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Manual do
Aluno
Joinville, 2007
Índice
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1. O que é Física Moderna?
1.1Transformações galileanas
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Fig. 1.1
As relações entre as
coordenadas do sistema S e S´
consistem nas transformações de
Galileu.
Vamos relacionar as
coordenadas espaciais:
x = x´ + v . t
Fig.1.2 y = y´ (1)
z=z
t = t´ (2)
Isto significa que tempo transcorre igualmente nos dois referenciais não
dependendo de onde é medido. Na relatividade de Galileu o conceito de tempo é
absoluto.
Embora seja um postulado de Galileu, a igualdade entre as coordenadas
temporais está bem fundamentada em nossa experiência cotidiana que não nos
oferece qualquer evidência em contrário.
Portanto as relações acima consistem nas Transformações galileanas de
coordenadas.
Uma conseqüência direta da invariância do tempo, nas equações de
Galileu, é a invariância do comprimento. Veja no exemplo abaixo:
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Sejam A e B dois pontos do espaço com coordenadas ( xA, yA, O), ( xB, yB,O)
em S e (x´A,y´A, O), (x´B,y´B, O) em S´ com yA = yB = y´A = y´B. Vamos medir a
distância entre os pontos A e B (fig, num certo instante t, nos dois referenciais.
Para isso, devemos determinar a diferença das coordenadas desses pontos.
Assim, em S temos:
L = xB - xA e em S´:
L´ = x´B - x´A
L´ = xB – v.t – ( xA – v.t )
L´ = xB - xA
L´= L (3)
Fig.1.3
V´x = Vx – v a´x = ax
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V´y = Vy a´y = ay (4)
V´z = Vz a´z = az
A primeira das equações das velocidades, formulada por Galileu, é
denominada Teorema da adição de velocidades.
Na relatividade newtoniana, a massa e a aceleração da partícula
independem do sistema de referência inercial adotado. Logo, a força resultante
( F = ma) também será independente do referencial em que é medida. Portanto as
leis de Newton são as mesmas para qualquer referencial inercial. Não há sistema
privilegiado ou absoluto. Pode-se concluir que:
1.3 Exemplos:
Fig.1.4
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2. A Relatividade Restrita
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O segundo postulado ( a luz
Atenção tem uma velocidade finita e todas as
Cuidado com a afirmação: “Segundo interações entre partículas ocorrem
Einstein tudo é relativo”. no máximo com a velocidade da luz)
O primeiro postulado diz que as leis da tem implicações diretas sobre o
Física não são relativas, isto é, não nosso modo de descrever a natureza.
dependem do referencial onde está o O segundo postulado está em
observador. perfeito equilíbrio com o primeiro
estabelecendo que a
2.2 Simultaneidade
Fig.2.1
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O observador 1, parado exatamente na metade da distância entre elas, vai
observar que ambas piscam ao mesmo tempo. O observador 2, parado ao lado da
lâmpada A, vai perceber que esta pisca antes de B, pois a luz da lâmpada B leva
um tempo t = d/c para chegar a este observador.
O observador 3, que se encontra na mesma posição que o observador 1
quando as lâmpadas piscam, se desloca com velocidade constante e alta em
relação a lâmpada B. Neste caso, enquanto a luz das lâmpadas viaja na direção
do observador 3, este se desloca um pouco na direção da lâmpada B. A luz da
lâmpada B chega um pouco antes ao observador 3, e ele percebe que a lâmpada
B acendeu antes da A. Neste exemplo abordamos a relatividade da
simultaneidade, pois cada observador tem uma opinião diferente a respeito dos
eventos e, no entanto, todos eles estão corretos.
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Fig3.1
∆tv = d
c
Fig.3.2
( c2 - v2 ) . ∆ts 2 = c2 . ∆tv 2
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(1)
Você sabia...
Na teoria da relatividade cada observador tem sue própria medida do tempo. Isso
pode levar ao denominado Paradoxo dos gêmeos.
Um dos gêmeos (a) parte em uma viagem espacial durante a qual ele viaja
próximo a velocidade da luz (c), enquanto seu irmão (b) permanece na Terra.
Por causa do movimento dele, o tempo flui mais devagar na espaçonave,
conforme visto pelo irmão na Terra. Assim ao retornar do espaço o viajante (a2)
descobrirá que se irmão (b2) envelheceu mais do que ele. Embora isso pareça contrariar
o senso comum, várias experiências indicaram que, nesse cenário, o gêmeo viajante
realmente voltaria mais jovem.
3.1 Exercícios
2) Dois eventos são simultâneos em um referencial para o qual eles ocorrem num
mesmo ponto do espaço. São eles simultâneos para qualquer outro
referencial?
3) Você está parado numa rua e vê seu amigo passar de carro. Consultando seus
respectivos cronômetros, ambos anotam os instantes em que o carro passa
por dois cruzamentos sucessivos, determinando assim os intervalos de tempo
entre os eventos. Qual de vocês marcou o tempo próprio? Justifique.
4) Por que ainda utilizamos as equações de Newton mesmo sabendo que elas
estão incorretas?
4.Contração do Comprimento
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Se um observador mede o comprimento de um objeto que está em
movimento relativamente a ele, o valor obtido é diferente daquele que seria
encontrado se a medição fosse feita num referencial onde o objeto estivesse em
repouso. Esse efeito é conseqüência direta da dilatação do tempo. Analisemos
uma situação hipotética simples. Isso é o que Einstein chamava de experiência
mental.
Imagine um trem de comprimento 2.400.000 Km a uma velocidade de 0,8c,
isto é 240.000 Km/s, passando pela plataforma de uma estação que tem o mesmo
comprimento do trem. Portanto no referencial da plataforma, o trem levará 10
segundos para percorrê-la totalmente ( fig.4.1). Entretanto pela equação (1) do
item anterior, um passageiro no trem registrará apenas 6 segundos para que a
plataforma “passe” por ele em sentido oposto, já que nessa velocidade.
Fig.4.1
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Fig.4.2
Aplicação tecnológica
Tópico Especial
5. Relatividade Geral e Cosmologia
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décadas ela foi considerada apenas um conjunto de equações sem muita
aplicação prática e, portanto, relegada a um plano secundário na pesquisa
científica na época.
Logo após a publicação dessa teoria o eminente astrônomo e astro-físico
britânico Arthur S. Eddington ( 1882 – 1944) tratou de se especializar nelas e
aplicá-las a termodinâmica estelar, obtendo resultados relevantes sobre a vida e a
morte das estrelas, tornando-se assim. O primeiro astro-físico relativista.
Sempre houve quem colocasse em dúvida as previsões e conclusões de
Einstein. Ao longo do século XX, muitos testes foram realizados para verificar seus
cálculos. Todos comprovaram brilhantemente as previsões desta teoria.
A teoria geral da relatividade tem como ponto de partida o princípio da
equivalência, de acordo com o qual um referencial uniformemente acelerado em
linha reta equivale a um campo gravitacional uniforme, cuja intensidade seja igual
à aceleração do referencial.
Uma conseqüência imediata deste princípio é o desvio da luz pela
gravidade. Se dispararmos um feixe de luz dentro de um elevador que sobe com
aceleração uniforme, para um observador ali presente, o feixe descreverá uma
trajetória curva.
Desta forma foi estabelecido, e posteriormente comprovado, que campos
gravitacionais ( matéria e energia) deformam o espaço.
Notícias
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galáxias se afastando como se estivessem na superfície de um balão que estamos
inflando.
Se as galáxias estão se afastando umas das outras agora, significa, que em
algum momento do passado, elas deveriam ter estado muito próximas, da mesma
forma que um balão totalmente vazio. Uma regressão no tempo entre 10 e 15
bilhões de anos atrás, colocaria toda a matéria que hoje compõe o universo em
um único ponto. Vários cientistas do mundo inteiro investiram seus esforços para
delinear o que ficaria conhecido como teoria do Big-bang.
5.1.2 O Big-bang
6. Efeito Fotoelétrico
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Nos últimos anos do século
XIX, experimentos demonstraram que
uma luz incidindo em determinadas
superfícies metálicas causava
emissão de elétrons por essa
superfície. Esse fenômeno é
conhecido como Efeito Fotoelétrico,
e os elétrons emitidos são chamados
fotoelétrons.
Fig. 6.1
Fig.6.2
A curva (1) representa a variação da corrente para luz com grande intensidade e a
curva (2), a variação da corrente para luz de pequena intensidade.
Para valores de UCE (ddp entre emissor E e o coletor C) suficientemente elevados,
a corrente atinge sua máxima intensidade e se estabiliza neste valor. Porém,
invertendo-se a polaridade da bateria, a intensidade da corrente entre E e C
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diminui gradativamente, chegando a zero para UCE = - Uf. O valor Uf é denominado
potencial de freamento ou de corte.
Para valores negativos de UCE , isto é, no intervalo - Uf. < UCE < 0, os fotoelétrons
são repelidos pela placa C, que agora está negativa, diminuído assim o fluxo de
cargas entre E e C. Somente os elétrons ( craga elétrica de módulo e) que são
emitidos com energia cinética superior a e . UCE conseguem chegar a placa C.
Porém, o máximo valor possível para a energia cinética dos fotoelétrons é e . UCE,
uma vez que, quando UCE = - Uf. , os elétrons são totalmente freados. O valor de
Uf. é independente da intensidade da radiação iluminante usada.
A explicação correta para o efeito fotoelétrico foi dada por Albert Einstein
(1879- 1955), em 1905, mesmo ano da publicação da teoria da relatividade
especial. Como parte de uma publicação sobre a radiação eletromagnética, que
lhe valeu o prêmio Nobel em 1921. Einstein entendeu o conceito de quantização
para as ondas eletromagnéticas proposto por Planck. Admitiu que a luz e as
demais radiações eletromagnéticas deveriam ser consideradas coomo um feixe de
pacotes de energia, aos quais chamou fótons, cada um transportando uma
quantidade de energia E igual a h . f.
Na visão de Einstein, cada fóton cede toda sua energia h . f a um único
elétron do metal. Parte desta energia é usada para “desligar” o elétron do seu
átomo – energia de ligação. A essa parcela de energia ele denominou função de
trabalho do material, que representaremos por W. o restante da energia do fóton
incidente estará na forma de energia cinética do fotoelétron. Assim,
Ec = h . f – W
Lembrando que Ec = e . Uf
e . Uf = h . f – W (2)
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7. Roteiro para experiência sobre Efeito Fotoelétrico
• Como é feita a detecção dos elétrons que são emitidos pela placa?
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A teoria de Einstein para o efeito fotoelétrico nos dá uma forte evidência em
favor dos fótons ou partículas de luz. Estes fenômenos nos mostram que uma luz
de freqüência f, quando interage com a matéria, o faz como se fosse constituída
por partículas com energia h . f.
Entretanto, os fenômenos de difração e interferência só podem ser
explicados considerando a luz como uma onda. Essa aparente confusão levanta
uma questão crucial: “ Afinal, a luz é onda ou partícula?”
Se por um lado somente o modelo de fótons explica adequadamente o
efeito fotoelétrico, por outro, somente o modelo ondulatório explica a difração e a
interferência. Então, qual modelo é correto? A resposta é simples mas incômoda.
Devemos aceitar ambos os modelos! A verdadeira natureza da luz e das demais
radiações eletromagnéticas, não deve ser descrita apenas por um único modelo
teórico. As duas teorias completam-se mutuamente.
A luz tem uma natureza dual, isto é, ora apresenta características de onda
ora de partícula.
O enunciado a seguir é o do denominado princípio da complementaridade
de Bohr.
Fig.8.1
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Nenhum dos modelos deve ser usado separadamente para descrever as
propriedades da luz. Uma descrição completa e correta do comportamento da luz
só é válida quando ambos os modelos são considerados.
Se a natureza da luz é, por si só, um conceito difícil de aceitar, mais
intrigante ainda é o fato de que também a matéria apresenta natureza dual!
Λ=h/Q Λ=h/m.v
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Computação Quântica
Por mais estranho que pareça, o computador do futuro poderá ser “construído” com o
café de uma xícara. É isso mesmo. A molécula da cafeína é exatamente um dos
componentes fundamentais do computador quântico, um novo tipo de computador que
promete tudo o que já se fez nesse campo. Devido às suas propriedades físico-químicas
ela seria usada na fabricação dos biochips, microcircuitos que utilizam macromoléculas
como unidade de armazenamento de informações.
Freqüentemente surge uma nova tecnologia que permite que os limites de desempenho
dos atuais computadores sejam ultrapassados.da eletrônica a válvula até os atuais
componentes VLSI ( Very Large Scale Itegration), a velocidade dos avanços
tecnológicos parece só aumentar. Atualmente o segredo para melhorar o desempenho de
um computador é a miniaturização de seus componentes eletrônicos, como os diodos, os
transistores, os resistores e os capacitores que estão presentes nos microprocessadores e
nos microcircuitos. Essa continua redução de tamanho está chegando a seu limite. Se
tais componentes tornarem-se muito menores do que já são, fenômenos quânticos
passarão a interferir no seu funcionamento. Em 1982 Richard P. Feymann (1918-1988),
brilhante físico americano, entre outras contribuições à Física Moderna, imaginou um
computador quântico que usaria efeitos quânticos na busca de rapidez e precisão. Ele
não pode ser montado com diodos, transistores, etc., como os clássicos. Para montá-lo é
necessária uma nova tecnologia, ainda em desenvolvimento. Modelos estão sendo
continuamente testados em todo o mundo.
9. Modelos Nucleares
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trajetória após passarem pela folha, e
uma pequena parcela era defletida no
sentido contrário ao de seu
movimento original.
Os resultados destas
experiências levaram Rutherford a
criar um novo modelo, formada por
uma parte positiva localizada numa
região relativamente pequena no
Fig.9.2 centro do átomo, a que chamou
núcleo, e por uma parte negativa
constituída pelos elétrons, ocupando
uma vasta região externa envolvendo
o núcleo, conhecida até hoje como eletrosfera. Para garantir a estabilidade do
átomo os elétrons em movimento ao redor do núcleo, em órbitas circulares, de
maneira semelhante a dos planetas ao redor do Sol. Esse modelo ficou conhecido
como modelo planetário do átomo.
Porém havia um sério problema com o modelo de Rutherford. Os elétrons
em órbita estão sujeitos a uma aceleração centrípeta e, de acordo com a teoria de
Maxwell, cargas aceleradas emitem radiação, perdendo energia. Nesse caso, os
átomos estariam continuamente emitindo radiação e. o que é mais grave, os
elétrons deveriam “cair” sobre o núcleo, provocando o colapso da matéria.
(Fig.9.3)
Fig.9.3
Fig.9.4
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quantização de Planck, postulou que no átomo os elétrons estão confinados
em certos níveis estáveis de energia, nos quais não há emissão de radiação.
Esses níveis de energia forma chamados de estados estacionários de
energia. Ao passar de um nível “inferior” para outro “mais elevado”, o elétron
absorve energia do meio externo, em quantidade estritamente suficiente para isso.
(Fig.9.5a) Ao retornar ao nível original, o elétrons libera esta energia na forma de
radiação (Fig.9.5b)
No modelo de Bohr o átomo é quantizado.
Fig.9.5
10. Exercícios
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
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c) a carga negativa do átomo está concentrada em um núcleo muito pequeno.
d) a carga positiva e quase toda a massa do átomo estão concentradas em
um núcleo muito pequeno.
e) Os elétrons, dentro do átomo, movem-se somente em certas órbitas,
correspondentes a valores bem definidos de energia.
a) o efeito fotoelétrico.
b) a ionização de átomos pela incidência da luz.
c) a difração de elétrons.
d) o rompimento de ligações entre átomos pela incidência da luz.
e) Propagação, no vácuo, de ondas de rádio de freqüência média.
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11. Referências
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