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Pelo tema e abordagem, o filme poderia derrapar em algumas cascas de banana, mas não o faz.
A reclusão da câmera aos cenários vaticanos não empobrece as cenas, mas sim as dignifica; as intrigas cistinianas não aborrecem, já que os dramas são apresentados em cadências variadas - o roteiro resolve os conflitos ora de forma propositalmente abrupta, ora de maneira alongada; as discussões sobre o papel da igreja flertam com algumas falas piegas, mas ficam de pé porque os personagens…
O filme leva ao extremo a premissa de que os participantes do sistema de justiça sempre terão seus julgamentos condicionados às suas histórias pessoais e à forma como enfrentam seus dilemas morais.
A maneira que o roteiro trabalha essa premissa é competente e até criativa, mas senti falta de uma melhor construção emocional dos personagens. Sem esse engajamento, o dilema moral colocado ao protagonista não se põe também ao público de forma direta.
Nora Moon/Na Young e Hae Sung são obrigados a confrontar, de forma delicadamente dolorosa, os sonhos e afetos do passado que ficaram pelas bifurcações da vida. Não é só uma história de reencontro entre amores de infância, é um filme que fala das circunstâncias que nos fazem ter que enfrentar as versões já fomos e as que gostaríamos ser.
Há um subtexto muito acertado sobre a influência do contexto cultural nas diferentes experiências que os personagens tem ao entrar em…
O filme tem direção de arte, figurinos e atuações primorosas. O roteiro é bom, coerente e com ótimo senso de humor para a ridicularização do masculina e do “moderno” moralismo vitoriano. Os detalhe cênicos são bem costurados: Bella encontra Duncan pela primeira vez dentro de um armário, saindo de lá para descobrir a vida.
A pulsão de vida que vai tomando conta de Bella ao longo do seu arco poderia ser melhor explorada em mais dimensões (amizades, consciência política),…