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Introducao `a
Algebra
Manuel Ricou
Departamento de Matematica
Instituto Superior Tecnico
19 de Janeiro de 2008
Conte udo
1 Enunciados de Testes 3
1.1 1
o
Teste: 12/4/2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 2
o
Teste: 18/5/2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 3
o
Teste: 15/6/2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.4 1
o
Teste: 5/4/2001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.5 2
o
Teste: 10/5/2001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.6 3
o
Teste: 12/6/2001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.7 1
o
Teste: 10/4/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.8 2
o
Teste: 15/5/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.9 3
o
Teste: 7/6/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.10 1
o
Teste: 18/3/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.11 2
o
Teste: 29/4/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.12 3
o
Teste: 27/5/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.13 1
o
Teste: 30/3/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.14 2
o
Teste: 27/4/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.15 3
o
Teste: 25/5/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.16 1
o
Teste: 31/3/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.17 2
o
Teste: 28/4/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.18 3
o
Teste: 25/5/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.19 1
o
Teste: 27/3/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.20 2
o
Teste: 8/5/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.21 3
o
Teste: 5/6/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2 Enunciados de Exames 17
2.1 1
o
Exame: 1/7/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2 2
o
Exame: 24/7/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3 1
o
Exame: 4/7/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.4 2
o
Exame: 21/7/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.5 1
o
Exame: 9/7/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.6 2
o
Exame: 24/7/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.7 1
o
Exame: 1/7/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.8 2
o
Exame: 18/7/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.9 1
o
Exame: 7/7/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
i
ii CONTE
UDO
2.10 2
o
Exame: 21/7/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3 Testes Resolvidos 29
3.1 1
o
Teste: 10/4/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2 2
o
Teste: 15/5/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.3 3
o
Teste: 7/6/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.4 1
o
Teste: 18/3/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
3.5 2
o
Teste: 29/4/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.6 3
o
Teste: 27/5/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.7 1
o
Teste: 30/3/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.8 2
o
Teste: 27/4/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.9 3
o
Teste: 25/5/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.10 1
o
Teste: 31/3/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.11 2
o
Teste: 28/4/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3.12 3
o
Teste: 25/5/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.13 1
o
Teste: 27/3/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.14 2
o
Teste: 8/5/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
3.15 3
o
Teste: 5/6/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
4 Exames Resolvidos 77
4.1 1
o
Exame: 1/7/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
4.2 2
o
Exame: 24/7/2002 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.3 1
o
Exame: 4/7/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.4 2
o
Exame: 21/7/2003 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.5 1
o
Exame: 9/7/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
4.6 2
o
Exame: 24/7/2004 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
4.7 1
o
Exame: 1/7/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
4.8 2
o
Exame: 18/7/2005 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
4.9 1
o
Exame: 7/7/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
4.10 2
o
Exame: 21/7/2006 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
Captulo 1
Enunciados de Testes
1.1 1
o
Teste: 12/4/2000
1. Considere a permutacao
_
1 2 3 4 5 6 7 8
3 1 5 6 7 8 2 4
_
em S
8
. Quais
sao as suas orbitas? Qual e a sua paridade?
2. Sejam G e H grupos. Demonstre as seguintes armacoes:
a) Se f : G H e um homomorsmo de grupos, e I e a identidade
de G, entao f(I) e a identidade de H.
b) Se A e B sao subgrupos do grupo G, A B e tambem subgrupo
de G.
3. Seja A um anel com identidade I. Diga se as seguintes armacoes sao
verdadeiras ou falsas, justicando as suas respostas com uma demon-
stracao ou um exemplo.
a) Se B e subanel de A entao B tem identidade I.
b) A equacao x
2
= I tem no maximo as solucoes x = I e x = I.
4. Sendo G = 1, i, 1, i o grupo formado pelas razes quartas da
unidade, quais sao os homomorsmos f : G G? Quais sao os
automorsmos f : G G? Sugestao: Determine f(i).
1.2 2
o
Teste: 18/5/2000
1. Seja d o maximo divisor comum de 663 e 969.
a) Determine uma solucao da equacao 969x + 663y = d.
b) Determine todas as solucoes da equacao 969x + 663y = 0. (Ex-
prima a solucao na forma (x, y) = k(a, b), k Z.)
3
4 CAP
k=1
k
3
=
n
2
(n + 1)
2
4
.
5. Sejam n, m N, D = mdc(n, m) e M = mmc(n, m). Prove que
nm = DM.
Sugestao: Supondo que n = aD e m = bD, mostre que qualquer
m ultiplo comum de n e m e m ultiplo de abD.
1.9 3
o
Teste: 7/6/2002
1. Considere p(x) = x
4
+ 2x
3
+ 2x + 2 e q(x) = x
4
+ 1 em Z
3
[x].
a) Determine o maximo divisor comum de p(x) e q(x).
b) Qual e menor m ultiplo comum de p(x) e q(x)?
2. Mostre que (
n=0
x
n
)
2
= (1 + 2x)
n=0
x
3n
em Z
3
[[x]].
8 CAP
2 +
3
4
= a +b
3
2 +c
3
4.
1.10 1
o
Teste: 18/3/2003
1. Seja S
1
= z C : [z[ = 1.
a) Mostre que S
1
com o produto usual de complexos e um grupo.
b) Sendo n N e R
n
= z C : z
n
= 1, mostre que R
n
e um
subgrupo de S
1
.
c) Seja R =
n=1
R
n
. R e igualmente um subgrupo de S
1
?
2. Determine todos os homomorsmos de grupo f : S
3
Z
2
. (S
3
e o
grupo das permutacoes em 1, 2, 3, e Z
2
o grupo aditivo com dois
elementos).
3. Sejam A e B aneis, e f : A B um homomorsmo de aneis.
a) Prove que f(O) = O
, onde O e O
n=0
a
n
x
n
, com a
0
,= 0.
b) A e um d.i.p. e/ou um d.f.u.?
1.16 1
o
Teste: 31/3/2005
1. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando
a sua resposta com uma demonstracao, ou um contra-exemplo. Nesta
questao, (G, ) e um grupo, e (A, +, ) e um anel unitario.
a) Qualquer subgrupo de G contem a identidade de G.
b) Qualquer subanel unitario de A contem a identidade de A.
c) Se x G e x
2
= e, onde e e a identidade de G, entao x = e.
d) Se x A e x
2
= 0 entao x = 0.
2. O grupo GL(2, R) e formado pelas matrizes 2 2, invertveis, com
entradas em R, com o produto usual de matrizes. Para cada um dos
seguintes exemplos, diga se H e um subgrupo de GL(2, R), e, caso
armativo, se H e um subgrupo normal de GL(2, R).
a) H =
_
a 0
0 b
_
, ab ,= 0.
b) H = M GL(2, R) : det(M) = 1.
3. Nesta questao, G = 1, i, 1, i e o grupo multiplicativo das razes
quartas da unidade, e Z
2
= 0, 1 e o usual grupo aditivo com dois
elementos.
a) Determine todos os homomorsmos de grupo f : Z
2
G.
b) Suponha que H e um grupo, e g : G H e um homomorsmo
sobrejectivo. Classique o grupo H.
1.17 2
o
Teste: 28/4/2005
1. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando
a sua resposta com uma demonstracao, ou um contra-exemplo.
a) Todos os grupos nao abelianos com 8 elementos sao isomorfos
entre si.
b) No grupo diedral D
n
(grupo de simetria do polgono regular de
n lados), as rotacoes formam um subgrupo normal de D
n
.
c) Se n, m N, mdc(n, m) = 1 e n[mk entao n[k.
1.18. 3
o
TESTE: 25/5/2005 13
2. Neste grupo, x, y e z
0
sao n umeros inteiros.
a) Qual e o menor natural z
0
para o qual a equacao 2279x+731y =
z
0
tem solucoes?
b) Sendo z
0
o natural determinado na alnea anterior, qual e o
menor natural x que e solucao da equacao 2279x + 731y = z
0
?
3. Suponha que n ,= 4 e um natural, e mostre que n[(n 1)! se e so se n
nao e primo. sugest ao: Considere sucessivamente os casos
(1) n e primo,
(2) Existem 1 < k < m < n tais que n = mk, e
(3) n = m
2
.
1.18 3
o
Teste: 25/5/2005
1. Esta questao refere-se ao anel Z
808
.
a) Quantos subaneis existem em Z
808
? Quantos elementos de Z
808
sao invertveis? Quantos elementos de Z
808
sao divisores de zero?
b) Quantos elementos tem o subanel < 303 >? Quais sao os seus
geradores? Qual e a sua identidade?
2. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando
a sua resposta com uma demonstracao, ou um contra-exemplo.
a) O polinomio x
3
+x
2
+x + 2 e irredutvel em Z
3
[x].
b) A equacao 1 = p(x)(x
3
+x
2
+x+2)+q(x)(x
2
+2x+2) tem solucoes
p(x), q(x) Z
3
[x], mas nao tem solucoes p(x), q(x) Z
5
[x].
c) Exactamente um dos subaneis de Z
808
e um corpo.
3. Recorde que, se p N e primo, entao todos os elementos a Z
p
satisfazem a
p1
= 1. Recorde igualmente o Teorema do Resto.
a) Quais sao os factores irredutveis do polinomio x
p1
1 em Z
p
[x]?
b) Use a factorizacao acima para concluir que (p1)! 1 mod p.
1.19 1
o
Teste: 27/3/2006
1. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando
a sua resposta com uma demonstracao, ou um contra-exemplo. Nesta
questao, (G, ) e um grupo, e (A, +, ) e um anel unitario.
a) A equacao x
2
= x tem uma unica solucao em G, que e a identi-
dade de G.
14 CAP
dado por
f(x) = x
3
. Qual e o n ucleo de f e a imagem f(R
12
)? Quais sao
as solucoes da equacao f(x) = 1?
1.20 2
o
Teste: 8/5/2006
1. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando
a sua resposta convenientemente.
a) A equacao 2491x + 829y = 11 tem solucoes x, y Z.
b) A soma dos divisores de 100.000 e superior a 250.000.
c) Qualquer anel ordenado A ,= 0 e innito.
d) O natural 2
1995
1 nao e primo.
2. Considere nesta questao o anel A = Z
75
, e seja B o subanel de A com
15 elementos.
a) Quais sao os ideais de A? Quantos elementos tem cada um desses
ideais?
b) Quantos divisores de zero existem em A? Quantos elementos tem A
?
c) O anel B e isomorfo ao anel Z
15
? Quais sao os geradores de B, i.e.,
quais sao os elementos x B tais que B =< x >?
d) Determine todas as solucoes da equacao x
2
= 1 em A.
1.21. 3
o
TESTE: 5/6/2006 15
3. Numa aplicacao do algoritmo de criptograa RSA, sabe-se que a chave
p ublica e r = 49, e o modulo e N = 10.403. Observando que 10.403 e
o produto dos primos 101 103, qual e o valor da chave privada?
1.21 3
o
Teste: 5/6/2006
1. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando
a sua resposta com uma demonstracao, ou um contra-exemplo.
a) Existem polinomios p(x) Z[x] que sao irredutveis em Q[x] e re-
dutveis em Z[x].
b) Se D e um domnio integral, entao qualquer elemento x D que seja
primo e irredutvel.
c) Os aneis Q[
3
2] e Q[x]/ < x
3
2 > sao corpos, e sao isomorfos.
d) Se K e um corpo, e m(x) K[x] e um polinomio irredutvel com grau
2, existe um corpo L que e uma extensao de K onde m(x) tem pelo
menos uma raz.
2. Observe que 845 = 5 13
2
.
a) Quantos divisores tem 845 no anel dos inteiros de Gauss?
b) Quais sao os naturais n, m tais que 845 = n
2
+m
2
?
3. Suponha que G e um grupo com 14 elementos, e recorde que G tem
pelo menos um elemento de ordem 2.
a) Mostre que G tem subgrupos H e K com [H[ = 2 e [K[ = 7.
b) Mostre que G = HK. Teremos sempre G H K? sugest ao:
Observe que H K e comutativo.
16 CAP
e x ,= 1.
c) Os elementos de G sao da forma x =
n
m
, com 0 n < 2, e 0
m < p. Qual e a ordem de cada um destes elementos? sugest ao:
a resposta depende de G ser abeliano ou nao, portanto os dois casos
devem ser analisados separadamente.
d) Suponha que G nao e abeliano e : G N e um homomorsmo so-
brejectivo. Classique o grupo N. sugest ao: quais sao os subgrupos
normais de G?
2.10 2
o
Exame: 21/7/2006
1. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando a
sua resposta com uma demonstracao, ou um contra-exemplo. Nesta questao,
(G, ) e um grupo, com identidade 1, e H e K sao subgrupos de G.
a) Se x, y G entao (xy)
1
= y
1
x
1
.
b) H K e um subgrupo de G.
c) Se [G[ = 100, a equacao x
7
= 1 so tem uma solucao x G.
d) Se [G[ = 15 e G e abeliano entao G Z
15
.
28 CAP
L b b
L entao b = x + y e b
= x
+ y
,
onde x, x
J e y, y
K. Temos b b
= (x + y) (x
+ y
) =
(xx
) +(y y
J e y y
K, i.e., b b
L. Temos
ab = a(x + y) = ax + ay, e ba = (x + y)a = xa + ya. Como J e K
sao ideais, sao fechados em relacao ao produto por elementos de A, e
ax, xa J, e ay, ya K. Segue-se que ab, ba L.
4. Suponha que x e y pertencem a um anel A.
a) Mostre que x
2
y
2
= (x y)(x +y) para quaisquer x, y A se e
so se A e um anel abeliano.
resoluc ao: (xy)(x+y) = (xy)x+(xy)y = x
2
yx+xyy
2
.
k=1
k
3
=
n
2
(n + 1)
2
4
.
resoluc ao: Demonstramos por inducao a armacao
P(n) =
n
k=1
k
3
=
n
2
(n + 1)
2
4
.
A armacao P(1) e verdadeira, porque
1
k=1
k
3
= 1, e
1
2
(1 + 1)
2
4
= 1.
Supondo P(n) verdadeira, temos
n+1
k=1
k
3
=
n
k=1
k
3
+ (n + 1)
3
=
n
2
(n + 1)
2
4
+ (n + 1)
3
=
=
_
n
2
(n + 1)
2
+ 4(n + 1)
3
_
4
=
(n + 1)
2
(n
2
+ 4(n + 1))
4
=
=
(n + 1)
2
(n
2
+ 4n + 4)
4
=
(n + 1)
2
(n + 2)
2
4
.
A igualdade
n+1
k=1
k
3
=
(n+1)
2
(n+2)
2
4
e P(n + 1).
34 CAP
n=0
x
n
)
2
= (1 + 2x)
n=0
x
3n
em Z
3
[[x]].
resoluc ao: Sabemos que
n=0
c
n
x
n
=
_
n=0
a
n
x
n
__
n=0
b
n
x
n
_
c
n
=
n
k=0
a
k
b
nk
.
3.3. 3
o
TESTE: 7/6/2002 35
No caso presente, temos
n=0
c
n
x
n
=
_
n=0
x
n
_
2
, i.e., a
n
= b
n
= 1, e c
n
=
n
k=0
1 = n + 1.
Como c
n
Z
3
, temos:
n 0 (mod 3) n + 1 1 (mod 3) c
n
= 1.
n 1 (mod 3) n + 1 2 (mod 3) c
n
= 2.
n 2 (mod 3) n + 1 0 (mod 3) c
n
= 0.
Portanto, c
3n
= 1, c
3n+1
= 2, e c
3n+2
= 0. Conclumos que
_
n=0
x
n
_
2
=
n=0
c
n
x
n
=
n=0
c
3n
x
3n
+
n=0
c
3n+1
x
3n+1
=
=
n=0
x
3n
+
n=0
2x
3n+1
=
n=0
x
3n
+ 2x
n=0
x
3n
=
=(1 + 2x)
n=0
x
3n
.
3. Considere o anel quociente A/I, onde A = Z
2
[x], e I =< x
2
+ 1 >.
a) Quantos elementos tem o anel A/I?
resoluc ao: Dado p(x) Z
2
[x], temos p(x) = q(x)(x
2
+1)+r(x),
onde r(x) = a + bx, e portanto p(x) = a +bx. Como a, b Z
2
,
existem 2 2 = 4 elementos em A/I.
b) Determine a tabuada da multiplicacao em A/I.
resoluc ao: Os seguintes calculos sao imediatos:
x
2
+ 1 = 0, donde x
2
= 1 = 1.
(x + 1)
2
= x
2
+ 2x + 1 = x
2
+ 1 = 0.
x (x + 1) = x
2
+x = 1 +x = x + 1.
A tabuada da multiplicacao e assim:
0 1 x x + 1
0 0 0 0 0
1 0 1 x x + 1
x 0 x 1 x + 1
x + 1 0 x + 1 x + 1 0
4. Seja R um n umero irracional algebrico sobre Q. Seja ainda J o
conjunto dos polinomios p(x) Q[x] tais que p() = 0.
36 CAP
2 +
3
4
= a +b
3
2 +c
3
4.
resoluc ao: Sendo J o conjunto dos polinomios p(x) Q[x] tais
que p(a) = 0, temos como vimos que J =< m(x) >, e e evidente
que x
3
2 J, donde m(x) e factor de x
3
2. O polinomio
x
3
2 e irredutvel, pelo criterio de Eisenstein (com p = 2), e por
isso m(x) = 1 ou x
3
2. So podemos ter m(x) = x
3
2, porque
J ,= Q[x].
1 +
3
2 +
3
2 +
3
4
= s(
3
2) =
3
2 1, i.e., a = 1, b = 1, c = 0.
3.4 1
o
Teste: 18/3/2003
1. Seja S
1
= z C : [z[ = 1.
a) Mostre que S
1
com o produto usual de complexos e um grupo.
resoluc ao: Temos a mostrar que:
S
1
e nao-vazio:
E evidente que 1 S
1
.
S
1
e fechado em relacao ao produto usual de complexos:
z, w S
1
[z[ = [w[ = 1 [zw[ = [z[[w[ = 1, i.e., zw S
1
.
O produto de complexos e associativo, como sabemos.
Existe identidade para o produto em S
1
: Porque 1 S
1
.
Todos os elementos de S
1
tem inverso em S
1
: Se z S
1
temos [z[ = 1, portanto z ,= 0, e z e invertvel nos complexos.
Por outro lado, temos novamente [zz
1
[ = [z[[z
1
[ = 1, e
como [z[ = 1, temos [z
1
[ = 1, ou seja, z
1
S
1
.
Conclumos assim que S
1
e um grupo.
b) Sendo n N e R
n
= z C : z
n
= 1, mostre que R
n
e um
subgrupo de S
1
.
resoluc ao:
E evidente que R
n
S
1
, porque
z
n
= 1 [z
n
[ = 1 = [z[
n
[z[ = 1.
Observamos apenas que
R
n
,= : porque 1 R
n
, qualquer que seja n.
Se z, w R
n
entao zw
1
R
n
: Se z, w R
n
entao z
n
=
w
n
= 1, e portanto
_
zw
1
_
n
= z
n
(w
n
)
1
= 1 zw
1
R
n
.
38 CAP
n=1
R
n
. R e igualmente um subgrupo de S
1
?
resoluc ao:
E evidente (em particular da alnea anterior) que R
e nao-vazio, e que R S
1
. Para mostrar que se z, w R entao
zw
1
R, note-se que existemn, m N tais que z R
n
, w R
m
,
i.e., tais que z
n
= w
m
= 1. Neste caso,
_
zw
1
_
nm
= (z
n
)
m
(w
m
)
n
= 1 zw
1
R
nm
R.
2. Determine todos os homomorsmos de grupo f : S
3
Z
2
. (S
3
e o
grupo das permutacoes em 1, 2, 3, e Z
2
o grupo aditivo com dois
elementos).
resoluc ao: Sendo f : S
3
Z
2
um homomorsmo de grupo, o seu
n ucleo N(f) e um subgrupo normal de S
3
. Os unicos subgrupos nor-
mais de S
3
sao o proprio S
3
, o grupo alternado A
3
e o subgrupo trivial
K = 1. Notamos que:
(1) Se N(f) = S
3
, entao f(x) = 0 para qualquer x S
3
, e f e um
homomorsmo.
(2) Nao podemos ter N(f) = K, porque senao f seria injectiva, o que
e impossvel, porque S
3
tem 6 elementos e Z
2
tem 2 elementos.
(3) Se N(f) = A
3
, entao f(x) = 0 para qualquer x A
3
, e so
podemos ter f(x) = 1 para x , A
3
. Neste caso f e igualmente
um homomorsmo (f(x) e a paridade da permutacao x).
Conclumos que existem apenas dois homomorsmos f : S
3
Z
2
, que
sao os indicados acima em (1) e (3).
3. Sejam A e B aneis, e f : A B um homomorsmo de aneis.
a) Prove que f(O) = O
, onde O e O
.
b) Prove que f(x) = f(x) para qualquer x A.
resoluc ao:
f(x) +f(x) =f(x + (x)), porque f e um homomorsmo.
=f(O) = O
6.000 87 84 68 1 0 0 1
87 84 3 1 0 1 1 68
84 3 0 1 68 1 69
Conclumos que d = 3, portanto a equacao inicial tem solucoes, e
sabemos ainda que (6.000)(1) + (87)(69) = 3. Portanto x = 69 e
solucao particular da equacao nao-homogenea em causa.
Passamos a calcular a solucao geral da equacao homogenea 87x 0
(mod 6.000). Temos entao 87x + 6.000y = 0. Dividindo por d = 3
3.5. 2
o
TESTE: 29/4/2003 41
obtemos 29x+2.000y = 0, ou 29x = 2.000y. Como 29 e primo e nao
e factor de 2.000 e claro que y e m ultiplo de 29, i.e., y = 29z, donde
29x = 2.000(29z), ou x = 2.000z, que e a solucao geral da equacao
homogenea em causa.
A solucao geral da equacao nao-homogenea inicial e portanto x =
69 2.000z, que podemos tambem escrever na forma x = 69 +2.000z,
ja que z e arbitrario, ou ainda na forma x 69 (mod 2.000).
3. Determine todas as solucoes da equacao x
2
y = 108, onde x e y sao
inteiros. Sugestao: Recorde o teorema fundamental da Aritmetica.
resoluc ao: Deve ser claro que y > 0, e que o sinal de x e irrelevante.
Notamos que 108 = 2
2
3
3
. Os factores primos de x e y sao factores
primos de 108, por razoes evidentes, e portanto so podem ser 2 e/ou 3,
i.e., x = 2
n
3
m
e y = 2
k
3
j
, onde n, m, k e j sao inteiros nao-negativos.
Conclumos que
x
2
y = (2
n
3
m
)
2
(2
k
3
j
) = 2
2n+k
3
2m+j
= 2
2
3
3
.
Pelo teorema fundamental da Aritmetica, temos 2n+k = 2 e 2m+j =
3. Como as incognitas n, m, k e j sao inteiros nao-negativos:
2n +k = 2 (n = 0 e k = 2) ou (n = 1ek = 0)
2m+j = 3 (m = 0 e j = 3) ou (m = 1ej = 1)
As diferentes solucoes apresentam-se na tabela seguinte:
n k m j x y
0 2 0 3 1 108
0 2 1 1 3 12
1 0 0 3 2 27
1 0 1 1 6 3
4. Suponha que a, b e m sao inteiros xos. Prove que
a) ax b (mod m) tem solucoes inteiras x se e so se b e m ultiplo
de mdc(a, m).
resoluc ao: As seguintes armacoes sao equivalentes:
(1) ax b (mod m) tem solucao x,
(2) Existe um inteiro x tal que m[(b ax),
(3) b K = ax +my : x, y Z.
Basta notar que (1) (2) por denicao de congruencia modulo
m, e (2) (3) por razoes obvias.
O conjunto K e um ideal dos inteiros contendo a e m, porque:
42 CAP
+my
) = a(xx
) +m(y y
) K, i.e., K
e fechado em relacao `a diferenca, e
(ax + my)z = a(xz) + m(yz) K, i.e., K e fechado em
relacao ao produto por inteiros arbitrarios.
Para provar que K e o conjunto dos m ultiplos de d = mdc(a, m),
consideramos primeiro o caso especial a = m = 0.
Neste caso, K = ax +my : x, y Z = 0 = dz : z Z, com
d = 0, e 0 e o maximo (e unico) divisor comum de a e m.
Supomos agora que a ,= 0 ou m ,= 0. K contem naturais, porque
contem pelo menos um elemento nao-nulo. Seja d o menor natural
em K, que existe pelo princpio da boa ordenacao, e note-se que
dz : z Z K, porque K e um ideal, e d K. Sendo m
um qualquer elemento de K, temos m = dq + r, onde q e r sao
inteiros, e 0 r < d, pelo usual algoritmo da divisao. Como
r = m dq K (K e um ideal!) e r < d, conclumos que
r nao pode ser positivo, i.e., r = 0, e m e m ultiplo de d, i.e.,
K = dz : z Z.
Para mostrar que d = mdc(a, m), notamos que
d[a e d[m, porque a, m K = dz : z Z, i.e., d e um
divisor comum de a e m.
d = ax + my, porque d K = ax + my : x, y Z. Se k e
um qualquer divisor natural comum a a e m, entao a = dx
e m = ky
, donde
d = ax+my = (kx
)x+(ky
)y = k(xx
+yy
), e k[d e k d.
Por outras palavras, d e m ultiplo de qualquer divisor comum
de a e de m, e portanto d = mdc(a, m).
b) ax 0 (mod m) tem solucoes x , 0 (mod m) se e so se ax 1
(mod m) nao tem solucoes (supondo m ,= 0).
resoluc ao: Consideramos entao as armacoes:
(1) ax 0 (mod m) tem solucoes x , 0 (mod m).
(2) ax 1 (mod m) nao tem solucoes.
A implicacao (1) (2) e valida para qualquer m, mesmo m =
0. Se ax 1 (mod m) tem alguma solucao b, entao ab = ba 1
(mod m), e ax 0 (mod m) bax 0 (mod m) x 0
(mod m).
Para provar a implicacao (2) (1), supomos que ax 1
(mod m) nao tem solucoes. Pelo resultado anterior, d = mdc(a, m)
nao e factor de 1, i.e., d = 0 ou d > 1. Mas se m ,= 0 entao
3.6. 3
o
TESTE: 27/5/2003 43
d > 1, e m = nd, onde 1 n < m. Temos igualmente a = kd,
e portanto tomando x = n /0 (mod m)), e claro que ax =
(kd)n = k(nd) = km 0 (mod m). Por outras palavras, ax 0
(mod m) tem a solucao x = n , 0 (mod m).
5. Considere o ideal J =< 87 > em Z
6000
.
a) Quantos elementos tem J? Quantos geradores tem J?
resoluc ao: Vimos na questao 2 que mdc(87, 6.000) = 3, e por-
tanto J =< 87 >=< 3 >, que tem 6.000/3 = 2.000 elementos,
correspondendo a todos os m ultiplos de 3 ate 6.000.
Os geradores de J sao as solucoes de mdc(x, 6.000) = 3, com
1 x 6.000. Para os contar, basta notar que x = 3k, onde
1 k 2.000, e mdc(3k, 6.000) = 3. Como mdc(3k, 6.000) =
3 mdc(k, 2.000), e claro que mdc(k, 2.000) = 1. Portanto, os gera-
dores de J correspondem aos naturais k ate 2.000 que sao primos
relativamente a 2.000. Tal como calculado na questao 1, J tem
800 geradores.
b) J tem identidade? Se J tem identidade, qual e a sua identidade?
resoluc ao: Se x e identidade de J, entao temos x 0 (mod 3),
porque x J. Temos igualmente x
2
= x, ou x(x 1) = 0, ou
seja, x(x 1) 0 (mod 6.000). Como x 0 (mod 3), i.e., como
x e m ultiplo de 3, para que x(x 1) seja m ultiplo de 6.000 basta
que (x 1) seja m ultiplo de 2.000, i.e., basta que x 1 0
(mod 2.000), o que tambem podemos escrever na forma x 1
(mod 2.000).
Segue-se do Teorema Chines do Resto que x 0 (mod 3) e x 1
(mod 2.000) tem uma solucao unica (mod 6.000), porque 3 e
2.000 sao primos entre si. Se x e solucao entao x e um gerador
de J (porque x e primo relativamente a 2.000, de acordo com a
segunda equacao). Como qualquer elemento y de J e da forma
y = nx, temos xy = yx = nx x = n x
2
= nx = y. Portanto x
e identidade de J.
Para calcular a identidade de J, notamos que x 1 (mod 2.000)
x = 1 + 2.000y, e x 0 (mod 3) 1 + 2.000y 0 (mod 3)
y 1 (mod 3) y 1 (mod 3). Portanto y = 1 +3z, e x =
1 +2.000(1 +3z) = 2.001 +6.000z, i.e, x 2.001 (mod 6.000)
x = 2.001.
3.6 3
o
Teste: 27/5/2003
1. Considere os polinomios p(x) = x
3
+25x
2
+10x5 e q(x) = 1+x+x
2
em Q[x].
44 CAP
E evidente que 1 +x
2
nao e m ultiplo de 1 +x+x
2
, e portanto so
podemos ter mdc(1 +x+x
2
, 1 +x
2
) = 1. A equacao apresentada
tem por isso solucao, e podemos calcular uma das suas solucoes
usando o algoritmo de Euclides.
r q a(x) b(x) c(x) d(x)
1 +x +x
2
1 +x
2
x 1 1 0 0 1
1 +x
2
x 1 x 0 1 1 1
x 1 0 x 1 1 x 1 +x
Temos portanto 1 = (x)(1 + x + x
2
) + (1 + x)(1 + x
2
), i.e.,
a(x) = x e b(x) = 1 +x.
2. Suponha que R e um n umero irracional algebrico sobre Q. Seja
J =< m(x) >o conjunto dos polinomios p(x) Q[x] tais que p() = 0.
a) Supondo que m(x) tem grau n, prove que o espaco vectorial Q[]
tem dimensao n sobre o corpo Q.
resoluc ao: Q[] = p() : p(x) Q[x]. De acordo com o al-
goritmo de divisao, p(x) = q(x)m(x)+r(x), onde o grau de r(x) e
< n.
E evidente que p() = r(), e sendo r(x) = r
0
+r
1
x+ +
r
n1
x
n1
, temos p() = r() = r
0
+ r
1
+ + r
n1
n1
. Por
outras palavras, o conjunto B =
_
1, , ,
n1
_
gera o espaco
vectorial Q[] sobre Q.
B e um conjunto linearmente independente: se r
0
+ r
1
+ +
r
n1
n1
= 0 com r
k
Q entao r() = 0, onde r(x) = r
0
+r
1
x+
+ r
n1
x
n1
Q[x]. Temos portanto que r(x) e m ultiplo de
m(x), e como o grau de m(x) e maior que o de r(x) so podemos
ter r(x) = 0, ou seja, r
0
= r
1
= = r
n1
= 0.
Conclumos que B e uma base de Q[] sobre Q, e portanto Q[]
tem dimensao n.
b) Prove que Q[] e um corpo, e uma extensao algebrica de Q.
3.6. 3
o
TESTE: 27/5/2003 45
resoluc ao: Mostramos primeiro que m(x) e um polinomio irre-
dutvel. Para isso, supomos que m(x) = a(x)b(x). Como m() =
a()b() = 0, temos a() = 0 ou b() = 0. Supondo sem perda
de generalidade que a() = 0, conclumos que a(x) < m(x) >,
i.e., m(x)[a(x). Como e evidente que a(x)[m(x), os polinomios
m(x) e a(x) sao associados, e b(x) e invertvel. Portanto m(x) e
irredutvel.
E evidente que podemos supor m(x) monico.
Seja p(x) Q[x]. Supondo p() ,= 0, temos a provar que existe
q(x) Q[x] tal que 1 = q()p(), donde podemos concluir que
q() Q[] e o inverso de p().
Como d(x) = mdc(p(x), m(x)) e factor de m(x), e m(x) e irre-
dutvel, e claro que d(x) = 1 ou d(x) = m(x). Se p() ,= 0, entao
p(x) ,< m(x) >, i.e., m(x) nao e factor de p(x), e portanto
d(x) ,= m(x). Neste caso so podemos ter d(x) = 1, e existem
polinomios q(x), n(x) Q[x] tais que 1 = q(x)p(x) + n(x)m(x).
Conclumos que 1 = q()p(), e q() e o inverso de p(), com
q() Q[]. Como os elementos nao-nulos do anel Q[] tem
inverso em Q[], conclumos que Q[] e um corpo.
Seja b Q[]. Para provar que b e algebrico sobre Q, considere-
se o conjunto C =
_
1, b, b
2
, , b
n
_
. Se C tem menos de n + 1
elementos, e evidente que existem 0 k < m n tais que
b
k
= b
m
, e b e raiz do polinomio p(x) = x
m
x
k
Q[x], e e
por isso algebrico. Caso contrario C e um conjunto com mais
de n elementos num espaco vectorial de dimensao n sobre Q, e
e por isso linearmente dependente sobre Q. Existem portanto
constantes racionais r
k
Q (com 0 k n) nao todas nulas
tais que r
0
+ r
1
b + + r
n
b
n
= 0. Por outras palavras, r(x) =
r
0
+r
1
x+ +r
n
x
n
Q[x] e um polinomio nao-nulo, e r(b) = 0,
ou seja, b e algebrico.
3. Suponha que p(x), q(x) Z[x]. Diga (com a correspondente justi-
cacao!) se cada uma das seguintes armacoes e falsa ou verdadeira.
a) Se p(x) e irredutvel em Q[x] entao p(x) e irredutvel em Z[x].
resoluc ao: FALSO. O polinomio p(x) = 2x + 4 e irredutvel
em Q[x], mas nao em Z[x], porque p(x) = 2(x+2). (O polinomio
constante a(x) = 2 e invertvel em Q[x], mas nao o e em Z[x].
Portanto a factorizacao indicada e trivial em Q[x], mas nao e
trivial em Z[x].)
b) Se p(x) e q(x) sao primitivos, entao p(x)q(x) e primitivo.
resoluc ao: VERDADEIRO. Seja m(x) = p(x)q(x). Desig-
namos os coecientes dos polinomios m(x), p(x) e q(x) por re-
spectivamente m
i
, p
i
, q
i
. Recordamos que o conte udo de um
46 CAP
i=0
p
i
q
ki
=
s1
i=0
p
i
q
ki
+p
s
q
r
+
k
i=s+1
p
i
q
ki
.
(A primeira soma `a direita e vazia se s = 0, e a ultima e-o se
r = 0, mas este facto e irrelevante para o nosso argumento, como
veremos). A primeira soma `a direita, se nao for vazia, e um
m ultiplo de a, porque p
i
e m ultiplo de a quando i < s. A ultima
soma `a direita, se nao for vazia, e um m ultiplo de a, porque q
i
e
m ultiplo de a quando i < r, e se i > s entao k i = s +r i < r.
Como o termo restante e p
s
q
r
, que nao e m ultiplo de a, conclumos
que m
k
nao e m ultiplo de a. Portanto a nao e factor do conte udo
de m(x), e como a e arbitrario m(x) e primitivo.
4. Suponha que G e H sao grupos nitos, respectivamente com n e m
elementos, e seja f : G H um homomorsmo de grupos.
a) Prove que se f e injectivo entao n e factor de m.
resoluc ao: Se f e injectivo entao f(G) tem n elementos. Como
f(G) e um subgrupo de H, e H tem m elementos, conclumos do
teorema de Lagrange que n[m.
b) O que pode concluir sobre f se n e m sao primos entre si?
resoluc ao: Sabemos como dissemos acima que f(G) e um sub-
grupo de H, e portanto o n umero de elementos de f(G) e divisor
de m. Seja N o n ucleo de f, e recorde-se a identidade: (n
o
de
elementos de G) = (n
o
de elementos de N)(n
o
de elementos de
f(G))
Segue-se desta equacao que o n umero de elementos de f(G) e
tambem factor do n umero de elementos de G, alem de ser factor
do n umero de elementos de H. O unico divisor comum de n e m
e 1, e portanto f(G) so pode ter 1 elemento. Por outras palavras,
f so pode ser o homomorsmo trivial, que transforma todos os
elementos de G na identidade de H.
3.7. 1
o
TESTE: 30/3/2004 47
3.7 1
o
Teste: 30/3/2004
1. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando
a sua resposta com uma demonstracao, ou um contra-exemplo. Nesta
questao, (G, ) e um grupo, e (A, +, ) e um anel unitario.
a) Qualquer subgrupo de G contem a identidade de G.
resoluc ao: Verdadeiro. Seja e a identidade do grupo original
G, e f a identidade do subgrupo H G. Notamos que:
f f = f, porque f e a identidade de H.
f e = f, porque f G, e e e a identidade de G.
Conclumos que f f = f e. Pela lei do corte no grupo G (i.e.,
multiplicando `a esquerda por f
1
, que e o inverso de f no grupo
G), obtemos imediatamente que f = e.
b) Se H e K sao subgrupos de G, e H e um subgrupo normal de G,
entao H K e um subgrupo normal de K.
resoluc ao: Verdadeiro. Observamos primeiro da alnea ante-
rior que tanto H como K contem a identidade de G, e portanto
H K ,= . Por outro lado, e supondo que x, y H K, temos
x y
1
H, porque x, y H, e H e subgrupo de G, e
x y
1
K, porque x, y K, e K e subgrupo de G.
Conclumos que xy
1
HK, e por isso HK e um subgrupo
de G, e portanto de K, ja que H K K.
Para vericar que H K e um subgrupo normal de K, supomos
que x H K, e y K. Temos entao:
y x y
1
K, porque x, y K, e K e um subgrupo.
y x y
1
H, porque x H, y G, e H e um subgrupo
normal de G.
Temos assim que y x y
1
H K, e H K e um subgrupo
normal de K.
c) Se B e um subanel de A, entao B e tambem um anel unitario.
resoluc ao: Falso. Basta recordar o exemplo A = Z, que e um
anel unitario, e tomar para B o subanel dos inteiros pares, que
nao e um anel unitario, por razoes obvias.
d) Se x, y A, entao (x +y)
2
= x
2
+ 2xy +y
2
.
resoluc ao: Falso. Considere-se por exemplo o anel H dos
quaternioes, e tome-se x = i, y = j. Observe-se que
(i + j)
2
= i
2
+ ij + ji + j
2
= 2, porque i
2
= j
2
= 1, e
ij = ji = k, e
i
2
+ 2ij + j
2
= 2 + 2k ,= 2.
48 CAP
n=0
3
m=0
2
n
5
m
=
5
n=0
2
n
3
m=0
5
m
=
= (1 + 2 + 4 + 8 + 16 + 32)(1 + 5 + 25 + 125) = 63 156 = 9.828
c) Resolva a equacao S(n) = 399 = 3 7 19.
resoluc ao: Se p
k
e a maior potencia de p que divide o natural
n entao a soma 1 + p + p
2
+ + p
k
e factor de S(n). Neste
caso, S(n) = 3 7 19 tem 7 factores ,= 1, i.e., D =
3, 7, 19, 21, 57, 133, 399, e teremos portanto
1 +p +p
2
+ +p
k
= 3, 7, 19, 21, 57, 133, 399
Os casos = 3 e = 7 sao muito faceis de resolver, ja que
3 = 1 + 2, e 7 = 1 + 2 + 4, correspondendo sempre a p = 2, e
sendo respectivamente k = 1 e k = 2.
3.9. 3
o
TESTE: 25/5/2004 55
Para estudar os casos dos restantes factores, convem observar o
seguinte:
(1) Se 1+p+p
2
+ +p
k
= entao 1 (mod p), i.e., p[1.
(2) Se 1 + p + p
2
+ + p
k
= 19, 21, 57, 133, 399 entao
k 2, e portanto p
2
< .
(3) 1 + 2 + 2
2
+ + 2
k
= 2
k+1
1: os valores correspondentes
sao: 3, 7, 15, 31, 63, 127, 255, 511, .
(4) 1+3+3
2
+ +3
k
= (3
k+1
1)/2: os valores correspondentes
sao: 4, 13, 40, 121, 364, .
Seleccionamos assim os possveis primos p para cada valor de :
19: 19 1 = 18 = 2 3
2
, p = 2, ou p = 3: impossvel.
21: 21 1 = 20 = 2
2
5, p = 2: impossvel.
57: 57 1 = 56 = 2
3
7, p = 2, ou p = 7: a unica possibilidade
e 57 = 1 + 7 + 49, i.e., p = 7, e k = 2.
133: 133 1 = 132 = 2
2
3 11, p = 2, ou p = 3, ou p = 11: a
unica possibilidade e 133 = 1+11+121, i.e., p = 11 e k = 2.
399: 399 1 = 398 = 2 199, p = 2: impossvel. Repare-se que
para vericar que 199 e primo basta testar os factores primos
2 p 13.
E evidente que 2, 3, 5 e 11 nao sao factores de
199, pelo que apenas temos que calcular 199 3 (mod 7), e
199 4 (mod 13).
Resumimos as solucoes que encontramos para a equacao
1 +p +p
2
+ +p
k
= 3, 7, 19, 21, 57, 133, 399
p k
3 2 1 3 = 1 + 2
7 2 2 7 = 1 + 2 + 4
57 7 2 57 = 1 + 7 + 49
133 11 2 133 = 1 + 11 + 121
Como 399 = 3 133 = 7 57, a equacao S(n) = 399 tem exac-
tamente duas solucoes: n = 2 11
2
= 242, e n = 2
2
7
2
= 196.
3.9 3
o
Teste: 25/5/2004
1. Este grupo refere-se ao anel A = Z
1155
.
a) Determine uma solucao particular da equacao 60x = 15, com
x Z
1155
. Quantas solucoes tem esta equacao?
resoluc ao: A equacao a resolver e equivalente a 60x 15
(mod 1155), que tem solucao se e so se mdc(60, 1155)[15. Co-
mecamos por isso por calcular mdc(60, 1155), usando o algoritmo
56 CAP
(2 +i)
(2 i)
(2 + 3i)
,
onde 0 , , 1, 0 2, e u 1, 1, i, i e um inteiro
de Gauss invertvel.
Existem assim 4 2 2 2 3 = 96 divisores de z.
4. Seja K um corpo e A = K [[x]] o anel das series de potencias com
coecientes em K.
a) Mostre que os elementos invertveis de A sao as series da forma
n=0
a
n
x
n
, com a
0
,= 0.
resoluc ao:
E evidente que
_
n=0
a
n
x
n
__
m=0
b
m
x
m
_
= 1 a
0
b
0
= 1 a
0
,= 0.
Resta-nos mostrar que se a
0
,= 0 entao existe uma serie
m=0
b
m
x
m
tal que (
n=0
a
n
x
n
) (
m=0
b
m
x
m
) = 1. Para isso, denimos os
coecientes b
m
recursivamente, de forma a que:
a
0
b
0
= 1, e, para n > 0,
n
k=0
a
k
b
nk
= 0.
Basta-nos tomar b
0
= a
1
0
, e, para n > 0, e supondo b
k
denido
para 0 k < n, notar que
n
k=0
a
k
b
nk
= 0 a
0
b
n
=
n
k=1
a
k
b
nk
b
n
= a
1
0
_
n
k=1
a
k
b
nk
_
.
3.9. 3
o
TESTE: 25/5/2004 59
b) A e um d.i.p. e/ou um d.f.u.?
resoluc ao: Seja 0 ,= s(x) =
k=0
s
k
x
k
K[[x]], e n =
mink 0 : s
k
,= 0. Segue-se da alnea anterior que
s(x) = x
n
u, onde u K[[x]] e invertvel.
Por outras palavras, se s(x) ,= 0 entao existe n 0 tal que
s(x) x
n
em K[[x]]. Seja agora I K[[x]] um ideal. Se I = 0
e obvio que I =< 0 > e um ideal principal. Se I ,= 0, entao
existe uma serie 0 ,= s(x) I, e existe n 0 tal que s(x) x
n
.
E claro que x
n
I, e em particular n 0 : x
n
I , = .
Consideramos
d = minn 0 : x
n
I, donde x
d
I.
p
satisfazem a
p1
= 1. Recorde igualmente o Teorema do Resto.
a) Quais sao os factores irredutveis do polinomio x
p1
1 em Z
p
[x]?
resoluc ao: O polinomio m(x) = x
p1
1 tem, como observado
no enunciado, p 1 razes em Z
p
, que sao todos os elementos
3.13. 1
o
TESTE: 27/3/2006 67
de Z
p
, i.e., as classes 1, 2, , p 2, e p 1. Como Z
p
e um
corpo, segue-se que m(x) pode ser sucessivamente dividido pelos
polinomios x k, para 1 k p 1, obtendo-se sempre resto 0.
Conclumos que
m(x) = x
p1
1 = a(x 1)(x 2) (x p 1).
b) Use a factorizacao acima para concluir que (p1)! 1 mod p.
resoluc ao: A constante a na factorizacao acima e a identidade,
porque todos os polinomios em causa sao monicos. Calculamos
agora m(0) usando as duas formas acima para o polinomio m(x).
Temos entao:
m(0) = 0
p1
1 = 1 =
p1
k=1
(0 k) = (1)
p1
(p 1)!.
Os calculos acima sao executados em Z
p
, e portanto:
1 = (1)
p1
(p 1)! (1)
p1
(p 1)! 1 mod p.
Se p ,= 2, e claro que p 1 e par, e (1)
p1
= 1. Conclumos
nalmente que (p 1)! 1 mod p. Se p = 2, e inteiramente
obvio que (2 1)! 1 mod 2.
3.13 1
o
Teste: 27/3/2006
1. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando
a sua resposta com uma demonstracao, ou um contra-exemplo. Nesta
questao, (G, ) e um grupo, e (A, +, ) e um anel unitario.
a) A equacao x
2
= x tem uma unica solucao em G, que e a identi-
dade de G.
resoluc ao: Seja e G a identidade de G. Supondo que x
2
= x,
observamos que existe y G tal que x y = e, donde
x x = x (x x) y = x y x (x y) = e
x e = e x = e.
H, a equacao x
2
= e, x G e a
equacao y
2
= e
.
A equacao x
2
= 1 tem exactamente 2 solucoes em R
8
, que sao os
elementos de R
2
, x = 1. A identidade de R
2
R
4
e I = (1, 1),
e a equacao y
2
= I com y R
2
R
4
tem, por razoes igualmente
obvias, as 4 solucoes y = (1, 1). Portanto, estes grupos nao
podem ser isomorfos.
c) Considere o homomorsmo de grupos f : R
12
C
dado por
f(x) = x
3
. Qual e o n ucleo de f e a imagem f(R
12
)? Quais sao
as solucoes da equacao f(x) = 1?
resoluc ao: Temos N(f) = x R
12
: x
3
= 1, ou seja, os ele-
mentos do n ucleo sao as razes c ubicas da unidade que pertencem
a R
12
. De acordo com a), R
3
R
12
, porque 12 e m ultiplo de 3.
Conclumos assim que N(f) = R
3
.
Para cada y f(R
12
) existem 3 solucoes x R
12
da equacao
y = f(x).
E portanto claro que f(R
12
) tem 4 elementos.
E
tambem evidente que x R
12
f(x)
4
= (x
3
)
4
= x
12
= 1, ou
seja, f(R
12
) R
4
. Como sabemos que f(R
12
) tem 4 elementos,
conclumos que f(R
12
) = R
4
.
A equacao x
3
= 1 tem a solucao particular evidente x = 1.
A solucao geral e portanto x = (1)y, com y N(f) = R
3
=
70 CAP
i=1
5
j=1
2
i
5
j
=
5
i=1
2
i
5
j=1
5
j
= (2
6
1)(5
6
1)/4 = 633.906 = 246.078
A armacao e assim falsa.
c) Qualquer anel ordenado A ,= 0 e innito.
resoluc ao: A contem elementos b ,= 0, e portanto contem pelo menos
um elemento a > 0. Denimos : A
+
A
+
por (x) = x + a
(notamos que (A
+
) A
+
, porque A
+
e fechado em relacao `a soma).
E alias facil determinar alguns dos seus factores, por exemplo, com
x = 2
399
, temos:
2
1995
1 = x
5
1 = (x 1)(1 +x +x
2
+x
3
+x
4
),
3.14. 2
o
TESTE: 8/5/2006 71
donde se segue que 2
399
1 e factor de 2
1995
1. A armacao e assim
verdadeira.
2. Considere nesta questao o anel A = Z
75
, e seja B o subanel de A com
15 elementos.
a) Quais sao os ideais de A? Quantos elementos tem cada um desses
ideais?
resoluc ao: Z
75
tem exactamente um ideal por cada divisor natural
d de 75, que e o ideal < d >, com 75/d elementos. Como 75 = 3 5
2
,
temos d 1, 3, 5, 15, 25, 75, e os ideais em causa sao
< 1 >= Z
75
, < 3 >, < 5 >, < 15 >, < 25 >, < 75 >=< 0 >,
com respectivamente 75, 25, 15, 5, 3, e 1 elementos.
b) Quantos divisores de zero existem em A? Quantos elementos tem A
?
resoluc ao: Sendo x Z
75
, entao x A
se e so se mdc(x, 75) = 1.
Caso contrario, e se x ,= 0, entao x e um divisor de zero. Seja agora
C = x N : 1 x 75. Existem em C:
25 = 75/3 m ultiplos de 3
15 = 75/5 m ultiplos de 5
5 = 75/15 m ultiplos de 15
Existem portanto 25+155 = 35 elementos de C que nao sao primos
relativamente a 75, e Z
75
contem 75 35 = 40 elementos invertveis.
Contem ainda 34 = 35 1 divisores de zero, ja que 75 corresponde a
75 = 0, que nao e um divisor de zero.
c) O anel B e isomorfo ao anel Z
15
? Quais sao os geradores de B, i.e.,
quais sao os elementos x B tais que B =< x >?
resoluc ao: O anel B =< 5 > nao e isomorfo ao anel Z
15
,(
2
) porque
B nao tem identidade, i.e., B nao e um anel unitario. Sabemos que
se m = nd, entao o subanel de Z
m
com n elementos tem identidade
se e so se mdc(n, d) = 1, o que nao e o caso presente, onde n = 15 e
d = 5.(
3
)
Os geradores de B sao as classes z, onde z Z e mdc(z, 75) = 5.
2] e Q[x]/ < x
3
2 > sao corpos, e sao isomorfos.
resoluc ao:verdadeiro. O anel Q[x]/ < x
3
2 > e evidentemente
um anel unitario abeliano, porque e um quociente de um anel unitario
abeliano. Resta-nos por isso mostrar que os seus elementos nao nulos
sao invertveis.
Notamos primeiro que o polinomio m(x) = x
3
2 e irredutvel em
Q[x], pelo criterio de Eisenstein (com o primo 2). Dado p(x) Q[x],
seja r(x) = mdc(p(x), m(x)). Como m(x) e irredutvel e monico,
temos r(x) = 1 ou r(x) = m(x).
E claro que
r(x) = m(x) m(x)[p(x) p(x) = 0 em Q[x].
Conclumos que se p(x) ,= 0 entao mdc(p(x), m(x)) = 1, e segue-se do
algoritmo de Euclides que existem polinomios a(x), b(x) Q[x] tais
que 1 = a(x)p(x) + b(x)m(x), donde e obvio que 1 = a(x)p(x), i.e.,
p(x) e invertvel, e Q[x]/ < x
3
2 > e um corpo.
Considere-se o homomorsmo de aneis : Q[x] Q[
3
2] dado por
(p(x)) p(
3
2]. O
n ucleo de e um ideal de Q[x], necessariamente principal, donde
N() =< n(x) >. Como m(x) N(), temos n(x)[m(x). Dado
que m(x) irredutvel, e N() ,= Q[x], temos n(x) m(x), ou seja,
N() =< n(x) >=< m(x) >. Conclumos do 1
o
teorema de isomor-
smos para aneis que os aneis Q[
3
2] e Q[x]/ < x
3
2 > sao isomorfos.
d) Se K e um corpo, e m(x) K[x] e um polinomio irredutvel com grau
2, existe um corpo L que e uma extensao de K onde m(x) tem pelo
menos uma raz.
resoluc ao:verdadeiro. Considere-se o anel L = K[x]/ < m(x) >.
O argumento utilizado na alnea anterior mostra que L e um corpo, e
e claro que L e uma extensao de K, identicando os elementos a K
com as classes a L. Com a identicacao referida, temos p(x) = p(x)
para qualquer p(x) K[x]. Em particular, temos m(x) = m(x) = 0,
i.e., x L e uma raz de m(x) no corpo L.
2. Observe que N = 845 = 5 13
2
.
74 CAP
E claro que H K Z
2
Z
7
e um grupo abeliano. No entanto,
G pode nao ser abeliano, e.g., o grupo diedral D
7
e um grupo de 14
elementos que nao e abeliano.
E portanto possvel que G , H K.
76 CAP
, e A
tem inverso em A
.
Finalmente, se a, b A
entao (ab)
1
= b
1
a
1
, donde ab e invertvel,
e A
, ) e um grupo.
4.1. 1
o
EXAME: 1/7/2002 79
b) A identidade de qualquer subanel B ,= 0, se existir, e 1.
Resoluc ao: Verdadeiro. Seja B ,= 0 um subanel com identidade
j (,= 0!). Temos entao 1j = j, porque 1 e a identidade de A, e j j = j,
porque j e a identidade de B. Portanto 1 j = j j, e pela lei do corte,
valida em qualquer domnio integral, temos 1 = j.
c) Qualquer ideal de A e principal.
Resoluc ao: Falso. O anel Z[x] e como sabemos um domnio inte-
gral. Considere-se o ideal
J =< 2, x >= 2p(x) + xq(x) : p(x), q(x) Z[x].
Note-se que J ,= Z[x], porque o termo independente de 2p(x) +xq(x)
tem seguramente um coeciente par. Se o ideal J e principal, entao
J =< m(x) >= m(x)p(x) : p(x) Z[x].
Temos entao 2 = m(x)p(x), e e evidente que so podemos ter m(x) =
1 ou m(x) = 2. A primeira alternativa e impossvel (caso contrario
teramos J = Z[x]), e portanto m(x) = 2. Esta alternativa e tambem
impossvel, porque nao podemos ter x = 2p(x). Conclumos que J
nao e um ideal principal.
d) Se J e um ideal maximal de A, entao A/J e um corpo.
Resoluc ao: Verdadeiro. A/J e um anel abeliano com identidade,
porque A e ja abeliano com identidade. Resta-nos por isso provar que
os elementos de A/J diferentes de zero sao invertveis. Suponha-se
entao que x A, x ,= 0, ou seja, x , J. Temos a provar que existe
y A tal que x y = 1. Considere-se o conjunto
K = x y +z : y A, z J A.
+ z
) =
x (y y
) + (z z
) K.
K e fechado para o produto por elementos arbitrarios de A: se
y, t A e z J entao t(xy+z) = (xy+z)t = xyt+zt K.
Observamos tambem que x = x 1 +0 K, e portanto K ,= J. Como
J e maximal, temos necessariamente K = A, e portanto 1 K. Por
outras palavras, existe y A e z J tais que 1 = x y + z, o que em
particular implica que x y = 1.
80 CAP
2
2
2
1
2
2
1
2
1
4.2 2
o
Exame: 24/7/2002
1. Neste grupo, K H sao subgrupos do grupo G. Para cada uma das
armacoes seguintes, mostre que a armacao e verdadeira, com uma demon-
stracao, ou falsa, com um contra-exemplo.
a) Se K e normal em G entao K e normal em H.
Resoluc ao: Verdadeiro.
E claro que K H e subgrupo de H, e
sendo x K, y H, temos y
1
xy K, porque y G, e K e normal
em G.
b) Se K e normal em H entao K e normal em G.
Resoluc ao:Falso. Considere-se G = S
3
, e seja K = H um dos
subgrupos de S
3
com 2 elementos. Sabemos que K nao e normal em
G, mas e obvio que K e normal em H.
c) Se G e um grupo cclico innito entao G e isomorfo a (Z, +).
Resoluc ao: Verdadeiro. Existe x G tal que G = x
n
: n
Z. Denimos f : Z G por f(n) = x
n
, e notamos que f e um
homomorsmo de grupos sobrejectivo. Se o n ucleo de f tem m >
1 elementos entao G Z
m
(1
o
teorema de isomorsmo), o que e
impossvel, porque G e innito. Logo f e tambem injectiva, e G Z.
d) Se K e normal em G e x G, entao a ordem de x em G/K e factor
da ordem de x em G.
4.2. 2
o
EXAME: 24/7/2002 83
Resoluc ao: Verdadeiro. Sejam n, m 0 tais que
< n >= k Z : x
k
= 1, e < m >= k Z : x
k
= 1,
ou seja, n e a ordem de x em G, e m e a ordem de x em G/K.
E claro
que < n >< m >, e portanto n < m >, i.e., m[n.
2. Nesta questao, A e um domnio integral com identidade 1 e zero 0, onde
1 ,= 0. Para cada uma das armacoes seguintes, mostre que a armacao e
verdadeira, com uma demonstracao, ou falsa, com um contra-exemplo.
a) A caracterstica de A e 0, ou um n umero primo p.
Resoluc ao: Verdadeiro. Seja m a caracterstica de A, e suponha-
se que m e composto, i.e., m = nk, com n, k > 1. Notamos que
m1 = (nk)1 = n(k1) = (n1)(k1) = 0. Como m e a menor solucao
positiva da equacao m1 = 0, temos n1 ,= 0 e k1 ,= 0, e portanto n1 e
k1 sao divisores de zero, e A nao e um domnio integral.
b) O anel A[x] e tambem um domnio integral.
Resoluc ao: Verdadeiro. Dados polinomios nao-nulos p(x), q(x)
A[x], tempos p(x) = a
n
x
n
+ +a
0
, e q(x) = b
m
x
m
+ +b
0
, onde
a
n
,= 0, b
m
,= 0 (n e m sao, respectivamente, os graus de p(x) e q(x)).
f(x
1
) = f(x)
1
.
Temos entao que u, v f(G) u = f(x), v = f(y), x, y G, e
portanto
u v
1
= f(x) f(y)
1
= f(x) f(y
1
) = f(x y
1
) f(G).
b) Se f : G H e um homomorsmo de grupos, f(x
n
) = f(x)
n
para
qualquer n Z.
resoluc ao: Verdadeiro. Podemos vericar a identidade para na-
turais n 0 por inducao, porque a identidade e obvia para n = 0 por
denicao, ja que f(x
0
) = f(e) = e
= f(x)
0
.
Para n 0, temos f(x
n+1
) = f(x
n
x) = f(x
n
)f(x) = f(x)
n
f(x) =
f(x)
n+1
.
Para n < 0, n = m com m > 0, f(x
n
) = f((x
1
)
m
) = f(x
1
)
m
=
(f(x)
1
)
m
= f(x)
n
.
c) Se f : G H e um homomorsmo de grupos nitos, o n umero de
elementos de f(G) e um divisor comum do n umero de elementos de G
e do n umero de elementos de H.
resoluc ao: Verdadeiro. Seja N o n ucleo de f, e recorde-se do
1
o
Teorema de isomorsmo que G/N e isomorfo a f(G). Escrevendo
#(A) para o n umero de elementos de A, temos:
#(f(G)) e factor de #(H), pelo teorema de Lagrange.
#(G) = #(G/N)#(N), pelo teorema de Lagrange, donde #(G/N)
e factor de #(G).
#(f(G)) = #(G/N), pelo 1
o
Teorema de Isomorsmo.
d) Se X = xN : x G e Y = Ny : y G entao X e Y tem o mesmo
cardinal.
resoluc ao: Verdadeiro. Denimos f : X Y por f(xH) =
Hx
1
.
E evidente que f e sobrejectiva. Para vericar que e injectiva,
note-se que
Hx
1
= Hy
1
Hx
1
y = H x
1
y H y xH yH = xH
4.3. 1
o
EXAME: 4/7/2003 87
2. Nesta questao, D e um domnio integral com identidade 1 e zero 0, onde
1 ,= 0. Para cada uma das armacoes seguintes, mostre que a armacao e
verdadeira, com uma demonstracao, ou falsa, com um contra-exemplo.
a) Qualquer subanel B de D tem identidade.
resoluc ao: Falso. Basta tomar D = Z e B o anel dos inteiros
pares.
b) Qualquer subgrupo de (D, +) e um subanel de D.
resoluc ao: Falso. Tome-se D = Z[i] e B = ni : n Z (os
inteiros de Gauss com parte real nula).
c) Se D e nito entao D contem um subanel B isomorfo a algum Z
m
.
resoluc ao: Verdadeiro. Considere-se f : Z D dado por f(n) =
n1, e B = f(Z). Sabemos que f e um homomorsmo de aneis, donde
B e um subanel de D.
E claro que f nao pode ser injectivo, porque
D e nito. Portanto o n ucleo de f e < m >, com m > 0. Pelo 1
o
teorema de isomorsmos, B e isomorfo a Z/ < m >, i.e., Z
m
.
d) Se D e um d.f.u., a equacao mdc(a, b) = ax+by tem solucoes x, y D.
resoluc ao: Falso. O anel D = Z[x] e um d.f.u., porque Z e um
d.f.u. Tomamos a = 2 e b = x, notamos que os divisores de 2 sao 1 e 2,
e os divisores de x sao 1 e x. Portanto e claro que mdc(2, x) = 1. Mas
os polinomios da forma 2s(x) +xt(x) tem sempre termo independente
PAR, portanto 1 ,= 2s(x) + xt(x).
3. Considere o grupo aditivo (e anel) Z
833
.
a) Seja f : Z Z
833
o homomorsmo de grupos dado por f(n) = 357n.
Quantos elementos tem a imagem f(Z)? Qual e o n ucleo de f?
resoluc ao: A imagem
f(Z) =< 357 >=< mdc(357, 833) >=< 119 >,
que tem 833/119 = 7 elementos. O n ucleo N de f e o conjunto dos
inteiros n tais 833[357n, ou seja, 7[3n, ou 7[n. Portanto N =< 7 >.
b) Quais sao os grupos Z
m
tais que h : Z
m
Z
833
dado por h(n) = 357n
esta bem denido, e e um homomorsmo de grupos? Para que valor
de m e que h e um isomorsmo?
resoluc ao: Sendo : Z Z
m
o usual homomorsmo (n) = n, a
composicao g((n)) = f(n) e o homomorsmo que referimos na alnea
anterior. Portanto, o n ucleo de esta contido no n ucleo de f, ou seja,
< m >< 7 >, ou 7[m. Sao estes os valores de m para os quais o
homomorsmo h esta bem denido.
88 CAP
. temos
entao:
f(0) = 0
, donde 0 N, e N ,= .
x, y N f(x y) = f(x) f(y) = 0
= 0
x y N.
x N, y A f(xy) = f(yx) = f(x)f(y) = 0
f(y) = 0
xy, yx N
b) Se a e invertvel em A, entao f(a) e invertvel em B.
resoluc ao: verdadeiro. f(1) e a identidade do subanel f(A).
Como f e sobrejectiva, temos B = f(A), e f(1) e a identidade de B.
Se a A e invertvel existe a
A tal que aa
= 1, donde f(aa
) =
f(a)f(a
= g
_
f
1
(x)f
1
(y)
= g
_
f
1
(x)
g
_
f
1
(y)
.
Por outras palavras, g f
1
e um homomorsmo, e os automorsmos
de G fromam um subgrupo de S
G
.
4.6. 2
o
EXAME: 24/7/2004 97
d) Se K e subgrupo normal de G, entao existe um grupo L e um homo-
morsmo de grupos f : G L tal que K e o n ucleo de f.
resoluc ao: verdadeiro. Como K e normal, o quociente G/K = L
e um grupo, e a funcao : G G/K dada por (x) = x e um
homomorsmo de grupos. Sendo e G a identidade do grupo G, a
identidade do grupo G/K e e = K, e (x) = e se e so se x K, i.e.,
N() = K.
2. Diga se cada armacao e verdadeira ou falsa, justicando a sua resposta
com uma demonstracao, ou um contra-exemplo. Nesta questao, A e B sao
aneis unitarios, e f : A B e um homomorsmo de aneis.
a) Se a e invertvel em A, entao f(a) e invertvel em B.
resoluc ao: falso. Tomamos A = Z, B = Z Z, e f(n) = (n, 0).
E
claro que f(1) = (1, 0) nao e invertvel em B.
b) A imagem f(A) e um ideal de B.
resoluc ao: falso. Tomamos A = Z, B = R, e f(n) = n. Entao
f(Z) = Z R, que nao e um ideal de R, porque o produto de um
inteiro por um real nao e sempre um inteiro.
c) Se A = Z, entao f(n) = nb, onde b
2
= b.
resoluc ao: verdadeiro. Seja b = f(1) B. Para vericar que
f(n) = nb para qualquer n Z, observamos que:
O caso n = 1 e evidente, porque 1b = b = f(1).
Se n > 1, temos f(n + 1) = f(n) + f(1) = nb + b = (n + 1)b, o
que estabelece a identidade f(n) = nb para qualquer n N, por
inducao.
f e um homomorsmos de grupos, e portanto f(0) = 0 = 0b.
Se n < 0 entao n = k, com k N, e f(n) = f(k) = f(k) =
(kb) = (k)b = nb.
Temos ainda que f(1)f(1) = f(1 1) = f(1), i.e., b
2
= b.
d) Se B e nito e tem mais de um elemento, entao B tem um subanel
isomorfo a algum Z
m
, onde m > 1.
resoluc ao: verdadeiro. Sendo I B a respectiva identidade,
consideramos o homomorsmo de aneis f : Z B dado por f(n) =
nI. O respectivo n ucleo e N =< m >, onde m > 0, porque B e nito,
e m > 1, porque I ,= 0, ja que B tem mais de um elemento. Pelo 1
o
Teorema de Isomorsmo, f(Z) e um subanel de B isomorfo a Z
m
.
3. Neste grupo, n designa a classe de equivalencia do inteiro n em Z
990
.
98 CAP
990
(496x), e o unico homomorsmo injectivo de aneis f : Z
495
Z
990
.
Se f : Z
495
Z
n
e um homomorsmo sobrejectivo entao como vimos
n[495, i.e., n e um dos 12 divisores de 495, e f(
495
(1)) =
n
(1), donde
f(
495
(x)) =
n
(x). Por outro lado, e claro que
n
: Z Z
n
e um
homomorsmo sobrejectivo de aneis, e o respectivo n ucleo e < n ><
495 >, donde f e igualmente um homomorsmo sobrejectivo de aneis.
Existem assim 12 homomorsmos sobrejectivos de aneis f : Z
495
Z
n
.
3. Diga, em cada caso, se a armacao e verdadeira ou falsa, justicando a
sua resposta com uma demonstracao, ou um contra-exemplo. Neste grupo,
D e um domnio integral.
1
Designamos aqui por
n
a projeccao canonica que transforma cada inteiro x na sua
classe de restos ( mod n)
4.8. 2
o
EXAME: 18/7/2005 107
a) Se C e um subanel unitario de D com mais de um elemento, entao C
contem a identidade de D.
resoluc ao: verdadeiro. Seja j a identidade de C, e i a identidade
de D. Como C tem mais de um elemento, seja x C um elemento
nao-nulo. temos entao jx = ix = x, e pela lei do corte (valida em D
porque D e um domnio integral), temos j = i.
b) Se D e um domnio de ideais principais, entao D[x] e um domnio de
ideais principais.
resoluc ao: falso. Z e um d.i.p., mas Z[x] nao e d.i.p. (o ideal
< x, 2 > nao e principal, porque os unicos divisores comuns a x e 2
sao 1, mas < x, 2 >,=< 1 >= Z[x].
c) Se os unicos ideais de D sao os triviais (0, e D), entao D e um corpo.
resoluc ao: verdadeiro. Temos apenas que vericar que qualquer
elemento nao-nulo de D e invertvel. Para isso, e sendo a ,= 0, notamos
que o ideal gerado por a e < a >= ax : x D. Como a = a1 <
a >, temos < a >,= 0, e por isso < a >= D. Segue-se que 1 < a >,
ou seja, existe x D tal que 1 = ax.
d) Se D e um domnio de ideais principais, entao qualquer elemento irre-
dutvel em D e primo em D.
resoluc ao: verdadeiro. Seja p D um elemento irredutvel, e
suponha-se que p[xy, onde x, y D. Seja ainda < p, x >=< d > o
ideal (principal) gerado por p e x. Como d[p e p e irredutvel, temos
d p ou d 1. No primeiro caso, p[n, e no segundo caso, existem
elementos u, v D tais que 1 = pu + xv, donde y = puy + xyv e
m ultiplo de p.
4. Este grupo diz respeito ao anel dos inteiros de Gauss Z[i].
a) Dado o natural n > 1, se a equacao n = x
2
+y
2
tem solucoes x, y N,
e possvel que n seja primo em Z[i]?
resoluc ao: Se n = x
2
+y
2
= (x+iy)(xiy), segue-se que x
2
+y
2
> 1,
e os inteiros de Gauss x + iy e x iy nao sao invertveis, donde n e
redutvel, e portanto nao pode ser primo.
b) Se o natural n e primo em Z, e a equacao n = x
2
+y
2
nao tem solucoes
x, y N, e possvel que n seja redutvel em Z[i]?
resoluc ao: Se n e redutvel entao existem inteiros de Gauss z, w
tais que n = zw, donde n
2
= [z[
2
[w[
2
. Como n e primo em Z, temos
necessariamente [z[
2
= [w[
2
= n. Conclumos que [z[
2
= [w[
2
= n, e
portanto a equacao n = x
2
+y
2
tem solucoes x, y N.
108 CAP
e x ,= 1.
resoluc ao:H Z
p
, porque H tem p elementos. Logo, se x H e
x ,= 1 e obvio que x tem ordem p. Por outro lado, [G : H] = 2, donde
H e normal em G, e G/H Z
2
e um grupo com 2 elementos. Se
x , H, entao x ,= 1 tem ordem 2, e portanto x tem ordem 2 ou 2p,
nao podendo ter ordem p.
c) Os elementos de G sao da forma x =
n
m
, com 0 n < 2, e 0
m < p. Qual e a ordem de cada um destes elementos? sugest ao:
a resposta depende de G ser abeliano ou nao, portanto os dois casos
devem ser analisados separadamente.
resoluc ao:G/H = 1, = H, H, donde
G = 1, ,
2
, ,
p1
, , ,
2
, ,
p1
.
Vimos ja que a ordem dos elementos ,
2
, ,
p1
e p. A ordem dos
elementos , ,
2
, ,
p1
, que como vimos so pode ser 2 ou 2p,
depende de G ser ou nao abeliano.
Se G nao e abeliano, entao G nao e cclico, e portanto todos os
elementos x , H tem ordem 2. G tem assim
Com ordem 1: a identidade,
Com ordem 2: Os elementos
k
, 1 k < p,
Com ordem p: Os elementos
k
, 1 k < p.
Se G e abeliano, temos que recalcular a ordem dos elementos da
forma x =
k
, 1 k < p. Notamos que
1 = (
k
)
n
=
n
kn
n
=
kn
.
Como
n
so pode ser 1 ou , e nao e uma potencia de ,
conclumos que
n
=
kn
= 1, donde 2[n e p[kn. Como 1 k <
p, temos p[kn p[n, e portanto 2p[n, i.e.,
k
tem ordem 2p. G
tem neste caso:
4.9. 1
o
EXAME: 7/7/2006 113
Com ordem 1: a identidade,
Com ordem 2: o elemento ,
Com ordem p: os elementos
k
, 1 k < p,
Com ordem 2p: os elementos
k
, 1 k < p.
d) Suponha que G nao e abeliano e : G N e um homomorsmo so-
brejectivo. Classique o grupo N. sugest ao: quais sao os subgrupos
normais de G?
resoluc ao:Para determinar os subgrupos normais de G, notamos que
os subgrupos de G nao triviais (i.e., distintos de 1 e de G) so podem
ter 2 ou p elementos.
Se K e um subgrupo com p elementos, entao K contem elemen-
tos de ordem p. Como vimos, todos os elementos de ordem p
pertencem a H, e e portanto obvio que este e o unico subgrupo
de G com ordem p. Como tambem ja notamos, segue-se de [G :
H] = 2 que H e normal.
Se K = 1, tem 2 elementos, entao podemos supor sem perda
de generalidade que = , dado que nos argumentos acima
apenas usamos o facto de ter ordem 2. Observamos que se
K = 1, e normal, entao
1
K, e neste caso
1
= 1
ou
1
= .
(a)
1
= 1 = = 1, o que e absurdo.
(b)
1
= = , o que e absurdo, porque implica
claramente que G e abeliano.
Conclumos que G tem 3 subgrupos normais, a saber 1, H, e G, e
N() e necessariamente um destes 3 subgrupos, e pode ser qualquer
um deles. Segue-se agora do 1
o
Teorema de Isomorsmo que:
(a) N() = 1 N G.
(b) N() = G N Z
1
, porque e um grupo com 1 elemento.
(c) N() = H N G/H Z
2
, porque e um grupo com 2 ele-
mentos.
Na realidade, existe apenas um grupo nao abeliano com 2p elemen-
tos(
2
), que e o grupo diedral D
p
, e portanto no caso (a) temos que
2
A tabuada de G ca determinada calculando o produto , que e um elemento de H.
Como H = H, e todos os elementos de H tem ordem 2, e claro que tem ordem
2, i.e., ()
1
= . Mas e obvio que ()(
p1
) = 1, donde ()
1
= =
p1
.
A tabuada resultante so pode ser a do grupo D
p
, que e como sabemos um grupo nao
abeliano com 2p elementos. Recorde-se de passagem que os elementos em H sao rotacoes,
e os elementos em H sao reexoes.
114 CAP
i
p
i
, b =
j
q
j
, e c =
k
r
k
, donde
i
p
i
j
q
j
= p
k
r
k
.
Como D e um d.f.u., as duas factorizacoes
i
p
i
j
q
j
= p
k
r
k
sao identicas, a menos da ordem dos factores e da multiplicacao por
unidades, ou seja, cada um dos factores irredutveis `a direita e as-
sociado de pelo menos um dos factores irredutveis `a esquerda. Em
particular, p e associado de um dos factores p
i
ou q
j
.
E portanto factor
de a ou de b.
3. Considere o anel Z
775
.
a) Quantos subaneis tem Z
775
? Quantos divisores de zero existem em
Z
775
?
resoluc ao:775 = 5
2
31 tem 6 factores, e portanto Z
775
tem 6 subaneis.
O anel tem (775) = 775(1
1
5
)(1
1
31
) = 5 4 30 = 600 elementos
invertveis, e portanto 775 600 1 = 174 divisores de zero.
b) Z
775
tem um subanel B com 155 elementos. Quantos geradores tem o
subanel B?
resoluc ao:Como 755/155 = 5, e claro que B =< 5 >, e por-
tanto os geradores de B sao as classes dos inteiros da forma 5x, com
mdc(5x, 755) = 5, ou mdc(x, 155) = 1. Por outras palavras, existem
tantos geradores de B como elementos invertveis em Z
155
, ou seja,
existem (155) = 155(1
1
5
)(1
1
31
) = 4 30 = 120 geradores de B.
c) Resolva a equacao x
2
= 0, com x Z
775
.
resoluc ao:Seja x = k, com k Z. Temos entao que 775[k
2
, donde
5[k e 31[k. Segue-se que k = 155z, e e obvio que neste caso 775[k
2
.
Conclumos que x
2
= 0 se e so se k = 155z. Existem por isso 5
solucoes da equacao, a saber x = 155, x = 310, x = 465, x = 620, e
x = 775 = 0.
d) Quantos homomorsmos de grupo : Z
775
D
31
existem? (Recorde
que D
31
e o grupo diedral formado pelas simetrias do polgono regular
de 31 lados.)
resoluc ao:Notamos que:
4.10. 2
o
EXAME: 21/7/2006 117
O grupo D
31
tem 62 = 2 31 elementos. Como (Z
775
) e sub-
grupo de D
31
, segue-se que a sua ordem so pode ser 1, 2, 31 ou
62 elementos.
A ordem de (Z
775
) resulta tambem de dividir 775 pelo n umero
de elementos do n ucleo de , n ucleo esse que e um subgrupo de
Z
775
. Consequentemente, a ordem de (Z
775
) e tambem factor
de 775 = 5
2
31
Conclumos assim que a ordem de (Z
775
) so pode ser 1 ou 31, sendo
que o primeiro caso corresponde ao homomorsmo trivial dado por
(x) = 1 para qualquer x Z
775
.
O caso em que (Z
775
) tem 31 elementos e igualmente possvel, e ocorre
sempre que (1) e um dos geradores r do subgrupo R
31
de D
31
com
31 elementos, caso em que (n) = r
n
. Como 31 e primo, sabemos
que R
31
Z
31
, e portanto R
31
tem 30 geradores (cada um dos quais
e uma das rotacoes nao triviais em D
31
). Existem assim 1+30 = 31
homomorsmos possveis.
4. Considere o anel K = Z
5
[x]/ < p(x) >, onde p(x) = x
3
+ 2x
2
+ 2x + 1.
Note que p(4) = 0.
a) Determine o n umero de elementos do anel K, e verique que K nao e
um corpo.
resoluc ao:Os elementos de K sao da forma a +bx +cx
2
, coma, b, c
Z
5
. K tem portanto 5
3
= 125 elementos. Como p(4) = 0, sabemos
que p(x) e divisvel por x 4 = x + 1, e na verdade temos p(x) =
x
3
+2x
2
+2x+1 = (x4)(x
2
+x+1), donde (x 4)(x
2
+ x + 1) = 0,
ou seja, e claro que K contem divisores de zero, e por isso nao pode
ser um corpo.
b) Mostre que os ideais de K sao da forma
<(x)>
<p(x)>
, onde (x)[p(x).
resoluc ao:
a
(c(x)) = c(x)
Z
5
[x]
< a(x) >
e
b
(c(x)) = c(x)
Z
5
[x]
< b(x) >
,
tomamos : Z
5
[x]
Z
5
[x]
<a(x)>
Z
5
[x]
<b(x)>
dado por
(c(x)) = (
a
(c(x)),
b
(c(x)))
O n ucleo de e dado por
N() = c(x) : a(x)[c(x) e b(x)[c(x) =< p(x) > .
Pelo 1
o
teorema de isomorsmo para aneis temos entao que
Z
5
[x]
< p(x) >
(Z
5
[x])
Z
5
[x]
< a(x) >
Z
5
[x]
< b(x) >
.
Como tanto
Z
5
[x]
<p(x)>
como
Z
5
[x]
<a(x)>
Z
5
[x]
<b(x)>
tem 125 elementos, e claro
que e sobrejectivo, e portanto
Z
5
[x]
< p(x) >
(Z
5
[x]) =
Z
5
[x]
< a(x) >
Z
5
[x]
< b(x) >
.