Aula 03 - Domesticação de Plantas Medicinais

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DOMESTICAÇÃO DE

PLANTAS MEDICINAIS
MSc. Renan Diniz Ferreira

Doutorando em Bioengenharia pela Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ


Mestre em Ciências Morfofuncionais pela Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ
Especialista em Qualidade de Vida nas Organizações pelo Instituto Federal do Sudeste de Minas - IF sudeste
Especialista em Farmácia Hospitalar pelas Faculdades Metropolitanas de São Paulo - FAMEESP
Bacharel em Farmácia pela Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
INTRODUÇÃO

A Biodiversidade de florestas naturais constitui a principal fonte de
biomoléculas para a produção industrial de medicamentos.


Bilhões de dólares são vendidos anualmente em medicamentos.


Os fitoterápicos, no Brasil, tem sido o suporte da indústria
farmacêutica de pequeno porte.


O crescimento de fitoterápicos ao ano é de em torno 15% no Brasil.


Uma grande parcela da população brasileira encontra nas plantas a
única fonte para o tratamento das suas patologias.

Vários setores da sociedade são envolvidos no tema de plantas
medicinais: prefeituras, comunidade e universidades, principalmente.


Dessa forma é necessário pensar em cultivo ou extrativismo mais
eficientes e menos prejudiciais aos biomas.


Por outro lado, a qualidade dos produtos tem sido afetada
negativamente. Estudos demonstram que em torno de 50% dos
fitoterápicos comercializados no Brasil, apresentam alguma
irregularidade, principalmente devido a presença de material estranho.


O extrativismo tem levado a redução de plantas medicinais exóticas.


A domesticação e o cultivo, são opções para obtenção de matéria
prima.
EXTRATIVISMO x CULTIVO
EXTRATIVISMO

• Retirada da matéria prima


vegetal direto da natureza.
• Dificuldade de localização.
• Dificuldade de reproduzir
resultados.

QUANDO O ESTRATIVISMO É PREJUDICIAL?


• A coleta de flores, que se dá nos
campos rupestres do Cerrado, é
EXTRATIVISMO CONSCIENTE DE SEMPRE-VIVAS
tradição e fonte de renda fundamental
para a reprodução sociocultural das
famílias.
• O nome sempre-vivas foi
popularizado para essas
inflorescências que, depois de
colhidas e secas, conservam a forma
e coloração.
• Os apanhadores de flores sempre-
vivas estão na região de Diamantina,
em Minas Gerais, ao longo de mais
de 50 municípios, na porção
meridional da Serra do Espinhaço.
EXTRATIVISMO NOCIVO
AO MEIO AMBIENTE

• A exploração desenfreada de um
recurso natural pode gerar danos
irreparáveis ao meio ambiente,
impactando negativamente
ecossistemas, biodiversidade e até
mesmo o clima global.
• A exacerbação predatória do Pau-
brasil ocasionou a drástica redução de
sua população natural, tornando-a uma
espécie ameaçada de extinção.
CULTIVO

Plantio do vegetal de interesse com técnicas e local apropriado (solo,


temperatura e umidade, etc.)
- Escolha das espécies a serem cultivadas (condições necessárias
para o desenvolvimento das mesmas: tipo de solo, clima, tempo da
colheita, informações do mercado).
- Escolha e preparação da área para cultivo: guardar semelhança
com o local de ocorrência; inclinação do solo, tamanho da área
cultivada, análise do solo.
- Proporcionar a planta um ambiente onde as mesmas não sofrerão
distúrbios fisiológicos, ficando menos sujeitas a pragas e doenças.
CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS

Garantir que as espécies sejam cultivadas de


maneira adequada, conferindo qualidade ao
ativo e condições de padronização da matéria-
prima vegetal.

Sem homogeneidade e
Predomínio de coleta Dificuldade de obtenção
de espécies silvestres de um padrão.
ESCOLHA DAS ESPÉCIES A SEREM CULTIVADAS

• Semelhança do solo:
- Ex.: em solos pedregosos são propícios para plantio do alecrim
(Rosmarinus officinalis).
- Em solos encharcados, o chapéu de couro (Echinodorus
grandiflorus).

• Cultivo de várias espécies?


- Permite rotações ao longo do ano, a fim de manter o equilíbrio
químico e biótico do solo.
• Plantas para quais doenças?
- É importante selecionar as espécies a serem cultivadas de
acordo com o interesse da população ou das indústrias locais.
- É importante identificar quais compradores potenciais para
cada espécie e o valor pago.

• Forma/apresentação das plantas.


- Somente folhas, parte área inteira, flores, sementes, frutos...

• Pesquisa de mercado.
ESCOLHA E PREPARO DA ÁREA DE CULTIVO

• O local de cultivo deve guardar semelhança com o


local de ocorrência natural da espécie.
- Ex.: plantas que se desenvolvem a céu aberto, como o capim
limão, necessitam obviamente de condições diferentes daquelas
que se desenvolvem sob o dossel das copas das árvores.

• Locais planos ou pouco inclinados, para o cultivo a


pleno sol.
- Minimizam problemas como a erosão do solo e facilitam a
utilização de equipamentos agrícolas quando necessário.
• Local de cultivo deve ser isolado.
- É importante isolar o local de cultivo de áreas que possam
contaminar as plantas cultivadas, tais como fossas, esgoto e
trânsito.
- Não deve circular animais no local de cultivo.
- Pode-se usar cercas vivas ao redor da área a ser cultivada.

• Tamanho da área de cultivo.


- Deve ser determinado de acordo com os métodos de
propagação, espaçamento de plantio e quantidade a ser produzida.

• Não usar adubos químicos e agrotóxicos.


Área de cultivo - Cálculos

• Quantidade da planta necessária (Q);


• Demanda (n° de usuários);
• Número de dias de tratamento;
• Dose terapêutica;
• Produtividade da planta.
Exemplo:
• Uma comunidade quer inserir uma horta medicinal, sendo
a hortelã (Mentha sp.) a primeira planta escolhida por
causa de um grande número de verminoses.

• A dose terapêutica é 10g 3x ao dia.

• A demanda é de 5000 pessoas e a produtividade é de


1Kg/m².

• Qual a área de cultivo necessária?


• Dose terapêutica / usuários =
30g/dia

• Quantidade de planta
30g/pessoa x 5000 pessoas= 150000g
que é o mesmo que 150Kg

• Produtividade
1Kg por m², por regra de três têm-se que a área
de cultivo deverá ser de 150m².
• Análise do solo.
- Indica as características física e químicas do solo.
- É necessário para que possa ser realizado práticas de correção
do solo e adubação, para melhores condições de desenvolvimento.
- A maior parte do solo brasileiro é ácido, precisando aplicar
calcário.

• Adubação orgânica.
- Húmus de minhoca é a forma mais utilizada.
- Porém algumas plantas, em situações de estresse, produzem
determinadas substâncias, que pode ser a de interesse.

• O solo geralmente é preparado através de arações,


onde ele é totalmente revolvido.
PROPAGAÇÃO DAS ESPÉCIES
VEGETAIS

SEXUADA

ASSEXUADA

Preferência para mudas de viveiros.


EFEITO DA LUMINOSIDADE NO
CRESCIMENTO DO VEGETAL
• A luz pode afetar diversos processos da planta além de ser fonte de
energia para a fotossíntese.
• Provavelmente é o fator ambiental mais importante na sinalização
para o crescimento da planta.
• O espectro visível varia entre 400 e 700nm.
• As plantas tem pigmentos específicos que captam diferentes
comprimentos de onda:
• Criptocromo na faixa do azul (320-400nm)
• Fitocromo - no vermelho (660-730nm)
• Fotorreceptores de UV – no ultravioleta (280-320nm)
• A direção da luz pode influenciar:
• O crescimento orientado das plantas que resulta em curvatura:
Fototropismo

• A intensidade da luz pode afetar o desenvolvimento anatômico das folhas e


afeta diretamente a fotossíntese.
• A folha com menos camadas de células consegue aproveitar a luz num local
sombreado.
EFEITO DA TEMPERATURA NO
CRESCIMENTO DO VEGETAL
• Temperatura baixa: reduz a atividade enzimática como um todo e pode
causar diferentes injúrias, dependendo da espécie e sua tolerância ao
frio.

• Temperatura elevada pode induzir:


• Dormência secundária de sementes (termodormência)
• Danos celulares
• Aumento da transpiração
• Interrupção do crescimento
• Inibição da fotossíntese antes da respiração

• A temperatura limite para causar morte e o tempo de exposição variam


entre espécies e órgãos.
EFEITO DO SOLO NO
CRESCIMENTO DO VEGETAL
EFEITO DA SAZONALIDADE NO
CRESCIMENTO DO VEGETAL
COLHEITA
• As espécies apresentam épocas específica que contêm maior
propriedade de princípio ativo em seu tecido.​

• Utilização de ferramentas apropriadas.

• Essas diferenças de quantidade de princípio ativo podem ser em


questão de horas, dias ou anos.​

- Período da manhã: colheita de plantas com óleos voláteis e alcalóides.​


- Período da tarde: planta com glicosídeos.​
ÉPOCA DE COLHEITA DA PLANTA
DEGRADAÇÃO ENZIMÁTICA
DA PLANTA

FONTE DA IMAGEM - https://casavogue.globo.com/Arquitetura

DEGRADAÇÃO DO PRINCÍPIO
ATIVO

O menor tempo possível entre a


FONTE DA IMAGEM - https://www.lojabunker.com.br/
colheita e a secagem é essencial para
manutenção da integridade máxima
do princípio ativo.​
SECAGEM
• Ao sol leva a uma degradação dos P.A. e uma secagem rápida das
bordas dos vegetais, interior ficando úmido.​

• A secagem deve ser:​


- Ao abrigo da luz;​
- Lugares ventilados;​
- Ao abrigo de animais e insetos;​
- Secagem de folhas e flores: 38°​
- Secagem de raízes: 60°​

• Temperaturas acima desses aceleram a secagem mais favorecem o


processo de degradação do P.A.​
ARMAZENAMENTO
• Para o armazenamento das plantas é melhor ter uma proteção de papel
(proteger da luz) para depois serem armazenadas em vidros, caixas, latas
ou plásticos.

• Não se deve armazenar diferentes ervas na mesma embalagem.

• Cada planta deve ser armazenada em embalagem própria, devidamente


identificada.

• O produto deve ser armazenado o menor tempo possível, porque


geralmente quanto maior o tempo armazenado, maior a perda de
princípios ativos.

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