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Surucuá-de-coleira

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaSurucuá-de-coleira
Espécime macho avistado em Iranduba, no Amazonas, no Brasil
Espécime macho avistado em Iranduba, no Amazonas, no Brasil
Espécime fêmea
Espécime fêmea
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Trogoniformes
Família: Trogonidae
Género: Trogon
Espécie: T. collaris
Nome binomial
Trogon collaris
(Vieillot, 1817)
Distribuição geográfica
Distribuição da surucuá-de-coleira da América do Norte até a América do Sul
Distribuição da surucuá-de-coleira da América do Norte até a América do Sul

O surucuá-de-coleira (nome científico: Trogon collaris)[2] é uma espécie de ave trogoniforme da família dos trogonídeos (Trogonidae).[1] É encontrado no México, em toda a América Central e no norte da América do Sul.[3]

O nome vernáculo surucuá deriva, segundo Antenor Nascentes, do tupi suruku'a. No Dicionário Histórico das Palavras Portuguesas de Origem Tupi (DHPT), contudo, essa forma é hopotética.[4]

O surucuá-de-coleira tem plumagem masculina e feminina distintas, com penas macias, muitas vezes coloridas. Tem cerca de 25 a 29 centímetros (9,8 a 11,4 polegadas) de comprimento e pesa cerca de 41 a 64 gramas (1,4 a 2,3 onças). Ambos os sexos têm o rosto e a garganta pretos. A coroa, nuca, costas e garupa do macho são verde metálico brilhante. A asa dobrada mostra vermiculação em preto e branco. O peito também é verde metálico com uma faixa branca separando-o da barriga e da cloaca vermelha brilhante. A parte superior da cauda é verde com uma ponta preta e a parte inferior é barrada em preto e branco. A fêmea é marrom-oliva onde o macho é verde, a asa fechada é marrom com vermiculação preta e a barriga é de um vermelho mais fosco que o do macho. A parte inferior da cauda é cinza com algumas barras pretas e pontas brancas.[5][6][7]

Distribuição e habitat

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O surucuá-de-coleira está presente em Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Suriname, Trindade e Tobago e Venezuela. Habita florestas tropicais e subtropicais de baixa altitude e montanhosas,[1] florestas nubladas, chuvosas e de galeria, várzeas e altos crescimentos secundários.[7]

Comportamento

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Geralmente aos pares, tende a passar despercebido, pois prefere ficar dentro da floresta.[6] Em seu poleiro, balança o rabo como outros surucuás. Segue rebanho misto,[8] suas pernas fracas refletem sua dieta e hábitos arbóreos. Embora seu voo seja rápido, não estão dispostos a voar qualquer distância. Geralmente são eretos e imóveis. São residentes na maior parte de sua área de distribuição, embora algumas populações da América Central possam ser migrantes de alta altitude.[5] Sua dieta é predominantemente insetívora, incluindo lagartas, libélulas, besouros e algumas frutas. Nidifica em um buraco de um ninho de cupins de árvore a uma altura entre 5 e 10 metros, com uma postura típica de dois ovos brancos.[8] Seu canto é um caró-cau-cau-cau curto e rápido, com até cinco cau. Ambos os sexos emitem um chamado prrrrr descendente, muitas vezes ao levantar e abaixar a cauda.[6] As populações da América Central diferem muito em sua vocalização das do sul, de modo que podem representar espécies diferentes.[5]

A espécie T. collaris foi descrita pela primeira vez pelo naturalista francês Louis Jean Pierre Vieillot em 1817 com o mesmo nome científico; Localidade do tipo "Caiena". Possivelmente mais próximo de surucuá-da-montanha (Trogon mexicanus), surucuá-elegante (Trogon elegans), surucuá-mascarado (Trogon personatus), surucuá-dourado (Trogon rufus) e surucuá-de-barriga-vermelha (Trogon curucui). Estudos de DNA sugerem que os parentes mais próximos podem ser elegans, personatus e rufus. A subespécie puella às vezes é considerada uma espécie distinta. A validade da subespécie extimus é questionável. A subespécie xalapensis é considerada indistinguível da puella; a subespécie eytoni (Rio de Janeiro) é aparentemente inseparável de castaneus; também há uma incerteza considerável sobre a subespécie proposta underwoodi (noroeste da Costa Rica) e flavidior (Panamá, Cerro Flores).[9]

Surucuá-de-coleira, masculino e feminino; ilustração de William Swainson, 1841

Não há acordo completo sobre as subespécies entre as classificações. De acordo com a classificação Clements Checklist 6.9, nove subespécies são reconhecidas, com sua distribuição geográfica correspondente:[9][10]

  • Grupo políptico puella/extimus:
    • Trogon Collaris puella Gould, 1845 – leste do México ao sul ao longo de ambas as encostas da América Central até o centro do Panamá (Veráguas).
    • Trogon Collaris extimus Griscom, 1929 - nordeste do Panamá (leste de Darién).
  • Grupo políptico collaris:
    • Trogon Collaris castaneus Spix, 1824 - baixo rio Amazonas e fragmentariamente no leste do Brasil.
    • Trogon Collaris Collaris Vieillot, 1817 - leste dos Andes (exceto norte da Venezuela) ao sul ao norte da Bolívia e centro-oeste do Brasil; Trindade e Tobago.
    • Trogon Collaris exoptatus Cabanis & Heine, 1863 - norte da Venezuela.
    • Trogon Collaris heothinus Wetmore, 1967 - extremo leste da Serra de Darién.
    • Trogon collaris subtropicalis Zimmer, J. T., 1948 - zona subtropical no oeste da Colômbia (vales de Magdalena e Cauca).
    • Trogon Collaris virginalis Cabanis & Heine, 1863 - a oeste da Colômbia e oeste do Equador.
    • Trogon Collaris eytoni Fraser, 1857 - leste do Brasil.

De acordo com a classificação do Congresso Ornitológico Internacional (IOC) (Versão 4.3, 2014) as seguintes subespécies também são reconhecidas, e eytoni não é reconhecida:[11]

    • Trogon collaris underwoodi Bangs, 1908 - noroeste da Costa Rica.
    • Trogon Collaris aurantiiventris Gould, 1856 - centro da Costa Rica ao oeste do Panamá.
    • Trogon Collaris Flavidior Griscom 1924 - oeste do Panamá.

Embora o Comitê de Classificação da América do Norte (NACC) - da Sociedade Ornitológica Americana (AOU) reconhece auratiiventris como espécie, ele observa que poderia ser nada mais do que um morfo colorido do Trogon collaris.[11] A Clements Checklist 6.9 considera que este grupo é a espécie Trogon aurantiiventris e suas respectivas subespécies T. auratiiventris underwoodi e T. aurantiiventris flavidior.[10]

Conservação

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A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) classifica a surucuá-de-coleira como sendo uma espécie de menor preocupação, pois sua população muito é grande, embora não quantificada, e tem um alcance muito grande.[1] No Brasil, consta em várias listas de conservação: em 2005, foi classificada como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[12] em 2010, como criticamente em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais de 2010;[13] em 2017, foi declarado regionalmente extinto na Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia;[14] em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[15][16]

Referências

  1. a b c d BirdLife International (2016). Trogon collaris (em inglês). IUCN 2016. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2016​: e.T61692251A95176245. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T61692251A95176245.en Página visitada em 28 de outubro de 2021.
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 163. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  3. Gill, F.; Donsker, D.; Rasmussen, P. (julho de 2021). «IOC World Bird List (v 11.2)». Consultado em 14 de julho de 2021 
  4. Grande Dicionário Houaiss, verbete surucuá
  5. a b c Inman, S. (2020). «Collared Trogon (Trogon collaris. In: Schulenberg, T. S. Birds of the World. Ítaca, Nova Iorque: Laboratório Cornell de Ornitologia. doi:10.2173/bow.coltro1.01. Cópia arquivada em 4 de abril de 2022 
  6. a b c Ridgely, Robert S.; Gwynne, John A.; Tudor, Guy; Argel, Martha (2015). «Trogon collaris». Aves do Brasil. Pantanal e Cerrado 1.ª ed. São Paulo: Editora Horizonte. p. 156. 418 páginas. Consultado em 29 de abril de 2019 
  7. a b Mata, Jorge Rodríguez; Erize, Francisco; Rumboll, maurice (2006). «Trogon collaris». Aves de Sudamérica: guía de campo Collins 1.ª ed. Buenos Aires: Letemendia Casa Editora e Harper Collins Publishers. p. 312. ISBN 987-21732-9-X 
  8. a b Sigrist, Tomas (2013). «Trogon collaris». Guia de Campo Avis Brasilis – Avifauna brasileira. São Paulo: Avis Brasilis. p. 268. ISBN 978-85-60120-25-3 
  9. a b «Collared Trogon (Trogon collaris. IBC - The Internet Bird Collection. Consultado em 6 de julho de 2022. Arquivado do original em 23 de novembro de 2015 
  10. a b Clements, J. F.; Schulenberg, T. S.; Iliff, M. J.; Roberson, D.; Fredericks, T. A.; Sullivan, B. L.; Wood, C. L. (2017). «The eBird/Clements checklist of birds of the world: Version 6.9». The Cornell Lab of Ornithology (Planilha Excel) (em inglês). Disponível para download 
  11. a b Gill, F.; Donsker, D.; Rasmussen, P. (julho de 2021). «IOC World Bird List (v 4.3)». Consultado em 13 de abril de 2022 
  12. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  13. «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022 
  14. «Lista Oficial das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Estado da Bahia.» (PDF). Secretaria do Meio Ambiente. Agosto de 2017. Consultado em 1 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de abril de 2022 
  15. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  16. «Trogon collaris». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 10 de julho de 2022. Cópia arquivada em 6 de julho de 2022