Série 592 da CP
Série 592
| |
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Automotora da Série 592 na Estação de Régua, em 2013. | |
Descrição | |
Propulsão | Diesel-hidráulica |
Fabricante | MACOSA e ATEINSA |
Tipo de serviço | Via |
Características | |
Bitola | Bitola Ibérica |
Performance | |
Velocidade máxima | 120 km/h |
Operação | |
Ano da entrada em serviço | 1981 a 1984 (Espanha) 2011 (Portugal) |
Situação | Ao serviço |
A Série 592 ou 0592, igualmente conhecidas como Espanholas ou Camelos, é uma família de automotoras espanholas, utilizadas pela empresa Comboios de Portugal nas linhas do Minho, Douro[1] e Oeste[2]
História
[editar | editar código-fonte]As automotoras desta série foram construídas pelas empresas espanholas MACOSA e Ateinsa entre 1981 e 1984[3], para fazerem parte da frota da Red Nacional de Ferrocarriles Españoles.[1] Foram alugadas pela operadora Comboios de Portugal em 2011 para substituir as automotoras da Série 0600/0650, que estavam em fim de vida, nas linhas do Minho e Douro.[1]
O contrato original terminava em 2017, abrangendo dezassete automotoras e a sua manutenção, todas da série 592 da RENFE.[4] Em 2014, o contrato foi renovado, tendo sido substituídas onze automotoras e incluídas mais três, ficando assim a frota composta por seis da série 592, e catorze da subsérie 592.200, que é considerada mais eficaz e confortável.[4] Previa-se que a entrega das novas automotoras decorresse de forma faseada até 2016, tendo a operadora Comboios de Portugal declarado que poderiam ser utilizadas noutras linhas além do Minho e Douro, de acordo com as suas necessidades.[4] As automotoras também iriam ser adaptadas, de forma a ter um equipamento de segurança Convel, e estarem homologadas para circular em ambos os países.[4]
Em Outubro de 2014, o Partido Comunista Português questionou o governo sobre várias queixas feitas pelos passageiros acerca das condições de circulação a bordo das automotoras da Série 592.[5] O partido criticou as automotoras como sendo «material circulante obsoleto», sem ter condições de conforto adequadas para o transporte de passageiros, sendo a principal queixa a qualidade do ar a bordo.[5] A operadora Comboios de Portugal admitiu que não fazia testes do ar a bordo, mas confirmou que os planos de manutenção do material estavam a ser cumpridos pela sua congénere espanhola.[5]
Em 9 de Setembro de 2016, uma das automotoras desta série descarrilou junto à localidade de Porriño, em Espanha, acidente que resultou em 4 mortos e 46 feridos.[3] Logo após o acidente, a presidente da câmara de O Porriño, Eva Garcia de la Torre, criticou a automotora envolvida no acidente devido à sua idade, comentário que foi contrariado pelo então presidente da CP, Manuel Queiró, que afirmou que o material não era muito antigo e que tinha condições de segurança.[3]
Em Fevereiro de 2017, a operadora Comboios de Portugal já tinha decidido retirar os automotoras da Série 592 da Linha do Oeste para reforçar o serviço na Linha do Douro durante o verão, medida que foi criticada pela Comissão Concelhia da CDU de Alcobaça, que sustentava que o regresso das automotoras da Série 0450 iria reduzir a qualidade e o conforto do serviço oferecido naquela linha.[2] Em Outubro do mesmo ano, a CP voltou a afetar cerca de 3 automotoras da Série 592 à Linha do Oeste, o que no entanto não resolveu a situação de falta de material circulante nesta linha.[6]
Em 31 de janeiro de 2019, uma automotora que estava a efetuar um serviço InterRegional entre Porto-Campanhã e Valença perdeu o motor em andamento, tendo ficado imobilizada perto de Afife. A CP disponibilizou táxis para o transbordo dos passageiros, e a composição foi rebocada por um comboio socorro na madrugada do dia seguinte. O acidente provocou danos na via, e houve risco de descarrilamento. Segundo a CP, a queda do motor deveu-se "à fractura do veio de transmissão entre um motor diesel e a caixa de transmissão que terá originado a quebra de um dos apoios do motor diesel".[7]
Descrição técnica
[editar | editar código-fonte]Esta série é composta por vinte automotoras na configuração de unidade tripla a diesel, utilizando transmissão hidráulica.[1] Apresentam uma potência de 460 kW.[1] Só tem lugares em segunda classe, com lotação para 196 pessoas.[1] Os veículos originais da série 592 dispõem de assentos reversíveis ergonómicos, ar condicionado e 200 lugares para passageiros, também em classe única.[8]
Ficha técnica
[editar | editar código-fonte]- Características de exploração
- Dados gerais
- Lotação
- Segunda classe: 196[1]
- Características de funcionamento
- Velocidade máxima: 120 km/h[1]
Lista de material
[editar | editar código-fonte]: | qt. | estado |
---|---|---|
✔︎ | 13 | ao serviço |
⏭︎ | 5 | vendidas, no estrangeiro |
⛛︎ | 1 | abatida |
✖︎ | 1 | demolida |
20 | (total) |
№ | : | a | observações[9] |
---|---|---|---|
592-002 | ✔︎ |
2011 | |
592-003 | ✔︎ |
2011 | |
592-004 | ⛛︎ |
[quando?] | Abatida ao serviço; devolvida a Espanha.[9] |
592-019 | ⏭︎ |
[quando?] | Devolvida a Espanha.[9] |
592-026 | ⏭︎ |
[quando?] | Devolvida a Espanha.[9] |
592-030 | ✔︎ |
2011 | |
592-032 | ✔︎ |
2011 | |
592-034 | ✔︎ |
2011 | |
592-036 | ✔︎ |
2011 | |
592-038 | ✔︎ |
2011 | |
592-039 | ⏭︎ |
[quando?] | Devolvida a Espanha.[9] |
592-042 | ⏭︎ |
[quando?] | Devolvida a Espanha.[9] |
592-047 | ✔︎ |
2011 | |
592-056 | ✖︎ |
[quando?] | Devolvida a Espanha após acidente em O Porriño a 9 de Setembro de 2016.[9] |
592-059 | ✔︎ |
2011 | |
592-060 | ✔︎ |
[quando?] | Em serviço, com motora-piloto da 029.[9] |
592-061 | ⏭︎ |
[quando?] | Devolvida a Espanha.[9] |
592-203 | ✔︎ |
2011 | |
592-204 | ✔︎ |
2011 | |
592-206 | ✔︎ |
2011 | |
592-207 | ✔︎ |
2011 | |
592-209 | ✔︎ |
2011 | |
592-210 | ✔︎ |
2011 | |
592-211 | ✔︎ |
2011 | |
592-214 | ✔︎ |
2011 | |
592-215 | ✔︎ |
2011 | |
592-221 | ✔︎ |
2011 | |
592-222 | ✔︎ |
2011 | |
592-223 | ✔︎ |
2011 | |
592-225 | ✔︎ |
2011 | |
592-227 | ✔︎ |
2011 |
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n «CP UVIR long-distance passenger locomotives and trainsets». Railfaneurope. 3 de Agosto de 2022. Consultado em 28 de Fevereiro de 2024
- ↑ a b «A linha do Oeste e as automotoras 592». Gazeta das Caldas. 24 de Fevereiro de 2017. Consultado em 17 de Janeiro de 2018
- ↑ a b c «Acidente de comboio na Galiza. O que pode ter corrido mal?». Rádio Renascença. 9 de Setembro de 2016. Consultado em 17 de Janeiro de 2018
- ↑ a b c d e NORONHA, Alexandra (28 de Março de 2014). «CP renova aluguer de automotoras com a Renfe». Jornal de Negócios. Consultado em 17 de Janeiro de 2018
- ↑ a b c «Qualidade do ar nas automotoras 592 ('espanholas') alugadas pela CP». Partido Comunista Português. 10 de Outubro de 2014. Consultado em 17 de Janeiro de 2018
- ↑ «Linha do Oeste, uma Linha para o Futuro». Consultado em 21 de agosto de 2018
- ↑ Campos, Alexandra; Cipriano, Carlos (1 de fevereiro de 2019). «CP explica por que é que comboio perdeu motor a meio do percurso». Público. Consultado em 21 de outubro de 2019
- ↑ VERDÚ, Costa Martinez (1998). «Las redes "Regional Esprés"». Maquetren. VI (63). Madrid: Ed. España Desconocida, S. L. p. 52-57. ISSN 1132-2063
- ↑ a b c d e f g h i j «CP - Comboios de Portugal - 592». Portugal Ferroviário. 2020. 2020. Consultado em 18 de setembro de 2020
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Galeria de fotografias da Série 0592, no sítio electrónico Railfaneurope» (em inglês)
- «Galeria de fotografias da Série 0592, no sítio electrónico Railpictures» (em inglês)
- «Página sobre a Série 0592, no sítio electrónico Trainspo» (em inglês)
- «Página sobre a Série 0592, no sítio electrónico Trainlogistic»