Sete mil apoiantes terão sido quantos Marine Le Pen conseguiu arregimentar para um comício parisiense com sabor a flop. Em contraponto foram muitos os milhares que, por todo o mundo, saíram à rua contra Trump e Musk na sequência do que vem sucedendo nestas últimas semanas em Telavive, em Istambul, ou em Buenos Aires, contra outros títeres da extrema-direita. O que justifica a expetativa de estarmos perante o refluxo de uma maré-cheia reacionária confrontada com o abandono de quem se iludiu com as suas mentiras e mistificações.
E, mesmo a direita tradicional começa a sentir-se instável na convicção de se ver num “fim da História” ao estilo Fukuyama em que as esquerdas a quase nada se reduziriam.
Basta ver como, entre nós, reagiram os Castros Almeidas, os Nunos Melos e os Montenegros à apresentação do programa do Partido Socialista.
De repente nem as sondagens mais “trabalhadas” lhes dão ânimo: o pesadelo de um pote novamente inacessível volta a tornar-se tão pertinente quanto o foi a realidade subsequente à noite em que Jerónimo de Sousa veio dizer ao país, que o Partido Socialista só não seria governo se não quisesse. E, como se viu, António Costa veio a querê-lo. Mesmo que, para nosso desgosto, se tenha enleado na inconsequência de não potenciar tudo quanto significou a dita geringonça...