Direito Tributário: Faculdade Estácio Curso de Direito Professor: João Bernardo Guedes
Direito Tributário: Faculdade Estácio Curso de Direito Professor: João Bernardo Guedes
Direito Tributário: Faculdade Estácio Curso de Direito Professor: João Bernardo Guedes
Faculdade Estácio
Curso de Direito
Professor: João Bernardo Guedes
TÓPICOS
Hermenêutica Tributária.
HERMENÊUTICA DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal.
Idêntica às normas dos demais ramos do Direito. Obedecerá às mesmas regras que disciplinam as demais
regras jurídicas: LINDB; além das disposições do próprio CTN.
Art. 218 CTN. Esta Lei entrará em vigor, em todo o território nacional, no dia 1º de janeiro de 1967,
revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei n. 854, de 10 de outubro de 1949.
(Renumerado do art. 217 pelo Decreto-lei nº 27, de 1966)
Art. 101 CTN. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias
após a data da sua publicação;
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.
Art. 104 CTN. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
Art. 102 CTN. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País,
fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios
de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
A lei tributária vigora nos limites do território do ente federativo que a edita (ente tributante).
Excepcionalmente aplica-se o fenômeno da extraterritorialidade da lei tributária: situações em que a lei
de um ente da federação vai ter validade sobre o território de outro ente e, dentro do território de uma
entidade, não valerá sua própria lei. Ex.: ISS em que se recolhe o imposto relativo ao serviço de
construção civil no local em que a obra é realizada.
A lei tributária vigora como regra nos limites do território do ente tributante, mas a União poderá editar
uma lei referente à matéria tributária que alcance um contribuinte localizado no estrangeiro.
Princípio da territorialidade é que vigora, mas a lei poderá valer em território estrangeiro: alcançando
casos de fato gerador ocorrido no país com contribuinte domiciliado no exterior e de contribuinte
domiciliado no país sobre fato gerador ocorrido no exterior.
APLICAR A LEI:
ADEQUAR A HIPÓTESE Regra: lei definindo situações futuras e não
ABSTRATA (DE INCIDÊNCIA DA pretéritas
LEI) AO CASO CONCRETO.
Art. 5º CRFB 1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Art. 150 CRFB 1988: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
Art. 106 CTN: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos
dispositivos interpretados;
INTERPRETAÇÃO DE
UMA NORMA JURÍDICA
CORREÇÃO:
INTERPRETAR: INTEGRAR:
INTERPRETAÇÃO CONTRA
LEGEM. OCORRE
EXTRAIR OU
QUANDO O INTÉRPRETE
COMPREENDER O SIGNIFICA SUPRIR A SE DEPARA COM ERROS
EXATO SENTIDO DA LACUNA DO DIREITO OU CONTRADIÇÕES DA
NORMA JURÍDICA. (AUSÊNCIA DA NORMA LEGAL CABENDO-
NORMA). LHES ASSIM SUPERAR
ESSA ANTINOMIA.
TELEOLÓGICO OU
LITERAL OU GRAMATICAL HISTÓRICO OU EVOLUTIVO
FINALÍSTICO
AUTÊNTICO JURISPRUDENCIAL
LITERAL OU GRAMATICAL:
- Interpreta-se estritamente o que está escrito: o texto da lei. Ocorre pela interpretação do
sentido das palavras no texto da lei.
- Artigo 111 do CTN: lei de isenção não comporta analogia ( que é método de integração da
norma).
DESDOBRAMENTO DA LITERALIDADE:
Interpretação declaratória: Interpretação restritiva: Interpretação extensiva:
intérprete nem restringe, nem intérprete constata que o intérprete verificou que o
estende, apenas declara o sentido legislador disse mais do que queria legislador “economizou nas
que o legislador quis dar ao texto ou poderia dizer, daí a necessidade palavras”, facultando-se ampliar o
legal. de se restringir a sua aplicação. sentido da norma.
HISTÓRICO OU EVOLUTIVO:
- Interpreta-se a lei com base na evolução histórica do conceito legal. Busca-se o contexto
histórico em que a lei foi promulgada ( busca na exposição de motivos, anais de congresso,
estudo do período histórico e demandas que levaram à promulgação daquela lei).
TELEOLÓGICO OU FINALÍSITICO:
LÓGICO OU SISTEMÁTICO:
- Método de interpretação que usa como base o contexto em que a lei está inserida.
Interpreta-se a lei como um sistema jurídico harmônico.
- intérprete deve superar a interpretação literal para dar um sentido lógico, um sentido que
se coaduna com a racionalidade da norma.
RESTRITIVO:
EXTENSIVO:
AUTÊNTICO:
- Ocorre quando a lei é interpretada por outra lei. Obs.: Artigo 106 do CTN preconiza que a lei
tributária que seja simplesmente interpretativa poderá excepcionalmente retroagir (hipótese
de exceção do artigo 105 do CTN e 150, III, “a” da CRFB 1988).
JURISPRUDENCIAL:
Interpretação integração
Art. 108. CTN: Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
IV - a equidade.
I- ANALOGIA:
- MÉTODO DE INTEGRAÇÃO PELO QUAL SE UTILIZA DA APLICAÇÃO DE UMA NORMA EM VIGOR QUE DISCIPLINA
UMA SITUAÇÃO SEMELHANTE EM FUNÇÃO DA INEXISTÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA.
- NÃO ENCONTRA AMPARO NO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.
- VEDADO O USO DA ANALOGIA PARA RESULTAR A EXIGÊNCIA DE TRIBUTO.
- NÃO É POSSÍVEL CRIAR ISENÇÃO POR ANALOGIA.
- RESTRIÇÃO DA ANALOGIA EM ALGUNS CASOS: BENEFICIAR O PARTICULAR ATRAVÉS DA ANALOGIA IN BONAM
PARTEM NO ÂMBITO DO PROCESSOS OU PROCEDIMENTO.
IV- EQUIDADE:
- ESTÁ RELACIONADA À JUSTIÇA NO CASO CONCRETO E POR ISSO É CONSIDERADA COMO ABRANDAMENTO DO
RIGOR DA NORMA JURÍDICA PARA A REALIZAÇÃO DA JUSTIÇA NO CASO CONCRETO PRINCÍPIO FEDERATIVO,
PRINCÍPIO REPUBLICANO, ENTRE OUTROS.
- TAL COMO NÃO SE PODE EXIGIR TRIBUTO POR ANALOGIA E TAMBÉM NÃO SE PODE DISPENSÁ-LO POR
EQUIDADE, CONTUDO PODERÁ CULMINAR EM UMA INTERPRETAÇÃO MAIS BENIGNA.