Resumos de História
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Estes fatores afetaram todos os países europeus mas tiveram maior impacto nos
países vencidos, sobretudo na Alemanha (durante a República de Weimar 1918-
1933).
Setor Industrial:
- Acumulações dos stocks - Como não se vendiam todos os produtos, os stocks
acumularam, o que levou os produtores a baixar o preço dos produtos na tentativa de os
vender. Mas vendiam a um preço que não lhes garantia lucro.
Setor Financeiro:
- Fácil acesso ao crédito - Para comprarem produtos, a população americana recorria ao
crédito. Mas a facilidade de recurso ao crédito processada pelos bancos alimentou
artificialmente o poder de compra americano e o consumo.
A 24 de Outubro de 1929 deu-se o crash bolsista, a quebra acentuada do valor das ações,
em resultado da especulação na Bolsa de Valores. Na célebre Quinta-feira Negra, milhões
de ações foram postas à venda, a preços baixíssimos e não encontraram compradores. Em
duas horas desapareceram cerca de 10 biliões de dólares investidos em ações.
Consequências económicas:
- Falência dos bancos e suspensão dos créditos;
- Muitas empresas faliram;
- Desemprego aumentou e as pessoas que tinham emprego viram os seus salários
reduzidos.
Consequências sociais:
- A Pobreza disparou resultante das elevadas taxas de desemprego;
- O desespero das populações acentuou-se e levou à delinquência (muitos pobres, pedintes
e mendigos, prostituição, roubos);
- Muitas pessoas cometeram suicídio.
A crise atingiu os países que mantinham relações com os EUA, excetuando a URSS (que não
tinham uma economia capitalista).
Causas:
- Superprodução;
- Especulação bolsista;
- Crash bolsista.
A ausência de apoios sociais por parte do Estado liberal abriu caminho á contestação e à
radicalização política. Acentuou-se o descrédito da democracia, do liberalismo e do
capitalismo.
A regressão do demoliberalismo
Após os tratados de paz de 1919 e a consequente reorganização geopolítica, a democracia
liberal tornou-se dominante na Europa Central e Ocidental. Independentemente do regime
adotado (republicano ou monárquico), a maioria dos governos era constitucional, adotou a
separação de poderes e o acesso ao voto foi alargado. No entanto, o demoliberalismo
revelou-se frágil e instável, mesmo nos países com maior tradição democrática.
Numa Europa onde as classes médias estavam empobrecidas pela inflação e pela
desvalorização dos rendimentos e as classes populares frustradas na esperança de uma vida
melhor, assistiu-se, por parte dos movimentos revolucionários de esquerda, à tentativa de
instaurar regimes inspirados na revolução bolchevique de 1917. Deflagrou uma vaga
revolucionária ("onda vermelha") em diversos países.
Alemanha (1918-1919):
Constituição de sovietes de operários, marinheiros e soldados em cidades alemães;
Proclamação pelos líderes espartaquistas de uma república socialista em Berlim,
destinada a implementar o modelo soviético;
A sublevação comunista foi esmagada e os líderes espartaquistas assassinados.
Itália (1919-1920):
No “biénio vermelho” viveu-se um clima de contestação e agitação marcado por
greves, manifestações, ocupações de terras e de fábricas, sobretudo no norte do
país;
Em 1920, trabalhadores ocuparam fábricas e terras, para procederem ao controlo
operário e forçarem uma reforma agrária.
Hungria (1919):
Instauração, em março de 1919, de uma república de tipo comunista, liderada por
Béla Kun, que durou 133 dias;
Não teve apoio russo, pois os socialistas e comunistas não chegaram a acordo nas
suas diferenças ideológicas, de modo a poderem cooperar;
Teve pouca implantação junto da população.
A partir dos anos 20, no caso da Itália, e início dos anos 30, no caso da Alemanha, através de
golpes de Estado, novos líderes de movimentos ou partidos tomaram o poder e instauraram
regimes conservadores, nacionalistas e autoritários com características semelhantes:
- culto do líder;
- propaganda do regime;
- censura;
- restrição das liberdades individuais;
- militarismo;
- polícia política;
- concentração de poderes;
- nacionalismo;
- partido único.
O regime demoliberal, vitorioso, na Europa, no final da Primeira Guerra, foi derrubado por
regimes totalitários.
O intervencionismo nos Estados democráticos: as experiências do
New Deal e das Frentes Populares
Perante a conjuntura de crise dos anos 30, nos países de democracia liberal, em que existia
maior tradição democrática, os governos procuraram concretizar os seguintes objetivos,
mediante um conjunto de medidas.
Objetivo político: no contexto europeu – resistir aos avanços dos regimes autoritários, que
exploravam as dificuldades para demonstrar o descrédito da democracia.
Objetivos económicos na Europa (França e Espanha) e nos EUA:
- contrariar os efeitos sociais do desemprego elevado, recorrendo à redução dos salários;
- combater a quebra do consumo e da produção nacional.
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Medidas:
- adotar uma política deflacionista, na tentativa de relançar o consumo e produção nacional;
- relançar as exportações através do protecionismo, para eliminarem a concorrência
internacional;
- reduzir as despesas públicas para garantir o equilíbrio orçamental.
John Maynard Keynes defendeu uma nova teoria económica: o Estado devia intervir na
economia e corrigir os problemas causados pelo liberalismo económico e pelas crises do
capitalismo.
Segundo Keynes, a recuperação económica devia ser promovida pelo Estado através de
medidas que conduzissem ao:
Aumento do Consumo --------------------------» do investimento público
O estado devia fomentar este aumento através:
Aumento da Produção----------------------------» da desvalorização monetária
Na primeira fase, o New Deal teve uma vertente mais económica e evidenciou os seguintes
objetivos:
-» relançar a economia;
-» combater o desemprego;
-» aumentar o poder de compra;
-» estimular a produção
Para atingir esses objetivos, o Governo de Roosevelt levou a cabo uma intensa atividade
legislativa - conhecida como "Cem Dias”, - marcada pela aprovação de legislação e de
medidas.
Medidas agrícolas:
- Agriculture Adjustment Act (AAA) – tendo em vista o aumento dos preços, a produção
agrícola é limitada;
- Os agricultores, mediante indemnizações, são incentivados a destruir os stocks e reduzir a
superfície cultivada;
- O Estado concede empréstimos bonificados aos agricultores.
Medidas industriais:
- National Industrial Recovery Act (NIRA) – os industriais do mesmo ramo de atividade
comprometem-se a respeitar as leis da concorrência, beneficiando para isso de ajudas do
Estado;
- Estabelecimento de preços mínimos e de quotas de produção.
Medidas socioeconómicas:
- Fixação do horário semanal (35/40 horas);
- Estabelecimento do salário mínimo;
- Promoção da liberdade sindical.
Na segunda fase, o New Deal assumiu uma intervenção no domínio social, com os seguintes
objetivos:
-» apoiar os mais desfavorecidos;
-» aumentar a proteção social dos trabalhadores;
-» garantir a segurança financeira
Após a subida ao poder, surge uma vaga grevista que paralisou a atividade produtiva e
conduziu à ocupação de fábricas, lojas e quintas.
Léon Blum, para serenar a situação que punha em risco o Governo, procurou conciliar as
reivindicações dos trabalhadores com as garantias do patronato através da assinatura dos
Acordos de Matignon e adotou, um conjunto diversificado de medidas.
Medidas aprovadas:
- Aumento médio dos salários em 12%;
- Assinatura de contratos coletivos de trabalho;
- Eleição de delegados dos trabalhadores nas empresas;
- Reconhecimento do direito sindical em troca do fim das greves e ocupações.
Outras medidas:
- Concessão de 15 dias de férias pagos aos trabalhadores;
- Horário semanal de trabalho de 40 horas;
- Aumento da escolaridade obrigatória para os 14 anos.
Em Espanha
Desde a instauração da II República (1931-1939) que a Espanha vivia numa situação de
extremismo e violência política, protagonizada pelas forças da direita e da esquerda que,
sucessivamente, ocuparam o poder, num contexto de instabilidade social.