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Segundo debate – “Tradicionalismo x Behaviorismo” ou Abordagens Clássicas x Abordagens Científicas

2021

PECEQUILO, Cristina. Teoria das Relações Internacionais: o mapa do caminho – estudo e prática. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016. Segundo debate – “Tradicionalismo x Behaviorismo” ou Abordagens Clássicas x Abordagens Científicas O Segundo debate questiona ambas as teorias, idealismo e realismo, e contrapõe suas práticas metodológicas definidas como “clássicas” e “tradicionalistas” às escolas de estudo “behavioristas” e “cientificistas”. Neste sentido, a nomenclatura para se referir ao segundo debate pode ser encontrada na literatura em duas formas mais comuns: “Tradicionalismo x Behaviorismo” ou “Abordagens Clássicas x Abordagens Científicas”. Partindo de uma visão bastante genérica sobre teoria e método, pode-se trazer como primeira constatação de que existiriam, grosso modo, duas opções: a das Ciências Humanas e Sociais, caracterizada pela reflexão subjetiva e qualitativa, que parte do pressuposto de que existe uma interdependência entre o sujeito e o objeto de estudo; e a das Ciências Exatas e Biológicas, sustentada na comprovação científica quantitativa, que pode levar à síntese de modelos, na qual prevalece uma isenção e distanciamento do sujeito diante de seu objeto de estudo. Comparativamente, a segunda opção é classificada como detendo maior rigor científico e precisão, à medida que só trabalha com aquilo que pode ser provado, constatado e medido. Segundo os defensores desta corrente, ao seguir este padrão “científico”, associada à comprovação dos resultados por meio de modelos, experiências e coleta de dados, as Relações Internacionais podem ser definidas como ciência. Esta perspectiva é defendida por analistas como David Singer e Morton Kaplan. A busca deste “rigor científico” insere-se nas preocupações positivistas, de que a ciência deve se focar na observação sistemática e na coleta de dados, procurando identificar regularidades. O auge desse debate ocorre nos anos 1950 e 1960, mas suas premissas e os defensores de ambas continuam exprimindo as mesmas preocupações até os dias de hoje. Pode-se indicar que a procura por modelos quantitativos para explicar as Relações Internacionais teve um renascimento no século XXI, reagindo à consolidação de novas teorias interpretativas como o construtivismo, o feminismo e o pós colonialismo. Prevalece o choque entre essas visões metodológicas as quais se agregam novos debates contemporâneos, o terceiro debate interparadigmático e, talvez, um quarto debate.