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Interessado: Presidência
Assunto: Cobrança de anuidades atrasadas e inscrição em dívida ativa
I – RELATÓRIO
Senhor Presidente,
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Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
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agravante, nos termos do art. 149 da Constituição, possui natureza tributária e,
por via de consequência, deve-se observar o princípio da legalidade tributária na
instituição e majoração dessas contribuições. Precedentes. II A discussão acerca da
atualização monetária sobre as anuidades devidas aos conselhos profissionais, possui
natureza infraconstitucional. Precedentes. III - Agravo regimental improvido (AI-AgR
768.577, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 16.11.2010)”.
(...)
III - subvenções;
IV - resultados de convênios;
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Art. 42. Os profissionais e as pessoas jurídicas inscritas no CAU pagarão anuidade no
valor de R$ 350,00 (trezentos e cinquenta reais).
(...)
(...)
Art. 54. Os valores devidos aos CAUs referentes a multa por violação da ética, multa
pela não realização de RRT ou anuidades em atraso, prescrevem no prazo de 5 (cinco)
anos.
II - anuidades; e
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Art. 5º O fato gerador das anuidades é a existência de inscrição no conselho, ainda que
por tempo limitado, ao longo do exercício.
(...)
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I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do
art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1o;
10. Das normas transcritas acima pode-se concluir que cabe aos CAU/UF
realizar a cobrança das anuidades, para tanto temos que considerar que a parte final do art. 52 da
Lei 12.378/2010, no que tange à disposição de que “não haverá cobrança judicial dos valores
em atraso, protesto de dívida ou comunicação aos órgãos de proteção ao crédito”, vai em
sentido oposto as demais disposições e, portanto, deverá ser desconsiderado pelos gestores.
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer
ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º
desta lei, e notadamente:
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(...)
12. Vale ressaltar que as multas aplicadas pelo Conselho em decorrência do seu
poder de polícia, bem como as decorrentes de infração ético-disciplinar, são compulsórias e tem
natureza não tributária. Os valores devidos a título de multas, também são irrenunciáveis e
devem ser cobrados, a renúncia em relação aos créditos de natureza não tributária é tão grave
quanto a de natureza tributária. A constituição tanto do crédito tributário quanto do não tributário
enseja ao devedor a possibilidade de pagar ou impugnar o débito através de procedimentos que
garantam o contraditório e a ampla defesa para a constituição regular do crédito.
13. Importa mencionar que a cobrança de tributos por parte dos Conselhos de
Fiscalização no exercício do poder de polícia exige o cumprimento das formalidades previstas
em lei, mais especificamente, na Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1996, denominada de Código
Tributário Nacional (CTN) que regula o processo administrativo tributário. Mas como deverá
ser feita a cobrança das anuidades em atraso:
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administrativo. 4. A falta de notificação com prazo para impugnação acarreta
cerceamento de defesa e é causa de anulação da CDA.
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Ementa: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ANUIDADES DE CONSELHO
PROFISSIONAL. ART. 8º DA LEI Nº 12.514/2011. INTERPRETAÇÃO DA NORMA
LEGAL. VALOR EXEQUENDO SUPERIOR AO EQUIVALENTE A 4 (QUATRO)
ANUIDADES. CONSECTÁRIOS LEGAIS. CONSIDERAÇÃO. 1. O art. 8º da Lei nº
12.514/2011 estabelece que: "Os Conselhos não executarão judicialmente dívidas
referentes a anuidades inferiores a 4 (quatro) vezes o valor cobrado anualmente da
pessoa física ou jurídica inadimplente." 2. Da leitura do dispositivo legal, extrai-se que a
limitação imposta para o ajuizamento da execução fiscal refere-se ao valor da dívida na
época da propositura da ação, o qual não poderá ser "inferior a 4 (quatro) vezes o valor
cobrado anualmente da pessoa física ou jurídica inadimplente". 3. No caso concreto,
apesar de a dívida executada referir-se a apenas 3 (três) anuidades, o valor do
montante executado, ou seja, principal mais acréscimos legais, supera em muito o
equivalente "a 4 (quatro) vezes o valor cobrado anualmente da pessoa física ou
jurídica inadimplente", não havendo, por isso, razão para se extinguir o feito.
Precedente: REsp 1.488.203/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, 2.ª Turma, j. em
20/11/2014, DJe 28/11/2014. 4. Ademais, "não obstante o legislador tenha feito
referência à quantidade de quatro anuidades, a real intenção foi prestigiar o valor em si
do montante exequendo, pois, se de baixo aporte, eventual execução judicial seria
ineficaz, já que dispendioso o processo judicial" (REsp 1.468.126/PR, Rel. Ministro Og
Fernandes, 2.ª Turma, j. em 24/02/2015, DJe 06/03/2015). 5. Recurso especial a que se
dá provimento, em ordem a ensejar a retomada da execução. (Grifo nosso)
CTN
Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza,
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o
prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo
regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a
liquidez do crédito.
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente,
indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que
possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
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III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em
que seja fundado;
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do
livro e da folha da inscrição.
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a
eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela
decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância,
mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou
interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem
o efeito de prova pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por
prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.
Lei 6.830/1980
Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou
não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores,
que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
§ 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata
o artigo 1º, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.
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numerados por processo manual, mecânico ou eletrônico.
(...)
Lei 4.320/1964
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão
escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas
rubricas orçamentárias.
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para
pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em
registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será
escriturada a esse título
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se elaborar o Termo de Inscrição na Dívida Ativa e enviar o processo à Assessoria Jurídica para
que seja realizada a execução fiscal e para a Comissão de Ética e Disciplina do CAU/DF para
apuração da falta ética do devedor.
III – CONCLUSÃO
É o parecer.
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