Conhecimento Popular
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Tenho que virar quais cartas para descobrir se a regra é verdadeira ou falsa?
Se uma pessoa bebe cerveja , ela tem que ser de maior
“Imagine que você é um barman que deve cumprir a lei
proibindo a venda de bebidas alcoólicas para menores”; as
cartas representam os fregueses: “bebendo cerveja”,
“bebendo refrigerante”, com “25 anos” e com “16 anos”.
Resposta
Logicamente, a resposta é “P” e “não-Q” – no exemplo,
“A” e “7”. O interessante é que, para regras
expressando relações não-familiares como a do
exemplo, somete menos que 30% constumam de dar a
resposta correta. Temos um confirmation bias (viés
confirmativo) e problemas de lidar com questões mais
abstratas sem ligação com a vida prática.
Regra social
Se P, então Q
1) Se uma carta tem uma vogal de um lado, ela tem um
número par do outro.
2) Se uma pessoa bebe cerveja, ela deve ser de maior.
Logicamente, a resposta é “P” e “não-Q” – no exemplo,
1) “A” e “7”.
2) “Beber cerveja” e “16”
Resultados diferentes
Aqui, surpreendentemente, o padrão de desempenho se
inverte, e mais de 75% dos sujeitos respondem corretamente,
embora a estrutura lógica seja a mesma. Mas que aspectos
das regras sociais estariam determinando um desempenho
“superior” dos sujeitos na tarefa? É interessante verificar, por
exemplo, que a possível violação de um contrato social muda
o desempenho em uma tarefa idêntica em todos os outros
detalhes: verificar a existência de uma regra ou costume não
elicia o mesmo bom desempenho observado ao verificar se
uma regra existente foi violada.
Modularidade da mente
Se os nossos cérebros são o produto de seleção natural, e se a
sua história evolutiva foi caracterizada por pressões
decorrentes da vida social, deveríamos encontrar as marcas
desta história nas características funcionais e estruturais da
cognição humana. Para defensores de modelos “não-
generalistas”, que propõem ideias como “especificidade de
domínios” para as competências cognitivas ou (mais
radicalmente) a existência de “módulos” cognitivos, uma
dessas “marcas” seria a existência de especializações
cognitivas para a detecção de trapaceiros, de violadores de
contratos sociais. Cosmides e Tooby (1992) encontraram uma
ferramenta simples para testar essa hipótese, a Tarefa de
Escolha de Wason
A confiabilidade do sentido comum I
É o sentido comum desligado da realidade? Ele é um tipo
confiável de conhecimento:
(a) As crenças do sentido comum evoluíram por terem
utilidade prática e não por serem verdadeiras.
(b) Da relatividade do sentido comum à histórica e social
sugere que ele não pode espelhar a realidade.
A confiabilidade do sentido comum II
As crenças verdadeiras tendem a ser mais úteis na prática que
falsas. Temos a tendência de considerar discordâncias no
sentido comum mais surpreendentes que concordâncias.
Como nossa atenção está concentrada às discrepâncias,
usualmente as exageramos. A experiência sugere que
quaisquer dois grupos de indivíduos conseguem comunicar as
diferenças no sentido comum.
A confiabilidade do sentido comum III
Um leopardo seguindo um rebanho de antílopes. As duas
espécies têm modos de sentido comum de aprender sobre o
ambiente. É plausível que as duas maneiras sejam
desconectadas da realidade? É literalmente questão de vida e
morte se membros da outra espécie está por perto. Elas
podem estar equivocadas como nós. Um antílope pode
acreditar erroneamente que nenhum leopardo está por perto.
Mas o que explica este erro é a sorte e habilidade do leopardo
e não a desconexão do antílope da realidade.
Problemas I
Do ponto de vista biológico, as nossas capacidades cognitivas
evoluíram no ambiente de objetos de tamanho médio.
Portanto temos dificuldades tanto de entender massas,
energias e entidades muito pequenas como também muito
grandes. Parece que intuitivamente vivemos num mundo da
física pré-newtoniana. Por exemplo, intuitivamente, não
pensamos que um corpo permanece no seu estado de
movimento uniforme retilíneo, a não ser que seja compelido
a mudar esse estado devido à ação de forças aplicadas
(imaginamos que fica num momento em repouso).
Problemas II
Um dos exemplos de sentido comum mais conhecido foi o de
considerar que a Terra era o centro do Universo e que o Sol
girava em torno dela. Galileu ao afirmar que era a Terra que
girava em volta do Sol quase foi queimado pela Inquisição.
Do mesmo jeito, temos dificuldades de pensar sobre assuntos
abstratos, por exemplo sobre matemática.
A cultura popular é baseada no senso comum. Apesar de não
ser sofisticada, não é menos importante sendo
crescentemente reconhecida.