessivo do tipo aa.
Soma das alternativas corretas:

14 - (UNIPAR) Considere um homem que possui uma anomalia


dominante ligada ao cromossomo X e é casado com uma mu-
lher normal. Com relação aos descendentes deste casal pode-
mos afirmar corretamente que:
a] esta anomalia será transmitida a todas as filhas.
b] esta anomalia será transmitida à metade dos filhos do sexo
masculino.
Com base no heredograma, é correto afirmar que os indivíduos: c] esta anomalia não será transmitida a nenhum descendente.
a] 1 e 2 são homozigóticos dominante, caso contrário, seriam d] esta anomalia será transmitida à metade das filhas.
doentes. e] esta anomalia será transmitida a todos os filhos do sexo
b] 3 e 5 são necessariamente heterozigóticos para essa do- masculino.
ença.
c] 2 e 6 são homozigóticos para essa doença. 15 - (UNICESUMAR) Em uma espécie de planta, o gene A
d] 5 e 6 são heterozigóticos, caso contrário, não teriam filho controla a altura do caule. Esse gene possui dois alelos, A1 e
doente. A2. O gráfico abaixo mostra os fenótipos das plantas para os
e] 2 e 4 são heterozigóticos para essa doença. três possíveis genótipos.

13 - (UEPG) Uma forma de descobrir como ocorrem as heran-


ças das características humanas é elaborar heredogramas, es-
quemas que representam os indivíduos de uma família, com o
emprego de símbolos. Sobre o heredograma abaixo, assinale
o que for correto.

De acordo com o gráfico, conclui-se que:


a] A1 é dominante.
b] A2 é dominante.
c] A1 é epistático sobre A2.
d] A1 e A2 são codominantes.
e] o gene A é ligado ao sexo.
01.Os indivíduos I-2, I-3 e III-2 apresentam genótipo do tipo ho-
16 - (UCS) Um dito popular afirma que gatos com três cores
mozigoto dominante (AA), pois são os membros da família
sempre são fêmeas. Isso só é possível, porque a pelagem de
que estão destacados no heredograma. Os outros símbolos
cor branca é decorrência da presença de um gene autossô-
“em branco” podem ser de indivíduos portadores dos genó-
mico; já as cores amarela e preta se fazem presentes graças a
tipos heterozigotos (Aa) ou homozigotos recessivos (aa).
dois alelos (B1 e B2) ligados ao sexo. Diante disso, assinale a
02. Os indivíduos II-3 e II-4 são, obrigatoriamente, heterozigo-
alternativa correta.
tos (Aa) e podem gerar filhos com o genótipo homozigoto
a] As fêmeas, por serem XY, podem carregar os alelos b1 e
recessivo (aa) com uma probabilidade de 25%.
b2, que conferem a ausência de cor. Os machos, por serem
04. Trata-se de um heredograma de uma herança ligada ao cro-
XX, só podem ter a cor preta.
mossomo X de caráter dominante, visto que podemos

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b] Os machos e as fêmeas podem ter a cor branca; as fêmeas, Dessa forma, a frequência de heterozigotos esperada para este
por serem XX, podem carregar os alelos B1 e B2, que con- locus será:
ferem a cor preta e amarela ao mesmo tempo; o que não a] 0,15.
ocorre com os machos, por serem XY. b] 0,25.
c] As fêmeas, por serem XX, podem carregar os alelos B1 e c] 0,50.
B2, que conferem a cor preta e branca ao mesmo tempo. d] 0,70.
Os machos, por serem XY, podem ser branco ou preto. e] 1,50.
d] As fêmeas sempre serão coloridas. Os machos só podem
ter a cor branca. 20 - (UDESC)
e] Os machos e as fêmeas podem ter a cor branca; os ma-
chos, por serem XX, podem carregar os alelos B1 e B2, que
conferem a cor preta e amarela ao mesmo tempo. As fê-
meas, por serem XY, só podem ser pretas ou amarelas.

17 - (PUC-PR) A Síndrome MELAS (encefalopatia mitocon-


drial, acidose láctica e episódios tipo AVC – acidente vascular
cerebral) é uma doença mitocondrial neurodegenerativa multis-
sistêmica rara, de transmissão materna, de desenvolvimento
progressivo e com um fenótipo clínico muito variável, que apa-
rece geralmente na infância geralmente entre os 2 e os 10 anos
de idade, em casos mais raros, pode aparecer mais tarde, até
aos 40 anos ou mesmo depois. Considerando uma mulher afe-
Na Figura acima é mostrado um cariótipo. Analise as proposi-
tada pela doença espera-se que esta transmita a mesma:
ções em relação aos cariótipos e assinale (V) para verdadeira
a] somente para suas filhas.
e (F) para falsa.
b] somente para seus filhos homens.
( ) Pelo cariótipo apresentado, pode-se deduzir que o nú-
c] somente para 25% dos seus filhos homens.
mero haploide (n) desta espécie é igual a 23.
d] somente para 50% de suas filhas.
( ) Neste cariótipo são observados 23 pares de homólogos.
e] para todos os seus filhos independentemente do sexo.
( ) Constata-se um caso de trissomia com translocação no
par de número 22, neste cariótipo.
18 - (UEPG) Uma mãe de sangue A+ (A positivo), genótipo IAi,
( ) Neste cariótipo o primeiro par de cromossomos homólo-
casa-se com um homem de sangue tipo B– (B negativo), genó-
gos é do tipo metacêntrico.
tipo IB Assinale o que for correto em relação à genética de gru- ( ) Se este cariótipo fosse um indivíduo que apresentasse Mo-
pos sanguíneos e suas características.
saicismo poder-se-ia encontrar cariótipos diferentes.
01. Devido à incompatibilidade do fator Rh dos pais, os filhos
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima
deste casal podem sofrer de eritroblastose fetal ou do-
para baixo.
ença hemolítica do recém-nascido.
a] V – F – V – F – V.
02. Os fenótipos dos filhos deste casal podem ser apenas dos
b] V – F – F – V – V.
tipos A (como a mãe) ou B (como o pai), em relação ao
c] V – V – F – F – V.
sistema ABO.
d] F – V – V – V – F.
04. Em relação ao grupo ABO, os filhos deste casal podem pos-
e] F – V – V – F – F.
suir os tipos sanguíneos AB, A, B ou O, com 25% de
chance de cada fenótipo ocorrer.
08. A mãe possui em suas hemácias aglutinogênios do tipo A
e aglutininas anti-B no plasma. Já o pai possui aglutino-
gênios B na superfície das hemácias e aglutinina anti-A
no plasma.
Soma das alternativas corretas:
QUESTÕES PROPOSTAS

19 - (PUC-RIO) Uma população que está em equilíbrio de 01 - (PUC-RIO) As possíveis cores na pelagem dos cães da
Hardy-Weinberg apresenta frequência de 0,5 para o alelo do- raça Labrador Retrivier são resultantes de um processo de in-
minante de um determinado locus autossômico e dialélico. teração gênica epistásica entre dois loci autossômicos: B, res-
ponsável pela produção de melanina, e E, responsável pela

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deposição do pigmento nos pelos. O quadro abaixo apresenta 16. As características “lisa” e “amarela” tendem a aparecer
os possíveis genótipos para cada fenótipo. sempre juntas nas sementes das ervilhas, visto que são am-
bas características dominantes.
Soma das alternativas corretas

03 - (UNIPAR) Sabe-se que olhos escuros são dominantes so-


bre olhos azuis. Sabe-se também que, na maioria das popula-
ções da América do Sul predomina o número de pessoas de
olhos escuros, enquanto em diversas populações europeias
Considere as afirmativas abaixo.
acontece o inverso. Essa diferença deve-se fato de:
I. O cruzamento entre cães de cor amarela e cães de cor cho-
a] a herança da cor dos olhos não obedecer às leis de Mendel.
colate não gerará prole de cor preta.
b] a mecanismo de herança da cor dos olhos não ser ainda
II. O cruzamento entre cães de cor preta poderá gerar prole
bem conhecido.
com as três colorações.
c] a dominância dos genes relacionados com a cor dos olhos
III. O cruzamento entre cães de cor amarela só poderá gerar
modificar-se com o ambiente.
prole de cor amarela.
d] a frequência dos alelos para olhos escuros ser maior nas
IV. O cruzamento entre cães de cor chocolate poderá gerar
populações sul-americanas do que nas europeias.
prole de cor preta e chocolate.
e] tratar-se de um caso de herança quantitativa, que sempre é
influenciada por fatores ambientais.
Está correto o que se afirma em:
a] somente I e II.
04 - (ACAFE) A inteligência é hereditária?
b] somente II e III.
Um amplo estudo publicado em Julho de 2017, na revista
c] somente I, II e III.
científica Nature Genetics, comparou os achados previamente
d] somente II, III e IV.
relatados de variantes genéticas em 78.308 indivíduos e detec-
e] I, II, III e IV.
taram variáveis genéticas em 52 genes relacionando-as à ca-
pacidade cognitiva. Porém o impacto desses 52 genes explica
02 - (UEPG) Em seus experimentos, Mendel cruzou ervilhas
apenas 4,8% da variabilidade da inteligência. Assim, fica com-
de sementes lisas e amarelas (ambos caracteres dominantes)
provado que o componente genético não é determinado por um
com ervilhas de sementes rugosas e verdes (ambos caracteres
único gene, mas sim pela somatória de componentes genéticos
recessivos) e obteve a geração F1, onde todas as sementes
e não genéticos.
eram lisas e amarelas. A partir do cruzamento entre exempla-
Fonte: Veja, 22/09/2017. Disponível em: http://veja.abril.com.br
res da geração F1, ele obteve a geração F2. De acordo com a
segunda lei de Mendel, assinale o que for correto. Considerando as informações contidas no texto e os conheci-
01. Em um experimento foram obtidas 32 plantas de ervilha na mentos relacionados ao tema é correto afirmar, exceto:
geração F2. Neste experimento é esperada a seguinte pro- a] A variação genética, a variação ambiental e a interação ge-
porção fenotípica: 18 plantas com sementes lisas e amare- nótipo x ambiente determinam a variação fenotípica em
las; 6 plantas com sementes lisas e verdes; 6 plantas com uma herança quantitativa.
sementes rugosas e amarelas; e, 2 plantas com sementes
b] A herança monogênica tem distribuição discreta em uma
rugosas e verdes. geração segregante, isto é, os indivíduos podem ser agru-
02. De acordo com a segunda lei de Mendel, a proporção es- pados em classes fenotípicas distintas. Enquanto a herança
perada na geração F2 seria de 3:1, ou seja, 3/4 de plantas quantitativa em uma geração segregante tem distribuição
com sementes lisas e amarelas e 1/4 de plantas com se- contínua.
mentes rugosas e verdes. c] Herança quantitativa ou poligênica é um tipo de herança ge-
04. Segundo Mendel, o fato de a semente ser lisa ou rugosa nética, na qual participam dois ou mais pares de genes que
independe de ela ser verde ou amarela. Assim, a herança
se encontram vinculados, resultando em um efeito acumu-
do caráter textura de semente independe da herança do ca- lativo, cada gene contribuindo com uma parcela para a for-
ráter cor da semente. mação da característica.
08. De acordo com a segunda lei de Mendel, seria esperada na d] Herdabilidade é um coeficiente genético que expressa a re-
geração F2 a seguinte proporção 9:3:3, sendo composto lação entre a variância genotípica e a variância fenotípica,
por plantas de sementes lisas e amarelas, plantas com se- ou seja, mede o nível da correspondência entre o fenótipo
mentes lisas e verdes, e plantas com sementes rugosas e e o genótipo.
amarelas.

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(PUC-PR) Considere o texto a seguir. a] Esta comprovação foi calculada em uma população pe-
Por que cientistas falam em epidemia de miopia e qual a quena para que não houvesse erros de amostragem, os
sua origem Nos últimos 50 anos, o número de pessoas míopes cruzamentos eram ao acaso, e não havia mutações nem
duplicou. Estima-se que em 2020 um terço da população mun- migrações.
dial terá o problema na visão, em 2050, a metade. “Estamos b] Na comprovação matemática dos dois pesquisadores, eles
em meio a uma epidemia global de miopia”, disse o médico Earl atribuíram ao alelo “A” a frequência inicial p2 e ao seu alelo
Smith, professor de desenvolvimento da visão e decano da Fa- “a”, a frequência inicial q2.
culdade de Optometria da Universidade de Houston, nos Esta- c] Assumindo-se também a 1a Lei de Mendel e os princípios
dos Unidos. E essa epidemia tem mais incidência entre os jo- da probabilidade, a proporção de indivíduos homozigotos
vens do leste da Ásia, em países como China e Coreia do Sul, dominantes na geração seguinte seria de 2p, assim como
onde o problema afeta quase 90% dos estudantes que con- dos homozigotos recessivos seria 2q.
cluem o Ensino Médio. Em outras regiões do mundo, embora d] A população hipotética panmítica não existe na realidade,
os números não sejam tão alarmantes, a condição também pois sempre há fatores evolutivos ocorrendo em uma popu-
avança. As pessoas míopes podem ver claramente os objetos lação, tais como mutação e seleção natural, mantendo-se
que estão próximos, mas não conseguem focar objetos distan- assim a frequência dos alelos.
tes. Ela ocorre quando o globo ocular cresce demais e fica e] A partir da população hipotéticas, foi possível caracterizar
maior do que o normal. Essa condição visual costuma se ma- matematicamente que a evolução ocorre quando a frequên-
nifestar quando as crianças estão em idade escolar e piora gra- cia dos alelos de uma população se altera ao longo das ge-
dualmente até que o globo ocular complete seu crescimento. rações.
Se não for detectada e corrigida com lentes, a miopia pode pro-
gredir e, com o tempo, aumentar significativamente o risco de 06 - (UFSC) A distrofia muscular do tipo Duchenne é uma do-
catarata, glaucoma, desprendimento da retina e maculopatia ença ligada ao sexo que causa problemas nas células muscu-
míope. Além disso, está entre as três primeiras causas de ce- lares de forma progressiva e letal. Na genealogia abaixo, são
gueira permanente no mundo. mostrados indivíduos normais e um afetado pela doença.
Qual é a causa
Os especialistas acreditam que a genética tenha um papel
no desenvolvimento da miopia, mas não é o único fator. “Há
algo em nosso comportamento e nosso ambiente que está con-
tribuindo para o aumento de casos de pessoas míopes”, ga-
rante Smith, que recebeu financiamento de US$ 1,9 milhão (R$
6,3 milhões) exatamente para investigar as causas e estraté-
gias de tratamento.
Com base na genealogia e sabendo-se que não ocorreu muta-
Disponível em
< http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2017/06/1892669-por-que- ção e nenhum erro de segregação, é correto afirmar que:
cientistas-falam-em-epidemia-de-miopia-equal-a-sua-origem.shtml&gt;. 01. o indivíduo I – 1 pode ser heterozigoto para a doença.
Acesso em 13/06/17. 02. o indivíduo I – 2 é homozigoto.
04. o casal I – 1 e I – 2 tem 50% de chance de ter uma filha com
A Genética da miopia ainda não é completamente compreen- a doença.
dida. Supondo que a miopia siga uma herança autossômica do- 08. o indivíduo II – 3 tem 50% de chance de ser heterozigoto.
minante, qual a chance de um casal, que já tem um filho com 16. a chance de o casal II – 1 e II – 2 ter um descendente com
visão normal, ter uma menina com miopia de origem genética? a doença é de 12,50%.
a] 0. 32.o casal II – 1 e II – 2 não pode ter descendentes com a do-
b] 1/2. ença.
c] 2/8. Soma das alternativas corretas:
d] 3/4.
e] 3/8. 07 - (IFMG) Na espécie humana, mulheres com sangue do-
tado de fator Rh negativo que geram filhos com sangue dotado
05 - (UNIOESTE) Em 1908, dois pesquisadores – G.H. Hardy de fator Rh positivo podem desenvolver anticorpos anti-Rh.
e W. Weinberg – comprovaram, teoricamente, o que acontece- Isso ocorre porque, no final da gestação e principalmente du-
ria com a frequência de dois alelos (“A” e “a”) na ausência de rante o parto, parte do sangue do filho entra em contato com o
fatores evolutivos. A partir desta afirmativa, assinale a alterna- sangue da mãe, sensibilizando-a para o fator Rh. A partir desse
tiva correta. momento, se esta mulher gerar outro filho com sangue dotado

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de fator Rh positivo, anticorpos anti-Rh poderão ser rapida- 01. Atualmente, a eritroblastose fetal pode ser evitada inje-
mente produzidos pela mãe, atravessar a placenta e destruir as tando-se na mãe Rh+ (Rh positiva) o anticorpo anti-Rh, logo
hemácias fetais, processo que continua no recém-nascido, re- após o nascimento do primeiro filho Rh– (Rh negativo).
sultando na síndrome conhecida como: 02. Durante o parto, as hemácias do filho portadoras do fator
a] Daltonismo. Rh+ (Rh positivo) entram em contato com o sangue da mãe
b] Eritroblastose fetal. Rh– (Rh negativa), estimulando assim a produção de anti-
c] Hemofilia corpos anti-Rh no plasma da mãe.
e] Klinefelter. 04. Para que aconteça a eritroblastose fetal, o pai necessaria-
mente deve ser Rh– (Rh negativo) e a mãe deve apresentar
08 - (UFRGS) Quando todas as filhas de um indivíduo, afetado o fator Rh nas suas hemácias, ou seja, ser Rh+ (Rh posi-
por uma determinada anomalia genética, têm o mesmo fenótipo tiva). O segundo filho sofrerá com as consequências da do-
que o pai e nenhum filho é afetado, o mais provável padrão de ença caso ele também apresente o fator Rh, como a mãe.
herança é: 08. A eritroblastose fetal pode ocorrer quando mulheres Rh–
a] ligado ao X dominante. (Rh negativas), já sensibilizadas anteriormente, tem filho
b] ligado ao X recessivo. Rh+ (Rh positivo). A sensibilização pode ocorrer por trans-
c] autossômico dominante. fusão de sangue Rh+ (Rh positivo) ou gestação anterior de
d] autossômico recessivo. um filho Rh+ (Rh positivo).
e] extranuclear. 16. Uma mãe Rh– (Rh negativa), casada com um homem Rh–
(Rh negativo), pode apresentar filhos Rh+ (Rh positivos) na
09 - (UENP) O daltonismo é uma característica genética ligada segunda gestação, porém sem que haja a manifestação da
ao cromossomo X. Assinale a alternativa que apresenta, corre- doença, visto que a mãe não apresenta anticorpos anti-Rh.
tamente, o que pode ser afirmado sobre os pais de uma mulher Soma das alternativas corretas:
que apresenta essa característica.
a] O pai é hemizigótico, a mãe é heterozigótica e ambos são 12 - (UFPR) Em uma espécie de mamíferos, a cor da pelagem
daltônicos. é influenciada por dois genes não ligados. Animais AA ou Aa
b] O pai é hemizigótico, a mãe é heterozigótica dominante e são marrons ou pretos, dependendo do genótipo do segundo
ambos são daltônicos. gene. Animais com genótipo aa são albinos, pois toda a produ-
c] O pai é hemizigótico, a mãe é homozigótica recessiva e am- ção de pigmentos está bloqueada, independentemente do ge-
bos são daltônicos. nótipo do segundo gene. No segundo gene, o alelo B (preto) é
d] O pai é hemizigótico, a mãe é homozigótica dominante e dominante com relação ao alelo b (marrom). Um cruzamento
ambos são daltônicos. entre animais AaBb irá gerar a seguinte proporção de prole
e] O pai é hemizigótico, a mãe é homozigótica dominante e quanto à cor da pelagem:
ambos não são daltônicos. a] 9 pretos – 3 marrons – 4 albinos.
b] 9 pretos – 4 marrons – 3 albinos.
10 - (UNICENTRO) O albinismo é uma condição que deter- c] 3 pretos – 1 albino.
mina a ausência de pigmentação da pele. Na espécie humana, d] 1 preto – 2 marrons – 1 albino.
ela é condicionada por um gene recessivo a. Suponha que um e] 3 pretos – 1 marrom.
casal, cuja mãe é homozigota recessiva e o pai é heterozigoto
para essa condição, qual é a probabilidade de o primeiro e o 13 - (UDESC) Um exemplo clássico da Herança Quantitativa
segundo filho nascerem com albinismo? é a cor da pele em seres humanos, embora este não seja o
a] 1/4. único caso deste tipo de herança. Apesar de serem utilizadas
b] 1/2. letras maiúsculas e minúsculas para identificar os genes e seus
c] 3/4. alelos, esta maneira de escrever não indica que exista domi-
d] 1/3. nância e recessividade entre os alelos, conforme se pode de-
e] 2/3 duzir pela observação dos resultados fenotípicos, mostrados
. no quadro abaixo.
11 - (UEPG) A eritroblastose fetal, ou doença hemolítica do re-
cém-nascido, está relacionada ao fator Rh. Assinale o que for
correto sobre esta doença.

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b] a imigração de muitos indivíduos homozigotos dominantes.


c] o nascimento de 48 indivíduos afetados entre 300 nascidos.
d] o casamento preferencial de indivíduos heterozigotos.
e] o crescimento da população da população devido a diminui-
ção da predação.

16 - (UEPG) Sobre alguns conceitos genéticos, assinale o que


for correto.
01. Quando o produto de um único gene tem efeito simultâneo
Analise as proposições com relação à Herança Quantitativa.
sobre várias características do organismo, este é denomi-
I. O efeito dos alelos e dos genes é aditivo, ou seja, o efeito
nado pleiotrópico.
de um soma-se ao efeito do outro.
02. O fenômeno de interação gênica ocorre quando dois ou
II. Os fatores ambientais podem influenciar no fenótipo, neste
mais pares de genes agem na determinação de uma
tipo de herança.
mesma característica. A epistasia é um tipo de interação
III. A distribuição dos fenótipos neste tipo de herança é contí-
gênica na qual um par de alelos inibe a manifestação de
nua, ou seja, não existem apenas um, dois ou três tipos de
outro par.
fenótipos, existindo muitos intermediários.
03. Quando um par de alelos independe de outro par para a sua
IV. Este tipo de herança tem ligação com o sexo, pois os genes
manifestação, levando a formação de dois tipos fenotípicos
estão localizados nos cromossomos X e Y.
bem característicos, dá-se o nome de herança quantitativa
ou poligênica.
Assinale a alternativa correta.
08. Plantas com flores vermelhas cruzadas com plantas de flores
a] Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
brancas originam plantas com flores rosas. Este é um exem-
b] Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
plo clássico de dominância completa, visto que os pigmentos
c] Somente a afirmativa I é verdadeira.d) Somente as afirma-
vermelhos e brancos são produzidos em uma mesma taxa,
tivas I, II e III são verdadeiras.
levando ao surgimento de uma flor contendo os dois pigmen-
d] Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
tos em proporções iguais, ou seja, de cor rosa.
Soma das alternativas corretas:
14 - (PUC-RIO) No heredograma abaixo, os indivíduos com
uma determinada condição genética estão marcados em preto.
17 - (UFPR) Em relação ao sistema ABO de grupos sanguí-
Os círculos representam o sexo feminino, e os quadrados, o
neos, considere as seguintes afirmativas:
sexo masculino.
1. O tipo sanguíneo AB é considerado doador universal.
2. O tipo sanguíneo O é considerado receptor universal.
3. O tipo sanguíneo A pode doar para pessoas do tipo A e AB.
4. O tipo sanguíneo B pode doar para pessoas do tipo B e AB.

Assinale a alternativa correta.


a] Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b] Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
A partir da análise deste heredograma, verifica-se que a condi- c] Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
ção genética é compatível com o seguinte padrão de herança: d] Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
a] autossômico dominante. e] As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
b] autossômico recessivo.
c] ligado ao X dominante. 18 - (UFRGS) No milho, grãos púrpura são dominantes em re-
d] ligado ao X recessivo. lação a amarelos, e grãos cheios são dominantes em relação a
e] ligado ao Y. murchos. Do cruzamento entre duas plantas, foi obtida uma
prole com as seguintes proporções: 25% de grãos púrpura e
15 - (UNIPAR) A frequência de indivíduos afetados por uma cheios; 25% de grãos amarelos e cheios; 25% de grãos púrpura
anomalia genética autossômica recessiva, em uma dada popu- e murchos; 25% de grãos amarelos e murchos. Sabendo que
lação, era de 0,16. Constatou-se a diminuição dessa frequência uma das plantas parentais era totalmente homozigota, assinale
após: a alternativa correta.
a] a morte de 5% da população total por falta de alimento.

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a] Os dois genes citados não estão segregando de forma in- filho e filha). Como o teste com o DNA nuclear não foi conclu-
dependente. sivo, os peritos optaram por usar também DNA mitocondrial,
b] A planta homozigota era dominante para as duas caracte- para dirimir dúvidas.
rísticas. Para identificar o corpo, os peritos devem verificar se há homo-
c] Uma das plantas parentais era heterozigota para as duas logia entre o DNA mitocondrial do rapaz e o DNA mitocondrial
características. do(a)
d] A prole seria mantida na proporção 1:1:1:1, se as duas plan- a] pai.
tas parentais fossem duplo heterozigotas. b] filho.
e] Os resultados obtidos são fruto de recombinação genética. c] filha.
d] avó materna.
19 - (UNIOESTE) Sobre daltonismo e hemofilia A, pode-se e] avô materno.
afirmar que:
a] as duas doenças são heranças genéticas associadas a pro- 03 - (ENEM) Em um experimento, preparou-se um conjunto de
blemas de coagulação do sangue. plantas por técnica de clonagem a partir de uma planta original
b] o daltonismo está relacionado somente ao cromossomo Y que apresentava folhas verdes. Esse conjunto foi dividido em
e resulta na dificuldade em distinguir determinadas cores. dois grupos, que foram tratados de maneira idêntica, com ex-
c] na hemofilia A não há relação com o cromossomo X. ceção das condições de iluminação, sendo um grupo exposto
d] no daltonismo, os homens são apenas portadores. a ciclos de iluminação solar natural e outro mantido no escuro.
e] o gene recessivo da hemofilia A está no cromossomo X. Após alguns dias, observou-se que o grupo exposto à luz apre-
sentava folhas verdes como a planta original e o grupo culti-
vado no escuro apresentava folhas amareladas.
Ao final do experimento, os dois grupos de plantas apresenta-
ram
a] os genótipos e os fenótipos idênticos.
b] os genótipos idênticos e os fenótipos diferentes.
QUESTÕES ENEM c] diferenças nos genótipos e fenótipos.
d] o mesmo fenótipo e apenas dois genótipos diferentes.
01 - (ENEM) A estratégia de obtenção de plantas transgênicas e] o mesmo fenótipo e grande variedade de genótipos.
pela inserção de transgenes em cloroplastos, em substituição
à metodologia clássica de inserção do transgene no núcleo da Gabarito
célula hospedeira, resultou no aumento quantitativo da produ- 01-b 02-d 03-b
ção de proteínas recombinantes com diversas finalidades bio-
tecnológicas. O mesmo tipo de estratégia poderia ser utilizada
para produzir proteínas recombinantes em células de organis-
mos eucarióticos não fotossintetizantes, como as leveduras, HISTOLOGIA ANIMAL
que são usadas para produção comercial de várias proteínas
recombinantes e que podem ser cultivadas em grandes fermen-
tadores.
Considerando a estratégia metodológica descrita, qual orga- 1. HISTOLOGIA ANIMAL
nela celular poderia ser utilizada para inserção de transgenes
em leveduras? Após a formação embrionária inicial com a diferenciação
a] Lisossomo. dos folhetos embrionários, os processos de histogênese e or-
b] Mitocôndria. ganogênese avançam. As estruturas começam a adquirir as-
c] Peroxissomo. pectos mais definitivos, com a especialização em tecidos per-
d] Complexo golgiense. manentes.
e] Retículo endoplasmático. Os organismos pluricelulares são constituídos de vários ti-
pos de células que se especializam em determinadas funções.
02 - (ENEM) Para a identificação de um rapaz vítima de aci- Além disso, observamos que essas células são originárias a
dente, fragmentos de tecidos foram retirados e submetidos à partir de determinados grupamentos celulares embrionários,
extração de DNA nuclear, para comparação com o DNA dispo- chamados de folhetos embrionários, que sofrerão especializa-
nível dos possíveis familiares (pai, avô materno, avó materna, ções ao longo do desenvolvimento embrionário, originando um

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grupo de células de mesma origem, especializadas em uma de- células de tamanhos diferentes, passa a impressão de ser es-
terminada função. A esse grupo denominamos tecido. Os teci- tratificado. Por essa razão denomina-se de pseudo estratifi-
dos são agrupados de acordo com determinadas característi- cado. Quanto à forma, os epitélios podem ser classificados de
cas, tais como: presença ou não de substância intercelular, tipo pavimentosos, quando as células são achatadas; de cúbicos,
de função realizada e origem embrionária. Assim, temos quando em forma de cubo e prismáticos, quando são alonga-
das em forma de colunas.

1.1. Tecido epitelial

O tecido epitelial, também denominado de epitélio, desem-


penha várias funções, como proteção, absorção, secreção e
percepção, dependendo da sua localização no organismo e,
também, da sua origem embrionária. Os epitélios são formados
por células normalmente poliédricas, justapostas, apresen-
tando muito pouca substância extracelular. As células epiteli-
ais, de um modo geral, aderem- -se firmemente uma às outras,
formando camadas contínuas que revestem superfícies exter-
nas e internas. Os epitélios são classificados em três tipos: re-
1.3. Tecido epitelial glandular
vestimento, glandular e neuroepitélios (especializados na cap-
As células que constituem o epitélio de secreção normal-
tação de estímulos do meio ambiente). O tecido epitelial não
mente estão alojadas formando estruturas denominadas glân-
apresenta vasos sanguíneos. Sua nutrição é feita através da
dulas.
difusão de substâncias e oxigênio do tecido conjuntivo que
sempre é encontrado abaixo do tecido epitelial.
Atenção! Como comentamos na introdução, existem epité-
Entre os epitélios e o tecido conjuntivo existe uma estrutura
lios de revestimento que possuem células com capacidade se-
denominada de lâmina basal, que contém, principalmente, co-
cretora, como é o caso da mucosa gástrica.
lágeno e glicoproteína. Em determinadas regiões do organismo
existe um acúmulo de fibras reticulares e complexos proteicos
Normalmente, as células formadoras dos epitélios glandu-
que, associadas à lâmina basal, formam a membrana basal.
lares acumulam no seu citoplasma a secreção em vesículas ou
Convém lembrar que a lâmina basal não é uma exclusividade
grânulos de secreção. Existem células que secretam proteínas,
de tecidos epiteliais. É encontrada também em volta de células
outras liberam lipídios e até complexos de carboidratos e pro-
musculares, das células de Schwann (tecido nervoso) e células
teínas. Quando a célula com capacidade secretora não forma
adiposas. Lembramos ainda, que as células epiteliais apresen-
um conjunto, mas se apresenta de forma isolada, a glândula é
tam especializações denominadas de desmossomos, entre ou-
denominada unicelular. Porém, a maioria das glândulas é plu-
tros, que aumentam a força de coesão das células e as micro-
ricelular. As glândulas se formam da mesma maneira. O epitélio
vilosidades, que aumentam a área de absorção.
de revestimento sofre uma invaginação, invadindo o tecido con-
juntivo subjacente e sofre posterior diferenciação. Quando o
1.2. Epitélio de revestimento mecanismo de proliferação deixa um duto livre, que transporta
a secreção até a superfície do epitélio, a glândula é denomi-
É formado por células justapostas, com pouca ou nenhuma nada exócrina. Quando não existe esse duto, o produto secre-
substância intercelular, formado por uma única camada de cé- tado é lançado diretamente no meio extracelular, sendo trans-
lula ou por várias camadas. Quando formado por uma, é deno- portado para o sangue. Nesses casos, o produto é denominado
minado de simples ou uniestratificado e, quando por várias, de hormônio. E a glândula é chamada de endócrina.
estratificado. Existe, ainda, um epitélio que, por apresentar

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Existem glândulas que apresentam as duas funções. Essas Holócrinas – a célula produz sua secreção e morre, pois se-
glândulas são denominadas anfícrinas ou mistas, apresen- creta todo o citoplasma. Merócrinas – eliminam somente o pro-
tando uma região endócrina, sem duto de secreção, e outra duto secretado, mantendo-se íntegras. Apócrinas – perdem
exócrina, com duto de secreção. As glândulas exócrinas apre- uma parte do citoplasma quando eliminam a secreção.
sentam algumas classificações diferentes, dependendo do cri-
tério observado. Quanto à morfologia da área secretora. 1.5. Pele
Tubulosas – se tiverem o aspecto tubular. Acinosa ou alve-
olar – se o aspecto for arredondado. Túbulo-alveolar ou túbulo- É o revestimento externo do organismo humano. Na reali-
acinosa – quando possui longos dutos tubulares e áreas secre- dade, a pele não é um tecido, mas um órgão, pois é formado
toras arredondadas. pelo conjunto da epiderme (tecido epitelial) e a derme (tecido
conjuntivo). A pele é o maior órgão do corpo humano. A epi-
derme é a região mais externa. É um epitélio do tipo estratifi-
cado pavimentoso. Sua camada mais profunda está em cons-
tante processo mitótico, o que permite a renovação constante
das camadas mais superficiais. A epiderme é um revestimento
característico de vertebrados terrestres, que apresentam, nas
camadas mais superficiais, uma substância impermeabilizante,
denominada queratina, que evita a desidratação. Nas camadas
mais profundas da epiderme encontramos os melanócitos, que
fabricam a melanina, pigmento que é responsável pela colora-
ção da pele e tem a finalidade de proteger o organismo contra
a radiação ultravioleta. Encontramos, ainda, na epiderme, os
chamados anexos, formados por células queratinizadas, como
cabelos, pelos, cascos e alguns chifres, como, por exemplo, os
do rinoceronte.

Observação! Devemos lembrar que a epiderme não é


vascularizada, recebendo nutrientes e oxigênio da camada
abaixo, a derme. Entre as duas camadas, existe a lâmina basal,
permitindo maior aderência da epiderme sobre a derme.

A derme é muito vascularizada, onde encontramos tam-


bém o folículo pilórico (local que permite o crescimento do pelo)
e as áreas secretoras das glândulas que existem na pele (su-
1.4. Quanto à maneira de eliminar a secreção doríparas e sebáceas).

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1.6. Tecido conjuntivo


1.6.2. Fibroblastos
Na realidade, o tecido conjuntivo representa um conjunto de
tecidos que possuem origem embrionária comum (mesên- Células responsáveis pela fabricação das fibras e da subs-
quima, que deriva da mesoderme) e apresentam como função tância amorfa. São estreladas com grande núcleo e um Retí-
básica a união e a sustentação de outros tecidos. Esse tipo de culo Endoplasmático Granuloso (REG) bem desenvolvido. São
tecido apresenta diversos tipos de células, separadas por abun- responsáveis, também, pelo processo de cicatrização. Quando
dante material extracelular, denominado substância intercelular essas células cessam ou diminuem a atividade metabólica, são
ou intercistial. O tipo de substância intercelular varia de acordo denominadas fibrócitos.
com o tipo de tecido conjuntivo. Aliás, essa variação é que de-
termina a estrutura e função do tecido, que é classificado em 1.6.3. Macrófagos
frouxo, denso, cartilaginoso, ósseo e hematopoiético.
São células grandes com características ameboides, que
1.6.1. Tecido conjuntivo frouxo apresentam grande poder de fagocitose. Respondem pela de-
fesa e limpeza do TCPD, fagocitando restos de células e agen-
É também denominado tecido conjuntivo propriamente dito tes infecciosos. Além disso, alertam o sistema imunológico da
(TCPD), pois executa o preenchimento do organismo, estando invasão de substâncias perigosas para o organismo.
presente, basicamente, em todos os órgãos. Apresenta-se
constituído por um grupamento celular de vários tipos: três tipos 1.6.4. Células mesenquimatosas
de fibras e a substância fundamental ou amorfa (substância in-
tercelular), que apresenta o aspecto de uma gelatina. As fibras São células com características embrionárias, ou seja, in-
são constituídas por proteínas denominadas colágeno, elastina diferenciadas, capazes de se multiplicar com grande intensi-
e reticulina, que formam, respectivamente, as fibras colágenas, dade e de originar outras células do TCPD.
as elásticas e as reticulares.
O colágeno é a proteína mais abundante no reino animal e
1.6.5. Plasmócitos
confere resistência às estruturas que a possuem. As fibras co-
lágenas estão presentes no TCPD sem nenhuma organização,
Células capazes de fabricar anticorpos que combatem os
o que confere a característica de tecido frouxo, pois é extrema-
agentes invasores. Essas células têm origem nos linfócitos B
mente flexível. A flexibilidade está mais ligada às fibras elásti-
do sangue, que migram para o TCPD.
cas, que conferem a elasticidade do tecido, porém com resis-
tência, devido à presença do colágeno. As fibras reticulares for-
mam um trançado firme, ligando o tecido conjuntivo propria-
mente dito aos tecidos vizinhos. Na realidade, esse tipo de fibra
é formada por uma variação do colágeno associada a glicopro-
teínas e proteoglicanas.

Nesse tipo de tecido encontramos uma variedade de célu-


las, a saber:

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1.6.6. Mastócitos os tendões, que ligam os músculos aos ossos. Um dos tendões
mais famosos é o tendão calcâneo (tendão de Aquiles), que
Células produtoras de heparina e histamina. Os mastócitos liga os músculos denominados de gastrocnêmios (barriga da
são produzidos na medula óssea vermelha. A heparina é o an- perna) ao osso calcâneo (que forma o calcanhar).
ticoagulante natural e a histamina é vasodilatadora, aumen-
tando a permeabilidade capilar. O TCPD pode apresentar uma
função mais específica quando existe um grande número de 2. TECIDO CARTILAGINOSO
células denominadas adipócitos, que são células responsáveis
pelo armazenamento de gordura. Nesse caso, o TCPD passa O tecido cartilaginoso é um conjuntivo com consistência rí-
a ter a denominação de tecido adiposo. Os adipócitos possuem gida, porém flexível, que irá desempenhar funções de suporte,
um grande vacúolo que tem a finalidade de armazenar a gor- revestimento e permitirá o crescimento ósseo. Na realidade, as
dura. Esse vacúolo pode variar de tamanho, dependendo da funções exercidas pelo tecido dependem da constituição da
quantidade de gordura armazenada. O tecido adiposo atua matriz cartilaginosa, pois, como todo tecido conjuntivo, este
como uma reserva de energia, sendo que nos mamíferos, que apresenta uma substância intercelular denominada matriz e um
são animais homeotérmicos ou endotermos, o tecido adiposo conjunto de células denominadas condrócitos. A matriz possui,
forma uma camada logo abaixo do pêlo, denominada de paní- em sua composição, fibras colágenas ou colágeno e elastina,
culo adiposo. A finalidade do panículo é isolar o organismo do glicoproteínas e um mucopolissacarídeo denominado de con-
meio ambiente, evitando a perda de calor para o meio. drina (formada a partir do ácido condroitino – sulfúrico). O te-
cido cartilaginoso não possui vasos sanguíneos. Sua nutrição
1.6.7. Tecido conjuntivo denso se deve a uma vasta rede capilar que circunda o tecido pelo
tecido conjuntivo envolvente, denominado de pericôndrio.
O tecido conjuntivo denso é caracterizado pela presença
de grande quantidade de fibras colágenas que, dependendo da Não apresenta, também, vasos linfáticos ou nervos.
sua organização, classificará o tecido conjuntivo denso em:
O tecido cartilaginoso surge na fase embrionária
Tecido conjuntivo denso – fibroso ou não-modelado através do mesênquima, a partir do qual as células sofrem mo-
dificação, originando os condroblastos. Depois, os condroblas-
Apresenta as fibras colágenas entrelaçadas, o que confere tos iniciam a síntese da matriz, o que provoca o afastamento
resistência e elasticidade. Encontramos esse tipo de tecido na das células. Os condroblastos mais centrais começam a adqui-
formação de cápsulas envoltórias de diversos órgãos, tais como: rir as características dos condrócitos, enquanto as células me-
fígado, baço, rins etc. Como se molda ao órgão que reveste e, senquimais superficiais iniciam a formação do pericôndrio. Du-
por consequência não apresenta forma definida, recebe a deno- rante o processo de síntese das células cartilaginosas e da ma-
minação de tecido conjuntivo denso não-modelado. triz, os condrócitos ficam aprisionados em lacunas, denomina-
das condroplastos. Quando observados em microscopia eletrô-
nica, o condrócito apresenta superfície irregular, com várias re-
entrâncias. Isso se torna importante devido ao fato da cartila-
gem não possuir vascularização. Na realidade, as células car-
tilaginosas respiram por mecanismos anaeróbios, degradando
a glicose em ácido lático. Logo, essas células trabalham sob
baixa tensão de oxigênio, o que dificulta muito os processos de
cicatrização.

A nutrição das células ocorre por difusão do pericôndrio


para a matriz.

As cartilagens, quando são lesadas, apresentam di-


ficuldade de regeneração em virtude da baixa oxigenação. Po-
Tecido conjuntivo denso modelado ou tendinoso rém, essa regeneração ocorre por meio do pericôndrio. Quando
a lesão é pequena, as células do pericôndrio invadem-na e a
Apresenta as fibras colágenas com organização paralela, regeneram. Porém, se a lesão for muito extensa, a regeneração
o que o torna muito resistente, porém pouco elástico. Ele forma poderá ocorrer, mas o sistema formará uma cicatriz com tecido

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conjuntivo denso (presença predominante de colágeno). O te- fagocitose, remodelam e destroem o tecido ósseo. O tecido ós-
cido cartilaginoso dará origem às cartilagens, que em alguns seo é revestido por membranas conjuntivas denominadas pe-
animais, como os tubarões e raias, formam o esqueleto (peixes riósteos que, após a formação do osso, permanecerão reves-
condrictes). Em outros vertebrados, o esqueleto formado por tindo-o. O tecido ósseo apresenta em sua composição fibras de
cartilagens existirá apenas na fase embrionária, que será subs- colágeno, glicoproteínas e cristais de fosfato de cálcio, o que
tituído por ossos à medida que o embrião amadurece. Porém, torna a matriz óssea muito mais resistente do que a cartilagi-
nem todas as cartilagens serão trocadas por ossos. Algumas nosa. Essa síntese proteica é responsabilidade dos osteoblas-
permanecerão durante toda a vida do animal, inclusive no ho- tos, que são células grandes com expansões citoplasmáticas
mem. que formam longos prolongamentos. Durante a formação da
matriz óssea, os osteoblastos são aprisionados. Como a matriz
2.1. Tipos de cartilagens já está formada, eles sofrem uma retração, o que faz com que
a célula, agora denominada de osteócito, ocupe apenas uma
lacuna formada pela matriz ao seu redor. Como os prolonga-
Hialina
mentos também sofreram retração, os canais antes ocupados
É a mais comum. Apresenta substância intercelular
por eles, passam a constituir uma eficiente rede de canalículos
homogênea com poucas fibras colágenas, em torno de 40%,
que interligam as várias lacunas existentes no tecido. É justa-
associadas a glicoproteínas. É encontrada na traqueia, brôn-
mente através desses canalículos que o oxigênio e as substân-
quios e nas extremidades dos ossos. Essa cartilagem forma o
cias nutritivas irão chegar até as células. Durante o processo
molde do esqueleto, onde, posteriormente, nos processos de
de formação da matriz, os osteoblastos se colocam de maneira
ossificação, a cartilagem será substituída pelo tecido ósseo.
concêntrica, formando uma infinidade de unidades, chamadas
de sistemas de Havers. Cada sistema apresenta um canal cen-
Elástica tral, por onde passam os vasos sanguíneos e os nervos que
É semelhante à hialina, porém com fibras colágenas servem ao osso.
e elásticas. Forma a orelha, o septo nasal e a epiglote. Os vários sistemas de Havers que formam o osso
comunicam-se entre si através dos canais de Volkmann.
Fibrosa
Apresenta grande quantidade de fibras colágenas e
é a mais resistente. Encontramos esse tipo de cartilagem nos
ossos pubianos, meniscos e discos intervertebrais. Também é
encontrada nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se
inserem nos ossos. Essa cartilagem normalmente está associ-
ada ao tecido conjuntivo denso.

3. TECIDO ÓSSEO

O tecido ósseo forma a maioria dos esqueletos dos


animais vertebrados.

Atenção!!!
Na realidade esse tecido é apenas um dos consti- A superfície externa é recoberta pelo periósteo, que é rico
tuintes do osso, que apresenta outros tipos de tecidos conjun- em células osteogênicas e tecido conjuntivo. Essas células,
tivos em sua constituição. morfologicamente semelhantes aos fibroblastos, são capazes
de originar os osteoblastos. Isso é importante nos processos de
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido regeneração óssea, no caso, por exemplo, de uma fratura. Ao
conjuntivo que, além de participar da formação do osso apre- analisarmos o tecido ósseo verificamos que ele pode se apre-
sentando características que permitem a movimentação, prote- sentar de duas formas: o tecido ósseo compacto e o esponjoso.
ção e suporte para o organismo, também funciona como arma- Nas extremidades dos ossos longos (epífises), o tecido ósseo
zenador de íons, principalmente cálcio e fosfato. É formado por forma trabéculas ósseas, que se apresentam entrelaçadas, for-
células denominadas de osteócitos, situados em lacunas na mando o tecido ósseo esponjoso. No corpo do osso (diáfise)
matriz óssea; os osteoblastos, que produzem a parte orgânica encontramos a matriz óssea mais compacta, formando do te-
da matriz; e os osteoclastos, que com um alto poder de cido ósseo compacto, que apresenta um canal central,

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denominado de canal medular. No recém-nascido, as cavida- 4. TECIDOS HEMATOPOIÉTICOS


des do tecido esponjoso, bem como o canal medular, são ocu-
padas pela medula óssea vermelha. Esta é denominada de me- Quando se fala de sangue, estamos nos referindo a um
dula óssea hematógena, pois possui grande capacidade de conjunto de células, água e várias substâncias que circulam
produção de hemácias e outras células sanguíneas. Com o pelo corpo, transportando substâncias para os tecidos e reti-
avanço da idade, o canal medular é impregnado por tecido adi- rando deles os resíduos que deverão ser eliminados. Antes de
poso, diminuindo a capacidade de produção de hemácias e estudarmos o sangue, vamos estudar a sua formação.
passando a ser um reservatório de gordura. Encontramos tam- As primeiras células sanguíneas surgem da mesoderme
bém uma célula denominada de osteoclasto, que é responsável do saco vitelino. Mais tarde, ainda no embrião, o fígado e o
pela retirada de áreas lesadas ou envelhecidas, pela troca baço constituem os primeiros órgãos produtores de células
constante e pela remodelação óssea. Essa célula é capaz de sanguíneas. Com a formação das estruturas ósseas, a medula
retirar a matriz óssea, permitindo que os osteoblastos formem óssea passa a ser a produtora efetiva. Esse processo de pro-
nova matriz. dução denomina-se hematopoiese. Na realidade, dependendo
Essa capacidade é dada principalmente pela libera- do tipo de célula que será formada, o processo ganha nomes
ção de uma enzima denominada de colagenase que, junta- próprios. Dessa forma, a produção de hemácias denomina-se
mente com a liberação de H+ pela célula, provoca a destruição eritropoiese, os monócitos de monocitopoiese, os linfócitos de
da matriz e liberação do Ca++. linfocitopoiese etc. A produção dessas células tem origem nas
chamadas células-fontes que originam células-filhas. Algumas
células-filhas permanecerão como célulasfontes, mantendo a
capacidade de produção. Outras irão sofrer diferenciação. As
células hematopoiéticas produtoras (células- fonte) são deno-
minadas de células-tronco pluripotentes. Em princípio, admite-
se que todas as células sanguíneas derivam delas. As células
pluripotentes irão originar duas linhagens: as células linfoides e
as células mieloides. As linfoides darão origem aos linfócitos e
as mieloides aos eritrócitos, monócitos, granulócitos e plaque-
tas.

5. TECIDO SANGUÍNEO

O tecido sanguíneo é formado por uma matriz líquida, o


plasma, e um conjunto de células denominadas de glóbulos
sanguíneos. O sangue exerce importante papel no organismo,
pois é o responsável pelo transporte de substâncias nutritivas,
gases respiratórios, hormônios, excretas, além de promover o
3.1. Ossificação controle térmico do organismo. O volume total de sangue em
A formação do osso pode ser dividida em dois tipos: um homem normal é de 5,5 litros. O sangue, quando centrifu-
a ossi ficação endocrondral e a ossificação intramembranosa. gado em condições apropriadas, separa o plasma dos glóbulos
Em qualquer um dos dois tipos, o osso sempre se forma a partir sanguíneos, processo que denominamos de sedimentação.
de uma estrutura conjuntiva, que serve de base. A ossificação Esse processo é utilizado para medirmos o hematócito, que no
endocondral consiste na substituição da matriz cartilaginosa homem corresponde a 40 a 50% e na mulher 35 a 45% do vo-
por tecido ósseo. Ela tem início dentro da cartilagem, onde os lume sanguíneo. Dessa forma, estima-se o volume de sangue
osteoclastos retirarão a matriz, enquanto os osteoblastos sinte- ocupado pelas hemácias em relação ao volume total. A maior
tizam o tecido ósseo. Esse tipo de ossificação é comum para a parte das funções exercidas pelo sangue é executada pelo
maioria dos ossos do nosso corpo, principalmente os ossos lon- plasma, que é formado fundamentalmente por água, sais mine-
gos. Já a ossificação intramembranosa consiste na formação rais e proteínas, sendo a mais abundante denominada de albu-
do tecido ósseo a partir de um molde de tecido conjuntivo fi- mina (responsável pela manutenção da pressão osmótica do
broso, como é o caso dos ossos chatos da caixa craniana. sangue).

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Reconhecemos três tipos de hemoglobina: HbA1,


HbA2 e a HbF. As duas primeiras são encontradas no adulto e
a terceira, no feto, possuindo uma afinidade pelo oxigênio muito
maior do que as “A”. Nos pulmões, onde a pressão do oxigênio
é alta, cada molécula de hemoglobina carrega quatro molécu-
las de oxigênio, uma para cada Fe++. Essa combinação forma
a oxi-hemoglobina. Nos tecidos, esse complexo é desmontado
devido à baixa pressão de O2 e um novo é criado com o CO2
proveniente das células, a carbamino-hemoglobina, que será
desmontado nos pulmões, refazendo o ciclo. Convém lembrar
que a maior parte do CO2 não é transportado pelas hemácias
e, sim pelo plasma.
5.1. Células sanguíneas ou glóbulos sanguí-
neos Atenção!!!
Os compostos oxi-hemoglobina e carbamino- -he-
moglobina são considerados como compostos instáveis, pois
5.1.1. Hemácia são desmontados constantemente. Porém, quando ocorre a
combinação do monóxido de carbono – CO – com a hemoglo-
Também são denominadas eritrócitos (células vermelhas).
bina, formase a carbo-hemoglobina, que é estável, impedindo
São as mais abundantes na corrente sanguínea, apresen-
a hemoglobina de transportar oxigênio. Esse processo pode
tando-se entre 4 . 106 e 6 . 106 por mm3 de sangue. São anu-
provocar a morte por deficiência de oxigênio nos tecidos.
cleadas, bicôncavas e apresentam um pigmento denominado
de hemoglobina. Os eritrócitos são formados na medula óssea
A quantidade de hemácias é mantida razoavelmente
vermelha a partir de células nucleadas, denominadas de eri-
constante por mecanismos bioquímicos e hormonais. A estimu-
troblastos. Estes ainda são nucleados e, durante o seu pro-
lação da produção de hemácias (eritropoese) varia com a re-
cesso de formação, sintetizam grande quantidade de hemoglo-
dução da pressão do oxigênio e a altitude que o organismo se
bina. Ao perderem o núcleo, transformam-se em reticulócitos
encontra. Dessa maneira, diz-se que a quantidade de hemácias
que, ao serem lançados na corrente sanguínea, perdem mito-
é diretamente proporcional à altitude e inversamente proporci-
côndrias e ribossomos, transformando-se em eritrócitos. Os eri-
onal à quantidade de oxigênio disponível.
trócitos são responsáveis pelo transporte de oxigênio e gás car-
bônico no sangue, sendo que o transporte principal é de oxigê-
nio. Pouco gás carbônico é transportado pela hemácia. A perda 5.1.2. Leucócitos
do núcleo é vantajosa para o transporte de oxigênio, pois o cen- São denominados de células brancas. São esféri-
tro da célula fica mais estreito, favorecendo o contato do oxigê- cos, nucleados, em quantidade que varia, em condições nor-
nio com a hemoglobina devido ao fato da superfície da célula mais, entre 5 e 10 mil por milímetro cúbico de sangue. O au-
ficar muito próxima do centro, onde encontramos uma grande mento dessa taxa é denominado de leucocitose (normalmente
quantidade desta proteína. Se a célula fosse esférica, esse provocada por estados patológicos) e a diminuição, leucopenia,
contato seria menor. Os eritrócitos possuem um tempo de vida (imunodepressão). Os leucócitos são responsáveis pelos pro-
médio de 120 dias. Após esse período, as enzimas já não con- cessos de defesa, com a capacidade de diapedese, que con-
seguem exercer suas funções básicas e o rendimento do ciclo siste em atravessar a parede do capilar, penetrando nos teci-
metabólico cai. Essas hemácias são normalmente digeridas no dos adjacentes. Os leucócitos respodem a substâncias emana-
baço por macrófagos; mas, também, podem ser digeridas no das pelos tecidos, plasma e dos próprios micro-organismos
fígado. quando um tecido é invadido, migrando para a região. Esse fe-
nômeno é denominado de quimiotaxia. Os leucócitos são clas-
sificados em dois grupos: os granulócitos e os agranulócitos.

5.1.3. Granulócitos
Possuem núcleo irregular e citoplasma com granula-
ções. São classificados em neutrófilos, basófilos e eosinófilos,
de acordo com a afinidade por corantes.

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5.1.4. Neutrófilos 5.1.8. Monócitos

São os mais numerosos, constituindo 60 a 70% dos leucó- Constituem 3 a 8% dos leucócitos. Eles dão origem aos
citos. Apresentam núcleo irregular formado por dois a cinco lo- macrófagos, células com grande poder de fagocitose, existen-
bos, mais comumente com três lobos. São especializados para tes no tecido conjuntivo e que, quando no tecido ósseo, irão
fagocitar bactérias e outros micro-organismos que penetrem no originar os osteoclastos.
nosso corpo. São corados com corante neutro. É interessante
ressaltar que, no sangue, os neutrófilos são esféricos e não fa- Observação! Lembramos que os leucócitos granulócitos e
zem fagocitose. Mas, ao migrarem para o tecido por diapedese, monócitos, assim como as hemácias, são formados na medula
adquirem forma ameboide e passam a fagocitar. óssea (tecido mieloide). Já os linfócitos amadurecem nos tecidos
linfoides, como o baço, o timo, intestinos e gânglios linfáticos.
5.1.5. Eosinófilos ou acidófilos

Constituem de 1 a 3% dos leucócitos, apresentando núcleo


bilobulado, esse relacionando-se com as reações alérgicas e
parasitárias. Recebem o nome de eosinófilos por serem cora-
dos com eosina, que é um corante ácido.
Os eosinófilos possuem histamina, assim como os basófi-
los. A histamina é um vasodilatador que aumenta a permeabi-
lidade dos capilares, facilitando o extravasamento plasmático 5.1.9. Plaquetas
e, com isso, provocando um processo de inundação dos teci-
dos (edema). Essa dilatação vascular auxilia a diapedese, que
Também denominadas de trombócitos. São fragmentos
é a capacidade dos leucócitos de atravessarem os vasos san-
celulares provenientes de células chamadas de megacarióci-
guíneos. O excesso de histamina liberada induz os sintomas da
tos. Apresentam-se numa faixa de 300 mil por milímetro cúbico
reação alérgica. Os eosinófilos não são especializados para fa-
de sangue e participam do processo de coagulação sanguínea.
gocitose de micro-organismos, mas liberam suas enzimas para
o meio extracelular e fagocitam complexos antígeno-anticorpo.
6. HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA
5.1.6. Basófilos
Quando ocorre a lesão de um vaso, as plaquetas aderem
às fibras colágenas dos vasos sanguíneos lesados formando
São o terceiro tipo de leucócito granulócito, possuindo nú-
um tampão plaquetário. Esse tampão visa evitar uma perda
cleo volumoso irregular. Constituem apenas 0,5% dos leucóci-
muito grande de sangue. Esse processo é denominado de he-
tos sanguíneos e participam de reações alérgicas, como os eo-
mostasia. As plaquetas, juntamente com os tecidos danifica-
sinófilos, secretando cerca de 50% da histamina corpórea.
dos, liberam tromboplastina ou tromboquinase.
A tromboquinase é uma enzima que, juntamente com os
5.1.7. Agranulócitos íons Ca++ do sangue, catalisam a reação de conversão de uma
outra enzima sanguínea, denominada de trombina. A trombina
Apresentam o citoplasma homogêneo e são classificados é convertida a partir da protrombina, que é fabricada no fígado,
em linfócitos e monócitos. possuindo como catalisador dessa reação de produção, a vita-
mina K. Por esse motivo, a vitamina K é considerada anti-he-
5.1.8. Linfócitos morrágica.
A trombina, então, converte uma proteína solúvel do san-
Constituem cerca de 20 ou 30% dos leucócitos sanguí- gue, o fribinogênio em fibrina, que é uma proteína insolúvel. O
neos, sendo os que se apresentam em maior quantidade de- entrelaçamento da fibrina forma uma malha que bloqueia as
pois dos neutrófilos. Os linfócitos podem ser classificados em T hemácias, constituindo o coágulo. Este, por sua vez, acaba es-
e B. O trabalho conjunto dos linfócitos T e B constitui a reação tancando a hemorragia.
imune específica. Os linfócitos B originam os plasmócitos, que Protegida pelo coágulo, a parede do vaso é restaurada.
produzem anticorpos. Após isso, o coágulo é removido por ação de enzimas.

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7. SISTEMA IMUNITÁRIO são produzidos pelos plasmócitos, que se originam dos linfóci-
tos B.
Compreende estruturas celulares ou bioquímicas espalha-
das pelo corpo, cuja função principal é de defender o organismo 7.3. Linfócitos
contra invasões de micro- -organismos ou substâncias tóxicas.
As células imunológicas têm a capacidade de identificar os Os linfócitos podem ser classificados em T e B. Cada tipo
agentes agressores e coordenar a destruição ou inativação de linfócito apresentará uma função específica. Todos os linfó-
desses agentes. O sistema imunológico compreende órgãos in- citos têm a mesma origem: a medula óssea. Porém, as células
dividualizados, como o baço e linfonodos, e células livres, como produzidas ainda serão imaturas para o desempenho da função
os linfócitos, granulócitos e sistema mononuclear fagocitário. imunológica. Após a sua produção, esses linfócitos migrarão
Existem, ainda, células que apresentam antígenos aos órgãos para órgãos específicos onde terminarão o processo de ama-
de defesa. A comunicação entre essas células e as outras durecimento.
ocorre por meio de moléculas protéicas denominadas citocinas.

7.1. Órgãos linfáticos

Existem órgãos que participam da resposta imunitária, de-


nominados linfáticos, e que são o baço, timo e linfonodos ou
nódulos linfáticos. Os nódulos linfáticos estão espalhados pelo
corpo e são constituídos pelo chamado tecido linfático difuso,
presente nas tonsilas, sistema respiratório, urinário etc. Além
desses lugares, esses nódulos são encontrados no sistema lin-
fático que, devido à ampla distribuição pelo corpo, promovem
uma grande linha de defesa.

7.2. Tipos de resposta imunitária

7.4. Linfócito T

Os linfócitos T migram para o timo onde sofrem diferencia-


ção em vários subtipos, que são:
• Linfócito T-helper ou CD4 – faz o reconhecimento dos an-
tígenos por meio de receptores da membrana plasmática,
iniciando o processo de defesa imunológica.
• Linfócito T – citotóxico ou CD8 – faz o reconhecimento
de estruturas celulares alteradas, destruindo-as. É o res-
Existem dois tipos básicos de resposta imunitária: a celular ponsável pelos processos de rejeição de transplantes.
e a humoral. A resposta celular é aquela que, por meio de cé- • Linfócito T – supressor – diminui a atividade imunológica
lulas imunocompetentes, promove a defesa do organismo, seja por redução da carga de antígenos.
contra um agente invasor, como um vírus ou uma bactéria, ou • Linfócito T de memória – célula que possui memória de
contra as próprias células orgânicas que tenham sofrido muta- antígenos, respondendo com mais rapidez a uma invasão
ção e, portanto, não sejam identificadas como normais. de antígeno já conhecido.
A resposta humoral é aquela que depende de anticorpos,
que são proteínas (globulinas) que destroem ou neutralizam
moléculas ou agentes estranhos ao organismo. Os anticorpos

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7.5. Linfócito B vez gerado o anticorpo contra a doença não mais seremos aco-
metidos desta doença novamente, pois o sistema gerará célu-
São originados na medula e amadurecem em órgãos, tais las de memória contra o antígeno.
como o baço, o intestino etc. O linfócito B é especializado na
produção de anticorpos, reconhecendo-se dois tipos: 7.1. Imunização natural passiva
• Linfócito B – são ativados por antígenos específicos ou por
informação do linfócito T, transformando-se em plasmócito É a que ocorre por meio da amamentação. A mãe fornece
para produção de anticorpos. anticorpos para a criança pelo leite materno, permitindo um pro-
• Linfócito B de memória – célula preparada para resposta cesso de defesa até que o sistema imunológico do recém-nas-
da produção de anticorpos de forma mais rápida, em uma cido esteja prontamente ativo. Nesse tipo de imunização não
segunda invasão de antígeno reconhecido. ocorre a formação de células de memória.

7.6. Anticorpos 7.2. Imunização artificial ativa

São glicoproteínas plasmáticas circulantes, do tipo gama- Ocorre por meio da vacinação. A técnica consiste em in-
globulinas, que são denominadas genericamente de imunoglo- troduzir no organismo uma antígeno que não provocará a do-
bulinas (Ig). Os anticorpos são constituídos por quatro cadeias, ença, mas estimulará a produção de anticorpos e células de
sendo duas denominadas de leves e duas de pesadas. memória, evitando posterior ataque do antígeno.

7.3. Imunização artificial passiva

Esse tipo de imunização é feito por meio do soro imune


que consiste em uma solução de anticorpos fabricados por ou-
tros animais. Utiliza-se essa técnica quando não é possível es-
perar que o próprio organismo fabrique, os seus anticorpos
como, por exemplo, quando uma pessoa é picada por cobra ou
aracnídeos. A toxina do veneno da cobra ou da aranha poderia
matar a pessoa antes que o seu organismo tenha condições de
fabricar os seus próprios anticorpos. Esse tipo de imunização
não confere células de memória.

CAPÍTULO 2
Histologia animal: tecidos muscular e nervoso
A função mais importante do anticorpo é se ligar ao antí-
geno e emitir sinais químicos indicando a presença do invasor
aos outros elementos do sistema imunitário. Existem cinco prin- 1. TECIDO MUSCULAR
cipais classes de imunoglobulinas na espécie humana, identifi-
cadas como: IgG, IgA, IgM, IgD e IgE. Cada tipo de anticorpo O tecido muscular é constituído por células longas, deno-
atua de maneira independente e específica no organismo. minadas fibras, que possuem em seu citoplasma microfilamen-
tos formados pelas proteínas miosina e actina.
8. IMUNIZAÇÕES As fibras musculares surgem da mesoderme por diferenci-
ação celular, com alongamento das células e síntese de prote-
Existem, basicamente, dois tipos de imunização que po- ínas filamentosas.
dem ocorrer no ser humano. Uma é denominada natural e a Esses microfilamentos são responsáveis pela propriedade
outra artificial. Ambas as imunizações podem ser ativas ou pas- de contração da estrutura muscular, assim como pela movi-
sivas. Imunização natural ativa. mentação de diversos órgãos do corpo, que possuem tecido
Ocorre quando o organismo entra em contato direto com o muscular na sua constituição.
antígeno, geralmente adquirindo a doença. Nesse caso, o sis- Existe uma modificação da nomenclatura das estruturas
tema imunológico identificará o antígeno e produzirá os anticor- celulares. A membrana plasmática é denominada de
pos no decorrer da doença. É quando ficamos gripados. Uma

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sarcolema; o citoplasma, de sarcoplasma, e o retículo endo- controle consciente; já os músculos estriados apresentam con-
plasmático, de retículo sarcoplasmático. tração voluntária.
Existem três tipos de tecido muscular: o estriado esquelé-
tico, o estriado cardíaco e o liso. 3. MÚSCULO
1.1. Tecido muscular estriado esquelético O músculo é formado pela união de vários feixes de fibras
musculares.
Constitui a maior parte da estrutura muscular de um verte- No músculo estriado esquelético, cada fibra é revestida por
brado. Esse tipo de musculatura está ligada aos ossos, permi- uma camada de tecido conjuntivo denominada de endomísio.
tindo os seus movimentos. A fibra muscular esquelética é uma As fibras musculares formam feixes que são revestidos por
fibra cilíndrica dotada de vários núcleos, possuindo no seu ci- uma camada muito fina de tecido conjuntivo denominado de
toplasma várias miofibrilas, paralelas, formadas pelas proteí- perimísio. Os feixes, finalmente, são envolvidos por uma ca-
nas actina e miosina. mada de tecido conjuntivo denominado de epimísio. Está for-
A nomenclatura de estriada vem do fato de que as miofi- mado o músculo estriado esquelético.
brilas se dispõem em linhas paralelas, formando faixas claras O músculo cardíaco apresenta uma configuração seme-
e escuras. lhante, sendo que o endomísio apresenta uma vasta rede capi-
As fibras esqueléticas possuem uma membrana plasmá- lar.
tica, normalmente denominada de sarcolema, que, em espaços O músculo liso é revestido por uma lâmina basal e suas
regulares, dobram-se para dentro, formando tubos achatados células são mantidas unidas por uma rede de fibras reticulares
– os túbulos T – dispostos perpendicularmente às miofibrilas.
Envolvendo as miofibrilas existe uma estrutura membranosa,
denominada de retículo sarcoplasmático, que nada mais é do
que um retículo endoplasmático especializado em armazenar
cálcio. Tecido muscular estriado cardíaco
O tecido muscular estriado cardíaco é encontrado apenas
no miocárdio (músculo cardíaco).
As fibras cardíacas apresentam características semelhan-
tes às das esqueléticas, exceto quanto ao fato de serem uninu-
cleadas e ramificadas.
As fibras cardíacas são anastomosadas (unidas), sendo
que na região de união de cada fibra existe um tipo de conexão
chamado de discos intercalares, que, entre outras funções, per-
mite que um estímulo elétrico recebido por uma fibra seja trans-
mitido a todas as outras fibras formadoras do músculo. Assim,
a contração do coração ocorre como um todo.

1.2. Tecido muscular liso

É também conhecido como tecido muscular visceral, pois


está presente em todos os órgãos viscerais, como por exemplo,
o tubo digestório e as artérias.
É formado por células fusiformes (alongadas com a extre-
midade afilada) e uninucleadas. Não apresentam estrias trans- 3.1. A Fisiologia da contração muscular
versais como as estriadas, pois as miofibrilas não estão dispos-
tas em forma paralela, e sim, em arranjo espiral. As proteínas actina e miosina formam unidades contrácteis
Isso provoca uma contração mais lenta do que a da fibra denominadas de sarcômeros.
estriada, em pontos diferentes da fibra, o que leva a uma con- As faixas claras são formadas pelas proteínas de actina,
tração ondulatória, denominada de movimento peristáltico. mais finas, enquanto as de miosina são mais grossas, for-
Essas células não possuem sistema de tubos T, nem retí- mando faixas escuras.
culo sarcoplasmático. A musculatura lisa e a estriada cardíaca Durante o processo de contração, o espaço existente entre
possuem contração involuntária, ou seja, não estão sujeitas ao as proteínas de actina, denominado de faixa H, sofre uma

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redução, devido ao deslizamento das actinas sobre as miosi-


nas, como se estas fossem um trilho. Esse fenômeno provoca
o encurtamento do sarcômero, que acaba provocando o encur-
tamento da miofibrila. Como todas as miofibrilas encurtam- -se
ao mesmo tempo, o músculo reduz o seu tamanho, contraindo-
se.

Observe o esquema abaixo: 3.2. A química da contração

Quando a fibra é estimulada eletricamente (impulso ner-


voso), ocorre a liberação de íons de Ca++ do retículo para o
sarcoplasma. Em presença desses íons, a miosina adquire
uma propriedade ATPásica, desdobrando o ATP, que libera
energia.

A energia liberada provoca o dobramento da “cabeça” da


miosina e o deslizamento da actina entre o filamento de mio-
sina.
A energia da contração vem diretamente do ATP. Porém,
existe uma substância, a creatina, que também armazena ener-
gia, passando à condição de fosfocreatina. Essa substância tem
o poder de transferir a energia para o ATP, regenerando-o.
Observe a redução do espaço “H”, bem como da faixa “I”,
Nas fibras esqueléticas, a ligação entre o Sistema Nervoso
finalizando o encurtamento do sarcômero. É evidente que o
e o músculo ocorre em uma região denominada de placa mo-
deslizamento ocorre devido ao fato das moléculas de actina es-
tora, que consiste em uma depressão da superfície da fibra
tarem ligadas por pontes às de miosina. Essas pontes puxam
muscular onde o nervo motor perde o seu revestimento (bainha
os filamentos de actina. Esse movimento é possível devido à
de mielina), fazendo com que as terminações do axônio fiquem
liberação de energia pelos ATPs.
livres, permitindo a liberação do impulso.
Esse tipo de contração é típico da célula estriada. Na mus-
A liberação do impulso ativa o sistema de tríades que é com-
culatura lisa o processo é um pouco diferente, devido ao arranjo
posto por uma rede de tubos transversais da fibra, denominado
das miofibrilas existentes no citoplasma:
de sistema T e duas expansões do retículo sarcoplasmático.
Os filamentos citoplasmáticos se inserem nos corpos den-
Essas tríades é que controlam a liberação de Ca++ para
sos da membrana celular. A contração desses filamentos é trans-
promover a reação da miosina com o ATP.
mitida à membrana celular, diminuindo o tamanho da célula mus-
Na musculatura lisa não existe placa motora. As termina-
cular lisa e promovendo a contração do músculo como um todo,
ções dilatam-se entre as fibras musculares e formam vesículas
devido à união das células musculares umas às outras.
que liberam neuro-hormônios que desencadeiam a contração.
Essa contração está relacionada também à estrutura e or-
ganização dos filamentos de actina e miosina. Os feixes de mi-
Atenção! Convém lembrar que uma fibra muscular não é
ofibrilas formam uma rede tridimensional, bem diferente da es-
capaz de graduar a sua contração, ou ela se contrai ou não se
triada, em que ocorre um paralelismo.
contrai. Não existe meio termo. A intensidade da contração da
fibra é invariável.

A graduação da intensidade de ação do músculo não está


na capacidade de graduar a contração das fibras e sim na
quantidade de fibras que estão se contraindo no músculo. As-
sim, movimentos que necessitem de mais delicadeza terão me-
nos fibras se contraindo do que uma ação mais intensa.

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4. TECIDO NERVOSO 4.2.1. Multipolares

O tecido nervoso é formado por células altamente especi- São os mais abundantes. Apresentam mais de dois prolon-
alizadas, responsáveis pelos mecanismos de regulação interna gamentos (dendritos). Estão presentes em todas as partes do
e coordenação. organismo.
As células fundamentais do tecido nervoso, com as propri-
edades de irritabilidade e condutibilidade, são os neurônios. 4.2.2. Bipolares
Existem ainda as células da glia ou neuróglia, que susten-
tam o funcionamento dos neurônios. Têm um dendrito e um axônio. São encontrados na retina,
na cóclea e na mucosa olfativa.
4.1. Neurônios
4.2.3. Pseudounipolar
São células alongadas, com um corpo celular e muitas ra-
mificações. Normalmente, o neurônio tem uma ramificação São também chamados células em T, pois sai do corpo
principal longa denominada axônio e numerosas ramificações celular apenas uma ramificação que se bifurca em um dendrito
curtas denominadas dendritos. e um axônio. Embriologicamente eles nascem sob a forma de
Os corpos celulares são encontrados na substância cin- bipolar. Durante o desenvolvimento, os eixos se aproximam,
zenta do encéfalo, medula, gânglios nervosos e órgãos senso- dando a impressão de existir apenas uma ramificação. Eles são
riais. Eles são indispensáveis ao metabolismo geral e à rege- encontrados nos gânglios espinhais, situados nas raízes dor-
neração das ramificações dos neurônios. No corpo celular sais dos nervos espinhais. Por isso, são sensitivos.
existe um núcleo esférico, com nucléolo bem visível, muitas mi- Os neurônios podem ainda ser classificados quanto à sua
tocôndrias, retículo endoplasmático desenvolvido. O retículo função em motores e sensoriais. Os motores controlam órgãos
endoplasmático granular encontra-se difuso no citoplasma, for- efetores, tais como glândulas, fibras musculares etc. Os senso-
mando os Corpúsculos de Nissl. Existe ainda um conjunto de riais ou sensitivos encaminham estímulos do meio ou do pró-
neurofibrilas dispostas em várias direções do neurônio. prio organismo para áreas de processamento do impulso.
Os dendritos geralmente formam uma extensa rede de ra-
mificações, estabelecendo numerosas conexões com outras
4.3. Mielina
células.
O axônio é um fino filamento que pode ter mais de um me-
Uma característica marcante dos axônios é a existência de
tro de comprimento.
bainhas envolventes.
A bainha de Schwann é de natureza celular conjuntiva,
sendo representada por inúmeras células em toda a extensão
do axônio. O núcleo dessas células é alongado e bem visível.
As células de Schwann crescem ao redor do axônio de
modo que suas membranas plasmáticas formem um conjunto
de lâminas enroladas em espiral. Esse conjunto de membranas
é chamado de bainha de mielina, possuindo natureza lipídica.
A bainha de mielina formada pelas células de Schwann ocor-
rem no sistema nervoso periférico (SNP).
Cada célula de Schwann envolve apenas uma parte do
axônio, constituindo um segmento mais espesso, onde se nota
a mielina. Observam-se ao longo do axônio várias constrições
entre os segmentos, os estrangulamentos de Ranvier (nódulos
de Ranvier).
As fibras mielínicas apresentam grande velocidade na con-
dução do impulso nervoso. Há também as fibras chamadas de
4.2. Tipos de Neurônios
amielínicas, nas quais as células de Schwann não se enrolam
no axônio. Nelas, a condução do impulso nervoso é mais lenta.
Os neurônios são classificados de acordo com as ramifica-
ções existentes. Existem três tipos:

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4.4. Neuróglia Na realidade, as concentrações iônicas mantêm uma situ-


ação estável na membrana neuronal. Essa condição deno-
São células que dão apoio ao funcionamento dos neurô- mina-se de propriedade passiva da membrana.
nios. São menores e muito mais numerosas. Podem ser classi- Sabemos que, quando em repouso, a membrana do axô-
ficadas em: nio tem carga elétrica externa positiva e interna negativa. Isso
é consequência de uma diferença nas concentrações iônicas
do meio externo e do meio interno.
4.4.1 Astrócitos
Ao medirmos as concentrações de sódio e potássio no
meio externo e interno, observamos que existe uma concentra-
São as maiores células. Funcionam sintetizando substân-
ção mais elevada de sódio no meio externo e potássio no meio
cias tróficas para os neurônios, fornecendo íons, retirando mo-
interno.
léculas em excesso e em casos de lesões, promovendo a cica-
O somatório das cargas demonstra uma maior positividade
trização.
do meio externo em relação ao meio interno. Por essa razão, di-
zemos que a membrana é positiva no meio externo e negativa
4.4.2. Oligodendrócito no meio interno. Devemos ter em mente que a colocação de po-
sitivo e negativo indica apenas uma diferença de carga elétrica
Apresentam poucos prolongamentos e são responsáveis entre um meio e outro, e não a existência de carga negativa, visto
pela formação da bainha de mielina no sistema nervoso central. que estamos trabalhando com íons positivos (Na+ e K+).

4.4.3. Micróglia 5.1. A transmissão do impulso


São células pequenas, densas, com grande poder de fa- No início, com a membrana em repouso, seu potencial é
gocitose, pertencentes ao chamado sistema mononuclear fa- de -70 mV (interior negativo), sendo o gradiente de concentra-
gocitário (são macrófagos especializados). ção do sódio maior no meio extracelular (aproximadamente
nove vezes maior). Nessa situação dizemos que a membrana
está polarizada.
A tendência do sódio seria passar para o meio interno,
através do transporte passivo. Isso não ocorre devido a baixa
permeabilidade da membrana para o sódio.
Quando ocorre um estímulo, a permeabilidade para o só-
dio aumenta rapidamente e bruscamente, provocando uma in-
tensa passagem desse íon para o interior da célula.
A tendência do potencial da membrana é atingir +55mV
(interior positivo), ocorrendo a despolarização da membrana e
a inversão da polaridade, passando o seu interior a ser positivo.
Quando a célula estava em repouso, a concentração de
potássio no interior da célula e cerca de 20 vezes maior do que
a do sódio.
Porém, a entrada do sódio também propicia a saída do po-
tássio, que acaba superpolarizando a membrana.
Em poucos milissegundos a membrana volta ao seu po-
tencial de repouso, pois as bombas de sódio e potássio tende-
rão a restabelecer as concentrações iniciais.
5. A FISIOLOGIA NEURONAL Propagação de potencial de ação em axônio amielínico. O
potencial de ação ocupa a área sombreada escura. Ao longo
A transmissão do impulso nervoso, bem como a sua gera- do tempo, correntes locais geradas a partir da região da mem-
ção, está intimamente ligada a conceitos já conhecidos por nós, brana com polaridade invertida despolarizam regiões vizinhas,
quando estudamos os mecanismos de transporte da mem- gerando um novo potencial de ação sucessivamente ao longo
brana plasmática. do axônio.

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5.2. A propagação unidirecional

Nós sabemos que o impulso nervoso só “caminha” em uma


direção no axônio. Mas por que isso ocorre? Por que o impulso
não retorna se existem canais de sódio ao logo do axônio, o
que permitiria a propagação em ambos os sentidos?
A resposta está no estado fisiológico em que os canais de
sódio se encontram.
Os canais de sódio são, na realidade, proteínas que pos-
suem duas comportas: uma de ativação e outra de inativação.
Os canais podem estar em três estados: aberto, fechado e
inativo. Estes estados dependem da DDP (diferença de poten-
cial) ao redor da membrana.
Propagação de potencial de ação em axônio mielínico. De- Quando ocorre um estímulo em que a membrana despola-
vido à alta resistência e baixa capacitância das regiões mielini- riza, um canal fechado se abre, permitindo a passagem do só-
zadas, as correntes locais tendem a fluir predominantemente dio do meio externo para o meio interno. Essa abertura se dá
na direção dos nós de Ranvier, nos quais estão concentrados por meio da comporta de ativação.
os canais de sódio. Os potenciais de ação são gerados so- O canal fecha rapidamente e passa a uma condição de
mente nos nós de Ranvier, sucessivamente ao longo do tempo, inativação, que impede a excitação por bloqueio da comporta
caracterizando a chamada condução saltatória. de inativação.
Essa inativação é transitória, porém com tempo suficiente
para impedir o retorno do impulso, pois o canal em frente, que
estava fechado, abrirá, permitindo a continuidade do impulso.

6. SINAPSES
Observação! A bomba de sódio e potássio é também co-
nhecida como sódio – potássio – ATPase (faz transporte ativo). A região entre as ramificações dos neurônios denomina-se
sinapse. É por meio dela que o impulso nervoso é transmitido,
Cada ponto estimulado modifica a permeabilidade na re- pois não existe um contato físico entre o neurônio e a região
gião vizinha. O impulso nervoso propagase, então, como uma onde será descarregado o impulso. Na realidade existem dois
onda dinâmica de inversão de polarização da membrana do tipos de sinapses: elétrica e química. A elétrica ocorre quando
axônio em toda a sua extensão. Essa onda, que pode ser me- existem regiões de aposição da membrana celular de duas cé-
dida eletricamente, corresponde ao impulso nervoso. lulas vizinhas em áreas denominadas de junções comunicantes
Quando o axônio é mielínico, a propagação do potencial ou gap junctions. A transmissão da informação se dá por cor-
de ação ocorre de maneira saltatória em virtude da alta resis- rentes iônicas, permitindo a passagem de informações entre as
tência e baixa capacitância das regiões mielinizadas. células.
As correntes tendem a fluir para as regiões onde não existe Na sinapse química, a transmissão ocorre por intermédio
a bainha, como é o caso do nódulo de Ranvier, nos quais estão de um mediador químico ou neuro- -hormônio que age sobre a
concentrados os canais de sódio. Os potenciais de ação são célula seguinte.
gerados somente nos nódulos, caracterizando a chamada onda As sinapses elétricas são raras em mamíferos. Por isso,
saltatória. Isso aumenta a velocidade de propagação do im- vamos estudar com detalhes as sinapses químicas.
pulso nervoso.

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mistos. Os motores transmitem os impulsos dos centros nervo-


sos para os órgãos efetuadores. Os sensitivos fazem o cami-
nho inverso. Os mistos apresentam fibras dos dois tipos.
Os gânglios são centros nervosos encontrados no SNC ou
no sistema nervoso autônomo. Glânglios são regiões de con-
centração de corpos celulares, funcionado como centros de
processamento do impulso nervoso.

HISTOLOGIA E VEGETAL

Capítulo 1
HISTOLOGIA VEGETAL

Assim como acontece com os animais, os vegetais tam-


bém possuem desenvolvimento embrionário e formação de te-
6.1. Sinapse química cidos. Obviamente, as formações dos vegetais diferem muito
dos animais.
Durante o processo de germinação da semente, observa-
Quando o impulso nervoso atinge as terminações do axô-
mos o aparecimento de duas extremidades: a radícula e o cau-
nio, ocorre a liberação de uma substância denominada de
lículo. A primeira irá dar origem à raiz e o segundo, ao caule.
neuro-hormônio ou neurotransmissor.
Observamos o aparecimento de um grupo celular com ca-
O neuro-hormônio liberado na fenda sináptica estimula a
pacidade mitótica muito intensa. Ele recebe o nome de meris-
membrana pós-sináptica, provocando uma modificação local
tema.
de permeabilidade. Surge, então, um novo impulso.
Existem vários neuro-hormônios, tais como a acetilcolina,
norepinefrina, dopamina, serotonina, endorfina etc. 1. MERISTEMAS PRIMÁRIOS
O mais comum é a acetilcolina. Imediatamente após a sua
liberação na sinapse, essa substância é destruída pela enzima As células que compõem os meristemas primários derivam
colinesterase, impedindo a passagem contínua do impulso. A das primeiras células embrionárias que surgem da formação do
sinapse funciona como uma espécie de válvula, controlando a zigoto. São células indiferenciadas, com capacidade mitótica
passagem do impulso e retardando em frações de segundo o muito grande e promovem o crescimento longitudinal nos ve-
impulso nervoso. As placas motoras, que são sinapses entre getais. O processo mitótico dessas células é constante, o que
neurônios e fibras musculares, permitem a contração do mús- gera um crescimento contínuo.
culo. A localização desse meristema é apical, ou seja, nas ex-
tremidades da raiz e do caule. Por isso, eles também são co-
7. OS NERVOS E GÂNGLIOS nhecidos como meristemas apicais.
Na raiz, as células meristemáticas são protegidas por uma
camada celular, a coifa, que impede o atrito das células jovens
Na substância cinzenta do encéfalo e da medula ou ainda
com o solo.
nos gânglios, existe uma numerosa concentração de corpos ce-
Seguindo essa área, as células meristemáticas sofrem um
lulares. As expansões dendríticas e axônicas se estendem em
alongamento originando a zona lisa ou de alongamento, onde
várias direções.
ocorre o crescimento em comprimento da raiz.
Quando tais ramificações saem desses órgãos aparecem
Logo acima, tem origem a zona pilífera, onde existem os pe-
como feixes, formando os nervos. Nos nervos não existem cor-
los absorventes, que estudaremos com detalhes nos tecidos per-
pos celulares, apenas ramificações.
manentes. Acima dessa região não existe crescimento da raiz.
Quando o nervo sai do encéfalo, é denominado de crani-
Na área apical do caule não existe coifa, porque não é ne-
ano, enquanto os que saem da medula são chamados de ra-
cessário proteger as células de atrito. A área de crescimento
quidianos ou espinhais. Quanto à condução do impulso, os ner-
meristemático é denominada de gema apical.
vos podem ser motores (eferentes), sensitivos (aferentes) ou

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Na região não-apical do caule encontramos também as ge- Ao contrário das células meristemáticas primárias, em que
mas laterais ou axilares, que originam os ramos dos vegetais. o processo mitótico é constante, os meristemas secundários
As áreas onde ocorrem as gemas apicais são conhecidas têm origem em células que já sofreram diferenciação e estão
como nós. com a capacidade mitótica latente.
Entre esses ocorre um alongamento das células que acaba Essas células sofrem um processo de regressão, isto é,
provocando o crescimento longitudinal. adquirem novamente a capacidade embrionária e voltam a se
Em algumas espécies de vegetais, como nas gramíneas, dividir.
pode surgir o chamado meristema intercalar. Essa região fica Essas células irão originar o câmbio interfascicular, que se
na base dos entrenós, abrigando células meristemáticas origi- desenvolve no interior dos feixes vasculares e o felogênio, que
nais, o que acaba provocando o crescimento também nessas forma anéis no caule e na raiz, promovendo o crescimento
regiões e não somente na região apical. transversal, ou em espessura, do vegetal.
A partir do meristema apical surgem os meristemas primá-
rios, chamados de protoderme, meristema fundamental e 3. TECIDOS PERMANENTES
procâmbio.
Os tecidos permanentes que se originam desses meriste-
3.1. Tecidos de revestimento ou tegumentares
mas são denominados de tecidos primários e respondem pelo
crescimento longitudinal da planta, conhecido como cresci-
Os tecidos de revestimento dos vegetais apresentam o
mento primário.
mesmo princípio dos animais: proteção.
Eles são chamados de epiderme ou periderme, depen-
Importante! A protoderme origina a epiderme (tecido per-
dendo da idade do vegetal.
manente de revestimento), o procâmbio, os sistemas vascula-
res primários (xilema e floema); e o meristema fundamental ori-
gina os parênquimas. 3.2. Epiderme

As plantas jovens são revestidas por um tecido formado


por células achatadas, justapostas, formando um tecido nor-
malmente uniestratificado, originário da protoderme (meristema
primário).

2. MERISTEMAS SECUNDÁRIOS

Esse tecido garante a proteção do vegetal, pois as suas


células produzem substâncias impermeabilizadoras, como a
cutina, evitando a perda de água. Suas células não possuem
cloroplastos, logo, não fazem fotossíntese.
Possuem estruturas que permitem o desempenho de vá-
rias funções:

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3.3. Estômatos 3.5. Acúleos

São estruturas encontradas normalmente na epiderme in- São estruturas pontiagudas com função de proteção da
ferior das plantas. planta. Os acúleos são normalmente confundidos com espi-
O estômato é formado por duas células denominadas de cé- nhos, mas diferem destes por não serem folhas modificadas, e
lulas-guarda, com capacidade fotossintetizante. Possui uma sim, estruturas da epiderme, o que permite facilmente a sua
abertura central, entre as células-guarda, denominada de ostíolo. retirada.
A função do estômato é permitir as trocas gasosas com o
meio ambiente e a transpiração do vegetal. 3.6. Periderme

Algumas plantas, à medida que envelhecem, têm a sua


epiderme das raízes e caules substituída por um tecido mais
resistente. Esse revestimento denomina-se periderme, sendo
secundário e dividido em três camadas distintas: felogênio,
feloderme e súber.
Durante o processo de amadurecimento, abaixo da epi-
derme surge o felogênio. O felogênio é formado por células que
apresentam uma grande capacidade mitótica que crescem para
o interior do vegetal, dando origem à feloderme. Outro grupo de
células do felogênio crescem para fora, originando o súber.
A feloderme é formada por células vivas e manterá a fun-
ção de proteção do vegetal, substituindo a epiderme.
3.4. Hidatódios O súber é constituído por células mortas em virtude de ter
as membranas celulares impregnadas com suberina, que as
São aberturas existentes nas extremidades das folhas que
tornará impermeáveis. Isso tem a finalidade de isolar o vegetal
liberam água na forma líquida, durante um fenômeno denomi-
do meio, impedindo a desidratação.
nado de gutação. Pelos ou tricomas São estruturas filamento-
Em regiões frias, alguns vegetais têm o súber muito desen-
sas encontradas em todas as partes do vegetal. Os pelos po-
volvido, originando a cortiça. Um exemplo é a corticeira (Quer-
dem ser absorventes, como os encontrados na região da raiz;
cus suber).
urticantes, com a finalidade de proteger o vegetal contra preda-
À medida que o vegetal envelhece, surgem aberturas no
dores etc.
córtex externo do caule denominadas de lenticelas, que permi-
tem a troca gasosa.

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4. PARÊNQUIMAS

Os parênquimas são tecidos formados por células vivas,


poliédricas e isodiamétricas (diâmetro igual em várias dire-
ções), com parede sem reforço formadas por uma lamela mé-
dia fina entre duas camadas de celulose.
São os tecidos de armazenamento, preenchimento ou sín-
tese do vegetal.
Distinguimos os seguintes parênquimas:

5. Tecidos de condução

São responsáveis pelo transporte de substâncias no vegetal.


As células estão organizadas em feixes, que transportam
a seiva bruta (matéria inorgânica) e a seiva elaborada (matéria
orgânica).
O transporte da seiva bruta é executado pelos vasos
lenhosos ou xilema, e o da seiva elaborada, pelos vasos
liberianos ou floema.

5.1. Xilema

São vasos formados por células mortas, impregnadas de


lignina, que confere resistência à estrutura.
Os vasos são denominados de traqueídes e traqueias.
Nas gimnospermas, o xilema é constituído por traqueídes,
4.1. Parênquima cortical e medular que se organizam em feixes contínuos desde a raiz até as re-
giões superiores da planta.
São tecidos que têm a função de preenchimento, ocu- Nas angiospermas, o xilema apresenta traqueídes e tra-
pando os espaços entre os outros tecidos do vegetal, respecti- queias formadas por elementos de vasos xilemáticos. Estes
vamente, no córtex e no cilindro central. (que são maiores que traqueídes) possuem parede reforçada
Ainda nesse tipo de parênquima, podemos distinguir os pa- com lignina, normalmente em espiral interna ao vaso, e gran-
rênquimas palicádico e lacunoso. des perfurações que estabelecem uma comunicação livre entre
o interior do vaso e as células do vegetal.
4.2. Parênquima clorofiliano

São tecidos ricos em cloroplastos, responsáveis pelo pro-


cesso de fotossíntese. Normalmente são encontrados nas fo-
lhas e em outros órgãos verdes das plantas.

4.3. Parênquima de reserva

São formados por células com grandes vacúolos e guar-


dam substâncias produzidas ou absorvidas pelo vegetal. Pode-
mos citar o amilífero (amido), o aquífero (água) e aerífero (ar)
entre outros.

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As traqueias se comunicam com as células vizinhas por É predominante em vegetais jovens e arbustos, o que con-
meio de pontoações ou poros, por onde a seiva flui livremente. fere flexibilidade ao vegetal.
Como é formado por células vivas, capazes de se alongar,
5.2. Floema esse tecido não impede o vegetal de crescer.

O floema ou líber é um conjunto de vasos que transportam


a seiva elaborada.
É constituído por dois grupos de células: os elementos de
tubos crivados e as células-companheiras.
O sistema se forma por superposição de células vivas,
alongadas, sem lignina. As células formadoras dos elementos
de tubos crivados não possuem núcleo, mas mantêm o cito-
plasma ativo em virtude da transferência de nutrientes neces-
sários ao seu funcionamento pelas células companheiras.
Os tubos crivados recebem esse nome por possuírem mui-
tos poros nas suas paredes transversais, com plasmodesmos,
mantendo o contato contínuo com as células vizinhas.
Os tubos crivados estabelecem uma rede desde as folhas
até a raiz, visto que essa última não possui capacidade fotos-
sintética, recebendo nutrientes através da vascularização cri-
vada.

Atenção! O xilema forma uma rede junto ao cilindro central


do vegetal e o floema, abaixo da epiderme.

6.2. Esclerênquima

É formado por células alongadas impregnadas por lignina,


o que provoca a morte das células. Essas células podem formar
longos feixes longitudinais, distribuídos pelo interior do vegetal,
o que confere proteção e sustentação mais rígidas do que o
colênquima. É predominante em vegetais adultos e de grande
porte.

6. TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO

São os responsáveis pela sustentação do vegetal. É o es-


queleto do vegetal que reforça a estrutura.
Esses tecidos são o colênquima e o esclerênquima.

6.1. Colênquima 7. TECIDOS SECRETORES


É formado por células alongadas, com reforço estrutural de
São os tecidos especializados na secreção de substâncias
celulose, que se justapõe à parede principal da célula.
para o vegetal.

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Existe uma variedade de tecidos secretores, adaptados às aumento da permeabilidade dos capilares sanguíneos, facili-
mais diversas funções. tando a liberação de anticorpos.
O nectário produz uma substância adocicada (néctar) que Marque a alternativa que Indica o tipo de leucócito responsável
atrai os insetos com a finalidade de promover o transporte do pela liberação da histamina:
grão de pólen, o que permite a reprodução. a] Eosinófilo.
Os produtores de látex têm a finalidade de produzir uma b] Basófilo.
substância que promove a cicatrização do caule em resposta a c] Linfócito.
lesões produzidas externamente. d] Monócito.
Possuem, ainda, tecidos produtores de alcaloides, essên- e] Neutrófilo.
cias, cristais etc. Todos têm a finalidade de proteção ou de atra-
ção de animais que permitam a polinização ou disseminação 3. (UCPel) O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo. Sua
com função reprodutora. rigidez resulta do acúmulo de sais minerais, principalmente de
carbonato de cálcio e fosfato de cálcio disperso pela matriz or-
gânica constituída por proteoglicanas, fibras colágenas e glico-
proteínas. O elemento ósseo responsável pela determinação
de sua rigidez é:
a] O osteócito.
b] O sistemas de Havers.
c] A matriz.
d] Os osteoclastos.
e] Os osteoblastos.

4. (FPS) O sistema imunológico é formado por órgãos, célu-


las e moléculas que protegem o organismo humano contra en-
fermidades. Considerando a importância das células de defesa
contra agentes etiológicos específicos e na homeostase do
corpo humano, identifique os tipos celulares abaixo e, a seguir,
preencha a coluna com relação às suas respectivas funções.

EXERCÍCIOS
QUESTÕES PARA SALA DE AULA(I)

1. (UECE) Os discos de Merkel são estruturas ligadas à per-


cepção do(a):
a] Visão.
b] Audição.
c] Tato.
d] Paladar.

2. (UFRR) A histamina é uma substância que desempenha


papel importante nas inflamações e reações alérgicas, sendo
responsável pelo edema (inchaço) e pelo eritema (vermelhi-
dão). Quando liberada pelas células, a histamina provoca

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A sequência correta, de cima para baixo, é: I II


a] 3, 5, 4, 2, 1. b] 2, 3, 1, 5, 4. 0 0 – O folheto germinativo que origina a camada da pele onde
c] 4, 2, 3, 1, 5. d] 1, 4, 2, 3, 5. é fixada a tatuagem, é a mesma que origina os vasos
e] 5, 3, 1, 4, 2. sanguíneos.
1 1 – Apesar da constante renovação celular da epiderme, a
5. (IFMG) Tecidos são formados pelo agrupamento de célu- tinta das tatuagens permanece na pele por anos porque
las especializadas no desempenho de alguma função. Em ver- é injetada na derme.
tebrados, identificam-se quatro tipos de tecidos, que são os te- 2 2 – As tintas usadas nas tatuagens não são reconhecidas
cidos epitelial, conjuntivo, nervoso e muscular. Sobre esses te- como “corpos estranhos” e, portanto, não são elimina-
cidos e suas funções, identifique a afirmativa incorreta: das devido a resposta imune do hospedeiro.
a] O tecido epitelial que reveste o intestino delgado apresenta 3 3 – A exposição da pele tatuada ao sol não é recomendada,
dobras chamadas microvilosidades, que garantem um au- pois estimula a produção de melanina sobre a camada
mento da superfície celular e, assim, facilitam a absorção da pele onde é injetada a tinta, dificultando sua visuali-
dos nutrientes. zação.
b] O tecido adiposo é um tipo particular de tecido muscular, no 4 4 – Tatuagens não são recomendadas a pessoas com dia-
qual as células são preenchidas por gotas de lipídios que betes, devido aos problemas de coagulação sanguínea, e a
deslocam o núcleo para sua periferia. pessoas com o vírus HIV, devido ao risco de infecções.
c] As principais células encontradas no tecido nervoso são os
neurônios, responsáveis, entre outras coisas, pelas sensa- 9. (UECE) As alergias são respostas do sistema imunológico
ções olfativas, visuais, auditivas, gustativas e táteis. a substâncias estranhas ao nosso organismo e os sintomas
d] O tecido ósseo é um tecido rígido e resistente, que tem mais comuns das alergias são causados pela ação do exército
como função, dentre outras, a sustentação do organismo. de defesa do nosso corpo. Em casos mais graves pode ocorrer
um processo denominado choque anafilático, que é uma rea-
6. (UNISC) A ação dos mastócitos do tecido conjuntivo propri- ção alérgica intensa. Dentre os tipos celulares principalmente
amente dito pode ser relacionada com: relacionados a esse tipo de reação estão:
a] Processos alérgicos. a] Macrófagos e neutrófilos.
b] Produção de fibras colágenas. b] Linfócitos e macrófagos.
c] Fagocitose de antígenos. c] Mastócitos e basófilos.
d] Regeneração do tecido. d] Leucócitos e mastócitos.

7. (UFU) Assinale a alternativa que apresenta corretamente 10. (UEA) Uma importante toxina anestésica, popularmente
um tecido, um dos seus tipos celulares e a função desse tecido: conhecida como curare, pode ser extraída de plantas nativas
a] Conjuntivo, fibroblasto, nutrição. de florestas brasileiras e empregada na caça de animais utili-
b] Ósseo, condroblasto, sustentação. zados como alimento por tribos indígenas. A morte das aves e
c] Nervoso, hepatócito, secreção. dos mamíferos caçados com tal técnica ocorre através da asfi-
d] Epitelial, osteócito, comunicação. xia, interrupção das trocas respiratórias pulmonares, sem, en-
tretanto, afetar o batimento do coração. É correto dizer que a
8. (COVEST) Em várias partes do mundo, a tatuagem é vista ação dessa toxina é verificada no tecido:
como moda e/ou livre expressão de pensamento e comporta- a] Epitelial pulmonar, obstruindo os alvéolos.
mento, especialmente pelo público jovem. Sobre este assunto, b] Muscular esquelético, impossibilitando a ventilação pulmo-
observe a figura abaixo, que mostra a região da pele em que a nar.
tinta que colore as tatuagens é injetada, e considere as asser- c] Nervoso periférico, paralisando a transmissão do impulso
tivas que se seguem: nervoso.
d] Conjuntivo cartilaginoso, bloqueando a circulação sanguí-
nea.
e] Ósseo estrutural, destruindo as células vermelhas do san-
gue.

11. (UFU) Sobre o sistema imune dos seres humanos, é incor-


reto afirmar que:

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a] Os mecanismos de defesa do organismo humano são orga- e] O tecido adiposo contém fibroblastos, células de alta taxa
nizados em duas categorias: os de defesa específicos e os mitótica e consideradas células-tronco, responsáveis pela
inespecíficos. produção de colágeno e elastina.
b] O timo é um órgão linfoide onde atuam os linfócitos T e ma-
crófagos. É um órgão muito desenvolvido em recém-nasci- 15. (UFPR) O esquema abaixo é representativo de um epitélio
dos e involui após a puberdade. de revestimento estratificado. Pode-se observar que as cama-
c] Os linfócitos são células de defesa do sistema imune, pro- das superiores, em contato com o meio externo, são compostas
duzidos na medula espinhal, que atuam contra microrganis- por células cada vez mais achatadas. Além disso, essas células
mos ou substâncias estranhas ao corpo. achatadas geralmente estão mortas e descamam do tecido.
d] Os anticorpos são proteínas específicas, produzidas por cé- Um exemplo desse tipo de epitélio é encontrado no esôfago de
lulas do sistema imune, que atuam contra microrganismos animais carnívoros.
e substâncias estranhas ao corpo.

12. (UNISC) Dentre as células epiteliais de revestimento da


mucosa do intestino delgado, encontramos as células calicifor-
mes. Essas células, as caliciformes, têm a função de:
a] manter o equilíbrio hídrico do conteúdo intestinal.
b] produzir enzimas entéricas digestivas.
c] absorver os alimentos já digeridos.
d] produzir muco.
Qual o principal motivo que leva essas células a morrerem e
13. (UESPI) Não constituem células, tecidos ou órgãos hema-
descamarem do epitélio?
topoiéticos, em qualquer fase do ciclo da vida humana:
a] O atrito causado pelos componentes de meio externo que
a] a medula óssea vermelha.
entram em contato com o epitélio.
b] as células-tronco linfoides.
b] A justaposição das células, que cria uma falta de espaço
c] o fígado.
para que todas se acomodem na superfície do epitélio.
d] o baço.
c] O contato com o meio externo, que leva a uma hiperoxige-
e] o pâncreas.
nação das células.
d] A distância dessas células em relação às fontes de oxigênio
14. (UENP) “Cada grama de gordura possui 5300 células-
e alimento, trazidos pelos tecidos adjacentes ao epitélio.
tronco, cinco vezes mais do que a medula óssea, compara o
e] O deslocamento da posição das organelas intracelulares,
cirurgião plástico Ithamar Nogueira Stecchero, presidente da
por conta do achatamento promovido pelo citoesqueleto.
Associação Brasileira de Engenharia de Tecidos e Estudos das
Células-Tronco. As células-tronco se transformam em fi-
16. (UFV) O esquema abaixo representa um corte transversal
broblastos, as células responsáveis pela produção de colágeno
da pele, destacando dois tipos de glândulas (I e II).
e elastina.”
(Revista Veja, 19 de outubro de 2011.)
Em relação às três estruturas sublinhadas no texto acima, as-
sinale a alternativa correta.
a] As três pertencem a tipos diferentes de tecidos conjuntivos,
sendo que a gordura pode ser chamada de tecido adiposo
e a medula óssea é o tecido hemocitopoético.
b] As três apresentam baixa taxa mitótica, sendo as células
filhas responsáveis pela renovação de tecidos e produção
de colágeno e elastina.
c] Os fibroblastos apresentam alta taxa mitótica e podem se
diferenciar em células adiposas, responsáveis pelo acú-
mulo de gordura.
d] Apesar de ser rica em células-tronco embrionárias, a me-
dula óssea pode acumular cinco vezes menos gordura.

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Assinale a alternativa que contém a correlação incorreta: Soma das alternativas corretas: ( ___ )
a] I. glândula holócrina, que perde suas células durante a se-
creção. 19. (UNISC) No sangue, além das hemácias, encontramos
b] II. glândula exócrina, que ajuda a manter a temperatura cor- leucócitos. Um dos tipos de leucócitos são os linfócitos, cuja
poral. frequência é relativamente alta no sangue. Em relação a essas
c] II. glândula tubulosa enrolada, que faz parte do sistema ex- células, os linfócitos, podemos afirmar que:
cretor. a] São células encontradas exclusivamente no sangue.
d] I. glândula endócrina, que lubrifica a camada córnea super- b] São células que podem ser encontradas com facilidade no
ficial. tecido conjuntivo, além do sangue e linfa.
c] Ocorrem exclusivamente na medula vermelha dos ossos.
17. (UNICAP) d] São encontradas unicamente nos nódulos linfáticos e linfa.
I II
0 0 – Os diversos tipos de tecido epitelial podem ser classifica- 20. (UESPI) São funções desempenhadas pelo tecido sanguí-
dos basicamente em glandulares e de revestimento. En- neo, exceto:
tretanto, todos eles possuem, em comum, células diversi- a] O transporte de gases.
ficadas em forma e em função, com material intercelular b] A excreção de metabólitos.
rico em fibras. c] A dissipação do calor.
1 1 – Em relação aos elementos figurados do sangue, as prin- d] A coagulação sanguínea.
cipais funções desenvolvidas pelos leucócitos são: elimi- e] A nutrição celular.
nação de glicose e transporte de nutrientes.
2 2 – O tradicional bife de carne de boi é constituído por tecido
muscular estriado esquelético, que se caracteriza por re-
alizar contrações voluntárias.
3 3 – Os gânglios nervosos são constituídos por uma cápsula
de tecido muscular que abriga numerosos corpos celula-
QUESTÕES PARA SALA DE AULA (II)
res de neurônios.
4 4 – A ossificação endocondral inicia-se com um centro pri-
01 - (CEDERJ) Nos animais, diferentes tipos de células se reú-
mário na haste de um modelo cartilaginoso, com hipertro-
nem para formar os tecidos que podem ser classificados em
fia de condrócitos e calcificação da matriz cartilaginosa.
quatro tipos principais: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido
muscular e tecido nervoso. A figura abaixo demonstra a orga-
18. (IFSC) Após a fecundação, óvulo e espermatozoide dão
nização de dois desses tecidos (A e C) separados por uma es-
origem à célula ovo ou zigoto, que sofre muitas diferenciações
trutura (B).
celulares, dando origem aos vários tecidos. Tais tecidos origi-
narão o indivíduo como um todo. Sobre os tecidos biológicos,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01. Os tecidos de revestimento presentes no organismo hu-
mano caracterizam-se por apresentar células justapostas,
com pouca substância intercelular.
02. Cicatrizes presentes na pele após um ferimento envolvem
a participação de múltiplos tipos de tecidos conjuntivos, Os tecidos A e C e a estrutura B, que os separa, são respecti-
como reticular, denso modelado, frouxo, além do epitelial. vamente identificados como:
04. O tecido adiposo presente nos animais apresenta muita a] Tecido conjuntivo, tecido muscular e membrana basal.
substância intercelular, rica em lipídios e que promove a b] Tecido epitelial, tecido nervoso e membrana basal.
reserva energética para o organismo. c] Tecido conjuntivo, tecido epitelial e lâmina basal.
08. As fibras musculares estriadas contam com a presença d] Tecido epitelial, tecido conjuntivo e lâmina basal.
de filamentos de actina e miosina, proteínas que, medi-
ante a presença de ATP, promovem a contração muscu- 02 - (UNAMA) O colágeno é um composto orgânico, larga-
lar. mente utilizado na indústria de cosmetologia como um dos
16. Durante o desenvolvimento embrionário, as células do meios de prevenção contra o processo de envelhecimento. Sa-
sistema nervoso central são originadas a partir da diferen- bendo que esse composto é uma proteína, qual das
ciação de células da ectoderme e da mesoderme.

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alternativas abaixo contempla corretamente os dados referen-


tes ao composto citado?

03 - (UFPel) Analise as afirmativas abaixo sobre os ossos.


I. Podem apresentar diversas patologias, como a osteopo-
rose e raquitismo.
Analise a configuração exposta na ilustração acima e a partir
II. São formados por células e matriz extracelular, que é rica-
dela assinale a alternativa que corresponde a uma avaliação
mente mineralizada, por isso o osso é duro.
correta, ou seja:
III. Apresentam várias funções, como por exemplo, alojar no
a] Todas as células diferenciadas pertencem apenas a dois ti-
seu interior a medula óssea e proteger a medula espinhal.
pos de tecido.
IV. Fazem parte do tecido conjuntivo, que tem como principal
b] O fibroblasto supra ilustrado é uma célula típica do Tecido
função a transmissão de impulsos elétricos.
Epitelial.
V. Apresentam características semelhantes ao tecido muscu-
c] Os condrócitos são células precursoras que formarão os
lar. Juntamente com o tecido estriado esquelético, eles per-
condroblastos.
mitem a movimentação do corpo.
d] A diferenciação é controlada por fatores intracelulares e ex-
tracelulares.
Estão corretas somente as afirmativas:
a] II, III, V.
06 - (UFT) O esquema a seguir representa o mecanismo de
b] I, II, III.
ação de componentes do sistema imunitário.
c] II, III, IV.
d] I, III, IV, V.
e] I, IV e V.

04 - (UFAM) A medula dos ossos representa uma fonte poten-


cial de células tronco. Em condições naturais, as linhagens lin-
foide e mieloide podem diferenciar-se em vários tipos celulares,
exceto:
a] Eritrócito.
b] Basófilo.
c] Condrócito.
d] Monócito.
e] Neutrófilo.
As células representadas pelas letras A, B, C e D e os tipos de
05 - (IFSuldeMinas) Abaixo está representado um aspecto do imunidade representados por I e II são, respectivamente:
complexo processo de diferenciação celular. Deste fenômeno a] Linfócitos B, linfócitos T auxiliares, linfócitos T citotóxicos,
biológico surgem vários tipos de células especializadas que macrófagos, imunidade humoral, imunidade celular.
passam a exercer de maneira eficaz funções específicas. Estas b] Macrófagos, linfócitos B, linfócitos T auxiliares, linfócitos T
funções realizadas pelas células se interagem formando teci- citotóxicos, imunidade celular, imunidade humoral.
dos específicos que consolidam como uma condição biológica c] Linfócitos T citotóxicos, macrófagos, linfócitos T auxiliares,
fundamental para a execução de vários eventos biológicos em linfócitos B, imunidade celular, imunidade humoral.
diversos grupos de seres vivos. d] Macrófagos, linfócitos T citotóxicos, linfócitos B, linfócitos T
auxiliares, imunidade humoral, imunidade celular.
e] Macrófagos, linfócitos T auxiliares, linfócitos B, linfócitos ci-
totóxicos, imunidade humoral, imunidade celular.

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(UPF) O conjunto de peças ósseas e cartilaginosas que dá glândulas. Os vasos sanguíneos e o intestino, por exemplo
sustentação ao corpo humano constitui o sistema esquelético. são revestidos internamente por tecido epitelial.
Tal conjunto protege os órgãos internos e participa da movi- b] O tecido conjuntivo é um tecido de preenchimento formado
mentação do corpo, servindo como ponto de apoio para a ação por matriz extracelular e não tem forma definida.
dos músculos esqueléticos. Além de constituírem o sistema es- c] O tecido muscular é composto de células musculares, em
quelético, os ossos também atuam como: forma de fuso, que têm a capacidade de contraírem-se e
a] Local de formação de células musculares. gerarem movimento. Assim, todo o sistema motor é for-
b] Local de formação de células do sangue. mado de tecido muscular.
c] Local de síntese da vitamina D. d] O tecido nervoso é o tecido que forma o sistema nervoso,
d] Local de síntese do hormônio do crescimento. ou seja, os neurônios, os nervos e o cérebro são formados
e] Condutores de impulsos nervosos. de tecido nervoso.

07 - (UNITAU) Nos vertebrados terrestres aparece, na superfí- 10 - (IFNMG) As reações alérgicas ou “alergias” ocorrem
cie da epiderme, uma camada córnea formada por uma prote- quando determinada substância irritante (alérgeno) entra em
ína impermeabilizante chamada: contato com nosso organismo, provocando os sintomas como
a] Muco. o inchaço local, se for na conjuntiva dos olhos; se a substância
b] Queratina. for ingerida, pode causar alergia estomacal com diarreias e vô-
c] Cromatóforo. mitos; e, se for inalada, pode provocar espirros e coriza. Mas
d] Melanina. se o alérgeno entrar na corrente sanguínea, a reação anafilá-
tica pode ter grande amplitude, sendo chamada de choque ana-
08 - (UFPel) O tecido cartilaginoso ou simplesmente cartilagem filático, com sintomas como taquicardia, queda da pressão ar-
apresenta uma ampla distribuição pelo nosso corpo. Ele é um terial, inchaço na glote, diarreias e vômitos. O choque pode le-
tipo especial de tecido conjuntivo. É dividido em três subtipos, var à morte e deve ser tratado imediatamente.
dependendo das fibras presentes na matriz extracelular. Com Com base no trecho acima e em seus conhecimentos sobre o
base no texto e em seus conhecimentos sobre o tecido cartila- assunto, assinale a alternativa que indica as células responsá-
ginoso, é incorreto afirmar que: veis por esse mecanismo e as suas respectivas funções nos
a] Os condroblastos e os condrócitos são células típicas desse tecidos que se encontram:
tecido, sendo que os condrócitos se originam a partir dos a] Macrófagos – realiza a fagocitose de partículas e corpos es-
condroblastos. tranhos no organismo.
b] A cartilagem hialina é a que apresenta a maior distribuição. b] Mastócitos – produz e libera a histamina, que é uma subs-
Está presente, por exemplo, na traqueia e nos brônquios. tância vasodilatadora e a heparina, que é uma substância
c] A cartilagem elástica apresenta muitas fibras elásticas. Ela anticoagulante.
está presente, por exemplo, na epiglote. c] Plasmócitos – produz as imunoglobulinas, que constituem
d] É subdividido em cartilagem hialina, elástica e fibrosa, os anticorpos que participam dos mecanismos de defesa
sendo que a fibrosa também é conhecida como fibrocartila- contra substâncias estranhas ou microrganismos que pene-
gem. tram nos tecidos.
e] Ele é irrigado, assim como os demais tecidos do corpo hu- d] Linfócitos – presentes no sangue atuam na produção de an-
mano. Os nutrientes saem dos capilares e, por difusão, al- ticorpos, destroem células anormais como as cancerosas e
cançam as células. atuam na imunidade do organismo.

09 - (UFSJ) “Os tecidos são arranjos celulares funcionais, 11 - (UFAM) Grupos de células especializadas em executar um
constituindo os órgãos e os sistemas. Um órgão é uma organi- número de funções específicas são chamados de tecidos.
zação de diferentes tecidos geralmente de vários tipos, reali- Cada um dos tecidos do nosso corpo tem sua estrutura distinta
zando funções específicas.” e seu próprio papel na manutenção da homeostase. O quadro
Fonte: Histologia. Disponível no site da UFRJ: http://acd.ufrj.br/labhac/histo- a seguir contém duas colunas: uma lista os tipos de tecidos e
logia.htm, acessado em 25 de agosto de 2012. outra os tipos celulares representativos dispostos de forma ale-
atória. Dada a importância da Histologia, relacione correta-
Em relação a essa afirmação, assinale a alternativa correta. mente as duas colunas:
a] O tecido epitelial é formado por células arranjadas morfolo-
gicamente para revestir superfícies, cavidades ou formar

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internos como fígado e baço, é, predominantemente, do tipo


conjuntivo:
a] Hematopoiético.
b] Modelado.
A sequência que relaciona corretamente as colunas é: c] Adiposo.
a] 1 (c,f); 2 (d,h); 3 (a,b); 4 (e,g). d] Denso.
b] 1 (d,g); 2 (c,f); 3 (a,b); 4 (e,h). e] Frouxo.
c] 1 (e,g); 2 (a,b); 3 (c,f); 4 (d,h).
d] 1 (d,h); 2 (c,f); 3 (a,b); 4 (e,g). 15 - (UFPel) A pele é o maior órgão do corpo humano, ela re-
e] 1 (d,h); 2 (g,f); 3 (a,b); 4 (e,c). presenta cerca 16% do peso de uma pessoa adulta. Esse órgão
é formado pela epiderme e derme e nessas duas camadas
12 - (CEFET-MG) Quando grandes quantidades de glicose são existem diferentes tipos de tecidos: epitelial, conjuntivo, mus-
ingeridas, após sua absorção intestinal, transporte pelo sangue cular e nervoso. Observe o esquema abaixo:
e utilização pelas células, o excesso desse carboidrato é envi-
ado para o fígado e para os músculos estriados. No entanto,
esses reservatórios possuem um limite de armazenamento.
Para manter o equilíbrio de sua concentração no sangue e nes-
ses órgãos de reserva, o excesso de glicose ingerido será:
a] Degradado por vários tipos celulares, reduzindo a glicemia.
b] Utilizado na fermentação lática em um processo anaeró-
bico.
c] Eliminado pelas fezes devido à incapacidade de maior ab-
sorção.
d] Acumulado nos vasos sanguíneos, formando placas de ate-
roma.
e] Transformado em gordura, sendo depositada no tecido adi-
poso. Com base nos textos e em seus conhecimentos, é incorreto
afirmar que:
13 - (UFRR) Analisando os tipos de células dos tecidos conjun- a] A epiderme e as glândulas da pele, apesar de apresentarem
tivos. Quais células possuem as características abaixo: funções diferentes, são formadas pelo mesmo tipo de te-
I. Presentes no tecido adiposo; tem quando adulta forma ar- cido, o epitelial.
redondada, com grande vacúolo central contendo lipídios. b] O tecido epitelial da pele é ricamente vascularizado e iner-
Armazenam substâncias energéticas para momentos de vado, por isso, quando a epiderme é cortada, sentimos dor
necessidade. e há sangramento.
II. Presentes nas cartilagens; tem forma arredondada e nú- c] A hipoderme é formada principalmente por tecido adiposo,
cleo central. que atua como reserva de energia e isolante térmico.
III. Presente nos ossos; tem núcleo central e longos prolonga- d] O tecido conjuntivo está presente na derme, e se caracte-
mentos citoplasmáticos. riza por apresentar diversos tipos celulares imersos em
grande quantidade de material extracelular.
Assinale a alternativa correta: e] As glândulas sudoríparas e sebáceas são exemplos de
a] I – Plasmócitos, II – Macrófagos, III – Fibroblastos. glândulas exócrinas, pois apresentam a porção secretora
b] I – Adipócitos, II – Condroblastos, III – Osteoblastos. associada a ductos que se abrem para fora do corpo.
c] I – Osteoblastos, II – Eosinófilos, III – Adipócitos.
d] I – Adipócitos, II – Osteoblastos, III – Eritrócitos. 16 - (UEM) Assinale o que for correto.
e] I – Condrócitos, II – Adipócitos, III – Osteoclastos. 01. As células fundamentais do tecido nervoso são os leucó-
citos, que apresentam as propriedades de irritabilidade e
14 - (UEMA) Alguns animais são formados por diversos con- condutibilidade.
juntos de células que executam funções especializadas como 02. Os tecidos ósseo e sanguíneo são tipos do tecido epitelial.
aquelas que lhes permitem sentir frio e calor. No ser humano, 04. As fibras musculares são dotadas de inúmeras miofibrilas
por exemplo, o tecido especializado, que envolve órgãos contráteis, constituídas, basicamente, por dois tipos de
proteínas: actina e miosina, responsáveis pela contração.

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08. Nos vertebrados, a pele é constituída por duas porções: a b] Tecido exclusivamente de revestimento, células poliédricas
epiderme, formada por tecido epitelial estratificado e a e justapostas, participam da extrusão merócrina e não pos-
derme, formada por tecido conjuntivo. suem matriz extracelular.
16. Os eritrócitos ou hemácias formam-se na medula óssea c] Possuem pequena quantidade de matriz extracelular, apoio
vermelha. e proteção, transmissão de impulsos nervosos e revesti-
32. Nos tecidos conjuntivos, há três tipos de fibras: coláge- mento de superfície ou de cavidades do corpo.
nas, elásticas e reticulares. d] Células poliédricas e justapostas, vários tipos de células fi-
xas e migratórias, células alongadas contráteis e células
Soma das alternativas corretas: ( ___ ) com longos prolongamentos.
17 - (UFPel) Na maioria dos organismos multicelulares, as cé- e] Altamente vascularizados, células alongadas contráteis,
lulas com propriedades semelhantes formam os tecidos, que possuem grande quantidade de substância amorfa e origi-
se organizam formando os órgãos e estes, os sistemas. Sobre nam-se a partir de qualquer folheto embrionário.
os tecidos animais, assinale a alternativa correta.
a] Os ossos não apresentam células, pois são formados por
um tecido muito rico em minerais como o cálcio, que torna
os ossos altamente duros e impróprios para a sobrevivência
de uma célula.
b] O tecido nervoso é formado por vários tipos celulares,
QUESTÕES PARA SALA DE AULA (III)
como, por exemplo, os neurônios, células responsáveis
pela transmissão dos impulsos nervosos, encontradas so-
01 - (UEL) A figura a seguir é uma fotomicrografia ao microscó-
mente no cérebro e na medula espinhal.
pio óptico de estômato de Tradescantia, em vista frontal:
c] O tecido epitelial é formado por células intimamente ligadas,
com pouca matriz extracelular. Ele é encontrado, no corpo
humano, em vários locais, como, por exemplo, revestindo o
tubo digestório (boca, esôfago, estômago, intestinos).
d] O tecido adiposo serve como reserva de energia, pois é rico
em carboidratos que podem ser utilizados pelas células
para a produção de ATP.
e] O tendão é formado por tecido muscular diferenciado, pois
tem a função de ligar os músculos aos ossos, para que se
efetuem os movimentos.

18 - (UENP) “Joãozinho estava correndo na escola, quando


caiu e feriu a pele do joelho, o que causou um moderado san-
gramento”. Sabe-se que a pele é composta por diferentes ca- Os estômatos são responsáveis pela regulação das trocas ga-
madas e, se o ferimento tivesse atingido somente a epiderme sosas e pela transpiração nos vegetais. A concentração de CO2
e a derme, quais tecidos teriam sido atingidos, respectiva- e a temperatura atmosférica são fatores ambientais que influ-
mente? enciam no controle do mecanismo de abertura e fechamento
a] Tecido conjuntivo e tecido epitelial. dos estômatos.
b] Tecido epitelial e tecido adiposo. (Adaptado de: AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia dos Organismos.
São Paulo: Moderna. 2004. v. 2, p. 232.)
c] Tecido epitelial e tecido conjuntivo.
d] Tecido conjuntivo e tecido muscular.
Com base na figura, no texto e nos conhecimentos sobre o pro-
e] Tecido muscular e tecido sanguíneo.
cesso de abertura e fechamento de estômatos, assinale a al-
ternativa que explica corretamente as razões fisiológicas pelas
19 - (UNEAL) Apesar de sua grande complexidade, o orga-
quais a luz influencia nesse processo.
nismo humano é constituído por apenas quatro tipos básicos
a] Na ausência de luz, as células-guarda recebem íons Na+,
de tecidos: tecido epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.
perdem água para o ambiente por osmose, tornam-se mur-
Qual a única opção que compreende as principais característi-
chas e, como consequência, o ostíolo se fecha.
cas desses tecidos, respectivamente?
b] Na presença de luz, as células-guarda eliminam íons K+,
a] Avascular, células com longos prolongamentos, células po-
perdem água para o ambiente por osmose, tornam-se fláci-
liédricas e justapostas e função secretora.
das e, como consequência, o ostíolo se fecha.

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c] Na ausência de luz, as células-guarda eliminam íons Na+, b] I e III.


absorvem água por osmose, tornam-se túrgidas e, como c] I e IV.
consequência, o ostíolo se abre. d] II e III.
d] Na presença de luz, as células-guarda recebem íons K+, e] III e IV.
absorvem água por osmose, tornam-se túrgidas e, como
consequência, o ostíolo se abre. 04 - (UEM) Com relação aos tecidos e aos órgãos vegetais, as-
e] Na presença de luz, as células-guarda recebem íons Na+, sinale o que for correto.
perdem água para o ambiente por osmose, tornam-se fláci- I II
das e, como consequência, o ostíolo se abre. 0 0 – As trocas gasosas que ocorrem no caule áspero e rugoso
de uma planta com crescimento secundário são possíveis
02 - (UEPG) Sobre o que é correspondente à definição de me- graças aos estômatos presentes na epiderme.
ristema, assinale o que for correto. 1 1 – A epiderme é substituída pela endoderme nos vegetais
I II que apresentam súber na fase de crescimento secundário.
0 0 – Todos os tecidos de um animal e de um vegetal se origi- 2 2 – Os pulgões, parasitas de plantas, são alimentados pela
nam dos meristemas, por crescimento e diferenciação. A seiva retirada do floema, em que há substâncias orgâni-
partir dessa diferenciação originam-se muitos tecidos per- cas.
manentes, todos bastante especializados em uma única 3 3 – Ao ser cortado o ápice de um caule, surgem ramos novos
função. em decorrência da ação dos meristemas secundários
1 1 – Os meristemas podem ser primários ou secundários, de- (câmbio vascular e felogênio).
pendendo da sua capacidade de permanecer ou não reali- 4 4 – Um ramo com flores brancas apresentou algumas pétalas
zando meioses. Nos meristemas primários essa capaci- coloridas ao ser colocado em um recipiente contendo água
dade é contínua, podendo ser constatada no alargamento de cor vermelha. O xilema é o tecido envolvido diretamente
de caules e raízes. nesse processo.
2 2 – Os tecidos permanentes mais comuns, provenientes da
diferenciação dos meristemas, são: parênquimas, tecidos 05 - (UNICAMP) Devido ao calor e à seca no verão de 2003 na
tegumentares, tecidos secretores, tecidos de sustentação França, um carvalho que havia sido plantado em 1681 morreu
e tecidos condutores. e teve que ser cortado, restando apenas parte do seu tronco de
3 3 – Nas regiões subterminais da ponta de caules e de raízes, 5,5 mde circunferência. Se não houvesse registros da data do
pouco abaixo do meristema apical, fica uma zona de alon- seu plantio, a idade da árvore poderia ser estimada pelo nú-
gamento, com as células em distensão e também em início mero de anéis de crescimento presentes no tronco. Os anéis
de diferenciação, pois já aparecem os pequenos vasos de crescimento são encontrados em dicotiledôneas e não em
condutoresem formação. Essesdois meristemas apicais monocotiledôneas devido à:
determinam, portanto, o crescimento longitudinal do caule a] Atividade do felogênio e porque as monocotiledôneas não
e da raiz. têm crescimento secundário.
4 4 – Se os meristemas passam por um período sem meioses b] Variação na atividade do câmbio e porque as monocotile-
e depois promovem o crescimento das pontas dos caules dôneas não formam câmbio.
e raízes, eles são chamados de meristemas secundários. c] Variação na atividade do câmbio e porque as monocotile-
dôneas não espessam o tronco.
03 - (UFJF) Analise as afirmativas abaixo, sobre a origem e as d] Atividade do súber e porque as monocotiledôneas não for-
características morfofuncionais da epidermenos vegetais. mam câmbio.
I. Origina-se do meristema fundamental, localizado nas extre-
midades do caule e da raiz. 06 - (UEPB) Assim como os animais, os vegetais apresentam
II. Além da função de revestimento, também está envolvida na diversos tipos de tecidos em sua constituição. Entre os tecidos
realização da fotossíntese. vegetais verificam-se os meristemas, primário e secundário,
III. É substituída pela periderme em órgãos que desenvolvem com células pouco diferenciadas e alto poder proliferativo, pro-
crescimento secundário. movendo o crescimento das plantas. Tomando como base o
IV. Possui células especializadas para realização de trocas meristema secundário, analise a figura abaixo e classifique as
gasosas e secreção de substâncias diversas. legendas, quanto a sua nomenclatura e sua função:

Estão corretas as afirmativas:


a] I e II.

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08 - (UPE) Uma planta vascularizada, ou seja, uma faneró-


gama cresceu por ação hormonal. Depois de adulta, sofreu
uma podação, ou seja, os seus galhos foram cortados. Entre-
tanto o seu caule e as suas folhas voltaram a crescer. O cres-
cimento longitudinal e transversal num vegetal ocorre graças à
ação do tecido:
a] Meristemático.
b] Parenquimatoso.
a] A – Súber, tecido morto, reveste raízes e caules; B – Felo- c] De sustentação.
gênio, tecido vivo com poder proliferativo; C – Feloderme, d] De revestimento e transporte.
parte da periderme constituída por camada(s) de células e] De proteção.
parenquimáticas, originadas por divisão das células do fe-
logênio; D – Câmbio, principal responsável pelo cresci- 09 - (UFPel) Ao avaliarem o comportamento de plantas de soja
mento da planta. sob condições de alagamento, Pires et al. (2002) observaram,
b] A – Súber, tecido morto, reveste apenas caules; B – Felo- através de cortes anatômicos, a presença de aerênquima em
gênio, tecido vivo de constituição; C – Feloderme, tecido raízes adventícias, como mostra a figura abaixo. Essa forma-
originado do suber; D – Câmbio, principal responsável pelo ção de aerênquima, segundo os autores, é semelhante ao que
crescimento da planta. ocorre em arroz-irrigado.
c] A – Súber, tecido morto, reveste apenas raízes; B – Felo-
gênio, tecido vivo com poder proliferativo; C – Feloderme,
tecido originado da periderme; D – Câmbio, principal res-
ponsável pelo crescimento da planta, pois forma o vaso le-
nhoso.
d] A – Súber, tecido vivo, reveste raízes e caules; B – Felogênio,
tecido vivo com poder de substituição; C – Feloderme, parte
da periderme originada por divisão das células do câmbio; D
– Câmbio, principal responsável pelo crescimento da planta,
pois forma o vaso lenhoso e o vaso liberiano.
e] A – Súber, tecido vivo, reveste raízes e caules; B – Felogê-
nio, tecido vivo com poder proliferativo; C – Feloderme, PIRES, J.L.F et al. Adaptações morfofisiológicas da soja em solo inundado.
parte da periderme originada por divisão das células do Pesquisa agropecuária brasileira, v.37, n.1, p.41-50, 2002. Disponível
câmbio; D – Câmbio, principal responsável pelo cresci- em:http://www.scielo.br/img/fbpe/pab/v37n1/7546f1.jpg[adapt.]
mento da planta, pois forma apenas o vaso liberiano.
Com base em seus conhecimentos e nos textos, é correto afir-
07 - (UFJF) Alguns tecidos, as zonas da raiz e os tipos de cres- mar que o aerênquima observado na soja é um tecido:
cimento em que ocorrem são apresentados abaixo: a] Parenquimático, composto por células mortas, que tem a
I. Feloderme, presente na zona de maturação ou diferencia- função de conduzir o oxigênio para as raízes que estão em
ção celular, durante o crescimento secundário. condições de alagamento.
II. Protoderme, presente na zona de multiplicação ou divisão b] Esclerenquimático, composto por células mortas, que tem a
celular, durante o crescimento secundário. função de conduzir o oxigênio para as raízes que estão em
III. Endoderme, presente na zona de maturação ou diferenci- condições de alagamento.
ação celular, durante o crescimento primário. c] Esclerenquimático, composto por células vivas, que tem a
IV. Epiderme, presente na zona de multiplicação ou divisão ce- função de dar sustentação para as raízes que estão em
lular, durante o crescimento primário. condições de alagamento.
d] Parenquimático, composto por células vivas, que tem a fun-
Indique a alternativa que apresenta todos os itens corretos. ção de conduzir o oxigênio para as raízes que estão em
a] I e III. condições de alagamento.
b] I e IV. e] Vascular, composto por células vivas, que tem a função de
c] II e III. conduzir a seiva elaborada para as raízes que estão em
d] II e IV. condições de alagamento.
e] III e IV.

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10 - (UFLA) Apresentam-se, a seguir, três proposições I, II e III. 1 1 – parênquima clorofiliano é o principal tecido de preenchi-
Cada proposição contém mais de uma afirmativa. mento de folhas, tendo por função a realização da fotossín-
I. Os tecidos de sustentação da planta são o colênquima e o tese.
esclerênquima. As principais diferenças entre esses dois te- 2 2 – colênquima é formado por células vivas e é responsável
cidos residem na estrutura das paredes celulares e nas con- pela sustentação de folhas, frutos e caules.
dições do protoplasto. 3 3 – parênquima aquífero está presente em plantas aquáticas,
II. Os meristemas apicais ocorrem nos ápices de raízes e cau- auxiliando na flutuabilidade desses vegetais.
les das plantas vasculares. A atividade desses meristemas 4 4 – O esclerênquima é formado por células mortas, impreg-
causa um aumento em espessura desses órgãos. nadas de lignina, e é responsável pela sustentação de cau-
III. O sistema vascular das traqueófitas é constituído pelo xi- les em crescimento.
lema, que é o principal tecido condutor de água e íons mi-
nerais, e pelo floema, que é o tecido condutor de substân- 13 - (UPE) As características abaixo fazem parte de um tipo de
cias orgânicas elaboradas pela fotossíntese. tecido vegetal. Analise-as.
I. É constituído de células vivas.
Assinale a alternativa na qual a(s) proposição(ões) indicada(s) II. Confere flexibilidade nos caules jovens, ao pecíolo das
apresenta(m) todas as afirmativas corretas. folhas e ao pedúnculo das flores.
a] Somente a proposição III é totalmente correta. III. Promove a sustentação da planta.
b] Somente as proposições I e II são totalmente corretas.
c] Somente as proposições I e III são totalmente corretas. Com base nesses dados, é correto afirmar que o tecido corres-
d] Somente as proposições II e III são totalmente corretas. pondente é
a] Colênquima.
11 - (PUC-RIO) A figura a seguir é uma fotomicrografia de um b] Felogênio.
corte de caule em uma dicotiledônea. c] Esclerênquima.
d] Parênquima.
e] Meristema primário.

14 - (PUC-PR) Qual das alternativas abaixo mostra a relação


correta entre os tecidos vegetais (coluna I) e suas respectivas
funções (coluna II)?

COLUNA I
1. Súber
2. Meristemas
3. Colênquima
A estrutura assinalada com a letra A pertence a um tecido de 4. Xilema
condução de seiva bruta, cujas células são caracteristicamente
mortas. A descrição do tecido refere-se ao: COLUNA II
a] Floema. (_) Crescimento vegetal
b] Xilema. (_) Transporte de seiva mineral
c] Meristema. (_) Proteção
d] Colênquima. (_) Sustentação
e] Esclerênquima.
a] 1, 2, 3, 4.
12 - (UDESC) Os tecidos vegetais fundamentais são aqueles b] 2, 4, 1, 3.
encarregados de uma série de funções, como preenchimento e c] 4, 3, 2, 1.
sustentação. A respeito desses tecidos, analise cada proposi- d] 3, 2, 4, 1.
ção e assinale a(s) correta(s). e] 1, 4, 3, 2.
I II
0 0 – O parênquima de reserva está presente em sementes, 15 - (UFLA) As células meristemáticas, quando examinadas ao
frutos, raízes e rizomas e tem como função o armazena- microscópio óptico, mostram:
mento de substâncias nutritivas. a] Núcleo grande.

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b] Vacúolos grandes. d] A solução de azul e metileno é seiva elaborada e foi condu-


c] Paredes celulares espessas. zida às pétalas pelos estômatos.
d] Tamanho grande. e] Os pelos absorventes de caule são os principais responsá-
veis pela condução da seiva elaborada às pétalas.
16 - Nos vegetais a transpiração é um mecanismo importante
para promover o crescimento. Leia e analise as proposições 19 - (UECE) ANALISE O TEXTO ABAIXO:
abaixo. Um tecido é formado por células que apresentam unidade fun-
I. A transpiração nos vegetais é estomatar e cuticular. cional. Nos vegetais, a função do periciclo é ____________, do
II. A transpiração nos vegetais ocorre apenas através dos estô- câmbio é ______________________ e dos meristemas apicais
matos. é __________________.
III. A intensidade luminosa, a concentração de gás carbônico e Assinale a alternativa que contém as funções que completam
o suprimento hídrico na planta influenciam na abertura dos corretamente e na ordem o texto anterior.
estômatos. a] Formar raízes laterais; formar vasos liberianos para fora e
IV. A teoria da coesão-distensão explica a condução da seiva lenhosos para dentro; formar o corpo primário das plantas.
bruta em decorrência da transpiração. b] Formar a endoderme; promover o crescimento primário do
Assinale a alternativa correta. caule e da raiz; formar o corpo secundário em plantas her-
a] Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. báceas.
b] Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. c] Formar a epiderme na raiz; formar a casca do caule e da
c] Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. raiz; formar o corpo primário das plantas lenhosas.
d] Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. d] Formar a casca do caule; permitir o crescimento secundário
e] Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. do caule; formar o corpo secundário das plantas lenhosas.

17 - (UFSCar) Em presença de luz, as células estomáticas re- 20 - (URCA) Considere os variados tipos de parênquimas:
alizam fotossíntese e consomem CO2, diminuindo a concentra- I. Amilífero
ção desse gás e tornando o hialoplasma dessas células alca- II. Aquífero
lino. Com isso, determinadas enzimas, como a fosforilase, en- III. Clorofiliano
tram em ação, conforme representado no esquema. IV. Aerífero
Desses tecidos, o que fabrica produtos orgânicos e o que ar-
mazena esses produtos são, respectivamente:
a] I e II.
b] I e III.
c] III e II.
d] III e I.
A transformação do amido em glicose nas células estomáticas:
e] III e IV.
a] É responsável pela neutralização do meio intracelular.
b] Torna essas células mais murchas e mais concentradas.
c] Provoca aumento de concentração das células vizinhas.
d] Promove o movimento de fechamento do estômato.
e] Causa o aumento da pressão osmótica dessas células.
QUESTÕES PROPOSTAS (I)
18 - (UINIRIO) Um ramo de cravos com pétalas brancas foi co-
locado no interior de um vaso que continha solução de azul de 01 - (UEPB) Aquiles, guerreiro mitológico e um semideus é o
metileno. Após alguns minutos, observou-se que as pétalas fi- maior dos heróis gregos, sétimo filho de Peleu, rei dos Mirmi-
caram com coloração azulada. Assinale a melhor opção que dões com Tétis, a mais bela das nereidas, ninfa marinha e neta
explica o fenômeno biológico do transporte de seiva observada da Terra e do Mar. Uma das versões correntes conta que in-
no experimento. conformada com a mortalidade dos filhos que gerava, Tétis
a] A solução de azul de metileno é seiva elaborada e foi con- mergulhou seu filho nas águas do Rio Estige, o rio infernal, se-
duzida às pétalas pelo lenho. gurando-o pelo calcanhar, para torná-lo invulnerável. Assim,
b] A solução de azul de metileno é seiva elaborada e foi con- este ponto ficou vulnerável, visto que não havia sido mergu-
duzida às pétalas pelo líber. lhado naquelas águas imortalizantes. Aquiles cresceu e se tor-
c] A solução de azul de metileno é seiva bruta e foi conduzida nou um dos principais heróis gregos na guerra de Tróia, sendo
às pétalas pelo xilema.

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ao final atingido e morto por Páris, com uma flecha no calca- 04 - (UFGD) Observe a figura a seguir.
nhar. Dai se falar hoje em tendão de Aquiles, uma denomina-
ção vulgar para o tendão calcâneo, que se encontra na parte
inferior e posterior da perna. Do ponto de vista histológico, o
tendão calcâneo é formado por:
a] Tecido conjuntivo fibroso.
b] Tecido conjuntivo denso modelado.
c] Tecido conjuntivo cartilaginoso.
d] Tecido conjuntivo frouxo.
e] Tecido conjuntivo ósseo.

02 - (PUC-CAMPINAS) Leia o texto abaixo para responder


esta questão. Assinale a alternativa correta para os tipos de tecido animal re-
Na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o grupo presentados:
de pesquisa do Prof. Celso Bertran, do Instituto de Química, a] Tecido epitelial, sendo: A = de revestimento; B = glandular;
desenvolveu uma modificação funcional na superfície de um bi- e C = sensitivo.
ovidro comercial chamado Bioglass 45S5, composto por cálcio, b] Tecido conjuntivo, sendo: A = conjuntivo propriamente dito;
fósforo, silício e sódio, que acelera as reações de interação B = cartilaginoso; e C = tecido ósseo.
com o organismo, induzindo a um crescimento mais rápido de c] Tecido nervoso, sendo: A = dendritos; B = axônio; e C =
tecidos ósseos. Essa modificação funciona como um acelera- bainha de mielina.
dor do processo de formação do fosfato de cálcio na interface d] Tecido muscular, sendo: A = liso; B = esquelético; e C =
entre o biovidro e o tecido ósseo. cardíaco.
(Adaptado: Revista FAFESP, n. 191, 2012, p. 67) e] Tecido conjuntivo de transporte (sangue), sendo: A = glóbu-
los vermelhos, B = glóbulos brancos; e C = plaquetas.
O tecido ósseo é um tipo de tecido conjuntivo de origem meso-
dérmica. No tecido ósseo o fosfato de cálcio é depositado em 05 - (UEPB) Observe atentamente a representação esquemá-
uma região que corresponde: tica dos tecidos e, em seguida, relacione a imagem com a des-
a] Às miofribrilas do tecido muscular. crição e o local de ocorrência de cada um.
b] Ao plasma do tecido sanguíneo.
c] Ás células do tecido cartilaginoso.
d] Aos lipídeos do tecido adiposo.
e] Ao pericôndrio do tecido cartilaginoso.

03 - (UNISC) O tecido conjuntivo é um componente extrema-


mente importante na formação do corpo humano. A classifica-
ção dos tipos de tecido conjuntivo baseia-se, principalmente, A. Epitélio pseudo-estratificado.
na substância intercelular desse tecido e, em alguns casos, nas B. Epitélio estratificado pavimentoso.
células que o compõem. Qual dos tecidos abaixo citados tem a C. Epitélio simples pavimentoso.
sua classificação baseada no tipo de células que o forma? D. Epitélio simples cúbico.
a] Tecido conjuntivo denso modelado. E. Epitélio simples prismático.
b] Tecido conjuntivo elástico. a. Ocorre na pele e nas mucosas bucal e vaginal.
c] Tecido mucoso. b. Ocorre na cavidade nasal, na traqueia e nos brônquios.
d] Tecido conjuntivo adiposo. c. Ocorre nos túbulos renais.
e] Tecido conjuntivo frouxo. d. Ocorre nos alvéolos pulmonares e revestindo os vasos san-
guíneos.
e. Ocorre revestindo o estômago e os intestinos.

Assinale a alternativa que apresenta a relação correta entre


imagem-descrição-função.
a] I – E – a; II – B – c; III – D – a; IV – C – e; V – A – b.
b] I – A – c; II – D – b; III – C – d; IV – B – a; V – E – e.
c] I – D – e; II – A – d; III – B – b; IV – E – c; V – C – a.

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d] I – B – b; II – C – e; III – A – c; IV – D – d; V – E – a. composto exclusivamente de células mortas e densamente


e] I – C – d; II – B – a; III – E – e; IV – A – b; V – D – c. mineralizadas.
d] Formando o tecido linfático, o qual tem como função a pro-
06 - (IFPE) Nos organismos vertebrados, são encontrados qua- dução de células sanguíneas vermelhas, brancas e plaque-
tro tipos básicos de tecidos: epiteliais, conjuntivos, musculares tas, podem-se citar os seguintes componentes: linfonodos
e nervoso. Assinale a única afirmativa correta referente a esses e baço, entre outros.
diversos tipos de tecidos animais. e] Os epitélios de revestimento revestem externamente o
a] Um dos diversos tipos de tecidos conjuntivos é o responsá- corpo e internamente as cavidades de diversos órgãos. De-
vel pela formação das glândulas endócrinas e exócrinas. vido à ausência de vasos sanguíneos, as células desse te-
b] O revestimento do corpo, de órgãos e de outros tecidos é cido recebem oxigênio e nutrientes oriundos de tecidos pró-
feito por tecidos epiteliais, e essa é a única função apresen- ximos, como o conjuntivo.
tada por esse tipo de tecido.
c] Os tecidos musculares cardíaco e esquelético possuem 09 - (UNISC) O tecido conjuntivo propriamente dito, além de ter
contrações involuntárias, enquanto o tecido muscular liso predominância de fibras colágenas na substância intercelular,
se contrai voluntariamente. também apresenta uma variedade de células do próprio con-
d] O sangue, os ossos e as cartilagens são formas diferencia- juntivo e do sangue. Dessas células, são responsáveis pela
das de tecidos conjuntivos. produção de anticorpos:
e] O tecido nervoso é encontrado apenas no encéfalo e na a] Linfócitos e plasmócitos.
medula espinhal. b] Plasmócitos e mastócitos.
c] Macrófagos e fibrócitos.
07 - (UNIOESTE) “O açaí, fruto da palmeira Euterpe oleracea, d] Fibroblastos e linfócitos.
poderá ser usado na produção de um plástico natural e reno-
vável para compor próteses ósseas, principalmente na região 10 - (UPE) A doação de sangue é um ato voluntário e altruísta,
da cabeça. Para isso, serão utilizadas apenas as sementes do que salva vidas. A retirada média de 450 mL de sangue pode
fruto. Os testes in vitro indicam que o material é biocompatível salvar até 4 vidas. Esse sangue doado é fracionado em con-
e apresenta excelentes propriedades mecânicas e biológicas.” centrados de hemácias, plaquetas e plasma, cada um tendo
http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/06/14/plastico-de-acai/. uma função específica. Sobre esse assunto, analise as propo-
sições a seguir:
Em relação ao texto acima, sobre o tecido ósseo, é correto afir- I. O concentrado de hemácias tem como característica pos-
mar que: suir células capazes de favorecer o transporte de oxigênio
a] O tecido ósseo não apresenta vasos sanguíneos. na forma de bicarbonato.
b] Osteoclastos são células que sintetizam a matriz óssea. II. O concentrado de plaquetas possui, em seu interior, células
c] A medula óssea amarela é formadora de células do sangue. de grande importância nos processos de coagulação san-
d] Sais de cálcio e fósforo, presentes na matriz óssea, forne- guínea e homeostase.
cem flexibilidade ao osso. III. Sendo um tipo de tecido conjuntivo, o sangue se caracteriza
e] Macroscopicamente, o osso apresenta duas partes “a com- por grande quantidade de substância intercelular.
pacta”, sem cavidades, e “a esponjosa”, com muitas cavi- IV. O plasma sanguíneo é rico em proteínas, como as imuno-
dades. globulinas, importantes em processos de defesa do orga-
nismo.
08 - (UEPG) Baseado na histologia humana, assinale a alter-
nativa correta. Está correto, apenas, o que se afirma em:
a] O tecido muscular liso está presente em órgãos como estô- a] I e II.
mago e intestino, possuem movimento voluntário e padrão b] II e III.
de estriação transversal característico, formado pelas pro- c] III e IV.
teínas actina e miosina. d] I e III.
b] As glândulas são formadas por células de tecido conjuntivo e] II e IV.
e possuem função de secretar substâncias para outras re-
giões do corpo. Como exemplo de glândula exócrina, têm- 11 - (UFU) O desenvolvimento embrionário em animais verte-
se as glândulas sudoríparas e a hipófise. brados implica no crescimento e na diferenciação de grupos de
c] A medula óssea está presente no interior de vários ossos e células em quatro tipos de tecidos: epitelial, muscular, nervoso
é responsável por nutrir o tecido ósseo, visto que esse é

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e conjuntivo. Sobre as características desses tecidos, é incor- Estamos diante do tecido ósseo, que apresenta características
reto afirmar que: particulares, quando comparado aos demais tecidos do corpo
a] O tecido epitelial não é atravessado por vasos sanguíneos e, humano. Sobre o tecido ósseo, assinale a alternativa correta:
por isso, é nutrido por difusão a partir do tecido conjuntivo. a] Apesar de ser constituído por uma matriz mineral, apre-
b] O tecido ósseo, que faz parte do tecido conjuntivo, é cons- senta as mesmas características do tecido epitelial.
tituído por material mineralizado e, por isso, não há ocor- b] É um tipo de tecido conjuntivo rígido e entre suas várias
rência de células vivas. funções estão a de sustentação e a de proteção.
c] O tecido muscular é formado por células alongadas, denomi- c] É pobremente vascularizado, por apresentar uma estrutura
nadas fibras musculares, ricas em proteínas filamentosas. compacta com pouquíssimo espaço medular, preenchido
d] O tecido nervoso apresenta, além dos neurônios, as células na sua totalidade por colágeno.
da glia, constituídas de astrócitos, oligodendrócitos, células d] Apresenta uma celularidade variada, osteócitos, osteoblas-
da micróglia e ependimárias. tos e osteoclastos; esses últimos são células jovens, com
intensa atividade metabólica, e responsáveis pela produção
12 - (UFLA) Leia as afirmativas seguintes: da parte orgânica da matriz.
I. É um tipo de tecido conjuntivo especial.
II. Tecido avascularizado. 14 - (UEA) Maior felino da América, a onça pintada, Panthera
III. A matriz extracelular é produzida por condroblastos e con- onca, está ameaçada de extinção pela constante diminuição de
drócitos. seu hábitat natural. Em alguns indivíduos dessa espécie, é ve-
As características citadas referem-se ao tecido: rificada a condição melânica, com manchas pouco aparentes
a] ósseo. na pelagem negra, existindo, por isso, diversas explicações in-
b] adiposo. dígenas e folclóricas para essa característica. A condição me-
c] cartilaginoso. lânica é explicada biologicamente:
d] conjuntivo frouxo. a] Pelo acúmulo de lipídeos na derme do animal.
b] Pela ativação de um gene situado nos pelos do animal.
13 - (PUC-GO) Use o texto a seguir para responder esta ques- c] Pela produção de uma enzima na derme do animal.
tão, d] Pela secreção de um hormônio na epiderme do animal.
Idealismo e] Pelo depósito de uma proteína na epiderme do animal.
Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor na Humanidade é uma mentira. 15 - (UEG) A melanina é um pigmento acastanhado que con-
E é por isto que na minha lira fere coloração à pele, aos pelos e aos olhos. Esse pigmento é
De amores fúteis poucas vezes falo. produto dos melanócitos, uma glândula exócrina que projeta a
melanina para os ceratinócitos. A pigmentação da pele é, por-
O amor! Quando virei por fim a amá-lo?! tanto, um fenótipo resultante de um processo complexo que
Quando, se o amor que a Humanidade inspira pode ser induzido pela exposição aos raios solares. Conside-
É o amor do sibarita e da hetaira, rando-se o mecanismo de produção de melanina:
De Messalina e de Sardanapalo?! a] A pele exposta à luz solar torna-se pigmentada devido a fa-
Pois é mister que, para o amor sagrado, tores alheios à genética.
O mundo fique imaterializado b] A produção de melanina é ativada pela exposição à radia-
— Alavanca desviada do seu fulcro — ção ionizante do tipo UV.
c] A produção estimulada de melanina visa proteger perma-
E haja só amizade verdadeira nentemente a pele dos raios solares.
Duma caveira para outra caveira, d] Tanto a pigmentação não induzida quanto a induzida são
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?! resultados da expressão genética.
(ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 41.)

16 - (FPS) A sensibilidade aos estímulos mecânicos é respon-


Releia os versos seguintes, extraídos do texto acima: sável por movimentos no corpo, mudanças no ritmo respiratório
“E haj/a só amizade verdadeira e várias outras atividades do corpo humano. Considerando a
Duma caveira para outra caveira, anatomia da pele, ilustrada na figura abaixo, e processos fisio-
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!” lógicos envolvidos com estímulos de mecanorrecepção, ana-
Caveira lembra ossada, que lembra osso. lise as proposições a seguir:

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b] Existem regiões do corpo que são mais sensíveis à dor


como o tornozelo e as costelas. Isso ocorre devido à grande
quantidade de corpúsculos de Pacini nestas regiões.
c] É comum a região tatuada ficar inflamada por alguns dias.
O processo inflamatório é decorrente do aumento do fluxo
de sangue na região e a atração de células relacionadas à
ação imunológica.
d] Para manter a nitidez da tatuagem, é necessária protegê-la
da radiação solar por pelo menos um mês. A radiação ultra-
violeta tem um comprimento de onda menor que a luz visí-
vel, mas um poder de penetração maior. Isso pode potenci-
alizar o processo inflamatório.
1. e] A escolha do local de realização da tatuagem é muito im-
2. Os pelos têm origem epidérmica e terminações nervosas na portante, pois o material deve ser descartável ou totalmente
base dos folículos pilosos (1) responsáveis pela reação de esterilizado. Caso contrário, pode haver transmissão de di-
“arrepio”. versas doenças como AIDS e hepatite C.
3. A sensação tátil é produzida através de corpúsculos distri-
buídos na epiderme, entre músculos e articulações (2, 3 e 18 - (UNICENTRO) Tecidos são grupos de células especializa-
4). das na realização de determinadas funções. No organismo dos
4. A sensação de dor resulta de terminações nervosas livres vertebrados, há um grande número de tecidos, cujas células
(5) localizadas sob a epiderme. apresentam uma grande diversidade de estrutura e funções.
Está(ão) correta(s): Com base nos conhecimentos sobre os diferentes tecidos exis-
a] 1 e 2, apenas. tentes nos vertebrados, é correto afirmar:
b] 1, 2 e 3. a] As glândulas são originadas a partir de células do tecido
c] 2 e 3, apenas. conjuntivo presentes na substância fundamental.
d] 1 e 3, apenas. b] O tecido epitelial é caracterizado por ter pouca substância
e] 2, apenas. intercelular e células justapostas.
c] O tecido adiposo é um tipo de tecido muscular no qual pre-
17 - (UNINASSAU) A tatuagem é uma das formas mais antigas dominam células grandes, arredondadas, que armazenam
de personificação corporal. A motivação dos adeptos dessa gotas de lipídios.
modalidade são várias, como se destacar dentro de seus gru- d] O tecido nervoso apresenta células fusiformes constituídas
pos sociais ou até ser uma obra de arte viva. por inúmeros microfilamentos de actina e miosina em seu
citoplasma, o que permite a condução do impulso nervoso
de célula para célula.

19 - (UNISC) Considerando o Tecido Ósseo, assinale a alter-


nativa incorreta listada a seguir.
a] É um tipo especial de tecido conjuntivo, formado por células
e material extracelular calcificado (matriz óssea).
b] A parte inorgânica da matriz óssea é composta, principal-
mente, por cálcio e fosfato.
c] A parte orgânica da matriz óssea é composta, principal-
mente, por colágeno.
d] Apesar de sua resistência e dureza, o tecido ósseo é capaz
As tatuagens são feitas em qualquer região da pele e atual- de se regenerar após lesão, como, por exemplo, depois de
mente até na língua. Sobre os efeitos no organismo da produ- uma fratura.
ção desse tipo de arte, marque a alternativa errada. e] Devido a sua estrutura rígida, não existem nervos nos os-
a] A tinta deve ser aplicada na derme, pois se fosse aplicada sos.
na epiderme seria perdida devido à descamação diária que
este tecido sofre. 20 - (UDESC) As glândulas são agrupamentos de células es-
pecializadas na produção de substâncias úteis ao organismo

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humano. Assinale a alternativa correta quanto ao exemplo de Assinale a opção correta:


glândula e sua morfologia. a] O número 2 representa o floema secundário, que conduz
a] O testículo é um exemplo de glândula endócrina, pois a fotoassimilados.
glândula endócrina possui um canal ou ducto por onde sai b] O número 3 representa o alburno, que é o floema secundá-
a secreção, que faz uma comunicação com o epitélio que a rio funcional.
originou. c] O número 1 representa o cerne, que é o xilema secundário
b] A glândula hipófise é um exemplo de glândula exócrina, não funcional.
pois a glândula exócrina possui um canal ou ducto por onde d] O número 4 representa a periderme, que é o tecido de re-
sai a secreção, que faz uma comunicação com o epitélio serva do tronco.
que a originou.
c] A glândula tireoide é um exemplo de glândula exócrina, pois 02 - (UERN) Observe a figura abaixo.
a glândula exócrina possui um canal ou ducto por onde sai
a secreção, que faz uma comunicação com o epitélio que a
originou.
d] A glândula paratireoide é um exemplo de glândula endó-
crina, pois a glândula endócrina não possui um canal ou
ducto de comunicação com o epitélio que a originou; ela
lança seu produto de secreção em capilares sanguíneos.
e] A suprarrenal é uma glândula anfícrina ou mista, pois apre-
senta partes endócrinas e exócrinas.
Após a retirada de um anel completo da casca de um tronco
(anel de Malpighi), analise.
I. A ascensão da seiva elaborada não será prejudicada, ao
contrário do que ocorre com a seiva bruta.
II. Ocorre acúmulo da seiva elaborada e formação de um te-
QUESTÕES PROPOSTAS(II) cido local.
III. Ocorre acúmulo de seiva bruta e formação de um tecido lo-
01 - (UFV) Observe a imagem abaixo, que representa o tronco cal.
de uma árvore, com as indicações. IV. As raízes e as demais partes abaixo do corte deixarão de
receber a seiva elaborada.
V. A planta deixa de receber a seiva bruta e perde a fonte de
obtenção de água e sais, morrendo.

Estão corretas apenas as afirmativas:


a] II e IV.
b] III e V.
c] I, II e V.
d] I, III e IV.

03 - (CEFET-MG) O xilema e um tecido vegetal classicamente


relacionado ao transporte ascendente de seiva bruta (rica em
agua e sais minerais). Devido a presença de lignina nas pare-
des secundarias de suas células, outra função desse tecido e
a(o):
a] Defesa.
b] Regeneração.
c] Cicatrização.
d] Sustentação.
(Disponível em: http://bio1152.nicerweb.com/Locked/media/ch35/trunk.html. e] Revestimento.
Acesso em: 20 ago. 2012.)

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04 - (PUC-GO) O derretimento do gelo, em diferentes regiões


do mundo, e apontado por vários estudiosos como uma conse-
quência do efeito estufa. Um dos gases de efeito estufa é o
CO2, cuja concentração, devido à ação humana, tem aumen-
tado na atmosfera. As plantas, ao contrário, fixam o CO2, por
meio da fotossíntese, contribuindo para a redução no teor
desse gás atmosférico. Dentre as alternativas abaixo, aponte
aquela cuja estrutura esteja relacionada com as trocas gasosas 01. a2, b3, c4, d1.
realizadas com o meio ambiente: 02. a3, b2, c1, d5.
a] Xilema. 04. a3, b4, c5, d6.
b] Colênquima. 08. a3, b2, c6, d5.
c] Parênquima. 16. a2, b3, c5, d6.
d] Estômatos. 32. a2, b3, c1, d6.
64. a5, b6, c3, d5.
05 - (UEA) Alporquia é um método botânico utilizado para for- Soma das alternativas corretas: ( ___ )
mação de raízes em um ramo de uma planta adulta. Para tal
procedimento, é retirado um anel da casca do ramo vegetal e 07 - (UCPel) As três camadas do tecido embrionário, que dão
um saco plástico com musgo é amarrado sobre o tecido ex- origem, respectivamente, à epiderme, ao súber e ao cilindro
posto, conforme ilustra a figura abaixo. central, são:
a] Dermatogênio, periciclo e pleroma.
b] Hidatódio, escleritos e súber.
c] Dermatogênio, periblema e plerona.
d] Periblema, dermatogênio e pleroma.
e] Pleroma, dermatogênio e felogênio.

08 - (UEM) Sobre os tecidos vegetais, assinale a(s) alterna-


tiva(s) correta(s).
01. O felogênio é um meristema secundário que dá origem ao
súber e à feloderme.
02. Em plantas que pertencem ao grupo das dicotiledôneas, o
meristema primário é responsável pelo crescimento se-
cundário.
04. As células meristemáticas do caule e da raiz originam os
Após a formação das raízes, o ramo é cortado na base e plan- tecidos meristemáticos primários, representados pela epi-
tado em um local definitivo. Nesse processo, a formação de ra- derme, pelo câmbio fascicular e pelo parênquima funda-
ízes, a partir do galho, é possível, pois: mental.
a] Os tecidos das gemas laterais do caule são os mesmos das 08. O parênquima é um tecido fundamental para os vegetais,
raízes. sendo responsável pela realização da fotossíntese e pelo
b] As células envolvidas são constituintes de meristemas pri- armazenamento de substâncias.
mários. 16. Lenticelas são pequenas fendas responsáveis pelas trocas
c] Os tecidos vegetais não atingem o estado diferenciado gasosas que ocorrem em tecidos suberificados.
adulto. Soma das alternativas corretas: (01,08,16)
d] As células vegetais do caule sofrem diferenciação a qual-
quer momento. 09 - (PUC-PR) O desenvolvimento de plantas apresenta um
e] Os tecidos vegetais retornam à condição meristemática. notável grau de plasticidade, o que, em grande parte, pode ser
atribuído a tecidos especializados chamados de meristemas
06 - (UNIOESTE) Referente aos tecidos vegetais, considere as (ESAU, 1965; GIFFORD & FOSTER, 1987). Em um sentido
colunas I e II e assinale a(s) alternativa(s) em que todas as as- amplo, meristema pode ser definido como um grupo de células
sociações estão corretas. que retém a capacidade de proliferar e cujo destino final per-
manece indeterminado. Diversos tipos de meristemas, que po-
dem ser distinguidos com base em sua posição na planta,

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contribuem para o desenvolvimento vegetativo das plantas. d] O aumento do ácido abscísico nas folhas determina a for-
(TAIZ, L & ZEIGER, E. p. 468). mação da camada de abscisão em sua base, levando à
queda das mesmas.
A partir da diferenciação dos meristemas, todos os demais te- e] A proximidade do período seco determina uma diminuição
cidos vegetais serão formados: tecidos de revestimento, con- do metabolismo e consequente diminuição da concentração
dução, sustentação e preenchimento. Sobre os tecidos vege- de auxina nas folhas, levando à formação da camada de
tais, marque a alternativa correta. abscisão na base do pecíolo.
a] O esclerênquima é formado por células vivas com paredes
lignificadas; é encarregado de sustentação e flexibilidade. 12 - (UNISC) Relacione os tecidos vegetais com sua respectiva
b] O floema é um tecido de condução formado por células mor- função.
tas lignificadas; é responsável pelo transporte de seiva 1. Floema.
bruta. 2. Colênquima.
c] O xilema é um tecido de sustentação formado por células 3. Meristema.
vivas; é responsável pela condução de seiva elaborada. 4. Esclerênquima.
d] Os primeiros tecidos que aparecem nos vegetais são os te- 5. Xilema.
cidos condutores, que originam os demais tecidos. Os teci-
dos condutores têm capacidade de divisão permanente de ( ) Formado por células de natureza ainda indiferenciada
suas células. que se destinam a formar todos os demais tecidos das
e] O colênquima é um tecido formado por células vivas, com plantas.
paredes celulósicas, permeáveis, que confere sustentação ( ) Tecido de sustentação formado por células com formato
e flexibilidade. de fibra, porém curtas e ainda vivas. Os feixes desse
tecido são superficiais, fornecendo pequena rigidez que
10 - (PUC-CAMP) Os cactos são considerados plantas sucu- não impede a flexibilidade de caules finos.
lentas devido ao armazenamento de água em um tecido espe- ( ) Transporte de água das raízes para os caules e as fo-
cializado que funciona como um verdadeiro reservatório. Esse lhas.
tecido é: ( ) As células deste tecido fornecem suporte rígido após
a] Parenquimatoso. morrerem.
b] Meristemático. ( ) Transloca carboidratos e outros nutrientes.
c] Colenquimatoso.
d] Esclerenquimático. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima
e] Tegumentar. para baixo, é:
a] 3 – 4 – 1 – 2 – 5.
11 - (UNINASSAU) A caatinga nordestina é um ecossistema ti- b] 4 – 3 – 1 – 2 – 5.
picamente brasileiro, com flora e fauna típicas. Para se adaptar c] 3 – 2 – 5 – 4 – 1.
ao clima quente e seco, as plantas desta região apresentam d] 1 – 2 – 3 – 4 – 5.
adaptações anatômicas e fisiológicas próprias. Uma dessas é e] 5 – 4 – 3 – 2 – 1.
a perda das folhas com a chegada do período seco. Este fenô-
meno decorre da ação dos hormônios vegetais e determina o 13 - (UFSM) Segundo alguns autores, o “Abaporu”, de Tarsila
significado do nome caatinga (mata branca). Marque a alterna- do Amaral, homenageia o povo sofrido dos trabalhadores da
tiva a seguir que explica corretamente este fenômeno. época; o sol inclemente e o cacto representam, ali, sua dura
a] A possível explicação está na liberação de ácido abscísico rotina. Essa planta se adapta bem ao meio ambiente. Em geral,
(ABA) pelas raízes, que é conduzido pelo xilema até as fo- dispensa as folhas para a fotossíntese e armazena água para
lhas. O aumento da concentração dessa substância nas ge- sobreviver. Que tecido vegetal está envolvido nesses dois pro-
mas caulinares estimula a queda das folhas. cessos fisiológicos?
b] A diminuição da concentração do gás etileno nas folhas pro- a] Parênquima.
voca a formação da camada de abscisão, levando à queda b] Xilema.
das folhas. c] Meristema.
c] O aumento da temperatura e a diminuição da umidade pro- d] Periderme.
vocam uma concentração excessiva de auxina nas folhas, e] Esclerênquima.
causando suas quedas.

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14 - (UDESC) Existem diferenças entre a organização das es- 32. Nectários, pelos glandulares e tubos laticíferos são exem-
truturas dos vegetais. Em relação ao enunciado, relacione as plos de estruturas secretoras presentes nas plantas.
colunas. Soma das alternativas corretas: ( ___ )
1. Epiderme e súber
2. Colênquima e esclerênquima 17 - (IFSudeste-Mg) Considere as seguintes funções dos teci-
3. Vasos lenhosos e liberianos dos vegetais:
4. Parênquima amilífero e parênquima clorofiliano I. Sustentação
( ) São tecidos de assimilação e reserva dos vegetais. II. Realização de fotossíntese ou armazenamento
( ) São tecidos de condução de seiva dos vegetais. III. Condução de substâncias
( ) São tecidos de revestimento e proteção dos vegetais. IV. Crescimento em comprimento
( ) São tecidos de sustentação dos vegetais.
Assinale a alternativa que contém os tecidos vegetais corres-
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima pondentes às funções indicadas nos itens I, II, III e IV, respec-
para baixo. tivamente.
a] 4 – 3 – 1 – 2. a] Colênquima, meristema secundário, xilema e floema.
b] 3 – 4 – 2 – 1. b] Esclerênquima, floema, meristema primário e parênquima.
c] 4 – 2 – 1 – 3. c] Esclerênquima, parênquima, floema e meristema primário.
d] 2 – 3 – 1 – 4. d] Xilema, colênquima, meristema primário e floema.
e] 1 – 3 – 4 – 2. e] Colênquima, parênquima, esclerênquima e meristema pri-
mário.
15 - (PUC-MG) O súber é um tecido secundário constituído por
células maduras mortas com paredes infiltradas por suberina, 18 - (UFPB) A figura a seguir representa a secção transversal
material ceroso ou gorduroso que são resistentes à passagem do caule de uma angiosperma, onde se observa sua estrutura
de gases e vapor d’água. Após a leitura da passagem acima, anatômica.
marque a afirmativa incorreta sobre o súber.
a] O súber é um tecido que atua como isolante térmico e na
proteção contra choques mecânicos.
b] O súber de determinadas espécies de plantas são utilizados
comercialmente como cortiça.
c] O súber é constituído do parênquima cortical com função
de reserva e de preenchimento geral do córtex vegetal.
d] O tecido formador do súber é o felogênio, também denomi-
nado de câmbio da casca.

16 - (UEM) Assinale o que for correto.


01. A epiderme é um tecido de revestimento presente nas fo- Considerando a figura e a literatura sobre anatomia vegetal,
lhas e nos caules constituída por células clorofiladas. identifique as afirmativas corretas:
02. Nas folhas, o parênquima assimilador é constituído por I II
células clorofiladas que realizam a fotossíntese e a respi- 0 0 – O xilema está indicado pela letra c.
ração. 1 1 – A região cortical está indicada pela letra b.
04. Os tecidos condutores xilema e floema são formados por 2 2 – O caule é típico de plantas do grupo das monocotiledô-
vários tipos de células originadas de meristemas primá- neas.
rios e secundários, que sofreram impregnação de lignina, 3 3 – A estrutura é resultado da atividade dos três meristemas
calose, alcaloides e resinas. apicais.
08. O colênquima e o esclerênquima são tecidos vivos, ligni- 4 4 – A periderme, indicada pela letra a, é o tecido de revesti-
ficados, especializados na sustentação dos caules, raízes mento desse caule.
e folhas.
16. Os tecidos meristemáticos, presentes nos caules e nas 19 - (UFT) A figura abaixo representa o caule de uma angios-
raízes, apresentam grande capacidade de realizar mitose perma com crescimento secundário.
e, por isso, originam todos os tipos de células que com-
põem uma planta.

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b] Do súber presente no tronco.


c] Dos traqueídes condutores de seiva.
d] Do esclerênquima de galhos.
e] Da epiderme de uma folha.

QUESTÕES ENEM

01 - (ENEM) O hemograma é um exame laboratorial que in-


forma o número de hemácias, glóbulos brancos e plaquetas
presentes no sangue. A tabela apresenta os valores conside-
rados normais para adultos. Os gráficos mostram os resulta-
Marque a alternativa que indica corretamente as camadas indi- dos do hemograma de 5 estudantes adultos. Todos os resul-
cadas pelos números: tados são expressos em número de elementos por mm3 de
a] I – Cerne; II – câmbio; III – alburno; IV – floema; V – casca. sangue.
b] I – Cerne; II – alburno; III – câmbio; IV – floema; V – casca. Podem estar ocorrendo deficiência no sistema de defesa do
c] I – Alburno; II – cerne; III – floema; IV – câmbio; V – casca. organismo, prejuízos no transporte de gases respiratórios e
d] I – Alburno; II – cerne; III – câmbio; IV – periciclo; V – floema. alterações no processo de coagulação sanguínea, respecti-
e] I – Alburno; II – cerne; III – câmbio; IV – floema; V – perici- vamente, com os estudantes
clo. a] Maria, José e Roberto.
b] Roberto, José e Abel.
20 - (UEA) Para responder esta questão tome por base o frag- c] Maria, Luísa e Roberto.
mento abaixo. d] Roberto, Maria e Luísa.
e] Luísa, Roberto e Abel.
A Castanheira

A castanheira (Bertholletia excelsa), também conhecida 02 - (ENEM) Um paciente deu entrada em um pronto-socorro
como castanha-do-Brasil, é a mais famosa espécie de árvore apresentando os seguintes sintomas: cansaço, dificuldade
nativa da Amazônia e as maiores concentrações estão na Ama- em respirar e sangramento nasal. O médico solicitou um he-
zônia Brasileira. Árvore de grande porte, a castanheira chega a mograma ao paciente para definir o diagnóstico. Os resulta-
atingir até 60 metros de altura e diâmetro, na base, superior a dos estão dispostos na tabela:
4 metros. Os frutos, conhecidos como ouriços, são lenhosos e Relacionando os sintomas apresentados pelo paciente com
esféricos, atingindo entre 10 e 15 centímetros de diâmetro, pe- os resultados de seu hemograma, constata-se que
sando até 1,5 kg, e contendo até 25 sementes. Diversas espé- a] o sangramento nasal é devido à baixa quantidade de pla-
cies de fauna, incluindo pássaros e mamíferos (como roedores quetas, que são responsáveis pela coagulação sanguí-
e primatas), utilizam-se destas sementes para seu alimento, in- nea.
clusive o homem. A castanha (semente da castanheira) é um b] o cansaço ocorreu em função da quantidade de glóbulos
alimento muito rico. Quando desidratada, possui cerca de 17% brancos, que são responsáveis pela coagulação sanguí-
de proteína e seu teor de gordura chega a 67%. nea.
(www.greenpeace.org. Adaptado.)
c] a dificuldade respiratória decorreu da baixa quantidade
de glóbulos vermelhos, que são responsáveis pela defesa
Um professor mostrou aos alunos a foto de um tecido vegetal imunológica.
retirado de uma castanheira que apresentava, como caracte- d] o sangramento nasal é decorrente da baixa quantidade
rísticas marcantes, núcleo volumoso, paredes celulares delga- de glóbulos brancos, que são responsáveis pelo trans-
das e elevada quantidade de células em divisão celular. É mais porte de gases no sangue.
provável que esse tecido tenha sido retirado:
a] Da região subapical da raiz.

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BIOLOGIA • Velozo

e] a dificuldade respiratória ocorreu pela quantidade de pla-


quetas, que são responsáveis pelo transporte de oxigênio
no sangue.

GABARITO
01-a 02-a

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QUÍMICA
Alexssan Moura

SOLUÇÕES

Dispersões são sistemas nos quais uma substância está disseminada, sob a forma de pequenas partículas, em uma segunda
substância.

Classificação das dispersões

Nas soluções, o componente que está presente em menor quantidade recebe o nome de soluto (é o disperso), enquanto o
componente predominante é chamado de solvente (é o dispersante). Por exemplo, quando dissolvemos açúcar em água, o
açúcar é o soluto, e a água, o solvente.

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Regra de solubilidade
QUÍMICA • Alexssan Moura

Saturação de uma solução

Em função do ponto de saturação, classificamos as soluções em:

• não-saturadas(ou insaturadas): contêm menos soluto do que o estabelecido pelo coeficiente de solubilidade;
• saturadas: atingiram o coeficiente de solubilidade;
• supersaturadas: ultrapassaram o coeficiente de solubilidade.

CONCENTRAÇÃO DAS SOLUÇÕES

Concentração comum ou concentração em g/L (C)

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QUÍMICA • Alexssan Moura

Título ou fração em massa

Título em volume
Às vezes aparece nos exercícios o título em volume ou a correspondente porcentagem volumétrica de uma solução. As defini-
ções são idênticas às anteriores, apenas trocando-se as palavras massa por volume.

Concentração em mols por litro ou molaridade

Ou

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Fração em mols ou fração molar (x)

Concentração molal ou molalidade (W)

Partes por milhão (ppm)


É usada para soluções extremamente diluídas, isto é, que apresentam uma quantidade de soluto muito pequena dissolvida em
uma quantidade muito grande de solvente (ou de solução)
Expressão matemática:

DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES

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MISTURAS DE SOLUÇÕES

→Mistura de duas soluções de um mesmo soluto

→Mistura de duas soluções de solutos diferentes que não reagem entre si

Aplicar as fórmulas da diluição a cada uma das soluções iniciais

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→Mistura de duas soluções de solutos diferentes que reagem entre si

Havendo reação química, esses problemas devem ser resolvidos com o auxílio do cálculo estequiométrico.

Dicas!

Titulação

Quando os cientistas precisam determinar a concentração em mol/L (em quantidade de matéria) de alguma solução, costuma-
se usar uma técnica de análise volumétrica denominada titulação, ou mais especificadamente, titulação
ácido-base.

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PROPRIEDADES COLIGATIVAS
Os solventes puros apresentam propriedades específicas que os identifica. A água pura, por exemplo, congela a 0ºC e ferve a
100 ºC, ao nível do mar. Quando um soluto não volátil é adicionado a solventes puros, obtemos soluções, e as propriedades
originais dos solventes são alteradas. Essas alterações são chamadas de efeitos coligativos, pois resultam da interação de
substâncias, formando um novo sistema com características próprias diferentes das originais.

PRESSÃO MÁXIMA DE VAPOR DE UM LÍQUIDO PURO

FATORES QUE INFLUENCIAM A PRESSÃO MÁXIMA DE VAPOR DE UM LÍQUIDO

→Influência da temperatura na pressão máxima de vapor

Aumentando-se a temperatura, as partículas do líquido se agitam mais; e, em consequência, o líquido evapora mais intensa-
mente, produzindo então maior pressão de vapor.

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EFEITOS COLIGATIVOS

→TONOSCOPIA

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LEI DE RAOULT PARA TONOSCOPIA

→ EBULIOSCOPIA

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LEI DE RAOULT PARA EBULIOSCOPIA

→CRIOSCOPIA

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LEI DE RAOULT PARA CRIOSCOPIA

→OSMOSCOPIA

A equação fundamental da osmometria, para soluções moleculares e diluídas, é idêntica à equação dos gases perfeitos:

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EXERCÍCIOS
AS PROPRIEDADES COLIGATIVAS NAS SO-
LUÇÕES IÔNICAS

No século XIX, Raoult e Van’tHoff já haviam percebido que, 1- (Ime 2017) A figura a seguir representa as curvas de solu-
em concentrações idênticas, as soluções eletrolíticas apre-
bilidade de duas substâncias A e B.
sentavam efeitos coligativos maiores do que os das solu-
ções não-eletrolíticas.

Por essa razão, Van’tHoff propôs a criação de umfator de


correção para as fórmulas das propriedades coligativas,
que passou a ser chamado de fator i de Van’tHoff.

Para o efeito osmótico, temos: Com base nela, pode-se afirmar que:
a] No ponto 1, as soluções apresentam a mesma temperatura
mas as solubilidades de A e B são diferentes.
b] A solução da substância A está supersaturada no ponto
2.
c] As soluções são instáveis no ponto 3.
Na verdade, o fator i de Van’tHoff apenas traduz o aumento d] As curvas de solubilidade não indicam mudanças na estru-
do número de partículas causado pela dissociação. tura dos solutos.
e] A solubilidade da substância B segue o perfil esperado
Matematicamente, pode-se concluir que a fórmula gené- para a solubilidade de gases em água.
rica para o fator i de Van’tHoff é:

2- (Ebmsp 2017)

Nessa expressão, α é o grau de ionização do soluto e q é o


número de íons produzidos pela ionização de uma molécula
do soluto.

O conhecimento da solubilidade de sais em água é importante


para a realização de atividades em laboratórios e nos procedi-
mentos médicos que envolvam a utilização desses compostos
químicos. A dissolução dessas substâncias químicas em água
é influenciada pela temperatura, como mostra o gráfico que
apresenta as curvas de solubilidade do nitrato de potássio,
KNO3(s), do cromato de potássio, K 2CrO4(s), do cloreto de

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sódio, NaC (s) , e do sulfato de cério, Ce2 (SO4 )2(s). Qual a massa mínima e aproximada de águaque deve ser eva-
porada para iniciar a cristalizaçãodo soluto?
A análise do gráfico permite afirmar: a] 160 g
a] O processo de dissolução dos sais constituídos pelos me- b] 120 g
tais alcalinos, em água, é endotérmico. c] 40 g
b] A mistura de 120 g de cromato de potássio com 200 g de d] 80 g
água forma uma solução saturada a 60  C.
c] O coeficiente de solubilidade do sulfato de cério aumenta 5- (Ucs 2016)Curvas de solubilidade, como as representadas
com o aquecimento do sistema aquoso. no gráfico abaixo, descrevem como os coeficientes de solubili-
d] A solubilidade do nitrato de potássio é maior do que a do dade de substâncias químicas, em um determinado solvente,
cromato de potássio a temperatura de 20  C. variam em função da temperatura.
e] O nitrato de potássio e o cloreto de sódio apresentam o
mesmo coeficiente de solubilidade a 40  C.

3- (Unicid - Medicina 2017)O gráfico apresenta as solubilidades


dos sais A, B, C, D, E e F em função da temperatura.

a] Indique o sal cuja solubilidade em água é menos afetada


pelo aumento de temperatura. Considerando as informações apresentadas pelo gráfico
b] Considere uma solução preparada com 33 g do sal B em acima, assinale a alternativa correta.
a] Todas as substâncias químicas são sais, com exceção da
50 g de água, a 40 C. A mistura resultante apresenta
sacarose.
corpo de fundo? Justifique sua resposta. b] O aumento da temperatura de 10C para 40C favorece
a solubilização do sulfato de cério (III) em água.
4- (Acafe 2016)O cloreto de potássio é um sal que adiciona-
c] A massa de nitrato de amônio que permanece em solução,
doao cloreto de sódio é vendido comercialmente como “sal
quando a temperatura da água é reduzida de 80C para
light”, com baixo teor de sódio. Dezoitogramas de cloreto de
40C, é de aproximadamente 100 g.
potássio estão dissolvidos em 200 g de água e armazenados
d] A dissolução do iodeto de sódio em água é endotérmica.
em um frascoaberto sob temperatura constante de 60C.
e] A 0C, todas as substâncias químicas são insolúveis em
água.
Dados:Considere a solubilidade do cloreto de potássio a 60C
igual a 45 g 100 g de água.

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6- (Mackenzie 2015)A solubilidade do cloreto de potássio máxima de chumbo permitida é de 20 ppm nas formulações
(KC ) em 100 g de água, em função da temperatura é mos- desses produtos.
trada na tabela abaixo:
Fonte: Disponível em:
Temperatura Solubilidade ( gKC em 100 g de <http://www.veja.abril.com.br/noticia/saude>. Acesso em: 24
(C) água) jul. 2013. (adaptado)
0 27,6
Com base nesse texto, responda.
10 31,0
20 34,0
a] A análise de um batom de 3 g apontou a quantidade de
30 37,0
0,006 mg de chumbo. Por meio de cálculo, mostre se esse
40 40,0
batom está em conformidade ou não com as normas da AN-
50 42,6
VISA, no que diz respeito à quantidade máxima desse metal
permitida na composição do referido batom.
Ao preparar-se uma solução saturada de KC em 500 g de
água, a 40C e, posteriormente, ao resfriá-la, sob agitação, até b] O que explica a denominação do chumbo como metal, uma
20C, é correto afirmar que vez que este faz parte do grupo 14 A, no qual figuram,
a] nada precipitará. também, o carbono e o silício que não são metais?
b] precipitarão 6 g de KC .
c] precipitarão 9 g de KC . 9- (Enem (Libras) 2017)Um pediatra prescreveu um medica-
d] precipitarão 30 g de KC . mento, na forma de suspensão oral, para uma criança pesando
16 kg. De acordo com o receituário, a posologia seria de 2
e] precipitarão 45 g de KC .
gotas por kg da criança, em cada dose. Ao adquirir o medica-
7- (Uema 2015)Uma peça publicitária veiculada na revista Veja mento em uma farmácia, o responsável pela criança foi infor-
apresentou a seguinte chamada: ¯ Gasolina S − 50 tecnologia mado que o medicamento disponível continha o princípio ativo
para melhorar a vida dos brasileiros. A Petrobrás desenvolveu em uma concentração diferente daquela prescrita pelo médico,
a gasolina S-50 que tem 94% menos enxofre do que a versão conforme mostrado no quadro.
anterior. A redução foi de 800 mg / kg para 50 mg / kg do
Concentração do princípio
teor de enxofre na gasolina‖. Medicamento
ativo (mg/gota)
Fonte: REVISTA VEJA. São Paulo: Abril, ed. 2376, p.76, 4 jun. 2014.
Prescrito 5,0
A representação de concentração do teor de enxofre, no texto, Disponível comercial-
4,0
corresponde à mente
a] molalidade.
b] molaridade. Quantas gotas do medicamento adquirido a criança deve in-
c] fração molar. gerir de modo que mantenha a quantidade de princípio ativo
d] parte por milhão. receitada?
e] concentração comum. a] 13
b] 26
8- (Uema 2014)Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos c] 32
mostrou que o uso de batons ou brilhos labiais, por conter me- d] 40
tais tóxicos como o chumbo, pode levar a ingestão desse metal e] 128
em quantidades acima das recomendadas, pois consome-se
batom, ao lamber os lábios, alimentar-se, beber algum líquido, 10- (Enem (Libras) 2017)A ingestão de vitamina C (ou ácido
beijar na boca. A sua reaplicação, várias vezes ao longo do dia, ascórbico; massa molar igual a 176 g mol) é recomendada
caracteriza uso intenso e potencializa os danos à saúde. No para evitar o escorbuto, além de contribuir para a saúde de den-
Brasil, de acordo com as normas da ANVISA, a concentração tes e gengivas e auxiliar na absorção de ferro pelo organismo.

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Uma das formas de ingerir ácido ascórbico é por meio dos com- 13- (Enem 2015)A hidroponia pode ser definida como uma téc-
primidos efervescentes, os quais contêm cerca de 0,006 mol nica deprodução de vegetais sem necessariamente a presença
de ácido ascórbico por comprimido. Outra possibilidade é o desolo. Uma das formas de implementação é manter as plantas
suco de laranja, que contém cerca de 0,07 g de ácido ascór- com suas raízes suspensas em meio líquido, deonde retiram
bico para cada 200 mL de suco. os nutrientes essenciais. Suponha que um produtor de rúcula
hidropônica precise ajustar a concentração de íon nitrato
(NO3− ) para 0,009 mol L em um tanque de 5.000 litros e,
O número de litros de suco de laranja que corresponde à quan-
tidade de ácido ascórbico presente em um comprimido eferves- para tanto, tem em mãos umasolução comercial nutritiva de ni-
cente é mais próximo de trato de cálcio 90 g L.
a] 0,0002. As massas molares dos elementos N, O e Ca são iguais a
b] 0,03. 14 g mol, 16 g mol e 40 g mol, respectivamente.
c] 0,3.
d] 1. Qual o valor mais próximo do volume da soluçãonutritiva, em
e] 3. litros, que o produtor deve adicionar aotanque?
a] 26
11- (Enem 2ª aplicação 2016)O soro fisiológico é uma solução b] 41
aquosa de cloreto de sódio (NaC ) comumente utilizada para c] 45
higienização ocular, nasal, de ferimentos e de lentes de con- d] 51
tato. Sua concentração é 0,90% em massa e densidade igual e] 82
a 1,00 g mL.
Qual massa de NaC , em grama, deverá ser adicionada à 14- (Enem PPL 2015)A cafeína é um alcaloide, identificado
como 1,3,7-trimetilxantina (massa molar igual a 194 g mol),
água para preparar 500 mL desse soro?
cuja estrutura química contém uma unidade de purina,con-
a] 0,45
forme representado. Esse alcaloide é encontrado emgrande
b] 0,90
quantidade nas sementes de café e nas folhas dechá-verde.
c] 4,50 Uma xícara de café contém, em média, 80 mg de cafeína.
d] 9,00
e] 45,00

12- (Enem 2016)Para cada litro de etanol produzido em uma


indústria de cana-de-açúcar são gerados cerca de 18 L de vi-
nhaça que é utilizada na irrigação das plantações de cana-de-
açúcar, já que contém teores médios de nutrientes N, P e K
iguais a 357 mg L, 60 mg L, e 2.034 mg L, respectiva-
mente.
SILVA. M. A. S.; GRIEBELER. N. P.; BORGES, L. C. Uso de vinhaça e im-
pactos nas propriedades do solo e lençol freático.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. n. 1, 2007 (adaptado).

Na produção de 27.000 L de etanol, a quantidade total de fós-


foro, em kg, disponível na vinhaça será mais próxima de Considerando que a xícara descrita contém um volume de
200 mL de café, a concentração, em mol/L, de cafeína nessa
a] 1.
b] 29. xícara é mais próxima de:
a] 0,0004.
c] 60.
b] 0,002.
d] 170.
c] 0,4.
e] 1.000.
d] 2.
e] 4.

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15- (Enem 2010)Ao colocar um pouco de açúcar na água e Um comprimido efervescente contendo 1 g de vitamina C foi
mexer até a obtenção de uma só fase, prepara-se uma solução. dissolvido em água, de modo a obter-se 200 mL de solução.
O mesmo acontece ao se adicionar um pouquinho de sal à A concentração de ácido ascórbico na solução obtida é, apro-
água e misturar bem. Uma substância capaz de dissolver o so- ximadamente,
luto é denominada solvente; por exemplo, a água é um solvente a] 0,01mol L.
para o açúcar, para o sal e para várias outras substâncias. A
b] 0,05 mol L.
figura a seguir ilustra essa citação.
c] 0,1mol L.
d] 0,2 mol L.
e] 0,03 mol L.

18- (Uerj 2016) Para diferenciar os hidrocarbonetos etano e


eteno em uma mistura gasosa, utiliza-se uma reação com
bromo molecular: o etano não reage com esse composto, en-
quanto o eteno reage de acordo com a seguinte equação quí-
mica:

Suponha que uma pessoa, para adoçar seu cafezinho, tenha


utilizado 3,42g de sacarose (massa molar igual a 342 g/mol)
para uma xícara de 50 mℓ do líquido. Qual é a concentração
final, em molℓ, de sacarose nesse cafezinho? Considere um cilindro de capacidade igual a 10 , contendo
a] 0,02
apenas esses hidrocarbonetos em uma mistura com massa
b] 0,2
igual a 200 g. Ao se adicionar bromo em excesso à mistura,
c] 2
d] 200 todo o eteno reagiu, formando 940 g de
e] 2000 1,2 − dibromoetano.
−1
A concentração inicial de etano, em mol  , no interior do
16- (Ita 2011)A 25°C, as massas específicas do etanol e da cilindro, corresponde a:
água, ambos puros, são 0,8 g cm–3 e 1,0 g cm–3, respectiva- a] 0,1
mente. Adicionando 72 g de água pura a 928 g de etanol puro,
b] 0,2
obteve-se uma solução com 1208 cm3 de volume.
c] 0,3
Assinale a opção que expressa a concentração desta solução
em graus Gay-Lussac (°GL). d] 0,4
a] 98
b] 96 19- (Udesc 2016)Para limpeza de superfícies como concreto,
c] 94 tijolo, dentre outras, geralmente é utilizado um produto com
d] 93 nome comercial de “ácido muriático”. A substância ativa desse
e] 72 produto é o ácido clorídrico (HC ), um ácido inorgânico forte,
corrosivo e tóxico. O volume de HC em mililitros, que deve
17- (Unesp 2019) Considere a fórmula estrutural do ácido as- ser utilizado para preparar 50,0 mL de HC 3 mol L, a partir
córbico (vitamina C).
da solução concentrada com densidade de 1,18 g cm3 e
37% (m m) é, aproximadamente:
a] 150 mL
b] 12,5 mL
c] 125 mL
d] 8,7 mL
e] 87 mL

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20- (Ueg 2016)Uma solução estoque de hidróxido de sódio foi c] I, II e IV.


preparada pela dissolução de 4 g do soluto em água, obtendo- d] I, III e IV.
se ao final 100 mL e, posteriormente, determinado volume foi
diluído para 250 mL obtendo-se uma nova solução de con- 22- (Espcex (Aman) 2018)Em uma aula prática de química, o
professor forneceu a um grupo de alunos 100 mL de uma so-
centração igual a 0,15 mol L−1 .
lução aquosa de hidróxido de sódio de concentração
O volume diluído, em mL, da solução estoque, é aproximada-
1,25 mol  L−1. Em seguida solicitou que os alunos realizassem
mente
um procedimento de diluição e transformassem essa solução
a] 26
b] 37 inicial em uma solução final de concentração 0,05 mol  L−1.
c] 50 Para obtenção da concentração final nessa diluição, o volume
d] 75 de água destilada que deve ser adicionado é de
a] 2.400 mL
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: b] 2.000 mL
c] 1.200 mL
Para resolver a(s)questão(ões) a seguirconsidere orótulo de d] 700 mL
uma garrafa de água mineral.
e] 200 mL

23- (G1 - ifsul 2015)Observe, conforme figura a seguir, que,


em um laboratório, tem-se o álcool A e deseja-se preparar
1000 mL do álcool B.

Qual volume de água (em mL) deve ser adicionado à quanti-


dade de álcool retirada do frasco A para atingir esse objetivo?
a] 150 mL
b] 210 mL
21- (Acafe 2016)Baseado nas informações fornecidas e nos
c] 750 mL
conceitos químicos, analise as afirmações a seguir.
I. Em um íon cloreto existem 17 prótons e 18 elétrons. d] 950 mL
II. A concentração dos íons fluoreto em ppm (partes por mi- e] 980 mL
lhão) é 14 ppm.
24-
III. A distribuição eletrônica do íon fluoreto no estado funda-
mental é: 1s2 ; 2s2 ; 2p6 .
IV. A concentração em mmol L do íon bicarbonato é 2,60.
Dados: C = 12 g mol; O = 16 g mol; H = 1,0 g mol.

Todas as afirmações corretas estão em:


a] II e III.
b] I e III.

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25- 29-

30-

26-

31-
27-

28-

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32-

33-

34-

35- (Ita 2018)São feitas as seguintes proposições a respeito 36- (Enem PPL 2018)Bebidas podem ser refrigeradas de modo
de propriedades coligativas: mais rápido utilizando-se caixas de isopor contendo gelo e um
I. A pressão osmótica depende do tipo de solvente para um pouco de sal grosso comercial. Nesse processo ocorre o der-
dado soluto. retimento do gelo com consequente formação de líquido e res-
II. A criometria usa o abaixamento do ponto de congelamento friamento das bebidas. Uma interpretação equivocada, base-
do solvente para medir a massa molar do soluto. ada no senso comum, relaciona esse efeito à grande capaci-
III. Na ebuliometria, a variação da temperatura de ebulição de- dade do sal grosso de remover calor do gelo.
pende da concentração molal de soluto não volátil utilizado. Do ponto de vista científico, o resfriamento rápido ocorre em
IV. Na tonometria, ocorre abaixamento da pressão de vapor de razão da
uma solução que contém um soluto não volátil, em relação a] variação da solubilidade do sal.
ao solvente puro. b] alteração da polaridade da água.
c] elevação da densidade do líquido.
Das proposições acima é(são) CORRETA(S) d] modificação da viscosidade do líquido.
a] apenas I. e] diminuição da temperatura de fusão do líquido.
b] apenas I e III.
c] apenas II, III e IV. 37- (Ufrgs 2018) Observe o gráfico abaixo, referente à pressão
d] apenas II e IV. de vapor de dois líquidos, A e B, em função da temperatura.
e] todas.

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39- (Upe-ssa 2 2017)

Dia de churrasco! Carnes já temperadas, churrasqueira acesa,


cervejas e refrigerantes no freezer. Quando a primeira cerveja é
Considere as afirmações abaixo, sobre o gráfico. aberta, está quente! Sem desespero, podemos salvar a festa.
I. O líquido B é mais volátil que o líquido A. Basta fazer a mistura frigorífica. É simples: colocar gelo em um
II. A temperatura de ebulição de B, a uma dada pressão, será isopor, com dois litros de água, meio quilo de sal e 300 mL de
maior que a de A.
etanol (46 GL). Em três minutos, as bebidas (em lata) já esta-
III. Um recipiente contendo somente o líquido A em equilíbrio
com o seu vapor terá mais moléculas na fase vapor que o rão geladinhas e prontas para o consumo. Basta se lembrar de
mesmo recipiente contendo somente o líquido B em equilí- lavar a latinha antes de abrir e consumir. Ninguém vai querer be-
brio com seu vapor, na mesma temperatura. ber uma cervejinha ou um refrigerante com gosto de sal, não é?
Sobre a mistura frigorífica, são feitas as seguintes afirmações:
Quais estão corretas?
a] Apenas I. I. O papel da água é aumentar a superfície de contato da mis-
b] Apenas II. tura, fazendo todas as latinhas estarem imersas no mesmo
c] Apenas III. meio.
d] Apenas II e III. II. O sal é considerado um soluto não volátil, que, quando co-
e] I, II e III. locado em água, abaixa o ponto de fusão do líquido. Esse
efeito é denominado de crioscopia.
38- (Enem 2017)Na Idade Média, para elaborar preparados a III. Ocorre uma reação química entre o sal e o álcool, for-
partir de plantas produtoras de óleos essenciais, as coletas das mando um sal orgânico. O processo é endotérmico, por-
espécies eram realizadas ao raiar do dia. Naquela época, essa tanto o sistema se torna mais frio.
prática era fundamentada misticamente pelo efeito mágico dos IV. O sal pode ser substituído por areia, fazendo a temperatura
raios lunares, que seria anulado pela emissão dos raios sola- atingida pela mistura se tornar ainda mais baixa.
res. Com a evolução da ciência, foi comprovado que a coleta V. Na ausência de álcool, outro líquido volátil, por exemplo, a
de algumas espécies ao raiar do dia garante a obtenção de ma- acetona, pode ser utilizado.
terial com maiores quantidades de óleos essenciais.
A explicação científica que justifica essa prática se baseia na Estão CORRETAS
a) volatilização das substâncias de interesse. a] I, II e III.
b) polimerização dos óleos catalisada pela radiação solar. b] I, II e V.
c) solubilização das substâncias de interesse pelo orvalho. c] II, III e V.
d) oxidação do óleo pelo oxigênio produzido na fotossíntese. d] I, II e IV.
e) liberação das moléculas de óleo durante o processo de fo- e] III, IV e V.
tossíntese.
40- (Uece 2017)O ponto de ebulição do etanol em determina-
das condições é 78,22 C. Ao dissolver um pouco de fenol no
etanol, um estudante de química produziu uma solução com
ponto de ebulição 78,82 C, nas mesmas condições.

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QUÍMICA • Alexssan Moura

Sabendo-se que o etanol tem K e = 1,2 C  mol  kg−1, pode-


se afirmar corretamente que a molalidade da solução é 43- (Acafe 2017)Considere soluções aquosas diluídas e de
a] 0,25 M. mesma concentração das seguintes soluções:
1. Mg3 (PO4 )2
b] 0,30 M.
2. K 2Cr2O7
c] 0,50 M.
3. Na2S2O3 x5 H2O
d] 0,60 M.
4. A (NO3 )3
e] 0,70 M.

41- (Uemg 2017)Ebulioscopia é a propriedade coligativa, rela- A ordem crescente do ponto de ebulição dessas soluções é:
cionada ao aumento da temperatura de ebulição de um lí- a] 2 3  4  1
quido, quando se acrescenta a ele um soluto não volátil. b] 2  4  1  3
Considere as três soluções aquosas a seguir: c] 2  4  1  3
Solução A = NaC 0,1mol L d] 2 3  4  1
Solução B = sacarose 0,1mol L
Solução C = CaC 2 0,1mol L

As soluções foram colocadas em ordem crescente de tempera-


tura de ebulição em
a] C, A, B.
b] B, A, C.
c] A, B, C.
d] C, B, A.

42- (Upe-ssa 2 2017)A sardinha vem sendo utilizada na pesca


industrial de atum. Quando jogados ao mar, os cardumes de
sardinha atraem os cardumes de atuns, que se encontram em
águas profundas. Porém, estudos têm mostrado que o lambari,
conhecido no Nordeste como piaba, é mais eficiente para essa
atividade. O lambari se movimenta mais na superfície da água,
atraindo os atuns com maior eficiência. Apesar de ser um peixe
de água doce, o lambari não causa nenhum prejuízo ao ecos-
sistema. Ao ser colocado no oceano, ele sobrevive por cerca
de 30 minutos, no máximo.
Adaptado de: http://revistagloborural.globo.com/

No uso dessa tecnologia pesqueira, os lambaris morrem por-


que
a] são tipicamente hiposmóticos e não sobrevivem em con-
centrações isosmóticas.
b] desidratam, pois estavam em um ambiente isotônico onde
a salinidade variava muito.
c] passam para um ambiente aquático hipertônico, apresen-
tando uma contínua perda de água por osmose.
d] absorvem muita água e não têm como eliminá-la dos seus
organismos, por isso incham até explodir.
e] passam para um ambiente aquático hipotônico, apresen-
tando uma contínua absorção de água por osmose.

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TERMOQUÍMICA

Uma transformação química sempre envolve uma troca de calor. As transformações que liberam calor são exotérmicas; as
que absorvem calor são endotérmicas. O conteúdo de calor associado a uma substância é chamado de entalpia (H). Quando
uma reação é realizada sob pressão constante, a quantidade de calor liberada ou absorvida recebe o nome de variação de
entalpia (ΔH).

EQUAÇÃO TERMOQUÍMICA

VARIAÇÃO DE ENTALPIA (ΔH)

REAÇÃO EXOTÉRMICA

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DIAGRAMA DE ENTALPIA

PROCESSO ENDOTÉRMICO

PROCESSO EXOTÉRMICO

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FATORES QUE INFLUEM NAS ENTALPIAS (OU CALORES) DAS REAÇÕES

→ Influência das quantidades de reagentes e de produtos

→ Influência do estado físico dos reagentes e dos produtos da reação

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→Influência do estado alotrópico

→Influência da temperatura

→Influência da dissolução/diluição

A compressa quente, que é um saco de plástico com uma ampola de água e um produto químico seco (cloreto de cálcio ou
sulfato de magnésio, por exemplo). Com uma leve pancada, a ampola se quebra e a água dissolve o produto químico, liberando
calor:

Analogamente, a compressa fria contém um produto químico de dissolução endotérmica (como nitrato de amônio, por exemplo).

→Influência da pressão

A pressão praticamente não influi nos calores de reações que envolvem sólidos e líquidos.

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Entalpia (ou calor) padrão de formação de uma substância

A seguir uma tabela com os valores das entalpias padrão de formação de algumas substâncias comuns.

Entalpia (ou calor) de combustão de uma substância

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A tabela seguinte apresenta os valores das entalpias de combustão de algumas substâncias orgânicas comuns:

LEI DE HESS

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Energia de ligação

Apresentamos, a seguir, uma tabela com os valores das energias de algumas ligações mais comuns:

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o consumo desses combustíveis, realizou-se um percurso com

EXERCÍCIOS um veículo flex, consumindo 40 litros de gasolina e no per-


curso de volta utilizou-se etanol. Foi considerado o mesmo con-
sumo de energia tanto no percurso de ida quanto no de volta.

O quadro resume alguns dados aproximados sobre esses


1- Glicólise é um processo que ocorre nas células, convertendo combustíveis.
glicose em piruvato. Durante a prática de exercícios físicos que
demandam grande quantidade de esforço, a glicose é comple- Densidade Calor de combustão
Combus-
tamente oxidada na presença de O2. Entretanto, em alguns ca- −1
tível (g mL ) (kcal g−1)
sos, as células musculares podem sofrer um déficit de O2 e a
glicose ser convertida em duas moléculas de ácido lático. As Etanol 0,8 −6
equações termoquímicas para a combustão da glicose e do Gasolina 0,7 −10
ácido lático são, respectivamente, mostradas a seguir
O volume de etanol combustível, em litro, consumido no per-
curso de volta é mais próximo de
a] 27.
b] 32.
c] 37.
O processo anaeróbico é menos vantajoso energeticamente d] 58.
porque e] 67.

3- (Enem 2016)O aquecimento de um material por irradiação


com micro-ondas ocorre por causa da interação da onda ele-
tromagnética com o dipolo elétrico da molécula. Um importante
atributo do aquecimento por micro-ondas e a absorção direta
da energia pelo material a ser aquecido. Assim, esse aqueci-
mento é seletivo e dependerá, principalmente, da constante di-
2- (Enem 2018)Por meio de reações químicas que envolvem elétrica e da frequência de relaxação do material.
carboidratos, lipídeos e proteínas, nossas células obtêm ener- O gráfico mostra a taxa de aquecimento de cinco solventes
gia e produzem gás carbônico e água. A oxidação da glicose sob irradiação de micro-ondas.
no organismo humano libera energia, conforme ilustra a equa-
ção química, sendo que aproximadamente 40% dela é dispo-
nibilizada para atividade muscular.

C6H12O6(s) + 6 O2(g) → 6 CO2(g) + 6 H2O( ) CH = −2.800 kJ

Considere as massas molares (em


g mol−1) : H = 1; C = 12; O = 16.
LIMA, L. M.; FRAGA, C. A. M.; BARREIRO, E. J. Química na saúde. São
Paulo: Sociedade Brasileira de Química, 2010 (adaptado).

Na oxidação de 1,0 grama de glicose, a energia obtida para


atividade muscular, em quilojoule, é mais próxima de
a] 6,2.
b] 15,6.
c] 70,0.
d] 622,2.
e] 1.120,0.

3- (Enem 2018)O carro flex é uma realidade no Brasil. Estes


No gráfico, qual solvente apresenta taxa média de aqueci-
veículos estão equipados com motor que tem a capacidade de
mento mais próxima de zero, no intervalo de 0 s a 40 s?
funcionar com mais de um tipo de combustível. No entanto, as
pessoas que têm esse tipo de veículo, na hora do abasteci- a] H2O
mento, têm sempre a dúvida: álcool ou gasolina? Para avaliar b] CH3OH

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c] CH3CH2OH
d] CH3CH2CH2OH
e] CH3CH2CH2CH2CH2CH3

4- (Enem 2016)O benzeno, um importante solvente para a in-


dústria química, é obtido industrialmente pela destilação do pe-
tróleo. Contudo, também pode ser sintetizado pela trimerização
do acetileno catalisada por ferro metálico sob altas temperatu-
ras, conforme a equação química:

3 C2H2(g) → C6H6( )

A energia envolvida nesse processo pode ser calculada indire-


tamente pela variação de entalpia das reações de combustão
das substâncias participantes, nas mesmas condições experi-
mentais:
A variação de entalpia, em kJ, para a queima de 5 g desse-
I. C2H2(g) +
5
O2(g) → 2 CO2(g) + H2O( ) Hc0 = −310 kcal mol bio-óleo resultando em CO2 (gasoso) e H2O (gasoso) é:
2
II. 15
Hc0 = −780 kcal mol a] −106.
C6H6( )+ O2(g) → 6 CO2(g) + 3 H2O( )
2 b] −94.
c] −82.
A variação de entalpia do processo de trimerização, em kcal, d] −21,2.
para a formação de um mol de benzeno é mais próxima de e] −16,4.
a] −1.090.
b] −150.
6- (Enem 2011)Um dos problemas dos combustíveis que con-
c] −50.
têm carbono é que sua queima produz dióxido de carbono. Por-
d] +157. tanto, uma característica importante, ao se escolher um com-
e] +470.
bustível, é analisar seu calor de combustão ( hc o ) , definido
5- (Enem 2015)O aproveitamento de resíduos florestais vem se como a energia liberada na queima completa de um mol de
tornandocada dia mais atrativo, pois eles são uma fonte reno- combustível no estado padrão. O quadro seguinte relaciona al-
vávelde energia. A figura representa a queima de um bio-óleo gumas substâncias que contêm carbono e seu Hc o .
extraído do resíduo de madeira, sendo ΔH1 a variação deen-
talpia devido à queima de 1 g desse bio-óleo, resultando em Substância Fórmula Hc o (kJ/mol)
gás carbônico e água líquida, e ΔH2 , avariação de entalpia benzeno C6H6 ( ) - 3 268
envolvida na conversão de 1 g deágua no estado gasoso para C2H5OH ( )
etanol - 1 368
o estado líquido.
glicose C6H12O6 (s) - 2 808
metano CH4 (g) - 890
octano C8H18 ( ) - 5 471

Neste contexto, qual dos combustíveis, quando queimado


completamente, libera mais dióxido de carbono no ambiente
pela mesma quantidade de energia produzida?
a] Benzeno.
b] Metano.
c] Glicose.
d] Octano.
e] Etanol.

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7- (Enem 2010)No que tange à tecnologia de combustíveis al- CH4(g) + H2O(v) + calor CO(g) + 3H2(g)
ternativos, muitos especialistas em energia acreditam que os
alcoóis vão crescer em importância em um futuro próximo. e analisando-a como potencial mecanismo para o aproveita-
Realmente, alcoóis como metanol e etanol têm encontrado al- mento posterior da energia solar, conclui-se que se trata de
guns nichos para uso doméstico como combustíveis há muitas uma estratégia
décadas e, recentemente, vêm obtendo uma aceitação cada a] insatisfatória, pois a reação apresentada não permite que a
vez maior como aditivos, ou mesmo como substitutos para ga- energia presente no meio externo seja absorvida pelo sis-
solina em veículos. tema para ser utilizada posteriormente.
Algumas das propriedades físicas desses combustíveis são b] insatisfatória, uma vez que há formação de gases poluentes
mostradas no quadro seguinte. e com potencial poder explosivo, tornando-a uma reação
perigosa e de difícil controle.
Calor de c] insatisfatória, uma vez que há formação de gás CO que não
Densidade a
Álcool Combustão possui conteúdo energético passível de ser aproveitado
25°C (g/mL)
(kJ/mol) posteriormente e é considerado um gás poluente.
Metanol d] satisfatória, uma vez que a reação direta ocorre com absor-
0,79 – 726,0 ção de calor e promove a formação das substâncias com-
(CH3OH)
Etanol bustíveis que poderão ser utilizadas posteriormente para
0,79 – 1367,0 obtenção de energia e realização de trabalho útil.
(CH3CH2OH)
e] satisfatória, uma vez que a reação direta ocorre com libera-
ção de calor havendo ainda a formação das substâncias
Dados: Massas molares em g/mol: combustíveis que poderão ser utilizadas posteriormente
H = 1,0; C = 12,0; O = 16,0. para obtenção de energia e realização de trabalho útil.
Considere que, em pequenos volumes, o custo de produção de
ambos os alcoóis seja o mesmo. Dessa forma, do ponto de
9- (Enem 2009)Nas últimas décadas, o efeito estufa tem-se in-
vista econômico, é mais vantajoso utilizar
tensificado de maneira preocupante, sendo esse efeito muitas
a] metanol, pois sua combustão completa fornece aproxima-
vezes atribuído à intensa liberação de CO2 durante a queima
damente 22,7 kJ de energia por litro de combustível quei-
mado. de combustíveis fósseis para geração de energia. O quadro
b] etanol, pois sua combustão completa fornece aproximada- traz as entalpias-padrão de combustão a 25 ºC (ÄH025) do me-
mente 29,7 kJ de energia por litro de combustível queimado. tano, do butano e do octano.
c] metanol, pois sua combustão completa fornece aproxima-
damente 17,9 MJ de energia por litro de combustível quei- massa mo-
fórmula ÄH025
mado. composto lar
molecular (kj/moℓ)
d] etanol, pois sua combustão completa fornece aproximada- (g/moℓ)
mente 23,5 MJ de energia por litro de combustível quei- metano CH4 16 - 890
mado. butano C4H10 58 - 2.878
e] etanol, pois sua combustão completa fornece aproximada- octano C8H18 114 - 5.471
mente 33,7 MJ de energia por litro de combustível quei-
mado. À medida que aumenta a consciência sobre os impactos ambi-
entais relacionados ao uso da energia, cresce a importância de
8- (Enem 2010)O abastecimento de nossas necessidades se criar políticas de incentivo ao uso de combustíveis mais efi-
energéticas futuras dependerá certamente do desenvolvimento
cientes. Nesse sentido, considerando-se que o metano, o bu-
de tecnologias para aproveitar a energia solar com maior efici-
tano e o octano sejam representativos do gás natural, do gás
ência. A energia solar é a maior fonte de energia mundial. Num
dia ensolarado, por exemplo, aproximadamente 1kJ de energia liquefeito de petróleo (GLP) e da gasolina, respectivamente, en-
solar atinge cada metro quadrado da superfície terrestre por tão, a partir dos dados fornecidos, é possível concluir que, do
segundo. No entanto, o aproveitamento dessa energia é difícil ponto de vista da quantidade de calor obtido por mol de CO2
porque ela é diluída (distribuída por uma área muito extensa) e gerado, a ordem crescente desses três combustíveis é
oscila com o horário e as condições climáticas. O uso efetivo a] gasolina, GLP e gás natural.
da energia solar depende de formas de estocar a energia cole- b] gás natural, gasolina e GLP.
tada para uso posterior. c] gasolina, gás natural e GLP.
BROWN, T. Química, a ciência central.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. d] gás natural, GLP e gasolina.
e] GLP, gás natural e gasolina.
Atualmente, uma das formas de se utilizar a energia solar tem
sido armazená-la por meio de processos químicos endotérmi- 10- (Enem 2000)Ainda hoje, é muito comum as pessoas utili-
cos que mais tarde podem ser revertidos para liberar calor. zarem vasilhames de barro (moringas ou potes de cerâmica
Considerando a reação: não esmaltada) para conservar água a uma temperatura menor

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do que a do ambiente. Isso ocorre porque: Considerando-se os valores de entalpia de formação acima ta-
a] o barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre a belados, todos no estado-padrão, pode-se afirmar que a ental-
uma temperatura menor que a dele, como se fosse isopor. pia dessa reação é igual a
b] o barro tem poder de "gelar" a água pela sua composição a] −131,3 kJ.
química. Na reação, a água perde calor. b] +131,3 kJ.
c] o barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. c] −352,3 kJ.
Parte dessa água evapora, tomando calor da moringa e do
restante da água, que são assim resfriadas. d] +352,3 kJ.
d] o barro é poroso, permitindo que a água se deposite na e] 0 kJ.
parte de fora da moringa. A água de fora sempre está a
uma temperatura maior que a de dentro. 13- (Unesp 2018) Analise os três diagramas de entalpia.
e] a moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando
substâncias higroscópicas que diminuem naturalmente a
temperatura da água.

11- (Espcex (Aman) 2018)O trioxano, cuja fórmula estrutural


plana simplificada encontra-se representada a seguir, é utili-
zado em alguns países como combustível sólido para o aque-
cimento de alimentos armazenados em embalagens especiais
e que fazem parte das rações operacionais militares.

Energias de Ligação (kJ mol)


C − H → 413 O = O → 495
O − C → 358 C = O → 799
H − O → 463
O H da combustão completa de 1mol de acetileno,
C2H2(g) , produzindo CO2(g) e H2O( ) é
a] +1.140 kJ.
Considere a reação de combustão completa de um tablete de b] +820 kJ.
90 g do trioxano com a formação de CO2 e H2O. Baseado c] −1.299 kJ.
nas energias de ligação fornecidas na tabela abaixo, o valor da d] −510 kJ.
entalpia de combustão estimada para esta reação é e] −635 kJ.

Dados: 14- (Uefs 2017)


Massas Atômicas: O = 16 u; H = 1u; C = 12 u.
a] +168 kJ. Entalpia da formação
b] −262 kJ. Substância
(kJ  mol−1)
c] +369 kJ. C2H5OH( ) , etanol −277,8
d] −1.461kJ.
CO2(g) −393,5
e] −564 kJ.
O2(g) 0
12- (Mackenzie 2018)O gás de água é uma mistura gasosa H2O( ) −286,0
que contém monóxido de carbono e hidrogênio. Por ser um pro-
duto industrial da reação de passagem de vapor de água atra-
vés do carvão incandescente, seu processo pode ser equacio- Um motociclista foi de Salvador-BA para Feira de Santana-
nado por C(grafite) + H2O(v) → CO(g) + H2(g). BA, percorrendo no total 110,0 km. Para percorrer o trajeto,
sua motocicleta flex consumiu 5 litros de etanol
(C2H5OH, d = 0,8 g  cm−3 ), tendo um consumo médio de
Substância H0f (kJ  mol−1)
22,0 km L.
CO(g) −110,5
H2O(v) −241,8 Com base nos dados de entalpia de formação de algumas
substâncias, o calor envolvido na combustão completa por li-
tro de etanol foi, em kJ, aproximadamente,

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QUÍMICA • Alexssan Moura

a] −1.367
b] +1.367
c] −18.200
d] +10.936
e] −23.780

15-

16-

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17-

18-

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19-

20-

21-

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QUÍMICA
Aléssio Robson

c) toda espécie de matéria é formada por sua própria espécie


QUÍMICA GERAL de átomo; com sua própria massa;
d) as transformações químicas nada mais são do que seqüên-
cias de uniões e separações entre átomos.

PARTE 1 – ATOMÍSTICA
J. J. THOMSON E A DIVISIBILIDADE DO
ÁTOMO
Modelos Atômicos
 Os raios catódicos: a descoberta do elé-
TEORIA ATÔMICA GREGA (FILOSOFIA ATÔ- tron
MICA)
Vamos montar uma aparelhagem semelhante a uma
lâmpada fluorescente. Nela, você observa um tubo de vidro (1)
Uma das tentativas filosóficas mais antigas para explicar ao qual estão acoplados dois eletrodos (2) e uma bomba de
a constituição do universo foi realizada no âmbito da filosofia vácuo (3) ligada ao sistema. O eletrodo negativo, chamado cá-
grega. Os primeiros atomistas foram Leucipo e seu discípulo todo, e o positivo, chamado ânodo, estão ligados a um gerador
Demócrito, da cidade de Abdera. Segundo o que se conhece, que fornece uma voltagem variável.
nos meados do século V antes de Cristo esses filósofos divul- A primeira observação feita através de uma ampola de
garam a idéia de que o mundo era constituído por átomos e Crookes nessas condições foi a de um fluxo luminoso — deno-
por vácuo. A matéria seria constituída por pequenas partículas minado raios catódicos — que partia do pólo negativo da am-
indivisíveis chamadas átomos (em grego, “não-divisíveis”). O pola (denominado cátodo) em direção ao pólo positivo (deno-
átomo em movimento no vácuo seria a unidade fundamental minado ânodo) e que apresentou as seguintes propriedades
da matéria. principais:
Essa teoria sobre o mundo material, ainda sustentada
por Epicuro um século mais tarde, não possuía base experi-
mental, o que só veio acontecer a partir do século XIX.

TEORIA ATÔMICA DE DALTON

Em 1803, o cientista inglês John Dalton (1766-1844)


apresentou pela primeira vez, na cidade de Manchester, a sua
teoria atômica. Em resumo, a teoria atômica de Dalton esta-
beleceu que:
a) toda matéria é constituída por partículas invisíveis, indivisí-
veis e indestrutíveis chamadas átomos;
b) os átomos têm forma de esferas, maciças e homogêneas;

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QUÍMICA • Aléssio Robson

Características do fluxo
Confirmação experimental Esquema experimental
luminoso

Pode mover um pequeno moinho (ou uma pe-


Possui massa
quena hélice) colocado dentro da ampola.

Projeta na parede oposta da ampola a sombra


de qualquer anteparo colocado em sua traje-
Caminha em linha reta tória (a melhor maneira de ver a sombra do an-
teparo é posicionar o ânodo na parte superior
da ampola).

Quando submetido a um campo elétrico ex-


Possui carga negativa terno à ampola, sofre desvio em direção ao
pólo positivo.

Mais tarde, em 1897, o físico inglês Joseph John Thom- por exemplo, pelo polônio. Se o átomo fosse o descrito pelo
son (1856-1940), trabalhando com raios catódicos, concluiu modelo de Thomson, a maioria das partículas a atravessaria a
que eles eram parte integrante de toda película sem sofrer desvios. Isso aconteceria porque as repul-
espécie de matéria, uma vez que a ex- sões elétricas seriam fracas, pois as cargas elétricas estariam
periência podia ser repetida com qual- espalhadas por todo o átomo. Entretanto, os resultados da ex-
quer substância na fase gasosa. periência foram bastante distintos.
Thomson passou então a cha-
mar os raios catódicos de elétrons. A Previsão do modelo de Tho- Resultado da Experiência
palavra elétron tem origem no grego mson
élektron, que significa âmbar.

Tentando explicar esses fenômenos, o cientista Thom-


son propôs, em 1903, um mo-
delo de átomo, formado por uma
"pasta" positiva "recheada" pe-
los elétrons de carga negativa, o
que garantia a neutralidade elé-
trica do modelo atômico. Com Deflexões de partículas  separadas: (a) átomo de Thom-
isso, começava-se a se admitir a "divisibilidade do átomo" e son, apenas pequenas deflexões: (b) átomo de Rutherford,
a reconhecer a a natureza elétrica da matéria". deflexões pequenas e grandes.

EXPERIÊNCIA E MODELO DE RUTHERFORD Em 1911, Ernest Rutherford realizou experiências bom-


bardeando uma finíssima lâmina de ouro (10–4 mm de espes-
sura), com partículas , de carga positiva, emitidas pelo polô-
No início do século XX eram co- nio radioativo.
nhecidas as emissões radioativas, em
especial as partículas a. Já se sabia
que sua massa era igual à de quatro
átomos de hidrogênio, sua carga-igual
à dois prótons e sua velocidade apro-
ximadamente igual a 10% da veloci-
dade da luz. Rutherford imaginou bombardear finíssimas pelí-
culas de ouro, alumínio ou cobre, com partículas a, emitidas,

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MODELO DE BOHR

Em 1913, o físico dinamar-


quês Mieis Bohr (1885-1962), estu-
dando o espectro de emissão do hi-
drogênio, isto é, a luz que esse ele-
mento emite quando um feixe de
raios catódicos incide sobre ele, rela-
cionou a energia do elétron ao quan-
Através dessa experiência, Rutherford observou que:
tum e elaborou um modelo atómico
baseado nos seguintes postulados:
1. A maioria das partículas  atravessaram a placa de ouro
sem sofrer desvio considerável em sua trajetória.
✓ O elétron move-se em órbitas circulares em torno de um
2. algumas partículas  (poucos) foram rebatidas na direção
núcleo atômico central.
contrária ao choque.
✓ A energia de cada elétron é a soma de suas energias ci-
3. Certas partículas  (poucas) sofreram um grande desvio
nética e potencial (em relação ao núcleo) e não pode ter
em sua trajetória inicial.
um valor qualquer, mas apenas valores múltiplos de um
quantum.
Desses fatos, tirou as seguintes conclusões: ✓ Se o elétron só percorre órbitas eletrônicas permitidas,
não sofre variação de energia.
1. No átomo há grandes espaços vazios. (A maior parte das ✓ Ao saltar de uma órbita mais próxima do núcleo para a
partículas  atravessou a placa.) seguinte mais externa, o elétron absorve um quantum de
2. No centro do átomo existe um núcleo muito pequeno e energia e, ao voltar para a órbita anterior, emite um quan-
denso. (Algumas partículas  foram rebatidas.) tum de energia.
3. O núcleo do átomo tem carga positiva. (As partículas , po- O modelo de Bohr explicava bem o átomo de hidrogênio,
sitivas, que passavam perto do núcleo eram repelidas, so- com apenas 1 próton no núcleo e 1 elétron ao redor, mas não
frendo desvio em sua trajetória.) explicava átomos com um número maior dessas partículas.
Com base nesses postulados, Bohr determinou as ener-
Como o átomo é neutro, o núcleo positivo estria cercado gias possíveis para o elétron do hidrogênio, bem como o raio
pelos elétrons numa região nega- das órbitas circulares associadas a cada uma dessas energias.
tiva, que foi denominada eletros- As expressões que permitem esses cálculos são as se-
fera. guintes:
Rutherford supôs que os 1 n2
elétrons estariam dispostos ao re- En = -  E0 J/elétron e rn =  a0 Å
n2 Z
dor do núcleo tal como os planetas
Em que: En = energia do elétron
ao redor do Sol.
rn = raio da órbita circular do elétron para
Surge, então, o modelo atô-
cada valor de En
mico de Rutherford (átomo nuclear).
E0 = estado fundamental (de menor energia):
2,18017  10-18 J
Como as leis da física clássica não explicavam o
Z = número de cargas nucleares; para o hi-
comportamento do átomo, o físico alemão Max Karl Ernest
drogênio o valor é 1
Ludwig Planck (1858-1947) introduziu em 1900 uma teoria
a0 = constante denominada raio de Bohr cujo
nova: a teoria dos quanta.
valor é 0,52918 Å
n = número inteiro (1, 2, 5...) que indica o ní-
“Os corpos aquecidos emitem radiação não sob a forma de on-
vel de energia.
das, mas sob a forma de pequenos “pacotes” de energia deno-
Note que não é importante memorizar essas duas ex-
minados quantum (no plural, quanta), ou seja, a energia é des-
pressões, nem saber como deduzi-las; o que importa na ver-
contínua.”
dade é saber interpretá-las, entender o conceito que elas tra-
zem. Observe os cálculos para o elétron do átomo de hidrogê-
nio em relação aos 4 primeiros níveis de energia:

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Nível de ener- Raio da órbita do No caso dos átomos de hidrogênio, somente os saltos
Energia de elétrons de níveis mais externos para o segundo nível pro-
gia elétron
1 -2,18017  10-18 J 0,52918 Å duzem linhas na parte visível do espectro.
Os saltos de elétrons de níveis mais externos para o pri-
2 -0,545  10-18 J 2,11672 Å
meiro nível produzem radiação ultravioleta (ondas mais curtas
3 -0,242  10-18 J 4,76262 Å
do que as luminosas), ao passo que os saltos de elétrons de
4 -0,136  10-18 J 8,46688 Å níveis mais externos para a terceira, quarta e quinta órbitas pro-
duzem radiação infravermelha (ondas mais longas que as lumi-
nosas).

MODELO DE SOMMERFELD Cada nível de energia n está dividido em n subníveis, cor-


respondentes a uma órbita circular e a n - l órbitas elípticas
de diferentes excentricidades. O núcleo do átomo ocupa
Com a construção de aparelhos mais avançados para um dos focos da elipse.
obter os espectros, foi possível perceber que eles apresentam ✓ O primeiro nível (n = 1)
uma estrutura fina, ou seja, algumas das linhas são compos- possui apenas 1 órbita
tas de duas ou mais linhas muito próximas. circular.
✓ O segundo nível (n =
2) possui 1 órbita cir-
cular e l órbita elíptica.
✓ O terceiro nível (n = 5)
possui 1 órbita circular
e 2 órbitas elípticas.
✓ O quarto nível (n = 4)
Para explicar esta multiplicidade das raias espectrais ve-
possui 1 órbita circular
rificadas experimentalmente, em 1915 o físico alemão Arnold e 3 órbitas elípticas, e assim por diante.
Sommerfeld (1868-1951) deduziu algumas equações seme-
lhantes às de Bohr que indicavam o seguinte:

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Níveis de energia são regiões determina-


MODELO DA MECÂNICA QUÂNTICA OU ME- das ao redor do núcleo atômico onde o elétron
CÂNICA ONDULATÓRIA (1924-27) pode se movimentar sem perder nem ganhar ener-
gia (e, portanto, sem “cair” no núcleo, como
previa a teoria clássica.
Pelo modelo atômico atual, denominado modelo atômico
da mecânica quântica, não se admite mais a existência de ór-
bitas, nem circulares nem elípticas, para os elétrons. O que Para os átomos dos 118 elementos químicos conheci-
existe são regiões de máxima probabilidade de se encontrar o dos que estejam no estado fundamental, há apenas 7 níveis de
elétron no seu movimento ao redor do núcleo. energia ocupados por elétrons.
O modelo atômico atual foi criado entre 1924 e 1927,
principalmente de De Broglie, Heusenberg e Schrödinger. Em Esses níveis de energia, também denominados cama-
1924, Louis de Broglie propôs um modelo de partícula-onda das eletrônicas, são designados por um número quântico
para o elétron em face de alguns fatos experimentais terem principal n que assume valores inteiros de 1 a 7 — ou pelas
mostrado que o elétron é uma partícula e outros, que ele é uma letras maiúsculas K, L, M, N, O, P, Q, respectivamente.
onda. Na realidade, o elétron é uma partícula-onda.
Para sustentar a sua hipótese matematicamente, De
Broglie partiu inicialmente da combinação de duas equações
muito conhecidas:
✓ Equação de Einstein: E = m  c2 (energia de uma partícula
de massa m)
✓ Equação de Planck: E = h  f (energia de uma onda de
freqüência f)
✓ Dedução de Broglie: m  c2 = h  f (massa de um fóton de
freqüência f), em que h é a constante de Planck e c é a Observe que o modelo de átomo representado acima é es-
velocidade da luz: 3  108 m/s. férico.
v c Cada nível de energia n pode abrigar um número máximo
= e sendo v = c, então: f =
f  de elétrons.
Esse número é calculado pela equação de Rydberg:
c h
Logo: m  c2 = h  , portanto: m=
 c número máximo de elétrons por nível = 2  n2
h
=
mv

A letra n na equação de Rydberg representa o número


Em 1926, Heinsenberg enunciou o princípio da incer-
quântico do nível.
teza, segundo o qual "é impossível determinar simultanea-
Calculando o número máximo de elétrons para cada nível,
mente a posição e a velocidade de um elétron no átomo".
temos:

A Eletrosfera – Uma teoria

Tendo em vista o princípio da incerteza, não tem sentido


falar em posição do elétron no átomo. O que a mecânica quân-
tica pode determinar é a região de máxima probabilidade onde
pode estar o elétron, região essa denominada orbital. O movi- A partir do 4º nível (n > 4), 2n2 é o número máximo de
mento do elétron ao redor do núcleo é descrito por uma equa- elétrons teoricamente possível em cada nível. Entre os átomos
ção de função de onda (), que determina matematicamente a conhecidos, em seus estados fundamentais. O número máximo
região de máxima probabilidade de se encontrar o elétron. Essa de elétrons nesses níveis é:
equação foi deduzida por Schrödinger, em 1927.
Vimos que o estudo dos espectros de emissão e absor-
ção dos elementos, entre outras descobertas, levou Bohr a criar
um modelo atômico segundo o qual a eletrosfera está dividida
em níveis de energia.

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Para utilizar o diagrama de Linus Pauling, devemos ter


em mente o seguinte critério:

Os elétrons distribuem-se no átomo de


modo a ocupar o nível e o subnível de menor
energia disponível.

SUBNÍVEIS DE ENERGIA O aumento de energia é indicado no diagrama pelas se-


tas paralelas a partir da primeira diagonal:
A luz que corresponde à energia liberada quando um
elétron salta de um nível de maior energia para outro de menor
energia é, na verdade, a composição de várias ondas eletro-
magnéticas mais simples. Conclui-se daí que cada nível de
energia pode ser decomposto num determinado número de
subníveis de energia.
Na verdade, cada nível n possui n subníveis.
Na prática apenas 4 subníveis são ocupados por elé-
trons, desde que o átomo não seja excitado ou ativado por um
fornecimento externo de energia.
Esses 4 subníveis são designados pelas letras s
(Sharp), p(principal), d(diffuse) e f(fine).
Para designar os outros subníveis possíveis, usam-se as Exemplos:
letras do alfabeto depois de f. a) Ferro (Z = 26)
Ordenando (com base em evidências experimentais ob- 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
tidas em átomos com dois ou mais elétrons) os subníveis em O último nível/subnível preenchido, o 3d6, contém os
seqüência de energia, os cientistas chegaram ao seguinte es- elétrons mais energéticos do átomo de ferro no estado
quema: fundamental.
O átomo de ferro possui 2 elétrons de valência no nível
4 (4s2), no estado fundamental.

b) Bromo (Z = 35)
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p5
O último nível/subnível preenchido, o 4p5, contém os
elétrons mais energéticos do átomo de bromo no estado
fundamental.
O átomo de bromo possui 7 elétrons de valência no nível
4(4s2 4p5), no estado fundamental.

DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA DE UM CÁTION


Como pode ser visto no esquema, o subnível 4s, apesar O cátion é um íon positivo. Corresponde a um átomo que
de pertencer à quarta camada, apresenta energia inferior à do perdeu elétrons.
subnível 3d, que pertence à terceira camada. Para obter a distribuição eletronica de um cátion, devem-
se retirar os elétrons que foram perdidos a partir do nível e do
DIAGRAMA DE ENERGIA DE LINUS PAULING subnível mais externos do átomo no estado fundamental.
Por exemplo:
2+
O diagrama de energia proposto pelo químico americano ✓ O cátion ferroso ou cátion ferro II, 56 26 Fe , possui 2 elé-
Linus Carl Pauling (1901 – 1994) indica a ordem de energia em trons a menos, que serão retirados do nível e do subnível
níveis e subníveis em que os elétrons se distribuem no átoo. mais externos do átomo de ferro, o 4s.

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O total de elétrons passa a ser 24 e a configuração eletrô-


nica passa a ser a seguinte: Um orbital comporta no máximo dois elé-
trons, com spins contrários.
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6.
3+
✓ O cátion férrico ou cátion ferro III, 56
26 Fe , possui 3 elé-
trons a menos, que serão retirados do nível e do subnível O orbital s tem forma esférica, cujo raio depende do
mais externos do átomo de ferro em ordem geométrica subnível em que se encontra o elétron.
decrescente, primeiro o 4s e depois o 3d.
O total de elétrons passa a ser 23 e a configuração eletrô- Os orbitais p (são 3 em cada subnível) possuem for-
nica passa a ser a seguinte: mas ditas bilobuladas, e cada um dos orbitais p está direcio-
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5. nado segundo um dos eixos de um espaço tridimensional (x, y
ou z), conforme mostram as ilustrações.
DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA DE UM ÂNION

O ânion é um íon negativo. Corresponde a um átomo


que ganhou elétrons.
Para obter a distribuição eletrônica de um ânion, devem-
se adicionar os elétrons que foram ganhos no nível e no sub-
nível mais externos, que estiverem incompletos, do átomo
no estado fundamental.
Por exemplo:
1−
O ânion 80
35 Br possui o total de elétrons passa a ser
36 e a configuração eletrônica passa a ser a seguinte:
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6.

DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA EM ORBITAIS

Antes de irmos à distribuição eletrônica em orbitais faz-  Regra de Hund:


se necessário o entendimento de alguns conceitos. Vejamos:
Os elétrons de um átomo preenchem sempre
um subnível de cada vez, primeiro o de menor
Orbital é a região do átomo onde a proba- energia disponível, e nesse subnível ocupam
bilidade de encontrar um elétron é máxima. primeiro o orbital que estiver vazio.

56
Distribuição em orbitais dos elétrons do ferro, 26 Fe , no
estado fundamental:

Observe, não estamos afirmando que o elétron está no


orbital, apenas que há uma grande chance de ele estar. Note que o ferro possui 4 elétrons desemparelhados no
Os elétrons podem girar no mesmo sentido ou em senti- subnível 3d.
dos opostos, criando campos magnéticos que os repelem ou Verifique essa distribuição do Fe mostrada no diagrama
os atraem. Essa rotação é conhecida como spin (do inglês to a seguir, convencionando que o primeiro elétron de cad orbital
spin, girar): esteja sendo representado por uma seta para cima ():
Desses fatos vem a afirmação conhecida como princí-
pio da exclusão de Pauli (Wolfgang Pauli, 1900-1958):

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d) Número Quântico de Spin


Para caracterizar completamente o movimento eletrô-
nico nos átomos, lançamos mão de um quarto número quân-
tico. Este é denominado número quântico de spin e é simbo-
lizado pela letra S.
O número quântico de spin (em inglês “rotação”) assume
dois valores:

Após termos estudado os níveis, os subníveis, os orbi- 1 1


S=+ e S=−
tais e os spins, poderemos estudar os números quânticos. 2 2

NÚMEROS QUÂNTICOS A questão do sinal para o número quântico spin deve


ser convencionado. Aqui no GEOALPHA usaremos a conven-
São os quatro números utilizados para caracterizar a ção abaixo, quando não for feita nenhuma pelo exercício.
energia do elétron no átomo. São eles: Representa por convenção, um elétron com spin ne-
1
gativo S = − (primeiro elétron do orbital).
a) O número Quântico Principal 2
O número quântico principal (n) indica o nível de ener- Representa por convenção, um elétron com spin
gia do elétron no átomo. Teoricamente, o valor de n pode ser 1
positivo S = + (segundo elétron do orbital)
qualquer número inteiro positivo, variando de 1 a . Entre os 2
átomos conhecidos em seus estados fundamentais, n varia de
1 a 7. PARTE 2 – CLASSIFICAÇÃO PERIODICA DOS
b) Número Quântico Secundário ou Azimutal ELEMENTOS
O número quântico secundário ou azimutal é simboli-
zado pela letra . Esse número define os subníveis de energia, FAMÍLIAS, PERÍODOS E PROPRIEDADES
ou subcamadas. Os valores que  pode assumir vão de zero
até n – 1.
HISTÓRICO E CONSTRUÇÃO DA TABELA PE-
RIÓDICA
Subnível energé- s p d f q ...
tico
Número quântico 0 1 22 3 4 ... De todas as tentativas de "arrumação" dos elementos
azimutal () químicos, a mais meticulosa foi a feita por Dimitri Ivanovitch
Mendeleyev (1834-1907), em 1869. Esse cientista ordenou
c) Número Quântico Magnético cerca de 60 elementos químicos conhecidos em sua época em
A orientação ou inclinação espacial das órbitas é asso- 12 linhas horizontais, em ordem crescente das massas atô-
ciada a um número denominado número quântico magnético, micas e tomando o cuidado de colocar na mesma vertical os
simbolizado pela letra m. elementos de propriedades químicas semelhantes. Surgiu,
Os valores assumidos por esse terceiro número quântico então, a tabela mostrada seguir.
variam de -  até + . Cada valor representa um orbital. Um fato curioso, e que mostra como o raciocínio cientí-
fico meticuloso pode, às vezes, levar a prever descobertas fu-
-   m  + . turas, foi o seguinte: propositalmente, Mendeleyev deixou "va-
Os valores que m pode assumir estão resumidos no zios" na tabela (nos quais aparece o sinal de interrogação), di-
quadro a seguir: zendo que no futuro seriam descobertos novos elementos

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químicos que deveriam ser aí encaixados. Nesse aspecto, suas As séries dos Lantanídeos (La) e dos Actinídeos (Ac),
previsões estavam plenamente corretas. deslocadas do corpo central da tabela, apresentam respectiva-
Mendeleyev foi além: conseguiu prever com grande pre- mente 6 e 7 camadas eletrônicas; por isso, estão localizadas
cisão as propriedades dos elementos de massas atômicas 44 respectivamente no 6ª e 7ª períodos.
(hoje chamado escândio) e 72 (hoje chamado germânio), al-
guns anos antes de esses elementos serem descobertos. Grupos ou Períodos
PERIÓDICA ATUAL (MOSELEY) Existem, atualmente, duas maneiras de identificar as fa-
mílias ou grupos. Uma delas, amais comum, é indicar cada fa-
Em 1913, Moseley verificou que as propriedades dos mília por um algarismo romano seguido das letras A e B, por
elementos eram dadas pela sua carga nuclear, denominada de exemplo, IA, IIA, IIIB e IVB. Essas letras, A e B, indicam a po-
número atômico (Z). Com a descoberta de Moseley foi possível sição do elétron mais energético nos subníveis. No final da dé-
corrigir algumas anomalias observadas por Mendeleev. cada de 80, a IUPAC (União Internacional de Química Pura e
Aplicada) propôs outra maneira: as famílias devem ser indica-
das por algarismos arábicos de l a 18, eliminando-se as letras
Lei periódica atual (Moseley): quando os A e B.
elementos químicos são agrupados em ordem cres-
cente de número atômico (Z), observa-se a repe-
tição periódica de várias de suas propriedades. Famílias A e zero
Essas famílias são constituídas pelos elementos repre-
Algumas das várias previ- Propriedades observadas sentativos, sendo que todos esses elementos apresentam o
sões de Mendeleev para o no germânio (1886) seu elétron mais energético situado .nos subníveis s ou p.
eka-silício (1869) Nas famílias de IA a VIIA, o número da família indica a
Peso atômico 72 Peso atômico 72,60. quantidade de elétrons existentes na camada de valência. Veja
Metal cinza-escuro com PF Metal de cor cinza. os exemplos:
elevado e densidade 5,5 PF = 958°C
g/cm3 d = 5,36 g/cm3
O EsCl4 seria um líquido vo- O GeCl4 é um líquido volátil.
látil, com PE pouco inferior a PE = 83°C
100°C e densidade 1,9 d = 1,88 g/cm3
g/cm3

FAMÍLIAS E PERÍODOS
Já a família zero (0) recebeu esse número para indicar
que a reatividade dos seus elementos em condições ambientes
Períodos ou Séries é nula. Na sua maioria, os elementos dessa família apresentam
oito elétrons na camada de valência. Veja exemplo:
Na tabela atual existem sete períodos, sendo que o nú-
mero do período corresponde à quantidade de níveis (cama-
das) eletrônicos que os elementos químicos apresentam.
Veja alguns exemplos:
4Be ⎯ 1s / 2s
2 2

K L 2 camadas eletrônicas (K e L): 2º período Além de serem indicadas por números e letras, essas
famílias recebem também nomes característicos.
13A ⎯ 1s /2s 2p /3s 3p
2 2 6 2 1

K L M 3 camadas eletrônicas (K,


L e M): 3º período

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Configu- Nº de elé- ✓ Elementos cujo subnível mais energético é f da antepenúl-


Família ração do trons no Compo- tima camada e que aparecem à parte da tabela são chama-
Nome dos elementos de transição interna. São formados por
ou grupo último último ní- nentes
nível vel duas séries: lantanídios e actinídios.
metais alca- Li, Na, K,
IA ns1 1 Características da configuração eletrônica
linos Rb, Cs, Fr
Lantanídios Actinídios
metais alca-
Be, Mg, Ca, Subnível mais energético = 4f Subnível mais energético = 5f
IIA lino-terro- ns2 2
Sr, Ba, Ra Última camada = 6s2 Última camada = 7s2
sos
família do B, A, Ga,
IIIA ns2 np1 3 Cromo:
boro In, T
família do C, Si, Ge,
IVÃ ns2 np2 4
carbono Sn, Pb
família do N, P, As,
VA ns2 np3 5
nitrogênio Sb, Bi
O, S, Se,
VIA calcogênios ns2 np4 6
Te, Po
F, C, Br, I,
VIIA halogênios ns2 np5 7
At
gases no- He, Ne, Ar, Perceba que há passagem de um elétron do subnível 4s
zero ns2 np6 8 para o subnível 3d. Alguns cientistas sugerem, como explica-
bres Kr, Xe, Rn
ção, o fato de um subnível ser mais estável quando totalmente
Nas configurações acima, n é o número do último nível. cheio ou cheio pela metade (semicheio). Assim:

Cuidado com o hidrogênio e o hélio!!

1. O elemento químico hidrogênio (H) é representado na


coluna IA por apresentar 1 elétron no subnível s de
sua camada de valência (1s1), porém não faz parte da
família dos metais alcalinos, porque apresenta propri-
edades químicas diferentes. PROPRIEDADES PERIÓDICAS
2. O único gás nobre que não apresenta oito elétrons em
sua camada de valência é o hélio (He), pois seu nú-
mero atômico é 2 e sua distribuição é 1s2.
PROPRIEDADES PERIÓDICAS

 Famílias B
As famílias B, incluindo as duas linhas horizontais sepa- PROPRIEDADES PERIÓDICAS E APERIÓDI-
radas do corpo principal da tabela, são constituídas pelos ele- CAS
mentos de transição e apresentam seu elétron mais energé-
tico situado nos subníveis d ou f. Sua localização na tabela é Certas propriedades são aperiódicas, ou seja, se fo-
representada pelos esquemas seguintes: rem colocadas em um gráfico em função do número atômico
✓ Elementos das famílias B cujo subnível mais energético é dos elementos, o resultado será uma curva sempre ascendente
d da penúltima camada e que aparecem no corpo da ta- ou descendente.
bela são chamados elementos de transição.
Exemplos:
Característica da configuração eletrônica A massa atômica é uma propriedade aperiódica. Se fizer-
n = 4 , 5, 6 , 7
mos um gráfico da massa atômica do elemento em função de
ns 2 (n − 1)d x seu número atômico, obteremos uma curva ascendente.
x = 1, 2 , 3, ..., 10

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atravessar uma amostra de um material sólido constituído por


átomos ou íons de um único elemento químico.
Esses átomos ou íons provocam um desvio na trajetória
do feixe de raios X que incide sobre eles, para, em seguida,
impressionar uma chapa fotográfica.
A imagem registrada indica a posição dos núcleos dos
átomos no material, assim como a distância d que há entre
eles.
A metade dessa distância, isto é, d/2, é por definição a
medida do raio atômico do elemento.

O calor específico, ou seja, o número de calorias necessárias


para aumentar 1º C uma massa igual a 1 grama do elemento,
também é uma propriedade aperiódica. Em um gráfico, em fun-
ção do número atômico do elemento, resultará uma curva des-
cendente.
Os valores dos raios atômicos dos elementos em an-
gströn, A , medidos experimentalmente, encontram-se na ta-
bela a seguir.

PROPRIEDADES PERIÓDICAS

De acordo com a Lei Periódica, muitas propriedades fí-


sicas e químicas dos elementos variam periodicamente em fun-
ção de seus números atômicos. 1. Como que o núcleo (próton) atrai os elétrons de valên-
Veremos agora uma série dessas propriedades. Dare- cia, com os elétrons mais internos blindando essa atra-
mos destaque nesta unidade às propriedades físicas, por se- ção?
rem muito importantes e influenciarem diretamente as transfor- Para resolver esse problema, calculamos a carga nu-
mações químicas dos elementos. clear efetiva (Zef), ou seja, a atração que é efetivamente
As propriedades químicas serão tratadas nas unidades exercida pelo núcleo sobre os elétrons mais externos.
seguintes. De um modo simplificado temos que:

Zef = Z – S
 RAIO ATÔMICO
Z = número atômico (carga nuclear total)
em que 
A medida do raio de um átomo isolado não pode ser feita S = número total de elétrons dos níveis internos
com precisão, pois a eletrosfera não possui um limite determi-
nado.
Assim, para medir o raio atômico, usa-se a técnica de
difração por raios X que consiste em fazer um feixe de raios X

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Considere, por exemplo, os elementos do 2º período da tabela:

Nível Elétrons 3Li 4Be 5B 6C 7N 8O 9F


n=1 internos(S) 2 e– 2 e– 2 e– 2 e– 2 e– 2 e– 2 e–
n=2 externos 1 e– 2 e– 3 e– 4 e– 5 e– 6 e– 7 e–
Zef Z–S 3–2=1 4–2=2 5–2=3 6–2=4 7–2=5 8–2=6 9–2=7

Com o aumento da carga efetiva, ocorre uma atração maior do núcleo sobre os elétrons do último nível de energia
e o raio atômico diminui.

1. Raio Iônico
 Raio do átomo  Raio do íon
Veremos agora o que ocorre com o raio atômico quando um elemento perde ou ganha elétrons.
a) Raio do átomo  raio do cátion
Quando o elemento perde elétrons, a carga nuclear efetiva aumenta e seu raio diminui.
Exemplo: 13A ⎯ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 Zef = Z – S
Zef = 13 – 10 = 3
A 3+ ⎯ 1s2 2s2 2p6 Zef = 13 – 2 = 11
13

Conclusão:
raio do átomo > raio do cátion respectivo
b) Raio do átomo  raio do ânion
Quando um elemento ganha elétrons, a carga nuclear efetiva não se altera, mas acaba se dispersando e seu raio
aumenta.
Exemplo: 8O ⎯ 1s2 2s2 2p4 Zef = 8 – 2 = 6
8O ⎯ 1s 2s 2p
2– 2 2 6 Z =8–2=6
ef

A entrada de 2 elétrons no último nível do oxigênio, onde antes só havia 6, provoca uma expansão no nível. É como
se os 6 elétrons que antes estavam acomodados num determinado espaço, ao sentirem a presença de outros 2 elétrons, se
afastassem ocupando um espaço maior para evitar uma repulsão elétrica.
Conclusão:
raio do átomo < raio do ânion respectivo

c) Série de íons isoeletrônicos


Numa série de íons isoeletrônicos, o número de elétrons, e portanto o número de camadas, é o mesmo. A diferença
está apenas no número atômico dos átomos. Quanto maior o número atômico, maior será a carga nuclear efetiva, implicando
maior força de atração e menor raio.
Assim, numa série de íons isoeletrônicos, terá maior raio o que tiver menor número atômico.

Exemplo: 13A3+, 12Mg2+, 11Na


1+,
10Ne, 9F
1–,
8O
2–

Todos possuem 10 elétrons e 2 camadas. Logo, o íons 8O2– possui maior raio.

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ENERGIA DE IONIZAÇÃO Após a retirada de todos os elétrons do nível de valência,


o íon formado apresenta uma configuração eletrônica seme-
É a energia necessária para retirar um elétron da ca- lhante à de um gás nobre (grande estabilidade). Assim, a reti-
mada mais externa do átomo de um elemento químico no rada do próximo elétron exige uma quantidade de energia muito
estado gasoso. maior.
Essa propriedade periódica está intimamente relacio- No caso do alumínio, temos:
3+ 4+
13 A ( g ) + 11 600 kJ ⎯⎯→ A ( g ) + e

nada com o raio atômico. Quanto mais perto se localiza o elé-
tron periférico do núcleo, mais difícil se torna retirá-lo do átomo. 1s2 2s2 2p6
Quanto menor é o raio atômico de um elemento quí-
mico, maior a sua energia de ionização. ➢ Variação do potencial (energia) de ionização

Nas famílias o potencial


de ionização aumenta de
baixo para cima e nos pe-
ríodos aumenta da es-
querda para a direita.

Conforme o átomo vai se tornando positivamente carre-


Nas famílias o potencial de ionização aumenta de baixo
gado, vai ficando cada vez mais difícil retirar elétrons de sua para cima e nos períodos aumenta da esquerda para a di-
eletrosfera. reita.
Assim:
1ª energia de 2ª energia de ioni- 3ª energia de ioni-
< <
ionização zação zação  AFINIDADE ELETRÔNICA
Este fato fica evidenciado pela analogia a seguir, referente ao Um átomo isolado de determinado elemento químico no
átomo de alumínio (13A): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1. estado fundamental pode eventualmente receber um elétron,
transformando-se em um ânion.
Isso algumas vezes leva o átomo desse elemento a um
estado de maior estabilidade e, portanto, ocorre com liberação
de energia.
Nesse caso, para um átomo genérico X, teremos:
X(g) + 1e– ⎯⎯⎯→ X (1g−) + energia

A energia liberada indica quão fortemente o elétron se


liga ao átomo e está relacionada a uma propriedade denomi-
nada afinidade eletrônica.

Afinidade eletrônica é a quantidade de energia libe-


rada quando 1 átomo isolado no seu estado fundamental
(na fase gasosa) recebe 1 elétron.

➢ Variação da eletroafinidade ou afinidade eletrônica

Nas famílias a eletroafinidade aumenta de baixo para cima e


nos períodos aumenta da esquerda para a direita.

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 Eletronegatividade: refere-se ao estado líquido no ponto de ebulição. Determinou-


se experimentalmente a densidade dos elementos, obser-
A eletronegatividade é uma propriedade que resulta da vando-se a seguinte variação na tabela periódica:
ação conjunta da energia de ionização e da eletroafinidade,
sendo definida do seguinte modo: Variação da densidade
Eletronegatividade: é a propriedade pela qual o átomo
apresenta maior ou menor tendência em atrair elétrons para si.
Essa propriedade está na dependência de dois fatores:
número de elétrons na última camada e tamanho do átomo.

➢ Variação da eletronegatividade
Nas famílias a densidade aumenta de cima para baixo e nos
períodos aumenta das laterais para o centro.
Os elementos de maior densidade são o ósmio (22,6 g/mL e o
irídio (22,5 g/mL).

 Volume atômico
Nas famílias a eletronegatividade aumenta de baixo para cima Esta propriedade não representa o volume de um átomo,
e nos períodos aumenta da esquerda para a direita. mas se relaciona com a estrutura cristalina do elemento.
Logo, o volume atômico é a razão entre a massa corres-
 Eletropositividade: pondente a l mol do elemento e a densidade desse elemento
no estado sólido.
• . Observe na tabela o aumento do volume atômico nas
famílias e nos períodos:

Eletropositividade é a propriedade pela qual o átomo apre-


senta maior ou menor tendência em repelir elétrons.
Evidentemente, esta propriedade corresponde ao inverso
da eletronegatividade e, portanto, sua variação na tabela é a
seguinte: Nas famílias o volume atômico aumenta de cima para baixo e
• nas famílias aumenta de cima para baixo; nos períodos aumenta do centro para as laterais.
nos períodos aumenta da direita para a esquerda
 Pontos de Fusão e Ebulição
 Densidade:
Entende-se por densidade (d) ou massa específica de um Avaliação dos PF e PE na tabela periódica pode ser re-
corpo a razão entre a massa (m) e o volume (V) desse corpo. presentada por (tabela ao lado):
m Entre os metais, o tungstênio (W) é o que apresenta
d=
V maior PF (3 410 °C). Uma anomalia importante ocorre com o
Para o cálculo da densidade de um elemento químico; consi- elemento químico carbono (C), um ametal: ele tem propriedade
deramos: de originar estruturas formadas por um grande número de áto-
• a massa correspondente à massa molar, isto é, a quanti- mos, o que faz com que esse elemento apresente elevados PF
dade em gramas é numericamente igual à massa atômica (3 550 °C) e PE (4 287 °C).
do elemento;
• o volume ocupado por um mol, que depende de dois fato-
res: do tamanho do átomo e do arranjo desses átomos na
substância simples.

A densidade depende da temperatura. Assim, para líqui-


dos e sólidos, a medida se refere a 20 °C; para os gases,

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contínua de cores variáveis, de modo que a linha se expande,

EXERCÍCIOS dando uma faixa de cores, desde o vermelho até o violeta


(como num arco-íris); num segundo, uma série de linhas sepa-
radas com áreas escuras entre elas.
A partir do exposto, julgue os itens.
1- (PUC-MG) Considere os nomes dos cientistas (coluna da I) No primeiro caso, tem-se espectro contínuo.
esquerda) e os modelos atômicos (coluna da direita). II) Quando se usa a visão humana para detectar radiações, é
1. Dalton A. Descoberta do núcleo e seu tama-
possível abranger todas as faixas do H espectro eletromagné-
nho relativo.
tico.
2. Rutherford B. Átomos esféricos, maciços, indivi-
síveis. III) No segundo caso, fala-se de um espectro discreto ou des-
C. Modelos semelhante a um “pudim contínuo.
3. Niels Bohr
de passas” com cargas positivas e ne- V) o aparelho no qual é feita a decomposição da luz em seus
gativas em igual número. diversos componentes é chamado espectrógrafo.
4. J.J. Thomson D. Os elétrons giram em torno do nú-
cleo em determinadas órbitas. 4- (UFMG) Considere os níveis de energia e as excitações que
podem ocorrer com o elétron mais externo do átomo de lítio.
Quais das seqüências faz a associação correta? ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ n = 5
a] 1A, 2B, 4C, 3D ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ n = 4
b] 1A, 4B, 3C, 2D ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ n = 3
c] 2A, 1B, 4C, 3D ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ n = 2
d] 3A, 4B, 2C, 1D
⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ n = 1
e] 4A, 1B, 2C, 3D

2- Quantas das afirmações dadas a seguir estão corretas? O número máximo de linhas de absorção é:
I) A lei de Lavoisier (Conservação das Massas) e a Lei de a] 5
b] 6
Proust (Proporções Definidas) serviram de base para a Teoria
c] 9
Atômica de Dalton.
d] 10
II) A descoberta das partículas alfa (a) foi de fundamental im- e] 14
portância para descoberta do "núcleo" nos átomos.
III) Foi interpretando um "espectro descontínuo" (espectro de 5- (UFRN) As cores de luzes exibidas na queima de fogos de
linhas) que Bohr propôs a existência de "estados estacionários" artifício dependem de certas substâncias utilizadas na sua fa-
no átomo. bricação.
IV) Quando o elétron de um átomo salta de uma camada mais Sabe-se que a freqüência da luz emitida pela combustão do
externa para outra mais próxima do núcleo, há emissão de níquel é 6,0  1014 Hz e que a velocidade da luz é 3  108m
energia.  s-1.
a] 0 Com base nesses dados e no espectro visível fornecido pela
b] 1 figura a seguir, assinale a opção correspondente à cor da luz
c] 2
dos fogos de artifício que contêm compostos de níquel.
d] 3
e] 4

3- (UFMT) Toda matéria, quando aquecida a uma temperatura


suficientemente elevada, emite energia na forma de radiação
(luz). Um exemplo comum é a lâmpada incandescente, onde
um filamento de tungstênio é aquecido até ficar branco, pela
resistência que ele oferece à passagem de um fluxo de elé- a] Vermelha.
trons. Nesse dispositivo a energia elétrica é convertida em b] Violeta.
energia térmica e energia radiante. Se essa radiação passar c] Laranja.
através de uma fenda estreita, transformar-se-á numa "fita lu-
d] Verde.
minosa". Se fizermos essa "fita" atingir uma tela, aparecerá
uma imagem de fenda em forma de linha. Colocando um
prisma no caminho da luz, a posição da linha na tela varia. 6- (Uece) Cada elemento químico apresenta um espectro ca-
Quando a luz é emitida por um corpo quente e examinada racterístico, e não há dois espectros iguais. O espectro é o re-
dessa maneira, produzira, num primeiro caso, uma região traio interno do átomo e, assim, é usado para identificá-lo,

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conforme ilustração dos espectros dos átomos dos elementos b] O átomo emite radiações eletromagnéticas ao passar a 1s 2
hidrogênio, hélio e mercúrio. 2s2 2p6.
c] O átomo deve receber energia para passar a 1s2 2s2 2p6.
d] Os orbitais 1s e 2s estão completamente preenchidos.
e] Na configuração mais estável, o átomo é paramagnético.

11- (UFMS) Por convenção, admite-se que o primeiro elétron a


1
ocupar um orbital de um átomo possui spin - e que a
2
ocupação dos orbitais de um subnível ocorre na ordem cres-
cente do respectivo número quântico magnético, respeitada a
regra de Hund. Em relação ao Bismuto (Z = 83), é correto afir-
Bohr utilizou o espectro de linhas para representar seu modelo mar que, no estado fundamental, o seu elétron de maior ener-
atômico, assentado em postulados, cujo verdadeiro é: gia possui os número quânticos:
1
a] Ao mudar de órbita ou nível, o elétron emite ou absorve a] n = 6,  = 0, m = -1 e ms = - .
energia superior à diferença de energia entre as órbitas ou 2
níveis onde ocorreu essa mudança. 1
b] n = 6,  = 2, m = 0 e ms = - .
b] Todo átomo possui um certo número de órbitas, com ener- 2
gia constante, chamadas estados estacionários, nos quais 1
c] n = 6,  = 3, m = +1 e ms = - .
o elétron pode movimentar-se sem perder nem ganhar 2
energia. 1
d] n = 6,  = 1, m = -1 e ms = - .
c] Os elétrons descrevem, ao redor do núcleo, órbitas elípticas 2
com energia variada. 1
e] n = 6,  = 1, m = +1 e ms = - .
d] O átomo é uma esfera positiva que, para tornar-se neutra, 2
apresenta elétrons (partículas negativas) incrustados em
sua superfície. 12- Considere os quatro números quânticos do elétron diferen-
cial do átomo de alumínio (Z = 13): n = 3;  = 1; m = –1 e s
7- (UFPI) Luz fornecida por uma lâmpada de vapor de sódio 1
=+ . Considere, ainda, os três átomos, A, B e C, sendo que:
utilizada em iluminação pública é resultado de: 2
a] transição de elétrons de um dado nível de energia para um A e C são isótopos, B e C são isóbaros, A e B são isótonos, A
outro de maior energia. tem 20 prótons e número de massa 41 e que C tem 29 nêu-
b] remoção de elétrons de um átomo para formar cátions. trons.
c] transição de elétrons de um nível de energia mais alto para Agora encontre o conjunto dos quatro números quânticos do
um mais baixo. cátion trivalente de B.
d] adição de elétrons a átomos para formação de ânions. 1
a] 4, 0, 0, –
e] combinação de átomos para formar moléculas. 2
1
b] 4, 0, 0, +
8- Admitindo os isótopos do oxigênio (8O16, 8O17, 8O18), do car- 2
bono (6C12, 6C13, 6C14) e do hidrogênio (prótio, deutério e trítio), 1
c] 3, 2, –1, –
marque a opção que apresenta o maior e o menor número de 2
nêutron que podemos ter para uma molécula de ácido carbô- 1
d] 3, 2, –1, +
nico (H2CO3). 2
a] 32 e 42 1
e] 3, 2, 0, –
b] 14 e 20 2
c] 42 e 30
d] 74 e 62 13- (UFPI) Indique a alternativa que representa um conjunto de
e] 50 e 30 números quânticos permitido:
a] n = 3;  = 0; m = 1; s = +1/2.
9- Calcule o comprimento de onda de uma pulga pesando 1,5 b] n = 3;  = 4; m = 1; s = +1/2.
mg e saltando a uma velocidade de 2,0 m s-1. c] n = 3;  = 3; m = 0; s = +1/2.
d] n = 3;  = 2; m = 1; s = +1/2.
e] n = 4;  = 0; m = 3; s = –1/2.
10- (ITA-SP) Identifique a(s) afirmativa(s) errada(s) a respeito
de um átomo neutro cuja configuração eletrônica é 1s2 2s2 2p5 14- (UFGO) Os números atômicos dos elementos que, no es-
3s1: tado fundamental, têm elétrons nos orbitais 1s, 2s, 2p, 3s e 3p,
a] O átomo não está na configuração mais estável.

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dos quais apenas um é desemparelhado, estão indicados nas 5- A teoria Atômica de Dalton só não está claramente ex-
alternativas: pressa em:
a] 13 d] 16 g] 19 a] formação dos materiais dá-se através de diferentes associ-
b] 14 e] 17 ações entre átomos iguais ou não
c] 15 f] 18 b] o átomo possui um núcleo positivo envolto por órbitas ele-
trônicas
15- (FEI-SP) A experiência de Stern-Gerlach que mostra a se- c] o número de átomos diferentes existente na natureza é pe-
paração de um fluxo de átomos de prata sujeito a um campo queno
magnético indicou: d] os átomos são partículas que não podem se dividir
a] que a prata é um elemento de transição. e] toda matéria é formada por partículas extremamente pe-
b] A existência do spin eletrônico. quenas.
c] Que o modelo de Bohr era incorreto.
d] Nenhuma das respostas anteriores. 6- Há mas de 100 anos (1897) J. J. Thomson determinou,
pela primeira vez, a relação entre a massa e a carga do elétron,
EXERCÍCIOS PROPOSTOS o que pode ser considerado como a descoberta do elétron. É
reconhecida como uma contribuição de Thomson ao modelo
1- (UFRGS-RS) O modelo atômico que suscitou a idéia de atômico:
átomo com estrutura elétrica foi o: a] o átomo ser indivisível
a] de Dalton. b] a existência de partículas subatômicas
b] do átomo planetário de Rutherford. c] os elétrons ocuparem níveis discretos de energia
c] de Bohr. d] os elétrons girarem em órbitas circulares ao redor do núcleo
d] da mecânica ondulatória. e] o átomo possuir um núcleo com carga positiva e uma ele-
e] de Thomson. trosfera
7- Há 110 anos, o físico neozelandês, Ernest Rutherford
2- (UFPE) Ao longo da história da ciência, diversos modelos (1871-1937) foi aprofundar seus conhecimentos na Inglaterra
atômicos foram propostos até chegarmos ao modelo atual. sob a orientação de Thomson e 18 anos mais tarde estaria lan-
Com relação ao modelo atômico de Rutherford podemos afir- çando um novo modelo atômico. Qual das afirmações a seguir
mar que (julgue os itens como verdadeiros ou falsos): teria sido dita pela primeira vez por Rutherford?
0) foi baseado em experimentos com eletrólise de soluções de a] "Todos os átomos de uma mesma substância são idênticos
sais de ouro. na forma, no tamanho, na massa e nas demais proprieda-
1) é um modelo nuclear que mostra o fato de a matéria ter sua des; átomos de substâncias diferentes possuem forma, ta-
massa concentrada em um pequeno núcleo. manho, massa e propriedades deferentes. A massa de um
"átomo composto" é igual à soma das massas de todos os
2) é um modelo que apresenta a matéria como sendo consti-
"átomos simples" componentes".
tuída por elétrons (partículas de carga negativa) em contato
b] "O átomo é uma esfera de carga elétrica positiva, não ma-
direto com prótons (partículas de carga positiva). ciça, incrustada de elétrons (negativos), de modo que sua
3) não dá qualquer informação sobre a existência de nêutrons. carga elétrica total seja nula".
4) foi deduzido a partir de experimentos de bombardeio de fi- c] "Os corpos aquecidos emitem radiação não sob a forma de
nas lâminas de um metal por partículas . ondas, mas sob a forma de pequenos "pacotes" de energia
denominados quantum (no plural, quanta), ou seja, a ener-
3- As lâmpadas de sódio: muito usadas na iluminação de tú- gia é descontínua".
neis, tanto nas estradas como nas cidades, são tubos de des- d] "Para cada camada eletrônica (n), havia l órbita circular e (n
carga: – 1) órbitas elípticas de diferentes excentricidades".
a] Que contêm vapor de sódio e baixa pressão. e] "É quase tão incrível como se uma granada de 15 polega-
b] Que contêm vapor de sódio e alta pressão. das, que tivéssemos atirado contra um pedaço de papel de
c] A alto vácuo. seda, retrocedesse, para nos atingir".
d] Com cátodo de sódio.
e] Com ânodo de sódio. 8- As alternativas a seguir referem-se ao modelo atômico de
Sommerfeld. Indique a falsa.
4- (UFMG) O modelo de Rutherford da estrutura atômica a] O modelo de Sommerfeld foi desenvolvido a partir da ob-
apresentou, como novidade, a noção de: servação da estrutura fina dos espectros de emissão, ou
a] Energia quantizada seja, da descoberta de que as raias que eram consideradas
b] Massa atômica constituídas de uma única linha, na verdade, eram forma-
c] Núcleo das por um conjunto de linhas distintas muito próximas
d] Orbital umas das outras.
e] spin

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b] Segundo Sommerfeld, cada nível de energia n possui n sub-


níveis.
c] Cada nível n é constituído de uma órbita circular e (n – 1)
órbitas elípticas de diferentes excentricidades.
d] O núcleo do átomo também descreve uma trajetória deter-
minada, ocupando em cada momento um dos focos da
elipse descrita pelo movimento do elétron.
e] A energia mecânica total do elétron é determinada pela dis-
tância que o elétron se encontra do núcleo (energia poten-
cial) e pelo tipo de órbita que ele descreve (energia ciné-
tica).

9- Na experiência de espalhamento de partículas alfa, conhe-


cida como "experiência de Rutherford", um feixe de partículas
alfa foi dirigido contra uma lâmina finíssima de ouro, e os expe-
rimentadores (Geiger e Marsden) observaram que um grande
número dessas partículas atravessava a lâmina sem sofrer
desvios, mas que um pequeno número sofria desvios muito
acentuados. Esse resultado levou Rutherford a modificar o mo-
delo atômico de Thomson, propondo a existência de um núcleo
de carga positiva, de tamanho reduzido, e com praticamente
toda a massa do átomo.
Assinale a alternativa que apresenta o resultado que era pre- I. No espectro atômico do mercúrio, na região do visível, é
visto para o experimento de acordo com o modelo de Thom- possível identificarem-se pelo menos 4 raias.
son. II. Considerando a excitação apresentada, podemos, além
a] A maioria das partículas atravessaria a lâmina de ouro sem das transições de emissão explicitadas, inferir a possibilidade
sofrer desvios e um pequeno número sofreria desvios muito de outras 29 transições de emissão.
pequenos. III. Considerando que a luz na região ultravioleta tem ação
b] A totalidade das partículas sofreria grandes desvios ao atra- germicida, lâmpadas de mercúrio podem ser utilizadas com
vessar a lâmina. essa finalidade.
c] A totalidade das partículas atravessaria a lâmina de ouro Analise as afirmativas acima e assinale a opção correta.
sem sofrer nenhum desvio. a] Apenas I é verdadeira.
d] A totalidade das partículas ricochetearia ao se chocar con- b] Apenas I e II são verdadeiras.
tra a lâmina de ouro, sem conseguir atravessá-la. c] I, II e III são verdadeiras.
e] A totalidade das partículas atravessaria a lâmina sofrendo d] Apenas II e III são verdadeiras.
grandes desvios. e] Apenas I e III são verdadeiras.
10- Para um elétron saltar de uma camada de número quântico 12- O carbono de Lítio é utilizado em Medicina como um anti-
principal n1, com energia E1, para outra de número quântico depressivo. A sua fórmula (Li2CO3) é o resultado da combina-
principal n2, com energia E2, sendo E2 > E1, é necessário que
o elétron: ção do cátion Li+ e o ânion do carbonato CO23− . O número de
a] absorva (E2 + E1) “quanta” de energia. elétrons presentes em um cátion Li+ e num ânion CO23− são
b] absorva (E2 – E1) “quanta” de energia. respectivamente iguais a:
c] libere (E2 + E1) “quanta” de energia. (dados: 73 Li, 126 C, 168 O )
d] libere (E2 – E1) “quanta” de energia.
E2 a] 1 e 2
e] libere “quanta” de energia. b] 2 e 32
E1
c] 4 e 12
d] 3 e 14
11- (UFPI) O diagrama de níveis de energia para o mercúrio e] 2 e 28
mostra as transições de emissão mais importantes para esse
elemento. Uma emissão pode ser observada após excitação
13- O átomo Q tem 36 nêutrons e é isóbaro de R. Conside-
por uma descarga elétrica como em uma lâmpada de mercúrio.
rando R2+ é isoeletrônico (mesmo número de elétrons) do
De acordo com esse diagrama e com a tabela abaixo, analise
átomo Q, identifique o número de nêutrons do átomo R:
as seguintes afirmativas.
a] 40
b] 38

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c] 36 d] prótons
d] 34 e] orbitais eletrônicos
e] 32
19- (FEI-SP) A configuração eletrônica de um átomo neutro no
14- (UFPI) Observam-se moléculas de cloro C2 com massas estado fundamental é 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5. O número de orbitais
relativas de 70, 72 e 74. Considerando esta informação, indique vazios remanescente no nível principal M é:
a alternativa correta. a] 0
a] O cloro tem apenas um isótopo de massa relativa 35. b] 1
b] O cloro tem dois isótopos de massas relativas 35 e 36. c] 5
c] O cloro tem dois isótopos de massas relativas 35 e 37. d] 9
d] O cloro tem dois isótopos de massas relativas 36 e 37. e] 10
e] O cloro tem três isótopos de massas relativas 35, 36 e 37.
20- (Moji-SP) Assinale a alternativa que representa um con-
15- (PUC-SP) Considere as seguintes informações sobre os junto de números quânticos não-permitido:
átomos A, B e C. a] n = 3;  = 2; m = 0; s = +1/2
a. A e B são isótopos. b] n = 4;  = 0; m = 0; s = –1/2
b. A e C são isótonos. c] n = 3;  = 1; m = 1; s = +1/2
c. B e C são isóbaros. d] n = 3;  = 2; m = 1; s = +1/2
d. O número de massa de A é igual a 55. e] n = 3;  = 0; m = 1; s = +1/2
e. A soma dos números de prótons de A, B e C é igual a 79.
f. A soma dos números de nêutrons de A, B e C é igual a 88. 21- (UFRN) Nas distribuições eletrônicas das espécies quími-
Determine os números atômicos e de massa de A, B e C. cas abaixo:
I) Na+ 1s2 2s2 2p5 3s1
16- São dados três átomos, A, B e C, com as seguintes ca- II) K 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 4p0
racterísticas: III) Cl- 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
I) o átomo A apresenta (3x) prótons e (y + 5) nêutrons; IV) F + 1s2 2s2 2p4
II) o átomo B apresenta (2x + 3) prótons e (2y + 1) nêutrons; V) C 1s2 2s2 2p1 3p1.
III) o átomo C apresenta (4x – 1) prótons e (3y – 1) nêutrons.
Identifique as que estão no estado fundamental:
Considerando essas informações, concluímos que: a] I, II e IV
a] A é isóbaro de B, B é isótopo de C e C é isótono de A. b] I, III e IV
b] A é isótopo de B, B é isóbaro de C e C é isótono de A. c] I, III e V
c] A é isótono de B, B é isótopo de C e C é isóbaro de A. d] I, IV e V
d] A, B e C são isótopos. e] II, III e IV
e] A, B e C são isótonos.
22- (UFCE) Considere três átomos: A, B e C. Os átomos A e C
17- (FESP-PE) Qual das alternativas abaixo é falsa? são isótopos; os átomos B e C são isóbaros e os átomos A e B
a] O número máximo de elétrons em um orbital d é 10. são isótonos. Sabendo que o átomo A tem vinte prótons e nú-
b] O número máximo de elétrons em um subnível é dado pela meros de massa 41, e que o átomo C tem 22 nêutrons. Os nú-
seguinte expressão matemática: 4  + 2, onde  é o número meros quânticos do elétron mais energético do átomo B são:
quântico secundário. a] n = 3;  = 0; m = 2; s = –1/2
c] Em um mesmo nível de energia é possível elétrons possuí- b] n = 3;  = 2; m = 0; s = –1/2
rem energia diferentes. c] n = 3;  = 2; m = –2; s = –1/2
d] O número quântico secundário determina a forma do orbital d] n = 3;  = 2; m = –1; s = +1/2
e, para um dado valor de n, pode assumir os valores inteiros
0, 1, 2, 3, ... até n – 1.
23- (UECE) A distribuição eletrônica do átomo de molibdênio,
e] O número máximo de orbitais em um nível de energia é
Mo, é:
dado pelo quadrado do número quântico principal.
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s1 4d5
18- (UFMG) O modelo atômico atual apresenta uma descrição
probabilística para os elétrons. Esse modelo inclui, todos os se-
guintes conceitos, exceto: O conjunto de números quânticos: n, , m e ms para o 5º elé-
a] energias quantizadas tron do 2p6 é dado por: 2, 1, 0 e –1/2. Segundo esse modelo, o
b] nêutrons conjunto dos números quânticos para o 8º elétron do 3d10 é:
c] núcleos atômicos a] 3, 2, –1, –1/2

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b] 3, 2, 0, –1/2 21 22 23 24 25 26 27 ⎯ ⎯ ⎯
c] 3, 2, –2, +1/2 E C D A E * B ⎯ ⎯ ⎯
d] 3, 2, 0, +1/2
e] 3, 2, 0, -1/2 2) F, V, F, V, V
55 56 56
*15) 26 A 26 B 27 C
24- (Fuvest-SP) Em um átomo, quantos elétrons podem ocu- *26) Não. Vejamos:
23V = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3
par, no máximo, o orbital p representado na figura?
25Mn = 1s 2s 2p 3s 3p 3d
2+ 2 2 6 2 6 5
a] 2
b] 3
c] 4
d] 5 QUESTÕES TABELA PERIODICA
c] 6

1- (ITA) Assinale a afirmativa falsa relativa à lei periódica dos


25- Analise as alternativas abaixo e assinale aquela que con- elementos: "As propriedades dos elementos são funções perió-
tém falhas, simultaneamente, com base no princípio de exclu- dicas dos seus pesos atômicos".
são de Pauli e na Regra de Hund. a] Trata-se de uma observação feita principalmente por Men-
deleev no século passado, ao ordenar os elementos se-
  
a] gundo seus pesos atômicos crescentes, que lhe permitiu
estabelecer a classificação periódica dos elementos.
   b] Teve como precursoras, entre outras, as observações de
b]
Döbereiner sobre, as tríades e de Newlands sobre as oita-
  vas.
c] d] Em decorrência da lei, constata-se que o primeiro elemento
de cada família na classificação periódica é o mais repre-
  
d] sentativo dessa família.
d] Com base na lei, Mendeleev foi capaz de apontar pesos
  atômicos errados de elementos conhecidos na época e de
e]
prever as propriedades de elementos ainda a serem desco-
26- Se contarmos o número de elétrons do cátion manganoso, bertos.
55 51 e] Foi muito útil como hipótese de trabalho, mas na realidade
25 Mn , e do átomo de vanádio 25 V , no estado fundamental, não constitui o melhor enunciado da lei periódica dos ele-
veremos que ambos possuem 23 elétrons. Podemos então afir- mentos.
mar que suas distribuições eletrônicas também são iguais?
Justifique. 2- (UCDB-MT) Os elementos xAx+1B e x+2C pertencem a um
mesmo período da tabela periódica. Se B é um halogênio,
27- Um determinado elemento químico, no seu estado pode-se afirmar que:
fundamental, apresenta os seguintes números quânticos para a] A tem 5 elétrons no último nível e B tem 6 elétrons no último
o elétron mais energético: nível;
n = 2  = 1 m = −1 ms = −1/2 b] A tem 6 elétrons no último nível e C tem 2 elétrons no último
convencionando que o primeiro elétron a ocupar um orbital nível;
possui número quântico spin igual a −1/2, qual é esse c] A é um calcogênio e C é um gás nobre;
elemento químico? d] A é um metal alcalino e C é um gás nobre;
a] neônio e] A é um metal e C é um não-metal.
d] boro
c] nitrogênio 3- (Unisinos-RS) Entre as alternativas abaixo, indique aquela que
d] carbono contém afirmações exclusivamente corretas sobre os elementos
e] oxigênio cujas configurações eletrônicas são apresentados ao lado.

GABARITO ELEMENTO CONFIGURAÇÃO ELETRÔNICA


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A 1s2 2s2 2p6 3s1
B 1s2 2s2 2p4
E * A C B B E D A B
C 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
D 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
C B B C * A A E C E E 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

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a] O elemento C é um gás nobre e o elemento B é um halogê- 6- (UFMG) Considere os elementos do segundo período da
nio. Tabela Periódica, em ordem crescente de números atômicos.
b] Os elementos A e C situam-se, respectivamente, no terceiro Todas as afirmativas sobre tais elementos, nessa ordem, estão
e no quarto período da tabela periódica. corretas, exceto:
c] O elemento E é um calcogênio e situa-se no quinto período a] A eletronegatividade aumenta.
da tabela periódica. b] A energia de ionização aumenta.
d] O elemento B é um halogênio do segundo período , en- c] O caráter metálico diminui.
quanto o elemento D situa-se no sexto período da tabela d] O ponto de fusão aumenta.
periódica. e] O raio atômico diminui.
e] O elemento A é um metal alcalino-terroso.
7- (UFPR) Dada a configuração eletrônica dos elementos con-
4- Sobre a Tabela Periódica e alguns de seus elementos in- tidos na tabela a seguir (as letras de A a F não correspondem
vestigue as afirmativas abaixo e, em seguida, marque a opção aos verdadeiros símbolos dos elementos) e os respectivos va-
onde está o número de corretas: lores da primeira Energia de Ionização (ou potencial de ioniza-
1) Um elemento que possui subnível mais energético s1 é ne- ção — 1º E.I.) e da Afinidade Eletrônica (A.E.), é correto afir-
cessariamente um metal alcalino. mar:
2) Um elemento que apresente sua configuração de camada
de valência 4s2 é necessariamente metal alcalino-terroso.
3) Um elemento que apresenta sua configuração de camada
de valência 4s1 é necessariamente metal alcalino.
4) Todo gás nobre possui oito elétrons na última camada.
a] 4
b] 3
c] 2
d] 1
e] 0
I) A, C e D encontram-se â esquerda da tabela periódica; E e
5- Cinco amigos resolveram usar a tabela periódica como ta- F, à direita.
buleiro para um jogo. Regra do jogo: Para todos os jogadores, II) Os altos valores da 1° E.I. de E e F são típicos de elementos
sorteia-se o nome de um objeto, cujo constituinte principal é não-metálicos.
determinado elemento químico. Cada um joga quatro vezes um III) Os elementos C e E estão no 2º período da tabela periódica;
dado e, a cada jogada, move sua peça somente ao longo de B e F, no 3° período; A e D, no 4° período.
um grupo ou de um período, de acordo com o número de pon- IV) O elemento A tende a tornar-se ânion e o elemento F tende
tos obtidos no dado. O início da contagem é pelo elemento de a tornar-se cátion.
número atômico 1. Numa partida, o objeto sorteado foi “latinha V) A e D são elementos de transição.
de refrigerante” e os pontos obtidos com os dados foram: Ana
(3, 2, 6, 5), Bruno (5, 4, 3, 5), Célia (2, 3, 5, 5), Décio (3, 1, 5, 8- (Unicenp-PR) A análise das configurações eletrônicas dos
1) e Elza (4, 6, 6, 1). elementos químicos A, B, C e D, no estado fundamental, per-
mite-nos estabelecer conclusões sobre suas propriedades fí-
sico-químicas:

A seguir, são feitas as seguintes afirmações:


I. O elemento B possui o maior valor correspondente ao 1º
Assim, quem conseguiu alcançar o elemento procurado foi. potencial de ionização.
a] Ana II. O elemento A é classificado como halogênio.
b] Bruno
III. O raio do íon estável formado pelo elemento C é maior que
c] Célia
d] Décio o raio do seu átomo neutro correspondente.
e] Elza IV. O elemento D pertence ao grupo dos halogênios e quarto
período da tabela periódica.
São corretas as afirmações:

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a] todas; 12- (UnB-DF) Observe os elementos representados na tabela


b] somente II e III; periódica parcial abaixo e julgue os itens:
c] somente I e IV;
d] somente I e II;
e] somente I, II e III.

9- (Unifor-CE) Sejam os seguintes átomos neutros represen-


tados pelos símbolos hipotéticos X, Y, Z e T e suas respectivas
configurações eletrônicas: 1. O césio (Cs) é o elemento de maior raio atômico dentre os
representados.
2. O raio atômico do magnésio (Mg) é maior que o do sódio
(Na) porque ele possui um elétron a mais.
3. Dentre os elementos representados, o níquel (Ni), o escândio
(Sc) e o ítrio (Y) são elementos de transição.
O que apresenta maior energia de ionização é:
4. A afinidade eletrônica dos elementos B, C, N, O, F aumenta
a] Y
da esquerda para a direita.
b] Z
5. A energia de ionização do rubídio (Rb) é maior que a do
c] T
xenônio (Xe).
d] X
6. Dentre os elementos representados, o ítrio é o mais denso.
7. A distribuição eletrônica do escândio (Sc) é: 1s2 2s2 2p6 3s2
10- (Unama-PA) Assinale o que for correto.
3p6 4s2 3d1.
01. Um elemento cujos átomos no estado fundamental apre-
sentam apenas l elétron no subnível 4p localiza-se na tabela
13- (UFMG) As sucessivas energias de ionização do nitrogênio
periódica no grupo 2A.
estão representadas neste gráfico.
02. Situam-se na mesma família da classificação periódica os
elementos de números atômicos 3, 11 e 37.
04. A configuração eletrônica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 descreve as
espécies Cl- (Z = 17), K+ (Z = 19) e S2- (Z = 16).
08. Cálcio, flúor e silício são exemplos, respectivamente, de
metal, não-metal e semimetal.
16. A retirada do primeiro elétron de um átomo neutro no es-
tado gasoso diminui a força de atração do núcleo sobre os
elétrons restantes. Assim, a primeira energia de ionização
é sempre maior do que a segunda.

11- (UFPB) Analise as afirmativas abaixo: 1. Explique a variação observada nos valores da energia de
I. O comportamento químico semelhante dos elementos de ionização entre o primeiro e o quinto elétron.
uma dada família da tabela periódica, é mais bem explicado 2. Explique por que o valor da energia de ionização do sexto
pelo fato de que os átomos desses elementos possuem a elétron é muito maior do que a do quinto.
mesma estrutura nuclear.
II. O elemento químico cujo número atômico é igual a 11, per- QUESTÕES PROPOSTAS
tence à família IA e ao 3a período da tabela periódica.
III. Eletroafinidade é a energia necessária para retirar um elé- 1- Numa tríade, ou seja, num grupo de três elementos seme-
tron de um átomo no estado gasoso, formando um íon gasoso. lhantes, o peso atômico de um deles é aproximadamente a mé-
dia aritmética do peso atômico dos outros dois. Assim, na tríade
Considerando as afirmativas I, II e III, marque a alternativa cor- Li-Na-K, os pesos atômicos são respectivamente 7, 23 e 39. De
reta. fato, 23 = (7 + 39)/2. Essa observação foi feita pela primeira
a] Apenas I está correta. vez por:
b] Apenas I e II estão corretas. a] Berzelius
c] Apenas II e III estão corretas. b] Döbereiner
d] Apenas II está correta. c] Newlands
e] Apenas III está correta. d] Chancourtois
e] Mendeleev

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2- Colocou os elementos em ordem crescente de pesos atô- 6- (Mackenzie-SP) Se o subnível mais energético de um
micos e verificou que, de sete em sete elementos, havia repe- átomo x apresenta o conjunto de números quânticos:
tição de propriedades semelhantes. Colocando os elementos n = 4;  = 3; m = –2 e ms = +1/2, é correto afirmar que:
(na ordem crescente de pesos atômicos) em colunas verticais (Convenção de spin: primeiro elétron de um orbital tem spin
de sete elementos, verificou que os semelhantes ficavam reu- (ms) igual a -1/2.)
nidos nas colunas horizontais. a] x pertence ao subgrupo 4A.
Classificação em oitavas (1864) b] esse subnível completo apresenta dez elétrons.
c] x apresenta camada de valência 4f2 .
d] x pertence à série dos lantanídios.
e] x é elemento de transição externa.

7- (PUC) Resolva a questão com base na análise das alter-


nativas a seguir:
I) Em um mesmo período, os elementos apresentam o
mesmo número de níveis.
Essa classificação dos elementos foi feita por: II) Os elementos do grupo 2A apresentam, na última camada,
a] Döbereiner a configuração geral ns2.
b] Newlands III) Quando o subnível mais energético é tipo s ou p, o ele-
c] Chancourtois mento é de transição.
d] Mendeleev IV) Em um mesmo grupo, os elementos apresentam o mesmo
e] Lothar Meyer número de camadas.
Conclui-se que, com relação à estrutura da classificação perió-
3- (UFMG) Todas as propriedades abaixo são periódicas, ex- dica dos elementos, estão corretas as afirmativas.
ceto: a] I e II
a] Caráter metálico. b] I e III
b] Energia de ionização. c] II e III
c] Massa atômica. d] II e IV
d] Raio atômico. e] III e IV
e] Volume atômico.
8- Considere as informações a ao lado:
4- (CESGRANRIO) Considerando um grupo ou família na Ta-
bela Periódica, podemos afirmar em relação ao raio atômico
que:
a] aumenta com o aumento do número atômico, devido ao au-
mento do número de camadas.
b] aumenta à medida que aumenta a eletronegatividade.
c] não sofre influência da variação do número atômico.
d] diminui à medida que aumenta o número atômico, devido
ao aumento da força de atração do núcleo. Analogamente, temos:
10Ne: 1s 2s 2p
2 2 6
e] diminui com o aumento do número atômico, devido ao au-
11Na: 1s 2s 2p 3s ou 11Na: [Ne] 3s ou 17C: [Ne] 3s 3p
2 2 6 1 1 2 5
mento do número de elétrons.
identifique o gás nobre que precede cada elemento a seguir e
5- (Vunesp) Os elementos I, II e III têm as seguintes configu- use o cerne deles ao fazer a sua distribuição eletrônica (con-
rações eletrônicas em suas camadas de valência: sulte a tabela periódica).
I. 3s2 3p3 II. 4s2 4p5 III. 3s2 a] 8O.
Com base nessas informações, assinale a afirmação errada: b] 15P.
a] O elemento I é um não-metal. c] 20Ca.
b] O elemento II é um halogênio. d] 26Fe.
c] O elemento III é um metal alcalino-terroso.
d] Os elementos I e III pertencem ao terceiro período da Ta- 9- Um átomo T apresenta menos 2 prótons que um átomo Q.
bela Periódica. com base nesta informação, assinale a opção falsa.
e] Os três elementos pertencem ao mesmo grupo da Tabela T Q
Periódica. a] gás nobre alcalino terroso
b] halogênio alcalino
c] calcogênio gás nobre

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d] enxofre silício c] Somente IV está correta


e] bário cério d] Somente I e III estão corretas
e] Somente III e IV estão corretas.
10- A tabela periódica abaixo foi extraída do livro "À procura
dos Superelementos", de Gueorgui Fliorov e Aleksandr Ilhinov, 13- (UFMG) O gráfico energia (E) versus ordem de ionização
Editora Mir-Moscovo. Esta tabela mostra elementos de número (01), que representa corretamente a ionização de um átomo
atômico até 126. Até o momento não se conseguiu estabilizar isolado de carbono (arrancados, sucessivamente, todos os
o núcleo desses elementos muito pesados por mais de 10–15 seus elétrons), é:
segundos.

A respeito desta tabela responda:


a] Que subnível é ocupado pêlos elétrons mais energéticos
dos elementos chamados de superactinóides? 14- (FESP-PE) Constata-se experimentalmente que a energia
b] Quantos elétrons apresenta a camada de valência do de ionização do nitrogênio é maior que a do oxigênio, contrari-
elemento 118? ando a ordem de crescimento dessa propriedade. Pode-se ex-
Podemos dizer que suas propriedades são semelhantes às dos plicar essa irregularidade através do seguinte argumento:
demais elementos da família? a] O nitrogênio tem um raio atômico muito menor que o oxigê-
nio, por isso seu núcleo atrairá mais intensamente os elé-
11- (CEFET-MA) A polpa de cupuaçu é rica em um íon cujo trons de valência.
subnível mais energético é o 3d4. Sabendo que este íon é um b] Os elétrons de valência do nitrogênio são mais penetrantes
cátion trivalente, não podemos afirmar que: que os do oxigênio, por estarem em um nível energético in-
a] seu elemento original pertence ao sétimo grupo da tabela ferior.
periódica; c] Os elétrons 2s do nitrogênio são removidos com maior difi-
b] ele pertence ao quarto período da tabela periódica; culdade que os elétrons 2s do oxigênio.
c] ele possui 25 elétrons; d] Os elétrons 2 p do nitrogênio não estão emparelhados em
d] trata-se de um íon metálico; um orbital, o que evita uma repulsão intereletrônica maior,
e] seu elemento original é um metal de transição. que favorece a remoção do elétron.
e] Os elétrons 2p do nitrogênio, por estarem emparelhados
12- (UFMA) Analise as seguintes afirmações e assinale a al- nos orbitais, conferem uma estabilidade adicional ao átomo,
ternativa correta: dificultando a retirada do elétron.
I) Elemento de transição é o que possui o elétron diferencia-
dor na penúltima camada eletrônica. 15- (UNICAMP) Mendeleev, observando a periodicidade de pro-
II) Num mesmo período da Tabela Periódica ficam elementos priedades macroscópicas dos elementos químicos e de alguns
químicos de propriedades semelhantes. de seus compostos, elaborou a Tabela Periódica. O mesmo ra-
III) Os elementos químicos do bloco “f” da Tabela Periódica são ciocínio pode ser aplicado às propriedades microscópicas.
chamados de transição interna. Na tabela a seguir, dos raios iônicos dos íons dos metais alca-
IV) A eletronegatividade dos elementos químicos do grupo 7A linos e alcalino-terrosos, estão faltando os dados referentes ao
cresce do flúor para o iodo. Na+ e ao Sr2+. Baseando-se nos valores da tabela, calcule apro-
a] Somente I está correta ximadamente os raios iônicos destes cátions. (Observação: 1
b] Somente II está correta picômetro (pm) = 1 x 10-12 metro)

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a] Dê o nome dos três elementos que tem maior dificuldade


de formar cátions no estado gasoso.
b] Explique porque, no intervalo de Z = 3 a Z = 10, o potencial
de ionização tende a crescer com o aumento do número
atômico.

19- (UFMA/03) A partir das seguintes configurações eletrôni-


16- (UFGO) O arranjo dos elementos na tabela periódica mo- cas, pode-se concluir que:
derna está relacionado com a estrutura atômica. Sobre estru- A. [He] 2s2 2p5 C. [Xe] 6s1
tura atômica e periodicidade, identifique as frases verdadeiras. B. [He] 2s1 D. [Ne] 3s2 3p1
a] Para uma série de compostos do EC4, onde E são elemen- a] todos os elementos são metais.
tos do grupo IVA, a distância entre E e C aumentará com b] apenas os elementos B e C são metais.
a variação de E do C ao Pb. c] A é o elemento mais eletronegativo da série.
b] O potencial de ionização de um átomo é a energia neces- d] C tende a formar compostos com o maior grau de covalên-
sária para a remoção de 1 elétron desse átomo no estado cia.
gasoso. e] em solução, D forma cátions monovalentes positivos.
c] O segundo e o terceiro potenciais de ionização são sempre
maiores que o primeiro potencial de ionização, porque com
20- (UEMA-03) Ao estudarmos as propriedades periódicas dos
a remoção do primeiro elétron do átomo a repulsão eletros-
elementos, normalmente escolhemos a energia de ionização e
tática entre os elétrons remanescentes diminui.
o raio atômico como as primeiras a serem estudadas. Sendo
d] O sódio tem potencial de ionização maior que o rubídio, pois
essas propriedades funções periódicas dos números atômicos,
apresenta um número de camadas menor, enquanto o ni-
analise o gráfico ao lado e assinale a opção correta:
trogênio tem um potencial de ionização maior que o boro
devido à maior carga nuclear.
e] Os não-metais formam ânions com mais facilidade que me-
tais porque, para um mesmo período, os não-metais pos-
suem afinidade eletrônica maior que os metais.
f] Os ânions são sempre maiores que os átomos dos quais
eles são derivados porque o(s) elétron(s) adicional(is) au-
menta(m) a repulsão elétron-elétron.

17- As configurações eletrônicas no estado fundamental dos a] A, C e E podem ser He, Ar e Kr


átomos dos elementos E1, E2 e E3 são: b] B, D e F podem ser Li, Na e K
E1 ⎯ 1s2 2s2 2p6 3s1 c] A, C e E podem ser Li, Na e K
E2 ⎯ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 d] C, D e E podem ser Na, Mg e Ca
e] A pode ser o hidrogênio
E3 ⎯ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1.
A alternativa correta é:
a] O elemento E2 tem maior raio atômico que o elemento E1. GABARITO
b] O elemento E1 tem maior potencial de ionização que o ele- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
mento E3. B B C B E D A * D *
c] O elemento E3 tem maior afinidade eletrônica que o ele- 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
mento E2. C D A D * * B * C B
d] Os elementos E1 e E2 são metais e o elemento E3 é não-
*8)
metal. a) 8O[He] 2s2 2p4 b) 15P[Ne] 3s2 3p3
e] O elemento E3 e os íons E −2 e E 1+ são isoeletrônicos. c) 20Ca[Ar] 4s2 d) 26Fe[Ar] 4s2 3d6
*10) a) 5g ; b) 8 elétrons. Sim.
18- (Fuvest-SP) O gráfico mostra a variação do potencial de * 15) (60 + 133)/2 = 96,5 ppm; (99 + 135)/2 = 117 pm
ionização para elementos com número atômico (Z) de 1 a 19. *17) Todas verdadeiras.
*18) a) He (Z = 2), Ne (Z = 10) e Ar (Z = 18)
b) Porque o número de camadas é o mesmo (duas) e ao aumentar
o número atômico, a atração exercida pelo núcleo sobre os elé-
trons é maior.

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LIGAÇÕES IÔNICAS, LIGAÇÕES


COVALENTES EHIBRIDIZAÇÃO

OS GASES NOBRES E A TEORIA DO OCTETO

Os gases nobres tem todos 8 elementos no último nível de energia, exceção feita ao hélio, que tem 2. Assim,
os demais elementos, para atingir uma situação também estável, tenderiam a ficar com 8 elétrons no último nível
(chamado de camada de valência), daí o nome Teoria do Octeto, para essa explicação.

LIGAÇÃO IÔNICA OU ELETROVALENTE

A ligação iônica é aquela que ocorre pela atração elétrica entre os íons positivos e negativos.

Esses íons são formados, de modo geral, quando se encontram juntos átomos de metais e ametais.
Metais

Exemplo:
Tomemos da tabela periódica dois elementos que se enquadrem respectivamente nas características e des-
critas acima:
11Na e 17C
Observemos suas configurações eletrônicas no estado fundamental:
11Na  1s2/ 2s2 2p6 / 3s1
17C  1s2/ 2s2 2p6/ 3s2 3p5

Podemos notar que nenhum deles possui a última camada completa, sendo, portanto instáveis.
Se houver transferência de um elétron na camada de valência do sódio para a do cloro, ambos adquirem
configuração estável, pois ficarão com oito elétrons na camada mais externa.
Como duas cargas de sinais opostos se atraem, então os íons Na+ e C– permanecem ligados um ao outro
por forças de atração elétrica, que caracterizam as ligações iônicas, formando o composto cloreto de sódio.
As substâncias formadas como nesse exemplo são chamadas compostos iônicos e podem ser representadas
por diferentes notações. No caso do cloreto de sódio, tais representações são:
• Fórmula unitária ou fórmula mínima: NaC
• Fórmula iônica: Na+C–

Além dessas duas, existe outra notação, chamada fórmula de Lewis, ou fórmula eletrônica, na qual os elétrons da última
camada estão indicadas ao redor do símbolo do elemento.

© Copyright Preparatório
Observe que, emJúris. É proibida
todas a cópia deste
essas fórmulas, material, no
é indicado todo ou em parte.
primeiramente Todos(íon
o cátion os direitos reservados.
positivo) e em seguida o ânion. 217

Exemplo:
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Observe que, em todas essas fórmulas, é indicado primeiramente o cátion (íon positivo) e em seguida o ânion.
Exemplo:
Composto iônico de cálcio (Z = 20) e flúor (Z = 9).

20Ca ⎯ 1s2 / 2s2 2p6 / 3s2 3p6 / 4s2  perde 2 elétrons


9F ⎯ 1s / 2s 2p  ganha 1 elétron
2 2 5

Eletronicamente:

Fórmula: CaF2

Em um composto iônico temos um número muito grande de cátions e ânions agrupados alternadamente, segundo uma
forma geométrica definida que chamamos de arranjo cristalino.
O arranjo cristalino segundo o qual os íons Na1+ e C1– se agrupam é o seguinte:

NÚMERO DE COORDENAÇÃO
Podemos observar que, nesse cristal, cada íon Na 1+ e cercado por 6 íons C1– e vice-versa.

Chamamos de número de coordenação de um íon o número de íons que o cercam em um arranjo


cristalino.

Portanto, o número de coordenação do sódio, assim como o do cloro, nesse composto, é igual a 6.
A fórmula de um composto iônico, ou seja, o íon-fórmula, deve ser escrita da seguinte maneira:

• O símbolo do cátion deve ser escrito na frente do símbolo do ânion;


• A soma das cargas do cátion e do ânion deve ser igual a zero;
• A fórmula deve mostrar a menor proporção, em número inteiros, de cátions e de ânions, de modo a satisfazer o item anterior;
• Esse número de cátions e de ânions contidos na fórmula é chamado de índice e deve vir escrito à direita e abaixo do
símbolo. O número 1 não precisa ser escrito.

VALÊNCIA
Entende-se por valência a capacidade de combinação dos átomos. Ela corresponde ao número de elétrons que
um átomo pode ganhar ou perder.
A valência é um número puro; quando acompanhado do sinal da carga do íon, recebe o nome de eletrovalência.
Assim, temos:
• O sódio (11Na) sempre perde 1 elétron. Logo, a sua valência é 1 e a sua eletrovalência é +1.
• O cloro (17C) sempre recebe 1 elétron. Logo, a sua valência é 1 e a sua eletrovalência é –1.
• O alumínio (13A) sempre perde 3 elétrons. Logo, a sua valência é 3 e a sua eletrovalência é +3.
Observe:

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• Os elementos da família 4A são anfóteros, isto é, eles tem duplo comportamento; podem ganhar ou perder elétrons. Entre-
tanto, preferencialmente eles ganham elétrons.
Por isso são classificados como não metais.
Conhecendo a valência dos elementos cujos átomos vão se ligar para formar um composto iônico, podemos desco-
brir o íon fórmula.
Existe uma maneira prática, portanto, rápida, de determinar a quantidade de íons na fórmula iônica:

A existência do retículo iônico determina as principais características dos compostos:

a) Como apresentam forma definida, são sólidos nas condições ambiente (temperatura de 25°C e pressão de 1 atm).
b) Os compostos iônicos apresentam elevados ponto de fusão e ponto de ebulição.

c) Quando submetidos a impacto, quebram facilmente, produzindo faces planas; são, portanto, duros e quebradiços.
d) Conduzem corrente elétrica quando dissolvidos em água ou quanto puros no estado líquido (fundidos), devido à existência
de íons com liberdade de movimento, que podem ser atraídos pelos eletrodos, fechando o circuito elétrico.
e) Seu melhor solvente é a água.

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LIGAÇÕES COVALENTES COMUM


Esse tipo de ligação ocorre entre átomos que apresentam alta eletronegatividade, os não-metais e entre hidrogênio e não-
metais. Nesse caso não haverá transferência de elétrons de um átomo para outro, como ocorre na ligação iônica, mas um
compartilhamento de pares de elétrons. As substâncias formadas por ligações covalentes são chamadas substâncias moleculares
e o agregado atômico é chamado molécula.

Cada átomo de hidrogênio possui apenas 1 elétron desemparelhado. Ambos necessitam de mais um elétron para adquirir
a configuração eletrônica de gás nobre (última camada completa).
A partir daí podemos perceber que a ligação covalente possui características magnéticas (elétrons de spins opostos se
atraem magneticamente).
Podemos representar a ligação covalente entre os átomos e a formação de moléculas através de 3 fórmulas diferentes:
a) Fórmula eletrônica ou fórmula de Lewis
Indicam-se todos os elétrons da última camada de cada átomo, colocando lado a lado aqueles que estão sendo
compartilhados.

b) Fórmula estrutural
Evidencia a estrutura da ligação, ou seja, cada par de elétrons compartilhado é representado por um traço.
H⎯H
c) Fórmula molecular
Mostra apenas o tipo e a quantidade de átomos que formam 1 molécula.
H2
A molécula de hidrogênio é formada pela superposição de orbitais s dos átomos de hidrogênio. Nesse caso a
superposição dos orbitais ocorre segundo um mesmo eixo. Uma ligação formada dessa maneira é chamada ligação sigma ()
1H ⎯ 1s
1

Toda vez que ocorre a formação de uma ligação química há liberação de energia, ou seja, quando os átomos estão
ligados uns aos outros, a energia do sistema é menor do que quando ele se encontram separados. Isto porque os elétrons que
fazem a ligação são simultaneamente atraídos pelos núcleos dos átomos.
Esquematicamente:

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A análise do gráfico nos remete ao seguinte raciocínio.


I = a interação entre os átomos é nula;
II = começa a existir interação entre os átomos;
III = situação onde há o equilíbrio das forças de atração e repulsão;
IV = os átomos estão muito próximos, prevalece a força de repulsão.
A aproximação dos átomos gera forças atrativas entre elétrons e núcleos e forças repulsivas entre elétrons e entre núcleos.
Quando um equilíbrio entre as forças é atingido, forma-se o agregado atômico. Nessa situação a energia é mínima, ou seja,
atingiu-se uma situação de grande estabilidade energética. (figura ao lado do gráfico).

→ Segundo exemplo: A molécula do cloreto de hidrogênio (HC)

A molécula de cloreto de hidrogênio é formada pela superposição dos orbitais s do átomo hidrogênio, e p do átomo
cloro. A ligação também é .

As moléculas de gás cloro são formadas pela superposição de orbitais p dos átomos de cloro. Essa superposição
ocorre através de um mesmo eixo e a ligação, da mesma maneira que as anteriores, é .

17Cl ⎯ 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

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→ Quarto exemplo: A molécula do gás oxigênio (O2).


Consideremos a formação da molécula da substância simples oxigênio (O2):

Cada átomo de oxigênio tem apenas seis elétrons na camada de valência. Os dois átomos se unem compartilhando dois pares
eletrônicos, de modo que cada átomo “exerça domínio” sobre oito elétrons. Forma-se assim uma ligação dupla entre os
átomos, que é indicada por dois traços na representação O = O,
Na formação das moléculas de gás oxigênio são envolvidos orbitais p. No entanto a superposição ocorre de maneira
diferente: dois orbitais se sobrepõem através de um eixo formando uma ligação  e outros dois através de um plano formando
um tipo de ligação chamada ligação pi (). Na formação da ligação  os orbitais se interpenetram menos intensamente, o que
faz com que essa ligação seja mais fraca do que a ligação .

8O 1s2 2s2 2p4

Cada átomo de nitrogênio tem apenas cinco elétrons na camada periférica. Eles se unem compartilhando três pares
eletrônicos. Forma-se assim uma ligação tripla entre os átomos, que é indicada pelos três traços na representação N  N.
Desse modo, cada átomo está com o octeto completo, pois além de seus cinco elétrons, compartilha três elétrons com o átomo
vizinho.
Na formação das ligações da molécula de gás nitrogênio também estão envolvidos orbitais p. Nesse caso ocorre a formação
de uma ligação  e duas ligações .

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 LIGAÇÃO COVALENTE DATIVA OU COORDENADA

• Existe um outro tipo de ligação covalente entre átomos de elementos de alta eletronegatividade (iguais ou diferentes). Esse
tipo de ligação recebe o nome de ligação covalente dativa.
Ligação covalente dativa ou coordenada é aquela que ocorre quando o par eletrônico compartilhado
é formado por elétrons de apenas um dos átomos participantes.
Tomemos as seguintes fórmulas moleculares:
a) NO2C b) SOC2 c) SO2C2 d) POC3
Para montarmos a fórmula estrutural dessas moléculas, devemos primeiro escolher o átomo central, aquele que fica no centro
da molécula, do qual partem as ligações coordenadas.
O átomo central deve ser:

• o que faz o maior número de ligações covalentes comuns;


• o menos eletronegativo;
• o que, ao ocupar o centro, torne a molécula simétrica, pois a simetria, apesar de não ser obrigatória, sempre garante maior
estabilidade à molécula.
No caso a, NO2C, o nitrogênio é o átomo central.
Devemos então completar todas as suas ligações covalentes comuns. A ligação coordenada irá para o átomo mais
eletronegativo. Assim, teremos:

Nesse exemplo, o NH3 inicial tinha um par eletrônico livre, e o íon hidrogênio (H+), por sua vez, estava sem elétrons
(normalmente o H+ é “arrancado” de outra molécula, deixando lá seu único elétron). A solução foi o H + compartilhar do par
eletrônico livre, que inicialmente era de propriedade exclusiva do nitrogênio. Estabeleceu-se assim uma covalência dativa.
Note também que no NH+4 final existem, pois, três covalências normais e uma covalência dativa

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HIBRIDAÇÃO DE ORBITAIS
A hibridização é o processo pelo qual dois ou mais orbitais atômicos, de um mesmo átomo, se associam para produzir
um novo conjunto de orbitais, chamados orbitais híbridos, que apresentam disposição espacial diferente dos orbitais atômicos
originais.
O número de orbitais híbridos obtidos é igual ao número de orbitais atômicos que participam do processo de hibridização. Da
mesma forma que os orbitais atômicos puros, os orbitais híbridos podem abrigar no máximo dois elétrons.

1º Tipo: Hibridação sp

Geometria da molécula de berílio, BeH2; no 2º nível de energia do átomo de berílio existe um orbital s preenchido e três
orbitais p vazios.

2º Tipo: Hibridação sp2


Geometria da molécula de hidreto de boro, BH3: o átomo de boro apresenta, no 2º nível de energia, o orbital s preenchido,
um orbital p semipreenchido e dois orbitais p vazios

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3º Tipo: Hibridação sp3

Geometria da molécula de metano, CH4: o átomo de carbono apresenta, no 2º nível de energia, o orbital s preenchido, dois
orbitais p semipreenchidos e 1 orbital p vazio.

4º Tipo: Hibridação sp3d

Consideremos elementos da coluna 5A como, por exemplo, o fósforo de número atômico 15. Ele forma compostos como o
PCl5. Vamos explicar suas ligações, apresentando apenas o átomo de fósforo já hibridizado e a molécula final, para simplificar
o esquema.

Lembramos que a hibridação sp3d explica a “expansão” da camada de valência para dez elétrons, em desobediência à Regra do
Octeto. Essa expansão só pode ocorrer com átomos grandes (do terceiro período da Tabela Periódica para baixo)

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5º Tipo: Hibridação do tipo sp3d2

Consideremos elementos da coluna 6A – por exemplo, o enxofre de número atômico 16. Ele forma compostos como o SF 6.
Vejamos suas ligações.

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GEOMETRIA MOLECULAR, POLARIZAÇÃO, FORÇAS INTERMOLECULARES E LIGAÇÕES


METÁLICAS

GEOMETRIA MOLECULAR

Através das regras determinadas por Gillespie, é possível encontrar facilmente a geometria de uma série de
moléculas, tendo como base apenas o número de átomos que as compõem e a estrutura do átomo central.
A tabela a seguir simplifica essas regras. Preste bastante atenção durante a aula e aproveite

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POLARIZAÇÃO DAS LIGAÇÕES E DAS MOLÉCULAS

POLARIDADE DAS LIGAÇÕES


Entre dois átomos, A e B, que estabelecem ligação covalente, o par eletrônico pertencerá simultaneamente aos dois átomos
ligantes; porém, dependendo da eletronegatividade, um átomo poderá atraí-lo com maior intensidade que outro.
Polaridade da ligação é o resultado da diferença entre as eletronegatividades dos átomos
que estão ligados.

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SOLUBILIDADE

Dizemos que duas espécies químicas são solúveis entre si, ou se dissolvem uma na outra, se elas são capazes de
se misturar (sem se transformar quimicamente), de tal maneira que, uma vez misturadas, não podemos distingui-las como
partes, mesmo usando um ultramicroscópio.
Como regra geral da solubilidade, podemos dizer que:

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• Dissulfeto de carbono, CS2, apolar, dissolve enxofre, S8, apolar.


• Água, polar, não dissolve enxofre, S8, apolar.

FORÇAS INTERMOLECULARES

As forças intermoleculares são genericamente denominadas forças de Van der Waals em homenagem ao físico
holandês Johannes Van der Waals que, em 1873, propôs a existência dessas forças. As atrações existem tanto em substâncias
formadas por moléculas polares como por moléculas apolares, mas nessas últimas a explicação foi dada por Fritz London
apenas em 1930.

TIPOS DE FORÇAS INTERMOLECULARES

Forças dipolo induzido-dipolo induzido


Essas forças ocorrem em todos os tipos de moléculas, mas são as únicas que acontecem entre as moléculas
apolares.
Considerando uma molécula apolar isolada (estado gasoso), percebe-se que ela não apresenta pólos, mas, em uma
substância formada por esse tipo de moléculas no estado sólido ou líquido, devido à sua maior proximidade, ocorrerá uma
deformação momentânea nas nuvens eletrônicas das moléculas, originando pólos – e + . Essa deformação é conhecida
por dispersão de London.

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Enquanto a maioria das substâncias são mais densas no estado sólido que no líquido, com a água ocorre o contrário.
Isso porque se ao solidificar-se a água expande-se, aumentando de volume em variar sua massa.

Consideremos o gráfico a seguir. Nesse gráfico, a curva da coluna 6A mostre que, ao nível do mar, a água (H 2O) é
um líquido que ferve a 100 °C, enquanto os compostos análogos H 2S, H2Se e H2Te são gases que fervem abaixo de 0°C — a
saber H2S (–60,3°C), H2Se (–41,3°C) e H2Te (–2,2 °C). É interessante ainda notar que, nos três últimos compostos, os pontos
de ebulição sobem gradativamente, o que é uma decorrência do aumento gradual de suas massas moleculares. Por isso, como
já dissemos acima, a água é considerada atualmente como se fosse formada por um aglomerado de muitas moléculas: (H 2O)n.
Esse conjunto mais pesado justificaria seu alto ponto de ebulição.

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e] YX e covalente normal.

EXERCÍCIOS 4- Analise uma célula unitária do cloreto de CsC descrita


abaixo.
Qual o número de coordenação do cloro?
LIGAÇÕES QUIMICAS I a] 2
b] 4
1- (UEG) No final do século XVUI e início do XIX, graças ao c] 6
trabalho de vários cientistas, chegou-se à conclusão de que d] 8
qualquer tipo de material é formado por partículas e] 10
extremamente pequenas denominadas átomos.
Sobre um determinado elemento Y, o qual apresenta
configuração eletrônica, 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5, considere as
5- Em relação às propriedades dos compostos iônicos,
seguintes afirmativas: assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
I. Constitui um elemento representativo na classificação (01) Compostos iônicos apresentam altos pontos de fusão
periódica. porque é necessário fornecer uma grande quantidade de
II. Pertence à família dos calcogênios. energia para romper a forte atração elétrica entre os cátions e
III. Formam com um elemento X, do grupo 2, compostos os ânions que formam o cristal.
iônicos de fórmula XY2. (02) Compostos iônicos são solúveis tanto na água como no
IV. Têm tendência a receber 2 elétrons e a formar um íonY2-. óleo.
V. Tem seus elétrons distribuídos em 5 níveis de energia. (04) A condução de corrente elétrica depende da existência de
íons livres, assim os compostos iônicos na fase sólida não
Marque a alternativa CORRETA: conduzem corrente elétrica porque os íons que formam a
a] As afirmativas I e III são verdadeiras. substância estão presos num retículo cristalino.
b] As afirmativas I, III e V são verdadeiras. (08) Compostos iônicos conduzem corrente elétrica em solução
c] As afirmativas I, III e IV são verdadeiras. aquosa porque a água permite o fluxo de elétrons em seu
d] As afirmativas I, IV e V são verdadeiras. interior.
e] Apenas a afirmativa I é verdadeira. (16) Cristais iônicos são duros porque não são facilmente
riscados por outros materiais.
2- A figura esquematiza o retículo cristalino de iodeto de lítio
(32) Cristais iônicos possuem elevada dureza porque são muito
(Li). Estudos cristalográficos mostraram que a vale 0,600 nm (1
nm = 10-9m). Com base nessa informação, faça uma estimativa resistentes a impactos e choques mecânicos.
do raio iônico do íon iodeto.
6- Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) em relação às
substâncias covalentes.
(01) As substâncias covalentes são formadas pelo
compartilhamento de elétrons entre metais e ametais.
(02) O compartilhamento de elétrons de valência entre
hidrogênio e/ou ametais dá origem a moléculas ou
macromoléculas.
(04) A ligação covalente entre os átomos A e B ocorre quando
as forças de atração existentes entre o núcleo de A e o elétron
de B (e vice-versa) são compensadas pelas forças de repulsão
3- (Mack-SP) Os números quânticos do elétron mais entre os núcleos de A e B e entre os elétrons de A e B,
energético do átomo X no estado fundamental são: n = 3, momento em que o sistema AB adquire energia potencial
 = l, m = –1 e s = +1/2. mínima.
Indique o tipo de ligação e a fórmula do composto formado (08) Over-lap é a formação de um orbital molecular, isto é, de
entre o elemento X e o elemento Y localizado no 4º período e uma região onde a probabilidade de encontrar o par de elétrons
na família 1 da tabela periódica. compartilhado entre dois átomos é máxima.
Observação: considere que o primeiro elétron a entrar no orbital (16) A ligação covalente possui características magnéticas,
possui spin –1/2. pois só ocorre se os dois elétrons compartilhados entre os
a] Y2X5 e dativa.
átomos tiverem spins opostos (+1/2 e -1/2) — elétrons que
b] YX e iônica.
possuem spins opostos se atraem magneticamente.
c] YX2 e covalente normal.
d] Y2X e iônica.

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(32) Uma substância é considerada covalente quando a maioria aparece na forma de fluoreto de sódio, a ligação química exis-
das ligações estabelecidas entre os átomos que a constituem tente entre o sódio e o flúor é denominada:
é do tipo covalente. a] iônica
a] 29 b] metálica
b] 30 c] dipolo-dipolo
c] 31 d] covalente apolar
d] 62
e] 63 2- (PUC-Campinas-SP) Os átomos de certo elemento metá-
lico possuem, cada um, 3 prótons, 4 nêutrons e 3 elétrons. A
7- (UFMG) O gráfico energia de ionização desse elemento está entre as mais baixas
representa a variação de dos elementos da Tabela Periódica.
energia potencial em função Ao interagir com halogênio, esses átomos tem alterado o seu
da distância internuclear, número de:
quando átomos de a] prótons, transformando-se em cátions.
hidrogênio se aproximam b] elétrons, transformando-se em ânions.
para formar a molécula de c] nêutrons, mantendo-se eletricamente neutros.
H 2: d] prótons, transformando-se em ânions.
Sobre esse gráfico, todas as afirmativas estão corretas, exceto: e] elétrons, transformando-se em cátions.
a] A distância r2 corresponde ao comprimento de ligação.
b] A energia de ligação é – E2. 3- (UFV-MG) Os compostos formados pêlos pares
c] A estabilidade molecular é máxima na distância r3. Mg e Cl; Ca e O; Li e O; K e Br
d] Os átomos estão isolados na distância r1. possuem fórmulas cujas proporções entre os cátions e os
e] Os átomos estão ligados na distância r2. ânions são, respectivamente:
Números atômicos Li (Z = 3); O (Z = 8); Mg (Z = 12);
8- (Ufes) A molécula do ácido nitroso (HNO2) apresenta: Cl (Z = 17); K (Z = 19); Ca (Z = 20); Br (Z = 35)
a] 2 orbitais moleculares  e um . a] 1:1 2:2 1:1 1:2
b] 3 orbitais moleculares  e um . b] 1:2 1:2 1:1 1:1
c] 4 orbitais moleculares . c] 1:1 1:2 2:1 2:1
d] uma ligação iônica e 3 covalentes. d] 1: 2 1:1 2:1 1:1
e] somente ligações do tipo s-p covalentes. e] 2:2 1:1 2:1 1:1

9- As ligações O ⎯ H da água são sigma do tipo: 4- (FEI-SP) Um elemento metálico forma um óxido de fórmula
a] s-sp2 MO2. A fórmula de seu cloreto será, provavlemente:
b] p-sp2 a] MCl
c] s-sp3 b] MCl2
d] p-sp3 c] MCl3
e] sp3-sp3 d] MCl4
e] MCl5
10- O fósforo, no PCl5, e o enxofre, no SF6, têm hibridação, res-
pectivamente: 5- (Esal-MG) Os íons Ca+2, Mg+2 e K+1 estão intimamente rela-
a] sp3d3 e sp3d2. cionados com as características químicas do solo agrícola,
b] sp3d2 e sp3d3. sendo importantes para a nutrição das plantas. (Números atô-
c] sp3d2 e sp3d. micos: Ca = 20, Mg = 12, K = 19.)
d] sp3d e sp3d2. Das afirmativas abaixo, a correta é:
e] sp2d2 e sp2d2. a] Ca+2 e K+1 são isoeletrônicos.
b] Ca+2 e Mg+2 são isoeletrônicos.
ATIVIDADES PROPOSTAS c] g+2 e K+1 são isoeletrônicos.
d] Ca+2, Mg+2 e K+1 são isoeletrônicos.
1- (Uerj) Apesar da posição contrária de alguns ortodontistas, e] Ca+2, Mg+2 e K+1 apresentam o mesmo raio.
está sendo lançada no mercado internacional a "chupeta anti-
cárie". Ela contém flúor, um já consagrado agente anticáries, o 6- (ITA-SP) Qual das opções abaixo apresenta a comparação
xylitol, um açúcar que não provoca cárie e estimula a sucção ERRADA relativa aos raios de átomos e de íons?
pelo bebê. Considerando que o flúor utilizado para esse fim a] raio do Na+ < raio do Na.
b] raio do Na+ < raio do F".

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c] raio do Mg2+ < raio do O2-. a] I e II


d] raio do F- < raio do O2-. b] I e III
e] raio do F- < raio do Mg2+. c] I e IV
d] II e III
7- (Uerj) As esferas da figura seguinte representam os íons e] III e IV
formadores de um cristal de cloreto de sódio.
10- Chamando de X os elementos químicos do 2º grupo da
classificação periódica, a fórmula representativa de seus hidre-
tos devera ser:
a] XH
b] XH6
c] XH2
d] XH4
e] X2H
Considere que o íon com maior número de camadas eletrôni-
cas é representado pela esfera de maior raio e que a distância 11- O cloreto de sódio, principal constituinte do sal de cozinha,
entre os núcleos dos íons X e Y vale 10- 3 unidades de com- é um composto tipicamente iônico no qual percebe-se algumas
propriedades peculiares a este tipo de substâncias. Sobre o sal
primento.
de cozinha, o cloreto de sódio e os compostos iônicos julgue as
O símbolo do elemento formador do íon de menor tamanho e a
opções a seguir assinalando a incorreta:
menor distância, na mesma unidade de comprimento, entre o a] É difícil derreter o sal de cozinha através do aquecimento
núcleo de um cátion e o núcleo de um ânion são: em casa. Isso se explica pelo fato de os compostos iônicos
a] Cl, 3 apresentarem elevados pontos de fusão devido à forte
b] Na, 3 atração entre as unidades formadoras do reticulo cristalino.
b] Na molécula do cloreto de sódio o número de coordenação
c] Cl, 5
do íon sódio é seis. Isso significa que cada Na+ está cercado
d] Na, 5
por seis C–.
c] O sal de cozinha dissolve-se bem na água. Isso mostra que
8- (Acafe-SC) Num cristal de NaCl, a menor distância entre os os compostos iônicos são solúveis em solventes polares.
núcleos dos íons Na+ e Cl– é 2,76 Å, e a distância entre os dois d] Uma instalação normal de uma lâmpada teve desligado seu
íons cloreto que se encostam é 3,62 Å. Portanto, o raio do íon fio positivo. Este, em seguida, foi religado através de um
sódio é: cristal de cloreto de sódio, como conector, e a lâmpada não
a] 2,76 A Na + Cl − acendeu. A religação foi repetida com uma solução aquosa
b] 0,95 A de sal de cozinha no lugar do cristal e, então, a lâmpada
c] 3,62 A acendeu. Isso se explica por que os compostos iônicos são
d] 0,86 A o
bons condutores elétricos quando dissolvidos em água,
e] 6,38 A x 2 ,76 A
mas não o são em seu estado cristalino.
Cl − Cl − e] Um cristal de sal grosso é cortante, porém quebra-se
facilmente. Isso mostra que os compostos iônicos apesar
o
da elevada dureza são pouco tenazes.
y = 3 ,62 A
12- (F.C.Chagas-SP) Pode-se dizer que na molécula H ⎯ Cl
9- (PUC-RS) Responda esta questão a partir da tabela a se- as eletrosferas dos átomos H e Cl são, respectivamente, iguais
guir, que apresenta os raios atômicos e iônicos de alguns ele- às eletrosferas dos átomos dos gases nobres:
mentos genéricos. a] Ne e He
b] Ne e Ar
Elementos gené- c] Ar e He
ricos d] He e Ne
I II III IV
e] He e Ar
Raio
Atômico(Å) 1,57 0,66 1,06 2,03 13- (FEI-SP) As moléculas do monóxido de carbono (CO) e do
Iônico (Å) 0,95 1,40 1,74 1,33 dióxido de carbono (CO2) possuem diferenças nas suas estru-
turas moleculares. Assinale a alternativa correta:
a] CO tem ligações iônicas; e CO2, ligações covalentes.
O exame da tabela mostra que, nesses casos, formam ânions
os elementos genéricos:

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b] CO tem duas ligações covalentes simples; e CO2 tem duas |


ligações covalentes simples e duas dativas. H
c] Ambas possuem duas ligações covalentes dativas.
d] CO possui duas ligações covalentes simples e uma dativa; é maior que 104°5’ (ângulo na molécula de H2O)? Justifique.
e CO2 possui quatro ligações covalentes simples. Dado: S (Z = 16) e H(Z = 1).
e] CO é linear; e CO2 é triangular.

14- (Ulbra-RS) No composto de fórmula Al(ClO2)3 ocorrem:


a] apenas ligações iônicas.
19- (IME-RJ) Complete o quadro abaixo, conforme o exemplo:
b] 3 ligações iônicas e 6 ligações covalente.
c] 3 ligações metálicas, 3 iônicas e 3 covalentes. Númer
Número de
d] somente ligações covalentes. o de
pares de Forma
e] 3 ligações iônicas e 3 covalentes. Fórmul orbitai Hibridaçã
elétrons não- geométric
a s o
compartilhad a
15- (Cesgranrio) Um átomo possui a seguinte distribuição ele- híbrido
os
trônica: [Ar] 3d10 4s2 4p5. Esse átomo, ao se ligar a outros áto- s
mos não-metálicos, é capaz de realizar: BeF2 2 0 Linear sp
a] somente uma covalência normal. BF3
b] somente duas covalências normais. NH3
c] uma covalência normal e no máximo uma
PCl5
d] duas covalências normais e no máximo duas dativas.dativa.
e] uma covalência normal e no máximo três dativas. SF6

16- (UFRGS) Sabendo que o BH3 apresenta a geometria repre-


sentada ao lado, é possível prever que, nesta molécula, ocor-
rem 3 ligações  do tipo: 20- A regra do octeto de elétrons, estabelecida no início do
século XX, afirma que os elementos reagem entre si através do
compartilhamento ou transferência de elétrons para adquirir
estruturas semelhantes às dos gases nobres.
Considere os seguintes elementos:
I) N, O, C II) S, P III) H, F
Assinale a opção com a afirmativa correta:
a] A regra do octeto é obedecida por todos os elementos da
a] s-s tabela periódica, conseqüentemente, pelas espécies
b] s-p apresentadas em I, II e III.
b] Dos elementos relacionados, apenas os apresentados em I
c] s-sp
seguem a teoria do octeto.
d] s-sp2 c] Os elementos cujos compostos não seguem à regra do
e] s-sp3 octeto de elétrons localizam-se nos blocos d e f da tabela
periódica, e como os elementos apresentados em I, II e III
17- (UFES) A molécula da água tem geometria molecular são representativos (blocos s e p) seguem sempre essa
angular, e o ângulo formado é de  104°, e não 109° com teoria em seus compostos.
previsto. Essa diferença se deve: d] Existem vários compostos que são exceção à regra do
a] aos dois pares de elétrons não-ligantes no átomo de octeto, sendo os elementos apresentados no item II
oxigênio. formadores de exemplos dessa classe de compostos.
b] à repulsão entre os átomos de hidrogênio, muito próximos. e] Dos elementos relacionados, apenas os apresentados em
c] à atração entre os átomos de hidrogênio, muito próximos. III atingem o octeto de elétrons em seus compostos.
d] ao tamanho do átomo de oxigênio.
e] ao tamanho do átomo de hidrogênio. 21- As ligações N ⎯ H da amônia são sigma do tipo:
a] s-sp2
b] s-sp3
18- Desenhe os orbitais moleculares que se formam na molé- c] p-sp2
culas de H2S. O ângulo  entre as ligações d] s-sp
e] p-p
S⎯H

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22- O ângulo formado pelas ligações covalentes nas moléculas d] IV, III, V, I, II
de BCl3 e PCl3 é de aproximadamente: e] IV, V, III, II, I
a] 90° em ambos os casos.
b] 120° em ambos os casos. 2- (UFES) A molécula do OF2 é polar e a molécula do BeF2 é
c] 120° no BCl3 e 107° no PCl3 não-polar. Isto se deve à (ao):
d] 120° no PCl3 e 90° no BCl3 a] diferença de eletronegatividade entre os átomos nas res-
e] 120° no BCl3 e 90° no PCl3 pectivas moléculas.
b] geometria molecular.
GABARITO c] tamanho dos átomos ligados ao flúor.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 d] grande reatividade do oxigênio em relação ao flúor.
A E D D* A E D B D C e] fato de o oxigênio e o flúor serem gases.
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B E D B E D A * * D
21 22
B C 3- (Mack-SP) Analise as seguintes informações:
*4) Da fórmula do óxido deduz-se que o cátion do metal M é tetrava- I) A molécula CO2 é apolar, sendo formada por ligações co-
lente, M4+.
valentes polares.
MO2  (M4+)1 (O2-)2
Assim, na ligação com cloro, temos: (M4+)1 (Cl-)4  MCl4 II) A molécula H2O é polar, sendo formada por ligações cova-
Alternativa “d”. lentes apolares.
*18) III) A molécula NH3 é polar, sendo formada por ligações iôni-
cas.

Conclui-se que:
Números atômicos: H = 1; C = 6; N = 7; O = 8
a] somente I é correta.
b] somente II é correta.
c] somente III é correta.
d] somente II e III são corretas.
e] somente I e III são corretas.
O ângulo é menor que 104°5’, pois o enxofre possui um raio maior e
permite, por isso, uma distância maior entre os hidrogênios, que não 4- (Vunesp) A água, a amônia e o metano têm massas
sofrerão tanta repulsão um pelo outro. moleculares próximas. Apesar disso, a água possui ponto de
ebulição muito mais elevado que os da amônia e do metano.
*19) Essas observações experimentais podem ser explicadas
porque:
BF3 3 0 Trigonal sp2 a] a água tem ligações iônicas, enquanto o metano e a amônia
NH3 4 1 Pirâmide trigonal sp3 são formados por ligações covalentes.
PCl5 5 0 Bipirâmide trigonal sp3d
b] os tipos de ligações não interferem no ponto de ebulição.
SF6 6 0 octaédrica sp3d
c] todos os três compostos apresentados têm ligações
covalentes, porém a amônia e o metano são polares.
QUESTÕES LIGAÇÕES QUIMICAS II d] as moléculas de água têm as ligações covalentes oxigênio-
hidrogênio facilmente rompíveis.
e] a água possui moléculas polares que formam ligações de
1- (Uespi) Associe a coluna da esquerda com a coluna da di-
pontes de hidrogênio, aumentando a força de coesão entre
reita, relacionando a espécie química com a sua respectiva ge-
suas moléculas.
ometria, e marque a seqüência correta, de cima para baixo:
I. SO3 * Tetraédrica
5- A respeito das substâncias CC4(); I2(s); NH3(); CsF(s)
II. PCl5 * Linear
e CO2(g),
III. H2O * Angular qual das opções abaixo contém a afirmação falsa?
+
IV. NH4 * Trigonal planar a] Já que a ligação C-C é polar, segue-se necessariamente
V. CO2 * Bipirâmide trigonal que a molécula CC4 é polar.
b] A coesão entre as moléculas no iodo cristalino pode ser ex-
a] II, V, III, I, IV plicada por interações do tipo dipolo induzido-dipolo indu-
b] IV, V, III, I, II zido.
c] II, III, V, I, IV

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c] No amoníaco liquefeito ocorrem tanto ligações covalentes a] H⎯H


como por pontes de hidrogênio. b] H⎯F
d] Tanto no CsF sólido quanto no CsF líquido encontram-se c] H ⎯ Cl
cátions e ânions que se atraem por forças de natureza ele- d] H ⎯ Br
trostática.
e] H⎯I
e] A geometria linear simétrica da molécula CO2 pode ser ex-
plicada em termos de uma hibridação sp dos orbitais do car-
bono. 10- (Vunesp) Entre as substâncias: gás amoníaco (NH 3), me-
tano(CH4), cloreto de hidrogênio (HCl), nitrogênio (N2) e água
(H2O), indique qual apresenta molécula do tipo:
6- Quando diminui a diferença de eletronegatividade entre
a] Tetraédrica e apolar
dois átomos ligados, então,
b] Angular e polar
I) ____________ a percentagem de caráter iônico da
molécula.
II) ____________ a polaridade de uma molécula polar.
III) ____________ a percentagem de caráter covalente da QUESTÕES PROPOSTAS
molécula.
IV) ____________ o ponto de fusão da substância. 1- (Fuvest-SP) Os desenhos são representações de molécu-
V) ____________ a miscibilidade em água. las em que se procura manter proporções corretas entre raios
atômicos e distâncias internucleares.
A melhor combinação fica:
a] cresce, decresce, cresce, decresce, cresce;
b] decresce, decresce, cresce, decresce, decresce;
c] cresce, decresce, decresce, cresce, cresce;
d] decresce, cresce, decresce, cresce, decresce;
e] decresce, decresce, cresce, decresce, cresce.
Os desenhos podem representar, respectivamente, moléculas
7- (Vunesp) Duas substâncias sólidas, X s Y, apresentam as de
propriedades listadas na tabela: a] oxigênio, água e metano.
X Y d] cloreto de hidrogênio, amônia e água.
Solubilidade em H2O Solúvel Insolúvel c] monóxido de carbono, dióxido de carbono e ozônio.
d] cloreto de hidrogênio, dióxido de carbono e amônia.
Solubilidade em CCl4 Insolúvel Solúvel
e] monóxido de carbono, oxigênio e ozônio.
Ponto de fusão (°C) 880 114
Condutividade elétrica Não conduz Não conduz 2- (Esam-RN) Considere as seguintes fórmulas e ângulos de
no estado sólido ligações.
Condutividade da solu- Conduz Não conduz
ção em solvente ade-
quado

Baseando-se nessas informações, pode-se afirmar que:


a] X é substância molecular e Y é substância iônica.
b] X é substância iônica e Y é substância molecular.
c] X é substância metálica e Y é substância iônica.
d] X e Y são substâncias moleculares. As formas geométricas dessas moléculas são, respectiva-
e] X e Y são substâncias iônicas. mente.
a] angular, piramidal, tetraédrica, linear.
8- O aço é uma liga de: b] angular, piramidal, tetraédrica, angular.
a] ferro e carbono c] angular, angular, piramidal, trigonal.
b] cobre e zinco d] trigonal, trigonal, piramidal, angular.
c] cobre e estanho
d] ferro e enxofre 3- (UPRGS-RS) O modelo de repulsão dos pares de elétrons
e] ferro e alumínio da camada de valência estabelece que a configuração eletrô-
nica dos elementos que constituem uma molécula é responsá-
9- (Unifor-CE) Dentre as seguintes substâncias, qual apre- vel pela sua geometria molecular. Relacione as moléculas com
senta molécula mais polar? as respectivas geometrias:

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alternativa que apresenta a substância que possui caráter iô-


nico mais acentuado é:
(Números atómicos: H = 1; F = 9; Na = 11; K = 19 e I=
53.)
a] NaI
b] F2
c] Hl
d] Kl
e] KF
A relação numérica, de cima para baixo, da coluna da direita,
que estabelece a sequência de associações corretas é 8- (UFSM-RS) Julgue como verdadeira (V) ou falsa (F) cada
a] 5 – 3 - 1- 4 uma das seguintes afirmativas:
b] 3 – 5 – 4 – 6 • Em condições ambientes, os compostos iônicos são sólidos
c] 3 – 5 – 1 - 4 que têm pontos de fusão altos.
d] 5 – 3 – 2 - 1 • Nos compostos covalentes, a ligação ocorre por comparti-
e] 2 – 3 - 1- 6 lhamento de elétrons entre átomos.
• A condutividade elétrica dos metais se explica pela mobili-
4- (UFRN) O nitrogénio forma vários óxidos binários apresen- dade dos elétrons na sua estrutura.
tando diferentes números de oxidação: NO (gás tóxico), N 2O • As ligações iônicas ocorrem entre átomos de eletronegati-
(gás anestésico — hilariante), NO2 (gás avermelhado, irritante), vidade semelhante.
N2O3 (sólido azul) etc. Esses oxides são instáveis e se decom- A sequência correta é:
põem para formar os gases nitrogénio (N2) e oxigénio (O2). a] F – V – V - F.
O óxido binário (NO2) é um dos principais poluentes ambientais, b] F – F – F – V.
reagindo com o ozônio atmosférico (O3) — gás azul, instável — c] V – F – F - F.
responsável pela filtração da radiação ultravioleta emitida pelo d] F – V – F – V.
Sol. e] V – V – V – F.
Analisando a estrutura do óxido binário NO2, pode-se afirmar
que a geometria da molécula e a última camada eletrônica do 9- (UEPB) Analise as afirmativas abaixo:
átomo central são, respectivamente: I. O comportamento químico semelhante dos elementos de
a] angular e completa. uma dada família da tabela periódica é mais bem explicado
b] linear e incompleta. pelo fato de que os átomos desses elementos possuem a
c] angular e incompleta. mesma estrutura nuclear.
d] linear e completa. II. O elemento químico cujo número atómico é igual a 11 per-
tence à família 1A e ao 3º período da tabela periódica.
5- (UFMG) A geometria das moléculas BF3 e SF6 é respecti- III. Eletronegatividade é a energia necessária para retirar um
vamente:
elétron de um átomo no estado gasoso, formando um íon ga-
a] ambas planas.
b] piramidal e tetraédrica. soso.
c] trigonal e octaédrica. Considerando as afirmativas I, II e III, marque a alternativa cor-
d] plana angular e linear. reta.
e] n.d.a. a] Apenas I está correta.
b] Apenas I e II estão corretas.
6- (UFPE) As ligações químicas nas substâncias K(s), HCl (g), c] Apenas II e III estão corretas.
KCl (s) e Cl2 (g) são, respectivamente: d] Apenas II está correta.
a] metálica, covalente polar, iôrúca, covalente apolar. e] Apenas III está correta.
b] iônica, covalente polar, metálica, covalente apolar.
c] covalente apolar, covalente polar, metálica, covalente apo- (UFRJ) Com base nas informações a seguir, responda às ques-
lar. tões 10 e 11.
d] metálica, covalente apolar, iônica, covalente polar. Um professor decidiu decorar seu labo-
e] covalente apolar, covalente polar, iônica, metálica. ratório com um "relógio de Química" no
qual, no lugar das horas, estivessem al-
7- (Uema) Se o caráter iônico da ligação entre dois ou mais guns elementos, dispostos de acordo
átomos de elementos químicos diferentes é tanto maior quanto com seus respectivos números atômi-
maior for a diferença de eletronegatividade entre eles, a cos, como mostra a figura.

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QUÍMICA • Aléssio Robson

10- Indique a hora que o relógio do professor marca quando:


a] o ponteiro dos minutos aponta para o elemento de menor
número atômico e o ponteiro das horas aponta para o ele-
mento mais eletronegativo.
b] o ponteiro dos minutos aponta para o metal alcalino terroso
de menor raio atómico e o ponteiro das horas aponta para
o gás nobre do segundo período.

11- Indique a fórmula mínima e o tipo de ligação do composto


eletricamente neutro que é formado quando o relógio do pro-
fessor marca:
a] nove horas;
b] sete horas e cinco minutos.

12- (UFRN) Gilson, estudando Química Geral, aprendeu que a


posição de cada elemento na tabela periódica pode ser repre-
sentada como um ponto (x, y) num gráfico de coordenadas (x
= grupo, y = período). Na prova de Química, o professor solici-
tou que se correlacionassem as coordenadas dos pares de ele-
mentos, tabeladas a seguir, com o provável tipo de ligação re-
sultante de suas combinações.
1°par 2º par 3º par 4ª par
(11,4) e (14,5) (15, 2) e (15,2) (2,4) e (17,3) (14,2) e (16,
2)
Na respectiva ordem dos pares de coordenadas acima, Gilson
identificou corretamente que as ligações são do tipo:
a] metálica, covalente apoiar, iônica, covalente polar.
b] iônica, covalente apolar, metálica, covalente polar.
c] metálica, covalente polar, iônica, covalente apolar.
d] covalente polar, iônica, covalente apolar, metálica.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

D A C C C A E E D * * A

*10) a) 9h 05 min b) 10h 20 min

*11) a) MgF2 – ligação iônica; b) NH3 – ligação covalente.

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HISTÓRIA
Paulo Gereba

alguns, como o acadêmico francês Jacques Le Goff, defendem


TEMPOS MODERNOS mesmo que a Idade Média teria durado até meados do século
Transição Feudo-Capitalista XVIII, uma vez que os onze séculos anteriores teriam entre si
muito mais semelhanças do que novidades, em especial nas
dos Séculos XV-XVIII
áreas social e econômica. Tal ideia é conhecida como “longa
Idade Média”, que teria se encerrado apenas na Revolução In-
dustrial – que, de fato, teria marcado uma alteração substancial
Tradicionalmente, o período histórico conhecido como na vida da maior parte da população, não se constituindo em
Idade ou História Moderna é delimitado como tendo ocorrido apenas uma demarcação cronológica. Outra polêmica no que
após a queda da cidade de Constantinopla os turcos otomanos, se refere à História Moderna se refere justamente a isso: algu-
em maio de 1453, e antes da tomada da prisão de Bastilha por mas correntes historiográficas inglesas sequer trabalham com
populares no início da Revolução Francesa, em julho de 1789. o conceito de Idade Moderna, preferindo o de Tempos Moder-
Entre outros acontecimentos célebres deste período, desta- nos e dividindo as sociedades do período em pré-industriais e
cam-se especialmente o fim da série de confrontos entre industriais. Já a influente corrente histórica marxista, por sua
França e Inglaterra chamada de Guerra dos Cem Anos, em vez, compreende que o que a cronologia tradicional vê como a
1453; a chegada do navegador genovês Cristovão Colombo à Era Contemporânea é, em realidade, a Era Moderna, tendo a
América, em 1492; a descoberta oficial do Brasil pelo fidalgo Idade Média terminado apenas com a derrubada dos últimos
português Pedro Álvares Cabral, em 1500; a publicação das 95 soberanos absolutistas no século XVIII.
Teses pelo monge alemão Martinho Lutero e o início da Re- Em meio a tantas controvérsias, a visão mais consensual
forma Protestante, em 1517; o rompimento da Inglaterra com a da Idade Moderna está mesmo em analisá-la como uma época
Igreja Católica Romana e a fundação da Igreja Anglicana pelo de transição entre sociedade feudal e a capitalista, cronologi-
Rei Henrique VIII na sequência da tentativa de seu divórcio com camente situada entre o início da degradação das estruturas
sua rainha de origem espanhola, Catarina de Aragão, em 1534; socioeconômicas típicas da Idade Média - ocorrida no século
as Guerras da Religião francesas entre católicos e huguenotes, XV - e o fim efetivo da Revolução Francesa com a derrota final
entre 1562 e 1598; a Revolução Inglesa, que derrubou e exe- napoleônica - evento que data de 1815. Este período em geral
cutou o monarca Carlos I, em 1642; a Revolução Gloriosa, que seria marcado principalmente por conflitos e reformas de cunho
depôs Jaime II e acabou com o absolutismo monárquico em religioso, pela formação de diversos impérios coloniais pelas
terras britânicas, em 1688; e a Revolução Americana, em 1776, nações europeias e por um forte desenvolvimento artístico-ci-
que instaurou a independência das 13 Colônias americanas. entífico. Em geral, o crescimento da burocracia, a atuação de
Vendo tantos eventos marcantes do período, ocorridos es- mercenários militares e o desenvolvimento da diplomacia du-
pecialmente durante o século XVI, podemos compreender o rante a época do Renascimento cultural e comercial, entre os
motivo pelo qual há muito é debatido na historiografia o motivo séculos XIV e XVI, anteciparam uma tendência que se consoli-
pelo qual é a queda de Constantinopla o marco que separa de daria durante o Absolutismo do século XVII, o que por sua vez
maneira tradicional o período da Idade Média do da Era Mo- possibilitaria a fortificação das monarquias nacionais euro-
derna, e não nenhum outro acontecimento ocorrido antes ou peias, num processo iniciado ainda durante o período medieval.
depois. Neste sentido, alguns estudiosos, como o historiador Inaugurada por estes acontecimentos, a ascensão da burgue-
francês Emmanuel Le Roy Ladurie, questionaram o próprio ato sia acabaria por possibilitar o movimento iluminista no século
de periodização da história, visto como meramente subjetivo; XVIII e a Revolução Francesa que ocorreria em seu rastro, já

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HISTÓRIA • Paulo Gereba

no final do século. Assim, seria inaugurada uma nova estrutura ✓ Social: Sociedade dividida em estamentos (clero, nobreza
política que marcaria o século XIX e possibilitaria a sociedade e povo).
em que vivemos hoje. ✓ Economia: Mercantilismo; intervenção do Estado na eco-
nomia.
ANTIGO REGIME EUROPEU ✓ Cultural: Intolerância religiosa e filosófica.

Séculos XVII e XVIII  Burguesia  Passa a aspirar Ao criticar o antigo regime, a burguesia criou a sua própria
ao Poder Político  Crítica ao antigo regime ideologia: “O Estado só é poderoso se for rico. Para enriquecer,
deve haver capitalismo. Para haver capitalismo, a burguesia
Antigo Regime ou Absolutismo Monárquico: deve estar no Poder”. Surge então o Iluminismo.
✓ Política: Poder absoluto dos reis.

RENASCIMENTO CULTURAL E REFORMA PROTESTANTE

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HISTÓRIA • Paulo Gereba

AS GRANDES NAVEGAÇÕES isto é, leste da Ásia. Grande parte dos europeus conhecia ape-
nas o Extremo oriente por meio de relatos; como o do viajante
veneziano Marco Pólo, que partiu de sua cidade em 1271,
acompanhando seu pai e seu tio em uma viagem àquela região.
A América e a Oceania eram totalmente desconhecidas
pelos europeus.

Período de transição entre Idade Média


e Idade Moderna

Mesmo as informações de que os europeus dispunham so-


bre muitas das regiões conhecidas eram imprecisas e estavam
repletas de elementos fantasiosos.
Durante os séculos XV e XVI, exploradores europeus, mas
No final da Idade Média, o mundo que os europeus conhe- principalmente portugueses e espanhóis, começaram a aven-
turar-se pelo “mar desconhecido”, isto é, pelo oceano Atlântico
ciam resumia-se ao Oriente Médio, ao norte da África e às Ín-
dias, nome genérico pelo qual designavam o Extremo Oriente, e também pelo Pacífico e Índico dando início à chamada Era
das Navegações e Descobrimentos Marítimos.

As primeiras rotas das grandes navegações desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para po-
derem também lucrar com este interessante comércio. Outro
No século XV, os países europeus que quisessem comprar fator importante, que estimulou as navegações nesta época,
especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros tem- era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras.
peros), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais
Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo
acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os bur- a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento,
gueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especia- pois, significaria novos fiéis. Os reis também estavam interes-
rias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mer- sados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimen-
cadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado tos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam tam-
pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era bém aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos.
uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas

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HISTÓRIA • Paulo Gereba

da época. c] Absolutismo monárquico


Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e d] República monarquista
XVI devido a uma série de condições encontradas neste país e] Monarquia populista religiosa
ibérico. A grande experiência em navegações, principalmente
da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, 3. TEXTO I
principal meio de transporte marítimo e comercial do período, A centralização econômica, o protecionismo e a expansão
eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras na- ultramarina engrandeceram o Estado, embora beneficias sem
ções. Portugal contou com uma quantidade significativa de in- a burguesia incipiente.
vestimentos de capital vindos da burguesia e também da no- ANDERSON, P. In: DEYON, P. O mercantilismo.
breza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Lisboa: Gradiva, 1989 (adaptado).
Neste país também houve a preocupação com os estudos náu-
ticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo um cen- TEXTO II
tro de estudos: A Escola de Sagres. As interferências da legislação e das práticas exclusivistas
restringem a operação benéfica da lei natural na esfera das re-
lações econômicas.
SMITH, A. A riqueza das Nações.

EXERCÍCIOS
São Paulo: Abril Cultural, 1983 (adaptado).

Entre os séculos XVI e XIX, diferentes concepções sobre as


relações entre Estado e economia foram formuladas. Tais con-
cepções, associadas a cada um dos textos, confrontam-se, res-
1. No decorrer do século XIV, a sociedade medieval estava pectivamente, na oposição entre as práticas de
a] valorização do pacto colonial — combate à livre-iniciativa.
em crise e a Europa atravessava um período de grandes trans-
formações culturais, econômicas e políticas. Nesse contexto, b] defesa dos monopólios régios — apoio à livre concorrência.
c] formação do sistema metropolitano — crítica à livre nave-
teve origem nas cidades italianas um movimento que ficou co-
nhecido como Renascimento. Dele participavam artistas e pen- gação.
d] abandono da acumulação metalista — estímulo ao livre-
sadores que, buscando inspiração nos valores da Antiguidade
Clássica, passavam a exaltar as capacidades humanas e a va- comércio.
e] eliminação das tarifas alfandegárias — incentivo ao livre-
lorizar a liberdade individual.
cambismo.
São valores do movimento cultural renascentista
a] antropocentrismo, naturalismo, hedonismo e racionalismo.
b] apenas o antropocentrismo e racionalismo. 4. Leia o texto a seguir:
c] somente o racionalismo. Por ter tido educação protestante, nunca achei que 31 de
d] desejos pelo pós-modernismo e pelo teocentrismo. outubro é o dia das bruxas. Sempre foi o dia em que Lutero, em
e] teocentrismo, hedonismo e racionalismo. 1517, começou uma revolução.
LEITÃO, Míriam. Disponível em: <blogs.oglobo.com/miriam-leitao/post/os-
500-anos-da-reforma-protestante-que-abalou-o-mundo.html>.
2. Leia o texto a seguir: Acesso em: 18 ago. 2017.
“Todo poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem No ano de 2017, completam-se 500 anos da eclosão da Re-
como ministros de Deus e seus representantes na terra. Con- forma Protestante. Do ponto de vista histórico, a Reforma pode
sequentemente, o trono real não é o trono de um homem, mas ser considerada uma revolução
o trono do próprio Deus. a] estética, pois foi a matriz ideológica da concepção barroca
Resulta de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada, e que de mundo que se manifestou nos países ibéricos.
atacá-lo de qualquer maneira é sacrilégio. (...) b] política, pois permitiu a centralização monárquica absolu-
O poder real é absoluto. O príncipe não precisa dar contas tista, ao legitimar a tese do direito divino dos reis europeus.
de seus atos a ninguém. ” c] econômica, pois, com os puritanos, difundiu-se uma nova
(Jaques-Bénigne Bossuet, 1627-1704) mentalidade econômica que gerou o capitalismo.
d] social, pois legitimou as aspirações revolucionárias dos
Assinale a alternativa que apresenta a forma de governo à qual camponeses europeus na luta contra a aristocracia.
o trecho se refere. e] intelectual, pois foi difusora do pensamento científico ilumi-
a] Democracia representativa nista por meio de intelectuais protestantes, como é o caso
b] Monarquia constitucional de Voltaire.

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5. Todo homem de bom juízo, depois que tiver realizado sua Mundo era extremamente grande enquanto visto pela ótica das
viagem, reconhecerá que é um milagre manifesto ter podido dificuldades nas comunicações e a pequena (ou quase inexis-
escapar de todos os perigos que se apresentam em sua pere- tente) mobilidade de seus habitantes entre suas regiões. Ou
grinação; tanto mais que há tantos outros acidentes que diaria- seja, a maior parte das notícias chegavam às pessoas através
mente podem aí ocorrer que seria coisa pavorosa àqueles que dos viajantes e nômades e muito posteriormente às suas ocor-
aí navegam querer pô-los todos diante dos olhos quando que- rências, dada a ausência de jornais e periódicos ou mesmo em
rem empreender suas viagens. virtude do comum analfabetismo. Além disso, a maioria dos in-
J. PT. “Histoire de plusieurs voyages aventureux”. 1600. divíduos, a não ser por causas como o recrutamento militar,
In: DELUMEAU, J. História do medo no Ocidente: 1300-1800. nasciam, viviam e morriam em seu local de nascimento. Era um
São Paulo Cia. das Letras. 2009 (adaptado). mundo rural, com raras grandes áreas “urbanas” (como Lon-
dres e Paris), permeado por uma economia voltada ao campo.
Esse relato, associado ao imaginário das viagens marítimas da O trabalhador rural não possuía um conceito muito diferenciado
época moderna, expressa um sentimento de do escravo: dedicava-se ao trabalho forçado nas terras de seu
a] gosto pela aventura. senhor, submetia-se a exploração e, em alguns casos, poderia
b] fascínio pelo fantástico. até mesmo ser vendido. Em vista deste quadro feudal, gradati-
c] temor do desconhecido. vamente desponta uma sociedade rural diferenciada em algu-
d] interesse pela natureza. mas partes da Europa. A Inglaterra é o grande exemplo desta
e] purgação dos pecados. diferença, com um número considerável de seus agricultores
voltados aos empreendimentos comerciais médios, dotados de
mão-de-obra contratada.
A “ERA DAS REVOLUÇÕES” Outro fator relevante para a implantação industrial, se-
gundo o autor, quanto a Grã-Bretanha, era o incentivo econô-
Século XVIII até 1848 mico de seu governo às atividades comerciais e manufaturei-
ras. Não devendo a este ponto se subestimar no período ao
Iluminismo, enquanto facilitador e incentivador da propagação
O ponto de partida da obra “A Era das Revoluções” de do conhecimento e ao mesmo tempo, sendo fruto do progresso
Hobsbawm é o estudo do período compreendido entre 1789 e da classes mercantis, economicamente progressistas e pré-in-
1848, marcado por diversos acontecimentos sociais, políticos e dustriais. Formam-se, assim, sociedades provincianas através
econômicos. Os principais destaques, todavia, são a a revolu- de homens que incentivavam ao progresso científico, político e
ção industrial britânica em seus estágios iniciais e desenvolvi- econômico, tendo como principais núcleos a própria Inglaterra
mento, assim como a Revolução Francesa, aos quais, o autor e a França – os centros da “dupla revolução”. Através da ideo-
nomeou com o termo a “dupla revolução”. Pontua os efeitos de logia propagada pelo Iluminismo, surgem os princípios univer-
tais acontecimentos e seus reflexos no mundo contemporâneo sais que guiariam a Revolução Francesa: Liberté, Egalité, Fra-
e não apenas no tocante à França e Inglaterra apenas. Se- ternité (liberdade, igualdade e fraternidade). Fato é, entretanto,
gundo o próprio autor, o livro encontra-se, a princípio dividido que este mesmo pensamento, apesar de inovador, repleto de
em duas partes; sendo a primeira referente ao desenvolvimento ideias humanitárias, de racionalidade e de progresso, ainda
histórico do intervalo compreendido na obra e a segunda parte que indiretamente, favoreceu à consolidação do capitalismo.
a respeito da construção da sociedade a partir de tais eventos. Ainda que muitos pensadores iluministas estivessem ao lado
Hobsbawm, propõe, a partir desta obra, uma interpretação dos dos governantes monárquicos, em muito esta ideologia colabo-
fatos e acontecimentos, em detrimento a uma análise minuci- rou para o declínio do Antigo Regime. Desta forma, com o de-
osa destes. Entretanto, sublinha a importância destes mesmos senvolvimento do capitalismo, a burguesia continuou sua as-
eventos para o panorama mundial da época, assim como, para censão econômica na como Inglaterra e França.
o contemporâneo e suas ramificações e extensões para a for- Entretanto, o fator preponderante para que existisse a Re-
mação da modernidade e pensamento sócio-político-econô- volução Industrial na Inglaterra não foi apenas a presença de
mico. pensamentos inovadores ou mesmo do avanço científico e tec-
Hobsbawn inicia sua interpretação ao apresentar o mundo nológico. Na realidade, a Inglaterra dispunha de uma estrutura
da época como “maior” e “menor”, se comparado ao atual. “Me- político-econômica anterior que já favorecia às atividades mer-
nor”, já que tanto a população, quanto a estrutura física do ho- cantis, assim como uma agricultura que igualmente beneficiava
mem do período era bem reduzida. Mesmo entre os homens da ao crescimento econômico. Todavia, a verdadeira e real explo-
ciência, o conhecimento sobre o Mundo que o cercava e a sua são da Revolução Industrial ocorreu na medida em que vislum-
população era estreito. “Maior”, já que, para seus habitantes, o brou-se uma possibilidade de alcançar dividendos na produção

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de consumo de massa (do algodão, por exemplo), através uma as da Alemanha durante o século 20. Os congressos foram um
tecnologia relativamente rudimentar e pouco onerosa. Aliado a importante instrumento diplomático na manutenção da paz no
este aspecto, tais empresários descobriram o mercado externo, período pós-napoleônico, ainda que não tenham resistido por
como real fonte de lucro, ajustando-se plenamente às estrutu- muito tempo à crise da fome de 1816-17 e à depressão econô-
ras capitalistas. Ainda que alguns percalços tenham atingido mica. Ainda que a “Questão Oriental” tenha amedrontado a Eu-
esta estrutura econômica, na visão dos capitalistas, os proble- ropa, na iminência de uma guerra entre britânicos e russos, não
mas sociais gerados a partir da transição econômica só seriam desencadeou um conflito de grandes proporções ou que pu-
relevantes se quebrassem a ordem social. Assim, geraram-se desse ser duramente sentido como a princípio se esperava. Ex-
novos investimentos, ainda que crescessem as revoltas por ternamente, a Inglaterra se impunha militarmente no período,
parte da classe trabalhadora, o que facilitou o surgimento das mas a sua atuação se restringia às parcelas externas à Europa.
ferrovias. Estas possibilitaram tanto no transporte de mercado- Sublinham-se, no período, as revoluções de ordem libertária na
rias, quanto de pessoas e até mesmo da comunicação, a am- América espanhola e a onda revolucionária de 1830.
pliação vertiginosa da velocidade que chegavam de um ponto O ano de 1830, além das revoluções, ficou notório também
a outro, ainda que distante. Se por um lado, a economia mun- pela industrialização dos EUA e do continente europeu, assim
dial estava completamente modificada após a Revolução In- como pelas ondas migratórias humanas e os avanços no pen-
dustrial inglesa, por outro, na França, a Revolução Francesa samento humano e artes. Tão somente em 1848, a possibili-
mudaria o Mundo pela sua nova forma de conceber a política e dade uma guerra de grandes proporções se fez presente, ainda
ideologia. A crise social e econômica na França desencadeou que esta só viesse realmente a eclodir no século 20. Um ponto
a oposição das classes baixas, os burgueses, os trabalhadores que o autor esclarece, é que a Revolução Francesa foi um le-
e os camponeses – o Terceiro Estado. Enquanto camponeses vante que serviu de modelo aos posteriores. Os revolucionários
e trabalhadores em geral consumiam-se na mais amarga misé- que se sucederam demonstravam claramente o descontenta-
ria, aspirando uma melhor condição de vida; a burguesia pos- mento econômico e social dos envolvidos, antagônicos a siste-
suía uma melhor condição social. Entretanto, a burguesia de- mas e governantes igualmente inadequados. Viam-se assim os
sejava uma maior participação política, além de desejar arden- revolucionários, a exemplo dos franceses em 1789, como de-
temente sua liberdade econômica. fensores de um povo ignorante e iludido contra um sistema ine-
Hobsbawm vê a Revolução Francesa como uma revolução ficaz e desigual. As revoluções de 1830, no entanto, configura-
no âmbito social, marcada pela presença de grupos que, ram-se como um movimento revolucionário proletário-socialista
mesmo que semelhantes não eram idênticos – os jacobinos, os que separou moderados de radicais e criou uma nova situação
girondinos e os sans-culottes. Estes grupos possuíam concep- internacional. Ainda que os problemas da revolução fossem se-
ções próprias o que, por vezes, levou a conflitos entre estes. melhantes na Europa, não eram iguais - provocavam grande
Nesta esteira entre conflitos, surgirá por fim a figura de Napo- tensão entre os moderados e os radicais. Nos princípios demo-
leão Bonaparte como catalisador dos ideais franceses. E não cráticos antes ventilados, tornaram-se incertos o suficiente en-
só isso, a Revolução Francesa causou a comoção estrangeira tre ideologias e posturas diversas. Os liberais minimizaram
que, mesmo posteriormente à queda de Bonaparte, não se ar- seus intuitos reformistas e passaram a suprimir a esquerda ra-
refeceu. Ainda que existissem muitos grupos que pregassem dical, em especial, os revolucionários da classe operária. Visto
antagonismo à França, muitos outros manifestavam apoio a por este ângulo, percebe-se a falta de clareza entre radicais,
esta nação. Entretanto, notadamente, os grandes inimigos da republicanos e os novos movimentos proletários e os liberais.
França eram os ingleses. O que ficou notório, outrossim, é o descontentamento cres-
Os franceses eram conhecidos pela eficiência de seus cente das classes desfavorecidas em toda Europa, inclusive na
exércitos, porém, não foram capazes de fazer frente à frota ma- Grã-Bretanha e França, marcado pelo receio que tais incutiam
rítima inglesa. Portanto, viram-se obrigados a anular a Ingla- nos governantes.
terra economicamente, isto através do Bloqueio Continental. A Desta forma, compilando todas as informações anteriores,
França, por fim, derrotada na Rússia viu-se vencida pela coali- segundo o historiador e sociólogo Fábio Metzger, sobre as on-
zão de seus inimigos e abandonada por alguns de seus defen- das de revolução citadas por Hobsbawm: Em 1820, ocorreu a
sores. No entanto, a guerra havia mudado – político-econômica primeira onda revolucionária, com a libertação de países latino-
e socialmente - em muito o panorama europeu e até mundial, americanos do jugo espanhol, e revoltas na Itália, na Espanha
de forma inexorável. Depois de aproximadamente vinte anos e na Grécia. Em 1830, a segunda, ameaçando Estados liberais
de guerra, a iniciativa dos governantes foi no sentido de promo- moderados, com guerras civis e revoltas populares. Essa se-
ver a paz, especialmente aqueles que ainda se detinham na quência de acontecimentos eliminou os últimos vestígios de
concepção do Antigo Regime. Mesmo a França, enquanto o feudalismo na Europa. E, em 1848, a terceira onda de revolu-
lado derrotado, não sofreu sanções tão duras se comparadas ções tomou o continente como um todo, derrubando governos.

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HISTÓRIA • Paulo Gereba

Só que nenhum dos governos rebeldes que assumiram o poder também modificações drásticas na sociedade da época. A so-
sobreviveria por muito tempo. No fim das contas, triunfou a or- ciedade aristocrática sendo devastada, também levou consigo
ganizada articulação dos liberais. os seus padrões e suas visões, abrindo espaço para uma nova
Após 1830, inicia-se a desintegração do movimento revo- forma burguesa de cultura, pensamento e coletividade. A arte
lucionário europeu em segmentos nacionais, que dá lugar a e a cultura em geral ganham um impulso que, entretanto, não
uma mentalidade voltada a fraternidade totalizante e a liber- a tornou acessível para as massas desfavorecidas. As últimas
dade mútua. Estes novos movimentos mais uma vez configu- apoiavam sua cultura especialmente nas manifestações popu-
ravam-se como consequência da “revolução dupla”, envol- lares (como o folclore), mantendo-se praticamente inalteradas
vendo, a partir de então, os proprietários menores ou pequena de 1789 até 1830, e sendo colocadas à parte de outras classi-
nobreza inferior. Surge, assim, uma classe média que conta ficações da arte. Mesmo os artistas do período, em especial os
com o apoio dos intelectuais profissionais que, por sua vez, românticos, possuíam clara aversão às classes superiores, po-
emerge em conjunto ao progresso das escolas e universidades. rém, nem sempre este antagonismo revelava-se na prática.
Tal acontecimento insuflou ao aumento notável do número de
pessoas instruídas e no consequente avanço científico.
Outros movimentos que também merecem destaque, se-
gundo Hobsbawm, são aqueles referentes às revoltas popula-
res contra o domínio estrangeiro, embora não possam ser clas-
sificados como nacionalistas modernos. Entretanto, mesmo
EXERCÍCIOS
com relação aos movimentos revolucionários anteriores, não se
pode afirmar que possuíssem um caráter socialista ou mesmo
voltado à democracia radical, prevalecendo ainda os interesses 6. A entrega pacífica do governo a um adversário pressupu-
das classes dominantes. É importante que se saliente a este nha um elevado nível de automoderação. O mesmo determinou
ponto que o feudalismo estava erradicado da França desde a a boa vontade de um governo em não usar os seus grandes
Revolução Francesa, bem como seria eliminado de outras re- recursos do poder na humilhação ou destruição de predeces-
giões, como a Alemanha, Países Baixos e Suíça por obra dos sores hostis ou opositores (...). As técnicas militares deram lu-
conquistadores franceses. As conquistas liberais e o incentivo gar às técnicas verbais do debate feitas de retórica e de persu-
de pensadores também acabaram por invadir as regiões adja- asão, a maior parte das quais exigia mais contenção geral,
centes, levando também ao banimento de tal sistema e da so- identificando, de modo nítido, esta mudança com um avanço
ciedade aristocrática, mesmo que em tempos diversos. As mu- da civilização.
danças nas relações agrárias, por exemplo, foram influencia- Norbert Elias, A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.
das pela Revolução Francesa, no entanto, a utilização racional
da terra já havia impressionado aos despostas esclarecidos do O processo histórico britânico ofereceu, entre os séculos XVII
período pré-revolucionário, sendo portanto, anterior ao evento e XIX, modelos institucionais e práticas políticas importantes.
francês. Da mesma maneira, consolidou-se a economia indus- A respeito deles, é correto afirmar que
trial, iniciada pela Inglaterra e firmada em 1848 neste país, de a] os debates acalorados no Parlamento, que desencadea-
forma gradual e lenta, em muitos casos. ram uma série de lutas sociais no século XVIII, foram ape-
Assim, enquanto a industrialização atingia índices vertigi- nas superados no início do século XIX com a instauração
nosos na Inglaterra, em outras regiões, como a França parecia do Regime Parlamentar.
caminhar a passos lentos. A verdade é que, diferentemente da b] após o turbulento século XVII, marcado por sucessivas lu-
Inglaterra, a economia capitalista francesa baseava-se nas es- tas sociais e golpes de Estado, a pacificação entre as clas-
truturas do campesinato e da pequena burguesia – não direci- ses dominantes ocorreu com o fortalecimento do Regime
onando capital para a indústria. Nos Estados Unidos, no en- Parlamentar ao longo do século XVIII.
tanto, a situação era diversa; enquanto na França existia o ca- c] a instauração da República de Cromwell e do parlamenta-
pital, este era escasso em terras americanas. Estes fatos de- rismo, em meados do século XVIII, foi responsável pelo fim
monstram claramente a maneira diversa como a industrializa- das turbulências políticas características do absolutismo
ção se comportou nas diferentes regiões e nações. Baseado monárquico.
nas afirmações anteriores, o autor ressalta que a maior conse- d] o avanço da civilização mencionado no texto ocorreu com
quência destes processos seria a divisão dos blocos entre paí- o estabelecimento do princípio da tolerância religiosa entre
ses desenvolvidos e subdesenvolvidos. anglicanos, calvinistas e católicos pelo Parlamento no final
Os efeitos causados pela “dupla revolução” não se restrin- do século XVIII.
giram apenas ao âmbito político e econômico, causaram e] o estabelecimento do parlamento bicameral, com

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representação para os nobres e para a burguesia enrique- e] Proibição das atividades artesanais.
cida, e do direito de voto universal, ambos no século XVIII,
foram responsáveis pela contenção das lutas sociais na 9. Em 1793, durante a Revolução Francesa, a Convenção,
Grã‐Bretanha. eleita por sufrágio universal em setembro do ano anterior, criou
a Lei dos Suspeitos. O Terror foi responsável por milhares de
7. Quando na mesma pessoa, ou no mesmo órgão de go- mortes na guilhotina. Essas pessoas foram consideradas, em
verno, o poder Legislativo está unido ao poder Executivo, não geral, “inimigas da revolução”. O advogado jacobino Maximilien
existe liberdade […] E também não existe liberdade se o poder Robespierre foi um dos principais nomes dessa fase da Revo-
Judiciário (poder de julgar) não estiver separado do poder Le- lução. Ele defendia que o Terror só poderia ser praticado se
gislativo (poder de fazer as leis) e do poder Executivo (poder fundamentado na virtude. Ele mesmo se autoproclamava “O In-
de executar, de por em prática as leis.) corruptível”. Sobre o Terror e sua moral, assinale a alternativa
Montesquieu, O espírito das leis, 1748. In: FREITAS, G. de; CORRETA.
900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1978. V. III, p.24 a] O Terror foi praticado para proteger os chamados “bons
cidadãos” franceses, o que era plenamente compatível
Político, filósofo e escritor, o Barão de Montesquieu (1689– com os princípios revolucionários de liberdade, igualdade
1755) se notabilizou por sua teoria sobre a separação dos po- e fraternidade.
deres, que organiza o funcionamento de muitos dos Estados b] O Terror, em nome da liberdade e da Revolução, instaurou
modernos até a atualidade. o chamado “despotismo da liberdade”, sendo a Lei dos
Ao formular sua teoria, Montesquieu criticou o regime absolu- Suspeitos um mecanismo autoritário de criminalização dos
tista e defendeu a divisão do governo em três poderes – Exe- indivíduos.
cutivo, Legislativo e Judiciário – como forma de c] O uso da violência pelo Terror, em nome da liberdade, atin-
a] garantir a centralização do poder monárquico e a vontade giu apenas criminosos de todo tipo, poupando os cidadãos
absoluta dos reis, bem como defender os interesses das que demonstrassem seguir os princípios do governo revo-
classes dominantes. lucionário.
b] desestabilizar o governo e enfraquecer o Judiciário, bem d] A violência foi praticada sobre o estamento nobreza, uma
como garantir a impunidade dos crimes cometidos pelos vez que esta, durante séculos anteriores, impediu o
mais pobres. avanço da burguesia ao poder e massacrou camponeses,
c] evitar a concentração de poder e os abusos dos governan- poupando outros grupos.
tes, bem como proteger as liberdades individuais dos cida- e] O Terror, apesar de brutal, seguiu a lei vigente e os meca-
dãos. nismos jurídicos mais modernos criados pela Revolução,
d] estabilizar o governo e fortalecer o Executivo, bem como em processo democrático, e aceito pela maioria.
liberar as camadas subalternas da cobrança de impostos.
e] fortalecer o povo e eliminar os governos, bem como elimi-
nar as formas de punição consideradas abusivas.
10. O mapa abaixo representa a divisão geopolítica europeia
no início do século XIX, destacando a estratégia militar napo-
leônica conhecida como Bloqueio Continental.
8. Dificilmente passa-se uma noite sem que algum sitiante te-
nha seu celeiro ou sua pilha de cereais destruídos pelo fogo.
Vários trabalhadores não diretamente envolvidos nos ataques
pareciam apoiá-los, como se vê neste depoimento ao The Ti-
mes: “deixa queimar, pena que não foi a casa”; “podemos nos
aquecer agora”; “nós só queríamos algumas batatas; há um
fogo ótimo para cozinhá-las”.
HOBSBAWM, E.; RUDÉ, G. Capitão Swing.
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado).

A revolta descrita no texto, ocorrida na Inglaterra no século XIX,


foi uma reação ao seguinte processo socioespacial:
a] Restrição da propriedade privada.
b] Expropriação das terras comunais.
c] Imposição da estatização fundiária.
d] Redução da produção monocultora.

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A linha de Bloqueio Continental que se estende de Portugal até distrito ao outro, destruindo tudo que encontravam. Porém, mui-
a Noruega, representada no mapa, revela a intenção francesa de tos manifestantes foram condenados à prisão, à morte, à de-
a] integrar a economia europeia, com a isenção das tarifas portação e até à forca.
alfandegárias. O Ludismo ocorreu durante alguns anos, mas aos poucos
b] fortalecer a França, garantindo-lhe a livre circulação pelos os manifestantes constataram que não eram contra as máqui-
portos britânicos. nas que deveriam reagir, e sim ao uso que os proprietários fa-
c] desenvolver a economia espanhola, consolidando seu mo- ziam delas, abusando da mão-de-obra dos operários.
nopólio comercial na Península Ibérica.
d] isolar a Grã-Bretanha, impedindo-lhe o acesso a importan- Cartismo
tes mercados da Europa continental.
e] inibir o comércio de escravos oriundos de portos africanos, De maneira mais organizada, em 1836 surgiu o Cartismo,
situados ao norte da Linha do Equador. constituído pela “Associação dos Operários” e liderado por Fe-
argus O’Connor e William Lovett. Reivindicavam direitos políti-
cos, como o sufrágio universal (direito de voto), o voto secreto,
melhoria das condições e jornadas de trabalho. Redigiram a
MOVIMENTOS OPERÁRIOS; “Carta do Povo”, onde pediam um conjunto de reformas junto
DOUTRINAS SOCIAIS; ao Parlamento. Inicialmente, as exigências não foram aceitas
pelo Parlamento, havendo grandes movimentos e revoltas por
NACIONALISMOS E IMPERIA- parte dos operários. Depois de muitas tentativas e lutas, o Car-
tismo foi se dissolvendo até chegar ao fim. Porém, o espírito do
LISMO NA EUROPA DO SÉC. XIX movimento não se perdeu e ganhou maior presença política de-
pois de um tempo, fazendo com que algumas leis trabalhistas
fossem criadas.

1. DOUTRINAS SOCIAIS Trade-Unions e Sindicatos


E MOVIMENTOS OPERÁRIOS
Os operários chegaram à conclusão de que a união era
Ludismo fundamental para se contrapor ao poder burguês, então cria-
ram os “trade-unions”, associações formadas pelos operários,
O Ludismo estourou em 1811, foi uma das primeiras revol- mas que possuíam uma evolução muito lenta nas reivindica-
tas dos operários que eram contra os avanços tecnológicos, ções que faziam. Porém, evoluíram e formaram os sindicatos,
que substituíam homens por máquinas, e o nome deriva de um que eram sistemas de organização que defendiam seus direi-
dos líderes, Ned Ludd. Eram revoltas radicais, onde os traba- tos, eram os focos de resistência à exploração capitalista. Mas
lhadores invadiam as fábricas, e destruíam as máquinas, fi- diferente dos sindicatos de hoje, tinham muita dificuldade de
cando conhecidos como “quebradores de máquinas”. atuação. A burguesia via um grande perigo nessas associações
e os sindicatos eram ameaçados pela violência. Portanto, as
reuniões tinham que ser secretas, não havendo sedes sindi-
cais. Mas aos poucos foram se organizando e realizando gre-
ves e protestos. E os proprietários levavam prejuízo, pois não
tinha quem trabalhasse durante as manifestações.
Em 1824, diante de todo esse crescimento das lutas ope-
rárias, a Inglaterra acabou aprovando a primeira lei, que permi-
tiu a organização sindical dos trabalhadores. Depois dessa con-
quista, o sindicalismo se fortaleceu ainda mais. A partir desse
momento, começaram a surgir organizações de federações
que unificavam várias categorias dos trabalhadores e em 1830
foi fundada a primeira entidade geral dos operários ingleses.
Chegou a ter cerca de 100 mil membros.
Em 1866, ocorreu o primeiro congresso internacional das
organizações de trabalhadores de vários países, que represen-
Existiam esquadrões ludistas, que andavam armados com
tou um grande avanço na unidade dos assalariados, onde
martelos, pistolas, lanças, e durante a noite, andavam de um

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HISTÓRIA • Paulo Gereba

surge a fundação da Associação Internacional dos Trabalhado- trabalhista dependeu de muitas lutas, os operários e sindicatos
res (AIT). Mas a burguesia sempre achava novos meios de in- resistiram à muita pressão para que hoje, todos pudessem ter
terferir e reprimir os sindicatos. A história da legislação os direitos trabalhistas.

sanguessugas do povo. Ninguém reclama, ninguém protesta e

EXERCÍCIOS eles fazendo dos humildes gato e sapato. Aumentando os pre-


ços de tudo quando querem, sem o mínimo respeito, sem a mí-
nima consideração. Uns atrevidos soltos nas suas ganâncias.
Uns atrevidões! […] Aqueles que estudam o passado acabam
se deparando com duas conclusões contraditórias. A primeira
é que o passado era muito diferente do presente. A segunda é
11. Leia a charge e o texto abaixo: que ele era muito parecido […]. Por isso, quando me pergunta-
vam sobre como era minha família, eu dizia: são anarquistas,
anarquistas graças a Deus.
(GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças a Deus. São Paulo: Record, 1979.)

Sobre o anarquismo é CORRETO afirmar que:


a] Os anarquistas condenavam a não violência como meio de
ação, angariando, assim, o apoio da burguesia industrial.
b] O anarquismo era um movimento de base rural, que pro-
punha a manutenção dos padrões sociais vigentes.
c] Os anarquistas defendiam uma educação libertária e a ne-
cessidade de eliminar quaisquer formas de intervenção es-
tatal e representação política.
d] Seus teóricos defendiam a intervenção do Estado na eco-
nomia e contavam com o apoio do clero e da burguesia.
e] Sua força de organização foram os partidos políticos que
lutavam para a tomada do controle administrativo do Es-
tado.

Todos esses capitalistas, exploradores dos pobres,

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HISTÓRIA • Paulo Gereba

O Império Alemão foi fundada em 18 janeiro de 1871, após


UNIFICAÇÕES EUROPEIAS a vitória da Prússia na Guerra Franco-Prussiana e levou à uni-
Alemanha e Itália - 1871 ficação dos vários estados alemães ao redor Prússia, excluindo
a Áustria. Prússia tornou-se a Alemanha, sob a liderança do
chanceler Otto von Bismarck. Econômica, geográfica, política e
militar: um período de grande desenvolvimento da nação alemã
A Unificação da Itália foi o processo histórico ao longo do
em todos os campos é iniciada.
século XIX levou à unificação dos diversos estados em que a
A revolução de novembro de 1918, assumiu no final da Pri-
península itálica foi dividida, em sua maioria ligados a dinastias
meira Guerra Mundial, a mudança da monarquia do Império a
consideradas "não-italiano", como o dos Habsburgos ou Bour-
um, parlamentar, república democrática pluralista.
bon. Entende-se, no contexto cultural do romantismo e imple-
A revolução começou como uma revolta de marinheiros
mentação de ideologia nacionalista, que busca identificar na-
em Kiel, em poucos dias cobertos por toda a Alemanha e forçou
ção e do Estado, neste caso, em uma direção centrípeta (irre-
a abdicação do Kaiser Wilhelm II em 9 de novembro de 1918.
dentismo). Também conhecido como Risorgimento (ressurgi-
Os objetivos dos revolucionários falharam em janeiro de 1919
mento, em italiano), e até mesmo como a unificação italiana
com os líderes da oposição do Partido Socialdemocrata da Ale-
(considerando-se que havia uma unidade anterior, a província
manha (SPD). O resultado formal da revolução ocorreu em 11
da Itália "criado por Augusto, na Roma antiga).
de agosto de 1919 com o título da nova Constituição da Repú-
O papel conspirativo da Maçonaria ou os interesses de vá-
blica de Weimar.
rias potências européias (principalmente Inglaterra, interessa-
dos em criar um fuerta antagonista para rivalizar com França)
também tem sido apresentada como a causa do "Risorgi-

EXERCÍCIOS
mento".
O processo é entendido por alguns historiadores antago-
nistas Bourbon, bem como a conquista do aristocrático sul da
Itália (Nápoles e Sicília), o estado mais industrializado da pe-
nínsula e a terceira na Europa a partir do Norte da Itália ( Po
Valley), influenciado por potências européias, como França e 12. Atualmente a Itália e a Alemanha são dois dos destinos mais
Áustria (de acordo com eles, o processo pode também ser in- almejados pelos imigrantes que fogem dos conflitos na Síria e na
terpretada como significando que o norte ao sul parasitados im- África Subsaariana. No entanto, no século XIX, o fluxo migratório
pedindo o seu desenvolvimento e incentivar a emigração e a era bem diferente. Eram os cidadãos destes territórios europeus
perpetuação da sua situação social. que buscavam refúgio e melhores condições de vida em outros
Historiadores como Benedetto Croce ver o processo como lugares, principalmente no continente americano. Observe os re-
a conclusão do Renascimento italiano, interrompido pelas inva- latos abaixo, que tratam deste contexto:
sões francesas e espanholas do século XVI, na Itália. Este re- Fala anônima de um italiano para um Ministro de Estado da
Itália no século XIX, em carta exposta no Memorial do Imi-
nascimento nacional Florence chegou de todas as regiões ha-
grante, em São Paulo.
bitadas povo italiano (incluindo a Sicília e depois Itália Ístria e
“Que entendeis por uma Nação, Senhor Ministro?
Dalmácia como não resgatados no século). É a massa dos infelizes?
Em qualquer caso, o processo foi finalmente canalizada Plantamos e ceifamos o trigo, mas nunca provamos pão
pela Casa de Saboia, reinante no Piemonte (nomeadamente branco.
pelo primeiro-ministro Conde Cavour), em detrimento de outras Cultivamos a videira, mas não bebemos o vinho.
intervenções "republicanos" notáveis (Mazzini, Garibaldi), jun- Criamos animais, mas não comemos a carne... Apesar disso,
tamente vicissitudes complicados ligados aos equilíbrio euro- vós nos aconselhais a não abandonarmos a nossa Pátria?
peu (intervenções da França e da Áustria), culminando com a Mas é uma Pátria a terra onde não se consegue viver do próprio
adição do último reduto dos Estados Pontifícios, em 1870. O trabalho?”
Relato feito por Robert Avé-Lallemant sobre os alemães que
novo Reino da Itália continuou reivindicação sobre áreas de
migraram para o Brasil, presente no livro Viagem pela província
fronteira, especialmente com o Império Austro-Húngaro (Tri-
do Rio Grande do Sul (1858).
este e Trentino), parcialmente solventaron em 1919 após a Pri- “Parece-me que os nossos bons compatriotas nesta natureza
meira Guerra Mundial (Tratado de Saint-Germain-en-Laye e sul-americana livre, onde estão expostos a lutas peculiares
emissão Gabrielle D'Annunzio). contra obstáculos naturais, desenvolvem ainda mais determi-
A unificação da Alemanha é um processo político que tem nação em resolver e agir… Por entre dificuldades começaram
lugar no final do século XIX, culminando com a criação do Im- eles, mas conquistaram o solo, e os que na Alemanha eram
pério Alemão. criados tornaram-se senhores pelo direito do trabalho.”

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HISTÓRIA • Paulo Gereba

De acordo com as informações acima, é correto afirmar que: seus territórios. Alguns deles foram: as divergências entre a In-
a] O italiano autor da carta exaltava as autoridades do seu glaterra e a Alemanha sobre a pretendida construção pelos in-
país por defenderem uma ideia de nação em que todos en- gleses de uma ferrovia que ligaria o Egito à África do Sul, vetada
contravam boas condições de trabalho. pela Alemanha; entre a França e a Inglaterra sobre outra ferrovia
b] Os deslocamentos para a América eram decorrentes das pretendida desta vez pela França cortando todo o Saara, tam-
dificuldades de sobrevivência encontradas nos países eu- bém impedida pela Inglaterra que dominava o Egito e o Sudão,
ropeus. ou ainda, novamente entre França e Inglaterra que brigavam
c] Os processos de imigração, tanto no século XIX quanto na pelo controle do Egito, do Sudão e do Canal de Suez.
atualidade, seguem sempre a mesma direção: da Europa O legado da dominação europeia foi devastador para as
para a América.
populações, a economia e a cultura africanas. Executando o
d] Nas novas terras para onde migraram, os alemães perma-
projeto de dominação imperialista, os colonizadores desloca-
neceram sempre como criados, sem nunca conseguirem
chegar a proprietários. ram muitas tribos de suas terras para dar lugar a construção de
e] Os imigrantes europeus eram considerados preguiçosos, minas e ao estabelecimento das plantations exportadoras, nos
sem motivação e sem capacidade de solucionar os proble- quais os africanos trabalhavam muitas vezes em regime de tra-
mas cotidianos. balho compulsório. O cultivo de alimentos foi desorganizado,
dando início aos sérios problemas de desabastecimento. Além
disso, instituíram a cobrança de impostos em economias não
monetárias; disseminaram a crença de que os povos africanos
IMPERIALISMO EUROPEU NO eram inferiores em relação aos povos brancos e impuseram as
línguas e a cultura europeias aos povos dominados, compro-
SÉCULO XX metendo a sobrevivência das culturas originais africanas. Foi
implantado ainda, em muitas regiões, um elaborado sistema e
Neocolonialismo na África e Ásia discriminação racial dos negros, conhecido na África do Sul
como apartheid que considerava os africanos seres humanos
de segunda classe.
A PARTILHA DA ÁFRICA Em todo o continente, durante e depois da ocupação, ex-
plodiram revoltas e movimentos de resistência contra a invasão
O processo de ocupação territorial, exploração econômica e e as medidas colonizatórias. Houve revoltas à própria chegada
domínio político do continente africano pelas potências euro- dos europeus como a Revolta Zulu no Sul da África e outras
peias teve início no século XV e se estendeu até a metade do rebeliões ocorridas depois da instalação dos europeus, como a
século XX. A descoberta de diamantes na África do Sul e aber- sudanesa e a etíope, que conseguiram criar por determinados
tura do Canal de Suez, ambos em 1869, despertaram a atenção períodos países livres do jugo europeu.
das potências europeias sobre a importância econômica e estra-
tégica do continente. Rapidamente, os países europeus come- O IMPERIALISMO NA ÁSIA
çaram a disputar os territórios africanos. Para concretizar a do-
minação, muitos países europeus fizeram uso de forças milita- No final do século XIX a Ásia se mostrava com uma orga-
res, em alguns casos, os próprios líderes africanos fizeram acor- nização social mais complexa do que aquela da maior parte do
dos com os estrangeiros para estabelecerem um controle e uma continente africano, que vivia sob uma organização tribal. As-
exploração conjunta da região. Grã-Bretanha, França, Portugal e sim como ocorrera na África, também na Ásia o Imperialismo
Bélgica controlaram a maior parte do território africano, seguidos significava a expansão dos grandes capitais do mercado euro-
da Alemanha, que perdeu suas posses africanas após derrota na peu em busca de investimentos e retorno econômico. Diferen-
Primeira Guerra Mundial. Os europeus repartiram o território afri- temente da dominação econômica na América Latina praticada
cano em mais de 50 Estados, cujas fronteiras foram demarcadas na mesma época, o processo de dominação asiática foi acom-
sem respeitar critérios étnicos e culturais fundamentais para evi- panhado da intensiva ocupação político-militar. Mais do que a
tar os futuros conflitos na região. Até o presente, as fronteiras África (que não tinha um expressivo mercado consumidor, mas
africanas, em muitos casos, dividem uma única comunidade ét- muitas matérias-primas), a Ásia se tornou o grande alvo da ex-
nica em duas ou mais nações, ou ao contrário, reúnem num pansão europeia, já que possuía um grande mercado consumi-
mesmo país diversas tribos rivais. dor e economias mais complexas do que as africanas.
Apesar das iniciativas como o Congresso de Berlim de 1885 As principais potências europeias que se encontravam na
(teve como objetivo regulamentar a ocupação da África pelas po- África participaram também da partilha da Ásia, como Inglaterra,
tências coloniais) os conflitos de interesses entre os colonizado- França, Bélgica e Alemanha. Mas outras potências também to-
res prevaleceu. Houve uma série de confrontos entre os países maram parte nesse processo, é o caso da Holanda (que desde
europeus sobre a dominação na África e a administração dos o século XVII, dominava a Indonésia); do Japão (que iniciou,

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HISTÓRIA • Paulo Gereba

após a sua vitória na Guerra Russo-japonesa, de 1905, a sua a revolta que culminou com a Restauração Meiji, que restaurou
expansão imperialista); dos EUA (que deram início a seu imperi- os poderes do imperador. A Era Meiji foi responsável pelo fim do
alismo em 1898), e ainda da Rússia, que já exercia uma domina- regime feudal no Japão e o início do seu processo de moderni-
ção no território asiático não caracterizada como imperialista. O zação. As reformas que visavam a ocidentalização japonesa in-
curso tomado pelo imperialismo ocidental na Ásia foi considera- cluíram uma reforma monetária, militar, o envio de japoneses aos
velmente diferente e mais complexo do aquele praticado anteri- centros de estudo do Ocidente e o incentivo à industrialização.
ormente na África. Na Ásia, alguns Estados europeus já possu- Em 1895, o Japão saiu vencedor da Guerra Sino-japonesa (1894
íam possessões que datavam da época inicial da colonização, e 1895) e em 1905, derrotou a Rússia na Guerra Russo-japonesa
como Portugal, desde o século XVI, além de França, Holanda e (1904-1905), conquistando a Coréia e a região Sul da Manchúria,
Inglaterra desde os séculos XVII e XVIII. Assim como ocorrera na China, dando início à sua expansão imperialista.
na África, o imperialismo ocidental na Ásia também estimulou as A Índia foi a principal colônia inglesa na Ásia. A dominação
rivalidades das grandes potências colonizadoras e produziu re- inglesa nessa região foi fruto de um longo processo que se es-
petidas crises internacionais. tendeu até meados do século XIX quando a coroa britânica as-
Na disputa pelo sudeste asiático encontravam-se França e sumiu o controle político sobre a Índia. Dentre outras ações, os
a Inglaterra. Desde meados do XIX, os franceses tinham fun- colonizadores ingleses desorganizaram a produção agrícola in-
dado a Indochina Francesa, ao mesmo tempo, os britânicos se diana implantando as plantações de ópio para o comércio com
expandiram para o leste da Índia e dominaram a Birmânia, Cin- a China.
gapura e organizaram na parte Sul do território, uma faixa de Antes da chegada dos europeus, os chineses viviam sob a
pequenos protetorados. No final do século XIX, a Tailândia era dinastia estrangeira Manchu. Desprezados pelo restante da
a única região a permanecer como Estado independente no su- China (que considerava sua cultura inferior o Sul do território
deste asiático, apesar de ameaçada por franceses e ingleses. chinês) Macau, Cantão e Hong Kong já eram tradicionalmente
Nas fronteiras ao Norte e ao Ocidente da Índia, os conflitos regiões mais abertas ao comércio ocidental. A abertura do res-
eram entre a Rússia e a Inglaterra. tante do país se deu em consequência da derrota chinesa nas
A entrada do Japão no grupo dos países imperialistas se duas Guerras do Ópio contra a Inglaterra. A partir de então,
deu através da própria pressão imperialista dos Estados Unidos muitos países ocidentais passaram a investir e a exportar pro-
e da Inglaterra. Inicialmente um país fechado, sob pressão dos dutos para a China. Apesar do avanço de várias potências im-
Estados Unidos, que impuseram os Acordos desiguais de Co- perialistas sobre a China, os Estados Unidos manifestaram o
mércio, o Japão (governado oficialmente por um imperador, mas seu interesse em preservar a unidade territorial Chinesa. Os
na prática governado pelo comandante das Forças Militares Ja- chineses organizaram várias revoltas e movimentos de resis-
ponesas, o Xogun) foi obrigado a promover a abertura de alguns tência contra o domínio estrangeiro no país.
dos seus portos para os países ocidentais, causando, em 1868,

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HISTÓRIA • Paulo Gereba

de acordos diplomáticos com as potências europeias.

EXERCÍCIOS c] a ocupação do centro africano ocorreu no decorrer do sé-


culo XIX e reafirmou a hegemonia das mesmas potências
europeias que já colonizavam o litoral do continente.
d] a ocupação principal da África ocorreu no decorrer do sé-
culo XIX, culminando com a partilha do continente pelas
potências europeias.
13. e] o avanço da ocupação europeia para o centro do conti-
nente africano foi pacífico e de natureza semelhante à do-
minação do litoral no princípio do século XIX.

O mapa representa a divisão da África no final do século XIX.


Essa divisão
a] persistiu até a vitória dos movimentos de descolonização da
África, ocorridos nas duas primeiras décadas do século XX.
b] foi rejeitada pelos países participantes da Conferência de
Berlim, em 1885, por considerarem que privilegiava os in-
teresses britânicos.
c] incluiu áreas conquistadas por europeus tanto durante a
expansão marítima dos séculos XV-XVI quanto no expan-
sionismo dos séculos XVIII-XIX.
d] foi determinada após negociação entre povos africanos e
países europeus, durante o Congresso Pan-Africano de
Londres, em 1890.
e] restabeleceu a divisão original dos povos africanos, que
havia sido desrespeitada durante a colonização europeia
dos séculos XV-XVIII.

14. Analise os mapas a seguir.


A partir de seus conhecimentos e da comparação entre os dois
mapas, pode-se afirmar que
a] a partilha do continente africano ocorreu no início do sé-
culo XIX, assegurando o equilíbrio entre as áreas territori-
ais controladas pelas potências europeias.
b] o processo de libertação da África do domínio colonial eu-
ropeu desenvolveu-se no decorrer do século XIX, a partir

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HISTÓRIA
Paulo Henrique

pela difusão do liberalismo econômico e dos princípios iluminis-


O PROCESSO DE tas, que juntos formarão a base ideológica para a Independên-
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL cia dos Estados Unidos (1776) e para a Revolução Francesa
(1789). Trata-se de um dos mais importantes movimentos de
(1808-1822) transição na História, assinalado pela passagem da idade mo-
derna para a contemporânea, representada pela transição do
capitalismo comercial para o industrial.
1. ANÁLISE PROPEDÊUTICA
2. A FAMÍLIA REAL NO BRASIL E A PREPON-
Para compreender o verdadeiro significado histórico da in- DERÂNCIA INGLESA (PERÍODO JOANINO)
dependência do Brasil, levaremos em consideração duas im-
portantes questões: Se o que define a condição de colônia é o monopólio im-
Em primeiro lugar, entender que o 07 de setembro de 1822 posto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o
não foi um ato isolado do príncipe D. Pedro, e sim um aconte- Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia.
cimento que integra o processo de crise do Antigo Sistema Co- Rompia-se o pacto colonial e atendia-se assim, os interesses
lonial, iniciada com as revoltas de emancipação no final do sé- da elite agrária brasileira, acentuando as relações com a Ingla-
culo XVIII. Ainda é muito comum a memória do estudante as- terra, em detrimento das tradicionais relações com Portugal.
sociar a independência do Brasil ao quadro de Pedro Américo, Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no
"O Grito do Ipiranga", que personifica o acontecimento na figura Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção ao
de D. Pedro. "sete de setembro".
Em segundo lugar, perceber que a independência do Bra- Há muito Portugal dependia economicamente da Ingla-
sil, restringiu-se à esfera política, não alterando em nada a re- terra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI
alidade sócio-econômica, que se manteve com as mesmas ca- ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal,
racterísticas do período colonial. para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra in-
Valorizando essas duas questões, faremos uma breve dustrializada, a independência da América Latina era uma pro-
avaliação histórica do processo de independência do Brasil. missora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como
Desde as últimas décadas do século XVIII assinala-se na consumidores.
América Latina a crise do Antigo Sistema Colonial. No Brasil, Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Na-
essa crise foi marcada pelas rebeliões de emancipação, desta- vegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente
cando-se a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Fo- o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente
ram os primeiros movimentos sociais da história do Brasil a na dependência do capitalismo inglês.
questionar o pacto colonial e assumir um caráter republicano. Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao
Era apenas o início do processo de independência política do absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-
Brasil, que se estende até 1822 com o "sete de setembro". Esta se uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal
situação de crise do antigo sistema colonial, era na verdade, ao movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma
parte integrante da decadência do Antigo Regime europeu, de- burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução as-
bilitado pela Revolução Industrial na Inglaterra e principalmente sume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI

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HISTÓRIA • Paulo Henrique

retorna para Portugal e seu filho aproxima-se ainda mais da tentassem desembarcar no Brasil.
aristocracia rural brasileira, que sentia-se duplamente amea- São Paulo vivia um clima de instabilidade para os irmãos
çada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portu- Andradas, pois Martim Francisco (vice-presidente da Junta Go-
gal e as guerras de independência na América Espanhola, res- vernativa de São Paulo) foi forçado a demitir-se, sendo expulso
ponsáveis pela divisão da região em repúblicas. da província. Em Portugal, a reação tornava-se radical, com
ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não retornasse
3. O SIGNIFICADO HISTÓRICO imediatamente.
José Bonifácio, transmitiu a decisão portuguesa ao prín-
DA INDEPENDÊNCIA
cipe, juntamente com carta sua e de D. Maria Leopoldina, que
ficara no Rio de Janeiro como regente. No dia sete de setembro
A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência de 1822 D. Pedro que se encontrava às margens do riacho Ipi-
do Brasil com o cuidado de não afetar seus privilégios, repre- ranga, em São Paulo, após a leitura das cartas que chegaram
sentados pelo latifúndio e escravismo. Dessa forma, a indepen- em suas mãos, bradou: "É tempo... Independência ou morte...
dência foi imposta verticalmente, com a preocupação em man- Estamos separados de Portugal".Chegando no Rio de Janeiro
ter a unidade nacional e conciliar as divergências existentes (14 de setembro de 1822), D. Pedro foi aclamado Imperador
dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos Constitucional do Brasil. Era o início do Império, embora a co-
da sociedade representados por escravos e trabalhadores po- roação apenas se realizasse em primeiro de dezembro de
bres em geral. 1822.
Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigências A independência não marcou nenhuma ruptura com o pro-
para que também o príncipe regente voltasse, a aristocracia ru- cesso de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas
ral passa a viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representa-
ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse vam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permanece-
o caráter revolucionário-republicano que marcava a indepen- ram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolida-
dência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria ção de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás,
seus privilégios. com a abertura dos portos.
A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja maçô-
nica Comércio e Artes) e a imprensa uniram suas forças contra
a postura recolonizadora das Cortes.
D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida O PRIMEIRO REINADO
poderia representar o esfacelamento do país. Era preciso ga-
nhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se concretizariam
(1822-1831)
os interesses da aristocracia rural brasileira. Um abaixo assi-
nado de oito mil assinaturas foi levado por José Clemente Pe-
reira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1. ASPECTOS GERAIS
1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pres-
sões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e fe- A vinda da Família Real para o Brasil, em 1808, encerrou
licidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico". o monopólio comercial português. Quando o Brasil declarou
É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e sua independência, em 1822, com o apoio inglês, houve resis-
bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em tência dos portugueses especialmente na Bahia e no Pará;
troca da futura independência não alterar a realidade sócio- Vencidos os portugueses, reuniu-se a Assembléia Consti-
econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo tuinte em 1823, que fez um projeto de Constituição centrali-
para o rompimento definitivo com Portugal. Graças a homens zando o governo no Rio de Janeiro e mantendo os privilégios
como José Bonifácio de Andrada e Silva (patriarca da indepen- dos proprietários e a escravidão, entre outras medidas. Ao ten-
dência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e outros, o tar limitar os poderes de dom Pedro I, a Constituinte foi cercada
movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente por tropas imperiais e fechada;
com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas Dom Pedro I convocou um conselho para elaborar uma
somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título nova Constituição, outorgada em 1824. Através dela, o poder
de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido do imperador foi mantido praticamente sem limitações. A Cons-
pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada tituição manteve a maior parte da população na miséria e sem
uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em primeiro direito à cidadania;
de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que

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HISTÓRIA • Paulo Henrique

• Características do Ante-Projeto Constitucional de 1823 anos de idade. O poder permaneceu nas mãos da mesma
classe dominante da época da independência;
__________________________________________________ Entre 1822 e 1831, a maioria da população era analfabeta,
__________________________________________________ poucos jornais eram impressos no país e os artistas eram
__________________________________________________ quase todos estrangeiros. Os primeiros cursos superiores fo-
__________________________________________________ ram criados em 1827. A situação social pouco se transformou:
__________________________________________________ os escravos e as mulheres continuaram submetidos.
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
 Texto Complementar
• Características da Constituição Outorgada de 1824 Crise no Primeiro Reinado

__________________________________________________ A crise da economia agrário-exportadora que explode du-


__________________________________________________ rante o primeiro Império, a violenta repressão à Confederação
__________________________________________________ do Equador, em 1824, e a perda da Província Cisplatina dimi-
__________________________________________________ nuem o prestígio do imperador. Na Câmara dos Deputados
__________________________________________________ surge uma oposição aberta a dom Pedro, representada pelos
__________________________________________________ liberais moderados. Eles defendem um Legislativo mais forte
__________________________________________________ em detrimento do poder do imperador, mas querem manter a
__________________________________________________ centralização político-administrativa do Império. Os liberais fe-
deralistas também conhecidos como democratas, reúnem mui-
O fechamento da Constituinte e a centralização dos impos- tos profissionais liberais e comerciantes. Reivindicam uma par-
tos no Rio de Janeiro fizeram renascer a revolta em Pernam- ticipação política mais ampla e um equilíbrio de poderes entre
buco em 1824, liderada por Cipriano Barata e Frei Caneca. o governo central e as Províncias. Alguns defendem ideias re-
Uma república foi proclamada e, com a adesão de outras pro- publicanas.
víncias, criou-se a Confederação do Equador. Sem armas e
treinamento militar, os revoltosos foram vencidos; Política na imprensa
A Cisplatina foi anexada ao Brasil em 1821, durante a pre-
sença da Família Real no Rio de Janeiro. Em 1825, Brasil e A ebulição política anima a criação de vários jornais de
Argentina começaram uma guerra pela posse do território. O oposição. Apesar da cerrada censura do governo imperial, pela
conflito durou até 1828, quando o Uruguai tornou-se uma repú- primeira vez no país o debate político chega à imprensa, com
blica independente; posições de diferentes matizes. Vários jornais começam a cir-
Com a mediação inglesa, Portugal aceitou a independên- cular no Rio de Janeiro e em outras Províncias. O Aurora Flu-
cia do Brasil em 1825. A Inglaterra exigiu a assinatura de acor- minense, dirigido por Evaristo da Veiga, combate dom Pedro e
dos comerciais e de um tratado que extinguisse o tráfico ne- os partidários do federalismo. Estes, por sua vez, editam O Re-
greiro para reconhecer a independência; publicano e A Nova Luz Brasileira. Dom Pedro é apoiado pelo
No início do século XIX, a crise econômica foi agravada jornal A Gazeta do Brasil, dirigido por José da Silva Lisboa, o
pelas indenizações pagas a Portugal e pelas guerras em que o visconde de Cairu. Em Pernambuco, o veterano jornalista Ci-
Brasil se envolveu. Os acordos com a Inglaterra também foram priano Barata edita o jornal Sentinela da Liberdade na Guarita
prejudiciais para a balança comercial; de Pernambuco. Em São Paulo, Libero Badaró dirige O Obser-
Para contornar a crise, foram feitos empréstimos junto aos vador Constitucional, com críticas radicais ao imperador. O jor-
ingleses e aumentados os impostos. A insatisfação popular nal circula até 1830, quando Libero Badaró é assassinado, no
cresceu; dia 20 de novembro.
Dom Pedro I apoiava-se no Partido Português e interes- João Batista Libero Badaró (1798-1830), jornalista, político
sava-se muito pela política portuguesa. Por isso, tinha de en- e médico, é considerado um mártir da liberdade de imprensa.
frentar os que se opunham ao seu governo e à sua tentativa de Nasce em Laigneglia, Itália, e estuda nas universidades de Tu-
exercer o poder absoluto; rim e Pávia. Radicado no Brasil, destaca-se pela defesa e pro-
Entre 1826 e 1830, a popularidade do imperador diminuiu paganda dos princípios liberais na imprensa paulista durante o
e ele teve de enfrentar conflitos entre brasileiros e portugueses, reinado de dom Pedro I. Em 1829, funda o jornal O Observador
até abdicar em 1831 em nome de seu filho, então com cinco Constitucional, onde faz críticas ao autoritarismo de dom Pedro

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HISTÓRIA • Paulo Henrique

I. Na noite de 20 de novembro de 1830, os estudantes do Curso ocupado pelo parente mais próximo do soberano. Como o prín-
Jurídico de São Paulo promovem uma passeata para comemo- cipe Pedro tem apenas 5 anos, é formada uma regência tríplice
rar a revolução liberal que, na França, depusera o rei Carlos X. provisória para administrar o país.
Durante a manifestação, Libero Badaró é assassinado por des-
conhecidos. Pouco antes de morrer, teria dito: "Morre um libe-
ral, mas não morre a liberdade". Sua morte acelera a crise po-
lítica do primeiro reinado: mais de cinco mil pessoas compare- O PERÍODO REGENCIAL
cem ao enterro e multiplicam-se as manifestações pela renún- (1831-1840)
cia do imperador.
Cipriano José Barata de Almeida (1764-1838) é um dos
mais combativos jornalistas brasileiros do período imperial.
Nasce em Salvador, Bahia, e forma-se em filosofia e cirurgia 1. ASPECTOS GERAIS
pela Universidade de Coimbra. Liberal-democrata radical, par-
ticipa da Conjuração Baiana, em 1798, e da Revolução Per- Nas regências (1831-1840), os principais grupos políticos
nambucana de 1817. Em 1821, deputado pela Bahia nas Cor- eram os liberais moderados (latifundiários e grandes comerci-
tes Constitucionais, em Lisboa, assume posições separatistas. antes), liberais exaltados (classe média) e restauradores (por-
Volta ao Brasil em 1822 e estréia na imprensa na Gazeta de tugueses aliados a dom Pedro I) ;
Pernambuco. Em 1823, cria o jornal Sentinela da Liberdade na Até dom Pedro de Alcântara atingir a maioridade, os re-
Guarita de Pernambuco, onde denuncia as tendências absolu- gentes governariam em seu nome. Na Regência Trina, desta-
tistas de dom Pedro I. Eleito para a Assembléia Constituinte, cou-se o padre Diogo Antônio Feijó;
prefere ficar em seu "posto de combate": a redação do Senti- Os pasquins, jornais ligados a grupos políticos, eram utili-
nela, em Pernambuco. Preso nas turbulências que precedem a zados para atacar os inimigos e o governo de forma irônica.
dissolução da Constituinte, em novembro, inaugura nova série Além disso, os partidos organizavam rebeliões populares e mi-
de seu jornal, agora clandestino: A Sentinela da Liberdade na litares. Para acabar com as manifestações políticas do Exér-
Guarita de Pernambuco Atacada e Presa na Fortaleza do Brum cito, Feijó organizou a Guarda Nacional;
por Ordem da Força Armada e Reunida. Sua ousadia é punida Através da Guarda Nacional, Feijó derrotou a tentativa de
com sucessivas transferências de prisão. Em quase todas con- golpe liderada por José Bonifácio, tutor do príncipe. Feijó tentou
segue reeditar o jornal, apenas adaptando o título. Sai da prisão destituir José Bonifácio, porém o Senado rejeitou sua proposta.
em 1830. Com 64 anos e a saúde abalada, volta para a Bahia Feijó demitiu-se do cargo de ministro da Justiça, mas os liberais
e publica A sentinela da Liberdade, Hoje na Guarita do Quartel- moderados mantiveram-se no poder;
general de Pirajá. Defende o federalismo e idéias republicanas. Até a outorga da Constituição de 1824, os castigos físicos
Volta a ser preso várias vezes e continua na ativa até sua eram aplicados aos presos e aos escravos. Essas penas só fo-
morte. ram mudadas com o Código de Processo Criminal de 1832,
feito sob pressão dos liberais exaltados. Entretanto, o Código
Abdicação de Dom Pedro I manteve os escravos submetidos aos senhores;
O Ato Adicional, aprovado em 1834, modificou a Constitui-
Em 1831 os confrontos entre as diferentes facções políti- ção: criaram-se as Assembléias provinciais e o Conselho de
cas de oposição ao imperador se intensificam. Os partidários Estado e a Regência Trina foram extintos. No lugar desta úl-
de dom Pedro ganham a adesão dos portugueses residentes tima, criou-se a Regência Una. O regente passou a ser esco-
no Brasil e estouram distúrbios em várias Províncias. O mais lhido pelo voto de 6 mil homens de posses;
sério ocorre no Rio de Janeiro e fica conhecido como a Noite Com a morte de dom Pedro I em Portugal, o Partido Res-
das Garrafadas. Em 12 de março de 1831 portugueses e bra- taurador perdeu sua razão de ser. O quadro partidário mudou,
sileiros atracam-se nas ruas durante um ato de desagravo a passando a existir os partidos Liberal (somando parte dos anti-
dom Pedro, com muitos feridos para os dois lados. Protestos e gos exaltados e moderados) e Conservador (parte dos mode-
novos conflitos se reproduzem nas semanas seguintes. rados e os antigos restauradores) ;
Poucas divergências separavam liberais e conservadores,
Renúncia de dom Pedro entre elas o grau de autonomia das províncias. Com a vitória
dos liberais nas eleições de 1835, Feijó tornou-se o único re-
Pressionado e sem apoio, dom Pedro abdica do trono em gente. Renunciou em 1837, pressionado pelos conservadores
7 de abril de 1831 em favor de seu filho Pedro. Seu ato tem e pelas revoltas provinciais;
apoio na Constituição: em caso de vacância, o trono deve ser

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A instabilidade política, econômica e social em Pernam-


buco provocou agitações liberais, nacionalistas e antilusitanas,
durante três anos a partir de 1831, envolvendo todas as cama-
das sociais dessa província;
No Pará, ocorreu o maior movimento popular da Regência,
a Cabanagem (1835-1840), da qual participou a população in-
dígena e mestiça que, ao lado de seus líderes, pretendiam a
criação de uma república separada do Brasil; Uma epidemia de
bexiga e o isolamento da província derrotaram o movimento,
que não conseguiu resistir ao ataque das forças do governo.
Ao final da luta 30% da população paraense tinha sido dizi-
mada;

Diogo Antônio Feijó, regente único de 1834 a 1837.


Gravura de Sébastien Auguste Sisson (1824-1893)

Pedro de Araújo Lima elegeu-se regente em 1838. Em seu


governo, os avanços liberais foram anulados e as revoltas nas
províncias foram combatidas. Dois anos mais tarde, os liberais
deram o Golpe da Maioridade;
O golpe se iniciou com uma campanha para antecipar a
maioridade de dom Pedro de Alcântara, então com 14 anos de
idade. Os liberais julgavam que assim voltariam ao poder. O
novo imperador foi coroado em julho de 1841, com o título de
dom Pedro II;
Durante a Regência, começou a se desenvolver no Brasil
o romantismo, marcado por temas brasileiros, como o índio.
Entre os autores de destaque nesse período estão Gonçalves
de Magalhães e Martins Pena.

2. REVOLTAS DO PERÍODO REGENCIAL

O Cabano Paraense. Pintura de Alfredo Norfini, 1940.


Museu de Artes de Belém.

Cerca de 50% da população de Salvador era de escravos,


muitos deles exercendo atividades urbanas remuneradas. Era
comum que seus donos não pagassem a parte que lhes cabia
no trabalho. Essa situação motivou revoltas contra os proprie-
tários de escravos; A mais importante delas foi a Revolta dos
Malês (1835), liderada por escravos de origem muçulmana. A
revolta foi dizimada por tropas do governo, auxiliadas pela elite
baiana;

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Habitação de negros no Brasil Imperial, de Rugendas, 1835.

Representantes da camada média da população baiana.


A criação de gado, principal atividade econômica gaúcha
desde o final do século XVIII, sofria a concorrência argentina e A Balaiada (1838-1841), no Maranhão, foi provocada pela
uruguaia. A falta de medidas protecionistas levou à Guerra dos crise econômica e pelo empobrecimento da população. Os re-
Farrapos (1835-1845), movimento separatista liderado pelo fa- voltosos eram políticos liberais, vaqueiros e escravos, comba-
zendeiro e coronel Bento Gonçalves; Preso por forças imperi- tidos pela elite local e por tropas imperiais. Em 1840, foi ofere-
ais, Gonçalves fugiu e assumiu a presidência da província, em cida anistia aos rebeldes, mas muitos ainda lutaram até 1841;
1838. Peões, escravos e homens livres aderiram à luta, lidera-
dos pelo italiano Garibaldi. Em 1839, os rebeldes fundaram a
República Juliana, em Santa Catarina; A intervenção no Rio
Grande do Sul começou em 1842, quando o presidente da pro-
víncia, barão de Caxias, começou a negociar com os estanci-
eiros. O acordo de paz foi assinado em 1845, garantindo a de-
volução de terras aos fazendeiros e a liberdade aos escravos
que lutaram na guerra;

Fabricantes de balaios, século XIX.

O resultado desses movimentos foi a aprovação de leis


que deram maior autonomia às províncias. Feijó e seus parti-
dários, federalistas, foram pressionados por conservadores a
renunciar, em 1837; A imprensa passou a defender o restabe-
lecimento do poder centralizado. A proposta da maioridade do
príncipe dom Pedro de Alcântara foi de encontro a esses an-
seias. Os movimentos regenciais fracassaram pela ação vio-
lenta do Exército, e, também, por seu caráter local e pela opo-
sição entre senhores e escravos.

Os farroupilhas rejeitavam a ideia de rendição.

A Sabinada, que ocorreu na Bahia entre 1837 e 1838, foi


um movimento separatista envolvendo apenas as camadas
médias. Os escravos foram excluídos, pois se temia um novo
levante como o dos malês. O movimento foi abafado por lati-
fundiários baianos, com o apoio das forças legais;

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tornou o governante que mais tempo esteve no poder no Brasil


O SEGUNDO REINADO independente.
(1840-1889) Falar de D. Pedro II como um governante sem poderes,
acreditados, portanto, ser um equívoco.

2. DO GOLPE DA MAIORIDADE AO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
PARLAMENTARISMO ÀS AVESSAS (1840-1889)
Antes de começarmos a pensar esse longo período da his-
tória Brasileira, conhecido como Segundo Reinado (1840- Os primeiros anos do Segundo Reinado ainda foram mar-
1889) gostaria de fazer algumas reflexões sobre D. Pedro II. cados pelos velhos conflitos políticos progressistas (agora cha-
Em geral quando pensamos na imagem de D. Pedro II nos mados de liberais) e regressistas (denominados agora de con-
lembramos sempre de um homem velho, barbudo, grisalho, fi- servadores).
gura corrente em muitos livros didáticos. Quando estudamos O ministério liberal que assumiu o poder com golpe da mai-
as suas atuações políticas, logo nos vem à cabeça a crise do oridade teve vida curta. As denúncias de fraude nas eleições
Império e a noção de um político ultrapassado e conservador. parlamentares de 1840 (que ficaram conhecidas como as "elei-
Essa visão nos parece um tanto quanto confusa. D. Pedro ções do cacete") comprometeram o gabinete liberal. Diante
II assumiu o poder com quase 15 anos de idade e nele perma- dessa denúncia e de pressões dos conservadores, essas elei-
neceu por 49 anos. A imagem, portanto, que nos parece mais ções foram anuladas e o gabinete liberal, destituído pelo impe-
adequada é a de um governante Jovem. rador. D. Pedro II ainda com 15 anos mostrava uma nova face,
Uma confusão parecida acontece quando se trata de ana- a de detentor do Poder Moderador e não de marionete como
lisar o poder desse imperador sobre o Estado. Muitos dizem gostariam os liberais.
Ter sido ele mero espectador, enquanto a aristocracia brasileira
comandava o cenário político. 2.1. O Golpe da Maioridade (1840)

* No texto a seguir, Nelson Werneck Sodré, importante historiador


brasileiro, faz uma análise do significado do golpe da maioridade e os
verdadeiros interesses por trás dele.

A pouco e pouco, valendo-se bastante do alarma geral, em


consequência das agitações e movimentos de rebeldia, alguns
de proporções e profundidade indissimuláveis, a direita imporia
alterações destinadas a defender a ordem e restabelecer a in-
tranquilidade, a preservar a paz: "A transformação política pres-
sentida por Vasconcelos"-- dirá um historiador- "parada na 'car-
reira inovadora, 'regresso, ficou patente nas eleições de 1836
para a legislatura de 1838 a 1841: triunfaram os elementos que,
na Câmara, faziam oposição a Feijó, e a maioria era da gente
cujos interesses exigiam ordem, paz social, garantias jurídicas.
Verificou-se iniludivelmente a influência dos proprietários terri-
toriais e donos de escravos, passando a predominar o que Eva-
risto chamava 'eleitores do campo', isto é, o voto dos fazendei-
ros e senhores de engenho, em detrimento do eleitorado ur-
bano. Datou daí o prestígio dos saquaremas, do partido con-
servador que fez um dos seus centros mais poderosos a pro-
víncia do Rio de Janeiro".
Em outro livro, o mesmo historiador definirá o quadro as-
Você não pode se esquecer, no entanto, de que a Consti- sim: "O que se verificava era incontestavelmente uma reação
tuição de 1824 garantia a ele o poder Moderador, um poder conservadora. Reação sob certos aspectos caracterizada por
quase absoluto diante da nação. É importante frisar também um movimento do campo contra a cidade, dos interesses dos
que durante 49 anos ele foi o único monarca das América, e se proprietários rurais contra os interesses da pequena burguesia
citadina. Seis anos de desordens, sob a invocação da

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liberdade, seis anos durante os quais o governo, desprovido de nas leis, no sentido do fortalecer a autoridade e preservara uni-
meios coercitivos, quase que por milagre lograra manter-se, ti- dade nacional; daí a tão desejada interpretação do Ato Adicional
nham desenganado os elementos mais realistas dentre os libe- para impedir excessos federalistas; daí a projetada remodelação
rais e mostrado a conveniência de armar o poder, de dar força do Código do Processo. Do seu lado; os liberais, na oposição,
à autoridade. Nessas eleições de 1836 lançavam-se as bases começavam a pensar mais seriamente em planos antes do
do futuro Partido Conservador do Segundo Reinado, a cuja agrado dos elementos que constituíam o 'regresso' ao tempo da
sombra se abrigaram, de preferência, proprietários agrícolas, regência de Feijó: a antecipação da maioridade de D. Pedro".
fazendeiros e senhores de engenho, latifundiários e escravo- A solução parecia simples: "Tivesse o país um imperador
cratas, empenhados em contrabalançar na direção política do e a ordem se implantaria providencialmente. Havia, é certo,
país a influência dos centros urbanos, com os seus agitadores quem fosse mais positivo e visse numa 'ditadura legal' a salva-
e sua imprensa, preponderantes desde os dias da independên- ção. Dessa 'ditadura legal' os jornais se ocupavam mais ou me-
cia. Vasconcelos, Honório Hermeto. Rodrigues Torres, já então nos abertamente e na Câmara, em agosto de 1839, por ela se
tácita ou declaradamente unidos a elementos como os que re- declarou o deputado Barreto Pedroso. Mas o grande recurso já
presentavam, por exemplo, o futuro marques de Olinda, foram era a maioridade, embora muita gente a quisesse como mero
dos que mais claramente perceberam o novo rumo dos acon- pretexto para assalto mesquinho e egoístico do poder, porfi-
tecimentos. A nova e próspera lavoura cafeeira do Centro-Sul ando os partidos políticos em abrir um crédito na gratidão do
aliava-se aos interesses da agricultura do açúcar do Norte". menino que subiria ao trono”. Assim, liberais da direita e con-
O radicalismo da esquerda liberal, assim, na fase em que servadores deságuam no mesmo estuário, o de um golpe par-
o centro de gravidade da economia, do país se deslocava para lamentar que, sem luta, sem abalo, sem controvérsia, man-
o sul, quando começava a tomar impulso a produção e a ex- tendo o velho expediente da monarquia, fórmula salvadora
portação do café, proporcionando saldos, provocava o movi- desde o início do processo da independência, garantisse os
mento contrário, unindo-se as forças da classe que dividida em seus privilégios, trouxesse para eles a cobertura bem-aventu-
seus interesses vinha permitindo a existência tormentosa dos rada da ordem, da paz, da tranquilidade. E levaram ao trono,
pronunciamentos liberais. Nos países onde o proletariado não então, o jovem herdeiro para, à sombra dele, realizarem o "re-
existe, ou ele é fraco, o radicalismo de esquerda encontra gresso", isto é, o abandono total dos princípios liberais.
campo fácil para expandir-se e até para desmandar-se. Esse SODRÉ, Nelson Werneck. Razões da independência. São Paulo: brasiliense.
radicalismo, peculiar às camadas médias, à pequena burgue-
sia, esquece frequentemente as condições objetivas e coloca 2.2. O Parlamentarismo às avessas (1847-1889)
os seus esforços nas tentativas de, apressadamente, introduzir
alterações que a realidade não comporta. Tais impulsos, por “Nada mais conservador que um Liberal no poder...”
vezes generosos e até heroicos, acarretam, com a mesma fre-
quência, retornos reacionários no processo dialético que cons- Apesar dos conflitos iniciais entre conservadores e liberais, a
titui a história. O Brasil iria assistir a um desses retrocessos. tendência política no Segundo reinado era a conciliação entre os
Porque, agora, tratava-se de armar o poder de condições dois partidos. Afinal de contas, a maior diferença ideológica entre
para pôr fim à agitação. A ordem, a paz, a tranquilidade foram eles no período regencial era quando a maior ou menor centraliza-
palavras acolhidas por toda a parte, por toda parte encontrando ção política, sendo esse o principal causador dos conflitos.
receptividade, ganhando adeptos. Na mesma' marcha, as alte- O Segundo Reinado põe fim à discussão sobre o grau de
rações eram gradativamente introduzidas, para reforço da au- centralização, pois agora o poder está nas mãos do imperador,
toridade central e das autoridades provinciais dependentes. O e isso é indiscutível. Restavam agora os jogos de interesses
centro ia sendo provido de meios adequados que o desenvol- dos diversos setores representados no Parlamento. Não mais
vimento material permitia. Os empréstimos externos se suce- por grandes divergências ideológicas, mas pelo acesso ao uso
deriam: a Regência concretizou o terceiro, em sua fase final, ao da máquina do Estado.
preparar o caminho para o novo sistema, com o restabeleci- Uma das principais características políticas do Segundo
mento do Império, na pessoa do herdeiro ainda menor. Depois Reinado foi a criação do cargo de presidente do Conselho de
da Maioridade, a curtos intervalos, eles viriam das a ilusão da Ministros em 1847, dando início a um período denominado na
ordem na economia e nas finanças, a ilusão do progresso. época de regime parlamentarista.
Os laços iam sendo apertados: "As desordens, os motins, Até então o imperador era responsável direto pela escolha
as revoluções, com a insegurança, a instabilidade, os reflexos na do Congresso de Ministros e pelo governo do país. A partir da-
economia do país, estavam criando um ambiente de susto, de quela data, o imperador passou a escolher somente o presi-
perigo iminente, de pânico bastante propício a medidas extraor- dente do Conselho de ministros e este, por sua vez, passou a
dinárias. Os 'regressistas' no poder cuidavam de uma reforma escolher e ter a responsabilidade pelo Ministério. Criava-se

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assim a imagem de um primeiro-ministro. da sociedade parecia funcionar como um parlamentarismo real.


Você deve estar pensando agora que um país que tem um Isso nos mostra que, apesar de todas as intervenções do impe-
primeiro-ministro, um monarca e uma Casa Parlamentar vive rador ao longo do segundo Reinado, a relação entre ele e a Casa
uma monarquia parlamentarista. Tome muito cuidado, pois as Parlamentar manteve-se, de certa forma, tranquila. Um bom
imagens podem enganar. exemplo dessa tranquilidade foi o Ministério das Conciliações.
Vamos comparar o "parlamentarismo" à brasileira como Durante o restante do Segundo Império a principal carac-
uma monarquia parlamentar típica a inglesa. terística foi a alternância dos dois partidos (Liberal e Conserva-
No parlamentarismo inglês, o primeiro-ministro era eleito dor) no poder. Apesar disso, na essência a forma de governar
pelo Parlamento que podia destituí-lo. Dos parlamentares ema- era a mesma: se só as elites voltavam, somente a elas se des-
nava o poder de governar o país, sendo o monarca apenas um tinavam os benefícios do estado.
símbolo do poder do Estado. Isso provocou uma estreita ligação entre essas elites e o
No Brasil, o imperador escolhia o primeiro ministro, podendo Estado, diminuindo as tensões políticas e aumentando a esta-
destituí-lo. O Parlamento além de não escolher o presidente do bilidade do Império e de sua unidade nacional.
Conselho de Ministro podia ser completamente ignorado por D. Pedro II habilmente conseguia manter o seu poder
este, que só devia prestar contas dos seus atos ao monarca. como imperador, criando a impressão de que as elites real-
Nas monarquias parlamentares europeias o poder de de- mente dominavam o estado quando, na verdade, era uma troca
cisão sobre o Estado estava nos Parlamentos. No parlamenta- de favores entre ambas as partes.
rismo às avessas brasileiro esse poder estava nas mãos do Se um voto poderia ser trocado por uma ponte ou um
monarca, ou seja, exatamente o contrário. açude, a tendência passou a ser a maciça participação dessas
elites nos processos eleitorais.
Como as elites nordestinas eram em maior número no co-
meço do Segundo Reinado, elas passaram a dominar o cenário
político do Congresso e obter a maior parte dos benefícios.

Se é tão óbvio que esse parlamentarismo à brasileira era


inverso daquele praticado em outras partes do mundo, por que
chamá-lo de parlamentarismo? Ou melhor, por que a sociedade
brasileira daquela época assim o fazia?
O mais provável era que aparentemente o regime do dia-dia

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3. A CAFEICULTURA NO BRASIL surgiam como suportes à cafeicultura acabavam, muitas, se tor-


nando "fantasmas" ou pequenos núcleos de miseráveis. Con-
Ao mesmo tempo em que a estabilidade política do Império forme a produção do café se deslocava em direção à província
se construía em torno das elites nordestinas, bem próximas ao de São Paulo e depois pelo seu interior (oeste paulista), índios e
Rio de janeiro mais precisamente na Baixada Fluminense e no pequenos sitiantes eram expulsos, metas eram derrubadas en-
vale do rio Paraíba, outra elite rapidamente se enriquecia e ga- quanto um rastro de miséria e improdutividade tomava das regi-
nhava prestígio: os barões do café. ões abandonadas.
A partir da década de 1840, surge uma nova possibilidade Outra importante característica da cafeicultura deve ser ana-
de exportação agrícola. Devido a um enorme aumento no mer- lisada. Em boa parte do ano, o cafezal não exigia grandes cuida-
cado consumidor mundial a cafeicultura tornou-se extrema- dos e os escravos eram colocados para produzir outros gêneros
mente rentável, fazendo com que setores da aristocracia do Su- agrícolas, criar animais e trabalhar como pedreiro ou carpintei-
deste brasileiro passassem a investir nessa produção. ros. Todas essas atividades serviam exclusivamente para dar su-
A adaptação do produto à região, o baixo valor das terras porte à fazenda e não tinham fins lucrativos, mas acabavam tor-
e a facilidade de escoamento do produto fizeram do vale do nando a fazenda bastante autossuficiente. Quando esses cafei-
Paraíba a principal região produtiva. cultores queriam comprar alguma coisa esta era, em geral, im-
Rapidamente se multiplica o número de fazendas de café. portada, pois o país era essencialmente agrícola. Conforme os
Nestas, o modelo de produção adotado continuava a ser a plan- cafeicultores se enriqueciam, aumentava na mesma proporção o
tation. consumo desses produtos importados, provocando um aumento
O escravismo e os enormes lucros acabaram por transfor- significativo das importações no país.
mar a cafeicultora em um negócio altamente concentrador de Tanto é verdade que já em 1844 o Congresso Nacional,
riquezas. Além de não pagar salários e ter por isso muitos lu- onde os cafeicultores praticamente não eram representados,
cros, os barões do café beneficiaram-se do fato de que o custo aprovava as Tarifas Alves Branco, elevando violentamente as
da produção do café era extremamente baixo. A terra era muito Tarifas alfandegárias. O estado aumentou muito a sua arreca-
barata e às vezes até gratuita. Uma vez formado o cafezal, por dação e obviamente sua capacidade de investimento, sendo
mais de duas décadas ele era produtivo. Dessa maneira aque- esta forma mais eficaz de arrecadar impostos sobre os cafei-
les aristocratas que investiram nesse novo produto de exporta- cultores e manter a balança comercial estável.
ção passaram a acumular imensas fortunas, tornando-se em Agora imagine você que o Estado passou a depender, em
pouco tempo a mais rica elite do país. grande parte, das taxações sobre o dinheiro que deixava o país.

Quantidade de café exportado entre 1821 e 1849


Ano Quantidade (saca de 60 kg)
1821 129.000
1825 224.000
1830 480.000
1835 970.000
1840 1.383.000

Entrada de africanos no Brasil de 1842 a 1852


Ano Escravos
1842 17.435
1843 19.095
1844 22.849
1845 19.453
3.1. Nem só de riquezas vivia o café 1846 50.324
1846 56.172
Uma das principais características da cafeicultura durante o 1847 60.000
século XIX era a dificuldade de replantio. Quando os cafezais fi- 1848 54.000
cavam velhos, os barões preferiam montar uma nova fazenda 1849 23.000
em novas terras e abandonar a produção na anterior. Dessa ma- 1850 3.387
neira, ao longo de poucas décadas, uma região extremamente 1851 700
rica se tornava improdutiva e abandonada. As cidades que 1852 17.435

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Participação, em porcentagem (%) na receita de exportações


Datas Café Açúcar Algodão Borracha Couros e Peles Outros Total
1841-1850 41,4 26,7 7,5 0,4 8,5 15,5 100,00
1851-1860 48,8 21,2 6,2 2,3 7,2 14,3 100,00
1861-1870 45,5 12,3 18,3 3,1 6,0 14,8 100,00
1871-1880 56,6 11,8 9,5 5,5 5,6 11,0 100,00
1881-1890 61,5 9,9 4,2 8,0 3,2 13,2 100,00

3.2. A estabilidade do Império


 Texto Complementar
As décadas de 1850 e 1860 foram marcadas por uma sig-
nificativa tranquilidade política para o Império. O fim dos confli- A Revolução Praieira (1848 - 1850)
tos separatistas e a organização do parlamentarismo às aves-
sas foram os principais agentes políticos dessa estabilidade. Os Fatores
Por outro lado, o crescimento da economia cafeeira permitiu um
aumento de arrecadação do estado. Com dinheiro em caixa, D. A revolução de 1848 na Europa correspondeu no Brasil à
Pedro II aumentou muito sua capacidade de barganhar apoio e última das iniciadas com a independência: a revolução Praieira,
sustentação política com as elites brasileiras, obviamente em em Pernambuco. Nessa província, onde as disparidades soci-
troca de benefícios. oeconômicas eram mais profundas e graves, a população de
Com tudo isso, o Império vivia por esses anos certa euforia homens livres não-proprietários sentia de forma violenta a es-
que camuflava outra face nada bela. Nossa sociedade era uma treiteza da ordem social.
das últimas no mundo que ainda usava a mão-de-obra escrava, Pernambuco era, no século XIX, a mais importante província
sustentando sua economia em uma estrutura produtiva bas- do nordeste, graças ainda ao açúcar. Por isso, era a única voz
tante arcaica: a plantation. que no centro das decisões do Sul se fazia ouvir com nitidez.
O Estado nacional que se estabeleceu no país como o Se- Entretanto, a concentração fundiária era tal que um terço
gundo Reinado era centralizador, elitista, escravista e depen- dos engenhos estava dominado por uma única família: os Ca-
dente do mercado externo. valcatis. Desse modo, a totalidade dos pernambucanos depen-
dia direta ou indiretamente de um punhado de famílias que, na-
turalmente, conduzia a sociedade, tendo em vista exclusiva-
mente seus interesses particulares. Dada a importância econô-
mica de Pernambuco no nordeste, desde a época colonial, ali
se concentrava um numeroso grupo de comerciantes, todos
portugueses, que monopolizavam as trocas mercantis.
A concentração da propriedade fundiária e a monopoliza-
ção do comércio pelos portugueses prensavam a camada po-
pular, permanentemente insatisfeita com a sorte que lhe era
imposta pelos poderosos.

A Ascensão do Partido da Praia

A partir de 1842, a inquietação social tomou vulto, prepa-


rando a ação revolucionária, que tinha o seu núcleo no jornal
Diário Novo, instalado na rua da Praia. Esse órgão expressava
o ponto de vista do partido da Praia, colocando-se politica-
mente em oposição à oligarquia latifundiária e aos comercian-
tes monopolistas portugueses.
O partido da Praia, integrado por liberais pernambucanos,
subiu ao poder em 1844, chegando a dominar a Assembleia
Legislativa provincial e a influir, inclusive, na indicação do pre-
sidente da província, Antônio Pinto Chichorro da Gama,

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HISTÓRIA • Paulo Henrique

enviado pelo poder central em 1845. Estavam afastados a fa- eco do socialismo europeu de 1848, na medida em que espe-
mília Cavalcanti e, consequentemente, o conservadorismo. cificava o "trabalho como garantia de vida para o cidadão bra-
Simultaneamente à dominação praieira, crescia a insegu- sileiro defendido pelos socialistas franceses.
rança dos latifundiários e dos comerciantes lusos, frequente-
mente atacados pelas ações policiais dos praieiros. A aversão O Fim
aos portugueses tomou conta dos praieiros, e em 1847, se-
gundo Caio Prado Jr., "aos gritos de mata marinheiros são os O malogro da revolução Praieira decorreu principalmente
portugueses mortos nas ruas na capital de suas casas invadi- da carência de recursos materiais e menos da clareza ideoló-
das e saqueadas". gica. As forças repressivas terminaram por rechaçar os revolu-
cionários; Pedro Ivo, atraído pelas falsas promessas governis-
A Radicalização tas, foi preso em Alagoas, em 1850. Depois de dois anos, em
1852, os praieiros foram anistiados. Encerrou-se, então, o ciclo
Os praieiros começaram a pedir a expulsão dos portugue- de revoltas iniciados pelo movimento da independência.
ses solteiros e a exigir reformas sociais. Luiz Koshiba e Denise Manzi Frayze Pereira. A História do Brasil, pp. 205-207
As agitações cresciam e os presidentes provinciais, suces-
sores de Chichorro da Gama, mostravam-se impotentes para
refreá-las. No Parlamento, os representantes praieiros lutavam

EXERCÍCIOS
para conseguir a nacionalização do comércio, afastando dele
os portugueses. O gabinete liberal de Paula Souza, não po-
dendo conter por outro, "fortemente reacionário", liderado por
Pedro de Araújo lima, cujo conservadorismo extremo já fora no-
tado em 1837, quando substituiu o Regente Feijó. O novo ga-
binete assumiu o poder a 9 de setembro de 1848 e, já no mês
BRASIL: INDEPENDÊNCIA, PRIMEIRO REINADO
seguinte, nomeou um novo presidente provincial, Herculano
E PERÍODO REGENCIAL
Ferreira Pena. Os praieiros passaram, então, a hostilizar aber-
tamente o novo governo. A 7 de novembro eclodiu a revolução.
1. (Cesgranrio) Os movimentos de rebelião colonial e o pro-
O Levante Armado cesso de emancipação política do Brasil estão ligados às trans-
formações do mundo ocidental no final do século XVIII. Assim,
A massa popular imediatamente passou à insurreição ar- está carreto afirmar que:
mada, apesar da oposição das lideranças moderadas, como a a] o desenvolvimento industrial reforçou o pacto colonial,
de Borges da Fonseca. De Olinda o levante armado ganhou o como instrumento de reserva de mercado.
interior. Nessa fase destacou-se Pedro Ivo Veloso da Silveira, b] a Ilustração promoveu expressiva modernização econô-
principal líder da revolta armada, que obteve grandes sucessos mica da colônia e o reforço da religiosidade expressa no
militares contra militares contra a resistência oficial. Barroco.
Em 1º de janeiro de 1849, os revolucionários os lançaram c] a emancipação política, no caso brasileiro, marcou a defi-
o manifesto ao mundo, redigido por Borges da Fonseca. Se- nitiva separação entre portugueses, agentes da metrópole
gundo caio Prado Jr., as principais exigências eram as seguin- e colonos brasileiros.
tes: "1º - Voto livre e universal do povo brasileiro; 2º - Plena d] as reações contra o domínio metropolitano foram movi-
liberdade de comunicar os pensamentos pela imprensa; 3º - mentos autóctones das elites coloniais, não se ligando ao
Trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro; 4º - processo geral da crise do Antigo Regime.
Comércio a retalhos para os cidadãos brasileiros; 5º - Inteira e e] as rebeliões coloniais foram influenciadas pelo pensa-
efetiva independência dos poderes constituídos; 6º - Extinção mento liberal, apesar das diferenças entre as áreas coloni-
do poder moderador e do direito de agraciar; 7º - Elemento fe- ais e a Europa.
deral na nova organização; 8º - Completa reforma do poder ju-
dicial de modo a assegurar as garantias individuais dos cida- 2. (UFRJ) "(...) o povo nada ganhou absolutamente com a
dãos; 9º - Extinção do juro convencional; 10º - Extinção do atual mudança operada. A maioria dos franceses lucrou com a Re-
sistema de recrutamento". volução que suprimiu privilégios e direitos auferidos por uma
O programa políticos dos praieiros possuía, como se vê, casta favorecida. Aqui, lei alguma consagrava a desigualdade,
uma coerência ideológica como nenhum movimento anterior todos os abusos eram o resultado do interesse e dos caprichos
havia alcançado. Era radicalmente democrático e já continha o dos poderosos e dos funcionários. Mas são estes homens que,

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HISTÓRIA • Paulo Henrique

no Brasil, foram os cabeças da revolução, (...)" 5. (Fuvest) A organização do Estado brasileiro que se seguiu
(SAINT-HILAIRE, A. de. Segunda viagem do Rio de Janeiro a Minas Geríeis
à independência resultou do projeto do grupo
e São Paulo-1822. In: MATTOS, Ilmar R., ALBUQUERQUE, Luís Affonso S.
de. Independência ou morte: a emancipação política do Brasil. São Paulo: a] liberal-conservador, que defendia a monarquia constituci-
Atual, 1991. p. 63-4.) onal, a integridade territorial e o regime centralizado.
b] maçônico, que pregava a autonomia provincial, o fortaleci-
O processo de ruptura do pacto colonial assumiu dimensão de- mento do executivo e a extinção da escravidão,
finitiva por ocasião das mudanças ocorridas quando da Era Na- c] liberal-radical, que defendia a convocação de uma Assem-
poleônica. Os interesses colonialistas sofreram contestações e bleia Constituinte, a igualdade de direitos políticos e a ma-
o ideário da Revolução Francesa influiu decisivamente nos mo- nutenção da estrutura social.
vimentos políticos ocorridos no interior das colônias america- d] cortesão, que defendia os interesses recolonizadores, as
nas. No Brasil, esse processo reflete-se em ações que resulta- tradições monárquicas e o liberalismo econômico.
ram na independência de 1822, precedida de movimentos, e] liberal-democrático, que defendia a soberania popular, o
como o da Insurreição Pernambucana de 1817, que visavam federalismo e a legitimidade monárquica.
ao rompimento com a metrópole.
a] Cite duas razões que contribuíram para a eclosão da In- 6. (UnB) Leia o texto que se segue.
surreição Pernambucana de 1817. "A independência do Brasil não resultou em maiores alterações
b] Justifique o apoio dos grandes proprietários ao processo da ordem social e econômica, ou da forma de governo. Exem-
de independência no Brasil. plo único na história da América Latina, o Brasil ficou sendo
uma monarquia entre repúblicas."
3. (Cesgranrio) A transferência do governo português para o (FAUSTO, Boris. História do Brasil.)
Brasil, em 1808, teve ligação estreita com o processo de eman-
cipação política da colônia porque: Quanto às razões dessa continuidade social e econômica entre
a] introduziu as ideias liberais na colônia, incentivando várias a colônia e o império, julgue os itens seguintes.
rebeliões. a] A abertura dos portos por D. João estabeleceu uma ponte
b] reforçou os laços de dependência e monopólio do sistema entre a Coroa portuguesa e os setores dominantes na co-
colonial, aumentando a insatisfação dos colonos, lônia.
c] incentivou as atividades mercantis, contrariando os inte- b] A elite política promotora da independência, embora dese-
resses da grande lavoura. jasse rupturas sociais mais profundas, teve de enfrentar a
d] instalou no Brasil a estrutura do Estado português, refor- resistência da corte portuguesa,
çando a unidade e a autonomia da colônia. c] A monarquia transformou-se em um símbolo de autori-
e] favoreceu os comerciantes portugueses, prejudicando os dade, nos primeiros anos após a independência, mesmo
brasileiros e os ingleses ligados ao comércio de importa- quando D. Pedro I era contestado.
ção. d] A continuidade foi facilitada pela existência de uma elite
política orgânica, com uma base social firme e um projeto
claro para a nova nação.
4. (PUC-SP) "(...) todos os brasileiros, e sobretudo os bran-
cos, não percebem suficientemente que O tempo de se fechar
a porta aos debates políticos (...). Se se continua a falar dos 7. (Cesgranrio-) A formação do Estado nacional, no Brasil, foi
direitos dos homens, da igualdade, terminar-se-á por pronun- marcada por confrontas e períodos de instabilidade. A esse res-
ciar a palavra fatal. liberdade, palavra terrível e que tem muito peito, assinale a opção que expressa corretamente uma etapa
mais força num país de escravos que em qualquer outra parte da história política do império.
(...)" a] O Ato Adicional de 1834 reafirmou a concepção centralista
(MOTA, C. G. 1822. Dimensões.) do império, abalada com a abdicação de D. Pedro l.
b] O Segundo Reinado, em sua primeira fase (1840- 1850),
O texto acima, escrito provavelmente por volta de 1823/1824, foi marcado por medidas centralizadoras e pela derrota
O parte de uma carta sobre a independência do Brasil, enviada dos últimos movimentos revolucionários.
por um observador europeu a D, João VI. Leia com atenção o c] A maioridade marcou a derrota do grupo político regres-
texto e, a seguir, identifique e comente os limites sociais do pro- sista, na medida em que instituiu o poder absoluto do im-
cesso brasileiro de independência. perador.
d] A Conciliação, aliança de liberais e conservadores, garan-
tiu a efetivação do ideário democrático dos primeiros.
e] As rebeliões provinciais, como a Farroupilha (RS) e a

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HISTÓRIA • Paulo Henrique

Balaiada (MA), expressaram a reação restauradora das oli- 10. (Vunesp) "O quadro político O evidentemente alterado com
garquias contra o liberalismo do governo regencial. a nova ordem: quem fazia oposição ao governo se divide em
dois grandes grupos – o dos moderados, que estão no poder;
8. (UFMG) Nos textos seguintes, Gilberto Freyre descreve, os exaltados, que sustentam teses radicais, entre elas a do fe-
respectivamente, a rotina de uma senhora de engenho, dona deralismo, com concessões maiores às Províncias. Outros, de-
de casa ortodoxamente patriarcal, e a rotina de um novo tipo putados, senadores, Conselheiros de Estado, jornalistas... per-
de mulher, surgida nos meados do século XIX. manecem numa atitude de reserva, de expectativa crítica. De-
"... levantando-se cedo a fim de dar andamento aos servi- les, aos poucos surgem os restauradores ou caramurus."
ços, ver se partir a lenha, se fazer o fogo na cozinha, se matar (IGLÉSIAS, Francisco. Brasil, sociedade democrática.)
a galinha mais gorda para a canja; a fim de dar ordem ao jantar
(...) e dirigir as costuras das mucamas e molecas, que também O texto refere-se à nova ordem decorrente
remendavam, cerziam, remontavam, alinhavavam a roupa da a] da elaboração da Constituição de 1824.
casa, fabricavam sabão, vela, vinho, licor, doce, geléia. Mas b] do golpe da maioridade.
tudo devia ser fiscalizado pela iaiá branca, que às vezes não c] da renúncia de Feijó.
tirava o chicote da mão," d] da abdicação de D. Pedro I.
"... acordando tarde por ter ido ao teatro ou a algum baile; e] das revoluções liberais de 1824.
lendo romance; olhando a rua da janela ou da varanda; levando
duas horas no toucador (...) outras tantas horas no piano, estu- 11. (Mackenzie-SP) “O certo é que, se os marcos cronológicos
dando a lição de música, e ainda outras na lição de francês ou com que os historiadores assinalam a evolução social e política
de dança. Muito menos devoção religiosa do que antigamente. dos povos não se estribassem unicamente nos caracteres ex-
O médico de família mais poderoso que o confessor. O teatro ternos e formais dos fatos, mas refletissem a sua significação
seduzindo as senhoras elegantes mais que a igreja. O próprio íntima, a independência do Brasil seria antedatada de catorze
baile mascarado atraindo senhoras de sobrado." anos...”
(FREYRE, Gilberto. Sobrados e mocambos. (Caio Prado Júnior. Evolução política do Brasil.)
Rio de Janeiro: J. Olympio, 1968. t.1, p. 109-10.)
O fato histórico mencionado no texto e que praticamente anulou
a] Indique três mudanças ocorridas na estrutura socioeconô- nossa situação colonial foi:
mica do Brasil, na segunda metade do século XIX, que ex- a] criação do ensino superior;
plicam as transformações ocorridas no papel feminino. b] alvará de liberdade industrial;
b] Descreva a condição da cidadania da mulher no período c] tratado de 1810 com a Inglaterra;
primário-exportador. d] abertura dos portos;
e] elevação do Brasil a Reino Unido.
9. (Cesgranrio) A concretização da emancipação política do
Brasil, em 1822, foi seguida de divergências entre os diversos 12. (Fuvest) “As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias
setores da sociedade, em torno do projeto constitucional, cul- inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam
minando com o fechamento da Assembleia Constituinte. aos olhos: algodão estampado, ferragens de Birmigham podem
Assinale a opção que relaciona corretamente os preceitos da ser obtidos nas lojas do Brasil a um preço um pouco mais alto
Constituição Imperial com as características da sociedade bra- do que em nossa terra.”
sileira. Essa descrição das lojas do Rio de Janeiro foi feita por Mary
a] A autonomia das antigas capitanias atendia aos interesses Graham, uma inglesa que veio ao Brasil em 1821.
das oligarquias agrárias. a] Como se explica a grande quantidade de produtos ingleses
b] O poder moderador conferia ao imperador a proeminência à venda no Brasil desde 1808, e sobretudo depois de
sobre os demais poderes. 1810?
c] A abolição do Padroado, por influência liberal, assegurou b] Quais os privilégios que os produtos ingleses tinham nas
ampla liberdade religiosa. alfândegas brasileiras?
d] A abolição progressiva da escravidão, proposta de José
Bonifácio, foi uma das principais razões da oposição ao 13. (UFSM-RS) Em novembro de 1823, D. Pedro I fechou a
imperador D. Pedro l.
Assembléia Constituinte. Em março do ano seguinte, outorgou
e] A introdução do sufrágio universal permitiu a participação
uma Carta Constitucional à nação. Os liberais protestaram de-
política das camadas populares, provocando rebeliões em
vido ao fato de o imperador haver:
várias partes do país.
a] desconsiderado o problema da escravidão;

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HISTÓRIA • Paulo Henrique

b] desrespeitado a representação dos cidadãos, na figura dos 03. (Cesgranrio) Alternativa D


deputados constituintes; 04. O processo de independência do Brasil assumiu o aspecto de um
c] assegurado a representação política e a necessidade do "acerto" entre as elites, envolvendo de um lado a elite agrária brasi-
diálogo entre as forças políticas da nação; leira e, de outro, o príncipe português no Brasil, ambos interessados
no rompimento com o governo das Cortes portuguesas. A participa-
d] negado a tradição absolutista e o centralismo do Estado
ção popular no processo político foi quase nula, dai resultando a não-
imperial; alteração nas condições sociais e econômicas do Brasil, que continu-
e] respeitado a autonomia dos grupos dominantes nas diver- avam privilegiando a velha elite colonial.
sas províncias do Império. 05. (Fuvest) Alternativa A
06. (UnB) 0 + 2
14. (Vunesp) “Brasileiros! Salta aos olhos a (...) perfídia, são 07. (Cesgranrio) Alternativa B
patentes os reiterados perjuros do imperador, e está conhecida 08. a) A reintegração do Brasil no circuito do comércio mundial por
a nossa ilusão ou engano em adotarmos um sistema de go- meio do café (levando a uma renovada penetração cultural européia),
a expansão das atividades urbanas (e da vida social) e o desenvolvi-
verno defeituoso em sua origem e mais defeituoso ainda em
mento, ainda que discreto, da indústria (levando as mulheres das
suas partes componentes. As constituições, as leis e todas as classes mais baixas ao ingresso no mercado de trabalho assalariado).
instituições humanas são feitas para os povos e não os povos b) A mulher branca, dentro da fazenda, era tratada como um objeto,
para elas. Eia, pois, brasileiros, tratemos de constituir-nos de com funções meramente domésticas e de reprodução. Encontrava-se
um modo análogo às luzes do século em que vivemos (...), des- totalmente subordinada à autoridade do homem, fosse ele o pai ou o
prezemos as instituições oligárquicas, só cabidas na encane- marido; era responsável pela criação dos filhos, que deveriam manter
cida Europa." os mesmos padrões de comportamento dos pais.
(Manifesto dos revolucionários da Confederação do Equador, 1824.) 09. (Cesgranrio) Alternativa B
10. (Vunesp) Alternativa D
Com base no texto indique; 11. (Mackenzie-SP) Alternativa D
a] o tipo de governo qualificado como “defeituoso"; 12. a) O decreto de 1808 (Abertura dos Portos) e os Tratados de 1810
beneficiam principalmente a Inglaterra.
b] o sistema de governo proposto pelos revoltosos.
b) Com os Tratados de 1810 as mercadorias trazidas pelos navios
ingleses passaram a pagar apenas 15% de imposto alfandegário, en-
15. (Fuvest) “... a carne, o couro, o sebo, a graxa, além de pa- quanto os produtos trazidos pelos portugueses eram taxados em
garem nas Alfândegas do país o duplo dízimo de que se pro- 16%.
puseram aliviar-nos, exigiam mais quinze por cento em qual- 13. (UFSM-RS) Alternativa B
quer dos portos do Império. Imprudentes legisladores nos pu-
seram desde esse momento na linha dos povos estrangeiros,
desnacionalizaram a nossa Província e de fato a separaram da BRASIL: SEGUNDO REINADO
Comunidade Brasileira."
O texto acima refere-se: 1. (Mackenzie-SP) Contribuíram decisivamente para o surto
a] ao problema dos altos impostos que recaíam sobre produ- industrial de meados do século XIX, conhecido como “Era
tos do Maranhão, e que ocasionaram a Balaiada; Mauá”:
b] aos fatores econômicos que motivaram a Revolução Far- a] a sólida política industrial, implantada pelo governo monár-
roupilha, iniciada durante o Período Regencial; quico;
c] às implicações econômicas do movimento de independên- b] a extinção do tráfico negreiro, que liberou capitais, bem
cia da Província Cisplatina; como a Tarifa Alves Branco e os lucros obtidos com o café;
d] às dificuldades econômicas do Nordeste, que justificaram c] o crescimento do mercado interno, devido à bem sucedida
a eclosão da Confederação do Equador. política criada pelo sistema de parceria;
e] aos problemas econômicos do Pará, que deram origem à d] o apoio da elite agrária, grande incentivadora das ativida-
Cabanagem. des industriais;
e] o desenvolvimento tecnológico, a qualidade da mão-de-
GABARITO obra e a Tarifa Silva Ferraz.
01. (Cesgranrio) Alternativa E
02. a) A tensão social decorrente da prolongada decadência da pro-
dução açucareira pernambucana e a influência de idéias iluministas.
2. (Cesgranrio) A expansão da agricultura cafeeira no Oeste
b) Os grandes proprietários tinham interesse econômico na proclama- Paulista após 1880 introduziu uma série de mudanças na eco-
ção da Independência, que significava basicamente a extinção do re- nomia e nas relações sociais da Região Sudeste, entre as quais
gime.de monopólio. Além disso, tinham interesse em assumir o con- se destaca:
trole político do Brasil. a] o reforço das relações escravistas no interior das fazendas

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HISTÓRIA • Paulo Henrique

cafeicultoras, pois os escravos transferidos das fazendas Higienópolis, na cidade de São Paulo.”
açucareiras do Nordeste eram a maioria absoluta da mão- (Ricardo Maranhão e Antonio Mendes Jr. Brasil Histórico)
de-obra nas plantações do Oeste Paulista;
b] o desenvolvimento de uma política governamental de dis- A partir dos seus conhecimentos e da leitura do texto, deduz-
tribuição de pequenas propriedades às famílias imigrantes, se que o cultivo do café não possibilitou:
que plantavam café a baixos custos e o vendiam a meno- a] um predomínio econômico dos plantadores paulistas sobre
res preços no mercado internacional; os plantadores fluminenses;
c] a coexistência de grandes propriedades escravistas e mo- b] um crescimento urbano populacional significativo;
nocultoras de café para exportação e pequenas proprieda- c] um atrelamento dos fazendeiros paulistas aos setores
des de famílias imigrantes, que produziam gêneros de sub- mais dinâmicos da produção;
sistência para os mercados urbanos; d] uma instrumentalização do comércio praticada pelas ca-
d] o desenvolvimento de uma política governamental de sub- madas médias da sociedade;
venção à imigração, cujo objetivo era estimular o investi- e] um ganho nos “foros de nobreza”, mesmo que não pelo
mento, por parte dos imigrantes, de capitais na construção nascimento, pelos fazendeiros paulistas.
de estradas de ferro e nas indústrias nascentes;
e] a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre de 5. (Unirio) O envolvimento do Brasil em sucessivos conflitos
imigrantes europeus no interior das fazendas cafeicultoras, na região platina, na segunda metade do século XIX, pode ser
o que permitiu uma maior lucratividade do capital cafeeiro explicado pelo(a):
e seu investimento em estradas de ferro, no comércio e em a] tradicional rivalidade entre Brasil e Argentina com vistas ao
indústrias. controle do Estuário do Prata, culminando com a derru-
bada de Rosas naquele país;
3. (UFBA) A cultura do café não apenas solucionou a crise b] neutralidade do Império em relação à política uruguaia,
econômica dos meados do século XIX, como possibilitou o se- obrigação assumida quando da independência da Cispla-
guinte ou os seguintes desdobramentos: tina;
01. Implantação e desenvolvimento de um sistema ferroviário c] independência do Paraguai, apoiada pela Argentina, e
com vistas a minimizar os sérios problemas de transporte. suas pretensões expansionistas sobre o território brasi-
02. Introdução do trabalho livre como forma de suprir a escas- leiro;
sez de mão-de-obra decorrente da extinção do tráfico de d] apoio inglês à restauração do Vice-Reino do Prata, criando
escravos. uma unidade de domínio na região;
04. Dinamização das atividades comerciais de importação e e] conflito do Império Brasileiro com os países platinos em
exportação, possibilitando o desenvolvimento do sistema torno da competição no comércio de produtos pecuários.
bancário.
08. Ruptura da sociedade patriarcal tradicionalista, ocasio- 6. (UFV-MG) Em 1997 o Brasil comemorou 150 anos de nas-
nando o declínio dos proprietários de terra. cimento de Castro Alves, um poeta baiano, cujos versos sim-
16. Extinção do modelo agrário-escravista-exportador, como bolizam a luta pela liberdade e contra a escravidão. Com rela-
resultado do surto industrial ocorrido no período. ção à escravidão e à estrutura social no Brasil, é incorreto afir-
32. Aparecimento e desenvolvimento de núcleos urbanos mar que:
como resultado da complexidade crescente dos empreen- a] houve um processo gradual de abolição da escravidão a
dimentos comerciais. partir de 1850 com o fim do tráfico negreiro;
Dê como resposta a soma dos itens corretos. ( __ ) b] a mão-de-obra escrava representava a base de sustenta-
ção da economia colonial e também do Império;
4. (Cesgranrio) "Na segunda metade do século XIX e particu- c] havia um grande contingente de homens livres e pobres
larmente os últimos anos do Império, é inegável que o setor vivendo sob a dependência dos grandes senhores de terra;
urbano da economia tenha começado a atingir um desenvolvi- d] a abolição da escravidão foi precedida de medidas restrin-
mento e uma importância capazes de diferenciá-la significati- gindo o acesso à terra e ao direito de voto;
vamente do setor rural (...). O grande fazendeiro paulista fazia e] a abolição da escravidão em maio de 1888 foi precedida
parte de uma dinâmica econômica muito mais próxima daquilo de uma ampla discussão na sociedade, bem corno da ado-
que chamaríamos de Capitalismo. Mais acostumado com as fi- ção de medidas no sentido de incorporar os futuros libertos
nanças, com os créditos, possuía seus próprios esquemas de à estrutura econômica, social e política nacional.
comercialização do café, não vivia nas fazendas, mas tinha sua
residência nas vistosas mansões dos Campos Elísios ou de

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HISTÓRIA • Paulo Henrique

7. (Enem) Você está estudando abolicionismo no Brasil e fi- GABARITO


cou perplexo ao ler o seguinte documento: 1. (Mackenzie-SP) B
2. (Cesgranrio) E
Texto 1 3. (UFBA) 1+2+4+32 = 39
4. (Cesgranrio) E
Discurso do deputado baiano Jerônimo Sodré Pereira – 5. (Unirio) A
Brasil, 1879 6. (UFV-MG) E
7. (Enem) D
No dia 5 de março de 1879, o deputado baiano Jerônimo
Sodré Pereira, discursando na Câmara, afirmou que era pre-
ciso que o poder público olhasse para a condição de um milhão
de brasileiros, que jazem ainda no cativeiro. Nessa altura do
discurso foi aparteado por um deputado que disse: "BRASILEI-
ROS, NÃO”.
Em seguida, você tomou conhecimento da existência do
Projeto Axé (Bahia), nos seguintes termos:

Texto 2

Projeto Axé, Lição de cidadania – 1998 – Brasil

Na língua africana iorubá, axé significa força mágica. Em


Salvador, Bahia, o Projeto Axé conseguiu fazer, em apenas três
anos, o que sucessivos governos não foram capazes: a um
custo dez vezes inferior ao de projetos governamentais, ajuda
meninos e meninas de rua a construírem projetos de vida,
transformando-os de pivetes em cidadãos. A receita do Axé é
simples: competência pedagógica, administração eficiente, res-
peito pelo menino, incentivo, formação e bons salários para os
educadores. Criado em 1991 pelo advogado e pedagogo itali-
ano Cesare de Florio La Rocca, o Axé atende hoje a mais de
duas mil crianças e adolescentes. A cultura afro, de forte pre-
sença na Bahia, dá o tom do Projeto Erê (entidade criança do
candomblé), a parte cultural do Axé. Os meninos participam da
banda mirim do Olodum, do llê Ayê e de outros blocos, jogam
capoeira e têm um grupo de teatro. Todas as atividades são
remuneradas; além da bolsa semanal, as crianças têm alimen-
tação, uniforme e vale-transporte.

Com a leitura dos dois textos, você descobriu que a cidadania:


a] jamais foi negada aos cativos e aos seus descendentes;
b] foi obtida pelos ex-escravos tão logo a abolição foi decre-
tada;
c] não era incompatível com a escravidão;
d] ainda hoje continua incompleta para milhões de brasileiros;
e] consiste no direito de eleger deputados.

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FÍSICA
Francisco Júnior

𝑔 - aceleração da gravidade, em m/s2


LEIS DE NEWTON
𝑔 = 9,8 m/s2 ou g ≈ 10 m/s2
Direção: mesma de 𝑔 - vertical
Conceito de Força e Tipos de Força Sentido: mesmo de 𝑔 - para baixo -P

FORÇA - É um agente que modifica o estado de repouso ou de


movimento dos corpos. É uma grandeza física vetorial - precisa OBSERVAÇÕES
ter módulo (número com unidade), direção e sentido. - a massa de um corpo é invariável, pois não depende do local
Unidades de força: onde é medida;
1. quilograma-força [kgf] - Define-se como 1 kgf a força com
que a Terra atrai a massa padrão 1 kg, ao nível do mar e lati- - o peso de um corpo depende do local onde é medido, pois
tude 45°. depende da aceleração da gravidade do local.
2. newton[N] - Define-se como 1 N a força que, aplicada a um
corpo com massa de 1 kg, produz neste corpo um movimento
com aceleração de 1 m/s2 . É a unidade de força do SI. ⃗⃗⃗𝑒 ) - Aplicada uma força sobre uma mola, esta
Força elástica (𝐹
1 kgf = 9,8 N ou 1 kgf ≈ 10 N sofre deformação, alongando-se (força de tração) ou compri-
mindo-se (força de compressão). Se a força é retirada, a mola
MASSA inercial (m) - Não representa uma quantidade de ma- retorna ao seu comprimento inicial.
téria, como na química, mas sim uma medida de resistência
que o corpo oferece à variação do seu movimento. É uma gran- Lei de Hooke:Módulo : ⃗⃗⃗
𝐹𝑒 = −𝑘 ∙ 𝑥 ⃗⃗⃗
𝐹𝑒 - força elástica ou
deza física escalar - necessita somente de um número com restauradora, em N.
uma unidade.
k - constante elástica da mola, em N/m. Depende das caracte-
Unidades de massa
rísticas da mola (dimensões e material).
1. grama [g]
2. quilograma [kg] - É a unidade de massa do SI. x - deformação sofrida pela mola, em m.
1 kg = 1000 g = 103 g ou 1 g = 0,001 kg = 10−3 kg

3. tonelada [t] – 1 t equivale a 1000 kg.

Força peso (𝑷⃗⃗ ) - É a força de atração gravitacional que a


Terra exerce sobre um corpo.

Módulo: 𝑃⃗ = 𝑚 ∙ 𝑔 P - força peso, em N


m - massa, em kg

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O dinamômetro, dispositivo utilizado para medir a intensidade m - massa do corpo, em kg


de uma força, funciona baseado na lei de Hooke.
a - aceleração adquirida pelo corpo, em m/s2 Direção mesma
Força Normal (𝑁 ⃗ ) - A força normal é a força que as superfícies de 𝑎 Sentido mesmo de 𝑎.
exercem para evitar que objetos sólidos atravessem uns aos
outros. A força normal é uma força de contato. Se duas super-
fícies não estão em contato, elas não podem exercer uma força
normal uma sobre a outra.

Força de Tração (𝑇 ⃗ ) - A força de tração surge em um corpo


quando este se encontra preso a um fio ideal (fio com massa
desprezível) esticado, como por exemplo, o varal, elevador, as
luminárias suspensas por fios de aço, uma corda, uma cor- 3ª Lei de Newton ou Princípio da Ação e da Reação - Se um
rente, ou um cabo. corpo A exerce uma força sobre um corpo B, este exercerá so-
bre o corpo A também uma força de mesmo módulo, na mesma
direção, mas de sentido contrário.
As forças de ação e reação apresentam:
⃗⃗⃗⃗𝐴 | = |𝐹
- mesmo módulo: |𝐹 ⃗⃗⃗⃗𝐵 |

- mesma direção;

- sentidos contrários: ⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗𝐵


𝐹𝐴 = −𝐹
Direção: mesma direção do fio
Sentido: sempre no sentido de puxar

As 3 leis de newton

Foram publicadas em 1687 por Isaac Newton (1642- 1727) no


seu livro Philosophia e Naturalis Principia Mathematica.
OBS: Ação e reação sempre ocorrem em corpos separados.
1ª Lei de Newton ou Princípio da Inércia - Todo corpo conti-
nua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em
uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele es- ⃗⃗⃗𝐚 )
tado por forças aplicadas sobre ele.
Força de atrito (𝐅
É uma força de resistência que existe quando hátendência de
2ª Lei de Newton ou Princípio Fundamental da Dinâmica -
movimento ou movimento relativo entre duas superfícies rígi-
Um corpo de massa m submetido a uma força resultante 𝐹 ⃗⃗⃗𝑟 das. O seumódulo vale:
adquire uma aceleração 𝑎 na mesma direção e no mesmo sen-
tido da força. ⃗⃗⃗ ⃗
𝐹𝑎 = 𝜇 ∙ 𝑁 ⃗⃗⃗
𝐹𝑎 força de atrito, em N
μ coeficiente de atrito - é adimensi-
⃗⃗⃗𝑟 = 𝑚 ∙ 𝑎 𝐹
Módulo: 𝐹 ⃗⃗⃗𝑟 - força resultante, em N
onal e depende do material dos

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corpos em contato e do polimento


das superfícies.
N →força normal, em N.

A força de atrito pode ainda ser classificada em dois tipos.

Quando tentamos fazer um corpo deslizar sobre uma superfí- Podemos fazer os cálculos neste caso, imaginando
cie, mas não conseguimos é porque surge uma força entre as
superfícies de contato que impede o movimento, esta força é
denominada força de atrito estático. O seu módulo vale:

⃗⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑎𝑒 ≤ 𝜇𝑒 ∙ 𝑁 ⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑎𝑒 →Força de atrito estático,
ou em N
⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗ μe →Coeficiente de atrito está-
𝐹𝑎𝑒 = 𝜇𝑒 ∙ 𝑁
tico - depende do material dos
corpos em contato e do poli-
mento das superfícies
N→Força normal, em N

Quando um corpo desliza sobre outro, surge uma força de con-


tato que se opõe ao movimento, denominada força de atrito
Depois de sabermos a aceleração, que é igual para ambos os
cinético ou dinâmico. O seu módulo vale:
blocos, podemos calcular as forças que atuam entre eles, utili-
zando a relação que fizemos acima:
⃗⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑎𝑐 →Força de atrito cinético ou
⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗
𝐹𝑎𝑐 = 𝜇𝑐 ∙ 𝑁 dinâmico, em N
μc→Coeficiente de atrito ciné-
tico ou dinâmico - é adimensional
e depende do material dos corpos em contato e do polimento
das superfícies N→Força normal, em N Sistema de blocos (Blocos presos por um fio)

Experimentalmente, sabe-
se que:
μe >μc
Portanto:
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑎𝑒𝑚á𝑥 > 𝐹 ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑎𝑐
Nesse tipo de sistema, a resolução é feita da mesma maneira
que o sistema por blocos em contato, só que ao invés de ter-
mos as forças de ação e reação, teremos a tração no fio. Se
houver mais de um bloco, ou mais de uma corda, a sistemática
de resolução será a mesma, adicionando as outras massas e
trações para cada fio/corda/cabo. Veja a seguir o esquema de
forças para esses blocos A e B.
Aplicação das leis de Newton

Sistema de blocos (Blocos em contato)


Quando uma força é aplicada a corpos em contato, existem
"pares ação-reação" de forças que atuam entre eles e que se
anulam.

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2º caso: elevador subindo acelerado ou descendo com movi-


mento retardado
Como N > P
Fr = m.a
Fr = N – P
m.a = N – m.g
Desprezando os atritos e considerando o fio com massa des-
N = m.a + m.g
prezível, tem-se que:
N = m (a + g)
𝐹 = (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 ) ∙ 𝑎

3º caso: Elevador subindo com movimento retardado ou des-


Para calcular a tração pode-se usar: cendo acelerando
⃗ = 𝑚𝐴 ∙ 𝑎
𝑇 ou ⃗ = 𝑚𝐵 ∙ 𝑎
𝐹−𝑇 A aceleração agora é negativa, e temos
que P>N.
Fr = -m.a
Plano inclinado
Fr = N – P
Num plano inclinado, decompomos a força peso em duas com-
ponentes: -m.a = N – m.g
Paralela ao plano inclinado: 𝑃𝑋 = 𝑃 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜃 N = m.g – m.a
Perpendicular ao plano inclinado: 𝑃𝑌 = 𝑃 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜃 N = m(g-a)
A força normal será igual à componente 𝑃𝑌.
OBSERVAÇÃO:
A medida da massa de uma pessoa, feita através de uma ba-
lança é variável se for feita dentro do elevador. Ela irá depender
da aceleração do elevador e da aceleração da gravidade local.
Se a balança for uma de subir, o “peso” aparente da pessoa
será o valor da força Normal, e a marcação da massa na ba-
lança será maior ou menor dependendo se o elevador está su-
bindo ou descendo, acelerado ou retardado.

Movimento em um elevador
A Força Normal no elevador pode assumir diferentes valores,
a depender do tipo de movimento que ele executa.
1º caso: elevador parado ou em movimento
com velocidade constante – MRU
Fr = N – P
Fr = 0 e N = P
Portanto, N = m·g

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EXERCÍCIOS
SALA

1- Considere as seguintes afirmações:


I. Segundo a 1ª Lei de Newton, é necessária uma força resul-
tante para manter com velocidade constante o movimento de
um corpo se deslocando numa superfície horizontal sem atrito. Dado: g = 9,8 m/s2
II. De acordo com a 2ª Lei de Newton, a aceleração adquirida a] 9,8 m/s2.
por um corpo é a razão entre a força resultante que age sobre b] 2,4 m/s2.
o corpo e sua massa. c] 7,3 m/s2.
III. Conforme a 3ª Lei de Newton, a força peso e a força normal d] 4,9 m/s2.
constituem um par de ação-reação.
Assinale a alternativa que contém as afirmações CORRETAS. 4- FORÇA DE ATRITO (MACKENZIE 2010) 13. Um corpo de
a] I e II.
peso 30 N repousa sobre uma superfície horizontal de coefici-
b] I e III.
ente de atrito estático 0,4. Por meio de uma mola de massa
c] II e III. desprezível, de comprimento natural 20 cm e constante elástica
d] somente II. 20 N/m, prende-se esse corpo em uma parede como mostra a
e] todas estão corretas. figura. A máxima distância a que podemos manter esse corpo
da parede e em equilíbrio será de
2- (UFTPR 2008) 1. Os corpos A, B e C a seguir representados
possuem massas m(A) = 3 kg, m(B) = 2 kg e m(C) = 5 kg. Con-
siderando que estão apoiados sobre uma superfície horizontal
perfeitamente lisa e que a força F vale 20 N, determine a inten-
sidade da força que o corpo A exerce no corpo B.
a] 26 cm
b] 40 cm
c] 80 cm
d] 90 cm
e] 100 cm

5- (UESPI 2012) 12. Dois blocos idênticos, de peso 10 N,


a] 14 N. cada, encontram-se em repouso, como mostrado na figura a
b] 8 N. seguir. O plano inclinado faz um ângulo θ = 37° com a horizon-
c] 2 N. tal, tal que são considerados sen(37°) = 0,6 e cos(37°) = 0,8.
d] 10 N. Sabe-se que os respectivos coeficientes de atrito estático e ci-
e] 12 N. nético entre o bloco e o plano inclinado valem μe = 0,75 e μc =
0,25. O fio ideal passa sem atrito pela polia. Qual é o módulo
3- (UNIMONTES MG/2009/) Um macaco de 10kg sobe por da força de atrito entre o bloco e o plano inclinado?
uma corda de massa desprezível, que passa sobre o galho de
uma árvore (veja a figura). A corda pode deslizar, sem atrito,
sobre a superfície do galho. A outra extremidade da corda está
presa a uma caixa cuja massa é 15 kg. O menor valor do mó-
dulo da aceleração que o macaco deve ter ao subir pela corda,
para erguer a caixa, é igual a

a] 1N
b] 4N
c] 7N
d] 10 N
e] 13 N

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS atrito (fe, estático, e fc, cinético) com as intensidades das forças
aplicadas ao objeto deslizante.
1- (Enem 2018) Em desenhos animados é comum vermos a
personagem tentando impulsionar um barco soprando ar contra
a vela para compensar a falta de vento. Algumas vezes usam
o próprio fôlego, foles ou ventiladores. Estudantes de um labo-
ratório didático resolveram investigar essa possibilidade. Para
isso, usaram dois pequenos carros de plástico. A e B, insta-
laram sobre estes pequenas ventoinhas e fixaram vertical-
mente uma cartolina de curvatura parabólica para desempe-
nhar uma função análoga à vela de um barco. No carro B in-
verteu-se o sentido da ventoinha e manteve-se a vela, a fim de
manter as características do barco, massa e formato da carto-
lina. As figuras representam os carros produzidos. A montagem Com base nas informações apresentadas no gráfico e na situ-
do carro A busca simular a situação dos desenhos animados, ação vivida pelos irmãos, em casa, é correto afirmar que
pois a ventoinha está direcionada para a vela. a] o valor da força de atrito estático é sempre maior do que o
valor da força de atrito cinético entre as duas mesmas su-
perfícies.
b] a força de atrito estático entre o guarda-roupa e o chão é
sempre numericamente igual ao peso do guarda-roupa.
c] a força de intensidade F, exercida inicialmente pelo estu-
dante, foi inferior ao valor da força de atrito cinético entre o
guarda-roupa e o chão.
d] a força resultante da ação dos dois irmãos conseguiu des-
locar o guarda-roupa porque foi superior ao valor máximo
da força de atrito estático entre o guarda-roupa e o chão.
Com os carros orientados de acordo com as figuras, os estu- e] a força resultante da ação dos dois irmãos conseguiu des-
dantes ligaram as ventoinhas, aguardaram o fluxo de ar ficar locar o guarda-roupa porque foi superior à intensidade da
permanente e determinaram os módulos das velocidades mé- força de atrito cinético entre o guarda-roupa e o chão.
dias dos carros A (VA ) e B (VB ) para o mesmo intervalo de
tempo. 3- (Unesp 2011) Uma garota de 50 kg está em um elevador
sobre uma balança calibrada em newtons. O elevador move-se
A respeito das intensidades das velocidades médias e do sen- verticalmente, com aceleração para cima na subida e com ace-
tido de movimento do carro A, os estudantes observaram que: leração para baixo na descida. O módulo da aceleração é cons-
a] VA = 0; VB  0; o carro A não se move. tante e igual a 2 m/s2 em ambas situações. Considerando
g=10m/s2, a diferença, em newtons, entre o peso aparente da
b] 0  VA  VB ; o carro A se move para a direita.
garota, indicado na balança, quando o elevador sobe e quando
c] 0  VA  VB ; o carro A se move para a esquerda. o elevador desce, é igual a
d] 0  VB  VA ; o carro A se move para a direita. a] 50.
e] 0  VB  VA ; o carro A se move para a esquerda. b] 100.
c] 150.
2- (UEPB 2013) 7. Um jovem aluno de física, atendendo ao d] 200.
pedido de sua mãe para alterar a posição de alguns móveis da e] 250.
residência, começou empurrando o guarda-roupa do seu 4- (G1 - ifce 2016) Um conjunto de caixas precisa ser deslo-
quarto, que tem 200 kg de massa. A força que ele empregou, cado através de um plano inclinado, conforme mostra a figura
de intensidade F, horizontal, paralela à superfície sobre a qual abaixo.
o guarda-roupa deslizaria, se mostrou insuficiente para deslo-
car o móvel. O estudante solicitou a ajuda do seu irmão e, desta
vez, somando à sua força uma outra força igual, foi possível a
mudança pretendida.
O estudante, desejando compreender a situação-problema vi-
vida, levou-a para sala de aula, a qual foi tema de discussão.
Para compreendê-la, o professor apresentou aos estudantes
um gráfico, abaixo, que relacionava as intensidades da força de
Nesta figura, as massas das 3 caixas A, B e C são,

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respectivamente, mA = 12 kg, mB = 8 kg e mC = 20 kg. O Suponha que esse elevador esteja parado no andartérreo de
fio que as une é inextensível e está conectado às caixas A e um edifício e que passe a descrever um movimentouniforme-
C. A polia é ideal e o atrito das caixas é desprezível. Nesta mente acelerado para cima. Adotando g = 10 m / s2 , é correto
situação, a intensidade da força que o bloco A exerce sobre o afirmar que a maior aceleração verticalque esse elevador pode
bloco B é experimentar, de modo quea caixa em contato com o piso re-
(Considere a aceleração da gravidade como sendo ceba desse, no máximo,a mesma força que receberia se o ele-
g = 10 m s2 , e também cos α = 0,8 e sen α = 0,6). vador estivesse paradoe, na pilha, houvesse seis caixas, é
a] 96 N. igual a
b] 60 N. a] 4 m / s2 .
c] 72 N. b] 8 m / s2 .
d] 64 N. c] 10 m / s2 .
e] 100 N. d] 6 m / s2 .

5- (Enem PPL 2018) Com um dedo, um garoto pressiona con- e] 2 m / s2 .


tra a parede duas moedas, de R$ 0,10 e R$ 1,00, uma sobre
a outra, mantendo-as paradas. Em contato com o dedo estás a 7- Na figura a seguir, fios e polias são ideais, e o sistema está
moeda de R$ 0,10 e contra a parede está a de R$ 1,00. O em repouso. Cortado o fio 3, após t segundos o corpo C atinge
o solo. Os corpos A, B e C têm massas, respectivamente,
peso da moeda de R$ 0,10 é 0,05 N e o da de R$ 1,00 é
5,0kg, 8,0kg e 12,0kg.
0,09 N. A força de atrito exercida pela parece é suficiente para
impedir que as moedas caiam. Adotando g = 10 m/s2 e desprezando a resistência do ar, po-
Qual é a força de atrito entre a parede e a moeda de R$ 1,00? demos afirmar que o valor de t e a tração no fio 2 valem, res-
a] 0,04 N pectivamente:
b] 0,05 N
c] 0,07 N
d] 0,09 N
e] 0,14 N

6- (Unesp 2016) Algumas embalagens trazem, impressas em


sua superfície externa, informações sobre a quantidade má-
xima de caixas iguais a ela que podem ser empilhadas, sem
que haja risco de danificar a embalagem ou os produtos conti-
dos na primeira caixa da pilha, de baixo para cima.
a] 2,0 s e 50 N
Considere a situação em que três caixas iguais estejamempi-
lhadas dentro de um elevador e que, em cada umadelas, esteja b] 2,0 s e 80 N
impressa uma imagem que indica que, nomáximo, seis caixas c] 1,0 s e 50 N
iguais a ela podem ser empilhadas. d] 1,0 s e 80 N
e] 1,0 s e 200 N

8- (PUCRJ 2013) Sobre uma superfície sem atrito, há um bloco


de massa m1 = 4,0 kg sobre o qual está apoiado um bloco me-
nor de massa m2 = 1,0 kg. Uma corda puxa o bloco menor com
uma força horizontal F de módulo 10 N, como mostrado na fi-
gura abaixo, e observa-se que nesta situação os dois blocos
movem-se juntos.

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A força de atrito existente entre as superfícies dos blocos vale


em Newtons: TRABALHO E ENERGIA
a] 10
b] 2,0
c] 40
d] 13 Trabalho de uma força constante ⃗𝑭
e] 8,0
TRABALHO é a energia transferida ou transformada devido a
9- (UFTM 2012) Analisando as Leis de Newton, pode-se con- aplicação de uma força. Sua unidade no SI é a mesma unidade
cluir corretamente que: de energia, o Joule (J). Para uma força constante, temos:
a] O movimento retilíneo e uniforme é consequência da apli-
cação de uma força constante sobre o corpo que se move. 𝜏 = 𝐹 ∙ 𝑑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜃
b] A lei da inércia prevê a existência de referenciais inerciais
absolutos, em repouso, como é o caso do centro de nossa
galáxia.
c] Para toda ação existe uma reação correspondente, sendo
exemplo dessa circunstância a força normal, que é reação
à força peso sobre objetos apoiados em superfícies planas.
d] Se um corpo é dotado de aceleração, esta certamente é
consequência da ação de uma força, ou de um conjunto de
forças de resultante diferente de zero, agindo sobre o corpo. Trabalho de uma força variável
e] A força centrífuga é uma força que surge em decorrência A força variável geralmente aparece num gráfico de F(N) ver-
da lei da inércia, sobre corpos que obedecem a um movi- sus x(m). O trabalho é numericamente igual a área sob a curva.
mento circular e que tem como reação a força centrípeta.

10- (UESPI 2012) A figura a seguir ilustra duas pessoas (repre-


sentadas por círculos), uma em cada margem de um rio, pu-
xando um bote de massa 600 kg através de cordas ideais pa-
ralelas ao solo. Neste instante, o ângulo que cada corda faz
com a direção da correnteza do rio vale θ = 37°, o módulo da
força de tensão em cada corda é F = 80 N, e o bote possui
aceleração de módulo 0,02 m/s2, no sentido contrário ao da
correnteza (o sentido da correnteza está indicado por setas tra-
cejadas). Considerando sen(37°) = 0,6 e cos(37°) = 0,8, qual é
o módulo da força que a correnteza exerce no bote?
Acima do eixo x o trabalho é positivo e abaixo do eixo x o tra-
balho é negativo.

Casos particulares de trabalho


TRABALHO DA FORÇA PESO 𝜏𝑃 = ±𝑚𝑔ℎ
Quando o corpo estiver subindo (não espontâneo) o sinal do
trabalho da força peso é negativo. Quando ele estiver descendo
a] 18 N (espontâneo), o sinal é positivo.
b] 24 N
c] 62 N TRABALHO DA FORÇA NORMAL 𝜏𝑁 = 0
d] 116 N Pois o ângulo entre a normal e o deslocamento é sempre igual
e] 138 N a 90° e cos 90° = 0.
TRABALHO DA FORÇA DE ATRITO 𝜏𝐹𝑎𝑡 = 𝐹𝑎𝑡 ∙ 𝑑 ∙
𝑐𝑜𝑠180°
Como cos 180° = -1, o trabalho da força de atrito é sempre
negativo.

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TRABALHO DA FORÇA ELÁSTICA


A força elástica é uma força variável e o trabalho é a área do 𝟏 𝟏
𝝉 = ∆𝑬𝒄 = 𝒎𝒗𝟐 − 𝒎𝒗𝟐𝟎
gráfico de F(N) versus x(m). Quando o movimento da mola é 𝟐 𝟐
espontâneo, o sinal do trabalho é positivo. Quando esse movi- Energia mecânica
mento não for espontâneo, o sinal é negativo.

Potência ENERGIA CINÉTICA: é a energia de movimento. Tudo que


possui velocidade possui energia cinética.
A potência é definida como a rapidez com que um trabalho é
realizado. A unidade de potência é o watt (W). 𝑚𝑣 2
𝐸𝑐 =
CÁLCULO DA POTÊNCIA 2
𝜏 ENERGIA POTENCIAL: é a energia armazenada em um corpo
𝑃𝑜𝑡 = =𝐹∙𝑣
∆𝑡 devido a sua posição em relação a um referencial.

• Energia potencial GRAVITACIONAL: 𝐸𝑝 = 𝑚𝑔ℎ


CÁLCULO DA POTÊNCIA MÉDIA
𝑘𝑥 2
• Energia potencial ELÁSTICA: 𝐸𝑝𝑒𝑙 =
𝑷𝒐𝒕𝒎 = 𝑭 ∙ 𝒗𝒎 2

Nos sistemas mecânicos a energia mecânica é sempre a soma


Lembrando que a velocidade média no MUV é dada por:
da energia cinética com a potencial. Podendo ser constante ou
(𝑣0 + 𝑣) ∆𝑠 não dependendo do tipo de sistema analisado.
𝑣𝑚 = =
2 ∆𝑡
Energia Mecânica = Energia Cinética+ Energia Potencial
Teorema da Energia Cinética (TEC)
𝐸𝑀𝑒𝑐 = 𝐸𝑐𝑖𝑛 + 𝐸𝑝𝑜𝑡
O trabalho da força resultante é igual à variação da energia ci-
nética do corpo.

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FÍSICA • Francisco Júnior

Os Gráficos das energias cinética, potencial gravitacional e me- 2- (G1 – IFCE 2019) O trabalho é uma grandeza física relacio-
cânica para um corpo de massa m, quando lançado vertical- nada à força e ao deslocamento por ela produzido. Nunca rea-
mente para cima, a partir doponto de lançamento, tomado lizam trabalho as forças constantes
como referencial e desprezando-se as forças resistivas, em a] Centrífuga e elétrica.
função do tempo de subida e descida. b] Peso e tração.
c] Centrípeta e peso.
d] Magnética e nuclear.
e] Centrípeta e magnética.

3- (Ufpr 2019)

Durante todo o movimento, conclui-se que, à diminuição


de energia cinética corresponde um aumento de energia poten-
cial gravitacional e vice-versa, mantendo-se constante a totali-
dade da energia mecânica.
Observe que as representações gráficas das energias ci- O gráfico apresenta o comportamento da energia cinética em
nética e potencial gravitacional correspondem à duas parábo- função do tempo para um objeto que se move em linha reta
las invertidas de modo que, em cada ponto, asoma dessas quando visto por um sistema inercial. Sabe-se que o objeto tem
duas energias corresponda à energia mecânica, que é cons- massa m = 6 kg. Levando em consideração os dados apre-
tante. Observe também que o tempo de subida é igual ao
tempo de descida, pois as forças dissipativas são desprezadas. sentados, determine:
a] O trabalho total realizado sobre o objeto entre os instantes
t = 10 s e t = 60 s.
Rendimento (η) b] O módulo da velocidade do objeto no instante t = 45 s.

Uma das definições mais gerais de rendimento pode ser dada 4- (ENEM 2015) Uma análise criteriosa do desempenho de
pela divisão da potência útil pela potência total recebida du- Usain Bolt na quebra do recorde mundial dos 100 metros rasos
rante algum processo: mostrou que, apesar de ser o último dos corredores a reagir ao
tiro e iniciar a corrida, seus primeiros 30 metros foram os mais
𝑃𝑜𝑡ú𝑡𝑖𝑙 velozes já feitos em um recorde mundial, cruzando essa marca
𝜂= ∙ 100%
𝑃𝑜𝑡𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 em 3,78 segundos. Até se colocar com o corpo reto, foram 13
passadas, mostrando sua potência durante a aceleração, o mo-
mento mais importante da corrida. Ao final desse percurso, Bolt
havia atingido a velocidade máxima de 12 m/s.

EXERCÍCIOS
Disponível em: http://esporte.uol.com.br.
Acesso em: 5 ago. 2012 (adaptado).

Supondo que a massa desse corredor seja igual a 90 kg, o traba-


lho total realizado nas 13 primeiras passadas é mais próximo de:
a] 5,4 × 102J.
1- (PUC – RJ 2018) Uma força constante F0, fazendo um ân- b] 6,5×103J.
gulo de 60° com a horizontal, é utilizada para arrastar horizon- c] 8,6×103J.
talmente um bloco por uma distância L0 em uma superfície, re- d] 1,3×104J.
alizando um trabalho W0. Se o ângulo for reduzido para 30°, o e] 3,2×104J.
novo trabalho W realizado pela força F0 será:
a] √3W0 5- (ENEM 2016) A usina de Itaipu é uma das maiores hidrelé-
b] 2 W0 tricas do mundo em geração de energia. Com 20 unidades ge-
c] W0 radoras e 14 000 MW de potência total instalada, apresenta
d] W0/2 uma queda de 118,4 m e vazão nominal de 690 m3/s por uni-
e] W0/√3 dade geradora. O cálculo da potência teórica leva em conta a
altura da massa de água represada pela barragem, a gravidade
local (10 m/s2) e a densidade da água (1 000 kg/m3). A

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diferença entre a potência teórica e a instalada é a potência não 2- (ENEM 2018) Um projetista deseja construir um brinquedo
aproveitada. que lance um pequeno cubo ao longo de um trilho horizontal, e
Disponível em: www.itaipu.gov.br. Acesso em: 11 maio 2013 (adaptado). o dispositivo precisa oferecer a opção de mudar a velocidade
de lançamento. Para isso, ele utiliza uma mola e um trilho onde
Qual é a potência, em MW, não aproveitada em cada unidade o atrito pode ser desprezado, conforme a figura.
geradora de Itaipu?
a] 0
b] 1,18
c] 116,96
d] 816,96
e] 13 183,04

EXERCÍCIOS PROPOSTOS Para que a velocidade de lançamento do cubo seja aumentada


quatro vezes, o projetista deve
1- (ENEM 2017) O brinquedo pula-pula (cama elástica) é com- a] manter a mesma mola e aumentar duas vezes a sua defor-
posto por uma lona circular flexível horizontal presa por molas mação.
à sua borda. As crianças brincam pulando sobre ela, alterando b] manter a mesma mola e aumentar quatro vezes a sua de-
e alternando suas formas de energia. Ao pular verticalmente, formação.
desprezando o atrito com o ar e os movimentos de rotação do c] manter a mesma mola e aumentar dezesseis vezes a sua
corpo enquanto salta, uma criança realiza um movimento pe- deformação.
riódico vertical em torno da posição de equilíbrio da lona (h = d] trocar a mola por outra de constante elástica duas vezes
0), passando pelos pontos de máxima e de mínima alturas, hmáx maior e manter a deformação.
e hmin, respectivamente. e] trocar a mola por outra de constante elástica quatro vezes
Esquematicamente, o esboço do gráfico da energia cinética da maior e manter a deformação.
criança em função de sua posição vertical na situação descrita é:
a] 3- (UNESP 2013) A figura ilustra um brinquedo oferecido por
alguns parques, conhecido por tirolesa, no qual uma pessoa
desce de determinada altura segurando-se em uma roldana
apoiada numa corda tensionada. Em determinado ponto do
percurso, a pessoa se solta e cai na água de um lago.

b]

c]

Considere que uma pessoa de 50 kg parta do repouso no ponto


A e desça até o ponto B segurando-se na roldana, e que nesse
trajeto tenha havido perda de 36% da energia mecânica do sis-
d]
tema, devido ao atrito entre a roldana e a corda. No ponto B ela
se solta, atingindo o ponto C na superfície da água. Em seu
movimento, o centro de massa da pessoa sofre o desnível ver-
tical de 5 m mostrado na figura. Desprezando a resistência do
ar e a massa da roldana, e adotando g = 10 m/s2, pode-se afir-
mar que a pessoa atinge o ponto C com uma velocidade, em
e] m/s, de módulo igual a:
a] 8
b] 10
c] 6
d] 12
e] 4

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4- (Ufrgs 2019) Um dispositivo de lançamento vertical de mas- a] 5,0


sas consiste em um tubo com uma mola sobre a qual são colo- b] 5,5
cados objetos. Após a mola ser comprimida, o sistema massa- c] 6,0
mola é liberado. Não há contato entre a massa e a parede do d] 6,5
tubo, e a resistência do ar é desprezível.
e] 7,0

6- Uma caminhonete, de massa 2.000 kg, bateu na traseira de


um sedã, de massa 1.000 kg, que estava parado no semáforo,
em uma rua horizontal. Após o impacto, os dois veículos desli-
zaram como um único bloco. Para a perícia, o motorista da ca-
minhonete alegou que estava a menos de 20 km/h quando o
acidente ocorreu. A perícia constatou, analisando as marcas de
frenagem, que a caminhonete arrastou o sedã, em linha reta,
por uma distância de 10 m. Com este dado e estimando que o
coeficiente de atrito cinético entre os pneus dos veículos e o
asfalto, no local do acidente, era 0,5, a perícia concluiu que a
velocidade real da caminhonete, em km/h, no momento da co-
lisão era, aproximadamente,
Na figura I, um objeto de massa m é colocado sobre uma mola Note e adote:
de constante elástica k. A mola é então comprimida por uma Aceleração da gravidade: 10 m/s2.
distância X. Quando o sistema é liberado, o objeto é arremes- Desconsidere a massa dos motoristas e a resistência do ar.
sado verticalmente e atinge uma altura h. a] 10.
b] 15.
Na figura II, um objeto de massa 2m é colocado sobre a c] 36.
mesma mola e esta é comprimida por uma distância 2X. d] 48.
Nesse caso, a altura H atingida pelo objeto, após a liberação e] 54.
do sistema, é
a] h 2.
7- (FAMERP 2018) A figura mostra o deslocamento horizontal
b] h. de um bloco preso a uma mola, a partir da posição A e até atin-
c] h 2. gir a posição C.
d] 2h.
e] 4h.

5- (Mackenzie 2019) Um garoto posta-se sobre um muro e, de


posse de um estilingue, mira um alvo. Ele apanha uma pedri-
nha de massa m = 10 g, a coloca em seu estilingue e deforma
a borracha deste em Δx = 5,0 cm, soltando-a em seguida.

O gráfico representa o módulo da força que a mola exerce so-


bre o bloco em função da posição deste.

Considera-se que a pedrinha esteja inicialmente em repouso,


que a força resultante sobre ela é a da borracha, cuja constante
elástica vale k = 1,0  102 N m, e que a interação borra-
cha/pedrinha dura 1,0 s. Assim, até o instante em que a pedri-
nha se desencosta da borracha, ela adquire uma aceleração
escalar média que vale, em m s2 ,

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O trabalho realizado pela força elástica aplicada pela mola so- Qual é a força que a fita exerce em cada uma das árvores por
bre o bloco, quando este se desloca da posição A até a posição causa da presença da atleta?
B, é a] 4,0 x 102N
a] 0,60J b] 4,1 x 10²N
b] – 0,60J c] 8,0 x 10²N
c] -0,30J d] 2,4 x 10³N
d] 0,80 J e] 4,7 x10³N
e] 0,30 J
10- (ENEM 2019) Numa feira de ciências, um estudante utili-
8- (FAMEMA 2017) A figura representa, em corte, parte de uma zará o disco de Maxwell (ioiô) para demonstrar o princípio da
instalação utilizada para demonstrações de experimentos. Um conservação da energia. A apresentação consistirá em duas
corpo de dimensões desprezíveis escorrega pela superfície in- etapas.
clinada e atinge o ponto A com velocidade escalar igual a 10 Etapa 1 – a explicação de que, à medida que o disco desce,
m/s. Considere o atrito e a resistência do ar desprezíveis e g = parte de sua energia potencial gravitacional é transformada em
10 m/s2. energia cinética de translação e energia cinética de rotação;
Etapa 2 – o cálculo da energia cinética de rotação do disco no
ponto mais baixo de sua trajetória, supondo o sistema conser-
vativo.

Ao preparar a segunda etapa, ele considera a aceleração da


gravidade igual a 10 ms⁻² e a velocidade linear do centro de
massa do disco desprezível em comparação com a velocidade
angular. Em seguida, mede a altura do topo do disco em rela-
ção ao chão no ponto mais baixo de sua trajetória, obtendo
1/3da altura da haste do brinquedo.
As especificações de tamanho do brinquedo, isto é, de compri-
mento (C), largura (L) e altura (A), assim como da massa de
Em relação ao nível de referência indicado na figura, a altura,
seu disco de metal, foram encontradas pelo estudante no re-
na superfície inclinada, em que a energia cinética do corpo é
corte de manual ilustrado a seguir.
igual ao triplo de sua energia potencial gravitacional é:
a] 1,25
b] 1,00
c] 2,00
d] 1,50
e] 1,75

9- (ENEM 2019) Slackline é um esporte no qual o atleta deve


se equilibrar e executar manobras estando sobre uma fita esti-
cada. Para a prática do esporte, as duas extremidades da fita
são fixadas de forma que ela fique a alguns centímetros do
solo.
Quando uma atleta de massa igual a 80 kg está exata mente
no meio da fita, essa se desloca verticalmente, formando um
ângulo de 10° com a horizontal, como es que matizado na fi-
gura. Sabe-se que a aceleração da gravidade é igual a 10 m
s⁻², cos (10°) = 0,98 e sen(10°) = 0,17.
Conteúdo: base de metal, hastes metálicas, barra superior,
disco de metal.
Tamanho (C x L x A): 300 mm x 100 mm x 410 mm
Massa do disco de metal: 30 g
O resultado do cálculo da etapa 2, em joule, é:
a] 4,10 x 10⁻²
b] 8,20 x 10⁻²
c] 1,23 x 10⁻¹
d] 8,20 x 104
e] 1,23 x 105

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DINÂMICA DE
MOVIMENTO CURVOS

Movimentos curvilíneos uniformes


Quando um corpo realiza um movimento curvilíneo uniforme,
as forças que atuam sobre ele devem garantir a aceleração
centrípeta.

Movimentos curvilíneos variados


Quando um corpo realiza um movimento curvilíneo variado, as
forças que atuam sobre ele devem garantir a aceleração cen-
CURVA NUMA PISTA COM SOBRELEVAÇÃO
trípeta e a aceleração tangencial. Quem atua como resultante centrípeta? A componente horizon-
A aceleração centrípeta é responsável pela curva, alterando a tal da força normal (Nx).
direção e o sentido do vetor velocidade. A aceleração tangen-
cial altera o módulo do vetor velocidade.

Resultante centrípeta
Não existe uma força chamada força centrípeta. O que acon-
tece é que uma força ou um conjunto de forças que atuam na
direção radial (nesse caso a força resultante), é denominada
resultante centrípeta. Da 2º Lei de Newton, temos:
𝑅𝑐 = 𝑚 ∙ 𝑎𝑐
ou
𝑣2
𝑅𝑐 = 𝑚 ∙
𝑟

Em todos esses casos a brincadeira consiste em descobrir


MOVIMENTO CURVAS VERTICAIS
quem está atuando como resultante centrípeta. Quando for Quando um carro passa por uma vala ou uma lombada circular,
mais conveniente usaremos a aceleração centrípeta em função quem é a resultante centrípeta? Nas duas situações as forças
da velocidade linear ou da velocidade angular. Assim, substitu- envolvidas consideradas serão a normal e a peso, conforme
iremos 𝑅𝑐𝑝 e 𝑎𝑐𝑝 na equação acima. mostrado a seguir, considerando o movimento de um automó-
vel passando pela depressão ou valeta circular B, e pela lom-
PEDRA SENDO GIRADA POR UM BARBANTE bada C.
Quem atua como resultante centrípeta? A tração (T).

CURVA NA PISTA HORIZONTAL


Quem atua como resultante centrípeta? A força de atrito (fat).
Valeta ou depressão (B):
Fp/centro – Fp/ fora = m·acp
𝑵 − 𝑷 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑

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Lombada (C): Fp/centro – Fp/ fora = m·acp


𝑷 − 𝑵 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑

ROTOR
Quem atua como resultante centrípeta? A força normal (N).
De acordo com o diagrama de forças, temos:

Vmax = Velocidade máxima no ponto mais alto da lombada


(m/s), para N=0.

𝑉𝑚á𝑥 = √𝑅 ∙ 𝑔

GLOBO DA MORTE/LOOPING
Quem atua como resultante centrípeta? No ponto mais alto é a
soma da força peso (P) com a força normal (N).
Fp/centro – Fp/ fora = m·acp
Considere N como força normal e P força peso.
No ponto mais alto do looping Sendo v = ω.r, temos: m.ω2.r = N.

𝑵 + 𝑷 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑
Quando o cilindro gira com uma velocidade angular mínima, a
No meio do looping pessoa
𝑵 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑 fica na iminência de escorregar e, nessas condições, a força de
atrito tem valor máximo:
No ponto mais baixo
do looping Lembrando que a força de atrito deve equilibrar a força peso,
temos:
𝑵 − 𝑷 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑

Vmín= Velocidade máxima no ponto mais alto da lombada


(m/s), para N=0.

𝑉𝑚í𝑛 = √𝑅 ∙ 𝑔
PÊNDULO CÔNICO
Quem atua como resultante centrípeta? É a soma vetorial da
tração (T) e da força peso (P).

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RODA GIGANTE

Quem atua como resultante centrí-


peta? No ponto mais alto é P – N e no
ponto mais baixo é N – P.

Na parte superior: Fp/centro – Fp/ fora = m·acp

A soma vetorial da força peso com a força de tração nos for- 𝑷 − 𝑵 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑
nece a resultante centrípeta. Do triângulo de forças, tiramos:
Na parte inferior: Fp/centro – Fp/ fora = m·acp

𝑵 − 𝑷 = 𝒎 ∙ 𝒂𝒄𝒑

Temos que:

EXERCÍCIOS
1- (Famerp 2017) Em uma exibição de acrobacias aéreas, um
Essa última expressão nos dá a velocidade angular do pêndulo
cônico definido pelo ângulo θ. avião pilotado por uma pessoa de 80 kg faz manobras e deixa
no ar um rastro de fumaça indicando sua trajetória. Na figura,
AVIÃO EFETUANDO UMA CURVA está representado um looping circular de raio 50 m contido em
Pelas mesmas razões apresentadas nos estudos do pêndulo um plano vertical, descrito por esse avião.
cônico e do carro numa curva com sobrelevação, podemos en-
tender o motivo de um avião ter suas asas inclinadas no mo-
mento que efetua uma curva horizontal de raio R. A força de
⃗ ), normal às asas, e o peso (𝑃⃗) do
sustentação aerodinâmica (P
avião geram, por composição, a sua resultante centrípeta hori-
zontal.

Adotando g = 10 m s2 e considerando que ao passar pelo


ponto A, ponto mais alto da trajetória circular, a velocidade do
𝐹𝑅 avião é de 180 km h, a intensidade da força exercida pelo as-
𝑡𝑔𝜃 = → 𝐹𝑅 = 𝑃 ∙ 𝑡𝑔𝜃
𝑃 sento sobre o piloto, nesse ponto, é igual a
a] 3.000 N.
𝑣2 𝑣2 b] 2.800 N.
𝑚∙ = 𝑚𝑔 ∙ 𝑡𝑔𝜃 → 𝑅 =
𝑅 𝑔 ∙ 𝑡𝑔𝜃 c] 3.200 N.
d] 2.600 N.
e] 2.400 N.

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2-. (FGV-SP) Um automóvel de 1720 kg entra emuma curva de


raio r = 200 m, a 108 km/h. Sabendoque o coeficiente de atrito
entre os pneus do automóvele a rodovia é igual a 0,3, considere
as afirmações:
I – O automóvel está a uma velocidade segura parafazer a
curva.
II – O automóvel irá derrapar radialmente para forada curva.
III – A força centrípeta do automóvel excede a forçade atrito.
IV – A força de atrito é o produto da força normaldo automóvel
e o coeficiente de atrito.
Baseado nas afirmações acima, verifique:
a] Apenas I está correta.
b] As afirmativas I e IV estão corretas.
c] Apenas II e III estão corretas.
d] Estão corretas I, III e IV. Considerando sen θ = 0,6, cos θ = 0,8, g = 10 m s2 e des-
e] Estão corretas II, III e IV.
prezando a resistência do ar, a velocidade angular do objeto,
em seu movimento de João a José, é igual a
3- (Enem 2009) O Brasil pode se transformar no primeiro país
a] 1,0 rad s.
das Américas a entrar no seleto grupo das nações que dispõem
de trens-bala. O Ministério dos Transportes prevê o lançamento b] 1,5 rad s.
do edital de licitação internacional para a construção da ferrovia c] 2,5 rad s.
de alta velocidade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403 qui- d] 2,0 rad s.
lômetros entre a Central do Brasil, no Rio, e a Estação da Luz, e] 3,0 rad s.
no centro da capital paulista, em uma hora e 25 minutos.
Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 14 jul. 2009.
5- Finalmente, o momento mais aguardado pela plateia do
Circo da Física: o Globo. Em uma esfera de aço com 4,84 m de
Devido à alta velocidade, um dos problemas a ser enfrentado
diâmetro cujo coeficiente de atrito entre o pneu e o aço é 0,2,
na escolha do trajeto que será percorrido pelo trem é o dimen-
cinco destemidos pilotos fazem manobras radicais com suas
sionamento das curvas. Considerando-se que uma aceleração
motos. No ponto alto da apresentação, o Globo se abre, dei-
lateral confortável para os passageiros e segura para o trem
xando a plateia apreensiva e extasiada, e três pilotos parecem
seja de 0,1 g, em que g é a aceleração da gravidade (conside-
rada igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem se mantenha flutuar no ar com suas motos, como mostrado na figura abaixo.
constante em todo o percurso, seria correto prever que as cur-
vas existentes no trajeto deveriam ter raio de curvatura mínimo
de, aproximadamente,
a] 80 m.
b] 430 m.
c] 800 m.
d] 1.600 m.
e] 6.400 m.

4- (Unesp 2017) Em um edifício em construção, João lança


para José um objeto amarrado a uma corda inextensível e de
massa desprezível, presa no ponto O da parede. O objeto é
lançado perpendicularmente à parede e percorre, suspenso no
ar, um arco de circunferência de diâmetro igual a 15 m, contido
em um plano horizontal e em movimento uniforme, conforme a
figura. O ponto O está sobre a mesma reta vertical que passa
pelo ponto C, ponto médio do segmento que une João a José. Com base no exposto acima e na figura, é correto afirmar que:
O ângulo θ, formado entre a corda e o segmento de reta OC, 01. o período da rotação do piloto 1, quando está com a veloci-
é constante. dade mínima para realizar a manobra, é de 2,0 s.
02. a velocidade angular mínima do piloto 1 é de aproximada-
mente 4,54 rad/s.

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04. a velocidade mínima para o piloto 1 realizar a manobra é de contato com os trilhos iguala 36 km/h. O raio da curva, consi-
11,0 m/s. derada circular, é, em metros,igual a
08. a velocidade mínima para o piloto 1 realizar a manobra au-
menta se o raio do Globo aumentar.
16. a força centrífuga sobre o sistema piloto-moto tem o sentido
para o centro da trajetória.
32. um piloto com massa menor do que o piloto 1 poderia rea-
lizar a manobra com menor velocidade.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS a] 3,6


b] 18
1- Uma criança gira no plano horizontal, uma pedra com massa c] 1,0
igual a 40g presa em uma corda, produzindo um Movimento d] 6,0
Circular Uniforme. A pedra descreve uma trajetória circular, de e] 10
raio igual a 72cm, sob a ação de uma força resultante centrí-
peta de módulo igual a 2N. Se a corda se romper, qual será a 4- Um corpo de 1 kg, preso a uma mola ideal, pode deslizar
velocidade, em m/s, com que a pedra se afastará da criança? sematrito sobre a haste AC, solidária à haste AB. A mola
Obs.: desprezar a resistência do ar e admitir que a pedra se temconstante elástica igual a 500N/m e o seu comprimento
afastará da criança com uma velocidade constante. semdeformação é de 40 cm. Avelocidade angular da hasteAB
a] 6 quando o comprimento damola é 50 cm, vale:
b] 12
c] 18
d] 36

2- (Mackenzie, 2019). Força centrípeta é a força resultante que


puxa um corpo na direção e sentido do centro da trajetória de
um movimento curvilíneo.
Um exemplo de força centrípeta é a força gravitacional no mo-
vimento do planeta Terra ao redor do Sol. Nesse caso, é a força
gravitacional entre o planeta e a estrela que faz com que a
a] 5 rad/s.
TERRA não escape da trajetória elíptica ao redor do Sol e deixe
b] 10 rad/s.
de orbitá-lo.
c] 15 rad/s.
d] 20 rad/s.
e] 25 rad/s.

5- Na figura, o fio ideal prende uma partícula de massa m a


umahaste vertical presa a um disco horizontal que gira comve-
locidade angular ω constante. A distância do eixo de rotação
dodisco ao centro da partícula é igual a 0,1√3m. A velocidade-
Analisando o movimento curvilíneo de um carro em uma pista angular do disco é:
horizontal, a força que tem o papel de força centrípeta é a a] 3 rad/s
a] força peso do carro. b] 5 rad/s
b] força de atrito entre os pneus e a pista. c] 5√2 rad/s
c] força normal dos pneus na pista. d] 8√3 rad/s
d] força de tração do motor. e] 10 rad/s
e] força de gravitacional entre o carro e a pista.
6- Em um autódromo, cuja pista tem 5 400 m de comprimento,
3- A figura representa em planovertical um trecho dos trilhos há uma curva de raio 120 m, em superfícieplana inclinada, na
deuma montanha russa na qualum carrinho está prestes area- qual a borda externa é mais elevadaque a interna, como mostra
lizar uma curva. Desprezeatritos, considere a massa totaldos a figura. O ângulo de inclinação θ é tal que sen θ = 0,60.
ocupantes e do carrinhoigual a 500 kg e a máxima velocidade
com que o carrinhoconsegue realizar a curva sem perder

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9- (UFMG) Quando um carro se desloca numa estrada horizon-


tal, seu peso P é anulado pela reação normal N exercida pela
estrada. Quando esse carro passa no alto de uma lombada,
sem perder o contato com a pista, como mostra a figura, seu
peso será representado por P’, e a reação normal da pista so-
bre ele, por N’.

a] Supondo que um carro de competição desenvolva uma ve-


locidade média de 216 km/h, determine o intervalo de
tempo, em segundos, em que ele completa uma volta nessa
pista. Com relação aos módulos dessas forças, pode-se afirmar que
b] Considere que a massa do carro seja igual a 600 kg, que a] P’ < P e N’ = N.
sua velocidade na curva inclinada seja 30 m/s e que a com- b] P’ < P e N’ > N.
ponente horizontal desta velocidade seja igual à resultante c] P’ = P e N’ < N.
centrípeta. Determine a intensidade da força normal, em d] P’ = P e N’ > N.
newtons, aplicada pela pista sobre o carro, nessa curva. e] P’ > P e N’ < N.

7- (Puccamp 2010) Num trecho retilíneo de uma pista de auto- 10- Um pequeno bloco de massa m1 gira sobre uma mesa ho-
mobilismo há uma lombada cujo raio de curvatura é de 50 m. rizontal sem atrito. Esse bloco está ligado a outro, de massa
Um carro passa pelo ponto mais alto da elevação com veloci- m2, por um fio que passa por um orifício existente na mesa. O
dade v, de forma que a interação entre o veículo e o solo (peso bloco de massa m1descreve um movimento circular uniforme
𝑚𝑔 de raio R = 0,50 m e velocidade v = 5,0 m/s, e o bloco de massa
aparente) é neste ponto. Adote g = 10 m/s2. m2permanece em repouso. Sendo g = 10 m/s2, determine a re-
5
Nestas condições, em m/s, o valor de v é 𝑚
lação 2.
a] 10 𝑚1
b] 20
c] 30
d] 40
e] 50

8- (Pucsp 2010) Um automóvel de massa 800 kg, dirigido por


um motorista de massa igual a 60 kg, passa pela parte mais
baixa de uma depressão de raio = 20 m com velocidade escalar
de 72 km/h. Nesse momento, a intensidade da força de reação
que a pista aplica no veículo é: (Adote g = 10m/s2).
a] 0,5
b] 5
c] 50
d] 1
e] 2

DINÂMICA IMPULSIVA
a] 231512 N
b] 215360 N Quantidade de movimento
c] 1800 N
d] 25800 N É uma grandeza vetorial dada pelo produto da massa pela
e] 24000 N velocidade do corpo:

⃗Q = m ∙ v⃗

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Sua unidade no SI é o kg.m/s. Colisões (choques)


Impulso de uma força Uma colisão entre dois corpos que se movem numa
mesma reta, antes e depois da colisão, é chamada de choque
É uma grandeza vetorial dada pelo produto da força pelo frontal ou unidimensional.
tempo de aplicação: Considere duas partículas, de mesma massa, se movimen-
tando em linha reta, e em rota de colisão, com velocidades VA e
I = F ∙ Δt VB. Considerando um sistema isolado, e que a quantidade de
movimento se conserva, temos a situação ilustrada na figura.
Sua unidade no SI é o N.s, que corresponde ao kg.m/s.
Se a força não for constante, o impulso será a área sob a
curva em um gráfico F(N) x t(s)

As velocidades depois da colisão são diferentes, ou iguais


dependendo de como ocorre a transferência de energia cinética
entre as partículas, e se há alguma perda de energia, no qual
se transformou em outro tipo. Como esse sistema foi conside-
rado incialmente isolado, não houve perda de energia cinética,
Teorema do impulso
logo as velocidades são trocadas apenas, pois os corpos pos-
Quando há forças externas ao sistema, o valor do impulso é
suem a mesma massa.
igual à variação da quantidade de movimento.
𝐼=Δ𝑄
𝐹 ∙ ∆𝑡 = 𝑚 ∙ 𝑣 − 𝑚 ∙ 𝑣0

Princípio de conservação da quantidade de


movimento
Num sistema de pontos materiais, as forças internas são
as forças recíprocas entre os próprios pontos do sistema; as
forças externas são as forças sobre os pontos do sistema, que
são exercidas por outros pontos não pertencentes ao sistema.
Um sistema de pontos materiais é denominado isolado de for- Para medir a variação da energia cinética eventualmente
ças externas quando: ocorrida num choque, é comum recorrer a uma grandeza adi-
 não existem forças externas; mensional chamada coeficiente de restituição (e), que cor-
 existem forças externas, mas sua resultante é nula. responde à razão entre a velocidade relativa de afastamento
dos corpos depois do choque e a velocidade relativa de aproxi-
Se o sistema é isolado de forças externas, a resultante mação antes do choque.
dessas forças é nula e também é nulo seu impulso, portanto:
na ausência de forças externas, a quantidade de movi- Tipos de colisão
mento se conserva.
No ensino médio são apresentados 3 tipos de colisões, Elás-
⃗ 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 = 𝑄
𝑄 ⃗ 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 tico ou perfeitamente elástico, parcialmente elástico e inelástico
ou perfeitamente inelástico. No choque perfeitamente elástico,
como há conservação de energia cinética, a velocidade relativa

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de aproximação tem módulo igual ao da velocidade relativa de Entre essas situações extremas, há o choque parcialmente
afastamento. Portanto, nesse choque, e = 1. No choque perfeita- elástico, em que há perda de energia cinética, mas a veloci-
mente inelástico, os corpos prosseguem juntos, pois há aloja- dade relativa de afastamento não é nula. Nesse tipo de choque,
mento de um no outro e consequentemente é nula a velocidade o coeficiente de restituição tem um valor intermediário entre 0
relativa de afastamento. Portanto, nesse choque, e = 0. e 1, isto é, 0 < e < 1.

Observe os exemplos abaixo de colisões

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EXERCÍCIOS
1- Para entender os movimentos dos corpos, Galileu discutiu o
movimento de uma esfera de metal em dois planos inclinados
sem atritos e com a possibilidade de se alterarem os ângulos Com base nos dados experimentais, o valor da massa do car-
de inclinação, conforme mostra a figura. Na descrição do expe- rinho 2 é igual a:
rimento, quando a esfera de metal é abandonada para descer a] 50,0 g.
um plano indicado de um determinado nível, ela sempre atinge, b] 250,0 g.
no plano ascendente, no máximo, um nível igual àquele em que c] 300,0 g.
foi abandonada. d] 450,0 g.
e] 600,0 g.

3- (Unesp 2018) A figura mostra a trajetória de um projétil lan-


çado obliquamente e cinco pontos equidistantes entre si e lo-
calizados sobre o solo horizontal. Os pontos e a trajetória do
projétil estão em um mesmo plano vertical.

Galileu e o plano inclinado. Disponível em: www.isica.ufpb.br.


Acesso em: 21 agosto 2012 (adaptado).

Se o ângulo de inclinação do plano de subida for reduzido a


zero, a esfera
a] manterá sua velocidade constante, pois o impulso resul-
tante sobre ela será nulo.
b] manterá sua velocidade constante, pois o impulso da des-
cida continuará a empurrá-la.
c] diminuirá gradativamente a sua velocidade, pois não haverá
mais impulso para empurrá-la.
d] diminuirá gradativamente a sua velocidade, pois o impulso
resultante será contrário ao seu movimento. No instante em que atingiu o ponto mais alto da trajetória, o
e] aumentará gradativamente a sua velocidade, pois não ha- projétil explodiu, dividindo-se em dois fragmentos, A e B, de
verá nenhum impulso contrário ao seu movimento. massas MA e MB , respectivamente, tal que MA = 2MB . Des-
prezando a resistência do ar e considerando que a velocidade
2- O trilho de ar é um dispositivo utilizado em laboratórios de fí-
do projétil imediatamente antes da explosão era VH e que, ime-
sica para analisar movimentos em que corpos de prova (carri-
nhos) podem se mover com atrito desprezível. A figura ilustra um diatamente após a explosão, o fragmento B adquiriu veloci-
trilho horizontal com dois carrinhos (1 e 2) em que se realiza um dade VB = 5VH, com mesma direção e sentido de VH, o fra-
experimento para obter a massa do carrinho 2. No instante em gmento A atingiu o solo no ponto
que o carrinho 1, de massa 150,0 g, passa a se mover com ve- a] IV.
locidade escalar constante, o carrinho 2 está em repouso. No b] III.
momento em que o carrinho 1 se choca com o carrinho 2, ambos c] V.
passam a se movimentar juntos com velocidade escalar cons- d] I.
tante. Os sensores eletrônicos distribuídos ao longo do trilho de- e] II.
terminam as posições e registram os instantes associados à pas-
sagem de cada carrinho, gerando os dados do quadro. 4- (Unesp 2015) O gol da conquista do tetracampeonato pela
Alemanha na Copa do Mundo de 2014 foi feito pelo jogador
Götze. Nessa jogada, ele recebeu um cruzamento, matou a
bola no peito, amortecendo-a, e chutou de esquerda para fazer
o gol. Considere que, imediatamente antes de tocar o jogador,
a bola tinha velocidade de módulo V1 = 8 m / s em uma dire-
ção perpendicular ao seu peito e que, imediatamente depois de

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tocar o jogador, sua velocidade manteve-se perpendicular ao


peito do jogador, porém com módulo V2 = 0,6 m / s e em sen-
tido contrário.

Analisando a figura, é correto afirmar que a bomba, imediata-


mente antes de explodir, tinha velocidade de módulo igual a
a] 100 m / s e explodiu antes de atingir a altura máxima de
sua trajetória.
Admita que, nessa jogada, a bola ficou em contato com o peito b] 100 m / s e explodiu exatamente na altura máxima de sua
do jogador por 0,2 s e que, nesse intervalo de tempo, a inten-
trajetória.
sidade da força resultante (FR ), que atuou sobre ela, variou c] 200 m / s e explodiu depois de atingir a altura máxima de
em função do tempo, conforme o gráfico. sua trajetória.
d] 400 m / s e explodiu exatamente na altura máxima de sua
trajetória.
e] 400 m / s e explodiu depois de atingir a altura máxima de
sua trajetória.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1- Na situação apresentada na figura abaixo desconsidere o


Considerando a massa da bola igual a 0,4 kg, é correto afir-
efeito do atrito.
mar que, nessa jogada, o módulo da força resultante máxima
Estando todas as partes em repouso no início, uma pessoa
que atuou sobre a bola, indicada no gráfico por Fmáx , é igual,
puxa com sua mão uma corda que está amarrada ao outro
em newtons, a
barco. Considere que o barco vazio (B) tenha a metade da
a] 68,8.
massa do barco mais a pessoa que formam o conjunto (A).
b] 34,4.
c] 59,2.
d] 26,4.
e] 88,8.

5- (Unesp 2015) Enquanto movia-se por uma trajetória para-


bólica depois de ter sido lançada obliquamente e livre de resis-
tência do ar, uma bomba de 400 g explodiu em três partes, A, Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).
B e C, de massas mA = 200 g e mB = mC = 100 g. A figura 01. Após o puxar da corda, o módulo da velocidade de B será
representa as três partes da bomba e suas respectivas veloci- o dobro do módulo da velocidade de A.
dades em relação ao solo, imediatamente depois da explosão. 02. Após a pessoa puxar a corda, ambos os barcos se moverão
com a mesma velocidade.
04. É impossível fazer qualquer afirmação sobre as velocidades
das partes do sistema ao se iniciar o movimento.
08. Após o puxar da corda, as quantidades de movimento dos
barcos apresentarão dependência entre si.

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16. Ao se iniciar o movimento, a energia cinética de A é sempre a] 1,0


igual à energia cinética de B. b] 10,0
c] 100,0
2- (UFRGS) O gráfico mostra a posição x de um corpo em fun- d] 2,0
ção do tempo t. O movimento ocorre ao longo do eixo Ox. e] 3,0
Quantas vezes a quantidade do movimento linear foi nula du-
rante 4s? 5- O pêndulo de Newton pode ser constituído por cinco pêndu-
los idênticos suspensos em um mesmo suporte. Em um dado
instante, as esferas de
três pêndulos são des-
locadas para a es-
querda e liberadas,
deslocando-se para a
direita e colidindo elas-
ticamente com as ou-
tras duas esferas, que
inicialmente estavam paradas.
O movimento dos pêndulos após a primeira colisão está repre-
sentado em

a] nenhuma
b] uma
c] duas
d] três
e] quatro

3- Um patinador de 80kg de massa está parado sobre um plano


horizontal, segurando em uma das mãos um objeto de 5,0 kg
de massa. Em dado instante, ele joga o objeto para a sua frente
com velocidade horizontal de 16 m/s. Sendo desprezível as for-
ças de atrito sobre o patinador, pode-se afirmar que o mesmo
a] permanece imóvel.
b] desloca-se para frente com velocidade de 1,0 m/s.
c] desloca-se para trás com velocidade de 1,0 m/s.
d] desloca-se para frente com velocidade de 8,0 m/s.
e] desloca-se para trás com velocidade de 16,0 m/s.

4- (UFSM) As esferas A e B, mostradas na figura abaixo, tem


a mesma massa. A esfera A é solta, a partir do repouso, de 6- Na cobrança de uma penalidade máxima em um jogo de fu-
altura de h=0,05m e colide elasticamente com a esfera B. Con- tebol, a bola, que está inicialmente parada na marca do pênalti,
siderando a aceleração da gravidade (g = 10m/s2), a veloci- sai com velocidade de 20 m/s, imediatamente após ser chutada
dade de B, logo após a colisão é, em m/s, de: pelo jogador. A massa da bola é 0,45 kg, e o tempo decontato
entre o pé do jogador e a bola é 0,25 s.
A força média que o pé do jogador aplica sobre abola, nessa
cobrança, é:
a] 23 N
b] 2,3 N
c] 3,6 N
d] 36 N
e] 40 N

7- Sobre um carrinho de supermercado de massa 20 kg, inicial


mente em repouso, atua uma força resultante horizontal variá-
vel com o tempo,de acordo com o gráfico abaixo.

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Despreze qualquer efeito de resistência da água.Após engolir


o peixe menor, o peixe maior terá uma velocidade:
a] de 0,50 m/s, para a esquerda.
b] de 1,0 m/s, para a esquerda.
c] nula.
d] de 0,50 m/s, para a direita.
e] de 1,0 m/s, para a direita.

10- (MACK-SP) O corpo C, de massa m, é abandonado do re-


O módulo da velocidade máxima adquirida pelocarrinho é, em pouso no ponto A do trilho liso abaixo e,após realizar o looping
m/s: de raio R, atinge o trecho horizontal. Desprezando qualquer re-
a] 5 sistência ao deslocamento e sabendo que a aceleração gravi-
b] 10 tacional local é 𝑔, o módulo da quantidade de movimento desse
c] 15 corpo, ao passar pelo ponto B do trilho, é:
d] 20
e] 25

8. (UFTM-MG) Uma esteira rolante, horizontal, que se move


com velocidade constante de 0,5 m/s, é utilizada para transpor-
tar areia de um recipiente em forma de funil para dentro da ca-
çamba de um caminhão basculante. Ao atingir a esteira, a areia
imediatamente adquire a sua velocidade.

a] 𝑚√𝑅𝑔
b] 𝑚𝑅 √𝑔
c] 𝑚𝑔√𝑅
5
d] 𝑚𝑟𝑔
2
2
Se a vazão de areia sobre a esteira é de 80 kg/s,a intensidade e] 𝑚𝑟𝑔
5
da força adicional necessária para manter o movimento da es-
teira à mesma velocidade de 0,5 m/s é, em newtons, igual a: 11- (Unesp 2013) Em um jogo de sinuca, a bola A é lançada
a] 10 com velocidade V de módulo constante e igual a 2 m/s em
b] 20 uma direção paralela às tabelas (laterais) maiores da mesa,
c] 40 conforme representado na figura 1. Ela choca-se de forma per-
d] 60 feitamente elástica com a bola B, inicialmente em repouso, e,
e] 80 após a colisão, elas se movem em direções distintas, conforme
a figura 2.
9- (UFPI) Na figura a seguir, o peixe maior, de massa M 5 5,0
kg, nada para a direita a uma velocidade v 5 1,0 m/s e o peixe
menor, de massa m 5 1,0 kg,se aproxima dele a uma veloci-
dade u 5 8,0 m/s,para a esquerda.

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Sabe-se que as duas bolas são de mesmo material e idênticas


em massa e volume. A bola A tem, imediatamente depois da LEIS DE KEPLER E
colisão, velocidade V' de módulo igual a 1 m/s. Desprezando
os atritos e sendo E'B a energia cinética da bola B imediata-
GRAVITAÇÃO UNIVERSAL
mente depois da colisão e EA a energia cinética da bola A an-
E'B
tes da colisão, a razão é igual a
EA CAPÍTULO 1 - LEIS DE KEPLER
2
a]
3
Descrevem os movimentos dos planetas de nosso sistema
1
b] solar – Sol como referencial. As Leis também servem para qual-
2
quer corpo que gravite em torno de outro cuja massa seja bem
4
c] maior, tais como satélites artificiais e cargas elétricas.
5
1
d] Primeira Lei de Kepler – Lei das Órbitas
5
3
e]
4

12- (Unicamp-SP) A existência do neutrino e do antineutrinofoi


proposta em 1930 por Wolfgang Pauli, que aplicou as leis de
conservação de quantidade de movimento e energia ao pro-
cesso de desintegração β. O esquema abaixo ilustra esse pro-
cesso para um núcleo de trítio, H3 (um isótopo do hidrogê-
nio),que se transforma em um núcleo de hélio,He3, mais um
elétron, e-, e um antineutrino 𝑣 . O núcleo de trítio encontra-se Os planetas descrevem órbitas elípticas em torno do Sol,
inicialmente emrepouso. Após a desintegração, o núcleo de hé- que ocupa um dos focos da elipse descrita. Elipse: Pontos “F1‟
liopossui uma quantidade de movimento com módulode 12· 10- e “F2‟ – Focos da elipse. Definição – Uma curva onde a soma
24 kg · m/s e o elétron sai em uma trajetória fazendo um ângulo
das distâncias “r1‟ e “r2‟ dos focos a um ponto qualquer “P‟ da
de 60° com o eixo horizontal e uma quantidade de movimento curva é constante.
de módulo 6,0 · 10-24 kg · m/s.

Segunda Lei de Kepler – Lei das Áreas


O segmento imaginário que une o centro do Sol e o centro
do planeta (raiovetor) varre áreas proporcionais aos intervalos
de tempo dos percursos.

A = k.Δt

k – Constante de proporcionalidade.
• Velocidade areolar do planeta é a constante de proporcio-
nalidade, que depende do planeta.
a] O ângulo a que a trajetória do antineutrino fazcom o eixo • Os planetas não se movem ao redor do Sol com velocidade
horizontal é de 30°. Determine omódulo da quantidade de constante – Mais rápido perto do Sol.
movimento do antineutrino. • Ponto mais próximo do Sol – Periélio (+ Veloz).
b] Qual é a velocidade do núcleo de hélio após adesintegra- • Ponto mais afastado do Sol – Afélio (– Veloz).
ção? A massa do núcleo de hélio é5,0 · 10-27 kg.

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inversamente proporcionais ao quadrado da distância que


os separa.

𝐺(𝑚 ∙ 𝑀)
𝐹=
𝑟2

m, M – Massas dos 2 pontos materiais.


r – Distância que separa os pontos.
G – Constante de gravitação universal.

Terceira lei de Kepler – Lei dos Períodos


O quadrado do período de revolução de cada planeta é
proporcional ao cubo do raio médio da respectiva órbita.

𝑇 2 = 𝐾𝑟 3
4𝜋 2
𝐾=
𝐺𝑀𝑆
Constante de gravitação universal:
K – Constante de proporcionalidade – Depende da massa do
Sol. G = 6,67.10-11 Nm2/kg.
MS – Massa do Sol.
• Não depende do meio – O valor é igual no vácuo, no ar ou
em qualquer outro meio.
• Se os pontos materiais forem esferas idênticas – A distância
é entre seus centros.
• Para corpos pequenos, a atração gravitacional entre suas
massas é desprezível.

Campo Gravitacional e Campo de Gravidade


• Um corpo material gera, na região que o envolve, um campo
gravitacional – Um corpo colocado perto da Terra fica su-
jeito a uma força de atração gravitacional.
Quanto mais distante do Sol for órbita, maior será o período de • A Terra é considerada homogênea.
translação desse planeta. • A intensidade da força de atração gravitacional entre um
Raio médio da órbita – Média aritmética entre a distância do Sol corpo e outro é dado pela Lei da Gravitação Universal.
ao afélio e a distância do Sol até o periélio. • Campo de gravidade da Terra:
(𝑟𝐴 + 𝑟𝑃 )
𝑟= •
2
𝑃⃗ = 𝑚 ∙ 𝑔

Capítulo 2 - Lei da Gravitação Universal A direção da força peso não passa pelo centro da Terra, a não
ser pelos polos e no equador.
• Foi proposta por Isaac Newton.
• As velocidades dos planetas variam ao longo da órbita em Aceleração da Gravidade
módulo e direção.
• Os planetas e o Sol interagem a distância, com forças gra-
• Considere a Terra estacionária (sem rotação) isolada no
vitacionais.
Universo.
• Dois pontos materiais atraem-se com forças cujas intensi-
dades são diretamente proporcionais às suas massas e

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𝑎𝑐𝑝 = 𝑔ℎ

• Campo gravitacional é igual ao campo de gravidade – A


força de atração gravitacional é o próprio peso.
Velocidade orbital
𝐹=𝑃
𝐺𝑀𝑇 𝐺𝑀𝑇
𝑣=√ 𝑜𝑢 𝑣 = √
• Aceleração da gravidade na superfície da Terra: 𝑟 (𝑅 + ℎ)

𝐺 ∙ 𝑀𝑇
𝑔𝑇 =
𝑟2 Período orbital
𝑀𝑇 é a massa da Terra.
• Aceleração da gravidade à altitude “h‟ da superfície da
Terra:

𝐺 ∙ 𝑀𝑇
𝑔ℎ =
(ℎ + 𝑅)2

A aceleração da gravidade varia ao longo da superfície da


Terra devido ao movimento de rotação: Equador – Valor mí-
nimo. Pólos – Valor máximo.
Aceleração normal – A aceleração da gravidade ao nível do • A velocidade e o período independem da massa do satélite.
mar. • A velocidade e o período dependem da massa do planeta e
da distância.
g = 9,80665m/s² • A expressão do período é a Terceira Lei de Kepler.
• A constante de proporcionalidade “K‟ é constante.
OBS: A aceleração da gravidade nos pontos internos da Terra
é diretamente proporcional à distância do ponto considerado ao Energia cinética do satélite:
centro da Terra.
2
4 𝐺𝑀
𝑔 = ( 𝐺𝜋𝑑) 𝑟 𝑚 (√ 𝑇)
3 𝑚𝑣 2 𝑟
𝐸𝑐 = → 𝐸𝑐 = → 𝐸𝑐
2 2
A gravidade no centro da Terra é nula (r=0). 𝐺𝑀𝑚
=
2𝑟
Corpos em Órbita
• Considere um satélite em órbita circular em torno de um pla- Energia potencial gravitacional:
neta. 𝐺𝑀𝑚
• A força de interação gravitacional é responsável pela acele- 𝐸𝑃 = −
𝑟
ração centrípeta necessária para manter a órbita do satélite.

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Sinal negativo – Em todos os pontos do campo gravitacional a


energia potencial gravitacional é menor do que no infinito.
EXERCÍCIOS
Energia Mecânica
𝐺𝑀𝑚
𝐸𝑃 = − 1- (Enem 2013) A Lei da Gravitação Universal, de Isaac New-
𝑟
ton, estabelece a intensidade da força de atração entre duas
massas. Ela é representada pela expressão:
Velocidade de Escape
m1m2
F=G
d2
Menor velocidade com que se deve lançar um corpo da super-
fície terrestre para que este se livre da atração da Terra. Des- onde m1 e m2 correspondem às massas dos corpos, d à distân-
prezando a resistência do ar: cia entre eles, G à constante universal da gravitação e F à força
que um corpo exerce sobre o outro.
2𝐺𝑀
𝑉𝐸 = √ O esquema representa as trajetórias circulares de cinco satéli-
𝑅 tes, de mesma massa, orbitando a Terra.
Esse valor equivale a 𝑉𝐸 ≅ 11,3 𝐾𝑚/𝑠

Satélite Rasante
Velocidade do satélite a baixa altitude – Raio da Terra é igual
ao raio da órbita.
𝐺𝑀
𝑉𝑅𝐴 = √
𝑅

𝑉𝑅𝐴𝑇 ≅ 8 𝐾𝑚/𝑠

Imponderabilidade
• No interior de uma nave em órbita ao redor da Terra, os
astronautas têm a sensação de ausência de peso.
Qual gráfico expressa as intensidades das forças que a Terra
• A força de atração não deixou de existir. exerce sobre cada satélite em função do tempo?
• A força de atração gravitacional funciona como resultante
centrípeta.
• A nave orbitando a Terra está em constante queda livre.

Lixo Espacial
• Existem 10 mil objetos de médio e grande porte, além de
outros milhares de pequeno porte, produzidos pelo homem
em órbita.
• Perigo de colisões no espaço – Até objetos pequenos dani-
ficam as estruturas espaciais, pois suas velocidades são de
15-30 mil quilômetros por hora.
• Reentrada na atmosfera – Todos os dispositivos colocados
órbita um dia retornarão à superfície terrestre.
a]

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3- (Enem PPL 2017) Sabe-se que a posição em que o Sol


nasce ou se põe no horizonte muda de acordo com a estação
do ano. Olhando-se em direção ao poente, por exemplo, para
um observador no Hemisfério Sul, o Sol se põe mais à direita
no inverno do que no verão.

O fenômeno descrito deve-se à combinação de dois fatores: a


inclinação do eixo de rotação terrestre e a
a] precessão do periélio terrestre.
b] translação da Terra em torno do Sol.
c] nutação do eixo de rotação da Terra.
d] precessão do eixo de rotação da Terra.
e] rotação da Terra em torno de seu próprio eixo.

b] 4- (Enem PPL 2015) Observações astronômicas indicam que


no centro de nossa galáxia, a Via Láctea, provavelmente exista
um buraco negro cuja massa é igual a milhares de vezes a
massa do Sol. Uma técnica simples para estimar a massa
desse buraco negro consiste em observar algum objeto que or-
bite ao seu redor e medir o período de uma rotação completa,
T, bem como o raio médio, R, da órbita do objeto, que supos-
tamente se desloca, com boa aproximação, em movimento cir-
c]
cular uniforme. Nessa situação, considere que a força resul-
tante, devido ao movimento circular, é igual, em magnitude, à
força gravitacional que o buraco negro exerce sobre o objeto.
A partir do conhecimento do período de rotação, da distância
média e da constante gravitacional, G, a massa do buraco ne-
gro é
4π2R2
d] a] .
GT2
π2R3
b] .
2GT2
2π2R3
c] .
GT2
4π2R3
e] d] .
GT2
2- (Enem (Libras) 2017) Conhecer o movimento das marés é π 2R5
de suma importância para a navegação, pois permite definir e] .
GT 2
com segurança quando e onde um navio pode navegar em
áreas, portos ou canais. Em média, as marés oscilam entre alta 5- (Enem 2012) A característica que permite identificar um pla-
e baixa num período de 12 horas e 24 minutos. No conjunto de neta no céu é o seu movimento relativo às estrelas fixas. Se
marés altas, existem algumas que são maiores do que as de- observarmos a posição de um planeta por vários dias, verifica-
mais. remos que sua posição em relação às estrelas fixas se modifica
A ocorrência dessas maiores marés tem como causa regularmente. A figura destaca o movimento de Marte obser-
a] a rotação da Terra, que muda entre dia e noite a cada 12 vado em intervalos de 10 dias, registrado da Terra.
horas.
b] os ventos marítimos, pois todos os corpos celestes se mo-
vimentam juntamente.
c] o alinhamento entre a Terra, a Lua e o Sol, pois as forças
gravitacionais agem na mesma direção.
d] o deslocamento da Terra pelo espaço, pois a atração gravi-
tacional da Lua e do Sol são semelhantes.
e] a maior influência da atração gravitacional do Sol sobre a
Terra, pois este tem a massa muito maior que a da Lua.

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As fases da Lua em que ocorrem os eclipses solar e lunar, res-


pectivamente, são
a] nova e cheia.
b] minguante e nova.
c] minguante e crescente.
d] cheia e crescente.
e] nova e minguante.

3- (Unesp 2014) Saturno é o sexto planeta a partir do Sol e o


segundo maior, em tamanho, do sistema solar. Hoje, são co-
nhecidos mais de sessenta satélites naturais de Saturno, sendo
que o maior deles, Titã, está a uma distância média de 1 200
000 km de Saturno e tem um período de translação de, aproxi-
Qual a causa da forma da trajetória do planeta Marte registrada madamente, 16 dias terrestres ao redor do planeta.
na figura?
a] A maior velocidade orbital da Terra faz com que, em certas
épocas, ela ultrapasse Marte.
b] A presença de outras estrelas faz com que sua trajetória
seja desviada por meio da atração gravitacional.
c] A órbita de Marte, em torno do Sol, possui uma forma elíp-
tica mais acentuada que a dos demais planetas.
d] A atração gravitacional entre a Terra e Marte faz com que
este planeta apresente uma órbita irregular em torno do Sol.
e] A proximidade de Marte com Júpiter, em algumas épocas
do ano, faz com que a atração gravitacional de Júpiter in-
terfira em seu movimento.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Tétis é outro dos maiores satélites de Saturno e está a uma
1- (Uema 2016) “Na eternidade, eu quisera ter distância média de Saturno de 300 000 km.
Tantos ano-luz, quantos fosse precisar Considere:
Para cruzar o túnel
Do tempo do teu olhar”
Seu olhar – Gilberto Gil, 1984.

A letra da música usa a palavra composta ano-luz no sentido


prático. Em geral, esse sentido, não é obrigatoriamente o
mesmo dado ao termo na área da ciência.
Na Física, um ano-luz é uma medida que relaciona a veloci-
dade da luz e o tempo de um ano.

a] Qual a grandeza física que está associada à palavra “ano”?


b] Com base na física moderna, explique qual grandeza está
associada à palavra ”luz”.
c] A terminologia ano-luz está associada a qual grandeza fí-
sica?
d] Demonstre matematicamente a expressão que ratifica a
questão “c”.

2- (Uema 2016) Os eclipses solar e lunar são fenômenos as-


tronômicos que ocorrem sob determinadas condições naturais.
A época de ocorrência, a duração e as circunstâncias desses
eclipses dependem da geometria variável do sistema Terra-
Lua-Sol.

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O período aproximado de translação de Tétis ao redor de Sa- 6- (UFRN) Marte tem dois satélites: Fobos, que se move em
turno, em dias terrestres, é órbita circular de raio 9.700 km e período 2,75 x104 s e Deimos,
a] 4. que tem órbita circular de raio 24.300 km. O período de Deimos
b] 2. expresso em segundos é um valor mais próximo de:
c] 6. a] 2,2x104
d] 8. b] 8,2x104
e] 10.
c] 1,1x105
4- (Unesp 2013) No dia 5 de junho de 2012, pôde-se observar, d] 2,2x106
de determinadas regiões da Terra, o fenômeno celeste cha- e] 1,1x107
mado trânsito de Vênus, cuja próxima ocorrência se dará em
2117. 7- (Acafe) A distância do centro da Terra à Lua é, aproximada-
mente, 60 vezes o raio da Terra. Sendo gT o valor da acelera-
ção da gravidade da Terra na sua superfície, a aceleração da
gravidade da Terra num ponto da órbita da Lua será de, apro-
ximadamente:
a] gT/ 60
b] gT/ 3600
c] 60.gT
d] gT/ 6
e] 6.gT

8- O movimento planetário começou a ser compreendidomate-


maticamente no início do século XVII, quando Johannes Keple-
renunciou três leis que descrevem como os planetas se movi-
mentam aoredor do Sol, baseando-se em observações astro-
nômicas feitas porTycho Brahe. Cerca de cinqüenta anos mais
tarde, lsaac Newtoncorroborou e complementou as leis de Ke-
pler com sua lei de gravitaçãouniversal.
Tal fenômeno só é possível porque as órbitas de Vênus e da Assinale a alternativa, dentre as seguintes, que NÃO está de
Terra, em torno do Sol, são aproximadamente coplanares, e acordo comas idéias de Kepler e Newton:
porque o raio médio da órbita de Vênus é menor que o da Terra. a] A força gravitacional entre os corpos é sempre atrativa.
Portanto, quando comparado com a Terra, Vênus tem b] As trajetórias dos planetas são elipses, tendo o Sol como
a] o mesmo período de rotação em torno do Sol. um dos seusfocos.
b] menor período de rotação em torno do Sol. c] O quadrado do período orbital de um planeta é proporcional
c] menor velocidade angular média na rotação em torno do ao cubo desua distância média ao Sol.
Sol. d] A força gravitacional entre duas partículas é diretamente
d] menor velocidade escalar média na rotação em torno do
proporcionalao produto de suas massas e inversamente
Sol.
proporcional ao cubo dadistância entre elas.
e] menor frequência de rotação em torno do Sol.
e] Ao longo de uma órbita, a velocidade do planeta, quando
5- (Unesp 2009) Desde maio de 2008 o IBAMA recebe ima- ele está maispróximo ao Sol (periélio), é maior do que
gens do ALOS (satélite de observação avançada da Terra) para quando ele está mais longe dele(afélio).
monitorar o desmatamento na floresta Amazônica. O ALOS é
um satélite japonês que descreve uma órbita circular a aproxi- 9- (UNESP 2020) Para completar minha obra, restava uma úl-
madamente 700 km de altitude. São dados o raio e a massa da tima tarefa: encontrar a lei que relaciona a distância do planeta
Terra, rT = 6400 km e M = 6,0  1024 kg , respectiva- ao Sol ao tempo que ele leva para completar sua órbita.
mente, e a constante gravitacional, Por fim, já quase sem esperanças, tentei T²/D³. E funcionou!
G = 6,7  10−11 N  m2 / kg2. Essa razão é igual para todos os planetas! No início, pensei
que se tratava de um sonho. Essa é a lei que tanto procurei, a
Determine o módulo da aceleração da gravidade terrestre, em
lei que liga cosmo e mente, que demonstra que toda a Criação
m / s2 , na altitude em que esse satélite se encontra. provém de Deus. Minha busca está encerrada.
(Apud Marcelo Gleiser. A harmonia do mundo, 2006. Adap-
tado.)

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FÍSICA • Francisco Júnior

A lei mencionada no texto refere-se ao trabalho de um impor- ESTÁTICA (PARTE 2)


tante pensador, que viveu
a] na Idade Média, período influenciado pelo pensamento da
Igreja católica, e que buscava explicar os fenômenos da na-
tureza por meio da intervenção divina.
CAPÍTULO 1 - EQUILÍBRIO DO CORPO EX-
b] na Europa posteriormente a Isaac Newton e que, sob forte TENSO
influência deste filósofo e cientista, estabeleceu as bases
da mecânica celeste. CORPO EXTENSO
c] em uma época de exacerbados conflitos religiosos, que cul-
minariam na Contrarreforma católica, opondo-se ao modelo • Corpo cujas dimensões são relevantes na situação em es-
heliocêntrico de Nicolau Copérnico. tudo.
d] no período do Renascimento científico e que formulou três • Pode executar movimentos de translação e de rotação.
leis fundamentais do movimento planetário, baseando-se • As forças atuantes podem estar aplicadas em pontos distin-
em observações do planeta Marte. tos.
e] no fim da era medieval e início da Idade Moderna, período
de triunfo da fé sobre a razão, o que facilitou seus trabalhos Momento (polar) de uma força ou torque
na tentativa de compreender a natureza.
Conceito: O momento polar de uma força 𝐹 em relação a um
10- Recentemente, a agência espacial americana anunciou a ponto qualquer O, denominado “polo”, mede a tendência de ro-
descoberta de um planeta a trinta e nove anos-luz da Terra, tação do corpo em torno do ponto O, provocada pela força 𝐹.
orbitando uma estrela anã vermelha que faz parte da constela- Costuma-se usar a notação 𝑀𝐹 (𝑂).
ção de Cetus. O novo planeta possui dimensões e massa
pouco maiores do que as da Terra e se tornou um dos princi- Cálculo do momento polar:
pais candidatos a abrigar vida fora do sistema solar. Considere
este novo planeta esférico com um raio igual a RP=2RT e massa
MP=8MT, em que RT e MT são o raio e a massa da Terra, res-
pectivamente. Para planetas esféricos de massa M e raio R, a
aceleração da gravidade na superfície do planeta é dada
𝐺𝑀
por𝑔 = 2 , em que G é uma constante universal. Assim, con-
𝑅
siderando a Terra esférica e usando a aceleração da gravidade
na sua superfície, o valor da aceleração da gravidade na su-
perfície do novo planeta será de
a] 5m/s².
b] 20m/s².
c] 40m/s².
d] 80 m/s². 𝑀𝐹(𝑂)=± 𝐹.𝑑

onde d é o “braço” de 𝐹 relativo a O. Em geral adota-se a se-


guinte convenção de sinais:

• Rotação no sentido anti-horário: (+)


• Rotação no sentido horário: (-)

O braço é sempre medido perpendicularmente à linha de ação


da força.
Uma força aplicada no polo ou cuja linha de ação passa pelo
polo, tem momento nulo.

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EXERCÍCIOS
1- (Unicamp 2020) As escadas flutuantes em cascata feitas em
concreto armado são um elemento arquitetônico arrojado, que
confere leveza a uma estrutura intrinsecamente massiva. Es-
sas escadas são apoiadas somente na extremidade superior
Quando F for oblíqua, teremos:
(normalmente em uma parede) e no chão. O esquema abaixo
𝑀𝐹 (𝑂)=𝑀𝐹 𝑥 (𝑂)+𝑀𝐹 𝑦 (𝑂) mostra as forças aplicadas na escada pela parede (𝐹𝑃 ) e pelo
chão (𝐹𝐶 ), além da força peso (m𝑔) aplicada pela Terra, todas
Na figura, como 𝐹 𝑥 está alinhada com o polo O, temos 𝑀𝐹 𝑥 pertencentes a um plano vertical. Com base nesse esquema, é
(𝑂)=0. Assim: correto afirmar que

𝑀𝐹 (𝑂)=0+𝑀𝐹 𝑦 (𝑂)=± 𝐹𝑦.𝑑

Condições de equilíbrio do corpo extenso

1ª Condição de Equilíbrio (Equilíbrio de translação):

A resultante de todas as forças externas atuantes no corpo


é nula.
a] 𝐹𝑃 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑃 = 𝐹𝑐 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑐 e 𝐹𝑃 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑃 + 𝐹𝑐 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑐 = 𝑚𝑔.
∑ 𝐹 = 0 𝑜𝑢 𝐹𝑅 = 0 b] 𝐹𝑃 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑃 = 𝐹𝑐 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑐 e 𝐹𝑃 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑃 + 𝐹𝑐 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑐 = 𝑚𝑔.
c] 𝐹𝑃 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑃 = 𝐹𝑐 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑐 e 𝐹𝑃 + 𝐹𝑐 = 𝑚𝑔.
d] 𝐹𝑃 = 𝐹𝑐 e 𝐹𝑃 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑃 + 𝐹𝑐 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑐 = 𝑚𝑔.
2ª Condição de Equilíbrio (Equilíbrio de rotação):
2- (Enem 2012) O mecanismo que permite articular uma porta
A soma dos momentos de todas as forças externas atuan- (de um móvel ou de acesso) é a dobradiça. Normalmente, são
tes no corpo, em relação a qualquer polo, é nula. necessárias duas ou mais dobradiças para que a porta seja fi-
xada no móvel ou no portal, permanecendo em equilíbrio e po-
⃗⃗ = 0 𝑜𝑢 𝐹𝑅 = 0
∑𝑀 dendo ser articulada com facilidade.
No plano, o diagrama vetorial das forças que as dobradiças
exercem na porta está representado em
TEOREMA DAS TRÊS FORÇAS

Se um corpo extenso está equilibrado pela ação de três


forças não paralelas, as direções dessas forças têm um ponto
comum, não necessariamente pertencente ao corpo. a]

b]

c]

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d]

e]
Considere a figura para responder às perguntas.
a] Para o caso em que α = 30 e β = 60, determine as ten-
3- (Uema 2016) Um carro deverá ser projetado a pedido de um
cliente com necessidades especiais que consegue exercer sões sofridas pelos cabos 1, 2 e 3, sendo sen30 = 1/ 2,
uma força de 200 N com os dois braços. sen60 = ( 3) / 2, cos30 = ( 3) / 2 e cos60 = 1/ 2.
b] Calcule em qual situação as tensões nos cabos 1 e 2 podem
ser iguais.

5- (Mackenzie 2018)

A chave de roda deverá ser do tipo “L”, por motivo de segu-


rança. Cada parafuso das rodas deverá ter um aperto de
120 N  m.
A escada rígida da figura acima de massa 20,0 kg, distribuída
a] Considerando a chave colocada na posição horizontal na
retirada do pneu, esboce o diagrama de forças aplicadas à uniformemente ao longo de seu comprimento, está apoiada
chave, desprezando sua massa. numa parede e no chão, lisos, e está impedida de deslizar por
b] Considerando o campo gravitacional e a massa da chave, um cabo de aço AC. Uma pessoa de massa 80,0 kg se posi-
esboce o diagrama de forças aplicadas à chave. ciona no ponto D, conforme indicado na figura. Considerando
c] Considerando o campo gravitacional e a massa, “m”, do que a aceleração da gravidade local é de 10 m s2 , pode-se
braço de alavanca, “b”, desenvolva uma expressão para
afirmar que a força de tração no cabo AC, nessas condições,
calcular “b”.
d] Desprezando a massa da chave, qual deverá ser o braço será de
de alavanca, de tal modo que se tenha um menor esforço? a] 100 N.
b] 150 N.
4- (Uema 2015) “O Shopping São Luís passou por um pro- c] 200 N.
cesso de expansão, com um investimento da ordem de 100 d] 250 N.
milhões de reais”. A obra foi entregue ao público em abril de
e] 300 N.
2014.
Na parte interna do shopping, para controle do trânsito, foi ins-
talado um semáforo que pesa 80N, conforme figura ao lado.
Fonte: REVISTA FECOMÉRCIO. 60 anos o Estado do Maranhão. São Luís:
Fecomércio, 2013. (adaptado)

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1- (Unesp 2017) Pedrinho e Carlinhos são garotos de massas


iguais a 48 kg cada um e estão inicialmente sentados, em re-
pouso, sobre uma gangorra constituída de uma tábua homogê-
nea articulada em seu ponto médio, no ponto O. Próxima a
Carlinhos, há uma pedra de massa M que mantém a gangorra
em equilíbrio na horizontal, como representado na figura 1.

Sabendo que a massa da barra é de 10 kg, que a massa de


cada anilha é 20 kg, adotando g = 10 m s2 e considerando
as medidas indicadas na figura, a intensidade da força aplicada
pelo atleta no ponto B é
a] 100 N.
Quando Carlinhos empurra a pedra para o chão, a gangorra b] 125 N.
gira e permanece em equilíbrio na posição final, representada c] 375 N.
na figura 2, com as crianças em repouso nas mesmas posições
d] 400 N.
em que estavam inicialmente.
e] 425 N.

3- (Efomm 2018) Uma régua escolar de massa M uniforme-


mente distribuída com o comprimento de 30 cm está apoiada
na borda de uma mesa, com 2 3 da régua sobre a mesa. Um
aluno decide colocar um corpo C de massa 2 M sobre a ré-
gua, em um ponto da régua que está suspenso (conforme a
figura). Qual é a distância mínima x, em cm, da borda livre
da régua a que deve ser colocado o corpo, para que o sistema
permaneça em equilíbrio?

Calcule o valor da relação VP VC, sendo VP e VC os módu-


los das velocidades escalares médias de Pedrinho e de Carli-
nhos, respectivamente, em seus movimentos entre as posições
inicial e final. Em seguida, calcule o valor da massa M, em kg.

2- (Uefs 2018) Um atleta mantém uma barra com duas anilhas


em suas extremidades em equilíbrio, na horizontal, segurando- a] 1,25
a pelos pontos A e B e aplicando, nesses pontos, forças ver-
b] 2,50
ticais sobre a barra.
c] 5,00
d] 7,50
e] 10,0

4- (Fgv 2018) A figura mostra o esquema de uma curiosa ba-


lança de dois braços em que cada braço é feito de um material
de coeficiente de dilatação linear diferente do coeficiente de di-
latação linear do outro. O peso dos braços é desprezível com-
parado ao dos corpos A e B. O material em que se encontra

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pendurado o corpo A tem coeficiente de dilatação linear maior c] 0,85


do que aquele em que se encontra o corpo B. A temperatura d] 0,70
reinante é baixa, típica de uma madrugada de inverno, e ob- e] 1,40
serva-se o equilíbrio estático na direção horizontal com o corpo
A mais distante do ponto de apoio P do que o corpo B. 6- (Eear 2018) Um pedreiro decidiu prender uma luminária de
6 kg entre duas paredes. Para isso dispunha de um fio ideal
de 1,3 m que foi utilizado totalmente e sem nenhuma perda,
conforme pode ser observado na figura.

O sistema é, então, submetido a uma elevação de temperatura


significativa, próxima à da ebulição da água sob pressão nor-
mal, por exemplo. Sobre a situação descrita é correto afirmar
que o peso do corpo A é
a] maior que o peso do corpo B e, durante o aquecimento, a
balança girará no sentido anti-horário.
b] menor que o peso do corpo B e, durante o aquecimento, a
balança girará no sentido anti-horário.
c] menor que o peso do corpo B e, durante o aquecimento, a
balança continuará equilibrada na direção horizontal.
d] maior que o peso do corpo B e, durante o aquecimento, a
balança continuará equilibrada na direção horizontal.
e] igual ao de B e, durante o aquecimento, a balança girará no
sentido horário. Sabendo que o sistema está em equilíbrio estático, determine
o valor, em N, da tração que existe no pedaço AB do fio ideal
5- (Upe-ssa 3 2018) Uma pintura encontrada no túmulo de preso à parede. Adote o módulo da aceleração da gravidade no
Djehutihotep deu a pista sobre o modo como os egípcios trans- local igual a 10 m s2 .
portavam milhares de blocos de pedra pesando várias tonela- a] 30
das, cada uma com o mínimo possível de esforço. Sabíamos b] 40
que eles usaram uma espécie de trenó de madeira para em- c] 50
purrar as pedras e transportá-las; mas eles fizeram algo a mais:
d] 60
molharam a areia. (...) Os testes mostraram que a força neces-
sária para puxar o trenó diminuía em proporção à rigidez da
7- Uma invenção que significou um grande avanço tecnológico
areia, que foi conseguida vertendo água sobre ela para com-
na Antiguidade, a polia composta ou a associação de polias, é
pactá-la e endurecê-la.
Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/como-os-egipcios-transportavam-blo- atribuída a Arquimedes (287 a.C. a 212 a.C.). O aparato con-
cos-de-pedra, acessado em: 13 de julho de 2017. siste em associar uma série de polias móveis a uma polia fixa.
A figura exemplifica um arranjo possível para esse aparato. É
Inspirado nessa técnica, um estudante decide molhar o piso de relatado que Arquimedes teria demonstrado para o rei Hierão
sua casa para puxar um bloco triangular com mais facilidade, um outro arranjo desse aparato, movendo sozinho, sobre a
diminuindo o coeficiente de atrito efetivo entre o piso e o bloco. areia da praia, um navio repleto de passageiros e cargas, algo
Uma força horizontal constante, de intensidade F, é aplicada que seria impossível sem a participação de muitos homens.
na extremidade do bloco triangular, de massa m uniforme- Suponha que a massa do navio era de 3 000 kg, que o coefici-
mente distribuída e lado L, conforme ilustra a figura. Sabendo ente de atrito estático entre o navio e a areia era de 0,8 e que
que θ = 60, determine o valor do coeficiente de atrito estático Arquimedes tenha puxado o navio com uma força F , paralela
entre o bloco e o piso para que ele não gire antes de transladar. à direção do movimento e de módulo igual a 400 N. considere
os fios e as polias ideais, a aceleração da gravidade igual a 10
m/s2 e que a superfície da praia é perfeitamente horizontal.

a] 1,70
b] 0,57 Disponível em: www.histedbr.fae.unicamp.br.
Acesso em: 28 fev. 2013 (adaptado).

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O número mínimo de polias móveis usadas, nessa situação, ser o dobro do original, como mostra a figura 2, a tensão em
por Arquimedes foi cada fio será igual a
a] 3. a] 0,50 do valor original.
b] 6. b] 1,74 do valor original.
c] 7. c] 0,86 do valor original.
d] 8. d] 2,00 do valor original.
e] 10. e] 3,46 do valor original.

8- As pessoas que utilizam objetos cujo princípio de funciona- 10- (Acafe 2017) Um homem queria derrubar uma árvore que
mento é o mesmo do das alavancas aplicam urna força, cha- estava inclinada e oferecia perigo de cair em cima de sua casa.
mada de força potente, em um dado ponto da barra, para su- Para isso, com a ajuda de um amigo, preparou um sistema de
perar ou equilibrar uma segunda força, chamada de resistente, roldanas preso a outra árvore para segurar a árvore que seria
em outro ponto da barra. Por causa das diferentes distâncias derrubada, a fim de puxá-la para o lado oposto de sua suposta
entre os pontos de aplicação das forças, potente e resistente, queda, conforme figura.
os seus efeitos também são diferentes. Afigura mostra alguns
exemplos desses objetos.

Sabendo que para segurar a árvore em sua posição o homem


fez uma força de 1.000 N sobre a corda, a força aplicada pela
Em qual dos objetos a força potente é resistente?
corda na árvore que seria derrubada é:
a] Pinça.
a] 2.000 N.
b] Alicate.
c] Quebra-nozes. b] 1.000 N.
d] Carrinho de mão. c] 500 N.
e] Abridor de garrafa. d] 4.000 N.
e] 7. 000 N.
9- (Unesp 2011) Um lustre está pendurado no teto de uma sala
por meio de dois fios inextensíveis, de mesmo comprimento e
de massas desprezíveis, como mostra a figura 1, onde o ângulo
que cada fio faz com a vertical é 30º. As forças de tensão nos
fios têm a mesma intensidade.

Considerando cos 30º  0,87, se a posição do lustre for modifi-


cada e os fios forem presos ao teto mais distantes um do outro,
de forma que o ângulo que cada um faz com a vertical passe a

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FÍSICA
Uanser Ezeanowai

Medindo temperatura
TEMPERATURA
A transferência de energia do corpo mais quente para o
corpo mais frio ocorre até que se chegue ao equilíbrio térmico.
As moléculas de um corpo, independentemente do seu Essa troca de energia térmica é denominada calor.
estado, possuem velocidade e energia cinética. Quando se es- O termômetro é o aparelho utilizado para medir a tempe-
quenta um corpo, fornece-se energia para ele na forma de ratura e consiste em um bulbo de vidro com mercúrio. O mer-
energia térmica. Parte dessa energia é transformada em ener- cúrio é um metal que à temperatura ambiente se apresenta no
gia cinética, e as moléculas se tornam mais agitadas. estado líquido e se dilata com facilidade.

Temperatura mede o grau de agitação das moléculas.

CALOR

Temperatura e calor são conceitos iguais? É comum no


cotidiano frases como “Estou com calor!” ou “O ar-condicio-
nado produz frio”, contudo essas frases apresentam erros con-
ceituais que levam à interpretação equivocada de temperatura
e calor.

ESCALA CELSIUS

A escala Celsius foi criada pelo físico Anders Celsius em1742.


Ele aqueceu uma porção de gelo e observou que a coluna de
mercúrio do termoscópio (termômetro sem escala) subia. Ob-
servou, também, que, quando o gelo começou a derreter, a
altura da coluna de mercúrio se estabilizou. Celsius então ado-
Calor é a energia térmica em movimento. tou para esse ponto um valor nulo. A água, proveniente do gelo
derretido, foi aquecida, e a coluna de mercúrio voltou a subir,
Portanto, nenhum corpo possui calor ou frio, mas sim tem- até se estabilizar na ebulição. A esse ponto, Celsius atribuiu
peratura alta ou baixa. Dessa forma, a frase “Estou com calor!” um valor de 100.
não está correta.
ESCALA FAHRENHEIT
Equilíbrio térmico é o estado em que duas substân-
cias em contato apresentam a mesma temperatura. A escala Fahrenheit foi criada por Daniel Fahrenheit em1724.
Ele aqueceu uma mistura de gelo, água e amônia e adotou um
valornulo para o ponto de fusão dessa mistura. Depois, mediu

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FÍSICA • Uanser Ezeanowai

a temperatura da sua esposa e adotou, para esse ponto fixo, CONVERSÃO ENTRE ESCALAS
um valor de 100. Nessa escala, o ponto de fusão do gelo vale
32 F e o ponto de ebulição da água, 212 F. Esses valores na Celsius e Fahrenheit
escala Celsius representam, respectivamente, 0 C e100 C.
Os valores dos pontos fixos são diferentes para
ESCALA KELVIN cada escala. Porém, é possível encontrar expressões mate-
máticas que convertem valores de uma escala para outra. A
A escala Kelvin foi criada por Lorde Kelvin, na Inglaterra, expressão que converte valores nas escalas Celsius (C) e Fah-
em1854. Ele estabeleceu como valor mínimo o zero (denomi- renheit (F) é
nado de zero absoluto), e, portanto, não existem temperaturas
negativas nessa escala. As moléculas de um corpo na tempe-
ratura de zero absoluto deveriam estar paradas, o que, na prá-
tica, é impossível. Os pontos fixos da escala Kelvin são 273K
para o ponto de fusão do gelo e 373K para o ponto de ebulição Kelvin e Celsius
da água.
A escala Kelvin é a medida de temperatura do Sis-
tema Internacional de Unidades e costuma ser usada em algu-
mas fórmulas de Física e Química. Portanto, é importante co-
nhecer a expressão que faz a conversão entre as grandezas
Celsius e Kelvin. A expressão abaixo é usada para converter
valores entre essas duas escalas:

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FÍSICA • Uanser Ezeanowai

04- (Unirio-RJ) Um pesquisador, ao realizar a leitura da tem-

EXERCÍCIOS peratura de um determinado sistema, obteve o valor – 450.


Considerando as escalas usuais (Celsius, Fahrenheit e Kel-
vin), podemos afirmar que o termômetro utilizado certamente
NÃO poderia estar graduado:
01- (Unaerp-SP) Durante um passeio em outro país, um mé- a] apenas na escala Celsius.
dico, percebendo que seu f ilho está “quente”, utiliza um ter- b] apenas na escala Fahrenheit.
mômetro com escala Fahrenheit para medir a temperatura. O c] apenas na escala Kelvin.
termômetro, após o equilíbrio térmico, registra 98,6 °F. O mé- d] nas escalas Celsius e Kelvin.
dico, então: e] nas escalas Fahrenheit e Kelvin.
a] deve correr urgente para o hospital mais próximo, o garoto
está mal, 49,3 °C. 05- (Unifesp-SP) O texto a seguir foi extraído de uma matéria
b] não se preocupa, ele está com 37 °C, manda o garoto brin- sobre congelamento de cadáveres para sua preservação por
car e mais tarde mede novamente sua temperatura. muitos anos, publicada no jornal O Estado de S. Paulo. Após
c] fica preocupado, ele está com 40 °C, então lhe dá para in- a morte clínica, o corpo é resfriado com gelo. Uma injeção de
gerir uns quatro comprimidos de antitérmico. anticoagulantes é aplicada e um fluido especial é bombeado
d] faz os cálculos e descobre que o garoto está com 32,8 °C. para o coração, espalhando-se pelo corpo e empurrando para
e] fica preocupado, ele está com 39 °C, dá um antitérmico fora os fluidos naturais. O corpo é colocado em uma câmara
ao garoto e o coloca na cama sob cobertores. com gás nitrogênio, onde os fluidos endurecem em vez de con-
gelar. Assim que atinge a temperatura de –321 °, o corpo é
02- (Vunesp-SP) Frente fria chega a São Paulo Previsão para levado para um tanque de nitrogênio líquido, onde fica de ca-
beça para baixo.
Na matéria, não consta a unidade de temperatura usada. Con-
siderando que o valor indicado de –321° esteja correto e per-
tença a uma das escalas, Kelvin, Celsius ou Fahrenheit, pode-
se concluir que foi usada a escala:
Com esses dados, pode-se concluir que a variação de tempe- a] Kelvin, pois se trata de um trabalho científico e esta é a
ratura na sexta-feira e a máxima, no sábado, na escala Fahre- unidade adotada pelo Sistema Internacional.
nheit, foram, respectivamente: b] Fahrenheit, por ser um valor inferior ao zero absoluto e,
a] 9 e 33,8. portanto, só pode ser medido nessa escala.
b] 68 e 33,8. c] Fahrenheit, pois as escalas Celsius e Kelvin não admitem
c] 9 e 68. esse valor numérico de temperatura.
d] 68 e 36. d] Celsius, pois só ela tem valores numéricos negativos para
e] 36 e 9. a indicação de temperaturas.
e] Celsius, por tratar-se de uma matéria publicada em língua
03- (Mack-SP) Os termômetros são instrumentos utilizados portuguesa e essa ser a unidade adotada oficialmente no
para efetuarmos medidas de temperaturas. Os mais comuns Brasil.
baseiam-se na variação de volume sofrida por um líquido con-
siderado ideal, contido em um tubo de vidro cuja dilatação é 06- Ao considerarmos a equação que relaciona os valores de
desprezada. Num termômetro em que se utiliza mercúrio, ve- temperatura medidos na escala Kelvin (T) com os valores cor-
mos que a coluna deste líquido “sobe” cerca de 2,7 cm para respondentes de temperatura na escala Celsius (θC), pode-
um aquecimento de 3,6 °C. Se a escala termométrica fosse a mos afirmar que uma variação de temperatura na escala Cel-
Fahrenheit, para um aquecimento de 3,6 °F, a coluna de mer- sius igual a Δθc = 35 °C corresponde a uma variação de:
cúrio “subiria”: a] ΔT = 308 K.
a] 11,8 cm. b] ΔT = 70 K.
b] 2,7 cm. c] ΔT = 0 K.
c] 1,5 cm. d] ΔT = 238 K.
d] 3,6 cm. e] ΔT = 35 K.
e] 1,8 cm.

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FÍSICA • Uanser Ezeanowai

07- (UCDB-MT) Um processo rápido para estimar valor em b] Dois corpos atingem o equilíbrio térmico quando suas tem-
graus Celsius de uma temperatura fornecida em graus Fahre- peraturas se tornam iguais.
nheit é dividir o valor fornecido por dois e subtrair 16. Assim, c] A energia térmica de um corpo é função da sua tempera-
76 °F valeriam, aproximadamente, 22 °C. O erro dessa esti- tura.
mativa seria de: d] Somente podemos chamar de calor a energia térmica em
a] 10%. trânsito; assim, não podemos afirmar que um corpo contém
b] 23%. calor.
c] 15%. e] A quantidade de calor que um corpo contém depende de
d] 25%. sua temperatura e do número de partículas nele existentes.
e] 20%.
10- Imagine dois corpos A e B com temperaturas TA e TB,
08- Duas escalas termométricas, x e y, relacionam-se con- sendo TA > TB. Quando colocamos esses corpos em contato
forme o gráfico. térmico, podemos afirmar que ocorre o seguinte fato:
a] Os corpos se repelem.
b] O calor flui do corpo A para o corpo B por tempo indetermi-
nado.
c] O calor flui do corpo B para o corpo A por tempo indetermi-
nado.
d] O calor flui de A para B até que ambos atinjam a mesma
temperatura.
e] Não acontece nada.

Quando um termômetro graduado na escala x marcar 40º, a 11- No café-da-manhã, uma colher metálica é colocada no in-
marcação de outro termômetro graduado na escala y, será terior de uma caneca que contém leite bem quente. A respeito
igual a: desse acontecimento, são feitas três afirmativas.
a] 20º I. Após atingirem o equilíbrio térmico, a colher e o leite estão a
b] 40º uma mesma temperatura.
c] 60º II. Após o equilíbrio térmico, a colher e o leite passam a conter
d] 80º quantidades iguais de energia térmica.
e] 90º III. Após o equilíbrio térmico, cessa o fluxo de calor que existia
do leite (mais quente) para a colher (mais fria).
08- O gráfico abaixo estabelece a relação entre a escala ter-
mométrica X e a Celsius. Na escala X, o valor correspondente Podemos afirmar que:
a 40 ºC é: a] somente a afirmativa I é correta;
b] somente a afirmativa II é correta;
c] somente a afirmativa III é correta;
d] as afirmativas I e III são corretas;
e] as afirmativas II e III são corretas.

12- (Enem) A sensação de frio que nós sentimos resulta:


a] do fato de nosso corpo precisar receber calor do meio ex-
a] 60 ºX terior para não sentirmos frio.
b] 65 ºX b] da perda de calor do nosso corpo para a atmosfera que
c] 70 ºX está a uma temperatura maior.
d] 75 ºX c] da perda de calor do nosso corpo para a atmosfera que
e] 80 ºX está a uma temperatura menor.
d] do fato de a friagem que vem da atmosfera afetar o nosso
09- Analise as proposições e indique a falsa. corpo.
a] O somatório de toda a energia de agitação das partículas e] da transferência de calor da atmosfera para o nosso corpo.
de um corpo é a energia térmica desse corpo.

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13- Você sabe que o aprendizado da Física também se faz por 15- (Unama-AM) A figura a seguir apresenta uma barra de
meio da observação das situações que ocorrem no nosso dia- chumbo de comprimento 40 cm e área de seção transversal
a-dia. Faça um experimento. Caminhe descalço sobre um car- 10 cm2 isolada com cortiça; um termômetro fixo na barra cali-
pete ou um tapete e sobre um piso cerâmico, como o do ba- brado na escala Fahrenheit, e dois dispositivos A e B que pro-
nheiro da sua casa, por exemplo. Você vai notar que o piso porcionam, nas extremidades da barra, as temperaturas cor-
cerâmico parece mais frio do que o tapete, apesar de estarem respondentes aos pontos do vapor e do gelo, sob pressão nor-
à mesma temperatura. Essa diferença de sensação se deve mal, respectivamente. Considerando a intensidade da corrente
ao fato de: térmica constante ao longo da barra, determine a temperatura
a] a capacidade térmica do piso cerâmico ser menor que a registrada no termômetro, sabendo que ele se encontra a 32
do tapete; cm do dispositivo A. Dado: coeficiente de condutibilidade tér-
b] a temperatura do piso cerâmico ser menor que a do ta- mica do chumbo = 8,2 · 10–2 · cal.cm|cm²°Cs.
pete;
c] a temperatura do tapete ser menor que a do piso cerâ-
mico;
d] a condutividade térmica do piso cerâmico ser maior que a
do tapete;
e] a condutividade térmica do piso cerâmico ser menor que
a do tapete.

14- Numa noite muito fria, você ficou na sala assistindo à tele-
visão. Após algum tempo, foi para a cama e deitou-se debaixo
das cobertas (lençol, cobertor e edredom). Você nota que a 16- Uma barra metálica é aquecida conforme a figura; A, B e
cama está muito fria, apesar das cobertas, e só depois de al- C são termômetros. Admita a condução de calor em regime
gum tempo o local se torna aquecido. estacionário e no sentido longitudinal da barra. Quando os ter-
mômetros das extremidades indicarem 200 °C e 80°C, o inter-
mediário indicará:

a] 195 °C.
b] 125 °C.
c] 175 °C.
d] 100 °C.
Isso ocorre porque: e] 140 °C.
a] o cobertor e o edredom impedem a entrada do frio que se
encontra no meio externo; 17- Usando o seus conhecimentos de transmissão de calor,
b] o cobertor e o edredom possuem alta condutividade tér- analise as proposições e indique a que você acha correta.
mica; a] A condução térmica é a propagação do calor de uma região
c] o cobertor e o edredom possuem calor entre suas fibras, para outra com deslocamento do material aquecido.
que, ao ser liberado, aquece a cama; b] A convecção térmica é a propagação de calor que pode
d] o cobertor e o edredom não são aquecedores, são isolan- ocorrer em qualquer meio, inclusive no vácuo.
tes térmicos, que não deixam o calor liberado por seu corpo c] A radiação térmica é a propagação de energia por meio de
sair para o meio externo; ondas eletromagnéticas e ocorre exclusivamente nos flui-
e] sendo o corpo humano um bom absorvedor de frio, após dos.
algum tempo não há mais frio debaixo das cobertas.

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d] A transmissão do calor, qualquer que seja o processo, 21- Na cidade de São Paulo, em dias de muito frio é possível
sempre ocorre, naturalmente, de um ambiente de maior observar o fenômeno conhecido como inversão térmica, que
temperatura para outro de menor temperatura. provoca um aumento considerável nos índices de poluição do
e] As correntes ascendentes e descendentes na convecção ar (tem-se a impressão de que os gases poluentes não conse-
térmica de um fluido são motivadas pela igualdade de suas guem subir para se dispersar). Nos dias quentes ocorre o
densidades. oposto, os gases poluentes sobem e são dispersados pelas
correntes de ar. Esse processo de movimentação de massas
18 - Em cada uma das situações descritas a seguir você deve gasosas, a temperaturas diferentes, ocorre devido à:
reconhecer o processo de transmissão de calor envolvido: a] elevação da pressão atmosférica.
condução, convecção ou radiação. b] condução térmica.
I. As prateleiras de uma geladeira doméstica são grades vaza- c] convecção térmica.
das para facilitar a ida da energia térmica até o congelador por d] criogenia
(...). e] radiação térmica.
II. O único processo de transmissão de calor que pode ocorrer
no vácuo é a (...). 22- Ao contrário do que se pensa, a garrafa térmica não foi
III. Numa garrafa térmica, é mantido vácuo entre as paredes criada originalmente para manter o café quente. Esse recipi-
duplas de vidro para evitar que o calor saia ou entre por (...). ente foi inventado pelo físico e químico inglês James Dewar
(1842–1923) para conservar substâncias biológicas em bom
Na ordem, os processos de transmissão de calor que você estado, mantendo-as a temperaturas estáveis. Usando a ob-
usou para preencher as lacunas são: servação do físico italiano Evangelista Torricelli (1608–1647),
a] condução, convecção e radiação; que descobriu ser o vácuo um bom isolante térmico, Dewar
b] radiação, condução e convecção; criou uma garrafa de paredes duplas de vidro que, ao ser la-
c] condução, radiação e convecção; crada, mantinha vácuo entre elas. Para retardar ainda mais a
d] convecção, condução e radiação; alteração de temperatura no interior da garrafa, ele espelhou
e] convecção, radiação e condução as paredes, tanto nas faces externas como nas faces internas.
Dewar nunca patenteou sua invenção, que considerava um
19- (Ufes) Ao colocar a mão sob um ferro elétrico quente, sem presente à Ciência. Coube ao alemão Reinhold Burger, um fa-
tocar na sua superfície, sentimos a mão “queimar”. Isso ocorre bricante de vidros, diminuir o seu tamanho, lançando-a no mer-
porque a transmissão de calor entre o ferro elétrico e a mão se cado em 1903.
deu principalmente através de:
a] radiação.
b] condução e convecção.
c] condução.
d] convecção e radiação.
e] convecção.

20- Na praia, você já deve ter notado que, durante o dia, a


areia esquenta mais rápido que a água do mar e, durante a
noite, a areia esfria mais rápido que a água do mar. Isso ocorre
porque o calor específico da água é maior que o da areia (a
água precisa receber mais calor, por unidade de massa, para
sofrer o mesmo aquecimento da areia). Esse fato explica a
existência da brisa:
a] do mar para a praia, à noite; A respeito do texto acima, indique a alternativa correta.
b] sempre do mar para a praia; a] Na garrafa térmica, o vácuo existente entre as paredes du-
c] da praia para o mar, durante o dia; plas de vidro tem a finalidade de evitar trocas de calor por
d] sempre da praia para o mar. convecção.
e] do mar para a praia, durante o dia; b] As paredes espelhadas devem evitar que as ondas de ca-
lor saiam ou entrem por condução.

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c] Apesar de o texto não se referir ao fato de que a garrafa


deve permanecer bem fechada, isso deve ocorrer para evi-
tar perdas de calor por convecção.
d] O vácuo existente no interior das paredes duplas de vidro
vai evitar perdas de calor por radiação.
e] As paredes espelhadas não têm função nas trocas de ca-
lor; foram apenas uma tentativa de tornar o produto mais
agradável às pessoas que pretendessem comprá-lo.

23- (Fazu-MG) Tia Anastácia é famosa por sua habilidade na


cozinha. Um de seus pratos mais famosos é o risoto de cama-
rão feito em panela de pedra. Inácia, sobrinha de Tia Anastá-
cia, ao tentar reproduzir o famoso prato, frustou-se, pois, ape-
sar de todos os cuidados e da bela aparência do prato, quando
do momento da retirada do fogo, surpreendeu-se com o fato
A curva de aquecimento representada é a:
de que, posto à mesa, o arroz acabou por queimar. Ao questi-
a] da água.
onar Tia Anastácia sobre o ocorrido, esta lhe respondeu que o
b] da acetona.
segredo do cozimento dos alimentos em panela de pedra, para
c] do álcool etílico.
que a comida não queime, está no fato de se retirar a panela
d] do benzeno.
do fogo um pouco antes que o prato esteja totalmente cozido.
e] do ácido acético.
Nas palavras de tia Anastácia:
“— A quentura da panela acaba por cozer os alimentos
24- Uma determinada substância, ao ser aquecida de 27º C
mesmo que ela já não esteja mais no fogo.”
para 127º C, tem seu volume aumentado de 0,10%. O coefici-
Dentre as afirmações abaixo, qual a que explica corretamente
ente de dilatação volumétrica da substância vale, em ºC-1:
a “quentura” da panela de pedra salientada por tia Anastácia?
a] 1,0 x 10-1
a] A capacidade térmica da panela de pedra é muito pequena,
b] 1,0 x 10-2
fazendo com que a temperatura se mantenha elevada por
c] 1,0 x 10-3
muito tempo.
d] 1,0 x 10-4
b] A capacidade térmica da panela é grande, permitindo que
e] 1,0 x 10-5
seu resfriamento se dê com rapidez, passando todo o calor
para o alimento, fazendo-o queimar.
25- (Fuvest-SP) Um ser humano adulto e saudável consome,
c] A capacidade térmica da panela é grande, o que significa
em média, uma potência de 120 J/s. Uma caloria alimentar (1,0
que, para uma pequena variação de temperatura no resfri-
kcal) corresponde aproximadamente a 4,0 · 103 J. Para nos
amento, a panela irradia grande quantidade de calor, po-
mantermos saudáveis, quantas calorias alimentares devemos
dendo acarretar a queima do alimento.
utilizar, por dia, a partir dos alimentos que ingerimos?
d] A frase de Tia Anastácia é mais uma crendice popular. O
a] 33
fato de a comida ter queimado não está relacionado à pa-
b] 120
nela de pedra, e sim ao tempo excessivo à espera do prato
c] 2,6 · 103
na mesa.
d] 4,0 · 103
e] A pedra, de que é feita a panela, tem a capacidade de re-
e] 4,8 · 103
produzir calor quando estimulada, acabando por queimar o
alimento se o estímulo for muito grande.
26- Num calorímetro ideal, são colocados 1,0 kg de água à
temperatura ambiente e um bloco de ferro, também de massa
24- (Fatec-SP) Na tabela, é possível ler os valores do calor
1,0 kg, bastante aquecido. Após o equilíbrio térmico, verifica-
específico de cinco substâncias no estado líquido, e no gráfico
se que a temperatura da água aumentou de 40 °C, enquanto
é representada a curva de aquecimento de 100 g de uma des-
a temperatura do bloco de ferro diminuiu mais de 200 °C. Isso
sas substâncias.
ocorreu porque a água e o bloco de ferro têm:
a] densidades absolutas diferentes;
b] massas iguais;
c] capacidades térmicas diferentes;
d] coeficientes de condutibilidade térmica diferentes;

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e] estados físicos de agregação diferentes – a água é líquida a] 45 °C.


e o ferro é sólido. b] 55 °C.
c] 65 °C.
27- (Unesp-SP) Quando uma enfermeira coloca um termôme- d] 50 °C.
tro clínico de mercúrio sob a língua de um paciente, por exem- e] 60 °C
plo, ela sempre aguarda algum tempo antes de fazer a sua
leitura. Esse intervalo de tempo é necessário: 30- Em um ritual místico, as pessoas aquecem a água de um
a] para que o termômetro entre em equilíbrio térmico com o caldeirão utilizando sete pedras. As pedras são colocadas em
corpo do paciente. uma fogueira e depois são lançadas no caldeirão com 0,70 L
b] para que o mercúrio, que é muito pesado, possa subir pelo de água a 20 °C. Cada uma das pedras tem, em média, 100 g
tubo capilar. de massa e se encontram a 300 °C no instante em que são
c] para que o mercúrio passe pelo estrangulamento do tubo lançadas no caldeirão. No equilíbrio térmico, temse uma tem-
capilar. peratura de 50 °C. Sendo o calor específico da água igual a
d] devido à diferença entre os valores do calor específico do 1,0 cal/g °C e desprezando as perdas de calor para o ambiente
mercúrio e do corpo humano. e para o caldeirão, pode-se afirmar que o calor específico mé-
e] porque o coeficiente de dilatação do vidro é diferente do dio das pedras em questão, em cal/g °C, é:
coeficiente de dilatação do mercúrio. Dado: densidade absoluta da água = 1,0 kg/L
28- O comprimento i de uma barra de latão varia, em função a] 0,030.
da temperatura , segundo o gráfico abaixo. b] 0,17.
c] 1,04.
(cm
) d] 0,12.
50
,1
e] 0,50.
50
,0

31-A respeito de calor latente de fusão (LF) de uma substân-


cia, pode-se dizer que:
0 10 
0 (ºC) a] é a energia térmica responsável pela fusão total do corpo
considerado;
Assim, o coeficiente de dilatação linear do latão, no intervalo b] é a energia térmica responsável pela elevação de uma uni-
de 0ºC a 100ºC, vale dade de temperatura na substância, quando ela se encon-
a] 2,0 . 10-5/ºC tra no estado líquido;
b] 5,0 . 10-5/ºC c] é a energia térmica responsável pela passagem de uma
c] 1,0 . 10-4/ºC massa unitária do estado sólido para o estado líquido, du-
d] 2,0 . 10-4/ºC rante a qual não há variação de temperatura;
e] 5,0 . 10-4/ºC d] é a energia térmica responsável pela passagem de 1 g da
substância do estado líquido para o estado sólido;
29- (Fuvest-SP) Dois recipientes iguais A e B, contendo dois e] é toda energia térmica envolvida na fusão de metade do
líquidos diferentes, inicialmente a 20 °C, são colocados sobre corpo considerado.
uma placa térmica, da qual recebem aproximadamente a
mesma quantidade de calor. 32- (PUC-SP) Um anel metálico de massa 150 g, inicialmente
à temperatura de 160 °C, foi colocado em uma cavidade feita
na parte superior de um grande bloco de gelo em fusão,
como mostrado na figura

Com isso, o líquido em A atinge 40 °C, enquanto o líquido em


B, 80 °C. Se os recipientes forem retirados da placa e seus
líquidos misturados, a temperatura final da mistura ficará em
torno de:

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Após o equilíbrio térmico ser atingido, verificou-se que 30 cm3 e] quando o calor sai da água, provoca sua solidificação;
de gelo se fundiram. Considerando o sistema (gelo-anel) ter- esse calor, no gelo, provoca fusão.
micamente isolado, o calor específico do metal que constitui o
anel, em cal/g °C, é: 35- (UFPI) O gráfico abaixo representa a variação de tempe-
a] 0,050. ratura, em função do tempo, de um corpo inicialmente sólido
b] 0, 096.
c] 1,0.
d] 0,092.
e] 0,10.
Dados: calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g; densidade do
gelo: 0,92 g/cm3.

33- (Mack-SP) Num copo de capacidade térmica desprezível,


tem-se inicialmente 170 cm3 de água a 20 °C. Para resfriar a
água, colocam-se algumas “pedras” de gelo, de massa total Os patamares AB e CD representam, respectivamente, as
100 g, com temperatura de –20 °C. Desprezando as perdas seguintes mudanças de fase:
de calor com o ambiente e sabendo que após um intervalo de a] solidificação e fusão.
tempo há o equilíbrio térmico entre a água líquida e o gelo, a b] solidificação e vaporização.
massa de gelo remanescente no copo é: c] fusão e solidificação.
Dados: ρágua (densidade da água) = 1,0 g/cm3 d] vaporização e sublimação.
c água (calor específico da água) = 1,0 cal/(g °C) e] fusão e vaporização.
L F(gelo) (calor latente de fusão do gelo) = 80 cal/g
c gelo (calor específico do gelo) = 0,5 cal/(g °C) 36- Um quilograma de gelo a –50 °C é aquecido, transfor-
a] zero. mando-se em vapor a 100 °C. São conhecidos: calor especí-
b] 38 g. fico do gelo = 0,5 cal/g °C; calor latente de fusão do gelo = 80
c] 15 g. cal/g; calor específico da água = 1 cal/g °C; calor latente de
d] 70 g. vaporização da água = 540 cal/g. As diversas fases do pro-
e] 30 g. cesso são: aquecimento e fusão do gelo;aquecimento e vapo-
rização da água. Atribuindo o algarismo 1 ao processo que re-
34- Num calorímetro ideal são colocados 200 g de gelo fun- quer o maior número de calorias, o algarismo 2 ao que vem
dente (0 °C) com 200 g de água, também a 0 °C. Após algum em segundo lugar e assim por diante, de cima para baixo,
tempo, podemos afirmar que: forma-se o número:
a] no equilíbrio térmico, vamos ter apenas água a 0 °C; a] 1234;
b] o gelo, sempre que entra em contato com a água, sofre b] 4321;
fusão; c] 4231;
c] no final vamos ter apenas gelo a 0 °C; d] 1324.
d] as massas de água e gelo não se alteram, pois ambos es- e] 2413;
tando a 0 °C não haverá troca de calor entre eles;

DILATAÇÃO LINEAR DOS SÓLIDOS

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EXERCÍCIOS
37- Uma dona de casa resolveu fazer uma salada para o jan-
tar, mas não conseguiu abrir o frasco de palmito, que tem
tampa metálica. Porém, lembrando-se de suas aulas de Física,
ela mergulhou a tampa da embalagem em água quente du-
rante alguns segundos e percebeu que ela abriu facilmente.
Isso provavelmente ocorreu porque:
a] reduziu-se a força de coesão entre as moléculas do metal Abaixo segue uma tabela com os coeficientes de dilatação li-
e do vidro; near média, α, para alguns metais:
b] reduziu-se a pressão do ar no interior do recipiente;
c] houve redução da tensão superficial existente entre o vi-
dro e o metal;
d] o coeficiente de dilatação do metal é maior que o do vidro;
e] o coeficiente de dilatação do vidro é maior que o do metal.

38- Você já deve ter observado em sua casa que o vidro pirex
é mais resistente que o vidro comum às variações de tempe-
ratura. Se colocarmos água fervente em um copo de vidro co-
mum, ele trinca, mas isso não acontece com o vidro pirex. A Calculando-se o coeficiente de dilatação linear α a partir dos
explicação para isso é que: dados experimentais (gráfico), inferimos que o metal em
a] o calor específico do pirex é menor que o do vidro co- questão se trata provavelmente do:
mum; a] chumbo;
b] o calor específico do pirex é maior que o do vidro comum; b] ouro;
c] para aquecimentos iguais, o vidro comum sofre maior va- c] alumínio;
riação de temperatura; d] aço.
d] o coeficiente de dilatação do vidro comum é menor que o e] cobre;
do vidro pirex;
e] o coeficiente de dilatação do vidro comum é maior que o 40- (Mack-SP) Num laboratório, um aluno aquece de 50 °C
do vidro pirex. uma barra metálica de comprimento inicial 80 cm, observando
que o seu comprimento aumenta de 0,8 mm. Fazendo os cál-
39- (Unilasalle) Em uma experiência para medir o coeficiente culos, ele conclui que o coeficiente de dilatação linear do ma-
de dilatação linear médio de um pedaço de metal desconhe- terial da barra vale:
cido, obteve-se o seguinte gráfico do comprimento em função a] 5 · 10–5 °C–1.
da temperatura: b] 2 · 10–5 °C–1.
c] 4 · 10–5 °C–1.
d] 1 · 10–5 °C–1.
e] 3 · 10–5 °C–1.

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41- (Unisa-SP) Uma linha férrea tem 300 km de extensão no 45- Um recipiente de volume V está cheio de um líquido a 20
inverno, quando a temperatura é –5 °C. Porém, no verão, a °C. Aquecendo-se o conjunto a 70 °C, transbordam 5,0 cm3
temperatura chega a 25 °C. Se os trilhos são construídos de de líquido. Esses 5,0 cm3 correspondem:
um material de coeficiente de dilatação linear α = 10–5 °C–1, a] à dilatação real do líquido;
qual é a variação de comprimento que os trilhos sofrem na sua b] à dilatação aparente do líquido;
extensão? c] à soma da dilatação real com a dilatação aparente do lí-
a] 10 m. quido;
b] 90 m. d] à diferença entre a dilatação real e a dilatação aparente do
c] 200 m. líquido;
d] 20 m. e] a três vezes a dilatação real do líquido.
e] 150 m.
46- (Mack-SP) Em uma experiência, para determinarmos o co-
42- (UFPI) A diferença entre os comprimentos de duas barras eficiente de dilatação linear do vidro, tomamos um frasco de
metálicas se mantém constante, em 80,0 cm, num intervalo de vidro de volume 1 000 cm3 e o preenchemos totalmente com
temperatura em que vale a aproximação linear para a dilata- mercúrio (coeficiente de dilatação volumétrica = 1,8 · 10–4 °C–
ção. Os coeficientes de dilatação linear associados às barras 1). Após elevarmos a temperatura do conjunto de 100 °C, ob-
são 3,0 · 10–5 °C–1 e 2,0 · 10–5 °C–1. Assim, podemos dizer que, servamos que 3,0 cm3 de mercúrio transbordam. Dessa
à temperatura inicial, as barras mediam: forma, podemos afirmar que o coeficiente de dilatação linear
a] 2,4 m e 1,6 m. do vidro que constitui esse frasco vale:
b] 4,0 m e 3,2 m. a] 5,0 · 10–5 °C–1.
c] 2,5 m e 1,7 m. b] 4,0 · 10–5 °C–1.
d] 4,4 m e 3,6 m. c] 3,0 · 10–5 °C–1.
e] 3,2 m e 2,4 m. d] 2,0 · 10–5 °C–1.
e] 1,0 · 10–5 °C–1.
43- Um disco de latão de 50,0 cm2 de área é perfurado, fi-
cando com um furo circular de 10,0 cm2 na posição indicada 47- (Enem) A gasolina é vendida por litro, mas em sua utiliza-
na figura. O coeficiente de dilatação linear do latão é de 2 · 10– ção como combustível a massa é o que importa. Um aumento
5 °C–1 e essas áreas se referem à temperatura ambiente. Se o da temperatura do ambiente leva a um aumento no volume da
disco for colocado em um forno e a temperatura elevada de gasolina. Para diminuir os efeitos práticos dessa variação, os
100 °C, a área do furo: tanques dos postos de gasolina são subterrâneos. Se os tan-
a] diminuirá de 0,12 cm2; ques não fossem subterrâneos:
b] aumentará de 0,04 cm2; I. Você levaria vantagem ao abastecer o carro na hora mais
c] aumentará de 0,02 cm2; quente do dia, pois estaria comprando mais massa por litro
d] não sofrerá alteração. de combustível.
e] diminuirá de 0,16 cm2; II. Abastecendo com a temperatura mais baixa, você estaria
comprando mais massa de combustível para cada litro.
44- (UMC-SP) A figura mostra a variação relativa do compri- III. Se a gasolina fosse vendida por kg em vez de ser vendida
mento de uma barra metálica em função da temperatura. por litro, o problema comercial decorrente da dilatação da
gasolina estaria resolvido.

Dessas considerações, somente:


a] I é correta.
b] I e II são corretas.
c] II é correta.
d] II e III são corretas.
Se um cubo de aresta a, feito desse metal, for submetido à e] III é correta.
variação de temperatura de 100 °C, sua dilatação volumétrica
será: 48- (PUC-SP) A água apresenta uma anomalia em relação aos
a) ΔV = 7,2 · 10–3 a3. demais líquidos. Assim, a temperatura de 4 °C é:
b) ΔV = 4,8 · 10–3 a3. a] aquela para a qual a água tem maior densidade.
c) ΔV = 6,0 · 10–3 a3. b] aquela para a qual a água assume maior volume.
d) ΔV = 3,6 · 10–3 a3. c] a mais baixa que a água atinge no estado líquido.
e) ΔV = 5,6 · 10–3 a3. d] a correspondente ao ponto triplo da água.
e] a de fusão do gelo.

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ESTUDO DOS GASES

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50- Determinada massa de gás perfeito sofre as transforma-

EXERCÍCIOS ções indicadas a seguir:


I. Compressão a temperatura constante.
II. Expansão a pressão constante.
III. Aquecimento a volume constante.

49- (Esam-RN) Chama-se pressão média sobre uma superfí- Nessa ordem, as transformações podem ser chamadas tam-
cie plana: bém de:
a] o contato entre superfícies planas. a] isobárica, adiabática e isocórica.
b] uma propriedade da superfície livre dos líquidos. b] isométrica, isotérmica e isobárica.
c] o valor da força que atua sobre qualquer superfície plana. c] isotérmica, isobárica e adiabática.
d] a razão entre o módulo da força que atua perpendicular- d] isométrica, isocórica e isotérmica.
mente na superfície e a área da superfície. e] isotérmica, isobárica e isométrica.
e] a razão entre o módulo da força que atua na superfície e o
perímetro dessa superfície. 51- (Univali-SC) Considere o diagrama onde se apresentam
duas isotermas, TA e TB.

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a] 5%.
As transformações gasosas 1, 2 e 3 são, respectivamente:
b] 50%.
a] isobárica, isocórica e isotérmica.
c] 10%.
b] isocórica, isobárica e isotérmica.
d] 100%
c] isotérmica, isobárica e isocórica.
e] 20%.
d] isobárica, isotérmica e isocórica.
e] isotérmica, isocórica e isobárica.
55- (Mack-SP) Um mol de gás ideal, inicialmente num estado
A, ocupa o volume de 5,6 litros. Após sofrer uma transforma-
52- (Fuvest-SP) Um congelador doméstico (freezer) está regu-
ção isotérmica, é levado ao estado B.
lado para manter a temperatura de seu interior a –18 °C.
Sendo a temperatura ambiente igual a 27 °C (ou seja, 300 K),
o congelador é aberto e, pouco depois, fechado novamente.
Suponha que o freezer tenha boa vedação e que tenha ficado
aberto o tempo necessário para o ar em seu interior ser tro-
cado por ar ambiente. Quando a temperatura do ar no freezer
voltar a atingir –18 °C, a pressão em seu interior será:
a] cerca de 150% da pressão atmosférica.
b] cerca de 118% da pressão atmosférica.
c] igual à pressão atmosférica.
d] cerca de 85% da pressão atmosférica.
e] cerca de 67% da pressão atmosférica.

53- (Unifor-CE) Um pneu de automóvel contém ar sob pressão


Sabendo que em B o gás está nas CNTP (condições normais
de 3,0 atm à temperatura de 7,0 °C. Após viagem de 72 km,
de temperatura e pressão), podemos afirmar que em A:
verifica-se que a temperatura do pneu atinge 47 °C. Conside-
a] a pressão é desconhecida e não pode ser determinada
rando o ar um gás ideal e desprezando a variação de volume
com os dados disponíveis.
do pneu, a pressão do ar nessa nova condição vale, em at-
b] a pressão é de 1,0 atmosfera.
mosferas:
c] a pressão é de 2,0 atmosferas.
a] 3,1.
d] a pressão é de 4,0 atmosferas.
b] 4,0.
e] a pressão é de 5,6 atmosferas.
c] 3,4.
d] 4,3.
56- (FMTM-MG) Considere um gás ideal contido em um reci-
e] 3,7.
piente. Os valores iniciais de volume, pressão e temperatura
são 15 · 10–3 m3, 200 kPa e 300 K, respectivamente. Se o
54- (Fuvest-SP) O cilindro da figura a seguir é fechado por
volume é diminuído para 12 · 10–3 m3 e a pressão, aumentada
um êmbolo que pode deslizar sem atrito e está preenchido
para 350 kPa, e admitindo-se que a quantidade de gás no re-
por certa quantidade de gás que pode ser considerado como
cipiente permaneça constante, a temperatura final do gás será:
ideal. À temperatura de 30 °C, a altura h na qual o êmbolo se
a] 420 K.
encontra em equilíbrio vale 20 cm (ver figura; h se refere à
b] 400 K.
superfície inferior do êmbolo). Se mantidas as demais carac-
c] 350 K.
terísticas do sistema e a temperatura passar a ser 60 °C, o
d] 300 K.
valor de h variará em aproximadamente:

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e] 120 K. 61- (FEI-SP) Numa transformação de um gás perfeito, os es-


tados final e inicial acusaram a mesma energia interna. Certa-
57- Você já deve ter notado que ao esfregar as mãos durante mente:
algum tempo elas ficam mais quentes. Isso ocorre porque: a] a transformação foi cíclica.
a] aumenta a circulação do sangue, elevando a produção de b] a transformação foi isométrica.
calor; c] não houve troca de calor entre o gás e o ambiente.
b] o movimento das mãos pode alterar a temperatura do am- d] são iguais as temperaturas dos estados inicial e final.
biente, devido ao atrito delas com o ar; e] não houve troca de trabalho entre o gás e o ambiente.
c] o trabalho mecânico realizado pelas forças de atrito exis-
tentes entre as mãos se transforma em energia térmica, 62- Determinada massa de gás perfeito sofre uma transforma-
aumentando sua temperatura; ção, saindo de um estado inicial A e passando para o estado
d] durante o movimento, as mãos absorvem energia térmica final B, sem que sua temperatura se altere. Essa transforma-
do ambiente, o que aumenta sua temperatura; ção pode ser denominada:
e] a diferença de polaridade existente entre a mão direita e a a] isobárica;
mão esquerda provoca um aquecimento em ambas. b] isotérmica;
c] isocórica;
58- Dos itens citados a seguir, qual é condição obrigatória para d] adiabática.
que um gás realize trabalho? e] isovolumétrica;
a] Variação na pressão do gás.
b] Variação no volume do gás. 63- (Unitau-SP) Um gás está confinado em um cilindro provido
c] Variação na temperatura do gás. de um pistão. O gás é então aquecido, e o pistão é mantido
d] Recebimento de calor do meio externo. fixo na posição inicial. Qual é a alternativa errada?
e] Ocorrência de uma reação de desintegração nuclear no a] A pressão do gás aumenta.
gás, acompanhada de liberação de energia térmica. b] O trabalho realizado pelo gás é cada vez maior.
c] A força que o gás exerce no pistão é cada vez maior.
59- (Enem) Considere as afirmações: d] O gás é mantido num volume constante.
I. Calor e trabalho são formas de transferência de energia en- e] A energia interna do gás é cada vez maior.
tre corpos.
II. Calor é medido necessariamente em calorias, enquanto tra- 64- Leia com atenção e identifique a alternativa correta.
balho é somente medido em joules. a] Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, o sis-
III. Dez calorias valem aproximadamente 42 joules. tema não troca calor com o meio externo.
Pode-se afirmar que apenas: b] Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, o sis-
a] I é correta. tema cede um valor de calor menor que o valor do trabalho
b] II é correta. que recebe.
c] III é correta. c] Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, sempre
d] I e II são corretas. ocorre variação da energia interna do gás.
e] I e III são corretas d] Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, o sis-
tema realiza trabalho; portanto, não recebe calor.
60- A 1a Lei da Termodinâmica, aplicada a uma transformação e] Numa compressão isotérmica de um gás perfeito, o sis-
gasosa, se refere à: tema recebe trabalho, que é integralmente transformado
a] conservação de massa do gás; em calor.
b] conservação da quantidade de movimento das partículas
do gás; 65- (Ufl a-MG) A Termodinâmica faz nítida distinção entre o
c] relatividade do movimento de partículas subatômicas, que objeto de seu estudo, chamado sistema, e tudo aquilo que o
constituem uma massa de gás; envolve e pode interagir com ele, chamado meio. Considere
d] conservação da energia total; um sistema constituído por certa quantidade de um gás ideal
e] expansão e contração do binômio espaço-tempo no movi- contido em um recipiente de paredes móveis e não-adiabáti-
mento das partículas do gás. cas e indique a alternativa incorreta.
a] Para que o gás realize uma expansão isobárica, é neces-
sário que o sistema receba certa quantidade de calor do
meio.

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b] Para que o gás sofra uma expansão isotérmica, é neces-


sário que o sistema receba calor do meio, o qual é con-
vertido em trabalho.
c] Em uma compressão adiabática do gás, o meio realiza
trabalho sobre o sistema, com consequente aumento da
energia interna do gás.
d] Para que o gás sofra um aumento de pressão a volume
constante, é necessário que o sistema rejeite certa quanti-
dade de calor para o meio. A área destacada mede:
e] Em uma compressão isobárica, o gás tem sua tempera- a] a variação de pressão do gás;
tura e sua energia interna diminuídas. b] a variação de energia interna do gás;
c] o trabalho realizado pelo gás;
66- (Enem) Um sistema termodinâmico cede 200 J de calor d] o calor cedido pelo gás;
ao ambiente, enquanto sobre o sistema se realiza trabalho de e] o calor específico do gás medido à temperatura constante.
300 J. Nessas condições, a variação de sua energia interna
é, em joules, de: 69- (PUC-MG) Uma máquina térmica opera entre duas tempe-
a] –500. raturas, T1 e T2. Pode-se afirmar que seu rendimento:
b] –100. a] máximo pode ser 100%.
c] 100. b] pode ser maior que 100%.
d] 250. c] nunca será inferior a 80%.
e] 500. d] será máximo se operar em ciclos.
e] será máximo se operar em ciclo de Carnot.
67- Um estudante manuseava uma bomba manual (metálica)
de encher bola de futebol. Mantendo o orifício de saída do ar 70- (Vunesp-SP) O ciclo de Carnot, de importância funda-
tapado com seu dedo, ele comprimia rapidamente o êmbolo e mental na Termodinâmica, é constituído de um conjunto de
observava que o ar dentro da bomba era aquecido. Das afir- transformações definidas. Num diagrama (p, V), você esbo-
mativas a seguir, qual você usaria para explicar o fenômeno çaria esse ciclo usando:
descrito? a] uma isotérmica, uma isobárica, uma adiabática e uma iso-
a] Quando se comprime um gás, sua temperatura sempre au- córica (isovolumétrica).
menta. b] duas isotérmicas e duas adiabáticas.
b] Quando se comprime rapidamente um gás, facilita-se a c] duas isobáricas e duas isocóricas (isovolumétricas).
troca de calor entre o ar que está dentro da bomba e o meio d] duas isobáricas e duas isotérmicas.
externo. e] uma isocórica (isovolumétrica), uma isotérmica e uma iso-
c] Devido à rapidez da compressão, o ar que está dentro da bárica.
bomba não troca calor com o meio externo; assim, o traba-
lho realizado provoca aumento da energia interna desse ar. 71- (UFV-MG) Um folheto explicativo sobre uma máquina tér-
d] A compressão rápida do ar foi feita isobaricamente, provo- mica informa que ela, ao receber 1 000 cal de uma fonte
cando aumento na velocidade de suas partículas. quente, realiza 4 186 J de trabalho. Sabendo que 1 cal equi-
e] O fenômeno descrito é impossível de ocorrer, pois, sendo vale a 4,186 J e, com base nos dados fornecidos pelo folheto,
o corpo da bomba metálico, qualquer energia que seja for- você pode afirmar que essa máquina:
necida para o ar interno será imediatamente transferida a] viola a 1a Lei da Termodinâmica.
para o meio externo. b] possui um rendimento nulo.
c] possui um rendimento de 10%.
68- O diagrama pressão volume a seguir mostra uma trans- d] viola a 2a Lei da Termodinâmica.
formação isotérmica sofrida por 1 mol de gás perfeito. e] funciona de acordo com o ciclo de Carnot.

72- (PUC-MG) O rendimento de uma máquina térmica é uma


relação entre a energia transformada em trabalho e a energia
absorvida da fonte quente.

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Q1 = calor retirado da fonte quente Q2 = calor rejeitado para


a fonte fria τ = trabalho realizado Uma máquina térmica teó-
rica retira 1 000 J da fonte quente e rejeita 650 J para a fonte
fria. O rendimento dessa máquina, em porcentagem, é:
a] 15.
b] 65.
c] 54.
d] 40.
e] 35.

73- (UFMA) Uma máquina térmica funciona realizando o ciclo


de Carnot. Em cada ciclo, o trabalho útil fornecido pela má-
quina é de 2 000 J. As temperaturas das fontes térmicas são
227 °C e 27 °C, respectivamente. O rendimento da máquina,
a quantidade de calor retirada da fonte quente e a quantidade
de calor rejeitada para a fonte fria são, respectivamente:
a] 60%, 4 000 J e 6 000 J.
b] 40%, 4 000 J e 1 000 J.
c] 40%, 3 000 J e 5 000 J.
d] 30%, 6 000 J e 4 000 J.
e] 40%, 5 000 J e 3 000 J.

74- (Puccamp-SP) A turbina de um avião tem rendimento de


80% do rendimento de uma máquina ideal de Carnot ope-
rando às mesmas temperaturas. Em voo de cruzeiro, a tur-
bina retira calor da fonte quente a 127 °C e ejeta gases para
a atmosfera, que está a –33 °C. O rendimento dessa turbina
é de:
a] 80%.
b] 64%.
c] 50%.
d] 40%.
e] 32%.

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GEOGRAFIA
Saul Filho

PROCESSO DE ORIENTAÇÃO

1) PONTOS DE ORIENTAÇÃO
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!
Orientação significa determinarmos a nossa posição
em relação aos pontos cardeais.
Além dos pontos cardeais, existem também os pontos
colaterais, subcolaterais e intermediários, totalizando 32 dire-
ções ou rumos, os quais se acham assinalados numa figura
denominada Rosa dos Ventos ou Náutica.
N  Norte = setentrional ou boreal
S  Sul = meridional ou austral
E  Leste = oriental ou nascente (Este)
W ou O  Oeste = ocidental ou poente (West)

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ORIENTAÇÃO PELOSOL E LUA ORIENTAÇÃO PELA BÚSSOLA


Podemos nos orientar pelo Sol e Lua porque eles surgem
diariamente no lado leste e desaparece no lado oeste.

ORIENTAÇÃO PELA ESTRELA POLAR


A Estrela Polar pertence à constelação da Ursa Menor,
sendo visível somente no Hemisfério Norte. Traçando-se uma
reta perpendicular à superfície da Terra, partindo desta estrela,
a posição indicada será aproximadamente a do Polo Norte, em
qualquer ponto do hemisfério Norte que estivermos.

ORIENTAÇÃO PELA SOMBRA


Ao meio-dia o sol está no ponto mais alto acima da sua
cabeça. Antes das 12 h, o sol está mais para o leste e a sombra
indica aproximadamente a direção oeste. Depois das 12 h, o
sol está mais para o oeste e indica aproximadamente a direção
leste. A bússola é um instrumento parecido com um relógio e
suas peças principais são a agulha e o limbo. A agulha iman-
ORIENTAÇÃO PELO CRUZEIRO DO SUL tada é um ponteiro que gira sobre um eixo. O limbo é o mostra-
dor da bússola. Nele está desenhada uma rosa-dos-ventos e
estão marcados os graus de uma circunferência.
Para entender o seu funcionamento precisamos considerar o
seguinte:
1.º) a agulha da bússola, que é imantada, apresentada
as mesmas características de um ímã, ou seja, possui dois po-
los magnéticos, norte (N) e sul (S). Lembrando que polos iguais
se repelem e polos contrários se atraem, entendemos por que
o polo (N) da agulha é atraído pelo polo sul (S) do ímã;
2.º) no caso da Terra, que é considerada um gigantesco
ímã, o polo sul magnético situa-se próximo ao polo norte geo-
gráfico e o polo norte magnético encontra-se próximo ao polo
sul geográfico. Dessa forma podemos entender, então, por que
o polo norte da agulha da bússola aponta (é atraído) para o
polo sul magnético da Terra.
Partindo do fato de que a agulha da bússola não indica
a direção dos polos geográficos, e sim a direção dos polos
magnéticos, como vamos encontrar os polos geográficos da
Terra? Nesse caso, é preciso fazer a correção e, para tanto, os
Outro meio de orientação é pelo Cruzeiro Sul, constela- navegantes dispõem de mapas e outros recursos.
ção composta por muitas estrelas, dentre as quais cinco se
destacam, formando uma cruz, cujo braço maior aponta apro-
ximadamente para o Polo Sul.
Para se orientar por essa constelação, prolonga-se qua-
tro vezes o braço maior da cruz e depois se baixa uma perpen-
dicular, achando-se, então, o sul da Terra.
Dando as costas para o sul, os outros pontos cardeais
estarão automaticamente localizados.
Esse meio de orientação só é possível no Hemisfério
Sul.

O ângulo correspondente à diferença (distância) entre o

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polo geográfico e o polo magnético da Terra é chamado de de- 2- Analise:


clinação magnética. O polo sul magnético da Terra situa-se pró-
ximo à Ilha Príncipe de Gales (Canadá), cerca de 1.400 km a
oeste do polo geográfico norte.

ORIENTAÇÃO PELO GPS

Considerando que esta imagem foi capturada por volta das


10h30, é correto deduzir que, no momento da captura, os cor-
redores deslocavam-se no
a] no sentido horário e seguiam na direção Leste Oeste, sen-
Os meios mais modernos de orientação utilizam o sis- tido Leste.
b] no sentido anti-horário e seguiam na direção Leste Oeste,
tema conhecido como GPS (Global Positioning System), que
sentido Leste.
funciona com base em uma rede de satélites artificiais, circu-
c] no sentido horário e seguiam na direção Leste Oeste, sen-
lando a 20 mil quilômetros de altitude e enviando permanente- tido Oeste.
mente sinais à Terra. d] no sentido anti-horário e seguiam na direção Leste Oeste,
Em geral, os variados e sofisticados aparelhos que sentido Oeste.
usam o GPS possuem uma antena para receber os sinais dos e] no sentido horário e seguiam na direção Nordeste Sudo-
satélites. Calculando-se o tempo que uma onda de rádio emi- este, sentido Nordeste.
tida por cada satélite leva em seu percurso, determina-se com
precisão o local do aparelho receptor, inclusive a altitude em 3- Supondo que o professor Rogério Teles tenha feito uma
que se encontra, bem como, se for o caso, a direção e a velo- viagem do município de São Benedito do Rio Preto para o mu-
cidade do veículo em que estiver instalado. nicípio de Codó, para fazer uma análise química comparativa
das águas do Rio Preto e do Rio Itapecuru. Rogério saiu em
um horário (9 horas) para não ser atingido pelo Sol no lado do
passageiro, deixando os raios solares do lado oposto.

EXERCÍCIOS Se a viagem foi feita em linha reta, o carro estaria seguindo


para qual direção?
a] Oeste
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM b] Leste
c] Sul
d] Noroeste
1- O desenho representa um campo de futebol com quatro
e] Norte
jogadores (X, A, B e C) treinando às 16 horas
4- Uma pessoa está perdida e precisa fazer uma orientação
através da bússola. Observe como a bússola está e determine
a direção leste:
4

1 3
De acordo com o desenho, se uma bola for chutada do centro,
agulha
a partir do jogador X, em direção aos jogadores A, B e C, su-
cessivamente, as direções percorridas serão, respectivamente, 2
a] leste, norte e noroeste. a] 1
b] leste, sul e sudoeste. b] 2
c] sul, leste e nordeste. c] 3
d] oeste, sul e sudeste. d] 4
e] oeste, norte e noroeste. e] faltam dados para julgar a questão

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ATUALIDADES!
VOCÊ SABIA QUE HOJE ESTÃO EM ÓRBITA SOBRE
NOSSAS CABEÇAS UM NÚMERO BEM MAIOR DE SATÉLI-
EXERCÍCIOS
TES DE POSICIONAMENTO GLOBAL? E VOCÊ NOTOU
QUE O SISTEMA NORTE-AMERICANO GPS JÁ NÃO REINA 5- Considere a imagem ao lado, com a divisão regional do Bra-
ABSOLUTO NOS CÉUS? sil.

Com os lançamentos realizados na semana passada, a


“constelação” do sistema russo GLONASS agora possui 28 sa-
télites, sendo 24 operacionais. Já o GPS conta com 32 veículos
em órbita, com 30 operacionais. Por sua vez, o sistema euro-
peu GALILEO chegou a 8 satélites, com 4 operacionais e o
chinês BEIDOU(BDS) já possui 17, sendo 16 operacionais.
Toda essa variedade de satélites para posicionamento e na-
vegação ao redor do globo só melhoram a precisão e acurácia
do trabalho dos profissionais de geotecnologia em solo, já que
fornecem mais opções, principalmente se levarmos em conta
locais com problemas para recepção de sinais, como por exem-
plo em áreas urbanas.
A Índia e o Japão também possuem seus sistemas pró-
prios, mas regionais: o primeiro possui o NAVIC, que possui Levando em consideração essa imagem, assinale a alter-
sete satélites e provê serviços de posicionamento e hora certa nativa correta.
para os indianos, cobrindo uma área de 1.500 Km ao redor do
país (há planos para uma expansão); já o japonês QZSS não é a] As indicações de norte “para cima” e sul “para baixo” são
independente e sim um acessório ao GPS para a região da convenções e podem ser alteradas.
b] O planeta Terra obedece a um referencial específico mag-
Ásia e Oceania, com foco no Japão; conta com quatro satélites
nético, motivo pelo qual o norte da rosa dos ventos deve
e é voltado a prover um sistema mais preciso em posiciona- sempre apontar para a linha do Equador.
mento e hora para a região, para plataformas já compatíveis. c] O mapa pode ser mantido do modo como está apresentado,
porém, onde consta região Sul, deve ser alterado para re-
gião Norte, e sucessivamente para as demais, obedecendo
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁ- à orientação.
FICO! d] Se representado desse modo, Trópico de Capricórnio deve
ser substituído por Trópico de Câncer.
e] A rosa dos ventos não pode ser alterada, mesmo que o
mapa esteja invertido.

Observe o mapa abaixo, que representa uma região imagi-


nária para responder as questões 6 e 7.

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6- Considerando-se a numeração I, II, III, IV e V como sendo b] do sul;


5 cidades e tendo unicamente os dados fornecidos pelo mapa, c] do oeste;
podemos afirmar que a cidade mais elevada e a mais baixa, d] do norte;
respectivamente, são, provavelmente: e] do sudeste
a] III e II;
9- Um homem sai da sua casa e caminha 50 metros na dire-
b] IV e V;
ção norte. Vira à esquerda e caminha 20 metros. Vira 45° à
c] II e III;
esquerda novamente e caminha mais 17 metros. Ao parar, ele
d] I e III;
olha para trás. Para que direção esse homem está olhando?
e] II e IV.
a] Norte.
7- O rio principal corre para a região: b] Noroeste.
a] Sudoeste; c] Nordeste.
b] Sudeste; d] Sul.
c] Norte; e] Sudoeste.
d] Nordeste; 10- Leia o texto abaixo.
e] Noroeste. O jardim de caminhos que se bifurcam
(...) Uma lâmpada aclarava a plataforma, mas os rostos dos
meninos ficavam na sombra. Um me perguntou: O senhor vai
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!
à casa do dr. Sthephen Albert? Sem aguardar resposta, outro
disse: A casa fica longe daqui, mas o senhor não se perderá se
tomar esse caminho à esquerda e se em cada encruzilhada do
caminho dobrar à esquerda.
(Adaptado. BORGES, J. Ficções. Rio de Janeiro: Globo, 199. p. 6.)
Quanto à cena descrita acima, considere que(ENEM)
I. o Sol nasce à direita dos meninos;
II. o senhor seguiu o conselho dos meninos, tendo encontrado
duas encruzilhadas até a casa.
Conclui-se que o senhor caminhou, respectivamente, nos sen-
tidos:
a] oeste, sul e leste;
b] leste, sul e oeste;
c] oeste, norte e leste;
Ângulo (de 0º a 360º) entre o norte e uma direção escolhida. d] leste, norte e oeste;
Usar sentido horário, a partir da direção norte(o°). e] leste, norte e sul.

Ex. Azimute 45°


EXERCÍCIOS PROPOSTOS COM RESPOSTAS
8- A figura representa hipoteticamente uma área do Brasil.
1- Levando-se em consideração que, no dia em que esta foto
foi tirada, o Sol se pôs exatamente atrás da estátua do Cristo
Redentor.

Grande número de indústrias instaladas na cidade X são polui-


doras. Os habitantes das vilas A, B, C, D são afetados direta-
mente pela fumaça das chaminés em virtude da direção dos
ventos dominantes na área. PARA QUE UMA MAIOR QUAN- Assim, podemos AFIRMAR que:
TIDADE DE VILAS SEJA ATINGIDA PELA POLUIÇÃO, OS a] o Pão de Açúcar está situado ao norte da parte frontal da
VENTOS DEVEM SOPRAR DE QUAL DIREÇÃO? estátua do Cristo Redentor.
a] de sudoeste;

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b] o braço direito do Cristo Redentor está apontando para a


direção sul.
c] o leste está na direção da parte de trás da estátua do Cristo
Redentor.
d] a enseada de Botafogo está ao sul da parte frontal da está-
tua do Cristo Redentor.
e] o braço esquerdo do Cristo Redentor está apontando para
a direção oeste.

2- Uma região de um país está situada entre o Equador, o Polo


Sul e o poente do Sol. Assim, essa região está situada em qual
quadrante?
a] Nordeste.
b] Sudeste.
c] Sudoeste. Imagine duas equipes disputando uma partida de futebol.
d] Noroeste. A equipe A está atacando de acordo com o sentido da seta em
e] Não tenho informação suficiente para determinar a res- destaque na imagem. Considerando a posição do Sol e o horá-
posta. rio indicado, pode-se afirmar que:
a] a equipe está atacando no sentido norte.
3- Observe o mapa abaixo para responder corretamente à b] a equipe está atacando no sentido sul.
questão. c] a equipe está atacando no sentido oeste.
d] a equipe está atacando no sentido nordeste.
e] a equipe está atacando no sentido sudeste.

5- Observe o mapa a baixo

Em que direções, respectivamente, deveria m olhar dois obser-


vadores, um posicionado em Porto Alegre e outro em Buenos
Em relação à cidade de Teresina-PI, São Luís-MA está locali- Aires, para se avistarem simultaneamente, caso isso fosse pos-
zada a Nor-noroeste e Fortaleza-CE, está localizada a: sível?
a] Nordeste; a] Sudoeste e Sudeste
b] Sudoeste; b] Sudoeste e Nordeste
c] Sul-sudeste; c] Nordeste e Sudoeste
d] Este-nordeste; d] Sudeste e Nordeste
e] Leste. e] Noroeste e Sudeste

Gabarito
4- A construção dos estádios brasileiros para a Copa de 2014
foram realizados analisando vários fatores. Um dos fatores a 1b 2c 3d 4c 5b
serem observados na construção é a posição do Sol, para que
não atrapalhe a visão dos jogadores.
Observe a imagem:

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8. Para localizar uma certa região do globo devemos encon-


COORDENADAS trar as coordenadas geográficas (latitude e longitude) de
GEOGRÁFICAS seus pontos extremos.

9. Latitude:

APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO
GEOGRÁFICO!.

I) INTRODUÇÃO

1. Coordenadas geográficas são um conjunto de linhas ima-


ginárias que servem para localizar um ponto ou acidente
geográfico na superfície terrestre. Através da latitude (para-
lelos) e longitude (meridianos)..
2. Paralelos: linhas traçadas paralelamente ao Equador. Com
os paralelos podemos obter a latitude.
3. Latitude: distância em graus de um lugar qualquer da Terra
até a linha do Equador. A latitude varia de 0º a 90º para o
norte e para o sul do Equador. A latitude de um lugar pode I. Os paralelos são círculos menores: dividem a Terra em par-
ser definida como o arco de meridiano, medido em graus, tes desiguais.
entre o lugar considerado e o equador. II. Variação da latitude: 0°L (Equador) até 90° LN (Polo Norte)
4. Meridianos: linhas traçadas de polo a polo. Com os meri- ou 90° LS (Polo Sul).
dianos podemos obter a longitude. III. Os principais paralelos (trópicos e círculos polares) delimi-
5. Longitude: distância em graus de um lugar qualquer da tam as zonas térmicas (polares, temperadas e tropical).
Terra até o meridiano de Greenwich. Varia de 0 a 180º para IV. São infinitos paralelos.
o leste e para o oeste de Greenwich. A longitude de um lu- V. Percorrendo o mesmo paralelo temos:
gar pode definir-se como o arco de paralelo, medido em - latitude constante;
graus, entre tal lugar e o meridiano principal. - longitude variável.
6. A linha do Equador divide a Terra em duas metades iguais VI. Um paralelo corresponde a uma circunferência.
denominadas hemisférios. A metade superior chama-se
Hemisfério Norte, e a parte inferior chama-se Hemisfério
Sul.
7. O meridiano de Greenwich também divide a Terra em dois
hemisférios: leste ou oriental e oeste ou ocidental.

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10. Longitude: APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!.

- Dois meridianos separados por 180° de longitude formam


uma circunferência. Cada meridiano, junto com o seu antimeri-
diano, divide a Terra em duas partes iguais (assim, são círculos
máximos).
Exemplos:
antimeridiano antimeridiano
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!
0ºLN 80ºLN; 40ºLNW 40ºLNE

- O meridiano de 180° (LID) é comum aos dois hemisférios, as-


sim como o de 0º (Greenwich). Os hemisférios Oeste e Leste
começam em Greenwich e terminam na LID (antimeridiano de
Greenwich).

(II) LATITUDE + LONGITUDE = COORDENADAS GEOGRÁ-


FICAS

Exemplo 1:

I. Os meridianos são círculos máximos: dividem a Terra em


partes iguais.
II. Variação da longitude: 0ºLN (Greenwich) até 180ºLN (Linha
Internacional da Data - LID).
III. Principais meridianos: Greenwich (0ºLN) e LID (180ºLN)
IV. São infinitos os meridianos.
V. Percorrendo o mesmo meridiano temos:
- longitude constante;
PONTOS COORDENADAS GEOGRÁFICAS
- latitude variável.
VI. Um meridiano representa uma semicircunferência. A 40ºLN e 60ºLNE
VII. Os meridianos são importantes para o estudo dos fusos ho-
rários. B 0ºL e 0ºLN

C 30ºLS E 50ºLNw

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Exemplo 2:

PONTOS COORDENADAS GEOGRÁFICAS

A 15ºLS e 30ºLNE O ponto A indicado na figura apresenta como coordenadas ge-


ográficas, aproximadamente:
B 11ºLS e 37,5ºLNE a] latitude 1° 25' Sul e longitude 0° 35' Leste.
b] latitude 0° 15' Sul e longitude 0° 45' Oeste.
c] latitude 1° 45' Norte e longitude 1° 15' Leste.
d] latitude 0° 35' Norte e longitude 0° 25' Oeste.
e] latitude 0° 30' Norte e longitude 1° 30' Oeste.

EXERCÍCIOS 3- A figura a seguir exibe uma representação estilizada do


mapa do Estado de São Paulo. As linhas pontilhadas horizon-
tais e verticais indicam intervalos iguais de longitude e latitude,
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM e o ponto preto representa a cidade de Campinas.

1- Vamos supor que você está perdido em uma região e pre-


cisa determinar suas coordenadas geográficas para ser socor-
rido. Você está localizado no ponto “B” da figura. Através de um
rádio dará as seguintes coordenadas geográficas:

Considere que o Estado de São Paulo está, aproximadamente,


entre as latitudes 20𝑜 e 25𝑜 Sul e entre as longitudes 44° e 54°
Oeste. A partir da representação acima, conclui-se que Campi-
nas se localiza entre
a] as latitudes 24° e 25° Sul.
b] as latitudes 21°e 22° Sul.
c] as longitudes 46°e 48° Oeste.
d] as longitudes 50° e 52° Oeste.
a] 6°LS e 42°LNW;
b] 6°LN e 42°30’ LNE;
4- De acordo com as anotações no diário de bordo, presume-
c] 6°LS e 40°LNW;
se que o padre Caspar calculou sua localização a partir do me-
d] 6°LS e 40°LNE;
ridiano que passa sobre a Ilha do Ferro, 18° a oeste de
e] 6°LN e 42°LNE.
Greenwich. Para ele, seu navio estava no meridiano 180°.
Adaptado de ECO, Umberto. A ilha do dia anterior.
2- O sistema de coordenadas geográficas, usado na elabora- Rio de Janeiro: Record, 2006.
ção de mapas, consiste numa rede de paralelos e meridianos,
cujos valores, em graus, estabelecem as latitudes e longitudes,
respectivamente. Analise o quadrado apresentado a seguir,
com 2 cm de lado, formado por paralelos e meridianos.

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5- A turma do Curso Júris saiu de São Luís(MA) para Cui-


abá(MT) para ter uma aula de campo no Pantanal Mato-gros-
O romance A ilha do dia anterior, de Umberto Eco, conta a histó-
sense, organizada pelos professores de Geografia: Saul e
ria de um nobre europeu e de um padre, chamado Caspar, que
Gláucio.
participaram de duas expedições marítimas em meados do sé-
Observe as coordenadas geográficas das duas cidades:
culo XVII. O objetivo das expedições era tornar preciso o cálculo
das longitudes. Tendo como referência o meridiano de
Cidades Latitude Longitude
Greenwich, a longitude do navio do padre Caspar corresponde
São Luís 2° 31′ 51″ Sul 44° 18′ 24″ Oeste
a:
Cuiabá 15° 35′ 56″ Sul 56° 5′ 42″ Oeste
a] 158°E
b] 158° W
c] 162º E A direção seguida pela turma do Reino Infantil ao viajar para
Cuiabá será:
d] 162° W
e] 152º E a] noroeste
b] sudeste
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO! c] nordeste
d] sudoeste
e] sul
Pontos Antípodas (têm diferença de 12H)
• latitudes opostas (paralelos opostos) 6- Se uma imagem vale mais do que mil palavras, um mapa
• longitudes diametralmente opostas (meridianos diametral- pode valer um milhão – mas cuidado. Todos os mapas distor-
mente opostos) cem a realidade. (...)
• Regra para encontrar a antípoda de um ponto:
1. inverter L e LN;
2. conservar a numeração da L;
3. subtrair de 180º a LN dada.

Ex. Se o ponto “E” está localizado em 10 graus latitude norte e


80 graus longitude leste, o ponto “F” (que é a sua antípoda) Todos os cartógrafos procuram retratar o complexo mundo tri-
está situado em 10 graus latitude sul e 100 graus longitude dimensional em uma folha de papel ou em uma televisão ou
oeste.

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tela de vídeo. Em resumo, o autor avisa, todos os mapas pre- d] 23° 5; 45° L
cisam contar mentirinhas. e] 60° N; 60° L
Observe o planisfério acima, considerando as ressalvas pre-
sentes no texto. 2- Em uma operação aérea, ao planejar o deslocamento da
Para deslocar-se sequencialmente, sem interrupções, pelos frota, um comandante concluiu que deveria deslocar uma aero-
pontos A, B, C e D, percorrendo a menor distância física possí- nave do ponto A para o ponto B. Esses pontos apresentam as
vel em rotas por via aérea, as direções aproximadas a serem seguintes coordenadas geográficas:
seguidas seriam:
a] Leste – Norte – Oeste Ponto A: 23º27’ S / 45º47’ O
b] Oeste – Norte – Leste Ponto B: 13º07’ S / 54º33’ O
c] Leste – Noroeste – Leste
d] Oeste – Noroeste – Oeste O deslocamento da aeronave do ponto A para o ponto B deverá
seguir a direção:
7- (ENEM) Pensando nas correntes e prestes entrar no braço a] Sudeste.
que deriva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-me de b] Nordeste.
um vidro de café solúvel vazio. Coloquei no vidro uma nota c] Sudoeste.
cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque. Anotei a posição e d] Noroeste.
data: Latitude 49°49’N, Longitude 23°49’W. Tampei e joguei na e] Norte.
água. Nunca imaginei que receberia uma carta com a foto de
um menino norueguês, segurando a bolinha e a estranha nota. 3- As coordenadas geográficas são um sistema de linhas ima-
KLINK, A. Parati: entre dois polos. ginárias traçadas sobre o globo terrestre ou um mapa. Através
São Paulo: Companhia das Letras, 1998 (adaptado). da interseção de um meridiano com um paralelo, podemos lo-
calizar cada ponto da superfície da Terra.
No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é Como a Terra apresenta uma superfície quase esférica, é pos-
a] a relação que se estabelece entre as distâncias represen- sível determinar dois pontos diametralmente opostos, denomi-
tadas no mapa e as distâncias reais da superfície cartogra- nados antípodas. Apenas algumas cidades brasileiras têm uma
fada. cidade antípoda, como Coari (AM) e Pontes e Lacerda (MT).
b] o registro de que os paralelos são verticais e convergem Assinale a alternativa que indica duas cidades antípodas.
para os polos, e os meridianos são círculos imaginários, ho- a] Pontes e Lacerda (Brasil) – 15º latitude S e 60º longitude
rizontais e equidistantes. W; Candelária (Filipinas) – 15º latitude N e 60º longitude E.
c] a informação de um conjunto de linhas imaginárias que per- b] Coari (Brasil) – 4º latitude S e 63° longitude W; Temon (Ma-
mitem localizar um ponto ou acidente geográfico na super- lásia) – 4º latitude N e 63º longitude E.
fície terrestre. c] Coari (Brasil) – 4º latitude S e 63° longitude W; Temon (Ma-
d] a latitude como distância em graus entre um ponto e o Me- lásia) – 4º latitude N e 117º longitude E.
ridiano de Greenwich, e a longitude como a distância em d] Pontes e Lacerda (Brasil) – 15º latitude S e 60º longitude W;
graus entre um ponto e o Equador. Candelária (Filipinas) – 75º latitude N e 120º longitude E.
e] a forma de projeção cartográfica, usado para navegação,
onde os meridianos e paralelos distorcem a superfície do 4- No fragmento musical abaixo, os compositores gaúchos
planeta. Kleiton e Kledir retratam a cidade de Porto Alegre:

EXERCÍCIOS PROPOSTOS COM RESPOSTAS DEU PRA TI


Kleiton e Kledir
1- Um avião partiu de Los Angeles (EUA), coordenadas geo- Deu pra ti
gráficas 34° N; 118° O, para Tóquio (Japão), sobrevoando o Baixo astral
oceano Pacífico. Precisará parar para reabastecer durante o Vou pra Porto Alegre
voo. Assinale a alternativa que indica as coordenadas geográ- Tchau!
ficas aproximadas de um local possível para o reabasteci- Quando eu ando assim meio down
mento. Vou pra Porto e bah! Tri legal
a] 20° N; 155° O Coisas de magia, sei lá
b] 28° N; 16° O Paralelo 30...
c] 51° S; 59° O

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Quando eles fazem citação a um dos termos relacionados com das terras emersas ou 1,6% da área total do planeta, aproxima-
coordenadas geográficas, grifado em destaque, refere-se à damente. Se levarmos em consideração o fator terras contí-
medida de: nuas, só seremos suplantados pela Rússia, China e Canadá.
a] 30º de longitude Oeste. O território brasileiro é quase todo habitável, uma vez
b] 30º de latitude Norte. que não possui desertos, nem altas montanhas ou regiões ge-
c] 30º de longitude Leste. ladas como ocorrem nos outros países de grandes extensões.
d] 30º de latitude Sul.
e] 30° de latitude oeste APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!

5- Havana(Cuba) e Calcutá(Índia) são cidades localizadas nas VANTAGENS E DESVANTAGENS DA GRANDE EXTENSÃO
proximidades do trópico de câncer(23° LN). Porém, a cidade TERRITORIAL
de Havana está a 82° LNW e Calcutá fica a 88°° LNE. Um avião A grande extensão territorial brasileira implica, por um
, pela menor distância, saindo de Calcutá, deverá seguir a dire- lado, maior campo de ação para a agricultura, graças à diversi-
ção: dade das zonas climáticas. As possibilidades de recursos ve-
a] Norte getais, animais e minerais são também mais variadas e mais
b] Sul amplas. Por outro lado, a enorme extensão territorial cria aos
c] Oeste órgãos governamentais o problema das grandes distâncias a
d] Leste serem vencidas por ferrovias e rodovias de elevado custo. As-
e] Impossível responder, devido à falta de dados. sim, por exemplo, uma viagem de São Paulo a Porto Alegre
tem uma distância que, na Europa, atravessaria Portugal,
Gabarito França, Bélgica, Holanda e Alemanha. Além das enormes dis-
1a 2d 3c 4d 5d tâncias que encarecem sobremaneira a produção, a grande ex-
tensão territorial pode vir a criar problemas de diferenciação so-
ASPECTOS RESULTANTES DA cial, política e econômica entre as diversas regiões do país.

POSIÇÃO GEOGRÁFICA DO 2-Posição Geográfica


O Brasil ocupa, dentro do continente sul-americano, a
BRASIL E DO MARANHÃO posição centro-leste (oriental), possuindo fronteiras com quase
todos os países sul-americanos, exceto Equador, Chile e Tri-
nidad e Tobago (para alguns autores que colocam este país
na América do Sul).
O Brasil está inteiramente situado no Hemisfério Ociden-
tal (oeste de Greenwich) e quase totalmente no Hemisfério Sul.

(I) Brasil
1-Área Territorial
A área do Brasil é avaliada em 8.547.403,5 km2, o que o
coloca em 5.º lugar entre os países mais extensos do globo, de-
pois da Rússia, EUA, Canadá e China. Sua área equivale a 5,7%

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Assim cerca de 93% das terras brasileiras localizam- Predomínio de clima quente e
se no Hemisfério Sul (meridional ou austral) e, consequente- úmido.
mente, 7% no Hemisfério Norte (setentrional ou boreal). Predomínio das estações do ano
A linha do Equador atravessa as seguintes unidades fe- Implicações da locali- mal definidas.
derativas: AM, PA, RR e AP (terras do Hemisfério Norte e Sul), zação geográfica 3 fusos atrasados em relação ao
enquanto o Trópico de Capricórnio atravessa os estados de SP, GMT.
PR e MS (terras nas zonas tropical e temperada sul). Uso ou não do horário de verão em
Assim sendo, 92% das terras situam-se na zona inter- algumas regiões do país.
tropical e apenas 8% na zona temperada do Sul.
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO
GEOGRÁFICO!. OUTRAS CONSEQUÊNCIAS DA NOSSA SITUAÇÃO GEO-
GRÁFICA
✓ Existência, no país, de vários tipos climáticos (equatorial,
tropical e subtropical), possibilitando à agricultura o plantio
dos mais diversos tipos de vegetais úteis ao homem.
✓ A localização quase total no Hemisfério Sul torna o clima
mais ameno que nos países correspondentes do Hemisfé-
rio Norte. O Hemisfério Sul é o Hemisfério das Águas
(maior maritimidade).

3- Limites e pontos extremos

Os limites territoriais do Brasil totalizam 23.086 km, dos


quais 7.367 km com o Oceano Atlântico e 15.719 com países
vizinhos. As direções e as respectivas áreas limítrofes são:
→ Norte: Guiana Francesa , Suriname , República da Guiana
e Venezuela.
A parte do Brasil dentro da Zona Temperada está muito → Noroeste: Colômbia.
próxima da Zona Tropical. Assim, vai apresentar características → Oeste: Peru e Bolívia.
subtropicais (transição: tropical  temperado) → Sudoeste: Paraguai, Argentina.
→ Sul: Uruguai .
→ Norte, Nordeste, Leste e Sudeste: Oceano Atlântico.
RESUMINDO A LOCALIZAÇÃO DO BRASIL
Considerações Brasil As fronteiras terrestres são dos mais diferentes tipos,
Divisão física da predominando as naturais, constituídas por rios, lagos e serras.
América do Sul
América Os rios perfazem 50% das fronteiras; as serras, 25%; as
Divisão cultural da linhas geodésicas, 20%; e os lagos 5%.
América Latina
América
Equador H. Norte = 7%; H. Sul = 93%
Hemisfério Oeste ou Ocidental =
Greenwich
100%
Zona tropical = 92%
Zonas térmicas
Zona temperada = 8%
Coordenadas geográ-
LN, LS, LNW
ficas
Predomínio de fron-
Terrestres
teiras
Predomínio de linhas
Fluviais
divisórias

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DIMENSÕES BRASILEIRAS
✓ Sentido norte–sul (latitudinal ou dos meridianos):
4.394 km
– consequência: variação climatobotânica no país.
✓ Sentido oeste–leste (longitudinal ou dos paralelos):
4.319 km
– consequência: presença de vários(4) fusos horários
no país.

- Conhecer os pontos extremos é importante, pois permite de-


limitar a localização da área geográfica em relação ao Equador
(latitude) e a Greenwich (longitude).

APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!

1. O centro geodésico do território brasileiro encontra-se junto


à margem esquerda do Rio Jarina no município da Barra
dos Garças, no Estado de Mato Grosso.
2. Singularidades: o Brasil apresenta uma série de caracte-
rísticas próprias que o torna, dentro de certos limites, uma
nação sui generis. Senão, vejamos:
a] Face à sua enorme extensão territorial, poder-se-ia esperar
a presença de áreas vulcânicas ou sujeitas a abalos sísmi-
cos violentos, tão comuns nos países bastante extensos.
Pontos Acidente Posição Porém, o país não possui.
Localização
extremos geográfico geográfica b] Praticamente, toda a superfície territorial brasileira é pos-
Fronteira do Es- sível de ser habitada, em virtude da ausência de desertos
Nascente tado de Roraima ou elevadas cadeias montanhosas.
do rio Ailã, com a República 5° 16’ 19” c] É o único país do globo atravessado simultaneamente
Norte (1)
na serra do Cooperativista latitude norte pelo Equador e trópico de Capricórnio.
Caburaí Guiana (ex-Gui- d] É um país de população predominantemente branca, loca-
ana Inglesa). lizada em áreas tropicais.
Fronteira do Rio e] São raras as nações que, como o Brasil, possuem grande
33° 45’ 9”
Sul (2) Arroio Chuí Grande do Sul extensão e poucas diversidades culturais.
latitude sul
com o Uruguai f] Possuímos a mais extensa costa para o mais importante
Ponta Sei- dos oceanos: o Atlântico.
xas, no Estado da Para- 34° 45’ 54”
Leste (3)
Cabo íba/Atlântico longitude leste VOCABULÁRIO BÁSICO:
Branco
73° 59’ 32” → Fronteiras e Divisas: as fronteiras (usadas de um país
Serra da
Oeste (4) Estado Acre/Peru longitude para outro) são sempre divisas, porém as divisas nem sem-
Contamana
oeste pre são fronteiras. As linhas divisórias podem ser: maríti-
mas e terrestres (feitas por rios, serras, lagos, linhas geo-
désicas etc.).
APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO! → Linhas geodésicas: linhas divisórias imaginárias estabe-
lecidas pelo homem em comum acordo com as áreas en-
- Entre os pontos extremos norte e sul, existe uma equidistân- volvidas.
cia.

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(II) Maranhão
EXERCÍCIOS Considerações Maranhão
Divisão física
América do Sul
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM da América
Divisão cultural
América Latina
1- Observe o trecho da notícia a seguir e assinale a alternativa da América
correta: Equador Hemisfério Sul = 100%
Greenwich Hemisfério Oeste ou Ocidental = 100%
Devido ao fuso horário, Acre é Coordenadas
LS, LNW
o último estado a comemorar 2020. geográficas
Predomínio de
Terrestres
Devido ao fuso o Acre tem três horas de diferença de Brasília fronteira
(DF). Por conta disso, enquanto o resto do Brasil está come- Predomínio de
Fluviais
morando a chegada do ano novo, os acreanos ainda estarão linhas divisórias
há três horas de 2019 […]. ✓ Horário atrasado em relação à
(Adaptado de: G1) Greenwich.
✓ Estações do ano mal definidas.
O Brasil possui, oficialmente, quatro fusos horários, cuja exis- ✓ Clima quente e úmido.
tência deve-se: ✓ Vegetação megatérmica.
a] à grande extensão latitudinal do país. Implicações
✓ Predomínio de rios cheios no verão e
b] à preocupação em manter as diferenças culturais regionais. no inverno com vazantes.
c] ao grande número de longitudes que o país ocupa. ✓ Não deve se usar o horário de verão
d] à política brasileira de adotar uma maior diversidade de ho- (duração do dia praticamente igual a
rários. da noite).
e] à necessidade de uso da eletricidade em horas distintas en-
tre as regiões.

2- “Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por


natureza.” Essa frase, de uma canção de Jorge Ben Jor, exalta
as belezas naturais do Brasil e sugere a influência do clima na
formação desse cenário. A influência tropical no clima brasileiro
está associada:
a] ao fato do nordeste do país situar-se sob o Trópico de Cân-
cer, o que favorece a manifestação de altas temperaturas
durante todo o ano;
b] ao fato do Nordeste do país situar-se sob o Trópico de Ca-
pricórnio, o que favorece a manifestação de altas tempera-
turas durante todo o ano;
c] ao fato do território nacional estar localizado em regiões de
altas latitudes, isto é, afastadas do Equador;
d] ao fato da maior parte do país estar localizada numa área
entre Equador e o Trópico de Câncer;
e] ao fato da maior parte do país estar localizada numa área
entre os trópicos de Câncer e o de Capricórnio.

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APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!

1. As divisas do Maranhão são estabelecidas de forma marí-


tima (com o Oceano Atlântico) e terrestre (com rios, serras
e chapadas). Ocorre o predomínio de divisas terrestres,
com destaque para os rios (fluviais).
2. O MA é quase uma ilha flúvio-marinha, pois apenas em tre-
chos com o TO e o PA não têm limites com águas: Chapada
das Mangabeiras e Serra do Gurupi.
3. O Maranhão tem a sua porção oeste dentro da Amazônia
oriental, sendo parte integrante do Programa Grande Cara-
jás (junto com o PA e TO).
4. O MA está situado no 2.º fuso do Brasil (45º LNW – HOB –
Horário Oficial do Brasil – Brasília), estando 3 horas atrasa-
das em relação ao horário do GMT (Greenwich).
5. O espaço geográfico do Maranhão é integralmente habitá-
vel (ecúmeno), pois não temos geleiras, desertos, altas
O Maranhão apresenta uma superfície de 328.663 km2, montanhas etc.
sendo o 8.º Estado mais extenso do Brasil e o 2.º da Região 6. Através dos pontos extremos do Maranhão podemos obter
Nordeste. Junto com o Piauí, forma o Nordeste ocidental ou a localização do Estado em relação ao Equador (latitude) e
Meio-Norte. ao meridiano de Greenwich (longitude).
▪ Norte: AM e PA;
▪ Centro-Oeste: MT, MS e GO;
▪ Sudeste: MG;
▪ Nordeste: BA
EXERCÍCIOS
Divisas

Local Linha divisória Extensão REFORÇANDO A APRENDIZAGEM


Atlântico Litoral 640 km
PA (W) Serra do Gurupi e Rio Gurupi 798 km 3- O Estado do Maranhão, com uma superfície territorial de
PI (E e S) Rio Parnaíba 1.365 km aproximadamente 332.000 km², apresenta limites com Oceano
TO (S e W) Rio Tocantins, Rio Manuel Alves 1.060 km Atlântico(N), Piauí(E), Piauí e Tocantins(S) e Tocantins e
Grande e chapada das Mangabei- Pará(W). Sobre os aspectos locacionais do Maranhão pode-
ras mos afirmar, EXCETO:

Pontos extremos

▪ Norte – Foz do Rio Gurupi, na baía do Gurupi; cerca de 1


grau LS.
- MA/PA – município de Carutapera.
▪ Leste – Foz do Rio Parnaíba; cerca de 41 graus LnW.
- MA/PI – município de Araioses.
▪ Sul – Nascente do Rio Parnaíba ou nascente do Rio Águas
Quentes; cerca de 10 graus LS.
- TO/MA/PI – município de Alto Parnaíba.
▪ Oeste – confluência dos rios Tocantins e Araguaia; cerca
de 48 graus LnW. a] os pontos extremos do Maranhão têm como importância ob-
- TO/MA/PA – município de São Pedro da Água Branca. ter a localização do Estado em relação a linha do Equa-
dor(norte e sul) e ao meridiano de Greenwich(oeste e leste);

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b] observando os limites e as linhas de fronteiras do nosso Es- a Rio 92, que afirma que a nação tem direito sobre a variedade
tado, podemos concluir que o mesmo quase que seria uma de vida contida em seu território e o dever de conservá-la utili-
ilha flúvio- marinha, devido a presença da Serra do Gu- zando-se dela de forma sustentável.
rupi(oeste) e a Chapada das Mangabeiras(sul); A dificuldade encontrada pelo Brasil em seguir o acordo da
c] o fato do Maranhão ser uma Estado muito tropical, deter- Convenção sobre a Diversidade Biológica decorre, entre outros
mina o nosso clima quente e as estações do ano mal defi- fatores, do fato de a:
nidas; a] extinção de várias espécies ter ocorrido em larga escala.
d] estamos no 2º fuso horário do Brasil, com três horas atra- b] alta biodiversidade no país impedir a sua conservação.
sadas em relação a Greenwich(Londres). O atraso no ho- c] Utilização de espécies nativas de forma sustentável ser utó-
rário do Maranhão tem relação com o fato da localização no pica.
hemisfério oeste ou ocidental; d] Grande extensão de nosso território dificultar a sua fiscali-
e] a alta latitude do Maranhão é fator determinante do não uso zação.
do horário de verão no nosso Estado. e] Classificação taxonômica de novas espécies ocorrer de
forma lenta.
4- Uma característica do território brasileiro bastante relevante
é a sua grande extensão longitudinal. Do extremo leste, a Ponta 7- (UEMA)Analise:
do Seixas, em Paraíba, até o extremo oeste, a Nascente do Rio
Moa, no Acre, há uma distância de 4.319 quilômetros.
Uma característica socioespacial do Brasil resultante do fator
acima apresentado é:
a] elevada variação climática
b] presença de domínios naturais diversificados
c] existência de vários fusos horários
d] acentuada unidade topográfica
e] facilidade para o deslocamento rodoviário

5- O Maranhão é um estado de transição com características


nordestinas e amazônicas, estando localizado no hemisférios
sul, hemisfério oeste e zona tropical. Apresenta limites com
Atlântico, Piauí, Tocantins e Pará.
Analise as implicações da localização do Maranhão e deter-
mine a relação incorreta:
Op- Localização Implicações
ções Observe as áreas que correspondem às divisas maranhenses.
Fuso horário adi- Quais dessas áreas NÃO são representadas por vias hídricas?
a) Hemisfério Oeste antado em rela- a] Leste e Sul.
ção a Greenwich b] Nordeste e Oeste.
Hemisfério Sul – Hemisfério das Boa umidade no c] Oeste e Sul.
b)
águas(82%) estado d] Sudoeste e Sudeste.
c) Zona tropical Clima quente e] Noroeste e Nordeste.
Estações do ano
d) Zona tropical
mal definidas EXERCÍCIOS PROPOSTOS COM RESPOSTAS
Ausência do horá-
e) Zona tropical
rio de verão Instruções: Texto para as questões 1 e 2.

6- (ENEM) A interferência do homem no meio ambiente tem O Brasil é considerado um país continente, pois apresenta
feito com que espécies de seres vivos desapareçam muito mais uma grande área territorial. Seria possível colocar quase todos
rapidamente do que em épocas anteriores. Vários mecanismos os países europeus dentro do Brasil. Um espaço geográfico de
de proteção ao planeta têm sido discutidos por cientistas, orga- grandes dimensões deve ser muito bem trabalhado pela socie-
nizações e governantes. Entre esses mecanismos, destaca-se dade e pelos gestores, caso contrário pode se tornar um pro-
o acordo na Convenção sobre a Diversidade Biológica durante blema. Assim algo favorável pode passar a ser desfavorável.

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Observe abaixo aspectos favoráveis e desfavoráveis da nossa 3- Qual a MELHOR frase que justifica o conteúdo do mapa
grande extensão: mostrado?
I. Grandes distâncias para o escoamento da produção; a] Brasil – um país continente
II. Maior integração intra-continental com os outros países da b] Brasil – um país de grande distância longitudinal
América doSul, através de seus limites; c] Brasil - um país muito grande no sentido norte-sul
III. Maior diversidade climática; d] Brasil – um país de grande distância latitudinal
e] “c” e “d” se completam como resposta
IV. Problemas de diferenciação social, política e econômica en-
tre as diversas regiões do país.
4- O Brasil tem todos os seus fusos horários atrasados em re-
V. Maiores possibilidades de apresentar uma grande biodiver-
lação ao horário do GMT(Hora do meridiano de Greenwich). A
sidade.
justificativa para esse fato deve-se
a] a sua localização predominantemente no hemisfério sul
1- Qual desses fatores teria maiores implicações no desenvol-
b] a sua localização predominantemente na zona tropical
vimento da agricultura brasileira ?
c] a sua localização no hemisfério ocidental
a] I
d] a sua localização parcialmente no hemisfério norte
b] II
e] todas estão certas
c] III
d] IV
5- “Uma equipe da TV Globo estava no ponto oeste do Estado
e] V
do Maranhão e saiu para o ponto extremo sul, seguindo as
divisas do Estado, pelo percurso mais curto. Assim, a equipe
2- Qual desses fatores teria maiores implicações no desen-
passará, em ordem, pelo(a):
volvimento de novas vacinas, medicamentos, matérias-primas
a] Rio Gurupi, Rio Tocantins e Rio Araguaia;
e formas de alimentação ?
b] Rio Tocantins, Chapada das Mangabeiras e Rio Manuel Al-
a] I
ves Grande;
b] II
c] Rio Tocantins, Rio Gurupi e Rio Parnaíba;
c] III
d] Rio Gurupi, Rio Tocantins e Chapada das Mangabeiras;
d] IV
e] Rio Tocantins, Rio Manuel Alves Grande e Chapada das
e] V
Mangabeiras
INSTRUÇÕES PARA AS QUESTÕES 3 E 4:
6- Analise:
“Do lado daquela cidade
O Brasil apresenta 4 fusos horários, todos eles atrasados em
Existe um rio de eternidade
relação ao horário do GMT. O fuso horário de Brasília-DF é
Amores e barcaças
considerado o oficial (HOB).
E barrancas e capins
Tucunaré, piau e um matagal que é sem igual
Riacho do cacau a desaguar no Tocantins.
(Trecho da música “Imperador Tocantins” — Carlinhos Veloz)

O rio grifado na música acima banha qual porção do Mara-


nhão?
a] Noroeste.
b] Leste.
c] Sul.
d] Sudoeste.
e] Sudeste.

Gabarito
1c 2e 3b 4c 5e 6d

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FUSOS HORÁRIOS

Considerações Gerais
Cada região, cada país e até mesmo cada cidade ou vila marcava a hora segundo as suas próprias particularidades. Não
havia um acordo ou uma "combinação" para a marcação das horas dos relógios das diferentes partes da Terra.
Quando os meios de transporte se desenvolveram - como foi o caso das ferrovias no século XIX -, permitindo maior rapidez
nas viagens e maior contato entre os povos, tomou-se importante estabelecer um acordo na fixação das horas. Foi esse o caso,
por exemplo, de uma companhia ferroviária dos Estados Unidos, que, em 1883, verificou a necessidade de estabelecer uma
tabela de horários que não variasse de uma cidade próxima a outra, mas somente na passagem de uma região para outra.
Foi assim que, no ano de 1884, realizou-se um Congresso na cidade de Washington, Estados Unidos, para discutir a
questão. Estiveram presentes, nesse congresso, representantes de 36 nações, e foi a partir daí que se adotou o sistema de
fusos horários para a determinação das horas nos diferentes lugares da Terra.

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4. Diferença entre…
 Hora legal – horário determinado pelo meridiano que passa
no centro do fuso (meridiano central). É a hora que é válida
para todos os lugares situados no mesmo fuso horário.
 Hora verdadeira (real ou solar) – horário determinado
pelo movimento aparente anual do Sol. Para dois lugares
terem a mesma hora verdadeira (real) eles devem estar no
mesmo meridiano.
5. Variação da hora:

É consequência do movimento de rotação, que é no sentido


oeste-leste resulta no movimento aparente diário do Sol
(feito do leste para o oeste)

6. No Equador (0ºL):

1°  111 km
360° ⎯⎯⎯ 40.000 km
1° ⎯⎯⎯ x EXERCÍCIOS
1 fuso = 15°  1665 km x  111 km
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM
7. LID (Linha Internacional da Data): 1- Ana reside na cidade de Manaus, localizada a 60º de longi-
 180º LN – Localizada em pleno Pacífico. tude oeste, e sua irmã reside em Jacarta, localizada a 105º de
 Antimeridiano de Greenwich. longitude leste. No dia 20 de março, Ana fez um telefonema
 Sofre desvio para não passar em locais habitados, evitando para sua irmã às 9 horas. Ela foi atendida, em Jacarta, no ho-
que esses lugares tenham horas iguais com dias diferentes. rário de Londres, às:
a] 13 horas do dia 20 de março.
b] 20 horas do dia 20 de março.
c] 22 horas do dia 19 de março.
d] 8 horas do dia 21 de março.
e] 12 horas do dia 20 de março.

2- Um avião saiu de São Luís(fuso de 45° LnW), às 2h do dia


10-01-2019, seguindo para Londres(0° Ln), chegando após
10h de voo. Ao chegar a Londres fez uma escala de 2h e logo
em seguida rumou para Moscou (fuso de 45° LnE), gastando 6
horas de voo. Quando o avião chegará a Moscou?
a] 2h - 11/01
b] 2h -10/01

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c] 1h – 11/01
d] 5h – 11/01
e] 5h – 10/01

3- Um avião parte às 8:00 horas do dia 04/05/2019 da cidade


“A” localizada na longitude 105ºE (leste) com destino à cidade
“C” que está localizada na longitude 45ºW (oeste). Durante este
percurso o avião realizou uma escala na cidade “B” localizada
na longitude 15ºE (leste). Sabendo que o tempo de voo da ci-
dade “A” até a cidade “B” é de 8 horas, e que nesta escala o
avião ficou em solo durante o período de 3 horas. Após este
tempo de escala, o voo da cidade “B” até a cidade “C” é de 5
horas. Desconsiderando a presença de horário verão nas cida-
des “A”, “B” e “C”, e que voo foi realizado no sentido E-W (leste-
oeste), quais foram o horário e dia que o avião pousou na ci-
dade “C”: Por favor, acerte o seu calendário para...”:
a] 10:00 horas do dia 04/05/2019 a] 10 horas de terça-feira
b] 10:00 horas do dia 05/05/2019 b] 10 horas de quarta-feira
c] 14:00 horas do dia 04/05/2019 c] 10 horas de segunda-feira
d] 14:00 horas do dia 05/05/2019 d] 11 horas de quarta-feira
e] 09 horas de quarta-feira
4- Um empresário precisa chegar em Brasília-DF(fuso de 45°
LnW), às 10h do dia 24/2/2019, vindo de Berlim (15⁰Leste de 8. Fusos do Brasil:
Greenwich). Para isso, ele fará o percurso de avião, seguindo
o sentido Leste – Oeste. Considerando que o tempo de voo
seja de 12h determine o dia e a hora em que o empresário de-
verá iniciar o voo para chegar a Brasília(DF) no horário que o
mesmo precisa chegar.

5- Um avião que voa de Belém para Manaus, cujas coordena-


das geográficas são, respectivamente, (2º S, 48º W) e (3º S,
60º W), leva 2 horas de voo. Assumindo que o avião sai às 10h,
a que horas local ele chegará a Manaus, e qual distância o
avião terá percorrido no trecho entre Belém e Manaus?
(Assumir raio da Terra = 6.300 km; 1° no equador – O° L –
equivale a 111 km).
a] Às 12h; distância de 1.320 km
b] Às 11h; distância de 1.320 km
c] Às 11h; distância de 2.000 km
d] Às 9h; distância de 1.320 km
e] Às 12h; distância de 2.000 km
Devido à grande extensão oeste-leste do seu território, o
6- A Linha Internacional da Data sofre vários desvios para não Brasil possui três fusos horários, todos situados a oeste de
passar em locais habitados, evitando que um lugar tenha a Greenwich, responsável pela hora oficial mundial (hora GMT).
mesma hora e com dias diferentes. Considerando que no local Por estarem a oeste de Greenwich, todos os fusos brasileiros
“A”, segundo o mapa, são 10 horas de uma terça-feira, um possuem horários atrasados em relação ao de Londres. O pri-
avião ao atravessar para o lugar “B”, o comissário de bordo in- meiro fuso horário brasileiro corresponde ao segundo fuso a
formará: “Atenção, senhores passageiros acabamos de ultra- oeste do fuso de Londres, estando portanto com duas horas a
passar a Linha Internacional da Data (LID). menos em relação à hora de Londres.
Antes de 25 de junho de 2008, o Brasil tinha fusos horá-
rios.

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A partir de 25 de junho de 2008, o Brasil passou a ter ape- presidente Lula, em junho de 2008, que alterou o fuso horário
nas 3 fusos. As modificações foram as seguintes: do Acre e de parte do Amazonas de duas para uma hora em
- Extinção do quarto fuso horário. relação a Brasília. O Brasil volta a contar com quatro fusos ho-
- O extremo oeste do Amazonas e o Acre passaram a ser par- rários, sendo o quarto o que se caracterizava há 95 anos pela
tes integrantes do terceiro fuso. hora de Greenwich 'menos cinco horas', que compreende o
- O oeste do Pará saiu do terceiro fuso e foi para o segundo. Acre e o sul do Amazonas.
- Agora todo o estado do Amazonas está no terceiro fuso.
- Agora todo estado do Pará está no segundo fuso.

De acordo com a Lei 12.876, sancionada pela presidente


no final da tarde de quarta-feira(30-10-2013) e publicada na
Agora ficou assim: edição do Diário Oficial da União desta quinta, a partir do dia
10 de novembro populações do Acre e parte do Amazonas (ex-
Hora em re- Hora em re- tremo oeste) voltam a conviver com duas horas a menos que
Fuso lação a lação a Bra- O que abrange Brasília. Sob a alegação de que a população sofria prejuízos
Greenwich sília (HOB) econômicos, sociais e culturais por causa da diferença em re-
As ilhas oceânicas lação ao restante do país, Tião Viana e Lula alteraram o decreto
1.º com destaque para 2.784, de junho de 1913, de autoria do presidente Hermes da
- 2 horas + 1 hora Fonseca.
(30ºLNW) Fernando de Noro-
nha. A mudança não agradou à maioria porque foi feita sem con-
Regiões: Sudeste, sulta à população. O descontentamento popular foi compro-
Sul e Nordeste. vado em 2010, quando os eleitores do Acre participaram de um
2.º Além do AP, PA, referendo sobre o tema, decorrente de um projeto de autoria do
- 3 horas A mesma deputado Flaviano Melo (PMDB-AC). O resultado mostrou que
(45°LNW) TO, DF e GO. Fuso
oficial do Brasil 39,2% dos eleitores queriam o retorno à hora antiga, enquanto
(HOB) 29,7% eram favoráveis à manutenção do fuso horário em vigor.
3.º RR, RO, AC, AM,
- 4 horas - 1 hora APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!
(60°LNW) TO, MT, MS

31-10-2013 – AGORA O BRASIL VOLTA A TER 4 FUSOS HOB: o fuso horário oficial do Brasil, que determina a hora ofi-
cial do país (hora de Brasília), corresponde ao terceiro fuso a
HORÁRIOS
oeste de Greenwich. Está, portanto, com 3 horas a menos em
relação à hora de Londres. Se em Londres forem 15 horas, em
Dilma restabelece antigo fuso horário do Acre e Amazonas
Brasília será 12 horas. É o segundo fuso do Brasil. O Maranhão
está localizado dentro desse fuso.
A presidente Dilma Rousseff revogou uma lei, de autoria
do então senador Tião Viana (PT-AC), sancionada pelo então

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9. Como calcular a hora real ou verdadeira: 19° LnE?

Exemplo: se em Roma (meridiano 12ºLNE) são 12 horas, 9- Um avião saiu de Rio Branco (AC – Fuso de 75° LNW) às
qual seria a hora real de Lisboa (meridiano 9ºLNW)? 10h do dia 12 de março, seguindo para Munique (Alemanha -
1.º passo  fazer o esboço do gráfico: fuso de 15° LNE), percorrendo 10° por hora. Em qual horário e
data a mesma chegará em Munique?

10- Um executivo sempre viaja entre as cidades A e B, que es-


tão localizadas em fusos horários distintos. O tempo de dura-
ção da viagem de avião entre as duas cidades é de 6 horas.
2.º passo: Ele sempre pega um voo que sai de A às 15h e chega à cidade
• locais no mesmo hemisfério: subtrair as longitudes; B às 18h (respectivos horários locais). Certo dia, ao chegar à
• locais em hemisférios diferentes: somar as longitudes. cidade B, soube que precisava estar de volta à cidade A, no
9°W + 12ºE = 21º (diferença de longitude) máximo, até as 13h do dia seguinte (horário local de A).
3.º passo: Para que o executivo chegue à cidade A no horário correto e
Encontrar a diferença horária: admitindo que não haja atrasos, ele deve pegar um voo saindo
• dividir a diferença longitudinal por 15°. Se houver resto, da cidade B, em horário local de B, no máximo à(s)
multiplique-o por 4 minutos. a] 16h.
21º 15 b] 10h.
6º 1H 24 min (diferença horária) c] 7h.
6º x 4 min = 24 min. d] 4h.
4.º passo: encontrar a solução: e] 1h.
• querendo saber a hora a leste da hora dada na questão:
soma a hora dada com a diferença horária; 11- As cidades de Quito e Cingapura encontram-se próximas à
• querendo saber a hora a oeste da hora da questão: sub- linha do equador e em pontos diametralmente opostos no globo
trair a hora dada pela diferença horária. terrestre. Considerando o raio da Terra igual a 6370 km, pode-
Como Lisboa está para o oeste de Roma, temos: se afirmar que um avião saindo de Quito, voando em média 800
12H (hora de Roma) - 1H 24 min (diferença horária) km/h, descontando as paradas de escala, chega a Cingapura
12H = 11H 60 min em aproximadamente(ENEM)
- 01H 24 min a] 16 horas.
b] 20 horas.
10H 36 min (hora real de Lisboa)
c] 25 horas.
d] 32 horas.

EXERCÍCIOS
e] 36 horas.

12- Analise:

EXERCÍCIOS REFORÇANDO A APRENDIZAGEM

7- O professor Getúlio , em férias, está em Fernando de Noro-


nha (fuso de 30° LnW) e já está vivendo o ano de 2020, com o
relógio marcando 1 hora de 01-01-2020. Deseja ligar para o
professor Gereba, que está trabalhando na UFAC, em Rio
Branco (AC – fuso 75° LnW), para desejá-lo um feliz ano de
2020. A que horas Getulio deverá ligar para Gereba receber a
ligação 1 h de 01-01-2020?

8- Analise os dados:
Se em Lima – Peru – localizada no meridiano 77° LnW - a
hora solar(real) é 10h 30min; qual seria a hora verdadeira(real)
da cidade de Budapeste – Hungria – localizada no meridiano

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Uma família partiu de Porto Alegre (RS), às 8h do dia 1° de 4- Um voo saiu as 19 horas do dia 20/03 do aeroporto de Gua-
janeiro de 2010, portanto, dentro do período de vigência do ho- rulhos – São Paulo/Brasil, localizado a 23° 25' 55" S, e 46° 28'
rário de verão, com destino a Belém (PA). 10" W, com destino ao aeroporto Leonardo da Vinci – Fiumicino
Apesar da distância, a viagem será feita de automóvel e terá – Roma/Itália, localizado a 41° 48´1´´ N e 12° 14´20´´E. A du-
duração de 56 horas. Qual o dia e a hora de chegada dessa ração do voo direto e de 11 horas. Calcule o horário em que os
família à capital paraense? (ENEM) passageiros chegaram a Roma (horário local) e assinale a al-
a] Dia 2 de janeiro de 2010, às 15h. ternativa correta.
b] Dia 3 de janeiro de 2010, às 15h. a] As 09 horas do dia 21/03, pois Roma esta 03 fusos horários
c] Dia 2 de janeiro de 2010, às 16h. adiantados em relação ao Brasil.
d] Dia 3 de janeiro de 2010, às 16h. b] As 10 horas do dia 21/03, pois Roma esta 04 fusos horários
e] Dia 3 de janeiro de 2010, às 17h. adiantados em relacao ao Brasil.
c] As 06 horas do dia 21/03, pois Roma tem o mesmo fuso
EXERCÍCIOS PROPOSTOS COM RESPOSTAS horário que o Brasil.
d] As 09 horas do dia 21/03, pois Roma esta 03 fusos horários
1- Uma pessoa encontra-se na cidade de Brasília, localizada atrasados em relação ao Brasil.
no fuso horário -3GMT, e recebe uma ligação de sua amiga que e] As 10 horas do dia 21/03, pois Roma esta 04 fusos horários
mora em Tóquio, no fuso 9GMT. atrasados em relação ao Brasil.
Se, em Tóquio, for 21h, assinale a alternativa que apresenta,
corretamente, o horário em que tocará o telefone em Brasília. 5- Uma partida de futebol, que será disputada em Los Angeles
a] 6h às 14:00 h, será transmitida “ao vivo” para as cidades de Bue-
b] 8h nos Aires e Londres. Sabendo que cada fuso horário mede 15º
c] 9h de longitude e que as cidades de Los Angeles, Buenos Aires e
d] 12h Londres estão localizadas, respectivamente, a 120º oeste, 60º
e] 18h oeste e 0º, sob o meridiano de Greenwich, a que horas os es-
pectadores das cidades de Buenos Aires e Londres assistirão
2- No último campeonato mundial de basquete masculino, re- à partida de futebol, respectivamente?
alizado na China em setembro de 2019, os telespectadores que a] 18 e 16 horas.
estavam no Brasil tiveram que se adaptar ao horário local Chi- b] 06 e 10 horas.
nês para assistir ao vivo às partidas do mundial pela televisão. c] 10 e 18 horas.
Sabendo que as cidades chinesas que sediaram o mundial pos- d] 16 e 12 horas.
suem um fuso horário de 11 horas de diferença (UTC+8) em e] 18 e 22 horas.
relação ao horário de Brasília (UTC-3) e que a maioria dos jo-
gos do Brasil no mundial foram realizados às 16:00, 16:30 e às 6- Três internautas (A, B e C. navegam pela rede mundial e vi-
20:00 no horário chinês, os telespectadores que acompanham sitam a página da BBC de Londres. No momento em que eles
os jogos ao vivo pela televisão brasileira tiveram que assistir às acessam a referida página, são 15h (hora local em Londres (0º
partidas: Gr.). Sabe-se que o internauta A mora numa cidade a 105ºL de
a] no início da noite brasileira. Gr., o internauta B a 30ºO de A, e o internauta C, a 45ºW de Gr.
b] no final do dia seguinte. Com base nessas informações, é correto afirmar que as cida-
c] nas madrugadas e manhãs brasileiras. des dos internautas A, B e C, no momento em que eles aces-
d] no final da tarde brasileira. sam a referida página, têm, como hora local, respectivamente,
e] nas tardes e noites brasileiras. a] 20h, 18h e 12h.
b] 20h, 22h e 18h.
3- Um geógrafo está viajando do Ponto A (175° Oeste - um
c] 22h, 17h e 12h.
local latitudinalmente próximo ao Alasca), onde são 10h da ma-
d] 22h, 20h e 12h.
nhã de quarta-feira, em direção ao Ponto B (165° Leste - um
e] 22h, 20h e 18h.
local na Sibéria). Em que dia da semana e horário, nesse per-
curso, ele cruzará a Linha Internacional de Mudança de Data?
7- Na última etapa de uma competição aeronáutica internacio-
a] Terça-feira às 09h.
nal, uma equipe formada pelos aviões A e B tem a seguinte tarefa
b] Quarta-feira às 11h.
para realizar: o avião A deverá sair às 13 horas (hora local) da
c] Quarta-feira às 09h.
cidade de Vila dos Remédios (Fernando de Noronha/PE), com
d] Quinta-feira às 24h.
destino à cidade de Manaus/AM; o avião B somente poderá sair
e] Quinta-feira às 10h.

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da cidade de Vila dos Remédios após a chegada do avião A em (I) INTRODUÇÃO


Manaus. Para realizar esta tarefa, os pilotos receberam as se-
guintes informações técnicas: a cidade de Vila dos Remédios A cartografia é a arte de construir mapas e cartas a
está localizada no 1º fuso horário do Brasil, a cidade de Manaus partir de observações diretas ou do emprego de dados.
está localizada no 3º fuso horário do Brasil e o tempo de voo Os mapas podem conter um conjunto de conhecimen-
entre as duas cidades tem a duração de 8 horas. tos considerados estratégicos, que podem ser utilizados como
Com base no exposto acima, assinale a alternativa que contém, instrumentos de poder (político, militar e econômico). Desde a
respectivamente, o horário de chegada do avião A em Manaus época da grande expansão marítima, as informações e os ma-
e o horário da partida do avião B de Vila dos Remédios. pas sobre as novas terras eram vitais para as conquistas. Por
a] 15h e 17h esse motivo, muitos eram secretos e ficavam em poder dos
b] 19h e 21h reis. Atualmente, uma parte dos mapas e dos dados estatísti-
c] 21h e 19h cos, considerados estratégicos, fica reservada à minoria diri-
d] 21h e 22h gente dos países.
e] 21h e 23h O globo terrestre é a representação da Terra que mais
se aproxima da realidade. Apesar de ser uma representação
Gabarito: 1c 2c 3e 4b 5e 6d 7b extremamente reduzida e simplificada da Terra, não permitindo
uma riqueza de detalhes, apresenta algumas vantagens: sua
forma é semelhante à da Terra e nele se veem os continentes
REPRESENTAÇÃO ESPACIAL: e oceanos em suas posições relativas reais.
Elementos de um mapa: Título, Escala, Projeção car-
CARTOGRAFIA I tográfica e Legendas ou convenções cartográficas

(II)ESCALAS CARTOGRÁFICAS

Uma escala cartográfica indica a redução que houve das


dimensões reais (terreno) para as dimensões gráficas (no
mapa)

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a) Escala explícita ou cm por km - indica diretamente as


dimensões.
Ex. 1 cm = 20 km
Lê-se: 1 cm no mapa corresponde a 20 km no terreno
(real).

APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO
GEOGRÁFICO!.

Transformações
(1) cm para m: deslocar para a esquerda duas casas deci-
mais.
Ex.: 120 cm = 1,2 m 20 m = 2000 cm APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!.
(2) m para km: deslocar para a esquerda três casas decimais.
Ex.: 55.000 m = 55 km 700 km = 700.000 m A riqueza de detalhes do mapa II (o tamanho real foi redu-
(3) cm para km: deslocar para a esquerda cinco casas deci- zido 60.000 vezes) é maior do que do mapa I (o tamanho real
mais. foi reduzido 120.000 vezes), pois tem maior escala. Portanto,
Ex.: 33.000.000 cm = 330 km 25 km = 2.500.000 cm quanto maior a escala, maior será a riqueza de detalhes.

2. A riqueza de detalhes no mapa


a) Relação denominador x escala

APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!

APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!

A escala do mapa II (1:60.000) é maior que a do mapa I


(1.120.000), pois tem menor denominador. Portanto, quanto
menor o denominador, maior será a escala.
b)
c) Relação escala x riqueza de detalhes (informações do
mapa)

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Se a Via Expressa fosse representada no mapa acima, ela iria

EXERCÍCIOS aparecer com quantos cm?


a] 1,5 cm
b] 2,5 cm
c] 9 cm
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM d] 3 cm
e] 6 cm
1- Analise os mapas e considere as afirmativas a seguir.
3- Analise:
Na planície vermelha os juazeiros alargavam duas manchas
verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam
cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas
como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a via-
gem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam
uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através
dos galhos pelados da caatinga rala. (Vidas secas – capítulo:
Mudança – pág. 9)
Numa carta confeccionado na escala 1:9.000.000, a viagem ci-
tada acima teria o valor de quantos centímetros no mapa, con-
siderando que uma légua equivale a 6.000 metros?
a] 0,0666 cm.
I. A escala do mapa 1 é maior que a escala do mapa 2.
b] 0,4cm.
II. O denominador da escala do mapa 2 é maior, pois está
c] 6cm.
mais reduzido.
d] 0,2cm.
III. Nas duas escalas, um centímetro do mapa corresponde à
e] 5cm.
mesma quantidade de quilômetros na área real.
IV. A distância gráfica entre dois pontos no mapa 2 é maior do
4- Sobre um mapa de escala 1:50 000 foi demarcada uma
que a distância gráfica desses mesmos pontos no mapa 1.
área de conservação ambiental com o formato de um quadrado
de 10 cm de lado.
Estão corretas apenas as afirmativas
Esse quadrado demarcado no mapa corresponde à área real de
a] I e II.
a] 2,5 km².
b] I e III.
b] 250 km².
c] II e IV.
c] 25 km².
d] III e IV.
d] 7,5 km².
e] 5 km².
2- A Via Expressa tem cerca de 9 km de extensão, passando
por mais de 20 bairros. A via deve atrair pelo menos 30% do
total de veículos que hoje trafegam pela Jerônimo de Albuquer- (III) AS NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS
que, entre os elevados da Cohama e o do Trabalhador, o que NA CARTOGRAFIA
vai contribuir para desafogar o trânsito nessa área da cidade de
São Luís. As novas tecnologias da informação — satélites, compu-
tação e telecomunicações, por exemplo — têm possibilitado a
utilização de novas técnicas de coleta e processamento de
dados do espaço geográfico, abrindo caminhos para a carto-
grafia. Como resultado, os mapas estão cada vez mais preci-
sos, e diversas operações, que no passado eram caras e de-
moradas, hoje são feitas com rapidez e a custo cada vez me-
nor. Novos equipamentos fotogramétricos, imagens captadas
por satélites, sistema de posicionamento global (GPS) e ma-
pas digitais são alguns dos recursos que têm contribuído para
o avanço da cartografia.

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Sensoriamento remoto – é um recurso técnico para ampliar que transportam cargas valiosas. Em caso de roubo, é possível
os sentidos naturais do homem, ou seja, é um dispositivo ou localizá-los com precisão, possibilitando uma ação mais rápida
equipamentos: câmaras fotográficas (já existem câmaras aé- da polícia.
reas – aerofotogrametria), radares, satélites(ex: GPS) etc., que
capta e registra sob a forma de imagens, a energia refletida ou “Geoprocessamento é a tecnologia que abrange o conjunto de
transmitida pelas áreas, acidentes, objetos e acontecimentos procedimentos de entrada, manipulação, armazenamento e
do meio ambiente ou artificial. análise de dados espacialmente referenciados. Geo-referenci-
A utilização de satélites para sensoriamento remoto mento é uma situação em que uma entidade geográfica é refe-
apresenta outra grande vantagem: a de registrar a sequência renciada espacialmente ao terreno por meio de sua localização,
de eventos ao longo do tempo. Imagens de uma mesma região utilizando-se para tal um sistema de coordenadas conhecido.
podem ser registradas em intervalos regulares de tempo, o que
permite observar e prever a ocorrência de muitos fenômenos. As técnicas são desenvolvidas por computadores e
O exemplo mais conhecido é a previsão do tempo. Satélites por sistemas de processamento e análise de dados espaciais.
meteorológicos captam imagens das massas de ar, visíveis por O SIG (Sistema de Informação Geográfica) é um deles, usando
meio das formações de nuvens, em intervalos de horas. Com o geoprocessamento e o geo-referenciamento.
essas imagens são feitas animações que auxiliam os meteoro- Geoprocessamento é a etapa dos SIGs (Sistemas de
logistas a prever chuvas, períodos de seca ou furacões. Alguns Informações Geográficas) que seleciona todas as informações
dados obtidos em estações e balões meteorológicos também das imagens de satélites e aerofotogramétricas para represen-
ajudam os especialistas na previsão do tempo. tação cartográfica1. Computadores com softwares adequados
Há ainda diversas animações feitas por intermédio de para cada finalidade transformam as imagens em informações
imagens dos satélites, como as que mostram a formação e o sobre características físicas (dimensão, forma, cor), tempera-
deslocamento de um furacão (fundamental para a defesa civil), tura e composição química dos elementos em estudo.
o uso do solo urbano ou rural (útil no planejamento de interven- As imagens de satélite captadas por sensoriamento re-
ção no espaço geográfico) e o desmatamento de florestas (útil moto e as fotos aéreas são trabalhadas em programas de com-
para orientar a ação governamental). Os incêndios florestais, a putadores especiais, que transformam as imagens em banco
expansão urbana e a poluição das águas são outros fenôme- de dados sobre os mais diferentes temas, como uso do solo,
nos registrados dessa maneira. dados geológicos e topografia, entre outros. O geoprocessa-
Por intermédio de imagens de satélites já é possível mento permite analisar esses elementos separadamente ou em
saber as variações de fertilidade do solo numa área de cultivo. conjunto para elaborar mapas, planejar intervenções numa de-
Utilizando o GPS, um agricultor pode distribuir a quantidade terminada área ou monitorar qualquer modificação na paisa-
ideal de adubo em cada pedaço da área cultivada, o que pro- gem, como nos casos de devastação de florestas, queimadas,
porciona eficácia e economia. Há modernos tratores que já vêm poluição de rios, determinação da extensão de áreas alagadas
equipados da fábrica com um computador de bordo conectado por enchentes etc.
ao GPS. O alto custo dessa tecnologia, entretanto, limita sua Há vários exemplos de aplicação prática dos Siste-
disseminação na agricultura. mas de Informação Geográfica, cada vez mais presentes nas
O GPS também está disponível em carros de luxo fa- empresas e nos órgãos públicos de gerenciamento territorial,
bricados nos Estados Unidos, no Japão e na Europa. Eles já como prefeituras. Os SIGs podem ser utilizados para:
vêm equipados com um computador de bordo conectado ao • planejar a distribuição e calcular os custos dos serviços
GPS e com mapas rodoviários e guias de cidades armazena- prestados pela prefeitura no território municipal, como a co-
dos em sua memória, permitindo ao motorista uma orientação leta do lixo;
contínua por meio dos satélites do sistema. No Brasil, uma lo- • planejar investimentos em obras públicas, como um novo
cadora de automóveis já tem esse serviço disponível em parte viaduto, um hospital, e avaliar seus resultados;
de sua frota que circula em algumas cidades, como São Paulo • facilitar o levantamento de imóveis para cálculo e controle
e Rio de Janeiro. da arrecadação das taxas de impostos, como o Imposto
Nos últimos anos, órgãos governamentais brasileiros Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto Territorial
vêm utilizando imagens de satélites e o GPS para identificar Rural (ITR);
com precisão os limites de fazendas improdutivas a serem de- • melhorar a qualidade do sistema de transportes coletivos e
sapropriadas para a reforma agrária, para controlar queimadas do tráfego urbano;
em florestas, para demarcar limites fronteiriços etc. • cadastrar propriedades, empresas e moradores, com
Outras aplicações práticas do sistema GPS são o planejamento grande número de informações, tornando mais rápidos e
de rotas e o rastreamento de veículos, principalmente carretas eficientes os programas de atendimento etc.

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O texto aponta para aspectos importantes, que podem ser re-

EXERCÍCIOS lacionados à evolução moderna dos agronegócios.


Pode-se afirmar CORRETAMENTE que, nos termos do texto,
a] as informações obtidas por imagens de satélites não influ-
enciam outras áreas, como as de abastecimento e distribui-
ção de alimentos.
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM b] além da agricultura extensiva, os segmentos de meio ambi-
ente, recursos hídricos e segurança pública estão sendo
1- O sensoriamento remoto é o emprego de imagens da su- beneficiados com a nova geração de satélites.
perfície da Terra para a realização de estudos. Ele refere-se à c] o monitoramento de safras a partir de imagens de satélites
obtenção de informações sem o contato direto entre o pesqui- é, atualmente, uma fonte importante de informações para
sador ou o equipamento e o objeto de estudo. melhor aproveitamento das áreas das lavouras modernas.
Assim, analise as afirmações: d] Muitas técnicas de levantamento foram elaboradas. Uma
I) Com o tempo, as técnicas foram evoluindo cada vez mais, delas é a aerofotogrametria. Como o nome sugere, são fo-
passando pelo uso de aviões com sensores que operam em tos, em escala, tiradas por uma câmera, em um avião, em
elevadas altitudes para registrar o máximo de informações so- pleno voo. Com o conjunto de fotos, faz-se a montagem de
bre a superfície, além do uso atual dos satélites, cada vez mais toda a área a ser representada. Sendo essa técnica a mais
avançados tecnologicamente e tecnicamente mais precisos. moderna existente.
II) Quando o sensoriamento remoto opera a partir de imagens e] o Sensoriamento Remoto favorece o manejo e o monitora-
fotográficas aéreas da superfície terrestre, dá-se o nome mento das safras agrícolas, sem promover interferências na
de aerofotogrametria, que possui a vantagem de ser tecnica- gestão logística da produção
mente mais simples e relativamente mais precisa, em função
da proximidade das fotografias aplicadas. 3- Um fazendeiro comprou uma área de terras que representa
III) o sensoriamento remoto é uma importante ferramenta para a figura geométrica de um quadrado. Ele recebeu um mapa no
a melhor compreensão do espaço geográfico, sendo muito uti- qual está representada sua fazenda, com medidas de 9 cm de
lizado tanto para pesquisas científicas, ações de planejamento lado na escala de 1: 500.000. Qual é a área em Km² desta fa-
governamental, previsões meteorológicas, entre outras fun- zenda?
ções. Não é utilizado para fins militares. a] 45
b] 450
Está(ão) incorreta(s): c] 2.025
a] apenas II d] 4.500
b] apenas III e] 45.000
c] apenas I e II
d] apenas II e III 4- Vivemos em uma era em que latitude e longitude têm im-
e] I, II e III portância econômica, cuja consequência imediata é a corrida
internacional pelo domínio da infraestrutura geográfica global.
2- O texto a seguir revela como a modernização dos agrone- A Agenda 21, fruto da Rio 92, foi pródiga ao realizar essa aná-
gócios pede por novas tecnologias, tal como o monitoramento lise, ao afirmar que a infraestrutura geográfica terá no século
via satélites. XXI a mesma importância que a energia elétrica teve no século
Algumas técnicas de geografia e cartografia vêm sendo XX, uma vez que se constitui como infraestrutura tão essencial
empregadas na análise e gestão agrícola, uma vez que novos e invisível quanto o elétron.
satélites comerciais oferecem imagens cada vez mais precisas, (www.diplomatique.org.br)
detalhadas e atualizadas de qualquer localidade do território a infraestrutura geográfica destacada no excerto envolve
nacional brasileiro. Conhecido como Sensoriamento Remoto, a] instrumentos pedológicos.
esse conjunto de técnicas possibilita a obtenção de informa- b] ferramentas de nanotecnologia.
ções sobre alvos na superfície terrestre (objetos, áreas, fenô- c] soluções biotecnológicas.
menos), através do registro da interação da radiação eletro- d] soluções geomorfológicas.
magnética com a superfície, realizado por sensores distantes, e] ferramentas de georreferenciamento.
ou remotos. Geralmente esses sensores estão presentes em
plataformas orbitais ou satélites(...). 5- (ENEM) Um leitor encontra o seguinte anúncio entre os
SEABRA, Felipe. http://www.digibase.com.br
classificados de um jornal:

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Esse numero (ENEM)


a] é menor que 10.
b] maior que 10 e menor que 20.
c] maior que 20 e menor que 30.
d] maior que 30 e menor que 40.
e] maior que 40.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS COM RESPOSTAS


Interessado no terreno, o leitor vai ao endereço indicado e, lá
chegando, observa um painel com a planta a seguir, onde es- 1- Considere as coordenadas geográficas das cidades A (3˚S,
tavam destacados os terrenos ainda não vendidos, numerados 60˚W) e B (3˚S, 30˚E). Escolha a alternativa que apresenta a
de I a V: distância aproximada entre essas duas cidades, bem como o
seu fuso horário em relação ao Tempo Médio de Greenwich
(TMG), também conhecido por Hora de Greenwich. Considere
que 1 grau na região equatorial representa aproximadamente
111 km, e considere o fuso horário somente em relação aos
meridianos.
a] A distância aproximada entre as cidades é de 10.000 km, e
a cidade B está 4 horas atrasada em relação ao horário de
Greenwich.
b] A distância aproximada entre as cidades é de 10.000 km, e
a cidade B está 4 horas adiantada em relação ao horário de
Greenwich.
c] A distância aproximada entre as cidades é de 1.000 km, e
a cidade B está 2 horas adiantada em relação ao horário de
Greenwich.
Considerando as informações do jornal, é possível afirmar que d] A distância aproximada entre as cidades é de 10.000 km, e
o terreno anunciado é o a cidade A está 4 horas atrasada em relação ao horário de
a] I. Greenwich.
b] II. e] A distância aproximada entre as cidades é de 1.000 km, e
c] III. a cidade B está 4 horas atrasada em relação ao horário de
d] IV. Greenwich.
e] V.
2- A imagem a seguir apresenta dois mapas com escalas car-
6- A figura apresenta dois mapas, em que o estado do Rio de tográficas diferentes: o do Brasil, com a sua divisão em esta-
Janeiro é visto em diferentes escalas. Há interesse em estimar dos, e o do estado do Rio de Janeiro.
o número de vezes que foi ampliada a área correspondente a
esse estado no mapa do Brasil.

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No mapa do Rio de Janeiro, a malha municipal pode ser obser-


vada porque:
a] o estado do Rio de Janeiro localiza-se numa área litorânea
estratégica.
b] a representação dos detalhes é mais nítida na escala car-
tográfica maior.
c] os estados federados menores apresentam maior número
de municípios.
d] o Sudeste apresenta reduzido número de estados e nume-
rosos municípios.
e] a projeção cartográfica é a mais adequada para destacar os
limites municipais.
a] 1: 160
3- A escala estabelece uma relação entre as distâncias no do- b] 1: 10
cumento cartográfico e as distâncias reais. Considere que, em c] 1: 24.000
um documento hipotético, um engenheiro precisa calcular a d] 1: 288
área de um novo empreendimento que tem forma retangular e e] 1: 80
aparece em um documento cartográfico com escala 1:8000,
sendo 3 cm de altura e 5 cm de base. Segundo a hipótese le- Gabarito
vantada pelo documento cartográfico, a área real do empreen- 1d 2b 3c 4b 5ª
dimento é de
a] 96 km².
b] 960 000 m².
c] 96 000 m². REPRESENTAÇÃO ESPACIAL:
d] 486 000 m².
e] 48,6 km²
CARTOGRAFIA II
4- Um turista europeu, ao visitar a cidade de Palmas – TO,
recebeu um panfleto divulgando as belezas naturais e culturais
do Estado do Tocantins. Mesmo sem tempo para realizar as
visitas, ele observou na recepção do hotel um mapa da Região
Norte do Brasil e mediu com uma régua a distância em linha
reta entre Palmas e Esperantina, cidade localizada na região
denominada de Bico do Papagaio, local de confluência do rio
Araguaia com o Tocantins, e encontrou à distância de 20 cm no
mapa. Sendo o mapa de escala numérica de 1:2.700.000, qual
a distância em km da medida realizada pelo turista?
a] 640
b] 540
c] 54
d] 440 (I) PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
e] 5400
Projeção cartográfica é a representação de uma superfície
5- Se tomássemos como base o desenho de um prédio em esférica num plano (o mapa) ou, ainda, um sistema plano de
que X mede 12 metros e Y mede 24 metros, e fizéssemos um paralelos e meridianos sobre os quais pode-se desenhar um
mapa da sua fachada reduzindo-a em 80 vezes, qual seria a mapa. Como a esfera não é um sólido desenvolvível, obrigato-
escala numérica desta representação? riamente sofrerá deformações quando projetada sobre um
plano. As deformações podem ser em relação às distâncias, às
áreas ou aos ângulos; por isso cabe ao cartógrafo escolher o
tipo de projeção que melhor atenda aos objetivos do mapa.

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APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO! • equivalente: não deforma a área. Ex.: projeção cilíndrica de
Arno Peters;
Cabe ao cartógrafo escolher o tipo de projeção que melhor • conforme: não deforma a forma. Ex.: projeção cilíndrica de
atenda aos objetivos do mapa. As opções são de 3 tipos: Mercator
• equidistantes: não deforma a distância;

1-PRINCIPAIS TIPOS DE PROJEÇÕES

a) Cilíndrica

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APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO! VII) planisfério: do terceiro-mundismo;


VIII) tendência: igualdade entre os países.
As projeções cilíndricas mais famosas são as de Mercator
e Arno Peters. APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!

Projeção de Arno Peters - Numa figura aproximadamente esfé-


rica não existe "acima" nem "embaixo". A visão dominante que
aparece nos mapas, com o hemisfério setentrional na parte de
cima, é uma construção ideologizada, própria do eurocentrismo
dominador de séculos. Por isso, a projeção invertida de Peters
tomou-se simpática a muitos povos subdesenvolvidos do Sul.

Planisfério de Mercator
I) século XVI (1569);
II) momento histórico: grandes navegações e supremacia eu-
ropeia;
III) projeção: cilíndrica conforme;
IV) forma dos continentes: conservada;
V) área dos continentes: deformada;
VI) escala: depende da latitude; b) Cônica
VII) planisfério: do eurocentrismo;
VIII) tendência: desigualdades entre os países.

Planisfério de Arno Peters

I) século XX (1973);
II) momento histórico: crítica ao colonialismo e processo de
descolonização;
III) projeção: cilíndrica equivalente;
IV) forma dos continentes: deformada;
V) área dos continentes: conservada;
IV) escala: única;

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de uma esfera sobre uma superfície plana.

EXERCÍCIOS b] O formato do planeta Terra não é uma esfera, o que impos-


sibilita sua representação real numa superfície plana.
c] A distorção da forma e do tamanho dos países e oceanos
só ocorre à medida que se distancia dos pólos.
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM d] A distorção ocorre apenas sobre os oceanos, não impac-
tando a forma e o tamanho da massa continental.
1- Analise os mapas abaixo e assinale a alternativa que indi- e] Todas as projeções cartográficas possuem distorções ape-
que a resolução cartográfica mais adequada para representar, nas na representação dos continentes do hemisfério sul.
com precisão, as distâncias da cidade de São Paulo em relação
às várias localidades do mundo. 3- Analise

As projeções cartográficas são produzidas a partir de figuras


geométricas e possibilitam a representação da superfície esfé-
rica da Terra, ou de parte dela, em um plano (mapa). É impor-
tante ressaltar que todas as projeções causam algum tipo de
distorção, seja na forma, área ou distância. O planisfério apre-
sentado foi produzido a partir da projeção de Mercator.
Sobre a referida projeção podemos afirmar corretamente que
se trata de uma.
a] projeção cilíndrica conforme, que distorce as dimensões
territoriais e preserva a forma dos continentes.
b] projeção cônica, que é ideal para representação de grandes
áreas cujas distorções são menores na altura da linha do
equador.
c] projeção cilíndrica equivalente, que preserva as dimensões
territoriais e distorce as formas dos continentes.
d] projeção plana ou azimutal, que preserva as dimensões ter-
ritoriais nas áreas equatoriais, distorcendo-as nas regiões
2- Segundo Good Design Awards, um prêmio concedido pelo tropicais.
Instituto Japonês de Promoção do Design, o objeto melhor de- e] projeção cilíndrica equatorial, que preserva as dimensões
senhado em 2016 foi um mapa que mantinha as proporções territoriais nas regiões polares, distorcendo-as próximo à li-
entre as áreas de forma “substancial”. nha do equador.
As diferentes projeções cartográficas tentam, em suas repre-
sentações, ser o mais fiel possível às formas e aos tamanhos (II) LEGENDAS OU CONVENÇÕES
dos países; porém, nenhuma delas consegue uma representa-
ção real. Por quê? Convenções são o conjunto de sinais ou "símbolos" (figuras,
a] Não há solução matemática hoje conhecida para a projeção cores etc.) escolhidos para representar no mapa os elementos

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desejados. Apesar de ainda não existir uma padronização uni-


versal dos símbolos, esforços têm sido feitos, a nível nacional
e internacional, por alguns organismos para se chegar a uma
padronização universal. Ex.:  cidade;  ferrovia;
cor azul: águas etc.

Alguns exemplos de convenções com o uso de cores são:

• mapas de relevo ou hipsométricos: mostram as diferen-


tes altitudes do relevo, sendo que a cor verde corresponde
às baixas altitudes, o amarelo e o alaranjado às médias al-
titudes e o marrom ou avermelhado às elevadas altitudes.
• mapas de oceanos ou batímétricos: mostram as diferen-
tes profundidades do relevo submarino pelo emprego da cor
azul, sendo que as tonalidades variam desde o azul claro
para pequenas profundidades, até o azul escuro para as
maiores profundidades.

APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!.

Isolinhas – unem os pontos de igual valor – formando uma


linha.
- isóbara; pressão atmosférica
- isoterma: temperatura
- isoípsa(curvas de nível): altitude
- isoeita: precipitação pluvial
- isóbata: profundidade oceânica
- isoígra: umidade do ar
EXERCÍCIOS
(III) CURVAS DE NÍVEL(ISOÍPSAS)
REFORÇANDO A APRENDIZAGEM

1- Observe a figura a seguir. Trata-se de um esboço de curvas


de nível de uma determinada região do estado de Minas Ge-
rais.

Assinale qual a forma de relevo que mais se aproxima do que


está representado pelas curvas de nível no trecho AB:

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2- Observe o mapa e a fotografia.

Em uma situação hipotética, para pintar esse quadro, Volpi de-


veria estar posicionado a uma determinada altitude para con-
seguir representar o mar. Com base na carta e no quadro, é
correto afirmar que ele, supostamente, se posicionaria no
a] ponto P1
b] ponto P2
c] ponto P3
d] ponto P4
e] ponto P5

APROFUNDAMENTO DO CONHECIMENTO GEOGRÁFICO!

a. Projeções de Mollweide e de Goode ⎯ As projeções mais


usadas na confecção de planisférios talvez sejam a de
Mollweide e a de Goode, elaboradas no século XIX. Ambas
distorcem as áreas e as formas, mas sem os exageros das
projeções de Mercator e Peters. Na de Mollweide, o meridi-
ano central e os paralelos são retos, enquanto os demais
A partir de conhecimentos cartográficos sobre orientação, loca-
meridianos são curvos; na de Goode, os paralelos também
lização e altimetria, é correto afirmar que a fotografia foi reali-
são retos, mas interrompidos
zada a partir da posição.
a] 2
b] 5
c] 3
d] 4
e] 1

3- As curvas de nível são projeções altimétricas que permi-


tem a leitura e percepção do relevo que se quer estudar. Nesse
sentido, considere a carta de curvas de nível representada a
seguir e observe o quadro do pintor Volpi.

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em 1963. Com Robinson, os meridianos são colocados em li-


nhas curvas, em forma de elipses que se aproximam quanto
mais se afastam da linha do Equador. É a projeção mais usada
nos atlas atuais.

b. Projeção de Robinson - Com o objetivo de aperfeiçoar as


características da projeção de Mercator nas superfícies das re-
giões de alta latitude, Arthur H. Robinson criou a sua projeção,

EXERCÍCIOS
7) As anamorfoses são mapas esquemáticos, sem escala
cartográfica, representações em que as áreas sofrem deforma-
ções matematicamente calculadas, tornando-se diretamente
proporcionais a um determinado critério que se está conside-
rando. Em Geografia usamos essa técnica para representar
cartograficamente temas e visualizá-los de forma diferente da
habitual. A superfície de cada espaço cartografado vai mudar
proporcionalmente segundo uma determinada variável.

a] População
b] mortalidade infantil
c] produto interno bruto(PIB)

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d] produção de petróleo razão foi chamada pela imprensa de “O Mundo Real”


e] fome
5- “As curvas de nível (ou isoípsas) são linhas que unem os
4- “Em maio de 1973, o historiador alemão Arno Peters (1916- pontos do relevo que têm a mesma altitude. Traçadas no mapa,
2002) convocou uma entrevista coletiva em Bonn, então capital permitem a visualização tridimensional do relevo”.
da República Federal da Alemanha Ocidental. Diante de 350 (Moreira, J. C. & Sene E. Geografia: ensino médio – volume
jornalistas internacionais, ele anunciou um novo mapa do único. São Paulo: Scipione, 2005).
mundo baseado no que chamou de projeção Peters. Foi uma
sensação imediata, e logo a notícia estava na primeira página
da imprensa internacional. No Reino Unido, o Guardian publi-
cou uma matéria intitulada 'O Bravo
Mundo Novo do Dr. Peters', anunciando o novo mapa e sua
projeção matemática como 'a projeção mais honesta do mundo
até hoje inventada'."

Para quem viu pela primeira vez o mapa em 1973, sua novi-
dade estava na aparência. Para aqueles acostumados à proje-
ção de Mercator, os continentes do hemisfério norte tinham o
tamanho aumentado, enquanto a África e a América do Sul as-
sumiam a aparência de lágrimas caindo em direção à Antár-
tica.”
BROTTON, Jerry. Uma História do Mundo em Doze Mapas)

Sobre a projeção de Peters, marque a alternativa CORRETA: As curvas de nível são muito utilizadas em mapas topográficos
a] Ao publicar sua projeção, Arno Peters deu maior destaque para determinar a declividade e a variação de altura, sendo um
aos países de latitudes elevadas, próximos aos polos, antes importante instrumento para a implantação de loteamentos e es-
subjugados pela projeção de Mercator. tradas, para evitar problemas como o demonstrado na figura 1.
b] A visão de mundo defendida por Arno Peters em sua proje- Analisando o mapa topográfico (figura 2), em qual localidade o
ção acabou com as desigualdades econômicas entre paí- problema destacado na figura 1 será mais frequente?
ses dos Hemisférios Norte e do Sul do planeta. a] 1
c] A projeção de Arno Peters foi muito divulgada pela im- b] 2
prensa internacional porque, pela primeira vez, representou c] 3
os contornos dos continentes com exatidão. d] 4
d] A projeção de Arno Peters atendeu aos anseios dos países
mais pobres do Hemisfério Sul, pois materializou cartogra- 6- Observe na imagem uma feição de relevo em escarpa, área
ficamente maior igualdade entre as nações. de desnível acentuado de altitude, encontrada geralmente nas
e] Os contornos e os tamanhos relativos aos continentes fo- bordas de planalto, como os trechos da Serra do Mar no estado
ram preservados na projeção de Arno Peters, que por esta do Rio de Janeiro.

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Utilizando a técnica das curvas de nível, uma representação


aproximada dessa imagem em uma carta topográfica está indi-
cada em:
EXERCÍCIOS PROPOSTOS COM RESPOSTAS
a] c]
1- Analise os planisférios

b] d]

7- (ENEM) Anamorfose é a transformação cartográfica espa-


cial em que a forma dos objetos é distorcida, de forma a realçar
o tema. A área das unidades espaciais às quais o tema se re-
fere é alterada de forma proporcional ao respectivo valor. GAS-
PAR, A. J. Dicionário de ciências cartográficas. Lisboa: Lidel,
2004. A técnica descrita foi aplicada na seguinte forma de re-
presentação do espaço:

Julgue as afirmações a seguir.


I. O mapa 1 apresenta a forma mais conhecida de planisfério,
elaborada pelo cartógrafo Gerardus Mercator no século XVI.
Este acompanhava o pensamento ideológico Eurocêntrico do
período das Grandes Navegações. Usa a projeção cilíndrica
onde distorce as áreas e preserva as formas dos continentes.
II. O mapa 2 apresenta o modelo de planisfério elaborado por
Arno Peters em 1973. Este utilizou a projeção cilíndrica, pre-
servando as proporções das áreas continentais e realçando na-
ções pobres do planeta. Essa representação ficou conhecida
como “terceiro-mundista”.
III. O mapa 1 apresenta a projeção cilíndrica equidistante e o
mapa 2, a projeção cilíndrica conforme.

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É correto o que se afirma em 3- Observe:


a] I, apenas
b] I e II, apenas
c] II e III, apenas
d] I e III, apenas
e] I, II e III

2- A projeção cartográfica de Peters é cilíndrica equivalente,


ou seja, mantém a proporção das áreas representadas, mas
altera as suas formas. Ela é, muitas vezes, denominada de Pro-
jeção Gall-Peters, uma vez que teria sido concebida, pela pri-
meira vez, por James Gall, em 1885, e retomada na segunda
metade do século XX pelo historiador alemão Arno Peters.

O globo é a representação mais semelhante ao formato do pla-


neta Terra; no entanto, pela dificuldade em manuseá-lo, recor-
remos aos mapas. Nessa passagem lançamos mão de técnicas
de projeção, para adequar a superfície curva do globo à super-
fície plana registrada no mapa. Nas imagens acima, foram des-
tacadas três tipos de projeções descritas como:
a] As figuras A, B e C são representações que seguem uma
projeção azimutal ou plana, onde qualquer parte do globo
pode estar no centro do mapa.
b] As figuras A, B e C, são representadas pelas projeções
plana, cônica e cilíndrica, respectivamente, que são usadas
para obter mapas com propriedades geométricas diferen-
tes.
c] Na figura A, a projeção é cônica, onde paralelos e meridia-
nos são distorcidos para acompanhar a dimensão do equa-
dor.
A projeção cartográfica de Peters, representada anteriormente, d] Na figura B, a perspectiva é cilíndrica, quanto mais perto do
expressa Equador, menor é a distorção; nas áreas mais distantes, as
a] questões socioambientais por meio da reprodução da Re- distorções são maiores.
volução Industrial no continente europeu.
b] influências políticas por meio da ampliação de áreas em de- 4- Observe:
senvolvimento e da redução de áreas dos países do Norte.
c] aspectos naturais por meio dos contornos dos continentes,
que ressaltam os encaixes de tempos remotos.
d] noções de reprodução das formas originais dos territórios,
afastando-se de tendências políticas ou econômicas.
e] intenções econômicas, demonstrando a busca europeia por
mercados consumidores na América do Sul e na África.

Escala 1:50 000

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Na representação, pode-se observar a presença de duas ele- Assinale a alternativa correta.


vações no relevo, identificadas pelas letras A e B. Tendo a ima- a] Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
gem como base e seus conhecimentos, julgue as afirmativas a b] Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
seguir: c] Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.
I. As linhas representadas, esquematicamente na imagem, d] Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
são denominadas de Isoípsas ou curvas de nível, pois unem e] Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
pontos de mesma altitude.
II. A porção mais íngreme do Morro A aparece na imagem
identificada como Vertente 2, pois as linhas se apresentam Gabarito
mais próximas umas das outras nesse compartimento do 1b 2b 3b 4e 5c 6b
relevo.
III. Sabendo-se que a distância linear entre os morros A e B é
de 4 cm, a distância real entre os dois pontos, utilizando-se a
Escala indicada no mapa será de, aproximadamente, 2000 me-
tros.

É correto o que se afirma em.


a] I, apenas
b] I e II, apenas
c] II e III, apenas
d] I e III, apenas
e] I, II e III

5- Observe a representação do relevo na figura a seguir, na


qual o traço mais largo representa um rio e as linhas finas con-
tínuas representam curvas de contorno do relevo, equidistantes
em 10 m. A linha tracejada entre os pontos A e B indica uma
seção topográfica.

Com relação aos elementos representados nessa ilustração,


considere as seguintes afirmativas:
1. A porção Ocidental apresenta um relevo mais acidentado.
2. O segmento do rio segue do ponto (x) mais a jusante para
o ponto (y) mais a montante.
3. A seção A-B é perpendicular ao alinhamento do relevo e
desse modo não serve para uma representação significa-
tiva dos contrastes do relevo.
4. A porção sudeste apresenta uma depressão relativa.

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Gláucio Carlos

temperatura). Assim, elas podem ser frias e úmidas, frias e se-


CLIMATOLOGIA cas, quentes e úmidas, quentes e secas etc. Ao se deslocarem,
as massas de ar levam consigo as características de origem,
que vão influenciar as áreas sobre as quais elas estão se des-
locando. Além disso, podem perder as características da área
MASSAS DE AR, TEMPO X CLIMA, Cli- de origem e adquirir as características das áreas sobre as quais
mogramas, tio climáticos e climas do se deslocam. Por exemplo: se uma massa de ar fria e úmida
passa sobre uma área de temperatura mais elevada, essa área
Brasil sofre queda de temperatura e o tempo fica instável, podendo
chover. Isso acontece com frequência no sul do Brasil, especi-
almente durante o inverno. Por outro lado, se a área for mais
fria que a massa de ar, essa sofrerá esfriamento por baixo e
terá tendência a gerar tempo estável.
Frentes. São áreas de transição entre duas massas de ar. O
encontro de duas massas de ar, uma fria, geralmente seca, e
outra quente e úmida, provoca mudanças significativas no
tempo trazendo nuvens e chuvas. O ar quente, mais leve,
eleva-se por cima do ar frio, mais denso. Se o ar frio predomi-
ESTUDO DAS MASSAS DE AR nar, chamamos de frente fria; se, ao contrário, o ar quente
avançar, chamamos de frente quente.

TIPOS DE MASSAS DE AR

TEMPERA- PRES-
TIPO SUBTIPO ORIGEM UMIDADE
TURA SÃO
Continen- Próximo
Seca
Polares tal aos trópi- Baixa Alta
Oceânica cos Úmida
Continen- Próximo
Seca
Tropicais tal aos trópi- Alta Baixa
Oceânica cos Úmida
Continen- Próximo
Muito Úmida
Equatoriais tal ao Equa- Muito alta
baixa
Oceânica dor Úmida
Massas de ar. São grandes porções de ar que costumam se
originar em áreas extensas e homogêneas, como as planícies,
os oceanos e os desertos. Em seu processo de formação, ad-
quirem as características da área de origem (umidade e

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APROFUNDAMENTO MASSAS DE AR QUE ATUAM NO BRASIL


As massas de ar equatoriais mesmo quando de origem conti-
nental serão úmidas, pois são oriundas de áreas de grandes
florestas: Amazônia, Congo (África) etc.

EQUADOR TÉRMICO: LINHA QUE LIGA OS PONTOS MAIS


QUENTES DE CADA MERIDIANO

Sendo verão no H. Sul, as Sendo verão no H. Norte,


massas de ar sopram do as massas de ar sopram do
norte para o sul (da alta para sul para o norte (da alta para
baixa pressão). a baixa pressão).

Tempera- ÁREA DE INFLUÊN-


Massa de ar Origem Umidade OCORRÊNCIA
tura CIA
mEa (forma os alí- Atlântico Norte Alta Litorais do Norte e
Úmida Causa chuvas e temperatura elevada
sios de Nordeste) (Açores) (ar quente) Nordeste
Amazônia. No verão
Chuvas abundantes na Amazônia
Amazônia Oci- Alta avança para as de-
mEc Úmida Chuvas de verão quando avança para ou-
dental (ar quente) mais regiões do Bra-
tras regiões do país, quando a mPa recua
sil
Chuvas de relevo ou orográficas no litoral
do Sudeste quando se encontra com a
Litorais do Sul, Su- Serra do Mar e no Nordeste encontra a
mTa (forma os alí- Atlântico Sul Alta
Úmida deste e Nordeste Chjapada da Borborema)
sios de Sudeste) (Santa Helena) (ar quente)
Oriental Chuvas de frente ou frontais no litoral do
Nordeste oriental, quando se encontra com
a mPa (chuvas de inverno)
Planície do Alta
mTc Seca Sudoeste do país Eleva a temperatura e aumenta a secura
Chaco (ar quente)
Ramo oriental (E): chuvas de frente ou fron-
tais no litoral do Nordeste oriental (encontro
Litoral do Nordeste
com a mTa)
Baixa oriental, Amazônia
mPa Patagônia Úmida Ramo central: geadas e queda de neve no
(ar frio) ocidental e Centro-
Centro-Sul do país
Sul do Brasil
Ramo ocidental (W): friagem (queda brusca
da temperatura) na Amazônia ocidental.

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Predomínio de massas de ar quentes e úmidas sul, rumo às regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil
Brasil  e aos países vizinhos.
92% localizado na zona tropical
É assim que o regime de chuva e o clima do Brasil se deve
muito a um acidente geográfico localizado fora do país! A
RIOS VOADORES – A influência da Amazônia nas chuvas chuva, claro, é de suma importância para nossa vida, nosso
do Brasil bem-estar e para a economia do país. Ela irriga as lavouras,
enche os rios terrestres e as represas que fornecem nossa
energia.

TEMPO  CLIMA

• Tempo. São as condições atmosféricas de um determi-


nado lugar em um dado momento. É estudado pela mete-
orologia. Ex.: a cidade de São Luís está chuvosa!
• Clima. É a sucessão habitual dos tipos de tempo num de-
terminado lugar da superfície terrestre. É estudado pela cli-
matologia. Ex.: a cidade de São Luís é quente e úmida!

ATENÇÃO
Ao estudar o tempo por mais de 30 anos, podemos determinar
Os rios voadores são “cursos de água atmosféricos”, for- o tempo mais presente (habitual), que é o clima do local.
mados por massas de ar carregadas de vapor de água, muitas • Classificação climática tradicional (estática ou genérica):
vezes acompanhados por nuvens, e são propelidos pelos ven- baseada na média aritmética da temperatura e da pluvio-
tos. Essas correntes de ar invisíveis passam em cima das nos- sidade, julgando, erradamente, o clima com o estado mé-
sas cabeças carregando umidade da Bacia Amazônica para o dio da atmosfera.
Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. • Classificação climática moderna (dinâmica ou genética):
Essa umidade, nas condições meteorológicas propícias baseada na dinâmica das massas de ar, julgando o clima
como uma frente fria vinda do sul, por exemplo, se transforma como a sucessão habitual dos tipos de tempo.
em chuva. É essa ação de transporte de enormes quantidades
de vapor de água pelas correntes aéreas que recebe o nome
PLUVIOGRAMAS(CLIMOGRAMAS)
de rios voadores – um termo que descreve perfeitamente, mas
em termos poéticos, um fenômeno real que tem um impacto
• Pluviogramas ou climogramas:são gráficos que reve-
significante em nossas vidas.
lam, através de barras, a quantidade de chuvas ocorridas
A floresta amazônica funciona como uma bomba d’água.
em cada mês do ano e, através de uma linha superposta,
Ela puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo
a oscilação da temperatura. Nos climogramas temos:
oceano Atlântico e carregada pelos ventos alísios. Ao seguir
terra adentro, a umidade cai como chuva sobre a floresta. Pela  na linha horizontal, os meses do ano, indicados pelas letras;
ação da evapotranspiração das árvores sob o sol tropical, a flo-  na vertical, à esquerda, a quantidade de chuvas caídas na
resta devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de região, identificada pela altura da barra;
vapor de água. Dessa forma, o ar é sempre recarregado com  na vertical, à direita, as temperaturas em graus centígrados,
mais umidade, que continua sendo transportado rumo ao oeste cuja oscilação é representada pela linha grossa.
para cair novamente como chuva mais adiante.
Propelidos em direção ao oeste, os rios voadores (massas
de ar) recarregados de umidade – boa parte dela proveniente
da evapotranspiração da floresta – encontram a barreira natural
formada pela Cordilheira dos Andes. Eles se precipitam parci-
almente nas encostas leste da cadeia de montanhas, formando
as cabeceiras dos rios amazônicos. Porém, barrados pelo pa-
redão de 4.000 metros de altura, os rios voadores, ainda trans-
portando vapor de água, fazem a curva e partem em direção ao

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TIPOS CLIMÁTICOS DO BRASIL


Ex.: Como identificar se o pluviograma é do Hemisfério Usando as massas de ar – classificação moderna de Strahler
Norte ou Sul

IP V O I VO I P V

OUTROS TIPOS CLIMÁTICOS QUE NÃO TEM NO BRASIL

I. Equatorial

II. Tropical típico ou tradicional: alternada-


mente úmido e seco

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III. Clima tropical semi-árido V. Subtropical úmido

IV. Litorâneo úmido

ATENÇÃO
Os planaltos e serras do Sudeste costumam apresentar médias
térmicas menores que o conjunto da área abrangida pelo clima
tropical. Muitos autores utilizam a expressão tropical de altitude
para designar o clima dessa região.

TIPO CLIMÁTICO CARACTERÍSTICAS MASSAS DE AR OCORRÊNCIA


convergência dos ventos alísios;
Destaque para a mEc. De
clima quente e úmido; Amazônia: norte, oeste do MA e
Equatorial úmido forma secundária: mEa (litoral)
chuvas convectivas; norte do MT
e mPa (porção ocidental)
alta pluviosidade.
grande ação de massas de ar marítimas.
Clima quente e úmido;
litoral nordestino: chuvas de inverno – chuvas Destaque para a mTa. De
Litoral nordeste oriental e litoral do
Litorâneo úmido frontais ou de frente (mTa x mPa); forma secundária: mPa (in-
sudeste
chuvas de relevo ou orográficas: chapada da verno)
Borborema, chapada Diamantina e serra do
Mar – contato com a mTa.
clima quente e semi-úmido, com estação chu-
Destaque para a mEc no verão
Tropical alternada- vosa (verão) e outra seca (inverno), determi- Brasil Central e trechos do Su-
(chuvas). No inverno, a pene-
mente úmido e seco nadas, respectivamente, pelo avanço e recuo deste e Nordeste
tração da mPa
do mEc.
clima quente, com chuvas escassas e irregu- “Ponto final” de quatro siste-
lares; mas atmosféricos oriundos das Sertão Nordestino e trechos do
Semi-árido
pequena quantidade de chuvas, causada pela massas de ar mEc, mEa, mTa Norte de MG
mEc que chega ao local já enfraquecida. e mPa
clima mesotérmico, com chuvas bem distribu-
mTa (chuvas, principalmente
ídas;
no verão). No inverno a pre-
Subtropical úmido alta amplitude térmica; Região Sul
sença da mPa (chuvas frontais
as estações do ano são melhores definidas do
– encontro com mTa.)
que os outros climas do Brasil.

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Considerações Preliminares
PEDOLOGIA (SOLOS
Solo, a camada superficial da crosta terrestre, é um com-
plexo composto de materiais minerais e orgânicos.
Na formação dos solos, podemos considerar duas etapas:
• a desintegração e a decomposição das rochas por ação do
intemperismo (agentes físicos, químicos e biológicos), que
dão origem aos componentes minerais;
• a incorporação e a decomposição de elementos orgânicos
animais e vegetais, chamados de húmus. Sem esses or-
ganismos, os solos não seriam formados. Dão fertilidade
aos solos, possibilitando a produção dos elementos neces-
sários para que a vida se estabeleça.

Vários são os fatores que atuam na formação do solo:


temperatura, vento, águas correntes, tipo de topografia, chuva,
cobertura vegetal, tipo de rocha matriz (rocha que origina o
solo) etc. Em função da ação conjugada e da inter-relação des-
ses fatores originam-se solos de diversos tipos.

Intemperismo + Rocha = Formação do Solo – pedogênese

Intemperismo é o conjunto de ações físicas (ou mecâni- O INTEMPERISMO FÍSICO


cas), químicas e biológicas que causam a desagregação e a
decomposição das rochas. Seu resultado final é a formação do No decorrer do dia, o aquecimento da Terra, ou seja, do
solo. No intemperismo físico, o agente causador é a tempe- solo, das águas, da vegetação e das rochas pelos raios solares
ratura; no químico, a água e, no biológico, os seres vivos. Mas provoca, nestas últimas, a dilatação dos minerais que as com-
é importante observar que eles agem conjuntamente e, depen- põem. Durante a noite e a madrugada, com a diminuição da
dendo do clima, predomina um ou outro. temperatura do ar atmosférico, em vista do processo de irradi-
ação do calor solar pela Terra, os minerais das rochas se con-
traem. A dilatação e contração desses minerais, depois de

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muito tempo, leva-os ao ponto de fadiga, isto é, a desagrega- As bactérias, os fungos, as algas, os liquens e os musgos
ção, da mesma forma como um arame se rompe quando sub- exercem seu papel produzindo nitratos, ácidos orgânicos, gás
metido a movimentos contínuos de dobra e desdobra. carbônico e outras substâncias, que, uma vez incorporados à
Assim, no decorrer do tempo, a rocha vai se quebrando, água, agem sobre os minerais das rochas, auxiliando em sua
partindo-se em pedaços cada vez menores, transformando-se decomposição.
em materiais soltos devido às oscilações de temperatura entre O tatu por exemplo, ao fazer o buraco no solo, facilita a
o dia e a noite (a que chamamos desagregação por termoclas- penetração da água e de substâncias químicas nela existentes.
tia, do grego thermos = quente + cratos = que quebra). Encontrando condições favoráveis, certas plantas podem se
Há também o caso em que a água da chuva congela nas desenvolver nas fendas das rochas. O crescimento de suas raízes,
fendas ou fraturas das rochas. Como a água, ao congelar, au- ao exercer uma força ou pressão nas paredes das fendas, contri-
menta de volume em cerca de 9%, ela ocasiona pressão nas bui para o processo de desagregação mecânica das rochas.
fendas das rochas, que se desagregam por ação mecânica (a
isso dá-se o nome de desagregação por crioclastia, do grego Camadas do Solo
kryos = frio + klastein = quebrar).
Os dois processos descritos recebem o nome de intem- Devemos entender como horizontes do solo as camadas
perismo físico ou mecânico. diferentes entre si que se sucedem em profundidade, de cima
para baixo. São eles que definem o perfil do solo. Cada hori-
O INTEMPERISMO QUÍMICO zonte possui cor, composição mineralógica e textura próprias.
O perfil do solo, ou seja, um corte na vertical através do
Quando chove ou existe elevada umidade no ar atmosfé- solo, mostra seus horizontes. Estes são representados por sím-
rico, a água e o vapor de água entram em contato com os mi- bolos e convenções.
nerais das rochas. 1. Nas regiões de clima quente e úmido, o solo se forma mais
A água da chuva, apesar de naturalmente destilada, não é rápido do que nas regiões frias e secas.
pura. Possui gases, principalmente o gás carbônico, que tem um 2. O elemento principal para explicar a formação e os tipos
poder corrosivo sobre os minerais e, juntamente com a água, par- de solo é o clima, já que o solo resulta da decomposição
ticipa no processo de decomposição da rocha. Além do gás car- das rochas pelo intemperismo. Mas, conforme o tipo de
bônico, outros ácidos exercem ação no intemperismo químico. clima (maior ou menor umidade, temperatura, etc.), haverá
A decomposição química dos minerais das rochas provo- solos diferentes, mesmo a partir de rochas semelhantes.
cada pela água e pelos gases e ácidos vai, por conseguinte, ao 3. Encostas de barlavento x sotavento: solo
longo do tempo, transformando a rocha — decompondo-a —,
e, juntamente com o intemperismo físico e biológico, que vere-
mos adiante, dá origem ao solo.
O intemperismo químico ocorre principalmente nas regiões
de clima úmido, como, por exemplo, no Brasil, onde predomina
o clima quente e úmido controlado por massas de ar equatoriais
e tropicais. As temperaturas quentes criam condições satisfa-
tórias para o desenvolvimento da vegetação e favoráveis para
o aumento da quantidade de gás carbônico e ácidos que vão
causar a decomposição química da rocha.
O intemperismo químico é também o agente de formação FATORES BARLAVENTO SOTAVENTO
Encosta Voltada para o Em oposição ao mar
do relevo arredondado, das "meias-laranjas" ou dos "mares de
mar
morros" das regiões tropicais úmidas, como ocorre em parcelas
Umidade Maior Menor
do território brasileiro. Ex.: Região Sudeste.
Vegetação Mais rica Mais pobre
Predomínio do intem- Químico Físico
O INTEMPERISMO BIOLÓGICO perismo
Profundidade do solo profundos rasos (delgados)
Os animais e os vegetais também participam do processo
de formação do solo.

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Principais Componentes do Solo responsável pela distribuição na planta (raiz, caule etc.). Cerca
Os solos apresentam quatro componentes fundamentais: ele- de 80 a 97% do peso dos vegetais é representada pela água.
mentos e partículas minerais, matéria orgânica, água e ar. A sua falta ou excesso podem ser solucionados através da irri-
gação e da drenagem, respectivamente.
ELEMENTOS E PARTÍCULAS MINERAIS
AR
Compreendem os minerais propriamente ditos (potássio,
fósforo, etc.), além das partículas de argila e areia, por exem- Tem grande importância para o solo e para as plantas em
plo. Os elementos minerais são os verdadeiros nutrientes das virtude das trocas gasosas que ocorrem entre eles. O oxigênio
plantas. Assim, podemos dizer que, enquanto as plantas se ali- contido no ar atmosférico é fundamental para a respiração das
mentam diretamente dos nutrientes, nós nos alimentamos indi- raízes dos vegetais.
retamente deles através das plantas.
Profundidade do Solo
MATÉRIA ORGÂNICA
Corresponde à espessura que um solo apresenta, deter-
minada pela camada impeditiva ao desenvolvimento das raízes
Constitui-se em fator muito importante para o solo e sua dos vegetais, que pode ser, por exemplo, o lençol d'água sub-
fertilidade. É responsável pela vida dos microrganismos, os terrâneo permanente, o substrato rochoso ou camadas internas
quais, além de fixar o nitrogênio e o enxofre para o solo quando bastante adensadas.
os microrganismos se decompõem. O principal efeito danoso Quanto à profundidade, o solo pode ser classificado:
das queimadas é a desnutrição desse complexo orgânico. A
cinza é removida pela erosão.
SOLO: PROFUNDIDADE E CLASSIFICAÇÃO
Classificação Profundidade
ÁGUA Raso menor ou igual a 50 cm
Pouco profundo Maior que 50 cm e menor que 100 cm
É um componente essencial para as plantas. Por meio dela Profundo Maior que 100 cm e menor que 200 cm
são absorvidos os elementos nutrientes do solo, além de ser a Muito profundo maior que 200 cm

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Um solo raso impõe certas limitações: dificulta a fixação ou fertilidade. Da mesma forma, um solo acentuadamente alcalino
ancoragem do vegetal e restringe seu acesso aos nutrientes e é também um obstáculo.
à própria água. Por sua vez, os solos profundos podem também Se a água contida no solo for muito alcalina, ela não con-
apresentar restrições. Se o lençol freático for elevado ou se as seguirá dissolver os sais minerais, impedindo-os de serem ab-
camadas inferiores estiverem adensadas, pode haver obstácu- sorvidos pelas plantas. Mas se tiver um nível elevado de aci-
los à penetração de raízes mais profundas, impedindo o desen- dez, ela dissolverá rapidamente os sais minerais e nutrientes e
volvimento de lavouras permanentes. provocará sua lixiviação, antes mesmo de estes serem absor-
vidos pelas plantas.
Geralmente: O desenvolvimento satisfatório das plantas requer do solo
Intemperismo um "ponto" adequado de acidez e alcalinidade. Para tanto, a
Regiões Profundidade do solo
químico ciência criou uma escala de acidez e alcalinidade do solo de-
Úmidas Grande Grande nominada pH (potencial de hidrogênio), que expressa a con-
Secas Pequeno Pequeno (solos rasos ou centração de íons de hidrogênio nele contidos.
delgados) A escala mede o pH de O a 14. Um solo neutro (nem ácido
nem alcalino) tem pH 7. Solos com pH abaixo de 7 são consi-
Textura derados ácidos; os com pH acima de 7 são solos alcalinos.
A maior parte das plantas necessita de um solo de pH neu-
O solo pode ter textura arenosa, argilosa ou siltosa, depen- tro, ou seja, 7, para melhor se desenvolverem. É nesse "ponto"
dendo do teor ou proporção de argila, areia e silte que conte- que se dá a reação mais favorável à disponibilidade dos nutri-
nha. A dominância de um ou de outro no solo é que determina entes
sua porosidade, isto é, sua capacidade de absorção de água e Para elevar o pH do solo, ou seja, para torná-lo menos
oxigênio, que, como sabemos, são elementos importantes para ácido ou próximo de 7, utiliza-se a calagem, adicionando calcá-
as plantas. Os solos argilosos, dependendo de outros fatores, rio (CaCO3) ao solo. O cálcio existente no calcário baixa a aci-
retêm mais água e nutrientes (cálcio, potássio etc.). Os solos dez do solo. Para baixar o pH de solos alcalinos, usa-se o
arenosos retêm pouca água e nutrientes, pois possuem gran- gesso (CaSO4 2H2O).
des poros, facilitando o escoamento da água. A acidificação do solo pode ser, também, provocada pelo
Existe um procedimento prático para se observar a textura ser humano. Por exemplo, o uso constante de fertilizantes, prin-
do solo. Pega-se um pouco de solo na mão, molha-se com cipalmente aqueles que contêm amônia ou uréia, causa o re-
água, sem contudo encharcá-lo, e procura-se sentir nas pontas baixamento do pH. A deposição de ácidos existentes na atmos-
dos dedos se ele é áspero ou macio. Os solos arenosos mos- fera é também outra causa da acidificação dos solos. E isso
tram-se ásperos e recusam a ação de moldagem. Já os argilo- progrediu de forma significativa com o processo de industriali-
sos são macios e moldáveis, e são utilizados, desde a Antigui- zação, com as chaminés de fábricas e usinas colocando em
dade, para a fabricação de vários objetos: utensílios de cerâ- suspensão na atmosfera gases ácidos em quantidades alar-
mica, tijolos, telhas, porcelanas etc. mantes (lembre-se das chuvas ácidas).
Para o pleno desenvolvimento das plantas, o melhor solo é
o argilo-arenoso, pois a porosidade da areia possibilita circulação PRINCIPAIS PROBLEMAS DO SOLO
de ar – importante para o crescimento vegetal –, enquanto a ar-
gila permite a maior retenção de água, impedindo que haja o es- EROSÃO
coamento direto para os níveis mais baixos do solo.
Há solos que apresentam variações de textura de uma ca-
Hídrica – águas
mada para outra, podendo, por exemplo, ser arenosos na su-
Erosão Eólica- vento
perficial e compactados na profunda. Esses tipos de solo são
facilmente erodidos, pois a água, ao se infiltrar, não consegue Antrópica – homem
ultrapassar a camada compactada, provocando a lavagem ou
lixiviação superficial (lavagem pela água da chuva). Erosão é o desgaste ou o transporte do solo e dos seus
componentes. Os principais agentes da erosão são a chuva e
Acidez do Solo as enxurradas, o vento e também o homem.
Em países tropicais como o Brasil, a intensidade, o volume
A acidificação do solo (nível elevado de acidez) é um pro- e a concentração das chuvas durante o verão acarretam um
blema que compromete largamente a agricultura, pois afeta sua processo erosivo violento nos solos. Milhões e milhões de to-
neladas de terra (solo) são arrastados anualmente, exigindo em

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consequência elevados gastos em fertilizantes químicos para vegetação e regime hídrico, reduzindo a capacidade de
compensar a perda da fertilidade natural. Além da erosão natu- sustentação e de produtividade das terras submetidas à
ral (chuvas, enxurradas) há também a não menos importante ação mais intensa da erosão, transformando uma área pro-
erosão provocada pelo homem, quer em consequência da não- dutiva em improdutiva, sendo causadas pela ação antró-
adoção de técnicas apropriadas quer pela utilização de técni- pica (desmatamentos, atividades agropastoris irracionais,
cas rudimentares de cultivo. esgotamento do solo etc.) e pela ação da natureza (princi-
No Brasil, bem como nos demais países subdesenvolvi- palmente pela ação do vento, clima etc.).
dos, é muito importante a até mesmo desprezível o emprego
de técnicas conservacionistas do solo, como trerraceamento, Técnicas de Conservação do Solo
curvas de nível, rotação de culturas, adubação correta e ade-
quada dos solos, reflorestamento, proteção de encostas etc. • Terraceamento – construção de patamares (“degraus”),
Em vista disso, as consequências são as piores possíveis: em terreno com declividade, para evitar a erosão do solo.
baixa produtividade, baixa qualidade dos produtos, maior inci-
dência de pragas agrícolas, agricultura não-competitiva, rota-
ção constante de terras etc.
A erosão do solo provocada pela ação humana decorre de
uma série de práticas e atitudes inadequadas: desmatamento,
queimadas, manejo incorreto de terraceamento e curvas de ní-
vel, monoculturas prolongadas e outras.
Um problema relacionado aos solos de clima tropical, su- • Plantio direto – nos últimos anos, vem aumentando no Bra-
jeitos a grandes índices pluviométricos, é a erosão vertical, re- sil a utilização de uma técnica conhecida como plantio na
presentada pela lixiviação e pela laterização. A água que se palha ou plantio direto. É uma técnica utilizada há mais de
infiltra no solo escoa através dos poros, como em uma esponja, quatro décadas por agricultores dos Estados Unidos, que
e vai, literalmente, lavando os sais minerais hidrossolúveis (só- consiste em se utilizar a palha resultante da colheita para
dio, potássio, cálcio, etc.), o que retira a fertilidade do solo. cobrir o solo.
Essa “lavagem” chama-se lixiviação. Paralelamente a esse pro- O plantio direto é feito com as seguintes etapas:
cesso, ocorre a laterização ou surgimento de uma crosta ferru-  durante a colheita de grãos, os restos da cultura – chama-
gionosa, a laterita – popularmente chamada de canga no inte- dos popularmente de palha – são processados em um pi-
rior do Brasil –, que em certos casos chega a impedir a pene- cador acoplado nas colheitadeiras;
tração das raízes no solo.  os restos picados são deixados sobre o solo, criando as-
sim um manto de proteção contra o impacto das gotas da
• Lixiviação: processo de “lavagem” intensa e profunda dos chuva, diminuindo o processo erosivo, além de dificultar o
solos pelas chuvas torrenciais típicas das latitudes tropi- crescimento das plantas invasoras, pela falta de luz, o que
cais. resulta em economia de herbicidas. Importante também é
• Laterita: rica em óxido de ferro, própria das áreas de clima o fato de que a palha sofre o ataque de microrganismos e
quente e úmido. Esta variedade aparece em extensas se transforma em húmus, enriquecendo o solo de matéria
áreas do Brasil central e setentrional, onde é conhecida orgânica;
pelo nome de “canga”.  no momento no novo plantio, faz-se uma abertura no solo
entre a palha e joga-se o fertilizante – se necessário – e a
DEGRADAÇÕES DO SOLO semente do vegetal que se vai cultivar. Existem máquinas
para realizar essa operação, ou seja, sulca o solo, adubar,
• Compactação do solo – pelas máquinas da mecanização. semear e tapar o sulco.
• Acidificação (pH – menor que 7) – usar o método da cala- O emprego dessa técnica já demons trou muitas vanta-
gem (adição de calcário). gens sobre o processo de mecanização intensiva. Além da
• Contaminação do solo por mercúrio (garimpo). produtividade agrícola obtida, destaca-se sobretudo como
• Salinização: irrigação imprópria. técnica de conservação do solo.
• Uso inadequado de fertilizantes químicos e pesticidas. • Curvas de nível – linhas que ligam pontos de mesma cota
• Reflorestamento inadequado (com espécies diferentes da- altimétrica, sobre as quais se faz a semeadura, estabele-
quele ecossistema). cendo-se, assim, fileiras horizontais de plantas. Isso per-
mite que a água escorra mais lentamente. Usada em regi-
• Desertificação: conjunto de mudanças regressivas no solo,
ões com certa declividade do relevo.

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Azonais: suas características não se apresentam bem desen-


volvidas. São solos recentes (em formação). Ex.: solos aluviais
(caso do solo de várzea),

Figura I: sem curvas de ní- Figura II: com curvas de Importantes solos do Brasil
vel- plantio errado nível –plantio correto
Nome Característica principal Região mais comum
• Rotação de culturas – cultivo alternado de produtos (por Formado por decom-
exemplo: soja, depois trigo). Alterna-se um cultivo qualquer posição do basalto e
Ocorrência em forma
com uma leguminosa (ex.: soja) ou uma gramínea (ex.: do diabásio de origem
de manchas isoladas
feno), pois eles nitrogenam o solo, recuperando-o para um Terra roxa vulcânica; de colora-
no Centro-Sul do Bra-
novo plantio. Exemplos: ção avermelhada, foi
sil.
fundamental para o de-
senvolvimento do café.
Formado por decom-
Ocorrência em faixas,
posição de rochas cal-
principalmente na
cárias, granito e
parte litorânea do
Massapé gnaisse; foi fundamen-
Nordeste brasileiro
tal para o desenvolvi-
(zona da mata nor-
mento da cana-de-açú-
destina).
• Afolhamento – método no qual o terreno é dividido em car.
três partes e que, enquanto duas partes são cultivadas, a
terceira permanece em repouso por um ou dois anos para 1. Latossolos: recobrem a maior parte da Zona Intertropical,
recuperar as propriedades retiradas com as sucessivas co- com destaque para a África central e o Brasil. Típicos de
lheitas. climas quentes e úmidos ou subúmidos, são profundos
mais tendem a enfrentar intensa lixiviação. A lixiviação
está associada a outro processo, a laterização, que ocorre
nos latossolos das águas tropicais submetidos à alternân-
cia entre estações chuvosas e secas. Nessas condições,
forma-se a laterita, isto é, solo que contém grande quanti-
dade de resíduos de ferro ou alumínio, com coloração de
CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS tijolo. Tais solos são bastante ácidos, necessitando de cor-
reção através do método da calagem, baseado na adição
de calcário.
a) Eluviais: são formados por rochas que sofrem o intempe-
2. Os solos mais férteis do mundo são os escuros e averme-
rismo no próprio local. Ex.: massapê, terra roxa, etc.
lhados, presentes nas estepes da Ucrânia e da Rússia
b) Aluviais: são formados por fragmentos de rochas que fo-
(solo negro de tchernoziom), na Europa central, nas pra-
ram transportados por ventos ou por águas correntes. Ex.:
darias do Canadá e dos Estados Unidos, no pampa argen-
loess, solo de várzea.
tino, entre outras regiões.
c) Orgânicos: decomposição de seres vivos. Ex.: podzol,
No Brasil, os solos mais férteis são o massapé da Zona
tchernoziom.
da Mata nordestina (escuro e orgânico) e o terra roxa no
Categoria dos Solos Centro-Sul (castanho-avermelhado e vulcânico), ambos já
a) Zonais: principais responsáveis pela sua formação são o bastante exauridos pelas prolongadas monoculturas da
clima e organismos vivos. São solos maduros. Ex.: solos cana-de-açúcar e do café, respectivamente.
de pradarias, latossolos. 3. Os solos da Amazônia são, em geral, de baixa fertilidade,
b) Intrazonais: principais responsáveis pela sua formação com exceção apenas de algumas manchas de terra preta
são o relevo local e rocha de origem. (solo orgânico muito fértil) e de alguns solos aluviais na
Ex.: solo de massapé, terra-roxa. várzea do rio Amazonas. No passado imaginou-se que os
solos amazônicos fossem férteis, por causa da exuberân-
cia da floresta que cobre a região. Mas inúmeras experiên-
cias demonstraram que, quando se derruba a floresta para

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plantio, o solo perde sua fertilidade. Isso ocorre porque é a o feijão, o milho, a mandioca e boa parte da produção do arroz;
floresta que garante a reposição de minerais e matéria or- e as "culturas de rico", como são conhecidas as plantações de
gânica do solo: anualmente caem, por hectare, cerca de 8 cana-de-açúcar, café, soja, algodão, trigo, etc.
toneladas de folhas mortas, galhos, flores e frutos. Esse As primeiras — destinadas principalmente à produção de
material é decomposto e enriquece o solo. Além disso, a alimentos para a população — desde a época colonial são re-
vegetação densa e fechada protege o solo da erosão cau- legadas a segundo plano, cultivadas nas piores terras e em pe-
sada pelas chuvas, impedindo que uma quantidade grande quenas propriedades. As "culturas de rico", ao contrário, desti-
de minerais seja carregada pelas enxurradas até os rios e nam-se principalmente à exportação ou à transformação indus-
o oceano. Por isso se diz que a vegetação vive de si pró- trial, como ocorre com parte da produção da cana, do fumo, do
pria na Amazônia, pouco dependendo do solo. E foi por algodão, etc. Desde o período colonial, ocupam os melhores
esse motivo que falharam tantas tentativas de estabelecer solos e são cultivadas principalmente nas médias ou grandes
grandes plantações monocultoras nessa região. propriedades rurais.
Essas diferenças são relativas, pois muitos produtos des-
ALGUNS SOLOS IMPORTANTES: tinados ao consumo interno podem eventualmente ser exporta-
Formado por erosão dos se apresentarem forte valorização, como ocorreu nas últi-
eólica (ventos), que mas décadas com a laranja. Da mesma forma, os produtos des-
leva grandes quantida- Ocorre principalmente na tinados à exportação também são consumidos dentro do país,
Loess des de sedimentos de China e no Sudeste Asiá- mas normalmente se exporta o melhor e deixa-se o pior para o
cor amarelada; foi fun- tico. consumo interno. Assim, toma-se um cafezinho melhor em
damental na produção Nova York ou em Londres que em São Paulo ou no Rio de Ja-
de trigo e arroz. neiro.
Formação argilosa de Encontrado principal-
cor acinzentada, de ca- mente em latitudes mais AS CONTRADIÇÕES DO ESPAÇO AGRÍCOLA
ráter ácido, tem neces- baixas, sendo sua maior DO BRASIL
Podzol sidade de aditivos para freqüência na porção
produção agrícola, norte da Europa, onde Quanto às áreas, é possível reconhecer uma incidência
como adubos de alto aparece de forma mais desigual do processo modernizador, que se concentra princi-
potencial. contínua. palmente no Centro-Sul do país.
Formado pela ação
De vár- das águas fluviais, Ocorre nas margens do
BRASIL AGRÍCOLA MODERNO
zea sendo bom para o cul- rios.
tivo do arroz.
Essa parcela relativamente pequena do território, que
conta com elevado nível de modernização, é responsável pela
maior parte da produção agropecuária do país. Inclui as regiões
ESPAÇO GEOGRÁFICO Sudeste e Sul e áreas restritas do Centro-Oeste (sudeste de
Goiás e centro-sul do Mato Grosso do Sul) e do Nordeste (Zona
ECONÔMICO da Mata). As principais características dessas áreas do país
são as seguintes:
 agropecuária intensiva (emprego de capitais, mecaniza-
Espaço agrário II: Brasil ção, mão-de-obra qualificada), com forte vínculo entre in-
dústria e agropecuária;
 produção para o mercado consumidor interno e para ex-
portação, além do fornecimento de matérias-primas indus-
triais como soja, cana, café, algodão e laranja;
 elevado preço da terra e altos índices de ocupação da área
dos estabelecimentos, ou seja, há baixa ociosidade das
terras.

Costuma-se dividir os produtos agrícolas brasileiros em


duas categorias: as "culturas de pobre", nas quais se incluem

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BRASIL AGRÍCOLA ARCAICO máquinas, equipamentos e insumos em bases artesanais, que.


era realizada na própria fazenda, e a substituí-la pelos produtos
Vasta porção do país (cerca de 70% do território) com industriais, cujas novas tecnologias prometiam aumento de pro-
baixo nível de modernização é responsável por uma pequena dutividade, como de fato ocorreu mas sem que houvesse a pre-
parte da produção agropecuária total. Essa porção inclui a ocupação com a possibilidade de acesso às inovações tecno-
Amazônia, a maior parte do Nordeste e o noite do estado de lógicas por parte, principalmente, dos pequenos produtores e
Minas Gerais. Suas principais características são: com a questão ambiental (inseticidas, pesticidas, adubos e in-
tensa mecanização, com as consequências de compactação
 predomínio da agropecuária extensiva (mão-de-obra redu-
do solo etc.).
zida, grandes áreas, pouco capital), com baixos rendimen-
Desse modo, a industrialização da agricultura e a formação
tos e voltada para o mercado interno;
do complexo agroindustrial implicaram mudanças no modo
 menor preço da terra e elevado índice de ociosidade;
predominante de produzir e nas relações sociais de trabalho. O
 predomínio da finalidade especulativa sobre a produtiva;
desenvolvimento das forças produtivas gerou "novas" relações
 pequena integração entre a indústria e a agricultura. sociais de trabalho. O assalariamento do trabalho (relações as-
salariadas de produção) tornou-se predominante e estimulou a
A MODERNIDADE AGRÍCOLA DO BRASIL formação de uma mão-de-obra assalariada especializada: o
tratorista, o administrador, o contador rural, o motorista, o téc-
Com o desenvolvimento do capitalismo no Brasil e sua ex- nico em agricultura ou em inseminação artificial, o operador de
pansão em direção ao campo, a partir principalmente das dé- ordenhadeira etc. As antigas formas de relações sociais de tra-
cadas de 1950 e 1960, ocorreram e vem ocorrendo mudanças balho e modos de produzir foram substituídos nas propriedades
na organização da produção agropecuária e, em consequên- rurais com condições de implantar as inovações tecnológicas.
cia, alterações nas relações de trabalho. Estas estão se trans- Já existiam algumas agroindústrias no Brasil desde os fins
formando, cada vez mais, em relações assalariadas de trabalho dos anos 1940. É esse o caso dos moinhos de trigo, das indús-
ou de produção. trias de óleo de algodão, amendoim e milho. Entretanto não po-
A partir das décadas de 1950 e 1960, com o processo de demos falar que já existia, a essa época, um complexo agroin-
industrialização verificado da agricultura, esta deixou de ser um dustrial brasileiro.
obstáculo à industrialização do país, na medida em que se mo- Em termos mais concretos, pode-se dizer que por volta de
dernizou, ou seja, passou a ser compradora ou consumidora de 1960 os setores industriais voltados para a agricultura no Brasil
máquinas agrícolas (plantadeiras, colheitadeiras, esparrama- não estavam ainda constituídos enquanto indústrias no país.
deiras de calcário, grades aradoras, arados, sulcadores, adu- Por conseguinte, a rigor, não se pode falar em complexo
badeiras etc.), de tratores, fertilizantes, defensivos agrícolas agroindustrial brasileiro por esta época.
etc. Em decorrência disso passou a existir uma maior integra- Complexo agroindustrial é a integração técnica interse-
ção e dependência entre a agricultura e a indústria. torial entre a agropecuária, as indústrias que produzem para a
A atividade agrícola em seu processo de modernização agricultura (máquinas e insumos) e as agroindústrias (que pro-
passou a depender do fornecimento de insumos industriais pe- cessam matérias-primas agropecuárias e as transformam em
las denominadas indústrias para a agricultura. E estas, por sua produtos industrializados: queijo, manteiga, óleos vegetais, ex-
vez, para se desenvolverem, passaram a depender — como tratos de tomate, suco de laranja, álcool etílico, açúcar etc.).
dependem até hoje — das compras ou do consumo realizados A formação dos complexos agroindustriais no Brasil deu
pela agricultura em sua trajetória de modernização. Houve, as- origem aos agribusiness, ou seja: a soma de todas as opera-
sim, uma integração e o estabelecimento de uma interdepen- ções envolvidas no processamento e distribuição dos insumos
dência entre as duas atividades. Esse momento marca a pas- agropecuários, as operações de produção na fazenda; e o ar-
sagem do predomínio do complexo agrocomercial para o mazenamento, processamento e a distribuição dos produtos
complexo agroindustrial. Entretanto isso só foi possível com agrícolas e seus derivados.
a implantação no Brasil da indústria para a agricultura (máqui- A participação das empresas transnacionais na indústria
nas e insumos). para a agricultura (semente híbrida, trator, fertilizantes, destila-
Nesse processo, a presença do capital estrangeiro no Bra- rias e defensivos agrícolas) e na indústria da agricultura
sil, mediante a instalação de transnacionais do setor, foi (agroindústria) é bastante significativa no Brasil. Nesses tipos
grande. Seguia-se, assim, a tendência da expansão capitalista de indústria verificamos uma estrutura de mercado oligopolista,
e da maior inserção do Brasil ao capitalismo mundial, obede- situação que, aliás, predomina em ambas.
cendo, já a esse tempo, ao processo de globalização econô-
mica em marcha. Começou-se a abandonar a produção de

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Na atual fase do desenvolvimento capitalista, novas rela- agroindústrias. É dominado por grandes empresas trans-
ções estão sendo estabelecidas entre as atividades agropecu- nacionais.
árias e as demais atividades da economia.
A agricultura é pressionada pela indústria para a agricul- Agribusiness
tura e pela indústria da agricultura e sofre pressões das gran-
des corporações ligadas ao comércio internacional e da Bolsa O termo agribusiness, num sentido geral (tal como foi cri-
de Mercadorias de Chicago (onde são estabelecidos os preços ado nos Estados Unidos), designa toda uma cadeia ou um sis-
dos produtos agropecuários no mercado internacional). A dinâ- tema integrado de produções — adubos, fertilizantes, cereais,
mica da agropecuária na atual fase do capitalismo está estrei- máquinas agrícolas, criações, etc. —, que dependem umas das
tamente ligada à agroindústria e ao agribusiness, a tal ponto outras. Num sentido mais restrito, bastante empregado no Bra-
que o ritmo de ocupação das terras, a própria territorialização sil, o agribusiness refere-se especificamente às indústrias cujos
da agricultura e da pecuária e sua produtividade e o que deve produtos têm por base um produto agrícola, tais como: a indús-
ser plantado estão sendo definidos pela indústria. tria de cigarros, baseada no cultivo do fumo; a indústria de be-
Esse processo no Estado de São Paulo pode ser verificado bidas, que utiliza a cana-de-açúcar, a cevada, a uva, etc.; a in-
com nitidez. As culturas da laranja e da cana-de-açúcar avan- dústria de óleos comestíveis, que beneficia a oliva, a soja e ou-
çaram sobre áreas de pastagens, de café, de algodão e de agri- tros produtos agrícolas; a indústria de calçados, que usa o
cultura de produtos alimentares. Estas, por sua vez, desloca- couro; a indústria de laticínios, que fabrica queijos, iogurtes,
ram-se para a Região Centro-Oeste, onde as terras são de manteiga e outros produtos derivados do leite; a indústria de
preço menor. No Estado de São Paulo foram locadas duas mo- beneficiamento de carnes diversas, que produz salsichas, car-
noculturas, atendendo aos interesses da agroindústria: uma, nes enlatadas, frangos congelados, etc.
energética, representada pela cana-de-açúcar, e outra, voltada
para o mercado externo, a cultura da laranja, que, uma vez in-
dustrializada, fornece o suco para ser exportado.
O papel da agricultura na geração de divisas
Notamos, assim, que a agricultura encontra-se subordi-
nada à agroindústria. Isso tem levado alguns especialistas do Da década de 1960 em diante, o Estado passou a orientar
setor a apontar a possibilidade de a agricultura ser substituída diretamente a produção no campo. Para que os produtores ru-
pela indústria, com a reprodução natural dos vegetais e animais rais pudessem investir na modernização das técnicas utilizadas
já controlada pelo setor industrial pela biotecnologia. A moder- e na mecanização das propriedades, o governo federal come-
nização da agropecuária exige a profissionalização e a especi- çou a operar de forma mais direta na liberação de linhas de
alização da mão-de-obra. Isso deverá romper com as antigas crédito bancário por meio do chamado crédito rural, que possi-
— e ainda remanescentes — relações sociais de produção no bilitou a aquisição dos equipamentos e dos insumos necessá-
Brasil (agregado, morador, parceiro e peão ou peonagem) e rios. No entanto, o aumento da divida externa fez com que o
transformá-las em relações assalariadas de produção. Pode- governo direcionasse a liberação de créditos rurais para os pro-
mos, então, dizer que, o desenvolvimento das relações de pro- prietários que passassem a produzir gêneros agrícolas de
dução capitalistas no campo se faz industrializando a própria maior valor no mercado externo, como é o caso, por exemplo,
agricultura. do café, do trigo, da soja e da laranja (para a fabricação de suco
concentrado). A meta do Estado passou a ser a produção de
grandes safras de gêneros agrícolas para exportação, de forma
Relação: agricultura x indústria a conquistar divisas por meio de superávits em sua balança co-
mercial. Esse excedente financeiro passou a ser utilizado em
Da integração entre os setores agropecuários e industrial grande parte para o pagamento dos juros da dívida externa,
surgiram os tipos de indústria descritos a seguir. situação que permanece nos dias atuais.
 Indústria da agricultura ou agroindústria. Transforma  Divisas: moedas estrangeiras aceitas no mercado interna-
produtos agropecuários em produtos industrializados no cional (sobretudo o dólar americano, o euro e o iene japo-
próprio local da produção, por exemplo, a indústria de lati- nês) como forma de pagamento nas transações comerci-
cínios e de óleos vegetais. ais (importações e exportações) entre os países.
 Indústria para a agricultura. Fornece bens de produção  Superávit: saldo positivo na balança comercial de um
(máquinas, equipamentos e produtos químicos, como fer- país. Ocorre quando o Estado e as empresas nacionais
tilizantes e pesticidas) para a agricultura. exportam mais do que importam. O contrário de déficit, que
 Complexo agroindustrial. Articulação ou junção da agro- é o saldo negativo na balança comercial, situação que se
pecuária com as chamadas indústrias para a agricultura e

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registra quando o Estado e as empresas importam mais do


que exportam.
DESTAQUES AGRÍCOLAS DO BRASIL
AGRICULTURA DE EXPORTAÇÃO
Processo de “sanduíche”
Principais produtos:
A integração do setor agropecuário ao industrial teve início
com o primeiro abastecendo o segundo de matérias-primas e Principais pro-
completou-se com a transformação da agropecuária em mer- Produto Considerações gerais
dutores
cado consumidor de produtos industriais; bens de consumo Exportação de grãos e café so-
(roupas, eletrodomésticos) e bens de produção (máquinas agrí- lúvel. A mPa ao gerar muitas ge-
colas, fertilizantes). adas em SP, contribuiu decidi-
Formado e dominado principalmente por empresas estran- MG, ES, SP,
Café damente para a expansão do
geiras (transnacionais), o complexo agroindustrial brasileiro já PR
cultivo do café para áreas me-
estava plenamente desenvolvido na década de 1970. O em- nos sujeitas às geadas: MG-ES-
prego progressivo de máquinas e insumos industriais (fertili- BA.
zantes, adubos, pesticidas, máquinas) na produção agrícola Alimentação humana, óleo e ra-
originou a chamada industrialização da agricultura, principal ção animal. Tem-se expandido
elemento da modernização no setor. do Sul para outras regiões (Su-
Essa situação configura um processo "sanduíche"; de deste, Centro-Oeste, Nordeste
um lado, a agropecuária é pressionada pelas indústrias, em ge- e Norte). O fato do Brasil(domi-
ral transnacionais, fornecedoras de bens de produção (máqui- PR, MT, RS,
Soja nantemente) está em hemisfério
nas, adubos, rações); do outro, é pressionada pelas indústrias GO
oposto aos EUA, contribuiu para
processadoras (óleos vegetais, beneficiamento de trigo e café, o ingresso do Brasil no mercado
laticínios etc.), que compram e geralmente impõem os preços internacional da soja(estações
aos agricultores. Veja exemplos de empresas transnacionais do ano opostas: safras em perí-
atuantes na agropecuária brasileira. odos contrários).
Exportação de suco concen-
TRANSNACIONAIS NA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA: AL- trado para os EUA(seus laran-
GUNS EXEMPLOS Laranja SP, BA, SE, RJ jais sofreram grandes geadas
Setor Empresa (país de origem) na década de 60 – Flórida – fo-
Adubos e fertilizantes Ultrafértil (EUA), CBA (Alema- ram destruídos) e Europa.
nha), Quimbrasil (Argentina)
Agrotóxicos Bayer e Hoechst (Alemanha), Du
AGRICULTURA ENERGÉTICA
Pont (EUA), Ciba Geigy (Suíça)
Rações para animais Cargil e Anderson Clayton (EUA)
Principal produto:
Sementes e matrizes aví- Agroceres (EUA)
colas
Principais
Tratores, máquinas e equi- Massey Fergusson e Caterpillar Produto Considerações gerais
produtores
pamentos agrícolas (Canadá), Valmet (Finlândia) e
Ford (EUA) Grande expansão (década de
1970) com o Proálcool (com-
bustível) e para o açúcar – em
Cana-de- SP, AL, PR,
direção centro-oeste e Amazô-
açúcar PE
nia. Revitalizou com o lança-
mento do carro modelo flex (bi-
combustível).

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AGRICULTURA DE ALIMENTOS como o clima e relevo.


As sementes aperfeiçoadas em laboratórios possuem alta
resistência a diferentes pragas e doenças, seu plantio, aliado à
Principais produtos:
utilização de agrotóxicos, fertilizantes, implementos agrícolas e
máquinas. As multinacionais passaram a exportar diversas tec-
PRO- PRINCIPAIS CONSIDERAÇÕES GERAIS
nologias, incluindo capacitações de professores e técnicos, to-
DUTO PRODUTO-
dos necessários para cultivar alimentos. Os governos incenti-
RES
varam o processo de modernização das práticas agrícolas
Cultivado em todo o país. Irri- dando financiamentos para médios e grandes produtores ru-
RS, MT, MA, gado ou de várzea, no RS, e rais, promovendo pesquisas e também propagandas.
Arroz
MG cultivo de sequeiro (depende
da chuva), no Centro-Oeste.
Todo o país. Grande parte da
Consequências da revolução
PR, MG, BA,
Feijão produção é proveniente de
SP Problemas irreversíveis foram deixados pela implantação
pequenos produtores.
do programa. O sistema de “monocultura” foi adotado em vários
Todo o país, principalmente
países, o que não foi bom. Áreas foram totalmente transforma-
no Nordeste (subsistência).
PA, PR, BA, das em grandes lavouras de uma única plantação. As regiões
Mandioca Aumento significativo da cul-
MA ambientais que eram protegidas também sofreram impacto. Di-
tura comercial (indústria de
versas florestas naturais passaram a serem pastagens e plan-
farinha).
tações. A intensa utilização de agrotóxicos e outros produtos
Rotação com a soja (verão) e
PR, RS, MS, químicos provocou a contaminação das águas e do solo dos
Trigo trigo (inverno), sendo mecani-
SC locais. Sim, houve aumento da produção alimentícia. Mas o
zada.
problema da fome não foi resolvido, pois a produção nos países
em desenvolvimento é voltada principalmente para países já
A REVOLUÇÃO VERDE E O BRASIL desenvolvidos e com fortes indústrias.

A Revolução Verde ocorreu no final do ano de 1940. A ex- O Brasil


pressão surgiu em 1966, em Washington. O processo de mo-
dernização agrícola veio com o propósito de aumentar a produ-
Diversos produtores rurais não conseguiram alcançar as
ção através do desenvolvimento em sementes, fertilização do
margens esperadas de produção e acabaram com dividas,
solo e utilização de máquinas no campo que pudessem aumen-
tendo como escapatória vender suas propriedades para paga-
tar a produção.
rem as contas.

Entenda a Revolução Verde PECUÁRIA


O programa teve financiamento pelo grupo Rockefeller,
No sistema extensivo o gado é criado à solta, ocupando
com sede na cidade de Nova Iorque. Onde aplicou postura ide-
extensas áreas; no sistema intensivo o gado é criado em pe-
ológica de aumentar a produção de alimentos, com várias mu-
quenas áreas e permanece parte do tempo em estábulos. Re-
danças no segmento agropecuário nos países subdesenvolvi-
cebe melhores cuidados médico-veterinários e alimentares.
dos, visando acabar com o problema da fome. A implantação
Quanto à finalidade da criação, a pecuária pode ser: de
dessas mudanças no desenvolvimento agrícola e na estrutura
corte (destinada ao abate) e leiteira (destinada à produção de
fundiária dos países foi incentivada pelo governo norte-ameri-
leite).
cano e a Organização das Nações Unidas (ONU). O mundo
estava em plena Guerra Fria e, com isso o objetivo dos Estados
FATORES INTENSIVA EXTENSIVA
Unidos era impedir o surgimento de movimentos socialistas. A
Áreas Menores Maiores
ideia era adotar o mesmo modelo de cultivo em todos os luga-
Tamanho dos
res onde foi inserido, passando despercebidos fatores essenci- Menores Maiores
rebanhos
ais como: recursos naturais de cada região e as possibilidades
Rendimento Maior Menor
e necessidades dos agricultores. O novo padrão levou ao cres-
Técnicas de
cimento da produção apenas nas grandes propriedades que ti- Modernas Rudimentares
criação
nham condições para inserção do processo de modernização,

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Finalidade Abate (corte): Um dos problemas enfrentados por muitos brasileiros são
Produção do leite
principal carne os escorregamentos de grandes volumes de solo e rocha, cujas
Destaque para a quali- Destaque para a consequências podem incluir, não raras vezes, perda de vidas
Alimentação
dade quantidade humanas.
Criação Em estábulos Solto I. Os dois principais fatores físicos envolvidos no processo de
Tipos de pas- escorregamento dos solos são a pluviosidade, associada
Selecionadas Naturais ao grande volume de água típico de áreas tropicais, e a de-
tagens
Atividade in- clividade do relevo.
dustrial que II. Em áreas tropicais úmidas, as chuvas concentradas no ve-
Laticínio Frigorífica rão, associadas ao grande volume de água em curto espaço
se desen-
volve de tempo, fazem com que os solos encharcados tenham
• Pampas ar- sua estrutura física alterada, sobretudo em áreas de de-
• Região dos Grandes clive, aumentando a instabilidade e a possibilidade de es-
gentinos
Lagos (EUA/Canadá) corregamento.
• Pradarias dos
• Vale do São Loureço III. A ação antrópica pode intensificar esse processo erosivo
EUA
Globo (Canadá) por meio de dois fatores: a retirada da cobertura vegetal e
• Oeste dos
• Noroeste europeu a ocupação irregular de encostas. Na expansão desorde-
EUA
• Nova Zelândia (pre- nada de áreas urbanas, a ocupação socioeconômica de ter-
• Austrália (pre-
domínio) renos menos valorizados, com menor infraestrutura, pela
domínio)
população de baixa renda (loteamentos clandestinos) ou
Ilha de Marajó
Próximo de Manaus (AM) por empreendimentos empresariais, implica a retirada da
(PA)
cobertura vegetal original, expondo o solo desprotegido ao
Agreste (Região NE) Sertão nordestino
impacto direto das chuvas e ao deslizamento.
Pantanal e cer-
Exemplos no Vale do Paranaíba (GO) IV. O que se observa é que, apesar da existência de políticas
rado (Região CO)
Brasil (predo- públicas que disciplinem a ocupação de encostas, a fiscali-
Campanha Gaú-
mínio da pe- Vale do Itajaí (SC) zação ineficaz e, em alguns casos, a omissão governamen-
cha
cuária exten- tal somam-se a problemas como crescimento desordenado
Região de Campinas (SP) Triângulo Mineiro da população ou de atividades econômicas, agravando o
siva)
Vale do Paraíba do Sul problema dos desmatamentos nas áreas de encosta.
Araçatuba (SP)
(SP, RJ, MG)
Presidente Pru-
Sul de MG
dente (SP)
DESERTIFICAÇÃO

Existem evidências científicas de que os desertos estão in-


vadindo as terras semiáridas que os rodeiam. Tudo indica que
ESPAÇO GEOGRÁFICO DOS PROBLEMAS a ação humana é um elemento decisivo nesse processo de de-
AMBIENTAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS sertificação.
EMVEGETAÇÃO E SOLOS II – desabamen- A desertificação consiste num conjunto de mudanças eco-
lógicas regressivas de vegetação, dos solos ou do regime hí-
tos e desertificação drico que terminam por reduzir a capacidade de sustentação e
a produtividade das terras submetidas à ação mais intensa da
Desabamentos ou deslizamentos de encostas do relevo – erosão.
movimentos de massa. A desertificação provavelmente é consequência de uma
combinação de fatores naturais com a ação humana.
As orlas semiáridas dos desertos têm um ecossistema frágil,
com delicado equilíbrio ecológico entre o clima, a vegetação e os
solos. A instabilidade climática é uma regra: longos períodos de
secas são seguidos por precipitações abundantes. As espécies
vegetais e animais estão adaptadas a esses ciclos. Cada espé-
cie tem uma especialização genética capaz de suportar as ten-
sões climáticas. Quando chegam as chuvas, a vegetação conse-
gue se regenerar e as teias da vida se recompõem.

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A ação humana pode romper esse equilíbrio. Quando um • deficiência nos níveis de capacitação da mão-de-obra rural,
período de secas prolongado atinge terras semiáridas usadas industrial e do comércio;
para a sustentação de rebanhos numerosos ou desmatados pelo • fragilidade institucional;
uso da madeira como combustível, a erosão provocada pelos • gestão municipal sem planejamento e comprometimento
ventos destrói as camadas finas do solo. Depois da seca, não com objetivos a longo prazo.
existem mais as condições necessárias no processo de regene-
ração das espécies vegetais. Nessas condições, um novo perí- Possíveis causas da desertificação podem ser apuradas:
odo sem chuvas pode ser fatal: o deserto invade o semiárido. • O desmatamento, que além de comprometer a biodiversi-
dade, deixa os solos descobertos e expostos à erosão,
PRINCIPAL EXEMPLO DO GLOBO: FAIXA DE ocorre como resultado das atividades econômicas, seja
SAHEL para fins de agricultura de sequeiro ou irrigada, seja para a
pecuária, quando a vegetação nativa é substituída por
pasto, seja diretamente para o uso da madeira como fonte
• Localização: ao sul do Deserto do Saara, estendendo-se
de energia (lenha e carvão);
no sentido oeste-leste. Tem clima semiarido e vegetação
• O uso intensivo do solo, sem descanso e sem técnicas de
campestre rala (estepe).
conservação, provoca erosão e compromete a produtivi-
• Atividades econômicas: pastores nômades (no norte) e
dade, repercutindo diretamente na situação econômica do
pastores e agricultores sedentários (ao sul).
agricultor. A cada ano, a colheita diminui, e também a pos-
• Principais causas da desertificação:
sibilidade de ter reservas de alimento para o período de es-
I. crescimento da população  pressão demográfica
tiagem. É comum verificar-se, no semiarido, a atividade da
sobre as áreas férteis; pecuária ser desenvolvida sem considerar a capacidade de
II. aumento no tamanho dos rebanhos; suporte da região, o que pressiona tanto pasto nativo como
III. utilização mais intensa das pastagens pelos pastores plantado, além de tornar o solo endurecido, compacto;
nômades;
• A irrigação mal conduzida provoca a salinização dos solos,
IV. substituição da rotação de cultura pela monocultura,
inviabilizando algumas áreas e perímetros irrigados do se-
causando esgotamento do solo.
miárido, o problema tem sido provocado tanto pelo tipo de
• Alguns países com terras na Faixa de Sahel: Senegal, sistema de irrigação, muitas vezes inadequado às caracte-
Mauritânia, Mali, Nigéria, Níger, Chade, Sudão, Etiópia, rísticas do solo, quanto, principalmente, pela maneira como
Somália etc. a atividade é executada, fazendo mais uma molhação do
que irrigando.
A Desertificação é definida como processo de destruição
do potencial produtivo da terra nas regiões de clima árido, se-
APROFUNDAMENTO
miárido e sub-úmido seco. O problema vem sendo detectado
Além de serem correlacionados, esses problemas desenca-
desde os anos 30, nos Estados Unidos, quando intensos pro-
deiam outros, de extrema gravidade para a região. É o caso do
cessos de destruição da vegetação e solos ocorreu no Meio
assoreamento de cursos d'água e reservatórios, provocado
Oeste americano.
pela erosão, que, por sua vez, é desencadeada pelo desmata-
Muitas outras situações consideradas como graves proble-
mento e por atividades econômicas desenvolvidas sem cuida-
mas de desertificação foram sendo detectadas ao longo do
dos com o meio ambiente.
tempo em vários países do mundo. América Latina, Ásia, Eu-
ropa, África e Austrália oferecem exemplos de áreas onde o
homem, através do uso inadequado e/ou intensivo da terra, Consequências da desertificação:
destruiu os recursos e transformou terras férteis em desertos
ecológicos e econômicos. Natureza ambiental e climática
As causas mais frequentes da desertificação estão associ-
adas ao uso inadequado do solo e da água no desenvolvimento Como perda de biodiversidade (flora e fauna), a perda de
de atividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal solos por erosão, a diminuição da disponibilidade de recursos
planejada e no desmatamento indiscriminado. hídricos, resultado tanto dos fatores climáticos adversos
quando do mau e a perda da capacidade produtiva dos solos
Principais problemas: em razão da baixa umidade provocada, também, pelo manejo
• vulnerabilidade às secas, que impactam diretamente a agri- inadequado da cobertura vegetal.
cultura de sequeiro e pecuária;

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Natureza social Caatinga - Sertão Nordestino: A irregularidade das precipita-


ções e a natureza dos solos e da cobertura vegetal fazem do
Abandono das terras por partes das populações mais po- domínio macroecológico da caatinga uma área naturalmente
bres, a diminuição da qualidade de vida e aumento da mortali-
suscetível aos processos de desertificação e, portanto, bas-
dade infantil, a diminuição da expectativa de vida da população
e a desestruturação das famílias como unidades produtivas. tante vulnerável a ocupação humana. A irrigação, o sobrepas-
Acrescente-se, também, o crescimento da pobreza urbana de- toreio, o cultivo excessivo e a mineração figuram entre as prin-
vido às migrações, a desorganização das cidades, o aumento cipais causas dos processos de desertificação já iniciados. De-
da poluição e problemas ambientais urbanos. sertificação é um fenômeno de ambiente de carência de pluvi-
osidade, em áreas áridas, semiáridas ou subúmidas.
Natureza econômica
Pradarias - Rio Grande do Sul: região de Alegrete - A pe-
Destacam-se a queda na produtividade e produção agríco-
las, a diminuição da renda do consumo das populações, dificul- cuária extensiva é a principal atividade econômica da região.
dade de manter uma oferta de produtos agrícolas de maneira Devido ao pastoreio excessivo do gado, registra-se uma sensí-
constante, de modo a atender os mercados regional e nacional, vel diminuição das espécies forrageiras nativas dos campos ga-
sobretudo a agricultura de sequeiro que é mais dependente dos úchos. O uso recorrente da queimada como técnica de limpeza
fatores climáticos. das pastagens contribui para o empobrecimento dos solos. A
pecuária e a monocultura do trigo e soja, em expansão nas
Natureza político institucional
áreas originalmente recobertas pelos campos, têm provocado
Há uma perda da capacidade produtiva do Estado, sobre- a diminuição da fertilidade dos solos, o aumento dos processos
tudo no meio rural, que repercute diretamente na arrecadação erosivos e até, em algumas áreas, o início de um processo de
de impostos e na circulação da renda e, por outro lado, criam- desertificação. Há cinqüenta anos, o "deserto de São João", no
se novas demandas sociais que extrapolam a capacidade do município de Alegrete (RS), atingia 12 hectares; hoje ultrapassa
Estado de atendê-las. os 185 hectares. Hoje muitos pesquisadores preferem chamar
o fenômeno de arenização, pois a área de boa pluviosidade.
APROFUNDAMENTO
No Brasil já temos exemplos de desertificação bem acentua-
das: áreas de caatinga (Sertão Nordestino). Um dos principais PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANO INDUS-
problemas ambientais, ocasionado pelo uso inadequado do TRIAIS I
solo, é o processo de desertificação em certas áreas do país,
em especial no Nordeste. A desertificação consiste em uma di-
minuição progressiva dos índices de umidade e no empobreci- chuvas ácidas, smog , lixo urbano e ilha de
mento dos solos arenosos, que se tornam inviáveis para a agri- calor.
cultura. Os intensos desmatamentos constituem o ponto de CHUVAS ÁCIDAS
partida da desertificação , que depende ainda de outras condi- Ao cair traz vá-
ções: queimadas sucessivas, monocultura durante vários anos rias consequên-
seguidos e sobrepastoreio, isto é, uso da terra para atividades Áreas de
Assim, as cias: compro-
que empobrecem os solos (a monocultura e a pecuária). grande industri-
nuvens mete a fauna e a
alização (Ex.:
Esses poluen- vão fi- flora aquática,
nordeste dos
tes sobe para cando car- corrosão em es-
EUA, Região
a atmosfera e regadas de truturas metáli-
dos Grandes
reagem com água com cas e nas pe-
Lagos –
água (do va- ácido. dras das cons-
EUA/Canadá,
 por), for-  Quando  truções calcá-
Europa Centro-
mando, res- houver rias, problemas
ocidental etc.)
pectivamente, precipita- à saúde humana
Grande Polui-
os ácidos sul- ção, tere- (visão, pele, ca-
ção ⎯ Dióxido
fúrico e nítrico. mos a belo, respira-
de Enxofre e
chuva ção), poluição
Óxido de Nitro-
ácida. dos lençóis freá-
gênio.
ticos, desertifica-
ção dos solos
etc.

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A poluição atmosférica forma sobre as cidades, onde ela é


densa, uma espécie de neblina, denominada smog, que torna
o ar mais escuro e limita a visão do horizonte. O ar poluído pe-
netra nos pulmões e causa o aparecimento de doença, em es-
pecial no aparelho respiratório, como a bronquite crônica, a
asma e até o câncer pulmonar.
O óxidos de nitrogênio, proveniente da queima de motores
de combustão interna, fornos, incineradores promovem sérios
distúrbios respiratórios e oculares e são responsáveis, em
parte, pela formação do smog que ocorre em metrópoles como
Londres e Los Angeles.

Chuva ácida: conseqüências Para a Saúde

A chuva ácida libera metais tóxicos que estavam no solo.


Esses metais podem contaminar os rios e serem inadvertida-
mente utilizados pelo homem causando sérios problemas de
CLIMA URBANO E ILHA DE CALOR
saúde.

Nas Casas; Prédios e demais edifícios

A chuva ácida também ajuda a corroer alguns dos materi-


ais utilizados nas construções, danificando algumas estruturas,
como as barragens, as turbinas de geração de energia, etc.

Para o meio ambiente


➢ Lagos: Os lagos podem ser os mais prejudicados com o
efeito das chuvas ácidas, pois, podem ficar totalmente aci- É nos grandes centros urbanos que o espaço construído
dificados, perdendo toda a sua vida. pelo homem, a segunda natureza, alcança seu grau máximo.
➢ Desflorestação: A chuva acida provoca clareiras, ma- Quase tudo aí é artificial; e, quando é algo natural, sempre
tando algumas árvores de cada vez. Podemos imaginar acaba apresentando variações, modificações provocadas pela
uma floresta, que vai sendo progressivamente dizimada, ação do homem. O próprio clima das metrópoles - o chamado
podendo eventualmente ser até destruída. clima urbano, um tipo específico de microclima - constitui um
➢ Agricultura: A chuva ácida afeta as plantações quase da exemplo disso. Nas grandes aglomerações urbanas normal-
mesma forma que as florestas, no entanto a destruição é mente faz mais calor e chove um pouco mais que nas áreas
mais rápida, uma vez que as plantas são todas do mesmo rurais vizinhas; além disso, nessas áreas são também mais co-
tamanho e assim, igualmente atingidas pelas chuvas áci- muns as enchentes após algumas chuvas. As elevações nos
das. índices térmicos do ar são fáceis de entender: o asfaltamento
de ruas e avenidas, as imensas massas de concreto, e a ca-
SMOG rência de áreas verdes, a presença de grandes quantidades de
gás carbônico na atmosfera (que provoca o efeito estufa), o
grande consumo de energia devido à queima de gasolina, óleo
diesel, querosene, carvão etc., nas fábricas, residências e veí-
culos são responsáveis pelo aumento da temperatura do ar. Já
o aumento dos índices de pluviosidade se deve principalmente
à grande quantidade de micropartículas (poeira, fuligem) no ar,
que desempenham um papel de núcleos higroscópicos que

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facilitam a condensação do vapor de água da atmosfera. E as Essa forma de destinação final do lixo constitui grave problema
enchentes decorrem da dificuldade da água das chuvas de se ambiental porque pode contaminar as águas superficiais e sub-
infiltrar no subsolo, pois há muito asfalto e obras, o que com- terrâneas pela infiltração do chorume, líquido resultante da de-
pacta o solo e aumenta sua impermeabilização. composição de materiais orgânicos (restos de alimento, papel
Todos esses fatores que provocam um aumento das mé- etc.). Além disso, favorece a proliferação de moscas e outros
dias térmicas nas metrópoles somados aos edifícios que bar- insetos, que podem transmitir doenças à população.
ram ou dificultam a penetração dos ventos e à canalização das As formas mais comuns de destinação e tratamento de lixo
águas - fato que diminui o resfriamento provocado pela evapo- são:
ração - conduzem à formação de uma ilha de calor nos grandes • vazadouro a céu aberto: o lixo é lançado sobre o terreno
centros urbanos. De fato, uma grande cidade funciona quase (lixões);
como uma "ilha" térmica em relação às suas vizinhas, onde as • aterro controlado: o lixo é coberto com uma camada de
temperaturas são normalmente menores. Essa "ilha de calor" terra;
atinge o seu pico, o seu grau máximo, no centro da cidade. • aterro sanitário: redução do volume e da área e cobertura
diária com camada de terra, evitando danos à saúde e di-
Medidas para evitar a formação das ilhas de minuindo os impactos ambientais;
calor urbanas: • usina de compostagem: transformação do lixo em com-
posto orgânico, para uso agrícola;
• Plantio de árvores em grande quantidade nas grandes ci- • usina de reciclagem: es diferentes materiais (vidros, plás-
dades. Criação de parques e preservação de áreas verdes. ticos, papeis, metais) são separados e recuperados para
• Medidas para diminuir a poluição do ar: diminuição e con- reutilização;
trole da emissão de gases poluentes pelos veículos e con- • usina de incineração: o lixo é queimado.
trole de poluentes emitidos por indústrias.
A QUESTÃO DO LIXO
A IMPERMEABILIDADE DO SOLO URBANO, O
O lixo sólido é um dos maiores problemas que afetam as
LIXO E AS ENCHENTES
zonas urbanas modernas, independentemente de seu tama-
nho.
Nas grandes cidades das regiões tropicais, onde predomi-
Os volumes gerados são absurdamente altos, principal-
nam os climas tropical úmido ou semiúmido, são comuns as
mente nos países ricos. Na Europa, os números pularam de
fortes pancadas de chuva - as tempestades de verão.
220 kg para 440 kg por habitante/ano na última década; a po-
Como essas cidades apresentam uma superfície com pulação americana produz a astronômica cifra de 10 bilhões de
baixo grau de permeabilidade, em virtude da enorme concen-
toneladas por ano de lixo sólido.
tração de asfalto e concreto e da reduzida quantidade de gra- Você pode estar se perguntando: como foi possível chegar
mados e áreas arborizadas, grande volume de água escoa de
a esses números?
forma muito rápida em direção aos rios. Estes, por sua vez, não
A resposta é simples: de um lado tivemos a popularização
têm capacidade para dar vazão necessária. Ocorrem, então, as dos produtos descartáveis e, de outro, o aumento do consumo
enchentes, que são mais intensas nas várzeas dos rios, onde
em escala planetária.
se instalam tanto habitações populares como grandes prédios A solução para esse crescente problema é a diminuição do
de escritórios e indústrias.
uso de materiais descartáveis e a reciclagem de lixo, ou seja,
O problema das enchentes é agravado pela grande quan- aplicar a ideia conhecida como a “política dos 3 R”: reduzir; reu-
tidade de lixo lançado nas ruas e calçadas, que sempre acaba
tilizar e reciclar. Na prática, ela ajuda a diminuir o volume do
entupindo os bueiros e as galerias pluviais.
lixo e a evitar a contaminação do solo e da água.
Percebe-se, assim, como são imprescindíveis as áreas ar- Assim, a ordem do dia na preservação são os Três R(já
borizadas e os gramados, que possibilitam a drenagem de boa
estão falando da política dos 5Rs):
parte das águas das chuvas, amenizando o problema das en-
• Reduzir: evitar o desperdício de material descartável, isto
chentes.
é, produzir menos lixo.
O maior problema do lixo não está na coleta, que é razoa-
• Reutilizar: aproveitar objetos usados, dando-lhes nova uti-
velmente satisfatória em quase todos os estados, mas sim na
lidade.
sua destinação final. A grande maioria dos municípios brasilei-
• Reciclar: reutilizar materiais usados que podem ser trans-
ros (86,4%) despeja o lixo a céu aberto, nos chamados lixões.
formados novamente em matéria-prima. Só pode ocorrer

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se houver um processo seletivo, com a separação dos ma- 5R´s o planeta fica com um sorriso de lado a lado ao ver o lixo
teriais usados conforme sua origem: papel, plástico, vidro, diminuir!
alumínio e material orgânico.
Os países pobres obviamente acumulam menos quanti- I. O que é reduzir?
dade de lixo, dado o poder aquisitivo mais baixo da população. Consiste em diminuir a quantidade de lixo produzido, des-
Mas, embora o volume seja menor, esse problema se agrava, perdiçando menos e consumindo só o necessário.
pois uma grande percentagem dele não é recolhida, e a maior Reduzir significa ainda sermos cidadãos mais conscientes
parte do que é coletado vai parar em “lixões”, áreas onde se e mais atentos, quando se trata de consumir.
deposita o lixo a céu aberto. Esses depósitos são focos perma- II. O que é reutilizar?
nentes de transmissão de uma série de doenças. Além disso, Reutilizar significa tal como o próprio nome indica, utilizar
exalam um odor bastante forte, devido à decomposição de ma- de novo, dar uma nova utilidade a materiais que muitas
terial orgânico, e produzem um líquido escuro e ácido – o cho- vezes consideramos inúteis. Há objetos que são con-
rume – que se infiltra no subsolo, contaminando os lençóis cebidos para serem usados várias vezes. Há outros em
freáticos. que a imaginação ajuda a potenciar uma nova ou mais
Nesses depósitos encontramos, além da matéria orgânica, duradoura utilização.
uma série de materiais não biodegradáveis, que descartamos Consiste na devolução de garrafas e embalagens reutili-
e que fazem parte do nosso cotidiano como plásticos, vidros, záveis, para que estas possam ser usadas novamente.
pneus de borracha, metais etc. O tempo de degradação desses Devemos preferir sempre as garrafas com depósito.
diferentes materiais varia muitíssimo. Os plásticos não temos III. O que é renovar?
certeza se algum dia serão decompostos; o vidro leva milhares Renovar consiste na reparação de "coisas" em vez de as
de anos para desaparecer. Portanto, o lixo que acumulamos deixar fora.
hoje já é um problema para as gerações frituras. IV. O que é a reciclagem?
Além desses gravíssimos problemas ambientais, há outro, A reciclagem consiste em transformar os materiais inúteis
que é a degradante presença de catadores de lixo nesses de- em novos produtos ou matérias primas de forma a dimi-
pósitos. Homens, mulheres e crianças misturam-se com mate- nuir a quantidade de resíduos, poupar energia e recursos
riais em decomposição, em busca de alimento ou de objetos naturais valiosos.
que possam ter alguma utilidade (mesmo danificados) ou ainda V. O que é recuperar?
que possam ser vendidos ou trocados. Não pense que essa Consiste na devolução de garrafas e embalagens reutili-
terrível realidade se dá apenas nos países miseráveis. Infeliz- záveis, para que estas possam ser usadas novamente.
mente ela está presente em grande parte dos países pobres,
inclusive no nosso. No Brasil, são produzidas cerca de 240.000
toneladas de lixo por dia. Desse total, 40 % não é recolhido;
dos 60 % coletados quase 80% são depositados em lixões a
céu aberto e muitos brasileiros recorrem a esses lugares fétidos
e verdadeiros focos de contaminação para poder se alimentar.
EXERCÍCIOS
CLIMATOLOGIA

1- Marque a única assertiva que traz somente fatores climáti-


cos, isto é, aqueles que contribuem para determinar as condi-
ções climáticas de uma região do globo.
a] Correntes marítimas, temperatura do ar, umidade relativa
do ar e amplitude térmica.
b] Latitude, pressão altitude, hidrografia e massas de ar.
APROFUDAMENTO c] Altitude, massas de ar, maritimidade e latitude.
O que é a política dos 5R´s? d] Hidrografia, correntes marítimas, latitude e pressão.
Reduzir, Reutilizar, Recuperar, Renovar e Reciclar são as pa- e] Temperatura do ar, umidade relativa do ar, insolação e mé-
lavras-chave para quem quer ser um defensor do meio ambi- dia térmica.
ente. A política dos 5R´s inicia o seu ciclo com o reduzir e a
reciclagem completa o ciclo dos "R´s". Com esta política dos 2- A temperatura atmosférica varia de um lugar para outro,
mas também pode apresentar variações no decorrer do tempo,

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pois vários fatores estão relacionados à sua distribuição ou va- a] Devido ao aumento da acidez das chuvas e o consequente
riação. aumento de suas características corrosivas, os efeitos na
Sobre os fatores que interferem na variação e distribuição da natureza provocados pelas “chuvas ácidas” têm sido mini-
temperatura atmosférica, é correto afirmar que mizados a partir do século XXI.
a] as variações de temperaturas no continente são menos b] Áreas florestais e lagos, ecossistemas vitais para inúmeros
acentuadas que nos oceanos devido à diferença do com- animais têm sido atingidos por essa calamidade, com é o
portamento térmico no meio sólido e no líquido. caso do Lago Yellowstone (EUA), que está contaminado
b] a influência da altitude ocorre, porque o calor é irradiado da com ácido sulfúrico, metais pesados e ainda está altamente
superfície da Terra para o alto e a atmosfera se aquece por salinizado.
irradiação. Assim, quanto maior a altitude, maior a tempe- c] As extensões de terra arável têm sido degradadas, afe-
ratura. tando assim a economia de vários países, como é o caso
c] o relevo pode facilitar ou dificultar a passagem de massas do solo tipo “permafrost”, na Península Ibérica, que fica par-
de ar, por isso a presença de altas cadeias de montanhas cialmente congelado durante o ano.
no litoral evitam a formação de desertos. d] Alguns monumentos públicos urbanos, como algumas es-
d] a variação da temperatura com a latitude deve-se, funda- tátuas europeias, esculpidas em mármore ou em calcário,
mentalmente, à forma esférica da Terra e, em função disso, têm sido corroídas pela elevada acidez das chuvas.
a insolação diminui a partir do Equador em direção aos po- e] A erosão eólica é responsável por grande prejuízo às terras
los. agrícolas e por fornecer grande quantidade de sedimento,
e] o fenômeno da continentalidade térmica explica por que, que vai assorear rios, lagos e represas.
quanto mais distante estiver uma área do continente, me-
nores são suas oscilações térmicas. 5- Observe a figura abaixo e assinale a alternativa correta.

3- De modo geral, as grandes cidades apresentam altas mé-


dias de comprometimento ambiental, sendo que muitos desses
problemas são gerados por elas mesmas, já que os grandes
aglomerados de população são responsáveis pela utilização de
parte significativa dos recursos naturais do planeta. Nesse con-
texto, é INCORRETO considerar como problema ambiental ge-
rado pela cidade _________ devido à/ao _________.
a] as ilhas de calor concentração de concreto, de asfalto e à
verticalização dos prédios, alterando as temperaturas
b] a inversão térmica retenção de poluentes particulados, ou a] A figura representa um esquema de aquecimento da tem-
em gases nas nuvens ou abaixo delas peratura nas áreas urbanas dos países situados na zona
c] a chuva orográfica ascensão do ar aquecido em presença intertropical do planeta.
de nuvens estratificadas b] A figura representa o fenômeno conhecido por ilhas de ca-
d] a contaminação das águas subterrâneas escoamento do lor, que ocorrem durante o dia nas cidades de latitudes sub-
chorume de depósitos de lixo irregulares tropicais e tropicais devido à alta intensidade da radiação
e] a impermeabilização do solo pavimentação asfáltica nas solar incidente, agravando a sensação e o desconforto de-
avenidas e ruas urbanas vido à elevação da temperatura e à redução da umidade
relativa do ar.
4- Observe a figura abaixo, em seguida assinale a alternativa c] A figura representa uma ilha de calor, que significa au-
correta. mento significativo das chuvas convectivas e frontais que
acontecem nos grandes centros urbanos do mundo.
d] A figura representa uma anomalia climática que provoca o
aquecimento dos centros urbanos, decorrente das mudan-
ças climáticas globais, sobretudo em virtude do derreti-
mento do gelo das regiões polares e do aumento da média
térmica do planeta.
e] A figura representa a inversão térmica, por ser um fenô-
meno de curta duração, variando tipicamente de algumas
horas a alguns dias. Está intimamente relacionada às

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variações climáticas do tempo meteorológico. O fenômeno As figuras e o texto acima referem-se a um processo de forma-
é mais comum nas áreas urbanas, após a passagem de ção de um fenômeno climático que ocorre, por exemplo, na ci-
uma frente fria, quando o tempo se abre e uma massa de dade de São Paulo. Trata-se de
ar fria e seca, de ventos fracos, recobre uma região que re- a] ilha de calor, caracterizada pelo aumento de temperaturas
cebeu as chuvas recentes. na periferia da cidade.
b] zona de convergência intertropical, que provoca o aumento
6- O termo poluição deriva do latim poluere, que significa su- da pressão atmosférica na área urbana.
jar. Poluição é qualquer alteração provocada no meio ambiente, c] chuva convectiva, caracterizada pela formação de nuvens
que pode ser um ecossistema natural ou agrário, um sistema de poluentes que provocam danos ambientais.
urbano ou até mesmo, em microescala, o interior de uma casa. d] inversão térmica, que provoca concentração de poluentes
Sobre a poluição do ar é correto afirmar, exceto: na baixa camada da atmosfera.
a] A poluição do ar é resultado do lançamento de enorme e] ventos alíseos de sudeste, que provocam o súbito aumento
quantidade de gases e materiais particulados na atmosfera, da umidade relativa do ar.
seja de gases que já a compõem, causando um desequilí-
brio nas proporções; ou de gases estranhos a ela, como é 8- Sobre o clima mundial, os fatores e os processos que o
o caso do dióxido de enxofre, dos óxidos de azoto e do mo- condicionam, assinale a alternativa INCORRETA.
nóxido de carbono. I. A latitude influencia na distribuição espacial das tempera-
b] Os principais responsáveis pela poluição do ar, nas cida- turas. Dessa forma, quanto maior for latitude, menores se-
des, são os transportes, as instalações industriais, as cen- rão as temperaturas.
trais termelétricas, as instalações de aquecimentos, entre II. A pressão atmosférica varia em função da altitude e da
outros. temperatura. Assim, quanto maior for a altitude, menor
c] O monóxido de carbono é um gás que em altas doses pode será a pressão atmosférica e quanto mais alta a tempera-
levar à morte por asfixia. O monóxido de carbono reduz a tura, menor será a pressão.
oxigenação do cérebro, provocando, também, dores de ca- III. O planeta Terra é aquecido uniformemente, tanto ao longo
beça, vertigens e perturbações sensoriais. da sua superfície quanto ao longo do tempo (anos), e isto
d] A poluição do ar causa problemas respiratórios, alergias e condiciona a circulação atmosférica com a produção de
doenças crônicas como asma e bronquite. centros de alta e de baixa pressão, que se alteram conti-
e] A poluição do ar atinge somente as cidades industrializa- nuadamente.
das, mesmo assim, hoje em dia, já não é mais um problema IV. Dependendo das condições locais, a precipitação pode
tão grave, se comparado às chuvas ácidas. ocorrer na forma de chuva, granizo ou neve e está relaci-
onada, principalmente, à umidade atmosférica.
7- Observe a figura abaixo com atenção. V. A diferença entre as temperaturas máxima e mínima é
maior no interior dos continentes e a continentalidade
exerce grande influência sobre essa amplitude térmica.

a] Estão incorretas as afirmativas I, III e V.


b] Estão incorretas as afirmativas II, IV.
c] Estão incorretas as alternativas I, IV e V.
d] Apenas a afirmativa III está incorreta.
e] Todas as afirmativas estão incorretas.

9- Associe os fenômenos climáticos citados na coluna 1 às


suas respectivas características descritas na coluna 2.

COLUNA 1
(1) El Niño
Em algumas cidades, pode-se observar no horizonte, em certos (2) Circulação geral da atmosfera
dias, a olho nu, uma camada de cor marrom. Essa condição (3) Monções
afeta a saúde, principalmente, de crianças e de idosos, provo- (4) Alísios
cando, entre outras, doenças respiratórias e cardiovasculares. (5) Contra-alísios
http://tempoagora.uol.com.br/noticias.
Acessado em 20/06/2009. Adaptado.

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COLUNA 2 período médio de ocorrência de dez a 25 dias anual-


( ) Ventos que se deslocam das áreas de alta pressão loca- mente.
lizadas nos trópicos para as zonas de baixa pressão do ( ) Com sol forte e poucas nuvens. O ar seco que predomina
Equador. Tais ventos são de nordeste no hemisfério norte no Estado ainda desfavorece a formação de áreas de ins-
e de sudeste no hemisfério sul; na sua zona de conver- tabilidade. Faz calor à tarde.
gência são responsáveis pelos maiores índices pluviomé- ( ) Está inserida na região de clima temperado de categoria
tricos do planeta. subquente, com temperatura média oscilando entre 18 e
( ) Mecanismo global proveniente do aquecimento desigual 15ºC no inverno e entre 26 e 24º C no verão. A tempera-
da superfície terrestre através do qual o calor é distribuído tura média anual é de 20.4ºC. No inverno, a passagem da
pelo planeta e possibilita a formação das grandes zonas frente fria é sucedida por ondas de frio das massas pola-
climática. res, que baixam consideravelmente as temperaturas. O
( ) Ventos secos que perderam umidade e se aqueceram na mesmo efeito no verão tem ação amenizadora.
zona equatorial, de onde retornam aos trópicos, latitude
na qual contribuem para a formação da maioria dos gran- a] T, T, C, T, C.
des desertos do planeta. b] C, C, T, C, T.
( ) Aquecimento das águas do Pacífico Sul, de causas ainda c] C, T, C, T, C.
não conhecidas, com consequências globais ao provocar d] T, T, T, T, C.
seca em algumas regiões do planeta e precipitações ex- e] C, C, C, T, T.
cessivas em outras.
( ) Ventos sazonais que mudam de direção em função da al- CLIMATOLOGIA BRASILEIRA
ternância entre as áreas de alta e de baixa pressão at-
mosférica (continental e oceânica) e definem uma estaçã 11- O ano de 2013 apresentou um dos invernos mais rigorosos
seca e outra chuvosa em grandes regiões tropicais e sub- da história do Brasil. Diversas cidades da Região Sul apresen-
tropicais do planeta. taram temperaturas abaixo de zero e em outras ocorreu a pre-
cipitação de neve. Sobre os elementos e fatores climáticos, as-
A sequência correta da enumeração é sinale a alternativa INCORRETA.
a] 4 2 5 1 3 a] A Serra Gaúcha comumente apresenta baixas temperatu-
b] 3 2 1 5 4 ras. Este fato tem contribuição da maior altitude do local, já
c] 2 1 3 5 4 que a temperatura varia na razão inversa da altitude.
d] 5 2 4 1 3 b] O orvalho, o nevoeiro e a geada são tipos de condensações
e] 1 3 2 4 5 superficiais. Formam-se devido ao contato do ar mais
quente com a superfície mais fria, condensando o vapor de
10- Existem diferenças entre clima e tempo. O clima é o con- água para o estado líquido. Em específico, a geada é o or-
junto de condições meteorológicas de uma região em determi- valho congelado, devido a uma maior queda da tempera-
nado período. Já o tempo é a combinação passageira dos ele- tura.
mentos do clima. c] As baixas temperaturas verificadas em diversas regiões do
Leia as descrições climáticas abaixo e assinale “T” para Brasil, principalmente na região Sul, também podem ser ex-
TEMPO e “C” para CLIMA. plicadas pela latitude. Áreas presentes em baixas latitudes
( ) A frente fria se afasta, mas parte de sua instabilidade costumam apresentar temperaturas mais baixas e invernos
ainda permanece sobre o centro-leste do Paraná. Nuvens rigorosos.
carregadas provocam chuva desde cedo nestas regiões. d] De acordo com suas características, as correntes marítimas
Os demais setores paranaenses terão um dia de sol entre ou oceânicas podem influenciar diretamente o clima de uma
muitas nuvens com pancadas de chuva, principalmente à região, por exemplo, aumentam ou diminuem a temperatura
tarde. média. Tal fato pode ser exemplificado pela Corrente do
( ) Nublado, alguns períodos de melhoria e chuva a qualquer Golfo (Gulf Stream), que eleva a temperatura de parte da
hora do dia. costa atlântica do continente europeu.
( ) Temperado, com verão ameno, chuvas uniformemente e] A neve é uma precipitação não superficial que ocorre devido
distribuídas, sem estação seca e a temperatura média do ao congelamento do vapor de água que se encontra sus-
mês mais quente não chega a 22ºC. Precipitação de penso na atmosfera. Uma vez congelados, os cristais de
1.100 a 2.000 mm. Geadas severas e freqüentes, num vapor de água agrupam-se e formam os flocos, que por sua
vez precipitam na superfície na forma de neve.

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12- Brisa marinha mais úmida


A temperatura superficial do oceano Atlântico no litoral paulista Assinale a alternativa correta.
aumentou cerca de um grau entre os anos de 1950 e 2010. a] Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
Passou de 21,5°C para 22,5°C. Pode parecer pouco, mas uma b] Somente as afirmativas II, III, IV e V são verdadeiras.
das consequências desse aquecimento é aumentar a taxa de c] Somente as afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras.
evaporação da água do oceano, combustível que torna a brisa d] Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
marinha ainda mais carregada de umidade. Esse processo tem e] Todas as afirmativas são verdadeiras.
repercussões sobre o clima acima da serra do Mar, no planalto
onde fica a região metropolitana. 14- Devido à grande extensão territorial, nosso país se diferen-
Revista da FAPESP, 11/05/2012 cia de outros pela diversidade climática, pela posição geográ-
fica, pela latitude, pela configuração do território e pelos siste-
De acordo com o texto, considere as afirmativas a seguir. mas atmosféricos.
I. A alteração da umidade da brisa marítima é um fator con- Observe o mapa do Brasil abaixo e identifique os tipos de clima
siderável nos transtornos causados pelas enchentes em característicos das regiões indicadas pelas letras A, B e C.
São Paulo, somado a outros, como a impermeabilização
dos solos.
II. A elevação da temperatura do Oceano Atlântico é uma
prova indiscutível do processo de Aquecimento Global.
Esse fato é a principal causa de fenômenos locais, como
as enchentes em São Paulo; regionais, como tornados em
Santa Catarina, e globais, como a Tsunami que atingiu o
Japão em março de 2011.
III. O aumento da umidade da brisa marítima provoca, entre
outros fatores, uma elevação dos índices de pluviosidade
na escarpa da Serra do Mar, em razão das chuvas orográ-
ficas, típicas da região.

Assinale a alternativa correta. MOREIRA, I. Construindo o espaço do homem. São Paulo: Ática, 2001. p. 200.)
a] Estão corretas as afirmativas I, II e III.
b] Estão corretas apenas as afirmativas II e III. Assinale a alternativa abaixo em que os climas listados corres-
c] Estão corretas apenas as afirmativas I e III. pondem, correta e respectivamente, às letras A, B e C, locali-
d] Está correta apenas a afirmativa I. zadas no mapa acima.
e] Está correta apenas a afirmativa III. a] tropical úmido, tropical semiárido, tropical de altitude
b] equatorial, tropical, subtropical
13- O território brasileiro apresenta diferentes tipos de clima c] tropical semiúmido, tropical de altitude, subtropical
que são influenciados por fatores variados, como a fisiono- d] tropical de altitude, tropical úmido, extratropical
mia geográfica, a extensão territorial, o relevo e a dinâmica e] tropical semiárido, tropical semiúmido, tropical de altitude
das massas de ar. Com relação às características climáti-
cas do Brasil, analise as proposições. 15- A Amazônia ocupa uma área de mais de 6,5 milhões de
I. A influência tropical no clima brasileiro está associada ao km2, na parte norte da América do Sul, abrangendo nove paí-
fato da maior parte do país estar localizada em uma área ses: Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suri-
entre o Equador e o Trópico de Capricórnio. name, Guiana e Guiana Francesa. Em toda a região amazô-
II. Os Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul têm nica, calcula-se que cerca de 26.000 km2 são desmatados to-
clima subtropical por estarem localizados abaixo do Tró- dos os anos. Uma pesquisa da revista Science alerta que, até
pico de Capricórnio. 2050, poderá ocorrer a extinção de cerca de 80% das espécies
III. No Brasil predominam climas quentes e úmidos. de vertebrados, em áreas que sofreram desmatamento.
IV. No interior da região Nordeste o clima predominante é o (FARIA, C. Desmatamento da Amazônia. Disponível em: <http://www.infoes-
clima tropical, tendendo a seco pela irregularidade de ação cola.com/geografia/desmatamento-da-amazonia.>. Acesso em: 22 out.
2012.) (WEARN, O. R.; REUMAN, D. C.; EVERS, R. M. Extinction Debt and
das massas de ar. Windows of Conservation Opportunity in the Brazilian Amazon. Science, v.
V. No interior da região Nordeste o clima predominante é o 337, n. 6091, p. 228-232, 13 July 2012.)
clima árido por causa da falta de umidade.

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Analise as afirmativas abaixo, relacionadas ao processo de Sudeste, através do El Niño.


desmatamento. e] verão, quando a Massa Equatorial Atlântica exerce grande
I. A menor evapotranspiração diminui os índices pluviométri- influência nas regiões Norte e Sudeste.
cos. Estima-se que metade das chuvas que ocorrem nas
florestas tropicais são resultantes da evapotranspiração, 17- É um clima controlado por massas de ar equatoriais e tro-
ou seja, da troca de água da floresta com a atmosfera. picais, é muito quente, com pequenas amplitudes térmicas
II. Boa parte da energia solar é absorvida pelas florestas para e chuvas abundantes na maior parte do ano.
os processos de fotossíntese e evapotranspiração. Sem a Assinale a alternativa que identifica o clima e o local de ocor-
floresta, com o solo exposto, quase toda essa energia seria rência.
devolvida para a atmosfera em forma de calor, o que ele- a] Tropical Continental - Cuiabá.
varia as temperaturas médias. b] Equatorial seco - Rio Branco.
III. O aumento do processo erosivo leva a um empobreci- c] Tropical semi-úmido - Ilhéus.
mento dos solos, como resultado da retirada de sua ca- d] Tropical semi-árido - Teresina.
mada superficial. Isso, muitas vezes, acaba inviabilizando e] Equatorial úmido - Boa Vista.
a agricultura.
18- Observe os pluviogramas abaixo. Neles os índices pluvio-
Das afirmativas acima, métricos estão representados pelas colunas, enquanto que a
a] apenas I está correta. variação de temperatura é representada pela linha. Com base
b] apenas II está correta. na leitura dos gráficos, identifique as respectivas descrições fei-
c] apenas III está correta. tas dos mesmos.
d] apenas I e II estão corretas.
e] I, II e III estão corretas.

16- O mapa apresenta as principais massas de ar que atuam


no Brasil em uma determinada estação do ano.

( ) Clima semiárido com chuvas de verão e outono. Apresenta


baixo índice pluviométrico e baixa amplitude térmica com
temperaturas elevadas durante todo o ano.
( ) Clima subtropical, com chuvas bem distribuídas durante
todo o ano e alta amplitude térmica, com verões quentes e
invernos frios.
(www.not1.xpg.com.br/clima. Adaptado.)
( ) Clima equatorial, com chuvas abundantes e temperaturas
elevadas durante todo o ano, não apresenta estação seca.
Conhecendo as características das massas de ar ao longo das
( ) Clima tropical litorâneo sob a influência dos alísios, com
estações do ano, é correto afirmar que o mapa corresponde à
chuvas abundantes no inverno, estação na qual as tempe-
estação de
raturas elevadas declinam.
a] Sul, Sudeste e Nordeste.
b] inverno, quando a Massa Tropical Atlântica, fria e seca,
A alternativa que apresenta a sequência correta é
causa intensas chuvas nas regiões Sul e Sudeste.
a] 4 3 2 1
c] inverno,quando a Massa Polar Atlântica atinge o Brasil na
b] 3 4 2 1
forma de frente fria, ocasionando chuvas e quedas de tem-
c] 3 1 2 4
peratura, inclusive na região Norte.
d] 3 4 1 2
d] verão, quando a Massa Equatorial Continental, origina- da
e] 1 2 4 3
no Oceano Pacífico, exerce grande influência na região

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19- TEXTO 1 se acelerar à medida que mais terras são desmatadas [...] uma
vez que os solos ficam desprotegidos da cobertura vegetal e,
MG: SECA MATOU 120 MIL CABEÇAS DE GADO consequentemente, as chuvas incidem direto sobre a superfí-
17 de novembro de 2007 cie do terrenos.
GUERRA, A. J. T. Geomorfologia urbana.
A seca que castiga a região norte de Minas Gerais, há mais Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.

de oito meses, já provocou a morte de pelo menos 120 mil ca-


beças de gado. Para tentar socorrer aos pecuaristas, a Socie- O texto descreve um processo que pode ser acelerado com:
dade Rural da cidade de Montes Claros enviou, nesta semana, a] a manutenção da vegetação.
um ofício aos governos federal e estadual no qual pede provi- b] a construção de curvas de nível.
dências para minimizar prejuízos causados pela estiagem. c] o planejamento urbano e ambiental.
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI2082633-EI306,00.html d] o aumento da matéria orgânica do solo.
e] a construção nas encostas de morros.
TEXTO 2
22- No Brasil, em regiões tropicais úmidas com relevo de en-
EXCLUSIVO: SECA EM MG DEVASTA CAFEZAIS E DE- costas íngremes, ocorrem rápidos movimentos de massa,
SOLA PRODUTORES QUE ESPERAVAM APROVEITAR A os quais desencadeiam problemas sociais e econômicos,
TENDÊNCIA DE BONS PREÇOS particularmente nas áreas urbanas. Esse fenômeno é mais
Publicado em 3/9/2010 comum no verão, quando as chuvas são abundantes, tor-
nando o solo mais saturado. De acordo com o exposto,
Há 60 dias não há registro de chuva nas regiões cafeeiras considere as afirmativas abaixo.
da parte sul de Minas Gerais e, além de desesperadora para I. A topografia, o regime pluviométrico, a estrutura e a es-
os produtores, é desalentadora para as lavouras que somam pessura do manto de alteração, as atividades humanas
ao acentuado prejuízo da seca o esqueletamento das plantas, e a retirada da vegetação original são alguns dos fatores
ou seja, resta ao cafeicultor decepar as árvores. que influenciam movimentos rápidos de massa.
http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=74495 II. Os movimentos de massa fazem parte da dinâmica ex-
terna da crosta terrestre e são agentes que participam da
Assinale a alternativa CORRETA: modelagem do relevo, independentemente da interven-
a] Os textos 1 e 2 referem-se a regiões de clima tropical. ção humana.
b] Os textos 1 e 2 referem-se a regiões de clima semiárido. III. Em algumas grandes cidades e regiões metropolitanas
c] O texto 1 refere-se a regiões de clima equatorial. brasileiras, é comum a ocupação das encostas de mor-
d] O texto 2 refere-se a regiões de clima subtropical. ros pela população de baixa renda, a mais prejudicada
pelos efeitos socioambientais negativos dos movimentos
20- O Clima subtropical úmido, no sul do país, é caracterizado rápidos de massa.
por invernos relativamente rigorosos, com a ocorrência esporá- IV. os movimentos de massa são analisados considerando-
dica de precipitação de neve em determinadas áreas. se basicamente a natureza do material transportado
Assinale a alternativa que apresenta os fatores climáticos que (solo, detritos ou rocha) e a velocidade do movimento,
influenciam a precipitação de neve em determinadas áreas do que varia desde alguns centímetros por ano até mais de
sul do país. 5km por hora.
a] Latitude, altitude e massa de ar. V. o deslizamento e corrida de lama são classificados como
b] Altitude, maritimidade e continentalidade. movimentos rápidos de massa, desencadeados princi-
c] Latitude, altitude e maritimidade. palmente pela declividade do terreno, a água e a gravi-
d] Maritimidade, relevo e massas de ar. dade.
e] Depressões, altitude e massas de ar.
Assim, assinale a alternativa CORRETA.
PEDOLOGIA a] Estão corretas as alternativas I, III e V.
b] Estão corretas as alternativas II, III, IV e V.
21- [...] causado pela água das chuvas, tem abrangência em c] Está correta apenas a alternativa I.
quase toda a superfície terrestre, em especial nas áreas com d] Estão corretas todas as alternativas.
clima tropical, cujos totais pluviométricos são bem mais eleva- e] Estão corretas as alternativas I, II e IV.
dos do que em outras regiões do planeta. O processo tende a

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23- A superfície terrestre encontra-se em permanente evolu- muito intensa, o que faz com que o intemperismo químico
ção. Algumas mudanças que ocorrem são imperceptíveis de seja o principal agente de formação do solo. Em conse-
observação na escala temporal humana, enquanto outras po- quência, o horizonte A é muito profundo e se apoia direta-
dem ser facilmente verificadas, como a percebida no desenho mente sobre rochas calcárias.
esquemático a seguir. Observe-o. d] O perfil II é típico da Zona da Mata nordestina. Devido a
abundância de chuvas, a ação do intemperismo biológico é
muito intenso, o que faz com que seja rico em material or-
gânico. Em consequência, o horizonte C é muito profundo
e rico em húmus.
e] O perfil I é típico do semiárido nordestino. Devido à escas-
sez de chuvas, a ação do intemperismo biológico é limitada,
o que faz com que o mesmo seja ácido, pedregoso e salino.

25- O conceito de fertilidade do solo refere-se à sua importân-


Pelas características visualizadas, é CORRETO afirmar que cia econômica, isto é, à sua capacidade de permitir um eficaz
essa encosta está submetida ao seguinte processo físico-geo- desenvolvimento da agricultura. Para ser fértil, um solo deve
gráfico: possuir, naturalmente, uma série de condições: boa quantidade
a] erosão fluvial. de húmus, um pH neutro, boa quantidade de elementos nutri-
b] movimento de massa lento. entes, fácil penetração do ar e da água em seu interior, entre
c] falhamento normal. outras.
d] desmoronamento. Sobre os solos férteis do Brasil pode-se afirmar.
e] deslizamento. I. Os solos de maior fertilidade natural do Brasil se localizam
nas áreas dos planaltos sedimentares basálticos, principal-
24- Analise os dois perfis de solo a seguir. mente, nos estados de São Paulo e do Paraná. Destaca-
se aí a “terra roxa”, como é regionalmente conhecida.
II. O “massapé” é outro solo fértil, encontrado na faixa litorâ-
nea do Nordeste, na chamada Zona da Mata. O massapê
se origina da decomposição do granito, do gnaisse e, às
vezes, do calcário.
III. Embora existam alguns solos de alta fertilidade natural no
Brasil, normalmente, eles, como todos os solos tropicais
em geral, são frágeis e requerem cuidados especiais, para
não se empobrecerem de forma intensa.
IV. Nos solos férteis encontram-se grandes quantidades de
(ADAS, Melhem e ADAS, Sergio. Panorama Geográfico do Brasil. minerais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magné-
São Paulo: Moderna. 2004.) sio, enxofre, ferro, manganês, zinco, boro, cobre e outros.
V. Os solos férteis naturais são aqueles que nunca perdem
Identifique qual das assertivas traz informações corretas sobre suas propriedades, mesmo com intensa atividade da agri-
os perfis de solo. cultura e o uso de técnicas de manejo atrasadas como a
a] O perfil II é típico do semiárido nordestino. Devido à escas- queimada, também conhecida como coivara.
sez de chuvas, a ação do intemperismo físico é limitada, o
que faz com que o intemperismo químico seja o principal Assinale a alternativa correta.
agente de formação do solo. a] Somente as afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras.
b] O perfil I é típico do semiárido nordestino. Devido à escas- b] Somente as afirmativas I e V são verdadeiras.
sez de chuvas, a ação do intemperismo químico é limitada, c] Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
o que faz com que o intemperismo físico seja o principal d] Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
agente de formação do solo. Em consequência, o horizonte e] Todas as afirmativas são verdadeiras.
A é pouco profundo e se apoia diretamente sobre a rocha-
mãe. 26- Um agricultor adquiriu dez hectares de terra para práticas
c] O perfil I é típico das terras baixas amazônicas. Devido a agrícolas. A propriedade, atravessada por um rio perene, apre-
abundância de chuvas, a ação do intemperismo químico é senta solos de boa fertilidade. Todavia, predomina um relevo

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de médias altitudes com declividade acentuada. Preocupado a] viabiliza a possibilidade de produção de vários produtos na
com a conservação do solo, o agricultor consultou um enge- mesma safra.
nheiro agrônomo. Este recomendou arar e semear o solo se- b] diminui a longo e médio prazo os gastos com recuperação
guindo as cotas altimétricas do relevo, o que reduz a velocidade de solo.
do escoamento superficial da água, os processos erosivos e a c] garante, ao agricultor, maior lucratividade em curtíssimo
perda de solo agricultável. A técnica de conservação do solo prazo.
recomendada pelo engenheiro agrônomo denomina-se d] aumenta a lucratividade do produtor por conta da qualidade
a] curvas de nível. do produto.
b] terraceamento.
c] associação de culturas. 30- Uma rocha submetida à ação da água, às oscilações de
d] reflorestamento. temperatura e à atuação de seres vivos irá, com o tempo, de-
e] savanização sintegrar-se e decompor-se. Os minerais que a compõem irão
se fragmentar e se separar em pedaços cada vez menores, até
27- Ao considerar a influência da infiltração da água no solo e dar origem ao solo. No caso brasileiro, em função da sua loca-
o escoamento superficial em topos e encostas, é correto afir- lização geográfica e de suas características físicas, encontra-
mar que mos uma gama de solos, cada um com suas especificidades.
a] a maior infiltração e o menor escoamento superficial retar- Nesse sentido, analise as afirmativas abaixo, referentes aos di-
dam o processo de intemperismo físico e aceleram a ero- versos tipos de solos existentes no Brasil.
são. I. O solo de várzea, argiloso e tipicamente das áreas meridi-
b] a menor infiltração e o menor escoamento superficial inibem onais do país, possui grande riqueza de materiais orgâni-
a erosão e favorecem o intemperismo químico. cos, os quais são utilizados pelas populações ribeirinhas
c] a menor infiltração e o maior escoamento superficial acele- para cultivos de gêneros agrícolas de subsistência.
ram o intemperismo físico e químico e retardam o processo II. O solo de massapé, arenoso e encontrado em todo o litoral
de erosão. brasileiro, concentra grandes quantidades de nitrogênio e
d] a infiltração e o escoamento superficial aceleram, respecti- potássio, o que acabou favorecendo o desenvolvimento de
vamente, os processos de intemperismo químico e de ero- cultivos agrícolas destinados majoritariamente para expor-
são. tações.
III. O solo de terra roxa, argiloso e comum no norte do Paraná
28- Tratando-se das condições geoambientais e da ocupação e oeste de São Paulo, em função da decomposição de ro-
do semiárido brasileiro, pode-se afirmar que a desertificação é chas magmáticas, resultaram em nutrientes importantes,
um processo que conduz à degradação irreversível dos solos e favorecendo a sua utilização no plantio de culturas como o
dos demais recursos naturais renováveis. café.
Sobre o processo em pauta, assinale a opção que contém a IV. O solo conhecido como salmourão, arenoso e com grande
afirmação falsa. gradiente de fertilidade, especialmente por sua decompo-
a] A desertificação tem afetado, principalmente, a área exten- sição química e riqueza em materiais orgânicos, contribuiu
sivamente recoberta por caatinga em solos rasos de tipos para que a região Nordeste se tornasse grande produtora
variados. e exportadora de cana-de-açúcar.
b] Com a expansão do processo de desertificação, tem ocor-
rido a desorganização dos sistemas produtivos como a Assinale a opção correta.
agropecuária e o extrativismo vegetal. a] Apenas as afirmativas I e. II são verdadeiras.
c] A desertificação tem afetado, indistintamente, todos os b] Apenas as afirmativas I e IV são verdadeiras.
grandes domínios naturais do Nordeste brasileiro. c] Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
d] A desertificação é própria dos climas secos, semiáridos e d] Apenas a afirmativa III é verdadeira.
subúmidos secos. e] As afirmativas I, ll, III e IV são verdadeiras.

29- Rotação de culturas é uma técnica agrícola de conserva- AGROPECUÁRIA GERAL E DO BRASIL
ção que visa diminuir a exaustão do solo. Isto é feito trocando
as culturas a cada novo plantio de forma que as necessidades 31- Tomates de amadurecimento lento, frutas cítricas resisten-
de adubação sejam diferentes a cada ciclo. Consiste em alter- tes à geada, soja resistente à herbicida e com mais proteína,
nar espécies vegetais, numa mesma área agrícola. A rotação batatas maiores e com polpa mais densa são alguns dos pro-
de culturas é vantajosa por que dutos que estão disponíveis no mercado ou estarão nos

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próximos anos. Esses produtos referidos fazem parte do que varejista.


se poderia designar como uma Nova Revolução na agricultura,
decorrentes mais especificamente de um fato mencionado a 34- A fome pode ser caracterizada pela falta quantitativa de
seguir. Assinale-o. alimentos para satisfazer o apetite, mas também deve ser con-
a] Utilização de novos insumos agrícolas siderada pela falta de determinados elementos específicos, tais
b] Mudança climática global como proteínas, vitaminas e sais minerais indispensáveis ao
c] Realização de Reforma Agrária em áreas de solos férteis funcionamento do organismo humano e à própria vida. Entre-
d] Alterações pedológicas do meio ambiente tanto, o problema da fome no mundo não pode ser considerado
e] Engenharia genética apenas pela falta de alimentos, mas também como um pro-
blema político.
32- Em relação à Revolução Verde, assinale a alternativa cor- Analise as seguintes afirmativas e assinale V, quando verda-
reta. deira, e F, quando falsa.
a] Foi idealizada sob o pretexto de que o mundo deveria asse- ( ) A fome no mundo depende muito mais dos fatores políticos
gurar uma produção de alimentos suficiente para extermi- e econômicos como a concentração de renda, por exem-
nar a fome no planeta, principalmente nos países com pro- plo, do que da existência de condições naturais adversas
blemas climáticos severos, tais como secas, chuvas torren- à agricultura.
ciais e sujeitos a desertificação. ( ) Os países subdesenvolvidos têm predomínio de popula-
b] Estava baseada na mecanização do campo, no uso de bio- ção rural e economia baseada na produção de alimentos e
tecnologia, na concentração da renda, na monocultura e na de matérias-primas, motivo pelo qual são os maiores pro-
exportação de sementes oleaginosas. dutores e consumidores de alimentos.
c] A partir da década de 1950, com o processo de moderniza- ( ) Apesar de haver uma grande fartura de alimentos na atu-
ção, a agricultura deu um salto tecnológico ousado com o alidade, o número de famintos também aumentou. Verifica-
desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas em se um grande interesse econômico no destino dos alimen-
laboratório. Genes de diversas espécies agrícolas foram al- tos como, por exemplo, no caso da soja produzida em pa-
terados para aumentar a produtividade das lavouras, que íses com população que passa fome e é exportada para
passaram a ser cultivadas com a utilização de grande quan- alimentar gado em países ricos.
tidade de insumos agrícolas e maquinários. ( ) A modernização da agricultura provocou aumento no em-
d] A concessão de financiamentos bancários subsidiados pe- prego estrutural e o aumento na produção de bens; em
los governos, especialmente para os pequenos proprietá- consequência disso, os produtos agrícolas subiram de
rios, visando o fortalecimento da agricultura de subsistên- preço passando a ser mais valorizados que os produtos
cia. industrializados.
e] Com ela a fronteira agrícola avançou sobre as florestas, ma-
tas e campos naturais, drenando pântanos e alagadiços e A alternativa que apresenta a sequência correta é
contribuindo para o desenvolvimento de uma agricultura a] F, F, F e V.
mais sustentável e orgânica. b] V, V, F e F.
c] F, V, V e V.
33- O processo de trabalho informacional é determinado por d] V, F, V e F.
processo produtivo que introduz uma nova divisão internacional e] V, F, F e V.
do trabalho. Nesse processo, o valor agregado é gerado princi-
palmente pela inovação, tanto de processo como de produtos. 35- Um agrossistema é um tipo ou modelo de produção agrária
Aponte a afirmativa INCORRETA quanto à consequência da em que se observa quais cultivos ou criações são praticados,
evolução do emprego nos países desenvolvidos na economia quais são as técnicas utilizadas, como é a relação da agricul-
informacional. tura ou da pecuária com o espaço – tanto em termos de densi-
a] Elevação do emprego rural, devido à ampliação da produ- dade quanto da dimensão e propriedade da terra – e qual é o
ção agrícola moderna. destino da produção.
b] Declínio do emprego industrial tradicional. A partir desse conceito, qual seria a melhor forma de classificar
c] Aumento do emprego no setor de serviços relacionados à os agrossistemas?
produção e aos serviços sociais. a] Agricultura tradicional, moderna e alternativa.
d] Rápida evolução do emprego para profissionais especiali- b] Agricultura mediterrânea, plantations, itinerante e de sub-
zados. sistência.
e] Estabilidade no emprego, na atividade de comércio c] Agricultura irrigada, minifúndios e latifúndios.

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d] Agricultura de jardinagem, itinerante e mediterrânea. (3) Agricultura sustentável


e] Pecuária extensiva e intensiva. (4) Permacultura

36- A pecuária em que o rebanho é criado obedecendo a mé- ( ) É o tipo de agricultura voltado às produções alternativas
todos modernos que permitem uma seleção do gado para o que visam à preservação do meio ambiente, gerando me-
corte, reprodução ou leite, utilizando pasto plantado e rações nos impactos ambientais.
suplementares, é denominada: ( ) É o tipo de agricultura permanente que se baseia em uma
a] Pecuária Intensiva. ciência holística com o objetivo de manter o homem na
b] Pecuária Extensiva. Terra.
c] Pecuária Nômade. ( ) É o tipo de agricultura cuja produção é desenvolvida por
d] Pecuária Ultra-extensiva. famílias, que visam ao seu próprio sustento.
e] Pecuária de espaços semi-áridos. ( ) É o tipo de agricultura que cultiva um único produto (mo-
nocultura), produção essa que se desenvolve em grandes
37- A agropecuária é uma das mais antigas atividades da his- extensões de terra.
tória da humanidade, tendo passado ao longo da sua evolução
por uma série de transformações. Em relação a esta atividade, a] 3-4-1-2
analise o que se afirma a seguir. b] 4-3-1-2
( ) Apesar da grande produção de grãos existente no planeta, c] 4-2-1-3
uma parcela considerável da população mundial é atingida d] 3-4-2-1
pela fome. Este flagelo é produto muito mais de fatores po-
líticos e econômicos, estando presente, muitas vezes, em 39- A inovação nas técnicas produtivas, a mecanização e a uti-
países que são grandes produtores e exportadores de lização de insumos para melhorar a produtividade e diminuir as
grãos. perdas por causas naturais provocaram significativos impactos
( ) Os fatores de produção agrícola são: terra, capital e traba- no meio ambiente.
lho. Dependendo do maior ou menor emprego desses fa- São impactos ambientais decorrentes da produção agrícola,
tores, a atividade agrícola é classificada como extensiva exceto:
ou intensiva. a] desmatamento e lixiviação em áreas mais chuvosas, origi-
( ) Na agricultura intensiva, o aumento da produtividade é al- nando a laterização em solos férteis, tais como, os areno-
cançado com a incorporação de novas terras ao processo sos.
produtivo. b] contaminação do solo a partir do uso indiscriminado de
( ) A distribuição da população economicamente ativa por se- agrotóxicos, sobretudo na produção de alimentos orgâni-
tores produtivos, nos países centrais, revela que é o setor cos.
primário, onde se encontra a atividade agropecuária, c] poluição das “reservas de aquíferos”.
aquele que absorve menos mão-de-obra. d] reúso da água.
( ) O agronegócio da fruticultura, no Vale do São Francisco, e] assoreamento e desertificação.
permite a presença, no meio rural, não apenas da atividade
agrícola mas também de atividades dos setores secundá- 40- Estudos e criação de técnicas que buscam diminuir os im-
rio e terciário, relacionadas ao processo de produção que pactos ao meio ambiente são cada vez mais comuns, tais
aí se desenvolve. como:
a] utilização de fertilizantes químicos e utilização das curvas
A sequência correta acima é de nível
a] V F V F V b] incentivo à agricultura orgânica, sobretudo como o contexto
b] V F F F V familiar
c] V V F F F c] irrigação dos terrenos cultivados o que pode reduzir ao má-
d] V V F V V ximo o processo de sanilização, tal qual é o caso de áreas
e] F F F V V localizadas no Sertão Nordestino.
d] uso de defensivos químicos, além da utilização das rota-
38- Faça a correlação entre os tipos de agricultura e suas de- ções de culturas e do sistema de polsio.
finições. Em seguida, assinale a alternativa correta. e] intensificação do uso de máquinas para que se evite o pro-
(1) Agricultura tradicional cesso de desertificação.
(2) Agricultura moderna

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GEOGRAFIA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA BRASILEIRA A opção que descreve corretamente a estrutura socioespacial
relacionada às figuras é:
41- Observe a charge a seguir: a] Figura A: pequena propriedade – elevada produtividade
em decorrência da expansão da fronteira agrícola – policul-
tura. Figura B: grande propriedade – monocultura – traba-
lho escravo.
b] Figura A: grande propriedade – relações de trabalho servis
– produtividade elevada devido à aplicação do conheci-
mento técnico-científico na produção. Figura B: grande pro-
priedade – monocultura – trabalho escravo.
c] Figura A: grande propriedade – monocultura – produtivi-
dade relacionada à incorporação de terras e superexplora-
ção do trabalho. Figura B: pequena propriedade – mono-
cultura – desmatamento em grandes proporções da Mata
Atlântica.
d] Figura A: grande propriedade – adoção do conhecimento
técnico-científico no sistema produtivo – emprego de mão-
de-obra pouco numerosa e qualificada. Figura B: grande
propriedade – trabalho escravo – produtividade ligada à su-
perexploração da mão-de-obra e à expansão da área de
Na charge é apresentada uma prática que não é uma exclusi- produção.
vidade de países em desenvolvimento, de países pobres, ela e] Figura A: pequena propriedade – monocultura – contami-
existe em todas as economias do mundo, em todas as regiões nação dos rios e lençóis freáticos. Figura B: grande propri-
e apresenta as mais diversas formas. Essa prática é: edade – predomínio de relações escravocratas – desapare-
a] grilagem de terras. cimento da floresta de araucária.
b] invasão de terras.
c] pirataria ecológica. 43- Só produzir alimentos não é o bastante para acabar com a
d] trabalho escravo. fome. O importante - sobretudo nos países e nas regiões onde
e] trabalho por tarefa. a população rural é grande e tem taxas de crescimento demo-
gráfico elevadas - é que se consiga uma integração orgânica
42- As figuras A e B apresentam formas de produção em es- entre o combate à fome e a produção de alimentos por parte
paços e tempos distintos no território brasileiro. dos pobres que vivem no campo.
(Abramovay, R. "Folha de S. Paulo" 18/06/95.)

O texto pode ser utilizado como argumento a favor:


a] do desenvolvimento industrial.
b] do controle da natalidade.
c] da reforma agrária.
d] da distribuição de cestas básicas.
e] da exportação de produtos agrícolas.

44- Qual das alternativas seguintes NÃO faz uma afirmativa


correta sobre a situação da agricultura brasileira?
a] Nas últimas décadas, com o avanço do capitalismo no
campo, a agricultura passou por um processo de moderni-
zação; mas isso não garantiu a melhoria do padrão de vida
de grande parte dos trabalhadores rurais.
b] Nos últimos anos, a manutenção de latifúndios vem sendo
duplamente ameaçada: pela ocupação de terras e pela
queda do preço da terra.
c] Nos anos 90, o Movimento dos Sem Terra (MST) tem sido

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o mais forte movimento social em prol da distribuição da Leia a charge para responder às 3 questões que seguem.
terra no país e vem contando com o apoio de grandes pro-
prietários de terra e de grandes empresários rurais.
d] Na última década, as indústrias de alimentos inovam e di-
versificam os produtos alimentícios agregando maior valor
à matéria-prima fornecida pelos produtores rurais e transfe-
rindo renda do campo para as grandes indústrias e cadeias
de supermercados.
e] A partir da década de 1960, a modernização da produção
agrícola teve como condição básica os créditos agrícolas
garantidos pelo Estado, e os grandes beneficiários foram os
grupos sociais com maior poder político e econômico.

45- O poema e as proposições a seguir são radiografias da es-


trutura fundiária do Brasil. Analise-os e identifique a resposta
correta.
“Malditas sejam
todas as cercas
Malditas sejam
todas as propriedades privadas
que nos privam
de viver e de amar
Malditas todas as leis
aprovadas por mãos
que amparam as cercas e os bois 46- Nos últimos anos, o Brasil vem se destacando como um
e fazem da terra escrava grande exportador de produtos agrícolas, resultado do excep-
e escravizam o homem” cional desenvolvimento do agro-negócio em nosso país. Con-
(Ariovaldo Umbelino) tudo, as imagens reproduzidas na charge tornam-se cada dia
mais presentes em nossa realidade socioeconômica, pois
I. A distorção da estrutura fundiária vem se acentuando no a] os grandes lucros obtidos pela maior parte da população
Brasil com a modernização agrícola. A violência e os as- camponesa com as exportações de gêneros agrícolas vêm
sassinatos são uma constante na vida daqueles que bus- produzindo o enriquecimento dessa população e, conse-
cam o direito de possuir a terra. quentemente, uma fuga do meio rural.
II. Desde o início do processo de colonização, a terra no Bra- b] o inchaço demográfico e a falta de emprego nas grandes
sil representou um bem social, uma mercadoria cara e fun- cidades, associados às extraordinárias rendas obtidas atra-
damental para o desenvolvimento do Estado. vés da agricultura familiar, estão produzindo um crescente
III. Nas regiões Norte e Nordeste, o latifúndio está concen- processo de êxodo urbano em nosso país.
trado nas mãos das oligarquias locais e grupos econômi- c] tanto no campo quanto nas cidades, a crise econômica das
cos que impõem relações de trabalho tradicionais e algu- últimas duas décadas vem provocando a paralisação das
mas bem próximas à escravidão. atividades produtivas industriais e agrícolas e, consequen-
temente, o desemprego.
Está(ão) correta(s) d] embora o agronegócio gere grande produção e rentabili-
a] Todas as proposições dade, é caracterizado pelo latifúndio e pela mecanização da
b] Apenas a proposição I agricultura, o que resulta em desemprego no campo e
c] Apenas a proposição II êxodo rural.
d] Apenas a proposição III e] ao contrário das grandes cidades, as áreas rurais vêm se
e] Apenas as proposições I e III tornando cada vez mais dinâmicas e atrativas aos investi-
mentos externos, principalmente àqueles direcionados às
atividades industriais e financeiras.

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47- O aumento crescente da demanda por produtos livres de exploração ilegal de árvores de valor comercial.
agrotóxicos tem impulsionado a agricultura orgânica no Brasil. b] um dos problemas que os pecuaristas vêm enfrentando na
Esse sistema agrícola que se apóia no manejo sustentável dis- Amazônia é a proibição do plantio de soja.
pensa o uso de agrotóxicos sintéticos e privilegia a preservação c] a mobilização de máquinas e de força humana torna o des-
ambiental, a biodiversidade, os ciclos biológicos e a qualidade matamento mais caro que o aumento da produtividade de
de vida do homem. Com uma área plantada de 842 mil hecta- pastagens.
res, o setor movimentou cerca de US$ 1 bilhão em 2003. O país d] o superávit comercial decorrente da exportação de carne
tem 19 mil propriedades e 174 processadoras espalhadas em produzida na Amazônia compensa a possível degradação
diversas regiões. ambiental.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre agricultura, con- e] a recuperação de áreas desmatadas e o aumento de pro-
sidere as afirmativas a seguir. dutividade das pastagens podem contribuir para a redução
I. Na agricultura orgânica, a forma de produzir demanda uma do desmatamento na Amazônia.
maior utilização de mão de obra para colocar em prática o
controle biológico e o manejo integrado de pragas, consti- 49- O crescimento da economia brasileira desenvolveu-se sob
tuindo-se em alternativa para o desenvolvimento da agri- o signo dos grandes ______ e da concentração de renda. A
cultura familiar. _______ da agricultura e a concentração ______ produziram o
II. O crescimento do mercado para os produtos orgânicos não ________ acelerado, que se manifesta na formação das
se limita ao Brasil, o que tem permitido aos agricultores au- _______ urbanas. No campo, os novos padrões de ______ im-
mentar a receita, por unidade de produção, a uma razão postos pelos complexos ______ continuam a provocar a ruína
superior à da agricultura convencional. dos pequenos produtores, configurando um quadro de verda-
III. O crescimento do número de propriedades rurais em que deira tragédia social.
se pratica a agricultura orgânica invalida o debate sobre os Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas
impactos do consumo de agrotóxicos no Brasil. do texto.
IV. O sistema de agricultura orgânica é impraticável nas pe- a] agroindustriais – produtividade – das periferias – consumo
quenas propriedades rurais, pois a eliminação do uso de – favelas – monopólios – rurais.
fertilizantes e de pesticidas químicos proporciona um au- b] agronegócios – produtividade – de renda – consumo – mas-
mento dos custos de produção, o que, consequentemente, sas – investimentos – industriais.
diminui a renda da unidade produtiva agrícola. c] monopólios – crise – de terras – crescimento – franjas –
consumo – urbanos.
Estão corretas apenas as afirmativas: d] monopólios – modernização – fundiária – êxodo rural – pe-
a] I e II. riferias– produtividade – agroindustriais.
b] II e III. e] capitalistas – proletarização – fundiária – enriquecimento –
c] III e IV. favelas – modernização – agroindustriais.
d] I, II e IV.
e] I, III e IV. 50-

48- “Calcula-se que 78% do desmatamento na Amazônia te-


nha sido motivado pela pecuária – cerca de 35% do rebanho
nacional está na região – e que pelo menos 50 milhões de hec-
tares de pastos são pouco produtivos. Enquanto o custo médio
para aumentar a produtividade de 1 hectare de pastagem é de
2 mil reais, o custo para derrubar igual área de floresta é esti-
mado em 800 reais, o que estimula novos desmatamentos. Adi-
cionalmente, madeireiras retiram as árvores de valor comercial
que foram abatidas para a criação de pastagens. Os pecuaris-
tas sabem que problemas ambientais como esses podem pro-
vocar restrições à pecuária nessas áreas, a exemplo do que
ocorreu em 2006 com o plantio da soja, o qual, posteriormente,
foi proibido em áreas de floresta.”
A partir da situação-problema descrita, conclui-se que:
a] o desmatamento na Amazônia decorre principalmente da

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O gráfico representa a relação entre o tamanho e a totalidade


dos imóveis rurais no Brasil. Que característica da estrutura
fundiária brasileira está evidenciada no gráfico apresentado?
a] A concentração de terras nas mãos de poucos.
b] A existência de poucas terras agricultáveis.
c] O domínio territorial dos minifúndios.
d] A primazia da agricultura familiar.
e] A debilidade dos plantations modernos.

GABARITO
1) C 2) D 3) C 4) D 5) B
6) E 7) D 8) D 9) A 10) A
11) C 12) C 13) C 14) C 15) E
16) C 17) E 18) D 19) A 20) A
21) E 22) D 23) B 24) B 25) A
26) A 27) D 28) C 29) B 30) D
31) E 32) C 33) A 34) D 35) A
36) A 37) D 38) A 39) D 40) B
41) D 42) D 43) C 44) C 45) E
46) D 47) A 48) E 49) D 50) A

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FILOSOFIA
Rômulo Ribeiro

do corpo e da alma (ascetismo), implicando em um certo afas-


FILOSOFIA MEDIEVAL tamento das coisas materiais e do campo concreto e uma apro-
ximação de questões ideais.
Se por um lado a religião guia sobre o caminho e o destino
Este período tem início com o declínio do Império Romano do ser humano, por outro a filosofia é uma reflexão sobre as
(ano de 476, século V d.C) e vai até a conquista de Constanti- coisas na vida de maneira crítica, profunda e questionadora.
nopla pelos turcos Otomanos(1453). O termo que designa o pe- Em suma, uma determina, a outra reflete e questiona. Como
ríodo pode dar a entender que existe uma unidade de pensa- pode haver, então, uma filosofia cristã?
mento, no entanto o período é marcado por inúmeros debates A filosofia cristã é resultado da produção inicial desses pa-
e controvérsias acerca de temas como epistemologia (teoria do dres que por muitas vezes se utilizaram de concepções filosó-
conhecimento), a ciência, a metafísica, a ética, a política e a ficas, conceitos e ideias já existentes para estruturarem seus
lógica. O traço mais marcante que na maior parte dessas cor- preceitos de doutrina.
rentes são os temas místicos e religiosos. Nesse processo de “adaptação”, a filosofia perde sua auto-
O que aqui acontece é algo que os médio e o neoplato- nomia, sua independência: a idéia que por meio da razão o ser
nismo já indicava: o encontro da filosofia grega e o cristianismo, humano conseguiria conhecer tudo, aí incluso deus ou o ser su-
o vínculo e subordinação da racionalidade ante as concepções premo, foi substituída pela concepção de que a verdade já existia
religiosas, originando a filosofia cristã. e estava revelada por deus, caberia à filosofia, por intermédio de
seu método racional, mostrar ao ser humano como e porque o
cristianismo era o único caminho a ser seguido.
PATRÍSTICA
A filosofia cristã, portanto, restringe o discurso é o método
racional ao âmbito da verdade revelada por deus.
Aqui temos a Patrística, que é o estudo da obra dos pa-
O fundador da Patrística foi Justino (103 - 1065), respon-
dres da Igreja Católica que viveram entre os séculos I e IX; e
sável por fazer a ligação entre a filosofia grega e o cristianismo,
da Escolástica, a filosofia ensinada nas escolas da Igreja, entre
na medida em que considerou que a razão (lógos) que guiava
os séculos XI e XVI.
o pensamento clássico era nada mais nada menos que a pró-
De início, o cristianismo teve de se defender de ataques e
pria razão divina, dessa forma, os filósofos clássicos haviam se
perseguições (de pagãos e do Estado romano) por representar
antecipado em seu pensamento pois haviam sido tocados pelo
um culto fora do padrão e do fato social comungado. Foi neces-
lógos divino.
sário também a buscar uma coesão e unidade em suas con-
Para Agostinho, havia um vínculo estreito entre fé e razão,
cepções e teses, formulando um sistema de doutrinas e dog-
onde uma não se contrapõe a outra. A indagação racional esti-
mas que estruturasse sua crença. Essas ações de defesa e for-
mula o homem a aprender. Depois, guiado pela fé, a razão in-
mulação doutrinal foram realizadas pelos padres da Igreja entre
vestigaria e compreenderia parte das verdades divinas. A sín-
os séculos I e IX. Esse período ficou conhecido como Patrística.
tese desse pensamento está na seguinte frase de Agostinho:
O cristianismo surge como uma religião baseada na crença
“Compreender para crer e crer para compreender”.
em um único deus, criador de todas as coisas, em Jesus Cristo
Em outros termos, não caberia a razão demonstrar a fé,
e na ressurreição da carne. A partir de sua mensagem, trans-
mas deveria demonstrar que se deveria crer nas verdades divi-
mitida pelos seus seguidores (apóstolos), o cristão deveria le-
nas, pois levariam à salvação, verdades essas que estariam
var uma vida de devotada a deus e de renúncia e purificação
expressas na Bíblia.

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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro

AGOSTINHO catedrais, cumpriram o papel de dar continuidade às reflexões


filosóficas e preservar o patrimônio cultural greco-romano. Mui-
Aurélio Agostinho (354- 430) é natural de Tagaste (Souk - tas dessas escolas vieram a se tornar mais tarde as primeiras
Ahras, atual Argélia), inicialmente pagão, filho de mãe cristã e universidades europeias.
pai também pagão, iniciou seus estudos em Cartago, Roma e
Milão, tornando-se professor. Influenciado por Plotino e pelo
ceticismo, converte-se ao cristianismo e funda uma comuni-
dade religiosa na África. Sua principal obra, Confissões, conta
REALISMO X NOMINALISMO
sobre sua conversão. Morre como bispo de Hipona, norte da
África.
Foi responsável por vincular filosofia grega (principalmente A partir do século XII surgiram duas correntes filosóficas
o neoplatonismo e o estoicismo) e os preceitos da Bíblia. Muito que entraram em embates de acordo com suas distintas con-
do que se entende do Cristianismo deve-se ao Agostinho. cepções. O realismo acreditava na questão dos universais, ou
Obras: Confissões, A Cidade de Deus, Da Trindade e De Ma- seja, afirmavam que categorias e conceitos universais (como
gistro ser humano, animal, etc) possuíam uma preponderância e im-
Para Agostinho, deus era o bem e o ser supremo, en- portância maior que sua expressão sensível. O imaterial em
quanto que o mal era o inverso, ou seja, o não ser. maior grau de importância e autonomia que o material.
As procuras e indagações interiores que são tão buscadas Em contrapartida, os nominalistas acreditavam que os con-
pelo ser humano desde Parmênides, traduz-se, em Agostinho, ceitos universais são só representações da realidade, ou seja,
em deus, pois ele é a verdade suprema, o caminho a procura categorias como “ser humano” e “animal” fariam parte do ima-
de verdades humanas é o mesmo caminho a procura de deus, ginativo, não possuindo realidade nem fora nem em maior grau
nele o ser humano encontraria sua essência. Nessa concep- de importância que a realidade fora dela. O material em maior
ção, deus estaria em cada indivíduo e seria e respostas sobre grau de importância e autonomia que o imaterial.
questões fundamentais da humanidade, como: o sentido, a ori- Entre os séculos XII e XIII a europa uma quantidade subs-
gem e o fim da vida. tancial de traduções para o latim de obras gregas e árabes, fa-
Ainda para o autor, viver da busca dos prazeres sensíveis, zendo com que obras de Aristóteles, filósofo até então pouco
materiais e carnais é viver no vício, como o prazer sexual, a conhecido, se tornasse popular entre os escolásticos e tra-
ostentação, a preguiça, etc. Para ele o bem viver é se guiar zendo a tona novamente o debate entre razão e fé.
pela busca da verdade inteligível (deus), vivendo segundo o es-
pírito, não a carne. ALBERTO MAGNO (1200 - 1280)

ESCOLÁSTICA Alemão, foi mestre de Tomás de Aquino, preparou o ter-


reno teórico para seu discípulo, foi árduo interpretador e assi-
Escolástica é o nome dado à filosofia ensinada nas escolas milador dos trabalhos de Aristóteles. Produziu uma clara deli-
cristãs. Enquanto que a Patrística estabeleceu um sistema de mitação entre filosofia e religião: à teologia caberia as explica-
dogmas cristãos, aos filósofos escolásticos tornaram esses ções da revelação e outros mistérios, tais como a ressurreição,
dogmas compreensíveis a um número maior de pessoas para encarnação, trindade etc., o sobrenatural, enquanto que à filo-
disseminar o cristianismo. Alguns estudiosos situam o início sofia caberia o estudo da natureza de maneira geral, o natural.
dessa corrente filosófica no florescimento cultural que marcou Tomás de Aquino tenta formular suas teorias a partir da
o Império Carolíngio, no século IX. Seu auge, porém, ocorreu delimitação entre a razão e a fé. A razão humana não podia
na Baixa Idade Média, entre os séculos XII e XV, período no compreender o conhecimento divino; e as verdades divinas não
qual sobressaiu o pensamento de Tomás de Aquino. podiam ser demonstradas pela razão. Para ele o entendimento
Com o intuito de produzir unidade de domínio e favorecer correto da filosofia e da teologia levaria necessariamente a uma
a formação intelectual de seus funcionários, o imperador Carlos conciliação e a certa complementaridade entre elas. Isso por-
Magno incentiva a atividades intelectuais voltadas ao ensino e que, se a teologia trata das verdades reveladas, a filosofia trata
às artes. Nesse período se destaca o monge Alcuíno (730 - das verdades adquiridas pela razão. Ou seja, ambas são ver-
804) por ser responsável por produzir uma reforma educacional dades e seria necessário que houvesse concordância entre
do império priorizando a disseminação do conhecimento e das elas, caso haja conflito entre ambas então existe um erro do
escolas cristãs. processo racional, visto que não há erro na palavra divina.
As escolas carolíngias, desenvolvidas em monastérios e Para ele o filósofo deveria admitir somente aquilo que é
demonstrável pela razão e o teólogo basear-se na autoridade

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divina e na revelação: a razão humana não pode compreender planetas. Baseado na concepção aristotélica, a parte baixa ou
o conhecimento divino e as verdades divinas não poderiam ser sublunar (abaixo da lua) é caracterizada pela imperfeição, pela
demonstradas pela razão corrupção (morte) da matéria, nesse âmbito o movimento é re-
tilíneo (de cima para baixo) e é composto pelos quatro elemen-
TOMÁS DE AQUINO (1224 - 1274) tos básicos (ar, fogo, ar e água).
Na parte alta ou celeste, os planetas e as estrelas possu-
Italiano, foi padre dominicano, filósofo e teólogo, repre- íam um quinto elemento que não existia no meio terrestre: o
senta o apogeu da Escolástica. O sistema tomista estabeleceu éter, elemento que sempre existiu e não havia sido criado. O
o equilíbrio de relações entre fé e razão, entre filosofia e teolo- movimento natural dos corpos seria circular, pois perfeito, ou
gia, entre o aristotelismo e o cristianismo. Muito combatido no seja, saía e voltava ao seu local de origem.
início, acabou por se estabelecer como doutrina oficial da Igreja Essa concepção era muito aceita pela ideologia cristã do-
Católica. Obras: Suma teológica e Suma Contra os Gentios. minante que defendia que as coisas terrestres são imperfeitas
Tomas de Aquino parte de preceitos aristotélicos (Motor e decadentes, enquanto que a vida celeste ou no reino de deus
Imóvel) para comprovar a existência divina: partindo da percep- é perfeita. Tal concepção perdurou do século II ao século XVI.
ção empírica de que tudo é movimento e entendendo que todo
movimento tem uma força primária e exterior ao que move (ou NICOLAU COPÉRNICO (1473-1543)
seja, uma bola de futebol se move pois foi condicionada por um
movimento anterior e externo, um chute, por exemplo), Aquino Copérnico, astrônomo polonês, foi defensor do heliocen-
entende, assim como Aristóteles, que tudo tem uma força an- trismo, onde propôs para os tempos modernos uma nova orga-
terior e, em última análise, uma força inicial motivadora das de- nização do Universo, em cujo centro estaria o Sol. Até tal teoria
mais forças. Para Aristóteles esse é o Motor Imóvel, supras- ser aceita decorreram aproximadamente 150 anos após muita
sensível, estável, perfeito e absoluto. contribuição de cientista como Kepler, Galileu e Newton. Obra:
Para Aquino esse é Deus. Enquanto que para o primeiro, A Revolução dos Corpos Celestes (1543)
tais características não são exclusivas do Motor Imóvel, ha- Copérnico não foi o primeiro a defender um modelo helio-
vendo outras substâncias imateriais com semelhante importân- cêntrico, Aristarco, no século III, já havia proposto um modelo
cia, para o segundo só há um ser verdadeiramente absoluto. semelhante, mas por razões desconhecidas ficou esquecido
Para Aquino as concepções de humano e o que torna este por dois mil anos. Tal fato provavelmente aconteceu porque
único é sua capacidade de abstração, de intelecção, de pensa- suas concepções destoavam das ideias cristãs e das de Aris-
mento e reflexão, que o aproxima da inteligibilidade absoluta de tóteles que conquistou grande autoridade na Baixa Idade Mé-
deus. dia.

JOHANNES KEPLER (1571-1630)


FILOSOFIA MODERNA O astrônomo alemão Johannes Kepler foi um dos primei-
ros a sinalizar uma das características da ciência moderna: o
predomínio da linguagem matemática para explicar os fenôme-
No esteio de um profundo desenvolvimento científico, o ho- nos da natureza. Sua maior contribuição foi a elaboração das
mem vai refletir sobre a sua capacidade de conhecimento, so- três leis do movimento planetário que descreviam característi-
bre os métodos de investigação da natureza, sobre as formas cas naturais do movimento dos planetas.
de organização social e política e, finalmente, vai enaltecer a Seus estudos confirmaram em grande parte o que Copér-
razão autônoma como o grande bem da humanidade. A adoção nico já defendia. Uma de suas três leis confirmava, por meio de
do sistema heliocêntrico ou copernicano pela sociedade repre- uma imensidão de cálculos, que os planetas giram em torno do
sentou ou sintetizou o conjunto de transformações sociais, eco- sol em órbitas elípticas, e não circulares como até então se
nômicas, culturais, políticas e religiosas que foram necessárias pensava. Outra lei é que identificava que o sol não ocupa exa-
para o surgimento da Era Moderna. tamente o centro, mas um dos focos elípticos.
Galileu Galilei defendeu que, para conhecer a natureza, o
O SISTEMA PTOLOMAÍCO OU GEOCÊNCTRICO filósofo não deveria partir de pressupostos externos à própria
natureza, fossem elas religiosas (A Bíblia) ou categorias e con-
Estabelecido no século II, Ptolomeu (137) fundou uma con- ceitos que não despontassem da própria natureza. Consul-
cepção de Universo em que a terra está fica e circundada por tando diretamente a natureza, e estudando-a, Galileu foi se

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contrapondo à concepção aristotélica e medieval de mundo por Newton esclareceu o movimento dos planetas, as leis que re-
meio de métodos de experimentos e demonstrações práticas. gem o movimento dos corpos terrestres são as mesmas que
Sua maior contribuição foi demonstrar, em atitude cientí- regem os movimentos sobre todo o universo. É com esses dois
fica, uma oposição ao sistema vigente (ptolomaico-aristotélico), princípios que Newton estabelece, por exemplo, a dinâmica
dedicando grande parte da sua vida a coletar evidências con- gravitacional da Lua sobre a Terra.
trárias ao modelo geocênctrico e a favor do sistema heliocên-
trico ISAAC NEWTON (1642-1727)
GALILEU GALILEI (1564 - 1642) Matemático e físico inglês, é principal referência das con-
cepções da ciência moderna, consegue criar uma teoria física
Cientista e filósofo italiano, precursor da ciência moderna que unifica o movimento de todo o universo. Além de fazer vá-
e opositor das especulações metafísicas e a tradição medieval rias descobertas matemáticas e ópticas, muitos dos princípios
pautada em dogmas. Para se obter conhecimento físico do metodológicos da ciência moderna e contemporânea foram es-
mundo era necessário observação, experimentação e reflexão tabelecidos a partir dele. Principal obra: Princípios Matemáticos
racionais. Seu trabalho trouxe inúmeras contribuições metodo- da Filosofia Natural (1687).
lógicas para a ciências. Obras: Diálogos Sobre os Dois Máxi- Com simplicidade e utilizando três leis e alguns princípios
mos Sistemas do Mundo, Mensageiro das Estrelas, História e e conceitos novos,ele unificou o movimento terrestre e celeste.
Demonstração Sobre as Manchas Solares, Discursos e De- A partir desses elementos, qualquer estudioso poderia enten-
monstrações Matemáticas Acerca de Duas Ciências Novas. der o movimento de todo o Universo. A ciência passou a ser
Por intermédio da experimentação, Galileu demonstrou o mais simples e objetiva, afastou-se de explicações metafísicas
que Newton demonstraria mais tarde por meio de cálculos ma- e caminha para o estudo do objeto ao invés de buscar a causa
temáticos, o princípio da inércia e a força da gravidade, ao lan- última das coisas (deus, motor imóvel, ser absoluto), nas expli-
çar um objeto de cima de uma torre ele cai em direção ao chão cações.
(gravidade) e, ao invés de se afastar da torre, acompanha o
movimento da torre (inércia). Estas descobertas estão em sua
obra Diálogos.
Através da adaptação de um telescópio ele conseguiu RACIONALISMO
constatar que os astros sol e lua não eram perfeitos como de-
fendidos, o sol tinha manchas e a lua possuía várias crateras.
E EMPIRISMO
Percebeu também que o Universo não se resumia aos astros
do modelo ptolomaico-aristotélico, e possuía estrelas e muitos
outros astros, contribuindo para a ideia de um universo infinito. Em síntese os racionalistas, encontravam nas ideias raci-
Uma última constatação foi a de que Júpiter possuía quatro onais (a razão) a fonte de todo o conhecimento, já e os empi-
satélites que o orbitavam, depreendeu daí a conclusão de que, ristas acreditavam que é através da experiência sensível que
de igual forma, a terra poderia orbitar o sol e ter a lua como obtemos o conhecimento sobre tudo.
satélite, diferente do que era defendido até então que entendia Os racionalistas adotavam a matemática como modelo
que, por conta de como se dispunha tais astros, a Terra era ideal de conhecimento. A linguagem matemática é simples,
imóvel e estava no centro do Universo. clara, objetiva, universal e de fácil demonstração. Por tudo isso,
Galileu não produziu suas obras de forma sistemática e ci- a matemática se alçou como referência de conhecimento ver-
entífica e nem pretendeu reformar ou reconstruir o sistema ci- dadeiro e seguro. É nesse âmbito de predomínio da matemá-
entífico, porém a metodologia por ele empregada foi muito di- tica que surgem os principais sistemas racionalistas, como o de
ferente da usada até então. Sua postura criou uma autonomia Descartes, o de Espinosa e o de Leibniz.
para a produção de conhecimento que não era mais submetida Os empiristas se apoiavam, por um lado, em longa tradição
aos preceitos religiosos. que ressalta o papel primordial da experiência como base de
Isaac Newton sistematiza a chamada física moderna, es- todo o conhecimento e, por outro, nas conquistas científicas do
tabelecendo uma síntese entre a mecânica de Galileu e a as- século XVII e na decorrente metodologia de investigação criada
tronomia de Kepler criando uma unidade teórica entre os movi- principalmente por Galileu e Newton, a qual tinha na observa-
mentos que acontecem na Terra e os dos planetas. Se já não ção e na experiência dois alicerces. Três filósofos tornaram-se
fosse o bastante, ele ainda estabeleceu os princípios metodo- símbolos da concepção empirista: Locke, Berkeley e Hume.
lógicos do conjunto da ciência natural. O método cartesiano de busca do conhecimento verda-
A partir das leis de movimento e da força da gravidade, deiro tem na dúvida um instrumento central de investigação. A

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substância pensante é o fundamento de todo o nosso conheci- um método utilizado tanto para o mundo quanto para o ser hu-
mento. mano em análises de anatomia humana, por exemplo.
René Descates iniciou um processo de constante duvida O Dualismo Cartesiano explicou a existência de duas
sobre as formas de obtenção de conhecimento existentes. É da substância no ser humano, porém não conseguiu explicar como
dúvida quanto a todos os métodos desenvolvidos até então é se relacionam em forma de unidade. Outro ponto é que o autor
que ele estabelece a primeira certeza do seu sistema. estabelece no sujeito a fonte do conhecimento verdadeiro.
O seu ponto de partida inicial é de que se questiono, cogito, Espinosa acreditava que só era possível obter conheci-
logo penso, e para pensar preciso necessariamente existir mento verdadeiro por meio de procedimentos racionais e que o
como ser pensante, daí depreende - se sua análise inicial: a próprio Universo era regido por leis geométricas necessárias,
existência de um pensamento e de um ser pensante – penso, ou seja, fixas e imutáveis, que podiam ser compreendidas pelo
logo existo. homem.
O conceito básico de seu pensamento é o de substância,
RENÉ DESCARTES (1596 - 1650) que existe por si só e não depende de nada para existir, ou
seja, o único ser que não depende de outra realidade para exis-
Filósofo e matemático francês, formou-se em direito e de- tir é deus, a única substância existente e a causa por si só.
senvolveu a base do pensamento racionalista com a razão Dessa forma qualquer coisa que existia no mundo era uma ma-
como núcleo de tudo. Criando a máxima “Penso, logo existo”, nifestação divina. Tudo, inclusive o ser humano, faz parte
distinguiu mente e matéria, criando a base do pensamento du- dessa manifestação, ou seja, deus e natureza seriam uma
alista. Buscou consolidar a ciência com a base de pensamento coisa só.
humano (metafísica) e das coisas materiais (física). Principais Assim é resolvido a problemática cartesiana, já que mani-
obras: O discurso do Método, As Meditações Metafísicas, O festação material (corpórea) e ideal (pensante) fazem parte de
Tratado do Homem, O Tratado do Mundo e Os Princípios da uma só coisa, o divino, não havendo problema de comunicação
filosofia. entre elas, tal concepção, diferente do dualismo cartesiano, é
chamada de monista.
Dualismo Cartesiano
BARUCH ESPINOSA (1632 - 1677)
Descartes identificou duas substância no ser humano: a
substância pensante e a substância extensa. A primeira é o Filósofo judeu holandês, produziu análises críticas sobre
fundamento do nosso conhecimento, do nosso intelecto, que os discursos morais, à metafísicas e à Bíblia, que segundo ele
cogita, duvida, pensa e questiona, é responsável pelo nosso produzia ilusões o que fez com que fosse excomungado. De-
pensare pelo que há de verdadeiro no mundo. Faz parte do fendeu direitos individuais e separação entre Estado e Igreja.
campo ideal ou das idéias. Já o segundo está localizado no Apesar de ser acusado de ateísmo, defendeu a união intelec-
campo sensível, é onde não é possível identificar as coisas de tual entre o ser humano e a essência divina. Obras: Tratado
forma clara e precisa e onde residem os corpos que, por assim Teológico-político, Tratado Político, Tratado da Reforma da In-
o serem, possuem extensão: comprimento, largura e profundi- teligência e da Ética.
dade. Faz parte do campo material ou sensível. A organização do mundo seria feita por ordem divina, tal
Portanto, para o teórico existiam duas substâncias no ordem era considerado por ele como geométrica pois, assim
mundo, além de uma terceira que regia tudo: deus. como as proposições geométricas estão vinculadas entre si por
um sistema a partir de postulados e regras gerais, da mesma
Deus e o Inatismo forma a vida é concatenada e não solta, de maneira a formar
uma unidade, o Universo seria um grande sistema geométrico.
Para Descartes, havia um pensamento que não era criado Para ele essa ordem estava em tudo, considera assim
pelo ser humano, pois tudo criado por este tem caráter de im- como um racionalista radical. Acreditava ainda que tudo na vida
perfeição, a ideia que já nascia com o ser era a de deus, de um existia por conta de uma ordem causal, ou seja, a causa de
ser perfeito e infinito. A própria ideia de deus seria a razão de uma ideia está em outra ideia, e a causa desta, por sua vez,
sua existência como ser supremo e externo ao indivíduo. em outra e assim sucessivamente.
René Descartes acreditava que o mundo era comparado
com uma máquina que, para se entender completamente seu
funcionamento era preciso decompor em partes o todo, anali-
sando minuciosamente o comportamento das divisões. Esse foi

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GOTTFRIED LEIBNIZ (1646 - 1716) o conhecimento se desenvolvem.


Para ele as ideias eram tudo aquilo que percebido pela
De Leipzig, Alemanha é considerado o terceiro grande ra- mente por meio do contato, da experiência, não advindo de no-
cionalista depois de Descastes e Spinosa, promoveu o encon- ções ou princípio anteriores a da experiência, indo de encontro
tro da metafísica da natureza com a física humana. Obras: Dis- ao inatismo cartesiano que preconizava que ideias claras e dis-
curso de Metafísica, Novos Ensaios Sobre o Entendimento Hu- tintas já nasciam com o indivíduo, pois deus havia imprimindo
mano,Ensaios de Teodicéia e Novo Sistema da Natureza e da estas no intelecto.
Comunicação das Substâncias. Para Locke o indivíduo nascia com a mente como uma fo-
lha em branco e, de acordo com a vivência ia aprendendo no-
ções sobre a vida e construindo ideias acerca de tudo. A expe-
Verdades da Razão e Verdades de Fato
riência condiciona as ideias e ao pensamento racional.
Para ele haviam dois tipos de experiência: uma no sentido
Leibniz acreditava que a vida era regida pelo que era ne-
externo, a sensação, e outro no sentido interno, a reflexão. O
cessário e contingente.
processo de aquisição dessas ideias fazia parte de um pro-
O que caracterizava como necessário era aquilo que era
cesso duplo também: de início se aprende as ideias simples
de um forma e não podia ser de outra. Em exemplo: é neces-
sobre as coisas e, por intermédio da capacidade racional do ser
sário que um triângulo tenha três lados já que sua própria defi-
humano, em um segundo momento, é possível combinar as
nição como tal indica que é uma figura de três lados, uma figura
ideias simples com outras e desenvolver uma compreensão
de três lados precisa necessariamente ter três lados, caso con-
das coisas mais complexas do universo.
trária se cai em uma contradição. Aquilo que é necessário diz
respeito às verdades da razão, são absolutos, objetivos e pon-
tuais. GEORGE BERKELEY (1685 - 1753)
Em contrapartida, a realidade material não está definida
por princípios absolutos e lógicos, a realidade, por vezes é con- Irlandês, negou a existência de qualquer matéria na má-
tingente, ou seja, é de uma forma mas poderia ser de outra. xima “ser é ser percebido”, admitiu apenas a existência de
Dessa forma a realidade sensível não há determinismo abso- deus, de forma que o mundo seria um sistema de interações
luto, são as verdades de fato. entre o divino e os espíritos humanos, por conta disso foi acu-
Para o autor o que determinava que as coisas eram de sado de misticismo. Obras: Três Diálogos sobre Hylas e Philo-
uma forma e não de outra, apesar da contingência, por conta nous, Tratados Sobre os Princípios do Conhecimento Humano.
da vontade de deus que, dentre as possibilidades existentes, David Hume acredita que estabelecer uma ciência humana
sempre escolhia a melhor dentre as outras era fundamental pois todas as ciências que eram produzidas
eram oriundas do ser humano, portanto, entendendo o ser hu-
JOHN LOCKE (1632 - 1704) mano, o restante da produção intelectual seria muito mais facil-
mente compreendida.
Além de acreditar no conhecimento empírico, defendia que
Inglês, estudou medicina em Oxford e foi secretário político
a percepção humana se dividia em duas de acordo com a niti-
do Estado, estabeleceu as teses do empirismo, produzindo te-
dez que se possuía sobre as coisas: as impressões e as ideias.
orias políticas e sociais, discorrendo sobre funções e possibili-
A primeira constituía a mais forte, imediata e atual, uma espécie
dades de organização do Estado. Obras: Tratados sobre Go-
de dado elementar, enquanto que a segunda seriam cópias ou
verno Civil, Cartas sobre a Tolerância e Ensaio Sobre o Enten-
imagens presentes no raciocínio. Dessa forma, a percepção
dimento Humano.
imediata de uma maçã em cima da mesa ou a comendo é uma
Berkeley acreditava que a mente são substâncias espiritu-
impressão, enquanto que a palavra “maçã” é uma ideia.
ais e que as coisas materiais ou sensíveis são somente ima-
gens presentes na mente. Para ele o campo material não
existe, o vislumbre que temos do que é concreto é induzido por
DAVID HUME (1711 - 1776)
uma força divina, em outras palavras, as sensações e experi-
ências que temos no mundo material é nada mais nada menos Filósofo e historiador escocês, aplicou o método experi-
que produzidas por deus. Esse é o empirismo imaterialista. mental para compreender a mente humana, conhecido como
Para o filósofo inglês John Locke o conhecimento se esta- um dos maiores empiristas da história. Obras: Tratado da Na-
belecia por meio da relação entre ideias, com o sujeito do co- tureza Humana, Ensaios Morais, Políticos e Literários e História
nhecimento percebendo a conexão, o acordo ou desacordo en- da Grã-Bretanha.
tre as ideias. A partir dessas relações, as operações mentais e Para ele a origem das sensações não eram exatamente

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nas experiências, como Locke dizia, nem em deus, como dizia d] postulavam um princípio originário para o mundo.
Berkeley. Para Hume não havia resposta sobre a origem, era e] defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
desconhecida.
David Hume não acreditava na causalidade, entendia que 2. (Puccamp) Preparando seu livro sobre o imperador Adri-
não havia garantia empírica que comprovasse o motivo das coi- ano, Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de Flaubert
sas acontecerem, a conexão causal das coisas é suposta e não esta frase: "Quando os deuses tinham deixado de existir e o
factual. Para ele poucas certezas poderiam ser levantadas so- Cristo ainda não viera, houve um momento único na história,
bre o Universo que houvesse comprovação pragmática. entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho".
Os deuses pagãos nunca deixaram de existir, mesmo com o
triunfo cristão, e Roma não era o mundo, mas no breve mo-

EXERCÍCIOS
mento de solidão flagrado por Flaubert o homem ocidental se
viu livre da metafísica - e não gostou, claro. Quem quer ficar
sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem
o apoio e o consolo de uma teologia, qualquer teologia?
(Luiz Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses)

1. ENEM (2012) A compreensão do mundo por meio da religião é uma disposi-


ção que traduz o pensamento medieval, cujo pressuposto é:
TEXTO I a] o antropocentrismo: a valorização do homem como centro
do Universo e a crença no caráter divino da natureza hu-
“Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento origi- mana.
nário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas b] a escolástica: a busca da salvação através do conheci-
provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, trans- mento da filosofia clássica e da assimilação do paganismo.
forma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. c] o panteísmo: a defesa da convivência harmônica de fé e
As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais razão, uma vez que o Universo, infinito, é parte da subs-
condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais tância divina.
condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao d] o positivismo: submissão do homem aos dogmas instituí-
máximo possível, transforma - se em pedras”. dos pela Igreja e não questionamento das leis divinas.
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. e] o teocentrismo: concepção predominante na produção in-
Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
telectual e artística medieval, que considera Deus o centro
do Universo.
TEXTO II

Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como 3. ENEM (2018) Não é verdade que estão ainda cheios de
criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus an-
tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face tes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”,
desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos
para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro ele- séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em
mentos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a
Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira
o mundo numa teia de aranha.” eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não exis-
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. tia?”
São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um
para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação exemplo da reflexão filosófica sobre a(s):
racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de a] essência da ética cristã.
Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamenta- b] natureza universal da tradição.
ção teorias que: c] certezas inabaláveis da experiência.
a] eram baseadas nas ciências da natureza. d] abrangência da compreensão humana.
b] refutavam as teorias de filósofos da religião. e] interpretações da realidade circundante.
c] tinham origem nos mitos das civilizações antigas.

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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro

4. (Faap) A doutrina de Platão influenciou os primeiros filóso- homem. A do filósofo Agostinho é uma delas. Sua teoria está
fos medievais, Santo Agostinho, bispo de Hipona (354 a 430) e fundamentada em uma consciência do tipo:
Boécio (480 a 524), autores de "Confissões" e "Consolação da a] crítica.
Filosofia", respectivamente. Mas a Filosofia que predominou na b] religiosa.
Idade Média foi a: c] empírica.
a] Sofística d] científica.
b] Epicurista e] senso comum.
c] Escolástica
d] Existencialista 7. (ESPM - 2019) No século XIII surgiu a Escolástica, cor-
e] Fenomenológica rente filosófica que, a partir de então, dominou o pensamento
medieval.
5. (Ufu 2010) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreita- (Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades:
das Comunidades Primitivas às Sociedades Medievais)
mente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas tradu-
ções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio,
A Escolástica:
cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo
a] teve em Santo Agostinho seu maior expoente e era teo-
sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho
cêntrica;
venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão).
b] teve em Alberto Magno seu maior expoente e refutava o
(PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, Fran-
çois (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p.77.) teocentrismo, pregando o antropocentrismo;
c] teve em Tomás de Aquino seu principal expoente e foi uma
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por tentativa de harmonizar a razão com a fé;
meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apre- d] considerava que a razão podia proporcionar uma visão
senta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Pla- completa e unificada da natureza ou da sociedade;
tão. e] pregava o recurso racional da força, sendo este mais im-
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma des- portante do que o exercício da virtude ou da fé.
sas diferenças:
a] Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhe- 8. ENEM (2018) Desde que tenhamos compreendido o signi-
cimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a ficado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus
respeito do mundo é inacessível ao ser humano. existe.Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem
b] Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o
das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que
realidade além do mundo natural em que vivemos. existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto
c] Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento,
alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo. desde que se entenda essa palavra, também existe na reali-
d] Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, dade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.
a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.
nascer;
e] Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Ilumina- O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino
ção divina, a centelha de Deus que existe em cada um. caracterizada por
a] reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.
6. UEMA/PAES (2014)”Segundo o filósofo Agostinho, o ho- b] sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
mem fora criado à imagem e à semelhança de Deus, estando, c] explicar as virtudes teologais pela demonstração.
portanto, preparado para compreender a essência divina. Con- d] flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.
tudo, em virtude do pecado de Adão – o chamado pecado ori- e] justificar pragmaticamente crença livre de dogmas.
ginal -, o homem decaíra. Como todo ser humano nasce em
consequência do ato procriador (pecado original), todo ser hu- 9. ENEM (2015) Ora, em todas as coisas ordenadas a algum
mano nasce manchado pelo pecado de Adão”. fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja direta-
Fonte: AGOSTINHO, Santo. Confissões. mente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para
São Paulo: Paulus, 1997. (adaptado) diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chega-
ria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido
Existem várias formas de se tentar explicar a origem do ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam

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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro

toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens Filosofia Patrística e Santo Agostinho liderou a Escolás-
de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade tica.
dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o d] Foi um período que ficou na média por ter preservado o
homem de um dirigente para o fim. saber greco-romano da destruição causada pela Santa In-
AQUINO, T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos quisição.
políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado). e] Foi uma importante era da história da humanidade em que
René Descartes e Galileu Galilei lançaram as bases da ci-
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como ência moderna, em contraposição ao teocentrismo do pen-
o regime de governo capaz de: samento grego.
a] refrear os movimentos religiosos contestatórios.
b] promover a atuação da sociedade civil na vida política.
c] unir a sociedade tendo em vista a realização do bem co-
12. ENEM (2014) A filosofia encontra-se escrita neste grande
livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é,
mum.
o universo), que não se pode compreender antes de entender
d] reformar a religião por meio do retorno à tradição helenís-
a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito.
tica.
Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triân-
e] dissociar a relação política entre os poderes temporal e es-
gulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos
piritual.
meios é impossível entender humanamente as palavras; sem
eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.
10. (UFF 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino GALILEI, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana
e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão na- No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a
tural, inclusive a respeito de certas questões da religião. Dis- posição de Galileu significava defender a:
correndo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, a] continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na
ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. Idade Média.
A primeira refere-se a verdades da revelação que a razão hu- b] necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do
mana não consegue alcançar, por exemplo, entender como é exame matemático.
possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é com- c] oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da
posta de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que filosofia escolástica
Deus existe. d] importância da independência da investigação científica
A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor ex- pretendida pela igreja.
pressa o pensamento de Tomás de Aquino. e] inadequação da matemática para elaborar uma explicação
a] A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade. racional da natureza.
b] O ser humano só alcança o conhecimento graças à reve-
lação da verdade que Deus lhe concede. 13. ENEM(2013)
c] Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar cer-
tas verdades por seus meios naturais. Texto I
d] A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca
de Deus. “Há já algum tempo eu me aprecebi de que, desde meus
e] Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verda-
nada pode conhecer d’Ele. deiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão
mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto.
11. (UNICENTRO - 2019) Do ponto de vista das reflexões filo- Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, des-
sóficas contemporâneas sobre o que foi a chamada Idade Mé- fazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e
dia, é correto afirmar: começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme
a] Constituiu-se num período em que o saber não evoluiu, re- e inabalável”.
presentando uma “longa noite de mil anos”. DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia.
b] Foi um período em que o saber filosófico esteve atrelado São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
ao saber religioso, tendo a filosofia como “serva” da teolo-
gia, ou seja, um saber voltado a fundamentar racional-
mente os dogmas da fé.
c] Foi um período em que Santo Tomás de Aquino liderou a

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FILOSOFIA • Rômulo Ribeiro

TEXTO II 15. ENEM (2016) Nunca nos tornaremos matemáticos, por


exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstra-
“É o caráter radical do que se procura que exige a radica- ções feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resol-
lização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos,
ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem
daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. As-
não será seguramente nenhuma daquelas que foram anterior- sim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas
mente varridas por essa mesma dúvida”. histórias.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. DESCARTES, R. Regras para a orientação do espírito.
São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). São Paulo: Martins Fontes, 1999.

A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o co-
viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se: nhecimento, de modo crítico, como resultado da
a] retomar o método da tradição para edificar a ciência com a] investigação de natureza empírica.
legitimidade. b] retomada da tradição intelectual.
b] questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e c] imposição de valores ortodoxos.
concepções. d] autonomia do sujeito pensante.
c] investigar os conteúdos da consciência dos homens me- e] liberdade do agente moral.
nos esclarecidos.
d] buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos 16. ENEM (2014) É o caráter radical do que se procura que
e ultrapassados.
exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o
e] encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam
espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que apare-
ser questionados.
cer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria
dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram
14. Leia o trecho a seguir: “[…] é quase impossível que nossos anteriormente varridas por essa mesma dúvida.
juízos sejam tão puros e tão sólidos como teriam sido se tivés- SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade.
semos tido inteiro uso de nossa razão desde a hora de nosso São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
nascimento, e se tivéssemos sido conduzidos sempre por ela.”
(DESCARTES, René. Discurso do Método. Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical
São Paulo: Martins Fontes. 1996, p. 17). da filosofia cartesiana tem caráter positivo por contribuir para
o(a):
A Razão Cartesiana inaugurou, na modernidade, uma forma de a] dissolução do saber científico.
se pensar a partir de uma linguagem racionalista, inspirada em b] recuperação dos antigos juízos.
modelos matemáticos. Esse modelo racional pretendia servir c] exaltação do pensamento clássico.
como guia para o conhecimento da realidade. Sobre o método d] surgimento do conhecimento inabalável.
cartesiano, é correto afirmar que: e] fortalecimento dos preconceitos religiosos.
a] tem sua formulação mais bem acabada na obra “Crítica da
Razão Pura”. 17. ENEM(2013) ”Os produtos e seu consumo constituem a
b] consistia em colocar o mundo, a realidade, “entre parênte-
meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi
ses”, operando assim em uma “redução fenomenológica”.
proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como ex-
c] foi duramente combatido pelos filósofos contemporâneos
pectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No en-
a Descartes, não tendo assim exercido influência em ne-
tanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por
nhuma geração posterior.
pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Ilu-
d] consistia em duvidar de tudo e, a partir da dúvida, recon-
minismo, não surgiu ‘de um prazer de poder’, ‘de um mero im-
duzir o pensamento à possibilidade da realidade, processo
perialismo humano’, mas da aspiração de libertar o homem e
que se sintetiza na frase: “penso, logo existo”.
de enriquecer sua vida, física e culturalmente”.
e] tem seu apogeu no século XV, quando a entra em declínio CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques.
a filosofia escolástica. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).

Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon,


e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de
saber que almeja libertar o homem das intempéries da

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natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta
em: suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impres-
a] expor a essência da verdade e resolver definitivamente as são sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.
disputas teóricas ainda existentes. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento.
b] oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).

ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.


c] ser a expressão da razão e servir de modelo para outras Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza
áreas do saber que almejam o progresso. do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite
d] explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza assumir que Descartes e Hume:
e eliminar os discursos éticos e religiosos. a] defendem os sentidos como critério originário para consi-
e] explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais derar um conhecimento legítimo.
e impor limites aos debates acadêmicos. b] entendem que é desnecessário suspeitar do significado de
uma ideia na reflexão filosófica e crítica
c] são legítimos representantes do criticismo quanto à gê-
18. ENEM (2015) “ Todo o poder criativo da mente se reduz a nese do conhecimento.
nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar
d] concordam que conhecimento humano é impossível em re-
ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a ex-
lação às ideias e aos sentidos.
periência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não
e] atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no pro-
fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e
cesso de obtenção do conhecimento.
montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo
virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir
de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura
e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar”.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano.
São Paulo: Abril Cultural, 1995.

Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão


ao considerar que:
a] os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensa-
ção.
b] o espírito é capaz de classificar os dados da percepção
sensível.
c] as ideias fracas resultam de experiências sensoriais deter-
minadas pelo acaso.
d] os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser
processados na memória.
e] as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos da-
dos são colhidos na empiria.

19. ENEM (2012)

TEXTO I

Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enga-


nosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já
nos enganou uma vez.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

TEXTO II

Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma


ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado,

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SOCIOLOGIA
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diferentes, como: cultivo das artes, cultivo das letras e das ci-
CULTURA ências

DENYS CUCHE (1947 - )


A cultura consiste em um conjunto de hábitos, costumes,
valores, ideias, comportamentos, formas de viver, memórias e Etnólogo francês, é mestre de conferência na Universidade
princípios, que serve de referência ao que somos e por meio do de Sorbonne, na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais
qual nos relacionamos com os nossos semelhantes. É por in- Paris V. É precursor em pensar a unidade da humanidade para
termédio dela que podemos identificar situações e entender o além dos termos biológicos, entrando em confronto com os
que acontece ao nosso redor. pensamentos “naturalizantes” das organizações humanas e
Os seres humanos são portadores da capacidade de se- centrando na cultura o elemento chave de entendimento da so-
rem, ao mesmo tempo, individuais e coletivos, pertencente a ciedade.
uma cultura que compartilha com quem se relaciona (coletivi- O sentido de cultura como acúmulo de conhecimento e in-
dade) e que, por sua vez, ajuda a construir sua identidade (in- formação ao ser usado como forma de distinguir classes soci-
dividualidade). ais, logo transpôs a ideia de educação e noção de comporta-
mento, induzindo a construção de regras de etiqueta e de boa
HISTÓRICO maneira de determinados grupos sociais.
Desde então, passou-se a chamar pessoa com cultura
Cultura vem do latim colere que significa cultivo da terra, aquela com aquisição educacional, informativa e com compor-
relacionado a agricultura, com o tempo o termo passou a de- tamento padrão das elites (grupo social que possuía tal
signar aquilo que é cultivado mentalmente, não apenas a se- acesso), oriundo da época das monarquias europeias, porém
meadura da terra, mas também do espírito. se estendendo à classe burguesa e à classe média alta.
Com o movimento do Iluminismo na Europa do século O sociólogo Norbert Elias estudou a mudança de tais con-
XVIII, passou-se a entender a cultura como o acúmulo do co- ceitos e percebeu que a partir do século XVII, todos os traços
nhecimento científico e filosóficos, o cultivo abstrato das idéias: culturais que a elite adotava (higiene, indumentária, relaciona-
ter cultura significava, então ter conhecimento, cultivar ideias e mentos, moral, etc) passaram a se referir a outro conceito im-
acumular saberes. portante: o de civilização. Opondo sua própria referência cultu-
Como leitura e aquisição de saber são obtidos por meio do ral a de outros povos que, por possuírem traços culturais dis-
sistema educacional ou acesso literário, pessoas cultas passa- tintos, eram considerados rudes, primitivos ou selvagens. É o
ram a ser entendidas como aquelas que conseguem obter es- princípio do etnocentrismo.
ses benefícios, ou seja, a elite econômica e política, a burgue-
sia e a nobreza. Em linhas gerais, a cultura ficou associada à NORBERT ELIAS (1897 - 1990)
classe social, a elite passou a ser vista como culta.
O sociólogo e antropólogo francês, Denys Cuche, em seu De Breslau, Polônia, fugiu do nazismo e se refugiou na
livro A noção da Cultura nas Ciências Sociais (2012) explica França e depois viveu por muito tempo na Inglaterra. Professor
que, a partir do momento em que adquiriu o sentido figurado, a da Universidade de Leicester e tem como livro mais importante
cultura passou a ser aplicada a diversas práticas e atividades O Processo Civilizador em que descreve a ascensão da

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SOCIOLOGIA • Rômulo Ribeiro

burguesia como classe dominante e na transformação que isso observação extremamente detalhada, onde procurou eviden-
produziu nos hábitos e costumes da sociedade europeia. ciar a função de cada traço cultural em uma dada sociedade,
O estudo de Elias permitiu entender que o conceito de cul- escola de pesquisa científica que ficou conhecida como funcio-
tura é histórico e varia de local para local e de época para nalista.
época. Dessa forma, é necessário analisar uma cultura em fun-
ção ao grupo que pertence e não usada para desqualificar ou- FRANZ BÓAS (1858 - 1942)
tros grupos ao qual não faz parte.
O primeiro a conceituar a cultura como uma bagagem ad- De Minden, Alemanha e físico de formação, foi para os
quirida de conhecimento, práticas, crenças, comportamentos E.U.A. se dedicar a Antropologia. Considerado um dos funda-
etc, foi Edward Burnett Tylor explanando que tal aquisição era dores da antropologia estaduniense, foi curador do Smithso-
feita de geração a geração por meio do aprendizado. No en- nian e professor da Universidade de Columbia, formou diversos
tanto, aplicou uma visão inspirada no evolucionismo darwini- antropólogos. Obras: A mente do Ser Humano Primitivo (1938),
ano, desenvolvendo uma visão de culturais mais e menos evo- Antropologia Cultural (1940) e Arte Primitiva (1889 - 1916).
luída.

EDWARD BURNETT TYLOR (1832 - 1917)


CULTURA NO SÉCULO XX
Antropólogo britânico considerado o pai do evolucionismo
social. Era conservador do museu Pitt-Rivers e professor da
Universidade de Oxford. Sua maior obra é Cultura Primitiva. O conceito de cultura se modifica no século XX principal-
A ideia do evolucionismo social foi por muito tempo utili- mente por conta de dois fatores: a instabilidade política euro-
zada na europa, partindo do pressuposto de que as sociedades péia e o assíduo trabalho dos antropólogos.
evoluíam da mesma forma que espécies animais. Nessa visão A europa passa por um momento de instabilidade política
a sociedade européia seria a mais evoluída e as demais repre- e é palco de conflitos armados, como a Primeira e Segunda
sentariam o passado ultrapassado e “atrasado”. Essa é uma Guerra Mundial, fazendo com que os estudiosos revejam seu
característica básicia do etnocentrismo e, no caso específico foco e valorização ao continente: enquanto a região sofria com
supracitado, o eurocentrismo. a destruição de seu patrimônio, dizimação da população e su-
Segundo Anthony Giddens, o etnocentrismo é “julgar as mária imigração, outras localidades do mundo, antes vistas de
outras culturas utilizando como medida de comparação a forma pejorativa ou atrasada, conseguiam resistir à crise mun-
nossa”. Foi o que aconteceu na europa, utilizando sua própria dial.
cultura de modelo e desvalorizando as demais. Os estudos antropológicos permitiram entender e revisar
O reflexo disso foram as construções de visões preconcei- as diferentes culturas que agora estavam no cerne das análi-
tuosas e pejorativas sobre as sociedades, que eram utilizadas ses.
como justificativas para a dominação européia sobre outros po- Claude Levi-Strauss foi um dos principais teóricos que es-
vos e intervenção em outras culturas. tudou diferentes tipos de sociedade com diferentes culturas,
identificando os padrões e estruturas elementares universais,
ANTHONY GIDDENS (1938 - ) como as relações de parentesco que existem em todas elas,
identificando, ainda, que tais padrões vão variar de acordo com
Sociólogo britânico mais lido atualmente, é considerado a forma que cada sociedade se organiza e se integra com o
um dos primeiros teóricos a trabalhar o conceito de globaliza- todo.
ção. Foi professor de Cambridge e diretor da London School of
Economics and Political Science. Recebeu o prêmio príncipe CLAUDE LEVI-STRAUSS (1908 - 2009)
de Astúrias em Ciências Sociais. Principais livros são: As Con-
sequências da Modernidade (1990), Modernidade e Identidade Antropólogo e filósofo nascido em Bruxelas, Bélgica, mo-
(1991), Sociologia (2014, sétima edição). rou boa parte da vida na França. Professor honorário do
Dois são os principais teóricos que rejeitaram os princípios Collegé de France, membro da Academia francesa e professor
evolucionistas. O primeiro deles é Franz Bóas que entendia que da USP, no Brasil, onde produz a base do seu livro Tristes Tró-
a sociedade devia ser estudada a partir da própria história. Bro- picos (1955). Considerado fundador da Antropologia Estrutu-
nislaw Malinowski (1842 - 1942) é outro estudioso que dedicou ralista.
o estudo a povos não europeus de maneira indutiva e de Por entender que a estrutura social era a espinha dorsal

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SOCIOLOGIA • Rômulo Ribeiro

de uma sociedade ao se articular com a realidade material por CULTURA E GLOBALIZAÇÃO


meio das diversas formas de expressão da sociedade (desde a
língua aos mitos e destes à cultura), Levi-Strauss e seus segui- A globalização tem início desde o início das Grandes Na-
dores são chamados de estruturalistas. vegações no século XV com o aumento do contato entre popu-
Ainda em grau de importância, Clifford Geertz, entende lações distantes e distintas e têm intensificado de maneira ex-
que a cultura é o conjunto de significados que um determinado ponencial no século XX e XXI principalmente com a sofistica-
grupo social desenvolve e compartilha sobre as coisas. Por- ção dos meios de comunicação que permite um maior e mais
tanto, para que possamos entender o significado das práticas rápido contato entre povos e culturas diferentes de maneira
de um povo é preciso entender o que significa para aqueles que permanente o que, por um lado, permite uma aproximação en-
o adotam e praticam. Esse é o método interpretativo presente tre comunidades de todo o planeta, por outro, abre precedente
na Antropologia Interpretativa, que analisa o conteúdo o dis- para uma sumária e massiva assimilação de traços culturais de
curso e a narrativa com os quais os povos justificam suas atitu- países que possuem maior domínio econômico e político, fa-
des e comportamentos zendo com que seus padrões culturais se tornem mundiais em
detrimento de outros países sem tanta preponderância.
CLIFFORD GEERTZ (1926 - 2006)
CULTURA E IDENTIDADE
Professor emérito de Pinceton, Nova Jersey, E.U.A., é con-
siderado fundador da Antropologia Interpretativa ou Simbólica. Dentro do mundo globalizado o elemento cultural é funda-
Seus principais trabalhos foram realizados na Indonésia e em mental, pois é por intermédio dela que conseguimos firmar
Marrocos e mudaram o referencial em como realizar pesquisa nossa identidade coletiva.
antropológica. A humanidade passa por um processo de assimilação da
cultura a qual faz parte, o processo de socialização é respon-
sável por isso, apresentando língua, moral e regras da família
CULTURA NO SÉCULO XXI que pertence, depois o círculo de aprendizado se expande para
a vizinhança e escola, posteriormente a cidade, estado e país.
Dessa forma o indivíduo vai progressivamente assumindo e
ocupando sua identidade coletiva.
As pesquisas antropológicas sobre cultura foram gradativa- Nesse processo, formas de pensar, viver e enxergar o
mente passando de posturas superficiais e de aparências para mundo são transmitidas e produzem efeitos em como a pessoa
uma aproximação maior entre pesquisador e povos pesquisa- irá se comportar.
dos, dando ênfase em elementos simbólicos e encarando a cul- Aliado a dimensão social, a individualidade e a subjetivi-
tura como resultado de uma construção histórica da sociedade, dade individual, ou seja, a forma específica que cada pessoa
desenvolvendo traços muito específicos que podem variar de enxerga o mundo, acredita e age em sociedade, também irá
acordo com o espaço e o tempo, permitindo uma gama de cons- influenciar na construção identitária, pois o indivíduo jamais
trução e expressão simbólica, como: mensagens, crenças, filo- abandona sua dimensão individual.
sofias, cosmologias, mitos, narrativas, tabus, crenças etc. Assim, e de maneira constante e progressiva, o indivíduo
A tendência de estudos atuais é o relativismo cultural, que vai construíndo sua identidade, vinculando o espectro mais ge-
considera que a cultura faz parte de uma construção social e ral, coletivo e social, juntamente com aquilo que cada pessoa
histórica de determinado grupo social de acordo com sua loca- tem de mais íntimo, único, pessoal e individual. Dessa forma,
lidade e seu período de desenvolvimento, abordando sempre pode-se dizer que o que estabelece a ligação entre essas duas
as especificidades e as características que irão variar de dimensões é a cultura, sendo esta elementar no processo de
acordo, também, com o espaço e tempo. Portanto, a cultura construção da identidade.
não é algo natural, inato, mas faz parte de um processo cons-
trutivo na sociedade, que, ao mesmo tempo que influencia no
comportamento dos indivíduos na coletividade, sofre influência
das individualidades na sociedade, em uma dinâmica entre o
pessoal e o social.
O relativismo, portanto, leva em consideração essa dupla
dimensão da cultura e permite entender as particularidades,
respeitando as diferenças coletivas, sejam elas biológicas, cul-
tural ou individual.

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século XX. Contribuiu com o debate e desmistificação de ideo-


CONCEITOS BÁSICOS logias políticas de seu tempo.
DE SOCIOLOGIA
INSTITUIÇÕES SOCIAIS

Conjunto de normas, regras, valores e práticas reconheci-


SOCIALIZAÇÃO dos e aceitos (legitimados) por determinada sociedade. São or-
ganizados em grupos que representam simbolicamente tais
Processo de aprendizagem das estruturas sociais e cultu- elementos, possuindo atribuição a cada um dos membros per-
rais que todo indivíduo percorre dentro de uma sociedade. tencente no cumprimento de papéis sociais. Possui enorme na
Constitui a apreensão de elementos fundamentais de uma so- vida social dos indivíduos.
ciedade que guia o comportamento do ser humano em deter- A quantidade e a regularidade de uma instituição social va-
minada sociedade. ria de acordo com cada sociedade, não havendo padrão global
O processo de socialização,como forma de aprendizagem para cada uma delas.
cultural, é responsável pela aquisição de traços culturais e é A principal e primeira instituição social existente é a família,
fundamental no desenvolvimento do ser no que cabe a sua responsável por repassar normas e valores básicos de um
ótica de mundo (cosmologia), bem como suas crenças e induz grupo e do meio que vive para o novo indivíduo. Outras institui-
uma grande influência em sua conduta social. ções sociais são: a igreja, a escola, a mídia, grupo de amigos,
Segundo Anthony Giddens, a socialização possui duas associações, o Estado, etc.
principais fases: infantil e adulta. Tem início a partir dos primei-
ros contatos da criança com o ambiente social, tendo, portanto, GRUPOS SOCIAIS
a família como primeira e principal instituição a desenvolvê -la.
Tal processo não está limitado ao período infantil, se perpetua
São associações humanas que possuem um nível mínimo
durante a vida adulta proporcionalmente às experiências adqui-
de interação (relação entre si), consciência de grupo ( se com-
ridas, alterando constantemente comportamentos e compreen-
portam como “nós” e não como “eu”) e certos valores, princípios
sões de mundo dos indivíduos.
e objetivos comuns entre si.
Uma característica marcantes é que os grupos sociais são
CONTROLE SOCIAL superiores e exteriores aos participantes individualmente, ou
seja, sua existência não depende de um sujeito especifica-
É o conjunto de mecanismos que uma determinada socie- mente, e com sua saída o grupo continuará existindo.
dade ou grupo possui para organizar e intervir no comporta- Grupos sociais são classificados de acordo com o nível de
mento e conduta de indivíduos com o intuito de manter a har- contato que seus membros possuem entre si. Tais são: primá-
monia social em conformidade com seus preceitos legais e cul- rios, secundários e intermediários.
turais. São utilizados, também, como forma de interceder em Primários são grupos em que os indivíduos mantêm uma
situações de prováveis mudanças sociais. relação de maior proximidade ou intimidade entre si. Exemplos:
Para Norberto Bobbio, existem dois tipos de controle so- Família, grupo de amigos, etc.
cial: os externos e os internos. Nos grupos secundários seus membros sustentam um ní-
As formas de controle externa induzem sanções (legais ou vel de proximidade menor e mais formal. Exemplos: Igreja, tra-
sociais) àqueles que não se dispõem a cumprir determinadas balho, Estado, etc.
normas dentro de uma sociedade. Já o intermediário possui os dois níveis de proximidade em
Já as formas de controle interna agem por meio individual, seu bojo: tanto níveis altos quanto baixos de proximidade.
são delimitações feitas por cada sujeito de maneira a adequar Exemplo: escola.
sua consciência de acordo com valores específicos de cada
meio. STATUS E PAPEL SOCIAL
Norberto Bobbio (1909 - 2004) Status social está vinculado a posição que determinado su-
jeito ocupa na sociedade, bem como como quais funções de-
Conhecido por produzir obras densas na área de política, sempenha - e se espera que desempenhe - de acordo com
filosofia e direito, porém muito didáticas, o pensador italiano é essa posição. É através das práticas, dos vínculos e das fun-
considerado um dos grandes intelectuais da ciência política do ções que um indivíduo desempenha em determinado meio

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social que é possível verificar seu status,dessa forma, profis- Por conta das disputas, a concorrência e os conflitos são
são, relações sociais que mantêm, núcleo familiar, classe so- constantes dentro dessa estrutura, onde, aqueles que ocupam
cial, a exemplo, serão definidores para constatar qual status os estratos superiores, visam manter suas posições, enquanto
determinado indivíduo possui. que os que estão mais abaixo na hierarquia tentam superar os
Os status podem ser atribuídos (quando uma posição é obstáculos para alcançar posições mais altas. Essa dinâmica
ocupada independente da ação do indivíduo, como: “filho pri- também se faz presente de forma constante no capitalismo mo-
mogênito”, “parente de celebridade”, etc) ou podem ser adqui- derno.
ridos (quando a posição é conquistada por intermédio da ação,
como: “concursado”, “professor doutor”, “criminoso”, etc). DESIGUALDADES SOCIAIS
O papel social é uma categoria complementar ao status
social. Este primeiro discorre sobre as obrigações e os benefí- A desigualdade social envolve distanciamentos sociais que
cios que cada indivíduo possui por possuir um status social; é possuem uma dificuldade muito grande em serem transpostos
o ônus e o bônus, os direitos e deveres da pessoa que possui e existem em relação a grupos étnico culturais, regionais, polí-
determinada posição em uma sociedade. Dessa forma: um pro- ticos e econômicos. Dentro dessa dinâmica estão presentes
fessor deve passar conhecimento, um motorista deve guiar também instituições e as próprias relações sociais.
dentro das regras de trânsito, uma enfermeira deve cuidar dos Florestan Fernandes identifica o Brasil em sua obra A In-
pacientes, um pai deve cuidar dos filhos, etc. tegração do Negro na Sociedade de Classes (1964), não só
como uma país economicamente periférico, mas como um pro-
INTERAÇÃO SOCIAL pagador da periferia internamente, na medida que permite a
propagação de zonas de exclusão social pela imposição de mo-
Constitui uma ação envolvendo duas ou mais pessoas em dos de vida subalternos e não cidadãos. As análises críticas
um processo comunicativo, onde há o mínimo de troca intera- atuais apontam que tais desigualdades são historicamente
tiva (informações, emoções, etc.) e transformando o ser hu- construídas.
mano em ser social.
A interação é elemento indispensável para a constituição e PROCESSOS SOCIAIS
o desenvolvimento de uma sociedade, é por intermédio dela
que as redes de relações são firmadas, as práticas e compor- São as formas pelas quais os indivíduos organizam e es-
tamentos são firmadas e que se estabelece a relação básica de tabelecem suas interações sociais e, por cada indivíduo ter
comunicação. suas singularidades, esses processos irão variar bastante.
A interação pode ser recíproca, quando as partes envolvi- Os processos sociais variam em associativos ou dissocia-
das interagem entre si (indivíduos ou grupos), ou pode ser não tivos na medida em que ou estabeleçam relações positivas, de
recíproca, quando não há interação e só existe a passagem de consenso e cooperação ou relações de divergência e oposição.
informação de maneira unilateral. São processos associativos: cooperação, acomodação e
assimilação. No primeiro os indivíduos juntam-se entre si para
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL alcançar um objetivo comum. O segundo é uma prática de acei-
tação sobre algo imposto, seja por outro indivíduo, seja pela
O conjunto de status sociais formam uma estrutura hierar- sociedade. E o terceiro diz respeito a um processo pelo qual
quizada denominada de Estratificação Social que, de maneira indivíduos ou grupos distintos tornam-se mais semelhantes.
simbólica, pode ser representada por uma pirâmide, onde os
indivíduos são posicionados, de forma ascendente, de acordo SOCIOLOGIA E VIOLÊNCIA
com o poder econômico e político dentro de uma dada socie-
dade, a base e o topo representam, respectivamente, indiví- A violência é uma prática humana recorrente e atinge todo
duos com baixo e alto poder. o grupo humano sem distinção e existe em diversos momentos
O acesso aos baixos estratos da pirâmide é relativamente e lugares.
fácil, porém, à medida em que se busque escalar posições, o Achados arqueológicos encontrados em 2012 no Quênia
nível de competição aumenta e com ela a dificuldade. É neces- mostram um grupo de 27 esqueletos fossilizados com o crânio
sário frisar que a possibilidade de mudança de estratos é dinâ- perfurado, dando indicativo de que um grupo de ser humano foi
mica em sistemas como o capitalista contemporâneo, no en- atacado por outro. Esse é um dos mais remotos achados, da-
tanto, em sistemas de castas, a exemplo, é praticamente im- tando de 10 mil anos atrás, demonstrando que a prática vio-
possível. lenta é tão antiga quanto a espécie humana

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A ideia de castigo e controle social permitiu a legitimação Os campos de extermínio, judeu, comunista e homesse-
da violência ao longo da história, tais atos punitivos violentos xual do nazimo, as bombas nucleares jogadas pelos E.U.A. no
não necessariamente eram motivados por raiva e ódio, mas Japão no final da Segunda Guerra Mundial, prisões arbitrárias
como uma sanção equiparada ao ato infracional. no governo de Stálin na União Soviética, perseguições e desa-
A violência vem a se tornar endêmica (constante em qual- parecimentos de pessoas nas ditaduras da América Latina
quer lugar ou período) a partir do estabelecimento da proprie- põem em debate e discussão o uso da violência pelos Estados.
dade privada, da acumulação de riquezas e da legitimação de Qustionamentos como: todos os cidadãos estão de acordo
formas de poder central e controle. com tais atitudes do Estado? As formas violentas de atividade
Na medida em que reinos e principados começam a ser do Estado visa somente a manutenção da ordem ou calar críti-
demarcados, o uso da força e violência para manter a ordem, cas, dissidências e posicionamentos contrários? Dessas ques-
suprimir revoltas e enfrentamento de outros povos se tornou tões são criadas organizações internacionais com o intuito de
uma prática regular. As guerras, como enfrentamento contínuo arbitrar e interferir sobre assuntos de relações exteriores e in-
entre nações, se tornaram ponto principal na busca da sobera- teriores de Estados membros, a violência é o principal ponto a
nia dos países e de sua história, centralizando o uso da força e ser abordado. Tais organizações podem julgar a legitimidade
da violência como elemento fundamental para o exercício do ou não do uso de armamentos que possam ameaçar a paz e a
poder, seja para o ataque, seja para defesa, seja para o diálogo ordem interna dos países e sobre o equilíbrio das relações in-
diplomático. ternacionais.
É nesse ponto que violência, poder, controle social e Es-
tado se misturam e confundem-se, tornando a utilização vio- CRIMINALIDADE
lenta como mecanismo de defesa dos cidadãos e do Estado.
Sobre essas questões, Michel Foucault entende que o po- O crime consiste no desrespeito, intencional ou não, da or-
der político é utilizado como uma força disciplinadora que cons- dem estabelecida e consiste em uma das principais preocupa-
tantemente materializa-se em atos de violência, fiscalização, vi- ções da Sociologia.
gilância e punição. Émile Durkheim é um dos primeiros sociólogos a abordar
o crime não mais como uma prática individual, a partir de ca-
Michel Foucault (1926 - 1984) racteres que desumanizam tanto o crime quanto o praticante (a
partir de concepções que fantasiavam ou metamorfoseava em
Nascido em Pointers, França, foi considerado pós-estrutu- monstro a prática e o praticante, bem como o entendimento de
ralista e pós-modernista, mas rejeitou tais denominações. Leci- que o crime é resultado de uma personalidade desviante), e
onou na Universidade de Túnis, na Tunísia e no Collegè de analisa o crime como prática coletiva, em seus termos, anô-
France. Ficou conhecido como intelectual com sua obra Histó- mica, ou seja, fora das regras e normas sociais comungadas e
ria da Loucura (1961). Outras obras como Arqueologia do Sa- aceitas.
ber (1969), A Ordem do Discurso (1970), Vigiar e Punir (1970) Robert Merton entendeu o desvio como uma prática ori-
e Microfísica do Poder (1978). unda da própria sociedade, sociedade esta que oferece objeti-
Max Weber é o autor clássico que identifica o Estado como vos comuns a serem alcançados, porém restringe a poucos os
instituição com o monopólio do uso legítimo da força como meios pelos quais alcançá-los, fazendo com que parcela dos
forma de se instituir enquanto governo de determinado territó- sujeitos procure uma forma alternativa pela qual atingi-los.
rio.
Hannah Arendt, em seu estudo sobre o totalitarismo, ana- Robert K. Merton (1910 - 2003)
lisou formas de poder em que o Estado extrapola seus limites
estabelecidos de violência pelo chamado estado de direito, lo- Sociólogo estadunidense e professor da Columbia e Har-
cal em que reside a legitimidade desse mesmo Estado e de sua vard. Tem como principal teoria a “profecia autorrealizável” que
defesa. Como exemplos dessa transgressão, a autora analisou explica como alguns resultados são obtidos a partir das expec-
o nazismo e o stalinismo. tativas criadas.
Depreendendo-se deste estudo, análises posteriores veri-
Hannah Arendt (1906 - 1975) ficam que, buscando o sucesso social supervalorizado pela so-
ciedade, jovens vêem na delinquência (praticas não aceitas e
Filósofa política alemã, perde sua nacionalidade em 1937 não legitimadas pela sociedade) uma forma desviante de afir-
e se estabelece nos E.U.A. Produziu análise crítica sobre o mação social.
pensamento de Kant e Marx. Atuou como jornalista e profes- Howard Becker entende que algumas praticas podem ser
sora universitária. Lutou contra toda forma de totalitarismo. consideradas dentro do padrão e aceitas quando são

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praticadas pelas classes que possuem domínio do poder eco- a] A existência de culturas subdesenvolvidas relaciona-se à
nômico e político, ao passo que as mesmas praticas podem ser presença, em sua formação, de etnias de tipo incivilizado.
consideradas incorretas e fora do padrão se forem praticadas b] Os povos indígenas possuem um acúmulo de saberes que
pelas classes sem o mesmo domínio de poder. Nesse caso, podem influenciar as formas de conhecimentos ocidentais.
entram na equação fatores como preconceitos e a discrimina- c] Os critérios de julgamento das culturas diferentes devem
ção. Essa é a teoria da rotulagem. primar pela tolerância e pela compreensão dos valores, da
lógica e da dinâmica própria a cada uma delas.
Howard Becker (1928 - ) d] As culturas podem conviver de forma democrática, dada a
inexistência de relações de superioridade e inferioridade
Sociólogo estadunidense, contribui a partir das análises da entre as mesmas.
Sociologia do Desvio. Considerado da segunda geração da es- e] O encontro entre diferentes culturas propicia a humaniza-
cola de Chicago, tem como obra importante Outsiders (1973) ção das relações sociais, a partir do aprendizado sobre as
desenvolve a teoria da rotulagem. diferentes visões de mundo.
Para os marxistas, o comportamento desviante é traço
marcante de uma sociedade desigual. Nesse caso, uma socie- 2. (UEL – 2004) Observe os quadrinhos a seguir:
dade baseada na propriedade privada e na hegemonia ideoló-
gica da classe dominante relega a população a altos índices de
pobreza e más condições de vida, para subverter esse quadro
seria necessária uma mudança revolucionária da sociedade,
que quando não ocorre, leva a comportamentos desviantes, vi-
olentos e criminosos.
Já os processos de globalização e metropolização cons-
tantes provocam reflexos na organização social, como: migra-
ção, ruptura na estrutura familiar, perda de cultura originária,
etc. Esse é o processo de desenraizamento humano, o que
leva a produção endêmica da criminalidade e de povos margi-
nalizados que começam a agir de acordo com regras próprias,
explicando-se, a partir disso, os altos índices de criminalidade
principalmente em grandes centros urbanos, onde crescem a
favelização, exclusão e vulnerabilidade social.

EXERCÍCIOS
1. (UEL – 2003) O etnocentrismo pode ser definido como
uma “atitude emocionalmente condicionada que leva a consi-
derar e julgar sociedades culturalmente diversas com critérios
fornecidos pela própria cultura. Assim, compreende-se a ten-
dência para menosprezar ou odiar culturas cujos padrões se
afastam ou divergem dos da cultura do observador que exteri- Fonte: HENFIL. Fradim. Rio de Janeiro: Codecri, [197-], p. 3.
oriza a atitude etnocêntrica. (...) Preconceito racial, naciona-
lismo, preconceito de classe ou de profissão, intolerância reli- Nos quadrinhos o cartunista faz uma ironia sobre a perspectiva
giosa são algumas formas de etnocentrismo”. adotada pelos ‘civilizados’ em relação aos ameríndios. Por in-
(WILLEMS, E. Dicionário de Sociologia. termédio dessa ironia, Henfil revela práticas contumazes dos
Porto Alegre: Editora Globo, 1970. p. 125.) ditos ‘civilizados’. Sobre essas práticas, analise as afirmativas
a seguir.
Com base no texto e nos conhecimentos de sociologia, assinale I. As práticas dos ‘civilizados’ expressam uma postura de
a alternativa cujo discurso revela uma atitude etnocêntrica:

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relativismo cultural, pois os aspectos da cultura ameríndia povos indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos —
são abordados em seu próprio contexto. para interagirem na construção de uma nação democrática, em
II. A disposição de assimilar os ameríndios à ‘civilização’ é um que todos igualmente tenham seus direitos garantidos.
sinal evidente de negação do direito à diferença cultural. (BRASIL. Conselho Nacional de Educação.
III. Os ‘civilizados’ se propõem a estabelecer uma relação si- Disponível em: www.semesp.org.br. Acesso em: 21 nov. 2013).

métrica com a sociedade dos ameríndios.


IV. Os ameríndios são vistos pelos ‘civilizados’ sobretudo pela A orientação adotada por esse parecer fundamenta uma polí-
ausência do que é natural para os próprios civilizados. tica pública e associa o princípio da inclusão social a:
a] práticas de valorização identitária.
Estão corretas apenas as afirmativas: b] medidas de compensação econômica.
a] I e II. c] dispositivos de liberdade de expressão.
b] I e III. d] estratégias de qualificação profissional.
c] II e IV. e] instrumentos de modernização jurídica.
d] I, III, IV.
e] II, III, IV. 5. Enem (2013) Tenho 44 anos e presenciei uma transforma-
ção impressionante na condição de homens e mulheres gays
3. (Enem 2014) No Brasil, a origem do funk e do hip-hop re- nos Estados Unidos. Quando nasci, relações homossexuais
monta aos anos 1970, quando da proliferação dos chamados eram ilegais em todos os Estados Unidos, menos Illinois. Gays
“bailes black” nas periferias dos grandes centros urbanos. Em- e lésbicas não podiam trabalhar no governo federal. Não havia
balados pela black music americana, milhares de jovens en- nenhum político abertamente gay. Alguns homossexuais não
contravam nos bailes de final de semana uma alternativa de assumidos ocupavam posições de poder, mas a tendência era
lazer antes inexistente. Em cidades como o Rio de Janeiro ou eles tornarem as coisas ainda piores para seus semelhantes.
(ROSS, A. “Na máquina do tempo”. Época, ed. 766, 28 jan. 2013.)
São Paulo, formavam-se equipes de som que promoviam bai-
les onde foi se disseminando um estilo que buscava a valoriza-
A dimensão política da transformação sugerida no texto teve
ção da cultura negra, tanto na música como nas roupas e nos
como condição necessária a:
penteados. No Rio de Janeiro ficou conhecido como “Black
a] ampliação da noção de cidadania.
Rio”. A indústria fonográfica descobriu o filão e, lançando dis-
b] reformulação de concepções religiosas.
cos de “equipe” com as músicas de sucesso nos bailes, difun-
c] manutenção de ideologias conservadoras.
dia a moda pelo restante do país.
d] implantação de cotas nas listas partidárias.
(DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na
socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005). e] alteração da composição étnica da população.

A presença da cultura hip-hop no Brasil caracteriza-se como 6. (Ueg 2012) “Não quero que a minha casa seja cercada de
uma forma de: muros por todos os lados, nem que minhas janelas sejam tapa-
a] lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas pe- das. Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas
riferias urbanas. para dentro de minha casa, o mais livremente possível. Mas
b] entretenimento inventada pela indústria fonográfica nacio- recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer outra.”
nal. GANDHI, M. Relatório do desenvolvimento humano 2004. In: TERRA, Lygia;
c] subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes. COELHO, Marcos de A. Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2005. p.137.

d] afirmação de identidade dos jovens que a praticam.


e] reprodução da cultura musical norte-americana. Considerando-se as ideias pressupostas, o texto
a] afirma que a globalização aumentou, de modo sem prece-
dente, os contatos e a união entre os povos e seus valores,
4. (Enem 2014) Parecer CNE/CP nº 3/2004, que instituiu as
reforçando o respeito às diferenças socioculturais.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Rela-
b] critica a intolerância com relação a outras culturas, ge-
ções Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
rando assim os conflitos comuns neste novo século.
Brasileira e Africana. Procura-se oferecer uma resposta, entre
c] indica o reconhecimento à diversidade cultural, além das
outras, na área da educação, à demanda da população afro-
necessidades de afirmação e de identidade, seja étnica,
descendente, no sentido de políticas de ações afirmativas. Pro-
seja cultural, seja religiosa.
põe a divulgação e a produção de conhecimentos, a formação
d] nega a existência da exclusão cultural e ressalta a homo-
de atitudes, posturas que eduquem cidadãos orgulhosos de
geneização mundial e a superação/eliminação de frontei-
seu pertencimento étnico-racial — descendentes de africanos,
ras culturais.

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7. (Enem 2018) Outra importante manifestação das crenças devemos interferir nas outras culturas.
e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos
como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como 9. (UFUB) O fato de o homem ver o mundo através de sua
espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: cultura tem como conseqüência a propensão para considerar o
das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da vio- seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Essa
lência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos male- tendência se denomina:
fícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e a] egocentrismo
até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras dé- b] heliocentrismo
cadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas c] heterocentrismo
também homens brancos. d] etnocentrismo
CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Bra-
sil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado).
10. (Enem 2017) Muitos países se caracterizam por terem po-
pulações multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo
A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto
ao longo de séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas
representava um(a)
mais rapidamente, como resultado de políticas incentivando a
a] expressão do valor das festividades da população pobre.
migração, ou por conta de legados coloniais e imperiais.
b] ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado.
GIDDENS. A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado).
c] estratégia de subversão do poder da monarquia portu-
guesa. Do ponto de vista do funcionamento das democracias contem-
d] elemento de conversão dos escravos ao catolicismo ro- porâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, simulta-
mano. neamente,
e] instrumento para minimizar o sentimento de desamparo a] defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo.
social. b] universalização de direitos e respeito à diversidade.
c] segregação do território e estímulo ao autogoverno.
8. (Unisc 2017) "O grupo do 'eu' faz, então, de sua visão a d] políticas de compensação e homogeneização do idioma.
única possível, ou mais discretamente se for o caso, a melhor, e] padronização da cultura e repressão aos particularismos.
a natural, a superior, a certa. O grupo do 'outro' fica, nessa ló-
gica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou inteligível". 11. (Enem 2017) Para a Organização das Nações Unidas para
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. 1. ed.
São Paulo: Brasiliense, 1984, p. 9. a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante pro-
mover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens
A citação explicita o fenômeno social denominado etnocen- culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura
trismo. Assinale entre as alternativas abaixo aquela que explica de um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as
o conceito. festas e diversos outros aspectos e manifestações devem ser
a] O etnocentrismo demonstra como convivemos em harmo- levados em consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e
nia com grupos e indivíduos que pertencem a uma cultura ainda contribuem fortemente na formação do patrimônio imate-
diversa ou são reconhecidos como “diferentes” por não se- rial do Brasil, que concentra o segundo contingente de popula-
guirem os padrões de comportamento socialmente aceitos ção negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria.
MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como
na sociedade em que vivemos.
patrimônio imaterial. Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.
b] O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode com-
preender ideias e ideologias) em que nosso próprio grupo Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfati-
é tomado como centro de referência e todos os outros são zam a importância das representações culturais para a
pensados e avaliados através de nossos valores, nossos a] construção da identidade nacional.
modelos e nossas definições do que é a existência. b] elaboração do sentimento religioso.
c] O etnocentrismo é uma visão de mundo (que pode com- c] dicotomia do conhecimento prático.
preender ideias e ideologias) em que buscamos não julgar d] reprodução do trabalho coletivo.
e não avaliar as diferenças e sim compreender as especi- e] reprodução do saber tradicional.
ficidades culturais de cada grupo ou cultura.
d] O etnocentrismo demonstra a luta de classe nas socieda-
des capitalistas a partir da teoria marxista.
12. (Enem 2012) Na regulamentação de matérias cultural-
mente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os
e] O etnocentrismo é uma teoria que explica por que não
currículos da educação pública, o status das Igrejas e das

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comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exem- a] transmitir a herança cultural.
plo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos cha- b] promover mudanças por meio do engajamento na pes-
mativos, como, por exemplo, a posição da família e dos con- quisa.
sórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de c] familiarizar os indivíduos com os vários papéis da socie-
segurança ou a delimitação das esferas pública e privada — dade.
em tudo isso reflete-se amiúde apenas o autoentendimento d] prover a preparação para os papéis ocupacionais e profis-
ético-político de uma cultura majoritária, dominante por motivos sionais.
históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, e] preparar os indivíduos para os papéis sociais exigidos ex-
mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta clusivamente pela família.
formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir
um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra 15. Sobre socialização é CORRETO afirmar que é o processo:
a cultura da maioria. a] de divisão da riqueza social entre os indivíduos em uma
HABERMAS, J. A inclusão do outro: estudos de teoria política.
determinada sociedade.
São Paulo: Loyola, 2002.
b] de formação de grupos sociais.
c] de constituição de grupos políticos.
A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como ex-
d] por meio do qual o indivíduo aprende e interioriza o sistema
posto por Habermas, encontra amparo nas democracias con-
de valores, de normas e comportamentos de uma determi-
temporâneas, na medida em que se alcança
nada cultura, sendo sua condição de classe um aspecto
a] a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a
decisivo para a garantia de que aconteça.
igualdade de direitos na condição da sua concentração es-
e] por meio do qual o indivíduo aprende a ser membro da so-
pacial, num tipo de independência nacional.
ciedade.
b] a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada
em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões
religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma 16. Sobre o tema da socialização, analise as afirmações abaixo
cultura política nacional. e assinale a alternativa que indica as que estão corretas:
c] a coexistência das diferenças, considerando a possibili- I. Diz respeito ao processo pelo qual os indivíduos tornam-
dade de os discursos de autoentendimento se submeterem se membros de uma sociedade, interiorizando a cultura em
ao debate público, cientes de que estarão vinculados à co- que nascem.
erção do melhor argumento. II. Envolve diferentes níveis de relação, uma vez que os indiví-
d] a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida duos se inserem em diversas redes de relações entre gru-
adulta, tenham condições de se libertar das tradições de pos e instituições, que se cruzam e se sobrepõem, como a
suas origens em nome da harmonia da política nacional. família, a escola, os espaços sagrados das religiões.
e] o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como lin- III. Para Émile Durkheim, a educação consiste, em síntese, no
guagem política ou distintas convenções de comporta- processo de socialização das crianças, e as sociedades
mento, para compor a arena política a ser compartilhada. possuem sistemas de educação que se impõem ao indiví-
duo de forma geralmente irresistível. Assim, é uma ilusão os
pais acreditarem que podem criar os filhos como querem.
13. A família brasileira, nas últimas décadas, vem apresen-
IV. As novas tecnologias da comunicação e informação vêm
tando mudanças significativas em todos os segmentos da po-
cumprindo um papel essencial na socialização de crianças
pulação, a principal delas refere-se à sua:
e jovens, e estudiosos vêm apontando, por um lado, para
a] função.
aspectos como a visão fragmentária do mundo, a banali-
b] configuração.
zação da violência, a preguiça de pensamento, a exacer-
c] renda.
bação do individualismo; ao mesmo tempo, verifica-se a
d] habitação.
emergência de novas formas de sociabilidade virtual e o
fortalecimento das identidades de grupo, especialmente
14. Instituição social é definida pela Sociologia como um con- entre os jovens.
junto de relações sociais relativamente permanentes, que ab-
sorve valores e procedimentos comuns e atende as necessida- Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão cor-
des básicas da sociedade. A Educação é um exemplo de insti- retas:
tuição social, cujo papel é o de socializar os indivíduos no grupo a] Apenas I, II e III.
comunitário. b] Apenas I e II.
Nesse contexto, NÃO é função da educação c] I, II, III e IV.

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d] Apenas I, III e IV. com finalidade de padronizar comportamento conforme


e] Apenas I, II e IV. preceitos ideológicos definidos eticamente.
c] organização político-econômica que regula o processo de
17. Sobre as instituições responsáveis pelos processos de so- socialização primária e a reprodução dos saberes infor-
cialização dos indivíduos, assinale o que for correto. mais inerentes a uma cultura.
a] A família deixou de ser uma instituição de socialização pri- d] empreendimento político, por excelência, reprodutor do
mária relevante, pois no século XXI não transmite mais as sistema que legitima relações de dominação e subordina-
habilidades necessárias para o agir em sociedade. ção ao capital internacional.
b] A escola é responsável pela socialização secundária dos e] instituição sociopolítica que prescreve códigos éticos des-
indivíduos, atuando tanto na formação profissional dos es- tinados à orientação da conduta dos indivíduos em prol de
tudantes quanto na transmissão de valores e normas com- um mundo ideal.
patíveis com a estrutura social vigente.
c] Os grupos de colegas e amigos formados na adolescência 19. A educação, como instituição, é um dos mais importantes
e na juventude podem ser definidos como instituições de instrumentos de socialização utilizados modernamente. Sobre
socialização importantes, pois desempenham papel cada esse tema, é correto afirmar:
vez mais relevante no processo de formação das identida- a] O processo educacional distancia-se da cultura, porque
des sociais. esta última se apoia no senso comum.
d] Os meios de comunicação, apesar de cada vez mais pre- b] As crianças, nas sociedades chamadas “primitivas”, não
sentes na vida moderna, não interferem no processo de passaram por nenhum processo educacional.
socialização primária e secundária, pois a exposição aos c] As instituições educacionais têm como maior objetivo pre-
seus conteúdos sempre é mediada e controlada pela famí- servar a tradição e impedir qualquer inovação cultural.
lia e pela escola. d] A educação é o processo pelo qual a sociedade procura
e] O processo de socialização se encerra no final da juven- transmitir as suas tradições e seus costumes aos mais jo-
tude, não se estendendo pela vida adulta. Nessa etapa da vens.
vida individual adulta, as habilidades e valores necessários e] A família é que, mesmo nas sociedades modernas, detém
para viver em sociedade já estão de tal forma cristalizados o poder de preparar os jovens para o desempenho de pa-
que não podem mais ser alterados. péis ocupacionais.

18. Os impostos são quantia em dinheiro para o Estado pagos 20. Leia o texto a seguir:
por pessoas físicas e jurídicas. É um tributo usado para custear
parte das despesas de administração e dos investimentos do Amor
governo em obras de infraestrutura e serviços essenciais à po-
pulação, como saúde, segurança e educação. Mas há um des- Menino rejeitado por casais heterossexuais por ser “feio e ne-
compasso entre arrecadação e qualidade dos serviços públi- gro demais” é adotado por casal homossexual.
cos, pois o custo Brasil é alto, bem observado no texto abaixo. O garoto de quatro anos havia sido rejeitado por outros três
A carga tributária bruta brasileira em 2010 subiu para 33,56% casais heterossexuais
do PIB (Produto Interno Bruto), informou há pouco a Receita
Federal. No ano retrasado, o percentual havia sido de 33,14%.
Em valores, isso representa R$ 3,6 trilhões ao longo do ano
passado. O aumento decorreu do crescimento de 7,5% do PIB
e de 8,9% da arrecadação tributária nos poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário. Em 2010, a arrecadação tributária bruta
totalizou R$ 1,2 trilhão.
Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso: 23 set. 2011.

A partir dessas informações, é correto afirmar que o Estado é


um(a)
Atualmente, um dos debates mais acirrados da sociedade
a] instituição política, com poder institucionalizado e, por ex-
brasileira diz respeito à capacidade de casais homossexuais
tensão, agente de controle social, com poder de regular as
fornecerem estrutura familiar para o desenvolvimento de uma
relações entre todos os membros da sociedade.
criança. Ao contrapor o senso comum de que apenas a família
b] instituição sociopolítica que regula as relações humanas

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constituída por um homem e uma mulher pode oferecer essa a] à garantia de liberdade coletiva pelo uso da força.
estrutura, ganhou repercussão, nas redes sociais, o caso do b] aos anseios idealistas utópicos perante as convenções so-
garoto de quatro anos que foi adotado por um casal homosse- ciais.
xual após ser rejeitado por três casais heterossexuais com as c] à natureza imitadora da maioria dos indivíduos diante das
justificativas de ser “feio” e “negro demais”. (...) instituições sociais.
Disponível em: Adaptado. Acesso em: junho 2015 d] à possibilidade de reação e reversão de processos condi-
cionantes.
O tema apresentado no texto se refere ao conceito sociológico de e] às relações de poder presentes nas sociedades.
a] Comunidade.
b] Instituição social. 22. ENEM (2010) “Pecado nefando” era expressão corrente-
c] Indicadores políticos. mente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus:
d] Igualdade de gênero. o que não pode ser dito. A Assembleia de clérigos reunida em
e] Democratização das classes trabalhadoras. Salvador, em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e hor-
rendo crime”, tão contrário à lei da natureza, que “era indigno
21. (ENEM 2009 de ser nomeado” e, por isso mesmo, nefando.
NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA L. História da vida privada no Brasil. V. 1.
São Paulo: Companhia das Letras. 1997 (adaptado).

O número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o re-


corde histórico em 2009. De acordo com o Relatório Anual de
Assassinato de Homossexuais (LGBT – Lésbicas, Gays, Bisse-
xuais e Travestis), nesse ano foram registrados 195 mortos por
motivação homofóbica no País.
Disponível em: www.alemdanoticia.com.br/utimas_noticias.php?codnoti-
cia=3871. Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).

A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do


outro e, muitas vezes, expressa-se sob a forma de comporta-
mentos violentos. Os textos indicam que as condenações pú-
blicas, perseguições e assassinatos de homossexuais no país
estão associadas:
a] à baixa representatividade política de grupos organizados
que defendem os direitos de cidadania dos homossexuais.
b] à falência da democracia no país, que torna impeditiva a
divulgação de estatísticas relacionadas à violência contra
homossexuais.
c] à Constituição de 1988, que exclui do tecido social os ho-
mossexuais, além de impedi-los de exercer seus direitos
Normalidade II – Quino políticos.
d] a um passado histórico marcado pela demonização do
“Eu não vou mais precisar de muita força, vou usar todas corpo e por formas recorrentes de tabus e intolerância.
as que tenho agora” – ele pensou. E ele se lembrou das mos- e] a uma política eugênica desenvolvida pelo Estado, justifi-
cas que rebentam suas perninhas ao tentarem escapar do cada a partir dos posicionamentos de correntes filosófico-
mata-moscas”. científicas.
KAFKA, Franz. O processo.
Porto Alegre: L & PM Pocket, 2007. p. 258. (Fragmento).
23. ENEM (2013) O edifício é circular. Os apartamentos dos
prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se
O Controle Social pode ser tomado como um conjunto de pe-
quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro;
nalidades e aprovações, chamadas também de sanções. Estas
você pode chamá-lo, se quiser, de alojamento do inspetor. A
são aplicadas aos indivíduos pela sociedade para assegurar a
moral reformada; a saúde preservada; a indústria revigorada; a
conformidade das condutas aos modelos estabelecidos. A ima-
instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia
gem e o texto destacam aspectos relativos:

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assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei terá que ir embora das favelas por inútil. Ou será obrigada a
sobre os Pobres não cortado, mas desfeito — tudo por uma exercer a mesma opressão que o tráfico exercia para se prote-
simples ideia de arquitetura! ger.
BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. CACÁ DIEGUES. A contrapartida do lucro.O Globo, 28 jul. 2012.

Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, Para o autor, a consolidação da cidadania nas comunidades
um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades carentes está condicionada à:
contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos a] efetivação de direitos sociais.
a] religiosos, que se constituem como um olho divino contro- b] continuidade da ação ofensiva
lador que tudo vê. c] superação dos conflitos de classe.
b] ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impe- d] interferência de entidades religiosas.
dindo a visão da dominação sofrida. e] integração das forças de segurança.
c] repressivos, que perpetuam as relações de dominação en-
tre os homens por meio da tortura física. 26. ENEM (2014) Em 1879, cerca de cinco mil pessoas reuni-
d] sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio ram-se para solicitar a D. Pedro II a revogação de uma taxa de
do olhar como instrumento de controle. 20 réis, um vintém, sobre o transporte urbano. O vintém era a
e] consensuais, que pactuam acordos com base na compre- moeda de menor valor da época. A polícia não permitiu que a
ensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações multidão se aproximasse do palácio. Ao grito de “Fora o vin-
controladas. tém!”, os manifestantes espancaram condutores, esfaquearam
mulas, viraram bondes e arrancaram trilhos. Um oficial ordenou
24. ENEM (Segunda aplicação 2016) A favela é vista como fogo contra a multidão. As estatísticas de mortos e feridos são
um lugar sem ordem, capaz de ameaçar os que nela não se imprecisas. Muitos interesses se fundiram nessa revolta, de
incluem. Atribuir-lhe a ideia de perigo é o mesmo que reafirmar grandes e de políticos, de gente miúda e de simples cidadãos.
os valores e estruturas da sociedade que busca viver diferen- Desmoralizado, o ministério caiu. Uma grande explosão social,
temente do que se considera viver na favela. Alguns oficiantes detonada por um pobre vintém.
do direito, ao defenderem ou acusarem réus moradores de fa- Disponível em: www.revistadehistoria.com.br.
velas, usam em seus discursos representações previamente Acesso em: 4 abr. 2014 (adaptado).

formuladas pela sociedade e incorporadas nesse campo profis-


sional. Suas falas se fundamentam nas representações inven- A leitura do trecho indica que a coibição violenta das manifes-
tadas a respeito da favela e que acabam por marcar a identi- tações representou uma tentativa de:
dade dos indivíduos que nela residem. a] capturar os ativistas radicais.
RINALDI, A. Marginais, delinquentes e vítimas: um estudo sobre a represen- b] proteger o patrimônio privado.
tação da categoria favelado no tribunal do júri da cidade do Rio de Janeiro. c] salvaguardar o espaço público.
In: ZALUAR, A.; ALVITO, M. (Orgs.). Um século de favela. Rio de Janeiro: d] conservar o exercício do poder.
Editora FGV, 1998. e] sustentar o regime democrático.

O estigma apontado no texto tem como consequência o(a):


a] aumento da impunidade criminal.
b] enfraquecimento dos direitos civis.
c] distorção na representação política.
d] crescimento dos índices de criminalidade.
e] ineficiência das medidas socioeducativas.

25. ENEM (Segunda aplicação 2017) A política de pacifica-


ção não resolve todos os problemas da favela carioca, ela é
apenas um primeiro e indispensável passo para que seus mo-
radores sejam tratados como cidadãos. As Unidades de Polícia
Pacificadora (UPPs) recuperam um território que estava ocu-
pado por bandidos com armas de guerra, substituíram a opres-
são de criminosos pela justiça formal do Estado. [Mas] se a
UPP não for seguida por escola, hospital, saneamento, defen-
soria pública, emprego, daqui a pouco a polícia de ocupação

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