0% acharam este documento útil (0 voto)
18 visualizações16 páginas

XVI - Fiscalização Da Constitucionalidade

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1/ 16

A FISCALIZAÇÃO DA

CONSTITUCIONALIDADE
(2)
Processos de fiscalização da constitucionalidade na CRP/76:

1. Fiscalização preventiva (arts. 278º e 279º)

a) Fiscalização
concreta (arts. 204º
I - Inconstitucionalidade por
e 280º)
ação (arts. 277º-282º) b) Fiscalização
abstrata (arts. 281º e
2. Fiscalização sucessiva 282º)
c) Fiscalização
mista (abstrata com
base na fiscalização
concreta: art.
281º/3)

II – Inconstitucionalidade por omissão


(art. 283º).
Atenção à terminologia!

 Fiscalização preventiva: TC pronuncia-se

 Fiscalização sucessiva concreta: TC julga/decide

 Fiscalização sucessiva abstrata: TC declara

 Fiscalização mista: TC declara

 Fiscalização da inconstitucionalidade por omissão: TC


verifica
Atenção à terminologia!

 Uma norma ou é:
 - inconstitucional
 - ou não inconstitucional

≠ por isso, o TC não julga/declara/verifica a


constitucionalidade de uma norma (não existe em Portugal,
como, por exemplo no Brasil, a “ação declaratória de
constitucionalidade”, nos termos do art. 103.º da CFB)
FISCALIZAÇÃO PREVENTIVA DA
CONSTITUCIONALIDADE
(arts. 278.º e 279.º)

 É uma fiscalização abstrata

 Competência: Tribunal Constitucional

 Incide sobre:
Normas
de alguns diplomas enviados ao PR para promulgação,
ratificação ou assinatura (ou aos RR’s para assinatura)
e que, portanto, ainda não estão em vigor
 Legitimidade ativa:
Presidente da República (art. 278.º/1) – “pode”
Representantes da República (art. 278.º/2) – “podem”
Primeiro-ministro e 1/5 dos deputados – apenas quanto
às leis orgânicas (art. 278.º/4) – “podem”

 Legitimidade passiva:
- Órgão autor da norma impugnada (art. 54.º LTC)
 Prazo para solicitar fiscalização – 8 dias:
 a contar da receção do diploma (art. 278.º/3)
 leis orgânicas: a contar da data do envio ao PR (art.
278.º/6)
 Prazo de pronúncia do TC – 25 dias (art. 278.º/8)

 Objeto – normas de:


 decreto enviado ao PR para promulgação como
lei ou decreto-lei
 tratado internacional submetido ao PR para ratificação
 acordo internacional remetido ao PR para assinatura
 decreto legislativo regional enviado a RR para assinatura

 Para: avaliar inconstitucionalidade (e não ilegalidade)


Efeitos:

 Não pronúncia pela inconstitucionalidade:


PR (e RR) podem promulgar (ou assinar)
ou vetar politicamente (arts. 136.º e 233.º/2)

 Pronúncia de inconstitucionalidade (art. 279.º/1):


○ Obrigação de veto do diploma pelo PR ou RR
○ Seguida de devolução ao órgão que o aprovou
Perante uma pronúncia
de inconstitucionalidade:

 3 hipóteses de atuação do legislador (arts. 279.º/2, 3 e 4):


 Expurgar norma inconstitucional
○ PR pode voltar a requerer a fiscalização preventiva
 Confirmar diploma por maioria de 2/3 dos deputados
○ PR não fica obrigado a promulgar (art. 279.º fala em
“poder” e não “dever” de promulgação, assinatura ou
ratificação)
 Reformular diploma – implica novo processo legislativo:
novo diploma pode ser sujeito a fiscalização preventiva
 Lei: expurgação, confirmação ou reformulação
 Decreto-lei: expurgação ou reformulação
 Mas: Governo pode apresentar proposta de lei igual à AR (arts 197.º/1, al.
d) e 200.º/1, al. c))
 Tratado internacional: confirmação ou reformulação
 Acordo internacional: expurgação ou reformulação
 Decreto leg. regional: expurgação ou reformulação

 Se o diploma acabar por entrar em vigor:


 Presunção de inconstitucionalidade das normas em causa
 MP fica obrigado a recorrer de decisões de tribunais que
apliquem as normas em causa (art. 280.º/5)
 TC pode vir a declarar a inconstitucionalidade com força
obrigatória geral (fiscalização sucessiva abstrata – arts. 281.º e
282.º)
FISCALIZAÇÃO SUCESSIVA ABSTRATA
(arts. 281.º e 282.º)

 Objeto:
 “Quaisquer normas” (art. 281.º/1, a)
○ Disposição de qualquer ato legislativo (Lei, DL ou DLR)
○ Disposições gerais e abstratas contidas noutros tipos de
atos (ex: regulamentos administrativos)

 Competência: Tribunal Constitucional

 Prazo: não há prazo para requerer a fiscalização sucessiva


abstrata de uma norma
 Legitimidade ativa (art. 281.º/2):
PR;
Presidente da AR;
Primeiro-Ministro;
Provedor de Justiça;
PGR;
1/10 dos deputados da AR;
Diversas entidades regionais, quando esteja em causa
a violação de direitos das regiões ou dos seus
Estatutos

 Legitimidade passiva: órgão autor da norma impugnada


(art. 54.º LTC)
Efeitos da declaração de
inconstitucionalidade (art. 282.º):

Força de caso julgado – decisão definitiva, sem hipótese de


recurso
Força obrigatória geral (erga omnes) – vincula todos os
órgãos constitucionais e todas as pessoas, singulares ou
coletivas.
○ Tribunais – ficam obrigados a desaplicar (a não aplicar) a
norma declarada inconstitucional nos casos que devam
julgar; o próprio TC fica vinculado.
○ Legislador – não pode voltar a emanar norma com o
mesmo conteúdo da norma declarada inconstitucional
(salvo inconstitucionalidade orgânica ou formal)
 Efeitos temporais da declaração:

Retroatividade (efeitos ex tunc):

○ A norma deixa de produzir efeitos desde o


momento da sua entrada em vigor
○ A norma é inaplicável a situações ou relações
passadas e futuras
Exceções à retroatividade:

○ Inconstitucionalidade superveniente (art. 282.º/2)

○ Casos julgados (art. 282.º/3)


Mas… contra-exceção (= regra): matéria penal,
disciplinar ou de ilícito de mera ordenação social +
norma de conteúdo menos favorável ao arguido

○ Restrição de efeitos por decisão do TC: por razões de


segurança jurídica, equidade ou interesse público de
excecional relevo (art. 282.º/4)
 Outros efeitos da declaração:
 Repristinação das normas revogadas pela norma
declarada inconstitucional …
 … salvo se tal não for razoável:
○ Está em causa uma inconstitucionalidade superveniente,
ou
○ A norma repristinada também é inconstitucional, ou
○ Por razões de segurança jurídica, equidade ou interesse
público de excecional relevo

 Efeitos da não declaração de inconstitucionalidade:


 Não produz caso julgado: pode pedir-se novamente a
fiscalização

Você também pode gostar