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Psicologia Aplicada e Ética Profissional

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Psicologia Aplicada e

Ética Profissional
TÉCNICO EM ENFERMAGEM – CETE SALUS

SUMÁRIO
1. O QUE É PSICOLOGIA___________________________________________________03
2. RELAÇÕES HUMANAS__________________________________________________07
3. OS GRUPOS E AS RELAÇÕES HUMANAS__________________________________07
4. ESTUDO DA PERSONALIDADE___________________________________________11
5. SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO_______________________________________________16
6. FASE DO DESENVOLVIMENTO HUMANO – DO NASCIMENTO A VELHICE_____17
7. ÉTICA_________________________________________________________________25
8. ELEMENTO DA NATUREZA HUMANA – O HOMEM SER VIVO________________28
9. O HOMEM: SER RACIONAL______________________________________________49
10. O HOMEM: SER ESPIRITUAL____________________________________________52
11. O HOMEM: SER SOCIAL________________________________________________55
12. O HOMEM: MEMBRO DE UMA ESPÉCIE__________________________________65
13. SIMPATIA X EMPATIA_________________________________________________78
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS_______________________________________80

PSICOLOGIA APLICADA E ÉTICA PROFISSIONAL


TÉCNICO EM ENFERMAGEM – CETE SALUS

PSICOLOGIA APLICADA E ÉTICA PROFISSIONAL


TÉCNICO EM ENFERMAGEM – CETE SALUS

1. O QUE É PSICOLOGIA

- Conceito e Objetivo da Psicologia: A psicologia é a ciência que estuda os processos mentais


(sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano. Deriva-se das palavras gregas:
psiquê que significa “alma” e logia que significa “estudo de”. A psicologia ganhou espaço na
ciência no final do séc. XIX.
Estuda fatos concretos, reais comprovados (aplica métodos científicos), como a observação, a
descrição, a identificação.
Considerada como áreas sociais ou humanas a psicologia é uma ciência também da área médica,
e é estudada em métodos quantitativos e qualitativos. Estuda os processos psíquicos que
originam os comportamentos.
As questões estudadas pela psicologia estão relacionadas à personalidade, aprendizagem,
motivação, memória, inteligência, funcionamento do sistema nervoso, comunicação
interpessoal, desenvolvimento, comportamento sexual, agressividade e comportamento em
grupo.
O termo comportamento humano refere-se sensivelmente ao que é possível que uma ou várias
pessoas façam. Exemplo: o piscar de olhos, as ações e reações.
O comportamento é provocado por forças que atuam internamente e externamente ao indivíduo.

→ Exemplo de forças internas: desejo, necessidade, ansiedade, interesse, valores, frustrações.


→ Exemplo de forças externas: exigência de sociedade, recompensa, ameaça, expectativa da
família.

1.1. DIVISÃO DA PSICOLOGIA


a) Psicologia geral: é o estudo dos processos mentais e das formas de comportamento comuns
a todos os seres humanos. Essa área da psicologia estuda: os processos
de aprendizagem (psicologia da aprendizagem); as emoções/afetos; os pensamentos,
a memória, a cognição e os processos de resolução de problemas, a motivação e os processos
de tomada de decisão, a linguagem (psicolinguística), e a percepção;
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b) Psicologia diferencial ou psicologia da personalidade: é a parte da psicologia que se


dedica às características psicológicas em que os seres humanos se diferenciam. Seus principais
temas são: a personalidade, a inteligência, o temperamento, as competências individuais.
Intimamente ligada a ela está a psicometria, que é o estudo dos métodos adequados de se medir
essas características;
c) Psicofisiologia ou psicologia biológica: é o estudo da ligação entre processos
corporais, genéticos (cerebrais e do sistema nervoso, hormonais, etc.) e os processos mentais.
Ligada a ela se encontra a neurociência (neuropsicologia);
d) Psicologia do desenvolvimento: é o estudo do desenvolvimento e das transformações que
o comportamento e os processos mentais sofrem no decorrer da vida. A psicologia do
desenvolvimento se divide por sua vez em duas grandes áreas: a mais antiga psicologia do
desenvolvimento infanto-juvenil, que se dedica ao desenvolvimento nessa faixa etária e mais
recente psicologia do desenvolvimento no decorrer da vida, que se dedica às mudanças que
ocorrem na idade adulta, desde a juventude até a idade mais avançada;
e) Psicologia social: é o estudo do comportamento e dos processos mentais do indivíduo
quando em grupos;
f) Psicologia cultural: comparada (cross-cultural psychology) é o estudo das diferenças de
comportamento e de processos mentais entre pessoas de diferentes culturas. A ela muito
próxima se encontram a psicologia cultural, que é o estudo do papel da cultura na formação do
comportamento e dos processos mentais, e a psicologia intercultural, que estuda o contato entre
pessoas de diferentes culturas.
g) Pesquisa aplicada: é a parte da ciência que se dedica à solução de problemas práticos com
base no conhecimento teórico obtido pela pesquisa básica. Na psicologia recebe o nome
de psicologia aplicada - que tem por fim o desenvolvimento de métodos de intervenção
psicológica e toma as seguintes formas:
- Psicologia do trabalho e das organizações: dedica-se ao estudo do comportamento e dos
processos mentais no ambiente de trabalho e ao desenvolvimento de métodos
de psicodiagnóstico para escolha de pessoal e de formas de intervenção para a solução de
problemas no trabalho (Síndrome de Burnout, mobbing, etc.) e para o desenvolvimento de
pessoal;
- Psicologia clínica: dedica-se ao estudo dos problemas de comportamento e dos processos
mentais, com as suas áreas ainda mais práticas: a intervenção clínico-psicológica, que engloba
a psicoterapia, a psicologia da reabilitação e o aconselhamento psicológico, e o trabalho
de diagnóstico clínico. Tematicamente próximas, de maneira que por vezes se interpenetram os
saberes, estão: a psicanálise, a psiquiatria, a psicofarmacologia e a psicopatologia;
h) Psicologia educacional ou Psicologia da educação: é o estudo da aplicação do
conhecimento psicológico ao ensino, tanto de crianças como de adultos. Uma subdisciplina
específica é a psicologia escolar ou psicopedagogia, direcionada ao ensino escolar;
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Outras áreas aplicadas, por exemplo, à Comunicação Interpessoal, ao comportamento sexual,


à agressividade, ao comportamento em grupo, ao sono e ao sonho, ao prazer e à dor,
à propaganda, à seleção e treinamento de pessoal em firmas, à prevenção de doenças, ao
treinamento de pessoas que devem trabalhar com pessoas de outra cultura, à integração de
imigrantes ou outros grupos à sociedade, ao trabalho forense, à organização do tráfego, entre
outros.
As pessoas de alguma forma utilizam a psicologia em seu cotidiano, ou seja, é uma disciplina
que pertence à humanidade, portanto denomina-se psicologia do senso comum, que é o
conhecimento acumulado em nosso dia-a-dia. E importante em todas as profissões para
procurar entender as necessidades do indivíduo e sociedade e estratégias para supri-las e
preveni-las

1.2. RELAÇÃO DA PSICOLOGIA COM A ENFERMAGEM


Há duas correntes na área da saúde que se deve conhecer para responder esta questão: a primeira
que trata o doente como um paciente passivo e vê a doença como um fator único que pode ser
retirada com medicamentos e procedimentos e a segunda corrente que percebe que além de
apresentar sintomas da doença, o paciente possui problemas sociais, econômicos, pessoais,
psicológicos que se influenciam e que contribui para o surgimento de novas doenças.
Exemplo: A ansiedade é uma sensação que se manifesta através de vários sintomas, faz parte
da vida de muitas pessoas, principalmente moradoras os centros urbanos.
Sintomas Físicos: falta de ar, taquicardia, nervosismo, suores, problemas digestivos (prisão de
ventre, enjoos, gases), fome exagerada, falta de apetite, etc. Esses sintomas indicam que seu
emocional não está bem, portanto não adianta tratar as causas emocionais que geram esta
ansiedade. Sintomas Psicológicos – medos sem sentido, sentimento exagerado de irritação,
ingestão exagerada de bebidas alcoólicas ou calmantes, mania de perfeição, medo de críticas,
medo de errar, sentimentos de inveja, etc.
Se a ansiedade não for entendida, resolvida ou descarregada, poderá ameaçar o corpo e a mente
através da negação ou deformação da situação e a isso damos o nome de Mecanismo de Defesa.
Todos os mecanismos de defesa podem ser encontrados em pessoas saudáveis, e sua presença
excessiva é, via de regra, indicação de possíveis problemas neuróticos.

1.2.1. O TRABALHO DE EQUIPE


Uma equipe de trabalho constitui-se de vários profissionais, cada um com o seu saber
especifico, que muitas vezes atendem individualmente sem a necessidade de obter informações
de outros profissionais e em outras situações há profissionais que trabalham em conjunto para
a melhor solução de um problema.

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Na área da saúde é de comprovada importância a utilização dessa segunda equipe para melhor
entender o paciente, sua doença e a forma mais eficiente de tratamento.
- Equipes Pluridisciplinares: estudo do mesmo objeto por diferentes disciplinas sem que haja
convergência de conceitos e métodos. Na área da saúde, o paciente é atendido por deferentes
especialistas havendo pouco ou nenhuma troca de informação.
- Equipes Transdisciplinares: trabalho coletivo que compartilha conceitos, teorias e
abordagens para tratar problemas em comum. A disciplina em si perde seu sentido e não há
limites precisos na identidade disciplinar. Esta equipe segundo os especialistas deverá ser a
disciplina do futuro.
- Equipes Interdisciplinares: há um nível de associação entre as disciplinas onde a cooperação
entre elas provoca intercâmbios reais, trazendo enriquecimentos mútuos. Ocorre um
aprofundamento entre as disciplinas que acaba ou criando uma outra disciplina ou transferindo
o método de uma disciplina para outra.
- Multidisciplinares: nesse caso as várias disciplinas, os diversos profissionais trocam ideias e
informações sobre sua pratica. debatem pontos de vista e complementam os entendimentos
sobre o problema em questão.
É extremamente difícil o trabalho em equipe. Trabalhar em harmonia e de forma integrada com
profissionais de formações diferentes, mesmo quando exige um objetivo em comum, é muito
complicado. Nem sempre conseguimos abrir mão de nossas vaidades profissionais ou encarar
as inseguranças que temos ao compartilhar com o grupo a nossa forma de atuar. É preciso ter
habilidade inter e intrapessoal para que o trabalho tenha bons resultados.
Se todos nos profissionais conseguíssemos superar suas limitações, teríamos um cotidiano
criativo e interessante, contribuindo assim para vencer as grandes dificuldades que a área da
saúde enfrenta hoje no Brasil.
Podemos dizer que trabalho em equipe é um conjunto de pessoas com habilidade
complementares, comprometidas umas com as outras pela missão em comum e com um plano
de trabalho bem definido. Reconhece-se a diversidade de conhecimentos e a importância de
cada um, já que o paciente é visto como um todo.
É importante que se defina com clareza para todos do grupo, os objetivos individuais e do grupo
a ser alcançados, a importância de se construir em conjunto um plano de trabalho e definir as

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responsabilidades de cada membro; a avaliação constante dos processos e resultados; percepção


de que o sucesso e o fracasso de um é de todos; trabalhar as diferenças e conflitos.

2. RELAÇÕES HUMANAS
- Conceitos de relações humanas: É a ciência do comportamento humano, no seu
relacionamento intra e interpessoal. Como ciência ela se vale da Psicologia, da Sociologia, da
Moral, enfim de todas as Ciências Sociais. As relações humanas ou interpessoais são eventos
que se verificam no lar, na escola, no trabalho.
Considera-se que as relações humanas são primordiais para o desenvolvimento individual e
intelectual de cada ser humano, já que graças a estos laços se constituem as sociedades, quer as
mais pequenas (por exemplo, nas aldeias) quer as maiores (nas cidades). As relações humanas
implicam, necessariamente, pelo menos dois indivíduos.
- Este relacionamento poderá ocorrer entre:

→ Uma pessoa e outra.


→ Uma pessoa e um grupo.
→ Entre grupos.
→ Com ela mesma = relação interpessoal.
→ Quando você estabelece um diálogo com sigo mesmo, está realizando uma comunicação
interpessoal (diálogo anterior).
- As relações humanas têm sido empregadas em diversos níveis:

→ Relações Públicas.
→ Relações Comunitárias.
→ Relações Internacionais.
→ Dinâmica em Grupo.
Na prática das Relações Humanas verdadeiras é importante que haja: empatia e flexibilidade
de comportamento.

→ Empatia é a capacidade de alguém se colocar no lugar do outro, perceber seus problemas,


dificuldades e alegrias.
→ Flexibilidade de Comportamento é a capacidade de aceitar o ponto de vista dos outros, de
adaptar-se a mudanças, modificar ou alertar seus próprios planos de trabalho.

3. OS GRUPOS E AS RELAÇÕES HUMANAS


1º. Grupo: É toda a reunião de indivíduos em torno de um objetivo comum. Pode se dizer que
existe quando duas ou mais pessoas possuem:

→ Certa interdependência.

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→ Interação.
→ Unidade reconhecível.
O grupo pode ser:
1.1 Espontâneo: Quando formados por pessoas que reúnem em torno de um objetivo imediato,
como é o caso de crianças num parque, que se procuram, sem se conhecerem, para brincar
juntas. Ou pessoas que se reúnem para apagar um incêndio.
1.2 Planejado: São os grupos organizados: os clubes, times de futebol, ou esportivos, turmas
de alunos, comissões técnicas.
Sendo o grupo composto de indivíduos, é evidente que seu êxito depende estreitamente, das
atitudes do indivíduo que o compõe.

2º. Condições pessoais e o êxito: São várias as condições necessárias ao indivíduo, a fim de
que o grupo venha ter êxito na sua produção. Por exemplo: a simpatia, aspirações, interesses,
temperamento, aptidões, podem reforçar o grupo ou destruir sua eficácia.
2.1. Aspirações: Todo o ser normal sente desejos de alcançar certos objetivos de vida. Um
prefere ser enfermeiro, outro médico, outros se contentam em serem auxiliares, outros
técnicos...
Quando à distância do objetivo é maior, não havendo capacidade ou meios para alcançar o que
se quer, surgem estados de insatisfação que são manifestados para com os colegas e superiores
em atitudes de pedantismo, de superioridade, de rebeldia.
2.2. Simpatia: Os fatores que levam dois indivíduos e se simpatizarem são ainda pouco
conhecidos; segundo certos psicólogos, eles dependem do ponto de vista pelo qual se encara a
pessoa. Exemplo: Uma senhora gorda pode ser antipática a uma esbelta que a considera feia, e
simpática a um músico se ambos gostarem das mesmas melodias.
As nossas simpatias ou antipatias podem estar relacionadas também a fatos positivos e
negativos ocorridos e que lembram pessoas envolvidas nessas situações. Assim, uma professora
de matemática pode ser antipática a um aluno porque lembra uma reprovação que tenha sofrido.
Na realidade, as pesquisas sobre simpatia estão ainda no início. Mas a simpatia precisa ser
considerada como umas das condições individuais e indispensáveis ao trabalho coletivo, e cabe
ao nosso bom senso saber contorná-la.
2.3. Temperamento: São as tendências, as predisposições inatas, que provavelmente decorrem
da estrutura do sistema nervoso e das glândulas de secreção interna.
O temperamento é inato e se manifesta no recém-nascido. É controlável, mas não mutável.
2.4. Caráter: É o aspecto de cunho adquirido, depende das condições ambientais em que se
desenvolve o indivíduo. É o conjunto de formas comportamentais, mas elaboradas e
determinadas pelas influências ambientais, sociais e culturais, que o indivíduo usa para adaptar-
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se ao meio. As experiências vividas levam a adquirir certos hábitos a fixar determinados tipos
de reação e adotar certas atitudes que criam raízes transformando-se em nossa segunda natureza.
O caráter é uma parte mais externa, mais visível da personalidade. É educável, portanto,
mutável. Quando há coerência entre as reações adquiridas e as tendências temperamentais, há
coerência intrapsíquica e os estados conflitivos são de menor valia.
2.5. Atitude mental: O pensamento é realmente uma força poderosa, e não há para ele o menor
obstáculo desde que haja força de vontade e determinação. É um fator de origem interior, que
se espalha por todo o psiquismo e que reflete exteriormente. Diga a você mesmo: “Sou
simpático tenho todas as qualidades para sê-lo. Minha aparência é jovial, não importa quantos
anos tenha; meus traços suaves inspiram sentimentos de paz e de confiança a todos os que me
veem”. Eis uma manifestação do pensamento, atitude mental positiva.

3º. Preparo das pessoas para viverem em grupos: Há vários pontos de vista a considerar para
que as pessoas tenham êxito no trabalho em grupo.
3.1. Do ponto de vista da comunicação: Quando a comunicação se estabelece mal ou não que
se realiza entre as pessoas pode-se dizer que há: bloqueio, filtragens ou ruídos.

→ Há bloqueio quando a mensagem não é captada e a comunicação interrompida, (ocorre


quando zonas de silêncio, barreiras psicológicas, etc.).
→ Há filtragens quando uma mensagem é recebida apenas em parte (ocorre quando ouvimos
apenas o que queremos ouvir). Rejeitamos novos hábitos, ideias novas, etc.).
→ Chama-se ruído o tipo de comunicação entre duas pessoas ou um grupo, quando a
mensagem é distorcida ou mal interpretada.
No campo profissional é importante o uso correto dos termos específicos da profissão. A
aplicação da terminologia auxilia no bom desempenho do trabalho.
A linguagem expressiva ou verbal (corpo, olhos...) é muito importante principalmente na área
de enfermagem. Como neste exemplo: enfermeira contrai as sobrancelhas ao abrir o envelope
com os resultados dos exames. Para o paciente que está atento a tudo, poderá ser um ponto
negativo.
Outro aspecto importante a considerar na comunicação é o nível cultural, ou dos grupos a quem
nos dirigimos, e a pessoas de regiões diferentes.
A comunicação mais natural tende a ser autentica quando, num grupo, os indivíduos se sentem
reciprocamente aceitos, seguros e valorizados.
3.2. Do ponto de vista do profissional: Os participantes de um grupo devem estar consciente
das principais dificuldades que podem ocorrer. Não é suficiente só o desejo de se comunicar é
preciso mais. Saber superar frustrações angustias, medos, timidez, insegurança, antipatia.
Os pacientes devem conhecer-se suficientemente de maneira que não provoquem problemas
originários de seus interesses, aptidões, personalidade, limitações.
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3.3. Do ponto de vista econômico – administrativo: Antes de iniciar qualquer trabalho de


grupo devem ser esclarecidos e combinados conforme o caso:

→ Divisão de responsabilidade.
→ Condições econômicas de trabalho (salário ou gastos, regalias, recompensa, elogios).
3.4. Do ponto de vista dos interesses pela atividade de grupo: A produção dos indivíduos
está estreitamente ligado ao interesse que tem pelo trabalho e objetivos do grupo que podem
criar diferentes motivações, tais como:

→ Necessidade de contato social e o desejo de servir ou de ser agradável a outros (satisfação


no trabalho em coletividade).
→ Desejo de ser admirado (tipo individualista não cooperador).
→ Desejo de levar vantagem de posse (economista, social, profissional, etc.).
→ Necessidade de atividade e realização (são indivíduos que promovem reformas, tomam
iniciativas).
→ Necessidade da companhia do sexo oposto (ex: fazer medicina para casar com médico).
→ Necessidade combativa (pode ser canalizada para certas profissões como: policial,
bombeiro, caçador, desportista, etc.).
→ Interesses pelos motivos transpessoais: Trata-se dos grandes ideais da humanidade
contidos em valores tais como: Verdade, Justiça, Honestidade, Paz, Amor, Perfeição, etc.
Observa-se que filmes ou peças teatrais que contém estes valores no seu “script” são justamente
os que alcançam sucesso em bilheteria.
Estes valores têm que ser aplicados com absoluta sinceridade se forem apenas objeto de
representação, de máscara para manipulação de pessoas, um dia ou outro serão descobertos.
Mais do que nunca se aplica a famosa afirmação de Bernard Shaw: “Podes enganar a um, a todo
o tempo; podes enganar a alguns, algum tempo; mas não podes enganar a todos, todo o tempo”.
3.5. Fatores que interferem no funcionamento do grupo:
Angústia: É um dos tipos mais comuns de neurose, aparecendo como extrema inquietação ou
medo irracional causado pela impressão de perigo iminente acompanhada de perturbações
neurovegetativas, como palpitações do coração, suores, visão perturbada etc.
Ansiedade: Muitas pessoas se sentem ansiosas antes de algum evento importante ou quando se
defrontam com algum perigo grave. A reação natural do sistema nervoso central nesses
momentos é de ansiedade ou medo, servindo a um propósito útil e desaparecendo quando a
dificuldade é removida. A ansiedade pode chegar ao pânico, interferindo nas funções mentais
e sociais quando ela é contínua e irracional sem causa justificável. Não há diferença qualitativa
entre ansiedade normal e patológica.
Medo: É um estado emocional de agitação que se verifica pela presença ou pressentimento de
um perigo concreto. Quase que frequentemente, o medo representa um papel negativo, porque
aumenta os movimentos de fuga do indivíduo. Quase todos os medos que atormentam as
crianças e os adultos são injustificados e prejudiciais. O medo é o inimigo da saúde mental e
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física. Destrói a coragem e a auto confiança, enfraquece e suprime a ação emocional, deforma
a perspectiva e inibe o pensamento claro. Diminui as possibilidades de êxito e é, quase sempre,
a causa de mediocridade e do fracasso.
Conflito: No conflito o indivíduo se defronta com situações boas e más, atraentes ou
desagradáveis, entre as quais ele deve escolher. Pode ocorrer um conflito entre duas escolhas
positivas, isto é, que nos são agradáveis e que somos forçados a escolher apenas uma delas,
ocorre um conflito de aproximação. Fazer um passeio ou um piquenique, por outro lado ocorre
o conflito de repulsão quando o indivíduo deverá escolher entre duas alternativas desagradáveis.
Fazer um trabalho que não gosta ou ser castigada.
Frustração: É definida como uma situação que interfere ou impede a realização de nossas
motivações. As frustrações são divididas em internas e externas. As frustrações externas são
aquelas que se originam do meio em que vivemos. Um exemplo: um rapaz quer pegar uma flor
que está no jardim, mas o muro é altíssimo e o impede.
As frustrações internas são aquelas que se originam do próprio indivíduo. Exemplo: mesmo que
não existisse aquele muro alto a formação moral do rapaz o impediria de roubar.

4. ESTUDO DA PERSONALIDADE
1º Conceito: Quando você ouvir falar em personalidade, esta palavra vem associada a
comportamento, caráter, temperamento e conduta de uma pessoa.
Personalidade é a soma total do comportamento de uma pessoa, suas atitudes, seus valores, suas
crenças. A constituição biológica, o temperamento e o caráter compõem a personalidade.
Nossa personalidade se revela constantemente em nosso modo de ser, em nosso modo de agir
diante das coisas, das pessoas, das situações. Nossa aparência pessoal, nosso modo de
conversar, os termos que escolhemos, nosso modo de entrar em ambiente estranho, tudo isso
reflete aquilo que somos. Nossos sentimentos e valores.

2º. Traços de personalidade: Um traço de personalidade é uma característica duradoura do


indivíduo e que se manifesta na maneira de se comportar em qualquer situação. Um traço de
personalidade pode ser comum numa cultura e não em outra. Cada pessoa apresenta um
conjunto de traços de personalidades e que pode ser mais acentuado em uma pessoa e menos
na outra. Vamos ver alguns traços de personalidade:
2.1. Sociabilidade: É a facilidade que certas pessoas tem em relacionar-se, e estabelecer
contatos sociais. Entrosa-se facilmente nos grupos, gosta de estar sempre acompanhada. O
contrário, é uma pessoa retraída.
2.2. Liderança: É a capacidade de planejar, organizar e conduzir os membros dos grupos a
atingir determinados objetivos, dividindo-se responsabilidades e conseguindo a colaboração
afetiva do grupo.
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2.3. Dinamismo: É a disposição para agir ou realizar grande atividade, de dispensar grande
quantidade de energia no trabalho. Profissões: de atividades variadas e que exijam maior
movimentação.
2.4. Iniciativa: É a facilidade de imaginar soluções, de tomar providências e de decidir frente
a situações diferentes, é importante para todas as profissões que exijam tomadas de decisões.
2.5. Emotividade: É a predisposição para emocionar-se facilmente, frente a situações
agradáveis ou desagradáveis. Sabemos que em certas profissões e emotividade excessiva pode
ser prejudicial, uma vez que nelas o profissional se defrontará frequentemente com estímulos
que podem provocar sua emoção.
2.6. Disciplina: É a facilidade de adaptação a normas de trabalho pré-estabelecidas e trabalho
metódico. A disciplina é uma qualidade indispensável em algumas profissões e importante em
quase todas.
2.7. Concentração: É capacidade de envolver-se em uma atividade, impedindo que os
estímulos à sua volta, por mais atraentes que sejam, venham afetar a realização desta atividade.
Quase todas as profissões exigem essa capacidade.
2.8. Autocontrole: É a capacidade de controlar as próprias reações emocionais ou expressá-las
de modo sociavelmente aceitável. Todas as profissões que implicam no relacionamento com
outras pessoas exigem essa capacidade.
2.9. Perseverança: É a capacidade de prosseguir na atividade iniciada, e levá-la até o fim,
mesmo que durante a sua realização ocorram solicitações mais interessantes. É importante para
todas as profissões.
2.10. Rapidez: É a capacidade que certas pessoas tem de responder e executar determinadas
tarefas com certa rapidez, tais como: rapidez de raciocínio, de percepção para cálculos, etc.
existem profissões que a rapidez é fator importante para sua execução enquanto que em outras
o indivíduo mais lento pode se sair bem.
2.11. Afirmação: É a caracterização da pessoa que atua no sentido de superar obstáculos que
lhe dificultam a obtenção de um objetivo. A falta de afirmação pode levar um indivíduo a
acomodar-se. Certo grau de afirmação é necessário em todas as profissões.
2.12. Flexibilidade: É a facilidade de adaptarem-se as mudanças, de modificar ou alterar seus
próprios planos e de aceitar o ponto de vista de outros. É uma qualidade importante nas
profissões que exigem trabalho em equipe.
2.13. Egocentrismo: É a característica da pessoa que busca, antes de tudo, a satisfação de suas
próprias necessidades, interesses e desejos, bem como sua autopromoção, sem levar em conta
as necessidades dos outros. É um traço que, quando muito acentuado, pode dificultar a
adaptação e profissões que envolvem trabalho em equipe.
2.14. Empatia: É a capacidade de colocar-se no lugar dos outros, de sentir ou perceber suas
dificuldades ou alegrias. A empatia é indispensável para todos os profissionais que lidam com
pessoas e que devem ouvi-las e assisti-las.
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2.15. Depressão: É a tendência que a pessoa tem de se sentir frequentemente triste, para achar
que as coisas não vão bem. É um traço que pode dificultar o desempenho em profissões nas
quais a pessoa trabalha só, ou naquelas que por si só já são deprimentes.

3º. Psicologia Aplicada e Ética Profissional: Sigmund Freud e a Psicanálise


Sigmound Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856 na pequena cidade de Freiburg, na Moravia,
hoje Tchecoslováquia.
Dito ser judeu, todas as carreiras profissionais fora a Medicina e o Direito foram-lhe vedadas –
tal era o clima anti-semita prevalecente na época. Influenciado por Darwin e Goethe, ele decidiu
entrar na faculdade de medicina de Viena em 1873, aos 26 anos recebeu seu diploma de médico.
Exerceu suas funções como cirurgião, depois em clínica geral, tornou-se médico interno do
principal hospital de Diena. Fez curso de psiquiatria, o que aumentou seu interesse pelas
relações entre sintomas mentais e distúrbios físicos.
Em 1986 Freud usou pela primeira vez o termo “Psicanálise” para descrever seus métodos. Em
1990 publicou a “Interpretação de Sonhos”, considerado por muitos como seu mais importante
trabalho, apesar de, na época, não ter recebido quase nenhuma atenção. Seguiu-se, no ano
seguinte, outro livro importante, “Psicopatologia da Vida Cotidiana”.
Gradualmente formou-se à volta de Freud um círculo de médicos interessados incluindo Alfred
Adler, Sandor Ferenczi, Carl Jung, Olt Rank, Karl Abrahan e Ernest Jones. O grupo fundou
uma sociedade. Documentos foram escritos, uma revista foi publicada e o movimento
psicanalítico começou a expandir-se.
O sucesso de Freud pode ser julgado não só pelo
interesse e debate contínuos sobre aspectos da teoria
psicanalítica, mas principalmente por suas ideias que se
tornaram parte da herança comum da cultura ocidental.
Todos nós devemos a Freud a revelação do mundo que
repousa sobre a nossa consciência.
Os últimos anos de Freud foram difíceis, quando os
alemães ocuparam a Áustria, em 1938 foi permitido a
Freud ir para Londres, onde morreu um ano depois.

4º. Aspectos Básicos da Personalidade Humana: De acordo com Freud, a personalidade


humana possui três aspectos básicos, mas dentro de uma total unidade:
4.1. Id: A parte hereditária e mais profunda do sistema psíquico, onde se encontram os nossos
instintos e os nossos impulsos. As tendências do Id, na maioria das vezes, nós ignoramos pois
são inconscientes.

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Pelo Id, você poderá explicar muitos comportamentos, tiques nervosos, depressões e sintomas
psicossomáticos.
O Id é um componente genético hereditário aquilo que o indivíduo já traz ao nascer. Quando o
Id se rebela contra o mundo exterior cria os chamados estados neuróticos.
As pessoas em que predomina o comportamento Id são impulsivas, sensuais, guiadas pelo
pensamento mágico ou não lógico. São, por isso, desadaptadas a vida comum. Estão, às vezes,
fora da realidade.
4.2. Ego: Serve de intermediário e equilíbrio entre o Id e o mundo exterior, e controlando o
comportamento. O Ego protege as pessoas dos perigos, criando o medo. E assim vai
acumulando experiências e adaptando o indivíduo ao mundo em que vive, de forma útil e
conveniente ao seu desenvolvimento.
O Ego orienta-se por uma fria moral autoritária e por uma razão lógica. As pessoas guiadas pelo
Ego são frias, calculistas, utilitárias, mas práticas e cautelosas. Evitam consequências
desagradáveis para com seus atos. Por esta razão, são chamadas de egoístas.
4.3. O Superego: É o representante da sociedade dentro de nós enquanto o Id representa a
herança biológica. São forças opostas e que estão em constante conflito. Está voltada para a
nossa consciência moral, sua preocupação é definir se alguma coisa está certa ou errada para
que a pessoa possa agir de acordo com os padrões da sociedade.
As pessoas que desenvolvem demasiadamente o Superego são angustiadas e indecisas.
Mostram-se tímidas e receosas. Possuem um exagerado sentimento de responsabilidade. São
pouco eficientes em sua atuação e desenvolvem uma intensa atividade mental.
Conclusão: As três partes da estrutura psíquica, não podem ser consideradas isoladas. Elas são
dependentes. Exemplo: uma pessoa sentiu-se tentada a roubar um objeto. Diz o Id: “quero o
objeto porque gosto dele e não suporto a tensão e o desejo de ter as coisas que não tenho”. O
Superego retruca automaticamente. “você não deve roubar esse objeto”. O Ego então, como o
bom advogado, aconselha: “você poderá ter o objeto sem precisar roubá-lo. Basta economizar
parte de seu ordenado ou trabalhar algumas horas extras e comprá-lo”.

5º. Níveis da Vida Mental: O aparelho psíquico está dividido em três planos ou níveis:
consciente, subconsciente e inconsciente.
5.1. Consciente: É o conhecimento de todos os atos. São fenômenos mentais que se processam
em nossa mente e que tomamos conhecimento imediato. Exemplo: sei que agora estou atuando
psicologia.
5.2. Subconsciente: Age como um arquivo em nossa mente. No subconsciente estão guardadas
todas as experiências pelas quais já passamos, assim como nossas lembranças e recordações.
Exemplo: vejo alguém na rua que me é familiar. No momento não consigo lembrar o nome
dela. Algum tempo depois, eis o nome que surge em minha mente.

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5.3. Inconsciente: São os fenômenos totalmente desapercebidos por nós; eles se realizam em
nossas mentes sem que saibamos. Tomamos conhecimento do inconsciente através da
interpretação e do estudo dos sonhos.

6º. Ajustamento da Personalidade.


Personalidade Ajustada: Todas as reações que se afastam da personalidade, devem ser
interpretadas como anômalas. A personalidade ajustada ou normal é aquela que não sofre nem
faz sofrer sem causa justa; reage adequadamente à situação, quer quanto ao tipo de reação, quer
junto a sua intensidade. Convenhamos que a aprovação social e a gradação apropriada da
resposta são elementos vagos e imprecisos, de cunho relativo, passíveis de alteração no tempo
e espaço. Um comportamento anormal, ontem, pode ser normal hoje. Uma reação anômala e
um tipo de cultura poderá ser ajustada em outro tipo de civilização o que para uns é uma resposta
excessivamente intensa, para outros pode parecer bem dosada. O ajustamento é proveniente,
em grande parte, do uso adequado de recursos que dispomos para vencer as frustrações, traumas
conhecidos como defesa do eu. Através deles, podemos superar os conflitos sem desintegrar
nossa personalidade, mantendo-nos ajustados, embora estejamos sujeitos a choques emocionais
e desilusões.

7º. Mecanismo de Defesa: Pode-se verificar como é difícil ao indivíduo manter um equilíbrio.
Cada força procura orientar o indivíduo para um caminho distinto e isso pode ocasionar o
chamado conflito, que perturba a pessoa e leva a ansiedade. Existem, no entanto, forças
compensatórias que procuram equilibrar o indivíduo em relação a uma vida normal. Alguns dos
principais mecanismos de defesa são:
7.1. Sublimação: A ação desejada se realiza, servindo-se a pessoa de um objeto-estímulo
diferente, que se torna o símbolo da verdadeira meta, agora sublimada.
Há diversas respostas sublimadas que não atingem o objeto-estímulo; mas o símbolo-estímulo.
Assim:
Ação desejada / Meta desejada Símbolo.
O soco visa o chefe................................................../ o soco é dado sobre a mesa ou na porta.
Mulher que não tem filhos................................../ dedica-se a orfanatos, pessoas doentes.
Palavras injuriosas..................................................../ Ironias.
7.2. Projeção: É o processo pelo qual, atributos da própria pessoa, não aceitos conscientemente,
são atribuídos a outras. O indivíduo coloca para fora (extroverte) as suas tendências afetivas –
projeta fora dele, porém em direção a outras fontes.
Exemplo: vou mal em matemática, também o professor não vai com a minha cara.

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Menino no jardim zoológico vendo os leões com o avô. Vovô, você está morrendo de medo do
leão, não é?
7.3. Compensação: É um mecanismo pelo qual o indivíduo, inconscientemente, procura
compensar uma deficiência real ou imaginária.
Exemplo: moça feia que adquire bastante cultura. Deste modo tem a compensação de adaptação
à realidade. Muitas vezes não tem consciência de que a cultura alcançada teve como motivação
seus sentimentos de inferioridade.
7.4. Fantasia: É um conjunto de ideias ou imagens que procura resolver os conflitos, através
da satisfação imaginária. As fantasias podem atuar como um saudável mecanismo de adaptação
à realidade sempre frente aos desejos julgados impossíveis de satisfação. Exemplo: um
estudante que sente seus professores demasiadamente exigentes imagina-se como um futuro
professor que tem para seus alunos atitudes indulgentes e compreensivas.
7.5. Racionalização: O indivíduo justifica as próprias falhas e insucessos a base de argumentos
aparentemente lógicos, coerentes e até brilhantes. Graças a este artifício os pretextos são
considerados razões e assim o indivíduo se tranquiliza. Muitos crimes têm sido em nome da
racionalização:

→ Nós sacrificamos os índios para benefício da humanidade.


→ Precisamos despedir os empregados para conter os gastos.
→ A racionalização é o poder dos fortes. Estes justificam os seus atos, pela lógica.
Outro exemplo é a fábula de La Fontaine sobre “uvas verdes”. A raposa queria saborear algumas
uvas que não conseguiu colher, então disse: - ora, estão verdes.
7.6. Transferência Afetiva: Há um deslocamento em virtude do qual um objetivo qualquer ou
um fato neutro adquiriu uma força atrativa ou repulsiva suficiente para determinar um
comportamento. Você já ouviu uma música que lhe evoque saudade de alguém?
Assim, a música que pode significar pessoa distante, o trovão medo da solidão, flor pode
significar saudade que ficou e o perfume pode lembrar uma pessoa querida.

5. SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO
1º. Sensação: Usamos a palavra sensação para exprimir situações de agrado ou desagrado que
passamos. A psicologia considera dez tipos fundamentais de sensações: Visuais, auditivas,
olfativas, gustativas, táteis, térmicas, de dor, de movimento, de equilíbrio, sinestésica ou
orgânica interna (fome, sede, dono, bem-estar, mal-estar, etc.).
- Sensação é o resultado de uma transformação realizada pelo sistema nervoso traduzindo
uma impressão que se originou de uma excitação proveniente do mundo exterior.
- A sensação depende de nosso sistema nervoso, o órgão mais crítico do nosso sistema
nervoso é o córtex cerebral. E no córtex cerebral que terminam nas fibras nervosas vindas

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dos órgãos sensoriais. Em caso de doenças ou acidentes que destruam partes do córtex
cerebral a pessoa não terá mais sensações.
- As sensações podem provocar o que chamamos de tonalidades afetiva de alegria, de
tristeza, de agrado ou desprazer.
2º. Percepção: A percepção nos dá o conhecimento do real, ou seja, nos dá condições de
reconhecermos qual o objetivo que causa em nós determinada sensação.
- Perceber é organizar interiormente os elementos levados pelos sentidos.
- Perceber é conhecer, através dos sentidos, objetos e situações.
- Há comportamento que são o campo da consciência em determinados instantes.
Você está lendo um livro que te interessa, ele é a figura (o foco da atenção), os outros eventos
ou percepções, como fome, música, ruídos passam a ser fundo. Pode ocorrer ao contrário.
Quando você presencia um acidente e lhe perguntam: - Como foi? Você diz: - O carro vinha
correndo, o motorista “barbeiro” perdeu a direção e bateu no poste.
Se você perguntar ao motorista, ao guarda de trânsito a resposta provavelmente será diferente,
depende da configuração do processo mental de cada um. Assim acontece com o nosso
comportamento.

6. FASE DO DESENVOLVIMENTO HUMANO – DO NASCIMENTO A VELHICE


As fases do ciclo vital não são distintamente separadas, mas se sucedem da forma evolutiva,
com períodos de transição cuja duração varia de indivíduo para indivíduo.
As etapas do crescimento e desenvolvimento humano podem ser divididas em três grandes
fases:
1ª. Fase: Infância e adolescência (da concepção até os 18 a 20 anos). Também chamada de
crescimento e desenvolvimento por ser nesta faze que o crescimento e desenvolvimento se dão
de forma mais acentuada, será estudada detalhadamente mais a frente nesta.
2ª. Fase: Idade adulta (dos 20 aos 60anos). Esta fase pode ser subdividida em 3 etapas, de
acordo com suas características.
Adulto jovem – Dos 18 aos 20 anos. É ainda um ser em adaptação entre a adolescência e a
maturidade proporcionalmente dita. Nesta fase o indivíduo já alcança seu pleno
desenvolvimento corporal e a grande maioria dos indivíduos se acha na posse de todas as suas
funções psíquicas. É nesta etapa que o indivíduo adquire independência financeira,
responsabilidade social e econômica, profissionalização, matrimonio e paternidade. Esta
também é uma fase de desenvolvimento e adaptação às novas funções ou papéis que os
apresentam. Algumas características desta fase são:

• Grande vitalidade.
• Diminuição da exigência calórica, em relação à fase anterior.

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• Completa-se o crescimento em estatura, tanto no homem quanto na mulher.


• Aumento da capacidade de adaptação fisiológica ao exercício violento prolongado.
• Valorização da individualidade.
• Escolha de uma carreira profissional.
• Escolha do conjugue e constituição da família.
• Direção do lar e educação dos filhos.
• Independência econômica pelo exercício de uma profissão.
• Formação de uma filosofia de vida.
• Adaptação às novas situações sociais.
• Dificuldades em enfrentar seus próprios problemas.
• Necessidade de realização.
Vigor da vida: Dos 30 aos 40 anos. Nesta etapa o crescimento continua para substituir a células
e tecidos que morrem. Não há aumento da estatura do indivíduo. É a fase do apogeu de suas
capacidades físicas, o indivíduo está estabilizado em termos físicos, cognitivos e afetivos. As
mudanças são poucas significativas pelos fatores genéticos, individualmente, condições de
saúde e socioeconômico. Algumas características desta fase são:

• Os papéis no trabalho já se definiram como relativamente estáveis.


• Período de procura de caminhos para realização plena.
• Período de encontro consigo mesmo.
• Capacidade de formar novos conceitos, gerar novas ideias e rejeitar conceitos errados.
• Tornar-se mais realista, perdendo as ilusões.
• Aumento da responsabilidade.
• Leve declínio das capacidades intelectuais.
• Vigor e resistência no auge, mas a velocidade e agilidade estão diminuídas.
• Diminuição da elasticidade dos tecidos.
• Aparecimento de alguns sinais de envelhecimento.
Meia idade: Que vai dos 40 aos 60 anos. É a idade considerada do equilíbrio. De modo que o
indivíduo já tem estabilidade econômica e emocional, a família está constituída e os filhos já
iniciaram o processo de sua independência econômica e individual. Fisicamente aparecem
mudanças do vigor físico, da agilidade e de toda a funções fisiológicas, havendo uma
necessidade de repouso no trabalho árduo. Aparecem alterações do aparelho cardiovascular e a
mulher tem o seu climatério (menopausa). O indivíduo continua em seu desenvolvimento, no
sentido de se adaptar as novas situações. Tanto físicas como afetivas e psicológicas.

• Discreto declínio da estatura.


• Alteração do sistema cardiovascular.
• Necessidade de maior repouso para recuperação de tarefa árdua.
• Lento declínio do vigor físico e da agilidade.
• Tendência de examinar cuidadosamente princípios e ideias pessoais.
• Afirmação através de relacionamento íntimo.
• Capacidade para maior ajustamento na vida.
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• Desenvolvimento emocional em profundidade.


• Sabedoria decorrente das experiências vividas.
• Procura de novos interesses compatíveis com as mudanças físicas e sociais sentidas.
• Preocupação com a saída dos filhos que deixam o lar (casamento ou necessidade de
independência).
• Preocupação com a aposentadoria.
• O indivíduo torna-se avô.
3ª. Fase: Velhice (dos 60 até a morte). O envelhecimento é um processo contínuo e gradual que
se dá através de toda a vida. Ele não se instala em determinada idade. Portanto o envelhecer
deve ser visto dentro do contexto global da vida.
A forma como o indivíduo envelhece é muito individual e sofre a influência de vários fatores
como: genético, cultural, o meio ambiente e os hábitos de saúde, trabalho e laser mantidos ao
longo da vida. Muitas pessoas idosas se mantêm física e psicologicamente ativa até os 80 ou 90
anos. Outros aos 60 anos apresentam deficiências consideradas próprias dos idosos tornando-
se total ou parcialmente dependentes.
Como as demais etapas da vida a idade avançada traz perdas e ganhos que faz com que o
indivíduo continue se desenvolvendo, para se adaptar as novas situações. É nesta fase que
geralmente há:

• Mais tempo para as tarefas que lhe agradam.


• Maior liberdade para viagens e lazer.
• Maior interesse pela introspecção, filosofia e religião.
• Maior capacidade de compreensão dos acontecimentos da vida.
• Diminuição da força e saúde.
• Diminuição da saúde, em função da aposentadoria.
• Perda do comportamento de muitos anos.
• Mudança de papéis na família (de autoridade passa a conselheiro).
• Diminuição da visão e audição para sons agudos.
• Diminuição da capacidade de deambulação.
À medida que os papéis ligados à idade se torna mais diferenciados, fluidez e invalidade
dominaram o processo de envelhecimento. Em todas as etapas da vida, as pessoas têm
problemas, perdas e também liberdades e ganhos. Seu modo de adaptar-se influência na
capacidade de viver. A individualidade é uma variável forte e que afeta a qualidade da vida.

6.1. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO


1º. Gestação e Nascimento: Hoje há muitas teorias sobre a psicologia da gestante e a influência
do estado emocional da gestante sobre a futura criança.

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→ A moderna obstetrícia, a ciência de gestação e do parto, vem tornando os nascimentos mais


seguros e menos traumáticos. A vida humana se inicia antes do nascimento, ou, mais
precisamente, a partir do momento da concepção.
→ O choro do recém-nascido é o primeiro contato da criança com o meio exterior e se realiza
com a entrada de ar nos pulmões. Por essa razão, diz-se que a respiração representa o
contato do meio interior do organismo com o meio exterior.
→ Muitas doenças psicossomáticas aparecem na criança como um protesto contra o meio
familiar e, principalmente, contra a mãe.
→ Os primeiros comportamentos da criança nos seus primeiros momentos de vida são:
respirar, sugar, engolir, digerir e eliminar alimentos. Esses comportamentos são chamados
reflexivos.
→ Os chamados comportamentos inteligentes ainda não existem e vão florando-se através dos
comportamentos motores.
→ O recém-nascido possui outros comportamentos reflexivos como o reflexo plantar, reflexo
preensão, o reflexo de moró e outros.
→ Quando você faz cócegas na planta do pé do recém-nascido, ele estica os dedos. Este
reflexo chama-se plantar, e não se verifica nos adultos e crianças mais velhas. Ele é muito
importante para avaliar o desenvolvimento do recém-nascido.
→ Um ruído alto leva a criança a estender os braços e depois se encolher. Esse reflexo se
chama do moró (nome de um pediatra alemão que descobriu este reflexo).
→ O reflexo de preensão lembra o recém-nascido animal que se agarra à mão, quando esta
foge com medo.
→ O recém-nascido é capaz de responder aos estímulos que tocam os sentimentos.
→ Esses reflexos desaparecem logo nas primeiras semanas de vida do bebe.
→ A amamentação é um processo biopsicológico muito importante no desenvolvimento da
criança.
→ Melanie Klein, discípula de Freud, fundamenta o desenvolvimento da criança no ato de
mamar e no brinquedo.

2º. Crescimento e Maturidade: Maturação refere-se ao processo de crescimento que resulta


em mudanças, previsíveis no comportamento.
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→ O padrão dessas mudanças é relativamente independente de exercícios ou experiências.


→ Maturação é um processo de desenvolvimento neuromuscular.
→ Não adianta muito você treinar a criança em certas atividades antes da maturação.
→ Por exemplo, de nada valeria você treinar uma criança de seis meses a andar ou ensinar
uma criança a ler e escrever aos quatro anos de idade.
→ Maturação é um processo de desenvolvimento para amadurecer e maturidade com um
término do desenvolvimento (maturação).
→ Há mães que usam o “andador” para ajudar a criança a andar. Esse processo não só não
leva em conta a “prontidão” para andar como traz outras consequências ao
desenvolvimento da psicomotricidade da criança.
As crianças desenvolvem-se segundo um ritmo:
Engatinhar........................................................................................6 meses.
Ficar em pé sozinha..........................................................................9 meses.
Erguer-se.........................................................................................10 meses.
Andar..............................................................................................12 meses.
Essa sequência é comum a todas as crianças, mas algumas se adiantam e outras se atrasam no
desenvolvimento.

3º. Fases do desenvolvimento infantil: De acordo com alguns psicólogos, as fases do


desenvolvimento infantil estão divididas em três. Não existe uma idade exata para essas fases
variando de psicólogo para psicólogo.

3.1. Primeira fase: É do nascimento a idade de três anos, e caracteriza-se pela:

→ Descoberta do movimento.
→ Descoberta do corpo: mãos (4 meses) pés (6 meses).
→ Volta à cabeça para a voz humana.
→ Descoberta do espaço imediato – grades da cama.
→ Sons labiais: mamã, pá-pá – 10 a 12 meses.
→ Controle do intestino e bexiga – 15 a 18 meses.
→ Nomeia objetos de uso comum – 2 anos.
→ Necessidade de movimentação – os espaços devem ir se ampliando, nada de chiqueirinho.
→ Necessidade de formação de hábitos de horários, alimentação, sono, limitações. A falta
desses hábitos pode causar a angustia e torna a criança desambientada.
→ Complexo de Édipo. Segundo Freud, a criança sente uma atração instintiva pelo genitor do
sexo oposto, isto é, a menina se sente atraída pelo pai e o menino pela mãe.

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É importante nesse período, não ocorrerem muitas mudanças de móveis o quarto do bebê, da
babá ou outras.
3.2. Segunda fase: Vai aproximadamente dos 3 aos 7 anos. É a idade da “receptividade
sensorial” quando a criança tudo o que vê quer palpar, esfregar, pegar.

→ É também a fase do concretismo que vai até os 8 anos. Percebe por menores, não vistos
por adultos como um detalhe na estampa do vestido de uma senhora.
→ É a fase das descobertas, daí a necessidade do movimento e exercício porque seu
desenvolvimento está ligado à atividade motora.
→ Nesse período ocorre à associação das percepções no inconsciente, para serem usadas não
só no plano dos automatismos, mas no plano da memória.
→ A riqueza de imaginação pode levar a criança a mentir. É importante observar quando a
criança mente para defender-se ou para enganar.
→ A idade dos “porquês”, responder a todas as perguntas com clareza e ao nível da linguagem
e compreensão da criança. O egocentrismo que ocorre nesse período não é uma disposição
afetiva e social da criança, mas uma disposição intelectual que considera coisas e seres em
função de sua própria pessoa, quer tudo para si.
3.3. Terceira fase: Inicia-se com a entrada da criança na escola de 1º grau e vai até a
adolescência. Com o ingresso da criança na escola, seu círculo social aumenta. Surgem os
grupos, o período dos jogos, das regras, das normas, daí a importância dos grupos de escoteiros.

→ Compreensão das relações de lateralidade (esquerda e direita), da pré-lógica e da lógica,


das relações de igualdade.
→ Aparecimento das doenças infantis, dos tiques nervosos, gagueira, canhoto. Para a criança
se sentir útil e superior para superar essas dificuldades é importante dar-lhes algumas
atribuições como apagar o quadro, tirar o pó dos móveis do seu quarto.
→ É também o período da fantasia e dos experimentos, aparece o senso de justiça. Iniciam os
conflitos, as fugas para a rua, as fugas intelectuais.
“Sem humildade não se penetra num espírito de criança e está se expondo a um insucesso”
Guy Jacquim.
“Se o medo do ridículo o impede de observar a vida, as dificuldades, as alegrias e os trabalhos
das crianças com uma expectativa infantil que vê tudo reduzido à metade de suas próprias
forças – pode acreditar-me, o seu lugar não é junto a esses pequeninos, essa velhice de alma
esmaga-o e sufoca-os” Guy Jacquim.

4º. A criança hospitalizada: No século atual, as possibilidades do desenvolvimento físico do


homem estão aumentando de tal forma que não existe comparação com qualquer época passada.
O avanço tecnológico, o uso de máquinas e aparelhos sofisticados na medicina já é bastante
acessível. Paralelo a esse avanço deveria correr à assistência psicológica em todas as faixas
etárias com mais ênfase a criança para evitar consequências traumatizantes que poderá
acompanhá-la o resto da vida.
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É bom lembrar que a criança principalmente, não precisa só do tratamento ao qual está se
submetendo, mas, de amor e carinho. O brinquedo é para ela também uma necessidade que não
pode ser esquecido.
Muitos hospitais não são projetados dentro de uma estrutura que leve em consideração o
desenvolvimento psicológico da criança e às vezes até físico. As áreas de lazer e até de estudos
fazem parte da vida infantil e que não pode ser substituída totalmente.
Na hospitalização infantil devemos lembrar de dois aspectos importantes: o hospitalismo e a
reação de separação (F.F. D’Andréa).
a) Hospitalismo: crianças com menos de seis meses, tendo permanecido por algum tempo
numa unidade hospitalar, apresentavam as seguintes características: palidez, apatia, falta de
apetite, indiferença, perda de peso sono agitado, predisposição para surtos febris, fraca resposta
aos estímulos recebidos, aceleração do trânsito intestinal. Todos esses sintomas não tinham, na
maioria das vezes, nenhuma causa demonstrável.
O processo de hospitalar, chega a determinado ponto, torna-se irreversível registrando
características próprias de caráter cultural, na área sensorial, intelectual ,social, de
comunicação, de conceitos, de discriminação emocional. Podendo diminuir logo, que as
crianças voltem aos seus lares, mas também que o intenso quadro de hospitalismo tem levado
a mortalidade infantil.
b) Reação de Separação: ocorre, dentro de limites bem amplos entre os seis meses e cinco
anos, variando segundo o comportamento das crianças hospitalizadas após o trauma da
separação, passa por três fases: angustia, depressão e defesa.
A característica marcante da reação de separação é observada através da resposta de angustia
das crianças quando são separadas da mãe e permanecem com os estranhos. Essa angustia pode
durar horas ou até uma semana, a criança apresenta-se muito angustiada com a perda da mãe e
procura reavê-la com todas as suas forças. Chora fortemente agarra-se a grade da cama e olha
impacientemente em direção a qualquer pessoa, objeto ou som que seja semelhante a sua mãe.
Ao mesmo tempo, rejeita qualquer figura alternativa, embora, às vezes, se apegue, e alguém da
equipe de enfermagem.
Na segunda fase, há preocupação intensa em rever a mãe, porém nota-se através do
comportamento da criança que ela comece a perder as esperanças. Seu comportamento bastante
ativo diminui ou cessa, podendo haver choro monótono e intermitente, inapetência e abatimento
e uma aparência de extrema infelicidade. Os comportamentos dessa fase se parecem com os de
hospitalismo.
Na terceira fase, a criança aparentemente não rejeita mais a equipe de enfermagem, já aceita
sem protesto os alimentos e brinquedos que lhes oferecem, delineando-se no seu rosto o sorriso
e abertura a interação. Ao receber a visita da mãe, aparenta indiferença, tendo muitas vezes,
dificuldade para reconhecê-la. Permanece distante e apática, não demonstrando a alegria
esperada nessas ocasiões.

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Se uma criança fica muito tempo internada e se liga afetivamente a equipe de enfermagem;
quando estes trocam de enfermeiras, demonstra desgosto pela perda. Isto pode fazer que se
distancie dela para evitar novas frustrações. Passa a se preocupar em coisas materiais, como
alimentos e brinquedos, evitando o sofrimento quando o enfermeiro a deixa. Na opinião
psicanalítica isso deixaria um grave traço neurótico no caráter: o desapego como defesa.

5º. O adolescente hospitalizado: Para melhor atender e compreender as necessidades do


adolescente hospitalizado é bom lembrar os principais aspectos do desenvolvimento na
adolescência. É um período em que ocorrem grandes mudanças físicas e psicológicas.

→ As vozes dos rapazes ficam fanhosas; as mamas das garotas se desenvolvem e inicia a
menstruação, começam a crescer pelos nas axilas e regiões púbicas. Essas modificações do
meio interno provocam mudanças psicológicas. Constroem sistemas, teorias, filosofias,
políticas que transformam o mundo e rejeita tudo o que para eles é tradicional. No convívio
com amigos, associações , clubes ou mesmo em turmas, quando bem sucedido, vem firmar-
se para sua realização na vida adulta.
→ É observador, e quer ser observado, daí o uso de roupas, enfeites e outros acessórios
extravagantes. Faz uso de gírias não gosta de etiquetas.
→ No lugar dos pais, o adolescente precisa admirar alguma figura supervalorizada, tal como
um desportista, um astro de cinema. É um período de solidão, necessariamente a solidão
não é um isolamento físico; pode estar entre um grupo de pessoas, mas não participar com
os mesmos.
→ Um dos aspectos mais conflitivos para o adolescente é a escolha profissional, depara-se
diante de um verdadeiro turbilhão de dúvidas: que profissão escolher, que emprego
procurar, o que realmente tem facilidade para fazer, enfim, quem é esse ser com
características peculiares e maturidade.
→ Os problemas de saúde peculiares da adolescência, como decorrentes de acidentes, das
drogas, as doenças transmissíveis por contato sexual, das necessidades nutricionais,
psicológicas etc, não se deve esquecer que todos estão relacionados com o contexto social
e cultural em que vive o adolescente, ressaltando também o que fica agravado com a
separação de seu ambiente profissional, tendo em vista o desenvolvimento de sua
personalidade.
→ O adolescente hospitalizado, ora se comporta como criança, ora como adulto, é uma
consequência das alterações físicas que são acompanhadas de grandes alterações
hormonais que representam novas exigências biológicas, concomitantemente
transformações psicológicas que podem se exacerbar com a doença.
→ O adolescente é colocado ou na enfermaria de adultos ou de crianças; no primeiro caso
facilita seu isolamento. No segundo, interfere na sua intimidade. O enfermeiro vê o
adolescente como fonte de contradições e num serviço pediátrico tende a lhe dar mais
ordens que sugestões, numa enfermaria de adultos, trata-o como se fosse responsável por
si e independente.

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→ Quanto às atividades, seria importante a elaboração de um esquema diário em que incluísse


horas de estudo, brincadeiras educativas e tempo livre, ensino sobre saúde, educação
sexual. Tudo isso de acordo com as possibilidades do paciente, estimulando o
desenvolvimento intelectual, afetivo e sociabilidade.
5.1. Os efeitos do fracasso: Os indivíduos reagem, de maneira diferente, diante dos insucessos
da vida. Um fracasso numa tentativa pode deixar esperança de êxito na outra, ou estimular para
novas tentativas. É este o caso dos que nunca tendo ganhado na loteria continuam, no entanto,
fazendo a sua “fezinha”. O fracasso sobre a forma de frustrações frequentes e repetitivas no
começo de uma carreira como no início de vida, faz baixar não só o nível de expectação com o
de aspiração. É bom ter cuidado para não se começar uma atividade logo seguida do fracasso.
O êxito inicial ou forte esperança de sucessos em tarefas próximas, deixa os indivíduos
interessados e possivelmente incentivados para uma ação positiva. A capacidade de superar
insucessos e de lutar por objetivos reais embora distante é uma prova de amadurecimento.
Devemos usar as pedras que nos jogam pelo caminha na nossa própria construção.

7. ÉTICA
O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto
de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para
que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia
prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está
relacionada com o sentimento de justiça social.
A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto
de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma
sociedade e seus grupos.
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de
determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica, ética
profissional (trabalho), ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética
jornalística, ética na política, etc.
- Antiética: Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de
antiético, assim como o ato praticado.

7.1. CÓDIGOS DE ÉTICA


Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética.
O Conselho Federal de Enfermagem, ao revisar o Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem – CEPE, norteou-se por princípios fundamentais, que representam imperativos
para a conduta profissional e consideram que a Enfermagem é uma ciência, arte e uma prática
social, indispensável à organização e ao funcionamento dos serviços de saúde; tem como

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responsabilidades a promoção e a restauração da saúde, a prevenção de agravos e doenças e o


alívio do sofrimento; proporciona cuidados à pessoa, à família e à coletividade; organiza suas
ações e intervenções de modo autônomo, ou em colaboração com outros profissionais da área;
tem direito a remuneração justa e a condições adequadas de trabalho, que possibilitem um
cuidado profissional seguro e livre de danos. Sobretudo, esses princípios fundamentais
reafirmam que o respeito aos direitos humanos é inerente ao exercício da profissão, o que inclui
os direitos da pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança pessoal, à livre
escolha, à dignidade e a ser tratada sem distinção de classe social, geração, etnia, cor, crença
religiosa, cultura, incapacidade, deficiência, doença, identidade de gênero, orientação sexual,
nacionalidade, convicção política, raça ou condição social.
Inspirado nesse conjunto de princípios é que o Conselho Federal de Enfermagem, no uso das
atribuições que lhe são conferidas pelo Art. 8º, inciso III, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de
1973, aprova e edita esta nova revisão do CEPE, exortando os profissionais de Enfermagem à
sua fiel observância e cumprimento.

7.2. ÉTICA NO TRABALHO


A ética profissional é um conjunto de atitudes e valores positivos aplicados no ambiente de
trabalho. A ética no ambiente de trabalho é de fundamental importância para o bom
funcionamento das atividades da empresa e das relações de trabalho entre os funcionários.
Vantagens da ética aplicada ao ambiente de trabalho:
- Maior nível de produção na empresa;
- Favorecimento para a criação de um ambiente de trabalho harmonioso, respeitoso e
agradável;
- Aumento no índice de confiança entre os funcionários.

7.3. RELAÇÃO DO HOMEM, A VIDA E A ÉTICA


1º. O Homem: É um ser criado por Deus à sua imagem e semelhança. É dotado de inteligência
e de liberdade pelo que se distingue de todos os outros seres minerais, vegetais e animais. O
homem, portador de imortalidade, tende sempre a Deus. “O homem é a única criatura querida
por Deus, por si mesma”.

→ Somente o homem pode optar pelo bem ou pelo mal, graças à inteligência, à liberdade.
→ Para o humanista, o homem é uma entidade única do Universo, que toma decisões e é
moralmente responsável.
→ Cada ser humano é uma substância individual completa, daí à conservação de uma
individualidade, mesmo vivendo em constante interação com outras pessoas.
“Pessoas é o ser que subsiste distinto na natureza racional”. É pela racionalidade e a sua
transcendência que a pessoa se constitui valor. O fato de ser fim e não instrumento coloca
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o homem não só como valor, mas como valor absoluto, portanto ele nunca pode ser
considerado como meio para outro fim.
2º. A Vida: Desde que é anunciada a vida, em qualquer circunstância merece um sublime e
incomensurável respeito. Este é o ponto comum em que se completam todas as opiniões de
pesquisadores do assunto.

→ Para que exista de fato está atenção pela vida de outra, é necessário, que o ser humano ame
e reverencie sua própria vida porque ela é acima de tudo o instrumento do bem utilizado
por todos os homens.
→ O direito à vida é o mais fundamental dos direitos do homem, sendo inalienável. Por sua
vez o dever é enaltecido, com muito entusiasmo. Lucas retifica a expressão: “a vida é
sempre bela para quem a compreende no seu dever e põe a felicidade acima do seu sentido
vulgar”.
“A vida se apresenta como um dever contínuo, como se desdobrar de dentro para fora, em
posição de rigidez e uma uniformidade dos corpos inanimados” (Camargo).
3º. A Saúde: É o estado de completo bem estar físico, social em mental e não somente ausência
de enfermidade “(OMS) o Papa Pio XII acrescenta”: A saúde não é puramente negativa, como
se consistisse na simples exclusão da doença corporal e das forças físicas, como se a saúde
mental, em particular, não exprimisse mais do que a ausência de toda alimentação ou anomalia.
Ela comporta positivamente o bem estar físico, espiritual e social da humanidade como uma
das condições da paz universal e da segurança comum. Longe de considerar a saúde objeto de
ordem exclusivamente biológica, sublinhamos a importância das forças religiosas e morais para
mantê-la e sempre a incluímos em número das condições para a dignidade e o bem estar da
humanidade, de seu bem corporal e espiritual, temporal e eterno.
4º. O Fim da Vida Humana: O homem é voltado para uma realização plena, procura
desabrochar plenamente e ser totalmente ele mesmo. O fim da vida deve ser entendido de duas
maneiras: fim em si mesmo e fim-plenitude.
4.1. Fim da vida como fim-fim: O homem nasce, cresce, se desenvolve, madura, envelhece e
morre. Inicia a sua vida com um enorme potencial dinâmico que vai se desgastando a medida
que vai envelhecendo.
A morte como fim-fim é verdadeira, marca a interrupção de um processo de algo que existe.
Cria uma separação entre o tempo e a eternidade. Ela é dolorosa e triste como o fim de uma
festa ou um fim de um encontro.
4.2. O fim da vida como fim-plenitude: A morte é um fim, o fim da vida, mas entendido como
meta alcançada, plenitude-almejada e o lugar do verdadeiro nascimento. Portanto, o homem
vive além do tempo, porque ele suspira pela eternidade do amor e da vida. O homem é a pessoa
e interioridade. Dentro da vida humana existe uma chance única onde o homem nasce
totalmente ou acaba de nascer: na morte.

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5º. Ética: É a “ciência que ensina o homem a agir corretamente” ou “aquilo que o homem deve
ser em função daquilo que ele é”. “O homem não que apenas viver, mas viver bem; não se deve
entender esse bem como uma preocupação egoísta de conseguir valores materiais, sendo um
aperfeiçoamento moral capaz de integrar a aspiração de cada um em interesses de todos”.
O objetivo da ética é a aquisição de hábitos bons, que contribuem para a formação de um caráter
nobre, levando o indivíduo a ser e agir de maneira integra honrada. A ética mantém o homem
dentro de um padrão de comportamento, ditando-lhe aquilo que deve fazer e aquilo que deve
evitar, a fim de ser um bom profissional. Assim, temos a ética médica, a ética dos advogados,
dos padres, dos enfermeiros, etc. A observância desses princípios éticos, próprios de cada
profissão, impõe-se a todos aqueles que a abraçaram como uma necessidade.
5.1. A ética no âmbito das relações sociais: Afirma-se explicitamente que “a pessoa humana
é e deve ser o princípio, sujeito a fim de todas as instituições, sociais”. A vida social é a criação
sua, nela se acredita e realiza a liberdade do homem; a ordem social e o progresso “devem
ordenar-se incessantemente ao bem das pessoas, pois a organização das coisas deve subordinar-
se a ordem das pessoas e não ao contrário”.
5.2. Divórcio entre ciência e moral: Um dos mais graves riscos a que está exposta a nossa
época e o divórcio entre ciência e moral entre as possibilidades oferecidas por uma tecnologia
para metas cada vez mais assombrosas e as normas éticas derivadas de uma natureza cada vez
mais esquecida. É necessário que todas as pessoas responsáveis se ponham de acordo em
reafirmar a prioridade da ética, a primazia da pessoa sobre as coisas a superioridade do espírito
sobre a matéria “. (L’Osservatores Romano 27.04.1986)”.
5.3. Conclusão: Diante disto, notamos que requer agir eticamente é querer ter saúde e é querer
mais vida. O homem deve procurar normas éticas não para se diminuir, mas para crescer em
todos os aspectos no conjunto de seu todo existencial, embora às vezes deva para sacrificar
algum elemento de seu ser.
Toda pessoa é um ser complexo. Ela não é pura exterioridade, existe uma interioridade. Toda
fachada tem um interior, toda superfície tem uma profundidade e toda periferia, um centro. E
há muita gente por ai que só vive na “superfície”, na periferia, na aparência; por isso são uns
“superficiais”.
Toda vida é um dom, uma presença, uma palavra irrepetível de Deus. Toda vida é importante!
Cada pessoa é uma obra de arte feita com carinho pelas mãos do Criador. Mas este primeiro
apelo de Deus exige uma resposta. E a única resposta válida que o homem pode dar é construir-
se, conquistar-se, tomar posse de si mesmo, assumir a sua própria existência, desenvolvendo
toda a sua tonalidade e capacidade.

8. ELEMENTO DA NATUREZA HUMANA – O HOMEM SER VIVO


O homem, cada vida humana, é singular e irrepetível. No entanto, na sua natureza distinguimos
elementos que podemos estudar separadamente. Consequências dessas verdades são: o respeito
à vida humana, conservação da vida humana e manutenção de tudo que é vida no ser humano.
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Independentemente da legislação existente a respeito do elemento da natureza humana acima


referido, muitas questões são colocadas para ética. As principais questões são: suicídio,
homicídio, aborto, esterilização, pena de morte, transplante de órgãos, transfusão de sangue,
experiências no ser humano, entorpecentes, eutanásia, morte, necropsia e cremação de
cadáveres.

1º. SUICÍDIO
1.1. A realidade do suicídio: As características revelam que o suicídio possui dimensões nada
desprezíveis. Segundo a Organização Mundial de Saúde, nos países desenvolvidos da Europa
e na América do Norte, o suicídio figura entre cinco das dez primeiras causas de morte. Na
Suíça, o número de suicídios superou pela primeira vez o número de mortes em acidentes de
trânsito.
A análise das tentativas de suicídio e o histórico das pessoas que se suicidaram permitiram a
descoberta de mecanismos psicológicos e sociais que podem favorecer a tomada de uma decisão
tão radical. No entanto, apesar disso, ainda nos movemos meio a uma grande escuridão nesse
campo. Já se tentou formular inúmeras explicações psicológicas ou sociológicas, conforme a
preferência que se dá aos fatores de um outro tipo na detecção da responsabilidade por esse
fato.
1.2. Enfoque moral: Do ponto de vista moral, devemos distinguir a visão subjetiva
(responsabilidade da pessoa que se suicida ou tenta o suicídio) e a visão objetiva (o suicídio em
si mesmo).
1.3. Visão subjetiva: Antigamente como se desconhecia os complexos que intervinham em um
suicídio, exagerava-se a responsabilidade pessoal do suicídio, acreditando-se que sua ação
correspondia a um plano pensado e executado com lucidez. Hoje está suficientemente provado
que, na grande maioria dos casos, o suicida apresenta uma percepção muito unilateral dos
valores, devido a um processo de escolha pré-condicionado. Esse fato é um sintoma de que a
liberdade necessária, para um ato humano está muito comprometida.
Não se exclui a possibilidade de certos suicídios serem decididos aparentemente com maior
lucidez, como, por exemplo, os chamados suicídios “altruístas”: a pessoa que se suicida como
sinal de protesto diante de determinadas situações políticas, etc.
A moral não deve se preocupar muito indagar as responsabilidades pessoais dos suicidas: já
sendo difícil em qualquer ser humano, uma análise pessoal revela-se muito aleatória no caso do
suicídio. Deve-se levar a sério qualquer manifestação da intenção de suicídio, pois cerca de
oitenta por cento acabam cumprindo seu propósito. Sento um suicídio o final de um processo,
é possível conhecer a tempo que pessoas podem ser consideradas “candidatas” ao suicídio com
certa probabilidade. Uma doença psíquica ou uma crise psíquica aguda facilmente desemboca
no suicídio. Ao que parece, a vivência religiosa exerce um importante efeito contrário. O
suicídio pode parecer uma saída, sobretudo para aqueles que se sentem excluídos da
comunidade.
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1.4. Visão objetiva: Praticamente existem justificativas generalizadas para o suicídio. Mas, em
casos de suicídios concretos, há foram apresentadas justificativas como ato de coragem ou de
obediência a Deus ou ainda como mal menor.
Segundo muitos autores, a filosofia não conseguiu apresentar uma argumentação válida e
conclusiva que demonstre a imoralidade absoluta do suicídio. O máximo que ela parece chegar
pela conclusão de que o suicídio não é desejável eticamente, com base em uma perspectiva de
prioridade ou preferências.
A autorrealização tem prioridade sobre a autodestruição. Suicídio corta radicalmente toda a
possibilidade de autorrealização. As ações revogáveis têm prioridade sobre as não revogáveis.
O suicida destrói irreparavelmente a sua criatividade, a possibilidade de colaborar para seu
próprio desenvolvimento e para construção social por meio de atos possíveis de revisão.
A liberdade vivida por mais tempo e com maior intensidade tem proeminência sobre a liberdade
prematuramente cortada. O homem é um ser que amadurece com o tempo: o suicídio acaba
com esse processo de desenvolvimento. Todos esses esforços filosóficos para criar uma base
ética contra o suicídio não demonstram a sua imoralidade absoluta em qualquer situação.
1.5. Visão Cristã: O homem não é dono de sua própria vida, mais deve ser um fiel
administrador dessa mesma vida, a fim de conservá-la e promovê-la até fazê-la chegar à
plenitude de suas vidas. A mais chocante infidelidade que o administrador pode cometer
consiste em jogar fora a sua vida como se tratasse de algo sem valor.
Dentro do cristianismo e a partir de uma perspectiva religiosa, já se justificou a condenação
absoluta do suicídio com base no mandamento de não matar. O “não mataras”, tal como aparece
na Bíblia, não apresenta qualquer referência em relação ao suicídio, muito embora
posteriormente a congregação cristã tenha recorrido a essa proibição querendo incluir nela
também o suicídio.
A vida é um dom dado ao homem por Deus e sujeito ao seu divino poder, que mata e faz viver;
portanto, quem se priva a si mesmo da vida peca contra Deus.

2º. HOMICÍDIO
2.1. Definição de homicídio: O homicídio é a morte de uma pessoa causada por outra direta
ou indiretamente, por ação ou omissão, dolosa ou culposamente. E segundo essa definição
somente existe motivo jurídico penal da punição quando ocorre crime. E crime só se verifica
quando existe ato, o qual se identifica com dano ou lesão, ou como perigo de lesão ou de dano.
2.2. O homicídio no código penal: O código penal brasileiro liga o homicídio ao resultado.
Quer-se trate de ação ou omissão, só há crime quando o agente desejou o resultado, ou tomou
a sua conta produzi-lo.

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2.3. O homicídio e suas causas: A mais comum situação no homicídio simples, que busca a
causalidade material e psíquica igualmente. O fato material da morte deve ser examinado
juntamente com o elemento moral do crime. A morte pode ser paralela com lesão, ou sobreviver
depois de certo espaço de tempo. No primeiro caso, havendo dano o homicídio estará
caracterizado. No segundo, é preciso distingui se o agente não quis a morte, e tomou a si o risco
de produzi-la, isto é, se não foi além do ferimento causado, mas do qual, resultou a morte, o
crime é preteritencionalmente, capitulado como lesão agravada, nos termos do 4º artigo 3º e do
art. 129 do Código Penal.
2.4. Tipos de homicidios:

→ Homicídio simples: matar alguém. Pena de 6 a 20 anos de prisão.


→ Homicídio qualificado: é o crime agravado ou de maior gravidade, em vista da intensidade
da situação, nele adotada, e dos meios postos em ação para executá-los do modo de ação
ou desejo de fugir da punição. Revela-se assim a visível maldade de sua prática.
→ Homicídio culposo: ato negligente, imprudente ou inábil do agente embora não tenha sido
intenção criminosa. Não havia intenção de matar, mas o ato não foi previsto, quando deve
dar causa ao seu todo.
→ Homicídio doloso: é à vontade de praticar o ato, consumando o eu objetivo, fazendo com
que a vítima agonize até os minutos que antecedem a sua morte.
→ Homicídio necessário: estado de necessidade pode-se dizer que decorre em legitima
defesa.
2.5. Causas de homicídio comumente praticado: Segundo estudiosos cada ser humano,
composto de células, tecidos, órgãos, líquidos e consciência, possui caracteres orgânicos e
mentais diversos segunda a origem, o modo de vida, a educação, o clima, o regime alimentar,
a disciplina fisiológica e moral. Considerá-los num só nível, vê-los por um só lado seria
desatender a realidade. O cronograma das sociedades descerra-nos a vida nas suas paixões e
misérias; fraquezas e hipocrisias; prepotências e invejas; ambições e indignidades, impulsos e
caprichos, crimes e injustiças.
Daí as várias razões e patologias homicidas existente entre as quais citamos: amor, ciúme,
medo, ódio, vingança, inveja, angústia, tristeza e ansiedade. Portanto, na disposição do artigo
24, I do código penal brasileiro, que consiste o homicídio (delito) verificando o comprovado
legalmente sendo a lei vigente no País.
O indivíduo é uma das partes de um todo – o organismo social. É necessário investigar a
influência que esse todo tem exercido sobre as diversas partes do Estado sobre o homem sobre
a população. O estudo de filosofias das ciências, a observação do inconsciente coletivo, a
psicologia profunda das massas vão contribuir para que os problemas sociais, as angustias, os
sofrimentos e os sorriam na sociedade futuras e futuristas.
É urgente em todos os agrupamentos humanos, investigação e mediadas que minimizem essa
tensão coletiva, e diminuam a criminalidade existente. É possível harmonizar-se o direito do
cidadão com os direitos da sociedade, o indivíduo cm a coletividade. Essa conciliação precisa

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de justiça humana. Com todas aquelas providências os grupos sociais e os seres que os formam
conseguirão a relativa felicidade e justiça para toda essa terra em que vivemos.

3º. ABORTO
É uma interrupção de gravidez, quando o feito ainda é inviável, ou seja, incapaz de viver fora
do útero materno. Costuma-se, no campo da medicina e saúde, frisar dois tipos de aborto:

→ Aborto espontâneo que se produz por si, sem intervenção especial do homem.
→ Aborto provocado que é produzido com intervenção especial do homem.
A ética ocupa-se somente do aborto provocado. Geralmente encontram com causas as
“indicações”, as mais absurdas. As estatísticas demonstram que em todos os países do mundo
dos abortos provocados crescem proporcionalmente ao número de nascimentos.
3.1. Início da vida do ser humano: Embora a problemática do aborto esteja ligada à
problemática do início da vida humana, está fora de dúvidas que no momento de fusão do
espermatozoide com o óvulo, começa uma realidade biológica humana, uma vida nova distinta
da dos seus pais, com um código genético único e irrepetível e com uma vida independente.
Portanto, a vida deve ser respeitada desde a fecundação. Esta vida humana entra num processo
de evolução. Sponker diz que “o ser humano é necessariamente um ser humano em evolução”.
3.2. O que ensina a igreja: O Concilio Vaticano II: “Todas as crises que atendem contra a
própria vida, como são os homicídios, os genocídios, os abortos, a eutanásia, e às vezes o
próprio suicídio... desonram os que a eles se entregam...; a vida deve ser protegida... desde o
memento da concepção; o aborto e o infanticídio são delitos abomináveis” (G-1,51). A igreja
não fala mais “a vida no ceio da mãe...”, mas fala “desde o nascimento da concepção”, ou seja,
“desde que o óvulo é fecundado, mas que ainda não chegou ao útero, é já consagrado”.
O Papa Paulo VI, por várias vezes, refere-se ao problema do aborto, no entanto, na Encíclica
Humanae Vitae, de 1968, declara que se deve excluir absolutamente como via licita de
regulação de nascimentos, a interrupção direta do processo generativo já iniciado, e, sobretudo
o aborto direto, mesmo se procurado por razões terapêuticas “(Nº 14). Falou aos juristas, em
1972”: Sabeis bem como a igreja sempre condenou o aborto, de tal modo que os ensinamos do
nosso predecessor de venerável memória Pio XII e do Concílio Vaticano não fizeram senão
confessar a sua jamais mudada e inevitável doutrina moral... Se o Estado Social contemporânea
vai assumindo cada vez mais sobre si, esta tarefa de proteção e de promoção da vida humana e
digna de homem..., não há dúvida que tal proteção deva começar, não a partir do nascimento,
nem da maioridade da pessoa humana, mas desde a concepção.
O Papa João Paulo II vem afirmando destemidamente que a igreja está do lado da vida e
“qualquer violência exercida... em favor... do aborto procurado é absolutamente de condenar e
de rejeitar com firmeza...”.
Em 1974, a congregação para a doutrina da fé fez uma “declaração sobre aborto procurado”,
ratificado por Paulo VI.
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3.3. As “indicações” para o aborto: Os diversos motivos ou situações de conflito costumam


receber o nome de “indicações”, para justificar o aborto. É o problema ético e destacam-se:

→ Indicação médica: Quando há situação conflituosa entre a vida da mãe e a vida do filho.
Ex: gravidez ectópica, câncer de útero. O princípio ético ideal e que se tente salvar as duas
vidas. Se for impossível salvar a salvável.
→ Indicação eugênica: É o caminho aberto à eutanásia. Não.
→ Indicação Psiquiátrica: Trata-se de poupar a mulher do trauma: gravidez por incesto,
adultério. Não se pode justificar eticamente, mas ajudar a mulher com outra solução justa.
→ Indicação socioeconômica: Em casos de crise pequena, pobreza, etc. essas razões não
legitimam o aborto. É a auto acusação do Poder Público da sua ineficácia perante o
problema.
→ Indicação Criminal: É o caso de gravidez por violação. Haring diz: É moralmente
admissível expelir o esperma; o aborto não é permitido.
- O direito à vida é o primeiro direito da pessoa humana, condição fundamental de todos
os outros direitos.
- O direito à vida procede da própria dignidade humana, anterior a sociedade e a
autoridade.
3.4. Aspecto jurídico: Além da dimensão pessoa existe a dimensão social do aborto. A mulher
e o ser concebido são parte da sociedade.
3.5. Aspecto social: O respeito à vida desde a fecundação necessariamente deve-se estender ao
longo da vida. Se o aborto uterino arranca do seio da mãe a vida da criança não nascida, o aborto
social arranca do seio da sociedade e de uma possibilidade de vida digna a criança já nascida.
Exemplo claro disso são as milhões de crianças abandonadas e as crianças que morrem antes
do primeiro não de vida por subnutrição. Pergunta-se:
A moralidade e legalidade não se identificam. Uma coisa pode ser legalmente legítima, mas
moralmente ilícita.
No caso de aborto, ainda que a lei autorize ou não castigue em determinadas circunstâncias,
permanece a obrigação moral de dizer não. Toda legislação sobre aborto deve salvaguardar a
liberdade de consciência.

4º. ESTERILIZAÇÃO
A esterilidade pela incapacidade de gerar vida biologicamente. A infertilidade não excluí
necessariamente a capacidade de conceber, mais inclui a incapacidade de dar à luz. A
esterilização leva a esterilidade, mas pode Ter uma diversidade de sentidos de acordo com as
diferentes situações e objetivos.
A esterilização pode ser feita por vasectomia, que é uma pequena intervenção cirúrgica, quase
sem nenhum risco, ou pela ligação das trompas, que requer hospitalização e que acarreta algum
risco. A histerectomia não é um processo médico adequado para a esterilização, mas, quando

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realizada por outros motivos, provoca naturalmente a esterilidade. Embora o caso da vasectomia
e da ligação das trompas, os órgãos retirados possam ser restabelecidos, na maioria dos casos a
peça permanece praticamente estéril. Por si mesma, a esterilização não tem influência negativa
sobre as relações sexuais ou sobre a pessoa, quando está preparada.
A esterilização difere bastante da castração. A castração priva o corpo de importantes
hormônios sexuais. Quando realizada antes ou durante a puberdade, prejudicará grandemente
o amadurecimento pessoal. A castração de mulheres adultas acarretará uma menopausa
prematura. A castração altera profundamente os dotes sexuais da pessoa.
A questão de esterilização constituí um tema urgente na ética médica e social de nosso dias. A
discussão necessita de cuidados discernimentos.
4.1. Esterilização direta e indireta: A esterilização direta e lícita é aquela que envolve
diretamente um órgão sexual gravemente doente e que só há uma possibilidade de cura ou de
manter a paz e a harmonia entre os esposos. A esterilização direta é aquela em que simplesmente
se faz por não querer mais filhos ou pela finalidade de egoísmo particular, e, portanto, ilícita.
4.2. A atitude anti-filhos: Há pessoas que procuram a esterilização porque rejeitam
radicalmente a vocação paterna. Para eles, o sucesso material, na vida confortável ou um
cachorro caro são mais importantes que um filho. Eles se esterilizam espiritualmente e
psicologicamente mesmo antes de tentarem a esterilização. O mal nesse caso não é tanto com
a esterilização em sim, mas antes a atitude básica das pessoas interessadas. Seria útil discutir
com eles o mal moral da esterilização direta. No entanto, o conselheiro ou o médico que eles
escolheram deverão adverti-los de que, um dia, poderão vir a mudar seu sistema de valores e
converter-se para o grande dom da vida. Nesta ocasião, certamente irão lamentar muitíssimo
sua esterilização física. Não obstante, o médico pode muito bem achar que o incentivo à atitude
anti-filhos por meio da esterilização constitui um mal menor do que o aborto.
4.3. Esterilização e paternidade responsável: Pensemos nos esposos quem sabem que o amor
é a resposta e que aceitam a abstinência periódica e até total sempre que o próprio amor requer.
O aspecto saudável do matrimônio, a riqueza de relacionamento entre os esposos, a harmonia
na família tão necessária na educação equilibrada dos filhos já existentes, a liberação dos
esposos, especialmente da mulher, de angustias perigosas, os riscos contidos em outros
métodos, usados para manter a decisão consciente de evitar nossos filhos, tudo isso em fim
pode ser tomado em consideração quando se trata de ajudar os esposos a discernirem o sentido
moral de uma esterilização.
4.4. Esterilizações terapêuticas: Para alguns, a esterilização é terapêutica apenas quando se
trata de uma terapia exclusivamente ligada a um órgão sexual doente. Quando a necessidade de
infertilidade por parte dos esposos é um dado claro, e quando a esterilização possui um sentido
terapêutico de acordo com uma visão sagrada da pessoa humana, da saúde, da cura e da
salvação, existe uma nítida indicação médica para o caso.
4.5. Argumentos contra a esterilização genética imposta: Ainda existe uma tendência que
defende a esterilização imposta a pessoas retardadas. Mas o grau de retardamento e o quociente

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de inteligência são medidos pelos padrões de uma sociedade orientada para o sucesso, e pelos
padrões verdadeiramente humanos da capacidade de amar e de ser amado.
A decisão absolutamente livre de procurar a esterilização por causa de uma herança genética
que, segundo a consciência sincera dos esposos, os proíbe de transmitir a vida, já é uma questão
moral totalmente diferente. Quem conhece a angústia dos pais que já tem um filho gravemente
deficiente ou excepcional, e que estão plenamente consciente da situação de auto risco no caso
de uma outra gestação, hão de concordar que a esterilização poderá ser, em muitos casos, uma
intervenção verdadeiramente terapêutica. Ela poderá libertar os esposos de uma angústia
perturbadora e favorecer uma vida conjugal transcorrida num clima de paz e confiança.
Ninguém, entretanto, deveria tentar induzir esposos que se amam a uma decisão angustiante
quando se trata de um retardamento moderado. Eles poderiam muito bem ser capazes de levar
uma vida conjugal sadia e de educar os filhos com bastante amor.
4.6. Esterilização para controle da população: Várias nações superpopulosas já começaram
a induzir os esposos a se deixarem esterilizar depois do segundo ou terceiro parto. Essa
persuasão pode ocorrer sob a forma de manipulação psicológica, com reforços positivos e
negativos, ou até com coação. Embora possamos ter profunda compreensão das complexidades
e da gravidade da situação, nunca podemos aprovar tal atitude, que priva as pessoas de sua
liberdade na esfera mais íntima de sua vida. Ela também é prejudicial para a sociedade, porque
a própria sociedade precisa de liberdade, como também precisa de filhos de família que possam
criar e educar vários deles com vistas a um auto nível de corresponsabilidade criativa.
A valiosa causa da liberdade e da integridade certamente não está sendo bem servida pelo fato
de se alimentarem de complexos de culpa entre os que cederam sob a pressão e a coação.

5º. RECUSA DE TRANSFUSÃO DE SANGUE POR CONVICÇÕES RELIGIOSAS


(TESTEMUNHAS DE JEOVÁ)
5.1. Considerações preliminares: Embora a prescrição de sangue seja atribuição, de sua
aplicação quando necessária, muitas vezes fica a cardo da enfermagem. Nesse momento, às
vezes, surge o impasse, pois há pacientes que recusam o sangue e pessoas que impedem a
transfusão de sangue de seus filhos e familiares, mesmo que disso sobrevenha à morte. Tratam-
se de um grupo religioso denominado Testemunhas de Jeová, que considera a transfusão de
sangue profundamente proibida pela Bíblia (2). Para eles, a proibição de receber sangue é
bíblica, pois o livro bíblico de Atos delineia uma ordem para todos os cristãos de “que se
abstenham... do sangue” (Atos 15:20, 28, 29; 21:25). Por conseguinte, privar-se de sangue é,
segundo as Testemunhas de Jeová, tão importante como é para os cristãos abster-se da idolatria
ou da fornicação (1).
Diante do problema, passou-se a estudar o assunto com mais cuidado. A conduta médica era de
desconhecer as convicções religiosas e impor a transfusão de sangue em defesa da vida em
perigo ou em primeiro plano. Esta atitude, do nosso ponto de vista tão radical quanto à das
Testemunhas de Jeová, sem dúvida traumatizou pessoas e provocou sua expulsão da
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agremiação religiosa, pois os adeptos deste grupo religioso, ao receberem uma transfusão de
sangue, mesmo sem saberem, dele são expulsos. Por essa forma de agir, podemos avaliar a
gravidade atribuída a uma transfusão de sangue pelas Testemunhas de Jeová. Passou-se então,
a questionar a validade de se agir radicalmente. Qual a vantagem em se salvar a vida de alguém
se ferimos suas mais profundas convicções ?
5.2. Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia: Essa sociedade estudou a questão
e expressou-se oficialmente um documento cujas conclusões os Conselhos Regionais de
Medicina aceitam e sugerem sejam adotadas, mas não impõem. O documento reduz o problema
a três aspectos:

→ O adulto consciente: Diante de um adulto consciente, sugere-se respeitar suas convicções


mas exige-se que ele assine uma declaração isentando de responsabilidade à instituição, o
médico e quem dele cuidar.
→ O adulto inconsciente: Tratando-se de um adulto inconsciente, o documento admite que
o sangue possa ser aplicado, desde que nem o cliente nem os seus familiares venham a
saber. O problema básico é evitar o trauma psicológico e espiritual, enquanto a vida é
saúva. Esta atitude, todavia, embora salve a vida do cliente e não o traumatize, contém um
desrespeito a suas convicções e sua vontade.
→ A criança, o menor de idade, o incapaz: Aqui o problema não está na criança, no menor,
no incapaz, mas nos pais e tutores. Possuem uma convicção e impõem aos filhos ou
tutelado sob o amparo do pátrio poder. A orientação do documento e de que se respeite sua
decisão de não permitir que o sangue seja aplicado, dever-se-á exigir deles a assinatura do
termo de responsabilidade. Embora seja possível burlar a vigilância dos pais e tutores e
aplicar o sangue, aconselha-se a não fazê-lo e deixar o problema sob suas
responsabilidades.
De todas as sugestões do documento, segundo visto, salienta-se o respeito pelas convicções
religiosas, embora possam ser consideradas radicais.
5.3. O problema gente a funcionário e profissionais: O problema às vezes, poderá situar-se
num funcionário, num membro da equipe de saúde ou enfermagem que sigas as convicções das
Testemunhas de Jeová.
Temos conhecimento de uma auxiliar de enfermagem, adepta das Testemunhas de Jeová, que
nos seus plantões noturnos procurava evitar, ao máximo, que as prescrições de sangue fossem
executadas. Para ela, evitar a aplicação de sangue correspondia impedir que Jeová fosse
ofendido. Desnecessário se toma comentar a gravidade desta situação, pois jamais poderá
alguém impor aos outros sua maneira de pensar, principalmente quando houver risco de vida.
Pessoas assim, não têm condições de continuar atuando em funções que possibilitem prejudicar
o paciente.
As testemunhas de Jeová possuem alguns médicos como adeptos. Estes profissionais quando
chamados oficialmente a opinar, caso por caso, sobre a possibilidade de um paciente poder
receber sangue, são obedecidos pelos pacientes Testemunhas de Jeová. É bom lembrar, todavia

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que, além do engano de ser um desrespeito, ás Testemunhas de Jeová podem facilmente


reconhecer o médico adepto de sua crença.
Diante do exposto, tudo indica que embora nada impeça que sejam tomadas atitudes radicais, é
mais bem indicada à atitude de respeito às convicções religiosas do paciente.
Toda esta problemática vem sendo minorada e resolvida com a recente descoberta de
substâncias capaz de substituir o sangue, pelo menos nas situações de emergência .

6º. OS TRANSPLANTES
6.1. O mundo dos transplantes: O transplante converteu-se uma atividade médica bastante
comum em certos setores. Em outros, encontra-se diante de desafios muito difíceis. Segundo
alguns, o futuro da medicina está muito ligado aos processos nesse campo.
Outra faceta importante do transplante é o aspecto legal. De um lado as leis começam a
favorecer o exercício de solidariedade humana nesse terreno, fixando ao mesmo tempo formas
de controles para evitar abusos.
Por outro lado há um aspecto sociocultural que não pode ser ignorado: os transplantes sejam
entre vivos, seja um cadáver, criam um mundo simbólico, emocional, de crenças e relações.
A moral não apresenta dificuldades para muitas intervenções, mas algumas, levantam
problemas.
6.2. Classificação dos transplantes e seus aspectos técnicos: Do ponto de vista moral, a
atenção se concentrou nos órgãos e não nos enxertos de tecidos. Conforme o critério que se
adote, podem se fazer diversas classificações dos transplantes. As duas classificações mais
importantes são feitas segundo a relação entre doador e receptor e segundo o tipo de órgão
transplantado.
Quanto aos órgãos transplantados e quanto às consequências para o doador, é necessário
distinguir entre órgãos vitais e não vitais, duplos e simples.
À medida que se descobrirem técnicas para o lado das vantagens, haverá menos resistências
legais e menos problemas morais.
6.3. Os tecidos ou órgãos objetos de transplantes: São muitos os tecidos ou órgãos de
transplantes reais ou experimentais: rins, coração, fígado, pulmão, pâncreas, córneas, ovários,
testículos, sangue, pele, ossos, tendões, cartilagens, etc. Os aspectos mais importantes para os
quais se deve atentar na técnica dos transplantes são a tipificação dos tecidos, a identificação
do sangue, os critérios de seleção e a conservação dos órgãos, a fim de evitar o máximo possível
à rejeição do órgão transplantado. Outro aspecto importante é a determinação da morte nos
casos de transplantes a partir de um cadáver..
6.4. Indicações para uma avaliação moral:

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→ Os transplantes realizados dentro do mesmo organismo não apresentam qualquer problema


moral, desde que exista uma finalidade e uma compreensão entre os riscos e vantagens. Os
transplantes realizados para um ser humano a partir de um ser animal, por esse simples
fato, não apresentam nenhum problema moral, desde que se vive um fim humanizador, não
há objeções morais a que se realizem.
→ Transplante de um cadáver para um ser vivo: Um aspecto básico a ser levado em cona é a
morte do doador. Uma vez constatada a morte de uma pessoa, não há obstáculos morais
para a utilização de seus órgãos para eventuais transplantes. As maiores resistências
poderiam vir do campo religioso ou da concepção sociocultural particulares. Do ponto de
vista moral, não se exige absoluto e consentimento do interessado ou da família para
proceder à utilização dos órgãos para transplante. No entanto, na ausência de disposições
legais a respeito, será necessário prever as possíveis consequências de se proceder à
extirpação sem se preocupar em obter o consentimento prévio. Nesse ponto, a moral seve
favorecer tudo o que se situe na linha da solidariedade humana e da caridade cristã,
procurando eliminar tudo o que representa obstáculos a isso.
→ Transplantes entre vivos: Se a moral quase não fez reparos nos transplantes de um cadáver
para uma pessoa viva, o mesmo já não acontece ao que se refere à intervenção envolvendo
unicamente seres vivos. Em um primeiro momento, considerou-se que um obstáculo
intransponível e o simples fato de que se tratava de duas pessoas diferentes, inclusive em
caso de transplante de órgãos duplos, como os olhos ou os rins. A razão principal para a
condenação desses transplantes entre vivos era a maldade da mutilação direta. Tirar um
órgão doente visando à saúde do próprio organismo era aceito normalmente como licito,
em virtude da subordinação da parte ao todo. No entanto, a retirada de um órgão sadio
visando o bem de um organismo alheio era tido como uma mutilação direta, normalmente
digna de rejeição.
Hoje em dia, o fato de se tirar um órgão sadio de uma pessoa viva para transplantá-lo para outra
pessoa não constitui um problema moral se atentarmos para a simples circunstancia de que se
trata de duas pessoas diferentes; essa dificuldade, que tanto atormentou os moralistas durante
várias décadas, já está praticamente vencida.
A licitude desses transplantes dependera fundamentalmente dos seguintes aspectos: da parte do
doador, consentimento com conhecimento de causa, respeito a sua autonomia e excluindo
imposições alheias ou decisões pessoais irresponsáveis; exame dos eventuais prejuízos
derivados da retirada de um órgão; por parte do receptor, é preciso avaliar os riscos e as
vantagens, tanto no caso de não se realizar o transplante como no caso de fazê-lo.

7º. EXPERIMENTAÇÃO HUMANA


7.1. Utilidade e fins: A capacidade de experimentação humana é um traço distintivo da espécie
humana, que, graças a sua inteligência, pode fixar livremente os seus objetivos e imaginar os
meios para a sua consecução. É uma capacidade que revela que o homem pode se libertar das
necessidades e determinações da natureza, provocando respostas e condições que implicam

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uma ação criativa, em si mesma, como sinal de inteligência, a experimentação é algo que deve
ser positivamente valorizado, embora em juízo moral completo não possa dispensar outros
elementos de avaliação.
A experimentação é um acompanhante inseparável da história humana, fato do qual a medicina
não constitui uma exceção. Até mesmo o tratamento médico mais simples encerra ma dose de
experimentação, porque as técnicas e os medicamentos, apesar dos controles e testes a que
foram submetidos, podem apresentar surpresas e novidades quando utilizados em situações
sempre novas. Isso serve para explicar as dificuldades que se tem para fixar os limites da
experimentação.
7.2. Experimentação terapêutica e não terapêutica: A distinção mais importante quanto aos
diversos tipos de experimentação baseia-se no critério da finalidade imediata, terapêutica. No
primeiro caso, o fim imediato visado é a cura do paciente, o que não significa a exclusão de
benefícios para o progresso da ciência. No segundo caso, a finalidade não terapêutica, visa
exclusivamente ou predominantemente um objetivo científico, que a longo prazo não elimina
uma dimensão do benefício para a humanidade. Às vezes, os dois objetivos estão bastante
unidos na realidade, de modo que não se pode precisar qual dos dois é predominante. Mas,
apesar de algumas ambiguidades, geralmente essa distinção tem sentido na prática.
7.3. A experiência inescrupulosa: O desenvolvimento técnico e o progresso médico ampliam
constantemente o campo da experimentação, que atinge inclusive os setores mais profundos da
pessoa. A julgar pelas denúncias, no campo da medicina, algumas caem às vezes em
experimentações inescrupulosas, que sacrificam a dignidade humana, atraída pelo fascínio da
ciência. As desumanas experiências realizadas pelos nazistas, infelizmente, não constituem um
fato isolado.
7.4. Aspecto moral e experimental: Os diversos códigos com diretrizes éticas para a
experimentação humana existentes constituem uma clara expressão de que essa atividade não é
adotada automaticamente de bondade moral.
A códigos de deontologia médica dos diversos países também costumam contemplar normas
sobre a experimentação médica.
A necessidade de submeter às experimentações com o homem ao juízo da ética se afirmou com
maior força nas consciências nos últimos tempos, tanto pelas possibilidades cada vez maiores
de penetrar na intimidade das pessoas, como pelos absurdos cometidos nesse campo.
Dos dois tipos de experimentação, terapêutica e não terapêutica, esta última é a que
normalmente encerra maiores riscos, merecendo por isso uma maior vigilância ética.
Por si só, o processo científico não justifica qualquer tipo de experimentação. Mesmo quando
os resultados do experimentos prometem em longo prazo beneficiar a humanidade, nem por si
eles ficam legitimados. Todo avanço que se consegue pisoteando a dignidade humana ou
violando valores importantes leva em si mesmo uma carta negativa.
Embora seja uma experiência de bem, o culto indiscriminado a ciência é uma forma de idolatria,
que pode encerrar ameaças para os valores humanos. A moral pode representar um freio para a
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ciência no que se refere à eficácia, mas constitui uma garantia de humanidade em relação à
perseguição moral de objetividade.
O avanço da medicina sempre é consequência da experimentação, de uma longa aprendizagem
através de êxitos e fracassos. Mas, isso não justifica uma experimentação humana
indiscriminada. Nos casos desesperados nos quais o recurso do transplante é a única solução
médica, não se poderia considerar o significado social de tais intervenções.
7.5. Conclusão: Quando a experimentação se realiza em um sujeito doente e visando a sua
cura, além de se respeitar às condições já mencionadas, também se deve atender, sobretudo a
dois critérios: o bem do doente e a sua dignidade. A dignidade exige que o interessado esteja a
todo o momento a par dos objetivos e do andamento da experiência, de modo a poder retirar o
seu consentimento a qualquer momento dado.
A experimentação com seres humanos não pode ser colocada no mesmo plano que a realizada
com animais. E, ao que se refere às experimentações com esses últimos, prévias as
experimentações com seres humanos, devem-se evitar dois extremos, por um lado à
arbitrariedade e a crueldade e por outro, a intocabilidade.

8º. PENA DE MORTE


Aqui que nos interessa mais em um sentido amplo, na medida em que nele está implicado o
valor da vida, em todo os dois núcleos; as justificações de pena de morte e sua fraqueza, a pena
capital e a bíblica.
8.1. A falta de sentido da pena de morte: Os três argumentos clássicos em favor da pena de
morte derivam das três funções atribuídas à própria pena: defender a sociedade dos criminosos,
dissuadir certos criminosos de cometer certos delitos mais graves e possibilitar uma expiação
pelos crimes cometidos.
Por outro lado, a pena de morte seria única pedagogia eficaz para eliminar da sociedade
comportamentos de gravidade, graças ao efeito educativo desse castigo.
A execução de criminosos não constitui um meio necessário nem conveniente para a sociedade
defender-se deles. Uma sanção como essa pressuporia uma justiça infalível, ao abrigo de erros
irreparáveis. A sociedade tem alternativas para a pena de morte, sobretudo um sistema
penitenciário orientado para a recuperação dos criminosos.
Os criminologistas dizem que a eliminação total da pena de morte implicaria em um aumento
significativo da criminalidade. Reduzir o réu a instrumento de exemplo para os outros, constitui
diminuição da dignidade humana e repugna a sensibilidade cristã.
A evocação da pena de morte como expiação, parece ser uma vingança. Não parece apropriado
falar na função compensatória da pena de morte, com se, com a execução dos criminosos, se
desse na verdade uma compensação à vítima, aos familiares ou a sociedade.

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A pena de morte frequentemente revela inúmeras discriminações, já na própria seleção dos


crimes por ela penalizados. Essa discriminação torna-se grave quando se examinam quais são
as vítimas e com muita frequência, os pobres e marginalizados da sociedade. Nos Estados
Unidos, os negros foram os objetos preferidos de pena capital. Assim, não ficam em boa
situação o sentido de justiça, e a exigência de igualdade.
Algumas interpretações mostram que a pena de morte constitui um meio cômodo para justificar
a negligência em relação às causas da criminalidade ou para livrar-se de suas próprias
responsabilidades.
8.2. Bíblia e pena de morte: Há muitos textos do Antigo Testamento que justificam a pena de
morte. Mas, não deveríamos esquecer que a mesma revelação levou firmemente a uma
diminuição da violência. A abolição da pena de morte corresponde melhor a mensagem não
violenta transmitida por Jesus (Mt. 19,21-22; Lc. 17,35) e a seu espírito manso e suave, tem o
testemunho de seus discípulos. Os criminosos perigosos devem ser mantidos presos ou
afastados, para não prejudicar os outros. Nossa principal tarefa, porém, é a de tentar curar e
salvar os que enveredam por um caminho de violência. Encontramos na Bíblia algumas
inspirações para excluir a pena de morte de nosso horizonte social:

→ Por ser imagem de Deus, o homem merece respeito (Gn. 1,21).


→ Cristo, salvador de todos, pronunciou-se contra a Lei do Talião (embora a passagem não
se refira a penda de morte) e conclamou a uma nova atitude o amor aos inimigos (Mt. 5,38-
41). Substituiu a dinâmica da vingança pela dinâmica do amor.
→ A paciência e a misericórdia de Deus não desesperam o homem; pena de morte é uma
desesperança do homem, que não condiz com essa atitude de Deus.

9º. ENTORPECENTES
9.1. A droga: As drogas quase se converteram em uma questão mística dentro de nossa
sociedade. O conhecimento que temos desse fenômeno social é muito pequeno devido a sua
clandestinidade, sendo predominantemente fruto de ações policiais.
A sua aceitação social varia de determinados tempos e lugares para outros: o ópio já teve
consumo corrente no Oriente; nos países da América do Sul, foi o caso da coca, nos países
islâmicos, os derivados do cânhamo. Na sociedade ocidental, a toxicomania mais difundida é o
alcoolismo. Uma característica do fenômeno das drogas no mundo ocidental é a sua penetração
cada vez mais ampla em setores cada vez mais jovem, o que num futuro não muito distante,
pode modificar as perspectivas no que se refere à legalização de algumas drogas.
9.2. As drogas e seus efeitos: É muito difícil dar uma definição de “droga” devido ao conceito
amplo que ela apresenta. De todo modo, poderíamos considerar como drogas os produtos com
poder ativo sobre o sistema nervoso, aos quais se recorre para melhorar o rendimento intelectual
ou físico, para alcançar novas sensações ou para obter um estado psíquico mais agradável. A
característica mais importante é a dependência para um consumo habitual excessivo.

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Como a noção precisa de “droga” apresenta serias dificuldades, não é de estranhar que sua
classificação seja muito variada. Do ponto de vista prático, J. Laporte as classifica assim:
Depressoras: Ópio e derivados (morfina, heroína); Hipnóticos, sedativos e tranqüilizantes;
Álcool.
Estimulantes: coca e cocaína; Cafeína e bebidas que a contém (café, chá, cacau, cola);
Anfetamina e derivados; Tabaco.
Alucinógenos ou psicodélicas: Dietilamida do ácido firérgico (LSD), peyote e mercalina;
Derivados do Cânhamo (Cannabis Satiba), marijuana, haxixe, maconha, etc, o seu princípio
ativo é o tetrahidroconnabinal.
O abuso das drogas produz inúmeros efeitos nocivos, tanto para a sociedade como para o
consumidor. O recurso à droga ou o desejo de obtê-la causa frequentemente uma conduta
antissocial, implicando em pesadíssimos encargos econômicos para a sociedade. A sua ação
mais apontada no usuário é que a afeta o sistema nervoso, embora outros órgãos e sistemas
também possam sentir as consequências; desse modo, por exemplo, está bem estabelecida à
relação entre o fumo e o câncer no pulmão, o álcool e cirrose hepática. Os efeitos nocivos se
produzem às vezes quando a pessoa está sob a ação da droga; outras vezes, eles aparecem anos
mais tarde.
9.3. Dependência física: A dependência física é definida pela mesma OMS como um estado
patológico produzido pela administração repetida de uma droga e que leva ao aparecimento de
um grupo característico e específico de sintomas, designados como síndrome de abstinência;
quando cessa administração de uma droga, ou no caso de algumas drogas o consumo se reduz
de modo significativo. Para evitar o aparecimento de uma síndrome de abstinência se exige o
uso continuo da droga. A dependência física é um fator importante para reforçar a dependência
psicológica, na continuação do uso da droga ou nas recaídas, depois de uma interrupção.
9.4. Dependência Psicológica: Para a Organização Mundial de Saúde, a dependência
psicológica é uma necessidade que pede administração periódica ou contínua de droga para
produzir prazer ou evitar mal estar. A dependência psicológica é a característica mais universal
da dependência de drogas. De modo prático reconhece-se a sua existência pelo fato de que a
pessoa dependente continua tomando droga, apesar de admitir conscientemente o dano que
causa a sua saúde, a sua inserção social ou familiar, e enfrenta grandes riscos para obter e manter
o aprovisionamento da droga.
9.5. A extensão das drogas: Apesar da clandestinidade que cerca o mundo das drogas,
contamos com dados importantes sobre as tendências existentes no uso não terapêutico das
diversas drogas.
Entre os derivados do ópio, a heroína constitui o problema mais destacado. Sua crescente
difusão e a dificuldade de um combate eficiente contra ela se explicam por várias causas: a
relativa facilidade para obtenção, a partir de fontes naturais; uma elevada potência, que permite
a distribuição de doses muito pequenas, com a consequente possibilidade de escapar aos
controles. Embora a extensão do uso dessa droga venha alcançando números cada vez maiores,
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de fato, nos países ocidentais, a toxicomania que ocupa o primeiro lugar é o alcoolismo; o fumo
também ocupa um destacado lugar; o cânhamo (haxixe, marijuana, maconha, etc), “drogas de
pobre” é muito defendido; e o LSD (dietilamida do ácido firérgico) não é uma droga que tem
uma difusão ampla, porque é cara e tem grandes riscos para o usuário.
9.6. Porque muitos jovens aderem à droga: Fazendo eco das pesquisas psicológicas e
fisiológicas, João Paulo II referiu-se a três situações que levam a experiência da droga: a falta
de motivação na vida, as deficiências da estrutura social e a falta de comunicação. Como causa
primeira, aponta a falta de claras e convincentes motivações de vida.
Um segundo para a busca destes paraísos artificiais e a existência de uma estrutura social
deficiente e insatisfatória. Segundo a própria concepção da sociedade, as deficiências sociais
podem ser identificadas em vários aspectos.
O terceiro fator é sentimento de solidão e de incomunicabilidade que infelizmente pesa na
sociedade moderna, que agia e aliena.
A partir de outro enfoque, apontam-se as seguintes causas: uma sociedade que não respeita os
valores humanos fundamentais e que tem cada vez mais dúvidas sobre si mesma, o
consumismo, a curiosidade, a ignorância sobre a droga, a tendência de recorrer a um remédio
para cada dificuldade, à ausência de modelos sólidos e duráveis de identificação, vazio
espiritual, a falta de aventura e mistério na vida comum, a fraca tolerância diante da dor, a
frustração, a busca de um prazer imediato, sem muita preocupação com as repercussões disso
sobre os outros.
9.7. Indicações morais: A contribuição da moral na luta contra a droga passa necessariamente,
pelo caminho da persuasão e da interiorização, traduzindo em ações coerentes. Assim, é
diferente da contribuição de um enfoque médico ou policial.
O traficante vê a droga como uma simples fonte de lucros, sem se importar com as
consequências para as pessoas e a sociedade. Essa perspectiva unilateral, que reduz a dignidade
do homem a simples objeto de mercado, é condenável em qualquer setor da vida humana.
Referindo-se ao aspecto legal do tráfico, Paulo VI mostrou-se favorável à severas medidas
legais contra os que visam o lucro no tráfico sistemático da droga. Já se tem convicção de que
o fenômeno da droga não existiria, pelo menos nas proporções atuais, se não houvesse
igualmente uma sede de conspiradores responsáveis, os produtores clandestinos e os traficantes.
Do ponto de vista social, a moral deve denunciar os fatores que favorecem a extensão do
fenômeno da droga em nossa sociedade. A insensibilidade em relação a certos valores cria um
clima favorável ao vício da droga. Tanto na família quanto na sociedade se instalam estilos de
vida que não deixam espaço suficiente para a comunicação, a solidariedade, a liberdade, o
respeito pela pessoa e pela vida.

10º. EUTANÁSIA

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Antes de tudo devemos entender o conceito. A palavra eutanásia está marcada por uma grande
ambiguidade, em virtude do conteúdo heterogêneo que nela se encerra. Às vezes, chama-se
eutanásia a ação suavizadora dos sofrimentos por meio de analgésicos e a decisão de não
recorrer aos meios extraordinários para prolongar a vida ou de interromper o seu uso quando
este já havia sido iniciado.
Entende-se por eutanásia a ação que, por sua natureza ou em sua intenção, causa a morte, a fim
de eliminar a dor. Assim, a eutanásia situa-se no nível das intenções e dos métodos usados.
(S.C.D.F.). Na eutanásia, busca-se a morte, mas com um objetivo particular, evitar os
sofrimentos. Trata-se, portanto, de uma morte por piedade.
Existem várias distinções da eutanásia; direta ou indireta, positiva ou negativa, ativa ou passiva,
voluntária ou involuntária. A involuntária reverte-se de maior interesse. A eutanásia é
voluntária quando a morte se realiza a pedido livre e consciente do interessado.
A eutanásia involuntária é a que se realiza sem o conhecimento da pessoa. A eutanásia imposta,
contra a vontade de uma pessoa ou sem contar com sua decisão responsável é considerada pela
moral como a morte de um inocente.
O problema mais atual é o da eutanásia voluntária, que entra na categoria suicídio e, como tal,
não pode fazer parte dos comportamentos lícitos. O suicídio é uma rejeição do amor por si
próprio , uma negação da aspiração natural à vida, uma renúncia dos deveres de justiça e
caridade com o próximo. Não se pode reconhecer a ninguém o direito absoluto a própria vida.
Em situações dolorosas, doenças incuráveis, ninguém poderá pressionar o doente e manipular
sua liberdade.
10.1. Eutanásia perante a lei: Em outras épocas, surgiram ações ou propostas em favor da
aceitação social ou legal da eutanásia, inclusive a eutanásia involuntária. Se a prática médica,
dedicasse a devida atenção à morte,a primeira vista haveria poucos casos que poderiam ser
apresentados como argumento em favor da eutanásia. Quase sempre haveria possibilidade de
maiores alternativas disponíveis para aliviar as doenças se as técnicas modernas, a compreensão
humana e a atenção para com os doentes fossem universalmente postas em práticas.
Alguns, para justificar uma lei que permitisse a eutanásia, dizem que seria necessário
demonstrar que tal mudança eliminaria males maiores. No entanto, cremos que se possa
apresentar semelhante justificação pois:
a). Esses casos são muito raros e seriam ainda menos numerosos se a prática médica,
especialmente nos hospitais fossem melhores.
b). Uma mudança na lei reduziria o incentivo a melhorar a prática recomendada.
c). A legalização da eutanásia colocaria alguns doentes que se encontram no fim, e inclusive
alguns que ainda não chegaram a esse ponto, sob uma pressão no sentido de levá-los a
autorizarem sua eliminação, pressão que deveria ser evitada.
d).Um resultado absurdo disso seria recorrer à eutanásia em muitos casos em que não estaria
normalmente justificada, realizando-se por motivos poucos fundados.
P á g i n a 44
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e).embora pudesse haver casos de doentes cujas relações com os médicos não sofreria,
acreditamos que, na maioria dos doentes, sua confiança nos médicos se veria gravemente
enfraquecida.
Na realidade os doentes que parecem pedir a eutanásia estão solicitando apenas melhores
cuidados, um acompanhamento mais humano e não tantos cuidados técnicos. É necessário saber
a verdadeira linguagem do doente em tal situação. Se a medicina dos casos crônicos e mortais
estivesse tão resolvida como alguns setores técnicos de ponta, provavelmente muitos menos
doentes solicitariam a eutanásia. Mais do que expressarem os desejos profundos do doente,
esses pedidos denunciariam talvez as deficiências da medicina e da sociedade.
10.2. Eutanásia e morte digna: A morte apresenta-se em nosso mundo como uma série de
características peculiares: em geral, a morte ocorre depois de uma vida mais longa, quando as
pessoas, pelo próprio peso da idade, se encontram mais desvalidas e sofrem de uma
dependência; aliás, a morte é muito mais lenta, devido aos progressos da técnica e da medicina;
cresce o número de mortes em estabelecimentos de saúde, fora de casa e do ambiente em que
se transcorre a vida comum. Outra característica é a ausência relativamente crescente de uma
dimensão religiosa. A medicina aborda o fato da morte muito mais de uma perspectiva científica
e técnica do que na base de uma relação humana. Parece existir uma grande conspiração
social para esconder as pessoas a sua própria morte, por outro lado, se reclame o direito das
pessoas decidirem livremente sobre ela, em nome da dignidade da pessoa. Ademais nunca a
morte foi objeto de tanta atenção por parte da ciência do que hoje.
10.3. Alivio a dor: A dor física, certamente constitui um elemento inevitável da condição
humana, ao nível biológico, constitui um sinal cuja utilidade é inegável; mas na medida em que
atinge a vida psicológica do homem , frequentemente supera a sua utilidade biológica e por
isso, pode assumir uma tal dimensão que suscita o desejo de eliminá-la a qualquer preço.
Segundo a doutrina cristã, a dor, sobretudo a do último momento da vida, assume um
significado particular no plano salvífico de Deus. Assim, não deve surpreender que algumas
pessoas desejem moderar o uso de analgésicos para que possam aceitar voluntariamente pelo
menos uma parte de seus sofrimentos.
Um grupo de médicos havia pedido ao Papa Pio XII que colocou a seguinte questão: “A
supressão da dor e da consciência por meio de narcóticos, é permitido ao médico e ao paciente
pela religião e pela moral (inclusive quando a morte se aproxima ou quando se prevê que o uso
de narcóticos abreviará a vida)? O Papa respondeu:” Se não há outros meios e se, isso não
impede o cumprimento de outros deveres religiosos e morais, sim “. Nesse caso, com efeito
está claro que a morte não é desejada ou buscada de modo algum embora se corram os riscos
por uma causa razoável: simplesmente tenta-se diminuir a dor de modo eficaz, usando para
tanto os analgésicos a disposição da medicina.
10.4 Código para os enfermeiros: Existe um código penal, este determina que o agir do
enfermeiro seja conforme o Código de Deontologia, que diz: “é proibido ao enfermeiro
promover a eutanásia ou cooperar em prática destinada a antecipar a morte do cliente”. (Art. 9º,

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Inciso VII do Código de Infrações e Penalidades – Resolução de Conselho Federal de


Enfermagem Nº 51, de 24/03/1979).

11º. MORTE
O problema de sabermos se a morte ainda é julgamento e castigo não pode ter resposta abstrata.
Cada um de nós deve perguntar se existencialmente. “Será que eu aceito a morte em
comodidade com Cristo e na esperança da ressurreição, ou prefiro escolher o antigo castigo na
solidariedade do pecado?”.
Abordamos um pouco da morte natural, distinguindo-a da morte não natural, da morte
prematura causada por um ambiente hostil ou pela irresponsabilidade individual e coletiva.
Porque natural, entendemos a morte de uma pessoa que viveu plenamente a vida, vida que chega
ao fim devido à idade avançada. Temos que viver nossa vida de maneira tão responsável que
não nos tornemos culpados de uma morte prematura e neste sentido não natural. A tarefa mais
importante porém, não consiste precisamente em atingir essa morte natural, mais antes em
chegar em morre redimida como constantemente de uma vida redimida, quer já na velhice ou
com poucos anos.
11.1. Definição da morte: Esta não é uma questão simples, pois nela estão implicados os
elementos religiosos, fisiológicos, culturais e científicos. Pode se dizer que, ao longo dos
séculos existiram duas noções de morte: uma fisiológica ou religiosa, geralmente não
constatáveis; e outra observável, durante muito tempo identificada com a cessão da respiração
e das batidas.
A evolução da ciência e da técnica tem sua influência na hora de definir a morte. Na profissão
médica, generalizou-se a identificação da morte com a cessão irreversível da atividade cerebral.
E essa convicção vem penetrando no público em geral e, embora lentamente, vem sendo
acolhida em número crescente de legislações. A parada cardíaca ocorre na cirurgia com coração
aberto, a frequente reanimação depois de uma parada cardíaca espontânea bem como o pulmão
artificial, ajudaram a chegar à conclusão que a vida não tem sede nos corações nem nos
pulmões, como, classicamente se acreditavam.
Pouco a pouco, vai se firmando a convicção que a sede da vida está no cérebro; e que a morte
se dá com a parada do funcionamento do cérebro.
11.2. A morte digna: O conceito de morte digna varia de um indivíduo para o outro e de uma
cultura para outra. Em outras épocas, uma morte digna do homem ocorria no seio da família,
com a pessoa cercada pelos filhos, amigos e vizinhos, incluindo como elemento importante à
assistência religiosa e não dando muita importância a ação aliviadora da dor, devidas as
reduzidas possibilidades da medicina.
11.3. Respeito ao modelo de morte da pessoa: Fala-se que a morte apaga as diferenças entre
os seres humanos; de fato, mas, ainda existem muitas diferenças na morte, reflexos da situação
social. E a diversidade também se constata no modelo de morte que as pessoas desejam para si
próprias: Há modelos que apresentam desejos difíceis de atender e outros que podem ser
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atendidos. A primeira coisa que o doente moribundo pede a sociedade é que respeite dentro do
possível seu modelo original de enfocar de viver a morte. No entanto frequentemente a equipe
de saúde, os familiares e a própria sociedade, impõe aos doentes um tipo de morte que não
corresponde aos seus legítimos desejos.
A vários obstáculos que impões a realização dessa exigência. O mais radical consiste no fato
de que falta uma consciência suficientemente esclarecida de que cada doente quer viver sua
própria morte e tem seu próprio conceito de morte.
Além disso, na organização dos cuidados da saúde, não há ou são muito diferentes os canais de
comunicação com o doente, tendo em vista saber os seus desejos relacionados com a morte.
11.4. Acompanhamento do doente: Uma morte solidária, sem o acompanhamento e ajuda da
sociedade em momentos tão decisivos, revela-se uma crueldade, pois não respeita a dignidade
do ser humano e não corresponde a natureza social da pessoa. “Ninguém pode viver só a sua
própria vida, ninguém pode enfrentar na solidão a sua própria morte. Só, significa sem ajuda
social dos outros. Para muitos homens, a morte é precedida de uma ruptura decisiva, às vezes
brutal como o mundo que o cerca, fazendo-se acompanhar de uma crescente solidão. Por isso,
na última etapa intensiva de suas vidas, todos os homens necessitam de uma assistência
intensiva para poderem conhecer uma morte digna de um ser humano”.
É sempre necessário um acompanhamento psicológico e humano para ajudar a pessoa em
qualquer situação. Mas em poucos momentos, a presença da sociedade especialmente através
da família, se torna mais perceptível e urgente de que diante da perspectiva da morte. Em
muitíssimos casos, a atenção psicológica e humana reverte-se de maior importância do que os
cuidados terapêuticos. Às vezes, se tem a impressão de que a acumulação de cuidados constitui
uma espécie de compensação pela falta de assistência humana ou em esforço para silenciar
obscuras cumplicidades pelo descuido no estabelecimento de relações mais humanas. O
acompanhamento do doente, quando se trata de um fiel, também implica o oferecimento de
oportunidades para que ele não se defronte sozinho com seus problemas religiosos. Alguns
hospitais não confessionais, mais sensíveis à complexa realidade do doente, anotam nas fixas
dos doentes os seus desejos quando à assistência religiosa.

12°. NECROPSIAS E CREMAÇÃO DE CADÁVERES (ASPECTO ÉTICOS)


12.1. Conceito e tipos de necropsias: São exames realizados em cadáveres para esclarecer
práticas criminosas, diagnóstico de finalidade da saúde ou clínica. Existem dois tipos de
necropsias: necropsia médico legal e anatomopatológica.
Não há dispositivo legal que obrigue a realização de uma necropsia anatomopatológica, mais
os hospitais costumam solicitar aos familiares ou responsáveis um termo de permissão.
Somente com autorização da família ou responsáveis pode se fazer uma necropsia em paciente
cuja morte foi natural.

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Diante da real necessidade ou interesse científico, o médico poderá proceder à necropsia


anatomopatológica sem o consentimento da família. As necropsias médico legais são
obrigatórias e realizadas por médicos legistas.
A decisão sobre necropsia anatomopatológica cabe ao médico. Ao enfermeiro cabe a
responsabilidade de orientar os funcionários e familiares e colaborar para que o cadáver não
venha ser desrespeitado.
12.2. Aspectos Éticos: As necropsias envolvem eticamente importantes aspectos, como:
honestidade profissional, imparcialidade nas conclusões, manutenção do segredo profissional e
respeito ao cadáver.
12.3. Aspectos Legais: É assunto atual, mas, 4.000 anos A.C. os gregos e troianos já faziam.
No Brasil cresce em escala.
Motivos: diversos - punição, homenagem, método higiênico, econômico para guardar os restos
mortais.
As exigências legais para a cremação de cadáveres frente à morte natural são:

→ Prova de manifestação da vontade do falecido por documento. Público ou particular com


firma reconhecida assinada por duas testemunhas. Não havendo a vontade por escrito, do
falecido manifestado em vida, a família poderá decidir pela cremação ou não.
→ Tratando-se de menos ou incapaz, a declaração da vontade de seus pais, por documento
particular assinado por três testemunhas, só vale após o falecimento.
→ O atestado de óbito assinado por dois médicos.
→ Para a cremação, considera-se família: o conjugue sobrevivente, os ascendentes, os
descendentes e os irmãos do falecido, maiores de 21 anos.
→ Ordem judicial, se não houver concordância entre os familiares do morto. Relativamente à
efetivação da cremação.
→ Efetivação da cremação após o decurso de, no mínimo, 24 horas após falecimento.
Quanto às exigências legais para a cremação de cadáveres frente à morte violenta ou
resultante de epidemia ou calamidade pública, são exigidas as mesmas condições da morte
natural, com as seguintes diferenças:

→ O atestado de óbito deverá ser assinado por um médico legista e a somente será realizada
mediante a autorização do poder judiciário.
→ Em caso de morte por epidemia ou calamidade pública, a cremação só será efetivada
mediante determinação das autoridades de saúde.
12.4. Aspectos religiosos: A Igreja Católica Apostólica Romana, hoje, não se opõem à
cremação de cadáveres, já os judeus têm opiniões diversas. Os espíritas a permitem somente 72
horas após a morte e as religiões orientais não se opõem à cremação dos mortos.
12.5. Pessoal de enfermagem e a cremação: Não cabe ao pessoal de enfermagem a decisão
sobre a cremação, mas é necessário conhecer as exigências legais e religiosas para informar os

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familiares da pessoa falecida, para que sejam respeitados os desejos do falecido expresso em
vida, crenças religiosas e sentimentos da família.
No Brasil, hoje, a cremação de cadáveres ainda é pouco usada. Onde ela for usada, o pessoal
de enfermagem deverá aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto.

9. O HOMEM: SER RACIONAL


O homem é um ser racional, superior aos animais, vegetais e minerais, criado por Deus a sua
imagem e semelhança. O homem, para coordenar sua vida é dotado de: Consciência,
inteligência, liberdade e responsabilidade.
1º. A consciência: É uma norma fundamental do comportamento de cada homem. O moralista
Bernard Haring diz que a consciência é a fonte essencial do bem moral juntamente com a
liberdade e o conhecimento dos valores.
Quem é que fala a consciência, quem a inspira fazer o bem? Quem é que reprova a consciência
o mal feito?
A convicção comum a todas as pessoas é que o homem ouve em seu coração a voz de Deus e
do bem. Não basta a simples vontade boa, por que a experiência a demonstra que, mesmo
quando a vontade repudia as luzes da razão e fazem o mal, está voz se faz ouvir dentro do
homem. Não basta o bem externo. No recesso do nosso ser, de nosso coração repercute uma
voz misteriosa vinculada a Deus.
Sendo assim, todos os povos desde os mais primitivos, reconhece que há dentro do homem a
consciência. A consciência moral falta ao pagão, ao incrédulo, ao maior criminoso.
A consciência, mesmo para o pagão que não conhece ou não aceita Deus, é o critério distintivo
do bem e do mal. É que torna o bem responsável por seus atos. Não age o homem guiado pelo
instinto. Consciência, cônsio, consciente são qualidade daquele que sabe o que está fazendo. A
consciência só se refere ao próprio sujeito de seus atos, isto é, a pessoa é o seu característico.
1.1. Tendências da consciência atual: Valorização das decisões íntimas das pessoas,
desmassificação dos indivíduos valorizando cada um e procura de razões para todo
comportamento.
1.2. Formação de consciência moral.
A consciência é que norteia a moral da pessoa. É a própria lei divina e natural inscrita dentro
do coração do homem.
Mas, não há necessidade da formação da consciência. Todos reconhecem essa necessidade e o
moralista Haring diz “A própria consciência requer ensinamento e guia”. Para que seja reta e
autêntica, deve estar de acordo com a verdade, que é objetiva.
A educação e a formação da consciência moral reta, fazem com que o homem seja capaz de
julgar e discernir seus atos para agir corretamente.
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1.3. Dinamismo da consciência moral.


a) A consciência moral da criança é considerada protegida pelo adulto, consciência incipiente
e frágil. É caracterizada pelo seu imediatismo e posição no momento presente, sem abertura
nem para o passado nem para o futuro.
O problema principal é o da criança sentir-se tratada como um brinquedo ou como um adulto
em miniatura.
b) A consciência moral do jovem é idealista, orientada para o futuro e quase podendo tornar-
se cético, hipócrita ou revolucionário; podendo também ser levado a sério demais, assumindo
responsabilidades para as quais ainda não está preparado, com a grande probabilidade de se
tornar um fracasso.
c) A consciência moral do adulto deve ser a integração de todos os aspectos: o eu e o mundo,
o presente, o passado e o futuro, a auto e a heterocrítica.
O problema principal é o do adulto sentir-se bloqueado entre os jovens e os anciões, podendo
levá-lo a cair no ceticismo e no relativismo.
d) A consciência moral do ancião reflui sobre si mesma, se fixa no passado e não tem abertura
nem para o futuro nem para o presente.
O problema principal é o do ancião sentir-se isolado no mundo e julgar-se coisa inútil e sem
préstimo algum, objetos de brincadeiras e desilusões.
1.4. Recursos para formação de consciência:

→ Zelo pela verdade: aceitar os verdadeiros valores, não viver de imitações.


→ Atenção positiva aos acontecimentos.
→ Conhecimento dos próprios limites.
→ Superação de vícios morais, produzidos pela negligencia, precipitação ou má fé.
→ Por meio da palavra (dialogo ou monologo).
→ Pela consideração de vida dos outros (testemunho).
→ Pelo domínio de si: cada um deve ser dono de si mesmo.

2º A inteligência: É a capacidade de resolver de maneira criativa, nova e original, os problemas


da situação, isto é, do meio em que vive. Nem todos os nossos comportamentos exigem uma
atividade inteligente.
Muitos atos são resolvidos com nossos hábitos que são estruturas mecânicas de comportamento,
não necessitando mobilizar a inteligência.
Quando não conseguimos resolver uma situação difícil com atitudes (hábitos) mecânicos,
apelamos para a inteligência.

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3º A liberdade: É a faculdade pela qual o homem se decide em suas ações, podendo escolher
isto ou aquilo, esta ou aquela forma de agir, de viver e de pensar.

→ Liberdade física: O homem é fisicamente livre se ninguém ou nenhuma força física o


impede de realizar seus atos. É a mais importante das liberdades.
→ Liberdade moral: O homem é moralmente livre se não há nenhuma lei moral que regule
o seu agir. Nem sempre, ou quase nunca, o homem é moralmente livre: se uma pessoa é
livre para atirar-se de um prédio, moralmente não é livre para suicidar-se.
→ Liberdade de consciência: O homem possui liberdade segundo a sua consciência. O
médico indica aborto, a mulher diz não, sua consciência norteia para valores da vida.
→ Liberdade religiosa: O homem possui liberdade religiosa para se manifestar e praticar sua
religião ou abraçar a religião que julgar certa.
→ Liberdade de pensamento: O homem tem liberdade de pensamento quando ninguém o
impede de expressar, seja oralmente ou por escrito, aquilo que pensa.
→ Liberdade civil: O homem possui liberdade civil quando ninguém o impede de agir no
cumprimento de seus deveres.
→ Liberdade política: É quando o indivíduo pode se expressar sobre questões políticas sem
que ninguém o impeça.

4º Responsabilidade: O homem, pois, como pessoa, ser racional, dotado de razão e liberdade,
capaz de agir por decisões próprias, e ao autodeterminar-se, assume com responsabilidade os
seus atos bons e suas consequências. A responsabilidade poderá ser classificada em moral,
social e profissional.
No exercício profissional, cada um assume o específico de seu papel e, portanto, a
responsabilidade assumida é pessoal e intransferível.

5º Questões de ética: Independente da legislação existente, nessa área, encontramos questões


que somente a ética poderá resolver. Trata-se da manipulação da pessoa humana: coisificação
e massificação, explorando do homem pelo homem, manutenção ou ignorância.
A coisificação e massificação das pessoas nada mais são que manipulação do homem . Em
alguns casos o homem é igualado ao animal, outras vezes a objetos.
O manipulador não leva em consideração os valores humanos. Quem é formado com uma
preocupação tecnológica, nada vê no homem essencialmente superior a um ser técnico, a um
manipulador.
A mão do homem não pode manipular, mas, pode e deve comunicar profundas relações
humanas. Apertar a mão do amigo, com gestos de amor é tão real e levado para o mundo
humano quanto é o emprego mais hábil de instrumentos e das técnicas de manipulação do
ambiente. Ambos podem contribuir para o bem estar humano e para uma vida digna e livre.

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O ponto decisivo está na orientação dada por uma visão tecnológica ou por uma visão de
sabedoria, de respeito, de amor e de sinceridade.
A razão é a faculdade que o homem possui para se assenhorear do mundo pelo pensamento. É
a faculdade essencialmente humana.
A inteligência é a habilidade do homem para manipular o mundo com sucesso. É a habilidade
que pertence também à parte animal do homem.
Não raro o homem é explorado pelo homem. Muitas vezes para manter na ignorância, no
analfabetismo, na submissão, a manipulação é planejada para explorar as massas e eliminar a
liberdade.
A pessoa depende dos outros, mas nunca deve ser manipulada no íntimo de seu coração,
considerada como um objeto.
Existem manipulações no mundo da tecnologia e do ambiente que podem tornar-se ameaças
para a liberdade e para a dignidade humana.
A manipulação desumana age através de: ameaças, sugestões, insinuações, pressões,
exploração, promessas, aprovações, decisões injustas, consumismo.
Algumas vezes a manipulação esta encobertas por motivos nobres, de forma que a pessoa
manipulada não perceba a armadilha na qual caiu inocentemente.
A falta de espírito crítico da sociedade ajuda a reforçar muitos fatores desfavoráveis ao
desenvolvimento da liberdade.
As ciências comportamentais apresentam novas técnicas para ciência moral: a eficiência dos
métodos científicos pode levar o tecnocrata a racionalizar e a justificar seus planos e suas ações
manipuladas ao povo desprovido de conhecimento cientifico.

“Sou mais meu corpo, porque posso me relacionar para além do


corpo. Mas o corpo é um momento de minha existência. Por isso não
existe espírito desencarnado. Pertence à essência do espírito humano
relacionar-se com o mundo. Estar no mundo não é acidente do
homem. Mas o estar em seu elemento”.

10. O HOMEM: SER ESPIRITUAL


O homem é também um ser espiritual e por essa razão tende a ser superior, a transcendência.
Tem dimensões do infinito. Por mais feliz que seja o homem, sua felicidade não está completa,
por que nesta terra ela não existe completa, perfeita. A felicidade completa-se na eternidade,
frente a frente com o Criador. A resposta ao anseio do homem é a FÉ.
Na realidade o homem é um ser espiritual, como consequência, são colocadas para ética
algumas questões: liberdade religiosa, magias, crenças, superstições.

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1º Liberdade Religiosa: Segundo a declaração universal dos direitos humanos, capitulo 18 diz
que “Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião”. Este direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou
crença pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância isolada ou coletivamente, em
público ou em particular.
O homem porém não pode voltar-se ao bem a não ser livremente. Hoje se exalta e defende-se
com ardor essa liberdade religiosa. E de fato com razão. Contudo, fomenta-se muitas vezes de
maneira viciada, como uma licença de entrar em qualquer religião e dela fazer parte ao mesmo
tempo em que participa de outra. A verdadeira liberdade religiosa porém, é um sinal eminente
da imagem de Deus no homem. Pois Deus diz “Deixar o homem o poder de decidir, (Gaulium
et Spes) para que assim procure espontaneamente o seu Criador, a ele adira livremente e chegue
à perfeição plena e feliz”.
1.1 Um Direito Básico: O direito a liberdade religiosa esta consagrada em todas as
constituições como um direito básico. A liberdade de religião significa ter ou adotar uma
religião ou crença da própria escolha, bem como a liberdade de manifestar essa religião ou
crença através do culto, da observância, da pratica e do ensinamento, quer individualmente ou
em comunidade com outros, tanto em público quanto em particular. A liberdade religiosa deve
também incluir o direito e o dever que os grupos religiosos tem de criticar os poderes
governantes quando necessário de acordo com suas convicções religiosas (Declaração da V
Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas, Nairobi 1975).

2º Magia: Vem do grego = Mayeia. Que significa praticamente a atividade ou arte do Magno.
A magia é uma ciência oculta com que se pretende produzir efeitos e fenômenos contrários às
leis naturais: bruxaria, feitiço, e por causar um magnetismo e encontro.
2.1. A realidade da magia brasileira: Entre as grandes magias, que são praticadas no Brasil
se encontram o Candomblé, umbanda, macumba e o feitiço que é entendido e que se baseia em
ideias e práticas nas crenças de pessoas por objetos, ou por ritos capazes de causar um efeito
moral.
A magia, as entidades acima citadas, além de manifestadas e invocadas poderiam ser
mobilizadas para efeitos precisos. A magia seria esse poder de assim se utilizar os Orixás e
espíritos (e também forças ocultas da natureza, existentes). No corpo psíquico das vibrações,
tanto para a obtenção segura de efeitos desejados, tais como cura de doenças, emprego, soluções
de casos e anulações de feitiços, etc.

→ Magia Branca: A magia branca consiste na prática do bem, procurar ajudar as pessoas
com atos de bem ou não incentivar práticas más, nesta magia se encontra o Candomblé e a
Umbanda.
→ Magia Negra: A magia negra é a macumba com influência espírita, conserva do
africanismo só o que é compatível com a civilização e divide-se e Umbanda (Magia

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Branca, fins bons) e Quimbanda (Magia Negra, fins maléficos). Hoje em dia se usa
Macumba como sinônimo de Quimbanda.
Em função da magia estão o atabaque, os cantos, as danças, a defumação, os sacrifícios, os
amuletos, bebidas, charutos, velas, fitas de seda, uniformes etc.
Conclusão: Ninguém mais deve acreditar na magia, pois já está comprovado que a magia tem
influência e pode causar em mentes frágeis e ignorantes a própria auto sugestão para o mal ou
para o bem.

3º. Superstição: A superstição pode ser entendida como um sentimento religioso baseado no
temor ou na ignorância, e que induz ao conhecimento de falsos deuses, ao receio de coisas
fantásticas e a confiança em coisas ineficazes, crendices e presságios tirados de fatos puramente
casuais ou eventuais. É também o emprego exagerado ou infundado a qualquer coisa.

→ Forças Obscuras: O supersticioso busca travar diálogo com as forças obscuras na Criação,
o mesmo com as forças demoníacas. Tem a pretensão de entrar em seus segredos, a fim de
pactuar com elas, de submeter-se a sua providência, ou, em outras palavras, a fim de
dominá-las pela magia. O orgulho e a ambição de poder constituem quase sempre forte
tranquilidade e paz proporcionadas pela oração, humilde e confiança; a superstição gera o
desequilíbrio dos vãos terrores e das aspirações inconscientes. Todas as formas de
superstição confluem nas inúmeras variedades de ocultismo.
→ Diferentes tipos de superstições: Aparecem com atos supersticiosos inúmeras atitudes e
crenças tais como: passar de baixo de uma escada erguida; o número 13 ou Sexta feira 13,
horóscopos; as simpatias, vassouras atrás da porta, a ferradura, gato preto, sair da mesma
porta pela qual entrou, etc. Estes são s mais comuns. Existem os mais sofisticados tais
como: meu olhar, defumação da casa, novena às estrelas, o encantamento pelos dez nomes
divinos, etc.
Conclusão: A mentalidade supersticiosa só tem força e infiltra-se em mentes fracas e
ignorantes deixando substituir o lugar de Deus com coisas absolutamente casuais e terrenas,
que não tem nada de oculto ou força de causar algo de maus ou algo de bem. A nossa fé ou
crença deve estar totalmente voltada para Deus que é a única fonte do bem e do amor, o restante
é absolutamente rejeitável.

4º. Crença: Crença é entendida como um ato ou feito de acreditar em algo. Podemos incluir
nesta crença todo ato de crer em alguma coisa sobrenatural ou em pessoas ou ainda em
entidades. Diz-se comumente crença a fé religiosa.

→ Objetivo de crença: O objeto de crença recai sempre em algo sobrenatural. É aquilo em


que se crê, é aquilo que se tem convicção intima. Existe, por exemplo, a crença política que
é opinião adotada com fé e convicção sobre esta ou aquela entidade política, ou em partidos.

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→ Crenças Religiosas: Por crença religiosa entende-se crer em um ser supremo (Deus). Este
ser supremo sempre é apresentado por entidades religiosas que chamamos de religião a que
fazemos parte. Esta crença é uma crença superior e como tal deve ser aprofundada e
aprimorada para existir uma convicção intima a superior à da convicção intima política,
etc.
Nos hospitais muitas vezes se manifestam diversas crenças, ou seja, crê-se no médico, na
enfermeira, na própria cura, em Deus, etc. Os agentes da saúde terão que estar preparados em
mostrar aos pacientes que a verdadeira fé deve ser depositada em Deus.
Conclusão: A crença é subjetiva segundo a simpatia que o objeto da crença nos apresenta. A
crença religiosa é uma crença cativada, no seio familiar e por graça de Deus. Portanto, não
existe alguém sem uma crença.

11. O HOMEM: SER SOCIAL


O homem é chamado e vive em sociedade, grupo ou comunidade. Disto decorrem vários
elementos para sua vida que são colocados também para ética: necessidades de organização da
sociedade, tipos de governo, relação entre autoridade e liberdade, racionalização, trabalho,
sindicalização, meios de comunidade social, relações humanas na área de saúde, segredo
profissional.

1º. Organização de sociedade: A organização social é um ponto da interação e do contato. Ela


constitui o conjunto dos diferentes modos de interação e coordenação das atividades grupais
onde se reflete a estrutura da sociedade. Desta forma, quando estudamos os elementos
integrantes de uma sociedade humana ficamos conhecendo a organização desta mesma
sociedade. É graças a esta organização que os homens conseguem viver em conjunto e em
ordem, podendo realizar atividades de cooperação.
1.1. Princípios fundamentais: Dentro da organização social distinguem-se princípios
fundamentais como a permanência social. A coordenação é uma resultante da regularidade da
vida coletiva que orienta para determinado fim, vem a ser a planificação social. Os elementos
constitutivos da sociedade já trazem junto de sim o caráter de permanência. Eles não nascem
nem morrem, mas sim permanecem. Concluímos que a organização social é um sistema
dinâmico de relacionamento entre indivíduos ou grupos sociais.
1.2 Elementos básicos: Os elementos básicos do sistema social conhecido como organização
são as instituições, isto é, crenças e ações resultantes da cooperação e imposta pela sociedade
aos seus membros, que são formas estáveis e permanentes dentro de uma organização social.
Inspiram as normas de ações e os padrões de conduta dos indivíduos e do grupo.
1.3.Instituição: É tudo aquilo que foi socialmente estabelecido, tudo o que na sociedade
sobrevive a toda a espécie de mudança, pois os homens passam e desaparecem, mas a instituição
continua a viver.
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1.4. Estrutura Social: É a parte estática da organização e pode ser considerada como sendo a
totalidade do status que tornam dependentes, uns dos outros, os indivíduos e os grupos de uma
determinada sociedade.
1.5. Estrutura: A estrutura de uma sociedade abrange todo tipo de relações essenciais, que
ocorrem entre os indivíduos do grupo e entre os grupos da mesma sociedade. A totalidade
desses direitos e deveres determina o status da pessoa dentro da sociedade a qual pertence.
1.6. Vida Social: A ação que objetiva a organização, a ordem e a harmonia da vida social dos
agrupamentos humanos denomina-se controle social que é estabelecidos por meios
estabelecidos em códigos, através de leis e regulamentos.
1.7. Vida cultural homogênea: Nesta sociedade as atitudes aprovadas pelo grupo são
compreendidas e aceitas com facilidade por todos.
1.8. O espírito da organização: É uma qualidade preciosa para a prosperidade de uma nação.
Os homens se associam por aquilo que tem, e também por aquilo que são.
1.9. Objetivos: O objetivo da sociedade é o bem comum a todos os membros que, isoladamente,
não poderiam alcançá-los, para um determinado fim.

2º. A Socialização: Ao nascer, o indivíduo traz consigo, apenas a natureza biopsíquica e


individual. Vivendo em sociedade, ele adquire a natureza social. Esta se funde com a
biopsíquica e disso resulta a personalidade. Adquirindo a natureza social, o indivíduo vai se
integrando aos grupos e a sociedade. A esse processo de integração ao indivíduo no grupo e na
sociedade, chamamos de socialização.
Para socializar-se o indivíduo deve adquirir o conselho social (maneira de pensar, sentir ou agir
do grupo ou sociedade) e, por isso não se integra a sociedade como tal, mas vai se integrando
nos diferentes grupos que ela possui.
O primeiro grupo é a família, que vai adquirindo atitudes, crenças, pensamentos da sociedade
em geral e da família.
À medida que crescemos, nossos contatos vão se ampliando e se ajustam a outros grupos:
amizade, igreja, escola, grupo profissional e outros.
O indivíduo integra-se à sociedade recebendo influências gerais, comuns, semelhantes a todos
os membros (língua, costumes, sistema monetário, vestimenta, etc.).
Os grupos exercem influências específicas sobre os indivíduos, um médico brasileiro difere de
um militar, por pertencerem a grupos diversos, embora, apresentem homogeneidades, por serem
ambos filhos da mesma nação. Numa mesma os indivíduos da família, sexo, idade, cidades,
ocupações diferentes apresentam semelhanças e também diferenças.
A sociedade deve ser julgada com o auxílio da doutrina das relações entre pessoas e sociedade
com os princípios.

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2.1. Solidariedade: A pessoa é dependente do meio social e a sociedade precisa da pessoa.


2.2. Subsidiariedade: A pessoa continua um ser livre e individual, daí a sociedade ajuda, mas
não substituí a pessoa.
2.3. Bem comum: Harmonia dos bens particulares.
Assim, longe de ser o produto de um determinismo cego, a socialização, é um chamado ou
apelo que se oferece ao homem, para sua perfeição.

3º. Legislação:
3.1. Noção de Lei: É uma ordenação da razão, promulgada, em mira do bem comum, por quem
tem cardo de chefia na comunidade.
A lei visa o bem de todos, não só deste ou daquele. Só cabe a autoridade legítima e confecção
de leis para a sociedade a qual ela preside.
3.2. Efeitos da lei: O efeito mais imediato da lei é criar uma necessidade de agir. A lei se dirige
à razão, ela respeita a liberdade.
A lei pretende dinamizar as virtudes da pessoa na sua vida comum para que ela se explicite,
melhor sua disciplina, sua cooperação, seu respeito, etc.
3.3. Características da Lei:
a) Justiça. Lei justa é aquela fundada no direito natural; é daqui que basicamente a lei tira sua
força; depois o direito natural deixa muita coisa indeterminada, então a autoridade humana deve
explicitar as exigências da natureza para o bem da própria comunidade.
b) Utilidade. As leis devem prescrever todos os atos verdadeiramente úteis ou necessários; mas
também é preciso que não sejam demasiados, numerosos, correndo risco de se tornarem
opressivos com más consequências.
c) Possibilidade. A autoridade somente pode prescrever leis que os súditos tenham condições
de cumprir, seja com relação ao tempo, a capacidade da pessoa, a situação econômica, etc.
d) Estabilidade. É necessária uma certa duração da lei para a sua execução; isso não deve
implicar em imutabilidade nem fixidez ideal; pois as leis devem ser progressivas, de acordo
com reais necessidades do povo.

4º. Os meios de comunicação social:


4.1. Situação dos meios de comunicação social:
a) Situação externa a pessoa. Os meios de comunicação social são órgãos de informações, que
anunciam e demonstram. As páginas dos jornais, por ex: são uma sequência de notícias com

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uma técnica e composição especial para prender a curiosidade dos leitos. Assim não falam a
inteligência, nem os sentimentos e a fantasia.
Este mesmo indivíduo já agredido por tantos outros estímulos que interessam a mesma esfera
psicológica (ex: propaganda nas ruas,).etc.
b) Situação interna da pessoa. Os meios de comunicação não favorecem o espírito crítico
natural da inteligência. O dia da mente é formado por uma recepção de ideias carregadas de
emotividade, que provocam a inteligência mais por sugestão do que por julgamento crítico.
As linhas de conduta não são provocadas por um juízo prático, que desce de princípios
universais, mais por ideias notificas, cuja força reside na repetição. Isto limita a liberdade, mas
ao mesmo tempo cria a ilusão da mais ampla liberdade.
4.2. Condições de influência por parte dos meios de comunicação social:
a) Passividade. Os meios de comunicação social contam com a passividade de seus usuários,
mas no mesmo tempo a respeitam, pois se contrariassem violentamente o estado de ânimo do
indivíduo comprometeriam o consentimento. É uma conversa entre dois desconhecidos: um que
fala e outro que escuta.
b) Interesse. A pessoa quando usa de um meio de comunicação social revela seus interesses:
ideias, preconceitos, sentimentos e instintos.
c) Personalidade. O leitor de um jornal lê a sim mesmo (idem ao telespectador, o radiouvinte,
etc.), ele para onde encontra idéias que, sem o saber, talvez, compartilhe, satisfaz-se, de ato os
meios de comunicação social vetem-se segundo a roupagem da época.
d) Segurança. É à força de penetração dos meios de comunicação social.
4.3. Condições de influênciabilidade na pessoa:
a) Menor vigilância intelectual e moral. O indivíduo está sujeito à ação automática das
palavras, imagens, sons (lendo jornal, ouvindo rádio, cinema, etc.).
b) Sentido de multidão psicológica. O leitor as da sua individualidade e entra numa multidão
psicológica. (outros leitores, ouvintes, telespectadores e os protagonistas do fato).
c) Estado de expectativa. Condições particulares de sugestionabilidade (televisão, rádio,
revista, etc.).
d) Autoridades dos meios de comunicação social. O que eles dizem ou fazem torna-se norma
de comportamento (jornalistas, astros, estrelas, etc.).
4.4. Dialética da atualidade dos meios de comunicação social:
a) Método dialético de penetração de ideias. Visto que o público prefere a atualidade aos
princípios, deve-se aprender a apresentar a atualidade num modo dialético, isto é, de tal modo
que os princípios envolvidos na atualidade sejam esclarecidos indiretamente, gradualmente e
intensamente.

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b) As três dimensões do meio de comunicação social. - A


dimensão corrente limita-se a descrição fiel e interessante dos fatos.
A dimensão interpretativa consiste na elaboração das notícias que põe em evidência as causas
próprias e imediatas dos acontecimentos.
A dimensão de aprofundamento, parte de análise de causas próprias e imediatas para encontrar
as causas mais elevadas e gerais até atingir a causa última.
Estas três dimensões são intimamente unidas, formando uma única realidade.
4.5. Formação da opinião pública: O fenômeno da opinião pública verifica-se quando na
corrente de ideias emotivas é dirigida a um grupo de pessoas e as induzem a agirem do mesmo
modo, e isto não depende do juízo crítico de cada um.
Cada ideia presente na inteligência exerce uma certa força, rumo a ação e toda a ideia é um
início de um ato.
A ideia como tal, não tem poder absoluto. Ela precisa de outros elementos para sobreviver e
influir: repetição de slogans, choques emotivos, etc. Assim está formada a opinião pública.
4.6. Necessidade de espírito crítico: Para o bom uso dos meios de comunicação social, toda
pessoa precisa crescer mais no espírito crítico, isto é, capacidade de analisar tudo o que envolve.
A pessoa só terá espírito crítico se tiver capacidade em saber discernir o que ouve, lê, ou vê,
pela reflexão individual e coletiva sobre as próprias técnicas de difusão, pelo apurado bom gosto
na escolha de programas, etc.

5º. O trabalho na sociedade:


Valores do trabalho:

→ Valor pessoal. O trabalho tem um valor pessoa, enquanto garante e assegura e sustento do
trabalhador e da sua família. Permite ao homem aperfeiçoar suas potências, forças,
capacidades e talentos, e é um dos melhores meios de formação de equilíbrio e
autodomínio.
→ Valor social. O trabalho tem um valor social, pois é o primeiro e o mais importante meio
de produção. Os homens experimentam a mútua dependência e a necessidade que uns tem
dos outros.
→ Valor cósmico. O trabalho tem um valor cósmico, enquanto por ele o homem domina,
usufrui e aperfeiçoa o mundo. Assim o homem e o universo se vinculam mais
estreitamente.
→ Valor religioso. O trabalho tem um valor religioso. Pois atuando com as forças
→ dadas por Deus a ele e ao mundo, o homem torna-se mais semelhante ao criador.
Trabalho na época atual:

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→ A divisão do trabalho. Atualmente consiste em que a responsabilidade pela produção de


cada uma das partes é atribuída a diversas pessoas. Isto tem grandes vantagens: acelera e
aumenta a produção.
Do outro há desvantagens: cria monotonia, materializando e penalizando o trabalho,
desenvolve cada vez mais uma parte restrita das faculdades da pessoa; quanto maior for o
campo de especialização, menor é o campo de ação.
→ A mecanização do trabalho. Significa que este se acha cada vez mais ligado à máquina,
fazendo-o perder os autênticos critérios valorativos.
→ A racionalização do trabalho. Significa a máxima elevação possível de rendimento por
meios de métodos especiais, muitas vezes isto é feito a custa da despersonalização do
homem.
→ A automação. É o fato que a máquina substitui não só a força muscular do homem, mas
também seu cérebro; embora possa criar outros efeitos: desemprego, mecanização sem
humanização, massificação, etc.
→ Conclusão. Diante dessa realidade, percebemos a necessidade de que o homem mantenha
sempre as rédeas de seu programa para que não seja subjugado por aquilo que ele mesmo
cria.

6º Sindicatos: Os sindicatos são associações ou movimentos de auto defesa que reúnem os


trabalhadores. A sua causa histórica imediata foi o sistema capitalista com suas injustiças,
contra as quais o trabalhador isolado não podia se defender.
Começaram a lutar contra um salário insuficiente e para melhorar as condições de trabalho, mas
logo passaram para a luta de uma política de trabalho abrangendo também outros aspectos da
vida do operário. São órgãos da sociedade e não do Estado. No começo foram rejeitados pelos
governos, depois foram tolerados, e finalmente regulamentados. Dão uma das mais poderosas
forças sociais.
Tipos: Os sindicatos podem ser:

→ Único. Podem estar filiados a ele todos os trabalhadores dispostos à cooperação sindical e
na base de uma total igualdade de direitos. Tem a vantagem de poder contar com maior
número de membros, mas encontra dificuldades em criar uma opinião comum mesmo sobre
questões fundamentais.
→ Ideológico. Os filiados declaram-se pertencentes a uma determinada orientação ideológica
(religiosa, política e social). Tem menos números de membros, mas com a vantagem de
maior unidade.
→ Interesses. Os sindicatos têm em primeiro lugar a missão de representar os interesses
econômicos e sociais dos trabalhadores.
→ As limitações. A atividade dos sindicatos é extremamente limitada pelos direitos de outras
instituições, Estado, Igreja, Família, Escola. Por isso devem procurar uma colaboração
mutua e não uma invasão ou domínio. Como associação de classe, o sindicato encontra-se
em às outras sociedades em igualdade de direitos, não em superioridade.
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→ Relações com o Estado. O sindicato participa da responsabilidade em ordem a consecução


do bem do Estado e da Nação; o sindicato é quase um vigia e um impulsionador dos deveres
do Estado para com os trabalhadores. Porém o sindicato não deve considerar-se um estado
dentro do estado ou do lado do estado, pretendendo a direção exclusiva e decisiva deste. O
sindicato tem que se considerar como parte do todo que é a nação. De outro lado o estado
deve regulamentar juridicamente os sindicatos .
→ Perigos dos sindicatos. O sindicato está muito exposto a aumentar indevidamente seu
poder formando um bloco de força; isto favorece muito o fenômeno da massificação e a
inclinação das associações do poder. Também o sindicato pode cair numa mentalidade
capitalista, apesar de ter surgido para defender do capitalismo (ex: criação de monopólio
da oferta de trabalho). O sindicato pode também se deixar governar por uma falsa
solidariedade (ex: exigir uma elevação de todos os salários quando bastaria só de um grupo
realmente injustiçado).

7º Liberdade em comunidade e sociedade: A comunidade é orientada para a pessoa e a


sociedade para o sucesso.
O que realmente distingue uma comunidade de uma organização meramente utilitária é o nível
de liberdade, de felicidade e de corresponsabilidade criativa. Por um lado, é a comunidade,
talvez uma família ou a comunidade de base da igreja, o lugar onde as pessoas se comprometem
umas com as outras não só num relacionamento TU-EU de reverencia e de Amor, mas também
numa dedicação comum a comunidade. Por outro lado, há a massificação, em que a força
propulsora é o contagio psíquico. Numa organização orientada para o sucesso, o indivíduo não
é contado como uma pessoa com individualidade única, e toda a criatividade individual não é
exercitada no nível da liberdade pessoal e da felicidade, mas apenas no nível daquela confiança
que é medida pelo sucesso.
A simples busca de interesses comuns não constitui uma comunidade autentica. Também a
organização não é a principal força de coesão. A comunidade é expressão de pessoas individuais
em sua co-humanidade, a qual se acha profundamente enraizada na natureza humana. Nossos
relacionamentos mais criativos são os que seguem o modelo TU-EU-NÓS, cuja principal
característica é a fidelidade mútua.
As experiências de fidelidade, de respeito e de amor, em família e em outras comunidades, as
nações, e as famílias das nações. Na medida em que valores, ideais, ideias e compromissos são
partilhados para o bem comum, fora dos limites do sucesso econômico ou do poder político, a
sociedade mais ampla pode contribuir para a proteção da liberdade e da dignidade. A liberdade
ou a felicidade humana quando a organização e o sucesso são constantes e unilateralmente
acentuados por meio de recompensas e punições externas
- “A covardia, a submissão não crítica, a excessiva escrupulosidade nascem do medo e da
falta de objetivo”.
- “Por estranho que pareça, o crescimento firme e paciente na liberdade é provavelmente a
tarefa mais difícil e a que exige mais coragem”.
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8º Relações humanas no mundo da saúde.


8.1. O universo humano do paciente: O doente em geral, é um frustrado, e, se hospitalizado,
é duplamente frustrado; pois ficam prejudicadas suas necessidades biológicas, existe um corte
nas suas realidades sociais e profissionais; ele cai num anonimato, sendo um número, um caso,
ou um objeto da rotina do hospital. Enfim, suas iniciativas pessoais ficam canceladas; ele está
em projeto para o futuro.
Diante desta realidade ele é mais sensível, mais emotivo, mais preocupado, menos lógico, mais
sugestionável, menos violento. Limitado em sua vida, está dependente e por isso mesmo
insatisfeito em suas necessidades básicas. Na maioria das vezes reage com agressividade,
regressão e fixação na doença. É concentrado em si mesmo, podendo até ser ciumento.
8.2. O meio ambiente do hospital: O ambiente hospitalar caminha para um aperfeiçoamento
técnico cada vez maior; o doente pode sentir-se como “uma peça a mais que veio para o
concerto”; o formalismo administrativo muitas vezes não vê a realidade da pessoa. O doente
pode sentir-se isolado, apesar de estar no meio de tanta gente.
8.3. As relações humanas: As relações humanas deste ambiente são bem específicas:
a) Em primeiro lugar, devem ser de relacionamento interpessoal de ajuda e apoio, de reajuste a
esse novo ambiente e de engajamento muito profundo na situação vital do paciente.
b) Concretamente. Evitar o máximo de barulho; não levar problemas pessoais ao doente,
chamar pelo nome e não pelo número, respeitar o que o doente está fazendo, se não for contra
o regulamento; não falar de assuntos pessoais de outros doentes, saber escutar.
8.4. Qualidades exigidas: As qualidades exigidas de quem trabalha em hospitais para ter um
bom relacionamento humano são:
a) Saúde física e psíquica para aguentar as fadigas do trabalho e os plantões.
b) Ciência profissional não só durante o período de formação, mas também em continua
atualização.
c) Conhecimentos sociais, principalmente relacionados com a área de saúde.
d) Ciência psicológica, seja evolutiva, seja sexual, seja das diversas profissões, e,
principalmente do enfermo.
e) Conhecimentos morais, para que esse comportamento, num ambiente difícil seja bom.
f) Consciência de sua dignidade, do valor dos outros, da importância de seu trabalho.
g) Obediência, ativa de seus chefes.
h) Espírito de sacrifício em prol do próximo.
i) Unidade de classe, seja com a própria profissão, seja com outras, para que se forme o espírito
de equipe.

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9º O segredo profissional:
9.1. Conceito: Em contatos diários com os clientes, familiares e funcionários, o pessoal da
enfermagem, como ser humano e profissional, defronta-se com problemas que não podem
revelar e outros que podem e devem revelar. Segredo é sigilo.
Segredo é tudo aquilo que deve ser mantido oculto. O segredo fundamenta-se na confiança, na
confidencia e na justiça. Sem confiança, não confidencia, pelo menos espontânea. Ao guardar
ou revelar um segredo indevidamente, respeitamos ou desrespeitamos a justiça, pois o segredo
pertence ao dono.
9.2. tipos de segredos: O segredo pode se dividir em segredo natural ou segredo profissional.
a) Segredo natural: Este abrange o que se vem a conhecer sem estar no exercício de uma
profissão.
b) Segredo profissional: É o que se vem, a saber, exercendo sua atividade profissional.
Tudo o que se refere ao paciente está no prontuário. Problema dos familiares do cliente, sabidos
no exercício da profissão, fazem parte do segredo, bem como os problemas dos funcionários e
da instituição onde trabalha.
9.3. Formas de possível revelação do segredo: O segredo profissional pode ser revelado de
forma direta ou indireta, na revelação direta de um segredo são publicados os conteúdos e o
nome da pessoa a quem pertence o segredo. O segredo é revelado indiretamente a partir do
instante em que são oferecidas pistas para o conhecimento da coisa secreta e de seu dono.
Em qualquer uma das duas revelações, a injustiça é praticada da mesma forma e as
responsabilidades jurídicas e éticas estão presentes.
9.4. quando é permitida e quando é obrigatória a revelação do segredo: Há situação em
que o segredo pode ser revelado e outras em que deve ser manifestado a quem de direito.
E, podemos ser processados e ferir a ética revelando ou guardando um segredo. Pode-se revelar
um segredo:

→ Quando o dono permite.


→ Quando o bem comum exige.
→ Quando o bem de terceira pessoa o exige.
→ Quando o bem do depositário o exige.
Deve-se revelar um segredo:

→ Ao tratar de uma declaração de nascimento.


→ Para evitar um casamento, em caso de enfermidade que possam pôr em risco um dos
cônjuges ou a prole.
→ Na declaração de doença infectocontagiosas de notificação compulsória.
→ Em caso de sevícia de menores.
→ Ao se tratar de fato delituoso previsto em lei.
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→ Ao se ter conhecimento de abordadores profissionais.


→ Nas perícias médico-legais.
→ Nos registros dos livros hospitalares.
9.5. Aspectos jurídicos:
Para que aja quebra de segredo é necessários vários aspectos como:

→ Existência de um segredo.
→ Ser conhecido em razão de oficio, função, ministério, ou profissão.
→ Existir a possibilidade de danos a outrem.
→ Ausência de justa causa.
→ Estar presente o dolo.
O Código Penal e Civil Brasileiro referem-se ao segredo profissional .
O Código Penal trata do assunto nos Artigos 153 e 154:
“Artigo 153 - é crime divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento particular, cuja
divulgação possa produzir danos a outrem”.
“Artigo 154 – é crime revelar a alguém, sem justa causa, segredo de que venha a ter ciência
em razão de função, ministério, oficio ou profissão e cuja revelação possa produzir dano a
outrem. A pena é de detenção de três meses a um ano ou de multa de 1.000 a 10.000 reais.” ·
O Código Civil Brasileiro, no seu artigo 144 diz que a pessoa convocada a depor os fatos,
obrigada por profissão a guardar segredos, é obrigada a comparecer, mas não é obrigada a
revelar o que sabe.
O Código de Deontologia de Enfermagem, no artigo 8º, inciso II, trata do dever de guardar o
segredo profissional.
9.6. Aspectos físicos: O segredo profissional envolve o respeito à pessoa, ao direito individual
e comunitário.
Ao se revelar um segredo profissional, desrespeitando a confiança depositada pode-se ocasionar
grave prejuízo ao bom nome, a honra ou a profissão. Um cliente, por exemplo, revela ao
enfermeiro que foi drogado, mas seus pais e amigos não sabem. Se o enfermeiro revelar este
segredo, comprometera a honra do cliente e a confiança em si como profissional.
Por outro lado, ocultar coisa sabendo que deveria ser revelada, pode da mesma forma violar a
justiça e o direito comunitário.
Um cliente revela ao enfermeiro, sob segredo, que é portador de moléstia contagiosa. Este
segredo não poderá ser mantido, pois está em risco a saúde da comunidade.
Diante disso, é importante saber decidir quando revelar ou guardar um segredo.
Ao analisar o segredo profissional, constata-se envolver a ele aspectos jurídicos e éticos. A
revelação fere leis e princípios éticos. Normalmente, se é levado a dar mais importância a
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inflação legal que os postulados éticos. É necessário rever maneiras de proceder e ter presente
que ao violar um segredo desobedecem-se leis, mas, principalmente, violam-se aspectos
fundamentais ao ser humano e o respeito, a justiça, a confiança e a confidencia.

A verdade a cabeceira do enfermo não é tanto problema


daquele que deve ser informado, podem bem mais do
que lhe devem transmitir a verdade.
“M.K.Bowers”

12. O HOMEM: MEMBRO DE UMA ESPÉCIE


O homem é membro de uma espécie e, como consequência desta realidade ele também tem
sexualidade.
O homem não tem um corpo, ele é um corpo todo: cabeça (que pensa, racionaliza),coração
(sentimento), sexo (genitalidade). A sexualidade é o todo do homem.
Como homem e mulher, masculino e feminino nós nos manifestamos, nos expressamos, nos
comunicamos, somos capazes de gerar a vida.
Como homem eu me comunico no todo do meu ser, como mulher eu me manifesto trazendo a
presença do feminino com o seu valor e a sua força. Esta comunicação, esta geração de vida,
chamamos “sexualidade”, poderíamos conceituá-la como a capacidade do ser humano de gerar
vida. Não é só proporcionar, mas gerar vida plena onde já aconteceu procriação.
Ela pode fazer-se presente de diversas maneiras: pelo afeto, pelo dialogo, pela acolhida, pela
compreensão, pela partilha, também pelo que nós somos fisicamente, também pelo sexo.
Assim, alguém pode viver intensa e profunda sexualidade na medida que profunda e
intensamente se manifesta, se comunica, traz vida e sentido ao relacionamento sem que
necessariamente, aconteça um ato sexual.
Castrado na sexualidade, seria alguém que perdeu a capacidade de comunicar-se como homem
ou como mulher, intensa e originalmente.
Essa incapacidade leva a ruptura anterior, ao isolamento, a solidão. Numa palavra, a morte, o
oposto do amor.
Conforme melhor ou pior nos comunicamos de acordo com o que somos como homem ou como
mulher, compreendemos que há uma melhor ou pior sexualidade humana, talvez, mais ou
menos perfeita.

1º Virgindade

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1.1. Conceito: A virgindade é entendida sobre vários aspectos: físico, psicológico, jurídico e
evangélico e pode ser considerada como integridade do ponto de vista sexual.
A tendência humana para tudo é a própria dimensão sexual ou seccional de qualquer ser
humano. E esta realidade não é nem corporal e nem espiritual, mas sim pessoal. No entanto,
jamais se aquieta seu coração. O homem está sempre buscando crescer e amar. E isto, pode ser
buscado no casamento ou sem o casamento.
Quem casa escolhe o outro através do amor a uma imagem de Deus: o homem e a mulher.
A virgindade na visão cristã, como tal, atinge por si, a realidade definitiva da pessoa humana
complementada em Deus.
Formas de virgindade:

→ Virgindade física: Consiste na integridade genital tanto do homem quanto da mulher.


→ Virgindade psicológica: Consiste na indivisibilidade do coração, que é uma dimensão
psicológica, pelo fato de alguém jamais ter adulterado em seu íntimo (coração).
→ Virgindade jurídica: Consiste na renúncia ao casamento. É feita publicamente na igreja,
conforme leis próprias da mesma.
→ Virgindade evangélica: Consiste na vivencia da castidade pela causa do reino que leva a
uma opção, pela qual se tornam pais e mães, gerando vida nos outros, pela ação de Deus.
Esse tipo de virgindade é co-racional. Virgindade Evangélica é a máxima opção do “eu”
polarizado, seccionado, sexualizado, para a opção do “nós”. A virgindade evangélica é
ainda conhecida como “castidade” ou “celibato”.
Conclusões: A pessoa virgem por carisma não é a mais solteira a luz da psicologia profunda.
Ela está definitivamente comprometida: “Casada”. deve amar as criaturas principalmente as
pessoas: homem, mulher, crianças, adolescentes, idoso, doente, abandonado. Em resumo, uma
doação total a favor dos homens.
As formas de virgindade física, psicológicas e jurídicas, são boas, mas podem ser estéreis, como
vemos no texto do evangelho, sobre “as virgens prudentes e loucas”. É necessária uma entrega
a uma dimensão maior de viver bem a sua sexualidade, como ex: pressão, e gerar vida na sua
comunidade.

“Mantenha sempre a cabeça ocupada com coisas nobres, limpas e personalizantes.


Aprenda a registrar as maravilhas da criação, principalmente os encontros humanos: um
aperto de mão, um beijo, um abraço, um sorriso, um olhar... Somos o que pensamos, e
pensamos o que registramos com nossos sentidos. Se o seu” olho “faz luz, todo seu ser será
luminoso! Sua sexualidade será luminosa, ou seja , casta!”
“E lembre-se sempre: você será homem na medida de sua sexualidade, e será mulher na
proporção de sua feminilidade. É a sexualidade que define o ser humano concreto e faz o
ser historicamente pessoa, a imagem de Deus. Por favor, não confunda sexo com
genitalidade! Este lembrete chato é por que tem gente que esquece”.

“Ovídio Zanini”

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2º A MASTURBAÇÃO
Diante de um fenômeno como a masturbação, ainda existe o perigo de se manter uma dupla
atitude extremista e radicalizada. Por um lado, há os que continuam obcecados por esse
problema, como se, se tratasse do problema básico e mais importante da vida.
Há o perigo do falso sentimento de culpabilidade, que deveria ser anulado com uma adequada
educação, longe de toda mentalidade puritana. Já não se deve dar nenhuma importância mais a
esse fato, a não ser que se trate de um sintoma patológico, no âmbito da pedagogia ou da moral.
Admitir a maldade desse comportamento equivaleria a chocar-se com as conclusões mais
unânimes da ciência moderna.
2.1. Descoberta de uma nova realidade: Embora presente desde o começo da vida humana, a
sexualidade se corporifica com uma força impressionante a partir da adolescência. Na época
da puberdade, não somente as estruturas anatômicas alcançaram com maior evolução como
também as funções glandulares e os diversos estímulos específicos provocam o chamado do
instinto e convidam a correspondente gratificação. A união de todos esses elementos faz com
que, do ponto de vista biológico, apareça uma base de tensão, que procura ser liberada através
de secreções naturais. Por isso, quando são provocadas, costumam ocorrer de forma espontânea
,sobretudo no sono, embora às vezes passem inadvertidas e embora a sua ausência também não
significa alguma anomalia especial.
Quando se defronta com os fenômenos psíquicos e biológicos de sua própria natureza sexual,
o jovem descobre um mundo inédito e fascinante, apesar do negativismo que possa ter sofrido
sua educação. Despertada em épocas bem anteriores, sua curiosidade defronta-se aqui com um
convite supremo advindo da transformação que experimenta em seu corpo. E, um dia, as
circunstancias farão com que ele tropece no prazer oculto e misterioso, que já intuía há tempos
sem entender, ou então com que tal prazer se manifeste de repente, sem que ele saiba a razão.
A experiência masturbatória, que, acima de tudo, implica um encontro com uma emoção de
prazer, tende a se repetir pela profunda vinculação entre a percepção e as emoções agradáveis
que dela variam. Quando ambos os aspectos se canalizam para uma situação gratificamente, a
simples lembrança dessas experiências já é suficiente para despertar o desejo e repeti-la. Como
toda a função psicofísica a emoção deixa um resíduo oculto que fornece e incita uma espécie
de toxicomania. A aparente facilidade para alcançar o que se busca também constitui um fator
positivo para a formação do hábito. Poderiam se criar inclusive certos reflexos condicionados,
ligados a situação que em si mesma não constitui estímulos específicos. Determinadas ações
normais e indiferentes poderão, por seus vínculos efetivos com esse gesto, motivar a existência
de uma tensão característica que impele a gratificação.
O próprio medo, provocado por uma educação rigorosa e pelo sentimento de culpabilidade,
poderia criar uma sensação de vertigem capaz de levar a queda. E o medo de cair, como quando
alguém aprende a andar de bicicleta ou se aproxima da beira de um abismo, produz
imediatamente um descontrole que torna possível conseguir algo que em circunstâncias
normais, não envolveria maiores dificuldades. A falta de confiança ou a impressão que nele
existe de que trata de um fato irremediável sem dúvida pode acabar com boa parte da energia
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necessária. Qualquer um pode constatar a influência negativa destes sentimentos no momento


decisivo, por exemplo, de uma competição esportiva ou de outras inúmeras situações da vida
diária.
2.2. Etapa evolutiva no sentido de uma integração pessoal: Além disso, a adolescência
constitui uma etapa de transição na qual o jovem deve renunciar a uma atividade infantil, como
a masturbação, mas sem poder alcançar ainda uma relação heterossexual. Trata-se de uma
situação incômoda e instável. O amadurecimento que sua anatomia alcançou não ocorre com a
mesma rapidez em sua vida psicológica.
Todo esse acumulo de circunstancias faz com que, durante esse período de crescimento e
maturação, a tendência para a masturbação possa ser considerada normal no aspecto
psicológico. Patológico seria precisamente o contrário, a completa ausência dessa inclinação,
pois tal situação indicaria a existência de algum obstáculo ou problema de outra natureza
dificultando o desenvolvimento coerente da sexualidade. A normalidade de que falam muitos
psicólogos deve ser situada nesse nível de tendência e inclinação como etapa transitória para
uma faze posterior.
2.3. O amadurecimento da pessoa: O amadurecimento da pessoa em todos os seus níveis
constitui a meta do humanismo cristão. Deve-se abrir o homem para a comunhão e a atitude
oblativa. Onde predominam o caos e a libertinagem do sexo sempre se revela uma desarmonia
mais intima: “Podemos, portanto, concluir que o comportamento sexual (não só como ação,
mas como tendência e necessidade) é uma expressão, uma manifestação e que as formas de
expressão da sexualidade, com uma linguagem útil, embora , transmita as atitudes mais
profundas do ser humano”. Nesse sentimento, o sexo constitui um termômetro para medir o
avanço, o retrocesso e a estagnação da personalidade. A aceitação da própria realidade, com
suas deficiências e limitações, se culpabilidade nem auto justificações infantis, é indispensável
para essa maturidade. E isso exige uma imagem verdadeira de Deus, num sentido sério do que
é pecado, em última análise, uma defrontação com o autêntico significado da moral.
2.4. A masturbação constitui um sintoma ou alarme: A masturbação nem sempre é um
problema de vontade, nós só temos uma vontade, que pode mostrar-se firme e forte em todos
os aspectos da vida menos nesse, então, não podemos dizer que só se encontra debilitada nesse
terreno, e ela também não implica necessariamente um egoísmo voluntário e culpado, embora
quase se dê uma atitude psicológica egocêntrica e imatura. Se a masturbação é manifestação de
outras situações internas mais complexas, se brota como consequência de uma crise evolutiva,
se já criou um certo hábito ou reflexo condicionado, seria muito difícil e até mesmo contra
producente a sua eliminação repentina. Nesses casos, como a febre, a masturbação constitui um
sintoma ou um sinal de alarme, então o fato de desaparecer de forma artificial não significa que
a infecção está superada. O importante não é só eliminar o sintoma, mas purificar a raiz morbosa
que o condiciona.
2.5. Descoberta das motivações mais profundas: Não pode ocorrer uma terapia apropriada
quando não se conhece a razão de fundo que motiva tal comportamento. É bem verdade que o
tempo e as circunstancias diversas produzem muitas vezes a melhoria e a cura sem outra razão
aparente. Mas, se conseguirmos intuir os possíveis motivos que determinam sua existência,
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então o caminho se torna muito mais rápido e eficaz. Todos concordamos em que aquele que
rouba para cometer um adultério é mais adultero que o ladrão. E essa afirmação poderia ser
traduzida para o caso da masturbação com a mesma lógica. Quem se masturba para buscar um
refúgio para o seu fracasso, por não encontrar o mínimo de hospitalidade e carinho, para fugir
de sua própria realidade ou para mentir a si mesmo, entre outros motivos, deveria ser
considerado mais covarde do que um impuro. Enquanto não se conseguir trabalhar contra essas
motivações profundas, os outros remédios não passarão de medidas secundarias e marginais.
Quando essas motivações existirem, o que ocorrera na maior parte dos casos, se terá que insistir
muito mais na eliminação das motivações do que em atacar diretamente suas consequências.
As condições sociológicas, o clima familiar e a educação recebida podem ter mais
transcendência para o indivíduo do que sua própria responsabilidade.
Assim, sem negar a meta da sexualidade humana, nem a responsabilidade do homem em sua
luta para alcançá-la, buscamos uma atitude positiva de esperança e esforço pessoal e
procuramos encaminhá-la pelas sendas que nos parece mais eficazes e autenticas.
“A ação pedagógica deve se orientar mais para essas causas do que para a repressão direta
do fenômeno; somente assim se poderá favorecer eficazmente a evolução do instinto do jovem”.
“A superação é alcançada na medida em que se consegue tomar consciência da causa do
distúrbio”.

3º A homossexualidade: As reflexões contemporâneas sobre a sexualidade permitem falar


mais facilmente da homossexualidade. Mas, ao mesmo tempo, aqueles que vivem
concretamente esta situação foram levados a reagir contra a marginalização ou a exclusão a que
foram relegados e a desejar o conhecimento de seu estado. Por isto, essa reivindicação não é
sempre isenta de uma agressividade motivada pelos comportamentos inábeis, quando não
aberrantes, do meio ambiente.
3.1. As suas diferentes formas: O termo homossexualidade abrange diversas atitudes, que só
podem ser bem compreendidas recorrendo-se história pessoal de cada um.
A ambivalência dos desejos e as fixações possíveis em certas fases , durante a infância e a
adolescência, explicam que, numa estrutura heterossexual dominante, exprimindo-se
habitualmente por relações normais, revelem-se ocasional e transitoriamente tendências
homossexuais.
Pode haver muita diferença entre os homossexuais casados e os celibatários e, nestes, entre os
que têm relações passageiras e os que vivem junto, entre os que têm grande sentimento de culpa
e os que aceitaram este estado e o integram a estruturação de sua personalidade.
Essas distinções devem levar a uma escuta e a um comportamento diferente. Mas não podemos
entrar aqui em análises mais detalhadas.
A conduta exclusivamente homossexual é sinal de certa incapacidade para enfrentar a diferença
no campo da sexualidade. Aquele que se descobre marcado por ela não pode expandir sua
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afetividade e entrar em relação à não ser com parceiros do mesmo sexo. Ela não permite a
procriação.
3.2. Apreciação ética: Essa estrutura psicológica traz, segundo muitos clínicos, certo número
de dificuldades que não procedem sempre da repressão social. É o motivo pelo qual não se
pode, do ponto de vista ético, considerar a homossexualidade como uma situação normal.
3.3. A integração do homossexual: Condenar um irmão homossexual pode ser uma forma de
dissimular dificuldades, gerando inconscientes com detrimento de lucidez no tocante a si
mesmo e do respeito devido ao outro. Tanto quanto qualquer outra, a pessoa homossexual não
deve ser julgada apenas como base no seu comportamento sexual. A dimensão sexuada e o
modo de integrá-la em si mesmo são somente componentes da personalidade, a qual é rica em
muitos outros dons e capacidades que podem exprimir-se numa vida de relação e em
engajamentos profissionais e sociais.
3.4. Uma amizade sadia: A relação de amizade, pretensamente estável, com um parceiro
impõe questões especificas. Sem dúvida, ela vivencia certos valores e representa um progresso
em relação a uma vida de promiscuidade sexual. O conteúdo afetivo da relação ajuda, de fato,
a pessoa a sair de si mesma e encontrar um melhor equilíbrio. Mas a experiência mostra que tal
amizade é marcada por limitações que provavelmente, não são devidas somente à repressão
social, embora esta exerça uma grande instabilidade da ligação e uma procura muitas vezes
excessiva de si mesmo através do outro. Não se pode, por isso, considerar estas amizades como
situações plenamente satisfatórias, isentas de problemas.
Quaisquer que tenha sido as atitudes passadas é necessário reconhecer que a acolhida a
dispensar aqueles que vivem nesta situação não é fácil. Ela supõe que ambas as partes
percorreram certo caminho. Uns, para não tratar os outros como anormais, dos quais se
deveriam em primeiro lugar desconfiar, outros, para vencer as exacerbações de sua sexualidade,
a fim de abrirem no diálogo. Este só se pode processar num clima de fraternidade. É
precisamente disto, como também de consideração pela suas aptidões, que as pessoas
homossexuais mais precisam, e não de uma atitude de consideração.

4º A prostituição: A prostituição tem aspectos pessoais e coletivos. No plano pessoal, trata-se


de negociar o uso de uma genitalidade ao estado de mercadoria, no quadro de uma relação
desprovida de suas significações afetivas. Ela pode, pois, ser analisada e julgada tanto no que
se refere à ternura quanto no tocante ao papel do dinheiro que sela os encontros passageiros.
Na maioria das vezes, sobretudo entre as mulheres, a prostituição é o ponto de chegada de uma
triste história, feita de carência afetiva no ambiente familiar, de experiências sexuais precoces,
de fracassos que perturbaram gravemente o equilíbrio psicológico. A partir daí essas mulheres
se tornam presas fácil de pessoas sem escrúpulos que, explorando pela chantagem sentimentos
muitos vivos, condenam-nas a prostituição.

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4.1. Genitalidade vista como mercadoria: Esta é favorecida tanto pela pessoa prostituída
quanto pelo seu cliente, pelo clima de desenraizamento do qual as condições econômicas, a
procura de emprego, as condições de trabalho e a falta de estrutura de acolhimento nas grandes
cidades condenam muitas pessoas, de todos os meios, principalmente das mais pobres.
O dinheiro permite esta desumanização. Ele se interpõe entre os dois parceiros, reduzindo-os
a condição de mercadoria e cliente, e compensa aparentemente a degradação, permitindo que
sejam valorizados, uns pela quantia que paga e o outro, pelo preço pelo qual se vende.
A irresistível escravidão da droga leva também certo número de suas vítimas a se prostituírem
para conseguir o dinheiro necessário para sua compra.
Finalmente, organizaram-se, em várias escalas, redes de traficantes que aprisionam as pessoas
prostituídas e tornam impossível sua libertação.
Não se deve, pois julgar do mesmo modo as pessoas prostituídas, as condições de vida que as
levam a esta escravidão e as estruturas que organizam a sua exploração. Muitas vezes chegamos
a condenar as vítimas, agravando ainda mais o seu drama, quando seria mais justo e mais moral
lutar contra as causas e os traficantes.
Não ensinou Cristo, referindo-se as pessoas prostituídas, em que vista de sua pobreza e das
provocações, que as levam a se entregarem à misericórdia de Deus, muitas delas procederão
aos pretensos justos no Reino dos Céus?
4.2. Exploração dos pobres pelos pobres: A prostituição é sinal de um modo de ser da
sociedade. Ela diz respeito a todos nós, e o nosso julgamento deve abranger também o que
fazemos ou permitimos que se faça e que possa conduzir mulheres jovens a semelhante
situação.
A prostituição pode ser uma exploração dos pobres pelos pobres: pobres de afeição, que
esperava lugares de acolhida e de apoio, mas só lhes restou este tipo de encontros tarifados que
envolvem os parceiros a sua respectiva solidão.
Ela também, muitas vezes, da parte das pessoas que tem dinheiro e poder, uma exploração
daqueles que aceitam submeter-se a ela, deixando-se comprar.
Encontramos então as relações já explicadas entre a satisfação sexual e o poder decorrente do
dinheiro, que permite conhecer intensamente o prazer de se satisfazer impondo seu prazer, suas
fantasias e até suas perversões a um parceiro cujo consentimento foi comprado.
Enfim a opinião pública deve sentir-se responsável por certa cumplicidade com o tráfico de
seres humanos do qual se beneficiam inescrupulosos. A tolerância e a frouxidão dos poderes
públicos se explicam pela indulgência da opinião pública para com essa calamidade que alguns
consideram um mal necessário, enquanto outros se alimentam com ela suas pilherias. Se as
ações às vezes empreendidas contra as redes de traficantes fossem apoiadas com mais vigor,
poder-se-ia esperar que este trafico fosse mais perigoso e menos lucrativo. Para lutar nesse
sentido foram constituídos movimentos e criadas instituições, que têm direito ao apoio de todos,
particularmente daqueles que veem nas pessoas prostituídas suas irmãs ou seus irmãos.
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4.3. Implicação moral: A prostituição é uma das formas mais depravadas de abusar do ser
humano e comprá-lo por dinheiro, como se fosse uma mercadoria. Fala-se muito na exploração
econômica dos trabalhadores assalariados que vendem seu trabalho por dinheiro, mas na
prostituição vende-se algo muito mais íntimo e pessoal que o trabalho, pois se trata do próprio
corpo e de atividades muito ligadas a afetividade e a dignidade pessoal. E essa exploração se
realiza de tal forma que, depois do abuso sexual, ocorre o desprezo social das exploradas,
consideradas como a forma suprema da objeção e miséria. E elas são desprezados pelos mesmos
que utilizaram seus serviços e pagam para que fiquem as suas disposições. Assim, não é de
estranhar que nos organismos internacionais, esteja surgindo uma crescente consciência da
necessidade de condenar o reconhecimento oficial da prostituição.
Ocorre, que, ao lado da prostituição e como se principal causador, encontra-se o
“proxenetismo”. Trata-se de todos aqueles que organizam o comércio das prostitutas, com casas
destinadas a esse fim, “drive-in” e motéis que facilitam o tráfico, esquemas telefônicos que
colocam as prostitutas em contato com seus clientes, ganhando com isso abundantes somas as
custas da exploração alheia. O negócio é tão grande que envolve grandes capitais e a
organização do que convencionou chamar de tráfico de negros, que eram caçados na África
para serem trazidos para a América. Há organizações que procuram das mais diversas formas
obter a colaboração de mulheres bonitas e em situação difícil econômica ou afetiva, colocando-
as em seus estabelecimentos e encadeando-as de mim modos a essa forma de vida, da qual
dificilmente conseguem se libertar. Em muitos casos, esse tráfico alcança expressão
internacional, de acordo com as exigências de um mercado crescente e o mais desumano
possível, pois quase não leva em conta a condição humana de sua mercadoria.

5º. Monogamia.
5.1. Conceito: Monogamia é o vínculo jurídico entre os esposos exclusivos e permanentes.
Constitui-se na união de duas pessoas: homem e mulher. Monogamia é o casamento vigente no
mundo ocidental e que se entende como família quando estão em estrita relação; a vida em
conjunto entre o homem e a mulher na transcendência para a vida dos filhos.
5.2. A felicidade conjugal e monogamia: A felicidade conjugal se dá quando o matrimonio se
aperfeiçoa nas responsabilidades e também no papel paterno e materno se entrelaçam para uma
atitude respeitosa e amorosa entre si e em relação aos filhos. A monogamia dá um toque especial
ao instinto sexual, se não for assim vira anarquia. A monogamia cita dentro do verdadeiro
sentido do amor, que se torna absoluto no tempo, se completa na doação total e exclusiva. A
indissolubilidade do matrimonio ainda é uma coluna contra as fraquezas e as tentações que o
amor enfrenta. O amor é como um cristal precisa ser criativo, muitas vezes através de
sacrifícios, dedicações, tudo isto tem um desenvolvimento com o tempo conquistando as
alegrias recíprocas.
5.3. A compensação da monogamia e a vida social: Todos nós sabemos que a família ainda
constitui a célula vital da sociedade, se enquanto continua firme e estável e bem fundamentada
na formação também, a sociedade terá um equilíbrio moral. Os muitos interesses domésticos e
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os sociais não são contrários, mas existe entre eles a convergência que é perfeita. As grandes
virtudes cívico-sociais se formam ainda a família: fidelidade, constância, solidariedade,
desinteresse, dedicação, etc.
5.4. Conclusão: Dentro de uma visão ampla da história da humanidade e da salvação, o
matrimonio monogâmico está ligado estreitamente à vocação do homem enquanto masculino e
feminino.
Por natureza o aproximar do homem e mulher colocam-se um frente ao outro como agentes de
transformação da própria natureza. O masculino e o feminino tornam-se uma só carne diante
da tarefa comum de humanizar e harmonizar o mundo.

6º. Planejamento familiar e os métodos de contracepção: Planejar a família, isto é, planejar


quantos filhos ter e em que época é responsabilidade e direito do casal. Ninguém pode interferir
nesse direito sagrado, sem participação de ambos, marido e mulher, devem dialogar, ponderar,
sua situação econômica: têm recursos para alimentá-los, vesti-los, educá-los, dar-lhes condições
digna de moradia, de saúde, etc? quem vai dizer-lhes tudo isso serão eles mesmos: o casal.
Ninguém tem o direito de dizer: você é pobre por isso não deve ter filhos.
Dissemos que é um direito do casal decidir. E deve fazê-lo de maneira consciente. Pode o casal
optar conscientemente por algo que não conhece? Aqui vem um outro direito, o acesso ao
conhecimento de todos os métodos; de conhecer o mecanismo de ação e os efeitos sobre o
corpo; como usá-los; onde buscá-los.
Que métodos existem hoje disponíveis para espaçar ou evitar a gravidez ou ainda, conseguir
uma gravidez?
Existem métodos que são artificiais e outros que são naturais.
Os naturais como o nome já diz, não usam nenhuma droga, medicamentos ou aparelhos.
Simplesmente ensinam a mulher a reconhecer sua fertilidade. Por isso são métodos inofensivos,
não modificam o funcionamento do corpo, são também os únicos que favorecem uma
participação do casal. A responsabilidade não fica só com a mulher ou só com o homem, mas
com os dois.
Estes métodos são:
a) Método Ogino Knaus. Que é da década de trinta. É conhecido também como método da
tabelinha, método do ritmo, método do cálculo, método do calendário.
b) Método de temperatura. Década de quarenta.
c) Método sinotérmico. Década de cinquenta, é a associação de vários sinais que indicam
fertilidade e mais a temperatura. Por isso o nome: Sinto = Sintomas; térmico = temperatura.
d) Métodos da ovulação. Década de sessenta. Conceituado também como método Billings ou
método do Merco.

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Este último é um método amplamente estudado, é ensinado em todo o mundo. A Organização


Mundial de Saúde propôs em 1976 um amplo estudo para avalia: a aceitação, viabilidade,
eficácia, e os resultados foram surpreendentes, 90% das mulheres reconhecem sua fertilidade
no 1º mês de ensino. Isto confirma que o método é simples e fácil.
Neste estudo participaram mulheres das cidades e zonas rurais, em várias fazes: amamentantes,
pré-menopáusicas, mulheres de ciclo regulares e irregulares.
Depois de dois anos de estudo em cinco países, com 875 mulheres a OMS deu como conclusões:

→ Os estudos demonstram que o método é aplicável em todas as fazes da vida reprodutiva da


mulher e de qualquer condição social.
→ A eficácia do método da ovulação Billings é de 97a 99%.
→ É de todos os métodos, o mais comprovado cientificamente. Desde 1953 início do seu
estudo, existe até hoje uma equipe de cientistas em estudos permanente sobe o método da
ovulação.
Os métodos artificiais podemos dividi-los em quatro grupos:
a) Anovulatórios: Pílulas, infecções, implantes.
b) Barreiras: Diafragma, condon (camisinhas), espermicidas, coito interrompido, duchas
vaginais.
c) Radicais: Laqueadura, vasectomia, histerectomia.
d) Abortivos: DIU e aborto.
Todos esses métodos artificiais são de uso da mulher ou do homem, a maioria para a mulher.
Nenhum deles é do casal, quer dizer a responsabilidade fica sempre para um, não é dividida ou
partilhada.
Por serem à base de medicamentos, ou aparelhos cirúrgicos, todos interferem no funcionamento
normal do corpo, acarretando muitas vezes efeitos danosos à saúde.
O que diz a Igreja sobre este assunto?
É em Paulo VI, através de sua Encíclica Humanae Vitae, que encontramos pensamento claro e
orientações precisas ou categóricas. Foi ele que pela primeira vez usou a expressão:
“Paternidade responsável”.
Eis alguns tópicos da Encíclica:
a) “Em relação com os processos biológicos, paternidade responsável significa
conhecimento e respeito pelas suas funções; a inteligência descobre no poder de dar a vida, leis
biológicas que fazem parte da pessoa humana”.
“Deus dispôs com sabedoria leis e ritmos naturais da fecundidade, que já por si mesmo
distanciam o suceder-se dos nascimentos”.
“A igreja ensina que qualquer ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida”.
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“É de excluir de igual modo à esterilização direta, tanto perpetua como temporária e tanto do
homem quanto da mulher, e, ainda de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal,
ou durante a sua realização, ou também o desenvolvimento, das suas consequências naturais,
se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível à procriação”.
“Se existem motivos sérios para distanciara os nascimentos que derivem ou das condições
físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstancias exteriores, a Igreja ensina que então
é licito ter em conta os ritmos naturais inerentes às funções geradoras, para usar do matrimonio
só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a naturalidade, sem ofender os princípios
morais”.
“É para desejar muito particularmente que a ciência medica consiga favorecer uma base
suficientemente segura para a regulação dos nascimentos, fundada na observância dos ritmos
naturais”.
Fica claro nesse documento, que a Igreja incentiva o conhecimento dos métodos naturais e
exclui todos os métodos artificiais.

7º. O divórcio:
7.1. Argumentos favoráveis:
Biológicos:

→ O homem biologicamente não pode viver só.


→ O homem criando o hábito de convivência sexual não pode deixá-lo.
→ Resolve as incompatibilidades sexuais.
Psicológicos:

→ A felicidade dos indivíduos é importante.


→ O perigo do divórcio torna os casais mais unidos.
→ Os casais unidos nada sofrem.
→ O homem é livre.
Morais:

→ Quando a dignidade da família o exige, por deficiência do caráter moral de um dos


cônjuges; embriagues, adultério, crime, etc.
→ Estabiliza a situação dos cônjuges principalmente a da mulher.
Religiosos: O cristianismo e principalmente o catolicismo é que não o admitem com convicções
religiosas e não por que ele não seja necessário.
Social:

→ O casamento é contrato e, portanto pode ser dissolvido de acordo com a vontade das
partes.
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→ O divórcio da nova oportunidade aos cônjuges de felicidade e ajustamento profissional.


→ É melhor que o desquite, pois dá uma situação legal aos filhos.
7.2. Argumentos contrários ao divórcio:
Biológico:

→ O homem pode viver só, pois o provam os celibatários e os viúvos que não tornam a
casar.
→ A felicidade humana não está condicionada a biologia, mas a totalidade do ser que fica
afetada por um divórcio.
→ Hábitos sexuais, como os outros hábitos podem deixar de fazer efeito por duas vias:
desuso e substituição.
Psicológico:

→ O divórcio gera frustração, complexos, etc. que determinam posteriormente novos


divórcios.
→ O divórcio é egoísta esquece os filhos em função dos pais quando na realidade a família
existe em função dos filhos.
→ O homem é monógamo e não polígamo.
→ O divórcio gera casamentos inconsequentes e irracionais.
→ Marca profundamente a personalidade de pais e filhos.
Morais:

→ Alguns erros morais poderão ser corrigidos pelo desquite. Este é um mal, mas um mal
menor que o divórcio, pois sempre algum dos cônjuges, pela impossibilidade de
reconstruir sua vida se dedica aos filhos. Não se pretende corrigir um mal com outro
mal maior.
→ A dignidade da família pode ser respeitada pelo desquite.
→ O individualismo luta contra o problema social.
Religiosos:

→ Um católico que adota o divórcio é automaticamente afastado dos sacramentos da Igreja


(Dom Ivo).
→ A simples possibilidades do divórcio acirra inevitavelmente as incompreensões, o
divórcio é o capricho dos instintos insaciáveis. (Cardeal P.A.).
→ É a quebra da Lei de Deus.
Social:

→ O divórcio torna instável a família, tornando assim também instável a sociedade.


→ A família como célula, o manter da sociedade é também instituição fundamental, é
necessário que tenha coordenação e durabilidade, senão deixa de ser uma instituição.

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→ Provoca problemas sociais (provados estaticamente, suicídios, criminalismos infantil e


juvenil, prostituição, aborto, etc.).
Conclusão: Quando não houver mais condições morais e psicológicas para manter o convívio
conjugal uma das medidas que pode ser adotada seria o divórcio. Muitos indivíduos podem ser
mais felizes com o divórcio, não fazendo do mesmo apenas um meio de desfazer um
compromisso assumido perante a Igreja (Deus) e a sociedade.

8º. Fecundação e inseminação artificial:


8.1. Conceito: É o ato pelo qual o óvulo une-se ao espermatozoide.
8.2. Fecundação natural: É a que se realiza pela introdução do órgão genital masculino no
órgão genital feminino, seguido de ejaculação de líquido contendo espermatozoides, sendo que
um deles fecundara o óvulo.
8.3. Fecundação artificial: É aquela que se realiza sem relação sexual, por meio de diversos
artifícios para favorecer o encontro dos espermatozoides com o óvulo. As técnicas de
fecundação podem ser de dois tipos:
Fecundação artificial heteróloga. É a técnica destinada a obter concepção através do encontro
“in vitro” ou seja, em proveta, das células reprodutoras, óvulo e espermatozoides, retirados de
pelo menos um doador diferente de um dos dois esposos unidos em matrimônio.
“O matrimônio unido com amor unitivo reúne elementos: amor, união e filhos, mesmo que se
de uma separação física temporal inevitável e entre a ajuda técnica na fecundação”.
“Numa inseminação artificial verdadeiramente homóloga, a intenção unitiva e procriativa são
muito fortes e a criança nasce num clima de amor e de esperança sempre dominante no espírito
dos pais”.
Conclusões: É ilícita a fecundação artificial fora do matrimônio e é imoral a fecundação
artificial com esperma de terceiros.

9º. Bebê de proveta:


9.1. Conceito: A fecundação “in vitro”, ou seja, bebê de proveta, é a fecundação do óvulo e seu
desenvolvimento inicial fora do seio materno.
O início da fecundação “in vitro”, homólogo, se deu na Inglaterra, em 1978, com o nascimento
de Louise Brown, primeira criança gerada em proveta.
9.2. Finalidades: Algumas finalidades de fecundação “in vitro”:
a) Científica – acompanhar melhor a fecundação e o desenvolvimento da célula fecundada.
b) Terapêutica – conhecer taras hereditárias e possibilidades de curá-las. Vencer a esterilidade.

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9.3. Problemas para a ética: A união do óvulo com o espermatozoide realiza-se fora do ato
matrimonial e do lugar natural.
Podemos afirmar: a fecundação realiza-se em proveta, e está em jogo o embrião, com possíveis
perigos para a futura criança.
No decorrer da execução da técnica de fecundação em proveta, do início até a implantação do
embrião no útero da mulher, dos vários óvulos fecundados somente um é escolhido. Portanto,
existe um embrião, ou seja, uma pessoa eleita para viver e as demais, os “excedentes” são
condenados a congelamento, manipulação e, morte.
9.4. Conclusão: A Igreja Católica tem sua posição firmada no documento sobre o respeito à
vida humana nascente e a dignidade da procriação – 1987. Entre outras, o documento frisa: o
casamento é necessário para a transmissão da vida; o que pe tecnicamente possível nem sempre
é, moralmente admissível; esta contraria ao banco de embriões e maternidade por contrato,
experimentação embriônica, se visar terapêutica, é ilícita; do ponto de vista moral, a fecundação
artificial em proveta; a masturbação para a obtenção do esperma necessário a inseminação em
proveta é imoral, porque separa o aro conjugal da procriação; não é moral expor a morte,
deliberadamente, os embriões humanos obtidos através de métodos artificiais.

13. SIMPATIA X EMPATIA


Os conceitos de simpatia e empatia, apesar de muito utilizados, continuam a ser objeto de
confusão e nem sempre são empregues da forma mais adequada.
Podemos entender a simpatia como um sentimento de afinidade com determinada pessoa, que
leva o indivíduo a estabelecer uma harmonia no encontro com ela. Simpatizamos com amigos
e com as pessoas com quem partilhamos afinidades, interesses e valores e nas quais
reconhecemos alguma compatibilidade e complementariedade com o nosso funcionamento.
Por seu lado, a empatia implica a capacidade de nos posicionarmos no lugar do outro para
compreendermos a sua realidade interna, independentemente da pessoa em questão, de
estarmos ou não de acordo com ela ou de simpatizarmos ou não com ela. A empatia genuína
está ao serviço da comunhão emocional, da aceitação e do respeito pelo outro e pela sua
realidade, o que implica uma atitude de não julgamento e de despojamento de preconceitos do
próprio.
Demonstrar simpatia por alguém, isto é, gentiliza e amabilidade, sendo-se amistoso, agradável
e educado, não implica necessariamente que também se seja empático. Muitas vezes, a simpatia
pode até esconder uma empatia diminuta, nos casos em que a simpatia é utilizada para agradar
e estimular no outro sentimentos positivos em relação a nós, com o intuito de se obter algum
tipo de aprovação e valorização narcísica.
Quando somos empáticos, posicionamo-nos no lugar do outro para nos sentirmos em sintonia
com as suas emoções e acedermos à compreensão do seu funcionamento. Este movimento

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empático implica olhar o outro com isenção, isto é, um olhar despojado dos próprios valores e
preconceitos, reconhecendo e aceitando que há diferentes maneiras de operar.
A boa capacidade empática pode ser entendida como a capacidade de entender o outro tendo
como enquadramento a realidade deste e nunca utilizando como referência a nossa experiência
subjetiva. Quando colocamos os próprios sentimentos no outro, acabamos por incorrer numa
confusão entre o eu e o outro. Exemplo disso, é o caso da pessoa que fica muito aflita ao
percepcionar o sofrimento de um animal que está com frio, ou que lhe prepara uma festa de
anos como se isso tivesse significado para ele, na medida em que já o vê na perspectiva de um
humano e não enquanto um animal. Neste tipo de situações, em que a pessoa transporta para o
outro a sua realidade, fica dificultada a possibilidade de conhecer e entender o outro tal como
ele é, na sua alteridade e singularidade. As dificuldades de comunicação nas relações
interpessoais, nomeadamente nas relações conjugais, traduzem muitas vezes lacunas na empatia
que não permitem a um dos cônjuges colocar-se no lugar do outro, impondo ao invés a sua
maneira de ser e estar na vida.
Na psicoterapia, o movimento empático é fundamental para se entrar em sintonia com o
sofrimento do paciente mas importa não se tomar essas dores ou se ficar colado a elas, já que
tal diminui a capacidade de ajuda. Depois de se ter captado essa informação, importa ao
psicoterapeuta fazer o movimento de retorno à sua posição e a partir do seu ângulo poder
devolver um sentido ao que está a ser manifestado, de uma forma mais clara, nítida e ajustada
à pessoa em questão.
Joana Simão Valério – 2018 – Psicóloga Clínica

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14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


GELAIN, Ivo: Deontologia e Enfermagem. E.P.U.2º.Ed. São Paulo 1987
HAERRING, Bernhard. Livres e fiéis a Cristo. Vol: III. Ed: Paulinas. 1984
PINTO, José Rui da Costa: Questões atuais de Ética Médica. Ed. A. O. Braga 1984.
CAMARGO, Marcelino: Ética Vida e Saúde. Ed. Vozes. Curitiba. 1997
MINICUCCI, Agostinho: Psicologia para o 2º Grau. Ed. Atlas. 1985
MANZOLLI, Maria Cecília: Relacionamento em enfermagem. Aspectos Psicológicos Ed.
Sarvier. 1993
MINICUCCI, Agostinho: Relações Humanas. Ed. Atlas. S.P. 1980
STRYJER, Roberto S. O. STRYJER Luís Júlio: Sobre Vida. Vol: III, Ed. Biologia & Saúde.
Rio de Janeiro
VALÉRIO, Joana: Diferença da Simpatia e Empatia. Disponível em:
<http://www.psicologia.pt/artigos/ver_carreira.php?empatia-e-simpatia-qual-a-
diferenca&id=359>. Acesso em: 22 de Agosto de 2018

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