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MINISTÉRIO DAS CIDADES

SECRETARIA NACIONAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL

DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE


PROJETOS DE ENGENHARIA

Fonte de Recursos: Financiamento

2010
APRESENTAÇÃO

O Ministério das Cidades tem como missão: “Combater as desigualdades sociais,


transformando as cidades em espaços mais humanizados, ampliando o acesso da
população à moradia, ao saneamento e ao transporte.”

Nesse contexto, o Ministério, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento


Ambiental, conduz políticas de fomento a empreendimentos de saneamento ambiental
gerindo recursos de financiamento originários de diversas fontes – FGTS, FAT e outros
– de forma a cumprir a legislação, em especial a Constituição Federal e a lei n°. 11.445,
de 5 de janeiro de 2007.

Diante do exposto e visando contribuir para assegurar a saúde e o bem-estar à população


urbana, apresenta-se, mediante este documento, as Diretrizes para Elaboração de
Projetos de Engenharia, abrangendo as modalidades:

 Abastecimento de Água;
 Esgotamento Sanitário;
 Manejo de Águas Pluviais;
 Manejo de Resíduos Sólidos

2
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................2
SUMÁRIO...............................................................................................................................3
1 OBJETIVO.................................................................................................................6
2 CARACTERIZAÇÃO DOS TRABALHOS..............................................................6
3 IDENTIFICAÇÃO DOS PROPONENTES...............................................................6
4 MODALIDADES .......................................................................................................7
4.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA......................................................................7
4.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...................................................................28
4.3 MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ...............................................................46
4.4 MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS .......................................61
5 EQUIPE TÉCNICA .................................................................................................87
5.1 EQUIPE CHAVE – PERFIL DOS PROFISSIONAIS REQUERIDOS.......87
6 ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO.........................................................88
6.1 COMUNICAÇÕES........................................................................................88
6.2 PLANO DE TRABALHO..............................................................................88
6.3 FLUXOGRAMA............................................................................................89
6.4 CRONOGRAMAS.........................................................................................89
6.5 ANÁLISE DOS DOCUMENTOS..................................................................90
6.6 REUNIÕES ....................................................................................................90
6.7 FISCALIZAÇÃO...........................................................................................91
6.8 COORDENAÇÃO DOS TRABALHOS DA CONTRATADA.....................91
6.9 CONDIÇÕES AMBIENTAIS .......................................................................92
7 CONTEÚDO DOS ESTUDOS DE CONCEPÇÃO E PROJETO BÁSICO...........93

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LISTA DE NOMENCLATURAS E DEFINIÇÕES
ABNT -Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANA -Agência Nacional de Águas
ART -Anotação de Responsabilidade Técnica
BDI -Benefícios e Despesas Indiretas
CCM -Centro de Controle de Motores
CD -Disco Compactado
CONAMA -Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONTRATADA -Empresa que mediante processo de licitação
assinará contrato com a Proponente para
desenvolvimento dos estudos e projetos
CREA -Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura
EEA -Estação Elevatória de Água
EQUIPE DE FISCALIZAÇÃO -Equipe indicada pelo Proponente para fiscalizar a
execução dos serviços contratados
ESTUDO DE CONCEPÇÃO -Estudo para identificar as necessidades, caracterizar
o problema, e avaliar as alternativas de viabilidade
nos aspectos tecnico-sócio-econômico-financeiro-
ambiental
ETA -Estação de Tratamento de Água
EIA -Estudos de Impacto Ambiental
ETE -Estação de Tratamento de Esgoto
FAT -Fundo de Amparo ao Trabalhador
FGTS -Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FUNASA -Fundação Nacional de Saúde
IBAMA -Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis
IBGE -Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística
MCIDADES -Ministério das Cidades
MI -Ministério da Integração Nacional
NBR -Norma Brasileira
OS -Ordem de Serviço
PMSS -Programa de Modernização do Setor de
Saneamento
PNSB -Plano Nacional de Saneamento Básico
PNCDA -Programa Nacional de Combate ao Desperdício de
Água

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PLANO DE TRABALHO -Caracterização, metodologia de execução e
cronograma das atividades que compõem os
serviços, a serem apresentados pela Contratada em
sua proposta;
PROJETO BÁSICO -projeto de engenharia que reúne os elementos
necessários e suficientes a licitação completa das
Obras - inciso IX, art. 6º da Lei nº 8.666/93;
PROJETO EXECUTIVO -conjunto de projetos de engenharia necessários e
suficientes à execução completa da obra, de acordo
com as normas pertinentes da Associação Brasileira
de Normas Técnicas – ABNT - inciso X, art. 6º da
Lei nº 8.666/93;
PROPONENTE -Entidade Pública que promoverá a contratação dos
estudos e projetos
RIMA -Relatório de Impacto Ambiental

SINAPI -Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices


da Construção Civil
SNSA/MCIDADES -Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do
Ministério das Cidades

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1 OBJETIVO

Pretende-se com o presente documento definir diretrizes que nortearão os proponentes na


elaboração de estudos de concepção, projetos básicos e projetos executivos nas ações de
saneamento, de modo que, sejam atendidos os requisitos estabelecidos no art. 12, da Lei nº
8.666/93, de 21/06/1993, in verbis:
I -segurança;
II -funcionalidade e adequação ao interesse público;
III -economia na execução, conservação e operação;
IV -possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais,
tecnologia e matérias-primas existentes no local para
execução, conservação e operação;
V -facilidade na execução, conservação e operação, sem
prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;
VI -adoção das normas técnicas adequadas;
VI -adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do
trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
1994);
VII -impacto ambiental.

2 CARACTERIZAÇÃO DOS TRABALHOS

a)Estudo de Concepção: estudos e conclusões de arranjos das diferentes partes de um


sistema, organizadas de modo a formarem um todo integrado e que devem ser qualitativa e
quantitativamente comparáveis entre si para a escolha da concepção básica. Os estudos
deverão alcançar a universalização do atendimento, obedecendo às diretrizes, estudos,
projetos e planos, em níveis Municipal, Estadual ou Federal, que possam ter influência
sobre os trabalhos a serem desenvolvidos.

b)Projeto Básico: para a alternativa escolhida no estudo de concepção, deverá ser


desenvolvido o Projeto Básico, com nível de detalhamento que possibilite a avaliação do
custo do empreendimento e permita elaborar a documentação para a licitação do mesmo.

c)Projeto Executivo: Após a elaboração do projeto básico, o proponente providenciará a


confecção do projeto executivo, o qual deverá conter o conjunto de informações técnicas
necessárias e suficientes para a realização do empreendimento, contendo de forma clara,
precisa e completa todas as indicações e detalhes construtivos para a perfeita instalação,
montagem, e execução dos serviços e obras;

3 IDENTIFICAÇÃO DOS PROPONENTES

O Proponente que pleitear, junto ao Ministério das Cidades, estudos e projetos nas
modalidades elencadas nesse Manual, deverá atender aos critérios estabelecidos pelo
Processo Seletivo em vigor na data do pleito, editado pelo Ministro das Cidades, por meio
de Instruções Normativas Específicas.

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4 MODALIDADES

4.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

4.1.1 INTRODUÇÃO

O Art. 3º da Lei nº 11.445, de 05/01/2007, considera:

“I - saneamento básico: conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de:

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-estruturas e


instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as
ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;”

4.1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Apresentar diretrizes para a elaboração de Estudo de Concepção, Projeto Básico e Projeto


Executivo de empreendimentos nesta modalidade. Indicar, ainda, os produtos desejados,
resultantes dos trabalhos a serem realizados conforme as diretrizes apresentadas. Busca-se,
com isso, garantir a obtenção de produtos – relatórios de estudos e os projetos – que
possibilitem a implantação e/ou complementação dos sistemas de esgotamento sanitário
de maneira mais eficiente, eficaz e efetiva.

4.1.3 CRITÉRIOS

A elaboração dos trabalhos deverá obedecer aos seguintes critérios:

a) O Estudo de Concepção e o Projeto Básico constituem-se na primeira etapa para


definição dos sistemas de abastecimento de água a serem implantados, devendo contemplar
todos os pormenores que possibilitem com clareza, a contratação dos detalhamentos dos
projetos executivos, para a execução posterior das obras correspondentes;

b) Diretrizes e parâmetros não definidos neste Documento, entretanto necessários


para o desenvolvimento satisfatório dos estudos e projetos, serão fixados em reunião
inicial para os trabalhos, e complementados, se for o caso, ao longo da elaboração dos
mesmos;

c) Para os municípios em que haja sistema público de abastecimento de água


implantado, o mesmo deverá ser aproveitado, contemplando as melhorias necessárias e a
atualização dos processos operacionais para um funcionamento desejável do sistema;

d) As unidades operacionais a serem projetadas deverão ser padronizadas, quando não


for possível, as mesmas deverão ser discutidas entre as equipes do Proponente e da
contratada;

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e) Deverá ser priorizado soluções que utilizem tecnologias adequadas à realidade
local, com custos compatíveis com a capacidade de pagamento da população e, suficientes
para que a infraestrutura de água, a ser disponibilizada para a comunidade, seja
adequadamente operada e mantida;

f) Os Estudos de Concepção, o Projeto Básico e o Projeto Executivo a serem


desenvolvidos deverão ser conduzidos em consonância com os Planos Municipais de
Saneamento, em atendimento à Lei nº 11.445/2007;

g) Caso existam obras relacionadas aos estudos a serem desenvolvidos, em


andamento, paralisadas ou fora de operação, deverá ser analisada a pertinência de sua
inclusão na definição do sistema;

h) Os estudos de concepção, os projetos básicos e projetos executivos deverão ser


elaborados para cada cidade separadamente, configurando-se para cada uma, um conjunto
completo dos trabalhos, exceto quando se referir a regiões metropolitanas ou sistemas
integrados.

4.1.4 DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS

4.1.4.1 ESTUDO DE CONCEPÇÃO

Compreende a formulação de alternativas de soluções para os problemas de abastecimento


de água, envolvendo a concepção das diferentes partes dos sistemas sob os aspectos
técnico, econômico, financeiro, social e ambiental, de modo a permitir a escolha, com
segurança, da melhor alternativa.

Os estudos técnicos deverão considerar a Norma Brasileira - NBR No. 12.211, de 1992,
para estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água, e demais
normas interrelacionadas, da ABNT.

Nos sistemas a serem construídos, ampliados ou melhorados deverão ser coletadas e


analisadas todas as informações do meio, incluindo a realização e apresentação dos
cálculos necessários a prevenção dos impactos sócios-ambientais resultante da implantação
dos mesmos.
Os Estudos de Concepção deverá abranger o seguinte conteúdo básico:
a. Diagnóstico da Situação Atual
b. Elementos para Concepção do Sistema
c. Estudos Ambientais e Sociais
d. Alternativas Técnicas de Concepção
e. Alternativas de Solução
f. Comparação e Seleção de Alternativas
g. Serviços Complementares
h. Memorial de Cálculo
i. Adequação dos Dados até a Aprovação

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a. Diagnóstico da Situação Atual

Deverá conter as informações relativas aos dados gerais da localidade, a descrição e a


avaliação dos sistemas de abastecimento de água existentes.

Com o objetivo de identificar as necessidades de intervenção, deverá ser realizada pesquisa


de demanda local, em cada uma das localidades que se pretende intervir. Essa pesquisa
constituirá a base de dados referente à efetiva demanda da população por serviços de água.

Deverão ser realizadas reuniões com as operadoras dos serviços, autoridades locais,
representantes da sociedade civil e da população, objetivando determinar as necessidades e
a importância do projeto para a população.

Estes grupos poderão subsidiar a formulação das alternativas de projeto, em especial no


que se relacionam com a localização das ETAS, prazos de execução, transtornos causados
pelas obras, etc.

As atas dessas reuniões deverão constar como anexo no relatório do estudo de concepção
do projeto.

Dados Gerais da Localidade

I. Localização
Localização no Estado, com as distâncias aos centros mais importantes por meio
das vias de comunicação; delimitação da área de intervenção direta; altitude,
latitude e longitude.
II. Clima
Temperaturas máximas, médias e mínimas; séries históricas de dados
meteorológicos e pluviométricos, com médias anuais, ocorrências de precipitações
intensas e estiagens prolongadas; curva de intensidade versus período de
recorrência válido para a localidade; descrição de fatores especiais de influência
sobre o clima.
III. Acesso
Estradas de rodagem, estradas de ferro, navegação aérea, fluvial ou marítima;
acesso a partir dos possíveis centros fornecedores de materiais e equipamentos a
serem utilizados na construção do sistema.

IV. População
Série histórica de dados de população urbana e rural; taxas históricas anuais de
crescimento populacional para o município, distritos e sedes; estudos populacionais

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recentes, quando disponíveis; população flutuante quando significativa, com a
indicação do período de ocorrência; fluxos migratórios.
V. Topografia, Hidrologia e Geologia
Plantas topográficas e mapas, inclusive hidrográficos, com os principais acidentes,
quotas de inundação, batimetria etc., com abrangência sobre a região relativa à
intervenção; informações dos meios físicos (bacias hidrográficas, fisiografia,
geologia, geomorfologia, solos, regimes de chuvas, regime dos cursos d’água);
informações sobre mananciais superficiais e subterrâneos, uso da água a jusante e a
montante dos mananciais que poderão servir de fonte de água bruta ou receptores
de água residuária; meio biótico (vegetação/flora e fauna) e sua conservação; faixas
de terreno para localização dos condutos de interligação de mananciais e de partes
do sistema; levantamentos e análises aerofotogramétricas, se existir. Identificação
de áreas protegidas ambientalmente ou com restrições à ocupação;
VI. Características Urbanas
Principais características urbanas; densidades demográficas atuais; tendências de
expansão; dados sobre desenvolvimento regional; planos de implantação de obras
públicas municipais, estaduais e federais, principalmente aquelas que tenham
influência sobre o projeto, planos diretores existentes, plano de saneamento, etc.
VII. Condições Sanitárias
Informações gerais sobre: condições de poluição dos recursos hídricos, ocorrência
de doenças de veiculação hídrica, taxa de mortalidade infantil, e problemas
relacionados com o saneamento ambiental;
VIII. Perfil Sócio-Econômico
Descrição atual e tendências do perfil sócio-econômico da população da localidade;
quadro com informações sobre a distribuição da renda familiar mensal, por faixas
de salário mínimo, número de habitantes, escolaridade e IDH.
IX. Perfil Industrial
Indústrias existentes (consumos de água, quantidade e tipo de efluente); previsão de
expansão industrial no município, com possível demanda por utilização de serviços
públicos de saneamento, descrevendo o potencial de crescimento, a estimativa de
consumo de água, tipo e quantidade de despejo.
X. Outros Programas
Descrever programas da área social, que estejam sendo desenvolvidos na área de
abrangência do projeto, os quais possam vir a complementá-lo ou interferir com o
mesmo.
Descrever também outros programas na área de saneamento, saúde ou
infraestrutura que estejam em desenvolvimento ou programados para a localidade
em questão.

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Sistemas Existentes de Saneamento

I. Aspectos Técnicos
 Descrição de cada parte componente do sistema: tipo, características
cadastrais, capacidades, cargas e volumes atuais e futuros, extensões e
materiais.
 Informações sobre controle operacional: qualidade da água comprovada por
análises laboratoriais; vazões; pressões médias, máximas e mínimas; níveis
máximos e mínimos; tempos de funcionamento mínimos, médios e máximos
aplicáveis às diferentes partes e seus subcomponentes.
 Diagnóstico das condições operacionais e do estado de conservação das
unidades do sistema.
 Desenho esquemático do sistema de abastecimento existente (tamanho A3 ou
A4), assinalando as partes a serem desativadas, a serem reaproveitadas e/ou
que serão objeto de melhoria ou ampliação.
 Tipos de soluções de abastecimento adotadas na localidade, no caso de
sistema público parcialmente implantado ou quando da sua inexistência.
 Manancial: Condições extremas de estiagem e de enchente; condições
sanitárias e ambientais da bacia; condições atuais de proteção do manancial;
interferência de ocorrências localizadas a montante e a jusante.
 No caso de poços – informar: a) poço raso (também denominado escavado,
freático, amazonas) ou poço tubular profundo; b) diâmetro; c) níveis estático
e dinâmico; d) profundidade; e) vazões; f) revestimento; g) condições
operacionais; etc.
 Captação: Tipo de captação; avaliação e justificativa da necessidade de
intervenção em melhoria ou ampliação.
 Adução: Tipo de Adutora: gravidade, recalque ou mista; material da
tubulação; avaliação e justificativa da necessidade de intervenção em
melhoria ou ampliação.
 Estação Elevatória de Água – EEA e linha de recalque: Avaliação e
justificativa da necessidade de intervenção em melhoria ou ampliação,
considerando: remanejamento de equipamentos e/ou terrenos disponíveis;
suprimento de energia elétrica; capacidade do sistema elétrico existente, nível
de automação.
 Estação de Tratamento de Água – ETA: Desenho esquemático da ETA
existente (tamanho A3 ou A4), análises físico-químicas e bacteriológicas
mínimas, médias e máximas da água in-natura e tratada; parâmetros
operacionais, como: velocidades, tempo de detenção, etc.; produtos químicos
utilizados; avaliação das condições do laboratório e de armazenamento de
produtos; nível de automação; avaliação e justificativa da necessidade de
intervenção em melhoria ou ampliação.
 Reservatório: Relação e avaliação dos reservatórios, com áreas de influência
e zonas de pressão; material, capacidade, nível de automação; avaliação e
justificativa da necessidade de intervenção em melhoria ou ampliação.

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 Rede de Distribuição: Características cadastrais da rede e acessórios; quadro
resumo por tipo de material, diâmetro e extensão; idade e estado de
conservação; planta de rede existente em escala compatível, com indicação
das áreas de influência por zonas de pressão, se houver; análises físico-
químicas e bacteriológicas da água na rede de distribuição, cujos pontos de
coleta de amostras devem ser estabelecidos com base em critérios de
abrangência espacial, nos pontos com grande circulação de pessoas, locais
vulneráveis do sistema (ponta de rede, pontos de queda de pressão e/ou
sujeitos à intermitência de abastecimento, reservatórios e locais com
notificações sistêmicas de agravos à saúde tendo como possíveis causas
agentes de veiculação hídrica); avaliação e justificativa da necessidade de
intervenção com melhoria ou ampliação;
 Sistema de Esgoto: Deverá ser descrito (incluir desenho esquemático –
tamanho A3 ou A4) e avaliado o sistema de esgotamento sanitário da cidade,
especificar se sistema coletivo, com ou sem tratamento, ou se soluções
individuais. Essa avaliação deverá ser feita considerando as possíveis
influências da forma de coleta e tratamento do esgoto sanitário adotada no
estudo de concepção do sistema de abastecimento de água. Assim, a
avaliação deverá considerar todas as partes do sistema, tais como: rede
coletora, interceptores, emissários, estações elevatórias, estação de tratamento
e demais dados que possam contribuir para os estudos. Deverão ser avaliados
também os custos dos serviços de operação e manutenção do sistema de
esgotos quando houver.
 Resumo Técnico: Elaboração de um resumo técnico dos problemas no
município relacionados com sistema de abastecimento de água, evidenciando
o nível de perdas (e sua origem), cobertura, micro e macromedição, qualidade
da água e estado de contaminação do corpo receptor.

II. Aspectos Institucionais


 Características do órgão prestador, dos sistemas de operação e manutenção,
dos sistemas comercial, financeiro e administrativo, indicadores de gestão,
cobertura, qualidade, continuidade e outras características relevantes para
geração de relatório conclusivo.

III. Conclusões
 Apresentar as conclusões acerca dos Sistemas Existentes de Saneamento da
localidade em questão, quanto aos aspectos técnicos e institucionais supra
mencionados.

b. Elementos para Concepção do Sistema

Parâmetros

A definição dos parâmetros para os pré-dimensionamentos na fase do estudo de


concepção, e dimensionamentos na fase do projeto básico e executivo, é de suma
importância, especialmente no que se refere ao consumo per capita de água e por

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conseqüência, a contribuição per capita de esgotos. Assim, o estabelecimento dos
parâmetros terá por balizamento os valores indicados pelos Programas PNCDA,
PMSS e outros, do Ministério das Cidades, e os recomendados pelas Prestadoras de
Serviços de Saneamento.
Desse modo, deverão ser realizadas a avaliação e justificativa dos parâmetros e
elementos das alternativas técnicas, para o pré-dimensionamento das unidades:
característica de água bruta, coeficientes, taxas, materiais e equipamentos, etc.

Estimativa Populacional

As projeções populacionais deverão ser feitas com base nos censos demográficos
oficiais do IBGE, cujos valores deverão ser aferidos ou corrigidos utilizando-se:
avaliações de projetos e outros estudos demográficos existentes; evolução do número
de habitações cadastradas na Prefeitura, nos prestadores de serviços públicos, Cia. de
eletricidade, FUNASA, etc.; evolução do número de consumidores de energia
elétrica; contagem direta de casas (em campo); contagem direta de edificações em
aerofotos ou mapas aerofotogramétricos cadastrais atuais e antigos. Considerar,
ainda, a influência da população flutuante ou temporária, quando for significativa.

 O critério utilizado para a projeção da população deverá ser justificado;


 O horizonte dos estudos será para 20 anos;
 O proponente deverá avaliar o estudo populacional antes do aprofundamento,
detalhamento e conclusão do Estudo de Concepção.

Zonas Características da Área do Projeto

Delimitação da área do projeto, com as características atuais e tendências; definição


das zonas residenciais, comerciais e industriais; definição do padrão de ocupação
atual e futuro de cada uma dessas zonas; densidades demográficas em cada época
notável de projeto; previsão para expansão da cidade, natureza e amplitude das zonas
a serem servidas.
 O abastecimento das áreas de expansão não definidas urbanisticamente, será
previsto em termos de redes principais, reservatórios e elevatórias, cuja
implantação deverá estar programada somente quando a ocupação for
efetivada.
 Nas áreas de baixa ocupação deverão ser adotadas alternativas individuais ou
isoladas, entretanto, no presente estudo de concepção deverão constar as
soluções para integrar essas áreas ao sistema da cidade.

Estudos de Demanda

Os estudos de demanda deverão ser feitos com base em cuidadosa estimativa do


consumo per capita e considerando a demanda efetiva (consumo + perdas).

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O consumo per capita deverá ser avaliado conforme roteiro abaixo:
 Estratificação sócio-econômica da população - necessária ao estudo de
projeção populacional e à avaliação do consumo médio per capita (projeção
populacional será vista posteriormente);
 O consumo de água deve ser estudado em três seguimentos distintos: (i) o
residencial; (ii) o não residencial, que engloba o comercial, o industrial de
pequeno porte e o público; e (iii) o relativo aos grandes consumidores;
 O modelo para estimativa do volume consumido residencial e não residencial
(exceto grandes consumidores) se baseia nos consumos per capita
micromedidos, específicos para cada subárea e classe de renda determinada;
 Para baixos índices de hidrometração recomenda-se a adoção de valores de
pesquisas em outras subáreas, de semelhantes características sócio-
econômicas, que sejam bem medidas;
 O modelo se baseia em dados amostrais por subáreas e por classe de renda,
cujos resultados são extrapolados para toda a área.

A pesquisa de consumo residencial deverá:


 Levantar os dados de consumo micromedidos nos últimos 12 meses
consecutivos;
 Pesquisar por amostragem, selecionando ligações representativas das classes
e tipos de consumidores. Definida a amostra, determina-se a estratificação
por percentuais de renda;
 Escolher aleatoriamente tanto os domicílios como os logradouros;
 Após a escolha dos domicílios, levantar os volumes consumidos medidos no
setor de faturamento, verificando-se os registros de ocorrência;
Poderão ser adotadas outras metodologias para a pesquisa de consumo, mais
adequadas à realidade local, desde que devidamente justificadas.

As perdas consideradas nos estudos devem refletir as metas previstas de


desenvolvimento operacional, com índices decrescentes ao longo do período do
projeto. O nível de perdas de água desejável é da ordem de 25% (vinte e cinco por
cento). Em qualquer município cujo índice de perda de distribuição for superior a
40% (quarenta por cento), os projetos que visem à ampliação do sistema produtor
somente serão elegíveis quando previrem ações destinadas ao controle e redução de
perdas de água no sistema conforme diretrizes constantes no item a seguir (Redução
e Controle de Perdas e Reuso de Água), bem como nas Instruções Normativas
específicas do Ministério das Cidades editadas para cada processo seletivo.

O consumo per capita a ser encontrado deverá estar em consonância com as atuais
tendências de redução de consumo, e valores recomendados pelos programas
patrocinados pelo MCIDADES, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental.

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Redução e Controle de Perdas e Reuso de Água

As ações de redução, de controle de perdas e de reuso de água deverão ser


intensificadas.

Os estudos deverão se apoiar, também, na identificação de ações que busquem o


combate às perdas de água nos sistemas, tanto as medidas coercitivas quanto as de
cunho técnico-operacional; tanto as providências de caráter interno da prestadora de
serviços quanto àquelas que se referem às instalações no interior dos domicílios. Da
mesma forma, deverá se buscar propostas de reuso de águas servidas, adequadamente
aplicadas, com fins de uso urbano, industrial e agrícola.

Com vistas aos projetos técnicos, o estudo de concepção deverá adotar medidas e
estratégias abrangentes, adequadas às realidades locais, de forma a avaliar as ações e
seus custos, para atender às premissas de conservação e economia nos usos das
águas. No que couber, os estudos considerarão os seguintes aspectos:
 Política tarifária;
 Custos de operação e manutenção do sistema na prestação dos serviços de
abastecimento de água;
 Aumento da eficiência, detecção e eliminação de vazamentos nos sistemas de
captação, adução, reservação e distribuição de água, inclusive no âmbito
domiciliar;
 Adoção de equipamentos de baixo consumo, por meio de crédito subsidiado,
descontos, distribuição gratuita de kits de conservação e assistência técnica;
 Reciclagem de águas servidas ou utilização de fontes de água não potável
para usos menos exigentes;
 Campanhas de informação e educação; e
 Pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e procedimentos.

Durante a previsão de estudos deverá se enfatizar o sistema existente a ser


aproveitado, assim como as expansões previstas, com respeito à recuperação e
substituição de unidades, equipamentos e redes obsoletos ou em estado adiantado de
deterioração, principalmente aqueles que possam ainda, comprometer a saúde da
população.

Da mesma forma, deverão ser previstos equipamentos para macromedição,


pitometria e pesquisas de vazamentos, automação das unidades operacionais, além de
implantação de setorização no sistema de distribuição e de micromedição em 100%
dos domicílios.

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c. Estudos Ambientais

Os impactos positivos prognosticados com a implantação do projeto e os custos


decorrentes das medidas mitigadoras dos impactos negativos e de monitoramento deverão
ser quantificados e valorados a fim de serem agregados como benefícios e custos,
respectivamente, na análise econômica do Estudo de Concepção.

As análises dos aspectos ambientais deverão respeitar o enquadramento frente à legislação


ambiental federal, estadual e municipal, verificando a situação referente às exigências de
licenciamento (prévio, de implantação e de operação).

Sempre que ficar caracterizada a existência de potencial impacto negativo, devem ser
indicadas as medidas a serem adotadas para sua atenuação, bem como prever as medidas
de compensação de acordo com a legislação ambiental e programas de educação
ambiental.

A identificação e elaboração de todas as atividades de proteção, reabilitação ou mitigação e


de compensação ambiental, assim como a de seus custos, devem ser previstas no âmbito do
Projeto.

Ainda na fase dos estudos, a Contratada deverá, quando solicitada, subsidiar o Proponente,
na produção de informações e documentos necessários para requerer as licenças ambientais
(Prévia e de Instalação).

d. Alternativas Técnicas de Concepção

As alternativas técnicas deverão considerar o sistema existente e sua integração com as


soluções a serem propostas.

Essas alternativas contemplarão a solução do problema de forma completa e integrada,


baseando-se em conceitos tecnicamente consolidados ou, caso sejam inovadores, que
possam ter sua eficiência comprovada.

Nos projetos que prevejam a implantação de obras e serviços para as unidades de captação,
ampliação do sistema de produção ou interligação a sistemas existentes é recomendado a
avaliação das alternativas sugeridas nos Atlas – Abastecimento Urbano de Água
elaborados pela Agência Nacional de Águas, os quais estão disponíveis no sítio eletrônico:
www.ana.gov.br

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Nesta fase, as alternativas deverão ser tratadas em termos de sua composição, suas
características principais, eficiências, restrições e aspectos condicionantes. Não haverá
preocupação com dimensionamento, podendo ser utilizadas bases topográficas existentes.

Deverão proceder a análises comparativas das alternativas tecnológicas disponíveis para os


diversos componentes dos sistemas que serão ampliados ou melhorados.

Prioritariamente, será considerada a alternativa de melhoria/otimização do sistema


existente (redução de perdas, implantação de micromedição), que poderá resultar em
expansão do atendimento, sem aumentar o volume de produção.

e. Alternativas de Solução

O dimensionamento das unidades de cada alternativa deverá considerar a hipótese de


implantação por etapas das mesmas.

Os estudos elaborados por programas informatizados somente serão aceitos com a


apresentação de memoriais descritivos, critérios, parâmetros e custos utilizados ou
assumidos na programação (devidamente justificados); manual contendo orientações de
interpretação dos resultados, e de como localizar detalhes ou itens necessários para a
análise.

As alternativas de solução serão ilustradas por meio de desenhos esquemáticos (tamanho


A3 ou A4), que permitam a perfeita compreensão e avaliação das mesmas.

Para cada alternativa deverão ser apontadas, também, as áreas necessárias para instalação
e operação dos elementos do sistema, como ETA e EEA, e sua necessidade de
desapropriação.

No arranjo dos novos sistemas deverão ser aproveitados ao máximo, quando houver, os
sistemas existentes, prevendo as melhorias necessárias a fim de garantir a oferta de água
potável, com quantidade e qualidade, ao longo de todo o horizonte de projeto. O nível de
aproveitamento e das melhorias das unidades operacionais deverá ser discutido entre o
proponente e a contratada.

Se houver sistema de abastecimento de água, anexar relatório fotográfico dos principais


componentes do mesmo.

Atendendo ao disposto nas normas da ABNT NBR nº 15.115 e nº 15.116 deverá,


preferencialmente, ser utilizado agregados reciclados provenientes de resíduos da
construção civil.

17
Para cada uma das alternativas deverão ser pré-dimensionadas as unidades dos sistemas,
abordando:

Sistema de Abastecimento de Água

I. Manancial
Situação e descrição das condições do manancial quanto a: regularidade (vazões
mínima, média e máxima), vazão ecológica, condições de enchente; necessidade de
obras para regularização de vazões; qualidade da água (análise bacteriológica, de
contaminação tóxica, cromatográfica e sedimentométrica).
Informações mínimas:
 mananciais superficiais - nome da fonte de captação e da bacia hidrográfica,
planta com indicação do ponto de captação, estimativa da área da bacia, uso
da água a montante e jusante da captação (a montante, indicar captações para
fins de abastecimento público e industrial, informando a respectiva distância);
 manaciais subterrâneo – laudo geológico e hidrogeológico que permitam
estimar a qualidade e capacidade de produção.

II. Captação
Distância e desnível do provável ponto de captação até a próxima unidade do
sistema; descrição sumária suficiente para avaliar os quantitativos da obra e custos;
estudo hidráulico e estrutural para barragem; identificação e justificativa da
necessidade de pré-sedimentação em função da qualidade de água bruta.
Caracterizar o tipo de captação, se direta ou indireta. No caso de captação em
poços, descrever as suas características: informar tipo (poço raso, também
denominado escavado, freático, amazonas ou poço tubular profundo), diâmetro,
níveis estático e dinâmico, profundidade, vazões, revestimento, condições
operacionais, etc.

III. Estação Elevatória de Água - EEA


Pré-dimensionamento completo das estações elevatórias (em conjunto com a
adução); provável localização, altura manométrica, diâmetro das tubulações,
dispositivos de proteção e operação; definição do número e potência dos conjuntos
moto-bombas, com memorial de pré-dimensionamento e curvas características
usadas. Descrever as obras civis necessárias.

IV. Adutora
Tipo de material, diâmetro, extensão, traçado justificado em função de
características topográficas e do tipo de solo, profundidade média, tipo e número de
dispositivos de proteção e acessórios; localização e pré-dimensionamento de
travessias e obras especiais.

18
V. Estação de Tratamento de Água - ETA
Definição preliminar da provável localização e descrição do tipo de tratamento e
suas características gerais; pré-dimensionamento com demonstração de
adequabilidade sanitária, hidráulica e mecânica; elementos para definição de
orçamento; vazões médias a serem tratadas; estimativa com gasto de produtos
químicos e energia elétrica; definição preliminar sobre a disposição das águas de
esgotamento de lavagem dos filtros. Método de tratamento e disposição dos lodos
produzidos.

VI. Reservatórios
Pré-dimensionamento dos reservatórios, de acordo com suas funções (manutenção
de pressão e/ou equalizações); localização, tipo, capacidade, materiais e acessórios;
cotas e alturas; características geológicas do subsolo.

VII. Rede de Distribuição


Vazões de dimensionamento e determinações das zonas de pressão; localização das
tubulações principais, pré-dimensionamento, com diâmetros, extensões, materiais,
características geológicas e de pavimentação das vias públicas; definição de
diâmetros mínimos; relacionamento das zonas de pressão com os respectivos
reservatórios.
Número de ligações e população a ser atendida, situação de urbanização e
densidade de ocupação habitacional da área a ser atendida.

Planejamento e Controle da Operação

De acordo com as definições anteriores, pré-dimensionar as necessidades


quantitativa e qualitativa de pessoal nas diversas unidades do novo sistema a ser
implantado com o Programa, levando-se em consideração a equipe existente e de
materiais, energia elétrica e serviços de terceiros.

Etapas de Construção

Definir a implantação das etapas das obras com base na avaliação técnica e sócio-
econômica. Definição das etapas de obras de ampliação sistemática (rede de
distribuição) para todo o período do projeto. Além dos aspectos econômico-
financeiros, deverão ser considerados outros como: crescimento da demanda na área
de projeto, fatores físicos, obras complementares (elevatórias, adutoras e fatores
operacionais), e atendimento a condicionantes ambientais.

19
Orçamento Preliminar das Alternativas

Os orçamentos preliminares deverão ser elaborados de acordo com o pré-


dimensionamento das unidades do sistema, tendo como base:
 A Tabela de Preços do SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e
Índices da Construção Civil;
 Planilhas de Referência da Prestadora de Serviço – Para os itens não
constantes da Tabela supramencionada;
 Pesquisa de preço a fornecedores - para itens não contemplados no SINAPI,
tampouco nas Planilhas sobreditas; mínimo três propostas; incluir custos de
instalações elétricas (obras elétricas, quadros, transformadores, extensão da
linha, etc); a avaliação do item será entre a contratada e o proponente.
Admite-se a utilização de funções de custos para unidades de sistema análogas, com
comprovada eficiência, com citação de fonte e forma de obtenção. Somente serão
aceitas se determinadas para as condições brasileiras, considerando-se efeitos
regionais e locais.
O custo das eventuais áreas a desapropriar deverá ser levantado criteriosamente com
consulta à Prefeitura Municipal, órgãos locais e imobiliários.

f. Comparação e Seleção de Alternativas

Os custos de cada alternativa serão apresentados em termos econômicos. Isto implica em


que os custos de investimento deverão ser discriminados em mão de obra, materiais,
equipamentos, e outros. Nos custos de operação, a componente energia elétrica também
deverá ser apresentado em termos econômicos.

A comparação das diferentes alternativas deverá ser feita por meio do cálculo do fluxo de
caixa, a valor presente, dos custos de investimento, operação e manutenção, não
considerando os custos de depreciação e inflação, à taxa de desconto de 12%, ao longo do
período de projeto.

Para efeito de comparação de alternativas e análise benefício-custo, deverão ser incluídos


os custos dos terrenos necessários (valor de mercado, mesmo que estas áreas tenham sido
doadas, desapropriadas ou que já sejam de propriedade da prestadora de serviços, do
município, do estado ou do Governo Federal).

As alternativas de solução adequadas deverão corresponder àquelas cujo conjunto de


fatores e aspectos sociais, técnicos, ambientais, econômicos e financeiros indica ser os
mais apropriados a todas as partes beneficiadas pelo projeto. A partir dessa análise deverá
ser priorizada a de menor custo de implantação e operação.

20
g. Serviços Complementares

Deverá ser indicado em planta e justificada a quantificação dos serviços complementares


necessários para a elaboração dos projetos básicos e executivo, tais como serviços
topográficos, geológicos e outros.

h. Memorial de Cálculo

Os cálculos e estudos gráficos que tenham sido elaborados para a obtenção das definições
do projeto, deverão ser apresentados em forma de memorial, preferencialmente digitado.

i. Adequação dos Dados até a Aprovação

Em qualquer época, até a aprovação final do Estudo de Concepção, o Proponente poderá


solicitar complementações, esclarecimentos e/ou reformulações do mesmo, sem que haja
qualquer ônus adicional.

4.1.4.2. PROJETO BÁSICO

O projeto básico compreende o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível


adequado de precisão, para caracterizar a obra, serviço ou complexo de obras e serviços da
alternativa selecionada no Estudo de Concepção, quando houver, devidamente analisado e
aprovado pelos órgãos fiscalizadores. O nível de detalhamento requerido nesta etapa é
aquele que possibilite a avaliação mais exata do custo do empreendimento e que sirva de
subsídio para: a elaboração adequada do Projeto Executivo e do processo licitatório; a
obtenção da posse das áreas necessárias e das licenças ambientais.
Os componentes de um Projeto Básico e seus documentos complementares são:

a) Memorial Descritivo e Justificativo


Documento que deve descrever as características da área de intervenção (localização
geográfica; condições sanitárias; dados do sistema atual; características
socioeconômicas e de saúde; projeções de população baseadas em métodos
comprovadamente eficazes etc.), apresentar informações do sistema projetado e suas
partes, descrevendo sua forma de implantação, materiais utilizados e quaisquer outras
informações relevantes que possibilitem perfeita compreensão do sistema. Deve conter,
ainda, as justificativas para a adoção daquela concepção.

b) Memorial de Cálculo
Documento ou conjunto de documentos que apresenta(m) detalhadamente, e de forma
organizada, os parâmetros adotados e metodologias de cálculo para o dimensionamento
do sistema. Deve conter: detalhamento dos cálculos, com tabelas de parâmetros e
fórmulas; estudos técnicos; referências bibliográficas; indicação das ferramentas de
cálculo utilizadas (softwares ou outro); memória de cálculo da quantidade de materiais
e serviços.

21
c) Desenhos Técnicos e de Situação
São documentos gráficos, como plantas e cortes, que devem ilustrar adequadamente: a
localização e o traçado de todos os elementos do sistema atual e a ser construído,
diferenciando-os, e as respectivas abrangências; os pontos notáveis da região; os
canteiros de obras; detalhes de peças, equipamentos e dispositivos.

d) Planilha Orçamentária
Documentos que ilustrem de forma clara o custo unitário e o custo global dos materiais
e serviços necessários para completa execução do empreendimento, levando em
consideração possíveis divisões em etapas de implantação do sistema e seus respectivos
quantitativos.

e) Cronograma Físico-financeiro
Documento de planejamento, elaborado antes da execução, que demonstra com clareza
a evolução físico-financeira da implantação das obras e considerando eventuais
dificuldades, podendo ser dividida em etapas.

f) Documentos complementares
Relatórios de estudos e levantamentos Topográficos e Geotécnicos, relatórios de
Estudos Ambientais e outros documentos necessários para elaboração do Projeto e
obtenção de licenças.

Nesta etapa, devem ser, também, considerados os seguintes itens:


 Os levantamentos topográficos, estudos hidrológicos e geológicos deverão ser
concluídos;
 As soluções técnicas globais deverão ser suficientemente detalhadas, de
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de alterações durante as
fases de elaboração do projeto executivo e de implantação do
empreendimento;
 Os cálculos hidráulicos e o dimensionamento de todas as partes do sistema
deverão ser concluídos, abrangendo o tipo de material, diâmetros e extensão
das tubulações, com a identificação dos tipos de serviços a serem executados
e materiais e equipamentos necessários, com as respectivas especificações
que assegurem os melhores resultados para o empreendimento;
 As informações deverão ser apresentadas de forma a possibilitar o
entendimento dos métodos construtivos, instalações provisórias e condições
organizacionais para a obra;
 Elaboração do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo
programação, estratégia de suprimentos, normas de fiscalização e outros
dados necessários em cada caso;
 Elaboração da planilha de orçamento do custo global da obra, fundamentado
em quantitativos de serviços e custos unitários, baseados na Tabela de Preços
SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção
Civil, ou conforme orientação do proponente.

22
O projeto básico deverá conter: os projetos arquitetônico, urbanístico, hidráulico, elétrico e
de fundação, especificações técnicas de materiais e serviços, orçamento, cronograma
físico-financeiro, ART (inclusive do profissional que elaborou a planilha orçamentária),
posse da área/ desapropriações, bem como os detalhes e demais informações necessárias ao
entendimento da unidade. Deverão ser apresentadas, pelo menos, as partes mencionadas a
seguir:

Recomendações para Elementos do Projeto Básico

Com base no diagnóstico efetuado, e nas propostas do estudo de concepção, deverão ser
detalhadas as melhorias a ser realizado no sistema de abastecimento existente ou projetado
novo sistema, de forma a prover a área a ser beneficiada, com água em quantidade e
qualidade, ao longo do período de projeto.

I. Planta Geral do Sistema


Deverá conter área de abrangência do projeto, localização do manancial e sua
devida classificação (de acordo com a legislação ambiental vigente), localização da
unidade de captação (tipo e capacidade), traçado e diâmetro de adutoras,
subadutoras, linhas tronco, anéis distribuidores, localização de estações elevatórias
(nº de bombas e respectivas potências) estação de tratamento (tipo, capacidade),
reservatórios (tipo, capacidade), identificando as etapas de implantação das obras
quando houver, além das áreas de influência dos reservatórios e zonas de
abastecimento.

II. Captação
Planta de localização, locação e todas as demais plantas, cortes e detalhes e
cálculos necessários à sua perfeita compreensão.

III. Adução
Plantas de caminhamento com respectivos perfis, com indicação de dispositivos
especiais como ventosas, registros, medidores de vazão, dispositivos de proteção
contra golpe de aríete, entre outros. Plantas indicativas de obras de arte. Deverão
ser apresentados os seguintes elementos:
 estaqueamento;
 cotas do terreno e da geratriz inferior da tubulação;
 diâmetro e tipo de material das tubulações projetadas;
 declividade;
 profundidade;
 tipos de terrenos;

23
 tipos de pavimentação, quando em área urbanizada;
 travessias especiais (vias e outros).

IV. Elevatórias
Plantas de situação, locação e de interligação dos barriletes e canalizações, planta
de urbanização da área, plantas, cortes e detalhes necessários ao entendimento da
unidade. Lista dos principais materiais e equipamentos necessários para subsidiar a
relação de materiais e orçamento.
Cada elevatória deverá ser justificada quanto à necessidade de sua utilização.
Quadro de peças contendo especificações e quantidades.

V. Linhas de Recalque
Plantas de caminhamento com respectivos perfis contendo indicação de mudanças
de direção e dispositivos especiais. Plantas indicativas de obras de arte.
Os perfis deverão conter os elementos abaixo:
 estaqueamento;
 cotas do terreno e da geratriz inferior da tubulação;
 diâmetro e tipo de material das tubulações projetadas;
 declividade;
 profundidade
 tipos de terreno;
 tipos de pavimentação;
 Travessias especiais (vias e outros).

VI. Estação de Tratamento


Plantas de situação, locação e de interligação das canalizações, planta de
urbanização da área, plantas, cortes e detalhes necessários ao entendimento da
unidade.
Lista dos principais materiais e equipamentos necessários para subsidiar a relação
de materiais e orçamento.
Nessa fase deverá ser detalhada a solução escolhida no estudo de concepção, as
tecnologias a serem utilizadas, a unidade de tratamento das águas de lavagem dos
filtros e dos lodos produzidos no processo de tratamento. Nesse sentido, deverão
ser avaliadas as exigências do Órgão Ambiental em consonância com as
Resoluções do CONAMA e demais exigências ambientais.

24
VII. Reservatório
Plantas de situação, locação e de interligação dos barriletes e canalizações, planta
de urbanização da área, plantas, cortes e detalhes necessários ao entendimento da
unidade.
Lista dos principais materiais e equipamentos necessários para subsidiar a relação
de materiais e orçamento.
Nas unidades existentes, mediante o diagnóstico efetuado, deverão ser avaliadas as
recuperações necessárias, especialmente quanto às perdas na unidade e a segurança
estrutural.

VIII. Rede de Distribuição


Plantas da rede com os detalhes necessários para entendimento desse componente
do projeto, como: cotas do terreno, material das tubulações, diâmetro,
comprimento, declividade, profundidade.
Especificar o revestimento do terreno em que será construída a rede de distribuição
(pedra, terra batida, pavimento com paralelepípedo, asfalto, etc).
Lista dos principais materiais e equipamentos necessários para subsidiar a relação
de materiais e orçamento.
Em face do diagnóstico efetuado, para o sistema existente, deverão ser avaliadas as
substituições necessárias, especialmente para redes de ferro fundido antigas, sem
revestimento ou com rejuntamento comprometido, assim como, as redes antigas de
fibro-cimento.

IX. Ligações Domiciliares


Projeção de novas ligações apresentando as bases utilizadas.
No detalhamento das ligações domiciliares deverá ser previsto 100% de
atendimento para a área de projeto, todos com hidrometração, inclusive substituição
dos hidrômetros comprometidos.

X. Desempenho Operacional
Apresentar o desempenho operacional dos últimos seis meses de unidades
existentes que serão aproveitadas no novo sistema.

Outras Considerações sobre Elementos do Projeto Básico

I. Projeto Arquitetônico e Urbanístico


Deverão ser apresentadas as plantas baixas, cortes, fachadas e demais detalhes
necessários ao perfeito entendimento dos elementos das unidades a serem
projetadas.

25
O projeto urbanístico deverá proporcionar uma perfeita integração das áreas
adjacentes e constará das indicações necessárias para seu entendimento, de forma
ainda a subsidiar a elaboração do orçamento.

II. Projeto Hidráulico, Elétrico, Estrutural e de Fundações


Será constituído de memorial descritivo e de cálculo, das plantas e desenhos
necessários ao seu entendimento.
O memorial de cálculo deverá abranger os cálculo, dimensionamento das partes
constituintes do sistema e obedecer às especificações da ABNT.

III. Especificações Técnicas de Materiais, Serviços e Equipamentos


Deverão ser incluídas neste item as indicações básicas dos materiais e
equipamentos a serem adquiridos, tais como tubulações, dispositivos de proteção e
controle, equipamentos elétricos, hidráulicos, bombas, etc., identificando a
quantidade prevista. Assim como, as especificações dos serviços a serem
contratados, indicando o material a usar, quantidade, processo executivo e detalhes
que sirvam à instalação dos equipamentos, inclusive a forma de remuneração de
cada serviço a ser executado nas obras, quando tais especificações não constarem
do Caderno de Encargos do Proponente.

IV. Orçamento
Deverá ser apresentado em moeda nacional.
O orçamento deve ser detalhado, com a composição de custos unitários de serviços,
discriminando em planilha os respectivos preços unitários, quantidades e preços
totais.
Os custos unitários de insumos ou serviços deverão ser menores ou iguais à
mediana de seus correspondentes no SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisas de
Custos e Índices da Construção Civil.
Somente em condições especiais, devidamente justificadas em relatório técnico
circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e aprovado pelo proponente,
poderá os respectivos custos unitários exceder limite do SINAPI.
O preço de referência das obras, serviços e insumos será aquele resultante da
composição do custo unitário, acrescido do percentual de Benefícios e Despesas
Indiretas – BDI incidente, que deve estar demonstrado analiticamente na proposta
do fornecedor.
Sobre a taxa de BDI é impreterível ressaltar que:
 Deve-se adotar BDI diferenciado para a execução de serviços e o
fornecimento de materiais das obras, de modo que os mesmos possam ser
licitados separadamente em consonância ao §1º do art. 23 da Lei n.
8.666/1993 e à jurisprudência do Tribunal de Contas do TCU, com vistas ao
melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da
competitividade, sem perda da economia de escala.
 De acordo com a Súmula/TCU nº 254/2010 (DOU de 13.04.2010, S. 1, p. 74)
- “O IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica - e a CSLL - Contribuição

26
Social sobre o Lucro Líquido - não se consubstanciam em despesa indireta
passível de inclusão na taxa de BDI do orçamento-base da licitação;
 A mesma não deve constar do edital a ser adotado na contratação, sob pena
de restringir a obtenção de proposta mais vantajosa para a Administração
(item 9.4.2, TC-032.808/2008-8, Acórdão nº 1.523/2010-2ª Câmara).
Embora detalhados, os itens deverão ser totalizados para cada unidade operacional
(ex: rede de distribuição, adutora, estação elevatória, linha de recalque,
reservatório, estação de tratamento, ligação domiciliar, ligação intradomiciliar,
entre outros), além dos demais agrupamentos usuais (ex: Instalação da obra, etc), e
as rede de distribuição subdivida por setor de abastecimento, entre outros.
Para construção de poços, o projeto deverá estar compatibilizado com a geologia
descrita no laudo geológico ou no estudo de locação; apresentar a planilha de
serviços e materiais de todas as fases construtivas do mesmo.
Caso seja indispensável à implantação de canteiro de obras, o custo dos serviços
preliminares deverá estar abaixo de 4% do valor da obra.
Os custos de mobilização e desmobilização de equipamentos deverão estar
relacionados com a utilização de equipamentos pesados.
Evitar sempre a utilização de unidades genéricas, como “verbas”.

V. Cronograma Físico-financeiro
Deverá ser observada a compatibilização do prazo de execução da obra ou dos
serviços com as ações propostas.

VI. Anotação de Responsabilidade Técnica – ART


A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) deverá ser concedida pelo
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA).
Serão exigidas as ARTs das fases de elaboração do projeto e da
execução/fiscalização da obra, destacando-se a necessidade da apresentação da
ART e da declaração expressa do autor das planilhas orçamentárias, quanto à
compatibilidade dos quantitativos e dos custos constantes de referidas planilhas
com os quantitativos do projeto de engenharia e os custos do SINAPI.
Ressalta-se, ainda, que deverá haver a identificação e assinatura do engenheiro
responsável pelo projeto, em todas as folhas integrantes do mesmo.

VII. Posse da Área / Desapropriações


Quando as intervenções não acontecerem em vias públicas, deverá ser apresentada
a documentação que comprove que a área pertence ao Proponente.
No caso de desapropriação, apresentar a relação das desapropriações necessárias à
implantação do projeto, incluindo nesta relação o nome da propriedade, área,
croquis da área e de localização, nome do proprietário e seu endereço e valor
estimado das terras e das benfeitorias.

VIII. Planejamento de Licitação


Deverá ser elaborado um Plano de Licitação e Gestão da Obra, apresentando
configurações de execução das obras/serviços, de forma que os sistemas sejam

27
completos em sua funcionalidade, atendendo às possibilidades de alocação de
recursos para sua execução, compreendendo localização estratégica, programação
logística de suprimentos, normas de fiscalização e outros dados julgados
necessários.

IX. Levantamentos de Campo


Quando existente, deverá ser utilizado as bases cartográficas, desde que ofereçam a
confiabilidade necessária para o desenvolvimento dos projetos.
Considerando a possível ausência de informações topográficas (planimétricas e
altimétricas) e geotécnicas que apóiem o desenvolvimento dos projetos básicos,
deverá ser previsto os custos unitários para a execução de levantamentos que
forneçam a localização georeferenciada de todos os pontos, caminhamentos e áreas
relativos às unidades operacionais – captação, adutoras, linhas de recalque,
elevatórias, reservatórios, ETAs, rede de distribuição, entre outros, observando a
necessidade, também, para as expansões previstas no projeto.
Importante salientar que, todos os serviços topográficos serão pagos a preço
unitário de acordo com os quantitativos efetivamente executados.

X. Análises Físico-Químicas e Bacteriológicas.


Deverão ser realizadas análises físico-químicas e bacteriológicas dos mananciais a
serem utilizados nos projetos dos sistemas de abastecimento de água, com base na
Resolução nº 357/2005 – CONAMA e na Portaria 518/2004/MS.

4.1.4.3. PROJETO EXECUTIVO

Deverá ser desenvolvido com base no Projeto Básico, compreendendo o conjunto dos
elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, sendo constituído por
todos os projetos especializados devidamente compatibilizados e detalhados, de maneira a
considerar todas as suas interferências, e estar em consonância com as normas pertinentes
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

O autor deve assinar todas as documentações técnicas e peças gráficas dos projetos,
mencionando o número de sua inscrição no órgão competente e providenciando sempre a
ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) correspondente.

As recomendações para apresentação de desenhos, memórias e outros documentos


técnicos relativos ao Projeto Básico se aplicam ao Projeto Executivo.

Normas e Resoluções

Na elaboração dos trabalhos deverão ser observadas as normas da Associação Brasileira de


Normas Técnicas (ABNT), resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) em especial as seguir relacionadas:

I. NBR 7880/01 - Grade de tomada d'água para instalação hidráulica – Terminologia;

28
II. NBR 10844/89 - Instalações prediais de águas pluviais;
III. NBR 12211/92 – Estudos de Concepção de Sistemas Públicos de Abastecimento de
Água;
IV. NBR 12212/92 – Projeto de poço tubular profundo para captação de água
subterrânea;
V. NBR 12213/92 – Projeto de Captação de Água de Superfície para Abastecimento
Público;
VI. NBR 12214/92 – Projeto de Sistema de Bombeamento de Água para
Abastecimento Público;
VII. NBR 12215/91 – Projeto de Adutora de Água para Abastecimento Público;
VIII. NBR 12216/92 – Projeto de Estação de Tratamento de Água para Abastecimento
Público;
IX. NBR 12217/94 - Projeto de Reservatório de Distribuição de Água para
Abastecimento Público;
X. NBR 12218/94 - Projeto de Reservatório de Rede de Distribuição de Água para
Abastecimento Público;
XI. Resolução CONAMA nº 357/05 - Dispõe sobre a classificação dos corpos de água
e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

BIBLIOGRAFIA

BARROS, R.T.V. et al. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG,


1995. 221p. (Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os Municípios, 2).
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Saneamento. Brasília, 2004.
DACACH, N. G. Saneamento básico. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Didática e Científica,
1990.
Di BERNARDO, L. Métodos e técnicas de tratamento de água. Vol. 2. Rio de Janeiro:
ABES, 1993. Cap. 15.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Guias para la calidade del água
potable. Vol.3. Washington: 1987. Anexo 3. p. 76-83.
STANDART Methods for the Examination of water and wastewater. 19. ed.
Washington:1995. p. 1060.
TÉCNICA de abastecimento e tratamento de água. vol.2: tratamento de água. 3. ed. São
Paulo: CETESB: Ascetesb, 1987.

4.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO

4.2.1 INTRODUÇÃO

A Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, considera que Esgotamento Sanitário é


constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta,
transporte, tratamento e disposição adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações
prediais até seu lançamento final no meio ambiente.

29
4.2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Apresentar diretrizes para a elaboração de Estudo de Concepção, Projeto Básico e Projeto


Executivo de empreendimentos nesta modalidade. Indicar, ainda, os produtos desejados,
resultantes dos trabalhos a serem realizados conforme as diretrizes apresentadas. Busca-se,
com isso, garantir a obtenção de produtos – relatórios de estudos e os projetos – que
possibilitem a implantação e/ou complementação dos sistemas de esgotamento sanitário
de maneira mais eficiente, eficaz e efetiva.

4.2.3 CRITÉRIOS

A elaboração dos trabalhos deverá obedecer aos seguintes critérios:


a) Os produtos do Estudo de Concepção, dos Serviços Topográficos e Geotécnicos
e do Projeto Básico constituem-se nos documentos mínimos para definição dos sistemas
de esgotamento sanitário a serem implantados, entendendo, por consequência, que os
trabalhos deverão contemplar todos os pormenores que possibilitem a elaboração
adequada do Projeto Executivo, de maneira a reduzir ao máximo as adições e/ou
alterações durante a execução das obras correspondentes;

b) Deverão ser buscadas soluções criativas com a utilização de tecnologias adequadas


à realidade local, a custos compatíveis com a capacidade de pagamento e suficientes para
a que infraestrutura de esgotos a ser disponibilizada para a comunidade seja
adequadamente operada, mantida e melhorada. Pretende-se que a receita a ser gerada
possa cobrir os custos de operação, manutenção e colaborar para futuros investimentos no
sistema.

c) O Estudo de Concepção, além de atender aos propósitos de definir as concepções


dos sistemas de esgotamento sanitário, deverá ser conduzido também com o fim de apoiar
a elaboração ou atualização do Plano de Saneamento Básico, em atendimento, no que for
aplicável, às diretrizes para elaboração de Plano de Saneamento Básico e à legislação, em
especial a Lei Federal nº. 11.445/2007;

d) Caso existam obras relacionadas aos estudos a serem desenvolvidos em andamento,


paralisadas ou fora de operação, deverá ser analisada a pertinência de sua inclusão na
definição do sistema;

e) Diretrizes e parâmetros não definidos neste Documento, entretanto necessários


para o desenvolvimento satisfatório dos estudos e projetos, serão fixados em reunião
inicial para os trabalhos, e complementados, se for o caso, ao longo da elaboração dos
mesmos;

4.2.4 DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS

4.2.4.1 ESTUDO DE CONCEPÇÃO

O Estudo de Concepção compreende a formulação de alternativas de solução dos

30
problemas de esgotamento sanitário, envolvendo a concepção das diferentes partes dos
sistemas sob os aspectos técnico, econômico, financeiro, social e ambiental, de modo a
permitir a escolha, com segurança, da melhor alternativa de Concepção Básica. Os estudos
técnicos deverão considerar a Norma Brasileira - NBR Nº. 9.648/86, da ABNT, para
estudos de concepção de sistemas de esgoto sanitário, e demais normas inter-
relacionadas.

Os Estudos de Concepção deverão abranger, no mínimo, o seguinte conteúdo básico:

a. Diagnóstico da Situação Atual


b. Elementos para Concepção do Sistema
c. Estudos Ambientais
d. Alternativas de Solução
e. Comparação e Seleção de Alternativas
f. Alternativas Técnicas de Concepção
g. Serviços Complementares
h. Memorial de Cálculo

a. Diagnóstico da Situação Atual

O diagnóstico da situação atual deverá compreender as informações relativas aos dados


gerais da localidade e a descrição e avaliação dos sistemas existentes de esgoto. Com o
objetivo de identificar as necessidades de intervenção, deverá ser realizado estudo de
demanda local, em cada uma das localidades que se pretende intervir. O estudo a ser
realizado proverá a base de dados referentes à efetiva demanda da população por serviços
de esgotos, para a formulação dos estudos de concepção. Recomenda-se que sejam
realizadas reuniões com as operadoras dos serviços, autoridades locais, representantes da
sociedade civil e da população, objetivando determinar as necessidades locais e a
importância do projeto para a população. Estes grupos poderão subsidiar a formulação das
alternativas de projeto, em especial no que se relacionam com a localização das ETEs,
prazos de execução, transtornos causados pelas obras etc.

Dados Gerais da Localidade

I. Localização
Localização no Estado, com as distâncias aos centros mais importantes por meio
das vias de comunicação; delimitação da área de intervenção direta; altitude,
latitude e longitude.

II. Clima
Temperaturas máximas, médias e mínimas; séries históricas de dados
meteorológicos e pluviométricos, com médias anuais e ocorrências de
precipitações intensas e estiagens prolongadas; curva de intensidade versus período
de recorrência válido para a localidade; descrição de fatores especiais de influência
sobre o clima.

31
III. Acesso
Estradas de rodagem, estradas de ferro, navegação aérea, fluvial ou marítima;
acesso a partir dos possíveis centros fornecedores de materiais e equipamentos a
serem utilizados na construção do sistema.

IV. População
Série histórica de dados de população urbana e rural; taxas históricas anuais de
crescimento populacional para o município, distritos e sedes; estudos
populacionais recentes, quando disponíveis; população flutuante quando significativa,
com a indicação do período de ocorrência; fluxos migratórios.

V. Topografia, Hidrologia e Geologia


Plantas topográficas e mapas, inclusive hidrográficos, com os principais acidentes,
quotas de inundação etc., com abrangência sobre a região relativa à intervenção;
informações dos meios físicos (bacias hidrográficas, fisiografia, geologia,
geomorfologia, solos, regimes de chuvas, regime dos cursos d’água); possíveis
mananciais superficiais e subterrâneos, uso da água a jusante e a montante dos
mananciais que poderão servir de fonte de água bruta ou receptores de água
residuária; meio biótico (flora e fauna) e sua conservação; análises
aerofotogramétricas, se existir. Deverão ser coletadas e analisadas, enfim, todas as
informações necessárias do meio em que o sistema está inserido.

VI. Características Urbanas


Principais características urbanas; densidades demográficas atuais; tendências de
expansão urbana; dados sobre desenvolvimento regional; posicionamento relativo da
localidade e do município na região; planos de implantação de obras públicas
municipais, estaduais e federais, inclusive aquelas que tenham influência sobre o
projeto; planos existentes e em elaboração etc.

VII. Condições Sanitárias


Informações gerais sobre: condições de poluição dos recursos hídricos, ocorrência
de doenças de veiculação hídrica; problemas relacionados com o saneamento básico,
como séries históricas de indicadores, quando disponíveis, sobre taxa de mortalidade
infantil causada por falta de saneamento adequado e ocorrência de doenças de
veiculação hídrica.

VIII. Perfil Socioeconômico


Descrição atual e tendências do perfil socioeconômico da população da localidade;
quadro com informações sobre a distribuição de renda familiar mensal, por faixas de
salário mínimo em quantidade e divisão adequada; número de habitantes,
escolaridade e IDH.

IX. Perfil Industrial


Indústrias existentes; previsão de expansão industrial na localidade/município com
possível demanda por utilização de serviços públicos de saneamento, descrevendo o
potencial de crescimento; estimativas de consumo de água e tipo de despejo.

X. Outros Programas
Descrever outros programas da área social, principalmente que estejam sendo
desenvolvidos na área do município, que possam complementar ou interferir com o

32
projeto a ser desenvolvido. Descrever, também, outros programas na área de
saneamento, saúde ou infraestrutura que estejam em desenvolvimento ou
programados para a localidade.

Sistemas Existentes de Esgotos

I. Aspectos Técnicos

 Descrição de cada parte componente do sistema, contendo: tipo,


características cadastrais, capacidades, cargas, volumes, extensões e
materiais. Diagnóstico das condições operacionais e do estado de
conservação das unidades do sistema. Desenho esquemático do sistema
existente, assinalando as partes a serem desativadas, a serem a proveitadas
e/ou que serão objeto de melhoria ou ampliação. Tipos de soluções
adotadas na localidade, caso inexista sistema público e seu diagnóstico. A
necessidade de expansão ou implantação de rede coletora pública deverá ser
plenamente justificada com base nesses diagnósticos. Além das informações
mencionadas, que se aplicam em geral a cada parte do sistema, estão
relacionadas, em seguida, as específicas e as que se pretende realçar:

 Rede Coletora - Descrição da rede coletora por bacias existentes,


considerando: tipo de material, diâmetro e extensão, idade e estado de
conservação, profundidade média, elementos acessórios etc.

 Coletor Tronco, Interceptor e Emissário - descrição da situação dos


coletores-tronco e interceptores que interligam as bacias existentes e do
emissário, considerando: tipo de material, diâmetro e extensão,
profundidade média, elementos acessórios etc.

 Estação Elevatória de Esgoto - EEE e Linhas de Recalque - Descrição,


para cada estação existente, de: quantidade e capacidade de vazão das
bombas de recalque e elementos acessórios; condição de automação;
diâmetros e extensão sob pressão e por gravidade das linhas de recalque,
manuais.

 Estação de Tratamento de Esgoto – ETE - Descrição do tipo de sistema


adotado, considerando: capacidade de vazão; eficiência; características
dos afluentes e efluentes, nível de automação, destinação final do lodo
gerado e laboratórios para controle de qualidade.

 Corpo Receptor - Descrição do corpo receptor dos efluentes da ETE,


considerando: classificação conforme legislação, vazão durante o período
de estiagem, odores na vizinhança; repercussões no meio ambiente, usos a
jusante do ponto de lançamento.

 Sistema de Água - Deverá ser avaliado como se processa o abastecimento


de água da cidade. Essa avaliação deverá ser feita considerando as
possíveis influências no Estudo de Concepção do sistema de esgotamento

33
sanitário. Assim, a avaliação deverá considerar todas as partes do sistema,
tais como: captação, adução, elevatórias, tratamento, reservação,
distribuição e demais dados que possam contribuir para os estudos.

 Resumo de Problemas - Elaboração de um resumo técnico dos principais


problemas existentes no sistema que foram detectados durante a análise
para descrição, como: vazamento nas tubulações, falhas em Estações
Elevatórias, efluente inadequado para corpo receptor devido a problemas
nas ETEs etc.

II. Aspectos Institucionais

 Características do órgão prestador, dos sistemas de operação e


manutenção, dos sistemas comercial, financeiro e administrativo,
indicadores de gestão, cobertura, qualidade, continuidade e outras
características relevantes para geração de relatório conclusivo.

b. Elementos para Concepção do Sistema

Parâmetros

A definição dos parâmetros para os pré-dimensionamentos na fase do Estudo de


Concepção e dimensionamentos na fase do Projeto Básico é de suma
importância, especialmente no que se refere ao consumo per capita de água e,
por conseqüência, a contribuição per capita de esgotos. O estabelecimento dos
parâmetros terá por balizamento, preferencialmente, os valores indicados pelos
Programas do Ministério das Cidades, e os recomendados pelas Prestadoras de
Serviços de Saneamento localizado no município de intervenção; caso não sejam
adotados os valores recomendados, a devida justificativa técnica deve ser
apresentada. Deverão ser feitas, dessa forma, a avaliação e justificativa dos
parâmetros das alternativas técnicas para o pré-dimensionamento dos
componentes do sistema.
Estimativa Populacional

As projeções populacionais deverão ser feitas com base nos censos


demográficos oficiais do IBGE, cujos valores deverão ser aferidos ou corrigidos
utilizando-se outros estudos demográficos existentes ou por trabalhos
desenvolvidos no próprio Estudo de Concepção. Considerar, ainda, a influência
da população flutuante ou temporária quando for significativa. O critério
utilizado para a projeção da população deverá ser justificado. O horizonte dos
estudos deverá ser compatibilizado com os Planos de ocupação urbana, de
saneamento básico e outros que possam interferir no projeto.

Zonas Características da Área do Projeto

Delimitação da área do projeto com as características atuais e tendências;


definição das zonas residenciais, comerciais, industriais e rurais; definição do

34
padrão de ocupação atual e futura de cada uma dessas zonas; densidades
demográficas em cada época notável de projeto; previsão para expansão da
cidade, natureza e amplitude das zonas a serem servidas. Nas áreas de baixa
ocupação, na medida em que ofereçam condições adequadas, deverão ser
buscadas alternativas individuais ou isoladas, estudando para uma etapa
posterior a possível integração dessas áreas ao sistema da cidade.

Estudos de Demanda

Os estudos de demanda deverão ser feitos utilizando fontes de informações


pertinentes ao local em estudo, de modo que o sistema atenda à população atual
e futura adequadamente. Caso não haja disponibilidade de informações ou elas
não sejam consideradas confiáveis, dever-se-á proceder ao levantamento
completo destas informações, de modo a garantir a adequação do estudo.
Recorrer a fontes de localidades com características similares, dotadas de dados
confiáveis, será considerado apenas uma forma auxiliar para obtenção das
informações necessárias.

c. Estudos Ambientais

As análises dos aspectos ambientais servirão de subsídio para obtenção de licenças


ambientais (prévia, de instalação e de operação), respeitando o enquadramento frente à
legislação e os órgãos ambientais. Os impactos positivos prognosticados com a
implantação do projeto e os custos decorrentes das medidas mitigadoras dos impactos
negativos e de monitoramento deverão ser quantificados e valorados a fim de serem
agregados como benefícios e custos, respectivamente, na análise econômica do Estudo
de Concepção.

Sempre que ficar caracterizada a existência de potencial impacto negativo significativo,


deverão ser indicadas as medidas a serem adotadas para sua redução parcial ou total.
Devem ser previstas, também, medidas de compensação de acordo com programas de
educação ambiental ou demais atividades de conservação.

A identificação e elaboração de todas as atividades de proteção, reabilitação ou


mitigação e de compensação ambiental, bem como a de seus custos, devem ser previstas
no âmbito do Projeto. Ainda na fase de Estudo de Concepção, a responsável pela
elaboração dos trabalhos deverá trabalhar em conjunto com a prestadora de serviços de
esgotamento sanitário na produção de informações e de documentos necessários para
requerer as licenças ambientais.

d. Alternativas Técnicas de Concepção

Deverão ser formuladas alternativas técnicas considerando o sistema existente e sua


integração com as soluções a serem propostas. As alternativas técnicas formuladas
deverão solucionar o problema de maneira adequada e sempre buscando a
universalização do serviço baseando-se em conceitos de comprovada eficiência técnica

35
ou, caso sejam inovadoras, que possam ter sua eficiência demonstrada.

Nesta fase, as alternativas deverão ser tratadas considerando os aspectos técnicos,


sociais, ambientais e econômicos em termos de sua composição, suas características
principais, suas eficiências, suas restrições e aspectos condicionantes. Deverão ser
sempre realizadas análises comparativas das alternativas tecnológicas disponíveis para
os diversos componentes dos sistemas que serão ampliados ou melhorados.

e. Alternativas de Solução

O dimensionamento das unidades de cada alternativa deverá considerar algumas


hipóteses de etapas de implantação das mesmas, a fim de determinar o período ótimo de
cada unidade, do ponto de vista econômico.

Os estudos elaborados por programas informatizados somente serão aceitos com a


apresentação de memoriais descritivos, critérios, parâmetros e custos utilizados ou
assumidos na programação, todos devidamente justificados; manual contendo
orientações de interpretação dos resultados e de como localizar detalhes ou itens
desejados para análise.

As alternativas de solução deverão, preferencialmente, ser ilustradas através de


desenhos esquemáticos e tabelas, de forma a garantir uma apresentação mais didática
dos resultados dos trabalhos durante esta fase.

Considerando que os estudos deverão efetuar o aproveitamento dos sistemas públicos


existentes, quando houver, o arranjo dos novos sistemas deverá aproveitar ao máximo os
sistemas existentes, prevendo as melhorias necessárias. O nível de aproveitamento e das
melhorias das unidades operacionais deverá ser analisado durante a elaboração das
alternativas.
Para cada alternativa deverão ser apontadas, também, as áreas necessárias para
instalação e operação dos elementos do sistema, como ETE e EEE, e sua necessidade de
desapropriação.
Para cada uma das alternativas deverão ser pré-dimensionadas as unidades dos sistemas,
abordando:

Sistema de Esgoto (coleta, afastamento, tratamento e disposição final)

I. Rede coletora
Definição das bacias de contribuição e população que serão atendidas, pré-
dimensionamento hidráulico da rede e seus acessórios; tipo de material, diâmetro,
extensão, profundidade média da rede, características geotécnicas e situação de
pavimentação do leito das ruas. Justificativas técnicas para soluções mistas numa
mesma área de projeto (rede convencional, condominial, fossa etc.); para redes
condominiais, deve existir previsão de tubos de ventilação adequadamente
distribuídos.

36
II. Coletor, Interceptor e Emissário
Pré-dimensionamento hidráulico, por bacia, dos coletores, interceptores,
emissários e acessórios; tipo de material, diâmetro, extensão e profundidades
médias.

III. Estações Elevatórias de Esgoto - EEE e Linhas de Recalque


Pré-dimensionamento do número e potência dos conjuntos motobombas, material
utilizado nas linhas de recalque, com os respectivos diâmetros e extensão sob
pressão e por gravidade; pré-dimensionamento do projeto elétrico composto de
quadro e dispositivos de ligação automática; obras civis necessárias; identificação
dos terrenos necessários, sua titularidade e, caso não exista, apresentação do
programa de apropriação

IV. Estação de Tratamento - ETE


Definição de tecnologia a ser adotada na sua concepção; descrição, para cada tipo
de tratamento a ser comparado, de: sistema adotado, capacidade de vazão,
eficiência, características dos afluentes e efluentes, condições e problemas do
planejamento e controle da operação e manutenção; avaliação da possibilidade de
ampliação. O projeto da ETE deverá considerar o grau de tratamento desejável em
função da classificação do corpo receptor e do seu uso a jusante, em consonância
com a Resolução nº 357/2005 do CONAMA ou outra aplicável (quando o corpo
receptor não estiver enquadrado, dever-se-á considerar a capacidade de diluição e
recuperação do corpo receptor até o ponto mais próximo de reutilização para
abastecimento de água. Sendo este o caso, considerar o uso de modelo
matemático de simulação da qualidade das águas); tratamento e disposição dos
lodos produzidos. Optando-se pela utilização de sistemas de tratamento
anaeróbios, será indispensável a adoção das seguintes medidas, entre outras: locar
o sistema a uma distância adequada das áreas residenciais e hospitalares; estudos
de direção e predominância dos ventos; medidas para minimizar a emanação de
odores; prever dispositivo de queima ou reutilização do biogás.

V. Ligações Prediais e Intradomiciliares


Identificação da quantidade de ligações prediais e intradomiciliares que serão
feitas e estimativa de custos, buscando soluções em que a comunidade, por meio
de trabalhos técnico-sociais, assuma a responsabilidade parcial ou total de
execução das ligações intradomiciliares.

Planejamento e Controle da Operação

De acordo com as definições anteriores, pré-dimensionar as necessidades


quantitativa e qualitativa de pessoal nas diversas atividades e unidades do novo
sistema a ser implantado ao longo do tempo.

Etapas de Construção

Definir a implantação das etapas das obras, estabelecendo os períodos ótimos com

37
base na avaliação técnica e socioeconômica. Definição das etapas de obras de
ampliação sistemática (rede de coleta/bacias de esgotamento) para todo o período
do projeto. Além dos aspectos econômico-financeiros, deverão ser considerados
outros como: crescimento não previsto da demanda na área de projeto, fatores
físicos, obras complementares, fatores operacionais e atendimento a novas
condicionantes ambientais.

Orçamento Preliminar das Alternativas

Os orçamentos preliminares deverão ser elaborados de acordo com o pré-


dimensionamento das unidades do sistema, tendo como base:
 A Tabela de Preços do SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e
Índices da Construção Civil;
 Planilhas de Referência da Prestadora de Serviço – Para os itens não
constantes da Tabela supramencionada;
 Pesquisa de preço a fornecedores - para itens não contemplados no SINAPI,
tampouco nas Planilhas sobreditas; deve haver no mínimo três propostas;
incluir custos de instalações elétricas (obras elétricas, quadros,
transformadores, extensão da linha, etc.); a avaliação do item será entre a
contratada e o proponente.
Admite-se a utilização de funções de custos para unidades de sistema análogas, com
comprovada eficiência, com citação de fonte e forma de obtenção. Somente serão
aceitas se determinadas para as condições brasileiras, considerando-se efeitos
regionais e locais.
O custo das eventuais áreas a desapropriar deverá ser levantado criteriosamente com
consulta à Prefeitura Municipal, órgãos locais e imobiliários.
.

f. Comparação e Seleção de Alternativas

Os custos de cada alternativa serão apresentados em termos econômicos. Isto implica em


que os custos de investimento deverão ser discriminados em mão de obra, materiais,
equipamentos, e outros. Nos custos de operação, a componente energia elétrica também
deverá ser apresentado em termos econômicos.

A comparação das diferentes alternativas deverá ser feita por meio do cálculo adequado
do fluxo de caixa, a valor presente, dos custos de operação e manutenção. Para efeito de
comparação de alternativas e análise custo-benefício, deverão ser incluídos os custos dos
terrenos (valor de mercado, mesmo que estas áreas tenham sido doadas, desapropriadas ou
que já sejam de propriedade da empresa, do município, do Estado ou do Governo
Federal) necessários.

As alternativas adequadas deverão corresponder àquelas cujo conjunto de fatores


relevantes - aspectos sociais, técnicos, ambientais, econômicos e financeiros - indique ser

38
as mais apropriadas a todas as partes afetadas pelo projeto. A partir dessa análise,
deverá ser priorizada a de menor custo e, a partir dela, proceder à elaboração do Projeto
Básico.

g. Serviços Complementares

Deverá ser indicada em relatórios a quantificação dos serviços complementares


necessários para a elaboração dos projetos básicos.

h. Memorial de Cálculo

Os cálculos e estudos gráficos que tenham sido elaborados para a obtenção das
definições do projeto deverão ser apresentados em forma de memoriais.

4.2.4.2 PROJETO BÁSICO

O projeto básico compreende o conjunto de elementos necessários e suficientes, com


nível adequado de precisão, para caracterizar a obra, serviço ou complexo de obras e
serviços da alternativa selecionada no Estudo de Concepção, quando houver, devidamente
analisado e aprovado pelos órgãos fiscalizadores. O nível de detalhamento requerido
nesta etapa é aquele que possibilite a avaliação mais exata do custo do empreendimento e
que sirva de subsídio para: a elaboração adequada do Projeto Executivo e do processo
licitatório; a obtenção da posse das áreas necessárias e das licenças ambientais.

Os componentes de um Projeto Básico e seus documentos complementares são:

a) Memorial Descritivo e Justificativo


Documento que deve descrever as características da área de intervenção
(localização geográfica; condições sanitárias; dados do sistema atual;
características socioeconômicas e de saúde; projeções de população baseadas em
métodos comprovadamente eficazes etc.), apresentar informações do sistema
projetado e suas partes, descrevendo sua forma de implantação, materiais
utilizados e quaisquer outras informações relevantes que possibilitem perfeita
compreensão do sistema. Deve conter, ainda, as justificativas para a adoção
daquela concepção.

b) Memorial de Cálculo
Documento ou conjunto de documentos que apresenta(m) detalhadamente, e de
forma organizada, os parâmetros adotados e metodologias de cálculo para o
dimensionamento do sistema. Deve conter: detalhamento dos cálculos, com
tabelas de parâmetros e fórmulas; estudos técnicos; referências bibliográficas;
indicação das ferramentas de cálculo utilizadas (softwares ou outro); memória de
cálculo da quantidade de materiais e serviços.

39
c) Desenhos Técnicos e de Situação
São documentos gráficos, como plantas e cortes, que devem ilustrar
adequadamente: a localização e o traçado de todos os elementos do sistema atual
e a ser construído, diferenciando-os, e as respectivas abrangências; os pontos
notáveis da região; os canteiros de obras; detalhes de peças, equipamentos e
dispositivos.

d) Planilha Orçamentária
Documentos que ilustrem de forma clara o custo unitário e o custo global dos
materiais e serviços necessários para completa execução do empreendimento,
levando em consideração possíveis divisões em etapas de implantação do sistema
e seus respectivos quantitativos. O valor de BDI para materiais e serviços deve
estar separado dos respectivos valores dos referidos itens.

e) Cronograma Físico-financeiro
Documento de planejamento, elaborado antes da execução, que demonstra com
clareza a evolução físico-financeira da implantação das obras e considerando
eventuais dificuldades, podendo ser dividida em etapas.

f) Documentos complementares
Relatórios de estudos e levantamentos Topográficos e Geotécnicos, relatórios de
Estudos Ambientais e outros documentos necessários para elaboração do Projeto
e obtenção de licenças.

Ao final da etapa de elaboração do Projeto Básico, devem ser considerados, ainda, os


seguintes itens, relativos aos seus componentes:

 Os levantamentos Topográficos e Geotécnicos e seus respectivos relatórios


deverão estar concluídos.
As soluções técnicas globais deverão estar suficientemente detalhadas, de
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou alterações durante as
fases de elaboração do Projeto Executivo e de implantação do
empreendimento;
 Os cálculos hidráulicos, estruturais, de fundações e o dimensionamento de
todas as partes do sistema deverão estar concluídos, abrangendo o tipo de
material, diâmetros, profundidades e extensão das tubulações, elementos
acessórios, todos com a identificação dos tipos de serviços a serem executados
e materiais e equipamentos necessários, com as respectivas especificações que
assegurem os melhores resultados para o empreendimento;
 Os Estudos Ambientais relativos à concepção escolhida deverão ser


complementados durante a elaboração do Projeto Básico;
A planilha de orçamento do custo da obra, fundamentado em quantitativos de
serviços e custos unitários, deve ser elaborada com base na Tabela de Preços
SINAPI ou metodologia de obtenção de preços justificada em relatório
detalhado, quando não houver informação na referida Tabela.

O Projeto Básico deverá abranger os estudos hidráulico, arquitetônico, urbanístico,


estrutural, fundações, especificações básicas, bem como os detalhes e demais
informações necessárias à adequada elaboração desta etapa, além de possibilitar a
obtenção de documentos necessários para implantação do sistema.

40
Recomendações para Elementos do Projeto Básico

I. Planta Geral do Sistema


Deverá conter, no mínimo, área de abrangência do projeto, indicando as bacias e
sub-bacias contribuintes, com indicações das densidades demográficas, população
atendida no início e no fim de projeto em cada sub-bacia, traçado, diâmetro e
material dos coletores troncos, interceptores, emissário, e localização de estações
elevatórias (nº. de bombas e respectivas vazões), estações de tratamento (tipo,
capacidade), representação do corpo receptor.

II. Coleta e Afastamento


As redes coletoras deverão ser projetadas de modo a possibilitar o máximo de
esgotamento por gravidade das edificações compreendidas na área de projeto.
Para as situações em que a topografia não permita a solução de esgotamento por
gravidade deverão ser propostas alternativas visando sempre o menor custo de
operação e manutenção sem, no entanto, comprometer a qualidade.

As redes coletoras deverão ser projetadas preferencialmente pelas vias públicas.


Nos casos em que se configure a impossibilidade de ligação das edificações à
rede coletora localizada na via pública, alternativas de traçado que assegurem o
correto funcionamento e não dificultem a manutenção da rede.

Os critérios a serem observados no dimensionamento hidráulico da rede coletora


e interceptores são os indicados na NBR 9.649/86 e na NBR 12.207/89, da
ABNT.

Para o projeto dos elementos de coleta e afastamento de esgoto serão


apresentadas, pelo ao menos, plantas de conjunto de ruas contendo:

 indicação das bacias e sub-bacias; com as respectivas densidades


demográficas e população a ser atendida em início e fim de projeto;


redes existentes;
designação dos logradouros e bairros;


distância entre poços de visita, em metros;


diâmetro e tipo de material das tubulações projetadas;


sentido de caimento e declividades das tubulações;


cotas das superfícies superiores dos tampões dos poços de visita;


cotas dos fundos dos poços;


profundidades dos poços;


travessias especiais (vias e outros);


tipos de terrenos;
tipos de pavimentação (quando em área urbanizada).

III. Estações Elevatórias


Cada estação elevatória deverá ser justificada quanto à necessidade de sua
utilização. Todas as plantas, cortes e detalhes relativos ao Projeto Básico
necessários ao entendimento da unidade deverão ser apresentados, bem como
manuais de operação e manutenção e planos emergenciais para casos de falhas
elétricas ou mecânicas.

41
Os mínimos critérios a serem observados para o dimensionamento hidráulico das
elevatórias são os indicados na NBR 12.208/89 da ABNT e nas recomendações a
seguir:

 as elevatórias serão dimensionadas para a vazão máxima horária, em final


de plano, considerando a infiltração na rede coletora;
 a elevatórias serão dotadas de bombas automatizadas, sempre considerando


bombas reservas;
o dimensionamento das bombas deverá levar em conta as características
operacionais e critérios econômicos, avaliados em conjunto com as linhas de


recalque;
as elevatórias deverão prever dispositivos de retiradas das bombas e local para
limpeza com retorno do material resultante para o canal de entrada. O local de


limpeza deverá prever um ponto de água ligado ä rede de abastecimento;
a possibilidade de descargas nas estações elevatórias de esgotos deverão ter
em conta a sua localização, os cuidados sanitários e as exigências dos órgãos
ambientais;
 todas as elevatórias deverão prever dispositivos de proteção, antes da entrada
no poço de sucção;
 as elevatórias devem dispor, também, de medidores de vazão antes do
bombeamento.

O projeto elétrico, em nível de projeto básico, deverá atender às normas e


padronização da prestadora de serviços de esgotamento sanitário local, às normas
da concessionária de energia elétrica local e às seguintes recomendações:

 os equipamentos elétricos de controle e comando deverão ser instalados em abrigos


próximos ao poço de sucção e serão de fácil acesso, para manutenção;
 o projeto elétrico deverá prever aterramento dos quadros de comando e controle,
compatível com as condições locais;
 considerando a posição das elevatórias em área urbana, os gases provenientes do poço
de sucção e do poço de acumulação deverão passar por processo de desodorização.

Os projetos de estrutura e fundações, em nível de projeto básico, deverão atender,


no mínimo, às normas Especificas da ABNT e às seguintes recomendações:

 as estruturas de concreto sob influência do esgoto deverão prever recobrimento de

 caso as unidades sejam instaladas em locais com nível de lençol freático elevado, o
acordo com o nível de agressividade pertinente;

concreto deverá ser impermeável.

IV. Linhas de Recalques


No dimensionamento das linhas de recalque deverão ser observadas, pelo ao menos, a NBR
12.208/89 da ABNT e à recomendação a seguir:

 os diâmetros das tubulações deverão ser escolhidos por critérios econômicos, em


conjunto com as bombas, levando-se em conta os custos de aquisição, assentamento,
operação e manutenção, principalmente os custos de energia elétrica.

42
Serão apresentadas plantas de caminhamento com respectivos perfis contendo indicação de
mudanças de direção e dispositivos especiais com registros, plantas indicativas de obras de
arte, entre outros.

Os perfis deverão conter os seguintes elementos:



estaqueamento;


cotas do terreno e da geratriz inferior da tubulação;


diâmetro e tipo de material das tubulações projetadas;


declividade;


profundidade


tipos de terreno;
tipos de pavimentação;
 travessias especiais (vias e outros).

V. Estação de Tratamento de Esgoto


As estações de tratamento deverão prever os componentes necessários para
devido tratamento dos afluentes da Estação, executados conforme as normas da
ABNT e visando atender a legislação ambiental, de modo que sejam respeitados o
enquadramento e as diferentes formas de uso do corpo receptor. As ETEs deverão
ter, no mínimo, os seguintes componentes, que deverão ser ilustrados por plantas
baixas e de locação, cortes e memoriais:

- Dispositivo de Chegada;
- Medidor de Vazão de Afluentes da Estação;
- Unidades de Tratamento do Esgoto

As Unidades de Tratamento de Lodo e a disposição final dos resíduos gerados


devem ser previstas no projeto. Essas Unidades serão preferencialmente alocadas
na área da ETE.

Além dos componentes citados, deverão ser detalhados por meio de memoriais e
desenhos técnicos os seguintes elementos: urbanização da área; drenagem local;
iluminação; tubulações de interligação; edificações para atividades técnico-
administrativas e outros elementos necessários para operação e manutenção da
Estação.

Outras Considerações sobre Elementos do Projeto Básico

I. Soluções Individuais
A adoção de soluções individuais de tratamento e disposição final de esgoto e seu
lodo residual (tanques sépticos ou similares) está restrita às unidades rurais ou
pequenas comunidades distantes da sede urbana mediante prévio estudo que
comprove a viabilidade técnica, econômica e ambiental e deverão ser projetadas
conforme as normas brasileiras.

II. Projetos Hidráulico, Estrutural e de Fundações


Serão constituídos de memoriais descritivos e de cálculo, das plantas e desenhos e

43
dos relatórios, todos necessários ao entendimento dos Projetos. O memorial de
cálculo deverá abranger as hipóteses de cálculo, dimensionamento de todas as
partes constituintes do sistema e obedecer às especificações da ABNT.

III. Projeto Arquitetônico e Urbanístico


Deverão ser apresentadas as plantas baixas e de localização, cortes, fachadas e
demais detalhes necessários ao perfeito entendimento dos elementos das unidades
(Estações Elevatórias, ETE e demais unidades). Todas as plantas e fachadas
apresentadas deverão conter indicações de acabamento de paredes e pisos,
coberturas, entre outros. O projeto urbanístico deverá proporcionar uma perfeita
integração das áreas adjacentes e constará das indicações necessárias para seu
entendimento.

IV. Especificações dos Serviços, Materiais e Equipamentos


Deverão ser incluídas as indicações básicas dos materiais e equipamentos a serem
adquiridos, tais como: tubulações, dispositivos de proteção e controle,
equipamentos elétricos, hidráulicos, bombas etc., identificando a quantidade
prevista. Deverão ser apresentadas, também, as especificações dos serviços a
serem contratados, indicando o material a usar, a sua quantidade, recomendações
de processo executivo e detalhes que sirvam à instalação dos equipamentos.

V. Desapropriações
Deverá ser apresentada a relação das desapropriações necessárias à implantação
do projeto, incluindo nesta relação o nome da propriedade com área
correspondente a desapropriar, croquis da área e de localização, nome do
proprietário e seu endereço e valor estimado das terras e das benfeitorias.
Observar que a implantação das estações elevatórias e de tratamento de esgotos
requer a observância dos distanciamentos para atendimento às condições
sanitárias e socioambientais adequadas.

4.2.4.3 PROJETO EXECUTIVO

O Projeto Executivo deverá apresentar os elementos necessários à execução do


empreendimento, com nível máximo de detalhamento possível de todas as suas etapas.
Devem ser considerados: os procedimentos de montagem e execução de todos os
elementos do empreendimento; os tipos serviços (gerais e especializados); o
detalhamento de materiais, seus quantitativos e especificações, a elaboração dos
manuais de operação e manutenção.

Além do maior detalhamento e da atualização dos componentes do Projeto Básico, o


Projeto Executivo incluirá:

 projetos detalhados, conforme as normas da ABNT, de instalações elétricas,


hidrosanitárias, lógica, telefone, fôrmas, instalações especiais, enfim, todas aquelas

 as informações que possibilitem a elaboração dos métodos construtivos, instalações


necessárias para perfeita execução do sistema e das construções acessórias;

provisórias e condições organizacionais durante a etapa de execução do sistema.


Deve-se elaborar um plano de gestão da obra, de caráter recomendativo, contendo

44
diretrizes gerais para programação, estratégia de suprimentos, normas de fiscalização,
logística e outros dados necessários à orientação do(s) responsável(is) pela execução

 manuais de operação e manutenção deverão estar incluídos nos anexos da


da obra;

documentação do Projeto.

Sua elaboração deverá levar em conta ao máximo a adequação às exigências do órgão


ambiental local para obtenção de licença ambiental.

As recomendações para apresentação de desenhos, memórias e outros documentos


técnicos relativos ao Projeto Básico se aplicam ao Projeto Executivo.

4.2.4.4 ESTUDOS AMBIENTAIS

Deverão ser elaborados quando o órgão ambiental exigir estudos e relatórios mais
completos, como um EIA/RIMA, ou o impacto ambiental for considerável, e devem ser
desenvolvidos conforme a legislação e os conhecimentos acadêmicos aplicáveis.

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004. Projeto de Estruturas de


Concreto - Procedimento. NBR 6118/04. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1993. Projeto, Construção e
Operação de Sistemas de Tanques Sépticos - Procedimento. NBR 7229/93. Rio de
Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1986. Estudo de Concepção
de Sistemas Públicos de Esgoto Sanitário - Procedimento. NBR 9648/86. Rio de
Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1986. Projeto de Redes
Coletoras de Esgoto Sanitário - Procedimento. NBR 9649/86. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992. Projeto de Interceptores
de Esgoto Sanitário - Procedimento. NBR 12207/92. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992. Projeto de Estações
Elevatórias de Esgoto Sanitário - Procedimento. NBR 12208/92. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992. Projeto de Estações de
Tratamento de Esgoto Sanitário - Procedimento. NBR 12209/92. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992. Projeto e Execução de
Valas para Assentamento de Tubulação de Água, Esgoto ou Drenagem Urbana -
Procedimento. NBR 12266/92. Rio de Janeiro.
CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA,1991.
Resolução nº 361, de 10 de dezembro – Dispõe sobre a conceituação de Projeto
Básico em Consultoria de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. CONFEA 381/91.
Brasília.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, 2003. Orientações Técnicas para Apresentação
de Projetos de Sistema de Esgotamento Sanitário. Ministério da Saúde – FUNASA.
Brasília.

45
BARROS, R.T.V. et al. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG,
1995. 221p. (Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os Municípios, 2).
MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2009. Termo de Referência para Elaboração de Estudos de
Concepção e Projetos Básicos para os Sistemas de Esgotamento Sanitário. Brasília
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2002. Obras Públicas: Recomendações Básicas
para Contratação e Fiscalização de Obras e Edificações Públicas. Brasília.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2006. Licitações e Contratos. 3ª Edição. Brasília.

4.3 MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS

4.3.1 INTRODUÇÃO

Considera-se drenagem e manejo das águas pluviais urbanas o conjunto de atividades,


infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de
transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e
disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas, conforme Art. 3º da Lei
Federal nº 11.445, de 05/01/2007.

4.3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Este documento tem a função de dotar o proponente de subsídios técnicos e institucionais


para elaboração de projetos à luz do Plano de Saneamento Básico Municipal ou Regional,
visando reduzir os impactos e inundações e criar condições para uma gestão sustentável da
drenagem urbana.

4.3.3 CRITÉRIOS

Na elaboração dos projetos devem ser considerados os seguintes pressupostos:


a) a compatibilidade com o plano diretor municipal, com o plano municipal de
saneamento básico, assim como com os planos regionais pertinentes, inclusive com o plano
da bacia hidrográfica, ou com plano estadual de recursos hídricos, quando existentes;

b) a previsão no projeto básico, no memorial descritivo, nas especificações técnicas e


nas composições de custo do uso preferencial de agregados reciclados de resíduos da
construção civil, atendendo o disposto nas normas da ABNT NBR 15.115 e 15.116;

c) quando pleiteada nova unidade operacional de um sistema, a inexistência no mesmo


sistema de unidades de mesmo tipo em desuso, sendo prioridade a recuperação das
unidades fora de operação, salvo em razão de justificativa fundamentada em parecer
técnico a ser apresentado pelo Mutuário;

d) a macrodrenagem faz parte da infraestrutura urbana, portanto, o seu planejamento


deve ser multidisciplinar e compatibilizado com os outros planos e projetos dos demais
serviços públicos, principalmente os voltados à gestão das águas urbanas, incluindo o
abastecimento público e os esgotos sanitários.

46
O projeto deve abranger toda a área do município, adotando-se a bacia hidrográfica como
unidade de referência, sendo que a intervenção em uma determinada área não deve
prejudicar as condições de escoamento das áreas a jusante ou a montante, proporcionando
segurança sanitária, patrimonial e ambiental.

As soluções adotadas deverão estar suficientemente embasadas por meio de estudos de


alternativas que contemplem aspectos técnicos, econômicos e ambientais. As ações devem
contemplar a prevenção, o controle e a minimização dos impactos provocados pelas
inundações em áreas urbanas, privilegiando a redução, o retardamento e o amortecimento
do escoamento das águas pluviais.

Portanto, deve buscar favorecer o controle do escoamento adotando-se soluções que


incrementam o processo de infiltração no solo, o armazenamento temporário dos volumes,
a redução da velocidade e da vazão de escoamento nos canais, a fim de aumentar o tempo
de concentração do escoamento, reduzindo os picos de vazão de cheias, bem como, os
processos de erosão e assoreamento, do nível de poluição das águas.

No caso de ser inevitável a adoção de estruturas convencionais, como galerias de águas


pluviais, canalização e/ou retificação, que aceleram o escoamento, estas devem ser
adotadas em conjunto com intervenções estruturais que privilegiam a redução, o
retardamento e o amortecimento do escoamento das águas pluviais, mitigando o impacto.

Diretrizes e parâmetros não definidos neste Documento, entretanto necessários para o


desenvolvimento satisfatório dos estudos e projetos, serão fixados em reunião inicial para
os trabalhos, e complementados, se for o caso, ao longo da elaboração dos mesmos.

Ainda, na elaboração dos projetos deverão ser considerados: (I) os cenários previstos para
ocupação do solo urbano quanto ao controle dos impactos atuais e futuros, baseando-se no
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano da cidade; (II) recuperação dos custos da sua
implantação; (III) os programas de operação e manutenção da drenagem e, (IV)
monitoramento das informações hidrológicas.

4.3.4 DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS

4.3.4.1 ESTUDO DE CONCEPÇÃO

O Estudo de Concepção compreende a formulação de alternativas de solução dos


problemas de Manejo de Águas Pluviais, envolvendo a concepção das diferentes partes dos
sistemas sob os aspectos de viabilidade técnica, econômica, financeira, social e ambiental,
de modo a permitir a escolha da melhor alternativa, a partir da análise de custo e benefício
considerando os cenários atuais e as projeções futuras.

Para uma conveniente seleção entre as alternativas possíveis é necessária a avaliação dos
parâmetros e elementos técnicos para o pré-dimensionamento das unidades, entre eles a
vazão e chuva de projeto, taxas de impermeabilização e infiltração, dados de qualidade
d’água (pontuais e difusos), materiais e equipamentos. Desta forma deverão ser coletadas e
analisadas todas as informações do meio para os quais serão projetados os sistemas, e

47
avaliados os impactos, inclusive sócioambientais, provenientes dos sistemas a serem
construídos, ampliados ou melhorados.

Os Estudos de Concepção deverão abranger, no mínimo, o seguinte conteúdo básico:

a. Diagnóstico da Situação Atual


b. Elaboração de cenários
c. Alternativas Técnicas de Solução
d. Comparação e Seleção de Alternativas

O produto resultante desta fase deve apresentar as alternativas estudadas, análise


conclusiva e a justificativa da escolha da alternativa, baseada no diagnóstico da situação
atual e nos cenários avaliados nas análises de custo x benefícios e de viabilidade,
atendendo os pressupostos do plano municipal (ou regional) de drenagem urbana.

a. Diagnóstico da situação atual

O diagnóstico da situação atual deverá compreender as informações relativas aos dados


gerais da localidade e a descrição e avaliação do sistema de drenagem urbana existente.
Caso o diagnóstico da situação já tenha sido elaborado, é necessário promover a
compatibilização do estudo existente com a proposta do projeto básico. As informações
coletadas e os dados, bem como os produtos gerados nas atividades, devem
preferencialmente ser armazenados e tratados em bancos de dados georreferenciados.

Dados Gerais da Localidade

I. Localização e Acesso
Coordenadas geográficas (latitude e longitude), localização no estado, distâncias
aos centros mais importantes, delimitação da área de intervenção. Estradas de
rodagem, estradas de ferro, navegação aérea, fluvial ou marítima; acesso a partir
dos possíveis centros fornecedores de materiais e equipamentos a serem utilizados
na construção do sistema.

II. População
Série histórica de dados de população urbana e rural, segundo censos demográficos
do IBGE; população por setor censitário; taxas históricas anuais de crescimento
populacional para o município, distritos e sedes; estudos de evolução populacional
recentes, quando disponíveis; população flutuante quando significativa, com a
indicação do período de ocorrência; fluxos migratórios.
As projeções populacionais deverão ser feitas com base nos censos demográficos
oficiais do IBGE, cujos valores deverão ser aferidos ou corrigidos utilizando-se:
avaliações de projetos e outros estudos demográficos existentes. O critério
utilizado para a projeção da população deverá ser justificado.

 Topografia – mapa planialtimétrico da bacia, as curvas de nível devem ter


III. Base Cartográfica, Cadastros, Geologia e Topografia

eqüidistância tal que permita a identificação dos divisores das diversas sub-bacias do
sistema. Perfil longitudinal dos cursos d’água principais. No levantamento topográfico

48
devem constar as cotas das esquinas, mudanças de greides das vias públicas e

 Hidrografia – cursos d’água, áreas de inundação associado com as respectivas


mudanças de direção, e outros pontos importantes;

 Pedologia, geologia, mananciais subterrâneos, instabilidades geotécnicas (áreas


freqüências;

 Uso e ocupação do solo – áreas impermeáveis, cobertura vegetal;


frágeis - susceptíveis à erosão e escorregamento pela ação das cheias);

 Setores censitários, segundo IBGE, densidades demográficas por setor censitário;


 Áreas de preservação permanente;
 Mapeamento das áreas livres que podem ser utilizadas para a implantação de sistemas
de detenção, retenção ou retardamento do escoamento com preferência às áreas

 Cadastro do sistema de drenagem existente – redes, galerias, canais, reservatórios,


públicas sem construções;

lagos, represas, pontos críticos de alagamentos, singularidades que possam afetar o


escoamento (transições, estreitamentos bruscos e desemboques);
 Cadastro das redes públicas de água, eletricidade, gás, esgotos e águas pluviais
existentes que possam interferir no projeto;
 Determinação das curvas cota-volume e cota-vazão de reservatórios existentes;
 Limites das áreas urbanizadas atual e projetado, e a distribuição espacial da população

 Índice de impermeabilização atual e futuro.


atual e futura, com a distinção das diferentes faixas de densidade;

Os cadastros e levantamentos topográficos deverão ser georreferenciados no


mesmo sistema de referência da base cartográfica, e ter precisão compatível com a
precisão dos demais dados de entrada dos modelos de simulação.

IV. Hidrometeorologia e Meio Ambiente


Séries históricas dos dados meteorológicos e análise de sensibilidade: temperaturas
máximas, médias e mínimas; dados pluviométricos – padrões de chuva, curvas IDF
(intensidade-duração-frequência), médias anuais e ocorrências de precipitações
intensas; descrição de fatores especiais de influência sobre o clima; dados
fluviométricos - regime dos cursos d’água, curvas-chaves de vazão.
Uso da água a jusante e a montante dos mananciais que estarão sujeitos aos efeitos
das alternativas adotadas no sistema de drenagem. Meio biótico (vegetação/flora e
fauna) e sua conservação. Condições de poluição dos recursos hídricos, ocorrência
de doenças de veiculação hídrica.

V. Características Urbanas
Levantamento dos prejuízos e ônus causados à população e à administração
pública pelas inundações. Se possível relacionar custos com níveis de inundação e
freqüência.

VI. Perfil Industrial


Indústrias existentes; previsão de expansão industrial na localidade/município com
possível demanda por utilização de serviços públicos de saneamento, descrevendo
o potencial de crescimento.

VII. Legislação e Sistema Institucional


Levantamento e avaliação de planos e projetos existentes, e em desenvolvimento,
que tenham alguma interface com o sistema de drenagem, tais como: Plano Diretor
de Esgotos, planos viários, grandes empreendimentos aprovados ou em aprovação,

49
planos de ampliação do sistema de abastecimento de água e Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano, Plano de Águas Pluviais e Plano da Bacia Hidrográfica.
Levantamento das organizações sociais, comunitárias, entidades de classe e demais
agentes potencialmente participantes da elaboração do Plano de Águas Pluviais.
Levantamento de Programas de Educação Ambiental e Participação Comunitária
em curso.

Sistemas Existentes

Descrição de cada parte componente do sistema: tipo, características cadastrais,


capacidades, cargas e volumes atuais e futuros, extensões e materiais. Informações
sobre controle operacional: período de retorno de projeto (Tr), vazões máximas e
mínimas aplicáveis às diferentes partes e seus subcomponentes. Diagnóstico das
condições operacionais e do estado de conservação das unidades do sistema.

Baseado no cadastro da infraestrutura existente, apontar as causas das inundações


que acontecem no município, abrangendo: áreas de risco, contornos e cotas das
linhas de inundação, trechos críticos, singularidades do sistema, eventos
pluviométricos críticos e custos dos prejuízos causados pelas inundações.

Estudos Ambientais

As análises dos aspectos ambientais deverão respeitar o enquadramento frente à


legislação ambiental federal, estadual e municipal, verificando a situação referente
às exigências de licenciamento (prévio, de implantação e de operação). Apesar dos
estudos ambientais dependerem da definição do projeto, estudos iniciais são
necessários para a elaboração do projeto.

b. Elaboração de Cenários

Os cenários formulados deverão possibilitar a avaliação da eficiência das medidas de


controle propostas, otimizar as soluções e fornecer elementos para o Projeto, observando:
 O diagnóstico e prognóstico determinados no Plano de Águas Pluviais e nos
elementos obtidos no diagnóstico da situação atual, onde são apontados as causas das
inundações, abrangendo as áreas de risco, contornos e cotas de inundação, trechos
críticos, singularidades do sistema, eventos pluviométricos críticos, além do
comportamento futuro das inundações sem a implantação das propostas do Plano de

 Urbanização: Cenário Atual – demonstra o impacto da urbanização atual sobre o


Águas Pluviais;

sistema de drenagem existente. As simulações deste cenário deverão representar, na


modelagem, as situações caracterizadas no diagnóstico. Cenário Futuro – demonstra o

 Risco de projeto: definição de recorrências (períodos de retorno) considerando-se o


impacto da urbanização futura sobre o sistema de drenagem existente e do proposto;

nível de proteção de cada alternativa e a quantificação econômica dos custos e

 Condições Hidrológicas – adequada definição dos hidrogramas de projetos nos


benefícios;

diversos pontos notáveis e dos trechos críticos do sistema de drenagem, identificados

50
no diagnóstico e no prognóstico, determinando os picos de cheia correspondente a
precipitação crítica, relacionados ao risco considerado no projeto;

A expansão da mancha urbana poderá ser avaliada considerando as projeções dos estudos
demográficos, os novos loteamentos aprovados ou em fase de aprovação, e os limites de
ocupação (umbrais de expansão) definidos pela legislação de uso do solo.

c. Alternativas Técnicas de Solução

Considerando os princípios de controle do escoamento superficial e de minimização das


vazões de pico de cheia, as intervenções devem evitar a aceleração do escoamento,
prevalecendo a adoção de alternativas que promovam o retardamento do fluxo
(armazenamentos disseminados na bacia - reservatórios para detenção ou retenção), a
restauração de calhas naturais dos rios e córregos, desvio do escoamento (túneis de
derivação e canais de desvio), recomposição da cobertura vegetal e controle de erosão do
solo.

 Medidas estruturais: correspondem às obras que podem ser implantadas visando à


As medidas podem ser classificadas em:

 Medidas não estruturais: procuram reduzir os danos ou as conseqüências das


correção ou a prevenção dos problemas decorrentes das enchentes;

inundações pela introdução de normas, regulamentos e programas. Exemplo:


disciplinamento do uso e ocupação do solo; implementação de sistemas de alerta;
conscientização da população para a manutenção dos dispositivos de drenagem.

Na elaboração das alternativas de solução devem ser considerados os seguintes


pressupostos:

 Os novos empreendimentos não podem agravar ou comprometer as condições de


funcionamento dos sistemas de drenagem pré-existentes;
Observar os critérios definidos conforme as características hidrológicas e físicas da


bacia, bem como dos cenários formulados;
A condição de que os picos de vazão superficial gerados nas áreas a serem


urbanizadas não podem exceder os valores naturais;
Os componentes de sistemas de microdrenagem devem ser associados a obras e ações
não estruturais que priorizem a retenção, o retardamento e a infiltração das águas
pluviais;
 As intervenções devem priorizar a infiltração de água pluvial não-contaminada por
efluentes de esgoto, priorizando-se do uso de pavimentos permeáveis nos itens de


pavimentação;
Priorizar dispositivos individuais de captação de águas pluviais, permitindo que os
sedimentos e eventuais cargas poluidoras nas águas de drenagem sejam reduzidos na


fonte;
O sistema deve ser do tipo separador absoluto, a não ser quando acompanhado de
sistema de tratamento de efluentes de tempo seco, respeitando as características do
corpo receptor, nos termos previstos em plano diretor de saneamento básico ou em


plano diretor de manejo de águas pluviais.
Em sistemas do tipo separador absoluto prever a eliminação do lançamento de esgotos
nas redes de manejo de águas pluviais na sua área de intervenção;
 O sistema existente e sua integração com as soluções a serem propostas;

51
 Análise da viabilidade do reassentamento de moradias cuja remoção se faz


indispensável para a implantação do empreendimento;
Recuperação de áreas úmidas (várzeas), eventual “descanalização” e recomposição de


paisagem ou implantação de parques lineares;
Urbanização de caráter complementar, como a implantação de áreas verdes


(paisagismo, gramados e canteiros);


Obras complementares vinculadas à execução e à segurança do empreendimento;
Ações de preservação ambiental necessária à implantação e adequado desempenho do
empreendimento, inclusive de afastamento dos esgotos sanitários por meio de


coletores troncos e interceptores;
Todas as intervenções envolvem a recuperação da infraestrutura que eventualmente


seja alterada pela implantação do projeto;
No caso de potencial impacto ambiental, prever medidas para sua atenuação de
acordo com a legislação ambiental, programas de educação ambiental ou demais
unidades de conservação;
 Comparação das alternativas tecnológicas disponíveis para todos os componentes dos
sistemas que serão ampliados ou melhorados;
 Os custos e benefícios para implantação e manutenção do projeto proposto.

A solução pode envolver a adoção da combinação de diversas estruturas na tentativa de se


obter os hidrogramas efluentes compatíveis com o controle requerido, de acordo com os

 Reservatório de amortecimento de cheias;


critérios de projeto estabelecidos em cada caso, sendo os principais tipos de intervenções:

 Revitalização ou urbanização de áreas alagáveis, incluindo wetlands;


 Restauração de margens de cursos de água, incluindo parque linear ribeirinho,
restauração de margens, recomposição de vegetação ciliar, renaturalização de rios e

 Controle de erosão;
córregos;

 Bacias de contenção de sedimentos;


 Dissipadores de energia;
 Adequação de canais para retardamento do escoamento, incluindo: Soleiras
submersas, degraus, aumento da rugosidade do revestimento, ampliação da seção e
redução da declividade;
 Canalização e/ou retificação de córregos quando associada a obras e ações não
estruturais que priorizem a retenção, o retardamento e a infiltração das águas pluviais.

No caso do planejamento e dimensionamento de reservatórios de amortecimento de cheias,

 Na determinação do volume a ser armazenado devem utilizar métodos consagrados


sugere-se observar os seguintes aspectos:

tecnicamente e avaliados para o local, considerando-se a precipitação de projeto

 Prever operação e manutenção de forma a assegurar funcionalidade e condições


adotada;

 Prever estrutura de controle de saída para sua operação normal e um extravasor de


sanitárias adequadas;

 A liberação do volume armazenado deve observar as condições de escoamento a


emergência;

 Estabelecer uma integração paisagística e ambiental as características da cidade;


jusante;

 Prever a retenção e limpeza dos resíduos sólidos e a minimização de sua degradação


por efluentes de esgoto.

52
d. Comparação e Seleção de Alternativas

As alternativas de solução adequadas deverão corresponder àquelas cujo conjunto de


fatores e aspectos sociais, técnicos, ambientais, econômicos e financeiros indicam ser os
mais apropriados a todas as partes beneficiadas pelo projeto. A partir dessa análise deverá
ser priorizada a solução técnica que objetivar redução de custos em relação ao custo de
implantação e operação, bem como de prazo de execução.

Os custos de cada alternativa serão apresentados em termos econômicos. Isto implica em


que os custos de investimento deverão ser discriminados em mão-de-obra, materiais,
equipamentos, e outros. Nos custos de operação, a componente energia elétrica também
deverá ser apresentada em termos econômicos.

Os orçamentos preliminares deverão ser elaborados de acordo com o pré-dimensionamento


das unidades do sistema, tendo como limite a mediana dos preços da Tabela de Preços
SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil, para
outros itens específicos, consultar fornecedores, avaliando inclusive os custos de
instalações elétricas (obras elétricas, quadros, transformadores, extensão da linha, etc).

Os impactos positivos prognosticados com a implantação do projeto e os custos


decorrentes das medidas mitigadoras dos impactos negativos e de monitoramento deverão
ser quantificados e valorados a fim de serem agregados como benefícios e custos,
respectivamente, na análise econômica do Estudo de Concepção.

Para efeito de comparação de alternativas e análise custo-benefício, deverão ser incluídos


os custos dos terrenos (valor de mercado, mesmo que estas áreas tenham sido doadas,
desapropriadas ou que já sejam de propriedade da empresa, do município, do Estado ou do
Governo Federal) necessários.

 Método dos custos evitados, onde se considera que os benefícios são equivalentes aos
Os benefícios podem ser avaliados por um dos métodos:

 Método da disposição a pagar que considera os benefícios como iguais a valorização


danos evitados pela implementação das medidas de controle;

das propriedades beneficiadas.

Além do aspecto econômico, devem ser analisados os aspectos de confiabilidade,


flexibilidade e funcionalidade de cada solução. A confiabilidade refere-se ao desempenho
esperado com relação a possíveis falhas de operação ou manutenção quando da sobrecarga
das estruturas, a resistência a fatores externos, por exemplo. A flexibilidade reflete a
adaptabilidade a possível necessidade de ampliação de capacidade, a alteração em alguma
característica do sistema, ou a possibilidade de construção por etapas. No caso da
funcionalidade relaciona-se a construção, operação e manutenção

4.3.4.2 PROJETO BÁSICO

De acordo com a Lei 8.666/1993, “Projeto Básico é o conjunto de elementos necessários e


suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou
complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
estudos técnicos preliminares e nas alternativas formuladas no estudo de concepção, que

53
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e
do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão
global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos
com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente
detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação
ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto
executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e
equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações
que assegurem os melhores resultados para o empreendimento,
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos
construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais
para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra,
compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as
normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente
avaliados;”

Partindo da definição de projeto básico da Lei 8.666/1993, além de satisfazer a Lei, a

 Resumo técnico-apresentando de forma resumida toda a concepção do projeto com


apresentação deve conter os seguintes itens:

plantas gerais, principais dados técnicos de cada unidade do sistema, orçamento global

 Memorial descritivo e justificativa técnica, contendo o detalhamento das soluções


de cada unidade e total por etapa de implantação e cronograma de execução das obras;

técnicas globais de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de alterações


durante as fases de elaboração do projeto executivo e de implantação do

 Memorial de cálculo – simulações hidrológicas e hidráulicas, modelo hidrodinâmico


empreendimento.

do sistema utilizados no dimensionamento de todos os componentes do sistema. Deve


apresentar a metodologia aplicada de forma clara e justificada na definição de todas as
hipóteses de cálculo e condições de contorno adotadas. Na fase de projeto hidráulico é
necessária a realização de estudos detalhados que envolvam simulações matemáticas
de amortecimento de cheias, sendo dados de entrada o hidrograma de projeto, as
características físicas do reservatório (curva cota-área-volume, níveis d’água máximo
e mínimo admissíveis) e a curva cota-vazão da estrutura de controle de saída. Como
resultado, apresentar o hidrograma das vazões efluentes, os níveis d’água atingidos na

 Detalhamento dos projetos geométricos, terraplanagem, arquitetônico, elétrico,


saída da bacia de detenção e o volume armazenado.

fundações e urbanístico, a ponto de permitir a quantificação precisa dos itens

 Planta da rede de micro e macrodrenagem, iluminando os trechos existentes e


constantes da planilha orçamentária;

projetados, identificando as estruturas de controle existentes e projetadas;


 Desenhos - seções transversais e perfil longitudinal do curso d’água ou sua projeção,

54
incluindo o perfil da cheia máxima observada e simulada, indicando a existência de
pontes, degraus ou outras singularidades que modifiquem o escoamento do curso

 Especificações técnicas dos materiais, equipamentos e serviços;


d’água;

 Planilha orçamentária fundamentada em custos unitários de materiais e serviços, (os


custos unitários deverão estar limitados à mediana de preços da Tabela de Preços
SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisas de Custos e Índices da Construção Civil.
Com relação ao orçamento, cabe ressaltar, ainda, que:
- Deverá ser apresentado em moeda nacional.
- O orçamento deve ser detalhado, com a composição de custos unitários de
serviços, discriminando em planilha os respectivos preços unitários,
quantidades e preços totais.
Somente em condições especiais, devidamente justificadas em relatório
técnico circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e aprovado pelo
proponente, poderá os respectivos custos unitários exceder limite do SINAPI.
- O preço de referência das obras, serviços e insumos será aquele resultante da
composição do custo unitário, acrescido do percentual de Benefícios e
Despesas Indiretas – BDI incidente, que deve estar demonstrado
analiticamente na proposta do fornecedor.
- Sobre a taxa de BDI é impreterível destacar que:
 Deve-se adotar BDI diferenciado para a execução de serviços e o
fornecimento de materiais das obras, de modo que os mesmos
possam ser licitados separadamente em consonância ao §1º do art.
23 da Lei n. 8.666/1993 e à jurisprudência do Tribunal de Contas
do TCU, com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos
disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade, sem
perda da economia de escala.
 De acordo com a Súmula/TCU nº 254/2010 (DOU de 13.04.2010,
S. 1, p. 74) - “O IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica - e a
CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - não se
consubstanciam em despesa indireta passível de inclusão na taxa
de BDI do orçamento-base da licitação;
 A mesma não deve constar do edital a ser adotado na contratação,
sob pena de restringir a obtenção de proposta mais vantajosa para
a Administração (item 9.4.2, TC-032.808/2008-8, Acórdão nº
1.523/2010-2ª Câmara).
- Os custos de mobilização e desmobilização de equipamentos deverão estar
relacionados com a utilização de equipamentos pesados.
- Evitar sempre a utilização de unidades genéricas, como “verbas”.

55
4.3.4.3 PROJETO EXECUTIVO

Segundo a Lei 8.666/1993, “Projeto Executivo é o conjunto dos elementos necessários e


suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT”.

O projeto executivo deverá conter, entre outros elementos que venham a ser necessários

 Memorial descritivo e justificativa técnica contendo as informações para


para a perfeita execução da obra, o seguinte:

entendimento dos métodos construtivos, instalações provisórias e condições


organizacionais para a obra;
 Desenhos de estruturas e detalhes especiais;
 Desenhos apresentando métodos construtivos e etapas de execução das obras;
 Projeto estrutural;
 Projeto elétrico.

4.3.5 GLOSSÁRIO

Reservatório de amortecimento de cheias: Estrutura que acumula temporariamente as


águas pluviais com a função de amortecer as vazões de cheias e reduzir os riscos de
inundações a jusante. Os reservatórios de amortecimento podem ser em linha ou lateral de
acordo com seu posicionamento em relação ao canal que contribui para o reservatório.
O reservatório em linha é posicionado ao longo do canal. Possui uma estrutura de
barramento dotada de um descarregador de fundo e extravasor. A capacidade do
descarregador é limitada à capacidade do trecho de canal a jusante. O extravasor funciona
como um dispositivo de segurança para vazões superiores à vazão de projeto.
O reservatório lateral é implantado ao lado do canal e recebe a vazão excedente por um
vertedor lateral. O nível da soleira do vertedor é definido em função do nível máximo
admitido no canal e as suas dimensões são determinadas em função da vazão excedente a
ser lançada no reservatório. A descarga do reservatório lateral pode ser feita por gravidade,
através de válvulas de retenção que se abrem quando o nível do canal baixa. Pode também
ser realizada por bombeamento quando o nível do fundo do reservatório estiver abaixo do
nível do fundo do canal.
Quando mantido seco na estiagem, o reservatório é chamado de reservatório (ou bacia) de
detenção. Quando o reservatório mantém um volume permanente de água, é chamado de
reservatório (ou bacia) de retenção.

Parque linear ribeirinho: Parque implantado em uma faixa ao longo de um rio, córrego
ou canal. Tem múltiplas funções, sendo a principal delas, proteger a zona ribeirinha contra
ocupações irregulares que possam vir a confinar o corpo de água e reduzir a largura da área
destinada à inundação.
Dentre as outras funções que um parque linear pode ter, destacam-se: restauração de
várzeas, proteção das margens contra erosão, recomposição da vegetação ciliar, retenção
temporária de volumes, amortecimento do escoamento e e redução dos picos de cheias
redução da poluição difusa, área de lazer e incremento da área verde.
Recomenda-se que os parques lineares abranjam as áreas de preservação permanente
(APPs) conforme estabelecidas pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 e disposições
complementares.

56
Parque isolado associado a reservatório de amortecimento de cheias ou área para
infiltração de águas pluviais: Trata-se de um parque situado em posição estratégica na
bacia hidrográfica com a finalidade de aumentar a área permeável e amortecer as vazões de
cheias reduzindo, assim a necessidade de ampliar a capacidade do sistema de drenagem à
jusante.
O parque isolado deve ser concebido de modo a promover a infiltração das águas de chuva
e contar com lagos que, além da função ornamental, devem ser projetados para amortecer o
escoamento.
Assim como os parques lineares, os parques isolados possuem múltiplas funções:
ampliação da área verde, aproveitamento de áreas passíveis de invasão, recarga do aqüífero
subterrâneo, área de contemplação e lazer para a população.

Restauração de áreas úmidas (várzeas): Obras que visam recompor as áreas de


inundação natural de rios e córregos. Podem ser associadas aos parques lineares e se
aplicam geralmente às áreas ribeirinhas alteradas ainda não densamente ocupadas. A
restauração de áreas úmidas é importante para restabelecer as áreas naturais de inundação
com efeitos positivos na redução das inundações a jusante, na redução das cargas
poluidoras de fontes difusas e à restauração do ecossistema ribeirinho.

Banhados construídos (“wetlands”): São zonas de transição situadas no trajeto das águas
que escoam por uma bacia, entre as regiões mais altas e os talvegues. Incluem pradarias
úmidas, mangues, pântanos, charcos e várzeas. As wetlands abrigam flora e fauna típicas
de solos inundados ou saturados favorecendo, por isso, o desenvolvimento de um rico
ecossistema.
As wetlands funcionam como uma espécie de filtro natural, retendo e transformando
sedimentos, absorvendo nutrientes e purificando a água. Este processo é o resultado de
dezenas de transformações físicas e biológicas, incluindo sedimentação, absorção,
adsorção, mineralização, e transformações microbiológicas. Os processos naturais de
tratamento em uma wetland são movidos pela energia solar e eólica. Para muitos poluentes
a capacidade de tratamento é renovada continuamente, o que faz com que funcionem como
sistemas ecológicos.
As wetlands construídas podem ter capacidade de assimilação de poluentes igual ou maior
que as wetlands naturais. Além disso, funcionam como bacias de retenção e de infiltração,
reduzindo as vazões e os volumes de cheia.
Entre as principais funções de uma wetland, destacam-se:
 Tratamento de efluentes secundários ou de águas poluídas do sistema de drenagem,
promovendo a melhoria da qualidade da água dos corpos hídricos à jusante;
 Controle de cheias;
 Aumento da recarga do aqüífero;
 Restauração de ecossistemas naturais;
 Criação de áreas verdes e de áreas de contemplação;
 Promoção de educação ambiental por meio de visitas monitoradas.
Além dessas finalidades, a implantação de wetlands é uma alternativa de ocupar regiões
que sofrem forte pressão da expansão urbana.

Restauração de margens
Refere-se à estabilização e recomposição de margens de rios e canais rompidas pelo efeito
da erosão, piping, sobrecarga do maciço, colapso de estruturas de contenção, dentre outros
motivos.

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Os serviços de restauração de margens incluem: retaludamento, revegetação, revestimento
e estruturas de contenção. Deverá ser dada preferência a soluções que não envolvam
estruturas pesadas. Sempre que for viável deverão ser utilizadas técnicas de
reanaturalização, procurando-se recompor as condições naturais do corpo de água.

Recomposição de vegetação ciliar: Consiste na recuperação da vegetação ao longo da


faixa de APP quando a vegetação tiver sido removida por ação antrópica.
A recomposição poderá ser feita através do plantio de espécies originais da região ou pelo
isolamento da área, após a remoção das espécies exóticas, para que a vegetação se
recomponha naturalmente.

Renaturalização de rios ou córregos: Trata-se de técnica ainda pouco utilizada no Brasil,


mas muito difundida em outros países. Pode ser aplicada em conjunto com a implantação
de parques lineares e consiste em promover as condições necessárias para que o curso de
água recupere suas condições naturais. Os benefícios principais alcançados com essa
técnica são a redução dos picos de cheia, a diminuição dos processos erosivos, a melhoria
da qualidade da água e o restabelecimento do ecossistema.

Contenção de encostas instáveis: Consiste em obras de recuperação e estabilização de


encostas instabilizadas pela ação das águas pluviais. Abrangem: retaludamento,
revestimento de taludes, muros de arrimo e readequação do sistema de drenagem na área
de intervenção.

Bacias de contenção de sedimentos: São reservatórios ou tanques implantados em pontos


estratégicos do sistema de drenagem (geralmente nos pontos de quebra de greide ou de
inflexão de declividade) que, através da redução da velocidade de escoamento, promovem
a sedimentação dos sólidos suspensos nas águas pluviais.

Dissipadores de energia: São estruturas que têm como finalidade a redução da energia do
escoamento para proteger, contra a erosão, os trechos a jusante de trechos canalizados.
Os dissipadores de energia são recomendados nos seguintes casos:
Desemboque de galerias, canaletas, bueiros, escadas hidráulicas ou canais em rios ou
córregos naturais;
Transição entre trechos canalizados e não canalizados;
Em todos os demais casos onde houver risco de erosão por alteração no regime antecedente
de escoamento.

Adequação de canais para retardamento do escoamento: Consiste em intervenções na


calha de canais com a finalidade de reduzir a velocidade do escoamento e, assim retardar
os picos de cheia, reduzindo os riscos de inundação a jusante.

 Soleiras submersas: barramentos instalados abaixo da linha de água que promovem a


Este tipo de intervenção inclui as seguintes obras:

 Degraus: que reduzem a declividade do canal;


elevação do nível de água;

 Aumento da rugosidade do revestimento;


 Ampliação da seção e redução da declividade;

Desassoreamento de rios e canais: Obras de limpeza e remoção de sedimentos


acumulados para o aumento da capacidade de escoamento.

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O projeto das obras de desassoreamento deve cuidar para que não haja desinstabilização
das margens e deve ser precedido de estudos de controle dos impactos a jusante,
decorrentes do aumento da capacidade hidráulica do rio ou canal.

Sistema de galerias de águas pluviais quando associadas a obras ou ações não-


estruturais que priorizem a retenção, o retardamento e a infiltração das águas
pluviais:
Os sistemas convencionais de galerias de águas pluviais, embora reduzam as inundações
das áreas onde são implantados, têm a propriedade de acelerar e concentrar o escoamento.
Como conseqüência, provocam impactos negativos a jusante transferindo as inundações
para jusante e acelerando os processos de erosão. Para compensar esse efeito sistemas de
galerias devem ser implantados em conjunto com outras medidas de controle (estruturais e
não-estruturais) que promovam a retenção, o retardamento e a
infiltração das águas pluviais e que mitiguem os impactos negativos.

Canalização de córregos quando associada a obras e ações não-estruturais que


priorizem a retenção, o retardamento e a infiltração das águas pluviais: Da mesma
forma que os sistemas de galerias, a canalização de córregos pode causar a transferência de
inundações para jusante além de outros impactos negativos e, portanto, são necessárias
medidas mitigadoras que reduzam esses impactos.

Sistemas para aproveitamento das águas pluviais: São sistemas que permitem a
utilização das águas pluviais armazenadas em reservatórios de amortecimento ou
microrreservatórios. As utilizações típicas são: lavagem de pisos, rega de jardins, bacias
sanitárias, limpeza de áreas e equipamentos públicos e outros usos que não exijam o uso de
água potável, observando as condições sanitárias de utilização. Entretanto, para o uso das
águas pluviais é necessário um pré-tratamento cuja capacidade de remoção de poluentes
deve ser estabelecida a partir da qualidade das águas utilizadas e da qualidade requerida
pelo uso.

Obras de microdrenagem:
Canaletas gramadas ou ajardinadas
São valas vegetadas abertas no terreno que funcionam como pequenos canais onde o
escoamento pluvial é desacelerado e infiltrado durante o percurso. Substituem canaletas de
concreto e galerias de águas pluviais em parques e loteamentos com a vantagem de reduzir
os picos das vazões lançadas no sistema de drenagem, além de produzir um efeito
paisagístico mais interessante.
Valas de infiltração
Têm as mesmas características básicas e usos das canaletas gramadas ou ajardinadas, com
a diferença de que são dotadas de dispositivos que promovem o aumento da infiltração.
Esses dispositivos consistem em pequenos barramentos transversais que desaceleram o
escoamento, aumentam o tempo de retenção e, consequentemente, aumentam a capacidade
de infiltração.
Os efeitos esperados das valas de infiltração só são significativos para declividades
menores de 5%. Em regiões sujeitas à chuvas de alta intensidade, a eficiência das valas
pode ser limitada em função da velocidade de saturação do solo. Já em regiões onde há
chuvas muito freqüentes, mesmo que de baixas intensidades, deve-se atentar para os riscos
de proliferação de insetos.
Trincheiras de infiltração

59
As trincheiras de infiltração são dispositivos lineares que captam o escoamento superficial
para promover sua infiltração no solo natural. Existe uma variante, denominada trincheira
de retenção, que é adaptada para solos pouco permeáveis e que é dotada de um extravasor
que direciona o excesso de água para um exutório localizado.
A trincheira é escavada no solo e preenchida com brita com alto índice de vazios. Pode ser
descoberta ou coberta com vegetação ou outro revestimento permeável (é possível projetá-
las de forma a serem “invisíveis” no arranjo urbanístico). As paredes, o topo e o fundo da
trincheira são revestidos por um filtro geotêxtil para evitar penetração de sedimentos.
Opcionalmente, o fundo da trincheira poderá receber uma camada de areia filtrante ao
invés da manta geotêxtil. A água recolhida infiltra pelas paredes e pelo fundo e exige que o
solo tenha capacidade de infiltração adequada.
A trincheira de infiltração tem como função principal abater descargas de pico de um
escoamento superficial e promover a recarga do aqüífero. Mas outra função importante é a
de promover o tratamento das águas superficiais pela infiltraçãono solo.
As trincheiras de infiltração devem ser dispostas a jusante de áreas pavimentadas com
estacionamentos, ruas e calçadas.
Poços de infiltração
São poços que captam as águas pluviais e as infiltram nos solo, funcionando como uma
espécie de sumidouro. Podem ser preenchidos ou não com pedra britada.
No primeiro caso, a própria brita forma a estrutura do poço, o que dispensa a construção de
paredes. Para isolar o solo da brita, são utilizadas mantas geotéxteis ou filtros de areia.
Nesse tipo de poço a água se acumula nos vazios até se infiltrar, por isso quanto maior for
o índice de vazios do agregado utilizado, maior é a capacidade de reservação do poço.
No segundo caso, o poço é construído com estruturadas, obtendo-se assim um volume útil
maior. As paredes possuem orifícios, devidamente protegidos por filtros, por onde a água é
infiltrada no solo. Esse tipo de poço, por não ser preenchido, tem maior capacidade de
acumulação por unidade de volume.
Quando a camada superficial de solo é pouco permeável o poço ppode ser aprofundado até
atingir uma camada de solo mais favorável à infiltração. Quando o fundo do poço está
abaixo do nível do aqüífero, passa-se a chamá-lo de poço de injeção pois a água captada é
injetada diretamente no lençol subterrâneo.
Poços de infiltração (ou de injeção) possuem a capacidade de abater o escoamento
superficial de alguns milhares de m2. O escoamento pode ser direcionado diretamente ao
poço ou receber contribuição de outras áreas através da conexão com um conduto pluvial.
Representando uma técnica alternativa de redução e amortecimento de picos de
escoamento superficial, os referidos poços integram-se muito bem à paisagem urbana, pois
ocupam pouco espaço. A característica pontual faz dos poços de infiltração ou injeção
dispositivos por excelência para um controle distribuído do excesso de escoamento
provocado pela impermeabilização do solo, permitindo uma economia significativa na
construção de redes de drenagem convencionais.
Assim como as demais técnicas de infiltração, os poços têm também como vantagem o
aumento da recarga do aqüífero o que ajuda a reequilibrar o ciclo hidrológico urbano.
Microrreservatórios
São pequenos reservatórios construídos para abater as enxurradas produzidas em lotes
urbanos residenciais e comerciais com área de até algumas centenas de m2. Em geral, são
estruturas simples na forma de caixas de concreto, alvenaria ou outro material. Podem
também ser semelhantes aos poços de infiltração preenchidos com brita, e isolados do solo
por tecido geotêxtil.
Os microrreservatórios podem ser de detenção, tendo neste caso um orifício de saída, que
restringe a vazão efluente, ou de infiltração.

60
Para ambos os tipos é recomendável prever dispositivos de emergência para evacuação das
vazões que excedam a capacidade do reservatório.
Os microrreservatórios são medidas de controle normalmente implantadas por exigência da
legislação de alguns municípios que impõem vazões de restrição aos novos
empreendimentos.

BIBLIOGRAFIA
BAPTISTA, M., NASCIMENTO, N., BARRAUD, S. 2005. Técnicas compensatórias em
drenagem urbana. ABRH - Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Porto
Alegre, RS.266 p.
CANHOLI, A. P. 2005. Drenagem urbana e controle de enchentes. Oficina de Textos, São
Paulo, SP.
DENVER, Urban drainage and flood control district. 1999. In: Urban storm drainage
criteria manual - Vol 3. Denver, CO.
CITY OF PORTLAND, Environmental Services. 2002. Stormwater management manual -
Rev. 2. Portland, OR.
KADLEC, R.H. e R.L. KNIGHT. 1996. Treatment Wetlands. CRC/Lewis Publishers, Boca
Raton, FL 893 pp.
ORSINI YAZAKI, L.F.L. 2005. Análise do documento final da comissão especial para a
elaboração de estudos de políticas públicas para o aumento da permeabilidade do
solo urbano no Município de São Paulo. SNSA - Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental do Ministério das Cidades, Brasília, DF.
SUDERHSA, CH2M HILL DO BRASIL. 2002. Manual de drenagem urbana – Região
metropolitana de Curitiba/PR - versão 1.0. SUDERHSA – Superintendência de
Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. Não publicado.
TUCCI, C.E.M. e Marques, D.M.L.M. 2000. Avaliação e controle da drenagem urbana -
Volume 1. ABRH- Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, 558 p.
TUCCI, C.E.M. e Marques, D.M.L.M. 2001. Avaliação e controle da drenagem urbana -
Volume 2. ABRH- Associação Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, 547 p.

4.4 MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

4.4.1 INTRODUÇÃO

Constituí-se em um conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de


coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final de resíduos sólidos urbanos.

4.4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Este manual tem por objetivo estabelecer normas, critérios, principais condições
contratuais e fornecer informações que permitam a apresentação de propostas e,
posteriormente, a celebração de contrato de financiamento para elaboração de projetos para

61
a implantação de obras e serviços de infraestrutura dos sistemas integrados de coleta,
tratamento e destinação final de resíduos sólidos urbanos, estando previstas as seguintes
modalidades:
a. Aterro sanitário;
b. Aterro de resíduo de construção e demolição;
c. Unidade de compostagem;
d. Estação de transbordo;
e. Unidade de triagem – Galpão de triagem;
f. Ponto de entrega voluntário;
g. Ponto de entrega voluntário central;
h. Área de triagem e transbordo de resíduos de construção e demolição;
i. Sistema de coleta, acondicionamento e transporte de resíduos sólidos urbanos.

4.4.3 CRITÉRIOS

Os serviços a serem contratados deverão ser executados levando-se em consideração os


documentos e normas aplicáveis relacionados no capítulo 4.4.5 deste manual.

Tendo em vista o pleno alcance dos objetivos da contratação dos projetos, deverão ser
levados em estrita conta os aspectos a seguir relacionados:
a) O pré-dimensionamento de cada uma das unidades físicas previstas na fase de
elaboração do respectivo projeto básico, deverá ser feito com suficiente nível de detalhe,
de modo a possibilitar a adequada caracterização da mesma (no que diz respeito à previsão
de sua vida útil, de sua capacidade e eficiência operacional), bem como a estimativa
consistente de seu custo de implantação inicial;

b) O plano de operação e o plano de monitoramento e controle ambiental, relativos a


cada um dos empreendimentos a serem projetados e integrantes de seu projeto executivo,
bem como o memorial técnico (no qual estarão explicitados os critérios utilizados e os
cálculos realizados quando do dimensionamento do empreendimento como um todo e de
suas partes integrantes essenciais) deverão obrigatoriamente abranger todos os aspectos
significativos de ordem técnica, ambiental, social e econômico-financeira correlatos a cada
empreendimento e ao conjunto dos empreendimentos de mesma natureza projetados e a
serem implantados no mesmo contexto regional;

c) Dentre as alternativas técnicas analisadas na fase de elaboração de cada projeto


básico, será necessariamente adotada como objeto do respectivo projeto executivo aquela
que resulte no melhor balanço entre os fatores menor impacto ambiental, maior eficiência
operacional e menor custo econômico, neste último caso abrangendo os custos de
implantação, operação e manutenção.

62
d) Diretrizes e parâmetros não definidos neste Documento, entretanto necessários
para o desenvolvimento satisfatório dos estudos e projetos, serão fixados em reunião
inicial para os trabalhos, e complementados, se for o caso, ao longo da elaboração dos
mesmos;

4.4.4 DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS

Os serviços previstos contemplam a elaboração de projeto básico, projeto executivo de


engenharia e estudos específicos para o licenciamento ambiental, até a emissão da licença
de instalação, possibilitando a implantação de obras para um sistema integrado de coleta,
tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos.

4.4.4.1 ESTUDO DE CONCEPÇÃO

a. Diagnóstico da situação atual no local de implantação do projeto;


b. Estudos de concepção e viabilidade das alternativas;
c. Serviços de campo nas glebas selecionadas (topográficos e geotécnicos);
d. Caracterização preliminar da qualidade das águas superficiais e subterrâneas;
e. Elaboração dos Estudos Específicos Ambientais.

a. Diagnóstico da situação atual no local de implantação do projeto


Estudo a ser desenvolvido na escala local (ou regional), essencialmente com dados e
informações primárias, abrangendo a caracterização da localidade (ou região) a ser
beneficiada por uma instalação (ou conjunto de instalações) para o processamento e/ou
destinação final de resíduos sólidos, no que diz respeito à análise das tendências de
evolução futura da população e da geração dos resíduos a serem processados e/ou
dispostos na(s) referida(s) instalação(ões), bem como o cadastramento das instalações de
mesma natureza eventualmente existentes na localidade (ou região) beneficiária do(s)
novo(s) projeto(s) .

O diagnóstico deverá, obrigatoriamente, abranger a definição clara e precisa de todos os


dados necessários para a elaboração dos estudos ambientais específicos e do estudo de
concepção e viabilidade das novas instalações previstas inclusive no que se refere à
eventual possibilidade de aproveitamento - total ou parcial – das instalações de mesma
natureza existentes no contexto objeto do estudo, ou das glebas em que se localizem.

O diagnóstico deverá ser apresentado na forma de um relatório parcial específico,


anteriormente ao início propriamente dito da elaboração dos projetos básicos das unidades
previstas para cada contexto regional, relatório esse que deverá abranger, no mínimo, os
itens a seguir relacionados.

63
Processo de coleta de dados
Explicitação detalhada dos procedimentos e instrumentos utilizados para a obtenção de
informações primárias, nas escalas local e regional do contexto em que deverá ser
implantado o conjunto dos empreendimentos previstos, bem como para a identificação e
extração de informações secundárias de interesse objetivo para a concepção, projeto e
licenciamento desses empreendimentos, caso a caso. Será obrigatória a explicitação, no
referido relatório, das fontes (locais, ou regionais) junto às quais tenham sido obtidas as
informações primárias, os responsáveis pelo fornecimento das mesmas e os períodos de
tempo a que estas se referem, caso a caso. Igualmente obrigatória será a explicitação das
fontes bibliográficas de que tenham sido extraídas informações secundárias de interesse
para a seqüência dos trabalhos.

Dados de caracterização dos contextos local e regional

Tabelas e gráficos contendo dados numéricos, mapas e textos com comentários analíticos
sobre as informações (primárias ou secundárias) obtidas, abrangendo, pelo menos:

I. População
Série histórica de dados e tendências de evolução da população total, urbana e
rural, da taxa de urbanização, do número médio de habitantes por domicílio
ocupado (sede, distritos e principais povoados) e da população flutuante (onde
significativa, discriminando períodos de ocorrência), por Município;

II. Perfil sócio-econômico


Caracterização da situação atual (mínima, média e máxima) e das tendências de
evolução sócio-econômica previsível da população, com foco no potencial de
pagamento de taxas e tarifas concernentes à prestação de serviços públicos de
manejo de resíduos sólidos urbanos, por Município;

III. Perfil sanitário


Caracterização da situação atual e das tendências de evolução futura previsível da
saúde da população, com foco nas enfermidades diretamente correlacionadas às
deficiências de saneamento básico e, em particular, ao manejo inadequado de
resíduos sólidos;

IV. Estimativa da situação atual e das tendências de evolução futura previsível da


geração de resíduos sólidos (domiciliares, públicos e especiais), com
discriminação das fontes de dados básicos utilizadas e dos critérios e métodos
empregados para a elaboração das projeções futuras;

V. Limitações e condicionantes impostas pela legislação municipal e/ou por planos


diretores (de caráter local ou regional) à implantação de instalações para o

64
processamento e/ou destinação final de resíduos sólidos, tanto na zona urbana
quanto na zona rural;

VI. Limitações e condicionantes impostas pelas características locais e/ou regionais,


no que se refere à topografia, à rede fluvial, à geologia e à hidrogeologia, à
implantação de instalações para o processamento e/ou destinação final de resíduos
sólidos, tanto na zona urbana quanto na zona rural;

VII. Limitações e condicionantes impostas pelas características locais e/ou regionais,


no que se refere à rede viária (rodoviária, ferroviária, navegação fluvial e/ou
marítima) existente e projetada, bem como à localização de aeroportos de
quaisquer categorias, quanto à implantação de instalações para o processamento
e/ou destinação final de resíduos sólidos, tanto na zona urbana quanto na zona
rural;

VIII. Caracterização locacional (latitude, longitude, altitude) e das condições


climáticas, nas escalas local e/ou regional, capazes de interferir diretamente na
geração de efluentes líquidos contaminantes (“chorume”) e, por conseguinte, no
dimensionamento de instalações específicas para seu tratamento, tais como
temperatura ambiente e pluviosidade médias (mínima, média e máxima), mês a
mês;

IX. Caracterização sumária do mercado local e regional dos materiais de construção


básicos a serem empregados nos empreendimentos previstos para a região
abrangida pelos projetos a serem elaborados, caso a caso.

Caracterização das unidades de manejo de resíduos sólidos existentes


Descrição, tão detalhada e ampla quanto seja necessário, das características locacionais, de
implantação, de operação e de manutenção das demais instalações para o manejo de
resíduos sólidos existentes no local (ou região), a ser beneficiado pelo conjunto dos
empreendimentos previstos no projeto a ser elaborado, abrangendo, pelo menos:
I. Natureza e localização da(s) instalação(ões) existente(s), caso a caso (aterros
sanitários, aterros controlados, lixões, unidades de recuperação de recicláveis,
unidades de compostagem, estações de transferência, pontos de entrega voluntária
de resíduos, pontos de lançamento, oficiais ou clandestinos, de resíduos de
construção e demolição, etc.;

II. Caracterização do sistema de coleta, acondicionamento e transporte de resíduos


sólidos, destacando pontos como freqüência de coleta, nível de cobertura,
itinerários, equipamentos disponíveis, situação atual dos equipamentos
disponíveis, etc.;

65
III. Origem e massa (ou volume) média(o) diária(o) efetiva(o) dos resíduos sólidos
processados e/ou dispostos em cada instalação;

IV. Freqüência de recobrimento dos resíduos dispostos em aterros, sanitários ou


controlados;

V. Caracterização sumária e quantificação dos veículos e equipamentos mecânicos


utilizados, sistemática ou eventualmente, nas instalações existentes, com
explicitação de sua permanência ou não nas mesmas;

VI. Capacidade nominal de processamento e/ou disposição final de resíduos na


unidade, caso a caso;

VII. Massas (ou volumes) médias(os) mensais dos resíduos recicláveis recuperados em
unidades de triagem, por tipos; e de composto orgânico produzido em unidades de
compostagem;

VIII. Preços médios obtidos com a venda de resíduos recicláveis recuperados em


unidades de triagem; e do composto orgânico produzido em unidades de
compostagem;

IX. Identificação das entidades (órgãos públicos da administração direta ou indireta;


empresas privadas, contratadas ou concessionárias; cooperativas ou associações
de catadores, etc.) responsáveis pela implantação, operação e manutenção de cada
instalação existente.

Caracterização da estrutura gerencial, técnica e operacional existente

Quantificação e qualificação, tão detalhada e ampla quanto seja necessário, da estrutura de


gestão e manejo de resíduos sólidos existente no local (ou região) a ser beneficiado pelo
conjunto dos empreendimentos previstos no projeto a ser elaborado, abrangendo, pelo
menos:
I. Organograma funcional do(s) órgão(s) municipais incumbido(s) da realização de
atividades direta ou indiretamente relacionadas à gestão e/ou ao manejo de
resíduos sólidos, com definição de suas respectivas funções e atribuições, caso a
caso;

II. Número de funcionários públicos (administrativos, técnicos e operacionais, de


nível superior, médio e básico, caso a caso) diretamente envolvidos com a
realização das diversas atividades de limpeza urbana;

66
III. Número de trabalhadores (administrativos, técnicos e operacionais, de nível
superior, médio e básico, caso a caso) vinculados a empresas (públicas ou
privadas) contratadas pelo Município especificamente para a realização de
atividades de limpeza urbana, ou detentoras de concessão para a exploração de
atividades dessa natureza;

IV. Discriminação dos instrumentos legais (inclusive códigos de posturas e


regulamentos específicos) diretamente relacionados à realização das diversas
atividades de limpeza urbana;

V. Discriminação dos custos atuais, diretos e indiretos, de realização dos diversos


serviços de limpeza urbana no território municipal, inclusive no que diz respeito à
remuneração média mensal de empresas contratadas para essa finalidade pelo
Município;

VI. Explicitação da existência de procedimentos de cobrança de taxas e tarifas


diretamente associadas à prestação de serviços, regulares ou eventuais, de limpeza
urbana pelo Município, de forma direta ou indireta;

VII. Discriminação do índice médio atual de inadimplência no efetivo pagamento de


taxas relativas à prestação de serviços regulares de limpeza urbana;

VIII. Explicitação da eventual cobrança, pelo Município, de serviços eventuais de


coleta, transporte, tratamento e/ou destinação final de resíduos sólidos especiais
prestados pelo mesmo (resíduos de construção e demolição, resíduos de serviços
de saúde privados, etc.), com discriminação dos valores unitários cobrados, caso a
caso;

IX. Discriminação do índice médio atual de cobertura com cada um dos diversos
serviços regulares de limpeza urbana prestados, direta ou indiretamente, pelo
Município, em termos de percentual estimado da população urbana;

X. Caracterização sumária das associações e/ou cooperativas de catadores atuantes


no território municipal, com discriminação do número atual de seus integrantes e
explicitação da existência de instrumentos formais de cooperação entre as mesmas
e o Município.

Evolução populacional previsível


O dimensionamento da capacidade volumétrica mínima dos aterros sanitários a serem
projetados (tendo em vista a vida útil de referência de 30 anos), bem como da capacidade
de processamento das demais unidades de processamento previstas no projeto a ser
elaborado, dependerá essencialmente das projeções de evolução futura previsível da

67
população residente em cada um e no conjunto dos Municípios a serem beneficiados com
esses empreendimentos.

Por conseguinte, essas projeções deverão, obrigatoriamente, ser feitas com base em dados
atuais e relativos ao passado recente, tão exatos quanto seja possível; e em critérios
consistentes de sua evolução futura previsível, à luz das tendências observadas através da
comparação daqueles.

Entende-se que esses estudos deverão ter como base essencial os dados oficiais dos últimos
Censos Populacionais, bem como da última Estimativa da População, feitos pelo IBGE,
respectivamente em 2000 e em 2009. Acessoriamente, essa base de dados poderá ser
complementada por estudos populacionais específicos, de caráter local ou regional e
realizados sob a responsabilidade de outras entidades, públicas ou privadas.

As projeções futuras, por sua vez, deverão preferivelmente ser feitas com base na
metodologia desenvolvida pelo mesmo IBGE para estudos dessa natureza, devendo ser
traduzidas em curvas que abranjam o horizonte temporal futuro desejável de 30 anos
(mínimo de 20 anos).

Nos contextos específicos em que seja significativa, deverá ser levada na devida conta a
população flutuante, com base tanto em informações a serem coletadas junto à entidade
oficial de fomento ao turismo do Estado, quanto da investigação do número atual de leitos
existentes em hotéis, pousadas, casas de veraneio e instalações similares, bem como do
número de vagas para a instalação de barracas e “trailers” em área de acampamento.

Estudo da geração de resíduos sólidos urbanos

Considerando os seguintes parâmetros:


I. População total a ser beneficiada - definida a partir dos resultados obtidos na
atividade anterior para alcance de 30 (trinta) anos.
II. Parâmetros básicos para a estimativa da geração de resíduos:
 O nível de atendimento deverá ser de 100% da população urbana, atendendo os
resíduos sólidos urbanos ao longo do período de alcance do projeto, considerando o

 Recomenda-se a utilização dos coeficientes de geração média “per capita” de resíduos


crescimento populacional para 30 anos.

sólidos urbanos, de acordo com as faixas de população municipal, conforme tabela a


seguir. No caso da utilização de parâmetros diferentes, deverão ser apresentadas as
devidas justificativas técnicas.

68
Geração Média per
Faixa de População (habitantes)
capita (kg/hab.dia)
Até 15.000 0,60
De 15.001 a 50.000 0,65
De 50.001 a 100.000 0,70
De 100.001 a 200.000 0,80
De 200.001 a 500.000 0,90
De 500.001 a 1.000.000 1,15

Pesquisa e seleção de glebas para a implantação das unidades previstas

O responsável pela elaboração do projeto deverá, em conjunto com as prefeituras, realizar


a busca de áreas (glebas ou terrenos), públicas ou particulares, que possuam aptidão
ambiental, técnica e econômica para receberem os projetos propostos, com os seguintes
critérios:

N° Mínimo de
Para Projeto de: Glebas para Análise
das Alternativas
Aterro Sanitário 03
Aterro de Resíduos de Construção e
02
Demolição
Unidade de Compostagem 03
Estação de Transbordo 02
Central de Resíduos 03
Unidade de Triagem 02
Ponto de Entrega Voluntária 02
Ponto de Entrega Voluntária Central 02
Área de Triagem e Transbordo de RCD 02

Deverão ser priorizadas ainda áreas que contenham condições locacionais e ambientais
propícias para atenderem a unidades operando conjuntamente em uma Central de
Resíduos.
As glebas selecionadas deverão possuir área mínima de acordo com a tabela a seguir:

69
Área Mínima por Gleba

médio e grande porte) (ha)


Aterro Sanitário (pequeno,

Aterro de RCD (ha)

(m²)
Unidade de Compostagem

Estação de Transbordo (m²)

Central de Resíduos (ha)

Unidade de Triagem (m²)

Voluntária (m²)
Ponto de Entrega

Voluntária Central (m²)


Ponto de Entrega

Transbordo de RCD (m²)


Área de Triagem e
Faixa de População
(habitantes)

Até 2.000 01 0,5 300 1.100 1,1 300 300 750 1.500
De 2.001 a 5.000 02 0,5 300 1.100 2,1 300 300 750 1.500
De 5.001 a 10.000 04 1,0 500 1.100 4,1 300 300 750 1.500
De 10.001 a 20.000 06 2,0 1.000 1.100 6,2 500 500 1.000 1.500
10, 1.500
De 20.001 a 50.000 10 3,0 2.500 1.100 500 500 1.000
3
De 50.001 a 100.000 20 6,0 6.000 1.100 21 500 500 1.000 1.500
De 100.001 a 150.000 25 8,0 9.000 1.100 26 750 750 1.000 1.500
De 150.001 a 250.000 35 9,0 17.000 1.100 37 750 750 1.000 1.500
De 250.001 a 500.000 55 15,0 33.500 1.100 59 1.000 1.000 1.000 1.500
De 500.001 a 750.000 95 25,0 65.000 1.100 100 1.000 1.000 1.000 1.500

Nesta fase de pesquisa e seleção de glebas potencialmente utilizáveis para a implantação


das unidades previstas no projeto a ser elaborado, não está prevista a realização de
levantamentos topográficos, mas, tão somente, a observação criteriosa das características
de cada gleba identificada, observação essa a ser feita por profissionais experientes e
formalmente habilitados para a execução de atividades dessa natureza.

A critério do responsável pela elaboração do projeto, a investigação de campo para essa


pesquisa poderá ser precedida da análise de dados secundários disponíveis, tais como
mapas geológicos e hidrogeológicos, mapas de declividades, etc. Deverão ser feitas apenas
as caracterizações do subsolo das glebas a serem analisadas com base no seguinte critério:
I. Duas sondagens a trado até a profundidade de 6m ou até o impenetrável e 2
ensaios de permeabilidade de solo in situ para cada gleba de aterro sanitário,
aterro sanitário de pequeno porte e unidade de compostagem.
II. Duas sondagens a trado até a profundidade de 6m ou até o impenetrável para cada
gleba de Aterro de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), Ponto de entrega
voluntária central (PEVCentral) e Área de Triagem e Transbordo de RCD (ATT).

70
b. Estudos de Concepção e Viabilidade das alternativas locacionais com descrição
da concepção dos projetos com base em pré-dimensionamento das unidades

Considerações gerais:
O estudo de concepção e viabilidade deverá contemplar a concepção, o desenvolvimento e
a seleção das alternativas, os estudos ambientais e a estimativa de custos da alternativa
selecionada, com a apresentação dos anteprojetos.

Parâmetros de projeto para o dimensionamento das unidades:

A elaboração dos estudos deverá permitir a comparação das diferentes alternativas e


escolha da(s) que melhor se adequar(em) às possibilidades de investimento atuais e futuras.
Devem ser considerados e avaliados os aspectos relacionados às condicionantes e
restrições ambientais, que permeiam as soluções de engenharia que vierem a serem
adotadas, tendo-se como base a melhoria da qualidade de vida do homem, fator
preponderante dos empreendimentos;

Concepção das alternativas


As alternativas técnicas formuladas deverão atender as exigências técnicas de cada
unidade de maneira completa, integrada e sustentável baseando-se em conceitos de
comprovada eficiência envolvendo as diferentes partes dos sistemas, sob os
aspectos técnico, econômico, financeiro e ambiental.

A concepção geral das estruturas, obras civis e outros, deverá estar fundamentada
no princípio da qualidade ambiental, sustentabilidade, simplicidade e de
operacionalidade.

As definições devem ser baseadas em comparações de alternativas, maximizando o


uso das condições naturais locais, bem como das disponibilidades de materiais de
construção e da preservação ambiental.

As alternativas deverão ser tratadas em termos de sua composição, suas


características principais, suas eficiências, suas restrições e aspectos
condicionantes e serem constituídas, pelo menos nos seguintes tópicos:
 Plano geral do sistema;
 Enfoque metodológico na concepção das alternativas;
 Descrição das alternativas;
 Localização em relação aos hospitais, aeroportos, escolas e demais
instituições públicas;
 Sistema de tratamento dos efluentes;
 Localização das jazidas;
 Definição do corpo receptor de cada alternativa;

71
 Formas e controles das poluições hídrica, de solos e atmosférica de cada
alternativa;
 Localização estratégica em função da finalidade de cada uma das unidades;
 Condições dos acessos.

Desenvolvimento das alternativas


As unidades constituintes de cada alternativa delineada e aprovada deverão ser
objeto de elaboração de anteprojeto, pré-dimensionamento e estimativa de custos.
Nas definições da localização das unidades, deverão ser considerados os aspectos
do incômodo da população, pela proximidade e os efeitos causados pela existência
de maus odores e ruídos.
Os custos das medidas para mitigar os impactos negativos e monitoramento, entre
outros, deverão ser considerados nas estimativas de custos de cada alternativa.
As alternativas deverão estar caracterizadas, sem estar limitada, em uma planta
geral do município, com os seguintes aspectos:
a. Conteúdo:
 Áreas abrangidas pelos projetos;
 Áreas ocupadas pelas unidades;
 Hidrografia;
 Geologia;
 Unidades existentes do sistema municipal de resíduos sólidos urbanos;
 Núcleos urbanos;
 Acessos.
b. Anteprojeto:
 Concepção da unidade;
 Resíduos recebidos pela unidade;
 Terraplenagem;
 Sistema de impermeabilização;
 Sistema de drenagens de lixiviados e gases;
 Sistema de drenagem pluvial;
 Sistema de tratamento de lixiviados;
 Operação;
 Pontos de monitoramento.
c. Indicação das jazidas de solos argilosos, pedreiras e unidades de britagem;
d. Indicação do corpo receptor, conforme especificações técnicas constantes
neste manual.
As obras civis da(s) alternativa(s) escolhida(s) serão desenvolvidas nesta fase até o
nível de anteprojeto, assim como os serviços identificados, com o propósito de
serem quantificados e orçados os custos de investimento, operação e manutenção
do empreendimento.

72
Avaliação Ambiental
As análises ambientais das alternativas subsidiarão a escolha da alternativa de
projeto a ser implantada do ponto de vista técnico-econômico, social e ambiental,
devendo:
a. Avaliar os impactos ambientais da intervenção, as medidas mitigadoras e
compensatórias para minimização dos impactos negativos identificados;
b. Determinar a intensidade dos diferentes impactos ambientais da intervenção,
se irrelevante, moderado ou significativo.
Deverão ser avaliados os principais aspectos ambientais de cada alternativa, a
seguir relacionadas:
 Interferência em áreas protegidas por lei (áreas de preservação permanente,
parque e reservas, áreas de proteção ambiental), áreas indígenas, de interesse
ecológico ou cultural, áreas com fragilidade ambiental e/ou intensamente
utilizadas;
 Problemas localizados, decorrentes das obras civis, incluindo a necessidade
de realocação de famílias e de problemas específicos de produção de odores
próximos à área urbana.

Estimativa de Custos das Alternativas

Os custos de investimentos de cada alternativa serão feitos a partir do pré-


dimensionamento e anteprojeto das unidades constituintes, por meio do
levantamento dos quantitativos e aplicação dos preços das seguintes fontes de
referência: SINAPI nacional, SINAPI regional, composição própria com preços do
SINAPI nacional ou pesquisa de mercado com, no mínimo três consultas, o que for
menor dentre todos.

Nos casos de custos de serviços que não estejam contemplados no SINAPI, poderá
ser utilizado comparativo de custos para unidades de sistemas análogos, desde que
tenha comprovada eficiência e adaptadas para as condições regionais, citarem a
fonte e forma de obtenção.

Deverão ser considerados os custos para implantação de infra-estrutura básica, tais


como: energia elétrica, abastecimento de água, rede de esgotos, acessos, etc.

As áreas a desapropriar deverão ter seus custos levantados, criteriosamente, com


base em consulta de preços do mercado imobiliário local, de acordo com as normas
vigentes.

73
Comparação e Seleção de Alternativas.

Os custos de cada alternativa deverão ser apresentados em termos econômicos. Os


custos de investimentos deverão ser discriminados em mão de obra não qualificada,
mão de obra qualificada, materiais, equipamentos importados, equipamentos
nacionais e outros. Nos custos de operação, a componente energia elétrica também
deverá ser apresentada em termos econômicos.

A alternativa de solução selecionada deverá corresponder àquela de mínimo custo.

Nesta fase deverá ser apresentada uma Planta Geral do Sistema no formato A1, em
escala compatível para que todos os municípios contemplados estejam
representados, com a área de abrangência dos projetos e a localização de cada uma
das unidades com suas respectivas coordenadas geográficas e subáreas de
abrangência, principais rodovias, aeroportos, hospitais, principais recursos hídricos
e sedes municipais. Deverá conter um quadro com as informações de abrangência
de cada unidade (municípios, população, tipo e quantidade de resíduos).

c. Serviços de Campo nas glebas selecionadas (topográficos e geotécnicos)

Este item refere-se aos levantamentos detalhados topográfico, geotécnico, hidrográfico,


jazidas, laboratórios e acessos, nas glebas selecionadas, para subsidiar a elaboração dos
projetos básicos, executivos e estudos ambientais, necessários à efetiva implantação do
empreendimento.

No caso específico dos aterros sanitários (de quaisquer portes), esses serviços abrangerão,
obrigatoriamente, a identificação e caracterização das jazidas de materiais naturais a serem
utilizados na conformação das respectivas camadas impermeabilizantes, bem como para o
capeamento das células diárias de resíduos e para o capeamento final do maciço acabado,
trecho a trecho, caso a configuração topográfica da gleba e/ou a natureza intrínseca dos
solos existentes na mesma impeçam sua utilização para alguns ou todos esses
componentes, ou seja, quantitativamente insuficientes para essas finalidades.

Levantamento topográfico plani-altimétrico

Levantamento criterioso e detalhado das características morfológicas da gleba


selecionada, em todas as suas feições, a ser feito preferencialmente com o emprego
de estação total e a ser apresentado por meio de curvas de nível espaçadas entre si
de, no máximo, 1m, com precisa caracterização ao menos dos limites físicos da
gleba, da eventual localização de maciços arbóreos a serem preservados e de corpos
d’água eventualmente existentes em seu entorno (ou na própria gleba), bem como
da posição relativa da(s) via(s) existentes que possibilitem o acesso à gleba
selecionada propriamente dita.

74
Investigação geotécnica

Conjunto de estudos de caracterização das diversas camadas do subsolo da gleba,


quer através da execução e análise técnica de furos de sondagem (a percussão, de
conformidade com os procedimentos normatizados de execução do “standard
penetration test / SPT”, eventualmente complementadas por sondagens a trado),
quer através de ensaios laboratoriais em amostras retiradas das diversas camadas
sub-superficiais. As sondagens a percussão serão, em princípio, restritas às glebas
em que esteja prevista a implantação de aterros sanitários (de quaisquer portes), ou
de aterros de resíduos da construção civil.

Excepcionalmente, poderá ser necessária a realização de investigações geotécnicas


dessa natureza em glebas nas quais esteja prevista a execução de outros tipos de
unidades de processamento de resíduos sólidos (tais como unidades de triagem de
recicláveis de maior porte), em situações específicas e em função de exigências
ditadas pelo cálculo estrutural de suas fundações.

Os ensaios laboratoriais referem-se ao estudo dos materiais componentes do solo


subsuperficial da própria gleba, assim como de áreas externas de empréstimo; e
deverão ser executados por empresa especializada de geotecnia.
Os objetivos desses ensaios consistem em definir sua capacidade de suporte, como
base do maciço do aterro; assim como sua eventual aptidão para uso, como
matérias primas, para a conformação do selo impermeável para a base do aterro, e
das camadas de capeamento do mesmo, diário e final.

O estudo em questão abrangerá duas etapas distintas e subseqüentes, a saber:


a. Execução de sondagens a trado, à distância máxima de 1m no entorno dos
pontos discriminados para a sondagem do subsolo, com coleta e
acondicionamento adequados de amostras dos diversos tipos de solos
encontrados até o horizonte de 4m abaixo da superfície em cada ponto, de
conformidade com a normalização técnica brasileira pertinente a essa matéria;
b. Execução, em laboratório especializado, dos ensaios geotécnicos acima
discriminados [de caracterização, de resistência e de permeabilidade], com as
amostras dos diversos tipos de solos extraídas na etapa (a).

Obs.: Tendo em vista os objetivos específicos dos ensaios acima discriminados,


deverão os mesmos ser realizados segundo a metodologia prescrita pela Norma
Internacional AASHTO T-180, que trata da aplicação de energia de compactação
equivalente ao máximo adensamento possível para os solos estudados.

75
d. Caracterização preliminar da qualidade das águas superficiais e subterrâneas

Esse serviço de campo específico consiste na adequada coleta, na gleba e em seu entorno,
de amostras das águas do freático (preferivelmente, quando da execução dos furos de
sondagem acima discriminados) e das águas superficiais (no corpo receptor dos efluentes
tratados do empreendimento a projetar), de maneira a possibilitar a caracterização de sua
qualidade original, antes que venham a ser eventualmente afetadas (positiva, ou
negativamente) pelo referido empreendimento.

A realização dessas atividades, de maneira similar ao acima discriminado com relação aos
ensaios laboratoriais de geotecnia, também pressupõe duas fases distintas e subseqüentes, a
saber:
a. Coleta, acondicionamento e identificação das amostras, em campo, por
profissional qualificado e de conformidade com as normas técnicas da ABNT
que regulamentam esses tipos de atividades;
b. Análise (química e bioquímica) das amostras coletadas, em laboratório
especializado, de maneira a caracterizar os parâmetros relativos a:
1. DBO5 (demanda bioquímica de oxigênio)
2. DQO (demanda química de oxigênio)
3. pH
4. alcalinidade de bicarbonato
5. condutividade
6. cor aparente
7. sólidos totais
8. nitrato
9. sulfato
10. fosfato
11. metais (ferro, manganês, zinco e cromo)
12. coliformes totais e fecais
13. estreptococos fecais.

Também neste caso, a realização desses estudos específicos estará restrita às glebas em que
esteja prevista a execução de empreendimentos em que seja significativo o potencial
poluidor de efluentes líquidos, tal como nos casos da remediação de “lixões” de médio ou
grande porte, da implantação de aterros sanitários (de quaisquer portes), ou de aterros de
resíduos da construção civil, ou de unidades de compostagem, ou de centrais de resíduos.

76
e. Elaboração dos Estudos Específicos Ambientais

Estudos e respectivos documentos técnicos necessários e suficientes para a obtenção da


licença prévia (ou de localização) e da licença de instalação de cada um dos
empreendimentos previstos.

Os estudos ambientais específicos deverão ser elaborados apenas para os projetos das obras
do sistema de gerenciamento integrado dos resíduos sólidos que necessitam de
licenciamento ambiental, conforme exigência dos órgãos ambientais Estaduais, tais como:
EIA/RIMA, RTVA, PRAD, etc.

Necessariamente deverão ser realizados os estudos ambientais específicos para os aterros


sanitários e para as unidades de compostagem. Para as atividades que o órgão ambiental
estadual não exigir os estudos ambientais, estes não deverão ser elaborados.
A elaboração dos estudos ambientais deverá seguir as diretrizes dos órgãos ambientais
competentes para cada um dos Estados atendidos.

Para a elaboração dos estudos ambientais, deverá ser prevista uma inspeção de campo por
uma equipe multidisciplinar para avaliar ambientalmente a gleba selecionada. Esta equipe
deverá realizar os serviços de coleta de informações conforme as exigências do órgão
ambiental Estadual.

A base dos estudos ambientais objetivando o licenciamento é o atendimento à legislação


ambiental federal e estadual relativa ao licenciamento de obras de resíduos sólidos. Para
tal, o empreendimento deverá ser caracterizado quanto ao seu porte e o seu potencial
poluidor.

Os estudos ambientais deverão focar objetivamente o atendimento às exigências de


licenciamento dos órgãos ambientais federais e estaduais, conforme o porte, o potencial
poluidor e localização do empreendimento, integrando as informações secundárias
disponíveis sobre o meio socioeconômico e ambiental com informações do projeto e dados
obtidos no campo. Para tal, o responsável pelo estudo deverá demonstrar conhecimento
sobre tais exigências dos órgãos ambientais e de recursos hídricos, considerando o porte
dos empreendimentos objeto de elaboração de projetos básicos.

O requerimento de licenciamento ambiental das unidades, pagamento de taxas e


acompanhamento administrativo junto aos órgãos ambientais será realizado diretamente
pela contratante do projeto ou por meio de empresas contratadas para tal fim.

As informações técnicas devem ser traduzidas em linguagem acessível ao público em


geral, ilustrado por mapas em escalas adequadas, quadros, gráficos e, se necessário, outras
técnicas de comunicação visual, de modo que se possa entender claramente as vantagens e

77
desvantagens do Projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua
implementação.

Regulamentação Aplicável

Deverão ser considerados todos os dispositivos legais em vigor em nível federal,


estadual e municipal, referente à utilização, proteção e conservação dos recursos
naturais, ao uso e ocupação do solo, e dos recursos hídricos. Em especial, deverão
ser consideradas as Resoluções CONAMA 01/86, 237/97, 303/2002, 307/02,
404/08 e a legislação ambiental, procedimentos e/ou orientações do órgão
ambiental e de recursos hídricos estadual em cujo território se prevê a instalação do
empreendimento.

Os estudos ambientais deverão ser elaborados por uma equipe multidisciplinar que
será responsável tecnicamente pelos mesmos. Desta forma, os estudos deverão
constar os nomes, assinaturas originais, número de matrícula profissional e
anotação de responsabilidade técnica no devido conselho.

4.4.4.2 ELABORAÇÃO DOS PROJETOS BÁSICOS

O projeto básico compreende o conjunto de elementos necessários e suficientes, com


nível adequado de precisão, para caracterizar a obra, serviço ou complexo de obras e
serviços da alternativa selecionada no Estudo de Concepção, quando houver, devidamente
analisado e aprovado pelos órgãos fiscalizadores. O nível de detalhamento requerido
nesta etapa é aquele que possibilite a avaliação mais exata do custo do empreendimento e
que sirva de subsídio para: a elaboração adequada do Projeto Executivo e do processo
licitatório; a obtenção da posse das áreas necessárias e das licenças ambientais.

Os componentes de um Projeto Básico e seus documentos complementares são:

a) Memorial Descritivo e Justificativo


Documento que deve descrever as características da área de intervenção
(localização geográfica; condições sanitárias; dados do sistema atual;
características socioeconômicas e de saúde; projeções de população baseadas em
métodos comprovadamente eficazes etc.), apresentar informações do sistema
projetado e suas partes, descrevendo sua forma de implantação, materiais
utilizados e quaisquer outras informações relevantes que possibilitem perfeita
compreensão do sistema. Deve conter, ainda, as justificativas para a adoção
daquela concepção.

b) Memorial de Cálculo
Documento ou conjunto de documentos que apresenta(m) detalhadamente, e de
forma organizada, os parâmetros adotados e metodologias de cálculo para o
dimensionamento do sistema. Deve conter: detalhamento dos cálculos, com

78
tabelas de parâmetros e fórmulas; estudos técnicos; referências bibliográficas;
indicação das ferramentas de cálculo utilizadas (softwares ou outro); memória de
cálculo da quantidade de materiais e serviços.

c) Desenhos Técnicos e de Situação


São documentos gráficos, como plantas e cortes, que devem ilustrar
adequadamente: a localização e o traçado de todos os elementos do sistema atual
e a ser construído, diferenciando-os, e as respectivas abrangências; os pontos
notáveis da região; os canteiros de obras; detalhes de peças, equipamentos e
dispositivos.

d) Planilha Orçamentária
Documentos que ilustrem de forma clara o custo unitário e o custo global dos
materiais e serviços necessários para completa execução do empreendimento,
levando em consideração possíveis divisões em etapas de implantação do sistema
e seus respectivos quantitativos.

e) Cronograma Físico-financeiro
Documento de planejamento, elaborado antes da execução, que demonstra com
clareza a evolução físico-financeira da implantação das obras e considerando
eventuais dificuldades, podendo ser dividida em etapas.

f) Documentos complementares
Relatórios de estudos e levantamentos Topográficos e Geotécnicos, relatórios de
Estudos Ambientais e outros documentos necessários para elaboração do Projeto
e obtenção de licenças.

Ao final da etapa de elaboração do Projeto Básico, devem ser considerados, ainda, os


seguintes itens, relativos aos seus componentes:

a) Incluir todos os estudos, resultados, e o que for necessário à elaboração dos


mesmos. Deverão conter, além das informações, desenhos, gráficos e anexos que
forem necessários à análise;

b) Observar que em todos os pontos do projeto básico, seja nas definições do


sistema, no dimensionamento ou no detalhamento, o principal aspecto que se deve
atender nas avaliações, além da verificação da viabilidade técnica, social e
ambiental, o da obtenção da máxima eficiência econômica e financeira;

c) Atender as prescrições contidas nas Normas Técnicas da ABNT e, no que


esta for omissa, será permitida a utilização de normas estrangeiras ou métodos
consagrados pelo uso, quando devidamente aprovados pelos órgãos técnicos
envolvidos.

79
Com base nos componentes previstos para o projeto básico, este deverá contemplar, no
mínimo, os elementos mencionados a seguir:

I. Memorial descritivo com dimensionamento e memória de cálculo, com base em


metodologias consagradas para o tema, de todos os elementos que compõem o
projeto;

II. Planilha de custos atualizada contemplando os custos de implantação, operação e


encerramento, gerais e para cada uma das unidades, com base em composições do
SINAPI;

III. Cronograma físico-financeiro apresentando as etapas do projeto (implantação,


operação e encerramento) para cada uma das unidades e célula de aterro sanitário
contempladas no objeto deste pleito;

IV. Em todos os documentos e elementos gráficos do projeto deverá ser apresentado o


nome, a categoria profissional e o número do registro do Conselho Profissional do
responsável técnico pelo projeto incluindo o numero da Anotação de
Responsabilidade Técnica;

V. Projeto gráfico, contendo os desenhos necessários, em escalas compatíveis com as


dimensões da obra em perfeitas condições de leitura dos textos e cotas, contendo
plantas baixas, cortes e detalhes dos elementos de projeto.

VI. Planta Geral do Sistema no formato A1, em escala compatível para que todos os
municípios contemplados estejam representados, com a área de abrangência dos
projetos;

VII. Localização de cada uma das unidades com suas respectivas coordenadas
geográficas e subáreas de abrangência, principais rodovias, aeroportos, hospitais,
principais recursos hídricos e sedes municipais. Deverá conter um quadro com as
informações de abrangência de cada unidade (municípios, população, tipo e
quantidade de resíduos).

4.4.4.3 ELABORAÇÃO DOS PROJETOS EXECUTIVOS

A elaboração dos Projetos Executivos compreenderá a execução de serviços de escritório,


necessários para detalhar e complementar os Projetos Básicos, após as suas respectivas
aprovações, devendo fornecer o projeto executivo completo, coerente com o projeto
básico, as condições topográficas, geotécnicas do local de implantação e condicionantes do
licenciamento ambiental contendo os elementos indispensáveis e perfeitamente definidos,
acompanhados de memória de cálculos e descrição detalhada, de forma a torná-los auto-
explicativos, possibilitando a perfeita compreensão do funcionamento do sistema e das
obras, devendo:
a) Incluir todos os estudos, resultados, e o que for necessário à elaboração dos
mesmos. Deverão conter, além das informações, desenhos, gráficos e

80
anexos que forem necessários à análise;

b) Atender as prescrições contidas nas Normas Técnicas da ABNT e, no que


esta for omissa, será permitida a utilização de normas estrangeiras ou
métodos consagrados pelo uso, quando devidamente aprovados pelos
órgãos técnicos envolvidos.
Os projetos executivos deverão contemplar todos os elementos dos projetos básicos
detalhados e complementados com os elementos mencionados a seguir:

I. Projeto Arquitetônico Urbanístico


Visando a funcionalidade e a economia, privilegiando a aparência da construção,
deverão ser apresentadas todas as plantas baixas, cortes, fachadas e demais detalhes
necessários ao entendimento dos elementos a construir, na escala 1:50. As plantas e
fachadas apresentadas deverão conter indicações dos materiais de acabamento de
paredes e pisos.

O projeto urbanístico deverá proporcionar uma perfeita integração das áreas


adjacentes e constará de plantas de drenagem, acessos, estacionamentos,
ajardinamentos, acabamentos, indicações de movimentos de solo necessários,
discriminação da vegetação a ser plantada e dos materiais a serem empregados na
pavimentação.

II. Projeto de Construção Civil


Contendo os elementos construtivos dos projetos arquitetônicos detalhados em
plantas e cortes, de modo a não deixar dúvidas para sua execução.

Deverão ser estudadas e projetadas as transposições de interferências com


ferrovias, rodovias, grandes avenidas, etc., com os detalhes construtivos
necessários, obedecendo-se as exigências dos demais órgãos envolvidos. Os
resultados das investigações geotécnicas, serão utilizados para a definição e o
detalhamento das fundações das unidades do sistema.

Recomenda-se cuidado especial na especificação dos pisos, internos e externos, que


sofrerão maior requisição de uso, quer por cargas concentradas, quer pela
constância de tráfego de veículos pesados. Recomenda-se também a limitação de
eventuais rampas para acesso dos veículos à inclinação < 10% em relação à
horizontal.

III. Projeto das Instalações Hidráulicas, Sanitárias, Pluviais e de Ventilação

Constituído de memorial descritivo e de cálculo, planta e cortes, de acordo com as


normas da ABNT, inclusive perspectiva isométrica, com indicações de diâmetros,
comprimentos, peças e conexões, contendo:

81
 Projeto para esgotamento dos drenos do piso das construções.
 Projetos de instalações de ventilação forçada para os compartimentos
fechados abaixo do nível do terreno, que sejam visitáveis;
 Projetos de drenagem pluvial de todas as áreas especiais, onde serão
implantadas unidades do sistema;
 É desejável a adoção de soluções minimizadoras de iluminação e ventilação
artificiais, o uso de materiais de construção com menor conteúdo energético
intrínseco, o uso de soluções minimizadoras do consumo de energia elétrica
(aquecimento solar) e consumo de água potável (reuso de água de chuva), nas
regiões onde estas últimas soluções sejam de impacto significativo.
Recomenda-se o preenchimento das quinas reentrantes entre paredes com
argamassa forte, em forma de boleado.

IV. Projeto Elétrico

Abrangendo os projetos das instalações prediais de luz e força, das linhas de


transmissão, das subestações abaixadoras, geradores de emergência, cabines,
quadros de controle, proteção, comando, alimentação dos motores elétricos,
inclusive automação das estações elevatórias e dos equipamentos que se fizerem
necessários, da iluminação das áreas externas e urbanizadas, etc., atendendo, além
das normas da ABNT, as da concessionária de energia, devendo:

a) Apresentar os memoriais descritivos com explicativo da metodologia


adotada para os cálculos, folhas de dados, desenhos, especificações,
relações de materiais, equipamentos e orçamentos detalhados, para todos os
projetos.
b) Aprovar o projeto elétrico, na concessionária de energia. A empresa
contratada para a elaboração do projeto elétrico será responsável por todos
esclarecimentos, ajustes e correções que se fizerem necessárias;
c) Apresentar os desenhos, em escalas, no mínimo, de 1:50;
d) Iluminação e distribuição de energia, contendo:
 Malhas de terra e sistemas de proteção contra descargas atmosférica,
com:
 Quadros de distribuição de luz (QDL), distribuição de força (QDF),
comando dos motores (QCM) e outros centros distribuidores de energia.
 Linhas de Transmissão e Subestações contendo: cálculos,
dimensionamentos e desenhos, em planta e perfil, de rede ou linha de
transmissão ou distribuição de energia, em tensões acertadas com a
concessionária de energia, desenhos e detalhes das estruturas.

V. Projeto Estrutural

Com os cálculos, detalhes e especificações suporte e funcionalidade às estruturas e


dispositivos componentes que farão parte do sistema, com o nome, assinatura e
número do CREA do engenheiro responsável pelo projeto. Serão necessários:

82
a) Planta baixa, cortes e detalhamentos de formas e armaduras;
b) Quadro resumo de seus respectivos tipos e posições;
c) Quantitativo de formas em m2 , e concreto em m3;
d) Resistência (Fck) do concreto em MPa a 28 dias;
e) Resistência (Fck) e classe do aço;
f) Blocos de ancoragem;
g) Os desenhos e detalhes deverão ser executados em escala conveniente,
indicando de maneira clara e precisa, os resultados dos cálculos, de acordo
com a norma NBR-7191 (NB-16);
Na memória de cálculo deverá conter as justificativas, os critérios e as
considerações adotadas no dimensionamento, referenciando livros e autores para as
fórmulas.
Deverão ainda ser fornecidos os seguintes itens:
 Locação e definição de cargas provenientes dos equipamentos
existentes e a implantar (conjuntos elevatórios, veículos, prensas, e outros);
 Cargas distribuídas e cargas concentradas que atuam sobre as
estruturas e que são transmitidas às fundações;
 Cargas de vento, quando ocorrerem e merecerem ser consideradas,
principalmente para as unidades que necessitem de grandes galpões.

VI. Plano de monitoramento Ambiental

Este plano deverá ser elaborado para as unidades de aterro sanitário, compostagem
e remediação de lixões, que deverá atender o monitoramento temporal e espacial,
das águas subterrâneas, águas superficiais e líquidos lixiviados.
 1ª etapa do plano: Identificar e qualificar as características dos
mananciais hídricos superficiais e subterrâneos, em pontos específicos de
monitoramento, antes do empreendimento.
 2ª etapa do plano: Acompanhar a variação dos parâmetros ao longo
da vida útil da unidade. Em geral isto ocorre na operação do
empreendimento.
 3ª etapa do plano: Acompanhar a variação dos parâmetros após o
encerramento da operação da unidade.

a) Lixiviados:
Parâmetros: 1.pH; 2.Dureza; 3.Fósforo Total; 4.Nitrogênio Total de
Kjeldahl; 5.Sulfetos; 6.Alumínio; 7.Bário; 8.Ferro Total; 9.Manganês,
10.Cádmio; 11.Chumbo; 12.Cianetos; 13.Cobre; 14.Cromo Total;
15.Mercúrio; 16.Níquel; 17.Zinco; 18.Surfactantes; 19.Demanda Química
de Oxigênio; 20. Demanda Bioquímica de Oxigênio – 5 Dias; 21.Sólidos
Suspensos Totais; 22.Fenóis; 23.Nitratos; 24.Coliformes Totais

83
b) Águas subterrâneas:
Deverá ser prevista a construção de poços de monitoramento de águas
subterrâneas, com base na NBR 13895/97 “Construção de poços de
monitoramento e amostragem”, sendo no mínimo 4 unidades: um a
montante e 3 a jusante para as unidades de aterro sanitário, compostagem,
aterro de RCD, ASPP e remediação.
Parâmetros: 1.Alcalinidade Total; 2.Alumínio; 3.Bário; 4.Cádmio;
5.Chumbo; 6.Cloretos; 7.Cobre; 8.Coliformes Fecais; 9.Coliformes
Totais; 10.Condutividade; 11.Contagem de Bactérias Heterotróficas;
12.Cromo Total; 13.Demanda Bioquímica de Oxigênio (5 Dias, 20oC);
14.Demanda Química de Oxigênio; 15.Dureza; 16.Ferro Total;
17.Fosfatos; 18.Manganês; 19.Mercúrio; 20.Níquel; 21.Nitratos;
22.Nitrogênio Amoniacal; 23.Nitrogênio Orgânico; 24.pH; 25.Sólidos
Totais a 105 OC; 26.Sólidos Totais Fixos a 550oC; 27.Turbidez;
28.Zinco.

c) Águas superficiais:
Deverá ser previsto no mínimo 2 pontos de amostragem nos cursos d’água
próximos das unidades: um á montante e outro á jusante.
Parâmetros: 1.Demanda Química de Oxigênio; 2.Coliformes Totais;
3.Coliformes Fecais; 4.Condutividade; 5.Oxigênio Dissolvido; 6.pH;
7.Nitrog1ênio Amoniacal; 8.Nitrogênio Orgânico; 9.Nitratos; 10.Fósforo
Total; 11.Cloretos; 12.Dureza; 13.Alumínio; 14.Bário; 15.Cádmio;
16.Cobre; 17.Ferro Total; 18.Manganês; 19.Chumbo; 20.Zinco;
21.Mercúrio; 22.Cromo Total; 23.Níquel; 24.Demanda Bioquímica de
Oxigênio (5 Dias, 20oC).

VII. Orçamento com planilha de custos detalhada

Baseada em composições dos Preços da Caixa Econômica Federal – Sistema


Nacional de Pesquisa e Custos e Índices de Construção Civil (SINAPI) e na
memória de cálculo, discriminada em implantação, operação e encerramento.
Apresentar as composições de custos que foram utilizadas para determinar os
preços unitários dos serviços, com as devidas referências e com a memória de
cálculo detalhada do levantamento dos quantitativos, inclusive com os parâmetros
e critérios adotados que compõem o orçamento.

VIII. Relação e especificações dos Serviços, Materiais e Equipamentos

Detalhando os materiais e equipamentos a serem adquiridos, tais como materiais


elétricos, hidráulicos, bombas, etc., ressaltando a quantidade e detalhes
relacionados com o seu funcionamento. Deverão ser apresentadas, também, as
especificações dos serviços a serem contratados para a execução do projeto,

84
indicando o material a usar, a sua quantidade, processo executivo e detalhes para a
instalação dos equipamentos, inclusive a forma de remuneração de cada serviço a
ser executado nas obras.

IX. Manual de Operação e Manutenção

Deve ser objetivo e de fácil compreensão, visando orientar as ações quanto aos
procedimentos operacionais do sistema. Seu conteúdo deverá abordar, no mínimo,
os seguintes itens:
a) Descrição sucinta da concepção do sistema;
b) Fluxograma dos processos e descrição das unidades operacionais;
c) Instruções detalhadas para as partidas iniciais das unidades referentes
a processos de tratamento;
d) Operação das unidades constituintes, indicando as ações necessárias
ao desenvolvimento e rendimento das unidades e/ou equipamentos
eletromecânicos;
e) Diagrama de decisão e de procedimentos dos processos operacionais
nas situações normais e emergenciais;
f) Manutenção preditiva e preventiva das unidades;
g) Cuidados necessários para manutenção da segurança e higiene do
trabalho;
h) Procedimentos e parâmetros das análises laboratoriais;
i) Procedimentos básicos no caso de acidentes com veículos, incêndio,
vazamentos de líquidos lixiviados, ruptura de taludes, descarga de
resíduos perigosos, entre outros;
j) Listagem dos órgãos públicos, com endereço e número de telefone,
para serem acionados no caso de acidentes na unidade.

X. Desapropriações

Apresentar a relação das desapropriações necessárias à implantação das unidades,


incluindo nesta relação:

a) Nome da propriedade, com área correspondente a desapropriar;


b) Croquis e planta da área em escala conveniente;
c) Nome do proprietário e seu endereço;
d) Valor das terras e das benfeitorias;
e) Coordenadas geográficas ou UTM;
f) Memorial descritivo da área.

4.4.5 DOCUMENTOS E NORMAS APLICÁVEIS

a) Resoluções e normas técnicas específicas do órgão estadual de


controle e licenciamento ambiental;
b) Planos diretores, regulamentos específicos e normas técnicas

85
constantes da legislação própria dos Municípios a serem beneficiados
pelos empreendimentos previstos;
c) Preços da Caixa Econômica Federal – Sistema Nacional de Pesquisa e
Custos e Índices de Construção Civil (SINAPI) – Art. 115 da Lei
11439/2006;
d) Padrões Técnicos usuais da FUNASA;
e) Lei de Saneamento Básico nº 11.445/2007;
f) Lei dos Consórcios Públicos nº 11.107/2005;
g) Decreto nº 6.017/2007 que regulamenta a Lei 11.107/05;
h) Projeto, operação e monitoramento de aterros sanitários. RECESA –
2007;
i) Sugestões para o Projeto dos Galpões e a Organização da Coleta
Seletiva” - referência conceitual básica a ser consultada no sítio do
Ministério das Cidades (www.cidades.gov.br - Destaque/Programa
Vídeo Conferência – PAC Resíduos Sólidos/Galpões de Triagem);
j) Manual “Áreas de Manejo de Resíduos da Construção Civil e
Resíduos Volumosos: orientações para seu licenciamento e aplicação
da resolução CONAMA 307/2002” referência complementar sobre
licenciamento a ser consultada no sítio do Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br / Recursos Hídricos e Ambiente Urbano
/ Ambiente Urbano / Publicações);
k) “Manual – Manejo e Gestão de Resíduos da Construção Civil” -
referência conceitual básica divulgada no sítio do Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br / Recursos Hídricos e Ambiente Urbano
/ Ambiente Urbano / Publicações).

Na elaboração dos trabalhos deverão ser observadas as normas da Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), resoluções do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) em especial as seguir relacionadas:
I. NBR 8418/84 – Apresentação de projetos de aterros de resíduos industriais
perigosos;
II. NBR 8419/92 - Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos
urbanos– Procedimento;
III. NBR 8843/96 – Tratamento de lixo em aeroportos – Procedimento;
IV. NBR 8849/85 – Apresentação de projetos de aterros controlados de resíduos
sólidos urbanos– Procedimento;
V. NBR 10.004/04 – Resíduos sólidos – classificação;
VI. NBR 10.005/04 – Lixiviação de resíduos – Método de ensaio;
VII. NBR 10.006/04 – Solubilização de resíduos;
VIII. NBR 10.007/04 – Amostragem de resíduos – Procedimento;
IX. NBR 10.157/87 - Aterros de resíduos perigosos – Critérios para projeto,
construção e operação – Procedimento;
X. NBR 11.174/90 – Armazenamento de resíduos classe II não inertes e III –
inertes;
XI. NBR 11.175/90 – Incineração de resíduos perigosos – padrões de desempenho –
Procedimentos;

86
XII. NBR 12.235/92 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos – Procedimento;
XIII. NBR 12.980/93 – Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos
urbanos – Terminologia;
XIV. NBR 12.807 a 12.810/93 – Resíduos de serviços de saúde;
XV. NBR 13.221/07 – Transporte de resíduos – procedimentos;
XVI. NBR 13.463/95 – Coleta de resíduos sólidos;
XVII. NBR 13.896/97 – Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para projeto,
construção e operação;
XVIII. NBR 15.112/04 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de
Transbordo e Triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação;
XIX. NBR 15.113/04 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes –
Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação;
XX. NBR 15.114/04 – Resíduos sólidos da constrição civil – Áreas de reciclagem -
Diretrizes para projeto, implantação e operação;
XXI. NBR 15.116/04 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil.
Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural;
XXII. Resolução CONAMA nº 01/86 – Dispõe sobre a Avaliação de Impacto
Ambiental;
XXIII. Resolução CONAMA nº 237/97 - Dispõe sobre os procedimentos e critérios
utilizados no licenciamento ambiental;
XXIV. Resolução CONAMA nº 307/02 Dispõe sobre a gestão dos resíduos da
construção civil;
XXV. Resolução CONAMA nº 358/05 - Dispõe sobre o tratamento e a disposição final
dos resíduos dos serviços de saúde;
XXVI. Resolução CONAMA nº 404/08 – Dispõe sobre licenciamento de aterro sanitário
de pequeno porte.

5 EQUIPE TÉCNICA

5.1 EQUIPE CHAVE – PERFIL DOS PROFISSIONAIS REQUERIDOS

Para o desenvolvimento dos trabalhos sugerem-se os seguintes perfis de profissionais:

 Coordenador Geral do Projeto, Engenheiro Civil ou Sanitarista, com experiência


em elaboração de estudos e projetos em abastecimento de água ou esgotamento
sanitário ou manejo de águas pluviais ou manejo de resíduos sólidos, abrangendo,
também, engenharia hidráulica, hidrologia, engenharia civil, engenharia elétrica,


geotecnia e meio ambiente, no que couber;
Especialista, Engenheiro Civil ou Sanitarista, com experiência na área de projetos
de sistemas de abastecimento de água e de esgotos sanitários, abrangendo captação,
adução, bombeamento, tratamento, reservação e distribuição, e de esgotos

87
sanitários, abrangendo redes coletoras, interceptores, emissários, estações


elevatórias e estações de tratamento;
Especialista, Engenheiro Civil, com experiência na área de projetos de sistemas de
manejo de águas pluviais, com ênfase na utilização de soluções baseadas no


princípio de drenagem urbana sustentável;
Especialista, Engenheiro Civil ou Sanitarista, com experiência na área de projetos
de sistemas para coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final de


resíduos sólidos urbanos;
Especialista, Engenheiro Civil, com experiência em hidrologia, para projetos de


sistemas de abastecimento de água, esgotos sanitários e águas pluviais;
Geólogo, com experiência em hidrogeologia e geotecnia para projetos de sistemas


de abastecimento de água, esgotos sanitários e águas pluviais;
Engenheiro Eletricista, com experiência em projetos elétricos de estações
elevatórias para sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário e águas
pluviais e estações de tratamento, para sistemas de abastecimento de água, esgotos


sanitários;
Engenheiro Civil com experiência em projetos de estrutura.

6 ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO

6.1 COMUNICAÇÕES

6.1.1 – Toda a comunicação entre a Contratada e o Proponente deverá ser feita por escrito:
as comunicações realizadas por telefone devem ser confirmadas, posteriormente, por
escrito.

6.1.2 - O representante do Proponente pode também contactar a Contratada diretamente


para solicitar informação adicional relativa a qualquer aspecto da consultoria. A Contratada
deve satisfazer tais requisitos prontamente.

6.2 PLANO DE TRABALHO

6.2.1 No início do desenvolvimento dos serviços, a Contratada deverá apresentar um


Programa de Trabalho detalhado, estabelecendo as diretrizes a serem seguidas para
implementação dos trabalhos nas diversas áreas de atuação, de forma adequada ao
controle.

Nesse Plano deverá ser configurado todo o planejamento dos trabalhos, contextualização
dos estudos e projetos, indicação das equipes, seu perfil, a descrição das atividades com
sua organização, o organograma para os trabalhos, fluxograma e tudo o mais que norteie o
desenvolvimento e acompanhamento dos estudos e projetos.

6.2.2 A Contratada terá ampla liberdade de subdividir os trabalhos em diversos grupos de


atividades que sejam harmonizados num planejamento integrado. Toda a sua experiência
deverá ser empenhada nesse planejamento.

88
6.2.3 O Programa de Trabalho, os cronogramas e fluxogramas referidos deverão ser
atualizados mensalmente, ou quando se fizer necessário, durante a execução dos trabalhos.
Para tanto, deve ser utilizado um "software" que permita uma fácil atualização do
planejamento.

6.2.4 A Contratada apresentará um Plano de Qualidade, específico para os serviços,


descrevendo as diretrizes que serão seguidas para a execução das atividades que influem na
qualidade, abordando no mínimo:
a) Estrutura Organizacional para a Qualidade;
b) Controle de Documentos;
c) Tratamento de não-conformidades;
d) Procedimentos de Inspeção;
e) Procedimentos de Execução e Verificação; e,
f) Procedimentos de Validação.

6.3 FLUXOGRAMA

6.3.1 Deverá ser apresentado um fluxograma para todo o período de execução dos serviços,
indicando claramente todas as precedências, interdependências e interrelações das
atividades, possibilitando assim, a análise do fluxo contínuo das ações.

6.3.2 O Fluxograma deverá indicar, ainda:


a) Nome e número da tarefa;
b) Custos associados a cada atividade ou grupo de atividade (% do valor do contrato);
c) Dias corridos para a realização;
d) Previsão de prazos para conclusão das tarefas;
e) Prazos para análise, pelo Proponente dos relatórios;
f) Data das reuniões;
g) Tempos intermediários, julgados necessários e justificados pela experiência da
Contratada, para as atividades diretas ou indiretas, relativas ao(s) contrato(s) que
estejam vinculados ao trabalho.

6.4 CRONOGRAMAS

6.4.1 Cronograma Físico e Financeiro

Com relação aos Cronogramas Físico e Financeiro:

a) O Cronograma Físico do projeto – deverá demonstrar a participação dos diferentes


setores e técnicos envolvidos durante as atividades, bem como as datas previstas para
as reuniões a serem realizadas com o Proponente;
b) O Cronograma Físico da obra - deverá conter as datas previstas para o término de
cada atividade dos trabalhos, relacionando-as com as datas e valores dos pagamentos
parciais (Cronogramas Financeiros);
c) Os mesmos deverão ser revistos e ajustados quando da ocasião da assinatura do
contrato, aprovados pelas Partes e anexados ao contrato;
d) A Contratada deverá atualizar os cronogramas a cada apresentação de Relatório
(Parcial ou Específico);

89
e) Eventuais alterações dos cronogramas, mesmo quando aprovadas pelo Proponente,
não constituirão motivo para a prorrogação da vigência do contrato;
f) As modificações nos prazos parciais não poderão acarretar mudanças no prazo final
estabelecido e dependem de concordância do Proponente.

6.4.2 Cronograma de Utilização de Pessoal

A Contratada deverá elaborar um Cronograma de Utilização de Pessoal, indicando


claramente o período de permanência dos membros de sua equipe na execução dos
serviços.

6.5 ANÁLISE DOS DOCUMENTOS

6.5.1 O Proponente terá o prazo de 10 (dez) dias, contados a partir do dia seguinte ao
recebimento dos relatórios e documentos, para analisá-los. A Contratada apresentará um
cronograma contendo os prazos previstos para análise, pelo Proponente, de forma que os
serviços não sofram perda de continuidade.

6.5.2 O Proponente irá acompanhar os trabalhos com vistas à otimização dos prazos
anteriormente definidos; dessa forma, os Relatórios são instrumentos gerenciais por meio
dos quais se alcançará tal objetivo.

6.5.3 Os relatórios e documentos não aprovados serão devolvidos para as correções e


modificações necessárias, de acordo com as análises a serem encaminhadas à Contratada.
Os mesmos serão sanados sem custo adicional para o Proponente.

6.5.4 Somente após a aprovação dos documentos pelo Proponente, serão pagas as parcelas
das faturas pertinentes.

6.6 REUNIÕES

6.6.1 Durante o desenvolvimento dos trabalhos haverá, entre a Contratada e o Proponente,


necessária comunicação, a fim de facilitar o acompanhamento e a execução do contrato.
Para este fim, o Proponente convocará, por sua iniciativa ou da Contratada, quantas
reuniões estimar convenientes. A princípio, fica estabelecido que serão realizadas reuniões
mensais de supervisão e acompanhamento.

6.6.2 Nessas reuniões, a serem mantidas conforme agenda pré-estabelecida e registrada


mediante ata formalizada, serão discutidos os problemas surgidos no desenvolvimento dos
trabalhos, sendo que:
a) A Contratada fará exposições complementares e específicas sobre o
desenvolvimento dos serviços no que diz respeito aos temas previstos, inclusive acerca
de suas propostas sobre alternativas envolvidas no prosseguimento dos trabalhos, bem
como sobre os seus requerimentos de orientação;
b) O Proponente comunicará à Contratada as orientações necessárias para o
desenvolvimento normal dos serviços no que se refere às matérias contidas na agenda
da reunião, preferivelmente no decurso desta ou dentro do prazo nela estabelecido;

90
c) As reuniões mensais deverão estar previstas no cronograma a ser apresentado e
deverão ser realizadas após a entrega dos relatórios e do respectivo prazo de análise dos
mesmos pelo Proponente;
d) Os custos dessas reuniões deverão estar previstos no valor total do contrato.

6.6.3 As reuniões com o Proponente acontecerão na região onde serão desenvolvidos os


trabalhos, com freqüência a ser estabelecida entre o Proponente e a Contratada, com no
mínimo uma reunião antes do início dos trabalhos e uma intermediária, em que serão
avaliados os trabalhos até então realizados e decididas as revisões/reprogramações das
etapas subseqüentes, quando necessário;

6.6.4 A Contratada deverá conduzir as reuniões de início e término da consultoria.

6.7 FISCALIZAÇÃO

6.7.1 A Proponente nomeará uma Equipe de Fiscalização, que atuará sob a


responsabilidade de um Coordenador, para acompanhar e avaliar a execução dos serviços.

6.7.2 Fica assegurado ao Proponente, e quaisquer outras entidades por ele indicadas e os
órgãos de controle federal, estaduais ou municipais, o direito de acompanhar e fiscalizar os
serviços prestados pela Contratada, com livre acesso aos locais de trabalho para a obtenção
de quaisquer esclarecimentos julgados necessários à execução dos trabalhos.

6.7.3 Equipe de Fiscalização terá plenos poderes para agir e decidir perante a Contratada,
inclusive rejeitando serviços que estiverem em desacordo com o contrato, obrigando-se, a
Contratada, desde já a assegurar e facilitar o acesso da Equipe de Fiscalização aos serviços
e a todos os elementos que forem necessários ao desempenho de sua missão.

6.7.4 Cabe à Equipe de Fiscalização verificar a ocorrência de fatos para os quais haja sido
estipulada qualquer penalidade contratual. A Equipe de Fiscalização informará o fato ao
setor competente, instruindo o seu relatório com os documentos necessários.

6.7.5 A Equipe de Fiscalização buscará auxiliar a Empresa Contratada onde for possível,
no acesso às instituições e informações necessárias à execução dos trabalhos.

6.7.6 A ação ou omissão, total ou parcial, da Equipe de Fiscalização não eximirá a


Contratada de integral responsabilidade pela execução dos serviços contratados.

6.8 COORDENAÇÃO DOS TRABALHOS DA CONTRATADA

6.8.1 Introdução

A Contratada deverá manter no local dos serviços, equipes condizentes com os mesmos,
com a formação e a experiência necessária para o desenvolvimento dos trabalhos.

91
6.8.2 Instalações e Equipamentos

A Contratada deverá ter instalações completas em seus escritórios, incluindo veículo,


mobiliário, materiais de escritório, equipamentos para emissão de fotocópias e cópias
heliográficas, equipamentos para a execução de serviços de campo, aparelhos de
transmissão de fac-símile, acesso à internet em banda larga para transmissão de arquivos,
comunicação por e-mail, voz, etc., microcomputador com "softwares" aplicativos, arquivos
técnicos e todos os demais itens necessários à operação e à manutenção das equipes que
executarão os serviços, com características de agilidade e precisão.

6.8.3 Procedimentos

O Proponente e a Contratada estabelecerão, oportunamente, procedimentos detalhados


visando sistematizar o desenvolvimento do contrato, em particular, referentes à:
a) Preparação e atualização do Programa de Trabalho;
b) Relatórios;
c) Reuniões;
d) Habilitação do Pessoal;
e) Comunicações;
f) Fiscalização;
g) Faturamento.

6.8.4 Coordenador do Projeto

Com relação à coordenação dos trabalhos, a Contratada fica obrigada designar e manter,
até o encerramento do contrato, um responsável pela chefia dos trabalhos, com capacidade
para responder pelas partes técnica e administrativa, bem como para assumir a
representação da Contratada perante o Proponente em todos os assuntos relativos à
execução dos serviços.

6.9 CONDIÇÕES AMBIENTAIS

6.9.1 A Contratada deverá, no decorrer da execução dos serviços, atender às exigências e


recomendações que porventura forem feitas pelos Órgãos Ambientais.

6.9.2 A Contratada deverá tomar as providências razoáveis para proteger o meio ambiente
dentro e fora do local de execução dos serviços, além de evitar danos e aborrecimentos às
pessoas e/ou propriedades privadas ou públicas, bem como obedecer às instruções da
Fiscalização quanto à preservação do meio ambiente.

92
7 CONTEÚDO DOS ESTUDOS DE CONCEPÇÃO E PROJETO
BÁSICO

O estudo de concepção, o projeto básico e o projeto executivo deverão conter, por


município/localidade:
 Memórias descritivas-justificativas;
 Memórias de cálculo;
 Levantamentos topográficos, de cadastramentos e geotécnicos;
 Avaliações e análises da qualidade de água;
 Especificações Técnicas de materiais e de serviços;
 Orçamentos (separados por unidade operacional, com resumo de cada);
- Descrição do Item;
- Unidade;
- Quantidade;
- Preço Unitário; e

 Desenhos: Em consonância com a unidade operacional, conforme descritos nos


- Preço Total.

itens respectivos, em que serão apresentados em planta, perfil, cortes, detalhes


construtivos, plantas de locação, conforme a situação o exija, georeferenciados,

 Projeto Básico
em AUTOCAD, versão recente abrangendo:

- Layout do sistema proposto, conjugado com o sistema existente: 1:


25.000, 1:10.000 ou 1:5.000, de acordo com o porte do
empreendimento;
- Planta de Situação: 1: 5.000;
- Detalhes: 1:2.000 ou 1:1000 horizontal, e 1:200 ou 1: 100 na vertical,
com curva de nível de metro em metro;

 Projeto Executivo;
- plantas e cortes: 1: 50 ou 1:100;

 Cronograma Físico-Financeiro de Implantação das Obras, contendo:


- Licitação;

 Anexo: Cadernetas e Planilhas de Campo, de Medições e das Análises


- Implantação das Obras;

Laboratoriais, impressos e em meio digital (CD-ROM).

93

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