Gestão Ambiental - Modulo 2
Gestão Ambiental - Modulo 2
Gestão Ambiental - Modulo 2
No mesmo ano da publicao, 1972, e como sua conseqncia direta, aconteceu a Conferncia das Naes
Unidas, em Estocolmo, debatendo o tema Crescimento Econmico e Meio Ambiente, com a presena de
113 pases.
Esta Conferncia considerada um marco poltico internacional para o surgimento de polticas de
gerenciamento ambiental. Ali foram propostos novos conceitos como o do Ecodesenvolvimento, uma nova
viso das relaes entre o meio ambiente e o desenvolvimento; gerados e criados novos importantes
programas como o das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); gerados documentos da relevncia
da Declarao sobre o Ambiente Humano, uma afirmao de princpios de comportamento e
responsabilidade que deveriam governar as decises relativas rea ambiental e o Plano de Ao Mundial,
uma convocao cooperao internacional para a busca de solues para os problemas ambientais.
A Conferncia tambm constituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no dia 05 de junho
de cada ano. A partir dela, a ateno mundial foi direcionada para as questes ambientais, especialmente
para a degradao ambiental e a poluio interfronteiras, popularizando o conceito da disperso, de
grande importncia para evidenciar o fato de que a poluio no reconhece limites polticos ou geogrficos
e afeta pases, regies e pessoas para muito alm do ponto em que foi gerada.
A posio brasileira
O Brasil, a esta poca em plena vigncia do regime militar, havia adotado o chamado modelo econmico
nacional-desenvolvimentista, onde o crescimento a qualquer custo era visto como ferramenta fundante
para o progresso e para a melhoria da qualidade de vida da populao e vinha acumulando sucessivos
ndices positivos de crescimento do Produto Interno Bruto.
Era a dcada do milagre brasileiro e os investimentos governamentais em grandes obras eram
consideradas prioritrios, a rodovia Transamaznica, a Ponte Rio - Niteri, a Usina de Energia Nuclear de
Angra, entre outros, ampliavam a infra-estrutura que, por sua vez, possibilitava o crescimento desenfreado
que exigia ainda mais infra-estruturas de base. Novas estradas, novos portos, novas fronteiras agrcolas,
imensos conjuntos habitacionais e assim consecutivamente. No era de se estranhar, portanto que, diante
das discusses em Estocolmo, os representantes brasileiros no tenham reconhecido a gravidade dos
problemas ambientais.
Mesmo enfrentando discordncias, a Conferncia de Estocolmo representou um avano nas negociaes
mundiais e tornou-se o marco para o entendimento dos problemas planetrios e para a emergncia de
polticas ambientais em muitos pases, adotando o slogan Uma nica Terra e propondo a busca de uma
nova forma de desenvolvimento para o mundo. No mesmo Plano de Ao, foi recomendado o
desenvolvimento de novos mtodos e recursos instrucionais para a Educao Ambiental e a capacitao de
professores.
Congresso de Belgrado
Trs anos mais tarde, o Congresso de Belgrado prope a discusso de nova tica planetria para promover
a erradicao da pobreza, analfabetismo, fome, poluio, explorao e dominao humanas. Censurava o
desenvolvimento de uma nao custa de outra e prope a busca de um consenso internacional. Sugeriu
tambm a criao de um Programa Mundial em Educao Ambiental. Como resultado, a UNESCO cria,
ento, o Programa Internacional de Educao Ambiental (PIEA), que at os dias de hoje tem
continuamente atuado na EA internacional e regionalmente. O PIEA mantm uma base de dados com
informaes sobre instituies de EA em todo o mundo, alm de projetos e eventos que envolvem
estudantes, professores e administradores.
A Conferncia de Tbilisi
sociedade civil cuja ao teve relevante impacto ao demonstrar claramente os limites da explorao dos
recursos naturais. A Conferncia aprovou cinco acordos oficiais internacionais: a Declarao do Rio sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Declarao de Florestas; a Conveno-Quadro sobre Mudanas
Climticas; a Conveno sobre Diversidade Biolgica e a Agenda 21, um documento que prope novos
modelos polticos para o mundo em busca do desenvolvimento sustentvel. Paralelamente, as
organizaes no governamentais reunidas no Frum Internacional das ONGS e
dos Movimentos Sociais, finalizaram e aprovaram o Tratado de Educao Ambiental para Sociedades
Sustentveis e Responsabilidade Global.
Assim, no mbito governamental e no da sociedade civil, o conceito de sustentabilidade ganha fora e esta
nova viso implica na implantao de um modelo de desenvolvimento que garanta a manuteno da Vida
no Planeta sob todos os aspectos.
Carta Brasileira para a Educao Ambiental
Paralelamente Rio-92, o governo brasileiro, atravs do Ministrio da Educao e Desporto MEC
organizou um workshop, no qual foi aprovado um documento denominado Carta Brasileira para a
Educao Ambiental, enfocando o papel do estado, estimulando, em particular, a instncia educacional
como as unidades do MEC e o Conselho de Reitores
Quadro-sntese do histrico da Educao Ambiental no mundo
ANO / ACONTECIMENTOS
SCULO XIX
1869 Ernst Haeckel prope o vocbulo ecologia para os estudos das relaes entre as espcies e seu
ambiente.
1872 Criao do primeiro parque nacional do mundo Yellowstone, USA.
SCULO XX
1947 Funda-se na Sua a UICN- Unio Internacional para a Conservao da Natureza
1952 Acidente de poluio do ar em Londres provoca a morte de 1600 pessoas
1962 Publicao da Primavera Silenciosa por Rachel Carlson
1965 Utilizao da expresso Educao Ambiental (Enviromental Education) na Conferncia de
Educao da Universidade de Keele, Gr-Bretanha.
1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos - Assemblia Geral da ONU
1968 Fundao do Clube de Roma
1972 Publicao do Relatrio Os Limites do Crescimento - Clube de Roma
1972 Conferncia de Estocolmo - Discusso do Desenvolvimento e Ambiente, Conceito de
Ecodesenvolvimento. Recomendao 96 Educao e Meio Ambiente
1992 FORUM das ONGs - compromissos da sociedade civil com a Educao Ambiental e o Meio Ambiente.
1992 Carta Brasileira de Educao Ambiental. Aponta as necessidades de capacitao na rea. MEC.
1993 Congresso Sul-Americano - continuidade Eco/92 - Argentina
1993 Conferncia dos Direitos Humanos. Viena.
1994 Conferncia Mundial da Populao. Cairo
1994 I Congresso Ibero Americano de Educao Ambiental. Guadalajara, Mxico.
1995 Conferncia para o Desenvolvimento Social. Copenhague. Criao de um ambiente econmicopoltico-social-cultural e jurdico que permita o desenvolvimento social.
1995 Conferncia Mundial da Mulher (Pequim, China)
1995 I Conferncia Mundial do Clima (Berlim, Alemanha)
1996 Conferncia Habitat II (Istambul, Turquia)
1996 II Conferncia Mundial do Clima (Genebra, Sua)
1997 II Congresso Ibero-americano de EA . Junho (Guadalajara, Mxico)
1997 Conferncia sobre Educao Ambiental (Nova Delhi, ndia)
1997 Conferncia Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educao e Conscientizao Pblica
para a Sustentabilidade, Thessaloniki, Grcia. Rio + 5 Sesso especial da Assemblia Geral da ONU realizada
en Nova York.
1997 III Conferencia das Partes (Quioto, Japo) onde foi proposto. O PROTOCOLO DE QUIOTO, acordo para
diminuio dos gases efeito estufa.
1999 Conferncia Mundial do Clima (Bonn, Alemanha)
2000 Conferncia Mundial do Clima (Haia, Holanda)
2001 I FRUM SOCIAL MUNDIAL (Porto Alegre, Brasil)
2002 Rio + 10 (Joanesburgo, frica)
2002 II Frum Social Mundial ( Porto Alegre, Brasil)
2002 VIII Conferncia Mundial do Clima, adoo da Declarao de Dli sobre Mudanas Climticas e
Desenvolvimento Sustentvel ( Nova Dli, ndia)
2003 III Frum Social Mundial (Porto Alegre, Brasil) I Conferencia Brasileira de Meio Ambiente
2004 IV Frum Social Mundial (ndia)
2004 V Frum de Educao Ambiental ( Goinia, Brasil)
BRASIL/IBAMA Como o Ibama exerce a educao ambiental. Coordenao Geral de Educao Ambiental
Braslia: Edies IBAMA, 2002.
BRASIL/IBAMA Diretrizes para Operacionalizao do Programa Nacional de Educao Ambiental. Braslia:
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, 1996.
BRASIL/IBAMA Pensando e praticando a educao ambiental na gesto do meio ambiente. Braslia:
Edies IBAMA, 2000.
BRASIL/MINISTRIO DA EDUCAO Educao ambiental legal. Secretaria de Educao Fundamental,
Coordenao Geral de Educao Ambiental, Braslia: MEC, 2002.
BRASIL/MINISTRIO DA EDUCAO Parmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental temas transversais. Secretaria de Educao Fundamental. Braslia: MEC/SEF,
1998.
BRASIL/MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE/MINISTRIO DA EDUCAO E CULTURA I Conferncia Nacional
de Educao Ambiental. Braslia: Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal
MMA e Ministrio da Educao e do Desporto MEC, 1997.
DUAILIBI, Miriam; ARAUJO Luciano. Oficina de Educao Ambiental para Gesto. Secretaria do Meio
Ambiente de So Paulo, 1995.
A Educao Ambiental o processo em que se busca despertar a
preocupao individual e coletiva para a questo ambiental, procura trabalhar a
mudana cultural, a transformao social, a crise ambiental como uma questo
tica e poltica. (Patrcia Mousinho, 2003)
A velocidade dos acontecimentos aumenta dia-a-dia. Nesta nebulosa
ps-modernidade, a educao tenta reagir e mudar antigos
paradigmas. Essas mudanas, porm, dependem de uma reforma do
pensamento e esta deve comear pela reformulao do pensamento
didtico-pedaggico do professor.
A funo do professor ser um agente facilitador desse processo e os
currculos escolares devem ser elaborados de tal maneira que haja a articulao
das disciplinas para alcanar uma viso do todo. Contedos isolados devem ser
substitudos por planos de ao integrados com a realidade e o todo.
A palavra interdisciplinaridade est ligada a palavra disciplina, ou seja,
um complexo que rene de maneira global todas as disciplinas valorizando esta
de maneira uniforme, separando a importncia de cada uma, onde o contedo e
as informaes so analisadas e aproveitadas em outras reas.
O sufixo inter, tem como papel unir as disciplinas, fornecendo aos
educadores condies de trabalhar de forma ampla e organizada, despertando
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nesses a parceria, valorizando o trabalho em conjunto, dando respaldo para os
discentes sanarem suas dvidas com o educador que estiver em sala, sem estar
ministrando a matria correspondente ao determinado assunto.
A ao interdisciplinar aliada s prticas pedaggicas, sendo a
reconstruo dos contedos disciplinares a relao do ser-no-outro, valorizando
assim a descoberta das diferenas e a riqueza da diversidade. Os fundamentos
bsicos para que a interdisciplinaridade acontea so os seguintes:
Movimento Dialtico: Exerccio de dialogar com nossas prprias
produes, com o propsito de extrair desse dilogo novos
indicadores, novos pressupostos.
temas transversais
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A proposta dos PCNs, com o tema Meio Ambiente, ajudaria os alunos a
construrem uma conscincia global e local das questes relacionadas com o
meio, para que possam assumir posies de melhoria da proteo e conservao,
assim aprenderiam a desenvolver senso de responsabilidade e de solidariedade,
de modo a respeitar o ambiente e as pessoas.
Para planejar, elaborar e colocar em prtica um Projeto Participativo de
Educao Ambiental necessrio seguir alguns passos bsicos.
Escolha do coordenador e comisso: importante que seja um
educador dinamizador que apresenta as esferas cognitivas, afetivas que tenha
domnio tcnico, porm de qualquer rea, nem sempre de cincias ou de
biologia, pois tratando de Meio Ambiente todos ns somos responsveis.
Reunio para a escolha do tema: Participao de todos os
representantes da comunidade escolar, principalmente para levantamento dos
problemas. O registro da reunio deve ser registrado em ata e assinada por todos
pois um documento democrtico.
Identificao: Dados sobre a Unidade Escola (endereo, cidade, fonte)
Unidade Central que pertence e do projeto(coordenador, carga horria, nome do
projeto e pessoas envolvidas no projeto).
Caracterizao do problema/introduo: Coloca-se um histrico do
problema, suas implicaes e outras informaes que permitam o diagnstico de
forma mais fiel possvel. Pode elaborar um questionrio, antes da introduo.
Justificativa: Aps caracterizar o problema, explica-se o porqu do
projeto, colocando evidncias de que a proposta vivel.
Objetivos: So os resultados que querem alcanar (Para que o
projeto?)
Metodologia: Resultados parciais, concretos e diretos, elementos
quantitativos e qualitativos (como fazer?)
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Cronograma: Um projeto tem incio, meio e fim, visualizao grfica
das atividades a serem realizadas. Tempo gasto para cada atividade (Quando?)
Recursos materiais e /ou financeiros: Discrio dos materiais
necessrios para a realizao das atividades, bem como o valor financeiro.
Avaliao: Como ser avaliado? A avaliao dever ser contnua e
reflexiva, durante todas as etapas do projeto.
Bibliografia: Mostrar o material terico utilizado como base para a
elaborao do projeto. (Luisa Helena Silva.)
Na elaborao de um Projeto de Educao Ambiental necessrio a
participao de toda a comunidade, pois Tudo o que acontece no mundo, seja
no meu pas, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Ento, eu
preciso participar das decises que interferem na minha vida (Herbert de
Souza, o Betinho).