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A DESESTRUTURA FAMILIAR PREJUDICA O PROCESSO

ENSINO APRENDIZAGEM
SANTOS, Lenilda Pereira dos

Doutoranda em Ciências da Educação na Universidade Columbia-PY


Instituto de Desenvolvimento Educacional Íbero-Americano
columbiaideia@gmail.com

RESUMO

O presente artigo tem como tema A DESESTRUTURA FAMILIAR PREJUDICA O


PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM , tem como objetivo destacar a partir da revisão da
literatura, a importância da intervenção psicopedagogia da escola, no sentido da colaboração no
processo de escolarização de alunos com dificuldades de aprendizagem e na interação escola e
família. Atualmente a instituição família na maior parte do tempo omite da sua
responsabilidade deixando de cumprir também o papel de grandes educadores omitindo
informações e a cooperação necessária à aprendizagem do educando. Neste contexto o educador
tornou-se um ponto de conflito entre as duas instituições “escola e família” havendo a
necessidade de uma intervenção pedagógica estruturada no processo da aprendizagem na sua
forma plena no sentido de desvendar novas alternativas possibilitando, assim, condições
facilitadoras com vistas a melhores resultados.

Palavras chave: Intervenção pedagógica. Família. Escola. Aprendizagem. Educação.

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INTRODUÇÃO

É perceptível e se torna cada vez mais raro encontrar aluno sem dificuldade de
aprendizagem no ambiente escolar. Esse fato varia conforme o modo de vida de cada
país questões sociais e culturais. Podemos identificar o aluno que possui problemas de
aprendizagem por razões de desvantagens culturais, de inadequada aprendizagem, de
envolvimento socioeconômico baixo, de inadequado trabalho pedagógico ou de precário
diagnóstico médico.

Qualquer indivíduo, de qualquer classe social ou de qualquer nível econômico tem a


proporção de ter problemas relacionados à aprendizagem sentindo-se confuso,
ameaçado e inseguro pelas exigências das instituições educacionais. Vários problemas e
conflitos familiares resultam das dificuldades de aprendizagem. Por isso, não é estranho
que o problema das dificuldades de aprendizagem, expresse certa tendência cultural-
política de educação de saúde e de bem-estar. A tendência cultural do termo
dificuldades de aprendizagem e a tendência comportamental a ele citado, dependem das
múltiplas situações dos alunos e, igualmente, dos diferentes níveis das aspirações dos
adultos que as envolvem.

Neste caso, só é possível identificar um aluno com dificuldades de aprendizagem,


quando não há interferência dos fatores socioeconômicos. As ideias centrais estão nos
fatores de disfunção psicológica e neurológica do processamento de informação e não
nos fatores socioeconômicos, por consequência de situação de privação e de
desajustamento biológico e social.

METODOLOGIA: Esta pesquisa tem como principal fonte uma revisão de literatura
atrelada à pesquisa bibliográfica cuja há necessidade de aprofundamento e
embasamento teórico seguindo justificado pela relevância do tema, uma vez que muitos
se têm discutido a respeito da importância da integração de ambas as instituições como
meio do processo de melhoria da aprendizagem e da integração família e escola no
sentido da proposição de uma educação de qualidade os jovens cidadãos.

RESULTADOS: É relevante levar em consideração que a desestrutura familiar reflete

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no âmbito escolar e quando há uma tomada de consciência sobre os fatos que envolvem
a prática sendo cada educador um ser crítico, autônomo de seus próprios atos, rigoroso
metodicamente falando, pesquisador, que respeita os saberes prévios do educando, ético
e moral, onde suas palavras e ações servem como testemunho, que não dá lugar para
sentimentos discriminatórios, reflexivo, que assume a si próprio com seus acertos e seus
erros, tem-se a certeza de que tal professor está andando e, pensando e ensinando a
pensar certo.

DISCUSSÃO:

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM E EMOÇÃO

AS PRIMEIRAS IMPRESSÕES

O educando ao ingressar na instituição escolar, temos que ter ciência que traz atrás
consigo uma história de vivência e de oportunidades muito complexa que é preciso
estudar e caracterizar. A escola revela as dificuldades de aprendizagem do aluno em vez
que a mesma deve buscar adotar uma atitude preventiva e uma prática compensatória. O
aluno com dificuldade de aprendizagem quer a causa seja orgânica ou social, revela
algo, cuja responsabilidade não lhe pertence, na medida em que o seu crescimento
biológico, psicológico e social depende fundamentalmente das atitudes dos adultos
sociáveis que a envolvem.
Diante do exposto devemos levar em consideração que todo individuo possui
experiências e vivencias históricas que começaram no âmbito familiar e vão para escola
tem em Marcelli (2010, p. 21) que:

Winnicott disse com muita pertinência que uma criança


pequena sem sua mãe não existe: ambos, mãe e filho,
formam um todo sobre o qual deve incidir a avaliação e o
esforço terapêutico. Essa verdade é válida também para a
criança maior e para o adolescente. A avaliação do normal
e do patológico no funcionamento de uma criança não
poderia ignorar o contexto ambiental, parental, fraternal,
escolar, residencial, amigável, religioso, etc.

Por isso, muito se tem estudado e escrito sobre interação entre a hereditariedade e o
meio. A balança tende a oscilar sobre os enfoques unidimensionais, porém o problema

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da etiologia das dificuldades de aprendizagem só pode ser tratado, quando se
aprofundam os estudos sociais, com auxílio dos estudos dos fatores de origem e
envolvimento da doença. De um estudo interdisciplinar a um estudo interdisciplinar
integrado.

SOBRE AS DIFICULDADES ESCOLARES

Atualmente o que descobrimos sobre o termo dificuldades escolares é que estamos


passamos por um processo de transformação o enfrentamento de novos paradigmas,
uma expressão relativamente nova que até agora não era utilizada quando se falava
sobre aqueles a quem nós contentávamos chamar de “maus alunos”. Por ora, esta
mudança de vocabulário tem a vantagem de dar uma nova direção à investigação
psicopedagógica.
Fica claro para Marcelli (2010, p. 427) que:
Sem entrar nessa polêmica geralmente acalorada, constatamos
que, nas últimas décadas, o estudo das dificuldades escolares
passou de um ponto de vista puramente moral (o fracasso se
devia à preguiça da criança e, consequentemente, ela era a
principal culpada) a um ponto de vista médico-patológico (o
fracasso se deve à inadaptação da criança, conceito que
subentende em maior ou menor medida uma falha do
equipamento neurofisiológico de base: ver o problema da
deficiência mental) e, finalmente, a um ponto de vista
sociológico (o fracasso se deve à inadaptação das estruturas
escolares atuais a uma proporção não desprezível da
população). Curiosamente, embora o quadro de referência
desses pontos de vista seja evidentemente muito diverso, cada
etapa procurou englobar, e depois anular, a etapa antecedente.

Fica evidente que estas dificuldades não são todas de origem emocional ou afetiva. Há
com certeza dificuldades que resultam da maior ou menor aptidão escolar. Mas também
cabe ao educador que de acordo com Paulo Freire mostra que ensinar não é transmitir
somente conhecimentos, mas criar as possibilidades para a produção do saber. Ensinar
exige muitos fatores.

Ainda na concepção de Paulo Freire uma das primeiras exigências é a rigorosidade


metódica, o Educador norteando-se por este saber deve reforçar a capacidade crítica do
educando auxiliando-o a tornar-se criador, investigador, um ser inquieto, rigorosamente

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curioso, humilde e persistente; O facilitador deve ensinar os conteúdos, mas também
ensinar a pensar certo. Os conhecimentos dos livros são muito importantes, porém ter
apenas estes saberes não suficientes para lidar com a realidade do educando, havendo
uma variação de acordo com as necessidades e ocorrências do seu país, sua cidade, seu
bairro e ainda de sua rua.

Ensinar exige pesquisa, o autor deixa claro neste estudo que, ensino sem pesquisa não é
ensino, pesquisa e ensino estão intrinsicamente relacionados, respeitando aos saberes do
educando, se tornando um facilitador segundo sugestão do autor deve discutir com os
alunos a realidade concreta a que se deve associar a disciplina, estabelecendo uma
familiaridade entre os saberes curriculares fundamentais e a experiência social de cada
um dos aprendizes. Ensinar exige criticidade, ter uma postura de curiosidade e
inquietação indagadora que propicia discernimento.
Ensinar exige ética e estética, pois a prática educativa tem a obrigação de atuar com a
moral sendo um testemunho rigoroso de decência e de pureza, o professor não pode
estar longe ou fora da ética por ser portador do caráter formador, o ensino dos conteúdos
não pode estar alheia à formação moral do educando. Ensinar exige também a
corporeificação das palavras pelo exemplo, quem pensa certo tem consciência que
palavras nada valem se não forem seguidas do exemplo, no caso referência . Pensar
certo é fazer certo. O clima de quem, pensa certo deve ser o de quem busca a
generosidade. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de
discriminação, não sendo um ser ofendido porque para o mesmo é restrito o direito a
democracia, quando acontece qualquer uma das práticas discriminatórias.

O repudio de Paulo Freire, por tais ações se faz notável e deve ser a todo custo seguido,
o pensar certo exige humildade, uma reflexão crítica, sobre a prática educativa. Como
cita o autor, a esta prática docente crítica, implicante do pensar certo envolve
movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O educando
desenvolve o pensar certo em comunhão com o educador, tudo concorrendo para
melhorias reais acerca da prática-ensino-aprendizagem.

Quando há uma tomada de consciência sobre os fatos que envolvem a prática sendo
cada educador um ser crítico, autônomo de seus próprios atos, rigoroso metodicamente
falando, pesquisador, que respeita os saberes prévios do educando, ético e moral, onde

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suas palavras e ações servem como testemunho, que não dá lugar para sentimentos
discriminatórios, reflexivo, que assume a si próprio com seus acertos e seus erros, tem-
se a certeza de que tal professor está andando e, pensando e ensinando a pensar certo.

AS IDEIAS SOBRE A EMOÇÃO

A escola além de um ambiente de aprendizado formal é também a primeira colocação


social fora do núcleo familiar.
A instituição escolar passar a ser para o educando um ambiente favorável para a
avaliação emocional, um espaço social parcialmente fechado, mediado entre a família e
a sociedade. É na escola onde o comportamento dos alunos pode ser avaliado e onde
eles podem ser comparados estatisticamente com seus pares, com seu grupo etário e
social.
O comportamento e a ação desses alunos neste contexto escolar favorecem varias
experiências emocionais, o que esclarece para Leibig (2009, p. 63) que:

A emoção está no início do processo de decisão e é


determinante na percepção e na atenção. Alguns estudos
recentes sobre o funcionamento do cérebro mostram
que, muitas vezes, são as emoções sentidas em
experiências passadas que levam à tomada de decisão e
não o raciocínio sobre a situação presente. Segundo
esses estudos, a consciência da ação sucede a
experimentação da emoção.

O educador deve buscar ter um olhar de sensibilidade cujo conseguirá se manter


informado dispondo de maior oportunidade para detectar problemas cruciais na vida e
no desenvolvimento das crianças.
Dentro da sala de aula há situações psíquicas significativas, nas quais os
professores podem atuar tanto beneficamente quanto, consciente ou inconscientemente,
agravando condições emocionais problemáticas dos alunos. Eles podem trazer consigo
uma série de situações emocionais internas e externas, ou seja, podem trazer para
escola alguns problemas de sua própria constituição emocional (ou personalidade) e,
externamente, podem apresentar as consequências emocionais de suas vivências sociais
e familiares.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através das abordagens dispostas neste artigo, devemos consider o aluno, como
indivíduo que também apresenta problemas peculiares a sua faixa etária, assim como o
adulto.
Percebemos também que as variáveis sociais, culturais e ambientais, particularmente
aquelas que dizem respeito ao funcionamento familiar, ou seja, a família que
acompanha o processo de aprendizagem do filho poderá auxiliá-lo no momento que
surgem dificuldades escolares. Logo, se a família acompanhar o rendimento dos filhos,
estes dificilmente enfrentarão situações de defasagem no aprendizado quer dizer que
também podem influenciar muito a resposta dos alunos aos stress escolares e,
consequentemente, ao surgimento de algum problema emocional. Há uma espécie de
efeito de proteção exercido pelos bons relacionamentos familiares que se estende até a
adolescência. E que em geral os alunos desenvolvem-se bem e tornam-se adultos não
vulneráveis a esse tipo de problema.
Atentamos também, para chamar a atenção para prática docente e do olhar desse
professor perante cada aluno seu. Consideramos que sua atuação deve tanger à
percepção no ambiente escolar muito importante para o diagnóstico precoce e
tratamento de sucesso desse aluno.
É primordial que seja desenvolvido um trabalho de informação e conscientização para o
professor e para os pais sobre esse problema emocional que o aluno possa a ter.
Atentamos ainda para o trabalho da equipe gestora da escola, percebemos na pesquisa
que é necessário o trabalho em equipe e diálogo. Em nenhum momento o aluno poderá
ser deixado em segundo plano.
Desse modo, faz-se necessário que tanto o professor, como todo o contexto escolar,
estejam preparados para tal atividade. Consideramos que a formação desenvolve essa
prática preventiva na sala de aula e na escola e cabe ao professor mediar esta prática de
forma verdadeira e significativa.
Nesse sentido, argumentamos que “o professor que está capacitado para perceber as
possíveis mudanças no seu aluno é um professor consciente e sensível diante das
dificuldades da alma humana”. Ele ajuda no sucesso ou fracasso escolar do aluno.

7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Campo Matêmico, 2004.

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Cognitiva: a biologia da mente. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

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LEIBIG, Susan (org.). Dificuldades de Aprendizagem têm solução. São Paulo: All
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MARCELLI, Daniel. COHEN, David. Infância e Psicopatologia. 8ª ed. Porto Alegre:


Artmed, 2010.

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