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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PATOS-PB
UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

Avaliação da sensibilidade in vitro de bactérias isoladas de infecções do conduto auditivo


de cães atendidos no HV-UFCG-Patos/PB frente ao óleo-resina de Copaíba (Copaifera
langsdorffii)

Araceli Alves Dutra

2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PATOS-PB
UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

Avaliação da sensibilidade in vitro de bactérias isoladas de infecções do conduto auditivo


de cães atendidos no HV-UFCG-Patos/PB frente ao óleo-resina de Copaíba (Copaifera
langsdorffii)

Araceli Alves Dutra


Graduanda

Profª Drª Melânia Loureiro Marinho


Orientadora

Prof. Dr.Felício Garino Junior


Co-orientador

Patos, 2016
D978a Dutra, Araceli Alves

Avaliação da sensibilidade in vitro de bactérias isoladas de infecções do


conduto auditivo de cães atendidos no HV-UFCG-Patos/PB frente ao óleo-
resina de copaíba (Copaifera langsdorffii) / Araceli Alves Dutra. – Patos,
2016.
36f.:il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) – Universidade


Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2016.

“Orientação: Prof. Dra. Melânia Loureiro Marinho.”

“Co-orientador: Prof. Dr. Felício Garido Júnior.”

Referências.

1. Óleo de copaíba. 2. Fitoterapia. 3. Otite externa. 4. Bactérias. I. Título.

CDU 616:619
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA

ARACELI ALVES DUTRA


Graduanda

Monografia submetida à Universidade Federal de Campina Grande como requisito parcial


para a obtenção do grau em Medicina Veterinária.

Aprovada em: ....../....../.......

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Dr.ª Melânia Loureiro Marinho


Orientadora

Prof. Dr. Felício Garino Junior


Co-orientador
Examinador I

Msc. Rosileide dos Santos Carneiro


Examinador II
“Você nunca vai cruzar o oceano
se não tiver coragem de perder
a costa de vista.”

André Paul Guillaume Gide


AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram para minha formação


acadêmica e realização do presente Trabalho, em especial a:
Minha mãe, Maria Inês, a mulher mais admirável e espirituosa que já conheci uma
inspiração de dedicação, trabalho e devoção. Agradeço pelo apoio, por vibrar a cada conquista
e por sempre acreditar na minha capacidade. Se hoje sou quem sou, devo a você.
Meu pai, Sebastião Alves, um homem de coração grandioso, por me apoiar em
minhas decisões, pelas preocupações e por se fazer presente em todos os momentos. Obrigada
por segurar na minha mão nos acertos e nos tropeços.
Meu namorado, companheiro e amigo, Ricardo Victor, que há sete anos está comigo,
me motivando a sempre melhorar e me superar. Pela paciência e longas horas de conversas,
risos e conselhos. Sem você eu não teria conseguido chegar até aqui. Nunca Esqueça o
Quanto eu Amo Você.
Minhas irmãs, Aura Mazda e Arícia Maria, que compartilham do amor pelos
animais, em especial aos nossos gatos Alfa, Velma, Nina (In memorian) e Remela (In
memorian). Apesar de distantes, estiveram presentes por toda minha jornada acadêmica, me
proporcionando sorrisos e aliviando dificuldades.
A toda minha família, que demonstrou apoio e carinho, em especial a Tia Preta, por
amar e se dedicar incondicionalmente aos animais e por ajudar na minha criação quando ainda
bebê.
Minhas amigas e futuras colegas de profissão, Sarah Caetano e Gabriella Sonally,
pela companhia, risadas, conselhos e estudos. Apesar de sermos muito diferentes umas das
outras, conseguimos nos encaixar muito bem, formando minha segunda família em Patos.
Minha amiga Amanda Carvalho, que me inspirou a cursar Medicina Veterinária e há
10 anos me mostra sua amizade simples e sincera, nas horas boas e ruins.
Meus amigos e que compartilharam a casa comigo, Brizza Rocha e Arthur Pedroza,
pela ótima companhia e por me ajudar em situações difíceis durante todo o curso. Certamente
continuarão a ser muito felizes juntos e terão uma vida profissional e matrimonial abençoada.
Minha orientadora, Melânia Loureiro, que me abriu as portas para a fitoterapia e que
confiou e aceitou me orientar. Es um exemplo de respeito a natureza e aos animais.
Meu co-orientador, Felício Garino, por ter me recebido tão bem em seu laboratório, e
por toda disponibilidade e ensinamentos. Admiro sua dedicação aos seus alunos e à pesquisa,
es um exemplo de mentor.
Minha “passarinha”, Ivy, minha pequena pet e companheira que, mesmo sem saber,
me deu carinho, suporte e alegria em todos os momentos.
Todos os meus professores por me proporcionarem conhecimento não apenas racional,
mas de manifestação de caráter, ética e afetividade no processo de formação profissional, pela
dedicação, por despertarem a curiosidade e a paixão pela Medicina Veterinária.
SUMÁRIO
Pág.

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 15

2.1 Anatomia do Conduto auditivo externo.............................................................................. 15

2.2 Epidemiologia da otite externa ........................................................................................... 17

2.3 Sinais clínicos, diagnóstico e tratamento da otite externa .................................................. 19

2.4 Fitoterapia ........................................................................................................................... 19

2.5 Fitoterapia na Medicina Veterinária ................................................................................... 20

2.6 Copaíba ............................................................................................................................... 22

2.6.1 A árvore .................................................................................................................... 22

2.6.2 O óleo ...................................................................................................................... 23

2.6.3 Mecanismos de ação antibacteriana ........................................................................ 23

2.6.4 Atividade antimicrobiana do Óleo de copaíba ........................................................ 24

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 26

3.1 Local do experimento ......................................................................................................... 26

3.2 Obtenção do óleo de copaíba ............................................................................................ 26

3.3 Obtenção das amostras ....................................................................................................... 26


3.4 Preparo dos meios de cultura .............................................................................................26

3.5 Cultivo microbiológico ....................................................................................................... 27


3.6 Concentração Inibitória Mínima ......................................................................................... 27
3.7 Avaliação da sensibilidade in vitro .................................................................................... 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 30

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 33

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 34
LISTA DE TABELAS

Pág.

Tabela 1 - Sesquiterpenos mais encontrados em estudos cromatográficos. ............................ 24


Tabela 2 - Diterpenos mais encontrados em estudos cromatográficos. ................................... 24
Tabela 3 - Resultados da Concentração Inibitória do óleo-resina de copaíba (Copaifera
langsdorffii), frente as bactérias Gram positivas, Patos/PB, 2016. .......................................... 30
Tabela 4 - Resultados da Concentração Inibitória do óleo resina de copaíba (Copaifera
langsdorffii), frente às bactérias Gram negativas, Patos/PB, 2016. ......................................... 30
LISTA DE FIGURAS

Pág.

Figura 1 - Estruturas anatômicas do ouvido. ........................................................................... 16


Figura 2 - Agentes isolados do conduto auditivo de cães . ..................................................... 18
Figura 3 - Distribuição do número de espécies de plantas citadas para uso em doenças típicas
de animais no Brasil ................................................................................................................. 21
Figura 4 - Árvore Copaíba, Copaifera langsdorffii ................................................................. 22
Figura 5 - Esquema da Macrodiluição em tubos . ................................................................... 28
Figura 6 - Tubos de ensaio mostrando ausência e presença de turbidez. ................................ 29
LISTA DE SÍMBOLOS, ABREVIATURAS E SIGLAS

% Porcentagem
+ Positivo
α Alfa
Beta
δ Delta
Gama
ºC Graus Celsius
CIM Concentração Inibitória Mínima
BHI Brain Heart Infusion
mg Miligrama
mL Mililitro
g Grama
DMSO Dimetilsufóxido
μL Microlitro
ATCC American Type Culture Collection
FDA Food and Drug Administration
Kg Quilograma
RESUMO

DUTRA, ARACELI ALVES. Avaliação da sensibilidade in vitro de bactérias isoladas de


infecções do conduto auditivo de cães atendidos no HV-UFCG-Patos/PB frente ao óleo-
resina de Copaíba (Copaifera langsdorffii). Patos. 2016. 36f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação) - Curso de Medicina Veterinária, Medicina Veterinária Preventiva e Saúde
Animal, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, 2016.
A otite externa é uma doença de caráter inflamatório agudo ou crônico que acomete o ouvido
externo de cães e gatos, causando além da inflamação, placa eritematosa, desconforto,
agitação da cabeça, dor, secreção, odor desagradável e dermatite úmida, podendo sua
ocorrência representar até 20% dos cães e até 7% dos gatos da rotina clínica. As principais
bactérias isoladas são Staphylococcus intermedius, Pseudomona aeruginosa, Proteus spp.,
Streptococcus spp, Escherichia coli e Corynebacterium. O óleo de copaíba é um líquido
transparente obtido através da árvore Copaíba e que possui diversos usos na medicina
popular, tendo alguns deles já sido comprovados em estudos. Tendo em vista a abundância de
resistência dos microrganismos àos diferentes antimicrobianos, faz-se necessário a constante
busca por novas terapias. Testou-se o óleo de copaíba frente a 16 amostras de bactérias
isoladas de animais com otite externa, entre elas Staphylococcus spp., Pseudomonas
aeruginosa, Escherichia coli e Enterobacter, empregando-se o teste de Concentração
Inibitória Mínima (CIM) em Macrodiluição em tubos. Para as bactérias Staphylococcus spp. o
óleo mostrou eficácia entre as concentrações de 10% a 0,3% em 90% das cepas testadas. Para
as outras bactérias, as Gram negativas, o óleo não mostrou nenhuma eficácia, em nenhuma
das amostras testadas. Concluindo que o óleo mostra eficácia contra as bactérias Gram
positivas testadas, porém, ineficácia para as Gram negativas, necessitando ser realizados mais
estudos in vivo, com a finalidade de se obter produtos como ferramentas de apoio para
tratamentos de infecções em animais.
Palavras-chave: Óleo de copaíba, fitoterapia, otite externa, bactérias, CIM.
ABSTRACT

DUTRA, ARACELI ALVES. Evaluation of the in vitro sensitivity of bacteria isolated


from auditory canal infections of dogs treated at HV-UFCG-Patos/PB against Copaíba
oil-resin (Copaifera langsdorffii). Patos. 2016. 36p. Term paper (Graduation) – Veterinary
Medicine, Preventive Veterinary Medicine and Animal Health, Federal University of
Campina Grande, Patos, 2016.
External otitis is an acute or chronic inflammatory disease that affects the outer ear of dogs
and cats, causing inflammation, erythematous plaque, discomfort, head agitation, pain,
secretion, unpleasant odor and moist dermatites, representing up to 20% of dogs and 7% of
cats in the clinical routine. The main bacterias isolated are Staphylococcus intermedius,
Pseudomona aeruginosa, Proteus spp., Streptococcus spp, Escherichia coli and
Corynebacterium spp. Copaiba oil is a clear liquid obtained through the Copaiba tree and has
several uses in popular medicine, some of which have already been proven in several studies.
Considering the abundance of resistance of the microorganisms to the different
antimicrobials, it is necessary the constant search for new therapies. Copaiba oil was tested
against 16 bacterial samples isolated from animals with external otitis, including
Staphylococcus spp., Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli and Enterobacter., using the
Minimum Inhibitory Concentration (MIC) in Macrodilution in tubes. For the Staphylococcus
spp. bacteria, the oil showed efficacy between 10% to 0.3% concentrations in 90% of the
strains tested. For the other bacterias, Gram negative, oil showed no efficacy in any of the
samples tested. Concluding that the oil shows efficacy against the Gram positive bacteria
tested, but ineffective for the Gram negative, requiring further in vivo studies, in order to
obtain products as support tools for treatments of infections in animals.

Key words: Copaiba oil, phytotherapy, otitis externa, bacteria, MIC.


1 INTRODUÇÃO

A otite externa é uma doença de caráter inflamatório do epitélio dos canais auditivos
horizontais e verticais e estruturas adjacentes, sendo provocado pela proliferação patogênica
de microrganismos comensais da flora cutânea do ouvido externo sob condições ambientais
anormais.
Os microrganismos mais comumente associados são Staphylococcus intermedius,
Corynebacterium spp., Streptococcus spp, Echerichia coli, Proteus mirabilis e Pseudomona
aeruginosa.
Existem fatores que podem desencadear ou predispor a enfermidade, como raças que
possuem presença de pelo excessivo nos ouvidos e que possuem orelhas longas e penduladas,
como o Poodle ou Cocker Spaniel. Além da raça ainda existem condições como estresse,
atopias, mudanças de temperatura e umidade, doença metabólica, má condições de higiene,
entre outros. Quando isso acontecer o animal poderá apresentar otite externa, com sinais
clínicos agudos ou crônicos. Sendo os principais sinais agudos o balançar da cabeça e prurido
intenso e os principais sinais crônicos a secreção purulenta odorífera e o pender da cabeça
para o lado do ouvido mais afetado.
A otite canina é um dos principais motivos para consulta veterinária, representando
um alto índice dos casos atendidos na clínica, e, destes, 76% constituem a otite externa
crônica. Esta é muito comum e seu tratamento vem se tornando cada vez mais difícil devido à
alta incidência de recidivas (REOLON et al., 2011).
O tratamento para otite bacteriana, em geral, precisa ser realizado durante um longo
período de tempo para obter-se resultados positivos, podendo, muitas vezes, acarretar na
resistência do microrganismo ao quimioterápico. Além disso, a terapêutica estendida faz com
que o proprietário necessite realizar altos investimentos, correndo muitas vezes o risco de não
se obter os resultados desejados.
Tendo em vista a rotina clínica elevada e as constantes recidivas faz-se necessário a
busca constante por alternativas terapêuticas, principalmente aquelas de baixo custo, de alta
eficiência em um curto período de tempo, que diminua ou cesse as recidivas, de fácil obtenção
e de baixa toxicidade. Levando esses pontos em consideração, o presente estudo visa à
utilização do óleo-resina de Copaifera langsdorffii como uma possibilidade no tratamento de
bactérias causadoras da Otite, sendo inicialmente testado in vitro, realizando diversos testes
seriados em laboratório para testar a sua eficácia, como a Concentração Inibitória Mínima,
14

realizado em macrodiluição em tubos.


A opção pelo uso do Óleo de copaíba foi feita com base em seu vasto emprego na
medicina popular, além de vários estudos já realizados comprovando sua efetividade contra
outros tipos de bactérias e microrganismos.
Levando em conta as propriedades do Óleo de copaíba e a sua efetiva ação contra
outros patógenos, a probabilidade de se obterem resultados positivos é bastante significativa.
15

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Anatomia do Conduto auditivo externo

A orelha possui três subdivisões, a orelha externa, orelha média e orelha interna. O
ouvido externo é dividido em pavilhão auricular, canal auditivo externo e membrana
timpânica. É usada entre os animais para comunicação. É uma estrutura cartilaginosa
revestida por pele, folículos pilosos e glândulas sebáceas e apócrinas modificadas
(ceruminosa). A produção do cerúmen ocorre através das secreções glandulares e o acúmulo
de células descamativas, sendo transportados para cima e para fora do canal auditivo pelo
processo de limpeza da migração das células epiteliais (PATEL; FORSYTHE, 2010).

2.1.1 Pavilhão auricular

Também chamada de Aurícula ou Pina (Figura 1), é a parte visível externamente, que
pode diferenciar em conformação e orientação de acordo com a raça do cão. Consiste de uma
estrutura afunilada assimétrica, que capta e direciona as vibrações das ondas sonoras para o
canal auditivo externo (COLVILLE, 2010).
Caracteriza-se na maioria das raças por uma grande mobilidade. Essa característica se
dá a partir dos músculos auriculares quando há movimentação a partir de um estímulo sonoro.
A função desses músculos é permitir a rotação lateral, dorsal e ventral do ouvido externo. Sua
inervação é realizada a partir do nervo intermediofacial (LIEBICH; KÖNIG, 2011).
A Pina é constituída por uma lâmina de cartilagem fibroelástica (cartilagem auricular)
coberta por tecido subcutâneo e pele (DYCE; SACK; WENSING, 2010).

2.1.2 Canal auditivo externo

Também chamado de Meato acústico externo tem seu início na base do pavilhão
auricular, possuindo formato de “L”, com uma parte vertical mais dorsal e uma parte
horizontal mais ventral, desembocando na membrana timpânica (COLVILLE, 2010).
A parte ventral é formada pela cartilagem auricular, enquanto que a parte horizontal é
formada pela cartilagem auricular e anular. Ao chegar à parte horizontal o diâmetro estreita
rapidamente (DYCE; SACK; WENSING, 2010).
16

É revestida por um epitélio escamoso estratificado, produtoras do cerúmen, situando-


se por toda sua extensão (LIEBICH; KÖNIG, 2011).
Possui, ainda, uma parte óssea proximal, sendo curta e fixando-se a através da
cartilagem anular. Inicia-se na parte estreita da cartilagem auricular e terminando na
membrana timpânica (LIEBICH; KÖNIG, 2011).

2.1.3 Membrana timpânica

Também denominado Tímpano, é a estrutura que divide o Conduto auditivo externo


do Ouvido médio. Sua função é transmitir as vibrações sonoras para os ossículos da audição.
Caracteriza-se por ser uma lâmina semitranslúcida e delgada amparada pelo anel timpânico. É
inclinada e tem formato oval nos cães (ELLENPORT, 1981).
É composta por três camadas específicas, a epiderme escamosa estratificada externa, o
tecido conjuntivo fibroso central e a mucosa interna. É intensamente inervada por fibras
nervosas e sensoriais. Estribo, martelo e bigorna conectam a membrana timpânica ao ouvido
interno (PATEL; FORSYTHE 2010).

Figura 1 - Estruturas anatômicas do ouvido (Fonte: PATEL; FORSYTHE 2010).


17

2.2 Epidemiologia da otite externa

A otite externa é uma apresentação clínica comum. Fossum et al (2014) define otite
externa como “Inflamação do epitélio dos canais auditivos horizontais e verticais e estruturas
adjacentes (conduto auditivo externo e pavilhão auricular)”.
A otite apresenta-se mais comumente em cães, podendo atingir até 12% desses e com
menos frequência os felinos, com até 2% dos atendimentos da rotina (GERARDI, 2014).
Outros autores citam que a sua ocorrência pode chegar a atingir até 20% dos cães e até 7%
dos gatos da rotina (FOSSUM, 2014; ROSYCHUK; LUTTGEN, 2014).
A doença pode ser causada por fatores primários, predisponentes e perpetuantes. Os
fatores primários incluem hipersensibilidade (atopia, sensibilidade alimentar e à picada de
pulgas), reações a fármacos (aplicados de forma sistêmica, ocorrendo graus variados de
tumefação), corpos estranhos (ex.: poeira), ectoparasitas (ex.: Octodecys cyanotis), distúrbios
das glândulas sebáceas, entre outras. São fatores predisponentes a temperatura elevada
associada à umidade e a conformação anatômica como orelhas penduladas (acarreta uma má
aeração) e excesso de pelos nos ouvidos. E entre os fatores perpetuantes pode-se citar a
colonização bacteriana de forma exacerbada (ROSYCHUK; LUTTGEN, 2014).
O ouvido externo do cão possui uma flora constituída principalmente por cocos e
bastonetes Gram positivos, negativos e leveduras (OLIVEIRA, 2003 apud BONATES, 2006).
Staphylococcus intermedius, Pseudomonas aeruginosa, Proteus spp., Streptococcus
spp, Escherichia coli e Corynebacterium spp. são os microrganismos mais comumente
isolados da otite externa (ROSYCHUK; LUTTGEN, 2014). Porém, é comum o isolamento de
três ou mais microrganismos em um mesmo processo inflamatório (BIBERSTEIN; HIRSH,
2003).
O gênero Staphylococcus spp. é considerado um dos patógenos mais importantes,
visto que é o causador de diversas infecções, sendo mais comuns aquelas superficiais,
representando 30% a 50% dos casos de Otite externa (Figura 2). Devido ao aumento da sua
resistência ela vem obtendo maior importância clínica ao longo dos anos (TEIXEIRA et al,
2008). Classificados como anaeróbios facultativos, possuem conformação esférica, crescendo
em forma de cachos irregulares e são bactérias Gram positivas (+). A S. intermedius é a mais
frequente bactéria piogênica em cães. Seu crescimento ocorre dentro de 12 horas em culturas
laboratoriais (BIBERSTEIN, HIRSH, 2003).
Pseudomonas aeruginosa é considerado o mais frequente bacilo Gram negativo (-)
não fermentador isolado nos laboratórios. É um microrganismo que possui uma grande
18

facilidade de desenvolvimento, estando mais presente em Otite externa crônica ou recidivante.


Possui em torno de 200 espécies, sendo a mais importante na veterinária a Pseudomonas
aeruginosa. Tem como principal fator de virulência a produção de biofilme (LINCOPAN,
TRABULSI, 2008). A Pseudomonas aeruginosa é reconhecida como uma bactéria
multirresistente. Esse fato se deve a composição física e química (polianiônica) da sua
membrana externa, uma vez que, para o antimicrobiano penetrar a barreira externa, necessita
saturar toda a sua superfície, dificultando a sua ação (FERREIRA; LALA, 2010).
O gênero Proteus spp. faz parte da família Enterobacteriaceae, um patógeno
oportunista Gram-negativo. Representa em torno de 5% dos casos de Otite externa. Alguns
autores a citam como microrganismo causador de infecções no trato urinário de cães
(ROSALSKI, 2012; CARVALHO et al., 2014). Já Streptococcus sp. e Escherichia coli
causam infecções supurativas e muitas espécies vivem como comensais na mucosa do trato
respiratório e urogenital (LUSA; AMARAL, 2010). De acordo com uma pesquisa realizada
por Possebon, Kaiser e Martins (2015), a Corynebacterium auriscanis representou 10% das
amostras isoladas de cães com Otite.

Figura 2 - Agentes isolados do conduto auditivo de caninos (Fonte: POSSEBON; KAISER; MARTINS, 2015).
19

2.3 Sinais clínicos, diagnóstico e tratamento da Otite externa

A otite inicialmente irá causar uma inflamação no conduto auditivo, placa eritematosa
no meato externo e no forro externo do canal. Em seguida o animal irá apresentar aparente
desconforto, como agitação da cabeça e dor. Também será observada secreção, odor
desagradável e dermatite úmida. Infecções por Staphylococcus sp, Streptococcus sp e Proteus
sp vêm acompanhadas por um exsudato amarelo claro, escurecendo progressivamente quando
há produção de cera (CARDOSO, 2009).
A avaliação clínica completa é um ponto importante para o diagnóstico da
enfermidade. Deve-se realizar, não somente exame otológico, como também inspeção de todo
o animal para detecção de lesões subjacentes. Exames laboratoriais também podem
representar uma forma significante de diagnóstico, podendo ser realizada citologia, cultura
bacteriana ou fúngica para identificação do agente e antibiograma para avaliação da
sensibilidade ou resistência aos antimicrobianos. Identificar a causa primária é de extrema
importância para resolução do caso, podendo ser realizados testes dietéticos no caso de
suspeita de sensibilidade alimentar e testes intradérmicos em suspeita de outras
hipersensibilidades (picada de carrapato, fármacos, etc) (PATEL; FORSYTHE, 2010).
O tratamento para a otite externa geralmente ocorre de forma tópica, podendo ser
associada à terapia sistêmica, devendo levar em consideração a resistência antimicrobiana
surgindo atualmente como um risco à eficácia terapêutica (NOGUEIRA; DINIZ; LIMA,
2008). Os objetivos do tratamento são eliminar a causa primária, aliviar a inflamação,
eliminar infecção secundária e prevenir alterações crônicas. Sendo assim, devem-se realizar
limpezas com ceruminolíticos, glicocorticoides sistêmicos nos primeiros 10-14 dias do
tratamento quando há inflamação, dor e/ou prurido intensos ou hipersensibilidade,
antibióticos tópicos e sistêmicos, baseado no antibiograma e/ou citologia e no caso de
infecções fúngicas deve-se empregar antifúngicos tópicos (GERARDI, 2014). O tratamento
para otite externa é um procedimento demorado, de alto custo e que requer a participação
constante do proprietário (DEUS et al., 2009).

2.4 Fitoterapia

As plantas são usadas pela humanidade para fins medicinais desde os tempos
primordiais, quando ainda não existiam os estudos científicos e fabricação de medicamentos
20

industrializados. Como não havia outras formas comprovadas para combater doenças, era
através das plantas que se encontravam curas e o conhecimento popular adquirido era
repassado ao longo das gerações (SANTOS et al., 2011).
O Brasil possui cerca de 23% das espécies vegetais existentes em todo planeta
(BATALHA et al, 2003), tornando-o ideal para a fitoterapia, pois além das opções, existe,
ainda, a facilidade de obtenção. Nas regiões mais carentes do país evidencia-se o uso dessa
terapia alternativa, por ser de fácil acesso, menor custo e, muitas vezes, mostrar resultados
mais rapidamente, com o mínimo de efeitos colaterais (SANTOS et al., 2011).
De acordo com Batalha et al (2003), classifica-se os tipos de plantas do Brasil em duas
colocações: Aquelas nativas, que crescem naturalmente em solo nacional e aquelas cultivadas
ou exóticas, que precisam ser inseridas, sendo as plantas nativas quase que em sua totalidade
obtidas através de extrativismo, coletadas em seu ambiente de desenvolvimento natural.
Há uma grande quantidade de fitoterápicos no Brasil que possuem ampla aceitação
pela população (ZIECH et al., 2013). As plantas possuem verdadeiro potencial terapêutico,
sendo, muitas delas, já cientificamente comprovadas, tanto sua cura como os efeitos adversos
causados pelo seu uso indiscriminado. O emprego de plantas medicinais tem se desenvolvido
ao longo dos tempos, porém, ainda existem muitas que precisam ser estudadas, contra
diversos tipos de patologias, para que se comprove sua eficácia e suas utilidades sejam
reconhecidas (COSTA; ALMEIDA, 2014).
O Ministério da Saúde (2006) reconhece que o incentivo e ampliação no setor de
fitoterapia trariam benefícios para o enfrentamento das desigualdades regionais existentes no
Brasil, quando ocasionadas oportunidades de inserção socioeconômica das populações
carentes e daquelas regiões com baixos índices econômicos.

2.5 Fitoterapia na Medicina Veterinária

A ciência que estuda práticas populares utilizadas para tratamento de doenças que
acometem os animais é conhecida como Etnoveterinária, sendo a mais reconhecida a
Fitoterapia, ou seja, o uso de plantas medicinais (ALMEIDA; FREITAS; PEREIRA, 2006).
De acordo com um levantamento bibliográfico realizado de 2005 a 2015 por Teixeira
et al (2015), no Brasil ainda tem-se poucos registros do uso popular de plantas medicinais
para o tratamento de enfermidades na Medicina Veterinária, porém, seu uso mais comum é na
21

região Norte (figura 3), destacando-se para o uso de afecções infectocontagiosas e


parasitárias.

Figura 3 - Distribuição do número de espécies de plantas citadas para uso em doenças típicas de animais no
Brasil (Fonte: TEIXEIRA et al., 2015).

Almeida, Freitas e Pereira (2006) afirmam que a Fitoterapia deve estar presente ainda
na vida estudantil do futuro Médico Veterinário, conhecendo o tratamento e reconhecendo-o
como válido para que a informação possa ser propagada no futuro. Em sua pesquisa
constataram que 86,2% dos estudantes entrevistados confiavam na Fitoterapia e a utilizariam
em caso de comprovação científica, porém, somente 36,2% faziam seu uso efetivo,
provavelmente devido preparação, eficácia e uso desses tratamentos.
Drogas herbais utilizadas em humanos são comumente empregadas em pequenos
animais, em particular em proprietários que usam esse tipo de medicação para suas próprias
afecções. Enquanto existem poucos estudos que avaliam a eficácia terapêutica de plantas
medicinais em animais de companhia, vários estudos foram encontrados na literatura
relatando o uso dessa terapia em animais de fazenda, devido a estes serem destinados ao
consumo humano, devendo ter pouco ou nenhum resíduo medicamentoso (RUSSO;
AUTORE; SEVERINO, 2009).
Bactérias patogênicas tem demonstrado cada vez resistência aos antimicrobianos
sintéticos, inclusive na Medicina Veterinária (SANTOS et al., 2015) devendo ser cada vez
mais incentivadas pesquisas de novas substâncias que tragam outros efeitos e deixem poucos
resíduos (RUSSO; AUTORE; SEVERINO, 2009).
22

2.6 Copaíba

2.6.1 A árvore

Tem se destacado, entre as plantas medicinais da Amazônia, a Copaíba (Figura 3).


Trata-se de uma árvore de grande porte da família Leguminosae, sub-família Caesalpinoideae
Kunth (ARAÚJO-JUNIOR et al., 2005). É uma árvore nativa da região tropical da América
Latina e África Ocidental (VEIGA-JUNIOR; PINTO, 2002).
De acordo com um estudo realizado nas plantas amazônicas, Shanley et al (2005)
constataram que as copaibeiras atingem cerca de 36 metros de altura, 140 centímetros de
diâmetro, ou rodo de até 3 metros, são encontradas em todos os trópicos, mas com maior
incidência no Brasil, onde 28 espécies têm ampla distribuição. As principais regiões
brasileiras onde se pode encontrar a Copaíba são Sudeste, Centro-Oeste e Amazônica (PIERI;
MUSSI; MOREIRA, 2009). Tanto no Acre como no Pará, a copaibeira floresce na estação
chuvosa, entre janeiro e abril, e frutifica de maio até setembro (SHANLEY et al., 2005).
A árvore é uma planta que se desenvolve através de total exposição solar (heliófita),
com dupla estação climática, perdendo parte das folhas no período de estiagem (semidecídua)
e adaptadas ao clima tropical (seletiva xerófita) (ALENCAR, 2013).
Existem vários tipos de copaíba, os cientistas têm classificado de acordo com as
características da casca e folhas. A árvore possuem casca aromática, folhagem densa, flores
pequenas e frutos secos (PIERI; MUSSI; MOREIRA, 2009).

Figura 4 - Árvore Copaíba, Copaifera langsdorffii (Fonte: LORENZI, 2000).


23

2.6.2 O óleo de copaíba

Também conhecido, erroneamente, como bálsamo, o óleo de copaíba é um líquido


transparente que pode variar do amarelo ao marrom (VEIGA-JUNIOR; PINTO, 2002) e é
uma resina formada por ácidos resinosos e substâncias voláteis (óleos voláteis), encontrada
em canais secretores localizados em todas as partes da planta (ALENCAR, 2013). Quando a
árvore passa por uma situação de estresse ou processo patológico, o óleo é exsudado, como
forma dela tentar se proteger dos agentes externos ou realizar uma desintoxicação, sendo
responsável por uma ação antimicrobiana, antifúngica e inseticida (BRITO et al., 2005).
Biavatti et al. (2006) realizaram um estudo de análise cromatográfica do óleo de
copaíba e de acordo com seus resultados chegaram a conclusão de que a sazonalidade é um
fator importante para a padronização do óleo-resina de copaíba, demonstrando que em
diferentes épocas poderia diferir de seus diferentes componentes químicos e organolépticos.
O fitoterápico pode ser extraído de diversas formas, porém, a única que não irá
ocasionar morte da planta é através do trado (VEIGA-JUNIOR; PINTO, 2002). O óleo é
extraído a partir de dois furos cilíndricos no tronco, um inferior e outro superior. Após a
coleta é vedado com algum material plástico. A produção por árvore varia de 100 mililitros a
60 litros por ano, porém, nem todas as árvores produzem óleo e esta parece variar de acordo
com o tipo de solo e ao longo do tempo. Tem função medicinal como antibiótico e
antiinflamatório, e é também usado como cicatrizante de feridas e úlceras e contra dermatose
e psoríase (SHANLEY et al., 2005).

2.6.3 Mecanismos de ação antibacteriana

Sua formação química é composta por uma grande quantidade de óleos voláteis (30 a
90%), que são compostos basicamente por sesquiterpenos, sendo os mais citados na literatura
α-copaeno, -cariofileno, -bisaboleno, e α-selineno, α-humuleno e δ e -cadineno (Tabela
1) e por diterpenos, constituídos principalmente pelo ácido kaurenóico, ácido polialtico, ácido
hardwíckiico e ácido copálico (Tabela 2). Apresenta ainda, uma parte resinosa constituída por
ácido copálico, ésteres e resinóides. Estudos fitoquímicos mostram que o ácido copálico foi
encontrado em todos os óleos de copaíba até hoje estudados (PLOWDEN, 2004).
Não há um mecanismo de ação definido, porém, Pieri et al (2010b) relatam seu
provável mecanismo. Os autores justificam o efeito bactericida ao componente -cariofileno,
24

possuindo ação terapêutica especialmente sobre infecções estafilocócicas. Adiciona, ainda,


que devido a grande quantidade de sesquiterpenos e diterpenos poderia inibir a formação de
bactérias resistentes durante o seu uso, pois diferentes tipos de mecanismos seriam usados
sobre os microrganismos.

Tabela 1 - Sesquiterpenos mais encontrados em estudos cromatográficos.

Nº Sesquiterpeno
S1 α-copaeno
S2 -cariofileno
S3 -bisaboleno
S4 e α-selineno
S5 α-humuleno
S6 δ e -cadineno
Fonte: Adaptado de Veiga-Junior e Pinto, 2002.

Tabela 2 - Diterpenos mais encontrados em estudos cromatográficos.

Nº Diterpeno
D1 Ácido kaurenóico
D2 Ácido polialtico
D3 Ácido copálico
D4 Ácido hardwíckiico
Fonte: Adaptado de Veiga-Junior e Pinto, 2002.

2.6.4 Atividade antimicrobiana do Óleo de copaíba

Vários estudos têm demonstrado a atividade antimicrobiana “in vitro” do óleo de


copaíba. Entretanto, tem se verificado uma maior eficácia para bactérias Gram positivas.
Pieri et al (2012a) avaliou a atividade inibitória do óleo de copaíba (Copaifera
officinalis) frente a Streptococcus mutans, utilizando o teste de Concentração Inibitória
Mínima, em microdiluição em caldo, com uma concentração inicial de 10%. Ao final do
experimento, as bactérias sofreram inibição em todas as concentrações acima de 0,78 μL/mL,
demonstrando ação bacteriostática positiva.
Um estudo realizado por Pieri et al (2010a), teve por objetivo avaliar a atividade
antimicrobiana de óleo de copaíba autoclavado e não autoclavado, sob diferentes
25

concentrações, sobre a bactéria Listeria monocytogenes, realizado com teste de difusão em


ágar. Foram utilizados seis concentrações e um controle negativo. A solução de 10% do óleo
autoclavado mostrou sensibilidade contra cinco cepas de L. monocytogenes, sugerindo um
resultado positivo.
Em outro estudo, também realizado por Pieri et al (2010b), foram avaliados os efeitos
clínicos e microbiológicos do óleo de copaíba (Copaifera officinalis) sobre bactérias
formadoras de placa dental em 18 cães sem raça definida, foram realizados tratamentos bucais
três vezes ao dia, durante oito dias. O resultado obtido mostrou que o uso do óleo de copaíba
na prevenção da doença periodontal era eficiente e poderia substituir a clorexidina na terapia
antimicrobiana oral.
26

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local do experimento

O experimento foi realizado no Laboratório de Microbiologia do Hospital Veterinário,


da Universidade Federal de Campina Grande, Campus da cidade de Patos, Paraíba.

3.2 Obtenção do óleo de copaíba

O óleo de copaíba foi obtido comercialmente da empresa Reca (Reflorestamento


Econômico Consorciado Adensado), do Estado de Rondônia. O óleo de copaíba foi extraído
na vila de Nova Califórnia, onde é utilizada a espécie Copaifera langsdorffii.
O óleo de resina passou previamente por uma análise microbiológica para
identificação de possível contaminação. Utilizou-se uma placa de Petri com meio Ágar sangue
e com uma alça foi espalhado o óleo. O cultivo foi levado a uma estufa a 35ºC e, após um
período de 24 horas observou-se a ausência de crescimento bacteriano.

3.3 Obtenção das amostras

Foram obtidas 16 cepas bacterianas do acervo microbiológico do Laboratório de


Microbiologia, no Hospital Veterinário, da Universidade Federal de Campina Grande,
Campus de Patos, isoladas previamente de animais com otite externa atendidos na Clínica
Médica de Pequenos Animais do mesmo Hospital.

3.4 Preparo dos meios de cultura

Foram preparados 04 (quatro) meios de cultura para realização das análises, o Ágar
Sangue, meio rico para crescimento de diversos microrganismos, o Ágar Manitol, para
crescimento seletivo de Staphylococcus aureus, o Ágar Mueller Hinton Caldo para teste da
Concentração Inibitória Mínima (CIM) e o Brain Heart Infusion (BHI) para cultivo do
microrganismo.
No meio Ágar Sangue, emprega-se a dissolução de 40 mg para cada 1000 mL de água
destilada, levando-o para esterilização em autoclave e posteriormente, adicionando-se 5% de
sangue de carneiro desfibrinado obtido de forma asséptica. Em seguida, o meio foi distribuído
27

em placas de Petri estéreis e, após a solidificação, foi levado em posição invertida a estufa por
um período de 24 horas para controle de qualidade. Sendo, posteriormente, armazenado em
refrigeração.
Para preparação do Ágar Manitol foi utilizada as quantidades de 0,2 g de extrato de
carne, 1g peptona, 14g de cloreto de sódio, 2g de D-manitol, 0,004g de vermelho fenol e 4g
de Ágar, diluídos em 200 mL de água destilada. Após autoclavado o meio foi distribuído em
placas de Petri estéreis e levados para refrigeração para uso posterior.
Ágar Mueller Hinton Caldo foi preparado diluindo 21g para cada 1000mL de água
destilada. Adicionou-se, ainda, o corante cloreto de trifeniltetrazólio, empregado com a
função de corar o meio de vermelho em caso de crescimento bacteriano, facilitando a
avaliação da sensibilidade no teste de CIM. O meio preparado foi então levado para
esterilização na autoclave e, em seguida, levado a geladeira para resfriamento até realização
do teste.
Para preparo do BHI, foi utilizada 37g de Brain Heart broth dissolvido em 1000 ml de
água destilada. A mistura foi levada ao microondas para dissolver e depois autoclavado.
Ainda quente foi distribuído em tubos esterilizados, e postos na estufa por 24 horas para
controle de qualidade.

3.5 Cultivo microbiológico

As bactérias obtidas passaram por um crescimento prévio em BHI, em um período de


24 horas na estufa a uma temperatura de 35ºC.
No crescimento em placas de Petri para cada tipo de bactéria utilizou-se um diferente
meio de cultura. Para as bactérias Staphylococcus spp. usou Agar Manitol. Agar MacConkey
para as bactérias Gram-negativas, como a Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli e
Enterobacter.
O método de cultivo foi o mesmo para todos. Cada placa de Petri estéril foi dividida
ao meio para crescimento de duas diferentes bactérias. Uma porção era retirada do meio BHI
através da Alça bacteriológica e semeadas pelo método de esgotamento. Para cada direção a
alça era flambada. Os meios de cultura inoculados foram incubados a 35 ºC em aerobiose.
28

3.6 Concentração Inibitória Mínima

A Concentração Inibitória Mínima é definida pela menor concentração da substância


antimicrobiana capaz de inibir a multiplicação de um isolado bacteriano. Para o teste de CIM
foi utilizado a Macrodiluição em tubos (Figura 5), empregando-se o meio Agar Mueller
Hinton caldo. Para cada organismo testado usou-se um total de 8 (oito) concentrações,
iniciando a 10% de concentração do Óleo de Copaíba e dividindo pela metade a cada diluição
realizada. Também era feita uma duplicata com as mesmas quantidades, para garantir que o
resultado obtido não apresentava erro. Ainda foi acrescentado 5% de DMSO para diluir o óleo
testado. No primeiro tubo havia 2 mL e nos seguintes 1 mL. Foi passado 1 mL desde o
primeiro tubo até o último, ficando ao final, todos com 1 mL. Ao final das diluições seriadas
era acrescentado 100 μL da bactéria em cada tubo. Havia γ (três) controles, um somente com
o meio, um com meio e o óleo de copaíba e outro somente com meio e a bactéria. Os tubos
eram, então, colocados na estufa de crescimento bacteriano a uma temperatura de 35ºC e após
um período de 24 horas era feita a leitura.

Figura 5 - Esquema da Macrodiluição em tubos (Fonte: Arquivo pessoal).


29

3.7 Avaliação da sensibilidade in vitro

As amostras foram analisadas avaliando a presença ou ausência de turbidez (Figura 6),


variando a cada diluição e concentração. Para aquelas bactérias que foram sensíveis ao óleo
não havia nenhuma turbidez, ou seja, não houve crescimento bacteriano e o óleo mostrou-se
eficiente contra elas. Para aquelas bactérias que não foram sensíveis ao óleo era observada
presença de turbidez ou produção de biofilme, ou seja, havia crescimento bacteriano e o óleo
manifestou-se ser ineficaz contra elas.
Para determinação da CIM empregou-se o mesmo princípio. De acordo com cada
concentração observava-se a presença ou ausência de turbidez. Na primeira concentração em
que houvesse turbidez, significava que aquela concentração era muito baixa e não era mais
competente contra o organismo testado.
O controle do meio e o controle do meio e óleo necessariamente não poderia turvar. O
controle de bactéria necessariamente precisaria turvar. Os controles foram usados como forma
de garantir que não houvesse falhas durante o teste.

Figura 6 - Tubos de ensaio mostrando ausência e presença de turbidez (Fonte: Arquivo pessoal).
30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As tabelas abaixo sumarizam os resultados obtidos através do teste de CIM nas


amostras bacterianas Gram positivas (Tabela 3) e Gram negativas (Tabela 4) testadas
utilizando o Óleo de copaíba.

Tabela 3 - Resultados da Concentração Inibitória do óleo-resina de copaíba (Copaifera


langsdorffii), frente as bactérias Gram positivas, Patos/PB, 2016.

CONCENTRAÇÕES (%)

Amostra Agente etiológico 1(10) 2 (5) 3(2,5) 4(1,25) 5 (0,62) 6 (0,3) 7 (0,15) 8 (0,07)

1 Staphylococcus spp. - - - - - - - -
2 Staphylococcus spp. - - - - - - + +
3 Staphylococcus spp. - - - - - + + +
4 Staphylococcus spp. - - - - - - + +
5 Staphylococcus spp. - - - - - - + +
6 Staphylococcus spp. - - - - - - - -
7 Staphylococcus spp. - - - - - - - +
8 Staphylococcus spp + + + + + + + +
(-): Inibição bacteriana. (+): Crescimento bacteriano.

Tabela 4 - Resultados da Concentração Inibitória do óleo resina de copaíba (Copaifera


langsdorffii), frente às bactérias Gram negativas, Patos/PB, 2016.

CONCENTRAÇÕES %
Amostra Agente etiológico 1 (10) 2 (5) 3 (2,5) 4 (1,25) 5 (0,62) 6 (0,3) 7 (0,15) 8 (0,7)
1 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
2 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
3 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
4 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
5 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
6 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
7 Enterobacter + + + + + + + +
8 Escherichia coli + + + + + + + +
(-): Inibição bacteriana. (+): Crescimento bacteriano.

Das 16 (100%) amostras obtidas, 8 (50%) foram de Staphylococcus spp., 6 (37,5%) de


Pseudomonas aeruginosa, 1 (6,25%) de Enterobacter aerogenes e 1 (6,25%) de Escherichia
Coli. A bactéria American Type Culture Collection (ATCC) utilizada foi Staphylococcus
aureus ATCC 25923, para controle de qualidade.
31

Das 8 cepas de Staphylococcus spp., 7 (87,5%) apresentaram sensibilidade para a


concentração de 0,62%, sendo esta concentração considerada C 90. A concentração de 0,3%
foi determinada como a C50. Apenas um isolado de Staphylococcus sp apresentou resistência a
todas concentrações (12,5%).
Estes resultados corroboram com os obtidos por Ziech et al (2011), que também
verificaram a atividade antimicrobiana do óleo resina de copaíba (Copaifera reticulata) frente
a cepas de Staphylococcus coagulase positivo isolados de otite de cães através do teste de
microdiluição em caldo. Entretanto, os autores reportam que a CIM90 foi de 0,164 mg/mL, ou
seja, foi encontrada uma menor concentração inibitória do que a do presente estudo. O fato
pode ser explicado devido ao diferente método de pesquisa empregado e as diferentes
espécies do óleo de copaíba avaliadas. Além disso, Biavatti et al (2006) afirmam que a
sazonalidade influi na composição química e organoléptica do óleo. Portanto, dependo ainda
da época em que foram coletados, ainda pode ter havido influência das estações na
complexidade química e, assim, alterando o efeito dos óleos.
Estudos relativos à atividade antimicrobiana de óleo de copaíba, em sua grande
maioria, são realizados com cepas ATCC, onde se pode observar uma grande variação nos
resultados (SANTOS et al, 2008). Pesquisa com bactérias isoladas de amostras clínicas são
escassos, dificultando a discussão entre os estudos realizados. Santos et al (2008), avaliando
diferentes Staphylococcus (ATCC), verificaram que os óleos de copaíba das espécies
brasileiras C. martii, C. officinalis e C. reticulata exibiram boa atividade contra bactérias
gram-positivas, incluindo a MRSA (Staphylococcus aureus resistente a meticilina), com
concentrações de 62,5 a 125 µg/ml.
Em relação as bactérias Gram negativas, no presente estudo, todas as cepas avaliadas
apresentaram resistência a todas concentrações testadas. Estudo realizado por Santos et al
(2008) também verificaram a resistência do óleo de copaíba frente a bactérias Gram
negativas, confirmando que o óleo de copaíba não apresenta atividade antimicrobiana para
este grupo de microrganismos. Entretanto, Pieri et al (2012b) estudando óleo de dois
diferentes gêneros de copaíba reportam a atividade antimicrobiana frente a bactéria Gram
negativas (Escherichia coli e Pseudomonas auriginosa). Porém, foi utilizada a técnica de
disco difusão, metodologia diferente da utilizada no presente estudo. O método de disco
difusão é considerado pouco eficaz para avaliação da atividade antimicrobiana de óleos,
devido à natureza hidrófoba destes, que impediria a difusão uniforme através do meio,
gerando apenas resultados qualitativos (NASCIMENTO et al., 2007).
No que se refere a bactérias Gram negativas, principalmente o gênero Pseudomonas,
32

estas possuem histórico de ser uma bactéria bastante resistente, atribuindo-se o fato à
composição de sua membrana externa que dificulta a penetração e ação dos agentes
antimicrobianos, além de apresentarem diferentes mecanismos de resistência (FERREIRA;
LALA, 2010).
Ressalta-se o resultado negativo frente às bactérias Gram negativas testadas, sendo
sugerido que o fitoterápico pode ter um maior espectro de ação contra bactérias Gram
positivas. Entretanto, estudos referentes à susceptibilidade apresentada pelo óleo de copaíba,
bem como avaliação da terapia in vivo, devem ser incentivados, principalmente para
padronização de protocolos de tratamento.
O óleo de copaíba foi aprovado pelo Food and drug administration (FDA) para ser
utilizado em alimentos de forma segura em 1972, portanto, seu grau de toxicidade para
ingestão oral em humanos já foi provado ser baixo, porém, sua utilização na superfície
corpórea ou no conduto auditivo de animais ainda necessita de realização de mais testes.
Não foram encontrados artigos na literatura que testassem in vivo o óleo de copaíba
especificadamente em conduto auditivo de cães.
33

5 CONCLUSÃO

Analisando-se os resultados obtidos, pode-se concluir que o Óleo de copaíba mostrou


eficácia frente a bactérias Staphylococcus spp. nas concentrações de 10% a 0,6%, porém,
apresentou ineficácia contra bactérias Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter, Escherichia
coli, ou seja, as Gram negativas avaliadas, em todas as concentrações.
Apesar de ter demonstrado eficácia in vitro frente a bactérias Gram positivas
(Staphylococcus spp.), o uso clínico do fitoterápico ainda deve passar por estudos
complementares para definir um protocolo específico de uso, testar sua toxicidade in vivo na
espécie canina, testar uma possível associação a outro fitoterápico para potencializar seus
efeitos benéficos e cada vez mais controlar a resistência antimicrobiana, com a finalidade de
se obter produtos como ferramentas de apoio para tratamentos de infecções em animais.
34

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