A aula 5, nos apresenta que: \" necessrio reconstruir a experincia mental do autor, captando antes o todo, para depois

dedicar ateno s partes do texto. por isso que um segundo momento da leitura tem como objetivo adquirir uma viso de conjunto do que tratado no texto, atentando para os temas e subtemas desenvolvidos, o que possibilita a elaborao de um esquema das ideias do autor, seguindo, para isso, a ordem lgica de exposio das mesmas.\" Com a finalidade de trabalharmos a leitura de acordo com essa perspectiva, devemos orientar nossa leitura de modo a responder de forma simultnea e articulada as seguintes questes: ? Qual o assunto tratado? ? Qual o problema central levantado pelo autor? ? Diante do problema levantado, qual a posio assumida pelo autor? ? Quais os argumentos apresentados que justificam a posio assumida pelo autor? ? Quais os argumentos secundrios apresentados pelo autor? Sua tarefa aqui de responder as cinco questes apresentadas anteriormente a partir da leitura do texto ?Sobre jequitibs e eucaliptos: amar?, de Rubem Alves (disponvel em anexo ou encontrado no livro Conversas com quem gosta de ensinar, 27 edio, de 1993, do mesmo autor, editora Cortez ? SP), elabore em um arquivo do Word e envie como anexo. Lista de arquivos anexados pelo professor:

Sobre jequitibs e eucaliptos

Para lhes dizer a verdade, no sei onde meu pai arranjou aquele almanaque, velharia do sculo passado, e que catalogava os municpios das Minas Gerais, um a um. Tenho de confessar que, igual quele, ainda no vi outro, to bem arranjado e consciente das coisas que deviam ser preservadas para a posteridade. Tanto assim que, alm de exaltar as belezas do lugar (e que lugar este que alguma beleza no possui?) e as excelncias do clima, passava a descrever as excelncias do povo, listando os vultos mais ilustres, a comear, como era de se esperar, pelos capitalistas, fazendeiros e donos de lojas, passando ento aos mdicos, boticrios, bacharis e sacerdotes, sem se esquecer, ainda que no fim, dos mestres-escolas. L, bem no comeo, seguindo a ordem alfabtica, estava Boa Esperana, terra de meu pai, e ele ajeitou os culos para ver se descobria naquele registro do passado a informao de algum antepassado ilustre, quem sabe alguma glria de que se pudesse gabar! E o dedo indicador foi percorrendo o rol dos importantes, um a um, pelo sobrenome, pois que de primeiro nome todas as memrias j tinham sido apagadas. At que parou. L estava. No podia haver dvidas. O sobrenome era o mesmo: Esprito Santo. Profisso: tropeiro. Tropeiro? Isto mesmo. E com a tropa de burros e o barulho imaginrio dos sinos da madrinha, pelas trilhas da serra da Boa Esperana que Lamartine Babo cantou, foram-se tambm as esperanas de um passado glorioso. Que aconteceu aos tropeiros? Meu pai se consolou dizendo que, naquele tempo, tropeiro era dono de empresa de transportes. O fato, entretanto, que o tropeiro desapareceu ou se meteu para alm da correria do mundo civilizado, onde a vida anda ao passo lento e tranqilizante das batidas quaternrias dos cascos no cho E a comecei a pensar sobre o destino de outras profisses que foram sumindo devagarinho. Nada parecido com aqueles que morrem de enfarte, assustando todo mundo. Aconteceu com elas o que acontece com aqueles velhinhos de quem a morte se esqueceu, e que vo aparecendo cada vez menos na rua, e vo encolhendo, mirrando, sumindo, lembrados de quando em vez pelos poucos amigos que lhes restam, at que todos morrem e o velhinho fica, esquecido de todos. E quando morre e o enterro passa, cada um olha para o outro e pergunta: Mas, quem era este? No foi assim que aconteceu

com aqueles mdicos de antigamente, sem especializao, que montavam a cavalo, atendiam parto, erisipela, priso de ventre, pneumonia, se assentavam para o almoo, quando no ficavam para pernoitar, e depois eram padrinhos dos meninos e no tinham vergonha de acompanhar o enterro? Pra onde foram eles? Quem quer ser mdico como eles? Tambm o boticrio, um dos homens mais ilustres e lidos da cidade, presena cvica certa ao lado do prefeito e do padre, pronto a discursar quando o bacharel faltava, tendo sempre uma frase em latim para ser citada na hora certa E o boticrio fazia as suas poes, e a gente lavava, em gua quente, os vidros vazios em que ele iria pr os seus remdios. E me lembro tambm do tocador de realejo que desapareceu, eu penso, porque com o barulho que se faz nas cidades, no h ningum que oua as canes napolitanas que a maquineta tocava. E me lembro tambm do destino triste do caixeiro-viajante, cujo progressivo crepsculo e irremedivel solido foram descritos por Arthur Miller, em A morte do caixeiro-viajante. Foi o tema que me deram, a formao do educador, que me fez passar de tropeiros a caixeiros. Todas, profisses extintas ou em extino. Educadores, onde estaro? Em que covas tero se escondido? Professores, h aos milhares. Mas professor profisso, no algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrrio, no profisso; vocao. E toda vocao nasce de um grande amor, de uma grande esperana. Profisses e vocaes so como plantas. Vicejam e florescem em nichos ecolgicos, naquele conjunto precrio de situaes que as tornam possveis e quem sabe? necessrias. Destrudo esse habitat, a vida vai se encolhendo, murchando, fica triste, mirra, entra para o fundo da terra, at sumir. Com o advento da indstria, como poderia o arteso sobreviver? Foi transformado em operrio de segunda classe, at morrer de desgosto e saudade. O mesmo com os tropeiros, que dependiam das trilhas estreitas e das solides, que morreram quando o asfalto e o automvel chegaram. Destino igualmente triste teve o boticrio, sem recursos para sobreviver

num mundo de remdios prontos. Foi devorado no banquete antropofgico das multinacionais. E os mdicos-sacerdotes? Conseguiam sobreviver, em parte porque as pessoas ainda acreditavam nos chs, cataplasmas, emplastros, simpatias e rezas de comadres e curandeiras. Foi em parte isto que impediu que se amontoassem nos consultrios do nico mdico do vilarejo. Alm disto, o tempo durava o dobro. Por outro lado, a ausncia dos milagres tcnicos fazia com que as solues fossem mais rpidas e simples. Bem dizia a sabedoria popular: O que no tem remdio, remediado est. Tambm a morte era uma soluo. E o educador? Que ter acontecido com ele? Existir ainda o nicho ecolgico que torna possvel a sua existncia? Resta-lhe algum espao? Ser que algum lhe concede a palavra ou lhe d ouvidos? Merecer sobreviver? Tem alguma funo social ou econmica a desempenhar? Uma vez cortada a floresta virgem, tudo muda. bem verdade que e possvel plantar eucaliptos, essa raa sem-vergonha que cresce depressa, para substituir as velhas rvores seculares que ningum viu nascer nem plantou. Para certos gostos, fica at mais bonito: todos enfileirados, em permanente posio de sentido, preparados para o corte. E para o lucro. Acima de tudo, vo-se os mistrios, as sombras no penetradas e desconhecidas, os silncios, os lugares ainda no visitados. O espao se racionaliza sob a exigncia da organizao. Os ventos no mais sero cavalgados por espritos misteriosos, porque todos eles s falaro de cifras, financiamentos e negcios. Que me entendam a analogia. Pode ser que educadores sejam confundidos com professores, da mesma forma como se pode dizer: jequitib e eucalipto, no tudo rvore, madeira? No final, no d tudo no mesmo? No, no d tudo no mesmo, porque cada rvore a revelao de um habitat, cada uma delas tem cidadania num mundo especfico. A primeira, no mundo do mistrio, a segunda, no mundo da organizao, das instituies, das finanas. H rvores que tm uma personalidade, e os antigos acreditavam mesmo que possuam uma alma. aquela rvore, diferente de todas, que

sentiu coisas que ningum mais sentiu. H outras que so absolutamente idnticas umas s outras, que podem ser substitudas com rapidez e sem problemas. Eu diria que os educadores so como as velhas rvores. Possuem uma fase, um nome, uma estria a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale a relao que os liga aos alunos, sendo que cada aluno uma entidade sui generis, portador de um nome, tambm de uma estria, sofrendo tristezas e alimentando esperanas. E a educao algo pra acontecer neste espao invisvel e denso, que se estabelece a dois. Espao artesanal. Mas professores so habitantes de um mundo diferente, onde o educador pouco importa, pois o que interessa um crdito cultural que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais, nenhuma diferena faz aquele que a ministra. Por isto mesmo professores so entidades descartveis, da mesma forma como h canetas descartveis, coadores de caf descartveis, copinhos plsticos de caf descartveis. De educadores para professores realizamos o salto de pessoa para funes. doloroso mas necessrio reconhecer que o mundo mudou. As florestas foram abatidas. Em seu lugar, eucaliptos. () No sei como preparar o educador. Talvez que isto no seja nem necessrio, nem possvel necessrio acord-lo. E a aprenderemos que educadores no se extinguiram como tropeiros e caixeiros. Porque, talvez, nem tropeiros nem caixeiros tenham desaparecido, mas permaneam como memrias de um passado que est mais prximo do nosso futuro que o ontem. Basta que os chamemos do seu sono, por um ato de amor e coragem. E talvez, acordados, repetiro o milagre da instaurao de novos mundos.

A aula 5, nos apresenta que: \" necessrio reconstruir a experincia mental do autor, captando antes o todo, para depois dedicar ateno s partes do texto. por isso que um segundo momento da leitura tem como objetivo adquirir uma viso de conjunto do que tratado no texto, atentando para os temas e subtemas desenvolvidos, o que possibilita a elaborao de um esquema das ideias do autor, seguindo, para isso, a ordem lgica de exposio das mesmas.\" Com a finalidade de trabalharmos a leitura de acordo com essa perspectiva, devemos orientar nossa leitura de modo a responder de forma simultnea e articulada as seguintes questes: ? Qual o assunto tratado? ? Qual o problema central levantado pelo autor? ? Diante do problema levantado, qual a posio assumida pelo autor? ? Quais os argumentos apresentados que justificam a posio assumida pelo autor? ? Quais os argumentos secundrios apresentados pelo autor? Sua tarefa aqui de responder as cinco questes apresentadas anteriormente a partir da leitura do texto ?Sobre jequitibs e eucaliptos: amar?, de Rubem Alves (disponvel em anexo ou encontrado no livro Conversas com quem gosta de ensinar, 27 edio, de 1993, do mesmo autor, editora Cortez ? SP), elabore em um arquivo do Word e envie como anexo. Lista de arquivos anexados pelo professor: Sobre jequitibs e eucaliptos.docx