RESUMO CONCEITO DE EMPODERAMENTO

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RESUMO: EMPODERAMENTO: INSTRUMENTO DE EMANCIPAÇÃO SOCIAL?


UMA DISCUSSÃO CONCEITUAL

O texto falar sobre os diferentes conceitos de empoderamento e seus objetivos. No campo da


educação, dizer que aconteceu emancipação ao ser humano é o mesmo de dizer que ocorreu
empoderamento.

No sistema NEOLIBERALISTO o termo é uma ferramenta do governo para a melhoria da


qualidade de vida e dignidade humana de setores pobres, boa governança, maior efetividade
na prestação de serviços e responsabilização social. significa obtenção, alargamento ou
reforço do poder.

EMPODERAMENTO EDUCATIVO (Paulo freire) X EMPODERAMNTO POLITICO


(ligado a classe social)

O aumento do uso do termo empowerment tenha se dado a partir dos movimentos


emancipatórios relacionados ao exercício de cidadania – movimento dos negros, das
mulheres, dos homossexuais, movimentos pelos direitos da pessoa deficiente. Porém, tem
suas raízes na Reforma Protestante iniciada por Lutero no séc. XVI, na Europa, num
movimento de protagonismo na luta por justiça social. Mas é 1960 no EUA que os
movimentos sociais contra opressão usam o empoderamento como sinônimo de
emancipação.

REFORMA PROTESTANTE: 95 foi quando Lutero traduziu a bíblia que era latin, (língua
dominada por minoria) para o alemão permitindo com que cada um realizasse sua
interpretação. A escrita sempre esteve, de alguma forma, associada ao poder. Nas civilizações
antigas, os escribas detinham o poder da escrita, pois o domínio dessa tecnologia era de
conhecimento restrito. Poucos tinham esse poder, ocorre um empoderamento por parte das
pessoas e o alemão passa a ser língua oficial da Alemanha. Empoderamento se expressa nas
lutas pelos direitos civis, no movimento feminista e na ideologia da "ação social"

anos 70, esse conceito é influenciado pelos movimentos de auto-ajuda, e, nos 80, pela
psicologia comunitária. Na década de 1990, recebe o influxo de movimentos que buscam
afirmar o direito da cidadania sobre distintas esferas da vida social, entre as quais a prática
médica, a educação em saúde, a política, a justiça, a ação comunitária.
Empoderamento não é universal, pode ocorrer em diversos niveis o empoderamento
individual, o empoderamento organizacional e o empoderamento comunitário.

EMPODERAMENTO INDIVIDUAL: refere-se ao nível psicológico, onde fala da habilidade


das pessoas de ganharem conhecimento e controle sobre forças pessoais, para agir na direção
de melhoria de sua situação de vida. Diz respeito ao aumento da capacidade de os indivíduos
se sentirem influentes nos processos que determinam suas vidas. é uma auto-emancipação,
fundada numa compreensão individualista de empoderamento, que enfatiza a dimensão
psicossocial. Aumento do poder individual que resulta no aumento da autoestima,
autoafirmação, autoconfiança.

EMPODERAMENTO ORGANIZACIONAL: é o empoderamento gerado pela organização


que ocorre no trabalho que objetiva a delegação do poder de decisão, autonomia e a
participação dos funcionários na administração das empresas, de modo que as decisões sejam
mais coletivas e horizontais. Nessa perspectiva, empoderar significa “dar ao pessoal
autoridade para fazer mudanças no trabalho em si, assim como na forma em que ele é
desempenhado” (SLACK et. al. 1997, p. 311). Significa obter o comprometimento dos
empregados em contribuir para as decisões estratégicas da empresa, visando melhorar o
desempenho da organização em termos de produtividade. Sua finalidade é aumentar a
produtividade da empresa.

EMPODERAMENTO COMUNITARIO: é o processo pelo qual os sujeitos – atores


individuais ou coletivos – de uma comunidade, por meio de processos participativos,
desenvolvem ações para atingir seus objetivos, coletivamente definidos. o envolve um
processo de capacitação de grupos ou indivíduos desfavorecidos para a articulação de
interesses.

1990 empowerment em Paulo freire envolve a transformação dos indivíduos, grupo e


comunidade. dimensão do empowerment não têm um caráter universal, podendo tanto
promover e impulsionar grupos e comunidades (crescimento, autonomia, melhora gradual e
progressiva de suas vidas), como, pura e simplesmente, a integração dos excluídos, carentes
e demandatários de bens elementares à sobrevivência, serviços públicos, etc. Freire
propõe outra concepção de empowerment, não individual, nem comunitário, nem
meramente social, mas um conceito de empowerment ligado à classe social (FREIRE e
SHOR, 1986).
Em oposição a esta perspectiva e numa visão conservadora, Perkins (1995) defende o
entendimento de empoderamento como fortalecimento da esfera privada, argumentando a
necessidade das associações e comunidades resolverem, por si próprias, seus problemas

EMPODERAMENTO TRANSITIVO X EMPODERAMENTO INTRANSITIVO........ Como


verbo transitivo, empoderar envolve um sujeito que age sobre um objeto. Como verbo
intransitivo, por sua vez, envolve a ação do próprio sujeito.

TRANSITIVO, empoderar significa dar poder a outro, compartilhando alguns poderes que
determinados profissionais devem ter sobre outros.

INTRANSITIVO, Empoderar se refere a um processo através do qual pessoas ganham


influência e controle sobre suas vidas e, consequentemente, se tornam empoderadas.
Diferentemente da primeira concepção de empoderamento, que é investir ou dar poder e
autoridade a outros, a segunda compreensão envolve tornar os outros capazes, ou auxiliar os
outros a desenvolver habilidades para que possam obter poder por seus próprios esforços.

Do ponto de vista de uma educação crítica, os educadores não podem “dar poder às
pessoas”, mas podem torná-las capazes de aumentar suas habilidades e recursos para
ganhar poder sobre suas vidas. Empoderar como verbo intransitivo configura uma
perspectiva emancipatória de empoderamento, processo pelo qual indivíduos, organizações e
comunidades angariam recursos que lhes permitem ter voz, visibilidade, influência e
capacidade de ação e decisão

ocorreu, segundo progressistas, uma apropriação “indevida” do termo, pelo neoliberalismo

Estão presentes neste debate duas perspectivas distintas de empoderamento, tendo como
critério a visão acerca da natureza e do papel da sociedade civil: uma, de matriz tocquevilliana
e a outra, de inspiração gramsciana, habermaseana e freireana (OSMANI apud
HOROCHOVSKI e MEIRELLES, 2007). A primeira concebe a sociedade civil como uma
esfera mais ou menos independente do Estado, a segunda, concebe a sociedade civil como
espaço público de transformação de pensamentos em ação, espaço de emancipação dos grupos
dominados e excluídos.

Paulo freire: propõem o empoderamento de classe social. não se trata de um processo de


natureza individual. O autor afirma não acreditar na autolibertação; a libertação é um ato
socia. configurando-se como um processo de ação coletiva que se dá na interação entre
indivíduos, o qual envolve, necessariamente, um desequilíbrio nas relações de poder na
sociedade. aprendizagem precisa ter relação com a transformação mais ampla da sociedade.

o empoderamento, como processo e resultado, pode ser concebido como emergindo de um


processo de ação social no qual os indivíduos tomam posse de suas próprias vidas pela
interação com outros indivíduos, gerando pensamento crítico em relação à realidade,
favorecendo a construção da capacidade pessoal e social e possibilitando a transformação de
relações sociais de poder.

empoderamento envolve um processo de conscientização, a passagem de um pensamento


ingênuo para uma consciência crítica. Mas isso não se dá no vazio, numa posição idealista,
segundo a qual a consciência muda dentro de si mesma, através de um jogo de palavras num
seminário. A conscientização é um processo de conhecimento que se dá na relação
dialética homem-mundo, num ato de ação-reflexão, isto é, se dá na práxis (FREIRE,
1979). Conscientizar não significa manipular, conduzir o outro a pensar como eu penso;
conscientizar é “tomar posse do real”, constituindo-se o olhar mais crítico possível da
realidade;

para desenvolver o processo de conscientização são fundamentais o diálogo, reflexão sobre


sua realidade. O diálogo não se constitui em mera verbalização de palavras e não tem como
objetivo a transferência de conhecimento especializado, mas problematizar a forma oficial do
conhecimento, questionando as relações dominantes que o produziram. O diálogo está a
serviço de uma educação para a emancipação. Freire concebe a educação como um ato
político, por entendê-la enquanto um projeto social

O autor destaca que, assim como não se chega à conscientização por uma via psicologista,
idealista ou subjetivista, tampouco se chega a ela pelo objetivismo. A tomada de consciência
não se dá de forma isolada, mas através das relações que os homens estabelecem entre si,
mediados pelo mundo. Freire (1981) entende a educação como um processo relacional, em
que ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si
mediados pelo mundo. “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens
se libertam em comunhão

verbo "emancipar", que significa, por sua vez, "tornar livre, independente” (HOUAISS, 2001)

empowerment não é apenas a construção de uma consciência crítica, pelo sujeito, de seu
contexto natural, social, cultural e político de vida. Não se resume também a simples
capacitação para atuar pela melhoria de padrões em diferentes âmbitos da vida; mas envolve
aquisição de poder, isto é, “supõe o vivenciar um processo articulado que integre a construção
de uma consciência crítica com a ação, ou o desenvolvimento de capacidade real de
intervenção e transformação da realidade” Ele não se reduz a um processo de emancipação
individual, envolvendo o desenvolvimento de uma consciência coletiva.

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