APS Prenatal Final Completo
APS Prenatal Final Completo
APS Prenatal Final Completo
09/08/2013
15:55:28
Ateno ao Pr-Natal
SMS - RJ / SUBPAV / SAP
Ateno ao Pr-Natal
Rotinas para gestantes de baixo risco
Verso PROFISSIONAIS
2013
Coordenao Tcnica
Andr Luis Andrade Justino
Armando Henrique Norman
Nulvio Lermen Junior
Organizao
Inaiara Bragante
Prefeito
Eduardo Paes
Secretrio Municipal de Sade
Hans Fernando Rocha Dohmann
Subsecretria de Gesto Estratgica e Integrao da Rede de Sade
Betina Durovni
Traduo e adaptao
Angela Marta da Silva Longo
Melanie Nol Maia
Reviso Tcnica
Michael Duncan
Colaborao
Angelmar Roman
Carlo Roberto H da Cunha
Cassia Kirsch Lanes
Fernanda Lazzari Freitas
Marcelo Rodrigues Gonalves
Reviso
Knia Santos
Diagramao
Mrcia Azen
Ateno ao Pr-Natal
Introduo
ndice
Introduo
Orientaes gerais
Uso de medicamentos na gestao
4
5
Calendrio de consultas
10
19
20
23
26
Direitos da gestante
35
10
11
14
15
16
17
18
23
24
25
26
29
32
33
34
Introduo
Ateno ao Pr-Natal
Introduo
Orientaes gerais
As gestantes, seus parceiros e suas famlias devem sempre ser tratados com gentileza, respeito e dignidade. O cuidado centrado na pessoa deve ser utilizado como ferramenta fundamental da Ateno Primria Sade (APS).
As mulheres devem ter a oportunidade de tomar decises informadas sobre seu acompanhamento e tratamento, em
parceria com os profissionais de sade. Aceitar ou rejeitar os procedimentos propostos so direitos da usuria.
Uma boa comunicao entre os profissionais e a gestante essencial. Fornea informaes que: sejam de fcil
compreenso para todas as mulheres, incluindo aquelas com necessidades especiais; possibilitem s mulheres
a tomada de decises informadas e que sejam consistentes e baseadas nas melhores evidncias disponveis.
Recomenda-se o uso de material escrito para reforo destas informaes.
As informaes devem contemplar: onde e por quem a gestante ser acompanhada; o nmero e a periodicidade
usual de consultas; e o convite para participao em grupos educativos sobre gestao e amamentao, se disponveis.
So atitudes fundamentais para uma ateno pr-natal adequada: respeitar as decises da mulher, mesmo quando as opinies so contrrias s suas prprias; prover oportunidades para que sejam discutidas preocupaes e
dvidas; verificar o entendimento das informaes prestadas; fornecer tempo suficiente para a tomada de decises; e fornecer explicaes sobre os exames indicados, propiciando discusso sobre o assunto.
Introduo
As mulheres devem sentir-se confortveis para discutir questes ntimas e revelar problemas. Esteja alerta aos
sinais e sintomas de violncia domstica.
Ateno ao Pr-Natal
Introduo
Detalhamento
Sem risco
No h evidncia de risco
A experincia de uso na gestao mostrou associao com surgimento de malformaes, embora possa ser utilizado se a relao
risco-benefcio for favorvel.
Contraindicados na gestao
Introduo
Descrio
Ateno ao Pr-Natal
Baixa escolaridade.
Condies ambientais desfavorveis.
Altura < 1,45m.
Baixo peso, sobrepeso ou obesidade.
Ganho ponderal inadequado.
Infeco urinria.
Anemia.
Tuberculose.
Fatores relacionados histria reprodutiva anterior (com rastreio e medidas preventivas pertinentes): CIUR,
prematuridade, malformaes, macrossomia, sndromes hemorrgicas ou hipertensivas, intervalo interpartal <2 ou
>5 anos, nuliparidade ou multiparidade, cirurgia uterina anterior, duas ou mais cesarianas anteriores.
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Ateno ao Pr-Natal
Fatores de risco que podem ser manejados na APS com apoio especializado (parecer de obstetra ou
acompanhamento conjunto com o NASF), ou encaminhados para nvel secundrio:
Asma brnquica de difcil controle.
Epilepsia.
Hipo ou hipertireoidismo.
Doenas psiquitricas graves.
Usurias de drogas.
HAS sem leso de rgo-alvo.
Diabetes gestacional bem controlado (encaminhar diabetes prvio ou diabetes gestacional sem controle satisfatrio
com dieta e exerccios).
Pr-eclmpsia.
Gestao mltipla.
Placenta prvia.
Polidramnia ou oligodramnia.
Malformao fetal que no necessite de cirurgia imediata (fenda palatina, hidrocefalia).
Cardiopatia congnita estabelecer plano para o parto junto maternidade de referncia.
Hepatite B.
M histria obsttrica: antecedentes de abortamento espontneo de repetio (>3), natimorto de causa ignorada, DPP
de causa ignorada, pr-eclmpsia antes de 32 semanas, cerclagem.
Ateno ao Pr-Natal
Fatores de risco que devem ser encaminhados para pr-natal de alto risco, conforme fluxo da CAP:
HAS com leso de rgo-alvo.
Obesidade com comorbidade.
Cardiopatia materna.
Nefropatias graves (insuficincia renal crnica, transplantadas).
Doenas hematolgicas (incluindo anemia falciforme, talassemias, anemia severa Hb<8 e prpuras).
Antecedentes de TVP ou embolia pulmonar.
Doenas autoimunes (LES, outras colagenoses, sndrome antifosfolipdeo).
Aloimunizao.
Malformao complexa que necessite de cirurgia nas primeiras 24h de vida.
Doenas malignas.
Infeco pelo HIV.
Fatores de risco que demandam encaminhamento imediato para emergncia (com realizao de primeiros
cuidados na ESF):
Hipertenso grave (PAS > 160 e/ou PAD >110mmHg).
Crise convulsiva.
Eclmpsia ou sinais premonitrios em gestantes hipertensas (escotomas, cefaleia occipital, epigastralgia ou dor
intensa em hipocndrio direito).
Amniorrexe prematura.
Hipermese com desidratao.
Ameaa de trabalho de parto prematuro.
Sangramento vaginal volumoso.
Infeces graves com repercusso sistmica.
Ausncia de percepo de movimentos fetais em 24 horas.
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Ateno ao Pr-Natal
No existe uma regra definida para o calendrio de consultas. O Ministrio da Sade (MS) recomenda um nmero
mnimo de seis consultas, e no h evidncias de que um nmero maior de consultas melhore os desfechos da
gestao, porm aumenta a satisfao. O risco gestacional deve ser reavaliado a cada encontro.
O acompanhamento deve ser iniciado precocemente (no primeiro trimestre), sendo este um indicador de qualidade
do cuidado pr-natal. Sugerimos consultas mensais at 32 semanas, quinzenais at 36 semanas e semanais at o
parto. No existe evidncia de que o nmero de consultas isoladamente determina qualidade do pr-natal. A cada
consulta: avaliar queixas, avaliar risco, verificar presso arterial (PA), altura uterina, peso, batimentos cardiofetais
(BCF), exames solicitados e a solicitar, tratamentos institudos e sua adeso.
Os atendimentos no incio da gestao podem ser mais longos, a fim de prover informaes e tempo para
discusso sobre rastreamentos, de forma que a mulher possa tomar decises informadas.
No existe alta do pr-natal. O acompanhamento da mulher no ciclo gravdico-puerperal encerra-se apenas aps
a realizao de pelo menos uma consulta puerperal, que dever ocorrer at o 20 dia ps-parto. O seguimento
poder ser prolongado se forem observados riscos no perodo puerperal.
Os registros da ateno pr-natal devem ser completos e estruturados, com todas as informaes contidas no
pronturio e no carto da gestante, que uma importante ferramenta para a coordenao do cuidado.
Guia de Referncia Rpida
Calendrio de consultas
Ateno ao Pr-Natal
Calendrio de consultas
Primeiro contato com qualquer profissional de sade
Iniciar suplementao de cido Flico (A) 5mg 1x ao dia idealmente 60 a 90 dias
antes da concepo, se possvel, devendo ser mantido at 12a semana. Acionar
mdico ou enfermeiro da equipe imediatamente frente ao diagnstico de gravidez para
no atrasar esta conduta.
Aconselhar sobre o estilo de vida, incluindo cessao do fumo, do uso de drogas
recreativas e do consumo de lcool.
Orientar sobre hbitos e higiene alimentar, incluindo como reduzir o risco de infeces
alimentares (atentar para condies e limpeza dos alimentos), toxoplasmose (evitar
contato com fezes de gatos e manipulao de terra) e outras doenas infectocontagiosas.
Calendrio de consultas
Orientar sobre imunizaes que podem ser recomendadas na gestao (ver quadro a
seguir), e solicitar trazer comprovantes vacinais na primeira consulta.
Perguntar a data da ltima menstruao (DUM). Se a mulher recordar, a DUM deve ser
registrada. Lembrar que a primeira consulta deve ocorrer at 12 semanas de gestao.
O enfermeiro ou mdico da equipe podem realizar a primeira consulta neste momento,
se estiver prximo de completar 12 semanas ou j tiver completado.
Fornecer informaes sobre exames de rastreamento, incluindo riscos, benefcios e
limitaes dos testes recomendados. Oferecer realizao imediata dos testes rpidos
disponveis.
No momento da
confirmao da
gestao, oferea e
realize teste rpido
para sfilis e HIV na
prpria Clnica da
Famlia, mesmo antes
da primeira consulta.
Fornea informaes
(reforadas por
material escrito e
atividades coletivas),
com oportunidade de
discutir questes e
fazer perguntas.
Fique alerta para
fatores clnicos ou
sociais que possam
afetar a sade da
mulher e do beb.
Orientar que toda gestante deve passar por pelo menos uma consulta odontolgica
ou atividade educativa em grupo sobre sade bucal, que pode ocorrer em qualquer
momento durante a gestao. O perodo mais adequado para procedimentos
odontolgicos o segundo trimestre.
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Ateno ao Pr-Natal
Calendrio de consultas
Imunizaes na gestao
Ttano (dupla adulto dT ou
toxoide tetnico TT)
A gestante que nunca foi vacinada deve receber 3 doses, com a 2 dose at no mnimo 20
dias antes da DPP. A gestante previamente vacinada deve receber dose de reforo se esta
no tiver sido realizada nos ltimos 5 anos. A gestante que j recebeu 1 ou 2 doses deve
completar seu esquema para 3 doses. Os intervalos entre cada dose devem ser de 30 a 60
dias.
Hepatite B
As gestantes no vacinadas devem receber 3 doses com intervalo de 0, 1 e 6 meses, preferencialmente aps o trmino do 1 trimestre. As gestantes com esquema incompleto devem
complet-lo. Naquelas com incerteza sobre o status vacinal, solicitar anti-HBs e vacinar as
no imunizadas. A todas as gestantes, independente do status vacinal, preconizado o rastreamento com HBsAg (ver adiante).
Influenza
Vacinas contraindicadas
As vacinas que contm vrus vivo atenuado (como sarampo, rubola, caxumba e febre
amarela) no so recomendadas em situaes normais, devendo-se avaliar riscos e benefcios individualmente em situaes especiais. Se a gestante no tem comprovao de
imunizao prvia para rubola, planejar a realizao desta no perodo puerperal.
Calendrio de consultas
A correta definio
da idade gestacional
diminui a incidncia de
induo do parto por
ps-datismo e a taxa
de cesariana.
Calendrio de consultas
Calendrio de consultas
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Ateno ao Pr-Natal
O fundo uterino
intraplvico at cerca
de 12 semanas, e
encontra-se na altura
da cicatriz umbilical
com 20 semanas.
Entre 20 e 30 semanas,
espera-se correlao
numrica do fundo
uterino com a idade
gestacional.
A medida do fundo
uterino deve sempre
ser registrada em
grfico especfico.
O ganho de peso
recomendado na
gestao deve ser
calculado de acordo
com o IMC da primeira
consulta (ver Manejo
de situaes comuns
na gestao).
Ateno ao Pr-Natal
A gestante deve
ser orientada
desde a primeira
consulta sobre a
sua maternidade de
referncia para o parto.
O nome e endereo
da maternidade de
referncia devem ser
anotados no carto de
pr-natal.
Calendrio de consultas
Oferecer e solicitar, conforme deciso da paciente, exames laboratoriais para verificar grupo sanguneo e fator Rh (solicitar coombs indireto se Rh negativo), rastrear
anemia (hemograma), vrus da hepatite B (HBsAg), HIV, sfilis (VDRL) e bacteriria
assintomtica (urocultura). O MS preconiza a realizao de EAS para todas as
gestantes.
Perguntar se a gestao foi planejada e sobre aceitao.
Perguntar sobre qualquer histria pregressa ou atual de doena mental severa e
tratamento psiquitrico.
Perguntar sobre o humor para identificar possvel depresso (ver Guia de Referncia
Rpida de Depresso).
Perguntar sobre a ocupao da gestante para identificar riscos potenciais.
Cadastrar a gestante no SISPRENATAL.
Calendrio de consultas
Nutrio e dieta.
Exerccios fsicos, incluindo exerccios plvicos, que podem reduzir a dor perineal no puerprio.
Exames de rastreamento, incluindo riscos e benefcios dos testes.
A maternidade de referncia para atendimentos emergenciais e parto.
Amamentao, incluindo participao em atividades educativas de grupo.
Direitos e benefcios legais da gestante.
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Calendrio de consultas
Ateno ao Pr-Natal
16 - 20 semanas
Calendrio de consultas
20 - 24 semanas
Aferir presso arterial, peso e auscultar BCF.
Medir altura uterina e registrar no grfico de acompanhamento.
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As condutas
preconizadas diante de
alteraes nos exames
laboratoriais, bem
como o tratamento de
pequenos distrbios da
gestao, esto descritos
nos captulos sobre
manejo de situaes
comuns e de situaes
especiais na gestao
deste manual.
Guia de Referncia Rpida
Ateno ao Pr-Natal
Calendrio de consultas
24 - 28 semanas
Aferir presso arterial, peso e auscultar BCF.
Oferecer e solicitar exame de coombs indireto para gestantes Rh negativas, a no ser que
o pai biolgico seja sabidamente Rh negativo. Repetir de 4 em 4 semanas at o parto.
Oferecer rastreamento para diabetes gestacional (DMG), seja pela glicemia de jejum
para todas as gestantes ou pelo teste de tolerncia glicose para aquelas com fatores
de risco detectados. (ver captulo: Manejo de situaes especiais na gestao).
Medir altura uterina e registrar no grfico de acompanhamento.
Para tomar uma deciso informada sobre rastreio de DMG, a gestante deve saber que:
1) Na maior parte dos casos, DMG responde dieta e aos exerccios fsicos.
2) 10 a 20% dos casos necessitaro de tratamento medicamentoso.
3) Se o DMG no for detectado e controlado, existe um pequeno risco de complicaes
perinatais, como distcia de ombro.
4) O diagnstico de DMG pode levar ao aumento das intervenes e monitorizaes na
gestao e parto.
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Calendrio de consultas
28 - 32 semanas
Calendrio de consultas
32 - 34 semanas
Avaliar, discutir e registrar os resultados dos exames complementares solicitados;
instituir conduta adequada diante de resultados alterados.
Aferir presso arterial, peso e auscultar BCF.
Medir altura uterina e registrar no grfico de acompanhamento.
Fornecer informaes especficas sobre:
Preparao para o parto, reconhecimento do trabalho de parto ativo e preparao
para lidar com a dor.
34 - 36 semanas
Aferir presso arterial, peso e auscultar BCF.
Medir altura uterina e registrar no grfico de acompanhamento.
Calendrio de consultas
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Ateno ao Pr-Natal
Orientar a gestante a
procurar a maternidade
em caso de:
- contraes uterinas
regulares, frequentes (5/5
minutos) e persistentes
(por 60-90 minutos) e
perda lquida abrupta.
- A perda do tampo
mucoso sugere apenas
proximidade da data do
parto, no sendo critrio
para ir emergncia.
Ateno ao Pr-Natal
Calendrio de consultas
Antes da induo
formal, deve ser
oferecido exame vaginal
para descolamento de
membranas.
40 - 41 semanas
Calendrio de consultas
A tcnica de descolamento de membranas relativamente simples: durante o toque vaginal, introduzir o dedo indicador
no canal cervical e, aps identificar as membranas, realizar movimentos circulares com a ponta do dedo. Os nicos
efeitos adversos so desconforto e sangramento durante ou logo aps a realizao do exame.
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Calendrio de consultas
Ateno ao Pr-Natal
Acompanhamento no puerprio
A equipe da APS deve realizar visita domiciliar na primeira semana aps a alta hospitalar.
A consulta puerperal deve ser realizada at o 20 dia aps o parto, e a quantidade de contatos deve ser individualizada de
acordo com o risco da purpera e as necessidades da famlia.
Oferecer orientaes e suporte efetivo para o aleitamento materno exclusivo, salvo em casos de contraindicaes.
Orientar sobre retorno da atividade sexual (no existe prazo definido, mas geralmente recomenda-se aguardar 2 a 3
semanas aps o parto), retorno da fertilidade e instituir as medidas contraceptivas pertinentes. Orientar que mulheres que
amamentam costumam apresentar atrofia vaginal, o que pode dificultar a relao sexual. Se isso ocorrer, pode ser usado
lubrificante.
Interrogar sobre perdas sanguneas, aferir presso arterial e frequncia cardaca, realizar exame das mamas e da
episiotomia ou ferida operatria, quando presentes. O restante do exame fsico deve ser orientado pelas queixas.
Calendrio de consultas
Atentar para os sinais de alerta, que demandam encaminhamento para atendimento na maternidade de referncia:
hipertenso arterial grave ou acompanhada de sintomas premonitrios de eclampsia; perda sangunea aumentada ou
acompanhada de sinais de acometimento sistmico; sinais de trombose venosa profunda ou tromboembolismo pulmonar;
febre persistente por 4 a 6 horas, ou acompanhada de calafrios, dor abdominal, subinvoluo uterina ou sangramento
aumentado.
Solicitar exames complementares somente quando indicado para situaes clnicas especiais (seguimento de anemia e
diabetes gestacional, por exemplo).
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Ateno ao Pr-Natal
O exame ginecolgico de rotina no recomendado por no ter acurcia para determinar a idade gestacional, a
probabilidade de parto pr-termo ou desproporo cfalo-plvica.
Suplementao universal de ferro.
Suplementao de cido flico para preveno de anemia megaloblstica. Deve ser usado apenas no perodo prconcepcional e no primeiro trimestre da gestao, para preveno de defeitos do tubo neural.
Rastreamento de rotina para clamdia, citomegalovirus, hepatite C, estreptococos do grupo B (GBS) e vaginose
bacteriana.
Ultrassom com doppler de rotina em gestaes de baixo risco.
Ultrassom para estimativa de peso fetal em casos de suspeita de fetos grandes para a idade gestacional (GIG),
em populaes de baixo risco.
Rastreamento de rotina para parto pr-termo.
Monitorizao rotineira dos movimentos fetais.
Cardiotocografia anteparto de rotina.
Ultrassom de rotina aps 24 semanas.
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Ateno ao Pr-Natal
Trabalho
Suplementos
nutricionais
Evitando infeces
Aconselhe as mulheres sobre como reduzir o risco de listeriose e salmonela, e como evitar
toxoplasmose na gestao.
Deve-se evitar o consumo de leite no pasteurizado e carnes cruas.
Evitar ou, na impossibilidade, reaquecer produtos prontos para o consumo.
Cozinhar ou adotar cuidados higinicos no preparo de vegetais crus.
Atentar para origem, higiene e condies dos produtos que consome.
Em relao toxoplasmose, as gestantes susceptveis devem ser orientadas a evitar contato
com fezes de gatos, evitar o contato com terra, e no ingerir vegetais mal lavados e carnes mal
cozidas.
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Ateno ao Pr-Natal
Medicamentos
Terapias
complementares
Exerccios
Relao sexual
lcool
Tabagismo
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Gestantes com sangramento vaginal, risco de parto prematuro e outras situaes clnicas especiais, como hipertenso gestacional, no devem praticar exerccios fsicos.
Ateno ao Pr-Natal
Maconha
Viagens areas
Longos trajetos esto associados com risco aumentado de trombose venosa, embora a possibilidade de qualquer risco adicional na gestao no esteja clara.
Na populao geral, meias elsticas so efetivas para reduo do risco.
As regras para viagens areas variam entre as companhias, mas geralmente no h restrio
s viagens at 27 semanas. Aps, exigido atestado mdico autorizando a viagem com data
de, no mximo, sete dias antes da viagem, e aps 36 semanas s estaro autorizadas a viajar
se acompanhadas pelo mdico assistente. Sugere-se consultar o site da companhia area para
ver as regras especficas.
Viagens de carro
Oriente que o cinto de segurana deve passar acima e abaixo da barriga, e no sobre ela.
O aconselhamento sobre percurso areo, imunizaes e segurana da viagem deve ser individualizado, de acordo com o destino.
Os produtos qumicos nas tinturas para cabelo nas doses utilizadas no so altamente txicos,
e os estudos disponveis no mostram maiores riscos para o feto, mas as evidncias ainda so
escassas.
Os eventuais riscos podem ser diminudos se a gestante aguardar at 12 semanas de gestao.
Tinturas naturais, como Henna, so menos txicas, e o risco tambm menor quando no se
pintam as razes, apenas as pontas (mechas e reflexos).
Se a gestante optar por pintar o cabelo por conta prpria, recomenda-se uso de luvas, ambiente ventilado, deixar a tintura no cabelo pelo menor tempo possvel e lavar o cabelo aps a
aplicao.
Levar em considerao as alteraes nos cabelos durante a gestao, que inclusive podem alterar a resposta s tinturas usadas. Recomenda-se testar o produto em pequena rea do cabelo
antes.
Formol, por exemplo para alisamento, no deve ser utilizado em nenhum momento na gestao.
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Ateno ao Pr-Natal
Medidas no farmacolgicas: fracionar alimentao; medidas posturais; evitar tabaco, lcool, chocolate, refrigerantes, caf e
alimentos gordurosos e picantes.
Medidas farmacolgicas: alginatos ou anticidos contendo combinaes de alumnio e magnsio, em suspenso oral ou
comprimidos mastigveis, em caso de sintomas (A). Considerar supressor da secreo cida (Ranitidina 150mg 1-2x ao dia)
para casos no responsivos (B).
Hemorroidas:
Medidas no farmacolgicas: evitar constipao intestinal (ver orientaes acima).
Medidas farmacolgicas: em caso de persistncia do desconforto, cremes podem ser utilizados (apesar da ausncia de
evidncias sobre efetividade e segurana).
Guia de Referncia Rpida
23
Pirose:
Ateno ao Pr-Natal
Varicosidades:
As mulheres devem ser informadas que as varizes so um sintoma comum na gestao, que no causam danos, e que o
uso de meias elsticas pode aliviar os sintomas, mas no previne o seu surgimento.
Leucorreia:
As mulheres devem ser informadas de que um aumento na secreo vaginal fisiolgico e pode ocorrer durante a gravidez. Se esta associada com coceira, dor, odor ftido ou dor ao urinar, talvez haja uma causa infecciosa e a investigao
deve ser realizada.
O uso de Miconazol tpico (creme intravaginal, por 7 noites) um tratamento eficaz para candidase vaginal em mulheres
grvidas (C). No usar medicamentos antifngicos orais.
Tratar leucorreias infecciosas de outras etiologias de acordo com abordagem sindrmica, utilizando drogas seguras na gestao (Ver Guia de Referncia Rpida de Doenas Sexualmente Transmissveis).
Dor lombar:
Medidas preventivas: evitar ganho excessivo de peso e uso de salto alto, melhorar a postura, abaixar-se adequadamente,
com a coluna ereta.
Medidas no farmacolgicas: exerccios na gua, massagens e educao para o cuidado com a coluna.
Medidas farmacolgicas: Paracetamol 500mg, 6/6h (B) pode ser utilizado.
Anemia:
O tratamento da anemia deve ser realizado de acordo com o valor de Hemoglobina (g/dl):
>11 (1 consulta) ou >10,5 (28 semanas): ausncia de anemia, no necessrio realizar suplementao profiltica.
Entre 8 e 11 (10,5 com 28 semanas): anemia leve a moderada. Tratar com 120-240mg de Ferro elementar (1 a 2 comprimidos de Sulfato Ferroso 40mg, 1 hora antes das trs principais refeies - A); avaliar indicao de anti-helmntico (Mebendazol - C); repetir dosagem de Hemoglobina aps 30 a 60 dias de tratamento.
<8: anemia grave. Encaminhar ao pr-natal de alto risco para manejo.
A suplementao universal de ferro no evidenciou benefcios em desfechos materno-fetais.
24
Ateno ao Pr-Natal
Em casos de recorrncia (3 ou mais episdios), est indicada profilaxia com dose nica diria, noite, de Cefalexina ou
Nitrofurantona.
Ganho total
no 1 trimestre (Kg)
Ganho semanal
no 2 e 3 trimestre (Kg)
Ganho total
na gestao (Kg)
2,30
0,45 - 0,58
12,60 18,00
1,60
0,35 0,45
11,25 15,75
0,90
0,25 0,30
7,75 - 11,25
Obesa ( 30)
0,00
0,18 0,27
4,95 9,00
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Ateno ao Pr-Natal
A sfilis na gestao requer interveno imediata, para que se reduza ao mximo a possibilidade de transmisso
vertical.
imprescindvel que nenhuma gestante conclua o acompanhamento pr-natal sem que tenha sido assegurada a realizao de testagem para sfilis, salvo em caso de recusa expressa da mesma. A testagem deve ser disponibilizada
a todas as gestantes no primeiro contato, e repetida no terceiro trimestre de gestao (28 semanas).
H dois tipos de testes sorolgicos disponveis: treponmicos (detectam a presena de anticorpos que podem se
manter presentes indefinidamente, portanto no distinguem doena ativa e tratada) e no treponmicos (tendem
negativao aps o tratamento e, por isso, so importantes para seguimento ps-teraputico; h possibilidade de
falso-positivo e de cicatriz sorolgica, que a persistncia de positividade em pessoas adequadamente tratadas).
O teste rpido um teste treponmico e deve ser oferecido s gestantes no primeiro contato com o servio aps a
confirmao da gestao, a fim de propiciar o diagnstico e tratamento precoces da sfilis na gestao. Este teste
poder ser repetido no terceiro trimestre da gestao, sendo fundamental se no houver disponibilidade do resultado do teste no treponmico. A realizao do teste rpido no est indicada para gestantes com histria documentada de sfilis em qualquer fase da vida, uma vez que a positividade pode persistir para toda a vida.
O VDRL um teste no treponmico, que deve ser solicitado na primeira consulta e repetido no terceiro trimestre da
gestao, em caso de primeiro resultado negativo. Este teste til para o diagnstico e essencial para o controle de
cura e seguimento da gestante tratada, uma vez que quantitativo e tem resultado expresso em ttulos.
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Ateno ao Pr-Natal
Diante dos resultados dos testes sorolgicos para sfilis, deve-se proceder da seguinte forma:
Ambos os resultados negativos, ou apenas um teste realizado com resultado negativo: repetir teste rpido e/ou VDRL
com 28 semanas.
Ambos os resultados positivos, ou apenas um teste realizado com resultado positivo: instituir tratamento imediato, testar
e tratar o(s) parceiro(s), garantir realizao de VDRL da gestante e do(s) parceiro(s) para seguimento ps-tratamento
(nos casos de diagnstico por teste rpido).
Em caso de teste rpido positivo com posterior resultado de VDRL negativo, deve-se pesquisar histria de tratamento
anterior e, se comprovada, o tratamento pode ser descontinuado. Repetir VDRL aps 30 dias para confirmar persistncia
da negatividade.
Tratamento:
-- Sfilis primria: Penicilina Benzatina 2,4 milhes UI, IM, dose nica.
-- Sfilis secundria ou latente recente (menos de 1 ano): Penicilina Benzatina 4,8 milhes UI, IM, 2 doses de 2,4
milhes, com intervalo de 7 dias.
-- Sfilis terciria ou latente tardia (> 1 ano ou tempo desconhecido): Penicilina Benzatina 7,2 milhes UI, IM, 3
doses de 2,4 milhes, com intervalo de 7 dias entre cada dose.
Nas gestantes tratadas, deve-se repetir o VDRL mensalmente. Os ttulos devem cair de forma progressiva,
permanecendo negativos ou inferiores a 1/8. Se houver elevao de duas diluies no ttulo, a gestante deve ser
submetida a novo tratamento, sendo indicado revisar se o(s) parceiro(s) realizou(aram) tratamento adequado. A
repetio do tratamento tambm indicada em casos de tratamento incompleto.
27
Em caso de baixos ttulos de VDRL (<1/8), o teste rpido deve ser realizado imediatamente. Quando o teste treponmico
for negativo, considerar a possibilidade de reao cruzada com falso-positivo. Quando o teste rpido for positivo ou
indisponvel, qualquer titulao de VDRL deve ser considerada infeco e o tratamento deve ser institudo, a no ser que
haja comprovao de tratamento prvio adequado.
Ateno ao Pr-Natal
Para gestantes alrgicas Penicilina, recomendada a dessensibilizao, realizada em ambiente hospitalar (verificar
fluxo junto CAP), uma vez que a Penicilina a nica droga capaz de tratar adequadamente o feto. Em caso de
impossibilidade, tratar a gestante com Eritromicina (estearato) 500mg, VO, 6/6h, por 15 dias (sfilis recente) ou 30 dias
(sfilis tardia), e considerar o feto como no tratado.
O(s) parceiro(s) deve(m) receber tratamento concomitante gestante, com Penicilina Benzatina 2,4 milhes UI, IM,
em dose nica, mesmo se a testagem for negativa. Em caso de sorologias positivas, o parceiro deve receber 3 doses
da medicao. O tratamento dos parceiros tambm pode ser realizado com frmacos alternativos, como Eritromicina
500mg, 6/6h, ou Doxiciclina 100mg, 12/12h, por 15 ou 30 dias.
Os dados do tratamento da gestante e do parceiro, incluindo as datas em que a medicao foi administrada e o
seguimento sorolgico ps-tratamento, devem ser anotados no pronturio e carto da gestante. Os registros no carto
da gestante so particularmente importantes, pois sero usados na maternidade para avaliar a indicao de notificar e
tratar sfilis congnita.
A sfilis considerada inadequadamente tratada se:
-- O tratamento for feito de forma incompleta.
-- O tratamento for feito com outra droga que no a Penicilina Benzatina.
-- O parceiro no for tratado ou fizer tratamento incompleto.
-- O tratamento for institudo menos de 30 dias antes da ocorrncia do parto.
-- No houver registro do tratamento da gestante e do parceiro no carto da gestante.
Em casos de sfilis no tratada ou inadequadamente tratada ser feita notificao de sfilis congnita na maternidade e
institudo tratamento para o recm-nascido.
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Ateno ao Pr-Natal
A hipertenso na gestao definida por PAS 140 ou PAD 90 mmHg, e pode corresponder a uma variedade
de situaes, que demandam seguimentos diversos:
Hipertenso crnica: preexistente, detectada antes de 20 semanas de gestao, ou persistente por mais de 12
semanas aps o parto.
Pr-eclmpsia: Hipertenso com proteinria (300mg em 24h) iniciada aps 20 semanas de gestao.
Eclmpsia: Pr-eclmpsia associada crise convulsiva.
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Hipertenso gestacional: Hipertenso sem proteinria iniciada aps 20 semanas de gestao. um diagnstico
transitrio, podendo ser seguida por pr-eclmpsia (se surgir proteinria), hipertenso crnica (se persistir 12
semanas aps o parto), ou ser chamada Hipertenso Transitria, quando se resolve em at 12 semanas aps o
parto.
Ateno ao Pr-Natal
Rastrear leso de rgo-alvo em gestantes com doena h longa data (ECG, fundoscopia, clearance de creatinina em
urina de 24 horas). Referenciar casos com investigao positiva para servio tercirio.
Referenciar ao especialista de acordo com a segurana do mdico da APS e a existncia de matriciamento com
especialista.
As evidncias disponveis so insuficientes para determinar as metas de controle pressrico, mas h uma tendncia
em se recomendar manuteno da PAS entre 130-155 mmHg e da PAD entre 80-105 mmHg em gestantes hipertensas
sem leso de rgo-alvo. Para tanto, pode-se usar medicamentos anti-hipertensivos como Metildopa 0,5-3,0 g/dia (B),
Hidralazina 50-300 mg/dia (C). A Hidroclorotiazida (C) no deve ser iniciada, mas pode ser mantida.
No decorrer da gestao, permanecer atento aos sinais de surgimento de pr-eclmpsia sobreposta: piora dos nveis
pressricos ou sintomas premonitrios de eclmpsia (escotomas cintilantes, cefaleia, epigastralgia).
No puerprio, pode-se reintroduzir o uso dos IECA (Captopril e Enalapril), pois tratam-se de drogas seguras na
amamentao.
Conduta frente a gestantes com alto risco para pr-eclmpsia:
So consideradas de alto risco para o desenvolvimento de pr-eclmpsia na gestao as gestantes que apresentem:
histria de pr-eclmpsia em gestao anterior, diabetes, hipertenso arterial crnica, doena renal crnica, doena
autoimune e gestao mltipla.
Nestas mulheres, est indicado o uso de cido acetilsaliclico (C/D) em baixas doses (50-100mg/dia), aps o primeiro
trimestre de gestao.
A suplementao de clcio (1,5-2,0g/dia de Ca+2 = 3-4 comprimidos de Carbonato e clcio 1250mg) deve ser considerada
em gestantes com alto risco de pr-eclmpsia que sejam de comunidades com dieta pobre em clcio (<900 mg/dia).
H outros fatores que aumentam o risco para desenvolver pr-eclmpsia (como primiparidade e ganho excessivo de
peso na gestao), mas no foi encontrado benefcio na instituio de medidas profilticas nestas situaes.
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Ateno ao Pr-Natal
Embora a nica resoluo efetiva para pr-eclmpsia e hipertenso gestacional seja o parto, a presso arterial pode
levar at 12 semanas para retornar aos seus nveis habituais.
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As gestantes com hipertenso gestacional tambm devem receber aes de vigilncia materna e fetal, mas a natureza e
frequncia destas no est bem estabelecida.
Ateno ao Pr-Natal
Esses conceitos esto em processo de mudana nos consensos internacionais, embora sem evidncias consistentes
que apoiem as mudanas sugeridas, especialmente sem evidncia de custo-efetividade da aplicao dos novos critrios
diagnsticos para o diabetes gestacional. Por esse motivo, neste guia de consulta rpida optou-se por no adotar ainda
os novos critrios, mas reavaliar as evidncias em 1 ano.
Toda mulher com diabetes tipo 1 ou tipo 2 em idade frtil deve receber aconselhamento pr-concepcional, com mtodo
contraceptivo eficaz e, se plano de gestar, suplementao com cido flico, adequao do controle metablico (HbA1C
<7%) e avaliao de complicaes diabticas (retinopatia e nefropatia). Em caso de gestao confirmada, ela deve ser
encaminhada ao pr-natal de alto risco.
Tradicionalmente solicitada a glicemia de jejum na primeira consulta para detectar possvel diabetes prvio gestao
que no havia ainda sido diagnosticado. Ela solicitada prioritariamente para grupos com maior risco para diabetes,
como aqueles com hipertenso, obesidade, histria familiar de diabetes, diabetes gestacional prvio, histria prvia
de macrossomia ou escore do FINDRISC > 12 (ver guia de Diabetes). feito o diagnstico de diabetes na presena
de glicemia de jejum > 126 mg/dl, devendo a paciente nesse caso ser encaminhada ao pr-natal de alto risco, aps
confirmao em nova amostra.
Embora ainda apoiado por evidncias fracas, o rastreamento para o diabetes gestacional tradicionalmente feito
internacionalmente. O perodo mais propcio para sua deteco entre as semanas 24-28 de idade gestacional, mas os
novos critrios que vm sendo sugeridos apontam que nveis diagnsticos de diabetes gestacional podem ser detectados
mais cedo, a partir do rastreamento para o diabetes realizado na primeira consulta; porm no h consenso sobre como
proceder com esses casos.
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Ateno ao Pr-Natal
Devido limitao das evidncias, o rastreamento deve ser uma deciso conjunta entre o mdico e a gestante, levando
em conta, por um lado, a preveno de eventos adversos na gestao e, por outro, a falta de evidncias consistentes,
o risco de efeito do rtulo e a presena de outros problemas que possam agravar o efeito do rtulo (ex., m aceitao
da gestao, problemas familiares etc.). Caso se opte por no fazer o rastreamento, importante monitorar o ganho de
peso na gestao e prevenir ganho excessivo de peso, o que ajuda a prevenir desfechos adversos semelhantes queles
associados ao diabetes gestacional.
Caso seja diagnosticado diabetes gestacional, a paciente deve ser encaminhada ao pr-natal de alto risco ou
acompanhada em conjunto com matriciador em ginecologia/obstetrcia.
Toxoplasmose na gestao
O rastreamento para a toxoplasmose controverso, principalmente porque as evidncias que apoiam a efetividade do tratamento na gestao so fracas. A partir do momento em que feito o diagnstico de infeco por toxoplasmose na gestao, muito
provavelmente j houve infeco fetal, no havendo benefcio do tratamento da gestante. Por esse motivo, a SUBPAV no recomenda o rastramento para toxoplasmose na gestao.
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O rastreamento pode ser feito pela solicitao do TTG-75g em mulheres com fatores de risco (ex., histria de
macrossomia em gestao prvia, histria prvia de diabetes gestacional, hipertenso, histria familiar de diabetes em
familiar de primeiro grau, IMC 25, idade superior a 30 anos ou ganho de peso excessivo na gestao). Nesse caso, se
glicemia em jejum > 100mg/dL ou glicemia de 2 horas > 140mg/dL, deve-se confirmar em nova amostra e diagnosticar
diabetes gestacional. Outra opo seguir a conduta que vinha sendo recomendada pelo Ministrio da Sade e fazer
o rastreamento em dois passos, primeiramente solicitando glicemia de jejum para todas as gestantes entre as semanas
24-28 de idade gestacional e, se > 85mg/dL, solicitar TTG-75g. Se a glicemia de 2 horas for > 140mg/dL, feito o
diagnstico de diabetes gestacional.
Ateno ao Pr-Natal
HIV na gestao
As gestantes portadoras de HIV devem ser acompanhadas por servio de referncia, devendo a equipe da Ateno Primria
envolver-se na coordenao do cuidado. Nesta situao, a amamentao est contraindicada, devendo a mulher ser orientada
e acompanhada adequadamente.
Hepatite B na gestao
Quando a sorologia para o HBsAg positiva, esta informao deve ser destacada no carto da gestante, e ela orientada para
as medidas de profilaxia que devem ser realizadas logo aps o parto (primeira dose da vacina e imunoglobulina nas primeiras
12 horas de vida do recm-nascido). Se a gestante for HBeAg reagente, dever ser encaminhada a servio especializado. A
amamentao permitida, desde que no haja fissura mamilar.
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Ateno ao Pr-Natal
Direitos da gestante
Direitos da gestante
Carto da gestante;
Conhecimento e vinculao maternidade onde receber assistncia para o parto;
Estabilidade no emprego, desde a confirmao da gestao at 5 meses ps-parto;
Mudar de funo ou setor de acordo com necessidade de sade (atestado), com garantia de retorno aps;
Dispensa para consultas e exames;
Presena de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e ps-parto imediato;
Alojamento conjunto, sempre que possvel;
Licena-maternidade: 120 dias aps nascimento ou a partir do 8 ms. Poder ser prorrogada para 6 meses a
critrio do empregador;
Dois descansos dirios de 30 minutos para amamentao (at 6 meses);
Duas semanas de repouso em caso de abortamento.
Direitos da gestante
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APS_capa_prenatal_graf.pdf
09/08/2013
15:55:28
Ateno ao Pr-Natal
SMS - RJ / SUBPAV / SAP