O documento resume as principais etapas do desenvolvimento linguístico das crianças desde o útero até aos 5 anos de idade, argumentando a favor da teoria inatista. Aborda como as crianças começam a distinguir sons no útero, produzem os primeiros balbucios e palavras, e gradualmente desenvolvem frases mais complexas até se tornarem falantes competentes por volta dos 4-5 anos. Destaca também a importância do estímulo linguístico no ambiente da criança.
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O documento resume as principais etapas do desenvolvimento linguístico das crianças desde o útero até aos 5 anos de idade, argumentando a favor da teoria inatista. Aborda como as crianças começam a distinguir sons no útero, produzem os primeiros balbucios e palavras, e gradualmente desenvolvem frases mais complexas até se tornarem falantes competentes por volta dos 4-5 anos. Destaca também a importância do estímulo linguístico no ambiente da criança.
O documento resume as principais etapas do desenvolvimento linguístico das crianças desde o útero até aos 5 anos de idade, argumentando a favor da teoria inatista. Aborda como as crianças começam a distinguir sons no útero, produzem os primeiros balbucios e palavras, e gradualmente desenvolvem frases mais complexas até se tornarem falantes competentes por volta dos 4-5 anos. Destaca também a importância do estímulo linguístico no ambiente da criança.
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O documento resume as principais etapas do desenvolvimento linguístico das crianças desde o útero até aos 5 anos de idade, argumentando a favor da teoria inatista. Aborda como as crianças começam a distinguir sons no útero, produzem os primeiros balbucios e palavras, e gradualmente desenvolvem frases mais complexas até se tornarem falantes competentes por volta dos 4-5 anos. Destaca também a importância do estímulo linguístico no ambiente da criança.
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IPS - Escola Superior de Educação
U.C. – Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
RECENSÃO CRÍTICA Referência Bibliográfica: João Costa e Ana Lúcia Santos, A falar como os bebés, O desenvolvimento linguístico das crianças, CAMINHO
O livro A falar como os bebés dá-nos conta do desenvolvimento
linguístico das crianças, desde a fase em que ainda se encontram no útero da mãe até aos seus cinco anos de idade. Os capítulos I, II e IV foram os abordados nesta recensão, sendo que o I, distingue as diferentes teorias de desenvolvimento linguístico, dando ênfase à teoria inatista, argumentando a favor da mesma. O II capítulo aprofunda o primeiro contacto com a língua que acontece ainda no útero, até à produção das primeiras palavras e, subsequentemente, as frases. Finalmente, o último capítulo apresenta diversos jogos linguísticos evidenciando a importância de um ambiente propício ao estímulo do desenvolvimento da linguagem. Segundo Piaget, a teoria cognitivista (do inglês “behavior” - comportamento) decorre da evolução psicológica e do estado maturacional da criança. No entanto, outros estudos permitem mostrar que o desenvolvimento linguístico é independente do desenvolvimento de outras capacidade cognitivistas. O inatismo, é uma hipótese, defendida por Chomsky, que acredita que o ser humano é dotado de uma gramática inata, ou seja, essa teoria postula que o ser humano vem programado biologicamente para o desenvolvimento de determinados conhecimentos. Já que esta capacidade é inata, a tarefa da criança é a de desenvolver a sua faculdade em função do ambiente que a rodeia. O meio em que o bebé se encontra inserido é de extrema importância para o desenvolvimento da linguagem, uma vez que se a criança não crescer num ambiente em que esteja exposta a uma língua não terá as condições necessárias para a vir a falar. A teoria Behaviorista da mesma forma, acredita na importância do meio na aquisição e desenvolvimento da linguagem. Contudo, admite Ana Filipa Castro Ana Rita Martinho LEB 2B IPS - Escola Superior de Educação U.C. – Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
que os mesmos dependem, exclusivamente, das interacções externas
do tipo estímulo-resposta. Os autores explicitam as diferentes fases do desenvolvimento linguístico das crianças, argumentando a favor da teoria Inatista. Desta modo afirmam que os bebés produzem palavras e frases que nunca ouviram ( “di” – dei); que são são sistemáticas nos seus erros; que estes revelam conhecimento gramatical ( “eu fazi” / “eu bebi”), o que demonstra que a criança não está a inventar uma nova forma verbal mas sim a seguir a regra, transformando verbos irregulares em regulares; que o desenvolvimento linguístico é universal e sequencial, partindo de estruturas mais básicas para mais complexas; que o desenvolvimento linguístico é rápido, sendo que aos 15 meses produzem em média cerca de 10 palavras e aos 2 anos, já, são capazes de aprender 8 novas palavras por semana; que os bebés não reagem a correcções (“eu vi ele”) ignorando-as ou reproduzindo-as de forma correcta, apenas, por imitação; que existem diferenças entre o que os bebés entendem e o que produzem, entendendo muito mais do que produzem, visto que, produzir implica maior maturidade do aparelho fonador; que discriminam desde cedo, diferenciando sinais acústicos diferentes; que não recebem informação negativas, mas que atingem um conhecimento negativo; que apesar dos bebés receberem um input degradado, estes são capazes de seleccionar os dados relevantes para formular regras; e, por último, que existe uma fase crucial para a aquisição da linguagem em que o bebé tem de estar em comunidade e ouvir falar à sua volta de forma a adquirir uma língua. Se assim é, torna-se evidente a relevância do estímulo no processo de aquisição. Como referirmos anteriormente, o capítulo II trata do desenvolvimento linguístico do bebé nas diferentes etapas. Numa primeira fase, ainda na barriga da mãe, a sensibilidade do bebé é suficientemente fina para discriminar diferentes tipos de sons, tais como a voz e os batimentos cardíacos da mãe e sons exteriores,
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assim como consegue distinguir diferentes línguas. No entanto, ainda
não é possível determinar se o bebé discrimina sons porque está biologicamente preparado para tal ou porque está a treinar as suas capacidades linguísticas. Não obstante algumas destas capacidades perdem-se à medida que a criança se especialize na sua língua. O primeiro contacto com a fala inicia-se após o nascimento da criança, sendo este processo de compreensão e percepção inconsciente. É através do choro, do olhar e do balbuciar que a criança comunica com o mundo à sua volta. Ao chorar a criança transmite diferentes sentimentos, como fome, irritação ou sono, percebendo que desta forma consegue ver satisfeitas as suas necessidades. Por outro lado, o bebé adora olhar para a face humana e copiar expressões faciais associando-as à emissão da fala. Apesar da forma de comunicação dos pais ser geralmente degradada, pela utilização do Paiês, esta contribui para o desenvolvimento linguístico da criança, uma vez que a mesma está a trabalhar as suas capacidades linguísticas utilizando, os nossos sons, ritmos, entoações e até expressões no processo de descoberta da sua língua. O balbucio representa o primeiro passo para a linguagem explicita, podendo ou não corresponder a uma palavra. Estes primeiros balbucios ou palavras são geralmente formados por sílabas constituídas por uma vogal (a – água) ou por uma consoante e uma vogal (na – não). Durante a fase que acompanha os balbucios, a criança está apta para associar significados a palavras, sendo arbitrária a relação entre os sons das mesmas e o seu significado. A partir do momento que consegue fazer esta associação a criança começa a utilizar as primeiras palavras que, normalmente, acontece aos 12 meses. Estas fazem parte do ambiente que os rodeia, sendo água, mãe, pai, entre outros alguns exemplos disso mesmo. Ainda nesta fase, é possível constatar que as crianças são capazes de assimilar mais palavras do
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que as que já produz. Existindo, portanto, uma maior dificuldade na
produção do que na compreensão. No 2º ano de vida dá-se a explosão do vocabulário, sendo que a maior parte das palavras correspondem a nomes, verbos, adjectivos e advérbios. Alguns autores apontam factores sociais como causa desta explosão de vocabulário. Outros referem factores de desenvolvimento psicológico e não estritamente social. Nesta mesma fase as crianças também desenvolvem a capacidade de classificação e associação de símbolos; revelam incapacidade em entender ironias ou metáforas; os sons à sua disposição aumentam, bem como, a extensão das palavras; o formato das sílabas começa a tornar-se complexo e as frases são tipicamente curtas. Quanto à formação de palavras, a criança faz já alguns plurais, flexiona algumas formas verbais e demonstra conhecimento da morfologia da língua. No que diz respeito à produção e formação das primeiras frases, o aspirante a falante irá descobrir que as palavras se combinam, que as diferentes ordens traduzem significados diferentes, e que terá que associar os significados das várias palavras para conseguir chegar ao significado de uma frase. A partir dos 3 anos, as crianças já têm capacidade para produzir frases em que surgem várias categorias puramente gramaticais: frases com conjugações; artigos; preposições, pronomes átonos. As frases produzidas tornam-se, assim, mais complexas e de maior extensão. Por último, por volta dos 4 ou 5 anos de idade as crianças apresentam-se como falantes competentes da sua língua. Não obstante o processo de aquisição da linguagem só termina na adolescência, sendo que as suas capacidades linguísticas vão-se trabalhando toda a vida. Nesta fase ainda não dominam todos os princípios da gramática, não entendem a linguagem figurativa, assim como, expressões idiomáticas.
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Ao longo do livro os autores frisaram a relevância de um ambiente
rico em interacções externas, dando destaque, no último capítulo, a um conjunto de actividades que estimulam o desenvolvimento linguístico nas crianças. Estes Jogos linguísticos têm de ter em consideração aspectos como: a capacidade-alvo (conhecimento linguístico ou consciência linguística); conhecimento exercitado (conhecimento fonológico, conhecimento morfológico, conhecimento sintáctico, conhecimento semântico; tipo de tarefa (desenhos, ouvir e contar e histórias, advinhas, rimas, teatro) e idade-alvo. Esta trata-se, apenas de uma referência cabendo aos adultos perceber se um dado jogo pode ou não ser adequado/estimulante a uma dada criança.
Quanto aos pontos fortes que destacamos do livro, dizem respeito à
boa exposição do texto, a uma linguagem acessível e de fácil compreensão, apesar de lidar com termos científicos. O texto é complementado com vários exemplos o que nos auxilia na sua compreensão, podendo ainda afirmar que o tema é bastante pertinente e intemporal, e enquanto futuras profissionais de educação este tipo de livro é uma mais valia. Um ponto forte que também destacamos é o facto de ao longo do livro, vários conceitos e ideias serem constantemente repetidas, pois acaba por frisar certos aspectos mais relevantes, acabando estes por nos acompanhar ao longo do texto. A partir da leitura e aprofundamento do texto apreendemos diferentes tópicos extremamente importantes aquando da aquisição e desenvolvimento da linguagem na criança. Demos conta que as crianças já lidam com informação de natureza gramática antes de falarem e que quanto mais falam, mais automático se torna o processo de aplicação de regras gerais para a construção de frases. Nesta fase já conseguem exteriorizar o que inconscientemente têm vindo a “absorver” através do input transmitido. Este tópico reforça uma vez mais a importância do ambiente em que a criança está
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inserida, demonstrado que as mesmas devem crescer num ambiente
linguístico rico, enquanto estão neste processo de descoberta. Afinal, muito do que ocorre desde antes do nascimento até à adolescência é espontâneo, decorrendo do funcionamento da nossa mente, podendo a mesma ser estimulada desde que inserida num ambiente propício. Apercebemo-nos, igualmente, de que entre as teorias apresentadas, a inatista era a mais evidenciada, apesar de como referida no livro, ser a teoria behaviorista a mais aceite entre pais e educadores. No fundo este livro foi bastante esclarecedor no que toca às diferentes teorias de desenvolvimento da linguagem, apresentando todas as fases de desenvolvimento linguístico da criança, assim como, um leque variado de jogos linguísticos, frisando sempre o facto da faixa etária ser apenas uma referência, cabendo aos adultos perceber se um dado jogo pode ou não ser adequado/estimulante a uma dada criança.