Articles by Igor Leonardo de Santana Torres
Brazilian Creative Industries Journal, 2024
Considering the increasingly frequent appropriation of the LGBT+ community’s image and agenda acr... more Considering the increasingly frequent appropriation of the LGBT+ community’s image and agenda across different levels and contexts, I argue that the Thai government has also been implicated in this process. Initially, this was evident in its support for the BL industry combined with its little attention to LGBT+ issues, particularly marriage equality. Drawing on ethnographic research conducted among Brazilian BL series fans on Twitter and Telegram for nine months (between June 2021 and February 2022) and discussions about politics, media, pink money, pinkwashing, and homonationalism, I introduce the concept of queer opportunism to address the often contradictory relationship between state institutions or other entities and the LGBT+ agenda.
Antropolítica, 2024
Boys love (BL) names a set of literary and audiovisual productions of male homoeroticism. Since t... more Boys love (BL) names a set of literary and audiovisual productions of male homoeroticism. Since the emergence of this genre (initially as fan texts and then as television series) there have been intense and tumultuous debates about the representation of gay men and consumption practices considered fetishistic and hypersexualizing. In the case of the Brazilian BL fandom, through the digital ethnographic method, with systematic and individual participant observation among fans, I will show that surveillance of other people’s consumption has become intrinsic to the consumption of BL series itself, a phenomenon that I call moral consumption, which involves other relations of distinction, specifically between fujoshi and non-fujoshi Brazilian fans. This differentiation produces a symbolic reductionism that is intrinsically associated with orientalist discourses and practices, which I name fujoshi fetishism, another concept that I will address in this article.
Vivência, 2023
Just as the idol shipping culture is important in the consumption and celebration of K-pop cultur... more Just as the idol shipping culture is important in the consumption and celebration of K-pop culture, shipping (practice of pairing fictional characters or media personalities, placing them into sexual or romantic relationships, or supporting already existing pairs) and fanservice (an entertainment practice for fans that consists of the performance of intimacy among celebrity couples created and supported by the fandom) are defining and distinctive elements of the Thai "boys love" (BL) industry and its transnational fandom. I will discuss these phenomena in the consumption experience of BL series by the Brazilian fandom and present their operation among the fans with whom I researched, paying attention to their forms of fanservice consumption and shipping practice. The results presented come from my master's research, in which, based on the digital ethnographic method, I observed and interacted with fans on Twitter and Telegram for nine months. I conclude, among other things, that the practice of shipping and the consumption of fanservice are heterogeneous in fandom and are embroiled in moral disputes.
Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, 2023
Discussions about politics and media, reality and fiction, going over topics such as support for ... more Discussions about politics and media, reality and fiction, going over topics such as support for the LGBT+ community and assumption of sexuality, have been recurrent among boys love (BL) fans both in Brazil and abroad. I will address part of the discourses on LGBT+ representation in BL series by the Brazilian fandom and offer an overview of how some of these debates have unfolded both in East and Southeast Asian countries and in Brazil, and what they may mean, seeking a better understanding of the nuances that surround them. For that, I have used as a basis ethnographic and digital fieldwork in the Brazilian BL fandom and literature that explores this dimension of the consumption experience of BL series in other East and Southeast Asian countries, such as China and the Philippines. Among the conclusions, I highlight that, despite the mistrust of the representational potential of BL series, they are presented by fans as a space of alternative representation and experimentation of other possible worlds.
Ártemis, 2023
A pensadora lésbica Monique Wittig, ao questionar as relações binárias de sexo que definem duas c... more A pensadora lésbica Monique Wittig, ao questionar as relações binárias de sexo que definem duas classes sociais opostas a si (os homens e as mulheres), defende que “as lésbicas não são mulheres”, pois não estão submetidas às mesmas opressões que a suposta “classe das mulheres”. Objetivamos mostrar que bichas, viados, caminhoneiras, sapatonas etc. promovem uma ruptura com as noções tradicionais de masculino e feminino pela forma que são apresentadas e entendidas socialmente, uma vez que também se encontram deslocadas da heterossexualidade. Assim pensamos essas sujeitas inseridas em outros processos de (des)identificação, pois não se situam no espectro de privilégio, de poder e relacional daquelas (cisgêneros e heterossexuais) inseridas na organização de classes do pensamento feminista materialista.
A identidade religiosa-assim como os saberes guardados, produzidos e atualizados no interior do C... more A identidade religiosa-assim como os saberes guardados, produzidos e atualizados no interior do Candomblé-tem sido convocada nos discursos e ações de ativistas e pesquisadoras. Há toda uma fundamentação ética e cosmogônica que orienta suas ações, agenciando toda uma rede de significados e reposicionamentos subjetivos e epistemológicos que informam a política e a produção de conhecimento de adeptas e iniciadas na religião dos Orixás. Utilizando revisão bibliográfica, consideramos, ao menos, cinco apontamentos que podem nos ajudar a compreender esse cenário: (ⅰ) Candomblés como exercício de decolonialidade; (ⅱ) Candomblés como exercício de outro modelo organizativo de família; (ⅲ) Candomblés como exercício de afetividades; (ⅳ) Candomblés como exercício de autoavaliação e autodefinição; e (ⅴ) fundamentos epistemológicos religiosos afro-brasileiros. Concluímos que os Candomblés, como espaços não formais de educação, bem como políticos, têm pressupostos que os constituem como vetores que oferecem estímulos decoloniais notáveis na formação das sujeitas, denotando a expressão e vida religiosa enquanto dimensões que podem levar a processos de subjetivação, estimulando a agência e processos de desidentificação e atuação política.
Gênero, 2021
Qual o balanço da institucionalização da Teoria Queer (Queer Theory) no Brasil? Quais as operaçõe... more Qual o balanço da institucionalização da Teoria Queer (Queer Theory) no Brasil? Quais as operações de poder envolvidas nesse processo? A partir de uma cena etnográfica, essas questões nos são impostas e tentamos respondê-las neste artigo, assim, por intermédio de revisão bibliográfica, objetivamos, ao tomar o colonialismo como um modo de pensar eurocentrado que se estrutura por meio de colonialidade de poder, ser e saber, mostrar como o movimento queer reproduz essa matriz ao seguir um script eurocêntrico de constituição de uma “nova” elite de pensamento a partir das relações de saber e poder inseridas no campo de disputa com o movimento LGBT no Brasil. Questionamos também as relações internas de produção de conhecimento queer e, ainda, aquele que se propõe decolonial. Concluímos argumentando que os estudos/teoria/movimento queer no Brasil reforçam e se instauram desde relações de poder (neo)coloniais.
Alterstice, 2021
Cet article se penche sur le profil de trois femmes lesbiennes brésiliennes ayant émigré au Québe... more Cet article se penche sur le profil de trois femmes lesbiennes brésiliennes ayant émigré au Québec (Canada) et faisant partie d'un groupe de Brésiliennes et Brésiliens LGBT actif sur les réseaux sociaux. Notre étude exploratoire enquête sur divers aspects de leur vécu, tels que les raisons de leur migration, la façon dont elles organisent leur vie dans un pays théoriquement plus « ouvert à la diversité sexuelle » et leur évolution dans l'environnement LGBT. Nous avons opté pour une approche qualitative et ouverte, en menant des entrevues en profondeur, dont l'analyse fait émerger des pistes et questions de recherche à poursuivre. En valorisant les contributions orales de ces femmes ainsi que leurs productions analytiques, notre but est de favoriser un processus de visibilité et de constitution du sujet politique : celui qui peut être, qui peut faire partie et qui peut contribuer politiquement.
Ciência & Trópico, 2020
É o espaço das universidades brasileiras, mais especificamente, dos núcleos e grupos de estudo so... more É o espaço das universidades brasileiras, mais especificamente, dos núcleos e grupos de estudo sobre mulheres, relações de gênero e feminismos, onde o tema das relações de poder autoritárias em espaços teoricamente comprometidos com a democratização das relações sociais, compostos principalmente por mulheres feministas acadêmicas, o contexto desta pesquisa. Os objetivos desse trabalho são contribuir para o conhecimento das relações de poder no interior de instâncias feministas em universidades brasileiras e para o aprofundamento da democracia em espaços feministas acadêmicos. Busca-se também trazer à tona as experiências de pessoas que vivenciaram situações não democráticas em espaços feministas de universidades, bem como evidenciar a existência de práticas autoritárias nesses espaços. Objetiva-se ainda mostrar uma concepção de democracia feminista para servir de parâmetro para comparação com as práticas opressoras impostas em instâncias acadêmicas feministas e apontar caminhos para o exercício de poder de forma mais igualitária nessas instâncias.
Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, 2019
O Grupo de Estudos Feministas em Política e Educação (GIRA) organizou, em 2017, uma formação sema... more O Grupo de Estudos Feministas em Política e Educação (GIRA) organizou, em 2017, uma formação semanal à distância, com duração de 05 meses, intitulada “Pensamento Lésbico Contemporâneo”. O curso propôs estudar 25 autoras lésbicas de diferentes partes do mundo. Neste artigo, analisaremos a recepção de Gloria Anzaldúa pelas cursistas a partir de suas publicações no fórum de discussão da autora no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Diversidade e Educação, 2017
Denunciamos nesse artigo a consolidação de um queer punitivista, resultado da assimilação, confor... more Denunciamos nesse artigo a consolidação de um queer punitivista, resultado da assimilação, conformismo e institucionalização da teoria queer na universidade brasileira nos últimos dez anos, nos moldes neoliberais. Para tal, partimos de um caso concreto em que um estudante bicha denunciou um trabalhador terceirizado, resultando em amplo apoio de grupos e coletivos queer à bicha e em um clamor por punição do trabalhador. A partir da articulação entre o feminismo negro, o queer radical e o feminismo materialista, refletimos sobre o lugar do queer na compreensão do mundo do trabalho em tempos de neoliberalismo e fascismo. Tomando a punição como ferramenta neoliberal de gestão da diversidade, ressaltamos a necessidade de radicalizar o queer, retomando seu projeto anticapitalista, antiracista e anticlassista, posicionando a luta contra o heterossexismo como instrumento de transformação social ampla.
Periódicus, 2017
O trabalho realiza uma análise interseccional, a partir do aporte teórico feminista, para entende... more O trabalho realiza uma análise interseccional, a partir do aporte teórico feminista, para entender como os diversos marcadores sociais de Luana Barbosa dos Reis, mulher negra e lésbica, moradora da periferia da cidade paulista de Ribeirão Preto, morta pela polícia no ano de 2016, se expressaram nas circunstâncias da violência a que ela foi submetida. O artigo busca também, de maneira inicial, analisar como o caso foi noticiado em cinco sites.
Book chapters by Igor Leonardo de Santana Torres
Glossário de (des)identidades sexuais, 2023
Neste capítulo, abordamos o verbete mavambixa com o empenho de ilustrar alguns de seus sentidos. ... more Neste capítulo, abordamos o verbete mavambixa com o empenho de ilustrar alguns de seus sentidos. Como uma palavra disseminada entre grupos que escapam ao acrônimo LGBT, trata-se de um termo desconhecido por muitas pessoas, o que, por sua vez, não impede nosso movimento interpretativo. De modo a tentar compreender como pessoas que se definem por mavambixa dão sentidos a este termo, como o apreendem e quais significados impõem a ele, analisamos algumas publicações numa plataforma digital (rede social) e estabelecemos diálogo com quatro interlocutoras sobre o assunto. O livro completo está disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39439.
Book reviews by Igor Leonardo de Santana Torres
WSQ, 2021
For some time, especially between 2015 and 2017, in Brazil, social media was the stage for discus... more For some time, especially between 2015 and 2017, in Brazil, social media was the stage for discussions on the relationships between speech, activism, and social markers: this relationship was summarized in the dispute for a concept dear to feminist, LGBT, and Black movements in Brazil, more specifically. The concept of lugar de fala 2 gained centrality in the militant and academic universe, but its meaning was marked by intense disputes between activists, researchers, and researcher-activists. It was not uncommon to see the famous textões 3 discussing a concept that at times tried to account for shared experiences of oppression and thus claimed a leading role, an epistemic privilege, and at other times was used as a mechanism to obstruct dialogue. This latter use was the primary reason for the proliferation of an intense debate about who is and who is not authorized to speak and about which subject. The quarrel around the concept was such that, as an effect, perhaps the most explicit of the urgency of offering a resolution to the clash, in 2018, Black philosopher and feminist Djamila Ribeiro 4 published the book O Que É Lugar de Fala (2018a). In this context, and in response to multiple questions, the book appeared. The work was very well received by some academics and activists. Among students and young activists is its largest audience of followers. Although some theorists do not consider the work to be of great academic depth, others, in turn, understand its importance in the markedly white university intellectual and bibliographic context. Her book responds not only to a need for conceptual knowledge, but also to the crisis of representation that marked the discussions about lugar de fala, since the debate, now, is being driven by a Black woman.
Cadernos de Gênero e Diversidade, 2019
Resenha do livro "11 brefs essais contre le racisme: pour une lutte systémique" (2019), organizad... more Resenha do livro "11 brefs essais contre le racisme: pour une lutte systémique" (2019), organizado por Amel Zaazaa e Christian Nadeau.
Interviews by Igor Leonardo de Santana Torres
Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, 2018
Felipe: hoje é 11 de dezembro de 2017, às 19h46min, em Salvador. Estou aqui com a Professora Dout... more Felipe: hoje é 11 de dezembro de 2017, às 19h46min, em Salvador. Estou aqui com a Professora Doutora Luma Nogueira de Andrade que veio para a reunião do Laboratório Interdisciplinar de Políticas LGBT (LABI), coordenado pelo grupo de pesquisa Diadorim/UNEB. Aproveitando sua vinda, faremos essa primeira entrevista para a Revista Brasileira de Estudos da Homocultura (RABEH). Boa noite, Luma! Luma: boa noite. Felipe: queria que você começasse falando um pouco da sua trajetória e também da sua época na escola. Luma: Sou filha de agricultores analfabetos, pai e mãe, que vêm do interior do estado do Ceará, onde, na verdade, não tinham oportunidades e também não viam a educação como uma forma de superação das dificuldades as quais vivenciávamos. Com o passar do tempo, minha mãe se apropriou mais de informações, e me incentivou os estudos. Aí, eu passei a frequentar a escola. Felipe: com quantos anos? Luma: não me recordo ao certo com qual idade comecei a frequentar a escola. E sempre fui muito feminina, tinha um cabelinho grande, e era muito confundida com uma menina. Inclusive, na rua, quando estava com meus pais, isso causava muito constrangimento; principalmente para meu pai porque as pessoas diziam "é essa sua filha, essa sua meninazinha?". Pra ele essas situações eram bastante constrangedoras, e isso também me rendia algumas indagações em casa, algumas tentativas de mudança de postura, através de ações violentas. A escola chegou como uma linha de fuga. Na verdade, eu começo a me dedicar mais aos estudos e me afastar das brincadeiras, porque tinha momentos em que a brincadeira era muito difícil, por conta de que eu gostava de brincar com as meninas, pois me identificava com elas. Eu não gostava das brincadeiras dos meninos, eu as achava violentas. Não estou querendo tratar como algo essencialista. Eu não estou querendo que se pense dessa forma. Mas, na verdade, eu me aproximava mais dessa subjetividade que existia nas meninas, que não produziam tanta violência nas
Cadernos de Gênero e Diversidade, 2017
Thesis by Igor Leonardo de Santana Torres
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2023
As séries boys love (BL) (amor de garotos, em português) são um gênero de produções audiovisuais ... more As séries boys love (BL) (amor de garotos, em português) são um gênero de produções audiovisuais asiáticas focadas na representação de relações homoeróticas masculinas, muito diferente das abordagens ocidentais de obras audiovisuais dentro dessa temática. A Tailândia se destaca como a maior produtora desse conteúdo, mas outros países, como a Coreia do Sul, o Japão, Taiwan e as Filipinas também vêm disputando espaço nesse mercado. No Brasil, assim como em outros países do Ocidente, elas têm ganhado cada vez mais notoriedade, destacando-se como um novo produto de exportação asiático, que pode alcançar o sucesso de fenômenos como o K-pop e o K-drama. De modo a entender sua circulação entre brasileiras em plataformas digitais de mídias sociais, notadamente no Twitter e no Telegram, esta pesquisa busca responder a seguinte questão: quais relações estão implicadas na experiência de consumo de séries boys love pelo fandom brasileiro? Para tanto, tomei, como meio técnico para a condução da investigação, a observação participante sistemática e individual em ambientes de imersão digital. Como resultado, observei que há embates afetivos, políticos e morais ora explícitos, ora implícitos na experiência de consumo de fãs brasileiras, muitos dos quais são influenciados tanto por uma recepção mediada por fatores políticos e socioculturais locais quanto por elementos idiossincráticos.
Universidade Federal da Bahia, 2020
Esta pesquisa etnográfica objetiva uma análise do movimento LGBTQ de Montreal no que toca às tens... more Esta pesquisa etnográfica objetiva uma análise do movimento LGBTQ de Montreal no que toca às tensões entre atores, atrizes e grupos internos e/ou externos a esse movimento, buscando comparar essas relações de poder com o cenário brasileiro do movimento LGBTQ local. Abordado desde uma perspectiva comparativa, o conflito foi objeto do trabalho que teve como campo duas instituições LGBTQ em Montreal e uma em Salvador, mas também todos os espaços LGBTQ frequentados, incluindo-se aqui, também, incursões nas redes sociais. Observamos que essas duas matrizes de ação política apresentam demandas que, compartilhadas, ganham status transnacional, comunalidades em termos de crítica e estratégias políticas. Isso reforça a ideia de uma conexão entre lutas de um mesmo grupo cujos atores e atrizes são marcados por interseções compartilhadas, ainda que em espaços geográficos díspares.
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