Este documento fornece respostas a perguntas frequentes sobre o Sistema de Registro de Preços (SRP), abordando suas principais características e procedimentos. O SRP permite que órgãos públicos realizem compras de bens e serviços de forma agilizada mediante registro prévio de preços. O documento explica conceitos como Intenção de Registro de Preços, Ata de Registro de Preços e os papéis de órgãos gerenciadores e participantes.
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Controladoria-Geral da Unio - CGU
Secretaria Federal de Controle Interno
Perguntas e respostas Edio revisada - 2014 Sistema de Registro de Preos Conhea mais sobre a CGU www.cgu.gov.br @cguonline cguonline cguoficial Sistema de Registro de Preos Perguntas e respostas Controladoria-Geral da Unio Secretaria Federal de Controle Interno Braslia, 2014 CONTROLADORIA-GERAL DA UNIO - CGU SAS, Quadra 01, Bloco A, Edifcio Darcy Ribeiro 70070-905 - Braslia/DF cgu@cgu.gov.br JORGE HAGE SOBRINHO Ministro de Estado Chefe da Controladoria Geral da Unio CARLOS HIGINO RIBEIRO DE ALENCAR Secretrio-Executivo da Controladoria-Geral da Unio VALDIR AGAPITO TEIXEIRA Secretrio Federal de Controle Interno JOS EDUARDO ROMO Ouvidor-Geral da Unio WALDIR JOO FERREIRA DA SILVA JNIOR Corregedor-Geral da Unio SRGIO NOGUEIRA SEABRA Secretrio de Transparncia e Preveno da Corrupo COORDENAO DOS TRABALHOS Ronald da Silva Balbe Giovanni Pacelli Carvalho Lustosa da Costa ELABORAO Francisco Carlos da Cruz Silva Joo Luiz Domingues Renor Antonio Antunes Ribeiro EQUIPE DE REVISO Cristiane Arajo da Silva Caetano Carqueja de Lara Fabiane Dantas Rios Vasconcelos Maria Julia de Sousa Castro Patricia Alvares de Azevedo Oliveira Henrique de Oliveira Andrade Capa e editorao: Ascom/CGU Disponvel no stio www.cgu.gov.br Permitida a reproduo parcial ou total desde que indicada a fonte. Edio revisada - 2014 Apresentao A Controladoria-Geral da Unio, no desenvolvimento de seu trabalho de fiscalizao da aplicao de recursos fede- rais, vem se deparando com inmeros problemas nos processos de aquisio de bens e servios pelos entes pblicos. A maio- ria dessas situaes decorre da aplicao incorreta da legislao e, especialmente, da ausncia de procedimentos eficazes de organizao e planejamento. A lei de licitao, Lei n 8666/93, traz no artigo 15, disposies que orientam as aquisies da forma mais planejada e rpida que, no conjunto, o chamado Sistema de Registro de Preos. Desde o incio da vigncia da lei de licitao, as dvidas quanto a procedimentos e ausncia de recursos informatizados levaram muitos gestores a se afas- tarem desse sistema. Ao longo do tempo, o governo federal desenvolveu ferramentas e sistemas informatizados que permi- tem hoje a implementao e controle dos procedimentos por via eletrnica na Internet no site http://www.comprasnet.gov.br. Em 2005, o Ministrio do Planejamento, por meio da Portaria n 04 da Secretaria de Logstica e Tecnologia e Informao, abriu tambm a possibilidade de municpios e outros agentes, alm dos integrantes do Sistema de Servios Gerais - SISG, utilizarem os recursos desenvolvidos no ComprasNet. Essas ferramentas tm facilitado a implementao do Registro de Preos e trazido nova perspectiva de utilizao deste sistema, bem como outros recursos informatizados tais como Prego Eletrnico e Cota- o Eletrnica. Essa possibilidade abre espao para tornar as compras mais eficientes, melhorar o planejamento e facilitar a aplicao regular dos recursos pelos agentes pblicos. ndice das Perguntas e Respostas 1. O que Sistema de Registro de Preos SRP? 2. Quais so os normativos que regulamentam o SRP? 3. Quais so as hipteses legais que permitem a utilizao do SRP? 4. Os estados e os municpios podem realizar licitao por meio de registro de preos mesmo sem editarem os respectivos decretos estaduais e municipais para regulamentar o SRP? 5. O que Inteno de Registro de Preos IRP? 6. Qual o objetivo da IRP? 7. obrigatria a utilizao da IRP? 8. Qual a base legal para instituio da IRP? 9. Quais as vantagens da utilizao da IRP? 10. Existe alguma funcionalidade no Sistema Integrado de Administrao de Servios Gerais (SIASG) que permita ao rgo gerenciador controlar os itens adquiridos por rgos e entida- des no participantes da IRP e que solicitaram adeso Ata de Registro de Preos ARP? 11. Quais so as etapas para realizar o SRP? 12. Quais as vantagens da utilizao do SRP? 13. Quais as modalidades licitatrias que podem ser utilizadas em licitao para SRP? 14. Admite-se, como critrio de julgamento em licitao para SRP, o menor preo aferido pela oferta de desconto sobre tabela de preos praticados no mercado? 15. O que distingue a contratao via SRP das contrataes convencionais? 16. O que pode ser adquirido por meio de SRP? 17. Pode haver contratao de servios do tipo continuado por meio de SRP? 18. Quando a quantidade a ser adquirida certa e determinada, bem como o perodo do seu fornecimento, pode-se utilizar a contratao por meio de SRP? 19. possvel realizar licitao para registro de preos para contratar servios tcnicos espe- cializados de consultoria, engenharia e arquitetura? 20. necessria a indicao de recursos oramentrios no edital de licitao para registro de preos? 21. A licitao para SRP pode ser dividida em lotes? 22. possvel a realizao de licitao por meio de registro de preos sem a prvia estimati- va do quantitativo a ser demandado pela Administrao Pblica? 23. Pode-se realizar licitao destinada contratao exclusiva de microempresas e empre- sas de pequeno porte por meio de SRP? 24. A Administrao Pblica tem a obrigao de realizar processo licitatrio destinado exclu- sivamente participao de microempresas e empresas de pequeno porte nas contrataes cujo valor seja de at R$ 80.000,00? 25. Os editais de licitao em que for conferido o tratamento diferenciado previsto no inciso I do art. 48 da Lei Complementar n 123/2006 e no art. 6 do Decreto n 6.204/2007 podem restringir o universo de licitantes s microempresas e empresas de pequeno porte sediadas no estado em que se proceder ao certame? 26. Em licitao para registro de preos, por item, destinada exclusivamente participao de microempresas e empresas de pequeno porte, conforme previsto no inciso I do art. 48 da Lei Complementar n 123/2006 e no art. 6 do Decreto n 6.204/2007, o valor a ser obser- vado como limite de R$ 80.000,00 seria o de cada item ou ao valor global da contratao? 27. O que rgo aderente? 28. Quais as principais novidades trazidas pelo Decreto n 7.581/2011, que regulamenta o Regime Diferenciado de Contrataes Pblicas (RDC), relativamente a licitaes para implantao do SRP? 29. Quais so as clusulas que o instrumento convocatrio para licitao por SRP deve con- templar? 30. O que Ata de Registro de Preos - ARP? 31. Qual o prazo de validade de uma ARP? 32. Existe outro fator que pode limitar a vigncia de uma ARP alm do transcurso de tempo? 33. O prazo da validade da ARP inicia a contagem na data da assinatura ou de sua publica- o no D.O.U.? 34. Como so chamados os rgos que participam de uma ARP? 35. O rgo participante do SRP deve assinar a ata juntamente com o rgo gerenciador? 36. Quais so as atribuies do rgo gerenciador da ARP nas fases de planejamento, da realizao da licitao e da execuo da ARP? 37. Quais so as responsabilidades e atribuies dos rgos participantes da ARP? 38. obrigatria a aprovao das Assessorias Jurdica dos rgos gerenciador e participante nos atos praticados na fase de planejamento da licitao por meio de registro de preos, bem como nas minutas do edital, termo de referncia e contrato? Qual a base legal? 39. O que rgo no participante? 40. Quem pode utilizar a ARP? 41. Quais so os atos a serem observados pelos rgos no participantes do SRP quando da utilizao da ARP? 42. Pode haver formalizao de ARP com a ausncia de cotao do item a ser adquirido? 43. A prorrogao da vigncia da ARP, dentro do prazo mximo de 01 (ano), pode promover o restabelecimento dos quantitativos inicialmente registrados na ARP? 44. Pode ser registrado mais de um fornecedor em uma ARP para o mesmo item licitado? 45. O instrumento convocatrio deve prever expressamente a possibilidade de se registrar mais de um fornecedor para o mesmo item? 46. Deve ser realizada, anteriormente a cada solicitao de fornecimento empresa deten- tora de ata de registro de preos, pesquisa de mercado pelos rgos participantes e geren- ciador? 47. Os preos registrados em uma ARP podem ser alterados? 48. Quando o preo de mercado tornar-se superior aos preos registrados, pode o fornecedor deixar de cumprir o compromisso assumido junto ao rgo gerenciador ou participante? 49. O registro do fornecedor em uma ARP pode ser cancelado? 50. H imposio de limites pela legislao adeso de rgo no participante a uma ARP? 51. Os rgos da Administrao Pblica Federal podem solicitar adeso a uma ARP cuja licitao tenha sido promovida por rgos da Administrao Pblica Estadual, Distrital ou Municipal? 52. Os rgos da Administrao Pblica Federal podem solicitar adeso a uma ARP cuja licitao tenha sido promovida por entidades integrantes do Sistema S? 53. H possibilidade de os rgos e entidades pertencentes s esferas estaduais e munici- pais aderirem ARP cujo registro pertena Administrao Pblica Federal? 54. H possibilidade para que um rgo solicite adeso a uma mesma ARP mais de uma vez? 55. H possibilidade para que um rgo solicite adeso a mais de uma ARP, cujos objetos registrados sejam os mesmos? 56. H possibilidade de um rgo ser participante e carona na mesma ARP? 57. H possibilidade de os rgos que no participaram da licitao processada por meio de SRP, a qual se destina contratao exclusiva de microempresa e empresa de pequeno porte, cujo valor da licitao seja de at R$ 80.000,00, solicitar adeso respectiva ARP ao rgo gerenciador? 58. Os rgos participantes e gerenciador de uma ARP podem, durante a sua vigncia, aderir outra ARP cujo objeto seja idntico ao j registrado em sua ata? 59. A adeso a uma ARP deve ter sua execuo de forma parcelada ou de uma nica vez? 60. possvel a formalizao da ARP e a celebrao de contrato em um mesmo instrumento? 61. O termo de contrato pode ser substitudo por outros instrumentos? 62. possvel a celebrao contratual no valor total do registrado na ARP? 63. Quais as consequncias quando se celebra contrato no valor total do registrado na ARP? 64. Em uma licitao para registro de preos, o prazo de vigncia do contrato deve ater-se ao estabelecido para a validade da ARP? 65. A celebrao de contrato decorrente da realizao de licitao para SRP deve ocorrer at que data? 66. A Assessoria Jurdica do rgo carona deve analisar a legalidade da ARP e do contrato ou torna-se desnecessrio, haja vista que a legalidade do procedimento foi anteriormente analisada pela Assessoria Jurdica do rgo Gerenciador? 67. Os contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preos podero ser alterados? 68. Os rgos participantes e o gerenciador de uma ARP esto obrigados a contratar os fornecedores registrados? 69. Quais as quantidades que o rgo carona pode contratar quando solicita adeso a uma ARP? 70. Os rgos participantes e gerenciador podem efetuar acrscimos nos quantitativos fixa- dos pela ata de registro de preos, inclusive o acrscimo de at 25% previsto no 1, art. 65 da Lei n 8.666/1993 em suas contrataes? 71. Os rgos participantes e o gerenciador de uma ARP podem durante a sua vigncia reali- zar outra licitao em que objeto seja idntico ao j registrado? 72. Pode haver contratao pelo rgo carona de bens e de servios com especificaes diferentes das registradas em ata ou sem que estivessem registrados? 73. A empresa detentora de registro de preo junto Administrao Pblica pode, ao forne- cer objeto ou prestar servios registrados a rgo no participante da ARP, executar preos diferentes do registrado na referida ata? 74. Os termos de convnio celebrados entre a Unio e demais entes pblicos podem conter clusulas que obriguem os convenentes a realizarem adeso a atas de registro de preos gerenciadas por rgos ou entidades federais? 75. Com vistas obteno de resultados mais vantajosos em termos de preo e qualidade, como incluir clusulas nos termos de convnio celebrados entre a Unio e os entes pblicos convenentes para que esses, eventualmente, realizem adeso a atas de registro de preos conduzidas por rgos federais? 76. As organizaes no governamentais (ONGs), quando convenentes, podero aderir ARP? 77. A aplicao das penalidades de suspenso do direito de licitar e contratar, declarao de inidoneidade, ou impedimento de licitar e contratar com a Administrao Pblica em razo de descumprimento da ARP ou de inexecuo contratual enseja, obrigatoriamente, o cance- lamento do referido registro do fornecedor? 78. A quem compete penalizar o particular diante de cometimento de infraes durante a vigncia da ARP? 79. Como ficam as ARP decorrentes de certames realizados sob a vigncia do Decreto n 3.931/2001? 80. As ARP decorrentes de certames realizados sob a vigncia do Decreto n 3.931/2001 podem ser utilizadas por rgos ou entidades da Administrao Pblica que no tenham participado do certame licitatrio? 81. Na realizao de pesquisa de mercado para realizao de licitao para registro de pre- os suficiente a consulta exclusivamente a empresas do ramo do objeto a ser licitado? Sistema de Registro de Preos 12 1. O que Sistema de Registro de Preos SRP? Sistema de Registro de Preos o conjunto de procedimentos para registro for- mal de preos relativos prestao de servios e aquisio de bens, para contrataes futuras. O SRP no uma nova modalidade de licitao. Aps efetuar os procedimentos do SRP, assinada uma Ata de Registro de Preos ARP, documento de compromisso para contratao futura, em que se registram os preos, fornecedores, rgos participan- tes e condies a serem praticadas. Para Hely Lopes Meirelles, registro de preos o sistema de compras pelo qual os in- teressados em fornecer materiais, equipamentos ou servios ao poder pblico concor- dam em manter os valores registrados no rgo competente, corrigidos ou no, por um determinado perodo e fornecer as quantidades solicitadas pela Administrao no prazo previamente estabelecido. No entanto, importante ressaltar que a Administrao P- blica no obrigada a contratar quaisquer dos itens registrados. Essa uma caracterstica peculiar do SRP 1 . Segundo Jacoby Fernandes (2008), a definio a respeito do SRP e a seguinte: Sistema de Registro de Preos um procedimento especial de licitao que se efetiva por meio de uma concorrncia ou prego sui generis, selecionando a proposta mais vantajosa, com observncia do princpio da isonomia, para eventual e futura contratao pela Administrao 2 . De acordo com Maral Justen Filho, o Sistema de Registro de Preos pode ser definido da seguinte forma: O registro de preos um contrato normativo, constitudo como um cadastro de produtos e forne- cedores, selecionados mediante licitao, para contrataes sucessivas de bens e servios, respei- tados lotes mnimos e outras condies previstas no edital. [...] O registro de preos um contrato normativo, expresso que indica uma relao jurdica de cunho preliminar e abrangente, que estabelece vnculo jurdico disciplinando o modo de aperfeioamento de futuras contrataes entre as partes 3 . 1 MEIRELLES, Hely Lopes. Licitao e Contrato Administrativo. So Paulo: Malheiros, 2006. 2 FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de registro de preo e prego presencial e eletrnico. Belo Horizonte: Frum, 2008, p. 31. 3 JUSTEN FILHO, Maral. Comentrios Lei de Licitaes e Contratos Administrativos. 11. ed. So Paulo: Dialtica. 2005. p. 144. Perguntas e respostas 13 Ressaltamos que o Sistema de Registro de Preos - SRP no uma modalidade de licita- o como as previstas no art. 22 da Lei n 8.666/1993 e no art. 1 da Lei n 10.520/02. uma maneira de realizar aquisies de bens e contrataes de servios de forma parcela- da, isso porque no SRP, a Administrao Publica no fica obrigada a contratar. 2. Quais so os normativos que regulamentam o SRP? A Lei n 8.666/1993 estabeleceu em seu art. 15, inciso II, que as compras, sempre que possvel, devero ser processadas por meio de SRP. Considerando que a Lei de Licita- es estabelece normas gerais sobre licitaes e contratos administrativos no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, cabe a cada ente federativo estabelecer por decreto a respectiva regulamentao, conforme estabelece o 3, do art. 15. Na esfera federal, o assunto tratado pelo Decreto n 7.892/2013, que revogou os Decretos n 3.931/2001 e Decreto n 4.342/2002. Tambm merecem destaque as disposies do Decreto n 7.581/2011, que regulamen- tam o Regime Diferenciado de Contrataes Pblicas (RDC), no que se refere a licitaes para implantao do SRP, para os Jogos Olmpicos e Paraolmpicos de 2016, Copa das Confederaes da Federao Internacional de Futebol Associao - FIFA 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014, obras de infraestrutura e de contratao de servios para os aero- portos das capitais dos Estados da Federao distantes at 350 km das cidades sedes dos mundiais, aes integrantes do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) e obras e servios de engenharia no mbito do Sistema nico de Sade - SUS. 3. Quais so as hipteses legais que permitem a utilizao do SRP? O art. 3 do Decreto n 7.892/2013 estabelece as hipteses em que a Adminis- trao Pblica Federal pode utilizar o SRP: I - quando, pelas caractersticas do bem ou servio, houver necessidade de contrataes frequentes; II - quando for conveniente a aquisio de bens com previso de entregas parceladas ou contrata- o de servios remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa; III - quando for conveniente a aquisio de bens ou a contratao de servios para atendimento a mais de um rgo ou entidade, ou a programas de governo; e Sistema de Registro de Preos 14 IV - quando, pela natureza do objeto, no for possvel definir previamente o quantitativo a ser de- mandado pela Administrao. importante ressaltar que os rgos e entidades, quando da utilizao de licitao para registro de preos, devem fundamentar, formalmente, nos autos do processo em qual das hipteses estabelecidas pelo art. 3 do Decreto n 7.892/2013 est amparada a lici- tao para Sistema de Registro de Preos - SRP. 4. Os estados e os municpios podem realizar licitao por meio de registro de preos mesmo sem editarem os respectivos decretos estaduais e municipais para regulamentar o SRP? Sim. O 3, do art. 15, da Lei n 8.666/1993 autoaplicvel, assim, os estados e municpios podem realizar licitao por meio de registro de preos mesmo sem as respectivas regulamentaes por decretos. No entanto, devero disciplinar no edital da licitao todos os requisitos necessrios para realizao do certame por SRP. O Superior Tribunal de Justia, por intermdio de sua Segunda Turma, So Paulo, proferiu deciso no MS n 15.647, transcrito abaixo, no sentido da auto aplicabilidade do referido art. 15 e das limitaes possveis em face do 3, art. 15 da Lei n 8.666/1993. Deciso no MS n 15.647 Administrativo - Licitao - Sistema de Registro de Preo: Artigo 15, Lei 8.666/1993 - Limitaes. 1. O regime de licitaes por registro de preos foi ampliado pelos Decretos Regulamentadores ns 3.931/2001 e 4.342/2002, sendo extensivo no s a compras, mas a servios e obras. 2. Embora autoaplicvel, o art. 15 da Lei 8.666/93 pode sofrer limitaes por regulamento es- tadual ou municipal, como previsto no 3. 3. Sociedade de economia mista que, na ausncia de norma prpria, submete-se aos limites muni- cipais, se no contrariarem eles a Lei de Licitaes. 4. Legalidade do Decreto n 17.914/93, do Municpio de So Paulo, que afastou a incidncia do registro de preo para a execuo de obras. 5. Recurso ordinrio improvido. Perguntas e respostas 15 5. O que Inteno de Registro de Preos IRP? O IRP um procedimento sistematizado e operacionalizado dentro do mdulo do Sistema de Administrao e Servios Gerais SIASG, podendo ser acessado no Portal de Compras do Governo Federal (www.comprasnet.gov.br), que possibilita aos rgos e entidades interessados em efetuar licitao para registro de preos de um determinado bem ou servio divulgar a inteno dessa compra para o restante da Administrao P- blica Federal, possibilitando, assim, a realizao de certame licitatrio em conjunto para contratao do objeto pretendido. Ou seja, o IRP um procedimento que permite a realizao de licitao nica com a juno das demandas dos diversos rgos e entidades federais para a contratao de objetos comuns. 6. Qual o objetivo da IRP? O objetivo principal da IRP que os rgos e entidades informem, previamente, as quantidades individuais a serem contratadas, estimulando-os a participar da fase de planejamento da compra compartilhada, potencializando maior economia face ao au- mento da escala. Dessa forma, possvel tornar os potenciais futuros rgos caronas (rgos ou entidades no participantes que, atendidos os requisitos, fazem adeso ARP posteriormente) em participantes dos procedimentos iniciais do processo licitatrio para SRP, reduzindo-se, portanto, o nmero de adeses s atas de registro de preo por r- gos que no participaram da licitao. Nesse sentido, o Acrdo TCU n 2692-39/2012, Plenrio, dispe que a IRP - Inteno de Registro de Preos, ao substituir o nmero de caronas por rgos participantes, apresen- ta-se como uma forma de melhorar a economia de escala para Administrao, ao aumentar os quantitativos mnimos a serem adquiridos, conforme consignou o prprio recorrente. Assim, a funcionalidade de Inteno de Registro de Preos tem como finalidade permitir Administrao tornar pblicas suas intenes de realizar prego ou concorrncia para registro de preos, com a participao de outros rgos governamentais, que tenham interesse em contratar o mesmo objeto, possibilitando auferir melhores preos por meio de economia de escala. Sistema de Registro de Preos 16 7. obrigatria a utilizao da IRP? Sim. O art. 4 do Decreto n 7.892/2013 traz a obrigatoriedade da utilizao do IRP. Cabe ressaltar que, anteriormente edio do referido normativo, a obrigatoriedade era apenas em relao s licitaes realizadas sob o Regime Diferenciado de Contrata- es Pblicas RDC, consoante ao contido no art. 92 do Decreto n 7.581/2011. 8. Qual a base legal para instituio da IRP? O art. 4, do Decreto n 7.892/2013 estabelece a base legal para operacionaliza- o da Inteno de Registro de Preos - IRP: Art. 4 Fica institudo o procedimento de Inteno de Registro de Preos - IRP, a ser operacionali- zado por mdulo do Sistema de Administrao e Servios Gerais - SIASG, que dever ser utilizado pelos rgos e entidades integrantes do Sistema de Servios Gerais - SISG, para registro e divulga- o dos itens a serem licitados e para a realizao dos atos previstos nos incisos II e V do caput do art. 5 e dos atos previstos no inciso II e caput do art. 6. (grifos nossos) 9. Quais as vantagens da utilizao da IRP? Dentre as vantagens para a administrao pblica em se utilizar a IRP, podem-se destacar as seguintes: Reduo do nmero de licitaes e de custos administrativos. Padronizao de bens e servios contratados. Aumento na participao de rgos pblicos nas ARP e a consequente reduo do nmero de rgos caronas. Ganho de escala. Quanto maior a quantidade a ser contratada, maior poder ser o desconto ofertado pelas empresas licitantes durante a realizao do certame, confe- rindo atendimento ao princpio da economicidade esculpido no art. 70 da Constituio Federal 1988. Perguntas e respostas 17 10. Existe alguma funcionalidade no Sistema Integrado de Admi- nistrao de Servios Gerais (SIASG) que permita ao rgo gerencia- dor controlar os itens adquiridos por rgos e entidades no parti- cipantes da IRP e que solicitaram adeso Ata de Registro de Preos ARP? Sim. A Secretaria de Logstica de Tecnologia da Informao do Ministrio de Plane- jamento, Oramento e Gesto SLTI/MPOG, no dia 25/02/2013, implantou uma nova fun- cionalidade no Sistema Integrado de Administrao de Servios Gerais (SIASG) que permite ao rgo gerenciador controlar o quantitativo de itens a serem adquiridos por rgos no participantes das Intenes de Registro de Preos e que solicitaram adeso ARP. 11. Quais so as etapas para realizar o SRP? A realizao de procedimento de contratao na Administrao Pblica deve, necessariamente, ser precedida da fase de planejamento, e, em se tra- tando de contratao por meio de Sistema de Registro de Preos SRP, alguns passos devem ser acrescentados a esse conjunto de procedimentos. A seguir esto descritos alguns aspectos a serem observados anteriormente utilizao de licitao para regis- tro de preos: Identificar as necessidades do rgo por meio de levantamento de informaes. Dimensionar quantitativamente e especificar qualitativamente essas necessidades. Verificar as aquisies semelhantes em exerccios anteriores e a possibilidade de se estabelecer a padronizao. Verificar se a contratao e as necessidades da Administrao atendem aos requisi- tos para utilizao do SRP previstos no art. 3 do Decreto n 7.892/2013. Identificar em qual das hipteses do art. 3 do Decreto n 7.892/2013 estaria en- quadrada a adoo do SRP. Verificar se h rgos interessados em participar da licitao para registro de pre- os, utilizando, preferencialmente, a Inteno de Registros de Preos - IRP. Sistema de Registro de Preos 18 Elaborar termo de referncia contemplando as demandas do rgo gerenciador e dos rgos participantes. Ausncia de indicao de dotao oramentria. 12. Quais as vantagens da utilizao do SRP? Dentre as vantagens em se utilizar o SRP destacam-se as seguintes: Evoluo significativa da atividade de planejamento organizacional, motivando a cooperao entre as mais diversas reas. Possibilidade de maior economia de escala, uma vez que diversos rgos e entida- des podem participar da mesma ARP, adquirindo em conjunto produtos ou servios para o prazo de at 01 (um) ano. o atendimento ao Princpio da Economicidade. Aumento da eficincia administrativa, pois promove a reduo do nmero de lici- taes e dos custos operacionais durante o exerccio financeiro. Otimizao dos processos de contratao de bens e servios pela Administrao. A solicitao de fornecimento ocorre somente quando surgir a necessidade em se adquirir os bens e servios registrados. Ausncia da obrigatoriedade em se adquirir os bens e servios registrados, quer seja em suas quantidades parciais ou totais. Vinculao do particular pelo prazo de validade da ata s quantidades e aos preos registrados. O oramento disponibilizado apenas no momento da contratao. Celeridade da contratao, haja vista que se tm preos registrados. Atendimento de demandas imprevisveis. Possibilita a participao de pequenas e mdias empresas em virtude da entrega ou fornecimento do bem ou servio registrado ocorrer de forma parcelada. Reduo de volume de estoques e consequentemente do custo de armazenagem, Perguntas e respostas 19 bem como de perdas por perecimento ou m conservao, uma vez que a Adminis- trao Pblica contrata na medida de suas necessidades. Maior eficincia logstica. Possibilidade de controle pela sociedade, haja vista que os preos registrados se- ro publicados trimestralmente para orientao da Administrao, na imprensa oficial, conforme preconizado pelo 2, art. 15, da Lei n 8.666/1993. 13. Quais as modalidades licitatrias que podem ser utilizadas em licitao para SRP? Atualmente pode-se realizar licitao para registro de preos nas modalidades concorrncia ou prego. A Lei n 8.666/1993, inciso I, 3, art. 15, estabelece que a licitao para registro de preos ser realizada na modalidade de concorrncia, do tipo menor preo. Posteriormente, a Lei n 10.520/2002, em seu art. 11, estabeleceu que as compras e contrataes de bens e servios comuns, no mbito da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preos previsto no art. 15 da Lei n 8.666/1993, podero adotar a modalidade prego. O Decreto n 7.892/2013 estabelece em seu art. 7 que a licitao para registro de preos ser realizada na modalidade de concorrncia, do tipo menor preo, nos termos da Lei n 8.666/1993, ou na modalidade de prego, nos termos da Lei n 10.520/2002, e ser prece- dida de ampla pesquisa de mercado. O 1, do referido artigo estabelece que o julgamento por tcnica e preo poder ser excepcionalmente adotado, a critrio do rgo gerenciador e mediante despacho fundamentado da autoridade mxima do rgo ou entidade. 14. Admite-se, como critrio de julgamento em licitao para SRP, o menor preo aferido pela oferta de desconto sobre tabela de pre- os praticados no mercado? Sim. O amparo legal est previsto no 1, art. 9, do Decreto n 7.892/2013, no entanto, deve ser tecnicamente justificada a sua adoo. Sistema de Registro de Preos 20 15. O que distingue a contratao via SRP das contrataes con- vencionais? Enquanto o procedimento administrativo por meio de SRP visa selecionar a pro- posta e o fornecedor para contrataes no especficas que podero ser realizadas, por repetidas vezes, durante certo perodo; as contrataes convencionais elegem a propos- ta e o fornecedor que melhor atende a interesses especficos da Administrao Pblica, culminando, na maioria das vezes, ao final do procedimento, na sua contratao. importante ressaltar que os quantitativos a serem contratados por meio de SRP so desconhecidos a priori. E essa indefinio que faz que a contratao via SRP seja van- tajosa para a Administrao Pblica, pois permite que atenda a demandas imprevisveis, reduza seu volume de estoque, elimine os fracionamentos de despesa, reduza o nmero de licitaes e consequentemente seus custos. 16. O que pode ser adquirido por meio de SRP? O SRP pode ser utilizado na aquisio de bens ou na contratao da prestao de servios, porm, dois aspectos devem ser observados, cumulativamente, realizao de licitao para registro de preos. O primeiro remete s hipteses permissivas da adoo do SRP previstas no art. 3 do Decreto n 7.892/2013 - necessidade de contrataes fre- quentes; aquisio de bens com previso de entregas parceladas ou contratao de servios remunerados por unidade de medida ou em regime de tarefa; atendimento a mais de um rgo ou entidade; e quando no for possvel definir previamente o quantitativo a ser de- mandado pela Administrao. O segundo aspecto diz respeito modalidade de licitao a ser utilizada no certame, haja vista haver duas possibilidades: prego e concorrncia. Em relao primeira possibilidade, cabe destacar que o objeto licitado deve apresentar caractersticas de bens e servios co- muns, que so aqueles cujos padres de desempenho e qualidade possam ser objetivamen- te definidos pelo edital por meio de especificaes usuais no mercado. Perguntas e respostas 21 17. Pode haver contratao de servios do tipo continuado por meio de SRP? No, tendo em vista que as contrataes de servios continuados envolvem a necessidade de planejamento e elaborao prvia obrigatria de projeto bsico/termo de referncia para a contratao daqueles servios. Assim, considerando que se os servios continuados j so certos e determinados, no poderia a sistemtica do SRP ser utilizada para a contratao. Nesse sentido, encontra-se esculpido no inciso IV, art. 3, do Decreto n 7.892/2013. Segue in verbis o inciso IV, art. 3 do Decreto n 7.892/2013: Art. 3 O Sistema de Registro de Preos poder ser adotado nas seguintes hipteses: [...] IV - quando, pela natureza do objeto, no for possvel definir previamente o quantitativo a ser de- mandado pela Administrao. As hipteses previstas pelo inciso IV se relacionam com o atendimento da imprevisibili- dade do quantitativo ou do momento da contratao, condies estas no inerentes aos servios do tipo continuado previstos no inciso II, art. 57, da Lei n 8.666/1993, pois estes se tratam de servios que no podem sofrer interrupes, e dessa forma no devem ser fundamentos para a contratao de servios terceirizados. Ademais, considerando essa necessidade de planejamento para a contratao, como de- terminado pela IN SLTI n 02/2008, fica comprometida a possibilidade de participao de caronas na respectiva ARP, pois aquela cotao muito provavelmente no abordar o atendimento, de modo a atender aos princpios da eficincia e da economicidade, da ne- cessidade especfica de cada rgo no participante. Portanto, nos casos de contratao de servios continuados, deve-se lanar mo da modalidade prego em sua forma ordi- nria, sem registro de preos, caso os bens a serem fornecidos sejam do tipo comum. 18. Quando a quantidade a ser adquirida certa e determinada, bem como o perodo do seu fornecimento, pode-se utilizar a contra- tao por meio de SRP? Sistema de Registro de Preos 22 No. Considerando que os pressupostos de admissibilidade de utilizao do SRP remetem s contrataes estimadas e no obrigatrias, no seria adequada a realizao de licitao por meio de SRP quando os quantitativos a serem fornecidos e o perodo de entrega sejam de conhecimento da Administrao Pblica. Nesse caso, deve-se lanar mo da modalidade prego em sua forma ordinria, sem registro de preos, caso os bens a serem fornecidos sejam do tipo comum. Quanto ao previsto no inciso II, art. 3, do Decreto n 7.892/2013 - quando for conveniente a aquisio de bens com previso de entregas parceladas ou contratao de servios remu- nerados por unidade de medida ou em regime de tarefa, o entendimento de que para o emprego dessa hiptese a demanda da Administrao Pblica deve ser estimada e a entre- ga parcelada no deve apresentar perodo certo para eventual adimplemento por parte do fornecedor ou prestador de servios, caso contrrio, conforme j descrito, o prego no deve ocorrer para registro de preos, e sim, na sua forma ordinria. Acrescenta-se, ainda, que o edital de licitao para registro de preos deve contemplar, conforme estabelece o inciso II, art. 9, do Decreto n 7.892/2013, a estimativa das quan- tidades a serem adquiridas pelo rgo gerenciador e rgos participantes. Segue um exemplo para elucidar o caso. O rgo A necessita adquirir ao longo do ano de 2012, aproximadamente, 20.000 (vinte mil) resmas de papel. A contratao ser por meio de registro de preos, haja vista que no se sabe, com exatido, a demanda mensal da Administrao Pblica e o perodo em que se concretizar a solicitao de consumo das resmas. vivel a contratao por SRP. O rgo B necessita adquirir 20 (vinte) veculos para realizao de suas atividades administrativas. A quantidade a ser adquirida conhecida e o perodo de forneci- mento, tambm. Destarte, somente h viabilidade legal realizao de licitao por meio de registro de preos na primeira hiptese. Perguntas e respostas 23 19. possvel realizar licitao para registro de preos para con- tratar servios tcnicos especializados de consultoria, engenharia e arquitetura? No. A utilizao do Sistema de Registro de Preos SRP para contratao de servios tcnicos especializados de consultoria, engenharia e arquitetura no encontra amparo na legislao vigente, porque a licitao preordenada a registro de preos deve balizar-se pelo regramento contido no art. 15, inciso II, da Lei n 8.666/1993 e no Decre- to n 7.892/2013, no mbito da Administrao Pblica Federal. Considerando o comando contido no art. 3 do citado Decreto, que relaciona as hip- teses de utilizao desse sistema, chega-se concluso que o SRP adequado quelas compras e servios mais simples e rotineiros, ou seja, que podem ser individualizados por meio de descrio simplificada e sucinta, sem complexidades, o que no se verifica na contratao dos servios de consultoria, engenharia e arquitetura, cujo escopo remete a servios tcnicos especializados. Acrescenta-se, ainda, que a elaborao de um projeto de engenharia e arquitetura envolve alta atividade intelectual e resulta em produto nico, no passvel de repetio. A jurisprudncia do Tribunal de Contas da Unio tambm aponta no sentido da impossibilidade de utilizao do registro de pre- os para obras e servios de engenharia, a exemplo dos Acrdos TCU ns 296/2007 - 2 Cmara, 1.615/2008 - Plenrio, n 2.545/2008 - Plenrio e n 1.815/2010 - Plenrio. E, considerando que cada obra exige um projeto bsico especfico, no seria possvel realizar licitao por meio de registro de preos, com base no mesmo projeto bsico, para atendimento a vrias obras, em vrios locais diferentes, para vrios rgos, mesmo para os casos em que exista projeto padro, haja vista a ocorrncia de fatores que podem alterar as condies preestabelecidas inicialmente preo e projeto bsico, em virtude, por exemplo, dos custos previstos na tabela SINAPI, frete, preo da mo-de-obra, con- dies do solo. Cabe ressaltar que a alterao posterior do projeto bsico por ocasio da sua execuo determinaria a modificao do objeto e das condies anteriormente registradas. 20. necessria a indicao de recursos oramentrios no edital de licitao para registro de preos? Sistema de Registro de Preos 24 No. uma das vantagens em se utilizar o SRP nas contrataes pblicas. O 2, art. 7, do Decreto n 7.892/2013 traz a seguinte regra: Art. 7 A licitao para registro de preos ser realizada na modalidade de concorrncia, do tipo menor preo, nos termos da Lei n 8.666, de 1993, ou na modalidade de prego, nos termos da Lei n 10.520, de 2002, e ser precedida de ampla pesquisa de mercado. [...] 2 Na licitao para registro de preos no necessrio indicar a dotao oramentria, que somente ser exigida para a formalizao do contrato ou outro instrumento hbil. No mesmo sentido, a Orientao Normativa AGU N 20, de 01 de abril de 2009 dispe que na licitao para registro de preos, a indicao da dotao oramentria exigvel apenas antes da assinatura do contrato 4 . 21. A licitao para SRP pode ser dividida em lotes? Sim. No existe vedao realizao de licitao para registro de preos em que o objeto a ser licitado esteja dividido em lotes. Pelo contrrio, como preconiza o art. 15, inciso III da Lei n 8.666/1993, as compras, sempre que possvel, devero ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessrias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade. No mesmo sentido o art. 23, 1, dispe que as obras, servios e compras efetuadas pela Administrao devero ser divididas em tantas parcelas quan- tas se comprovarem tcnica e economicamente viveis, procedendo-se licitao com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponveis no mercado e ampliao da competitividade sem que haja perda da economia de escala. O Decreto n 7.892/2013, em seu art. 8, traz a seguinte redao sobre o assunto: Art. 8 O rgo gerenciador poder dividir a quantidade total do item em lotes, quando tcnica e economicamente vivel, para possibilitar maior competitividade, observada a quantidade mnima, o prazo e o local de entrega ou de prestao dos servios. 1 No caso de servios, a diviso se dar em funo da unidade de medida adotada para aferio dos produtos e resultados, e ser observada a demanda especfica de cada rgo ou entidade par- ticipante do certame. 4 Disponvel em: http://www.agu.gov.br/sistemas/site/PaginasInternas/NormasInternas/ListarAtos. aspx?TIPO_FILTRO=Orientacao Perguntas e respostas 25 2 Na situao prevista no 1, dever ser evitada a contratao, em um mesmo rgo ou enti- dade, de mais de uma empresa para a execuo de um mesmo servio, em uma mesma localidade, para assegurar a responsabilidade contratual e o princpio da padronizao. 22. possvel a realizao de licitao por meio de registro de preos sem a prvia estimativa do quantitativo a ser demandado pela Administrao Pblica? No. O disposto no inciso IV, art. 3, do Decreto n 7.892/2013, que prev a possibilidade de se adotar o sistema de registro de preos quando no for possvel definir previamente o quantitativo a ser demandado pela Administrao, no pode ser entendi- do como uma autorizao para que a Administrao Pblica no defina, ainda que de forma estimativa, as quantidades que podero vir a ser adquiridas durante a va- lidade da ata de registro de preos. No razovel acreditar que o Decreto, com tal dispositivo, tenha objetivado autorizar a Administrao a no selecionar a proposta mais vantajosa para aquisio dos bens e/ou servios e a descumprir princpios constitucionais. Nesse sentido, o art. 9, do Decreto n 7.892/2013 estabelece a obrigatoriedade de o edital fixar as quantidades a serem adquiridas. Art. 9 O edital de licitao para registro de preos observar o disposto nas Leis n 8.666, de 1993, e n 10.520, de 2002, e contemplar, no mnimo: [...] II - estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo rgo gerenciador e rgos participantes III - estimativa de quantidades a serem adquiridas por rgos no participantes, observado o dis- posto no 4 do art. 22, no caso de o rgo gerenciador admitir adeses; IV - quantidade mnima de unidades a ser cotada, por item, no caso de bens. Sistema de Registro de Preos 26 23. Pode-se realizar licitao destinada contratao exclusiva de microempresas e empresas de pequeno porte por meio de SRP? Sim. A Lei Complementar n 123/2006 estabelece em seu art. 48, inciso I, que a Administrao Pblica poder realizar processo licitatrio destinado exclusivamente participao de microempresas e empresas de pequeno porte nas contrataes cujo valor seja de at R$ 80.000,00. 24. A Administrao Pblica tem a obrigao de realizar processo licitatrio destinado exclusivamente participao de microempre- sas e empresas de pequeno porte nas contrataes cujo valor seja de at R$ 80.000,00? Sim, tendo em vista que no mbito do Poder Executivo Federal a administrao dever, nas contrataes de at R$ 80.000,00, realizar licitao destinada exclusivamente participao de microempresas e empresas de pequeno porte, por fora do Decreto n 6.204/2007. No mbito dos demais poderes, tal procedimento estabelecido como uma das opes estabelecidas no artigo 48 da Lei Complementar n 123/2006. Dessa forma, nos demais poderes e esferas de governo, a administrao pblica poder realizar processo licitatrio destinado exclusivamente participao de microempresas e empresas de pequeno porte nas contrataes cujo valor seja de at R$ 80.000,00 (art. 48, I da Lei 123/2006). 25. Os editais de licitao em que for conferido o tratamento di- ferenciado previsto no inciso I do art. 48 da Lei Complementar n 123/2006 e no art. 6 do Decreto n 6.204/2007 podem restringir o universo de licitantes s microempresas e empresas de pequeno porte sediadas no estado em que se proceder ao certame? No. A ocorrncia de tal fato violaria o Princpio da Economicidade, o que po- deria acarretar ao rgo ou entidade realizador do certame o no alcance da propos- ta mais vantajosa Administrao Pblica, conforme preconizado no art. 3 da Lei n Perguntas e respostas 27 8.666/1993. Cabe ressaltar que no h, na Lei Complementar n 123/2006 ou no Decre- to n 6.204/2007, normatizao no sentido de restringir a licitao destinada exclusiva- mente a microempresas e empresas de pequeno porte na regio do rgo ou entidade li- citante. Assim, a insero de clusulas editalcias prevendo tal restrio violaria, tambm, o Princpio da Legalidade. Tal entendimento encontra-se consubstanciado no Acrdo TCU n 2.957/2001 - Plenrio: (...) nos editais de licitao em que for conferido o tratamento diferenciado previsto no inciso I do artigo 48 da Lei Complementar n 123, de 14 de dezembro de 2006, e no art. 6 do Decreto n 6.204, de 5 de setembro de 2007, no se deve restringir o universo de participantes s empresas sediadas no estado em que estiver localizado o rgo ou a entidade licitante. Alm da violao a esses dois princpios, ocorreria tambm a violao do Princpio da Competitividade, haja vista que o universo das empresas que poderiam participar da licitao estaria restrito ao mbito local da realizao do certame. 26. Em licitao para registro de preos, por item, destinada ex- clusivamente participao de microempresas e empresas de pe- queno porte, conforme previsto no inciso I do art. 48 da Lei Comple- mentar n 123/2006 e no art. 6 do Decreto n 6.204/2007, o valor a ser observado como limite de R$ 80.000,00 seria o de cada item ou ao valor global da contratao? Deve ser observado o valor de cada item da licitao, haja vista que cada item da licitao remete a licitaes distintas e independentes entre si, podendo cada licitante cotar todos, alguns ou somente um dos itens definidos no instrumento convocatrio. Assim, apesar de o valor global exceder o limite de R$ 80.000,00, previsto no art. 48, I, da Lei Complementar n 123/2006 e no art. 6 do Decreto n 6.204/2007 para a reali- zao de processo licitatrio destinado exclusivamente participao de microempresas e empresas de pequeno porte, o certame dividido em vrios itens de at R$ 80.000,00, no ofende a norma legal, haja vista tratar-se de concorrncias autnomas entre si, sendo, cada item disputado de maneira independente dos demais. Sistema de Registro de Preos 28 Ressaltamos que o Acrdo TCU n 3.771/2011-1 Cmara, assentou o seguinte enten- dimento: (...) apesar de o valor global exceder o limite de R$ 80.000,00, previsto no art. 48, inciso I, da LC n 123/2006 e no art. 6 do Decreto n 6.204/2007 para a realizao de processo licitatrio des- tinado exclusivamente participao de microempresas e empresas de pequeno porte, o certame estava dividido em 52 itens de concorrncia autnomos entre si, sendo, assim, cada item disputado de maneira independente dos demais. Cabe ressaltar que no h obrigatoriedade de todos os itens da licitao serem destina- dos a atender ao comando legal previsto nos referidos normativos, podendo, por exem- plo, em uma licitao para 10 (dez) itens, apenas 01 (um) ser reservado exclusivamente participao de microempresas e empresas de pequeno porte. 27. O que rgo aderente? De acordo com o previsto no inciso V, art. 88, do Decreto n 7.581/2011, que regulamenta o Regime Diferenciado de Contrataes Pblicas (RDC), considera-se r- go aderente o rgo ou entidade da Administrao Pblica que, no tendo participado dos procedimentos iniciais da licitao, adere a uma ata de registro de preos. O rgo aderente corresponde ao conceito de rgo no participante ou carona estabelecido no Decreto n 7.892/2013. 28. Quais as principais novidades trazidas pelo Decreto n 7.581/2011, que regulamenta o Regime Diferenciado de Contrataes Pblicas (RDC), relativamente a licitaes para implantao do SRP? O Decreto n 7.581/2011 traz em seu Captulo IV, arts. 87 a 108, a normatizao para o emprego do Sistema de Registro de Preos destinado especificamente ao RDC. Seguem as principais novidades destacadas do referido regulamento: Prev a figura do rgo aderente (art. 88, inciso V). Utilizao do SRP para servios executados por unidade de medida/tarefa (art. 89, inciso II). Perguntas e respostas 29 Fase de Inteno de Registro de Preos obrigatria (art. 92). Estabelecimento de prazo mnimo para vigncia da Ata de Registro de Preos - ARP. O prazo de validade da ARP ser definido pelo instrumento convocatrio, limitado ao mnimo de trs meses e ao mximo de doze meses (art. 99, pargrafo nico). Estabelecimento de limites de contratao aos rgos aderentes. A quantidade global de bens ou servios que podero ser contratados pelos rgos aderentes no poder ser superior a cinco vezes a quantidade prevista para cada item (art. 102, 2 e 3). Cabe ressaltar que o campo de aplicao do RDC estabelecido pela Lei n 12.462/2011, art. 1, combinado com o seu 3. Segue in verbis. Art. 1 institudo o Regime Diferenciado de Contrataes Pblicas (RDC), aplicvel exclusivamen- te s licitaes e contratos necessrios realizao: I - dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos de 2016, constantes da Carteira de Projetos Olmpicos a ser definida pela Autoridade Pblica Olmpica (APO). II - da Copa das Confederaes da Federao Internacional de Futebol Associao - FIFA 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014, definidos pelo Grupo Executivo - Gecopa 2014 do Comit Gestor institudo para definir, aprovar e supervisionar as aes previstas no Plano Estratgico das Aes do Governo Brasileiro para a realizao da Copa do Mundo FIFA 2014 - CGCOPA 2014, restringindo- -se, no caso de obras pblicas, s constantes da matriz de responsabilidades celebrada entre a Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios. III - de obras de infraestrutura e de contratao de servios para os aeroportos das capitais dos Estados da Federao distantes at 350 km (trezentos e cinquenta quilmetros) das cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II. IV - das aes integrantes do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC). V - das obras e servios de engenharia no mbito do Sistema nico de Sade - SUS. [...] 3 Alm das hipteses previstas no caput, o RDC tambm aplicvel s licitaes e contratos ne- cessrios realizao de obras e servios de engenharia no mbito dos sistemas pblicos de ensino. Sistema de Registro de Preos 30 29. Quais so as clusulas que o instrumento convocatrio para licitao por SRP deve contemplar? Quando da realizao de licitao para registro de preos, o instrumento convo- catrio dever contemplar, alm do estabelecido nos normativos que regulamentam as modalidades licitatrias concorrncia e prego, conforme o caso, o descrito no art. 9, do Decreto n 7.892/2013. Referem-se a itens mnimos que o instrumento convocatrio para licitao para registro de preos deve abarcar. Art. 9 O edital de licitao para registro de preos observar o disposto nas Leis n 8.666, de 1993, e n 10.520, de 2002, e contemplar, no mnimo: I - a especificao ou descrio do objeto, que explicitar o conjunto de elementos necessrios e suficientes, com nvel de preciso adequado para a caracterizao do bem ou servio, inclusive definindo as respectivas unidades de medida usualmente adotadas. II - estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo rgo gerenciador e rgos participantes. III - estimativa de quantidades a serem adquiridas por rgos no participantes, observado o dis- posto no 4 do art. 22, no caso de o rgo gerenciador admitir adeses. IV - quantidade mnima de unidades a ser cotada, por item, no caso de bens. V - condies quanto ao local, prazo de entrega, forma de pagamento, e nos casos de servios, quando cabvel, frequncia, periodicidade, caractersticas do pessoal, materiais e equipamentos a serem utilizados, procedimentos, cuidados, deveres, disciplina e controles a serem adotados. VI - prazo de validade do registro de preo, observado o disposto no caput do art. 12. VII - rgos e entidades participantes do registro de preo. VIII - modelos de planilhas de custo e minutas de contratos, quando cabvel. IX - penalidades por descumprimento das condies. X - minuta da ata de registro de preos como anexo. XI - realizao peridica de pesquisa de mercado para comprovao da vantajosidade. 1 O edital poder admitir, como critrio de adjudicao, a oferta de desconto sobre tabela de preos pratica- dos no mercado, nos casos de peas de veculos, medicamentos, passagens areas, manutenes e outros similares. Perguntas e respostas 31 1 O edital poder admitir, como critrio de julgamento, o menor preo aferido pela oferta de desconto sobre tabela de preos praticados no mercado, desde que tecnicamente justificado. 2 Quando o edital previr o fornecimento de bens ou prestao de servios em locais diferentes, facultada a exigncia de apresentao de proposta diferenciada por regio, de modo que aos preos sejam acrescidos custos variveis por regio. 3 A estimativa a que se refere o inciso III do caput no ser considerada para fins de qualificao tcnica e qualificao econmico-financeira na habilitao do licitante. 30. O que Ata de Registro de Preos - ARP? De acordo com o contido no inciso II, art. 2, do Decreto n 7.892/2013, a ata de registro de preos o documento vinculativo, obrigacional, com caracterstica de compromisso para futura contratao, em que se registram os preos, fornecedores, rgos participantes e condies a serem praticadas, conforme as disposies contidas no instrumento convocatrio e propostas apresentadas. 31. Qual o prazo de validade de uma ARP? De acordo com o estabelecido pelo art. 12, do Decreto n 7.892/2013, o prazo de validade da ata de registro de preos no ser superior a doze meses, includas even- tuais prorrogaes, conforme o inciso III do 3 do art. 15 da Lei n 8.666/1993 e o art. 12 do Decreto n 7.892/2013. No mesmo sentido, o Acrdo TCU n 991/2009 - Plenrio e a Orientao Normativa AGU n 19, de 01 de abril de 2009 dispem que o prazo de vigncia da ata de registro de preos no poder ser superior a um ano, admitindo-se prorrogaes, desde que ocorram dentro desse mesmo prazo de 12 meses. Segue um exemplo para elucidar o caso. Uma ata de registro de preos com vigncia inicial de 6 meses pode ser prorrogada por, no mximo, mais 6 meses, sendo que o prazo mximo de vigncia da respectiva ata de at um ano. Sistema de Registro de Preos 32 Deve-se observar que, conforme 2 do Art. 12 do Decreto n 7.892/2013, a vigncia dos contratos de servios contnuos decorrentes do Sistema de Registros de Preos, que no se confundem com a vigncia da prpria ata de registro de preos, definida nos instrumentos convocatrios, observado o disposto no art. 57 da Lei n 8.666, de 1993, sendo que conforme 4 do mesmo artigo, o contrato dever ser assinado no prazo de validade da ata de registro de preos. 32. Existe outro fator que pode limitar a vigncia de uma ARP alm do transcurso de tempo? Sim. A ARP se encerra com o trmino de sua vigncia temporal, conforme esta- belece o art. 15, 3, inciso III, da Lei n 8.666/1993, ou com a contratao da totalidade do objeto nela registrado, conforme entendimento do TCU, por meio do Acrdo n 113/2012 - Plenrio, haja vista que nesta ltima hiptese, no h mais item registrado possvel de utilizao, e assim, pode-se afirmar que a ata se esgotou pelo seu uso ou con- sumo. Dessa forma, ocorrendo uma dessas duas hipteses, tanto o rgo gerenciador e os eventuais participantes, bem como os possveis caronas, esto impossibilitados de utilizarem a referida ata. Segue um exemplo para elucidar o caso. Vamos supor que o rgo A realizou licitao sob a modalidade prego para re- gistro de preos, tendo como objeto o registro de 1.000 (hum mil) resmas de papel. No houve a participao de outros rgos na licitao. Durante a vigncia da ARP, o prazo estabelecido foi de 01 (um) ano, o rgo A solicitava a cada ms 100 resmas ao fornecedor registrado, o que levou ao final do 10 ms a execuo da totalidade da ARP. Assim sendo, em virtude do esgotamento do objeto, no h possibilidade de o rgo gerenciador solicitar qualquer quantidade de resma ao fornecedor, e da mesma forma, no poder conceder autorizao para a utilizao da referida ata por qualquer rgo ou entidade da Administrao que no tenha participado do certame licitatrio (rgo carona). Perguntas e respostas 33 33. O prazo da validade da ARP inicia a contagem na data da assi- natura ou de sua publicao no D.O.U.? O prazo de incio da validade definido na prpria ata de registro de preos, sen- do que o prazo de validade da ata de registro de preos no ser superior a doze meses, includas as eventuais prorrogaes, conforme o inciso III do 3 do art. 15 da Lei n 8.666, de 1993. Dessa forma, o prazo de validade da ARP inicia na data de sua assinatura se assim estiver estabelecido na prpria ata. 34. Como so chamados os rgos que participam de uma ARP? De acordo com o art. 2 do Decreto n 7.892/2013, h dois tipos de rgos que podem participar da ARP: rgo Gerenciador - rgo ou entidade da administrao pblica federal respons- vel pela conduo do conjunto de procedimentos para registro de preos e gerencia- mento da ata de registro de preos dele decorrente. rgo Participante - rgo ou entidade da administrao pblica federal que par- ticipa dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preos e integra a ata de registro de preos. rgo no participante (carona) - rgo ou entidade da administrao pblica (Fe- deral, Estadual ou Municipal) que, no tendo participado dos procedimentos iniciais da licitao, atendidos os requisitos desta norma, faz adeso ata de registro de preos. O Decreto n. 7.892/2013 inovou ao estabelecer o conceito de rgo no participante, comumente conhecido como carona, que, segundo Jorge Ulisses Jacoby, so aqueles que, no tendo participado na poca oportuna, informando suas estimativas de consumo, requerem, posteriormente, ao rgo gerenciador o uso da ata de registro de preos. Em relao ao conceito, destacamos a definio de Maral Justen Filho (2008): [...] a pratica conhecida como carona consiste na utilizao por um rgo administrativo do sis- tema de registro de preo alheio. Como se sabe, o registro de preos implantado mediante uma licitao, promovida no mbito de um ou mais rgos administrativos. Essa licitao modelada de acordo com as necessidades dos rgos que participam do sistema. A carona ocorre quando Sistema de Registro de Preos 34 outro rgo, no participante originariamente do registro de preos, realiza contrataes com base no dito registro 5 . Por fim ressaltamos que, para atuar como carona, faz-se necessrio o atendimento dos seguintes requisitos: a) demonstrao da vantajosidade da adeso, em detrimento da reali- zao de um novo procedimento licitatrio; b) anuncia do rgo gerenciador; c) concor- dncia do fornecedor vencedor da ata; d) necessidade de observncia aos limites de quan- titativos a serem contratados por meio da ARP, bem como aos limites de ordem temporal 6 . 35. O rgo participante do SRP deve assinar a ata juntamente com o rgo gerenciador? No. A competncia para assinar a ARP cabe ao rgo gerenciador, haja vista ser o responsvel pela conduo de todo o procedimento licitatrio, conforme estabelecido no art. 5 do Decreto n 7.892/2013. Quanto ao rgo participante, a sua responsabilidade pela manifestao de interesse em participar do registro de preos, providenciando o encaminhamento ao rgo geren- ciador de sua estimativa de consumo, local de entrega e, quando couber, cronograma de contratao e respectivas especificaes ou termo de referncia ou projeto bsico, nos termos da Lei n 8.666/1993, e da Lei n 10.520/2002, consoante ao contido no art. 6 do Decreto 7.892/2013. 5 JUSTEN FILHO, Maral. TCU restringe a utilizao de carona no sistema de registro de preos, 2008. Disponvel em: <http://www.justen.com.br//informativo.php?&informativo=6&artigo=743&l=pt#>. Acesso em: 26 nov. 2013. 6 O limite de quantitativo geral e est previsto no 4 do art. 22 do Decreto n 7.892/2013, o qual estabelece que o quantitativo decorrente das adeses a ata de registro de preos no poder exceder, na totalidade, ao quntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preos para o rgo gerenciador e rgos participantes, independente do nmero de rgos no participantes que aderirem ARP. No limite temporal, o rgo gerenciador somente poder autorizar adeso a ata apos a primeira aquisio ou contratao por rgo integrante da ata (art. 22, 5 do Decreto n 7.892/2013). Perguntas e respostas 35 36. Quais so as atribuies do rgo gerenciador da ARP nas fases de planejamento, da realizao da licitao e da execuo da ARP? O art. 5 do Decreto n 7.892/2013 traz as atribuies do rgo gerenciador. Segue in verbis: Art. 5 Caber ao rgo gerenciador a prtica de todos os atos de controle e administrao do Sistema de Registro de Preos, e ainda o seguinte: I - registrar sua inteno de registro de preos no Portal de Compras do Governo federal. II - consolidar informaes relativas estimativa individual e total de consumo, promovendo a ade- quao dos respectivos termos de referncia ou projetos bsicos encaminhados para atender aos requisitos de padronizao e racionalizao. III - promover atos necessrios instruo processual para a realizao do procedimento licitatrio. IV - realizar pesquisa de mercado para identificao do valor estimado da licitao e consolidar os dados das pesquisas de mercado realizadas pelos rgos e entidades participantes. V - confirmar junto aos rgos participantes a sua concordncia com o objeto a ser licitado, inclu- sive quanto aos quantitativos e termo de referncia ou projeto bsico. VI - realizar o procedimento licitatrio. VII - gerenciar a ata de registro de preos. VIII - conduzir eventuais renegociaes dos preos registrados. IX - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditrio, as penalidades decorrentes de infraes no procedimento licitatrio. X - aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditrio, as penalidades decorrentes do descumpri- mento do pactuado na ata de registro de preos ou do descumprimento das obrigaes contratuais, em relao s suas prprias contrataes. 1 A ata de registro de preos, disponibilizada no Portal de Compras do Governo federal, poder ser assinada por certificao digital. 2 O rgo gerenciador poder solicitar auxlio tcnico aos rgos participantes para execuo das atividades previstas nos incisos III, IV e VI do caput. Sistema de Registro de Preos 36 37. Quais so as responsabilidades e atribuies dos rgos par- ticipantes da ARP? As responsabilidades e atribuies dos rgos participantes esto descritas no art. 6, do Decreto n 7.892/2013. Seguem, in verbis, a transcrio. Art. 6 O rgo participante ser responsvel pela manifestao de interesse em participar do registro de preos, providenciando o encaminhamento ao rgo gerenciador de sua estimativa de consumo, local de entrega e, quando couber, cronograma de contratao e respectivas especifica- es ou termo de referncia ou projeto bsico, nos termos da Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei n 10.520, de 17 de julho de 2002, adequado ao registro de preos do qual pretende fazer parte, devendo ainda: I - garantir que os atos relativos a sua incluso no registro de preos estejam formalizados e apro- vados pela autoridade competente. II - manifestar, junto ao rgo gerenciador, mediante a utilizao da Inteno de Registro de Preos, sua concordncia com o objeto a ser licitado, antes da realizao do procedimento licitatrio. III - tomar conhecimento da ata de registros de preos, inclusive de eventuais alteraes, para o correto cumprimento de suas disposies. Pargrafo nico. Cabe ao rgo participante aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditrio, as penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preos ou do descumprimento das obrigaes contratuais, em relao s suas prprias contrataes, informando as ocorrncias ao rgo gerenciador. 38. obrigatria a aprovao das Assessorias Jurdica dos rgos gerenciador e participante nos atos praticados na fase de planeja- mento da licitao por meio de registro de preos, bem como nas minutas do edital, termo de referncia e contrato? Qual a base legal? Sim, mas somente em relao s minutas de edital, termo de referncia e contra- to. Os demais atos da fase de planejamento da licitao por meio de registro de preos no esto sujeitos aprovao das Assessorias Jurdica dos rgos gerenciador e partici- pante. Como exemplo de atos da fase de planejamento da licitao, que no esto sujei- tos aprovao das Assessorias Jurdica dos rgos gerenciador e participante, podemos Perguntas e respostas 37 citar: o levantamento da necessidade da unidade demandante; a definio das quantida- des necessrias a serem adquiridas de bens e servios para o atendimento da demanda; a realizao pesquisa de preos praticados no mercado. Assim sendo o pargrafo nico do art. 38 da Lei n 8.666/1993 estabelece a obrigatorie- dade de a Assessoria Jurdica emitir parecer prvio sobre as minutas de editais de licita- o, bem como as dos contratos, acordos, convnios ou ajustes. No que tange ao rgo gerenciador, permanece a obrigatoriedade de observncia do art. 38, pargrafo nico, da Lei n 8.666/1993. Quanto ao rgo participante, alm do estabe- lecido no citado artigo, a sua manifestao est prevista no inciso II, art. 6, do Decreto n 7.892/2013. Cabe destacar, no entanto, que o posicionamento da Assessoria Jurdica do rgo participante ser referente concordncia ou no com os termos do edital, da mi- nuta do contrato e do termo de referncia. a Assessoria Jurdica do rgo gerenciador quem faz a anlise das minutas e encaminha autoridade competente o posicionamento por meio de parecer fundamentado, quanto legalidade da licitao. Segue, in verbis, a transcrio do inciso II, art. 6, do Decreto n 7.892/2013. Art. 6 O rgo participante ser responsvel pela manifestao de interesse em participar do registro de preos, providenciando o encaminhamento ao rgo gerenciador de sua estimativa de consumo, local de entrega e, quando couber, cronograma de contratao e respectivas especifica- es ou termo de referncia ou projeto bsico, nos termos da Lei n 8.666, de 21 de junho de 1993, e da Lei n 10.520, de 17 de julho de 2002, adequado ao registro de preos do qual pretende fazer parte, devendo ainda: [...] II - manifestar, junto ao rgo gerenciador, mediante a utilizao da Inteno de Registro de Pre- os, sua concordncia com o objeto a ser licitado, antes da realizao do procedimento licitatrio (grifos nossos). 39. O que rgo no participante? aquele que, mesmo no tendo participado dos procedimentos iniciais da lici- tao, atendidos os requisitos do Decreto 7.892/2013, faz adeso ata de registro de preos. A base normativa est no art. 22 do Decreto n 7.892/2013. tambm chamado de rgo carona. Sistema de Registro de Preos 38 40. Quem pode utilizar a ARP? Alm dos rgos gerenciador e participante, de acordo com o art. 22 do Decreto n 7.892/2013, a ARP, durante sua vigncia, pode ser utilizada por qualquer rgo ou en- tidade da Administrao Pblica Federal que no tenha participado do certame licitatrio (rgo carona), mediante prvia consulta ao rgo gerenciador, desde que devidamente comprovada a vantagem. Quanto utilizao pelo rgo carona, conforme Jurisprudncia do TCU, antes da ade- so ARP deve ser feita uma ampla pesquisa de mercado que comprove que os preos estabelecidos na ARP esto compatveis com os praticados no mercado, garantindo assim a seleo da proposta mais vantajosa para Administrao, consoante estabelece o art. 3 da Lei 8.666/1993 (Acrdos ns 2.786/2013 - Plenrio e 301/2013 - Plenrio). 41. Quais so os atos a serem observados pelos rgos no parti- cipantes do SRP quando da utilizao da ARP? O Decreto n 7.892/2013 em seu art. 22 e pargrafos traz a regra a ser observada duran- te a solicitao e utilizao da ARP. Assim, devem ser observados os seguintes atos pelos rgos no participantes do SRP quando da utilizao da ARP: Realizar pesquisa de mercado de modo a justificar a vantajosidade em aderir a ARP. Consultar o rgo gerenciador da ata para se manifestar sobre a possibilidade de adeso ARP. A aquisio ou contratao pretendida no poder exceder, por rgo ou entidade, a 100 (cem) por cento dos quantitativos dos itens previstos pelo instrumento convo- catrio e registrados na ata de registro de preos para o rgo gerenciador e rgos participantes. O rgo gerenciador somente poder autorizar adeso ata aps a primeira aqui- sio ou contratao por rgo integrante da ata, exceto quando, justificadamente, no houver previso no edital para aquisio ou contratao pelo rgo gerenciador. Dever efetivar a aquisio ou contratao solicitada em at 90 (noventa) dias, ob- servado o prazo de vigncia da ata. Perguntas e respostas 39 Cabe acrescentar que a adeso ARP no prescinde das etapas comuns a todo planeja- mento de compras a ser realizado pela Administrao Pblica. Assim sendo, cabe ao futuro rgo carona, primeiramente, definir e estabelecer suas necessidades, tanto nos aspec- tos qualitativos, quanto quantitativamente, proceder realizao de pesquisa de mercado, nas quantidades a serem adquiridas, e somente vencida essa etapa, caso seja cabvel, deve buscar no Portal de Compras do Governo Federal (www.comprasnet.gov.br) uma ARP que contenha o bem ou servio que atenda ao que foi anteriormente estabelecido como necessidade da Administrao. Caso seja demonstrada a vantajosidade da adeso e, se essa for possvel, deve-se solicitar ao rgo gerenciador da ARP a sua utilizao. A realizao do caminho inverso, busca de ARP primeiro, para depois definir as necessidades, deve ser expurgada da prtica administrativa. Assim, a solicitao de adeso ARP formalizada entre o rgo gerenciador da ata e o rgo carona por meio de ofcio. Posteriormente, deve-se realizar consulta junto ao fornecedor registrado, quanto a sua anuncia no fornecimento do bem ou servio regis- trado. Por fim, devem ser observados os limites referentes ao quantitativo de aquisies decorrente de adeses ARP, que no podero exceder ao quntuplo do quantitativo incialmente registrado na ARP para cada item, conforme o disposto no 4 do art. 22 do Decreto 7.892/2013. 42. Pode haver formalizao de ARP com a ausncia de cotao do item a ser adquirido? No possvel, pois considerando as caractersticas do SRP, duas perguntas de- vem ser respondidas: Como chegar a uma ARP sem a existncia de um preo unitrio registrado? Como demonstrar a vantagem em se utilizar uma determinada ata se h itens no cotados? Considerando a sistemtica do SRP, em que a Administrao Pblica registra preos, fornecedores e quantidades para aquisio futura, ficando exclusivamente a critrio de sua necessidade, convenincia e oportunidade a utilizao da ARP, impossvel aceitar a formalizao de uma ARP sem o devido registro do preo de um item daquele rol de objetos/servios a ser contratado. Assim sendo, no h viabilidade legal de o edital de registro de preos prever itens com o comando de no cotar, formalizando-se a ata com a ausncia de preos para tais itens, Sistema de Registro de Preos 40 os quais posteriormente sero adjudicados empresa vencedora do certame, que rece- ber um percentual previamente estabelecido para as contrataes que efetivar. Pensar de forma oposta contraria a prpria natureza metodolgica do SRP, e o princpio cons- titucional da isonomia nas contrataes pelo poder pblico, pois que esta ocorreria de forma direta. Contudo, havendo bens/servios que, por sua especificidade, no possam ser cotados e, consequentemente, no possam ser contratados por meio do SRP, cabe realizar proces- so licitatrio especfico ou contratao direta quando for possvel o enquadramento nos arts. 24 e 25 da Lei n 8.666/1993. 43. A prorrogao da vigncia da ARP, dentro do prazo mximo de 01 (ano), pode promover o restabelecimento dos quantitativos inicialmente registrados na ARP? No, haja vista a incompatibilidade dessa hiptese com diversos princpios, entre os quais se pode citar o da legalidade, impessoalidade, economicidade e vinculao ao instrumen- to convocatrio. Cabe ressaltar que h possibilidade em se prorrogar a vigncia de uma ARP, desde que observado o prazo mximo de 01 (um) ano, todavia, veda-se o restabele- cimento dos quantitativos inicialmente registrados quando de sua prorrogao. Conforme preceitua o Acrdo TCU n 991/2009 Plenrio, no caso de eventual prorrogao da ata de registro de preos, dentro do prazo de vigncia no su- perior a um ano, no se restabelecem os quantitativos inicialmente fixados na licitao, sob pena de se infringirem os princpios que regem o procedimento licitatrio, indicados no art. 3 da Lei n 8.666/93. Neste momento torna-se importante diferenciar o que procedimento licitatrio do que contratao. Primeiro realiza o procedimento licitatrio e posteriormente efetua-se a contratao. Em um procedimento licitatrio convencional, a Administrao poder contratar com o licitante vencedor as quantidades fixadas no objeto, podendo, nos casos devidamente justificados, se valer da possibilidade de acrscimo de at 25%, prevista no 1, art. 65, da Lei n 8.666/1993. J em relao ARP, a sua prorrogao com o restabelecimento dos quantitativos iniciais significaria admitir a alterao das quantidades licitadas aps a realizao do procedimen- Perguntas e respostas 41 to licitatrio, o que no encontra base legal, ou seja, fere o princpio da legalidade. Tambm, no h como justificar que a Administrao prorrogue uma ARP com o intuito de adquirir bens ou servios em quantitativos superiores aos que consta do edital e da prpria ata. o princpio da vinculao ao instrumento convocatrio. Outro aspecto a ser observado na no permisso do restabelecimento dos quantitativos inicialmente registrados quanto economia de escala, pois quanto maior a quantidade de um produto ou servio a ser adquirido, menor tende a ser o seu preo unitrio. o princpio da economicidade. Segue um exemplo para elucidar o caso. Considere que o rgo A realizou licitao para registro de preos, sob a modalida- de prego, cujo objeto o registro de 100 (cem) monitores. A vigncia estabelecida para a ARP foi de 08 (oito) meses. Ao fim do penltimo ms de validade da ata, o rgo A havia adquirido 90 (noventa) monitores. Entretanto, percebendo que havia subestimado as suas necessidades e considerando a permissibilidade legal para prorrogao da ARP por mais 04 (quatro) meses, haja vista que o prazo mximo de validade de 12 (doze) meses, a autoridade compe- tente resolve restabelecer o quantitativo originalmente registrado 100 monitores, pelo prazo restante da vigncia da ata, 04 meses. Dessa forma, poder-se-ia ao final da validade do registro adquirir-se at 190 monitores, o que, conforme descrito anteriormente, no encontra amparo legal. Durante a prorrogao da vigncia da ARP por mais 04 meses, o rgo A somente poderia adquirir mais 10 (dez) monitores (100 90), haja vista a vedao ao resta- belecimento dos quantitativos inicialmente registrados. Persistindo a necessidade da Administrao em adquirir mais monitores, a soluo a realizao de novo proce- dimento licitatrio. 44. Pode ser registrado mais de um fornecedor em uma ARP para o mesmo item licitado? Sim. De acordo com o contido no art. 11 do Decreto n 7.892/2013, aps a homo- logao da licitao, o registro de preos observar, entre outras, as seguintes condies: Sistema de Registro de Preos 42 Ser includo, na respectiva ata, o registro dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou servios com preos iguais ao do licitante vencedor na sequncia da classifi- cao do certame. A apresentao dessas novas propostas no prejudicar o resultado do certame em relao ao licitante mais bem classificado. O preo registrado com indicao dos fornecedores ser divulgado no Portal de Compras do Governo Federal e ficar disponibilizado durante a vigncia da ata de registro de preos. A ordem de classificao dos licitantes registrados na ata dever ser respeitada nas contrataes e devem ser registrados na seguinte ordem: Os preos e quantitativos do licitante mais bem classificado durante a eta- pa competitiva. Os preos e quantitativos dos licitantes que tiverem aceito cotar seus bens ou servios em valor igual ao do licitante mais bem classificado. Se houver mais de um licitante na situao de que trata o inciso II do 2, sero classificados segundo a ordem da ltima proposta apresentada durante a fase competitiva. O registro de mais de um fornecedor tem por objetivo a formao de cadastro de reser- va no caso de excluso do primeiro colocado da ARP, nas hipteses previstas no Captulo VIII DA REVISO E DO CANCELAMENTO DOS PREOS REGISTRADOS, do De- creto n 7.892/2013. 45. O instrumento convocatrio deve prever expressamente a possibilidade de se registrar mais de um fornecedor para o mesmo item? No, em virtude de ausncia de previso legal. O art. 9 do Decreto estabelece as clusulas mnimas que deve ser inseridas no edital, no se incluindo exigncia de que o instrumento convocatrio preveja expressamente a possibilidade de se registrar mais de um fornecedor para o mesmo item. A exigncia de registro, independentemente de previso expressa no instrumento convocatrio, ocorrer no caso de fornecedores que Perguntas e respostas 43 tiverem aceitado cotar seus bens ou servios em valor igual ao do licitante mais bem clas- sificado, conforme inciso I e o 2 do art. 11 do Decreto 7.892/2013. 46. Deve ser realizada, anteriormente a cada solicitao de forne- cimento empresa detentora de ata de registro de preos, pesquisa de mercado pelos rgos participantes e gerenciador? Sim. obrigatria a realizao de pesquisa de mercado pelos rgos participan- tes e gerenciador anteriormente solicitao de fornecimento empresa detentora de registro em ARP. Tal pesquisa apenas confirmatria. Deve reunir elementos que confir- mem a vantagem dos preos registrados. 47. Os preos registrados em uma ARP podem ser alterados? Sim, os preos registrados podem ser alterados. O art. 17 do Decreto n 7.892/2013 estabelece que os preos registrados possam ser revistos em decorrncia de eventual reduo dos preos praticados no mercado ou de fato que eleve o custo dos servios ou bens registrados, cabendo ao rgo gerenciador promover as negociaes junto aos fornecedores, observadas as disposies contidas na alnea d do inciso II do caput do art. 65 da Lei n 8.666/1993. Os arts. 18 e 19 do Decreto n 7.892/2013 tratam, respectivamente, das hipteses em que o preo registrado torna-se superior e inferior ao preo praticado no mercado. 48. Quando o preo de mercado tornar-se superior aos preos registrados, pode o fornecedor deixar de cumprir o compromisso assumido junto ao rgo gerenciador ou participante? Sim, desde que o fornecedor faa a comunicao antes do pedido de forneci- mento pelo rgo gerenciador ou participante, no havendo aplicao da penalidade se confirmada a veracidade dos motivos e comprovantes apresentados. Sistema de Registro de Preos 44 49. O registro do fornecedor em uma ARP pode ser cancelado? Sim, o registro de um fornecedor pode ser cancelado. O regramento consta dos arts. 20 e 21 do Decreto n 7.892/2013, e as hipteses so as seguintes: Descumprir as condies da ata de registro de preos. No retirar a nota de empenho ou instrumento equivalente no prazo estabelecido pela Administrao, sem justificativa aceitvel. No aceitar reduzir o seu preo registrado, na hiptese deste se tornar superior queles praticados no mercado. Fato superveniente decorrente de caso fortuito ou fora maior, que prejudique o cumprimento da ata, devidamente comprovados e justificados, em virtude de interes- se pblico e/ou a pedido do fornecedor. Sofrer as seguintes sanes: Suspenso temporria de participao em licitao e impedimento de contratar com a Administrao, por prazo no superior a 2 (dois) anos. (Art. 87. Inciso III, lei n 8.666/1993). Declarao de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administrao Pblica enquanto perdurarem os motivos determinantes da punio ou at que seja promovida a reabilitao perante a prpria autoridade que aplicou a penalidade, que ser concedida sempre que o contratado ressarcir a Ad- ministrao pelos prejuzos resultantes e depois de decorrido o prazo de 2 (dois) anos. (Art. 87. Inciso III, lei n 8.666/1993). Impedimento de licitar e contratar com a Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios. (Art. 7 da Lei n 10.520/2002). 50. H imposio de limites pela legislao adeso de rgo no participante a uma ARP? Sim, h trs limites, um individual (para o rgo gerenciador e rgos participan- tes), um geral (para os rgos no participantes) e outro de carter temporal. Em relao Perguntas e respostas 45 adeso de rgos no participantes, destaque-se que, antes do Decreto n 7.892/2013 no havia limitao expressa nesse sentido, o que ocasionava extrapolao dos quantita- tivos mximos a serem contratados. Em vista disso, o TCU se manifestou quanto necessidade de fixao de quantitativos mximos, por meio dos Acrdos ns 1.233/2012, 2.311/2012 e 2.546/2012, todos do Plenrio. Com efeito, o Acrdo n 1.233/2012 trata o tema da seguinte forma: Nota-se, claramente, que a adeso ilimitada Ata de Registro de Preos representa um desvirtua- mento do SRP, que tem como pressuposto principal o planejamento das aquisies pela Adminis- trao Pblica, na medida em que propicia a contratao de muito mais itens do que a quantidade efetivamente licitada. Compreendo, tambm, que difcil definir um limite razovel para a adeso. Este, para mim, ainda um ponto rduo e que merece alguma reflexo. Se por um lado, a figura do carona traz agilidade e reduo da quantidade de proce- dimentos licitatrios, por outro lado, a sua utilizao de forma indiscriminada afronta os princpios da obrigatoriedade da licitao, da isonomia, da legalidade, da vinculao ao instrumento convocatrio e da competitividade. Diante disso, o 3, art. 22 do Decreto n 7.892/2013 estabeleceu que as aquisies ou contrataes adicionais por rgos e entidades que no participaram da licitao esto limitadas a 100 (cem) por cento dos quantitativos dos itens do instrumento convocatrio e registrados na ata de registro de preos para o rgo gerenciador e rgos participan- tes. o limite individual. O outro limite o geral e est previsto no 4 do mesmo artigo, o qual estabelece que o quantitativo decorrente das adeses a ata de registro de preos no poder exceder, na totalidade, ao quntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preos para o rgo gerenciador e rgos participantes, independente do nmero de rgos no participantes que aderirem ARP. Porm, cabe ressaltar que o instrumento convocatrio dever prever a estimativa de quantidades a serem adquiridas por rgos e entidades no participantes do certame licitatrio. o que estabelece o inciso III, art. 9, observado o disposto no 4, art. 22, ambos do Decreto n 7.892/2013. Por fim, destacamos que existe um limite temporal adeso e aquisio por parte do carona, tendo em vista que o Decreto n 7.892/13 acrescentou um novo requisito a ser aferido quando da adeso ata de registro de preos, ao estabelecer em seu art. 22, Sistema de Registro de Preos 46 5, que o rgo gerenciador somente poder autorizar adeso a ata aps a primeira aquisio ou contratao por rgo integrante da ata [...]. Desse modo, o carona poder aderir ata apenas aps a contratao por parte dos rgos participantes. Com isso, o dispositivo objetivou ilidir a adeso de eventuais caro- nas que no tivessem a premente necessidade de contratar os itens registrados na ata e cuja adeso poderia inviabilizar a adeso por parte de outros rgos que realmente ne- cessitassem do objeto cotado, sobretudo considerando o limite previsto no art. 22, 4. 51. Os rgos da Administrao Pblica Federal podem solicitar adeso a uma ARP cuja licitao tenha sido promovida por rgos da Administrao Pblica Estadual, Distrital ou Municipal? No, o 8, art. 22, do Decreto n 7.892/2013 traz vedao expressa nesse senti- do. Cabe acrescentar que a Advocacia Geral da Unio expediu a Orientao Normativa n 021/2010 no mesmo sentido. Segue a redao da referida Orientao Normativa in verbis: vedada aos rgos pblicos federais a adeso ata de registro de preos quando a licitao tiver sido realizada pela Administrao Pblica Estadual, Municipal ou do Distrito Federal, bem como por entidades paraestatais. 52. Os rgos da Administrao Pblica Federal podem solicitar adeso a uma ARP cuja licitao tenha sido promovida por entidades integrantes do Sistema S? No h viabilidade jurdica para a adeso, por rgos da Administrao Pblica, a atas de registro de preos relativas a certames licitatrios realizados por entidades inte- grantes do Sistema S, uma vez que estas ltimas se sujeitam a regulamentos prprios e no esto obrigadas a cumprirem os dispositivos da Lei n 8.666/1993. Da mesma forma, as entidades do Sistema S no podero aderir a ARP de rgos da administrao pblica federal, uma vez que o Decreto n 7.892/2013 no incluiu as entidades paraestatais. Perguntas e respostas 47 53. H possibilidade de os rgos e entidades pertencentes s es- feras estaduais e municipais aderirem ARP cujo registro pertena Administrao Pblica Federal? Sim, o 9, art. 22, do Decreto n 7.892/2013 traz essa permissividade. Segue a transcrio in verbis: Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a ata de registro de preos, durante sua vigncia, poder ser utilizada por qualquer rgo ou entidade da administrao pblica federal que no tenha participado do certame licitatrio, mediante anuncia do rgo gerenciador. [...] 9 facultada aos rgos ou entidades municipais, distritais ou estaduais a adeso ata de re- gistro de preos da Administrao Pblica Federal. Salientamos que, no caso de utilizao de ARP Federal em vigor por esses entes, deve- r ser obedecido limite geral de contratao definido no 4 do art. 22 do Decreto n 7.892/2013: 4 O instrumento convocatrio dever prever que o quantitativo decorrente das adeses ata de registro de preos no poder exceder, na totalidade, ao quntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preos para o rgo gerenciador e rgos participantes, indepen- dente do nmero de rgos no participantes que aderirem. Segue um exemplo para elucidar o caso. Se uma ata de registro de preos previu a aquisio de 100 computadores, cada rgo ou entidade municipal, estadual ou distrital, que no tenha participado do cer- tame licitatrio poder adquirir, individualmente, at 100 computadores por meio dessa mesma ata. Se 9 rgos de outras esferas aderirem ata, o total a ser adquiri- do para todos os 10 rgos (1 rgo gerenciador + 9 rgos que no participaram da licitao) de 500 computadores (quntuplo de 100). Sistema de Registro de Preos 48 54. H possibilidade para que um rgo solicite adeso a uma mesma ARP mais de uma vez? Sim. De acordo com o art. 22 do Decreto n 7.892/2013, a ARP, durante sua vigncia, poder ser utilizada por qualquer rgo ou entidade da Administrao que no tenha participado do certame licitatrio, mediante prvia consulta ao rgo gerenciador, desde que devidamente comprovada a vantagem. O 3 do referido artigo estabelece que a utilizao esteja limitada a 100% dos quantitativos registrados. Todavia, o quanti- tativo decorrente das adeses ata de registro de preos no poder exceder, na totali- dade, ao quntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preos para o rgo gerenciador e rgos participantes, independente do nmero de rgos no participantes que aderirem. Dessa forma, devem ser observados dois limites, cumulativamente, no momento de uti- lizao da ARP por rgos e entidades que no participaram da licitao. O primeiro remete a limite individual, 100% dos quantitativos registrados, o segundo, limite geral, em que o somatrio de todas as aquisies por rgos e entidades que no participaram da licitao no podem ultrapassar ao quntuplo do total registrado. 55. H possibilidade para que um rgo solicite adeso a mais de uma ARP, cujos objetos registrados sejam os mesmos? Sim, desde que observados, para cada ARP, os limites estabelecidos pelos 3 e 4 do art. 22, do Decreto n 7.892/2013, de 100% dos quantitativos registrados na ARP para cada rgo carona e de cinco vezes o quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preos na totalidade, independente do nmero de rgos no participan- tes que aderirem. 56. H possibilidade de um rgo ser participante e carona na mesma ARP? Sim. Desde que a licitao ocorra por item e a demanda apresentada pelo referido rgo participante ao rgo gerenciador no contemple todos os itens da licitao. Ou seja, em que pese a ata registrar preos para diversos itens, o rgo participante integra apenas Perguntas e respostas 49 aqueles para os quais indicou interesse em participar do registro de preos, e encaminhou ao rgo gerenciador a sua estimativa de consumo e, posteriormente, manifestando con- cordncia com o objeto a ser licitado, antes da realizao do procedimento licitatrio. E, considerando que a licitao por itens so licitaes distintas que ocorrem ao mesmo tem- po e que o rgo no apresentou demanda para todos, no h vedao legal para usufruir da previso contida no art. 22, do Decreto n 7.892/2013 para os itens em que no apre- sentou demanda, desde que observados os limites individual e geral referentes, respectiva- mente, a 100% e cinco vezes o quantitativo de cada item registrado na ARP. 57. H possibilidade de os rgos que no participaram da lici- tao processada por meio de SRP, a qual se destina contratao exclusiva de microempresa e empresa de pequeno porte, cujo valor da licitao seja de at R$ 80.000,00, solicitar adeso respectiva ARP ao rgo gerenciador? Sim. Cabe ressaltar que todas as aquisies resultantes do SRP, rgos gerencia- dor, participante e caronas no podero ultrapassar a 100% do quantitativo registrado. Alm disso, deve-se observar a limitao imposta pela Lei Complementar n 123/2006 em seu art. 48, inciso I, de que as contrataes no ultrapassem o montante total de R$ 80.000,00. 58. Os rgos participantes e gerenciador de uma ARP podem, durante a sua vigncia, aderir outra ARP cujo objeto seja idntico ao j registrado em sua ata? Sim. Considerando que a Administrao realizou licitao para registro de preo visando aquisio futura, a qual foi procedida de planejamento prvio, com levantamento das necessidades tcnicas e quantitativas, a nica hiptese para se aderir outra ARP cujo objeto seja idntico ao registrado em ata prpria seria a vantagem econmica, ou seja, o preo registrado em ata prpria deve ser superior ao contida em outra ata. No entanto, acontecendo essa hiptese, cabe, primeiramente, ao rgo gerenciador da ata, seguir ao descrito no art. 18 do Decreto n 7.892/2013 e convocar o fornecedor vi- Sistema de Registro de Preos 50 sando negociao para reduo de preos e sua adequao ao praticado pelo mercado, a qual, sendo frustrada, dever liberar o fornecedor do compromisso assumido, e, somente vencida esta etapa, poder solicitar adeso a outra ARP, cujo preo encontra-se mais vanta- joso Administrao Pblica, e proceder ao cancelamento do registro de sua ARP. O art. 15, 4, da Lei n 8.666/1993, ratifica esse posicionamento, haja vista que o de- tentor do registro tem o direito de preferncia em ser contratado pela Administrao Pblica no fornecimento do bem registrado, em igualdade de condies. Art. 15. [...] 4 A existncia de preos registrados no obriga a Administrao a firmar as contrataes que deles podero advir, ficando-lhe facultada a utilizao de outros meios, respeitada a legislao relativa s licitaes, sendo assegurado ao beneficirio do registro preferncia em igualdade de condies. 59. A adeso a uma ARP deve ter sua execuo de forma parcelada ou de uma nica vez? O rgo no participante da licitao ao solicitar autorizao ao rgo geren- ciador para utilizao da ARP deve utiliz-la de uma nica vez. No pode execut-la de forma parcelada, o que s permitida aos rgos participantes e gerenciador da ARP. Nesse sentido, o 6, art. 22 do Decreto n 7.892/2013, estabelece que, aps a auto- rizao do rgo gerenciador, o rgo no participante dever efetivar a aquisio ou contratao solicitada em at noventa dias, observado o prazo de vigncia da ata. 60. possvel a formalizao da ARP e a celebrao de contrato em um mesmo instrumento? No, pois se trata de dois documentos distintos. Possuem naturezas e finalidades distin- tas. O contrato fixa condies, direitos e obrigaes para ambas as partes. uma relao de bilateralidade e comutatividade tpica do instituto. De acordo com o pargrafo nico Perguntas e respostas 51 do art. 2, da Lei n 8.666/1993, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre rgos ou entidades da Administrao Pblica e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formao de vnculo e a estipulao de obrigaes recprocas, seja qual for denominao utilizada. A ARP um documento que, por sua prpria definio no inciso II, art. 2, do Decreto n 7.892/2013, deve ser formalizada previamente ao contrato, pois apresenta caracterstica de compromisso para futura contratao, ou seja, caso venha a ser concretizado o con- trato, h que se obedecer s condies previstas na ata. Assim, ARP apresenta natureza pr-contratual, pois a Administrao Pblica no est obrigada a contratar o objeto registrado, parcial ou totalmente. Alm de que a ARP impe compromissos, basicamente, ao fornecedor e no Admi- nistrao Pblica, sobretudo em relao aos preos e as condies de entrega. Assim, conclui-se que a ARP apresenta natureza diversa do contrato e por isso deve ser celebra- da em documento distinto ao do contrato. Nas licitaes para registro de preos, os licitantes vencedores so chamados para assi- nar a ARP, e no para assinar o contrato de fornecimento ou de prestao de servios, o que ocorrer em uma etapa subsequente. Assim, a ARP no substitui o contrato. Os arts. 13 e 15 do Decreto n 7.892/2013 remetem assinatura da ARP e do instru- mento contratual. Art. 13. Homologado o resultado da licitao, os fornecedores classificados, observado o disposto no art. 11, sero convocados para assinar a ata de registro de preos, dentro do prazo e condies estabelecidos no instrumento convocatrio, podendo o prazo ser prorrogado uma vez, por igual perodo, quando solicitado pelo fornecedor e desde que ocorra motivo justificado aceito pela administrao. Art. 15. A contratao com os fornecedores registrados ser formalizada pelo rgo interessado por intermdio de instrumento contratual, emisso de nota de empenho de despesa, autorizao de compra ou outro instrumento hbil, conforme o art. 62 da Lei n 8.666, de 1993. 61. O termo de contrato pode ser substitudo por outros instru- mentos? Sistema de Registro de Preos 52 Sim. De acordo com o caput do art. 62, da Lei de Licitaes, o instrumento de contrato obrigatrio nos casos de concorrncia e de tomada de preos, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preos estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitao, e facultativo nos demais em que a Administrao puder substitu- -lo por outros instrumentos hbeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de des- pesa, autorizao de compra ou ordem de execuo de servio. O 4 do mesmo artigo remete dispensa de celebrao de termo de contrato, independentemente de valor, nos casos de entrega imediata, sem que resulte em obrigaes futuras. Segue, in verbis: Art. 62. [...] 4 dispensvel o termo de contrato e facultada a substituio prevista neste artigo, a critrio da Administrao e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais no resultem obrigaes futuras, inclusive assistncia tcnica. Da mesma forma, o art. 15, do Decreto n 7.892/2013, estabelece que a contratao com os fornecedores registrados, aps a indicao pelo rgo gerenciador do registro de preos, ser formalizada pelo rgo interessado por intermdio de instrumento con- tratual, emisso de nota de empenho de despesa, autorizao de compra ou outro ins- trumento similar. 62. possvel a celebrao contratual no valor total do registrado na ARP? Esta seria uma situao atpica, pois poderia caracterizar que o rgo j conhecia o quantitativo exato a ser contratado, descaracterizando a necessidade de utilizao do SRP. De acordo com os pressupostos contidos no art. 3 do Decreto n 7.892/2013, a uti- lizao do SRP dever ocorrer quando: houver necessidade de contrataes frequentes; for mais conveniente a aquisio de bens com entregas parceladas; para atendimento a mais de um rgo; e quando, pela natureza do objeto, no for possvel definir previamen- te o quantitativo a ser demandado pela Administrao. Assim, nota-se que nenhuma das situaes delineadas prev a celebrao contratual no valor total registrado. Por isso, se a inteno da Administrao for a contratao imediata, a forma mais adequada a rea- Perguntas e respostas 53 lizao de prego, de preferncia, na forma eletrnica, ou concorrncia, em sua forma ordinria, sem a formalizao de ARP. 63. Quais as consequncias quando se celebra contrato no valor total do registrado na ARP? Ao firmar contrato pela totalidade do valor registrado da ARP, presume-se que to- dos os contratos vinculados ARP j foram celebrados. Por conseguinte, a ata se esgotou, foi executada em sua totalidade, anteriormente ao transcurso de seu prazo de vigncia, haja vista que a ata expira ou com a execuo do seu objeto ou com o fim de seu prazo de validade. E assim, tambm no pode permitir que os rgos que no tenham participado da licitao utilizem a referida ata ou que se restabeleam os quantitativos originalmente registrados. Cabe ressaltar que tal ocorrncia tem, na maioria das vezes, origem na falta da disponibi- lidade de crdito oramentrio quando da deflagrao do procedimento licitatrio, haja vista ser este, conforme prev o inciso II, 2, art. 7, da Lei de Licitaes, condio ne- cessria para realizao do certame. Entretanto, importante destacar que essa prtica no legtima para realizar licitao para registro de preos. Comparando-se, hipoteticamente, os preos obtidos nas licitaes realizadas para registro de preos e os decorrentes de licitaes em sua forma ordinria, tendo como referncia o mesmo objeto, h que se considerar, em relao primeira hiptese, que os valores podem se apresentar em patamares superiores ao obtido na licitao sem registro de preos. Tal fato tem origem na incerteza, para a empresa vencedora do certame, do fornecimento Administrao Pblica e na obrigatoriedade de manuteno do preo registrado por at 01 (um) ano. Assim, na formao do preo final, as empresas participantes de licitao para registro de preos levam em considerao fatores que elevam o referido preo, como, por exemplo, a projeo da inflao para o perodo de vigncia da ARP. Dessa forma, realizar licitao para registro de preos e adquirir em um nico contrato todo o quantitativo registrado em ata, alm de contrariar as hipteses estabelecidas no art. 3 do Decreto n 7.892/2013, poder representar Administrao Pblica, confor- me descrito anteriormente, contratao desvantajosa. Sistema de Registro de Preos 54 64. Em uma licitao para registro de preos, o prazo de vigncia do contrato deve ater-se ao estabelecido para a validade da ARP? No, pois so documentos que apresentam caractersticas diferentes. Na ARP, o prazo de validade tem como objetivo permitir aos rgos participantes e gerenciador, bem como aos que no participaram da licitao para registro de preo, os caronas, a contratao de fornecedores ou de prestadores de servio registrados. O contrato cele- brado em decorrncia da utilizao da ARP tem prazo de vigncia prprio, o qual deve ser previsto nos instrumentos convocatrios, observado o disposto no art. 57 da Lei n 8.666/1993. 65. A celebrao de contrato decorrente da realizao de licitao para SRP deve ocorrer at que data? Todos os atos praticados pelos rgos gerenciador, participante e carona devem ocorrer dentro da data estabelecida como vigncia para a referida ata. De acordo com o estabelecido no 4, art. 12, do Decreto n 7.892/2013, o contrato decorrente do Sistema de Registro de Preos dever ser assinado no prazo de validade da ata de re- gistro de preos. 66. A Assessoria Jurdica do rgo carona deve analisar a lega- lidade da ARP e do contrato ou torna-se desnecessrio, haja vista que a legalidade do procedimento foi anteriormente analisada pela Assessoria Jurdica do rgo Gerenciador? Sim, a Assessoria Jurdica do rgo carona deve analisar a legalidade da ARP e do contrato. Considerando o disposto no pargrafo nico do art. 38 da Lei n 8.666/1993, as minutas de editais de licitao, bem como as dos contratos, acordos, convnios ou ajus- tes devem ser previamente examinadas e aprovadas por Assessoria Jurdica da Adminis- trao. No entanto, a anlise promovida pela Assessoria Jurdica do rgo carona no deve resultar em alterao contratual, haja vista que a empresa vencedora do certame e detentora do registro de preos anuiu com as condies estipuladas poca da realizao da licitao, no podendo, portanto, serem alteradas no momento da adeso respectiva Perguntas e respostas 55 ARP. A referida anlise tem como objetivo emitir parecer tcnico quanto aos aspectos de legalidade da futura contratao. o que prev a Lei Complementar n 075/1993, que institui a Lei Orgnica da Advocacia-Geral da Unio, em seu art. 11, incisos I e V, in verbis. Art. 11 - s Consultorias Jurdicas, rgos administrativamente subordinados aos Ministros de Es- tado, ao Secretrio-Geral e aos demais titulares de Secretarias da Presidncia da Repblica e ao Chefe do Estado-Maior das Foras Armadas, compete, especialmente: I - assessorar as autoridades indicadas no caput deste artigo. [...] V - assistir a autoridade assessorada no controle interno da legalidade administrativa dos atos a serem por ela praticados ou j efetivados, e daqueles oriundos de rgo ou entidade sob sua coor- denao jurdica. 67. Os contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preos podero ser alterados? Sim. A previso est no 3, art. 12, do Decreto n 7.892/2013, em que estabe- lece que os contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preos podero ser altera- dos, desde que justificados, observado o que dispe o art. 65 da Lei n 8.666/1993. Cabe ressaltar que deve ser justificado o acrscimo da demanda administrativa. O per- centual a ser utilizado de acrscimo deve recair sobre o contrato desde que esteja vigente, independentemente de a ARP ter expirado o seu prazo de validade, haja vista que a vigncia dos contratos celebrados em decorrncia da utilizao da ARP desvinculada desta. 68. Os rgos participantes e o gerenciador de uma ARP esto obrigados a contratar os fornecedores registrados? No. A assinatura da ARP no obriga Administrao Pblica a realizar as con- trataes previstas no instrumento convocatrio, a teor do contido no art. 15, 4, da Lei n 8.666/1993. Contudo, o detentor da ARP, licitante vencedor, tem a obrigao de realizar o fornecimento quando a Administrao Pblica assim o desejar, respeitando o Sistema de Registro de Preos 56 quantitativo do bem ou servio previsto no edital e na ata. Entretanto, garantida ao beneficirio do registro a preferncia do fornecimento em igualdade de condies, caso deseje realizar outra licitao para o mesmo objeto registrado. O art. 16 do Decreto n 7.892/2013 trata do assunto em questo. Art. 16. A existncia de preos registrados no obriga a administrao a contratar, facultando-se a realizao de licitao especfica para a aquisio pretendida, assegurada preferncia ao fornece- dor registrado em igualdade de condies. Embora a Administrao Pblica no seja obrigada a adquirir o quantitativo registrado, espera-se que as estimativas sejam bem elaboradas, de modo que os fornecedores te- nham uma base mais segura para a elaborao das propostas de preo e ganho para a prpria Administrao. 69. Quais as quantidades que o rgo carona pode contratar quando solicita adeso a uma ARP? De acordo com o estabelecido no 3, art. 22, do Decreto n 7.892/2013, as aquisies ou contrataes por qualquer rgo ou entidade da administrao pblica federal que no tenha participado do certame licitatrio no podero exceder, por rgo ou entidade, a 100 (cem) por cento dos quantitativos dos itens do instrumento convocatrio e registrados na ata de registro de preos para o rgo gerenciador e rgos participantes. Alm desse limite individual, o instrumento convocatrio dever prever que o quantitati- vo decorrente das adeses ata de registro de preos no poder exceder, na totalidade, ao quntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preos para o rgo gerenciador e rgos participantes, independente do nmero de rgos no parti- cipantes que aderirem. o limite geral. Segue um exemplo para elucidar o caso. Se uma ata de registro de preos previu a aquisio de 100 computadores, cada r- go que no tenha participado do certame licitatrio poder adquirir, individualmen Perguntas e respostas 57 te, at 100 computadores por meio dessa mesma ata. Se 10 rgos aderirem ata, o total a ser adquirido para todos os 11 rgos (1 rgo gerenciador + 10 rgos que no participaram da licitao) de 500 computadores (quntuplo de 100). Assim, se o rgo gerenciador adquirir 50 computadores e os outros 10 rgos adquirirem pela mesma ata o quantitativo de 400 computadores (desde que no ultrapassem o limite individual de 100; por exemplo: cada rgo carona adquiriu 40), s podero ser adquiridos por essa mesma ata mais 50 computadores, de forma a totalizar 500 unidades, o que corresponde ao quntuplo do quantitativo do item inicialmente registrado na ata de registro de preos, ou seja, 100 unidades. 70. Os rgos participantes e gerenciador podem efetuar acrs- cimos nos quantitativos fixados pela ata de registro de preos, in- clusive o acrscimo de at 25% previsto no 1, art. 65 da Lei n 8.666/1993 em suas contrataes? No. De acordo com o estabelecido no 1, art. 12, do Decreto n 7.892/2013, vedado efetuar acrscimos nos quantitativos fixados pela ARP, inclusive o acrscimo de que trata o 1 do art. 65 da Lei n 8.666/1993. Todavia, de acordo com o 3 do art. 12 do Decreto n 7.892/2013, os contratos de- correntes do Sistema de Registro de Preos podero ser alterados, observado o disposto no art. 65 da Lei n 8.666, de 1993. Dessa forma, a alterao s possvel no contrato decorrente da ata de registro de preos (art. 65 da Lei n 8.666/1993) e no na ata em si. Por fim, cabe destacar que os contratos decorrentes do SRP devem ser assinados dentro do prazo de validade da ata de registro de preos ( 3 do art. 12 do Decreto n 7.892/2013). Seguem trs exemplos para elucidar o caso. Sistema de Registro de Preos 58 Exemplo 1 - Uma ARP com a previso de aquisio 1.000 cadeiras, em que foram feitos 9 contratos, todos j expirados, os quais totalizaram 900 unidades adquiridas, e que haja um contrato de vigente de 100 unidades: o aumento de 25% ser feito apenas em relao a esse ltimo contrato, ou seja, podero ser adquiridas at 125 cadeiras (100 + 25). Exemplo 2 - Uma ARP com a previso de aquisio 1.000 cadeiras, em que foi feito apenas 1 contrato ainda vigente, para compra de todas as 1.000 cadeiras: podero ser adquiridas at 1.250 cadeiras (1000 + 250). Exemplo 3 - Uma ARP com a previso de aquisio 1.000 cadeiras, em que foram feitos 10 contratos (cada contrato com 100 unidades), todos ainda vigentes, totali- zando as 1.000 unidades: o aumento mximo de cada contrato ser de at 25%, ou seja, podero ser adquiridas mais 25 cadeiras por contrato. 71. Os rgos participantes e o gerenciador de uma ARP podem durante a sua vigncia realizar outra licitao em que objeto seja idntico ao j registrado? Sim, no entanto, em igualdade de condies, a preferncia de aquisio deve ser dada ao fornecedor registrado, conforme disposto no Art. 16 do Decreto n 7.892/2013: Art. 16. A existncia de preos registrados no obriga a administrao a contratar, facultando-se a realizao de licitao especfica para a aquisio pretendida, assegurada preferncia ao fornece- dor registrado em igualdade de condies. Nesse sentido, o art. 15, 4, da Lei n 8.666/1993, ratifica esse posicionamento, haja vista que o detentor do registro tem o direito de preferncia em ser contratado pela Administrao Pblica no fornecimento do bem registrado, em igualdade de condies. Art. 15. [...] 4 A existncia de preos registrados no obriga a Administrao a firmar as contrataes que deles podero advir, ficando-lhe facultada a utilizao de outros meios, respeitada a legislao Perguntas e respostas 59 relativa s licitaes, sendo assegurado ao beneficirio do registro preferncia em igualdade de condies. Ressaltamos, no entanto, que antes de se decidir pela elaborao de certame especfico, que se negocie a reduo dos preos, tendo em vista os custos envolvidos para a realiza- o de um novo certame licitatrio. Assim sendo, ao constatar que o preo da ARP esteja superior ao de mercado, caber ao rgo gerenciador promover, com os fornecedores registrados, negociao para a reduo de preos antes do incio dessa nova contratao, conforme se disposto no art. 17 do Decreto n 7.892/2013: Art. 17. Os preos registrados podero ser revistos em decorrncia de eventual reduo dos preos praticados no mercado ou de fato que eleve o custo dos servios ou bens registrados, cabendo ao rgo gerenciador promover as negociaes junto aos fornecedores, observadas as disposies contidas na alnea d do inciso II do caput do art. 65 da Lei n 8.666, de 1993. Portanto, em caso de frustrao dessa negociao, o rgo gerenciador dever liberar o fornecedor do compromisso assumido, sem aplicao de penalidade, podendo ento decidir pela elaborao de certame especfico ou mesmo pela adeso a outra ARP. 72. Pode haver contratao pelo rgo carona de bens e de ser- vios com especificaes diferentes das registradas em ata ou sem que estivessem registrados? No. A execuo de ARP, diversamente do registrado, configura contratao di- reta sem o devido amparo legal. 73. A empresa detentora de registro de preo junto Administra- o Pblica pode, ao fornecer objeto ou prestar servios registrados a rgo no participante da ARP, executar preos diferentes do re- gistrado na referida ata? No. A empresa detentora de registro de preos junto Administrao Pblica deve executar a ata conforme o regramento nela estabelecido, no podendo haver dis- tino se quem ir utiliz-la participou ou no da licitao para o referido registro. Sistema de Registro de Preos 60 74. Os termos de convnio celebrados entre a Unio e demais en- tes pblicos podem conter clusulas que obriguem os convenentes a realizarem adeso a atas de registro de preos gerenciadas por rgos ou entidades federais? No. Em que pese o art. 62 da Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU n 507/2011, nos termos do Decreto n 6.170/2007, obrigar os entes pblicos convenentes a observar as disposies da Lei n 8.666/1993 e demais normas federais pertinentes ao assunto quando da contratao de terceiros, a exigncia feita a entes da federao interessados em firmar convnios com a Administrao Pblica Federal para que se uti- lizem da adeso s atas de registro de preos gerenciadas por rgos ou entidades fede- rais, sob pena de no ser celebrada a avena, no encontra amparo legal no ordenamento jurdico brasileiro por uma srie de fatores. Primeiramente, a Lei n 8.666/1993, em seu art. 15, inciso II, estabelece que as compras, sempre que possvel, devero ser processadas atravs do SRP, figurando o convenente, neste caso, como gerenciador e no como carona da ata de registro de preos. O 4 do referido artigo estabelece que a existncia de preos registrados no obriga a Administrao a firmar as contrataes que deles podero advir, ficando-lhe facultada a utilizao de outros meios, respeitada a legislao relativa s licitaes, sendo assegurado ao beneficirio do registro preferncia em igualdade de condies. No mes- mo sentido, o Decreto n 7.892/2013, em seu art. 22, prev a faculdade de utilizao da ata de registro de preos, durante sua vigncia, por qualquer rgo ou entidade da Administrao que no tenha participado do respectivo certame licitatrio, o que afasta, por conseguinte, a possibilidade de exigir-se dos interessados em firmar convnios com a Administrao Pblica Federal a adeso s atas porventura existentes, gerenciadas por rgos ou entidades federais. Assim, em conformidade com o Acrdo TCU n 1.717/2012 - Plenrio, no possvel exigir, como condio para celebrao de convnios, que as entidades pblicas (estados, Distrito Federal e municpios, inclusive suas autarquias e fundaes pblicas) a serem beneficiadas com verbas federais se utilizarem de atas de registro de preos gerenciadas por rgos ou entidades federais, quando da aquisio de bens ou servios com recursos oriundos da transferncia voluntria, ante a ausncia de amparo nas normas consti- tucionais e legais vigentes. As normas que regulamentam o assunto no trazem a obri- gatoriedade de se realizar licitao por registro de preos, bem como de a Administrao Perguntas e respostas 61 contratar com o fornecedor constante do registro de preos, o qual adquire apenas um direito de preferncia. Segundo, tal obrigatoriedade representaria ingerncia na gesto administrativa dos con- venentes, afrontando a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, pre- vista no art. 18 da Constituio Federal, bem como o poder discricionrio dos gestores desses entes da federao de escolher a forma de licitao a ser utilizada em cada caso concreto. A autonomia inclui, entre outros aspectos, o poder de auto-administrao, isto , a capacidade de o ente federativo exercer suas competncias de gesto, adotando as providncias que entender convenientes para o cumprimento de suas atribuies. Por conseguinte, se no mbito da esfera federal a adeso no pode ser imposta, com mais razo, tambm no pode ser imposta aos Estados, Distrito Federal e Municpios. Tem-se, ento, que a licitao e a consequente contratao por meio do registro de pre- os no so obrigaes inafastveis, nem mesmo para o rgo/entidade promotor/geren- ciador da licitao dos bens ou servios. Assim, se o SRP no pode ser imposto ao rgo/ entidade gerenciador, tambm no o pode a quem no participou dos procedimentos. Destarte, o fato de ser o convnio celebrado voluntariamente, com a finalidade de se atingir um objetivo comum, sob regime de mtua cooperao, no permite ao rgo concedente, no uso de sua autoridade administrativa, formular exigncia que no encon- tra amparo na legislao. 75. Com vistas obteno de resultados mais vantajosos em ter- mos de preo e qualidade, como incluir clusulas nos termos de convnio celebrados entre a Unio e os entes pblicos convenentes para que esses, eventualmente, realizem adeso a atas de registro de preos conduzidas por rgos federais? Alternativa 1: Conforme o Acrdo TCU n 1.717/2012 - Plenrio, com fundamento no art. 10, 6, do Decreto Lei n 200/1967, nos art. 15, inciso I, 4, da Lei n 8.666/1993 e no art. 14 do Decreto n 6.170/2007, podero ser institudas clusulas no convnio para: recomendar a adeso ata de registro de preos vinculada ao programa de gover- no executado, licitada sob responsabilidade ou superviso do rgo concedente com Sistema de Registro de Preos 62 fundamento no Decreto n 7.892/2013 para atender especificamente ao programa, e que contemple os quantitativos mximos necessrios a seu atendimento. estabelecer que, caso o ente pblico convenente decida pela realizao de proce- dimento licitatrio prprio em detrimento recomendao referida no item anterior, fica obrigado a demonstrar ao rgo concedente a vantajosidade das propostas assim obtidas quanto ao preo e qualidade em relao queles constantes da ata vincula- da ao programa e, na hiptese de verificadas condies iguais ou desvantajosas em qualquer desses fatores, dever aderir ata vinculada ao programa concedendo pre- ferncia ao beneficirio do registro para fins de padronizao ou adotar providncias para obter novas propostas em conformidade com os padres estabelecidos pelo Ministrio. no caso de as normas locais vigentes obstarem a adeso nos moldes recomendados no convnio conforme referido na primeira hiptese, estabelecer que as condies propostas para a contratao sejam previamente submetidas pelo ente pblico conve- nente apreciao pelo rgo concedente, o qual somente autorizar que a contra- tao seja custeada pelos recursos federais do convnio se verificadas condies de preo e qualidade iguais ou mais vantajosas do que as constantes da ata vinculada ao programa executado. Alternativa 2: A realizao de licitao pelo Ministrio para registro de preos desti- nado a atender ao programa de governo, contemplando o quantitativo mximo de bens ou servios necessrios execuo dos convnios que sero celebrados com as demais esferas, com fundamento no art. 3, inciso III, do Decreto n 7.892/2013, podendo os demais entes pblicos convenentes figurar como participantes devidamente includos no processo de planejamento da aquisio, conforme previsto no art. 3 do mencionado regulamento (Acrdo TCU n 1.717/2012 - Plenrio). Alternativa 3: A realizao de licitao pelo rgo concedente para registro de preos destinado a atender ao programa de governo, contemplando o quantitativo mximo de bens ou servios necessrios execuo dos convnios que sero celebrados com as de- mais esferas, com fundamento no art. 3, inciso III, do Decreto n 7.892/2013, podendo o rgo concedente utilizar a ata resultante para adquirir e distribuir os bens constantes do registro aos convenentes, com fulcro na padronizao prevista no art. 15 do Decreto n 6.170/2007(Acrdo TCU n 1.717/2012 - Plenrio). Perguntas e respostas 63 Como se v essas proposies apresentam-se consentneas tambm com o art. 18 da Constituio Federal, porque preserva a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios ao manter na esfera de competncia dos entes pblicos convenentes a deciso sobre a promoo de licitao ou a adoo do registro de preos vinculado ao programa. A proposio tambm assegura que a aplicao dos recursos federais conveniados se dar de forma econmica e com observncia aos princpios da eficincia e da seleo da proposta mais vantajosa, nos termos do art. 3 da Lei n 8.666/1993, porque fornece meios para que o rgo concedente exera o devido controle sobre o preo e a qualida- de dos bens e servios a serem custeados pelos recursos, conforme disposto no art. 10, 6, do Decreto Lei n 200/1967. E, por fim, a sistemtica proposta possibilita que se d primazia padronizao e eco- nomicidade na aquisio dos objetos custeados pelos recursos federais, fundando-se no art. 14 do Decreto n 6.170/2007 e no exerccio do direito de preferncia do beneficirio do registro estatudo no art. 15, 4, da Lei n 8.666/1993. 76. As organizaes no governamentais (ONGs), quando conve- nentes, podero aderir ARP? Sim, de acordo com o estabelecido na Portaria Interministerial MPOG/MF/ CGU n 507/2011, art. 61, nas contrataes de bens, obras e servios, as entidades privadas sem fins lucrativos podero utilizar-se do Sistema de Registro de Preos dos entes federados. 77. A aplicao das penalidades de suspenso do direito de licitar e contratar, declarao de inidoneidade, ou impedimento de licitar e contratar com a Administrao Pblica em razo de descumprimen- to da ARP ou de inexecuo contratual enseja, obrigatoriamente, o cancelamento do referido registro do fornecedor? Sim. De acordo com o art. 20 do Decreto n 7.892/2013, uma das hipteses de cancelamento do registro do fornecedor quando ele sofre as sanes estabelecidas pela Lei n 8.666/1993, art. 87, incisos III e IV, suspenso temporria de participao em Sistema de Registro de Preos 64 licitao e impedimento de contratar com a Administrao, por prazo no superior a 2 (dois) anos e declarao de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administrao Pblica enquanto perdurarem os motivos determinantes da punio ou at que seja pro- movida a reabilitao perante a prpria autoridade que aplicou a penalidade, e pela Lei n 10.520/2002, art. 7, impedido de licitar e contratar com a Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios. 78. A quem compete penalizar o particular diante de cometimento de infraes durante a vigncia da ARP? Ao inadimplemento contratual por parte do contratado, cabe ao contratante, no havendo distino de ser rgo gerenciador, participante ou carona de uma ARP, aplicar a sano administrativa cabvel, aps a instaurao de processo administrativo prprio. Entretanto, deve ser concedida ao contratado a oportunidade para o exerccio ao contra- ditrio e ampla defesa prvios aplicao da penalidade. No entanto, faz-se necessrio que a aplicao da penalidade se d em coordenao com o rgo gerenciador, de modo que este seja informado para adoo de procedimentos necessrios em relao s con- sequncias dessa penalidade em face da ARP. Por outro lado, se a infrao estiver relacionada com o descumprimento do pactuado na ata de registro de preos, a competncia para aplicao de penalidade do rgo gerenciador e do rgo participante, devendo esse informar as ocorrncias ao rgo gerenciador. Cabe ressaltar que toda e qualquer penalidade aplicada s empresas deve ser registra- da no SICAF, conforme estabelece o item 6.1, da Instruo Normativa MARE-GM n 5/1995. Alm desse registro, os rgos e entidades da Administrao Pblica de todos os entes da federao podem efetuar registro no Cadastro Nacional de Empresas Inidneas e Suspensas CEIS quando a aplicao da penalidade reportar-se suspenso ou impe- dimento de licitar e contratar e declarao de inidoneidade. O CEIS um banco de informaes mantido pela Controladoria-Geral da Unio que tem como objetivo consolidar a relao das empresas e pessoas fsicas que sofreram sanes pelos rgos e entidades da Administrao Pblica das diversas esferas federativas. O CEIS agrega as empresas consideradas inidneas, que so aquelas que foram condena- Perguntas e respostas 65 das pelo Poder Judicirio por ato de improbidade administrativa, cujos dados so forne- cidos pelo Conselho Nacional de Justia a partir do Cadastro Nacional de Condenados por Improbidade Administrativa, bem como a lista de inidneos do Tribunal de Contas da Unio. O CEIS pretende reunir em nico local uma relao de apenados proveniente das diver- sas fontes disponveis, o que possibilita a visualizao das empresas e pessoas fsicas sus- pensas, impedidas ou inidneas. Assim, o CEIS objetiva servir de fonte de referncia para os rgos da Administrao Pblica no tocante aos seus processos de compras. Serve, ainda, como ferramenta de transparncia para a sociedade em geral. Por fim, para preservar a fidedignidade das informaes o CEIS traz a indicao da fonte, o que possibilita ao usurio aprofundar sua consulta caso deseje o contato direto com o rgo sancionador. 79. Como ficam as ARP decorrentes de certames realizados sob a vigncia do Decreto n 3.931/2001? O Decreto n 7.892/2013, que revogou de forma expressa o Decreto n 3.931/2001, estabeleceu em seu art. 24 que as atas de registro de preos vigentes, de- correntes de certames realizados sob a vigncia do Decreto n 3.931/2001, podero ser utilizadas pelos rgos gerenciadores e participantes, at o trmino de sua vigncia. Cabe ressaltar que, de acordo com o contido no art. 28 do Decreto n 7.892/2013, este entraria em vigor 30 (trinta) dias aps a data de sua publicao e considerando que a publicao ocorreu no dia 24/01/2013, a produo de seus efeitos teve inicio a partir do dia 23/02/2013. Por exemplo, a partir de 23/02/2013 s podero participar de uma ARP ainda vigente, sob a gide do Decreto n 3.931/2001, os rgos gerenciadores e participantes, sendo que nenhum rgo que no tenha participado do certame licitatrio (caronas), indepen- dente de j ter participado ou no antes de 23/02/2013, poder participar dessa ARP, a partir dessa data. Observamos que a hiptese da no utilizao das ARP anteriores a 23/02/2013 pelos rgos no participantes explicada com mais detalhes na resposta da prxima pergunta. Sistema de Registro de Preos 66 80. As ARP decorrentes de certames realizados sob a vigncia do Decreto n 3.931/2001 podem ser utilizadas por rgos ou entidades da Administrao Pblica que no tenham participado do certame licitatrio? No, haja vista que, de acordo com o estabelecido no art. 24 do Decreto n 7.892/2013, as ARP decorrentes de certames realizados sob a vigncia do Decreto n 3.931/2001 podero ser utilizadas pelos rgos gerenciadores e participantes, at o trmino de sua vigncia, sendo, portanto, silente quanto a sua utilizao pelos rgos caronas. Desse modo, uma ARP sob a vigncia do Decreto n 3.931/2001 poder ser utilizada at o fim de sua validade pelo rgo gerenciador e pelos rgos participantes, mas no poder ser utilizada por nenhum rgo carona, mesmo que tal rgo tenha adquirido itens por meio da ARP antes de 23/02/2013. Assim, mesmo que um rgo carona tenha utilizado essa ARP antes de 23/02/2013, depois dessa data no poder mais participar, por ausncia de previso legal. A base legal o princpio da legalidade, pois, diversamente do estatudo para o particu- lar no art. 5, II, da Constituio Federal, para a Administrao Pblica, o princpio da legalidade reveste-se de uma conotao positiva, pois no basta esta ausncia de norma proibitiva, pressuposto de sua atuao a existncia de lei que a autorize a agir, nas com- petncias discricionrias, ou que determine que o faa nas competncias vinculadas. E, considerando que o Decreto n 7.892/2013 ficou silente quanto utilizao da ARP por rgos e entidades no participantes do certame licitatrio, no podem estes se valerem do benefcio da contratao dos itens registrados na ARP. 81. Na realizao de pesquisa de mercado para realizao de lici- tao para registro de preos suficiente a consulta exclusivamente a empresas do ramo do objeto a ser licitado? No. O art. 7 do Decreto n 7.892 e o 1o do art. 15 da Lei n 8.666 estabele- cem que o Registro de Preos ser precedido de ampla pesquisa de mercado. Portanto, alm de consultas aos fornecedores do ramo do objeto a ser licitado, devem ser realiza- das pesquisas em outros rgos e entidades da administrao pblica e aos sistemas de Perguntas e respostas 67 compras do governo, a exemplo do SIASG, do Portal de Compras do Governo Federal (www.comprasnet.gov.br), dentre outros, as quais devem constar dos autos do corres- pondente processo. Outro aspecto a ser destacado de que a pesquisa deve considerar as condies e quantitativos previstos para a licitao, a fim de refletir o ganho de escala a ser obtido na futura aquisio / contratao. Controladoria-Geral da Unio - CGU Secretaria Federal de Controle Interno Perguntas e respostas Edio revisada - 2014 Sistema de Registro de Preos Conhea mais sobre a CGU www.cgu.gov.br @cguonline cguonline cguoficial
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