Petição Inicial

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Direito Processual Civil e Processo Eletrônico

Unidade 4 – Formação / Suspensão / Extinção do Processo

Aula 1 – Petição Inicial

Professor Sérgio Alberto de Souza Filho


“Viste um lado, vê também o outro. Evita a
perplexidade; busca a simplicidade.”

Marco Aurélio (Imperador Romano)


PETIÇÃO INICIAL

(Requisitos – Art. 319 CPC/15)


CPC - Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou
I – Juízo a que se dirige
• Juízo (órgão) ≠ Juiz (pessoa)

• Quando há mais de um órgão no mesmo foro, a petição inicial


passa pela distribuição, hipótese em que se usa “Um a das varas”
ou “__ Vara”.

• Vara específica, quando a distribuição é por dependência (art. 286)

• Erro será objeto de correção de ofício se houver incompetência


absoluta (quando tratamos de violação de regras de fixação de
competência em razão da matéria, da pessoa Ex: Ação de divórcio
na Justiça do Trabalho).
II – Dados das partes
• Nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico,
o domicílio e a residência do autor e do réu;

• Impossibilidade de saber quem é o réu – edital (art.256-I CPC/15)

• Estado civil é útil para saber sobre eventual necessidade de


litisconsórcio necessário.
III – Fato e fundamento jurídico do pedido
• Causa de pedir.
o Remota – fatos constitutivos (pedido mediato)
descreve a relação jurídica de direito material.(Ex.
Compra e Venda)

o Próxima – fundamentos (pedido imediato)


Vicente Greco Filho, que bem delimita a distinção entre os
elementos constitutivos da causa petendi, ao asserir que a causa
de pedir próxima cinge os fundamentos jurídicos que justificam o
pedido, e a causa de pedir remota se refere aos fatos constitutivos,
tanto os fatos descritivos da relação jurídica, quanto o fato
contrário do réu e que justifica o interesse processual. (GRECO
FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 23ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2013, p. 116)
III – Fato e fundamento jurídico do pedido
• (Fundamento jurídico) ≠ (Fundamento legal - descrito na lei)
• Fundamento jurídico – Teorias -
o Individuação – a causa de pedir é a relação ou estado
jurídico afirmado pelo autor em apoio a sua pretensão,
posto o fato em plano secundário e não relevante, salvo
quando indispensável à individualização da relação jurídica.
No Brasil o adepto a essa teoria é o professor Joel Dias
Figueira Junior.
o Substanciação – teoria adotada pelo CPC/15, os fatos
correspondem à causa de pedir remota e os fundamentos
jurídicos do pedido correspondem à causa de pedir próxima.
(Cássio Escarpinella Bueno)
IV – Pedido e suas especificações
• Deve ser certo = expressamente formulado
o Interpretado no conjunto da postulação à luz da
boa-fé (322-2º, CPC15)
o Pedidos “implícitos”:
 Juros, correção, verbas de sucumbência (art.
322, §1º CPC15)
 Parcelas vincendas (art. 322, §1º CPC15)
CPC - Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção
monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários
advocatícios.
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e
observará o princípio da boa-fé.
IV – Pedido e suas especificações
• Deve ser determinado = delimitado em relação a
gênero e, se o caso, quantidade (art. 324, §1º CPC15).
o Art. 330, §2º CPC15 – reforçam o ônus do pedido
determinado em ações de revisão contratual ;

o Pedido “genérico” ou “ilíquido”


 I – universalidades (de fato ou de direito –
arts. 90-91, CC)
 II – ato ilícito
 III – determinação depende de dados em
poder do réu.
Cumulação de pedidos
• Cumulação própria – simultaneidade / multiplicidade

o Cumulação simples (art. 327 CPC15): Autor justapõe


dois ou mais pedidos na petição inicial, que podem ser
apreciados de modo independente (ex.: pedidos de
indenização por dano material e moral).

o Cumulação sucessiva: Autor deduz dois pedidos, mas a


apreciação do segundo depende da procedência do
primeiro (ex.: a ação possessória, cumulada com
perdas e danos).
Cumulação de pedidos
• Cumulação imprópria – singularidade

o Cumulação alternativa (art. 325 CPC15): Credor deduz duplo


pedido, e ao devedor cabe escolher qual dos pedidos deve
atender. (ex.: inquilino deve pagar aluguel em sacas de café
ou em dinheiro). Se a escolha cabe ao credor, não há
cumulação nem mesmo imprópria.

o Cumulação eventual ou subsidiária (326 CPC15): Autor deduz


um pedido, e caso não seja acolhido, apresenta outro,
subsidiário.(Ex dono de bicicletaria/pede-se a condenação
deste na entrega da peça, ou do dinheiro relativo ao valor da
peça).
Cumulação de pedidos
• Requisitos do §1º do art. 327 para a cumulação de
pedidos:
a) Competência;
b) Procedimento;
c) Compatibilidade;
CPC - Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo
réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:

I - os pedidos sejam compatíveis entre si;


II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
V – Valor da causa
• A toda causa será atribuído um valor, que deve equivaler ao
benefício econômico pretendido – art. 291 CPC15

• Réu pode impugnar


o Muito alto – para prejudicar o réu se o autor é
beneficiário de justiça gratuita (Art. 98 CPC)
o Baixo – para pagar menos custas e reduzir risco de
multas na contestação (art. 293 CPC15)

• Juiz tem que pode controlar de ofício


o Jurisprudência impõe limite temporal.
V – Valor da causa

• Finalidades:
o Competência – JEC (lei 9099/95)
o Procedimento – JEC
o Cálculo custas
o Cálculo multas
• Causas de valor “inestimável” - valor
“para fins de alçada”.

• Critérios estão no art. 292 CPC15


CPC - Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e
será:
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal,
dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de
propositura da ação;
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato
ou o de sua parte controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas
pelo autor;
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da
área ou do bem objeto do pedido;
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma
dos valores de todos eles;
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
VI – Provas art. 369/380 CPC
• Comum é a expressão “todas as provas em direito
admitidas, sem exceção”.
o Não é errado, pois o autor não tem como saber o que
será necessário.
o Se não usar essa expressão, tudo bem (+ ou -).
• Prova documental
a. Documentos indispensáveis – interpretação restritiva
– prova legal – falta gera indeferimento (art. 320
CPC15)
b. Outros documentos – arts. 434-435 CPC15 – falta mão
gera extinção.
VII – Opção pela audiência – só no CPC15
• Se autor disser que não quer e o réu disser
que também não quer, não ocorrerá 334-
4º-I CPC15

Advogado em causa própria – requisitos adicionais


do 106 CPC15

“Rótulo” da petição inicial


• Pedido e causa de pedir é que determinam o
procedimento
o Irrelevância do rótulo
o Erro / falta não geram impedimento.
Emenda ou Aditamento da Petição Inicial

Emenda: determinada pelo Juízo quando a petição inicial conter


defeitos, omissão de informação ou defeito legal;

Aditamento: quando o autor da ação necessitar corrigir ou


acrescentar alguma informação na petição inicial.

CPC - Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche
os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende
ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá


a petição inicial.
Parte II

Juízo de admissibilidade da
petição inicial
Juízo positivo

• Positivo – O juízo recebe a petição


inicial e determina a citação do réu
para vir compor o polo passivo da
demanda.
o Não gera preclusão (pro judicato),
podendo o juiz reconhecer vício a
posteriori.
Juízo neutro

• Neutro – correção
o Se for possível a correção, o juiz é
obrigado a determiná-la (arts. 317
e 321 CPC15)
o Ausência de atendimento gera
juízo negativo (extinção)
Juízo negativo
• Negativo – indeferimento – excepcional, apenas quanto o vício
não pode ser corrigido.
o Art. 330 CPC15
 VI ou IV – não atendimento da ordem para emenda
 I – inépcia (§1º)
• falta de pedido / causa de pedir
• falta de conexão entre pedido e causa de pedir
• incompatibilidade de pedidos
• pedido juridicamente impossível
 II e III – interesse e legitimidade
o CPC15 – prevalência para os casos com exame de mérito
CPC - Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

I - for inepta;

II - a parte for manifestamente ilegítima;

III - o autor carecer de interesse processual;

IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:

I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido


genérico;

III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.


Improcedência liminar

• Improcedência liminar

o art. 332 CPC15 – contra súmula e


julgamento de processos repetitivos
CPC - Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido
se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de
prescrição.
Prof.º Sérgio Alberto de Souza Filho

sergio.as.filho@kroton.com.br

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