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LITERATURA — MÓDULO 1 E 2 — EXERCÍCIO

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1.

TEXTO II

No verão de 1954, o artista Robert Rauschenberg (n.1925) criou o termo combine para se referir
a suas novas obras que possuíam aspectos tanto da pintura como da escultura.

Em 1958, Cama foi selecionada para ser incluída em uma exposição de jovens artistas
americanos e italianos no Festival dos dois Mundos em Spoleto, na Itália. Os responsáveis pelo
festival, entretanto, se recusaram a expor a obra e a removeram para um depósito.

Embora o mundo da arte debatesse a inovação de se pendurar uma cama numa parede,
Rauschenberg considerava sua obra “um dos quadros mais acolhedores que já pintei, mas
sempre tive medo de que alguém quisesse se enfiar nela”.

DEMPSEY, A. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte moderna. São Paulo:
Cosac e Naify, 2003.

A obra de Rauschenberg chocou o público na época em que foi feita, e recebeu forte influência
de um movimento artístico que se caracterizava pela

a) dissolução das tonalidades e dos contornos, revelando uma produção rápida.


b) exploração insólita de elementos do cotidiano, dialogando com os ready-mades.
c) repetição exaustiva de elementos visuais, levando à simplificação máxima da composição.
d) incorporação das transformações tecnológicas, valorizando o dinamismo da vida moderna.
e) geometrização das formas, diluindo os detalhes sem se preocupar com a fidelidade ao real.

2. No programa do balé Parade, apresentado em 18 de maio de 1917, foi empregada


publicamente, pela primeira vez, a palavra sur-realisme. Pablo Picasso desenhou o cenário e a
indumentária, cujo efeito foi tão surpreendente que se sobrepôs à coreografia. A música de Erik
Satie era uma mistura de jazz, música popular e sons reais tais como tiros de pistola, combinados
com as imagens do balé de Charlie Chaplin, caubóis e vilões, mágica chinesa e Ragtime. Os
tempos não eram propícios para receber a nova mensagem cênica demasiado provocativa
devido ao repicar da máquina de escrever, aos zumbidos de sirene e dínamo e aos rumores de
aeroplano previstos por Cocteau para a partitura de Satie. Já a ação coreográfica confirmava a
tendência marcadamente teatral da gestualidade cênica, dada pela justaposição, colagem de
ações isoladas seguindo um estímulo musical.

SILVA, S. M. O surrealismo e a dança. GUINSBURG, J.; LEIRNER (Org.). O surrealismo. São


Paulo: Perspectiva, 2008 (adaptado).

As manifestações corporais na história das artes da cena muitas vezes demonstram as


condições cotidianas de um determinado grupo social, como se pode observar na descrição
acima do balé Parade, o qual reflete

a) a falta de diversidade cultural na sua proposta estética.


b) a alienação dos artistas em relação às tensões da Segunda Guerra Mundial.
c) uma disputa cênica entre as linguagens das artes visuais, do figurino e da música.
d) as inovações tecnológicas nas partes cênicas, musicais, coreográficas e de figurino.
e) uma narrativa com encadeamentos claramente lógicos e lineares.

3.

Isto

Dizem que finjo ou minto

Tudo que escrevo. Não.

Eu simplesmente sinto

Com a imaginação.

Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo

O que me falha ou finda,

É como que um terraço

Sobre outra coisa ainda.

Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio


Do que não está ao pé,

Livre do meu enleio,

Sério do que não é.

Sentir? Sinta quem lê!

PESSOA, F. Poemas escolhidos. São Paulo: Globo, 1997.

Fernando Pessoa é um dos poetas mais extraordinários do século XX. Sua obsessão pelo fazer
poético não encontrou limites. Pessoa viveu mais no plano criativo do que no plano concreto, e
criar foi a grande finalidade de sua vida. Poeta da "Geração Orfeu", assumiu uma atitude
irreverente.

Com base no texto e na temática do poema Isto, conclui-se que o autor

a) revela seu conflito emotivo em relação ao processo de escritura do texto.


b) considera fundamental para a poesia a influência dos fatos sociais.
c) associa o modo de composição do poema ao estado de alma do poeta.
d) apresenta a concepção do Romantismo quanto à expressão da voz do poeta.
e) separa os sentimentos do poeta da voz que fala no texto, ou seja, do eu lírico.

4. Descobrimento

Abancado à escrivaninha em São Paulo

Na minha casa da rua Lopes Chaves

De sopetão senti um friúme por dentro.

Fiquei trêmulo, muito comovido

Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no norte, meu Deus! Muito

longe de mim,

Na escuridão ativa da noite que caiu,

Um homem pálido, magro de cabelos escorrendo nos olhos

Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,

Faz pouco se deitou, está dormindo.

Esse homem é brasileiro que nem eu…

ANDRADE, M. Poesias completas. São Paulo: Edusp, 1987

O poema Descobrimento, de Mário de Andrade, marca a postura nacionalista manifestada pelos


escritores modernistas. Recuperando o fato histórico do “descobrimento”, a construção poética
problematiza a representação nacional a fim de

a) resgatar o passado indígena brasileiro.


b) criticar a colonização portuguesa no Brasil.
c) defender a diversidade social e cultural brasileira.
d) promover a integração das diferentes regiões do país.
e) valorizar a Região Norte, pouco conhecida pelos brasileiros.

5. (UFC-CE)

“Morte à gordura!

morte às adiposidades cerebrais!

Morte ao burguês-mensal!

ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!

Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!

‘— Ai, filha, que te darei pelos teus anos?

— Um colar... — Conto e quinhentos!!!’

(...) Fora! Fu! Fora o bom burguês!...”

O trecho acima, transcrito do poema “Pauliceia Desvairada”, de Mário de Andrade, foi recitado
na Semana de Arte Moderna, realizada de 11 a 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de
São Paulo. Sobre esse movimento, é correto afirmar que:

a) teve como princípio uma arte baseada na estética romântica e realista.

b) tentou traduzir a cultura e os problemas nacionais através da arte.

c) gerou uma valorização da arte europeia em detrimento da arte brasileira.

d) foi uma tentativa de renovar as manifestações artísticas no Brasil Império.

e) foi um grupo de poetas e escultores que reafirmaram o parnasianismo no Brasil.

6. (PUCCamp-SP) Os modernistas de São Paulo, em especial Menotti del Picchia e Oswald de


Andrade, usavam habitualmente o termo “futurismo”, mas o faziam em sentido elástico, para
designar as propostas mais ou menos renovadoras que se opunham às receitas “passadistas” e
“acadêmicas”. A polarização futurismo x passadismo servia como tática retórica eficaz — mas
também simplificadora. Esse aspecto do discurso modernista, que se apresentava como ruptura
com o “velho”, acabava por atirar na lata do lixo do “passadismo” manifestações variadas, às
quais, diga-se, não raro os próprios “novos” estavam atados.

(GONÇALVES, Marcos Augusto. 1922 – A semana que não terminou. São Paulo: Companhia
das Letras, 2012, p. 20)

O modernista Oswald de Andrade chegou a dizer que somos todos futuristas porque somamos
um povo de mil origens, arribado em mil barcos, com desastres e ânsias, aludindo assim

a) aos gêneros literários que deveriam ser frequentados.

b) à diversidade da nossa composição histórica, étnica e cultural.

c) às diversas facções em que se dividiam os modernistas.

d) à força da aristocracia na condução de nossas manifestações artísticas.


e) às formas de atuação a que estavam presos os artistas conservadores.

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