De vez em quando, escrevo umas reviews para exercitar a minha pseudointelectualidade.
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The Bridges of Madison County 1995
A característica que eu mais gosto em Clint Eastwood, enquanto diretor, é a simplicidade de sua decupagem. É um autor que domina as convenções da forma cinematográfica, precisando, nesse filme, de não muito mais que plano e contraplano para estabelecer a conexão entre as personagens. A narrativa, também, segue a estrutura clássica do melodrama, da protagonista entre dois homens, entre a escolha racional, da vida conjugal monótona, e a aventura da verdadeira paixão. O diferencial de Clint é, exatamente, este…
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Showgirls 1995
Para além da ideia da subordinação do corpo à encenação, existe aqui uma forte reflexão sobre o corpo enquanto mercadoria. A manipulação dos corpos, enquanto praxe do capitalismo, faz da vida de um indivíduo a força motriz do lucro da propriedade privada. Para subjugar o indivíduo à esta condição de trabalho, então, o capital usa diversos mecanismos: o prazer do consumo, o sonho da fama ou mesmo a mais pura e simples necessidade de manter-se vivo. A caminhada para o…
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The Mighty Spirit 1999
Num país formado por estruturas econômicas e sociais violentas, a religião assume o papel de refúgio da alma! É sempre visceral a forma como Coutinho monta seus filmes, ambientando o espectador ao cotidiano do excluído, daquele que o capital despreza como ser, mas valoriza como força de trabalho. Nesse sentido, é fortíssimo o momento em que a senhora Tereza desce o morro para trabalhar na casa dos seus empregadores, como que descendo do plano espiritual, do refúgio, para enfrentar a…
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All About My Mother 1999
É muito sensível e madura a forma como o filme busca promover uma forte reflexão acerca da expressão da psique. Nesse sentido, me chamou atenção a constante transição entre teatro e filme, evidenciando que, ao invés de contraste, existe sinergia entre performance e autenticidade. Nada exemplifica isso melhor do que o que diz Agrado: “Você é mais autêntico quanto mais se parece com o que sonhou ser.” Ou seja, a busca pelo “eu” parte de uma construção pessoal do que se é e da subsequente afirmação desta verdade. Permitir-se atuar é, portanto, permitir-se existir.
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