Estação Primeira de Mangueira: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Alegoria da Mangueira.jpg|miniaturadaimagem|247x247px|Carnaval de 2002 da Mangueira]] |
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Ainda a Mangueira voltaria a vencer o Carnaval novamente em 2002 com um enredo que falava sobre o [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]], perdendo no ano seguinte para a Beija-Flor. Nesse ano, 2003, a Mangueira trouxe como tema a história de [[Moisés]] e da libertação do povo hebreu, narrada no [[Antigo Testamento]],<ref name="Veja 2003">{{citar web |url=http://veja.abril.com.br/vejarj/050303/segunda.html |titulo=Desfile faraônico |acessodata=8 de maio de 2010|autor=Veja Rio}}</ref> trazendo um samba de autoria de Marcelo Dáguiã, Bizuca, Gilson Bernini e [[Clóvis Pê]],<ref>{{citar web |url=http://www.sambariocarnaval.com/index.php?sambando=mangueira2003 |titulo=Mangueira 2003 |acessodata=8 de maio de 2010|autor=Samba Rio Carnaval}}</ref> que começava com o refrão "Quem plantar a paz, vai colher amor, um grito forte, de liberdade, na Estação Primeira ecoou", considerado muito bonito pela crítica.<ref name="Samba Rio Carnaval 2003">{{citar web |url=http://www.sambariocarnaval.com/index.php?sambando=2003|titulo=Os sambas de 2003 |acessodata=8 de maio de 2010 |autor=Samba Rio Carnaval}}</ref> Gerou polêmica naquele ano o fato de a comissão de frente, coreografada por [[Carlinhos de Jesus]], não obter a nota máxima, o que sempre vinha acontecendo nos anos anteriores. |
Ainda a Mangueira voltaria a vencer o Carnaval novamente em 2002 com um enredo que falava sobre o [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]], perdendo no ano seguinte para a Beija-Flor. Nesse ano, 2003, a Mangueira trouxe como tema a história de [[Moisés]] e da libertação do povo hebreu, narrada no [[Antigo Testamento]],<ref name="Veja 2003">{{citar web |url=http://veja.abril.com.br/vejarj/050303/segunda.html |titulo=Desfile faraônico |acessodata=8 de maio de 2010|autor=Veja Rio}}</ref> trazendo um samba de autoria de Marcelo Dáguiã, Bizuca, Gilson Bernini e [[Clóvis Pê]],<ref>{{citar web |url=http://www.sambariocarnaval.com/index.php?sambando=mangueira2003 |titulo=Mangueira 2003 |acessodata=8 de maio de 2010|autor=Samba Rio Carnaval}}</ref> que começava com o refrão "Quem plantar a paz, vai colher amor, um grito forte, de liberdade, na Estação Primeira ecoou", considerado muito bonito pela crítica.<ref name="Samba Rio Carnaval 2003">{{citar web |url=http://www.sambariocarnaval.com/index.php?sambando=2003|titulo=Os sambas de 2003 |acessodata=8 de maio de 2010 |autor=Samba Rio Carnaval}}</ref> Gerou polêmica naquele ano o fato de a comissão de frente, coreografada por [[Carlinhos de Jesus]], não obter a nota máxima, o que sempre vinha acontecendo nos anos anteriores. |
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[[Ficheiro:Mangueira 2003 02.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|280x280px|A "levitação" de [[Carlinhos de Jesus]] na Comissão de Frente de 2003.]] |
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* '''2003: "Os Dez Mandamentos! O Samba da Paz Canta a Saga da Liberdade"''' |
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Em busca do bicampeonato, a Mangueira manteve toda a equipe campeã do ano anterior. Pouco antes do carnaval, em janeiro de 2003, morreu [[Dona Zica]], aos 89 anos.<ref>{{Citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u30171.shtml|titulo=Morre Dona Zica, integrante da Velha Guarda da Mangueira|data=22/01/2003|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20030202040947/https://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u30171.shtml|arquivodata=02/02/2003|urlmorta=não}}</ref> Segunda escola a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial, a Mangueira realizou um desfile sobre a história do personagem bíblico [[Moisés]] e a libertação dos hebreus. O desfile começou com doze minutos de atraso por causa da forte chuva que caiu antes do início da apresentação. A imprensa elogiou o desfile, apontando a escola como uma das favoritas ao título.<ref name="carnaval03">{{citar web|url=http://www.pedromigao.com.br/ourodetolo/2014/02/sambodromo-em-30-atos-2003-chega-ao-fim-a-sina-de-vices-da-beija-flor/|titulo=2003: Beija-Flor, a campeã dos jurados; no Acesso, teve até palavrão no ar|acessodata=25/12/2017|publicado=Pedro Migão - Ouro de Tolo|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170623095731/http://www.pedromigao.com.br/ourodetolo/2014/02/sambodromo-em-30-atos-2003-chega-ao-fim-a-sina-de-vices-da-beija-flor/|arquivodata=23/06/2017|urlmorta=no}}</ref><ref name="manga03">{{citar web|url=http://noticias.terra.com.br/interna/0,,OI91546-EI1198,00.html|titulo=Mangueira faz um de seus desfiles mais luxuosos|acessodata=24/06/2018|publicado=[[Terra (empresa)|Portal Terra]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180624130604/http://noticias.terra.com.br/interna/0,,OI91546-EI1198,00.html|arquivodata=24/06/2018|urlmorta=yes}}</ref> Um dos destaques da apresentação foi a Comissão de Frente, onde o coreógrafo Carlinhos de Jesus, caracterizado de Moisés, "levitava" através de um truque de ilusionismo. Um elevador hidráulico suspendia Carlinhos, que estava sentado num banco encoberto com sua roupa. Em outro momento, Carlinhos soltava borboletas de papel e exibia uma tábua com a palavra "Paz" escrita com efeito luminoso, imitando fogo. Carlinhos emagreceu seis quilos e treinou durante três meses com auxílio do ilusionista [[Issao Imamura]], que o auxiliou nos truques realizados pela Comissão.<ref name="03levita">{{citar jornal|url=https://acervo.oglobo.globo.com/?service=printPagina&imagemPrint=https://duyt0k3aayxim.cloudfront.net/PDFs_XMLs_paginas/o_globo/2003/03/05/CAD/GE050303005CAD1-6580_g.jpg?Expires%3D1569351286%26Signature%3DjFBLjsbNCMgjbpDB1zCj6TfIGvD3t75fQ5SPg33fDbwcbb0Iaad8W5HxgSDq0VPKkC88nD~67-bhs9JXpWedJouQM2dSP7rQqdynartA9uGiTTFBr5MQoPVt7r4Zac~rtlsItEKpbknY0z27GC8a9qReeW4F1galMmelCSTiZmdSAaTMnuRLDUzmh7tRdKX97zxGx02Rxcg0HNgA-Zfhw~qIlAy96pQpe9fFXv7nZ3Eyp8RRlvJJVQDYlXeYDIwhPbpSQNrLHpzqmnOgtG2myNRB-PQG6YpEXtcCg5ufe12VJ8tj7ZkcLtPnHAQ7KC0dVKvU9KGttGllG~EytAC4bQ__%26Key-Pair-Id%3DAPKAIXUISCOALHPXYJEQ|titulo=Coreógrafo tem seu dia de Moisés e até levita. Carlinhos de Jesus treina por três meses com mágico para fazer truque|data=05/03/2003|acessodata=24/09/2019|jornal=[[O Globo]]|page=5|arquivourl=http://archive.fo/f4VZf|arquivodata=24/09/2019|urlmorta=yes}}</ref> Dona Zica foi homenageada na Comissão de Frente, que exibia uma faixa com a inscrição "Tia Zica, você está aqui", e na última alegoria, com uma escultura articulada, em meio aos baluartes, onde desfilaria.<ref name="magica03">{{citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0403200315.htm|titulo=Com mágica, Mangueira faz Moisés subir aos céus do sambódromo|data=04/03/2003|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180624153338/https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0403200315.htm|arquivodata=24/06/2018|urlmorta=no}}</ref> |
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[[Ficheiro:Mangueira 2003 01.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|280x280px|Encenação da [[travessia do Mar Vermelho]] no desfile de 2003.]] |
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A escola apresentou alegorias e fantasias luxuosas, incluindo a maior alegoria da história do carnaval até então. O carro abre-alas, dividido em três partes, media 87 metros de comprimento, com mais de cem componentes e reproduções de quatorze [[Biga|bigas]], 32 cavalos, quatro esfinges e dois barcos.<ref name="03luxo">{{citar jornal|url=https://acervo.oglobo.globo.com/?service=printPagina&imagemPrint=https://duyt0k3aayxim.cloudfront.net/PDFs_XMLs_paginas/o_globo/2003/03/05/CAD/ge050303004CAD1-1234_g.jpg?Expires%3D1569351286%26Signature%3DSiOg84ErXW0yN~a0NqicRGzkORS~sWizCVbCS7BNqdpKU3ukqjbUgsopFfELxKBnQbGku~HdEMXavHkB38ckn67kyj0qklsyp1DLsmEbtOJU~1Gok4oNsi-S4Yf32ZvxmwZ0M6LndUUbg9B7uGHOL67mMKyGFnk0yIuq3-WSITJmOvfndeIdrIafJaNglrKgWU9Xn4sTWJzTWVOCdcgD~uF91NSEZR2N-wEd78zmcNZbRvR3~9kbupR0JYhtAjpz1juxnH~~zynWPWkJLmFS~ebhgF~jiNm5FQ16QQcYRjFNSYct6z5aabEqNPJHHV63dUIwZ~mmvRtO8uUNpokxtw__%26Key-Pair-Id%3DAPKAIXUISCOALHPXYJEQ|titulo=Mangueira: Luxo e magia na luta pelo bi. Até o Mar Vermelho se abre no desfile que arranca gritos de ‘é campeã!’ na Sapucaí|data=05/03/2003|acessodata=24/09/2019|jornal=[[O Globo]]|page=4|arquivourl=http://archive.fo/kQ2aJ|arquivodata=24/09/2019|urlmorta=yes}}</ref> Uma ala coreografada encenou a [[travessia do Mar Vermelho]] pelos hebreus. A escola finalizou sua apresentação sendo saudada pelo público com gritos de "bicampeã". Com o desfile, a Mangueira foi vice-campeã do [[Resultados do Carnaval do Rio de Janeiro em 2003|carnaval de 2003]], com um ponto a menos que a campeã, Beija-Flor. Dos quarenta julgadores do carnaval, apenas sete não aplicaram nota máxima à Mangueira. Causou polêmica a nota 9,5 dada pelo julgador [[Mário Cardoso]] à Comissão de Frente. A escola ainda perdeu três décimos em Mestre-sala e Porta-bandeira e três décimos em Bateria.<ref name="03planta">{{citar jornal|url=https://acervo.oglobo.globo.com/?service=printPagina&imagemPrint=https://duyt0k3aayxim.cloudfront.net/PDFs_XMLs_paginas/o_globo/2003/03/06/RIO/GE060303011RIO1-1864_g.jpg?Expires%3D1569360671%26Signature%3DhvdlSJfUhC9uGOZAzEhJevp9XUBB7ZgqDgSLunICW0-Edqw3MefebaDnLdvZrA2WPI0Y-VQUiqun-qhTg9pBtokT9qo1JdSN6XhOTG6O1aGroYU-RSVvhoj4iYKAeC-Lgicd0iUtCm1FeF1puwbdktRpqV~H8U0sbdNe~ONuMKX6cASSAbK-neNQRdsGFFPNyHDbHYnccO7XTSY9IXcjFzovsfhraIbQ3SVBxWGdHAvZqiZ2Crzm3lXyEtehd5e9sAzP9GiVoHCjmQwYk5T2czMCRdOAASZpvf~9i9zC3KHU5m5HZo-PYaLeuuC9MfAlcSksd1WsqTUv5hqGI6htqQ__%26Key-Pair-Id%3DAPKAIXUISCOALHPXYJEQ|titulo=Mangueira planta a paz, mas não colhe título. Integrantes da escola reclamam das notas que foram dadas pelos jurados à comissão de frente e à bateria|data=06/03/2003|acessodata=24/09/2019|jornal=[[O Globo]]|page=11|arquivourl=http://archive.fo/6zdUU|arquivodata=24/09/2019|urlmorta=yes}}</ref> A Mangueira foi premiada com o Tamborim de Ouro de melhor escola e de melhor Comissão de Frente.<ref name="Tamborim2003">{{citar web|url=http://www.academiadosamba.com.br/memoriasamba/tamborimdeouro/2003.htm|titulo=Tamborim de Ouro 2003|acessodata=22/04/2017|publicado=Academia do Samba|arquivourl=https://web.archive.org/web/20131109052312/http://www.academiadosamba.com.br/memoriasamba/tamborimdeouro/2003.htm|arquivodata=09/11/2013|urlmorta=no}}</ref> |
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* '''2004: "Mangueira Redescobre a Estrada Real… E Deste Eldorado Faz Seu Carnaval"''' |
* '''2004: "Mangueira Redescobre a Estrada Real… E Deste Eldorado Faz Seu Carnaval"''' |
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[[Ficheiro:Estação Primeira de Mangueira, Carnaval 2004 (53180980302).jpg|miniaturadaimagem|333x333px|Desfile da Mangueira em 2004.]] |
[[Ficheiro:Estação Primeira de Mangueira, Carnaval 2004 (53180980302).jpg|miniaturadaimagem|333x333px|Desfile da Mangueira em 2004.]] |
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O presidente Alvinho foi reeleito para mais um mandato de três anos. Mestre Marrom assumiu o comando da bateria. Para o [[Resultados do Carnaval do Rio de Janeiro em 2004|carnaval de 2004]], a Mangueira escolheu um enredo sobre a antiga [[Estrada Real (turismo)|Estrada Real]], por onde escoava o ouro de [[Minas Gerais]] até os portos do [[Rio de Janeiro]]. A escola recebeu um patrocínio de 1,5 milhões de reais de empresas mineiras.<ref name="04verde">{{citar jornal|url=https://acervo.oglobo.globo.com/?service=printPagina&imagemPrint=https://duyt0k3aayxim.cloudfront.net/PDFs_XMLs_paginas/o_globo/2004/02/24/CAD/GE240204006CAD1-4879_g.jpg?Expires%3D1569441299%26Signature%3DJ5QkpluwyzWV0PeYoEJ0hNBhWtk0E9HKsGmrPKzE3p67hbFiMJR2M1nE8RzEqbaKgBJrzY8T7662gHjnyGhxJQytG7vtvKjwM1TH82OktWy6BNPvRnsbr78ZPH81DRxPvNu7UUd3Ikf8oPlfUAEaaGBKJMxnMOE33~sphJqxDHpwJ6FAU~y~EdXEookkUlMwHTlMJ9BY9d9uDr5ztyu0XCqCCVZuEpVGU9dCWts8mxxYfuJ4cqjm7r5lPWYD8Ys0GJFFSJgFrLyWkIMCf95jLn-uQj9RbTRNc8eiU7-HJUf-E1URUgkj9qb2vro9f7XeTgMue9uff1pVhpSmdnhprw__%26Key-Pair-Id%3DAPKAIXUISCOALHPXYJEQ|titulo=Mangueira: Quando o verde deu lugar ao ouro. Com exibição impecável, escola é saudada como campeã|data=24/02/2004|acessodata=25/09/2019|jornal=[[O Globo]]|page=6|arquivourl=http://archive.fo/v1nng|arquivodata=25/09/2019|urlmorta=yes}}</ref> A Mangueira foi a sexta, e penúltima, escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial. A imprensa elogiou o desfile, destacando a beleza das alegorias e fantasias. Também foi muito elogiada a Comissão de Frente de Carlinhos de Jesus, em que componentes carregavam quatro bonecos, presos a tubos, que representavam personalidades mineiras como [[Aleijadinho]], [[Tiradentes]], [[Tancredo Neves]], [[Carlos Drummond de Andrade]], [[Chica da Silva]] e [[Juscelino Kubitschek]]. O cantor [[Milton Nascimento]] desfilou representando [[Chico Rei]].<ref name="manga04">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br:80/divirtase/carnaval2004/noticias/2004/fev/23/14.htm|titulo=Mangueira conta a trajetória do ouro de Minas até o Rio|acessodata=06/05/2018|publicado=[[O Estado de S. Paulo]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20041121005555/http://www.estadao.com.br:80/divirtase/carnaval2004/noticias/2004/fev/23/14.htm|arquivodata=21/11/2004|urlmorta=yes}}</ref> A escola recebeu gritos de "campeã" do público em diversos setores do sambódromo.<ref name="favorita04">{{citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2402200403.htm|titulo=Mangueira deixa avenida como favorita|acessodata=17/06/2018|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180623182457/https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2402200403.htm|arquivodata=23/06/2018|urlmorta=yes}}</ref> Na avaliação dos jurados, a escola conseguiu a pontuação máxima nos quesitos Enredo, Samba-enredo, Fantasias, Alegorias e Comissão de Frente. Destaque também para Harmonia, com a perda de apenas um décimo. O quesito mais despontuado foi Conjunto, com a perda de oito décimos. A Mangueira somou a mesma pontuação da vice-campeã, [[Unidos da Tijuca]], mas ficou com o terceiro lugar no quesito de desempate, Evolução, onde a escola tijucana teve pontuação maior.<ref name="notas2004">{{citar web|url=http://www.galeriadosamba.com.br/carnaval/2004/notas/|titulo=Notas 2004|acessodata=03/03/2021|publicado=Galeria do Samba|arquivourl=https://archive.vn/VSdRA|arquivodata=03/03/2021|urlmorta=no}}</ref> A Mangueira recebeu o Estandarte de Ouro e o Tamborim de Ouro de melhor Comissão de Frente. Giovanna recebeu o Estandarte de Ouro de melhor porta-bandeira.<ref name="estandarte04">{{citar jornal|url=https://acervo.oglobo.globo.com/?service=printPagina&imagemPrint=https://duyt0k3aayxim.cloudfront.net/PDFs_XMLs_paginas/o_globo/2004/02/25/CAD/GE250204019CAD1-3139_g.jpg?Expires%3D1569509030%26Signature%3DShMVFXDwP8jXAwxzKd5imO8m5b9Ah4YoXks05SSfXFTc3XhdfXoKlUNfUhELXiMQpDPyyIaW1QwPhgDyYaWgjaV1ydJcTehGbZIuM9LTtSSaiCivoTBE03EH-0ESadrczEK2Lqn3eGg6J8DDc~SSoU3wJK3fcvzbgkROslhRmmLlCGR9wYJQd2ufn3NBQzABZlJabvehP6Drapgb0E7mdXDf1YJtTk04NErxbsADlcznV2P4t9iujHqpu-K6iDRFRScV2EF43zSa0khUp-neRb345k9Scea3~mFxJx~FaRY-MGbsn~ZwPvvwNfDcLjz7RIU28VbhbEMIyb-3Pu~FNg__%26Key-Pair-Id%3DAPKAIXUISCOALHPXYJEQ|titulo=Emoção leva Império a ganhar Estandarte. Verde-e-branco reeditou ‘Aquarela Brasileira’ e recebeu 5 prêmios|data=25/02/2004|acessodata=26/09/2019|jornal=[[O Globo]]|page=19|arquivourl=http://archive.fo/ae0we|arquivodata=26/09/2019|urlmorta=yes}}</ref><ref name="Comissao2004">{{citar web|url=http://carlinhosdejesus.com.br/condecoracoes-premios.php|titulo=Prêmio Tamborim de Ouro Melhor Comissão de Frente 2004|acessodata=22/04/2017|publicado=Site Carlinhos de Jesus|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170422200111/http://carlinhosdejesus.com.br/condecoracoes-premios.php|arquivodata=22/04/2017|urlmorta=no}}</ref>[[Ficheiro:Carnaval do Rio de Janeiro 2005 – A.T.FOTOGRAFIA 005020609.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|280x280px|[[Giovanna Justo|Giovanna]] e Marquinhos |
O presidente Alvinho foi reeleito para mais um mandato de três anos. Mestre Marrom assumiu o comando da bateria. Para o [[Resultados do Carnaval do Rio de Janeiro em 2004|carnaval de 2004]], a Mangueira escolheu um enredo sobre a antiga [[Estrada Real (turismo)|Estrada Real]], por onde escoava o ouro de [[Minas Gerais]] até os portos do [[Rio de Janeiro]]. A escola recebeu um patrocínio de 1,5 milhões de reais de empresas mineiras.<ref name="04verde">{{citar jornal|url=https://acervo.oglobo.globo.com/?service=printPagina&imagemPrint=https://duyt0k3aayxim.cloudfront.net/PDFs_XMLs_paginas/o_globo/2004/02/24/CAD/GE240204006CAD1-4879_g.jpg?Expires%3D1569441299%26Signature%3DJ5QkpluwyzWV0PeYoEJ0hNBhWtk0E9HKsGmrPKzE3p67hbFiMJR2M1nE8RzEqbaKgBJrzY8T7662gHjnyGhxJQytG7vtvKjwM1TH82OktWy6BNPvRnsbr78ZPH81DRxPvNu7UUd3Ikf8oPlfUAEaaGBKJMxnMOE33~sphJqxDHpwJ6FAU~y~EdXEookkUlMwHTlMJ9BY9d9uDr5ztyu0XCqCCVZuEpVGU9dCWts8mxxYfuJ4cqjm7r5lPWYD8Ys0GJFFSJgFrLyWkIMCf95jLn-uQj9RbTRNc8eiU7-HJUf-E1URUgkj9qb2vro9f7XeTgMue9uff1pVhpSmdnhprw__%26Key-Pair-Id%3DAPKAIXUISCOALHPXYJEQ|titulo=Mangueira: Quando o verde deu lugar ao ouro. Com exibição impecável, escola é saudada como campeã|data=24/02/2004|acessodata=25/09/2019|jornal=[[O Globo]]|page=6|arquivourl=http://archive.fo/v1nng|arquivodata=25/09/2019|urlmorta=yes}}</ref> A Mangueira foi a sexta, e penúltima, escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial. A imprensa elogiou o desfile, destacando a beleza das alegorias e fantasias. Também foi muito elogiada a Comissão de Frente de Carlinhos de Jesus, em que componentes carregavam quatro bonecos, presos a tubos, que representavam personalidades mineiras como [[Aleijadinho]], [[Tiradentes]], [[Tancredo Neves]], [[Carlos Drummond de Andrade]], [[Chica da Silva]] e [[Juscelino Kubitschek]]. O cantor [[Milton Nascimento]] desfilou representando [[Chico Rei]].<ref name="manga04">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br:80/divirtase/carnaval2004/noticias/2004/fev/23/14.htm|titulo=Mangueira conta a trajetória do ouro de Minas até o Rio|acessodata=06/05/2018|publicado=[[O Estado de S. Paulo]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20041121005555/http://www.estadao.com.br:80/divirtase/carnaval2004/noticias/2004/fev/23/14.htm|arquivodata=21/11/2004|urlmorta=yes}}</ref> A escola recebeu gritos de "campeã" do público em diversos setores do sambódromo.<ref name="favorita04">{{citar web|url=https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2402200403.htm|titulo=Mangueira deixa avenida como favorita|acessodata=17/06/2018|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|arquivourl=https://web.archive.org/web/20180623182457/https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2402200403.htm|arquivodata=23/06/2018|urlmorta=yes}}</ref> Na avaliação dos jurados, a escola conseguiu a pontuação máxima nos quesitos Enredo, Samba-enredo, Fantasias, Alegorias e Comissão de Frente. Destaque também para Harmonia, com a perda de apenas um décimo. O quesito mais despontuado foi Conjunto, com a perda de oito décimos. A Mangueira somou a mesma pontuação da vice-campeã, [[Unidos da Tijuca]], mas ficou com o terceiro lugar no quesito de desempate, Evolução, onde a escola tijucana teve pontuação maior.<ref name="notas2004">{{citar web|url=http://www.galeriadosamba.com.br/carnaval/2004/notas/|titulo=Notas 2004|acessodata=03/03/2021|publicado=Galeria do Samba|arquivourl=https://archive.vn/VSdRA|arquivodata=03/03/2021|urlmorta=no}}</ref> A Mangueira recebeu o Estandarte de Ouro e o Tamborim de Ouro de melhor Comissão de Frente. Giovanna recebeu o Estandarte de Ouro de melhor porta-bandeira.<ref name="estandarte04">{{citar jornal|url=https://acervo.oglobo.globo.com/?service=printPagina&imagemPrint=https://duyt0k3aayxim.cloudfront.net/PDFs_XMLs_paginas/o_globo/2004/02/25/CAD/GE250204019CAD1-3139_g.jpg?Expires%3D1569509030%26Signature%3DShMVFXDwP8jXAwxzKd5imO8m5b9Ah4YoXks05SSfXFTc3XhdfXoKlUNfUhELXiMQpDPyyIaW1QwPhgDyYaWgjaV1ydJcTehGbZIuM9LTtSSaiCivoTBE03EH-0ESadrczEK2Lqn3eGg6J8DDc~SSoU3wJK3fcvzbgkROslhRmmLlCGR9wYJQd2ufn3NBQzABZlJabvehP6Drapgb0E7mdXDf1YJtTk04NErxbsADlcznV2P4t9iujHqpu-K6iDRFRScV2EF43zSa0khUp-neRb345k9Scea3~mFxJx~FaRY-MGbsn~ZwPvvwNfDcLjz7RIU28VbhbEMIyb-3Pu~FNg__%26Key-Pair-Id%3DAPKAIXUISCOALHPXYJEQ|titulo=Emoção leva Império a ganhar Estandarte. Verde-e-branco reeditou ‘Aquarela Brasileira’ e recebeu 5 prêmios|data=25/02/2004|acessodata=26/09/2019|jornal=[[O Globo]]|page=19|arquivourl=http://archive.fo/ae0we|arquivodata=26/09/2019|urlmorta=yes}}</ref><ref name="Comissao2004">{{citar web|url=http://carlinhosdejesus.com.br/condecoracoes-premios.php|titulo=Prêmio Tamborim de Ouro Melhor Comissão de Frente 2004|acessodata=22/04/2017|publicado=Site Carlinhos de Jesus|arquivourl=https://web.archive.org/web/20170422200111/http://carlinhosdejesus.com.br/condecoracoes-premios.php|arquivodata=22/04/2017|urlmorta=no}}</ref>[[Ficheiro:Carnaval do Rio de Janeiro 2005 – A.T.FOTOGRAFIA 005020609.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|280x280px|[[Giovanna Justo|Giovanna]] e Marquinhos no desfile de 2005. Casal recebeu nota máxima de todos os jurados.]] |
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* '''2005: "Mangueira Energiza a Avenida. O Carnaval É Pura Energia e a Energia É o Nosso Desafio"''' |
* '''2005: "Mangueira Energiza a Avenida. O Carnaval É Pura Energia e a Energia É o Nosso Desafio"''' |
Revisão das 01h36min de 10 de setembro de 2024
Estação Primeira de Mangueira | |
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Fundação | 28 de abril de 1928 (96 anos)[1][nota 1] |
Cores | |
Símbolo | Tambor surdo encimado por uma coroa e com ramos de louro em volta[2][3] |
Bairro | Mangueira[1] |
Presidente | Guanayra Firmino |
Presidente de honra | Eli Gonçalves da Silva (Chininha) |
Desfile de 2025 | |
Enredo | À Flor da Terra - No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões |
Site oficial «www.mangueira.com.br» |
Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira (ou simplesmente Estação Primeira de Mangueira) é uma tradicional escola de samba brasileira da cidade do Rio de Janeiro. Tendo como símbolo as cores verde e rosa, a Mangueira, ficando atrás apenas da Portela, ocupa o posto de segunda maior vencedora no rol das campeãs do carnaval do Rio de Janeiro,[4] detendo 20 conquistas (1932, 1933, 1934, 1940, 1949, 1950, 1954, 1960,[5] 1961,[6] 1967,[7] 1968,[8] 1973,[9] 1984 (campeã e supercampeã),[10] 1986,[11] 1987, 1998, 2002,[12] 2016[13] e 2019). A Verde e Rosa ainda foi vice-campeã do carnaval carioca em 19 ocasiões (1935, 1936, 1939, 1941, 1943, 1944, 1945, 1946, 1947, 1955, 1963, 1966, 1969, 1972, 1975, 1976, 1978, 1988 e 2003).
Foi fundada em 28 de abril de 1928, no Morro da Mangueira, próximo à região do Maracanã, pelos sambistas Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela, entre outros. Sua quadra está sediada na Rua Visconde de Niterói, no bairro do mesmo nome.
A Mangueira foi a primeira escola que criou a ala de compositores,[14] incluindo mulheres. Mantém, desde a sua fundação, uma única marcação, com o surdo de primeira, na sua bateria. Marcelino Claudino, o Maçu, introduziu as figuras do mestre-sala e da porta-bandeira no Carnaval. No símbolo da escola, o surdo representa o samba; os louros, as vitórias; a coroa, o bairro imperial de São Cristóvão; e as estrelas, os títulos.
A escola ganhou um Super-Campeonato, exclusivo, oferecido no ano de 1984, na inauguração do Sambódromo.[15] A Verde-e-Rosa fora a campeã da segunda-feira de carnaval, e a Portela do domingo. Três escolas foram para o sábado das campeãs disputar o Super-Campeonato, e a Mangueira foi aclamada a Super-Campeã com um desfile memorável em que a escola, ao chegar à Praça da Apoteose, retornou pela avenida, carregando uma multidão de foliões.
Uma das figuras mais emblemáticas da Mangueira é o sambista Jamelão, que foi o intérprete oficial da escola de 1949 até 2006, e que tornou-se uma verdadeira autarquia do samba carioca, com seu jeito mal-humorado e sua voz potente - o maior intérprete de Samba-Enredo de todos os tempos.[16]
Após parceria com a Xerox do Brasil e a Petrobras, na década de 1990 a Mangueira também montou uma Vila Olímpica e passou a disputar campeonatos esportivos, principalmente no Atletismo e no Basquete, onde disputou o Campeonato Brasileiro de Basquete Feminino.[17][18]
Antecedentes
A Estação Primeira de Mangueira teve origem no Morro da Mangueira, posteriormente bairro da Mangueira, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.[19] O Morro da Mangueira serviu de abrigo e moradia para escravos alforriados e seus descendentes, que levavam para a localidade as manifestações culturais e religiosas características das nações africanas, como o candomblé e a batucada.[20] Alguns casebres serviam de templos religiosos, como o terreiro de Tia Fé (Benedita de Oliveira), onde eram realizadas cerimônias religiosas seguidas de cantoria e batucada.[21] A partir da década de 1910, começaram a surgir grupos carnavalescos em Mangueira, como os cordões Guerreiros da Montanha (com sede na casa de Tia Chiquinha Portuguesa) e Trunfos da Mangueira (sediado na casa de Leopoldo da Santinha), ambos na localidade conhecida como Buraco Quente.[22] Nos cordões, um grupo de mascarados, conduzidos por um mestre com um apito, acompanhava uma orquestra de percussão. Menos primitivos que os cordões, surgiram os ranchos, que se destacaram por permitir a participação das mulheres nos cortejos e por trazerem inovações tais como: alegorias, uso do enredo, instrumentação de sopro e cordas e o casal de dançarinos baliza e porta-estandarte (o que mais tarde originaria o casal de mestre-sala e porta-bandeira). Três ranchos se destacaram em Mangueira: Pérolas do Egito (fundado em 1910 por Tia Fé), Pingo de Amor e Príncipes da Mata (depois renomeado para Príncipe da Floresta).[22] A partir de 1920, surgiram os blocos carnavalescos, unindo elementos dos cordões e dos ranchos. Em Mangueira, destacaram-se os blocos de Tia Tomázia, Tia Fé e Mestre Candinho.[22] Os blocos eram, constantemente, tomados por brigas e confusões causadas por sambistas embriagados, o que resultou em 1923, na fundação do Bloco dos Arengueiros.[20] O bloco era formado apenas por homens e, como o próprio nome sugere, foi criado com o intuito de reunir os sambistas arruaceiros da região. Os participantes saiam às ruas vestidos de mulher, caçando briga com os outros blocos que encontrassem desfilando. Algumas confusões resultaram em prisões. Participaram da fundação do bloco: Carlos Cachaça, Cartola, Babaú da Mangueira, Saturnino Gonçalves, Arthur Gonçalves, Antonico, Fiúca, Francisco Ribeiro (Chico Porrão), Homem Bom, Gradim, Manoel Joaquim, Marcelino José Claudino (Maçu da Mangueira), Pimenta, Rubens e Zé Espinguela.[23] O Bloco dos Arengueiros conquistou popularidade no Morro da Mangueira, sendo convidados para participar de outros blocos da região. Ainda assim, havia uma divisão entre os blocos tradicionais e o bloco dos arruaceiros, e os participantes dos Arengueiros não conseguiam se encaixar nos demais blocos. Após cinco carnavais, os participantes do Bloco dos Arengueiros propuseram unir todos os blocos de Mangueira para desfilar na Praça Onze. Na época, Cartola escrevera o samba "Chega de demanda", que seria o primeiro samba da Estação Primeira de Mangueira. No samba, Cartola conclama a união de todos os blocos da região ("Chega de demanda, chega / Com este time temos que ganhar / Somos da Estação Primeira / Salve o Morro de Mangueira").[24]
Fundação
Segundo a própria escola de samba, a Estação Primeira de Mangueira foi fundada no dia 28 de abril de 1928, por Cartola, Zé Espinguela, Saturnino Gonçalves, Euclides Roberto dos Santos (Seu Euclides), Marcelino José Claudino (Maçu da Mangueira), Pedro Caim (Paquetá) e Abelardo da Bolinha. A fundação foi no Terreiro de Tia Fé, pessoa de grande importância na história do morro da Mangueira.[19][26] Carlos Cachaça foi reconhecido como fundador, apesar de não estar presente durante a reunião de fundação.[27] Os participantes do Bloco dos Arengueiros se reuniram na casa de Euclides Roberto dos Santos (Seu Euclides), na Travessa Saião Lobato, número 21, no Buraco Quente, em Mangueira e fundaram o Bloco Estação Primeira de Mangueira, mais tarde, escola de samba.[28] Foram escolhidos: Saturnino Gonçalves como primeiro presidente da escola; Francisco Ribeiro (Chico Porrão) como tesoureiro; Pedro Caim como secretário; Carlos Cachaça como orador; e Cartola como diretor de harmonia. A primeira sede da agremiação foi instalada na Travessa Saião Lobato, número 7, no Buraco Quente, em Mangueira.[20] A escola ao contrário de outras cô-irmãs não conta o tempo em que era um bloco, leva apenas em consideração a data de 1928 como escola de samba.
Atributos
Nome
O nome da agremiação foi escolhido por Cartola, por ser, a Estação Mangueira, a primeira estação no trajeto entre a Central do Brasil e o subúrbio carioca, onde havia samba.[19][20][26][28]
Cores
A Mangueira tem como cores o verde e o rosa, escolhidas por Cartola em referência ao Rancho do Arrepiado, frequentado por seu pai, quando morava em Laranjeiras.[19][20][26][28]
Símbolos
No início de sua história, a Mangueira não tinha um símbolo definido. A cada ano era bordado um símbolo diferente na bandeira da agremiação. Já foram utilizados como símbolos: violão, pandeiro, tamborim, clarin, e até mesmo uma águia, igual a da Portela. No início da década de 1960, na gestão de Roberto Paulino como presidente, a escola instituiu seu símbolo definitivo. Idealizado por Manuel Pereira Filho (Beleléu) e desenhado por Darque Dias Moreira (Sinhôzinho), o símbolo da Mangueira consiste em um tambor surdo, encimado por uma coroa, e com ramos de louro em volta. O tambor simboliza o samba; a coroa representa a Mangueira como a "rainha do samba"; e os louros significam as vitórias da agremiação. O símbolo foi registrado por Beleléu no Departamento de Censura, sendo adotado definitivamente pela escola.[2][3]
Bandeira
A bandeira da escola é formada por um retângulo, com dezesseis raios, dispostos em cores alternadas (oito verdes e oito rosas), partindo do centro em direção às extremidades do pavilhão. No centro da bandeira, há um octógono na cor verde, onde, dentro, se encontra o logotipo com os símbolos da agremiação.[29][30] O logotipo da Mangueira é composto por um tambor surdo encimado por uma coroa. Ramos de louro contornam a base do tambor. Abaixo, encontra-se a inscrição "1928" (ano de fundação da escola). E mais abaixo, uma faixa com o nome oficial da agremiação ("G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira"). Acima da coroa, um arco formado por estrelas na mesma quantidade de títulos conquistados pela escola, sendo uma delas, maior que as demais, por representar o supercampeonato do carnaval de 1984.[2][3][31]
História
Primeiros anos
Nos carnavais de 1930 e 1931, os blocos do Morro da Mangueira se fundiram à Estação Primeira de Mangueira, que desfilou na Praça Onze com grande contingente.[32] Venceu os três primeiros concursos oficiais, foi vice-campeã em outros dois. Não desfilou em 1937, pois o desfile foi cancelado por ordem do delegado de polícia Dulcídio Gonçalves. Neste ano, o morro da Mangueira foi representado pela azul e rosa Unidos de Mangueira, que somente participou do desfile oficial por quatro anos.
Com o racha entre os sambistas no ano de 1949, a Mangueira, juntamente com a Portela, decide seguir com a UGESB, acusada de ser uma organização simpatizante do Comunismo, enquanto outras escolas, como o Império Serrano, decidiram seguir a liga paralela estimulada pelo governo municipal, a FBES. Foi neste ano que Jamelão assumiu o posto de cantor oficial na escola, ocupando o lugar de Xangô da Mangueira. Logo em seu primeiro desfile, no posto, a escola sagrou-se campeã.
Em 1950, a Mangueira seguiu para a UCES, onde foi novamente campeã, retornando à UGESB em 1951, até a reunificação das entidades no ano seguinte. Em 1980, obteve sua pior colocação até então, quando foi a oitava colocada.
Em 1984, ano de inauguração do Sambódromo, protagonizou um dos momentos mais marcantes da história do Carnaval Carioca. Após desfilar, a escola retornou pela Sapucaí, sendo aclamada pelo público. Naquele ano, o primeiro onde houve dois dias de desfile para as escolas de samba, a primeira divisão acabou sendo dividida em dois grupos, sendo cada um, um concurso diferente. Mangueira e Portela, duas das escolas mais tradicionais, venceram, um o desfile de domingo, e outra o de segunda-feira. Um novo concurso foi realizado no sábado seguinte ao Carnaval, entre as melhores escolas de cada dia de desfile, além das melhores do grupo de acesso também. Por fim, a Mangueira sagrou-se "supercampeã".
Após ser bicampeã em 1986/1987, e vice em 1988, a agremiação obteve algumas colocações ruins, como o 11º lugar em 1989, e o 12º lugar em 1991 e 1994. Apesar da má colocação, o samba enredo de 1994, de autoria de David Correa, Paulinho, Carlos Sena e Bira do Ponto, é considerado por parte da crítica como um dos mais empolgantes da década [33] A composição, que possuía o refrão "me leva que eu vou, sonho meu, atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu", falava dos chamados "doces bárbaros", Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia.
Datam também dessa época as primeiras parcerias de sucesso da escola com grandes empresas, e do início de grandiosos projetos, como da Vila Olímpica[34]
Em 1995, sucedendo ao conhecido presidente Álvaro Caetano, o Alvinho, assumiu a presidência da escola Elmo José dos Santos,[35] que ocuparia o posto por dois mandatos. Sob sua presidência,a Mangueira conquistaria o título duas vezes.
Em 1998, ao escolher Chico Buarque como tema de seu carnaval, a Mangueira escolheu em sua eliminatória interna um samba-enredo de uma parceria de compositores paulistanos, membros da escola de samba Morro da Casa Verde, o que gerou alguma polêmica devido à rivalidade entre cariocas e paulistas. Apesar da disso, a escola empatou com a Beija-Flor, voltando a conquistar um campeonato após um jejum que já durava onze anos. Logo após o carnaval, em 19 de abril de 1998, foi criada a Academia Mangueirense do Samba[36]
Ainda a Mangueira voltaria a vencer o Carnaval novamente em 2002 com um enredo que falava sobre o Nordeste, perdendo no ano seguinte para a Beija-Flor. Nesse ano, 2003, a Mangueira trouxe como tema a história de Moisés e da libertação do povo hebreu, narrada no Antigo Testamento,[37] trazendo um samba de autoria de Marcelo Dáguiã, Bizuca, Gilson Bernini e Clóvis Pê,[38] que começava com o refrão "Quem plantar a paz, vai colher amor, um grito forte, de liberdade, na Estação Primeira ecoou", considerado muito bonito pela crítica.[39] Gerou polêmica naquele ano o fato de a comissão de frente, coreografada por Carlinhos de Jesus, não obter a nota máxima, o que sempre vinha acontecendo nos anos anteriores.
- 2003: "Os Dez Mandamentos! O Samba da Paz Canta a Saga da Liberdade"
Em busca do bicampeonato, a Mangueira manteve toda a equipe campeã do ano anterior. Pouco antes do carnaval, em janeiro de 2003, morreu Dona Zica, aos 89 anos.[40] Segunda escola a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial, a Mangueira realizou um desfile sobre a história do personagem bíblico Moisés e a libertação dos hebreus. O desfile começou com doze minutos de atraso por causa da forte chuva que caiu antes do início da apresentação. A imprensa elogiou o desfile, apontando a escola como uma das favoritas ao título.[41][42] Um dos destaques da apresentação foi a Comissão de Frente, onde o coreógrafo Carlinhos de Jesus, caracterizado de Moisés, "levitava" através de um truque de ilusionismo. Um elevador hidráulico suspendia Carlinhos, que estava sentado num banco encoberto com sua roupa. Em outro momento, Carlinhos soltava borboletas de papel e exibia uma tábua com a palavra "Paz" escrita com efeito luminoso, imitando fogo. Carlinhos emagreceu seis quilos e treinou durante três meses com auxílio do ilusionista Issao Imamura, que o auxiliou nos truques realizados pela Comissão.[43] Dona Zica foi homenageada na Comissão de Frente, que exibia uma faixa com a inscrição "Tia Zica, você está aqui", e na última alegoria, com uma escultura articulada, em meio aos baluartes, onde desfilaria.[44]
A escola apresentou alegorias e fantasias luxuosas, incluindo a maior alegoria da história do carnaval até então. O carro abre-alas, dividido em três partes, media 87 metros de comprimento, com mais de cem componentes e reproduções de quatorze bigas, 32 cavalos, quatro esfinges e dois barcos.[45] Uma ala coreografada encenou a travessia do Mar Vermelho pelos hebreus. A escola finalizou sua apresentação sendo saudada pelo público com gritos de "bicampeã". Com o desfile, a Mangueira foi vice-campeã do carnaval de 2003, com um ponto a menos que a campeã, Beija-Flor. Dos quarenta julgadores do carnaval, apenas sete não aplicaram nota máxima à Mangueira. Causou polêmica a nota 9,5 dada pelo julgador Mário Cardoso à Comissão de Frente. A escola ainda perdeu três décimos em Mestre-sala e Porta-bandeira e três décimos em Bateria.[46] A Mangueira foi premiada com o Tamborim de Ouro de melhor escola e de melhor Comissão de Frente.[47]
- 2004: "Mangueira Redescobre a Estrada Real… E Deste Eldorado Faz Seu Carnaval"
O presidente Alvinho foi reeleito para mais um mandato de três anos. Mestre Marrom assumiu o comando da bateria. Para o carnaval de 2004, a Mangueira escolheu um enredo sobre a antiga Estrada Real, por onde escoava o ouro de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro. A escola recebeu um patrocínio de 1,5 milhões de reais de empresas mineiras.[48] A Mangueira foi a sexta, e penúltima, escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial. A imprensa elogiou o desfile, destacando a beleza das alegorias e fantasias. Também foi muito elogiada a Comissão de Frente de Carlinhos de Jesus, em que componentes carregavam quatro bonecos, presos a tubos, que representavam personalidades mineiras como Aleijadinho, Tiradentes, Tancredo Neves, Carlos Drummond de Andrade, Chica da Silva e Juscelino Kubitschek. O cantor Milton Nascimento desfilou representando Chico Rei.[49] A escola recebeu gritos de "campeã" do público em diversos setores do sambódromo.[50] Na avaliação dos jurados, a escola conseguiu a pontuação máxima nos quesitos Enredo, Samba-enredo, Fantasias, Alegorias e Comissão de Frente. Destaque também para Harmonia, com a perda de apenas um décimo. O quesito mais despontuado foi Conjunto, com a perda de oito décimos. A Mangueira somou a mesma pontuação da vice-campeã, Unidos da Tijuca, mas ficou com o terceiro lugar no quesito de desempate, Evolução, onde a escola tijucana teve pontuação maior.[51] A Mangueira recebeu o Estandarte de Ouro e o Tamborim de Ouro de melhor Comissão de Frente. Giovanna recebeu o Estandarte de Ouro de melhor porta-bandeira.[52][53]
- 2005: "Mangueira Energiza a Avenida. O Carnaval É Pura Energia e a Energia É o Nosso Desafio"
A Mangueira manteve toda a sua equipe para o carnaval de 2005 e escolheu um enredo sobre a energia, abordando conceitos científicos e subjetivos.[54] O desfile teve patrocínio da Petrobras e da Eletrobras. Um trecho do samba-enredo remetia ao slogan da Petrobras ("O desafio é a nossa energia"), o que rendeu críticas a escola.[55] A Mangueira foi a quarta agremiação a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial. Segundo a imprensa, o desfile não empolgou o público.[56][57] O carnavalesco Max Lopes trocou o verde e rosa da escola por cores escuras e prateadas, e dividiu alas ao meio, com fantasias de cores diferentes em cada lado. A Comissão de Frente teve a participação de membros da velha guarda mangueirense, como Delegado, Nelson Sargento e Hélio Turco, além da moradora mais antiga do Morro da Mangueira, vó Lucíola, com 104 anos de idade. Pela primeira vez a bateria da escola realizou "paradinhas", além de tocar num ritmo mais cadenciado do que em anos anteriores. No final da apresentação, componentes precisaram "correr" para não ultrapassar o tempo limite de desfile.[58][59] O único quesito que conseguiu nota máxima de todos os julgadores foi Mestre-sala e Porta-bandeira. Destaque também para Bateria, que perdeu apenas um décimo. Perdendo pontos nos demais quesitos, a Mangueira obteve o sexto lugar, conquistando a última vaga para o Desfile das Campeãs.[60]
- 2006: "Das Águas do São Francisco, Nasce Um Rio de Esperança"
O carnaval de 2006 foi o primeiro confeccionado na Cidade do Samba, inaugurada em setembro de 2005. A Mangueira manteve toda a sua equipe e escolheu um enredo sobre o Rio São Francisco. O carnavalesco Max Lopes dividiu o enredo em duas partes: o "velho Chico", com histórias e lendas do passado; e o "novo Chico" com a chegada do progresso e uma tímida defesa da transposição do Rio, também chamado pelo governo brasileiro de Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. A escola conseguiu captar cerca de quinhentos mil reais junto ao Governo do Ceará com ajuda do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que, na época, era o responsável pelo projeto de transposição do São Francisco. O samba-enredo do desfile fazia menção ao projeto no trecho "Nas águas da integração, chegou Mangueira".[61]
Segunda escola a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial, a Mangueira iniciou seu desfile com quase uma hora de atraso devido a uma alegoria da Unidos do Porto da Pedra, que ficou presa na área de dispersão. A imprensa elogiou o desfile, apontando que a escola conseguiu contagiar o público presente no sambódromo.[62][63] A agremiação finalizou sua apresentação sendo saudada pelo público com gritos de "campeã".[64][65] Com o desfile, a Mangueira se classificou em quarto lugar. Na avaliação dos jurados, a escola conseguiu a pontuação máxima nos quesitos Fantasias e Samba-enredo. Destaque também para Comissão de Frente, Mestre-sala e Porta-bandeira e Enredo, que perderam apenas um décimo. O quesito mais despontuado foi Conjunto, com a perda de oito décimos.[66] A Mangueira recebeu o Tamborim de Ouro de melhor escola do ano.[67] Aos 93 anos de idade, Jamelão fez seu último desfile pela escola. Em outubro de 2006, o intérprete sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico e, após mais de vinte anos, não pode gravar o samba-enredo oficial da escola para 2007.[68] No mês seguinte, Jamelão sofreu outro AVC e, por ordem médica, precisou se afastar das atividades carnavalescas.[69]
- 2007: "Minha Língua É Minha Pátria, Mangueira, Meu Grande Amor. Meu Samba Vai ao Lácio e Colhe a Última Flor"
Após o carnaval de 2006, Percival Pires foi eleito presidente da Mangueira por aclamação, sendo o único concorrente ao cargo. Percival já havia sido presidente da escola entre 1980 e 1983.[70] Para o carnaval de 2007, Mestre Russo retornou ao comando da bateria.[71] Pela primeira vez a escola permitiu a presença de mulheres na bateria.[72] A ideia partiu de Ivo Meirelles, que assumiu o cargo de presidente da bateria.[73] Ivo também escolheu Preta Gil como rainha de bateria, quebrando uma tradição na agremiação, onde a rainha era escolhida através de um concurso com mulheres da comunidade.[74] Efetivado como intérprete oficial da escola, Luizito teve um princípio de infarto durante o ensaio técnico da escola no sambódromo, em janeiro de 2007, e chegou a ser dúvida para participar do desfile.[75] Terceira agremiação a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial de 2007, a Mangueira realizou um desfile sobre a língua portuguesa. A escola apresentou alegorias grandes e luxuosas. O carro abre-alas, de sessenta metros de comprimento, soltava chamas.[76] Na Comissão de Frente, integrantes carregavam placas com letras, formando palavras como "Mangueira", "Jamelão", "felicidade", entre outras.[77] Luizito desfilou acompanhado por dois médicos, mas, contrariando o combinado de que só iria dar o grito de guerra, o intérprete cantou por quase meia hora.[78] O desfile ficou marcado pela briga envolvendo Beth Carvalho. A cantora teria acordado com a direção da escola para desfilar numa alegoria pois não teria condições de desfilar a pé, devido a problemas na coluna. Sem ser informada em qual alegoria desfilaria, Beth se encaminhou ao carro dos baluartes, mas foi impedida de desfilar por Raymundo de Castro, baluarte e benemérito da escola.[79] Nelson Sargento também não desfilou pela escola, alegando que sua esposa e seu filho não receberam as fantasias para desfilar.[80] Na avaliação dos jurados, a Mangueira conseguiu a pontuação máxima nos quesitos Comissão de Frente, Enredo e Samba-enredo. Os quesitos mais despontuados foram Harmonia e Alegorias. A escola se classificou em terceiro lugar.[81] A Mangueira recebeu o Estandarte de Ouro de melhor Comissão de Frente.[82] Luizito recebeu o Tamborim de Ouro de melhor intérprete.[83]
- 2008: "100 Anos do Frevo, É de Perder o Sapato. Recife Mandou Me Chamar…"
Para o carnaval de 2008, a escola surpreendeu ao escolher um enredo sobre o centenário do Frevo, enquanto a expectativa era de um enredo sobre o centenário de seu fundador, Cartola. O presidente da agremiação argumentou que não conseguiria fazer mais um desfile sem enredo patrocinado. Para homenagear o Frevo, a Mangueira recebeu um patrocínio de três milhões de reais da prefeitura de Recife.[84] A escola teve um pré-carnaval conturbado, repleto de polêmicas.[85] Entre os compositores do samba de 2008, estava Francisco do Pagode, pseudônimo de Francisco Paulo Testas Monteiro, mais conhecido como Tuchinha, chefe do tráfico de drogas do Morro da Mangueira na década de 1980.[86] Tuchinha foi preso em 1988, mas estava em liberdade condicional desde 2006, depois de cumprir dezessete dos 43 anos de prisão a que foi condenado por dois homicídios.[87] O fato foi amplamente divulgado pela imprensa e gerou críticas a escola. Outro compositor do samba de 2008, Lequinho defendeu a participação de Tuchinha, alegando que "ele está buscando outro caminho para sua vida" e que as críticas "são fruto de uma sociedade preconceituosa e que não consegue dar uma nova vida social para o preso".[88] Em outubro de 2007, uma nova polêmica abalou a Mangueira.[89] Integrantes da escola, incluindo o presidente, Percival Pires, participaram da festa de casamento do traficante Fernandinho Beira-Mar com a advogada Jacqueline Alcântara de Moraes. A participação da agremiação na festa durou cerca de quarenta minutos e contou com doze representantes da escola. O cachê do grupo teria sido de dois mil e quinhentos reais. Preso, Beira-Mar não participou da festa. O fato foi revelado pela imprensa em novembro, quando Jacqueline foi presa na Operação Fênix da Polícia Federal por ligação com o tráfico de drogas.[90] Em sua defesa, Percival argumentou que não sabia das acusações contra Jacqueline.[91] No início de dezembro, Percival Pires renunciou a presidência da escola. A vice-presidente, Eli Gonçalves (Chininha), assumiu a presidência.[92] Presidente da bateria da Mangueira, Ivo Meirelles também se envolveu em diversas polêmicas. Ivo assumiu o posto de mestre da bateria e escolheu Gracyanne Barbosa como nova rainha de bateria.[93] Cotada para assumir o posto, Viviane Araújo, ex-namorada de Belo, declarou que o cantor influenciou na escolha de Gracyanne, sua nova namorada. Ivo rebateu Viviane, dizendo que ela "faz programa". Viviane entrou na Justiça contra Ivo, que foi indiciado por calúnia e difamação.[94] No ensaio técnico da Mangueira no sambódromo, Ivo se envolveu numa briga com um diretor de harmonia.[95][96] Após o imbróglio, Ivo se desligou do cargo de mestre de bateria.[97][98] Em janeiro de 2008, a Polícia Federal descobriu uma passagem secreta para o interior do Morro da Mangueira, no camarote da bateria, na quadra da escola. Segundo a investigação, o local serviria para a entrada e saída de traficantes, incluindo de Tuchinha, que estaria vendendo drogas dentro da quadra.[99] A passagem foi aberta por Ivo Meirelles enquanto presidente da bateria. Em defesa, Ivo disse que foi procurado por alguns moradores que queriam vender as casas que ficam atrás da escola por causa do barulho. Ivo teria comprado as casas para transformar em um espaço para os ritmistas e o local ainda estaria em obras. O dinheiro da obra teria sido arrecado através de doações. Ivo também desmentiu a presença de Tuchinha no camarote.[100][101]
Penúltima escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial de 2008, a Mangueira desfilou sob forte chuva. Segundo a imprensa, o desfile não empolgou o público e os próprios componentes também desfilaram desanimados, além da chuva prejudicar o acabamento de alegorias e fantasias.[102] A Comissão de Frente teve a participação de alunos da Escola Municipal do Frevo de Recife.[103] Mestre Taranta assumiu o comando da bateria, acabando com as "paradinhas".[104] Cartola foi homenageado na última alegoria do desfile. Na avaliação dos jurados, a Mangueira conseguiu a pontuação máxima apenas no quesito Mestre-sala e Porta-bandeira. Destaque também para a Bateria, que perdeu apenas um décimo. A Mangueira obteve o seu pior resultado em quatorze anos, se classificando em décimo lugar.[105][106] Após o carnaval, Max Lopes foi dispensado da Mangueira, encerrando um ciclo de oito anos na escola.[107] Alegando motivos particulares, Carlinhos de Jesus se desligou da agremiação após onze anos no comando da Comissão de Frente.[108] No dia 14 de junho de 2008, morreu o intérprete Jamelão, aos 95 anos de idade, vítima de choque séptico.[109] Ex-presidente da Mangueira, Roberto Paulino foi eleito presidente de honra, substituindo Jamelão.[110]
- 2009: "A Mangueira Traz os Brasis do Brasil Mostrando a Formação do Povo Brasileiro"
Em 7 de janeiro de 2009, morreu, aos 85 anos, Xangô da Mangueira, ex-intérprete, baluarte e histórico diretor de harmonia da agremiação.[111] Para o carnaval de 2009, a Mangueira contratou o carnavalesco Roberto Szaniecki, que nos anos anteriores obteve bons resultados na Grande Rio.[112] A coreógrafa e bailarina Janice Botelho assumiu a Comissão de Frente.[108] Enfrentando uma grave crise financeira, a escola teve muita dificuldade na confecção do carnaval. Pouco antes do desfile, torcedores da agremiação combinaram, pelas redes sociais, um mutirão para ajudar a escola a finalizar a confecção das alegorias e fantasias.[113] Penúltima escola a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial de 2009, a Mangueira realizou um desfile sobre a miscigenação do povo brasileiro, inspirado no livro O Povo Brasileiro: A Formação e o Sentido do Brasil, do professor, antropólogo e político Darcy Ribeiro.[114] A imprensa apontou problemas de acabamento em alegorias e fantasias, além de relatos de falta de organização na armação da escola. O carnavalesco Roberto Szaniecki não compareceu ao desfile. Segundo a presidente da agremiação, ele estaria cansado "após ficar vários dias sem dormir". Mestre Taranta comandou a bateria de cadeira de rodas. Meses antes, o diretor precisou amputar os dedos do pé direito devido a diabetes.[115] Apesar dos problemas, a Mangueira se classificou em sexto lugar, garantindo seu retorno ao Desfile das Campeãs. A escola conseguiu a pontuação máxima nos quesitos Enredo, Samba-enredo e Mestre-sala e Porta-bandeira. O quesito mais despontuado foi Alegorias e Adereços, com a perda de 1,3 pontos.[116] O samba-enredo da Mangueira foi o mais premiado do ano, recebendo quatro premiações, incluindo o Estandarte de Ouro.[117][118][119][120] A escola ainda recebeu o Tamborim de Ouro de melhor enredo.[121] Após o carnaval, Roberto Szaniecki se desligou da agremiação.[122] Marquinhos e Giovanna também se demitiram da escola após quinze anos dedicados a Mangueira.[123]
Década de 2010
- 2010: "Mangueira É Música do Brasil"
Em abril de 2009 a Mangueira elegeu seu novo presidente num pleito cercado de polêmicas. O candidato vencedor, Ivo Meirelles, oficializou a sua candidatura após o prazo de encerramento das inscrições. O outro candidato seria Carlos Dória Júnior, filho do ex-presidente Carlos Dória. No entanto, alegando problemas pessoais, ele retirou a candidatura. Como candidato único, Ivo foi aclamado presidente da escola, com mandato até 2012.[124] Anos depois, em depoimento a Polícia, Carlos Dória Júnior alegou que dois homens armados mandaram ele retirar a candidatura e informaram que Ivo seria o novo presidente da agremiação.[125] A primeira ação de Ivo como presidente foi pedir desculpas a Beth Carvalho pelo imbróglio no desfile de 2007, que causou o afastamento da cantora da escola.[126] Ivo também mudou toda a equipe da agremiação. Márcia Lage foi contratada como carnavalesca. O intérprete Luizito ganhou a companhia de Zé Paulo Sierra e Rixxah, formando um trio apelidado de "os três tenores". Mestre Jaguara Filho assumiu a Bateria e Jaime Arôxa assumiu a Comissão de Frente. Renata Santos foi coroada rainha de bateria. Raphael Rodrigues e Marcella Alves assumiram o primeiro posto de mestre-sala e porta-bandeira. Neta de Zica e Cartola, Nilcemar Nogueira assumiu a direção de carnaval. José Carlos Netto assumiu a direção de harmonia.[127] Em setembro de 2009, a Mangueira demitiu a carnavalesca Márcia Lage. Para o lugar dela, foram contratados Jorge Caribé e Jaime Cezário.[128] Última escola a se apresentar no carnaval de 2010, a Mangueira realizou um desfile sobre a música brasileira. Participaram da apresentação músicos como Alcione, Sandra Sá, Milton Nascimento, Emílio Santiago, Marcos Valle e João Donato.[129] O mestre-sala Raphael desfilou caracterizado de Cartola. Rogéria desfilou presa numa gaiola na alegoria em referência a censura na época da ditadura.[130] A bateria da escola também fez referência a músicos presos na ditadura. Com roupas listradas, simbolizando presidiários, ritmistas da bateria eram cercados por grades e reprimidos por diretores interpretando militares, numa coreografia liderada por Carlinhos de Jesus.[131] O carro abre-alas teve um principio de incêndio rapidamente controlado pelos bombeiros. Na quinta alegoria, uma parte lateral foi danificada e precisou ser serrada. No final da apresentação, componentes precisaram "correr" para não ultrapassar o tempo máximo permitido pelo regulamento.[132] Na avaliação dos jurados, a Mangueira conseguiu a pontuação máxima nos quesitos Bateria, Samba-enredo e Harmonia. O quesito mais despontuado foi Alegorias e Adereços, com a perda de sete décimos. A escola se classificou em sexto lugar, garantindo a última vaga para o Desfile das Campeãs.[133] A Mangueira recebeu o Tamborim de Ouro de melhor escola.[134] O samba-enredo recebeu três premiações.[135] Raphael e Marcella receberam os prêmios Tamborim de Ouro e Troféu Tupi.[136]
- 2011: "O Filho Fiel, Sempre Mangueira"
Para o carnaval de 2011, a Mangueira contratou os carnavalescos Mauro Quintaes e Wagner Gonçalves, que desenvolveram um enredo em homenagem ao cantor e compositor mangueirense Nelson Cavaquinho, morto em 1986.[137] Se vivo, Cavaquinho completaria cem anos em 2011.[138] A escola fez uma alteração no seu trio de intérpretes: Saiu Rixxah e entrou Ciganerey, que se juntou a Luizito e Zé Paulo Sierra.[139] Jeferson Carlos assumiu a direção de carnaval e Dimichel Velasco e José Carlos assumiram a direção de harmonia. Assim como no ano anterior, o presidente da agremiação, Ivo Meirelles, escolheu o samba do desfile sozinho, sem comissão julgadora como as demais escolas.[140] Segundo Ivo, a bateria da escola foi consultada e concordou com a escolha.[141] Dos seis compositores do samba, quatro são paulistas.[142] Entre os dois cariocas do grupo, Cesinha Maluco, porteiro da quadra da escola, tentava emplacar um samba-enredo na Mangueira desde 1972. O outro carioca, Aílton Nunes, era ritmista da escola e em janeiro de 2011, faltando menos de dois meses para o carnaval, foi promovido a diretor de bateria da agremiação.[143] Última escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial de 2011, a Mangueira iniciou seu desfile com chuva após um atraso de trinta minutos, o que lhe rendeu uma multa de 45 mil reais. Antes do início, o ator Milton Gonçalves leu um poema em homenagem a Nelson Cavaquinho e o trio de intérpretes da agremiação cantou alguns sucessos de Nelson, o que fez a escola atrasar mais a sua entrada. A imprensa classificou o desfile como "emocionante", destacando a bateria e a "garra dos componentes".[144][145] A bateria da escola ousou fazendo uma "paradona" de vinte segundos, quando todos os ritmistas paravam de tocar e batiam palmas enquanto o trio de cantores conduziam o samba. Chuva e dificuldades financeiras resultaram em alegorias e fantasias simples e com problemas de acabamento.[146] O desfile marcou o retorno de Beth Carvalho a escola, após quatro anos sem desfilar. No final da apresentação, sem chuva e com o dia claro, componentes precisaram "correr" para não ultrapassar o tempo máximo permitido pelo regulamento.[147] Na avaliação dos jurados, a Mangueira conseguiu a pontuação máxima nos quesitos Harmonia, Mestre-sala e Porta-bandeira, Enredo e Samba-enredo. O quesito mais despontuado foi Alegorias e Adereços, com a perda de mais de um ponto. A escola se classificou em terceiro lugar.[148] A Mangueira recebeu o Troféu Tupi de melhor escola do ano e o Estandarte de Ouro de melhor bateria e de melhor comissão de frente.[149][150] A bateria da agremiação recebeu sete prêmios, sendo a mais premiada do ano.[151] Após o carnaval, os carnavalescos Mauro Quintaes e Wagner Gonçalves foram dispensados da escola.[152] Em junho de 2011, morreu o presidente de honra da agremiação, Roberto Paulino.[153] O ex mestre-sala Delegado assumiu o posto de presidente de honra da escola.[154]
- 2012: "Vou Festejar! Sou Cacique, Sou Mangueira!"
Para o carnaval de 2012, a Mangueira contratou o carnavalesco Cid Carvalho, que desenvolveu, junto com Beth Carvalho, Sérgio Cabral e Bira Presidente, um enredo sobre o bloco Cacique de Ramos, que completou cinquenta anos em 2011.[155] A Mangueira foi a quarta escola a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial de 2012. A agremiação inovou ao parar a bateria por mais de dois minutos, transformando a chamada "paradinha" numa "paradona". Ensaiada durante seis meses, a extensa pausa foi sugerida pelo presidente da agremiação, Ivo Meirelles. No momento em que paravam de tocar, os ritmistas abriam espaço para a passagem de um tripé com os intérpretes oficiais da escola e os cantores Alcione, Dudu Nobre, Sombrinha e Xande de Pilares, que se revezavam na condução do samba. A ideia não foi bem executada. Nem todos os setores do sambódromo tinham o áudio dos cantores, o que gerou o "atravessamento" do samba. Alguns componentes e expectadores chegaram a pensar que houve falha no som da Sapucaí.[156][157] A cantora Beth Carvalho desfilou na comissão de frente. Na avaliação dos jurados, a Mangueira atingiu a pontuação máxima apenas nos quesitos Bateria e Harmonia. Nos demais quesitos, a escola perdeu muitos décimos. Seu pior desempenho seu deu em Alegorias e Adereços, onde perdeu oito décimos. A Mangueira se classificou em sétimo lugar, ficando de fora do Desfile das Campeãs.[158] A bateria da escola recebeu o prêmio SRzd.[159] O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Raphael e Marcella, recebeu o Tamborim de Ouro.[160]
A Mangueira faria uma eleição presidencial no dia 28 de abril de 2012. Segundo o presidente em exercício, Ivo Meirelles, e o presidente da comissão eleitoral da escola, Paulo Frederico Guimarães Corrêa, no dia 28 de março do mesmo ano, quando ocorriam as inscrições das chapas concorrentes para a eleição, cinco homens armados com pistolas invadiram a quadra da escola e anunciaram que Ivo Meirelles não era mais o presidente da agremiação.[161] Os traficantes teriam roubado um livro com todas as atas das eleições e anunciado que o novo presidente seria o advogado Marcos Oliveira, integrante da chapa "Levanta Mangueira". No momento, já estavam inscritos para a eleição Ivo Meirelles e o ex-presidente Percival Pires. Um dos traficantes envolvidos foi identificado como Acir Ronaldo Monteiro da Silva, o "2K".[162] A Polícia iniciou uma investigação, mas outras testemunhas desmentiram a história contada por Ivo e Paulo.[163] Na semana da eleição, a comissão eleitoral da escola impugnou as chapas "Raízes da Mangueira", de Percival Pires, e "Levanta Mangueira", de Marcos Oliveira, alegando descumprimento do estatuto da agremiação. A única chapa que restou no pleito, foi de Ivo Meirelles, que foi aclamado para mais um mandato de três anos a frente da escola.[164] O Tribunal de Justiça chegou a determinar a realização da eleição, mas a direção da escola não realizou o pleito.[165] O caso foi parar na Justiça, que, posteriormente, anulou o resultado e nomeou um interventor para organizar uma nova eleição.[166] Ivo Meirelles seguiu na presidência, enquanto a escola organizava novas eleições para depois do carnaval. Em outubro de 2012, Ivo foi indiciado por associação ao tráfico. Segundo o inquérito da Polícia Civil, Ivo teria se aliado a traficantes para ser nomeado presidente da agremiação. Em troca, ele arrecadaria, por mês, R$ 150 mil reais para sustentar os criminosos.[167][168] Em novembro de 2012, morreu o ex mestre-sala e presidente de honra da Mangueira, Delegado.[169] O compositor Nelson Sargento foi eleito para assumir o posto de presidente de honra da agremiação.[170]
- 2013: "Cuiabá: Um Paraíso no Centro da América"
Segunda escola a se apresentar na segunda noite do carnaval de 2013, a Mangueira realizou um desfile sobre a cidade de Cuiabá no Mato Grosso. A escola recebeu um patrocínio de cerca de 3,6 milhões de reais, divididos entre a iniciativa privada e a prefeitura da cidade.[171][172] Gracyanne Barbosa retornou ao posto de rainha da bateria.[173] Após a "paradona" da bateria em 2012, Ivo Meirelles realizou mais uma nova inovação, levando duas baterias para a avenida em 2013. A escola também levou também dois carros de som, o primeiro sendo comandado por Luizito, Zé Paulo e Ciganerey e o segundo por Agnaldo Amaral. Cerca de quinhentos ritmistas, separados em dois grupos, se alternaram no comando do samba, com uma breve "paradinha" servindo para marcar a passagem de uma bateria para outra. Foram várias trocas a partir da metade do desfile. Por diversas vezes a bateria fez ainda paradas maiores para que integrantes da escola e o público pudessem cantar o samba-enredo. A movimentação das duas baterias pela avenida fez com que a evolução da Mangueira fosse prejudicada. A escola também teve problemas com as alegorias. O carro abre-alas, com um princípio de incêndio, e a terceira alegoria, com forte cheiro de queimado, tiveram dificuldade para sair da pista. A última alegoria prendeu na torre de transmissão do sambódromo, que ficava no final da pista. Uma estrutura com uma libélula, que deveria girar para se desvencilhar da torre, não funcionou e a escola perdeu tempo parada até conseguir resolver o problema.[174][175] A agremiação ultrapassou o tempo limite de desfile em seis minutos, o que gerou um penalização de seis décimos. No julgamento oficial, a agremiação obteve a pontuação máxima nos quesitos Bateria, Enredo e Mestre-sala e Porta-bandeira. Perdendo décimos nos demais quesitos, a escola se classificou em oitavo lugar.[176][177] Apesar dos problemas, a Mangueira recebeu o Estandarte de Ouro de melhor escola do ano. Raphael e Marcella receberam três prêmios de melhor casal de mestre-sala e porta-bandeira, sendo o casal mais premiado do ano.[178][179][180] Marcella ainda recebeu o Estandarte de Ouro de melhor porta-bandeira.[181] Após o carnaval, em 17 de fevereiro de 2013, o traficante "2K", acusado de invadir a quadra da escola um ano antes, foi assassinado a tiros.[182] Horas depois, dois homens ligados a Ivo Meirelles também foram mortos: Jefferson Oliveira, ritmista da bateria da Mangueira; e Alan da Silva, segurança da quadra da escola. A morte dos dois teria sido uma represália à morte de "2K". A Polícia iniciou a investigação sobre uma possível ligação entre as três mortes e a eleição na agremiação. Segundo relatos anônimos colhidos pela imprensa, a facção que comandava o Morro da Mangueira não queria mais Ivo envolvido com a escola de samba.[183][125]
- 2014: "A Festança Brasileira Cai no Samba da Mangueira"
Em 28 de abril de 2013, dia do seu aniversário de 85 anos, a Mangueira passou pelo processo eleitoral que vinha sendo adiado desde 2012. Envolvido em seis inquéritos policiais, Ivo Meirelles não concorreu a reeleição.[184] Numa disputa contra Percival Pires e Raymundo de Castro, o deputado estadual Chiquinho da Mangueira foi eleito presidente da escola, com mandato até 2016.[185] Para o carnaval de 2014, a Mangueira promoveu mudanças em sua equipe. Campeã do carnaval de 2013 com a Unidos de Vila Isabel, Rosa Magalhães foi contratada para ser a nova carnavalesca da verde e rosa. Carlinhos de Jesus assumiu a comissão de frente.[186] Com a transferência de Marcella Alves para o Salgueiro, Squel Jorgea, que estava na Mocidade, foi contratada como nova porta-bandeira, fazendo par com Raphael Rodrigues. Squel é neta de Xangô da Mangueira, histórico diretor de harmonia da agremiação.[187] Após quatro anos, a escola voltou a ter apenas um intérprete oficial. Somente Luizito foi mantido no cargo.[188][189] Rainha do carnaval 2013 e filha da ex-rainha de bateria Valéria Bastos, Evelyn Bastos assumiu o posto de rainha da bateria. Após sete anos, o posto voltou a ser ocupado por uma mangueirense nascida, criada e moradora da comunidade.[190] Quarta escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial de 2014, a Mangueira realizou um desfile sobre festas brasileiras.[191] Assim como no ano anterior, uma alegoria da escola ficou presa na torre de transmissão da pista. A alegoria tinha uma enorme escultura de um pajé, que teve sua cabeça destruída para pode passar pela torre. A escola perdeu tempo parada até resolver a situação, o que prejudicou o quesito evolução. Após a alegoria se desprender, componentes precisaram "correr" para concluir o desfile, conseguindo finalizar a apresentação no tempo máximo permitido.[192][193] No julgamento oficial, apenas cinco dos quarenta julgadores deram nota máxima para a escola: um em bateria, dois em fantasias e dois em samba-enredo. A Mangueira repetiu o resultado do ano anterior, se classificando em oitavo lugar.[194] A escola recebeu o Estandarte de Ouro de melhor comissão de frente, ala de passistas e ala de baianas.[195] O Tamborim de Ouro também premiou a comissão de frente de Carlinhos de Jesus.[196] Após o carnaval, Mangueira e Rosa Magalhães decidiram encerrar o contrato "em comum acordo".[197]
- 2015: "Agora Chegou a Vez Vou Cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira em Primeiro Lugar!"
A Mangueira promoveu mudanças em sua equipe para o carnaval de 2015. Vitor Art e Rodrigo Explosão assumiram o comando da bateria.[198] Júnior Schall assumiu a direção de carnaval e Edson Góes, a direção de harmonia. A escola acertou o retorno do carnavalesco Cid Carvalho, que desenvolveu um enredo sobre as mulheres brasileiras e as baluartes da escola.[199][200] A Mangueira foi a segunda agremiação a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial. Desfilando sob forte chuva, a escola teve problemas em três alegorias. Uma delas bateu num poste, enquanto outras duas passaram com dificuldade pela pista de desfie. No quarto carro alegórico, um telão que projetava rostos de mulheres mangueirenses apagou várias vezes durante o percurso. Componentes precisaram "correr" para concluir o desfile, finalizando a apresentação a apenas um minuto do tempo máximo permitido.[201] A escola ainda enfrentou problemas com o som da avenida, que falhou três vezes seguidas no início da apresentação. Participaram do desfile mangueirenses ilustres como Alcione, Rosemary, Leci Brandão e o cantor Benito di Paula, autor da canção "Mulher Brasileira", que inspirou o enredo.[202] Na avaliação dos jurados, a Mangueira atingiu a pontuação máximas apenas nos quesitos samba-enredo e mestre-sala e porta-bandeira. Perdendo muitos décimos nos outros quesitos, a escola se classificou em décimo lugar, sua pior colocação desde 2008, quando também desfilou sob forte chuva.[203][204] Raphael Rodrigues e Squel Jorgea receberam os prêmios SRzd e Tupi de melhor casal de mestre-sala e porta-bandeira.[205][206] Squel ainda recebeu o Estandarte de Ouro. O intérprete Luizito, a ala de passistas e Nelson Sargento também receberam o Estandarte de Ouro.[207] Após o carnaval, a Mangueira demitiu o carnavalesco Cid Carvalho e o coreógrafo Carlinhos de Jesus.[208]
Para o carnaval de 2016, a Mangueira contratou Leandro Vieira, que estava com a Caprichosos de Pilares na segunda divisão. Pela Mangueira, Leandro fez sua estreia como carnavalesco do Grupo Especial e também foi o carnavalesco mais novo que já assumiu a preparação de um desfile da escola.[209] Na época, Leandro namorava a porta-bandeira da agremiação, Squel Jorgea. Para comandar a comissão de frente da escola, a Mangueira contratou Junior Scapin, outro talento premiado do grupo de acesso, que também faria sua estreia no Grupo Especial.[210] No dia 6 de setembro de 2015, morreu Luizito, o intérprete oficial da Mangueira. O cantor passou a madrugada anterior na quadra da escola, onde foi realizada uma eliminatória da disputa de samba-enredo para o carnaval de 2016. Ao chegar em casa, no Morro da Mangueira, onde morava com a esposa, sofreu um infarto fulminante, morrendo aos 61 anos de idade.[211] Para ocupar o posto de Luizito, a Mangueira promoveu Ciganerey, que desde 2009 era cantor de apoio do carro de som da agremiação.[212]
A Mangueira foi a última escola a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial, encerrando o carnaval de 2016. O desfile homenageou os cinquenta anos de carreira de Maria Bethânia, abordando a religiosidade da cantora e sua ligação afetiva com a cultura popular brasileira.[213] A homenageada participou da apresentação, desfilando na última alegoria da escola, ao lado das duas afilhadas. Também participaram do desfile diversos amigos famosos de Bethânia, como Alcione, Alexandre Pires, Ana Carolina, Cauã Reymond, Regina Casé, Renata Sorrah, Vanessa da Mata, entre outros, além de seu irmão Caetano Veloso e de Beth Carvalho, que retornou ao desfile da Mangueira após três anos afastada devido a problemas de saúde.[214] Uma das imagens emblemáticas do desfile foi da porta-bandeira Squel careca com uma pintura corporal que lembra as marcas de pemba usadas nos iniciados do candomblé.[215][216] Leandro Vieira foi liberado pela direção da escola para "modernizar" o visual da agremiação. Além da porta-bandeira careca, o carnavalesco tirou o excesso de componentes de cima dos carros, colocou alas coreografadas, usou tons de verde e rosa mais suaves e ousou ao colocar as componentes da comissão de frente de seios nus.[217][218] Ao final da apresentação, o público invadiu a pista de desfile e seguiu a escola aos gritos de "é campeã!".[219] A imprensa especializada elogiou o desfile, listando a Mangueira entre as favoritas ao título. A Mangueira foi campeã do carnaval de 2016 com um décimo de vantagem sobre a segunda colocada, Unidos da Tijuca. A escola recebeu seis notas abaixo da máxima, sendo que quatro foram descartadas seguindo o regulamento do concurso. Com isso, a agremiação perdeu apenas dois décimos na avaliação oficial, ambos no quesito Comissão de Frente. Foi o 19.º título de campeã conquistado pela Mangueira no carnaval carioca. Com a vitória, a escola quebrou o jejum de quatorze anos sem conquistas.[220] A agremiação recebeu diversos prêmios, dentre eles o Estandarte de Ouro e o S@mba-net de melhor escola do ano.[221][222] O desfile foi tema de dois documentários: Fevereiros, de Marcio Debellian, e O Próximo Samba, de Marcelo Lavandoski.[223][224] Maria Bethânia gravou um álbum em agradecimento ao desfile: Mangueira: A Menina dos Meus Olhos, lançado em 2019, reúne músicas de compositores mangueirenses e canções sobre a escola de samba e o Morro da Mangueira, além da regravação do samba oficial do desfile e de duas obras concorrentes derrotadas na disputa de samba-enredo da escola.[225] Bethânia também canta o refrão do samba oficial de 2016 numa das faixas do álbum De Santo Amaro a Xerém, lançado em 2018 e gravado ao vivo em parceria com Zeca Pagodinho.[226]
- 2017: "Só com a Ajuda do Santo"
Em abril de 2016, Chiquinho da Mangueira foi reeleito para mais um mandato de três anos na presidência da escola.[227] O diretor de carnaval Junior Schall e o mestre-sala Raphael se desligaram da Mangueira, migrando para a Vila Isabel. Segundo mestre-sala da escola desde 2006, Matheus Olivério foi promovido ao primeiro posto, formando par com sua sobrinha, Squel.[228] Assim como no ano anterior, a Mangueira foi a última escola a desfilar na segunda noite, encerrando o carnaval de 2017. A agremiação apresentou um enredo autoral de Leandro Vieira, sobre a forma particular com que o brasileiro lida com a religiosidade.[229] Especialistas elogiaram o desfile, mas apontaram uma falha grave de evolução envolvendo a segunda alegoria, que ficou muito tempo parada, abrindo um espaço vazio para a ala da frente.[230][231] A agremiação encerrou sua apresentação aos gritos de "bicampeã".[232] Conquistando a pontuação máxima na maioria dos quesitos, com exceção de evolução e comissão de frente, a Mangueira se classificou em quarto lugar. A escola recebeu os prêmios Estandarte de Ouro, Estrela do Carnaval e S@mba-Net de melhor escola do ano.[233][234][235] A ala de baianas, com fantasia decorada com saquinhos de doce de Cosme e Damião, foi a mais premiada do ano, recebendo cinco premiações.[236][237][238] Um dos destaques do desfile, o tripé "Santo e orixá", que trazia de um lado a imagem de Jesus Cristo e, de outro, a de Oxalá, não foi levado ao Desfile das Campeãs a pedido da Arquidiocese do Rio de Janeiro.[239]
- 2018: "Com Dinheiro ou Sem Dinheiro, Eu Brinco!"
O coreógrafo Júnior Scapin não teve seu contrato renovado, sendo substituído pelos coreógrafos Adriana Salomão e Steven Harper, que primeira vez assinariam sozinhos uma comissão de frente no carnaval carioca.[240] O carnaval de 2018 teve um período de preparação conturbado.[241] Em junho de 2017, a Prefeitura do Rio anunciou o corte de 50% do repasse de verbas públicas para as escolas de samba.[242] A decisão gerou polêmica visto que em sua campanha à Prefeitura, Marcelo Crivella prometeu manter o patrocínio às escolas.[243] Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella também foi acusado de ser influenciado pela sua religião ao cortar parte da verba do carnaval.[244] A LIESA ameaçou cancelar os desfiles e sambistas organizaram protestos, mas o Prefeito manteve o corte.[245] Sem dinheiro, a LIESA decidiu cancelar os ensaios técnicos, após quinze anos bancando o evento.[246] Em outubro de 2017, faltando cerca de quatro meses para os desfiles, o Ministério do Trabalho interditou os barracões de todas as escolas na Cidade do Samba.[247] Os barracões foram liberados ao final de novembro, após as escolas cumprirem uma série de exigências visando melhores condições de trabalho.[248] A subvenção foi paga às escolas em janeiro de 2018, faltando menos de um mês para os desfiles.[249] A Mangueira foi a sexta, e penúltima, escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial de 2018. A escola escola apresentou um enredo autoral de Leandro Vieira. Inspirado no corte de verba das escolas de samba, "Com Dinheiro ou Sem Dinheiro, Eu Brinco!" exaltou o caráter festivo e revolucionário do carnaval.[250] O título do enredo foi inspirado na marchinha carnavalesca "Eu Brinco", de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, que compuseram a música em 1944, época em que a realização do carnaval também estava ameaçada de não acontecer.[251] Em uma das alegorias do desfile, o prefeito Marcelo Crivella foi retratado como um boneco de Judas carregando uma placa com a inscrição "Pega no Ganzá", trecho de um samba-enredo cantado por Crivella em uma reunião onde pediu o voto das escolas de samba.[252][253] Em nota oficial, Crivella criticou a escola, apontando "intolerância religiosa" no protesto da agremiação.[254] Especialistas elogiaram o desfile, listando a escola entre as favoritas ao título.[255][256][257] A Mangueira recebeu os prêmios Estandarte de Ouro e Troféu Sambario de melhor enredo e de melhor ala de baianas.[258][259] Destaque também para a ala de passistas, vencedora de três premiações.[260][261][262] Conquistando a pontuação máxima na maioria dos quesitos, com exceção de bateria e comissão de frente, a escola se classificou em quinto lugar.[263]
- 2019: "História pra Ninar Gente Grande"
Após o carnaval, a escola promoveu mudanças em alguns quadros, como a contratação do intérprete Marquinho Art'Samba e dos coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri, além da efetivação de Wesley do Repique como mestre de bateria.[264][265][266] No dia 8 de novembro de 2018, o presidente da escola, e deputado estadual, Chiquinho da Mangueira, foi preso pela Polícia Federal na operação Furna da Onça. Chiquinho foi acusado pelo Ministério Público Federal de usar a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para beneficiar o Governo de Sérgio Cabral (2011-2014) em votações, recebendo, em troca, uma propina mensal. Em nota divulgada à imprensa, a Mangueira declarou que "apesar dos acontecimentos políticos recentes que motivaram a ausência temporária de seu presidente, Chiquinho da Mangueira, todas as atividades da agremiação seguirão normalmente, assim como o seu planejamento para o carnaval 2019. A instituição, que completou 90 anos em abril, sempre estará acima das pessoas e possui um estatuto vigente que vem sendo cumprido em sua totalidade".[267][268] Com a prisão de Chiquinho, o vice-presidente da escola, Aramis Santos, assumiu a presidência da agremiação. O atraso no pagamento do subsídio pela Prefeitura do Rio aumentou ainda mais a crise financeira na escola, que precisou tomar medidas drásticas como cancelar ensaios na quadra e cortes na equipe de trabalho.[269][270] Em janeiro de 2019, o então presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio Noronha, concedeu habeas corpus para Chiquinho da Mangueira.[271] Em prisão domiciliar, ele não pode comparecer ao desfile, assistindo a apresentação de casa.[272]
No carnaval de 2019, a Mangueira apresentou o enredo "História pra Ninar Gente Grande", propondo uma revisão da História do Brasil, exaltando lideranças populares negligenciadas pela narrativa oficial, como Dragão do Mar, Luísa Mahin e Cunhambebe, e desconstruindo a imagem de figuras apontadas como "heroicas" como Pedro Álvares Cabral, Marechal Deodoro da Fonseca e Dom Pedro I.[273] A Mangueira foi a sexta escola a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial, iniciando seu desfile na madrugada da terça-feira de carnaval, dia 5 de março de 2019. O desfile gerou imagens fortes como uma reprodução do Monumento às Bandeiras pichado, numa crítica à exaltação aos Bandeirantes. Na última alegoria, uma componente representando Princesa Isabel com mãos sujas de sangue, e componentes representando Padre José de Anchieta, Duque de Caxias e Marechal Floriano Peixoto dançando em cima da reprodução de corpos ensanguentados. Uma bandeira do Brasil estilizada com as cores verde e rosa e com a inscrição "Índios, negros e pobres" no lugar de "Ordem e Progresso" encerrou a apresentação, e, posteriormente, foi exposta do Museu de Arte Moderna do Rio.[274] O desfile foi aclamado pela crítica especializada, ganhando adjetivos como "histórico", "impactante", "transgressor", "arrebatador", e sendo listado entre os melhores do século. A Mangueira recebeu diversas premiações, incluindo o Estandarte de Ouro, o Tamborim de Ouro e o S@mba-Net de melhor escola do ano.
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Outro destaque do desfile foi o samba-enredo composto por Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Silvio Moreira Filho (Mama), Márcio Bola, Ronie de Oliveira, Danilo Firmino, Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo. Vencedor de diversas premiações, o samba fez sucesso antes mesmo do carnaval, e ganhou diversas regravações após o desfile. Citando Marielle Franco, a obra virou um hino em homenagem a vereadora, assassinada em 14 de março de 2018. O samba também foi usado por professores para ministrar aulas e inspirou os alunos da Olimpíada Nacional em História do Brasil a criarem um dicionário com verbetes sobre personalidades raramente estudadas pela historiografia oficial do Brasil.[275][276] A Mangueira foi campeã com três décimos de vantagem sobre a vice-campeã, Viradouro. Ao todo, a escola recebeu apenas três notas abaixo da máxima, mas, seguindo o regulamento do concurso, todas foram descartadas. Enquanto políticos de esquerda elogiaram e até participaram do desfile, políticos de direita criticaram a escola de samba.[277] O Comando do Exército Brasileiro divulgou uma nota em defesa do seu patrono, Duque de Caxias, que foi duramente criticado no desfile.[278]
Década de 2020
- 2020: "A Verdade Vos Fará Livre"
Em abril de 2019, a escola aclamou a única chapa inscrita em seu processo eleitoral como vitoriosa, elegendo Elias Riche o novo presidente da agremiação, tendo Guanayra Firmino como vice-presidente.[279] Para o carnaval de 2020, a escola manteve a equipe campeã de 2019. O enredo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira apresentou uma releitura crítica da vida de Jesus Cristo, fazendo analogias à sociedade contemporânea.[280] Após dois anos cortando a verba pela metade, o prefeito Marcelo Crivella decidiu cortar integralmente a subvenção das escolas que desfilam no Sambódromo.[281] A Mangueira foi a terceira escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial. Um dos destaques do desfile foi a alegoria "O Calvário", que tinha uma grande escultura de um menino negro crucificado, com diversas marcas de tiro pelo corpo, representando a morte de inocentes nas favelas cariocas. A rainha de bateria, Evelyn Bastos, representou Jesus mulher e optou por não sambar durante o desfile.[282] A comissão de frente, que representou Jesus dançando funk e sofrendo repressão policial, recebeu diversos prêmios, como Tamborim de Ouro, Estrela do Carnaval e S@mba-Net. Numa das alas, componentes carregavam cruzes com a inscrição "bandido morto", em alusão à frase "bandido bom é bandido morto". O então presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, criticou o desfile da agremiação, dizendo que a escola "desacatou religiões".[283] O samba-enredo do desfile fazia uma "crítica velada" a Bolsonaro no verso "Favela, pega a visão / Não tem futuro sem partilha / Nem messias de arma na mão".[284] Especialistas classificaram o desfile como "frio", longe da empolgação e aclamação popular do ano anterior.[285][286] A escola perdeu pontos em vários quesitos, com exceção de bateria, enredo e samba-enredo, obtendo a sexta colocação do carnaval, conquistando a última vaga para o Desfile das Campeãs.[287]
- 2021/2022: "Angenor, José e Laurindo"
Por causa do avanço da Pandemia de COVID-19 em todo o mundo, o desfile das escolas de samba de 2021 foi cancelado, sendo a primeira vez, desde a criação do concurso, em 1932, que o evento não foi realizado.[288][289] Em maio de 2021 o compositor e presidente de honra da Mangueira, Nelson Sargento, morreu de COVID aos 96 anos.[290] Compositor com mais sambas na história da Mangueira, Hélio Turco foi empossado como novo presidente de honra da escola.[291] Com o agravamento da pandemia, as escolas paralisaram as atividades presenciais nas quadras e barracões, mas seguiram se programando para o desfile futuro. Para o carnaval de 2022, Leandro Vieira desenvolveu um enredo em homenagem à três importantes personalidades da Mangueira: o cantor e compositor Cartola, morto em 1980; o intérprete Jamelão, morto em 2008; e o mestre-sala Delegado, morto em 2012. O título do enredo ("Angenor, José e Laurindo") faz referência aos nomes de batismo dos homenageados: Angenor de Oliveira (Cartola), José Bispo Clementino dos Santos (Jamelão) e Hélio Laurindo da Silva (Mestre Delegado).[292] Com o retorno de Eduardo Paes à Prefeitura do Rio de Janeiro, a subvenção voltou a ser paga às agremiações.[293] No final de 2021, com a campanha de vacinação contra a COVID e a diminuição de mortes pela doença, as escolas retomaram os ensaios para o carnaval de 2022.[294] Com o aumento dos casos de COVID no país devido ao avanço da variante Ómicron, o desfile das escolas de samba que ocorreriam no carnaval de 2022 foram adiados para abril do mesmo ano, durante o feriado de Tiradentes.[295] A Mangueira foi a segunda escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial. Um dos destaques do desfile foi a comissão de frente, coreografada por Priscilla Mota e Rodrigo Negri, em que dançarinos caracterizados de Cartola, Jamelão e Delegado, trocavam de roupa em fração de segundos.[296] A comissão foi a mais premiada do ano, recebendo prêmios como o Estandarte de Ouro, S@mba-Net, Sambario, SRzd e Troféu Tupi.[297][298][299][300] O intérprete Marquinhos Art’Samba passou mal durante o desfile e foi atendido por bombeiros em cima do carro de som, mas continuou sua apresentação.[301] A escola se classificou em sétimo lugar no carnaval, ficando de fora do Desfile das Campeãs, algo que não acontecia desde 2015.[302]
- 2023: "As Áfricas que a Bahia Canta"
Para o carnaval de 2023, a Mangueira teve diversas alterações em seus quadros. Leandro Vieira se desligou da escola, após seis carnavais na agremiação. A escola também perdeu os coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri, que se transferiram para a Viradouro. A porta-bandeira Squel decidiu se aposentar do carnaval.[303] Para seu lugar, foi contratada a porta-bandeira Cintya Santos, que estava na Unidos do Porto da Pedra.[304] A Mangueira elegeu Guaynara Firmino como sua nova presidente e contratou Annik Salmon (que estava no Porta da Pedra) e Guilherme Estevão (que estava no Império da Tijuca) como seus novos carnavalescos.[305] Claudia Mota foi contratada para coreografar a comissão de frente.[306] A escola também efetivou seu cantor de apoio, Dowglas Diniz, como intérprete oficial junto a Marquinho Art'Samba.[307] A bateria passou a ser comandada por Rodrigo Explosão e Taranta Neto.[308] A escola também contratou novos diretores de carnaval, de harmonia e de barracão.[309] O enredo escolhido para 2023 abordou a música baiana sob a perspectiva de instituições afro-brasileiras pouco difundidas nas construções cronológicas do carnaval, como os cortejos pré e pós abolição da escravatura, os cucumbis e os clubes negros, além dos embates contra intolerância religiosa e racial dos afoxés, as denúncias de desigualdade social por arte dos blocos afros e a expansão da "afrobaianidade" pelos cantores de axé, destacando o protagonismo feminino na luta contra intolerância e o racismo e pelo fortalecimento da identidade afro-brasileira.[310] A Mangueira fechou a primeira noite dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Com o melhor samba do ano, a escola contou com uma Sapucaí lotada. Fez um belíssimo desfile e chegou à dispersão aos gritos de "É campeã".[311] Na quarta-feira de cinzas, porém, a escola perdeu pontos preciosos em Alegorias e Adereços e Comissão de Frente, dando adeus ao sonhado título. No entanto, a presidente Guaynara Firmino fez questão de levar o troféu de 5º lugar para sua comunidade.
- 2024: "A Negra Voz do Amanhã"
Em junho de 2023 morreu Hélio Turco, presidente de honra e o maior vencedor de samba-enredo da escola. Para sucedê-lo, Eli Gonçalves da Silva, conhecida como Chininha, foi eleita presidente de honra da agremiação, tornando-se a primeira mulher a receber essa honraria. Chininha já havia feito história ao assumir a presidência da escola em 2008.[312] A coreógrafa da Comissão de Frente, Cláudia Mota, não teve seu contrato renovado, sendo substituída pelos coreógrafos Lucas Maciel e Karina Dias, que estavam no Paraíso do Tuiuti.[313] Para o carnaval de 2024 a Mangueira escolheu um enredo em homenagem aos cinquenta anos de carreira da cantora Alcione, torcedora mangueirense e fundadora da escola mirim Mangueira do Amanhã.[314] A Mangueira foi a quarta escola a se apresentar na segunda noite do Grupo Especial de 2024.[315][316] O desfile teve a presença de diversos famosos, como Maria Bethânia, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Altay Veloso, Elymar Santos, Zeca Baleiro, entre outros. Aos 76 anos de idade, Alcione desfilou como destaque na última alegoria.[317] Especialistas elogiaram o desfile, mas apontaram erros de evolução e problemas de acabamento nas alegorias.[318][319] No terceiro carro alegórico, uma escultura de Alcione desfilou com a cabeça quebrada sendo segurada por um aderecista da escola.[320] Na dispersão, com o desfile encerrado, parte da última alegoria desabou, derrubando uma mulher e atingindo outra.[321] Com pontos perdidos em Alegorias, Evolução, Enredo e Fantasias, a Mangueira se classificou em sétimo lugar, ficando de fora do Desfile das Campeãs.[322] A escola foi premiada com o Estandarte de Ouro de melhor bateria, o terceiro em sua história.[323] Após o carnaval, a agremiação dispensou os carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão.[324]
- "À Flor da Terra - No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões"
Para o carnaval de 2025, a Mangueira contratou o carnavalesco multicampeão do carnaval de São Paulo, Sidney França, que desenvolveu o enredo "À Flor da Terra - No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões", sobre a historicidade da população preta na região da Pequena África, na Zona Central do Rio de Janeiro.[325] Será o primeiro desfile de Sidney no carnaval do Rio.[326]
Carnavais
Estação Primeira de Mangueira | |||||
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Ano | Colocação | Divisão | Enredo | Carnavalesco | Ref. |
1932 | Campeã | Grupo Único | "Sorrindo ou Na Floresta" | Diretoria da escola | [327][328] |
1933 | Campeã | Grupo Único | "Uma Segunda-feira no Bonfim da Bahia" | Pedro Palheta e Maçu da Mangueira | [329][328] |
1934 | Campeã | Grupo Único | "Divina Dama - República da Orgia" | Diretoria da escola | [330][328] |
1935 | Vice-campeã | Desfile Oficial | "O Regresso de Uma Colheita na Primavera" | Diretoria da escola | [331][332] |
1936 | Vice-campeã | Desfile Oficial | (Não houve enredo) | Diretoria da escola | [333][332] |
1937 | A Polícia não permitiu que a escola desfilasse, pois o evento havia ultrapassado o horário previamente estabelecido | [334][332] | |||
1938 | Não houve julgamento | Desfile Oficial | "Homenagem" | Sr. Armando | [335][332] |
1939 | Vice-campeã | Desfile Oficial | "No Jardim" | Sr. Armando | [336][332] |
1940 | Campeã | Desfile Oficial | "Prantos, Pretos e Poetas" | Sr. Armando | [337][332] |
1941 | Vice-campeã | Desfile Oficial | "Pedro Ernesto" | Sr. Armando | [338][332] |
1942 | 3.º Lugar | Desfile Oficial | "A Vitória do Samba nas Américas" | Sr. Armando | [339][332] |
1943 | Vice-campeã | Desfile Oficial | "Samba no Palácio Itamaraty" | Sr. Armando | [340][332] |
1944 | Vice-campeã | Desfile Oficial | "Glória ao Samba" | Sr. Armando | [341][332] |
1945 | Vice-campeã | Desfile Oficial | "A Nossa História" | Sr. Armando | [342][332] |
1946 | Vice-campeã | Desfile Oficial | "Carnaval da Vitória" | Sr. Armando | [343][332] |
1947 | Vice-campeã | Desfile Oficial | "Brasil, Ciências e Artes" (Samba-enredo composto por Carlos Cachaça e Cartola) |
Sr. Armando | [344][332] |
1948 | 4.º Lugar | Desfile Oficial | "Vale de São Francisco" (Samba-enredo composto por Carlos Cachaça e Cartola) |
Sr. Armando | [345][332] |
1949 [nota 2] |
Campeã | Grupo 1 | "Apologia aos Mestres" (Samba-enredo composto por Alfredo Português e Nelson Sargento) |
Funcionários da Casa da Moeda | [346][332] |
1950 [nota 3] |
Campeã | Grupo 1 | "Plano SALTE - Saúde, Lavoura, Transporte e Educação" (Samba-enredo composto por Alfredo Português e Nelson Sargento) |
Funcionários da Casa da Moeda | [347][348] |
1951 [nota 4] |
3.º Lugar | Grupo 1 | "Unidade Nacional" (Samba-enredo composto por Cícero dos Santos e Pelado da Mangueira) |
Funcionários da Casa da Moeda | [349][348] |
1952 | Resultado não divulgado | Grupo 1 | "Sonhos de Um Poeta - Visões de Gonçalves Dias" (Samba-enredo composto por Cícero dos Santos, Padeirinho e Pelado da Mangueira) |
Funcionários da Casa da Moeda | [350][348] |
1953 | 3.º Lugar | Grupo 1 | "Unidade do Brasil" | Funcionários da Casa da Moeda | [351][348] |
1954 | Campeã | Grupo 1 | "Rio de Janeiro de Ontem e de Hoje" (Samba-enredo composto por Cícero dos Santos e Pelado da Mangueira) |
Funcionários da Casa da Moeda | [352][348] |
1955 | Vice-campeã | Grupo 1 | "As Quatro Estações do Ano ou Cântico à Natureza" (Samba-enredo composto por Alfredo Português e Nelson Sargento) |
Funcionários da Casa da Moeda | [353][348] |
1956 | 3.º Lugar | Grupo 1 | "Exaltação à Getúlio Vargas - Emancipação Nacional" (Samba-enredo composto por Oswaldo Vitalino, "Padeirinho") |
Funcionários da Casa da Moeda | [354][348] |
1957 | 3.º Lugar | Grupo 1 | "Brasil Rumo ao Progresso" (Samba-enredo composto por Jorge Zagaia e Leléo) |
Funcionários da Casa da Moeda | [355][348] |
1958 | 3.º Lugar | Grupo 1 | "Poema Inolvidável ou Canção do Exílio" (Samba-enredo composto por Jorge Zagaia e Leléo) |
Funcionários da Casa da Moeda | [356][348] |
1959 | 3.º Lugar | Grupo 1 | "O Brasil Através dos Tempos" (Samba-enredo composto por Cícero dos Santos, Hélio Turco e Pelado) |
Armando Silva | [357][348] |
1960 | Campeã | Grupo 1 | "Carnaval de Todos os Tempos" (Samba-enredo composto por Cícero dos Santos, Hélio Turco e Pelado) |
Roberto Paulino e Darque Dias Moreira | [358][348] |
1961 | Campeã | Grupo 1 | "Reminiscências do Rio Antigo" (Samba-enredo composto por Cícero dos Santos, Hélio Turco e Pelado) |
Roberto Paulino e Darque Dias Moreira | [359][348] |
1962 | 4.º Lugar | Grupo 1 | "Casa Grande e Senzala" (Samba-enredo composto por Comprido, Jorge Zagaia e Leléo) |
Roberto Paulino e Darque Dias Moreira | [360][348] |
1963 | Vice-campeã | Grupo 1 | "Exaltação à Bahia" (Samba-enredo composto por Cícero dos Santos, Hélio Turco e Pelado) |
Júlio Mattos | [361][348] |
1964 | 3.º Lugar | Grupo 1 | "História de Um Preto Velho" (Samba-enredo composto por Comprido, Hélio Turco e Pelado) |
Júlio Mattos | [362][348] |
1965 | 4.º Lugar | Grupo 1 | "Rio Através dos Séculos" (Samba-enredo composto por Comprido, Hélio Turco e Pelado) |
Júlio Mattos | [363][348] |
1966 | Vice-campeã | Grupo 1 | "Exaltação à Villa-Lobos" (Samba-enredo composto por Jurandir e Cláudio) |
Júlio Mattos | [364][348] |
1967 | Campeã | Grupo 1 | "O Mundo Encantado de Monteiro Lobato" (Samba-enredo composto por Batista da Mangueira, Darcy da Mangueira e Luiz) |
Júlio Mattos | [365][348] |
1968 | Campeã | Grupo 1 | "Samba, Festa de Um Povo" (Samba-enredo composto por Batista da Mangueira, Darcy da Mangueira, Dico e Hélio Turco) |
Júlio Mattos | [366][348] |
1969 | Vice-campeã | Grupo 1 | "Mercadores e Suas Tradições" (Samba-enredo composto por Darcy da Mangueira, Hélio Turco e Jurandir) |
Júlio Mattos | [367][368] |
1970 | 3.º Lugar | Grupo 1 | "Um Cântico à Natureza" (Samba-enredo composto por Aílton, Dilmo e Nei) |
Júlio Mattos | [369][367] |
1971 | 4.º Lugar | Grupo 1 | "Os Modernos Bandeirantes" (Samba-enredo composto por Darcy da Mangueira, Hélio Turco e Jurandir) |
Júlio Mattos e Carlinhos Sideral | [370][367] |
1972 | Vice-campeã | Grupo 1 | "Carnaval dos Carnavais" (Samba-enredo composto por Moacir, Nílton Russo e Padeirinho) |
Júlio Mattos e Pedro Paulo Lopes | [367][371] |
1973 | Campeã | Grupo 1 | "Lendas do Abaeté" (Samba-enredo composto por Jajá, Manuel e Preto Rico) |
Júlio Mattos | [372][367] |
1974 | 4.º Lugar | Grupo 1 | "Mangueira em Tempo de Folclore" (Samba-enredo composto por Jajá, Manuel e Preto Rico) |
Júlio Mattos | [373][367] |
1975 | Vice-campeã | Grupo 1 | "Imagens Poéticas de Jorge de Lima" (Samba-enredo composto por Delson, Mozart e Tolito) |
Alcione Barreto, Elói Machado e José Rodrigues | [374][367] |
1976 | Vice-campeã | Grupo 1 | "No Reino da Mãe do Ouro" (Samba-enredo composto por Tolito e Rubem da Mangueira) |
Elói Machado | [375][367] |
1977 | 7.º Lugar | Grupo 1 | "Parapanã, o Segredo do Amor" (Samba-enredo composto por Jajá e Tantinho) |
Júlio Mattos e Ricardo Carneiro Aquino | [376][367] |
1978 | Vice-campeã | Grupo 1 | "Dos Carroceiros do Imperador ao Palácio do Samba" (Samba-enredo composto por Rubem da Mangueira e Jurandir) |
Júlio Mattos e Kalma Murtinho | [377][367] |
1979 | 4.º Lugar | Grupo 1 | "Avatar… e a Selva Transformou-se em Ouro" (Samba-enredo composto por Ananias, Elmo José dos Santos e Tolito) |
Júlio Mattos | [378][367] |
1980 | 4.º Lugar | Grupo 1 | "Coisas Nossas" (Samba-enredo composto por Aylton da Mangueira, Carlos Roberto e Ney da Mangueira) |
Liana Silveira e Érica Cirne | [379][367] |
1981 | 4.º Lugar | Grupo 1 | "De Nonô a JK" (Samba-enredo composto por Arroz, Comprido e Jurandir) |
Alcione Barreto e Elói Machado | [380][367] |
1982 | 4.º Lugar | Grupo 1 | "As Mil e Uma Noites Cariocas" (Samba-enredo composto por Flavinho Machado, Heraldo Faria e Tolito) |
Fernando Pinto | [381][367] |
1983 | 5.º Lugar | Grupo 1 | "Verde que Te Quero Rosa… Semente Viva do Samba" (Samba-enredo composto por Flavinho Machado, Geraldo Neves e Heraldo Faria) |
Max Lopes | [382][367] |
1984 [nota 5] |
Campeã | Grupo 1A (Segunda-feira) |
"Yes, Nós Temos Braguinha" (Samba-enredo composto por Arroz, Comprido, Hélio Turco, Jajá e Jurandir) |
Max Lopes | [383][384][385] |
Supercampeã | Super-campeonato | ||||
1985 | 9.º Lugar | Grupo 1A | "Abram Alas que Eu Quero Passar - Chiquinha Gonzaga" (Samba-enredo composto por Darcy da Mangueira, Hélio Turco e Jurandir) |
Elói Machado | [386][387] |
1986 | Campeã | Grupo 1A | "Caymmi Mostra ao Mundo o que a Bahia e a Mangueira Têm" (Samba-enredo composto por Ivo Meirelles, Lula e Paulinho) |
Júlio Mattos | [388][387] |
1987 | Campeã | Grupo 1 | "No Reino das Palavras, Carlos Drummond de Andrade" (Samba-enredo composto por Bira do Ponto, Rody e Verinha) |
Júlio Mattos | [389][387] |
1988 | Vice-campeã | Grupo 1 | "Cem Anos de Liberdade, Realidade ou Ilusão?" (Samba-enredo composto por Alvinho, Hélio Turco e Jurandir) |
Júlio Mattos | [390][387] |
1989 | 11.º Lugar | Grupo 1 | "Trinca de Reis" (Samba-enredo composto por Adilson do Violão, Fandinho e Ney) |
Júlio Mattos | [391][387] |
1990 | 8.º Lugar | Especial | "E Deu a Louca no Barroco" (Samba-enredo composto por Alvinho, Hélio Turco e Jurandir) |
Ernesto Nascimento e Fábio Borges | [392][387] |
1991 | 12.º Lugar | Especial | "As Três Rendeiras do Universo" (Samba-enredo composto por Alvinho, Hélio Turco e Jurandir) |
Ernesto Nascimento | [393][387] |
1992 | 6.º Lugar | Especial | "Se Todos Fossem Iguais a Você - Tom Jobim" (Samba-enredo composto por Alvinho, Hélio Turco e Jurandir) |
Ilvamar Magalhães | [394][387] |
1993 | 5.º Lugar | Especial | "Dessa Fruta Eu Como Até o Caroço" (Samba-enredo composto por Bira do Ponto, Carlos Senna, Dirceu, Gustavo, Preto e Verinha) |
Ilvamar Magalhães | [395][387] |
1994 | 11.º Lugar | Especial | "Atrás da Verde e Rosa Só não Vai Quem Já Morreu" (Samba-enredo composto por Carlos Senna, David Corrêa, Fernando de Lima e Paulinho de Carvalho) |
Ilvamar Magalhães | [396][387] |
1995 | 6.º Lugar | Especial | "A Esmeralda do Atlântico" (Samba-enredo composto por Fernando de Lima, Paulinho de Carvalho, Rody e Verinha) |
Ilvamar Magalhães | [397][387] |
1996 | 4.º Lugar | Especial | "Os Tambores da Mangueira na Terra da Encantaria" (Samba-enredo composto por Chiquinho Campo Grande e Marcondes) |
Oswaldo Jardim | [398][387] |
1997 | 3.º Lugar | Especial | "O Olimpo É Verde e Rosa" (Samba-enredo composto por Chiquinho Campo Grande, Jorge Magalhães e Leque) |
Oswaldo Jardim | [399][387] |
1998 | Campeã (Junto com a Beja-Flor) |
Especial | "Chico Buarque da Mangueira" (Samba-enredo composto por Carlinhos das Camisas, Nelson Csipai, Nelson Dalla Rosa e Herivaldo Martins Vilas Boas) |
Alexandre Louzada | [400][387] |
1999 | 7.º Lugar | Especial | "O Século do Samba" (Samba-enredo composto por Adalberto, Jerônimo e Jocelino) |
Alexandre Louzada | [401][387] |
2000 | 7.º Lugar | Especial | "Dom Obá II - Rei dos Esfarrapados, Príncipe do Povo" (Samba-enredo composto por Bizuca, Gilson Bernini, Marcelo D'Aguiã e Valter Venenoso) |
Alexandre Louzada | [402][387] |
2001 | 3.º Lugar | Especial | "A Seiva da Vida" (Samba-enredo composto por Bizuca, Clóvis Pê, Gilson Bernini e Marcelo D'Aguiã) |
Max Lopes | [403][387] |
2002 | Campeã | Especial | "Brazil com 'Z' É pra Cabra da Peste, Brasil com 'S' É Nação do Nordeste" (Samba-enredo composto por Amendoim e Lequinho) |
Max Lopes | [404][387] |
2003 | Vice-campeã | Especial | "Os Dez Mandamentos! O Samba da Paz Canta a Saga da Liberdade" (Samba-enredo composto por Bizuca, Clóvis Pê, Gilson Bernini e Marcelo D'Aguiã) |
Max Lopes | [405][387] |
2004 | 3.º Lugar | Especial | "Mangueira Redescobre a Estrada Real… E Deste Eldorado Faz Seu Carnaval" (Samba-enredo composto por Almyr, Cadu, Gabriel e Guilherme) |
Max Lopes | [406][387] |
2005 | 6.º Lugar | Especial | "Mangueira Energiza a Avenida. O Carnaval É Pura Energia e a Energia É o Nosso Desafio" (Samba-enredo composto por Amendoim, Lequinho e Jr. Fionda) |
Max Lopes | [407][387] |
2006 | 4.º Lugar | Especial | "Das Águas do São Francisco, Nasce Um Rio de Esperança" (Samba-enredo composto por Cosminho, Gilson Bernini e Henrique Gomes) |
Max Lopes | [408][387] |
2007 | 3.º Lugar | Especial | "Minha Língua É Minha Pátria, Mangueira, Meu Grande Amor. Meu Samba Vai ao Lácio e Colhe a Última Flor" (Samba-enredo composto por Amendoim, Aníbal, Jr. Fionda e Lequinho) |
Max Lopes | [409][387] |
2008 | 10.º Lugar | Especial | "100 Anos do Frevo, É de Perder o Sapato. Recife Mandou Me Chamar…" (Samba-enredo composto por Aníbal, Francisco do Pagode, Jr. Fionda, Lequinho e Silvão) |
Max Lopes | [410][387] |
2009 | 6.º Lugar | Especial | "A Mangueira Traz os Brasis do Brasil Mostrando a Formação do Povo Brasileiro" (Samba-enredo composto por Gilson Bernini, Gusttavo Clarão, Jr. Fionda e Lequinho) |
Roberto Szaniecki | [411][387] |
2010 | 6.º Lugar | Especial | "Mangueira É Música do Brasil" (Samba-enredo composto por Machado, Paulinho Bandolim, Renan Brandão e Rodrigo Carioca) |
Jaime Cezário e Jorge Caribé | [412][413] |
2011 | 3.º Lugar | Especial | "O Filho Fiel, Sempre Mangueira" (Samba-enredo composto por Aílton Nunes, Alemão do Cavaco, Cesinha Maluco, Pê Santana, Baianinho, José Rifai e Xavier) |
Mauro Quintaes e Wagner Gonçalves | [413][414] |
2012 | 7.º Lugar | Especial | "Vou Festejar! Sou Cacique, Sou Mangueira!" (Samba-enredo composto por Igor Leal, Jr. Fionda, Lequinho e Paulinho Carvalho) |
Cid Carvalho | [413][415] |
2013 | 8.º Lugar | Especial | "Cuiabá: Um Paraíso no Centro da América" (Samba-enredo composto por Igor Leal, Jr. Fionda, Lequinho e Paulinho Carvalho) |
Cid Carvalho | [413][416] |
2014 | 8.º Lugar | Especial | "A Festança Brasileira Cai no Samba da Mangueira" (Samba-enredo composto por Igor Leal, Jr. Fionda, Lequinho e Paulinho Carvalho) |
Rosa Magalhães | [417][413] |
2015 | 10.º Lugar | Especial | "Agora Chegou a Vez Vou Cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira em Primeiro Lugar!" (Samba-enredo composto por Alemão do Cavaco, Almyr, Cadu, Deivid Domênico, Paulinho Bandolim e Renan Brandão) |
Cid Carvalho | [418][413] |
2016 | Campeã | Especial | "Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá" (Samba-enredo composto por Alemão do Cavaco, Almyr, Cadu, Lacyr D Mangueira, Paulinho Bandolim e Renan Brandão) |
Leandro Vieira | [419][413] |
2017 | 4.º Lugar | Especial | "Só com a Ajuda do Santo" (Samba-enredo composto por Lequinho, Jr. Fionda, Flavinho Horta, Gabriel Martins e Igor Leal) |
Leandro Vieira | [420][413] |
2018 | 5.º Lugar | Especial | "Com Dinheiro ou sem Dinheiro, Eu Brinco!" (Samba-enredo composto por Lequinho, Júnior Fionda, Alemão do Cavaco, Gabriel Machado, Wagner Santos, Gabriel Martins e Igor Leal) |
Leandro Vieira | [421] |
2019 | Campeã | Especial | "História pra Ninar Gente Grande" (Samba-enredo composto por Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira, Danilo Firmino, Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo) |
Leandro Vieira | [422][423] |
2020 | 6.º Lugar | Especial | "A Verdade Vos Fará Livre" (Samba-enredo composto por Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo) |
Leandro Vieira | [424] |
2021 | Não houve desfile devido a pandemia de Covid-19 | [425] | |||
2022 | 7.º Lugar | Especial | "Angenor, José e Laurindo" (Samba-enredo composto por Moacyr Luz, Pedro Terra, Bruno Souza e Leandro Almeida) |
Leandro Vieira | [426] |
2023 | 5.º Lugar | Especial | "As Áfricas que a Bahia Canta" (Samba-enredo composto por Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim) |
Annik Salmon e Guilherme Estevão | [427] |
2024 | 7.º Lugar | Especial | "A Negra Voz do Amanhã" (Samba-enredo composto por Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim) |
Annik Salmon e Guilherme Estevão | [428] |
2025 | Especial | “À Flor da Terra - No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões” | Sidnei França | [326][325] |
Títulos
A Mangueira possui vinte títulos no carnaval carioca desfilando pelo primeiro grupo (atual Grupo Especial) e foi a campeã do primeiro desfile oficial, realizado em 1932 pelo Jornal "O Mundo Esportivo".[429][430][431] Em 1984, para comemorar a inauguração do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, a liga organizadora dos desfiles anunciou que dividiria as quatorze agremiações em dois dias, havendo uma escola campeã no desfile de domingo, e outra campeã no desfile de segunda-feira. E ainda, as melhores colocadas dos dois dias participariam de um desfile extra - um Supercampeonato - a ser realizado no sábado seguinte ao carnaval.[432] A Mangueira foi a escola campeã do desfile de segunda-feira, se classificando para participar do Supercampeonato, vencendo também esta disputa.[432] Por esse motivo, a Mangueira possui dois títulos no carnaval de 1984, sendo campeã e supercampeã do carnaval carioca daquele ano.
Títulos da Mangueira | ||
---|---|---|
Divisão | Títulos | Carnavais |
Primeira divisão |
20 | 1932, 1933, 1934, 1940, 1949, 1950, 1954, 1960, 1961, 1967, 1968, 1973, 1984 (campeã), 1984 (supercampeã), 1986, 1987, 1998, 2002, 2016, 2019 |
Premiações
A Mangueira tem uma vasta lista de prêmios recebidos ao longo de sua história. A escola é a maior vencedora do Estandarte de Ouro, considerado o "óscar do carnaval carioca". Também conquistou diversas outras premiações como Tamborim de Ouro; S@mba-Net; Estrela do Carnaval; Prêmio SRzd; entre outros. No ano de 2001, a escola foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural.
Segmentos
Presidência
Presidentes | Mandato | Ref. |
---|---|---|
Saturnino Gonçalves | 1928–1935 | [434][435] |
Júlio Dias Moreira | 1935–1937 | |
Agenor Murilo de Castro | 1937–1938 | |
Arlindo Rodrigues | 1938–1940 | |
Francisco Honorato do Nascimento | 1940–1942 | |
Marcelino José Claudino | 1942–1950 | |
Arlindo Maximiano dos Santos | 1950–1952 | |
Macelino José Claudino | 1952–1958 | |
Oswaldo Holanda | 1958–1960 | |
Roberto Paulino | 1960–1962 | |
Manoel Pereira Filho | 1962–1964 | |
Juvenal Lopes | 1964–1970 | |
Djalma dos Santos | 1970–1974 | |
Darque Dias Moreira | 1974–1976 | |
Ubirajara Maximiano Rosário | 1976–1978 | |
Ed Miranda Rosa | 1978–1980 | |
Percival Pires | 1980–1983 | |
Djalma dos Santos | 1983–1986 | |
Carlos Alberto Dória | 1986–1988 | |
Elísio Dória Filho | 1988–1989 | |
José Ananias de Barcelos | 1989–1992 | |
Roberto Firmino dos Santos | 1992–1995 | |
Elmo José dos Santos | 1995–2001 | |
Alvaro Luiz Caetano (Alvinho) | 2001–2006 | |
Percival Pires | 2006–2007 | |
Eli Gonçalves da Silva (Chininha) | 2008–2009 | |
Ivo Meirelles | 2010–2013 | |
Chiquinho da Mangueira | 2013–2018 | [185][436][227] |
Aramis Santos | 2018–2019 | [437][438] |
Elias Riche | 2019–2022 | [279] |
Guanayra Firmino | 2022–presente | [439] |
Presidentes de Honra
Entre os ex-ocupantes do cargo de presidente de honra estão Roberto Paulino, Jamelão, Carlos Cachaça, Juvenal Lopes, Delegado e Nelson Sargento. Em 2023, Eli Gonçalves da Silva, a Chininha, foi acalmada presidenta de honra da Mangueira, tornando-se a primeira mulher a ser agraciada com a honraria.
Presidente de honra | Período | Ref. |
---|---|---|
Juvenal Lopes | 1969-1980 | [440] |
Carlos Cachaça | 1980-1999 | [441] |
Jamelão | 1999-2008 | [442] |
Roberto Paulino | 2008-2011 | [153] |
Delegado | 2011-2012 | [169] |
Nelson Sargento | 2013–2021 | [170] |
Hélio Turco | 2021–2023 | [291][443][444] |
Chininha | 2023–presente | [312] |
Intérpretes
Intérpretes | Carnavais | Ref. |
---|---|---|
Jamelão | 1949–1984 | [446] |
Jurandir da Mangueira | 1985 | [447] |
Jamelão | 1986–2006 | [446] |
Luizito | 2007–2009 | [448] |
Luizito, Rixxah e Zé Paulo Sierra | 2010 | [448][449][450] |
Luizito, Zé Paulo Sierra e Ciganerey | 2011–2012 | [448][450][451] |
Luizito, Zé Paulo Sierra, Ciganerey e Agnaldo Amaral | 2013 | [448][450][451][452] |
Luizito | 2014–2015 | [448] |
Ciganerey [nota 6] | 2016–2018 | [453] |
Marquinho Art'Samba | 2019–2022 | [454] |
Marquinho Art'Samba e Dowglas Diniz | 2023–presente | [455] |
Comissão de Frente
Coreógrafos(as) | Carnavais | Ref. |
---|---|---|
Moacir de Abreu Castelo Branco | 1990–1991 | [456][457] |
Marília Barbosa | 1992 | [458] |
Moacir de Abreu Castelo Branco | 1993–1994 | [459] |
Deborah Colker | 1995–1997 | [460] |
Carlinhos de Jesus | 1998–2008 | [461][462] |
Janice Botelho | 2009 | [463][108] |
Jaime Arôxa | 2010–2012 | [464][465] |
Marcelo Chocolate | 2013 | [466] |
Carlinhos de Jesus | 2014–2015 | [467][468] |
Junior Scapin | 2016–2017 | [469] |
Adriana Salomão e Steven Harper | 2018 | [470] |
Priscilla Mota e Rodrigo Negri | 2019–2022 | [471] |
Claudia Mota | 2023 | [306] |
Lucas Maciel e Karina Dias | 2024–presente | [313] |
Mestre-sala e Porta-bandeira
Primeiro casal
Primeiro casal | Carnavais | Ref. |
---|---|---|
Marcelino José Claudino (Maçu) e Raimunda | 1932–1935 | |
Jorge Rasgado e Nininha Chochoba | 1940–1942 | [472][473] |
Delegado e Nininha Chochoba | 1943–1953 | [474][475] |
Delegado e Neide | 1954–1971 | [476][477] |
Zequinha e Neide | 1972 | [478] |
Élcio PV e Neide | 1973 | [479] |
Roxinho e Neide | 1974 | [480] |
Robertinho e Neide | 1975 | [481] |
Roxinho e Neide | 1976–1977 | [482][483] |
Delegado e Neide | 1978–1980 | [484][485] |
Delegado e Mocinha | 1981–1984 | [486][487] |
Lilico e Mocinha | 1985–1988 | [488][489] |
Lilico e Tidinha | 1989–1990 | [490][456] |
Robertinho e Tidinha | 1991 | [457] |
Marquinhos e Ircléia | 1992–1994 | [458][491] |
Marquinhos e Giovanna Justo | 1995–2009 | [460][463] |
Raphael Rodrigues e Marcella Alves | 2010–2013 | [464][466] |
Raphael Rodrigues e Squel Jorgea | 2014–2016 | [467] |
Matheus Olivério e Squel Jorgea | 2017–2022 | [228] |
Matheus Olivério e Cintya Santos | 2023–presente | [304] |
Segundo casal
Segundo casal | Carnavais | Ref. |
---|---|---|
Arísio e Mocinha | 1972-1973 | [492][493] |
Robertinho e Mocinha | 1974 | [494] |
Edinho e Mocinha | 1977 | [495] |
Lilico e Mocinha | 1980 | [496] |
Robertinho e Tidinha | 1984 | [497] |
Robertinho e Carla | 1989 | [498] |
Robertinho e Patrícia | 1990 | [499] |
Marquinhos e Ircléia | 1991 | [500] |
Ubirajara e Joceni | 1992-1994 | [501][502] |
Ubiracy Lima (Birinha) e Katia Regina | 1995 | [503] |
Ubiracy Lima (Birinha) e Elaine Fernanda | 1996-2005 | [504][505] |
Matheus Olivério e Débora de Almeida | 2006-2016 | [506][507] |
Renan Oliveira e Débora de Almeida | 2017-presente | [508] |
Bateria
A bateria da Estação Primeira de Mangueira é denominada "Tem que respeitar meu tamborim".[509] Possui dois prêmios Estandarte de Ouro, concebidos pelos carnavais de 1990 e 2011.[510][511]
Diretores de bateria | Carnavais | Ref. |
---|---|---|
Mestre Waldomiro | 1935–1983 | [512][513] |
Mestre Taranta | 1984–1995 | [460][514] |
Mestre Alcir Explosão | 1996–1998 | [515][461] |
Mestre Russo | 1999–2003 | [516][517] |
Mestre Marrom | 2004–2006 | [518][519] |
Mestre Russo | 2007 | [520] |
Mestre Taranta | 2008–2009 | [462][463] |
Mestre Jaguara Filho | 2010 | [464] |
Mestre Aílton Nunes | 2011–2014 | [521][467] |
Mestres Rodrigo Explosão e Vitor Art | 2015–2018 | [468][198] |
Mestre Wesley do Repique | 2019–2022 | [522] |
Mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto | 2023–presente | [308] |
Rainhas
A partir da década de 1980, a Mangueira passou a realizar concurso entre mulheres do Morro da Mangueira para escolher a rainha e duas princesas de bateria.[523] A tradição foi interrompida em 2007. Em 2014, a escola voltou a ter uma rainha de bateria nascida e moradora da comunidade.[190]
Rainhas de bateria | Carnavais | Ref. |
---|---|---|
Valéria Bastos | 1981–1983 | [524][190] |
Valéria Bastos | 1987–1989 | [190] |
Janaína Parente | 1991 | [525] |
Viviane Vaz | 1993 | [526] |
Rose Nascimento | 1994 | [527] |
Viviane Vaz | 1995 | [526] |
Ana Paula Pereira | 1997 | [528] |
Fabiana Oliveira | 1998 | [190] |
Tânia Bisteka | 1999 | [529][530] |
Márcia dos Santos | 2000 | [190] |
Tânia Bisteka | 2001 | [529][530] |
Claudiene Esteves | 2002 | [530][531] |
Fabiana Oliveira | 2003 | [532] |
Fernanda Oliveira | 2004 | [533] |
Amanda Mattos | 2005 | [534] |
Jaqueline Nascimento | 2006 | [535] |
Preta Gil | 2007 | [536] |
Gracyanne Barbosa | 2008–2009 | [537][538] |
Renata Santos | 2010–2012 | [539] |
Gracyanne Barbosa | 2013 | [173] |
Evelyn Bastos | 2014–presente | [524][190] |
Direção de Carnaval
Diretores de carnaval | Carnavais | Ref. |
---|---|---|
Pedro Paulo Lopes | 1985 | [488] |
José Petrus | 1991 | [457] |
Guanayra Firmino dos Santos | 1995 | [460] |
Eli Gonçalves (Chininha) e Percival Pires | 1996–1997 | [515][540] |
Percival Pires | 1998–2001 | [461][541] |
Comissão de Carnaval | 2002–2003 | [542][543] |
Elmo José e Percival Pires | 2004–2006 | [518][519] |
Eli Gonçalves (Chininha) | 2007–2008 | [520][462] |
Celso dos Santos Rodrigues | 2009 | [463] |
Nilcemar Nogueira | 2010 | [464] |
Jeferson Carlos | 2011–2013 | [521][466] |
Comissão de Carnaval | 2014 | [467] |
Júnior Schall | 2015–2016 | [468][469] |
Comissão de Carnaval | 2017–2022 | |
Amauri Wanzeler | 2023–2024 | [309] |
Dudu Azevedo | 2025– | [544] |
Direção de Harmonia
Diretores de harmonia | Carnavais | Ref. |
---|---|---|
Xangô da Mangueira | 1952–2008 | [462][545] |
Sérgio Lucchesi | 2009 | [463] |
José Carlos Netto | 2010 | [464] |
Dimichel Velasco e José Carlos Netto | 2011–2012 | [521][465] |
Dimichel Velasco e Sérgio Lucchesi | 2013–2014 | [466][546] |
Edson Góes | 2015–2019 | |
Renato Kort | 2020–2022 | [547] |
Helton Dias | 2023–presente | [309] |
Discografia
Além das aparições nos álbuns de sambas-enredos, a Mangueira já lançou os seguintes trabalhos:[548]
- 1964 - Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira
- 1966 - Exaltação à Villa-Lobos - Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira
- 1968 - Mangueira Ao Vivo - Mangueira Escolhe o Samba-Enredo de 1968
- 1975 - História das Escolas de Samba - Mangueira
- 1993 - Escolas de Samba Enredos - Mangueira
- 1999 - Mangueira - Sambas de Terreiro e Outros Sambas
- 2006 - Os Sambas da Mangueira
Notas
- ↑ Segundo pesquisadores e estudiosos, dentre eles, o jornalista Sérgio Cabral, a Mangueira teria sido fundada em 28 de abril de 1929. A data oficial adotada pela escola é 28 de abril de 1928.
- ↑ Foram realizados dois desfiles em 1949. O desfile organizado pela FBES foi vencido pelo Império Serrano. O desfile organizado pela UGESB foi vencido pela Mangueira.
- ↑ Foram realizados três desfiles em 1950. O desfile organizado pela FBES foi vencido pelo Império Serrano. O desfile organizado pela UCES foi vencido pela Mangueira. O desfile organizado pela UGESB foi vencido por Unidos da Capela e Prazer da Serrinha, que empataram em primeiro lugar.
- ↑ Foram realizados dois desfiles em 1951. O desfile organizado pela FBES foi vencido pelo Império Serrano. O desfile organizado pela UGESB foi vencido pela Portela.
- ↑ Por conta da inauguração do Sambódromo, ficou definido que os desfiles seriam divididos em dois dias (domingo e segunda), sendo que cada dia teria uma escola campeã. Ainda, as mais bem colocadas em cada dia disputariam um Supercampeonato, no sábado seguinte ao primeiro desfile.
- ↑ Participação especial de Péricles em 2018
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