- A crise dinástica portuguesa após a morte de D. Fernando levou a um conflito pelo trono entre D. Beatriz/D. João I de Castela e o Mestre de Avis. O Mestre, com apoio popular, matou o amante da regente e foi aclamado líder, dando início à guerra pela independência contra Castela.
- A crise dinástica portuguesa após a morte de D. Fernando levou a um conflito pelo trono entre D. Beatriz/D. João I de Castela e o Mestre de Avis. O Mestre, com apoio popular, matou o amante da regente e foi aclamado líder, dando início à guerra pela independência contra Castela.
- A crise dinástica portuguesa após a morte de D. Fernando levou a um conflito pelo trono entre D. Beatriz/D. João I de Castela e o Mestre de Avis. O Mestre, com apoio popular, matou o amante da regente e foi aclamado líder, dando início à guerra pela independência contra Castela.
- A crise dinástica portuguesa após a morte de D. Fernando levou a um conflito pelo trono entre D. Beatriz/D. João I de Castela e o Mestre de Avis. O Mestre, com apoio popular, matou o amante da regente e foi aclamado líder, dando início à guerra pela independência contra Castela.
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Crónica de D.
João I, Fernão Lopes Nota: Crise Dinástica de 1383-1385
-A crise dinástica foi consequência de vários acontecimentos na
corte portuguesa, tendo como principal protagonista D. Fernando. -D.Fernando deixou apenas uma filha, D.Beatriz do casamento com D.Leonor Teles -Não deixando nenhum filho varão, não era possível a continuidade da Dinastia Afonsina -D.Fernando após se ter envolvido em diversas batalhas com Castela, que resultaram em sucessivas derrotas, acabou por ser obrigado a assinar o Tratado de Salvaterra de Magos com Castela, tratado este que obrigava D. Beatriz a casar com D. João I de Castela, a fim de ceder o governo de Portugal a Castela e a perder a independência -Com o tratado assinado e com a morte de D.Fernando, instala- se a crise dinástica Contexto histórico • A Crónica de D. João I, diz respeito a um período marcado por tensões políticas, devido à crise económico-social do século XIV.
• Com a morte do rei D. Fernando, surge um problema de sucessão.
• É proclamada regente a sua mulher, D . Leonor Teles, que tem como
amante o Conde Andeiro (de origem Galega)
• Álvaro Pais, antigo chanceler-mor dos reis D. Pedro e D. Fernando, toma a
iniciativa de matar o Conde Andeiro e escolhe para essa tarefa D. João, Mestre de Avis (irmão do falecido D. Fernando e filho bastardo de D. Pedro), que aceita a tarefa.
• Eis o esquema de Álvaro Pais: “ à mesma hora em que o Mestre fosse
matar o Conde , a população seria alarmada com a notícia de que no Paço queriam matar o Mestre, e era urgente acudir-lhe. A multidão acorreria ao Paço e ninguém ousaria fazer mal ao mestre”. As coisas passaram-se exatamente como Álvaro Pais previra” -o Mestre entrou no palácio real com homens armados, matou o Conde e apareceu à janela, mostrando que escapara à suposta cilada, o que levou a multidão a aclamá-lo em delírio “ regedor e defensor do reino ”
• “estes factos desencadeiam levantamentos populares em várias
regiões. O rei de Castela tenta sufocar a revolução( com o cerco de Lisboa ), mas a peste dizima as forças invasoras e obriga-as a retirar.”
• O Mestre de Avis é eleito rei de Portugal nas cortes de Coimbra de 1385.
“ a monarquia nascida da revolução depressa reencontra o equilíbrio e A prosa do cronista Fernão Lopes
• A Fernão Lopes foi atribuída a missão de registar a
história dos reis de Portugal, criando assim um novo estilo e afirmando-se como um notável cronista:
- com o objetivo de relatar os factos históricos, tal como
eles teriam acontecido e de levar o leitor a “ presenciar a cena” (tendência ao visualismo -sinestesia) a sua escrita é marcada por uma “ minúcia descritiva” ( abundam pormenores) o que traduz um forte realismo;
• Na Crónica de D. João I( 1ª parte), testemunhamos a
afirmação da consciência coletiva, ou seja, o papel do povo, como herói coletivo, que age unido por um mesmo propósito, acudindo ao Mestre e resistindo durante o Cerco
• Na mesma Crónica, verificamos a presença de atores
individuais e coletivos: os primeiros são o Mestre de Avis e Álvaro Pais; os segundos correspondem à “arraiada miúda”(populares) Resumo dos capítulos 11, 115 e 148 Capítulo 11- “ Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavom o Meestre, e como aló foi Alvoro Paaez e muitas gentes com ele” - O pajem do palácio vai a cavalo gritar ao povo que estão a matar o “ Mestre de Avis nos Paços da Rainha” - Os populares da cidade, ao ouvirem tal notícia, alvoroçam- se e começam a servir-se das armas que têm à sua disposição para acudir o Mestre - Álvaro Pais já vem pronto para o combate com uma “coifa”( parte da armadura que protegia a cabeça) e um cavalo. - Pais traz outros fidalgos armados que incitam a multidão a ajudar o Mestre, pois era filho de D. Pedro. - Circula pelo povo que fora a própria regente, D. Leonor Teles( com a orientação do fidalgo galego com quem vivia, o Conde Andeiro) que mandara matar o Mestre. - Populares chegam ao palácio e veem as portas fechadas : começam a gritar pelo Mestre, dizendo que estão prontos a arrombar as portas ou a incendiar o Paço - As armas de que se servia o povo eram : “ feixes de lenha” e ”carqueija” para incendiar o Paço - Vozes brandam repentinamente, de dentro do Paço, dizendo que o Mestre está vivo e que o Conde Andeiro está morto. - A multidão pede para ver o Mestre e confirmar; o Mestre mostra-se à janela, dizendo que está vivo e bem - O povo deseja também a morte da regente Leonor Teles( “aleivosa”), mas esta consegue fugir com os seus aliados - O Mestre sai do palácio, acompanhado de Álvaro Pais e os seus cavaleiros, e pede aos populares que regressem a casa, pois já fizeram a sua parte. Capítulo 115– “ Per que guisa estava a cidade corregida pera se defender, quamdo el rei de Castela pôs cerco sobrela” * -O cenário está instalado: o rei de Castela (João I de Castela, marido de D.Beatriz) decide cercar a cidade de Lisboa, que estava de antemão preparada; -quando o Mestre sabe da intenção do rival castelhano, ordena que : os homens recolham a maior quantidade de alimentos possível; Os homens vão de “ barcas e batéis” ao Ribatejo, de onde trazem mantimentos; Os lavradores e as suas famílias entrem na cidade cercada com todos os seus pertences, bem como todos os outros que se queiram juntar.
- Descrição da cidade cercada ( e fortificada):
Muros robustos com as suas quadrilhas ( partes do muro protetor); 77 torres e em redor, coberturas de madeira; “Lanças e dardos”, ”bestas de torno”( instrumento de caça), “viratões”( arcos e setas de grande alcance) e catapultas Pedras e bandeiras de S. Jorge ( um dos padroeiros da cidade de Lisboa ); Torres guardadas por “senhores capitães”, ”fidalgos e cidadãos - Quando o sino das torres toca, os guardas deixam- nas a outros vigias e aprontam-se para combater os inimigos; os ”mesteirais” (artesãos) saem das suas oficinas e correm com as armas que têm à mão; os restantes populares juntam-se à defesa e acorrem em multidões aos muros com trombetas e gritos de apoio, espadas e lanças, sem temer o inimigo; os clérigos e os frades da Trindade( contrariando as Leis da Santa Igreja) lutam com o que têm à mão; - Todas as portas da cidade estão protegidas e a dificultar a entrada dos inimigos.; - Muros novos e proteções são construídos com pedras que as mulheres recolhem nos campos - Todos, fidalgos e populares, mesteirais e demais, vivem em amigável comunhão na defesa de um objetivo comum: defender a sua cidade e expulsar os castelhanos Capítulo 148- “Das tribulações de Lixboa padecia per míngua de mantimentos”
- O cerco prolonga-se e começam a faltar os mantimentos-
cresce nos sitiados a sensação de ” míngua” falta de alimentos para poderem manter o corpo robusto - As privações começam a atingir também os nobres e os religiosos - O trigo escasseia, os cercados começam a comer” pam de bagaço d’azeitona, e dos queijos das malvas e raízes d’ervas” e tudo o que a Natureza dá, comestível ou não; há ainda os que escavam a terra à procura de grãos de trigo. - A comida falta dando origem a querelas e inimizades entre os sitiados, ainda que diligentes e corajosos, sempre que repicam os sinos a anunciar ataques castelhanos; ainda assim, alguns homens resignam-se e, cheios de fome e sofrimento, tentam consolar-se com inúteis palavras e lamentos. - Todos se ajoelham na terra e pedem a Deus misericórdia ou então a própria morte - O mestre e o seu Conselho lamentam, mas nada podem fazer, pois passam também por privações
- O povo queixa-se de dois tipos de inimigos: os
castelhanos, que os cercavam de fora, e a escassez de alimentos, que os matava aos poucos dentro das muralhas.
- Reflexão final de Fernão Lopes : chama à atenção
dos outros e futuros portugueses que não participaram em tal sofrimento e flagelo para porem olhos na confiança, na devoção e no patriotismo( até à morte) destes cercados obedientes e tão sofredores
- O cerco acabará quando a peste começar a vitimar
sitiados e sitiantes, regressando os castelhanos à sua terra .