c u a d e r n o s A

Este libro presenta una investigación interdisciplinar sobre el

debate de la globalización desde una perspectiva filosófica y
reflexiva a partir de dos hipótesis metodológicas: qué significa
pensar dentro de la globalización; y qué supone pensar la
globalización. Para ello se exploran los problemas del ser huma-
no dentro del creciente proceso de mundialización o de glo- ILOSOFÍA EN UN MUNDO GLOBAL
balización, así como algunas vías que conduzcan a posibles
alternativas y soluciones en este nuevo contexto planetario, in-
cluidos el pensamiento europeo y el hispanoamericano.
Esta obra está estructurada como una guía global en cinco sec-
ciones diferenciadas aunque interrelacionadas: Historia de fenó-
menos culturales de la globalización; Mass media, tecnologías
Ignacio AYESTARÁN
audiovisuales y cibercultura en la era de la comunicación digital- Xabier INSAUSTI
Racionalidad, conocimiento y condiciones epistémicas en la Rafael ÁGUILA (Eds.)
globalización; Sostenibilidad, ecología y gobernanza en la so-
ciedad del conocimiento global; y Derechos, utopías y políticas
para un mundo global.
El libro está dirigido principalmente a investigadores, profesores y
estudiantes en los ámbitos de las Ciencias Humanas y Sociales (es-
pecialmente en Filosofía, Psicología, Pedagogía, Sociología, Huma-
nidades, Ciencias Políticas) y, en general, a todas las personas inte-
resadas en el estudio de los fenómenos globales y mundiales
contemporáneos. Este trabajo también puede servir como referencia
para docencia e investigación en áreas como la ética o la educa-
ción para la ciudadanía y los derechos humanos en el siglo XXI.

Ignacio Agestarán, Xabier Insausti

y Rafael Aguila, profesores de la Univ. del País
Vasco (UPV/EHU), han coordinado el presente volumen.

T'r 1
kutxa
gizarte ekintza
Universidad Euskal Herriko
del País Vasco Unibertsitatea obra social

www.anthropos-editoriaI.com
Los Cuadernos A organizan y centran su ar-
gumento en el proceso social de la comuni-
cación del conocimiento en sus diversos
niveles de utilidad y verificación operativa,
tanto en el ámbito académico y universitario
como en el profesional.
Quieren establecer un nexo continuo entre
investigación, formación y ejercicio social de
la profesión, ofreciendo instrumentos y ma-
teriales adecuados para una renovación per-
manente de la información científica y cultural
en sus ámbitos conceptuales, teóricos y ex-
perienciales y asimismo sugerir nuevas lectu-
ras de los textos clásicos.
Filosofía en un mundo global
FILOSOFÍA E N U N MUNDO GLOBAL

IGNACIO ATESTARAN
XABIERINSAUSTI
RAFAEL ÁGUILA
(Eds.)

Javier Aguirre José Ignacio Galparsoro

María Albisu Aparicio ^ Luis Garagalza
Andoni Alonso Óscar González Gilmas
Belén Altuna María Jesús Maidagán Romeo
Esteban Antxustegi Igartua Julián Pacho
José Ramón Arana Xabier Palacios
Gotzon Arrizabalaga Xavier Puig Peñalosa
Francisco J. Caballero Harriet Nicanor Ursua
César Cuello Fritz Wallner

k u t x a
Universidad Euskal Herriko gizarte ekintza
del País Vasco Unibertsitatea obra social

(t IANTHROPOJ
FILOSOFÍA en un mundo global / edición de Ignacio Ayestarán, Xabier
Insausti y Rafael Águila. — Rubí (Barcelona) : Anthropos Editorial,
2008
204 p. ; 24 cm. (Cuadernos A. Temas de Innovación S o c i a l ; 28)
Prefacio*
Bibliografías
I S B N 978-84-7658-852-9

1. Globalización 2. Filosofía - s. X X I 3. Globalización y filosofía I. Ayestarán,

Ignacio, ed. n. Insausti, Xabier, ed. UJ. Águila, Rafael, ed. IV. Colección
1"20":327
339.9
H o y e n día n o s o l a m e n t e c o r r e s p o n d e e l v o c a b l o «globalización» a u n c o n c e p t o que
se e n c u e n t r a e n b o c a de t o d o s , s i n o que r e a l m e n t e e n c a r n a e l destino de l a h u m a n i d a d
e n e l siglo X X I — p a r a b i e n o p a r a m a l .
L a globalización, t a l c o m o se p r e s e n t a a c t u a l m e n t e — e s t i m u l a d a m á s b i e n p o r i n -
tereses e c o n ó m i c o s — , r e p r e s e n t a u n p e l i g r o p a r a l a h u m a n i d a d e n dos sentidos: n i v e l a
d i f e r e n c i a s c u l t u r a l e s y a u m e n t a e l a b i s m o entre p o b r e s y r i c o s .
A m b o s aspectos c o n s t i t u y e n u n m e d i o p r o p i c i o p a r a e l t e r r o r i s m o : seres h u m a n o s
q u e se e n c u e n t r a n i n s e g u r o s ante s u i d e n t i d a d c u l t u r a l , se t r a n s f o r m a n e n víctimas
fáciles y óptimas de r a d i c a l e s y s i m p l i f i c a d o s e s c l a r e c i m i e n t o s n u e v o s d e l m u n d o , q u e
a s u vez se a l i m e n t a n de l a m a t e r i a i n f l a m a b l e que s u m i n i s t r a n u n a r i q u e z a i n s e n s a t a
y u n a pobreza paralizante.
L l e g a d o s a este p u n t o se e v i d e n c i a e l p a p e l de l a filosofía. N a t u r a l m e n t e , n u e s t r a
única a r m a es l a transmisión de ideas; s i n e m b a r g o , es e l ú n i c o c a m i n o q u e n o genera
efectos colaterales (entendidos éstos c o m o l a devastación y/o e l a s o l a m i e n t o c a u s a d o s
p o r efectos s e c u n d a r i o s i n v o l u n t a r i o s ) .
P o r t o d o ello, le deseo a este l i b r o y a este p r o y e c t o éxito u n i v e r s a l .

FRITZWALLNER
Viena, 7-7-2007

Obra editada con la ayuda del Vicerrectorado del campus de Gipuzkoa

de la U P V / E H U y de la Obra Social Kutxa

Primera edición: 2008

© Ignacio Ayestarán Uriz et alii, 2008

© Anthropos Editorial, 2008
Edita: Anthropos Editorial. Rubí (Barcelona)
\v\\T.v.anthropos-editori al.com
ISBN: 978-84-7658-852-9
Depósito legal: B. 533-2008
Diseño, realización y coordinación: Anthropos Editorial
(Nariño, S.L.), Rubí. Tel.: 93 697 22 96 / Fax: 93 587 26 61
Impresión: Novagrafik. Vivaldi, 5. Monteada i Reixac

Impreso en España - Printed in Spain

Todos los derechos reservados. Esta publicación no puede ser reproducida, ni en todo ni en parte, ni registrada en, o transmitida por,
un sistema de recuperación de información, en ninguna forma ni por ningún medio, sea mecánico, fotoquimico, electrónico, magnético,
* Traducción: Jenny Olaya-Peickner.
electroóptico, por fotocopia, o cualquier otro, sin el permiso previo por escrito de la editorial.

7
Filosofía en un mundo global:
una introducción histórica y temática
para la ciudadanía del siglo X X I
Ignacio Ayestarán, Xabier Insausti y Rafael Águila

1. D a t o s y cifras p a r a u n a filosofía d e l a globalización

L a globalización s u p o n e y a u n á m b i t o de e s t u d i o p a r a l a filosofía. Sólo e n j u l i o d e l

2007, s i a l g u i e n p o n í a e n e l b u s c a d o r de G o o g l e las referencias «filosofía» y «globaliza-
c i ó n » p o d í a o b t e n e r 1.810.000 referencias. S i se r e a l i z a b a e l m i s m o p r o c e s o de búsque-
d a e n inglés, l a lingua franca de las tecnologías de l a información y c o m u n i c a c i ó n , c o n
los términos «philosophy» y «globalisation» j u n t o s conseguía 2.020.000 entradas, que
se e l e v a b a n a 2.110.000 c o n las p a l a b r a s «philosophy» y «globalization». L o s r e s u l t a -
dos l o g r a d o s e n e l m i s m o b u s c a d o r de Internet crecían h a s t a 33.000.000 c u a n d o las
referencias c o n j u n t a s e r a n «globalisation» y «globalization» — l o c u a l es s o r p r e n d e n t e
h a b i d a c u e n t a de que e l n e o l o g i s m o «globalization» apareció e n l a década de los años
sesenta d e l p a s a d o siglo d e n t r o d e l á m b i t o d e l d e r e c h o y las relaciones i n t e r n a c i o n a l e s .
A s i m i s m o h a n a p a r e c i d o l i b r o s de l e c t u r a i n t e r n a c i o n a l q u e t r a t a n l a globalización
desde l a p e r s p e c t i v a de las d i s c i p l i n a s filosóficas, b i e n desde O c c i d e n t e ( S i n g e r 2002 y
M a r r a m a o 2 0 0 3 , p o r caso, o l a g i g a n t o m a q u i a de los tres volúmenes de S l o t e r d i j k
2003, 2004 y 2006), b i e n desde e l diálogo entre O r i e n t e y O c c i d e n t e ( D e u t s c h 1991), e
i n c l u s o desde l a p r e o c u p a c i ó n crítica que s u p o n e filosóficamente l a inclusión d e l p e n -
s a m i e n t o de América L a t i n a y España e n e l p r o c e s o de l a globalización o c c i d e n t a l
( D u s s e l 1998 y 2007). T o d o ello s i n d e s p r e c i a r las múltiples a l u s i o n e s filosóficas que
a p a r e c e n e n e c o n o m i s t a s , ecólogos, s o c i ó l o g o s , h i s t o r i a d o r e s , politólogos, estrategas,
gestores, j u r i s t a s , p e r i o d i s t a s , escritores, educadores, activistas y u n sinfín de otros
analistas y científicos p r e o c u p a d o s p o r l a mundialización y l a globalización.
V a l g a c o m o expresión de l o d i c h o u n a m u e s t r a d e l P r e m i o N o b e l de E c o n o m í a e n
1998, A m a r t y a K u m a r S e n , a p a r t i r de s u l i b r o d e d i c a d o a investigar l a relación entre
i d e n t i d a d y v i o l e n c i a e n l a globalización ( S e n 2006). E n e l capítulo tercero, d o n d e
sostiene q u e es i n e l u d i b l e e l debate c o l e c t i v o e n t o r n o a estas cuestiones, m e n c i o n a e l
caso de A l e j a n d r o M a g n o , q u i e n recibió u n b u e n e j e m p l o de crítica pública c u a n d o
recorría e l N o r o e s t e de l a I n d i a a l r e d e d o r d e l año 325 antes de n u e s t r a era. L a h i s t o r i a
dice que, c u a n d o A l e j a n d r o , algo m o l e s t o , preguntó a u n g r u p o de filósofos j a m i s t a s
p o r qué n o le p r e s t a b a n atención a l c o n q u i s t a d o r m a c e d o n i o , éstos le r e s p o n d i e r o n :

Rey Alejandro, todo hombre sólo puede poseer la tierra en la que está parado. Eres sólo
humano, como el resto de nosotros, excepto que siempre estás ocupado y tramando algo,

9
 viajando tantas millas lejos de tu hogar, ¡una contrariedad para ti y para los demás! [...] v a c a r e c i b e s u d u e ñ o e u r o p e o 2 dólares d i a r i o s , m i e n t r a s q u e c a s i l a m i t a d de l a
Pronto morirás, y entonces poseerás tanta tierra como sea necesaria para enterrarte. p o b l a c i ó n v i v e c o n m e n o s de 2 dólares d i a r i o s . C o n c l u y e de u n m o d o i r ó n i c o : es
m e j o r s e r v a c a e n E u r o p a q u e u n p o b r e e n u n país e n vías de d e s a r r o l l o .
S i y a en l a é p o c a de A l e j a n d r o M a g n o e l debate de las ideas e r a p a r a l e l o a l a e x p a n - E s evidente que, tras l a caída d e l c o m u n i s m o , a h o r a l a g r a n división d e l m u n d o es
sión t e r r i t o r i a l — c o m o sugiere S e n — , ¡qué n o sucederá a h o r a que l o s p r o b l e m a s s o n entre p o b r e s y r i c o s . P a r e c e c l a r o q u e e l p r o c e s o c a m i n a h a c i a u n d i s t a n c i a m i e n t o
globales o p l a n e t a r i o s ! Así, se p u e d e a f i r m a r que e l t e m a de l a globalización h a i d o m a y o r entre a m b o s . L a r e v i s t a Forbes h a c e u n b a l a n c e de 946 m m t i m i l l o n a r i o s e n el
g a n a n d o adeptos e n los últimos años, de m o d o q u e h o y y a n a d i e se e s c a p a a s u i n f l u j o . a ñ o 2007, 153 m á s q u e e n e l año anterior. E n 1870 e l p r o d u c t o i n t e r i o r b r u t o de l o s
E s el t e m a que h o y p o l a r i z a l a atención política y mediática a todos los niveles. L a s entonces 10 países m á s ricos e r a sólo 6 veces m a y o r que e l v a l o r m e d i o de l o s 10 países
r e u n i o n e s d e l G 8 , los actos públicos d e l F o n d o M o n e t a r i o I n t e r n a c i o n a l , de l a O r g a n i - más p o b r e s . H o y es 42 veces m a y o r . L o s 65 m i l l o n e s de p e r s o n a s m á s ricas g a n a n 564
z a c i ó n M u n d i a l d e l C o m e r c i o o d e l B a n c o M u n d i a l , así c o m o las c u m b r e s de D a v o s o veces m á s q u e l o s 65 m i l l o n e s más p o b r e s , c u a n d o e n 1980 e r a n 216 veces. E l c a p i t a l i s -
de P o r t o Alegre h a n puesto de m a n i f i e s t o diversas posturas, a veces antagónicas, que m o m o d e r n o global h a aumentado el bienestar pero, a l m i s m o tiempo, h a profundiza-
c o n frecuencia d a n l u g a r a dos b l o q u e s d i f e r e n c i a d o s y enfrentados: p o r u n l a d o , los d o l a b r e c h a s o c i a l y tecnológica. A l g o v a m a l e n e l m u n d o .
líderes de los países más p o d e r o s o s d e l m u n d o , p a r a quienes l a globalización es l a E n e l m u n d o de l a e m p r e s a también se está i m p o n i e n d o u n n u e v o estilo que c o n s i s -
c o n d i c i ó n a c t u a l de l a que n o p o d e m o s escapar, c o n l a q u e t e n e m o s que c o n t a r y de l a te e n r e c o r t a r p u e s t o s de t r a b a j o , i n c l u s o e n c o r p o r a c i o n e s b i e n c o n s o l i d a d a s , s i los
q u e tenemos q u e partir, y, p o r o t r o l a d o , l o s críticos (los a l t e r m u n d i a l i s t a s o m a l l l a m a - resultados e c o n ó m i c o s o b t e n i d o s n o s o n l o s deseados. S e r e c o r t a n p o r m i l e s los p u e s -
d o s antiglobalización) que, s i n e m b a r g o , están de a c u e r d o c o n los p r i m e r o s e n que l a tos de trabajo, bajo l o s l e m a s de l a flexibilidad l a b o r a l . L a globalización t e c n o e c o n ó m i -
respuesta a l a situación a c t u a l h a de ser g l o b a l , c o o r d i n a d a , p e r o l a dirección a s e g u i r c a h a a c a r r e a d o u n a t r e m e n d a i n s e g u r i d a d e i n e s t a b i l i d a d e n l a v i d a de l a mayoría de
h a de ser o t r a q u e l a p l a n t e a d a p o r los p r i m e r o s . l o s c i u d a d a n o s trabajadores, q u e v e n a m e n a z a d a s u s e g u r i d a d m a t e r i a l , e s p e c i a l m e n t e
A m b o s bloques se h a l l a n , a s u vez, i n t e r n a m e n t e d i v i d i d o s . E n t r e los segundos, los entre sectores c o m o l a s m u j e r e s , l o s m a y o r e s de c u a r e n t a años, l o s jóvenes y ciertos
altermundialistas, u n o s s o n p a r t i d a r i o s d e l diálogo pacífico c o n los p r i m e r o s y otros ámbitos r u r a l e s . Inversores p o d e r o s o s d i c t a n l a s nuevas reglas. L a s e m p r e s a s se c o m -
defienden que c u a l q u i e r diálogo c o n ellos sólo p r o d u c e el efecto de reforzar estructuras p r a n y se v e n d e n , las p l a n t i l l a s se ajustan, l o s trabajadores p u e d e n estar contentos s i
que s o n p r e c i s a m e n t e las que i m p i d e n a v a n z a r h a c i a u n futuro mejor, más justo. L o s p u e d e n c o n t i n u a r e n s u p u e s t o de t r a b a j o . I n c l u s o e n este caso, c a d a vez les q u e d a
p r i m e r o s (los representantes políticos de los países r i c o s industrializados) n o q u i e r e n m e n o s neto.
p e r d e r sus privilegios y, p o r ello, m a n t i e n e n que es p r e c i s o c o r r e g i r los excesos, pero de E n t r e 1970 y 1985, e l P N B m u n d i a l aumentó u n 4 0 % , p e r o e l n ú m e r o de p o b r e s se
ningún m o d o r o m p e r el m a r c o general. E n s u opinión, n o habría que c a m b i a r el r u m b o , incrementó e n u n 17 % . U n o s 200 m i l l o n e s de p e r s o n a s v i e r o n entonces d i s m i n u i r sus
s i n o sólo reorientarlo. S i n e m b a r g o , e n los temas concretos difieren considerablemente. entradas entre 1 9 6 5 y l 9 8 0 . E n t r e 1980 y 1993 l a caída afectó a m á s de m i l m i l l o n e s de
D e s d e que c a y ó e l M u r o de Berlín — t r a s l a P e r e s t r o i k a y e l f i n d e l c o m u n i s m o — , l a i n d i v i d u o s , según e l P N U D . L a s d e s p r o p o r c i o n e s s o n a l a r m a n t e s . C o m o h a p u e s t o de
línea g l o b a l de c o n f l i c t o geopolítico entre E s t e y Oeste se h a c o m p l i c a d o y e x t e n d i d o m a n i f i e s t o e n r e p e t i d a s ocasiones I g n a c i o R a m o n e t , m i e n t r a s e n 1960 e l 20 % de l a
p o r los c u a t r o p u n t o s c a r d i n a l e s d e l p l a n e t a : l a r i v a l i d a d t r a d i c i o n a l entre O c c i d e n t e p o b l a c i ó n m u n d i a l , q u e vivía e n l o s países m á s ricos, t e m a u n i n g r e s o 30 veces s u p e -
( a n g l o a m e r i c a n o y europeo, p r i n c i p a l m e n t e ) y los países d e l E s t e (desde R u s i a h a s t a r i o r a l 20 % de los países m á s p o b r e s , e n 1995 ese i n g r e s o e r a 82 veces superior. A s i m i s -
todas las p o t e n c i a s asiáticas emergentes, c o n C h i n a e I n d i a a l a cabeza, s i n o l v i d a r los m o , según l a revista Forbes, m i e n t r a s e n el p l a n e t a se d a b a u n a riqueza g l o b a l de 230.000
países árabes e islámicos) se h a visto i n f l u i d a y a g r a v a d a p o r l a o p o s i c i ó n entre u n m i l l o n e s de dólares e n a l a ñ o 1998, e n e l 2007 este m o n t a n t e a s c i e n d e a 946.000 m i l l o -
N o r t e i n d u s t r i a l i z a d o y rico (el o c c i d e n t a l , básicamente) frente a u n S u r e x p l o t a d o y nes. D e ellos 415 se h a l l a n e n U S A . L e s i g u e n A l e m a n i a c o n 55 y R u s i a c o n 53. España
d e p a u p e r a d o q u e sufre l a d e u d a externa y diferentes clases de i n j u s t i c i a d i s t r i b u t i v a , tiene 20.
desde Latinoamérica h a s t a ciertas regiones asiáticas, p a s a n d o p o r África. T o d o ello s i n R o b e r t J . S h i l l e r (2000), p r o f e s o r de e c o n o m í a e n Yale, advertía y a a finales de los
o l v i d a r que d e n t r o de c a d a país s i g u e n e x i s t i e n d o distintas d i s c r i m i n a c i o n e s y des- n o v e n t a d e l crash de l o s v a l o r e s de Internet, q u e h a n s i d o los q u e h a n p o s i b i l i t a d o el
igualdades i n t r a e rntergeneracionales que a m e n a z a n l a s o s t e n i b i l i d a d e c o n ó m i c a , eco- p r o c e s o de globalización f i n a n c i e r a h a s t a a h o r a . S h i l l e r e x p l i c a e l t r e m e n d o p r o c e s o
lógica y social. que h a n s u p u e s t o las tecnologías de l a información, p e r o también e l t r e m e n d o des-
E l m u n d o se h a c o n v e r t i d o e n u n i n m e n s o l a b o r a t o r i o i n d u s t r i a l y e n u n g r a n e q u i l i b r i o q u e h a n traído. Según él, n o existe e n las c i e n c i a s e c o n ó m i c a s n i n g u n a teo-
m e r c a d o d o n d e se h a n a m a s a d o f o r t u n a s i n g e n t e s y e l n i v e l de v i d a h a s u b i d o , p e r o ría que d i g a que, de u n m o d o general, las nuevas tecnologías r e d u z c a n l a d e s i g u a l d a d .
n o p a r a t o d o s . A l g u n o s h a n g a n a d o m u c h o , p e r o otros m u c h o s h a n p e r d i d o algo. L a s cosas p u e d e n i r a m e j o r o a peor, n a d i e l o p u e d e predecir. P o r ello e l riesgo es
N u n c a había c r e c i d o e n e l m u n d o el b i e n e s t a r de u n m o d o t a n rápido. T a m p o c o t r e m e n d o , además de c o n s u m i r u n a n u e v a fuente de reflexión p a r a e l p e n s a m i e n t o
antes se había r e p a r t i d o l a r i q u e z a d e u n m o d o t a n i n j u s t o . N u n c a l o s r i c o s d e l m u n - g l o b a l . P a r e c e que c o n l a s tecnologías de l a información y l a c o m u n i c a c i ó n l a i g u a l d a d
d o habían s i d o t a n p r ó s p e r o s c o m o l o s m u l t i m i l l o n a r i o s a c t u a l e s , m i e n t r a s l o s p o - n o h a s i d o u n referente f u n d a m e n t a l . Según U N U - W T D E R ( U n i t e d N a t i o n s U n i v e r s i t y -
b r e s s i g u e n s i e n d o t a n p o b r e s c o m o s i e m p r e . U n o s 2.400 m i l l o n e s de seres h u m a n o s , W o r l d Institute f o r D e v e l o p m e n t E c o n o m i c s R e s e a c h ) , e n e l año 2000 e l 10 % de los
es decir, e l 40 % de l a p o b l a c i ó n m u n d i a l , vive c o n m e n o s de 2 dólares d i a r i o s , p o r más ricos poseía e l 85 % de l a riqueza t o t a l d e l p l a n e t a , y sólo e l 2 % de los más ricos
d e b a j o de l o q u e e l B a n c o M u n d i a l c o n s i d e r a e l n i v e l de l a p o b r e z a . E l P r e m i o N o b e l disponían d e l 51 % . L a m i t a d más p o b r e de l a p o b l a c i ó n m u n d i a l poseía únicamente e l
d e E c o n o m í a J o s e p h E . S t i g l i t z e x p l i c a de este m o d o gráfico l a i n j u s t i c i a : p o r c a d a 1 % de l a r i q u e z a total.

10 11
2. Mundialización, globalización, universalización t i c a , m p 3 , C D - R O M , D V D . U n a p a r t e de l a ontología de l a globalización es física (toda
l a base de l a mundialización subyacente) p e r o o t r a g r a n p a r t e es v i r t u a l : u n espacio y
C u a n d o se t r a t a de p a l i a r las c o n s e c u e n c i a s de l a globalización, se suele a c u d i r a l a u n tiempo nuevos, l a conjunción del ciberespacio y del cibertiempo. E l ciberespacio y a
Bildung, a l a e d u c a c i ó n c o m o c o r r e c t i v o . L a e d u c a c i ó n debe devolver l a s e g u r i d a d a las n o es e l e s p a c i o físico: p u e d o c h a t e a r a l a vez c o n u n a p e r s o n a de A r g e n t i n a y c o n o t r a
p e r s o n a s : s i l a situación n o se p u e d e c a m b i a r , a l m e n o s se debe p r e p a r a r a las p e r s o n a s de A u s t r a l i a . Y c u a n d o c h a t e a m o s n o estamos n i e n A r g e n t i n a , n i e n A u s t r a l i a , n i e n e l
p a r a s a b e r a f r o n t a r l a situación de i n s e g u r i d a d e n que l a globalización les deja. e s c r i t o r i o desde d o n d e m e c o n e c t o . E s u n n u e v o espacio, c a s i l a c i b e r u b i c u i d a d . T a m -
E x i s t e h o y e n n u e s t r a s o c i e d a d tecnocientífica u n a t e n d e n c i a c r e c i e n t e a v a l o r a r bién e l c i b e r t i e m p o r o z a l a c i b e r s i m u l t a n e i d a d o l a i n s t a n t a n e i d a d : p u e d o e n v i a r u n
c o m o i m p o r t a n t e l a r e n t a b i l i d a d de l a m i s m a desde e l p u n t o de v i s t a de l a e f i c i e n c i a y mensaje p o r e - m a i l a 300 destinatarios e n décimas de s e g u n d o . A s i m i s m o las bolsas y
d e l a eficacia, e n t e n d i e n d o p o r t a l u n s i s t e m a e n e l q u e c o i n c i d e n l o s objetivos d e l los m e r c a d o s financieros p u e d e n o b t e n e r g a n a n c i a s o a i T u i n a r s e e n cuestión de p o c o s
s i s t e m a c o n sus r e s u l t a d o s efectivos. S i n r e n u n c i a r a ello, p e r o s i n c a e r e n l a razón m i n u t o s . E s t a ontología es inédita, n o es l a d e l m u n d o físico.
i n s t r u m e n t a l c o m o ú n i c o valor, e n este l i b r o se p l a n t e a n diversas p r e g u n t a s f u n d a m e n - 3) Universalización de valores y derechos: l o s derechos se p r o c l a m a n universales: los
tales a c e r c a de l o q u e s o m o s e n esta «sociedad d e l c o n o c i m i e n t o » y e n este m u n d o derechos d e l ser h u m a n o , d e l niño, de l a mujer, d e l a n c i a n o ; e l d e r e c h o a l a v i v i e n d a , a l
«reducido y a m p l i a d o » , a l a v e z , p o r e l « f e n ó m e n o de l a globalización», p o r l a i m p o r - trabajo, a l a l i b e r t a d de expresión. S o n a t e m p o r a l e s y t r a n s c u l t u r a l e s , p o r q u e s o n d i g -
t a n c i a d e l c o n s u m o a n i v e l m u n d i a l y l a a m e n a z a d e l «riesgo global» (esto es, las conse- n o s y p r o p i o s de c u a l q u i e r ser q u e c o n s i d e r e m o s h u m a n o . S i n e m b a r g o , a u n s i e n d o
c u e n c i a s n o deseadas de l a « m o d e r n i d a d radicalizada»). a t e m p o r a l e s , l o s derechos universales se h a n r e i v i n d i c a d o y c o n s t i t u i d o históricamen-
L a globalización p u e d e c o n v e r t i r s e e n u n cliché de n u e s t r o t i e m p o , a saber, l a g r a n te. R e c i b i e r o n u n g r a n i m p u l s o a finales d e l s i g l o X V m (la Declaración de l a I n d e p e n -
i d e a q u e c o m p r e n d e t o d o , desde los m e r c a d o s financieros i n t e r n a c i o n a l e s y t r a n s n a - d e n c i a de l o s E s t a d o s U n i d o s de América y l a Declaración de los D e r e c h o s d e l C i u d a d a -
c i o n a l e s hasta Internet y todas l a s redes tecnológicas y sociales, p e r o que p u e d e p r o - n o de l a R e v o l u c i ó n F r a n c e s a , q u e l u c h a n c o n t r a l o s restos d e l f e u d a l i s m o y d e l a u t o r i -
p o r c i o n a r m u y p o c o insight sustantivo a c e r c a de l a c o n d i c i ó n d e l ser h u m a n o c o n t e m - t a r i s m o m o n á r q u i c o ) , a u n q u e s u consolidación definitiva se h a p r o d u c i d o e n l a s e g u n d a
p o r á n e o . P a r a m u c h o s l a globalización está u n i d a a u n c i e r t o s e n t i d o de f a t a l i s m o y a m i t a d d e l s i g l o XTX (en p u g n a c o n e l c a p i t a l i s m o i n d u s t r i a l salvaje) y, sobre t o d o , a l o
u n a i n s e g u r i d a d crónica e n l a q u e l o s c a m b i o s acelerados a l o s que a s i s t i m o s están l a r g o d e l s i g l o XX y e n l o q u e l l e v a m o s d e l siglo XXI (en confrontación c o n el c o l o n i a l i s -
d e j a n d o de l a d o las c a p a c i d a d e s de l o s g o b i e r n o s n a c i o n a l e s y l a s c a p a c i d a d e s de l a m o , e l t o t a H t a r i s m o , e l r a c i s m o , e l m i l i t a r i s m o , l a m i s o g i n i a , l a explotación e c o n ó m i c a
ciudadanía p a r a controlar, dirigir, c o n t e s t a r o r e s i s t i r a ese c a m b i o . y ecológica, y l a h o m o f o b i a ) . E n este p u n t o h a y q u e s u b r a y a r q u e e n ocasiones los
V i v i m o s i n m e r s o s e n u n m u n d o de e f i c i e n c i a tecnológica y e c o n ó m i c a de high tech derechos universales p u e d e n i r sobrecargados de a p r e c i a c i o n e s o v a l o r e s occidentales
y low cost, d o n d e l a globalización se define c o m o l a ampliación, l a profundización y l a y ello p r o v o c a c o n f l i c t o s e n otras sociedades.
aceleración de l a s i n t e r c o n e x i o n e s m u n d i a l e s e n todos los aspectos de l a v i d a de u n a
p e r s o n a que v a n desde l o s m a t e r i a l e s a los c u l t u r a l e s , desde los e c o n ó m i c o s h a s t a los D e s d e esta p e r s p e c t i v a se a p r e c i a q u e l a filosofía h a s i d o u n f a c t o r m á s e n e l p r o c e -
espirituales. E n este contexto se p u e d e a f i r m a r q u e v i v i m o s e n l a sociedad-red de la so de globalización y universalización, e s p e c i a l m e n t e e n e l s i g l o XX. C o r r i e n t e s c o m o
información y del nesgo ( u n i e n d o las tesis d e M a n u e l Castells y U l r i c h B e c k ) . D i c h a el e s t u d i o de l a dialéctica de l a Ilustración y l a teoría d e l a a c c i ó n c o m u n i c a t i v a a l o
s o c i e d a d e x p e r i m e n t a u n a globalización t e c n o e c o n ó m i c a s i n precedentes, d o n d e c o n - l a r g o de l a E s c u e l a de F r a n k f u r t h a s t a H a b e r m a s y A p e l , l a s genealogías y a r q u e o l o -
v e r g e n tres f e n ó m e n o s superpuestos p e r o n o equivalentes, a saber, l a mundialización, gías de l a m o d e r n i d a d c o n F o u c a u l t y l o s rizomas de D e l e u z e y G u a t t a r i , l o s e s t u d i o s
l a globalización y l a universalización (Ignacio Ayestarán 2007): c u l t u r a l e s y políticos e s t i m u l a d o s p o r l a d e c o n s t r u c c i ó n de D e r r i d a y l o s s i m u l a c r o s
de B a u d r i l l a r d , las teorías de l a j u s t i c i a i n s p i r a d a s e n R a w l s , las r e f l e x i o n e s de l a
1) Mundialización: los analistas franceses s u e l e n h a b l a r de mondialisation. Es la filosofía de l a tecnología desde H e i d e g g e r y O r t e g a y Gasset h a s t a l o s e s t u d i o s a v a n z a -
planetarización de las c o m u n i c a c i o n e s , de ciertas c o n e x i o n e s culturales y de los p r i m e - dos de «Ciencia, Tecnología, S o c i e d a d » , las c o m e n t e s p r a g m a t i s t a s c o n t e m p o r á n e a
r o s m o v i m i e n t o s m i g r a t o r i o s m a s i v o s a través de l a revolución d e l t r a n s p o r t e y de las c o n P u t n a m y R o r t y a l a c a b e z a , l o s debates s o b r e l a p o s i b i l i d a d de establecer u n a
c o m u n i c a c i o n e s , i m p u l s a d a p o r l a energía eléctrica. A finales d e l siglo XTX y p r i m e r a ética m u n d i a l o p l a n e t a r i a desde Joñas h a s t a M o r i n , l a hermenéutica y l a f e n o m e n o -
m i t a d d e l siglo X X se e x p a n d e n e l f e r r o c a r r i l , e l telégrafo, l a p r e n s a , e l teléfono, l a logía e n t o r n o a l p r ó j i m o c o m o « o t r o » , e n a u t o r e s d i s p a r e s c o m o Lévinas, R i c o e u r ,
r a d i o , l a televisión, l a aviación, e l t r a n s p o r t e m a r i n o m o d e r n o , e l automóvil, e l c a m i ó n , D u s s e l , B o f f , B a u m a n o B e n h a b i b , e l análisis de las m u l t i t u d e s y sus i m p l i c a c i o n e s
el c i n e , el vídeo, e l disco. L a ontología de este f e n ó m e n o : el espacio y e l t i e m p o físicos se sociopolíticas e n N e g r i y V i r n o , l a s esferas globales e n l a h i s t o r i a de l a h u m a n i d a d de
a c o r t a n a través d e l a aceleración de l a v e l o c i d a d . S u extensión: t o d o e l p l a n e t a , el Sloterdijk, el u s o y abuso m o r a l d e l m a l desde l a Dolítica global e n S i n g e r y B e m s t e i n , así
mundo. c o m o otros a u t o r e s n o m e n o s sobresalientes ( Z i z e k , Z o l o , B a d i o u , Onfray, J a h a n b e -
2) Globalización: los expertos anglosajones h a b l a n de globalization, l a creación de gloo, entre otros m u c h o s q u e habría que añadir e n u n a l a r g a lista), t o d a s estas c o -
u n a g l o b a l i d a d e s p a c i o - t e m p o r a l , m á s allá de l a mundialización, a u n q u e se apoye y se rrientes h a n c o n s t i t u i d o u n a fuente i n a g o t a b l e de reflexión crítica q u e e n m á s de u n a
base e n esta última: s i n l a mundialización de l a energía eléctrica y de los transportes l a o c a s i ó n h a c o n t r i b u i d o e n l o s m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n a s u b r a y a r las múltiples face-
globalización n o h u b i e r a t e n i d o l a efectividad q u e posee. L a clave de esta globalización tas d e l s e r h u m a n o e n los f e n ó m e n o s globales.
reside e n las teletecnologías: satélite, d i n e r o electrónico, o r d e n a d o r , Internet, redes D e t o d o s estos autores se a p r e n d e e l h e c h o de que p e n s a r l a globalización s u p o n e
telemáticas, fax, tecnología d i g i t a l , i n t e l i g e n c i a a r t i f i c i a l , r e a l i d a d v i r t u a l , bioinformá- r e f l e x i o n a r s o b r e l o s fines y confines de l a Ilustración y l a M o d e r n i d a d , situándolas a

12 13
escala p l a n e t a r i a y m i d i e n d o sus éxitos y fracasos — d e h e diversos filósofos desde d a d de n u e s t r o p l a n e t a ? ¿Existe l a p o s i b i l i d a d de e s t a b l e c e r e l d e s a r r o l l o s o s t e n i b l e
diferentes rincones d e l p l a n e t a h a n p l a n t e a d o p o s t u l a r e l p a r a d i g m a de l a t r a n s m o d e r - en u n m u n d o global?
n i d a d p a r a a n a l i z a r l a globalización (cf. Rodríguez M a g d a 2004 y D u s s e l 2007). A s i - • Ethikós: ¿qué es ethikós: l o q u e d i c t a l a c o s t u m b r e , lo h a b i t u a l , l a f o r m a de v i d a , l a
m i s m o l a filosofía a p o r t a u n n u e v o s e n t i d o a las preguntas q u e n a c i e r o n e n l o s albores inclinación o t e n d e n c i a , de a c u e r d o c o n sus s i g n i f i c a d o s etimológicos? ¿ C ó m o h e m o s
d e l a G r e c i a a n t i g u a y que d e b e n ser replanteadas e n u n contexto de c a m b i o s rápidos y s e p a r a d o l o ethikós de l o ethnikós? ¿Este ethikós es u n i v e r s a l y c ó m o : v a e n n u e s t r o
t r a n s f o r m a c i o n e s aceleradas. D e ahí l a n e c e s i d a d de que l a filosofía también a p r e n d a i n t e r i o r o l o h e m o s ( r e ) c o n s t r u i d o ? ¿Cuál es s u f i n a l i d a d : l a f e l i c i d a d , l a l i b e r t a d , l a
cosas nuevas e n n u e s t r a é p o c a a c t u a l . N e c e s i t a r e f o r m u l a r s e las cuestiones clásicas a d i g n i d a d , l a v i d a c i r m p l i d a ? ¿Hay ethikós s i n D i o s ? ¿Y s i n h u m a n o s ? ¿Es p ú b l i c o o
través de sus m o d i f i c a c i o n e s contemporáneas, c o m o , p o r e j e m p l o , e n los siguientes p r i v a d o ? D e s d e ese ethikós, ¿cuál es l a r e s p o n s a b i l i d a d de n u e s t r o s actos y h a s t a d ó n d e
ítems e n t o r n o a techné, epistéme, lógos, polis, physis y ethikós: se e x t i e n d e n e n u n m u n d o global? ¿Qué es e l m a l y qué es e l b i e n tras e l 11 d e s e p t i e m -
b r e d e l 2001 (Peter Singer, J a c q u e s D e r r i d a ) ? ¿Hay u n a b u s o d e l m a l (banal) e n l a
• Techné: ¿qué es h o y l a techné? ¿Se h a n f u s i o n a d o l a c i e n c i a y l a tecnología e n e l política g l o b a l ( R i c h a r d J . B e r n s t e i n ) ? E l m a l de u n n a z i , ¿era b a n a l ( H a n n a h A r e n d t ) ?
p r o d u c t o teórico y práctico de l a n u e v a t e c n o c i e n c i a ? E n l a Antigüedad las artes e r a n ¿Hay ethikós después de A u s c h w i t z ( T h e o d o r W . A d o r n o ) , después d e l L a g e r y d e l G u -
también u n t i p o d e t e r m i n a d o d e técnica, ¿ c ó m o h a n e v o l u c i o n a d o las bellas artes c o n l a g , de H f r o s h i m a y d e l 11 de s e p t i e m b r e (André G l u c k s m a n n ) ?
l o s nuevos m e d i o s tecnológicos? ¿ N o h a y b e l l e z a e n l a t e c n o c i e n c i a y n o h a y saber
técnico e n e l arte c o n t e m p o r á n e o ? ¿ C ó m o u n i r l a e f i c a c i a y l a belleza? ¿A d ó n d e nos C o m o se p u e d e a p r e c i a r , e l e s t a b l e c i m i e n t o d e u n m u n d o g l o b a l a r r o j a n u e v o s
d i r i g e l a tecnología y h a c i a d ó n d e n o s l l e v a e l arte? ¿ D ó n d e h a q u e d a d o e l a u r a o r i g i n a l desafíos q u e i m p l i c a n l a r e n o v a c i ó n de l a filosofía, a l i g u a l q u e a r r o j a n u n a n u e v a l u z
d e W a l t e r Benjamín e n l a e r a de l a r e p r o d u c c i ó n de las sociedades tecnológicas? s o b r e l a c o n t r i b u c i ó n de l a filosofía a u n d e s a r r o l l o m á s h u m a n o . E s t a r e n o v a c i ó n h a
• Epistéme: ¿ c ó m o d i s t i n g u i r h o y entre epistéme ( c o n o c i m i e n t o ) y dóxa (opinión)? de v e n i r de u n a n u e v a c o n s i d e r a c i ó n d e l a e d u c a c i ó n p a r a u n a ciudadanía e n l a s
¿ D ó n d e h a n q u e d a d o l a r e a l i d a d y e l m i t o de l a c u e v a de Platón e n l a e r a de las teletec- n u e v a s d e m o c r a c i a s d e l s i g l o XXI. P o r eso l a s d i s c i p l i n a s filosóficas tendrán qué p r e -
nologías y de l o s m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n ? ¿ D ó n d e está l a c o p i a y d ó n d e e l o r i g i n a l e n g u n t a r s e p o r l o s d e r e c h o s h u m a n o s y n o o l v i d a r l o s esclavos de Platón y Aristóteles,
l a s o c i e d a d de l a información y d e l c o n o c i m i e n t o ? ¿Cuál es (el p u e s t o de) l a v e r d a d l o s t r a b a j a d o r e s de M a r x , l a s m u j e r e s de N i e t z s c h e , l o s e s t u d i a n t e s j u d í o s de H e i d e g -
ante los avances científicos y cuál es e l v a l o r epistémico de l a c i e n c i a , l a tecnología y l a g e r o l o s seres i n f a m e s d e F o u c a u l t . P a r a e l l o h a y q u e r e c o r d a r q u e fue l a filosofía
t e c n o c i e n c i a ? ¿Hay más verdades q u e las científicas o n o ? ¿Cuál es l a epistéme de l a u n a de l a s p r i m e r a s r a m a s d e l s a b e r q u e se h a p r e o c u p a d o de t r a t a r l o s f e n ó m e n o s
c i e n c i a y cuál l a de l a filosofía? ¿En qué se asemejan y d i f e r e n c i a n l a c i e n c i a y l a filosofía? globales y p l a n e t a r i o s . E l m i s m o C i c e r ó n y a h a b l a b a d e l globus teirae e n e l s i g l o I
• Lógos: ¿qué es h o y lógos: lógica, lenguaje, r a z ó n o e n t e n d i m i e n t o ? ¿De d ó n d e nos antes de n u e s t r a e r a .
v i e n e esa f a c u l t a d ? ¿Es n a t u r a l o c u l t u r a l , genética o s o c i a l ? ¿Tienen lógos los o r d e n a - L a s d i s c i p l i n a s filosóficas también p u e d e n ser u n a b u e n a h e r r a m i e n t a p a r a e l diá-
d o r e s y los a n i m a l e s ? ¿Es e l lógos r e d u c t i b l e a (tecnologías de) información? ¿Es s i n - l o g o entre c u l t u r a s y c i v i l i z a c i o n e s desde l a razón, tal y c o m o atestiguan casos históri-
c r ó n i c o o diacrónico, analítico o histórico? ¿Es p r i v a d o o colectivo? ¿Cuál es s u o r i g e n cos y atrevidos c o m o R a m ó n L l u l l o Averroes. B u s c a r l a r a z o n a b i l i d a d d e l o s seres
y cuál s u fin? ¿Es e l lógos u n b i e n c o m u n a l de l a h u m a n i d a d , u n a razón (o sentido) h u m a n o s es tarea i n e l u d i b l e de l a d i g n i d a d filosófica. Así, e n s u l i b r o Elogio de la diver-
c o m ú n ? ¿Controlamos el lógos o nos c o n t r o l a a nosotros? ¿Existe u n p r e d o r n i n i o de los sidad, e l filósofo iraní R a m i n J a h a n b e g l o o (2007) a n u n c i a que: «sin diálogo, l a d i v e r s i -
logócratas, p o r d e c i r l o c o n G e o r g e Steiner? d a d es i n a l c a n z a b l e , y s i n respeto p o r l a d i v e r s i d a d , el diálogo es inútil». P a r a ello,
0
Polis: ¿cuál es l a e s t r u c t u r a de l a polis h o y : l a c i u d a d , l a nación, e l E s t a d o o el desde los derechos h u m a n o s , todavía h a y que establecer m u c h o s l a z o s filosóficos entre
i m p e r i o ? ¿Quiénes se i n c l u y e n e n l a ciudadanía: l o s a d u l t o s , los niños, los jóvenes, los O r i e n t e y O c c i d e n t e , y e n t a b l a r u n diálogo f e c u n d o t a n t o entre las c u l t u r a s religiosas
m a y o r e s ? ¿Hay ciudadanía p l e n a p a r a las m u j e r e s e n todos los países? ¿Quién es el abrahárnicas c o m o c o n a q u e l l o s seguidores d e otras religiones asiáticas y africanas, así
m e t e c o actual? ¿Quiénes s o n l o s habitantes s i n papeles e n l a a l d e a global? ¿Cuáles s o n c o m o c o n aquellos c i u d a d a n o s q u e p a r t e n d e l a g n o s t i c i s m o o d e l ateísmo, pues todos
l o s límites de l&pólis: el t e r r i t o r i o o l a Tierra? ¿Cuál es l a f i n a l i d a d de lapólis: s o b r e v i v i r nos v e m o s c o n c e r n i d o s e n u n esfuerzo g l o b a l p o r l a s u p e r v i v e n c i a y l a d i g n i d a d de l a
o c o n v i v i r ? ¿Vivimos e n c o s m ó p o l i s o e n telépolis? ¿Qué c i r c u n s t a n c i a s nuevas c o n l l e - humanidad.
v a n las grandes metrópolis? ¿Quiénes s o n los representantes d e l a g o r a e n l a política H e m o s de a b o r d a r estos c a m b i o s globales desde u n a p e r s p e c t i v a filosófica y h u m a -
actual? ¿Cuál es l a constitución de lapólis y c ó m o se expresa s u p o d e r constituyente? n i z a d o r a q u e esté e n r a i z a d a e n los aspectos históricos y v a l o r a t i v o s c o n enfoques a n a -
¿Qué es demos y qué demokmtía a l o l a r g o d e l g l o b o terráqueo? ¿Caben e l c o s m o p o l i - líticos, críticos y b a j o e l p r i n c i p i o de r e s p o n s a b i l i d a d y p r u d e n c i a sostenibles. C o m o
t i s m o y l a a l i a n z a de c i v i l i z a c i o n e s p a r a s u p e r a r e l c h o q u e de c i v i l i z a c i o n e s ? t o d o n u e s t r o s i s t e m a e d u c a t i v o y e l m u n d o que n o s r o d e a e n l a a c t u a l i d a d n o s i m p u l -
«»Physis: ¿ q u é es h o y la physis: l a n a t u r a l e z a o e l m e d i o a m b i e n t e ? ¿Qué es h o y l o s a n h a c i a el hacer, h a c i a l a e f i c a c i a y l a e f i c i e n c i a , h a c i a e l m e r c a d o y l a v e l o c i d a d , es
n a t u r a l y qué es l o a r t i f i c i a l e n l a é p o c a de l a c l o n a c i ó n , l a s biotecnologías y las urgente reflexionar, desde u n a filosofía activista, sobre las c o n d i c i o n e s d e l p r o p i o siste-
nanotecnologías? ¿Qué es l a v i d a ? ¿ D ó n d e e m p i e z a n u e s t r a v i d a ( r e p r o d u c c i ó n in m a e d u c a t i v o , de n u e s t r o hacer, d e l s e n t i d o q u e tiene l a « c o m u n i d a d d e l c o n o c i m i e n -
vitro, c l o n a c i ó n ) y d ó n d e t e r m i n a ( s u i c i d i o , e u t a n a s i a ) ? ¿ S ó l o s o m o s a n i m a l e s , u n to» y s o b r e s u c a p a c i d a d de transformación de sí m i s m a y de t o d a l a s o c i e d a d . L a
t i p o p e c u l i a r de h o m í n i d o ? ¿Qué t r a t o m e r e c e n los a n i m a l e s ? ¿Por qué l a s c i e n c i a s educación y l o s valores cívicos n o se p u e d e n d e j a r h o y a l p u r o juego d e l m e r c a d o g l o b a -
de l a T i e r r a se h a n d i v i d i d o e n d i f e r e n t e s r a m a s : q u í m i c a , física, biología, b i o i n f o r - l i z a d o r . E s t e p o r sí sólo n o v a a t r a e r n o s l a d e s e a d a e x c e l e n c i a p o r l a m e r a c o m p e t i t i v i -
mática, ecología? ¿ C ó m o a b o r d a r científicamente u n a c o m p r e n s i ó n de l a c o m p l e j i - d a d existente q u e d i v i d e e l m u n d o entre the West y the Rest.

14 15
 E n e l siglo X X H e i d e g g e r reformuló l a i m p e r i o s a p r e g u n t a de L e i b n i z : ¿por qué hay greso g l o b a l , desde l a Antigüedad h a s t a l a a c t u a l i d a d , p a s a n d o p o r l a M o d e r n i d a d y l a
algo y no más bien nada? E n e l d e s p e r t a r d e l s i g l o XXI e l i n t e r r o g a n t e v u e l v e a s u r g i r Ilustración. L o s siguientes autores d e s a r r o l l a n esta l a b o r histórica e n diversas a p o r t a -
filosóficamente d e o t r a m a n e r a : ¿por qué hay globalización y no más bien nada? R e s - ciones: J a v i e r A g u i r r e , R a f a e l Águila, X a b i e r P a l a c i o s y L u i s G a r a g a l z a .
p o n d e r a esta cuestión s u p o n e también c o n t e s t a r las c u a t r o p r e g u n t a s q u e p l a n t e a r a 2) Mass media, tecnologías audiovisuales y cibercultura en la era de la comunicación
K a n t e n las Lecciones de lógica (1800): qué podemos conocer, qué podemos esperar, cómo digital. E n esta p a r t e d e l l i b r o se a n a l i z a n las p r i n c i p a l e s i m p l i c a c i o n e s filosóficas y
debemos actuar y qué es él ser humano. R e s o l v e r estas cuestiones es f u n d a m e n t a l p a r a sociales q u e l o s avances e n las tecnologías a u d i o v i s u a l e s y l o s mass media h a n s u p u e s -
o r i e n t a r el s e n t i d o d e u n a globalización v e r d a d e r a m e n t e h u m a n a , tal y c o m o se p r o p o - t o p a r a l a c u l t u r a e n l a e r a de l a c o m u n i c a c i ó n d i g i t a l , t a n t o e n l a i m a g e n c o m o e n e l
n e desde diferentes ángulos e n este l i b r o . s o n i d o , así c o m o e n las d i m e n s i o n e s e s p a c i a l y t e m p o r a l . I g u a l m e n t e , se ofrece u n
repaso de l a p e r c e p c i ó n y r e c e p c i ó n de las tecnologías de l a información y de l a c o m u -
n i c a c i ó n e n e l á m b i t o de l a c i b e r c u l t u r a . L o s siguientes especialistas e x p l o r a n diversas
3. A n t e c e d e n t e s y e s t r u c t u r a d e l l i b r o vías de análisis p a r a ello: X a v i e r P u i g , Óscar González, G o t z o n A r r i z a b a l a g a y A n d o n i
Alonso.
E s t e l i b r o n a c e tras u n debate m a d u r o y sereno establecido e n e l seno d e l Departa- 3) Racionalidad, conocimiento y condiciones epistémicas en la globalización. Esta
mento de Filosofía de la Universidad del País Vasco (UPV/EHU), u n debate que se r e - p a r t e d e l l i b r o se d e d i c a a l a r e c o n s t r u c c i ó n y explicación de l o s d i v e r s o s c o n c e p t o s
m o n t a a l a gestación de los p r o g r a m a s de d o c t o r a d o q u e d i c h o d e p a r t a m e n t o h a ofre- d e v e r d a d , d e r a c i o n a l i d a d y d e u n i v e r s a l i d a d , presentes o latentes e n e l p r o c e s o d e
c i d o e n los últimos años: e l p r o g r a m a Estudios sobre la Ciencia y la Tecnología y gestión globalización, así c o m o a l e s t u d i o d e l a c i e n c i a y de l a u n i v e r s i d a d e n t a n t o q u e
de la innovación tecnológica (2004-2006), i m p a r t i d o e n e l I n s t i t u t o U n i v e r s i t a r i o Tec- referentes epistémicos d e l m i s m o . L o s siguientes p r o f e s o r e s se a c e r c a n a esta i n g e n t e
n o l ó g i c o de Medellín ( C o l o m b i a ) , y e l p r o g r a m a de d o c t o r a d o Filosofía en un mundo t a r e a desde sus r e s p e c t i v a s c o n t r i b u c i o n e s : Julián P a c h o , María A l b i s u , X a b i e r I n -
global (2005-2007), i m p a r t i d o e n l a U n i v e r s i d a d A u t ó n o m a d e S a n t o D o m i n g o (Repú- s a u s t i , María Jesús M a i d a g á n y José I g n a c i o G a l p a r s o r o .
blica Dominicana). 4) Sostenibilidad, ecología y gobemanza en la sociedad del conocimiento global. E s t e
Tras l a e x p e r i e n c i a i n v e s t i g a d o r a y docente q u e este esfuerzo de p r o y e c t a r i n t e r n a - l i b r o n o p u e d e p r e s c i n d i r de u n a p a r t e d e d i c a d a a l a investigación sobre las p r o p u e s t a s
c i o n a l m e n t e l a filosofía — c o m o área temática— y l a U P V / E H U — c o m o espacio de p a r a h a c e r c o m p a t i b l e s l a globalización y l a mundialización c o n el d e s a r r o l l o s o s t e n i -
c o n o c i m i e n t o y también de financiación—, se h a visto l a n e c e s i d a d de investigar y ble, a través de u n p r o c e s o de g o b e m a n z a q u e i n t r o d u z c a l a r e s p o n s a b i l i d a d s o c i a l e n
e x p o n e r de u n a m a n e r a i n t e g r a d o r a las investigaciones q u e l o s diversos agentes, p r o f e - e l ámbito de l a s o c i e d a d c i v i l y de l a s o c i e d a d d e l c o n o c i m i e n t o e n t o d a s u c o m p l e j i d a d .
sores e investigadores d e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía p o d í a n ofrecer de m a n e r a c o n - P a r a ello se h a n de b u s c a r n u e v a s fórmulas, metodologías, c o n t r a t o s , p a c t o s y acuer-
j u n t a a l debate d e l p r o c e s o de l a globalización. dos, así c o m o el e s t a b l e c i m i e n t o de u n m a r c o a p r o p i a d o p a r a las r e l a c i o n e s ecosisté-
D e allí nació l a n e c e s i d a d de l a reconversión de l a p r o g r a m a c i ó n de d o c t o r a d o d e l m i c a s d e l p l a n e t a e n s u t r i p l e dimensión e c o n ó m i c a : s o c i a l y a m b i e n t a l . L o s siguientes
D e p a r t a m e n t o de Filosofía e n u n Master Oficial de Postgrado de la UPV/EHU de p r o y e c - autores b u s c a n diversas vías de a p r o x i m a c i ó n a esta temática: N i c a n o r U r s u a , José
c i ó n i n t e r n a c i o n a l , e n c o n c r e t o e n Latinoamérica, a p r o b a d o p o r l a A g e n c i a de C a l i d a d R a m ó n A r a n a e I g n a c i o Ayestarán.
( U N I Q U A L ) y l a U P V / E H U (8.2.2007), también titulado Filosofía en un Mundo Global, 5) Derechos, utopías y políticas para un mundo global. E l l i b r o c o n c l u y e c o n u n a
a d e s a r r o l l a r e n e l p e r í o d o 2007-2009. A t a l fin, este d e p a r t a m e n t o u n i v e r s i t a r i o h a p a r t e s i e m p r e v i v a y a b i e r t a a l e s t u d i o d e l debate de l a globalización y de sus d i s c u s i o -
efectuado u n esfuerzo i n v e s t i g a d o r y sus docentes h a n d e c i d i d o m a t e r i a l i z a r sus líneas nes entre l a s p r e t e n s i o n e s m a x i m a l i s t a s y las m i n i m a l i s t a s de los derechos q u e t i e n e n
de investigación e n u n texto e n f o r m a t o de l i b r o q u e e l l e c t o r y l a l e c t o r a t i e n e n entre q u e ser i n c o r p o r a d a s p o r los i n d i v i d u o s , l o s colectivos y los E s t a d o s , que e n b u e n a l i d
manos. vuelve a p l a n t e a r e l l u g a r de l a s o l i d a r i d a d y de las utopías. A l m i s m o t i e m p o , esta
E l objetivo general del libro c o n s t i t u y e básicamente l a investigación y presentación sección a p o r t a u n a clarificación crítica y filosófica d e l p a p e l político q u e t a n t o América
d e l f e n ó m e n o de l a globalización desde l a p e r s p e c t i v a de l a filosofía y l a reflexión g u i a - L a t i n a c o m o E u r o p a están a p o r t a n d o a este m u n d o g l o b a l c o n t e m p o r á n e o . L o s s i -
das p o r dos hipótesis metodológicas y hermenéuticas: 1) qué significa pensar dentro de guientes profesores pergeñan estas cuestiones e n sus c o r r e s p o n d i e n t e s artículos: E s t e -
la globalización, y 2) qué supone pensar la globalización. E n este objetivo general se dará b a n A n t x u s t e g i , Belén A l t u n a , César C u e l l o y F r a n c i s c o J a v i e r C a b a l l e r o .
p r e p o n d e r a n c i a a l a argumentación, reflexión e investigación de carácter m u l t i - i n t e r -
t r a n s d i s c i p h n a r s o b r e los p r o b l e m a s d e l ser h u m a n o y los p r o b l e m a s d e l m u n d o , d e n - P a r a m a y o r c l a r i d a d y p o r cortesía p a r a c o n las p e r s o n a s que l o l e a n , c a d a p a r t e
t r o d e l creciente p r o c e s o de mundialización o de globalización, que c o n d u z c a n a p o s i - viene a c o m p a ñ a d a de u n a s u c i n t a introducción e n l a que se p r e s e n t a l a filiación p r o f e -
bles alternativas y s o l u c i o n e s . s i o n a l u n i v e r s i t a r i a de l o s autores de los capítulos correspondientes, así c o m o u n breve
L o s objetivos temáticos del libro v i e n e n e s t r u c t u r a d o s e n las c i n c o partes siguientes r e s u m e n de c a d a u n o de ellos.
q u e a g r u p a n a los autores y capítulos d e l m i s m o : F i n a l m e n t e , sólo c a b e d e c i r q u e e l l i b r o está d i r i g i d o p r i n c i p a l m e n t e a l i c e n c i a d o s /
as (graduados/as e n l a n u e v a terminología o equivalentes e n terceros países), así c o m o
1) Historia de fenómenos culturales de la globalización. E n este a p a r t a d o se establece a p o s g r a d u a d o s / a s , e n l o s ámbitos de las C i e n c i a s H u m a n a s y S o c i a l e s (especialmente,
u n repaso histórico y hermenéutico de a l g u n a s corrientes d e l p e n s a m i e n t o relevantes e n Filosofía, Psicología, Sociología, H u m a n i d a d e s , C i e n c i a s Políticas) y, e n general, a
q u e h a n c o n t r i b u i d o a l f e n ó m e n o de l a interconexión c o s m o p o l i t a y l a i d e a de u n p r o - todas las p e r s o n a s que deseen a m p l i a r s u f o r m a c i ó n y r e a l i z a r u n a investigación a c a -

16 17
d é m i c a p r o f e s i o n a l . También p u e d e i n t e r e s a r a aquellas p e r s o n a s i n m e r s a s e n e l estu-
d i o de l o s f e n ó m e n o s t r a n s f o r m a c i o n a l e s c o n t e m p o r á n e o s . P o r otro l a d o , s u difusión
p u e d e i n c l u i r t a n t o a jóvenes p e r s o n a s investigadoras o a estudiantes de g r a d o y de
p o s g r a d o , así c o m o a estudiantes de aulas de l a e x p e r i e n c i a , s i n cüstinción de e d a d ,
d a d o s u carácter p e d a g ó g i c o y didáctico, así c o m o p o r l a r e l e v a n c i a de s u temática.
E s t e l i b r o también p u e d e servir c o m o r e f e r e n c i a p a r a aquellas p e r s o n a s que t i e n e n PARTE 1
q u e i m p a r t i r d o c e n c i a , t a n t o e n e d u c a c i ó n p r i m a r i a c o m o s e c u n d a r i a , e n áreas c o m o
l a ética, l a filosofía o l a e d u c a c i ó n p a r a l a ciudadanía y l o s derechos h u m a n o s . Está
c l a r o que las sociedades democráticas d e l siglo XXI y l a ciudadanía e n u n m u n d o g l o b a l HISTORIA D EF E N Ó M E N O S CULTURALES
también n e c e s i t a n este t i p o de reflexiones filosóficas.
D E L A GLOBÁLIZACIÓN
P o r último, c u a l q u i e r c i u d a d a n o , m u j e r u h o m b r e , p r e o c u p a d o p o r e l m u n d o g l o -
b a l que l e r o d e a , p o r l a p u g n a entre globiis y mundus, p o r t r a n s f o r m a r este p l a n e t a e n
u n l u g a r más h a b i t a b l e y e s p e r a n z a d o , p u e d e l e e r estas páginas q u e h e m o s r e a l i z a d o
c o n l a convicción de u n a filosofía activista y a p a s i o n a d a . S a b e m o s que n u e s t r o esfuer-
zo es p e q u e ñ o (e i n c l u s o l l e n o de p a r a d o j a s y c o n t r a d i c c i o n e s ) , p e r o c o m o a f i r m a b a
E . F . S c h u m a c h e r , l o p e q u e ñ o es h e r m o s o , p o r q u e p o c o es m u c h o . H e m o s p u e s t o e n
ello n u e s t r a c o n v i c c i ó n y n u e s t r a r e s p o n s a b i l i d a d c o m o c i u d a d a n o s c o m p r o m e t i d o s
d e l siglo X X I q u e p i e n s a n q u e o t r a filosofía es p o s i b l e entre t o d o s s i g a r a n t i z a m o s e l
f u t u r o de l a h u m a n i d a d y d e l p l a n e t a .

Bibliografía

AYESTARÁN, Ignacio (2007): «Die Ethik der globalen Nachhaltigkeit/Ética de la sostenibilidad glo-
bal», Generation Gerechtigkeit —Stiftung für die Rechte zukünftiger Generationen, 1: 22-29.
B O R R A D O R I , Giovanna (2003): La filosofía en una época de terror. Diálogos con Habennas y Derri-

da. Madrid: Tauros.

DERRIDA, Jacques (2005): Canallas. Dos ensayos sobre la razón. M a d r i d : Trotta.
DEUTSCH, Eliot (ed.) (2001): Culture and Modemity: East-West Philosophic Perspectives. Hawaii:
University of Hawaii Press.
DUSSEL, Enrique (1998): Ética de la liberación en la edad de la globálización y de la exclusión.
Madrid: Trotta. .
— (2007): Política de la liberación. Historia mundial y crítica. Madrid: Trotta.
GLOVER, Jonathan (2000): Humanity: A Moral History of the 20th Century. New Haven, C t : Yale
University Press.
HARDT, Michael y Antonio N E G R I (2000): Empire. Harvard: Harvard University Press.
— y Antonio N E G R I (2004): Multitudes War and Democracy in the Age of Empire. Nueva York: The
Penguin Press.
J A H A N B E G L O O , R a m i n (2007): Elogio de la diversidad. Madrid: Arcadia.

M A R R A M A O , Giacomo (2003): Passaggio a Occidente. Filosofía e globalizzazione. Turín: Bollati

Boringhieri editor S R L .
R O D R Í G U E Z M A G D A , Rosa M a n a (2004): Transmodernidad. Barcelona: Anthropos.

S E N , Amartya K . (2006): Identity and Violence: Tire Ülusion of Destiny. Nueva York: W.W. Norton
& Co. (trad. castellana: Identidad y violencia. La ilusión del destino. Buenos Aires, Katz E d i -
tores, 2007).
SHrLLER, Robert J. (2000): Irrational Exuberance. Princeton, N J : Princeton Universitary Press.
SlNGER, Peter (2002): One World: The Ethics of Globalization. New Haven: Yale University Press.
S L O T E R D I J K , Peter (2003): Esferas I: Burbujas (trad. de Isidoro Reguera). Madrid: Siruela.

— (2004): Esferas II: Globos (trad. de Isidoro Reguera). Madrid: Siruela.

— (2006): Esferas III: Espumas (trad. de Isidoro Reguera). Madrid: Siruela.
W . A A . (2007): ¿Qué es füosofía hoy? Zer da filosofía gaur? San Sebastián: Gatza/Arteleku.

18
 E n este a p a r t a d o se establece u n r e p a s o histórico y hermenéutico de a l g u n a s c o -
rrientes d e l p e n s a m i e n t o relevantes q u e h a n c o n t r i b u i d o a l f e n ó m e n o de l a i n t e r c o -
nexión c o s m o p o l i t a y l a i d e a de u n p r o g r e s o g l o b a l desde l a Antigüedad h a s t a l a a c t u a -
l i d a d , p a s a n d o p o r l a M o d e r n i d a d y l a Ilustración. L o s siguientes autores d e s a r r o l l a n
esta l a b o r histórica e n diversas a p o r t a c i o n e s :
J a v i e r A g u i r r e , p r o f e s o r e i n v e s t i g a d o r e n e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía de l a U n i -
v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) , e n s u artículo «Panhelenismo y c o s m o p o l i t i s m o
e n l a Antigüedad», p l a n t e a a l g u n o s de l o s referentes teóricos e n l a a n t i g u a G r e c i a q u e
a d e l a n t a n l a i d e a de u n c o s m o p o l i t i s m o g l o b a l i z a d o r . Así, a l o l a r g o de l a h i s t o r i a de l a
l i t e r a t u r a y e l p e n s a m i e n t o griegos p u e d e a p r e c i a r s e u n p r o g r e s i v o d e s p l a z a m i e n t o
desde l a i d e a de c o m u n i d a d c e r r a d a , d o m i n a n t e e n l a é p o c a a r c a i c a , a l a d o c t r i n a
p a n h e l e n i s t a d e l a é p o c a clásica y l a d o c t r i n a de l a polis u n i v e r s a l , d e s a r r o l l a d a e n l a
é p o c a helenística e i m p e r i a l p o r l a filosofía cínica y estoica.
R a f a e l Águila, p r o f e s o r d e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía e n l a U n i v e r s i d a d d e l País
V a s c o ( U P V / E H U ) , e n s u texto «Las "raíces" de l a "Modernidad"», p o n e de manifiesto
que, e n e l tránsito de \aphysis griega a l lenguaje m e d i e v a l y dentro de las t r a n s f o r m a c i o -
nes sociales que p r e s i d e l a s o c i e d a d m e d i e v a l entre los siglos VH1 a l XIV, e l p e n s a m i e n t o
que se e l a b o r a e n este período sufre u n a transformación p a r a l e l a que p e r m i t e h a b l a r d e l
s u r g i m i e n t o de l a «subjetividad moderna», así c o m o l a asunción de l a i n d i v i d u a l i d a d , s i n
que ello s u p o n g a l a eclosión total de l a m o d e r n i d a d , pero sí s u a n t i c i p o p a r c i a l .
X a b i e r P a l a c i o s , p r o f e s o r d e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía e n l a U n i v e r s i d a d d e l País
V a s c o ( U P V / E H U ) , ofrece e n « R e c e p c i ó n de l a Ilustración e n América Latina» u n estu-
d i o sobre l a recepción de l a Ilustración e n América L a t i n a a través de los filósofos
p e r u a n o s q u e d e s a r r o l l a b a n s u reflexión e n l a U n i v e r s i d a d de S a n M a r c o s , p a r a c o m -
p r o b a r e l h e c h o de que l a Ilustración e u r o p e a i n s p i r a e l p u n t o de p a r t i d a de l o s i l u s t r a -
dos l a t i n o a m e r i c a n o s , a u n q u e los resultados n o h a y a n s i d o d e l t o d o convergentes. E n
l a filosofía l a t i n o a m e r i c a n a aparece más insistentemente l a sustitución de l a filosofía
de l a h i s t o r i a p o r u n a n u e v a lógica de l a i d e n t i d a d .
P o r último, L u i s G a r a g a l z a , p r o f e s o r d e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía e n l a U n i v e r s i -
d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) , e n «La i d e a de p r o g r e s o y e l p r o b l e m a d e l m a l » , p r e -
senta l a i d e a m o d e r n a de p r o g r e s o e n e l c o n t e x t o de l a tradición filosófica o c c i d e n t a l
(la metafísica d e l b i e n ) p a r a p r e g u n t a r s i e n e l p r o c e s o de globalización h a p e r d i d o e l
prestigio q u e t u v o . También a p u n t a que e n u n s e n t i d o hermenéutico l a t a r e a de l a
filosofía n o p u e d e c o n s i s t i r e n p o t e n c i a r l a elevación p o r abstracción e n b u s c a d e l b i e n
u n i v e r s a l y l u m i n o s o , s i n o e n a u s p i c i a r u n descenso h a c i a l a t i e r r a y l o c o n c r e t o , p l a n -
t e a n d o y a s u m i e n d o que e l p r o b l e m a d e l m a l n o es algo m a r g i n a l q u e se p u e d e e x c l u i r
o s u p r i m i r , s i n o algo c o n l o q u e h a y que convivir, q u e h a y q u e g e s t i o n a r e integrar.

21
Panhelenismo y cosmopolitismo
en el pensamiento griego antiguo
Javier Aguirre

1. C u a n d o l e e m o s las obras de H o m e r o , Hesíodo o los poetas líricos a r c a i c o s p e r c i -

b i m o s los reflejos de u n a s o c i e d a d m u y c e r r a d a , m u y r e d u c i d a e n c u a n t o a s u tamaño
y población, que v a l o r a s u pequeña c o m u n i d a d o polis p o r e n c i m a de c u a l q u i e r s o l i d a -
r i d a d h u m a n a , y d o n d e l a l i b e r t a d d e l sujeto p a r t i c u l a r q u e d a fuertemente constreñida
p o r los deberes p a r a c o n los dioses y l a c o m u n i d a d . E n este estrecho contexto debe ser
e n t e n d i d a l a f a m o s a exhortación apolínea «Conócete a t i m i s m o » , fórmula d e i f i c a que
tanto éxito h a t e n i d o entre los vendedores de a u t o a y u d a y que, s i n e m b a r g o , n o h a c e
s i n o l l a m a r l a atención sobre l a s precisas l i m i t a c i o n e s d e l h o m b r e c o n respecto a l a
d i v i n i d a d , f u n d a m e n t o , a s u vez, de t o d a v i d a e n c o m u n i d a d . E l respeto a l a e x h o r t a -
c i ó n protege a l ser h u m a n o de l a caída e n l a hybiis (desmesura, falta de límites), l a p e o r
falta que p u e d a cometerse, y d e l p o s t e r i o r castigo de los dioses. E n u n a s o c i e d a d de
tales características, t a n c e n t r a d a e n sí m i s m a p o r evidentes r a z o n e s de s u p e r v i v e n c i a ,
todavía n o se p e r c i b e e l m e n o r r a s t r o de p a n h e l e n i s m o n i , p o r supuesto, de c o s m o p o -
l i t i s m o , s i b i e n se p e r c i b e n m o d e s t a s m a n i f e s t a c i o n e s que r e i v i n d i c a n l a s u b j e t i v i d a d
frente a las fuertes r e s t r i c c i o n e s sociales. E s a t e n d e n c i a subjetivista l a e n c o n t r a m o s e n
figuras t a n dispares c o m o S a f o , Teognis o Arquíloco. D e c u a l q u i e r m o d o , los valores
vigentes e n l a A t e n a s d e l siglo V s i g u e n estando d e f i n i d o s p o r esas restrictivas r e l a c i o -
nes entre e l i n d i v i d u o y l a c o m u n i d a d , s i e m p r e expresadas e n n o r m a s que se o p o n e n a l
d e s a r r o l l o de u n i n d i v i d u a l i s m o excesivo. L a A t e n a s d e l siglo V sigue, p o r l o tanto,
d e n t r o de los parámetros de l a m o r a l t r a d i c i o n a l . Y s i n e m b a r g o , d u r a n t e este siglo
distintos factores provocarán u n a c o n s i d e r a b l e c o r r i e n t e de f o n d o que d e s e m b o c a e n
u n i m p o r t a n t e c a m b i o de valores d e n t r o de l a s o c i e d a d , u n a de cuyas p r i n c i p a l e s m a -
nifestaciones l a constiUiirá e l m o d o de entender l a s relaciones entre e l c i u d a d a n o p a r -
t i c u l a r y l a c i u d a d . F i g u r a s p r o t a g o n i s t a s de ese c a m b i o s o n los sofistas y también,
c o m o reacción a ellos, Sócrates.
E s r e a l m e n t e s i g n i f i c a t i v o que l a n u e v a a c t i t u d frente a l a c i u d a d y los dioses v e n g a
de l a m a n o de los sofistas, i l u s t r a d o s extranjeros procedentes de d i s t i n t o s p u n t o s d e l
m u n d o griego que n o se s i e n t e n u n i d o s a l a tradición de u n a polis que n o es l a s u y a .
E l l o s s o n , de h e c h o , los que e n l a práctica i n a u g u r a n e n G r e c i a e l espíritu c o s m o p o l i t a ;
así, e l t r a c i o Protágoras enseña e n O l i m p i a y E s p a r t a , e l s i c i l i a n o G o r g i a s e n B e o c i a y
Tesalia, H i p i a s , p e l o p o n e s i o , e n S i c i l i a , Trasímaco, n a t u r a l de B i t i n i a , e n el lejano M a r
N e g r o , e n Tesalia, y e l ateniense C r i t i a s , e n E s p a r t a . Todos ellos c o i n c i d e n e n l a Atenas
de P e r i c l e s . C o n t r a e l r e s t r i c t i v o o r d e n establecido p o r l a tradición, l a a c t i v i d a d de los
sofistas se c e n t r a e n d e s a r r o l l a r a l m á x i m o l a c a p a c i d a d o r a t o r i a de los jóvenes de
b u e n a f a m i l i a e n vistas a s u p r o p i o éxito d e n t r o de las i n s t i t u c i o n e s democráticas. S u

23
irrupción s u p o n e , e n c o n s e c u e n c i a , u n a c l a r a r u p t u r a c o n los valores t r a d i c i o n a l e s , a l m i e n t o s o m o s t o d o s n a t u r a l m e n t e iguales e n t o d o , tanto griegos c o m o bárbaros. Y es
a b r i r s e u n n u e v o contexto d o n d e e l éxito p a r t i c u l a r l l e g a a ponerse p o r e n c i m a d e l p o s i b l e o b s e r v a r q u e las necesidades n a t u r a l e s s o n i g u a l m e n t e necesarias e n t o d o s los
interés de l a c o m u n i d a d . P e r o además, l a reivindicación de esta n u e v a a c t i t u d n o se h o m b r e s . . . N i n g u n o de n o s o t r o s h a s i d o d i s t i n g u i d o , desde el c o m i e n z o , c o m o griego
m a n i f i e s t a s o l a m e n t e e n l a práctica, s i n o que pretende ser j u s t i f i c a d a r a c i o n a l m e n t e . n i c o m o bárbaro. P u e s t o d o s r e s p i r a m o s el a i r e p o r l a b o c a y las narices y c o m e m o s
E n ese contexto h a y que s i t u a r debates t a n significativos c o m o el generado e n t o r n o a t o d o s c o n las m a n o s » ( F r a g . B , C o l . II, 266-299 H u n t ) . C o m o c o m p l e m e n t o de l o afir-
l a physis (naturaleza) y el nomos (convención), que n o s o n e n g r a n m e d i d a s i n o l a m a d o p o r el sofista e n ese f r a g m e n t o , b i e n p od rí a v a l e r este otro texto de A n t i f o n t e
expresión de u n debate sobre e l l u g a r d e l c i u d a d a n o frente a l a c o m u n i d a d y sus c o n - r e c o g i d o p o r A r t e m i d o r o : «los usos u n i v e r s a l e s d i f i e r e n m u c h o de l o s p a r t i c u l a r e s [...].
venciones. C o n el desarrollo de l a sofística el h o m b r e aparece p o r p r i m e r a vez e n l a U s o s universales s o n los siguientes: c r i a r a los hijos, dejarse vencer p o r las mujeres [y
h i s t o r i a d e l p e n s a m i e n t o c o m o u n a r e a l i d a d a u t ó n o m a frente a los dioses y a las nor- p o r el c o m e r c i o c o n ellas], p e r m a n e c e r despierto de día, d o r m i r p o r l a n o c h e , t o m a r
m a s t r a d i c i o n a l e s , a l t i e m p o que se establece u n n u e v o m o d o de entender l a relación a l i m e n t o s , r e p o s a r l a f a t i g a , v i v i r a c u b i e r t o y n o a l a i n t e m p e r i e . Éstos s o n , e n s u m a ,
d e l h o m b r e p a r t i c u l a r c o n l a c o m u n i d a d , u n a relación m a n i f i e s t a m e n t e más r e l a j a d a y u s o s u n i v e r s a l e s . A otros los d e n o m i n a m o s p a r t i c u l a r e s y nacionales» ( F r a g . 3, H e r -
Ubre de compromisos. cher, p p . 14, 1-15). L a n o v e d o s a d o c t r i n a c o s m o p o l i t a y filantrópica de A n t i f o n t e n o
E n u n n u e v o contexto d o n d e l a p o s i c i ó n d e l sujeto q u e d a r e f o r z a d a c o n respecto a será a s u m i d a p o r e l p e n s a m i e n t o c o n t e m p o r á n e o n i p o r el i n m e d i a t a m e n t e posterior.
l a c o m u n i d a d , es c o m p r e n s i b l e que los t r a d i c i o n a l e s límites i m p u e s t o s p o r ésta se de- N i Platón n i Isócrates n i Aristóteles aceptarán u n a tesis s i m i l a r . E n el m e j o r de los
b i l i t e n y que, e n c o n s e c u e n c i a , y p a r a l e l a m e n t e a l a reivindicación de l a l i b e r t a d de casos, t a l c o m o h e m o s v i s t o , a l g u n o s pensadores d e f i e n d e n u n p a n h e l e n i s m o que se
a c c i ó n de los c i u d a d a n o s p a r t i c u l a r e s , s u r j a también u n a a p e r t u r a a l m u n d o más allá b a s a e n ciertos c o n t e n i d o s f u n d a m e n t a l e s c o m p a r t i d o s p o r t o d o s los griegos — u n o s
de l o s estrechos límites de \apolis. E s así c o m o g e r m i n a el d i s c u r s o p a n h e l e n i s t a . Y a m i s m o s dioses, u n a m i s m a l e n g u a , u n m i s m o m o d o de organización s o c i a l — , p e r o que
h e m o s visto que e n s u a c t i t u d v i t a l los sofistas r e p r e s e n t a n l a i d e a m i s m a de p a n h e l e - sirve p r e c i s a m e n t e de c r i t e r i o d i f e r e n c i a d o r frente a los bárbaros y, e n d e f i n i t i v a , p a r a
n i s m o , u n p a n h e l e n i s m o que n o es n u e v o , p e r o que sí es, p o r p r i m e r a vez, consciente y r e c h a z a r l a i d e a de i g u a l d a d n a t u r a l entre todos los h o m b r e s .
r a z o n a d o . Y s i n e m b a r g o , e n l a práctica el éxito r e a l de t a l reivindicación será r e d u c i -
d o : es cierto que l a p r e o c u p a c i ó n panhelénica de l a sofística se m a n i f i e s t a e n hechos 2 . E s éste el e s c e n a r i o e n q u e h a c e s u a p a r i c i ó n o t r o p e r s o n a j e f u n d a m e n t a l e n l a
t a n i m p o r t a n t e s c o m o l a fundación de c o l o n i a s p o r t o d a l a Hélade, c o m o es e l caso de h i s t o r i a d e l p e n s a m i e n t o g r i e g o : Sócrates. H e m o s v i s t o q u e d e s d e l a sofística se
T u r i o s , e n el año 444, de c u y a constitución es responsable Protágoras; el n u e v o espíritu había d e f e n d i d o c o n f u e r z a l a a u t o n o m í a d e l h o m b r e frente a los dioses y \a polis.
p a n h e l e n i s t a también se refleja e n actividades de alto c o n t e n i d o e m o c i o n a l , c o m o l a Tras l a crítica r e l a t i v i s t a de los sofistas, l o s v a l o r e s t r a d i c i o n a l e s habían q u e d a d o e n
l e c t u r a pública de epitafios y d i s c u r s o s olímpicos, que l a tradición a t r i b u y e a los sofis- e n t r e d i c h o , s i n d e f e n s a , y u n a t e n d e n c i a i n d i v i d u a l i s t a aparecía s i n l i m i t a c i o n e s
tas G o r g i a s e H i p i a s . Así, u n f a m o s o epitafio de G o r g i a s l l e g a a a f i r m a r : «Los trofeos frente a l o s intereses de l a c o m u n i d a d . S ó l o así c a b e entender, p o r e j e m p l o , l a j u s t i -
c o n s e g u i d o s e n l u c h a c o n t r a l o s bárbaros r e c l a m a n h i m n o s , l o s que se l o g r a n e n l u c h a ficación d e l a l e y d e l a f u e r z a e x p r e s a d a e n t o d a s u r a d i c a l i d a d p o r C a l i c l e s e n l a
c o n t r a los griegos, l a m e n t o s fúnebres» (82 D . K . , frag. 5b). P l u t a r c o h a c o n s e r v a d o u n República de Platón. Sócrates (a q u i e n , p o r o t r o l a d o , b u e n a p a r t e de l a t r a d i c i ó n h a
j u g o s o c o m e n t a r i o de M e l a n d o e n el que a p r o p ó s i t o d e l p a n h e l e n i s m o g o r g i a n o sale a i d e n t i f i c a d o c o m o sofista) se e n f r e n t a a esta situación, y l o h a c e sirviéndose de l a
r e l u c i r u n p r o b l e m a doméstico: « C u a n d o e l . o r a d o r G o r g i a s leyó a los griegos e n O l i m - razón m i s m a c o m o m e d i o p a r a crear u n a m o r a l basada en valores universales. R e -
p i a s u d i s c u r s o " S o b r e l a c o n c o r d i a " , M e l a n d o c o m e n t ó : "Ahí tenemos ése d á n d o n o s c o n s t r u y e , e n d e f i n i t i v a , l o q u e l o s sofistas habían d e s t r u i d o , u t i l i z a n d o a d e m á s sus
consejos sobre l a c o n c o r d i a , él q u e aún n o se h a c o n v e n c i d o a sí m i s m o , a s u m u j e r y a m i s m a s a r m a s . P a r a d ó j i c a m e n t e , u n a de las c o n s e c u e n c i a s d e l r e t o s o c r á t i c o será e l
s u c r i a d a a p o n e r s e de a c u e r d o e n s u v i d a p r i v a d a " . Según parece, G o r g i a s tenía u n a r e f o r z a m i e n t o d e l carácter p a r t i c u l a r y a u t ó n o m o d e l ser h u m a n o . E n efecto, frente
c i e r t a atracción p o r l a c r i a d i l l a y s u m u j e r celos de ella» (82 D . K . , frag. 8a). L a n o t i c i a a l r e l a t i v i s m o ético de l a sofística, l a m o r a l socrática se b a s a e n v a l o r e s o b j e t i v o s . E n
r e c o g i d a p o r P l u t a r c o , más allá de s u interés c o m o simpático c h a s c a r r i l l o , i n d i c a l a este p u n t o Sócrates c o i n c i d e c o n b u e n a p a r t e de l a tradición y, desde l u e g o , c o n el
i m p o r t a n t e p r e s e n c i a c o t i d i a n a que l a i d e a de c o n c o r d i a entre griegos t u v o e n u n a s e n t i r g e n e r a l d e l c i u d a d a n o m e d i o a t e n i e n s e (la q u e m a p ú b l i c a de l i b r o s de Protá-
é p o c a de e n c a r n i z a d a g u e r r a entrepoleis. M a n i f e s t a c i o n e s , pues, de u n n a c i e n t e espíri- g o r a s o e l p r o c e s o c o n t r a Anaxágoras i n d i c a n e l r e c h a z o f r o n t a l de b u e n a p a r t e de
t u p a n h e l e n i s t a . S i n e m b a r g o , frente a estas m a n i f e s t a c i o n e s reales, también es v e r d a d l o s c i u d a d a n o s a l r e l a t i v i s m o y l a i r r e l i g i o s i d a d m o s t r a d a p o r l a ilustración a t e n i e n -
que l a u n i d a d g r i e g a n u n c a llegó a m a t e r i a l i z a r s e . E x c e p t u a n d o breves períodos de se). P e r o h a y m á s , p u e s el r a c i o n a l i s m o s o c r á t i c o , a l q u e r e r f u n d a r l a m o r a l e n n o r -
t i e m p o y a c o n t e c i m i e n t o s concretos i m p u l s a d o s p o r l a n e c e s i d a d , las poleis griegas m a s objetivas, l o h a c e de u n m o d o a u d a z : c o l o c a n d o esas n o r m a s e n e l i n t e r i o r d e l
n u n c a e s t u v i e r o n u n i d a s n i f o r m a r o n t a n s i q u i e r a u n a a l i a n z a estable. L a u n i d a d se h o m b r e , d a n d o así u n s i g n i f i c a d o m á s p r o f u n d o a l a n o c i ó n depsiché o a l m a h u m a -
lograría f i n a l m e n t e u n siglo después e n f o r m a de i m p e r i o desde l a l e j a n a y c a s i bárbara n a . Y ahí e n c o n t r a m o s u n a situación paradójica: el i n d i v i d u a l i s m o , l i m i t a d o e n l a
M a c e d o n i a , de l a m a n o de F i l i p o y s u h i j o A l e j a n d r o . é p o c a a r c a i c a frente a l o s férreos deberes p a r a c o n los d i o s e s y l a c o m u n i d a d ( m e c a -
E n u n m o m e n t o e n el que el debate parece ordenarse e n t o r n o a los s e n t i m i e n t o s n i s m o s a m b o s e x t e r n o s a l i n d i v i d u o ) , había d e r i v a d o h a c i a u n r e l a t i v i s m o m o r a l
c o m u n i t a r i s t a y p a n h e l e n i s t a , m e r e c e ser destacado u n a u t o r e x c e p c i o n a l que v a más c a s i a b s o l u t o . F r e n t e a e l l o , l a p r o p u e s t a socrática p a r t e , c o m o l a tradición, d e l esta-
allá de las p o s t u r a s d o m i n a n t e s . Se t r a t a d e l sofista ateniense A n t i f o n t e , q u i e n en u n b l e c i m i e n t o de v a l o r e s o b j e t i v o s . P e r o frente a esa m i s m a tradición, Sócrates n o los
c o m e n t a d í s i m o fragmento, a f i r m a : «[los que s o n de padres ilustres] los respetamos y sitúa f u e r a d e l i n d i v i d u o s i n o e n s u i n t e r i o r , e n f o r m a de v o z i n t e r i o r o daimon, 1c
h o n r a m o s . E n este aspecto nos c o m p o r t a m o s c o m o bárbaros, puesto que p o r n a c i - c u a l r e a f i r m a , p a r a d ó j i c a m e n t e , e l v a l o r de l a a u t o n o m í a d e l c i u d a d a n o p a r t i c u l a r .

24 25
 E n u n a é p o c a de g u e r r a y de c r i s i s g e n e r a l i z a d a d e v a l o r e s , Sócrates representa l a tas las diferencias entre c i u d a d a n o s y extranjeros, l i b r e s y esclavos, griegos y bárbaros.
recuperación de v a l o r e s éticos a b s o l u t o s . Podría p a r e c e r que l a p o s t u r a d e l filósofo se Y s i n e m b a r g o , e n e l á m b i t o d e l a política e l filósofo actúa c o m o u n d e f e n s o r de los
i n t e g r a perfectamente e n e l s e n t i r de los c i u d a d a n o s atenienses, q u e e n s u i n m e n s a valores sistemáticos de lapolis, a r g u m e n t a n d o i n c l u s o a favor d e l carácter natural de l a
mayoría a s u m e n , y a l o h e m o s d i c h o , l a v a l i d e z de los valores tradicionales, a l m e n o s e n e s c l a v i t u d y e n c o n t r a d e l a i g u a l d a d e n t r e h o m b r e s y m u j e r e s , l o q u e n o deja d e s e r
lo q u e respecta a los dioses y a las n o r m a s de l a c o m u n i d a d . ¿Por qué, entonces, el paradójico y, e n n u m e r o s o s aspectos, u n retroceso c o n respecto a l p r o p i o Platón.
e n f r e n t a m i e n t o de Sócrates c o n l a c i u d a d de A t e n a s y l a p o s t e r i o r c o n d e n a a m u e r t e Todas estas c o r r i e n t e s de p e n s a m i e n t o s o n las q u e v a n a c o n f l u i r en el p e r í o d o
del año 399? L a r e s p u e s t a viene d a d a , p r e c i s a m e n t e , p o r l a racionalización socrática helenístico. P o r u n l a d o , l a a c t i v i d a d política y filosófica de l a sofística, q u e e m p a p a de
de l o s valores: de u n l a d o , p a r a u n a religión c o m o l a griega, d o n d e e l e l e m e n t o ritual y i n d i v i d u a l i s m o u n a p a r t e de l a j u v e n t u d y, e n general, l a v i d a s o c i a l ateniense. P o r o t r o
e x t e r n o tiene t a n t a i m p o r t a n c i a , l a interiorización de l a m o r a l e n f o r m a de daimon es l a d o , e l p r o c e s o de racionalización de los v a l o r e s l l e v a d o a c a b o p o r Sócrates, Platón y
u n e l e m e n t o extraño difícilmente a s u m i b l e . E l l o s u p o n e e l p r i m e r n i v e l de c o n f l i c t o Aristóteles, quienes a l i d e n t i f i c a r a l ser h u m a n o c o n s u a l m a r a c i o n a l acentúan e l c a -
entre Sócrates y l a c i u d a d , el q u e s i r v i e n d o de e x c u s a llevará a l filósofo a l a m u e r t e . E l rácter p a r t i c u l a r y a u t ó n o m o d e l c i u d a d a n o . J u n t o a las nuevas c i r c u n s t a n c i a s políti-
s e g u n d o n i v e l de c o n f l i c t o , v e r d a d e r o o r i g e n d e l p r o c e s o e n s u c o n t r a , p r o v i e n e de l a cas y e c o n ó m i c a s , t o d o ello l l e v a a c o n f i g u r a r l a h e r e n c i a m a r c a d a m e n t e i n d i v i d u a h s -
racionalización de l a m o r a l a p l i c a d a a l ámbito de l a política. E n efecto, l a r a c i o n a l i z a - t a , p e r o también c o s m o p o l i t a , d e l a s épocas helenística e i m p e r i a l .
c i ó n de l a política c h o c a de l l e n o c o n e l carácter de las i n s t i t u c i o n e s democráticas
atenienses, i n s t i t u c i o n e s de l a s q u e p o d í a f o r m a r parte c u a l q u i e r c i u d a d a n o ateniense 3. E l p a s o d e l viejo s i s t e m a de l a polis a l n u e v o régimen i m p e r i a l i n s t a u r a d o p o r l a
q u e l o deseara, s i n r e q u e r i r p a r a ello d e ningún t i p o de h a b i l i d a d o c o n o c i m i e n t o espe- m o n a r q u í a m a c e d o m a de F i l i p o y A l e j a n d r o s u p o n e u n a i m p o r t a n t e a p e r t u r a a l m u n -
c i a l . S i tenemos e n c u e n t a q u e A t e n a s a c a b a de s a l i r de u n a a g o t a d o r a g u e r r a c o n t r a d o bárbaro. L a unificación de l a m a y o r p a r t e d e l m u n d o c o n o c i d o s u p o n e p r i m e r a -
E s p a r t a y d e l g o b i e r n o c r i m i n a l de l o s treinta tiranos, p o d e m o s e n t e n d e r que las c o n t i - m e n t e l a internacionalización de l a e c o n o m í a , p e r o también l a extensión de las i n s t i t u -
n u a s críticas de Sócrates a l a r e e s t a b l e c i d a d e m o c r a c i a c r e a r a n u n s e n t i m i e n t o c i u d a - ciones m a c e d o n i a s a t o d o e l i m p e r i o . C o m o c o n s e c u e n c i a , se p r o d u c e u n i m p o r t a n t e
d a n o de r e c h a z o a s u p e r s o n a m u c h o m a y o r de l o que e n u n a situación más r e l a j a d a d e s a r r o l l o d e l o s valores d e l cosmopolitismo y l a filantropía, v a l o r e s inéditos e n e l p a s a -
h u b i e r a c a b i d o esperar. A l final, l o s p l a n t e a m i e n t o s m o r a l e s d e Sócrates e r a n t a n i n - d o , q u e constituirán rasgos típicos d e l h o m b r e helenístico y r e f e r e n c i a f u n d a m e n t a l de
aceptables c o m o l o s más inaceptables p l a n t e a m i e n t o s sofistas. U n a vez m u e r t o Sócra- las p r i n c i p a l e s escuelas filosóficas de l a é p o c a helenística e i m p e r i a l . S i l a d o c t r i n a
tes, Platón r e p r e s e n t a tanto l a c o n t i n u i d a d c o m o l a profundización de l a p r o p u e s t a c o s m o p o l i t a de A n t i f o n t e n o h a l l a eco e n los p r i n c i p a l e s representantes d e l p e n s a m i e n -
m o r a l d e s a r r o l l a d a p o r Sócrates. C o m o s u m a e s t r o , Platón vuelve s u m i r a d a h a c i a los to clásico, sí l o h a c e , tras l a caída de lapolis c o m o e s t r u c t u r a a u t ó n o m a de poder, e n los
valores de l a tradición, los r a c i o n a l i z a y los d e s p o j a de t o d o c o n t e n i d o i r r a c i o n a l e filósofos cínicos y estoicos. N o p a r e c e p o s i b l e e x p l i c a r el c o s m o p o l i t i s m o de u n Dióge-
i n m o r a l . E s t e acentúa l a interiorización m o r a l o p e r a d a e n Sócrates, a l p r o p o n e r u n a nes, Crates, Z e n ó n o, y a e n l a é p o c a i m p e r i a l r o m a n a , de u n E p i c t e t o o M a r c o A u r e l i o ,
r a d i c a l escisión entre c u e r p o y a l m a y c o n v e r t i r a esta última e n el sujeto d e l l a r g o s i n tener e n c u e n t a l a desaparición d e l s i s t e m a político c o m o f o r m a básica de o r g a n i z a -
proceso i n t e l e c t u a l q u e c u l m i n a e n e l c o n o c i m i e n t o y e n l a v i r t u d . D e ahí s u e x h o r t a - c i ó n d e l poder. E l a l e j a m i e n t o de l o s centros de p o d e r que s u p o n e l a extensión d e l
ción a l a v i d a ascética o s u d o c t r i n a de l a i n m o r t a l i d a d d e l a l m a . i m p e r i o c o n l l e v a , a s i m i s m o , l a relajación d e l c o m p r o m i s o d e l c i u d a d a n o p a r a c o n l a
Aristóteles, f i n a l m e n t e , r e p r e s e n t a l a c u l m i n a c i ó n d e l p r o c e s o d e racionalización v i d a política de l a c i u d a d y l a a p e r t u r a a u n n u e v o m u n d o c u y a s fronteras se sienten
m o r a l y l a c o n s o ü d a c i ó n de l a a u t o n o m í a d e l c i u d a d a n o p a r t i c u l a r : el h o m b r e , e n s u lejanas. Diógenes L a e r c i o c u e n t a l a anécdota de q u e Diógenes, el cínico: se hacía l l a -
ssencia a n i m a l s o c i a l , deja de ser c o n s i d e r a d o u n a s i m p l e p i e z a de l a c o m u n i d a d p a r a m a r a sí m i s m o kosmopolités, «ciudadano d e l m u n d o » , término todavía s o r p r e n d e n t e
aparecer c o m o i n d i v i d u o c o n v a l o r a u t ó n o m o . L a autonomía d e l ser h u m a n o r a d i c a e n e n s u época, p o r c u a n t o desde H o m e r o a Aristóteles l a n o c i ó n de ciudadanía s i e m p r e
su r a c i o n a l i d a d d i s t i n t i v a , lingüística, y e n s u c a p a c i d a d p a r a l l e v a r a c a b o u n a v i d a estuvo sujeta a los límites de lapolis. Y de l a cínica H i p a r q u i a , p a r e j a d e l f a m o s o C r a -
superior, i d e n t i f i c a d a c o n l a v i d a c o n t e m p l a t i v a d i r i g i d a a l a reflexión ética: «Esto es l o tes, recoge l o s siguientes versos pertenecientes a u n a de sus tragedias: « N o es m i p a t r i a
propio de los h u m a n o s frente a l o s a n i m a l e s : poseer, de m o d o exclusivo, el s e n t i d o de u n a s o l a t o r r e , n i u n tejado, m a s t o d a l a t i e r r a m e sirve de c i u d a d e l a y de m o r a d a
o b u e n o y l o m a l o , l o j u s t o y l o i n j u s t o , y las demás a p r e c i a c i o n e s . L a participación d i s p u e s t a a c o b i j a r m e » . E s , c i e r t a m e n t e , u n n u e v o m o d o de e n t e n d e r el lugar d e l ser
-

c o m u n i t a r i a e n éstas f u n d a l a c a s a f a m i l i a r y l a ciudad» {Política, I 2, 1.553a). ¿ N o h u m a n o e n e l m u n d o . N o obstante, m á s q u e e l r e s u l t a d o d e u n a e l a b o r a d a reflexión

constituye e n Aristóteles l a r a c i o n a l i d a d h u m a n a u n c r i t e r i o suficiente p a r a a s u m i r l a teórica, e l c o s m o p o l i t i s m o c í n i c o cabe s i t u a r l o d e n t r o d e l r e c h a z o g e n e r a l i z a d o de las
g u a l d a d de todos l o s seres h u m a n o s , d e l m i s m o m o d o que e n A n t i f o n t e lo constituían c o n v e n c i o n e s i m p u e s t a s p o r l a s o c i e d a d , u n a s o c i e d a d que v e n r e s p o n s a b l e de b u e n a
os usos universales citados e n u n s i g n i f i c a t i v o párrafo? E n este p u n t o e l estagirita se p a r t e de los m a l e s que a b r u m a n a l ser h u m a n o . E n este sentido, e l c o s m o p o l i t i s m o
i o s m u e s t r a c o n t r a d i c t o r i o . S i a t e n d e m o s a los l i b r o s teoréticos, c o m p r o b a m o s que el cínico s u p o n e e l r e c h a z o de a l g u n a s de las peores c o n v e n c i o n e s h u m a n a s , aquellas que
i l ó s o f o a s u m e de facto l a u n i d a d d e l género h u m a n o . Así, e n l a p r i m e r a frase d e l l i b r o h a c e n distinción entre c i u d a d a n o s y extranjeros y entre Ubres y esclavos.
Diimero de l a Metafísica, a f i r m a q u e « t o d o s los h o m b r e s p o r n a t u r a l e z a desean saber», Más e l a b o r a d a y, s i n d u d a , filosóficamente m á s interesante es l a d o c t r i n a c o s m o p o -
i o n d e ánthropoi hace r e f e r e n c i a a l ser h u m a n o e n general, y n o al polités, c i u d a d a n o l i t a d e s a r r o l l a d a p o r l o s filósofos estoicos. L a i d e a e s t o i c a de l a ciudadanía d e l m u n d o
le l a polis, término que a l o l a r g o de l a o b r a n o aparecerá en n i n g u n a ocasión. T a l d e r i v a de l a n o c i ó n m i s m a de naturaleza, que e n el p e n s a m i e n t o estoico n o se i d e n t i f i c a
m s e n c i a s u p o n e u n c l a r o i n d i c i o de que e n e l ámbito d e l c o n o c i m i e n t o de los p r i m e r o s con u n principio gobernante sino c o n l a totalidad m i s m a del universo, u n universo
Diincipios de l a r e a l i d a d Aristóteles defiende u n u n i v e r s a l i s m o en el que q u e d a n d i s u e l - o r d e n a d o r a c i o n a l m e n t e y d o n d e las r e a l i d a d e s i n d i v i d u a l e s n o c o n s t i t u y e n s i n o p a r -

26 27
tes s o m e t i d a s a l a t o t a l i d a d . E s t a i d e a básica r e c o r r e t o d o el p e n s a m i e n t o estoico, des- Bibliografía
de Z e n ó n y C r i s i p o , e n l a S t o a a n t i g u a , h a s t a e l m i s m o M a r c o A u r e l i o , personaje de
ARISTÓTELES (1986): Política (trad., prólogo y notas de Carlos García G u a l y Aurelio Pérez).
e n o r m e interés, p o r c u a n t o reúne e n s u p e r s o n a l a c o n d i c i ó n de g r a n estoico y de
M a d r i d : Alianza.
e m p e r a d o r r o m a n o . M a r c o A u r e l i o , e n efecto, r e p r e s e n t a l a culminación de u n a c o -
— (1994): Metafísica (inte, trad. y notas de Tomás Calvo). M a d r i d : Gredos.
r r i e n t e filosófica c u y a i n f l u e n c i a recorrerá t o d o el p e n s a m i e n t o o c c i d e n t a l h a s t a n u e s - DlóGENES L A E R C I O (1985): Vida de los más ilustres filósofos griegos (trad., prólogo y notas de
tros días. E n r e f e r e n c i a a l a r a c i o n a l i d a d d e l u n i v e r s o y de sus a c o n t e c i m i e n t o s , e l José Ortiz). Barcelona: Orbis.
e m p e r a d o r estoico a f i r m a e n sus Meditaciones: « C u a n d o te i r r i t a s p o r algo, has o l v i d a - FERRATÉ, José (1991): Líricos griegos arcaicos. Barcelona: Sirrnio.
d o que t o d o o c u r r e c o n f o r m e a l a n a t u r a l e z a , que el y e r r o c o m e t i d o te es ajeno y, aparte G A R C Í A G U A L , Carlos (2005): La secta del perro. M a d r i d : Alianza.

de eso, q u e t o d o l o q u e sucede s i e m p r e sucedió así, y sucederá, y está s u c e d i e n d o p o r HESÍODO (1978): Obras y fragmentos (intr., trad. y notas de Aurelio Pérez y Alfonso Martínez).
todas partes» ( X I I , 26). Y de ello r e s u l t a l a p r o p u e s t a e x i s t e n c i a l d e f e n d i d a p o r e l estoi- M a d r i d : Gredos.
co, consistente e n i d e n t i f i c a r l a v o l u n t a d d e l i n d i v i d u o c o n l a v o l u n t a d u n i v e r s a l e n u n a H O M E R O (2000a): La ñíada (inte, trad. y notas de E m i l i o Crespo). Madrid: Gredos.

a c t i t u d c o m p l a c i e n t e d e l m u n d o , h a b i d a c u e n t a de q u e e l s e r h u m a n o n o es s i n o — (2000i>): La Odisea (intr. de Carlos García Gual, trad. y notas de José M . Pabón). M a d r i d :
u n a p a r t e de esa t o t a l i d a d r a c i o n a l m e n t e r e g i d a . «Es p r e c i s o tener s i e m p r e presente Gredos.
cuál es l a n a t u r a l e z a d e l u n i v e r s o y cuál l a mía, c ó m o es ésta e n relación c o n aquélla, MARCO AURELIO (2005): Meditaciones. Madrid: Alianza.
qué clase de p a r t e y de q u é clase de Todo; y que n a d i e te i m p i d e h a c e r y d e c i r l o c o n s e - MELERO, Antonio (1996): Sofistas. Testimonios yfragmentos.M a d r i d : Gredos.
P L A T Ó N (1957): Critón (estudio y trad. de María Rico). Madrid: I.E.P.
cuente c o n l a n a t u r a l e z a de l a q u e eres parte» (JJ, 9). D e n t r o de l a t o t a l i d a d r a c i o n a l
— (1969): La República (estudio y trad. de J . M . Pabón y M . Fernández Galiano). Madrid: I.E.P.
que constituye l a r e a l i d a d , el s e r h u m a n o es c o n s i d e r a d o u n a parte de l a m i s m a , y e l
SOLANA, José (1996): Sofistas. Testimonios yfragmentas.Madrid: Círculo de lectores.
c o n j u n t o de l o s seres h u m a n o s , u n a g r a n c o m u n i d a d de c i u d a d a n o s d e l m u n d o . N u -
m e r o s o s s o n los textos estoicos q u e i n v i t a n a esa reflexión: «Si l a c a p a c i d a d i n t e l e c t i v a
nos es c o m ú n , también l a razón, p o r l a que s o m o s r a c i o n a l e s , n o s es c o m ú n . S i es así,
también es c o m ú n l a razón que p r e s c r i b e l o que d e b e m o s h a c e r o n o . S i es así, también
l a l e y es c o m ú n . S i es así, s o m o s c i u d a d a n o s . S i es así, p a r t i c i p a m o s de a l g u n a clase de
constitución política. S i es así, e l m u n d o es c o m o u n a ciudad» (TV, 4). Y también: «el
h o m b r e [...] es c i u d a d a n o de l a c i u d a d m á s excelsa [el U n i v e r s o ] , de q u e las restantes
c i u d a d e s v i e n e n a ser c o m o casas» (IJJ, 11); « c u a n g r a n d e es el parentesco d e l h o m b r e
c o n t o d o el linaje h u m a n o , pues n o es c o m u n i d a d de sangre o s e m i l l a , s i n o de i n t e l i -
gencia» (XJJ, 26); «torna a r e c a p a c i t a r e n l a i d e a de que l o s seres r a c i o n a l e s h a n n a c i d o
los u n o s e n razón de los otros, que el t o l e r a r l o s es parte de l a j u s t i c i a , que y e r r a n c o n t r a
s u v o l u n t a d , [...] e l m u n d o es c o m o u n a ciudad» (IV, 3).
M a r c o A u r e l i o n o deja l u g a r a l a d u d a : todos l o s seres h u m a n o s c o n f o r m a n u n a
única c o m u n i d a d u n i v e r s a l de l a que él m i s m o f o r m a parte: « M i c i u d a d y m i p a t r i a , e n
c u a n t o h o m b r e , es el m u n d o . Y sin embargo... e n c u a n t o [ M a r c o A u r e l i o ] A n t o n i n o , es
R o m a » (VE, 44). M a r c o A u r e l i o , e n esta breve p e r o r o t u n d a meditación, p o n e de n u e v o
sobre l a m e s a l a v i e j a aporía que y a había e m p a ñ a d o l a d o c t r i n a p a n h e l e n i s t a d e l siglo
V. P o r q u e s i l a r a z ó n h u m a n a , de a c u e r d o c o n l a r a z ó n u n i v e r s a l , d a c u e n t a de l a u n i -
d a d existente entre t o d o s los seres h u m a n o s , l a r e a l i d a d c o t i d i a n a i m p o n e sus dictados
e n u n sentido c o n t r a r i o . B i e n l o p u d o a p r e n d e r e l p r o p i o M a r c o A u r e l i o d u r a n t e sus
años de r e i n a d o , entre 161 y 180, p e r í o d o e n el que t u v o que enfrentarse a p r o l o n g a d a s
guerras y a graves p r o b l e m a s i n t e r n o s . E n c u a l q u i e r caso, e n c u a n t o emperador, a l
estoico c o s m o p o l i t a y filántropo M a r c o A u r e l i o n o se l e planteó l a d u d a a l a h o r a de
p a r t i c i p a r p e r s o n a l m e n t e e n las d u r a s campañas de l a G e r m a n i a y e l D a n u b i o , o de
r e p r i m i r d u r a m e n t e a los díscolos c r i s t i a n o s c u a n d o las r e s p o n s a b i l i d a d e s de s u cargo
se l o d i c t a r o n . E n u n m o m e n t o e n q u e l a globalización se le p r e s e n t a a l s e r h u m a n o
a c t u a l c o m o u n reto, u n i d e a l y u n a n e c e s i d a d , quizás sea esta última reflexión de
M a r c o A u r e l i o , h o m b r e y emperador, l a m á s útil a l a h o r a de e n c a r a r u n p r o c e s o q u e ,
s i n d u d a , n o estará Ubre de dificultades.

29
28
Las «raíces» de la «Modernidad»
Rafael Águila

1. O r i g e n d e l a m o d e r n i d a d : tesis t r a d i c i o n a l

S i h u b i e r a q u e c a r a c t e r i z a r l a « m o d e r n i d a d » d e u n m o d o g e n e r a l habría q u e
r e c u r r i r a l a y a clásica i d e a d e q u e a p a r t i r de l o s s i g l o s X V - X V I se f o r m ó e n E u r o p a
u n a c o n f i g u r a c i ó n a l t a m e n t e específica q u e c o n d i c i o n ó e l a s c e n s o de este c o n t i -
nente a l p r e d o m i n i o m u n d i a l y que h a determinado hasta hoy nuestra v i d a y nues-
t r o p e n s a m i e n t o . D e ese g r a n d e b a t e q u e es l a « m o d e r n i d a d » , de ese m u l t i s e c u l a r
proceso de racionalización y globalización de los p r i n c i p i o s rectores de l a c i e n c i a y
l a política, q u e c o n s t i t u y e n e l p a t r i m o n i o c u l t u r a l d e l O c c i d e n t e , e l e g i m o s a q u í e l
p u n t o e n el que p a r e c e n c o i n c i d i r l a m a y o r parte de los estudios sobre el t e m a : l a
t o m a de p a r t i d o p o r l a subjetividad i n d i v i d u a l . U n a a c t i t u d que trajo consigo u n a
n u e v a m a n e r a de p e n s a r l a n a t u r a l e z a y l a s o c i e d a d p o r parte de los c a m b i o s inte-
l e c t u a l e s de m e d i a d o s d e l s i g l o XVI e n a d e l a n t e y c u y o p r o t a g o n i s t a e n e l c a m p o de
l a s m a t e m á t i c a s y l a e p i s t e m o l o g í a fue R e n e D e s c a r t e s . D e s c a r t e s d e s e m p e ñ a u n
p a p e l c r u c i a l e n l a «subjetividad m o d e r n a » a l i d e n t i f i c a r a l s u j e t o c o n l a c o n c i e n c i a
r e f l e x i v a , c o n e l y o p e n s a n t e (el cogito, ergo sum), y p o r s u b ú s q u e d a de u n a b a s e
r a c i o n a l d e l c o n o c i m i e n t o , de u n s a b e r u n i v e r s a l b a s a d o e n e l m o d e l o d e l c o n o c i -
m i e n t o m a t e m á t i c o . P e r o s i l a s u b j e t i v i d a d i n d i v i d u a l fue e l p r i n c i p a l r a s g o d i s t i n -
t i v o de l a m o d e r n i d a d , e n t o n c e s l a línea d i v i s o r i a e n t r e l a é p o c a m e d i e v a l y l a m o -
d e r n a n o es t a n nítida c o m o n o s gustaría creer. L a m o d e r n i d a d es u n p r o c e s o m u y
l e n t o , de «larga d u r a c i ó n » , y p a r a c o m p r e n d e r s u d i n á m i c a i n t e r n a es c o n v e n i e n t e
e x a m i n a r e l « p a r a d i g m a » a n t e r i o r , ese m u n d o m e d i e v a l , s u p u e s t a m e n t e d o m i n a d o
p o r l a teología.

1.1. La «subjetividad moderna»

A f i r m a r q u e l a s u b j e t i v i d a d se i n i c i a e n l o s siglos m e d i e v a l e s p u e d e r e s u l t a r atre-
v i d o p e r o , s i se t i e n e e n c u e n t a e l «subsuelo» e n e l q u e d e s c a n s a n las teorías, l a s
epistemologías, l o s e n u n c i a d o s referentes a l carácter lingüístico d e l p e n s a r h u m a n o ,
t e r m i n a r e m o s p o r a c e p t a r q u e l a d e n o m i n a d a «subjetividad m o d e r n a » h u n d e sus
raíces e n l o s t i e m p o s m e d i e v a l e s . E l «subjetivismo m o d e r n o » sólo fue p o s i b l e s o b r e
u n s u e l o i n d i v i d u a l i s t a p r e v i o , e l burgués o pre-burgués d e l f i n a l de l a E d a d M e d i a .
A d m i t i r este «indi\ddualismo previo» s u p o n e aceptar, e n t o d o caso, l a d i f e r e n c i a q u e
h a y entre e l «individuahsmo helénico» (quizás r e c o g i d o p o r e l c r i s t i a n i s m o p r i m i t i v o
o i m p e r i a l ) y e l i n d i v i d u a l i s m o burgués y u r b a n o d e l s i g l o x m . A u n q u e l a asunción

31
de l a i n d i v i d u a l i d a d , q u e se acentúa e n e l s i g l o XTJJ, n o s e a l a e c l o s i ó n t o t a l de l a
1
m o , dos c o n c e p c i o n e s d e l m u n d o q u e m a n i f i e s t a n , a l m e n o s , dos epistemologías m u y
modernidad, conduce, sin embargo, a declarar el pensamiento como soberano y le- diferentes. L a «ruptura» entre estos dos « m o m e n t o s » se p u e d e s i t u a r e n t o r n o a l a ñ o
gislador. C a r a c t e r i z a r ese «individualismo» y, p a r a l e l a m e n t e , l a «subjetividad» q u e m i l , m o m e n t o a p a r t i r d e l c u a l se irán c o n s o l i d a n d o las estructuras características d e l
c o m p o r t a , n o s o b l i g a a i n s c r i b i r l o e n u n c o n t e x t o a m p l i o , q u e aquí e n t e n d e m o s y s i s t e m a f e u d a l . N o o b s t a n t e , e n este t r a b a j o u t i l i z a m o s d o s n o c i o n e s , q u e d e s i g n a -
d e n o m i n a m o s c o m o e l p a s o de l a Physis a l Lenguaje. m o s c o m o «feudales», p a r a referirnos a estas dos c o n c e p c i o n e s d e l m u n d o . E l f e u d a l i s -
m o , c o m o m o d o de p r o d u c c i ó n «real» y n o «juridizado», esconde sus raíces e n e l Do-
minatus, después vendrán l a s d e n o m i n a d a s «monarquías feudales», c o n e l t e m a de l a
1.2. De «Physis» a «Lenguaje» «legalización» f e u d a l .
L a a c t i v i d a d e c o n ó m i c a de l a é p o c a c a r o l i n g i a , e m i n e n t e m e n t e a g r a r i a , se m a n t i e -
E n l a «racionalidad clásica» habían s i d o t r a z a d a s y a las grandes líneas de u n a ar- n e d u r a n t e e l p r i m e r f e u d a l i s m o , p e r o desde l o s siglos XI e n adelante, pese a q u e l a
monía suprema d e s t i n a d a a l e g i t i m a r t o d a d i f e r e n c i a . L e g i t i m i d a d q u e se p r o d u c í a p r o d u c c i ó n básica siga s i e n d o a g r a r i a , l a p r e s e n c i a d e l m e r c a d o afectará a l a v i d a eco-
b a j o l a f o r m a de u n «sistema ético-social» a b s o l u t o q u e trascendía las c i r c u n s t a n c i a s n ó m i c a . A este p e r í o d o histórico, e n e l q u e l a organización s o c i a l está de a c u e r d o c o n e l
de l a v i d a de los i n d i v i d u o s . E l c o s m o s t o t a l i z a d o r (la c o n c e p c i ó n de l a physis) i m p o n í a s i s t e m a de p r o d u c c i ó n y q u e c r i s t a l i z a entre l o s siglos vm-X, l o d e n o m i n a m o s «feuda-
ciertas r e s t r i c c i o n e s , n o sólo a l i n d i v i d u o , s i n o a c u a l q u i e r a de sus m a n i f e s t a c i o n e s : l i s m o real». E s t e « m o m e n t o » se c a r a c t e r i z a p o r el a i s l a m i e n t o autárquico de pequeñas
t o d o estaba b a ñ a d o p o r e l m a r c o «esencialista» que n o permitía verse c o m o i n d i v i d u o c o m u n i d a d e s r u r a l e s d e n t r o de u n a j e r a r q u i z a d a e s t r u c t u r a s o c i a l de e c o n o m í a c o m -
i n d e p e n d i e n t e , c o m o sujeto histórico (en terminología actual), s i n o c o m o m e r o «ele- p a r t i d a q u e v i e n e a a b s o r b e r t o d a distinción entre p r o p i e d a d , función c i v i l o política y
m e n t o » d e l «aparecer», « m o m e n t o » delaphysis («manifestación»). E s t a u n i d a d , «ori- r e a l i d a d ontológica de las p e r s o n a s . A l s e g u n d o « m o m e n t o » , de l o s siglos XI a l XTV, le
gen», «centro de irradiación» aparecía c o m o objetiva, p e r c e p t i b l e y ontológica: l a arché c o r r e s p o n d e o t r o estilo de p r o d u c c i ó n m á s p r ó x i m o a l c a p i t a l i s m o , y y a m u y p o c o
n o e r a sólo l a dimensión de l a q u e provenían y a l a que volvían las cosas, s i n o también feudal, es l o q u e aquí e n t i e n d o c o m o versión jurídica d e l p r i m e r o . E s t a o t r a e t a p a p r e -
l a f u e r z a que d e t e r m i n a b a e l devenir, esto es, e l «principio» que, g o b e r n a n d o e l m u n d o , senta y a u n fuerte i m p a c t o de l a e c o n o m í a m o n e t a r i a y u n a dinámica e x p a n s i o n i s t a
l o producía y l o hacía volver a él. U n a c o n c e p c i ó n q u e a p a r t i r d e l siglo XI, c u a n d o se que se c e n t r a e n e l d e s a r r o l l o d e l a v i d a u r b a n a y q u e o b l i g a a p o n e r e l acento e n u n a
r o m p a e l m a r c o de l a physis, irá sustituyéndose p a u l a t i n a m e n t e p o r u n p e n s a m i e n t o figura t a n b u r g u e s a c o m o el « m o n a r c a » , auténtica creación de los m e r c a d e r e s u r b a n o s
q u e se c o n s t r u y e e n e l pensar, p o r u n d o m i n i o de l a n a t u r a l e z a , p o r u n a reflexión sobre c o n t r a l a organización a g r a r i s t a p r e v i a . D e l a n t e d e l c o m e r c i a n t e , el f e u d a l i s m o c o m o
l a subjetividad. s i s t e m a de p r o d u c c i ó n está b i e n m u e r t o , l e q u e d a sólo e l esqueleto. 4

2. N u e v a visión d e l m u n d o m e d i e v a l : d o s etapas 2.1. El Feudalismo «real»

L a i m a g e n de «oscurantismo», «irracionalidad» o «barbarie» q u e e l R e n a c i m i e n t o L a s c o n t i n u a s i n c u r s i o n e s de l o s d e n o m i n a d o s «pueblos bárbaros», q u e a g u d i z a n

transmitió de l a E d a d M e d i a y q u e c o n c l u y ó e n l a tesis clásica de u n período entre el el p r o c e s o de fragmentación d e l I m p e r i o R o m a n o , n o c o n d u j e r o n a l a constitución de
«equilibrio y l a serenidad» d e l m u n d o clásico y l a «racionalidad» de l a s o c i e d a d c a p i t a - u n a n u e v a s o c i e d a d , n i a c a b a r o n c o n e l s i s t e m a r o m a n o . L a d e s c o m p o s i c i ó n de l a g r a n
l i s t a , es u n p r o d u c t o de l a burguesía ascendente d e l siglo XVIU e n l u c h a c o n e l «feuda- p r o p i e d a d esclavista dejó e n l i b e r t a d a u n a g r a n m a s a de trabajadores (ex-esclavos)
l i s m o » . E s t a o p c i ó n cautivó a l espíritu burgués p o r m u c h o t i e m p o , h a s t a que las inves- que fue a b s o r b i d a p o r e l n u e v o o r d e n a m i e n t o s o c i a l , r e p l e g a d o e n e l l a t i f u n d i o c o n s u
tigaciones tendentes a esclarecer e l o r i g e n d e l c a p i t a l i s m o d e m o s t r a r o n q u e l a socie- e c o n o m í a de s u b s i s t e n c i a . L a consolidación de esta e s t r u c t u r a , e s e n c i a l m e n t e a g r a r i a ,
d a d burguesa, el m o d o de p r o d u c c i ó n capitalista, h u n d e sus raíces e n l a m i s m a s o c i e d a d acarreará u n a vinculación, c a d a vez m á s m a r c a d a , d e l h o m b r e a l a t i e r r a c o m o única
m e d i e v a l . L a s últimas investigaciones de l o s medievalistas sobre e l t e m a ( G u e r r e a u fuente de r i q u e z a . D e este m o d o , el t r a d i c i o n a l c l i e n t e l i s m o r o m a n o , s u m a d o a l p e r s o -
1984 y 2002), c o m o u n s i s t e m a , n o s p e r m i t e n a f i r m a r q u e el p e r í o d o m e d i e v a l sufre
2
n a l i s m o de los vínculos germánicos entre el jefe y sus guerreros, dará p a s o a l a transfor-
u n desarrollo i n t e r n o q u e p e r m i t e establecer dos grandes m o m e n t o s y/o, p o r l o m i s -
3
m a c i ó n d e l l a t i f u n d i o . Éste, a l p r e s c i n d i r de l a protección estatal, se c o n v i e r t e e n autár-
q u i c o , e n c u a n t o q u e e r a c a p a z de defenderse p o r sí m i s m o , q u e d a n d o así e l c a m i n o
a b i e r t o p a r a l a «reconstrucción» f e u d a l d e l I m p e r i o . B i e n m i r a d o , n o fue más que u n a
1. Tesis que propone Aaron Gurevich (1997). Sin embargo, creo que sería más adecuada su ubicación en el siglo XII.
2. «Cualquier sociedad en una cierta área geográfica (o, mejor, geográfico-histórica) y durante más o menos tiempo, l e n t a adaptación a l s i s t e m a de l a g r a n p r o p i e d a d , p r o p i o de l o s últimos t i e m p o s d e l
ha funcionado según un modelo; el concepto que mejor explica la disposición, la interdependencia jerarquizada de los
elementos que lo componen es el de sisteman; Jacques Le Goff, en «Prólogo» a la obra de A. Guerreau (1984: 11).
3. «La noción de Edad Media implica la existencia de una sociedad "medieval" o "feudal" cuyas características 4. L a clase noble durará aún muchos siglos y dejará bien fuerte la impronta de su constitución, ya que todo
principales se habrían fijado muy pronto, inmediatamente después de las migraciones de los pueblos germánicos contribuye a dar figura a la evolución histórica, incluso la presencia de elementos arcaicos. La historia evoluciona
[...]. Cuando Georges Duby, por ejemplo, aventura la hipótesis de una "revolución feudal" en torno al año mil, pone en pero no da saltos constantes y sorprendentes (cfr. la introducción de E . J . Hobsbawn a la obra de Karl Marx "Formacio-
duda, al menos implícitamente, la unidad de la era medieval. L o mismo hace Pierre Bonnassie cuando demuestra la nes económicas precapitalistas, Madrid, Ayuso, 1975, pp. 90-91). Por otra parte, la nobleza pervive no sólo a la defen-
persistencia de la esclavitud durante toda la época franca, o cuando otros —muy juiciosamente— renuncian a la siva, sino que hace un esfuerzo de adaptación a la nueva situación: anima el crecimiento de nuevas ciudades, toman
expresión "alta Edad Media" para designar a los siglos V - X , y prefieren recurrir a la de "Antigüedad tardía"»; Bois parte activa en el comercio. N o es, pues, su inactividad personal, ni cada uno de los nobles, lo que se hunde, sino un
(1991:15-16). modo de vivir y, consecuentemente, la realidad de su modo de pensar.

32 33
I m p e r i o , s i s t e m a que, c o n ligeras m o d i f i c a c i o n e s , se mantendrá de f o r m a «natural»
m e r a t é c n i c a d e l l e n g u a j e y p r o p o n e u n a interpretación r e a l i s t a d e l o s u n i v e r s a l e s .
h a s t a e l siglo X .
L a dialéctica, e n sus d o s fases descendente y ascendente, c o n s t i t u y e e l ritmo i n t e r i o r
L a constitución d e l i m p e r i o c a r o l i n g i o se sustentaba e n l a n o c i ó n áepotestas públi-
d e l a n a t u r a l e z a y d e l a h i s t o r i a d e l m u n d o : n o es s ó l o u n m é t o d o , d e l q u e se s i r v e e l
c a : C a r l o m a g n o e r a rex et sacerdos, m á x i m o representante, d e p o s i t a r i o d e l poder. E s t a
p e n s a m i e n t o , s i n o q u e t i e n e u n a l c a n c e o b j e t i v o . L a dialéctica es l a v i d a m i s m a de
n o c i ó n n o i m p i d e , s i n e m b a r g o , c o m o había o c u r r i d o antes {Dominatus), que se r e c u -
l a n a t u r a l e z a : «Ve d e q u é m o d o e l d e s p l i e g u e de l a s cosas n o s m a n i f i e s t a l a e x p r e -
r r i e r a a u n a descentralización; l o que se o b s e r v a e n l a gestión d e l I m p e r i o o e n el
s i ó n d i v i n a . . . P o r esto se e n t i e n d e q u e a q u e l arte q u e d i v i d e l o s g é n e r o s e n especies
desarrollo de las clientelas m i l i t a r e s . L a s relaciones feudovasalláticas, vínculos que des-
y r e s u e l v e l a s e s p e c i e s e n g é n e r o s , q u e es l l a m a d o dialéctica, n o h a y a s i d o h e c h o
cienden h a s t a e l último c a m p e s i n o y ascienden h a s t a l a f i g u r a s a c r a l d e l rey, a p a r e c e n
p o r i n g e n i o s h u m a n o s , s i n o q u e h a s i d o p u e s t o e n l a n a t u r a l e z a de l a s cosas p o r e l
c o m o «naturales», n o coactivas: a l « h o m b r e de l a é p o c a » t o d o le parece n a t u r a l , e s p o n -
a u t o r de t o d a s l a s c o s a s q u e s o n v e r d a d e r a s , y h a s i d o d e s c u b i e r t o p o r l o s s a b i o s y
táneo, objetivo, inevitable y eterno. N o e r a u n s i s t e m a jurídico, s i n o u n a f o r m a de v i d a
u s a d o útilmente p a r a u n a hábil i n d a g a c i ó n de l a s c o s a s » {Periphyseon, IV, 4; 7 4 8 D -
espontánea y p o c o teórica. E n l a v i d a c o t i d i a n a t o d o acontecía c o m o s i l a n a t u r a l e z a
7 4 9 A ) . L o q u e E s c o t o E r i ú g e n a c o n s i g u e c o n s u Periphyseon es e x p l i c a r t o d a l a
i m p u s i e r a d e r e c h o s y o b l i g a c i o n e s , s i n c o m p l i c a c i ó n política, legal, teológica a l g u n a :
r e a l i d a d c o m o proceso de autoconstrucción de u n a subjetividad trascendente, en
las leyes de l a ú n i c a N a t u r a l e z a s o n claras e i n v i o l a b l e s . E n este o r g a n i s m o v i v o , e n e l
s u «decirse», «diciendo el m u n d o » .
s i s t e m a f e u d a l («real»), que sigue a l a desaparición d e l i m p e r i o r o m a n o , d o n d e l o i m -
p o r t a n t e n o e r a g a n a r s i n o p a r t i c i p a r e n e l g r a n árbol de l a jerarquía f e u d a l , n o deja de
ser lógico que s u r j a u n a c o n c e p c i ó n biológica d e l m u n d o m u y u n i t a r i a y t r a b a d a c o m o
2.2. Feudalismo «juridizado», frente a feudalismo «real»
l a de J u a n E s c o t o Eriúgena (ca. 810-877).

A p a r t i r d e l siglo XI se i n i c i a e l c a m i n o h a c i a e l E s t a d o , t r a n s f o r m a n d o e l f e u d o e n
2 . 1 . 1 . La última «physis»
p r o p i e d a d p r i v a d a y sometiéndola a l régimen de c o m p r a v e n t a . D e s d e finales d e l LX, l a
7

m o n a r q u í a deja de r e s p o n d e r a l a i d e a d e l I m p e r i o U n i v e r s a l «cristiano». L a h i s t o r i o v i -
L a n a t u r a l e z a , i n m e d i a t a y o m n i c o m p r e n s i v a , o physis, c o m o e l Eriúgena l a
sión teológica a g u s t i n i a n a (el «agustínismo p o l í t i c o » ) , que devalúa e l m u n d o t e m p o r a l
d e n o m i n a , es l a c l a v e de s u e n t o r n o ( l a q u e i n s p i r a b a l a r e d d e r e l a c i o n e s entre
e n aras de u n D i o s trascendente, q u e l l a m a y guía a u n p u e b l o u n i v e r s a l («Pueblo de
a q u e l l a s p e q u e ñ a s c o m u n i d a d e s q u e se a g r u p a b a n «naturalmente» h a s t a c o n s t i t u i r
D i o s » ) , sólo e r a c o n c e b i b l e e n u n régimen hermético, e n c e r r a d o e n sí m i s m o y p r e d o -
u n a p i r á m i d e j e r a r q u i z a d a h a s t a e l rey) y l a de t o d o s u p e n s a m i e n t o . U n a physis
m i n a n t e m e n t e agrícola, c o m o e l f e u d a l i s m o i n i c i a l , p e r o ante l a acentuación de l a r e a -
q u e n o es l a d e l físico, s i n o l a n a t u r a l e z a « d e t o d a s l a s c o s a s » , e l e n g l o b a n t e t o t a l , el
l i d a d t e m p o r a l que i m p o n e día a día el «mercantilismo» creciente sufre u n fuerte i m -
s e r - s i e n d o e n s u t o t a l i d a d , q u e se «divide» e n « c u a t r o e s p e c i e s » p o r m e d i o de « c u a -
p a c t o . L a introducción de u n a e c o n o m í a mercantü-dineraria e n l a e s t r u c t u r a agrícola
t r o diferencias» (Periphyseon, 4 4 1 A - 4 4 1 B ) . L a i n m u t a b l e n a t u r a l e z a q u e rige t o d a
doméstica d e t e r m i n a b a e l a t a s c a m i e n t o de l a dogmática y de l a organización de l a
l a r e a l i d a d es e l m u n d o de l a s i d e a s e t e r n a s q u e D i o s p i e n s a : d e l i n d i v i d u o « c o n t e -
I g l e s i a : l a confusión entre m i e m b r o s d e l «Pueblo de Dios» y c i u d a d a n o s de u n r e i n o se
8

n i d o » e n las f o r m a s u n i v e r s a l e s p o r « p a r t i c i p a c i ó n » d e e l l a s , p a s a m o s a u n a c o n -
r o m p e frente a los intereses divergentes de dos i n s t i t u c i o n e s que a h o r a se j u r i d i z a n y
c e p c i ó n e n l a q u e l a s f o r m a s u n i v e r s a l e s están i n c l u i d a s e n e l i n d i v i d u o . E l D i o s
c e n t r a l i z a n (la Iglesia y las monarquías). A m b a s i n s t i t u c i o n e s se c l a r i f i c a n d i f e r e n c i a n -
t r i n o , ser p e r s o n a l e i n t e l i g e n t e , c o m o n o s o t r o s l o s h o m b r e s c r e a d o s , es ese ú n i c o
d o s u d e r e c h o c o n s t i t u t i v o {Derecho Romano-Decretum de G r a c i a n o ) . E l p r o b l e m a c o n
i n d i v i d u o que b u s c a decirse s u p r o p i a realidad p a r a alcanzar su a u t o c o n o c i m i e n -
5

que se e n c u e n t r a l a s o c i e d a d e u r o p e a d e l s i g l o XII es g l o b a l , e n sus tres niveles: s o c i o -

t o . D i o s es u n a r e a l i d a d i n t e l i g e n t e q u e se d a s e r a sí m i s m o e n t e n d i é n d o s e . Y se
e c o n ó m i c o , político-jurídico e ideológico-religioso-especulativo. U n a s alteraciones de
e n t i e n d e autorrepresentándose e n teofanías q u e y a n o s o n Él m i s m o , a u n q u e estén
l a e s t r u c t u r a s o c i a l q u e c o n l l e v a n u n a serie de t r a n s f o r m a c i o n e s e n los m o d o s de p r o -
e n Él, s u r j a n de Él y s e a n p a r a Él m i s m o . T o d a l a c r e a c i ó n es e l «lenguaje» — e l
ducir, v i v i r y c o n c e b i r l a r e a l i d a d n a t u r a l , e l m u n d o h u m a n o y las r e l a c i o n e s entre l o s
v e h í c u l o — c o n e l q u e D i o s e t e r n a m e n t e se d i c e a sí m i s m o s u ser, y se c r e a c o m o ser
h o m b r e s , y entre éstos y l a d i v i n i d a d . T o d o ello p r o v o c a u n a renovación de los viejos
c o n s c i e n t e ( « c r e a r » es « c r e a r s e » ) . E n l a v i s i ó n de E s c o t o p a l p i t a l a v i d a de l a t o t a l i -
d a d y, e n u n m o m e n t o y g r a d o d e esta t o t a l i d a d , e l s e r «real» d e t o d o l o q u e aparece
e n e l t i e m p o : l o s v i v i e n t e s e i n m u t a b l e s «universales» señalan e l l u g a r y l a p a u t a de eterna) que no de la razón humana (Sum. Tíieol., HXa-IIa c, 19-4c), a la larga, desembocará en la idea de que la razón
t o d a s l a s cosas finitas. E s c o t o v a m á s allá de u n a c o n c e p c i ó n de l a l ó g i c a c o m o
6
humana lee la ley divina en la inmutable naturaleza de las cosas.
7. Las luchas y la anarquía interna, que la situación provoca, se prolongarán hasta que la burguesía de las ciudades
cree relaciones de carácter nacional y las monarquías absolutas abran paso a las naciones modernas. Un camino en
5. Sin que la palabra, en la semántica moderna, quede plasmada en su escrito, un conjunto de sus tesis permite
el que el oficio real aparecerá, en principio, como naturalmente superior a cualquier interés, y capaz, por ello, de
verlo como núcleo de su sistema en su escrito, c£r. Periphyseon, 454B-C. Aunque no sea ésta, sin embargo, la concep-
legislar y juzgar a favor del bien común para, finalmente, tomar conciencia de su facticidad como construcción
ción moderna de individuo, habrá que esperar a la epistemología de Guillermo de Ockham.
voluntaria, artificial, del querer ciudadano.
6. Más adelante, el cristianismo de Escoto, con sus modelos ideales de creación divina ad intra, se transformará er
8. Con la maduración de las exigencias de reforma, la tendencia a afirmar una superioridad originaria y constitu-
una aristotelismo catalogador de esencias que, por el hecho de enraizar aún en una metafísica de la participación (de
tiva del monaquisino se afianza, así como la demanda de una plena autonomía con respecto al contexto político e
carácter neoplatónico), no significa un descubrimiento humanista, sino, al contrario, una naturalización del Dio;
institucional en el que se encontraba inserto. La fundación de Cluny (910), que pretendía la eliminación de la simo-
cristiano en lalinea del feudalismo más tradicional. E l iiisnaiuralismo trasluce claramente el pensamiento neoplatónicc
nía, la implantación del celibato (contra el nicolaísmo), es uno de los primeros frutos del movimiento reformador y
de la visión de Tomás de Aquino. La primacía que éste da a la razón, unida al principio de que la causa primera e;
restaurador del orden dentro de la Iglesia. Los centros dejan de ser centros aislados sometidos a la jurisdicción de su
superior a la causa segunda y, por tanto, que la bondad de la voluntad humana depende más de la razón divina (o le\
obispo respectivo y sujetos a los atropellos de condes y grandes señores.

34
35
e s q u e m a s teológicos a las exigencias de s u t i e m p o q u e p e r m i t e e l florecimiento de u n h a s i d o v i n c u l a d o — p o r c o n v e n c i ó n h u m a n a — , c o n f u n c i ó n de s i g n i f i c a r e l status
c o n o c i m i e n t o científico de las cosas t e m p o r a l e s . P a r a t o d o ello se le pidió a y u d a a l a c o m ú n a u n a p l u r a l i d a d de sujetos. L o q u e d a s o p o r t e a l a asignación de u n n o m b r e
lógica de Aristóteles. ú n i c o a u n c o n j u n t o d e i n d i v i d u o s es s u status o n t o l ó g i c o : n o u n a « c o s a » r e a l , s i n o u n
c i e r t o y r e c o n o c i d o n i v e l y m a n e r a de s e r y actuar. C o n l o s «universales» s u c e d e l o
2 . 2 . 1 . De «physis» a metafísica m i s m o q u e c o n l o s « n o b l e s » y «clérigos»: s o n u n c o n j u n t o de i n d i v i d u o s a l o s q u e l a
l e y r e c o n o c e u n o s deberes y p r i v i l e g i o s p e c u l i a r e s . L o s u n i v e r s a l e s se c o n v i e r t e n ,
P e r o a l Aristóteles que «redescubren» l o s escolásticos de l o s siglos XII y XTU l e f a l t a - p u e s , e n categorías lógico-lingüísticas q u e s i r v e n de i n t e r m e d i a r i o s e n t r e e l m u n d o
b a l o que c o n s t i t u y e e l m e o l l o d i n á m i c o de l a o m n i p r e s e n t e y d o m i n a n t e v i v e n c i a de l a d e l p e n s a m i e n t o y d e l ser. L a l ó g i c a se t o r n a u n a técnica y u n s a b e r de aplicación
v i v a y v i t a l u n i d a d d e l c o s m o s . U n a v i v e n c i a q u e , s i b i e n latía e n e l s i s t e m a d e l Eriúge-
9
práctica p a r a l a s o c i e d a d d e l s i g l o xn, sirve p a r a d i s t i n g u i r l o s d e r e c h o s c i v i l y ecle-
n a , h a desaparecido c o m o socialmente d o m i n a n t e a c o m i e n z o s del XII. L a m i s m a p r u e b a siástico. E l d e r e c h o v e r t e b r a l a v i d a s o c i a l : «lo p r o p i o d e l h o m b r e es d e f e n d e r sus
ontológica de l a existencia de D i o s , de A n s e l m o , es u n i n t e n t o — d e s e s p e r a d o e intrínse- d e r e c h o s a n t e e l t r i b u n a l c o n l a r a z ó n y según l a ley, y n o c o n l a s a r m a s c o m o l o s
c a m e n t e a n a c r ó n i c o — p o r r e c u p e r a r ese v i v o s e n t i m i e n t o de l a p r e s e n c i a de l a arché animales»; así se e x p r e s a b a n , c o n u n a c i t a aristotélica, l o s r e p r e s e n t a n t e s de u n o y
c ó s m i c a p o r e l c a m i n o de u n a conceptualización lógica. L a «revolución cultural» d e l o t r o b a n d o e n l a «querella d e l a s investiduras» (1075-1122). A h o r a se siente l a n e c e -
siglo X n n o es, p o r tanto, fruto, o n o sólo, de las i n f l u e n c i a s «externas» que «Occidente» s i d a d de s e p a r a r l a religión de l a v i d a t e m p o r a l , l a fe d e l a razón, l a institución c i v i l
r e c i b e a través d e «Oriente», s i n o m á s b i e n r e s u l t a d o d e l a « m a d u r a c i ó n » , d e l d e s a r r o - ( E s t a d o ) de l a eclesiástica (Iglesia), l o q u e c o m p o r t a d i s t i n t o s c a m p o s de legislación,
l l o i n t e r n o que E u r o p a c o n o c i ó a p a r t i r d e l año 1000, y q u e p r o d u c e u n p r o g r e s i v o p e r o también c a m b i o de visión d e l m u n d o . D e s a c r a l i z a r u n á m b i t o de l a v i d a c o n l l e -
d e s a r r o l l o de l a v i d a c i v i l : nuevas f o r m a s de asociación y de m o v i l i d a d s o c i a l que favo- v a c a m b i a r l a visión d e l m u n d o , r e p u l i r n o c i o n e s c o m ú n m e n t e a c e p t a d a s , p r e c i s a r y,
r e c e n u n a m a y o r circulación de l a s p e r s o n a s y las ideas. S i n e m b a r g o , l a especulación e n m u c h a s o c a s i o n e s , c r e a r n u e v a s t e n m n o l o g í a s técnicas. E s e l f i n a l de la sabiduría,
lógica d e l siglo xn, y sus esfuerzos sistemáticos — e r i u g e n i a n o , jurídico y t e o l ó g i c o — p e n s a m i e n t o u n i f i c a d o r , o m n i c o m p r e n s i v o , a f a v o r de l a m u l t i p l i c i d a d de c i e n c i a s .
concluirían e n u n relativo fracaso. E l s i g l o xm p r o l o n g a r á l a reflexión l ó g i c a d e l s i g l o a n t e r i o r , q u e seguirá c o n s t i t u y e n -
H a s t a estos m o m e n t o s , l o s escolásticos se m o v í a n e n u n a s o c i e d a d e n l a que l a v i d a d o l a h e r r a m i e n t a i m p r e s c i n d i b l e p a r a e l d e r e c h o y l a teología, l a s dos g r a n d e s d i s c i -
n o r m a l de h o m b r e y l a satisfacción de sus necesidades se conseguían a través de u n a s p l i n a s c o n e n t i d a d p r o p i a e n l a s escuelas.
técnicas y c o s t u m b r e s heredadas, s i n n e c e s i d a d de teorías científicas. P e r o desde f i n a - E n e l s i g l o XEJ se p u e d e h a b l a r y a d e u n a filosofía (si se q u i e r e , escolástica), p o r
les d e l siglo XI, a p a r e c e n p r e o c u p a c i o n e s intelectuales y m é t o d o s de t r a b a j o n u e v o s : l a c u a n t o q u e l a filosofía y a n o es s ó l o i n s t r u m e n t o p a r a l a c o m p r e n s i ó n de l a fe («sierva
atención se c e n t r a e n l a gramática y l a dialéctica e i n t e n t a someter, a u n i n g e n u a m e n t e , de l a teología»), s i n o u n c o n o c i m i e n t o a u t ó n o m o , s i n que p o r ello ningún filósofo
t o d a s las cosas h u m a n a s y d i v i n a s a l t r i b u n a l d e l análisis l ó g i c o . L a gramática, bajo l a r e n u n c i e a l a fe. E l interés p o r e l c o n o c i m i e n t o s o b r e e l m u n d o t e m p o r a l a d q u i e r e
i n f l u e n c i a de l a lógica, deja de s e r l a c i e n c i a de las reglas q u e es p r e c i s o o b s e r v a r p a r a g r a n i m p o r t a n c i a e n l a F a c u l t a d de A r t e s , q u e n o se r e s i g n a a l o s límites de l a
h a b l a r c o r r e c t a m e n t e y se t r a n s f o r m a e n «gramática especulativa» o «lógica d e l l e n - a u t o r i d a d q u e i n t e n t a i m p o n e r l e l a F a c u l t a d de Teología, d e s e m b o c a n d o e n l a r e -
guaje». L a dialéctica l l e v a b a n e c e s a r i a m e n t e a plantearse e l p r o b l e m a q u e y a B o e c i o v u e l t a u n i v e r s i t a r i a d e l 1264. E l «averroísta» S i g e r de B r a b a n t (1235-1284), líder
había e n u n c i a d o : e l de l a significación de las p a l a b r a s {voces) y s u aplicación a las de l o s «artistas» e n l a r e v u e l t a , r e p r e s e n t a e l i n t e n t o de p r o p o r c i o n a r a l a s c i e n c i a s
cosas (ras). P e r o "si l o s realistas c o l o c a r o n e l p r o b l e m a e n u n terreno estrictamente t e m p o r a l e s e l f u n d a m e n t o e p i s t e m o l ó g i c o q u e , a p a r t i r de l a r a z ó n , l a s i n d e p e n d i c e
metafísico, o n t o l o g i z a n d o los u n i v e r s a l e s , los n o m i n a l i s t a s p o n d r á n e n crisis el v a l o r
10
de l a Teología. P a r a Siger, es e l i n t e l e c t o c o m ú n a t o d o s l o s h o m b r e s , a l a v e z ,
significativo de l o s términos universales. L o s p e r i t o s e n lógica t o m a n c o n c i e n c i a de las agente y p a c i e n t e ( n o e l Lógos c ó s m i c o p a g a n o n i e l m i s m o D i o s , s i n o c r e a c i ó n
d i f i c u l t a d e s q u e c o m p o r t a a t r i b u i r r e a l i d a d ontológica a l o s conceptos universales, s u y a ) , e l q u e c o n o c e u n i v e r s a l y n e c e s a r i a m e n t e l a s cosas s i n g u l a r e s y h a c e p o s i b l e
c u a n d o e n e l m u n d o r e a l sólo h a y i n d i v i d u o s y se está r o m p i e n d o e l o r d e n s o c i a l jerar- que el i n d i v i d u o — a p a r t i r de l a s e n s i b i l i d a d — llegue a l a ciencia. P e r o l a n o v e d a d
q u i z a d o que c o m p o r t a b a l a i n e v i t a b l e jerarquización de las ideas r e l a c i o n a d a s lógica- d e l « a v e r r o í s m o » n o es l a n o c i ó n d e l i n t e l e c t o s e p a r a d o , y aún m e n o s e l r e a l i s m o
m e n t e . E l i n d i v i d u o pensante a v a n z a a través de l a problemática lógica. L a u n i d a d del que i m p l i c a n los conceptos," sino que consiste e n plantear e l t e m a del intelecto
c o s m o s (physis) y a n o aparece c o m o v i v e n c i a p r i m a r i a y s u p e r i o r a las m d i v i d u a l i d a - s e p a r a d o e n u n p l a n o b i p o t é t i c o - c o n c e p t u a l , d i r í a m o s hoy, c o m o c o n d i c i ó n de p o -
des d e l m u n d o sensible. s i b i l i d a d de l a c i e n c i a n a t u r a l . T o m á s de A q u i n o (1225-1274), f r e n t e a e s t a h i p ó t e -
P e d r o A b e l a r d o (1079-1142) c o n c e b i r á e l u n i v e r s a l c o m o u n estatuto j u r í d i c o f u n - sis e p i s t e m o l ó g i c a , p r o p o n e u n a metafísica d e l c o n o c i m i e n t o h u m a n o : es c a d a u n o
d a d o e n l a simiütud o n t o l ó g i c a de l o s i n d i v i d u o s entre ellos. E l u n i v e r s a l es u n c o n - d e l o s h o m b r e s q u i e n h a c e c i e n c i a i n t e r s u b j e t i v a y n o e l c o n j u n t o d e éstos c o n u n
c e p t o o r a z o n a m i e n t o de abstracción q u e g e n e r a l a intelección de las cosas a las q u e intelecto c o m ú n . T a l intelecto, el a l m a («forma» única, a l a vez activa y pasiva), que
d a e l s e r a l c o m p u e s t o u n i t a r i o h u m a n o , « i l u m i n a » c o m o «agente» l a i m a g e n d e l
9. Teorías que estaban en clara regresión no frente a la lógica de Aristóteles, sino frente a la «lectura» novedosa del objeto c o n o c i d o p o r l o s s e n t i d o s y c o m o « p a c i e n t e » r e c i b e l a « f o r m a » d e l o b j e t o
filósofo bañada por una «subjetividad» y un formalismo desconocido en el mundo griego, aunque estuvieran, en c o n o c i d o , y a l i b r e d e l e l e m e n t o m a t e r i a l i n d i v i d u a n t e y, p o r t a n t o , c o n v e r t i d o e n
cierto modo, intuidas ya en la Academia Nueva y en la Stoa romana: las reglas lógicas no son ya un hecho bio-
cósmico, sino un hecho mental y lingüístico, algo que está en el intelecto.
10. Se consideraba que los conceptos teman un orden de jerarquía natural: los individuos, que eran la presencia 11. A fin de cuentas, el noíis-alma neoplatónico, la acción o concurso de Dios en el conocimiento humano agustiniano
física délos conceptos, también estaban jerarquizados por la naturaleza en unos «órdenes» o «estados» inviolables. (üuminación), corren por la Europa cristiana tanto como en el mundo islámico desde siglos atrás.

36 37
 las c r i a t u r a s , n o las ideas de las c r i a t u r a s . Y a n o se p i e n s a bajo e l régimen d e l a f u e r z a
« f o r m a » u n i v e r s a l o «idea» d e t o d o s l o s o b j e t o s d e l a m i s m a especie. E n c u a n t o q u e
u n i f i c a d o r a de l a arché, n i d e l d i v i n o trascendente, s i n o bajo el i m p e r i o del singular. Y
l a f o r m a es l o q u e h a c e q u e l a s c o s a s s e a n l o q u e s o n y es i g u a l p a r a c a d a i n d i v i d u o
p u e s t o q u e l a ontología d e O c k k a m e r a u n a ontología q u e v e r s a b a e x c l u s i v a m e n t e s o -
de u n a m i s m a e s p e c i e y, a s u v e z , l a f o r m a está e n e l i n t e l e c t o p a c i e n t e s i n l a i n d i v i -
b r e i n d i v i d u o s concretos, e l m u n d o empírico debía verse desde u n p u n t o de v i s t a ex-
d u a c i ó n p r o v e n i e n t e d e l a m a t e r i a , se c o m p r e n d e q u e c a d a u n o d e n o s o t r o s h a c e
c l u s i v a m e n t e físico. E l p r o b l e m a de l o s universales n o era, pues, u n a cuestión de m e t a -
c i e n c i a y, t o d o s , c o i n c i d i m o s e n l o s r e s u l t a d o s q u e serán « n e c e s a r i o s » y «universa-
física, s i n o de epistemología, d e gramática y d e lógica. L a lógica es u n a n o r m a t i v a d e l
les» ( p a r a t o d o s l o s i n d i v i d u o s d e l a especie). P e r o T o m á s n o s a t i s f i z o a l o s p e n s a -
p e n s a r y d e l c o n o c e r h u m a n o , u n c o n o c i m i e n t o c u y a e s e n c i a r a d i c a e n ser u n lenguaje
d o r e s d e t e n d e n c i a m á s a g u s t i n i a n a . Éstos c r e e n q u e l a teoría d e T o m á s n o s a l v a b a
c o n el que l a s u b j e t i v i d a d f i n i t a se dice a sí m i s m a l a r e a l i d a d q u e vive. O c k h a m , p r e c e -
la d i g n i d a d h u m a n a : e l h o m b r e q u e d a b a s o m e t i d o a las cosas materiales que le
d i d o p o r los p e n s a d o r e s d e l s i g l o X H y l a e s c u e l a a g u s t i n i a n a - f r a n c i s c a n a , n o sólo c a -
i m p o n í a n s u « f o r m a » , c o m o s i s u c o n o c i m i e n t o fuese e l d e u n a n i m a l .
racterizó l o f o r m a l , l a lógica, c o m o algo perteneciente a l a s u b j e t i v i d a d h u m a n a , s i n o
que p e r c i b e l a c r e a d o r a l i b e r t a d c o n que l a s u b j e t i v i d a d c o n s t r u y e sus lenguajes s e n s i -
2.2.2. De metafísica a lenguaje bles y, n o m e n o s , e l m e n t a l . D e este m o d o , i n s t a u r a l a n o c i ó n m o d e r n a d e sujeto c o g -
noscente i n d i v i d u a l , v e r d a d e r a e n t i d a d p r i m e r a , n o y a s o p o r t e p a s i v o d e a t r i b u t o s ,
N i e l t o m i s m o , n i e l averroísmo s a l v a b a n e l p r o b l e m a de l a c i e n c i a : e l h o m b r e que
s i n o fuente a c t i v a d e atribución.
p i e n s a . Tanto u n o c o m o otro i g n o r a n e l f u n d a m e n t a l i n v e n t o de l a B a j a E d a d M e d i a : l a
v i v e n c i a d e l ser h u m a n o c o m o s u p e r i o r a l a n a t u r a l e z a , a l m e o l l o m a t e r i a l que le r o d e a .
L o característico d e l «espíritu» n o es sólo c o n o c e r los universales, s i n o l a autonomía
Bibliografía
creadora que en e l uso de l a libertad le hace interlocutor de Dios y co-creador de l a
h i s t o r i a , c o m o defendió Agustín. P o r eso l a escuela f r a n c i s c a n a veía u n a d e s h u m a n i z a -
Bois, Guy ( 1 9 9 1 ) : La revolución del año mil. Barcelona: Crítica.
c i ó n d e l h o m b r e . E n S i g e r y Tomás veían u n a recaída e n e l p a g a n i s m o n a t u r a U s t a D E R H K , Lambert-Marie ( 1 9 8 5 ) : La philosophie au Moyen Âge. Leiden: Bruì.
«aristotélico», q u e e n c a d e n a b a a l h o m b r e a s u m e d i o «material. E l r a c i o n a l i s m o f r a n - F L A S C H , Kurt ( 1 9 9 2 ) : Introduction à la philosophie médiévale. París: Éditions C E R F .
c i s c a n o n o tiene c o m o p u n t o d e p a r t i d a e l m o d e l o epistemológico de l o s sentidos, F O R T U N Y , Francisco José ( 1 9 9 2 ) : De Lucreci a Ockham. Perspectives de l'Edat Mitjana. Barcelo-
partía de «soy, c o n o z c o y a m o » d e Agustín (C.D., X X V I , 11). S e t r a t a d e l c o n o c i m i e n t o na: Anthropos.
m á s c i e r t o p o s i b l e p a r a e l espíritu h u m a n o i n d i v i d u a l , e l c o n o c i m i e n t o de sí m i s m o FUMAGALLI BEONIO BROCCHIERI, Mariateresa y Massimo P A R O D I ( 1 9 8 9 ) : Storia della fdosofta
q u e e l i n d i v i d u o t i e n e e n s u p r o p i a i n m a n e n c i a , a l m a r g e n d e t o d o l o sensible. P a r a medievale. Da Boezio a Wyclif. Roma-Bari: Laterza.
G U R E V I C H , Aaron ( 1 9 9 7 ) : Los orígenes del individualismo europeo. Barcelona: Critica.
ellos e l espíritu h u m a n o es e m i n e n t e m e n t e activo, m o t o r de s u conocer, y n o esclavo d e
G U E R R E A U , Alain ( 1 9 8 4 ) : El Feudalismo. Un horizonte teòrico. Barcelona: Critica.
t o d o l o sensible. E s t a intuición «tradicional» f r a n c i s c a n a invierte l a teoría d e l c o n o c i -
— ( 2 0 0 2 ) : El futuro de un pasado. La Edad Media en el siglo XXI. Barcelona: Critica.
m i e n t o . E l c o n o c i m i e n t o y a n o c o m i e n z a c o n l o s datos sensibles (teoría p a g a n a o t o -
m i s t a ) , s i n o q u e se i n i c i a e n e l espíritu l i b r e , p a s a p o r l o s sentidos, s i es p r e c i s o , y
c u l m i n a en e l m i s m o espíritu.
G u i l l e r m o de O c k h a m (1298-1349), e n u n a p e r s p e c t i v a m o d e r n a , r a d i c a l i z a l a i n -
s i s t e n c i a aristotélica sobre l a primacía ontológica de l o s p a r t i c u l a r e s y sostenía que n o
h a y o t r a cosas que seres i n d i v i d u a l e s , que l a e x p e r i e n c i a c o n c r e t a es l o único que puede
s e r v i r de base d e l c o n o c i m i e n t o y q u e los universales n o existen c o m o entes externos a
l a m e n t e , s i n o t a n sólo c o m o conceptos m e n t a l e s . L o r e a l n o e r a e l c o n c e p t o q u e l a
m e n t e se f o r m a b a de l a cosa, s i n o l a c o s a p a r t i c u l a r e x t e r i o r a l a m e n t e . L o s conceptos
n o p o s e e n f u n d a m e n t o metafísico m á s allá de l o s p a r t i c u l a r e s concretos, n o h a y c o -
r r e s p o n d e n c i a n e c e s a r i a entre l a s p a l a b r a s y las cosas. E n l a generación anterior, D u n s
E s c o t o (1266-1296) había m o d i f i c a d o l a teoría clásica de las f o r m a s e n l a dirección d e l
i n d i v i d u o c o n c r e t o , a l a f i r m a r q u e c a d a p a r t i c u l a r tenía s u p r o p i a haeccitas, e l c u a l
poseía u n a r e a l i d a d p o s i t i v a p o r sí m i s m o , c o n i n d e p e n d e n c i a de l a participación d e
los p a r t i c u l a r e s e n l o u n i v e r s a l o, d i c h o de o t r o m o d o , c o n i n d e p e n d e n c i a de s u p a r t i c i -
p a c i ó n e n u n a n a t u r a l e z a c o m ú n . P a r a O c k h a m , t a n t o l a natura communis d e E s c o t o
c o m o l a especie i n t e l i g i b l e de Tomás e r a n ficciones c o n c e p t u a l e s , e l u n i v e r s a l n o c o n s -
tituía u n ente metafísico p o r sí m i s m o , s i n o q u e e r a u n término que s i g n i f i c a b a u n
aspecto c o n c e p t u a l i z a d o de u n ser i n d i v i d u a l r e a l . O c k h a m c o n c i b e e l p e n s a m i e n t o
c o m o u n «lenguaje interior», u n c o n j u n t o de «signos» que s i r v e n p a r a d e n o t a r (signifi-
car) las cosas y c o l o c a r s e e n l u g a r de ellas e n u n a p r o p o s i c i ó n u oración c o n sentido. S e
n e g a b a u n o r d e n d e l a r e a l i d a d s e p a r a d o e i n d e p e n d i e n t e de universales: sólo existen

39
38
La recepción de la Ilustración en América
Latina: globalización y diferencia
Xabier Palacios

L a Ilustración es u n p r o y e c t o científico-técnico, político, m o r a l y estético que n a c e

e n F r a n c i a e n e l siglo XVTU y se d e s a r r o l l a a n i v e l p l a n e t a r i o . L a Ilustración culminaría
u n p r o y e c t o d e mundialización d e c o n n o t a c i o n e s metafísicas k a n t i a n a s c o n u n s e n t i d o
p r o g r e s i s t a c a r a c t e r i z a d o p o r e l t r i u n f o de l a razón h e g e l i a n a . L a globalización, s i n
e m b a r g o , n o es s o l a m e n t e l a unificación d e l m e r c a d o m u n d i a l p r o p i c i a d o p o r l a p r o -
d u c c i ó n c a p i t a l i s t a , s i n o q u e también e n b u e n a p a r t e es u n a c o n s e c u e n c i a de las ideas
universalistas i l u s t r a d a s c o n u n a c o n t i n u i d a d histórica que se r e m o n t a a l o s m a t e m á -
ticos griegos q u e c o n c i b i e r o n l a p r i m e r a representación de l a globalización d e l m u n d o
e n l a perfección de l a esfera. L a m o d e r n i d a d m a r c a u n a r u p t u r a c o n e l c o s m o s c e r r a d o
y h a c e de l a esfera u n m u n d o c i r c u n n a v e g a b l e , de t a l f o r m a que l o s p r i m e r o s n a v e g a n -
tes f u e r o n l o s c o n q u i s t a d o r e s d e l N u e v o M u n d o , los cartógrafos q u e p r o p o r c i o n a b a n
l o s m a p a s p a r a l a navegación, l o s aventureros y m e r c a d e r e s de u l t r a m a r , l o s m i s i o n e -
r o s y los e r u d i t o s q u e se l a n z a b a n a l d e s c u b r i m i e n t o de l e n g u a s y c i v i l i z a c i o n e s desco-
n o c i d a s ( M a r r a m a o 2006: 19). L a globalización es así l a enunciación de l a crisis de l a
mundialización de l a filosofía de l a h i s t o r i a b a s a d a e n las categorías de p r o g r e s o y de
h i s t o r i a - m u n d o , así c o m o e l i n g r e s o e n l a e r a d e l m u n d o finito {ibíd.: 23).
L a s tesis de l a Ilustración a p a r e c i e r o n e n los artículos de l a Enciclopedia y e n las
o b r a s de l o s filósofos que a s u m i e r o n el reto de «üuminar» e l o s c u r o p a n o r a m a c u l t u r a l
de l a época. D i d e r o t , D ' A l e m b e r t , V o l t a i r e , M o n t e s q u i e u , R o u s s e a u y otros pensadores
a b r i e r o n l o s h o r i z o n t e s d e l n u e v o i d e a l de l a m o d e r n i d a d q u e transformó l a c o m p r e n -
sión d e l m u n d o físico y de l a s o c i e d a d c o n l a aparición de l a figura d e l c i u d a d a n o u n i d o
a l Estado-nación c o m o sujeto de derechos. L a Inquisición, a p e s a r de sus m é t o d o s
coercitivos, n o logró p a r a l i z a r e l peso de las tesis propuestas p o r los autores m e n c i o n a -
dos, t a n t o e n E u r o p a c o m o e n América L a t i n a .
L a i r n i v e r s a l i d a d d e l o s d e r e c h o s d e l c i u d a d a n o p r o p u e s t a p o r l a Ilustración se
ceñía a l e s p a c i o político d e l Estado-nación c o m o c o n d i c i o n a m i e n t o político p e r o , e n
l a a c t u a l i d a d , p o r efecto de l a globalización, h a s u p e r a d o l a s f r o n t e r a s p a r t i c u l a r i s -
tas, l e g i t i m a n d o l a t e n d e n c i a a u n a ciudadanía e n c l a v a d a e n l a a l d e a g l o b a l q u e h a b l a
de l o s c i u d a d a n o s d e l m u n d o , utopía q u e , p o r o t r a p a r t e , y a fue d i f u n d i d a e n l a
s o c i e d a d a n t i g u a p o r p a r t e de l o s estoicos. L a globalización, s i n e m b a r g o , n o d a
r e s p u e s t a a esta u t o p í a s i n o q u e p o n e e n c r i s i s e l c o n c e p t o de ciudadanía, s u s t i t u y e n -
d o l a a d e c u a c i ó n d e l c i u d a d a n o c o n e l Estado-nación p o r l a s c o n n o t a c i o n e s i d e n t i t a -
rias q u e m a r c a n l a d i f e r e n c i a p o r l a distinción de géneros, p o r l a p e r t e n e n c i a a d i s -
t i n t a s c u l t u r a s , p o r l a p l u r a l i d a d de r a z a s y r e l i g i o n e s o p o r l a p e r t e n e n c i a a sectores
sociales m a r g i n a d o s . L a globalización e c o n ó m i c a d e l m e r c a d o m u n d i a l e n t r a e n f r a n c a

41
 d e s o c u l t a m i e n t o , es decir, de l a v e r d a d . L a técnica m o d e r n a d e s c a n s a e n las c i e n c i a s
c o n t r a d i c c i ó n c o n l o s d e r e c h o s d e l c i u d a d a n o d e l m u n d o . M i e n t r a s las mercancías exactas s i n l l e v a r n o s a l d e s o c u l t a m i e n t o . E l g u a r d a b o s q u e s que m i d e c o n e x a c t i t u d l a
c i r c u l a n t r a s p a s a n d o las f r o n t e r a s d e l Estado-nación, los c i u d a d a n o s , s i n e m b a r g o , m a d e r a c o r t a d a r e s p o n d e a l a s o l i c i t u d de c e l u l o s a p r o v o c a d a p o r l a n e c e s i d a d d e l
c a r e c e n i n j u s t a m e n t e de los d e r e c h o s r e c o n o c i d o s a las m e r c a n c í a s . E l E s t a d o - n a - p a p e l de las i n d u s t r i a s , p e r o n o e n t i e n d e l a técnica, c ó m o h a c e r s a l i r l o o c u l t o y el
c i ó n i m p o n e v i s a d o s y m é t o d o s c o e r c i t i v o s p a r a e v i t a r e l tránsito q u e se p e r m i t e a las o c u l t a m i e n t o e n d o n d e acaece l a v e r d a d , llevándola a l e s p l e n d o r de l o que l u c e ( H e i d e g -
m e r c a n c í a s . L a c o n s t r u c c i ó n d e l « m u r o de Berlín» e n t r e E E . U U . y M é x i c o , así c o m o ger 1 9 9 4 : 3 6 ) . E l g u a r d a b o s q u e s a n t e r i o r m e n t e evocado n o sería víctima de los efectos
las a l a m b r a d a s d e C e u t a y M e l i l l a , s o n u n b u e n e j e m p l o de las c o n t r a d i c c i o n e s de l a devastadores de l a técnica s i n o q u e reconocería e n los c a m i n o s d e l b o s q u e l a p r e s e n c i a
globalización c o n l o s d e r e c h o s h u m a n o s . de sus a b u e l o s , q u e los r e c o r r i e r o n antes q u e él, i d e n t i f i c a n d o a c o n t e c i m i e n t o s que
L a globalización h a r e v i t a l i z a d o e l interés p o r e l m a r g i n a d o p e n s a m i e n t o de H e r - d i e r o n l u g a r a l e y e n d a s , ritos, c r e e n c i a s , t r a d i c i o n e s , fiestas q u e b u s c a b a n e l f u n d a -
der, l l e v a n d o e l d i s c u r s o filosófico a l a n e c e s i d a d d e l r e c o n o c i m i e n t o de l a d i f e r e n c i a m e n t o de algo p e r m a n e n t e q u e sistemáticamente se p r e s e n t a c o m o h u i d i z o , p o n i e n d o
c o m o categoría p r e v i a p a r a u n a definición d e l h o m b r e y e l r e c o n o c i m i e n t o de l a c i u d a - a l d e s c u b i e r t o e l S e r p a r a q u e a p a r e z c a e l ente.
danía. E n el m o d e l o que p r o p o r c i o n a J e a n J a c q u e s R o u s s e a u l a ciudadanía e n abstrac- N o e n v a n o e l interés d e l a C o r o n a española p o r las c i e n c i a s y las técnicas, a b a n d e -
to a p a r e c e c o m o sujeto de derechos. E n El contrato social aparece l a alienación t o t a l de r a d o p o r e l r e y C a r l o s TU, r e v e l a las i n t e n c i o n e s de d e s a r r o l l a r e l m i s m o p r o y e c t o e n
c a d a a s o c i a d o c o n t o d o s sus derechos a l a c o m u n i d a d ( P a l a c i o s 1992: 74). H e r d e r , s i n Latinoamérica c o m o f o r m a de d o m i n i o n o sólo sobre los p u e b l o s s i n o sobre los r e c u r -
e m b a r g o , p a r t e d e l a c u l t u r a , l a l e n g u a , e l p u e b l o , l a nación, l a é p o c a c o m o e n t r a m a d o sos d e l a n a t u r a l e z a , i n i c i a n d o e l p r o c e s o g l o b a l i z a d o r e n l a d i l a t a d a extensión d e l
d e t e r m i n a n t e de l a e s e n c i a antropológica. H e r d e r obtiene l a i d e a de h o m b r e p o r a d i - Imperio:
c i ó n de c o n n o t a c i o n e s sensibles m i e n t r a s que l a Ilustración l o h i z o a l a i n v e r s a p o r
substracción de características l o c a l e s c o n e l fin de o b t e n e r u n a i d e a de h o m b r e válida
Más o menos ilustrados, intentan u n proceso de racionalización económica, jurídica o
p a r a todas las épocas y países s i n p e r t e n e n c i a a t i e m p o c o n c r e t o a l g u n o ( P a l a c i o s 1991: tecnológica que haga viable y reduplique la rentabilidad del dominio. Esta nueva racio-
205). L a u n i v e r s a l i d a d p r o p u e s t a p o r l a Ilustración e n c u e n t r a s u c o n t r a p u n t o e n l a nalidad, considerablemente más desarrollada y autosufíciente que las ideologías de do-
d i f e r e n c i a c u l t u r a l p r o p u e s t a p o r H e r d e r , e s q u e m a que se repite e n l a a c t u a l i d a d e n las minación generadas en el quinientos, estaba en gran medida construida sobre la ciencia,
c o n t r a d i c c i o n e s q u e p l a n t e a l a globalización frente a l a d i f e r e n c i a . y sus actores tendrían paulatinamente que sustituir a misioneros y cronistas.
L a Ilustración h u n d e sus raíces e n l a r e v o l u c i ó n científica de l o s siglos XVI y XVTI A l otro lado del Atlántico, sin embargo, se habían desarrollado pujantes núcleos crio-
q u e r o m p e l o s p a r a d i g m a s de l a filosofía aristotélico-tomista. C o p é m i c o , G a l i l e o , llos, cuyos intereses, no siempre coïncidentes con los de la Corona, alimentan u n nacio-
K e p l e r , N e w t o n , c o n s t r u y e n l a n u e v a i m a g e n d e l m u n d o s u s t e n t a d a e n l a s matemáti- nalismo creciente. También en el terreno de la ciencia, la técnica o la historia es posible
cas y e n l a física. S e d e f i e n d e el h e l i o c e n t r i s m o frente a l g e o c e n t r i s m o p a s a n d o de detectar su presencia activa y resistente [Sellés, Peset y Lafuente 1989: 60].
u n a interpretación teocéntrica (vertical) d e l m u n d o a u n a explicación antropocéntri-
c a ( h o r i z o n t a l ) , m a r c a n d o e n l a h i s t o r i a e l p r o c e s o de secularización q u e todavía n o F u e e n l a U n i v e r s i d a d d e S a n M a r c o s d e L i m a , f u n d a d a e n 1551, d o n d e se gestó e l
ha terminado. p r o y e c t o i l u s t r a d o q u e abriría e l c a m i n o de l a globalización y que influiría e n t o d o e l
L a u n i v e r s a l i d a d de l a c i e n c i a , así c o m o l a tecnología, l l e v a n a los i l u s t r a d o s a l c o n t i n e n t e . L a expulsión de los jesuítas e n 1767 llevó a l a U n i v e r s i d a d de S a n M a r c o s a
c o n v e n c i m i e n t o de que l a n a t u r a l e z a h a de ser c o n o c i d a y a l m i s m o t i e m p o d o m i n a d a . l a reorganización de l a B i b l i o t e c a según los fondos bibliográficos pertenecientes a l a
S i n e m b a r g o , n o h a y que o l v i d a r l a a d v e r t e n c i a q u e h i z o J e a n Jacques R o u s s e a u a l Compañía d e l C o l e g i o de S a n P a b l o , y a l a p r o v e c h a m i e n t o d e l i n s t r u m e n t a l científico.
p u b l i c a r s u Discurso sobre las ciencias y las artes, e n 1750, c o n u n g r a b a d o que r e p r e - E l v i r r e y A m a t transmitió a l r e y C a r l o s LTJ, e n 1768, l a i n i c i a t i v a de l a U n i v e r s i d a d de
s e n t a b a a P r o m e t e o entregando u n a a n t o r c h a a l h o m b r e m i e n t r a s advertía a l sátiro S a n M a r c o s y ese m i s m o a ñ o se p u s o e n m a r c h a e l p r o y e c t o (Valcárcel 1960: 50). E l
q u e n o tocase e l fuego p o r q u e se quemaría, s i m b o l i z a n d o el fuego, p r e c i s a m e n t e , l a C o n v i c t o r i o de S a n C a r l o s fue f u n d a d o e n 1771 e n el a n t i g u o n o v i c i a d o de los jesuítas
ciencia. H o y más que n u n c a c o m p r o b a m o s el acierto de aquella advertencia en los p o r e l v i r r e y A m a t , c o n e l f i n de i m p l a n t a r el p r o y e c t o i l u s t r a d o e n u n a institución
p r o g r e s o s de l a c i e n c i a d e s a r r o l l a d a e n u n m u n d o g l o b a l i z a d o que p u e d e l l e v a r n o s a l a académica. E l m i s m o v i r r e y n o m b r ó a d o n T o r i b i o Rodríguez de M e n d o z a , profesor,
destrucción de l a T i e r r a . E l h a m b r e i n s a c i a b l e d e l c a p i t a l i s m o , q u e d e s a r r o l l a e l p r o - l l e g a n d o éste a l r e c t o r a d o d e l m i s m o . Rodríguez de M e n d o z a llevó a c a b o l a transfor-
yecto i l u s t r a d o de a c u e r d o c o n l a r e n t a b i l i d a d e c o n ó m i c a a través de l a técnica, n o sólo m a c i ó n de l o s p l a n e s de estudios u n i v e r s i t a r i o s que llevarían a l C o n v i c t o r i o a o c u p a r e l
h a c r e a d o e l m e r c a d o único a t r e p e l l a n d o los derechos de l o s p u e b l o s s i n o que p o n e e n p r i m e r l u g a r e n e l s a b e r de l a é p o c a ante l a r e s i s t e n c i a d e l a p r o p i a U n i v e r s i d a d de S a n
p e l i g r o l a s u b s i s t e n c i a d e l p l a n e t a . L a energía n u c l e a r y e l p r o g r e s i v o c a l e n t a m i e n t o de M a r c o s . E l i d e a l i l u s t r a d o de l o s planes de estudios que p r o p o n e Rodríguez de M e n d o -
l a T i e r r a , c o m o efecto d e l d e s a r r o l l o científico t e c n i f i c a d o , s o n u n e j e m p l o c l a r o d e l z a recoge las tesis de l a revolución científica de los siglos XVI y XVTI así c o m o las ense-
p e l i g r o que c o r r e e l ser h u m a n o a l desentrañar los secretos de l a c i e n c i a . ñanzas de l a Enciclopedia, s u s t i t u y e n d o l a filosofía aristotélico-escolástica p o r e l p e n -
C o m o resultado de las a p l i c a c i o n e s tecnológicas se d e s a r r o l l a , a p a r t i r de l a I l u s t r a - s a m i e n t o científico-técnico de l a m o d e r n i d a d .
ción, u n a t e n d e n c i a g l o b a l i z a d o r a q u e e x p l o t a los r e c u r s o s d e l c o s m o s e h m i n a n d o las L o s n u e v o s p a r a d i g m a s f u e r o n t e m p r a n a m e n t e a s i m i l a d o s e n el Perú e n e l m i s m o
b a r r e r a s fronterizas d e l Estado-nación y de los m e r c a d o s n a c i o n a l e s . L a Ilustración es siglo X V m . Hipólito U n a n u e , José Baquíjano y C a r r i l l o y T o r i b i o Rodríguez de M e n d o -
u n p r o c e s o e n e l que se accede a l a u n i v e r s a l i d a d de los e n u n c i a d o s científicos a p l i c a - z a d e s a r r o l l a r o n e n s u p l e n i t u d e l p r o y e c t o i l u s t r a d o t o m a n d o c o m o eje de sus p l a n t e a -
dos a l a técnica que e l i m i n a n los p a r t i c u l a r i s m o s de las c u l t u r a s . L a técnica m o d e r n a , m i e n t o s e l c o n o c i m i e n t o y l a exigencia de las matemáticas, así c o m o l a física de N e w t o n .
i n d i c a M a r t i n Heidegger, e l i m i n a e l p e n s a m i e n t o c u a n d o e n r e a l i d a d es l a región del

43
42
E l Mercurio Peruano de l a S o c i e d a d de A m a n t e s d e l País fue e l órgano d i f u s o r de las Catedráticos prestigiosos como José Gallegos y Castro, en 1739, Baltasar de M o n e a -
i d e a s ilustradas q u e l l e g a r o n a c a l a r e n las c o n c i e n c i a s , p r o d u c i e n d o el acceso d e l Perú da, en 1753, y otros de la misma época, propagan en sus lecciones viejos dogmatismos
a l a modernidad. [ibíd.: 2071
A finales d e l s i g l o XVII y p r i n c i p i o s d e l s i g l o XVTH a p a r e c e n l o s p r i m e r o s síntomas
de r u p t u r a c o n l a filosofía aristotélico-escolástica, t a n t o p o r p a r t e de José de A g u i l a r A p e s a r d e l c a r t e s i a n i s m o naciente, las c i e n c i a s e n el Perú a p a r e c e n m u y p o c o c u l -
(1652-1731) c o m o p o r parte de Nicolás de O l e a (1652-1731). E s t o s filósofos r e c u p e r a n tivadas e n l a p r i m e r a m i t a d d e l s i g l o X V m . L a situación a c a d é m i c a estaba c o n t r o l a d a
autores c o m o C a m p a n e l l a , T y c h o B r a h e y G i o r d a n o B r u n o , antes desterrados de los p o r l o s escolásticos. E n l a U n i v e r s i d a d de S a n M a r c o s e r a n m u y escasos los a l u m n o s
m a n u a l e s escolásticos ( S a l a z a r B o n d y 1967: 27). E n 1650 y a c i r c u l a b a p o r L i m a l a que e s t u d i a b a n matemáticas. L o s estudios de m e d i c i n a estaban t a n desfasados que
o b r a d e l español J u a n Vázquez d e Acuña t i t u l a d a Galileo Galilei, filósofo y matemático h a s t a e l a ñ o 1723 n a d a se sabía «acerca de l a d o c t r i n a de l a circulación de l a sangre,
el más célebre, e n l a que se defendía e l h e l i o c e n t r i s m o . d e s c u b i e r t a p o r H a r v e y e n 1628» (ibíd.: 209). P a r a s u a p r o b a c i ó n c o m o v e r d a d cientí-
L a difusión de las ideas de l a Ilustración e u r o p e a se realizó, s i n e m b a r g o , b i e n f i c a e n 1723, p o r p a r t e d e l a U n i v e r s i d a d de S a n M a r c o s , h u b o q u e a r g u m e n t a r d i c i e n -
e n t r a d o e l siglo X V m , e n c o n t r a de los escolásticos q u e d o m i n a b a n las u n i v e r s i d a d e s y d o que « n o contenía c o s a a l g u n a c o n t r a las b u e n a s c o s t u m b r e s n i c o n t r a l o s p r i n c i p i o s
colegios (ibíd.: 28), a p e s a r d e q u e estos centros h u b i e r a n i n i c i a d o y a e l c a m i n o de s u d e l a v e r d a d e r a filosofía», a p e s a r de c o n t r a d e c i r l a s tesis d e l a fisiología de Aristóteles.
decadencia. E l s i s t e m a aristotélico-escolástico c o m e n z a b a a resquebrajarse.
L a s obras de Descartes habían s i d o i n s c r i t a s e n l a l i s t a de l i b r o s p r o h i b i d o s e n 1663 L a crítica de esta situación i g n o m i n i o s a p a r a las c i e n c i a s fue e j e r c i d a p o r p r o f e s o -
s i n q u e este h e c h o sirviese de f r e n o p a r a s u difusión e n l o s d i s t i n t o s países europeos. res l a i c o s q u e r e c l a m a b a n l a l e g i t i m i d a d de las c i e n c i a s frente a l o s c u r a n t i s m o de l a
L a Escolástica trató de evitar los avances d e l c a r t e s i a n i s m o . S u s i s t e m a de d u d a m e t ó - Escolástica. P e d r o P e r a l t a y B a r n u e v o (1663-1743) i n t r o d u c e e n e l Perú las ideas de
d i c a y de análisis se o p o n í a a los p o s t u l a d o s t r a d i c i o n a l e s , f a v o r e c i e n d o l a crítica l i b r e , Copérnico, G a s s e n d i y Descartes c o m o a l t e r n a t i v a a las d o c t r i n a s escolásticas desde s u
s i e n d o l a c o n c e p c i ó n mecánica de l a n a t u r a l e z a o p u e s t a a l a explicación teológica. L a cátedra de matemáticas de l a U n i v e r s i d a d de S a n M a r c o s . Escribió diversas o b r a s
fe q u e d a b a e n u n a p o s i c i ó n s e c u n d a r i a ( B a r r e d a L a o s 1964: 206). s o b r e t e m a s d e geometría, aritmética, astrología y música. S u o b r a t u v o c o n t i n u i d a d
A n t e l a a m e n a z a d e l c a r t e s i a n i s m o aparece u n a o b r a r e c o n c i l i a d o r a q u e fue m u y e n e l n a t u r a l i s t a español e d u c a d o e n e l Perú C o s m e B u e n o (1711-1798). Desde s u cáte-
leída e n L i m a t i t u l a d a Desengaños filosóficos, de J u a n de Nájera. E s t a o b r a , i n d i c a d r a de l a U n i v e r s i d a d de S a n M a r c o s se o p u s o a las d o c t r i n a s peripatéticas e n b e n e f i -
FeÜpe B a r r e d a L a o s , d e c l a r a l a s u p e r i o r i d a d de l a fe s o b r e e l r a c i o c i n i o a p a r t i r de l a c i o de las tesis de N e w t o n .
a u t o r i d a d de s a n Agustín, a l t i e m p o q u e c o n d e n a a N e w t o n y a L e i b n i z c o m o i n v e n t o - E n esta m i s m a dirección se d e s a r r o l l a l a l a b o r de José E u s e b i o de L l a n o Z a p a t a
res d e d o c t r i n a s heréticas. T r a t a , s i n e m b a r g o , de a r m o n i z a r l a tradición c o n e l carte- (1720-1780) q u i e n e n u n a d e sus f a m o s a s cartas científico-üterarias escribe:
s i a n i s m o . Así las órdenes religiosas se a f a n a r o n e n l a p r i m e r a m i t a d d e l siglo X V m p o r
r e f o r z a r los estudios filosóficos y teológicos c o n las tesis de los autores m á s doctos de Están h o y nuestros países, p o r esta inadvertencia a las Ciencias Naturales, e n el
la E d a d Media: m i s m o atraso que estuvieron cuando en el principio se f u n d a r o n sus poblaciones.
Todo son mentalidades, abstracciones y disputas bien inútiles; no se da u n paso que
no sea e n esta parte c o n pérdida de tiempo, malogro de l a juventud y r u i n a de los
Ocultando la significación de los nuevos sistemas filosóficos se preparaba a la juventud
ingenios; tropiezos casi inevitables y que siempre h a n de salir al encuentro a todos
intelectual para el rechazo de toda innovación del pensamiento. A la vez, la Teología
los que se m e z c l a n en cuestiones que n i en lo físico, n i en lo m o r a l , traen algún
aseguraba sus posiciones ventajosas.
provecho al espíritu de los hombres. Antes, si bien se contempla, vuelven inútiles
L a religión de santo Domingo olvidó definitivamente a B r u n o y a Campanella, prefi- todas las operaciones del entendimiento, haciendo caer en u n a insensatez, furor y
riendo por encima de san Alberto Magno al Doctor Angélico. m a m a , si no es y a en u n p i r r o n i s m o confirmado. E s t o desearía yo que conociesen
L a orden franciscana olvidó a Raimundo Lulio y a Rogerio Bacon; la religión de san todos los nuestros: desterrarían entonces de sus escuelas tantas inutilidades, sofiste-
Benito dejó en receso al gran químico Basilio Valentín. Se apartaba el pensamiento de la rías e impertinencias en que hasta ahora los tiene envueltos el Peripato. Todas ellas
dirección científica y la escolástica hacía nuevas conquistas en la Universidad de San no son otra cosa que unos trampantojos de las aulas c o n que, p o r lo común, se
Marcos. engañan bobos y descaminan incautos. Y a veo que los prudentes y audaces no están
E n 1701, venciendo la resistencia opuesta por los dominicos en el siglo anterior, los a tiro e n estos enredos; c o n o c e n ellos l a variedad de lo que l l a m a n en las escuelas
franciscanos fundaron en San Marcos l a cátedra de P r i m a de Scoto; en 1724 la de Víspe- sutilezas e ingeniosidades; así sólo escuchan la naturaleza, que sabe demostrar físi-
ras del mismo maestro de la orden. camente a los ojos cuanto propone el entendimiento, c o m o que ella m i s m a es el
Los mercedarios fundaron en 1725 la cátedra de Prima de Sagrada Escritura. Los reli- órgano p o r donde se explican los secretos de sus admirables y peregrinas p r o d u c c i o -
nes [Salazar B o n d y 1967: 32-33].
giosos de la Buenamuerte erigieron en 1755 una cátedra de Prima de Moral; y por decreto
de 20 de mayo de 1767 se fundó, a petición del claustro, u n a cátedra para explicar las
doctrinas de santo Tomás. Éstas, agregadas a las 18 fundaciones del siglo anterior, hacían L a s C i e n c i a s N a t u r a l e s se e s t u d i a b a n c o m o partes c o m p l e m e n t a r i a s de l a Teología
u n total de 23 cátedras religiosas en la Universidad de San Marcos, en el siglo xvnx y, e n c o n s e c u e n c i a , n o se c r e a b a n cátedras p a r a s u enseñanza.
L a Escolástica era demasiado poderosa para temer el peligro del cartesianismo. L a José E u s e b i o de L l a n o y Z a p a t a c o n c i b i ó u n n u e v o p l a n de estudios que m a r c a b a
Teología triunfaba en el Perú. E r a omnipotente, cuando en E u r o p a había perdido todo u n a r u p t u r a c o n las d o c t r i n a s aristotélico-escolásticas. Proponía el a b a n d o n o de los
prestigio, incapaz de resistir los avances de la ciencia y de la crítica. estudios de Teología t r a t a n d o d e a r t i c u l a r los estudios clásicos c o n l a s l e n g u a s m o d e r -

44 45
ñas y l a s c i e n c i a s (Álgebra, Geometría, Física e x p e r i m e n t a l . Química, H i s t o r i a N a t u r a l ,
m o m e n t o s h a p u e s t o de m a n i f i e s t o c o m o p r o b l e m a filosófico de u n a crisis a r e s o l v e r
M e t a l u r g i a ) . E s t e p l a n de estudios r e s p o n d e a l a s ideas r u p t u r i s t a s de l a Ilustración
e n ámbitos c u l t u r a l e s , sexuales, raciales y m a r g i n a l e s q u e r e i v i n d i c a n u n a r e v a l o r i z a -
p e r o l o s escolásticos t u v i e r o n suficiente f u e r z a p a r a a n i q u i l a r l o s aires r e n o v a d o r e s de
c i ó n de l a i d e a de Mmite d e n t r o d e l u n i v e r s o c o m o espacio u n i f o r m e , matemático,
José E u s e b i o de L l a n o y Z a p a t a :
c u a n t i t a t i v o y m e n s u r a b l e o p u e s t o a l a n t i g u o c o s m o s p r e c o n s t i t u i d o c o m o espacio
sagrado. L o s i l u s t r a d o s p e r u a n o s a l fin y al c a b o , cartógrafos, m a r i n e r o s , c o m e r c i a n -
M a l comprendido por sus contemporáneos, Llano Zapata, sin tener ya probabilidades de
tes, m i s i o n e r o s , n o a p u n t a r o n a u n a filosofía de l a h i s t o r i a de corte k a n t i a n o o h e g e l i a -
éxito, hubo de contentarse con expresar sus desilusiones y disgustos en escritos íntimos,
n o s i n o q u e i n d i c a b a n l a n e c e s i d a d de u n p r o c e s o i n t e g r a d o r e n e l q u e aparece l a
de carácter privado.
globalización c i r c u n n a v e n g a n t e de l a esfera terrestre i n i c i a d a p o r Cristóbal C o l ó n c o n
Sin campo de acción; sin acceso a las cátedras de colegios y universidades, el esfuerzo
l a n e c e s i d a d de respuestas a l p r o b l e m a de l a d i f e r e n c i a q u e l a política n o consiguió
de Llano Zapata fue ineficaz, estéril; pasó inadvertido, porque las reformas proyectadas
ofrecer. D e h e c h o , e l i d e a l d e S i m ó n Bolívar v a m á s allá d e l o s fines o b t e n i d o s c o n l a
no pudieron llevarse a la práctica.
i n d e p e n d e n c i a de las n a c i o n e s l a t i n o a m e r i c a n a s , c o m o h i z o v e r L e o p o l d o Z e a a l r e p r o -
L a enseñanza fue la misma; permaneció fiel a la tradición escolástica. L a producción
intelectual universitaria se distingue, como en tiempos anteriores, por la preponderancia d u c i r e i n t e r p r e t a r las p a l a b r a s d e l L i b e r t a d o r : «Yo deseo m á s q u e o t r o a l g u n o v e r
de la Teología, y por su exceso de erudición superficial [Barreda Laos 1964: 213]. f o r m a r s e l a m á s g r a n d e n a c i ó n d e l m u n d o , m e n o s p o r s u extensión y r i q u e z a q u e p o r
s u l i b e r t a d y gloria», « p e n s a n d o l l e v a r l a l i b e r t a d a t o d o e l o r b e , r o m p i e n d o t o d a s l a s
E n l a s e g u n d a p a r t e d e l siglo XVUI e l p r o y e c t o i l u s t r a d o de l a U n i v e r s i d a d de S a n esclavitudes y c r e a n d o l a s bases de u n a c o m u n i d a d de h o m b r e s entre h o m b r e s , de
M a r c o s a l c a n z a s u m a d u r e z c o n H i p ó h t o U n a n u e (1755-1833), José Baquíjano y C a r r i - p u e b l o s e n t r e p u e b l o s » ( B e o r l e g u i 2 0 0 6 : 1 9 0 y 191).
l l o (1751-1818) y T o r i b i o Rodríguez de M e n d o z a (1750-1825). L o s tres autores f u e r o n L a metafísica, i n d i c a G i a c o m o M a r r a m a o , h a pensado l a diferencia e n e l sentido e n
i n f l u e n c i a d o s p o r R o u s s e a u (Lastres 1958: 155) y l o s tres f u e r o n d e n u n c i a d o s ante l a que el p e n s a m i e n t o d e l ser c o i n c i d e desde Aristóteles a Hegel c o n el pensamiento de l a
Inquisición p o r l a l e c t u r a de l i b r o s p r o h i b i d o s . u n i d a d de las diferencias, h a c i e n d o c o i n c i d i r p o d e r y lógica identitaria. E l pensamiento de
Hipóhto U n a n u e , i n f l u e n c i a d o p o r el Espíritu de las Leyes, de M o n t e s q u i e u , combatió l o u n o c o m o u n i d a d de las diferencias nace de l a confusión entre l o constitutivo, l o consti-
el determfnismo étnico que admitía u n diferencial intelectivo según las razas, p r o p o n i e n - tuyente y l o identitario. E l concepto de diferencia h a de llevar a u n a inversión simbólica de
do l a educación c o m o m e d i o p a r a l a h o m o l o g a c i ó n de las razas. A p a r e c e n así, dentro d e l l a lógica de l a identidad m a n t e n i e n d o separados l o constituyente d e l pensamiento de l o
c a m p o de l a antropología, l o s estudios mtercmturales q u e c o n t e m p l a n a l ser h u m a n o u n o y l o constitutivo c o m o contrario a l o idéntico, de tal f o r m a que las diferencias irreduc-
u n i v e r s a l c o m o c o n j u n t o de virtualidades que l a educación desarrolla a pesar d e l c l i m a tibles nunca identifican al ser, sino queprecisai riente siempre lo diferencian ( M a r r a m a o 2006:
q u e d e t e r m i n a l a psicología, las cualidades sensibles de l a p i e l y las enfermedades. 226), posibilitando así el devenir de l a v i d a que existe e n cuanto que n o h a y identificabili-
d a d del ser. L a transcripción política de l a nueva lógica de l a identidad es l a l a b o r que q u e d a
José Baquíjano y C a r r i l l o desarrolló s u p e n s a m i e n t o político h a c i a l a r e p r e s e n t a -
pendiente d e l m o d e l o de Ilustración que se c r e a e n América L a t i n a .
c i ó n de u n a n u e v a s o c i e d a d e n l a q u e se resolviesen las c o n t r a d i c c i o n e s sobre las razas
y las clases sociales, d e f e n d i e n d o l a u n i v e r s a l i d a d d e l h o m b r e e n u n a s o c i e d a d f r a c c i o -
n a d a p o r las diferencias raciales, e c o n ó m i c a s y religiosas y a l e r t a n d o sobre e l d e s t i n o
de l o s p u e b l o s salvajes y bárbaros c o n d e n a d o s a l a extinción p o r l a c o m u n i c a c i ó n c o n Bibliografía
los hombres civillizados.
BARREDA LAOS, Felipe (1964): Vida intelectual del Virreinato del Peni. L i m a : Universidad Nacio-
T o r i b i o Rodríguez de M e n d o z a ofrece u n a v a l i o s a definición de filosofía e n a r m o -
nal M a y o r de San Marcos.
nía c o n l a s ideas científicas de N e w t o n c o m o c o o r d i n a c i ó n de valores i n c l u i d o s l o s
BEORLEGUI, Carlos (2006): Historia del peiisamiento filosófico latinoamericano. Bilbao: Publica-
c o g n i t i v o s , ubicándola e n e l c a m p o de l a c i e n c i a e n c u a n t o q u e e s t u d i a l a c i e n c i a m i s - ciones de la Universidad de Deusto.
m a y e l a b o r a l a e s c a l a de valores q u e h a de r e g u l a r l a m o r a l a b r i e n d o las puertas a u n a HEIDEGGER, Martin (1994): Conferencias y artículos. Barcelona: Serbal.
teología que h a b l a de D i o s de a c u e r d o c o n e l E s c o l i o G e n e r a l de l o s Principios matemá- LASTRES, Juan (1958): «El pensamiento de Rousseau en el Perú», Revista Universidad de San
ticos de la filosofía natural, de N e w t o n . Carlos, 45.
E n conclusión, se p u e d e sostener q u e el interés científico-técnico y político-moral MARRAMAO, Giacomo (2006): Pasaje a Occidente. Filosofía y globalización. Buenos Aires: Katz
del m o d e l o d e l p r o y e c t o i l u s t r a d o q u e se i m p l a n t a e n l a América L a t i n a a través de l o s Editores.
autores que h e m o s a n a l i z a d o q u e d a e n s o m b r e c i d o p o r l a sistemática interpretación
PALACIOS, Xabier (1991): Ilustración y Revolución Francesa en el País Vasco. Vitoria: Instituto de
política q u e allí se les hace c o m o anticipación de l a i n d e p e n d e n c i a . L a historiografía
Estudios sobre Nacionalismos Comparados.
l a t i n o a m e r i c a n a d e n o m i n a a los ilustrados c o m o precursores de l a independencia, c u a n - — (1992): Modernidad y nacionalismo. Método y utopía en el pensamiento de Jean-Jacques Rous-
d o e n r e a l i d a d e l a b o r a n u n m o d e l o científico, filosófico y antropológico. L a s n a c i o n e s seau. Vitoria: Instituto de Estudios sobre Nacionalismos Comparados.
de América L a t i n a t e r m i n a n constituyéndose e n Estados-nación, c o m o n u e v o sujeto SALAZAR BONDY, Augusto (1967): La filosofía en el Peni. L i m a : Universo.
histórico a l estilo d e l c e n t r a l i s m o e u r o p e o c o n e l r e c o n o c i m i e n t o de l a ciudadanía, S E L L E S , Manuel; José Luis P E S E T y Antonio L A F U E N T E (1989): Carlos IIIy la ciencia de la Ilustra-

t o m a n d o c o m o base l a alienación d e l i n d i v i d u o e n l a s o c i e d a d , c o n derechos u n i v e r s a - ción. Madrid: Alianza.

les, p e r o s i n resolver e l p r o b l e m a de l a d i f e r e n c i a q u e l a globalización actuante e n estos VALCÁRCEL, Daniel (1960): Refonnas virreinales en San Marcos. L i m a : Universidad Nacional
Mayor de San Marcos.

46
47
La idea de progreso y el problema del mal
Luis Garagalza

E l siglo X X comenzó con las más grandes esperan-

zas y en muchos lugares terminó con dolor y desespe-
ración. E l sueño de la victoria de la razón se lo ha lleva-
do el viento... Aquella gran historia del perfeccionamien-
to del Homo sapiens y el progresivo ennoblecimiento
de su espíritu no era más que una ficción, un mito. L a
fe en el progreso está perdida sin remisión [Wolfgang
Sofsky 2004: 57].

W o l f g a n g S o f s k y d e n u n c i a c o n estas p a l a b r a s que e n c a b e z a n e l artículo l a i n g e n u i -

d a d d e l p r o y e c t o m o d e r n o q u e creyó p o d e r a c a b a r c o n l a v i o l e n c i a m e d i a n t e e l d e s a -
r r o l l o de l a razón, l a d e m o c r a c i a , l a c i e n c i a , l a técnica y l a e c o n o m í a . L a h i s t o r i a h a
d e s m e n t i d o t a n t o el diagnóstico q u e e n e l s i g l o XTX h i c i e r o n l o s c o m u n i s t a s c o m o e l de
l o s liberales: n i e l c o n t r o l d e l E s t a d o n i l a autorregulación d e l m e r c a d o h a n p o d i d o
a c a b a r c o n e l h a m b r e , l a persecución, l a i n j u s t i c i a y l a v i o l e n c i a . P a r a este s o c i ó l o g o
alemán, l a i d e a de u n m u n d o s i n v i o l e n c i a n o p a s a de ser u n a «superstición optimista»,
u n «sueño engañoso» y t a l v e z p e l i g r o s o , « u n m i t o eurocéntrico c o n el q u e l a m o d e r n i -
d a d se auto-idolatra» ( S o f s k y 2004: 60).
U n a de l a s c o n s e c u e n c i a s paradójicas q u e h a t e n i d o l a globalización e n e l ámbito
d e l debate teórico es q u e h a v e n i d o a r a t i f i c a r e l a g o t a m i e n t o y v a c i a m i e n t o de l a i d e a
de p r o g r e s o , l a c u a l h a p e r d i d o e l e n c a n t o q u e le p r o p o r c i o n a b a e l deseo de e m a n c i p a -
c i ó n y l a aspiración a l a i g u a l d a d y f r a t e r n i d a d que latían e n sus entrañas. Así v a c i a d a
de s e n t i d o e n e l contexto de l a globalización, l a i d e a de p r o g r e s o se r e d u c e a ser u n
m e r o r e c u r s o retórico, e m p l e a d o especialmente p o r las fuerzas políticas más c o n s e r v a -
d o r a s e n l o político y m á s (neo)liberales e n l o e c o n ó m i c o , p a r a j u s t i f i c a r sus p r e t e n s i o -
nes de c o n t i n u a r «avanzando», c r e c i e n d o , desarrollándose, c a i g a q u i e n c a i g a . E s c u -
r i o s o , a u n q u e t a l v e z sólo sea u n a c a s u a l i d a d , que l a i d e a de p r o g r e s o h a y a p e r d i d o
p r e s e n c i a e n e l p a n o r a m a i n t e l e c t u a l e n l a m i s m a m e d i d a que l a i d e a de globalización
se h a i d o i m p o n i e n d o . ¿Querrá d e c i r esto que l a globalización h a de entenderse c o m o
r e s u l t a d o de l a última secularización d e l progreso?
D e h e c h o , l a i d e a de p r o g r e s o es bastante reciente. N o l a e n c o n t r a m o s e n n i n g u n a
religión (entre las que p r e d o m i n a l a i d e a d e l c i c l o , salvo e n el c r i s t i a n i s m o , que ve e n e l
a c o n t e c i m i e n t o de l a Encarnación u n p u n t o de n o r e t o r n o ) n i e n n i n g u n a filosofía de l a
antigüedad (así, Aristóteles veía e n l a h i s t o r i a u n a serie de p r o c e s o s de c r e c i m i e n t o y
d e c a d e n c i a s i m i l a r e s a los q u e se d a n e n e l r e i n o vegetal y a n i m a l ) . N i s i q u i e r a e r a algo
evidente p a r a l o s p r i m e r o s pensadores de l a m o d e r n i d a d tales c o m o M a q u i a v e l o , H o b -
bes, H u m e , V i c o o V o l t a i r e , p u e s , a u n q u e sabían r e c o n o c e r c u á n d o se d a b a efectiva-
m e n t e u n p r o g r e s o , n o c o n s i d e r a b a n que se tratase de u n f e n ó m e n o c o n t i n u a d o : «Sa-

49
bíari — a f i r m a G r a y refiriéndose a estos i n i c i a d o r e s d e l p e n s a m i e n t o m o d e r n o — que, m e j o r aún, l a mercantüización de l a i d e a de p r o g r e s o , u n a mercantilización q u e se
i g u a l q u e había o c u r r i d o antes, sobrevendrían t i e m p o s de p a z y l i b e r t a d , p e r o creían c o r r e s p o n d e c o n l a r e d u c c i ó n d e l ser h u m a n o a l a c o n d i c i ó n de Homo oeconomicus.
q u e l o q u e se g a n a b a e n u n a generación s e g u r a m e n t e se perdería e n otra, q u e , así e n L a expresión Homo oeconomicus, q u e se h a c o n v e r t i d o e n u n a especie de fetiche d e l
política c o m o e n m o r a l , n o había p r o g r e s o , s i n o t a n sólo alternativas de pérdidas y pensamiento e c o n ó m i c o , político y organizacional, alude a u n m o d e l o de c o m p o r t a -
ganancias» ( G r a y 2004). m i e n t o h u m a n o p e r f e c t a m e n t e r a c i o n a l p o r c u a n t o q u e c a l c u l a rigurosamente a l a
h o r a de elegir, e n t r e las d i v e r s a s a l t e r n a t i v a s , aquélla q u e m a x i m i z a sus g a n a n c i a s .
L a fe e n e l p r o g r e s o n o se i m p o n e p r o p i a m e n t e hasta los i n i c i o s d e l siglo XLX, c u a n -
A d a m S m i t h y a d e j ó e s b o z a d o este m o d e l o d e l s e r h u m a n o , q u e p a r e c e t e n d e r a
do se establece u n a a l i a n z a entre l a e s p e r a n z a escatológica q u e pervivía e n u n c r i s t i a -
i m p o n e r s e c o n e l p r o c e s o de globalización:
n i s m o e n crisis, y u n tanto d e s o r i e n t a d o ante l o s signos de l o s t i e m p o s , y e l emergente
p o d e r de l a c i e n c i a , de l a tecnología y de l a i n d u s t r i a también e n crisis, p e r o de fortale-
E n todos los países donde existe u n a seguridad aceptable, cada hombre con sentido
cimiento.
común intentará invertir todo el capital de que pueda disponer con objeto de procurarse
o u n disfrute presente o u n beneficio futuro. S i lo destina a obtener u n disfrute presente,
De las esperanzas escatológicas del cristianismo heredamos la creencia de que en el es u n capital reservado para su consumo inmediato. S i lo destina a conseguir u n benefi-
devenir histórico puede encontrarse no sólo sentido sino incluso la salvación. Del avance cio futuro, obtendrá ese beneficio bien conservando ese capital o bien desprendiéndose
acelerado del conocimiento científico tomamos la creencia en u n progreso análogo de la de él; en u n caso es u n capital fijo y en el otro u n capital circulante. Donde haya u n a
propia humanidad. E n cierto sentido, la idea de progreso es una versión laica de la esca- seguridad razonable, u n hombre que no invierta todo el capital que controla, sea suyo o
tología cristiana [Gray 2004].' tomado en préstamo de otras personas, en alguna de esas tres formas, deberá estar c o m -
pletamente loco [Smith 1977: 319].
T a n t o el p r o g r e s i s m o l i b e r a l c o m o el m a r x i s t a descansarían de u n m o d o u o t r o
s o b r e l a c r e e n c i a c r i s t i a n a e n l a salvación, b i e n q u e s e c u l a r i z a d a : m i e n t r a s q u e l a U s a n d o u n a metáfora informática p o d r í a m o s d e c i r q u e e l p r o y e c t o de l a g l o b a l i z a -
salvación c r i s t i a n a afecta e s p e c i a l m e n t e a l a l m a y a p u n t a s i m b ó l i c a m e n t e a l R e i n o c i ó n h a c o m e n z a d o p o r el desarrollo d e l hardware c o n l a extensión de u n a r e d que p o n e
d e D i o s , e l p r o g r e s o m o d e r n o b u s c a s u realización l i t e r a l , p o h ' t i c o - e c o n ó m i c a p o - e n c o m u n i c a c i ó n c a s i instantánea l a i n f o r m a c i ó n emergente e n c u a l q u i e r l u g a r d e l
d r í a m o s decir, e n e l i n t e r i o r de l a h i s t o r i a , e n e l «siglo». C o m p a r t e n también o t r a p l a n e t a c o n c u a l q u i e r o t r o lugar, cosa que e n c i e r r a u n a s p o t e n c i a l i d a d e s e n o r m e s , p e r o
c r e e n c i a q u e a l i m e n t a a l a filosofía o c c i d e n t a l a l m e n o s desde Sócrates: q u e e l c o n o - que aún n o se h a n e l a b o r a d o las múltiples versiones d e l software q u e p u e d e n l l e n a r de
c i m i e n t o v a asociado a l a virtud. Este intelectualismo m o r a l defiende que nadie hace c o n t e n i d o a ese p r o y e c t o y que, ante esa c a r e n c i a , e l p r o p i o s i s t e m a habría i n s t a l a d o ,
el m a l a s a b i e n d a s de q u e es m a l o , s i n o q u e l o h a c e c o n f u n d i é n d o l o c o n e l b i e n . L a p o r defecto, e l p r o g r a m a Homo oeconomicus. A n t e l a falta de r e s i s t e n c i a , este p r o g r a -
m a l d a d n o dependería de l a v o l u n t a d , pues p r o p i a m e n t e s i e m p r e se desea e l b i e n : es m a a m e n a z a c o n extenderse p o r d o q u i e r y hacerse c o n el c o n t r o l de l a t o t a l i d a d d e l
m á s b i e n r e s u l t a d o d e u n e r r o r e p i s t e m o l ó g i c o , de u n f a l l o e n e l c o n o c i m i e n t o . H e g e l p r o y e c t o , h a c i e n d o q u e el cálculo, e l b e n e f i c i o y l a técnica l o d o m i n e n t o d o {vid. B a u -
y M a r x , S a i n t - S i m o n y Comte, B a k u n i n y M i l i , Popper y F u k u y a m a siguen creyendo d r i l l a r d y M o r i n , 2004).
q u e el c o n o c i m i e n t o es l i b e r a d o r y q u e l a c i e n c i a c o n t r i b u y e a l a c r e a c i ó n de u n E n esta mercantüización d e l a i d e a de p r o g r e s o e l ser h u m a n o q u e d a r e d u c i d o a l a
m u n d o mejor, m á s h u m a n o y m á s j u s t o . c o n d i c i ó n de u n autómata q u e c a l c u l a y persigue técnicamente m a x i m i z a r e l b e n e f i c i o :
P u e s b i e n , e n este c o n t e x t o c a b e e n t e n d e r l a globalización, ese p r o c e s o de s u p r e - u n b e n e f i c i o q u e s u p l a n t a e n e l presente e l l u g a r d e l S u m o B i e n , s i e m p r e p e r s e g u i d o
s i ó n de h m i t e s q u e r e s u l t a s u m a m e n t e a m b i g u o p o r c u a n t o q u e i m p l i c a a p e r t u r a y p o r l a tradición metafísica e n u n ejercicio q u e elude l a cuestión d e l m a l , proyectándolo
c o m u n i c a c i ó n , p o r u n l a d o , p e r o también explotación y d o m i n a c i ó n , p o r e l o t r o , a l exterior y negándole e n t i d a d . A l a u t o m a t i z a r así a l ser h u m a n o , s i g u i e n d o a h o r a e l
2

c o m o l a aplicación d e l i d e a l de p r o g r e s o a l á m b i t o e x c l u s i v o de l a r e a l i d a d e c o n ó m i - m o d e l o cibernético, se c o n s i g u e u n a c a p a c i d a d de c o n t r o l y de d o m i n i o casi i l i m i t a d a

c a , p r e s c i n d i e n d o de sus c o m p o n e n t e s éticos y político-sociales, es decir, c o m o l a y, además, se resuelve c a s i d e golpe o, mejor, se evacúa, e l p r o b l e m a d e l m a l , c o n l o que
r e d u c c i ó n e c o n o m i c i s t a d e l p r o y e c t o p r o g r e s i s t a . L a caída d e l M u r o de Berlín r e p r e - el p r o b l e m a político se c o n v i e r t e e n algo t r i v i a l . O b v i a m e n t e , éste es, visto desde l a
sentaría, e f e c t i v a m e n t e , l a supresión de l o s H m i t e s q u e d i f i c u l t a b a n l a extensión d e l p e r s p e c t i v a d e l poder, e l m e j o r escenario p o s i b l e , l a utopía d e l o r d e n , y a p a r o d i a d a
m e r c a d o y l a l i b r e c o m p e t e n c i a p o r t o d o e l m u n d o y p o r t o d a s l a s áreas de l a v i d a hace años p o r H u x l e y y O r w e l l . A l g o de eso es l o q u e p r e t e n d e l a e c o n o m í a política (o
h u m a n a , d e t a l m o d o q u e t o d o entraría e n e l c i r c u i t o y e n l a lógica d e l a m e r c a n c í a m e j o r d i c h o , l a reducción, p r e t e n d i d a p o r c i e r t o n e o l i b e r a l i s m o , de l a problemática
( c o n l o q u e también e l a l m a h u m a n a quedaría, c o m o apuntó A d o r n o , reificada). P o - p s i c o s o c i a l y política a l a s o l a problemática e c o n ó m i c a ) c u a n d o c o n c i b e el m e r c a d o
d r í a m o s decir, e n este s e n t i d o , q u e l a globalización r e p r e s e n t a l a secularización o, c o m o u n a especie d e autómata gigantesco q u e f u n c i o n a t a n t o m e j o r c u a n t o m e n o s
h u m a n o s s o n l o s p a r t i c i p a n t e s , de t a l m o d o q u e l a m u t u a i n d i f e r e n c i a entre ellos, l a
f r i a l d a d y l a i m p e r s o n a l i d a d serían l a m e j o r garantía de que los procesos de regulación
1. Véase al respecto la tesis de Karl Lowi th (2007) según la cual la filosofía de la historia descansa sobre supuestos
teológicos y metafísicos secularizados (como la creencia en un futuro escatològico) que han pasado desapercibidos
f u n c i o n a n a d e c u a d a m e n t e , es decir, l a m e j o r m a n e r a de g a r a n t i z a r el b i e n c o m ú n . L a
para la racionalidad occidental. Cf. asimismo la perspectiva que abre Eliade ( 1979) desde la historia de las religiones.
Este impulso mesiánico habría empezado a actuar «políticamente» ya en el pensamiento de Joaquín de Fiore (en
Henri de Lubac 1988 se estudia la influencia joaquinista sobre todo el pensamiento moderno, especialmente en el 2. A este respecto, puede ser ilustrativo, como apunta Andrés Ortiz-Osés, que para san Agustín el mal no tiene
marxismo y el liberalismo). Vid. también el estudio sobre los milenarismos revolucionarios y el anarquismo místico causa enciente sino deficiente (De civitate Dei, 12,7), con lo que se presenta como mera deficiencia o falta de
al final de la Edad Media de Norman Cohn (1983). eficiencia.

50 51
m e c a n i z a c i ó n d e l espíritu, l a mercantilización de l a v i d a y l a despersonalización de las L e j o s d e l t r i u n f a l i s m o de l a m o d e r n i d a d c e l e b r a d o r a de l a razón, el p r o g r e s o y las
r e l a c i o n e s h u m a n a s serían, e n este sentido, c o m o m e c a n i s m o s de defensa que evitan l u c e s , se trataría de a s u m i r e l c o m p o n e n t e trágico de l a e x i s t e n c i a h u m a n a , e l m a l , l a
a f r o n t a r el s u f r i m i e n t o d e r i v a d o d e l p r o b l e m a d e l m a l , i n e l u d i b l e m e n t e l i g a d o a l p r o - i r r a c i o n a l i d a d , l a catástrofe y l a o s c u r i d a d , c o m o u n p u n t o de p a r t i d a , h a c i e n d o c o m o
b l e m a de l a l i b e r t a d d e l ser h u m a n o (véase a l respecto S c h e l l i n g 1989). s i se t r a t a r a de u n destino o de u n a f a t a l i d a d que n o es t a l más que e n l a m e d i d a que n o
P u e s b i e n , frente a este m o d e l o o b s e s i o n a d o p o r l a e c o n o m í a , i m p e r a n t e e n l a ac- l o r e c o n o c e m o s c o m o c o n s e c u e n c i a de nuestros actos, p e r o que s i se a s u m e es p o s i b l e
t u a l i d a d e n las c i e n c i a s h u m a n a s y sociales, que, i g n o r a n d o l o trágico de l a condición c o n j u r a r de algún m o d o :
h u m a n a , sólo c o n t e m p l a a seres r a c i o n a l e s c a l c u l a n d o c u i d a d o s a m e n t e sus intereses,
c a b e recurrir, c o m o hace el p r o f e s o r de l a U n i v e r s i d a d de S t a n f o r d , J e a n - P i e r r e D u p u y , E l error consiste en creer que una sociedad justa y que se sabe tal es una sociedad que
a u n a tesis que n o es n u e v a e n absoluto, pero que a c t u a l m e n t e apenas se suele plantear: elimina el resentimiento. E l san Jorge de l a geometría moral se vanagloria de haber ven-
«El m a l n o es sólo u n a categoría m o r a l , p r o p i a d e l j u i c i o n o r m a t i v o , s i n o q u e es t a m - cido al dragón de l a envidia. ¡Qué presunción fatal! Fatal porque aleja de lo que se puede
bién u n p r i n c i p i o de explicación. E x i s t e u n p o d e r c a u s a l d e l m a l , i r r e d u c t i b l e a l a lógi- y se debe hacer: sabiendo que no se logrará suprimir el resentimiento, l a única cuestión
c a d e l interés. B a j o f o r m a de r e s e n t i m i e n t o , de e n v i d i a , de celos, de o d i o destructor, el pertinente es saber cómo se puede minimizar o diferir sus efectos, canalizarlos hacia
m a l p u e d e a d q u i r i r u n a p o t e n c i a e n o r m e y a r r a s a r según p a s a t o d o a q u e l l o que, s a l - formas benignas o incluso productivas [Dupuy 2002: 91-92]. 3

v a n d o l a d i s t a n c i a entre los h o m b r e s , les p e r m i t e v i v i r juntos» ( D u p u y 2002: 31). D u -

p u y f o r m u l a esta tesis apoyándose e n observaciones de autores c o m o H o b b e s ( c u a n d o N o s e n c o n t r a m o s así c o n u n a contradicción básica que afecta a l m u n d o m o d e r n o .
a f i r m a que l a política n o se c o n s t r u y e sobre e l b i e n s i n o sobre el m a l que t o d o s quere- M o v i d o p o r l a e x i g e n c i a ética de i g u a l d a d pretende, p o r u n l a d o , u n l v e r s a l i z a r s u m o d o
m o s evitar: l a v i o l e n c i a ) , R o u s s e a u (con s u mstinción entre el « a m o r de sí», a f i r m a t i v o , de v i d a , p e r o , p o r o t r o l a d o , l a realización de esa u n i v e r s a l i d a d , l a generalización a
y e l « a m o r p r o p i o » , reactivo), T o c q u e v i l l e ( c u a n d o a f i r m a que s o n l a i d e n t i d a d y l a t o d o el p l a n e t a de s u m o d e l o de d e s a r r o l l o conllevaría l a destrucción, a u n q u e sólo
i g u a l d a d p r o p i c i a d a s p o r l a d e m o c r a c i a , y n o l a a l t e r i d a d , las que p r o v o c a n los c o n f l i c - f u e r a p o r q u e l a atmósfera, c o m o está d a n d o síntomas evidentes, n o l a soportaría: «O
tos más v i r u l e n t o s ) , observaciones que h a n s i d o recogidas y representadas e n t o d a s u b i e n el m u n d o a c t u a l m e n t e d e s a r r o l l a d o se a i s l a , protegiéndose c o n escudos de t o d o
m a g n i t u d p o r l a g r a n l i t e r a t u r a , así p o r e j e m p l o e n el caso de D o s t o i e v s k i . t i p o c o n t r a las agresiones c a d a vez más crueles y a b o m i n a b l e s que provocará e l r e s e n -
t i m i e n t o de los e x c l u i d o s , o b i e n se i n v e n t a otro m o d o de relación c o n el m u n d o , c o n l a
E n las Memorias del subsuelo e l e s c r i t o r r u s o i n c l u y e , antes de l a parte n o v e l a d a , u n
n a t u r a l e z a y c o n los seres, que tenga l a p r o p i e d a d de ser u m v e r s a l i z a b l e a t o d a l a
texto teórico que p u e d e ser e n t e n d i d o c o m o u n a crítica e n t o d a r e g l a de las d o c t r i n a s
humanidad» ( D u p u y 2002: 30).
que s u b y a c e n a l m o d e l o d e l Homo oeconomicus, esa versión m e r c a n t i l i s t a d e l «buenis-
m o » t r a d i c i o n a l de n u e s t r a c u l t u r a , i r o n i z a n d o sobre s u i n g e n u i d a d : P u e s b i e n , e n esta m i s m a d i r e c c i ó n p a r e c e a p u n t a r E d g a r M o r i n c u a n d o a f i r m a
q u e es p r e c i s o t o m a r c o n c i e n c i a de l o s i n c o n v e n i e n t e s d e l p r o g r e s o , de q u e s u b i e n e s -
¿Quién fue el primero que proclamó que el hombre comete villanías sólo porque no sabe t a r g e n e r a m a l e s t a r , y q u e « t e n e m o s que c a m b i a r de vía» ( B a u d r i l l a r d y M o r i n 2004:
ver cuáles son sus propios intereses, y que si lo ilustrasen, si le abriesen los ojos ante sus 69). N o se trataría de s e g u i r a s c e n d i e n d o h a c i a el c i e l o p o r l a línea d e l p r o g r e s o
verdaderos intereses, ante sus intereses normales, dejaría inmediatamente de cometer s e c u l a r i z a d o de l a g l o b a h z a c i ó n , s i n o de descender, de r e t o r n a r o r e g r e s a r e n b u s c a
villanías y sé convertiría acto seguido en un hombre bueno y honrado, puesto que, ilus- de las fuerzas c r e a d o r a s , de r e c u p e r a r e l c o n t a c t o c o n l a t i e r r a : e n v e z de i m i t a r a
trado por la ciencia y comprendiendo sus verdaderos intereses, obtendría las ventajas I c a r o y s e g u i r a c e r c á n d o n o s a l s o l c o n l a alas de c e r a , p r e p a r a r n o s p a r a p o d e r r e a l i -
que el bien proporciona? Como se sobrentiende que nadie puede obrar a sabiendas con-
zar u n aterrizaje controlado. P a r a aclarar s u propuesta, que, empleando l a t e r m i n o -
tra su propio interés, el hombre se vería obligado, por decirlo así, a hacer el bien. ¡Como
logía de S a l v a d o r Pániker, p o d r í a m o s l l a m a r retro-progresiva, M o r i n recurre a u n a
u n niño! ¡Como u n niño puro e ingenuo! Pero, ¿acaso el hombre, en el curso de sus miles
de años de vida en la Tierra, ha obrado siempre al dictado de su interés? ¿Qué haremos metáfora b i o l ó g i c a : a l u d e a l a s células m a d r e , q u e s o n células c a s i i n d i f e r e n c i a d a s , es
entonces de esos millones de hechos que atestiguan que los hombres, aún advirtiendo decir, e s c a s a m e n t e e s p e c i a l i z a d a s , p e r o capaces de p r o d u c i r tejidos, células e s p e c i a -
cuál es su interés, lo relegan a u n segundo plano y siguen u n camino completamente l i z a d a s u o r g a n i s m o s c o m p l e t o s . A u n q u e l a célula m a d r e p o r e x c e l e n c i a es e l c i g o t o ,
distinto, lleno de riesgos y azares? [Dostoievski 1974: 28]. f o r m a d o c u a n d o u n e s p e r m a t o z o i d e f e c u n d a u n óvulo, se h a d e s c u b i e r t o que t a m -
b i é n e x i s t e n e n el a d u l t o : se c o n o c e n a l r e d e d o r de 20 t i p o s de células m a d r e s q u e se
E n esta o b r a D o s t o i e v s k i nos presenta a u n h o m b r e e n f e r m o d e l hígado, p e r o que e n c a r g a n de r e g e n e r a r tejidos e n c o n t i n u o desgaste, c o m o l a p i e l o l a sangre, o daña-
n o q u i e r e curarse, que actúa o b s t i n a d a m e n t e c o n t r a l o que serían sus «verdaderos» dos a c c i d e n t a l m e n t e . T r a s l a d a n d o esta n o c i ó n de célula m a d r e a l á m b i t o a n t r o p o l ó -
intereses, a f i r m a n d o u n a l i b e r t a d a b s o l u t a , vacía y ciega. «El héroe d e l s u b s u e l o es u n g i c o se p o d r í a d e c i r q u e «la c a p a c i d a d de c r e a r de n u e v o existe de f o r m a latente e n l a
ser — c o m e n t a D u p u y — f a s c i n a d o que se m a c h a c a p e n o s a y trágicamente c o n t r a todos h u m a n i d a d : l a h u m a n i d a d c o n t i e n e e n sí p o t e n c i a l i d a d e s genéricas que p u e d e n ,
los obstáculos que e n c u e n t r a e n s u c a m i n o , a s e m e j a n z a de l a m a r i p o s a de l u z que arde e m p e r o , q u e d a r d e g r a d a d a s , i n m o v i l i z a d a s , r e i f i c a d a s e n l a s civilizaciones» ( B a u d r i -
e n l a lámpara o de los dos B o e i n g q u e se e m p o t r a n e n las torres, y ello p o r q u e se ocupa l l a r d y M o r i n 2004: 70).
más del obstáculo que del objeto. E l h o m b r e d e l s u b s u e l o p u e d e rebajarse de l a f o r m a
más abyecta p r e c i s a m e n t e p o r q u e s u o r g u l l o n o tiene límite. E l o r g u l l o y n o el egoís-
3. Sobre las consecuencias de este heroísmo para la ética y la necesidad de asumir conscientemente el mal para
m o , el o d i o y n o e l a m o r de sí. Temamos al que se odia a sí mismo, advierte N i e t z s c h e ,
integrarlo en el desarrollo de la personalidad se puede consultar el estudio de E . Neumann titulado «hermenéutica
pues nosotros seremos las víctimas de su venganza» ( D u p u y 2002: 42). del alma», en Ortiz-Osés y Lanceros (1997).

52 53
 E n este s e n t i d o se podría s i t u a r entre l o s «efectos colaterales» que p u e d e n acarrear,
y d e h e c h o h a n a c a r r e a d o , e l p r o g r e s o y l a globalización, esa degradación de las p o t e n -
c i a l i d a d e s genéricas a las q u e a l u d e M o i i n y, viceversa, cabe c o n c e b i r q u e u n a regre-
sión h a c i a e l o r i g e n (la célula m a d r e o, e n s e n t i d o simbólico, l a tierra) podría ser p r o -
d u c t i v a y encerrar, c o m o a f i r m a p o r e j e m p l o , desde e l c a m p o de l a psicología, B a l i n t ,
«aspectos terapéuticos» ( B a l i n t , 1993). N o se trataría de r e n u n c i a r a l o l o g r a d o p o r
4

n u e s t r a c u l t u r a s i n o de p o t e n c i a r u n a ampliación de l a c o n c i e n c i a y u n r e f o r z a m i e n t o PARTE 2
de l a autonomía d e l ser h u m a n o , r e l a n z a n d o e l p r o y e c t o d e l h u m a n i s m o r e n a c e n t i s t a
q u e l a m o d e r n i d a d n o habría p o d i d o r e a l i z a r a l q u e d a r a t r a p a d a e n las i l u s i o n e s d e l
i n d i v i d u a l i s m o y e n las c o n t r a d i c c i o n e s de l o q u e M o r i n h a d e n o m i n a d o l a «autoidola- MASS MEDIA, TECNOLOGÍAS AUDIOVISUALES
tría d e l h o m b r e » . Y CLBERCULTURA E N L A E R A
D E L AC O M U N I C A C I Ó N DIGITAL
Bibliografía

BALINT, Michael (1993): La falta básica. Aspectos terapéuticos de la regresión. Barcelona: Paidós.
BAUDRJXLARD, Jean y Edgar MORIN (2004): La violencia del mundo. Barcelona: Paidós.
CAMPILLO, Antonio (1985): Adiós al progreso. Una meditación sobre la historia. Barcelona:
Anagrama.
COHN, N o r m a n (1983): En pos del milenio. Madrid: Alianza.
D O S T O Ï E V S K I , Fiodor (1974): Memorias del subsuelo. Madrid: Júcar.

D U P U Y , Jean-Pierre (2002): Avions-nous oublié le mal? Penser la politique après le 11 septembre.

Paris: Bayard.
ELIADE, Mircea (1979): El mito del eterno retomo. M a d r i d : Alianza.
G R A Y , John (2000): Fabo amanecer. Los engaños del capitalismo global. Barcelona: Paidós.
— (2004): «Una ilusión c o n futuro», Letras libres 71: 10-15 (http://www.letraslibres.com/
index.php?art=9969).
H A M T L T O N , Clive (2006): El fetiche del crecimiento. Pamplona: Laetoli.

JEFE SEATTLE (2002): «Nosotros somos una parte de la Tierra. Mensaje al Presidente de los
Estados Unidos» (http://mvAV.temakel.com/rsldisseatle.htm).
LôwrrH, K a r l (2007): Historia del mundo y salvación. Madrid: Katz Editores.
LuBAC, Henri de (1989): La posteridad espiritual de Joaquín de Fiore. Madrid: Encuentro.
MORIN, Edgar (1993): El paradigma perdido. Barcelona: Kairós.
ORTIZ-OSÉS, Andrés (2003): «La conciencia propicia», Flumen: Revista de la Escuela de Magiste-
rio de Huesca, 8: 297-310.
— y Patxi LANCEROS (1997): Diccionario de Hermenéutica. Bilbao: Publicaciones de la Universi-
dad de Deusto.
SCHELLING, Friedrich Wilhelm Joseph (1989): Investigaciones filosóficas sobre la esencia de la
libertad humana. Barcelona: Anthropos.
SMITH,A d a m (1977): Lariquezade las naciones. México: Publicaciones Cruz O, S.A.
SOFSKY, Wolfgang (2004): Tiempos de honor. Madrid: Siglo X X I .

4. L a sabiduría elemental de una cultura arrollada por el tranvía del progreso parece querer decir algo similar
cuando afirma, por boca del Jefe Seattle en su «Mensaje al Presidente de los Estados Unidos», algo tan sencillo como
lo siguiente: «Enseñad a vuestros hijos lo que nosotros hemos enseñado a nuestros hijos: la tierra es nuestra madre.
L o que afecte a la tierra, afectará también a los hijos de la tierra. Si los hombres escupen a la tierra, se escupen a sí
mismos. Porque nosotros sabemos esto: la tierra no pertenece al hombre, sino el hombre a la tierra. Todo está
relacionado como la sangre que une a una familia. E l hombre no creó el tejido de la vida, sino que simplemente es
una fibra de él. Lo que hagáis a ese tejido, os lo hacéis a vosotros mismos».

54
 E n esta p a r t e d e l l i b r o se a n a l i z a n las p r i n c i p a l e s i m p l i c a c i o n e s filosóficas y s o c i a -
les que los avances e n las tecnologías audiovisuales y l o s mass media h a n supuesto p a r a
l a c u l t u r a e n l a e r a de l a c o m u n i c a c i ó n d i g i t a l , t a n t o e n l a i m a g e n c o m o e n e l s o n i d o ,
así c o m o e n l a s d i m e n s i o n e s e s p a c i a l y t e m p o r a l . I g u a l m e n t e se ofrece u n repaso de l a
p e r c e p c i ó n y r e c e p c i ó n de l a s tecnologías de l a información y de l a c o m u n i c a c i ó n e n e l
ámbito de l a c i b e r c u l t u r a . L o s siguientes especialistas e x p l o r a n diversas vías de análi-
sis p a r a ello.
X a v i e r P u i g , p r o f e s o r de l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) e n e l D e p a r t a -
m e n t o de Filosofía de l o s V a l o r e s y Antropología S o c i a l , c o n el capítulo t i t u l a d o «Ima-
g e n y representación e n l a e r a g l o b a l : a l g u n a s reflexiones», i n c i d e e n e l p a r a d i g m a d e l
«objeto global», de s u creación, soporte y difusión c o n l a f o r m a - i m a g e n o l a n u e v a
s i m u l t a n e i d a d de t i e m p o y espacio v i r t u a l c o m o (única) p o s i b i l i d a d de representación.
Según e l autor, v i v i m o s e n y p o r u n m u n d o de imágenes y e n e l q u e el principio genera-
lizado de equivalencia, es decir, el de l a negación r a d i c a l d e l s i g n o c o m o valor, rige
c u a l q u i e r f o r m a de i n t e r c a m b i o . L a (re)producción de l a i m a g e n de síntesis c o m o for-
ma única de (re)presentación s u p o n e u n a r a d i c a l mutación — s o b r e t o d o c u a h t a t i v a
(además de c u a n t i t a t i v a ) — e n e l a n t i g u o o r d e n de l a representación, y a que, t a n t o e n
s u extensión c o m o e n s u intensidad, i m p l i c a y d e t e r m i n a a l p l a n e t a entero, es global. Y
p o r ello m i s m o , se c o n v i e r t e — a l i g u a l q u e e l c a p i t a l — e n e l valor g e n e r a l i z a d o , e n l a
forma u n i v e r s a l .
Ó s c a r G o n z á l e z , p r o f e s o r de l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) e n e l
D e p a r t a m e n t o de L ó g i c a y Filosofía de l a C i e n c i a , e n « T i e m p o y e s p a c i o e n l a s
mundializaciones/globalizaciones», expone l a doble vertiente espacial y temporal
de l a s m u n d i a l i z a c i o n e s y g l o b a l i z a c i o n e s c o n o b j e t o de v e r q u e ese f e n ó m e n o , a u n
c u a n d o h a a d q u i r i d o a c t u a l m e n t e u n a f o r m a d e s c o n o c i d a h a s t a a h o r a , n o es e n
r e a l i d a d t o t a l m e n t e n u e v o y está a r r a i g a d o e n l a e x p e r i e n c i a h u m a n a a l o l a r g o de
l a s c o m u n i c a c i o n e s de p u e b l o s y c u l t u r a s e n l a h i s t o r i a . A h o r a p a r e c e c o m o s i u n
n u e v o t i e m p o o r g a n i z a r a u n e s p a c i o d i f e r e n t e , d o n d e t e n e m o s l a c e r t e z a de q u e
esta e x p e r i e n c i a r e s p o n d e a u n a n u e v a m a n e r a de h a b i t a r e l m u n d o e n e l q u e e l s e r
se e x p a n d e .
G o t z o n A r r i z a b a l a g a , p r o f e s o r d e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía e n l a U n i v e r s i d a d d e l
País V a s c o ( U P V / E H U ) , e n s u artículo «La m ú s i c a e n l a e r a digital», deja c l a r o que las
nuevas tecnologías e n e l m u n d o a u d i o v i s u a l h a n c a m b i a d o r a d i c a l m e n t e n u e s t r a per-
c e p c i ó n d e l f e n ó m e n o s o n o r o . Se e s t u d i a n l o s supuestos filosóficos y sociales que c o n -
l l e v a e l d e s a r r o l l o d i g i t a l de l a c o m p o s i c i ó n m u s i c a l , d o n d e e l u s o fértil d e l o r d e n a d o r
h a o f r e c i d o nuevas p o s i b i l i d a d e s f o r m a l e s de c o m p o s i c i ó n y, sobre t o d o , h a f a c i l i t a d o
e n o r m e m e n t e e l trabajo de manipulación d e l m a t e r i a l s o n o r o . También h a supuesto
u n c i e r t o u s o alienante d e l o r d e n a d o r y de sus técnicas de p r o d u c c i ó n m u s i c a l , que s o n
c r i t i c a d a s p o r el autor.

57
 Imagen y representación en la era global:
algunas reflexiones
Xavier Puig Peñalosa

A Jean Baudrillard, in memoriam

1. S o b r e l a representación

1.1. Prolegómenos

Podría d e f i n i r s e l a diacronía estética e n O c c i d e n t e c o m o l a h i s t o r i a d e l n o m b r a r .

N o m b r a r el m u n d o y l a N a t u r a l e z a y, c o n ellos, a l p r o p i o ser h u m a n o (su condición,
sus acciones, sus p r o p i o s p e n s a m i e n t o s ) p a r a c o n j u r a r l o d e s c o n o c i d o , l o i n n o m i n a d o
y, así, d o t a r l o de sentido. H a c e r i n t e l i g i b l e , m e d i a n t e el logos, t o d o a q u e l l o que v e m o s y
s e n t i m o s , t o d o a q u e l l o que existe pues, es ese n o m b r a r l o que p e r m i t e c o n j u r a r el
a t a v i s m o d e l s i n - s e n t i d o , d e l no-ser. Así, sólo «es» l o n o m b r a d o , sólo «existe», a q u e l l o
que l a p a l a b r a n o m i n a e n sus redes de significación, de deseo de sentido c o m o s o r t i l e -
gio e n última i n s t a n c i a (¿o p r i m e r a ? ) , a l tiempo, i n c o n m e n s u r a b l e e n s u i n f i n i t o deve-
n i r : es l a h i s t o r i a c o m o i n f i n i t o y s i e m p r e i n a c a b a d o — p o r i n c o m p l e t o — a n h e l o de
d i s c u r s o , de representación.
L e n g u a j e s que c e r c a n , d e f i n e n , c a l i f i c a n , s u s t a n t i v a n y, e n c o n s e c u e n c i a , c o n s t r u -
y e n l o r e a l , nombrándolo; lenguajes que, e n definitiva, l o d o t a n d e l estatus de l a accesi-
b i l i d a d a l sentido c o m o (única) p o s i b i l i d a d de s u m i s m a s u p e r v i v e n c i a c o m o fonna,
c o m o l e g i b i l i d a d real.
E s a construcción representativa, c o m o s u p r o p i a etimología establece, es l a h i s t o r i a
d e l « p o n e r a l a v i s t a l a c o s a » (Heidegger), de h a c e r l a decible y decidióle a l sentido, a l
p r o p i o sujeto que l a n o m b r a ; s i n aquélla, éste se e n c u e n t r a c o n d e n a d o a l a i n - e x i s t e n -
c i a , a l a n a d a . H i s t o r i a de l a tensión de dos polos que se necesitan, que (se) dependen,
d e l m u t u o e x i s t i r e n s u íntima n e c e s i d a d de presencia. H i s t o r i a , pues, de u n sujeto y de
s u (propia) representación que, y e n c o n s e c u e n c i a , d o t a de (supuesto) sentido a s u
experiencia.

1.2. Origen y fundamento

Tras l a representación iluminista d e l m e d i o e v o , b a s a d a enviejas supersticiones más

o m e n o s a c t u a l i z a d a s y t r a n s i d a de arquetipos simbólico-teológicos, e n el siglo X V ,
B r u n e l l e s c h i e n u n c i a s u espacio perspectivo — e s p a c i o que sería i n m e d i a t a m e n t e m a t e -
m a t i z a d o p o r A l b e r t i — c o m o p a r a d i g m a d e l n u e v o arte h u m a n i s t a l i g a d o a l a expe-

58
59
 rienda del « H o m o novus». C o n esta enunciación, B r u n e l l e s c h i , e n r e a l i d a d , e s t a b a n o m b r a r del sujeto (y sus objetos), e n l a p r o p i a diacronía d e l representar. Así, tal vez y
c o n s t r u y e n d o las bases epistemo-simbólicas desde las cuales se regiría e l u l t e r i o r d e s a - e n p r i m e r lugar,-han s i d o las imágenes h a s t a s u u l t e r i o r sofisticación e n especializados
r r o l l o de l a c u l t u r a o c c i d e n t a l . lenguajes, e l o r i g e n y f u n d a m e n t o d e l r e p r e s e n t a r y, c o n él, d e l s e n t i d o de t o d a expe-
Así, h e m o s de e n t e n d e r ese n u e v o espacio pictórico c o m o metáfora de l a a p e r t u r a a riencia o, a l m e n o s , de s u p o s i b i l i d a d ; sólo ellas y gracias a s u carácter c r o n o l ó g i c o , h a n
u n modo de ver a b s o l u t a m e n t e r e v o l u c i o n a r i o p o r n o v e d o s o y, s o b r e t o d o , f u n d a n t e : e l p e r m i t i d o l a d i s t a n c i a y c o n s t a n c i a d e l t i e m p o histórico, de s u c o m p a r a c i ó n y de s u
q u e p o s i b i l i t a l a d u a l i d a d sujeto/objeto. E s t a s d o s originales categorías v a n a s u p o n e r c a m b i o , d e s u superación y, p o r tanto, d e s u h i s t o r i a , d e s u (nuestra) memoria.
p a r a O c c i d e n t e l a p o s i b i l i d a d de d e s a r r o l l a r u n discurso c o n / e n e l q u e e l sujeto, e n u n - P o r ello y e n relación a l o expuesto e n e l a p a r t a d o anterior, sintéticamente p o d e m o s
c i a d o r de u n s u p u e s t o c o n o c i m i e n t o g r a c i a s a l a perspectiva q u e l e b r i n d a esa d i s t a n c i a d e s c r i b i r l a s sucesivas fases de l a imagen c o n e l siguiente e s q u e m a :
b i p o l a r , p r o d u c e efectos de verdad.
A p a r t i r de a h o r a , t o d o p o d r á ser dicho e n e l efecto q u e c r e a esa distancia p r i v i l e g i a - Imagen Orden de la representación
d a , t o d o es objeto, objeto de c o n o c i m i e n t o , t o d o — e n fin— se m u e s t r a real e n ese o r d e n
de l a representación recién i n a u g u r a d o ; o r d e n — a d e m á s — perfecto (y b e l l o ) e n s u Sacramento
1. Reflejo de u n a r e a l i d a d
p r o p i a construcción y e s t r u c t u r a representativa. Y es que, es e l espacio que se extiende profunda: buena apariencia (teología)
entre esos dos p o l o s referenciales, e l q u e p e r m i t e hablar a l sujeto y, p o r tanto, d o t a r l o
de sentido. P o r ello, esa d e p e n d e n c i a —strictu sensu— dialéctica e n t r e sujeto y objeto, 2. E n m a s c a r a y d e s n a t u r a l i z a Maleficio
d i s c u r s o y r e a l i d a d , n o es m á s q u e l a tensión entre u n a s u b j e t i v i d a d pletórica de c o n o - una realidad profunda:
(ideología)
c i m i e n t o y u n e x t e r i o r s u p u e s t a m e n t e objetivable c o m o t a l , es decir, real. mala apariencia
E s t a m o s e n l a « é p o c a clásica» d e l o r d e n de l a representación, r e g i d a p o r l a d e n o m i - 3. E n m a s c a r a l a ausencia
n a d a «ley n a t u r a l d e l valor»; l a imitación será s u base y f u n d a m e n t o paradigmático, de r e a l i d a d p r o f u n d a : Sortilegio
s i e n d o l a falsificación s u modus operandi: es l a aparición d e l s i m u l a c r o . juega a ser u n a a p a r i e n c i a
P o s t e r i o r m e n t e y e n l a e r a i n d u s t r i a l , será l a «ley m e r c a n t i l d e l valor» q u i e n i m p o n -
ga m e d i a n t e l a p r o d u c c i ó n , s u n u e v o p a r a d i g m a s i m b ó l i c o y de sentido, a saber, el de l a 4. N o tiene n a d a que ver c o n
ningún tipo de realidad: Simulación
producción del simulacro.
es s u p r o p i o s i m u l a c r o
F i n a l m e n t e , p o d e m o s c o n s i d e r a r q u e e n l a a c t u a l fase p o s t i n d u s t r i a l y g l o b a l i z a n t e
será l a «ley e s t r u c t u r a l d e l valor», b a s a d a e n l a simulación, l a que i m p o n g a l a d e f i n i t i v a
r e p r o d u c c i ó n d e l s i m u l a c r o . E n ésta, l o s signos — a h o r a irreferenciales y v a c i a d o s d e Quizás sea e l i m p e r a t i v o de l a v i s i b i l i d a d total u n a de las características m á s i m p o r -
(cualquier) s e n t i d o — se r e p r o d u c e n e x p o n e n c i a l m e n t e a l i n f i n i t o , e n u n a especie de tantes que esta n u e v a e r a de l a imagen i m p l e m e n t o . Todo debe ser visto y, a s u vez, todo es
continuum, s i n objetivo(s) y s i n finalidad(es), s i n r e f e r e n c i a a l o r e a l y e n e l que l a i m a g e n . E l m u n d o , y c o n él l o real, se t r a n s f o r m a e n l a r e a l i d a d de l a i m a g e n c o m o
i m a g e n , p a r t i c u l a r m e n t e l a de síntesis, es s u ú n i c o objeto d e representación. O p a r a f r a - representación o, i n c l u s o mejor, c o m o creación de lo real. Así, l a desaparición de éste p o r
s e a n d o a M c L u h a n , es l a p r o p i a i m a g e n l a que se resuelve e n s u c o n t e n i d o , e n s u ese tráfico incesante de imágenes que sólo h a l l a n s u (auto)referencia e n sí m i s m a s , s u p o -
m e n s a j e , p r o d u c i e n d o así u n a suerte de h i p e r r e a l i d a d a u t o r r e f e r e n c i a l , e n l a que l o ne u n a auténtica i n d i f e r e n c i a ante los acontecimientos. E s más, éstos sólo p u e d e n a h o r a
virtual h a desplazado y suplantado a lo real. p r o d u c i r s e bajo f o r m a s virtuales, sintéticas, e n las q u e y a n o queda, n o h a y n a d a q u e ver.
S o c i e d a d d e l espectáculo e n e l q u e l a p r o p i a i m a g e n es l a p r o t a g o n i s t a , más allá o
más acá de s u p r o p i o mensaje. Espectáculo de l a b a n a l i d a d y de l a i n d i f e r e n c i a , d e l a
2. S o b r e l a i m a g e n i r r e l e v a n c i a y d e l a i n s i g n i f i c a n c i a , d e l vacío d e l l i t e r a l — y e s t r u c t u r a l — s i n s e n t i d o .
A s i m i s m o , ese r e i n o de l a i n t e r f a z , de lo táctil y de l o p r o m i s c u o , de l o v i r t u a l y de l o
1

V i v i m o s e n / p o r u n m u n d o d e imágenes y e n e l q u e e\p7Íncipio generalizado de equi- e x p e r i m e n t a l , deviene e n u n a t o t a l desterritorialización e n l a que, además, e l t i e m p o

2

valencia, es decir, e l de l a negación r a d i c a l d e l s i g n o c o m o valor, rige c u a l q u i e r f o r m a es u n continuum presente, s i n o r i g e n n i final, s i n s u s t a n c i a .

3

de i n t e r c a m b i o . A h o r a , d e f i n i t i v a m e n t e e x p u l s a d o l o s i m b ó l i c o de c u a l q u i e r p o s i b i l i -
d a d d e representación — y c o n e l l o , c u a l q u i e r a t i s b o d e l o r e a l — , s ó l o q u e d a l a 1. L a pantalla del ordenador, con su planitud, anula cualquier posibilidad de distancia, presupuesto fundamental
(re)producción de esa i m a g e n de síntesis c o m o forma única de (re)presentación. éste para la circulación de sentido(s) y, por tanto, de su(s) representación(es). Además, y por sus propias característi-
E s t e n u e v o estado de las cosas, s u p o n e u n a r a d i c a l mutación — s o b r e t o d o c u a l i t a t i - cas técnicas —hardware y software— y tecnológicas —servidores y redes—, también supone una radical negación de
cualquier posibilidad de interactividad.
v a (además de c u a n t i t a t i v a ) — e n e l a n t i g u o o r d e n d e l a representación, y a que, t a n t o
2. L a homologación en la producción de imágenes a escala planetaria, esto es, A formato universal de aquéllas en
e n s u extensión c o m o e n s u intensidad, i m p l i c a y d e t e r m i n a a l p l a n e t a entero, es global. cualquier lugar—territorio— de su producción, supone una pérdida de las señas de ¡denudad locales, en beneficio de
Y p o r ello m i s m o , se convierte — a l i g u a l q u e e l c a p i t a l — e n e l valor g e n e r a l i z a d o , e n l a un estándar híbrido y global.
forma u n i v e r s a l . 3. L a producción constante e ilimi tada de imágenes (o cualquier mensaje), así como su emisión y distribución en
tiempo real, implica la desaparición del tiempo como una cuestión perceptiva, es decir, de la cronología como un
Imágenes de síntesis — d e c í a m o s — q u e m a r c a n u n después e n l a construcción y
sistema temporal cuantitaü'vo. Ya no hay un antes y un después, un pasado y/o un futuro, sólo queda un ahora,
c o n s i g u i e n t e s e n t i d o de l a e x p e r i e n c i a , e n los lenguajes que a r t i c u l a b a n e l d e c i r y e l constante, plano, inabarcable y sin profundidad.

60 61
 S i l a regla f u n d a m e n t a l d e l (antiguo) o r d e n de l a representación e r a l a distancia que
permitía l a circulación d e l s e n t i d o y, c o n e l l a , e l o r d e n / e s p a c i o s i m b ó l i c o s u b s i g u i e n t e
(alteridad, d u a l i d a d , etc.), a h o r a , l a abolición d e l t e r r i t o r i o y de s u mtrínseca t e m p o r a -
l i d a d s u p o n e l a pérdida i n c l u s o d e l a p o s i b i l i d a d de l a n o s t a l g i a ; sólo q u e d a l a b a n a l i -
Tiempo y espacio en las mundializaciones/
d a d . Y a n o h a y p o s i b i l i d a d d e i n t e r c a m b i o ( s i m b ó l i c o ) n i , p o r t a n t o , j u i c i o s d e v a l o r : es globalizaciones
el r e i n o de l a ^ d e t e r m i n a c i ó n .
E s t e mundo-imagen g l o b a l i z a d o sólo p e r m i t e s u s a l i d a a o t r a i m a g e n e n l a que,
c o m o e n ese j u e g o d e espejos t a n d e l gusto b a r r o c o , f e r a l m e n t e h a d e s a p a r e c i d o c u a l -
Óscar González Gilmas
q u i e r referencia a l o r e a l . R e f l e j o de sí m i s m o e n s u estructuración/reproducción a u t o -
rreferencial, este mundo-imagen se convierte e n e l único m u n d o — c o m o c ó d i g o — c o m -
p a r t i d o , e n l a n u e v a u n i v e r s a l i d a d d e síntesis.
C o n s e c u e n c i a de ello es que a q u e l l o s t r a d i c i o n a l e s — p o r históricos— c o m p o n e n t e s
q u e permitían l a s i n g u l a r i d a d d e l a e x p e r i e n c i a y, c o n ella, d e l s e n t i d o (percepción,
Introducción
m e m o r i a , r e - c o n o c i m i e n t o , imaginación, creación, etc.), p a r e c e n haberse t r a n s m u t a -
d o e n u n apéndice de l o v i r t u a l . Así, l a n u e v a e x p e r i e n c i a contemporánea se constituye U n a reflexión filosófica, y n o m e r a m e n t e i d e o l ó g i c a , s o b r e l a m u n d i a l i z a c i ó n
e n u n tránsito global d e l a estética y s u p o s i b i l i d a d de representación a l a estetización (o g l o b a l i z a c i ó n p a r a l o s a n g l o s a j o n e s ) tratará d e c o m p r e n d e r q u e ese f e n ó m e n o
g e n e r a l i z a d a o, l o q u e es l o m i s m o , d e l s u b l i m e nombrar a l espectáculo d e l ver, a s u e n sí m i s m o n o es n i b u e n o n i m a l o , y se c o m p r o b a r á , e n p r i m e r l u g a r , q u e se t r a t a
extática y u n i v e r s a l s u p e r f i c i a l i d a d . de u n f e n ó m e n o i n e v i t a b l e . L u e g o , se o b s e r v a r á q u e e n l a c o m p r e n s i ó n d e s u s
A n u l a d a , p u e s , l a d i m e n s i ó n histórica y, c o n ella, l a m e m o r i a , e n b e n e f i c i o d e u n a m e c a n i s m o s está l a c l a v e d e l c o n t r o l y d e l a o r i e n t a c i ó n q u e se q u i e r a i m p r i m i r a
p r o x i m i d a d excesiva e instantánea; desaparecida t o d a p r o f u n d i d a d representativa, t o d a ese p r o c e s o d e a c u e r d o c o n l o s v a l o r e s a d e c u a d o s . P e r o e s a reflexión d e b e r á s e r
determinación p r o d u c t o de l a voluntad y r e e m p l a z a d a s p o r l a indeterminación q u e e s p e c i a l m e n t e s e n s i b l e t a m b i é n a o t r a s e x p e r i e n c i a s históricas d e l a s m u n d i a l i z a -
t o d a v i r t u a l i d a d s u p o n e — e i m p o n e — l a a u t o r r e f e r e n c i a l i d a d e x p o n e n c i a l d e este ciones p a r a c o m p r e n d e r las causas y las consecuencias que las envolvieron, y co-
mundo-imagen n o s a b o c a a u n m u n d o d o n d e sólo l a i r r e l e v a n c i a de l a v e r o s i m i l i t u d es n o c e r , e n t r e o t r a s c o s a s , l o s r a s t r o s q u e todavía p e r d u r a n . A d e m á s , tratará d e e x -
el reflejo d e sus p r o p i o s s i m u l a c r o s , d e l f a n t a s m a d e s u a b i s m a l vacío.
t r a e r l e c c i o n e s d e esas t r a n s f o r m a c i o n e s p a r a c o n t r i b u i r , s i es p o s i b l e , e n e v i t a r
D e s a p a r e c i d a l a verdad h a c e y a m u c h o t i e m p o d e n u e s t r o h o r i z o n t e de s e n t i d o viejos males y errores.
c o m o l e g i t i m a d o r a d e l a n t i g u o o r d e n d e l a representación, l a c a t a l i z a d o r a tautología Así, se p o d r á d e s c u b r i r q u e es u n a c o n s t a n t e histórica q u e l o s f e n ó m e n o s m u n -
de esta h i p e r r e a l i d a d v i r t u a l , i m p r e s i o n a grotescamente n u e s t r a p r o p i a desaparición d i a l i z a d o r e s se i n i c i a r a n e n p a r a l e l o c o n e l a d v e n i m i e n t o de n u e v a s f o r m a s d e c o m u -
c o m o sujetos d e (la) representación. A h o r a , paradójicamente, e l reto está e n e l v e r d a -
n i c a c i ó n . Y t a m b i é n q u e esos c a m b i o s n o s ó l o a f e c t a r o n a l a i n f r a e s t r u c t u r a p o r l a
dero acontecimiento...
q u e fluía t o d o t i p o d e i n t e r c a m b i o , s i n o q u e c a d a v e z transcendió esa f i n a l i d a d p a r a
f o r m a r u n e s p a c i o s u s t a n c i a l m e n t e d i f e r e n t e . S i l a i n c i d e n c i a de ese t i p o d e f e n ó m e -
n o s e n l a s s o c i e d a d e s a n t i g u a s se h i z o s e n t i r a l o l a r g o d e l t i e m p o , e i n c l u s o d e s i g l o s ,
Bibliografía
lo p e c u l i a r d e l f e n ó m e n o m u n d i a l i z a d o r c o n t e m p o r á n e o es s u v e l o c i d a d p r o v o c a d a
p o r l a e f i c a c i a t r a n s f o r m a d o r a (espacio v i r t u a l ) de los a c t u a l e s i n s t r u m e n t o s t e c n o l ó -
BAUDRILLARD, Jean ( 1 9 7 6 ) : Cultura y simulacro. Barcelona: Kairos.
gicos d e c o m u n i c a c i ó n .
— (1980): El intercambio simbólico y la muerte. Caracas: Monte Ávila.
— ( 2 0 0 6 ) : La agonía del poder. Madrid: Círculo de Bellas Artes.
S i n embargo, bajo l a denominación abstracta de mundialización estaremos d e -
B R E A , José Luis (ed.) ( 2 0 0 5 ) : Estudios Visuales. La epistemología de la visualidad en la era de la.
s i g n a n d o t a m b i é n u n c o n j u n t o m u y v a r i a d o d e m u n d i a l i z a c i o n e s , l a s c u a l e s se d a n
globalización. Madrid: Akal. s i m u l t á n e a m e n t e e n t e r r e n o s m u y d i s t i n t o s interfiriéndose u n a s a o t r a s . S u c a r á c -
VIRILIO, Paul ( 1 9 8 8 ) : Estética de la desaparición. Barcelona: Anagrama. ter i n e v i t a b l e es, n o o b s t a n t e , p e r c e p t i b l e e n ese n u e v o e s p a c i o ( v i r t u a l ) p l a g a d o de
— ( 1 9 8 9 ) : La máquina de visión. Barcelona: Anagrama. n o c i o n e s y c o n c e p t o s n u e v o s , m u c h o s p o r i n v e n t a r . P e r o t a m b i é n se p o d r á obser-
var que tanto las m u n d i a l i z a c i o n e s del pasado y l a actual s o n hechos históricos. D e
ahí q u e s u b o n d a d o m a l d a d s i e m p r e d e p e n d e r á d e l o s o b j e t i v o s , v a l o r e s y c i r c u n s -
t a n c i a s e n l a s q u e se l l e v a r o n a c a b o , l o c u a l s u b r a y a l a d i m e n s i ó n e s p a c i o - t e m p o -
r a l de l a mudialización y s u doble vertiente. E n r a i z a d o e n l a h i s t o r i a m i s m a d e l
g é n e r o h u m a n o , e l f e n ó m e n o d e l a m u n d i a l i z a c i ó n se h a i d o p l a s m a n d o d e d i s t i n -
tas f o r m a s e n e l t r a n s c u r s o d e l t i e m p o .

63
62
L a dimensión t e m p o r a l de las m u n d i a l i z a c i o n e s perpétuelle (1756/1761), e x p o n e l a i d e a de u n g o b i e r n o c o n f e d e r a d o que una los pue-
blos por lazos semejantes a los que unen los individuos. C o n objeto de f u n d a m e n t a r
Será s i e m p r e i n s t r u c t i v a u n a a p r o x i m a c i ó n s o b r e l a s u e r t e y d e s g r a c i a de l a s esa i d e a R o u s s e a u e x p l i c a que esa fórmula n o es n u e v a y que está p r e s e n t e desde los
m u n d i a l i z a c i o n e s vividas p o r l a h u m a n i d a d en el pasado lejano y próximo. L o s a l b o r e s de l a civilización.
análisis y c o n o c i m i e n t o s p r o v e n i e n t e s de esos p r o c e s o s s o n e l e m e n t o s n a d a d e s d e - R o u s s e a u habrá de j u s t i f i c a r ese p r o y e c t o e x p o n i e n d o las d i s t i n t a s clases de l a z o s
ñables p a r a p e n s a r ciertas facetas a c t u a l e s de los p r o c e s o s m u n d i a l i z a d o r e s . E n esa entre los h o m b r e s (derecho, c o m e r c i o , religión, etc.) y las d i s t i n t a s i n s t i t u c i o n e s que
d i r e c c i ó n , es i n t e r e s a n t e r e m i t i r s e , e n p r i m e r l u g a r , a J e r e m y R i f k i n (2007). P a r a él f u e r o n p e r f e c c i o n a n d o s u g o b i e r n o e n el t r a n s c u r s o de las d i s t i n t a s confederaciones
e l p r o c e s o de integración e u r o p e a , i n c l u s o e n sus d i s t i n t o s y c o n t r a d i c t o r i o s a s p e c - europeas ( G r e c i a , R o m a , c u e r p o germánico, l i g a helvética, etc.). S u h i s t o r i a d e m u e s t r a
t o s , es u n a e x p e r i e n c i a ú n i c a e n l a h i s t o r i a , c u y a s i d e a s m a e s t r a s m e r e c e n a t e n c i ó n que e l p e r f e c c i o n a m i e n t o de esa unión dependerá d e l e s t a b l e c i m i e n t o de u n a estrecha
especial. d e p e n d e n c i a m u t u a entre t o d o s los m i e m b r o s confederados e n u n a d i e t a g e n e r a l o
E n efecto, l a e s t r u c t u r a de g o b i e r n o e n l a que se a p o y a l a Unión E u r o p e a se h a congreso.
e d i f i c a d o s u p e r a n d o u n a h i s t o r i a de sangre de dos m i l años de l u c h a s y guerras. L a S i n e m b a r g o , y c o m o p r u e b a de q u e u n p r o y e c t o de esas características es s i e m -
n o v e d a d , e n relación c o n otras f o r m a s de g o b i e r n o d e l p a s a d o , es que s u objetivo es p r e i n c o m p l e t o , R o u s s e a u será m e r e c e d o r de u n a crítica i r ó n i c a y n o e x e n t a de u n
aunar los intereses colectivos, ampliar la reciprocidad y crear una paz duradera basada en h u m o r f a n t a s i o s o y a l e c c i o n a d o r de u n V o l t a i r e m u c h o m á s p e r s p i c a z {Rescrit de
la confianza entre los pueblos. P o r p r i m e r a vez, u n colectivo h u m a n o se atreve a p e n s a r l'empereur de la Chine, 1762). E n ese t e x t o , e l e m p e r a d o r de C h i n a se l a m e n t a de
c o m o especie, d i c e R i f k i n , y ese e x p e r i m e n t o de g o b i e r n o c o n esas características es u n q u e R o u s s e a u h a y a p e n s a d o e n l a n e c e s i d a d de c o n s t r u i r l a p a z p e r p e t u a s ó l o p a r a
v u e l c o histórico. L a valoración de esa e x p e r i e n c i a e u r o p e a es, e n términos generales, E u r o p a , o l v i d á n d o s e d e l r e s t o d e l universo (en c u r s i v a e n e l t e x t o o r i g i n a l ) . V o l t a i r e
m á s p o s i t i v a y m e j o r que l a e x p e r i e n c i a a m e r i c a n a que m a r c ó , s i n c o m p e t e n c i a a l g u - evalúa l a s p o s i b l e s c o n s e c u e n c i a s n e f a s t a s q u e tendría l a a u s e n c i a de o t r a s n a c i o -
n a , l a p a u t a d e l m u n d o d u r a n t e los siglos XLX y X X . nes (el g r a n T u r c o , e l g r a n M o g o l , e l g r a n P e r s a , Japón y l a m i s m a C h i n a ) e n ese
M i e n t r a s e l sueño a m e r i c a n o , c u y a s a l u d y a n o es l a de antes, tiene c o m o pilares p r o y e c t o de p a z .
básicos p a r a t o d o t i p o de progreso e l i n d i v i d u a h s m o y e l m e r c a d o , e l e u r o p e o tiende a S i n d u d a , c u a n d o t r a t a m o s de p e n s a r l a evolución y e l f u t u r o de las m u n d i a l i z a c i o -
e n c a r n a r intereses colectivos. S u e n o r m e d i v e r s i d a d c u l t u r a l n o resulta ser u n a b a r r e r a nes se i m p o n e u n c i e r t o i d e a l utópico que p e r m i t a que las reflexiones t e n g a n c o m o
p a r a , a p e s a r de t o d o , c o m p a r t i r u n a serie de valores que c o m o tales d e f i n e n l a i d e a m i r a l a n e c e s i d a d de llevarlas a c a b o l o m e j o r p o s i b l e . S i n e m b a r g o , l a d i v e r s i d a d de
m i s m a de c o l e c t i v i d a d . E l d e s a r r o l l o sostenible, e l avance e n los derechos h u m a n o s y f o r m a s de ese f e n ó m e n o , sus facetas e c o n ó m i c a s , políticas, sociales y c u l t u r a l e s , amén
sociales o l a construcción de puentes h a c i a l a p a z s o n sólo a l g u n o s rasgos de ese sueño de sus respectivas m i c r o - m u n d i a l i z a c i o n e s , s o n los términos que a fin de cuentas m o l -
europeo. Todo ello está p e r f i l a n d o también u n a f o r m a de «conciencia global» a l a m e - d e a n ese espíritu utópico. P e r o a l a vez, es ese término de utopía, que p o r definición n o
d i d a de l a i n t e r c o n e c t i v i d a d emergente a escala m u n d i a l . d e s i g n a u n l u g a r p r e c i s o , l o que se t r a n s f o r m a e n u n espacio «lleno» de r e p r e s e n t a c i o -
S i n d u d a , sería i n g e n u o p e n s a r que u n a m e r a enunciación c o m p l e t a de esos v a l o - nes de t o d o t i p o y d o n d e las cosas c a m b i a n . H a y n e c e s a r i a m e n t e u n j u e g o que v a y
res visualizaría u n m o d e l o d e f i n i t i v o a t e n e r presente c o m o r e f e r e n c i a m u n d i a l . L a viene entre esos dos p o l o s de l o utópico y l o r e a l que p e r m i t e v a l o r a r h e c h o s y r e a l i d a -
clave reside e n él m o d o c o n c r e t o de r e s o l v e r los p r o b l e m a s que s u r g e n c o n s t a n t e - des c o m o s o n también l a c r u e l d a d , e l s u f r i m i e n t o y el m a l a c u m u l a d o s p o r e l género
m e n t e a l p e r s e g u i r ese sueño y se p o n e a p r u e b a e n las f u t u r a s tareas que se i m p o n e n humano.
p a r a a l c a n z a r l o . R i f k i n e n u m e r a las p r i o r i d a d e s p r i n c i p a l e s p a r a que ese m o d e l o de P o r c o n t r a d i c t o r i o que p a r e z c a a p r i m e r a v i s t a , ese c a p i t a l de e x p e r i e n c i a s es u n
p a z y c o o p e r a c i ó n t r a n s n a c i o n a l sea r e a l m e n t e u n referente p a r a los demás c o n t i - b i e n d e l que p u e d e d i s p o n e r s e p a r a m e j o r a r p r o p u e s t a s y c u l t i v a r e l n e c e s a r i o espíri-
nentes. E n t r e esas p r i o r i d a d e s estaría l a n e c e s i d a d de t r a n s f o r m a r las r e l a c i o n e s i n - t u u t ó p i c o , a l m e n o s s i p e n s a m o s que los m a l e s s o n también e l r e s u l t a d o de e l e c c i o -
t e r n a c i o n a l e s más allá de l a l u c h a geopolítica t r a d i c i o n a l , l o g r a r u n a integración c o m - nes e n las q u e n o se h a n c a l c u l a d o sus efectos o n o se h a n p o d i d o p r e v e r sus c o n s e -
p l e t a de l a d i v e r s i d a d (inmigración, minorías, etc.) y f o m e n t a r l a c o l a b o r a c i ó n entre c u e n c i a s . E s e c a p i t a l , que s e g u r a m e n t e irá a u m e n t a n d o y a d q u i r i e n d o n u e v a s c a r a s ,
l o s E s t a d o s p a r a c a m i n a r h a c i a u n a E u r o p a s o c i a l e n e q u i l i b r i o c o n el d e s a r r o l l o d e l es p o r a h o r a l a base m á s s e g u r a p a r a n o r e p e t i r e r r o r e s p a r e c i d o s . E l d e s a r r o l l o de
m e r c a d o . L a s prácticas de u n p r o y e c t o t r a n s n a c i o n a l de esas características p u e d e n u n a « c o n c i e n c i a global» a l a que se aludía antes, es u n a de l a s m e d i c i n a s más a d e c u a -
s e r v i r de inspiración p a r a otras regiones que i n i c i a n ese t i p o de r e c o r r i d o h a c i a u n a das p a r a d e t e c t a r los efectos p e r v e r s o s de l a s m u n d i a ü z a c i o n e s . E s a « c o n c i e n c i a g l o -
era transnacional mundial. b a l » , que n o t i e n e c u e r p o n i lugar, es u n e s p a c i o d o n d e se c u l t i v a l a utopía p a r a
T a l vez l o m á s interesante de esa clase de sueños, y e n p a r t i c u l a r d e l e u r o p e o , es m a r c a r que e l c a m i n o de l a mundialización p a s a p o r l a j u s t i c i a , y s u eje es l a d e f e n s a
q u e ese viejo i d e a l fue u n a utopía p e r s e g u i d a d u r a n t e siglos. P r u e b a de ello es el de los d e r e c h o s h u m a n o s .
p a p e l que d e s e m p e ñ a r o n los filósofos e n t o r n o a ese i d e a l d u r a n t e l o s siglos XVII, S i n embargo, el p r i n c i p i o de r e a l i d a d usado de m a n e r a tendenciosa puede h a -
XVJJJ. y p a r t e d e l XLX, a l p r e f i g u r a r c o n sus r e f l e x i o n e s l a n e c e s i d a d de esa unión c e r c r e e r q u e l a e s e n c i a v i s i b l e de ese f e n ó m e n o se d e s t i l a e n esos m a l e s y se r e d u c e
t r a n s n a c i o n a l (J.-P. F a y e , 1992). E l eje c e n t r a l s o b r e e l q u e g i r a b a n esas p r o p u e s t a s a l a s d e s g r a c i a s que a c a r r e a l a extensión m u l t i f o r m e de l a m u n d i a l i z a c i ó n . E s e
consistía e n a r g u m e n t a r sobre los b e n e f i c i o s que proporcionaría esa n u e v a f o r m a de r a d i c a l i s m o q u e n i e g a a ese f e n ó m e n o p r á c t i c a m e n t e l a e x i s t e n c i a de b o n d a d e s n o
g o b i e r n o p a r a s u p e r a r l a v i o l e n c i a y las g u e r r a s que a s o l a b a n E u r o p a . P o r e j e m p l o , se atenúa, s i n o t o d o l o c o n t r a r i o , c u a n d o se p r o p o n e l a n e c e s i d a d de u n e x a m e n
es n o t a b l e c o m p r o b a r el m o d o e n que R o u s s e a u , e n s u l e c t u r a d e l Projet de paix a x i o l ó g i c o s o b r e l a n a t u r a l e z a de l o s m a l e s q u e a c a r r e a n c o n s i g o los p r o c e s o s m u n -

64 65
d i a l i z a d o r e s . R a d i c a l i s m o q u e , p o r c i e r t o , se a s e m e j a , c o m o v e r e m o s , a l a s teorías
c i ó n marítima m e d i e v a l , máquina de vapor, telégrafo, avión, Internet), responsables de
c o n s p i r a t o r i a s de l a m u n d i a l i z a c i ó n . P e r o l a filosofía, e n t e n d i d a c o m o u n a i n v e s t i -
l a invención de espacios n u e v o s de interactuación.
g a c i ó n s o b r e l o s a s p e c t o s y s i g n i f i c a c i o n e s de l a e x p e r i e n c i a h u m a n a , i m p i d e ese
P e r o L e G o f f p o n e de reheve q u e e l p r o g r e s o que c o m p o r t a l a mundialización es
reduccionismo.
también i n d i s o l u b l e d e miserias y desgracias. C o m o b o t ó n de m u e s t r a , basta c o n a p r o x i -
E n efecto, l a clave de las p r o f u n d a s m u t a c i o n e s de que es p o r t a d o r ese f e n ó m e n o es
m a r s e a l o s efectos, y también a l o s m e d i o s , q u e p u s o e n práctica e l i m p u l s o « m u n d i a -
f i n a l m e n t e i n d i s o c i a b l e y p a s a p o r u n a reapropiación d e l p a s a d o . E s a vinculación teó-
lizador» de R o m a s o b r e e l m u n d o c o n o c i d o . E n efecto, e l l o g r o p a c i f i c a d o r de R o m a
r i c a entre mutación y reapropiación d e l p a s a d o , p a l p a b l e e n e l caso de l a I n d i a (Assa-
(pax romana) e n e l q u e se b a s ó e l e s p a c i o m u n d i a l i z a d o q u e creó, fue s i n e m b a r g o
y a g 2005), es el m o d o de a f r o n t a r l a mundialización y también e l m o d o de s u p e r a r
o b t e n i d o p o r l a d o m i n a c i ó n y l a g u e r r a . U n a v e z i m p u e s t o ese p r e c i o de sangre, a sus
p o s i c i o n e s eurocentristas. E s e p u n t o de v i s t a es e l h i l o c o n d u c t o r de las reflexiones
e n e m i g o s les o t o r g ó c a r t a d e ciudadanía haciéndolos partícipes d e esa u n i v e r s a l i d a d
s o b r e l a mundialización r e a l i z a d a s e n e l Forum intemationál. Quelle mondialisation?,
c o m p a r t i d a q u e R o m a había i n v e n t a d o .
c o n v o c a d o p o r l&Académie Universelle des Cultures ( B a r r e t - D u c r o c q 2002). L a s c u a t r o
E s e c r u c i a l i n v e n t o , l o g r a d o de esa f o r m a v i o l e n t a , h i z o p o s i b l e , s i n e m b a r g o , eso
secciones e n q u e se dividió ese. forum —1) H i s t o r i a , genealogía, d e f i n i c i o n e s ; 2) E c o n o -
q u e p o d e m o s d e n o m i n a r «mundialización r o m a n a » . S u caracterización consistió e n
m í a y f i n a n z a s ; 3) C u l t u r a , información, educación; 4) Ética, d e r e c h o , política— d a n
f u n d a m e n t a r prácticas n u e v a s e n e l m a r c o de u n e s p a c i o jurídico q u e e n t r e l a z a b a l o s
c u e n t a de l o poliédrico de ese f e n ó m e n o y s u a l c a n c e .
d i s t i n t o s espacios geográfico, e c o n ó m i c o , político y c u l t u r a l . P e r o u n a d e l a s g r a n d e s
E n ese c o l o q u i o , J a c q u e s L e G o f f (cf. B a r r e t - D u c r o c q 2 0 0 2 ) , a p o y á n d o s e e n
lecciones de esa e x p e r i e n c i a histórica fue e l fracaso i n t e g r a d o r que t u v o l a m u n d i a l i z a -
F e r n a n d B r a u d e l (1979), señala l a i m p o r t a n c i a e s e n c i a l d e l d i n e r o y d e l a n o c i ó n
c i ó n r o m a n a respecto a a q u e l l o s p u e b l o s q u e y a los griegos d e n o m i n a b a n p u e b l o s
de m e r c a d o c o m o c e n t r o de t o d a m u n d i a l i z a c i ó n . P e r o a l a v e z , n o s p o n e e n g u a r -
«bárbaros». E x c l u i d o s de l a ciudadanía r o m a n a , d e l espacio y d e l s i s t e m a r o m a n o ,
d i a ante el p e l i g r o q u e e n c i e r r a u n p u n t o de v i s t a r e d u c c i o n i s t a y sesgado q u e ve,
f u e r o n ellos quienes f i n a l m e n t e se r e b e l a r o n y c o n t r i b u y e r o n a l a destrucción de ese
básicamente, l a mundialización c o m o u n fenómeno m e r a m e n t e económico. C o n -
espacio h e g e m ó n i c o que veían sólo c o m o u n s i g n o de d e s i g u a l d a d y marginación que
trario a privilegiar u n a explicación particular, B r a u d e l insiste en que todo fenóme-
n o les a p o r t a b a ningún b e n e f i c i o .
no de mundialización tiene c u a t r o aspectos esenciales: social, c u l t u r a l , e c o n ó m i c o
C a d a caso, especie o f o r m a de mundialización, e n l a c u l t u r a q u e sea» h a t e n i d o
y poh'tico.
s i e m p r e sus p r o p i o s «bárbaros» (en E u r o p a , R o m a , l a c r i s t i a n d a d , l a colonización, l o s
E l análisis q u e c a d a u n o d e esos órdenes p r o p o r c i o n a es de g r a n u t i l i d a d , y a q u e
sistemas t o t a l i t a r i o s s o n a l g u n o s ejemplos) q u e h a n s e r v i d o p a r a m a r c a r l a d i f e r e n c i a
p o s i b i l i t a d e t e c t a r reglas o c o m p o r t a m i e n t o s e s t a n d a r i z a d o s e n c a d a clase. P e r o l a
c o n los otros, es d e c i r c o n los e x c l u i d o s . L o c o m ú n a todos aquellos d e n o m i n a d o s
u t i l i d a d de esa abstracción n o debe i n c l i n a r n o s e n ningún c a s o a p e n s a r q u e c a d a
c o m o bárbaros es s u c o n d i c i ó n política, es decir, q u e v i v e n f u e r a de l a ley de l a Polis,
g é n e r o f u n c i o n a i n d i v i d u a l m e n t e y p u e d a s e r c o n s i d e r a d o p o r s e p a r a d o . O l o q u e es
c o n e l r e s u l t a d o de que l a v i o l e n c i a existente se p r o y e c t a f u e r a de l a c i u d a d y h a c i a
l o m i s m o , t o d o s ellos c o n f o r m a n u n s i s t e m a c o m p l e j o . M i c h e l S e r r e s recoge e n p a r t e
ellos. L a i d e a básica de R o g e r - P o l D r o i t (en B a r r e t - D u c r o c q 2002) consiste e n r e c o r d a r
esa i d e a c u a n d o d i c e q u e u n c a m b i o y u n a transformación de g r a n a l c a n c e ( c r i s t i a -
q u e a l i n i c i o de l a expansión r o m a n a se trató de h a c e r desaparecer esa a l t e r i d a d «bár-
n i s m o , R e n a c i m i e n t o , l a civilización c o n t e m p o r á n e a ) c o n f o r m a n n u e v o s t e r r i t o r i o s .
bara» integrándola p r o g r e s i v a m e n t e e n l a c i u d a d . L a h i s t o r i a de R o m a a l f i n a l de l a
D e ahí l a n e c e s i d a d de e l a b o r a r u n n u e v o atlas de l a geografía de l o existente q u e v a y a
república y a l i n i c i o d e l i m p e r i o es e s p e c i a l m e n t e r e v e l a d o r a .
m á s lejos q u e e l d i s c u r s o l i m i t a d o c i r c u n s c r i t o a l a b ú s q u e d a de leyes y r a z o n e s de l o
E n efecto, d u r a n t e ese p e r í o d o de expansión a través d e l m u n d o , l a p r e o c u p a c i ó n
acontecido.
r o m a n a es a d m i n i s t r a t i v a y política, p e r o también i n t e l e c t u a l , y a q u e d e b e n c o n t r o -
L a i d e a de s i s t e m a , que e n t r e c r u z a los diferentes órdenes e n los procesos m u n d i a l i -
l a r l a d i v e r s i d a d a l a q u e se e n f r e n t a n s i n h a c e r l a desaparecer. L a e l a b o r a c i ó n de l a
z a d o r e s , es l a vía m á s a p r o p i a d a p a r a c o m p r e n d e r l a s l e c c i o n e s q u e p u e d e n extraerse
u n i v e r s a h d a d jurídica, y s u extensión a t o d o s l o s c i u d a d a n o s p e r m i t e i n t e g r a r a l o s
de l a s sucesivas m u n d i a l i z a c i o n e s históricas. G r a c i a s a l a p e r v i v e n c i a de elementos y
a n t i g u o s b á r b a r o s e n e l d e r e c h o c o m ú n y e n u n a e s t r u c t u r a i m p e r i a l única. P e r o
experiencias de esos procesos e n el t r a n s c u r s o de los siglos, p u e d e decirse que l a m u n -
c o m o q u e d ó p a t e n t e e n l a s a p r e c i a c i o n e s de L e G o f f s o b r e e l t e m a , u n e s p a c i o se
dialización a c t u a l también está m a r c a d a p o r e l p a s a d o . B a s t a c o n r e c a p a c i t a r s o b r e e l
c e r r a b a s o b r e sí m i s m o , d e j a n d o f u e r a o t r o e x t e r i o r e n e l q u e l o b á r b a r o q u e d a b a de
h e c h o de que m u c h a s de esas m u n d i a l i z a c i o n e s históricas (Cartago, R o m a , E u r o p a
n u e v o c o n s i g n a d o . C a d a v e z q u e e n l a h i s t o r i a se i b a d a n d o ese m o v i m i e n t o de u n i f i -
c r i s t i a n a , i s l a m , C h i n a , I n d i a , etc.), excepción h e c h a d e l c a p i t a l i s m o , a l c o m i e n z o a r r a n -
c a c i ó n surgían n u e v o s b á r b a r o s , c a s i c o m o c o n t r a p u n t o n e c e s a r i o a l a v a n c e d e l p r o -
c a r o n c o m o c o n s t r u c c i o n e s e s e n c i a l m e n t e políticas, y h o y e n día s o n entidades geográ-
p i o p r o c e s o . S i n e m b a r g o , l a l ó g i c a d e ese p r o c e s o t a n a n t i g u o h a d e j a d o y a d e s e r
ficas sujetos de mundialización.
eficaz y l a m u n d i a l i z a c i ó n e x c l u y e p o r p r i m e r a vez l a e x i s t e n c i a de esa a l t e r i d a d
L a m i r a d a histórica nos m u e s t r a q u e el f e n ó m e n o m u n d i a l i z a d o r c o m o tal s i e m p r e
c o m o parte del proceso.
a c a b a b a p o r r e n a c e r c o n f u e r z a . A u n después de largos p e r í o d o s de fragmentación
L a a u s e n c i a de u n e s p a c i o e x t e r i o r y l a c o m u n i c a c i ó n v i r t u a l e n t r e l a s c u l t u r a s
p r o v o c a d o s p o r procesos a n t e r i o r e s (ex «caída» d e l I m p e r i o R o m a n o ) , esos procesos
definen a h o r a u n único espacio, s i n bárbaros, que aspira a inventar u n derecho y
a c a b a n r e a p a r e c i e n d o de n u e v o . P o r eso p u e d e decirse q u e ese f e n ó m e n o que h o y
u n a d e m o c r a c i a c o m ú n p a r a todos. S i n e m b a r g o , esta utopía, p o r el m o m e n t o i n a l -
l l a m a m o s «mundialización/globaHzación» p u e d e c o n s i d e r a s e , finalmente, c o m o e l eje
c a n z a b l e , l o es p r e c i s a m e n t e p o r q u e , d e s a p a r e c i d o s l o s b á r b a r o s c o n v e n c i o n a l e s ,
del d e v e n i r histórico. G r a c i a s a esa m i r a d a , también s a b e m o s que esa t e n d e n c i a a l a
l a b a r b a r i e se p r e s e n t a a h o r a d e f o r m a n u e v a y m á s c o m p l e j a . S i n d u d a existe u n
expansión h a estado m a r c a d a p o r el p r o g r e s o de las tecnologías (vías r o m a n a s , n a v e g a -
p e l i g r o f u n d a m e n t a l i s t a de r e a n i m a r l a p r o v o c a d a p o r e l d e s c o n c i e r t o d e l p r o p i o

66
67
f e n ó m e n o m u n d i a l i z a d o r , p e r o e l r i e s g o r e a l es t a n v i e j o c o m o l a h u m a n i d a d , y está p o r p r i m e r a vez. E n e l t r a n s c u r s o de los siglos m u c h o s de esos m u n d o s v i r t u a l e s de
e n e l ser h u m a n o . abstracción elaborados p o r los filósofos, científicos, escritores o artistas h a n s i d o luego
E s e riesgo p e r m a n e n t e d e l ser h u m a n o de s u m i r s e e n l a b a r b a r i e n o es n u e v o , p e r o c o m p a r t i d o s p o r l a h u m a n i d a d que h a h a b i t a d o m u c h o s de ellos, a l g u n o s de m a n e r a
a h o r a deberá ser c o m b a t i d o e n e l m a r c o de u n m u n d o g l o b a l . L o s peligros de l a m u n - provisional.
dialización p u e d e n afectar a los v a l o r e s de c o n v i v e n c i a pacífica p r o v o c a d o s p o r des- L a v i r t u a l i d a d característica d e l espacio que sustenta e l m u n d o g l o b a l está final-
i g u a l d a d e s e i n j u s t i c i a s . P r o v e n i e n t e s de las t r a n s f o r m a c i o n e s e c o n ó m i c a s , políticas, m e n t e a r r a i g a d a e n l a p r o p i a e x p e r i e n c i a h u m a n a . M i l e n a r i a e n l a invención de r e p r e -
c u l t u r a l e s y sociales, deberán ser i d e n t i f i c a d o s , v i g i l a d o s , c o n t r o l a d o s y c o m b a t i d o s . Y sentaciones y e n l a elaboración de sueños, l a h u m a n i d a d s i e m p r e h a t r a t a d o de t r a s -
esto m á s allá de las reglas aceptadas (sociales, políticas, etc.) c o n u n incesante d e s a r r o - c e n d e r las c o n s t r i c c i o n e s de l o i n m e d i a t o . E s esa disposición a n c e s t r a l l a que e x p l i c a
l l o de i n s t i t u c i o n e s , m o v i m i e n t o s y valores que p r o m u e v a n u n a mundialización c o m - e n parte l a razón p o r l a que las novedades, u n a v e z p a l p a d o s sus beneficios, p u e d e n
partida en l a diversidad. e n r a i z a r s o c i a l m e n t e c o n f a c i l i d a d . E s e m o d o p e c u l i a r de ser y estar v i r t u a l m e n t e t a m -
bién e x p l i c a l a c a p a c i d a d a s o m b r o s a que t e n e m o s p a r a a d a p t a r n o s a las nuevas técni-
cas c u a n d o n o s r e m i t e n a u n m u n d o c o n o c i d o , p o r r e m o t o que sea. E s i m p o r t a n t e que
L a dimensión e s p a c i a l d e l a mundialización las p o t e n c i a l i d a d e s (virtuales) de ese m u n d o emergente n o s e a n e l a l i v i o p a r a u n a des-
conexión t o t a l de ese espacio c o n e l viejo m u n d o , l o c u a l haría i l e g i b l e tanto l o u n o
M i c h e l Serres e n u n o de sus l i b r o s (Serres 1995) p l a n t e a l o i m p r e s c i n d i b l e que es c o m o l o otro.
h o y e n día e l a b o r a r u n a n u e v a «guía cartográfica» que sitúe a l h o m b r e e n u n m u n d o C o m o s i se tratara de l a solución a l a vieja q u e r e l l a filosófica entre los partidarios de
g l o b a l emergente p o r e l c u a l p u e d a transitar. E n ese m u n d o , q u e p o c o a p o c o p o r s u los A n t i g u o s y de los M o d e r n o s , sólo l a búsqueda de u n registro teórico e n el que e l f u t u r o
p r o p i a i n e r c i a t i e n d e a s u s t i t u i r a l viejo, los viejos «mapamundis» d o n d e t o d o estaba n o d e p e n d a d e l r e c h a z o d e l p a s a d o hace i n n e c e s a r i a y o c i o s a u n a discusión c o m o ésa.
b i e n c l a s i f i c a d o y o r d e n a d o y a n o s i r v e n , p o r que l a r e a l i d a d se h a t r a n s f o r m a d o . L a s P a r a Serres, c a d a c a m b i o i m p o r t a n t e que se h a dado e n l a h i s t o r i a h a supuesto necesa-
e n o r m e s t r a n s f o r m a c i o n e s de ese m u n d o g l o b a l afectan, n o s d i c e Serres, a «las c i e n - riamente l a inscripción d e l espacio d e l viejo m u n d o e n otro nuevo. L a transición asocia-
c i a s , sus m é t o d o s y sus inventos, l a f o r m a de t r a n s f o r m a r l a s cosas; las técnicas, es d a a esos c a m b i o s s i e m p r e h a v e n i d o acompañada p o r l a elaboración de u n c o n o c i m i e n -
decir, e l trabajo, s u organización y e l vínculo s o c i a l que p r e s u p o n e o destruye; l a f a m i - to e n e l que representaban los m i m b r e s del c a m b i o . E s a operación t r a d i c i o n a l m e n t e
l i a y l a s escuelas, las oficinas y las fábricas, e l c a m p o y l a c i u d a d , las n a c i o n e s y l a s i e m p r e se llevó a cabo, e n p a l a b r a s de Serres, m e d i a n t e l a o b r a de u n preceptor. L a
política, e l h a b i t a t y los viajes, l a s fronteras, l a riqueza y l a m i s e r i a , l a f o r m a de h a c e r v i r t u a l i d a d de esas obras preceptores consistía e n t r a n s m i t i r u n saber e n e l que se aco-
niños y de e d u c a r l o s , l a de h a c e r l a g u e r r a y l a de e x t e r m i n a r s e , l a v i o l e n c i a , e l derecho, p l a b a n u n a serie de elementos asociados (experiencias, lugares, etc.) e n u n a visión de
l a muerte» (Serres 1995: 11). conjunto, c o n f o r m a n d o nuevos m a p a s (culturales) de u n m u n d o recién n a c i d o pero, a l a
T o d o ese c o n j u n t o de temas e v i d e n c i a las múltiples c o n s e c u e n c i a s que a c a r r e a ese vez, diferente d e l que se i n s p i r a b a n .
m u n d o emergente (global), sobre e l que todavía se sabe p o c o , y que pretende s u s t i t u i r D e s d e ese p u n t o de v i s t a l o e s e n c i a l de esos textos, f u e r a n l i t e r a r i o s , filosóficos,
el viejo e n d o n d e l a conceptualización es, a p a r e n t e m e n t e , más transparente. S i n e m - de c i e n c i a - f i c c i ó n o p r o p i a m e n t e científicos e r a que a n u n c i a b a n q u e l o a n t i g u o
b a r g o , ese espacio m u n d i a l h a t r a n s f o r m a d o e n p r o f u n d i d a d las n o c i o n e s de las cosas p a s a b a a f o r m a r p a r t e de l o n u e v o . E s e pasaje se l l e v a b a a c a b o b a j o f o r m a s c o m o
a b r i e n d o nuevas líneas de experimentación, indagación y conceptualización sobre c a d a s o n l a recapitulación y e l p r o g r e s o , e n u n a o p e r a c i ó n de r e d e f i n i c i ó n de f r o n t e r a s
u n o de esos temas i n v e n t a n d o otros nuevos. P o r esa razón esa metáfora cartográfica e s p a c i a l e s de l o c o n o c i d o h a s t a e n t o n c e s . A h o r a l o v i r t u a l d e f i n e l o g l o b a l , y l a
debe adecuarse a u n a n u e v a geografía cuyos perfiles, reheves, montañas, etc. s o n e n s u visión de c o n j u n t o de ese n u e v o m u n d o e n c o n s t r u c c i ó n n o s p a r e c e u n m u n d o
m a y o r parte d e s c o n o c i d o s a l a espera de definirse. t o t a l m e n t e a l e j a d o de l o s a n t i g u o s t e r r i t o r i o s . S u deslocalización, s u a p a r e n t e des-
A n t e s , l a a n t i g u a cartografía c o n f o r m a b a u n atlas geográfico c o m p u e s t o de pági- a p e g o e n relación c o n e l p a s a d o y c o n e l p r e s e n t e i n m e d i a t o , s o n p r u e b a s añadidas
n a s o r d e n a d a s q u e r e f l e j a b a a s u m a n e r a u n a c o m p l e j i d a d m a r c a d a , entre otras c o - de esa d i s t a n c i a c o n l o v i e j o q u e p a r e c e r e f o r z a d a c o n el d e s a r r o l l o i n c e s a n t e de
sas, p o r b a r r e r a s n a t u r a l e s o históricas que venían f a t a l m e n t e i m p u e s t a s . A h o r a l a tecnologías adaptadas.
n u e v a «guía cartográfica» h a c a m b i a d o t o t a l m e n t e e l p a n o r a m a c o n c e p t u a l de l a S i n e m b a r g o , ese m u n d o g l o b a l es u n e s p a c i o e n e l q u e l o c a l i z a m o s i n t e r e s e s ,
organización, articulándose e n redes que b u r l a n esos viejos obstáculos, límites y f r o n - v a l o r e s , r e g l a s de j u e g o , etc., es d e c i r , t o d o a q u e l l o q u e d a s e n t i d o y c o n f o r m a ese
teras. E s t o sucede g r a c i a s a u n m u n d o v i r t u a l que se d e f i n e p o r q u e e n él, d i c e S e r r e s , m u n d o v i r t u a l ( g l o b a l ) . S i n esos e l e m e n t o s , ese « e s p a c i o t e c n o l ó g i c o » n o sería
es como si un nuevo tiempo organizara un espacio diferente. E n ese e s p a c i o v i r t u a l que e f i c a z , de ahí q u e i n t u i t i v a m e n t e p e r c i b a m o s que ese m u n d o e n r e l a c i ó n c o n e l
t o d o s e x p e r i m e n t a m o s e n a l g u n a de sus f o r m a s , t e n e m o s l a c e r t e z a de que e n ese a n t i g u o , a p e s a r de l a s d i f e r e n c i a s , f i n a l m e n t e n o está t a n a l e j a d o c o m o p o d í a m o s
t i p o de e x p e r i e n c i a r e s p o n d e a u n a n u e v a m a n e r a de h a b i t a r e l m u n d o e n e l que el sei- temer.
se expande. E s o b v i o q u e e s a p e r s p e c t i v a n o r e s p o n d e e n a b s o l u t o a l a v i e j a i m a g e n de l a
E s t a expansión d e l ser que se m a n i f i e s t a e n los m u n d o s v i r t u a l e s que h o y confor- c i e n c i a c o n m a y ú s c u l a , c o n s u s a c t o r e s e n c e r r a d o s e n s u t o r r e de m a r f i l a l e j a d o s
m a n n u e s t r a v i d a pertenece a l a e x p e r i e n c i a p r o p i a m e n t e h u m a n a . L o s filósofos s o n de l o s c i u d a d a n o s . M á s b i e n se t r a t a de d i s c i p l i n a s q u e , g r a c i a s a s u s i n t e r r e l a c i o -
e j e m p l o de ello, y a que h a n e x p l o r a d o e n s u a c t i v i d a d de p e n s a r posibles respuestas a n e s y a s u r e o r g a n i z a c i ó n , t r a t a n de h a c e r p r o g r e s a r e l c o n o c i m i e n t o e n t o d a s l a s
p r e g u n t a s de g r a n c a l a d o sobre m u n d o s p o s i b l e s e n los que ellos m i s m o s n a v e g a b a n v e r t i e n t e s d e l saber. S i n e m b a r g o , l a t e s i t u r a r e a l e n l a q u e n o s e n c o n t r a m o s v i e n e

68 69
provocada p o r el papel singular que tienen las ciencias e n l a mundialización. P o r
u n l a d o c o m o parámetro i m p o r t a n t e de l a mundialización, p r o p o r c i o n a las a p l i c a -
c i o n e s t e c n o l ó g i c a s n e c e s a r i a s p a r a i r d e f i n i e n d o ese e s p a c i o v i r t u a l , a r r i n c o n a n -
d o a a q u e l l o s q u e n o p u e d e n p a r t i c i p a r e n ese d e s a r r o l l o ( b r e c h a d i g i t a l ) . P e r o
Música en la era digital
t a m b i é n g r a c i a s a ese f e n ó m e n o m u n d i a l i z a d o r , l a s c i e n c i a s s o n c o n s i d e r a d a s c o m o
u n a actividad colectiva y s o c i a l de acuerdo a sus valores educativos, culturales y Gotzon Arrizabalaga
emancipadores.
P a r a ese p r o g r e s o es esencial l a investigación e n las c i e n c i a s f a v o r e c i d a p o r las
c o n d i c i o n e s objetivas d e l e s p a c i o v i r t u a l . P e r o es también l a p u e r t a p a r a u n a a p l i c a -
c i ó n desigual de sus beneficios, t o d a vez q u e l a p r o d u c c i ó n científica esté p o l a r i z a d a e n
l o s países d e s a r r o l l a d o s , p r o v o c a n d o u n a u m e n t o de l a f r a c t u r a entre el N o r t e y el S u r
e n el terreno de l a educación y e l c o n o c i m i e n t o . L a b r e c h a d e l saber es t a n p r e o c u p a n t e E n t r e l o s efectos q u e m á s rápidamente se h a n m o s t r a d o e n l o s p r o c e s o s de g l o b a -
c o m o l a e c o n ó m i c a , y tal vez, más p o r q u e h i p o t e c a e l d e s a r r o l l o de las sociedades y s u lización, cabría d e s t a c a r p r i n c i p a l m e n t e l o s siguientes: 1) l a u n i f o r m i z a c i ó n de l o s
f u t u r o . D e ahí q u e u n m o d o de p a l i a r esa b r e c h a sea l a l i b r e circulación de ideas y contenidos-productos que h a n llegado a imponerse dentro del proceso m i s m o , sean
p e r s o n a s e n ese espacio v i r t u a l d o n d e l o s científicos d e b e n desempeñar u n p a p e l s i n - d e l o r d e n q u e sea ( a l i m e n t a r i o , político, m u s i c a l , etc.); 2) l a c o n f i r m a c i ó n d e q u e e l
gular. S o n ellos quienes e n e l a c t u a l p r o c e s o m u n d i a l i z a d o r d e b e n r e c l a m a r u n u s o p r i n c i p i o e c o n ó m i c o es u n p r i n c i p i o a b s o l u t a m e n t e d o m i n a d o r e n tales p r o c e s o s , de
ético d e las a p l i c a c i o n e s científicas, así c o m o u n r e p a r t o más j u s t o de sus l o g r o s . U n t a l m o d o q u e l a e x i g e n c i a o n t o l ó g i c a d e s u b s i s t e n c i a sólo p u e d a ser e n t e n d i d a b a j o
acceso m a y o r a l o s p r i n c i p a l e s datos científicos d i s p o n i b l e s e n u n a b a s e v i r t u a l d e este p r i n c i p i o ; 3) l a c r e a c i ó n d e l o s m e d i o s t e c n o l ó g i c o s q u e p o s i b i l i t a n e l p r o c e s o d e
globalización.
datos, públicos y gratuitos, es u n e l e m e n t o que p u e d e a y u d a r a p a l i a r esas d e s i g u a l d a -
des m u n d i a l i z a d o r a s . E n l o q u e a l presente t r a b a j o se refiere, serán t e n i d o s e n c u e n t a d i c h o s efectos y sus
posteriores c o n s e c u e n c i a s e n l a elaboración d e u n c o n c e p t o c u l t u r a l p r o p i o a l a c i v i l i -
zación contemporánea desde l a perspectiva, e n este caso, de l a i n d u s t r i a m u s i c a l . S a -
b i e n d o que, d e n t r o d e l á m b i t o m u s i c a l , e l c o n c e p t o d e tecnología y creación c o n t e m -
Bibliografía
poránea a b a r c a diversos c a m p o s de manifestación y p r o d u c c i ó n , y se refiere a distintas
h e r r a m i e n t a s y a p a r a t o s de p r o d u c c i ó n y r e p r o d u c c i ó n s o n o r a , e n esta exposición t a l
ASSAYAG, Jackie (2005): La mondialisation vue d'ailleurs. L'Inde désorientée. París: Seuil.
BARRET-DUCROCQ, Françoise ( 2 0 0 2 ) : Quelle mondialisation? Paris: Grasset. c o n c e p t o se limitará a l análisis de l a i n f l u e n c i a d e l a globalización e n e l c a m p o de l a
B R A U D E L , Fernand ( 1 9 7 9 ) : Civilisation matérielle, économie et capitalisme: XVe-XVIIIe siècle. Paris: creación m u s i c a l a través de u n a h e r r a m i e n t a tecnológica específica, c u a l es el o r d e n a -
Armand Colin. d o r y sus p r o p i o s c o m p o n e n t e s software. S i b i e n es cierto que los procesos de g l o b a l i z a -
F A Y E , Jean-Pierre ( 1 9 9 2 ) : L'Europe une. Les philosophes et l'Europe. Paris: Gallimard. c i ó n c o m e n z a r o n a p a r t i r d e l d e s a r r o l l o d e l a r a d i o y l a T V tras l a S e g u n d a G u e r r a
RlFKlN, Jeremy ( 2 0 0 7 ) : «El primer espacio político transnacional del mundo», El País, 24 de M u n d i a l , n o es m e n o s c i e r t o e l h e c h o de que e l e s p a l d a r a z o d e f i n i t i v o a tales procesos
marzo. h a s i d o d a d o a través de u n a h e r r a m i e n t a específica c o m o el o r d e n a d o r y l a r e d telemá-
SEN, Amartya ( 2 0 0 1 ) : «Dix vérités s u r l a mondialisation», Le Monde, 19 de julio. t i c a f u n d a d a e n él, l l a m a d a Internet. E s t a r e d , m á s allá de s u u s o c o m o m e d i o de
SERRES, Michel ( 1 9 9 5 ) : Atlas. Madrid: Cátedra. c o m u n i c a c i ó n y transmisión d e información h a d e t e r m i n a d o p r o f u n d a m e n t e los á m -
— ( 2 0 0 1 ) : «Le virtuel», Le Monde, 1 8 de junio.
bitos generales c u l t u r a l e s y, p a r t i c u l a r m e n t e , l o s que se refieren a l arte a u d i o v i s u a l . E n
— ( 2 0 0 6 ) : Récits d'Humanisme. París: Le Pommier.
general, podría h a b l a r s e de tecnología c o n t e m p o r á n e a p a r a l a c o m p o s i c i ó n m u s i c a l a
p a r t i r d e l a construcción d e fuentes y r e p r o d u c t o r e s sonoros p r o d u c i d o s electróni-
c a m e n t e , o también a l a manipulación d e c u a l q u i e r t i p o d e s o n i d o p o r parte de i n s t r u -
mentos-máquinas i g u a l m e n t e electrónicos.
L o s p r i m e r o s pasos de este p r o c e s o f u e r o n dados e n las investigaciones efectuadas
e n los l a b o r a t o r i o s radiofónicos de l a A l e m a n i a de m e d i a d o s d e l siglo X X (más c o n c r e -
t a m e n t e e n l o s estudios de r a d i o d e C o l o n i a y Berlín). C o n l a música electrónica se
entró e n u n t e r r e n o d o n d e desapareció t o d o vestigio d e las antiguas f o r m a s . L a s p o s i -
b i l i d a d e s abiertas p o r l a técnica h a n p e r m i t i d o que u n a n u e v a f o r m a de organización
v e n g a a c u b r i r l a p o s i b i l i d a d de u n a creación d o n d e l a determinación m u s i c a l es prác-
t i c a m e n t e total. C o n los m e d i o s electrónicos p o d e m o s «crear» s o n i d o , r o m p i e n d o c o n
l a i m p o s i c i ó n d e l t i m b r e p r o p i o de los i n s t r u m e n t o s m u s i c a l e s t r a d i c i o n a l e s . D e esta
m a n e r a , t a n t o el s o n i d o c o m o s u disposición q u e d a n t o t a l m e n t e alterados c o n respec-
to a l a música anterior. A s p e c t o s que a n t e r i o r m e n t e q u e d a b a n fuera d e l d o m i n i o del

71
70
c o m p o s i t o r s o n a h o r a c o m p l e t a m e n t e d o m i n a d o s e n e l estudio de grabación. L a a l t u r a
d e u n a n o t a se r e d u c e a l a relación entre frecuencias p o r s e g u n d o y l a i n t e n s i d a d d a d a o r d e n n o s ó l o e s t r i c t a m e n t e m u s i c a l s i n o c u l t u r a l e n s u m o g r a d o . L a evolución de l a
a l s o n i d o c o r r e s p o n d i e n t e . L a m i s m a i n t e n s i d a d está, a s u vez, r e l a c i o n a d a c o n fre- globalización e n e l á m b i t o de l a c u l t u r a m u s i c a l v i e n e e n v u e l t a e n l a evolución u n i -
cuencias/s que p o d e m o s controlar, p o r e j e m p l o . L a s p o s i b i l i d a d e s s o n i n m e n s a s . P e n - v e r s a l de l a globalización, e v o l u c i ó n u n i v e r s a l q u e trae c o n s i g o u n c o n c e p t o p r o p i o
s e m o s , p o r caso, e n las p o s i b i l i d a d e s que t e n e m o s de c o n t r o l a r t o d o l o que se refiere a de l a e s e n c i a y definición de l a especie h u m a n a .
las m o d i f i c a c i o n e s t e m p o r a l e s . S a b e m o s q u e e n l a grabación de c u a l q u i e r f r a g m e n t o E l término alienación será c o m p r e n d i d o e n dos casos: a) f o r m a de p r o d u c c i ó n de l a
t e n e m o s u n i n t e r v a l o de manipulación c o n l a c i n t a de u n milímetro. E s t o q u i e r e d e c i r música, y b) s u u s o de difusión. E n este s e n t i d o , t a n alienante p u e d e ser l a difusión
q u e p o d e m o s efectuar alteraciones que se i n t r o d u c e n n e c e s a r i a m e n t e e n este intervalo i n a d e c u a d a ( p o r n o t e n e r e n c u e n t a las c o n d i c i o n e s e n las que l a m ú s i c a se c o m p u s o n i
de c i n t a . P u e s b i e n , este i n t e r v a l o de c i n t a m a n i p u l a b l e de f o r m a límite e q u i v a l e a 1/ las ideas de s u u s o o f u n c i o n a l i d a d d e l c o m p o s i t o r a l respecto), p o r e j e m p l o , de V i v a l d i ,
760 s de u n a v e l o c i d a d de c i n t a d e 76 cm/s, l o que i m p i d e a l o í d o h u m a n o d i f e r e n c i a r c o m o l a c o m p o s i c i ó n de m ú s i c a p u r a m e n t e c o m e r c i a l d i r i g i d a a l c o n s u m o rápido p o r
las diferencias allí existentes. D e esta m a n e r a , todas las diferencias i n t r o d u c i d a s e n u n p a r t e de l a p o b l a c i ó n j u v e n i l .
p e r í o d o de t i e m p o (x) m í n i m o q u e d a n a n u l a d a s y se m a n t i e n e n c o m o indiferentes S e t r a t a d e d e n u n c i a r e l u s o a l i e n a n t e (es decir, d e d i c a d o e x c l u s i v a m e n t e a l a p r o -
d e n t r o d e l núcleo t o n a l a l q u e t i e n d e n . E s t e límite n u n c a es r i g u r o s o y el m i s m o . Según d u c c i ó n y difusión de música-basura, e n c l a r a alusión a l a alienante c o m i d a - b a s u r a o
l a organización s e r i a l d o n d e h a y a m o s i n t r o d u c i d o tales o cuales diferencias, se nos fastfood, c o n fines p u r a m e n t e c o m e r c i a l e s ) d e l o r d e n a d o r y de sus técnicas de p r o d u c -
aparecerán c o m o d i f e r e n c i a b l e s e n u n a e i n d i f e r e n c i a b l e s e n otra. E n t r a m o s , c o m o c i ó n m u s i c a l . P o r s u p u e s t o q u e h a y u n u s o m a r a v i l l o s a m e n t e fértil d e l o r d e n a d o r que
v e m o s , e n u n a n u e v a visión de los p r o c e s o s m u s i c a l e s . L a m i s m a terminología y los h a o f r e c i d o n u e v a s p o s i b i l i d a d e s f o r m a l e s de c o m p o s i c i ó n y, sobre todo, h a f a c u l t a d o
conceptos a los q u e ésta se refiere h a n v a r i a d o r a d i c a l m e n t e . E s t a n o v e d a d se debe e n o r m e m e n t e e l t r a b a j o de manipulación d e l m a t e r i a l s o n o r o .
t a n t o a l d e s c u b r i m i e n t o de l o s m e d i o s técnicos, c o m o a las necesidades que e l espíritu N o se d e n u n c i a ideológicamente e l t i p o de m ú s i c a q u e así se f a b r i c a s i n o e l h e c h o
m u s i c a l debía de responder. N o se p u e d e n desligar los d e s c u b r i m i e n t o s técnicos de las de q u e e l o r d e n a d o r p e r m i t e l a fabricación de m ú s i c a rápida y e n serie s i n l a m e d i a -
necesidades d e l c o n c e p t o p a r a s u p r o d u c c i ó n . D e h e c h o , las p r i m e r a s experiencias e n c i ó n d e l e s t u d i o de las f o r m a s y técnicas elementales de c o m p o s i c i ó n y c o n u n desco-
el c a m p o de l a m ú s i c a electrónica m o s t r a r o n que n i el n u e v o m a t e r i a l d i s p o n i b l e esta- n o c i m i e n t o a b s o l u t o d e l lenguaje m u s i c a l e n l a mayoría de los casos. D e esta m a n e r a ,
b a d o m i n a d o , n i q u e t a m p o c o se e n c o n t r a b a n de f o r m a d e f i n i d a m e n t e expuestas las e n estas c o m p o s i c i o n e s se u t i l i z a n los elementos m u s i c a l e s , ritmos y f o r m a s armónicas
nuevas necesidades c o n c e p t u a l es-musicales. E l avance definitivo e n el c a m i n o de desa- (por n o h a b l a r de melodías) m á s s i m p l e s y b a n a l e s q u e deberían p r o d u c i r e l r e c h a z o y
r r o l l o y d o m i n i o de l o s m o d o s electrónicos de c o m p o s i c i ó n m u s i c a l llegó de l a m a n o l a indignación de c u a l q u i e r oyente, y a q u e éste es c o n s i d e r a d o (en este t i p o de c o m p o -
d e l ordenador. sición) c o m o m e r o r e c e p t o r y c o n s u m i d o r básico. L a música así p r o d u c i d a se d i r i g e
entonces a s u n i v e l más b a j o de c o m p r e n s i ó n m u s i c a l , c o m o s i e l oyente f u e r a i n c a p a z
E l a p r o v e c h a m i e n t o d e l o r d e n a d o r y l a tecnología d i g i t a l q u e c o m p o r t a h a n s i d o
de r e a c c i o n a r a e l a b o r a c i o n e s m á s c o m p l e j a s d e l e n t e n d i m i e n t o m u s i c a l . E s t a música,
el último paso d a d o e n los últimos 15 años e n l a evolución de este f e n ó m e n o artístico.
así p r o d u c i d a , n e c e s i t a a c t i v a r (y sólo así tiene éxito) l o s grados más elementales, p e r e -
I m p o r t a n t e es m e n c i o n a r que l a invención de p r o g r a m a s c a d a vez más potentes h a
zosos y superficiales d e l o í d o h u m a n o , c u a n d o el oyente d e s a c t i v a c a p a c i d a d e s m u s i -
p e r m i t i d o q u e e l u s o d e l o r d e n a d o r p a r a l a p r o d u c c i ó n m u s i c a l h a y a l o g r a d o recrear
cales m á s elevadas. C l a r o está q u e se t r a t a , d e l i b e r a d a m e n t e , de n o activarlas. N o se
prácticamente t o d a s l a s fuentes a n t e r i o r m e n t e a l u d i d a s , es decir, fuentes de p r o d u c -
t r a t a aquí de u n d o m i n i o e n e l q u e se intente ofrecer a l oyente e l esfuerzo y l a e l a b o r a -
c i ó n y r e p r o d u c c i ó n s o n o r a s b a s a d a s e n l a tecnología analógica-hardware. L a contro-
c i ó n d e l t r a b a j o c o m p o s i t i v o que b u s c a l a expresión m u s i c a l más fértil y a d e c u a d a a l
v e r s i a e n t o r n o a l a fidelidad de esta recreación d i g i t a l de fuentes analógicas es c a d a
c o n c e p t o m u s i c a l de n u e s t r o s días s i n o e l m e r o p a s a t i e m p o , e l o l v i d o , l a n a r c o s i s , l a
v e z m e n o s r e l e v a n t e d e b i d o a l p e r f e c c i o n a m i e n t o de l a síntesis d i g i t a l . Cabría d e d i -
vacuidad.
q u e y a es prácticamente i m p o s i b l e d i f e r e n c i a l - u n s o n i d o p r o d u c i d o o r i g i n a l m e n t e
de f o r m a analógica de s u r e p r o d u c c i ó n d i g i t a l . E s t a cuestión es, s i n e m b a r g o , p o c o E s t e n u e v o estilo de p r o d u c c i ó n m u s i c a l , es decir, l a simplificación de los m e d i o s de
i n t e r e s a n t e . L a c o n s e c u e n c i a f u n d a m e n t a l de l a conversión analógico-digital es l a manipulación d e l m a t e r i a l s o n o r o h a llevado, también e n e l terreno de l a c o m p o s i c i ó n
e l a b o r a c i ó n de u n n u e v o c o n c e p t o de o p e r a t i v i d a d e n e l á m b i t o de l a c r e a c i ó n s o n o - «seria», a resultados q u e t i e n d e n a p a r e c e r más superficiales d e b i d o a l u s o de m é t o d o s
r a . L o d i g i t a l y a n o tiene c o m o h o r i z o n t e l a r e c r e a c i ó n de l a esfera analógica. E n exteriores a l á m b i t o p r o p i o de l a c o m p o s i c i ó n m u s i c a l . M e refiero a l exceso de f o r m a -
c u a l q u i e r caso, n o es u n t e m a q u e se v a y a a a b o r d a r e n este c o n t e x t o . L o q u e sí l i s m o e n e l que i n c u r r e n ciertas t e n d e n c i a s m u s i c a l e s que t r a b a j a n c o n ordenador. E n
p a r e c e y a e v i d e n t e es l a utilización y sustitución de m a q u i n a r i a hardware ( t r i d i m e n - este caso, p a r e c e o b v i o que l a c o m p o s i c i ó n m u s i c a l n o se b a s a e n u n a i d e a p r o p i a m e n -
s i o n a l , m a t e r i a l ) p o r p r o g r a m a s software ( b i d i m e n s i o n a l ) . L a s r a z o n e s p r i n c i p a l e s te m u s i c a l s i n o que l a música se añade c o m o m e r o r e s u l t a d o s o n o r o de procesos que se
de t a l sustitución s o n e l m e n o r coste e c o n ó m i c o q u e s u p o n e n l o s p r o g r a m a s software a s e m e j a n a juegos sintácticos q u e p u e d e n a d o p t a r diversos m o d e l o s , c o m o l o s aritmé-
frente a- l a m a q u i n a r i a hardware, s u m a y o r e s t a b i l i d a d y e l c a s i a b s o l u t o c o n t r o l y ticos, g r a m a t i c a l e s o pictóricos. P a r t e n así de contextos externos a l ámbito p r o p i a m e n -
automatización de l o s parámetros s o n o r o s . E s t a sustitución r e s p o n d e , p u e s , a los te m u s i c a l .
rasgos p r i n c i p a l e s d e l f e n ó m e n o de l a globalización. T a l sustitución tiene, s i n e m b a r - L a i d e a de q u e u n a interrelación tal entre las diferentes r a m a s artísticas c o r r e s p o n -
go, c o n s e c u e n c i a s importantísimas q u e atañen n o sólo a l c a m p o e s t r i c t o de l a a p l i c a - de a u n a evolución y u n d e s t i n o p r o g r e s i s t a es h o y u n a i d e a e x t e n d i d a y a s u m i d a p o r
c i ó n m u s i c a l , s i n o que h a p e r m i t i d o l a c o n s t a n t e degradación y alienación d e l f e n ó - t o d o s l o s creadores actuales. S o l a m e n t e de esta m a n e r a se e n r i q u e c e n l o s c o n t e n i d o s
m e n o de l a c r e a c i ó n m u s i c a l a n i v e l m u n d i a l . L a s c o n s e c u e n c i a s h a n s i d o , p u e s , de expresivos de las artes y sólo así p u e d e lograrse estar e n l a v a n g u a r d i a de los m o v i -
m i e n t o s artísticos c o n t e m p o r á n e o s . E s t o s contextos v i e n e n dados, e n l a mayoría de los

72
73
 ofrece u n a máquina t a n potente y s e n c i l l a de u t i l i z a r c o n u n p o t e n c i a l e c o n ó m i c o enor-
casos, p o r las o r i e n t a c i o n e s q u e l a i n d u s t r i a d e l o r d e n a d o r está i m p l a n t a n d o e n el m e es o b l i g a d o q u e a p a r e z c a e l u s o alienante d e l m i s m o . T o d o a q u e l l o que, d e n t r o del
p r o p i o software m u s i c a l . E s t e h o r i z o n t e de p r o d u c c i ó n artística está s u p e d i t a d o , s i n ámbito artístico p u e d a ofrecer b e n e f i c i o s , será u t i l i z a d o p a r a este f i n y, a p l i c a d o así,
e m b a r g o , a u n a n e c e s i d a d d e l m e r c a d o más que a u n a n e c e s i d a d i n t e r n a d e l despliegue t o d o e l r e s u l t a d o artístico d e r i v a d o será alienante.
d e l m i s m o c o n t e n i d o artístico. A l o l a r g o de l a tradición c u l t u r a l e u r o p e a , l o s c o n c e p - L a dirección que l a i n d u s t r i a d e l software m u s i c a l está i m p l a n t a n d o e n el m e r c a d o
tos estéticos más influyentes e n e l aspecto teórico (desde Platón h a s t a N i e t z s c h e , p a - es u n a de las causas de c o n t a m i n a c i ó n y globalización s o n o r a , y s u p r i n c i p a l acicate
s a n d o p o r H e g e l ) n e g a b a n l a f e r t i l i d a d esencial de esta fusión entre r a m a s artísticas. consiste e n l a n e c e s i d a d de l a s i n d u s t r i a s de p r o d u c c i ó n s o n o r a de a u m e n t a r b e n e f i -
N a d a esencial a p o r t a , e n efecto, l a determinación plástica de l a p i n t u r a a l a d e t e r m i n a - cios. E s t o l l e v a a u n u s o c a d a v e z más i n d i v i d u a l i z a d o de los «mejoradores d e l e n t o r n o
c i ó n esencial de l a música. C u a n d o l a f o r m a m u s i c a l n e c e s i t a de l a determinación acústico» (tal y c o m o u n a g r a n e m p r e s a m u l t i n a c i o n a l d e n o m i n a a l o s aparatos de
v i s u a l , lo q u e se m u e s t r a es l a i n c a p a c i d a d de l a p r o p i a f o r m a m u s i c a l p a r a e l d e s a r r o - r e p r o d u c c i ó n m u s i c a l ) de t a l m a n e r a que se d a u n a proliferación patológica de los
l l o y presentación de s u p r o p i o c o n t e n i d o . L a separación entre las artes n o e r a u n a productos de producción y escucha musical. Se produce c o n ello u n aislamiento del
e x i g e n c i a m e r a m e n t e f o r m a l s i n o que respondía a l a e x i g e n c i a c o n c e p t u a l de r e c o n o - i n d i v i d u o e n l a e s c u c h a de l a música. E l m e r c a d o se amplía e n o r m e m e n t e c o n l a ato-
c e r las diferentes m a n e r a s e n las q u e e l c o n t e n i d o artístico se despliega. L a unión d e l m i z a c i ó n d e l c o n s u m i d o r . C a d a u n o de ellos n e c e s i t a s u p r o p i o « m e j o r a d o r d e l entor-
arte s o n o r o c o n e l arte v i s u a l es síntoma de q u e a m b o s t e r r i t o r i o s están agotados. L a n o acústico». S e p a s a d e l p ú b l i c o a l p a c i e n t e de l a música. E l i n d i v i d u o c a d a vez tiene
a y u d a que u n a p o r t e v i s u a l p u e d a ofrecer a u n c o n t e n i d o m u s i c a l señala más l a i m p o - m e n o s ganas de a s i s t i r a l o s c o n c i e r t o s y p o r ello se c e l e b r a n , c a d a vez m á s , m a c r o -
t e n c i a de l a m ú s i c a que u n e n r i q u e c i m i e n t o de l a m i s m a . conciertos. E n c u a l q u i e r caso, s i asiste todavía a los m i s m o s es y a d e b i d o más a l c u m -
E s t a p e r s p e c t i v a h a c a m b i a d o r a d i c a l m e n t e e n l o s últimos 15 años. P o r s u p u e s t o , p l i m i e n t o de u n a obligación s o c i a l que a u n interés real p o r d e s c u b r i r l o que p u e d e
n o es c a s u a l i d a d q u e v e n g a l i g a d a a l a aparición d e l o r d e n a d o r c o m o h e r r a m i e n t a acontecer en u n escenario.
c r e a t i v a . L a proliferación d e p r o g r a m a s q u e p e r m i t e n esta u n i ó n a u d i o v i s u a l es p o s i - E s t e p r o c e s o s i g n i f i c a llegar h a s t a e l e x t r e m o c o n t r a r i o de lo q u e e n u n p r i n c i p i o
b l e p o r l a c o n v e r s i ó n analógico-digital de a m b a s esferas. L a t r a d u c c i ó n e i n t e r c a m - significó l a m ú s i c a p a r a e l h o m b r e . S i e n sus i n i c i o s l a música sólo tuvo s e n t i d o c o m o
b i o s o n a u t o m á t i c o s . L o s p r o g r a m a d o r e s y e m p r e s a s de p r o g r a m a c i ó n p o t e n c i a n a g l u t i n a d o r de l a c o m u n i d a d , c o m o auténtico r e f u e r z o de l a e s p e c i f i c i d a d de l a c o n d i -
esta fusión. E l interés e c o n ó m i c o de l a m i s m a es evidente. E l m e r c a d o se t r a n s f o r m a , c i ó n h u m a n a , e n l a a c t u a l i d a d l a música es e x p e r i m e n t a d a , p r i n c i p a l m e n t e , c o m o a i s -
l o s p r o d u c t o s o f r e c i d o s e x i g e n u n a c o n t i n u a p u e s t a a l día. D e esta m a n e r a e l m e r c a - lante s o c i a l . L a c a l i d a d de l a e s c u c h a i n d i v i d u a l de l a música e n sus «mejoradores d e l
d o a d q u i e r e u n m o v i m i e n t o y u n a v i t a l i d a d e x t r a o r d i n a r i o s . E l m e r c a d o se u n l v e r s a - e n t o r n o acústico» es m u c h o m a y o r q u e l a d e l c o n c i e r t o e n v i v o . E l oyente se h a aislado.
l i z a . L o s m e d i o s de p r o d u c c i ó n , p e r o también l o s de difusión, se c o n v i e r t e n e n d i g i t a - E s t e f e n ó m e n o e n g a r z a c o n l a t e n d e n c i a de las políticas demócratas liberales d e l f o r t a -
les. L o s costes se a b a r a t a n , l o s b e n e f i c i o s se m u l t i p l i c a n . T o d a s las c u l t u r a s q u e d a n a l l e c i m i e n t o de l a c r e e n c i a e n indi\dduos a u t ó n o m o s l i b r e s , es decir, e n c o n s u m i d o r e s .
a l c a n c e de este f e n ó m e n o e x p a n s i v o e x t r a o r d i n a r i o . L a gente e s c u c h a c o n l a m i s m a E n este s e n t i d o también, l a música, así o f e r t a d a a l o s c i u d a d a n o s , se c o n v i e r t e e n u n
f a c i l i d a d l a m ú s i c a que se h a c e e n s u t e r r i t o r i o q u e e n e l e x t r e m o m á s a l e j a d o d e l narcótico de p o t e n c i a i n s u p e r a b l e . S e p r o d u c e también l a individualización en l a cade-
g l o b o . L a p e r c e p c i ó n y m o l d e a m i e n t o d e l g u s t o m u s i c a l se u n i f o r m i z a . L o q u e es n a de transmisión de l a música. L a m ú s i c a c r e a d a o e s c u c h a d a a través de Internet sólo
o f r e c i d o e n e l e s c a p a r a t e d e l m e r c a d o m u s i c a l es l o q u e t r i u n f a . ¡ H a g a m o s l o m i s m o tiene s e n t i d o y éxito d e n t r o de este h o r i z o n t e . C a d a v e z es m a y o r l a o f e r t a de p r o d u c t o s
m u s i c a l m e n t e , así t r i u n f a r e m o s ! ¡Conseguiremos f a m a , f e l i c i d a d , s e r e m o s c o n o c i - r e l a c i o n a d o s c o n esta i n d u s t r i a . F a v o r e c e n y e s t i m u l a n l a relación d i r e c t a y s i n inter-
dos, « s e r e m o s » , n u e s t r a v i d a artística tendrá s e n t i d o ! ¡Estaremos a l a a l t u r a de las m e d i a r i o s sociales (los m á s i m p o r t a n t e s de los cuales s o n los c o n c i e r t o s e n vivo, los
n a c i o n e s más avanzadas tecnológicamente! ¡Ya n o estaremos atrasados! ¡Con u n móvil cuales, c a d a v e z c o n m a y o r n i t i d e z , dejarán de ser u n a c o n t e c i m i e n t o n e c e s a r i o p a r a l a
y u n o r d e n a d o r soy i g u a l a c u a l q u i e r o t r o ! ¡Olvidemos n u e s t r a s viejas c o s t u m b r e s y recreación y f o r m a c i ó n artística d e l c i u d a d a n o ) entre el oyente y s u fuente de a p r o v i -
m ú s i c a s ! ¡Olvidemos el t e m b l o r de l a participación e n u n a c e r e m o n i a c o m ú n m u s i - s i o n a m i e n t o m u s i c a l . E s t a s fuentes h a n e v o l u c i o n a d o desde u n m a t e r i a l de tamaño
c a l ! ¡Eso es a n t i g u o , está s u p e r a d o ! c o n s i d e r a b l e y u n m e n o r a l m a c e n a m i e n t o de datos h a s t a u n m e n o r tamaño m a t e r i a l y
L o que de f o r m a quizás e x a g e r a d a aquí se expresa es l o que, de m a n e r a más o u n m a y o r a l m a c e n a m i e n t o de datos. L a c a d e n a r a d i o , v i n i l o , cásete, C D , m p 3 , y lo que
m e n o s consciente, está enraizándose e n l a m e n t a l i d a d de ámbito artístico. P o r s u p u e s - venga, h a i d o a p a r e c i e n d o e n este s e n t i d o . L o último, p o r a h o r a , es e l m p 3 . E s t e « m e j o -
to que los mensajes enviados desde los centros de deterrninación artística serán j u s t a - r a d o r d e l e n t o r n o acústico» h a s i d o c r e a d o específicamente p a r a l a r e p r o d u c c i ó n m u -
m e n t e los c o n t r a r i o s a los aquí e n u n c i a d o s . S e subrayará el v a l o r artístico de l a especi- s i c a l que t o m a c o m o fuente y almacén a Internet. S i n n i n g u n a manipulación posterior,
ficidad c u l t u r a l de c a d a t e r r i t o r i o y habrá muchísimas advertencias a c e r c a d e l efecto l a m ú s i c a p u e d e ser a l m a c e n a d a y r e p r o d u c i d a s i n i n t e r m e d i a r i o a l g u n o .
p e r n i c i o s o que p r o v o c a l a uniformización de las corrientes culturales. A h o r a b i e n , t o d o
L a s raíces de este p r o c e s o s o n , s i n e m b a r g o , p r o f u n d a s y a n t i g u a s . E n l a c o n v e r -
ello se hará, se dirá y se difundirá a través de las h e r r a m i e n t a s más significativas del
sión de l a t e c n o l o g í a analógica e n d i g i t a l y l a p r o g r e s i v a substitución de l a m a q u i n a -
f e n ó m e n o de l a globalización, es decir, T V e Internet. T o d o ello m i e n t r a s los i n s t r u m e n -
ria hardware p o r l o s p r o g r a m a s software, se p u e d e v e r u n a materialización d e l i d e a l
tos de p r o d u c c i ó n m u s i c a l se c e n t r a n e n e l i n s t r u m e n t o c a p i t a l de l a globalización,
p i t a g ó r i c o . E s t e i d e a l es o t r o d e l o s factores q u e h a n i n f l u i d o e n l a determinación d e
c u a l es el ordenador.
este d e s t i n o . A través de l a c o d i f i c a c i ó n de los eventos s o n o r o s e n n ú m e r o s se h a
E n r e s u m e n , cabe a d e l a n t a r l a hipótesis de que el uso alienante y c o n t a m i n a d o r d e l p r o d u c i d o esta r e d c o n e c t i v a e n t r e l o s m e d i o s de p r o d u c c i ó n y r e p r o d u c c i ó n de los
o r d e n a d o r p a r a l a p r o d u c c i ó n m u s i c a l viene i n s c r i t o , de a l g u n a m a n e r a , e n s u p r o p i a elementos s o n o r o s p e r m i t i e n d o l a concentración d e l f e n ó m e n o g l o b a l m u s i c a l (y t a m -
estructura. N o es algo que se p r o d u z c a p o r a c c i d e n t e y p u e d a ser evitado. C u a n d o se

75
74
b i e n v i s u a l ) e n a p a r a t o s c a d a v e z m á s e s p e c i a l i z a d o s . L a digitalización e i n f o r m a t i - ofrecidos de a n t e m a n o c o n l o s cuales tiene q u e c o m p o n e r s i n o q u e s u n u e v a tarea l e
z a c i ó n p e r m i t e n e l c o n t r o l c a s i a b s o l u t o de l o s parámetros m u s i c a l e s t a n t o e n l o q u e o b l i g a a c r e a r él m i s m o l o s s o n i d o s q u e desea utilizar.
a l a creación d e l a m ú s i c a se r e f i e r e c o m o a s u r e p r o d u c c i ó n . D e t a l m a n e r a q u e ello d) L a tarea de m a n i p u l a r e l s o n i d o s i n u s o i d a l trae c o n s i g o e l d e s a r r o l l o de l o s i n s -
d a p a s o a u n o d e l o s f e n ó m e n o s m á s p e r n i c i o s o s p a r a e l espíritu h u m a n o e n l o q u e a t r u m e n t o s q u e p e r m i t e n d i c h a manipulación. L l e g a así l a i n d u s t r i a de l a tecnología
s u vertiente c r e a d o r a se refiere: l a m e c a n i z a c i ó n o automatización. C o n e l l a , y p o c o a a d e c u a d a a l a manipulación electrónica d e l s o n i d o . C o m i e n z a n a desarrollarse tales
p o c o , el espíritu se v u e l v e p e r e z o s o . U n reflejo de e l l o e n e l á m b i t o de l a c r e a c i ó n o p e r a d o r e s ( o s c i l a d o r e s , filtros, c o m p r e s o r e s , e c u a l i z a d o r e s , delays, etc.).
m u s i c a l a través d e l o r d e n a d o r l o t e n e m o s e n e l e m p l e o h a b i t u a l de l o s r e c u r s o s d e l e) L l e g a n i g u a l m e n t e l o s p r i m e r o s sintetizadores. L o s sintetizadores s o n l a b o r a t o -
cut, copy, paste p a r a l a r e p r o d u c c i ó n automática de c i e r t o s f r a g m e n t o s m u s i c a l e s . L a rios de s o n i d o e n m i n i a t u r a p e r o c o n u n a p o t e n c i a y u n a m a n e j a b i l i d a d t a n e x t r a o r d i -
i m p r e s i ó n artística d e l u s o de estos r e c u r s o s de a u t o m a t i z a c i ó n es l a de u n a m e c a n i - n a r i a q u e se c o n v i e r t e n e n l o s m s t r u m e n t o s electrónicos p o r e x c e l e n c i a . A u n q u e a l
z a c i ó n a b u r r i d a . E s u n c l a r o e j e m p l o de u n m a l o i n a d e c u a d o u s o d e l a digitahzación c o m i e n z o r e s u l t a n costosísimos, p o c o a p o c o irán haciéndose m á s y m á s accesibles
o c o n t r o l matemático de los parámetros musicales. E n l a música j o v e n actual podía h a s t a e l p u n t o de q u e h o y e n día, a ú n c u a n d o s i g a habiéndolos de costo elevado, s o n
t r a d u c i r s e c o m o u n a banalización d e l c o n c e p t o d e serie m u s i c a l . S e p a s a d e l s e r i a l i s - p r o d u c t o s a l a l c a n c e de c u a l q u i e r b o l s i l l o .
m o a l loopismo. f) U n p a s o importantísimo e n l a consagración y a s e n t a m i e n t o d e l a tecnología c o n -
E n los c o m i e n z o s experimentales de l a música electrónica, l a automatización de los temporánea d e l s o n i d o l o s u p u s o l a creación d e l lenguaje M I D I (Musical Instrument
parámetros m u s i c a l e s e r a c o n t e m p l a d a c o m o el l o g r o perfecto p a r a l a c o m p o s i c i ó n Digital Interface), u n s i s t e m a u n i v e r s a l c a p a z de c o n e c t a r entre sí t o d a s l a s máquinas
m u s i c a l . Veían e n e l l a l o s c o m p o s i t o r e s p o s i b i l i d a d e s teóricas y prácticas i m p r e s i o n a n - q u e l o i n c l u y e r a n . A p a r t i r d e l a tecnología d i g i t a l , esta inclusión es prácticamente
tes. S e p o d í a c u m p l i r , p o r fin, c o n e l sueño de u n c o n t r o l perfecto e n l a creación y total. A través de l a c o n e x i ó n M I D I todas las órdenes dadas a u n a máquina MLüI p u e -
ejecución de l a m ú s i c a s i n interferencias accidentales q u e d i s t o r s i o n a r a n l a expresión d e n ser trasladadas a c u a l q u i e r o t r a máquina M E D I .
p e r f e c t a de l a c o m p o s i c i ó n . E s t e sueño, t a n legítimo c o m o i n o c e n t e , h a d e s e m b o c a d o g) D e f i n i t i v a p a r a l a aceptación de l a c o m p o s i c i ó n m u s i c a l a través d e l o r d e n a d o r
e n nuestros días (aunque n o sólo e n ella) e n l a p e s a d i l l a de u n a música m a c h a c o n a h a s i d o l a p o s i b i l i d a d d e r e c r e a r e n software l a s h e r r a m i e n t a s hardware d e creación
irrelevante y a l i e n a n t e d i r i g i d a p r i m o r d i a l m e n t e a l a j u v e n t u d . G r a n parte de l a música m u s i c a l . N o sólo eso, s i n o q u e las e m u l a c i o n e s software n o tienen n a d a q u e e n v i d i a r a
d i r i g i d a e x p r e s a m e n t e h o y a l oyente j o v e n y p r o d u c i d a c o n t i n u a m e n t e , i n c l u s o e n c a - sus a r q u e t i p o s hardware superándolos i n c l u s o en. eficacia, m a n e j a b i l i d a d , c o n t r o l y
nales televisivos d e d i c a d o s e x c l u s i v a m e n t e a ello, se g e n e r a d e esta m a n e r a . L a i m p l a n - s o n i d o . E s t e p a s o h a s i d o d a d o e n l o s últimos 10 años. D e ahí q u e , h o y e n día, l a
tación exitosa c o m e r c i a l m e n t e de l o s estilos m á s usuales c o m o el r a p , e l trance, el h i p i n d u s t r i a de m a q u i n a r i a m u s i c a l hardware esté e n p e l i g r o de desaparecer. P r e v i e n d o
h o p , e l d r u m & bass, etc., sólo h a s i d o p o s i b l e c o n esta m a n e r a de p r o d u c i r música. P o r t a l f u t u r o , las i n d u s t r i a s d e d i c a d a s a l hardware se están r e c o n v i r t i e n d o e n generadoras
eso se l a l l a m a , e n g r a n parte, m ú s i c a e n l a t a d a . L a c o m p a r a c i ó n c o n l a c o m i d a e n l a t a - de p r o g r a m a s software.
d a es p l e n a m e n t e acertada. h) E l penúltimo h a l l a z g o consiste e n l a técnica d e l sampler. E n r e a l i d a d , b a s a d a e n
P a r a llegar h a s t a l a situación a c t u a l se h a n d a d o , m á s o m e n o s , l o s siguientes pasos l a a n t i g u a c a p a c i d a d p a r a g r a b a r los s o n i d o s , el sampler e x p a n d e esta p o s i b i l i d a d h a s t a
e n e l ámbito de l a tecnología contemporánea: t e r r i t o r i o s i n s o s p e c h a d o s . Básicamente, u n sampler convierte c u a l q u i e r s o n i d o e n i n s -
t r u m e n t o m u s i c a l . N o s o l a m e n t e r e p r o d u c e e l s o n i d o g r a b a d o s i n o q u e l e ofrece l a
a) P o s i b i l i d a d d e g r a b a r y r e p r o d u c i r el s o n i d o e n p l a c a s o cintas. E s t e p r i m e r paso p o s i b i l i d a d de e n c a r n a r s e , a través de d i s t i n t o s operadores, e n diferentes alturas a
h a s i d o e l más decisivo. Ocurrió a finales d e l s i g l o XTX. A p a r t i r de aquí, u n a de las través de u n a «escala».
características específicas de l a música, c o m o es s u p r o d u c c i ó n evanescente e n e l t i e m -
p o , q u e d a e n suspenso. F r e n t e a l o s objetos de las demás artes, l a música, h a s t a e n t o n - P a r e c e , s i n e m b a r g o , q u e e n l o q u e a l a creación de n u e v a s f o r m a s y c o n c e p t o s
ces, n o había d e v e n i d o « p r o d u c t o artístico» subsistente e n sí c o m o c o s a o mercancía. m u s i c a l e s se refiere, l a s p o s i b i l i d a d e s se están a g o t a n d o . D e s d e l o s i n i c i o s de l a e r a
S u única p r e s e n c i a e r a m o m e n t á n e a , se producía e n el acto de s u ejecución. electrónica a m e d i a d o s d e l siglo X X h a s t a n u e s t r o s días, l a tecnología h a d a d o u n salto
b) L a p o s i b i l i d a d de g r a b a r y «almacenar» l a música e n u n a c i n t a trajo c o n s i g o espectacular. N o estoy seguro, s i n e m b a r g o , de q u e se h a y a a v a n z a d o f u n d a m e n t a l -
también l a p o s i b i l i d a d de m a n i p u l a r e l s o n i d o c o n cortes y pegados ( c o m i e n z a l a técni- m e n t e e n l a creación de nuevas f o r m a s interesantes p a r a e l d e v e n i r m u s i c a l . Se crearán
c a automática d e l cut, copy, paste) de l a c i n t a d a n d o p a s o a u n a n u e v a f o r m a de c o m p o - n u e v o s a r t i l u g i o s p a r a l a creación y r e p r o d u c c i ó n d e l s o n i d o a través d e l ordenador, se
sición m u s i c a l . mejorará l a c a l i d a d y definición d e l m i s m o , se llegará quizás a l a implantación de c h i p s
c) Creación o a i s l a m i e n t o e n e l l a b o r a t o r i o d e l s o n i d o s i n u s o i d a l p o r m e d i o de que, i n s e r t a d o s e n n u e s t r o o r g a n i s m o , n o s p e r m i t a n a c c e d e r a l a música s i n m a y o r
generadores eléctricos. Ocurrió h a c i a m e d i a d o s d e l siglo X X e n los l a b o r a t o r i o s r a d i o - n e c e s i d a d de h e r r a m i e n t a s externas, etc. E l avance tecnológico, e n este sentido, s e g u i -
f ó n i c o s de F r a n c i a y de C o l o n i a . E s t e s o n i d o es c o n s i d e r a d o c o m o el á t o m o m u s i c a l , rá s i e n d o espectacular. A h o r a b i e n , quizás l a s o b r e a b u n d a n c i a de l a p r e s e n c i a m u s i c a l
c o m o e l s o n i d o p u r o (sin armónicos) a p a r t i r d e l c u a l s o n p r o d u c i d o s e l resto de los e n nuestras vidas esté o c u l t a n d o el h e c h o de q u e l a creación m u s i c a l esté d e j a n d o de
s o n i d o s . A las p o s i b i l i d a d e s d e c o n t r o l t o t a l d e l a c o m p o s i c i ó n m u s i c a l se u n e l a p e r s - existir y que b a j o l a p a r a f e r n a l i a tecnológica se oculte, s i n más, e l agotado espíritu de
p e c t i v a de l a creación del s o n i d o m i s m o . L o s c o m p o s i t o r e s m u s i c a l e s d e v i e n e n , c a d a u n a figura d e l p a s a d o .
vez m á s , i n g e n i e r o s de s o n i d o . L a creación de u n n u e v o t i m b r e s o n o r o c o n s t i t u y e p o r
sí m i s m a u n a tarea creativa. E l c o m p o s i t o r n o se e n c u e n t r a y a c o n u n a serie de s o n i d o s

76 77
Globalización, tecnociencia y cibercultura
Andoni Alonso

E s t e artículo p r e t e n d e o f r e c e r u n a m u y b r e v e y m u y s u m a r i a guía de las r e l a c i o -

nes existentes e n t r e l o s tres e l e m e n t o s d e l e n u n c i a d o : l a t e c n o c i e n c i a , l a g l o b a l i z a -
c i ó n y l a c i b e r c u l t u r a . E n r e a l i d a d esta t r o i k a m u e s t r a u n a t u p i d a m a l l a a l a q u e l a
b r e v e d a d e x i g i d a p a r a este texto a p e n a s h a c e j u s t i c i a . Así q u e u n a guía de a u t o r e s y
c o n c e p t o s p a r a o r i e n t a r s e e n este c o m p l e j o y c o m p l i c a d o n u d o de c o n c e p t o s se c o n -
v i e r t e e n u n a a l t e r n a t i v a q u e p u e d a r e s u l t a r s a t i s f a c t o r i a . D e l o s tres e l e m e n t o s d e l
título se p u e d e a f i r m a r q u e es p r e c i s a m e n t e l a c i b e r c u l t u r a e l f e n ó m e n o i n t e g r a d o r ,
d a d o q u e f o r m a p a r t e de l a t e c n o c i e n c i a ( a u n q u e es m á s q u e t e c n o c i e n c i a ) y p a r a
m u c h o s es e s t a c i b e r c u l t u r a l a q u e e x p l i c a o m u e s t r a e l m u n d o g l o b a l i z a d o . E n d e f i -
n i t i v a , esto e q u i v a l e a a f i r m a r q u e l a t e c n o l o g í a sigue s i e n d o u n h e c h o c u l t u r a l y e l
término globalización señala u n a f o r m a m u y c o n c r e t a de c o m p r e n d e r n u e s t r a c u l t u -
r a , e n t e n d i d a e n términos de u s o y prácticas, t a n t o e n e l p r e s e n t e c o m o e n e l f u t u r o .
L o « c i b e r » añade e l a s p e c t o o f a c e t a t e c n o l ó g i c a de c ó m o ese c o n c e p t o de g l o b a l i z a -
c i ó n h a e v o l u c i o n a d o e n l o s últimos años; s i n este i n g r e d i e n t e , l a globalización se nos
haría i n c o m p r e n s i b l e .

C o m e n c e m o s así c o n e l t é r m i n o d e m o d a q u e h a g e n e r a d o ríos d e t i n t a y b i t s
d e s d e h a c e y a d o s d é c a d a s : l a g l o b a l i z a c i ó n . L a n o c i ó n de q u e v i v i m o s e n u n s o l o
p l a n e t a , q u e t o d o s p e r t e n e c e m o s a l a m i s m a e s p e c i e y q u e , de a l g u n a m a n e r a , l a
s u e r t e d e t o d a l a h u m a n i d a d está e n t r e l a z a d a se h a c o n v e r t i d o e n u n a s u e r t e de
lugar c o m ú n que tiene sus s o m b r a s y ambigüedades. E s t a m o n e d a corriente del
p e n s a m i e n t o p o s m o d e r n o se h a a n a l i z a d o de m u c h a s m a n e r a s , y de m u c h a s se h a
i n t e n t a d o f i j a r u n m o m e n t o h i s t ó r i c o e n e l q u e s i t u a r e l n a c i m i e n t o de l a g l o b a l i z a -
c i ó n y l a m u n d i a l i z a c i ó n . P o r e j e m p l o , P e t e r S l o t e r d i j k (2004-2006) c o n s i d e r a q u e
e n r e a l i d a d h e m o s e n t r a d o e n u n a t e r c e r a g l o b a l i z a c i ó n : l a p r i m e r a fue l a metafísi-
c a i n i c i a d a p o r l o s g r i e g o s , l a s e g u n d a , l a a v e n t u r a e u r o p e a de l o s d e s c u b r i m i e n t o s
e n e l s i g l o XVI y, f i n a l m e n t e l a é p o c a a c t u a l , e n l a q u e n o s h e m o s q u e d a d o s o l o s e n
l a T i e r r a , e n e l g l o b o . P e r o e x i s t e n múltiples r e l a t o s p a r a e x p l i c a r e l m o v i m i e n t o
g l o b a l i z a d o r . L u i s J o y a n e s (1996) a f i r m a q u e l a p r i m e r a f o r m a d e g l o b a l i z a c i ó n l a
c o m e n z ó e l c r i s t i a n i s m o , a l c o n s i d e r a r q u e t o d o s l o s seres h u m a n o s , i n d e p e n d i e n -
t e m e n t e d e s u e t n i a , p e r t e n e c e n a l a m i s m a categoría de « p e r s o n a s » , seres h u m a -
n o s c r e a d o s a s e m e j a n z a de l a d i v i n i d a d . L a m a n i f e s t a c i ó n de este e l e m e n t o g l o b a -
l i z a d o r es c l a r a m e n t e l a t a r e a e v a n g e l i z a d o r a , q u e se e n c u e n t r a y a e n l o s textos
f u n d a c i o n a l e s y q u e e x p l i c a m u c h o l a p r o p i a d i n á m i c a histórica d e l c r i s t i a n i s m o .
O t r o s r e l a t o s c o n s i d e r a n l a o r g a n i z a c i ó n e c o n ó m i c a s o b r e v e n i d a tras l a S e g u n d a
G u e r r a M u n d i a l , e n l a q u e l a s r e l a c i o n e s e c o n ó m i c a s h a n de e n c o n t r a r s e p o r e n c i -
m a de á m b i t o s n a c i o n a l e s , r e g i o n a l e s o l o c a l e s . L a f i n a l i d a d de esta m e d i d a p a r a

79
e s t i m u l a r e l c o m e r c i o e s t r i b a e n e v i t a r r e p e t i c i o n e s de g u e r r a s m u n d i a l e s . E n 1948 propagado p o r los m e d i o s de comunicación. S i el m i s m o periódico, l a m i s m a cadena
se f u n d a e n B r e t t o n W o o d s e l B a n c o M u n d i a l , q u e a c o n s e j a , p r e s t a d i n e r o y d i r i g e d e r a d i o o de televisión o l a s m i s m a s películas se v e n a l o l a r g o de t o d o e l m u n d o ,
a c t u a l m e n t e , e n m u c h o s s e n t i d o s , l a e c o n o m í a de m u l t i t u d de países, e s p e c i a l m e n - e n t o n c e s h a y a l g o c o m ú n a t o d o s sus h a b i t a n t e s . P r e c i s a m e n t e u n o de l o s objetivos
te d e l o s m á s p o b r e s . A esta institución le h a n s e g u i d o m u c h a s de carácter t a m b i é n de l o s g r u p o s a l t e r g l o b a l i z a d o r e s es t r a t a r de r o m p e r el m o n o p o l i o de n o t i c i a s , q u e
e c o n ó m i c o c o m o el F o n d o M o n e t a r i o Internacional, l a Organización M u n d i a l del c o n c e n t r a e n u n a d o c e n a de g r u p o s m á s d e l 95 % de l a p r o d u c c i ó n mediática g l o b a l . 3

C o m e r c i o et alia. E l t é r m i n o « e c o n o m í a g l o b a l » es u n o de l o s m á s u s a d o s p o r l a L o s media se v u e l v e n g l o b a l i z a d o r e s p e r o , a l t i e m p o , ellos m i s m o s s u f r e n l a s c o n s e -

p o l í t i c a c o n t e m p o r á n e a , y a l t i e m p o es e l b l a n c o d e l a t a q u e d e m u c h o s g r u p o s a n t i c u e n c i a s e c o n ó m i c a s de este f e n ó m e n o y se c o n v i e r t e n e n m o n o p o l i o s t r a n s n a c i o n a -
o a l t e r g l o b a l i z a c i ó n p o r q u e , a f i r m a n , se t r a t a d e u n a g l o b a l i z a c i ó n j e r a r q u i z a d a les o m u n d i a l e s . C o n l o s media se c o m p a r t e n «experiencias universales», n o t i c i a s
d o n d e l o s países r i c o s s a q u e a n a l o s p o b r e s . q u e , a p e s a r de o c u r r i r a kilómetros d e d i s t a n c i a , p a r e c e q u e n o s a f e c t a n d i r e c t a m e n -
O t r a f u e n t e p a r a e l p e n s a m i e n t o g l o b a l o m u n d i a l i s t a , p r o v i e n e de l a e c o l o g í a , te. E s t o es l o q u e c o n v i e r t e a ese m u n d o e n u n a «aldea g l o b a l » . L a s i d e a s de M c L u -
q u e , a s u vez, se p r e o c u p a de u n efecto n o d e s e a d o d e l d e s a r r o l l o e c o n ó m i c o c o m o h a n , u n tanto pasadas de m o d a en los ochenta, reviven c o n Internet c o n u n a fuerza
es e l d a ñ o a l a n a t u r a l e z a y l a c u e s t i ó n d e l a s o s t e m b i l i d a d d e l a s o c i e d a d i n d u s - i n e s p e r a d a : p a r a m u c h o s l a r e d es l a u t o p í a c o m u n i c a c i o n a l p o r e x c e l e n c i a , t a n t o e n
t r i a l . E l n a c i m i e n t o d e l o q u e se l l a m a n « m o v i m i e n t o s ambientalistas» p u e d e s i - l a teoría c o m o e n l a p r a x i s . D a n i e l B e l l (1991) entendió este p r o c e s o c u a n d o e n l o s
t u a r s e e n l o s a ñ o s s e s e n t a , c o n l a p u b l i c a c i ó n d e Silent Spring, de R a c h e l C a r s o n años o c h e n t a acuñó e l término «sociedad de l a información» p a r a definir u n a n u e v a
(1980). L a i d e a b á s i c a de C a r s o n es q u e e l d e s a r r o l l o i n d u s t r i a l a c a b a , de f o r m a e c o n o m í a y s o c i e d a d p o s c a p i t a l i s t a c e n t r a d a e n l a p r o d u c c i ó n de c o n o c i m i e n t o c o m o
süenciosa, c o n el planeta p o r q u e envenena recursos básicos c o m o el agua. Otros m a t e r i a p r i m a . E l d e b a t e s o b r e l a s tecnologías d e l o s mass media y e s p e c i a l m e n t e de
t e ó r i c o s c o m o J a m e s L o v e l o c k ( 2 0 0 0 ) h a n t r a t a d o d e d e s a r r o l l a r t o d a u n a teoría l a televisión, p r o t a g o n i z a r o n e l p e n s a m i e n t o d e u n a i n c i p i e n t e teoría c i b e r c u l t u r a l
e c o l ó g i c a g l o b a l i z a d o r a , l a teoría de G a i a , e n l a q u e l a T i e r r a se e n t i e n d e c o m o u n c o n a c t i t u d e s t a n r e c o n o c i b l e s h o y e n día c o m o l a p r o p u e s t a de u n a difícil m o d e r a -
ser v i v o ú n i c o , c o m p u e s t o de o t r o s seres v i v o s m á s p e q u e ñ o s . E n l a s últimas d é c a - c i ó n e q u i d i s t a n t e de U m b e r t o E c o (1999), q u e t r a t a d e n o c a e r e n u n p o p u l i s m o fácil
das d e n u e s t r o s i g l o , tales m o v i m i e n t o s a f a v o r d e l m e d i o a m b i e n t e h a n a d q u i r i d o ante l a mass culture, o l a p o s t u r a r a d i c a l m e n t e crítica d e l s i t u a c i o n i s t a G u y D e b o r d
u n poder, tanto político c o m o e c o n ó m i c o , completamente i m p r e d e c i b l e e n s u n a c i - (1990 y 1999) c o n t r a u n a s o c i e d a d m e d i a d a p o r l a e s p e c t a c u l a r i d a d mediática (ser
m i e n t o , y s u c a m p o de a c t u a c i ó n se e x t i e n d e p o r t o d o e l p l a n e t a . E l m o v i m i e n t o e s p e c t a d o r es n o ser, n o s e r i n d i v i d u o ) y q u e h a s i d o a m p l i a m e n t e r e c o g i d a p o r l o s
ecologista n o conoce fronteras. L a Tierra y los p r o b l e m a s causados p o r el creci- activistas e n Internet.
m i e n t o i n d u s t r i a l y e l c o n s e c u e n t e d e t e r i o r o e c o l ó g i c o r e v e l a n , e n última i n s t a n c i a , P o r otro l a d o , esta globalización i n f o r m a c i o n a l reactiva el viejo sueño que nace
e l n e g a t i v o d e l a e c o n o m í a . S i es v e r d a d q u e l a i n d u s t r i a d e l s i g l o X X p r o d u c e e n y c o n Diderot, continúa c o n H . G . Wells y en l a época m o d e r n a aparece c o n Vannevar
p a r a t o d o e l m u n d o , t a m b i é n es c i e r t o q u e l a c o n t a m i n a c i ó n o d e f o r e s t a c i ó n o c u r r e B u s h , T e d N e l s o n y L i c k l i d e r : l a i n f o r m a c i ó n debería e s t a r d i s p o n i b l e i n m e d i a t a -
e n t o d o e l m u n d o y e x t i e n d e sus c o n s e c u e n c i a s m á s allá de f r o n t e r a s . E l f a m o s o mente p a r a todo e l m u n d o , y p a r a s u bienestar, s i n que el p o d e r e c o n ó m i c o sea u n
e s l o g a n e c o l o g i s t a : «think g l o b a l l y , a c t l o c a l l y » , t r a t a de a u n a r l o s dos n i v e l e s de l o
1
i m p e d i m e n t o . L a d i v e r s i d a d de o p c i o n e s , l a e s p e c i a l i z a c i ó n y e l m o n o p o l i o s o b r e e l
local y lo global. Ciertamente, determinados problemas ecológicos, c o m o el del c o n o c i m i e n t o ( i n f o r m a c i ó n e l a b o r a d a o i n t e r i o r i z a d a ) t i e n e , efectos c l a r a m e n t e a d -
A m a z o n a s , se h a n c o n v e r t i d o e n p r o b l e m a s «transnacionales» p u e s a f e c t a n a l c l i - versos p a r a l a consecución de l o que podríamos d e n o m i n a r m u y genéricamente
m a m u n d i a l y p o r e n d e a t o d a l a h u m a n i d a d . L a « s o c i e d a d d e l riesgo» d e s c r i t a p o r « c i u d a d a n o i n f o r m a d o » . U n o de e l l o s es q u e l o s i n d i v i d u o s s e p a n c a d a v e z m e n o s
U l r i c h B e c k (2001) es u n i n t e n t o t e ó r i c o de c r e a r u n n u e v o t i p o de p a r a d i g m a s o - del m u n d o en general y sólo c o n o z c a n realmente b i e n u n aspecto m u y p a r c i a l del
c i o l ó g i c o , q u e r e c o j a este riesgo g l o b a l q u e a f e c t a a t o d o s l o s países e i n d i v i d u o s , m u n d o , esto es, se h a y a n e s p e c i a l i z a d o . E s t a g l o b a l i z a c i ó n de facto t i e n e u n m u y
i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e s u n i v e l de d e s a r r o l l o o l o c a l i z a c i ó n . L a v o z q u e h a p o p u l a - p o b r e s u s t r a t o i n d i v i d u a l : ¿ q u i é n se p u e d e d e c l a r a r c o n s e n t i d o « c o s m o p o l i t a » e n
r i z a d o este p o s i b l e «desastre g l o b a l » es l a d e l ex v i c e p r e s i d e n t e A l G o r e y s u «ver- este a g r e g a d o d e t a n t o s d a t o s y c o n o c i m i e n t o s ? L a i n f o r m a c i ó n se h a d e s a r r o l l a d o
d a d i n c ó m o d a » . E n este estado d e cosas, l a t e c n o c i e n c i a , t a l c o m o l a d e s c r i b e L e w i s
2
t a n c o l o s a l m e n t e q u e n o h a y m e n t e c a p a z n i s i q u i e r a de v i s l u m b r a r s u extensión,
M u m f o r d o J a v i e r Echeverría, j u e g a u n p a p e l f u n d a m e n t a l . L o s m o v i m i e n t o s C T S m u c h o m e n o s i n t e r i o r i z a r l a . E n este s e n t i d o , l a c u l t u r a se h a v u e l t o n e c e s a r i a m e n -
( C i e n c i a , T e c n o l o g í a y S o c i e d a d ) d e s a r r o l l a r o n d e s d e l o s s e s e n t a l a n e c e s i d a d de te c i b e r c u l t u r a : s i n l a s prótesis p r o p o r c i o n a d a s p o r l a s N T I C n o c a b e o c u p a r u n
u n a i m p l i c a c i ó n c i u d a d a n a a n t e este riesgo t e c n o l ó g i c o . l u g a r e n l a h i s t o r i a p r e s e n t e , o así l o i n d i c a S l o t e r d i j k . A d e m á s , esta i n f o r m a c i ó n
t i e n e u n e v i d e n t e sesgo p o l í t i c o y se p o d r í a añadir q u e , s i n d e t e r m i n a d o s c o n o c i -
N o p o d e m o s o l v i d a r n o s de u n t e r c e r e l e m e n t o q u e s i n d u d a h a c o n f i g u r a d o , ex- m i e n t o s , n i s i q u i e r a se p u e d e a s p i r a r a s e r u n c i u d a d a n o c o m p e t e n t e e n u n s i s t e m a
t e n d i d o y v u e l t o f a m i l i a r e l tércnino de globalización p a r a l a i n m e n s a mayoría. M a r - democrático.
s h a l l M c L u h a n (1993) estudió e n l o s años sesenta e l efecto g l o b a l i z a d o r p r o d u c i d o y
G r a c i a s a l o s f o r m a t o s digitales y l a r e d h a n c a m b i a d o r a d i c a l m e n t e también l o s
m o d o s de c r e a r y e x p o n e r e l p e n s a m i e n t o . E s t e c i b e r p e n s a m i e n t o es l a b a s e de l a
1. Rene Dubos, consejero de la United Nations Conference on the Human Environment, lo creó en 1972 para c i b e r c u l t u r a , t a l c o m o p r o p o n e P i e r r e Lévy (2007). F r e n t e a l a o p i n i ó n c o m ú n de que
indicar que la conciencia ecológica debe empezar en lo local pero al tiempo ha de aspirar a un nuevo orden mundial
el p e n s a m i e n t o c i b e r c u l t u r a l es r e l a t i v a m e n t e reciente, se p u e d e m a n t e n e r l a teoría
en cuestiones medioambientales. Vid. R.A. Eblen y W. Eblen (1994), Tlie Encyclopedia of the Environment, Boston,
Houghton Mifflin Company.
2. http://es.™]dpedia.org/uiki/Una_verdad_inc%C3%B3moda 3. Vid. el artículo %vww.bibliojuridica.org/libros/5/2444/7.pdf, de Socorro Aprecia Salgado.

80 81
h e t e r o d o x a de q u e este p e n s a m i e n t o y l a c i b e r c u l t u r a q u e l o acoge es, e n r e a l i d a d , r a l e s c a d a v e z se h a l l a n m á s c o n v e n c i d o s de q u e l a s c i b e r t e c n o l o g í a s c r e a n u n p a -
m u c h o m á s a n t i g u o . D e h e c h o se h a l l a p r e s e n t e e n d e t e r m i n a d a s c o n c e p c i o n e s de l a raíso v i r t u a l e n e l c i b e r e s p a c i o , e n e l c u a l l o s seres h u m a n o s v i r t u a l i z a d o s n a v e g a n
tecnología, c o m o podría s e r e l c a s o de F r a n c i s B a c o n , G o t t f r i e d L e i b n i z o R a i m o n c o m o ángeles de b i t s y h a b l a n u n l e n g u a j e a d á n i c o , l a l e n g u a adánica. E s t a s d e s a f o -
L l u l l , entre o t r o s . S i esto es c i e r t o , se podría c o n s i d e r a r q u e l a c i b e r c u l t u r a se c o n - r a d a s teorías, q u e y a h a n s i d o c r i t i c a d a s p o r a u t o r e s c o m o D a v i d N o b l e (2000)
v i e r t e e n l a a c t u a l i d a d e n a l g o t a n i m p o r t a n t e p r e c i s a m e n t e p o r q u e h u n d e sus raíces q u i e n c o n s i d e r a l a e x i s t e n c i a de esta c o r r i e n t e s e u d o r r e l i g i o s a e n e l o r i g e n c r i s t i a -
e n l o m á s íntimo d e l a c u l t u r a o c c i d e n t a l . P e r o s i n á n i m o d e p o l e m i z a r n i r e m o n t a r - n o de l a t e c n o l o g í a o M a r g a r e t h W e r t h e i m (1999) q u e r e a l i z a t a m b i é n u n a crítica
n o s a t a n lejanas fechas, h e m o s de a d m i t i r r a z o n a b l e m e n t e q u e e l p e n s a m i e n t o c i b e r - s i m i l a r . L a p a n o p l i a de t e c n o h e r m e t i s m o v a desde e l t e c n o c u e r p o c ó s m i c o y e l c e -
c u l r u r a l es a l m e n o s a n t e r i o r a l a p r o p i a e x i s t e n c i a de l a c i b e r c u l t u r a c o n t e m p o r á - r e b r o m u n d i a l d e P i e r r e Lévy (1994 y 1998) a l a c o n v e r s i ó n d e l s e r h u m a n o e n u n
n e a , y s i n el c u a l ésta n o h u b i e r a s i d o p o s i b l e . Así p o r e j e m p l o , l a s teorías p i o n e r a s d i o s , d e l e d i t o r . d e Wired, K e v i n K e l l y (1995), y a l c a n z a s u m í n i m a e x p r e s i ó n e n l a
s o b r e l a cibernética, c o n l o s autómatas d e J . v o n N e w m a n (1958) o d e l c y b o r g d e teoría d e l P u n t o O m e g a d e F r a n k T i p l e r (La física de la inmortalidad, 1996), q u e
N o r b e r t W i e n e r (1984) o l a s p r i m e r a s «ciudades de l a i n f o r m a c i ó n » de M a r t i n D o d - propone l a creación de u n dios artificial e n el futuro basado precisamente e n l a
g e d e b e n c o n s i d e r a r s e c o n p l e n o d e r e c h o también c o m o p e n s a m i e n t o de l a c i b e r c u l -
4 i n f o r m á t i c a (el u n i v e r s o c o m o u n g r a n s i s t e m a o p e r a t i v o q u e se i n i c i a c o n t o d o s l o s
t u r a , y a q u e m a r c a r á n i n c l u s o s u d e s a r r o l l o posterior. L a automatización d e l p e n s a - seres y entes). E s t e t e c n o h e r m e t i s m o es u n a n o c i ó n a m p l i a m e n t e c o m p a r t i d a p o r
miento, l a utopía robótica o l a c i u d a d digital global s o n ideas que p e r m e a n l a actual n u m e r o s a s sectas d i g i t a l i s t a s q u e c i r c u l a n e n I n t e r n e t , c o m o l o s e x t r o p i a n o s , l o s
cibercultura. p o s t h u m a n o s , l o s r a e l i a n o s , l o s t e c n o p a g a n o s o l o s c r i o g e n i z a d o r e s (cf. D e r y 1997).
Y e l m a r c o t e ó r i c o s o n p r e c i s a m e n t e c i e r t a s v e r s i o n e s de l a I n t e l i g e n c i a A r t i f i c i a l
C o n e l a d v e n i m i e n t o de l a c i b e r c u l t u r a a p a r e c e n las p r i m e r a s v i s i o n e s específicas y
d u r a , c o m o e n R a y K u r z w e i l y s u s m á q u i n a s e s p i r i t u a l e s , H a n s M o r a v e c y s u s ár-
generales d e l f e n ó m e n o que c o m b i n a globalización y c i b e r c u l t u r a ; e n el análisis m o n u -
b o l e s d e c o n o c i m i e n t o , M a r v i n M i n s k y y s u s m á q u i n a s p e n s a n t e s , y u n l a r g o etcé-
m e n t a l , y a c o n s i d e r a d o c o m o c a n ó n i c o , d e M a n u e l Castells (1995-1997, así c o m o 2001)
tera de apóstoles d i v u l g a d o r e s de l a b u e n a nueva d e l robot superinteligente y l a
s o b r e el c o n j u n t o de c a m b i o s q u e a f e c t a n a l a «sociedad de l a información» se estable-
teoría e v o l u c i o n i s t a a p l i c a d a a l a tecnología. E n este s e n t i d o K a t h e r i n e H a y l e s ofrece
ce t o d a u n a n u e v a visión sociológica q u e t o m a c o m o m a r c o de referencia l a s o c i e d a d -
u n a a g u d a crítica a l a p r o p i a n o c i ó n de p o s t h u m a n o q u e es l a q u e c i r c u l a p o r d e b a -
r e d . L a o b r a de este pensador, g r a n c o n o c e d o r de l a sociología de los m o v i m i e n t o s
j o d e t o d o s estos anáfisis.
sociales y urbanísticos, d i b u j a c o n v i g o r o s o t e m p l e crítico e l p a n o r a m a d e l a n u e v a
c o m p l e j i d a d q u e i n c l u y e nuevos conceptos c o m o «espacio de l o s flujos» o «ciudades E n e l c o n t e x t o e u r o p e o , s i n e m b a r g o , l a a c t i t u d d o m i n a n t e e n los intelectuales es l a
duales» y h a s t a u n a «sociedad-red» o u n a «virtuahdad real» s i n c u y o c o n o c i m i e n t o es de u n a crítica e x t r e m a , desde l a visión apocalíptica de P a u l V i r i h o (1997) sobre l a
i m p o s i b l e actuar- c a b a l m e n t e e n n u e s t r a é p o c a . L a o b r a de Castells h a t e n i d o n u m e r o -
3 aceleración, l a s máquinas d e l arte o de l a g u e r r a , a l e s c e p t i c i s m o m h i l i s t a de J e a n
sos seguidores q u e h a n a p l i c a d o sus c o n c e p t o s a t e m a s t a n diversos c o m o l a « c o r p o r a - B a u d r i l l a r d (1996), q u i e n g r a c i a s a s u teoría d e l «simulacro» v i r t u a l q u e sustituye a l a
ción-red» e i n c l u s o e l «terrorismo e n red». r e a l i d a d se h a c o n v e r t i d o e n e l a b a n d e r a d o de l a crítica p o s m o d e r n a a l f e n ó m e n o .
E s c u r i o s o c o n s t a t a r u n a f o r m a de g l o b a l i z a c i ó n s e u d o r r e l i g i o s a p r o p u e s t a e n D e s d e u n a p e r s p e c t i v a activista p a r e c e n m á s interesantes l a s a p o r t a c i o n e s i n d e p e n -
l a c i b e r c u l t u r a , u n a s u e r t e de u t o p í a m í s t i c o - t e c n o l ó g i c a q u e p r o m e t e u n paraíso dientes y de c a l a d o filosófico de André R o b i n e t (1982), P h i l i p p e Quéau (1995), espe-
p a r a l a h u m a n i d a d ; e n esto t a m b i é n se n o t a ese r e s a b i o g l o b a l i z a d o r d e l c r i s t i a n i s - c i a l m e n t e , Tomás M a l d o n a d o (1994 y 1999), sobre l a r a d i c a l transformación de l a c u l -
m o {vid. A l o n s o y A r z o z 2002). E n m u c h o s s e n t i d o s , l a c i b e r c u l t u r a h a r e a c t i v a d o t u r a y el p e n s a m i e n t o .
v i e j a s utopías, i d e a l e s a n t i g u o s y f o r m a s s u p e r s t i c i o s a s de e n t e n d e r a l s e r h u m a n o E n l a r e d está f r u c t i f i c a n d o este n u e v o s e n t i d o político y a c t i v i s t a , y a s e a a través
y sus condicionamientos. P o r ello n o sorprende que antiguos m i t o s herméticos, y a d e l l l a m a d o hacktivismo de l o s g r u p o s de s o f t w a r e l i b r e y de wireless, c o n u n n u e v o
presentes e n pensadores cristianos c o m o Pierre T e i l h a r d de C h a r d i n y M a r s h a l l c o n c e p t o de t r a b a j o y l i b e r t a d , ajeno a l d o g m a c a p i t a l i s t a y l a ética p r o t e s t a n t e , tal
M c L u h a n , c o n t i n ú e n e n l a a c t u a l i d a d . U n a a m p l i a g a m a de p e n s a d o r e s c i b e r c u l t u - c o m o p r o p o n e n E r i c S . R a y m o n d (1999) o P e k k a H i m a n e n (2002), o d i r e c t a m e n t e
c o n t r a c u l t u r a l e s c o m o e n las i n i c i a t i v a s de l a s guerrillas de la información d e l enig-
m á t i c o c o l e c t i v o l i t e r a r i o L u t h e r B l i s s e t (Q). I n s p i r a d o s a m e n u d o p o r e l a r o m a liber-
4. Martin Dodge, http://www.casa.ucl.ac.uk/marmT/virtual_cities.htrnl
t a r i o de l a p r i m e r a c i b e r c u l t u r a , estos c o l e c t i v o s , e s t r e c h a m e n t e c o n e c t a d o s a los
5. Exceptuando los matices críticos de autores como Neil Postman (Tecnópolis, Madrid, Círculo de Lectores, 1995)
y Benjamin Wooley {Mundos Virtuales, Barcelona, Acento, 1994), la mayoría ha saludado con entusiasmo acrítico la g r u p o s antiglobalización, están c r e a n d o u n archipiélago d e «utopías piratas», c o m e
irrupción de las nuevas tecnologías, el nacimiento del «ser digital«, como sugieren el más famoso gurú de la cibercultura, p r o p o n e e l a g i t a d o r c i b e r a n a r q u i s t a H a k i m B e y (1996 y 1999), e n e l c i b e r e s p a c i o y la
Nicholas Negroponte (El mundo digital, Barcelona, Ediciones B, 1997) y una amplia colección de corifeos, a menudo
realidad, que c o m o caballos troyanos mantienen viva en el interior del ciberimperic
con intereses empresariales en el fenómeno, como Michael Dertouzos (Qué será, Barcelona, Planeta, 1997), Esther
Dyson (Release 2.0, Barcelona, Ediciones B , 1998) o el multimillonario dueño de Microsoft, Bill Gates (Camino al l a l l a m a de u n a rebelión cívica y c o m u n i t a r i a , q u e r e f l e x i o n a sobre l a tecnología y a
futuro, Madrid, McGraw-Hill, 1995). Más interesantes y menos conocidas son las aportaciones de gentes de la t i e m p o actúa p a r a c a m b i a r l a . N o c a b e d u d a de q u e l a i m p o r t a n c i a d e l p e n s a m i e n t c
cibercultura implicadas en su desarrollo desde la sociedad o las humanidades, como las comunidades virtuales de
Howard Rheingold (Realidad Virtual: los mundos artificiales generados por ordenador que modificarán nuestras vidas,
c i b e r c u l t u r a l a d q u i e r e t o d a s u d i m e n s i ó n a c t i v i s t a a través de estos c o l e c t i v o s e i n i -
Barcelona, Gedisa, 1994), la nueva psicología de Sherry Turkle (La vida en la pantalla, Barcelona, Paidós, 1997), la c i a t i v a s , q u e l o p o n e n e n práctica c o n u n a l t o n i v e l de c o m p r o m i s o s o c i a l y de i m a g i -
realidad virtual para Michael Heym (The Metaphysics of Virtual Reality, Oxford, Oxford Univ. Press, 1993), la ontolo- n a c i ó n crítica.
gía de la información como la de Albert Borgman (Holding On to Reality: The Nature of Information at the Turn of
Millennium, Chicago, Univ. of Chicago Press, 2000), o la política para Langdom Winner (The Whale and the Reactor, E n t r e a q u e l l o s a u t o r e s q u e m u e s t r a n u n a m i r a d a crítica, p r ó x i m a a l o s postula-
Chicago, Chicago Univ., 1986). dos d e l m o v i m i e n t o antiglobalización — p a r t i d a r i o m á s b i e n de u n a globalizaciór

82 83
alternativa—, se e n c u e n t r a n quizá l o s m á s a t r a c t i v o s desde l a p e r s p e c t i v a a c t i v i s t a . abierto y crítico, desde W i l l i a m K y m l i c k a a Z y g m u n t B a u m a n . L o que subyace e n
D e l o s m u c h o s q u e p o d r í a m o s d e s t a c a r s o b r e n u e v a e c o n o m í a , y d e n t r o de u n a v i - e l f o n d o d e e s t a p o l é m i c a n o es t a n t o e l m o d e l o m á s o m e n o s i n t e g r a d o r d e l a
sión m o d e r a d a y reformista, podemos destacar a E d w a r d L u t t w a k p o r s u incisivo s o c i e d a d o c c i d e n t a l c o m o l a v e r d a d e r a d i m e n s i ó n de l a f u t u r a c u l t u r a g l o b a l , de
análisis d e l turbocapitalismo o a J o s e p h S t i g l i t z (2002), a s e s o r de e c o n o m í a de C l i n - s u s v a l o r e s d e m o c r á t i c o s , de l o s d e r e c h o s h u m a n o s y d e l r e s p e t o a l a d i v e r s i d a d
t o n , p o r e l a m p l i o eco q u e h a n t e n i d o l a s d u r a s o p i n i o n e s de u n «traidor» a l a clase c u l t u r a l . L a m u l t i c u l t u r a h d a d , se q u i e r a o n o , es e l f u t u r o i n m e d i a t o de n u e s t r a s
g l o b a l i z a d o r a . E s t o s dos e c o n o m i s t a s «tradicionales» m u e s t r a n c ó m o e l m o v i m i e n t o sociedades.
e c o n ó m i c o de f i n a l e s d e l s i g l o X X s u p o n e u n desastre p l a n e t a r i o . E n u n n i v e l d i v u l g a - F r e n t e a l a c u l t u r a u n i f o r m i z a d o r a y sintética d e l a g l o b a l i z a c i ó n d e c o r t e n o r -
tivo-crítico y e n n u e s t r o país s o n excelentes l o s ensayos de C a r l o s T a i b o y l a l a b o r de t e a m e r i c a n o y n e o l i b e r a l , d e n u n c i a d a c e r t e r a m e n t e p o r N a o m i K l e i n (No Logo,
Joaquín Estefanía, a u n q u e t a m p o c o se p u e d e i g n o r a r e l e n f o q u e c o n t r a r i o de J . B . 2001) c o m o u n a c u l t u r a d e l c o n s u m i s m o de m a r c a s , aparece l a c u l t u r a de l a diver-
T e r c e i r o y de s u e s t u d i o específico d e l digitalismo (2004), e n t e n d i d o e n este caso s i d a d g l o b a l y vernácula, r e g u l a d a p o r l a visión c o n v i v e n c i a l de u n a m u l t i c u l t u r a -
c o m o l a n u e v a filosofía e c o n ó m i c a d e l a globalización c i b e r c u l t u r a l . N o o b s t a n t e , e l h d a d b i e n e n t e n d i d a . H a y q u e s e r c o n s c i e n t e s de q u e , e n g r a n m e d i d a , e l o r i g e n
p e n s a m i e n t o m á s c e r c a n o a l a c t i v i s m o se h a l l a e n t o r n o a c o l e c t i v o s i n t e l e c t u a l e s , d e l c o n f l i c t o d e l a g l o b a l i z a c i ó n y e l m u l t i c u l t u r a l i s m o es e l d e s i g u a l r e p a r t o d e l a
c o m o A T T A C , q u e c o n c i b e n l a p o s i b i l i d a d d e u n a c i e r t a globalización s o c i a l . P a r a r i q u e z a , p o r e l b l o q u e o d e l a c c e s o a l a t e c n o l o g í a de l a m a y o r p a r t e d e l m u n d o ,
e l l o s o l i c i t a n q u e se i n t r o d u z c a u n a s e r i e d e e l e m e n t o s c o r r e c t o r e s e n l a g l o b a l i z a - esto es, l o q u e se h a d a d o e n l l a m a r r e s p e c t o a l a s T I C , l a brecha digital; e n este
c i ó n n e o l i b e r a l , c o m o l a aplicación d e l a t a s a T o b i n — s u b a n d e r a r e i v i n d i c a t i v a — o aspecto, h a y que d e n u n c i a r l a v o l u n t a d disgregadora y r a c i s t a de cierta i n t e l e c t u a -
el s a l a r i o b á s i c o , p r o p u e s t a s q u e l a m e n t a b l e m e n t e s ó l o p u e d e n r e c l a m a r s e e n e l p r i - l i d a d e u r o p e a y n o r t e a m e r i c a n a , cínicamente c o n v e r t i d a a p o s i c i o n e s de u n a u l -
v i l e g i a d o P r i m e r M u n d o . E n t o r n o a s u r e v i s t a , Le Monde Diplomatique, se h a gene- t r a d e r e c h a v e r g o n z a n t e , q u e n u t r e i d e o l ó g i c a m e n t e c i e r t a s r e s t r i c t i v a s políticas
r a d o l a e x p e c t a t i v a de u n a i n t e r n a c i o n a l crítica, c a p i t a n e a d a p o r s u u b i c u o editor, e u r o p e a s d e i n m i g r a c i ó n . Así, e n p a n f l e t o s r a c i s t a s c o m o e l c e l e b r a d o La rabia y el
Ignacio Ramonet," interesado tanto p o r las telecomunicaciones c o m o p o r l a nueva orgullo, d e O r i a n a F a l l a c i ( 2 0 0 2 ) , se m a n t i e n e n f a l a c i a s c o m o l a i n e p t i t u d intrínse-
g u e r r a y q u e c u e n t a además c o n figuras t a n sugerentes c o m o S u s a n G e o r g e . E s t a
c a de l a c u l t u r a islámica p a r a las c i e n c i a s , s i n tener e n c u e n t a sus a p o r t a c i o n e s a
n a c i o n a l i z a d a f r a n c e s a se h a c o n v e r t i d o e n l a a b a n d e r a d a de u n a E u r o p a q u e h u y e
l a filosofía y l a c i e n c i a m e d i e v a l n i r e v i s a r e l p a p e l q u e e l a c e l e r a d o p r o g r e s o o c c i -
d e l t u r b o c a p i t a h s m o n o r t e a m e r i c a n o y q u e resiste l a s p r e s i o n e s d e l a s g r a n d e s i n s t i -
dental h a jugado e n el r e c h a z o de g r a n parte del m u n d o islámico a los valores de l a
tuciones, como el F M I o l a O M C .
m o d e r n i d a d , y s u a p e t e n c i a , ú n i c a m e n t e , p o r l a s «maravillas» de l a i n d u s t r i a l i z a -
D e s d e u n a p e r s p e c t i v a m á s r a d i c a l h a y q u e reseñar l o s ensayos d e l gurú de Seattle, ción, l a e c o n o m í a de m e r c a d o y l a tecnologización. Se observa, e n general, e n los
J o h n Z e r z a n (2001), u n l i b e r t a r i o p a r t i d a r i o d e l n e o a r c a í s m o ( c u y o s p a r t i d a r i o s ,
estudios de l a globalización u n a c a r e n c i a grave sobre el a c t i v i s m o , especialmente
s i n e m b a r g o , n o r e c h a z a n e l u s o de l a r e d ) , y l a p e r s p e c t i v a t o t a l i z a d o r a y r e n o v a d a
en todo lo r e l a c i o n a d o c o n l a tecnología, mientras, paradójicamente, el activismo
d e l a v i e j a i z q u i e r d a e u r o p e a d e T o n i N e g r i y M i c h e l H a r d t (2002), q u e h a s i d o
espontáneo p e r o irreflexivo, salvo contadas excepciones c o m o las de o r g a n i z a c i o -
c e l e b r a d a c o m o e l n u e v o t e x t o r e v o l u c i o n a r i o de n u e s t r a é p o c a . E l p r o b l e m a de
nes d e d i c a d a s a l a globalización s o l i d a r i a de las n u e v a s tecnologías ( P a n g e a , n o d o 5 0 ,
este n u e v o filón, q u e a f e c t a a t o d o e l e s p e c t r o i d e o l ó g i c o , es q u e es t a l l a p r o d u c c i ó n
O i k u m e n e ) , se d e s p l i e g a s o b r e e l m u n d o g l o b a l i z a d o , a través d e l a r e d , e n t o r n o a
ensayística b a j o l a s o s p e c h o s a m a r c a genérica d e « g l o b a l i z a c i ó n » q u e r e s u l t a difícil
grandes eventos c o m o P o r t o Alegre y de n u m e r o s o s p r o y e c t o s s o l i d a r i o s y a l t e r n a -
d i s t i n g u i r a priori l a s g r a n d e s a p o r t a c i o n e s críticas de l a s d i v u l g a c i o n e s b i e n i n t e n -
t i v o s . E s t a v i s i ó n a l t e r n a t i v a , q u e e s c a p ó e n sus i n i c i o s a l o s análisis de l o s p o l i t ó -
c i o n a d a s , y l o s e s t u d i o s t e m á t i c o s e x h a u s t i v o s , d e l o p o r t u n i s m o de d e t e r m i n a d a s
l o g o s y t e ó r i c o s s o c i a l e s , se c o n v i e r t e n o s ó l o e n u n a v i s i ó n t e ó r i c a s i n o t a m b i é n
o p e r a c i o n e s e d i t o r i a l e s . D e s d e u n a p e r s p e c t i v a a c t i v i s t a es p r e c i s o e x a m i n a r l o s
p r á c t i c a , d e a c t u a c i ó n y guía e n e l m u n d o g l o b a l . D e s d e l u e g o e x i s t e n p r o b l e m a s
títulos l a n z a d o s a l m e r c a d o , c o m p r o b a n d o s u interés c o m o p r o p u e s t a práctica, y
d e n t r o de estos m o v i m i e n t o s , c o m o l a n e c e s i d a d de u n m í n i m o c o m ú n d e n o m i n a -
especialmente s u contribución a l estudio de l a tecnología de l a globalización oficial
d o r teórico que p e r m i t a u n a acción más c o n t i n u a d a y selectiva. L o s m o v i m i e n t o s
y a l t e r n a t i v a . E n este a s p e c t o h a y q u e a l a b a r l a l a b o r de e d i t o r i a l e s i n d e p e n d i e n t e s
d e a l t e r g l o b a l i z a c i ó n c o r r e n e l p e l i g r o d e s e r « e s p e c t a c u l a r i z a d o s » p o r l o s mass
q u e h a n m a r c a d o u n a línea c o h e r e n t e a l r e f l e j a r e l p e n s a m i e n t o h e t e r o g é n e o d e l
media y t r i v i a l i z a r s e . Q u e d a p o r d e f i n i r e s t a a g e n d a c o m ú n q u e es n e c e s a r i a p a r a
m o v i m i e n t o antiglobalización ( I c a r i a , V i r u s , H i r u , etc.) p u b l i c a n d o r e g u l a r m e n t e
n u e s t r a s u p e r v i v e n c i a . E n p a l a b r a s d e S l o t e r d i j k (1994):
l o s d o c u m e n t o s d e l o s f o r o s y r e u n i o n e s así c o m o l a s c o l a b o r a c i o n e s d e l o s i n t e l e c -
t u a l e s p r ó x i m o s a este m o v i m i e n t o . J u n t o a l a n u e v a e c o n o m í a , e l o t r o g r a n a s p e c t o
L a hiperpolítica —sea lo que quiera que sea— es la primera política para los últimos
d e r i v a d o de l a g l o b a l i z a c i ó n es e l m u l t i c u l t u r a l i s m o , q u e h a e n c e n d i d o todavía m á s
hombres. E n la medida en que organiza la capacidad de convivir de los últimos, tiene que
s i c a b e e l d e b a t e i n t e l e c t u a l , e n t r e l o s p a r t i d a r i o s de l a g l o b a l i z a c i ó n o c c i d e n t a l y
hacer una apuesta con muchas pretensiones, para l a que no hay precedentes; se enfrenta
l o s q u e s o s t i e n e n l a v a l i d e z d e l m u l t i c u l t u r a l i s m o . Y t r a s e l 1 1 - S , aún se h a a g u d i z a - a l a tarea de hacer, a partir de la masa de los últimos, una sociedad de individuos que, en
d o m á s e l c o n f l i c t o e n e l s e n o d e l a c u l t u r a o c c i d e n t a l q u e ve a m e n a z a d a s u c o n v i - adelante, tomen sobre sí el ser mediadores entre sus ancestros y sus descendientes. L a
v e n c i a y e s t a b i l i d a d s o c i a l p o r l a e m i g r a c i ó n d e s d e países i s l á m i c o s . F r e n t e a las sociedad hiperpolítica es u n a sociedad de apuestas, que en el futuro jugará también a
p o s i c i o n e s u l t r a c o n s e r v a d o r e s d e l fin de la historia d e F r a n c i s F u k u y a m a , d e l cho- mejorar el mundo; lo que tiene que aprender es u n procedimiento para obtener sus ga-
que de civilizaciones de S a m u e l H u n t i n g t o n o d e l e q u í v o c o interculturalismo o plu- nancias de modo que, después de ella, también puedan darse ganadores.
ralismo p r o o c c i d e n t a l de G i o v a n n i S a r t o r i , se m a n t i e n e u n a línea de p e n s a m i e n t o

84 85
 L a globalización c o n su vertiente tecnologizada s u p o n e u n constante cambio TTPLER, F r a n k (1996): La física de la inmortalidad. M a d r i d : A l i a n z a .
d e c i r c u n s t a n c i a s , p r o c e d i m i e n t o s y a c t i t u d e s q u e n o s a f e c t a n a t o d o s , se q u i e r a o VIRILIO, P a u l (1997): El Cibermundo, la política de lo peor. M a d r i d : Cátedra.
n o . E s n e c e s a r i o i r e x p l o r a n d o este c o n t i n e n t e y a p r e n d e r a c o n v i v i r c o n las n u e - W E R T H E I M , M a r g a r e t h (1999): Tlie Peariy Gates of Cyberspace. L o n d r e s : V i r a g o .
vas formas, e q u i d i s t a n d o tanto del n e o d a r w i n i s m o e c o n o m i c i s t a c o m o del pater- W I E N E R , N o r b e r t (1984): Dios & Golem. M é x i c o : S i g l o X X I .
n a l i s m o de i z q u i e r d a s . E s n e c e s a r i o r e i n v e n t a r m u c h a s cosas, e m p e z a n d o por Z E R Z A N , J o h n (2001): Futuro Imperfecto. M a d r i d : N u m a .
n o s o t r o s m i s m o s . T e n e m o s q u e c o n t i n u a r p r o f u n d i z a n d o así e n u n a c i b e r c u l t u r a
q u e sea a l t e r g l o b a l i z a d o r a , múltiple y c o m u n i t a r i a a f i n de que otro f u t u r o sea
posible.

Bibliografía

ALONSO, Andoni e Iñaki A R Z O Z (2002): La nueva ciudad de Dios. Un juego cibercultura! sobre el
tecnohermetismo. Madrid: Siruela.
BAUDRTLLARD, Jean (1996): El crimen perfecto. Barcelona: Anagrama.
BECK, Ulrich (2001): ¿Qué es la globalización? Barcelona: Paidós.
BELL, Daniel (1991): El advenimiento de la sociedad postindustrial. M a d r i d : Alianza Editorial.
B E Y , H a k i m (1996): T.A.Z. Zona Temporalmente Autónoma. Barcelona: Talasa.
—• (1999): Inmediatismo. Barcelona: Virus.
CARSON, Rachel (1980): Primavera silenciosa. Barcelona: Grijalbo.
CASTELLS, Manuel (1995-1997): La Era de la Información (3 vols.). M a d r i d : Alianza.
— (2001): La Galaxia Internet. Barcelona: Plaza y Janes.
DEBORD, Guy (1990): Comentarios a «La sociedad del espectáculo». Barcelona: Anagrama.
— (1999): La sociedad del espectáculo. Valencia: Pretextos.
DERY, Marc (1997): Velocidad de escape. Madrid: Siruela.
E c o , Umberto (1999): Apocalípticos e integrados. Barcelona: L u m e n .
FALLACI, Oriana (2002): La rabia y el orgullo. M a d r i d : L a Esfera de Libros.
HlMANEN, Pekka (2002): La ética del haclcer y el espíritu de la era de la información. Barcelona:
Destino.
JOYANES, Luis (1996): Cibersociedad: Realidad o Utopía. Madrid: Upsa.
KELLY, Kevin (1995): Out of Control. Nueva York: Perseus.
KLEIN, N a o m i (2001): A/o Logo. El poder de las marcas. Barcelona: Paidós.
LÉVY, Pierre (1994): L'Intellligence collective. Pour une antropologie du cyberspace. París: L a Dé-
couverte.
— (1998): Qué es lo virtual. Barcelona: Paidós.
— (2007): Cibercultura. Barcelona: Anthropos.
LoVELOCK, James (2000): Las edades de Gaia. Barcelona: Tusquets.
McLuHAN, Marshall (1993): La galaxia Gutenberg. M a d r i d : Círculo de Lectores.
MALDONADO, Tomás (1994): Lo real y lo virtual. Barcelona: Gedisa.
— (1999): Crítica de la razón informática. Barcelona: Paidós.
NEGRI, Toni y Michael HARDT (2002): Imperio. Barcelona: Paidós.
NEWMAN, John von (1958): Tire Computer and the Brain. New Haven: Yale Univ. Press.
NOBLE, David (2000): La religión de la tecnología. Barcelona: Gedisa.
QuÉAU, Philippe (1995): Lo virtual. Barcelona: Paidós.
RAYMOND, E r i c S. (1999): Tlie Cathedral and the Bazaar: Cambridge: O'Reilly.
ROBINET, André (1982): Mitología, filosofía y cibernética. Madrid: Tecnos.
SLOTERDDK, Peter (1994): En el mismo barco. M a d r i d : Siruela.
— (2004-2006): Esferas (3 vols.). M a d r i d : Siruela.
STIGLITZ, Joseph E . (2002): El malestar de la globalización. Madrid: Taurus.
TERCEIRO, J.B. (2004): Digitalismo. Madrid: Alianza.

86
87
 PARTE 3

RACIONALIDAD, CONOCIMIENTO Y CONDICIONES

EPISTÉMICAS E N L A GLOBALIZACIÓN
 E s t a p a r t e d e l l i b r o se d e d i c a a l a reconstrucción y explicación de los diversos c o n -
ceptos de v e r d a d , de r a c i o n a l i d a d y de u n i v e r s a l i d a d , presentes o latentes e n e l p r o c e s o
d e globalización, así c o m o a l e s t u d i o de l a c i e n c i a y de l a u n i v e r s i d a d e n t a n t o q u e
referentes epistémicos d e l m i s m o . L o s siguientes profesores se a c e r c a n a esta ingente
t a r e a desde sus respectivas c o n t r i b u c i o n e s .
Julián P a c h o , catedrático de Filosofía e n e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía de l a U n i v e r -
s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) , e n s u t r a b a j o t i t u l a d o « C o n o c i m i e n t o científico e
i n t e r c u l t u r a h d a d . F u n c i ó n y Hmites de l a c i e n c i a e n l a e r a global», refiere q u e e l f e n ó -
m e n o de l a globalización n o es causalmenté e x p l i c a b l e s i n e l c o n o c i m i e n t o científico.
C i e n c i a y t e c n o c i e n c i a s o n c o n d i c i o n e s m a t e r i a l e s y f o r m a l e s de l a globalización. A s i -
m i s m o c i e n c i a y globalización se h a l l a n u n i d a s p o r esta p a r a d o j a : l a c i e n c i a es agente
de l a globalización gracias a s u e s t r u c t u r a i n t e r n a t r a n s - c u l t u r a l , p e r o esto m i s m o h a c e
e x t r e m a d a m e n t e difícil l a integración c u l t u r a l e i n t e r c u l t u r a l d e l c o n o c i m i e n t o cientí-
fico. L a c i e n c i a y l a tecnología que d e r i v a de e l l a s o n agentes necesarios de l a g l o b a l i z a -
ción, p e r o a m b a s s o n indiferentes frente a las i d e n t i d a d e s c u l t u r a l e s y, p o r tanto, n o
s o n objetos c u a l e s q u i e r a d e l m e r c a d o i n t e r c u l t u r a l . E s t a p a r a d o j a d e b e r l a ser t e n i d a
e n c u e n t a a l a h o r a de g e s t i o n a r los p r o b l e m a s p o h t i c o - c u l t u r a l e s de l a globalización.
María A l b i s u , p r o f e s o r a de l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) e n el D e p a r t a -
m e n t o de Lógica y Filosofía de l a C i e n c i a , d e s a r r o l l a e n «Globalización c o m o c o o p e r a -
c i ó n ( E l caso de las teorías contemporáneas de l a verdad)» u n a reconstrucción c o n c e p -
t u a l y filosófica de las r e l a c i o n e s entre las diferentes teorías contemporáneas de l a
v e r d a d que r e v e l a de qué m o d o e n el c a m p o de las ideas es p o s i b l e i n t e r p r e t a r p o s i c i o -
nes c o n s i d e r a d a s de p a r t i d a rivales y establecer entre ellas u n esfuerzo de c o o p e r a c i ó n
que p u e d e r e s u l t a r e j e m p l a r p a r a u n a c o m p r e n s i ó n de l o que sería u n p r o y e c t o diná-
m i c o de globalización de las ideas.
X a b i e r Lnsausti, p r o f e s o r d e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía e n l a U n i v e r s i d a d d e l País
V a s c o ( U P V / E H U ) , e n s u artículo «La u n i v e r s a l i d a d concreta», t r a t a de p e n s a r las c o n -
d i c i o n e s a p a r t i r de l a cuales l a i d e a de l o g l o b a l o de l o u n i v e r s a l p u e d a p e n s a r s e s i n
s u c u m b i r e n u m l a t e r a l i d a d e s que l o v i c i e n . L a tesis es que t o d o u n i v e r s a l tiene l a f o r m a
de l o singular, c o m o t a l , p e r o l o s i n g u l a r es a lo p a r t i c u l a r lo que l o ontológico es a lo
óntico: l o s i n g u l a r es e l v e r d a d e r o u n i v e r s a l . L o s i n g u l a r n o se r e d u c e a l o particular. L o
s i n g u l a r es a l a c o n t e c i m i e n t o l o que l o p a r t i c u l a r es a l a situación. T o d o depende pues
de e n t e n d e r a d e c u a d a m e n t e l o s i n g u l a r c o m o c o n d i c i ó n de l o u n i v e r s a l e n u n n u e v o
esfuerzo p o r p e n s a r l o «universal concreto» e n el p r o c e s o de globalización.
María Jesús Maidagán, p r o f e s o r a d e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía e n l a U n i v e r s i d a d
del País V a s c o ( U P V / E H U ) , p r o p o n e e n «Universalidad de l a razón poética versus g l o -
balización» u n a visión de l a creación artística y lingüística frente a l o g l o b a l . E n l a
c u l t u r a g l o b a l a c t u a l , c i e r t o e m p o b r e c i m i e n t o d e l u s o c o t i d i a n o d e l lenguaje, fruto de
u n a banalización de l a m i r a d a h a c i a las cosas, p u e d e ser t r a s c e n d i d o a través de l a

91
singularización d e l a percepción y l a expresión poéticas, u n i v e r s a l i z a d o r a s , p u e s t o q u e
atañen a l o esencial e n el ser h u m a n o e n t a n t o q u e está d o t a d o de l a c a p a c i d a d lingüís-
t i c a . S e abre, p o r consiguiente, l a p o s i b i l i d a d d e l lenguaje e n s u vertiente c r e a d o r a y
s u b v e r s o r a d e u n aparente, y falso, o r d e n c o m ú n g l o b a l i z a d o . Conocimiento científico e interculturalidad.
C i e r r a esta s e c c i ó n José I g n a c i o G a l p a r s o r o , p r o f e s o r d e l D e p a r t a m e n t o de F i l o s o -
fía e n l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) , c o n s u artículo «Derrida: l a u n i v e r s i -
Función y límites de la ciencia en la era global
d a d e n e l h o r i z o n t e de l a globalización». S a b i d o es q u e e l t e m a de l a globalización fue
a b o r d a d o p o r D e r r i d a e n v a r i o s d e sus escritos. E s t e p e n s a d o r también aplicó s u i n s - Julián Pacho
t r u m e n t a l d e c o n s t r u c t i v o a l análisis de l a situación de l a u n i v e r s i d a d e n e l m u n d o
g l o b a l i z a d o . Todavía hoy, l a u n i v e r s i d a d podría s a l v a r el h o n o r de l a razón e n e l caso de
q u e p u d i e r a sostener s u i n c o n d i c i o n a l i d a d . P a r a ello, debería s a l i r d e l terreno c o n s t a t i -
v o e n e l que se v e r e c l u i d a y c o n q u i s t a r u n l u g a r e n e l t e r r e n o d e l o p e r f o r m a t i v o . D e
este m o d o podría quizás i r r u m p i r c o m o evento, e n e l p l e n o s e n t i d o q u e D e r r i d a p r o -
p o r c i o n a a esta p a l a b r a , y convertirse e n u n a v a l i o s a v o z ante los p r o c e s o s m u n d i a l e s y E l Service de documents de l a Bibliothèque Centre Pompidou ofrece e n enero de
globales. 2006 u n a m e m o r i a bibliográfica t i t u l a d a «Comprendre l a Mondialisation». S u s apar-
tados c u b r e n aspectos e c o n ó m i c o s , políticos, s o c i o c u l t u r a l e s , jurídicos, m e d i o a m b i e n -
tales y s a n i t a r i o s . Ningún a p a r t a d o m e n c i o n a l a c i e n c i a o e l c o n o c i m i e n t o científico.
N a d i e negaría, s i n e m b a r g o , q u e e l f e n ó m e n o de l a globalización c o n t e m p o r á n e a
tiene u n a de sus causas más directas e n e l c o n o c i m i e n t o científico, que e n l a raíz de l a
globalización está e l hecho epistémico d e n s i f i c a d o a l o l a r g o de l a h i s t o r i a e n teorías e
i n s t i t u c i o n e s científicas. Sería p o r t a n t o i n e x c u s a b l e que las n o t a s específicas de este
h e c h o n o f u e r a n t e n i d a s e n c u e n t a p a r a e x p l i c a r l a n a t u r a l e z a de l a globalización y l o s
p r o b l e m a s (inter)culturales q u e genera, y p u d i e r a generar, y se m i r a r a p a r a o t r o l a d o .
L a d o s tiene l a globalización e n n ú m e r o i n f i n i t o . H a y i n f i n i t a s r a z o n e s p o r las q u e
l o s terrícolas u t i l i z a n e n t u s i a s m a d o s l a cacharrería tecnológica. P e r o h a y una sola cau-
sa humana necesaria, a u n q u e n o suficiente, p o r l a que l a q u e l a tecnología existe: teo-
rías científicas.
E s , p u e s , r a z o n a b l e p r e s u m i r q u e h a y a u n a raíz epistémica d e l f e n ó m e n o c u l t u r a l
«globalización». Y, de ser esto así, se necesita, s i n d e t r i m e n t o de otros enfoques, de u n a
epistemología cultural p a r a e s t u d i a r l a globalización.

I. C i e n c i a y globalización. A p u n t e p a r a u n a epistemología c u l t u r a l

E n el extenso e s t u d i o de U l r i c h B e c k s o b r e l a globalización, entre los «agentes h i s -

tóricos y contextos de l a globalización cultural» ( B e c k 1997:362) se m e n c i o n a n : «Difu-
sión c u l t u r a l y e m u l a c i ó n » , «religiones mundiales», «imperios multiculturales», « i m -
p e r i o s europeos globales», «ideologías seculares transnacionales, i.e., c i e n c i a europea».
L a c i e n c i a es, pues, u n o de l o s «agentes» de l a globalización m o d e r n a y c o n t e m p o -
ránea. L o es e n e l n i v e l m a t e r i a l más e l e m e n t a l , c o m o c o n d i c i ó n c o g n i t i v a n e c e s a r i a
p a r a l a creación de artefactos q u e a s u vez p o s i b i l i t a n los aspectos e c o n ó m i c o s , políti-
cos y c u l t u r a l e s de l a globalización. P u e s tecnoobjetos s o n teorías a p l i c a d a s . L a t e c n o -
logía c o n s t i t u y e l a h e r e n c i a de l a c i e n c i a físicamente o b j e t i v a d a e n c u l t u r a ( J a n i c k
1997). D e ahí q u e :

Tesis 1: Ciencia y tecnociencia son condiciones «necesarias» (no suficientes),

de tipo formal y material, de la globalización.

92 93
 t i c a . P o r l o q u e n o i m p o r t a de d ó n d e p r o c e d a s i es p r o c e d e n t e s a b e r p o r qué es a p l i c a -
Q u e l a tecnología sea u n f a c t o r m a t e r i a l n e c e s a r i o , a u n q u e n o suficiente, de g l o b a -
b l e e n ámbitos geoculturales distintos. D e ahí l a tesis siguiente:
lización tiene fácil explicación. B a s t a a s u m i r q u e l a s p r e d i c c i o n e s teóricas q u e d a n
l u g a r a l o s artefactos (p. ej., l a física s u b y a c e n t e a l a codificación y descodificación
Tesis 2: La ciencia no es un producto más del mercado intercultural;
d i g i t a l de señales e n l a s e c u e n c i a cámara-satélite-televisor) s o n acertadas y q u e e n t o -
es un objeto trans-cultural.
dos l o s entornos físicos de las sociedades h u m a n a s r i g e n las m i s m a s leyes físicas.
P e r o aquí i m p o r t a n m á s l o s aspectos f o r m a l e s c o n c e r n i e n t e s a l a relación entre
L a s teorías científicas, occidentales o n o , n o s o n p r o p i e d a d de n i n g u n a c u l t u r a . S o n
c i e n c i a y c u l t u r a s h u m a n a s . N o c a b e e x c l u i r a priori q u e l o s aspectos materiales sean
bienes esíracturalmente accesibles a l c e r e b r o h u m a n o . E n c u a n t o tales, n o s o n u n
relevantes p a r a l o s f o r m a l e s . P e r o m e centraré e n estos últimos. P u e d e n q u e d a r s u g e r i -
objeto m á s d e l m e r c a d o i n t e r c u l t u r a l : s o n t r a n s - c u l t u r a l e s . E s t o e q u i v a l e también a
dos p o r preguntas c o m o las siguientes:
d e c i r que n o es s u o c c i d e n t a l i d a d e l ú n i c o aspecto q u e confiere a las teorías científicas
i n v o l u c r a d a s e n l a globalización e l r a n g o de «agentes». P u e s s o n sus c o n d i c i o n e s for-
1. ¿ C ó m o se e x p l i c a que u n p r o d u c t o (hasta ahora) t a n específico de u n a c u l t u r a sea
m a l e s l a s q u e les c o n f i e r e n e s t r u c t u r a trans-cultural. Y ésta es a s u v e z l a c o n d i c i ó n
u n f a c t o r de globalización? ( P r o b l e m a s generales de epistemología cultural.)
n e c e s a r i a de s u interculturalidad.
2. ¿Es l a c i e n c i a u n c a b a l l o de T r o y a i d e o l ó g i c o q u e c o n d u c e a d i l u i r las i d e n t i d a d e s
E s t a s c o n d i c i o n e s f o r m a l e s s o n rasgos epistémicos, programáticamente p e r s e g u i -
culturales? ( P r o b l e m a s de epistemología i n t e r c u l t u r a l . )
dos p o r ella, tales c o m o universalidad e inter subjetividad, es decir, i n d e p e n d e n c i a d e l
3. ¿Es e l c o n o c i m i e n t o científico, f a c t o r de l a globalización, u n b i e n s o c i o c u l t u r a l -
sujeto i n d i v i d u a l y c o l e c t i v o . N o es n e c e s a r i o i n s i s t i r e n q u e esta afirmación es in toto
m e n t e globalizable? ( P r o b l e m a s epistémicos depublic understandingof science y/o «di-
c o m p a t i b l e c o n u n enfoque «Imhniano» de l a c i e n c i a que i n c l u y a los factores s o c i o h i s -
vulgación de l a ciencia».)
tóricos p a r a l a c o m p r e s i ó n de l a c i e n c i a y de s u expansión efectiva p o r el p l a n e t a . E s t o s
s o n factores m a t e r i a l e s también necesarios, p e r o n o factores f o r m a l e s . Y s u respectiva
P o r supuesto, a u n q u e l a s trataré p o r s e p a r a d o e n l a m e d i d a de l o p o s i b l e , estas
n e c e s i d a d n o es d e l m i s m o r a n g o : l a i n t e r s u b j e t i v a d o t r a n s - c u l t u r a l i d a d f o r m a l de u n a
cuestiones s o n interdependientes.
teoría es n e c e s a r i a p a r a a s e g u r a r u n a b u e n a i n t e r s u b j e t i v i d a d s o c i a l , pues ésta viene
d a d a p o r e l v a l o r v e r d a d . E s decir, e l índice de globalización de l a c i e n c i a y l a t e c n o l o -
A d . 1. D a d o q u e l a c i e n c i a a g e n t e d e g l o b a l i z a c i ó n es p r o d u c t o de u n a c u l t u r a
gía es u n f a c t o r d e r i v a d o , entre otros, d e l v a l o r verdad.
d e t e r m i n a d a , p u e s , c o m o B e c k m u e s t r a , este a g e n t e es l a c i e n c i a « o c c i d e n t a l » ( a l
¿Pero n o es u n a i n g e n u i d a d d e c i m o n ó n i c a a p e l a r a l v a l o r v e r d a d de l a c i e n c i a ? ¿ N o
m e n o s h a s t a 1945), ¿ c ó m o se e x p l i c a q u e u n p r o d u c t o t a n e s p e c í f i c o de u n a c u l t u -
sabemos y a q u e l a v e r d a d de las teorías es Iñstórico-contingente? ¿ C ó m o a s u m i r e n t o n -
r a s e a u n f a c t o r d e g l o b a l i z a c i ó n ? ¿Es l a c i e n c i a o c c i d e n t a l e s t r u c t u r a l m e n t e i n t e r -
ces q u e e l v a l o r v e r d a d sea u n índice de globalización?
c u l t u r a l o s u i n t e r c u l t u r a l i d a d se d e b e a f a c t o r e s e x t e r n o s ( n o e s t r u c t u r a l e s ) a l
A s u m i r l o n o o b l i g a a a s u m i r u n a n o c i ó n n i a b s o l u t a n i r e l a t i v i s t a de v e r d a d , n i
c o n o c i m i e n t o c i e n t í f i c o , t a l e s c o m o l o s e c o n ó m i c o s , l o s p o l í t i c o s , etc.? Adviértase
i n v o l u c r a r s e e n distingos b i z a n t i n o s sobre l a n o c i ó n de v e r d a d . B a s t a c o n que sea i n t e -
q u e r e s p o n d e r c o n u n « n o - s ó l o - s i n o - t a m b i é n » n o h a c e s i n o e x i g i r u n análisis d e t e -
l i g i b l e . P a r a que l a n o c i ó n de v e r d a d sea i n t e l i g i b l e e n e l e n u n c i a d o «El índice de g l o b a -
n i d o de qué debería atribuirse a causas externas a l a c i e n c i a y qué a sus rasgos
lización de l a s teorías es u n f a c t o r d e r i v a d o d e l valor verdad» b a s t a c o n que sean i n t e l i -
e p i s t é m i c o - c u l t u r a l e s . P u e s es a l t a m e n t e i m p r o b a b l e q u e c u a l q u i e r teoría científi-
gibles asertos c o m o e l q u e sigue: «Es v e r d a d e r a u n a teoría T h l s i p u e d e d e d u c i r s e de
c a p u d i e r a h a b e r t e n i d o éxito b a j o l a m e r a c o n d i c i ó n d e q u e e l c a p i t a l y/o l a s
ella, p. ej., q u e u n c a b l e de acero d e l g r o s o r q se romperá s i p e n d e de él u n peso m a y o r
a r m a d a s o c c i d e n t a l e s h u b i e r a n e s t a d o detrás de e l l a . E s t o p o d r í a e x p l i c a r e l éxito
que x y l a e x p e r i e n c i a c o n t r o l a d a c o n f i r m a l a p r e d i c c i ó n » . E s t a n o c i ó n de v e r d a d b a s t a
d e c i e r t a s c o l o n i z a c i o n e s r e l i g i o s a s o lingüísticas. P e r o n o p a r e c e r a z o n a b l e s u p o -
también p a r a a f i r m a r q u e e l índice de globalización de las teorías q u e de h e c h o h a c e n
n e r q u e u n a teoría b i o l ó g i c a q u e c l a s i f i c a r a l o s v e r t e b r a d o s e n i n t e l i g e n t e s y s e g u i -
p o s i b l e l a técnica q u e p e r m i t e l a globalización es u n f a c t o r d e r i v a d o de s u v a l o r v e r d a d .
d o r e s de G . W . B u s h t u v i e r a m u c h o éxito a u n q u e se c o l o c a r a detrás de e l l a t o d a l a
armada americana. C o m p a r a r u n f a c t o r c a u s a l de l a globalización de esa e n v e r g a d u r a c o n factores
c o m o e l t i p o de p u b l i c i d a d q u e i n d u c e l a c o m p r a de tecnoobjetos es, s i m p l e m e n t e ,
E l a b s u r d o de este e x p e r i m e n t o m e n t a l es relevante p o r q u e :
coger el rábano de l a globalización p o r las hojas m u s t i a s q u e q u e d e n e n e l s u p e r m e r c a -
d o de las c i e n c i a s h u m a n a s .
a) p o n e de m a n i f i e s t o q u e c i e r t o v a l o r v e i i f i c a t i v o de las teorías, u n rasgo epistémi-
c o p u r o , es u n f a c t o r de peso p a r a e x p l i c a r e l éxito i n t e r c u l t u r a l de u n a teoría;
A d . 2 . E s también u n a cuestión d e r i v a d a de l o d i c h o , y de fuerte p e r t i n e n c i a p a r a l a
b) p o r q u e sugiere a l m e n o s q u e e l éxito de teorías científicas que a d q u i e r e n i n f l u e n -
epistemología c u l t u r a l , esta o t r a : s i l a c i e n c i a se l i m i t a a s u r t i r e l m e r c a d o i n t e r c u l t u r a l
c i a i n t e r c u l t u r a l t a l v e z se d e b a m á s a ser verdaderas q u e a s e r «occidentales»; y que,
de artefactos o s o n estos artefactos c a b a l l o s de T r o y a q u e t r a n s m i t e n c o n o c i m i e n t o y
c) s i l a s o s p e c h a b) n o es desacertada, el ser «occidental» respecto de teorías c o m o
favorecen c o n ello l a p r o m i s c u i d a d i n t e r c u l t u r a l y l a globalización c u l t u r a l de f o r m a
l a física de N e w t o n o respecto de tecnologías c o m o el m o t o r de explosión es u n avatar
inevitable. S o s t e n g o que:
s u p e r f i c i a l q u e n a d a dice de s u e s t m c t u r a y p o c o de s u a p l i c a b i l i d a d i n t e r c u l t u r a l .

Tesis 3: Los objetos de la técnica no transmiten el valor verdad, sino el valor utilidad,
F o c a l i z a r l a atención sobre e l v a l o r v e r d a d es l o m i s m o q u e n e u t r a l i z a r el o r i g e n
son epistémicamente ciegos para el usuario.
g e o c u l t u r a l de l a teoría: el T e o r e m a de Pitágoras n o es u n a v e r d a d griega, s i n o matemá-

95
94
 S i l a c i e n c i a g l o b a l i z a m e d i a n t e l a tecnología, los tecnoobjetos s o n cogmtivámente LT. C i e n c i a y t r a n s - c u l t u r a l i d a d . L a p a r a d o j a i n t e r c u l t u r a l d e l a c i e n c i a
ciegos p a r a s u u s u a r i o . C o m o q u e d a d i c h o , los tecnoobjetos s o n c o n d i c i o n e s m a t e r i a -
les necesarias de l a globalización. P e r o los objetos de l a técnica s o n , p a r a sus recepto- R e t e n g a m o s q u e l a c i e n c i a y s u n e c e s a r i o c o r r e l a t o tecnológico n o s o n sólo factores
res, cognitivamente mudos. S u u s u a r i o n o n e c e s i t a c o n o c e r l a s teorías necesarias p a r a externos de l a globalización, s i n o q u e s o n agentes. A u n q u e ellas m i s m a s s o n f e n ó m e -
q u e existan y f u n c i o n e n c o r r e c t a m e n t e . n o s e n c i e r t o s e n t i d o g l o b a l i z a d o s y h a y a n p a s a d o a ser Big Science (Solía P r i c e 1963),
E s t a m u d e z c o g n i t i v a d e l o s t e c n o o b j e t o s es, p a r a d ó j i c a m e n t e , u n r a s g o n e c e - n o l o s o n de f o r m a p a s i v a , a m b a s s o n agentes n e c e s a r i o s de globalización. P e r o h a y
s a r i o p a r a que l a t e c n o c i e n c i a sea u n agente de globalización eficaz. S i e l u s u a r i o q u e d i s t m g u i r e n este c o n t e x t o entre globalización de l a técnica y globalización d e l a
d e l a t é c n i c a d e b i e r a e n t e n d e r l a s teorías q u e g e n e r a n l o s a r t e f a c t o s q u e a s u v e z ciencia:
c a u s a n g l o b a l i z a c i ó n , l a s a l d e a s seguirían s i e n d o a l d e a s ; l a «aldea g l o b a l » n o h a -
bría surgido. E s u n a enorme ventaja que los tecnoobjetos sean cognitivamente Tesis 4: Globalización y globalización de la tecnología (Le., de los tecnoobjetos) no es
m u d o s . U n a ventaja análoga a l a que tiene n u e s t r o cerebro a l ser ciego respecto lo mismo que «globalización social del conocimiento» científico o tecnocientífico.
de los procesos neurofisiológicos de sus c o g n i c i o n e s y decisiones. E s u n a estrate-
g i a útil d e l c e r e b r o i g n o r a r l o q u e o c u r r e e n él c u a n d o r e s u e l v e u n a e c u a c i ó n o N a d a g a r a n t i z a que l a socialización c u l t u r a l de l a c i e n c i a , p r o g r a m a i n s i g n i a de l a
t o m a u n a decisión. L a m i s m a estrategia s i g u e n los objetos de l a técnica d e s t i n a - Ilustración, se c u m p l a c o n l a globalización. L a adquisición s o c i o c u l t u r a l r e a l de l a c i e n -
dos a l usuario globalizado: f u n c i o n a n c o n absoluta i n d e p e n d e n c i a del c o n o c i - c i a , i n c l u s o d e n t r o de l a s o c i e d a d d e n o m i n a d a occidental, es m í n i m a ( D u x 1982:17-21).
m i e n t o de s u u s u a r i o r e s p e c t o d e l a s teorías b á s i c a s n e c e s a r i a s p a r a s u c r e a c i ó n y S i n e m b a r g o , l a percepción filosófica d o m i n a n t e d u r a n t e b u e n a p a r t e d e l siglo X X res-
funcionamiento. pecto de l a c i e n c i a c o m o elemento de l a c u l t u r a puede r e s u m i r s e así: a) l a c i e n c i a h a
P e r o esta v e n t a j a f u n c i o n a l de l a m u d e z c o g n i t i v a d e l o s t e c n o o b j e t o s p u e d e v e n i d o a ser «una f o r m a general de pensar» (Heidegger 1962: 50) característica de l a
t e n e r c o m o c o n s e c u e n c i a q u e e l m u n d o h u m a n o se d i v i d a e n dos n i c h o s s o c i o c u l - época; b) sea esto cierto o n o , sería b u e n o que f u e r a así. L a p r i m e r a es u n a posición
t u r a l e s n o c o m u n i c a d o s e n t r e sí. E n e l n i c h o de l o s científicos u n o s p o c o s h u m a n o s descriptiva; l a s e g u n d a es n o r m a t i v a .
p r o d u c e n l o s v e h í c u l o s de l a g l o b a l i z a c i ó n y e l r e s t o , q u e es e l r e s t o d e l o s h u m a - Sostengo q u e l a apreciación d e s c r i p t i v a es errónea y que l a n o r m a t i v a c o n l l e v a se-
n o s , u t i l i z a esos p r o d u c t o s de f o r m a c o g n i t i v a m e n t e c i e g a . S u u s o contribuiría p o r rias d i f i c u l t a d e s de aplicación. E s t a s clificultades d e r i v a n de los rasgos epistémicos de
t a n t o a u n a g l o b a l i z a c i ó n de s u p e r f i c i e : e l p a s t o r etíope p u e d e h a b l a r c o n e l p a s t o r l a c i e n c i a . S u n o - n a t u r a h d a d d i f i c u l t a q u e l a c i e n c i a p u e d a ser u n a f o r m a s o c i o c u l t u -
t i b e t a n o o e l t a x i s t a de N u e v a Y o r k . P e r o l o s tres p u e d e n s e g u i r a n c l a d o s e n s u r a l m e n t e g e n e r a l i z a d a de pensar. R a s g o s de este t i p o s o n l a autocrítica programática,
cultura. O no. el p r e d o m i n i o d e l v a l o r v e r d a d sobre las preferencias subjetivas, i n d i f e r e n c i a i d e n t i t a -
N o se p u e d e p a s a r p o r a l t o e l c a r á c t e r p r o m i s c u o d e l o s t e c n o o b j e t o s d e t r a n s - ria o l a c o m p l e j i d a d c o n c e p t u a l . E n s u m a , las dificultades d e r i v a n de rasgos q u e deter-
p o r t e y t e l e c o m u n i c a c i ó n . E l p a s t o r etíope q u e h a b l a c o n el t a x i s t a de N u e v a m i n a n l a «no-naturahdad (cognitiva) de l a ciencia» ( W o l p e r t 1992). L a tesis s i g u i e n t e
Y o r k o e l n ó m a d a y e m e n i t a q u e v e l a s e m i s i o n e s d e A l Y a z i r a están e x p u e s t o s a r e s u m e esta posición.
q u e s u i m a g e n d e l m u n d o se c o n t a m i n e c o n e x p e r i e n c i a s e i n f o r m a c i o n e s a j e n a s
a e l l a . E l u s u a r i o d e l o s t e c n o o b j e t o s d e l a g l o b a l i z a c i ó n es u n voyeur c u l t u r a l , Tesis 5: La ciencia moderna, agente de globalización por su trans-culturalidad
más o menos consciente, más o menos pasivo, que pone en peligro su identidad estructural, representa una forma de pensar poco natural y, en cuanto tal, es
c u l t u r a l . ¿Cabe entonces sugerir que l a c i e n c i a , u n a i n s t a n c i a estructuralmente de muy difícil globalización (socialización) cultural.
n e c e s i t a d a d e i n t e r s u b j t i v i d a d t r a n s c u l t u r a l y l i b e r t a d d e e x p r e s i ó n , e x p o r t a es-
tos aspectos, de f o r m a en c i e r t o s e n t i d o contrabandística, m e d i a n t e l a c o m u n i - E s s i n d u d a i n s i g n i f i c a n t e e l p o r c e n t a j e de l a p o b l a c i ó n h u m a n a , s i n e x c l u i r
cación g l o b a l m e n t e intersubjetiva que hace p o s i b l e s u tecnología de t e l e c o m u - de e l l a los c i u d a d a n o s de f o r m a c i ó n « a c a d é m i c a » , que d i s p o n e de u n a e x p l i c a -
n i c a c i ó n ? ¿Cabe s u g e r i r que e l r a s g o epistémico de i n t e r s u b j e t i v i d a d t r a n s - c u l - c i ó n a p r o x i m a d a a l c o n o c i m i e n t o de los expertos que h a h e c h o p o s i b l e l a f a b r i -
t u r a l d e l a c i e n c i a esté c o n t r i b u y e n d o d e f o r m a m e d i a t a , es d e c i r , m e d i a n t e ese c a c i ó n y el f u n c i o n a m i e n t o de objetos c o m o u n televisor. ¿Qué p o r c e n t a j e de l a
t i p o de t e c n o o b j e t o s , a c o n t a m i n a r d e a p e r t u r a y t r a n s - c u l t u r a l i d a d a l a s c u l t u - población m u n d i a l podría explicar c ó m o imágenes y sonidos p r o d u c i d o s a miles
ras particulares? de k i l ó m e t r o s v i a j a n p o r e l e s p a c i o , a t r a v i e s a n m u r o s y, e n t i e m p o r e a l , s o n v i s i -
E s t a cuestión n o puede ser t r a t a d a aquí (cfr. H e g a s y 2002), p e r o sí s u t r a s f o n d o b l e s e n l a p a n t a l l a de n u e s t r o t e l e v i s o r ? L a l i s t a d e e j e m p l o s p e r t i n e n t e s sería t a n
epistémico c u l t u r a l , l a c o n c e r n i d a p o r l a cuestión 3: ¿es e l c o n o c i m i e n t o científico, a m p l i a c o m o el catálogo de artefactos p r o d u c i d o s p o r l a c i e n c i a e n los últimos
f a c t o r de l a globalización, u n b i e n s o c i o c u l t u r a l m e n t e g l o b a l i z a b l e ? 150 a ñ o s .
L a i g n o r a n c i a es m á s p r o f u n d a de l o q u e p a r e c e . P u e s n o e x p l i c a m o s g r a n c o s a
A d . 3. E s t a cuestión es desde m i enfoque decisiva. E v o c a p r o b a b l e m e n t e el m a y o r c u a n d o d e c i m o s , s i s o m o s «cultos», que las imágenes y sonidos reales h a n sido
reto s o c i o c u l t u r a l e i n t e r c u l t u r a l que l a globalización p l a n t e a h o y a l a h u m a n i d a d . traducidos a i m p u l s o s electromagnéticos y que nuestro televisor los descodifica e n
D e b i d o a s u i m p o r t a n c i a se t r a t a en e l a p a r t a d o siguiente. i m á g e n e s y s o n i d o s s o r p r e n d e n t e m e n t e p a r e c i d o s a l o s r e a l e s . ¿ E s esto a l g o m á s
q u e u n a i n d i c a c i ó n de q u e a d m i t i m o s q u e h a y expertos q u e p o d r í a n e x p l i c a r l o b a j o
esa jerga?

96 97
 E s t e e j e m p l o sugiere que l a m a y o r parte de l a p o b l a c i ó n m u n d i a l , sujeto y objeto de mográficos. P e r o es evidente q u e l a r a z o n e s i n t e r n a s y externas c o n s t i t u y e n de h e c h o
l a globalización, vive e n u n m u n d o e n e l q u e se e n s a n c h a s i n cesar la cesura entre lo u n continuo epistémico-cultural. L a cuestión, p o r tanto, a l afectar h o y de f o r m a g l o b a l
manipulable y lo inteligible. a l p l a n e t a entero, c o n c i e r n e a l núcleo de l a cuestión i n t e r c u l t u r a l .
L a c a u s a de esta c e s u r a es q u e l a c u l t u r a técnica lleva a d h e r i d o s (Qumtarülla 2002: Q u e d e a m o d o de r e s u m e n s u g e r i d o q u e l a cuestión i n t e r c u l t u r a l , s o b r e t o d o s i
29 y ss.) « c o m p o n e n t e s cognitivos» (representaciones s o b r e e l sistema), «reglas prácti- concede i m p o r t a n c i a a l o s factores p o H t i c o - c u l t u r a l e s , n o debería ser a b o r d a d a s i n
cas u operacionales» y « c o m p o n e n t e s valorativos» (referidos a objetivos y resultados), tener e n c u e n t a : a) el carácter t r a n s - c u l t u r a l d e l c o n o c i m i e n t o científico; y b) las enor-
s i n i n c o r p o r a r a l s i s t e m a l o s « c o n o c i m i e n t o s científicos b á s i c o s » . m e s d i f i c u l t a d e s cognitivas p a r a l a socialización de ese c o n o c i m i e n t o .
E s t o s c o n o c i m i e n t o s científicos básicos, s i n l o s q u e l a c i e n c i a n o sería agente de H a y e n ello u n r e t o p a r a l a h u m a n i d a d q u e d i m a n a de esta p a r a d o j a : l a c i e n c i a es
globalización, s ó l o están s o c i o c u l t u r a l m e n t e presentes, de f o r m a v i c a r i a o delegada, e n agente de l a globalización g r a c i a s a s u n a t u r a l e z a i n t e r n a t r a n s - c u t u r a l (tesis 2), p e r o
l a c a b e z a de los expertos y, e n c u a n t o tal, n o están s o c i o c u l t u r a l m e n t e g l o b a l i z a d o s . N o las bases de esta t r a n s - c u l t u r a l i d a d (autocrítica, p r e d o m i n i o d e l v a l o r v e r d a d s o b r e las
f o r m a n parte de l a «cultura integrada»: preferencias subjetivas, n e u t r a l i d a d i d e n t i t a r i a , c o m p l e j i d a d c o n c e p t u a l ) h a c e n extre-
m a d a m e n t e difícil l a integración c u l t u r a l e i n t e r c u l t u r a l de l a c i e n c i a (tesis 5). Éstos
Tesis 6: Los conocimientos científicos básicos no son objeto de la globalización son a l g u n o s aspectos c o n c e r n i e n t e s a l a función y límites de l a c i e n c i a e n l a e r a de l a
en sí mismos. Actúan como agentes de la globalización por mediación de la tecnología, globalización.
que es manipulable, pero no inteligible.

L o s c i u d a d a n o s de l a e r a g l o b a l se v e n e n esta situación ante l a c i e n c i a y l a t e c n o l o - Bibliografía

gía: a) h a n de a d m i t i r l a e x i s t e n c i a de u n c o n o c i m i e n t o experto, e l c o n o c i m i e n t o c i e n -
tífico básico s i n e l que n o existiría e l e n t o r n o tecnocientífico; p e r o b) n o p u e d e n , p o r s u AlBAR, Eduardo & Miguel Ángel QuiNTANIXLA ( 2 0 0 2 ) : Cultura tecnológica, estudios de ciencia,
a m p l i t u d y c o m p l e j i d a d , a s i m i l a r ese c o n o c i m i e n t o q u e p r e s u m e n e n l o s expertos. tecnología y sociedad. Barcelona: Publicaciones Univ. Barcelona.
Además, c) l a d e n s i d a d d e l e n t o r n o técnico d e r i v a d o de l a a c t i v i d a d científica es c a d a B E C K , Ulrich ( 1 9 9 7 ) : Was ist Globalisierung? Frankfurt: Suhrkamp.

vez m á s d e t e r m i n a n t e de l o s v a l o r e s y las a c c i o n e s h u m a n a s . C E N T R E P O M P I D O U ( 2 0 0 6 ) : «Comprendre l a mondialisation» (http://\v\vAv.centrepompidou.fr).

C o m o q u e d a d i c h o (tesis 3), e l u s o de l o s objetos de l a técnica es de aplicación Dux, Günter ( 1 9 8 2 ) : Die Logik der Weltbilder. Frarrkfurt: Suhrkamp.
H E G A S Y , Sonja ( 2 0 0 2 ) : «Zum Verhältnis von Wissenschaft, Technologie u n d Globalisierung i n
cognitivamente ciega. L o s objetos técnicos s o n utñizables c o n éxito s i n h a c e r t r a n s p a -
der Arabischen Welt», Politik und Zeitgeschichte, 1 8 : 2 6 - 3 2 .
r e n t e e l c o n o c i m i e n t o básico q u e l o s p o s i b i l i t a . E l c i u d a d a n o m e d i o , esto es, l a i n m e n -
H E I D E G G E R , Martin ( 1 9 6 2 ) : Die Frage nach dem Ding. Tubinga: Niemeyer Verlag.
sa mayoría de l a p o b l a c i ó n m u n d i a l , n o h a c e u s o de l a «tecnociencia», s i n o sólo de los
JANICK, P. ( 1 9 9 7 ) : «Naturwissenschaft als Kulturleistung», en Kleine Philosophie der Naturwis-
artefactos q u e l a t e c n o c i e n c i a p r o d u c e — a d e m á s de que, p o r supuesto, n i sabe n i le senschaften. M u n i c h : Beck, pp. 1 9 8 - 2 0 1 .
i n t e r e s a saber l o q u e el término «tecnociencia» d e s i g n a . E s s i m p l e m e n t e u n e r r o r s u - QuTOTANlLLA, Miguel Ángel ( 2 0 0 2 ) : «Tecnología y cultura», en Aibar y Quintanilla 2 0 0 2 : 1 5 - 3 8 .
p o n e r que l a h u m a n i d a d , desde e l p u n t o de v i s t a s o c i o c u l t u r a l , se halle e n u n a e r a S O L L A P R I C E , Derek John de ( 1 9 6 3 ) : Little Science, Big Science. Nueva York: Columbia Univ.
tecnocientífica. S e h a l l a sólo e n u n a e r a e n l a que se sirve de f o r m a bastante g e n e r a l i z a - Press.
d a de los objetos q u e l a t e c n o c i e n c i a p o n e a s u disposición. P e r o este u s o es c o g n i t i v a - W O L P E R T , Lewis ( 1 9 9 2 ) : Hie Unnatural Nature of Science. Londres: Faber.

m e n t e ciego. Básicamente p o r dos r a z o n e s q u e p o n e n de m a n i f i e s t o l a c e s u r a r e a l

entre l o m a n i p u l a b l e y l o i n t e l i g i b l e :

a) P o r q u e , a f o r t u n a d a m e n t e , l a e f i c a c i a de esos objetos n o depende de l o s c o n o c i -

m i e n t o s tecnocientíficos d e l u s u a r i o .
b) P o r q u e , d e s a f o r t u n a d a m e n t e , es m u y difícil, e n términos cuahtativos y c u a n t i t a -
tivos, obtener d i c h o s c o n o c i m i e n t o s .

L a c e s u r a entre l o u t i l i z a b l e y l o inteligible es u n h e c h o s o c i o c u l t u r a l d e b i d o a que el

e n t o r n o tecnocientífico es el r e s u l t a d o de u n a m a s a c o g n i t i v a de, a l a v e z , difícil e
i n n e c e s a r i a asimilación s o c i o c u l t u r a l . Además, p o r r a z o n e s de d i v e r s a índole, l a socie-
d a d e n s u c o n j u n t o n i p u e d e n i es de h e c h o i n d u c i d a a a p r o p i a r s e de las actitudes y de
los i n s t r u m e n t o s c o g n i t i v o s p r o p i o s de l a n o - n a t u r a l i d a d epistémica de l a c i e n c i a n i
s e g u i r el ritmo de innovación c o n c e p t u a l d e l c o n o c i m i e n t o científico.
Las razones de t i p o epistémico, i n t e r n a s a l c o n o c i m i e n t o científico, y a se h a n evo-
c a d o . L a s q u e c o n c i e r n e n a factores e x t e m o s d e p e n d e n e n b u e n a m e d i d a de las políti-
cas científicas y e d u c a c i o n a l e s , c o n d i c i o n a d a s a s u v e z p o r factores e c o n ó m i c o s y de-

98 99
Globalización como cooperación (el caso
de las teorías contemporáneas de la verdad)
María Albisu Aparicio

E n este t r a b a j o i n t e n t a m o s m o s t r a r de q u é m o d o e l p e n s a m i e n t o filosófico c o n -
t e m p o r á n e o e n t o r n o a l a v e r d a d p u e d e c o n v e r t i r s e e n e x p o n e n t e o e j e m p l o de u n a
m a n e r a de e n t e n d e r e l f e n ó m e n o de l a globalización e n e l á m b i t o d e l a s i d e a s : c o m o
p r o d u c t o de u n e s f u e r z o c o o p e r a t i v o . E s e i n t e n t o n o s c o n d u c e a c e n t r a r n o s e n l a
f o r m a g e n u i n a de p e n s a r l a v e r d a d e n l a filosofía c o n t e m p o r á n e a : m e d i a n t e l a p r o -
d u c c i ó n d e teorías s o b r e l a v e r d a d .
Q u e e l p r o b l e m a d e l a v e r d a d e m p a p a l a h i s t o r i a entera de l a filosofía es algo difícil
de negar, p e r o ¿hay teorías de l a v e r d a d ? S e diría q u e a l o l a r g o de t o d a s u h i s t o r i a f a l t a
u n a atención d i r i g i d a explícita y e x c l u s i v a m e n t e a l análisis d e l c o n c e p t o o de l a i d e a de
l a v e r d a d c o m o p r o b l e m a filosófico « a u t ó n o m o » .
E l p a n o r a m a e n e l s i g l o X X es d i s t i n t o . E l c o n c e p t o de l a v e r d a d e m p i e z a a a p a r e c e r
c o m o t e m a «independiente», d i g n o de c o n s t i t a i r s e e n f o c o de atención de l a reflexión
filosófica. C o m i e n z a n a s i m i s m o a t i p i f i c a r s e las distintas c o n c e p c i o n e s a c e r c a de l a
v e r d a d y e m p i e z a n a a p a r e c e r «nuevas» teorías de l a v e r d a d .
¿ C ó m o e n c a r a r e l análisis de las diferentes teorías contemporáneas de l a verdad?
N u e s t r a intención es ofrecer u n a suerte de reconstrucción c o n c e p t u a l de sus d i f e r e n -
cias q u e «se visualiza» e n e l o r d e n e n e l q u e las diferentes teorías se v a n a n a l i z a n d o .
T a l c o s a es p o s i b l e m e d i a n t e u n a serie de t o m a de d e c i s i o n e s previas. L a p r i m e r a de
ellas c o n c i e r n e a l a r e n u n c i a a p r o p o n e r de e n t r a d a u n a definición de l o que es — d e l o
q u e h a de ser c o n s i d e r a d o c o m o — u n a teoría de l a v e r d a d .
J u s t i f i c a m o s ésta n u e s t r a decisión c o m o f r u t o de l a « o b s e r v a c i ó n » (teórica) de
q u e tales p r o p u e s t a s d e definición e n m a s c a r a n e n l a m a y o r í a de l o s casos p r e - j u i c i o s
del autor que las p r o p o n e (pre-juicios que en m u c h a s ocasiones n o s o n enteramente
filosóficos).
N u e s t r a «estrategia» v a a s e r d i s t i n t a ( N i c o l á s y Frápolli 1997): p r o c e d e m o s
d e u n a f o r m a , s i se q u i e r e « e x t e n s i o n a l » , a s u m i e n d o l a j u s t e z a de l a s d e c i s i o n e s
básicas que estudiosos antes que nosotros h a n t o m a d o a l respecto y que h a n per-
m i t i d o q u e d i s p o n g a m o s y a de u n c o n j u n t o d e l a s así l l a m a d a s «teorías de l a
verdad».
N o p o d e m o s t a m p o c o t r a t a r todo p e n s a r c o n t e m p o r á n e o sobre l a v e r d a d , a pesar
de l o c o n v e n i e n t e q u e e n t e n d e m o s q u e es e l «integrar» e n esta suerte de «banquete»
que p r o p o n e m o s a l m a y o r n ú m e r o de p o s i b l e de filósofos c o n t e m p o r á n e o s que h a n
r e f l e x i o n a d o s o b r e l a v e r d a d , pues de eso se trata: de f o r m a r u n a especie de «tabla
redonda» c o n c e p t u a l d o n d e los diversos i n v i t a d o s p u e d a n d e s g r a n a r sus o p i n i o n e s e n
t o r n o a l a v e r d a d y d o n d e u n m o d e r a d o r , e n este caso n o s o t r o s , i n t e n t a «al final» — u n

101
 miento» de l a reflexión filosófica e n u n p u n t o a r b i t r a r i o de u n a escala cuyas d i m e n s i o -
final que será s i e m p r e p r o v i s i o n a l — h a c e r u n a p r o p u e s t a que sea e l r e s u l t a d o de «una
nes sólo a t i s b a m o s c u a n d o v e m o s las m u c h a s y diferentes p r o p u e s t a s que e n t o r n o a l a
puesta e n c o m ú n » .
v e r d a d se h a n h e c h o y l a m u l t i p l i c i d a d de t e m a s y cuestiones q u e a p a r e c e n i n v o l u c r a -
M o s t r a r q u e e n e l c a s o de l a s teorías c o n t e m p o r á n e a s de l a v e r d a d «esa p u e s t a
dos e n ella. S e trataría así d e l «detenimiento» de u n a reflexión que e n r e a l i d a d p i d e ser
e n c o m ú n » es p o s i b l e r e q u i e r e e n p r i m e r l u g a r a d o p t a r u n a c i e r t a p e r s p e c t i v a ex-
p r o s e g u i d a . L a s (nstintas teorías de l a v e r d a d y e l o r d e n que p a r a s u estudio p r o p o n e -
t e r n a q u e n o s p e r m i t a c o m p r e n d e r q u e p a r t e de l a s d i f e r e n c i a s s i g n i f i c a t i v a s e n t r e
m o s se n o s o f r e c e n así c o m o p u n t o s de escala de esa «historia interminable» que es l a
las d i s t i n t a s teorías de l a v e r d a d se e n t i e n d e n m e j o r s i se a n a l i z a n d i c h a s teorías
h i s t o r i a d e l p r o b l e m a filosófico de l a v e r d a d ; es decir, se nos o f r e c e n c o m o p u n t o s de
n o t a n t o c o m o c o n t e n i e n d o r e s p u e s t a s «rivales» e « i n c o m p a t i b l e s » a u n a ú n i c a y
escala de l a «construcción» — c o m o r e s u l t a d o de l o que, desde cierta e x t e r i o r i d a d , p o -
m i s m a cuestión — s e a l a d e l a n a t u r a l e z a d e l a v e r d a d , o l a d e l a d e f i n i c i ó n d e l a
d e m o s i n t e r p r e t a r c o m o esfuerzo cooperativo—• de ese m i s m o p r o b l e m a .
v e r d a d , e t c . — s i n o c o m o e s f u e r z o s q u e s o n d i s t i n t o s p o r q u e e n c a r a n de h e c h o
D e lo q u e f i n a l m e n t e se t r a t a es de p r o p o n e r y de mostrar, m e d i a n t e u n a suerte de
tareas distintas.
ejercicio filosófico, u n « m o d o de mirar» q u e p e r m i t a — t r a s c e n d i e n d o «rivalidades» e
E l r e s u l t a d o es u n p r i m e r a t i s b o de q u e e l l l a m a d o « p r o b l e m a f i l o s ó f i c o » de l a
« ^ c o m p a t i b i l i d a d e s » — «construir» ideas, c o n c e p c i o n e s y teorías c o m o r e s u l t a d o de
v e r d a d c o n f o r m a u n a s u e r t e d e c o m p l i c a d o p o l i e d r o c o n c e p t u a l de múltiples face-
u n a «puesta e n c o m ú n » , c o m o r e s u l t a d o de « u n esfuerzo c o m ú n » .
tas, todas las cuales c o n t r i b u y e n a c o n f o r m a r l o . A u n q u e l a metáfora del p o l i e d r o
p u e d a resultar p r o v e c h o s a en u n p r i m e r acercamiento, h a resultado ser insuficiente S i p o d e m o s e n t e n d e r «globalización» n o sólo e n e l s e n t i d o de u n a c o n t e c i m i e n t o
p a r a d a r c u e n t a de l a s c o m p l e j a s y s u t i l e s r e l a c i o n e s e n t r e l a s d i f e r e n t e s teorías. q u e n o s «sobreviene», y e n c i e r t a m e d i d a n o s anega, s i n o e n e l s e n t i d o a c t i v o y dinámi-
N u e s t r a p r o p u e s t a c o n s i s t e b á s i c a m e n t e e n e n t e n d e r l a s d i s t i n t a s teorías y e l o r d e n co de «globalizar» — d e e x p a n d i r i n t e g r a n d o — , entonces e n las teorías c o n t e m p o r á -
e n e l q u e a p a r e c e n c o m o a c e r c a m i e n t o s a l a cuestión filosófica de l a v e r d a d q u e , de neas de l a v e r d a d e n c o n t r a m o s y a u n e j e m p l o , u n caso, de ese d i n á m i c o globalizar.
a l g u n a m a n e r a , irían i n c o r p o r a n d o a l c a u d a l de c u e s t i o n e s o p r o b l e m a s a tratar, E s t o es así e n p a r t e p o r q u e l a s teorías de l a v e r d a d se v e n s o m e t i d a s — p o r l a presión de
c u a n d o se t e m a t i z a l a v e r d a d , n u e v o s e l e m e n t o s , a s p e c t o s , p e r s p e c t i v a s o d i m e n s i o - u n a r g u m e n t o i n t e r n o p u r a m e n t e f o r m a l — a trascender sus hrnites, a «abrirse» h a c i a
nes (entiéndase q u e l a « i n c o r p o r a c i ó n » n o s i e m p r e es n i explícita n i s i q u i e r a c o n s - otras teorías.
c i e n t e ; e n m u c h a s o c a s i o n e s a p a r e c e c o m o u n humus t e ó r i c o implícitamente a s u - H a c e años J o s p e h S i m o n (1983:11) p u s o de m a n i f i e s t o las i m p l i c a c i o n e s q u e p a r a
m i d o s o b r e e l c u a l crecerían o surgirían n u e v o s e l e m e n t o s , n u e v a s d i m e n s i o n e s ) , el p e n s a m i e n t o s o b r e l a v e r d a d tiene e l r e c o n o c i m i e n t o de que «[...] t o d a p r e g u n t a
d a n d o así l u g a r a u n a h i s t o r i a q u e , s i n o c r o n o l ó g i c a m e n t e , sí c o n c e p t u a l m e n t e , s u s c i t a l a expectativa de u n a r e s p u e s t a que a s p i r a a ser v e r d a d . También las p o s i b l e s
sería l a h i s t o r i a d e u n a p r o g r e s i v a — e n t i é n d a s e s i e m p r e e n el o r d e n c o n c e p t u a l y n o respuestas a l a p r e g u n t a p o r l a e s e n c i a de l a v e r d a d d e b e n ser v e r d a d . Y s i n e m b a r g o l a
e n e l c r o n o l ó g i c o — - c o m p l e j i z a c i ó n de l a cuestión. cuestión e r a p r e c i s a m e n t e qué es l a verdad». C u a n d o l a respuesta a u n a p r e g u n t a d a d a
es u n a teoría de l a v e r d a d , l o p r i m e r o que se p l a n t e a es l a cuestión de l a v e r d a d de esa
S i tuviéramos q u e a c u d i r a u n a i m a g e n p a r a a c l a r a r n u e s t r a interpretación, diría-
m i s m a teoría.
m o s q u e las d i s t i n t a s teorías c o n t e m p o r á n e a s de l a v e r d a d «dibujan» u n a suerte de
E s a p r e g u n t a q u e n i n g u n a teoría «honesta» de l a v e r d a d debería eludir, p l a n t e a u n a
e s p i r a l e n c u y o p u n t o de a r r a n q u e se situaría a q u e l g r u p o de teorías de m a y o r «del-
d i f i c u l t a d , p u e s : « ¿En cuál de las acepciones de " v e r d a d " debe ser ella m i s m a v e r d a d ? ».
g a d e z » temática. A m e d i d a q u e l a e s p i r a l se f u e r a a b r i e n d o estaríamos a s i s t i e n d o a
S i n d u d a , «parece r a z o n a b l e p r e s u p o n e r q u e u n a t a l teoría debería ser v e r d a d e x a c t a -
u n a m a y o r a p e r t u r a c o n c e p t u a l y temática. E n u n a p a l a b r a , a u n a m a y o r « p r o b l e m a -
mente e n l a m i s m a acepción de "verdad" que ella intenta presentar c o m o e l verdadero
tización d e l p r o b l e m a » . U n a teoría e n u n a l i n e a « m á s abierta» de l a e s p i r a l vendría a
s i g n i f i c a d o de " v e r d a d " . E l c r i t e r i o de v e r d a d que e l l a desarrolle debería serle a p l i c a b l e
ser así u n a teoría q u e «habría a b s o r b i d o » — d e u n a f o r m a m á s o m e n o s implícita—
a ella m i s m a ; y s i n e m b a r g o , a este respecto s u r g e n dificultades, pues es evidente que
e l e m e n t o s de l a s teorías e n l a s líneas m á s c e r r a d a s o, p a r a d e c i r l o e n u n l e n g u a j e
existen teorías de l a v e r d a d c u y o c o n c e p t o n o podría aplicárseles» ( S i m o n 1983: 13-
m e n o s metafórico, de las teorías c o n c e p t u a l m e n t e m á s s i m p l e s . D i c h o de o t r a m a n e -
14). P o r e j e m p l o , t o d a s las teorías d e l t i p o e m p i r i s t a f r a c a s a n ante e l c r i t e r i o de l a
r a , c a d a u n a de las teorías q u e o c u p a r í a n l a s «líneas m á s c e r r a d a s o bajas» de l a
autoaplicación.
e s p i r a l constituirían u n a s u e r t e d e s u b s u e l o n e c e s a r i o , p e r o i n s u f i c i e n t e , p a r a l a s
posteriores. P e r o lo c i e r t o es q u e n o s o n sólo esas teorías las que f r a c a s a n ante ese c r i t e r i o ; ellas
n o s o n las únicas teorías que «sustentan» s u v e r d a d e n o t r a teoría de l a v e r d a d . L o
Se trata de u n a reconstrucción de l a «historia interna» de las teorías de l a v e r d a d
h a c e n las teorías deflacionistas de l a v e r d a d . Apoyándose e n l a c o n v i c c i ó n de que t o d o
q u e j u e g a e n c o n t r a de l a «voluntad» expresa de m u c h o s de los teóricos c u y a h i s t o r i a
l o q u e m e r e c e l a p e n a decirse a propósito de l a v e r d a d se f u n d a y agota e n el r e c o n o c i -
p r e c i s a m e n t e p r e t e n d e m o s contar. L a cuestión es m u y c l a r a e n el caso de las l l a m a d a s
m i e n t o de l a v a l i d e z d e l e s q u e m a ( H o r w i c h 1998: 121-123):
teorías m i n i m i s t a s de l a v e r d a d q u e e n n u e s t r a clasificación o c u p a n e l p u n t o de a r r a n -
q u e de esa e s p i r a l c o n c e p t u a l de l a que hablábamos antes. P u e s , s i n d u d a , estas teorías
se e n t i e n d e n a sí m i s m a s c o m o teorías «minimistas» de l a v e r d a d p e r o , s u pretensión l a p r o p o s i c i ó n de que p es v e r d a d e r a s i , y sólo s i , p
j u s t a m e n t e n o es o t r a que m o s t r a r q u e n o tiene justificación teórica n i n g u n a e l p r e t e n -
d e r u n e n g r a s a m i e n t o «artificial» de u n c o n c e p t o , a s u entender, p r e c i s a m e n t e «sobre- [...] se m u e s t r a n , s i n e m b a r g o , i n c a p a c e s de f u n d a m e n t a r , e n sus p r o p i o s términos, l a
dimensionado». v e r d a d de s u p r o p u e s t a .
S i n e m b a r g o , c u a n d o se asiste a l despliegue de esa i d e a , o b s e r v a m o s q u e más q u e E n este sentido, l a c o n c e p c i ó n semántica de l a v e r d a d de T a r s k i (1935 y 1944) — q u e
u n a auténtica «deflación» d e l c o n c e p t o de l a v e r d a d l o que e n c o n t r a m o s es u n «deteni- absorbe e l e m e n t o s f u n d a m e n t a l e s d e l d e f l a c i o n i s m o — s u p o n e u n neto p r o g r e s o . E s t a

102 103
teoría d i s t i n g u e entre lenguaje-objeto y m e t a l e n g u a j e y sostiene que e l p r e d i c a d o de « Q u e e l e n u n c i a d o sea verdadero s i g n i f i c a que d e s c u b r e a l ente e n sí m i s m o . E n u n c i a ,
v e r d a d p a r a u n lenguaje d a d o l o es s i e m p r e de u n lenguaje q u e n o es e l lenguaje-objeto, m u e s t r a , "hace v e r " [...] a l ente e n s u estado de descubierto». E l ser verdadero (verdad)
es decir, l o es de u n metalenguaje. T e n e m o s así que: d e l e n u n c i a d o debe entenderse c o m o u n «ser descubridor».
E l d e f l a c i o n i s m o e n t o r n o a l a v e r d a d t e r m i n a así d e s e m b o c a n d o , p o r sus p r o p i o s
P u e n g u a » / Na^enguaie] e s
™a o r a c
verdadera-en-el-lenguaje-objeto
i ó n
[ m e t a l e n g u a j e ] si, pasos, e n l a g r a n c o r r i e n t e filosófica q u e h a e n t e n d i d o q u e el p r o b l e m a (filosófico) de
y sólo s i , p [ m e u ü e n g u a j e ]
l a v e r d a d es f u n d a m e n t a l m e n t e e l p r o b l e m a de d a r c u e n t a de las c o n d i c i o n e s de p o s i -
b i l i d a d d e l a «mostración» d e l m u n d o p o r p a r t e d e l lenguaje.
y que: E n f o r m a general y c o n d i c i o n a l tendríamos entonces que:

' 'p es u n a o r a c i ó n v e r d a d e r a - e n - e l - l e n g u a j e - o b j e t o s i , y sólo s i , p

[metalenguaje] t m e U j e n g u a j e ] " p ' es u n a o r a c i ó n verdadera-en-el-lenguaje-objeto s i , y sólo s i , p ' es u n a oración
[—aguaje] ^ e s
o r a c i ó n verdadera-en-el-metalenguaje si, [ m e t a m e t 2 l e n g u a j e ]
que "muestra el m u n d o "
y sólo s i (porque)...
" p ' es u n a o r a c i ó n verdadera-en-el-lenguaje-objeto s i , y sólo s i , p " es u n a oración
A ese n i v e l metametalingüístico l a p r o p u e s t a de T a r s k i p a r e c e d e s c a n s a r e n u n a verdadera-en-el-metalenguaje s i , y sólo s i (porque) " 'p' es u n a oración
m o d a l i d a d de l a i d e a de l a verdad c o m o adecuación entendida ahora n o c o m o adecua- verdadera-en-el-lenguaje-objeto s i , y sólo s i , p " se adecúa a l c o n c e p t o de l a v e r d a d
c i ó n a l a r e a l i d a d s i n o c o m o adecuación a u n c o n c e p t o : c o m o mostración

" p ' es u n a o r a c i ó n verdadera-en-el-lenguaje-objeto s i , y sólo s i , p " es u n a oración E s e m i s m o c o n c e p t o de l a «mostración» d e l m u n d o parece ser e l que subyace a l a
verdadera-en-el-metalenguaje s i , y s ó l o s i ( p o r q u e ) " p ' es u n a oración c o n s i d e r a d a c o n c e p c i ó n de l a v e r d a d c o m o c o r r e s p o n d e n c i a (en e l s e n t i d o de u n a c o n -
verdadera-en-el-lenguaje-objeto s i , y sólo s i , p " se adecúa a (se c o r r e s p o n d e con) g r u e n c i a ) a s o c i a d a a l a q u e se defiende e n e l Tractatus Logico-Philosophiciis de W i t t -
nuestro c o n c e p t o i n t u i t i v o de l a v e r d a d e n c u a n t o a p l i c a d o a l a frase p' genstein. E s t o se t r a s l u c e e n q u e e l Tractatus se d i r i g e a i n d a g a r p o r las c o n d i c i o n e s de
p o s i b i l i d a d d e l a v e r d a d ( c o m o c o n g r u e n c i a ) , indagación que se a r t i c u l a e n t o r n o a l
T a r s k i m i s m o se refiere a ese c o n c e p t o i n t u i t i v o de l a v e r d a d c o m o e l clásico de l a t e m a de l a «figuración» (del m u n d o p o r p a r t e d e l lenguaje).
v e r d a d c o m o adecuación a l a r e a l i d a d ; p e r o se p u e d e a r g u m e n t a r q u e e n e l c o n t e x t o de También e n H e i d e g g e r e l esfuerzo e n t o r n o a l a v e r d a d se c e n t r a e n l a d e t e r m i n a -
l a c o n c e p c i ó n semántica ese c o n c e p t o se deja c a p t a r m e j o r s i se l o i n t e r p r e t a e n e l c i ó n de l a s c o n d i c i o n e s de p o s i b i l i d a d d e l a v e r d a d , p e r o s i e n W i t t g e n s t e i n l a atención
s e n t i d o que M c G i n n (2000 y 2002) d a a l a i d e a de que l a v e r d a d es e s e n c i a l m e n t e u n a se f o c a l i z a e n l a frase (elemental), e n H e i d e g g e r las c o n d i c i o n e s de p o s i b i l i d a d de l a
p r o p i e d a d «desentrecornilladora». v e r d a d se r e f i e r e n a l Dasein (y n o sólo a s u lenguaje) c o m o p o s i b l e l u g a r de l a v e r d a d .
Según esa versión las o r a c i o n e s [ p r o p o s i c i o n e s ] a f i r m a d a s c o m o v e r d a d e r a s «se ¿ C ó m o p u e d e l a frase e l e m e n t a l «mostrar», «figurar», e l m u n d o — s e preguntará e l
borran» —se t o r n a n «transparentes»— p a r a p e m ñ t i r v e r c ó m o es e l « m u n d o » bajo l a Tractatus—? ¿ C ó m o p u e d e elDasein «develar», «mostrar» los entes —indagará H e i d e g -
asunción de s u v e r d a d . S e t r a t a de frases q u e r e m i t e n clirectamente a l m u n d o y n o ger—? L a e s c a l a d a e n e l g r a d o de c o m p l e j i d a d que se o b s e r v a desde e l p l a n t e a m i e n t o
e x h i b e n u n a característica o p r o p i e d a d de ellas m i s m a s : l o q u e u n a predicación d e l a t r a c t a r i a n o a l h e i d e g g e r i a n o es u n b u e n i n d i c a d o r de l o q u e a l c o m i e n z o d e n o m i n á b a -
v e r d a d «permite ver» o «muestra» es «algo d e l m u n d o » , n o algo de l a oración m i s m a m o s « p r o c e s o de complejización d e l p r o b l e m a » .
d i c h a verdadera. E s e p r o c e s o a d o p t a u n r u m b o n u e v o c u a n d o ( e n t e n d i d o « c u a n d o » e n e l o r d e n de
E n este s e n t i d o , l o q u e distmguiría a u n a c o n c e p c i ó n «desentrecornilladora» d e l a u n a reconstrucción c o n c e p t u a l , n o e n e l c r o n o l ó g i c o ) desde las teorías c o h e r e n c i a l e s
v e r d a d e n t e n d i d a e n esos términos de u n a c o n c e p c i ó n de l a v e r d a d c o m o c o r r e s p o n - de l a v e r d a d se a r r o j a n severas y f u n d a d a s sospechas a l a p o s i b i l i d a d de u n a teoría de
d e n c i a a l u s o sería l a «denuncia» p o r p a r t e de l a p r i m e r a de u n a suerte de m a n i o b r a l a v e r d a d c o m o adecuación (en el s e n t i d o de l a «mostración» ) a l p o n e r e n e n t r e d i c h o l a
«delatoria» p o r p a r t e de l a s e g u n d a . L o que i m p o r t a de l a v e r d a d de u n a frase n o es p o s i b i l i d a d lógica d e l c u m p l i m i e n t o d e las c o n d i c i o n e s de s u p o s i b i l i d a d .
t e n e r l a p r o p i e d a d de «corresponderse c o n l o s h e c h o s » , s i n o e l m u n d o que bajo l a M i e n t r a s q u e a n i v e l m e t a l i n g u i s t i c o (en e l s e n t i d o t a r s k i a n o ) las teorías c o h e r e n -
asunción de s u v e r d a d «abre» o «muestra»: quedarse e n u n a respuesta c o m o l a q u e las ciales de l a v e r d a d se d e b a t e n entre e l i n t e n t o de s a l v a g u a r d a r l a i d e a de l a v e r d a d
teorías de l a c o r r e s p o n d e n c i a p r o p o r c i o n a n es n o p e r m i t i r q u e las o r a c i o n e s v e r d a d e - c o m o adecuación a c o s t a de r e b a j a r las exigencias de s u c u m p l i m i e n t o y e l de s a l v a -
ras c u m p l a n s u «auténtico» c o m e t i d o : e l de «abrir», «mostrar» e l m u n d o . M c G i n n g u a r d a r esas exigencias a d o p t a n d o l a i d e a de que l a v e r d a d consiste e n l a c o h e r e n c i a ,
(2000:104) c o n c l u y e : «Si esto s i g n i f i c a r o d e a r de n u e v o a l c o n c e p t o de l a v e r d a d de u n esta última i d e a resultará p a r t i c u l a r m e n t e «eficaz» a n i v e l metametalingüístico. P u e s
h a l o de m i s t e r i o , que así sea». s u p o n g a m o s q u e se sostiene u n a teoría de l a c o r r e s p o n d e n c i a «al u s o » :
Q u e así es «se muestra» e n e l h e c h o de que l a v e r d a d t a l c o m o es c o n c e b i d a p o r
M c G i n n e n t r o n c a c o n l a i d e a que H e i d e g g e r (2003: 239) defiende e n Ser y tiempo. ' p ' es u n a o r a c i ó n v e r d a d e r a s i y sólo s i 'p se adecúa a l a r e a l i d a d
También p a r a este a u t o r h a b l a r de que u n a p r o p o s i c i ó n es v e r d a d e r a p o r q u e tiene l a
p r o p i e d a d de c o r r e s p o n d e r s e c o n l o s h e c h o s o de a d e c u a r s e a l a r e a l i d a d es u n a « m a - E s evidente q u e esa i d e a de l a v e r d a d n o p u e d e a u t o a p l i c a r s e : ¿ c o n qué «realidad»
n i o b r a dilatoria» tendente a o s c u r e c e r e l h e c h o de que l o i m p o r t a n t e es l o siguiente: h a de a d e c u a r s e l a i d e a de que u n a frase d a d a es v e r d a d e r a s i , y sólo s i , se adecúa a l a

104
105
 MCGINN, Colin ( 2 0 0 0 ) : Logical Properties. Oxford: Clarendon Press.
r e a l i d a d ? ¿Qué clase de h e c h o es e l h e c h o d e q u é p' es v e r d a d e r a s i , y sólo s i , p se — (2002): «The Truth About Truth», en Richard Schantz (ed.), What is Tmth? Berlin: Walter de
adecúa a l a r e a l i d a d ? ¿Con qué clase de h e c h o s habría d e a d e c u a r s e l a o r a c i ó n " p' es Gruyter, pp. 1 9 4 - 2 0 4 .
v e r d a d e r a s i , y sólo s i , p " e n o r d e n a ser verdadera? N I C O L Á S , José Antonio y M . José F R Á P O L L I (eds.) ( 1 9 9 7 ) : Teorías de la verdad en el siglo XX.
a

P e r o t a m p o c o e l c o n c e p t o (metalingüístico) de l a v e r d a d c o m o «mostración» sale a Madrid: Tecnos.

este n i v e l m e j o r p a r a d o . E s d i s c u t i b l e , p e r o tiene sentido a f i r m a r que: R E S C H E R , Nicholas ( 1 9 7 3 ) : Tlte Coherence Theoiy of Tmth. Oxford: Oxford University Press.
— ( 1 9 8 5 ) : «Truth as Ideal Coherence», Review of Metaphysics, 3 8 : 7 9 5 - 8 0 6 .
S I M O N , Joseph ( 1 9 8 3 ) : La verdad como libertad. Salamanca: Sigúeme.
' p ' es u n a oración v e r d a d e r a s i y sólo s i 'p' " m u e s t r a e l m u n d o "
T A R S K I , Alfred ( 1 9 3 5 ) : «Der Wahrheitsbegriff in den formalisierten Sprachen», Studia Philoso-
phica, 1: 2 6 1 - 4 0 5 .
P e r o , ¿qué s e n t i d o podría tener d e c i r l o siguiente?:
— (1944): «The Semantic Conception of 'Truth and the Foundations of Semantics», Philosophy
and Phenomenological Research, 4: 3 4 1 - 3 7 6 .
" p' es u n a o r a c i ó n v e r d a d e r a s i y sólo s i 'p' " m u e s t r a e l m u n d o " " es v e r d a d e r a s i , W I T T G E N S T E I N , Ludwig ( 1 9 8 7 ) : Tractatus Logico-Philosophicus. M a d r i d : Alianza.
y sólo s i , (porque) " ' p ' es u n a o r a c i ó n v e r d a d e r a s i y sólo s i 'p " m u e s t r a e l m u n d o " "
"muestra el m u n d o "

M i e n t r a s q u e es problemático a p l i c a r u n concepto a d e c u a c i o n i s t a de l a v e r d a d c u a n -
d o se i n t e n t a c a r a c t e r i z a r l a v e r d a d de u n a d e t e r m i n a d a teoría de l a v e r d a d , l a v e r d a d
e n términos d e l a c o h e r e n c i a :

"' p' es v e r d a d e r a s i , y sólo s i , p [se adecúa a l a r e a l i d a d , " m u e s t r a e l m u n d o " ]

" es v e r d a d e r a s i , y sólo s i (porque) "'p' es v e r d a d e r a s i , y sólo s\,p [se adecúa
a l a r e a l i d a d , " m u e s t r a e l m u n d o " ] " encaja c o h e r e n t e m e n t e c o n e l resto
de n u e s t r o e n t r a m a d o c o n c e p t u a l

a r r o j a , s i n d u d a , « m á s sentido».
A h o r a b i e n , ¿ p o r qué n o p r e g u n t a r s e s i l a caracterización a n t e r i o r es a s i m i s m o
verdadera? ¿Y e n qué sentido d e «verdad» se podría r e s p o n d e r a esta cuestión?
¿Qué n o s c o n d u c e a tener p o r v e r d a d e r a u n a frase o p r o p o s i c i ó n s i (o p o r q u e )
e n c a j a c o h e r e n t e m e n t e c o n e l resto de n u e s t r o e n t r a m a d o c o n c e p t u a l ? ¿ N o será acaso
s u u t i l i d a d l a q u e h a c e v e r d a d e r a a u n a c o n c e p c i ó n d e l a v e r d a d c o m o c o h e r e n c i a (la
c u a l , a s u vez, «haría» v e r d a d e r a a u n a i d e a c o r r e s p o n d e n t i s t a de l a v e r d a d ; l a c u a l ,
i n t e r p r e t a d a de u n a c i e r t a m a n e r a , «sustentaría» l a v e r d a d de u n a c o n c e p c i ó n semán-
t i c a — o d e f l a c i o n i s t a — de l a verdad)? ¿Y es aquí l a u t i l i d a d l a última determinación
p o s i b l e de l a v e r d a d ?
E l p r a g m a t i s m o i r r u m p e así e n e l d o m i n i o de las teorías de l a v e r d a d a n i v e l m e t a -
metahngüístico, p e r o s u v o c a c i ó n p r i m e r a , l a exploración d e l c o n c e p t o metalingüísti-
c o (en sentido t a r s k i a n o ) de l a v e r d a d s u p o n e l a i n c o r p o r a c i ó n de u n a n u e v a , y a p a r t i r
de aquí y a i m p r e s c i n d i b l e , p e r s p e c t i v a , a saber, l a q u e i m p o n e l a n e c e s i d a d de r e s p o n -
d e r a l a cuestión: ¿ p o r qué nos i m p o r t a l a verdad?

Bibliografía

HABERMAS, Jürgen ( 2 0 0 2 ) : Verdad y justificación. M a d r i d : Trotea.

HEIDEGGER, Martin ( 2 0 0 3 ) : Ser y tiempo. Madrid: Trotta.
HORWICH, Paul ( 1 9 9 8 ) : Tmth. Oxford: Oxford Clarendon Press.
— (2001): «ADefenseofMnimafem»,Syní/íeíe, 126: 149-165.

JAMES, William ( 2 0 0 0 ) : Pragmatismo. Un nuevo nombre para algunos modos antiguos de pensar.
Madrid: Alianza.

107
106
La universalidad concreta
Xabier Insausti

Introducción

E n l a s dos últimas décadas d e l s i g l o X X se abrió u n p e r í o d o , a l m e n o s e n E u r o p a ,

de r e a c c i ó n frente a l o q u e había o c u r r i d o a n t e r i o r m e n t e . E n este p e r í o d o l a s i l u s i o -
nes de e m a n c i p a c i ó n de l o s a ñ o s a n t e r i o r e s se d e s v a n e c i e r o n , se desarrolló u n c a p i -
t a l i s m o g l o b a l o p l a n e t a r i o y se extendió u n s e n t i m i e n t o de i m p o t e n c i a y de r e s i g n a -
c i ó n . E s l a é p o c a e n q u e se desarrolló l o q u e se l l a m a «globalización» m e r c a n t i l y
c a p i t a l i s t a , a p a r t i r de l a c u a l se h a i d o e x t e n d i e n d o l a « g l o b a l i z a c i ó n » a o t r o s á m b i -
tos, c o m o e l político o e l c u l t u r a l , e n t r e o t r o s . S u r g e u n n u e v o e s c e n a r i o m u n d i a l . L a s
c o n d i c i o n e s c a m b i a n y también l a filosofía d e b e r e a c c i o n a r s i n o q u i e r e q u e d a r s e
f u e r a de j u e g o .
E n u n n i v e l g e n e r a l , este n u e v o e s c e n a r i o m u n d i a l p o l a r i z a l a d i n á m i c a h a c i a
d o s e x t r e m o s q u e se v a n a v e r e n f r e n t a d o s d e múltiples m a n e r a s . P o r u n l a d o , se v a
a d a r u n a f r a g m e n t a c i ó n c a d a v e z m a y o r d e l a s s o c i e d a d e s q u e v e n c ó m o sus c o m -
p e t e n c i a s se v a n r e d u c i e n d o , s u a u t o n o m í a se l i m i t a , l a i n j e r e n c i a e x t e r n a v a e n
a u m e n t o — c o m o r e a c c i ó n se d e s a r r o l l a u n a d i n á m i c a d e f e n s i v a . P o r o t r o l a d o , l o s
a m b i g u o s d i s c u r s o s s o b r e d e r e c h o s u n i v e r s a l e s se a f i r m a n c o m o válidos i n d e p e n -
d i e n t e m e n t e de c u a l q u i e r c o n t e x t o . E s t a situación v a a g e n e r a r tensiones entre a m b o s
e x t r e m o s , h a s t a a h o r a d e s c o n o c i d a s , a l m e n o s e n l a p r o p o r c i ó n e n q u e se d a n a h o -
r a , y q u e harán n e c e s a r i o e s t a b l e c e r n u e v a s r e g l a s de j u e g o p a r a d i r i m i r l o s c o n f l i c -
tos r e s u l t a n t e s . E n t r e t e n s i o n e s y c o n f l i c t o s se v a a b r i e n d o c a m i n o e l n u e v o m i l e -
nio, también c o n nuevas posibilidades. P e r o los riesgos s o n grandes. C o m o ejemplo
g e n e r a l y g l o b a l b a s t a n l a s s i g u i e n t e s r e f e r e n c i a s . H a c e n o m u c h o Jürgen H a b e r -
m a s d e c l a r a b a — y e l l o refiriéndose s ó l o a E u r o p a — q u e s i ésta ( E u r o p a ) n o e n c o n -
t r a b a s u l u g a r , es decir, s i n o e r a c a p a z de p o n e r s e de a c u e r d o e n u n a c o n s t i t u c i ó n
c o m ú n p a r a e l a ñ o 2 0 0 9 , quedaría d e f i n i t i v a m e n t e a t r a p a d a e n l a s g a r r a s d e l n e o l i -
b e r a l i s m o y s u f u t u r o se presentaría m á s q u e i n c i e r t o y o s c u r o . S i n o s a s o m a m o s a
l o s países m e n o s f a v o r e c i d o s e n este c a s i n o financiero l a s c o s a s s o n m u c h o m á s
drásticas. L o s d e f e n s o r e s d e l a anti-globalización t i e n e n m u c h o s a r g u m e n t o s a s u
favor. R o b e r t J . S h i l l e r , p r o f e s o r de e c o n o m í a e n Y a l e , n o s a d v i e r t e e n s u o b r a Irra-
tionál Exuberance d e l p e l i g r o q u e s u p o n e l a « t r e m e n d a inestabilidad» e n q u e h a n
q u e d a d o m u c h a s p e r s o n a s t r a s e l boom e c o n ó m i c o de l o s ú l t i m o s a ñ o s , q u e es
precisamente el que h a p r o p i c i a d o lo que l l a m a m o s «globalización».
Q u e e l d e s a r r o l l o de l a c u l t u r a n o h a i d o de l a m a n o de l a «globalización» e c o n ó -
m i c a es b i e n evidente. M á s b i e n , y a p e s a r de l o s esfuerzos p o r b u s c a r espacios c u l t u -
rales c o m u n e s a u n q u e s ó l o f u e r a a n i v e l e u r o p e o , l o s l o g r o s s o n m í n i m o s y las voces

109
críticas también a este n i v e l s i g u e n a u m e n t a n d o . L a filosofía debe i n c i d i r aquí. S u P e r o esta t e n d e n c i a e n c i e r r a algo v e r d a d e r o : l a n e c e s i d a d de a f i r m a r las s i n g u l a r i -
aportación se a n t o j a i m p r e s c i n d i b l e . D e l o c o n t r a r i o l a d i n á m i c a p u e d e verse a b o c a - dades «absolutas», l o v e r d a d e r a m e n t e singular, que n o q u i e r e dejarse «reducir» s i n
d a a espacios i n c o n t r o l a b l e s , c a l d o de c u l t i v o de «irracionalismos» y « d o g m a t i s m o s » más, s i n o q u e a f i r m a s u d e r e c h o a e v o l u c i o n a r desde l a s p r e m i s a s p r o p i a s . S e d a u n
q u e , u n a v e z i n s t a l a d o s , b l o q u e a n c u a l q u i e r p o s i b i l i d a d a b i e r t a de f u t u r o r e a l m e n t e r e c h a z o a l a globalización m e r c a n t i l e n l a m e d i d a e n que p r e s t a m o s atención a los
«democrático». f e n ó m e n o s s i n g u l a r e s , a l o v e r d a d e r a m e n t e n u e v o , a lo que r o m p e e l rígido o r d e n
m u n d i a l . E l f e n ó m e n o de l a anti-globalización es l a v e r d a d e r a c a r a de l a globalización,
s u respuesta lógica. A m b o s están ligados. E l carácter abstracto del m e r c a d o m u n d i a l y
L a cultura el r e p l i e g u e s o b r e las pequeñas p a r t i c u l a r i d a d e s s o n las dos caras de u n m i s m o f e n ó -
m e n o . L a anti-globalización, p o d r í a m o s decir, f o r m a e l término m e d i o de u n s i l o g i s m o
C u a n d o l a d e s i g u a l d a d se a c r e c i e n t a , se s u e l e a p e l a r a l a e d u c a c i ó n , a l a c u l t u r a c u y o s e x t r e m o s serían f e r o z s o m e t i m i e n t o a l a h e g e m o n í a d e l c a p i t a l o anarquía.
c o m o c o r r e c t i v o e f i c a z . P e r o e s t a a p e l a c i ó n s u e l e s e r u n a e s p e c i e de t a b l a de s a l v a -
ción a l a desesperada. L a p l u r a l i d a d de culturas, el l l a m a d o «multiculturalismo»,
q u e h o y se e x h i b e más q u e se r e a l i z a , s ó l o es r e a l s i e m e r g e y se d e s a r r o l l a e n e l A l a b ú s q u e d a d e u n a a c t u a l definición d e l sujeto
i n t e r i o r de u n a c u l t u r a p a r t i c u l a r c o n s u p r o p i a tradición. E s t a d i n á m i c a es c o n t r a -
r i a a l a q u e se h a i m p u e s t o h a s t a a h o r a e n e l p r o c e s o g l o b a l i z a d o r . T o d o l o q u e J u d i t h B u t l e r , E r n e s t o L a c l a u y Slavoj Z i z e k p u b l i c a r o n , e n el año 2000, u n l i b r o
a d v i e n e d e s d e f u e r a ( d i r í a m o s e n e l d e s p a c h o d e algún r e p r e s e n t a n t e d e l p o d e r ) c o n el título: Contingencia, hegemonía, universalidad. E l l i b r o , de algún m o d o , e n c a u z a
l l e v a e l s i g n o d e l a i m p o s i c i ó n y l o a b s t r a c t o : s ó l o se i m p o n e p o r l a v i o l e n c i a y e n t r a a l g u n a s reflexiones dispersas a c e r c a de t e m a s r e l a c i o n a d o s c o n l a n u e v a situación ante
e n u n a e s p i r a l de c o n s e c u e n c i a s i m p r e v i s i b l e s , p e r o s i e m p r e n e g a t i v a s . E l c a s o de l o s desafíos d e l n u e v o m i l e n i o . E l t e m a d e l sujeto o c u p a u n lugar, y o diría e l l u g a r
I r a k n o es u n a e x c e p c i ó n , s i n o m á s b i e n e l e j e m p l o . L o s d e r e c h o s h u m a n o s s ó l o p r i v i l e g i a d o . E s n e c e s a r i o r e d e f i n i r e l sujeto, es n e c e s a r i o r e - p e n s a r (por c u a n t o se
t i e n e n algún s e n t i d o s i se c o m p r e n d e n c o m o u n a c o n q u i s t a l o g r a d a p o r a l g u n a t r a t a de u n n u e v o r e t o a u n viejo p r o b l e m a ) l a «identidad». E l sujeto n o p u e d e r e d u c i r -
práctica c o n c r e t a o r i e n t a d a a s u c o n q u i s t a . E l p r o b l e m a s u e l e c o m e n z a r c u a n d o se u n i l a t e r a l m e n t e a s u climensión i n d i v i d u a l p e r o t a m p o c o a l a s o c i a l ; se t r a t a pues de
u n a c u l t u r a c o n s i d e r a algún r a s g o o a l g u n a práctica c o n t r a r i a a l o s l l a m a d o s « d e r e - c o n j u g a r a m b a s d i m e n s i o n e s , a l a búsqueda de su.«identidad». E l psicoanálisis h a
c h o s h u m a n o s universales» c o m o d e f i n i t o r i o s d e sí m i s m a . P o r e j e m p l o , l a a b l a - a y u d a d o a desvelar l a maraña. E l fracaso de H e i d e g g e r habría s i d o , según Z i z e k , n o
c i ó n d e l clítoris. L a s o l u c i ó n l i b e r a l d e f i e n d e q u e s o n l o s a f e c t a d o s l o s q u e d e b e n h a b e r p r o f u n d i z a d o e n los p r e s u p u e s t o s de s u p r o p i o p l a n t e a m i e n t o (por l o c u a l h a -
d e c i d i r l i b r e m e n t e e n c a d a c a s o , eso sí, u n a v e z q u e h a y a n s i d o « c o r r e c t a m e n t e » i n - bría a b a n d o n a d o s u p r o y e c t o de Sein und Zeit), h a b e r c o n f u n d i d o l o o n t o l ó g i c o c o n l o
f o r m a d o s . E s t a s o l u c i ó n f r a c a s a s i e m p r e p o r q u e esos sujetos r a c i o n a l e s p r e s u p u e s - óntico (él, que p r e c i s a m e n t e fue q u i e n advirtió de tal p e l i g r o ) , n o h a b e r s a b i d o a r t i c u -
tos p o r el m o d e l o l i b e r a l n u n c a existen e n l a r e a l i d a d . Se trata evidentemente de u n l a r a d e c u a d a m e n t e las d i m e n s i o n e s i n d i v i d u a l y s o c i a l d e l sujeto, estableciendo u n
c a s o típico o m o d é l i c o de « e l e c c i ó n f o r z a d a » , p u e s y a de a n t e m a n o se h a e l e g i d o e l
1
c o r t o c i r c u i t o i m p r o c e d e n t e entre ellas.
m a r c o (los « d e r e c h o s h u m a n o s » ) e n e l q u e se d e b e e l e g i r p o s t e r i o r m e n t e . S e s u p o - L o c o m ú n a los tres autores es que l a «identidad» n u n c a es algo c e r r a d o y definitivo,
n e q u e s ó l o u n a e l e c c i ó n es l a c o r r e c t a . S i n o se elige l o q u e se s u p o n e q u e se debe l a identificación n u n c a se p u e d e r e d u c i r a l a i d e n t i d a d , entre a m b o s se d a u n a b r e c h a
elegir, e s t a m o s a n t e u n a e l e c c i ó n n o l i b r e . Aquí se e n c i e r r a u n a c o m p l e j a p a r a d o j a i n c o n m e n s u r a b l e . P e r o j u s t a m e n t e este estatuto, lejos de s e r u n d e b i l i t a d o r de l a a r t i -
i m p o s i b l e de s o l v e n t a r e n e l e s q u e m a l i b e r a l . P u e s l o q u e sea l o « c o r r e c t o » es p r e c i - culación de l o general, u n i v e r s a l o g l o b a l , es más b i e n y p r e c i s a m e n t e l a f u e r z a a r t i c u -
s a m e n t e l o p r o b l e m á t i c o . P r i m e r o , n o r m a l m e n t e el s u j e t o q u e « i n - f o r m a » o « e - l a d o r a de l o estrictamente democrático y abierto. L a n e g a t i v i d a d e n e l c o r a z ó n m i s m o
d u c a » suele s e r e l « o c c i d e n t a l » , q u e c o n s i d e r a s u c u l t u r a « p o r e n c i m a » d e l a d e de l a i d e n t i d a d sería e l m o t o r m i s m o de l a dinámica c a p a z de a r t i c u l a r las distintas
a q u e l l o s a l o s q u e i n - f o r m a y c o n - f o r m a . S e g u n d o , ¿ q u é se p u e d e h a c e r e n e l c a s o s i n g u l a r i d a d e s entre sí. E l p r o b l e m a c o n c r e t o es p r e c i s a m e n t e l a c o n c e p c i ó n d e l c o n -
d e q u e l o s i n t e n t o s de i n - f o r m a c i ó n r e f u e r z a n p r e c i s a m e n t e l a s c o n v i c c i o n e s q u e cepto de u n i v e r s a l i d a d : «la u n i v e r s a l i d a d n o es u n c o n c e p t o estático, n i u n a priori
t r a t a n de c a m b i a r o c o r r e g i r p o r s u p u e s t a m e n t e erróneas o c o n t r a r i a s a l o s « d e r e - d a d o , y debería ser e n t e n d i d a c o m o u n p r o c e s o o u n a c o n d i c i ó n i r r e d u c t i b l e a cuales-
c h o s h u m a n o s » , c o m o o c u r r e , p o r e j e m p l o , c o n l o s e s c e n a r i o s de c o n f r o n t a c i ó n q u i e r a de sus m o d o s d e t e r m i n a d o s de aparición» (Butler, L a c l a u y Z i z e k 2000: i n t r o -
b é l i c a e n l o s q u e se suele a c a b a r o d i a n d o a ú n m á s s i es p o s i b l e a l o s p r e s u n t o s d u c c i ó n ) . U n a c o n c e p c i ó n sustantiva y procesal de l a u n i v e r s a l i d a d , c o m o p o r e j e m p l o
« s a l v a d o r e s » ? Y es q u e l a m i s m a t e n d e n c i a a a f i r m a r v a l o r e s a b s o l u t a o u n i v e r s a l - l a de H a b e r m a s les r e s u l t a i n a d e c u a d a p o r a b s t r a c t a . E l d i s c u r s o filosófico d e l a m o -
m e n t e válidos, s u e l e p r o v o c a r l a r e a c c i ó n a l r e p l i e g u e e n l o p a r t i c u l a r y a u n a d e - d e r n i d a d a n a t e m a t i z a d o p o r H a b e r m a s p a r e c e c o n j u r a r s e a h o r a c o n t r a él m i s m o . E l
f e n s a d o g m á t i c a de l o p r o p i o c o n t r a l o o t r o (lo s i n g u l a r se c o n v i e r t e e n p a r t i c u l a r ) . esfuerzo de H a b e r m a s p a r e c e caracterizarse p o r «descubrir o c o n j u r a r u n a u n i v e r s a l i -
E s t e r e p l i e g u e q u e t i e n e m u c h o s a s p e c t o s , a u n q u e l a d i n á m i c a sea s i e m p r e l a m i s - d a d p r e e s t a b l e c i d a c o m o presuposición d e l acto de h a b l a , u n a u n i v e r s a l i d a d q u e s u -
m a : e l r e p l i e g u e a l o s p a r t i c u l a r i s m o s , a l o s n a c i o n a l i s m o s d i m i n u t o s , a l a s sectas p u e s t a m e n t e c o n c i e r n e a u n rasgo r a c i o n a l de " h o m b r e " » . Se trataría p o r t a n t o de u n a
religiosas, a los g r u p o s culturales r e d u c i d o s , que n o t i e n e n otro objetivo que afir- abstracta c o n c e p c i ó n sustantiva de l a u n i v e r s a l i d a d que l a i g u a l a a u n a deteiminación
m a r su propia diferencia. c o g n o s c i b l e y p r e d e c i b l e y de u n a íormaprocesal de c o n c e b i r l a u n i v e r s a l i d a d , según l a
c u a l se p r e s u p o n e q u e e l c a m p o político está c o n s t i t u i d o p o r actores r a c i o n a l e s .
1. Sobre el concepto de "elección forzada" véase el primer capítulo de Zizek (1999).

110 111
Universalidad concreta A p a r t i r de esta c o n c e p c i ó n , aquí b r e v e m e n t e e s b o z a d a , a l g u n o s autores h a n d e s a -
r r o l l a d o u n a teoría política, últimamente m u y d i s c u t i d a , que q u e r e m o s a l m e n o s m e n -
L o que H e g e l d i c e de l a filosofía podría hacerse v a l e r también aquí. Según el filóso- c i o n a r e n s u i d e a f u n d a m e n t a l . E l c o n c e p t o de d e m o c r a c i a , q u e surgió e n G r e c i a , v a
fo alemán, t o d a auténtica filosofía lleva e n s u seno l a m a r c a de l o «universal c o n c r e t o » . l i g a d o a l a p o s i b i l i d a d de q u e a c o n t e z c a n cosas. Según Ranciére (que es u n o de los
E s t o q u i e r e d e c i r q u e c a d a filosofía s i n g u l a r se c o n t i e n e t a n t o a sí m i s m a c o m o a todas mejores críticos de B a d i o u ) , e n G r e c i a , las clases desfavorecidas, las e x c l u i d a s d e l p o -
las otras. C a d a é p o c a es, de algún m o d o , todas las épocas. N o se t r a t a de u n a externa d e r (el c o n j u n t o vacío q u e n o c u e n t a c o m o tal), se l e v a n t a r o n e x i g i e n d o s u p a r t i c i p a -
subdivisión d e l t o d o , s i n o d e l t o d o m i s m o a p r e h e n d i d o de u n m o d o específico. N o se c i ó n e n l o p ú b l i c o . L a d e m o c r a c i a n a c i ó pues c o m o u n a revuelta d e l o s e x c l u i d o s p o r
t r a t a de u n a r e d u c c i ó n de l o u n i v e r s a l a l o p a r t i c u l a r , s i n o de q u e c a d a s i n g u l a r tiene s u ser t e n i d o s e n c u e n t a , p o r ser i n c l u i d o s . U n a s o c i e d a d será t a n t o más democrática
p r o p i o u n i v e r s a l , c a d a u n o tiene u n a p e r s p e c t i v a específica d e l c a m p o entero. T o d o c u a n t o m á s c a p a z sea de a b r i r p r o c e s o s q u e i n t e g r e n e n s u dinámica a l o s desintegra-
u n i v e r s a l v a l i g a d o a u n a c i e r t a s i n g u l a r i d a d y, s i n ella, n o h a y u n i v e r s a l p o s i b l e . E n dos. E j e m p l o s clásicos s o n l a l u c h a de Antígona p o r h a c e r v a l e r s u «ley» frente a C r e o n -
d e f i n i t i v a , e l p r o b l e m a consiste e n d e t e r m i n a r qué es u n a «singularidad universal». te, o l a R e v o l u c i ó n F r a n c e s a c o m o e l p r o c e s o de l a l u c h a p o r e l r e c o n o c i m i e n t o de u n a
C ó m o u n a v e r d a d , q u e es s i e m p r e d e l o r d e n de l o singular, p u e d e ser también, a l a vez, tercera f u e r z a d i s t i n t a de l a n o b l e z a y e l c l e r o , o l o s p r o l e t a r i o s b u s c a n d o hacerse u n
válida p a r a todos. d i g n o h u e c o e n l a s o c i e d a d c a p i t a l i s t a , o las m u j e r e s q u e r i e n d o ser tenidas e n c u e n t a
A l a i n B a d i o u , u n o de l o s p e n s a d o r e s a c t u a l e s q u e c o n m á s r i g o r h a n p e n s a d o e n u n m e d i o d o m i n a d o p o r l o s h o m b r e s . L o s «sin papeles» s o n a h o r a l a n u e v a f u e r z a
este p r o b l e m a , a d s c r i b e l a p o s i b i l i d a d de q u e se dé u n a «universaHdad c o n c r e t a » a e n e l m u n d o g l o b a l . E l m o d e l o se repite. L a v e r d a d de l o s p r i m e r o s se h a l l a e n l o s
l o q u e l l a m a u n « a c o n t e c i m i e n t o » . E l a c o n t e c i m i e n t o se d i f e r e n c i a , según s u e n t e n - segundos. L a v e r d a d de l a globalización se h a l l a e n e l m o v i m i e n t o anti-globalización
der, r a d i c a l m e n t e de l a « s i t u a c i ó n » . L a situación d e f i n e e l c a m p o de l a m u l t i p l i c i d a d e n c u a n t o c a n a l i z a d o r de l a respuesta p l u r a l y g l o b a l a l reto p l a n t e a d o p o r u n a g l o b a l i -
d e l o r e a l o b j e t i v o . E s d e l o r d e n de l o e n u m e r a b l e , de l o d i s c e r n i b l e , de l o n o m b r a - zación e x c l u s i v a m e n t e p a r t i c u l a r , p o r c u a n t o p r e t e n d e hacerse r e a l sólo e n c u a n t o res-
b l e , d e l c a m p o d e l c o n o c i m i e n t o . L a moralidad p e r t e n e c e a este o r d e n . E l aconteci- p o n d e a sus intereses p a r t i c u l a r e s , a costa de u n d e s e q u i l i b r i o c a d a vez más a c e n t u a d o
miento es d e o t r o o r d e n t o t a l m e n t e d i s t i n t o . D e f i n e l o r a d i c a l m e n t e i r r e p r e s e n t a b l e entre l o s seres h u m a n o s . P o r ello los anti-globalización t i e n e n dos e n e m i g o s : los que
d e n t r o de l a situación, es s u v a c í o . E l a c o n t e c i m i e n t o r o m p e e l o r d e n d e l a s i t u a - e n t i e n d e n l a globalización de u n m o d o u n i l a t e r a l y, e n e l f o n d o , p o c o g l o b a l i z a d o p o r
c i ó n , s a c a n d o a l a l u z l o q u e l a situación o c u l t a , l o q u e se h a l l a r e p r i m i d o e n e l l a . S u c u a n t o b u s c a n sólo s u p r o v e c h o ; y l o s que se a f e r r a n a sus p a r t i c u l a r i s m o s q u e r i e n d o
o r d e n es e l de l a v e r d a d , q u e es s i e m p r e s i n g u l a r (no p a r t i c u l a r n i u n i v e r s a l a b s t r a c - d a r l a e s p a l d a a c u a l q u i e r c o n t a m i n a c i ó n externa. L a a s t u c i a de l a r a z ó n h a c e q u e sea
t a ) , p o r n o p o d e r r e t r o t r a e r s e a n i n g ú n o r d e n p r e v i o , a n i n g u n a situación. P o r ello, p r e c i s a m e n t e e l m o v i m i e n t o anti-globalización e l que represente l o s intereses d e u n a
l a relación e n t r e a m b a s es de « s u s t r a c c i ó n » : e l a c o n t e c i m i e n t o se s u s t r a e a l a s i t u a - globalización r e a l , « c o n r o s t r o h u m a n o » , d o n d e l o s intereses singulares n o q u e d e n
c i ó n . L a ética v a l i g a d a a l c o n c e p t o de a c o n t e c i m i e n t o . a n u l a d o s s i n o , a l c o n t r a r i o , c o n v e r t i d o s a l a u n i v e r s a l i d a d c o n c r e t a , gracias p r e c i s a -
E l a c o n t e c i m i e n t o abre u n a p e r s p e c t i v a n u e v a , p o r ello aún m d e t e i m i n a d a , frente a m e n t e a l m i l a g r o d e l a c o n t e c i m i e n t o de l a globalización (y c o n t r a e l l a m i s m a ) .
l a c u a l p o d e m o s o a c e p t a r l a r a d i c a l m e n t e c o m o p u n t o de p a r t i d a (entonces h a b l a m o s L a d e m o c r a c i a ( c o m o e l sujeto q u e l a soporta) es pues s i e m p r e u n p r o c e s o ( n u n c a
de «fidelidad» a l a c o n t e c i m i e n t o ) o p o d e m o s negarle s u carácter r a d i c a l m e n t e n o v e d o - u n p u n t o final), e n e l q u e los que h a n p a r t i c i p a d o e n s u elaboración, p u e d e n a h o r a
so y entonces surge e l « m a l » , c o m o perversión o c o r r u p c i ó n de l a v e r d a d q u e e n c i e r r a s a b o r e a r sus frutos. Aquí l a paradigmática dialéctica d e l a m o y e l esclavo, o de Antígo-
el a c o n t e c i m i e n t o . n a y C r e o n t e (desplegadas p o r H e g e l e n l a Fenomenología del espíritu), t i e n e n p e r f e c t a
U n a c o n t e c i m i e n t o está s i e m p r e o r i e n t a d o a l vacío de u n a situación. « L o que hace actualidad.
q u e u n a c o n t e c i m i e n t o v e r d a d e r o p u e d a c o n s t i t u i r s e e n o r i g e n de u n a v e r d a d , única
c o s a que es p a r a todos y que es eterna — e s c r i b e B a d i o u — , r e s i d e e n q u e j u s t a m e n t e
está l i g a d o a l a p a r t i c u l a r i d a d de u n a situación sólo p o r e l sesgo de s u vacío. E l vacío, el Tres f o r m a s d e l M a l
múltiple-de-nada n o excluye n i o b l i g a a nadie». E s l a n e u t r a l i d a d a b s o l u t a d e l ser «de
m o d o que l a fidelidad de l a que u n a c o n t e c i m i e n t o es e l o r i g e n , a u n q u e sea u n a r u p t u - Según B a d i o u , c u a n d o l a v e r d a d de u n a c o n t e c i m i e n t o se pervierte o se c o r r o m p e
r a i n m a n e n t e e n u n a situación singular, n o p o r eso deja de a p u n t a r a l a universalidad» i r r u m p e e l M a l . E l M a l p u e d e a d o p t a r tres f o r m a s diferentes: l a f o r m a de l a traición (el
( B a d i o u 2004b: 146). a b a n d o n o de l a fidelidad a l a c o n t e c i m i e n t o ) , l a f o r m a d e l s i m u l a c r o (la sustitución d e l
E l a c o n t e c i m i e n t o se f u n d a e n l o q u e es r a d i c a l m e n t e i r r e p r e s e n t a b l e d e n t r o de vacío e n l a p l e n i t u d de l a c o m u n i d a d p o r el acto de n o m b r a r ) y l a f o r m a de u n a t o t a l i -
l a situación, a q u e l l o q u e c o n s t i t u y e s u v a c í o . E l a c o n t e c i m i e n t o es l a d e c l a r a c i ó n zación dogmática de l a v e r d a d . N o e n t r a m o s a a n a l i z a r este c o m p l i c a d o t e m a , p o r
d e l vacío, u n a r u p t u r a r a d i c a l c o n l a situación que vuelve visible lo que l a s i t u a - c u a n t o nos llevaría a a f i n a r e l bisturí p a r a diferenciar, p o r e j e m p l o , u n v e r d a d e r o a c o n -
c i ó n s ó l o p u e d e o c u l t a r . M i e n t r a s q u e e l c o n o c i m i e n t o es l a i n s c r i p c i ó n de l o q u e t e c i m i e n t o , c o m o es l a Revolución F r a n c e s a , p o r c i t a r sólo u n o evidente, y f o r m a s n o
p a s a d e n t r o de categorías o b j e t i v a s p r e v i a s , l a v e r d a d — l a s series de i m p l i c a c i o n e s verdaderas, c o m o s o n e l n a z i s m o o l a invasión de Irak. U n análisis más extenso nos
d e r i v a d a s d e l s u r g i m i e n t o de u n a c o n t e c i m i e n t o — es s i n g u l a r : s u n a t u r a l e z a de podría d a r l a clave p a r a d i f e r e n c i a r procesos democráticos auténticos de otros que
a c o n t e c i m i e n t o n o p u e d e s o m e t e r s e a u n a r e g l a p r e e x i s t e n t e . Así, e l a c o n t e c i m i e n - o b e d e c e n sólo a f o r m a s de t r a i c i o n e s , s i m u l a c r o s o d o g m a t i s m o s .
t o es i n c o n m e n s u r a b l e c o n l a situación, s u r u p t u r a c o n e l l a es a u t é n t i c a m e n t e
fundacional.

112 113
T r e s e j e m p l o s d e «singularidades universales» A m o d o d e conclusión

E l p r i m e r e j e m p l o l o t o m a m o s d e Z i z e k ( 2 0 0 5 : 16). E l d e s t i n o de u n v i e j o c o - B a d i o u m i s m o v a m á s allá de s u o p o s i c i ó n ontológica básica entre situación y a c o n -

m u n i s t a e s l o v e n o q u e , e n 1 9 4 3 , a l c a p i t u l a r I t a l i a , l i d e r ó u n a r e v u e l t a de l o s p r i - t e c i m i e n t o , c u y o ú n i c o f u n d a m e n t o está d a d o p o r l a categoría de «sustracción». P u e s
s i o n e r o s y u g o s l a v o s e n u n c a m p o d e c o n c e n t r a c i ó n de l a i s l a adriática R a b . Allí según s u p r e s u p u e s t o , es n e c e s a r i o dejar de l a d o l o s c o n t e n i d o s m a t e r i a l e s , ónticos, de
2.000 p r i s i o n e r o s c o n s i g u i e r o n d e s a r m a r a 2.200 s o l d a d o s i t a l i a n o s . A c a b a d a l a l a situación, y r e d u c i r l a a u n p r i n c i p i o d e f i n i t o r i o p u r a m e n t e f o r m a l (la organización
g u e r r a y debido a s u antiestalinismo, fue arrestado y h e c h o p r i s i o n e r o en u n a de l o c o n t a b l e , l o d i f e r e n c i a l c o m o tal). Según esta lógica, e l ú n i c o c o n t e n i d o p o s i b l e
pequeña isla l l a m a d a G o l i , u n f a m o s o c a m p o de concentración c o m u n i s t a . E n d e l a c o n t e c i m i e n t o c o m o p u r a sustracción es l a presentación o l a declaración de l o
1 9 5 3 , fue m o v i l i z a d o c o n o t r o s p r i s i o n e r o s p a r a c o n s t r u i r u n m o n u m e n t o c o n m e - irrepresentable. P o r ello l a fidelidad a l a c o n t e c i m i e n t o n o p u e d e t e n e r ningún c o n t e n i -
m o r a t i v o d e l d é c i m o a n i v e r s a r i o de l a r e b e l i ó n d e R a b , es d e c i r , c o m o p r i s i o n e r o do c o n c r e t o , sólo es de o r d e n f o r m a l . E n t a l caso l a mstinción entre a c o n t e c i m i e n t o y
c o m u n i s t a f u e m o v i l i z a d o p a r a e r i g i r u n m o n u m e n t o a sí m i s m o , a l a r e b e l i ó n s i m u l a c r o debe ser u n a distinción f o r m a l . L a r e s p u e s t a a l p r o b l e m a de establecer u n
l i d e r a d a p o r él m i s m o . c r i t e r i o p a r a chstmguir u n a c o n t e c i m i e n t o de u n s i m u l a c r o es que e l a c o n t e c i m i e n t o
E l s e g u n d o e j e m p l o l o t o m a m o s de u n a n o t i c i a q u e se d i f u n d i ó h a c e p o c o s días está o r i e n t a d o a l vacío de u n a situación. E l s i m u l a c r o — p o r e j e m p l o , e l n a z i s m o — se
e n l o s p e r i ó d i c o s españoles. U n a t r e i n t e n a d e «ilegales» q u e h a b í a n e s t a d o t r a b a - v i n c u l a c o n u n a situación c o n c e b i d a c o m o p l e n i t u d o s u s t a n c i a . Según l a lógica d e l
j a n d o en M a d r i d , u n a vez acabado s u m a l pagado trabajo tras largas j o r n a d a s so- s i m u l a c r o , e l s e u d o a c o n t e c i m i e n t o h a c e a d v e n i r a l ser, n o m b r a , n o e l vacío de l a s i t u a -
breviviendo en u n a s c o n d i c i o n e s i n f r a h u m a n a s , s o n detenidos y «puestos a d i s p o - c i ó n anterior, s i n o s u c o m p l e t i t u d . N o l a u n i v e r s a l i d a d de l o q u e n o se sostiene, j u s t a -
s i c i ó n judicial» p o r s u c o n d i c i ó n d e «sin p a p e l e s » . L a a m e n a z a q u e p e s a s o b r e ellos m e n t e , e n ningún t r a z o (en ningún múltiple) particular, s i n o l a p a r t i c u l a r i d a d a b s o l u t a
a h o r a es l a s e r d e v u e l t o s a s u país, c o n l o q u e s u f u t u r o se v u e l v e y a n o i n c i e r t o , s i n o de u n a c o m u n i d a d , e l l a m i s m a e n r a i z a d a e n l o s rasgos de l a t i e r r a , l a sangre, l a r a z a .
trágico. L e s e s p e r a u n a m á s q u e s e g u r a cárcel. S u s l i b e r a d o r e s se c o n v i e r t e n e n sus T o d o l o q u e p u e d e n h a c e r l o s sujetos c o m p r o m e t i d o s c o n o fieles a u n a v e r d a d , c o n
verdugos. u n a c o n t e c i m i e n t o v e r d a d e r o , es t e n e r c l a r o e n qué consistiría l a traición de u n a c o n t e -
M e n o s t r á g i c o , p e r o t a m b i é n s i n t o m á t i c o , es e l c a s o d e R a b i n o v i t c h , u n j u d í o c i m i e n t o — p e r o esto n o b a s t a p a r a establecer u n c r i t e r i o de chstinción entre v e r d a d y
q u e d e s e a b a e m i g r a r de l a U n i ó n Soviética c o m u n i s t a . E l b u r ó c r a t a de l a o f i c i n a de s i m u l a c r o . L a distinción v e r d a d / s i m u l a c r o sólo p u e d e m a n t e n e r s e r e c u r r i e n d o a algo
e m i g r a c i ó n le p r e g u n t ó l a r a z ó n d e e l l o . Él r e s p o n d i ó q u e tenía dos r a z o n e s . L a q u e v a m á s allá de ellos. S u v e r d a d sólo p u e d e entenderse c o m o e l p r o c e s o de i n t e g r a -
p r i m e r a e r a q u e t e m í a q u e e l c o m u n i s m o e n l a U n i ó n Soviética f u e r a p e r d i e n d o c i ó n d e l a c o n t e c i m i e n t o y l a situación. E s t o s u p o n e a r t i c u l a r dialécticamente a m b o s
p o d e r y que n u e v a s f u e r z a s políticas q u e l o d e s p l a z a r a n d e l p o d e r a c a b a r a n a c u - p o l o s , l a situación c o m o e l l u g a r de l o p a r t i c u l a r y e l a c o n t e c i m i e n t o c o m o e l l u g a r de
s a n d o a los j u d í o s p o r l o s c r í m e n e s c o m u n i s t a s c o m e t i d o s . « P e r o — l e r e p l i c ó e l l o singular, e n c u y o término m e d i o se sitúa e l ú n i c o l u g a r p o s i b l e de definición de l o
b u r ó c r a t a — eso n o t i e n e s e n t i d o , ¡el p o d e r de l o s c o m u n i s t a s n o se acabará n u n - «universal c o n c r e t o » , l a única célula «real» d e l p r o c e s o de globalización.
c a ! " . "Ésa es p r e c i s a m e n t e l a s e g u n d a r a z ó n " , r e s p o n d i ó R a b i n o v i t c h » ( c i t a d o e n
Z i z e k 2 0 0 5 : 56).
Bibliografía

U n a n o t a crítica: L a c l a u B A D I O U , Alain (1988): L'être et l'événement, Paris: Editions d u Seuil.

— (2002): Penser le multiple (ed. de Charles Ramond). Paris: L'Harmattan.

E l p l a n t e a m i e n t o de B a d i o u tiene u n p u n t o débil que h a s i d o puesto de relieve e n •— (2004a): La ética. Ensayo sobre la conciencia del mal. México: Herder.
— (2004k): Theoretical Writing (ed. de Alberto Toscano y R a Brassier). Londres y Nueva York:
diversas discusiones, l a más c l a r a de ellas quizás sea l a de L a c l a u . Éste c r i t i c a (decons-
Continuum.
t r u y e ) l a rígica o p o s i c i ó n que establece B a d i o u entre situación y a c o n t e c i m i e n t o , entre
B U T L E R , Judith; Ernesto L A C L A U y Slavoj Z I Z E K (2000): Contingency, Hegemony, Universality:
vacío y p l e n o . A m b a s categorías, según L a c l a u , se h a l l a n s i e m p r e y a m u t u a m e n t e c o n - Contemporary Dialogues on the Left. Londres y Nueva York: Verso (trad, cast.: Contingencia,
t a m i n a d a s y n o es p o s i b l e separarlas n u n c a d e l t o d o . P o r e j e m p l o , las d e m a n d a s de los hegemonía, universalidad. Diálogos contemporáneos en la izquierda, México, F C E , 2003).
«sin papeles» s o n d e m a n d a s p a r t i c u l a r e s , s u carácter p a r t i c u l a r n u n c a desaparece c o m - HALLWARD, Peter (ed.) (2004): Think Again. Alain Badiou and the Future of Philosophy. Londres y
pletamente, a u n q u e n o p o r ello s u l u c h a deje de p o d e r i m p u l s a r u n m o v i m i e n t o e m a n - Nueva York: Continuum.
c i p a t o r i o más a m p l i o , que v a y a m á s allá de los intereses p a r t i c u l a r e s . E s decir, l a t e n - RANCIÈRE, Jacques (1999): Disagreement: Politics and Philosophy. Minneapolis: University of
sión entre u n i v e r s a l i s m o y p a r t i c u l a r i s m o n u n c a p u e d e r o m p e r s e d e l todo. E l vacío Minnesota Press.
tiene p o t e n c i a l m e n t e cierto c o n t e n i d o : l o u n i v e r s a l . T o d o a c o n t e c i m i e n t o se p r e s e n t a — (2004): Tlie Politics of Aesthetics (con u n apéndice de Slavoj Zizek). Londres y Nueva York:
c o m o p o t e n c i a l vehículo de u n n u e v o o r d e n . E l s e n t i d o d e l a c o n t e c i m i e n t o está sus- Continuum.
ZIZEK, Slavoj (1999): Tlie Ticklish Subject: Tlie Absent Centre of Political Ontology. Londres y
p e n d i d o entre s u c o n t e n i d o óntico y s u r o l ontológico; d i c h o de o t r o m o d o , n u n c a se d a
Nueva York: Verso (trad, cast.: El espinoso sujeto. El centro ausente de la ontologia política,
u n a p u r a substracción. L a c o n t a m i n a c i ó n entre l o eventual y l o s i t u a c i o n a l es e l tejido
Buenos Aires, Nueva Visión, 1995).
de l a v i d a s o c i a l . — (2005): Interrogating the Real. Londres y Nueva York: Continuum.

114 115
Universalidad de la razón poética
versus globalización
María Jesús Maidagán Romeo

N o s e n c o n t r a m o s e n u n a « s o c i e d a d m u n d i a l » , t a n t o d e s d e e l p u n t o de v i s t a p o -
lítico c o m o c u l t u r a l . E s t o es u n h e c h o d e l q u e c a b r í a d e d u c i r q u e t a m b i é n estaría-
m o s e n u n m o m e n t o e n e l q u e p o d r í a m o s h a b l a r de « p e n s a m i e n t o g l o b a l » o, i n c l u -
so, «lenguaje g l o b a l » . A l r e s p e c t o , h a y a f i r m a c i o n e s r o t u n d a s e n s e n t i d o s d i f e r e n -
tes. Así A . D . S m i t h , a l t r a t a r de las r e l a c i o n e s v i v e n c i a l e s q u e l l e v a n a l a c o n s t r u c c i ó n
de u n a c u l t u r a (y de u n p e n s a m i e n t o ) , d i c e q u e l a c u l t u r a g l o b a l « n o d i s p o n e de
n i n g ú n p e n s a m i e n t o [...]. N o existe n i n g u n a " m e m o r i a m u n d i a l " q u e p u e d a s e r útil
p a r a u n a s u p u e s t a unión de l a h u m a n i d a d » (cf. B e c k 1 9 9 8 : 1 9 ) . A d u c e q u e l a s e x p e -
r i e n c i a s g l o b a l e s n o h a n h e c h o s i n o r e c o r d a r n o s n u e s t r a s c o n f r o n t a c i o n e s históri-
cas. O t r o s a u t o r e s , s i n e m b a r g o , a f i r m a n q u e l a p e r c e p c i ó n de esos c o n f l i c t o s a
e s c a l a g l o b a l p u e d e l l e v a r c o n s i g o l a m e j o r c o m p r e n s i ó n de l a s c r i s i s , t a n t o s o c i a l e s
c o m o políticas.
L a i d e a de u n p e n s a m i e n t o g l o b a l hace s u r g i r las preguntas relacionadas c o n ella:¿se
e n c u e n t r a el i n d i v i d u o , d e n t r o de este s i s t e m a , d i l u i d o e n l o g l o b a l o más b i e n p o t e n -
c i a d o ? L o que el ser h u m a n o tiene de u n i v e r s a l , es decir, s u r a z ó n o s u lenguaje, ¿es
m á s m a n i f i e s t o a l a s u m i r el c o n j u n t o de l a h u m a n i d a d c o m o u n t o d o i n t e r r e l a c i o n a d o
constante y p r o f u n d a m e n t e ? Se hará n e c e s a r i o c h s t m g u i r a q u e l l o que se refiere a l ser
h u m a n o e n t a n t o que t a l , es decir, l o u n i v e r s a l de l o s i m p l e m e n t e g l o b a l . E s p a l m a r i o
que el lenguaje c o m p a r t e a m b a s d i m e n s i o n e s , t a l y c o m o se explicará e n las siguientes
líneas.
P a r t i e n d o de l a i d e a c h o m s k y a n a de q u e e l c o n o c i m i e n t o d e l l e n g u a j e es u n
r e q u i s i t o i m p r e s c i n d i b l e p a r a p o d e r entender l a c o n d u c t a h u m a n a , sus sistemas
s o c i a l e s y l a h i s t o r i a h u m a n a e n g e n e r a l , v a m o s a fijarnos a q u í e n a q u e l l o q u e de
d i f e r e n t e t i e n e e l l e n g u a j e p o é t i c o f r e n t e a l l e n g u a j e h a b i t u a l c o m ú n y u s u a l de l o s
seres h u m a n o s e n g e n e r a l . E l l o n o s llevará a c o n t r a p o n e r l a s p o s i b i l i d a d e s de u n
l e n g u a j e u n i v e r s a l , p r o p i o de l a r a z ó n p o é t i c a , a l o s l e n g u a j e s sujetos a l d e v e n i r
h i s t ó r i c o y, e n c i e r t o s m o m e n t o s , e m p o b r e c e d o r , t a n t o de l a p e r c e p c i ó n d e l m u n -
d o , c o m o de l a c o m u n i c a c i ó n c o n n u e s t r o s c o n g é n e r e s . L o f a m i l i a r h u m a n o , q u e
s u e l e s e r e l s u s t r a t o d e l l e n g u a j e h a b i t u a l , p r e c i s a , c o m o s e ñ a l ó D e s c a r t e s , de u n a
v i g i l i a y atención m u y elevadas p a r a n o caer en los lugares c o m u n e s del sentido
común.
L a m i r a d a está y a , desde el m o m e n t o e n que h a b l a m o s , a r m a d a p a r a i n s t a u r a r u n
o r d e n e n las cosas que p e r c i b i m o s , a r m a d a de m a n e r a i n d i s p e n s a b l e p a r a establecer
semejanzas y diferencias. E n p a l a b r a s d e F o u c a u l t ( 1 9 6 8 : 5 ) , «los c ó d i g o s f u n d a m e n t a -
les de u n a c u l t u r a — l o s que rigen s u lenguaje, sus esquemas perceptivos, sus c a m b i o s ,

117
sus técnicas, sus valores, l a jerarquía de sus prácticas— fijan de a n t e m a n o p a r a c a d a
m u n i d a d . E n el d i s c u r s o c o t i d i a n o , p u e s t o que l a p a l a b r a — c a d a término d i s c u r s i -
h o m b r e los órdenes empíricos c o n los que tendrá algo que v e r y dentro de los que se
v o — está s o m e t i d a por el uso a s u integración e n l a c a d e n a sintagmática, p e r m a n e c e
reconocerá». L a filosofía, l a c i e n c i a , p e r o también l a poesía, s o n capaces de s u b v e r t i r
e n e l d o m i n i o de l o q u e el lector-oyente a g u a r d a . M a s u n d i s c u r s o d e s v i a d o , a p a r t a d o
ese o r d e n p r i m a r i o y c r e a r u n « o r d e n » . S i l a r a z ó n es l a c a p a c i d a d de a l c a n z a r c o n o c i -
d e l d i s c u r s o u s u a l , u n d i s c u r s o p o é t i c o , se debe ofrecer c o m o p r i m e r a c o n d i c i ó n
m i e n t o de l o u n i v e r s a l , es p r e c i s o a h o n d a r e n ella y exigirle el trabajo de l a c o m p r e n -
p a r a así ser c o n s i d e r a d o u n a n o v e d a d e n el decir, debe e x p r e s a r algo d e s c o n o c i d o
sión d e l m u n d o más allá de l o que llamaríamos « c o n o c i m i e n t o familiar», n o reflexivo,
h a s t a entonces: « D e c i r a q u i e n sabe l o q u e y a sabe p r o d u c e c r e d i b i l i d a d ; n o p r o d u c e ,
frente a u n a c u l t u r a que nos i m p o n e u n a d e t e r m i n a d a m i r a d a h a c i a las cosas, u n a
e m p e r o , satisfacción» ( B 11 5). D e l m i s m o m o d o , Aristóteles se s i r v e d e l t é r m i n o
apariencia ordenada.
«extraño» p a r a d e f i n i r l a p a l a b r a metafórica, e n c o n t r a p o s i c i ó n a l u s o «corriente»
E l l e n g u a j e p o é t i c o está sujeto a l a r a z ó n , u n i v e r s a l , c o m p a r t i d a p o r t o d o s l o s
del nombre.
seres h u m a n o s . E n t a n t o q u e l e n g u a j e , s u u n i v e r s a l i d a d d e r i v a de s u e s e n c i a m i s -
Aristóteles (1988), a l r e f e r i r s e a l o s orígenes de l a poesía, i n d i c a q u e las c a u s a s
m a : ser l o q u e h a c e que los seres h u m a n o s l o s e a n . E n t a n t o que p o é t i c o , de l a
de éstos s o n n a t u r a l e s : «Ya d e s d e n i ñ o s es c o n n a t u r a l a l o s h o m b r e s el r e p r o d u c i r
e s p e c i f i c i d a d de las leyes de l a c r e a c i ó n artística, c o m u n e s t a m b i é n p a r a e l t r a b a j o
i m i t a t i v a m e n t e ; y e n esto se d i f e r e n c i a n d e l o s d e m á s a n i m a l e s [•••] y h a c e s u s p r i -
c r e a d o r . E s así q u e , p u e s t o q u e c a d a p o e m a es c r e a c i ó n de u n i n d i v i d u o , está s o m e -
m e r o s p a s o s e n e l a p r e n d i z a j e m e d i a n t e imitación...». E l l e n g u a j e , a l i g u a l q u e t o -
t i d o a u n a serie de leyes n e c e s a r i a s . A h o r a b i e n , e n l a m e d i d a e n q u e e l p o e m a es u n
das l a s prácticas s o c i a l e s , c o m u n i c a t i v a s e n g e n e r a l , se d a e n u n a c o m u n i d a d de l a
p r o d u c t o , excede a l i n d i v i d u o c r e a d o r y se c o n v i e r t e e n o b j e t o p e r t e n e c i e n t e a u n a
q u e se a p r e n d e d e s d e n i ñ o s . T o d o e l l o h a c e a l ser h u m a n o f o r m a r p a r t e de u n a
r e a l i d a d e n l a q u e r i g e n o t r o t i p o de leyes: n o u n i v e r s a l e s , s i n o globalizadoras. La
c u l t u r a : l a t r a n s m i s i ó n de l a p a l a b r a se dará e n l a f a m i l i a y e n las r e l a c i o n e s i n t e r -
d e f e n s a de l a c r e a c i ó n artística será l a d e f e n s a d e l i n d i v i d u o así e n t e n d i d o (sujeto a
leyes u n i v e r s a l e s ) frente a l p e n s a m i e n t o n e b u l o s o g l o b a l . E n p a l a b r a s de C a s t e l l s personales.
(2003: 261), «el a r t e s i e m p r e h a s i d o u n p r o t o c o l o de c o m u n i c a c i ó n p a r a r e s t a u r a r U n a v e z c o n s i d e r a d o esto, t a m b i é n h a y que t e n e r e n c u e n t a q u e , s i l a c u l t u r a
l a u n i d a d de l a e x p e r i e n c i a h u m a n a p o r e n c i m a de l a o p r e s i ó n , l a d i f e r e n c i a y el t i e n e u n a s p e c t o i n d i v i d u a l i z a d o r , permitirá p o r e l l o a l a p e r s o n a c r e a r u n m u n d o
conflicto». d i f e r e n c i a d o d e l de l o s d e m á s . E s t e l e n g u a j e p o é t i c o d e l q u e n o s h a b l a Aristóteles
partirá de u n a r e a l i d a d c u l t u r a l e n l a q u e se h a f o r j a d o el l e n g u a j e e n g e n e r a l , con
E n los d i f e r e n t e s p r o c e s o s de e x p a n s i ó n , o de r e v o l u c i ó n , q u e se h a n d a d o a l o
todos sus lugares comunes, p a r a i n d i v i d u a l i z a r s e y b u s c a r s i g n i f i c a d o s p r o p i o s . Así
l a r g o de l o s s i g l o s , e l l e n g u a j e p o é t i c o h a i d o r e c o r r i e n d o l o s l u g a r e s o l a s f u n c i o -
p u e s , lapoética aristotélica e x p l i c a l o s i n g u l a r y característico d e l l e n g u a j e p o é t i c o ,
n e s q u e , e n c a d a u n o de e l l o s , se l e h a a s i g n a d o . E l l e n g u a j e p o é t i c o , c o m o e l a r t e
el m e d i o y l a s leyes p o r m e d i o de l a s c u a l e s se t r a s c i e n d e e l m u n d o d a d o : ese m u n -
e n g e n e r a l , es u n a a c t i v i d a d s o c i a l . Y p o r t a n t o , a u n r e s p o n d i e n d o a n e c e s i d a d e s
d o y a n o es m u d o , s i n o q u e h a b l a a l p o e t a y éste l o r e d e s c r i b e . P o r t o d o e l l o , h a b r á
g e n e r a l e s y a l e y e s u n i v e r s a l e s , está i n s c r i t o y se c o n c r e t a e n u n a c u l t u r a o c o n -
q u e c o n s i d e r a r : 1) qué es u n l e n g u a j e h a b i t u a l , d e l q u e h a y d e s m a r c a r s e ; y 2) cuáles
texto c u l t u r a l d e t e r m i n a d o , b i e n espacial, b i e n t e m p o r a l , b i e n relativo a otras
son los mecanismos p o r los cuales el poeta consigue l a s i n g u l a r i d a d c o m p a r t i d a
variables.
q u e l e es p r o p i a . P o r fin, h a b r á q u e p r e g u n t a r s e s i h o y e x i s t e n t a m b i é n u n o s topoi
E n el p e q u e ñ o u n i v e r s o griego y a se e m p i e z a n a d a r f o r m a s de individuación, m u y
de l o s q u e e l l e n g u a j e c r e a d o r p u e d e h u i r e n s u afán de e n r i q u e c i m i e n t o de l a r e a l i -
c o n c r e t a m e n t e e n el m u n d o d e l arte. Más c o n c r e t a m e n t e , l a Poética de Aristóteles, u n a
dad humana.
de las obras que m á s h a n m a r c a d o las i n t e r p r e t a c i o n e s a c e r c a de l a poesía a l o largo de
S i e n d o e l l e n g u a j e intrínseco a l a c o n d i c i ó n h u m a n a , s u realización c o n c r e t a se
los t i e m p o s , y a p r o p o n e u n r e c o n o c i m i e n t o a l trabajo d e l i n d i v i d u o d e n t r o de u n a
v a a d a r e n s o c i e d a d e s d e t e r m i n a d a s . T o d a l a información, todas las h a b i l i d a d e s
c o l e c t i v i d a d que le es i m p r e s c i n d i b l e , p e r o de l a que a l a vez h a de desmarcarse. L a
q u e p o s e e u n s e r h u m a n o serán las q u e c o n s t i t u y e n s u p r o p i a c u l t u r a , que a s u v e z
t a r e a del p o e t a es reflejar l a v i d a y l a r e a l i d a d de m a n e r a que t r a n s f o r m e l a visión que
se e n m a r c a e n u n a c u l t u r a m á s a m p l i a característica d e l g r u p o o g r u p o s s o c i a l e s a
los demás t i e n e n de s u e n t o r n o . L a t a r e a es, pues, de re-creación, de m o s t r a r l a p o s i b i -
l o s q u e p e r t e n e c e . L a c u l t u r a es i n d i v i d u a l i z a d o r a e n c u a n t o q u e d a a l ser h u m a n o
l i d a d de nuevos vínculos entre el i n d i v i d u o y l a e s t r u c t u r a c u l t u r a l e n l a que se i n s e r t a .
«la c a p a c i d a d de r e f l e x i o n a r s o b r e sí m i s m o . E s e l l a l a q u e h a c e de n o s o t r o s seres
P a r a Aristóteles, el entorno d e l i n d i v i d u o es a b s o l u t a m e n t e n e c e s a r i o p a r a s u d e s a r r o -
específicamente h u m a n o s , racionales, críticos y éticamente c o m p r o m e t i d o s . A t r a -
l l o c u l t u r a l . A h o r a b i e n , el i n d i v i d u o - p o e t a h a de s i n g u l a r i z a r s u p r o p i a relación c o n el
vés de e l l a d i s c e r n i m o s l o s v a l o r e s y e f e c t u a m o s o p c i o n e s . A través de e l l a e l h o m -
e n t o r n o y l a de los demás. S i e n d o el arte (poético, e n este caso), u n m e d i o específico de
b r e se e x p r e s a , t o m a c o n c i e n c i a de sí m i s m o , se r e c o n o c e c o m o u n p r o y e c t o i n a c a -
c o n o c i m i e n t o , h a de servir p a r a c o m u n i c a r las diferentes r e l a c i o n e s que se v a n a dar,
bado, p o n e e n cuestión sus p r o p i a s realizaciones, b u s c a i n c a n s a b l e m e n t e nuevas
s i e m p r e dentro de u n u n i v e r s o simbólico, entre el sujeto de l a creación y los receptores
s i g n i f i c a c i o n e s y c r e a o b r a s q u e l o trascienden» ( U N E S C O 1982: Declaración de
posibles de u n a d e t e r m i n a d a visión poética. Aristóteles nos i n t r o d u c e e n s u Poética e n
México).
l o s i n g u l a r y característico d e l lenguaje poético, s i n p e r d e r de v i s t a el o r i g e n c o m ú n del
C u a n d o e l n i ñ o o n i ñ a se i n s e r t a e n u n a c u l t u r a , a d q u i e r e u n l e n g u a j e q u e , j u n t o
a p r e n d i z a j e h u m a n o . E l p u n t o de p a r t i d a es l a u n i v e r s a l i d a d d e l ser h u m a n o : sólo éste
a s u e s t r u c t u r a , l l e v a c o n s i g o u n a l t o g r a d o de c o n o c i m i e n t o d e l m u n d o , así c o m o
es c a p a z de elevar l a s e n c i l l a imitación d e l a p r e n d i z a j e a l a re-producción i m i t a t i v a
u n a s e r i e de r e f e r e n c i a s c o m u n e s c o m p a r t i d a s p o r e l g r u p o de h a b l a n t e s a l que
(mimesis) de l a n a t u r a l e z a .
p e r t e n e c e . P o r e l l o , h a y u n l e n g u a j e «usual» o «habitual» e n el q u e se d e s a r r o l l a y,
Y a G o r g i a s había d a d o c o n u n término, l a «desviación», p a r a c a r a c t e r i z a r l a s i n -
m á s c o n c r e t a m e n t e , h a y u n a m a n e r a «habitual» de l l a m a r a l a s cosas. Aristóteles
g u l a r i d a d d e l l e n g u a j e p o é t i c o frente a l l e n g u a j e u t i l i z a d o h a b i t u a l m e n t e p o r l a co-
e n s u Poética, a l d e f i n i r l a figura p a r a d i g m á t i c a d e l q u e h a c e r artístico, a saber, l a

118
119
 Bibliografía
metáfora, c o m o d e s v i a c i ó n d e l d i s c u r s o c o t i d i a n o , c o m o r u p t u r a , n o s está r e m i -
t i e n d o t a n t o a l a i d e a de q u e p a r a l a s c o s a s e x i s t e n n o m b r e s « a p r o p i a d o s » (no p r o -
ARISTÓTELES (1988): Poética (ed. de Valentín García Yebra). Madrid: Gredos.
p i o s , c i e r t a m e n t e ) y n o m b r e s « a j e n o s » . L a n o c i ó n de n o m b r e a p r o p i a d o estaría BECK, U l r i c h (1998): ¿Qué es la globalización? Barcelona: Paidós.
r e l a c i o n a d a s i m p l e m e n t e c o n l a e x i s t e n c i a e n n u e s t r o l e n g u a j e c o t i d i a n o de n o m - C A S T E L L S , Manuel (2003): La galaxia Internet. Barcelona: Debolsillo.

b r e s u s u a l e s , c o r r i e n t e s , h a b i t u a l e s . . . E l l o n o i n d i c a q u e esos n o m b r e s se e n c u e n - F O U C A U L T , Michel (1968): Las palabras y las cosas. M a d r i d : Siglo X X I .

t r e n u n i d o s a l a c o s a de m a n e r a i n d i s o l u b l e , s i n o q u e , m á s o m e n o s , n o s s i r v e n e n SOLANA, José (1996): Sofistas. Testimonios y fragmentos. M a d r i d : Círculo de lectores.

n u e s t r o e n t o r n o p a r a e n t e n d e r n o s . L a metáfora, p u e s , n o p u e d e d a r s e s i n o e n c o n -
texto. E s e n e l c o n t e x t o e n e l q u e se p e r c i b e l a « i m p r o p i e d a d » , s i e n d o aquél e l
p o r t a d o r de u n a n o r m a de p r o p i e d a d s e m á n t i c a .
E f e c t i v a m e n t e , e n c a d a época, e n c a d a s o c i e d a d , h a y u n m o d o de expresarse
m á s o m e n o s c o m ú n . H o y e n d í a , e l d o m i n i o de l o s s i s t e m a s d e c o m u n i c a c i ó n
h a acelerado las relaciones entre diferentes lugares del planeta. ¿Qué valores,
q u é « o r d e n » , q u é c o n o c i m i e n t o f a m i l i a r , r e s p o n d e n a ese m u n d o g l o b a l ? E l
i n d i v i d u o a c t ú a , se i n f o r m a , p e r c i b e d e u n a m a n e r a d e t e r m i n a d a . Y n o se t r a t a
y a de u n a cuestión e x c l u s i v a m e n t e e c o n ó m i c a , s i n o c u l t u r a l . E s e n i ñ o que
« a p r e n d e p o r imitación» d e l que h a b l a Aristóteles t i e n e u n o s m o d e l o s de v i d a ,
de lenguaje.
¿Existe, p o r c o n s i g u i e n t e , u n a m i r a d a g l o b a l ? E l l e n g u a j e d e l a r t i s t a p r o v i e -
n e de u n a m i r a d a s i n g u l a r s o b r e e l m u n d o , d i f e r e n t e a l a m i r a d a m á s o m e n o s
e s t a n d a r i z a d a d e l s e r h u m a n o c u a n d o éste n o e j e r c e de p o e t a . E l l e n g u a j e , p o r
d e f i n i c i ó n c r e a d o r , h a de p o t e n c i a r s e e n ese a s p e c t o h a s t a r o m p e r c o n l o s m o l -
d e s de l a m i r a d a d o r m i d a h a c i a l a s c o s a s . E l p o e t a t r a t a de c r e a r h e c h o s n u e v o s .
E s a m i r a d a s i n g u l a r , s i n e m b a r g o , se h a c e u n i v e r s a l e n l a m e d i d a e n q u e p r o d u -
ce u n g r a d o de e m o c i ó n q u e a b r e p u e r t a s a l a l u c i d e z p r o p i a d e l a u t é n t i c o s e r
humano.
E n l a a c t u a l i d a d , el i n d i v i d u o y s u relación c o n l a s o c i e d a d h a n sufrido u n a
transformación. L a industria, en general, tiende a l a canalización del gusto, a l a
estandarización de las a s p i r a c i o n e s de los i n d i v i d u o s . F r e n t e a ello, l a poesía
p r o p o n e u n a v i s i ó n c o n t i n u a m e n t e r e n o v a d a d e l m u n d o c i r c u n d a n t e , q u e se
v u e l v e a m p l í s i m o e n e l m u n d o g l o b a l e n e l q u e v i v i m o s . E l i n g e n t e a u m e n t o de
l a i n f o r m a c i ó n l l e v a , e n m u c h o s c a s o s , a l a r e d u c c i ó n de l a p e r c e p c i ó n y, c o n
e l l o , a l a p r o l i f e r a c i ó n de e s t e r e o t i p o s l i n g ü í s t i c o s y c o m u n i c a t i v o s . E s t e f e n ó -
m e n o , aparentemente c o n t r a d i c t o r i o , p o r el que, teniendo acceso al ámbito glo-
b a l de l a s e x p r e s i o n e s c u l t u r a l e s , e l s e r l i n g ü í s t i c o se r e t r a e y e m p o b r e c e s u
c a p a c i d a d de c r e a c i ó n l i n g ü í s t i c a , h a b r í a de s e r t e n i d o e n c u e n t a . P u e s t o d o l o
q u e e l l e n g u a j e u s u a l t i e n e de v i v o , l o t i e n e e n l a m e d i d a e n q u e se a c e r c a a l
l e n g u a j e p o é t i c o : t o d a l a v e r d a d e r a h u m a n i z a c i ó n v i e n e de l a e x p l o r a c i ó n de l o
nuevo.
Quizá e n l a e s t r u c t u r a s o c i a l a c t u a l se p r o d u c e u n m d i v i d u a l i s m o que es el r e s u l t a -
d o de que, a l n o estar y a nuestros m u n d o s aislados, l l e g a m o s a p e r d e r significados
c o m p a r t i d o s , y h e m o s de r e d u c i r el n ú m e r o de éstos h a s t a l l e g a r a u n lenguaje e m p o -
b r e c i d o . Quizá l o c o m ú n tiende a ser p o b r e . P e r o ante ello, «en u n m u n d o de espejos
rotos, f o r m a d o p o r textos n o c o m u n i c a b l e s , el arte p o d rí a ser, s i n ningún p r o g r a m a ,
c o n s u m e r a existencia, u n p r o t o c o l o de c o m u n i c a c i ó n y u n m s t r u m e n t o de r e c o n s -
trucción social» (Castells 2003: 261).

121
120
Derrida: la iiniversidad en el horizonte
de la globalización
José Ignacio Galparsoro

Introducción

D e r r i d a u t i l i z a e l término «mondialisation » ( p a l a b r a a d o p t a d a p o r l a l e n g u a f r a n c e -
s a p a r a t r a d u c i r «globalización») e n diferentes ocasiones. P e r o n o es u n a p a l a b r a q u e
le m e r e z c a d e m a s i a d o interés, p u e s t o que, según él, «mondialisation» es u n a «palabra
s i n c o n c e p t o » ( D e r r i d a 2 0 0 1 : 23), de l a q u e se h a a b u s a d o h a s t a el p u n t o de h a c e r de
e l l a u n a utilización « d ó x i c a » (ibíd.: 24). P o r ello, n o cabe esperar p o r s u p a r t e u n aná-
lisis d e t a l l a d o de este término. N o obstante, l a a u s e n c i a de reflexión c o n c e p t u a l s o b r e
e l m i s m o n o es u n obstáculo p a r a c o n s i d e r a r los análisis efectuados p o r D e r r i d a e n e l
contexto de eso q u e se d e n o m i n a e n n u e s t r a l e n g u a «globalización».
P r o b a b l e m e n t e , e l aspecto más c o n o c i d o p o r e l g r a n p ú b l i c o sea l a reflexión que
aparece e n l a p r i m e r a p a r t e de u n a de sus últimas o b r a s , Voyoiis [Canallas'], titulada
«La razón d e l más fuerte (¿existen E s t a d o s canallas?)» ( D e r r i d a 2003:17-161). L a p r e n s a
se h i z o eco de este texto, p o r e l interés mediático d e l m i s m o , tras l o s atentados d e l 11
de s e p t i e m b r e de 2001 e n l o s E s t a d o s U n i d o s . M e r e c i ó m e n o s atención l a s e g u n d a
p a r t e de este l i b r o , t i t u l a d a «El " M u n d o " de l a Ilustración p o r v e n i r (excepción, cálculo
y soberanía)» ( D e r r i d a 2 0 0 3 : 163-217), t a l vez p o r q u e se consideró que el texto era
d e m a s i a d o «abstracto» y, p o r ello, que s u relación c o n e l m u n d o e n e l que estamos
i n m e r s o s e r a m e n o s directa. S i n e m b a r g o , l a reflexión d e r r i d i a n a sobre conceptos c o m o
«evento» e «incondicionalidad» r e s u l t a de interés p a r a a n a l i z a r n u e s t r o m u n d o . B u e n a
p r u e b a de ello es que esta reflexión está y a presente e n o t r o texto p u b l i c a d o u n o s años
antes, La universidad sin condición ( D e r r i d a 2001), d o n d e también es cuestión de
1

«evento» e « i n c o n d i c i o n a h d a d » , p e r o e n esta o c a s i ó n a propósito de l a globalización y

de u n á m b i t o p r e c i s o d e l m u n d o , a saber: l a u n i v e r s i d a d . L a s páginas que s i g u e n a n a -
l i z a n estos dos últimos textos.

«Salvar e l h o n o r d e l a razón»

D e r r i d a a b o r d a e l p r o b l e m a de l a globalización y, c o n c r e t a m e n t e , e l de l a u n i v e r s i -
d a d e n este m u n d o g l o b a l i z a d o e n que v i v i m o s , a r m a d o c o n el a r s e n a l de s u i n s t r u m e n -
tal d e c o n s t r u c c i o n i s t a . Así, recoge d i s t i n c i o n e s o i d e n t i f i c a c i o n e s entre témiinos gene-

1. Este texto puede, a su vez, ser relacionado con otro, titulado «Las pupilas de la universidad. E l principio de
razón y la idea de la universidad» (Derrida 1990).

123
raímente a d m i t i d a s y las c u e s t i o n a . P e r o n o l o h a c e p o r e l m e r o p l a c e r lúdico de des- E l s e g u n d o r e s u l t a d o será l a p u e s t a e n tela de j u i c i o n o y a de u n a distinción s i n o ,
t r u i r l a s , o p a r a p r o p o n e r d i s t i n c i o n e s o i d e n t i f i c a c i o n e s «mejores» que s u p e r e n a las esta vez, de u n a identificación entre dos ténriinos. L a t e n d e n c i a d o m i n a n t e es a i d e n t i -
cuestionadas. C u e s t i o n a r estas d i s t i n c i o n e s o i d e n t i f i c a c i o n e s s u p o n e r e c o r r e r u n b u e n ficar l a soberanía y l a i n c o n d i c i o n a h d a d . L a razón m i s m a c o n s i d e r a que u n o de l o s
t r e c h o d e l c a m i n o c o n ellas, h a s t a q u e e l análisis i m p o n g a q u e n o h a y más r e m e d i o que rasgos que l a constituye, es l a soberanía, es decir, u n a c i e r t a i n c o n d i c i o n a h d a d . P e r o
a b a n d o n a r l a s p o r q u e y a h a n d a d o de sí t o d o l o q u e p o d í a n dar. Así, l a distinción a u s t i - D e r r i d a c o n s t a t a que e l c o n c e p t o de soberanía está e n c r i s i s . P r i n c i p a l m e n t e , e n e l
n i a n a entre «constativo» y «performativo», o l a u s u a l identificación entre «soberano» e ámbito de l a geopolítica, d o n d e se asiste a l c u e s t i o n a m i e n t o d e l c o n c e p t o de E s t a d o -
«incondicional», serán elementos r e c u r r e n t e s de s u análisis. n a c i ó n s o b e r a n o , es decir, de E s t a d o c o n d e r e c h o a s u s p e n d e r e l d e r e c h o . E s t e c o n c e p -
L o que t r a t a de h a c e r D e r r i d a es algo q u e resultará c u a n t o m e n o s s o r p r e n d e n t e t o de soberanía es, según D e r r i d a , t r i b u t a r i o d e l c o n c e p t o de «Dios» y, p o r tanto, des-
p a r a quienes r e p u d i a n s u o b r a y l e c o n s i d e r a n e l a p ó l o g o de l a i r r a c i o n a l i d a d . L a «ta- p r e n d e e l o l o r de l a ontoteología. H a y q u e i n s i s t i r e n que p a r a D e r r i d a esta p u e s t a e n
rea» q u e él se p r o p o n e (la «obligación responsable») es «salvar el h o n o r de l a razón» c a u s a d e l c o n c e p t o de soberanía n o es únicamente el r e s u l t a d o de u n a especulación
(ibíd.: 167). Y p a r a l o g r a r l o , D e r r i d a a f i r m a q u e es p r e c i s o a b r i r s e a l a v e n i d a de ese m e r a m e n t e teorética, s i n o q u e es e l r e l a t o de l o q u e está p a s a n d o : es l o q u e sucede; es
o t r o q u e es e l evento, es decir, l o i m p r e v i s t o , l o i m p r e v i s i b l e , l o i n c a l c u l a b l e . E l evento el evento q u e está i r r u m p i e n d o . P e r o e l q u e se v e n g a abajo el c o n c e p t o de soberanía n o
s u c e d e s i n avisar. E n esta m e d i d a , n o p u e d e s e r e l r e s u l t a d o de u n p r o y e c t o i d e o l ó g i c a - s i g n i f i c a q u e arrastre c o n s i g o a l de i n c o n d i c i o n a H d a d . A p l i c a n d o este e x t r e m o a l ámbi-
m e n t e o r i e n t a d o (ibíd.: 198). P o r eso, u n h e c h o tecno-científico n o p u e d e ser c o n s i d e - t o de l a razón, ello q u i e r e d e c i r q u e l a razón p u e d e ser i n c o n d i c i o n a l s i n ser s o b e r a n a .
r a d o stricto sensu u n evento: es e l fruto d e u n p l a n que c a l c u l a de a n t e m a n o e l r e s u l t a -
d o a l q u e q u i e r e llegar. Aquí n o h a y l u g a r p a r a l a invención o, p o r e m p l e a r u n a p a l a b r a
c o n s a b o r n i e t z s c h e a n o , p a r a l a c r e a t i v i d a d . D e c i r esto n o es, c o m o a f i r m a e l p r o p i o L a universidad s i n condición
D e r r i d a , «ir c o n t r a l a razón», s i n o más b i e n es «la única o p o r t u n i d a d p a r a pensar,
r a c i o n a l m e n t e , algo c o m o u n p o r v e n i r y u n d e v e n i r de l a r a z ó n » (ibíd.: 198-199); es, e n L a i n c o n d i c i o n a h d a d debería ser e l rasgo característico de l a u n i v e r s i d a d ( D e r r i d a
definitiva, l a única m a n e r a de liberarse de esa «ideocracia» o de ese «teleologismo» que 2 0 0 1 : 2 ) . Y p o r t a l i n c o n d i c i o n a h d a d habría q u e e n t e n d e r l a l i b e r t a d «incondicional d e
t i e n d e a a n u l a r e l carácter de evento d e l p r o p i o evento. P o r e j e m p l o , u n evento n o cuestionamiento» y «el d e r e c h o de d e c i r públicamente t o d o a q u e l l o e x i g i d o p o r u n a
p o d r á i r r u m p i r e n u n p e n s a m i e n t o (o e n u n a investigación científica) c o n d i c i o n a d o o investigación, u n saber y u n p e n s a m i e n t o d e l a verdad» (ibíd.). L a aparición d e l térmi-
c o n t r o l a d o p o r « t o d o t i p o de p o d e r e s o de i n s t i t u c i o n e s políticas, rnihtares, tecno-eco- n o «verdad» deja de n u e v o perplejos a los a d v e r s a r i o s de D e r r i d a , pues n o e n t i e n d e n
n ó m i c a s , capitalistas» (ibíd.: 199), es decir, e n u n p e n s a m i e n t o t o t a l m e n t e s o m e t i d o a l que el, según ellos, d e f e n s o r d e l r e l a t i v i s m o m á s r a d i c a l i n v o q u e l a v e r d a d c o m o l a
cálculo de tales poderes. tarea p r o p i a de esa u n i v e r s i d a d s i n c o n d i c i ó n p o r él r e i v i n d i c a d a . P e r o es que r e s u l t a
Parece establecerse aquí u n a c l a r a línea d i v i s o r i a entre, p o r u n a parte, llamémosle que, según D e r r i d a , l a discusión s o b r e l a v e r d a d ( i n c l u y e n d o aquí e l c u e s t i o n a m i e n t o
e l saber y, p o r o t r a parte, llamémosle e l p o d e r ; e l e m e n t o s que, a s u vez, se c a r a c t e r i z a n de esa v e r d a d q u e l o s adversarios de este a u t o r c o n s i d e r a n i n c o n t r o v e r t i b l e ) se p r o d u -
p o r l a formulación de distintos t i p o s de e n u n c i a d o s . Así, l o p r o p i o d e l saber serían los ce de m a n e r a p r i v i l e g i a d a «en l a u n i v e r s i d a d y e n d e p a r t a m e n t o s que p e r t e n e c e n a las
e n u n c i a d o s constativos (los susceptibles de v e r d a d o falsedad) y l o p r o p i o d e l p o d e r H u m a n i d a d e s » (ibíd.).
serían los e n u n c i a d o s p e r f o r m a t i v o s (los que, a l p r o f e r i r s e , p r o d u c e n actos). P l a n t e a d o D e r r i d a p r e c i s a q u e l a cuestión de l a v e r d a d , es decir, l a cuestión de l a Ilustración,
e l análisis e n estos términos, l a solución p a r e c e fácil: dejemos a c a d a u n o de los c a m - s i e m p r e h a estado v i n c u l a d a a l a cuestión d e l h o m b r e . E n efecto, l a cuestión de l a
p o s que t r a b a j e n e n s u p a r c e l a s i n i n t e r f e r i r e n l a d e l o t r o . Ésta es l a solución que v e r d a d l l e v a c o n s i g o u n c o n c e p t o de l o q u e es p r o p i o d e l h o m b r e y f u n d a , a l a vez, «el
p r o p u s i e r o n t a n t o Aristóteles (en s u Metafísica) c o m o K a n t (en El conflicto de las facul- H u m a n i s m o y l a i d e a histórica de las Humanidades» (ibíd.). Y ello tiene u n a relación
tades). P e r o D e r r i d a sostiene que las cosas n o s o n t a n sencillas. E s c l a r o cuál es el d i r e c t a c o n l a globalización («mondialisation») a l a q u e h o y a s i s t i m o s , pues q u i e n «la
e l e m e n t o más débil e n esta p a r e j a de opuestos: el saber, q u e n o tiene ningún p o d e r organiza» es p r e c i s a m e n t e «la r e d c o n c e p t u a l d e l h o m b r e , de l o p r o p i o d e l h o m b r e , d e l
s o b r e e l poder. P o r ello, es c o m p r e n s i b l e l a t e n d e n c i a a defenderlo. Y D e r r i d a l o hace. d e r e c h o d e l h o m b r e , d e l c r i m e n c o n t r a l a h u m a n i d a d d e l h o m b r e » (ibíd.). Así, «esta
P e r o p a r a d e f e n d e r l o mejor, n o h a y que dejarlo c o m p l e t a m e n t e d e s a r m a d o frente a l globalización q u i e r e ser u n a h u m a n i z a c i ó n » (ibíd.). D e ahí que resulte f u n d a m e n t a l
p o d e r de l o p e r f o r m a t i v o . D e r r i d a marcará e l acento s o b r e esta s u t i l matización. L o a n a l i z a r e l p a p e l d e las n u e v a s H u m a n i d a d e s . L a cuestión d e l a v e r d a d y l a cuestión d e l
q u e está e n j u e g o es m u c h o . N o o l v i d e m o s que l o que está e n j u e g o es, según D e r r i d a , e l h o m b r e t i e n e n u n l u g a r de discusión («incondicional», s u b r a y a D e r r i d a ) e n l a univer-
h o n o r de l a razón. Intentar s a l v a r este h o n o r es u n a «responsabilidad» que n o p u e d e s i d a d y, d e n t r o de ella, de m a n e r a m u y e s p e c i a l e n las H u m a n i d a d e s (ibíd.: 3).
f u n d a r s e e n el s a b e r « p u r o » . L a razón n o p u e d e ser s a l v a d a únicamente c o n «razones» D e r r i d a c o n s t a t a de e n t r a d a que esa «universidad s i n c o n d i c i ó n n o existe, de h e -
provenientes de e n u n c i a d o s constativos, es decir, d e l t e r r e n o estricto d e l saber. S a l v a r c h o » (ibíd.: 3). P e r o l a u n i v e r s i d a d debería ser e l último l u g a r de «resistencia crítica» a
l a razón es u n a a c c i ó n y, e n esta m e d i d a , t o d o i n t e n t o de l l e v a r a c a b o t a l acción entra todos l o s poderes de apropiación d o g m á t i c o s e i n j u s t o s (ibíd.: 3). E s t e p r i n c i p i o d e
e n e l terreno de l o p e r f o r m a t i v o . C o n ello, los límites o t r o r a p r e t e n d i d a m e n t e nítidos resistencia es, según D e r r i d a , u n d e r e c h o que l a u n i v e r s i d a d debería a l m i s m o t i e m p o
e n t r e l o c o n s t a t i v o y l o p e r f o r m a t i v o se d i f u m i n a n . Y e l l o n o representa u n a v o l u n t a d «reflexionar, i n v e n t a r y plantear» e n las «nuevas Humanidades». Y esta resistencia
de q u e r e r h a c e r saltar p o r los aires l a r a c i o n a l i d a d (ibíd.: 210). H e aquí, pues, el p r i m e r debería ser i n c o n d i c i o n a l ; c o n ello, l a u n i v e r s i d a d se o p o n d r í a a u n g r a n n ú m e r o de
r e s u l t a d o de l a deconstrucción: se p o n e e n cuestión l a p e r t i n e n c i a a b s o l u t a de l a d i s t i n - poderes, desde los poderes del E s t a d o hasta los poderes e c o n ó m i c o s , p a s a n d o p o r
c i ó n entre c o n s t a t i v o y p e r f o r m a t i v o . l o s poderes mediáticos, ideológicos, religiosos o culturales; e n definitiva, l a u n i v e r s i -

124 125
d a d se podría o p o n e r a «todos los poderes que l i m i t a n l a d e m o c r a c i a f u t u r a [á venir]» p e r f o r m a t i v a de «profesar» (es decir, de ejercer e l «trabajo» u n i v e r s i t a r i o ) el evento
(ibíd.: 4). E s t a r e s i s t e n c i a — « c r í t i c a » , p r e c i s a D e r r i d a — se v i n c u l a c o n e l d e r e c h o i n - p u e d e , quizás, suceder, y e l l u g a r d o n d e p u e d e s u c e d e r es e n l a u n i v e r s i d a d .
c o n d i c i o n a l a l a deconstrucción, es decir, a l «derecho i n c o n d i c i o n a l de p l a n t e a r cues- Y D e r r i d a s u b r a y a q u e este l u g a r que es l a u n i v e r s i d a d e x p e r i m e n t a u n a n o t a b l e
tiones críticas n o sólo a l a h i s t o r i a d e l c o n c e p t o de h o m b r e , s i n o a l a h i s t o r i a m i s m a de « m u t a c i ó n » e n el f e n ó m e n o de l a globalización d e l m u n d o e n que v i v i m o s . E l trabajo
l a n o c i ó n de crítica, a l a f o r m a i n t e r r o g a t i v a d e l pensamiento» {ibíd.: 3). Y ello i m p l i c a u n i v e r s i t a r i o se ve afectado p o r «una c i e r t a virtualización deslocalizante d e l espacio de
el d e r e c h o a h a c e r l o n o y a sólo c o n s t a t i v a m e n t e , s i n o «performativamente», es decir, c o m u n i c a c i ó n , de discusión, de publicación, de archivo» (ibíd.: 8). E l f e n ó m e n o de l a
« p r o d u c i e n d o eventos», o sea, o b r a s s i n g u l a r e s . D e r r i d a r e i v i n d i c a , pues, e l d e r e c h o de virtualización n o es n u e v o . L o que es «inédito» es l a aceleración de s u ritmo: «Esta
l a u n i v e r s i d a d a s a l i r d e l t e r r e n o únicamente c o n s t a t i v o (en otros términos, e x c l u s i v a - n u e v a " e t a p a " técnica d e l a virtualización (informatización, digitalización, g l o b a l i z a -
m e n t e teorético) e n e l que había s i d o c o n f i n a d o . S i l a u n i v e r s i d a d es e l l u g a r d o n d e c i ó n v i r t u a l m e n t e i n m e d i a t a de l a l e g i b i l i d a d , teletrabajo, etc.) d e s e s t a b i l i z a [...] e l h a -
t o d o es susceptible de ser p u e s t o e n cuestión y, además, de h a c e r l o públicamente, ello bitat universitario» (ibíd.: 8). T o d o ello c a m b i a r a d i c a l m e n t e l a topología, las fronteras
s i g n i f i c a q u e habría q u e r e c o n o c e r p a r a l a u n i v e r s i d a d u n c i e r t o p o d e r p e r f o r m a t i v o entre sus m s c i p l i n a s , etc. L o que c a m b i a r a d i c a l m e n t e es «la topología d e l evento, l a
(o, s i se quiere, efectivo) sobre e l espacio p ú b l i c o e n el que p r o y e c t a s u d i s c u r s o . e x p e r i e n c i a d e l t e n e r l u g a r singular» (ibíd.: 9). L a u n i v e r s i d a d n o p a r e c e tener y a u n a
E s t a i n c o n d i c i o n a l i d a d c o n s t i t u y e , de ture, l a f u e r z a i n v e n c i b l e de l a u n i v e r s i d a d . soberanía t e r r i t o r i a l p e r f e c t a m e n t e l i m i t a d a .
P e r o D e r r i d a insiste e n que j a m á s h a s i d o efectiva. P o r ello m i s m o , p o r q u e l a i n v e n c i b i - S i a l h e c h o de q u e e l l u g a r se c o n v i e r t e e n v i r t u a l , es decir, l i b e r a d o de s u e n r a i z a -
l i d a d es sólo abstracta, esta i n c o n d i c i o n a l i d a d «expone también u n a d e b i l i d a d o u n a m i e n t o t e r r i t o r i a l (por tanto, s o b e r a n o o n a c i o n a l ) se le añade el que está s o m e t i d o a l a
v u l n e r a b i l i d a d . E x h i b e l a i m p o t e n c i a de l a u n i v e r s i d a d , l a f r a g i l i d a d de sus defensas m o d a l i d a d d e l « c o m o si» (es decir, a l o que está v i n c u l a d o a las o b r a s , o sea, a l a s
ante todos los p o d e r e s que m a n d a n sobre ella, que l a a s e d i a n y que i n t e n t a n a p r o p i a r s e p r o d u c c i o n e s simbólicas o culturales q u e definen, e n el c a m p o general de l a u n i v e r s i -
de ella. P o r q u e es ajena a l poder, p o r q u e es heterogénea a l p r i n c i p i o de poder, l a univer- d a d , a las d i s c i p l i n a s q u e se d e n o m i n a n H u m a n i d a d e s ) , entonces, señala D e r r i d a , se
s i d a d carece de p o d e r p r o p i o » (ibíd.: 5). H e aquí expuesta c o n c r u d e z a l a d i f e r e n c i a a b r e l a p u e r t a a l a irrupción d e l evento. D e u n evento, p r e c i s a D e r r i d a , que podría,
entre l o q u e l a u n i v e r s i d a d debería ser y l o q u e es. L a u n i v e r s i d a d s i n c o n d i c i ó n deten- quizás, s u c e d e r e n e l porvenir. Y este evento sucedería gracias a l a u n i v e r s i d a d y en l a
taría u n cierto p o d e r c o n e l q u e h a c e r frente a los poderes q u e l a a s e d i a n . P e r o u n a u n i v e r s i d a d , e n t e n d i d a c o m o «una u n i v e r s i d a d que sería lo que habría d e b i d o ser s i e m -
u n i v e r s i d a d n o i n c o n d i c i o n a l , es decir, m e r a m e n t e teorética p o r o c u p a r s e únicamente p r e o p r e t e n d i d o representar, es decir, desde s u p r i n c i p i o y e n p r i n c i p i o , u n a " c o s a " ,
d e l saber, es c o m o u n a «ciudadela expuesta». E n esta situación, l a u n i v e r s i d a d se ve u n a " c a u s a " a u t ó n o m a , i n c o n d i c i o n a l m e n t e l i b r e en s u institución, e n s u p a l a b r a , e n
o b l i g a d a a r e n d i r s e s i n c o n d i c i o n e s : «sí, se r i n d e , a veces se vende», c o r r e el riesgo de s u escritura e n s u pensamiento. E n u n pensamiento, u n a escritura, u n a palabra que n o
convertirse e n «la s u c u r s a l de c o n g l o m e r a d o s y de firmas internacionales» (ibíd.: 5). serían t a n sólo a r c h i v o s o p r o d u c c i o n e s de saber, s i n o , lejos de t o d a n e u t r a l i d a d utópi-
U n a u n i v e r s i d a d n o i n c o n d i c i o n a l es fácil p r e s a de los p o d e r e s e c o n ó m i c o s que l a m o - c a , o b r a s performativas» (ibíd.: 12). Y esta tarea sería c o n f i a d a p r i n c i p a l m e n t e a las
d e l a n y l a c o n d i c i o n a n según sus p r o p i o s intereses. P a r a d o t a r a l a u n i v e r s i d a d de u n «nuevas Humanidades».
c i e r t o p o d e r de resistencia h a y q u e r e i v i n d i c a r , pues, u n a especie de «independencia E s t o sería l o deseable p a r a l a u n i v e r s i d a d . D e r r i d a es c o n s c i e n t e de q u e l o q u e se
incondicional», es decir, u n a f o r m a m u y p a r t i c u l a r de soberanía, q u e tiene p o c o q u e a c a b a de e x p o n e r podría ser c o n s i d e r a d o que entra e n u n t e r r e n o que c o n f u n d e el
v e r c o n l a soberanía de los Estados-nación a c u y a d e s c o m p o s i c i ó n estamos, según deseo v i r t u a l c o n l a r e a l i d a d efectiva. E n definitiva, D e r r i d a a d m i t e que c o n ello «es
D e r r i d a , asistiendo. c o m o s i m e a b a n d o n a r a a u n a profesión de fe» (ibíd.: 12). Será p r e c i s o , pues, a n a l i z a r
E n c u a l q u i e r caso, l a u n i v e r s i d a d s i n c o n d i c i ó n p a s a p o r u n c i e r t o t i p o de afianza el término «profesar», v i n c u l a d o a l de «profesor». A n t e t o d o , h a y que s u b r a y a r que e l
entre e l m o v i m i e n t o constativo (el que se s u p o n e q u e se d a e n el terreno d e l saber) y e l p r o f e s a r es u n a declaración p e r f o r m a t i v a : es u n c o m p r o m i s o . Se d e s b o r d a aquí el p u r o
m o v i m i e n t o p e r f o r m a t i v o (el q u e se s u p o n e q u e se d a f u e r a d e l t e i r e n o d e l saber). P a r a saber tecno-científico e n e l c o m p r o m i s o de l a r e s p o n s a b i l i d a d . Y este c o m p r o m i s o que
sellar esta a l i a n z a D e r r i d a r e c u r r e a l anáfisis de l a cuestión de l a profesión y de s u se d a , p o r e j e m p l o , a l p r o f e s a r l a filosofía, n o es r e d u c t i b l e n i a l a teoría n i a l a práctica,
porvenir. L a s cuestiones que se p l a n t e a n s o n las siguientes: « ¿ Q u é s i g n i f i c a "profesar"? es decir, n i a l o estrictamente constativo n i a l o estrictamente p e r f o r m a t i v o : «Profesar
¿Qué se hace c u a n d o , p e r f o r m a t i v a m e n t e , se profesa? ¿Y también c u a n d o se ejerce consiste s i e m p r e e n u n acto de h a b l a p e r f o r m a t i v o , a u n q u e el saber, e l objeto, el c o n t e -
u n a profesión y s i n g u l a r m e n t e l a profesión d e profesor?» (ibíd.: 7). C o m o se ve, s o n n i d o de l o q u e se p r o f e s a , de l o que se enseña o p r a c t i c a p e r m a n e z c a p o r s u p a r t e e n e l
cuestiones e n las que subyace l a distinción a u s t i n i a n a c o n s t a t i v o / p e r f o r m a t i v o , d i s t i n - o r d e n de l o teórico o de l o constativo» (ibíd.: 13). L a línea b i e n d e f i n i d a que s e p a r a b a lo
c i ó n que se t r a t a de u t i l i z a r p a r a l l e v a r l a a u n l u g a r d o n d e l a distinción fracasa. Y este p e r f o r m a t i v o de l o c o n s t a t i v o (Le., el p o d e r d e l saber) h a s i d o traspasada.
l u g a r «será p r e c i s a m e n t e l o q u e sucede [ce qui arrive], a q u e l l o a l o que se llega [ce á H a y , pues, que p r o t e g e r e l espacio a c a d é m i c o c o n u n a especie de «inmunidad abso-
quoi Yon arrive] o que nos sucede [qui nous arrive], el evento [Yévénement], e l l u g a r d e l luta» (ibíd.: 17). Y es p r e c i s o r e i v i n d i c a r esta i n m u n i d a d n o sólo de f o r m a v e r b a l , s i n o
tener lugar, que se b u r l a tanto de l o p e r f o r m a t i v o , d e l poder p e r f o r m a t i v o , c o m o de l o « c o m p r o m e t i é n d o n o s c o n todas nuestras fuerzas» (ibíd.: 18), es decir, e n el «trabajo»
constativo. Y eso p u e d e suceder [ariiver] e n y p o r las Humanidades» (ibíd.: 8). Así pues, que r e a l i z a m o s y e n todo a q u e l l o que h a c e m o s p a r a que s u c e d a n eventos. E l profesor,
l a deconstrucción permitirá r o m p e r esa línea i n f r a n q u e a b l e que s e p a r a b a a l o perfor- si q u i e r e r e i v i n d i c a r este espacio de i n m u n i d a d ante e l p o d e r e x t e r i o r —es decir, s i
m a t i v o de lo c o n s t a t i v o , a l p o d e r d e l saber. Y p r e c i s a m e n t e ahí d o n d e se r o m p e esa quiere s a l v a r l a razón y q u e l a u n i v e r s i d a d sea i n c o n d i c i o n a l — debe ejercer s u p r o f e -
línea d i v i s o r i a es d o n d e se p u e d e a t i s b a r l a irrupción d e l evento. E l término «profesar» sión p r o f e s a n d o , es decir, t r a b a j a r - p r o d u c i e n d o o b r a s , p r o d u c i e n d o eventos (ibíd.: 20).
p r o p o r c i o n a las claves p a r a e n t e n d e r este p r o c e s o en l a u n i v e r s i d a d : c o n l a acción

126 127
Conclusión: e l «quizás»o l a irrupción d e l a u n i v e r s i d a d c o m o evento n a l i d a d s u c o n d i c i ó n de r a c i o n a l ) , y q u e se h a adueñado d e l m u n d o , i n c l u y e n d o , d e n -
tro de éste, a l a u n i v e r s i d a d t a l y c o m o h o y l a c o n o c e m o s . L o q u e está e n juego tras
P o r l o q u e y a q u e d a d i c h o , n o r e s u l t a extraño q u e D e r r i d a a f i r m e que el evento n o estos «quizás» es de t a l m a g n i t u d q u e debería i n v i t a r a l o s m i e m b r o s de l a c o m u n i d a d
se sitúa n i d e l l a d o de l o c o n s t a t i v o n i d e l de l o p e r f o r m a t i v o . Así, s i l o q u e (supuesta- u n i v e r s i t a r i a a r e f l e x i o n a r s o b r e e l p r o f e s a r de s u profesión e n e l seno d e esa U n i v e r s i -
m e n t e ) sucede depende únicamente de u n acto p e r f o r m a t i v o , eso que (supuestamente) d a d que está e x p e r i m e n t a n d o i m p o r t a n t e s m u t a c i o n e s d e n t r o de ese m u n d o a l q u e h o y
sucede es d e l o r d e n d e l o p o s i b l e c o n t r o l a b l e y p r o g r a m a b l e ; n o es más q u e e l d e s p l i e - c a l i f i c a m o s de «globalizado».
gue de l o que es p o s i b l e ; n o es m á s q u e e l r e s u l t a d o p r e v i s i b l e de u n p r o y e c t o teleológi-
c a m e n t e o r i e n t a d o . P o r ello, a f i r m a D e r r i d a , «si n o h a y s o r p r e s a , n o h a y evento e n
s e n t i d o fuerte» (ibíd. : 30). E s o q u e (supuestamente) sucede, n o sucede. E n c a m b i o , l o Bibliografía
q u e sucede, stricto sensu, s u p o n e u n a «irrupción [...] que intemimpe t o d a organización
p e r f o r m a t i v a , t o d a c o n v e n c i ó n o t o d o contexto d o m i n a b l e p o r u n a convencionahdad» DERRIDA, Jacques (1990): «Les pupilles de l'Université. L e principe de raison et l'idée de
(ibíd. : 30). H a aquí o t r a identificación t r a d i c i o n a l q u e salta p o r los aires. S e suele d e c i r l'Université», en Du droit à la philosophie. Paris: Galilée, pp. 461-498.
q u e l o p e r f o r m a t i v o p r o d u c e e l evento d e l que h a b l a . Y esto es c i e r t a m e n t e así. P e r o l a — (2001): L'université sans condition. Paris: Galilée (cito según la paginación del texto francés
s u p u e s t a identificación p e r f o r m a t i v o - e v e n t o se desvanece c u a n d o se tiene e n c u e n t a en http://www.jacquesderrida.com.ar/ffances/universite.htm).
q u e «ahí d o n d e está l o p e r f o r m a t i v o , u n evento d i g n o de ese n o m b r e n o p u e d e suceder. — (2003): Voyous. París: Galilée.
S i l o q u e sucede pertenece a l h o r i z o n t e de l o p o s i b l e , e i n c l u s o de u n p e r f o r m a t i v o
p o s i b l e , eso n o sucede, e n e l p l e n o s e n t i d o de l a palabra» (ibíd.: 30).
Así a d q u i e r e s e n t i d o l a paradójica afirmación d e r r i d i a n a , según l a c u a l «sólo lo
i m p o s i b l e puede suceder» (ibíd.: 30). E n efecto, «imposible» es aquí s m ó n i m o de « i m -
previsible», «incalculable», « n o p r o y e c t a d o » . Y p o r o t r a parte, s i n ó n i m o de ese «qui-
zás» [peut-être] c o n r e s o n a n c i a s n i e t z s c h e a n a s . S i n l a e x p e r i e n c i a d e l «quizás» n o h a y
p o r v e n i r n i v e n i d a d e l evento. L o q u e tiene l u g a r n o p u e d e a n u n c i a r s e c o m o p o s i b l e o
c o m o necesario p o r q u e , s i n o , l a irrupción d e l evento quedaría de a n t e m a n o n e u t r a l i -
z a d a . E l evento está, pues, e s t r e c h a m e n t e v i n c u l a d o a l «quizás», y este vínculo le hace
r o m p e r c u a l q u i e r l a z o c o n l a teleología. E s t e evento y a n o es, c o m o ocurría c o n esa
u n i v e r s i d a d que a b r a z a b a e x c l u s i v a m e n t e e l t e r r e n o de l o c o n s t a t i v o (del s a b e r teoréti-
co), c o m p l e t a m e n t e i m p o t e n t e ante e l p o d e r de l o p e r f o r m a t i v o : «La f u e r z a d e l evento
es s i e m p r e más fuerte que l a f u e r z a de u n performativo» (ibíd.: 31). L a u n i v e r s i d a d
i n c o n d i c i o n a l — y , d e n t r o de ésta, esas H u m a n i d a d e s q u e r e f l e x i o n a n sobre l a h i s t o r i a
d e l h o m b r e , sobre l a i d e a de soberanía, sobre l a h i s t o r i a d e l profesar, sobre l a h i s t o r i a de
l a l i t e r a t u r a o sobre l a h i s t o r i a de l a distinción entre p e r f o r m a t i v o y c o n s t a t i v o (cf.
ibíd.: 2 7 - 2 9 ) — p u e d e a s p i r a r a u n c o m b a t e más e q u i l i b r a d o frente a las fuerzas que l a
a m e n a z a n . A h o r a p u e d e resistir, p e r o s i n encerrarse e n sí m i s m a , e n u n intento p o r
r e c o n s t r u i r e l f a n t a s m a de s u soberanía i n d i v i s i b l e . A h o r a p u e d e exponerse a l a r e a l i -
d a d , a l o que está f u e r a de ella, s i n t e m o r a ser f o r z o s a m e n t e a n i q u i l a d a . P u e d e a h o r a
«negociar y o r g a n i z a r s u resistencia», aliándose c o n «fuerzas extraacadémicas» p a r a
« o p o n e r u n a c o n t r a o f e n s i v a i n v e n t i v a , p o r sus o b r a s , a t o d o s los intentos de r e a p r o p i a -
c i ó n (política, jurídica, e c o n ó m i c a , etc.), a todas las demás figuras de l a soberanía»
(ibíd.: 32). E s t a u n i v e r s i d a d está p o r venir. S u v e n i d a n o es necesaria. Y p o r ello, l a
irrupción de t a l u n i v e r s i d a d representaría u n evento. P e r o p a r a que t a l evento s u c e d a
l a u n i v e r s i d a d debería, según D e r r i d a , a b a n d o n a r e l t e r r e n o e x c l u s i v o de u n saber que
n o p r e s c r i b e n a d a , de u n saber s i n efectos sobre e l p r o p i o saber, e n el que, p o r ejemplo,
le había c o n f i n a d o K a n t . S ó l o s i este saber se c o n v i e r t e e n o b r a s , es decir, sólo s i a d -
q u i e r e u n p o d e r p e r f o r m a t i v o , podrá, quizás, defenderse de y hacerse respetar p o r ese
d o m i n a n t e p o d e r p e r f o r m a t i v o , c a l c u l a d o r y o m n i a b a r c a n t e que c o n t e m p l a a l a u n i -
v e r s i d a d c o m o u n a p r e s a fácil p a r a sus intereses. S ó l o así se podrá, quizás, salvar a l a
razón d e l d o m i n i o de esa razón (a l a que a l g u n o s l l a m a n i n s t r u m e n t a l y otros tecno-
científica) que pretende ser e x c l u s i v a (negando c o n ello a c u a l q u i e r otro t i p o de r a c i o -

128 129
 PARTE 4

SOSTENIBILIDAD, ECOLOGÍA Y G O B E R N A N Z A
E N L A SOCIEDAD D E L CONOCIMIENTO G L O B A L
 E s t e l i b r o n o p u e d e p r e s c i n d i r de u n a p a r t e d e d i c a d a a l a investigación s o b r e las
p r o p u e s t a s p a r a h a c e r c o m p a t i b l e l a globalización y l a mundialización c o n el d e s a r r o -
l l o sostenible, a través de u n p r o c e s o de g o b e r n a n z a q u e i n t r o d u z c a l a r e s p o n s a b i l i d a d
s o c i a l e n e l ámbito d e l a s o c i e d a d c i v i l y de l a s o c i e d a d d e l c o n o c i m i e n t o e n t o d a s u
c o m p l e j i d a d . P a r a ello se h a n de b u s c a r nuevas fórmulas y metodologías, nuevos c o n -
tratos, p a c t o s y a c u e r d o s , así c o m o e l e s t a b l e c i m i e n t o de u n m a r c o a p r o p i a d o p a r a las
r e l a c i o n e s ecosistémicas d e l p l a n e t a e n s u triple dimensión e c o n ó m i c a , s o c i a l y a m -
b i e n t a l . L o s siguientes autores b u s c a n diversas vías de aproximación a esta temática.
N i c a n o r U r s u a , catedrático de Teoría d e l C o n o c i m i e n t o e n e l D e p a r t a m e n t o de F i -
losofía de l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) , p r e s e n t a s u aportación «Filosofía
y globalización: ¿puede l a filosofía c o n t r i b u i r a u n d e s a r r o l l o d e l p r o c e s o de g l o b a l i z a -
c i ó n ético y s o c i a l m e n t e sostenible?». E n d i c h a contribución se t r a t a de ofrecer u n a
conceptualización d e l p r o c e s o de l a globalización contemporánea, b a j o l a p e r s p e c t i v a
de l a filosofía teórica y práctica, a saber, desde v a l o r e s u m v e r s a l m e n t e aceptados y
c o m p a r t i d o s , q u e c o n d u z c a n , a s u vez, a u n d e s a r r o l l o de l a globalización s o c i a l m e n t e
r o b u s t o y a l a b u e n a «gobernanza» de l a globalización n o c e n t r a d a e n utopías s i n o e n
l a resolución de los p r o b l e m a s reales de las p e r s o n a s m e d i a n t e a c u e r d o s y c o n t r a t o s .
José R a m ó n A r a n a , p r o f e s o r d e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía e n l a U n i v e r s i d a d d e l
País V a s c o ( U P V / E H U ) , e x p l i c a s u p l a n t e a m i e n t o e n «Hacia u n a metafísica ecológica»,
d a d o que, entre las diversas d i m e n s i o n e s de l a globalización, u n a es s u c o n c e p c i ó n de
l a n a t u r a l e z a , a v e c e s implícita, otras explícita. S i n e m b a r g o , es n o t o r i o q u e u n o de los
aspectos capitales d e l debate sobre l a globalización r a d i q u e e n l a explotación d e l m e -
d i o a m b i e n t e y q u e e l c o n c e p t o de n a t u r a l e z a p r e s u p u e s t o e n él sea s u m a m e n t e c o n f u -
so. P a r a ello d e b e n aclararse sus bases c o n c e p t u a l e s y sus presupuestos implícitos. E n
esta p r o p u e s t a se e x p l i c i t a n tres categorías metafísicas que sustentarían u n a g l o b a l i z a -
c i ó n p r o m o t o r a y n o d e s t r u c t o r a de l o n a t u r a l : h a b i t a b i l i d a d , lenguaje, interacción.
I g n a c i o Ayestarán, p r o f e s o r d e l D e p a r t a m e n t o de Filosofía e n l a U n i v e r s i d a d d e l
País V a s c o ( U P V / E H U ) , p o n e fin a esta sección c o n e l artículo «Sostenibilidad, crisis
a m b i e n t a l y r e s p o n s a b i l i d a d s o c i a l e n l a s o c i e d a d d e l c o n o c i m i e n t o y d e l riesgo g l o -
bal». E s t e t r a b a j o e s c r u t a e l éthos e m p r e s a r i a l e n l a gestión de l a globalización y señala
l a d i f e r e n c i a entre l a e c o n o m í a ecológica y l a crematística e s p e c u l a d o r a , c u y a d i s t i n -
c i ó n o r i g i n a r i a se r e m o n t a a l a a n t i g u a G r e c i a . A s i m i s m o a b o r d a l a situación i n s o s t e -
n i b l e d e l p l a n e t a d e b i d a a l a crisis a m b i e n t a l e n l a s o c i e d a d d e l c o n o c i m i e n t o y d e l
riesgo g l o b a l , p a r a p r o p o n e r a continuación nuevas f o r m a s de g o b e r n a n z a y de r e s p o n -
s a b i l i d a d s o c i a l y a m b i e n t a l e n seis p r e m i s a s de l o q u e sería u n p r o g r a m a de s o s t e n i b i -
l i d a d g l o b a l . L a s p r e m i s a s de este p r o g r a m a c o n d u c e n a u n d o b l e desiderátum globi
tenue, c o m p u e s t o p o r u n p l a n de a c c i ó n g l o b a l y u n i m p e r a t i v o de l a s o s t e n i b i l i d a d
a l t e r m u n d i a l i s t a y a l t e r g l o b a l i z a d o r a . T o d o u n reto p a r a el f u t u r o de l a h u m a n i d a d y
de l a T i e r r a .

133
FÜosofla y globalización: ¿puede la filosofía
contribuir a un desarrollo del proceso
de globalización ético y socialmente
sostenible?
Nicanor Ursua

Introducción

A f i r m a u n p r o v e r b i o a n t i g u o q u e «el p u n t o de p a r t i d a c o n d i c i o n a e l c a m i n o » . U n o
de l o s t e m a s f u n d a m e n t a l e s residirá, p o r t a n t o , e n s a b e r de d ó n d e se h a de p a r t i r p a r a
d e t e r m i n a r l o q u e se debe hacer. M u c h o se h a escrito sobre l a globalización, t a n t o
desde e l p u n t o de v i s t a p o s i t i v o p a r a u n o s c o m o n e g a t i v o p a r a otros. E s t e c o n c e p t o
suele estar a s o c i a d o a ideas tales c o m o : u n injusto p o d e r m u n d i a l e n m a n o s de l o s
g o b i e r n o s d e l G 8 y de m u l t i n a c i o n a l e s , c a u s a n t e de l a c o n t a m i n a c i ó n y d e l d e s e q u i l i -
b r i o e c o l ó g i c o p l a n e t a r i o , p o r t a d o r de desgracias p a r a los p o b r e s , m o t o r de exclusión y
d e s i g u a l d a d entre países y d e n t r o de ellos, a m e n a z a p a r a e l b i e n e s t a r y l a l i b e r t a d de
O c c i d e n t e , a m e n a z a p a r a l a d i v e r s i d a d c u l t u r a l , c a u s a n t e d e l d e s e m p l e o , de m i g r a c i o -
nes, de d e s i g u a l d a d e n e l acceso y e n e l u s o de las T I C (tecnologías de l a información y
de l a c o m u n i c a c i ó n : b r e c h a digital), c a u s a n t e de que h a y a ganadores y perdedores, etc.
U n o de las m á s p r o m i n e n t e s y recientes defensores de l a globalización, perteneciente a
l a élite m u n d i a l , h a a f i r m a d o q u e c o m p a r t e todas esas p r e o c u p a c i o n e s , p e r o e l h e c h o
es q u e l a «globalización es, e n s u c o n j u n t o , b u e n a p a r a todas esas cosas» ( W o l f 2004).
L a globalización h a p r o d u c i d o r i q u e z a , p e r o ésta n o se h a d i s t r i b u i d o a todas las p e r s o -
nas y países p o r i g u a l . P o d e m o s a f i r m a r que estamos ante u n t e m a c o n t r o v e r t i d o ,
e m o t i v o , c o m p l e j o , n o i g u a l i t a r i o , paradójico y de g r a n a l c a n c e e i m p a c t o e n l a socie-
d a d y e n las p e r s o n a s .
H a s t a h a c e p o c o e l t e m a e r a objeto de e s t u d i o p a r a entendidos, sobre todo, e c o n o -
m i s t a s , h o y es u n t e m a de debate e n m u c h a s de las c i e n c i a s h u m a n a s y sociales y
también e n filosofía, convirtiéndose e n t e m a de debate general. E n e l prestigioso perió-
d i c o alemán Frankfurter Allgemeine Zeitung l a p a l a b r a globalización h a p a s a d o de ser
m e n c i o n a d a e n e l año 1993 de 34 veces a 1.136 veces e n 2 0 0 1 . E s t o s i g n i f i c a l a i m p o r -
t a n c i a de este c o n c e p t o , d e b i d o a q u e este p r o c e s o de c a m b i o es de g r a n a l c a n c e e
i m p a c t o q u e afecta a todas las p e r s o n a s d e l p l a n e t a .
E n el i n f o r m e « P o r u n a globalización j u s t a : c r e a r o p o r t u n i d a d e s p a r a t o d o s » , de l a
Comisión M u n d i a l s o b r e l a Dimensión S o c i a l de l a Globalización, c r e a d a e n 2001 p o r
decisión d e l C o n s e j o de Administración de l a O i T (Organización I n t e r n a c i o n a l d e l T r a -
bajo), p u b l i c a d o e n 2004, se r e c o g e n e n las páginas I I , 1,15 y 17 las siguientes o p i n i o -
nes y p e r c e p c i o n e s c o n relación a l a globalización de p e r s o n a s n o r m a l e s de l a v i d a de

135
diferentes partes d e l m u n d o : « D o r m í a m o s e n l a o r i l l a , c u a n d o nos alcanzó u n a o l a aceleración de u n a interconexión m u n d i a l e n t o d o s los aspectos de l a v i d a s o c i a l c o n -
gigante», «El m u n d o exterior p u e d e p r e s c m d i r de nosotros; p e r o nosotros n o p o d e m o s temporánea; desde l o c u l t u r a l a l o c r i m i n a l , desde l o f i n a n c i e r o h a s t a l o espiritual». E l
p r e s c m d i r d e é l » , «Si l a globalización es u n río, d e b e m o s c o n s t r u i r presas p a r a g e n e r a r «alcance, intensidad y velocidad crecientes de las i n t e r a c c i o n e s globales p u e d e n estar
energía», «Una globalización q u e r e d u c e e l p r e c i o d e l c a l z a d o i n f a n t i l p e r o que p r o v o - a s o c i a d o s c o n u n a interconexión más p r o f u n d a de l o l o c a l y l o g l o b a l , de t a l m a n e r a
c a el desempleo de l o s padres carece de sentido». E s t a s breves o p i n i o n e s d e m u e s t r a n e l que l a repercusión de l o s a c o n t e c i m i e n t o s distantes se a m p l i f i c a , a l m i s m o t i e m p o que
interés p o r p a r t i c i p a r y o b t e n e r b e n e f i c i o s de l a globalización y los temores ante u n a i n c l u s o l o s desarrollos más locales p u e d e n llegar a t e n e r e n o r m e s c o n s e c u e n c i a s g l o b a -
globalización «sin r o s t r o h u m a n o » . P o c a s p e r s o n a s d e s e a n quedarse a l m a r g e n , pues les». H a y que reseñar e i n s i s t i r aquí e n l a i m p o r t a n c i a y l o n o v e d o s o de los conceptos
l a mayoría, o todas, están a f a v o r d e l i n t e r c a m b i o l i b r e de ideas, de c o n o c i m i e n t o s , de eje de gran alcance, intensidad, velocidad y repercusión d e l p r o c e s o de globalización a l
símbolos, de b i e n e s , de servicios y de m o v i m i e n t o d e p e r s o n a s m á s allá de l a s fronteras. que estamos a s i s t i e n d o e n l a a c t u a l i d a d , a d i f e r e n c i a de c u a l q u i e r o t r a f o r m a de g l o b a -
E n el f o n d o , p o d e m o s a f i r m a r , a m a n e r a de introducción e hipótesis, c o m o se lee e n lización q u e h a y a t e n i d o l u g a r e n e l p a s a d o .
e l i n f o r m e c i t a d o e n s u página s e g u n d a , q u e «la globalización será l o que n o s o t r o s E s t o s autores d i s t i n g u e n e n sus análisis tres p o s t u r a s ante l a globalización, a saber,
h a g a m o s de ella. S u s r e s u l t a d o s dependerán de las políticas, n o r m a s e i n s t i t u c i o n e s l a p o s t u r a hiperglobalista, l a escéptica y l a transfonnacionalista.
q u e rijan s u c u r s o , de los v a l o r e s que i n s p i r e n a sus actores y de l a c a p a c i d a d de los
m i s m o s p a r a i n f l u i r sobre e l p r o c e s o » . 1. L a tesis hiperglobalista a f i r m a q u e l o s p u e b l o s e n t o d o e l m u n d o están c a d a v e z
m á s sujetos a l a s d i s c i p l i n a s d e l m e r c a d o g l o b a l . E s t e p u n t o de v i s t a está sujeto a u n a
l ó g i c a e c o n ó m i c a y, e n s u v a r i a n t e n e o l i b e r a l , c e l e b r a e l s u r g i m i e n t o de u n m e r c a d o
A l g u n o s aspectos f u n d a m e n t a l e s p a r a u n a reflexión filosófica p e r t i n e n t e g l o b a l y e l p r i n c i p i o de l a c o m p e t e n c i a g l o b a l c o m o h e r a l d o s d e l p r o g r e s o h u m a n o .
L a globalización e c o n ó m i c a p r o d u c e , según esta tesis, u n a «desnacionalización» de
E s t o s aspectos se p u e d e n concretar, entre otras, e n las siguientes p r e g u n t a s clave las e c o n o m í a s m e d i a n t e redes t r a n s n a c i o n a l e s d e p r o d u c c i ó n , c o m e r c i o y f i n a n z a s .
q u e y a h a n s i d o , p o r o t r a parte, f o r m u l a d a s a l g u n a s de ellas p o r H e l d , M c G r e w , G o l d - S e t r a t a d e u n p r o c e s o histórico l i n e a l i r r e v e r s i b l e y de u n a limitación de l a a c c i ó n
b l a t t y P e r r a t o n (2002: X X X ) , a saber: ¿qué es l a globalización? ¿Cuáles s o n sus causas? política y de l a i n i c i a t i v a d e l E s t a d o ( H e l d , M c G r e w , G o l d b l a t t y P e r r a t o n 2002: X X X I -
¿Representa l a globalización c o n t e m p o r á n e a u n a c o n d i c i ó n novedosa? ¿Qué valores X X X L T y s s . , 548).
s u s t e n t a n e l p r o c e s o de globalización? ¿Es p o s i b l e u n a globalización j u s t a que cree
2. L a tesis relativista sostiene q u e l a globalización es u n m i t o q u e o c u l t a l a r e a l i d a d
o p o r t u n i d a d e s p a r a todas las p e r s o n a s , que sea u n m e d i o p a r a extender l a l i b e r t a d , l a
de u n a e c o n o m í a i n t e r n a c i o n a l c a d a vez más s e g m e n t a d a e n tres b l o q u e s i m p o r t a n t e s
d e m o c r a c i a y e l b i e n e s t a r h u m a n o ? ¿Está a s o c i a d a l a globalización c o n l a d e s a p a -
regionales: E u r o p a , Asía-Pacífico y Norteamérica («regionalización»), e n los q u e l o s
rición, el r e s u r g i m i e n t o o transformación d e l p o d e r d e l E s t a d o ? ¿ I m p o n e l a g l o b a l i z a -
g o b i e r n o s n a c i o n a l e s s i g u e n s i e n d o m u y p o d e r o s o s . L a globalización está bajo e l c o n -
c i ó n nuevos límites a l a política? ¿Cuál es l a b u e n a «gobernanza» de l a globalización?
t r o l de l o s g o b i e r n o s n a c i o n a l e s y los poderes d e l Estado-nación s i g u e n s i n alterarse
¿ C ó m o p o d e m o s «civilizar» y «democratizar» l a globalización?
f u n d a m e n t a l m e n t e ( H e l d , M c G r e w , G o l d b l a t t y P e r r a t o n 2002: X X X I , X X X V , 548).
H o y observamos y constatamos a nivel global u n a serie de desequilibrios económicos, 3. L a tesis transfonnacionalista a f i r m a que las p a u t a s contemporáneas de l a g l o b a -
sociales, políticos, militares, éticos y ecológicos, que n o s o n aceptables desde un punto de lización se c o n c i b e n c o m o algo históricamente s i n precedentes, de t a l m a n e r a que los
vista ético y filosófico y también resultan claramente inaceptables desde un punto de vista E s t a d o s y las sociedades e x p e r i m e n t a n a c t u a l m e n t e u n p r o c e s o de c a m b i o p r o f u n d o a
político-social. P e r o , ¿puede h o y l a filosofía, m e d i a n t e s u reflexión crítica y constructiva y m e d i d a que t r a t a n de a d a p t a r s e a u n m u n d o más i n t e r c o n e c t a d o , p e r o s u m a m e n t e
su práctica de conferir sentido a las acciones, a y u d a r a crear condiciones que resuelvan o i n c i e r t o . L a globalización es u n a f u e r z a i m p u l s o r a decisiva detrás de l o s c a m b i o s so-
m i t i g u e n estos desequilibrios y orienten (desde el «saber operacional»: « c ó m o hacer» y ciales, políticos y e c o n ó m i c o s q u e están r e f o r m a n d o las sociedades m o d e r n a s y e l or-
desde el «saber de orientación»: qué se debe hacer) l a apuesta ética y social d e l proceso d e n m u n d i a l ( H e l d , M c G r e w , G o l d b l a t t y P e r r a t o n 2002: X X X I , X X X V U , y ss.; véase
globalizador e n el que estamos inmersos? ¿Podemos acercarnos epistemológicamente a l también A l i e n d e 2004).
p r o b l e m a de estudio p a r a , desde el análisis de las contradicciones y paradojas del proceso
globalizador, explorar y exponer oportunidades y potencialidades p a r a el ser h u m a n o ?
L a E n q u e t e - K o m m i s s i o n d e l D e u t s c h e r B u n d e s t a g (2002:53) sobre «Globahsierung
(Maquieirae? al 2006:8-9). N o se intentará contestar aquí a todas las preguntas, pero sí se
d e r W e l t w i r t s c h a f t — H e r a u s f o r d e r u n g u n d Antworten» entiende l a globalización c o m o
ofrecerá u n a serie de reflexiones, n o r m a s y p r i n c i p i o s q u e den, a l menos, «rostro h u m a -
u n «reto p a r a l a configuración social y ecológica d e l n u e v o p r o c e s o y n o p o r último
n o » al proceso de globalización.
también p a r a e l r e f o r z a m i e n t o de las fuerzas democráticas que p u e d a n ser efectivas
c o m o c o n t r a p e s o a las t e n d e n c i a s d i s t a n c i a d o r a s o separadoras».
C u a n d o h a b l a m o s de globalización e n t e n d e m o s p o r t a l u n « p r o c e s o de i n t e g r a -
¿ Q u é es l a globalización? A p r o x i m a c i ó n a u n a definición c o m o hipótesis
c i ó n de r e a l i d a d e s m u n d i a l e s y de c r e c i e n t e interacción e i n t e r d e p e n d e n c i a e n t r e las
d e trabajo
p a r t e s d e l m u n d o » ( C a s a d e i 2 0 0 5 : 27). L a globalización es también l a l i b r e c i r c u l a -
c i ó n de i d e a s a n i v e l m u n d i a l y, e n este s e n t i d o , l a Filosofía c o n s u carácter u n i v e r s a l
S i g u i e n d o de n u e v o los estudios de H e l d , M c G r e w , G o l d b l a t t y P e r r a t o n (2002:
h a p r e t e n d i d o l a u n i v e r s a l i d a d , a l i g u a l q u e l a u n i v e r s i d a d es desde s u f u n d a c i ó n
X X X , X L L X ) , podría pensarse l a globalización c o m o l a «ampliación, profundización y
universalidad.

136 137
 c o n s e c u e n c i a s p a r a l a distribución d e l poder. (Véase a este respecto E n q u e t e - K o m m i s -
L a s i n g u l a r i d a d d e l p r o c e s o de globalización r a d i c a hoy, c o m o escribe B e c k (1998:
s i o n d e l D e u t s c h e r B u n d e s t a g 2002: 53; H e l d , M c G r e w , G o l d b l a t t y P e r r a t o n 2002:
31), e n l a «ramificación, d e n s i d a d y e s t a b i l i d a d de sus recíprocas redes de r e l a c i o n e s
X L I V - X L V , 544-548. E s t o s autores p i e n s a n que l a explicación de l a globalización c o n -
regionales-globales empíricamente c o m p r o b a b l e s y de s u autodefinición de l o s m e d i o s
temporánea s i m p l e m e n t e c o m o p r o d u c t o de l a lógica e x p a n s i o n i s t a d e l c a p i t a l i s m o ,
d e c o m u n i c a c i ó n , así c o m o de los espacios sociales y de las c i t a d a s corrientes icónicas
de l a difusión g l o b a l de l a c u l t u r a p o p u l a r o de l a expansión müitar, es l l a n a m e n t e
e n los p l a n o s c u l t u r a l , e c o n ó m i c o , müitar y e c o n ó m i c o » (sobre el c o n c e p t o de g l o b a l i -
u n i l a t e r a l y r e d u c c i o n i s t a . S e p u e d e a f i r m a r q u e h a y u n a c o n j u n c i ó n de fuerzas de l a
zación, véase también X e r c a v i n s et al. 2005: 97-119).
globalización y u n a dinámica de interacción q u e se h a de t e n e r e n c u e n t a y explorar, y
L o s procesos actuales de integración m á s notables s o n l o s económico-financieros,
n o es u n p r o c e s o automático o algo q u e se r e p r o d u z c a p o r sí m i s m o . )
p e r o l a globalización también atañe a l a c u l t u r a , l a política ( E s t a d o t e r r i t o r i a l y política
g l o b a l ) , a los s i s t e m a s de s e g u r i d a d (globalización m i l i t a r ) , a l a c i e n c i a , l a tecnología
( l a d e n o m i n a d a «sociedad d e l c o n o c i m i e n t o » ) , a l m e d i o a m b i e n t e (globalización y el
¿ Q u é p r i n c i p i o s h a n d e g u i a r e l p r o c e s o d e globalización?
a m b i e n t e ) , a l m u n d o jurídico (derechos h u m a n o s de h o m b r e s y mujeres) a las m i g r a -
c i o n e s ( m o v i m i e n t o s m i g r a t o r i o s ) , etc. C o m o características d e l p r o c e s o de g l o b a l i -
S i se q u i e r e q u e l o s b e n e f i c i o s d e l p r o c e s o de globalización p u e d a n y d e b a n l l e g a r a
z a c i ó n cabe señalar, entre otras: l a liberalización d e l c o m e r c i o y de las finanzas, l a g r a n
más p e r s o n a s y r e p a r t i r s e esos b e n e f i c i o s m e j o r entre l o s diferentes países y d e n t r o de
expansión de l a inversión extranjera d i r e c t a , l a aparición de flujos financieros más allá
ellos m i s m o s entre las p e r s o n a s , es n e c e s a r i o influir y configurar este proceso globaliza-
d e las fronteras, e l g r a n a u m e n t o d e l a c o m p e t e n c i a e n l o s m e r c a d o s globales y, e n
dor e n v i r t u d de objetivos sociales y éticos. E l debate se h a de c e n t r a r e n l a democracia
g e n e r a l , e n t o d a a c t i v i d a d h u m a n a c o m o u n d i s t i n t i v o de n u e s t r o t i e m p o . ( N o s podría-
(poder de configuración) y e n l a justicia social e n e l seno de u n a e c o n o m í a g l o b a l i z a d a .
m o s preguntar, y sería u n a p r e g u n t a pertinente, s i existen h o y límites a l a c o m p e t i t i v i -
D e s e a m o s , a l i g u a l q u e a f i r m a e l I n f o r m e « P o r u n a globalización j u s t a : c r e a r o p o r -
d a d o s i ésta n o tiene h m i t e s e n a b s o l u t o , t a l c o m o se l o h a p r e g u n t a d o e l G r u p o de
t u n i d a d e s p a r a t o d o s » , de l a OLT (2004: L X - X , 2-10), u n p r o c e s o de globalización d o t a -
L i s b o a , p r e o c u p a d o p o r e l p a p e l de l a c o m p e t i t i v i d a d e n e l p r o c e s o de globalización
d o de u n a fuerte dimensión ética y social, b a s a d o e n valores universales c o m p a r t i d o s y
e c o n ó m i c a y s o c i a l : ¿es l a c o m p e t i t i v i d a d e l m e j o r i n s t r u m e n t o p a r a h a c e r frente a los
e n e l respeto a l o s d e r e c h o s h u m a n o s y l a d i g n i d a d de l a p e r s o n a . U n a globalización
graves p r o b l e m a s m e d i o a m b i e n t a l e s , demográficos, e c o n ó m i c o s y sociales a n i v e l g l o -
justa, integradora, gobernada democráticamente y que ofrezca oportunidades y beneficios
b a l ? ¿Puede l a c o m p e t i t i v i d a d g o b e r n a r e l planeta? Véase a este respecto U r s u a 2003.)
a todos los países y a todas las personas.

C a u s a s o factores m u l t i c a u s a l e s convergentes d e l a globalización

N e c e s i d a d d e r e f o r z a r e l m a r c o ético y s o c i a l

A p e s a r de estar v i v i e n d o h o y e n u n a « c o m u n i d a d global», n o existe, según los

U n a de l a s grandes tareas de l o s filósofos h a c o n s i s t i d o , desde el p a s a d o m á s r e m o -
expertos, n i n g u n a teoría c o h e r e n t e de l a globalización, a u n q u e sí h a y u n a diversidad de
to, e n p e n s a r y e l a b o r a r estudios sistemáticos s o b r e l a ética p a r a d i l u c i d a r o j u s t i f i c a r
consideraciones q u e t r a t a n de i d e n t i f i c a r s u d m á m i c a c a u s a l implícita e n l a g l o b a l i z a -
el s i s t e m a o sistemas de ideas q u e se h a n de u t i l i z a r p a r a e v a l u a r las a c c i o n e s de los
c i ó n contemporánea.
i n d i v i d u o s y de las i n s t i t u c i o n e s , establecer criterios p a r a d e f i n i r los derechos y debe-
S e p u e d e a f i r m a r que se d a u n a c o n j u n c i ó n de a c o n t e c i m i e n t o s , procesos y c o n d i -
res e n las diferentes esferas de l a v i d a , e s p e c i f i c a r las c u a l i d a d e s que se h a n de favore-
c i o n e s que i n c l u y e n t e n d e n c i a s expansionistas de los sistemas políticos, e c o n ó m i c o s
cer o n o favorecer e n e l carácter i n d i v i d u a l (virtudes o v i c i o s ) y c o n s i d e r a r diferentes
(decisión poKtico-económica de r e d u c i r b a r r e r a s n a c i o n a l e s ) , m i l i t a r e s , m i g r a t o r i o s ,
f o r m a s de v i d a y sus d e m a n d a s p a r a que los seres h u m a n o s las s i g a n . T o d o este t r a b a j o
c u l t u r a l e s y e c o l ó g i c o s , i n f l u y e n d o de u n a m a n e r a e x t r a o r d i n a r i a l a revolución de las
se h a o f r e c i d o e n l a h i s t o r i a de l a filosofía n o c o m o m e r a s d e s c r i p c i o n e s , s i n o c o m o
tecnologías de l a información y de l a c o m u n i c a c i ó n (la c o m u n i c a c i ó n y transmisión de
teorías normativas, a saber, c o m o teorías q u e o f r e c e n u n a guía general p a r a a c t u a r
datos e i n f o r m a c i o n e s es esencial p a r a l a integración p l a n e t a r i a a c t u a l , así c o m o l a
c o r r e c t a m e n t e o p a r a ser e l t i p o de p e r s o n a c o r r e c t a o p a r a v i v i r a d e c u a d a m e n t e ( B e n -
i m p o r t a n c i a de Internet y l a internacionalización de l o s «mass m e d i a » ) y e l desarrollo
s o n 2000: 3-5).
d e l transporte a g r a n escala de finales d e l siglo XX, que h a f a c u l t a d o l a globalización e n
C o m o a f i r m a C a r i M i t c h a m ( M i t c h a m y García de l a H u e r t a 2001: 24-25, 2 9 , 3 3 -
t o d o s los ámbitos de l a a c t i v i d a d s o c i a l y h a a m p l i a d o l a c a p a c i d a d de interacción
35), l a n e c e s i d a d de l a ética se f u n d a e n e l h e c h o de q u e l o s seres h u m a n o s están
g l o b a l , m e d i a n t e e l s u r g i m i e n t o e n t o d o e l m u n d o de i n f r a e s t r u c t u r a s p a r a e l d e s p l a z a -
s i e m p r e enfrentados a c u r s o s de acción alternativos. H a y más cosas que podrían h a -
m i e n t o de p e r s o n a s , artefactos, bienes y símbolos. H a y q u e m e n c i o n a r también c o m o
cerse de las q u e r e a l m e n t e se h a c e n ; h a y s i e m p r e más de u n a m a n e r a de c u m p l i r u n a
aspectos a t e n e r e n c u e n t a l a expansión de l a c r i s i s ecológica a n i v e l m u n d i a l , las enfer-
tarea y h a y q u e elegir r e a l i z a r u n a a c c i ó n m á s b i e n q u e o t r a , de u n m o d o y n o de o t r o .
m e d a d e s contagiosas a n i v e l g l o b a l , el e s t a b l e c i m i e n t o d e l inglés c o m o «lingua franca»,
P o r este m o t i v o , l a ética se d e s a r r o l l a e n r e s p u e s t a a l a diversidad de opciones de la
l a marginación de las c u l t u r a s m i n o r i t a r i a s y l a uniformización de las c o s t u m b r e s de
experiencia humana c o m o u n a guía e n el quehacer, y e n e l v i v i r e n esa a b i g a r r a d a
consumo.
e x p e r i e n c i a y nace, p o r t a n t o , de l a l i b e r t a d h u m a n a . E n u n s e n t i d o general, l a ética es
E s t e n u e v o proceso de globalización h a p o t e n c i a d o también e n f o r m a m a s i v a l a
el intento de tratar c o n esta e x p e r i e n c i a de l a o p c i o n a l i d a d e n l o s asuntos h u m a n o s .
intensidad y l a velocidad de las i n t e r a c c i o n e s globales, a l m i s m o t i e m p o que h a alterado
C o m o o b s e r v a de n u e v o M i t c h a m ( M i t c h a m y García de l a H u e r t a 2 0 0 1 : 2 7 , 4 8 ) , basán-
l a repercusión de l a globalización de u n a m a n e r a más e s p e c i a l en l o referente a sus

139
138
dose e n los a r g u m e n t o s de N a s h (1989), existe u n a t e n d e n c i a f u n d a m e n t a l d e n t r o de l a s i d a , e l p a l u d i s m o y otras e n f e r m e d a d e s , g a r a n t i z a r l a sostenibüidad d e l m e d i o a m -
ética m o d e r n a — d e s d e l a Carta Magna de 1215 h a s t a el Acta de las Especies en Peligro biente, d e s a r r o l l a r u n a a l i a n z a m u n d i a l p a r a e l desarrollo.) (Véase « P o r u n a g l o b a l i z a -
de 1973, y h a s t a hoy, p o d r í a m o s d e c i r — , que consiste e n i r a m p l i a n d o el ámbito de l a c i ó n j u s t a : c r e a r o p o r t u n i d a d e s p a r a todos» de l a OLT 2 0 0 4 : 9 , 1 1 8 . ) S e p u e d e y se debe
m o r a l i d a d («círculo e n expansión»), sobre t o d o hoy, más allá de l o antropológico, i n - p a r t i r también de l a Carta Mundial por la Naturaleza de 1982.
c l u y e n d o n o sólo a los seres h u m a n o s y sus relaciones, s i n o también a los a n i m a l e s , l a L a E n q u e t e - K o m m i s s i o n del Deutscher Bundestag (2002:53,55-56), reconoce p r i n -
n a t u r a l e z a e i n c l u s o a los artefactos. c i p i o s y v a l o r e s tales c o m o : e l principio democrático e n l a e c o n o m í a y e n l a s o c i e d a d
D e n t r o de las teorías éticas básicas, a saber, l a ética de l a v i r t u d ( c e n t r a d a e n e l (participación de c i u d a d a n o s / a s ) , e l desarrollo sostenible, e l respeto a los derechos hu-
agente v i r t u o s o ) , l a ética de l a l e y n a t u r a l (de f o n d o holístico), l a ética d e l d e r e c h o manos, l a justicia social distributiva, l a diversidad cultural y l a equidad de género p a r a
n a t u r a l (de f o n d o i n d i v i d u a l i s t a ) , l a ética u t i l i t a r i s t a o c o n s e c u e n c i a l i s t a , l a ética d e o n - p o d e r enfilar, m o d e l a r o c o n f i g u r a r l a globalización desde l a vertiente s o c i a l , ecológica
tológica ( c e n t r a d a e n l a a c c i ó n ) , nos m e r m a r e m o s aquí, a u n q u e n o c r e e m o s que las y de l a e q u i d a d . C o m o l a e c o n o m í a de m e r c a d o n o se p r e o c u p a n i se p u e d e p r e o c u p a r
diferentes teorías éticas sean excluyentes, p o r u n a síntesis entre l a ética de la virtud (es p o r sí s o l a d e l b i e n e s t a r de t o d a s l a s p e r s o n a s , es t a r e a d e l E s t a d o p r e o c u p a r s e p o r l a
ético l o que u n a p e r s o n a v i r t u o s a haría), e l consecuencialismo (consideración d e l a s j u s t i c i a d i s t r i b u t i v a y p o r l a situación s o c i a l d e l ser h u m a n o . E n este sentido, e l E s t a d o
c o n s e c u e n c i a s de las acciones p a r a e l b i e n e s t a r de los i m p l i c a d o s ) , el deontologismo h a de v e l a r p o r e l a f i a n z a m i e n t o y l a financiación d e l o r d e n jurídico y s o c i a l y de otros
(«deberismo u o b l i g a c i o n i s m o » : i m p e r a t i v o categórico k a n t i a n o : «actúa de t a l m o d o «bienes p ú b l i c o s » q u e a c a u s a de l a presión d e l p r o c e s o g l o b a l i z a d o r podrían estar e n
q u e e l p r i n c i p i o de t u acción p u e d a ser generalizado») y, sobre todo, e l contractualis- p e l i g r o . B a j o e l c o n c e p t o d e «bienes p ú b l i c o s » se suele e n t e n d e r c o n c e p t o s tales c o m o
mo, a saber, l a teoría que i d e n t i f i c a y fija e l c o m p o r t a m i e n t o ético, los derechos y l a p a z , e l respeto a l o s derechos h u m a n o s , u n m e d i o a m b i e n t e íntegro (el c l i m a y e l
deberes de l o s seres h u m a n o s m e d i a n t e e l a c u e r d o m u t u o l i b r e m e n t e aceptado. e n t o r n o g l o b a l se c o n s i d e r a n c o m o bienes públicos globales), l a j u s t i c i a s o c i a l , l a e d u -
A m a r t y a K . S e n , P r e m i o N o b e l d e E c o n o m í a e n 1998, e n s u o b r a s o b r e Ética y cación, l a investigación, l a e s t a b i l i d a d de l o s m e r c a d o s financieros y u n g r a d o m í n i m o
Economía ( 2 0 0 3 : 68, 90-94), y a h a i n s i s t i d o e n e l e m p o b r e c i m i e n t o de l a e c o n o m í a
2 de b i e n e s t a r e c o n ó m i c o . H o y , estos «bienes públicos» se h a n d e e n t e n d e r y c o n f i g u r a r
d e l b i e n e s t a r c o m o r e s u l t a d o d e l d i s t a n c i a m i e n t o q u e se h a p r o d u c i d o e n t r e l a ética c o m o b i e n e s públicos a n i v e l m u n d i a l .
y l a e c o n o m í a y, e n c o n c r e t o , e n l a i n a d e c u a c i ó n de l o s c r i t e r i o s de evaluación e m - U n e c o n o m i s t a e s p e c i a l i z a d o e n c o m e r c i o y d e s a r r o l l o i n t e r n a c i o n a l y q u e enseña
p l e a d o s e n l a m o d e r n a e c o n o m í a d e l bienestar, e s b o z a n d o r a z o n e s a f a v o r d e d e s a - e n l a J . K e n n e d y S c h o o l o f G o v e r n m e n t de l a U n i v e r s i d a d de H a r v a r d c o m o R o d r i k
r r o l l a r a l g u n a s de l a s d i s c u s i o n e s éticas c o n t e m p o r á n e a s e n l a dirección c o n s e c u e n - (1997), a f i r m a q u e l a e c o n o m í a m u n d i a l se enfrenta h o y a l r e t o de a s e g u r a r q u e l a
c i a ! , pese a l c o m p r e n s i b l e r e c h a z o d e l u t i l i t a r i s m o y de s u m a n e r a m u y l i m i t a d a de integración e c o n ó m i c a i n t e r n a c i o n a l n o c o n t r i b u y a a l a desintegración e c o n ó m i c a .
v a l o r a c i ó n c o n s e c u e n c i a l . P a r a S e n , l a e c o n o m í a p u e d e ser m á s p r o d u c t i v a s i t i e n e n Según este autor, l a tensión entre globalización y e s t a b i l i d a d s o c i a l se c e n t r a e n tres
e n c u e n t a l a s c o n s i d e r a c i o n e s éticas q u e a f e c t a n a l c o m p o r t a m i e n t o h u m a n o . «La p r o b l e m a s : 1) l a transformación m o d e r n a de l a relación d e l e m p l e o , 2) los c o n f l i c t o s
e c o n o m í a d e l b i e n e s t a r — e s c r i b e S e n ( 2 0 0 3 : 1 0 4 ) — se p u e d e e n r i q u e c e r s u s t a n c i a l -
2 existentes entre e l c o m e r c i o i n t e r n a c i o n a l y las n o r m a s sociales, y 3) l a presión q u e h a
m e n t e p r e s t a n d o m á s atención a l a ética». d e s o p o r t a r u n g o b i e r n o n a c i o n a l p a r a m a n t e n e r l a c o h e s i ó n d o m é s t i c a y l o s sistemas
C o m o l o q u e aquí se p r o p o n e , según lo y a descrito, es u n a globalización más ética y de b i e n e s t a r s o c i a l . P a r a R o d r i k e l c o m e r c i o (el l i b r e c o m e r c i o que e n r i q u e c e a las
social, e n s u s e n t i d o a m p l i o , ésta se h a de asentar e n valores y p r i n c i p i o s u m v e r s a l m e n - n a c i o n e s ) y l o s p r o g r a m a s sociales d e b e n e n t r e m e z c l a r s e , i n s i s t i e n d o e n e l aspecto
te c o m p a r t i d o s , necesarios p a r a e l b u e n c o m p o r t a m i e n t o p r i v a d o y p ú b l i c o de u n a s o c i a l . P a r a que l a integración y l a transformación g l o b a l t e n g a n l u g a r de m a n e r a ade-
ciudadanía r e s p o n s a b l e . P a r a n o s e r m u y «exigentes éticamente» y n o p e d i r algo q u e c u a d a es n e c e s a r i o t e n e r e n c u e n t a e l a r g u m e n t o «Polanyi-Ruggie-Rodrik», a saber,
éticamente n o se p u e d a realizar, se podría p a r t i r d e l c u m p l i m i e n t o de las ideas y p r i n - proteger, a c o r t o p l a z o , a l a ciudadanía de l o s peores efectos negativos. P a r a a u m e n t a r
c i p i o s y a r e c o g i d o s e n d o c u m e n t o s c o m o l a Carta de las Naciones Unidas, que r e c o n o c e e l t a m a ñ o d e l a t a r t a e c o n ó m i c a , a l a r g o p l a z o , ningún t r o z o d e l a m i s m a p u e d e r e d u -
el «patrimonio c o m ú n de l a h u m a n i d a d » , c o n e l f i n de c r e a r ciertas f o r m a s de gober- cirse drásticamente a c o r t o p l a z o . E s t o p u e d e s i g n i f i c a r gastos sociales de g o b i e r n o y
n a r l a distribución, l a apropiación y l a explotación d e l t e r r i t o r i o , l a p r o p i e d a d y los r e q u i e r e u n a gestión d e l a política que sea práctica y q u e refuerce e l b i e n e s t a r h u m a n o .
r e c u r s o s naturales, y que m a n i f i e s t a c o m o p r i o r i d a d c o l e c t i v a l a preservación de l a Según R o d r i k (2002), e l m e r c a d o n e c e s i t a estar i n c o r p o r a d o e n u n a serie de i n s t i t u c i o -
p a z , l a p r o m o c i ó n de los derechos h u m a n o s y e l e s t a b l e c i m i e n t o de u n a m a y o r j u s t i c i a nes de n o m e r c a d o p a r a q u e f u n c i o n e b i e n . E s t a s i n s t i t u c i o n e s r e a l i z a n diferentes f u n -
s o c i a l , y a que l o s «asuntos públicos» c o m p r e n d e n a l a c o m u n i d a d i n t e r n a c i o n a l e n s u ciones críticas c o n relación a l m e r c a d o , a saber, c r e a n , r e g u l a n , e s t a b i l i z a n y l e g i t i m a n
c o n j u n t o . (Véase e l m o d e l o de l a Carta de las Naciones Unidas, e n H e l d , M c G r e w , G o l d - a l m e r c a d o ( G l o b a l Trade N e g o t i a t i o n s , Anti-what?, 2006).
blatt, P e r r a t o n 2002: 43.) S e podría p a r t i r de l a Declaración Universal de los Derechos E l P r e m i o N o b e l de E c o n o m í a de 2 0 0 1 , J o s e p h E . S t i g l i t z , experto e n globalización
Humanos (10 de d i c i e m b r e de 1948; véase B e r r a o n d o 2005), de l a Declaración de la q u e h a trabajado e n l a C a s a B l a n c a c o m o presidente d e l C o n s e j o de Asesores E c o n ó m i -
OIT s o b r e l o s p r i n c i p i o s y d e r e c h o s e n e l t r a b a j o y de l a Declaración del Milenio de cos d e l presidente B . C l i n t o n (1995-1997) y c o m o e c o n o m i s t a jefe y vicepresidente d e l
las Naciones Unidas. ( E n s e p t i e m b r e de 2002, 189 jefes de E s t a d o y de G o b i e r n o a s u - B a n c o M u n d i a l (1997-2000), a f i r m a b a e n e l acto de i n v e s t i d u r a c o m o D o c t o r H o n o r i s
m i e r o n , e n n o m b r e de sus países, y a f u e r a n ricos o pobres, el c o m p r o m i s o de a l c a n z a r C a u s a p o r l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o / E u s k a l H e r r i k o U n i b e r t s i t a t e a , e n 2006, que l a
u n a serie de objetivos m e n s u r a b l e s p a r a e l año 2015, tales c o m o : e r r a d i c a r l a p o b r e z a razón p o r l a q u e l a « m a n o invisible» (idea a r t i c u l a d a p o r A d a m S r n i t h e n 1776: e n el
e x t r e m a y e l h a m b r e , l o g r a r u n a educación p r i m a r i a u n i v e r s a l , p r o m o v e r l a i g u a l d a d m e r c a d o , e l interés p r o p i o c o n d u c e a l a e f i c i e n c i a e c o n ó m i c a c o m o g u i a d o p o r u n a
de género, r e d u c i r l a m o r t a l i d a d i n f a n t i l , m e j o r a r l a s a l u d m a t e r n a , c o m b a t i r el V I H / m a n o invisible) s i e m p r e es i n v i s i b l e es s i m p l e m e n t e p o r q u e n o estaba ahí o, p a r a decir-

140 141
l o m á s l l a n a m e n t e , e l m e r c a d o p o r sí m i s m o n o c o n d u c e a l a e f i c i e n c i a e c o n ó m i c a . E n • R e f o r z a r u n estado democrático y eficaz c o n u n a m a y o r e s c u c h a y participación y
m u c h o s países, entre ellos el País V a s c o , se h a e n t e n d i d o , según S t i g l i t z , q u e el gobier- que g a r a n t i c e l a rendición de cuentas.
n o t i e n e u n p a p e l i m p o r t a n t e y e n esos lugares se h a e n t e n d i d o q u e e l e q u i l i b r i o entre 8
R e q u i e r e u n desarrollo sostenible que potencie el desarrollo e c o n ó m i c o , s o c i a l y
el gobierno y el mercado era necesario para l a eficiencia económica. Nadie puede pre- m e d i o a m b i e n t a l a escala l o c a l , regional, y m u n d i a l e q u i l i b r a d o (véase el p o r t a l sostenibi-
t e n d e r q u e e l m e r c a d o p o r sí m i s m o sea u n a m a n e r a eficiente d e a s i g n a r r e c u r s o s : el l i d a d de l a Universität Politécnica de C a t a l u n y a 2007: http://portalsostenibihdad.upc.edu/
G o b i e r n o tiene u n p a p e l i m p o r t a n t e . E s m u y n e c e s a r i o u n g o b i e r n o eficaz y u n e q u i l i - index.php), q u e p r o m u e v a l a i g u a l d a d de género y que r e d u z c a las diferencias entre
b r i o a d e c u a d o de l a s i n s t i t u c i o n e s (privadas, públicas, O N G , cooperativas, etc.). H a - países y entre las personas.
J o o n C h a n g (2003) p r o p o n e , e n s u reflexión sobre l a globalización, e l d e s a r r o l l o e c o n ó - B
N e c e s i t a mercados productivos y equitativos.
m i c o y e l papel d e l Estado, «un enfoque pohtico-institucional de l a economía». • E n u n c i a r reglas justas y democráticas.
P a r a que l a globalización f u n c i o n e es n e c e s a r i o , s i e m p r e según S t i g l i t z (2006), ase- • U n a globalización solidaria.
gurarse de que existan redes seguras y u n a redistribución (sistemas de r e n t a p r o g r e s i - • U n a mayor responsabilidad ante las p e r s o n a s .
vos) p a r a que n o se beneficien solamente u n o s p o c o s q u e están e n l a c i m a , u n s i s t e m a de 0
Asociaciones más comprometidas.
e d u c a c i ó n fuerte, u n a g r a n inversión e n tecnologías y u n a estrecha conexión entre e d u - ° U n a s Naciones Unidas e instituciones internacionales financieras eficaces y com-
c a c i ó n y l u g a r de t r a b a j o , así c o m o u n a d e m o c r a c i a p a r t i c i p a t i v a y c o n c a p a c i d a d de prometidas.
decisión que s u p l a e l déficit democrático existente e n l a a c t u a l i d a d e n e l p r o c e s o y ges-
tión de l a globalización. H a s t a a h o r a e l p r o b l e m a básico reside e n que l a globalización E s n e c e s a r i o i r h a c i a u n a « c o m u n i d a d global» c o n f i g u r a d a m e d i a n t e e l diálogo y
e c o n ó m i c a h a s i d o más rápida q u e l a globalización política. L a s instituciones globales l a b u e n a « g o b e r n a n z a global» («global g o v e r n a n c e » ) . E l c o n c e p t o de « g o b e r n a n z a »
n o se g o b i e r n a n de m a n e r a a d e c u a d a a l o s p r i n c i p i o s democráticos. H a y que h a c e r que (término t é c n i c o d e l inglés « g o v e r n a n c e » , t r a d u c i d o también p o r g o b e r n a b i l i d a d o
l a globalización f u n c i o n e , l a globalización a c t u a l n o f u n c i o n a y esto se debe, sobre todo, g o b e r n a n c i a , n o c o n f u n d i r c o n « g o b i e r n o m u n d i a l » ) , se refiere aquí, t a l c o m o l o
a tres razones: a) l a m a n e r a e n q u e se h a gestionado l a globalización p o r las i n s t i t u c i o - define l a Unión E u r o p e a («La g o b e r n a n z a europea. L i b r o Blanco»: http://eur-
nes financieras internacionales — e l F M I ( F o n d o M o n e t a r i o I n t e r n a c i o n a l ) y e l B a n c o l e x . e u r o p a . e u / L e x U r i S e r v / s i t e / e s / c o m / 2 0 0 1 / c o m 2 0 0 l _ 0 4 2 8 e s 0 1 . p d f ) , a l a s reglas, p r o -
M u n d i a l h a n p r o p u g n a d o u n a visión d e l m e r c a d o d e m a s i a d o e x t r e m a y n o se h a n d a d o cesos y c o n d u c t a s q u e a f e c t a n a l m o d o c ó m o se ejerce e l poder, s o b r e t o d o , a n i v e l
c u e n t a de las l i m i t a c i o n e s del m e r c a d o y t a m p o c o h a n t e n i d o e n c u e n t a el p a p e l a des- l o c a l , r e g i o n a l , n a c i o n a l , e u r o p e o y a h o r a m u n d i a l , e n l o referente a l a a p e r t u r a (ac-
empeñar p o r el g o b i e r n o — ; b) l a globalización h a s i d o c o n f r e c u e n c i a i n j u s t a c o n los ceso a l a s i n s t i t u c i o n e s ) , l a participación, l a r e s p o n s a b i l i d a d (de todos/as los/as i m -
países e n desarrollo, pues las reglas de juego las h a n d i c t a d o los países i n d u s t r i a l i z a d o s p l i c a d o s / a s a t o d o s l o s n i v e l e s ) , l a e f e c t i v i d a d (políticas o p o r t u n a s y definición de
m á s avanzados o, e n concreto, las empresas o c o r p o r a c i o n e s m u l t i n a c i o n a l e s , a t e n d i e n - n e c e s i d a d e s y objetivos), l a c o h e r e n c i a (entre políticas y a c c i o n e s ) y e l i n c r e m e n t o de
do únicamente a sus intereses; y c) i n c l u s o allí d o n d e l a globalización se h a r e a l i z a d o de d e m o c r a c i a y l e g i t i m i d a d de l a s i n s t i t u c i o n e s . S e t r a t a de a d o p t a r u n a s estrategias
f o r m a j u s t a , se h a n p r o d u c i d o i m p o r t a n t e s consecuencias e n m a t e r i a de distribución de nuevas e n t r e l o p ú b l i c o y l o p r i v a d o , e n t r e e l g o b i e r n o y l a s o c i e d a d , y p u e d e s e r v i r de
riqueza y esto es v e r d a d tanto e n e l N o r t e c o m o e n e l Sur. P a r a ello será necesario, según p u e n t e e n t r e e l l i b e r a l i s m o y el s i s t e m a de p r o t e c c i ó n s o c i a l (sobre el c o n c e p t o de
S t i g l i t z , reformar la globalización. Será necesario a b o r d a r el p r o b l e m a d e l déficit d e m o - « g o b e r n a n z a » , véase M u ñ o z 2005).
crático y c o n t r i b u i r a l a distribución j u s t a de los beneficios de l a globalización. H a y que E n l a m e d i d a e n q u e a u m e n t a l a globalización de l a e c o n o m í a m u n d i a l y l a e c o n o -
r e f o r m a r l a s i n s t i t u c i o n e s i n t e r n a c i o n a l e s c o m o e l F M I (que tenía l a tarea de c o n t r i b u i r mía t i e n d e a desligarse de l o s E s t a d o s n a c i o n a l e s , es n e c e s a r i o configurar una política
a l a estabilidad e c o n ó m i c a , se transformó e n razón m s t r u m e n t a l de los intereses d e l global de los procesos económicos, sociales y medioambientales o ecológicos. L a «gober-
c a p i t a l f i n a n c i e r o i n t e r n a c i o n a l ) , e l B a n c o M u n d i a l y l a O M C (Organización M u n d i a l n a n z a global», término que u t i l i z a y a s u m e l a E n q u e t e - K o m m i s s i o n del D e u t s c h e r
del C o m e r c i o ) , p a r a que g o b i e r n e n m e j o r y más equitativamente (Stiglitz 2002). B u n d e s t a g (2002: 415-455), y sirve de base p a r a esta reflexión, s i g n i f i c a e l p r o c e s o de
E s t a globalización más ética y social, q u e se v i e n e a r g u m e n t a n d o e n este b r e v e e n s a - configurar la globalización políticamente y normativamente a nivel mundial. E s t e p r o c e -
y o , s i g u i e n d o los autores citados y e l i n f o r m e « P o r u n a globalización j u s t a : c r e a r opor- so a b o g a p o r d o t a r a l m u n d o de u n m a r c o político j u s t o , jurídicamente fiable y respe-
t u n i d a d e s p a r a t o d o s » de l a OLT (2004: L X - X I , 5-6,9), n o n e c e s i t a u n p l a n utópico, s i n o t u o s o c o n los límites de l a n a t u r a l e z a . E l m i s m o p r i n c i p i o d e l E s t a d o d e m o c r á t i c o de
u n a serie de c a m b i o s c o o r d i n a d o s de d i v e r s a índole (reformas de ciertas partes d e l d e r e c h o , a p a r t i r d e l c u a l l a ciudadanía p u e d e d e t e r m i n a r h b r e m e n t e sus c o n d i c i o n e s
s i s t e m a e c o n ó m i c o ) , r e f o r z a m i e n t o de l a «gobernanza», u n a m e j o r a d e l s i s t e m a e d u - d e v i d a , debe p l a s m a r s e también a escala g l o b a l .
cativo, u n a m e j o r redistribución, etc., y que, de n i n g u n a m a n e r a , se quede f u e r a l a Así, u n a política o r d e n a d o r a de l a e c o n o m í a de m e r c a d o g l o b a l i z a d a , debería fijar,
dimensión c u l t u r a l (ese p o d e r o s o s í m b o l o de i d e n t i d a d y de p e r t e n e n c i a y s u relación sobre l a b a s e d e l principio de sostenibilidad (consideración de los aspectos sociales,
a l a «mundiahzación cultural»), e l m e d i o a m b i e n t e y el e q u i l i b r i o s o c i a l bajo l a presión e c o l ó g i c o s y e c o n ó m i c o s ) , según a f i r m a l a E n q u e t e - K o m m i s s i o n d e l D e u t s c h e r B u n -
a c u c i a n t e de l a c o m p e t e n c i a p o r r e d u c i r costes, que se podría r e s u m i r e n las siguientes destag ( 2 0 0 2 : 4 1 8 ) , u n a s líneas directrices e c o n ó m i c a s , sociales y ecológicas inequívo-
líneas programáticas, que se h a n de r e a l i z a r p a r a configurar l a globalización: cas y habría de tener e n c u e n t a aspectos de l a s e g u r i d a d h u m a n a , tales c o m o : l a p r o t e c -
c i ó n g l o b a l d e l m e d i o a m b i e n t e , l a l u c h a c o n t r a l a p o b r e z a , l a prevención de conflictos,
• E s necesario a f i r m a r y defender un enfoque centrado en las personas que respete l a el respeto de los derechos h u m a n o s , l a e s t a b i l i d a d de los m e r c a d o s f i n a n c i e r o s , l a j u s -
d i g n i d a d h u m a n a y que c o n s i d e r e a todos l o s seres h u m a n o s c o m o iguales. ticia i n t e r g e n e r a c i o n a l , l a e q u i d a d de género (sobre m u j e r e s , globalización y derechos

142 143
h u m a n o s , véase M a q u i e i r a et al. 2006) y l a s a l v a g u a r d a y el d e s a r r o l l o de los estándares U n a de l a s p r e g u n t a s filosóficas q u e n o s h e m o s de p o n e r c o n s t a n t e m e n t e a n t e
sociales. n o s o t r o s , y q u e r e q u i e r e u n a r e s p u e s t a a d e c u a d a , es c o n q u é c o n o c i m i e n t o , c o n qué
L a «gobernanza global» r e q u i e r e p a r a ello i n s t i t u c i o n e s o r d e n a d o r a s a d e c u a d a s e c o n c i e n c i a , c o n qué y e n qué m u n d o q u e r e m o s vivir. E l f u t u r o d e p e n d e r á d e s i n o s
idóneas más allá d e l n i v e l d e l E s t a d o . L o s E s t a d o s n a c i o n a l e s , que n o h a n de p e r d e r s u p o n e m o s o n o de a c u e r d o , e n esta s o c i e d a d g l o b a l i z a d a e i n t e r c o n e c t a d a , s o b r e e l
i d e n t i d a d y p o d e r y s o n necesarios, p u e s ciertos p r o b l e m a s y políticas seguirán s i e n d o p a p e l a c t i v o q u e h a de j u g a r de m a n e r a r e s p o n s a b l e e l s e r h u m a n o e n este t e a t r o de l a
r e s p o n s a b i l i d a d d e los g o b i e r n o s locales y de los E s t a d o s n a c i o n a l e s , h a n de t r a n s f e r i r m u n d i a l i z a c i ó n y c o n q u é p r i n c i p i o s y v a l o r e s h a de g u i a r y r e a l i z a r s u v i d a e n este
c o m p e t e n c i a s t a n t o «hacia arriba» (niveles n a c i o n a l e s e i n t e r n a c i o n a l e s ) c o m o «hacia c r e c i e n t e p r o c e s o de g l o b a l i z a c i ó n q u e e s t a m o s e x p e r i m e n t a n d o y q u e aspiramos a
a b a j o » (política l o c a l y r e g i o n a l ) y t r a b a j a r e n diálogo, e n c o o p e r a c i ó n y c o n a c u e r d o s / gestionarlo d e m a n e r a l e g a l , s o c i a l , d e m o c r á t i c a y éticamente p a r a b e n e f i c i o d e t o d a s
c o n t r a t o s — p r o m o c i ó n de l a c u l t u r a de cooperación multilateral y d e l acuerdo/contrato; las personas d e l m u n d o .
véase, a l respecto, G r u p o de L i s b o a 1993: 156-172, q u e d e f i e n d e cuatro contratos que
se h a n de f i r m a r y c u m p l i r a n i v e l g l o b a l : 1) e l c o n t r a t o p a r a c u b r i r l a s «necesidades
básicas», 2) e l «contrato cultural», 3) e l «contrato d e m o c r á t i c o » , y 4) e l «contrato c o n l a Bibliografía
Tierra»; N . U r s u a 2003 y B e c k 1998: 1 8 2 - 2 1 7 — entre E s t a d o s y diferentes agentes y
o r g a n i z a c i o n e s , estatales y n o estatales, p a r a s o l v e n t a r p r o b l e m a s tales c o m o l a s a l u d ALIENDE, A n a (ed.) (2004): Las transformaciones sociales en el mundo contemporáneo. Estella:
m u n d i a l , e l m e d i o a m b i e n t e , l a s e g u r i d a d g l o b a l , l a regulación e c o n ó m i c a , e l t e m a de E d . Verbo Divino.
l o s derechos h u m a n o s , etc. Será n e c e s a r i o t e n e r u n a g r a n imaginación política y s o c i a l B E C K , Ulrich (1998): ¿Qué es la globalización? Falacias del globalismo, respuestas a la globaliza-

p a r a n o p e r m a n e c e r p a s i v o s ante las g r a n d e s t r a n s f o r m a c i o n e s q u e están t e n i e n d o ción. Barcelona: Paidós.

B E N S O N , John (2000): Enviromental Ethics. Londres: Roudedge.
l u g a r ( E n q u e t e - K o m m i s s i o n d e l D e u t s c h e r B u n d e s t a g 2 0 0 2 : 419-420, 4 3 2 - 4 3 3 , 439,
B E R R A O N D O , Mikel (2005): Los derechos humanos en la globalización. Mecanismos de garantía y
4 5 0 ; véase también H e l d , M c G r e w , G o l d b l a t t y P e r r a t o n 2002: 563).
protección. S a n Sebastián: Universidad de Deusto/Diputación Foral de Gipuzkoa.
L a E n q u e t e - K o m m i s s i o n d e l D e u t s c h e r B u n d e s t a g ( 2 0 0 2 : 4 2 3 y ss., 4 2 8 , 4 5 0 - C A S A D E I , Rodolfo (2005): Los mitos de la nueva izquierda. Las profecías incumplidas de la anti-
4 5 1 ) , a l i g u a l q u e S t i g l i t z (2002 y 2 0 0 6 ) , c r e e , a este r e s p e c t o , q u e es n e c e s a r i o globalización. M a d r i d : E d . Encuentro.
llevar a cabo las r e f o r m a s de las instituciones internacionales, pilares de l a «gober- C O M I S I Ó N M U N D I A L S O B R E L A D I M E N S I Ó N S O C I A L D E L A G L O B A L I Z A C I Ó N D E L A O I T (2004): Por

n a n z a global», c o m o p o r ejemplo, entre otras, las organizaciones pertenecientes a una globalización justa: Crear oportunidades para todos, en http://www.ilo.org/public/
l a s N a c i o n e s U n i d a s , e l F M I , e l B a n c o M u n d i a l , l a O M C , etc., p a r a q u e s e a n e f i c a - spanish/wcsdg/index.htm.
ces, t r a n s p a r e n t e s , a t o d o s l o s n i v e l e s , d e m o c r á t i c a s y l o s b e n e f i c i o s l l e g u e n a t o d a s CHANG, Ha-Joon (2003): Globalisation, Economía Development and the Role of the State. L o n -
l a s p e r s o n a s . L a d e m o c r a c i a , y e n e s p e c i a l l a s o c i e d a d c i v i l , d e s e o s a de p a r t i c i p a r dres: T W N y Zed Books.
E N Q U E T E - K O M M I S S I O N D E L D E U T S C H E R B U N D E S T A G [Parlamento alemán] (2002): Globali-
a c t i v a m e n t e e n e l p r o c e s o de g l o b a l i z a c i ó n , se h a d e r e f o r z a r e n t i e m p o s d e g l o b a -
sierung der Weltwirschaft —Herausforderung und Antworten, en http://www.bundestag.de/
lización. E s t o requiere, s i n d u d a , c o m o a f i r m a B e c k (1998:191-192), «reorientarla
globalisierung; http://www.bundestag.de/parlament/gremien/kommissionen/archivl4/
p o l í t i c a e d u c a t i v a » , p u e s e l t r a b a j o e n e l m u n d o de h o y se está s u s t i t u y e n d o o c o n - welt/index.html (existe u n a versión reducida en castellano: Extracto del Informe Final).
f i g u r a n d o p o r e l c o n o c i m i e n t o . E s t o s i g n i f i c a , a s u v e z , q u e h a y q u e invertir en G L O B A L T R A D E N E G O T I A T I O N S (2005): Anti-what?, en http://www.cid.harvard.edu/cidtrade/
formación e investigación p a r a c o n s t r u i r y r e c o n s t r u i r l a « s o c i e d a d d e l c o n o c i m i e n - features/antiwhat.pdf.
t o » y de l a c u l t u r a y así p o d e r h a c e r f r e n t e a l o s g r a n d e s r e t o s t r a n s f o r m a c i o n a l e s y GRUPO DE LISBOA (1993): Limits to Competition. Lisboa: Gulbenkian Foundation.
f o r t a l e c e r a l a s p e r s o n a s de m a n e r a a d e c u a d a e n este m u n d o (véase s o b r e l a « s o c i e - H E L D , David; Anthony M C G R E W , David G O L D B L A T T y Jonathan P E R R A T O N (2002): Transforma-

d a d d e l c o n o c i m i e n t o » e l d o c u m e n t o d e l a U N E S C O , p u b l i c a d o e n 2 0 0 5 , así c o m o ciones globales. Política, Economía y Cultura. México: Oxford University Press.
T u b e l l a y V i l a s e c a 2005). MAQUIEIRA, Virginia et al. (2006): Mujeres, globalización y derechos humanos. Madrid: E d . Cáte-
dra/Universitat de Valencia/Instituto de la Mujer.
MITCHAM, Cari y Marcos G A R C Í A D E L A H U E R T A (2001): La ética en la profesión del ingeniero.
Ingeniería y ciudadanía. Santiago de Chile: Universidad de Chile.
Conclusión
M U Ñ O Z , E m i l i o (2005): «Gobernanza, ciencia, tecnología y política: trayectoria y evolución»,
Arbor, CLXXXI/715: 287-300.
C o m o y a se h a a f i r m a d o , s i q u e r e m o s u n a globalización c o n «rostro h u m a n o » n o se N A S H , Roderik (1989): Tlie Rights of Nature: A History of Environmental Ethics. Madison, W i . :

t r a t a de soñar y diseñar grandes utopías, quizá bellas p e r o i r r e a l i z a b l e s , s i n o de p o n e r University of Wisconsin Press.

e n práctica de i n m e d i a t o pequeñas y grandes r e f o r m a s i n s t i t u c i o n a l e s , a n i v e l i n t e r n a - R O D R I K , Dani (1997): Has Globalization Gone Too Far? Washington: Institute for International

c i o n a l y n a c i o n a l , y respetar l o s a c u e r d o s / c o n t r a t o s , p o t e n c i a n d o l a c o l a b o r a c i ó n y Economics.
c o o p e r a c i ó n a n i v e l c o g n o s c i t i v o y m a t e r i a l . E s t e q u e r e r n o está, a s u vez, f u n d a m e n t a - — (2002): Feasible Globalizations, en http://ksghome.harvard.edu/~drodrik/Feasible.pdf.
S E N , Amartya ( 20 03): Sobre ética y economía. Madrid: Alianza.
2

do en u n voluntarismo caprichoso p o r u n «mundo mejor», sino en u n compromiso

S T I G L I T Z , Joseph E . (2002): El malestar en la globalización. Madrid: Taurus.
ético, b a s a d o e n p r i n c i p i o s y c o n t r a t o s , q u e p a r t a n d e l respeto a l a p e r s o n a h u m a n a , de — (2006): Acto solemne de investidura como Doctor Honoiis Causa por la Universidad del País
l a p o t e n c i a c i ó n d e l a c a p a c i d a d reflexiva, de crítica y de decisión y que c o n t r i b u y a n a Vasco/Euskal Heniko Unibertsitatea. Bilbao: Servicio de Publicaciones de la Universidad del
s u p r o p i o desarrollo, tanto a nivel personal c o m o social. País Vasco/Euskal Herriko Unibertsitatea.

144 145
TUBELLA,Imrna y Jordi V D L A S E C A (coords.) (2005): Sociedad del conocimiento. Cómo cambia el
mundo ante nosotros. Barcelona: Editorial U O C .
U N E S C O 2005: Hacia las sociedades del conocimiento. Publicaciones de U N E S C O , en http://
fírgoa.usc.es/drupal/node/23044.
U N I V E R S I T A T P O L I T É C N I C A D E C A T A L U N Y A 2007: Portal de Sostenibilidad de la «Cátedra U N E S C O
Hacia una metafísica ecológica
de Sostenibilitat» en http://portalsostenibilidad.upc.edu/index.php.
URSUA, Nicanor (2003): «¿Son la competitividad y el éxito los únicos factores de la sociedad de José Ramón Arana
la información y del conocimiento? Hacia unos nuevos contratos sociales», en María Luisa
Amigo (ed.), Humanismo para el siglo xa, Bilbao, Universidad de Deusto, pp. 151-161.
W O L F , Martin (2004): Wliy Globalization Works. New Haven: Yale University Press/Bhagwati.

X E R C A V I N S , Josep; Diana C A Y U E L A , G e m m a C E R V A N T E S y M . Assumpta S A B A T E R (2005): Desairo-

llo sostenible. Barcelona: Ediciones U P C .

U n a de l a s d i m e n s i o n e s de l a globahzación es s u c o n c e p c i ó n de l a n a t u r a l e z a . L a
i n m e n s a mayoría de l o s estudios se c e n t r a n e n l a s d i m e n s i o n e s e c o n ó m i c a , s o c i a l y
política. P e r o l a r e f e r e n c i a a l a n a t u r a l e z a es necesaria, p o r q u e l a globahzación i m p l i c a
cuestiones m e d i o a m b i e n t a l e s e n e l c e n t r o de s u problemática. Y e l m e d i o a m b i e n t e n o
es sólo u n a cuestión e c o n ó m i c a , s i n o q u e p r e s u p o n e n e c e s a r i a m e n t e u n a c o n c e p c i ó n
de l a n a t u r a l e z a .
M á x i m e c u a n d o se tiene u n a visión n o r m a t i v a de l a globahzación y se l a c o n c i b e n o
sólo c o m o u n p r o c e s o histórico e n m a r c h a , s i n o c o m o u n p r o c e s o susceptible de o r i e n -
tación p o r las ingentes p o s i b i l i d a d e s q u e abre, p e r o también p o r l a s a m e n a z a s de p r e -
sente y de f u t u r o q u e l e a c o m p a ñ a n . E s t o s t i p o s de p r o c e s o de a l c a n c e histórico p r o v o -
c a n simultáneamente d o s t i p o s de respuesta: l a de s u i r r e v o c a b i h d a d y, p o r tanto, l a de
l a i m p o t e n c i a d e l sujeto histórico ante ellos; l a de s u m a n e j a b i l i d a d y, p o r tanto, l a de l a
l i b e r t a d h u m a n a . A u n q u e n o es éste e l l u g a r de j u s t i f i c a r l a , este artículo p r e s u p o n e l a
o p c i ó n p o r l a l i b e r t a d : h a b l a r de i n e x o r a b i l i d a d histórica d e s a r m a y, p o r t a n t o , favore-
ce a los m i s m o s q u e se beneficiarían c o n e l c u r s o a c t u a l d e l p r o c e s o dejado a s u ritmo.
P r o p o n g o a continuación u n a c o n c e p c i ó n n o r m a t i v a de l a n a t u r a l e z a q u e debería f u n -
c i o n a r c o m o m o d e l o r e g u l a t i v o e n todas las decisiones g l o b a h z a d o r a s .
P a r a e m p e z a r a c e n t r a r e l t e m a , se h a de d e c i r q u e l a hermenéutica de H a n s -
G e o r g G a d a m e r t e r m i n a e n u n v o l u n t a r i s m o y e n u n fiasco. Después de a f i r m a r q u e
t o d o e l e j e r c i c i o de l a c o m p r e n s i ó n y de l a interpretación se ejerce e n el medium d e l
l e n g u a j e , e s p e c i f i c a s u teoría d e l l e n g u a j e e n d o s d i m e n s i o n e s . U n a , e l l e n g u a j e c o m o
c o m u n i c a c i ó n , que c o o r d i n a e integra a los interlocutores e n u n consenso. O t r a , a q u e l l o
e n q u e l o s i n t e r l o c u t o r e s se p o n e n de a c u e r d o , a saber, l a r e a l i d a d . G a d a m e r sabe q u e
el a c u e r d o p u e d e s e r p u r a m e n t e c o n v e n c i o n a l y de intereses, p e r o a él le i n t e r e s a
g a r a n t i z a r q u e s e a u n a c u e r d o e n l a v e r d a d , n o m e r a m e n t e e n l o s intereses de l o s
i n t e r l o c u t o r e s , q u e n a d a diría s o b r e e l a l c a n c e g n o s e o l o g i c o de ese a c u e r d o . Y p a r a
ser u n a c u e r d o e n l a v e r d a d , a f i r m a G a d a m e r , debe s e r u n a c u e r d o e n a q u e l l o de q u e
l a v e r d a d es expresión, l a c o s a m i s m a , l a r e a l i d a d . E s t a s e g u n d a es l a « d i m e n s i ó n
e s p e c u l a t i v a d e l lenguaje». L o s i n t e r l o c u t o r e s se p o n e n de a c u e r d o e n l a r e a l i d a d p o r
el medium d e l l e n g u a j e ( G a d a m e r 1977: 526-585).
L a hermenéutica de G a d a m e r , entonces, se f u n d a m e n t a e n u n a o n t o l o g i a , a b o c a
n e c e s a r i a m e n t e a u n a o n t o l o g i a , y r e c i b e de u n a o n t o l o g i a s u justificación última. E s -
peraríamos, entonces, desde l a dialéctica i n t e r n a del p r o p i o G a d a m e r , el despliegue de
u n a o n t o l o g i a o, a l m e n o s , e l esbozo de sus líneas f u n d a m e n t a l e s . P e r o n o l o hace y, a l
n o h a c e r l o , s u hermenéutica q u e d a e n el aire, c u a l q u i e r consenso a m e n a z a d o de a r b i -
t r a r i e d a d , y el i n t e n t o de c o n v e r t i r l a e n philosophia prima e n u n a declaración de i n t e n -
ciones y e n u n v o l u n t a r i s m o , además de d e s e m b o c a r e n u n p r o y e c t o c o n t r a d i c t o r i o

146 147
mtrínsecamente: s i l a hermenéutica es u n a filosofía p r i m e r a , entonces n o t o l e r a u n a Y a sé que, c o m o n o h e d i c h o n i l o q u e e n t i e n d o p o r «realidad», n i p o r «existencia»,
ontologíay, s i exige u n a ontología, n o es u n a filosofía p r i m e r a ( A r a n a 2007: 236-238). n i p o r «haber» n i p o r « c o s a » , m i s a f i r m a c i o n e s h a s t a a h o r a c a r e c e n de s e n t i d o teórico
L o s sucesores de G a d a m e r n o sólo n o h a n a l i v i a d o semejante situación, s i n o q u e l a a l g u n o y l o m i s m o se p u e d e asentir que d i s e n t i r de ellas: e n a m b o s casos n o estaríamos
h a n agravado. P a r a n o m e n c i o n a r más q u e a u n o de l o s q u e h a s i d o a t a c a d o de « c o n - a f i r m a n d o n a d a válido. P o r «haber» e n t i e n d o l a d i s p o n i b i l i d a d de algo y, e n ese s e n t i -
servador», H a b e r m a s : e l i m i n a explícitamente c u a l q u i e r p o s i b l e ontología p o r p a r m e - d o , l o t o m o a h o r a c o m o s m ó n i m o d e existencia, p o r «cosa» ese algo p r e v i a m e n t e a l a
nídea y c o s i f i c a d o r a , y sostiene q u e sólo es legítima u n a ontología e n l a que los c o n c e p - determinación de s u c o n d i c i ó n , p r e v i a m e n t e a l a consideración de s u t i p o de d i s p o n i -
tos de m u n d o s e a n f o r m a l e s : e l objetivo, e l n o r m a t i v o , el subjetivo. P e r o estos m u n d o s b i l i d a d , p o r «realidad» q u i e r o i n d i c a r que esa d i s p o n i b i l i d a d n o es ficticia, s i n o i n d e -
h a n p e r d i d o c u a l q u i e r p o s i b l e relación c o n u n a r e a l i d a d a j e n a a l lenguaje y a las for- p e n d i e n t e de n o s o t r o s .
m a s d e c o n o c i m i e n t o : n o s o n m á s q u e m o d o s c ó m o se ejerce e l h a b l a ( H a b e r m a s 1981, L a determinación d e t o d o s estos términos, los m o d o s de d e t e r m i n a r l o s ( c o n o c i -
I: 367-452). S i e n G a d a m e r se a f i r m a b a s u n e c e s i d a d , e n H a b e r m a s se c h c t a m i n a s u m i e n t o , lenguaje, ciencia...), t o d o está e n e l aire, t o d o está p o r c o n t i n u a r , t o d o q u e d a
exclusión ( A r a n a 2007: 460-466). T o d o e l l o p o r n o h a b l a r de otros p e n s a d o r e s m á s aún abierto. L a t a r e a de l a metafísica consiste p r e c i s a m e n t e e n ello. P e r o e n m o d o
osados, c o m o R o r t y , V a t t i m o y A b e l ( A r a n a 2007: 535-596). a l g u n o e n d e m o s t r a r l a r e a l i d a d o e l h a b e r : eso es u n p r e s u p u e s t o . N i s i q u i e r a c o m o
H o y día h a b l a r de metafísica o de ontología p r o v o c a h o r r o r . S e i d e n t i f i c a esta i d e a e x p e r i m e n t o m e n t a l p o d r í a m o s n o s o t r o s i m a g i n a r n o s u n m u n d o q u e n o hay, d e i n e x i s -
c o n u n e s e n c i a l i s m o m e d i e v a l i z a n t e , c o n u n r e a l i s m o q u e e n o t r o t i e m p o se llamó t e n c i a , p o r q u e n e c e s a r i a m e n t e deberíamos h a c e r j u g a r l o s c o m p o n e n t e s de ese e x p e r i -
i n g e n u o y c o n e l d e s c o n o c i m i e n t o de c u a l q u i e r m e d i a c i ó n e n n u e s t r o c o n o c i m i e n t o de m e n t o , y e l sujeto q u e p o n e e n m a r c h a e l e x p e r i m e n t o . L a d i f i c u l t a d e n d e t e r m i n a r e l
l a r e a l i d a d . L a s filosofías s o n , e n este t e r r e n o , e n e s p e c i a l las analíticas, intransigentes. estatuto de u n a r e a l i d a d n o s i g n i f i c a l a negación de l a e x i s t e n c i a de esa r e a l i d a d (Peir-
S i n e m b a r g o , estos r e s q u e m o r e s de l a filosofía s o n c o n t r a d i c h o s d i r e c t a m e n t e p o r las ce, 5: 384).
ecologías: e i n c l u s o p o r l o s p r o p i o s filósofos, c u a n d o se h a b l a d e l r e i n o a n i m a l . N a d i e D e m o d o q u e e l e c o l o g i s m o recoge u n a n e c e s i d a d i n e v i t a b l e d e l p e n s a m i e n t o y de
h a p u e s t o e n d u d a jamás n i l a e x i s t e n c i a de los a n i m a l e s , n i s u distribución e n especies l a acción: l a afirmación de l a r e a l i d a d . U n león n o es u n a ficción de m i m e n t e , p o r más
reiterables, n i s u individuahzación r e l a t i v a . E s o n o se d i s c u t e : se d i s c u t e n sus f o r m a s que p u e d a c o n s i d e r a r c o n s t r u c t o s m e n t a l e s las clasificaciones zoológicas y los diversos
d e distribución, las fronteras de las especies limítrofes, las p o s i b i l i d a d e s de variación, m o d o s d e estudios d e l o s leones (anatomía y fisiología, etología, a m b i e n t a l i s m o ) . Éste
l o s m e c a n i s m o s de transformación. P e r o n a d i e , q u e y o sepa, c u e s t i o n a l a e s p e c i f i c i d a d es e l a l c a n c e metafísico b á s i c o de l a ecología. E l q u e l a ecología n o se p l a n t e e m e t o d o -
de u n j a g u a r n i m e n o s s u i n d i v i d u a l i d a d . lógicamente l a c o n d i c i ó n de l a r e a l i d a d q u e e l l a t r a b a j a n i s u p r e s u p u e s t o , c o m o l o
H a y e n n u e s t r a c u l t u r a , p u e s , u n a c l a r a escisión s o b r e l a r e a l i d a d : p a r a u n o s , o n o hace, p o r e j e m p l o , l a física subatómica (Penrose 2006: 1.351-1.402), n o es u n a obje-
existe o, s i existe, n o se p u e d e h a b l a r de ella, s i n o sólo de n u e s t r o s m o d o s de h a b l a r de c i ó n a s u c a r g a metafísica, sólo u n a i n s u f i c i e n c i a que deberá ser c o l m a d a .
ella; p a r a otros, se p r e s u p o n e y s ó l o se h a b l a de sus f o r m a s . ¿Quiénes t i e n e n razón, los P e r o n o b a s t a c o n l a afirmación de que h a y cosas. L a ecología n o se m u e v e e n ese
analíticos o l o s ecologistas? H a b l o de l o s ecologistas, p o r q u e n a d i e discutirá s u (dimen- n i v e l de r a d i c a h d a d , n i l o necesita: n o todos los saberes d e b e n repetir los m i s m o s reque-
s i ó n científica. Y n o m e n c i o n o l a m e n t a l i d a d d e l h o m b r e o r d i n a r i o , que e n esto c o i n c i - rimientos. L a ecología estudia las relaciones d e l ser v i v o c o n s u m e d i o a m b i e n t e . Tres
d e p l e n a m e n t e c o n l o s ecologistas, p o r q u e l a m e n t a l i d a d c o t i d i a n a h a c a í d o también categorías d e t e r m i n a n estas relaciones: l a h a b i t a b i l i d a d , e l lenguaje, l a interacción.
e n s o s p e c h a de l o s filósofos de l a m e t o d o l o g í a d e l p e n s a m i e n t o ( P a c h o , e n G a l z a c o r t a E n p r i m e r lugar, l a habitabilidad, e l n i v e l e n q u e las cosas s o n vivibles p o r l o s seres
y P a c h o 2003: 5-58). vivos. P a r a ello, n o b a s t a existir: es p r e c i s o ser de c i e r t a m a n e r a . S e h a n d a d o dos
H a y que c o m e n z a r a f i r m a n d o q u e l a r e a l i d a d , p o r m u y t r i v i a l que sea l o que v o y a c o n c e p c i o n e s de l a h a b i t a b i l i d a d . U n a , de t i p o b i o l ó g i c o , que l a c o n c i b e c o m o a p r o p i a -
decir, existe, q u e h a y cosas: s o n ellas, p r e c i s a m e n t e , las q u e n o s h a c e n p e n s a r y las que c i ó n de l o q u e n o se es y s u integración e n l a p r o p i a r e a l i d a d . E s t a definición s u p o n e
n o s p r o v o c a n a pensar. P o r e j e m p l o , U m b e r t o E c o (1999: 21-67) i n t e r p r e t a así, e n u n a q u e e l ser v i v o está c o n s t i t u i d o p o r u n d o b l e m o v i m i e n t o , de exteriorización f u e r a de sí
d e sus d i m e n s i o n e s , l a p r e g u n t a aristotélica: «¿qué es e l ente?». S i t o d o fuese lenguaje, y de interiorización desde l o exterior, de alteración y de e n s i m i s m a m i e n t o , c o m o e n
esta frase carecería de s e n t i d o a l g u n o , p o r q u e e l s e n t i d o de u n a frase sólo se c o n s i g u e b u e n a terminología utilizó O r t e g a y Gasset. L a s a l i d a a l e x t e r i o r se h a c e p o r d e p e n d e n -
p o r contraposición, y e l t o d o n o se c o n t r a p o n e a n a d a : sería i n i n t e h g i b l e . E s t a frase c i a d e l m e d i o y p o r a p r o p i a r s e l o q u e u n o n o tiene, de l o q u e carece y que necesita.
significaría l o m i s m o q u e d e c i r q u e t o d o es predestinación o q u e t o d o es todo. P e r o A u n q u e n o b a s t a esta s a l i d a y apropiación. P o r q u e l o a p r o p i a d o e n l a exteriorización
esto n o o c u r r e e n e l m u n d o d e l p e n s a m i e n t o , e n q u e el t o d o , s i se q u i e r e s e g u i r h a b l a n - n o se s u m a de c u a l q u i e r m a n e r a a l ser v i v o q u e se l o a p r o p i a , s i n o q u e p a s a a f o r m a r
d o así, aparece a r t i c u l a d o . p a r t e de s u ser y de s u m o d o de ser; c o n ello, e l p r o p i o ser se m o d i f i c a y r e f u e r z a e n l a
P e r o es que, s i se a c e p t a l a afirmación de q u e t o d o es l e n g u a j e , ¿qué sería e l l e n - m a n e r a de estar t r a b a d o s l o s diferentes c o m p o n e n t e s de s u m o d o de r e a l i d a d . H a y
guaje, entonces? ¿ N o tendría algún t i p o d e r e a l i d a d ? E n e l s u p u e s t o de q u e pudiéra- m u c h o s tipos de integración, c a d a u n o de ellos d a l u g a r a u n tipo diferente de u n i d a d
m o s d i s t i n g u i r e l l e n g u a j e de l o q u e n o es l e n g u a j e , u n l e n g u a j e de o t r o l e n g u a j e , e s t r u c t u r a l d e l ser v i v o , desde e l m i n e r a l a l h o m b r e . E s t a c o n c e p c i ó n de l a h a b i t a b i l i -
estaríamos a f i r m a n d o simultáneamente l a r e a l i d a d d e l l e n g u a j e y s u d i v e r s i d a d . L a d a d c o m o apropiación s u r g e c o n t o d a c l a r i d a d e n l o s estoicos p r i m i t i v o s , t a n t o e n s u
afirmación de l a n a d a d e l m u n d o o de l a r e d u c c i ó n de c u a l q u i e r r e a l i d a d a l e n g u a j e dimensión e s t r u c t u r a l c o m o evolutiva ( A r a n a 1999: 251-254). S c h l e i e r m a c h e r r e d u c e
n o e v i t a esta afirmación, que h a y q u e tomársela e n s e r i o , de q u e h a y cosas. (Otros esta explicación de s u climensión biológica a l a explicación d e l s e n t i m i e n t o (Schleier-
a r g u m e n t o s e n l a afirmación d e q u e h a y c o s a s : L e n k 1993, A b e l 1993; s o b r e estos m a c h e r 2003: 25-26). Y h a a l c a n z a d o e n Z u b i r i u n a explicitación sistemática e n u n a
autores, A r a n a 2 0 0 7 ; G r o s s m a n n 2007: 117-163.) teoría metafísica de l a v i d a ( Z u b i r i 1996: 562-577).

148 149
 O t r a c o n c e p c i ó n de l a h a b i t a b i l i d a d l a c o n c i b e c o m o m u n d o , es decir, c r e a d o r a de
r u r a l i s t a s , idílicas d e l p a s a d o y aliadas c o n p o s t u r a s políticas y c i v i l i z a t o r i a s e n f r e n t a -
s e n t i d o . E l ser v i v o n o sólo está entre cosas, s i n o que hace que las cosas a d q u i e r a n u n a
das a l a m o d e r n i d a d ( F e r r y 1994: 125 y ss., visión crítica s o b r e l a ecología p r o f u n d a ;
f i n a l i d a d p a r a él. L a t o t a l i d a d d e l sentido de estas cosas concebidas y t r a n s f o r m a d a s en
F o x 1995: 1-145, p a r a u n a h i s t o r i a más d e t e n i d a y c o m p r e n s i v a de l a ecología p r o f u n -
s e n t i d o es el m u n d o . M u n d o es, pues, u n c o n c e p t o semántico. E n esta c o n c e p c i ó n ,
d a ; D r e n g s o n e I n o u e 1995, p a r a u n a selección de artículos de los autores más r e l e v a n -
c a d a ser v i v o c r e a d o r de m u n d o se convierte e n centro de ese m u n d o , en o r i g e n y fin
tes de este m o v i m i e n t o ) . P e r o ésa n o es l a e s e n c i a de l a ecología. E l c o n s e r v a d u r i s m o
d e l sentido: h a y tantos m u n d o s c u a n t o s seres ( i n d i v i d u o s ) creadores de m u n d o . E s t a
e c o l ó g i c o surge de l a percatación de u n h e c h o : l l e v a m o s m i l l o n e s de años v i v i e n d o los
c o n c e p c i ó n está p e r f e c t a m e n t e a r t i c u l a d a e n el p o l i c e n t r i s m o hermenéutico n i e t z -
seres vivos sobre l a T i e r r a . N u e s t r a s u p e r v i v e n c i a es, p o r t a n t o , l a p r u e b a , a u n q u e n o
s c h e a n o ( N i e t z s c h e 1969: 559; cf. A r a n a 2007: 118-119), p e r o sólo e n H e i d e g g e r a d -
teórica, de éxito de ese t i p o de r e a l i d a d que es l a h a b i t a b i l i d a d . L o que afecte n e g a t i v a -
q u i e r e reheve y es puesto e n relación explícita c o n e l concepto de h a b i t a b i l i d a d ( H e i d e g -
m e n t e a las c o n d i c i o n e s de esa h a b i t a b i l i d a d será c o n c e b i d o c o m o u n atentado c o n t r a
g e r 1977: 15-18, 66-89, y 1983: 3 9 4 - 5 3 1 ; cf. A r a n a 2007: 189-194).
esa apropiación exitosa. N o todos los ecologistas concebirán l o e s e n c i a l de l a h a b i t a b i -
L a c o n c e p c i ó n semántica de h a b i t a b i l i d a d o l v i d a l a c o n s i s t e n c i a de las cosas y n o l i d a d c o n los m i s m o s rasgos. P o r eso, n o todos ellos considerarán iguales las fronteras
n o s especifica c ó m o las diversas cosas f a c i l i t a n , d i f i c u l t a n o i m p i d e n l a generación de de l o p e r m i t i d o y de l o t r a n s g r e d i d o e n esta s o c i e d a d e n c a m b i o .
s e n t i d o . A veces s u respuesta r o z a l a t o t a l i d a d y, p o r t a n t o , l a a u s e n c i a de valor, a l
E s t a e x p e r i e n c i a a p r o p i a d o r a exitosa c o n s e r v a d o r a n o es sólo u n p a s a d o d e l que
a f i r m a r que t a m b i é n l o s i n sentido es u n sentido y formaría p a r t e de l a h a b i t a b i l i d a d .
n o s o t r o s s o m o s el último capítulo o u n a c o n s e c u e n c i a . S i n o que se r e u n i f i c a e n c a d a
P e r o l a p r e g u n t a es: ¿hay e n l o q u e n o es u n o m i s m o límite a l g u n o p a r a que p u e d a ser
ser v i v o . E s a reunificación es l a memoria. L a m e m o r i a es u n a categoría ecológica. Y n o
c o n v e r t i d o e n sentido? D i c h o de o t r a f o r m a , ¿la n a d a f o r m a p a r t e de l a h a b i t a b i l i d a d ?
es u n a f a c u l t a d o p u e s t a a l a v o l u n t a d o a l a i n t e l i g e n c i a . A f e c t a a l a t o t a l i d a d d e l i n d i v i -
Y otras preguntas: ¿cualquier c o s a p u e d e ser c o n v e r t i d a e n c u a l q u i e r sentido o h a y
d u o y a l a t o t a l i d a d de l a especie. L a m e m o r i a biológica es el c ó d i g o genético: ahí están
restricciones? ¿Puedo, p o r ejemplo, u n i r e n u n a u n i d a d semántica el d e d o índice de l a
depositadas las experiencias de los supervivientes. P e r o además, sabemos h o y que este
m a n o d e r e c h a y e l v e l l o que c u b r e m i h o m b r o i z q u i e r d o ? L a c o n c e p c i ó n semántica,
c ó d i g o n o es s ó l o e l depósito r e v i t a l i z a d o r de l a especie, s i n o de t o d a l a h i s t o r i a de l a
p o r tanto, adolece de u n a s o m b r a de las cosas, que debe ser l l e n a d a .
v i d a . E n c a d a u n o de n o s o t r o s r e a c t u a l i z a m o s dándole v i d a esta h i s t o r i a desde el i n i c i o
E s a objeción n o se puede h a c e r a l a c o n c e p c i ó n biológica, p o r q u e l a integración es
de l a evolución, p o r m u y distantes que estemos e n el t i e m p o o e n l a escala biológica de
u n m e c a n i s m o selectivo y los seres vivos, p o r s u c ó d i g o genético y p o r s u c o n f o r m a c i ó n
otros seres vivos (Mosterín 2006: 133-159).
c o r p o r a l , eligen u n o s entornos u otros, m u e r e n o s o b r e v i v e n e n u n o s u otros. L u e g o
P a r a c o m p r e n d e r el p a p e l de esta m e m o r i a m e v o y a s e r v i r de u n ejemplo biográfi-
esta teoría necesita, n o sólo p o s i b i l i t a , u n a teoría de l o otro p a r a p o d e r ser consecuente
co e histórico. P r i m o L e v i r e l a t a l o que y a t o d o el m u n d o sabemos, c ó m o , a l e n t r a r p o r
c o n s u m o m e n t o de integración. P o r l o demás, esta c o n c e p c i ó n puede c o n c e b i r perfec-
p r i m e r a v e z e n el c a m p o de concentración, los presos e r a n despojados de sus r o p a s ,
t a m e n t e el sentido c o m o u n o de los aspectos y d i m e n s i o n e s de l a integración. L a inter-
c a l z a d o s y objetos personales h a s t a q u e d a r c o m p l e t a m e n t e desnudos. Y c o m e n t a :
pretación b i o l ó g i c a de l a h a b i t a b i l i d a d m e parece, p o r tanto, m á s fuerte que l a m e r a -
m e n t e semántica.
N o tenemos nada nuestro... Nos quitarán hasta el nombre...
E s t o supuesto, l a h a b i t a b i l i d a d , e n cuanto apropiación de l o que n o se es, a l p r e s u p o - Sabemos que es difícil que alguien pueda entenderlo y está bien que así sea. Pero
n e r y a l o otro, es u n a afirmación contundente de l a r e a l i d a d . P o r eso, l a ecología n o es pensad cuánto valor, cuánto significado se encierra aún en las más pequeñas costumbres
que sea i n g e n u a metafísicamente o que resulte u n n i v e l s e c u n d a r i o de reflexión frente a de nuestra vida cotidiana, en los cien objetos nuestros que el más humilde mendigo
u l t i m i d a d e s , s i n o que es expresión y p r u e b a , a l t i e m p o , de l a existencia de las cosas. posee: u n pañuelo, una carta vieja, la foto de u n a persona querida. Estas cosas son parte
C u a l q u i e r d u d a sobre l a r e a l i d a d se resolverá d e n t r o de l a r e a l i d a d , y n o f u e r a de ella. de nosotros, casi como miembros de nuestro cuerpo; y es impensable que nos veamos
L a apropiación n o es u n suceso p u n t u a l , o u n suceso a r b i t r a r i o , s i n o u n a a c t i v i d a d privados de ellas, en nuestro mundo, sin que inmediatamente encontremos otras que las
p e r m a n e n t e y estable: los seres h a b i t a b l e s l o s o n de u n a m a n e r a c o n t i n u a d a . P o r q u e l a sustituyan, otros objetos que son nuestros porque custodian y suscitan nuestros recuerdos.
f u n c i ó n de l a apropiación es s a l v a g u a r d a r a l p r o p i o sujeto (ser v i v o ) : es s u m o d o p e c u - Imaginaos ahora u n hombre a quien, además de a sus personas amadas, se le quitan
l i a r de persistir. E s t o es algo más que i n s t i n t o . P o r q u e el i n s t i n t o s u p o n e u n c o m p o r t a - la casa, las costumbres, las ropas, todo, literalmente todo lo que posee: será u n hombre
m i e n t o específico y d e l i m i t a d o e n s u actuación d e n t r o de u n ser v i v o . P e r o l a a p r o p i a - vacío, reducido al sufrimiento y a la necesidad, falto de dignidad y de juicio, porque a
c i ó n afecta a c u a l q u i e r ser v i v o (e i n c l u s o n o vivo), a l c o n j u n t o de sus actuaciones, n o a quien lo ha perdido todo fácilmente le sucede perderse a sí mismo; hasta ta] punto que se
podrá decidir sin remordimiento su vida o su muerte prescindiendo de cualquier senti-
u n a de ellas, n o está r e s t r i n g i d a a u n a s c o n d u c t a s p r e d e t e r m i n a d a s , s i n o que tiene
miento de afinidad humana; en el caso más afortunado, apoyándose meramente en la
n u m e r o s o s ámbitos de manifestación, tantos c u a n t o s c o n s t i t u y a n a ese ser vivo, y es l a
valoración de su utilidad. Comprenderéis ahora el doble significado del término «Campo
base de c u a l q u i e r c o m p o r t a m i e n t o i n s t i n t i v o , n o u n p r o d u c t o de él ( B a r n e t t 1981). S i
de aniquilación», y veréis claramente lo que queremos decir con esta frase: yacer en el
h a y u n i n s t i n t o de s u p e r v i v e n c i a , habría que c o n s i d e r a r esta c o n d i c i ó n de alteración y
fondo [Levi 2005: 47-48].
e n s i m i s m a m i e n t o c o m o s u afirmación.
P o r eso, l a ecología es n e c e s a r i a m e n t e c o n s e r v a d o r a . Se h a s o l i d o r e p r o c h a r a los
N o se p od rí a expresar m e j o r l a c o n d i c i ó n de u n ser v i v o p r i v a d o de m u n d o : se
e c ó l o g o s s u c o n s e r v a d u r i s m o , a veces s u o p o s i c i ó n a l progreso, s u n o s t a l g i a de épocas
d e g r a d a el h o m b r e a l a n i m a l . I n c l u s o p a r a los m i e m b r o s de s u especie c a m b i a l a f o r m a
pasadas y preindustriales, que verían c o n ojos idílicos frente a l a s o c i e d a d i n d u s t r i a l y
de r e l a c i o n a r s e c o n él: l o p u e d e n m a t a r s i n r e m o r d i m i e n t o . Así ocurriría a u n a especie
a l a novedad. E s cierto que h a y m a n i f e s t a c i o n e s d e l a l g u n o s ecologismos c l a r a m e n t e
p r i v a d a de sus rasgos a d q u i r i d o s . S i u n a s o c i e d a d , c o m o l a n u e s t r a , actúa de m a n e r a

150
151
m d i s c r i m i n a d a , n o respetando l o que l a n a t u r a l e z a y las especies h a n i d o a p r e n d i e n d o nes. C a d a especie es el c e n t r o d e l u n i v e r s o . L a afirmación t a n f a m o s a de N i e t z s c h e , a l
y a d q u i r i e n d o a l o l a r g o de los m i l l o n e s de años de v i d a , se l a t r a t a n o y a c o m o a u n ser c o m i e n z o de Verdad y mentira en sentido extramoral, ridiculizando l a pretensión de
v i v o , s i n o c o m o a u n ser inerte: l a evolución b i o l ó g i c a n o sólo es u n h e c h o , s i n o u n v e r d a d d e l h o m b r e p o r c o n s i d e r a r s e el c e n t r o d e l u n i v e r s o ( N i e t z s c h e 1969: LTI, 309) se
a p r e n d i z a j e y, p o r tanto, u n a m e m o r i a de l a v i d a . vuelve c o n t r a él: p o r q u e el c e n t r o d e l u n i v e r s o es c a d a ser v i v o . E s cierto que los arríma-
L a h a b i t a b i l i d a d es sólo u n a de las categorías d e l ser v i v o . P e r o h a y más. P o r q u e les, p o r l o que sabemos, n o h a b l a n sobre l a v e r d a d , pero sí actúan c o m o s i f u e r a n ese
p a r a ser apto, e l ser v i v o selecciona. Y eso s u p o n e que las cosas se a r t i c u l a n d i f e r e n c i a - eje. ¿Por qué n o l o habría de h a c e r el ser h u m a n o , puesto que también es u n ser vivo?
das. L a n a t u r a l e z a es así u n lenguaje. P a r a p e r m a n e c e r e integrar, debe b u s c a r aquellas L a pretensión de v e r d a d nace de l a c o n d i c i ó n ecológica d e l ser h u m a n o , n o c o n t r a ella.
cosas y seres que m á s le ayudarán a m a n t e n e r s e , e l optimum entre los que le i n t e r e s a n . E l u n i v e r s o es el c a m p o de estos lenguajes c r u z a d o s y c a d a especie u n p u n t o de refe-
E n l a eliminación d e l h a m b r e , e n e l a p a r e a m i e n t o , e n l a h u i d a : las cosas se v u e l v e n r e n c i a de t o d o s esos c a m p o s : e l q u e u n a especie s ó l o e n t i e n d a u n a o p c i ó n , es decir, e l
significativas, n o s ó l o están a disposición. Y es i n d i f e r e n t e q u e se trate de colores, de que o r g a n i c e e l u n i v e r s o a s u m a n e r a y sea s o r d a p a r a las d e m á s n o e l i m i n a esta c o n d i -
olores, de f o r m a s , de sonidos. L o i m p o r t a n t e es que c u m p l a n esta función p o r s u dife- c i ó n de estructuración d e l u n i v e r s o e n u n lenguaje, de u n u n i v e r s o e n s u u n i v e r s o , e n
renciación. s u lenguaje.
D a r w i n sostuvo que así se p r o d u c e l a selección n a t u r a l , a través de u n a l u c h a , y que S i entre t o d o s estos lenguajes h a y u n a armonía, s i f o r m a n u n a sinfonía, c o m o h a n
de esta f o r m a se «mejoran» las especies y l a v i d a se t r a n s f o r m a ( G o u l d 2004:117-195). p e n s a d o c a s i t o d o s los escritores desde G r e c i a ( A r a n a 2005: 27-31, p a r a G r e c i a ; B l u -
P e r o p r e v i a m e n t e a l a l u c h a p o r l a v i d a , p r e v i a m e n t e a l a selección n a t u r a l biológica, se m e n b e r g 1988, p a r a el c r i s t i a n i s m o y s u h i s t o r i a y sus r e l a c i o n e s c o n l a c i e n c i a c o n -
e v o l u c i o n e o n o , se e v o l u c i o n e a m e j o r o a p e o r o h a c i a ningún s i t i o i d e o l ó g i c a m e n t e temporánea desde l a p e r s p e c t i v a d e l sentido), s i de h a b e r l a es c a s u a l o n e c e s a r i a , o s i
interpretable, el ser v i v o debe s e l e c c i o n a r entre l o que h a y a q u e l l o que le p e r m i t a a p r o - h a y u n a v i o l e n c i a c o n s t i t u t i v a entre t o d o s ellos, c o m o p e n s ó S a d e ( 1 9 7 7 : 4 2 y ss.), es u n
piárselo e integrárselo. S e po dr ía i m a g i n a r u n a situación de h a b i t a b i l i d a d e n q u e n o se asunto a d i l u c i d a r p o s t e r i o r m e n t e . P e r o c u a l q u i e r a que sea l a respuesta n o se p u e d e
p r o d u j e r a ningún c a m b i o evolutivo, e n que h u b i e r a u n a repetición de l o m i s m o , o e n n e g a r que l a n a t u r a l e z a es u n lenguaje.
q u e , s i h u b i e r a c a m b i o , l a aleación de errores y de aciertos se e q u i l i b r a r a e n u n a s i t u a - C o n esto l l e g a m o s a u n a t e r c e r a categoría de l a metafísica ecológica, l a de l a inte-
c i ó n de e s t a b i l i d a d . Y s i n e m b a r g o , sí seguiría s i e n d o n e c e s a r i a l a o p c i ó n entre las racción. S i g n i f i c a n o s ó l o q u e h a y cosas, que s o n p l u r a l e s y d i v e r s a s , s i n o que l a
cosas d e l e n t o r n o . Se podría p e n s a r l a evolución s i n l u c h a p o r l a v i d a , p e r o seguiría relación entre l o s seres v i v o s es de i n f l u j o m u t u o . E l i n d i v i d u o , c o m o á t o m o a i s l a d o ,
s i e n d o n e c e s a r i a l a o p c i ó n . L u e g o es p r e v i a ontológica y gnoseológicamente l a o p c i ó n n o es el sujeto de l a n a t u r a l e z a ( M a t h e w s 1 9 9 1 : 1 1 7 - 1 6 3 ) . L o m i s m o que e n el caso d e l
a l a l u c h a p o r l a v i d a — y a G o u l d ( 2 0 0 4 : 4 9 6 - 5 0 8 ) advirtió e l carácter de s e c u n d a r i e d a d lenguaje, t a m b i é n l a interacción s u p o n e l a d e h m i t a c i ó n de fronteras, n o s ó l o las es-
del c o n c e p t o de «lucha p o r l a vida» e n l a c o n c e p c i ó n d a r w i n i a n a , p e r o y o c u e s t i o n o l a p a c i a l e s , s i n o t a m b i é n l a s de c o m p o r t a m i e n t o entre u n o s y o t r o s , t a n t o intraespecífi-
p r i m a r i e d a d d e l c o n c e p t o m i s m o de evolución d e n t r o de l a a c t i v i d a d de los seres vivos. cos c o m o interespecíficos. E n esta interacción se i n c l u y e l a r e p r o d u c c i ó n , l a b ú s q u e -
L a o p c i ó n i n t r o d u c e u n n u e v o elemento e n l a c o n d i c i ó n d e l ser v i v o : l a libertad. d a del alimento, l a convivencia con l a pareja o con l a manada. Coexistir no significa
I n c l u s o e n el a n i m a l más p r i m i t i v o de e s t r u c t u r a , e l ser v i v o que c a r e z c a de m e n o r e s que esta interacción h a y a de ser pacífica n i que h a y a de estar a l m i s m o n i v e l , p u e d e
p o s i b i l i d a d e s de actuación, existe l a l i b e r t a d de m o v i m i e n t o s . E n el a p a r e a m i e n t o sexual tratarse de destrucción m u t u a , p o r q u e a m b a s especies o i n d i v i d u o s c o m p i t a n p o r las
l a h e m b r a , casi s i e m p r e ella, n o a c e p t a a c u a l q u i e r m a c h o que se le a p r o x i m e , s i n o que m i s m a s n e c e s i d a d e s y r e c u r s o s , y c o m o e n l a c a d e n a trófica, e n u n a escala cíclica de
elige a l que m u e s t r a los rasgos ó p t i m o s p a r a e l a p a r e a m i e n t o . A n t e l a señal de h u i d a , jerarquía, e n q u e u n o s a n i m a l e s s o n c o n d i c i ó n de otros. Q u e l a c o e x i s t e n c i a sea p a c í -
los a n i m a l e s h u y e n , p e r o n o todos e n l a m i s m a dirección, n i s i q u i e r a los de u n a m i s m a f i c a o p o l é m i c a dependerá de n u m e r o s a s v a r i a b l e s .
c a r n a d a . N o todos s o n i g u a l m e n t e ingeniosos a l a h o r a de s o l u c i o n a r s u h a m b r e y E s t a interacción es p r e v i a a c u a l q u i e r categoría, p o r e j e m p l o , a l a de l u c h a p o r l a
e n c o n t r a r las fuentes de a l i m e n t o o de i n v e n t a r f o r m a s de s o l u c i o n a r ese apetito o v i d a , que t a n t o i m p a c t o t u v o y sigue t e n i e n d o . P e r o y a hace t i e m p o los b i ó l o g o s d e s c u -
a p r e n d i z a j e . P o r eso, también los a n i m a l e s p u e d e n hacerse m a l a sí m i s m o s , frente a l o b r i e r o n que p a r a l a s u p e r v i v e n c i a s o n tanto o más necesarias otras f o r m a s de i n t e r a c -
que p i e n s a R o u s s e a u , que sería p a t r i m o n i o exclusivo de l a l i b e r t a d y, p o r tanto, del c i ó n entre los seres vivos, p o r e j e m p l o , l a de c o o p e r a c i ó n : el c u i d a d o de l a cría, el aviso
h o m b r e ( R o u s s e a u 1964: 141-142). E s cierto que h a y c o m p o r t a m i e n t o s dañinos p a r a de u n p e l i g r o , l a i n f o r m a c i ó n sobre el a l i m e n t o ( B r o o k s y M c L e n n a n 1991: 189-342).
el p r o p i o a n i m a l que éste n o p u e d e controlar. P e r o l a d e p e n d e n c i a de s u c u r i o s i d a d , l a P e r o esta c o e x i s t e n c i a n o sólo es u n h e c h o , s i n o u n a n e c e s i d a d . E s t o d e n o t a l a finitud
b ú s q u e d a s i n n e c e s i d a d d e l t e r r i t o r i o , es o p t a t i v a . E l q u e e n e l h o m b r e el á m b i t o de mtrínseca de c a d a ser v i v o y de c a d a especie. Y c o n ello, s u r e f e r e n c i a i n e x c u s a b l e a los
esta l i b e r t a d sea ingentemente m á s a m p l i o h a s t a el p u n t o de que n o sólo o p t a , s i n o que otros i n d i v i d u o s o a las otras especies.
i n v e n t a p o s i b i l i d a d e s , sólo i n d i c a u n a s u p e r i o r i d a d e n l a m i s m a línea, n o u n a r u p t u r a C a d a especie es u n a especialización dentro d e l e n t o r n o n a t u r a l . P o r eso, las espe-
e s e n c i a l — K a n t (1968: L e h r s a t z IV, 144-145) fue el a u t o r que subrayó este carácter cies están v o l c a d a s a proteger a las demás especies y a los i n d i v i d u o s p o r ser u n a
i n v e n t i v o , n o m e r a m e n t e optativo, de l a l i b e r t a d h u m a n a . c o n d i c i ó n de s u p r o p i a s u p e r v i v e n c i a : también ésta es u n a n e c e s i d a d de s u c o n s t i t u -
L a n a t u r a l e z a es, pues, u n gigantesco lenguaje: c a d a cosa n o sólo tiene u n a c o n d i - ción. L a interacción s e l e c c i o n a , l i m i t a , p r o m u e v e las especies de las que u n ser vivo
c i ó n y u n a e s t r u c t u r a : es u n a p o s i b i l i d a d o p t a t i v a p a r a los seres que l a c o n s t i t u y e n . depende. Y p a r a ello debe o p t a r p o r dejarse l l e v a r e n c a d a caso p o r l a t e n d e n c i a más
P e r o n o es sólo eso. L a n a t u r a l e z a s o n m i l e s de lenguajes simultáneos, tantos cuantas favorable de entre aquellas a las que s u o r g a n i s m o o i n s t i n t o le c o n d u c e . L a v i d a i n s t i n -
especies de seres vivos. P o r q u e p a r a c a d a especie las cosas t i e n e n alcance diferente y t i v a n o es mecánica, c o m o he d i c h o antes, n i t a m p o c o a r m o n i o s a : p o r q u e frente a l a
c a d a u n a de ellas o r g a n i z a s u e n t o r n o de a c u e r d o a sus necesidades, intereses y o p c i o - n e c e s i d a d de c o m e r está también l a n e c e s i d a d de respetar l a fuente de s u alimentación,

152 153
las especies de q u e depende. P r e c i s a m e n t e , c u a n d o u n a especie n o l o g r a e n c o n t r a r e l GROSSMANN, Reinhardt (2007): La existencia del mundo. Introducción a la ontología. M a d r i d :
e q u i l i b r i o entre estas dos t e n d e n c i a s se p r o d u c e n estos m o v i m i e n t o s que s o n autodes- Tecnos.
tructores: las plagas d e langosta, q u e a r r a s a n sus fuentes de a p r o v i s i o n a m i e n t o y les HABERMAS, Jürgen ( 1 9 8 1 ) : Tlieorie des kommunikativen Handelns, 2 vols. Frankfurt: Suhrkamp.

o b l i g a n a emigrar, hasta que se e x t i n g u e n ; o e l a r r a s a m i e n t o de los pastos e n e l p a r q u e HEIDEGGER, Martin ( 1 9 7 7 ) : Sein und Zeit. Tubinga: Max Niemayer.
n a c i o n a l de Tsavo, de K e n i a , p o r e l c r e c i m i e n t o d e s m e s u r a d o y d e s p r o p o r c i o n a d o de l a — (1983): Gnindbegiiffe der Metaphysik. Welt-Endlichkeit-Einsamkeit (ed. de F.W. von Herrmann,
p o b l a c i ó n de elefantes ( B o t k i n 1993: 19-25). en Gesamtausgabe, LI, 2 9 - 3 0 ) . Frankfurt: Vittorio Klostermann.
K A N T , Inmanuel ( 1 9 6 8 ) : Kiitik der praktischen Vernunft (ed. de W. Weischedel). Frankfurt: Suhr-
C o n estas tres categorías de h a b i t a b i l i d a d , lenguaje e interacción, t e n e m o s e l e n t r a -
kamp.
l a z a d o básico de u n a serie de c o n c e p t o s e c o l ó g i c o s , que n o es éste e l l u g a r d e d e s a r r o -
L E N K , Hans ( 1 9 9 3 ) : Interpretationskonstmkte. Zur Kiitik der interpretationistischen Vernunft.
llar, p o r ejemplo, l o s de e c o s i s t e m a , h a b i t a t , n i c h o , f o r m a c i o n e s ecológicas ( B e g o n , Frankfurt: Suhrkamp.
H a r p e r y T o w n s e n d 1999) y otros p r o b l e m a s d e n o m e n o r alcance, c o m o e l d e l o s LEVI, Primo ( 2 0 0 5 ) : Trilogía de Auschwitz (prólogo de Antonio Muñoz Molina). Barcelona: E l
d e r e c h o s de l o s a n i m a l e s ( S i n g e r 2002: 47-67, C a v a l i e r i y S i n g e r 1998; G ó m e z P i n , Aleph Editores.
2006). N i n g u n a d e estas categorías es p r i o r i t a r i a a l a otra, s i n o que s o n c o m o l o s tres M A T H E W S , Freya ( 1 9 9 1 ) : Tlie Ecological Seif. Londres: Routledge.

h i l o s d e u n a r e d : s i quitas u n o , se deshace l a t r a m a ; c a d a c u a l c u m p l e s u función, M O S T E R Í N , Jesús ( 2 0 0 6 ) : La naturaleza humana. Madrid: Espasa Calpe.

n i n g u n o es m á s esencial q u e l o s d e m á s . A través d e ellas e n t e n d e m o s c o n bastante N I E T Z S C H E , Friedrich ( 1 9 6 9 ) : Werke, 3 vols. (ed. de K a r l Schlechta). M u n i c h : Carl Hanser.

s u f i c i e n c i a e l ser v i v o y s u d i v e r s i d a d . — (2006): Fragmentos postumos (1885-1889), vols. I-IV (ed. de D. Sánchez Meca). M a d r i d :
Tecnos.
L o s poetas y l o s h o m b r e s d e l a s c u l t u r a s l l a m a d a s p r i m i t i v a s se a n t i c i p a r o n a esta
• P E T R C E , Charles Sanders ( 1 9 3 1 - 1 9 5 8 ) : Collected Papers, 8 vols. (ed. de C. Hartshorne y P. Weiss).
metafísica c o n m u c h o s años de adelanto a los p r o p i o s b i ó l o g o s . P e r o eso pertenece a
Cambridge: Cambridge Universiry Press.
o t r o estudio.
P E N R O S E , Roger ( 2 0 0 6 ) : El camino a la realidad. Una guía completa de las leyes del universo.
Barcelona: Debate.
R O U S S E A U , Jean Jacques ( 1 9 6 4 ) : Oeuvres completes, vol. LU (ed. d e B . Gagnebiny M . Raymond).
Bibliografía París: Gallimard.
S A D E , Marqués de ( 1 9 7 7 ) : Juliette, t. 1. Barcelona: Fundamentos.

ABEL, Günter (1993): Interpretationswelten. Gegenwartsphilosophie jenseits von Essentialismiis S C H L E I E R M A C H E R , F r i e d r i c h Daniel Ernst ( 2 0 0 3 ) : Der christliche Glaube nach den Grundsätzen der

und Relativismus. Frankfurt: Suhrkamp. evangelischen Kirche im Zusammenhang dargestellt [ 1 8 3 0 - 1 8 3 1 ] (ed. R. Schäfer, en Kritische
A R A N A , José Ramón ( 1 9 9 9 ) : «La biología de los primeros estoicos griegos», Veleia 1 6 : 2 3 3 - 2 5 7 . Gesamtausgabe, t. 13). Berlín y Nueva York: Walter de Gruyter.
— (2005): Balada de lafilosofíay de la ciencia. Baracaldo: Ediciones de la Librería San Antonio. S I N G E R , Peter ( 2 0 0 2 ) : Una vida ética. Escritos. Madrid: Tauras.
ZUBIRI, Xavier ( 1 9 9 6 ) : Espacio. Tiempo. Materia. Madrid: Alianza Editorial.
— (2007): Hermenéutica contemporánea occidental. San Sebastián: Universidad del País Vasco.
B A R N E T T , S.A. ( 1 9 8 1 ) : Biology and Freedom. Cambridge, U . K . : Cambridge University Press.
B E G O N , Michael; J o h n L . H A R P E R y Colin R. T O W N S E N D ( 1 9 9 9 ) : Ecología. Individuos, poblacio-
nes, comunidades. Barcelona: E d . Omega, S.A.
BLUMENBERG, Hans Die Legitimität der Neuzeit. Frankfurt: Suhrkamp.
(1988):
BOTKIN, Daniel B . Annonías discordantes: una ecología para el siglo xa. M a d r i d : Acento.
(1993):
BROOKS, Daniel R. y Deborah A. M C L E N N A N ( 1 9 9 1 ) : Phytogeny, Ecology, and Behavior. A Research
Program in Comparative Biology. Chicago y Londres: The University of Chicago Press.
CAVALIERI, Paola y Peter S I N G E R (eds.) ( 1 9 9 8 ) : El proyecto «Gran Simio». La igualdad más allá de
la humanidad. Madrid: Trotta.
D E L É A G E , Jean Paul ( 1 9 9 3 ) : Historia de la ecología. Una ciencia del hombre y de la naturaleza.
Barcelona: Icaria.
DRENGSON, Alan e Yuichi I N O U E (eds.) ( 1 9 9 5 ) : Hie Deep Ecology Movement. An Introductory
Anthology. Berkeley: North Atlantic Books.
E C O , Umberto ( 1 9 9 9 ) : Kant y el omitoninco. Barcelona: Lumen.
F E R R Y , L u c ( 1 9 9 4 ) : El nuevo orden ecológico. Barcelona: Tusquets.

Fox, Warwick ( 1 9 9 5 ) : Toward a Transpersonal Ecology. Developing New Foundations for Envi-
ronmentalism. Nueva York: New York University Press.
G A D A M E R , Hans-Georg ( 1 9 7 7 ) : Verdad y método. Fundamentos de una hennenéutica filosófica.
Salamanca: Ediciones Sigúeme.
G A L Z A C O R T A , íñigo y Julián P A C H O (eds.) ( 2 0 0 3 ) : Imagen del mundo yfilosofía.San Sebastián:
Universidad del País Vasco.
GÓMEZ PIN, Víctor ( 2 0 0 6 ) : Entre lobos y autómatas. La causa del hombre. Madrid: Espasa.
G O U L D , Stephen Jay ( 2 0 0 4 ) : La estntctura de la teoría de la evolución. Barcelona: Tusquets.

154 155
Sostenibilidad, crisis ambiental
y responsabilidad social de las empresas
en la sociedad del conocimiento
y del riesgo global
Ignacio Ayestarán

1. Éthos e m p r e s a r i a l e n l a globalización

P a r a d e f i n i r e l éthos e m p r e s a r i a l e n l a globalización O t f r i e d Hóffe h a r e c u r r i d o a l a

figura de Tales de M i l e t o . S e g u r a m e n t e las crónicas y r e c u e r d o s de s u actuación s o n de
los p r i m e r o s t e s t i m o n i o s d e l p a p e l de l a e c o n o m í a d e l l u c r o e n O c c i d e n t e . Tales de
M i l e t o es, s i n d u d a , e l p r i m e r filósofo y científico que se convirtió t e m p o r a l m e n t e e n
e m p r e s a r i o . L o s relatos griegos nos h a n d a d o evidencias de s u c o m p o r t a m i e n t o e m -
p r e s a r i a l y filosófico a u n m i s m o t i e m p o . T e n e m o s dos h i s t o r i a s que así l o atestiguan.
P o r u n l a d o , Platón (Teeteto 174a) refleja l a i m a g e n de Tales c o m o filósofo abstraído e n
sus c a v i l a c i o n e s ajenas a l m u n d o t e r r e n a l . A l parecer, m i e n t r a s Tales i b a p a s e a n d o u n
día c o n c e n t r a d o y absorto e n s u observación d e l cielo, cayó e n u n p o z o , l o que le v a h ó
l a m o f a de u n a c r i a d a t r a c i a .
F r e n t e a esta anécdota l a tradición, p o r m e d i o de Aristóteles (Política 1 11, 1259a),
n o s a p o r t a l a i m a g e n de u n filósofo que s u p o t r i u n f a r e n los n e g o c i o s gracias a s u
i n g e n i o y estudio:

Como le reprochaban por su pobreza lo inútil que era su amor a la sabiduría, cuentan
que supo, p o r medio del estudio de los astros, cómo sería la producción de aceitunas,
cuando aún era invierno, y depositó fianzas con el poco dinero que tenía para arrendar
todos los molinos de aceite de Mileto y de Quíos, arrendándolas por muy poco, puesto
que nadie compitió. Cuando llegó el momento oportuno, al ser muchos los que de golpe
y con prisas los deseaban, los iba alquilando como quería, reuniendo mucho dinero,
demostrando así que es fácil para los filósofos enriquecerse, si quieren hacerlo; pero que
no es esto por lo que se afanan.

A través d e l caso de Tales e n M i l e t o y Quíos, m e d i a n t e u n a i n d u c c i ó n especial, se

p u e d e establecer u n a filosofía d e l e m p r e s a r i a d o y d e l l u c r o e n o n c e tesis, de las cuales
las d i e z p r i m e r a s s o n adaptadas de Hóffe (2004) y l a última se i n s p i r a e n H e r m á n E .
D a l y ( D a l y y C o b b 1989):

1) T o d a a c c i ó n h u m a n a necesita u n a f u e r z a m o t r i z , que, e n el caso d e l e m p r e s a r i o ,

n o consiste e n el a l t r u i s m o s i n o e n u n interés p r o p i o , el afán de l u c r o (el l u c r o que
perseguía Tales c o n el a r r e n d a m i e n t o de las a l m a z a r a s o trujales).

157
 2) E s t e objetivo es fácil de deterrruriar: l a g a n a n c i a de u n a e m p r e s a , s u l u c r o , c o n - el c o n o c i m i e n t o y aprovechó las p r e d i c c i o n e s meteorológicas sobre los flujos p r o d u c t i -
siste e n e l excedente de las u t i l i d a d e s l o g r a d a s p o r / s o b r e l o s costos resultantes. E n el vos y ecosistémicos de l o s activos ecosociales de s u e n t o r n o .
c a s o de Tales l o s costos de h a b e r t o m a d o e n a r r e n d a m i e n t o l o s trujales, d e s u a l m a c e -
n a m i e n t o y, eventualmente, de s u m a n t e n i m i e n t o y v i g i l a n c i a . E n d e f i n i t i v a , l a a c t i v i d a d de Tales de M i l e t o , i n c l u s o e n e l c a m p o d e l e m p r e s a r i a d o ,
3) L a c o m u n i d a d puede o b t e n e r p r o v e c h o d e l l u c r o de l o s e m p r e s a r i o s , a través de se m u e v e e n l a innovación de l a excelencia, entre u n m á x i m o y u n m í n i m o . E l m á x i m o
i m p u e s t o s y creación de puestos de t r a b a j o , s i n o se i n c u r r e e n distorsiones c o m o los aparece e n e l p e n s a m i e n t o griego de s u a p o t e g m a q u e r e z a : «Sé más e n v i d i a d o que
o l i g o p o l i o s , los m o n o p o l i o s y l a c o m p e t e n c i a desleal e n los p r e c i o s . Tales, p o r caso, c o m p a d e c i d o » , es decir, i m p u l s a l a v o l u n t a d de acción h a c i a l a e x c e l e n c i a que es desea-
a p r o v e c h ó sus c o n o c i m i e n t o s p a r a g e n e r a r u n m o n o p o l i o e n e l a r r e n d a m i e n t o de las d a p o r l o s d e m á s . E l m í n i m o s u r g e d e o t r o de sus a p o t e g m a s : « N o te hagas rico de
a l m a z a r a s de M i l e t o y Quíos. m a l a manera», esto es, e l éthos de l a e c o n o m í a d e l l u c r o n o debe s u p e r a r las b u e n a s
4) E l l u c r o s u p o n e u n a disposición p a r a m v e r t i r y a s u m i r riesgos. P a r a o b t e n e r costumbres, el derecho y l a m o r a l .
g a n a n c i a s e l s a b i o p r e v i s o r de M i l e t o debió e m p l e a r d i n e r o y t o m a r e n a r r e n d a m i e n t o
l o s trujales u n a ñ o antes.
5) P a r a p o d e r o b t e n e r g a n a n c i a s , se n e c e s i t a u n saber que n o posee c u a l q u i e r a , u n 2. D e l a crematística a l a e c o n o m í a ecológica
s a b e r específico y creativo q u e e n las c i r c u n s t a n c i a s de Tales consistió e n c o n o c i m i e n -
tos de astronomía y meteorología q u e le l l e v a r o n a p r e v e r e l f u t u r o de l a p r o d u c c i ó n de E l caso d e l l u c r o de Tales de M i l e t o l o recoge Aristóteles e n l a Política, trescientos
o l i v a y c o n s u m o de aceite a p a r t i r de l a d e m a n d a de sus v e c i n o s . años antes de n u e s t r a era. P a r a e l estagirita se t r a t a de u n caso de crematística p e r o n o
6) L a s e m p r e s a s e x i t o s a s n o n e c e s i t a n i n v e n t a r e s t r a t e g i a s c o m p l e t a m e n t e n u e - de oikonomía. L a oikonomía difiere de l a crematística e n tres f o r m a s ( D a l y y C o b b
vas. L e s basta c o n i m p l e m e n t a r de m a n e r a creativa estrategias y a conocidas. E n 1988). P r i m e r o , a d o p t a u n a visión a l a r g o p l a z o antes q u e a c o r t o p l a z o . S e g u n d o ,
este aspecto, Tales a d o p t ó l a e s t r a t e g i a d e l m o n o p o l i o . N o derivó h a c i a u n a v e n t a j a c o n s i d e r a l o s costos y b e n e f i c i o s de t o d a l a c o m u n i d a d , n o sólo l o s de quienes p a r t i c i -
n a t u r a l (de q u e u n a d e t e r m i n a d a m a t e r i a p r i m a s ó l o e x i s t a e n sus t i e r r a s ) , n i a u n p a n e n l a transacción. Tercero, se c e n t r a e n e l v a l o r de u s o c o n c r e t o y e n l a a c u m u l a -
c a p i t a l c u a n t i o s o (que n o d i s p o n í a ) , n i a p a t e n t a r u n i n v e n t o (las a l m a z a r a s y a c i ó n l i m i t a d a q u e de allí se d e r i v a , antes que e n u n v a l o r de c a m b i o a b s t r a c t o y e n l a
existían), n i a u n a o r g a n i z a c i ó n n o v e d o s a ( c o m o p o d í a s e r l i d e r a r l a f u s i ó n d e t o - a c u m u l a c i ó n i l i m i t a d a . Tales de M i l e t o sabe q u e l a crematística se r e a l i z a desde e l
das las empresas del ramo). E l utiliza temporalmente s u inteligencia p a r a obtener c o r t o p l a z o y p o r eso n i p l a n t a ohvos, n i c o n s t r u y e trujales, n i d e s c u b r e nuevos usos
u n a visión e m p r e s a r i a l d e f u t u r o p o r m e d i o d e u n a inversión financiera n o m u y p a r a el aceite de o l i v a . O p t a p o r u n u s o l u c r a t i v o y p e r s o n a l de l a crematística.
elevada. E n ese u s o l u c r a t i v o , l a crematística es l a r a m a de l a e c o n o m í a r e l a c i o n a d a c o n l a
7) E l l u c r o p e c u n i a r i o es sólo u n a de las m u c h a s m o n e d a s (o u n o de los valores manipulación de l a p r o p i e d a d y l a riqueza p a r a m a x i m i z a r e l v a l o r de c a m b i o m o n e t a -
m u l t i c r i t e r i a l e s , p o r d e c i r l o según l a e c o n o m í a ecológica) c o n l a s q u e l o s seres h u m a - rio p a r a e l p r o p i e t a r i o o i n v e r s o r a c o r t o p l a z o . L a oikonomía, e n c a m b i o , es l a a d m i -
n o s m i d e n a q u e l l o que a f i n de cuentas les i m p o r t a . Tales n o sólo persiguió u n l u c r o nistración d e l h o g a r (oikos) a fin de i n c r e m e n t a r s u v a l o r de u s o p a r a todos l o s m i e m -
e c o n ó m i c o , s i n o resarcirse d e l d e s p r e c i o de sus congéneres a l c a n z a n d o e l r e c o n o c i - b r o s de l a f a m i l i a a l a r g o p l a z o . A j u i c i o de Daly, s i se amplía e l c o n c e p t o de h o g a r o
m i e n t o de sus c o n c i u d a d a n o s , e n u n e j e r c i c i o de a u t o e s t i m a y e s t i m a a j e n a p o r i g u a l . f a m i l i a p a r a m c l u i r a l a c o m u n i d a d m a y o r de l a T i e r r a , los v a l o r e s c o m p a r t i d o s , los
E s decir, l a r i q u e z a n o está exenta d e l c o n t e x t o s o c i a l e n que se genera, pues n o sólo activos n a t u r a l e s y a m b i e n t a l e s , l a b i o m a s a , las i n s t i t u c i o n e s , el lenguaje y l a h i s t o r i a ,
tiene efectos e c o n ó m i c o s s i n o también c u l t u r a l e s y sociales. entonces se obtiene u n a definición a c t u a l de l a « e c o n o m í a p a r a l a c o m u n i d a d (kono-
8) E l afán de l u c r o , a u n q u e e n ocasiones sea n e c e s a r i o y p u e d a p r o c u r a r beneficios, mta)» c e r c a n a a l a de l a e c o n o m í a ecológica. P o r s u p u e s t o , el u s o p r i n c i p a l de l a eco-
n o es el único v a l o r n i e l más elevado. L a p e r s o n a b u s c a otras experiencias e n l a v i d a : l a n o m í a financiera a c t u a l n o es e l de l a e c o n o m í a ecológica s i n o l a crematística m o n e t a -
a m i s t a d y e l c o m p a ñ e r i s m o , l a g e n e r o s i d a d y e l afecto, el arte y l a c u l t u r a , o c o m o Tales ria (Martínez A l i e r 1998, Martínez A l i e r y R o c a 2001).
d e M i l e t o , l a c i e n c i a y l a filosofía. Aristóteles se p e r c a t a de ese p r o b l e m a y p o r eso d i s t i n g u e e n l a Política (1 1.256a-
9) E n c a l i d a d de filósofo y científico, r e c o n o c i d o c o m o consejero d e n t r o de l a exce- 1.259a) entre l a crematística y l a oikonomía. L a p r i m e r a se o c u p a d e l arte d e l abaste-
l e n c i a d e l g r u p o de los Siete S a b i o s de G r e c i a , Tales deja u n a p o t e g m a d e l éthos e m p r e - c i m i e n t o de l o s b i e n e s necesarios p a r a l a v i d a , m i e n t r a s que l a s e g u n d a consiste e n l a
s a r i a l : «la i n a c t i v i d a d es p e n o s a » , es decir, además de interés p r o p i o , se n e c e s i t a u n a utilización o adnrinistración p a r a l a c a s a famüiar, o p a r a l a c i u d a d , de d i c h o s bienes.
v o l u n t a d de acción, e n l u g a r de i n a c t i v i d a d o p a s i v i d a d . D e m a n e r a más p r e c i s a , Aristóteles establecía tres clases de crematística o de p r o c u r a r -
10) O t r o s dos apotegmas s u y o s d i c e n : «La falta de i n t e m p e r a n c i a , n o c i v a . L a c a r e n - se e l a b a s t e c i m i e n t o d e r e c u r s o s y l a p r o p i e d a d ( A g u i l e r a K l i n l c 1998):
c i a de educación, a r d u a de soportar». T r a d u c i d o s a l éthos e m p r e s a r i a l , s u p o n e n que,
además de saber, se necesita planificación, e n l u g a r de i n t e m p e r a n c i a o falta de d o m i - 1) L a p r i m e r a se refería a l a adquisición de los bienes a través de actividades p r o -
n i o sobre sí m i s m o y, ante t o d o , u n a b u e n a instrucción, e n l u g a r de l a c a r e n c i a de ductivas — a g r i c u l t u r a , p a s t o r e o , p e s c a , c a z a , i n c l u i d a l a piratería—, a u n q u e l a i d e a
educación. c e n t r a l e r a l a adquisición a p a r t i r de los frutos de l a t i e r r a y de los a n i m a l e s m e d i a n t e
11) E l último c o m p o n e n t e sería l a creación d e l u c r o o b e n e f i c i o sostenible, y a que l a a g r i c u l t u r a y l a ganadería.
Tales n o alcanzó s u riqueza u s a n d o m a n o de o b r a esclava, n i e m p l e a n d o más c r i a d o s , 2) L a s e g u n d a e r a l a adquisición de b i e n e s a través d e l i n t e r c a m b i o y d e l c o m e r c i o
n i e x p l o t a n d o m á s materias p r i m a s o r e c u r s o s naturales. S i m p l e m e n t e se anticipó e n p a r a c o m p l e t a r l a a u t o s u f i c i e n c i a n a t u r a l e n l a polis d e s a r r o l l a d a , o b j e t i v o que, tras

158 159
l a invención de l a m o n e d a , se t r a n s f o r m a e n e l c o m e r c i o d e c o m p r a v e n t a c o n e l f i n t e c n o e c o n ó m i c a q u e h a c o n d u c i d o a l a globahzación a c t u a l . E s t e p e r í o d o de e s p e c i a l i -
d e c o n s e g u i r u n a m a y o r g a n a n c i a (es e l caso d e Tales de M i l e t o ) , p o r l o q u e es c e n s u - zación s ó l o h a c o n s t i t u i d o e l 0,005 % de l a h i s t o r i a d e l Homo sapiens, u n p e r í o d o e n e l
r a d a c o n j u s t i c i a , pues n o está d e a c u e r d o c o n l a n a t u r a l e z a , s i n o que se p r o d u c e a q u e l a h u m a n i d a d h a p a s a d o de 1.200 m i l l o n e s de p e r s o n a s h a s t a s u p e r a r l o s 6.500
c o s t a de otros. millones en l a actualidad.
3) L a tercera se refiere a los p r o d u c t o s de l a t i e r r a que, s i n frutos p r o p i o s , s o n útiles, L a última m i t a d d e l s i g l o X X , e l 0,0017 % de l a h i s t o r i a h u m a n a , h a s u p u e s t o l a
c o m o l a t a l a de b o s q u e s y l a extracción de m i n e r a l e s . pérdida r a d i c a l de l a c o m p r e n s i ó n c o l e c t i v a q u e a h o r a vuelve e n l o s debates sobre l a
globalización, l a m u n d i a h z a c i ó n y l a universalización (Ayestarán 2 0 0 7 ¿ ) . L o s n u e v o s
Aristóteles d i s o c i a así l a r i q u e z a ( e c o n ó m i c a ) de l a m o n e d a (crematística): a u n q u e p r o b l e m a s d e crisis p l a n e t a r i a c o m o e l c a m b i o climático de o r i g e n antropogénico, l a
p a r e z c a que l a r i q u e z a es l a a b u n d a n c i a de d i n e r o , l a r i q u e z a difiere de l a crematística, pérdida de b i o d i v e r s i d a d , l o s m o v i m i e n t o s m i g r a t o r i o s m a s i v o s , l a s redes globales de
y a q u e l a v e r d a d e r a r i q u e z a está f o r m a d a p o r aquellas cosas c u y a provisión es i n d i s - a r m a m e n t o , e l t e r r o r i s m o s i n fronteras y l a extensión de l o s intereses de las c o r p o r a -
p e n s a b l e p a r a l a v i d a y útil p a r a l a c o m u n i d a d de l a c i u d a d o de l a c a s a ( A g u i l e r a K l i n l c ciones m u l t i n a c i o n a l e s n o s r e c u e r d a n q u e v i v i m o s e n diferentes m u n d o s p e r o e n u n
1998: 12). único planeta.
E n este c o n t e x t o l a s redes de l a globahzación t e c n o e c o n ó m i c a h a n d i s t o r s i o n a d o
l o s ritmos de c o e v o l u c i ó n p l a n e t a r i a . L o s expertos e s t i m a n que s i l a transformación d e l
3. E l a n t r o p o c e n o : situación g l o b a l d e l p l a n e t a h a b i t a t n a t u r a l y otras a c t i v i d a d e s h u m a n a s agresivas continúan a l ritmo a c t u a l , l a
m i t a d de las especies a n i m a l e s y vegetales de l a T i e r r a se habrán e x t i n g u i d o o estarán
N o es b a n a l q u e e l u s o l u c r a t i v o d e l aceite fuese y a u n a p r e o c u p a c i ó n p a r a l a a n t i - e n p e l i g r o de extinción a l t e r m i n a r e l siglo XXI. L a t a s a de extinción d e especies s u p e r a
g u a Hélade. E l o l i v o griego e r a e l p r i n c i p a l p r o v e e d o r de g r a s a c o m e s t i b l e , d e l m e j o r l a tasa de aparición de o t r a s n u e v a s p o r u n f a c t o r c i e n q u e e n las próximas décadas se
j a b ó n y de c o m b u s t i b l e p a r a l a ñ u m i n a c i ó n . A u n q u e n o p r o d u c e d u r a n t e sus p r i m e r o s multiphcará p o r d i e z . P u e s t o q u e l a t a s a de aparición de nuevas especies d e s c i e n d e
10 o 12 años, resiste las sequías c a n i c u l a r e s , s i e n d o clave e n e l estilo de v i d a mediterrá- p o r q u e d e s a p a r e c e n l o s l u g a r e s d o n d e p u e d e p r o d u c i r s e a l g u n a evolución, e l n ú m e r o
n e o . E l o l i v o y e l Mediterráneo e r a n e l c o r a z ó n de l o s ecosistemas griegos. A excepción t o t a l de especies caerá a b r u p t a m e n t e , c o n e l c o n s i g u i e n t e costo p a r a l a h u m a n i d a d e n
d e l a breve a v e n t u r a c o n q u i s t a d o r a de A l e j a n d r o M a g n o , l o s griegos p e n s a b a n e n e l riqueza, s e g u r i d a d a m b i e n t a l y c a l i d a d d e v i d a . T a n sólo las a l t e r a c i o n e s d e l c l i m a
m a r Mediterráneo c o m o c e n t r o de actividades de s u oikouméne: «Habitamos u n a p e - harán que e l 25 % de las especies existentes se e n c u e n t r e n e n p e l i g r o de extinción e n los
q u e ñ a p o r c i ó n d e tierra», escribió Platón (Fedón 109b), «desde F a s i s [en l a c o s t a o r i e n - p r ó x i m o s 50 años ( W i l s o n 2006).
t a l d e l m a r N e g r o ] h a s t a las C o l u m n a s de Hércules [en el estrecho o c c i d e n t a l de G i b r a l - L o s seres h u m a n o s h a n c o n s u m i d o e n e l s i g l o X X d i e z veces m á s energía q u e sus
t a r ] , a l r e d e d o r d e l m a r , c o m o h o r m i g a s y r a n a s a l r e d e d o r de u n estanque». A h o r a e l antepasados a l o l a r g o d e l m ñ e n i o a n t e r i o r a 1900. E n l o s c i e n siglos q u e v a n de l o s
m a r se h a h e c h o g l o b a l , pues l a h u m a n i d a d v i v e e n d e r r e d o r de los c i n c o o c é a n o s . E l albores de l a a g r i c u l t u r a h a s t a 1900, l a h u m a n i d a d c o n s u m i ó sólo u n o s dos t e r c i o s de
Ártico i n c l u s o se h a c o n v e r t i d o e n e l termómetro terráqueo d e l c a m b i o climático. Así l a energía g a s t a d a e n e l s i g l o X X . D e b i d o a l a adición d e l a energía i n d u s t r i a l a l a ener-
h e m o s p a s a d o d e l mare nostrum a l a ten-a riostra. E l ser h u m a n o a b a r c a t o d a l a T i e r r a . gía somática, l a o b t e n c i ó n de energía e n e l m u n d o entero se quintuphcó, a p r o x i m a d a -
D e h e c h o , a l m e n o s desde finales d e l siglo XVHI, se p u e d e a f i r m a r que h e m o s alterado m e n t e , e n e l s i g l o XTX p o r i n f l u e n c i a d e l v a p o r y e l carbón, p a r a m u l t i p h c a r s e p o r 16 e n
l a cronología geológica de l a E r a C u a t e r n a r i a y q u e el H o l o c e n o se h a t r a n s f o r m a d o e n el s i g l o X X c o n e l petróleo, e l gas n a t u r a l (a p a r t i r de 1950) y, e n g r a d o m e n o r , l a energía
el A n t r o p o c e n o ( C l a r k , C r u t z e n y S c h e l l n h u b e r 2005), u n a é p o c a e n l a que l a h u m a n i - nuclear. E s t o s i g n i f i c a q u e e l c o n s u m o t o t a l de energía se h a m u l t i p l i c a d o p o r 80 desde
d a d emerge c o m o u n a f u e r z a geológica g l o b a l c a p a z de m o d i f i c a r l a s u p e r f i c i e y l a 1800. E l u s o de c o m b u s t i b l e fósil incrementó e l u s o g l o b a l de l a energía m á s de c i e n
atmósfera d e l p l a n e t a . veces desde 1800, y e l u s o per cápita u n a s q u i n c e veces. E n este s i g l o p a s a d o se h a
D e s d e que apareció l a especie Homo h a c e u n o s 3 m i l l o n e s de años h a s t a el s u r g i - c u a d r u p l i c a d o l a p o b l a c i ó n d e l m u n d o , s u e c o n o m í a c o n v e n c i o n a l se multiphcó p o r 14
m i e n t o de l a a g r i c u l t u r a h a c e u n o s 10.000 años, n u e s t r o s ancestros h a n r e a l i z a d o a c t i - y e l f a c t o r de expansión i n d u s t r i a l fue de 4 0 . A s i m i s m o las e m i s i o n e s de dióxido de
v i d a d e s y destrezas e n u n t r a b a j o c o n j u n t o c o n f o r m a d o p o r pequeños g r u p o s de r e c o - c a r b o n o f u e r o n también trece veces superiores y e l c o n s u m o de a g u a se multiphcó p o r
lectores y c a z a d o r e s . E s o s u p o n e q u e d u r a n t e el 99,67 % de l a h i s t o r i a d e l Homo sa- 9(McNeill2001y2006).
piens l a h u m a n i d a d h a trabajado e n g r u p o s de c o n o c i m i e n t o c o m p a r t i d o y c o h e s i o n a d o E n l a a c t u a l i d a d e l n i v e l de concentración de C O , e m i t i d o a l a atmósfera es s u p e r i o r
( N o r g a a r d 2004). C o n l a introducción de l a a g r i c u l t u r a nuevas reglas de p r o d u c c i ó n a 300 partes p o r millón ( p p m ) , u n v a l o r m u y s u p e r i o r a l o s 650.000 años anteriores a l a
c o n l l e v a r o n otras f o r m a s de g o b i e r n o más estructuradas y a u t o r i t a r i a s , c o n u n a d i v i - e r a p r e i n d u s t r i a l , y s i n o se r e a l i z a n c a m b i o s drásticos e l n i v e l podría a l c a n z a r las 600
sión de f u n c i o n e s sociales y territoriales d o m i n a d a s p o r m e n o s de u n 5 % de l a p o b l a - p p m e n 45 años, además de s u p o n e r u n a recesión e c o n ó m i c a d e l 2 0 % d e l P L B g l o b a l
c i ó n total q u e regía sus destinos. T o d o ello s u p u s o u n i n c r e m e n t o d e l 100 % de l a ( A l G o r e 2006, S t e r n 2007). S i e n 650.000 años l a concentración de gases de efecto
p o b l a c i ó n que pasó de 5 m i l l o n e s a 500 m i l l o n e s de personas desde el i n i c i o de l a a g r i - i n v e r n a d e r o h a o s c i l a d o entre 200 y 280 p p m , a h o r a se sitúa e n 379,1 p p m y e n 50 años
c u l t u r a neolítica h a s t a l a l l e g a d a de l a c i e n c i a o c c i d e n t a l h a c e u n o s 500 años. Todavía p u e d e l l e g a r a 500 p p m , según l o s datos ofrecidos p o r e l i n f o r m e d e l P a n e l Interguber-
las bases sociales de ese período compartían s u c o n o c i m i e n t o h a s t a el a d v e n i m i e n t o de n a m e n t a l de C a m b i o Climático de N a c i o n e s U n i d a s (2007). L a p r o d u c c i ó n a n u a l m u n -
l a industrialización y el c r e c i m i e n t o de los m e r c a d o s hace u n o s 150 años. D e s d e e n t o n - d i a l de d i ó x i d o de c a r b o n o es de 27.000 m i l l o n e s de t o n e l a d a s . S i congelásemos esa
ces l a especialización de oficios y saberes h a p r o l i f e r a d o p a r a m a n t e n e r l a p r o d u c c i ó n c a n t i d a d p a r a t r a n s f o r m a r l a e n dióxido de c a r b o n o sólido a -80 °C, formaría u n a m o n -

160 161
taña de 1,5 k m de alto y 20 k m de c i r c u n f e r e n c i a ( L o v e l o c k 2006: 73). E s t a d o s U n i d o s c i o n a l de g o b e r n a n z a sostenible que b i e n p u d i e r a ser u n a eventual Organización M u n -
y E u r o p a l i d e r a n las e m i s i o n e s de C O , m u n d i a l e s , c o n e l 27 y el 24 %, respectivamente. d i a l d e l A m b i e n t e o de l a S o s t e n i b i l i d a d .
A s i a o r i e n t a l c o n t r i b u y e c o n el 11 % , Sudamérica c o n e l 3 %, y África sólo a p o r t a el 2,5 L a a c t u a l h u e l l a ecológica d e l Homo sapiens sapiens requiere u n a n u e v a r e f o r m u l a -
% ( D o w y D o w n i n g 2006). ci ón de sus múltiples d i m e n s i o n e s biológicas, políticas, económicas, tecnológicas y eco-
M i e n t r a s t a n t o , c o n pocas excepciones, sigue p r o d u c i é n d o s e u n a n o t a b l e d e s i g u a l - lógicas (Janssen y Jager 2000, Faber, Petersen y S c h i l l e r 2002, B e c k e r 2006). E l Homo
d a d entre N o r t e y Sur, entre O c c i d e n t e y O r i e n t e , o entre P r i m e r M u n d o y Tercer M u n - biologicus m u e s t r a que el o r g a n i s m o h u m a n o sigue siendo mtiínsecamente dependiente
d o . L a distribución m u n d i a l de riqueza y o p o r t u n i d a d e s está e x t r e m a d a m e n t e sesga- de l a naturaleza. E l Homopoliticus c l a r i f i c a aspectos y p r e c o n d i c i o n e s de l a j u s t i c i a i n t r a
d a . E l p r o p i o B a n c o M u n d i a l y otros o r g a n i s m o s a d m i t e n que el 20 % más rico de l a e intergeneracional e n los pactos y contratos sociales. E l Homo oeconomicus es relevante
p o b l a c i ó n m u n d i a l c o n t r o l a m á s d e l 80 % d e l p r o d u c t o m u n d i a l b r u t o , c o n s u m e el 60 p a r a l a solución de los incentivos e c o n ó m i c o s y comerciales teniendo e n c u e n t a los acto-
% de l a energía c o m e r c i a l m u n d i a l , e l 84 % d e l p a p e l , e l 45 % de t o d a l a carne y el res racionales m a x i m i z a d o r e s y utilitaristas. E l Homo oecologicus revela las sinergias
p e s c a d o , y posee e l 87 % d e l p a r q u e automovüístico ( R a m o n e t , C h a o y W o z n i a k 2003, ineludibles entre los ecosistemas y el desarrollo h u m a n o . P o r supuesto, todas estas d i -
M e a d o w s , R a n d e r s y M e a d o w s 2004). E n e l año 2000 se constató que el 1 % m á s rico m e n s i o n e s n o están exentas de tensiones y contradicciones e n sus múltiples y variadas
de l a p o b l a c i ó n m u n d i a l cüsfrutaba de u n a r e n t a s u s t a n c i a l m e n t e más alta que l a m i t a d interrelaciones, pero se h a de a s u m i r que los seres h u m a n o s , h o m b r e s y mujeres, s o m o s
m á s p o b r e , t o d a v e z que e n d i c h o año el c o m e r c i o i n t e r n a c i o n a l movilizó 6.092 m i l l o - animales racionales dependientes ( M a c l n t y r e 1999) y que debemos e v o l u c i o n a r h a c i a el
nes de toneladas de m a t e r i a l e s ( c o m b u s t i b l e s , rocas, m i n e r a l e s , derivados de a c t i v i d a - Homo sustinens (Siebenhüner, 2000). Todo ello c o i n c i d e c o n u n p a r a d i g m a de c o m p l e j i -
des extractivas, p r o d u c t o s agroforestales y pesqueros), de los que u n a c u a r t a parte, d a d ( M o r i n 1999), pues mujeres y h o m b r e s s o m o s simultáneamente Homo sapiens y
1.500 m i l l o n e s de toneladas, f u e r o n d i r e c t a m e n t e a l c o n j u n t o de los países ricos o Homo demens, Homo rationalis y Homo superstitiosus. S o m o s a l m i s m o t i e m p o Homo
«desarrollados», c o n u n a e n t r a d a n e t a de m i l m i l l o n e s de toneladas de c o m b u s t i b l e s faber y Homo ludens, Homo empiricus y Homo imaginarius. S o m o s Homo oeconomicus
fósiles ( F r i e d e n 2006, N a r e d o 2006). y también Homo consumans. A s i m i s m o s o m o s Homo prosaicus y Homo poeticus. E n
P o r o t r a parte, e n 2006 se c r e a r o n 161.000 m i l l o n e s de gigabytes de información. r e s u m e n , el Homo abemeticus a c t u a l es u n Homo complex.
L a información d i g i t a l de d i c h o año es tres m i l l o n e s de veces s u p e r i o r a l a de los l i b r o s Desde este p a r a d i g m a de l a c o m p l e j i d a d se puede establecer u n p r o g r a m a de soste-
escritos. H a y 900 m i l l o n e s de o r d e n a d o r e s , 550 m i l l o n e s de r e p r o d u c t o r e s de música n i b i l i d a d g l o b a l b a s a d o e n seis p r e m i s a s i n d i s o c i a b l e s y c o m p l e m e n t a r i a s :
d i g i t a l , 600 m i l l o n e s de teléfonos móviles c o n cámara, 400 rmllones de cámaras, 120
m i l l o n e s de registros e n Internet y u n o s 1.100 r m l l o n e s de i n t e r n a u t a s e n u n p l a n e t a de 1) Espacio: l a s o s t e n i b i l i d a d debe p r o c e d e r de redes sociales i n t r a g e n e r a c i o n a l e s
6.500 m i l l o n e s de habitantes. L a m e d i a de peso de 24 k g de u n o r d e n a d o r de m e s a c o n que t e n g a n e n c u e n t a l a c o m p l e j i d a d de los ecosistemas e n todas sus escalas p l a n e t a -
u n m o n i t o r m e d i o requiere a l m e n o s diez veces s u peso e n c o m b u s t i b l e s fósiles y quí- rias p a r a establecer u n n u e v o c o n t r a t o n a t u r a l (Serres 1990) c o n u n p a r l a m e n t o de las
m i c o s p a r a s u elaboración, l o que s i g n i f i c a m a t e r i a l e s m u c h o más intensos que u n cosas y de l a n a t u r a l e z a ( L a t o u r 2004) e n l a T i e r r a - P a t r i a - M a t r i a ( M o r i n y K e r n 1993).
c o c h e o u n refrigerador, que t a n sólo r e q u i e r e n u n a o dos veces s u peso e n c o m b u s t i - E l d e s a r r o l l o exclusivo d e l N o r t e o P r i m e r M u n d o y l a irrupción de l a «netocracia»
bles químicos. E n concreto, p a r a l a fabricación de u n o r d e n a d o r de m e s a y u n m o n i t o r ( B a r d y S o d e r q v i s t 2003) s o n sus antítesis, alejadas de l o que debería ser u n a d e m o c r a -
de 17 p u l g a d a s se n e c e s i t a n a l m e n o s 240 k g de c o m b u s t i b l e s fósiles, 22 k g de c o m - c i a de l a T i e r r a ( S h i v a 2005).
puestos químicos y 1.500 1 de a g u a . E s decir, u n t o t a l de 1,8 toneladas de. m a t e r i a l e s , 2) Tiempo: l a e q u i d a d i n t e r g e n e r a c i o n a l , p r i m e r a definición c r o n o l ó g i c a d e l desa-
equivalente a l peso de u n rinoceronte, según los datos m a n e j a d o s p o r l a U n i v e r s i d a d de r r o l l o sostenible ( C o m i s i ó n M u n d i a l sobre M e d i o A m b i e n t e y D e s a r r o l l o 1987), es i n -
las N a c i o n e s U n i d a s y el investigador alemán R u e d i g e r K u e h r ( K u e h r y W i l l i a m s 2003). dispensable p a r a a l c a n z a r l a s o s t e m b i l i d a d a escalas múltiples. S u p o l o opuesto es l a
S i e n el m u n d o h a y 900 m i l l o n e s de ordenadores, s u h u e l l a ecológica a l c a n z a p o r lo planificación r e d u c i d a a c o r t o p l a z o , s i n f u t u r o n i pasado.
m e n o s el peso equivalente a 900 m i l l o n e s de r i n o c e r o n t e s , y a que h a y ordenadores 3) Globontología: u n p l a n e t a sostenible p r e s u p o n e c o e v o l u c i ó n y s i m b i o s i s ( M a r g u -
potentes e n centros de investigación que superarían el peso m e d i o de 1,8 toneladas. h s 1998, Ayestarán 2005), frente a l a i m a g e n de l a evolución n e o d a r w i n i s t a d e l « m a c h o
alfa», t a n p r e d o m i n a n t e e n los negocios y e n el poder. P a r a ello se h a de r e d e f i n i r el
u n i v e r s a h s m o a p r e n d i e n d o de las i n t e r r e l a c i o n e s glocales entre l o g l o b a l y l o l o c a l
4. G o b e r n a n z a y s o s t e n i b i l i d a d g l o b a l ( R o b e r t s o n 1992, B e c k 2002), p a r a a l c a n z a r u n c o s m o p o l i t i s m o a r r a i g a d o alejado d e l
c o s m o p o l i t i s m o d e l t u r i s t a o c c i d e n t a l , que v i a j a y c o n t a m i n a p o r todas partes p a r a n o
D e b i d o a esta h u e l l a ecológica y s o c i a l y a se s o l i c i t a n nuevas f o r m a s de g o b e r n a n z a quedarse e n n i n g u n a parte.
g l o b a l y r e s p o n s a b i l i d a d a m b i e n t a l ( R u s s i y M u r a d i a n 2003) c o n diferentes m e d i d a s 4) Acción: las actividades sostenibles p a r t e n de u n a t r i p l e c u e n t a de resultados y se
internacionales: r e s p o n s a b i l i d a d estricta, r e t r o a c t i v i d a d , seguro obligatorio, f o n d o p a r a m i d e n p o r ser e c o n ó m i c a m e n t e viables, ecológicamente p r u d e n t e s y s o c i a l m e n t e de-
r e p a r a r o c o m p e n s a r los «daños huérfanos» f i n a n c i a d o a través de u n i m p u e s t o a las seables, además de tecnológicamente posibles, e n u n a gestión a b i e r t a e i n c o m p a t i b l e
empresas más c o n t a m i n a n t e s , c a r g a de l a p r u e b a r e c a y e n d o e n las empresas o e n u n a c o n sus f o r m a s antitéticas: el m o n o p o l i o crematístico, l a p l u t o c r a c i a , el n e p o t i s m o y el
organización pública i n t e r n a c i o n a l , m u l t a s p a r a los daños a m b i e n t a l e s , entre otras. d e s p o t i s m o que t a n espléndidamente h a d e n u n c i a d o S t i g l i t z (2003) c o n l a expresión
E s t a s m e d i d a s tendrían que i r e n c a m i n a d a s a l a ínternalización de u n a parte de los «capitalismo de amiguetes a l estilo americano», y que t a n eficazmente h a a n a l i z a d o
costes y de los riesgos a m b i e n t a l e s de l a p r o d u c c i ó n a través de u n o r g a n i s m o i n t e r n a - G a l b r a i t h (2004) e n l a « e c o n o m í a d e l fraude inocente» de los escándalos c o r p o r a t i v o s .

162 163
 5) Conocimiento: se h a de p r o p o n e r u n a c i e n c i a de l a s o s t e n i b i h d a d ( C l a r k , C r u t z e n
y S c h e l l n h u b e r 2005) que c o i n c i d a c o n u n n u e v o c o n t r a t o s o c i a l de l a c i e n c i a y l a
tecnología (Gallopín, F u n t o w i c z , O ' C o n n o r y R a v e t z 2001) a p a r t i r de u n c o n o c i m i e n t o
híbrido pero s i t u a d o ( H a r a w a y 1991) y c o n u n m o d e l o a m p l i a d o de evaluadores e n el
m a r c o de l a c i e n c i a p o s t - n o r m a l ( F u n t o w i c z y R a v e t z 2000) y e n u n contexto de c o m -
o
p l e j i d a d m u l t i - c r i t e r i o ( F u n t o w i c z , Martínez Alier, M u n d a y R a v e t z 1999). S u antítesis o tí
o
es e l p r e d o m i n i o d e l p e n s a m i e n t o ú n i c o ( R a m o n e t 1998, Estefanía 2001: 283-291) u
tu
i m p u l s a d o p o r l a t e c n o c r a c i a , l a m o n o c u l t u r a (física y m e n t a l ) y l a m a x i m i z a c i ó n u t i -
litarista.
.8
6) Participación: l a participación sostenible se c o n s t r u y e a p a r t i r de diferentes stake-
holders o grupos de interés, t a l y c o m o l o p r e c o n i z a n las A g e n d a s 21 locales, e l P a c t o
i S
M u n d i a l de N a c i o n e s U n i d a s , el L i b r o V e r d e de l a Unión E u r o p e a p a r a el f o m e n t o de l a o o
TJ o o
r e s p o n s a b i l i d a d s o c i a l de las e m p r e s a s o e l m o d e l o de m e m o r i a s de s o s t e n i b i h d a d de a N tu
3 o3 03 3 -a
X¡ tu tu 3
Global Reporting Initiative (cf. B e o r l e g u i y Ayestarán 2005). L a p e r s p e c t i v a multi-stake- "a O -a o
o "o
o a
holder p r e s u p o n e m e t o d o l ó g i c a m e n t e u n enfoque m m t i - m t e r - t r a n s - d l s c i p l i n a r p a r a l a u 6 C 'o Sí
innovación que se m i d e a p a r t i r d e l p r i n c i p i o de r e s p o n s a b i l i d a d (Jonas 1979) y l a o •i—<
O
¡ó u O a
o U
tu 03
u
N
heurística d e l p r i n c i p i o de precaución, e m a n a d o de l a c u m b r e de R í o de J a n e i r o e n CU
fí ~S
J3
t/> B o 03 3
6 o
o
1992. L o c o n t r a r i o de t o d o ello es l a gestión jerárquica v e r t i c a l , a s o c i a d a a l a u t o r i t a r i s - o
tí
4-*
"¡3 > 6 03 a u
03
o o tU
o
to • t-H tO
a3 , , tn
Cl o u
+¿ tu
m o y l a atomización i r r e s p o n s a b l e de las f u n c i o n e s , así c o m o l a privatización d i s c i p l i - Z to
m a O K Tí tu tu
i-i

nar, que i m p i d e n l a g o b e r n a n z a y el e m p ó d e r a m i e n t o .
Z tu
u
CU
13
H

S e p u e d e r e p r e s e n t a r el p a r a d i g m a de l a s o s t e n i b i l i d a d g l o b a l , c o n sus seis p r e m i -
sas, e n u n c u a d r o esquemático p a r a e v i d e n c i a r s u d i s t a n c i a respecto a l o que sería u n
régimen g l o b a l i t a r i o (véase página siguiente).
P a r a i m p l e m e n t a r este p r o g r a m a de s o s t e n i b i h d a d g l o b a l c o n sus seis p r e m i s a s
h a c e falta establecer u n doble desiderátum glóbi terrae: 1) u n plan de acción global, y 2) -a
u n imperativo de la sostenibilidad altermundiaíistay alterglobalizadora. O 03
Sí T¡
03
u
tí tí
TÍ to _N 3
03 .. TJ
1) Desideratum glóbi terrae I: plan de acción global (Ayestarán 2006). L o s seres h u - U
03
13 to
O TJ
03
'u
o 6
m a n o s , mujeres y h o m b r e s , n o deberíamos u s a r lo global (teletecnologías m u n d i a l e s ) tí 3 TJ - 3 a O
O
_0 X 03 o
>,
p a r a e x p l o t a r lo real (materias p r i m a s , recursos ambientales) p a r a obtener lo virtual 'o tu tu
o
a 03 c
(especulación f i n a n c i e r a ) . D e b e m o s u s a r lo virtual (matemáticas, software, b i o i n f o r - O í~i ,0 o TJ
• •S o
tu
C 03 o
DO
tu
3
03
tu
mática, Internet) p a r a m e d i r lo real (biogeoquímico-físico) p a r a obtener lo global (eco- O tu tu tu O
TJ
O Tí
O
n o m í a ecológica y ecología h u m a n a e n n u e s t r o planeta). N u e s t r o p l a n e t a , G a i a , es u n a CO to
tu s> " a 03 O a "o
tu (3 o TJ
r e d g l o b a l de i nform ac ió n v i v a . V i v i m o s entre l a s o c i e d a d - r e d (Castells) y l a s o c i e d a d TJ tí » o 03 tu
-a 2 03 o TJ

2
tu to
o o p.
d e l riesgo (Beck). E n el siglo XXI n u e s t r o oikos, n u e s t r o hogar, es el g l o b o terráqueo e n l-i TJ 03 o
>> 03 6
03 o "¡3 o " g
ü o 03 o
l a s o c i e d a d - r e d d e l riesgo g l o b a l . G a i a es n u e s t r a república viviente, n u e s t r a m e n t e TJ
o
o3
tu
tu
T¡
•t-H "c3
o
>
tu
o
o 6 CL tí ti
a tí
g l o b a l y nuestro c u e r p o p l a n e t a r i o . E l Homo complex es s u n u e v o c i u d a d a n o . o to
o O O
a tu to o O O "C ° U
2) Desideratum globi terrae II: imperativo de la sostenibilidad alteimundialista y alter- o o U
03 w H tu

globalizadora (Ayestarán 2007£>). Se hace p r e c i s o establecer u n i m p e r a t i v o e c o n ó m i c o ,

e c o l ó g i c o y s o c i a l que recoja el trato d i g n o a las personas p o r e n c i m a de los m e r c a d o s
y l a e c o n o m í a m m t i n a c i o n a l d e s m e d i d a , l a preservación d e l p l a n e t a e n u n a base soste-
n i b l e y el r e p u d i o d e l i m p e r i a l i s m o , el c o l o n i a l i s m o , el t o t a l i t a r i s m o , l a discriminación
de t o d o t i p o ( r a c i a l , sexual, r e l i g i o s a , clasista), esto es, el r e p u d i o de c u a l q u i e r L a g e r o
o
G u l a g , después de los i m p e r a t i v o s que n o s h a n legado I m m a n u e l K a n t , T h e o d o r W. O ¡3
o c
A d o r n o y H a n s J o n a s , entre otros. E s t e n u e v o i m p e r a t i v o r e z a así: «Actúa de t a l m a n e - u
03
a o 'S
r a que los otros seres h u m a n o s (mujeres y h o m b r e s ) s e a n tratados c o m o fines y n o
c o m o m e d i o s , c o m o seres l i b r e s y n o c o m o o p r i m i d o s envilecidos, g a r a n t i z a n d o l a
I to
W
S
tu
FN
Ü
u
<

164 165
f u t u r a s u p e r v i v e n c i a de l a v i d a e n e l p l a n e t a e i m p i d i e n d o que v u e l v a a repetirse A u s c h - C O M I S I Ó N M U N D I A L S O B R E M E D I O A M B I E N T E Y D E S A R R O L L O (1987): Our Common Future. Oxford:
Oxford University Press.
w i t z , o B u c h e n w a l d , o N a n k i n g , o H i r o s h i m a , o N a g a s a k i , o Coventry, o D r e s d e , o
D A L Y , H e r m a n E . y John B . C O B B Jr. ( 1 9 8 9 ) : For the Common Good. Redirecting the Economy
G e r n i k a , o S o l o v k i , o Kolymá, o A d a n a , o T u o l S l e n g , o V i e t n a m , o R o b b e n I s l a n d , o
toward Community, the Environment, and a Sustainable Future. Boston, Mass.: Beacon Press.
V a j o n t , o Seveso, o B h o p a l , o C h e r n o b y l , o D h a k a , o N a r m a d a , o P a n z ó n , o A c t e a l , Dow, Kirstin y Thomas E . D O W N I N G ( 2 0 0 6 ) : Hie Atlas of Climate Change: Mapping the World's
o D i l i , o Sarajevo, o G r o z n y , o Yenín, o H a l a b j a , o K i g a l i , o D a r f u r , o Z h a s l y k , o R a m l e h , Greatest Challenge. Londres: Earthscan.
o D i y a r b a i r , o L h a s a s D r a p c h i , o K a l ' a t M ' G o u n a , o C i u d a d Juárez, o A b u G h r a i b , o E S T E F A N Í A , Joaquín ( 2 0 0 1 ) : Diccionario de la nueva economía. Barcelona: Planeta.
Guantánamo, o c u a l q u i e r o t r o c a m p o de e x t e r m i n i o o l u g a r de aniquilación de l a v i d a F A B E R , Malte, Thomas P E T E R S E N y Johannes S C H I L L E R ( 2 0 0 2 ) : «Homo oeconomicus and Homo

h u m a n a » . E s t e i m p e r a t i v o está v i v o y abierto y, desde los d e r e c h o s h u m a n o s , c a d a politicus i n ecological economics», Ecological Economics, 4 0 / 3 : 3 2 3 - 3 3 3 .

p e r s o n a debe c o m p l e t a r l o c o n los lugares q u e c o n o c e y e n l o s q u e vive. T o d a vez que es F R I E D E N , Jeffry A . ( 2 0 0 6 ) : Global Capitalism. Its Fall and Rise in the Twentieth Centwy. Nueva

g l o b a l y l o c a l , e m p í r i c o y t r a s c e n d e n t a l , a posteriori y a priori a u n m i s m o t i e m p o , p e r o York-Londres: W.W. Norton & Co.

FUNTOWICZ, Silvio O.; Joan M A R T Í N E Z A L T E R , Giuseppe M U N D A y Jerome R. R A V E T Z ( 1 9 9 9 ) : «In-
s o b r e t o d o , es u n l l a m a m i e n t o hermenéutico y ético a l f u t u r o d e l a h u m a n i d a d e n
formation tools for environmental policy under conditions of complexity», Environmental
c u a l q u i e r rincón d e l p l a n e t a .
Issues Series 9, Copenhague: European Environmental Agency.
— y Jerome R. R A V E T Z ( 2 0 0 0 ) : La ciencia posnormal. Ciencia con la gente. Barcelona: Icaria.
C o n l a teoría G a i a de J a m e s L o v e l o c k y L y n n M a r g u l i s s a b e m o s de l a c o m p l e j i d a d y G A L B R A I T H , John Kenneth ( 2 0 0 4 ) : Tlie Economic of Innocent Fraud. Tmth for Our lime. Boston:
l a interrelación entre l a n o o s f e r a y l a b i o s f e r a a través de l a tecnosfera, q u e p o s i b i l i t a Houghton Mifflin Company.
t a n t o l a ciberesfera d e Internet c o m o l o s grandes flujos f i n a n c i e r o s y e c o n ó m i c o s e n GALLOPÍN, Gilberto C ; Silvio O. F U N T O W I C Z , Martin O ' C O N N O R y Jerome R. R A V E T Z ( 2 0 0 1 ) :
nuevas estrategias geopolíticas. D e ahí l a n e c e s i d a d d e p e n s a r o t r a b i o s f e r a y o t r a n o o s - «Science for the twenty-first century: from social contract to the scientific core», Internatio-
f e r a (Ayestarán 2007a), se requiere u n a n u e v a ecosofía p a r a l a b i o n o o s f e r a e n l a a l d e a nal Journal of Social Science, 1 6 8 : 2 2 0 - 2 2 9 .
g l o b a l de M a r s h a l l M c L u h a n , l a C a s a B a b y l o n de M a n u C h a o . P a r a ello es p o s i b l e y es GORE, A l 2 0 0 6 : An Inconvenient Tmth: The Planetaiy Emergency of Global Wanning and Wltat We
Can Do About It. Nueva York: Rodale, Inc.
n e c e s a r i a o t r a filosofía, l a o t r a filosofía, l a filosofía de l a o t r a (del otro, de l o otro), u n a
HARAWAY, D o n n a ( 1 9 9 1 ) : Simians, Cyborgs and Women: Tlie Reinvention of Nature. Nueva York:
filosofía que t e n g a e n c u e n t a l a e x p e r i e n c i a d e l otro, q u e n o sólo se p o n g a e n e l l u g a r
Routledge.
d e l o t r o , s i n o también que l e dé u n l u g a r a l otro. E s t o es l o q u e e l último Jacques
H Ö F F E , Otfried ( 2 0 0 4 ) : Wirtschaftsbiirger, Staatsbürger, Weltbürger. Politische Ethik im Zeilalter
D e r r i d a d e n o m i n ó c o m o l a ética de l a h o s p i t a l i d a d . der Globalisienmg. Munich: C H . Beck (trad, cast.: Ciudadano económico, ciudadano del Es-
tado, ciudadano del mundo. Ética política en la era de la globalización. Buenos Aires: Katz
Editores, 2 0 0 7 ) .
Bibliografía JANSSEN, M a r c o A . y Wander J A G E R (2000): «The human actor in ecological-economic models»,
Ecological Economics, 3 5 : 3 0 7 - 3 1 0 .
AGUILERA KLINK, Federico (1998): Economía y medio ambiente: un estado de la cuestión. M a - J O N A S , Hans ( 1 9 7 9 ) : Das Prinzip Verantwortung —Versuch einer Ethik für die technologische

drid: Argentaría/Biblioteca Nueva. Zivilisation. Frankfurt: Suhrkamp.

A Y E S T A R Á N , Ignacio (2005): «The Living Republic. F r o m Genetic Information to Globalising KUEHR, Ruediger y E r i c W I L L I A M S (eds.) ( 2 0 0 3 ) : Computers and the Environment: Understan-

Symbiotic Planet», en G. Banse (ed.), Neue Kidtur(en) durch Neue Medien(?) Das Beispiel ding and Managing Tiieir Impacts. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers.
Internet, Berlin, Trafo, 2005, pp. 167-174. L A T O U R , B r u n o ( 2 0 0 4 ) : Politics of Nature. How to Bring the Sciences into Democracy. Londres/

— (2006): «Homo Complex —Information and Community i n a Global Ecology», en N . Ursua y Cambridge, Mass.: Harvard University Press.
A. Metzner-Szigeth (eds.), Netzbasierte Kommunikation, Identität und Gemeinshaft I Net- LOVELOCK, James ( 2 0 0 6 ) : Tlie Revenge of Gaia: Why the Earth is Fighting Back and How We Can
Based Communication, Identity and Community, Berlin, Trafo, 2006, pp. 145-158. Still Save Humanity. Londres: Penguin Books.
— (2007a): «Otra filosofía es posible: biosfera, noosfera y globalización», en W . A A . , ¿Qué es MACINTYRE, Alasdair ( 1 9 9 9 ) : Dependent Rational Animals: Wiry Human Beings Need the Virtues.
filosofía hoy? Zer da filosofía gaur?, San Sebastián, Gatza/Arteleku, pp. 124-129. Chicago: Open Court Publishing.
— (2007¿): «Die Ethik der globalen Nachhaltigkeit / Ética de la sostenibüidad global», Genera- MCNEILL, John R. ( 2 0 0 0 ) : Something New under the Sun: An Environmental Histoiy of the Twen-
tion Gerechtigkeit—Stiftung für die Rechte zukünftiger Generationen, 1: 22-29. tieth-Century World. Nueva York: W W . Norton & Co.
BARD, Alexander y J a n S Ö D E R Q V I S T (2003): La netocracia. El nuevo poder en la red y la vida — ( 2 0 0 6 ) : «Sostenibilidad ambiental y políticas de Estado: una visión histórica», en A . Guerra y
después del capitalismo. Madrid: Prentice Hall. J.F. Tezanos (eds.) ( 2 0 0 6 ) , Las políticas de la Tiena, M a d r i d , Editorial Sistema, pp. 1 7 5 - 1 8 4 .
M A R G U L I S , Lynn ( 1 9 9 8 ) : Symbiotic Planet: A New Look at Evolution. Nueva York: Basic Books.
BECK, Ulrich (2002): La sociedad delriesgoglobal. M a d r i d : Siglo X X I .
M A R T Í N E Z A L T E R , Joan ( 1 9 9 8 ) : La economía ecológica como ecología humana. Lanzarote: F u n d a -
B E C K E R , Christian (2006): «The h u m a n actor i n ecológica! economics: Philosophical approach
ción César Manrique.
and research perspectives», Ecologicál Economics, 60: 17-23.
B E O R L E G U I , Martín e Ignacio A Y E S T A R Á N (2005): Guía de buenas prácticas medioambientales.
— y Jordi R O C A J U S M E T ( 2 0 0 1 ) : Economía ecológica y política ambiental. México: Fondo de
Cultura Económica.
Pamplona: Gobierno de Navarra y Fondo Social Europeo/ADAPNA.
M E A D O W S , Donella H . ; Jorgen R A N D E R S y Dennis L. M E A D O W S ( 2 0 0 4 ) : Limits to Growth: The 30-
C A S T E L L S , Manuel (ed.) (2006): La sociedad red: una visión global. Madrid: Alianza.
year Update. Post Mills: Chelsea Green Pubhshing Company.
C L A R K , William C , Paul J. C R U T Z E N y Hans J. S C H E L L N H U B E R (2005): Science for Global Sustai-
M O R I N , Edgar ( 1 9 9 9 ) : Les sept savoirs nécessaires a l'éducation du futur. Nueva York: U N E S C O .
nability: Toward a New Paradigm. Cambridge, Mass.: Center for International Development
at Harvard University, Working Paper n.° 120.
— y Anne Brigitte K E R N (1993): Teire-Patrie. Paris: L e Seuil.

166 167
NAREDO, José Manuel ( 2 0 0 6 ) : Raíces económicas del deterioro ecológico y social. Más allá de los
dogmas. Madrid: Siglo X X I .
N O R G A A R D , Richard B . ( 2 0 0 4 ) : «Learning and knowing creatively». Ecological Economics, 4 9 :
231-241.
NYBORG, Karine (2000): «-Homo oeconomicus a n d Homo politicus: interpretation a n d aggre-
gation of environmental values», Journal of Economie Behaviour and Organisation, 4 2 :
305-322. PARTE 5
P A N E L I N T E R G U B E R N A M E N T A L D E C A M B I O C L I M Á T I C O D E N A C I O N E S U N I D A S (2007): Climate Chan-
ge 2007: The Physical Science Basis. Ginebra: LPCC Secretariat.
RAMONET, Ignacio (ed.) ( 1 9 9 8 ) : Pensamiento crítico vs. Pensamiento único. Madrid: Debate/Le D E R E C H O S , UTOPÍAS Y POLÍTICAS
Monde Diplomatique.
— , Ramón C H A O y Jacek W O Z N I A K ( 2 0 0 3 ) : Abécédaire partiel, et partial, de la mondialisation. PARA U NM U N D O G L O B A L
Paris: Éditions Pion.
ROBERTSON, Roland ( 1 9 9 2 ) : Globalization: Social Theory and Global Culture. Londres: Sage P u -
blications.
R u s s i , Daniela y Roldan M U R A D I A N ( 2 0 0 3 ) : «Gobemanza global y responsabilidad ambiental»,
Ecología política, 24: 95-105.
SERRES, Michel (1990): Le contrat naturel. Paris: Éditions François Bourin.
SHTVA, Vandana (2005): Earth Democracy: Justice, Sustaiñability, and Peace. Cambridge, Mass.:
South E n d Press.
SlEBENHÜNER, B e m d ( 2 0 0 0 ) : «Homo sustinens '—towards a new conception of humans for the
science of sustaiñability», Ecological Economics, 3 2 : 1 5 - 2 5 .
S T E R N , Nicholas ( 2 0 0 7 ) : El informe Stem. La verdad del cambio climático. Barcelona: Paidós.
S T T G L L T Z , Joseph E . ( 2 0 0 3 ) : The Roaring Nineties. Nueva York: W . W . Norton & Co.
W I L S O N , E d w a r d O . ( 2 0 0 6 ) : The Creation. An Appeal to Save Life on Earth. Nueva York: W . W .

Norton & Co.

168
 E l l i b r o c o n c l u y e c o n u n a p a r t e s i e m p r e v i v a y a b i e r t a a l e s t u d i o d e l debate de l a
globalización y de sus d i s c u s i o n e s entre las pretensiones m a x i m a l i s t a s y las m i n i m a l i s -
tas de l o s d e r e c h o s q u e t i e n e n q u e ser i n c o r p o r a d a s p o r l o s i n d i v i d u o s , l o s colectivos y
l o s E s t a d o s , q u e e n b u e n a l i d v u e l v e a p l a n t e a r e l l u g a r de l a s o l i d a r i d a d y de las u t o -
pías. A l m i s m o t i e m p o esta p a r t e a p o r t a u n a clarificación crítica y filosófica d e l p a p e l
político que t a n t o América L a t i n a c o m o E u r o p a están a p o r t a n d o a este m u n d o g l o b a l
c o n t e m p o r á n e o . L o s siguientes profesores pergeñan estas cuestiones e n sus c o r r e s -
p o n d i e n t e s artículos.
E s t e b a n A n t x u s t e g i , p r o f e s o r de l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) e n e l
D e p a r t a m e n t o de Filosofía de los V a l o r e s y Antropología S o c i a l , p r e s e n t a sus ideas e n
el t r a b a j o t i t u l a d o « L o s derechos sociales y l a solidaridad». S u p e n s a m i e n t o clave es
que, y a se les c o n s i d e r e «derechos sociales» o p r e r r e q u i s i t o s de l o s derechos, l a e x c l u -
sión d e l acceso a ciertos servicios básicos i m p l i c a u n a r e d u c c i ó n de l a ciudadanía (ca-
tálogo de derechos m á s r e d u c i d o c o n disminución de estatus c i v i l y político), p o r l o
q u e l a s o l i d a r i d a d p o r p a r t e de aquellos i n d i v i d u o s y E s t a d o s s o c i a l m e n t e m á s a v a n z a -
dos se h a c e m á s i m p r e s c i n d i b l e c o n respecto a l o s i n d i v i d u o s y colectivos más m a r g i -
n a d o s e n e l p r o c e s o de globalización, de c a r a a l a c o n s e c u c i ó n de u n a s relaciones inter-
n a c i o n a l e s m á s justas.
Belén A l t u n a , p r o f e s o r a de l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) e n e l D e p a r t a -
m e n t o de Filosofía de l o s V a l o r e s y Antropología S o c i a l , c o n t r i b u y e c o n e l artículo
«Posibilidades utópicas e n l a e r a de l a globalización». E l presente texto e n f a t i z a q u e n o
es c i e r t o q u e l a e r a de l a globalización sea también l a e r a d e l f i n de las utopías. E l m o d o
de p e n s a m i e n t o u t ó p i c o q u e se h a agotado es e l d e l m a x i m a h s m o r e v o l u c i o n a r i o , e l
m a p a de l a s o c i e d a d i d e a l . E s e m a x i m a l i s m o se h a p r i v a t i z a d o a h o r a , d e s c a r t a n d o s u
dimensión política. S i n e m b a r g o , u n a utopía de m í n i m o s , a b i e r t a y c o n s e n s u a d a , r e -
s u e n a e n t o d o p r o y e c t o q u e b u s c a humanizar l a globalización.
César C u e l l o , p r o f e s o r de Filosofía e n l a U n i v e r s i d a d A u t ó n o m a de S a n t o D o m i n -
go ( R e p ú b l i c a D o m i n i c a n a ) y c o o r d i n a d o r e n d i c h a u n i v e r s i d a d d e l Máster «Filoso-
fía e n u n m u n d o g l o b a l » , i m p a r t i d o p o r l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) ,
p a r t i c i p a c o n e l artículo « G l o b a l i z a c i ó n , d i v e r s i d a d c u l t u r a l y p e n s a m i e n t o a l t e r n a t i -
v o » , d o n d e s u b r a y a que, frente a l a globalización de c o r t e n e o l i b e r a l y l a t e n d e n c i a a
l a i n i q u i d a d y a l a exclusión e c o n ó m i c a , s o c i a l y c u l t u r a l , se h a de r e c u p e r a r u n
p e n s a m i e n t o a l t e r n a t i v o de l a d i v e r s i d a d c u l t u r a l e n t o r n o a l a r i q u e z a , l a sabiduría y
l a t o l e r a n c i a de l o s p u e b l o s , m u y e n e s p e c i a l e n l o s países de A m é r i c a L a t i n a . Éstos
d e b e n h a c e r u s o de sus c o n o c i m i e n t o s , hábitos y e m o c i o n e s p a r a r e n o v a r s e y a p r e n -
d e r — j u n t o a t o d o s sus actores s o c i a l e s — e n l o s n u e v o s p r o y e c t o s y p r o c e s o s de
tecnología d e l a i n f o r m a c i ó n y l a c o m u n i c a c i ó n estratégicos p a r a s u d e s a r r o l l o . A m é -
r i c a L a t i n a t a m b i é n d e b e c o n t r i b u i r a c o n s t r u i r sus agendas l o c a l e s , r e g i o n a l e s y
n a c i o n a l e s , o r i e n t a d a s a l a p r o m o c i ó n de m o d o s de organización de u n a s o c i e d a d

171
l a t i n o a m e r i c a n a m á s j u s t a , e q u i t a t i v a , i n n o v a d o r a , e c o l ó g i c a y, e s p e c i a l m e n t e , m á s
saludable, creadora y satisfactoria.
F r a n c i s c o J a v i e r C a b a l l e r o , catedrático de Filosofía d e l D e r e c h o e n l a F a c u l t a d de
D e r e c h o de l a U n i v e r s i d a d d e l País V a s c o ( U P V / E H U ) , e n «El "sueño e u r o p e o " : e l o p t i -
m i s m o i n f u n d a d o de Rifkin», r e p a s a de m a n e r a elocuente l a significación y c o n s t r u c -
Los derechos sociales y la solidaridad
c i ó n c u l t u r a l , política y e c o n ó m i c a de E u r o p a e n e l p r o c e s o d e globalización d e l o s
m e r c a d o s i n s p i r a d o s e n l a e c o n o m í a estadounidense. P a r a e l autorías c o n t r a d i c c i o n e s
Esteban Antxustegi Igartua
y p a r a d o j a s políticas h a c e n de E u r o p a u n c o n t i n e n t e v i v o p r e o c u p a d o p o r e l a n h e l o de
p a z , p e r o s i n c o n s e g u i r a l c a n z a r u n a f o r m a política de a u t o n o m í a p a r a sus c i u d a d a -
n o s . N o obstante, e l a u t o r sigue p e r c i b i e n d o e n e l debate s o b r e l a constitución e u r o p e a
l o s f u n d a m e n t o s ideológicos d e l v i e j o m o d e l o político (neo)liberal.

Introducción

E x i s t e n derechos h u m a n o s de p r i m e r y de s e g u n d o o r d e n . L o s c o n o c i d o s c o m o l o s
de p r i m e r o r d e n s o n l o s civiles y políticos, q u e p r e t e n d e n p r o t e g e r las libertades i n d i v i -
duales. P e r o l a d i g n i d a d h u m a n a n o se l o g r a únicamente c o n l a aplicación de estos
derechos. N o p u e d e r e a l i z a r s e e l i d e a l d e l s e r h u m a n o l i b r e , l i b e r a d o d e l t e m o r y de l a
m i s e r i a , a m e n o s q u e se c r e e n c o n d i c i o n e s q u e p e r m i t a n a c a d a p e r s o n a g o z a r de sus
derechos e c o n ó m i c o s , sociales y c u l t u r a l e s , c o n o c i d o s éstos c o m o d e r e c h o s d e s e g u n -
d o o r d e n . F o r m a n l a s p a t a s de u n a m i s m a m e s a y n o se p u e d e n a l c a n z a r u n o s s i n e l
sustento de l o s otros.
S i e l d e r e c h o a l a participación política efectiva depende de l a e x i s t e n c i a de u n o s
m e d i o s d e c o m u n i c a c i ó n l i b r e s y de u n a p o b l a c i ó n c o n c i e n c i a d a e i n s t r u i d a , también
e l ejercicio d e l d e r e c h o a l a a s i s t e n c i a s a n i t a r i a , a l a s e g u r i d a d s o c i a l o a u n n i v e l de
v i d a a d e c u a d o será m á s fácil s i existe u n s i s t e m a de administración d e j u s t i c i a j u s t o y
eficaz. L o s derechos e c o n ó m i c o s , sociales y c u l t u r a l e s , p o r tanto, o b l i g a n a l E s t a d o a
t o m a r medidas e mvertir e n s u consecución.
S i l a ciudadanía se h a i d o históricamente c o n f i g u r a n d o c o m o p e r t e n e n c i a a u n a
c o m u n i d a d política ( c u y o p a r a d i g m a h a s i d o e l E s t a d o - n a c i ó n ) , e n c u y o i n t e r i o r c o n -
v i v e n sus m i e m b r o s e n i g u a l d a d de d e r e c h o s y deberes, es e v i d e n t e q u e l a ciudadanía
s ó l o h a e x i s t i d o h a c i a a d e n t r o : s ó l o a través d e l c r i t e r i o de p e r t e n e n c i a a l a c o m u n i -
d a d se p u e d e a c c e d e r a u n ú n i c o e i g u a l estatuto d e d e r e c h o s . D e h e c h o , c o m o señala
C o l o m (1998: 40), «las políticas de i n m i g r a c i ó n y de a d m i s i ó n a l a ciudadanía h a n
estado t r a d i c i o n a l m e n t e s o m e t i d a s a l c r i t e r i o d e l a seguridad y d e l interés nacional»,
p o r l o q u e este estatus d e ciudadanía p a r a l o s n a c i o n a l e s a c a r r e a l a exclusión h a c i a
l o s «distintos».
E s t e m o d e l o t r a d i c i o n a l de ciudadanía está s i e n d o d e s b o r d a d o , a c t u a l m e n t e , p o r
aspectos c o m o l a globalización de los flujos e c o n ó m i c o s y de c o m u n i c a c i ó n , e l d e s a r r o -
l l o de o r g a n i z a c i o n e s i n t e r n a c i o n a l e s y trasnacionales, l a r e l e v a n c i a que v a n a d q u i r i e n -
d o p r o b l e m a s de a l c a n c e supraestatal (ecología, explotación de r e c u r s o s m a r i n o s , etc.)
o e l r e c o n o c i m i e n t o d e las p e r s o n a s i n d i v i d u a l e s y de g r u p o s subestatales c o m o objeto
d e l D e r e c h o I n t e r n a c i o n a l (Declaración de D e r e c h o s H u m a n o s de l a O N U , Convención
E u r o p e a s o b r e D e r e c h o s H u m a n o s ) , c u y o s derechos p u e d e n ser sostenidos s o b r e y
c o n t r a l a s p r e t e n s i o n e s de los E s t a d o s . L a irrupción de estas nuevas r e a l i d a d e s h a
l i m i t a d o e x t r a o r d i n a r i a m e n t e l a c a p a c i d a d de c o n t r o l estatal s o b r e las actividades «in-
ternas», p o r l o q u e elementos c o m o l a s e g u r i d a d o e l interés n a c i o n a l h a n p e r d i d o l a
f u e r z a d i s u a s o r i a de antaño.

172 173
 S i a t o d o ello añadimos l a emigración a g r a n escala, que tiene c o m o d e s t i n o p r i n c i - 3) L o s d e r e c h o s sociales tienen u n c i e r t o carácter aleatorio: están c o n d i c i o n a d o s
p a l m e n t e los E s t a d o s democráticos e c o n ó m i c a m e n t e desarrollados, l a tensión existen- p o r l a existencia de u n a e c o n o m í a de m e r c a d o b i e n d e s a r r o l l a d a , sóhdas i n f r a e s t r u c t u -
te entre l a posición p a r t i c u l a r i s t a defensiva y los p r i n c i p i o s universalistas más p e r m e a - r a s a d m i n i s t r a t i v a s y p r o f e s i o n a l e s y u n eficiente a p a r a t o fiscal. L a definición de l o s
bles q u e d a m a n i f i e s t a m e n t e expresada. c o n t e n i d o s y l a c a n t i d a d de l a s p r e s t a c i o n e s sociales depende de l a d i s p o n i b i h d a d de
r e c u r s o s e c o n ó m i c o s y financieros g a r a n t i z a d o s p o r e l m e r c a d o , de decisiones d i s c r e -
cionales de l a administración pública, d e l e q u i l i b r i o de p o s i c i o n e s de f u e r z a y r e i v i n d i -
D e r e c h o s sociales y E s t a d o d e B i e n e s t a r caciones.

C o m o decía, l a n e c e s i d a d de a s o c i a r a l a ciudadanía c i e r t o s r e q u i s i t o s e n l a f o r m a S i g u i e n d o c o n e l p r i m e r a r g u m e n t o , también p u e d e decirse que l o s derechos s o c i a -

d e « d e r e c h o s sociales» n o t i e n e p o r q u é e n t e n d e r s e s ó l o a p a r t i r de u n c á l c u l o d e les, e n c u a n t o q u e s o n c a p a c i d a d e s r e c o n o c i d a s jurídicamente respecto a l E s t a d o , s o n
u t i l i d a d ; s i n o q u e p a r e c e implícita e n e l p r o p i o c o n c e p t o d e ciudadanía. E n l a m e d i - c o m p o n e n t e s d e u n a ciudadanía p l e n a , e n t e n d i d a c o m o i g u a l d a d de estatus o de d i g n i -
d a e n q u e e l c o n c e p t o m o d e r n o de ciudadanía h a c e r e f e r e n c i a a l a a u t o n o m í a de l o s d a d s o c i a l . P o r q u e s i se les c o n s i d e r a s i m p l e s « m e d i o s » , también p u e d e n c o n c e b i r s e
sujetos, y a d e r e c h o s b a s a d o s e n l a i g u a l d i g n i d a d , n o se p u e d e c o n s i d e r a r a l o s i n d i - los derechos políticos c o m o m e d i o s p a r a o b t e n e r fines no-políticos ( p o r e j e m p l o , l o s
v i d u o s e n a b s t r a c t o s i n o q u e h a y q u e r e c o n o c e r l o s c o n d i f e r e n c i a s sociales, p o r l o servicios sociales). E n d e f i n i t i v a , t o d o p a r e c e d e p e n d e r de l a c o n c e p c i ó n p r e v i a q u e se
q u e l a s garantías s o c i a l e s s o n i m p r e s c i n d i b l e s p a r a l a realización de l o s v a l o r e s de l a t e n g a de l a ciudadanía.
ciudadanía.
E s evidente q u e l a ciudadanía s o c i a l , p o r sí s o l a , n o es c a p a z de s u b v e r t i r l a lógica
a n t i i g u a h t a r i a d e l m e r c a d o , p o r l o q u e d i c h a ciudadanía c o n l l e v a u n a especie de irrfil- D e r e c h o s d e ciudadanía y d e r e c h o s h u m a n o s
tración de l a lógica d e l estatus p o r l a d e l c o n t r a t o , y a q u e t i e n d e a s u b o r d i n a r l o s
p r e c i o s d e l m e r c a d o a criterios de j u s t i c i a s o c i a l y a s u s t i t u i r e l l i b r e c a m b i o p o r l a ¿Existen derechos h u m a n o s q u e s o n universales y antepuestos a l o s derechos d e l
declaración de derechos subjetivos. E n este sentido, l a d e s i g u a l d a d existente y a n o c i u d a d a n o , e n t a n t o q u e éstos p r o c e d e n d e u n a c o n d i c i ó n p a r t i c u l a r y s o n exclusivos
sería de estatus, s i n o de r e n t a y, e n c o n s e c u e n c i a , l a tensión entre ciudadanía y c a p i t a - de l o s m i e m b r o s de u n a d e t e r m i n a d a c o m u n i d a d política? Y añadiremos u n desiderá-
l i s m o n o sería p a r a l i z a n t e , s i n o e s t i m u l a n t e . tum: ¿ o es factible u n a reformulación de l a n o c i ó n de ciudadanía q u e n o s p e r m i t a
También el E s t a d o de B i e n e s t a r r e s p o n d e a l a i d e a de q u e p a r a l a equiparación h a b l a r d e u n a ciudadanía c o s m o p o l i t a ?
jurídica de los c i u d a d a n o s , de m a n e r a que p u e d a n ser i g u a l m e n t e a u t ó n o m o s , es nece- Serían tres, p o r tanto, las distintas alternativas:
s a r i a u n a equiparación fáctica. L a s c o m p e n s a c i o n e s y prestaciones d e l «Estado social»
establecen «la i g u a l d a d de o p o r t u n i d a d e s p a r a p o d e r h a c e r u n u s o de las facultades de 1) C o n s i d e r a r que l a ciudadanía r e m i t e i n e l u d i b l e m e n t e a u n a c o m u n i d a d p a r t i c u -
a c c i ó n jurídicamente garantizadas, que q u e p a c o n s i d e r a r igual» ( H a b e r m a s 1998:499). lar, l i m i t a d a , y q u e l o s d e r e c h o s de ciudadanía están, p o r tanto, r e s t r i n g i d o s a u n a
E l ensayo de B a r b a l e t Citizenship: Rights, Struggle and Class Inequality (1950) i n c l u - c i e r t a clase de p e r s o n a s , s i n p e r j u i c i o de q u e se r e c o n o z c a n a d i c i o n a l m e n t e también a
y e u n o de los análisis críticos m á s sugestivos e influyentes de l o s derechos sociales. l o s forasteros ciertos derechos c o m o derechos h u m a n o s .
B a r b a l e t señala q u e l o s derechos de ciudadanía n o s o n h o m o g é n e o s , s i n o q u e h a y 2) C o n c e b i r l o s derechos d e l c i u d a d a n o sobre u n a base u n i v e r s a l i s t a , c o m o dere-
tensiones entre ellos ( p a r t i c u l a r m e n t e entre l o s derechos civiles, c u y o ejercicio i n c r e - c h o s d e l ser h u m a n o , d a n d o p r i o r i d a d a l o s derechos d e l h o m b r e , q u e p r e c e d e n a y
m e n t a e l p o d e r político y e c o n ó m i c o de q u i e n l o s posee, y l o s d e r e c h o s sociales, s i m - l i m i t a n los del ciudadano.
ples derechos de c o n s u m o q u e n o a t r i b u y e n p o d e r a l g u n o a sus titulares). L o s l l a m a - 3) C o n j u g a r l a determinación efectiva de l o s derechos c o m o derechos de los c i u d a -
dos «derechos sociales» d e l E s t a d o de B i e n e s t a r n o alteran las relaciones de p o d e r e n l a d a n o s c o n l o s p r e s u p u e s t o s universalistas d e legitimación de l o s m i s m o s . E n este s e n -
esfera p r o d u c t i v a p o r q u e , c o m o y a h e m o s d i c h o , afectan a l o s m e c a n i s m o s d e l a d i s t r i - tido iría l a p r o p u e s t a de H e l d (1997: 267), c u a n d o p r e t e n d e e l u d i r e l d i l e m a derechos
b u c i ó n de recursos y n o a los de s u p r o d u c c i ó n . D e h e c h o , s o n b e n e f i c i o s s u m i n i s t r a - d e l h o m b r e / d e r e c h o s d e l c i u d a d a n o , h a b l a n d o de derechos democráticos, «integrales
dos p o r el E s t a d o , a d i f e r e n c i a de l o s civiles y políticos, que v a l e n c o n t r a el E s t a d o . a l a democracia misma».
Cabría entonces p r e g u n t a r s e s i t i e n e s e n t i d o i n c l u i r l o s entre l o s derechos de c i u d a -
danía. B a r b a l e t l o s c o n s i d e r a más b i e n conditional opportunities, i n s t r u m e n t a l e s res- H a g a m o s u n p o c o de h i s t o r i a . S i n o s a t e n e m o s a l o s textos q u e se d e s a r r o l l a n a
p e c t o a l ejercicio efectivo de los derechos civiles y políticos. A r g u m e n t o s p a r a s u e x c l u - p a r t i r de las r e v o l u c i o n e s f r a n c e s a y a m e r i c a n a , es fácil o b s e r v a r q u e l a s c o n v i c c i o -
sión d e l a categoría d e l o s derechos de ciudadanía s o n l o s siguientes: nes e n l a s q u e se f u n d a b a n l o s d e r e c h o s d e l o s c i u d a d a n o s se j u s t i f i c a b a n n o e n s e r
n a t u r a l e s de d e t e r m i n a d a c i u d a d o t e r r i t o r i o , s i n o e n l o q u e les i g u a l a b a c o m o seres
1) N o s o n e n sí m i s m o s derechos de participación e n l a c o m u n i d a d política, s i n o h u m a n o s , r e q u i s i t o i n d i s p e n s a b l e p a r a e l d i s f r u t e de c i e r t a s c o n d i c i o n e s p a r a u n a
1

c o n d i c i o n e s que p o s i b i l i t a n esta participación.

2) M i e n t r a s los derechos civiles y políticos s o n n e c e s a r i a m e n t e universales y f o r m a - 1. Asila «Declaración de derechos del buen pueblo de Virginia» (12-6-1776), que parte de que «todos los hombres
les ( u n i f o r m e s p a r a todos los c i u d a d a n o s ) , los derechos sociales s o n prestaciones c o n - son por naturaleza igualmente libres e independientes y tienen ciertos derechos innatos» o la «Declaración de los
cretas, q u e h a n de ser p a r t i c u l a r i s t a s y selectivas. derechos del hombre y del ciudadano» (Francia, 1789), que se refiere siempre a los derechos del hombre.

174 175
v i d a d i g n a . P e r o h a y q u e s e r r e a l i s t a s , p o r q u e así c o m o l a D e c l a r a c i ó n d e D e r e c h o s E n este sentido, el Comité de D e r e c h o s E c o n ó m i c o s Sociales y C u l t u r a l e s ( O b s e r v a -
del H o m b r e y del C i u d a d a n o n a c i d a de l a Revolución Francesa p r o c l a m a b a u n p r i n - c i ó n general, n.° 14, «El d e r e c h o a l disfrute d e l más alto n i v e l p o s i b l e de salud», doc.
c i p i o d e u n i v e r s a l i d a d cívica q u e d e b í a r e a l i z a r s e e n e l s e n o de c a d a c o m u n i d a d polí- O N U : E / C . 12/2000/4) presentó l o s siguientes elementos sobre l a interpretación de las
t i c a , l a teoría política l i b e r a l , a s i m i s m o , pese a l u n i v e r s a l i s m o de sus p r i n c i p i o s , s u e - obligaciones e n virtud del derecho a l a salud:
le p r e s u p o n e r e n sus p l a n t e a m i e n t o s u n a c o m u n i d a d política l i m i t a d a . C i e r t a m e n t e ,
el p e n s a m i e n t o l i b e r a l , magníficamente e x p r e s a d o p o r R a w l s e n s u o b r a El liberalis- — H a n de estar d i s p o n i b l e s centros de atención a l a s a l u d , p r o f e s i o n a l e s c a p a c i t a -
mo político (1996), se e n f r e n t a aquí a u n a p a r a d o j a : d e f i e n d e l o s d e r e c h o s de c i u d a - dos y m e d i c a m e n t o s esenciales.
danía c o m o d e r e c h o s de l o s i n d i v i d u o s y s i n e m b a r g o n o a d m i t e q u e t o d o e l m u n d o — L o s e s t a b l e c i m i e n t o s , bienes y s e r v i c i o s d e s a l u d y l a i n f o r m a c i ó n s o b r e l a s a l u d
p u e d a c o n v e r t i r s e e n c i u d a d a n o ( a u n q u e sí d e f i e n d e , e n c a m b i o , e l d e r e c h o d e t o d o
d e b e n ser accesibles a t o d o s , t a n t o física c o m o e c o n ó m i c a m e n t e , s i n chscriminación
i n d i v i d u o a l a emigración).
alguna.
E l s e g u n d o g r u p o de artículos d e l a Declaración U n i v e r s a l de los D e r e c h o s H u m a - — L o s e s t a b l e c i m i e n t o s , b i e n e s y servicios d e s a l u d , así c o m o l a i n f o r m a c i ó n sobre
n o s (22 a 27) establece los derechos e c o n ó m i c o s , sociales y c u l t u r a l e s a l o s que t i e n e n l a s a l u d , deberán ser respetuosos c o n l a ética m é d i c a y c u l t u r a l m e n t e a p r o p i a d o s y
d e r e c h o todos los seres h u m a n o s . L a p i e d r a a n g u l a r de esos derechos es e l artículo 2 2 , sensibles a l o s r e q u i s i t o s d e l género y e l c i c l o de v i d a p a r a ser aceptables.
d o n d e se r e c o n o c e q u e t o d a p e r s o n a t i e n e d e r e c h o a l a s e g u r i d a d s o c i a l y a l a satisfac-
c i ó n de los derechos e c o n ó m i c o s , sociales y c u l t u r a l e s «indispensables» p a r a s u d i g n i - P o r t a n t o , l o s derechos sociales deberían ser r e c o n o c i d o s c o m o derechos f u n d a -
d a d y a l l i b r e d e s a r r o l l o de s u p e r s o n a l i d a d . m e n t a l e s , p o r q u e serían l o s r e q u i s i t o s m í n i m o s de u n a v i d a d i g n a y serían p r e s u p u e s t o
L o s derechos e c o n ó m i c o s , sociales y culturales n o s o n m e r a s a s p i r a c i o n e s o m e t a s de e j e r c i c i o de l o s derechos f u n d a m e n t a l e s civiles y políticos. Según N o r b e r t o B o b b i o
q u e h a y a n de l o g r a r s e p r o g r e s i v a m e n t e e n el t i e m p o . D e c o n f o r m i d a d c o n e l d e r e c h o ( 1 9 9 5 : 1 5 1 ) , «la razón de ser de l o s derechos sociales, c o m o a l a educación, e l d e r e c h o
i n t e r n a c i o n a l , los E s t a d o s t i e n e n o b l i g a c i o n e s d e carácter i n m e d i a t o , así c o m o deberes a l trabajo, e l d e r e c h o a l a s a l u d , es u n a r a z ó n igualitaria», p u e s t o q u e «tienden a h a c e r
a m á s l a r g o p l a z o . I n d e p e n d i e n t e m e n t e de s u g r a d o de d e s a r r o l l o , los E s t a d o s deberán m e n o s g r a n d e l a d e s i g u a l d a d entre q u i e n e s t i e n e n y quienes n o t i e n e n , o a p o n e r u n
t o m a r m e d i d a s p a r a h a c e r r e a l i d a d l o s derechos e c o n ó m i c o s , sociales y c u l t u r a l e s ( i n - n ú m e r o de i n d i v i d u o s s i e m p r e m a y o r e n c o n d i c i o n e s d e ser m e n o s desiguales respecto
c l u i d a l a revisión d e sus leyes) y abstenerse de v i o l a r estos d e r e c h o s . L o s E s t a d o s h a n a i n d i v i d u o s m á s a f o r t u n a d o s p o r n a c i m i e n t o o c o n d i c i ó n social». También p a r a J o h n
de g a r a n t i z a r q u e n o h a y a discriminación, y a sea d i r e c t a o i n d i r e c t a , e n e l e j e r c i c i o de R a w l s (1971), l a e f i c a c i a e c o n ó m i c a debe s u b o r d i n a r s e a l a j u s t i c i a política de iguales
estos derechos. L o s g o b i e r n o s también deberán r e g u l a r e l c o m p o r t a m i e n t o de p a r t i c u - libertades y de i g u a l d a d de o p o r t u n i d a d e s .
lares, empresas y otros agentes n o estatales p a r a asegurar q u e t o d o s respetan los dere- P o r último, l a t i t u l a r i d a d d e derechos sociales, e n t e n d i d a c o m o e l acceso u n i v e r s a l
chos humanos. a u n u m b r a l de p r e s t a c i o n e s e ingresos q u e a s e g u r a n l a satisfacción de necesidades
I n c l u s o e n E s t a d o s U n i d o s , p a r a d i g m a d e l n e o l i b e r a l i s m o y l a n o intervención esta- básicas, c o n s t i t u y e l a definición m i s m a de ciudadanía s o c i a l , t a l c o m o fue p l a n t e a d a
t a l , se h a a f i r m a d o q u e «en e l m e j o r de l o s casos, los derechos e c o n ó m i c o s , sociales y o r i g i n a l m e n t e p o r T . H . M a r s h a l l (1950). P a r a M a r s h a l l , l a ciudadanía s o c i a l «abarca
c u l t u r a l e s s o n objetivos que sólo p u e d e n a l c a n z a r s e g r a d u a l m e n t e , y n o garantías. P o r tanto e l d e r e c h o a u n modicum de b i e n e s t a r e c o n ó m i c o y s e g u r i d a d , c o m o a t o m a r
l o t a n t o , c o n t o d o y q u e e l acceso a l a alimentación, l a atención de l a s a l u d y u n a b u e n a parte e n e l conjunto de l a herencia social y vivir l a v i d a de u n ser civilizado, de acuerdo
e d u c a c i ó n están s i e m p r e entre l o s p r i m e r o s objetivos d e l d e s a r r o l l o , h a b l a r de ellos c o n l o s estándares prevalecientes e n l a sociedad» ( G o r d o n 2003: 9).
c o m o d e r e c h o s h a c e d e l o s c i u d a d a n o s d e l o s países e n d e s a r r o l l o objetos d e l d e s a r r o - L a s d e m a n d a s de r e f o r m a que las sociedades liberales occidentales h a c e n a l resto d e l
l l o e n vez de sujetos q u e d e c i d e n s u p r o p i o destino». 2
m u n d o — m o r a l i d a d , h u m a n i d a d o r a c i o n a l i d a d — , ¿son hechas e n n o m b r e d e algo n o
E l d e r e c h o a l a s a l u d es e l d e r e c h o a l «más alto n i v e l p o s i b l e de s a l u d física y m e n - occidental o s o n expresiones de lealtad a concepciones de j u s t i c i a occidentales? Según
tal», t e n i e n d o e n c u e n t a l a configuración genética d e l i n d i v i d u o y l a elección de estilo H a b e r m a s (1998) l o p r i m e r o , según R o r t y (1991) l o segundo (aunque n o p o r ello peores).
de v i d a , así c o m o e l g r a d o de c o n o c i m i e n t o científico y e l m á x i m o de r e c u r s o s de que D e todas m a n e r a s , sea j u s t i c i a o «lealtad ampliada» (por servirnos de l a terminología de
d i s p o n e el E s t a d o . A b a r c a libertades o derechos negativos ( c o m o e l d e r e c h o d e t o d a R o r t y ) , l o cierto es que el p r i m i t i v o sentimiento se convierte e n v i r t u d (deliberada, u n i -
p e r s o n a a c o n t r o l a r s u s a l u d y s u c u e r p o ) y derechos p o s i t i v o s o de acceso ( p o r e j e m - versalizable) c u a n d o p a s a a u n n i v e l superior. L o m i s m o habrá de aplicarse a l concepto
p l o , a l a i g u a l d a d d e acceso a l a atención m é d i c a ) , y c o n s t a de dos c o m p o n e n t e s bási- de lealtad particular, que debe ser s u p e r a d o p o r o t r a lealtad más u n i v e r s a l .
cos: c o n d i c i o n e s de v i d a saludables y atención m é d i c a . 3
Y así es c o m o p u e d e c o n c e b i r s e l a l e a l t a d h a c i a d i s t i n t o s g r u p o s — c a d a v e z m a y o -
r e s — c o n l a i m a g e n d e l o s círculos concéntricos (el p r i m e r o d e l o s c u a l e s abarcaría a
2. Grupo de trabajo de composición abierta de la Comisión de Derechos Humanos establecido con miras a estu- los m i e m b r o s f a m i l i a r e s y c e r c a n o s , e l p r ó x i m o a l a v e c i n d a d o a l a pequeña c o m u n i -
diarlas opciones relativas a la elaboración de u n protocolo facultativo del Pacto Internacional de Derechos Económi-
d a d s o c i a l y política, etc., y e l último a l a h u m a n i d a d entera), t a l y c o m o p r o p o n e
cos, Sociales y Culturales (http://\v\v\v.ohchr.org/spanish/bodies/cluyworking groups.htm).
3. E l derecho a la salud: art. 12 del Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales y Culturales; art. 5.e.iv N u s s b a u m (1999). P a r a esta última, n u e s t r a «lealtad primordial» h a d e estar d i r i g i d a a
de la Convención Internacional sobre la Eliminación de todas las Formas de Discriminación Racial; art. 11.1 i de la l a « c o m u n i d a d m o r a l c o n s t i t u i d a p o r l a c o m u n i d a d de t o d o s los seres h u m a n o s » . E n
Convención sobre la Eliminación de todas las Formas de Discriminación contra la Mujer; art. 24 de la Convención
d e f i n i t i v a , ¿sería p o s i b l e plantearse u n a l e a l t a d s u p e r i o r a l a c o m u n i d a d n a c i o n a l e
sobre los Derechos del Niño; art. 11 de la Carta Social Europea Revisada; art. 1 ó de la Carta Africana de Derechos
Humanos y de los Pueblos; art. 14 de la Carta Africana sobre los Derechos y Bienestar del Niño; art. 10 del «Protocolo internacional, u n patriotismo cosmopohta (como propone, p o r ejemplo, A p p i a h en M .
de San Salvador», entre otros. N u s s b a u m , 1999)?

176 177
 S i n e m b a r g o , l a apelación a u n a ciudadanía c o s m o p o l i t a d e s p i e r t a e s c e p t i c i s m o y q u i e r sujeto político c a p a z de u n a p l e n a participación e n e l p r o c e s o d e m o c r á t i c o de
recelo p o r parte de m u c h o s . S o n b i e n c o n o c i d a s las objeciones que desde a n t i g u o se determinación y d e c i s i ó n . 4

f o r m u l a n c o n t r a e l c o s m o p o l i t i s m o , y que r e p r o d u c e n también e n este terreno e l d e b a - L a r e s p o n s a b i l i d a d e s t a t a l e n l a garantía de estos d e r e c h o s está r e c o g i d a e n e l

te entre u n i v e r s a l i s m o y c o n t e x t u a l i s m o . C o m i t é d e D e r e c h o s E c o n ó m i c o s , S o c i a l e s y C u l t u r a l e s d e l a O N U , d o n d e se s o s t i e -
P e r o de l a m i s m a m a n e r a q u e h a y que a c e p t a r que e l c o s m o p o l i t i s m o p e c a de n e q u e « p a r a q u e c a d a E s t a d o p a r t e p u e d a a t r i b u i r s u f a l t a d e c u m p l i m i e n t o de l a s
abstracción y de i r r e a l i d a d y q u e c a r e c e de f u e r z a m o t i v a d o r a y de c a p a c i d a d de o b l i g a c i o n e s m í n i m a s p o r f a l t a de r e c u r s o s d i s p o n i b l e s , d e b e d e m o s t r a r q u e h a
f u n d a r l a c o h e s i ó n s o c i a l , h a y q u e i n s i s t i r e n q u e l a i d e a c o s m o p o l i t a n o está n e c e s a - r e a l i z a d o t o d o e s f u e r z o p a r a satisfacer, c o n carácter p r i o r i t a r i o , estas o b l i g a c i o n e s
r i a m e n t e l i g a d a a u n E s t a d o m u n d i a l . P u e d e a c e p t a r s e l a s u p e r v i v e n c i a de e n t i d a d e s mínimas».
de a l c a n c e m e n o r ( c o m o los E s t a d o s , p e r o n o s ó l o ellos: t a m b i é n e n t i d a d e s r e g i o n a - N o b a s t a , p o r t a n t o , c o n q u e l o s E s t a d o s d e m u e s t r e n l a e x i s t e n c i a de r e c u r s o s
les y locales), q u e quizá s o n m á s a d e c u a d a s p o r s u t a m a ñ o y características p a r a h m i t a d o s . T i e n e n q u e e v i d e n c i a r u n u s o e f i c a z , e q u i t a t i v o y o p o r t u n o de esos r e c u r -
a t e n d e r a m u c h o s p r o b l e m a s . - E l c o s m o p o h t i s m o h o y d e f e n d i d o se refiere m á s b i e n a sos. L a s o b l i g a c i o n e s de satisfacción de l o s d e d e r e c h o s e c o n ó m i c o s , s o c i a l e s y c u l t u -
u n s i s t e m a u n i v e r s a l de d e r e c h o s , a l o q u e se h a d e n o m i n a d o d e r e c h o d e m o c r á t i c o rales c o r r e s p o n d e n , p o r t a n t o , a l o s E s t a d o s , c o n s i d e r a d o s éstos i n d i v i d u a l m e n t e , así
cosmopohta. c o m o e n e l c o n j u n t o i n t e g r a d o p o r l a c o m u n i d a d de l a s n a c i o n e s , y e n este s e g u n d o
T o d o e l l o n o es p o s i b l e s i n l a s o l i d a r i d a d . E s t e v a l o r , h e r e d e r o l a i c o y m o d e r - g r u p o d e b e n i n c l u i r s e l o s o r g a n i s m o s m u l t i l a t e r a l e s de l o s s i s t e m a s i n t e r n a c i o n a l y
n o d e l a caritas c r i s t i a n a y l a fratemité r e v o l u c i o n a r i a , l a s o l i d a r i d a d , es m á s regional.
n e c e s a r i a e n l a m e d i d a e n q u e l a s s o c i e d a d e s o c c i d e n t a l e s c o n t e m p o r á n e a s se P o r q u e , c o m o señala H a b e r m a s , l a s o l u c i ó n n o es r e n u n c i a r a l a p o l í t i c a d e
basan en u n individualismo extremo y autocomplaciente, donde p r i m a l a priva- los d e r e c h o s h u m a n o s , s i n o l a de establecer u n o r d e n j u r í d i c o que los g a r a n t i c e .
c i d a d , y l o s l a z o s s o c i a l e s — m á s allá d e l a f a m i l i a y d e l a s a m i s t a d e s — están P r o p u e s t a s c o m o l a de H e l d v a n e n l a dirección de u n a asociación de E s t a d o s
m u y debilitados e n c o m p a r a c i ó n c o n las sociedades orgánicas. Pero, básicamente, democráticos comprometidos en u n m a r c o normativo común, con instituciones
l a v i r t u d p ú b l i c a d e l a s o l i d a r i d a d es i m p o r t a n t e e n c u a n t o c o m p l e m e n t o d e l a p a r l a m e n t a r i a s y j u d i c i a l e s de carácter s u p r a e s t a t a l , que v i n c u l a r a n a los c i u d a -
j u s t i c i a . C o m o a f i r m a V i c t o r i a C a m p s ( 1 9 9 0 ) , a p e s a r d e q u e l a j u s t i c i a es l a d a n o s (y n o y a a l o s E s t a d o s ) . E n este s e n t i d o , l o s e s t a d o s s e g u i r í a n e x i s t i e n d o ,
v i r t u d ética y p o l í t i c a c l a v e , ésta n u n c a p u e d e s e r c o m p l e t a n i t o t a l , p o r l o q u e es p e r o e l p o d e r e s t a t a l estaría r e g u l a d o y c i r c u n s c r i t o p o r e l d e r e c h o d e m o c r á t i c o
n e c e s a r i a o t r a v i r t u d , l a s o l i d a r i d a d , c o m o c o m p e n s a c i ó n y c o m p l e m e n t o de l a cosmopolita.
justicia. P o r q u e e l v a l o r m o r a l de u n s e r r a c i o n a l n o d e p e n d e de l a p o s e s i ó n de u n a
S u f o m e n t o e n l a f o r m a c i ó n d e u n éthos o u n c a r á c t e r m o r a l y p o l í t i c o a y u - b u e n a v o l u n t a d , s i n o de aquello que hace p o s i b l e a u n h o m b r e el ser m o r a l : s u
daría g r a n d e m e n t e a l p r o c e d i m i e n t o d e m o c r á t i c o e n b u s c a de j u s t i c i a . D e h e - l i b e r t a d y e l v a l o r q u e s u r g e d e e l l a , l a d i g n i d a d . Así, c u a n d o K a n t se r e f i e r e a l
c h o , i m p o r t a n t e s teorías a c t u a l e s , c o m o l a de R o r t y (1991), s o s t i e n e n que e l o r i g e n d e l a d i g n i d a d , a f i r m a q u e es e l r e s u l t a d o d e l a c a p a c i d a d d e l s e r h u m a n o
ú n i c o p r o g r e s o m o r a l p o s i b l e iría e n l a d i r e c c i ó n d e u n a m a y o r s o l i d a r i d a d h u - p a r a s e r m o r a l , c o n l o c u a l se ve e n u n c í r c u l o : e l s e r h u m a n o es d i g n o p o r q u e t i e n e
m a n a , e n e l s e n t i d o d e q u e se a u m e n t a r í a l a c a p a c i d a d d e p e r c i b i r q u e l a s d i f e - l a c a p a c i d a d d e s e r m o r a l , y es c a p a z d e s e r m o r a l p o r s u l i b e r t a d , q u e se e x p r e s a e n
r e n c i a s t r a d i c i o n a l e s (de r e l i g i ó n , d e r a z a , d e c o s t u m b r e s , etc.) c a r e c e n de i m - e l v a l o r d i g n i d a d . L a d i g n i d a d s i g n i f i c a p a r a K a n t — t a l y c o m o e x p r e s a e n l a Meta-
p o r t a n c i a c u a n d o se l a s c o m p a r a c o n l a s s i m i l i t u d e s r e f e r e n t e s a l d o l o r y l a física de las costumbres (1989)— «que l a persona h u m a n a no tiene precio, sino
humillación. d i g n i d a d » . «Aquello — d i c e K a n t — q u e c o n s t i t u y e l a c o n d i c i ó n p a r a q u e a l g o s e a u n
P e r o h a y q u e h a c e r u n a aclaración f u n d a m e n t a l , p o r q u e esta afirmación n o h a de fin e n sí m i s m o , eso n o t i e n e m e r a m e n t e v a l o r r e l a t i v o o p r e c i o , s i n o u n v a l o r i n -
entenderse f o r z o s a m e n t e e n u n s e n t i d o i u s n a t u r a l i s t a , según e l c u a l l o s d e r e c h o s d e l trínseco, esto es, d i g n i d a d » .
c i u d a d a n o (tal c o m o los e n t i e n d e e l r e p u b l i c a n i s m o clásico) h a n de ser d e r i v a d o s de E n c u a l q u i e r caso, l o m á s i m p o r t a n t e es c o n s i d e r a r q u e l a s a l v a g u a r d a de esta
los derechos naturales del h o m b r e , anteriores y superiores, que f u n d a n l a l e g i t i m i - d i g n i d a d está s u p e d i t a d a a u n a s c o n d i c i o n e s m í n i m a s , y e l r e c o n o c i m i e n t o f o r m a l
d a d de c u a l q u i e r d e r e c h o p o s i t i v o . N o c r e o q u e sea así. Más b i e n cabe p e n s a r e n u n a de l a i g u a l d a d jurídica r e s u l t a a t o d a s l u c e s i n s u f i c i e n t e p a r a q u e t o d o s l o s seres
c o o r i g i n a r i e d a d de los d e r e c h o s d e l c i u d a d a n o , c o m o d e r e c h o s e s t a b l e c i d o s e n e l h u m a n o s p u e d a n g o z a r y e j e r c i t a r l o s d e r e c h o s c i v i l e s y políticos a p l e n i t u d . P o r ello,
p r o c e s o d e m o c r á t i c o , c o n l o s d e r e c h o s d e l ser h u m a n o : «la c o n e x i ó n i n t e r n a q u e p a r a q u e l o s d e r e c h o s s o c i a l e s se c o n v i e r t a n e n u n a c o n d i c i ó n n e c e s a r i a p a r a a l c a n -
b u s c a m o s e n t r e soberanía p o p u l a r y d e r e c h o s d e l h o m b r e c o n s i s t e e n q u e e n e l " s i s - z a r l a i g u a l d a d m a t e r i a l m í n i m a q u e asegurase l a satisfacción de las n e c e s i d a d e s
t e m a d e l o s d e r e c h o s " se r e c o g e n e x a c t a m e n t e las c o n d i c i o n e s b a j o l a s q u e p u e d e n a básicas r e q u e r i d a s , l a ciudadanía h a de c o n c e b i r s e h o y c o m o u n a ciudadanía abier-
s u v e z i n s t i t u c i o n a l i z a r s e jurídicamente las f o r m a s de c o m u n i c a c i ó n n e c e s a r i a s p a r a t a , c o n u n a p e r s p e c t i v a c o s m o p o l i t a . D e s d e esta p e r s p e c t i v a a p u n t a o q u e M c C a r t h y
u n a p r o d u c c i ó n de n o r m a s políticamente a u t ó n o m a » ( H a b e r m a s 1998: 169). L a v o - (1997) l l a m a u n «universalismo s e n s i b l e a l c o n t e x t o » , q u e debería a b a r c a r p u n t o s
l u n t a d política e x p r e s a d a e n e l p r o c e s o d e m o c r á t i c o c r e a l o s d e r e c h o s d e l o s c i u d a - c o m o u n p r o g r a m a de d e r e c h o s b á s i c o s de l o s c i u d a d a n o s d e l m u n d o , l a n o e x c l u -
d a n o s , d e r e c h o s p a r t i c u l a r e s e n c u a n t o q u e s o n f r u t o de l a deliberación y decisión
política de l o s m i e m b r o s de u n a c o m u n i d a d política d e t e r m i n a d a (y s ó l o m e r c e d a
4. Pero estos derechos son condiciones necesarias que no hacen más que posibilita!- el ejercicio de la autonomía
esta v o l u n t a d se c o n f i g u r a n c o m o d e r e c h o s efectivos), p e r o q u e s o n a l m i s m o t i e m p o
política; y como condiciones posibilitantes no pueden restringir la soberanía del legislador, aun cuando no estén a
d e r e c h o s u n i v e r s a l e s e n c u a n t o s o n las f a c u l t a d e s y c o n d i c i o n e s que r e q u i e r e c u a l - disposición de éste (Habermas 1998:194).

178 179
s i ó n de l a p e r m a n e n c i a de u n i d a d e s n o g l o b a l e s , l a e x i s t e n c i a d e u n s i s t e m a de t r i b u -
nales que interpreten y apliquen e l Derecho Internacional —así c o m o instituciones
g l o b a l e s capaces de g a r a n t i z a r l a e f e c t i v i d a d de estos d e r e c h o s . Habría q u e adrmtir,
por tanto, que c a b e n realizaciones diversas de l a libertad, l a d e m o c r a c i a y l a justicia Posibilidades utópicas en la era
b a j o u n a e s t r u c t u r a a b s t r a c t a de d e r e c h o s h u m a n o s i n s t i t u c i o n a h z a d o s a n i v e l g l o -
b a l , q u e se asentaría e n l o s p r i n c i p i o s y v a l o r e s c í v i c o - d e m o c r á t i c o s ; y q u e e n c l a v e de la globalización
c o s m o p o l i t a , p o s i b i l i t e l a s l i b e r t a d e s y l a i g u a l d a d de t o d o s l o s c i u d a d a n o s , q u e p o -
t e n c i e l a s o l i d a r i d a d h a c i a l o s m á s d e s f a v o r e c i d o s y p r o p i c i e l a participación a c t i v a Belén Altuna
en l a construcción de l a aldea global.

Bibliografía

B A R B A L E T , Jack (1988): Citizenship: Rights, Struggle and Class Inequality. Minneapolis: Universi- Tras las cosas tal como son hay también una promesa,
ty of Minnesota Press. la exigencia de cómo debieran ser, está la potencialidad
B O B B I O , Norberto (1995): Derecha e izquierda. Madrid: Santíllana-Tauras. de otra realidad, que empuja para salir a la luz, como la
C A M P S , Victoria (1990): Virtudes públicas. Madrid: Espasa-Calpe.
mariposa en la crisálida... Utopía significa no rendirse a
las cosas tal como son y luchar por las cosas tal como
C O L O M , Francisco (1998): Razones de identidad. Pluralismo cultural e integración política. Barce-
debieran ser [Claudio Magris, Utopía y desencantó].
lona: Anthropos.
G o R D O N , Sara (2003): Ciudadanía y derechos. ¿Criterios distributivos? Santiago: C E P A L , Serie
Políticas Sociales 70. E n t r e las n a n a s q u e h a n a r r u l l a d o e l n a c i m i e n t o d e l a e r a de l a globalización, o c u -
Facticidad y validez. M a d r i d : Trotta.
H A B E R M A S , Jürgen (1998): p a n u n destacado l u g a r aquéllas sobre e l fin de l a s utopías, e l fin d e l a i d e a de p r o g r e s o ,
HELD, David (1997): La democraciay el orden global. Del Estado moderno al gobierno cosmopoli- el f i n de l a s ideologías, e l f i n d e l a h i s t o r i a , etc., q u e se h a n v e n i d o e n t o n a n d o e s p e c i a l -
ta. Barcelona: Paidós. m e n t e tras l a S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l y, m á s aún, tras l a caída d e l c o m u n i s m o . E s
K A N T , Immanuel (1989): La metafísica de las costumbres. Madrid: Tecnos. evidente q u e t o d o s esos finales tienen u n aire d e f a m i l i a . Y a u n q u e e n este breve texto
M c C A R T H Y , Thomas (1997): «Unidad en l a diferencia: Reflexiones sobre el derecho cosmopoli- n o s c e n t r a r e m o s e n l o s entresijos de ese supuesto fin de las utopías, m u c h a s de sus
ta», Isegoría 16: 37-59. c o n s i d e r a c i o n e s p u e d e n extenderse a l diagnóstico de final de sus otras h e r m a n a s .
M A R S H A I X , Thomas Humphrey (1950): Citizenship and Social Class and OtherEssays. Londres:
Cambridge University Press.
N U S S B A U M , Martha y Joshua C O H E N (comps.) (1999): Los límites del patriotismo. Barcelona:
¿Fin d e l a s utopías o f i n d e u n a f o r m a d e u t o p i s m o ?
Paidós.
RAWLS, John (1971): A Theory ofJustice. Londres: Oxford University Press.
— (1996): El liberalismo político. Barcelona: Crítica. L o q u e aquí t r a t a r e m o s de m o s t r a r es q u e l o q u e parece h a b e r s e agotado es u n a
R O R T Y , Richard (1991): Contingencia, ironía y solidaridad. Barcelona: Paidós. c i e r t a c o n c e p c i ó n de l a utopía o d e l u t o p i s m o . C o m o r e s u m e A l b r e c h t W e l l m e r (1991:
135): «el carácter de fin abierto d e l p r o y e c t o de m o d e r n i d a d i m p l i c a e l final de l a u t o -
pía, s i es q u e l a utopía s i g n i f i c a " t e m ú n a c i ó n " e n e l s e n t i d o de u n a realización d e f i n i t i -
v a de u n i d e a l o de u n telos de l a historia». Así, e l f i n a l de l a utopía debería entenderse
« c o m o l a m o d e r n i d a d e n t r a n d o e n s u e t a p a posmetafísica». E n otras p a l a b r a s , l o q u e
está e n c r i s i s evidente es e l u t o p i s m o r e v o l u c i o n a r i o y m a x i m a l i s t a , ese m o d e l o i d e n t i -
ficado c o n l a p e r s p e c t i v a i n t e r v e n c i o n i s t a e h i s t o r i c i s t a de u n a utopía c o n v o c a c i ó n
t o t a l i z a n t e ( c u a n d o n o totalitaria).
P e r o , ¿es ésa l a ú n i c a c o n c e p c i ó n p o s i b l e d e l a utopía? E n a b s o l u t o . H o y e n día
u t i l i z a m o s e l término utopía c o n d i f e r e n t e s s i g n i f i c a d o s , q u e v a n de l a s i m p l e c o n s i -
d e r a c i ó n d e l a utopía c o m o género l i t e r a r i o ( l a n o v e l a u t ó p i c a ) , a l a a b a r c a d o r a i d e n -
tificación c o n l a e s p e r a n z a e n sus múltiples m a n i f e s t a c i o n e s , es decir, a l a e s t r u c t u r a
u t ó p i c a p r o p i a d e l s e r h u m a n o , q u e t a n b i e n e x p u s o E r n s t B l o c h . D e h e c h o , e n este
último s e n t i d o es i m p o s i b l e q u e d e s a p a r e z c a : s i e m p r e q u e i m a g i n a m o s , p r o y e c t a -
m o s algo mejor, s i e m p r e q u e m e d i m o s el ser c o n l o s parámetros d e l deber ser/querer
ser/poder ser, estaríamos h a c i e n d o u s o de esa e s t r u c t u r a u t ó p i c a i n h e r e n t e a l a n i m a l
humano.

180 181
 P e r o el sentido p r i n c i p a l de utopía que aquí nos interesa es e l d e l utopismo. E s
m o t i v o s p u r o s y desinteresados. R e s u e n a n las p a l a b r a s de R o b e s p i e r r e s o b r e l a fusión
decir, ese p e n s a m i e n t o u t ó p i c o — s e exprese e n f o r m a n o v e l a d a , ensayística o de otro
entre l a v i r t u d y e l terror, o de M a r a t s o b r e l a n e c e s i d a d d e o r g a n i z a r «el d e s p o t i s m o d e
m o d o — que, c r i t i c a n d o l a r e a l i d a d existente, p r o p o n e u n a f o r m a más j u s t a y d i g n a de
l a libertad» («la l i b e r t a d debe establecerse m e d i a n t e l a violencia») e n todas las f o r m u -
l a sociedad y del individuo, y especialmente cuando pretende i n c i d i r e n l a realidad
l a c i o n e s de distopías o antiutopías d e l s i g l o X X , desde Z a m i a t i n a H u x l e y , O r w e l l , o
sociopolítica, proyectándose h a c i a el f u t u r o . E s t a visión d e l u t o p i s m o es el r e s u l t a d o
M a r g a r e t A t w o o d . E n t o d a s ellas, se retrata l a p e s a d i l l a que s u p o n e p a g a r e l p r e c i o de
de l a fusión entre utopía e h i s t o r i a que, a p a r t i r de l a Ilustración, c o n el s u r g i m i e n t o de
l a supuesta fehcidad colectiva c o n l a renuncia a l a libertad individual.
l a c o n c i e n c i a histórica u n i v e r s a l , d a c o m o r e s u l t a d o l a i d e a deprogreso. E s t a i d e a c o n s -
tituirá e n adelante e l p i l a r d e l p e n s a m i e n t o u t ó p i c o , v o l c a d o h a c i a l a afirmación d e l
sentido emancipador de l a historia. D e Condorcet a M a r x , pasando p o r C o m t e y Hegel,
U n n u e v o p u n t o d e p a r t i d a p a r a l a utopía
se a b r e , tras los p r i m e r o s sucesos r e v o l u c i o n a r i o s , l a é p o c a de las filosofías de l a h i s t o -
ria, l o s «grandes relatos» que p r e t e n d e n p e n s a r r a c i o n a l m e n t e e l tiempo histórico.
D a d a esta f o r m a de c o n c e b i r l a utopía — q u e h a t e n i d o s u triste plasmación e n los
Así, l a utopía se i n s t a l a e n e l tiempo histórico, se c o n v i e r t e e n eucronía. D e j a de ser
sistemas t o t a l i t a r i o s d e u n o u o t r o c u ñ o e n e l s i g l o X X — , p a r a m u c h o s autores se t r a t a
sólo crítica (y ficticia) y p a s a a ser también revolucionaria (y factible). E n esta p e r s p e c -
de u n a n o c i ó n i r r e c u p e r a b l e , p u e s sólo funcionaría c o m o m i t o i r r a c i o n a l , t a l c o m o
tiva, l a s o c i e d a d utópica n o aparece y a , c o m o e n l a n o v e l a clásica, p o r el a z a r de u n
s o s t i e n e n P o p p e r y u n a p r o l o n g a d a tradición l i b e r a l . M u c h o s p o s m o d e r n o s actuales,
viaje o c o m o el fruto de u n a f o r t u n a d o n a u f r a g i o , s i n o c o m o l o que nos espera a l f i n a l
p o r diferentes m o t i v o s , se a d h i e r e n también a ese diagnóstico. Están a f a v o r de m e j o -
de u n proceso que revela u n discurso racional, u n a historia gobernada p o r el sentido,
r a s p a r c i a l e s , d e l u c h a r c o n t r a d e t e r m i n a d a s i n j u s t i c i a s , d e r e f o r m a r ciertas i n s t i t u c i o -
p o r l a necesidad.
nes, etc., p o r supuesto, p e r o s i e m p r e de f o r m a p a r c i a l y graduahsta, s i n p r o p o n e r visiones
utópicas generales.
E s t a p e r s p e c t i v a t a n g e n e r a l i z a d a a c t u a l m e n t e n o es, s i n e m b a r g o , t a n distante
L a s utopías c e r r a d a s y m a x i m a l i s t a s . Utopías q u e v i o l e n t a n
c o m o podría p a r e c e r respecto a l a de aquellos autores q u e p r o p o n e n u n a r e h a b i l i t a -
c i ó n de l a n o c i ó n de utopía. U n o s y otros c o m p a r t e n u n p u n t o de p a r t i d a decisivo:
E l u t o p i s m o revolucionario, m a x i m a l i s t a , de estirpe romántica, q u e p l a n t e a u n c u a -
c o m b a t i r e l m a l , e l s u f r i m i e n t o , es e l objetivo p r i m o r d i a l , y ningún p l a n utópico es
d r o total de l a s o c i e d a d ideal y u n p l a n o p a r a acceder a él (bien sea m e d i a n t e l a ingeniería
aceptable s i p a r a ello exige s a c r i f i c a r a a l g u n o s h o m b r e s , i n s t r u m e n t a h z a r l o s o a r r u i -
s o c i a l utópica, b i e n acelerando «los dolores de parto» de las leyes inexorables de l a h i s t o -
n a r sus v i d a s . E s a es l a base también p a r a aquellos autores q u e p r o p o n e n r e c o n q u i s t a r
ria, c o m o e n el m a r x i s m o ) h a t e n i d o u n a relación evidente c o n l a exaltación de l a v i o l e n -
el b u e n s e n t i d o de utopía, n o y a c o m o «final», s i n o c o m o «fin», e n t e n d i d o éste c o m o u n
c i a c o m o i n s t r u m e n t o político. C o m o d e n u n c i a b a P o p p e r (1982), l a c r e e n c i a platónica
ideal normativo. Según l a p r e c i s a distinción de R i c o e u r , y a n o nos interesaría l a utopía-
e n q u e es posible d e f i n i r e n teoría l a esencia de l a h u m a n i d a d — y que, p o r tanto, las
visión s i n o l a utopía-visée (intención, d i n a m i s m o , h o r i z o n t e , pretensión).
aspiraciones y deseos existenciales d e las personas n o tienen p o r qué ser u t i l i z a d a s a l
E s t o s autores e l a b o r a n l o que podríamos d e n o m i n a r u n a utopía de mínimos, n o u n a
crear esta definición— e x p l i c a l a predisposición de l a m e n t a l i d a d utópica a aceptar m e -
utopía diseñadora y a c t i v a d o r a de u n a ingeniería s o c i a l total, s i n o de u n o s m í n i m o s de
dios despóticos c o m o f o r m a de a v a n z a r h a c i a e l paraíso e n l a tierra.
j u s t i c i a — u n i v e r s a l e s o universalizables. P e r o , ¿qué hay, entonces, de las pretensiones
E s e afán de p e r f e c c i o n i s m o se a g u z a a l o l a r g o d e l s i g l o XLX, a m e d i d a q u e v a des-
m a x i m a l i s t a s de a s p i r a r a u n a f e h c i d a d colectiva? E n nuestras sociedades democráticas
a p a r e c i e n d o e l s e n t i d o d e «lo imposible» e n e l á m b i t o sociopolítico. C o m o señala S a r -
liberales l a utopía m a x i m a l i s t a se h a privatizado; es decir, ese ideal de p e r f e c c i o n i s m o
t o r i (1988), esa evolución q u e d a sintomáticamente reflejada e n l a alteración d e l s i g n i -
solamente se ve deseable s i u n o m i s m o —^individualmente o e n e l seno de u n a pequeña
f i c a d o d e l c o n c e p t o d e utopía. M o r o l o a c u ñ ó p a r a d e n o t a r u n m u n d o inexistente, e
c o m u n i d a d — se l o i m p o n e c o m o ideal, s i l o elige c o m o m o d e l o de excelencia.
inexistente e n tanto q u e imposible. S i n e m b a r g o , y a e n el siglo XX, e l término a d q u i e r e
E s t a división entre utopías de m í n i m o s , p o r u n l a d o , y utopías p r i v a d a s , p o r otro,
o t r a dimensión, c o m o e n e l caso e j e m p l a r de K a r l M a n n h e i m (Ideologíay utopía, 1927):
tiene s u evidente reflejo e n l a filosofía m o r a l y política contemporáneas. E l p r e d o m i n i o
p a r a él, l a utopía es s i m p l e m e n t e u n estado d e l espíritu que «trasciende» l a r e a l i d a d
d e l a cuestión d e l a j u s t i c i a p o r e n c i m a de l a cuestión d e l b i e n e n d i c h a h t e r a t u r a
existente e n u n a dirección r e v o l u c i o n a r i a . D e h e c h o , c o n v i e r t e l a utopía e n e l e q u i v a -
m u e s t r a c l a r a m e n t e el m i n i m a l i s m o n o r m a t i v o a l q u e se t i e n d e desde l a perspectiva
lente de l a ideología, s i t u a n d o las ideologías r e v o l u c i o n a r i a s (es decir, las utopías) e n
l i b e r a l , p r i v a t i z a n d o l a búsqueda de f e l i c i d a d o d e v i d a b u e n a .
u n l a d o , y las ideologías c o n s e r v a d o r a s (puras y s i m p l e s ideologías) e n o t r o . E n ese
E n c o n t r a m o s u n ejemplo significativo de d i c h a división e n l a filosofía de R i c h a r d R o r -
sentido, utopía significaría «todavía n o » , p e r o n o «imposible». T o d o dependería de l a
ty (1996), q u i e n teoriza sobre l a necesaria separación entre l&justiciaylafelicidad, es decir,
f u e r z a d e l a v o l u n t a d , d e l a determinación c o n l a que se p l a n e a y se p o n e e n m a r c h a u n
entre el deseo de una comunidad más justa y libre y l a creación de sí mismo. N o habría
ingente trabajo de ingeniería s o c i a l integral.
f o r m a de r e u n i r estas dos cosas e n el plano teórico (aunque sí, p o r supuesto, e n el práctico),
L o s que creen q u e hay, que h a de haber, u n a solución f i n a l a todos los m a l e s h u m a -
p o r q u e el léxico de u n o es necesariamente privado, y el d e l otro, público y c o m p a r t i d o . S u
nos n o s u e l e n creer q u e ningún p r e c i o — n i n g ú n g r a d o de opresión, c r u e l d a d o r e p r e -
propuesta de u n a «utopía liberal ironista» plasmaría esa división teórica, colocando l a
s i ó n — sea excesivo. C r e e n , p a r a d e c i r l o en los esclarecedores términos de L e n i n , que
búsqueda de l a fehcidad o de l a autoireahzación e n l a esfera privada, sin proyectarla polí-
« n o se p u e d e h a c e r u n a t o r t i l l a s i n r o m p e r huevos». E s t e c o n v e n c i m i e n t o o t o r g a a m -
ticamente. Habría, s i n e m b a r g o , u n nexo p r i m o r d i a l : s u definición de liberal c o m o u n a
p l i a l i c e n c i a p a r a i n f l i g i r s u f r i m i e n t o s a otros seres h u m a n o s , s i e m p r e que se h a g a p o r
persona «para l a que l a c r u e l d a d es l a peor cosa que p o d e m o s cometer». E s decir, esa

182
183
utopía liberal consistiría en el aumento, tanto e n el ámbito rátirno c o m o en el público, e n el u t o p í a c o m o i m a g e n m o v i l i z a d o r a , c o m o i n s t a n c i a crítica r e s p e c t o de l a r e a l i d a d
institucional, de nuestra sensibilidad p a r a p e r c i b i r —e intentar evitar— el dolor, l a h u m i - vigente, c o m o tensión ética h a c i a u n m u n d o mejor, p l a n t e a n o b i e n utopías p a r c i a l e s ,
llación y l a violencia g r a t u i t a — l a c r u e l d a d — que ejercemos sobre nuestros semejantes. o b i e n utopías d e m í n i m o s y abiertas. E n g e n e r a l , l a m a y o r í a de l o s a u t o r e s l a s c o n -
E n definitiva, e l siglo X X p a r e c e h a b e r n o s e s c a r m e n t a d o s o b r e los grandes sueños c i b e n c o m o «ideas regulativas» ( K a n t l l a m a b a así a l a d i f e r e n c i a i n s u p e r a b l e q u e
u t ó p i c o s de f e l i c i d a d y perfección colectivas. P a r e c e que h e m o s a p r e n d i d o a e x p o n e r m e d i a e n t r e u n fin i n a l c a n z a b l e y e l a c e r c a m i e n t o p r o g r e s i v o a ese f i n ) .
n u e s t r o s deseos d e u n a s o c i e d a d m e j o r e n términos sobre t o d o negativos: señalando e n P o r u n a p a r t e , t e n e m o s l a s utopías p a r c i a l e s , sectoriales, q u e t i e n e n e n c u e n t a e l
p r i m e r l u g a r e l m a l , l a opresión d e l a l i b e r t a d y l a d i g n i d a d i n d i v i d u a l e s , l a v i o l e n c i a p l u r a l i s m o d e las sociedades democráticas y e l respeto a l a s libertades i n d i v i d u a l e s .
e j e r c i d a p o r e l E s t a d o o p o r otras i n s t a n c i a s s o b r e los i n d i v i d u o s de c a r n e y h u e s o . « H o y l a a l t e r n a t i v a d i c o t ó m i c a t r a d i c i o n a l entre l a p r o p u e s t a de u n a s o c i e d a d r a d i c a l -
P a r e c e también q u e c a d a v e z a l c a n z a m a y o r difusión l a i d e a c a m u s i a n a de q u e s o n l o s m e n t e diferente o l a aceptación de l a existente c o n r e f o r m a s y c a m b i o s , t i e n d e a s u s t i -
m e d i o s l o s que, e n t o d o caso, podrían j u s t i f i c a r e l fin, y n o a l revés. Y a n o n o s c r e e m o s t u i r s e p o r l a e x i s t e n c i a d e u n a m u l t i p h c i d a d d e utopías p a r c i a l e s , c o n s e n s u a d a s , gene-
l a utopía d e l f i n a l de l a v i o l e n c i a y, p o r l o t a n t o , t a m p o c o l a i d e a de q u e l a v i o l e n c i a es r a d a s e n f o r m a c o l e c t i v a e n los espacios p r o p i c i o s d e l m u n d o de l a e d u c a c i ó n y e l
n e c e s a r i a p a r a c o n s e g u i r ese final d e l a v i o l e n c i a , ese a r m ó n i c o Edén. P u e d e que, e n - t r a b a j o y e n e l f r a g m e n t a r i o de las ciudades» ( A i n s a 1999: 78).
tonces, más de u n o p i e n s e q u e l o que q u e d a n s o n utopías descafeinadas, p r i v a d a s y P e r o además de l a s m e j o r a s p a r c i a l e s (sanitarias, educativas, a l i m e n t i c i a s , etc.), n o
p a r c i a l e s , m i n i m a h s t a s y r e f o r m i s t a s . T a l vez, p e r o s o n e l f r u t o de l a i n t e n s a lección de p o d e m o s d e j a r de i m a g i n a r , de diseñar y de p r e t e n d e r u n c u a d r o general y g l o b a l i z a d o
l a h i s t o r i a : l a lección d e q u e e l cielo y e l i n f i e r n o s o n terrenos peligrosamente colindantes. de avances, a l m e n o s de l o s nrínimos q u e h a c e n p o s i b l e u n a v i d a d i g n a p a r a todos los
i n d i v i d u o s . U n a v e z l i b e r a d o s de l a ilusión del perfeccionismo político y d e l ensueño de
u n a s o c i e d a d i d e a l d o n d e e l j u e g o d e l a z a r h a s i d o e x p u l s a d o , l a s utopías r a z o n a b l e s
L a privatización d e l a utopía maxünalista: «ser utópico e n t o d o m e n o s q u e nos cabe pergeñar y desear t o m a n u n a dirección b i e n diferente: « S i e n o t r o t i e m p o
e n política» las utopías f u e r o n fuentes q u e l e g i t i m a b a n l a a c c i ó n d e s m e d i d a , h o y están l l a m a d a s a
ser i n c i t a c i o n e s a l r e c o n o c i m i e n t o de l o s p r o p i o s límites, a t e m p e r a n d o n u e s t r a v o l u n -
Así, las utopías de m á x i m o s (lo q u e s i e m p r e se h a n c o n s i d e r a d o p r o p i a m e n t e «uto- t a d d e actuar» ( I n n e r a r i t y 2 0 0 3 : 22). D e f o r m a que s i l a utopía clásica había s i d o u n
pías») seprivatizan. P e r o , ¿qué s i g n i f i c a esto? Vargas L l o s a (2003) l o e x p l i c a c o n s u m a s u m i n i s t r o de certezas, l a n u e v a surge c o m o «una n u e v a sabiduría de l o s hmites».
c l a r i d a d : « y o soy u t ó p i c o e n t o d o m e n o s e n política. C r e o que e n l a política h a g o es- Así, a n t e l a p r e g u n t a : ¿es p o s i b l e u n a utopía no mitificada, l i b e r a d a de l a mitología
fuerzos d e n o d a d o s , p o r l o m e n o s desde h a c e t r e i n t a años, p a r a ser realista, g r a d u a l i s - d e l p r o g r e s o ? , H a b e r m a s y A p e l (1986) r e s p o n d e n q u e sí, c o n e l siguiente p e r f i l : a)
ta, d e m o c r á t i c o . L a utopía es l a negación de l a d e m o c r a c i a o, m e j o r d i c h o , l a d e m o c r a - respondería a u n a dialéctica abierta, n o d e t e r m i n i s t a ; constituiría u n f i n , y n o u n final;
c i a es l a negación de l a utopía. L a d e m o c r a c i a es l o p o s i b l e , l o i m p e r f e c t o , p a r t e d e l b) sería u n a utopía c a p a z de m a n t e n e r s e c o h e r e n t e m e n t e fiel a l a intención ética q u e l a
s u p u e s t o de que l a s o c i e d a d p e r f e c t a n o existe n i v a a existir n u n c a , q u e l a s o c i e d a d a n i m a ; c) tendría u n a d o b l e dimensión de crítica y de propuesta; d) sería u n a utopía
sólo p u e d e ser perfectible y que esa m e j o r a sólo será u n a r e a l i d a d s i se e n c a r a simultá- antropológica, c o n s i d e r a n d o l a h u m a n i d a d de t o d o i n d i v i d u o como fin.
n e a m e n t e e n m u c h o s ámbitos. C r e o q u e eso es l o que h a traído l o s m a y o r e s p r o g r e s o s Ése es e l enfoque q u e t a n t o A p e l c o m o H a b e r m a s p r e t e n d e n d a r a s u teoría de l a
e n política. P e r o creo también q u e eso es a b s o l u t a m e n t e i n s u f i c i e n t e p a r a l o s deseos, c o m u n i d a d i d e a l de c o m u n i c a c i ó n . Se t r a t a de u n a utopía de m í n i m o s , de u n a utopía
los apetitos, las a m b i c i o n e s , l o s sueños d é l o s seres h u m a n o s . Q u i e r e n b u s c a r l a perfec- regulativa. L a utopía de l a c o m u n i c a c i ó n se d i r i g e sólo a l p r o b l e m a de las n o r m a s
c i ó n . E n t o n c e s y o c r e o que h a y q u e b u s c a r l a perfección e n otros ámbitos. H a y que justas, n o d o t a de c o n t e n i d o s m o r a l e s , n o p u e d e ofrecer n i n g u n a teoría d e las virtudes,
b u s c a r l a perfección e n l a creación, e n l a v o c a c i ó n , e n el a m o r , e n el placer. P e r o t o d o o de l a v i d a b u e n a y feliz. L o s m í n i m o s a los q u e h a c e r e f e r e n c i a p r e t e n d e n sentar las
eso e n e l c a m p o i n d i v i d u a l . N o colectivo, n o tratar de t r a e r l a f e l i c i d a d a t o d a l a socie- bases de u n núcleo ético u n i v e r s a l , b a s a d o e n l o s v a l o r e s cívicos r e c o g i d o s e n las for-
d a d . E l paraíso n o es i g u a l p a r a todos... e n ese t e r r e n o n o se p u e d e l l e g a r a establecer m u l a c i o n e s de derechos h u m a n o s , i n t e g r a d o s e n u n éthos dialógico. S e n c i l l a m e n t e
esas h o m o g e n e i d a d e s , salvo a p l i c a n d o u n a v i o l e n c i a f e r o z sobre l a s o c i e d a d . L o q u e es pretende d o t a r d e l p r o c e d i m i e n t o c o m u n i c a t i v o legítimo y r a c i o n a l p a r a llegar, e n c a d a
u n m o d e l o a b s o l u t o p a r a u n o s , p a r a otros p u e d e r e p r e s e n t a r e l h o r r o r » . caso, a consensos p a r c i a l e s , t o m a n d o a t o d o s las p e r s o n a s afectadas p o r i n t e r l o c u t o r e s
L a s utopías p r i v a d a s serían así u n a p r o y e c c i ó n i d e a l de l a v i d a b u e n a , r e a l i z a d a , l i b r e s e iguales, e n c o n d i c i o n e s de a u s e n c i a de v i o l e n c i a y c o a c c i ó n ilegítima.
feliz, n o r m a l m e n t e p l a n t e a d a c o m o u n a ética de virtudes. P u e s b i e n , a l p r i v a t i z a r así l a
u t o p í a l o q u e se q u i e r e d e c i r es q u e se p u e d e b u s c a r a n i v e l i n d i v i d u a l o g r u p a l ( u n a
pequeña c o m u n i d a d , p o r e j e m p l o , q u e p l a n t e a u n a f o r m a a l t e r n a t i v a de v i d a , c o n sus Globalización d e l a j u s t i c i a (o l a utopía d e l «otro m u n d o es p o s i b l e » )
p r o p i a s reglas y p r i n c i p i o s ) , p e r o q u e n o es lícito i m p o n e r s u universalización.
P r e c i s a m e n t e , l a Declaración U n i v e r s a l de D e r e c h o s H u m a n o s , a p r o b a d a e n 1948
a l a m p a r o de l a O N U , y p r e s e n t a d a e n e l p r e á m b u l o c o m o «ideal c o m ú n de l a H u m a n i -
Utopías de m í n i m o s , utopías p a r c i a l e s , utopías abiertas d a d » , c o n s t i t u y e l a base de múltiples p r o p u e s t a s de utopías de m í n i m o s u n i v e r s a l i s t a .
N o se le o c u l t a a n a d i e , s i n e m b a r g o , l o i n t r i n c a d o y d i f i c u l t o s o d e l p a s o d e l estatus de
¿ Q u é utopías se p i e n s a n , e n c a m b i o , c o m o u n i v e r s a l i z a b l e s , c o m o a s p i r a n t e s a «derechos m o r a l e s universales» a l de «derechos legales universales». A s i s t i m o s , e n ese
humanizar e l m u n d o g l o b a l i z a d o ? L o s que s i g u e n d e f e n d i e n d o l a n e c e s i d a d de l a sentido, a u n a t e n d e n c i a que n o hará s i n o i n c r e m e n t a r s e e n las próximas décadas: e l

184 185
del c a m b i o de p a r a d i g m a e n l a teoría d e la j u s t i c i a , t r a s c e n d i e n d o s u clásica d e l i m i t a -
c i ó n e n e l m a r c o d e u n Estado-nación.
H a s t a a h o r a , e l E s t a d o t e r r i t o r i a l m o d e r n o constituía l a u n i d a d d o n d e se p l a n t e a -
b a n l o s d o s t i p o s ñrndamentales d e reivindicación de j u s t i c i a : r e i v i n d i c a c i o n e s d e r e - Globalización, diversidad cultural
y pensamiento alternativo
distribución s o c i o e c o n ó m i c a y r e i v i n d i c a c i o n e s d e r e c o n o c i m i e n t o legal o c u l t u r a l .
Así, l a d i s p u t a se c e n t r a b a e n qué debería p r i m a r e n e l j u s t o o r d e n d e las r e l a c i o n e s
sociales, y n o se discutía p o r e l quién — s e sobreentendía q u e e r a l a ciudadanía n a c i o -
nal. S i n e m b a r g o , es evidente que los m a r c o s estatales n o s i r v e n p a r a t r a t a r las causas César Cuello
estructurales d e m u c h a s d e las i n j u s t i c i a s d e l m u n d o g l o b a l i z a d o , q u e n o t i e n e n carác-
ter t e r r i t o r i a l ( m e r c a d o s f i n a n c i e r o s y e s t r u c t u r a de l a e c o n o m í a g l o b a l ; redes de i n f o r -
m a c i ó n y m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n globales; l a biopolítica d e l c l i m a , las enfermedades,
los m e d i c a m e n t o s , las a r m a s y l a biotecnología, etc.). E n e l m u n d o a c t u a l , las r e i v i n d i -
c a c i o n e s de redistribución c a d a vez están m e n o s encorsetadas e n las e c o n o m í a s n a c i o -
nales, e i g u a l m e n t e l o s m o v i m i e n t o s q u e r e i v i n d i c a n r e c o n o c i m i e n t o . L a s d i s c u s i o n e s L a globalización h a s i d o a c r e m e n t e c r i t i c a d a p o r m u c h a s p e r s o n a s y sectores e n e l
a b a r c a n a h o r a e l quién debería ser c o n s i d e r a d o m i e m b r o y cuál es l a c o m u n i d a d rele- á m b i t o m u n d i a l , entre otras r a z o n e s , p o r q u e , a l a p a r q u e c o n e c t a e i n t e r c o n e c t a d e
vante. P o r tanto n o es sólo l a s u s t a n c i a de l a j u s t i c i a l a q u e e n t r a e n e l debate, s i n o distintas m a n e r a s n u e s t r o m u n d o , h o m o g e n i z a las c u l t u r a s y c o n c e n t r a l a r i q u e z a g l o -
también e l m a r c o e n e l que se a d m i n i s t r a . P a r a r e s p o n d e r a ese quién, el c a n d i d a t o más bal e n l o s países d e l c e n t r o d e s a r r o l l a d o . A d i c i q n a l m e n t e , l a globalización de corte
i d ó n e o sería el p r i n c i p i o d e «todos l o s afectados». U n a utopía de mínimos i m p l i c a , así, n e o l i b e r a l t i e n e u n a d e f i n i d a t e n d e n c i a a l a i n i q u i d a d y a l a exclusión e c o n ó m i c a , s o -
u n a radicahzación d e l a d e m o c r a c i a , u n d e s a r r o l l o d e l d e r e c h o c o s m o p o l i t a m á s allá c i a l y c u l t u r a l , q u e e n s a n c h a aún más l a b r e c h a q u e e n e l p l a n o i n t e r n a c i o n a l s e p a r a a
del d e r e c h o i n t e r n a c i o n a l , y u n a c o n c e p c i ó n de l a j u s t i c i a que se e n t r e l a z a c o n l a soli- las n a c i o n e s m á s r i c a s d e l a s m á s desventajadas y, e n l o s p l a n o s n a c i o n a l y l o c a l , a c e n -
daridad. túa las t r a d i c i o n a l e s diferencias entre r i c o s y p o b r e s .
Humanizar esa globalización p r i n c i p a l m e n t e e c o n ó m i c a y financiera, i m a g i n a r que Dos m e g a t e n d e n c i a s c l a r a m e n t e diferenciadas y c o n t r a d i c t o r i a s se o b s e r v a n , p u e s ,
«otro m u n d o es posible», s u p o n e p e n s a r y l u c h a r p o r u n a utopía que se aleja, sí, d e s u en este m u n d o g l o b a l i z a d o . U n a , o r i e n t a d a a l a h o m o g e n i z a c i ó n y estandarización de
s i g n i f i c a d o o r i g i n a l ; s u p o n e , c o m o arguye B a u m a n (2004), i m a g i n a r u n a utopía s i n las c u l t u r a s d e l o s países. L a o t r a , o r i e n t a d a a fortalecer l a d i v e r s i d a d c u l t u r a l de l o s
topos. S u «lugar» es y a el p l a n e t a entero, l o s sujetos c o n c e r n i d o s s o n y a «todos los seres p u e b l o s , d e s t a c a n d o y c o n s o l i d a n d o sus rasgos d i s t i n t i v o s e i d e n t i d a d e s p a r t i c u l a r e s .
h u m a n o s » . Y es que, s i l o s p r o b l e m a s s o n c a d a v e z más globales, las s o l u c i o n e s q u e E n general, l a diversidad cultural tiende a enriquecer a los pueblos, a volverlos
i m a g i n e m o s tendrán que ser, también, globales. más sabios y tolerantes, más democráticos, más comprensivos y h u m a n o s . L a h o -
mogeneización, en c a m b i o , si b i e n en u n p r i m e r m o m e n t o aparenta lo contrario, a l a
l a r g a t i e n d e a e m p o b r e c e r l o s , a r e d u c i r y s i m p l i f i c a r sus c u l t u r a s y a c o n d e n a r l o s a
Bibliografía u n a v e r t i g i n o s a e i n m i n e n t e desaparición. L a h i s t o r i a de l a desaparición de l a s c u l t u -
ras aborígenes d e Latinoamérica y l a d e o t r o s p u e b l o s c o l o n i z a d o s s o n e l o c u e n t e s
AlNSA, Fernando ( 1 9 9 9 ) : La reconstrucción de la utopía. Buenos Aires: Editorial del Sol. e j e m p l o s d e esto último. L a h o m o g e n i z a c i ó n es a l a s o c i e d a d y l a c u l t u r a l o q u e e l
A P E L , K a r l Otto ( 1 9 8 6 ) : «¿Es la ética de la comunidad ideal de comunicación una utopía?», en m o n o c u l t i v o p a r a l o s s i s t e m a s b i o l ó g i c o s y genéticos. E n a m b o s casos, l a pérdida d e
Estudios éticos, Barcelona: Alfa. diversidad debilita a los sistemas vitales, r e d u c i e n d o s u fortaleza y c a p a c i d a d p a r a
BAUMAN, Zygmunt ( 2 0 0 4 ) : La sociedad sitiada. Madrid: Siglo X X I .
l u c h a r , a u t o r r e g e n e r a r s e y c o n t r a r r e s t a r l o s factores adversos i n t e r n o s y externos
B E R L I N , Isaiah ( 1 9 9 2 ) : El fuste torcido de la humanidad. Barcelona: Península.
q u e a m e n a z a n s u s o b r e v i v e n c i a y c o n t i n u i d a d . S i n e m b a r g o , h a y q u e advertir, q u e l a
I N N E R A R I T Y , Daniel ( 2 0 0 3 ) : «Tras las utopías. Sobre la posibilidad de u n futuro alternativo»,
Claves de Razón Práctica, 1 3 3 : 1 8 - 2 2 . d i v e r s i d a d n o se r e p r o d u c e e n f o r m a a i s l a d a , s i n o a p a r t i r d e redes i n t e r n a s y exter-
POPPER, K a r l ( 1 9 8 2 ) : La sociedad abierta y sus enemigos. Barcelona: Paidós. nas q u e n u t r e n y f o r t a l e c e n s u c a p a c i d a d d e s o b r e v i v e n c i a y r e p r o d u c c i ó n .
R O R T Y , Richard ( 1 9 9 6 ) : Contingencia, ironía y solidaridad. Barcelona: Paidós. ¿Implica el a r g u m e n t o a n t e r i o r que existe selección n a t u r a l e n e l p l a n o de l a c u l t u r a
S A R T O R I , Giovanni ( 1 9 8 8 ) : «Perfeccionismo y utopía», en Teoría de la democracia I, Madrid: y l a sociedad? D e n i n g u n a m a n e r a , y a a l g u n o s pensadores de siglos pasados se atrevie-
Alianza Universidad. r o n a f o r m u l a r y defender esta tesis. A p e s a r de los p a r e c i d o s y s i m i h t u d e s , esta tesis, a
VARGAS LLOSA, M a r i o ( 2 0 0 3 ) : Babelia, El País, 29 de marzo. n u e s t r o m o d o d e ver, es errónea e insostenible. L a equiparación d e l a evolución s o c i a l
W E L L M E R , Albrecht ( 1 9 9 1 ) : «Modelos de libertad en el mundo moderno», en Carlos Thiebaut a l a biológica constituyó u n r e d u c c i o n i s m o que h i z o m u c h o d a ñ o a l d e s a r r o l l o de las
(ed.), La herencia ética de la Ilustración, Barcelona: Crítica.
ciencias sociales. A p e s a r de que l o b i o l ó g i c o está implícito e n l o s o c i a l , los f e n ó m e n o s
y procesos e n este c a m p o se c o m p l e j i z a n m u c h o m á s p o r tener c o m o c e n t r o e l a c c i o -
nar c o n t r a d i c t o r i o de los sujetos h u m a n o s , que se b a s a , a s u vez, e n intereses, v o l u n t a -
des, c r e e n c i a s , v a l o r e s , t r a d i c i o n e s , actitudes, aptitudes diferentes y también c o n t r a -
dictorias.

186 187
 L a globalización e n m a r c h a h a i d o c o n c e n t r a n d o e n l o s grandes centros de p o d e r L a s ideas, l a s c o s t u m b r e s , las t r a d i c i o n e s , los valores, e n síntesis, l a c u l t u r a , n o sur-
m u n d i a l l a r i q u e z a y l o s ingresos, o r g a n i z a n d o e l m u n d o e n t o r n o a s u c o n t r o l y m o n o - g e n e n e l vacío, s i n o e n las vicisitudes d e l a c o t i d i a n i d a d , e n las experiencias concretas
p o l i o de l a p r o d u c c i ó n y c o n s u m o de c o n o c i m i e n t o s , tecnologías, capitales y r e c u r s o s de l a gente, e n sus c i r c u n s t a n c i a s p a r t i c u l a r e s , e n los esfuerzos d i a r i o s p o r c o n s t r u i r sus
n a t u r a l e s ( A m i n 2000). L a globalización a c t u a l , s i g u i e n d o a S a m i r A m i n , es e n r e a l i - estrategias de v i d a , p o r c o n s t r u i r s e a sí m i s m o s , esto es, e n s u p r a x i s s o c i a l e n m a r c a d a
d a d l a p r o l o n g a c i ó n y profundización de u n p r o c e s o de expansión y mundialización e n u n t i e m p o y e s p a c i o específicos. C i e r t o q u e este t r a j i n a r d i a r i o de l a gente y l o s
d e l c a p i t a l i s m o que v i e n e desde sus m i s m o s c o m i e n z o s ( A m i n 1997), p e r o q u e l a r e v o - p u e b l o s n o d i s c u r r e e n e l a i s l a m i e n t o , s i n o que c o n l o l o c a l y p a r t i c u l a r se m e z c l a n
l u c i ó n e n las tecnologías de l a c o m u n i c a c i ó n y l a i n f o r m a c i ó n h a e x a c e r b a d o e n las también l o s elementos y l a s i n f l u e n c i a s foráneas. E s t a c i r c u n s t a n c i a h a c e e n ocasiones
m t i m a s décadas. difícil establecer qué es l o autóctono y qué es l o p r e s t a d o , qué es l o l o c a l y qué es l o
E l c r e c i m i e n t o e x p o n e n c i a l d e l c o n o c i m i e n t o y de las tecnologías de l a c o m u n i c a - g l o b a l . D e c u a l q u i e r m a n e r a , n o obstante, l o i m p o r t a n t e es t o m a r e n c u e n t a que, e n s u
c i ó n y l a i n f o r m a c i ó n h a i d o p e r f i l a n d o u n c o n t e x t o s o c i o e c o n ó m i c o , político y c u l t u - p r a x i s particular, los p u e b l o s t i e n d e n a i n t e r n a l i z a r y r e c r e a r l o foráneo haciéndolo s u y o
r a l d e carácter m u n d i a l , que h a p r o f u n d i z a d o e l p r o c e s o de h o m o g e n i z a c i ó n de las y c r e a n d o rasgos e identidades culturales p r o p i a s y diferentes. Pasó, entre otros casos,
c u l t u r a s , q u e g i r a e n t o r n o a l a ideología d e l m e r c a d o y e l c o n s u m i s m o p r e d o m i n a n t e c o n las c u l t u r a s europeas y africanas e n l a c o n f o r m a c i ó n de l a América L a t i n a m e s t i z a
e n l a s sociedades m á s desarrolladas e c o n ó m i c a m e n t e . y diversa q u e derivó de l a c o n q u i s t a y colonización d e l continente. A h o r a b i e n , s i esta
I m b u i d o d e l p o d e r de estos países, y e n p a r t i c u l a r , c o n t r o l a d o y g u i a d o p o r l o s i n f l u e n c i a externa es m u y p r o n u n c i a d a y apabullante, entonces e l desarrollo de las i d e n -
intereses y l a i d e o l o g í a d e l n e o h b e r a l i s m o e c o n ó m i c o de l a s g r a n d e s c o r p o r a c i o n e s tidades culturales p r o p i a s se t o r n a i m p o s i b l e , c o n d u c i e n d o p o r e l c o n t r a r i o a u n p r o c e -
t r a n s n a c i o n a l e s , este p r o c e s o h a d e v e n i d o e n u n f e n ó m e n o u n i l a t e r a l , u m d i m e n s i o - so i n e x o r a b l e d e enajenación c u l t u r a l y desaparición de tales identidades. E s t e último
n a l y d e u n a s o l a vía, e n d o n d e l a s m a y o r e s p o s i b i l i d a d e s de g l o b a l i z a r s e y r e p r o d u - h a s i d o e l caso de l a s c u l t u r a s aborígenes a m e r i c a n a s , s o m e t i d a s a l a f u e r z a y d i e z m a -
c i r s e l a s p o s e e n l o s países m á s p o d e r o s o s . «La globalización p r e s e n t e se h a r e v e l a d o das f i n a l m e n t e p o r l o s c o l o n i z a d o r e s europeos.
e x c l u s i v a : h a p r o f u n d i z a d o d i f e r e n c i a s entre c e n t r o s y p e r i f e r i a s , h a d i s l o c a d o p r o - C o n s i d e r a m o s c o n Irene P l a z (2002) q u e los países de América L a t i n a d e b e n h a c e r
f u n d a m e n t e d i v e r s a s e s t r u c t u r a s n a c i o n a l e s y étnicas y c o n l a s p o l a r i z a c i o n e s e n l a u s o de sus c o n o c i m i e n t o s , hábitos y e m o c i o n e s creadores p a r a r e n o v a r s e y a p r e n d e r
r i q u e z a y l a destrucción de sectores m e d i a d o r e s , h a i d o p r o v o c a n d o e l s u r g i m i e n t o j u n t o a t o d o s s u s actores sociales a identificar, seleccionar, negociar, diseñar, i m p l a n -
d e u n a b o m b a de t i e m p o q u e h a a l a r m a d o a l o s p r o p i o s e d i t o r e s d e l Foreign Affairs» tar, evaluar p r o y e c t o s y p r o c e s o s de tecnología de l a información y l a c o m u n i c a c i ó n
(García M o r a l e s 1996). estratégicos p a r a s u d e s a r r o l l o , que c o n t r i b u y a n a c o n s t r u i r agendas regionales, n a c i o -
E n e l a c t u a l p r o c e s o de globalización, a r g u m e n t a S a m i r A m i n (1999), e l m o n o p o l i o nales y locales o r i e n t a d a s a l a p r o m o c i ó n de m o d o s de organización de u n a s o c i e d a d
de l o s m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n p o r p a r t e de l o s centros h e g e m ó n i c o s « n o sólo l l e v a a l a l a t i n o a m e r i c a n a más j u s t a , equitativa, i n n o v a d o r a , ecológica y, e s p e c i a l m e n t e , más
u n i f o r m i d a d c u l t u r a l , s i n o que a b r e l a p u e r t a a n u e v o s m e d i o s de manipulación políti- sana, c r e a d o r a y feliz.
c a . L a expansión d e l m e r c a d o m o d e r n o de l o s m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n constituye y a A h o r a b i e n , ¿son l a s dos m e g a t e n d e n c i a s m e n c i o n a d a s m á s a r r i b a f e n ó m e n o s a n -
u n o d e los p r i n c i p a l e s c o m p o n e n t e s de l a erosión de las prácticas democráticas e n e l tagónicos, o s o n p o r e l c o n t r a r i o c o m p l e m e n t a r i o s ? E n p r i n c i p i o , estas dos m e g a t e n -
p r o p i o Occidente». dencias deberían ser c o m p l e m e n t a r i a s , pues l a h o m o g e n i z a c i ó n e n t o d o s los tiempos
S e g ú n García M o r a l e s (1996), l a f o r t u n a s i n d i v i d u a l e s «prosperan a l p u n t o q u e h a f o m e n t a d o a s u c o n t r a r i o , s i r v i e n d o c o m o vehículo de diversificación, de m e d i o
los 300 más ricos d e l m u n d o m a n e j a n ingresos superiores a los de l a m i t a d de l a p a r a l a introducción a o t r a s c u l t u r a s d e rasgos y e l e m e n t o s d e s c o n o c i d o s p o r éstas, y
p o b l a c i ó n d e l p l a n e t a . E s t a f o r m a d e l r e p a r t o m a r c a l a e m e r g e n c i a de i n f l u e n c i a s e n este s e n t i d o , h a c o n t r i b u i d o a fortalecer l a d i v e r s i d a d c u l t u r a l . P e r o c u a n d o l a h o -
políticas de e n o r m e peso, n o sujetas a c o n t r o l , r e a l z a d a s p o r i n s t a n c i a s de decisión m o g e n i z a c i ó n se h a c e e x t r e m a y a b s o l u t a y, sobre t o d o , a u t o r i t a r i a y d o m i n a d a desde
i g u a l m e n t e s e p a r a d a s de t o d o e s c r u t i n i o d e m o c r á t i c o , c o m o s o n e l B a n c o M u n d i a l , u n e x t r e m o d e l a relación entre l a s c u l t u r a s m t e r v i n i e n t e s , entonces, de vehículo de
la OMCyelFMI». diversificación, ésta se c o n v i e r t e e n a n i q u i l a d o r a de l a d i v e r s i d a d y, p o r ende, de las
S i n e m b a r g o , a u n q u e l a globalización es h o y día u n p r o c e s o q u e se p r e t e n d e m a n e - i d e n t i d a d e s de l o s p u e b l o s .
j a r desde u n a ideología y u n o s intereses que se h a n i m p u e s t o a n i v e l m u n d i a l , este E l g l o b a l i c i o n i s m o n e o l i b e r a l p r e t e n d e que se h a n e x t i n g u i d o las heterogeneidades
m a n e j o n o es n i p o d r á ser absoluto, l o que s i g n i f i c a que e n e l seno de eso q u e l l a m a m o s sociales y c u l t u r a l e s , q u e detrás de l a h o m o g e n i z a c i ó n y e l c o n s u m i s m o p r o m o v i d o s
globalización c a b e n también intereses, a s p i r a c i o n e s y p a r a d i g m a s emergentes y alter- desde los países m á s ricos n o existen otros valores q u e enarbolar. E s t a c r e e n c i a , «decla-
n a t i v o s ; q u e allí h a y espacios y n i c h o s inéditos q u e p u e d e n y d e b e n ser o c u p a d o s p o r r a f i n a l i z a d o s l o s estancos n a c i o n a l e s y culturales. Y s i n e m b a r g o , éstos subsisten. H a y
aquellos q u e e n t i e n d a n , que l a globalización n o es u n m e c a n i s m o satánico i n v e n t a d o u n a l u c h a . E n e l g r a n e s p a c i o d e l p o d e r m u n d i a l , a c t u a l m e n t e y a se p u e d e d u d a r d e l a
por el gran capital para dominar el m u n d o , sino u n a forma evolucionada y contradic- existencia de u n a m o n o p o l a r i d a d . Y e n espacios m á s m e n u d o s se t o r n a r a c i o n a l l a
t o r i a de l a m i s m a contradicción de l a r a c i o n a l i d a d científico-tecnológica que d i o o r i - resistencia étnica y regional» (García M o r a l e s 1996).
g e n a l a e r a i n d u s t r i a l . E s a m i s m a contradicción q u e se expresa, p o r u n a p a r t e , e n u n L a d i v e r s i d a d se e x p r e s a y d e b e e x p r e s a r s e e n u n a m u l t i p l i c i d a d d e f o r m a s d i f e -
d e s a r r o l l o científico-tecnológico que resuelve p r o b l e m a s y necesidades de l a gente, que r e n t e s d e gestión d e l E s t a d o , f o r m a s d i f e r e n t e s de e s t r u c t u r a s so c i ó c u l t u r a l e s y
«alivia l a c o n d i c i ó n humana» y que, p o r o t r a parte, enfrenta a l ser h u m a n o c o n s u e c o n ó m i c a s . L o q u e d e b e e x p r e s a r s e , a s u v e z , e n f o r m a s d i f e r e n t e s de p e n s a r , ac-
p r o p i a creación e i n v e n t i v a , degradándolo, alienándolo y reduciéndolo a u n s e r «unidi- t u a r y v e r el m u n d o . F o r m a s diferentes de c o n c e b i r l a l i b e r t a d y l a condición h u m a -
mensional», i n c a p a z de t i m o n e a r l a nave de s u p r o p i o destino. n a , l a s a s p i r a c i o n e s h u m a n a s . E s t a d i v e r s i d a d es l a garantía, es l a b a s e d e l h a c e r >

188 189
el p e n s a r a l t e r n a t i v o s . E n r e a l i d a d , s i n esa d i v e r s i d a d n o h a y p e n s a m i e n t o y a c c i ó n Bibliografía
alternativos.
B o u t r o s B o u t r o s - G h a l i , secretario general de las N a c i o n e s U n i d a s entre 1992-1996, AMIN, Sarnir (1997): Los desafíos de la mundialización. México: Siglo X X I Editores.
e x p u s o h a c e u n o s años l o siguiente ( B o u t r o s - G h a l i 2002): — (1999): El capitalismo en la era de la globalización. Barcelona: Paidós.
— (2000): «La economía política del siglo XX», en http://rcci.net/globalizacion/2000/fgl29.htm,

Si la globalización mantiene el ritmo actual, dentro de 10 o 15 años, la cultura será el consultado el 08-07-2007.
B O U T R O S - G H A L I , Boutros (2002): «Una globalización más justa y la defensa de la identidad
último bastión que permitirá a los Estados conservar sus características propias. Contar
con esta diversidad cultural reviste interés para la comunidad internacional, pues si no cultural: ¡una lucha común!», en http://www.üo.org/pubuc/spaiúsri/b^
logramos democratizar la globalización, la globalización distorsionará la democracia; consultado el 30-06-2007.
esta democratización supone, entre otras cosas, la defensa y el mantenimiento de la GARCÍA MORALES, Federico (1996): «Identidad y globalización. Las alternativas en un mundo en
diversidad cultural. A m i entender, el plurilingüismo es tan importante para la globaliza- crisis». Ponencia presentada ante el X Congreso de la Asociación Mexicana de Estudios Inter-
ción como el multipartidismo lo es para la democracia, es decir, indispensable. nacionales (AMEI), Oaxtepec, Morelos, 30 de noviembre de 1996. E n http://www.rcci.net/
globalizacion/fgOlO.htm, consultado el 30-06-2007.
H E N R Í Q U E Z U R E Ñ A , Pedro (1989): La utopía de América. Caracas: Biblioteca Ayacucho.
D e s d e l u e g o , n o se t r a t a de d e m o c r a t i z a r l a globalización, s i n o de pensar, p l a n t e a r
P L A Z , Irene (2002): «Senderos hacia la sociedad del conocimiento: imágenes y acciones de polí-
y p r o m o v e r u n a globalización a l t e r n a t i v a . U n a globalización desde abajo, desde l o s ticas públicas en Venezuela». Foro Ciencia y Tecnología en la Sociedad de la Infonnación,
p u e b l o s m i s m o s , desde sus i d e n t i d a d e s c u l t u r a l e s , sus intereses, sus v a l o r e s , i d e a s , L i m a , 25-29 de junio de 2002. E n hrtp://\vw\v.mnredes.org/rnistica/casteJllano/ciberoteca/
a s p i r a c i o n e s . U n a globalización f o c a l i z a d a e n i d e a l e s de j u s t i c i a , e q u i d a d , h o n e s t i - participantes/docuparti/esp_doc_66/, consultado el 30-06-2007.
dad, respeto y s o l i d a r i d a d . P e r o u n a globalización a l t e r n a t i v a r e q u i e r e , c o m o p l a n t e a R T B E I R O , Darcy (1998): «Mi corazón pide una victoria», en http://wwv.tierramerica.org/america/

S a r n i r A m i n , u n c o m p r o m i s o p o r p a r t e de l a i n t e l e c t u a l i d a d y, e n n u e s t r o caso, de l a micorazon.shtml. consultado el 30-06-2007.

i n t e l e c t u a l i d a d l a t i n o a m e r i c a n a m á s p r o g r e s i s t a . U n c o m p r o m i s o de c o n f r o n t a r y
p e n s a r la realidad, p a r a plantear alternativas nuevas, que desconstruyan y rebatan l a
retórica l e g i t i m a d o r a de l o s i d e ó l o g o s de l a globalización n e o l i b e r a l .
S i l a i n t e l e c t u a l i d a d de los l l a m a d o s países s u b d e s a r r o l l a d o s , sostiene S a r n i r A m i n ,
n o l o g r a p e n s a r c o n éxito l o s p r o b l e m a s de sus sociedades, «el c i c l o de reacciones
espontáneas e i n a d e c u a d a s de p e r s o n a s sojuzgadas p o r l a n u e v a polarización a escala
m u n d i a l continuará, y las energías q u e g e n e r a n serán s e g u r a m e n t e a p r o v e c h a d a s p o r
los regímenes d o m i n a n t e s e n s u afán de gestionar l a crisis» ( A m i n 1999).
A s i s t i m o s a u n a A m é r i c a L a t i n a q u e se i n i c i a e n u n n u e v o m i l e n i o c o n e l desafío,
en p a l a b r a s d e l a n t r o p ó l o g o brasileño D a r c y R i b e i r o (1998), « d e f o r m u l a r u n p r o y e c -
t o p r o p i o » . U n a América, que sea c a p a z de s o r t e a r c o n éxito l o s a v a s a l l a d o r e s v i e n t o s
de l a homogenización económica y cultural del m o m e n t o , a l a v e z que construye y
fortalece sus i d e n t i d a d e s p a r t i c u l a r e s , s u d i v e r s i d a d e i d i o s i n c r a s i a s . ¿Será p o s i b l e
esta A m é r i c a a l t e r n a t i v a y utópica, i n t e g r a d a e n l a g l o b a l i d a d , p e r o i n m e n s a m e n t e
ú n i c a , d i v e r s a y p l u r a l ? S i ello h a de l o g r a r s e , d e c i m o s c o n R i b e i r o , h a de s e r c o n el
c o n c u r s o de u n a i n t e l e c t u a l i d a d m á s r e s p o n s a b l e , m á s c o m p r o m e t i d a , p o r q u e , se-
gún e l e s c r i t o r brasileño, l a q u e t e n e m o s a h o r a e n n u e s t r a América es «una i n t e l e c -
t u a l i d a d fútil, m á s p r o p e n s a a b u s c a r las r e m u n e r a c i o n e s de l a s m u l t i n a c i o n a l e s o
las p r e b e n d a s d e l E s t a d o q u e a p e n s a r y a l u c h a r p o r d e f i n i r el p r o y e c t o l a t i n o a m e r i -
c a n o » ( R i b e i r o 1998).
S i e n l o s albores d e l siglo p a s a d o , e n m e d i o de u n d o m i n i o a p a b u l l a n t e d e l p e n s a -
m i e n t o positivista, d e l p r e d o m i n i o d e l f a n a t i s m o tecnocientífico m á s alienante, P e d r o
Henríquez Ureña, e l g r a n h u m a n i s t a d o m i n i c a n o y l a t i n o a m e r i c a n i s t a , se atrevió a
soñar l a utopía de n u e s t r a América L a t i n a , ¿ p o r qué n o habríamos de h a c e r l o nosotros
hoy día, e n m e d i o d e l d o m i n i o d e l a c t u a l f a n a t i s m o de l a globalización de corte n e o l i -
b e r a l ? Decía P e d r o Henríquez Ureña, e n «Patria de la justicia» ( i n c l u i d o e n Henríquez
1989): «la p a l a b r a utopía, e n vez de flecha destructora, debe ser n u e s t r a flecha de a n h e -
lo. S i e n América n o h a n de fructifícar las utopías, ¿ d ó n d e encontrarán asilo?».

190 191
E l «sueño europeo»: el optimismo infundado
de Rifldn
Francisco Javier Caballero Harriet

H a c e u n p a r d e años, c u a n d o l o s europeos n o s encontrábamos i n m e r s o s d e b a t i e n -

d o entre e l sí o e l n o a l «Tratado p o r el que se establece u n a Constitución p a r a E u r o p a » ,
apareció e n e l m e r c a d o d e l l i b r o u n a publicación de u n a u t o r estadounidense, n a d a
s o s p e c h o s o de antíamericanismo, q u e p r e s e n t a b a u n a visión d e r r o t i s t a d e l m o d e l o
socio-político-económico norteamericano en tanto mostraba, c o m o paradigma para el
f u t u r o , l a construcción e u r o p e a . E l autor, b i e n c o n o c i d o a p a r t i r de l a publicación e n
l o s años n o v e n t a de u n a o b r a m u y sugerente y de i m p a c t o t i t u l a d a El fin del trabajo, era
J e r e m y R i f l d n y s u n u e v o l i b r o l l e v a b a p o r título El sueño europeo: cómo la visión
europea del futuro está eclipsando el sueño americano.
E l p e s i m i s m o de R i f l d n respecto d e l «sueño americano» podría sintetizarse e n l a
siguiente m a n e r a : l a s o c i e d a d n o r t e a m e r i c a n a se h a c o n v e r t i d o e n u n g r a n m e r c a d o .
L a l e y d e l m e r c a d o c o n d i c i o n a l a política y se erige e n l e y de l a h i s t o r i a f u t u r a . E l
E s t a d o deviene E s t a d o m í n i m o y m á x i m o c o n t r o l a d o r s o c i a l . Y e l i n d i v i d u o , lejos de s u
c o n d i c i ó n de sujeto autónomo-político ( c i u d a d a n o ) , se t r a n s f o r m a e n c o n s u m i d o r , esto
es, e n sujeto y, a l a vez, objeto d e l m e r c a d o . C r e c e n las desigualdades, l a s o c i e d a d se
r e e s t r u c t u r a de m a n e r a jerárquica...
S i n e m b a r g o , ese p e s i m i s m o , se t o r n a e n u n o p t i m i s m o q u e y o calificaría de a n t r o -
p o l ó g i c o c u a n d o J e r e m y R i f l d n se p r o n u n c i a sobre l a Unión E u r o p e a . D i c e este autor:
1

«es e n l a a c t u a l i d a d l a p r i m e r a institución de g o b i e r n o r e a l m e n t e p o s m o d e r n a » ; «[...]

l a n o v e d a d de l a Unión E u r o p e a consiste e n ser l a p r i m e r a mega-institución de gobier-
n o de t o d a l a h i s t o r i a q u e n a c e de las c e n i z a s de l a derrota»; «[...] estábamos ante l a
p r i m e r a e n t i d a d política de l a h i s t o r i a c u y a existencia n o tenía o t r o objeto q u e " c o n s -
t n i i r l a p a z " » ( R i f l d n 2004: 257-259). S i a n a l i z a m o s las a f i r m a c i o n e s de R i f l d n obser-
v a m o s q u e e n t r a e n contradicción c o n s i g o m i s m o , p o r e j e m p l o , c u a n d o a f i r m a , p r i m e -
r a m e n t e , q u e l a Unión E u r o p e a es «la p r i m e r a institución de g o b i e r n o r e a l m e n t e p o s -
m o d e r n a » p a r a , a continuación, señalar que s u ú n i c o objeto es «construir l a p a z » . Y es
que, c o m o señala L y o t a r d (1989:9-10), «se tiene p o r " p o s m o d e r n a " l a i n c r e d u l i d a d c o n
respecto a l a s metarrelatos», de ahí q u e p e r s e g u i r c o m o objetivo l a p a z u n i v e r s a l o
«construir l a paz» «era e l relato de l a s L u c e s (es decir, de l a m o d e r n i d a d ) , d o n d e e l

1. Riflciii (2004:498), en el mismo tono paradigmático con el que describe la construcción de la Unión Europea a
lo largo del libro, lo finalizará, ahora de manera más solemne si cabe, diciendo: «El sueño europeo es un faro en un
mundo convulso. Su luz nos señala una nueva era de inclusión, de diversidad, de calidad de vida, de solidaridad, de
desarrollo sostenible, de derechos humanos universales, de derechos de la naturaleza y de la paz en la Tierra. Los
norteamericanos solíamos decir que vale la pena morir por el sueño americano. E l nuevo sueño europeo es un sueño
por el que vale la pena vivir».

193
héroe d e l saber t r a b a j a p a r a u n b u e n f i n épico-político». P o r tanto, l a institución polí- i m p l a n t a r u n n u e v o o r d e n p o M c o - e c o n ó m i c o - s o c i a l , esto es, e l o r d e n c a p i t a l i s t a m o -
t i c a a l a q u e R i f k i n l l a m a p o s m o d e r n a , n o es q u e t e n g a q u e v e r c o n l a « c o n d i c i ó n d e r n o e n e l e s p a c i o o c u p a d o h a s t a entonces p o r e l o r d e n feudal, l l e n a r o n de sangre l o s
p o s m o d e r n a » , n i t a n s i q u i e r a se i d e n t i f i c a c o n el m o d e l o de E s t a d o (más a v a n z a d o q u e c a m p o s de E u r o p a y c r e a r o n y r e c r e a r o n fronteras físicas sobre fronteras forjadas
el Ilustrado) que K a n t p r o p o n e e n s u Metafísica de las costumbres r s i n o q u e se c o r r e s - m e d i a n t e relatos épicos, c o n f r e c u e n c i a falaces, creadores de o d i o s , de temores, de
pondería s i m p l e m e n t e c o n el m o d e l o clásico d e l E s t a d o de l a Ilustración. C l a r o que 3
e n e m i g o s y de t o d o t i p o de d e m o n i o s e n e l c o r a z ó n de las gentes sencillas.
d e b o r e c o n o c e r q u e Prifkin e n t r a e n contradicción s i e l anáfisis l o h a c e m o s e n clave de C o m o telón de f o n d o de las g u e r r a s sostenidas entre franceses, españoles, p o r t u -
relación «institución pohtica-fin», p e r o n o t a n t o s i l o h a c e m o s e n clave de «institución gueses, alemanes, italianos, ingleses, holandeses — d u r a n t e los siglos XVI, XVTI, X V T H . . . —
política = m e r c a d o autorregulado», y es q u e l a p o s m o d e r n i d a d e n política m u n d i a l estaba e l e n f r e n t a m i e n t o entre e l viejo y el n u e v o o r d e n , entre e l s i s t e m a s o c i a l f e u d a l y
i m p l i c a que l a i n t e r d e p e n d e n c i a c r e a d a p o r l o s m e r c a d o s m u n d i a l e s y los actores t r a n s - el s i s t e m a s o c i a l m o d e r n o , entre e l t r a d i c i o n a l i s m o y e l c a p i t a l i s m o burgués, entre
n a c i o n a l e s frene las p u l s i o n e s beligerantes de l o s Estados-nación m o d e r n o s , e l « p o d e r R e f o r m a y c o n t r a - R e f o r m a . E n d e f i n i t i v a , vistas l a s cosas desde e l ángulo histórico
b a s a d o e n l a persuasión» (soft power) s u p l a n t e a l « p o d e r b a s a d o e n l a fuerza» (hard genético, se t r a t a b a d e l e n f r e n t a m i e n t o entre dos f o r m a s r a d i c a l m e n t e diferentes de
power). E n este s e n t i d o , es evidente q u e R i f k i n e n t i e n d e q u e e l f i n n o es l a p a z s i n o e l entender e l m u n d o y l a v i d a , a m b a s c o n v o c a c i ó n de u n i v e r s a l i d a d : de u n l a d o , l a v i e j a
m e r c a d o , y q u e l a c o n s e c u e n c i a d e s u f u n c i o n a m i e n t o a u t o r r e g u l a d o sea l a p a z . E u r o - c o n c e p c i ó n c a r o l i n g i a , f e u d a l , católica, l a d e l i m p e r i o f r a n c o , q u e p o r p r i m e r a vez lleva
p a c o m o institución p o s m o d e r n a p a r a R i f k i n es s i n ó n i m o de m e r c a d o n e o l i b e r a l . a c a b o e n l a E u r o p a extramediterránea y t r a n s a l p i n a u n a política c o n s c i e n t e de seño-
río integrador, tendente a c o n f o r m a r e l I m p e r i o u n i v e r s a l b a j o e l p a p a y e l emperador.
Y d i c h o sea de p a s o , es c i e r t o q u e l a constitución m i l i t a r y j u d i c i a l d e l i m p e r i o f r a n c o
1. E d i f i c a r s o b r e l a s «cenizas d e l a derrota» d e s e m p e ñ ó genéticamente u n i m p o r t a n t e p a p e l , j u n t o a l a Iglesia y, antes q u e ella,
c o m o f a c t o r p r o p u l s o r de l a u n i d a d e u r o p e a ( V o n M a r t i n 1970:43-44). Y de l a otra, l a
P o r o t r a parte, e l a u t o r n o r t e a m e r i c a n o , continúa d i c i e n d o e n t o n o de admiración n u e v a c o n c e p c i ó n , l a de l a R e f o r m a protestante (Weber 1989), c o n s u , también, inequí-
que l a «Unión E u r o p e a es l a p r i m e r a mega-institución q u e n a c e de l a s c e n i z a s de l a v o c a y d e f i n i t i v a v o c a c i ó n de u m v e r s a l i d a d m o d e r n a , expansiva, capitalista, l i b e r a l ,
derrota». Quizás «las cenizas de l a derrota» c o m o metáfora poética tuviese algún valor. d e n t r o de l a c u a l p o d e m o s e n c o n t r a r l a i d e a de l a integración e u r o p e a , p o r e j e m p l o , e n
P o r o t r o l a d o , c o m o título cinematográfico, es p o s i b l e q u e resultase h a s t a t a q u i l l e r o . e l d u q u e d e Sully, n r i n i s t r o de E n r i q u e IV, y s u «Proyecto Político», o e n e l ensayo d e l
P u e d e , i n c l u s o , que, c o m o n o v e l a romántica, a l c a n z a s e niveles de v e n t a interesantes. cuáquero W i l l i a m P e n n t i t u l a d o «Presente y f u t u r a p a z de E u r o p a » .
P e r o e n e l c o n t e x t o e n e l q u e l o f o r m u l a R i f k i n carece d e r i g o r y, además, n o s i g n i f i c a
n a d a . Jamás se h a e d i f i c a d o n a d a sobre c e n i z a s y c o n c e n i z a s y l a U n i ó n E u r o p e a
t a m p o c o . L a r e a l i d a d es b i e n diferente, n o p o d í a serlo de o t r a m a n e r a e n l a s o c i e d a d 2. ¿La p a z p e r p e t u a c o m o objetivo?
o c c i d e n t a l , esto es, e n e l o r d e n c a p i t a l i s t a e n e l que, c o m o M a x W e b e r señala, l o subje-
t i v a m e n t e s i g n i f i c a t i v o p a r a e l sujeto ( i n d i v i d u a l o i n s t i t u c i o n a l ) que actúa m e d i a n t e Quizás e l v i e j o s u e ñ o n o e r a t a n t o E u r o p a s i n o l a p a z y l a f o r m a de l l e g a r a e l l a e r a
u n a acción r a c i o n a l t e n i e n d o e n c u e n t a a l o s demás, n o es u n s i s t e m a de valores, n i el E u r o p a . E l a b a d de S a i n t P i e r r e , J . J . R o u s s e a u , e l también a b a d de M a b l y , V í c t o r
respeto a l a tradición, n i m o t i v a c i o n e s e m o c i o n a l e s , s i n o el propósito d e l b e n e f i c i o H u g o , e n sus particulares versiones, h i c i e r o n u n importante esfuerzo intelectual
3

económico. 4
r e f l e x i o n a n d o s o b r e l o q u e e l p r o p i o R o u s s e a u entendía q u e e r a l a cuestión m á s d i g -
R e a l m e n t e , E u r o p a u n i d a h a s i d o u n sueño, u n viejo sueño. U n a n t i g u o sueño c o n n a de s e r objeto de o c u p a c i ó n p o r u n h o m b r e de b i e n : e l p r o y e c t o de l a p a z p e r p e t u a
u n a n h e l o : l a p a z . Y es q u e h a n s i d o m u c h o s l o s siglos de g u e r r a s q u e , p o r m o t i v o s p a r a u n a E u r o p a u n i d a , q u e él entendía r e p u b l i c a n a . Y e n este m i s m o s e n t i d o r e p u -
aparentes de t o d o t i p o (religiosos, político-dinásticos, e c o n ó m i c o s , de c o n q u i s t a de b l i c a n o , K a n t ( 2 0 0 2 : 5 3 ) concretará: «[construida s o b r e ] u n a constitución r e p u b l i c a -
tierras...), q u e o c u l t a b a n , a l m e n o s desde l o s t i e m p o s d e l a R e f o r m a , l a s v e r d a d e r a s n a [que], a d e m á s d e t e n e r l a p u r e z a de s u o r i g e n , de h a b e r n a c i d o de l a p u r a fuente
r a z o n e s internas que e r a n e n esencia ideológicas y que, p o r tanto, tenían c o m o objetivo d e l c o n c e p t o de d e r e c h o , t e n g a p u e s t a l a v i s t a e n e l r e s u l t a d o deseado, es decir, e n l a
p a z perpetua».
D u r a n t e e l siglo XLX s i g u i e r o n tiñéndose de sangre l o s c a m p o s de E u r o p a . Y final-
2. Kant (1999: 149) dice: «Así pues, en virtud de tres poderes diferentes (potestas legisladora, ejecutora y judicia-
ria) tiene su autonomía el Estado (avilas), se configura y mantiene a sí mismo según leyes de la libertad». E n su unión mente, e l siglo X X (dejo a l l e c t o r q u e entresaque l o q u e a E u r o p a c o r r e s p o n d e , de l o s
reside la salud del Estado (salus reipublicae suprema lex est); por lo que no hemos de entender ni el «bienestar» de los «sucesos» q u e Lévinas e n u m e r a e n l a c i t a siguiente): «un siglo que, e n sesenta años, h a
ciudadanos ni su «felicidad»; porque ésta probablemente puede lograrse de forma mucho más cómoda y deseable c o n o c i d o dos guerras m u n d i a l e s , l o s t o t a l i t a r i s m o s de D e r e c h a y de I z q u i e r d a , h i t l e r i s -
(como también afirma Rousseau) en el estado de naturaleza o también bajo un gobierno despótico; sino que se
m o y e s t a h n i s m o , H i r o s h i m a , el G u l a g , l o s g e n o c i d i o s de A u s c h w i t z y de C a m b o y a »
entiende un estado de máxima concordancia entre la Constitución y los principios jurídicos, estado al que la razón
nos obliga a aspirar «a través de un imperativo categórico». (Lévinas 1991). A l a l u z de l o h a s t a aquí expuesto, ¿ n o c o b r a s e n t i d o p l e n o e l b i n o m i o
3. Kant (2002: 27) dice que «el absolutismo ilustrado se situaba dentro de esta tradición (el fin de la vida buena «Europa-Paz» o, s i se q u i e r e de f o r m a m á s p r e c i s a , «Unidad E u r o p e a - a n h e l o de p a z
como fin a perseguir por el Estado) al comprender como actividades estatales aquellas dirigidas al bienestar y felici- definitiva»? L a respuesta, e n p r i n c i p i o , sólo puede ser r o t u n d a m e n t e a f i r m a t i v a .
dad de los subditos, englobadas en el concepto y la práctica de la Política».
4. Max Weber en su método de los «tipos ideales» contempla cuatro tipos ideales de acción social: acción racional
de valor, de propósito, de emoción y de tradición. Entre ellas, será la acción racional de propósito, la que se corres- 5. E n el Congreso de la Paz celebrado en París en agosto de 1849, propone el proyecto de un gran senado soberano
ponda con el desarrollo del capitalismo en la sociedad occidental. que será a Europa lo que es el Parlamento a Inglaterra y utiliza la expresión «Estados Unidos de Europa».

194 195
 D i g o «en principio» p o r q u e desde l a m a y o r o b j e t i v i d a d q u e s u p o n e l a lejanía de l o s c u a n t i t a t i v a s e n l o s m o v i m i e n t o s d e b i e n e s , l a s b a r r e r a s m o n e t a r i a s a l flujo de l o s
h e c h o s e n e l t i e m p o y a l a l u z de l o s derroteros p o r los q u e l a construcción e u r o p e a h a p a g o s y, a l a l a r g a , t o d o s l o s a r a n c e l e s » .
7

t r a n s i t a d o desde sus i n i c i o s e n sus c e r c a de sesenta años t r a n s c u r r i d o s , h o y nos p o d e - L a t o t a l i d a d de l o s f i r m a n t e s d e l T r a t a d o de R o m a e r a n , m á s allá de s u l a m e n t a b l e

m o s p r e g u n t a r : tras l a S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l , e n l a creación de l a a c t u a l E u r o p a , situación c o y u n t u r a l c o n s e c u e n c i a de l a g u e r r a , E s t a d o s m o d e r n o s ( c o n a d m i n i s t r a -
¿fue, realmente, d e t e r m i n a n t e e l ferviente deseo de p a z ? , o ¿fueron las acuciantes nece- ciones m o d e r n a s , c o n i n s t i t u c i o n e s políticas desarrolladas, c o n sistemas jurídicos lógi-
s i d a d e s e c o n ó m i c a s de l o s a r r u i n a d o s fatigados E s t a d o s europeos las q u e d e t e n x i i n a - cos) s u r g i d o s d e l c o n t r a t o tácito establecido e n las p r i m e r a s décadas d e l siglo XLX entre
r o n ? o, ¿quizás fue e l o p o r t u n i s m o de u n a d e t e r m i n a d a ideología sociológico-político- l a clase s o c i a l b u r g u e s a y l a clase política y sellado m e d i a n t e c o n s t i t u c i o n e s liberales
e c o n ó m i c a (la ideología l i b e r a l capitalista) a c u y o s i s t e m a le r e s u l t a a j e n a c u a l q u i e r que, a p a r t i r d e l a P r i m e r a G u e r r a M u n d i a l venían h a c i e n d o concesiones a l m o d e l o
actuación graciosa, esto es, l a a c c i ó n i n s p i r a d a e n e l á n i m o de M b e r a h d a d q u e v i o u n a d e m o c r á t i c o (sufragio u n i v e r s a l , r e c o n o c i m i e n t o de derechos políticos...) e, i n s p i r a d o s
magnífica o p o r t u n i d a d de a s e n t a m i e n t o y expansión p a r a s e g u i r m a t e r i a l i z a n d o s u e n las tesis i n t e r v e n c i o n i s t a s de K e y n e s , c o m e n z a b a n a sentar las bases d e l E s t a d o de
8

sueño de u n i v e r s a l i d a d gestado a p a r t i r de l a R e f o r m a ? bienestar precursor del Estado social.

H u b o u n p o c o de t o d o . L a s dos p r i m e r a s cuestiones, s i n d u d a , f u e r o n i m p o r t a n t e s . S o b r e esta b a s e y a l m a r g e n de que l a u n i d a d resultante fuese «unionista» o f e d e r a -
P e r o l a tercera fue d e t e r m i n a n t e . Y es aquí d o n d e r a d i c a e l «quid» de l a cuestión q u e v a l i s t a r e s u l t a b a l ó g i c o q u e esa u n i d a d supra-estatal, s i g u i e n d o e l p r o c e s o m a r c a d o p o r
a s e r d e f i n i t i v a t a n t o p a r a e l resultante m o d e l o i d e o l ó g i c o político c o m o p a r a e l m o d e - l o s p r o p i o s E s t a d o s q u e l a c o m p o n í a n (así c o m o p o r l o s q u e se irían i n c o r p o r a n d o ) , y
l o político f o r m a l de l a Unión E u r o p e a : e l l i b e r a l , q u e , p o s t e r i o r m e n t e , a p a r t i r de l a c o n d i c i o n a d a p o r s u « c o m p r o m i s o genético», acabase s i e n d o u n m a c r o - E s t a d o l i b e r a l ,
c r i s i s de l o s setenta, se transformaría e n n e o l i b e r a l . eso sí, e n dialéctica c o n t i n u a c o n e l s i s t e m a d e m o c r á t i c o . E l r e s u l t a d o h u b i e r a s i d o
u n a E u r o p a l i b e r a l c o n u n m a r c a d o carácter s o c i a l . Y , ¡nada m á s lejos de esto!

3. E u r o p a y e l «Plan Marshall»
4. E l c a m i n o h a c i a l a s e r v i d u m b r e n e o l i b e r a l
S o n m u c h a s las frases q u e h a n p a s a d o a f o r m a r parte de l a h i s t o r i a , p r o n u n c i a d a s
e n e l C o n g r e s o de L a H a y a de 1948 o e n l o s aledaños, p o r aquellos a quienes se les L a l l a m a d a «crisis d e l petróleo» de 1973 v a a m a r c a r u n antes y u n después p a r a 9

a t r i b u y e l a p a t e r n i d a d de l a n u e v a E u r o p a . P o r e j e m p l o , W i n s t o n Churchül, e n e l c i t a - t o d o s y c a d a u n o de l o s E s t a d o s de l a s o c i e d a d o c c i d e n t a l y, p o r ende, también p a r a l a

d o c o n g r e s o , expresó s u sueño e u r o p e o d i c i e n d o «que e s p e r a m o s c o n t e m p l a r u n a E u - construcción d e l m o d e l o político e u r o p e o . V a a h a c e r creer, e n términos generales, q u e
r o p a d o n d e los h o m b r e s de todos l o s países v e a n e l h e c h o de ser europeos c o m o v e n e l u n m a y o r c r e c i m i e n t o e c o n ó m i c o , esto es, u n m a y o r b e n e f i c i o y bienestar, es i n c o m p a -
de p e r t e n e c e r a s u p r o p i o país natal» (Byatt 2002). O a q u e l l a o t r a de J e a n M o n n e t , m á s tible c o n u n m a y o r d e s a r r o l l o democrático de las sociedades y que, p o r t a n t o , es p r e c i -
realista y categórica, «Europa n o h a existido n u n c a ; es p r e c i s o crearla» ( S c i o l i n o 2002), so dejar de l a d o e l E s t a d o i n t e r v e n c i o n i s t a y p o n e r a l f o m b r a s de t e r c i o p e l o a l a a u t o -
c u y o espíritu inspiró l a declaración de S c h u m a n de 9 de m a y o de 1950 q u e p r o p u s o l a rregulación. D e ahí q u e esta c r i s i s e n e l s i s t e m a c a p i t a l i s t a v a a p r o v o c a r u n c a m b i o e n
creación de l o que l u e g o sería, e n 1952, l a C o m u n i d a d E u r o p e a d e l Carbón y d e l A c e r o , l a u b i c a c i ó n d e l p o d e r : e l p o d e r político d e l E s t a d o d e j a s u lugar, definitivamete, a l
c o n f o r m a d a p o r F r a n c i a , A l e m a n i a , Italia, H o l a n d a , Bélgica y L u x e m b u r g o . E s t o s m i s - p o d e r e c o n ó m i c o d e l m e r c a d o o, d i c h o de u n a m a n e r a m á s c l a r a y s i n t a p u j o s , e l
m o s países, e n 1957, serían los firmantes d e l T r a t a d o de R o m a , c r e a n d o l a C o m u n i d a d
Económica Europea.
7. Cf. l e Plan Marshall et le relèvement économique de L'Europe (actas del Coloquio de Bercy, 21 al 23 de marzo de
P e r o l a retórica, p o r m u y b e l l a q u e s e a , n o p u e d e o c u l t a r l a r e a l i d a d . Y l a r e a l i - 1991), Ministerio de Finanzas, París, 1993, donde se dice que «el plan Marshall expresó la idea de que una recupera-
d a d es q u e l o s a c u e r d o s i n t e r n a c i o n a l e s de j u l i o de 1944, c o n o c i d o s c o m o B r e t t o n ción económica basada únicamente en las fuerzas del mercado debería ir acompañada de un dispositivo voluntarista
W o o d s , q u e c r e a b a n e l B a n c o M u n d i a l y e l F o n d o M o n e t a r i o I n t e r n a c i o n a l , están de ayuda y de asistencia orientado a superar los principales obstáculos estructurales». Realmente, el Plan Marshall
era un instrumento para la expansión del modelo liberal influido por el modelo del Estado intervencionista de Keynes.
en l a base del «European Recovery Program» ( P r o g r a m a p a r a l a reconstrucción de
E l modelo de Keynes había hecho posible la superación de la crisis de 1929 y la llegada del New Deal en los Estados
E u r o p a ) q u e pasaría a l a h i s t o r i a c o m o e l «Plan M a r s h a l l » , y éste n o o b e d e c í a a
6
Unidos de América. E l Plan Marshall pretende, también, repetir la experiencia en Europa y, a decir verdad, sienta las
r a z o n e s filantrópicas, n i de c o m p a s i ó n p o r e l s u f r i m i e n t o q u e había p r o d u c i d o l a bases del Estado de bienestar.
r e c i e n t e y a t r o z g u e r r a s i n o , u n a v e z m á s , tenía c o m o o b j e t i v o l a e x p a n s i ó n d e l 8. L a tesis central de John Maynard Keynes, expuesta en su General Tlieory of Employaient, Interest and Money, es
que los gobiernos no deben confiar todo a las fuerzas del mercado sino que, ellos mismos, deben esforzarse para
m o d e l o i d e o l ó g i c o l i b e r a l y, p o r t a n t o , e s t a b a s o m e t i d o a l a c o n d i c i ó n d e t e r m i n a n -
asegurar el pleno empleo mediante la mejor distribución de los beneficios.
te: l a c o n t r a p r e s t a c i ó n a l a r e c e p c i ó n d e l a s a y u d a s sería «la c r e a c i ó n de u n m e r c a - 9. E l año 1973 va a suponer u n cambio, incluso, en la simbología arquitectónica representativa del capitalismo.
d o ú n i c o a m p l i a d o e n e l q u e se e l i m i n a r a n de m a n e r a p e r m a n e n t e l a s r e s t r i c c i o n e s Como señala Baudrillard en «La violencia de lo mundial» (cf. Baudrillard y Morin 2004: 14): «Todos los grandes
rascacielos de Manhattan se habían limitado a enfrentarse a una verticalidad competitiva, cuyo resultado era u n
panorama arquitectónico a imagen y semejanza del sistema capitalista, una jungla piramidal cuya célebre imagen se
6. E l 5 de junio de 1947, en la Universidad de Harvard, el secretario de Estado norteamericano George Marshall, perfilaba cuando se llegaba por mar. Esta imagen se modificó en 1973 con la construcción del World Trade Center. L a
bajo la presidencia de Harry Truman, pronunció una conferencia en la que daba a conocer las bases del «European efigie del sistema pasó del obelisco y la pirámide a la tarjeta perforaday el gráfico estadístico [...]. Perfecto paralelepípedo
Recovery Program», conocido popularmente como «Plan Marshall». Entre 1948 y 1949, Estados Unidos aportó a los de cuatrocientos metros de altura, sobre una base cuadrada, vasos comunicantes perfectamente equilibrados y cie-
países europeos en torno a 14.000 millones de ayuda (Newsweek, 26 de mayo de 1997). Otras fuentes (D. Smith,
gos [...] monolitos, que no se abren al exteriory se someten a un acondicionamiento artificial. Que haya dos significa
«Making Europe-processes of Europe-formation since 1945», The Sociological Review, 1999, pp. 242-243) estiman
elfinde toda referencia original. De habérselo una, el monopolio no se encarnaría a la perfección: sólo la reduplicación
que la ayuda en el mismo período fue de 25.000 millones de dólares.
del signo pone verdadero fin a aquello que designa».

196
197
E s t a d o se somete a l p o d e r de las m u l t i n a c i o n a l e s . E s t o v a a generar, de m a n e r a conse- r a d i c a l m e n t e , c o n s i d e r a n q u e «la construcción de E u r o p a s u p o n e l a destrucción de
cuente, l a crisis de r a c i o n a l i d a d , m á s tarde de l e g i t i m i d a d y finalmente de motivación Europa». -. 13

d e l E s t a d o l i b e r a l e n sus versiones de E s t a d o de bienestar y E s t a d o s o c i a l ( H a b e r m a s

1973). E s evidente q u e esta transformación e n e l i n t e r i o r de l o s E s t a d o s , de m a n e r a
lógica, v a a resultar d e t e r m i n a n t e e n l a creación de E u r o p a . E l l i b e r a l i s m o t r a n s f o r m a - 6. E l i n f u n d a d o o p t i m i s m o d e R i f k i n
d o e n n e o l i b e r a l i s m o s u p o n e que, d e f i n i t i v a m e n t e , e l E s t a d o l i b e r a l i n t e r v e n c i o n i s t a
de K e y n e s cede el testigo a l E s t a d o l i b e r a l m e r c a d o de H a y e k . 10 Y f i n a l m e n t e , e l «Tratado p o r e l q u e se establece u n a Constitución p a r a E u r o p a »
A p a r t i r de este m o m e n t o y s i g u i e n d o inequívocamente, a m o d o de B i b l i a l a i c a , las e l a b o r a d o p o r l a Convención p a r a e l f u t u r o de E u r o p a , q u e sustituía a l o s tratados
1 4

directrices de los «Chicago boys», l a Unión E u r o p e a será, c o m o señala Catherine S a m a r y anteriores y q u e servía de pretexto p a r a q u e J e r e m y R i f k i n h i c i e r a u n a v e r d a d e r a a p o -
(2000), e l p r o d u c t o de sucesivas decisiones poh'ticas, e n c a r n a d a s e n tratados, q u e per- logía de l a construcción e u r o p e a y, a s u vez, de m o t i v o p a r a q u e iniciáramos n u e s t r a
mitirán a los diferentes gobiernos e n m a s c a r a r sus o p c i o n e s c o m o decisiones «tomadas p a r t i c u l a r reflexión. R i f k i n c o m e n z a r á p o r l l a m a r , i m p r o p i a m e n t e , a este t r a t a d o .
15

e n o t r a parte». Obedece(rá) a u n a lógica i d e n t i f i c a b l e , l a q u e también i m p e r a e n l a Constitución de l a U n i ó n E u r o p e a , y afirmará q u e «representa u n a n o v e d a d i m p o r t a n -

Organización M u n d i a l de C o m e r c i o : coherente c o n las hipótesis de u n m e r c a d o r e g u - te e n l a h i s t o r i a de l a h u m a n i d a d , [...] es e l p r i m e r d o c u m e n t o de s u clase e n extender
lador, expresa l a primacía d e l d e r e c h o de l a c o m p e t e n c i a . las garantías d e l ser h u m a n o a l n i v e l de l a c o n c i e n c i a g l o b a l y e n r e c o n o c e r derechos y
D e ahí que l a construcción de l a Unión E u r o p e a , e n l a m e d i d a e n q u e se h a n i d o r e s p o n s a b i l i d a d e s q u e a b a r c a n l a t o t a l i d a d de l o s seres h u m a n o s existentes sobre l a
i n c o r p o r a n d o n u e v o s m i e m b r o s , m a t e r i a l i z a n d o l o s diferentes tratados (Acta única de Tierra», p a r a finalizar señalando q u e l a e s e n c i a d e l d o c u m e n t o q u e f u n d a m e n t a e l
l a Unión e n 1986, M a a s t r i c h t y l a creación de l a Unión e n 1992, A m s t e r d a m e n 1997, sueño e u r o p e o sería u n c o m p r o m i s o c o n e l respeto a l a d i v e r s i d a d h u m a n a , l a p r o m o -
N i z a e n 2000) y, a s u vez, se h a i d o d i l u y e n d o el p e l i g r o de l a ideología c o m u n i s t a y de c i ó n de l a i n c l u s i v i d a d , l a defensa de los derechos h u m a n o s y los derechos de l a n a t u r a -
los p a r t i d o s c o m u n i s t a s e n el i n t e r i o r de l o s E s t a d o s c u y a d e r r o t a d e f i n i t i v a h a q u e d a - l e z a , l a m e j o r a de l a c a l i d a d de v i d a , l a búsqueda d e l d e s a r r o l l o sostenible, l a e m a n c i -
d o s i m b o l i z a d a e n l a «caída d e l m u r o de Berlín», se h a y a entregado, c a d a vez más y de p a c i ó n d e l espíritu h u m a n o p a r a e l j u e g o , l a construcción de u n a p a z p e r p e t u a y l a
f o r m a definitiva, a l o s b r a z o s d e l n e o l i b e r a l i s m o . contribución a u n a c o n c i e n c i a global» ( R i f k i n 2004:'274-275).
E s t o y de a c u e r d o c o n R i f k i n e n q u e este tratado «constitucional» s u p o n e «una n o -
v e d a d i m p o r t a n t e e n l a h i s t o r i a de l a humanidad», p e r o n o p o r las m i s m a s r a z o n e s q u e
5. E l n e o l i b e r a l i s m o y e l t r a t a d o c o n s t i t u c i o n a l el a u t o r n o r t e a m e r i c a n o a d u c e , s i n o p o r q u e c o n s t i t u y e l a materialización d e f i n i t i v a
d e l viejo sueño l i b e r a l : E u r o p a bajo l o s f u n d a m e n t o s ideológicos q u e c i m e n t a r o n el
E n l a década de l o s n o v e n t a y e n l o que v a de s i g l o X X I h a n i d o p r o h f e r a n d o títulos viejo m o d e l o político l i b e r a l de L o c k e t e o r i z a d o p o r A d a m S m i t h , V o n M i s e s , etc.,
de trabajos que l l e v a n l a f i r m a de intelectuales críticos y, p o r t a n t o , n o o r g á n i c o s q u e 11 a h o r a y a , e n l a versión n e o l i b e r a l de H a y e k . Y además, p o r q u e s i , a p a r e n t e m e n t e , el
m o s t r a b a n s u desencanto y desazón p o r l o q u e entendían e r a l a frustración de u n
sueño. L a m a y o r parte de ellos h a puesto el acento e n l a desnaturalización de este sueño europeo, incluso sin demasiada confianza en Europa tal cual es, o parece estar construyéndose, debemos luchar por lo
c o m o c o n s e c u e n c i a de l a p a r t i c u l a r d e r i v a ideológica, l a falta de legitimación d e m o - que representa ese nombre actualmente, con la memoria de las Luces, desde luego, pero también con la conciencia
culpable y asumida de los crímenes totalitarios, genocidas y colonialistas del pasado. Tenemos que luchar entonces por
crática, l a mutación axiológica de l a p r o p i a s o c i e d a d y l a transformación d e l sujeto
lo que Europa conserva de irreemplazable en el mundo por venir, para que se convierta en algo más que un mercado o
c i u d a d a n o r e p u b l i c a n o - k a n t i a n o e n sujeto-objeto, esto es, e n c o n s u m i d o r ; e n d e f i n i t i - una moneda única, algo más que un conglomerado neo-nacionalista, algo más que un nuevo ejército...».
v a , e l sueño e u r o p e o e n s i m b i o s i s c o n e l sueño a m e r i c a n o . Títulos c o m o l a o b r a m e n - 13. E n este sentido, Stíegler (2005: 19) dirá: «El resultado es que la construcción de Europa es vivida por los
c i o n a d a de T o u r a i n e {¿Cómo salir del liberalismo?) o c o m o el h b r o colectivo d i r i g i d o europeos como un proceso de destrucción de Europa. Esta sensación de amenaza se vuelve tanto más viva cuanto
que el objetivo único de desarrollo de mercados en todas las áreas de la existencia siempre fue explícitamente
p o r V i d a l - B e n e y t o (Por una Europa política, social y ecológica, 2005), así c o m o los h a b i - encarado en nombre de una ideología que plantea como principio absoluto que las naciones europeas debían
tuales titulares de Le Monde Diplomatique («Otra E u r o p a es p o s i b l e . D e v o l v e r e l p o d e r entrar en competición unas con otras. Y eso sin que se haya deducido y fuertemente afirmado ningún horizonte de
unidad superior para los posibles conflictos de intereses. Ahora bien, los europeos saben a qué les llevó: dos gue-
de decisión a los ciudadanos», «Bruselas c a p i t a l de l o s g r u p o s de presión. L a s i n s t i t u -
rras mundiales en el siglo X X que devastaron la mayor parte de Europa, a las que hay que sumar las de los siglos
c i o n e s europeas condicionadas», «Estados U n i d o s y l a N u e v a E u r o p a » , «Una E u r o p a anteriores...».
c a d a v e z m e n o s e u r o p e a » , «Sin e s p e r a r a l a construcción federal. N a c i m i e n t o de l a 14. L a Convención está presidida por Valéry Giscard d'Estaing y conformada por 105 miembros délos que 15
son representantes de los jefes de Estado y de Gobierno de los, en ese momento, miembros de la Unión, 30 repre-
E u r o p a S.A.», «Discurso ideológico y cálculos p r e s u p u e s t a r i o s . Ofensiva e u r o p e a c o n -
sentantes de los Parlamentos nacionales, 16 miembros del Parlamento europeo, 2 miembros de la Comisión, 39
t r a l o s servicios públicos», «Una E u r o p a s o c i a l ficticia», « ¿ Y s i l a s clases existiesen representantes de los 12 países candidatos y Turquía (con un representante del Gobierno y 2 de los Parlamentos
todavía?»), s o n l o s síntomas de l a d e s e s p e r a n z a . A l g u n o s v a n más lejos todavía y,
12 nacionales). Pedrol y Pisarello (2004: 30) dicen: «Por la forma de elegir la Convención fue ya muy significativa.
Supuso u n mal comienzo. Pues la Convención no fue el fruto de una Asamblea o de u n Parlamento elegidos
democráticamente con fines constituyentes. Fue el Consejo Europeo, integrado por los ejecutivos de los Estados,
10. L a tesis central de Hayek expuesta en «Derecho, legislación y libertad» es la del orden espontáneo, esto es, el el que diseñó su composición y definió el mandato de sus miembros, nombrando nada menos que a Giscard
mercado autorregulador el Estado no debe intervenir, el propio mercado se autorregulará. Véase Álvarez Puga (2005). d'Estaing como presidente».
11. Alain Touraine (1990: 113 y ss.) dice que existen «varios tipos de intelectuales» y subraya la necesidad, en el 15. A . - C . Robert (2004) acertadamente dice: «El tratado "constitucional" es u n documento híbrido con un
momento actual, de que exista el «intelectual crítico». alcance excepcional. E n efecto, las Constituciones son actos de derecho "interno", nacional, y no pertenecen al
12. Derrida (2004:5) decía: «A mí no se me considera un filósofo euro-centrista. Desde hace cuarenta años, me han campo del derecho internacional, cuya herramienta tradicional es el tratado. Una Constitución es el acto solemne
acusado más bien de lo contrario. Pero creo que, sin ilusión y sin pretensión euro-céntricas, sin el menor nacionalismo a través del cual una comunidad política (un pueblo o una nación) define sus valores y organiza la creación de las

198 199
m o d e l o a s e g u i r p a r a s u génesis e r a l a Convención C o n s t i t u c i o n a l de F i l a d e l f i a q u e d i o D e l o h a s t a aquí expuesto p o d e m o s d e d u c i r q u e l a s m i s m a s r a z o n e s q u e , según
luz, e n 1787, a l a Constitución de E s t a d o s U n i d o s de América c o m o e j e m p l o de c o n s t i - R i f k i n , h a n p r o v o c a d o l a caída d e l sueño a m e r i c a n o están e n l a base de l a frustración
tuyente q u e e m a n ó d i r e c t a m e n t e d e l p u e b l o ( « W e t h e p e o p l e o f t h e U n i t e d States») g e n e r a l i z a d a c o n respecto a l sueño e u r o p e o . P e r o e n r e a l i d a d , ¿ n o será que, a l m a r g e n
c o m o acto s o b e r a n o (cf. W i l s o n 2004), p a r a l a r e d a c c i ó n d e l t r a t a d o «constitucional» del sueño a m e r i c a n o o d e l « n o nato» sueño europeo, l a v e r d a d e r a pretensión d e l l i b e r a -
de l a U n i ó n E u r o p e a , l a c o n v e n c i ó n p r e s i d i d a p o r Valéry G i s c a r d d ' E s t a i n g , p o r r a - l i s m o c o m o ideología u n i v e r s a h s t a e r a r e c r e a r u n n u e v o o r d e n feudal?
z ó n de l a i n s u f i c i e n c i a de s u r e p r e s e n t a t i v i d a d n o p u e d e ser c o n s i d e r a d a «constituyen- E s p o s i b l e q u e «el sueño americano» y a p e r t e n e z c a a l p a s a d o . Q u e «el sueño e u r o -
te» e n términos v e r d a d e r a m e n t e democráticos. p e o » s e a e l presente, p e r o u n presente r e a l m e n t e i n c i e r t o . Y q u e e l futuro... a l u m b r e
D e ahí que, p o r e j e m p l o , c o m o señala Anne-Cécile R o b e r t (2004: 8), l a C a r t a de l o s ¿«el sueño latinoamericano»?
Derechos Fundamentales, que tanto entusiasma a R i f k i n , i n c l u i d a en el tratado
«constitucional es m e n o s exigente q u e l a C a r t a S o c i a l d e l C o n s e j o de E u r o p a a p r o b a d a
en 1961. Y n o es c o n fórmulas i n g e n u a s tales c o m o " E u r o p a se convertirá e n u n a g r a n Bibliografía
f a m i l i a " (Consejo E u r o p e o de L a e k e n ) o d e c l a r a c i o n e s de p r i n c i p i o s n o seguidas p o r
efectos — s o b r e l a contribución de E u r o p a a l a p a z , p o r e j e m p l o — c o m o se afirmarán ÁLVAREZ P U G A , Eduardo (2005): Abajo la democracia. El triunfo de la tiranía neoliberal. Barcelo-
los v a l o r e s de u n a n u e v a c o m u n i d a d democrática». na: Ediciones B .
BAUDRILLARD, Jean y Edgar M O R I N (2004): La violencia en el mundo. Barcelona: Paidós.
BYATT, A . S . (2002): «What is a European», The New York Magazine, 31 de octubre de 2002.
C A B A L L E R O H A R R L E T , Francisco Javier (2000): «Globalización, Estado y Derecho», Anuario de
7. E l objetivo: ¿recrear u n n u e v o o r d e n feudal?
filosofía del derecho, 17: 13-42.
— (2005): «Cultura, ciudadanía y derecho para otra mundialización», Anuario de derechos hu-
L e j o s d e l o p t i m i s m o de R i f k i n , estoy de a c u e r d o c o n e l r e a l i s m o de B e r n a r d C a s s e n manos, 7/1: 95-150.
(2004: 7), c u a n d o d i c e q u e «normalmente u n a Constitución establece u n m a r c o i n s t i - C A S S E N , B e m a r d (2004): «Una Constitución que consagra la ley del mercado», Le Monde Diplo-
t u c i o n a l q u e p e r m i t e elegir políticas diferentes, i n c l u s o c o n t r a d i c t o r i a s . E n este caso, matique, enero de 2004, p. 7.
los c o n t e n i d o s s o n simbólicamente " c o n s t i t u c i o n a l i z a d o s " d e l m i s m o m o d o q u e e l c o n - DERRJDA, Jacques (2004): «Una E u r o p a de la esperanza», Le Monde Diplomatique, noviembre de
tinente. L a primacía d e l a " l i b r e y leal c o m p e t e n c i a " s o b r e t o d a o t r a n o r m a ; l a s u b o r d i - 2004, p. 5.
n a c i ó n a esas reglas de l o s servicios públicos " l l a m a d o s de interés g e n e r a l " e n l a j e r g a H A B E R M A S , Jürgen (1973): Problemas de legitimación en él capitalismo tardío. Buenos Aires:

Amorrortu.
c o m u n i t a r i a ; l a afirmación de q u e e l l i b r e c a m b i o c o r r e s p o n d e a l "interés c o m ú n " ; l a
K Á N T , Immanuel (1999): La metafísica de las costumbres. M a d r i d : Tecnos.
p r o h i b i c i ó n de t o d o t i p o de restricción a l o s m o v i m i e n t o s de capitales; l a i n d e p e n d e n -
— (2002): Sobre la paz perpetua (presentación de Antonio Truyol y Serra). M a d r i d : Alianza
cia d e l B a n c o C e n t r a l E u r o p e o , etc., n o s o n presentadas c o m o o p i n i o n e s a las q u e se
Editorial.
p u e d e o n o adherir, s i n o c o m o objetivos de n i v e l equivalente a l de l a búsqueda de l a p a z LÉVINAS, E m m a n u e l (1991): «La souffrance mutile», en Entre nous. Essaisurle Penser-á-l'autre,
o a l f o m e n t o d e l p r o g r e s o científico y t é c n i c o » . París: Grasset, 1991.
A l a l u z de l o e x p u e s t o , ¿puede d e c i r s e , c o m o l o h a c e R i f k i n , q u e l a q u e él l l a m a LYOTARD, Jean-Frangois (1989): La condición posmodema. Madrid: Cátedra.
Constitución de l a U n i ó n E u r o p e a « e s el p r i m e r d o c u m e n t o e n e x t e n d e r las garantías P E D R O L , Xavier y Gerardo P l S A R E L L O (2004): La Constitución furtiva. Por una construcción so-
del ser h u m a n o a l n i v e l de l a c o n c i e n c i a global»? ¿Puede a f i r m a r s e esto de u n d o c u - cial y democrática de Europa. Barcelona: Icaria.
m e n t o q u e , e n e s e n c i a , sitúa a l m i s m o n i v e l l a l i b r e c o m p e t e n c i a , e l m e r c a d o , l a RlFKTN, Jeremy (1996): El fin del trabajo. Nuevas tecnologías contra puestos de trabajo: el naci-
justicia, l a libertad y l a igualdad, y que, e n l a segunda parte del tratado titulada «La miento de una nueva era. Barcelona: Paidós.
— (2004): El sueño europeo. Cómo la visión europea del futuro está eclipsando el sueño america-
c a r t a d e l o s d e r e c h o s f u n d a m e n t a l e s de l a U n i ó n » , p o r e j e m p l o , t r a n s f o r m a e l d e r e -
no. Barcelona: Paidós.
c h o f u n d a m e n t a l a l t r a b a j o , e n « d e r e c h o a trabajar», y e l d e r e c h o b á s i c o a l a s e g u r i -
ROBERT, Anne-Cécile (2004): «Golpe de Estado ideológico en Europa», Le Monde Diplomatique,
d a d s o c i a l y a l o s s e r v i c i o s s o c i a l e s e n d e r e c h o s de acceso a l a s p r e s t a c i o n e s de l a
noviembre de 2004, p. 8.
s e g u r i d a d s o c i a l y a l o s s e r v i c i o s s o c i a l e s (es decir, d o n d e existan)? L a r e s p u e s t a l a S A M A R Y , Catherine (2000): «La adhesión costará cara al Este», Le Monde Diplomatique, junio de
d i e r o n F r a n c i a y H o l a n d a c u a n d o e l t r a t a d o «constitucional» fue s o m e t i d o a referén- 2000, pp. 4 y 5.
d u m e n t r e sus c i u d a d a n o s : « N o » . SCIOLINO, Elaine (2002): «Visions of a U n i o n : Europe Groups for an Identity», Tlie New York
Times, 15 de diciembre de 2002.
S T T E G L E R , Bernard (2005): «El motivo europeo», Le Monde Diplomatique, junio de 2005, p. 19.
normas jurídicas, especialmente las leyes a las que se somete. L a Constitución es así una de las manifestaciones T O U R A I N E , Alain (1999): ¿Cómo salir del liberalismo? Buenos Aires: Paidós.
concretas de la democracia. Hablar de Constitución Europea significaría, pues, que los veinticinco Estados miem-
V I D A L B E N E Y T O , José (dir.) (2003): Hacia una sociedad civil global. Madrid: Taurus.
bros de la Unión y sus pueblos se reconozcan como una comunidad de destino fundada en el sufragio universal.
VON M A R T I N , Alfred (1970): Sociología de la cultura medieval. Madrid: Instituto de Estudios
Ahora bien, éste no es el caso en absoluto. Por eso, la auto-proclamación de una Constitución Europea, incluso
mediante el subterfugio de u n tratado internacional, oculta una intención política ligada al contenido ultraliberal del Políticos.
texto mismo. Porque teniendo en cuenta el carácter fundacional de una Constitución, imponer la palabra sin la WEBER, M a x (1989): La ética protestante y el espíritu del capitalismo. Barcelona: Península.
realidad implica querer imponer el propio liberalismo ignorando las reglas democráticas fundamentales. E s una W I L S O N , James (2004): Discursos constitucionales. Madrid: Tecnos.
suerte de golpe de Estado ideológico».

200 201
índice

Prefacio, por Fritz Wallner 7

Filosofía en u n mundo global: una introducción histórica y temática para la ciudadanía
del siglo XXI, por Ignacio Ayestarán, Xabier Insausti y Rafael Águila 9

PARTE 1

H I S T O R I A D E F E N Ó M E N O S C U L T U R A L E S D E L A GLOBALIZACIÓN

Panhelenismo y cosmopolitismo en el pensamiento griego antiguo, por Javier Aguirre ... 23

Las «raíces» de la «Modernidad», por Rafael Águila 31
L a recepción de la Ilustración en América Latina: globalización y diferencia,
por Xabier Palacios 41
L a idea de progreso y el problema del mal, por Luis Garagalza 49

PARTE 2

MASS MEDIA, TECNOLOGÍAS A U D I O V I S U A L E S Y C I B E R C U L T U R A

E N L A E R A D E L A COMUNICACIÓN DIGITAL

Imagen y representación en la era global: algunas reflexiones, por Xavier Puig Peñalosa.... 59
Tiempo y espacio en las mundializaciones/globalizaciones, por Óscar González Gilmas ... 63
Música en la era digital, por Gotzon Arrizabalaga 71
Globalización, tecnociencia y cibercultura, por Andoni Alonso 79

PARTE 3

R A C I O N A L I D A D , C O N O C I M I E N T O Y C O N D I C I O N E S EPISTÉMICAS
E N L A GLOBALIZACIÓN

Conocimiento científico e interculturalidad. Función y límites de la ciencia en la era

global, por Julián Pacho 93
Globalización como cooperación (el caso de las teorías contemporáneas de la verdad),
por María Albisu Apando 101
L a universalidad concreta, por Xabier Insausti 109
Universalidad de la razón poética veisus globalización, por Maiía Jesús Maidagán Romeo.... 117
Derrida: la universidad en el horizonte de la globalización, por José Ignacio Galparsoro... 123

PARTE 4

SOSTEOTBLLEDAD, ECOLOGÍA Y G O B E R N A N Z A E N L A S O C I E D A D
D E L CONOCIMIENTO GLOBAL

Filosofia y globalización: ¿puede la filosofía contribuir a u n desarrollo del proceso

de globalización ético y socialmente sostenible?, por Nicanor Ursua 135
Hacia una metafísica ecológica, por José Ramón Arana 147

203
Sostenibilidad, crisis ambiental y responsabilidad social de las empresas en la sociedad
del conocimiento y del riesgo global, por Ignacio Ayestarán 157

PARTE 5

D E R E C H O S , UTOPÍAS Y POLÍTICAS PARA U N M U N D O G L O B A L

Los derechos sociales y la solidaridad, por Esteban Antxustegi Igartua 173

Posibilidades utópicas en la era de la globalización, por Belén Altana 181
Globalización, diversidad cultural y pensamiento alternativo, por César Cuello 187
E l «sueño europeo»: el optimismo infundado de R i f k i n ,
por Francisco Javier Caballero Harriet 193

204