O documento discute tolerâncias dimensionais em peças mecânicas. Explica que:
1) Tolerâncias dimensionais permitem pequenas variações nas medidas de peças para além das dimensões nominais devido a imprecisões nos processos de fabricação.
2) Tolerâncias são indicadas por valores e símbolos nos desenhos técnicos e definem os limites máximo e mínimo aceitáveis para cada dimensão.
3) Ajustes entre peças dependem das tolerâncias especificadas para garantir o funcionamento correto dos conj
O documento discute tolerâncias dimensionais em peças mecânicas. Explica que:
1) Tolerâncias dimensionais permitem pequenas variações nas medidas de peças para além das dimensões nominais devido a imprecisões nos processos de fabricação.
2) Tolerâncias são indicadas por valores e símbolos nos desenhos técnicos e definem os limites máximo e mínimo aceitáveis para cada dimensão.
3) Ajustes entre peças dependem das tolerâncias especificadas para garantir o funcionamento correto dos conj
Descrição original:
Ficha de Tolerancia Dimensional de Desenho Tecnico
O documento discute tolerâncias dimensionais em peças mecânicas. Explica que:
1) Tolerâncias dimensionais permitem pequenas variações nas medidas de peças para além das dimensões nominais devido a imprecisões nos processos de fabricação.
2) Tolerâncias são indicadas por valores e símbolos nos desenhos técnicos e definem os limites máximo e mínimo aceitáveis para cada dimensão.
3) Ajustes entre peças dependem das tolerâncias especificadas para garantir o funcionamento correto dos conj
O documento discute tolerâncias dimensionais em peças mecânicas. Explica que:
1) Tolerâncias dimensionais permitem pequenas variações nas medidas de peças para além das dimensões nominais devido a imprecisões nos processos de fabricação.
2) Tolerâncias são indicadas por valores e símbolos nos desenhos técnicos e definem os limites máximo e mínimo aceitáveis para cada dimensão.
3) Ajustes entre peças dependem das tolerâncias especificadas para garantir o funcionamento correto dos conj
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Instituto Politécnico de Comunicação e Arte
PLANIFICAR E FABRICAR PEÇAS MECÂNICAS
Eng. Enildo Dérito Mutemba 1
TOLERÂNCIA DIMENSIONAL
Introdução
É muito difícil executar peças com as medidas rigorosamente
exatas porque todo processo de fabricação está sujeito a imprecisões. Sempre acontecem variações ou desvios das cotas indicadas no desenho. A prática tem demonstrado que as medidas das peças podem variar, dentro de certos limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade. Esses desvios aceitáveis nas medidas das peças caracterizam o que chamamos de tolerância dimensional.
As tolerâncias vêm indicadas, nos desenhos técnicos, por valores e
símbolos apropriados. Por isso, você deve identificar essa simbologia e também ser capaz de interpretar os gráficos e as tabelas correspondentes. Eng. Jaime Mudanisse Jr. 2 As peças, em geral, não funcionam isoladamente. Elas trabalham associadas a outras peças, formando conjuntos mecânicos que desempenham funções determinadas. Veja um exemplo abaixo:
Num conjunto, as peças se ajustam, isto é, se encaixam umas nas
outras de diferentes maneiras. O sistema de tolerâncias recomendado é da norma internacional ISO (International Organization For Standardization). A observância dessas normas, tanto no planeamento do projecto, assim como na execução da peça, é essencial.
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O que é Tolerância Dimensional?
As cotas indicadas no desenho técnico são chamadas de dimensões
nominais. É impossível executar as peças com os valores exactos dessas dimensões porque vários factores interferem no processo de produção, tais como imperfeições dos instrumentos de medição e das máquinas, deformações do material e falhas do operador. Então, procura-se determinar desvios, dentro dos quais a peça possa funcionar corretamente. Esses desvios são chamados de afastamentos.
Afastamentos
Os afastamentos são desvios aceitáveis das dimensões nominais,
para mais ou menos, que permitem a execução da peça sem prejuízo para seu funcionamento e intercambiabilidade. Eles podem ser indicados no desenho técnico como mostra a ilustração a seguir:
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Neste exemplo, a dimensão nominal do diâmetro do pino é 20 mm. Os afastamentos são: + 0,28 mm (vinte e oito centésimos de milímetro) e + 0,18 mm (dezoito centésimos de milímetro). O sinal + (mais) indica que os afastamentos são positivos, isto é, que as variações da dimensão nominal são para valores maiores.
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O afastamento de maior valor (0,28 mm, no exemplo) é chamado de afastamento superior; o de menor valor (0,18 mm) é chamado de afastamento inferior. Tanto um quanto outro indicam os limites máximo e mínimo da dimensão real da peça.
Somando o afastamento superior à dimensão nominal
obtemos a dimensão máxima, isto é, a maior medida aceitável da cota depois de executada a peça. Então, no exemplo dado, a dimensão máxima do diâmetro corresponde a: 20 mm + 0,28 mm = 20,28 mm.
Somando o afastamento inferior à dimensão nominal
obtemos a dimensão mínima, isto é, a menor medida que a cota pode ter depois de fabricada. No mesmo exemplo, a dimensão mínima é igual a 20 mm + 0,18 mm, ou seja, 20,18 mm.
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Assim, os valores: 20,28 mm e 20,18 mm correspondem aos limites máximo e mínimo da dimensão do diâmetro da peça. Depois de executado, o diâmetro da peça pode ter qualquer valor dentro desses dois limites.
A dimensão encontrada, depois de executada a peça, é a
dimensão efetiva ou real; ela deve estar dentro dos limites da dimensão máxima e da dimensão mínima.
Quando os dois afastamentos são positivos, a dimensão
efetiva da peça é sempre maior que a dimensão nominal. Entretanto, há casos em que a cota apresenta dois afastamentos negativos, ou seja, as duas variações em relação à dimensão nominal são para menor, como no próximo exemplo.
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A cota Ø 16 apresenta dois afastamentos com sinal - (menos), o que indica que os afastamentos são negativos: - 0,20 e - 0,41. Quando isso acontece, o afastamento superior corresponde ao de menor valor numérico absoluto. No exemplo, o valor 0,20 é menor que 0,41; logo, o afastamento - 0,20 corresponde ao afastamento superior e - 0,41 corresponde ao afastamento inferior. Eng. Jaime Mudanisse Jr. 8 Para saber qual a dimensão máxima que a cota pode ter basta subtrair o afastamento superior da dimensão nominal. No exemplo: 16,00 - 0,20 = 15,80.
Para obter a dimensão mínima você deve subtrair o
afastamento inferior da dimensão nominal. Então: 16,00 - 0,41 = 15,59. A dimensão efetiva deste diâmetro pode, portanto, variar dentro desses dois limites, ou seja, entre 15,80 mm e 15,59 mm. Neste caso, de dois afastamentos negativos, a dimensão efetiva da cota será sempre menor que a dimensão nominal.
Há casos em que os dois afastamentos têm sentidos
diferentes, isto é, um é positivo e o outro é negativo. Veja:
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Quando isso acontece, o afastamento positivo sempre corresponde ao afastamento superior e o afastamento negativo corresponde ao afastamento inferior.
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Respostas: a) afastamento superior: +0,05 mm; afastamento inferior: + 0,03 mm; dimensão máxima: 20,05 mm; dimensão mínima: 20,03 mm; b) 20,04 e 20,03 mm. Eng. Jaime Mudanisse Jr. 11 Numa mesma peça, as cotas podem vir acompanhadas de diferentes afastamentos, de acordo com as necessidades funcionais de cada parte. Analise o desenho técnico do pino com rebaixo, ao lado. Depois, interprete as cotas pedidas.
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Respostas: a) 40, + 0,25 e - 0,25; b) b) + 0,23 e + 0,12; 12,23 mm e 12,12 mm; c) 20,2 mm e 19,9 mm; d) menor.
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Tolerância
Tolerância é a variação entre a dimensão máxima e a dimensão
mínima. Para obtê-la, calculamos a diferença entre uma e outra dimensão. Acompanhe o cálculo da tolerância, no próximo exemplo:
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Nesse exemplo, os dois afastamentos são negativos. Assim, tanto a dimensão máxima como a dimensão mínima são menores que a dimensão nominal e devem ser encontradas por subtração. Para a cota Ø 16 mm, a tolerância é de 0,21 mm (vinte e um centésimos de milímetro).
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A tolerância pode ser representada graficamente. Veja:
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Nessa representação, os valores dos afastamentos estão exagerados. O exagero tem por finalidade facilitar a visualização do campo de tolerância, que é o conjunto dos valores compreendidos entre o afastamento superior e o afastamento inferior; corresponde ao intervalo que vai da dimensão mínima à dimensão máxima.
Qualquer dimensão efetiva entre os afastamentos superior e
inferior, inclusive a dimensão máxima e a dimensão mínima, está dentro do campo de tolerância.
As tolerâncias de peças que funcionam em conjunto
dependem da função que estas peças vão exercer. Conforme a função, um tipo de ajuste é necessário
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AJUSTES
Para entender o que são ajustes precisamos antes saber o que
são eixos e furos de peças. Quando falamos em ajustes, eixo é o nome genérico dado a qualquer peça, ou parte de peça, que funciona alojada em outra. Em geral, a superfície externa de um eixo trabalha acoplada, isto é, unida à superfície interna de um furo. Veja, a seguir, um eixo e uma bucha. Observe que a bucha está em corte para mostrar seu interior que é um furo.
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Eixos e furos de formas variadas podem funcionar ajustados entre si. Dependendo da função do eixo, existem várias classes de ajustes. Se o eixo se encaixa no furo de modo a deslizar ou girar livremente, temos um ajuste com folga.
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Quando o eixo se encaixa no furo com certo esforço, de modo a ficar fixo, temos um ajuste com interferência.
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Existem situações intermediárias em que o eixo pode se encaixar no furo com folga ou com interferência, dependendo das suas dimensões efetivas. É o que chamamos de ajuste incerto.
Em geral, eixos e furos que se encaixam têm a mesma dimensão
nominal. O que varia é o campo de tolerância dessas peças. O tipo de ajuste entre um furo e um eixo depende dos afastamentos determinados. A seguir, estudaremos cada classe de ajuste mais detalhadamente. Eng. Jaime Mudanisse Jr. 21 AJUSTE COM FOLGA
Quando o afastamento superior do eixo é menor ou igual ao
afastamento inferior do furo, temos um ajuste com folga.
Os diâmetros do furo e do eixo têm a mesma dimensão
nominal: 25 mm. O afastamento superior do eixo é - 0,20; a dimensão máxima do eixo é: 25 mm - 0,20 mm = 24,80 mm; a dimensão mínima do furo é: 25,00 mm - 0,00 mm = 25,00 mm. Eng. Jaime Mudanisse Jr. 22 Portanto, a dimensão máxima do eixo (24,80 mm) é menor que a dimensão mínima do furo (25,00 mm) o que caracteriza um ajuste com folga. Para obter a folga, basta subtrair a dimensão do eixo da dimensão do furo. Neste exemplo, a folga é 25,00 mm - 24,80 mm = 0,20 mm.
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Ajuste com folga
Quando o afastamento superior do eixo é menor ou igual ao
afastamento inferior do furo, temos um ajuste com folga.
Os diâmetros do furo e do eixo têm a mesma dimensão nominal: 25
mm. O afastamento superior do eixo é - 0,20; a dimensão máxima do eixo é: 25 mm - 0,20 mm = 24,80 mm; a dimensão mínima do furo é: 25,00 mm - 0,00 mm = 25,00 mm. Portanto, a dimensão máxima do eixo (24,80 mm) é menor que a dimensão mínima do furo (25,00 mm) o que caracteriza um ajuste com folga. Para obter a folga, basta subtrair a dimensão do eixo: é 25,00 mm - 24,80 mm = 0,20 mm. Eng. Jaime Mudanisse Jr. 24 AJUSTE COM INTERFERÊNCIA
Neste tipo de ajuste o afastamento superior do furo é menor ou
igual ao afastamento inferior do eixo.
O valor da interferência, é obtido pela diferença entre a dimensão efetiva do
eixo e a dimensão efectiva do furo. Imagine que a dimensão efectiva peça: diâmetro do eixo igual a 25,28 mm e do furo igual a 25,21 mm. A interferência corresponde a: 25,28 mm - 25,21 mm = 0,07 mm. Como o diâmetro do eixo é maior que o diâmetro do furo, estas duas peças serão acopladas sob pressão. Eng. Jaime Mudanisse Jr. 25 Ajuste incerto É o ajuste intermediário entre o ajuste com folga e o ajuste com interferência. Neste caso, o afastamento superior do eixo é maior que o afastamento inferior do furo, e o afastamento superior do furo é maior que o afastamento inferior do eixo. Acompanhe o próximo exemplo com bastante atenção.
Compare: o afastamento superior do eixo (+0,18) é maior que o
afastamento inferior do furo (0,00) e o afastamento superior do furo (+ 0,25) é maior que o afastamento inferior do eixo (+ 0,02). Logo, estamos falando de um ajuste incerto. Este nome está ligado ao fato de que não sabemos, de antemão, se as peças acopladas vão ser ajustadas com folga ou com interferência. Isso vai depender das dimensões efetivas do eixo e Jaime Eng. do furo. Mudanisse Jr. 26 Sistema de tolerância e ajustes ISO