6° Dia Meditação - Consagração.
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JESUS CRISTO
E SEU ESPÍRITO DE HUMILDADE
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um nome, uma grandeza, uma dignidade que superam tudo o que
pode ser nomeado no mundo, a fim de que, segundo a palavra de
Isaías (45, 24), ao nome de Jesus todo joelho se dobre no Céu, sobre
a terra, no inferno, e que uma homenagem universal testemunhe que
Jesus Cristo é Rei e Senhor para a glória de seu Pai.”
Propter quod et Deus exaltavit illum, et donavit illi nomem quod est super
omne nomen: ut in nomine Jesu omne genu flectatur, coelestium, terrestrium et
infernorum, et omnis lingua confiteatur quia Dominus Jesus Christus in gloria
est Dei Patris. (Flp 2, 9-11.)
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II
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ele se colocou, ao se encarnar, na condição de escravo: formam servi acci-
piens, foi, evidentemente, para estar à disposição de todos aqueles que
ele vinha resgatar. Ele não fará, pois, outra coisa além de servi-los.
Ele mesmo o declara em termos formais: “O Filho do homem,
isto é, o Verbo encarnado, o Filho de Deus que se tornou o filho
de uma Mãe humana, não veio para ser servido, mas para servir.” (Mt 20,
28.) Dizei-me: “Qual é o maior, o que está à mesa, ou o que serve? Não é
maior o que está sentado à mesa? Pois eu estou no meio de vós como um que
serve.” (Lc 22, 27.)
E o que ele diz, pratica-o. Na noite da Quinta-Feira Santa, no
começo dessa refeição, o última que ele faz com seus apóstolos, ele
se levanta da mesa, cinge-se da libré do serviço: ajoelhado diante dos
doze, lava os pés de cada um com uma humildade que os confunde.
Função, labor de todos os humildes, de todos os submissos, de todos
os prostrados aos pés de um senhor terreno. É seu trabalho e eles o
cumprem.
Jesus não quis assemelhar-se aos grandes da terra, que dominam
pela força e tratam seus súditos como se fossem feitos para eles. Ao
contrário, em seu Reino, ele quer que aqueles que são chamados a
conduzir os outros se considerem como os servos de seus inferiores,
buscando somente fazer-lhes o bem. Por isso, ele quer que seu gesto
da Quinta-Feira Santa seja imitado no curso dos séculos por todos os
que se glorificarem por serem seus.
“Compreendeis o que vos fiz? – pergunta Jesus aos seus apóstolos.
Vós chamais-me Mestre e Senhor e dizeis bem, porque o sou. Se eu, pois, Senhor
e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Porque
eu dei-vos o exemplo, para que, como eu vos fiz, assim façais vós também. Em
verdade, em verdade vos digo: O servo (literalmente: o escravo) não é maior
do que seu senhor, nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se compre-
endeis estas coisas, bem-aventurados sereis se as praticardes.”
Como ressaltar melhor a diferença entre o espírito do cristianismo
e o espírito do mundo? O Filho de Deus se fez até o fim o servo
de seus próprios servos. E não foi devido a essa admirável humil-
dade que o divino Mestre exerceu uma influência profunda sobre um
número tão grande de almas? Não foi graças a esse esquecimento
total de si, que não deixava transparecer nele senão a paixão de fazer
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não são graças protetoras e imperativas? Deixemo-nos ganhar, sem
opor a menor resistência.
Como a Santíssima Virgem, olhemos Deus, Deus feito homem, e
olhemos somente para ele. Olhares favoráveis sobre nós mesmos sig-
nificariam fraqueza e covardia. Apenas retardaríamos nosso encami-
nhamento a uma Consagração que quer ser como uma continuação
da atitude do Verbo encarnado, escravo de amor de Deus, seu pai,
por meio de Maria, sua Santa Mãe.
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