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MONOGRAFIA
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE PATOS-PB
UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA
MONOGRAFIA
Patos, 2016
D978a Dutra, Araceli Alves
Referências.
CDU 616:619
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA
BANCA EXAMINADORA
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 30
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 34
LISTA DE TABELAS
Pág.
Pág.
% Porcentagem
+ Positivo
α Alfa
Beta
δ Delta
Gama
ºC Graus Celsius
CIM Concentração Inibitória Mínima
BHI Brain Heart Infusion
mg Miligrama
mL Mililitro
g Grama
DMSO Dimetilsufóxido
μL Microlitro
ATCC American Type Culture Collection
FDA Food and Drug Administration
Kg Quilograma
RESUMO
A otite externa é uma doença de caráter inflamatório do epitélio dos canais auditivos
horizontais e verticais e estruturas adjacentes, sendo provocado pela proliferação patogênica
de microrganismos comensais da flora cutânea do ouvido externo sob condições ambientais
anormais.
Os microrganismos mais comumente associados são Staphylococcus intermedius,
Corynebacterium spp., Streptococcus spp, Echerichia coli, Proteus mirabilis e Pseudomona
aeruginosa.
Existem fatores que podem desencadear ou predispor a enfermidade, como raças que
possuem presença de pelo excessivo nos ouvidos e que possuem orelhas longas e penduladas,
como o Poodle ou Cocker Spaniel. Além da raça ainda existem condições como estresse,
atopias, mudanças de temperatura e umidade, doença metabólica, má condições de higiene,
entre outros. Quando isso acontecer o animal poderá apresentar otite externa, com sinais
clínicos agudos ou crônicos. Sendo os principais sinais agudos o balançar da cabeça e prurido
intenso e os principais sinais crônicos a secreção purulenta odorífera e o pender da cabeça
para o lado do ouvido mais afetado.
A otite canina é um dos principais motivos para consulta veterinária, representando
um alto índice dos casos atendidos na clínica, e, destes, 76% constituem a otite externa
crônica. Esta é muito comum e seu tratamento vem se tornando cada vez mais difícil devido à
alta incidência de recidivas (REOLON et al., 2011).
O tratamento para otite bacteriana, em geral, precisa ser realizado durante um longo
período de tempo para obter-se resultados positivos, podendo, muitas vezes, acarretar na
resistência do microrganismo ao quimioterápico. Além disso, a terapêutica estendida faz com
que o proprietário necessite realizar altos investimentos, correndo muitas vezes o risco de não
se obter os resultados desejados.
Tendo em vista a rotina clínica elevada e as constantes recidivas faz-se necessário a
busca constante por alternativas terapêuticas, principalmente aquelas de baixo custo, de alta
eficiência em um curto período de tempo, que diminua ou cesse as recidivas, de fácil obtenção
e de baixa toxicidade. Levando esses pontos em consideração, o presente estudo visa à
utilização do óleo-resina de Copaifera langsdorffii como uma possibilidade no tratamento de
bactérias causadoras da Otite, sendo inicialmente testado in vitro, realizando diversos testes
seriados em laboratório para testar a sua eficácia, como a Concentração Inibitória Mínima,
14
2 REVISÃO DE LITERATURA
A orelha possui três subdivisões, a orelha externa, orelha média e orelha interna. O
ouvido externo é dividido em pavilhão auricular, canal auditivo externo e membrana
timpânica. É usada entre os animais para comunicação. É uma estrutura cartilaginosa
revestida por pele, folículos pilosos e glândulas sebáceas e apócrinas modificadas
(ceruminosa). A produção do cerúmen ocorre através das secreções glandulares e o acúmulo
de células descamativas, sendo transportados para cima e para fora do canal auditivo pelo
processo de limpeza da migração das células epiteliais (PATEL; FORSYTHE, 2010).
Também chamada de Aurícula ou Pina (Figura 1), é a parte visível externamente, que
pode diferenciar em conformação e orientação de acordo com a raça do cão. Consiste de uma
estrutura afunilada assimétrica, que capta e direciona as vibrações das ondas sonoras para o
canal auditivo externo (COLVILLE, 2010).
Caracteriza-se na maioria das raças por uma grande mobilidade. Essa característica se
dá a partir dos músculos auriculares quando há movimentação a partir de um estímulo sonoro.
A função desses músculos é permitir a rotação lateral, dorsal e ventral do ouvido externo. Sua
inervação é realizada a partir do nervo intermediofacial (LIEBICH; KÖNIG, 2011).
A Pina é constituída por uma lâmina de cartilagem fibroelástica (cartilagem auricular)
coberta por tecido subcutâneo e pele (DYCE; SACK; WENSING, 2010).
Também chamado de Meato acústico externo tem seu início na base do pavilhão
auricular, possuindo formato de “L”, com uma parte vertical mais dorsal e uma parte
horizontal mais ventral, desembocando na membrana timpânica (COLVILLE, 2010).
A parte ventral é formada pela cartilagem auricular, enquanto que a parte horizontal é
formada pela cartilagem auricular e anular. Ao chegar à parte horizontal o diâmetro estreita
rapidamente (DYCE; SACK; WENSING, 2010).
16
A otite externa é uma apresentação clínica comum. Fossum et al (2014) define otite
externa como “Inflamação do epitélio dos canais auditivos horizontais e verticais e estruturas
adjacentes (conduto auditivo externo e pavilhão auricular)”.
A otite apresenta-se mais comumente em cães, podendo atingir até 12% desses e com
menos frequência os felinos, com até 2% dos atendimentos da rotina (GERARDI, 2014).
Outros autores citam que a sua ocorrência pode chegar a atingir até 20% dos cães e até 7%
dos gatos da rotina (FOSSUM, 2014; ROSYCHUK; LUTTGEN, 2014).
A doença pode ser causada por fatores primários, predisponentes e perpetuantes. Os
fatores primários incluem hipersensibilidade (atopia, sensibilidade alimentar e à picada de
pulgas), reações a fármacos (aplicados de forma sistêmica, ocorrendo graus variados de
tumefação), corpos estranhos (ex.: poeira), ectoparasitas (ex.: Octodecys cyanotis), distúrbios
das glândulas sebáceas, entre outras. São fatores predisponentes a temperatura elevada
associada à umidade e a conformação anatômica como orelhas penduladas (acarreta uma má
aeração) e excesso de pelos nos ouvidos. E entre os fatores perpetuantes pode-se citar a
colonização bacteriana de forma exacerbada (ROSYCHUK; LUTTGEN, 2014).
O ouvido externo do cão possui uma flora constituída principalmente por cocos e
bastonetes Gram positivos, negativos e leveduras (OLIVEIRA, 2003 apud BONATES, 2006).
Staphylococcus intermedius, Pseudomonas aeruginosa, Proteus spp., Streptococcus
spp, Escherichia coli e Corynebacterium spp. são os microrganismos mais comumente
isolados da otite externa (ROSYCHUK; LUTTGEN, 2014). Porém, é comum o isolamento de
três ou mais microrganismos em um mesmo processo inflamatório (BIBERSTEIN; HIRSH,
2003).
O gênero Staphylococcus spp. é considerado um dos patógenos mais importantes,
visto que é o causador de diversas infecções, sendo mais comuns aquelas superficiais,
representando 30% a 50% dos casos de Otite externa (Figura 2). Devido ao aumento da sua
resistência ela vem obtendo maior importância clínica ao longo dos anos (TEIXEIRA et al,
2008). Classificados como anaeróbios facultativos, possuem conformação esférica, crescendo
em forma de cachos irregulares e são bactérias Gram positivas (+). A S. intermedius é a mais
frequente bactéria piogênica em cães. Seu crescimento ocorre dentro de 12 horas em culturas
laboratoriais (BIBERSTEIN, HIRSH, 2003).
Pseudomonas aeruginosa é considerado o mais frequente bacilo Gram negativo (-)
não fermentador isolado nos laboratórios. É um microrganismo que possui uma grande
18
Figura 2 - Agentes isolados do conduto auditivo de caninos (Fonte: POSSEBON; KAISER; MARTINS, 2015).
19
A otite inicialmente irá causar uma inflamação no conduto auditivo, placa eritematosa
no meato externo e no forro externo do canal. Em seguida o animal irá apresentar aparente
desconforto, como agitação da cabeça e dor. Também será observada secreção, odor
desagradável e dermatite úmida. Infecções por Staphylococcus sp, Streptococcus sp e Proteus
sp vêm acompanhadas por um exsudato amarelo claro, escurecendo progressivamente quando
há produção de cera (CARDOSO, 2009).
A avaliação clínica completa é um ponto importante para o diagnóstico da
enfermidade. Deve-se realizar, não somente exame otológico, como também inspeção de todo
o animal para detecção de lesões subjacentes. Exames laboratoriais também podem
representar uma forma significante de diagnóstico, podendo ser realizada citologia, cultura
bacteriana ou fúngica para identificação do agente e antibiograma para avaliação da
sensibilidade ou resistência aos antimicrobianos. Identificar a causa primária é de extrema
importância para resolução do caso, podendo ser realizados testes dietéticos no caso de
suspeita de sensibilidade alimentar e testes intradérmicos em suspeita de outras
hipersensibilidades (picada de carrapato, fármacos, etc) (PATEL; FORSYTHE, 2010).
O tratamento para a otite externa geralmente ocorre de forma tópica, podendo ser
associada à terapia sistêmica, devendo levar em consideração a resistência antimicrobiana
surgindo atualmente como um risco à eficácia terapêutica (NOGUEIRA; DINIZ; LIMA,
2008). Os objetivos do tratamento são eliminar a causa primária, aliviar a inflamação,
eliminar infecção secundária e prevenir alterações crônicas. Sendo assim, devem-se realizar
limpezas com ceruminolíticos, glicocorticoides sistêmicos nos primeiros 10-14 dias do
tratamento quando há inflamação, dor e/ou prurido intensos ou hipersensibilidade,
antibióticos tópicos e sistêmicos, baseado no antibiograma e/ou citologia e no caso de
infecções fúngicas deve-se empregar antifúngicos tópicos (GERARDI, 2014). O tratamento
para otite externa é um procedimento demorado, de alto custo e que requer a participação
constante do proprietário (DEUS et al., 2009).
2.4 Fitoterapia
As plantas são usadas pela humanidade para fins medicinais desde os tempos
primordiais, quando ainda não existiam os estudos científicos e fabricação de medicamentos
20
industrializados. Como não havia outras formas comprovadas para combater doenças, era
através das plantas que se encontravam curas e o conhecimento popular adquirido era
repassado ao longo das gerações (SANTOS et al., 2011).
O Brasil possui cerca de 23% das espécies vegetais existentes em todo planeta
(BATALHA et al, 2003), tornando-o ideal para a fitoterapia, pois além das opções, existe,
ainda, a facilidade de obtenção. Nas regiões mais carentes do país evidencia-se o uso dessa
terapia alternativa, por ser de fácil acesso, menor custo e, muitas vezes, mostrar resultados
mais rapidamente, com o mínimo de efeitos colaterais (SANTOS et al., 2011).
De acordo com Batalha et al (2003), classifica-se os tipos de plantas do Brasil em duas
colocações: Aquelas nativas, que crescem naturalmente em solo nacional e aquelas cultivadas
ou exóticas, que precisam ser inseridas, sendo as plantas nativas quase que em sua totalidade
obtidas através de extrativismo, coletadas em seu ambiente de desenvolvimento natural.
Há uma grande quantidade de fitoterápicos no Brasil que possuem ampla aceitação
pela população (ZIECH et al., 2013). As plantas possuem verdadeiro potencial terapêutico,
sendo, muitas delas, já cientificamente comprovadas, tanto sua cura como os efeitos adversos
causados pelo seu uso indiscriminado. O emprego de plantas medicinais tem se desenvolvido
ao longo dos tempos, porém, ainda existem muitas que precisam ser estudadas, contra
diversos tipos de patologias, para que se comprove sua eficácia e suas utilidades sejam
reconhecidas (COSTA; ALMEIDA, 2014).
O Ministério da Saúde (2006) reconhece que o incentivo e ampliação no setor de
fitoterapia trariam benefícios para o enfrentamento das desigualdades regionais existentes no
Brasil, quando ocasionadas oportunidades de inserção socioeconômica das populações
carentes e daquelas regiões com baixos índices econômicos.
A ciência que estuda práticas populares utilizadas para tratamento de doenças que
acometem os animais é conhecida como Etnoveterinária, sendo a mais reconhecida a
Fitoterapia, ou seja, o uso de plantas medicinais (ALMEIDA; FREITAS; PEREIRA, 2006).
De acordo com um levantamento bibliográfico realizado de 2005 a 2015 por Teixeira
et al (2015), no Brasil ainda tem-se poucos registros do uso popular de plantas medicinais
para o tratamento de enfermidades na Medicina Veterinária, porém, seu uso mais comum é na
21
Figura 3 - Distribuição do número de espécies de plantas citadas para uso em doenças típicas de animais no
Brasil (Fonte: TEIXEIRA et al., 2015).
Almeida, Freitas e Pereira (2006) afirmam que a Fitoterapia deve estar presente ainda
na vida estudantil do futuro Médico Veterinário, conhecendo o tratamento e reconhecendo-o
como válido para que a informação possa ser propagada no futuro. Em sua pesquisa
constataram que 86,2% dos estudantes entrevistados confiavam na Fitoterapia e a utilizariam
em caso de comprovação científica, porém, somente 36,2% faziam seu uso efetivo,
provavelmente devido preparação, eficácia e uso desses tratamentos.
Drogas herbais utilizadas em humanos são comumente empregadas em pequenos
animais, em particular em proprietários que usam esse tipo de medicação para suas próprias
afecções. Enquanto existem poucos estudos que avaliam a eficácia terapêutica de plantas
medicinais em animais de companhia, vários estudos foram encontrados na literatura
relatando o uso dessa terapia em animais de fazenda, devido a estes serem destinados ao
consumo humano, devendo ter pouco ou nenhum resíduo medicamentoso (RUSSO;
AUTORE; SEVERINO, 2009).
Bactérias patogênicas tem demonstrado cada vez resistência aos antimicrobianos
sintéticos, inclusive na Medicina Veterinária (SANTOS et al., 2015) devendo ser cada vez
mais incentivadas pesquisas de novas substâncias que tragam outros efeitos e deixem poucos
resíduos (RUSSO; AUTORE; SEVERINO, 2009).
22
2.6 Copaíba
2.6.1 A árvore
Sua formação química é composta por uma grande quantidade de óleos voláteis (30 a
90%), que são compostos basicamente por sesquiterpenos, sendo os mais citados na literatura
α-copaeno, -cariofileno, -bisaboleno, e α-selineno, α-humuleno e δ e -cadineno (Tabela
1) e por diterpenos, constituídos principalmente pelo ácido kaurenóico, ácido polialtico, ácido
hardwíckiico e ácido copálico (Tabela 2). Apresenta ainda, uma parte resinosa constituída por
ácido copálico, ésteres e resinóides. Estudos fitoquímicos mostram que o ácido copálico foi
encontrado em todos os óleos de copaíba até hoje estudados (PLOWDEN, 2004).
Não há um mecanismo de ação definido, porém, Pieri et al (2010b) relatam seu
provável mecanismo. Os autores justificam o efeito bactericida ao componente -cariofileno,
24
Nº Sesquiterpeno
S1 α-copaeno
S2 -cariofileno
S3 -bisaboleno
S4 e α-selineno
S5 α-humuleno
S6 δ e -cadineno
Fonte: Adaptado de Veiga-Junior e Pinto, 2002.
Nº Diterpeno
D1 Ácido kaurenóico
D2 Ácido polialtico
D3 Ácido copálico
D4 Ácido hardwíckiico
Fonte: Adaptado de Veiga-Junior e Pinto, 2002.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Foram preparados 04 (quatro) meios de cultura para realização das análises, o Ágar
Sangue, meio rico para crescimento de diversos microrganismos, o Ágar Manitol, para
crescimento seletivo de Staphylococcus aureus, o Ágar Mueller Hinton Caldo para teste da
Concentração Inibitória Mínima (CIM) e o Brain Heart Infusion (BHI) para cultivo do
microrganismo.
No meio Ágar Sangue, emprega-se a dissolução de 40 mg para cada 1000 mL de água
destilada, levando-o para esterilização em autoclave e posteriormente, adicionando-se 5% de
sangue de carneiro desfibrinado obtido de forma asséptica. Em seguida, o meio foi distribuído
27
em placas de Petri estéreis e, após a solidificação, foi levado em posição invertida a estufa por
um período de 24 horas para controle de qualidade. Sendo, posteriormente, armazenado em
refrigeração.
Para preparação do Ágar Manitol foi utilizada as quantidades de 0,2 g de extrato de
carne, 1g peptona, 14g de cloreto de sódio, 2g de D-manitol, 0,004g de vermelho fenol e 4g
de Ágar, diluídos em 200 mL de água destilada. Após autoclavado o meio foi distribuído em
placas de Petri estéreis e levados para refrigeração para uso posterior.
Ágar Mueller Hinton Caldo foi preparado diluindo 21g para cada 1000mL de água
destilada. Adicionou-se, ainda, o corante cloreto de trifeniltetrazólio, empregado com a
função de corar o meio de vermelho em caso de crescimento bacteriano, facilitando a
avaliação da sensibilidade no teste de CIM. O meio preparado foi então levado para
esterilização na autoclave e, em seguida, levado a geladeira para resfriamento até realização
do teste.
Para preparo do BHI, foi utilizada 37g de Brain Heart broth dissolvido em 1000 ml de
água destilada. A mistura foi levada ao microondas para dissolver e depois autoclavado.
Ainda quente foi distribuído em tubos esterilizados, e postos na estufa por 24 horas para
controle de qualidade.
Figura 6 - Tubos de ensaio mostrando ausência e presença de turbidez (Fonte: Arquivo pessoal).
30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCENTRAÇÕES (%)
Amostra Agente etiológico 1(10) 2 (5) 3(2,5) 4(1,25) 5 (0,62) 6 (0,3) 7 (0,15) 8 (0,07)
1 Staphylococcus spp. - - - - - - - -
2 Staphylococcus spp. - - - - - - + +
3 Staphylococcus spp. - - - - - + + +
4 Staphylococcus spp. - - - - - - + +
5 Staphylococcus spp. - - - - - - + +
6 Staphylococcus spp. - - - - - - - -
7 Staphylococcus spp. - - - - - - - +
8 Staphylococcus spp + + + + + + + +
(-): Inibição bacteriana. (+): Crescimento bacteriano.
CONCENTRAÇÕES %
Amostra Agente etiológico 1 (10) 2 (5) 3 (2,5) 4 (1,25) 5 (0,62) 6 (0,3) 7 (0,15) 8 (0,7)
1 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
2 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
3 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
4 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
5 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
6 Pseudomonas aeruginosa + + + + + + + +
7 Enterobacter + + + + + + + +
8 Escherichia coli + + + + + + + +
(-): Inibição bacteriana. (+): Crescimento bacteriano.
estas possuem histórico de ser uma bactéria bastante resistente, atribuindo-se o fato à
composição de sua membrana externa que dificulta a penetração e ação dos agentes
antimicrobianos, além de apresentarem diferentes mecanismos de resistência (FERREIRA;
LALA, 2010).
Ressalta-se o resultado negativo frente às bactérias Gram negativas testadas, sendo
sugerido que o fitoterápico pode ter um maior espectro de ação contra bactérias Gram
positivas. Entretanto, estudos referentes à susceptibilidade apresentada pelo óleo de copaíba,
bem como avaliação da terapia in vivo, devem ser incentivados, principalmente para
padronização de protocolos de tratamento.
O óleo de copaíba foi aprovado pelo Food and drug administration (FDA) para ser
utilizado em alimentos de forma segura em 1972, portanto, seu grau de toxicidade para
ingestão oral em humanos já foi provado ser baixo, porém, sua utilização na superfície
corpórea ou no conduto auditivo de animais ainda necessita de realização de mais testes.
Não foram encontrados artigos na literatura que testassem in vivo o óleo de copaíba
especificadamente em conduto auditivo de cães.
33
5 CONCLUSÃO
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