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MdF - Aula 3

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA

MECÂNICA DOS FLUIDOS – AULA 3

ENGENHARIA CIVIL – CCET – CAMPUS CIDAO

Estática dos Fluidos

Se todas as partículas de um fluido não apresentarem movimento ou tiverem a mesma


velocidade (constante) relativa a um referencial inercial, diz-se que o fluido é estático.
É a ramificação da mecânica dos fluidos que estuda o comportamento de um fluido em
uma condição de equilíbrio estático.

Definições Básicas

 Massa Específica (ρ): M⋅I-3 (g/cm³ ou kg/m³)

 Densidade Relativa (δ): adimensional

 Peso Específico (γ): M⋅L-2⋅T-2 (g/cm²⋅s², kg/m²⋅s² ou N/m²)

⋅ ⋅

 Pressão (P): M/T²⋅L (N/m², kgf/cm²)

Equações Básicas

Em um elemento de fluido de forma cúbica, que está em repouso temos que:

∑⃗ ⋅ ⋅⃗ ⃗ ∑

As forças sobre o elemento infinitesimal de fluidos são:

⃗ ⃗ ⃗

A força peso se dá por:

⃗ ⋅ ⋅ ⃗⃗ ⋅ ⋅( ⋅ ⋅ )⋅ ⃗
Definição de Pressão

A pressão média aplicada sobre uma superfície pode ser definida pela relação entre a
força aplicada e a área dessa superfície e pode ser numericamente calculada pela
aplicação da equação a seguir:

Como a força aplicada é dada em Newtons (N) e área em metro ao quadrado (m²), o
resultado dimensional será o quociente entre essas duas unidades, portanto a unidade
básica de pressão no Sistema Internacional (SI) é N/m². Esta unidade é usualmente
chamada de Pascal (Pa), portanto é muito comum na indústria se utilizar a unidade Pa e
os seus múltiplos kPa(quilopascal) e Mpa(megapascal). Desse modo, as seguintes
relações são aplicáveis:

 1 N/m² = 1 Pa
 1 kpa = 1000 Pa = 10³ Pa
 1 MPa = 1000000 Pa = 106 Pa

Outras Unidades de Pressão

Na prática industrial, muitas outras unidades para a especificação da pressão também


são utilizadas, essas unidades são comuns nos mostradores dos manômetros industriais:
atm (atmosfera), mmHg (milímetro de mercúrio), kgf/cm² (quilograma força por
centímetro quadrado), bar (pressão barométrica), psi (libra por polegada ao quadrado) e
mca (metro de coluna d´água).

Dentre as unidades definidas de pressão, tem-se um destaque maior para a atm


(atmosfera) que teoricamente representa a pressão necessária para elevar em 760mm
uma coluna de mercúrio, assim a partir dessa definição, a seguinte tabela para a
conversão entre unidades de pressão pode ser utilizada.

1 atm = 760 mmHg = 101230 Pa = 1,0330 kgf/cm² = 1,01 bar = 14,7 psi = 10,33 mca

Pressão Atmosférica e Barômetro de Torricelli

Sabe-se que o ar atmosférico exerce uma pressão sobre tudo que existe na superfície da
terra. A medida dessa pressão foi realizada por um discípulo de Galileu chamado
Evangelista Torricelli, em 1643.

Para executar a medição, Torricelli tomou um tubo longo de vidro, fechado em uma das
pontas, e encheu-o até a borda com mercúrio. Depois tampou a ponta aberta e,
invertendo o tubo, mergulhou essa ponta em uma bacia com mercúrio. Soltando a ponta
aberta notou que a coluna de mercúrio descia até um determinado nível e estacionava
quando alcançava uma altura de 760 milímetros.
Acima do mercúrio, Torricelli logo percebeu que havia vácuo e que o peso do mercúrio
dentro do tubo estava em equilíbrio estático com a força que a pressão do ar exercia
sobre a superfície livre de mercúrio na bacia, assim, definiu que a pressão atmosférica
local era capaz de elevar uma coluna de mercúrio em 760mm, definindo desse modo a
pressão atmosférica padrão.

O mercúrio foi utilizado na experiência devido a sua elevada densidade, se o líquido fosse
água é cerca de 14 vezes mais leve que o mercúrio.

Dessa forma, Torricelli concluiu que essas variações mostravam que a pressão
atmosférica podia variar e suas flutuações eram medidas pela variação na altura da
coluna de mercúrio. Torricelli não apenas demonstrou a existência da pressão do ar, mas
inventou o aparelho capaz de realizar sua medida, o barômetro como pode se observar
na figura.

Lei de Stevin

A diferença de pressão entre dois pontos, no interior da massa fluida (em equilíbrio
estático e sujeita a gravidade) é igual ao peso da coluna de fluido tendo por base a
unidade de área e por altura a distância vertical entre os dois pontos.

( )
∫ ∫ ( ) ( )

⋅ ⋅
Manometria

 Pressão Efetiva: Quando a medida da pressão é expressa como sendo a diferença


entre o seu valor e o da pressão atmosfera local, a mesma será denominada de
pressão efetiva.
 Pressão Absoluta: Quando a medida da pressão é expressa como sendo a diferença
entre seu valor e o vácuo absoluto, a mesma será denominada de pressão absoluta.
 Manômetro: Instrumento utilizado para medir a pressão efetiva.

Tipos de Manômetro

 Bourdon (baixa pressão)

 Tubo em U
 Piezômetro: Tubo aberto nas duas extremidades, sendo que uma delas coincide com
o ponto P do líquido (ver figura abaixo), onde se deseja medir a pressão efetiva. A
outra extremidade aberta do tubo fica em contato com a atmosfera razão pela qual não
se utiliza para medir pressão de gases.

Uso da Estática dos Fluidos

A Estática dos Fluidos é usada para determinar as forças que agem sobre corpos
flutuantes ou submersos, e as forças desenvolvidas por dispositivos como prensas
hidráulicas e macacos de automóveis. O projeto de muitos sistemas de engenharia, como
represas e tanques de armazenamento de líquidos, exige a determinação das forças que
agem sobre as superfícies usando a estática dos fluidos.

Em uma superfície plana, as forças hidrostáticas formam um sistema de forças paralelas,


e com frequência precisamos determinar a intensidade da força e seu ponto de aplicação,
que é chamado centro de pressão.

O declínio da pressão atmosférica com a altitude tem ramificações de longo alcance na


vida diária. Por exemplo, leva mais tempo cozinhar a altitudes elevadas, uma vez que a
água ferve a uma temperatura mais baixa a pressões atmosféricas mais baixas. O
sangramento do nariz é uma experiência comum nas altitudes elevadas, já que a
diferença entre a pressão sanguínea e a pressão atmosférica é maior nesse caso, e as
delicadas paredes das veias do nariz raramente conseguem suportar esta tensão extra.

Para uma dada temperatura, a densidade do ar é mais baixa a altas altitudes, assim, um
determinado volume contém menos ar e menos oxigênio. Dessa forma, não é surpresa
que nos cansemos com mais facilidade e tenhamos problemas respiratórios a grandes
altitudes.

Para compensar esse efeito, as pessoas que moram em altitudes maiores desenvolvem
pulmões mais eficientes. Da mesma forma, um motor de automóvel de 2,0 L funcionará
como um motor de 1,7 L a uma altitude de 1.500m (a menos que ele seja um motor
turbo), por causa da queda de 15% na pressão e, portanto da queda de 15% na
densidade do ar.
Um ventilador ou compressor deslocará 15% menos ar nessa altitude para a mesma taxa
de deslocamento volumétrico. Portanto, os ventiladores que operam em altitudes
elevadas precisam ser maiores para garantir a taxa de escoamento de massa
especificada. A pressão mais baixa e, portanto, a menor densidade, também afetam a
sustentação e o arrasto: os aviões precisam de uma pista mais longa em altitudes
maiores para desenvolver a elevação necessária, e viajam a altitudes de cruzeiro muito
altas para reduzir o arrasto e, portanto, melhorar a eficiência do combustível.

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