Estudo de Viabilidade Do Depósito de Carvão Moatize
Estudo de Viabilidade Do Depósito de Carvão Moatize
Estudo de Viabilidade Do Depósito de Carvão Moatize
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS
Projeto de Diplomao
Carlos Alves
Edgar Mrio Mller
Flvio Bittencourt de Castro Jnior
Guilherme Squissato Barboza
SUMRIO
1. Introduo.........................................................................................................................2
1.1 Histrico e aspectos fisiogrficos da regio........................................................2
1.2 Histria do carvo e caractersticas gerais..........................................................5
2. Anlise do banco de dados.................................................................................................6
2.1 Variografia..........................................................................................................10
3. Geologia............................................................................................................................11
4. Mtodo de lavra...............................................................................................................12
5. Avaliao do depsito......................................................................................................14
5.1 Modelamento geolgico......................................................................................14
5.1.1 Modelo de blocos.................................................................................18
5.2 Seqenciamento de lavra....................................................................................18
6. Parmetros da lavra...........................................................................................................27
6.1 Equipamentos da lavra........................................................................................27
6.2 Metodologia de seleo de equipamentos de carregamento e transporte............35
6.3 Concluses sobre os equipamentos.....................................................................37
6.4 A lavra.................................................................................................................38
6.4.1 Remoo do solo..................................................................................39
6.4.2 Carregamento e transporte....................................................................40
6.4.3 Estradas.................................................................................................42
6.5 Perfurao e desmonte.........................................................................................43
6.5.1 Desmonte do estril..............................................................................44
6.5.2 Desmonte do carvo.............................................................................45
6.5.3 Geomecnica........................................................................................48
6.6 Estudos para mtodo alternativo de desmonte (Stratablast)..............................49
6.6.1 Consideraes de estudos experimentais futuros.................................49
6.6.2 Stratablast.............................................................................................51
6.6.3 Experimentao....................................................................................55
7. Polticas de trabalho..........................................................................................................56
8. Beneficiamento.................................................................................................................57
8.1 Circuito de cominuio.......................................................................................57
8.2 O processo de beneficiamento.............................................................................59
8.3 Recuperao da usina..........................................................................................63
8.5 Projeto de disposio dos rejeitos.......................................................................67
8.5.1 Lanamento do rejeito..........................................................................67
8.5.2 Construo da barragem.......................................................................68
8.5.3 Aspectos ambientais.............................................................................68
8.5.4 Monitoramento.....................................................................................68
9. Economia...........................................................................................................................70
9.1 Termos Internacionais de Comrcio (INCOTERMS).........................................70
9.1.1 Siglas....................................................................................................70
9.1.2 Significado Jurdico..............................................................................71
9.2 Tabelas comparativas com a variao do preo do carvo e custo de transporte.....72
Lista de Figuras
Figura
1.
Mapa de Moambique.......................................................................3
Figura
2.
Figura
3.
Figura
4.
Teor de enxofre..................................................................................7
Figura
5.
Poder calorfico..................................................................................7
Figura
6.
Figura
7.
Figura
8.
Figura
9.
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
14.
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
22.
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
32.
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
38.
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
47.
Figura
Figura
Figura
50.
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
59.
Figura
60. Espessadores.....................................................................................63
Figura
Figura
Figura
Figura
Figura
65.
Figura
Figura
67.
Figura
Figura
Lista de Tabelas
Tabela
1.
Tabela
2.
Tabela
3.
Tabela
4.
Tabela
5.
Tabela
6.
Tabela
7.
Tabela
8.
Tabela
9.
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
14.
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
28.
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
33.
Tabela
34.
Tabela
35.
Tabela
36.
Tabela
37.
Tabela
38.
Tabela
39.
Tabela
40.
Tabela
41.
Tabela
Tabela
43.
Tabela
Tabela
45.
Tabela
46.
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Tabela
Mina Moatize
Localizao:
Moambique - frica
Minrio:
Carvo
Formato do depsito:
Camadas tabulares
Camadas de carvo:
Bananeiras,
Chipanga
Souza
Pinto
Mtodo de lavra:
Strip mining
Recurso indicado:
216.163.396t
720.550t/ms
25 anos
Dias de operao:
350dias/ano
Turnos de trabalho:
3turnos/dia
Regime de trabalho:
8h/turno
Beneficiamento:
90%
US$ 40.926.000,00
US$ 35.000.000,00
Investimento da Lavra:
US$ 54.074.000,00
Investimento total:
US$ 130.000.000,00
US$ 3,37/t
US$ 4,30/t
US$ 100,00/t
US$ 30,00/t
Payback
2 anos
1 Introduo
O presente estudo tem como objetivo analisar a pr-viabilidade
tcnica e econmica da abertura de uma nova mina a cu aberto para explorao de
carvo.
Esta jazida caracterizada por trs camadas principais de carvo que
possuem variaes de espessura ao longo do depsito, possuindo espessuras superiores
a 20 metros. A zona estudada aparenta ter sofrido perturbaes geolgicas por
apresentar falhas nas camadas em dois pontos dos corpos de minrio e por apresentar
zonas onde as ocorrncias mais prximas da superfcie foram erodidas.
Depois de realizado o modelamento do corpo de minrio, com o
software Datamine Studio, e das rochas encaixantes (overbourden e interbourdens),
foram realizados clculos para se definir o recurso in situ. O mtodo de lavra
selecionado foi o Strip mining, que o mtodo predominante utilizado na minerao de
carvo a cu aberto. Neste trabalho tambm foi realizado um estudo para se verificar a
possibilidade da aplicao de uma variao do novo mtodo de lavra desenvolvido pela
empresa Orica chamado Stratablast, onde a proposta utilizar o design de seu desmonte
de rocha.
Aps de ser definido o modelo de blocos, o seqenciamento de lavra
foi realizado e otimizado com o uso do software NPV Scheduler. Com base nos blocos
seqenciados foi possvel locar o corte pioneiro e esquematizar os cortes sucessivos.
A usina de beneficiamento do minrio foi projetada para fornecer dois
produtos: carvo metalrgico (coqueificvel) e carvo energtico.
A prxima (ltima) etapa do projeto foi analisar a viabilidade tcnica
e econmica da abertura da Mina Moatize, considerando o cenrio econmico mundial
atual bem como os custos envolvidos de investimento e os custos operacionais para o
desenvolvimento e operao da mina.
Faz parte da CPLP (Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa). Sua capital e maior
cidade Maputo.
X (m)
ASH
575000
576000
577000
578000
579000
8217000
8217000
Y (m)
Y (m)
8216000
8216000
8215000
8215000
8214000
575000
576000
577000
578000
8214000
579000
X (m)
2.5
enxofre, %
1.5
0.5
0
SILT
LC
LC_B
MC
PC
SP
SP_B
SP0
UC
litologia
35
30
25
20
15
10
5
0
SILT
LC
LC_B
MC
PC
SP
SP_B
SP0
UC
litologia
A) Teor de Cinzas:
O teor de cinza foi avaliado em cada uma das trs camadas principais
conforme demonstrado abaixo. Percebe-se que a camada com melhor qualidade de cinza
(menor teor e menor variabilidade) a Chipanga seguida pela Souza Pinto. A camada
Bananeiras apresenta um baixo teor de cinza geral, mas devido a pouca quantidade de
amostras nesta camada, a anlise torna-se errtica.
Histogram (ASH)
ASH
20
25
30
0.20
0.15
0.15
0.10
0.10
0.05
0.05
0.00
10
15
20
25
30
Frequencies
Frequencies
Nb Samples: 53
10
15
Minimum:
11.55
Maximum:
28.87
Mean:
17.24
0.20
Std. Dev.: 3.55
0.00
ASH
Histogram (ASH)
ASH
15
16
17
18
19
20
21
0.20
0.15
0.15
0.10
0.10
0.05
0.05
0.00
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
Frequencies
Frequencies
Nb Samples: 21
12 13 14
Minimum:
12.11
0.20
Maximum:
20.42
Mean:
16.53
Std. Dev.: 2.20
0.00
ASH
Isatis
Histogram (ASH)
ASH
20
30
40
50
0.4
70
80
0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0.0
20
30
40
50
60
70
Frequencies
Frequencies
60
ash - souzapinto
Nb Samples: 49
Minimum:
17.20
Maximum:
76.90
Mean:
23.54
Std. Dev.: 8.88
0.0
80
ASH
B) Espessura:
A espessura das camadas foi acumulada no plano superficial para
determinar assim uma estimativa da relao estril/minrio superficial. Foi usado o
mtodo de interpolao inverso do quadrado da distncia, no software Surfer.
Observam-se picos de elevada relao estril/minrio em uma zona especfica, embora
esta zona no apresente as maiores espessuras de camadas e as maiores profundidades
do depsito.
8217500
8217000
1.9
1.4
1.6
8216500
8216000
3.5
2.8
1.81.3
1.9
1.4
4.1
2.6
1.3
1.9
0.53
3.5
1.7 0.63
0.57
0.59
1.4
1.1
4.3
2.1
1.1
3.2
1.1
2.4
1.8
1.4
0.64
19
4.3
13
0.57
2.1
3.4
11
0.68
6.1
2
2.2
1.2
1.5
0.69
2 1.6
2.5
3.5
8215500
2.9
2.3
4.3
6.8
5.1 4.6
3.3
1.8
2.4
8215000
4.2
9.1
2.1
2.5
1.7
0.63
0.44
0.33
0.42
2.3
2
8214500
2.5
1.6
1.4
575500
576000
576500
577000
577500
578000
578500
0.84
579000
2.1 Variografia
Um estudo da continuidade espacial necessrio para avaliar uma
possvel anisotropia do depsito. Como o banco de dados possui poucas amostras e tem
uma malha muito irregular essa verificao torna-se mais difcil; ainda sim foi feito um
estudo e foi modelado um variograma truncado em apenas uma estrutura. No foi
constatada a presena de amostragem preferencial em nenhuma rea, logo no se fez
uso da determinao de pesos para as amostras (declusterizao).
A varivel trabalhada ser a porcentagem de cinza. Devido a
classificao atribuda ao carvo: metalrgico, energtico ou ganga, a quantidade de
cinza ser o fator determinante. Os variogramas onidirecionais apresentaram uma boa
correlao, mas, os direcionais, pela restrita quantidade de amostras no conseguiram
capturar pares de amostras suficientes. Para o modelamento foram utilizados 10 lags de
350m com uma tolerncia angular de 25.
Os modelos de variogramas encontrados foram os seguintes:
3000 2000
;
(Chipanga)
N 23 N118
= 6,3 + 6 SPH
4000 1000
;
(Souza Pinto)
N135 N 45
= 50 + 77 SPH
3000 800
;
(Bananeiras)
N158 N 68
= 1 + 3,85 SPH
Com base nesses modelos, foi feita uma estimativa por Krigagem em
blocos de 100x100x10m. Foi utilizada discretizao de 5x5x1m. A validao cruzada
obteve uma correlao nula devido ao fato de haverem poucos pares de amostras,
principalmente na camada Bananeiras. O erro relativo da krigagem foi praticamente
zero, indicando que a estimativa teve sua validade aceita. Esta estimativa por krigagem
obtida visa apenas verificar o possvel comportamento do teor de cinza no corpo de
minrio. As cores mais frias indicam uma menor porcentagem de cinza em bloco.
10
3 Geologia
O depsito de carvo constitudo por rochas de origem sedimentar, tais como,
siltitos e arenitos que so as litologias correspondentes a rocha estril. O minrio
composto por trs camadas horizontalizadas principais de carvo com a seguinte
nomenclatura: a Bananeiras, a Chipanga e a camada Souza Pinto, sendo apresentadas da
camada mais rasa, para a mais profunda. Entre as camadas de carvo existe novamente a
presena de material estril compostos por siltitos e arenitos o chamado interburden.
As camadas de carvo apresentam caractersticas distintas quanto a sua
composio qumica e aproveitamento econmico.
A partir do modelamento realizado foi possvel verificar intensa atividade
geolgica nas camadas de carvo de Moatize. Algumas camadas de carvo foram
soerguidas e erodidas no ocorrendo em determinadas regies do depsito. Este
11
depsito tambm indica a presena de duas falhas principais localizadas mais ao norte
que podem ser vistas no item modelamento.
4 Mtodo de Lavra
O mtodo de lavra a ser utilizado o Strip mining, por ser o mtodo
clssico de lavra a cu para carvo e por melhor se adequar configurao deste caso.
O corte pioneiro ser aberto com a utilizao de escavadeiras
hidrulicas at que a largura do corte seja suficientemente grande para que a extrao
continue com carregadeiras sobre rodas convencionais. A lavra utilizar o sistema de
carregadeira-caminho para remoo das camadas de estril bem como para a extrao
de carvo. O estril removido em um lado do corte ser depositado no lado oposto
desta, onde o carvo j foi retirado, fechando-a novamente. O sistema carregadeiracaminho foi adotado por seu investimento inicial ser mais baixo, permitir flexibilidade
na produo de carvo em mltiplas camadas, oferecer rpido acesso s camadas e
menos atividades de recuperao e com baixo custo.
A minerao iniciar com a remoo das camadas de solo orgnico e
argiloso que sero depositados em pilhas fora do corte e posterior utilizao para
recuperao ambiental. Em seguida a cobertura de estril ser perfurada e
posteriormente detonada para fragmentar o material, permitindo que este seja carregado
por escavadeiras hidrulicas (hydraulic excavator) e escavadeiras sobre rodas (wheel
loader) e transportados at o outro lado do corte por caminhes basculantes (rear
dump).
Depois da remoo da cobertura de estril a camada de carvo ser
perfurada e detonada para fragmentar o material, permitindo que sejam carregados por
escavadeiras hidrulicas (hydraulic excavator) e escavadeiras sobre rodas (wheel
loader) e transportados por caminhes basculantes at a unidade de britagem.
Diferentemente do estril, o carvo deve ser fragmentado at uma granulometria
compatvel com os equipamentos de britagem primria.
12
13
5 Avaliao do depsito
5.1 Modelamento geolgico
A quantificao dos recursos minerais do depsito de carvo foi feita
com a utilizao do software Datamine Studio. A partir das informaes de 74 furos
de sondagem que se dispem em uma malha irregular com profundidades variadas, foi
feita a interpretao do depsito com o uso do mtodo das sees paralelas.
Foi feita uma anlise estatstica do banco de dados para definir quais e
quantas camadas de carvo seriam modeladas.
Com a utilizao do software Datamine Studio foi criada uma
legenda dos litotipos, para que se fizesse a correlao entre os mesmos, onde SILT
corresponde ao estril e os demais ndices correspondem ao carvo.
Com este artifcio foi possvel concluir que embora existam diversas
classificaes do carvo por causa de suas caractersticas (por exemplo: teor de cinzas e
teor de volteis), algumas delas pertenceriam, segundo a interpretao espacial, uma
mesma camada. Foi ento estabelecido que seriam modeladas trs camadas principais
que apresentaram maior freqncia nos furos, sempre observando suas disposies
espaciais. Estas camadas foram chamadas de Bananeiras, Chipanga e Souza Pinto.
Litologias do banco de dados como, por exemplo, a G que foram observadas apenas
em poucos furos sem correlao espacial foram modeladas como material estril para
facilitar a gerao dos slidos, j que suas inseres no modelamento no causariam
14
15
Volume (m )
Massa (t)
Material
Estril (above Bananeiras)
46,656,359
116,640,898
Carvo (Bananeiras)
9,371,954
14,995,126
Estril (above Chipanga)
134,192,730
335,481,825
Carvo (Chipanga)
83,810,682
134,097,091
Estril (above Souza Pinto)
148,385,184
370,962,960
Carvo (Souza Pinto)
41,919,487
67,071,179
Tabela 2 Volume e tonelagem de cada camada.
Volume Total de carvo (m3)
Massa total de carvo (t)
135,102,123
216,163,397
17
VALUE=VALUE1+VALUE2+VALUE3+VALUE4
Onde:
VALUE1= (TWASTE).(CL)
18
(TCHIP).
VALUE2=
(%Rejeito
CHIP
CHIP
).(CL+CB)+(%M
CHIP
)*(%RECP)*($VM)+(%E
)*(%RECP)*($VE)
VALUE3= dem frmula VALUE2 porm com valores para o carvo Souza Pinto.
VALUE4= dem frmula VALUE2 porm com valores para o carvo Bananeiras.
Sendo que:
- TWASTE: tonelagem de estril;
- CL: custo de lavra por tonelada;
- TCHIP: tonelagem de carvo Chipanga;
- %RejeitoCHIP: frao de rejeito da planta de beneficiamento de carvo Chipanga;
- CB: custo de beneficiamento por tonelada;
- %MCHIP: frao de carvo metalrgico do carvo Chipanga;
- %RECP: recuperao global da planta de beneficiamento;
- $VM: valor de venda por tonelada de carvo metalrgico com custos de lavra e
beneficiamento j inclusos;
- $VE: valor de venda por tonelada de carvo energtico com custos de lavra e
beneficiamento j inclusos;
- %ECHIP: frao de carvo energtico do carvo Chipanga;
Aps a etapa de seqenciamento com a utilizao do NPV
Scheduler, foi inserido no software Datamine Studio as informaes geradas e
obteve-se o seguinte cenrio dos blocos (pushbacks) seqenciados:
19
20
21
CORTE PIONEIRO
CORTE2
CORTE3
CORTE4
CORTE5
Estril (t)
37,409,667
33,726,808
34,043,858
31,978,136
27,736,655
Chipanga
6,773,344
3,096,329
5,893,612
6,289,144
5,540,201
FRAO (t)
Souza Pinto
1,943,958
1,918,450
1,977,718
581,168
2,041,394
Bananeiras
0
0
86,613
2,652,147
978,353
22
CORTE PIONEIRO
CORTE2
CORTE3
CORTE4
CORTE5
Estril (t)
37,409,667
33,726,808
34,043,858
31,978,136
27,736,655
Souza Pinto
24,44
30,00
45,56
23
Bananeiras (t)
0
Bananeiras (%)
0
Metalrgico (t)
2929394
Metalrgico (%)
33,88
Bananeiras (t)
0
Bananeiras (%)
0
Bananeiras (t)
0
Bananeiras (%)
0
Bananeiras (t)
38757
Bananeiras (%)
1,10
Metalrgico (t)
2808208
Metalrgico (%)
32,48
ANO 1
Corte Pioneiro
99% extrado no 1 ano
Chipanga (t)
Souza Pinto (t)
Estril (t)
6718358
1928177
37105979
Chipanga (%)
Souza Pinto (%)
77,7
22,3
Fraes (metalrgico, energtico, rejeito da planta)
Energtico (t)
Rejeito da Planta (t)
3037372
2679769
Energtico (%)
Rejeito da Planta (%)
35,13
30,99
Total de Estril (t)
Total de carvo (t)
37105979
8646536
Tabela 8 Primeiro ano da lavra.
ANO 2
Corte Pioneiro
1% extrado no 2 ano
Chipanga (t)
Souza Pinto (t)
Estril (t)
54985
15781
303688
Chipanga (%)
Souza Pinto (%)
77,7
22,3
Corte 2
100% extrado no 2 ano
Chipanga (t)
Souza Pinto (t)
Estril (t)
3096329
1918450
33726808
Chipanga (%)
Souza Pinto (%)
61,74
38,26
Corte 3
45% extrado no 2 ano
Chipanga (t)
Souza Pinto (t)
Estril (t)
2637251
884982
15233819
Chipanga (%)
Souza Pinto (%)
74,06
24,84
Fraes (metalrgico, energtico, rejeito da planta)
Energtico (t)
Rejeito da Planta (t)
2981432
2856740
Energtico (%)
Rejeito da Planta (%)
34,48
33,04
Estril (t)
Total de carvo (t)
49264314
8646536
Tabela 9 Segundo ano da lavra.
24
Bananeiras (t)
47856
Bananeiras (%)
1,09
Bananeiras (t)
1183573
Bananeiras (%)
27,85
Metalrgico (t)
2603157
Metalrgico (%)
30,11
Bananeiras (t)
1468575
Bananeiras (%)
27,85
Bananeiras (t)
385590
Bananeiras (%)
11,43
Metalrgico (t)
2430174
Metalrgico (%)
28,11
ANO 3
Corte 3
55% extrado no 3 ano
Chipanga (t)
Souza Pinto (t)
Estril (t)
3256360
1092736
18810039
Chipanga (%)
Souza Pinto (%)
74,06
24,85
Corte 4
44,63% extrado no 3 ano
Chipanga (t)
Souza Pinto (t)
Estril (t)
2806653
259358
14270869
Chipanga (%)
Souza Pinto (%)
66,05
6,10
Fraes (metalrgico, energtico, rejeito da planta)
Energtico (t)
Rejeito da Planta (t)
3171445
2871934
Energtico (%)
Rejeito da Planta (%)
36,68
33,21
Estril (t)
Total de carvo (t)
33080908
8646536
Tabela 10 Terceiro ano da lavra.
ANO 4
Corte 4
55,37% extrado no 3 ano
Chipanga (t)
Souza Pinto (t)
Estril (t)
3482490
321810
17707267
Chipanga (%)
Souza Pinto (%)
66,05
6,10
Corte 5
39,41% extrado no 3 ano
Chipanga (t)
Souza Pinto (t)
Estril (t)
2183513
804557
10931615
Chipanga (%)
Souza Pinto (%)
64,72
23,85
Fraes (metalrgico, energtico, rejeito da planta)
Energtico (t)
Rejeito da Planta (t)
3234917
2981445
Energtico (%)
Rejeito da Planta (%)
37,41
34,48
Estril (t)
Total de carvo (t)
28638882
8646536
Tabela 11 Quarto ano de lavra.
25
Bananeiras (t)
592763
Bananeiras (%)
11,43
ANO 5
Corte 5
60,56% extrado no 3 ano
Chipanga (t)
Souza Pinto (t)
3356688
1236836
Chipanga (%)
Souza Pinto (%)
64,72
23,85
Estril (t)
16805040
Estril (t)
16805040
26
6 Parmetros da Lavra
6.1 Equipamentos da Lavra
Os equipamentos utilizados na lavra sero descritos abaixo, como uma
forma justificar a sua escolha nesta mina.
Escavadeira sobre rodas (Wheel loader): as escavadeiras sobre rodas
possuem certas vantagens sobre as shovels. O custo por metro cbico de material
removido mais baixo, possuem maior mobilidade, so mais prticas para realizar
misturas blendagem de materiais, podem facilmente mudar de funo, possuem uma
maior facilidade de venda. Uma de suas desvantagens o grande desgaste de pneus em
terrenos muito irregulares, sendo esta um possvel problema visto o panorama mundial
do mercado mineiro que demanda um nmero muito grande de pneus.
escavao montados sobre esteiras. Sero utilizados para abrir os cortes pioneiros onde
necessrio retirar o material sob o equipamento at que o corte seja suficientemente
grande para o uso das escavadeiras sobre rodas wheel loader.
27
caminho indicado para pistas mais inclinadas, como no caso deste depsito, onde
grande parte da pista possui uma inclinao de 10%. O basculamento pela parte traseira
da caamba permite a formao de pilhas para o carvo e tambm uma deposio mais
precisa para o material estril que ser despejado nos cortes j minerados para o seu
devido fechamento.
28
transporte do solo argiloso e orgnico removido. Basculam a sua carga formando pilhas
de estoque e tambm sero utilizados para recolocar as camadas de solo sobre o estril
na reconstituio dos terrenos minerados. Possuem preo mais acessvel, so mais leves
e de manuteno mais barata e simples do que os caminhes fora-de-estrada, porm este
tipo de caminho possui menor durabilidade.
e extremamente frivel e por esta razo sero utilizadas perfuratrizes rotativas sobre
esteiras. As brocas utilizadas tero 5,5 de dimetro e dentes de ao. A velocidade de
furao maior no carvo do que no estril e por ser uma rocha mais frgil a razo de
carga ser menor utilizando-se furos de menor dimetro.
baixa dureza e por esta razo sero utilizadas perfuratrizes rotativas sobre esteiras.
Sero utilizadas brocas tricnicas, com dentes de ao, de 6 de dimetro no material
estril, constitudo por arenitos e siltitos de baixa dureza. A velocidade de furao no
estril menor do que no carvo.
30
realizar a lubrificao peridica dos equipamentos, evitando que estes tenham que se
deslocar at um ponto especfico para efetuar esta tarefa, aumentando assim a
disponibilidade mecnica dos equipamentos.
31
32
versatilidade e sero utilizados para espalhar o estril basculado pelos caminhes, abrir
novas estradas, realizar a limpeza de pequenas reas removendo matrias e formando
pilhas para o carregamento destes.
gua, oriunda das chuvas ou dos lenis freticos, dos cortes de minerao.
33
e nos terrenos da mina, pela sua maior robustez quando comparada a um veculo de
passeio convencional. Sero utilizadas para transportar engenheiros, supervisores,
encarregados de setor e afins para vistorias e inspees na mina.
34
(hydraulic excavator):
BC = Yx(Cx(1+S))/(QxAxUxB)
- BC: Tamanho da concha (16,6m3, 11,5m3, 7,0m3 - escavadeira);
- Y: Produo anual (8.659.980t);
- C: Tempo de ciclo (52s , 44s, 45s - escavadeira);
- S: Fator de empolamento (30%);
- Q: Horas trabalhadas no ano (6825h);
- A: Disponibilidade (parcela das horas programadas em que as escavadeiras esto
mecanicamente disponveis), (80%);
- U: Utilidade (parcela do tempo disponvel na qual o equipamento est efetivamente
trabalhando), (90%);
- B: Fator de enchimento da concha (90%);
Os caminhes foram escolhidos de acordo com a sua compatibilidade
com as escavadeiras e a quantidade foi determinada atravs de um baco especfico.
Caminho basculante 94t (rear dump): tempo de carga 176s, tempo
de subida cheio 514s, tempo basculamento 60s, tempo de volta 180s). O tempo total de
ciclo ser de 930s. Este tempo pode variar, dependendo da escavadeira utilizada para o
carregamento dos caminhes e das condies da pista.
Caminho basculante 45t (rear dump): tempo de carga 132s, tempo
de subida cheio 406s, tempo basculamento 60s, tempo de volta 202s). O tempo total de
35
ciclo ser de 800s. Este tempo pode variar, dependendo da escavadeira utilizada para o
carregamento dos caminhes e das condies da pista.
36
37
6.4 A Lavra
A regio avaliada do depsito de carvo de Moatize possui trs
camadas distintas de carvo com espessuras e caractersticas variada. Este depsito pode
ser dividido em trs regies distintas quanto ocorrncia das camadas de carvo.
Volume (m3)
Camada
Toneladas
Espessura
rea
Densidade
(m)
(m2)
superficial (t/m2)
Bananeiras
9.371.954
14.995.126
12
780.996
19,2
Chipanga
83.810.682
134.097.091
26,3
3.186.718
42,1
Souza Pinto
41.919.487
67.071.179
10,6
3.954.669
17,0
Total
135.102.123
216.163.397
78,2
Espessura de estril
Camada
Cobertura (m )
(m)
46.656.359
3,11
59,7
134.192.730
1,00
42,1
148.385.184
2,21
37,5
38
de carga para fragmentao do material estril, pois ele apresenta baixa resistncia
mecnica e no h necessidade de produzir material com granulometria fina, atribuindose a esta rocha fragmentada um empolamento de 30%. As escavadeiras sobre rodas e
escavadeiras hidrulicas faro o carregamento do estril nos caminhes basculantes, que
por sua vez faro o basculamento deste material nas tiras de onde o carvo j foi
removido.
A extrao de carvo tambm ser realizada utilizando escavadeiras
sobre rodas wheel loader, escavadeiras hidrulicas hydraulic excavator e
caminhes de basculantes do tipo rear dump com capacidade de carga de 45t. O
carvo ser fragmentado utilizando explosivos, do tipo ANFO, para obteno de
granulometrias compatveis com os equipamentos das etapas de britagem atribuindo-se
ao carvo um empolamento de 30%. Escavadeiras sobre rodas e escavadeiras
hidrulicas faro o carregamento dos caminhes basculantes que levaro o carvo at a
unidade de britagem ou para as pilhas de estoque.
0,2m3
Caminho
30t
39
efetuada uma descobertura diria de uma rea de 1.453m2. A produo diria de carvo
ser de aproximadamente 24.705 toneladas sendo que para isso necessria a remoo
de 54.495m3 de estril. Na remoo de material estril sero utilizadas cinco
escavadeiras sobre rodas com capacidade de 16,6m3 e dezenove caminhes de 94t para
o transporte de material estril. Outras duas escavadeiras sobre rodas, de 11,5m3 e nove
caminhes basculantes de 45t sero utilizados para o carregamento e transporte de
carvo.
Camada
Souza Pinto
rea
Densidade
Produo
Produo
Percentual
(m2/d)
superficial (t/m2)
diria (t/d)
anual (t/a)
(%)
1453
17
24704,4
8646536,0
100,00
Total
17
24704,4
8646536,0
100,00
Camada
Souza Pinto
rea
Altura da
Produo diria
Produo
Percentual
(m2/d)
cobertura (m)
(m3/d)
anual (m3/a)
(%)
1453
37,5
54495,0
19073241,2
100,00
Total
37,5
54495,0
19073241,2
100,00
ser efetuada uma descobertura diria de uma rea de 418m2. A produo diria de
carvo ser de aproximadamente 24.705 toneladas, com 17598,2 toneladas de carvo
extradas da camada Chipanga e 7.106,2 toneladas extradas da camada Souza Pinto.
Sero removidos 33.273,6m3 de estril por dia, com remoo de 17.598,2m3 da
cobertura da camada Chipanga e 15.675,4m3 da cobertura da camada Souza Pinto. Na
remoo de material estril sobre a camada Chipanga sero utilizadas duas escavadeiras
sobre rodas com capacidades de 16,6m3 e de 11,5 m3 respectivamente, e quatro
caminhes basculantes de 94t para o transporte de estril. Na remoo de material
estril sobre a camada Souza Pinto sero utilizadas duas escavadeiras sobre rodas com
40
rea
Densidade
Produo
Produo
Percentual
(m2/d)
superficial (t/m2)
diria (t/d)
anual (t/a)
(%)
Chipanga
418
42,1
17598,2
6159376,7
71,24
Souza Pinto
418
17
7106,2
2487159,3
28,76
Total
59,1
24704,4
8646536,0
100,00
Camada
Altura da
Produo diria
(m /d)
cobertura (m)
(m /d)
anual (m /a)
(%)
Chipanga
418
42,1
17598,2
6159376,7
52,89
Souza Pinto
418
37,5
15675,4
5486380,7
47,11
Total
79,6
33273,6
11645757,5
100,00
Camada
rea
Produo
3
Percentual
Regio com trs camadas: possui uma rea de 780.996m2 onde ser
efetuada uma descobertura diria de uma rea de 316m2. A produo diria de carvo
ser de aproximadamente 24.736 toneladas, com 6.065,5 toneladas de carvo extradas
da camada Bananeiras, 13.299,9 toneladas de carvo extradas da camada Chipanga e
5.370,5 toneladas de carvo extradas da camada Souza Pinto. Sero removidos
44.018,8m3 de estril por dia, com remoo de 18.865,2m3 da cobertura da camada
Bananeiras, 13.303,6m3 da cobertura da camada Chipanga e 11.850,0m3 da cobertura da
camada Souza Pinto. Na remoo de material estril sobre a camada Bananeiras sero
utilizadas duas escavadeiras sobre rodas com capacidade de concha de 16,6m3 e 11,5 m3
respectivamente e sete caminhes basculantes de 94t para o transporte de estril. Na
remoo de estril sobre a camada Chipanga ser utilizada uma escavadeira sobre rodas
com capacidade de 16,6m3 e cinco caminhes basculantes de 94t para o transporte de
estril. Na remoo de material estril sobre a camada Souza Pinto ser utilizada uma
41
Produo
Produo
Percentual
(t/m )
diria (t/d)
anual (t/a)
(%)
316
19,2
6065,5
2122934,7
24,52
Chipanga
316
42,1
13299,9
4654976,5
53,77
Souza Pinto
316
17
5370,5
1879681,7
21,71
Total
78,3
24736,0
8657593,0
100,00
Camada
rea
2
(m /d)
Bananeiras
Densidade superficial
2
Camada
rea
Altura da cobertura
Produo
3
Produo
3
Percentual
(m /d)
(m)
diria (m /d)
anual (m /a)
(%)
Bananeiras
316
59,7
18.865,2
6.602.820,0
42,86
Chipanga
316
42,1
13.303,6
4.656.260,0
30,22
Souza Pinto
316
37,5
11.850,0
4.147.500,0
26,92
Total
139,3
44.018,8
15.406.580,0
100,00
6.4.3 Estradas
longo. Esses dois tipos de estrada fazem com que tempo de ciclo dos caminhes fique
muito longo diminuindo a produtividade da frota. Segundo a literatura especializada
recomenda-se o uso de estradas no interior do corte com inclinao de
aproximadamente 10% ou seis graus e fora do corte a inclinao ser a menor possvel.
s condies da pista foi atribuda uma resistncia ao rolamento de 3%.
5,6m
=6
2,8m
43
5,6m
=4,5
2,8m
Figura 45 Croqui da malha de furao do minrio.
atravs de cordel detonante do tipo NP 05, com retardos entre linhas de furos de 25ms.
O cordel detonante por sua vez ser ligado a uma espoleta primer base de azida de
chumbo conectado um estopim a base de plvora que ser acionado por fogo. A razo
de carga ser de 357g de ANFO por tonelada de estril desmontado.
Desmonte do estril:
45
182,32
203.645
186.717
Qtde de explosivo
Qtde total de
Densidade da
Vol. Rocha
3
Densidade
kg/furo
explosivo kg
desmontado m
rocha t/m
de carga g/t
153,1
4.926
5.519,4
2,5
357,0
Desmonte do carvo:
46
102,56
114.550,39
107.408,69
Qtde de
Qtde total de
Vol. Rocha
explosivo kg/furo
explosivo kg
desmontado m
88,1
2.833,8
5.519,4
Densidade da
3
Densidade de
rocha t/m
carga g/t
1,6
320,9
Razo de
Produo
Produo horria
Quantidade de
C. ANFO
Custo
carga (kg/t)
horria (m /h)
(t/h)
ANFO/furo (kg)
($/t)
($/h)
Estril
0,357
1.929,6
4.823,9
153,1
0,39
671,63
Carvo
0,320
791,8
1.266,9
88,1
0,39
158,11
Total
829,74
Acessrios
para:
Tipo
Custo
($)
Quantidade
(un)
Total
($)
Qtde de
material
(t)
Custo
($/t)
Produo
(t/h)
Custo
($/h)
Estril
Booster
3,5
32
112
13.798,4
0,008
4.823,9
39,16
Carvo
Cartucho
32
32
8.831,0
0,004
1.266,9
4,59
Estril
Cordel
0,25
112
28
13.798,4
0,002
4.823,9
9,79
Carvo
Cordel
0,25
112
28
8.831,0
0,003
1.266,9
4,02
Total
0,017
Total
57,55
887,29
47
6.5.3 Geomecnica
48
Parmetro
Smbolo
Valor
ngulo de face gr
80,00
25,00
37,00
Coeso (kN/m2)
50,00
Fator de segurana
1,30
Valor grfico
c/(y.H.Tan)
0,06
Valor F
c/(y.H.F)
0,037
1,29
Tan/F
0,61
1,23
49
Figura 47 Procedimento clssico de desmonte para extrao de carvo no mtodo strip mining.
50
6.6.2 Stratablast
51
52
Figura 51 e 52 Na figura esquerda (51) foi utilizado o Multiple Stratablast, na da direta (52) o desmonte
convencional.
53
custo com a utilizao dos detonadores eletrnicos, porm existiro menores diluies
do minrio e menor tempo ser perdido com os ciclos das operaes de desmonte de
rocha e o produto desmontado que se manter estratificado facilitar, agilizar e
otimizar a operao de carregamento da lavra.
6.6.3 Experimentao
55
7 Polticas de trabalho
O empreendimento mineiro funcionar de acordo com os parmetros
de produo de Taylor que de terminaram uma vida til da mina de vinte e cinco anos.
A partir desta informao ser necessria uma produo anual de 8.646.536 toneladas
de carvo.
A mina ir operar em 3 turnos dirios de oito horas cada um, em um
total de 350 dias por ano correspondendo a um total de 6.825 horas efetivamente
trabalhadas neste perodo. Durante 15 dias distribudos durante todo o ano a mina ficar
parada para realizao de manuteno preventiva de equipamentos nestes dias os
funcionrios sero dispensados.
8h
1h
30 min
19,5 horas
56
8 Beneficiamento
8.1 Circuito de Cominuio
A frao maior que 3 3/4 (9,52 mm) seguir para dois britadores
primrios de mandbulas 2036 aonde o produto gerado ir para o britador de duplo rolo.
A frao entre 3 /4 e /2 (95,2 mm x 12,5 mm) ir se unir ao produto do britador
primrio de mandbulas 2036 e ambos alimentaro os trs britadores de duplo rolo
5430, com capacidade de 360 st/h e abertura de 1 (25,4 mm). Aps isso, haver uma
segunda fase de peneiramento aonde o material maior que /2 ser beneficiado para
carvo energtico e o material entre /2 e 16 malhas e menor que 16 malhas segue
junto com o mesmo processo da material do primeiro peneiramento. Sero duas
peneiras vibratrias inclinadas de 8 x 20 de comprimento.
57
58
59
61
Figura 59 Grfico de flotao em coluna de finos de carvo: comparao com clula convencional
Fig. 60 Espessadores
62
63
64
65
66
Uma polpa com 25% de slidos em peso ser descartada da usina a uma
vazo de 3000m/h. Este rejeito possui partculas de liga de ferro-silcio do classificador
por meio denso e reagentes utilizados na flotao, alm de metais solubilizados e grau de
acidez elevado devido a oxidao da pirita.
O clima da rea de estudo classificado como tropical, sendo
influenciado pela extremidade Sul do Sistema de Mones da frica Ocidental. A estao
chuvosa concentra 85-91% da precipitao anual e ocorre de Dezembro a Abril. A
precipitao anual mdia mais prxima da cidade de Tete de 644mm, enquanto que a
evapotranspirao de 1626mm.
A geologia do local formada pelo Gnaisso-Granitico do Moambique
belt e as jazidas de carvo fazem parte de uma extensa rea desde Chingodzi ao rio
Meconbedzi. Situado ao sul da regio montanhosa do distrito, as jazidas esto localizadas
na bacia carbonfera de Moatize-Minjova. A gua para o uso na planta ser retirada do rio
Meconbedzi.
67
8.5.4 Monitoramento
68
69
9 Economia
O valor de venda do carvo foi atribudo levando em conta a sua cotao
no mercado internacional. A base dos dados foi obtida na pgina oficial das estatsticas
energticas dos Estados Unidos (Energy information administration official energy
statistics from the U.S. Government). A base de preos avaliada foi do carvo americano
por possuir maior acessibilidade aos seus dados.
O valor estipulado para este projeto ser de US$ 100,00 por tonelada de
carvo grau metalrgico e US$ 30,00 por tonelada do carvo energtico. Sabe-se que estes
valores esto atualmente abaixo do preo de mercado e no est incluso neste valor, o custo
de seguro e transporte, que sero baseados em termos internacionais de comrcio em
contratos adicionais.
9.1.1 Siglas
Preo", pelo fato de cada termo determinar os elementos que compem o preo da
mercadoria, adicionais aos custos de produo.
71
72
73
74
Figura 63 ndice de Preos ao Consumidor (IPC). No original: Consumer Price Index for All Urban
Consumers (CPI-U): U.S. city average, not seasonally adjusted.
reajuste = (
207,95
1) x100 = 38,36%
150,30
75
9.4.1 Poupana
9.4.2 CDI
1/2/2005
1/2/2003
1/2/2001
1/2/1999
1/2/1997
1/2/1995
1/2/1993
1/2/1991
1/2/1989
1/2/1987
76
9.5.2 Payback
77
78
corrente do investimento para determinar o seu valor, ou seja, j est embutida a taxa de
juros apropriada. o valor presente dos fluxos de caixa produzidos pelo novo investimento.
79
Multiplicador
min
max
0.17
0.07
0.13
0.03
0.15
0.07
0.07
0.03
0.25
0.25
0.25
0.12
0.35
0.15
0.15
0.18
0.12
0.3
0.15
10,000,000.00
2,500,000.00
2,500,000.00
2,500,000.00
1,200,000.00
3,500,000.00
1,500,000.00
1,500,000.00
1,800,000.00
27,000,000.00
8,100,000.00
35,100,000.00
35,100,000.00
80
81
rentabilidade que se deixa de ganhar por no ter investido num outro projeto que possui a
mnima atratividade admitida.
Foram feitos estudos de estimativa dos custos em longo prazo, de modo
a verificar a viabilidade do projeto, respeitando a produo anual estipulada por Taylor.
As avaliaes forma feitas em 3 categorias:
82
custo lavra
custo benef
Custo
Operacional Investimento
(M$)
M$
0.00
65
0.00
65
191.37
0
232.34
0
177.80
0
162.83
0
174.72
0
174.72
0
174.72
0
Cash-Flow
-65.00
-65.00
154.29
100.90
142.11
143.23
145.20
145.20
145.20
Som. CashFlows
-65.00
-130.00
24.29
125.19
267.30
410.53
555.72
700.92
846.12
Cash-Flow
Atualizado
-65.00
-59.09
127.51
75.81
97.06
88.93
81.96
74.51
67.74
Som. CashFlow
Atualizados
-65.00
-124.09
3.42
79.23
176.29
265.22
347.18
421.69
489.43
32.3892
0
0
0
8.085
0
0
0
32.892
0
0
0
0
0
0
0
0
112.81
145.20
145.20
145.20
137.11
145.20
145.20
145.20
112.31
145.20
145.20
145.20
145.20
145.20
145.20
145.20
145.20
958.93
1104.13
1249.32
1394.52
1531.63
1676.83
1822.03
1967.23
2079.53
2224.73
2369.93
2515.13
2660.32
2805.52
2950.72
3095.92
3241.12
47.84
55.98
50.89
46.26
39.72
38.24
34.76
31.60
22.22
26.12
23.74
21.58
19.62
17.84
16.22
14.74
13.40
537.27
593.25
644.14
690.41
730.12
768.36
803.12
834.72
856.94
883.05
906.79
928.37
948.00
965.83
982.05
996.79
1010.19
145.20
3386.31
12.18
1022.37
100.00
30.00
90%
Ano
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Produo de Minrio
(Mt)
0.00
0.00
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
Reservas restantes
(Mt)
216.16
216.16
207.51
198.87
190.22
181.57
172.93
164.28
155.63
Receita M$
0.00
0.00
345.65
333.24
319.91
306.06
319.91
319.91
319.91
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
146.99
138.34
129.69
121.05
112.40
103.75
95.11
86.46
77.82
69.17
60.52
51.88
43.23
34.58
25.94
17.29
8.64
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
319.91
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
26
8.65
0.00
319.91
174.72
3.37
4.3
83
NPV
1200.00
NPV (M US$)
1000.00
800.00
600.00
400.00
200.00
0.00
-200.00
12
15
18
21
24
TEMPO (anos)
Figura 65 Grfico NPV x Tempo do fluxo de caixa sem emprstimo e sem imposto
84
custo lavra
custo benef
20%
Rec. Planta
90%
Ano
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
Produo de
Minrio (Mt)
0.00
0.00
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
Reservas
restantes (Mt)
216.16
216.16
207.52
198.87
190.22
181.58
172.93
164.28
155.64
146.99
138.34
129.70
121.05
112.40
103.76
95.11
86.47
77.82
69.17
60.53
51.88
43.23
34.59
25.94
17.29
8.65
Receita M$
0.000
0.000
345.655
333.237
319.913
306.058
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
319.913
26
8.65
0.00
319.913
Atualizao:
TIR
Custo
Operacional
(M$)
0.00
0.00
191.37
232.34
177.80
162.83
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
174.72
10.00%
66%
Investimento
M$
65
65
0
0
0
0
0
0
0
32.892
0
0
0
8.085
0
0
0
32.892
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Depreciao
0
2.5
2.5
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
8.28620833
Receita
Tributvel
0.000
0.000
151.788
92.613
133.825
123.057
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
136.912
Impostos
(30%)
0.00
0.00
0.00
45.54
27.78
40.15
36.92
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
41.07
8.28620833
311.627
41.07
100
30
Cash-Flow
-65.00
-65.00
154.29
55.36
114.33
103.08
108.28
104.12
104.12
71.23
104.12
104.12
104.12
96.04
104.12
104.12
104.12
71.23
104.12
104.12
104.12
104.12
104.12
104.12
104.12
104.12
Som. CashFlows
-65.00
-130.00
24.29
79.65
193.98
297.06
405.34
509.46
613.59
684.82
788.94
893.07
997.19
1093.23
1197.36
1301.48
1405.60
1476.84
1580.96
1685.09
1789.21
1893.33
1997.46
2101.58
2205.71
2309.83
Cash-Flow
Atualizado
-65.00
-59.09
127.51
41.59
78.09
64.00
61.12
53.43
48.57
30.21
40.14
36.49
33.18
27.82
27.42
24.93
22.66
14.09
18.73
17.03
15.48
14.07
12.79
11.63
10.57
9.61
104.12
2413.96
8.74
Som. CashFlow
Atualizados
-65.00
-124.09
3.42
45.01
123.10
187.11
248.23
301.66
350.23
380.44
420.59
457.08
490.26
518.08
545.50
570.43
593.09
607.18
625.91
642.93
658.41
672.48
685.27
696.90
707.47
717.08
725.82
85
NPV (M US$)
600.00
500.00
400.00
300.00
200.00
100.00
0.00
-100.00
12
15
18
21
24
-200.00
Tempo (anos)
86
Depreciao:
Atualizao:
Rec. Planta
Ano
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
Produo de
Minrio (Mt)
0.00
0.00
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
8.65
20%
10.00%
90%
Reservas
restantes
(Mt)
216.16
216.16
207.52
198.87
190.22
181.58
172.93
164.28
155.64
146.99
138.34
129.70
121.05
112.40
103.76
95.11
86.47
77.82
69.17
60.53
51.88
43.23
34.59
25.94
17.29
8.65
26
8.65
0.00
Juros
(M$)
0.00
19.50
19.50
19.50
14.63
9.75
4.88
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
0.00
319.913
0.00
174.72
8.286208333
0.00
0.00
3.37
4.3
met
energ
100
30
Som.
Receita Impostos
CashTributvel
(30%) Cash-Flow Flows
0.000
0.00
65.00
65.00
0.000
-6.60
-77.90
-12.90
132.288
39.69
95.10
82.20
73.113
21.93
26.97
109.17
119.200
35.76
59.23
168.39
125.190
37.56
63.42
231.81
132.037
39.61
68.21
300.02
136.912
41.07
104.12
404.15
136.912
41.07
104.12
508.27
136.912
41.07
104.12
612.40
136.912
41.07
71.23
683.63
136.912
41.07
104.12
787.75
136.912
41.07
104.12
891.88
136.912
41.07
104.12
996.00
136.912
41.07
96.04
1092.04
136.912
41.07
104.12
1196.17
136.912
41.07
104.12
1300.29
136.912
41.07
104.12
1404.42
136.912
41.07
71.23
1475.65
136.912
41.07
104.12
1579.77
136.912
41.07
104.12
1683.90
136.912
41.07
104.12
1788.02
136.912
41.07
104.12
1892.15
136.912
41.07
104.12
1996.27
136.912
41.07
104.12
2100.39
136.912
41.07
104.12
2204.52
136.912
41.07
104.12
2308.64
87
NPV (M US$)
600.00
500.00
400.00
300.00
200.00
100.00
0.00
-100.00
12
15
18
21
24
TEMPO (anos)
88
NPV
1200
1000
800
600
400
200
0
FC
FCI
FCIE
89
Recuperao da Planta;
Taxa de atualizao;
Custo de lavra;
Custo de Beneficiamento;
Investimento;
Os parmetros base do estudo de fluxo de caixa foram:
Recuperao da Planta = 90%
Taxa de Atualizao = 10%
Preo de venda do Carvo Metalrgico = US$ 100,00/t
Custo de Lavra = US$ 3,37/t
Custo de beneficiamento = US$ 4,30/t
Investimento = US$ 130 M
As variaes avaliadas ficaram entre 80% a 120% dos parmetros base
90
Anlise de Sensibilidade
120.00%
115.00%
NPV (%)
110.00%
Rec. Planta
105.00%
Tx Atualizao
Preo Venda
100.00%
Custo Lavra
95.00%
Custo Planta
Investimento
90.00%
85.00%
80.00%
80.00%
90.00%
100.00%
110.00%
120.00%
Variao
91
10 CONCLUSO DO ESTUDO
De acordo com os resultados do fluxo de caixa, o projeto mostra-se
vivel. Podemos considerar tambm que o resultado foi subestimado por terem sido
adotados impostos acima do que hoje podem ser atualmente negociados no pas
Moambique e tambm por ter sido subestimado o preo atual do carvo no mercado
internacional. A no extrapolao no modelamento do corpo mineral alm dos limites dos
furos de sondagem das extremidades da malha tambm conta como um fator que pode ter
subestimado o potencial do empreendimento, j que sabido que depsitos de carvo no
apresentam o fim brusco de suas camadas como foi modelado no software, gerando assim
menores volumes do que se poderiam obter caso fossem feitas extrapolaes.
Comparando com investimentos tradicionais (e conservadores), o
empreendimento possui um alto valor de retorno, muito superior a qualquer outro
investimento (excluindo comparao com qualquer outro projeto de minerao). O risco
envolvido a possvel instabilidade do pas, mas apresentando uma taxa de inflao de
1,22% em abril de 2007 e tendo contratos internacionais assinados, forte crescimento do
PIB e potencial turstico em alta, a concluso do estudo de pr-viabilidade da certeza de
um timo empreendimento para um grande grupo com capital suficiente para o
investimento, e de disponibilidade de profissionais qualificados. J comparando com
investimentos de alto risco, um ndice da BOVESPA, o S&P500, um ndice da variao
das 500 maiores, o retorno mdio dos ltimos 10 anos foi de 8,5% ao ano. Outro
investimento de alto risco, o IBOV, o retorno mdio dos ltimos 10 anos foi de 23,82%.
Foi aprovado recentemente pelo governo de Moambique contrato
para a explorao do projeto de carvo de Moatize, pela Companhia Vale do Rio Doce,
localizado na provncia de Tete, Noroeste do pas. O contrato tem durao prevista de 25
anos com perodos de prorrogao e estar submetido aos regimes, fiscal, aduaneiro e
cambial do pas.
92
11 Bibliografia
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