Papers by Ana Luíza D B Drummond
Este trabalho faz uma analise de “Os amigos dos amigos”, de Henry James, procurando perceber como... more Este trabalho faz uma analise de “Os amigos dos amigos”, de Henry James, procurando perceber como se configuram o “fantastico” e o “amor romântico” nesse conto. Para isso, as discussoes sobre o “duplo” e sobre as ambiguidades jamesianas integram este trabalho ao darem sustento a argumentacao. Utilizamos a teoria de Remo Ceserani em O fantastico para a abordagem do modo fantastico e as consideracoes de Jorge Luis Borges, Otto Maria Capeaux, Italo Calvino e Wayne C. Booth sobre algumas as particularidades de Henry James presentes nesse conto.
Partindo do mito de Medusa às discussões propostas por Sigmund
Freud em “Das Unheimliche” (1919),... more Partindo do mito de Medusa às discussões propostas por Sigmund
Freud em “Das Unheimliche” (1919), este trabalho procura
destacar a unheimlich na angústia ligada à figura da autômata.
Assim, ele desperta a atenção para um tema pouco trabalhado ou
mesmo ignorado pela crítica literária, especialmente aquela que
se debruça sobre o tema do duplo no romance moderno, ao exibir
a complexa rede de desejos e frustrações que ligará o duplo à
autômata, em diversas obras modernas, num núcleo único, mortal
e inquietantemente infamiliar.
Palavras-chave: Autômata, Duplo, Unheimlich, Apagamento
feminino, Reprodução da vida.
Este trabalho se propoe a estudar o romance epistolar Dormir al sol, de Adolfo Bioy Casares, que ... more Este trabalho se propoe a estudar o romance epistolar Dormir al sol, de Adolfo Bioy Casares, que tem como trama central a ambiguidade acerca da possivel metamorfose de personagens atraves de ato medico. Em nosso estudo, fizemos uso de teorias sobre a modernizacao e sobre a utopia, com vistas ao entendimento de aspectos que sao marcantes no romance. A paranoia, ao fim da analise, surge como uma possibilidade de leitura do romance, que, no entanto, nao se esgota nela. Nesse sentido, esta pesquisa se propos a entender a capacidade que o romance Dormir al sol tem de causar estranhamento frente aos processos de modernizacao que se inseriram na mente e no corpo dos sujeitos, com fins de normatizacao das relacoes sociais, em algum momento do seculo XX, entranhando-se na vida cotidiana e modificando e fragmentando tudo o que ate entao havia de solido. Assim, concluimos que Dormir al sol pertence ao rol das narrativas de Bioy Casares que trazem a tona a presenca inquietante de antagonismos n...
Este ensaio procurou fazer uma leitura do romance Respiração artificial, de Ricardo Piglia, busca... more Este ensaio procurou fazer uma leitura do romance Respiração artificial, de Ricardo Piglia, buscando perceber nele indicações de uma crítica à modernidade e à pós-modernidade. Nesse sentido, utilizamos os estudos de Harvey (2012) e Jameson (1997) como apoio à leitura e ao entendimento crítico da modernidade e da pós-modernidade.
ALEA - Estudos Neolatinos, 2021
A tensão entre a Muttersprache (língua materna) e a Mördersprache (língua dos assassinos) no inte... more A tensão entre a Muttersprache (língua materna) e a Mördersprache (língua dos assassinos) no interior da língua alemã confere forma à poesia de Paul Celan. Como, então, é possível trapacear a língua em meio à tensão insolúvel desse campo, no qual a memória afetiva não pode ser restaurada sem a prenhez da morte? Essa é uma questão
abordada no artigo, que ainda procura apreender como a negatividade da barbárie reduz a linguagem e qualquer possibilidade de intercâmbio entre as línguas a um balbucio que demarca a língua em direção às suas cicatrizes e dores irreparáveis, uma vez que a herança linguística originada do seio materno também suporta a tradição que germina a barbárie.
The tension between Muttersprache (mother tongue) and Mördersprache (murderers’ language) within the German language shapes Paul Celan’s poetry. How, then, is it possible to cheat
language amid the unresolved tension of this realm, in which affective memory cannot be restored without the gestation of death? This is a question addressed in the article, which also seeks to discern how the negativity of barbarism reduces language and any possibility
of interchange between languages to a babbling that delineates language in the direction of its scars and irreparable pains, as the linguistic heritage originated in the mother’s womb also sustain the tradition in which barbarism sprouts.
A partir dos contos “As irmãs Vane”, de Nabokov, e “Os amigos dos amigos”, de Henry James, este t... more A partir dos contos “As irmãs Vane”, de Nabokov, e “Os amigos dos amigos”, de Henry James, este trabalho faz uma análise do papel do autor, do narrador e do leitor em situações narrativas em que o narrador-personagem não é digno da confiança do leitor. Para isso, utilizamos como arcabouço teórico o estudo de Booth sobre o narrador fidedigno.
Utilizamos, ainda, a teoria de Ceserani como suporte ao entendimento do modo fantástico, ao qual ambos os contos pertencem. As leituras de Calvino, do conto de James, e de Bloom, do conto de Nabokov, fazem parte da bibliografia crítica e nos permitem comparar os dois contos e perceber neles configurações muito próximas, sempre ligadas às
instâncias autor/narrador/leitor.
Este trabalho realiza um levantamento básico sobre as discussões
que envolvem as fronteiras entre... more Este trabalho realiza um levantamento básico sobre as discussões
que envolvem as fronteiras entre realidade e ficção e se estica
para pensar também essa fronteira em seu alongamento até a utopia.
Iniciamos por Adorno para discutir com Costa Lima, Jeremy Bentham,
Hans Vaihinger e Wolfgang Iser os conceitos de realidade e ficção,
além da ideia de imaginário deste último. A partir deles, chegamos a
Victor Chklóvski, Fredric Jameson e Marilena Chauí para expor como
a barreira criada entre a realidade e a ficção atinge também a utopia.
Nosso intuito aqui é expor essa discussão e fazer alguns levantamentos
para pensar, futuramente, como e por que a crítica de arte, durante
boa parte do século passado e do século XIX, empenhou-se em separar
com barreiras bastante expressivas a realidade da ficção e da
utopia.
Este estudo define-se como uma análise de contos fantásticos do século XIX, quais sejam, “A noite... more Este estudo define-se como uma análise de contos fantásticos do século XIX, quais sejam, “A noite”, de Maupassant, “O elixir da longa vida”, de Balzac, “O coração denunciador”, de Poe, “É de confundir!”, de Villiers de l’Isle-Adam e “Os amigos dos amigos”, de Henry James, todos extraídos da antologia Contos fantásticos do século XIX, de Italo Calvino. As exceções estão constituídas por “Horla”, de Maupassant, pelas referências à obra de Robbe-Grillet e pelo conto “As irmãs Vane”, de Nabokov, incluídos na medida em que participam das considerações individuais e comparativas com vistas à discussão das teorias sobre o modo fantástico e a inclusão do fantástico do século XX. Nesse sentido, elaboramos tanto uma análise individual dos contos, procurando perceber como – e se – o conto possui características que o definem como fantástico de acordo com os estudos utilizados, quanto uma comparação entre os contos que nos permitisse discutir as abordagens mais reconhecidas sobre o fantástico, especialmente a de Remo Ceserani em O fantástico. Como aporte decisivo às análises das narrativas, utilizamos o Discurso da Narrativa, de Gérard Genette, já que abrange procedimentos e categorias universais da narrativa. É preciso acrescentar que os precisos comentários de Calvino nas notas introdutórias nos forneceram a possibilidade de desdobrá-los em nossas análises.
(Apresentado no Congresso Fantasia, IFAC-UFOP)
Este trabalho faz uma análise de “Os amigos dos amigos”, de Henry James, procurando perceber como... more Este trabalho faz uma análise de “Os amigos dos amigos”, de Henry James, procurando perceber como se configuram o “fantástico” e o “amor romântico” nesse conto. Para isso, as discussões sobre o “duplo” e sobre as ambiguidades jamesianas integram este trabalho ao darem sustento à
argumentação. Utilizamos a teoria de Remo Ceserani em O fantástico para a abordagem do modo fantástico e as considerações de Jorge Luis Borges, Otto Maria Capeaux, Italo Calvino e Wayne C. Booth sobre algumas as particularidades de Henry James presentes nesse conto.
Especial Entrevista Opinião Cartas Contato RSS Feed Mobile UMA LEITURA INSOLENTE DE "EM MEMÓRIA D... more Especial Entrevista Opinião Cartas Contato RSS Feed Mobile UMA LEITURA INSOLENTE DE "EM MEMÓRIA DE PAULINA" -Ana Luíza Duarte de Brito Drummond ( nota 1)
RESUMO: Este trabalho analisa aspectos do fantástico no conto "É de confundir!", de Auguste Villi... more RESUMO: Este trabalho analisa aspectos do fantástico no conto "É de confundir!", de Auguste Villiers de l'Isle-Adam, e sua relação com o escritor contemporâneo Alain Robbe-Grillet. Para isso, trabalhamos com a ideia de que em Villiers o modo fantástico é constituído principalmente por aspectos linguísticos, entre os quais se destacam o procedimento de repetição -que reaparecerá em Robbe-Grillet com características semelhantes -e o procedimento de singularização. Utilizamos como arcabouço teórico os estudos de Remo Ceserani, Viktor Chklovski, Sigmund Freud e Gérard Genette com o intuito de apresentar que tanto em Villiers quanto em Robbe-Grillet o efeito fantástico está diretamente relacionado ao procedimento de repetição, o que torna, em ambos os escritores, o elemento fantástico quase puramente linguístico.
Este ensaio procurou fazer uma leitura do romance Respiração artificial, de Ricardo Piglia, busca... more Este ensaio procurou fazer uma leitura do romance Respiração artificial, de Ricardo Piglia, buscando perceber nele indicações de uma crítica à modernidade e à pós-modernidade. Nesse sentido, utilizamos os estudos de Harvey (2012) e Jameson (1997) como apoio à leitura e ao entendimento crítico da modernidade e da pós-modernidade.
Resumo: Este trabalho faz uma breve análise do romance Venenos de Deus, Remédios do Diabo, do esc... more Resumo: Este trabalho faz uma breve análise do romance Venenos de Deus, Remédios do Diabo, do escritor moçambicano Mia Couto, com foco especial no personagem Bartolomeu Sozinho. O trabalho analisa ainda alguns aspectos literários que são frequentes na literatura de Mia Couto. Palavras-chave: Mia Couto. Fantástico. Ficção moçambicana contemporânea. Mia Couto abre as cortinas de seu Venenos de Deus, Remédios do Diabo com uma epígrafe de Mário Quintana que diz o seguinte: "A imaginação é a memória que enlouqueceu". Melhor apresentação para o que estaria nos esperando no palco de Vila Cacimba, certamente não haveria. Toda a trama do romance de Mia Couto envolve, especialmente, quatro personagens principais, que são: Dona Munda, Bartolomeu Sozinho, Sidónio 1 Rosa e Deolinda. Somos levados pelo narrador a percorrer uma trama juntamente com Sidónio Rosa, um português que abandona Lisboa, sua terra natal, e vai para Vila Cacimba, em Moçambique, em busca de Deolinda, com quem teve um relacionamento rápido -porém intenso -, em Portugal. Em Vila Cacimba, Sidónio Rosa torna-se voluntário de um posto de saúde da cidade (que sofre com uma epidemia) e frequentador da casa dos supostos pais de Deolinda: Dona Munda e Bartolomeu Sozinho. Nesse artigo, colocaremos em foco o personagem Bartolomeu Sozinho, mas, para tal, será necessário destacarmos, primeiramente, algumas características marcantes desse romance. De início, é importante ressaltar o caráter não maniqueísta de Venenos de Deus, Remédios do Diabo e, na verdade, dos romances de Mia Couto em geral. Nesse sentido, podemos começar destacando o título do livro, que propõe uma inversão de nossa
Drafts by Ana Luíza D B Drummond
MAPEAMENTO, ou seja, uma representação ferozmente reduzida de partes do "Discurso da Narrativa" c... more MAPEAMENTO, ou seja, uma representação ferozmente reduzida de partes do "Discurso da Narrativa" com o fim único de facilitar o retorno à obra através de temas, conceitos, autores citados, perspectivas crítico-teóricas etc. Não tem função de resumo, resenha, análise ou qualquer gênero similar.
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Papers by Ana Luíza D B Drummond
Freud em “Das Unheimliche” (1919), este trabalho procura
destacar a unheimlich na angústia ligada à figura da autômata.
Assim, ele desperta a atenção para um tema pouco trabalhado ou
mesmo ignorado pela crítica literária, especialmente aquela que
se debruça sobre o tema do duplo no romance moderno, ao exibir
a complexa rede de desejos e frustrações que ligará o duplo à
autômata, em diversas obras modernas, num núcleo único, mortal
e inquietantemente infamiliar.
Palavras-chave: Autômata, Duplo, Unheimlich, Apagamento
feminino, Reprodução da vida.
abordada no artigo, que ainda procura apreender como a negatividade da barbárie reduz a linguagem e qualquer possibilidade de intercâmbio entre as línguas a um balbucio que demarca a língua em direção às suas cicatrizes e dores irreparáveis, uma vez que a herança linguística originada do seio materno também suporta a tradição que germina a barbárie.
The tension between Muttersprache (mother tongue) and Mördersprache (murderers’ language) within the German language shapes Paul Celan’s poetry. How, then, is it possible to cheat
language amid the unresolved tension of this realm, in which affective memory cannot be restored without the gestation of death? This is a question addressed in the article, which also seeks to discern how the negativity of barbarism reduces language and any possibility
of interchange between languages to a babbling that delineates language in the direction of its scars and irreparable pains, as the linguistic heritage originated in the mother’s womb also sustain the tradition in which barbarism sprouts.
Utilizamos, ainda, a teoria de Ceserani como suporte ao entendimento do modo fantástico, ao qual ambos os contos pertencem. As leituras de Calvino, do conto de James, e de Bloom, do conto de Nabokov, fazem parte da bibliografia crítica e nos permitem comparar os dois contos e perceber neles configurações muito próximas, sempre ligadas às
instâncias autor/narrador/leitor.
que envolvem as fronteiras entre realidade e ficção e se estica
para pensar também essa fronteira em seu alongamento até a utopia.
Iniciamos por Adorno para discutir com Costa Lima, Jeremy Bentham,
Hans Vaihinger e Wolfgang Iser os conceitos de realidade e ficção,
além da ideia de imaginário deste último. A partir deles, chegamos a
Victor Chklóvski, Fredric Jameson e Marilena Chauí para expor como
a barreira criada entre a realidade e a ficção atinge também a utopia.
Nosso intuito aqui é expor essa discussão e fazer alguns levantamentos
para pensar, futuramente, como e por que a crítica de arte, durante
boa parte do século passado e do século XIX, empenhou-se em separar
com barreiras bastante expressivas a realidade da ficção e da
utopia.
argumentação. Utilizamos a teoria de Remo Ceserani em O fantástico para a abordagem do modo fantástico e as considerações de Jorge Luis Borges, Otto Maria Capeaux, Italo Calvino e Wayne C. Booth sobre algumas as particularidades de Henry James presentes nesse conto.
Drafts by Ana Luíza D B Drummond
Freud em “Das Unheimliche” (1919), este trabalho procura
destacar a unheimlich na angústia ligada à figura da autômata.
Assim, ele desperta a atenção para um tema pouco trabalhado ou
mesmo ignorado pela crítica literária, especialmente aquela que
se debruça sobre o tema do duplo no romance moderno, ao exibir
a complexa rede de desejos e frustrações que ligará o duplo à
autômata, em diversas obras modernas, num núcleo único, mortal
e inquietantemente infamiliar.
Palavras-chave: Autômata, Duplo, Unheimlich, Apagamento
feminino, Reprodução da vida.
abordada no artigo, que ainda procura apreender como a negatividade da barbárie reduz a linguagem e qualquer possibilidade de intercâmbio entre as línguas a um balbucio que demarca a língua em direção às suas cicatrizes e dores irreparáveis, uma vez que a herança linguística originada do seio materno também suporta a tradição que germina a barbárie.
The tension between Muttersprache (mother tongue) and Mördersprache (murderers’ language) within the German language shapes Paul Celan’s poetry. How, then, is it possible to cheat
language amid the unresolved tension of this realm, in which affective memory cannot be restored without the gestation of death? This is a question addressed in the article, which also seeks to discern how the negativity of barbarism reduces language and any possibility
of interchange between languages to a babbling that delineates language in the direction of its scars and irreparable pains, as the linguistic heritage originated in the mother’s womb also sustain the tradition in which barbarism sprouts.
Utilizamos, ainda, a teoria de Ceserani como suporte ao entendimento do modo fantástico, ao qual ambos os contos pertencem. As leituras de Calvino, do conto de James, e de Bloom, do conto de Nabokov, fazem parte da bibliografia crítica e nos permitem comparar os dois contos e perceber neles configurações muito próximas, sempre ligadas às
instâncias autor/narrador/leitor.
que envolvem as fronteiras entre realidade e ficção e se estica
para pensar também essa fronteira em seu alongamento até a utopia.
Iniciamos por Adorno para discutir com Costa Lima, Jeremy Bentham,
Hans Vaihinger e Wolfgang Iser os conceitos de realidade e ficção,
além da ideia de imaginário deste último. A partir deles, chegamos a
Victor Chklóvski, Fredric Jameson e Marilena Chauí para expor como
a barreira criada entre a realidade e a ficção atinge também a utopia.
Nosso intuito aqui é expor essa discussão e fazer alguns levantamentos
para pensar, futuramente, como e por que a crítica de arte, durante
boa parte do século passado e do século XIX, empenhou-se em separar
com barreiras bastante expressivas a realidade da ficção e da
utopia.
argumentação. Utilizamos a teoria de Remo Ceserani em O fantástico para a abordagem do modo fantástico e as considerações de Jorge Luis Borges, Otto Maria Capeaux, Italo Calvino e Wayne C. Booth sobre algumas as particularidades de Henry James presentes nesse conto.