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Hipersensibilidade Celular

Esclarecimento de algumas noções básicas:

-Antigéneo: é toda substancia estranha ao organismo que desencadeia a produção de anticorpos e


que se ligam aos anticorpos. Estes podem ser classificados em dois grupos: imunógenos e haptenos.

-Anticorpo (Imunoglubinas-Ig): Os anticorpos são moléculas que atuam na defesa do organismo e


são produzidos pelos plasmócitos, células formadas a partir da diferenciação dos linfócitos B. Estes
anticorpos podem diferenciar-se em 5 classes: IgM, IgG, IgA, IgD e IgE.

-Macrófagos: Células com capacidade fagocitária.

-A defesa do nosso organismo depende de dois grupos principais de leucócitos, entre os quais os
fagócitos e os linfócitos. Os fagócitos são células com capacidade fagocitária, destacando-se os
granulócitos (neutrófilos) e os monócitos, que se diferenciam em macrófagos. Os linfócitos são
células muito importantes para a resposta imunitária, existem linfócitos B e linfócitos T, estes atuam
de diferente forma no nosso organismo. Neste trabalho, apenas se focará nos linfócitos T. Existem
diferentes tipos de linfócitos T, cada um com uma função diferente:

• Linfócitos T auxiliares (Th): Produzem substâncias químicas que coordenam diferentes


intervenientes de defesa especifica.

• Linfócitos T citóxicos (Tc): Destroem as células alvo

• Linfócitos T reguladores: moderam ou suprimem a resposta imunitária quando a infeção está


estabelecida.

O termo hipersensibilidade celular é aplicado quando uma resposta adaptativa do nosso


corpo ocorre de uma forma exagerada ou inapropriada, causando reações inflamatórias e danos
teciduais. A hipersensibilidade é uma característica do indivíduo e não se manifesta no primeiro
contacto com o antígeno indutor da reação de hipersensibilidade, mas geralmente aparece em
contactos subsequentes.
As reações de hipersensibilidade podem ser divididas em quatro tipos I,II,III,IV. Os três
primeiros tipos são mediados por anticorpos, enquanto o quarto tipo é mediado primeiramente por
células T e macrófagos. Neste trabalho apenas falarei sobre as reações do tipo IV, que também
podem ser chamadas de reações de hipersensibilidade tardia/celular.
Estas dependem de diversos eventos que caracterizam a respostas imunológica celular e
envolvem um elevado número de células. Assim este tipo de reações demoram mais de 12 horas
para se desenvolver. Podem ser demonstradas na patogênese de muitas doenças autoimunes e
infecciosas, como por exemplo a tuberculose, lepra entre outros. Outra forma de
hipersensibilidade celular é a dermatite de contacto, que apresenta lesões mais papulares.
O mecanismo de dano na hipersensibilidade celular inclui linfócitos T, macrófagos e
monócitos.
Os Linfócitos T citotóxicos (Tc) causam dano tecidual direto enquanto Linfócitos T
auxiliadores (Th) secretam citocinas que ativam e recrutam os linfócitos T citóxicos (L-Tc) ,
monócitos e macrófagos. Os macrófagos são os responsáveis pela magnitude da lesão tecidual.
A hipersensibilidade tardia não pode ser transferida de um animal para outro através do
soro, mas pode ser transferida pelos linfócitos T. As células T necessárias para a resposta tardia
são células que se tornaram sensibilizadas a um antígeno em particular através de um encontro
prévio.

Existem vários tipos de hipersensibilidade do tipo IV. Estes são distinguidos de acordo com a sua
histologia e apresentação clinica.
A hipersensibilidade tipo IV de contacto, trata-se basicamente de um fenômeno epidérmico
e caracteriza-se clinicamente por eczema (dermatite) no local de contato com o alérgeno. Antígenos
comuns nestas reações são os haptenos (níquel, cromato e substâncias químicas encontradas na
borracha), a hera venenosa e o carvalho venenoso.

Na hipersensibilidade de contato os haptenos (antigeneos, corpo estranho no organismo)


penetram pela epiderme e conjugam-se às proteínas normais do organismo (que funcionarão como
proteínas carreadoras de haptenos). Alguns haptenos, como o dinitroclorobenzeno (DNCB), irão
sensibilizar quase todos os indivíduos. O reconhecimento de um conjugado pela célula T é
específico para um conjugado hapteno/carreador e não é dependente do reconhecimento separado
do hapteno e do carreador como ocorre na formação de anticorpos.

As células de Langerhans, células abundantes na epiderme e que normalmente estão


presentes em linfonofos (pequenos orgãos que existem na rede linfática, que intervém na defesa do
organismo e produzem anticorpos). As células de Langerhans são responsáveis pelo controlo das
respostas imunológicas da pel e são as principais células que apresentam antígenos na
hipersensibilidade de contato. Aproximadamente quatro horas após a exposição ao
dinitroclorobenzeno (antígenos), DNCB, as células de Langerhans aparecem nas áreas corticais dos
linfonodos.

A hipersensibilidade de contacto apresenta duas fases:

• Fase de sensibilização

• Fase efetora
Fase de sensibilização

Esta fase ocorre em torno de 10 a 14 dias em que ocorre:

1. Absorção do hapteno (antígeno) pela pele;


2. Combinação do hapteno com uma proteína carregadora;
3. Internalização do conjugado hapteno-carregador pela células que apresentam antígeneos;
4. Migração das células apresentadoras de antigénios para os linfonodos (pequenos orgão
perfurados por canais que existem em diversos pontos da rede linfática);
5. Apresentação do conjugado hapteno-proteína processado aos linfócitos;
6. Formação de população de TCD4+ ativados e uma de memória

A dose do antiaéreo por unidade de área é o principal determinante da sensibilização e não a dose
total ou área.

Fase efetora
A primeira manifestação da hipersensibilidade de contato ocorre depois de 4 a 8 horas da
segunda exposição ao antígeno. Os linfócitos TCD4+ de memória são ativados pela apresentação do
conjugado hapteno (antígeno)-proteína processado pelas células de Langerhans. A partir deste
ponto, essas células passam a produzir e secretar IL-2, IL-3, IFN-γ, entre outras citocinas
importantes para este processo de reação de hipersensibilidade. As interleucinas (IL) são proteínas
produzidas por leucócitos (linfócitos T, macrófagos) e cada uma com uma função especifica, sendo
que, na maioria está envolvida na ativação ou supressão do sistema imune e na indução de divisão
de outras células. Também possuem função de memória e podem ser usadas como medicamentos.
De seguida, ocorre uma proliferação de linfócitos T que são induzidos por IL-2. O
IFN-γ (Proteína produzida por leucócitos que induz a célula infetada e as células mais próximas a
produzirem proteínas que impedem a replicarão o vírus) induz modificações nos ceratinócitos
(células diferenciadas do tecido da pele presentes na epiderme), estimulando-os a liberar outras
citocinas, tais como IL-6 e IL-1. O resultado é que os linfócitos passam para o lugar da inflamação e
para o lugar da formação do eczema. Em uma fase mais tardia (48-72 horas) tem- se uma infiltração
de macrófagos com liberação de prostraglandina-E, que induzem uma regulação negativa e a
degradação do Hapteno conjugado.

O eczema é uma inflamação aguda ou crônica na pele que pode ser causada pelo contato da
pele com algum agente agressor ou ser consequência de uso de algum medicamento e é identificada
devido ao aparecimento de inchaços, coceiras e vermelhidão na pele. O eczema é uma doença de
pele que não tem cura, pode ser controlada com o tratamento indicado pelo dermatologista. Para o
tratamento pode ser indicado o uso de corticites ou anti-histamínicos em forma de pomada ou creme
para aliviar os sintomas e facilitar a cicatrizarão das leões. Também podem ser indicados o uso de
antibióticos para prevenir infeções que possam acontecer. Durante o tratamento deve-se manter a
pele hidratada, pois a pele seca é um dos fatores de risco para piorar os sintomas. Essa inflamação
pode acontecer em todas as idades, mas são mais frequentes nas crianças e nos profissionais da
saúde que tendem a lavar as mãos com sabonete anti-séptico com muita frequência.

Maria João Soares

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