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exame final nacional

2022 (1.ª fase)


BIOLOGIA E GEOLOGIA – 10.º E 11.º ANOS

exame final nacional 2022 (1.ª fase)

A prova inclui 20 itens, devidamente identificados no enunciado, cujas respostas


contribuem obrigatoriamente para a classificação final. Dos restantes 10 itens da
prova, apenas contribuem para a classificação final os 5 itens cujas respostas
obtenham melhor pontuação.

GRUPO I
Texto 1
Durante o Paleozoico, ocorreu na região algarvia sedimentação marinha, que terminou há
cerca de 299 milhões de anos (Ma) – final do Carbonífero. Mais tarde, no final do Paleozoico,
devido à colisão dos continentes Gondwana e Laurásia, que deu origem à formação do super-
continente Pangeia, os sedimentos sofreram dobramento, fraturação e metamorfismo.
Durante o Mesozoico (252 a 66 Ma), a fragmentação generalizada do supercontinente
levou à formação da Bacia Lusitaniana (na zona oeste de Portugal), à formação da Bacia do
Algarve, cuja área emersa se estende, atualmente, desde o Cabo de S. Vicente até ao rio
Guadiana, e à progressão do Mar de Tétis para oeste. Por vezes, estabeleceu-se uma conti-
nuidade geográfica entre estas bacias de sedimentação, em especial durante o Jurássico (201
a 145 Ma), permitindo que a fauna marinha vinda do norte (boreal) e a fauna do Mar de Tétis
(tetisiana) se misturassem.
Ao longo do Mesozoico, depositaram-se na Bacia do Algarve sedimentos essencialmente
marinhos, que assentaram sobre rochas do Paleozoico. A unidade geológica mais antiga da
bacia, designada como Argilas de S. Bartolomeu de Messines, é constituída sobretudo por
argilas vermelhas, depositadas em ambientes fluviais ou lacustres. O afundimento de algumas
zonas da região favoreceu a progressão do Mar de Tétis para oeste e possibilitou, há cerca de
200 Ma, a formação de gesso e do sal-gema explorado em Loulé.
Durante uma fase de rifting intracontinental, ocorreu ascensão de magma que deu origem
ao Complexo Vulcano-Sedimentar, que aflora entre Sagres e Vila Real de Sto. António. Este
complexo, formado por lavas essencialmente basálticas, cinzas vulcânicas, piroclastos e frag-
mentos da rocha encaixante, está incluído na chamada Central Atlantic Magmatic Province
(CAMP). Apresenta uma idade de aproximadamente 200 Ma e aflora em quatro continentes:
América do Norte, América do Sul, Noroeste de África e Sudoeste da Europa.
Há cerca de 92 Ma, a movimentação da África levou à subdução da litosfera oceânica sob
a Eurásia, que culminou com o fecho do Mar de Tétis.

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Este processo causou as deformações alpinas na Eurásia, que se propagaram de este
para oeste, vindo a afetar os depósitos de sal-gema de Loulé.
A Figura 1 representa a evolução paleogeográfica dos continentes durante o Mesozoico.

Figura 1

Baseado em: P. Teixeira, «O Diapiro de Loulé, Estudo Geofísico do Sal-gema da Mina Campina de Cima», Dissertação
de Mestrado em Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, 2017; em: P. Terrinha et al. «A Bacia do
Algarve: Estratigrafia, Paleogeografia e Tectónica», Geologia de Portugal, Vol. 2, Escolar Editora, 2013;
e em: https://pubs.usgs.gov/gip/dynamic/historical.html (consultado em outubro de 2021).

* 1. Selecione, de entre as afirmações respeitantes a acontecimentos relacionados com o


supercontinente Pangeia, as três afirmações corretas.
Transcreva para a folha de respostas os números selecionados.
I. O supercontinente Pangeia formou-se durante o Mesozoico.
II. A fragmentação da Pangeia esteve na origem da formação da Bacia do Algarve.
III. No final do Paleozoico, ocorreram fenómenos de metamorfismo na região entre os
continentes Gondwana e Laurásia.
IV. Na zona entre os continentes Gondwana e Laurásia, ocorreu sedimentação mari-
nha até ao final do Paleozoico.
V. A formação da Pangeia esteve associada à formação de cadeias montanhosas.

* 2. O vulcanismo que ocorreu na Bacia do Algarve, há cerca de 200 Ma, foi


(A) uma etapa inicial do processo que levou à abertura do Atlântico.
(B) uma consequência da colisão de duas placas continentais.
(C) causado pela ascensão de magmas com elevado teor de sílica.
(D) originado pela fusão de rochas da crosta continental.

3. A deformação que afetou os depósitos de sal-gema de Loulé esteve associada aos pro-
cessos tectónicos que levaram
(A) ao alargamento do Mar de Tétis.
(B) ao deslocamento do continente africano para sul.
(C) à formação das montanhas dos Alpes.
(D) à fragmentação do supercontinente Pangeia.

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4. Nas Argilas de S. Bartolomeu de Messines, foram encontrados ossos de estegocéfalos
fossilizados. Trata-se de anfíbios primitivos que viveram no Paleozoico e no início do
Mesozoico e que apresentam afinidades anatómicas com os répteis.
Estes dados permitiram
(A) fazer a datação relativa das argilas e reconhecer a existência de estruturas homólo-
gas entre os estegocéfalos e os répteis.
(B) deduzir que os estegocéfalos viveram em meios com elevado hidrodinamismo e
que ocorreu evolução divergente.
(C) deduzir que os estegocéfalos e os répteis resultaram de evolução convergente e
que os estegocéfalos foram cobertos por sedimentos grosseiros.
(D) fazer a datação absoluta das argilas e deduzir que os estegocéfalos habitavam em
meio marinho de baixa profundidade.

* 5. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequên-


cia correta de acontecimentos relacionados com a evolução geológica da região do Algarve.
A. Formação do supercontinente Pangeia.
B. Deposição de sedimentos nos mares paleozoicos.
C. Formação da unidade geológica Argilas de S. Bartolomeu de Messines.
D. Fecho do Mar de Tétis.
E. Ocorrência do vulcanismo da CAMP.

6. A sondagem «Corvina», realizada no mar, a sul do Algarve, permitiu identificar, desde o


fundo do mar até aos – 1015 metros, rochas sedimentares recentes, com idades até ao
Oligocénico (~34 Ma). Entre os – 1015 e os – 2020 metros, foram encontradas rochas
sedimentares atribuídas ao Cretácico inferior (com mais de 100 Ma).
De acordo com a interpretação dos dados, esta sondagem permitiu
(A) estudar a crosta oceânica superficial, usando um método indireto.
(B) recolher rochas da zona de transição entre a crosta e o manto.
(C) verificar, através de um método direto, que não houve sedimentação no
Cenozoico.
(D) constatar que, naquele local, não existem rochas do final do Mesozoico.

* 7. A crosta oceânica, comparativamente com a crosta continental, apresenta rochas com


(A) menor densidade e maior percentagem de ferro e de níquel.
(B) maior densidade e maior percentagem de minerais ferromagnesianos.
(C) menor densidade e maior percentagem de plagióclases ricas em cálcio.
(D) maior densidade e maior percentagem de sílica e de alumínio.

8. Durante a fase distensiva que afetou a Bacia do Algarve, identificaram-se três episódios
de inversões tectónicas de curta duração (com 1 a 5 milhões de anos). Durante estes
episódios compressivos, terá havido
(A) formação de falhas normais que levaram à redução da coluna de água.
(B) formação de falhas inversas que levaram ao aumento da coluna de água.
(C) levantamento de algumas zonas da bacia, o que dificultou a migração das espécies
boreais e tetisianas.
(D) abatimento de algumas zonas da bacia, o que intensificou a migração das espécies
boreais e tetisianas.

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* 9. No litoral algarvio, a sobre-extração das águas dos aquíferos poderá ter como
consequência
(A) a descida dos níveis freáticos.
(B) o desaparecimento de zonas de recarga.
(C) a diminuição das zonas de aeração.
(D) o aumento das zonas de saturação.

* 10. Explique de que modo os contextos tectónico e climático contribuíram para a formação
do sal-gema explorado na região de Loulé.

Texto 2
O Parque Natural da Ria Formosa, no Algarve, corresponde a uma zona litoral constituída
por praias, dunas, zonas de sapal, canais fluviais e canais de maré. O sistema lagunar da ria,
limitado a sul por um conjunto de ilhas-barreira arenosas que o separam do oceano, apre-
senta uma profundidade média de 10 metros e é alimentado, quase exclusivamente, por água
do mar. A pequena profundidade, a boa penetração da luz e as águas calmas favorecem a
desova, a alimentação e o refúgio de muitas espécies que ali passam os estádios larvares e
juvenis, algumas das quais migram depois para o mar, onde completam o seu ciclo biológico.
Na Ria Formosa, a maior área nacional de pradaria marinha, podem ser encontradas ervas
marinhas nativas, como a Zostera marina, plantas vasculares que vivem submersas e que
apresentam folhas, geralmente finas, em forma de fita. Possuem rizomas bastante desenvolvi-
dos, que se fixam em substratos essencialmente arenosos.
Nas pradarias marinhas, encontram-se as duas únicas espécies europeias de cavalos-
-marinhos: o cavalo-marinho-de-focinho-comprido (Hippocampus guttulatus) e o cavalo-mari-
nho-de-focinho-curto (Hippocampus hippocampus). Estes peixes alimentam-se de pequenos
crustáceos e fixam-se com a sua cauda preênsil à cobertura vegetal. Entre as suas peculiari-
dades, está o facto de ocorrer a transferência dos óvulos da fêmea para o macho, sendo então
fecundados na bolsa incubadora deste.
Estudos genéticos recentes identificaram as semelhanças existentes entre as várias espé-
cies de cavalos-marinhos atuais, demonstrando uma relação entre os dados moleculares e a
sua distribuição geográfica.
A Figura 2 representa um excerto da árvore filogenética do género Hippocampus, relativo
a quatro espécies existentes no oceano Atlântico.

Figura 2

Baseado em: P. Teske et al., «Signatures of seaway closures and founder dispersal in the phylogeny of a circumglo-
bally distributed seahorse lineage», in BMC Evolutionary Biology, 7 (138), 2007;
em: www.ocean-alive.org/pradarias-marinhas (consultado em outubro de 2021); e em: www.ualg.pt/ualg-hippocampus
(consultado em outubro de 2021).

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BIOLOGIA E GEOLOGIA – 10.º E 11.º ANOS

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* 11. A propagação vegetativa de Zostera permite ______ e contribui para______.
(A) aumentar a variabilidade genética da espécie ... a estabilização da linha de costa
(B) compensar os efeitos provocados pela herbivoria ... o aumento da erosão marinha
(C) um crescimento rápido da população ... uma maior fixação de sedimentos
(D) uma melhor adaptação a novos ambientes ... o aumento da sedimentação

* 12. O sistema cardiorrespiratório dos cavalos-marinhos apresenta


(A) um coração dividido em duas cavidades e percorrido por sangue oxigenado.
(B) um coração dividido em três cavidades e circulação dupla incompleta.
(C) uma superfície respiratória muito vascularizada e difusão indireta.
(D) uma superfície respiratória interna, onde ocorre difusão direta.

13. Em comparação com os gâmetas já formados, as células embrionárias dos cavalos-


-marinhos, durante a prófase, apresentam
(A) metade da quantidade de DNA. (C) o dobro da quantidade de DNA.
(B) igual quantidade de DNA. (D) o quádruplo da quantidade de DNA.

* 14. Selecione, de entre as afirmações relativas à análise e interpretação da árvore filogené-


tica da Figura 2, as três afirmações corretas.
Transcreva para a folha de respostas os números selecionados.
I. H. guttulatus é a espécie mais antiga, porque divergiu há mais tempo de um ances-
tral comum.
II. A árvore filogenética ilustra um sistema de classificação racional e horizontal.
III. H. erectus e H. hippocampus resultaram de fenómenos de divergência ocorridos
durante o Neogénico.
IV. H. zosterae e H. erectus podem cruzar-se entre si e originar descendentes férteis.
V. H. hippocampus tem mais semelhanças com H. zosterae do que com H. guttulatus.

* 15. Durante o processo de produção de matéria orgânica em células de Zostera, na fase


fotoquímica, ocorre
(A) fosforilação de moléculas de ATP.
(B) libertação de oxigénio com origem nas moléculas de H2O.
(C) oxidação de moléculas de NADP+.
(D) fixação de carbono com produção de compostos orgânicos.

* 16. Um relatório publicado no dia 17/09/2021 mostra que a Terra caminha para um aqueci-
mento de 2,7 oC até ao fim do século, longe do objetivo definido no Acordo de Paris, isto
é, 1,5 oC acima dos valores médios da era pré-industrial.
Explique de que modo o aumento da temperatura global poderá diminuir o efeito prote-
tor das ilhas-barreira, alterar o hidrodinamismo do sistema lagunar da Ria Formosa e
comprometer a atividade piscatória na região do Algarve.

* 17. Muitas espécies de aves aquáticas migratórias fazem da Ria Formosa um ponto de
paragem, repouso e alimentação.
Explique de que forma a penetração da luz no sistema lagunar contribui para a diversidade
de relações tróficas existentes na Ria Formosa, fazendo desta um importante ponto de
paragem para as aves migratórias, antes de retomarem os seus longos trajetos.

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Texto 3
Nos últimos 20 anos, tem-se registado uma drástica diminuição na densidade populacional
de Hippocampus guttulatus e de Hippocampus hippocampus na Ria Formosa, reveladora do
forte impacto exercido pela ação humana neste ecossistema.
Sendo a Ria Formosa um local com interesse económico e turístico, onde as atividades
náuticas são frequentes, foi desenvolvido um estudo com o objetivo de testar os efeitos da
poluição sonora subaquática nas reações fisiológicas de H. guttulatus.
Usando o procedimento representado na Figura 3A, foram testadas, em locais da ria pre-
viamente selecionados, duas condições acústicas diferentes, com recurso a um barco com o
motor em funcionamento, durante 3 minutos. Nos primeiro e segundo minutos, o barco esteve
em movimento, descrevendo a trajetória X (intensidade sonora variável). Durante o terceiro
minuto, o barco esteve parado, na posição Y (intensidade sonora constante). Foi contado o
número de movimentos operculares por minuto (MOPM) de 46 indivíduos da espécie H. guttu-
latus (29 machos e 17 fêmeas), observados entre os 4 e os 10 metros de profundidade, e
foram registados os valores da temperatura da água.
Os dados foram recolhidos durante a maré alta, altura em que as correntes se reduzem e
em que a visibilidade debaixo de água é maior.
Foram também realizadas observações em outros dois locais: num dos canais com maior
tráfego (canal de Olhão), de modo a registar a reação do cavalo-marinho ao ruído normal do
movimento dos barcos, e na Estação Experimental do Ramalhete (EER), do Centro de Ciên-
cias do Mar (CCMAR), na ausência de estímulos sonoros.
O comportamento dos cavalos-marinhos, gravado em vídeo, foi analisado.
O gráfico da Figura 3B representa os valores médios dos MOPM em ambiente controlado,
em condições normais de tráfego e ao fim dos primeiro, segundo e terceiro minutos dos
ensaios experimentais. As diferenças entre as médias dos MOPM nas várias situações expe-
rimentais foram significativas.

3A 3B

Figura 3
Baseado em: J. Palma et al., «Effects of anthropogenic noise as a source of acoustic stress in wild populations of Hip-
pocampus guttulatus in the Ria Formosa, south Portugal», in Aquatic Conserv: Mar Freshw Ecosyst, 2019.

18. Selecione, de entre as afirmações relativas à investigação descrita, as três afirmações corretas.
Transcreva para a folha de respostas os números selecionados.
I. Nos ensaios efetuados na Ria Formosa, foi possível controlar a temperatura.
II. A hipótese testada foi: «O aumento da poluição sonora é letal para os cavalos-marinhos.»
III. Uma das variáveis dependentes é o número de movimentos operculares por minuto.
IV. O ruído produzido pelo motor dos barcos é uma das variáveis independentes.
V. No canal de Olhão, nos machos, registaram-se valores de MOPM superiores e infe-
riores a 50.

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19. A partir da análise dos resultados da experiência, podemos concluir que:
(A) Em comparação com o ambiente controlado, o ruído produzido nas condições nor-
mais de tráfego afeta mais as fêmeas do que os machos.
(B) Os sons do barco em movimento (trajeto X) provocam, nos cavalos-marinhos, a
resposta fisiológica mais acentuada.
(C) O movimento habitual de barcos não induz alterações na frequência respiratória
dos cavalos-marinhos.
(D) Nos machos, o maior número de MOPM registou-se ao fim do 2.º minuto dos ensaios
experimentais.

* 20. Associe a cada uma das etapas da respiração aeróbia, apresentadas na Coluna I, as
características da Coluna II que lhe correspondem.
Cada um dos números deve ser associado apenas a uma letra, e todos os números
devem ser utilizados.
Escreva na folha de respostas cada letra da Coluna I, seguida do número ou dos núme-
ros (de 1 a 7) correspondente(s).

Coluna I Coluna II

(1) É uma etapa comum à fermentação.


(a) Cadeia respiratória (2) Há formação de água após redução do oxigénio.
(3) Ocorre na matriz mitocondrial.
(b) Ciclo de Krebs (4) Apresenta um balanço energético de 2 ATP.
(5) Há oxidação de NADH e de FADH2.
(c) Glicólise (6) Verificam-se reações de descarboxilação.
(7) Forma-se ácido pirúvico.

* 21. Além da variação dos MOPM, observou-se que, no habitat natural, cerca de 37,5% dos
cavalos-marinhos fugiram dos locais de observação.
Relacione os resultados obtidos no estudo, relativos à frequência dos movimentos oper-
culares, com uma maior capacidade de fuga.

GRUPO II
O microscópio petrográfico permite observar aspetos das rochas e dos minerais que
não podem ser observados em amostras de mão. As observações feitas com o microscó-
pio petrográfico de luz transmitida apenas são possíveis em rochas cortadas em lâminas
muito finas – «lâminas delgadas» – que se deixam atravessar pela luz. Os minerais que
não são atravessados pela luz, como os que têm como propriedade o brilho metálico,
apresentam cor negra, não podendo, por isso, ser identificados usando o microscópio
petrográfico de luz transmitida, pelo que se designam genericamente como «minerais
opacos».
Na Figura 4, apresentam-se as microfotografias de quatro rochas observadas com o
microscópio petrográfico de luz transmitida, em que Y (rocha A) é um cristal de olivina, mineral
que dá origem a superfícies côncavas quando se parte e que tem dureza 6,5-7,0. No Quadro
I, apresentam-se algumas informações relativas às rochas observadas.

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Rocha A Rocha B

Rocha C Rocha D

Figura 4

Quadro 1
ROCHA Caracterização Outras informações Local de colheita

Formada essencialmente por Cor escura e estrutura maciça.


A olivina, piroxena, plagióclase e Possui grandes cristais de Lexim (Mafra)
minerais opacos. olivina.

Formada por bioclastos ligados


Faz efervescência com os
B por uma componente Pataias (Alcobaça)
ácidos.
quimiogénica.
Formada por precipitação Faz efervescência com os
C química, com abundante fração ácidos. Bafejada, cheira a Souselas (Coimbra)
detrítica. barro.
Formada por recristalização e
constituída por cristais Cor clara e estrutura maciça.
D equidimensionais, de grão Faz efervescência com os Borba (Borba)
médio, sem orientação ácidos.
preferencial.

Baseado em: www.dct.uminho.pt/rpmic/interactividade/index_old.html (consultado em setembro de 2021).

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* 1. Complete o texto seguinte, selecionando a opção adequada a cada espaço.


Transcreva para a folha de respostas cada uma das letras, seguida do número que cor-
responde à opção selecionada. A cada letra corresponde um só número.
Considerando os dados, a rocha B é classificada como ______ a) , apresentando elevada
b) na sua composição, e, na rocha C, a fração detrítica é constituída
percentagem de ______
c) .
por ______
Os dados permitem também deduzir que a rocha A é ______ d) e que um estudo mineraló-
e) .
gico detalhado desta rocha permitirá identificar uma percentagem elevada de ______

A B C D E

1. metamórfica 1. biotite 1. argilas 1. melanocrática 1. quartzo


2. sedimentar 2. calcite 2. areias 2. leucocrática 2. plagióclase sódica
3. magmática 3. moscovite 3. seixos 3. mesocrática 3. plagióclase cálcica

* 2. A rocha D é um mármore.
Justifique a classificação atribuída à rocha D, utilizando os dados fornecidos no Quadro I.
Na sua resposta, deverá referir as composições química e mineralógica e a textura da
referida rocha.

3. A partir da análise da textura e da composição mineralógica da rocha A, pode inferir-se


que esta rocha resultou
(A) de um magma que consolidou em diferentes momentos.
(B) de atividade vulcânica com carácter explosivo.
(C) da consolidação de um magma com elevada viscosidade.
(D) de um magma que originou uma agulha vulcânica.

4. Uma das propriedades da olivina (cristal Y) é


(A) apresentar clivagem. (C) ser riscada pela unha.
(B) ter brilho não metálico. (D) ser um mineral félsico.

* 5. As amostras B e C foram colhidas


(A) num filão. (C) num domo vulcânico.
(B) numa camada. (D) numa duna.

GRUPO III
A malária, causada por protistas parasitas intracelulares obrigatórios do género Plas-
modium, é uma doença infecciosa que atinge anualmente mais de 200 milhões de pes-
soas. Estes parasitas têm um ciclo de vida complexo que inclui dois hospedeiros, o homem
e os mosquitos do género Anopheles, como se representa na Figura 5.
Após a transmissão por picada de um mosquito infetado, os esporozoítos alojam-se no
fígado e infetam as células deste órgão, chamadas hepatócitos, onde se reproduzem.
Nos últimos anos, investigadores do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes
(IMM), em Lisboa, têm tentado conhecer as várias estratégias usadas pelo parasita para inva-
dir as células humanas. Recentemente, verificaram que os esporozoítos segregam uma pro-
teína, a EXP2, capaz de criar poros na membrana dos hepatócitos, tornando-a permeável à

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entrada de Ca2+ e à saída de K+, mas não à entrada dos esporozoítos. Este fluxo de iões
desencadeia, nos hepatócitos, a exocitose de uma enzima lisossomal, a esfingomielinase
ácida, envolvida no processo de reparação da membrana celular. O processo de reparação
ativa a endocitose, processo através do qual os esporozoítos entram nos hepatócitos.
Estas e outras descobertas abrem novas perspetivas no combate à malária, através do
bloqueio ou da diminuição da infeção.

Gametócitos – células ingeridas pelo mosquito, onde ocorre a maturação dos gâmetas. Resultam da diferenciação
dos merozoítos.
Esporozoítos – células haploides formadas no sistema digestivo do mosquito, resultantes da divisão do zigoto, que
se reproduzem assexuadamente no fígado, originando merozoítos.
Merozoítos – células libertadas para a corrente sanguínea, que se reproduzem assexuadamente dentro das hemácias.

Figura 5

Baseado em: J. Mello-Vieira et al., «Plasmodium translocon component EXP2 facilitates hepatocyte invasion», in
Nature Communications, 11 (5654), 2020; e em: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/malaria.htm
(consultado em outubro de 2021).

1. Considerando os processos de divisão celular que têm lugar no ciclo de vida represen-
tado, pode referir-se que ocorre
(A) diferente ploidia entre gâmetas e gametócitos.
(B) recombinação genética, no interior das hemácias.
(C) mitose dos merozoítos, nos hepatócitos.
(D) meiose para a formação de esporozoítos.

* 2. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a


sequência correta de acontecimentos relacionados com a infeção dos hepatócitos pelo
Plasmodium.
A. Alteração da concentração de Ca2+ intracelular.
B. Fusão de lisossomas com a membrana dos hepatócitos.
C. Criação de poros na membrana celular dos hepatócitos.
D. Endocitose dos esporozoítos.
E. Maturação da EXP2 no Complexo de Golgi dos esporozoítos.

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* 3. Associe, considerando o sistema de classificação de Whittaker modificado, cada uma


das descrições relativas às características dos seres vivos, expressas na Coluna I, ao
reino correspondente, que consta na Coluna II.
Escreva na folha de respostas cada letra da Coluna I, seguida do número correspon-
dente. A cada letra corresponde apenas um número.

Coluna I Coluna II

(a) Organismos unicelulares, heterotróficos por absorção, sem organelos (1) Reino Animalia
membranares.
(2) Reino Fungi
(b) Organismos exclusivamente multicelulares, sem cloroplastos, heterotróficos por (3) Reino Monera
ingestão. (4) Reino Plantae
(c) Organismos eucariontes, autotróficos, com elevada diferenciação. (5) Reino Protista

* 4. A sequência de nucleótidos 3' TACTTTCACTCGATATAA... 5' corresponde ao fragmento


inicial do gene EXP2. O diagrama da Figura 6 representa o código genético.
Considere que, no décimo quinto desoxirribonucleótido do fragmento do gene EXP2, a
base nitrogenada foi substituída por uma citosina.
Preveja as consequências dessa
substituição na capacidade infecciosa
do parasita Plasmodium.

Figura 6

Cotações
As pontuações obtidas nas I I I I I I I I I I
respostas a estes 20 itens da 1. 2. 5. 7. 9. 10. 11. 12. 14. 15.
prova contribuem Subtotal
obrigatoriamente para a I I I I II II II III III III
classificação final. 16. 17. 20. 21. 1. 2. 5. 2. 3. 4.
Cotação (em pontos) 20 × 8 pontos 160
Destes 10 itens, contribuem I I I I I I I II II III
para a classificação final da 3. 4. 6. 8. 13. 18. 19. 3. 4. 1.
prova os 5 itens cujas Subtotal
respostas obtenham melhor
pontuação.
Cotação (em pontos) 5 × 8 pontos 40
TOTAL 200

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Propostas de solução

propostas de solução
xo hidrodinamismo, o que invalida as opções B e C;
exame final nacional 2022 (1.ª fase)
• A datação absoluta é um processo, tipicamente, realizado em
Grupo I rochas magmáticas, enquanto as argilas são rochas sedimen-
Texto 1 tares detríticas. Por outro lado, trata-se de um processo que
1. Afirmações II, III e V. não permite inferências acerca de paleoambientes, pelo que a
• I é uma afirmação falsa, uma vez que durante o Mesozoico opção D é incorreta.
(252 Ma a 66 Ma) ocorreu a fragmentação da Pangeia o que 5. B – A – C – E – D
implica a anterior formação deste supercontinente; • Deposição de sedimentos nos mares paleozoicos. (B);
• A análise do segundo parágrafo do texto permite classificar a • Formação do supercontinente Pangeia. (A);
afirmação II como verdadeira; • Formação da unidade geológica Argilas de S. Bartolomeu de
• A afirmação III é validada pelo conteúdo textual da quarta linha Messines. (C);
do primeiro parágrafo do texto; • Ocorrência do vulcanismo da CAMP. (E);
• De acordo com a descrição do primeiro parágrafo do texto, a • Fecho do Mar de Tétis. (D).
sedimentação marinha na região situada entre os continentes 6. Opção (D)
Gondwana e Laurásia cessou no final do Carbonífero, não se • As sondagens são um método direto de estudo da estrutura
tendo prolongado até ao final do Pérmico, último período do interna da Terra o que invalida a opção A;
Paleozoico, o que invalida a opção IV. • A opção B encontra-se incorreta, pois a transição entre a crusta e
• V é uma afirmação verdadeira, pois de acordo com o conteúdo do o manto ocorre, à profundidade média de 40 km; ora, a sonda-
texto, a formação do supercontinente Pangeia resultou da colisão gem “Corvina” alcançou a profundidade máxima de 2020 m;
dos continentes Gondwana e Laurásia, fenómeno que provocou • O facto de se terem encontrado sedimentos com idades per-
dobramento de sedimentos, fraturação e metamorfismo, proces- tencentes ao Oligocénico (Cenozoico) e ao Cretácico Inferior
sos associados à formação de cadeias montanhosas. (Mesozoico Médio) invalida a opção C e valida a opção D.
2. Opção (A) 7. Opção (B)
• Durante o processo de rifting intracontinental ocorrido há • A crusta oceânica, mais densa do que a crusta continental, é
200 Ma, deu-se a ascensão de magma que originou lavas ba- constituída maioritariamente por rochas de natureza basáltica
sálticas, tipicamente associadas a processos de formação de ricas em minerais ferromagnesianos, o que torna as opções A
oceanos, nomeadamente, do oceano Atlântico. Do que decor- e C incorretas e a opção B correta;
re que a opção C corresponde à alternativa correta; • A opção D encontra-se incorreta, pois as rochas da crusta
• A opção B encontra-se incorreta, pois a formação de lavas continental são ricas em quartzo e ortóclase e, por isso, apre-
basálticas não se associa a processos de colisão; sentam maior percentagem de sílica e alumínio.
• A ascensão de magmas com elevado teor em sílica não origi- 8. Opção (C)
na lavas basálticas, o que invalida a opção C; • Durante uma fase distensiva, é típico dar-se a ocorrência de
• A opção D encontra-se incorreta, pois a fusão de rochas da falhas normais o que conduz ao aumento da coluna de água;
crusta continental não resulta na formação de magmas basál- tal invalida a opção A;
ticos (pobres em sílica). • Durante uma fase distensiva, o contexto tectónico não concorre
3. Opção (C) para a formação de falhas inversas, o que invalida a opção B;
• A deformação dos depósitos de sal-gema de Loulé desenvol- • O levantamento de algumas zonas da bacia referida, ao criar
veu-se na sequência da movimentação da África que levou à zonas emersas, dificulta a migração de espécies marinhas
subducção da litosfera oceânica sob a Eurásia, que culminou boreais e tetisianas. A ascensão de magmas com elevado teor
com o fecho do Mar de Tétis o que é incompatível com os em sílica não origina lavas basálticas. Tal valida a opção C e
processos de alargamento do Mar de Tétis, de deslocamento contraria a opção D.
do continente africano para sul ou da fragmentação do super- 9. Opção (A)
continente Pangeia. Tal invalida as opções A, B e D; • A sobre-extração das águas de aquíferos litorais resulta do
• A opção C é validada pela afirmação do texto “Este processo avanço da cunha salina, o que pode conduzir à descida dos
causou as deformações alpinas na Eurásia, que se propaga- níveis freáticos, pelo que a opção A corresponde à alternativa
ram de este para oeste, vindo a afetar os depósitos de sal-ge- correta e invalida as opções C e D;
ma de Loulé” e apoiada pelo contexto tectónico descrito no • A opção B encontra-se incorreta, pois as zonas de recarga,
penúltimo parágrafo do Texto 1. genericamente, não são influenciadas pela sobre-extração, o
4. Opção (A) que invalida a opção B;
• Da informação que “Nas Argilas de S. Bartolomeu de Messi- 10. Elementos de resposta:
nes, foram encontrados ossos de estegocéfalos fossilizados. (A) A fragmentação da Pangeia levou à formação da Bacia do
Trata-se de anfíbios primitivos que viveram no Paleozoico e Algarve, cujo afundimento permitiu a entrada de água do
no início do Mesozoico e que apresentam afinidades anatómi- mar (OU favoreceu a progressão do Mar de Tétis para
cas com os répteis” decorre a inferência enunciada na afirma- oeste).
ção A, tornando esta correta; (B) Um clima quente e seco promoveu a evaporação da água
• Os ossos de estegocéfalos encontram-se fossilizados em ar- do mar e a precipitação do cloreto de sódio dissolvido, for-
gilas, sedimentos de grão fino, depositados em meios de bai- mando o sal-gema.

13
BIOLOGIA E GEOLOGIA – 10.º E 11.º ANOS

propostas de solução

Texto 2 • A afirmação V encontra-se correta. H. hippocampus divergiu


11. Opção (C) há menos tempo de H. zosterae/tem um ancestral comum
• A opção A encontra-se incorreta uma vez que a propagação mais recente com H. zosterae do que de/com H. guttulatus,
vegetativa constitui um processo de reprodução assexuada apresentando, por isso, maiores semelhanças com a primeira
que garante a formação de clones e, portanto, a estabilidade das espécies mencionadas.
genética; 15. Opção (B)
• A opção B encontra-se incorreta pois, apesar da propagação • Na fase fotoquímica do processo fotossintético ocorre a foto-
vegetativa constituir um processo de reprodução assexuada fosforilação de moléculas de ADP e não de ATP. Tal invalida a
que assegura um rápido crescimento da população de Zosfera opção A;
e, dessa forma, compensar o número de plantas predadas, • Na fase fotoquímica ocorre a redução (e não a oxidação) de
este aumento contraria o aumento da erosão marinha; moléculas de NADP+. Tal invalida a opção C;
• A propagação vegetativa constitui um processo de reprodu- • A fixação de carbono com produção de compostos orgânicos
ção assexuada o que concorre para o rápido crescimento da ocorre na fase química/Ciclo de Calvin (e não na fase fotoquí-
população e, consequentemente, para a existência de um ele- mica). Tal invalida a opção D.
vado número de rizomas que contribuem para a fixação os • Na fase fotoquímica verifica-se a oxidação de moléculas de
sedimentos, o que valida a opção C; H2O, com consequente libertação de oxigénio, o que apoia a
• A opção D encontra-se incorreta uma vez que a propagação vege- opção B.
tativa constitui um processo de reprodução assexuada que ga- 16. Elementos de resposta:
rante a formação rápida de clones e, portanto, a estabilidade ge- (A) O aumento da temperatura leva à subida do nível do mar, o
nética, contribuindo para a estabilização da linha de costa. que irá conduzir ao desaparecimento (OU irá intensificar a
12. Opção (C) erosão) das ilhas-barreira, reduzindo o seu efeito protetor.
• Apesar do coração dos cavalos-marinhos estar dividido em (B) O hidrodinamismo do sistema lagunar da Ria Formosa
duas cavidades (são peixes), o mesmo é percorrido apenas aumenta.
por sangue venoso. Tal invalida a opção A; (C) Os estádios iniciais de desenvolvimento das espécies ficam
• A opção B encontra-se incorreta, pois o coração dos cavalos- comprometidos, conduzindo à diminuição das populações (ou
-marinhos apresenta duas cavidades e a circulação é simples; do número de espécies), afetando a atividade piscatória.
• Apesar das superfícies respiratórias (brânquias) serem inter- 17. Elementos de resposta:
nas, a esse nível ocorre difusão indireta. Tal invalida a opção D (A) A boa penetração da luz no sistema lagunar favorece o de-
e apoia a opção C, pois as trocas gasosas com os tecidos/cé- senvolvimento de produtores (OU favorece a produtividade
lulas são mediadas pelo sistema respiratório. primária).
13. Opção (D) (B) A abundância de produtores permite o estabelecimento de
• As células embrionárias dos cavalos-marinhos são diploides, uma comunidade diversificada de organismos marinhos que
ao passo que os gâmetas formados são haploides. Assim, as servem de alimento às aves migratórias, antes de estas retoma-
células embrionárias não podem ter nem metade da quantida- rem os seus longos trajetos.
de de DNA, nem igual quantidade de DNA dos gâmetas, du-
Texto 3
rante a profase. Tal invalida as opções A e B;
18. Afirmações III, IV e V
• Os gâmetas já formados apresentam metade do número de
• A afirmação I encontra-se incorreta. No Texto 3 é referido que
cromossomas das células embrionárias, em profase. Para
“... foram registados os valores de temperatura da água”. É,
além disso, enquanto os gâmetas já formados evidenciam
por isso, possível concluir-se que o controlo da temperatura
cromossomas unicromatídicos (constituídos por um cromatí-
não terá sido possível, registando-se oscilação de valores no
dio apenas/uma molécula de DNA apenas), as células embrio-
decurso da investigação;
nárias, durante a profase, evidenciam cromossomas dicroma-
• A afirmação II encontra-se incorreta, pois o grau de sobrevi-
tídicos (constituídos por dois cromatídios cada/duas molécula
vência dos cavalos-marinhos não constituiu objeto de estudo
de DNA cada). Tal invalida a opção C e apoia a opção D.
do trabalho de investigação;
14. Afirmações I, III e V
• A afirmação III encontra-se correta. O número de movimentos
• A afirmação I é validada, mediante confronto com a árvore fi-
operculares por minuto variou em função das condições acústi-
logenética da Figura 2. H. guttulatus é a espécie que primeiro
cas a que os cavalos-marinhos foram sujeitos, correspondendo,
diverge.
por isso, a uma das variáveis dependentes do estudo;
• A afirmação II encontra-se incorreta, dado que a árvore filoge-
• A afirmação IV encontra-se correta. O ruído produzido pelo
nética ilustra um sistema de classificação racional e vertical
motor dos barcos encontra-se associado às condições acústi-
(tem em conta o fator tempo);
cas proporcionadas pelos investigadores, correspondendo,
• A afirmação III é validada, pois na árvore filogenética (Figura
por isso, a uma das variáveis independentes;
2), a bifurcação que ilustra a divergência entre H. erectus e H.
• A afirmação V encontra-se correta. De acordo com o gráfico
hippocampus surge no final do Neogénico;
da Figura 3B o valor médio de MOPM, nos machos, é de 50,
• H. zosterae e H. erectus pertencem a espécies diferentes, pelo
pelo que, muito provavelmente, terão sido registados valores
que, ao cruzarem-se entre si, não originam descendentes férteis
superiores e inferiores a 50.
(conceito biológico de espécie). Tal invalida a afirmação IV;

14
Propostas de solução

propostas de solução
19. Opção (A) 5. Opção (B)
• De acordo com o gráfico da Figura 3B, a posição do barco no • As amostras B e C são rochas sedimentares que se encon-
3.º minuto gera os valores mais elevados de MOPM em ma- tram tipicamente em estruturas designadas camadas ou es-
chos e fêmeas. Tal invalida a opção B; tratos, o que invalida as opções A e C, que referem estruturas
• A diferença de valores de MOPM EER/Canal de Olhão prova que o tipicamente encontradas em afloramentos de rochas magmá-
movimento habitual de barcos induz alterações na frequência ticas, e valida a opção B;
respiratória dos cavalos-marinhos. Tal invalida a opção C; • A opção D é incorreta, uma vez que as amostras B e C são
• De acordo com o gráfico da Figura 3B, nos machos, o maior rochas carbonatadas que envolvem precipitação química, en-
número de MOPM registou-se ao fim do 3.º minuto dos en- quanto os sedimentos constituintes das dunas são, tipica-
saios experimentais. Tal invalida a opção D. mente, material detrítico.
• A diferença de valores de MOPM na comparação EER/Canal
de Olhão é superior nas fêmeas, o que fundamenta a opção A. Grupo III
20. (a) – (2); (5); (b) – (3); (6); (c) – (1); (4); (7). 1. Opção (D)
21. Elementos de resposta: • Gâmetas e gametócitos são haploides, apresentando, por is-
(A) O aumento dos movimentos operculares conduz a uma so, a mesma ploidia. Tal invalida a opção A;
maior oxigenação do sangue. • No interior das hemácias ocorre reprodução assexuada dos
(B) A maior quantidade de oxigénio que chega às células permi- merozoítos, pelo que não se verificam fenómenos de recom-
te produzir maior quantidade de energia (durante a respira- binação genética. Tal invalida a opção B;
ção celular), o que facilita a fuga. • A mitose dos merozoítos ocorre no interior das hemácias e
Grupo II não dos hepatócitos. Tal invalida a opção C;
1. a) – 2: apresenta bioclastos ligados por carbonato de cálcio que • Os esporozoítos são células haploides resultantes da divisão
faz efervescência com os ácidos) | b) – 2: mineral constituinte do zigoto (diploide), pelo que terá ocorrido meiose para a sua
das rochas carbonatadas | c) – 1: sedimento de grão fino com- formação. Tal fundamenta a escolha da opção D.
patível com a microfotografia | d) – 1: apresenta cor escura | e) 2. E – C – A – B – D
– 3: mineral ferromagnesiano abundante neste tipo de rochas. • A maturação da EXP2 no Complexo de Golgi dos esporozoítos
2. Elementos de resposta: torna a proteína funcional (E);
(A) A rocha é constituída por CaCO3 (OU por carbonato de cál- • A EXP2 funcional cria poros na membrana dos hepatócitos (C);
cio), uma vez que faz efervescência com os ácidos. • A membrana celular torna-se, por isso, permeável à entrada
(B) A rocha é constituída por cristais de calcite, porque faz de Ca2+, alterando-se a sua concentração intracelular (A);
efervescência com os ácidos. • A fusão de lisossomas com a membrana dos hepatócitos
(C) A rocha apresenta uma textura não foliada, uma vez que é permite a exocitose da esfingomielina ácida, envolvida no
constituída por cristais sem orientação preferencial. processo de reparação da membrana celular (B);
3. Opção (A) • O processo de reparação ativa a endocitose dos esporozoítos
• A análise da microfotografia da rocha A apresenta um cristal de (D).
dimensões consideráveis, formado lentamente num primeiro 3. (a) – (3); (b) – (1); (c) – (4).
tempo de cristalização, incluído numa pasta microcristalina con- 4. Elementos de resposta:
solidada posteriormente sob condições de arrefecimento rápido, (A) A substituição da base nitrogenada do décimo quinto deso-
do que decorre que opção A corresponde à alternativa correta; xirribonucleótido (adenina) por uma citosina dá origem a um
• Na atividade vulcânica com caráter explosivo, o magma original é codão de terminação (OU ao codão UAG).
rico em sílica, muito viscoso, pelo que não se formam minerais (B) A substituição interrompe a síntese da proteína EXP2 (OU o
tais como a olivina. Tal invalida as opções B, C e D. processo de tradução).
4. Opção (B) (C) A ausência da proteína EXP2 diminui (OU impede) a capaci-
• De acordo com o último parágrafo do texto, a olivina apresen- dade de entrada dos esporozoítos nos hepatócitos, reduzindo a
ta fratura, o que invalida a opção A; capacidade infeciosa do Plasmodium.
• A afirmação do texto “Os minerais que não são atravessados
pela luz, como os que têm como propriedade o brilho metáli-
co, apresentam cor negra, não podendo, por isso, ser identifi-
cados usando o microscópio petrográfico de luz transmitida,
pelo que se designam genericamente como «minerais opa-
cos», valida a opção B já que a olivina é distinguível ao mi-
croscópio petrográfico pelo que apresenta brilho não
metálico.
• A dureza da olivina é 6,5-7,0. Tal invalida a opção C;
• A opção D é incorreta uma vez que a olivina é um mineral fer-
romagnesiano (máfico).

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