"Sem chão" é uma ótima tradução para o título porque é esse mesmo o sentimento no decorrer da projeção, vendo tanta destruição. A crueldade israelense fica bastante clara, bem como a impotência dos palestinos diante de tanques e soldados armados. Uma situação que se prolonga por décadas.

Me lembrou o cinema de Sueli e Isael Maxacali, em que a luta pela terra se mistura com o próprio filme.

A morte e o luto são temas recorrentes na obra da diretora.
Há aqui muitos elementos de Fellini (os sonhos, o vento, as festas...)
Uma Itália não instagramável.
Ouvir a Carol Duarte falando em português é lindo.
Há os ladrões de túmulos e há aquelas que querem adiantar a morte da mãe para dividir a herança.
Qual o valor dos objetos de valor inestimável?

É impressionante como a narrativa conduz nossas emoções e gera reações que vão desde um "own que fofo" até um "vai, gatinho, pula".
No início, vendo a altura da água, lembrei das enchentes que inundaram o Rio Grande do Sul, com a água alcançando o terceiro andar dos prédios. Então essa ficção não fica muito distante de uma realidade atual.
Filme muito lindo e com várias mensagens sobre as diferentes formas de ser e estar no mundo.