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2011, Cena Em Movimento
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RESUMO: O espectador foi visto como uma figura passiva dentro da teoria teatral por muito tempo. No entanto, diversas teorias demonstram que a capacidade perceptiva não é puramente recepção, mas também atividade. A encenação, enquanto escritura da cena, é um texto aberto à multiplicidade de interpretações, que dependem mais da criatividade do que de uma compreensão racional. Para ler um obra de teatro é necessária uma interpretação criativa, uma desleitura, no sentido do crítico americano Harold Bloom. Somente com um desvio criativo pode o espectador enfrentar as obras do teatro pós-moderno e contemporâneo.
Urdimento, 2018
Eu chamei esta conversa de O espectador emancipado. A meu ver, um título é sempre um desafio. Ele apresenta o pressuposto de que uma expressão faz sentido, de que há uma conexão entre termos separados, o que também significa entre conceitos, problemas e teorias que à primeira vista não parecem ter qualquer relação direta entre si. De um modo, este título expressa o quanto fiquei perplexo quando Mårten Spångberg me convidou para dar a palestra que deve ser a "linha diretriz" desta escola. Ele disse que queria que eu iniciasse esta reflexão coletiva sobre "a condição do espectador" porque ele ficara impressionado com o meu livro O mestre ignorante (Le Mâitre ignorant (1987). Eu comecei a me perguntar que conexão poderia haver entre a causa e o efeito. Esta é uma escola que reúne pessoas envolvidas no mundo da arte, do teatro e da performance para pensar a questão da condição do espectador hoje Reflexão sobre as implicações do teatro contemporâneo, a partir das funções do espectador. Diante da vigência da "sociedade do espetáculo", é desejável que a arte crítica introduza renovados mecanismos de partilha do sensível, promova a horizontalidade das relações, a redistribuição dos lugares comuns e reinstale no espectador o prazer do aprendizado.
2008
Este texto foi elaborado como um dos trabalhos da disciplina “O espetaculo como obra de arte” ministrada pelo Professor Doutor Jose Luiz Rinaldi dentro do PPGT da Uni-Rio e tem como objetivo investigar as relacoes entre o espetaculo e o espectador a partir de alguns conceitos levantados por Martin Heidegger em seu livro “A origem da obra de arte”. Estes conceitos foram pensados em relacao a dinâmica do espetaculo teatral, questoes como tempo, essencia e verdade, fundamentais na obra de Heidegger, fazem parte deste exercicio especulativo que lanca um olhar sobre a cena no sentido ultimo da arte.
Sala Preta, 2008
N O O O O O espectador no teatr espectador no teatr espectador no teatr espectador no teatr espectador no teatro de não-ficção o de não-ficção o de não-ficção o de não-ficção o de não-ficção M M M M M arcelo Soler Marcelo Soler é professor da Faculdade Paulista de Artes. 1 Termo utilizado na linguagem audiovisual para designar a produção que possui um formato característico e um tipo de comprometimento com a realidade diferente da produção ficcional. Documentários, reportagens jornalísticas, propagandas institucionais, filmes científicos recebem essa denominação. "Uma peça não nasce no palco, não acontece apenas no palco, mas entre o palco e a platéia" (Heiner Müller).
Significação: Revista de Cultura Audiovisual, 2020
Com base na análise das formas cinematográficas de reconstituição da história em Serras da desordem, Corumbiara e Taego Ãwa, identifico a importância da figura dos espectadores indígenas para a compreensão das imagens que os filmes criam e mobilizam. Argumento que o contracampo efetivo, virtual ou espectral dos espectadores indígenas constitui uma figura discursiva operante nos filmes e nas relações que estabelecem com o arquivo da história. A figura do espectador selvagem desencadeia o que denomino montagem anarquívica, perturbando o ordenamento do arquivo histórico produzido pela violência do genocídio e insinuando possibilidades de criação de um mundo comum.
Significação: Revista de Cultura Audiovisual, 2004
O saber do espectador e o saber do telespectador* *Texto traduzido do francês por Reto Melchior. FRANÇOIS JosT Centre d' étude des images et des sons médiatiques/Sorbonne Nouvelle Resumo O artigo discute questões básicas de narratologia, a partir de uma crítica a posições defendidas por Gérard Genette, mostrando que tal concepção não se ajusta bem aos textos visuais do cinema e da televisão. Começa por estabelecer uma distinção entre ver e saber, imbricadas nas relações narratológicas, que os teóricos desta disciplina costumam utilizar indiferentemente. Convoca, para ilustrar sua proposta, um exemplo heurístico, o atentado de 11 de setembro perpetrado contra o World Trade Center. Mostra, então, que o ver não pode deixar de prescindir do saber-as imagens do atentado, por si mesmas, não são reconhecidas enquanto o telespectador não consegue estabelecer um laço entre elas e uma dimensão do mundo que, em TV, aparece vinculada ao real ou ao fictício ou ao lúdico. A partir da análise do evento, revela que as imagens só podem ser aceitas como violentas quando perpassam pela somatização humana.
“Entre 2015 e 2016, dediquei o meu tempo e a minha atenção ao estudo de umas poucas obras da coleção permanente do museu e centro de arte Reina Sofia, em Madrid, Espanha. O resultado foi uma série de observações, quiçá não sempre verdadeiras, mas sempre, sim, honestas, nas quais se misturam, sem ordem nem precedência, questões que guardam relação como o poder das imagens e o exercício do olhar, a intrínseca singularidade do visível e o comum da sua inteleção, o tempo da arte e o espaço do museu - e, em última instância, com a vivência de tudo isso como espectador.” Em “O que vi”, a ficção e a crítica, a narrativa e o ensaio confundem-se numa escrita intensa e pessoal que, através das histórias que conta, da muito que pensar. Em verdade, sob a forma do diário de um espectador comum, neste romance inquietante a verdadeira personagem é o leitor.
Revista Brasileira de Estudos da Presença, 2013
RESUMO O texto trata das reflexões de um antropólogo que seguiu durante anos a atividade performativa de Thomas Richards, que dá prosseguimento à pesquisa de Jerzy Grotowski sobre a Arte como veículo. Não se entra no mérito das técnicas e dos métodos de trabalho, mas se levanta os efeitos, ou ainda, os reflexos de uma série de obras que não são concebidas como espetáculos destinados ao público, mas como desfechos progressivos e parciais de um trabalho baseado na união indissolúvel entre ação e visão no corpo do performer e no campo de sua cena autônoma. O que vê e sente e como o espectador pode sentir-se envolvido? Que forma de contato ou de contágio pode-se verificar frente a uma cena que não se oferece como espetáculo? E, no curso dos sucessivos ensaios dessa arte como veículo, como e quanto mudou o papel e o modo de ser do espectador-hóspede de uma ação interior, que não se abre para quem olha, mas se consuma na verticalidade do ato e do canto do Performer?
OUVIROUVER
Uberlândia v. 10 n. 1 p. 132-140 jan.|jun. 2014 n RESUMO Este trabalho objetiva apresentar uma reflexão sobre os processos estéticos do encenador Gerald Thomas. O texto aponta a concepção de Thomas para a criação cênica a partir de fragmentos textuais e da intertextualidade, aglutinando/justapondo elementos da cena com a narrativa. A reflexão identifica o papel do espectador como um sujeito desestabilizado pela encenação.
Revista Farol, 10(12), p. 57–62. doi: 10.47456/rf.v1i12.11264., 2014
Resumo: Este artigo elabora conteúdo sobre o tema da incorporação dos espectadores de arte que se tornam performers. Tratam-se de artistas contemporâneos que incluem os visitantes no espaço expositivo, através do uso da fotografia. Ao fazer o registro do ato de observar obras de arte, os artistas usam variados formatos de percepção dos visitantes. Além disso, realiza-se uma tentativa de organizar conceitualmente essa estratégia artística na qual se pode observar confrontos entre diferentes modelos de performances nas instituições de arte e seus aspectos sociais e temporais, bem como questões que envolvem relações de gênero e voyeurismo. Palavras chave: Incorporação, performance, visitação Astract: This article approaches the topic of incorporating the art viewers who become performers. The article explores contemporary artists that include visitors in the exhibition space through the use of photography. When registering the act of observing works of art, these artists use various formats of visitors perception. In addition, one tries to organize conceptually this artistic strategy in which one can observe clashes between different models of performance in art institutions and their social and temporal aspects as well as issues involving gender and voyeurism Key Words: Incorporation, performance, visitation
Como já foi comentado, o ato de observar é entendido comumente como um ato passivo. Dificilmente as pessoas consideram sua capacidade de ver como uma ação complexa e ativa. O sociólogo Edgar Morin narra um fato muito interessante em seu livro "Para sair do século XX" que diz respeito a isso:
"Há alguns meses, ao dirigir-me à Maison des sciences de l'homme, preparava-me para atravessar a rua d 'Assas, no cruzamento Raspail/ Cherche-Midi/ Assas, quando vi (MORIN, 1986, pg 21.) No momento em que enxergou o choque sua racionalização interpretou que o objeto menor deve ter sido agredido pelo maior, provavelmente por questões ideológicas pertencentes a ele mesmo. Morin demonstra neste pequeno exemplo que a percepção contem algo de alucinatório, que não é um apreender direto e perfeito de um objeto, como afirmavam filosofias antigas 2 . O que o pensador francês demonstra não é estranho a uma série de outros cientistas e filósofos, muitas vezes divergentes entre si, mas que de maneira similar desconfiaram da existência de uma percepção objetiva, tais como G. W. F. Hegel, William James, Martin Heidegger, Jean Piaget, Wolfgang Köhler, Jacques Lacan, Antônio Damásio entre tantos outros 3 . Infelizmente essa infinidade de trabalhos teóricos é muitas vezes esquecida quando se pensa na posição ocupada pelo espectador que adentra a sala de teatro.
A recepção de uma obra artística, neste caso uma obra teatral, exige a percepção do indivíduo e esta, por sua vez, configura-se com uma força ativa na produção de sentido do que é percebido. O processo comunicacional necessita de um pólo pronto para receber a mensagem enviada pelo emissor.
Esta capacidade de receber, de estar aberto para aquilo que lhe é enviado é, antes de tudo, um trabalho, pois há um dispêndio de energia através da atenção conferida. Receber é uma ação, talvez não completamente consciente, mas sem dúvida direcionada. Anne Ubersfeld já falava do trabalho do espectador como um modo de fazer:
"Há dentro deste processo que é a representação teatral, dentro desse acontecimento de múltiplos personagens, um personagem chave mesmo que não apareça em cena e pareça nada produzir: O espectador. Ele é o destinatário do discurso verbal e cênico, o receptor dentro do processo de comunicação, o rei da festa; mas ele é também o sujeito de um fazer, o artesão de uma prática que se articula perpetuamente com as práticas cênicas." (UBERSFELD, 1981, pg. 303) 4 O espetáculo é produzido para o espectador e no espectador, sem a sua presença não há produção de sentido possível. Da mesma forma, Denis Guénoun (2002)
Dentro da teoria da literatura debate-se frequentemente sobre os limites que uma leitura deve ter. Roland Barthes, apesar de ter se envolvido com a crítica estruturalista, opinou pela liberdade de leitura, talvez por influência da filosofia derridiana 6 , demonstrando sua revolução na crítica literária. Em seu artigo "Da Obra ao texto" é possível encontrar uma valorização na amplitude de leitura como prática significante. Enquanto a obra pode ser apropriada em um processo de filiação o texto apresenta liberdade de associações metonímicas sem fim:
"O texto é plural. Isso não significa apenas que tem vários sentidos, mas que realiza o próprio plural do sentido: um plural irredutível (e não apenas aceitável), o texto não é uma coexistência de sentidos, mas passagem, travessia: não pode, pois, depender de uma interpretação, ainda que liberal, mas de uma explosão, de uma disseminação." (BARTHES. 2002, pg 68) A preocupação de Barthes, neste texto, refere-se a literatura, mas isso pode ser ampliado até a percepção da cena, revelando que não há uma única resposta certa na leitura de uma obra artística. A teoria da recepção é uma abordagem teórica que exemplifica ilustrativamente a variedade de leituras que uma obra artística pode fornecer. A história da literatura realizava-se de um modo pouco interessante e já desgastado ao posicionar suas análises no aspecto do produtor literário. A estética da recepção subverteu a concepção de literatura quando viu que poderia posicionar as estruturas teóricas com foco no (BLOOM. 2001. PG. 21 ) A leitura é sempre uma desleitura, e, portanto, é sempre um engano, um erro, e, neste caso, um erro consciente (Ou pelo menos semi-consciente). As testemunhas da encenação deveriam poder adentrar a obra, colocar-se à distância, esquecê-la, lembrá-la, completá-la, questioná-la, revisála. Isto não o faria eticamente melhor, mas, sem dúvida, poderia oferecer-lhe uma expansão cognitiva. Pode-se ainda, no entanto, questionar a relevância deste tipo de visão ideal para o espectador de teatro. Em que contextos este ideal seria útil ou mesmo necessário? Qual a razão que tornaria pertinente ter um olhar ambíguo e mutante, e ainda assim arguto e crítico?
Os discursos sociais e filosóficos da atualidade tendem a defender a existência de um fenômeno comumente conhecido como pós-modernidade.
Uma condição sócio-cultural que colocou em xeque as ideologias do século XX, e que hoje estaria impregnando em larga escala os diversos setores da vida humana, tais como literatura, política, economia, e até mesmo o teatro.
Esta situação é ainda um tema polêmico sendo debatido por autores das mais diversas posições, escolas e áreas 10 . Cabe, no entanto, a possibilidade de situar algumas características que se convencionaram chamar de pósmodernas.
Ihab Hassan (1991) "(...), continuamos tateando no que diz respeito à natureza e complexidade da linguagem cênica e ao conjunto de fenômenos desencadeados junto ao espectador quando da experiência estética no plano espetacular, no sentido de fixar como funciona a competência específica do saber teatral (pois se trata de uma decodificação oscilante, todo o tempo, entre o falso e o verdadeiro)." (MOSTAÇO, 2008, pg. 68) O teatro, dito contemporâneo, precisa de um olhar com a mesma argúcia e perspicácia. Diante desta situação é que se faz urgente um novo tipo FRAGA, Daniel a identificação segura do ego em múltiplas relações. A arte é um estímulo ao imaginário do adulto que se acomoda para ver um espetáculo. Sua criatividade é convocada na liberação emocional que a obra provoca. Assim, um precisa do outro, mas, ao mesmo tempo, cada pólo mantém sua independência.
Os produtores da arte teatral não são os detentores do sentido último de suas criações. Constroem seus espetáculos na esperança que alguém na infinidade de pessoas de uma plateia seja capaz de transcender aquilo que apresentam. Este modelo de espectador não é uma categoria definitiva, mas uma formulação pragmática suscetível a todo o tipo de acidentes e de erros, exatamente porque é ela mesma uma forma de acidente, uma forma de errar, uma forma de mal-entender.
Não existem valores absolutos na estética, tanto na concepção de uma obra quanto em sua recepção. Se por um lado não se pode aceitar sentidos esdrúxulos e absurdos na recepção de obras teatrais, não se pode descrever os limites exatos até onde a percepção do homem pode ir. Por essa razão propõe-se uma luta de percepções estéticas, mentes combatendo para definir o que é mais criativo, e implicitamente lutando por sua própria prioridade e sentido. Um combate que não visa trazer elevados sentimentos morais ou a tão esperada significação do fazer artístico. O que motiva estas reflexões é exatamente a liberdade e amplitude que somente o teatro enquanto arte é capaz de proporcionar por não colocar barreiras estéreis. Oscar Wilde já dizia que toda arte é inútil. O que não significa que não seja instigante.
International Journal of Scientific and Research Publications (IJSRP), 2019
La Fine e l’Altro. La produzione apocalittica arabo-islamica nel fervore escatologico del vicino oriente tardo-antico (secoli VII-IX), 2024
Crítica Marxista, 2020
Sanat Tarihi Yıllığı- Journal of Art History, 2022
La formación artística: creadores-historiadores-espectadores, 2018
International Journal of Project Management, 2024
Cracow: International Association of Aesthetics, 2014
Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 2008
Philosophical triple jump through history
La Gazzetta del Mezzogiorno, 2020
Jurnal Filsafat - Fakultas Filsafat Universitas Gadjah Mada/Jurnal filsafat, 2024
Journal of cranio-maxillo-facial surgery : official publication of the European Association for Cranio-Maxillo-Facial Surgery, 2018
Molecular Ecology Notes, 2001
Microscopy and Microanalysis, 2016
The American Journal of Clinical Nutrition