Doenças de Ruminantes e Equinos - 2 Volumenes PDF
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RUMINANTES E
EQINOS
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DOENAS DE RUMINANTES
E EQINOS
Segunda Edio - Volume 1
FRANKLIN RIET-CORREA
ANA LUCIA SCHILD
MARIA DEL CARMEN MENDEZ
RICARDO ANTNIO A. LEMOS
LABORATRIO REGIONAL DE DIAGNSTICO
FACULDADE DE VETERINRIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
E-mail: riet@ufpel.tche.br
E-mail: alschild@zaz.com.br
E-mail: nane@ufpel.tche.br
FACULDADE DE MEDICINA VETERINRIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO
GROSSO DO SUL
CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL
E-mail: rlemos@nin.ufms.br
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Doenas de ruminantes e eqinos/ Franklin RietCorrea, Ana Lucia Schild, Maria del Carmen
Mndez, Ricardo A. A. Lemos [et al]. - So
Paulo: Livraria. Varela, 2001. Vol. I, 426 p.
1. Ruminantes - Doenas. 2. Eqinos - Doenas.
I. Riet-Correa, Franklin. II. Schild, Ana Lucia.
III. Mndez, Maria del Carmen. IV. Lemos
Ricardo
CDD 636.26
ISBN 85-85519-60-6
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AUTORES COLABORADORES
AGUEDA C. VARGAS
DEPARTAMENTO
DE
MEDICINA
VETERINRIA
PREVENTIVA,
CENTRO
DE
CINCIAS
RURAIS,
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
97119-900, SANTA MARIA, RS.
E-mail: agueda@ccr.ufsm.br
ALDO GAVA
CENTRO AGROVETERINRIO, UNIVERSIDADE PARA O
DESENVOLVIMENTO DE SANTA CATARINA, AV. LUIZ DE
CAMES, 2090.
88500-000 LAGES, SC.
E-mail: a2ag@cav.udesc.br
CARLA DE LIMA BICHO
DOUTORANDA EM CINCIAS BIOLGICAS, REA DE
CONCENTRAO EM ENTOMOLOGIA, DEPARTAMENTO DE
ZOOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN, CX.
POSTAL 1920
81531-990,CURITIBA, PR.
E-mail: lbixo@ufpel.tche.br
CARLA LOPES DE MENDONA
CLNICA DE BOVINOS
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
AV. BOM PASTOR S/N, CAIXA POSTAL 152
55290-000, GARANHUNS, PE
E-mail: zecarla@girassol.infohouse.com.br
CARLOS ALBERTO FAGONDE COSTA
EMBRAPA/CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE SUINOS E
AVES (CNPSA), CAIXA POSTAL 21P
89700-000 CONCRDIA, SC.
E-mail: ccosta@estaminas.com.br
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UNIVERSIDADE
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BIOMDICAS,
SUL,
CAMPUS
DAVID DRIEMEIER
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA, FACULDADE DE
VETERINRIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
DO SUL. CAIXA POSTAL, 15094
91540-000, PORTO ALEGRE, RS.
E-mail: DAVETPAT@vortex.ufrgs.br
LVIA ELENA SILVEIRA VIANNA
SETOR DE BIOLOGIA E ECOLOGIA, ESCOLA DE EDUCAO,
UNIVERSIDADE CATLICA DE PELOTAS, CAIXA POSTAL
402.
96010-000, PELOTAS, RS.
E-mail: eeviana@phoenix.tche.br
EVELYNE POLACK
UNIVERSITY OF ILLINOIS
COLLEGE OF VETERINARY MEDICINE
LABORATORY OF VETERINARY DIAGNOSTIC MEDICINE
1219 VMBSB, 2001 S. LINCOLN AVE.
URBANA, IL, 61801, USA
E-mail: Epolack@cvm.uiuc.edu
FERNANDO LEANDRO DOS SANTOS
DEPARTAMENTO
DE
MEDICINA
VETERINRIA
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
AV D. MANOEL DE MEDEIROS S/N
57171-900, DOIS IRMOS, RECIFE, PE.
E-mail: fls@elogica.com.br
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Os Editores
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SUMRIO
PREFCIO DA PRIMEIRA EDIO .................................................. 12
PREFCIO DA SEGUNDA EDIO ................................................... 14
SUMRIO............................................................................................... 15
CAPTULO 1 .......................................................................................... 19
DEFEITOS CONGNITOS ................................................................... 19
CONSIDERAES GERAIS................................................................ 19
ARTROGRIPOSE................................................................................. 24
CONDRODISPLASIA EM BOVINOS JERSEY.................................... 26
DEFICINCIA DE ADESO DE LEUCCITOS EM BOVINOS
HOLANDS ......................................................................................... 27
DEGENERAO CEREBELAR CORTICAL EM BOVINOS
HOLANDS ......................................................................................... 28
DERMATOSE MECNICO-BOLHOSA EM BFALOS MURRAH .... 29
HIPERMETRIA HEREDITRIA EM BOVINOS SHORTHORN.......... 31
HIPERPLASIA MUSCULAR CONGNITA EM BFALOS MURRAH
............................................................................................................. 32
HIPOMIELINOGNESE CONGNITA EM BOVINOS ....................... 33
HIPOPLASIA CEREBELAR EM BOVINOS CHAROLS.................... 33
HIPOPLASIA LINFTICA HEREDITRIA EM BOVINOS HEREFORD
............................................................................................................. 35
MEGAESFAGO EM BFALOS MURRAH....................................... 37
PARALISIA HIPERCALMICA PERIDICA EM EQINOS QUARTO
DE MILHA ........................................................................................... 38
PARAQUERATOSE HEREDITRIA EM BOVINOS HOLANDS ..... 39
PORFIRIA ERITROPOTICA EM BOVINOS HOLANDS ................ 40
CAPTULO 2 .......................................................................................... 45
DOENAS VRICAS.............................................................................. 45
ADENOMATOSE PULMONAR........................................................... 45
ANEMIA INFECCIOSA EQINA........................................................ 49
ARTRITE-ENCEFALITE CAPRINA.................................................... 55
DIARRIA VIRAL BOVINA ............................................................... 64
ECTIMA CONTAGIOSO ..................................................................... 72
ENCEFALOMIELITES VIRAIS DOS EQINOS ................................. 77
ESTOMATITE VESICULAR................................................................ 80
FEBRE AFTOSA .................................................................................. 85
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CAPTULO 1
DEFEITOS CONGNITOS
Ana Lucia Schild
CONSIDERAES GERAIS
Os defeitos congnitos caracterizam-se por anormalidades na
estrutura e/ou funo de rgos, sistemas completos, ou parte destes.
Esto presentes em todas as espcies animais e ocorrem,
invariavelmente, ao nascimento, sendo classificados de acordo com o
rgo ou sistema primariamente afetado (4).
ETIOLOGIA
Os defeitos congnitos ocorrem em conseqncia de fatores
de natureza gentica (doenas hereditrias), fatores ambientais ou
pela interao de ambos, agindo em um ou mais estgios do
desenvolvimento fetal. Antes do perodo de fixao o zigoto
resistente aos agentes teratognicos (ambientais), mas suscetvel s
aberraes cromossmicas e mutaes genticas. Durante a fase
embrionria, de organognese, o embrio torna-se altamente sensvel
aos agentes teratognicos e aps este perodo adquire gradativa
resistncia, exceto para as estruturas orgnicas que tm
desenvolvimento tardio no feto, como o palato, o cerebelo e o sistema
urogenital (4).
A maioria dos defeitos congnitos hereditrios conhecidos so
transmitidos por genes recessivos autossmicos, que resultam no
nascimento de animais defeituosos, cujos progenitores so normais.
Os genes recessivos so a mais importante forma de transmisso
hereditria de enfermidades. Estes genes so transmitidos de gerao
em gerao pelos indivduos heterozigotos e, deste modo, perpetuamse nas raas das diferentes espcies animais. Os genes dominantes
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Defeitos congnitos
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Consideraes gerais
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Defeitos congnitos
EPIDEMIOLOGIA
A freqncia de malformaes congnitas pode variar entre
raas, reas geogrficas e estaes do ano, dependendo da origem do
defeito ser hereditria ou ambiental. Estima-se uma taxa de
prevalncia de malformaes varivel entre 0,5% e 3% para bovinos e
uma taxa de 2% para a espcie ovina.
No Rio Grande do Sul observada uma taxa de prevalncia
de 2,26% de malformaes congnitas em bovinos, e de 0,5% para a
espcie ovina, incluindo-se as malformaes espordicas, as
enfermidades hereditrias e os defeitos congnitos produzidos por
causas ambientais (10).
Os principais defeitos congnitos de origem hereditria e
transmitidos por genes recessivos, esto relacionados ocorrncia de
consanginidade, observando-se aumento gradual no nmero de
animais afetados, associado ao uso continuado dos mesmos
reprodutores em rebanhos de uma nica origem .
O nascimento de vrios animais apresentando um defeito
congnito, em um nico perodo reprodutivo de um rebanho,
comum nos casos induzidos por fatores ambientais. Doenas
transmitidas por genes dominantes podem, tambm, ter uma
prevalncia relativamente alta em um nico perodo reprodutivo.
DIAGNSTICO
A maioria dos defeitos congnitos conhecidos afetam o
sistema msculo-esqueltico, o sistema nervoso e o sistema
urogenital dos animais. Na maioria das vezes, estes defeitos podem
ser facilmente reconhecidos clinicamente, porm, geralmente, a
identificao de sua etiologia difcil. Para cada defeito congnito
hereditrio, de modo geral, existe um agente ambiental (vrus, plantas,
medicamentos, agentes fsicos, etc.) capaz de produzir um defeito
similar (4).
Para a identificao das causas desses defeitos fundamental
o conhecimento de dados epidemiolgicos que indiquem a
possibilidade de o defeito ter origem hereditria ou ambiental.
A freqncia com que um determinado defeito ocorre em um
rebanho pode ser um indicativo importante para a determinao de
sua origem. Defeitos congnitos hereditrios transmitidos por genes
recessivos apresentam-se em baixa freqncia nos rebanhos e,
geralmente, expressam-se em geraes alternadas. Nesse caso o
conhecimento da genealogia do rebanho de utilidade para a
determinao da etiologia. A introduo de um determinado touro ou
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Consideraes gerais
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Defeitos congnitos
ARTROGRIPOSE
Artrogripose uma enfermidade congnita caracterizada por
contratura muscular e extenso ou flexo dos membros, sendo
denominada, tambm, de rigidez articular congnita. O termo
artrogripose usado preferencialmente, para a rigidez articular em
flexo. Em alguns casos a doena atribuda a um defeito primrio
dos msculos ou, mais freqentemente, a uma leso primria do
sistema nervoso central, caracterizando-se por atrofia muscular em
conseqncia da ausncia de neurnios nos cornos ventrais da
medula, ou desmielinizao dos nervos motores.
A enfermidade afeta diversas espcies domsticas e os
animais, geralmente, nascem em partos distcicos, freqentemente
mortos. Quando nascem vivos so incapazes de manter-se em p ou
alimentar-se e morrem em poucos dias; apresentam graus variados de
rigidez articular com flexo ou extenso dos membros e atrofia
muscular, associados, ou no, a outras alteraes como xifose,
escoliose, torcicolo e fenda palatina. A doena pode ser hereditria,
transmitida por genes recessivos autossmicos, ou ter causas
ambientais como: infeces pelo vrus Akabane, vrus da lngua azul
e o vrus Aino; ingesto de plantas, como Lupinus sericeus e L.
caudatus, Astragalus sp., Nicotiana glauca, sorgo, capim sudo e
outras; deficincia de vitamina A ou mangans; e, administrao de
drogas como carbendazole e parbendazole.
Artrogripose em bfalos Murrah.
A enfermidade, observada em um rebanho bubalino da raa
Murrah, no Rio Grande do Sul, caracteriza-se pelos animais
apresentarem diferentes graus de rigidez articular, observando-se
flexo das articulaes fmur-tbio-rotuliana e carpo-metacarpiana e
flexo ou extenso das articulaes interfalangianas, alm de
desenvolvimento reduzido dos msculos, podendo estas alteraes
estarem associadas a prognatismo inferior.
As leses histolgicas observadas caracterizam-se por
diminuio do nmero de neurnios nos cornos ventrais de segmentos
da medula cervical, torcica e lombar. Estas leses podem estar
associadas a seringomielia. Observa-se, tambm, vacuolizao da
substncia branca da medula. Nos msculos h atrofia de feixes de
fibras musculares que apresentam-se eosinoflicos.
O estudo genealgico dos ascendentes dos animais nascidos
com o defeito tem demostrado um alto grau de consanginidade no
rebanho afetado, sendo que os 6 animais que apresentaram o defeito
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Artrogripose
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Defeitos congnitos
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Condrodisplasia
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Defeitos congnitos
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Degenerao cerebelar
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Defeitos congnitos
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Dermatose mecnico-bolhosa
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Defeitos congnitos
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Hipomielinognese
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Defeitos congnitos
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Hipoplasia cerebelar
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Defeitos congnitos
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Megaesfago
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Defeitos congnitos
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Paralisia hipercalmica
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Defeitos congnitos
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Porfiria eritropotica
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Defeitos congnitos
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Porfiria eritropotica
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Defeitos congnitos
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CAPTULO 2
DOENAS VRICAS
ADENOMATOSE PULMONAR
David Driemeier
ETIOLOGIA
Adenomatose pulmonar (AP) (Jaagsiekte) ou carcinoma
pulmonar ovino uma doena neoplsica contagiosa, caracterizada
por sinais clnicos de insuficincia respiratria crnica. Jaagsiekte o
termo africano utilizado para designar animais com sintomatologia de
cansao quando movimentados. Por causa de controvrsias na
classificao histolgica do tumor, o termo Jaagsiekte parece, ainda,
o mais apropriado (10).
A etiologia viral, porm, h indefinies quanto ao tipo de
vrus. At pouco tempo havia a tendncia de considerar como causa
do tumor um retrovrus do tipo D (11). Recentemente, o genoma de
um retrovrus, classificado como JRSV (jaagsiekte sheep
retrovirus), foi encontrado associado com as clulas tumorais e, pela
classificao dos retrovrus, parece ser de uma nova classe. No
foram, porm, encontrados oncogenes no vrus e a patogenia do tumor
continua, ainda, por ser esclarecida (5). O vrus tem grande
semelhana gentica com o vrus que causa o tumor nasal enzotico
dos ovinos.
EPIDEMIOLOGIA
Devido ao longo perodo de incubao (2-4 anos) a doena
afeta, geralmente, ovinos adultos. Em caprinos rara e somente alguns
casos do tumor so descritos nessa espcie. Tem distribuio mundial
e ocorre, principalmente, em pases com grande populao ovina,
exceto Austrlia e Nova Zelndia (2,6,9). endmica em muitos
pases do continente Europeu. Na Amrica do Sul foi descrita no Chile
(8) e Peru (1). Neste ltimo pas foi registrada a ocorrncia de AP
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Doenas vricas
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Adenomatose pulmonar
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Doenas vricas
afetadas. No h teste para diagnstico precoce da enfermidade. Devese optar, sempre, por aquisio de animais de rebanhos livres desta
enfermidade (5).
REFERNCIAS
1. Cuba-Capar A., De la Vega E., Copaira M. 1961. Pulmonary
adenomatosis of sheep-metastasing bronchiolar tumors. Am. J.
Vet. Res. 22: 673-682.
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Adenomatose pulmonar (Jaagsiekte) em ovino no Rio Grande do
Sul. Ciencia Rural, Santa Maria, 28:147-150.
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G., Barban V., Sauze N., Veigne R. 1986. Isolation and
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Onderstepoort J. Vet. Res. 53: 55-62.
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Retrovirus-associated Ovine Pulmonary Carcinoma (Sheep
Pulmonary Adenomatosis) and lymphoid intersticial pneumonia I.
Lesions Development and age Susceptibility. Vet. Pathol. 25: 475483.
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zum Tumor charakter der enzootischen Lungenadenomatose des
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Bundesrepublik Deutschland. Dtsch. Tierrztl. Wschr. 72: 458461.
9. Sharp J.M., Angus K.W., Gray E.W., Scott F.M.M. 1983. Rapid
transmission of sheep pulmonary adenomatosis (jaagsiekte) in
young lambs. Arch. Virol. 78: 89-95.
10. Verwoerd D.W. 1996. Ovine pulmonary adenomatosis Br. Vet. J.
152: 369-372.
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Adenomatose pulmonar
49
11. Verwoerd D.W., Payne A.L., York D.F., Myer M.S. 1983.
Isolation and preliminary characterization of the Jaagsiekte
retrovirus (JSRV). Onderstepoort J. Vet. Res. 50: 309-316.
12. Wandera J.G. 1971. Sheep pulmonary adenomatosis (jaagsiekte).
Adv. Vet. Sci. Comp. Med. 15: 251-283.
13. Weikel J. 1991. Doppelinfektion mit Maedi-Virus und
Adenomatose-Virus bei Merinolandschafen. Tierrztl. Prax.
19:596- 598.
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50
Doenas vricas
tambm, conhecida como febre dos pntanos ou, ainda, por malria
eqina.
Imediatamente aps a infeco, o vrus da EIA replica a altos
ttulos, primariamente em macrfagos maduros do tecido heptico,
bao, ndulos linfticos, pulmes, rins e glndulas adrenais. Virions
descendentes so liberados na circulao e ttulos do vrus no plasma
aparecem com o aumento paralelo da temperatura retal. A presena de
alta concentrao de antgenos virais na circulao e nos tecidos
estimulam a produo de anticorpos no hospedeiro.
O vrus da EIA, provavelmente, continua a replicar num
baixssimo nvel nos reservatrios celulares. Devido a transcriptase
reversa do vrus da EIA necessitar de uma reverso, ela est propensa
a erros na cpia do genoma do vrus. Isto pode resultar numa alta
freqncia de mutaes genticas (2,5). Essas mutaes genticas na
mudana de posio resultam em alteraes dos eptopos do vrus,
possibilitando nova variante antignica escapar, temporariamente, da
resposta imune neutralizante do hospedeiro. Apesar da rpida variao
antignica ser, indubitavelmente, importante para a persistncia viral,
outros fatores esto, tambm, envolvidos. O mais importante fator que
contribui para a persistncia viral, provavelmente seja a habilidade do
vrus em inserir uma cpia de DNA do material gentico viral dentro
do DNA cromossomal do hospedeiro. Esse DNA pode, ento, ficar
"dormente" por longos perodos de tempo, com pouca ou nenhuma
transcrio ou translao de genes virais. Se a clula no est
expressando antgeno viral, ela no ser reconhecida como sendo
infectada pelos mtodos de vigilncia imune do hospedeiro. O
estmulo responsvel pela reativao do vrus "dormente" no , ainda,
conhecido (5,8). A doena ocorre devido infeco dos macrfagos e
posteriormente linfcitos, onde uma resposta proliferativa ou
degenerativa pode ocorrer (5). A razo da anemia permanece ainda
por ser elucidada completamente, se ocorre por supresso da medula,
aumento da liberao de clulas vermelhas da circulao ou devido
destruio autoimune dos eritrcitos. A vasculite e inclusive a
glomerolonefrite mediada por imunocomplexos. As hemorragias
podem ser, tambm, conseqncia da trombocitopenia (5).
EPIDEMIOLOGIA
O vrus da EIA transmitido entre cavalos infectados e no
infectados pela transferncia de sangue ou derivados sangneos. Isso
ocorre mais comumente durante a alimentao interrompida de
grandes insetos hematfagos, especialmente os da famlia Tabanidae
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Anemia infecciosa
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Doenas vricas
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Anemia infecciosa
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Doenas vricas
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Anemia infecciosa
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ARTRITE-ENCEFALITE CAPRINA
Valria Moojen
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A artrite-encefalite caprina (CAE) uma sndrome
degenerativa de desenvolvimento lento, na qual os animais adultos
podem apresentar sinais clnicos de artrite, mamite e/ou pneumonia.
Com menor freqncia, ou ainda, dependendo de amostras virais,
caprinos jovens, de poucos meses de idade, apresentam envolvimento
neurolgico, com leucoencefalomielite caracterizada, geralmente, por
ataxia e paresia posterior.
O vrus da CAE (CAEV) pertence famlia Retroviridae,
gnero lentivirus. exgeno, possui uma organizao genmica
complexa, com alguma homologia ao genoma do Maedi-Visna Vrus
(MVV) dos ovinos e infecta moncitos e macrfagos. O CAEV possui
dois importantes antgenos presentes no seu capsdeo e envelope,
denominados p28 e gp135, respectivamente. Igualmente aos
outros vrus da famlia Retroviridae, cpias de DNA, complementares
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Doenas vricas
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Artrite-encefalite
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Artrite-encefalite
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Doenas vricas
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Doenas vricas
11. Swecker W.S., Alisson M.N., Bolin S.R., Cole R.M. 1997. Type
II bovine virus diarrhea virus infection in a closed herd of
Simmental cattle. Comp. Educat. Cont.: Food An. 11:79-83.
12. Vidor T. 1974. Isolamento e identificao do vrus da doena das
mucosas no estado do Rio Grande do Sul. Bol. Inst. Pesq. Vet.
Desid. Finam.-Especial p. 51-58.
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de Virologia Molecular Veterinria. Santa Maria, RS. p. 11-16.
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L@umdd.umd.edu, june 3.
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Assoc. 178: 1065-1067.
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Res. Vet. Sci. 42: 213-218.
________________
ECTIMA CONTAGIOSO
Claudio S. L. Barros
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Ectima uma doena viral altamente contagiosa de ovinos e
caprinos caracterizada pelo desenvolvimento de leses pustulares e
crostosas na pele do focinho e lbios e, menos freqentemente, em
outros locais. causada por um Parapoxvirus (famlia Poxviridae).
O vrus se multiplica com facilidade no epitlio da pele e das
mucosas da boca e do esfago. A pele desprovida de l o principal
local de desenvolvimento das leses. A pele intacta oferece uma
barreira penetrao do vrus. Para ocorrer a infeco necessria a
presena de pequenas abrases ou escarificaes. A infeco ocorre
somente quando o vrus penetra no estrato granuloso e espinhoso da
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Ectima contagioso
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Doenas vricas
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Ectima contagioso
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Doenas vricas
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Encefalomielite eqina
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Doenas vricas
SINAIS CLNICOS
A patogenicidade dos trs tipos de vrus (EE, WEE e VEE) e
as manifestaes clnicas produzidas so bastante variveis. No
entanto, a maioria das infeces, com exceo das causadas por cepas
altamente virulentas, inaparente. Os vrus da EEE e os vrus
epizoticos da VEE (variantes 1-AB e 1-C) so mais neuroinvasivos
que os vrus da WEE e que os vrus enzoticos da VEE. Os animais
mais novos so mais suscetveis. O perodo de incubao varia de 3
dias a 3 semanas. Aps o perodo de incubao, h febre e depresso
que, usualmente, passam despercebidas. O animal pode ento
recuperar-se, ou o vrus pode invadir o sistema nervoso provocando os
sinais neurolgicos. Quando esses ocorrem, a febre e a viremia j
desapareceram. Os sinais neurolgicos incluem ranger de dentes,
depresso, ataxia, andar em crculos, andar a esmo, presso da cabea
contra objetos, hiperexcitabilidade, paralisia, anorexia, cegueira e, na
fase final, embotamento dos sentidos. Nessa fase, os cavalos mantm a
cabea baixa, orelhas cadas, apresentam ptose labial e protuso da
lngua. Cavalos com ataxia acentuada podem escorar-se contra
paredes e cercas para manter-se em p e, ocasionalmente, mantm-se
em estao com os membros posteriores cruzados. Podem fazer
tentativas infrutferas de beber devido paralisia esofgica. Nas fases
finais, j em decbito, ocorrem movimentos de pedalagem. O curso
clnico de 2-14 dias e, na maior parte dos casos, termina com a
morte.
PATOLOGIA
No h leses macroscpicas. As alteraes microscpicas so
limitadas quase que exclusivamente substncia cinzenta, h necrose
neuronal com neuroniofagia, manguitos perivasculares acentuados,
com presena de leuccitos mono e polimorfonucleares, microgliose
focal e difusa. As leses so mais pronunciadas no crtex cerebral,
tlamo e hipotlamo, enquanto a medula espinhal levemente afetada.
DIAGNSTICO
Os sinais clnicos e dados epidemiolgicos so sugestivos de
encefalomielite a vrus, mas a suspeita clnica deve ser confirmada
laboratorialmente para que medidas de controle adequadas possam ser
adotadas. Material a ser enviado para histopatologia deve sempre
incluir o crebro, j que as alteraes histolgicas so bastante
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Encefalomielite eqina
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Doenas vricas
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ESTOMATITE VESICULAR
Jos Antonio Prado
ETIOLOGIA E PATOGENIA
O vrus da estomatite vesicular pertence a famlia
Rhabdoviridae, gnero Vesiculovirus. Esta famlia possui
representantes que atacam uma variedade muito grande de
hospedeiros, tanto animais (domsticos e silvestres) como vegetais.
um vrus RNA e tem sido usado em estudos bsicos de virologia,
como um prottipo para a famlia a que pertence. Originalmente, este
vrus foi dividido em 2 sorotipos: New Jersey e Indiana, isolados nos
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Estomatite vesicular
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Estado
Alagoas
So Paulo
Minas Gerais
Minas Gerais
Rio Grande do Sul
So Paulo
Distrito Federal
Minas Gerais
Rio Grande do Sul
Minas Gerais
Cear
Minas Gerais
Sergipe
Minas Gerais
Piau
Cear
Minas Gerais
Rio de Janeiro
So Paulo
Cear
Cear
Santa Catarina e Paran
Tipo de vrus
Indiana-3
Indiana-2
Indiana-3
Indiana-3
Indiana 2
Indiana-2
Indiana (NI)
Indiana (NI)
Indiana (NI)
Indiana-3
Indiana-3
Indiana-3
Indiana (NI)
Indiana-3
Indiana-3
Indiana-3
Indiana-3
Indiana-3
Indiana-3
Indiana-3
Indiana-3
Indiana-3
NI=Subtipo no identificado
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Estomatite vesicular
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Estomatite vesicular
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FEBRE AFTOSA
Jos Antonio Prado
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A febre aftosa uma enfermidade vesicular, infectocontagiosa, com grande poder de difuso, causada por um vrus da
famlia Picornaviridae, gnero Aphtovirus, que afeta de forma natural
animais biungulados. Existem 7 sorotipos de vrus: O, A e C, que
ocorrem na Amrica do Sul; SAT1, SAT2 e SAT3, que ocorrem no
Continente Africano; e ASIA1, que ocorre no Oriente Mdio e
Extremo Oriente. Todos os sorotipos possuem uma variedade grande
de subtipos e amostras, o que cria dificuldades para o controle e
erradicao da enfermidade. uma das mais temidas e prejudiciais
enfermidades que afeta a pecuria, com reflexos econmicos graves
para a produo primria do pas ou regio, devido as sanes
comerciais de outros pases em relao ao comrcio internacional de
produtos e subprodutos de origem animal e, inclusive, de gros para
exportao (2,8).
Como a principal via de infeco a respiratria considera-se
que a mucosa do trato respiratrio superior (regio faringeana) a
principal envolvida na infeco natural. A partir da o vrus alcana a
corrente sangnea atravs dos alvolos pulmonares, e atinge a rea
alvo: camada germinativa do tecido epitelial. O perodo de maior
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Febre aftosa
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Febre aftosa
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SINAIS CLNICOS
Os sinais clnicos de febre aftosa so aqueles compartilhados
por todas as enfermidades que compem o complexo das
enfermidades vesiculares: febre alta, aparecimento de vesculas e
aftas na mucosa da boca (lngua e gengivas) e vesculas e aftas nas
patas (espao interdigital e banda coronria). Em fmeas podem
ocorrer vesculas e aftas na glndula mamria. Essas leses conduzem
ao aparecimento de salivao intensa e manqueira, com
emagrecimento e fraqueza do animal. Em bezerros tm sido descrita
miocardite que causa morte sbita ou insuficincia cardaca; no
entanto, esta forma da enfermidade tem sido pouco observada no
Brasil.
Os casos clnicos de febre aftosa em bovinos dificilmente
levam a morte, entretanto produzem perda das condies fsicas do
animal com rpida e progressiva perda de peso, trazendo como
conseqncia perdas econmicas significativas, tanto em rebanhos de
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Doenas vricas
corte como de leite. Nos rebanhos sunos e ovinos as perdas por morte
so bastante freqentes devido, principalmente, ao carter agudo do
processo infeccioso pela falta de imunidade, haja visto que estas
espcies no so submetidas aos esquemas de vacinaes como os
bovinos, recebendo somente vacinaes estratgicas.
PATOLOGIA
Uma vez que raramente ocorrem mortes em conseqncia de
febre aftosa, alteraes macroscpicas, alm das leses de boca e pata,
so raras e incluem vesculas e lceras nos pilares do rmen e reas de
necrose nos msculos esquelticos e no miocrdio. Eventualmente,
podem ocorrer infeces secundrias, com agravamento das leses.
Microscopicamente, observa-se degenerao e necrose da camada
germinativa dos epitlios afetados (1). Na forma cardaca observa-se
miocardite com infiltrao de clulas mononucleares.
DIAGNSTICO
Neste ponto importante destacar que qualquer suspeita de
febre aftosa deve ser comunicada s autoridades sanitrias
responsveis pela campanha de erradicao da doena. Devido a
similaridade dos sinais clnicos com outras enfermidades vesiculares e
vricas, o diagnstico clnico sempre presuntivo. O diagnstico
definitivo feito atravs de testes sorolgicos como ELISA e vrusneutralizao para identificao do tipo de vrus. O teste de fixao de
complemento, que foi usado para este fim em todos os pases do
mundo, por aproximadamente 40 anos, atualmente est fora da rotina
de diagnstico das enfermidades vesiculares, devido ao seu alto custo
e baixa sensibilidade. Esse teste, embora apresente alta especificidade,
foi substitudo, com vantagens, pela prova de ELISA que, alm de ser
de menor custo, possui alta sensibilidade e especificidade (11). Para o
diagnstico laboratorial de febre aftosa o material de eleio sempre
a coleta das vesculas e/ou aftas no epitlio lingual, na gengiva, espao
interdigital do casco e no bere, remetidos ao laboratrio sob
refrigerao em lquido de Valle (tampo fosfato com glicerina) ou,
na falta deste, somente em gelo. Somente com este tipo de material
possvel isolar o vrus, normalmente em cultura de tecidos, para
estudos de subtipos e seu relacionamento com as amostras de vrus das
vacinas. A remessa de soro para diagnstico, embora possvel de se
realizar, no recomendada pela dificuldade de sua interpretao. Este
material s recomendado nos casos de investigao epidemiolgica,
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c)
d)
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Febre aftosa
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Doenas vricas
EPIDEMIOLOGIA
A enfermidade , geralmente, uma doena aguda, de morbidade
baixa e letalidade de 95%-100%. No entanto, podem ocorrer formas
crnicas da doena em aproximadamente 30% dos casos diagnosticados,
assim como recuperao clnica em 20%-30% ou at 50% dos casos
(11,12). No Brasil a enfermidade foi diagnosticada pela primeira vez em
1924 (15). Posteriormente, tem sido diagnosticada em bovinos de
diversos estados: Rio Grande do Norte (5), Rio de Janeiro (13), Bahia e
Sergipe (3,7,10), Rio Grande do Sul (2,14), So Paulo (9) e Paran (1).
Apresenta-se com morbidade baixa mas com letalidade de 100%.
Ocorre, geralmente, de forma espordica, afetando 1-2 bovinos, mas
podem observar-se, tambm, surtos afetando at 20% do rebanho (2).
Uma caracterstica epidemiolgica importante que ocorre, somente, se
h ovinos em contato com bovinos. Os ovinos, assim como o gn
(Chonochaetes taurinus e C. gnu) na frica, no so afetados, mas
atuam como reservatrios do vrus. A eliminao do vrus parece ser
maior quando os ovinos e o gn esto prximos ao parto; no entanto,
alguns surtos tm ocorrido em bovinos em contacto com carneiros (14).
Podem ocorrer, tambm, surtos em bovinos confinados que no esto em
contato com ovinos. Nestes casos a fonte de infeco no foi identificada
(3).
Outras espcies de ruminantes selvagens, como bfalos,
cervdeos e o biso americano, podem ser afetadas. No Brasil a doena
foi diagnosticada em cervdeos, em Cervus unicolor no Rio de Janeiro
(4) e no veado mateiro, Mazama gouazouvira, no zoolgico de Cuiab,
Mato Grosso (6). A doena pode afetar, tambm, sunos e animais de
laboratrio. Em um surto recente em sunos, que estavam coabitando
com ovinos, foi identificado OHV-2 (8).
SINAIS CLNICOS
O perodo de incubao varia de 2-8 semanas. Os sinais clnicos
da forma aguda caracterizam-se por hipertermia, depresso,
emagrecimento, leses ulcerativas na mucosa oral, focinho e narinas,
salivao, corrimento nasal e ocular, que pode ser purulento, opacidade
da crnea, aumento do tamanho dos linfonodos e sinais nervosos como
incoordenao, embotamento, tremores musculares e decbito. O curso
clnico de 1-15 dias. Nas formas mais agudas da enfermidade, com um
curso clnico de 1-3 dias, pode ocorrer gastroenterite hemorrgica. As
formas crnicas, que no tm sido diagnosticadas no Brasil, caraterizamse, principalmente, por leses oculares que podem levar a cegueira;
observa-se panoftalmite bilateral e leucoma (opacidade branca e densa
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Doenas vricas
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Herpesvrus bovino
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Herpesvrus bovino
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Herpesvrus bovino
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Herpesvrus bovino
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Herpesvrus eqino
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Herpesvrus eqino
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Doenas vricas
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INFLUENZA EQINA
Rudi Weiblen
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A influenza eqina ou gripe eqina causada por um
Ortomyxovrus, gnero Influenza tipo A. O vrus da influenza tem um
RNA segmentado, encapsulado no genoma da nucleoprotena (NP) e
na protena matriz (M). O seu envoltrio externo, o envelope, contm
a neuraminidase (NA) e a hemaglutinina (HA), glicoprotena do
antgeno, a qual projeta na superfcie espculas atravs do lipdeo do
envelope. So estes os antgenos que permitem a diferenciao entre
os dois subtipos distintos antigenicamente: A/equi/1 (H7N7) e
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Influenza eqina
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Influenza eqina
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Doenas vricas
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Leucose
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EPIDEMIOLOGIA
Distribuio geogrfica
No Brasil, a leucose bovina foi diagnosticada pela primeira
vez em 1959 (17), sendo que, tanto a forma tumoral (11,12), quanto a
infeco subclnica (2,12) so bem documentadas. A infeco est
difundida em todos os Estados, sendo mais freqente em animais de
raas leiteiras e, dentre essas, as criadas em estabelecimentos que tm
melhores ndices de produo em conseqncia de melhor
desenvolvimento tecnolgico (manejo reprodutivo adequado incluindo
a palpao retal, bom controle sanitrio, alimentao suplementar,
importao de animais para melhoramento gentico). A prevalncia da
enfermidade aumenta medida em que aumenta a idade dos animais.
No h muita informao sobre a prevalncia da infeco em rabanhos
de corte, no entanto, em alguns rebanhos do Rio Grande do Sul, onde
era realizada a premunio com sangue proveniente de bovinos
infectados, foram constatados numerosos casos de linfossarcoma e
20%-70% de animais sorologicamente positivos.
A leucose bovina uma doena do gado adulto e a maior
incidncia de desenvolvimento de tumores ocorre em animais entre 48 anos de idade. Em rebanhos com alta prevalncia, 1%-10% dos
animais adultos podem morrer devido a doena. A idade mdia desses
animais de 7 anos. Geralmente, os animais infectados so
descartados mais cedo devido a outros transtornos que podem estar
relacionados com a doena, tais como, infertilidade e queda na
produo de leite.
No estado de So Paulo, encontraram-se 36,6% de animais
soropositivos em 1.013 bovinos testados (2) e uma prevalncia de
49,2% em 709 bovinos da raa Jersey (3). Em outro estudo encontrouse uma prevalncia de 46,4% em 799 animais oriundos de 22 rebanhos
produtores de leite (6). No estado do Rio de Janeiro, a prevalncia em
1.290 animais provenientes de 12 rebanhos leiteiros foi de 54,3%,
sendo que o maior percentual de reagentes era de animais acima de 49
meses de idade (12). Em Minas Gerais relatada uma prevalncia de
28,4% em 317 animais testados (14). Em Alagoas em 479 animais
procedentes de 10 rebanhos da bacia leiteira do estado, a prevalncia
encontrada foi de 9,6%, sendo que 90% das propriedades
apresentaram bovinos soropositivos (4). Em Rondnia e Acre
verificou-se que a infeco pelo BLV est amplamente disseminada.
De 2.120 soros testados, 1.060 de cada Estado, 23% e 9,7%,
respectivamente, apresentaram reao positiva. As maiores taxas de
reagentes foram encontradas nos bovinos com finalidade de
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Leucose
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Leucose
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Doenas vricas
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Leucose
133
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134
Doenas vricas
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Leucose
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Forma juvenil
Afeta bezerros de 2 semanas a 6 meses de idade. Observa-se
depresso e emagrecimento e os gnglios linfticos perifricos
aparecem muito aumentados de volume. A morte ocorre 2-8 semanas
aps a observao dos primeiros sinais. Na necropsia, todos os
linfonodos apresentam-se aumentados de volume, uniformemente
esbranquiados ou hemorrgicos. Alm das leses ganglionares,
encontram-se leses tumorais em diversos rgos, incluindo fgado,
rim, bao e medula ssea. uma doena rara mas, casos espordicos,
tm sido diagnosticados na regio sul do Rio Grande do Sul e em
outras regies do Brasil (2).
Forma tmica
Ocorre em bezerros de menos de 2 anos e carateriza-se por
aumento do timo, que aparece como grandes massas nas regies
torcica anterior e cervical inferior, que causam sinais respiratrios e
ingurgitamento da jugular, alm de perda de peso e morte. Na
necropsia h leses no timo, medula ssea e linfonodos regionais.
Existem evidncias de que esta forma tenha um componente
hereditrio.
Forma cutnea
Causa leses de pele caracterizadas por ndulos ou placas
cutneas de 1-5cm de dimetro, localizadas, preferentemente, no
pescoo, garupa, lombo e coxas. H alopecia e podem ocorrer leses
escamosas. As leses podem regredir espontaneamente e reaparecer
aps 1-2 anos. Ocorre preferentemente em bovinos de menos de 3
anos mas, no sul do Rio Grande do Sul, foi diagnosticada em uma
vaca Hereford de 4 anos de idade.
REFERNCIAS
1. Radostits O.M., Blood D.C., Gay C.C. 1994. Veterinary Medicine,
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estado do Par. Anais. Encontro Nacional de Patologia Veterinria,
8, Pirassununga, So Paulo, p. 15.
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Doenas vricas
LNGUA AZUL
Franklin Riet-Correa
Lngua azul causada por um Orbivirus da famlia
Reoviridae, que possui pelo menos 20 sorotipos. A enfermidade afeta
ovinos, bovinos e diversas espcies de ruminantes selvagens, sendo os
ovinos e o veado de cauda branca os mais susceptveis. O vrus
transmitido por insetos, principalmente por mosquitos do gnero
Culicoides, mas outros insetos como Aedes lineatopennis,
Omithodorus coriaceus e Melophagus ovinus podem transmitir o
vrus. Em clima temperado a doena tem carter sazonal, ocorrendo
nos meses de vero e outono (4). Em condies de clima tropical,
possivelmente isto no ocorra.
Alguns serotipos do vrus da lngua azul, quando introduzidos
numa populao ovina, podem afetar 50%-75% do rebanho, com uma
mortalidade de 20%-50%. Nesses casos os sinais clnicos
caracterizam-se por febre, corrimento nasal muco-purulento ou
sanginolento, salivao, avermelhamento da mucosa oral e nasal e
edema da lngua, focinho, lbios e mucosa oral. Posteriormente,
observam-se escoriaes e lceras localizadas principalmente nas
faces laterais da lngua, cianose da mucosa oral e nasal, diarria que
pode ser hemorrgica, dispnia e perda de l. Alguns animais
apresentam severa claudicao com leses de coronite, laminite e
formao de uma linha avermelhada ou prpura no rodete coronrio.
Em regies onde a doena enzotica os sinais clnicos so leves ou
inaparentes podendo ocasionar abortos (4).
Em bovinos, na maioria das vezes, a enfermidade tem carter
subclnico. Quando observam-se sinais clnicos estes caracterizam-se
por ulceraes da lngua e cavidade oral em alguns casos, coronite,
laminite e esfoliao do epitlio dos tetos (em animais em lactao)
so, tambm, observados (2). Se a infeco ocorre em vacas prenhes,
podem ocorrer abortos ou mal formaes congnitas caracterizadas
por hidrocefalia, microcefalia, artrogripose, cegueira e deformaes da
mandbula.
A lngua azul no tem sido diagnosticada no Brasil mas o
vrus foi isolado de bovinos exportados para os Estados Unidos (1).
No Rio Grande do Sul, no ano de 1991, ocorreu, em bovinos, um surto
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Lngua azul
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Maedi-visna
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Maedi-visna
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Maedi-visna
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REFERNCIAS
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144
Doenas vricas
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PAPILOMATOSE BOVINA
Luiz Filipe Dam Schuch
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A papilomatose bovina uma enfermidade transmissvel da
pele e mucosas caracterizada pelo crescimento excessivo das clulas
basais, formando tumores conhecidos como verrugas.
O agente etiolgico da enfermidade um vrus pertencente a
famlia Papovaviridae, gnero Papillomavirus. De acordo com a
estrutura e composio do DNA so conhecidos 6 tipos diferentes de
papilomavrus bovino (BPV) relacionados com o aparecimento de
tumores em diferentes locais e com estrutura macro e microscpica
distinta (Tabela 1).
O vrus infecta o animal atravs da soluo de continuidade da
pele e se replica nas clulas basais do epitlio, provocando
crescimento excessivo dessas clulas, formando as verrugas. Vrios
trabalhos tem sugerido o envolvimento do BPV com tumores
malignos de pele (2), e, tambm, com tumores do trato digestivo,
associado a ingesto de samambaia (Pteridium spp.) (1).
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Papilomatose
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Histologia
Localizao
Fibropapiloma
Fibropapiloma
Fibropapiloma e papiloma
Papiloma
Papiloma
Papiloma
Pele
Mucosa do trato digestivo
Tetos
EPIDEMIOLOGIA
A doena tem distribuio mundial. No Rio Grande do Sul a
enfermidade ocorre em todo o Estado sendo mais freqente em
pequenas propriedades leiteiras. A morbidade em um rebanho
geralmente baixa, entretanto, em alguns casos, podem ocorrer surtos
com morbidade alta. A letalidade baixa e quando ocorre devido ao
enfraquecimento do animal pela presena de grande nmero de
papilomas ou pela ocorrncia de miases que aparecem quando os
papilomas so extirpados por traumatismos.
A transmisso ocorre por contato direto com animais
infectados atravs de abrases da pele, vetores mecnicos ou por
fmites contaminados (por exemplo, agulhas, brincadores ou outros
aparelhos contaminados).
SINAIS CLNICOS E PATOLOGIA
Os papilomas so encontrados na cabea, pescoo, ventre,
dorso, bere, mucosa do trato digestivo ou generalizados. Em alguns
casos aparecem em pequeno nmero e em outros tomam grande parte
do corpo. Vidor et al. (4) classificaram os papilomas cutneos segundo
o seu aspecto macroscpico em arborescentes, que apresentam forma
de couve-flor, e filamentosos, que apresentam um aspecto filiforme.
Os papilomas digestivos geralmente so achados de matadouro.
Ocorrem, predominantemente, na mucosa do palato, lngua, esfago e
faringe. Em casos de carcinomas epidermides, causados pela
ingesto de Pteridium aquilinum, encontram-se, tambm, numerosos
papilomas no trato digestivo superior.
Os papilomas da glndula mamria podem aparecer, tambm,
de vrias formas, geralmente so mltiplos, apresentam at 2cm de
dimetro e, em vacas leiteiras, interferem na ordenha. Os
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Doenas vricas
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Papilomatose
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PESTE BOVINA
Franklin Riet-Correa
causada por um Morbillivrus da famlia Paramyxoviridae e
caracteriza-se por ser uma doena febril aguda de alta
transmissibilidade. Quando ingressa em rebanhos indenes a morbidade
pode chegar a 100% e a mortalidade pode atingir at 50%. enzotica
em algumas regies da frica, onde controlada mediante o uso de
vacinas vivas atenuadas. Afeta principalmente bovinos e bubalinos,
sendo o Bos taurus mais sensvel que o Bos indicus. Sunos, ovinos e
caprinos, geralmente, no apresentam sinais clnicos. Os ruminantes
selvagens podem atuar como reservatrios do vrus. A peste bovina
ocorreu no estado de So Paulo em 1921 e acredita-se que tenha sido
introduzida atravs de reprodutores zebunos procedentes da ndia,
desembarcados no porto de Santos. A doena foi erradicada pelo
sacrifcio dos animais, desinfeco e controle de trnsito (3).
O quadro clnico caracteriza-se por um perodo de 4-5 dias de
hipertermia (40,5-41,5C), anorexia, corrimento ocular, queda na
produo de leite e leucopenia. Posteriormente, ocorre diarria,
blefaroespasmo, salivao com saliva hemorrgica, corrimento nasal
seroso e, posteriormente purulento, leses necrticas esbranquiadas
de 1-5mm de dimetro nas mucosas oral, nasal e vaginal. Mais tarde
h perda do epitlio das leses, aparecendo eroses avermelhadas de
bordos irregulares. Podem, ainda, ser observadas leses de pele no
perneo, escroto, abdmen e pescoo caracterizadas por reas midas,
avermelhadas, que posteriormente so recobertas por crostas. Aps 3-
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Raiva
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RAIVA
Cristina Gevehr Fernandes
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A raiva causada por um vrus RNA, envelopado, da ordem
Mononegavirales, famlia Rhabdoviridae e gnero Lyssavirus. Seu
genoma codifica cinco protenas, dentre as quais duas funcionam
como antgenos principais. A primeira uma nucleoprotena (antgeno
interno e grupo-especfico) e a segunda uma glicoprotena (antgeno
de superfcie), a qual induz a formao de anticorpos neutralizantes. O
vrus destrudo por pH baixo e tambm por solventes de lipdios (3).
Dentre os vrus da raiva, deve-se distinguir o chamado vrus
de rua do vrus fixo. O vrus de rua aquele isolado de animais
doentes, e que no foi modificado em laboratrio. As cepas desse
vrus tm um perodo varivel de incubao, que geralmente longo.
Ele retm a capacidade de invadir as glndulas salivares. Por outro
lado, a denominao de vrus fixo dada s cepas adaptadas em
animais de laboratrio, atravs de passagens intracerebrais em srie.
Essas cepas tm um perodo de incubao curto e no invadem as
glndulas salivares, no entanto, sob certas circunstncias, podem reter
sua patogenicidade para o homem e para os animais, causando a
doena (1). Alm disso, numerosas variantes do vrus j foram
identificadas. Diferentes mamferos terrestres funcionam como
reservatrios da doena, incluindo os morcegos.
A transmisso da raiva se d quando um animal raivoso
(portador ou doente) inocula o vrus, contido na saliva, mordendo um
indivduo sadio. Outras formas de transmisso incluem a
contaminao de feridas recentes com saliva ou material infectado
(3,4), a contaminao de mucosas (olhos, narinas e boca) e a
transmisso via aerosol.
Aps a infeco, provvel que ocorra uma primeira
replicao do vrus que se liga aos receptores de acetilcolina nos
micitos (tecido muscular) na rea da mordida. O vrus invade ento
neurnios motores atravs dos terminais axonais ou neurnios
sensoriais atravs do fuso neuromuscular e dos terminais axonais. Na
seqncia, o vrus progride de forma centrpeta seguindo fluxo axonal
retrgrado. Os vrus que seguem via neurnios motores chegam aos
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CAPTULO 3
DOENAS BACTERIANAS
ABSCESSO DE P
Franklin Riet-Correa
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Abscesso de p uma infeco purulenta da articulao
interfalangiana distal, causada por infeco mista de Fusobacterium
necrophorum e Arcanobacterium (Actinomyces) pyogenes. Na maioria
dos casos o abscesso de p uma complicao de dermatite
interdigital. A infeco da articulao ocorre por que a cpsula da
mesma est muito prxima do espao interdigital. Em conseqncia
disso, aps a eroso da pele, a infeco estende-se facilmente
articulao (2). A infeo pode ocorrer, tambm, em conseqncia de
feridas do rodete coronrio (1).
EPIDEMIOLOGIA
O abscesso de p afeta, principalmente, carneiros e ovelhas
adultas em gestao ou durante a pario. freqente observar casos
espordicos da doena, mas podem ocorrer, tambm, surtos com
incidncia varivel de 1%-10%. Os surtos acontecem, principalmente,
em pocas midas, concomitantemente com a ocorrncia de dermatite
interdigital (2).
No Rio Grande do Sul ocorreu um surto com incidncia de
7% em borregas de 4-6 meses de idade, que estavam em um potreiro
onde 2 anos antes tinha sido colhido arroz. O terreno encontrava-se
irregular e, em conseqncia da severa estiagem, a terra estava dura e
seca e com numerosos torres. Todas as borregas do rebanho
apresentavam, em mais de um membro, leses da face anterior ou
lateral do rodete coronrio caracterizadas por alopecia, eroses e
ulceraes com formao de crostas. Essas leses foram causadas por
traumatismos devidos s condies do terreno. Os abscessos
ocorreram em conseqncia das leses do rodete coronrio, que
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Doenas bacterianas
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Abscesso de p
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Doenas bacterianas
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ACTINOBACILOSE
Maria del Carmen Mndez
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A actinobacilose dos bovinos uma doena infecciosa, no
contagiosa, crnica e granulomatosa, que afeta os tecidos moles,
causando piogranulomas com presena de drusas no seu interior.
O agente etiolgico da actinobacilose o Actinobacillus
lignieresii, apresenta forma geral de bacilo ou cocobacilo, Gramnegativo, imvel, aerbio e anaerbio facultativo (2). Actinobacillus
lignieresii um comensal do trato digestivo dos bovinos, suscetvel s
influncias do meio ambiente, que no sobrevive por mais de 5 dias no
feno ou palha.
A infeco se produz quando existem solues de
continuidade na mucosa oral, que possibilitem a invaso do tecido
pelo agente. Alimentos fibrosos, grosseiros, podem produzir
traumatismos na cavidade oral fazendo com que a bactria atinja os
linfonodos regionais ou outros rgos, por via linftica ou hemtica. A
infeco pode ocorrer, tambm, pela via aergena, ocasionando a
forma pulmonar da doena.
A partir da penetrao da bactria, atravs de uma soluo de
continuidade, nas camadas mais profundas do epitlio, ocorre uma
infeco local e desenvolvimento de uma reao inflamatria aguda,
que evolui para a formao de leses crnicas, do tipo granulomatoso.
A cronicidade caracteriza-se pela presena de focos granulomatosos,
produzidos por necrose e supurao, com descarga purulenta para o
meio exterior.
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Actinobacilose
173
EPIDEMIOLOGIA
So afetados principalmente bovinos e, com menor
freqncia, ovinos, sunos e eqinos (7); porm, no Brasil a doena s
tem sido diagnosticada em bovinos (1,3,4,6). Nessa espcie as leses
localizam-se principalmente na lngua e linfonodos da cabea e
pescoo; podendo ser afetados animais de qualquer idade e raa.
A doena ocorre geralmente de forma espordica, observandose casos isolados mas, dependendo das condies epidemiolgicas,
podem ocorrer surtos da enfermidade.
No Rio Grande do Sul so descritos surtos de actinobacilose
afetando principalmente os linfonodos retrofarngeos, parotdeos e
submandibulares, com uma morbidade de 1%-90%. A maioria dos
surtos ocorrem em bezerros ou novilhos pastoreando em restevas de
arroz ou soja. Nessas reas, a presena de forragem grosseira, devida
aos talos que permanecem na rea aps a colheita ou presena de
plantas invasoras, poderiam atuar como agente traumtico na cavidade
oral, favorecendo a infeco por A. lignieresii (1,6). Apesar de A.
lignieresii ser suscetvel s influncias do meio ambiente, no
sobrevivendo por mais de 5 dias no feno ou palha, a presena de
animais com leses supuradas contaminando o meio ambiente,
favoreceria a disseminao da doena.
Leses macroscopicamente semelhantes actinobacilose so
preferentemente observadas em linfonodos, lngua e lbios de bovinos
abatidos em matadouros frigorficos. A prevalncia de leses
diagnosticadas macroscopicamente como actinogranuloma, em
bovinos abatidos em matadouros frigorficos no estado do Rio Grande
do Sul, de aproximadamente 1,15%, no se observando variaes
importantes na prevalncia anual, nem na prevalncia da doena em
bovinos das diferentes microrregies homogneas do estado. Dessas
leses actinogranulomatosas causadas por diferentes agentes, estimase que 82,4% so devidas actinobacilose (5). Trabalhos anteriores
diagnosticaram como actinobacilose 36,6% dessas leses observadas
em animais abatidos (8).
SINAIS CLNICOS
O quadro clnico clssico da doena a forma lingual
caracterizada por uma glossite difusa esclerosante denominada lngua
de pau ou lngua de madeira. Inicialmente, h uma infeco aguda
e o animal deixa de se alimentar por um perodo de aproximadamente
48 horas. Apresenta salivao intensa, movimentos mastigatrios e
dificuldade em se alimentar. A lngua est hipertrofiada, dura, sensvel
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Doenas bacterianas
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Actinobacilose
175
uma
inflamao
piogranulomatosa, com focos necrticos, tendo no centro drusas, com
projees radiais na forma de clavas. O centro das drusas basoflico
ou acidoflico, com clavas eosinoflicas. As drusas esto rodeadas de
neutrfilos e plasmcitos, e podem visualizar-se, tambm, numerosos
macrfagos, clulas epiteliides e clulas gigantes fagocitando
fragmentos de drusas. Ocorre proliferao de tecido conjuntivo
fibroso, envolvendo todo o granuloma. Em estgios crnicos
avanados da doena, pode-se observar mineralizao das drusas (7).
Pela colorao de Gram, tanto as clavas quanto o centro das
drusas so Gram-negativos (corados em vermelho), observando-se que
as clavas, dispostas radialmente, contm no seu interior cocobacilos
Gram-negativos.
DIAGNSTICO
Clinicamente, a doena caracteriza-se pela presena de
granulomas duros, com contedo purulento nos tecidos moles, nas
regies da cabea e pescoo, principalmente. Deve-se pesquisar,
tambm, a presena de ndulos na lngua.
O primeiro procedimento para o diagnstico presuntivo da
actinobacilose o exame direto do pus. O material purulento deve ser
tratado com hidrxido de sdio a 5%, lavado em gua destilada e
observado em lupa ou microscpio ptico. Verificando-se a presena
de estruturas similares a grnulos de enxofre, alguns destes devem
ser pressionados entre lmina e lamnula e observados em microscpio
para identificar a presena de estruturas semelhantes a clavas. Um
esfregao do pus contendo grnulos, corado pela tcnica de Gram,
revela a presena de cocobacilos Gram-negativos em casos de
actinobacilose (2).
O diagnstico definitivo deve ser baseado na cultura,
isolamento e identificao de A. lignieresii (2).
Deve ser realizado, tambm, o estudo histolgico das leses,
que permite o diagnstico diferencial de outras doenas que
apresentam leses macroscpicas semelhantes, como a tuberculose e o
piogranuloma estafiloccico.
O material a ser remetido ao laboratrio, no caso de animais
vivos, deve ser o pus ou bipsia da leso refrigerados. Em animais
abatidos, devem enviar-se os tecidos ou linfonodos afetados, tambm,
refrigerados.
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176
Doenas bacterianas
CONTROLE E PROFILAXIA
Os animais devem ser tratados com iodeto de sdio ou de
potssio (1g por cada 12kg de peso vivo) em soluo a 10%, por via
endovenosa em uma nica dose. Concomitantemente, podem ser
usadas sulfonamidas, estreptomicina ou penicilina durante 3-4 dias.
importante que os animais doentes sejam isolados, evitando que as
secrees de suas leses contaminem a pastagem e/ou alimentos.
Deve evitar-se a alimentao com forragem grosseira que
possa causar traumatismos na cavidade oral.
REFERNCIAS
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Actinomicose
177
ACTINOMICOSE
Franklin Riet-Correa
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Actinomicose causada por Actinomyces bovis, bactria
filamentosa, Gram-positiva, que ocorre como um comensal da
cavidade bucal e, ocasionalmente, provavelmente em conseqncia de
leses da mucosa oral, penetra nos tecidos, causando osteomielite
localizada preferentemente na mandbula e maxilar (1).
EPIDEMIOLOGIA
A enfermidade afeta bovinos de diversas idades. No Rio
Grande do Sul os casos de actinomicose ocorrem em forma
espordica. No entanto, em algumas ocasies, tem ocorrido na forma
de surto. Em um estabelecimento afetou, em um perodo de 3 meses, 7
(1,1%) de um total de 650 vacas e vaquilhonas de diversas idades. Dos
7 animais afetados morreram ou foram abatidos 5. Dois se
recuperaram aps tratamento com penicilina e iodeto de potssio.
Outras espcies, incluindo ovinos, sunos e eqinos podem, tambm,
ser afetadas.
SINAIS CLNICOS
Os sinais clnicos caracterizam-se pelo aparecimento de uma
tumefao de consistncia muito dura, localizada a altura dos dentes
molares ou pr-molares, na grande maioria dos casos na mandbula e
com menor freqncia no maxilar. Localizaes em outros ossos so
raras. Geralmente, a leso aumenta de tamanho lentamente durante
alguns meses; mas, em alguns casos, se produz uma evoluo rpida,
observando-se marcado aumento de tamanho da leso em menos de 30
dias. Posteriormente ocorre ulcerao da pele e se observam trajetos
fistulosos, com presena de pus amarelado, que apresenta grnulos
pequenos e duros semelhantes aos grnulos de enxofre. Ocorre dor,
afrouxamento e perda de dentes, que causam dificuldades para a
alimentao. H emagrecimento progressivo e emaciao.
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178
Doenas bacterianas
PATOLOGIA
As alteraes macroscpicas so caractersticas de uma
osteomielite proliferativa com presena de focos purulentos.
Histologicamente, observa-se osteomielite piogranulomatosa, com
proliferao de tecido fibroso e presena, no centro dos
piogranulomas, de rosetas caracterizadas por uma rea central onde
encontra-se a bactria e uma rea perifrica formada por estruturas
similares a clavas.
DIAGNSTICO
O diagnstico presuntivo da enfermidade indicado pelos
sinais clnicos caractersticos. A presena de rosetas com clavas pode
ser observada ao microscpio em esfregaos diretos do pus, que deve
ser colocado entre lmina e lamnula aps a sua diluio em gua ou
clarificao com hidrxido de sdio 5%. O isolamento do agente do
pus ou a observao, em materiais de bipsia ou necropsia, de leses
histolgicas caractersticas da enfermidade, permitem confirmar o
diagnstico.
A enfermidade pode ser confundida com actinobacilose,
entretanto, nesta ltima no ocorre envolvimento sseo e os abscessos,
que atingem os linfonodos da cabea, no so to duros e tm mais
mobilidade.
CONTROLE E PROFILAXIA
Os animais afetados devem ser tratados e separados do resto
do rebanho para evitar a transmisso da enfermidade. O tratamento,
que tem eficcia limitada, realiza-se com antibiticos, de preferncia
penicilina (1). A antibioticoterapia pode ser acompanhada da
administrao de iodeto de sdio ou de potssio, da mesma forma
recomendada para a actinobacilose.
REFERNCIAS
1. Radostitis D.M., Blood D.C., Gay C.C. 1994. Veterinary Medicine,
8th ed., London, Baillire Tindall, 1763p..
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Botulismo
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BOTULISMO
Cristina Gevehr Fernandes
ETIOLOGIA E PATOGENIA
O botulismo causado pela ingesto da toxina do Clostridium
botulinum, que um bacilo anaerbio, cujos esporos podem estar no
solo, gua ou trato digestivo de diferentes espcies (2). A forma
vegetativa do C. botulinum se desenvolve em ambientes de
anaerobiose, como em cadveres em decomposio; no fundo de
guas paradas; ou em alimentos deteriorados (6). Nessas condies, as
formas vegetativas produzem potentes neurotoxinas que diferem
antigenicamente entre si. Atualmente, so conhecidos 7 tipos de
neurotoxinas: A, B, C, D, E, F e G (12,13). As toxinas so
relativamente resistentes aos agentes qumicos, mas sensveis ao calor
e dessecao. So rapidamente inativadas pela luz solar.
As toxinas C e D causam o botulismo em bovinos, ovinos,
eqinos e, esporadicamente, em outras espcies. So as de maior
importncia epidemiolgica (1,2,6). As toxinas tipo A, B, E e F
causam a doena em humanos, enquanto que o tipo C afeta aves
domsticas e silvestres (1,6,12). Um grama de toxina mata um animal
adulto. Cerca de um grama de matria orgnica decomposta
contaminada pode ter toxina suficiente para matar um bovino adulto.
Quando os esporos de C. botulinum so ingeridos por um
animal normal, passam pelo tubo digestivo sem causar qualquer
problema. Nos cadveres em decomposio os esporos encontram
condies de anaerobiose e putrefao adequadas para se desenvolver
e produzir toxinas. O ambiente de anaerobiose facilitado pela
presena do couro, havendo intensa produo de toxinas que
impregnam ossos porosos, ligamentos e tendes (6,7).
A doena ocorre quando os animais ingerem toxinas contidas
na gua ou em alimentos. As toxinas so absorvidas e transportadas
aos neurnios sensveis por via hematgena (1). As toxinas atuam nas
junes neuromusculares, provocando paralisia funcional motora sem
interferncia com a funo sensorial (8). Afetam, principalmente, o
sistema nervoso perifrico, onde bloqueiam a liberao de acetilcolina
o que impede a passagem dos impulsos do nervo para o msculo. O
resultado a paralisia flcida (6,12).
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Doenas bacterianas
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Botulismo
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Botulismo
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Botulismo
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Doenas bacterianas
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Brucelose
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Brucelose
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Doenas bacterianas
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Brucelose
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BRUCELOSE OVINA
Carlos Gil Turnes
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A brucelose ovina uma doena transmissvel que afeta
exclusivamente ovinos e caprinos provocando epididimite,
infertilidade e aborto. No zoonose.
O agente etiolgico da brucelose ovina Brucella ovis,
bactria Gram-negativa que deve cultivar-se em ambiente de 10% de
CO2 para o isolamento primrio. Esta espcie e B. canis, que afeta
caninos e humanos, so as nicas integrantes do gnero que so
patognicas em forma rugosa, o que lhes confere a propriedade de
autoaglutinar em salina e em solues de acriflavina, dificultando sua
utilizao em reaes de soroaglutinao.
Para o isolamento primrio podem utilizar-se gar nutritivo
adicionado de dextrose a 1% e soro eqino ou bovino a 10% ou o
meio de Thayer Martin modificado, utilizando como agentes seletivos
vancomicina, colistina e nistatina. B. ovis pode ser inibida pelos
agentes seletivos utilizados para o isolamento de outras espcies de
Brucella (1).
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Brucelose ovina
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Doenas bacterianas
25
20
%
15
10
5
0
1
Idade e m anos
SINAIS CLNICOS
A manifestao clnica caracterstica da doena uma
inflamao na cauda do epiddimo, que pode estender-se ao corpo e
cabea do rgo. Em casos avanados pode detectar-se inflamao do
testculo afetado, assim como aderncias das tnicas que o envolvem e
degenerao testicular. Na maioria dos casos as leses so unilaterais,
mas podem observar-se ambos testculos afetados.
Nas fmeas pode observar-se aborto e leses da placenta fetal,
que consistem em placas amarelo-acinzentadas nos espaos
intercotiledonais.
PATOLOGIA
As leses de epiddimo consistem em abcessos de extenso
varivel e aderncias das tnicas testiculares. Em casos avanados
observa-se fibrose dos tecidos afetados.
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Brucelose ovina
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Brucelose ovina
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Brucelose ovina
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Doenas bacterianas
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CARBNCULO HEMTICO
Cristina Gevehr Fernandes
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A doena conhecida, tambm, como antrax, pstula maligna,
carbnculo bacteriano e febre esplnica. Foi descrita inicialmente em
herbvoros domsticos e selvagens. Posteriormente, verificou-se que
afeta, tambm, humanos que tiveram contato com animais doentes ou
seus produtos.
O Bacillus anthracis o agente etiolgico do carbnculo
hemtico. uma bactria grande, arredondada, imvel, Gram-positiva
e formadora de endosporos, que so encontrados com freqncia em
amostras do ambiente e em tecidos corpreos expostos ao oxignio
atmosfrico (1). Os esporos so altamente resistentes a tratamentos
fsicos e qumicos e permanecem viveis por longos perodos no solo,
em produtos de origem animal e no equipamento utilizado para obtlos (1). Podem permanecer viveis no solo por mais de 15 anos e, em
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Carbnculo hemtico
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Doenas bacterianas
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Carbnculo hemtico
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Doenas bacterianas
Eqinos
Carbnculo hemtico nos eqinos agudo, mas varia suas
manifestaes de acordo com o modo de infeco. Na infeco por
ingesto h septicemia com enterite e clica. Na infeco por picadas
de insetos, ocorrem grandes tumefaes edematosas, doloridas e
firmes no tecido subcutneo da regio inferior do pescoo, trax,
abdmen e prepcio ou glndula mamria. H febre alta, depresso e
pode haver dispnia quando o edema for na garganta. O curso da
doena geralmente de 48-96 horas (6).
PATOLOGIA
A necropsia no deve ser realizada no caso de suspeita da
doena. Quando h septicemia, os achados mais comuns consistem de
ausncia de rigor mortis. H perda de lquido sanguinolento espumoso
ou no pelos orifcios naturais. A carcaa incha muito rapidamente e
assume conformao de cavalete (distenso abdominal e membros
espichados) (4,6). No caso de ocorrer a abertura da carcaa, o achado
mais caracterstico a esplenomegalia, acompanhada pelo
amolecimento (liquefao) do parnquima do bao. Em alguns casos
h ruptura espontnea do bao. Em ovelhas, que morrem muito
rapidamente, a esplenomegalia pode estar ausente. Na histologia do
bao, a polpa vermelha e branca esto pouco evidentes, observando-se
apenas numerosos leuccitos e cadeias de bacilos (4). Outros achados
de necropsia consistem da falta de coagulao do sangue, presena de
hemorragias na maioria dos rgos, fluido sero- sanginolento nas
cavidades e enterite severa. Grande quantidade de bolhas de gs e
material gelatinoso podem ser observados no tecido subcutneo,
especialmente nos eqinos (6).
Alguns bovinos e eqinos podem apresentar leses somente
no local da infeco, como enterite hemorrgica, edemas
hemorrgicos da garganta ou congesto e consolidao de partes do
pulmo. Ovinos no apresentam a caracterstica de leses locais,
exceto quando ocorre infeco cutnea, a qual rara (4).
DIAGNSTICO
Para confirmar o diagnstico sem realizar a abertura da
carcaa deve-se colher fluido sero- sanginolento ou sangue com
seringa estril. A confirmao se d pela observao das formas
caractersticas de B. anthracis em esfregaos de sangue corados pelo
azul de metileno (6). So diferenciados de bactrias da putrefao por
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Carbnculo hemtico
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Doenas bacterianas
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Carbnculo hemtico
4.
5.
6.
7.
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CARBNCULO SINTOMTICO
Franklin Riet-Correa
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Carbnculo sintomtico uma enfermidade causada por
Clostridium chauvoei, bacilo Gram-positivo, anaerbio, que esporula
e pode manter-se no meio ambiente por perodos prolongados. A
doena ocorre quando a bactria, que pode estar em estado latente no
organismo sem causar leses, multiplica-se nos msculos produzindo
toxinas que causam uma miosite hemorrgica grave. Desconhecem-se
os fatores que determinam que a bactria deixe seu estado de latncia
para causar enfermidade, mas possvel que as condies favorveis
de anaerobiose ocorram em conseqncia de traumatismos
musculares. Aparentemente, outros clostrdios, incluindo Clostridium
septicum, Clostridium novyi (oedematiens) e Clostridium sordelli
podem, mais raramente, causar a enfermidade e so encontrados,
freqentemente junto a C. chauvoei nas leses de carbnculo
sintomtico.
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Doenas bacterianas
EPIDEMIOLOGIA
O carbnculo sintomtico ocorre geralmente em bovinos de 6
meses a 2 anos de idade. Ocasionalmente, pode afetar bovinos de at
36 meses e bezerros de 2-6 meses. No Mato Grosso do Sul tem sido
diagnosticado em bovinos de 2,5-3 anos, no vacinados ou vacinados
h muito tempo, transferidos de reas onde a doena no ocorre para
reas contaminadas, e em bezerros de 2 meses (2). A doena ocorre
em todos os Estados do Brasil. a clostridiose mais freqente no Rio
Grande do Sul e est entre as 5 doenas infecciosas mais
diagnosticadas em bovinos nessa regio, onde ocorre com maior
freqncia no outono, em bezerros nascidos na primavera anterior ou
em bovinos de sobreano. Com menor freqncia ocorrem surtos na
primavera. A morbidade de 5%-25% e a letalidade de,
praticamente, 100% (3). Ovinos podem contrair a infeco por C.
chauvoei como conseqncia de contaminao de ferimentos, tais
como feridas causadas durante o parto, castrao e leses do umbigo
(1,4).
SINAIS CLNICOS
uma doena aguda que causa a morte em 12-36 horas,
motivo pelo qual em muitas ocasies, encontram-se os animais
mortos. Observa-se depresso, anorexia, hipertermia e, na maioria das
vezes, severa claudicao. Os msculos dos membros e de outras
regies anatmicas podem estar aumentados de volume e apresentar
crepitao em conseqncia da produo de gs. Os sinais clnicos em
ovinos so similares aos observados no edema maligno. Ovelhas
infectadas durante o parto apresentam aumento de volume e edema da
regio do perneo que, freqentemente, estende-se aos membros
posteriores (4).
PATOLOGIA
Os animais incham rapidamente aps a morte e podem
apresentar perda de lquido hemorrgico pelas narinas e nus. A leso
mais caracterstica uma miosite hemorrgica com presena de gs.
Apesar de que a localizao mais freqente das leses nos msculos
das regies superiores dos membros, devem ser inspecionados
exaustivamente todos os msculos, incluindo lngua, corao e
diafragma onde, ocasionalmente, podem estar localizadas as leses.
As cavidades apresentam, geralmente, lquido hemorrgico com
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Carbnculo sintomtico
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Doenas bacterianas
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Charoles
Aberdeen
70
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30
20
10
0
out
nov
dez
jan
fev
mar
mes
SINAIS CLNICOS
A evoluo das manifestaes clnicas da doena, descrita a
seguir, foi observada em animais experimentalmente agredidos,
mantidos em condies de campo (27). A primeira manifestao
clnica, que aparece na maioria dos animais dentro das 72 horas aps a
infeco, lacrimejamento profuso, com corrimento de lquido pela
goteira lacrimal e fotofobia. Os animais tendem a procurar lugares
protegidos da luz solar e fecham os olhos afetados. freqente ver
moscas alimentando-se do exsudato conjuntival. Durante esta fase
pode haver, tambm, corrimento nasal de lquido lacrimal, do qual
pode recuperar-se a bactria em altas concentraes.
Dentro das 24 horas seguintes pode ver-se a olho nu a leso
corneal constituda, geralmente, por mancha esbranquiada de 1mm
de dimetro, localizada na parte central da crnea. A evoluo desta
leso pode variar de animal para animal. Em alguns se mantm sem
modificaes durante vrios dias, podendo desaparecer ou persistir por
toda a vida do animal; em outros a leso aumenta de tamanho, ulcera
e, eventualmente, chega at a perfurao da crnea, quando se produz
a sada do humor aquoso que aparece como um lquido viscoso.
Nos casos em que a leso inicial evolui freqente que se
produza contaminao por outras bactrias da microbiota, podendo
aparecer contaminao da cmara anterior do olho, que fica turva.
possvel, tambm, observar a invaso da crnea por vasos
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Doenas bacterianas
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Doenas bacterianas
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adequados por perodos de vrios dias. Esta prtica, porm, deve ser
conduzida sob superviso veterinria para evitar seqelas indesejveis
(29). George et al. (8) comunicaram que a administrao de
antibiticos em bases de absoro lenta (LA) permitia manter nveis
teraputicos do antibitico durante vrios dias. A administrao desse
tipo de preparado deve ser por via parenteral, devendo evitar-se sua
injeo intrapalpebral devido s necroses tissulares que acarretam.
CBI uma doena amplamente disseminada entre os rebanhos
bovinos da regio sul do Rio Grande do Sul, altamente difusvel e que
produz importantes perdas econmicas. Seu tratamento custoso e
trabalhoso, e no sempre efetivo. Considerando o custo beneficio da
vacinao, conveniente vacinar adequadamente os animais em risco.
REFERNCIAS
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lipopolissacardeo (LPS) de Moraxella bovis. Rev. Microbiol.,
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Doenas bacterianas
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Doenas bacterianas
DERMATITE INTERDIGITAL
Franklin Riet Correa
ETIOLOGIA
A dermatite interdigital a inflamao do espao interdigital
causada por Fusobacterium necrophorum, que um habitante normal
da flora intestinal dos ovinos. A doena ocorre, somente, em
condies de muita umidade, que o fator determinante dos surtos.
Outro possvel fator predisponente a ocorrncia de geadas, que
atuariam provocando uma leso inicial em conseqncia do frio no
espao interdigital (1).
EPIDEMIOLOGIA
No Rio Grande do Sul no h dados sobre a freqncia da
doena, mas em outros pases, com condies climticas similares,
mais freqente na primavera e outono. Em condies favorveis de
umidade pode afetar 30% do rebanho. O comportamento dos rebanhos
de carneiros, por andarem em grupos, pisando repetidamente no
mesmo local, que contamina-se com urina e fezes, considerado,
tambm, um fator predisponente.
SINAIS CLNICOS
A doena caracteriza-se clinicamente por eritema e edema da
pele interdigital, que pode apresentar-se coberta por uma camada fina
de material necrtico. Nos casos mais severos observa-se eroso da
pele. Essas leses localizam-se, preferentemente, na metade posterior
do espao interdigital. Ocasionalmente, ocorre discreta separao do
tecido crneo do casco. Alguns animais apresentam claudicao leve.
Casos mais graves podem apresentar ulceraes cobertas por tecido
necrtico ou exsudato purulento no espao interdigital e claudicao
mais severa. O curso da doena no rebanho pode ser de at 2-3 meses
se perdurarem as condies de umidade nas pastagens mas, na maioria
dos surtos, a doena deixa de ocorrer aps o final dos perodos muito
midos.
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Dermatite interdigital
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DIAGNSTICO
O diagnstico realiza-se mediante a constatao dos dados
clnicos e epidemiolgicos e a identificao de F. necrophorum em
esfregaos ou por isolamento. A dermatite interdigital muito similar
ao footrot benigno. Na dermatite interdigital a ocorrncia e
persistncia dependem quase que exclusivamente das condies
ambientais, enquanto que o footrot benigno uma doena mais
crnica e menos afetada pelo meio ambiente. Apesar dessas diferenas
epidemiolgicas a nica forma de realizar o diagnstico diferencial
atravs da comprovao da ausncia de Dichelobacter nodosus nos
casos de dermatite interdigital. Deve considerar-se, tambm, que
freqentemente ocorre contaminao das leses de dermatite
interdigital por Arcanobacterium (Actinomyces) pyogenes causando
abscesso de p.
CONTROLE E PROFILAXIA
Na maioria dos surtos no necessrio o tratamento j que a
doena regride espontaneamente com o desaparecimento das
condies ambientais favorveis. No entanto, como as leses de
dermatite interdigital atuam com porta de entrada para a ocorrncia do
footrot e abscesso de p pode ser necessrio o tratamento como
profilaxia para estas enfermidades. Para isso recomendam-se banhos
podais com sulfato de cobre a 5%, sulfato de zinco a 10% ou formol a
5%-10%.
REFERNCIAS
1. Riet-Correa F. 1987. Enfermedades del aparato locomotor. In:
Bonino Morlan J., Del Campo A. D., Mary J.J. (ed) Enfermedades
de los lanares, Editorial Hemisferio Sur, Montevideo, Tomo II, p.
219-238.
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Doenas bacterianas
DERMATOFILOSE
Daniela Brayer Pereira
Mrio C. A. Meireles
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A dermatofilose, conhecida tambm como "esteptotricose
cutnea dos bovinos" ou "l de pau dos ovinos", uma enfermidade
infecto-contagiosa dos ruminantes e dos equdeos que atinge a
epiderme (11). A doena de evoluo aguda ou crnica e se
apresenta em forma de dermatite hiperplstica ou de dermatite
exsudativa, caracterizando-se por erupes cutneas crostosas e
escamosas (leses circunscritas), podendo afetar bovinos, ovinos,
eqinos, ces e o homem. O agente etiolgico, Dermatophilus
congolensis, uma bactria pertencente a classe dos actinomicetos.
Morfologicamente o microrganismo apresenta-se em forma de
estruturas cocides agrupadas em tetracocos, filamentoso, Grampositivo, aerbio ou anaerbio facultativo. Na pele dos animais
infectados essas estruturas tornam-se zoosporos mveis que sob
condies favorveis de temperatura e umidade podem proliferar e
produzir doena ou ento permanecer em latncia quando as
condies so adversas (4).
A dermatofilose pode ser considerada uma doena
transmissvel e sua ocorrncia estar limitada a presena de animais
portadores, entretanto, por se tratar de um agente oportunista a
bactria est presente na pele ntegra (flora residente) penetrando e
colonizando o folculo piloso mediante condies ambientais
favorveis (1,3,7). Fatores estressantes como desmama, carncia
alimentar ou traumatismos por manejo inadequado, associados a
perodos chuvosos e quentes, levam ao desequilbrio das barreiras
superficiais de defesa imunolgica e inespecficas (pH, cidos graxos
e flora normal) quebrando a integridade da pele e permitindo que os
zoosporos de D. congolensis invadam o tegumento produzindo
dermatite bacteriana. A resposta inflamatria aguda mediada por
neutrfilos leva formao de microabscessos no interior da
epiderme impedindo a progresso da bactria e permitindo a
regenerao da mesma. A esse processo cclico de invaso bacteriana,
inflamao e regenerao da epiderme atribudo a formao de
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Dermatofilose
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Dermatofilose
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Dermatofilose
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Doenas bacterianas
EDEMA MALIGNO
Franklin Riet-Correa
ETIOLOGIA
O edema maligno ocorre por contaminao de ferimentos por
bactrias do gnero Clostridium incluindo, principalmente,
Clostridium septicum, Clostridium perfringens, Clostridium novyi,
Clostridium chauvoei e Clostridium sordelli.
EPIDEMIOLOGIA
Casos de edema maligno so observados esporadicamente.
Surtos ocorrem somente quando h traumatismo coletivo. Afeta
animais de diversas espcies e de qualquer idade. Pode ocorrer aps
balneaes, tosquia, corte da cola, castraes ou injees com agulhas
contaminadas. Em ovelhas pode ocorrer em conseqncia da
contaminao de feridas na vulva durante o parto. Quando a doena
causada pela utilizao de agulhas contaminadas a mortalidade
muito alta nas primeiras 48 horas. No Brasil, surtos de edema maligno
ocorrem, eventualmente, como conseqncia de traumatismos
diversos. No Rio Grande do Sul, surtos causados por seringas
contaminadas por C. septicum causaram mortalidade de 100% em
bezerros e 10% em vacas (2). No Mato Grosso do Sul, foram
observados surtos de edema maligno com leses de mionecrose na
lngua, ocasionadas, aparentemente, por contaminao de feridas
causadas por pastagens grosseiras (1).
SINAIS CLNICOS
uma doena aguda que causa a morte 24-48 horas aps a
observao dos primeiros sinais. Observa-se anorexia, depresso,
hipertermia e, dependendo da localizao da leso, severa claudicao.
A rea afetada est aumentada de volume e pode apresentar crepitao
e/ou edema. Em surtos observados no Mato Grosso do Sul a lngua
apresentava-se aumentada de volume, fora da cavidade oral, de cor
escura e com presena de edema sanguinolento e gs (1).
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Edema maligno
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PATOLOGIA
Observa-se edema hemorrgico no tecido subcutneo e entre
os msculos. Raramente, ocorrem leses nos msculos. Pode
observar-se lquido sero-hemorrgico nas cavidades.
DIAGNSTICO
A histria clnica permite associar a ocorrncia de edema
maligno com ferimentos recentes e na necropsia encontram-se as
leses caractersticas. A identificao do agente pode ser realizada por
imunofluorescncia ou isolamento e caracterizao do mesmo. Em
bovinos de 6 meses a 2 anos de idade deve realizar-se o diagnstico
diferencial com carbnculo sintomtico. Neste ltimo no h
antecedentes de ferimentos e sempre so encontradas leses
musculares.
CONTROLE E PROFILAXIA
Os animais afetados podem ser tratados com altas doses de
penicilina ou antibiticos de amplo espectro. Para a profilaxia
necessrio evitar a contaminao, principalmente com terra, dos
instrumentos e seringas utilizados no rebanho. Os animais devem ser
vacinados anualmente, com vacinas que contenham C. septicum, C.
novyi, C. perfringens, C. Chauvoei e, se possvel, C. sordelli.
REFERNCIAS
1. Lemos R.A.A. 1998. Mionecrose causada por Clostrdios. In:
Lemos R.A.A. (ed). Principais enfermidades de bovinos de corte
do Mato Grosso do Sul. Universidade Federal do Mato Grosso do
Sul, Campo Grande, p. 388-396
2. Riet-Correa F., Schild A.L., Mendez M.C., Oliveira J.A., Turnes
G., Gonalves A. 1983. Atividades do Laboratrio Regional de
Diagnstico e Doenas da rea de Influncia no perodo 19781982. Editora Universitria, Pelotas, R. S., 98 p..
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Doenas bacterianas
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Enterotoxemia
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Enterotoxemia
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Footrot
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46
Percentagem
50
44
40
30
10
18
Uruguai
13
4
Brasil
22
20
20
11
7
11
0
A
Sorogrupos
EPIDEMIOLOGIA
O FR prevalente em todos os pases onde ovinos so criados
economicamente, causando srios problemas. Existem, entretanto,
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Footrot
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Footrot
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Footrot
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Footrot
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19. Marshall D.J., Walker R.I., Cullis B. R., Luff M.F. 1991. The
effect of footrot on body weight and wool growth of sheep. Aust.
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20. Raadsma H.W. 1997. Breeding for resistance to multiple diseases
in sheep: is it possible? Proceedings 4th. Int. Congr. For sheep
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England, Armidale, NSW-Australia, p. 7279-284.
21. Raadsma H.W., Attard G.A., Nicholas F.W., Egerton J.R. 1995.
Disease resistance in Merino sheep. IV. Genetic variation in
immunological responsiveness to fimbrial Dichelobacter nodosus
antigens, and its relationship with resistance to footrot. J. Anim.
Breed. Genet. 112: 349-372.
22. Raadsma H.W., Attard G., Nicholas F.W., Egerton, J.R. 1996.
Disease resistance in Merino sheep. V. Genetic heterogeneity in
response to vacination with Dichelobacter nodosus and clostridial
antigens. J. Anim. Breed. Genet. 113: 181-199.
23. Raadsma H.W., Egerton J.R., Wood D., Kristo C., Nicholas F.W.
1994. Disease resitance in Merino. III. Genetic variation in
resistance to footrot following challenge and subsequent
vaccination with homologous rDNA pilus vacine under both
induced and natural conditions. J. Anim. Breed. Genet. 111: 367390.
24. Ribeiro L.A.O. 1981. The epidemiology of ovine foot-rot. MVSc
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25. Ribeiro L.A.O. 1992. Avances en la prevencin y control de footrot en Rio Grande del Sur. Enfermedades Podales de los
Rumiantes 1.ed., Montevideo, Editorial Hemisferio Sur, p. 119126.
26. Roberts D.S., Egerton J.R. 1969. The aetilogy and pathogenesis of
ovine foot-rot. II. The pathogenic association of Fusiformis
nodosus and Fusiformis necrophorus. J. Comp. Path. 79: 217-227.
27. Simons L.S.A. 1978. Experimental footrot, wool growth and body
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Department of Agriculture, Wellington, p. 25-31.
29. Stewart D.J. 1978. The role of various antigenic fractions of
Bacteroides nodosus in eliciting protection against foot-rot in
vaccinated sheep. Res. Vet. Sci. 24: 14-19.
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Doenas bacterianas
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HEMOGLOBINRIA BACILAR
Ana Lucia Schild
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Hemoglobinria bacilar (HB) uma enfermidade infecciosa
de bovinos podendo, ocasionalmente, afetar ovinos e, raramente,
sunos. causada pelo Clostridium haemolyticum (C. novyi tipo D),
bactria Gram-positiva que ocorre, fundamentalmente, em zonas
midas e alagadias, nas pastagens ou na gua. O aparecimento da
enfermidade depende da presena de um foco de injria heptica, em
que se estabelecem condies de anaerobiose ideais para a
multiplicao de C. haemolyticum. O agente produz a toxina , uma
lecitinase necrosante e hemoltica responsvel pelos sinais clnicos
observados (1). Posteriormente desenvolve-se bacteremia e anxia,
resultante de severa hemlise, que leva a dano endotelial e
extravasamento de sangue para os tecidos, e plasma para as cavidades
corporais.
A alta incidncia de HB em regies alagadias est
relacionada a ocorrncia de fasciolose nessas reas, pela leso
heptica que este parasita produz. Em reas onde no existe Fasciola
hepatica a enfermidade pode ocorrer em conseqncia da injria
heptica causada por outros parasitos ou por leses de telangiectasia.
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Hemoglobinria bacilar
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EPIDEMIOLOGIA
A enfermidade apresenta-se com carter espordico ou
epidmico e, como na maioria das clostridioses, os animais em boas
condies nutricionais so os mais suscetveis.
No Rio Grande do Sul a doena ocorre nos municpios que
apresentam reas de campos baixos, de drenagem pobre e sujeitos a
inundaes como os do litoral do Estado. So afetados bovinos
maiores de 2 anos, com morbidade de 0,25%-18% e letalidade,
geralmente, de 100% (2). Em Santa Catarina surtos da enfermidade
tm sido observados, principalmente, aps perodos de cheias, em que
ocorre um aumento na infestao por Fasciola hepatica. A morbidade
e a mortalidade podem chegar at 8% (Aldo Gava, 1997.
Comunicao pessoal).
Embora HB seja uma enfermidade, preferentemente, dos
meses de vero e outono, tem sido observada, tambm, no inverno e
primavera (2). O agente difunde-se atravs de inundaes, drenagens
naturais e pela distribuio de fenos provenientes de reas
contaminadas, ou por animais portadores. O transporte de ossos ou
carcaas por ces e outros carnvoros pode, tambm, difundir a
infeco. A contaminao das pastagens pode ocorrer, tambm,
atravs das fezes de animais portadores e pela decomposio de
cadveres.
SINAIS CLNICOS
HB uma enfermidade aguda e as mortes ocorrem em 12-24
horas, sendo que, de modo geral, os animais so encontrados mortos
sem observao prvia de sinais clnicos. Ocasionalmente, observamse anorexia, depresso, dificuldade de locomoo, tremores
musculares, urina de cor escura e fezes com sangue.
PATOLOGIA
O rigor mortis se desenvolve rapidamente. Na necropsia so
observados edema gelatinoso, petquias e hemorragias difusas no
tecido subcutneo. Ocorre ictercia em graus variados e nas cavidades
h presena de lquido serossanguinolento. Hemorragias generalizadas
em todas as serosas e no endocrdio esto, constantemente, presentes.
O fgado est aumentado de tamanho, amarelado e com presena de
um ou mais focos necrticos de at 10cm de dimetro que apresentam
odor ftido e colorao acinzentada e so rodeados por uma zona
hipermica. A vescula biliar apresenta-se aumentada de tamanho e
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Doenas bacterianas
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Hemoglobinria bacilar
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CONTROLE E PROFILAXIA
Para imunizao de bovinos so utilizadas vacinas produzidas
a partir de cultivos de Clostridium haemolyticum, formolizados e
precipitados em hidrxido de alumnio, que permitem uma boa
proteo por um perodo de 1 ano. A vacinao deve ser feita 4-5
meses antes da previso da ocorrncia dos surtos e nas reas
endmicas deve ser feita uma revacinao anual em todos os animais
acima de 6 meses de idade. Nos animais que esto sendo vacinados
pela primeira vez devem ser administradas 2 doses com intervalo de
15-20 dias.
Embora seja uma enfermidade altamente fatal, o uso macio
de penicilina ou tetraciclina nos estgios iniciais pode dar bons
resultados com o desaparecimento da hemoglobinria em 12 horas.
REFERNCIAS
1. Hatheway C.H.L. 1990. Toxigenic clostridia. Clin. Microbiol.
Rev. 1: 66-98.
2. Schild A.L., Pereira D.I., Ladeira S., Ruas J.L., Ferreira J.L.,
Pereira O.A. 1993. Diagnsticos realizados no ano de 1992 pelo
Laboratrio Regional de Diagnstico e comentrios sobre algumas
doenas. Boletim do Laboratrio Regional de Diagnstico,
Pelotas, n.13, p. 9-24.
3. Sterne M., Batty I. 1975. Pathogenic clostridia. Butterworths,
London, 144p.
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Rhodococcus equi
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Doenas bacterianas
ineficientes in vivo. A combinao da eritromicina e rifampicina temse mostrado til no tratamento da pneumonia por R. equi em potros.
Essa combinao produz uma atividade aditiva ou sinrgica, com
excelente penetrao nos macrfagos alveolares, podendo ser
administrada oralmente por perodos prolongados. Este uso
combinado reduz, tambm, a possibilidade de desenvolvimento de
resistncia contra ambas as drogas. A dosagem de eritromicina de
25mg/kg 3-4 vezes ao dia; a de rifampicina de 5mg/kg, duas vezes
ao dia, ou 10mg/kg uma vez ao dia (ambas via oral). Embora
incomum, uma pequena proporo de potros que recebem eritromicina
e rifampicina pela via oral podem desenvolver severa diarria nos
primeiros dias do tratamento. Nesses casos deve-se interromper o
tratamento e o potro ser tratado intensivamente para restituir o balano
hdrico e cido-bsico. Outros efeitos colaterais da combinao
eritromicina-rifampicina so anorexia, clica leve e bruxismo. Estes
sinais, usualmente, resolvem-se aps uma pausa (uma a duas doses)
no tratamento. O tratamento com eritromicina-rifampicina deve ser
continuado at que os animais apresentem normalidade clnica,
radiolgica e dos nveis plasmticos de fibrinognio. Este tratamento
pode durar 4-9 semanas e relativamente caro. Embora a maioria dos
isolados sejam sensveis eritromicina e rifampicina, relatos de
resitncia a estas drogas durante tratamento prolongados tm sido
feitos. Isto se contitui num grande problema, principalmente pelo
reduzido nmero de drogas realmente eficazes para o tratamento da
pneumonia por R. equi. A terapia de apoio pode incluir a fluidoterapia
polinica intravenosa em potros desidratados. A nebulizao com
salina pode melhorar o "clearence" mucociliar e eficincia da tosse,
contudo pode aumentar o estado de estresse do animal, no sendo
desta forma benfica para o animal. Potros com dificuldade
respiratria requerem oxignioterapia. O uso drogas antiinflamatrias
tambm pode ser preconizado. Sua utilidade na melhora do quadro de
hipertemia e depresso do animal reconhecida, porm seu uso
excessivo pode acarretar ulceraes intestinais e nefrotoxicidade (5).
Em criaes onde esta enfermidade endmica,
recomendado o exame clnico dos potros duas vezes por semana
(incluindo auscultao pulmonar aps exerccio), descanso dos
potreiros para promover a recomposio das pastagens, e alteraes no
modelo da criao para reduzir a concentrao de potros e dos lotes de
guas e potros (compor grupos de menos de 10 pares de potros e
guas).
A administrao de 1 litro de plasma hiperimune,
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Rhodococcus equi
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Doenas bacterianas
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Streptococcus equi
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CONTROLE E PROFILAXIA
Em surtos da enfermidade os animais afetados devem ser
imediatamente isolados para evitar-se a disseminao do agente. O
isolamento deve ser no mnimo de 4-5 semanas e cuidados devem ser
tomados, tambm, com os utenslios utilizados nos animais doentes,
como cordas, baldes, seringas de tratamento e outros. Os estbulos
devem ser limpos e desinfectados e as camas queimadas.
recomendado o uso de antibiticos durante o curso clnico da
enfermidade. Nos casos em que h febre alta e complicaes com
pneumonia, a antibioticoterapia deve ser mantida por, no mnimo, 7
dias aps os abscessos terem sido drenados e a temperatura ter
voltado ao normal. O uso de antibiticos logo no incio dos sinais
clnicos pode ser eficiente para impedir a formao de abscessos. Se
os abscessos esto no estgio em que possvel detect-los o
tratamento com calor para deix-los moles e flutuantes e facilitar a
drenagem , tambm, recomendado. Aps a drenagem o tratamento
local com soluo de iodo importante para evitar infeces
secundrias. Aps a recuperao os animais apresentam boa
imunidade, que pode manter-se por mais de 1 ano, embora alguns
animais possam perder a imunidade em 6 meses e reinfectarem-se. Os
potros adquirem imunidade passiva pelo colostro, sendo importante a
administrao de quantidades adequadas do mesmo para animais
recm nascidos (3).
Os demais cavalos devem ser observados diariamente e
antibiticos a base de penicilina devem ser administrados se houver
aumento de temperatura dos animais. Antibiticos devem ser usados
profilaticamente, principalmente quando um grande nmero de potros
de alto valor esto sob risco de adquirir a infeco. A maioria das
cepas de Streptococcus equi so sensveis penicilinas, sulfonamidas,
e cloranfenicol, porm so resistentes a estreptomicinas, tetraciclinas
e gentamicina (3). Uma medida profiltica eficiente o
acompanhamento dos animais antes de serem introduzidos em uma
propriedade. A temperatura deve ser tomada 2 vezes por dia e
havendo suspeita de infeco a cultura de swabs nasais permite
identificar animais portadores em 60% dos casos e combinada com
teste de PCR em 90% dos casos. Trs culturas negativas em um
perodo de 2-3 semanas indica que o animal no est infectado (1).
Vacinas inativadas de subunidades da protena M ou
bacterina do corpo celular inteiro de Streptococcus equi esto
disponveis para a preveno do garrotilho em injees
intramusculares. Nenhuma delas completamente eficaz mas,
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Streptococcus equi
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Doenas bacterianas
LECHIGUANA
Slvia R. L. Ladeira
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Lechiguana uma enfermidade definida como paniculite
focal, fibrogranulomatosa, proliferativa, caracterizada por uma
tumorao de crescimento rpido, localizada, geralmente, na regio da
escpula e suas proximidades (9). causada por uma bactria
classificada como Pasteurella granulomatis. O rol desta bactria na
lechiguana determinado pelo isolamento constante da mesma das
leses, eficincia da antibioticoterapia no tratamento da doena e
reproduo experimental da enfermidade em algumas oportunidades
(5,7,9). Recentemente, atravs da hibridizao de DNA e seqncia de
rRNA 16S, P. granulomatis foi reclassificada como Mannheimia
granulomatis (2).
Nas culturas de bipsias profundas dos casos de lechiguana
observa-se crescimento de culturas puras de P. granulomatis. Esta
bactria, que apresenta-se como um pequeno cocobacilo ou bacilo,
Gram-negativa e pode ser cultivada em gar base com 5% de sangue
bovino ou TSA (gar tripticase soja) por 24 horas a 37C. Embora
todas as cepas cresam em TSA, h um crescimento melhor em gar
sangue. Aps incubao de 24 horas a 37C, as colnias, de 1-2mm de
dimetro, apresentam aspecto arredondado e colorao cinza. Sua
aparncia se assemelha s colnias de Pasteurella haemolytica e cepas
no mucides de Pasteurella multocida. Aps o isolamento inicial,
todas as cepas crescem igualmente em aerobiose ou com reduo de
oxignio (10% CO2). De 3 cepas estudadas, somente uma delas
apresentou cpsula, quando estes microorganismos foram corados pela
tcnica de Maneval (8).
Reaes positivas so obtidas pela oxidase, catalase (fraca),
reduo de nitrato, glicuronidase (PGUA) e galactosidase
(ONPG). cido mas no gs obtido de glicose, galactose, sacarose,
lactose (7 dias), maltose (7 dias), celobiose (7 dias), sorbitol, manitol
(7 dias), salicina e esculina. No se produz cido nem gs de
arabinose, xilose, ramnose, manose, trealose, melobiose, adonitol,
dulcitol e inositol. Reaes negativas so obtidas do indol, reduo do
nitrito, uria, H2S (TSI), gelatinase, xilosidase (PNPX), fenilalanina
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Lechiguana
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LEPTOSPIROSE
Franklin Riet-Correa
Ricardo Antnio A. Lemos
ETIOLOGIA E PATOGENIA
As leptospiras patognicas pertencem a espcie Leptospira
interrogans que apresenta mais de 212 sorovares, agrupados em 23
sorogrupos. As infeces por leptospiras, na maioria dos casos, so
assintomticas mas, ocasionalmente, causam diversos quadros
clnicos. Em bovinos duas leptospiras tem maior importncia como
patgenos: L. interrogans sorovar pomona causa aborto e anemia
hemoltica aguda; L. interrogans sorovar hardjo causa aborto, mastite,
e tem sido associada, tambm, a infertilidade. O sorovar hardjo
dividido em dois tipos distintos, hardjo-bovis e hardjoprajtino, que
diferem tanto na distribuio geogrfica como na virulncia.
O agente penetra na pele intacta e passa ao sangue. Algumas
leptospiras tm uma hemolisina que causa hemlise intravascular,
anemia, ictercia e hemoglobinria. Em casos de septicemia ocorrem
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Leptospirose
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LINFADENITE CASEOSA
Franklin Riet-Correa
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A linfadenite caseosa causada pelo Corynebacterium
pseudotuberculosis, bacilo Gram-positivo, pleomrfico, aerbio, que
cresce em gar sangue em 24-48 horas e causa hemlise. Tem uma
toxina termo lbil, dermonecrtica, que uma fosfolipidase a qual
atua como esfingomielinase e causa aumento da permeabilidade
vascular; e um lipdio de superfcie, leucotxico, que o protege da
fagocitose. um parasito intracelular facultativo. Pode permanecer no
meio ambiente por perodos de 4-8 meses. Ao contaminar feridas do
hospedeiro ou invadir atravs da pele intacta, ou mesmo pela via
digestiva, localiza-se nos linfonodos regionais causando abscessos.
EPIDEMIOLOGIA
A doena ocorre principalmente em ovinos e caprinos mas
tem sido descrita em outras espcies, incluindo bovinos e eqinos. Em
ovinos no Rio Grande do Sul , principalmente, uma doena
subclnica, encontrada freqentemente em frigorficos, razo pela qual
causa perdas econmicas por condenao de carcaas ou parte dessas
e pode significar uma limitante para a exportao de carne ovina. No
Rio Grande do Sul, na regio da Campanha, em ovinos abatidos em
frigorficos a prevalncia da enfermidade foi de 8,09% em ovelhas e
1,53% em capes (10). Nesse mesmo Estado entre os anos de 1992 e
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Linfoadenite caseosa
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Doenas bacterianas
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Linfoadenite caseosa
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Doenas bacterianas
5.
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LISTERIOSE
Ana Lucia Schild
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Listeriose uma enfermidade infecciosa que ocorre em
diversas espcies animais, porm ruminantes parecem ser mais
suscetveis. causada por Listeria monocytogenes, bactria Grampositiva, largamente distribuda na natureza. O microorganismo pode
ser encontrado no solo, plantas, silagem e outros alimentos, superfcie
da gua, paredes e pisos de instalaes, e fezes. Em ruminantes sadios
a bactria pode ser isolada da secreo nasal e das fezes.
So reconhecidas trs formas da enfermidade: a forma
septicmica que se manifesta pela presena de abscessos no fgado,
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Listeriose
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Doenas bacterianas
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Listeriose
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Doenas bacterianas
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MANQUEIRA PS-BANHO
Franklin Riet-Correa
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Manqueira ps-banho uma doena dos ovinos causada pela
infeco por Erysipelotryx rhusiopathiae. Esta bactria multiplica-se
em banhos inseticidas de imerso, que no contm anti-spticos
adequados. E. rhusiopathiae penetra na pele e tecido subcutneo da
regio do rodete coronrio e boleto, atravs de abrases produzidas
por traumatismos que ocorrem durante o banho (1).
EPIDEMIOLOGIA
A presena de matria orgnica no banho favorece a
multiplicao do agente. Por essa razo ovinos banhados durante as
primeiras 24 horas aps a preparao do banho raramente so
afetados. A doena ocorre 2-4 dias aps o banho. Geralmente a
morbidade menor de 25%, mas pode ser de 25%-90%. Em geral no
ocorrem mortes, mas em cordeiros recm desmamados a mortalidade
pode chegar a 5% (1).
SINAIS CLNICOS
Os sinais clnicos aparecem bruscamente 2-4 dias aps o
banho e caracterizam-se por manqueira, que pode afetar um ou mais
membros, febre, anorexia e perda de peso. Observa-se alopecia e,
ocasionalmente, avermelhamento e/ou edema da regio do rodete
coronrio ou boleto. No h envolvimento das estruturas duras do
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Manqueira ps-banho
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294
Doenas bacterianas
MASTITE BOVINA
Slvia R. L. Ladeira
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Mastite a inflamao da glndula mamria e caracteriza-se
por alteraes fsicas, qumicas e organolpticas do leite e alteraes
no tecido glandular. A mastite pode ser clnica (superaguda, aguda,
subaguda ou crnica) ou subclnica.
A mastite bovina pode ser causada por agentes qumicos ou
fsicos, mas na maioria dos casos causada por bactrias. Os agentes
infecciosos podem ser divididos em cinco grupos: a) cocos Grampositivos (Staphylococcus e Streptococcus); b) bastonetes Gramnegativos; c) corinebactrias e Corynebacterium bovis; d)
Mycoplasma; e e) outros como Nocardia spp., Prototheca spp. e
leveduras (20).
Staphylococcus
Existem 27 espcies de Staphylococcus recentemente
descritas. As mais importantes como causadoras de mastites so: S.
aureus, S. intermedius, S. hyicus e S. epidermidis. As mastites
estafiloccicas podem ser agudas, mas a maioria se apresenta na forma
crnica ou subclnica. A alfa toxina do S. aureus pode causar mastite
gangrenosa em vacas no ps-parto.
Staphylococcus so classificados como cocos Gram-positivos,
catalase positiva e oxidase negativa, podendo apresentar-se em pares,
pequenas cadeias ou em cachos. So aerbios ou facultativamente
anaerbios, no apresentam motilidade, no formam esporos e so
fermentadores. O teste da produo de coagulase usado para
classificar os estafilococos em dois grupos: coagulase positiva e
coagulase negativa. No grupo coagulase positiva esto includos:
Staphylococcus aureus, que produz hemlise incompleta (beta),
hemlise completa (alfa), hemlise completa e incompleta (alfa e
beta) ou zona estreita da hemlise completa (delta); as colnias
apresentam pigmento branco ou amarelo; Staphylococcus intermedius
que produz hemlise alfa, beta e delta, e apresenta colnias brancoacinzentadas e no pigmentadas; e algumas cepas de Staphylococcus
hyicus com colnias brancas e cremosas, no pigmentadas e sem
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Mastite bovina
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Doenas bacterianas
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Mastite bovina
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Doenas bacterianas
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Mastite bovina
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EPIDEMIOLOGIA
A mastite responsvel por grandes perdas econmicas,
podendo reduzir em at 50% a produo de leite. No s a mastite
clnica mas tambm a subclnica, alteram a produo de leite e sua
composio qumica e diminuem a vida produtiva da vaca. estimado
que para cada caso de mastite clnica na propriedade existam 14 casos
de mastite subclnica. Considera-se que um quarto afetado pode
diminuir at 30% de sua produo, podendo haver 15% de perda de
leite por vaca. No mundo, os ndices de mastite subclnica so bastante
similares: ao redor de 40% de vacas infectadas e 25% dos quartos
afetados. Em algumas regies do Brasil tm sido encontradas
prevalncias mdias de 17,45% de mastite clnica e 72,56% de mastite
subclnica (8). Em um trabalho realizado no Rio de Janeiro foi
determinado que nas mastites por estreptococos as perdas eram de
42,9% da produo de leite e nas por estafilococos de 27,4%. As
perdas mais marcadas foram nas infeces por S. agalactiae, 57,7%
(15).
No Rio Grande do Sul, trabalhos realizados na bacia leiteira
de Porto Alegre, na dcada de 70, mostraram maior prevalncia de
mastites subclnicas causadas por S. aureus (50% dos casos) e S.
agalactiae (33%). Outros agentes foram menos freqentes: S.
dysgalactiae (4%), Streptococcus pyogenes (5%), Pseudomonas
aeruginosa (4%), E. coli (3%), A. pyogenes (1%) (12). Trabalhos da
dcada de 90 mostram uma modificao na freqncia dos agentes
etiolgicos das mastites subclnicas nesse Estado (1,13,19). As
bactrias mais freqentemente isoladas foram Staphylococcus spp.
(10,45%-17,4% dos casos). S. aureus (7,46%-12,0%) e Streptococcus
agalactiae (0,88%-7,2%) diminuram sua importncia como agentes
da enfermidade. S. uberis teve freqncia de 1,75%-3,58% e
Corynebacterium sp. foi isolado em 0,7%-6,8% dos casos. Outras
bactrias de menor importncia foram: bastonetes Gram-negativos
(2,98%), leveduras (1,19%), Nocardia sp. (0,89%), A. pyogenes
(0,60%), Pseudomonas fluorescens (0,6%), Pseudomonas sp. (0,3%) e
S. dysgalactiae (0,3%) (13).
Essa tendncia de diminuio da freqncia de infeces por
S. aureus e S. agalactiae e o aumento da freqncia de infeces por
Staphylococcus coagulase negativos e Corynebacterium bovis tem
sido constatada, tambm, em outros Estados do Brasil (5,6). Em um
estudo feito nos estados de So Paulo e Minas gerais foi isolada
Prototheca sp. em 14,95% de vacas em lactao com mastite
subclnica, 5,1% com mastite clnica e 8,06% em vacas secas (9). No
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Doenas bacterianas
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Mastite bovina
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Mastite bovina
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MASTITE CAPRINA
Silvia R. L. Ladeira
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Mastite o processo inflamatrio da glndula mamria,
podendo ser de origem infecciosa ou no. Caracteriza-se por
alteraes do tecido glandular e do leite. Apresenta-se sob as formas
clnica (aguda, subaguda ou crnica) e subclnica. As causas
predisponentes da enfermidade so a alta atividade do bere, a
reteno de leite, ferimentos externos e a falta de higiene.
A mastite clnica a menos freqente e ocorre, geralmente,
aps a pario, estando acompanhada de febre e depresso. A glndula
mamria apresenta temperatura elevada, aumento de volume, dor e o
leite apresenta-se alterado, seroso, com sangue e/ou pus, podendo
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Doenas bacterianas
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Mastite caprina
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Doenas bacterianas
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MASTITE OVINA
Slvia R. L. Ladeira
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Mastite a inflamao da glndula mamria e caracteriza-se
por alteraes fsicas, qumicas e bacteriolgicas no leite e alteraes
no tecido glandular. A mastite em ovinos de grande importncia em
rebanhos destinados a produo de leite, tendo importncia, tambm,
como causa de mortalidade de cordeiros.
Os principais agentes causadores de mastite ovina so:
Pasteurella haemolytica, Staphylococcus aureus, Escherichia coli,
Corynebacterium spp. e Clostridium spp.. P. haemolytica e S. aureus,
separadamente ou em associao, so responsveis por 80% dos casos
de mastite aguda. Staphylococcus spp. coagulase negativos so
responsveis pela maioria dos casos de mastite subclnica, sendo que
outras bactrias como E. coli e Corynebacterium spp. so, tambm,
descritos nessa forma de mastite (6). Mastite gangrenosa pode ser
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Mastite ovina
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Doenas bacterianas
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Mastite ovina
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Doenas bacterianas
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MENINGITE BACTERIANA
Ricardo Antnio Amaral de Lemos
Karine Bonucielli Brum
Meningite bacteriana causada, geralmente, por germes Gram
negativos, especialmente E. coli e Salmonella spp.. freqente em
bovinos no perodo neonatal, em bezerros com imunodepresso
(ingesto insuficiente de colostro, subnutrio, infeco pelo vrus da
diarria viral bovina ou outras doenas que causam imunodepresso),
ou com focos primrios de infeco (umbigo) que possibilitem a
ocorrncia de bacteremias (1). A doena pode ocorrer de forma
isolada ou em surtos. Estes tm sido observados no Mato Grosso do
Sul em condies de estiagem prolongada na poca de pario,
possivelmente associados a produo insuficiente de colostro pelas
vacas. Outra situao, a utilizao, em programas de cruzamentos,
de vacas de raas com tetos volumosos que dificultam a mamada do
colostro pelo bezerro. Surtos em bezerros de novilhas de primeira cria
e com pouca habilidade materna tm sido, tambm, observados no
Estado. Em geral, a infeco atinge a piamter, provocando
leptomeningite. Em bovinos adultos, podem ocorrer meningites
bacterianas
associadas
listeriose,
meningoencefalite
tromboemblica, sinusites, otites e tuberculose.
Os sinais clnicos variam conforme a gravidade e a evoluo
da doena. Inicialmente, podem ocorrer febre, depresso, hiperestesia,
hiperirritabilidade, opisttono e, s vezes, convulses. Os bezerros,
freqentemente mantm a cabea e o pescoo eretos. A musculatura
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Meningite bacteriana
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Doenas bacterianas
MORMO
Fernando L. dos Santos
Hlio C. Manso Filho
Carla L. Mendona
Mormo uma doena infecto-contagiosa, quase sempre fatal,
que acomete primariamente equdeos. Manifesta-se de forma aguda ou
crnica e caracteriza-se pelo aparecimento de ndulos e ulceraes no
trato respiratrio e/ou na pele (17,18).
Nos Estados de Alagoas e Pernambuco conhecida,
vulgarmente, tambm, por catarro-do-mormo ou catarro-de-burro.
Em ingls recebe a denominao de glanders ou farcy;
Muermo, em espanhol; farcim ou morve, em francs; e
rotzkrankheit hautwurm, em alemo.
De acordo com a Oficina Internacional das Epizootias (OIE)
(17) pertence classe B, por incluir-se no grupo de doenas
transmissveis, consideradas importantes, sob o ponto de vista scioeconmico e/ou sanitrio, em nvel nacional e com repercusses no
comrcio internacional de animais e produtos derivados. Essas
enfermidades so, em geral, de notificao obrigatria, de informe
anual, ainda que, em alguns casos, possam ser objeto de informes mais
freqentes.
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Mormo causado por Burkholderia mallei, bactria que teve
anteriormente as sucessivas denominaes de Pfeifferella,
Loefflerella, Malleomyces, Actinobacillus e Pseudomonas (17).
Quanto s propriedades tintoriais e morfologia so bastonetes
Gram-negativos, com 2-5m de comprimento por 0,5m de largura,
sem cpsula, nem esporos. B. mallei o nico bacilo, anteriormente
includo no gnero Pseudomonas, que no possui flagelos, da ser
imvel (4,17).
No que concerne s propriedades bioqumicas, no produz
indol, nem hemlise em gar-sangue-de-cavalo, nem pigmentos em
meios de cultura, lquidos ou slidos, e reduz nitrato (14).
pleomrfico, na dependncia do tempo de cultura e do meio utilizado.
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Mormo
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Doenas bacterianas
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Mormo
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Doenas bacterianas
CONTROLE E PROFILAXIA
Como conseqncia da medida de defesa sanitria de
sacrifcio obrigatrio dos animais infectados, o tratamento no tem
recomendao prtica (25). No existem vacinas disponveis,
comercialmente (1).
Os procedimentos de erradicao da doena consistem na
identificao dos animais infectados, por meio de provas alrgicas
e/ou sorolgicas, e no sacrifcio dos reagentes, sendo de capital
importncia a desinfeco paralela das instalaes e utenslios (1).
Para desinfeco, recomenda-se cloreto de benzalcnio, hipoclorito de
sdio, iodo, cloreto de mercrio em lcool, e permanganato de
potssio. O fenol menos efetivo e o lisol ineficaz (17).
O trnsito intramunicipal, intra-estadual e internacional deve
ser rigorosamente controlado para evitar que animais com a infeco
latente sejam comercializados de reas onde ocorra mormo para reas
livres da doena. Fazendas ou outros centros de equdeos devem ser
mantidos sob rigorosa quarentena, por at seis meses ou mais, se
possvel, quando houverem casos confirmados (11).
De acordo com as normas do Cdigo Zoosanitrio
Internacional (resultante de acordo internacional, do qual o Brasil
signatrio), no caso de trnsito de animais obrigatrio a apresentao
de resultado negativo na prova da malena e na prova de fixao do
complemento para deteco da enfermidade, realizadas, no mximo,
at 15 dias antes do embarque.
IMPORTNCIA EM SADE PBLICA
Atualmente, a infeco em humanos rara. Na sia, as cepas
procedentes de reas onde a doena persiste, em equdeos, so de
virulncia atenuada para humanos (1).
Humanos contraem a infeco por contato direto com o fluxo
nasal, secrees das lceras cutneas, quando manipulam animais
suspeitos, ou reconhecidamente infectados, principalmente, quando se
encontram aglomerados. Pode ocorrer, tambm, infeco por contato
com fmites (materiais e utenslios contaminados) (1, 17).
A pele e as mucosas nasal e ocular so as vias de penetrao
(1,17). O perodo de incubao varia de 1-14 dias (1).
A enfermidade manifesta-se por inflamao dolorosa e
aparecimento de vesculas, ndulos e lceras no local da infeco,
alm de linfangite e linfadenopatia regional (1,19). Assim, como nos
animais, a infeco tende a se localizar nos pulmes e nas mucosas de
nariz, laringe e traquia, podendo ser observada broncopneumonia (1).
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Mormo
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Doenas bacterianas
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Mormo
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ONFALITE E ARTRITE
Franklin Riet-Correa
ETIOLOGIA
Nas infeces do umbigo (onfalites) podem ocorrer infeces
do uraco, da veia umbilical (onfaloflebite) ou da artria umbilical
(onfaloarterite) e secundariamente, infeces de outros rgos. Entre
as infeces secundrias a mais freqente a artrite, conhecida
regionalmente no Rio Grande do Sul como mal do tarde.
Entre as causas bacterianas das onfalites encontra-se,
geralmente, uma flora polibacteriana, incluindo Staphylococcus spp.,
Streptococcus spp., Actinomyces pyogenes, Escherichia coli e Proteus
spp. Alm das causas bacterianas, as infeces so causadas por
miases por Cochliomya hominivorax.
EPIDEMIOLOGIA
As infeces do umbigo ocorrem na primeira semana de vida,
em diferentes espcies animais, porm, so mais freqentes em
bovinos. Das infeces secundrias onfalite, a mais freqente a
poliartrite, que ocorre entre a primeira e segunda semana de vida.
No Rio Grande do Sul, onde a pario das vacas acontece,
principalmente, em fins de inverno e primavera, as miases de umbigo
por C. hominivorax so muito freqentes em bezerros nascidos no
final da pario, em outubro-novembro. Nessa poca podem ser
afetados at 50% dos bezerros. As artrites podem afetar 2%-5% dos
bezerros mas, ocasionalmente, at 10% dos bezerros nascidos no final
da primavera ou incio de vero. Os bezerros machos so mais
sensveis s miases dos que as fmeas (1).
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Doenas bacterianas
SINAIS CLNICOS
Nas infeces bacterianas o umbigo est aumentado de
volume, edemaciado, com exsudato seroso ou purulento e apresenta
dor palpao. Quando h miase a inflamao mais marcada, h
sangramento e observam-se larvas no local. O bezerro est deprimido
e febril, perde peso, isola-se do rebanho e permanece deitado por
longos perodos.
Nas poliartrites h marcada depresso e o animal apresenta
claudicao de um ou mais membros. Em algumas ocasies no apoia
o membro afetado. H calor e aumento de volume da articulao
comprometida. As articulaes mais freqentemente afetadas so:
carpiana, tarsiana, fmur-tbio-rotuliana, mero-radio-cubital e
metacarpo-falangiana. Os animais que sobrevivem podem apresentar
diversos graus de claudicao, deformao articular e atrofia
muscular.
Alguns bezerros, com ou sem sinais de artrite, podem ter
abscessos em outros rgos, principalmente no fgado, apresentando
depresso, perda de peso e febre, podendo morrer em alguns dias ou
semanas.
PATOLOGIA
Podem encontrar-se abscessos do umbigo nos trajetos da veia
e artria umbilical, no uraco, ou no fgado. Ocasionalmente, alguns
bezerros apresentam meningite ou endocardite. Nas articulaes o
lquido sinovial est aumentado podendo apresentar-se serohemorrgico, fibrinoso ou purulento. H eroso da cartilagem
articular, proliferao da membrana sinovial e inflamao dos tecidos
periarticulares, com distenso e engrossamento da cpsula.
DIAGNSTICO
Realiza-se pelos dados epidemiolgicos, sinais clnicos e
leses de necropsia. O diagnstico diferencial no oferece
dificuldades.
CONTROLE E PROFILAXIA
fundamental evitar as infeces e as miases umbilicais.
Para isso recomenda-se o tratamento do umbigo dos recm nascidos
com soluo de iodo a 3% ou lcool iodado a 10%. A aplicao de
0,2mg/kg de ivermectina ao nascimento protege o bezerro das miases
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Onfalite e artrite
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PARATUBERCULOSE
Franklin Riet-Correa
David Driemeier
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A paratuberculose (doena de Johne) causada por
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Doenas bacterianas
Mycobacterium
paratuberculosis,
micobactria
lcool-cido
resistente, que para crescer em meios de cultivo necessita de um fator
de crescimento denominado micobactina, produzido por outra
micobactria. M. paratuberculosis sobrevive no meio ambiente por
perodos de at 1 ano ou mais. Aps a infeco a bactria multiplicase dentro dos macrfagos e estimula a proliferao destas clulas na
poro terminal do intestino delgado, no intestino grosso e nos
linfonodos mesentricos, causando leses granulomatosas. Essas
leses podem causar diarria por mal-absoro. A diminuio da
absoro de protenas, associada a perda de protenas atravs da
parede intestinal, causam hipoproteinemia e, consequentemente,
emagrecimento e edema. O perodo de incubao , geralmente, de 2
anos ou mais. Dos animais infectados alguns desenvolvem a
enfermidade; outros conseguem eliminar o agente e outros no
adoecem mas permanecem como portadores assintomticos de M.
paratuberculosis.
EPIDEMIOLOGIA
A doena tem distribuio mundial e afeta, principalmente,
bovinos, mas tem sido diagnosticada, tambm, em ovinos, caprinos,
outros ruminantes selvagens, eqinos e sunos. Tanto bovinos como
outras espcies podem ser portadores subclnicos da enfermidade. Esta
a principal forma de introduo da enfermidade em rebanhos livres.
A transmisso se produz pelo consumo de pastagens ou outros
alimentos contaminados com fezes de animais infectados. A infeco
ocorre, geralmente, nos primeiros meses de vida, mas os sinais
clnicos observam-se, com maior freqncia, entre 3-5 anos de idade.
S ocasionalmente animais mais jovens so afetados. Os bovinos que
apresentam doena clnica, geralmente, so somente aqueles
infectados nas primeiras semanas de vida. A doena mais freqente
em criaes confinadas em funo da maior contaminao do
ambiente com as fezes (8).
No Brasil tm sido diagnosticados casos espordicos de
paratuberculose nos Estados de Rio de Janeiro (2,10), Minas Gerais
(5), Santa Catarina (7) e Rio Grande do Sul (3,9) mas no h dados
sobre a prevalncia da enfermidade. Todos os casos relatados no pas
referem-se a animais importados ou filhos de bovinos importados.
Numa pesquisa de anticorpos contra M. paratuberculosis em 407
bovinos provenientes de 20 fazendas produtoras de leite A e B de So
Paulo, utilizando-se o teste de ELISA, foram encontrados 153 (37,9%)
animais positivos, sendo que 19 (95,5%) fazendas tinham pelo menos
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Paratuberculose
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Doenas bacterianas
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Paratuberculose
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Doenas bacterianas
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PIELONEFRITE CONTAGIOSA
Franklin Riet-Correa
A pielonefrite contagiosa uma inflamao da pelve renal
causada por Corynebacterium renale. Esta bactria ocorre
normalmente na vulva ou prepcio de bovinos sadios. No entanto,
ocasionalmente, provavelmente quando h estase urinria, causa uma
infeo ascendente da bexiga, ureter e, principalmente, pelve renal.
Outras bactrias podem ser encontradas, tambm, nos processos
inflamatrios da pelve renal. A doena afeta, principalmente, vacas e
mais freqente no incio da lactao. Em um estudo a prevalncia foi
significativamente maior em vacas de segunda cria (1). Bovinos
machos so raramente afetados. No Rio Grande do Sul casos clnicos
da doena so observados esporadicamente. Casos de pielonefrite
infecciosa so encontrados, tambm, na inspeo ps-morte em
frigorficos. A letalidade da enfermidade prxima a 100%, a menos
que os animais sejam tratados nos estgios inicias da doena.
Alguns animais podem apresentar como sinal inicial um
episdio de clica devido obstruo urinria. Na maioria das vezes,
o incio da enfermidade gradual com presena de sangue na urina,
anorexia, hipertermia, emagrecimento e queda da produo de leite. O
sinal clnico mais caracterstico a presena de sangue ou pus na urina
que pode ser intermitente, com perodos em que a urina apresenta-se
normal. Por palpao retal pode se palpar um ou os dois ureteres
aumentados de tamanho e a parede da bexiga engrossada. No rim
esquerdo detecta-se aumento de tamanho, ausncia de lobulao e dor
palpao. O rim direito pode ser palpado, somente, quando est
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Pielonefrite
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SALMONELOSE
Claudio S. L. Barros
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Salmonelose uma doena bacteriana que afeta todas as
espcies animais, mas, com maior freqncia, bovinos, eqinos e
sunos. uma zoonose, e animais infectados servem de
reservatrio para a infeco em humanos (4). H cinco padres
bsicos de salmonelose em animais (8). O primeiro, a salmonelose
primria, causado por um determinado tipo de Salmonella numa
determinada espcie. O tipo de Salmonella e a espcie animal
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Doenas bacterianas
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Salmonelose
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Doenas bacterianas
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Salmonelose
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Doenas bacterianas
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Salmonelose
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Doenas bacterianas
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Doenas bacterianas
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Salmonelose
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TTANO
Josiane Bonel Raposo
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Ttano uma doena infecciosa, altamente fatal, causada por
toxinas produzidas pelo Clostridium tetani (1,2,3,6). Caracteriza-se
por rigidez muscular e morte por parada respiratria ou convulses
(1,3,6).
C. tetani uma bactria anaerbia, Gram positiva, formadora
de esporo, encontrada no solo e trato intestinal (1,2,3,6). Na maioria
dos casos a bactria introduzida nos tecidos atravs de ferimentos,
permanecendo nesse local, no invadindo os tecidos adjacentes,
comeando a proliferar e produzir neurotoxinas somente quando
determinadas condies ambientais forem obtidas, principalmente, a
reduo de oxignio local (2,3,6). Isso pode ocorrer imediatamente
aps a introduo, se o traumatismo concomitante for suficientemente
grave, ou pode demorar alguns meses, at que um traumatismo
subsequente no local provoque leso tissular, podendo a leso original
estar completamente cicatrizada nessa ocasio (3). A bactria produz
pelo menos trs protenas txicas, a tetanospasmina, a tetanolisina e a
toxina no-espasmognica. A tetanolisina promove a disseminao da
infeco ao ampliar a quantidade de necrose tecidual local. A
tetanospasmina uma exotoxina lipoprotica que se difunde, a partir
do local de produo, at o sistema vascular, onde se distribui,
difusamente, at a rea pr-sinptica das placas motoras, interferindo,
provavelmente, na liberao de neurotransmissores, glicina e cido
gama aminobutrico (GABA), que provoca hiperexcitabilidade (1,2).
Supe-se que os fenmenos autnomos, resultantes da
hiperestimulao do sistema nervoso simptico, resultem da atividade
da toxina no-espasmognica (1).
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346
Doenas bacterianas
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Ttano
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Doenas bacterianas
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Ttano
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DIAGNSTICO
O diagnstico do ttano realizado, essencialmente, pelo
exame clnico e pelos dados epidemiolgicos. Espasmos musculares,
prolapso da terceira plpebra e histria recente de leso acidental ou
cirrgica so caractersticos. Entretanto, nos estgios iniciais, ttano
pode ser confundido com outras doenas (2,3,5,6). O envenenamento
por estricnina raro em animais a campo, geralmente acomete um
certo nmero de animais ao mesmo tempo ou resulta de superdosagem
e a tetania entre os episdios convulsivos no to acentuada. A
tetania hipocalcmica (eclmpsia) das guas lembra, tambm, o
ttano, mas restringe-se a guas lactantes e responde ao tratamento
com sais de clcio. A laminite aguda no apresenta tetania nem
prolapso da terceira plpebra. A meningite cerebroespinhal provoca
rigidez, em particular do pescoo, e hiperestesia ao toque, mas o efeito
geral mais de depresso e imobilidade que de excitao e
hipersensibilidade ao som e ao movimento. A distrofia muscular
enzotica pode ser confundida com ttano por causa da rigidez
acentuada, no entanto h ausncia de tetania. A enterotoxemia dos
cordeiros apresenta outros sinais nervosos agudos e mais acentuados.
A polioencefalomalacia em bovinos pode, tambm, lembrar o ttano,
especialmente quando os animais esto em decbito, mas no h
prolapso da terceira plpebra e a rigidez da musculatura dos membros
posteriores menor (3). Na hipomagnesemia os valores sangneos de
Mg esto alterados e obtm-se resposta positiva ao tratamento com
este microelemento (2,4).
O material deve ser coletado da parte profunda do ferimento,
colocado em suspenso em soluo salina ou caldo simples, estreis,
em frasco com tampa rosqueada e remetido imediatamente ao
laboratrio. Podem ser realizados, tambm, esfregaos do material
retirado da ferida para fazer a tcnica de imunofluorescncia. Para se
descartar outras doenas que cursem sinais clnicos nervosos, deve-se
enviar fragmentos de diversos rgos (principalmente do SNC) em
gelo e formol (2).
CONTROLE E PROFILAXIA
A resposta ao tratamento em eqinos e ovinos pequena mas
os bovinos, freqentemente, se recuperam (3).
Os princpios mais importantes no tratamento do ttano so
eliminar a bactria causadora, neutralizar toxinas residuais, relaxar a
tetania muscular para evitar a asfixia e manter o relaxamento at que a
toxina seja eliminada ou destruda (1,3,6).
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350
Doenas bacterianas
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Ttano
351
2. Nakazato L., Brum K.B. 1998. Ttano. In: Lemos, R.A.A. (ed.).
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Sul. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Campo Grande,
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do sistema nervoso dos ruminantes no Sul do Rio Grande do Sul.
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6. The Merck Veterinary Manual. 1991. 7 ed. Merck & CO., Inc.
Rahway, N.J., U.S.A. p. 330-331.
________________
TUBERCULOSE
Franklin Riet-Correa
Maurcio Garcia
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A tuberculose bovina uma doena granulomatosa causada,
principalmente, por Mycobacterium bovis e, com menor freqncia,
por Mycobacterium avium e Mycobacterium tuberculosis. Outros
Mycobacterium podem, tambm, infectar bovinos. No Rio Grande do
Sul, em um estudo bacteriolgico de 72 leses macroscopicamente
semelhantes a tuberculose, foram isoladas 43 amostras de
micobactrias, todas identificadas como M. bovis (13). M. bovis foi
isolado, tambm, de leses localizadas em corao e pnis de 2
bovinos (12). Em outro estudo bacteriolgico em 110 linfonodos com
leses similares tuberculose, coletados de bovinos abatidos em So
Gabriel, foram isoladas 95 amostras de micobactrias, todas
identificadas como M. bovis (10). Em 1981 foram sacrificados pela
Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul 839 reatores positivos
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Doenas bacterianas
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Tuberculose
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Bovinos tuberculinizados
(N)
32.996
199.496
375.603
518.068
638.909
315.573
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Doenas bacterianas
Estado
(Ano de publicao)
Animais
tuberculinizados
(2)
(1)
So Paulo (1971)
Rio Grande do Sul
(1976)
Minas Gerais (1977)
Rio Grande do Sul
(1979)
Minas Gerais (1979)
Minas Gerais (1981)
Par (1986)
250 bubalinos
449 bovinos
Prevalncia
(Positivos e
duvidosos)
6,4%
12,7%
1.072 bovinos
362 bovinos
6,9%
21,4%
3160 bovinos
149 bovinos
2.208 bovinos
3208 bubalinos
932 bovinos
2,1%
70,9
3,4%
5,3%
43,9%
331 bovinos
1131 bovinos
32%
5%
(2)
(14)
(2)
(4)
(2)
(7)
(2)
(3)
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Tuberculose
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Doenas bacterianas
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Tuberculose
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Doenas bacterianas
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Tuberculose
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Doenas bacterianas
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Tuberculose
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Doenas bacterianas
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Yersiniose
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Doenas bacterianas
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Yersiniose
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Doenas bacterianas
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CAPTULO 4
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Fungos e oomycetos
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Dermatofitoses
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Fungos e oomycetos
SINAIS CLNICOS
As leses caracterizam-se por reas de alopecia de bordos
regulares, com descamao e formao de crostas de colorao
acinzentada retratando fielmente a patogenia da doena. Em bovinos
as leses atingem, principalmente, a cabea e o pescoo, podendo
disseminarem-se para o tronco, membros e cauda. Em animais
gravemente afetados observa-se emagrecimento e formao de crostas
disseminadas por todo o corpo, que ao serem removidas deixam reas
midas e hemorrgicas (3,14). Em eqinos as leses iniciais so
pequenas e normalmente observadas em reas de abraso,
principalmente no lombo, garupa e cabea (3). Como se trata,
primariamente, de uma doena folicular, a invaso dos folculos
pilosos suscetveis resulta no enfraquecimento da haste, que se traduz,
clinicamente por reas de plos quebrados e graus variveis de
alopecia. Nos bovinos as crostas so de colorao branca acinzentada,
espessas e salientes que, por vezes, em animais jovens, podem ser
confundidas com papilomatose. Nos eqinos, inicialmente, h
formao de pequenas elevaes da pele que, quando atingem o dorso
e flanco, podem ser visualizadas olhando-se o animal de perfil. Nesta
fase pode-se obter um bom material para exames laboratoriais
retirando-se facilmente os tufos de plos e crostas com o auxlio dos
dedos. Ao retirar-se o material fica uma impresso seca, sem plos, de
bordas regulares semelhante a um quadro clnico de maior evoluo.
Nos bovinos e nos eqinos no descrito prurido e em ambas as
espcies, quando a doena tem evoluo longa, sem tratamento e com
condies ambientais favorveis, a infeco pode se tornar massiva e
haver coalescncia das reas de alopecia.
PATOLOGIA
As alteraes histolgicas se caracterizam por dermatite
hiperplsica supurativa e foliculite supurativa, com presena de
hiperqueratose e acantose da epiderme associadas com
microabscessos. Nos tecidos so visualizadas hifas septadas,
ramificadas e pequenos esporos esfricos (artrocondeos) no interior
de plos (parasitismo endotrix) ou por fora dos plos (parasitismo
ectotrix) (3). Quando se utilizam coloraes especiais, como PAS e
Gomoris methenamine silver (GMS), hifas e artrocondeos so
facilmente visualizados no estrato crneo e queratina dos plos (3). No
PAS as estruturas do fungo ficam impregnadas pelo cido peridico, o
que lhes confere uma colorao rosa intenso, enquanto na GMS essas
mesmas estruturas ficam escuras (pretas ou amarronzadas).
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Dermatofitoses
371
DIAGNSTICO
O diagnstico est baseado, principalmente, nos sinais
clnicos, associados ao diagnstico laboratorial realizado a partir de
amostras de crostas e plos coletados das bordas das leses. No exame
direto, com hidrxido de potssio a 10% (KOH) entre lmina e
lamnula, observa-se a presena de grande quantidade de esporos
(artrocondeos) e hifas parasitando os tecidos e plos. O material
(plos e crostas) deve ser coletado com cuidado, na borda ativa da
leso, sem uso de leos e sem presena de sangue e acondicionado em
recipientes bem limpos e secos, de preferncia previamente
esterilizados. Para o diagnstico especfico o material deve ser
semeado em meio seletivo e incubado em estufa bacteriolgica (37C)
por l5-30 dias para que se possa determinar a espcie de dermatfito
envolvida com o problema. O meio de cultivo utilizado o gar
Sabouraud dextrose acrescido de cloranfenicol e ciclohexemida.
Para o T. verrucosum o meio deve conter inositol e tiamina enquanto
para o T. equinum o fator de crescimento exigido o cido nicotnico
(3,8).
Deve-se realizar o diagnstico diferencial de foliculites e
furunculoses causadas por Staphylococcus aureus, dermatofilose,
carcinoma de clulas escamosas e de infeces parasitrias por
Demodex equi em eqinos (3,8).
CONTROLE E PROFILAXIA
Medidas de controle como o isolamento de animais doentes,
desinfeco de materiais e instalaes devem ser adotadas para evitar
a transmisso da enfermidade a animais sadios. Diferentes tratamentos
tpicos e sistmicos tm sido descritos na literatura. O tratamento dos
surtos em bovinos na regio sul tem sido efetuado com o antifngico
de uso agrcola Captan (N-triclorometilmercapeto-4-ciclohexano-l,2dicarboxamida) em banhos de asperso, demonstrando bons resultados
(11,14). O uso do Captan deve ser feito em diluies de l:300 a l:400,
utilizando-se 4-7 litros da calda por animal, dependendo da idade, em
duas aplicaes com intervalo de duas semanas (11). Se for
rigorosamente observado o intervalo entre aplicaes e no mais do
que duas vezes, o produto poder ser utilizado em concentrao de 3%
(14). O uso de Biocid na diluio de um litro do produto para 250
litros de gua recomendado para a desinfeco de baias (4). A
desinfeco de baias, estbulos e terneireiras pode ser feita, tambm,
com soda custica a 5% e caiao com hidrxido de clcio.
Individualmente, o tratamento pode ser feito topicamente com soluo
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Fungos e oomycetos
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Dermatofitoses
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PITIOSE
Daniela Brayer Pereira
Mrio A. Meireles
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A pitiose era conhecida, no passado, pela denominao
genrica de "ficomicose ou zigomicose", termos estes que
erroneamente reuniam entidades clnicas distintas como a
basidiobolomicose, conidiobolomicose e as mucormicoses (3,6,17). A
pitiose hoje um termo utilizado em medicina veterinria para
descrever uma enfermidade piogranulomatosa, cosmopolita, que
atinge vrias espcies animais, inclusive o homem. A doena
freqentemente diagnosticada em eqinos como sendo um
piogranuloma cutneo, entretanto outras apresentaes clnicas
podem estar presentes nessa espcie, como a forma intestinal e a
metasttica que atingem vrios rgos (3,5,19). A pitiose em bovinos
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Fungos e oomycetos
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Pitiose
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Fungos e oomycetos
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Pitiose
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PATOLOGIA
As leses macroscpicas caracterizam-se pela presena de
grande quantidade de tecido fibroso, esbranquiado e brilhante,
entrecortado por galerias preenchidas pelos kunkers, que se
constituem em material necrtico, firme, rugoso, ramificado e
amarelado, que se desprende facilmente (11,27).
Em cortes histolgicos observam-se reas necrticas,
eosinoflicas e irregulares, constitudas por eosinfilos necrticos, que
correspondem aos kunkers observados na macroscopia. No interior
das reas necrticas observam-se imagens negativas tubuliformes que
constituem as hifas de Pythium insidiosum. Circundando essas reas
observam-se intensa proliferao de tecido de granulao e fibrose.
Numerosos eosinfilos e poucos macrfagos e neutrfilos so
visualizados em meio ao tecido de granulao (11). Em cortes
histolgicos corados por hematoxilina e eosina podem ser
encontradas, tambm, clulas gigantes multinucleadas e reao de
Splendore-Hoeppli (10). Em impregnaes pela prata atravs da
tcnica de Gomoris methenamine silver (GMS) as hifas so melhor
visualizadas, aparecendo coradas em negro, com paredes pouco
espessa, ramificaes em ngulo reto, irregulares, com dimetro de 310, com raras septaes e localizadas principalmente nas margens
dos kunkers (11,20,27).
DIAGNSTICO
O diagnstico presuntivo realizado levando-se em
considerao a epidemiologia (espcie animal, poca do ano, regies
alagadas, etc.), sinais clnicos (tumor subcutneo, tecido de
granulao, prurido, etc.) e aspectos macro e microscpicos das
leses (massa esbranquiada com presena dos kunkers e hifas largas
no septadas). As hifas podem ser observadas no exame direto dos
kunkers, em preparaes entre lmina e lamnula, clarificados com
hidrxido de potssio (KOH) a 10% e visualizadas em microscpio
tico (400x). Ao exame direto so observadas grandes quantidades de
hifas hialinas, de paredes finas e paralelas, com ramificaes
tendendo a formar ngulos retos. Coloraes especiais podem,
tambm, ser usadas para demonstrar o fungo na leso. Cortes
histolgicos impregnados pela prata (GMS) e/ou cido peridico
(PAS) so recomendados, embora as paredes do microrganismo
retenha muito pouco o cido peridico.
O isolamento e caracterizao do P. insidiosum so
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Fungos e oomycetos
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Pitiose
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RINOSPORIDIOSE
Daniela Brayer Pereira
Mrio C. A. Meireles
ETIOLOGIA
A rinosporidiose uma infeco crnica das membranas
mucosas, principalmente da cavidade nasal, caracterizada pelo
crescimento de estruturas polipides, cujo agente etiolgico o
Rinosporidium seeberi. Este fungo no foi, at o presente, isolado em
meios de cultura artificiais e a doena no foi, tambm, reproduzida
experimentalmente, no se conhecendo, portanto, a exata posio
taxonmica do agente (3). O habitat natural do Rinosporidium seeberi
desconhecido, porm sugerido que seja um saprfita da gua e que
a sua transmisso ocorra pelo contato dos animais com guas
contaminadas ou que, possivelmente, seja transmitido por via
aergena, principalmente em humanos (3).
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Fungos e oomycetos
EPIDEMIOLOGIA
A epidemiologia desta enfermidade no bem conhecida,
porm tem sido diagnosticada em bovinos, eqinos, muares, ces,
cabras, aves aquticas e humanos, independente de sexo e idade.
Casos da doena esto associados a proximidade com gua e a leso
inicial pode ser influenciada por traumas locais (2). uma
enfermidade de distribuio mundial, sendo endmica na Argentina,
Ceilo e ndia. Casos espordicos tm sido reportados na Austrlia,
Brasil, frica do Sul e Estados Unidos (3).
No Brasil, a doena mais freqente em humanos, porm
casos espordicos em eqinos vem sendo diagnosticados desde o ano
de 1946 (1,5). O primeiro relato em bovinos ocorreu no municpio de
Itaqui, no Estado do Rio Grande do Sul (1). Neste mesmo Estado, no
ano de 1981 foi descrito um surto afetando 4 bovinos no municpio de
Mostardas (4).
SINAIS CLNICOS
Clinicamente, os animais apresentam respirao difcil e
estertorosa, devido a presena dos plipos nas fossas nasais, que
impedem a passagem de ar, e que agrava-se quando os animais so
exercitados. Alguns animais podem apresentar descarga nasal
mucopurulenta, com estrias de sangue. O estado geral dos animais
normalmente no afetado (3,4).
PATOLOGIA
A leso primria da rinosporidiose se caracteriza pela
formao de massas papilomatosas na mucosa nasal, podendo
envolver, tambm, o saco conjuntival, vagina e ouvidos. Essas
formaes polipides apresentam colorao avermelhada no
ultrapassando 3cm de dimetro, de consistncia frivel e superfcie
lobulada, com presena de pequenas granulaes esbranquiadas, que
correspondem aos esporngios do fungo. Os plipos podem ser
nicos ou mltiplos, geralmente envolvendo uma nica cavidade
nasal (2,3).
Histologicamente, a leso caracteriza-se por proliferao de
tecido epitelial polipide, recoberto por epitlio estratificado ou
cilndrico. Entre as bandas de tecido epitelial observam-se numerosos
esporngios do fungo e exsudato inflamatrio constitudo por
neutrfilos, macrfagos, linfcitos e algumas clulas gigantes (4). Os
esporngios so encontrados em diferentes estgios de
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Rinosporidiose
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Fungos e oomycetos
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CAPTULO 5
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Mycoplasma
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Ehrlichia
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Scrapie
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SCRAPIE
David Driemeier
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Scrapie pertence ao grupo das encefalopatias espongiformes
que ocorrem em animais e humanos, das quais foi a primeira
conhecida. Cursa com perda neuronal progressiva, crnica, sem
natureza inflamatria, causada por uma partcula protica infectante
denominada pron. Os primeiros dados sobre esta enfermidade foram
registrados no sculo XVII, em ovinos apresentando tremores (la
tremblante) na Frana e com coceira (Gnubberkrankheit) ou, tambm,
como a doena do trote (Traberkrankheit) na Alemanha. A
terminologia descritiva da enfermidade reflete uma variedade de sinais
clnicos. O nome mais adotado, scrapie, um termo escocs que
descreve a tendncia dos animais aflitos a coar-se em troncos de
rvores e arbustos (10).
As encefalopatias espongiformes so causadas por uma
partcula protica infectante denominada pron. Nos humanos so
conhecidas, basicamente, trs formas da doena: a) doena de
Creuzfeld-Jakob (CJD), que rene casos com alteraes
histopatolgicas semelhantes, publicados por H.G. Creuzfeld e A.
Jakob em 1922 na Alemanha. Ocorre em humanos na proporo de
um em um bilho, independente da ocorrncia ou no de outras
encefalopatias espongiformes (10); b) Kuru, que afetava um grande
nmero de pessoas de uma tribo de nativos da Papua Nova Guin,
provavelmente, com incio em torno do sculo XX e que chegou ao
pico mximo de 200 mortos por ano at 1957, por causa de rituais
funerrios, nos quais crianas e mulheres ingeriam vsceras e crebro
de pessoas mortas. Aps 1957 esses rituais foram abolidos e,
atualmente, apenas alguns casos espordicos so registrados; e c)
sndrome Gerstmann-Strussler (GSS) que uma forma hereditria
familiar diagnosticada primeiramente na ustria (10).
Nos animais, scrapie conhecido em ovinos e, raramente, foi
encontrado em caprinos. Outras encefalopatias espongiformes
descritas nos animais so, principalmente, a encefalopatia
espongiforme bovina (BSE), descrita a partir de 1986 na GrBretanha; e a encefalopatia transmissvel de doninhas (TME), que
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Scrapie
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Scrapie
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CAPTULO 6
DOENAS MULTIFATORIAIS
CARA INCHADA DOS BOVINOS
Iveraldo S. Dutra
Jrgen Dbereiner
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Cara inchada dos bovinos (CI) uma periodontite infecciosa
uni ou bilateral que acomete sobretudo bezerros, quando mantidos em
determinadas reas de pastagem recm formada ou renovada, nas
regies Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. A enfermidade se
caracteriza clinicamente por uma periodontite purulenta, necrtica,
progressiva, com alteraes macroscpicas e histolgicas que se
iniciam geralmente na papila interdentria entre 2 e 3 pr-molares
decduos maxilares, com formao de bolsa peridentria na gengiva
marginal. Segue-se o acmulo de partculas de alimento que agravam
o processo peridentrio, determinando o aumento, extenso e
profundidade da leso o que resulta numa periostite crnica
ossificante. Ocorre, ainda, reabsoro ssea, que conduz piorria
alveolar, traduzida pela presena de material untuoso e de mau cheiro.
Com o desenvolvimento do processo alveolar purulento, as razes dos
dentes ficam expostas e h afrouxamento e perda dos dentes (4).
Acompanha o processo, ainda, diarria, que associada s leses
peridentrias, leva os animais a uma emaciao profunda e morte.
A ocorrncia da enfermidade est associada presena e
predominncia nas leses de bactrias anaerbias Gram-negativas no
esporuladas, pertencentes ao gnero Bacteroides e formadoras de
colnias pigmentadas de negro e ocre em meio de cultura contendo
hemina e vitamina K (1,2). Bactrias isoladas da CI produzem
enzimas e toxinas capazes de destruir direta e indiretamente a gengiva
e provocar reabsoro ssea alveolar (9). Da mesma forma, possuem
atividades quimiotticas e de aderncia que podem participar da sua
patogenia (12,14). A enfermidade no ocorre sem a presena destes
microrganismos, que so constituintes normais da microbiota dos
bovinos. A transferncia de bezerros com leses ativas para rea
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Doenas multifatoriais
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Cara inchada
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400
Doenas multifatoriais
DIAGNSTICO
O abaulamento facial utilizado geralmente para avaliar a
prevalncia da enfermidade num rebanho. No entanto, um exame
clnico da cavidade bucal com auxlio de abridor de boca deve ser
realizado. Geralmente, quando 10% dos animais de um lote
apresentam abaulamento facial, a prevalncia de leses peridentrias
com diferentes extenses pode chegar a 60% do rebanho. A ocorrncia
de diarria , tambm, um indicador da enfermidade em reas onde
ocorre a enfermidade. A mortalidade pode ser elevada atingindo at
30%, quando no adotadas as medidas de controle. Estes dados,
associados ao histrico da formao ou reforma recente de pastagem
ou, ainda, capineiras numa determinada rea auxiliam no diagnstico
do problema.
CONTROLE E PROFILAXIA
Uma medida eficaz em regies de ocorrncia da CI evitar o
uso de reas recm formadas para o pastoreio de animais em fase de
dentio. A transferncia de animais enfermos para rea indene a
soluo imediata em rebanhos onde o problema est instalado. Diante
da necessidade de utilizao de pastagem suspeita deve-se utilizar
espiramicina ou virginiamicina (50g/50 Kg do sal) na mistura mineral
da propriedade (neste caso utilizada apenas como veculo), que so
eficientes na sua profilaxia (6,8). Virginiamicina (32mg por animal)
administrada oralmente, 3 vezes por semana, durante 8 semanas
consecutivas, mostrou-se eficiente na recuperao de bezerros com CI,
mesmo quando mantidos em rea de alta incidncia (15).
REFERNCIAS
1. Blobel H., Dbereiner J., Lima F.G.F., Rosa I.V. 1984. Bacterial
Isolation from cara inchada lesions of cattle. Pesq. Vet. Bras. 4:
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2. Botteon R.M., Dutra I.S., Dbereiner J., Blobel H. 1993.
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peridentrias da cara inchada dos bovinos. Pesq. Vet. Bras. 13:
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determinant factor for cara inchada in cattle?. Pesq. Vet. Bras.
17: 45-48.
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Cara inchada
401
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402
Doenas multifatoriais
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403
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404
Doenas multifatoriais
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405
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406
Doenas multifatoriais
CONTROLE E PROFILAXIA
O controle de BRSV e PI-3 nos bovinos feito atravs de trs
formas: manejo ambiental adequado; fornecimento de colostro no
momento certo; e vacinao. Deve-se manter os animais confinados
em ambientes limpos e ventilados e evitar as variaes de temperatura
e superlotaes. Altas concentraes de amnia e outros gases
impedem a renovao normal do epitlio mucociliar e predispem os
animais a infeces. O fornecimento adequado de colostro
importante para a profilaxia de doenas pulmonares assim como de
outras enfermidades. H uma associao entre baixos nveis de
anticorpos nas primeiras trs semanas de vida com a ocorrncia de
pneumonia aos 2-3 meses de idade. Vacinas podem ser utilizadas
quando h queda na imunidade passiva, entre 1-2 meses de idade.
Deve-se usar duas vacinaes com intervalo de 20-30 dias e se
necessrio repetir aos 5-6 meses de idade. A utilizao de vacinas,
geralmente polivalentes, contendo estes vrus, bem como BHV-1,
BVDV e, no raramente, Pasteurella spp. importante auxiliar como
preveno. No entanto, se conhece pouco sobre a proteo efetiva
dessas vacinas. Deve-se ter especial cuidado e evitar o uso de vacinas
vivas em propriedades onde no h diagnstico definitivo da doena
atravs do isolamento do agente. A vacinao estratgica, em torno de
60 dias antes de serem formados lotes para confinamento, previne os
sinais clnicos de infeco. A profilaxia deve, necessariamente, incluir
mudanas nas condies de manejo dos animais afetados (10).
A infeco viral isolada no responde ao tratamento com
antibiticos, porm antibioticoterapia necessria em razo da alta
probabilidade de pneumonia bacteriana secundria. Tratamentos
precoces evitam, geralmente, as complicaes por bactrias, ou seja,
broncopneumonia supurativa, abscessos pulmonares ou pleurites.
Devem ser usados antibiticos de largo espectro. O uso de
antiinflamatrios no esterides, como flunixin e meglumine reduzem
os sinais clnicos causados pelo broncoespasmo com envolvimento de
reao alrgica (10).
REFERNCIAS
1. Arns C.W. 1996. Vrus respiratrio sincicial dos bovinos (BRSV):
Situao no Brasil. Anais. Simpsio Pfizer sobre doenas
infecciosas e vacinas para bovinos, 1, So Paulo, SP.
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Observations on outbreaks of respiratory disease in calves
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Doenas multifatoriais
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Doenas multifatoriais
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Doenas multifatoriais
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Doenas multifatoriais
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18.
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20.
21.
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Doenas multifatoriais
22. Saif L.J., Brock K.N., Redman D.R., Kohler E.M. 1991. Winter
disentery in dairy herds: electron microscopic and serological
evidence for an association with coronavirus infectios. Vet. Rec.
128: 447-449.
23. Saridakis H.O., El Gared S.A., Vidotto M.C., Guth B.E.C. 1997.
Virulence properties of Escherichia coli strains belonging to
enteropathogenic (EPEC) serogroups isolated from calves with
diarrhea. Vet. Microb. 54: 145-153.
24. Tennant B., Ward D.E., Braun R.K., Hunt E.L., Baldwin B.H.
1978. Clinical management and control of neonatal enteric
infections of calves. J. Am. Vet. Med. Assoc. 173: 654-660.
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etiologic agents of neonatal calf diarrhea. Vet. Clin. North Am.
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26. Tzipori S. 1985. The relative importance of enteric pathogens
affecting neonates of domestic animals. Adv. Vet. Sci. Comp.
Med. 29: 103-202.
________________
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NDICE REMISSIVO
abiotrofia cerebelar, 28
aborto, 66, 97, 101, 110, 111, 190,
198, 276, 279, 290, 341
abscesso de p, 163
abscessos, 266, 287, 323
abscessos cerebrais, 341
abscessos da medula espinhal, 170
abscessos da pituitria, 169
abscessos do sistema nervoso central,
166
abscessos pulmonares, 258, 323
acrondroplasia, 26
Actinobacillus lignieresii, 172, 272
actinobacilose, 172
actinomicose, 177
Actinomyces bovis, 177
adenomatose pulmonar, 45
adenomegalia, 129
aftosa, 86
agalactia, 66
agnatia, 21
agressividade, 154
alcephaline herpesvrus-1, 93
alopecia, 232, 294, 373, 397
anemia, 280
anemia infecciosa eqina, 49
anorexia, 147, 357
aplasia tmica, 67
aprosopia, 21
Arcanobacterium (Actinomyces)
pyogenes, 163, 229, 243, 298, 309,
409
artrite, 140, 329
artrite-encefalite caprina, 55, 139
artrogripose, 24, 67, 136
ataxia cerebelar, 168
atresia anal, 21
atrofia muscular, 330
C
Campylobacter fetus subesp. jejuni,
414
Candida, 300
Candida albicans, 300
caquexia, 333
cara inchada, 401
carbnculo hemtico, 207
carbnculo sintomtico, 214
carcinomas epidermides, 145
catarata, 67
cegueira, 168
ceratoconjuntivite bovina infecciosa,
217
ceratoconjuntivite ovina, 389
Chlamydia psittaci, 389, 394, 406
claudicao, 140, 164, 229, 237, 330
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422
ndice remissivo
D
defeitos congnitos, 19
deficincia de adeso de leuccitos
bovinos, 27
deformao articular, 330
degenerao cerebelar cortical, 28
depresso, 68, 94, 122, 168, 239, 241,
267, 291
dermatite hiperplsica, 373
dermatite interdigital, 163, 228, 246
dermatite proliferativa, 233
dermatofilose, 230
dermatfitos, 370
dermatofitose, 370
Dermatophilus congolensis, 230
dermatose mecnico-bolhosa, 29
descolamento do casco, 246
diarria, 66, 68, 147, 333, 341, 366,
391, 403
diarria dos bezerros, 412
diarria viral bovina, 64, 406
dicefalia, 21
Dichelobacter nodosus, 242
discondroplasia, 26
dispnia, 322
doena da ovelha magra, 287
doena das mucosas, 64
doena de Johne, 331
doenas hereditrias, 19
doenas vesiculares, 83
E
ectasia esofgica, 37
ectima, 72
edema hemorrgico, 237
edema maligno, 236
Ehrlichia resticii, 391
ehrlichiose eqina, 391
Eimeria, 412
encefalite, 102
encefalomielite, 78, 141, 156
encefalomielite eqina, 77
encefalopatias espongiformes, 395
enterite, 342
enterite aguda, 340
enterite hemorrgica, 239
enterite proliferativa, 333
Enterobacter aerogenes, 298
enterotoxemia, 238, 414
Epidermophyton flocosum, 370
epididimite, 198
Erysipelotryx rhusiopathiae, 293
Escherichia coli, 298, 314, 412
espinha bfida, 21
esplenomegalia, 210
esteptotricose cutnea dos bovinos,
230
estomatite papular, 114, 116
estomatite vesicular, 80
F
Fasciola hepatica, 253
fasciolose, 253
febre aftosa, 83, 85
febre catarral maligna, 93
fenda palatina, 21
Fibropapiloma, 145
ficomicose, 376
foliculite supurativa, 373
footrot, 242
fotofobia, 221, 390
Fusobacterium necrophorum, 163,
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ndice remissivo
228, 242
G
ganglioneurite, 156
garrotilho, 266
glossite, 174
H
hemoglobinria, 280
hemoglobinria bacilar, 252
herpesvrus bovino-1, 97, 406
herpesvrus bovino-2, 114, 118
herpesvrus bovino-5, 97
herpesvrus eqino, 108
herpesvrus eqino-1, 108
herpesvrus eqino-4, 108
herpesvrus ovino-2, 93
hidranencefalia, 21, 66
hidrocefalia, 21, 136
hiperexcitabilidade, 154
hipermetria hereditria, 31
hiperplasia muscular hereditria, 32
hipertermia, 147
hipomielinognese congnita, 33
hipoplasia cerebelar, 34, 66
hipoplasia linftica, 35
hipotonia ruminal, 183
I
ictercia, 280
incoordenao, 94, 110, 140, 170, 241
infertilidade, 67, 198, 276
influenza eqina, 120
K
Klebsiella pneumoniae, 298
L
l de madeira, 233
l de pau dos ovinos, 230
laminite, 392
lchiguana, 271
Leptospira interrogans, 276
leptospirose, 277
leucose cutnea, 134
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M
maedi-visna, 138
mal do tarde, 329
Malleomyces, 320
mamilite herptica, 118
mamite, 140
Mannheimia granulomatis, 271
manqueira, 89, 242
manqueira ps-banho, 293
mastite, 276
mastite aguda, 315
mastite bovina, 295
mastite caprina, 309
mastite crnica, 316
mastite gangrenosa, 315
mastite ovina, 314
mastite subclnica, 316
megaesfago, 37
meningite bacteriana, 318
meningoencefalite, 97, 111, 290, 341
metrite, 190
microcefalia, 21, 66, 136
Micrococcus spp, 309
microftalmia, 67
Microsporum canis, 370
Microsporum gypseum, 370
mielinizao deficiente, 67
mielite supurativa ascendente, 171
miases, 329
miosite hemorrgica, 215
Moraxella bovis, 217
mormo, 319
mucormicoses, 377
mumificao fetal, 66
Mycobacterium avium, 353
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ndice remissivo
N
necrose simtrica focal, 238, 241
Nocardia, 299
Nocardia asteroides, 299
ndulos paratifides, 342
O
obstruo urinria, 336
oftalmite, 280
onfalites, 329
onfaloarterite, 329
onfaloflebite, 329
opacidade da crnea, 94
osteomielite, 178, 341
pneumonia, 140
pneumonia enzotica, 406
poliartrite, 330, 394
plipos, 385
polisserosite, 394
porfirias, 40
pron, 395
Proteus vulgaris, 298
Prototheca, 299
Providencia stuartii, 298
pseudovarola, 114, 115
Pythium insidiosum, 377
R
raiva, 149
reabsoro embrionria, 66
repetio de cio, 67
reteno de placenta, 190
Rhodococcus equi, 256
rim polposo, 239
rinosporidiose, 384
Rinosporidium seeberi, 384
rinotraquete infecciosa bovina, 97
Rotavrus, 412
P
paniculite, 271
Papiloma, 145
papilomatose, 144
papilomavrus, 144
parainfluenza-3, 406
paralisia, 154, 168, 171, 291
paralisia flcida, 183
paralisia hipercalcmica peridica dos
eqinos, 38
paralisia mandibular, 154
parapoxvirus, 114
paraqueratose hereditria, 39
paratuberculose, 331
paresia, 154
Pasteurella granulomatis, 271
Pasteurella haemolytica, 314, 406
Pasteurella multocida, 406
periodontite infecciosa, 401
peste bovina, 147
pielonefrite contagiosa, 336
piogranulomas, 172, 178
pitiose, 376
pleuro-pneumonia, 323
S
salivao, 89, 94, 148, 174
Salmonella, 337
Salmonella enteriditis subespcie
enterica, 414
salmonelose, 337
scrapie, 395
sndrome hemorrgica, 66
sinovite, 259
Staphylococcus aureus, 296, 309, 314
Staphylococcus epidermidis, 296
Staphylococcus hyicus, 296
Staphylococcus intermedius, 296
Streptococcus agalactiae, 296
Streptococcus bovis, 296
Streptococcus dysgalactiae, 296
Streptococcus equi, 266
Streptococcus pneumoniae, 406
Streptococcus uberis, 296
T
tetania, 350
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ndice remissivo
ttano, 347
torneio, 291
tosse, 122, 258, 322
tremores musculares, 94
Trichophyton equinum var.
autotrophycum, 370
Trichophyton mentagrophytes, 370
Trichophyton verrucosum, 370
trismo mandibular, 349
tuberculina, 355
tuberculose, 353
V
vaccinia, 114
425
varola, 117
varola bovina, 114
vrus respiratrio e sincicial bovino,
406
vulvovaginite pustular infecciosa, 97
Y
Yersinia pseudotuberculosis, 365
yersiniose, 365
Z
zigomicose, 376
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Sumrio do Volume 2
DOENAS PARASITRIAS
Carrapato, tristeza parasitria, babesiose eqina, coenurose, fasciolose,
mielite por protozorios, miases, muscdeos hematfagos, parasitoses de
eqinos, parasitoses gastrintestinais de ruminantes, parasitoses pulmonares,
otite parasitria, piolhos, sarnas.
DOENAS TXICAS
Doena do peito inchado, fotossemsibilizao, ofidismo, intoxicaes por
antibiticos ionforos, farelo desengordurado, arsnico, chumbo, flor, iodo,
clorados, fosforados, closantel, polpa ctrica e uria.
PLANTAS TOXICAS E MICOTOXINAS
Plantas hepatotxicas, plantas que causam fotossensibilizao primria,
plantas e micotoxinas que afetam o sistema nervoso, plantas que causam
necrose segmentar muscular, plantas que afetam o sistema digestivo, plantas
de ao mutagnica, plantas cianognicas, plantas calcinognicas, plantas que
afetam o sistema reprodutor, plantas que causam morte sbita, plantas
cardiotxicas, plantas que causam anemia hemoltica, plantas que causam
necrose do tecido linftico, micotoxinas que causam ergotismo.
DOENAS CARENCIAIS
Carnciais minerais, deficincias de cobalto, cobre, fsforo, iodo, magnsio,
mangans, sdio, zinco e vitamina E e Se.
DOENAS METABLICAS
Acidose, azotria, cetonemia, hipocalcemia, osteodistrofia fibrosa
DOENAS DA REPRODUO
Aborto em bovinos, campilobacteriode, infertilidade na fmea bovina,
infertilidade em touros, infertilidade em ovinos, infertilidade em eqinos,
mortalidade perinatal de cordeiros, postite ulcerativa, trichomonose.
OUTRAS DOENAS
Clica eqina, dermatite alrgica, doena do neurnio motor inferior, doena
digital bovina, granuloma nasal, laminite, mielopatia cervical estentica,
necrose da cauda, neoplasias, polioencefalomalacia, reticulite traumtica,
urtolitase.
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DOENAS DE
RUMINANTES E
EQINOS
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DOENAS DE RUMINANTES
E EQINOS
Segunda Edio - Volume 2
FRANKLIN RIET-CORREA
ANA LUCIA SCHILD
MARIA DEL CARMEN MENDEZ
RICARDO ANTNIO A. LEMOS
LABORATRIO REGIONAL DE DIAGNSTICO
FACULDADE DE VETERINRIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
PELOTAS, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
E-mail: riet@ufpel.tche.br
E-mail: alschild@zaz.com.br
E-mail: nane@ufpel.tche.br
FACULDADE DE MEDICINA VETERINRIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO
GROSSO DO SUL
CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL
E-mail: rlemos@nin.ufms.br
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Doenas de ruminantes e eqinos/ Franklin RietCorrea, Ana Lucia Schild, Maria del Carmen
Mndez, Ricardo A. A. Lemos [et al]. - So
Paulo: Livraria. Varela, 2001. Vol. II, 574 p.
1. Ruminantes - Doenas. 2. Eqinos - Doenas.
I. Riet-Correa, Franklin. II. Schild, Ana Lucia.
III. Mndez, Maria del Carmen. IV. Lemos
Ricardo
CDD 636.26
ISBN 85-85519-60-6
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AUTORES COLABORADORES
AGUEDA C. VARGAS
DEPARTAMENTO
DE
MEDICINA
VETERINRIA
PREVENTIVA,
CENTRO
DE
CINCIAS
RURAIS,
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
97119-900, SANTA MARIA, RS.
E-mail: agueda@ccr.ufsm.br
ALDO GAVA
CENTRO AGROVETERINRIO, UNIVERSIDADE PARA O
DESENVOLVIMENTO DE SANTA CATARINA, AV. LUIZ DE
CAMES, 2090.
88500-000 LAGES, SC.
E-mail: a2ag@cav.udesc.br
CARLA DE LIMA BICHO
DOUTORANDA EM CINCIAS BIOLGICAS, REA DE
CONCENTRAO EM ENTOMOLOGIA, DEPARTAMENTO DE
ZOOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN, CX.
POSTAL 1920
81531-990,CURITIBA, PR.
E-mail: lbixo@ufpel.tche.br
CARLA LOPES DE MENDONA
CLNICA DE BOVINOS
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
AV. BOM PASTOR S/N, CAIXA POSTAL 152
55290-000, GARANHUNS, PE
E-mail: zecarla@girassol.infohouse.com.br
CARLOS ALBERTO FAGONDE COSTA
EMBRAPA/CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE SUINOS E
AVES (CNPSA), CAIXA POSTAL 21P
89700-000 CONCRDIA, SC.
E-mail: ccosta@estaminas.com.br
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UNIVERSIDADE
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DEPARTAMENTO
DE
CINCIAS
BIOMDICAS,
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL, CAMPUS
UNIVERSITRIO, CAIXA POSTAL 1352,
95001-970, CAXIAS DO SUL, RS.
E-mail: dchalfen@ucs.tche.br
DAVID DRIEMEIER
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JRGEN DBEREINER
EMBRAPA, UPAB, KM 47 DA ANTIGA RIO-SP
23851-970, SEROPDICA, RJ.
E-mail: jurgen@ufrrj.br
KARINE BONUCIELLI BRUM
DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINRIA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
CAIXA POSTAL 549
79070-900, CAMPO GRANDE, MS.
E-mail: karine@nin.ufms.br
MAURO PEREIRA SOARES
LABORATRIO REGIONAL DE DIAGNSTICO, FACULDADE
DE VETERINRIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS.
96010-900, PELOTAS, RS.
E-mail: mpsoares@ufpel.tche.br
LUCIANO NAKAZATO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO
DEPARTAMENTO DE CLNICA MDICA VETERINRIA
AV. FERNANDO CORRA DA COSTA, S/N
BAIRRO COXIP
78068-900, CUIAB, MT
E-mail: lucnak@zaz.com.br
LUIS ALBERTO RIBEIRO
DEPARTAMENTO DE MEDICINA ANIMAL. FACULDADE DE
VETERINARIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
DO SUL. AV. BENTO GONALVES 9090,
91540-000, PORTO ALEGRE, RS
E-mail: BERTO@vortex.ufrgs.br
LUIS DA SILVA VIEIRA
EMBRAPA/CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE CAPRINOS
(CNPC)
CAIXA POSTAL D-10
62100-000, SOBRAL, CE
E-mail: lvieira@cnpq.embrapa.br
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SUMRIO
PREFCIO DA PRIMEIRA EDIO .................................................. 12
PREFCIO DA SEGUNDA EDIO ................................................... 14
SUMRIO............................................................................................... 15
CAPTULO 1 .......................................................................................... 19
DOENAS PARASITRIAS ................................................................. 19
CARRAPATO DOS BOVINOS (BOOPHILUS MICROPLUS)....................... 19
CONTROLE DO CARRAPATO BOOPHILUS MICROPLUS ........................ 22
TRISTEZA PARASITRIA BOVINA .................................................. 35
BABESIOSE EQINA ......................................................................... 42
PIOLHOS ............................................................................................. 47
SARNA................................................................................................. 52
MIASES .............................................................................................. 60
MUSCDEOS HEMATFAGOS .......................................................... 71
OTITE PARASITRIA......................................................................... 81
PNEUMONIA VERMINTICA ........................................................... 85
PARASITOSES POR NEMATDEOS GASTRINTESTINAIS EM
BOVINOS E OVINOS .......................................................................... 89
FASCIOLOSE .................................................................................... 118
COENUROSE..................................................................................... 131
PARASITOSES GASTRINTESTINAIS DE EQINOS....................... 134
EIMERIOSE BOVINA........................................................................ 147
EIMERIOSE DE CAPRINOS E OVINOS............................................ 152
MIELOENCEFALITE EQINA POR PROTOZORIO...................... 158
CAPTULO 2 ........................................................................................ 163
DOENAS TXICAS .......................................................................... 163
CARDIOMIOPATIA CRNICA EM BOVINOS ................................ 163
DERMATITE ASSOCIADA AO CONSUMO DE FARELO DE ARROZ
DESENGORDURADO ....................................................................... 165
ENVENENAMENTO BOTRPICO ................................................... 169
FOTOSSENSIBILIZAO HEPATGENA ...................................... 177
INTOXICAO CRNICA POR COBRE.......................................... 181
INTOXICAO POR ANTIBITICOS IONFOROS ....................... 186
INTOXICAO POR ARSNICO ..................................................... 191
INTOXICAO POR CHUMBO........................................................ 193
INTOXICAO POR CLOSANTEL .................................................. 196
INTOXICAO POR FLOR............................................................ 198
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CAPTULO 1
DOENAS PARASITRIAS
CARRAPATO DOS BOVINOS (Boophilus microplus)
Joo Guilherme Brum
O carrapato comum dos bovinos, Boophilus microplus
(Canestrini, 1887) um artrpode que pertence a Classe Arachnida e a
Ordem Acari. Sua distribuio geogrfica entre os paralelos 32o
Norte e 32 Sul, sendo que o paralelo 32 Sul passa no sul do Rio
Grande do Sul, na regio do Banhado do Taim, na divisa entre os
municpios de Santa Vitria do Palmar e Rio Grande. Nas regies
prximas a esses paralelos, as populaes do carrapato costumam ser
pequenas e inconstantes durante o ano.
A importncia de B. microplus, que um caro hematfago,
decorre, principalmente, da espoliao sangnea e da transmisso de
patgenos, como os agentes da tristeza parasitria bovina (TPB).
MORFOLOGIA
B. microplus apresenta peas bucais curtas, escudo dorsal de
uma s cor (marrom) e o macho apresenta dois pares de placas adanais (dos lados do nus) bem ntidas e um prolongamento na poro
posterior denominado apndice caudal. A diferena de sexos feita
pelo escudo dorsal, que no macho recobre todo o dorso e na fmea
no, originando a diferena de tamanho aps a hematofagia.
BIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
Apesar de algumas espcies de carrapato necessitarem de dois
ou trs hospedeiros para fechar o ciclo, B. microplus necessita de um
s hospedeiro. A fmea repleta de sangue e fecundada chama-se
telegina e por gravidade abandona o bovino e vai ao solo, onde
procura se abrigar, principalmente sob a grama. Em boas condies de
temperatura e umidade (27C e umidade relativa acima de 70%) o
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Carrapato
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Carrapato
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Carrapato
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USO DE CARRAPATICIDAS
Drogas utilizadas
A aplicao de produtos acaricidas a principal arma, quando
no a nica, utilizada para o controle do carrapato em todas as regies
onde existe o problema. O uso de carrapaticidas foi iniciado no final
do sculo passado, com os arsenicais que j eram usados
anteriormente para controlar ectoparasitas de ovinos. Seguiram-se os
produtos a base de clorados, os fosforados, as imidinas, os piretrides,
o fluazuron e o fipronil. Os produtos disponveis atualmente
pertencem aos seguintes grupos qumicos:
Organo-fosforados. Atuam inibindo a acetilcolinesterase; a no
degradao da acetilcolina nas sinapses nervosas leva a um estmulo
constante, com paralisia e morte do parasita. No grupo encontram-se o
diazinon, o coumafs e o clorfenvinfs, entre outros. A diluio
recomendada varia entre os produtos e o intervalo entre aplicaes
deve ser de 18 dias, pois estes produtos no tm efeito residual.
Imidinas. Tm ao antagnica da monoaminooxidase. Embora
sendo excelentes acaricidas, no atuam sobre insetos. So produtos
facilmente degradveis, sendo estveis somente em pH alcalino. Por
isso necessrio adicionar cal (CaCO2) nos banheiros de imerso. A
esse grupo pertence o amitraz. A diluio recomendada de 1:500 e o
intervalo entre aplicaes deve ser de 21 dias.
Piretrides. Atuam na membrana das clulas nervosas, causando
alteraes nos ons de sdio e potssio, levando a hiperexcitao com
posterior paralisia e morte do caro. Entre os piretrides esto a
cipermetrina, a deltametrina e a flumetrina, entre outros. A diluio
recomendada de 1:1.000 e o intervalo entre aplicaes deve ser de
21 a 25 dias.
Atualmente, existem produtos em que so associados um
piretride e um organofosforado como por exemplo cipermetrina +
metrifonato, cipermetrina + diclorvs e cipermetrina + clorfenvinfs,
que foram lanados aps o surgimento de cepas de carrapatos
resistentes aos piretrides.
Avermectinas e milbecinas. So produtos de ao sistmica, que
atuam sobre os endo e ectoparasitas. Nesse grupo encontram-se a
ivermectina, a doramectina e a moxidectina. Esses produtos tornaramse uma alternativa para o controle de populaes de carrapatos
resistentes aos demais grupamentos qumicos. Estes endectocidas so
recomendados em programas de controle estratgico integrado de
carrapatos, moscas e parasitas gastrintestinais (11,18). Inibem a
transmisso nervosa, estimulando a descarga do cido gama amino
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Carrapato
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butrico (GABA) que inibe a neurotransmisso nas terminaes prsinpticas, levando a paralisia e morte do parasita. Existem
formulaes para aplicao injetvel e pour-on. A dose recomendada
de 1ml para cada 10kg de peso vivo e 1ml/50kg, nas formulaes
injetveis e pour-on, respectivamente; o intervalo entre aplicaes
pode ser de 30-40 dias. Existem ainda as formulaes de bolus intraruminais de liberao lenta, que permitem maiores intervalos entre
aplicaes.
Benzoilfenilurias. O fluazuron atua, exclusivamente em carrapatos,
inibindo enzimas responsveis pela sntese de quitina. No
recomendado o seu uso em vacas produtoras de leite, quando em
lactao. So aplicados pour-on, na dose de 2,5 mg/kg, em intervalos
de 50-80 dias.
Fipronil. Atua inibindo a ao do neuro-estimulador GABA de
carrapatos, tendo, tambm, ao inseticida. No recomendado seu
uso em vacas produtoras de leite. A dose recomendada de 1mg/kg,
aplicada pour-on e o intervalo entre aplicaes deve ser de 40-60 dias.
Tipos de aplicao
A escolha do tipo de aplicao dos carrapaticidas depende de
caractersticas prprias de cada fazenda, como instalaes, nmero
total de bovinos, tipo de explorao, etc.
Banheiro de imerso. Muito comuns nas grandes propriedades do
Rio Grande do Sul, so tanques com capacidade de 7.000 a 30.000
litros. um meio de aplicao que permite que todo o corpo do
bovino seja molhado, atingindo todos os estgios evolutivos do
carrapato e, quando bem manejado, permite um controle eficaz. Exige
cuidados especiais quanto estrutura do banheiro e ao manejo. As
instalaes anteriores ao banheiro devem ser caladas para reduzir o
barro e fezes que so carreados para o seu interior; o banheiro deve ser
coberto para evitar a entrada de gua da chuva ou a incidncia solar,
que degrada a maioria dos produtos; no ter rachaduras nas paredes
que permitam infiltraes; deve ter rgua graduada ou marcao na
parede que permita rigoroso controle do volume de calda, para que
sejam feitas as recargas; a entrada no banheiro ou ponto de pulo deve
ser bem abrupta para que o animal mergulhe imediatamente,
submergindo inclusive a cabea; o escorredouro ou curral de
drenagem deve ter piso de cimento, com inclinao de 3% em direo
ao banheiro e rodeado por meios-fios de, no mnimo, 15cm de altura
para conter o excesso de calda que escorre dos animais banhados e
no deve ter decantador, pois nos plos que ficam retidos encontra-se
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Carrapato
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Carrapato
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Tristeza parasitria
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Doenas parasitrias
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Tristeza parasitria
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PATOLOGIA
Macroscopicamente, pode-se constatar mucosas e serosas
anmicas ou ictricas, fgado e bao escuros, aumentados e congestos,
linfonodos intumescidos e escuros, rins aumentados, vescula biliar
distendida, com bile escura, densa e grumosa, hidropericrdio,
congesto do crtex cerebral e cerebelar (na babesiose por B. bovis),
bexiga com urina vermelho-escura (na babesiose por B. bigemina) ou
levemente avermelhada (na babesiose por B. bovis).
As leses microscpicas so comuns a vrias enfermidades
nas quais ocorre hemlise intravascular e anemia. As leses mais
freqentemente encontradas so: fgado com sinusides hepticos
distendidos e repletos de sangue; degenerao de hepatcitos e
canalculos biliares distendidos com bile; linfonodos com aumento do
nmero de macrfagos na regio medular, a maioria contendo
hemcias fagocitadas; rins com necrose e congesto vascular; e,
crebro com congesto capilar, edema perivascular e pequenas
hemorragias.
DIAGNSTICO
Para o diagnstico da TPB devem ser levados em conta dados
epidemiolgicos, sinais clnicos e leses observadas na necropsia.
Porm, o diagnstico de certeza e especfico, s possvel atravs do
exame laboratorial, com a identificao do agente em hemcias
parasitadas.
Deve ser remetido ao laboratrio sangue coletado com
anticoagulante (EDTA, heparina, etc.) para a confeco de esfregaos
em camada delgada, e anlise de hematcrito. Os exames de
hemoglobina e hemograma, alm de caros, so dispensveis neste
diagnstico.
O sangue pode ser coletado da veia jugular ou da coccgea
mdia e, caso haja suspeita de babesiose por Babesia bovis, devem ser
feitos esfregaos de sangue capilar, colhido da ponta da cauda ou da
margem da orelha.
Durante a necropsia devem ser coletadas pores do crebro,
rins e fgado para a confeco de claps (impresses) desses rgos
em lminas de microscopia. O material deve ser devidamente
identificado e enviado ao laboratrio sob refrigerao (sangue e
rgos sem fixar) ou fixado em formalina tamponada a 10% (pores
de rgos para histopatologia).
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Tristeza parasitria
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Doenas parasitrias
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Tristeza parasitria
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Doenas parasitrias
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BABESIOSE EQINA
Nara Amlia Farias
ETIOLOGIA
A babesiose eqina uma enfermidade parasitria causada
pelos hematozorios Babesia equi e Babesia caballi, que alm dos
eqinos, podem parasitar asininos, muares e zebras. conhecida,
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Babesiose eqina
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Babesiose eqina
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Babesiose eqina
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10.
11.
12.
13.
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PIOLHOS
Paulo Bretanha Ribeiro
Carla de Lima Bicho
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Os insetos conhecidos por piolhos pertencem a duas ordens
distintas: Anoplura e Mallophaga. Os anopluros so conhecidos por
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Famlia
Haematopinidae
Espcie
Hospedeiro(s)
Haematopinus asini
Eqinos
H. eurysternus
Bubalinos
H. quadripertusus
Bovinos
H. tuberculatus
Bovinos e
Bubalinos
Linognathidae
Linognathus pedalis
Ovinos
L. vituli
Bovinos
L. stenopsis
Caprinos e
Ovinos
Mallophaga
Trichodectidae
Solenopotes capillatus
Bovinos
Bovicola ovis
Ovinos
B. bovis
Bovinos
B. caprae
Caprinos
B. equi
Eqinos
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Piolhos
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Doenas parasitrias
Incubao
Ninfa
Pr-oviposio
(dias)
(dias)
(dias)
Haematopinus asini
12-14
11-12
H. eurysternus
9-16
9-16
2-7
11
9-13
9-11
17
21
H. quadripertusus
H. tuberculatus
Linognathus pedalis
L. vituli
8-13
Bovicola ovis
9-10
21
Bovicola bovis
18
Bovicola caprae
9-11
17-30
4-6
Bovicola equi
8-10
DIAGNSTICO
Os piolhos so insetos pteros, de corpo achatado
dorsoventralmente, medindo no mximo 6mm de comprimento, que
vivem entre os plos de seus hospedeiros. Os anopluros diferenciamse dos malfagos por apresentarem cabea mais estreita que o trax,
entre outras caractersticas. Os piolhos podem ser coletados com
auxlio de uma pina, diretamente sobre seus hospedeiros ou, em caso
de apresentarem grande motilidade, devem ser previamente mortos
com algodo embebido em lcool. Para identificao da espcie, os
piolhos devem ser coletados e remetidos ao laboratrio em lcool 70%
em frascos devidamente identificados.
CONTROLE E PROFILAXIA
Em geral, nas propriedades com um bom controle de
carrapatos, usando carrapaticidas com ao inseticida, a populao de
piolhos se mantm reduzida, sem importncia econmica. Atualmente,
com o uso de antiparasitrios de largo espectro, endectocidas a base de
Avermectinas, as populaes de anopluros mantm-se baixas em
ruminantes. O aumento das populaes de piolhos ocorre, em geral,
nos meses de inverno, pois possivelmente a maior umidade aumente a
viabilidade das fases de desenvolvimento. Os piolhicidas, geralmente,
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Piolhos
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Doenas parasitrias
SARNA
Maria Elisabeth Berne
Nara Amlia Farias
Sarna uma ectoparasitose causada pela invaso, presena e
reproduo de caros Sarcoptiformes das famlias Sarcoptidae e
Psoroptidae na pele dos animais domsticos e silvestres. uma
dermatite muito contagiosa, sendo que todos os estgios evolutivos
so parasitas, ou seja, encontram-se no hospedeiro, com curta
sobrevivncia no ambiente. Os caros causadores de sarna so
altamente especficos quanto a seu hospedeiro, embora no
apresentem diferenas morfolgicas entre espcies de um mesmo
gnero. A transmisso da sarna ocorre, principalmente, por via direta,
ou seja, atravs de um animal contaminado para um animal sadio.
SARNA SARCPTICA
Sarna sarcptica causada por diferentes variedades de
Sarcoptes scabiei, que recebem a denominao conforme o hospedeiro
que esto parasitando. uma ectoparasitose profunda e as fmeas de
Sarcoptes scabiei encontram-se em galerias na epiderme de vrios
animais domsticos, silvestres e, inclusive, do homem. O gnero
Sarcoptes tem o corpo arredondado, medindo 0,25-0,5mm, com
quatro pares de patas curtas, que no ultrapassam as bordas do corpo e
na regio dorsal apresentam numerosas estrias transversais, espinhos e
escamas angulares (2,8,9).
O ciclo biolgico similar nas diferentes espcies animais
parasitadas. As fmeas localizadas em galerias na epiderme fazem a
postura de 40-50 ovos por dia, os quais evoluem em 3-5 dias,
originando larvas hexpodas, que mudam para ninfas e,
posteriormente, para machos e fmeas. A fecundao ocorre,
geralmente, na superfcie da pele e, aps, as fmeas fecundadas
penetram na epiderme. O ciclo total realiza-se em, aproximadamente,
15 dias. A transmisso ocorre pelo contato com animais infestados,
atravs da passagem de larvas, ninfas e adultos presentes na superfcie
da pele. Todos os mamferos domsticos, inclusive o homem, so
hospedeiros desta espcie de caro. Em ruminantes domsticos ocorre
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Sarna
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Doenas parasitrias
30-40 dias, com a eliminao de 3-5 ovos por dia. A incubao ocorre
em 2-9 dias, quando emergem larvas que, em mais 2-3 dias,
desenvolvem-se a ninfas, as quais transformam-se em fmeas e
machos aps 3-4 dias. O ciclo total rpido, completando-se em 9-19
dias (2,5,8).
Sarna psorptica de ovinos
a sarna mais freqente em ovinos, no somente no Brasil,
como em diferentes partes do mundo onde a criao desta espcie
animal expressiva. causada pelo caro Psoroptes ovis, responsvel
por graves perdas econmicas populao de ovinos. No Rio Grande
do Sul, com a introduo de banhos sarnicidas e controle rigoroso dos
rebanhos, a sarna esteve controlada durante 20 anos. Em 1976
reapareceu no municpio de Uruguaiana, disseminando-se por vrios
municpios, com maior prevalncia nos meses mais frios do ano (1).
Nas manifestaes iniciais da enfermidade, desencadeadas por
reaes inflamatrias histamnicas, a pele apresenta reas de
inflamao com pequenas vesculas e exsudato seroso. Com a
progresso da leso, a rea central apresenta-se seca e recoberta por
uma crosta de colorao amarela. As bordas da leso so midas, onde
os caros encontram-se em abundncia, multiplicando-se e, as fmeas,
realizando a oviposio (2,7,9). Com a progresso das leses,
observam-se reas onde a l desprendeu-se ou est danificada e, ao
toque, o velo desprende-se facilmente. Nesses locais h uma crosta
mida com muitos caros que se movimentam ativamente. As leses
restringem-se, inicialmente, escpula, costelas e flancos e, com a
evoluo da doena, podem atingir todo corpo do animal (2).
Em condies adversas ao desenvolvimento do P. ovis,
perodos quentes, secos e aps a tosquia, os caros permanecem em
latncia em diferentes regies do corpo do ovino (fossetas
infraorbitrias, abaixo da cauda, escroto, perneo, face interna das
patas e pavilho auricular) (2,8,9).
As leses histolgicas da pele, na fase aguda, caracterizam-se
por intenso infiltrado celular, edema, hiperplasia dos folculos pilosos,
hipertrofia das glndulas sebceas e dilatao das glndulas
sudorparas. Na fase crnica observa-se necrose, perda da funo dos
folculos pilosos e dilatao e multiplicao tubular dos capilares
linfticos, com intenso infiltrado de eosinfilos (7).
Os sinais clnicos observados na fase aguda so prurido,
inquietao, emagrecimento e reas de alopecia. Os animais fazem
movimentos com as patas e mordem os locais afetados tentando
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Sarna
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Doenas parasitrias
DIAGNSTICO
O diagnstico das sarnas feito atravs da apresentao
(perodo mais frio do ano, geralmente em vrios animais ao mesmo
tempo), sinais clnicos (alopecia, prurido, espessamento da pele,
crostas), visualizao macroscpica de caros em movimento no caso
de Psoroptes em regies como a de insero da cauda, e confirmao
laboratorial atravs da deteco e identificao do caro em raspados
de pele.
Devem ser feitos raspados profundos com lmina de bisturi,
das bordas de leses mais recentes, para poder atingir caros que
estejam em galerias (sarcoptdeos). Recomenda-se fazer a coleta de
vrios locais do mesmo animal e de vrios animais afetados.
Para o diagnstico da otocarase caprina devem ser removidas
as crostas do interior do pavilho auricular com o auxlio de pinas ou
de cotonetes, para posterior exame.
Exame imediato
Coloca-se o material coletado em placa com fundo escuro
levemente pr-aquecida. Psoroptes e Chorioptes podem ser vistos a
olho nu, como pequenos pontos brancos em movimento; o mesmo no
ocorre com Sarcoptes, por ser bem menor e menos mvel.
Exame laboratorial
Para transportar o material coletado para o laboratrio, devese umidec-lo em glicerina, coloc-lo em frascos de vidro que devero
ser bem fechados (assim evita-se a possvel fuga dos caros),
devidamente identificados e acompanhados de ficha com histrico da
propriedade. O material, coletado de cada animal ou mesmo de todos
os animais do potreiro ou da propriedade, pode ser acondicionado
separadamente. No laboratrio, quando houver muito material, como
crostas, pores de pele e plos, deve-se acrescentar soluo de NaOH
ou KOH a 10% para dissolver as crostas e liberar os caros. Neste
caso, deixa-se a soluo agir por 6-12 horas, para depois realizar o
exame em lupa.
Ovinos, bovinos e eqinos podem ter sarnas causadas por trs
diferentes gneros: Psoroptes (grande, com gnatossoma ou cabea
cnica), Sarcoptes (muito pequeno, globoso, patas curtas e
gnatossoma arredondado) e Chorioptes (similar ao Psoroptes, porm
com o gnatossoma aquadradado).
A identificao do agente causador da sarna muito
importante para que se possa conhecer sua capacidade de contgio e o
prognstico da doena: a sarna psorptica a mais freqente, mais
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Sarna
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Doenas parasitrias
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Sarna
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7. Padilha T.N. 1982. Doenas parasitrias nas regies ridas e semiridas do Nordeste brasileiro. Petrolina, PE. EMBRAPA-CPTSA.
Documento 17. p. 8-18.
8. Romero H.Q. 1986. Parasitologa y Enfermedades Parasitarias de
Animales Domsticos. Editora Limusa. Mxico. 483p.
9. Urquhart G.M., Armour J., Duncan A.M., Jennings F.W. 1990.
Parasitologia Veterinria. Editora Koogan. 306 p.
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Doenas parasitrias
MIASES
Paulo Bretanha Ribeiro
ETIOLOGIA
Miase a leso causada por larvas de certos dpteros ao
organismo de animais vertebrados, em cujos tecidos, vivos ou mortos,
ocorre o seu desenvolvimento (Myia=mosca; iasis=doena).
Existem muitas propostas para classificar as miases. Sob o
ponto de vista etiolgico, dividem-se em trs grupos:
a) pseudomiases, que so acidentais e ocorrem pela ingesto
acidental de larvas de dpteros junto com alimentos, geralmente,
sem maiores problemas para o hospedeiro;
b) miases facultativas, conhecidas, tambm, por semi-especficas ou
secundrias. So causadas por moscas necrfagas, denominadas
necrobiontfagas, que se desenvolvem em tecidos necrosados;
c) miases obrigatrias, especficas ou primrias, que so as mais
importantes sob o aspecto mdico e econmico. So causadas por
larvas biontfagas, ou seja, que obrigatoriamente desenvolvem-se
em tecidos vivos, podendo haver ou no a necessidade de uma
leso prvia, conforme a espcie.
As miases, quanto ao grau de parasitismo, podem ser
classificadas em obrigatrias e facultativas e as facultativas em
primrias e secundrias. Quanto a localizao sobre o hospedeiro
classificam-se em: nasofaringeal; do trato digestivo; cutnea
furuncular; e cutnea sanguinvora. A localizao e o grau de
parasitismo das miases encontradas no Rio Grande do Sul
apresentam-se na Tabela 1.
Tabela 1. Dpteros causadores de miases em ruminantes e eqinos do
Rio Grande do Sul.
Espcies
Dermatobia hominis
Oestrus ovis
Gasterophilus nasalis
Cochliomyia hominivorax
C. macellaria
Chrysomya albiceps
Localizao
Furuncular
Nasofaringeal
Gastrintestinal
Leso cutnea
Leso cutnea
Leso cutnea
Grau de parasitismo
Obrigatria
Obrigatria
Obrigatria
Obrigatria
Facultativa
Facultativa
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Miases
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Doenas parasitrias
vetor pode variar de 2 a 75, com mdia ao redor de 20-40 ovos. Com a
temperatura em torno de 27oC e umidade relativa de aproximadamente
80% o perodo de incubao de 5-7 dias.
As espcies de vetores de D. hominis so representadas por
dpteros hematfagos ou dpteros lambedores, que vo at os
hospedeiros de D. hominis para se alimentar de secrees corpreas ou
leses. Essas espcies podem variar em importncia e freqncia de
uma regio para outra, alterando a freqncia de larvas de D. hominis
sobre seus hospedeiros. Entre essas espcies tm sido registradas:
mosquitos de hbitos diurno da famlia Culicidae; Fannia spp.,
Fannidae; Simulium spp., Simulidae; Musca domestica, Stomoxys
calcitrans e Neivamyia spp., Muscidae; Cochliomyia macellaria e
Lucilia cuprina, Calliphoridae; Chrysops spp. e Tabanus spp.,
Tabanidae.
Aps a ecloso, as larvas permanecem na casca do ovo at o
momento em que o vetor pousa sobre o hospedeiro. Estimulada pela
temperatura corporal externa deste, a larva abandona rapidamente a
casca atravessando a pele ntegra. Aloja-se no tecido subcutneo, sem
necessidade de leso prvia, iniciando desta forma, o perodo de
parasitismo propriamente dito, causando miase furunculosa. O estgio
larval de D. hominis a fase de crescimento, na qual ocorre um
acmulo de nutrientes para que o adulto, aps a metamorfose, cumpra
a sua funo reprodutiva. Durante o desenvolvimento larval ocorrem
duas ecdises, portanto a larva possui trs instares, completando o seu
desenvolvimento em bovinos, em 31-69 dias, quando atingem um
peso de 400-810mg. As larvas de maior peso (600-800mg) originam
fmeas e as de menor peso (400-600 mg) originam machos.
Nos bovinos, as larvas localizam-se, preferentemente, na
regio das costelas, nas paletas e nas patas dianteiras. Isto deve-se,
seguramente, a que essas so as partes mais desprotegidas do animal,
facilitando o pouso dos vetores e a permanncia dos mesmos,
principalmente, nas horas mais quentes do dia, em que esto mais
ativos. Devido a preferncia dos vetores, existe tambm, maior
incidncia de larvas de D. hominis sobre bovinos de pelagem escura.
Aps a maturao, as larvas abandonam a leso caindo ao solo
onde penetram e imobilizam-se para pupar protegidas dos predadores
e das adversidades do ambiente. O perodo pupal pode durar 25-132
dias, conforme a temperatura, pois D. hominis, por ser ectotrmica,
no possui mecanismo termorregulador. O metabolismo depende da
temperatura ambiental e a velocidade de desenvolvimento ser
mxima na faixa de 20-30oC. Temperaturas inferiores retardam o
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Miases
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MUSCDEOS HEMATFAGOS
Paulo Bretanha Ribeiro
lvia Elena Silveira Vianna
CARACTERSTICAS GERAIS
Os muscdeos so dpteros com grande variao biolgica,
principalmente no estgio larval. Podem ser parasitos obrigatrios de
invertebrados e de pssaros, coprfagos, saprfagos, fitfagos,
humcolos, aquticos e carnvoros obrigatrios. Essa variao faz com
que tenham importncia como causadores de miases ao homem e aos
animais domsticos, ou na veiculao de patgenos, alm do
incmodo que causam quando ocorrem em superpopulao.
Entretanto, algumas espcies podem ser utilizadas no controle
biolgico de algumas pragas.
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Muscdeos hematfagos
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Muscdeos hematfagos
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Biologia
Ciclo vital. H. irritans um dptero de metamorfose completa.
Realiza a oviposio em fezes recentes de bovinos. O perodo de
incubao de 1 dia, liberando a larva que sofre duas ecdises, com 3
instares de desenvolvimento, no perodo de 5 dias. O estgio de pupa,
com durao de 6-8 dias, ocorre na parte inferior do excremento. Do
puprio emergem os adultos, com ambos os sexos hematfagos, que
permanecem sobre os hospedeiros. As fmeas deixam os hospedeiros
apenas por ocasio da oviposio nas fezes frescas, ovipondo 20-24
ovos de cada vez, com um total de aproximadamente 400 ovos durante
sua vida.
Os adultos tm preferncia por animais de pelagem escura,
entretanto, em altas infestaes atacam, tambm, bovinos de pelagem
clara. Nas horas mais quentes do dia ou durante as chuvas so
encontrados agrupados na poro ventral dos bovinos, geralmente
prximos ao umbigo.
Ecologia. H. irritans apresenta no seu ecossistema uma srie de
componentes favorveis e desfavorveis ao seu desenvolvimento e
reproduo. O clima, pelas variaes em funo da regio ao longo do
ano, constitui um dos componentes que ocupa lugar de destaque,
incrementando ou diminuindo a populao de H. irritans. Dentre os
fatores climticos, a temperatura e a precipitao so os de maior
influncia direta e indireta sobre a populao de H. irritans. Sendo
este um animal poiquilotrmico seu metabolismo depende
inteiramente da temperatura ambiente, a qual influi no intervalo entre
geraes e na viabilidade de suas fases. Em regies temperadas, nas
pocas em que a temperatura baixa, as larvas permanecem numa
condio de metabolismo estacionrio (diapausa) prolongando o
perodo larval. Este fenmeno uma estratgia utilizada pela espcie
para sobreviver em regies frias dos Estados Unidos, Canad, Europa
e, possivelmente, no sul da Amrica do Sul. Quando as condies
tornam-se favorveis o desenvolvimento retomado, possibilitando
que os adultos cumpram a funo reprodutiva.
A precipitao, devido a mudanas na umidade das fezes e do
solo, influi na populao de H. irritans, provocando uma flutuao da
populao ao longo do ano, caraterizada por queda populacional na
poca seca e aumento na poca chuvosa.
Os inimigos naturais, predadores, competidores e parasitos de
H. irritans, associados a fatores ambientais, causam mortalidade
natural, estimada em 90%, na fase imatura presente na massa fecal. A
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Muscdeos hematfagos
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Muscdeos hematfagos
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Doenas parasitrias
REFERNCIAS
1. Axtell R.C. 1986. Fly control in confined livestock and poultry
production. Technical monograf, Ciba-Geigy Corp., Greensborn,
NC, 59.
2. Brum J.G.W., Ribeiro P.B., Costa P.R.P., Oliveira C.M.B. 1987.
Artrpodos parasitas dos animais domsticos da Zona Sul do
Estado do Rio Grande do Sul. Arq. Bras. Med. Vet. Zoot. 39: 537
3. Georghiou G.P. 1990. Overview of insecticide resistance. In:
Green M.B., Lebaron H.M., Morberg W.K. eds. Managing
resistance to agrochemicals. From fundamental research to
practical strategies. American Chemical Society, Washington,
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4. Guimares J.H. 1983. Uma ameaa pecuria nacional.
Agroqumica 22: 10-13.
5. Guimares J.H. 1984. Mosca dos estbulos: uma importante
praga do gado. Agroqumica 23: 10-14.
6. Guimares J.H. 1985. Moscas sinantrpicas: manejo integrado.
Agroqumica 28: 10-15.
7. Honer M.R., Bianchin I., Gomes A. 1990. Mosca dos chifres:
histrico, biologia e controle. Campo Grande: EMBRAPACNPGC, Documento 45, 34 p..
8. Honer M.R., Paloschi C.G., Beck A.A.H. 1991. Mosca dos
chifres no Estado de Santa Catarina. EMPASC,. Documento 122,
28 p..
9. Scholl P.J. 1980. A tecniquine for physiologically age-grading
female stable flies, Stomoxys calcitrans (L.): Institute of
Agriculture and natural Resources, University of NebraskaLincoln. Research Bulletin 298, 28 p..
10. Scholl P.J., Wedburg J., Neher N., Flashinski R. 1990. Pest
management principles for the commercial applicator. Produced
by the Departament of Agricultural Journalism, University of
Wisconsin-Madison, 161 p..
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Otite parasitria
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OTITE PARASITRIA
Karine Bonucielli Brum
Ricardo Antnio Amaral de Lemos
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Dois agentes tm sido descritos no Brasil como causa de otite
em bovinos: o caro Raillietia auris e nematides da famlia
Rhabditidae. R. auris um parasita mesostigmata que usualmente
reside no canal auditivo externo do gado, mas ocasionalmente invade
o canal auditivo mdio e interno. O ciclo de vida do caro no bem
conhecido, mas sabe-se que o mesmo se completa em 4-5 dias e que a
transmisso se d, provavelmente, por contato direto (2). A famlia
Rhabditidae formada por nematides de diversos gneros incluindo
Rhabditis spp., Tricephabus spp. e Micronema spp. (3). No Brasil
foram identificados como causa de otite em bovinos Rhabditis freitasi
(7,9), Rhabditis costai (9) e Raillietia auris (2).
EPIDEMIOLOGIA
Otite parasitria causada por Raillietia auris foi observada em
bovinos no Mato Grosso do Sul (2) e em outros Estados das Regies
Centro-Oeste e Sudeste (6,10). O caro ocorre freqentemente em
bovinos que no apresentam nenhum sinal clnico (6,10). No Mato
Grosso do Sul vrios surtos tm sido diagnosticados recentemente,
com 1%-2% dos animais apresentando sinais clnicos. Alguns animais
parasitados podem ser acometidos por leso auditiva sria. A
letalidade geralmente muito baixa (1). Animais de diferentes raas
incluindo Nelore, Guzer, Gir, Canchim e cruzas podem ser afetadas
(1,4,10).
Surtos de otite por nematides da famlia Rhabditidae tm
sido diagnosticados em So Paulo (3,9), Gois (4,9), Distrito Federal
(8), Minas Gerais (4) e Pernambuco (1). A doena afeta bovinos das
raas Gir e Indubrasil (1,3,4,7,9) e o parasito no foi encontrado em
outras raas (4). A susceptibilidade dessas raas estaria,
aparentemente, relacionada com a conformao anatmica do
pavilho auditivo, mais longo e canulado, nestas duas raas (4).
Prevalncias de 93% e 40% de infeco tm sido observadas em
bovinos adultos e novilhas, respectivamente (4). Em outro trabalho
prevalncias de 85% a 100% foram observadas em bezerros menores
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Otite parasitria
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Pneumonia vermintica
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PNEUMONIA VERMINTICA
Jernimo Lopes Ruas
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A dictiocaulose conhecida, tambm, como verminose
pulmonar, pneumonia vermintica ou bronquite parasitria causada
por parasitas do gnero Dictyocaulus, que podem ser encontrados nas
vias areas de bovinos, ovinos, caprinos e eqinos (1,4,8). Em ovinos
a enfermidade causada por Dictyocaulus filaria e em bovinos por
Dictyocaulus viviparus.
Todas as espcies desse gnero tem ciclo biolgico direto. As
fmeas pem os ovos nos brnquios dos animais afetados. Os ovos
so levados at a traquia com o movimento normal das secrees, ou
atravs da tosse que ocorre devido a irritao dos brnquios causada
pelos parasitas. Quando os ovos atingem a faringe so deglutidos e
chegam ao trato gastrintestinal. Durante esse percurso os ovos
eclodem liberando uma larva que vai ao meio exterior com as fezes.
No ambiente, em torno de 7 dias, as larvas se desenvolvem at o 3
estgio, L3 infectante (3,8). Estas, aps serem ingeridas pelos animais
junto com o pasto, penetram na parede do intestino e passam ao
sistema linftico, onde mudam para o 4 estgio, migram atravs da
linfa e do sangue e, em aproximadamente uma semana, chegam aos
pulmes. Posteriormente, atravessam os capilares pulmonares e
atingem os alvolos, onde mudam para o 5 estgio, crescendo
rapidamente e se tornando adultos. As larvas L3 podem levar 3-4
semanas para se tornarem parasitos adultos (3,4,6).
Dictyocaulus, morfologicamente, apresenta-se como um
parasita fino e longo, com at 10cm de comprimento, sendo que os
machos so menores que as fmeas (3,4).
EPIDEMIOLOGIA
A dictiocaulose bovina e ovina tm distribuio cosmopolita,
porm, ocorre mais freqentemente em zonas de temperaturas mais
baixas ou em meses mais frios do ano. No Hemisfrio Sul ocorre,
principalmente, aps o desmame dos bezerros, nos meses de outono e
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Pneumonia vermintica
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PATOLOGIA
Macroscopicamente observam-se nos pulmes zonas de
enfisema, congesto, edema, exsudato purulento e reas de
hepatizao. A extenso das leses depende do grau de infeco
parasitria. Nos casos mais agudos so encontrado edema e enfisema
pulmonar com hepatizao vermelha e bronquite hemorrgica.
Microscopicamente observa-se infiltrao celular com
abundncia de eosinfilos, macrfagos e clulas gigantes. Bronquolos
e alvolos apresentam-se com restos de exsudato e clulas, podendo
haver fibrina nos alvolos, congesto no parnquima, proliferao de
pneumcitos tipo II, espessamento dos septos interalveolares e graus
variados de epitelizao alveolar (4,5,8).
DIAGNSTICO
Deve ser feito baseado nos sinais clnicos (principalmente
respiratrios) e avaliao epidemiolgica (poca do ano, idade dos
animais, temperatura e chuvas) (8).
O diagnstico laboratorial baseado na deteco de larvas de
Dictyocaulus nas fezes dos animais, atravs da tcnica de Bahermann,
pela qual se determina o nmero de larvas por grama de fezes (LPG).
As amostras de fezes devem ser obtidas diretamente do reto para
evitar a presena de larvas de nematdeos de vida livre. As fezes, aps
coletadas em sacos plsticos, so identificadas e acondicionadas em
caixa isotrmica (isopor) com gelo e enviadas rapidamente ao
laboratrio. O nmero de larvas recuperadas diminui se as amostras
retardam em ser processadas ou quando no so mantidas refrigeradas.
Na fase inicial da doena clnica, podem no ser observadas larvas nas
fezes devido a presena de parasitos imaturos no pulmo, que ainda
no iniciaram a postura. Em geral, as larvas podem ser encontradas em
torno de 12 dias aps o aparecimento dos sinais, ou seja, 24 dias
depois da ocorrncia da infeco. Geralmente, o nmero de larvas de
1 estgio encontrado nas fezes por uma tcnica de diagnstico, est
relacionado com o nmero de adultos nos pulmes, mas esse nmero
nem sempre estabelece a relao com leses e sinais clnicos. O
nmero de larvas ou adultos de Dictyocaulus spp. no proporcional
ao grau de leses pulmonares e sinais clnicos, porque as leses
dependem da idade do animal, das infeces prvias e das infeces
secundrias presentes no quadro. Em bovinos, at 10 LPG
caracterizam infeco leve; 11-50 LPG, infeco moderada; e mais de
50 LPG, infeco grave. A necropsia pode ser a soluo nos casos
onde h vrios animais com sinais clnicos no rebanho e no so
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Doenas parasitrias
Princpio ativo
Levamizoles
Albendazole
Febendazoles
Oxfendazoles
Probenzimidazoles
Febantel
Avermectinas
Ivermectina
Abamectina
Doramectina
Moxidectin
Milbemicinas
Vias de administrao
Subcutnea
oral
oral
oral
intra ruminal
oral
intra-ruminal
subcutnea
subcutnea
subcutnea
subcutnea
Doses
8 mg/kg
5 mg/kg
5 mg/kg
2,5 mg/kg
2,5 mg/kg
5 mg/kg
5 mg/kg
200 mg/kg
200 mg/kg
200 mg/kg
200 mg/kg
REFERNCIAS
1. Carballo M. 1987. Verminosis broncopulmonares ovinas. In:
Morlan I.B., Del Campo A.D., Mari J.J. Enfermedades de los
lanares. Hemisferio Sur, Montevideo, v. 1. 275 p.
2. Charles T.P., Furlong J. 1992. Doenas Parasitrias dos Bovinos de
Leite. Coronel Pacheco, EMBRAPA-CNPGL, 134 p..
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PATOLOGIA
As leses macroscpicas caracterizam-se por caquexia,
desidratao, atrofia serosa dos depsitos de gordura e atrofia das
massas musculares. Pode haver edema subcutneo e do mesentrio, e
presena de lquido nas cavidades. Na hemoncose a carcaa apresenta
uma aparncia plida devido a extrema anemia. Na ostertagiose, tanto
no tipo I como no tipo II, h engrossamento e edema da mucosa do
abomaso, que apresenta um aspecto rugoso devido a presena de
ndulos umbilicados de at 3mm de dimetro, distribudos por todo o
rgo, dando um aspecto courceo ao coagulador (1). Na hemoncose,
em conseqncia da severa hipoproteinemia, h edema subcutneo e
do mesentrio, com hidrotrax, hidropericrdio e ascite. O abomaso
apresenta-se com o contedo fludo e de colorao vermelha-escura,
devido a presena de sangue. Os parasitos podem ser visualizados a
olho nu no contedo abomasal.
DIAGNSTICO
O diagnstico das nematodeoses gastrintestinais pode partir
de uma avaliao clnica dos animais, contudo, somente sinais
clnicos no so suficientes para um diagnstico preciso, visto que
existem outras enfermidades que apresentam sinais clnicos
semelhantes aos das verminoses. A necropsia com contagem
parasitria, a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) e a cultura
de larvas so as tcnicas que devem ser utilizadas para confirmar as
suspeitas clnicas.
A necropsia a tcnica que permite a posterior identificao
dos gneros de parasitos presentes, sua quantificao e a localizao
nos rgos do hospedeiro. Embora exista a limitao econmica da
disponibilidade de animais para exame, a tcnica mais eficaz e
confivel para diagnstico de endoparasitoses. No caso de necropsias
realizadas a campo, o mdico veterinrio deve coletar e lavar os
contedos do abomaso e intestino delgado. Posteriormente, deve
retirar uma alquota de 10% destes contedos e acrescentar formol
comercial at obter uma concentrao de 5% (em 100 ml do contedo
adicionar 5 ml de formol) e enviar ao laboratrio para realizar a
contagem e identificao dos parasitos. Deve ser levado em conta o
tamanho dos parasitos, pois alguns so de fcil visualizao a olho nu
(no caso de Haemonchus o macho mede 10-20mm e a fmea 1830mm), e outros dificilmente so visualizados (Trichostrongylus, o
macho mede 4-5 mm e a fmea 5-7mm). O intestino grosso deve ser
aberto com uma tesoura, retirado o contedo, expondo a mucosa e
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Leve
Grau de infeco
Moderada
Pesada
Fatal
Haemonchus
Ostertagia
Cooperia
Tricostrongylus
Oesophagostomum
Ovinos
Haemonchus
Ostertagia
Trichostrongylus
Cooperia
Oesophagostomum
<400
<5.000
<10.000
<100
400-1.000
5.000-10.000
10.000-30.000
100-500
>1.000
>10.000
>30.000
>500
>5000
>20.000
>25.000
>40.000
>1.000
<500
<1.000
<1.000
<10.000
<50
500-1.500
1.000-10.000
1.000-10.000
10.000-20.000
50-100
.>1.500
>10.000
>10.000
>20.000
>100
>3.000
>20.000
>50.000
>25.000
>500
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Doenas parasitrias
CLASSE
PRINCPIO
ATIVO
Benzimidazis
Pr-benzimidazis
Bloqueadores ganglionares
Imidotiazis
Tetra-hidropirimidinas
Avermectinas
Milbemicinas
Salicilanildeos
Substitutos nitrofenlicos
Antagonistas da acetilcolinesterase
Organofosforados
Albendazol
Fenbendazol
Oxifendazol
Thiabendazole
Oxibendazole
Febantel
Tiofanato
Netominim
Tetramizole
Levamizole
Morantel
Pirantel
Ivermectin
Abamectin
Doramectin
Moxidectin
Oxiclosanida
Clioxanida
Rafoxanida
Closantel
Nitroxinil
Disofenol
Triclorfon,
Naftalafs
Haloxon,
Dichlorvos
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Doenas parasitrias
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Doenas parasitrias
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Exame coprolgico
A pesquisa de ovos nas fezes deve ser realizada pela tcnica
de Gordon & Whitlock (18), utilizando-se a cmara de McMaster,
para determinar o nmero de ovos por grama de fezes (OPG). Se o
resultado for positivo realiza-se cultivo de fezes atravs da tcnica de
Robert & OSullivan (21), para identificao das larvas infectantes.
Atravs da identificao das larvas pode-se determinar o gnero de
nematdeo presente. Os ovos de Nematodirus podem ser identificados
j no OPG, pois so ovos maiores que 130m, com poucas clulas
escuras no centro. Os ovos de Strongyloides e Skjabinema so ovos
larvados com aproximadamente 60m e Trichuris e Capillaria so
ovos bioperculados de colorao marrom, sendo que os de Trichuris
apresentam uma forma de barril, com os oprculos transparentes e
bem evidentes. Haemonchus, Trichostrongylus, Ostertagia, Cooperia,
Bunostomum e Oesophagostomum no so identificados pelos ovos
mas sim, pelas larvas obtidas na cultura de fezes.
Necropsia
A necropsia pode ser realizada em animal que tenha morrido
recentemente, ou em caso de infeco de um rebanho, pode-se
sacrificar um dos animais mais debilitado, com sinais clnicos. Na
realizao da necropsia a campo deve-se ter o cuidado de coletar o
contedo do abomaso e intestino delgado. Alquotas de 100ml devem
ser acondicionadas em frascos e adicionadas de formol comercial
(usar 5ml de formol em 100ml de contedo), para posterior lavagem,
identificao e contagem dos parasitas no estereomicroscpio. No
abomaso, no momento da necropsia, alm das leses j descritas,
pode-se observar Haemonchus adultos de colorao avermelhada. Os
nematdeos do intestino delgado, pelo seu pequeno tamanho, so
difceis de observar durante a necropsia. No intestino grosso, aps a
abertura, retira-se o contedo e coleta-se com uma pina os parasitas
presentes na mucosa, facilmente visualizados a olho nu
(Oesophagostomum, Trichuris e Skjabinema). Estes devem ser
remetidos ao laboratrio em formol comercial a 5%.
CONTROLE E PROFILAXIA
Os estudos epidemiolgicos dos nematdeos gastrintestinais
de caprinos nas regies ridas e semi-ridas do Nordeste brasileiro
tm demonstrado que no perodo chuvoso, quando as condies
ambientais so timas para o desenvolvimento do parasito no
ambiente, as pastagens esto com uma alta populao de larvas
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Doenas parasitrias
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Princpio Ativo
Benzimidazis e
PrBenzimidazis
Albendazole
4,75 mg/kg
(0,25 ml/kg)
Albendathor
1,9%
Oral
Albendazole
4,75 mg/kg
(0,048 ml/kg)
5,0 mg/kg
(0,22 ml/kg)
5,0 mg/kg
(0,15ml/kg)
4,75 mg/kg
(0,25ml/kg)
Alnor 10%
Oral
Systamex
2,265%
Panacur 3,3%
(Qumio)
Ovalbem 1,9%
Oral
Cloridrato de
tetramisol +
Cloridrato de
prometazina
Cloridrato de
levamisole
Cloridrato de
tetramisol
Cloridrato de
tetramisol
6,6 mg/kg
(0,066 ml/kg)
Adevermin
injetvel 10%
IM/SC
7,5 mg/kg
(0,15 ml/kg)
7,8 mg/kg
(0,066 ml/kg)
6,6 mg/kg
(0,066 ml/kg)
Ripercol soluo
oral 5%
Tetramisol fagra
11,75%
Vermisol - RF
10%
Oral
Closantel
10 mg/kg (0,1
ml/kg)
Diantel
Oral
Nitrofenol
8 mg/kg
(0,1ml/kg)
Organofosforados
*Triclorfon
100mg/kg (1
ml/kg de uma
soluo a 10%
Triclovet oral p
a 97%
** Ivermectina
Ivermectin
Oxfendazole
Fenbendazole
Albendazole
Imidothiazoles e
Pirimidinas
Salicilanilidas e
Substitutos
nitrofenlicos
Dose
Oral
Oral
SC
SC
Oral
0,2 mg/kg
Ivomec soluo
Oral
(0,25 ml/kg)
0,08%
Ivermectin
0,2 mg/kg
Ivomec injetvel SC
(0,02 ml/kg)
1%
Moxidectin
0,2 mg/kg
Cydectin
SC
(0,02 ml/kg)
injetvel 1%
Fonte: Adaptado de vrios autores por Vieira et al. (24)
*Somente consumir a carne e o leite sete dias aps a vermifugao. No vermifugar
animais gestantes. Em caso de sinais de intoxicao aplicar sulfato de atropina.
**No abater animais antes de 30 dias aps vermifufao e no vermifugar animais
em produo de leite destinada ao consumo humano; em caso de uso medicar 30 dias
antes do parto.
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116
Doenas parasitrias
REFERNCIAS
1. Anurio Estatstico do Brasil. 1989. Fundao IBGE, Rio de
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Doenas parasitrias
FASCIOLOSE
Gertrud Mller
ETIOLOGIA
A fasciolose uma doena parasitria que ocorre
principalmente em ruminantes, podendo afetar mamferos em geral,
inclusive o homem. causada por Fasciola hepatica, conhecida
popularmente por saguaip ou baratinha do fgado. Esse parasito,
responsvel por grandes perdas na pecuria, causa prejuzos pela
mortalidade em ovinos, condenao de fgados em frigorficos,
reduo na produo de leite, carne, l e fertilidade, bem como pelos
altos custos com tratamentos anti-helmnticos (29).
F. hepatica pertence ao Filo Platyhelminthes, Classe
Trematoda, Famlia Fasciolidae. Tem 2-3cm de comprimento por 11,5cm de largura, forma de folha, cor castanho-acinzentada,
extremidade anterior cnica e cutcula coberta de espinhos. Apresenta
uma ventosa oral (extremidade do cone ceflico) e outra ventral (tero
anterior), bem como ovrio, testculos e cecos ramificados. Os ovos
so amarelados e operculados, medindo 130-150x60-90m (11,38).
EPIDEMIOLOGIA
Biologia
F. hepatica, para completar o ciclo biolgico, necessita de um
hospedeiro intermedirio (caramujo de gua doce do gnero Lymnaea)
e um definitivo (mamfero). O ciclo completo passa por uma srie de
etapas, as quais podem ser evidenciadas na Figura 1.
Esses parasitos, na forma adulta, localizam-se nos ductos
biliares dos hospedeiros definitivos, onde fazem a postura. Os ovos
so levados com a bile para o intestino e eliminados com as fezes. No
ambiente, esses ovos do origem aos miracdios que, na gua,
procuram o hospedeiro intermedirio (caramujo), no qual penetram e
originam esporocistos, rdias e cercrias. Estas abandonam o
caramujo, fixam-se na vegetao, transformando-se em metacercrias
que so as formas infectantes. Os hospedeiros definitivos ingerem,
juntamente com a pastagem, as metacercrias, as quais, no intestino
delgado desencistam-se e, na forma de fasciolas jovens, atravessam a
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Fasciolose
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Doenas parasitrias
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Doenas parasitrias
Regies
Propriedades
Examinadas (n)
Positivas (%)
RJ
142
20
SP
Vale do Paraba
80
11
MG
Sul de Minas
157
09
SC
Vale do Itaja
199
27
RS
326
40
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Doenas parasitrias
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Fasciolose
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Doenas parasitrias
Jovens
1
Adultas
5
10
11
12
Bithionol
13
14
90-99%
Niclofolan
Albendazole
95-100%
Ivermectin +
98-100%
Clorsulon
Nitroxinil
50-90%
91-99%
Closantel
Clorsulon
50-90%
91-99%
Rafoxanide
Triclabendazole
90-99%
99-100%
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Doenas parasitrias
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Coenurose
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COENUROSE
Franklin Riet-Correa
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Coenurose uma doena do sistema nervoso central, causada
por Coenurus cerebralis, que a forma larval da Taenia (Multiceps)
multiceps, cestide cuja forma adulta parasita ces e outros
carnvoros. Os ovos das tnias infectam a pastagem e so ingeridos
pelos hospedeiros definitivos, principalmente, os ovinos. Aps a
ecloso no intestino as oncosferas passam corrente sangnea e
penetram no sistema nervoso central. Ao atravessarem as meninges e
o tecido nervoso, as oncosferas causam leso traumtica que,
geralmente, assintomtica mas que, em casos de infees macias,
podem causar sinais clnicos agudos. Muitas oncosferas morrem
durante a fase aguda e outras vo formar cistos atravs do brotamento
endgeno dos esclices. Esses cistos, conhecidos como Coenurus
cerebralis, vo produzir sinais clnicos por ocupao de espao e
compresso do sistema nervoso.
EPIDEMIOLOGIA
Os ovinos, e em menor grau os bovinos, so as espcies mais
suscetveis doena; no entanto, outros ruminantes, eqinos e,
inclusive, o homem podem ser afetados. Os ovinos e bovinos jovens
so mais suscetveis que os adultos e a maior freqncia da
enfermidade ocorre em cordeiros e borregos, mas ovinos de at 6
anos de idade podem ser afetados. A doena freqente no Rio
Grande do Sul onde ocorrem casos espordicos ou surtos afetando at
1% do rebanho (2). A enfermidade tem sido observada, tambm, em
bovinos de 1-2 anos de idade (1).
SINAIS CLNICOS
A coenurose caracteriza-se por ser uma doena crnica, com
sinais clnicos progressivos, que dependem da localizao da leso e
ocorrem 2-5 meses aps a infeco. Quando os cistos localizam-se
nos hemisfrios cerebrais, que o mais freqente, observa-se torneio,
cegueira unilateral, rotao da cabea, depresso, isolamento do resto
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Coenurose
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Doenas parasitrias
Pequenos
estrngilos.
Conhecidos
como
ciatostomneos,
compreendem mais de 40 espcies. Destas, aproximadamente 12 so
abundantes e mais comumente presentes nos eqinos, portanto, em
infeces naturais, os animais esto parasitados por vrias espcies.
Todos os ciatostomneos tm o ciclo biolgico direto, com uma fase
de desenvolvimento nas pastagem. Os ovos saem com as fezes para o
ambiente e em duas semanas, em regies de clima temperado no
vero, tm-se as formas infectantes nas pastagens. Esse perodo se
prolonga nos meses de inverno. Os eqinos se infectam ao ingerirem
as formas infectantes L3, juntamente com a pastagem. As L3 invadem
as clulas na base das glndulas de Lieberkhn. Vrias espcies
penetram na mucosa e submucosa, formam cistos com deformao das
glndulas de Lieberkhn e hiperplasia das clulas caliciformes. Muitas
permanecem em hipobiose, dentro de cistos localizados na parede do
ceco e clon ventral. As L4 podem permanecer encistadas por 30-60
dias ou mesmo perodos mais longos (11,20). Eqinos estabulados,
sem condies de reinfeco, podem eliminar ovos nas fezes at dois
anos aps a infeco. A hipobiose, ou seja, a presena de larvas
inibidas na mucosa, uma caracterstica dos ciatostomneos, que
envolve fatores ligados ao prprio hospedeiro, como tambm, da
populao de parasitos adultos presentes. Aps um perodo de
desenvolvimento ou hipobiose, as larvas L4 emergem de forma
sincronizada dos cistos e atingem a luz do ceco e clon. Esta
emergncia est associada com a ruptura dos cistos e destruio das
clulas da mucosa, causando a ciatostomase larval. Os parasitos
adultos e fluidos dos cistos provocam uma intensa reao inflamatria,
com disfuno de segmentos do intestino. Fazem, tambm,
hematofagia. Onde se alimentam removem fragmentos da mucosa
intestinal e, em altas infeces, causam ulceraes mais profundas das
camadas do intestino. A mucosa pode apresentar-se com reas
extensas de destruio, afetando a funo intestinal, inclusive com
rompimento de pequenos capilares. Os sinais clnicos principais so
diarria profusa, anorexia, perda de peso, edemas, debilidade, anemia,
clicas e morte de animais jovens na primavera, perodo em que
ocorre a emergncia sincronizada de L4. necropsia observam-se
uma enterite catarral e hemorrgica, parede intestinal edemaciada e
presena de milhares de L4 vivas, de cor vermelha, na luz intestinal.
Na histologia h infiltrao macia de eosinfilos. Muitas vezes os
animais doentes j receberam tratamento anti-helmntico, entretanto,
ou o produto no foi eficaz ou a freqncia dos tratamentos foi
insuficiente, devido contaminao ambiental com formas infectantes
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Bloqueadores
glanglionares
Potenciadores cido
gama-butricos
CURTO ESPECTRO
Antagonistas da
acetilcolinesterase
Desacopladores da
fosforilao oxidativa
CLASSE
PRINCPIO ATIVO
Benzimidazis
Thiabendazole
Mebendazole
Oxibendazole
Febendazole
Albendazole
Febantel
Levamisole/
Tetramisole
Pirantel
Ivermectin
Moxidectin
Pr-benzimidazis
Imidotiazis
Tetrahidropirimidinas
Avermectinas
Milbemicinas
Organofosforados
Salicilanildeos
Triclorfon
Dichlorvos
Closantel
REFERNCIAS
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Doenas parasitrias
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Eimeriose bovina
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EIMERIOSE BOVINA
Maria Elisabeth Aires Berne
Luis da Silva Vieira
ETIOLOGIA
A eimeriose ou coccidiose bovina conhecida, tambm, como
diarria de sangue ou curso vermelho, sendo causada por protozorios
do gnero Eimeria que se multiplicam nas clulas epiteliais do
intestino delgado e grosso. Os bovinos podem ser parasitados por
aproximadamente 20 espcies de Eimeria, sendo E. zurnii e E. bovis
as mais importantes quanto a prevalncia e patogenia. Os oocistos,
resultantes da reproduo sexuada nas clulas intestinais, podem
apresentar as formas ovide, subovide, esfrica, subesfrica ou
elipside, dentro da mesma espcie. Os oocistos no esporulados so
liberados com as fezes dos bovinos infectados, que aps a esporulao
no ambiente, apresentam quatro esporocistos, cada um com dois
esporozotos. Os oocistos, conforme a espcie variam quanto ao
tamanho, presena ou no de micrpila e localizao no hospedeiro,
como pode ser observado na Tabela 1 (6,7).
Tabela 1. Caractersticas e localizao dos oocistos de diferentes
espcies de Eimeria que infectam bovinos
Espcie
E. zurnii
Tamanho
17-20/14-17
Micrpila
Ausente
E. bovis
27-29/20-21
Presente
E. ellipsoidalis
E. auburnensis
E. alabamensis
20-25x14-20
36-41x22-26
13-25x11-17
Ausente
Presente
Ausente
E. brasiliensis
E. subspherica
E. cylindrica
36-38x25-27 Presente
11-13x10-12, Ausente
21-25x13-15, Aparentemente sem
micrpila
33x23-24,
Presente
43-54x29-39
Presente
E. canadensis
E. bukidnonensis
Localizao
Duodeno, jejuno, leo,
ceco, colon e reto.
Duodeno, jejuno, leo,
ceco e colon
Duodeno, jejuno e leo
Jejuno, leo, ceco e colon
Duodeno, jejuno, leo,
ceco e colon
Desconhecida
Desconhecida
Desconhecida
Desconhecida
leo
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Doenas parasitrias
BIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
Os oocistos no esporulados so eliminados juntamente com
as fezes dos bovinos infectados, que em temperatura de 27C
esporulam entre 48-72 horas, sendo a esporulao comprometida em
temperaturas abaixo de 8C e acima de 32C. Os bovinos se infectam
ao ingerir os oocistos esporulados com a gua, a rao ou a pastagem.
No intestino delgado h liberao dos esporozotos que sofrem duas
reprodues assexuadas (esporogonia), sendo a primeira nas clulas
endoteliais no caso de E. bovis e nas clulas epiteliais no caso de E.
zurnii, originando a primeira gerao de merozotos, e a segunda
reproduo nas clulas epiteliais, resultando na segunda gerao de
merozotos. Estes merozotos penetram em novas clulas epiteliais,
seguindo-se uma reproduo sexuada com a formao de oocistos no
esporulados, que sero liberados com as fezes para o ambiente 13-20
dias aps a infeco, com excepo da E. alabamensis cujo perodo
de 6-9 dias (3,6,7).
A eimeriose uma doena de distribuio cosmopolita,
principalmente em animais mantidos em reas com alta lotao ou em
confinamento, pelo maior acesso dos animais aos oocistos
esporulados, em consequncia da maior contaminao ambiental. Os
bezerros so mais susceptveis, observando-se altas taxas de
morbidade
nesta
categoria,
com
comprometimento
do
desenvolvimento, pois a recuperao lenta levando a perdas
econmicas na produtividade destes animais e a contaminao do
ambiente atravs das fezes. Os oocistos podem permanecer viveis por
vrios meses no ambiente, em locais protegidos de raios solares,
contaminando gua, rao e pastagem. As espcies de Eimeria que
parasitam bovinos so especficas a estes hospedeiros e, geralmente,
as infeces so mistas, estando a coccidiose aguda associada com E.
bovis e E. zurnii (8,9). Dentro do rebanho os animais entre 3 semanas
e 6 meses so os mais susceptveis, entretanto oocistos de E. zurnii
foram detectados nas fezes de bezerros de 13 dias de vida, mostrando
que os animais se infectam logo aps o nascimento (3). A imunidade
desenvolvida pela infeco por Eimeria spp. no slida, visto que os
animais adultos podem se reinfectar e eliminar pequenas quantidades
de oocistos nas fezes, tornando-se portadores assintomticos, portanto
reservatrios para os animais mais susceptveis do rebanho (6). O
confinamento dos bovinos, associado a prticas de higiene precrias,
so fatores que contribuem para o aparecimento da doena (9). Casos
de eimeriose so, tambm, observados em criaes extensivas, nos
perodos secos, quando ocorre concentrao dos animais em pastagens
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Eimeriose bovina
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150
Doenas parasitrias
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Eimeriose bovina
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152
Doenas parasitrias
11.Rebouas M.M., Amaral V., Penha dos Santos I.N., Spsito Filha
E. 1995. Epidemiologia da eimeriose bovina nos municpios de
Ucha, Palestina e Itajobi, So Paulo-Brasil. Anais. Seminrio
Brasileiro de Parasitologia Veterinria, 9, Campo Grande, MS. p.
235.
________________
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153
BIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
A evoluo das espcies do gnero Eimeria se processa em
trs fases distintas de desenvolvimento. Uma fase, a esporognica,
ocorre no meio ambiente e corresponde esporulao dos oocistos
eliminados com as fezes. As outras duas, a merognica e a
gametognica, ocorrem nos tecidos do hospedeiro; iniciam-se aps a
ingesto de oocistos esporulados e terminam com a produo de novos
oocistos, que so eliminados para o meio exterior junto com as fezes.
O ciclo evolutivo completo desconhecido para a maioria dos
eimerideos, restringindo-se a informaes isoladas sobre a presena
de estgios endgenos, em animais natural ou experimentalmente
infectados, e presena de oocistos nas fezes (16). Para que ocorra
esporulao dos oocistos no meio ambiente necessrio que haja
condies ideais de temperatura, umidade e oxigenao. Os oocistos
esporulados das espcies do gnero Eimeria apresentam quatro
esporocistos e cada um destes tem no seu interior dois esporozotos,
isto so oocistos do tipo tetraspricos dizicos. Os oocistos
esporulados so ingeridos pelos hospedeiros junto com a gua e os
alimentos contaminados. No intestino delgado, os oocistos se rompem
liberando os esporocistos e estes os esporozotos, que so as formas
infectantes. Na segunda fase, denominada merognica, os
esporozotos atravessam a camada epitelial do intestino delgado e
penetram nas clulas dos vasos quilferos das vilosidades intestinais,
onde arredondam-se, crescem e multiplicam-se assexuadamente por
um processo denominado merogonia, dando origem aos merozotos de
primeira gerao. Nas espcies cuja biologia j foi descrita, ocorrem
duas geraes merognicas Os merozotos de primeira gerao
penetram nas clulas epiteliais das glndulas intestinais e iniciam um
novo processo de multiplicao assexuada, denominado merognia
secundria, dando origem aos merontes secundrios que, quando
maduros, rompem-se liberando os merozotos de segunda gerao. A
terceira fase, denominada gametognica, inicia-se quando merozotos
de segunda gerao penetram nas clulas epiteliais da mucosa
intestinal, resultando na formao de macrogametas e microgametas.
Aps a fecundao desses organismos, forma-se o ovo ou zigoto, que
envolvido por uma membrana cstica, originando os oocistos, que
so liberados na luz do intestino aps a ruptura da clula intestinal
parasitada, sendo, em seguida, eliminados para o meio ambiente junto
com as fezes (15).
A eimeriose uma protozoose entrica de distribuio
mundial, que atinge ruminantes submetidos aos mais diferentes
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Doenas parasitrias
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Doenas parasitrias
DIAGNSTICO
O diagnstico da eimeriose a nvel de propriedade bastante
difcil, existindo sempre a possibilidade dos sintomas observados
serem similares aos da verminose ou decorrentes da associao de
verminose com eimeriose. Por isso, alm da sintomatologia clnica,
deve-se considerar o histrico do rebanho (anamnese) e realizar
exames parasitolgicos de fezes (6).
CONTROLE E PROFILAXIA
As medidas sanitrias e de manejo so as mais importantes no
controle da doena. Elas visam impedir ou diminuir a ingesto de
oocistos esporulados pelos animais, que devem permanecer em
instalaes limpas e secas. Os bebedouros e comedouros devem ser
localizados por fora do aprisco, de forma a evitar sua contaminao
por fezes. Aps a limpeza das instalaes, atravs de varredura e
lavagem, de preferncia, com gua sobre presso, as mesmas devem
ser desinfetadas utilizando-se creosol a 5% (1) e lana-chamas
(vassoura de fogo). Animais adultos so portadores de eimeriose e,
consequentemente, fonte de infeco para os jovens. Por isso, os
animais jovens devem ser mantidos isolados dos mais velhos e, no
caso de rebanhos leiteiros, devem ser separados 24 horas aps o
nascimento (6). Como medidas adicionais, recomenda-se evitar a
superlotao e o estresse.
O uso de salinomicina no leite e na rao, em caprinos de leite
nas fases de cria e recria, como controle profiltico da eimeriose, tem
mostrado excelentes resultados em termos de ganho de peso e reduo
do parasitismo (17).
De acordo com Lima (6), nenhuma droga capaz de controlar
a eimeriose aps o aparecimento dos sinais clnicos da doena. Isto
porque j houve destruio de tecidos e os produtos qumicos no tm
capacidade para regener-los. Para que apresente eficcia, o
tratamento profiltico, atravs da administrao de coccidiosttico na
gua, leite ou rao, recomendado para rebanhos criados em regime
de confinamento. A medicao preventiva deve ser iniciada no
momento ou logo aps a exposio dos animais aos oocistos
esporulados. Entre as drogas recomendadas para o tratamento
profiltico da eimeriose as mais utilizadas so os antibiticos
ionforos (monensina, salinomicina e lasalocida). Estes produtos,
alm de coccidiostticos, funcionam, tambm, como promotores de
crescimento (9,11). Os animais que apresentam sintomatologia clnica
(diarria), devem ser isolados do rebanho para diminuir a
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Doenas parasitrias
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Mieloencefalite eqina
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Doenas parasitrias
SINAIS CLNICOS
So bastante variveis. As leses da MEP so focais ou multifocais de
tamanho e localizao variveis e a apresentao dos sinais cnicos
depende da regio e da extenso do SNC afetadas. Podem iniciar
abrupta ou insidiosamente. Animais afetados podem permanecer alerta
e com apetite. Como as leses afetam mais freqentemente a medula
do que o crebro, a apresentao mais comum uma alterao no
andar, com comprometimento de um ou mais membros, dependendo
da localizao da(s) leso(es) na medula. Usualmente h ataxia
assimtrica dos membros posteriores, fraqueza e atrofia musculares.
Msculos afetados incluem, quadriceps femoris, glteos,
infraespinhoso e supraespinhoso. Evidncias de envolvimento do
crebro (tronco enceflico e ncleos dos nervos cranianos) incluem
depresso; ataxia; paralisia facial; protuso, flacidez (paralisia) e
atrofia da lngua; atrofia dos msculos masseter e temporal e disfagia.
Essas manifestaes so, geralmente, assimtricas. O envolvimento
telenceflico pode resultar em vrios graus de depresso e alteraes
comportamentais, cegueira e diminuio das respostas sensoriais
ameaa no lado da face contralateral leso. A durao do curso
clnico varia de uma a algumas semanas e, no raramente, mais
longa (alguns meses).
PATOLOGIA
As leses so restritas ao SNC. So mais freqentes na medula do que
no crebro e mais freqentes no tronco enceflico do que em outras
partes do encfalo. Dentro da medula so mais freqentes na
substncia branca. So leses focais ou multifocais, de extenses
variveis e consistem de reas de amolecimento e alterao da cor
(vermelha ou marrom-acinzentada) em virtude de necrose e
hemorragia. Microscopicamente, observam-se malacia (necrose) e
reao inflamatria (mielite, mieloencefalite) no supurativa. O
infiltrado inflamatrio geralmente formado por linfcitos, mas
podem ocorrer eosinfilos, neutrfilos e clulas gitter (macrfagos
espumosos). Esquizontes de 5-35x5-20 m podem ser encontrados em
neurnios, leuccitos e clulas gigantes nas substncias branca e
cinzenta da medula de eqinos afetados. Em cerca de 50% dos casos o
microrganismo no observado nas preparaes histolgicas
rotineiras.
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Mieloencefalite eqina
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DIAGNSTICO
O diagnstico presuntivo pode ser feito baseado na presena
dos sinais clnicos e na resposta ao tratamento especfico. O
diagnstico baseado apenas nos sinais clnicos difcil pois eles so,
freqentemente, indistingveis de outras causas de ataxia e fraqueza
muscular em eqinos, como mielopatia estentica cervical, mielite por
herpesvrus
eqino,
doena
do
neurnio
motor
e
leucoencefalomalacia. O exame para deteco de anticorpos contra S.
neurona no lquor e no soro o mtodo mais til para o diagnstico
clnico. O lquor pode ser colhido dos espaos atlanto-occipital ou
lombossacral. Esse ltimo prefervel porque, na maioria dos casos de
MEP, as leses localizam-se caudalmente ao espao atlanto-occipital.
Deve ser levado em conta que cavalos clinicamente normais podem
apresentar anticorpos contra S. neurona no lquor. Em geral, nos casos
de MEP o lquor apresenta aumento na concentrao de protena total
(>80-100 mg/dl) e pleocitose mononuclear (> 8 clulas/l). Em cerca
de 20% dos casos h aumento da creatina fosfoquinase (CPK) no
lquor (>10U/L). As alteraes do lquor so proporcionais a
gravidade das leses. Em leses focais ou incipientes a protena total e
a contagem celular podem ser normais. Adicionalmente, o aumento da
CPK pode resultar de contaminao da amostra com tecido adiposo
epidural ou do ligamento flavo, deslocados pela agulha.
Na necropsia, o SNC (encfalo e medula espinhal) deve ser
colhido e examinado macro e microscopicamente para a deteco das
leses caractersticas. Essas podem fortalecer uma suspeita clnica ou
mesmo confirm-la, embora em cerca da metade dos casos
(principalmente os que receberam tratamento) no se visualize o
agente etiolgico nas preparaes histolgicas rotineiras. Em alguns
laboratrios esto disponveis tcnicas de imuno-histoqumica
(avidina-biotina) para deteco de antgeno de S. neurona, em cortes
fixados em formol e includos em parafina.
CONTROLE E PROFILAXIA
Para o tratamento, os melhores resultados so obtidos se a
doena tratada em seu incio, quando o ndice de recuperao pode
ser de 70%. Atualmente recomendado tratamento, via oral, com
20mg/kg de sulfadiazina e 1mg/kg de pirimetamina, uma vez ao dia,
ou 15-20mg/kg de trimetoprime/sulfa e 1mg/kg de pirimetamina, duas
vezes ao dia por 30 dias. A alimentao deve ser suspensa 1-2 horas
antes da administrao do medicamento para facilitar sua absoro.
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Doenas parasitrias
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CAPTULO 2
DOENAS TXICAS
CARDIOMIOPATIA CRNICA EM BOVINOS
Aldo Gava
Esta doena, chamada popularmente de "doena do peito
inchado", vem sendo estudada h vrios anos mas no tem, ainda, sua
etiologia definida (1,2,3). Os dados epidemiolgicos, apresentao
clnica e leses encontradas apontam como causa uma fitotoxina.
Experimentos com vrias plantas foram efetuados nos ltimos anos,
sendo que, com uma planta da famlia das Solanaceae foram
produzidas leses cardacas, porm, ainda no bem definidas.
EPIDEMIOLOGIA
A cardiomiopatia crnica acomete bovinos com idade acima
de 3 anos, criados em algumas reas do Planalto Leste de Santa
Catarina. A doena ocorre, somente, em propriedades que tenham
reas de matas e em altitudes entre 1.100 e 1.400 metros acima do
nvel do mar. Adoecem tanto animais nascidos na regio quanto
animais trazidos de outras reas, sendo que estes ltimos s
manifestam a doena aps uma permanncia mnima de dois anos no
local. A morbidade pode chegar at 50% e a letalidade de 100%. A
transferncia de animais doentes para locais com alimentao
abundante e que exijam pouca movimentao pode determinar a
melhora clnica. Porm, exerccios forados produzem o retorno do
quadro clnico. Nos ltimos anos, com mudanas no sistema de
manejo e, provavelmente, por alteraes sofridas pela vegetao local,
a freqncia da doena diminuiu significativamente.
SINAIS CLNICOS
Inicialmente os animais doentes manifestam ingurgitamento
da jugular e cansao. Pela auscultao percebem-se alteraes nos
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Doenas txicas
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Cardiomiopatia
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REFERNCIAS
1. Tokarnia C.H., Gava A., Peixoto P.V., Stolf L., Moraes S.S. 1989.
A doena do peito inchado (edema da regio esternal) em
bovinos no Estado de Santa Catarina. Pesq. Vet. Bras. 9: 73-83.
2. Tokarnia C.H., Gava A., Peixoto P.V., Stolf L., Consorte L.B.,
Dbereiner J. 1990. Intoxicao experimental por Senecio
desiderabilis (Compositae) em bovinos. Pesq. Vet. Bras. 10: 35-42.
3. Tokarnia C.H., Gava A., Stolf L., Peixoto P. V. 1991. Intoxicao
experimental por Brunfelsia pauciflora (Solanaceae) em bovinos.
Pesq. Vet. Bras. 11: 9-12.
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Doenas txicas
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Farelo de arroz
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SINAIS CLNICOS
Os sinais clnicos caracterizam-se pela presena de leses de
dermatite com alopecia nas pores distais, principalmente, dos
membros posteriores. As leses iniciam na regio da coroa e boleto
observando-se eritema, edema, engrossamento da pele, formao de
crostas midas, de 0,8-1,0cm de espessura, e queda de plos.
Posteriormente, formam-se crostas secas, mais ou menos retangulares,
em todas as reas afetadas, as quais, aps alguns dias, caem deixando
uma superfcie alopcica e engrossada. Pode ocorrer, tambm,
alterao na formao dos cascos com rachaduras no estojo crneo.
Em alguns casos pode haver infeco secundria em virtude das
rachaduras que se formam entre as crostas aderidas pele. A doena
parece limitar-se as pores distais dos membros posteriores, embora
em casos graves as leses afetar o bere e a face interna dos membros,
que apresentam-se edematosos (1). Eventualmente so observadas,
tambm, leses crostosas leves nas pores distais dos membros
anteriores. Os animais podem apresentar claudicao leve e perda de
peso durante o curso clnico da enfermidade, provavelmente, em
conseqncia das infeces secundrias e/ou dor, uma vez que o
consumo do alimento e o apetite no diminuem. Aparentemente, o
farelo de arroz desengordurado no causa enfermidade subclnica que
comprometa a produtividade dos animais. Casos com leses mais
generalizadas tm sido observados em animais adultos,
principalmente, em vacas leiteiras e novilhos pesados, nos quais as
leses se disseminam at o bere e a virilha. Nestes casos as leses
podem provocar perda de peso e mamite secundria (1). A evoluo
clnica de 7-15 dias e as leses tendem a regredir espontaneamente
apesar de manter-se o consumo do farelo de arroz (1,2). Tem sido
observado que o uso contnuo desse alimento pode resultar em recada
da enfermidade, geralmente, nos mesmos animais que foram afetados
algum tempo antes (1).
PATOLOGIA
As leses agudas, caracterizadas clinicamente por eritema,
edema e exsudao, com formao de crostas midas e aderentes,
correspondem a uma dermatite perivascular com espongiose ou
dermatite eczematosa aguda, observando-se edema da derme
superficial, espongiose multifocal e formao de vesculas
intraepidrmicas. Na derme superficial observa-se, tambm, infiltrado
inflamatrio perivascular a intersticial de linfcitos e moderado
nmero de eosinfilos, os quais aumentam gradativamente com a
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Doenas txicas
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Farelo de arroz
169
REFERNCIAS
1. Dutra F. 1998. Investigacin sobre la causa y patogenesis de la
dermatitis en bovinos causada por el afrechillo de arroz
desgrasado. Instituto Nacional de Investigacion Agropecuaria,
INIA, Srie Tecnica, 95, Montevideo, Uruguay. 22 p.
2. Schild A.L., Schuch L.F., Riet-Correa F., Motta A.C., Ferreira J.L.,
Raposo J.B., Pereira D.I., Rivero R.G., Fernandes C.G., Ruas J.L.
1997. Doenas diagnosticadas pelo Laboratrio Regional de
Diagnstico no ano 1996. Boletim do Laboratrio Regional de
Diagnstico, Pelotas, n. 17, p. 9-33.
________________
ENVENENAMENTO BOTRPICO
Maria del Carmen Mndez
EPIDEMIOLOGIA
No Brasil, os ofdios venenosos pertencem aos gneros
Bothrops, Crotalus e Lachesis da famlia Viperidae e Micrurus da
famlia Elapidae (3,10).
No Rio Grande do Sul ocorrem cinco espcies de Brothrops:
B. alternatus (cruzeira ou urutu), B. jararaca (jararaca), B. neuwiedi
(jararaca pintada ou jararaca do rabo branco), B. cotiara (cotiara ou
jararaca preta) e B. jararacussu (jararacuu ou mata sapo); duas
espcies de Micrurus: M. corallinus e M. frontalis (coral, coral
vermelha ou coral verdadeira), e somente uma de Crotalus: C.
durissus terrifucus (cascavel) (2,3). Em outras regies do Brasil,
existem, tambm, as seguintes espcies de Bothrops: B. atrox
(jararaca gro de arroz), B. bilineatus (jararaca verde), B. itapetiningae
(cotiarinha), B. insularis (jararaca ilhoa) e B. moojeni (caiara).
Os ofdios do gnero Micrurus (corais) so responsveis por
apenas 1% dos acidentes ofdicos no homem, devido, principalmente a
que esses ofdios possuem hbitos subterrneos, no so agressivas e
tem a boca pequena. Os acidentes com estas cobras so, tambm, raros
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Doenas txicas
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Envenenamento botrpico
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Doenas txicas
SINAIS CLNICOS
Os sinais clnicos variam de acordo com a gravidade da
intoxicao. Os primeiros sinais clnicos que se observam, consistem
em dor, edema, avermelhamento e sangramento no local da picada. H
aumento do tempo de coagulao sangnea, hemorragias e choque
nos casos graves. Na maioria dos animais observa-se andar vacilante,
prostrao, gemidos, inapetncia e, nas vacas, parada da lactao. A
freqncia cardaca e respiratria esto aumentadas, a esclertica
congesta e as mucosas avermelhadas (2,3).
Como sinais mais tardios, observa-se no local equimoses e
necrose e, a nvel sistmico, oligria e anria (insuficincia renal
aguda). Hemorragias nos orifcios da picada, epistaxe e hemorragias
pelas cavidades naturais, podem ocorrer. Mais raramente, pode ocorrer
hemorragia cerebral, que freqentemente letal (2).
No surto observado em ovinos, os animais apresentaram
edema da cabea, pescoo e, s vezes, da regio peitoral, quando eram
picados na cabea. Claudicao e edema, que se estendia at o
abdmen, quando a leso era nos membros posteriores; e edema
extensivo ao trax quando a picada era nos membros anteriores. Em
alguns casos, a marca dos dentes na pele era observada aps a tosquia
ou depilao da rea. A morte ocorria 24-48 horas aps a mordida. Em
alguns animais, que sobreviveram, observou-se necrose e perda de
reas de pele (7).
Em um caso observado em um eqino de 1 ms de idade, o
animal apresentou agitao e 24 horas aps notou-se edema no peito,
que se estendia at a poro anterior do abdmen e membros
anteriores. O animal apresentou urina sanguinolenta, fezes com
sangue e hemorragia em uma orelha, no local da picada.
PATOLOGIA
Na necropsia observam-se hemorragias petequiais e sufuses
nas serosas, nos intestinos, nas cavidades gstricas, no fgado, no
bao, no pulmo e no trato genito-urinrio. No tecido subcutneo, no
local da picada, h intenso edema sero-hemorrgico. Ao corte da
regio edematosa, pode observar-se edema gelatinoso amarelo,
bastante espesso, misturado com sangue vermelho escuro. Se a leso
tem alguns dias de evoluo, encontram-se cavidades com tecido
necrtico e lquido purulento. Pode haver, tambm, hemorragias no
tecido muscular, edema cerebral e rins aumentados e congestos.
Na histopatologia observa-se congesto e hemorragias severas
na maioria dos rgos. No rim, a leso mais freqente a necrose
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Envenenamento botrpico
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Doenas txicas
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Envenenamento botrpico
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Fotossensibilizao
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FOTOSSENSIBILIZAO HEPATGENA
Ana Lucia Schild
ETIOLOGIA E PATOGENIA
O termo fotossensibilizao refere-se a acentuao da
suscetibilidade das camadas superficiais da pele luz, pela presena
local de agentes fotodinmicos, os quais apresentam uma
configurao qumica que capaz de absorver determinados
comprimentos de onda da luz ultravioleta. Quando a pele
sensibilizada por esses agentes exposta a luminosidade intensa,
ocorre dano celular afetando o ncleo, a membrana, os lisossomas e
as mitocndrias, desenvolvendo-se dermatite com liberao de
histamina, morte celular local e edema tissular. O mecanismo de
injria pouco entendido e varia com o tipo de agente envolvido.
Esses agentes, geralmente, chegam pele pela circulao, embora
alguns sejam absorvidos diretamente pela pele. Podem originar-se
externamente, ou podem ser substncias endgenas, as quais se
acumulam em quantidades anormais, em conseqncia de disfunes
metablicas (3).
Fotossensibilizao classificada de acordo com a origem do
agente fotodinmico em: a) fotossensibilizao primria ou tipo I,
cujos agentes fotodinmicos so exgenos; b) fotossensibilizao tipo
II, que ocorre em conseqncia da sntese anormal de pigmentos
endgenos, sendo geralmente de origem hereditria; e c)
fotossensibilizao hepatgena ou tipo III, que ocorre pelo acmulo
de filoeritrina, produto de degradao da clorofila, em conseqncia
de leso heptica que impede sua excreo pela bile (3).
No Rio Grande do Sul so registrados surtos e,
eventualmente, casos espordicos, de fotossensibilizao hepatgena,
cuja etiologia no tem sido determinada (1,2).
EPIDEMIOLOGIA
A enfermidade afeta bovinos de todas as idades e ocorre,
principalmente, no outono e primavera, porm os surtos no so
observados todos os anos. A morbidade de 0,11%-64% e a
mortalidade pode chegar a 14% (1,2). Ocorre em campos planos
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Fotossensibilizao
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Cobre
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Cobre
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Cobre
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Antibiticos ionforos
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Antibiticos ionforos
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Chumbo
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Doenas txicas
SINAIS CLNICOS
Os sinais clnicos em bovinos e outros ruminantes podem ser
agudos ou subagudos. Na forma aguda alguns animais podem ser
encontrados mortos e outros morrem em 12-24 horas. Na forma
subaguda h uma sobrevivncia de 4-5 dias. Os sinais so
preferentemente nervosos, podendo observar-se tremores musculares,
cegueira, incoordenao, agressividade ou depresso, presso da
cabea contra obstculos, sonolncia, ranger de dentes, nistagmo
espontneo, opisttono, torneio e convulses com movimentos tnicoclnicos. Alm da cegueira, um sinal clnico caracterstico da
intoxicao a fasciculao dos msculos da face, pescoo e orelhas.
Observam-se, ainda, anorexia, atonia ruminal e diarria ftida (4,6).
Pode ocorrer, tambm, salivao, andar em crculo, mugidos e
movimentos mastigatrios (2).
Os sinais clnicos observados em eqinos intoxicados no Vale
do Paraba caracterizaram-se por anorexia, dispnia, bradicardia,
emagrecimento, perda da acuidade visual, dificuldade motora com
marcha trpega, at a prostrao em decbito lateral permanente com
movimentos incoordenados e contraes do tipo epileptiforme. Os
animais apresentaram avidez pela gua, apesar de manifestarem
alguma dificuldade para deglutio. Descargas nasais muco-purulentas
de cor esverdeada puderam ser, tambm, observadas. Aps o 4 ou 5
dia observou-se diarria com relaxamento do esfncter anal. O curso
clnico da intoxicao variou de 8 a 30 dias (3).
PATOLOGIA
Na necropsia no so observadas leses significativas. As
leses mais caractersticas localizam-se no crtex cerebral,
principalmente na regio occipital, onde podem ocorrer amolecimento,
cavitao e colorao amarelada da substncia cinzenta (4). Podem
ocorrer abomasite e enterite, assim como colorao marronacinzentada dos lbios e mucosas da cavidade oral, pr estmagos e
abomaso (6). Na histologia pode ocorrer necrose do crtex cerebral,
principalmente na parte superior das circunvolues cerebrais. No rim,
corpsculos de incluso podem ser encontrados nas clulas epiteliais
dos tbulos. Esta leso considerada caraterstica da intoxicao (4).
Nos casos diagnosticados em Santa Catarina no foram encontradas
leses microscpicas e coloraes especiais para incluses nos rins
foram negativas (2) (Celso Pilati, dados no publicados). Em cavalos
no Vale do Paraba observou-se colorao esverdeada ou acinzentada
em reas do pulmo, bao, fgado e mucosa lingual, secreo muco-
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Chumbo
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3.
4.
5.
6.
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Closantel
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Flor
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Inseticidas clorados
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Organofosforados e carbamatos
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Doenas txicas
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Organofosforados e carbamatos
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CONTROLE E PROFILAXIA
Em caso de exposio drmica com organofosforados e
carbamatos, o animal deve ser lavado com gua e sabo. A
administrao de atropina na dosagem de 0,1-0,5mg/kg eficaz para
os sinais muscarnicos mas no reverte sinais nicotnicos (3,5). Essa
dosagem pode ser repetida a cada 6 horas caso os sinais muscarnicos
retornem (3). Em casos graves recomendado usar metade da dose de
atropina por via endovenosa lenta e a outra parte por via intramuscular
(5). Frmacos do grupo oximas so indicados, tambm, para
regenerao da colinesterase (reverso dos sinais nicotnicos). O
metiodeto de aldoxima 2-piridina (2-PAM) na dose de 50-100mg/kg
e/ou de brometo de trimedoxina (DAM) na dosagem de 10-20mg/kg
por via endovenosa, tem dado bons resultados (4). Essas drogas no
so eficazes para a intoxicao pelos carbamatos (5). O carvo ativado
um bom adsorvente e pode ser usado, tambm, para diminuir a
absoro de pesticidas (3).
Substncias
como
a
succinilcolina,
tranqilizantes
fenotiaznicos, levamisole, nicotina, curare e antibiticos
aminoglicosdeos, que potencializam a ao dos organofosforados (3),
no devem ser utilizados em casos de intoxicao por estes ltimos.
Para profilaxia devem ser seguidas rigorosamente as
recomendaes para cada produto. Animais tratados com
organofosforados e/ou carbamatos devem ter acesso a gua em
abundncia (4,5) e alimentao fibrosa, pobre em protena (5).
REFERNCIAS
1. Jones T.C., Hunt R.D. 1983. Veterinary Pathology 5th ed:
Baillire Tindall, London, 1792 p.
2. Jubb K.V.F., Kennedy P., Palmer N. 1993. Pathology of Domestic
Animals, 4th ed, v. 1, Academic Press, London, 780 p.
3. Osweleir G. D. 1998. Toxicologia veterinria. Artes Mdicas,
Porto Alegre 526 p..
4. Radostits O.M., Blood D.C., Gay C.C. 1994. Veterinary
Medicine. 8th ed. Baillire Tindall, W.B. Saunders, London, 1763
p.
5. Rosenberger G. 1975. Mallattie Del Bovino.Ed. Editrice Essegivi
Piacenza, 1390 p.
________________
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Doenas txicas
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Polpa ctrica
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Doenas txicas
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Polpa ctrica
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Doenas txicas
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Uria
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Doenas txicas
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CAPTULO 3
PLANTAS HEPATOTXICAS
PLANTAS QUE CAUSAM NECROSE HEPTICA
Cestrum parqui, Cestrum corymbosum, Cestrum intermedium,
Cestrum laevigatum, Xanthium cavanillesii, Vernonia mollissima
Vernonia rubricaulis e Sessea brasiliensis
Epidemiologia
A intoxicao por Cestrum parqui (Solanaceae) (coerana)
ocorre em bovinos no Rio Grande do Sul, na primavera. Em outros
pases a intoxicao tambm mencionada em ovinos, sunos, eqinos
e aves (39).
Diversos fatores so responsveis para que ocorra a
intoxicao, tais como variaes de toxicidade da planta em diferentes
fases do ciclo vegetativo ou pocas do ano, e condies especiais para
que a planta seja ingerida, como fome, carncia de forragem, estiagem
e transporte de animais com desconhecimento de C. parqui (39,65).
As perdas econmicas causadas pela intoxicao por Cestrum
corymbosum (Solanaceae) so importantes para o Estado de Santa
Catarina, atingindo bovinos da regio leste do Planalto Catarinense e
Alto Vale do Itaja. A doena ocorre em animais de qualquer idade, e
sua incidncia mais freqente nos meses frios (maio-setembro),
podendo ocorrer durante o ano todo, principalmente em casos de
superlotao ou em perodos de estiagem (23,29).
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Plantas hepatotxicas
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Plantas hepatotxicas
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Plantas hepatotxicas
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Plantas hepatotxicas
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Myoporum
laetum,
Epidemiologia
No Brasil a intoxicao por Lantana spp. (Verbenaceae)
(camar, cambar, chumbinho) tem sido diagnosticada em bovinos,
causada pela ingesto de L. camara, L. tiliaefolia e L. glutinosa
(67,81). Os ovinos so, tambm, suscetveis intoxicao. A doena
ocorre principalmente em animais transportados para reas invadidas
pela planta, mas podem adoecer tambm animais submetidos
condio de fome (41).
A intoxicao por Brachiaria spp. (Poaceae) (B. decumbens,
B. humidicola, B. brizantha) ocorre, em qualquer poca do ano,
principalmente em bovinos jovens, prximos ao desmame ou recm
desmamados. Fatores como primeiro contato com a planta, ocorrncia
anterior de queimadas ou secas prolongadas, parecem estar
relacionados com o aparecimento da doena. Pode ocorrer, tambm,
em animais lactentes, com menos de 30 dias de idade. A morbidade
varivel, e, geralmente, a mortalidade baixa. Os ovinos so
aparentemente mais sensveis do que os bovinos (36).
Menciona-se, tambm, a ocorrncia do problema quando
pastos de B. decumbens so vedados por longos perodos e aps, so
introduzidos os bovinos. Neste caso a doena parece ser mais grave,
atinge bovinos de qualquer idade e observam-se mortes. A doena
pode ocorrer, tambm, aps as chuvas, coincidindo com a brotao da
pastagem (36).
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Plantas hepatotxicas
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Fotossensibilizao primria
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CAUSAM
DOENAS
DO
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Patologia
No se observam alteraes macroscpicas, a no ser leses
traumticas. As principais leses histolgicas localizam-se no
cerebelo, caracterizando-se por vacuolizao, degenerao e
desaparecimento das clulas de Purkinje, que se encontram
aumentadas de tamanho, de cor rosa-clara, com perda dos grnulos
de Nissl e presena de vacolos pequenos e numerosos que do um
aspecto esponjoso clula, alguns ncleos aparecem com aspecto
globular e outros picnticos. Posteriormente, essas clulas
desaparecem sendo substitudas por clulas da glia. Na camada
granular e substncia branca do cerebelo e nos pednculos
cerebelares observam-se numerosos esferides axonais, que
aparecem como estruturas arredondadas eosinoflicas e homogneas.
Associados aos esferides observam-se microcavitao com
presena de macrfagos, acmulo perivascular e gliose, que
evidenciam um processo de degenerao Walleriana.
Em cortes semifinos observa-se, no pericrio, axnios e
dendritos das clulas de Purkinje, incluses lipdicas similares s
descritas nas lipidoses hereditrias ou induzidas no homem e nos
animais. Em estudos por microscopia eletrnica determinou-se que
essas incluses originam-se em alteraes do retculo
endoplasmtico, e pareceriam resultar de uma interao entre o
princpio ativo da planta e lipdios das clulas afetadas com a
formao de complexos que so menos sensveis degradao que
os lipdios normais.
Princpio ativo e toxidez
Desconhece-se o princpio ativo, mencionando-se a
possibilidade de que a planta possa induzir uma doena do
armazenamento, provavelmente uma lipidose.
Diagnstico
O diagnstico realizado pelos sinais clnicos e dados
epidemiolgicos e pode ser confirmado atravs da observao das
leses histolgicas caractersticas. Deve realizar-se o diagnstico
diferencial com outras doenas cerebelares dos bovinos, como a
abiotrofia e a hipoplasia, que so enfermidades congnitas; das
intoxicaes tremorgnicas causadas por Claviceps paspali,
Cynodon dactylon, Penicillium spp. e Aspergillus spp., e das
intoxicaes por Lolium perene e Phalaris spp.
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Controle e profilaxia
No se conhece tratamento. Recomenda-se a retirada dos
animais afetados das reas invadidas por jurubeba. Para a profilaxia
a nica medida eficiente evitar a ingesto atravs do controle da
planta.
Plantas que causam armazenamento de oligossacardeos
Ipomoea fistulosa, Ipomoea asarifolia e Sida carpinifolia
Epidemiologia
As intoxicaes por Ipomoea fistulosa (sin: I. carnea) e I.
asarifolia (Convolvulaceae) ocorrem em bovinos, ovinos e caprinos
na regio Nordeste. I. fistulosa (manjorana, canudo, algodo bravo,
mata cabra, capa bode) encontrada em grupamentos densos em
lugares inundados nas margens de rios e lagos. A planta se mantm
verde todo o ano. Para que ocorra a intoxicao em bovinos
necessrio que os animais tenham fome, quando em pocas de
escassez de pastagem os animais ingerem a planta e, tambm, a
existncia de grandes quantidades da planta, j que preciso ser
consumida quase como alimento exclusivo durante semanas (79).
A maioria dos casos de intoxicao por I. asarifolia (salsa,
batatarana) ocorrem em animais jovens. Os animais ingerem a planta
quando esto com fome, normalmente ingerem as partes areas e tm
de com-las em grandes quantidades (79).
Sida carpinifolia (Malvaceae) foi recentemente descrita como
txica para caprinos e eqinos no Rio Grande do Sul (16).
Sinais clnicos
Os animais apresentam ataxia, hipermetria, tremores
musculares, sonolncia e emagrecimento progressivo. Em ovinos e
caprinos a evoluo da intoxicao subaguda ou crnica. Os
caprinos aps apresentarem sinais clnicos, quase todos morrem,
mesmo deixando de ingerir a planta. Nos ovinos os sinais continuam
durante alguns dias aps cessar a ingesto da planta e somente morrem
os que continuam a ingerir a planta aps apresentarem os sinais
clnicos. Em bovinos observa-se balano da cabea, tremores
musculares e incoordenao do trem posterior e se a ingesto da planta
interrompida os sintomas desaparecem. Na intoxicao por Sida
carpinifolia h abortos e alta mortalidade perinatal.
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Patologia
No se observam alteraes macroscpicas. As alteraes
histolgicas caraterizam-se por vacuolizao de neurnios e
ocasionalmente clulas da glia e formao de esferides axonais.
Vacuolizao citoplasmtica pode ser observada, tambm, em
hepatcitos, celulas acinares do pncreas e macrfagos do bao e
gnglios linfticos.
Princpio ativo e toxidez
Tem sido demonstrado que I. fistulosa e I. asarifolia contm
como princpio txico swansonina, calistegina B2 e calistegina C1. A
swansonina um inibidor da -manosidase lisossomal e as
calisteginas B1 e C2 so inibidores de glicosidases. A inibio dessas
enzimas causam acmulo de oligossacardeos nos lisossomos e a
vacuolizao citoplasmtica observada nesta intoxicao deve-se ao
acmulo de oligossacardeos. No caso de S. carpinifolia foram
detectados oligossacardeos nos vacolos das clulas afetadas
mediante a tcnica de lectina-histoqumica.
Controle e profilaxia
No se conhece tratamento para estas intoxicaes. Os
animais devem ser retirados imediatamente do local onde tem a planta.
A nica medida profiltica consiste em evitar a ingesto da planta.
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Sinais clnicos
Os primeiros sinais clnicos caracterizam-se por olhar atento
e movimentos freqentes e ritmados das orelhas. Posteriormente h
incoordenao, tremores generalizados, quedas e ocasionalmente
convulses. Os animais se recuperam gradualmente aps serem
retirados das pastagens txicas.
Patologia
As alteraes macroscpicas caracterizam-se por colorao
verde-azulada no crebro, principalmente tlamo, mesencfalo e
medula oblonga. Microscopicamente h pigmento granular marromamarelado no citoplasma de neurnios. Atravs da microscopia
eletrnica observa-se que o pigmento est acumulado nos lisossomos
dos neurnios.
Princpio ativo e toxidez
O princpio ativo da planta so alcalides derivados da
triptamina e beta-carbolina. Experimentalmente Phalaris angusta foi
txica para bovinos quando constituiu 50% ou mais da dieta. Nessas
concentraes os sinais clnicos ocorreram 2-12 dias aps o inicio do
consumo. A planta aparentemente mais txica quando est em fase
de crescimento.
Diagnstico
O diagnstico realiza-se pela presena da planta e os sinais
clnicos caractersticos. No caso de realizar necropsia a observao de
pigmentao verde-azulada no encfalo caracterstica. Deve realizarse diagnstico diferencial com as intoxicaes por Claviceps paspali,
Cynodon dactylon, Solanum fastigiatum e diplodiose.
Controle e profilaxia
Recomenda-se retirar os animais das pastagens txicas
imediatamente aps a observao dos primeiros sinais clnicos.
PLANTAS QUE CAUSAM CONVULSES
Halimium brasiliense
Epidemiologia
A intoxicao por Halimium brasiliense (Cistaceae) ocorre no
Rio Grande do Sul, afeta ovinos maiores de 2 anos, sendo que a
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Controle e profilaxia
As nicas medidas de controle e profilaxia recomendadas so
as de manejo das pastagens, evitando o pastoreio de ovinos em
potreiros onde h grande quantidade da planta, durante o inverno e
primavera. A nica maneira de controlar a enfermidade retirando o
rebanho dos potreiros quando comeam a ocorrer os primeiros casos.
A retirada dos animais aps a observao dos primeiros sinais
clnicos, evitar a ocorrncia de mortes.
PLANTAS QUE CAUSAM DEFICINCIA DE TIAMINA
Equisetum spp.
Epidemiologia
Equisetum spp. (Equisetaceae) (cavalinha) so plantas que
contm substncias txicas com efeito antitiamnico. A intoxicao
descrita em eqinos, caracterizando-se por um quadro de deficincia
de tiamina. A ingesto da planta ocorre no perodo da seca, quando a
planta se mantm verde, ou em fenos contaminados com a mesma (1).
Sinais clnicos
Os primeiros sinais clnicos aparecem aps algumas semanas
de ingesto da planta. Observa-se perda de peso e sinais nervosos.
Dependendo da quantidade de planta ingerida e da idade do animal,
observa-se perda do controle muscular e andar cambaleante, em
aproximadamente 30 dias. Posteriormente, o animal no consegue
manter-se em p e a morte ocorre em conseqncia do
emagrecimento.
Patologia
No so descritas leses macroscpicas nem histolgicas de
significncia.
Tratamento
O tratamento consiste na administrao diria de 100mg de
tiamina, porm se o animal est na fase final da doena o tratamento
pode no ser eficiente.
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OUTRAS PLANTAS
Prosopis juliflora
Epidemiologia
Prosopis juliflora (Leguminosae, Mimosaceae, conhecida
como algaroba, foi introduzida no Nordeste na dcada de 40. uma
rvore, xerfila, com rpido crecimento, de at 8-12m de altura, que
produz frutos no segundo ou terceiro ano. Atualmente h
aproximadamente 150.000 hectares plantadas com esta rvore na
regio semi-rida. Os frutos so utilizados como forragem, e podem
ser consumidos no campo ou coletados para produzir raes para
bovinos, ovinos, caprinos, sunos, aves e coelhos. Tm sido utilizados,
tambm, para o consumo humano. A intoxicao pelos frutos da
algaroba tem sido descrita em bovinos nos Estados Unidos, Peru e
Brasil, e em caprinos no Peru. A intoxicao foi descrita na Paraba
em 1981 e Rio Grande do Norte em 1986. Depois de 1992 o nmero
de surtos aumentou e a morbidade chegou at 50% em alguns
rebanhos (20,78).
Sinais clnicos
Os sinais clnicos, mais evidentes durante a ruminao, so
caractersticos de uma insuficincia dos nervos cranianos. Observa-se
relaxamento da mandbula, toro da cabea durante a mastigao e
ruminao, movimentos involuntrios da lngua, salivao profusa,
bocejos, dificuldades para deglutir e atrofia dos massteres.
Mastigao continuada, nervosismo, disfagia, atonia ruminal, anemia,
edema submandibular, e emagrecimento progressivo so, tambm,
observados. Os caprinos apresentam salivao, emagrecimento e
tremores dos lbios, da mandbula e da cabea, principalmente durante
a mastigao, o que evidencia debilidade muscular dos msculos da
mastigao.
Patologia
Nas necropsias observam-se diversos graus de desnutrio e
atrofia dos msculos da mastigao. Em bovinos no tm sido
descritas leses histolgicas que justifiquem os sinais clnicos. Um
trabalho experimental em caprinos demonstrou severa vacuolizao de
neurnios no ncleo motor do nervo trigmeo e no ncleo do
oculomotor. Adicionalmente havia degenerao Walleriana do nervo
trigmio e atrofia por denervao dos msculos da mastigao. Os
autores sugerem que leses similares ocorrem em bovinos (78).
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Sinais clnicos
Os sinais clnicos caracterizam-se por lacrimejamento,
salivao, tremores musculares, ataxia e dismetria, com flexo
exagerada dos membros durante a marcha. Alguns animais tm
dificuldade para caminhar, permanecendo com o dorso flexionado, a
cabea baixa e os membros abertos. Ocorre paralisia com decbito
lateral ou esternal permanente e morte. Quando os animais esto em
decbito podem apresentar opisttono e extenso dos membros. Aps
serem retirados das restevas os animais se recuperam em 7-10 dias.
Patologia
No ocorrem leses macroscpicas nem histolgicas
caractersticas da enfermidade. Nos surtos observados no Rio Grande
do Sul, a nica leso observada na necropsia foi a presena de um
pigmento amarelo na medula dos rins de um animal. No estudo
histolgico foi observado pigmento amarelo no citoplasma das clulas
epiteliais dos tbulos coletores do rim em um bovino, e nos neurnios
de diversas regies do sistema nervoso central em outro. No foi
determinado se essas leses estavam relacionadas micotoxicose.
No Sul da frica no tm sido descritas leses macroscpicas
nem histolgicas de significao, exceto nos casos de longa durao,
em que se observa espongiose laminar subcortical no crebro e
cerebelo.
Princpio ativo e toxidez
Um metablito txico denominado diplodiotoxina foi isolado
e caracterizado de culturas de Diplodia maydis, mas no foi
comprovado se essa micotoxina a responsvel pelo quadro clnico.
Somente o picndio do fungo txico, sendo necessrio cultivar o
fungo por 6-8 semanas para reproduzir experimentalmente a doena.
Em bovinos experimentais so necessrios 10-30g de cultura por kg
de peso vivo para causar sinais clnicos, enquanto que em ovinos a
dose txica de 10-130g/kg.
Diagnstico
O diagnstico deve ser realizado pelos dados epidemiolgicos,
sinais clnicos e a presena de milho infectado por Diplodia maydis
nas restevas. Deve ser realizado o diagnstico diferencial dos quadros
tremorgnicos causados por Aspergillus spp., Penicillium spp. e
Claviceps paspali, e com as intoxicaes por Cynodon dactylon e
Phalaris spp.
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Controle e profilaxia
Os animais devem ser retirados imediatamente das restevas
onde estejam ocorrendo surtos. Considerando-se que a doena ocorre
devido, provavelmente, a condies epidemiolgicas particulares, a
nica medida preventiva a de controlar diariamente os animais aps
serem colocados nas restevas.
LEUCOENCEFALOMALACIA DOS EQINOS
Epidemiologia
Leucoencefalomalacia uma doena causada pela ingesto de
milho contaminado pelo fungo Fusarium moniliforme. A doena foi
diagnosticada no Rio Grande do Sul, Paran, Santa Catarina, So
Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Gois (63).
Os surtos tm ocorrido em animais ingerindo milho modo,
milho em espigas, rolo, e raes contendo milho. A doena sazonal
ocorrendo, principalmente, entre os meses de junho e setembro, porm
tem sido registrados surtos de maro a dezembro. O desenvolvimento
de Fusarium moniliforme e suas toxinas, est intimamente relacionado
com a umidade e temperatura. O crescimento micelial ocorre mais
facilmente entre 18 e 25C, porm a toxina s produzida mediante
choque trmico, com temperaturas situando-se entre 6 e 14C. Em
amostras de milho provenientes de 21 surtos de leucoencefalomalacia
o percentual de umidade variou de 13,4% a 21%, salientando-se que
em 5 amostras a umidade estava dentro dos padres exigidos no
Brasil, de menos de 15% (63).
A taxa de morbidade varia de 4% a 100%. A letalidade de
100%, afetando machos e fmeas igualmente.
Sinais clnicos
Os sinais clnicos aparecem abruptamente e incluem anorexia,
sonolncia e depresso ou hiperexcitabilidade, dificuldade de
apreenso de alimentos e mastigao, ataxia, tremores, presso da
cabea contra objetos, torneios, cegueira uni ou bilateral e decbito. O
perodo de manifestao dos sinais clnicos varia de 2-72 horas, mas a
maioria dos animais afetados morrem num perodo de 6-24 horas aps
o aparecimento da sintomatologia clnica. Em um surto os animais
morreram aps um curso clnico de 1-7 dias. Em algumas ocasies os
sinais clnicos podem aparecem at 12 dias aps a retirada do milho da
alimentao.
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Patologia
As leses macroscpicas do sistema nervoso central
caracterizam-se por aumento de tamanho de um dos hemisfrios
cerebrais com amolecimento das circunvolues. A superfcie de corte
est amarelada com reas de malacia no centrum semi-ovale e corona
radiata dos hemisfrios cerebrais. Cavidades contendo fludo so
freqentemente observadas nestas reas. A cpsula interna e o tlamo
geralmente so afetadas. reas amareladas ou hemorrgicas so
freqentemente observadas nos tubrculos quadrigmeos, pednculos
cerebelares, ponte e medula oblonga. As leses so usualmente
unilaterais, mas em algumas ocasies so bilaterais porm mais
marcadas em um dos lados. As leses macroscpicas so melhor
observadas aps fixao do sistema nervoso central em formalina a
10% a 25%, mas as leses liquefativas e as hemorragias so
facilmente observadas no crebro fresco.
Histologicamente observam-se reas de malacia circundadas
por edema e hemorragia da neuropila. H tumefao de astrcitos nas
reas de malcia. Trocas degenerativas e hipertrficas no endotlio
vascular, edema perivascular, hemorragias e glbulos eosinoflicos
tambm so observados. Alguns vasos apresentam manguitos
perivasculares consistindo de eosinfilos, neutrfilos ou clulas
mononucleares.
Princpio ativo e toxidez
A micotoxina fumonisina, especialmente a B1, produzida pelo
Fusarium moniliforme a responsvel pelo quadro clnico e
patolgico da intoxicao.
Diagnstico
O
diagnstico
da
leucoencefalomalacia
realiza-se
considerando a ocorrncia da enfermidade em fins de outono e
inverno em eqinos ingerindo milho ou raes que contenham o gro,
e pela presena de malacia na substncia branca do encfalo, alterao
que no tem sido descrita em outras doenas de eqinos. Deve-se
realizar o diagnstico diferencial com a raiva, e a encefalomielite viral
eqina, sendo que esta ltima, contrariamente a leucoencefalomalacia
ocorre nos meses de vero.
Controle e profilaxia
A nica forma de prevenir eficientemente a doena a de
evitar, principalmente de maio a setembro, a administrao de milho
em quantidades maiores do que 20% da matria seca ingerida pelos
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PLANTAS NEFROTXICAS
Amaranthus spp., Thiloa glaucocarpa, Dimorphandra mollis,
Setaria spp.
Epidemiologia
Diversas espcies de Amaranthus. (Amaranthaceae) (carur)
tm sido descritas como nefrotxicas, incluindo: A. hybridus, A.
quitensis, A. blitum, A. spinosus e A. retroflexus para bovinos
(19,35,101) e A. retroflexus, A. quitensis e A. viridis, para sunos (70).
A intoxicao afeta bovinos introduzidos em reas
severamente invadidas pela planta, geralmente restevas de culturas
que no foram colhidas, ou restevas nas quais a colheita foi feita
manualmente. A enfermidade ocorre no outono, quando Amaranthus
spp. encontra-se em estgio de frutificao (19,35,101).
So afetados bovinos de todas as categorias e tem sido
observada em restevas de soja, sorgo, milho e melancia. A morbidade
pode variar de 5%-30%, com uma letalidade de aproximadamente
100%. Os bovinos comeam a adoecer 5-25 dias aps serem
introduzidos nas reas invadidas pela planta, podendo tambm adoecer
por um perodo de 7-10 dias aps serem retirados dos potreiros (19).
Ovinos, sunos e eqinos, tambm, podem se intoxicar, sempre que a
planta seja consumida em grandes quantidades.
Thiloa glaucocarpa (Combretaceae) (sipaba) encontrada
nas regies de caatinga nos Estados de Piau e Cear. A doena
causada por esta planta recebe o nome de popa inchada, ventaseca, mal-de-rama ou mal-da-rama-murcha. Ocorre sob forma de
surtos no comeo da estao chuvosa (inverno); os animais adoecem
somente num perodo de 5 a 8 dias, situado entre os 10 e 25 dias
aps a primeira chuva. Os bovinos ingerem as folhas de T.
glaucocarpa somente nos dias imediatamente aps a sua brotao. A
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Plantas nefrotxicas
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Patologia
As alteraes macroscpicas so congesto e hemorragias
focais no intestino. Histologicamente observa-se enterite hemorrgica
e catarral.
Princpio ativo e toxidez
Foi isolado da planta um alcalide denominado nierembergina
e um glicosdeo denominado hippomanina. Posteriormente isolaramse 5 alcalides, porm no foi comprovada a relao desses alcalides
com a toxicidade da planta. A dose txica para bovinos e ovinos de
15-20g/kg de peso vivo.
Diagnstico
O diagnstico deve ser feito pela presena da planta, dados
epidemiolgicos e sinais clnicos.
Controle e profilaxia
No h tratamento especfico e, para o controle da doena
recomenda-se retirar os animais das reas invadidas pela planta. Como
profilaxia deve evitar-se a difuso da mesma atravs do controle na
comercializao de sementes forrageiras.
Phytolacca decandra
Epidemiologia
Phytolacca decandra (Phytolaccaceae) (caruru-bravo) uma
planta herbcea ou subarbustiva, podendo chegar a 2m de altura em
condies favorveis. Cresce de forma exuberante em solos frteis,
ricos em matria orgnica. Se distribui amplamente no pas,
especialmente nas regies Nordeste e Sudeste.
A intoxicao tem sido descrita em vrios pases, causada por
diversas espcies de Phytolacca. So afetados bovinos, ovinos,
caprinos, sunos, eqinos, aves e o homem. No Rio Grande do Sul a
intoxicao descrita em ovinos, na primavera, com a planta em
frutificao. Os animais ingerem a planta, principalmente, quando h
carncia de forragem (55).
Sinais clnicos
Os sinais clnicos caracterizam-se por salivao, dispnia,
espasmos musculares, diarria com sangue, sede, diminuio dos
movimentos ruminais, diminuio da viso, dor abdominal,
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Controle e profilaxia
Geralmente no ocorrem mortes de animais, mas certamente,
ocorrem prejuzos econmicos importantes, porque os animais que se
recuperam apresentam atraso no seu desenvolvimento.
No caso de transporte de bovinos, principalmente na
primavera, de regies onde no existe S. platense para regies nas
quais a planta ocorre, necessrio realizar medidas preventivas que
evitem a ingesto de grandes quantidades da mesma.
Os animais devem ser introduzidos nas reas do
estabelecimento onde a planta no ocorre ou existe em pouca
quantidade e, aps alguns dias, serem transferidos para as reas mais
infestadas.
METEORISMO ESPUMOSO
Etiologia e epidemiologia
Meteorismo ou timpanismo um distrbio digestivo que
ocorre em ruminantes, caracterizado por uma dilatao anormal do
rmen, em conseqncia do acmulo de gs. Em condies normais a
microflora do rmen produz grandes quantidades de gs durante a
digesto dos alimentos, o qual, normalmente, eliminado pela
eructao (9,52).
Normalmente formam-se bolhas de gs pequenas dentro do
lquido e contedo ruminal; essas bolhas unem-se umas s outras
formando bolhas maiores, que saem do lquido e so eliminadas por
eructao. No meteorismo espumoso ocorre a formao de bolhas
pequenas, mas estas no se unem entre si e permanecem dentro do
contedo ruminal na forma de espuma. As leguminosas que causam
meteorismo so mais rapidamente digeridas pelos microrganismos do
rmen do que outras pastagens. Durante essa rpida digesto,
rompem-se as clulas do mesfilo das folhas liberando partculas do
cloroplasto. Essas partculas, ao serem colonizadas pelos
microrganismos do rmen, impedem a coalescncia das pequenas
bolhas, formando espuma. As partculas do cloroplasto so eliminadas
mais lentamente nos animais que sofrem meteorismo do que naqueles
que no so afetados. As protenas solveis das folhas podem
contribuir para a formao da espuma, mas no so o agente primrio.
Outras substncias, como as pectinas hemicelulosas e saponinas,
anteriormente responsabilizadas pela produo de espuma, no
participariam na etiologia do meteorismo (52).
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PLANTAS CIANOGNICAS
Sorghum spp., Manihot spp., Prunus spp., Piptadenia macrocarpa, Tifton
Epidemiologia
Os sorgos podem conter quantidades altas de glicosdeos
cianognicos, especialmente quando esto em fase de crescimento,
quando crescem ou rebrotam rapidamente em condies favorveis, e
geralmente quando as plantas tm menos de 20cm de altura ou 7
semanas de plantio (44).
A intoxicao por Manihot spp. (mandioca brava, manioba)
pode ocorrer tanto pela alimentao com os tubrculos como pela
ingesto das folhas, de diversas espcies silvestres, principalmente se
a planta est em brotao; e tambm de M. esculenta (mandioca)
utilizada na alimentao humana e animal. A intoxicao por
variedades txicas de M. esculenta freqente em pequenas
propriedades que utilizam a planta para alimentao animal, e ocorre,
aparentemente com menor freqncia, no Norte do Rio Grande do Sul
(80).
As condies naturais que favorecem a intoxicao por
Prunus sellowii (pessegueiro bravo) e outras espcies de Prunus, nas
regies Sul e Sudeste, so as derrubadas de matas, ou aps ventos
fortes, uma vez que seus galhos so bastante frgeis. Nessas condies
os bovinos passam a ter acesso s folhas verdes, ingerindo-as
facilmente (28).
Piptadenia macrocarpa (angico preto) uma rvore da regio
Nordeste que causa intoxicao quando os animais tm acesso s
folhas das rvores (98).
Tifton uma gramnea, hbrida de Cynodon dactylon, cuja
utilizao como forrageira est aumentando nas regies Sul e Sudeste.
Surtos de intoxicao por cido ciandrico foram diagnosticados em
algumas pastagens de Tifton no Paran e Santa Catarina.
Sinais clnicos
Os sinais clnicos podem aparecer 10-15 minutos aps a
ingesto e caracterizam-se por dispnia, ansiedade, tremores
musculares, incoordenao e convulses com opisttono. O sangue
venoso apresenta-se vermelho-brilhante. Os animais raramente
sobrevivem mais de 1-2 horas, geralmente morrem alguns minutos
aps apresentarem os primeiros sinais clnicos.
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Plantas cianognicas
269
Patologia
Na necropsia destaca-se a cor vermelho-brilhante do sangue,
que coagula com dificuldade. A musculatura escura e ocorre
congesto da traquia e pulmes. O cheiro de amndoas no rmen
descrito como caracterstico na intoxicao por cido ciandrico. Pode
observar-se tambm as folhas das plantas no rmen.
Princpio ativo e toxidez
Nos animais domsticos a intoxicao por cido ciandrico se
produz pela ingesto de plantas cianognicas. Essas plantas contm
cido ciandrico (HCN), formando compostos cianognicos,
geralmente glicosdeos ou hidroxinitrilos. O HCN liberado pela ao
de enzimas existentes nas plantas cianognicas e em outras plantas, ou
produzidas pelos microrganismos do rmen. Como o HCN no ocorre
livre nas plantas, sendo liberado somente aps a ruptura das clulas
das mesmas, quando os compostos cianognicos e as enzimas entram
em contato entre si, fatores que rompem a estrutura vegetal, tais como
geadas, granizo, pisoteio, decomposio e utilizao de herbicidas
favorecem a liberao do HCN. Se uma grande quantidade de planta
consumida em poucos minutos, o animal provavelmente morrer. No
entanto, se o tempo de ingesto for maior, o animal poder apresentar
sinais clnicos leves. Quando a dose letal, a morte resulta de uma
anoxia generalizada em conseqncia da inibio da respirao
celular.
Nos monogstricos, eqinos e sunos, o pH cido do estmago
inativa as enzimas hidrolticas da planta, que necessitam de um pH de
5-6. No entanto essa situao diferente nos ruminantes, j que o
contedo ruminal destes tem um pH de 6-7, sendo por isso mais
sensveis intoxicao por plantas cianognicas.
Considera-se que a dose letal de HCN, para bovinos, de
2mg/kg de peso vivo, considerando-se dose nica ingerida de uma s
vez.
Diagnstico
O diagnstico se realiza atravs dos dados epidemiolgicos e
sinais clnicos e confirma-se pelo teste do papel picro-sdico, que
permite detectar a presena de glicosdeos cianognicos, sendo um
teste rpido, qualitativo e simples, que pode ser realizado a campo.
Esse teste realizado com a planta suspeita e tambm com contedo
ruminal, fgado e msculo do animal intoxicado. A resposta ao
tratamento especfico, tambm, confirma o diagnstico.
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270
Controle e profilaxia
O tratamento da intoxicao deve ser feito com nitrito de
sdio e hipossulfito de sdio. Recomenda-se o uso de uma soluo de
20g de nitrito de sdio e 30g de hipossulfito de sdio em 500ml de
gua. Aplica-se 40ml para cada 100kg de peso vivo, via endovenosa
rpida. A recuperao do animal ocorre em poucos minutos.
A profilaxia da intoxicao por sorgo consiste em no pastorear
animais com fome, principalmente quando o sorgo est rebrotando ou
tem menos de 7 semanas de plantio. Se existem dvidas, deve-se,
antes de introduzir os animais na rea, determinar a toxicidade da
pastagem, o que pode ser feito colocando 1 ou 2 animais de pouco
valor, ou atravs do teste do papel picro-sdico, para estimar a
concentrao de cido ciandrico.
No caso da mandioca deve evitar-se o acesso de animais em
reas onde Manihot spp. esteja em brotao, e principalmente a
ingesto de grandes quantidades da planta em curto prazo. Para a
utilizao dos tubrculos na alimentao animal recomenda-se que as
razes sejam quebradas ou cortadas em pedaos e dessecadas em
ambiente ventilado para a volatilizao do HCN. Quando os animais
no esto acostumados a comer mandioca, aconselha-se iniciar a
alimentao com pequenas quantidades, que devero ser aumentadas
em forma gradativa.
Como profilaxia da intoxicao por pessegueiro bravo
recomenda-se evitar o acesso dos animais em locais onde h
derrubadas de matas, ou cercar as matas quando houver a planta.
Quando a planta est presente em locais de pastoreio, deve-se observar
a mesma aps ventos fortes.
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Plantas calcinognicas
271
PLANTAS CALCINOGNICAS
Solanum malacoxylon e Nierembergia veitchii
Epidemiologia
A intoxicao por Solanum malacoxylon (Solanaceae)
(espichadeira) uma doena crnica, de aparecimento estacional, que
ocorre principalmente em pocas de carncia de forragem. A planta
aparece em reas baixas, de terreno alagadio, geralmente banhados e
costas de arroios.
No Brasil a doena conhecida como espichamento no
pantanal do Mato Grosso, e ocorre com maior incidncia nos meses de
junho, julho e agosto que coincidem com a poca de seca na regio.
No Rio Grande do Sul, S. malacoxylon observado em reas de
banhado nos municpios de Rio Grande e Santa Vitria do Palmar (13,
76).
Nierembergia veitchii (Solanaceae) uma planta txica do
Rio Grande do Sul que afeta ovinos, causando uma doena de
aparecimento estacional, sendo que os primeiros casos ocorrem em
outubro e os ltimos em fevereiro (64).
A instabilidade do ciclo vegetativo de N. vietchii parece ter
relao com as variaes climticas que aparentemente influem na
quantidade de planta existente a cada ano e no seu desaparecimento
precoce ou no, que pode se dar no final do ms de dezembro ou pode
estender-se at fevereiro (75).
So afetados ovinos de todas as idades e a morbidade
varivel, dependendo da quantidade de N. veitchii existente nos
potreiros e a durao do seu ciclo vegetativo. Tm sido registradas
morbidades entre 1%-90% em diferentes anos, variando entre
estabelecimentos e entre potreiros de um mesmo estabelecimento.
Bovinos tambm podem ser afetados, porm a morbidade baixa, em
torno de 0,7%. Esta diferena de morbidade entre as duas espcies
deve-se provavelmente aos hbitos alimentares diferenciados, j que,
sendo a planta pequena e crescendo rasteira, misturada vegetao
nativa, aparentemente mais facilmente consumida pelos ovinos. A
mortalidade pode variar entre 1%-25%, porm mortalidade de at 60%
tem sido observadas (75).
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272
Sinais clnicos
Os sinais clnicos caracterizam-se por emagrecimento
progressivo, com andar rgido, abdmen retrado e xifose. Os animais
tendem a permanecer deitados e apresentam dificuldade para levantarse. Se so movimentados bruscamente podem cair com sinais
evidentes de insuficincia respiratria e cardaca. Nos bovinos
observa-se tambm dispnia, pulso arterial duro, aumento de tamanho
e rigidez das artrias, o que pode ser apreciado nas artrias faciais, e
nas ilacas por palpao retal.
O curso clnico crnico e a morte pode ocorrer em um
perodo de 2-4 meses em caquexia total se os animais no so
retirados dos locais onde ocorre a planta. Por outro lado, se os animais
logo que apresentam os primeiros sinais, so retirados dos potreiros,
podem engordar e melhorar, porm alguns sinais permanecem e no
ano seguinte observa-se um agravamento na poca em que comeam a
aparecer novos casos da enfermidade. Os ovinos podem morrer
subitamente quando so movimentados para banho, tosquia ou
dosificao.
Anlises bioqumicas do sangue demonstram que ocorre
hipercalcemia e hiperfosfatemia. Quando os animais so retirados dos
locais onde ocorre a planta, os valores voltam aos nveis normais.
Patologia
As leses observadas na necropsia se caracterizam pelo
endurecimento, engrossamento e perda da elasticidade das artrias,
com exceo das pulmonares. A superfcie interna das artrias
apresenta-se rugosa e coberta por placas mineralizadas. Ocorre
calcificao das vlvulas bicspide e artica e, ocasionalmente, do
endocrdio. Observa-se mineralizao nos bordos do lbulo
diafragmtico no pulmo; e nos rins, de forma focal na crtex e como
uma linha esbranquiada na medula. O tero pode apresentar, em
algumas ocasies, calcificao. Eventualmente pode-se observar
fgado com aspecto de noz-moscada, eroses nas cartilagens
articulares, ascite e hidrotrax e presena de ndulos brancos na
superfcie de corte das tireides.
Histologicamente observa-se nas artrias, de diversos rgos,
edemaciao e fragmentao das fibras elsticas, que apresentam
depsitos granulares e placas mineralizadas. No pulmo h
espessamento e calcificao do septo, calcificao das artrias e
edemaciao, degenerao e calcificao distrfica da cartilagem
bronquial e traqueal. Ocorre calcificao de tendes e ligamentos. No
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Plantas calcinognicas
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PLANTAS ESTROGNICAS
Trifolium subterraneum
Epidemiologia
A intoxicao, denominada hiperestrogenismo, tem sido
causada principalmente por Trifolium subterraneum em ovinos, na
Austrlia e Nova Zelndia, e, com menor freqncia, em bovinos, em
diversos pases do mundo. A doena ocorre quando cultivares
estrognicos de T. subterraneum formam mais de 30% da pastagem.
Os fitoestrgenos dessa leguminosa aumentam na primavera, na fase
de crescimento, e diminuem na fase da florao. Os bovinos so
menos sensveis intoxicao do que os ovinos. No Rio Grande do
Sul a intoxicao foi diagnosticada em uma pastagem composta por
95% de Trifolium subterraneum var. Yarloop e 5% de Lolium
multiflorum (56).
Sinais clnicos
Em ovinos observa-se diminuio das taxas de fertilidade,
sem alteraes do ciclo estral. Ocorre aumento da freqncia de partos
distcicos devido atonia uterina ou falta de dilatao da crvix ou
vagina; altas taxas de mortalidade perinatal; prolapso uterino,
hiperplasia do clitris e fuso parcial dos lbios da vulva. Em ovelhas,
borregas virgens e capes observa-se desenvolvimento da glndula
mamaria e lactao. Pode ocorrer morte de ovelhas em conseqncia
de metrite ou toxemia. Em capes pode observar-se hiperplasia e
dilatao cstica na prstata e glndulas bulbouretrais, e que podem
prolapsar na regio subanal e causar a morte por dilatao e ruptura da
bexiga.
Em bovinos podem observar-se baixos percentuais de
prenhez, alteraes do ciclo estral ou anestro, ovrios csticos, mucosa
vaginal hipermica, cornos uterinos edemaciados e espessados, bere
aumentado de tamanho e edemaciado, com produo de aspecto
lcteo, dilatao do canal cervical e abundante secreo mucosa na
cavidade vaginal.
Patologia
Macroscopicamente o endomtrio est engrossado,
apresentando cistos de at 1cm de dimetro com contedo fluido no
seu interior. Em alguns casos observa-se hidrometra ou pimetra.
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Plantas estrognicas
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Controle e profilaxia
As medidas de controle consistem em retirar as fmeas das
pastagens estrognicas, principalmente na primavera, na fase de maior
crescimento das leguminosas. Essas pastagens podem ser utilizadas
com animais de outras categorias em pastoreio de curta durao.
A profilaxia deve ser realizada utilizando cultivares no
estrognicos, ou semeando T. subterraneum junto a outras forrageiras
para evitar a predominncia dessa leguminosa na pastagem. No caso
de pastagens potencialmente estrognicas so importantes as medidas
de manejo, evitando o pastoreio contnuo das fmeas destinadas
reproduo.
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PLANTAS CARDIOTXICAS
PLANTAS QUE PRODUZEM MORTE SBITA
Palicourea marcgravii, P. aeneofusca, P. juruana e P. grandiflora;
Arrabidaea bilabiata e A. japurensis; Pseudocalymma elegans;
Mascagnia rigida, M. elegans, M. pubiflora, M. aff. rigida e
Mascagnia sp.
Epidemiologia
Palicourea marcgravii (Rubiaceae) a mais importante das
plantas que causam morte sbita, ocorre em todo o pas com exceo
do Sul e do estado do Mato Grosso do Sul. Outras espcies txicas
dentro deste gnero so P. aeneofusca, distribuda na zona da mata em
Pernambuco e P. juruana e P. grandiflora na regio Amaznica
(88,96,97).
Arrabidaea bilabiata, A. japurensis e Pseudocalymma elegans
(Bignoniaceae) so encontradas na regio Amaznica, em Roraima e
no Rio de Janeiro respectivamente, e causam, tambm, morte sbita
em bovinos (15,86,93).
Cinco espcies de Mascagnia (Malpighiaceae) encontram-se,
tambm, dentro deste grupo de plantas txicas. M. rigida, no Nordeste
do pas, no Nordeste de Minas Gerais e Norte do Esprito Santo; M.
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Plantas cardiotxicas
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Plantas cardiotxicas
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Controle e profilaxia
No h tratamento especfico, mas podem ser realizadas
transfuses de sangue e soroterapia. Se os animais so retirados das
pastagens recuperam-se rapidamente.
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Ergotismo
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Patologia
Na necropsia, alm das leses mencionadas, podem observarse ulceraes da lngua e esfago, leses hipermicas do abomaso,
enterite catarral ou hemorrgica, edema subcutneo, edema do
mesentrio, lquido nas cavidades, fgado aumentado de tamanho e
com aspecto de noz-moscada e vescula biliar edematosa.
Histologicamente observam-se leses hiperplsicas na pele,
paraqueratose, acantose e hiperqueratose com edema e infiltrao de
clulas inflamatrias na derme. O esfago apresenta degenerao
hidrpica das clulas epiteliais, acantose e hiperqueratose. No
intestino e abomaso ocorre necrose do epitlio, infiltrao de clulas
inflamatrias na lmina prpria e edema e infiltrao de clulas
inflamatrias na submucosa. No fgado pode observar-se necrose
centrolobular.
Diagnstico
O diagnstico realiza-se pelos dados epidemiolgicos e pelos
sinais clnicos. Os animais devem ser retirados imediatamente dos
bosques de eucaliptos. Deve fazer-se o diagnstico diferencial com a
febre aftosa, intoxicao crnica por selnio e com o ergotismo
gangrenoso.
Controle e profilaxia
Como medida profiltica deve evitar-se que os animais pastem
em bosques de eucalipto durante o outono e primavera quando h R.
flavo-brunnescens.
Claviceps purpurea
Epidemiologia
Claviceps purpurea um fungo que infecta gramneas de
diversas espcies, formando nas sementes um esclerdio de maior
tamanho que a semente, de colorao preta ou marrom-escura e
consistncia dura.
A intoxicao afeta diversas espcies animais, incluindo
ruminantes, eqinos, sunos e caninos, podendo apresentar 4 formas
clnicas diferentes: a forma gangrenosa, a sndrome distrmica, a
forma nervosa e a forma reprodutiva (61,69).
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Sinais clnicos
Os sinais clnicos variam de uma espcie para outra devendo
ser descritos separadamente.
Bovinos.- Nesta espcie tem-se observado 3 formas clnicas
diferentes: a forma gangrenosa, a sndrome distrmica e uma forma
convulsiva.
Forma gangrenosa. Ocorre principalmente no inverno,
caracterizando-se por gangrena seca das extremidades. Inicialmente
observa-se claudicao com edema e hiperemia da pele do rodete
coronrio, quartela e boleto; e queda da produo de leite em bovinos
leiteiros. Posteriormente a pele torna-se gangrenosa, apresentando
rachaduras, s vezes com exsudato purulento por baixo da pele
necrosada. Observa-se tambm separao da muralha e uma linha
localizada entre o rodete coronrio e o tero distal da canela, que
demarca claramente a pele necrtica da pele normal. Mais tarde h
desprendimento de pedaos de pele necrtica, podendo haver ruptura
de tendes e perda do casco.
Alguns bovinos podem apresentar necrose da pele no bordo
das orelhas, extremo de cauda e tetos. O estado geral dos animais no
muito afetado.
Sndrome distrmica. Caracteriza-se por temperatura alta, (40C42C), dispnia marcada, plo arrepiado e sem brilho, salivao,
diminuio do consumo de alimentos, aumento do consumo de gua e
poliria. Os animais afetados procuram a sombra ou permanecem
dentro da gua. Esta sndrome observada no vero ou nos dias mais
quentes da primavera e outono. Durante o dia ou nas horas de calor a
sintomatologia mais evidente que durante a noite ou nos dias frios.
Ocorre, tambm, diminuio da produo de leite e menores ganhos
de peso. Alguns animais podem apresentar claudicao e sinais de
ergotismo gangrenoso nos membros, orelhas e cauda, aps 30 a 60
dias de ingesto.
Forma convulsiva. Esta forma nunca foi comprovada
experimentalmente, e, se ocorre, muito pouco freqente em bovinos.
Caracteriza-se por tremores, incoordenao, cegueira aparente,
opisttono, convulses, paralisia e decbito.
Ovinos. Existe descrio de um surto de ergotismo gangrenoso em
ovinos com leses similares s descritas em bovinos.
Eqinos. Nesta espcie a nica forma descrita a reprodutiva, com
falta de desenvolvimento da glndula mamria e agalactia. Na maioria
dos casos a agalactia permanente aps o parto, mas algumas guas
que ingerem C. purpurea somente 15 a 20 dias antes do parto, podem
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Ergotismo
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Ergotismo
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hemoltica
causada
por
Ditaxis
desertorum
(Euphorbiaceae) em bovinos. Pesq. Vet. Bras. 17: 112-116.
85. Tokarnia C.H., Dobereiner J. 1967. Intoxicao experimental pela
fava da faveira Dimorphandra mollis em bovinos. Pesq. Agropec.
Bras. 2: 367-373.
86. Tokarnia C.H., Dobereiner J. 1981. Intoxicao por Arrabidaea
japurensis (Bignoniaceae) em bovinos. Pesq. Vet. Bras. 1: 7-17.
87. Tokarnia C.H., Dobereiner J. 1982. Intoxicao de bovinos por
Vernonia rubricaulis (Compositae) em Mato Grosso. Pesq. Vet.
Bras. 2: 143-147.
88. Tokarnia C.H., Dobereiner J. 1986. Intoxicao por Palicourea
marcgravii (Rubiaceae) em bovinos no Brasil. Pesq. Vet. Bras. 6:
73-92.
89. Tokarnia C.H., Dobereiner J., Canella C.F.C. 1967. Ocorrncia de
intoxicao aguda pela samambaia Pteridium aquilinum (L.)
Kuhn em bovinos no Brasil. Pesq. Agropec. Bras. 2: 329-336.
90. Tokarnia C.H., Dobereiner J., Canella C.F.C. 1969. Ocorrncia de
hematria enzotica e de carcinomas epidermides no trato
digestivo superior em bovinos no Brasil. II. Estudos
complementares. Pesq. Agrop. Bras. 4: 209-224.
91. Tokarnia C.H., Dobereiner J., Canella C.F.C. 1976. Intoxicao
por Polygala klotzchii em bovinos. Pesq. Agropec. Bras. Ser. Vet.
11: 73-86.
92. Tokarnia C.H., Dobereiner J., Canella C.F.C., Couceiro J.E.M.,
Silva A.C.C., Araujo F.V. 1981. Intoxicao de bovinos por
Thiloa glaucocarpa (Combretaceae) no nordeste do Brasil. Pesq.
Vet. Bras. 1: 111-132.
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CAPTULO 4
DOENAS CARENCIAIS
CARNCIAS MINERAIS
Cludio Dias Timm
Os minerais desempenham no organismo animal as mais
diversas funes, seja como constituintes do esqueleto, no transporte
de oxignio, garantindo a concentrao das solues no interior das
clulas ou nas reaes enzimticas. Para estas funes o organismo
precisa de quantidades determinadas de cada um dos minerais
essenciais, abaixo das quais, ocorrer deficincia, com prejuzo para
as atividades orgnicas e acima das quais, ser atingido o nvel txico.
O intervalo entre esses dois limites chamado de faixa tima, na qual
observado o desempenho adequado do animal. Alguns minerais so
necessrios em quantidades reduzidssimas, por isso recebendo o
nome de microelementos ou elementos menores, e outros em
quantidades relativamente maiores, chamados de macroelementos ou
elementos maiores.
Os macroelementos considerados essenciais para a nutrio de
ruminantes so clcio, fsforo, magnsio, cloro, sdio, potssio e
enxofre. Os microelementos so cobre, zinco, ferro, cobalto,
molibdnio, selnio, iodo, mangans e, mais recentemente, cromo.
Os nutrientes requeridos pelos ruminantes podem ser
agrupados nas seguintes categorias: gua; energia; protena; vitaminas;
e minerais. Problemas nutricionais, incluindo deficincias,
intoxicaes e desequilbrio mineral, causam elevados prejuzos
pecuria nacional. As deficincias de energia e protena so
freqentemente responsveis por baixa produo, particularmente
quando h pouca disponibilidade de forragem, entretanto, em
inmeras reas observam-se bovinos que emagrecem em pastagens
abundantes, mostrando que a qualidade da forragem pode ser
limitante, em especial no que se refere ao seu contedo de minerais.
Bovinos em pastagens com severa deficincia de fsforo, cobalto ou
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Doenas carenciais
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Carncias Minerais
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Carncias Minerais
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Carncias Minerais
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ZINCO
O zinco um mineral que participa de vrias enzimas, como a
anidrase carbnica, carboxipeptidase, fosfatase alcalina, desidrogenase
alcolica, alm de atuar como cofator de muitas outras enzimas. A
maior parte do zinco no organismo encontra-se nos ossos e dentes.
Nos tecidos moles encontra-se principalmente na pele. O excesso de
clcio na dieta pode reduzir a absoro de zinco, induzindo a
deficincia.
A deficincia de zinco causa uma diminuio na velocidade de
crescimento, menor consumo de alimento e diminuio dos ndices de
converso alimentar. Em casos severos ocorre paraqueratose e
alopecia.
A exigncia de zinco para gado de corte de 30ppm na
matria seca. Recomenda-se para manuteno de um animal que
consuma 10kg de matria seca por dia 0,3g de zinco diariamente, ou
seja, 1,3g de sulfato de zinco. Alm do sulfato de zinco (22,7% de
Zn), podem ser utilizados xido de zinco (80,3%), carbonato de zinco
(52,1%) e cloreto de zinco (48%).
A deficincia de zinco foi diagnosticada no Mato Grosso, no
Mato Grosso do Sul, em Roraima, no Rio de Janeiro, na Bahia, no
Cear e no Piau (3,8,9).
MANGANS
O mangans encontra-se localizado a nvel celular nas
mitocndrias e, especialmente, no fgado. essencial ao processo
reprodutivo dos mamferos, sendo importante na formao da matriz
ssea e na manuteno da rigidez do tecido conjuntivo.
O excesso de clcio e/ou de fsforo na dieta reduz a
disponibilidade biolgica do mangans, aumentando seu
requerimento. A deficincia de mangans leva infertilidade,
nascimento de bezerros com deformidades congnitas nos membros,
crescimento retardado e despigmentao.
A exigncia de mangans para bovinos de corte e ovinos de
20-40ppm no alimento, em base de matria seca. As principais fontes
a serem utilizadas nas misturas minerais so carbonato de mangans
(47,8% de Mn), sulfato de mangans (32,5%), cloreto de mangans
(27,8%) e xido de mangans (77,4%).
A deficincia de mangans foi diagnosticada no Mato Grosso,
sendo os valores baixos encontrados atribudos s altas concentraes
de ferro nas forragens e elevada suplementao com cobalto, o que
provoca problemas de absoro e utilizao do mangans (4). Valores
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Doenas carenciais
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Carncias Minerais
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__________________
DEFICINCIA DE COBALTO
Cludio Dias Timm
ETIOLOGIA E PATOGENIA
O cobalto componente da vitamina B12 e, nos ruminantes,
requerido pelas bactrias do rmen para sintetizar esta vitamina.
Assim sendo, a carncia de cobalto resulta em deficincia de vitamina
B12, caracterizando-se clinicamente por inapetncia e perda de peso. O
principal efeito da deficincia de cobalto nos ruminantes a
incapacidade de metabolizar o cido propinico, a qual
acompanhada de perda do apetite e morte por inanio. Os ovinos so
mais sensveis que os bovinos, sendo os animais jovens mais
severamente atingidos que os adultos.
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Doenas carenciais
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Cobalto
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DIAGNSTICO
O cobalto encontra-se armazenado, principalmente, no fgado
e nos rins. Normalmente, o nvel de cobalto no fgado reflete o status
desse no animal, podendo a deficincia ser diagnosticada pela
determinao do seu teor neste rgo. Fgados com nveis de 0,040,06ppm de cobalto indicam estado carencial. Como se trata de uma
doena de evoluo progressiva, para se poder saber se uma regio
deficiente em cobalto, baseando-se em anlises deste elemento em
fgados de animais que nela pastaram, preciso que os animais
tenham permanecido nestas pastagens tempo suficiente para a
evoluo do estado deficitrio.
A forma mais conclusiva de diagnosticar a deficincia de
cobalto baseada na resposta administrao deste elemento.
Realiza-se a administrao de cobalto aos animais suspeitos,
mantendo um grupo no tratado nas mesmas condies dos demais. A
recuperao clnica ou maior ganho de peso dos animais tratados em
relao aos que no receberam cobalto fecha o diagnstico.
CONTROLE E PROFILAXIA
Os animais afetados pela deficincia de cobalto respondem
satisfatoriamente administrao oral de cobalto ou aplicao
intramuscular de vitamina B12. A suplementao com cobalto na
alimentao leva rpida recuperao dos animais enfermos,
alcanando cura completa em 20-40 dias.
A transferncia sazonal dos animais para pastos no
deficientes em cobalto permite a preveno da doena ou a cura de
animais afetados, como ocorre na regio da Serra da Ibiapaba, no
Estado do Cear, onde o gado est sujeito a um regime de mudanas
de pastagens (5).
Os nveis recomendados de cobalto na dieta de ruminantes so
de 0,1ppm, portanto, uma vaca consumindo diariamente 10kg de
matria seca, necessita receber 1mg de cobalto ou aproximadamente
4mg de cloreto de cobalto (24,7% de Co) ou sulfato de cobalto
(24,8%) por dia. A suplementao pode ser feita, ainda, com
carbonato de cobalto (49,5%), xido de cobalto (73,4%) ou nitrato de
cobalto.
REFERNCIAS
1. Corra R. 1955. Carncia de cobalto em bovinos no Estado de So
Paulo. Rev. Brasil. Biol. 15: 309-313.
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Doenas carenciais
________________
DEFICINCIA DE COBRE
Franklin Riet Correa
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A deficincia de cobre denominada, tambm, hipocuprose,
cursa em ruminantes com ampla variedade de manifestaes clnicas,
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Cobre
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Cobre
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Cobre
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Fsforo
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DEFICINCIA DE FSFORO
Cludio Dias Timm
EPIDEMIOLOGIA
A deficincia de fsforo nos animais est ligada a baixos
teores desse mineral na dieta, ocorrendo em locais de solos pobres em
fsforo, onde as pastagens tm baixo contedo desse elemento e a
alimentao suplementar no usual.
Forrageiras novas tm, normalmente, mais fsforo do que
quando maduras ou secas. O fsforo desloca-se da parte area da
planta para as razes e, em alguns casos, para o solo, diminuindo sua
concentrao com a idade da planta (11).
Os teores de fsforo considerados adequados nas forragens
situam-se em torno de 0,3%, em base de matria seca. Em extensas
regies do Brasil, a concentrao mdia deste mineral no solo e
pastagens insuficiente para suprir as exigncias nutricionais dos
ruminantes. Estudos realizados no Estado de Mato Grosso tm
demonstrado que a carncia de fsforo nas plantas forrageiras mais
acentuada na poca da seca (0,07-0,08%) do que durante o perodo das
cheias (0,15-0,20%), embora a deficincia de fsforo nos ossos dos
animais se agrave na estao chuvosa, em funo da maior
necessidade orgnica do mineral neste perodo (2,11). No Rio Grande
do Sul, os nveis mdios de fsforo encontrados nas pastagens nativas
so de 0,13% (16). Essa situao agrava-se bastante durante o vero
(4) e a incidncia da carncia maior em veres secos.
Os bovinos so mais suscetveis deficincia de fsforo que
os ovinos e os eqinos so bastante resistentes. A carncia de fsforo
causa raquitismo em animais em desenvolvimento e osteomalacia em
adultos. O raquitismo em bovinos ocorre em animais com alta taxa de
crescimento e, geralmente, no se trata de uma enfermidade grave, a
menos que a vaca produza pouco leite. A osteomalacia mais comum
em vacas cujas necessidades nutricionais encontram-se aumentadas
em funo da gestao ou lactao. A alimentao deficiente em
fsforo no incio da lactao pode resultar em hemoglobinria psparto em bovinos.
A deficincia de fsforo certamente a carncia mineral mais
importante no Brasil, tendo sido diagnosticada em diversos Estados:
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Doenas carenciais
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Fsforo
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Fsforo
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DIAGNSTICO
O diagnstico da deficincia de fsforo dado pela
combinao dos exames clnico e anatomopatolgico e da dosagem de
fsforo inorgnico no tecido sseo ou no soro. A osteofagia de
grande valor no diagnstico, por ser o sinal clnico que mais chama a
ateno nesta deficincia.
Embora os nveis sricos de fsforo possam permanecer
normais por longos perodos depois do animal estar exposto
deficincia do elemento, valores baixos asseguram o diagnstico da
carncia de fsforo em bovinos.
Na coleta de amostras de sangue para determinao da taxa de
fsforo no soro, quando no houver possibilidade de refrigerao do
sangue, o soro deve ser separado o mais rpido possvel, pois as
hemcias liberam fsforo para o plasma. Quando o sangue colocado
em geladeira logo aps a coleta, o soro pode ser separado em at 24
horas, sem que haja interferncia no valor real do fsforo. As amostras
hemolisadas devem ser evitadas (3).
O contedo de fsforo nos ossos a mais acurada indicao
do status deste elemento no organismo animal. O percentual de cinzas
no tecido sseo normal est acima de 60% e o nvel de fsforo nas
cinzas de 17%-18,5%. A relao entre cinzas e matria orgnica, que
nos ossos normais de 3:2, altera-se em casos de deficincia, podendo
inverter-se nos casos mais graves.
A bipsia ssea permite a determinao de cinzas e a dosagem
de fsforo no tecido sseo. Deve ser realizada na dcima primeira ou
dcima segunda costela. Aps analgesia e cuidados pr-operatrios de
rotina no local, so transpostos a pele, com uma inciso de 7-8cm,
longitudinal costela, e os demais planos cirrgicos at a exposio
do peristeo. Este secionado em forma de U, com
aproximadamente 3cm de base, na parte central da costela e
longitudinal a esta, com as extremidades do U alcanando a borda
posterior da costela. Rebatido o peristeo, retirada a amostra do
osso, indo o fragmento da face externa at a cavidade medular da
costela. Aps, so realizadas as suturas. A amostra deve ser mantida
em soluo de formol a 10% (1).
O diagnstico pode ser confirmado pela experimentao,
atravs de ensaios dose-resposta. Estes consistem, basicamente, em
manter dois grupos de animais na pastagem suspeita de ser carente,
administrando suplementao com fsforo a um dos grupos e
mantendo o outro como controle. O parmetro para avaliao dos
resultados pode ser a variao do peso dos animais. Apesar da
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Doenas carenciais
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Fsforo
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Selnio e vitamina E
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Selnio e vitamina E
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Selnio e vitamina E
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CONTROLE E PROFILAXIA
Em zonas onde a doena enzotica o controle pode ser feito
por suplementao profiltica de vitamina E e selnio. No entanto,
apesar de necessrios, esses nutrientes, principalmente o selnio, so,
tambm, txicos. A necessidade de adotar essas medidas deve ser
cuidadosamente avaliada, frente a ocorrncia de surtos enzoticos na
regio considerada. Para o tratamento a administrao de uma mistura
de vitamina E (-tocoferol) e selnio recomendada. A mistura
recomendada como injeo intramuscular no tratamento de miopatia
nutricional em bezerros e cordeiros deve conter por cada ml, 3mg de
selnio (como selenito de sdio ou potssio) e 150 UI de acetato de
DL--tocoferol. A dose recomendada de 2ml/kg de peso corporal
(3).
REFERNCIAS
1. Barros C.S.L., Barros S.S., Santos M.N., Metzdorf L.L. 1988.
Miopatia nutricional em bovinos no Rio Grande do Sul. Pesq. Vet.
Bras. 8: 51-55.
2. Ortolani E.R. 1989. A deficincia de selnio nos animais
domsticos do Brasil. Reviso da Literatura. A Hora Veterinria 9:
14-17
3. Radostits O.M., Blood D.C., Gay C.C. 1994. Veterinary Medicine.
Ballire Tindall, Londres, p. 1408-1425.
________________
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Doenas carenciais
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CAPTULO 5
DOENAS METABLICAS
ACIDOSE
Ana Lucia Schild
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Acidose uma enfermidade associada ingesto de dietas
com excesso de carboidratos, que so alimentos altamente
fermentveis como: acares diversos; alimentos ricos em amido
(gros de cereais, trigo, aveia, milho e sorgo); e ricos em cido lctico
(silagens em geral). Ocorre, principalmente, em criaes intensivas de
bovinos de corte ou leite. A doena tipicamente aguda, mas,
ocasionalmente, pode ocorrer de forma crnica (1).
A doena ocorre em conseqncia do acmulo de cido
lctico no rmen, devido ao incremento sbito na quantidade de
carboidratos administrados aos animais e/ou trocas bruscas de raes
com baixo valor energtico para concentrados com alto valor
energtico, acompanhados de pouca ou nenhuma fibra bruta e sem
uma adaptao prvia dos animais a estes tipos de alimentos.
Imediatamente aps a ingesto de quantidades txicas de
carboidratos, pela rpida fermentao, ocorre o aumento dos cidos
graxos volteis e o pH do rmen comea a cair. Os protozorios e as
bactrias Gram-negativas, que degradam a celulose e predominam na
flora ruminal normal, morrem quando o pH do rmen est em torno de
5 e, a partir da, h rpida proliferao de Streptococcus bovis que
produz cido lctico baixando ainda mais o pH ruminal.
Posteriormente, h proliferao de Lactobacillus que continuam a
produo de cido lctico e o pH ruminal continua a cair, podendo nos
casos fatais chegar a 4,5 ou 4 (1).
EPIDEMIOLOGIA
A enfermidade observada em bovinos de todas as idades que
so submetidos a dietas com excesso de carboidratos. Dependendo da
palatabilidade do concentrado, da experincia prvia dos animais em
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Doenas metablicas
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Acidose
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Doenas metablicas
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Acidose
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CETOSE
Ana Lucia Schild
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Cetose uma enfermidade metablica dos ruminantes que
ocorre em conseqncia de uma desordem no metabolismo energtico
dos cidos graxos durante perodos de aumento de sua utilizao
heptica. Bioquimicamente, caracteriza-se por cetonemia (acmulo de
acetoacetato e hidroxibutirato e seus produtos de descarboxilao,
acetona e isopropanol, no sangue), cetonria, hipoglicemia e baixos
nveis de glicognio heptico (1).
Clinicamente, a doena em bovinos (acetonemia) e em ovinos
(toxemia da prenhez) ocorre em perodos diferentes do ciclo gestaolactao, porm o distrbio bioqumico que desencadeia a
enfermidade o mesmo e ocorre em condies similares de manejo
que levam ao estado de balano nutricional negativo.
A enfermidade ocorre pelo aumento das necessidades de
glicose no organismo ou pela diminuio brusca da ingesto de
carboidratos. Os carboidratos ingeridos so convertidos no rmen em
2 grupos de cidos: actico e butrico que so potencialmente
cetognicos; e propinico que glicognico. Quando a demanda de
glicose adequada os corpos cetnicos (cido acetoactico, acetona e
betahidroxibutirato) formados no fgado, a partir da oxidao dos
cidos graxos, so distribudos para os tecidos para a produo de
energia, sendo metabolizados em presena de oxaloacetato. O cido
propinico convertido em oxaloacetato e passa a glicose. Quando h
falta de glicose no organismo pela diminuio do aporte de
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Cetose
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Cetose
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Doenas metablicas
REFERNCIAS
1. Radostits O.M., Blood D.C., Gay C.C. 1994. Veterinary
Medicine. 8th ed. Baillire Tindall, W.B. Saunders, London, 1763
p..
2. Riet-Correa F, Schild A.L., Mndez, M.C., 1990. Cetose em vacas
de corte em gestao. Pesq. Vet. Bras. 10: 43-45.
3. Schild A.L., Riet-Correa F., Mndez M.C., Ferreira J.L., Brod
C.S. 1989. Laboratrio Regional de Diagnstico. Doenas
diagnosticadas no ano 1988. Editora Universitria, Pelotas, 59 p.
________________
OSTEODISTROFIA FIBROSA
Maria del Carmen Mndez
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Osteodistrofia fibrosa nutricional uma doena metablica do
osso que ocorre em conseqncia da ingesto de dietas com baixo teor
de clcio e relativamente altas concentraes de fsforo. Caracterizase por hiperparatireoidismo, aumento generalizado da reabsoro
ssea e substituio por tecido fibroso.
Os eqinos requerem uma relao clcio-fsforo de
aproximadamente 1:1. Relao de 1:3 ou menores, podem levar
osteodistrofia fibrosa. O desequilbrio nutricional ocorre com dietas
com nveis baixos de clcio, dietas com excesso de fsforo mas com
nveis normais ou deficientes de clcio, e dietas com quantidades
inadequadas de vitamina D. O desequilbrio pode ocorrer, tambm, em
conseqncia da ingesto de pastagens que contm cristais de oxalato
de clcio. Neste caso, a ingesto de Ca e P e sua relao podem estar
normais, mas o Ca no est disponvel para absoro, levando a uma
deficincia de clcio e hiperparatireoidismo.
Em conseqncia do desequilbrio na relao Ca:P da dieta,
geralmente devido a ingesto de raes com altos nveis de fsforo, h
hiperfosfatemia e estmulo das paratireides (hiperparatireoidismo
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Osteodistrofia fibrosa
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Doenas metablicas
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CAPTULO 6
DOENAS DA REPRODUO
ABORTOS EM BOVINOS
Cristina Gevehr Fernandes
Surtos de abortos so freqentes e determinam baixos ndices
de prenhez e nascimentos. Mesmo que o aborto seja um problema
muito comum, o diagnstico etiolgico difcil. As causas so
mltiplas (infecciosas, no infecciosas ou associadas) e a maioria dos
abortos ocorre algum tempo depois da morte fetal, resultando, apenas,
em feto e envoltrios autolisados, sem qualquer indcio do agente
etiolgico.
O sucesso no diagnstico depende de alguns procedimentos
que devem ser realizados criteriosamente. Primeiro, muito
importante obter-se uma histria adequada, que deve incluir questes
sobre o animal que abortou (como idade e histrico reprodutivo), e
questes acerca do rebanho, como dieta, introduo de novos animais,
vacinaes, ndices de prenhez e histria prvia de abortos ou
repetio de cio. A determinao exata da incidncia de abortos nos
rebanhos muito importante, pois ndices de 1%-2% so considerados
normais para bovinos; de 3% representam um sinal de alerta e maiores
que 3% caracterizam um problema ambiental ou infeccioso que
acomete o rebanho (27). Em segundo lugar, o feto e a placenta devem
ser examinados (22,25). Como procedimentos complementares
realizam-se avaliaes sorolgicas do feto e da me. Muitos abortos
so causados por doenas tipicamente venreas, como a
campilobacteriose (vibriose) e a tricomonase, cujo diagnstico deve
ser feito a partir do smegma e raspado prepucial dos touros em servio
ou, ainda, do smen utilizado na inseminao.
Exame do feto
Baseia-se num exame cuidadoso, semelhana de uma
necropsia de adulto. Como nem todos os animais encontrados mortos
no perodo perinatal resultam realmente de aborto, fundamental
esclarecer quando ocorreu essa morte: se antes do nascimento
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Doenas da reproduo
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Abortos em bovinos
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25. Schild A.L., Riet-Correa F., Mndez M.C., Ferreira J.L.M., Brod
C.S. 1989. Laboratrio Regional de Diagnstico. Doenas
diagnosticadas no ano de 1988, Editora da Universidade Federal
de Pelotas, RS, n.9, 59 p..
26. Stolf L., Gava A., Varaschin M.S. 1994. Abortos em bovinos
causados pela ingesto de Ateleia glazioviana (Leg.
Papilionoideae). Pesq. Vet. Bras. 14: 5-18.
27. Straufuss A. C. 1988. Necropsy. Charles Thomas, Springfield,
244 p.
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Doenas da reproduo
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Infertilidade na vaca
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Infertilidade na vaca
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Diagnstico de gestao
A gestao, nos diferentes estgios, pode ser diagnosticada
por palpao retal, observando as seguintes caractersticas clnicas
(22,36):
a) 28 dias: geralmente s vivel em novilhas; caracteriza-se por
apresentar um espessamento da vescula embrionria no corno
uterino gestante;
b) 32 dias: realiza-se o beliscamento (deslizamento do crio-alantide
sobre a parede do tero) demonstrando a presena de paredes
duplas. Esse procedimento deve ser realizado no corno oposto ao
do corpo lteo, onde se encontra o embrio, para que este no seja
lesionado. Nesse perodo a placenta j se expandiu pelos dois
cornos;
c) 45 dias: a assimetria evidente e denomina-se pequena bolsa;
d) 90 dias: o tero pode ser contornado, em toda sua extenso, com a
mo, e chama-se grande bolsa;
e) 120 dias: o tero toma forma de balo e no se consegue passar a
mo por baixo dele; encontra-se distendido e tenso;
f) 5 meses: a crvice est pesada e afunilada para baixo e essa fase
denominada fase de descida;
g) 6 meses: o feto atinge a base do abdmen;
h) 7 meses: o feto comea a voltar para a cavidade plvica, palpa-se a
cabea do feto, denomina-se fase de subida;
i) 8 meses: o feto comea a se posicionar para o parto;
A partir dos 4 meses nota-se o frmito (vibrao, diferente de
pulsao) da artria uterina mdia que assimtrico, sendo mais
intenso e a artria mais espessa no corno gestante e por isso deve-se
palpar os dois lados.
ALTERAES DO OVRIO
Anestro
O anestro definido como uma falta de atividade ovariana e
pode incluir a condio de cio silencioso, quando a fmea, apesar de
ciclar, no exterioriza cio. A aciclia est includa dentro da
classificao de anestro, mas se refere a ovrios afuncionais (6).
Longos perodos de aciclia ovariana ocorrem regularmente na vaca
aps o parto e a reduo desse intervalo de inatividade ovariana
constitui-se num dos maiores desafios para o incremento da eficincia
reprodutiva em bovinos de corte. H circunstncias fisiolgicas em
que a fmea normalmente no apresenta atividade sexual: antes da
puberdade e durante a gestao.
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Doenas da reproduo
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Doenas da reproduo
uma
anomalia
gonadal
(subdesenvolvimento congnito das gnadas) caracterizada por
nmero deficiente de ovcitos (25). uma anomalia hereditria
causada por um par de genes recessivos, de penetrncia incompleta e
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Doenas da reproduo
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Infertilidade na vaca
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Tumores ovarianos
Tumor da granulosa o tumor mais freqente em vacas e
guas e cursa com trs formas tpicas (22): ninfomania (fmea
masculinizada com alta concentrao de testosterona e inibina);
anestro (quando h predomnio de clulas luteinizadas); assintomtica
(pode ser encontrado em fmeas gestantes). A inibina, produzida em
altas concentraes pelas clulas tumorais, determina um feed back
negativo, bloqueando FSH. Por essa razo, o ovrio contralateral ao
tumor no estimulado e regride de tamanho. Ao se extirpar
cirurgicamente o ovrio tumoral, o outro volta a sua funo. Em certos
casos ocorre proliferao de clulas lutenicas que produzem
progesterona, causando o comportamento de anestro. No tumor de
granulosa assintomtico o tamanho exagerado do ovrio, observado na
palpao, leva a suspeita de tumor, o que pode ocorrer em vacas
prenhes. Corpsculos de Call-Exner so patognmonicos do tumor e
caracterizam-se por apresentar forma de roseta entre as clulas da
granulosa, sendo a primeira alterao histolgica a aparecer, antes
mesmo dos sinais clnicos e do aumento de tamanho do ovrio (15).
Teratoma um tipo de tumor relativamente freqente em
bovinos e se caracteriza pela presena de outros tecidos no ovrio
como: osso, pele, cartilagem, epitlio intestinal, folculos pilosos, etc.
(15). Na palpao, os ovrios apresentam-se aumentados de tamanho,
com uma superfcie irregular, com reas endurecidas e outras
apresentando flutuao. Geralmente, no est associado a
infertilidade. Em levantamentos de matadouro tem sido encontrado em
vacas em diferentes estgios de gestao.
Ooforite
Ooforite a inflamao do ovrio. Na vaca , geralmente, de
natureza ascendente resultando de infeces uterinas que progridem
pelas trompas e ovrios. Na palpao retal apresentam-se aumentados
de volume e, geralmente, aderidos aos tecidos anexos (22). No h
tratamento, mas, se for unilateral o animal poder reproduzir.
ALTERAES DAS TROMPAS
Salpingite
A integridade anatmica e histolgica das trompas
fundamental para que ocorra a concepo. Salpingite a inflamao
das trompas uterinas (ovidutos ou salpinges). uma alterao muito
difcil de ser diagnosticada clinicamente, a menos que as leses sejam
muito extensas. A obstruo pode causar infertilidade porque no
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Infertilidade na vaca
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sem problemas de parto, tratadas com PGF2 aos 20 e/ou 40 dias psparto (27).
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Infertilidade na vaca
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Doenas da reproduo
INFERTILIDADE NO TOURO
Claudio A. Pimentel
EXAME ANDROLGICO
O principal objetivo do exame androlgico o de se fazer uma
estimativa da fertilidade potencial do touro e, em segundo lugar,
identificar anormalidades no trato genital ou no comportamento sexual
que possam comprometer a fertilidade. Em terceiro lugar deve-se
observar seu mrito gentico para o fim a que se destina. A
importncia desse exame reside no fato de um touro servir, no
mnimo, 25 vacas por temporada.
O exame clnico especfico consta de cinco etapas bsicas:
a) histrico, no qual considerado, principalmente, o objetivo do
exame;
b) inspeo, na qual avalia-se a condio corporal, leses de aprumos
e temperamento;
c) palpao;
d) exame de smen;
e) comportamento sexual.
Exame dos rgos externos
No prepcio devem-se verificar leses tais como postite
ulcerativa; balanopostite; fimose; aderncias; acrobustite, bem como
comprimento do prepcio e prolapso de mucosa que ocorre com maior
freqncia nas raas mochas.
O exame do pnis feito por palpao e inspeo. A inspeo
pode ser realizada durante a coleta com vagina artificial ou eletroejaculador. Deve-se verificar a presena de hematomas, aderncias e
sensibilidade.
A bolsa escrotal deve ser inspecionada para se avaliar
simetria, leses de pele (ectoparasitos, dermatofilose, fungos)
temperatura e cicatrizes. Sendo um importante componente do sistema
termo-regulador, sua integridade fundamental para que a
espermatognese ocorra de maneira eficiente.
O exame dos testculos compreende inspeo, quando se
avalia simetria, alteraes de tamanho e forma; e palpao, quando se
determina presena, mobilidade, consistncia, dimenses (permetro) e
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Infertilidade no touro
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sensibilidade. Pode-se fazer, em circunstncias especiais, ultrasonografia e bipsia testicular. O tamanho dos testculos est
associado produo de espermatozides (7,16).
O exame do epiddimo baseia-se, principalmente, na palpao.
Deve-se atentar para a normalidade dos diferentes segmentos (cabea,
corpo e cauda), avaliando a presena de aplasia segmentar,
endurecimentos (granuloma espermtico), epididimite, fibrose,
temperatura e sensibilidade.
O cordo espermtico deve ser palpado desde a poro
proximal do testculo at o anel inguinal, avaliando-se a integridade do
canal deferente (granuloma espermtico), plexo pampiniforme
(varicocele) e possibilidade de hrnia inguinal.
Exame dos rgos internos
Os rgos internos do touro so examinados por palpao
retal (36) examinando o msculo uretral, a prstata, as vesculas
seminais e as ampolas.
O msculo uretral serve como ponto de referncia para
identificao dos demais rgos. Apresenta-se como um cabo de
guarda chuva cranialmente ao esfncter anal. Pode ser usado para
estimular o touro e evitar contraes do reto durante a palpao
interna.
A prstata, no touro, composta por um corpo e uma poro
disseminada. O corpo situa-se entre a uretra plvica e o colo da
bexiga. A poro disseminada rodeia a uretra plvica onde lana sua
secreo atravs de vrios orifcios. Apenas o corpo da prstata
palpvel como uma elevao discreta (0,5-1,0cm), cranial ao msculo
uretral. A principal alterao clinicamente detectvel da prstata o
tero masculino (resqucio embrionrio) que no tem significado
clnico.
As vesculas seminais no touro constituem-se no rgo interno
mais comumente afetado por alteraes inflamatrias e do
desenvolvimento. Pode-se detectar vesiculite (ou espermatocistite) que
a alterao inflamatria caracterizada, clinicamente, por
endurecimento, perda das lobulaes e sensibilidade palpao.
Podem ser verificadas alteraes do desenvolvimento, tais como
hipoplasia e aplasia segmentar. Nos casos de alteraes inflamatrias
deve-se coletar sua secreo para exame microbiolgico pelo mtodo
de Parsonson (28).
Assim como as vesculas seminais, as ampolas dos ductos
deferentes podem apresentar alteraes inflamatrias (ampolite) e do
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Valores
mnimo 3ml
mnimo 500
mnimo 50
mnimo 3
mnimo 75
mximo 10
mximo 10
mximo 15
mximo 10
mximo 10
mximo 10
Comportamento sexual
Quando um touro utilizado em monta natural, deve ser capaz
de servir entre 25 e 80 vacas. Para que sua eficincia reprodutiva
mxima seja atingida, necessrio que o seu comportamento sexual
seja o mais prximo possvel da perfeio em todas as suas etapas. O
exame do comportamento sexual deve avaliar 4 caratersticas: libido;
habilidade de servio; conduta; e capacidade de servio.
Libido. Por libido entende-se o desejo sexual, ou seja, a vontade de
realizar a cobertura ou monta. Erroneamente a variao da libido era
atribuda concentrao plasmtica de hormnio masculino
(testosterona). Posteriormente, verificou-se que a quantidade de
hormnio masculino circulante no determinante da libido, mas este
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Infertilidade no touro
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Doenas da reproduo
Servios
4 ou +
2a3
0a1
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Doenas da reproduo
120
Variavei
s 100
80
Mot.
An. Cab . Cab. CabACab.
GP
Conc..
60
40
20
0
0
Semanas
Orquite
Orquite refere-se alterao inflamatria dos testculos. Pode
ter origem infecciosa, traumtica ou auto-imune. Cursa com quadro
espermtico de degenerao testicular, porm associada a sinais
clnicos, tais como aumento de tamanho da gnada, aumento de
temperatura, sinais de leses na bolsa escrotal e, por vezes, presena
de leuccitos no ejaculado (28). O tratamento, assim como na
degenerao testicular, deve se fundamentar na eliminao da causa.
Quando essa for brucelose ou tuberculose aconselha-se a eliminao
do animal. Em casos unilaterais a orquiectomia pode beneficiar a
espermatognese no testculo contralateral.
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Infertilidade no touro
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Hipoplasia testicular
Hipoplasia testicular o subdesenvolvimento congnito das
gnadas caracterizado por baixo nmero de clulas germinativas nos
tbulos seminferos. Assim como a hipoplasia ovariana, uma
anomalia hereditria causada por um par de genes recessivos de
penetrncia incompleta e expressividade varivel (20). Por recessivo
entende-se que apenas os indivduos homozigticos podem expressar
o defeito. Por penetrncia incompleta, entende-se que nem todos os
indivduos homozigticos manifestam o defeito, pois podem haver
interaes epistsicas ou ambientais que afetam a ocorrncia do
defeito. Por expressividade varivel entende-se que o defeito pode se
manifestar de diferentes maneiras nos animais homozigticos, ou seja
pode ocorrer hipoplasia uni ou bilateral e o grau de hipoplasia pode
ser total ou parcial. Pode ocorrer, ainda, numa combinao das mais
diversas entre lateralidade e grau de comprometimento.
O quadro espermtico semelhante ao de uma degenerao
testicular, porm pode ser diferenciado pelo seu carter irreversvel
(28). Alm disso, est associado a testculos de tamanho reduzido.
Histologicamente, hipoplasia testicular pode ser diferenciada de
degenerao porque nesta ltima sempre h reas de fibrose,
principalmente espessamento da membrana basal. Na hipoplasia
verifica-se ausncia completa do epitlio germinativo, havendo apenas
clulas de Sertoli no interior dos tbulos seminferos. Na degenerao
h clulas da linhagem espermtica, porm com vacuolizao do
epitlio em diferentes estgios de comprometimento.
Pelo estudo epidemiolgico pode-se identificar a natureza
hereditria, j que parentes podem ser subfrteis e apresentar o
defeito, embora de maneira discreta. As fmeas portadoras do defeito
apresentam ovrios pequenos e so subfrteis (31).
No h tratamento e o controle muito dificultado pela
variabilidade de manifestao do defeito, alm da grande freqncia
de portadores heterozigotos e homozigotos clinicamente normais. A
principal atitude a ser tomada de se evitar a propagao do defeito
com o uso de biotcnicas de reproduo animal (inseminao
artificial, transferncia de embries e aspirao de ovcitos de vacas
portadoras subfrteis) que permitam a proliferao de descendentes
desses animais. Embora no seja uma medida capaz de erradicar o
problema, recomenda-se a eliminao dos indivduos com diagnstico
clnico de hipoplasia testicular.
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Doenas da reproduo
Imaturidade sexual
Um atraso na puberdade pode ser confundido com hipoplasia
testicular. Clinicamente o animal apresenta gnadas de tamanho
reduzido, quadro espermtico tpico de hipoplasia, porm o animal
jovem e atravs de exames repetidos pode-se verificar evoluo
qualitativa no quadro espermtico acompanhada de aumento
progressivo no tamanho dos testculos (28). Deve-se investigar a causa
que possa ter determinado o atraso na puberdade.
Espermiognese imperfeita
Trata-se de uma hipospermatognese de natureza congnita,
acompanhada, s vezes, de testculos de tamanho reduzido.
hereditria e cursa com infertilidade severa at esterilidade. Difere de
hipoplasia testicular clssica por no ter equivalncia do defeito nas
fmeas. Ocorre falha congnita na espermiognese, gerando defeitos
especficos no ejaculado ou ejaculados de baixssima qualidade. Neste
grupo esto includos os casos de knobbed sperm (20), multipolar
spindle formation e sticky chromossome (18). No h tratamento e
seu controle no deve basear-se apenas na eliminao dos portadores
clnicos, mas evitar a difuso de descendentes dos portadores do
defeito.
Tumor testicular
Tumores testiculares so mais comuns em touros velhos acima
de 7-10 anos de idade. Dentre os tumores testiculares, os chamados
primrios, originam-se das clulas intersticiais, das clulas de Sertoli e
do epitlio germinativo (20). Os tumores das clulas intersticiais
afetam a qualidade do smen de touros quando seu dimetro
superior a 1cm. Ocorre degenerao testicular resultante do excesso de
esterides produzidos por esse tipo de tumor (28). palpao esses
tumores apresentam-se como massas arredondadas de consistncia
mais flcida (consistncia de fgado). Os outros tipos de tumor so
mais raros em touros. Considerando-se a idade e a relao custo
benefcio, em certos casos pode ser benfica a castrao do testculo
comprometido quando for unilateral. A ultra-sonografia tem sido
empregada com sucesso no diagnstico, avaliao e prognstico
desses tipos de alteraes.
Epididimite
A epididimite a principal afeco do epiddimo (4). Pode ser
causada pelos mesmos agentes da orquite ou ser secundria a essa
afeco. Dentre os principais agentes infecciosos esto: Brucella
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Infertilidade no touro
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INFERTILIDADE EM OVINOS
Jos Carlos Ferrugem Moraes
A baixa eficincia reprodutiva nos ovinos decorre de como os
gentipos disponveis, na sua maior parte de duplo propsito
(produo de carne e l), produzem nos sistemas de criao
extensivos, praticados no sul do Rio Grande do Sul. A situao tem
sido caracterizada por alta mortalidade (embrionria, perinatal e at o
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Doenas da reproduo
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Raas de l
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Anos
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Doenas da reproduo
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Corriedale
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Merino
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Ideal
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Ma
r
Ab
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Ju
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Ju
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Ou
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Meses do ano
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Doenas da reproduo
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Freqncia %
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Doenas da reproduo
Outras
Alt.
escroto/aderncias
Assim etria
testicular
Testculos
pequenos
Flacidez testicular
Endurecim ento
epiddim o
Sem alteraes
aparentes
0
10
20
30
40
50
60
70
Freqncia %
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Infertilidade em ovinos
409
No de
Animais
250
116
79
56
92
56
31
29
Amplitude
32,0
33,5
30,0
36,0
33,0
32,5
30,0
31,5
26-38
24-39
25-36
29-40
21-40
27-37
23-35
27-38
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Doenas da reproduo
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Infertilidade em ovinos
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Infertilidade em ovinos
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Doenas da reproduo
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Doenas da reproduo
Inanio/
exposio
Distocia
Distocia/
inanio
Predao
primria
Predao
secundria
Predao no
classificada
Abortos
Infeces
neonatais
Malformaes
Outras causas
Sem
diagnstico
N de
estabelecimentos
Uruguaiana
(1976)
Bag
(1978)
Pelotas
(1979)
Bag
(1979)
58,2%
Santa
Vitria
(1979)
74,7%
78,5%
40,6%
55%
10,5%
-
10,5%
-
14,1%
-
22,5%
7,3%
12,3%
12,3%
0,5%
4,5%
2,1%
0,5%
5%
3,6%
4,5%
23,6%
7,9%
2,5%
0,5%
5,5%
1,6%
2,3%
2,9%
2,8%
3,3%
5%
3,6%
0,5%
2,5%
0,5%
0,8%
0,8%
0,8%
2,3%
0,5%
1,7%
0,5%
2,2%
2,8%
1,4%
4,3%
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Doenas da reproduo
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Doenas da reproduo
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Doenas da reproduo
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425
3. Mendez M. C., Riet-Correa F., Ribeiro J., Selaive A., Schild A.L.
1982. Mortalidade perinatal em ovinos nos municpios de Bag,
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Vet. Bras. 2: 69-76.
4. Oliveira A.C., Barros S.S. 1982. Mortalidade perinatal em ovinos
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7. Williams B.M. 1966. Levantamento de causas de morte de
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Finamor, Porto Alegre, 3: 23-29.
________________
ENDOMETRITE EM GUAS
Claudio A. Pimentel
As infeces uterinas so a principal causa de infertilidade e
perdas econmicas no que se refere a reproduo em eqinos.
Levantamentos de freqncia de endometrites em guas,
principalmente na raa PSI, indicam esse problema entre 10% e 37%
dessas fmeas (32). Essa elevada freqncia pode ser atribuda a
certos fatores predisponentes da espcie e/ou de certas raas.
As afeces do tero podem ser divididas em endometrites,
que englobam as infeces agudas ou crnicas que ocorrem no
endomtrio e as endometroses, ou endometrites degenerativas
crnicas, que so as alteraes degenerativas, conseqncia das
inflamaes (14).
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Doenas da reproduo
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Endometrite em guas
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428
Doenas da reproduo
EXAME GINECOLGICO
O exame ginecolgico baseia-se no histrico, inspeo,
palpao retal e vaginoscopia. Outras tcnicas complementares, como
o uso da citologia endometrial, cultura bacteriolgica, bipsia uterina
e ultra-sonografia passaram, tambm, a fazer parte da rotina de muitos
haras, nos ltimos anos.
Histrico
Um importante aspecto do histrico reprodutivo das guas o
nmero de temporadas que permanecem vazias (quando expostas ao
garanho). Considera-se duas temporadas sucessivas vazias como um
srio indicativo de infertilidade da gua sugerindo um prognstico
reservado. Tem sido demonstrado que a idade um fator ainda mais
importante que a paridade (nmero de crias). guas da raa PSI, a
partir dos 13 anos de idade, comeam a apresentar sinais de
endometrites crnicas degenerativas. O aumento da idade e o grau de
leso observado na bipsia (escore de gravidade baseado na
intensidade das alteraes inflamatrias e degenerativas do
endomtrio) so inversamente proporcionais a percentagem de
prenhez e diretamente proporcionais a taxa de mortalidade
embrionria (16).
Inspeo
A conformao perineal um dos mais importantes aspectos
da inspeo. Deve-se dar especial nfase pneumovagina (5,28).
guas que apresentam pneumovagina geralmente tem inflamaes do
tero. Para se confirmar pneumovagina, deve-se abrir os lbios
vulvares e verificar se h rudo de entrada de ar. Essas guas
apresentam a comissura dorsal da vulva a mais de 2cm da base da
pelve e uma inclinao da linha vulvar que tende a se acentuar com a
idade.
Palpao retal
Como a endometrite se restringe ao endomtrio, geralmente a
palpao retal da parede uterina tem pouco valor diagnstico, exceto
em casos de espessamento da parede uterina (edema) juntamente com
atonia que podem estar associados a acmulo de fluido intra-luminal
(secrees inflamatrias) ou cistos endometriais. importante a
verificao da atividade ovariana (presena de folculos maiores de
25mm e corpo lteo) para que essa seja relacionada com o tnus
uterino, permitindo a diferenciao de uma atrofia uterina fisiolgica
(quando no h atividade ovariana) de casos de atonia de tero
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Endometrite em guas
429
Relaxamento
Mximo
Mnimo
Abertura
Mximo
Mmnima
Colorao
Rosada
Plida
Umidade
Mximo
Seca
Varivel
Mdio
Varivel
Varivel
Plida
Avermelhada
Seca
Secreo
purulenta
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Endometrite em guas
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25. Pimentel C.A.; Fiala S.M.E., Hammes A.M., Ladeira S., Tarouco
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endometrium of mares of the Crioulo breed. Teriogenology
(submetido).
26. Pimentel C.A., Santos P.F.M., Alves A.N., Hammes A.M. 1989.
Bipsia endometrial em equinos. Boletim do Laboratrio Regional
de Diagnstico, Pelotas RS, n 9, p. 47-64.
27. Pimentel C.A., Santos P.F.M., Hammes A.M., Xavier S.,
Rodrigues R.F. 1996. Interpretao da bipsia endometrial no
manejo reprodutivo de eqinos. Anais. Congresso Nacional de
Zootecnia, 6, Porto Alegre, RS, p. 149 160.
28. Silva C.A.M. 1983. Uma nova tcnica para a correo cirrgica da
pneumovagina na gua. Turf e Fomento, p. 247-248.
29. Silva C.A.M., Barros S.S., Esquerre R.S., SILVA J.H.S. 1987. A
biopsia endometrial na avaliao da fertilidade na gua. Pesq. Vet.
Bras. 7: 131-133.
30. Slusher S.H., Freeman K.P., Roszel JF. 1984. Eosinophils in
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Med. Assoc. 184: 665-670.
31. Waelchli R.O., Winder N.C. 1989. Distribution of histological
lesions in the equine endometrium. Vet. Rec. 124: 271-273.
32. Wingfield-Digby N.J., Ricketts S.W., 1982. Results of concurrent
bacteriological and cytological examinations of the endomterium
of mares in routine stud farm practice 1978-1981. J. Reprod. Fert.
32 (Suppl.): 181-185.
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Doenas da reproduo
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Infertilidade em guas
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Doenas da reproduo
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Infertilidade em guas
441
120
100
100
80
PESO (g)
60
60
40
40
20
20
% OVULACAO
80
% ov
Peso
% Ov.
J
F M A M J
J
A S O N D
Peso 95.3 91.5 83.9 74.9 65.9 60.3 59.2 63 70.6 80 88.1 94.3
% Ov. 83 78 63 46 30 17
6 2
8 27 52 73
MES
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Doenas da reproduo
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Infertilidade em guas
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Doenas da reproduo
_________________
INFERTILIDADE NO GARANHO
Cludio Alves Pimentel
Os meios semiolgicos em fisiopatologia da reproduo
buscam, basicamente, maximizar a fertilidade, eliminar animais
infrteis e, possivelmente, selecionar indivduos mais frteis. Um
exame clnico metodolgico e seqencial constitui-se numa
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Infertilidade no garanho
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Doenas da reproduo
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Infertilidade no garanho
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Infertilidade no garanho
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Doenas da reproduo
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Infertilidade no garanho
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Exame de Smen
Volume Total (ml)
Gel (ml)
Sem Gel (ml)
pH
Motilidade (%)
Vigor (0-5)
Concentrao (x 106/ml)
Total Ejaculado (x 109)
Total Viveis (x 109)
Morfologia (%)
Normais
Anormalidades de
Cabea
Anormalidades de
Pea Intermediria
Anormalidades de
Cauda
Anormalidades de
Acrossomo
Gota Proximal
Cabea Isolada
Normal
Clulas Germinativas
Figura 1. Modelo de ficha para exame de smen.
Os ndices de fertilidade de garanhes cujo smen foi
classificado por esse critrio esto na Tabela 1.
Verifica-se uma diferena de aproximadamente 10 pontos
percentuais na taxa de fertilidade de garanhes com essas diferenas
de qualidade de smen.
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Doenas da reproduo
X2
Boa qualidade
(N= 20)
599/696 (86 %)
M qualidade
(N=19)
389/524 (74 %)
27,88<0,005
599/1108 (54%)
389/868 (45 %)
16,64<0,005
599/2136 (28%)
389/1729 (22 %)
15,40 <0,005
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Infertilidade no garanho
453
Valores
Normal
Negativa
90 mm
10 ml
7,5
100 x 106/ml
2 x 109
60%
REFERNCIAS
1. Bielanski W., Dudeck E., Bittmar A., Kosiniak K. 1982. Some
characteristics of common abnormal forms of spermatozoal in
high fertile stallions. J. Reprod. Fertil. 32: 21-26.
2. Deschamps J.C., Pimentel C.A. 1979. Exame de Smen em
Touros. Boletim Tcnico, n. 12, Faculdade de Veterinria, UFPel.
29 p.
3. Dowsett K.F., Pattie W.A. 1982. Characteristics and fertility of
stallion semen. J. Reprod. Fertil. Suppl. 32, p 1-8.
4. Fernandes C.E.S. 1994. Caractersticas do smen de garanhes e
relao com a fertilidade. Tese de mestrado. Faculdade de
Veterinria da Universidade Federal de Pelotas, RS, 69p.
5. Friedman R., Scott M., Heath S.E., Hughes J.P., Daels P.F., Tran
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spermatogenesis in the stallion. J. Reprod. Fertil. Suppl. 44: 127134.
6. Jasko D.J., Lein D.H., Foot R.H. 1990. Determination of the
relationship between sperm morphologic classification and
fertility en stallions: 66 cases. J. Amer. Vet. Med. Assoc. 197:
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1971. Stallion semen characteristics for prediction fertility. Proc.
17th Conv. AAEP, p 53-67.
9. Kenney R.M., Bergman R.V., Cooper W.L., Morse G.W. 1975.
Minimum contamination techniques for breeding mares:
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454
10.
11.
12.
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14.
15.
16.
17.
18.
19.
Doenas da reproduo
________________
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Campilobacteriose
455
CAMPILOBACTERIOSE
Silvia R.L. Ladeira
Ana Lucia Schild
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A campilobacteriose genital bovina, anteriormente conhecida
como vibriose bovina, uma enfermidade infecciosa, venrea, que
acomete bovinos de todas as raas levando a infertilidade temporria e
abortos ocasionais. causada pelo Campylobacter fetus subsp.
venerealis e pelo Campylobacter fetus subsp. venerealis biotipo
intermedius, que se caracterizam como bactrias gram negativas, que
em culturas jovens apresentam forma de vrgula, asa de gaivota ou S
e, em culturas mais velhas, podem apresentar, tambm, formas
cocides. So mveis, no esporuladas e microaerfilas. As colnias
cultivadas em agar sangue so pequenas, com 1-2mm de dimetro, de
colorao cinza-clara, no hemolticas, semelhantes a cabea de
alfinete. A caracterizao das espcies feita atravs dos testes de
catalase, produo de cido sulfdrico e tolerncia a glicina a 1%. A
dessecao e a luz solar inativam a bactria em poucas horas (3,4,7).
O Campylobacter fetus subsp. venerealis e seu biotipo
intermedius localizam-se nas pregas e criptas da mucosa do prepcio e
pnis, onde encontram condies microaerfilas favorveis para se
multiplicar sem, contudo, causar leses histolgicas locais. O macho
se contamina atravs da monta com vacas doentes ou pelo hbito de
saltar em outros touros. A fmea se infecta atravs da monta ou
inseminao artificial com smen ou equipamentos contaminados. A
bactria, ao atingir a mucosa uterina, causa uma reao inflamatria,
impedindo a fixao do vulo fecundado, levando a morte do embrio
e sua reabsoro. Quarenta a 60 dias aps infeco inicia-se a
produo de anticorpos na vagina e tero, o agente eliminado e a
fertilidade se restabelece aps 3-4 ciclos estrais. Em algumas fmeas
ocorre a fecundao e a nidao do ovo, e entre o 5-7 ms de
gestao a bactria, que est na vagina, vai para o tero e ocorre o
aborto (7).
Campylobacter fetus subspcie fetus hospedeiro do aparelho
digestivo de bovinos e ovinos e causa, esporadicamente, abortos na
metade da gestao, sendo transmitido por via digestiva ou fmites.
Eventualmente, pode ser transmitido por via venrea podendo ser
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Doenas da reproduo
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Campilobacteriose
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Doenas da reproduo
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Campilobacteriose
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Doenas da reproduo
TRICOMONASE BOVINA
Silvia R.L. Ladeira
Ana Lucia Schild
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Tricomonase bovina uma enfermidade causada pelo
protozorio Tritrichomonas foetus. uma doena infecciosa
transmitida por via venrea, caracterizada por produzir morte
embrionria, repetio de cio, infertilidade temporria, 5%-30% de
aborto at o 4-5 ms de gestao, macerao fetal e pimetra. O
touro um portador assintomtico que dificilmente se livra da
infeco.
Tritrichomonas foetus possui forma varivel, aparecendo em
culturas novas em forma de pra e em culturas mais velhas em forma
esfrica. Suas dimenses oscilam entre 10-14m por 5-10m. Possui
3 flagelos anteriores, 1 flagelo posterior e uma membrana ondulante.
mvel, com movimentos irregulares em diferentes direes.
anaerbio aerotolerante, porm altas tenses de oxignio atuam como
um fator limitante para o crescimento do parasita. Uma pequena
proporo dos parasitas pode sobreviver aos procedimentos de
congelao usados para armazenar smen, mas nenhum sobrevive ao
dessecamento ou a temperaturas elevadas (2,6).
Nos machos o parasita se localiza nas criptas e pregas do
prepcio, pnis e poro inicial da uretra sem causar leses. A
qualidade do smen e a libido no so afetadas. A fmea se infecta
atravs da monta com touro infectado ou atravs da inseminao
artificial com equipamentos ou smen contaminados. Os protozorios
multiplicam-se na vagina podendo permanecer nesta ou invadir o
tero. Aps 20-30 dias ocorre a produo de imunidade local e em
aproximadamente quatro ciclos estrais a recuperao estabelecida.
Se ocorrer a prenhez, usualmente ocorre a morte do embrio e
alterao do ciclo estral. Se a gestao continuar pode ocorrer o aborto
antes do 4 ms com persistncia do corpo lteo, destruio e
macerao do feto e pimetra.
EPIDEMIOLOGIA
A infeco por T. foetus uma enfermidade prevalente na
maioria dos pases do mundo, resultando em perdas econmicas
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Tricomonase
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Doenas da reproduo
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Tricomonase
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POSTITE ULCERATIVA
Ana Lucia Schild
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Postite ulcerativa uma enfermidade caracterizada por
ulcerao da pele do orifcio prepucial descrita em touros, novilhos,
capes e carneiros de diversas raas e idades (1,3,4). Em ovinos a
enfermidade tem sido descrita, tambm, como complexo postitevulvite uma vez que fmeas apresentam leses de vulvite ulcerativa
similares s observadas em capes e carneiros.
A postite ulcerativa tem sido amplamente estudada em
bovinos e ovinos e diferentes etiologias foram propostas para a doena
em diferentes partes do mundo. Na Austrlia diversos experimentos
realizados em ovinos demonstraram que a etiologia complexa, sendo
atribuda a 2 fatores principais: alimentao rica em protena; e
presena de Corynebacterium renale, que prolifera rapidamente em
altas concentraes de uria e capaz de hidrolis-la produzindo
amnia, levando a dermatite amoniacal. A evoluo da enfermidade
favorecida pela aglutinao da l ao redor do orifcio prepucial.
Experimentos realizados no Uruguai e Brasil, para comprovar
a participao de C. renale na etiologia da doena em touros,
demonstraram que a inoculao da bactria, por escarificao
prepucial, nem sempre reproduz as leses caractersticas de postite,
embora o agente seja freqentemente isolado destas leses. Estes
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Doenas da reproduo
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Postite ulcerativa
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Doenas da reproduo
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CAPTULO 7
OUTRAS DOENAS
CLICA EM EQINOS
Mauro Pereira Soares
ETIOLOGIA E PATOGENIA
O termo clica utilizado para englobar todas as crises de dor
sediadas no trato gastrintestinal e rgos da cavidade abdominal que, a
princpio, significam qualquer alterao do trato digestivo. Porm,
algumas patologias fora do aparelho digestivo podem desencadear
sinais clnicos semelhantes e, em funo disso, alguns autores
classificaram a clica dos eqinos em verdadeira e falsa. Na clica
falsa a dor origina-se de processos patolgicos de outros rgos, que
no especificamente os digestivos, os quais incluem: nefrites, metrites,
tumores abdominais, urolitases, tores e contraes musculares
uterinas e toxicose heptica entre outras. Na clica verdadeira,
localizada no trato digestivo, a dor pode ser de natureza inflamatria,
mecnica, circulatria ou topogrfica. O substrato pode ser nervoso,
funcional, motor ou secretor (1,5).
Fisiologicamente, o eqino uma espcie que possui baixo
limiar dor, isto , pequenos estmulos produzem grandes sensaes
dolorosas, principalmente a nvel de aparelho digestivo; possui ainda
peristaltismo extremamente elevado, comprovado pelo rpido fluxo da
gua do estmago at o ceco (20-40 minutos). A atividade principal
do intestino a digesto microbiana de processos de fermentao que
se acentua ou atenua em funo das caractersticas qualitativas e
quantitativas do alimento (5).
importante ressaltar que cerca de 90% dos lquidos
extracelulares do cavalo circulam diariamente atravs dos intestinos,
carreando eletrlitos para serem absorvidos seletivamente at o clon
maior e que este fluxo participa ativamente na manuteno da volemia
e no equilbrio eletroltico do organismo (5).
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Clica
501
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Outras doenas
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Clica
503
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504
Outras doenas
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Dermatite alrgica
505
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Outras doenas
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Dermatite alrgica
507
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Outras doenas
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Doena digital
509
Eroso do talo
Perda irregular do tecido crneo do talo e da sola.
Flegmo interdigital
Infeco da regio interdigital e tecidos moles profundos
(celulite). Apresenta carter agudo, extremamente doloroso com
claudicao intensa e diminuio da produo.
Hiperplasia interdigital
uma reao proliferativa da pele do espao interdigital com
crescimento de pequena tumorao. Tambm chamada de tiloma ou
gabarro.
Pododermatite assptica difusa
Inflamao assptica aguda, subaguda ou crnica do crio
(pododerma) atingindo geralmente mais de um membro e com
envolvimento sistmico. Chamada, tambm, de laminite.
Pododermatite assptica localizada
Traumatismo localizado na sola por corpo estranho,
geralmente cascalho ou piso irregular de pedra ou cimento,
produzindo dor e leve reao inflamatria do crio. No deve ser
confundida com a pododermatite assptica difusa que tem, tambm,
envolvimento traumtico mas generalizada, com etiologia mais
complexa.
Pododermatite circunscrita
Perda circunscrita do tecido crneo da sola com exposio do
crio. A leso se localiza entre a juno sola/talo, mais para o lado
axial, principalmente nas unhas posteriores laterais e quando nas
anteriores, na unha medial. Freqentemente bilateral.
Pododermatite do paradgito
Inflamao, geralmente com necrose e perda de substncia dos
paradgitos ou sobreunhas, se estendendo pele que os circunda.
Pododermatite sptica
a inflamao sptica difusa ou localizada do pododerma
(crio).
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510
Outras doenas
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Conforme salientado anteriormente, o manejo intensivo dos
animais o principal fator associado ao aparecimento da DDB
(11,27,28,29). Apesar de haver a influncia de fatores genticos no
aparecimento da DDB, principalmente nos casos de tiloma ou gabarro
(hiperplasia interdigital ou pododermatite interdigital vegetativa) e
deformaes ungulares (p. ex., unha em saca-rolha), so trs os
principais fatores de manejo relacionados com a doena: as dietas
ricas em carboidratos, a falta de apara dos cascos e a existncia de
pisos midos e speros.
As dietas ricas em carboidratos provocam um pH do rmen
levemente cido, caracterizando um quadro chamado de acidose ltica
ruminal crnica, ou acidose latente. Nestes casos, o pH do rmen fica
entre 5 e 5,5 (o normal de 5,5 a 7), fato que provoca pequenas
lceras em sua parede. Atravs destas lceras h a absoro de uma
srie de toxinas bacterianas que, dentre outros efeitos, provocam
alteraes circulatrias no crion laminar do casco, induzindo um caso
conhecido como laminite ou pododermatite assptica difusa, que causa
dor e claudicao. Alm disso, o animal assume uma postura antilgica, apoiando-se mais na regio do talo ou bulbo do casco. Como
essa regio mais frgil que a sola do casco, h o aparecimento de
hematomas na sola, que com o desgaste, abrem-se em lceras
conhecidas como "lceras de Rusterholz" ou pododermatite
circunscrita. A falta de apara dos cascos pode provocar, tambm,
hematomas na sola, pois da mesma forma que no caso da laminite, h,
tambm, uma transferncia do apoio da sola para o talo do casco.
Solos speros e com pedras, por sua vez, podem traumatizar a sola,
causando uma pododermatite assptica localizada, que provoca dor e
claudicao, induzindo tambm a alteraes posturais.
As lceras causadas pelo excessivo apoio no talo dos cascos,
usualmente, contaminam-se com fezes e umidade, provocando uma
infeco difusa no casco, chamada de pododermatite sptica ou
pododermatite necrtica ou necrosante, que pode acometer a
articulao interfalangeana distal, causando uma artrite e tendinite
sptica (1,17).
A excessiva umidade do piso, por sua vez, um fator de suma
importncia no aparecimento da DDB. Cascos mantidos por muito
tempo em pisos midos, com fezes e urina, tornam-se mais frgeis e
macerados. A regio interdigital a primeira a sofrer os efeitos da
macerao. Inicialmente, h uma exsudao serosa que com o passar
do tempo evolui para o aparecimento de feridas interdigitais,
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Doena digital
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Outras doenas
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Doena digital
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10.
11.
12.
13.
14.
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19.
Outras doenas
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Doena digital
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Outras doenas
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Neurnio motor
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Outras doenas
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Neurnio motor
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Outras doenas
CONTROLE E PROFILAXIA
O nico meio atualmente recomendado para o controle e
profilaxia da doena tem sido suplementao com vitamina E dos
cavalos afetados e em risco, atravs de pasto e feno de alfafa de boa
qualidade ou 5.000-7000 U/d de vitamina E. Em casos agudos, o uso
de doses antiinflamatrias de corticosterides tem tambm sido
recomendado com a finalidade de reduzir a ao oxidativa no sistema
neuro-muscular (5).
REFERNCIAS
1. Amorin R.M., Kuchembuck M.R.G., Gonalves R.C., Laufer R.,
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Neurnio motor
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confirmed case in Europe. Vlaams Diergeneeskd Tijdschr 62: 4044.
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522
Outras doenas
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Granuloma nasal
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HIPOCALCEMIA
Franklin Riet-Correa
A hipocalcemia conhecida, tambm, como febre vitular, febre
do leite ou paresia puerperal, ocorre em bovinos de alta produo de
leite. Ocorre, geralmente, nas primeiras 48 horas aps o parto, mas
pode ocorrer imediatamente antes do mesmo ou at 72 horas aps. A
doena acontece porque, durante a prenhez, as necessidades de clcio
so relativamente baixas e no incio da lactao o animal tem
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Outras doenas
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Hipocalcemia
525
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Outras doenas
LAMINITE
ETIOLOGIA E PATOGENIA
Laminite uma doena de ocorrncia espordica que atinge
vrias espcies domsticas, particularmente eqinos e bovinos. A
enfermidade caracteriza-se por leses degenerativas das lminas
epidrmicas dos cascos, associadas a alteraes circulatrias e
inflamao das lminas sensitivas (lminas drmicas e crion
laminar) com conseqente necrose e perda do estojo crneo ou
crescimento anormal e deformao do casco. Est geralmente
associada a distrbios digestivos e alimentao dos animais com
dietas ricas em carboidratos e, neste caso, representa a manifestao
local de um distrbio metablico generalizado. A doena pode
apresentar-se de forma aguda ou crnica (1).
A causa da laminite desconhecida, porm fatores de risco,
que podem ser variveis, levam a alteraes isqumicas nas lminas
drmicas e crion laminar do casco, que parecem ser o ponto de
partida comum para o aparecimento da doena nas diversas espcies
domsticas. A vasoconstrio que ocorre nos tecidos digitais tem sido
atribuda histamina, produo de cido lctico pela fermentao de
excessiva quantidade de carboidratos ou endotoxinas bacterianas.
Em eqinos a enfermidade ocorre associada a distrbios do
trato digestivo como colite. freqente em animais alimentados com
quantidades moderadas de gros. A enfermidade pode ocorrer,
tambm, em conseqncia de traumatismos por excesso de trabalho e
pelo transporte, que mantm os animais em estao por perodos
prolongados de tempo. Nas fmeas, metrites e reteno de placenta
podem, tambm, ser fatores desencadeantes de laminite (1).
Em bovinos a alimentao excessiva com dietas ricas em
carboidratos o fator predisponente mais importante, porm a doena
pode ocorrer, tambm, em conseqncia de metrite, mastite e cetose.
A leso bsica da laminite a separao das lminas
epidrmicas do casco das lminas sensitivas (lminas drmicas e
crion laminar) da 3 falange. Entretanto, a patogenia dessas leses
no bem compreendida. Sabe-se que alteraes hemodinmicas
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Laminite
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528
Outras doenas
SINAIS CLNICOS
Em eqinos a laminite pode apresentar-se de forma aguda,
seguida de recuperao ou com persistncia das leses e evoluo
para a forma crnica. Nos casos agudos os eqinos apresentam leses
principalmente nos cascos anteriores, mas os 4 cascos podem estar
afetados. Ocasionalmente leses exclusivamente nos membros
posteriores tm sido descritas. Os sinais clnicos so caractersticos de
dor. Inicialmente os animais permanecem parados e levantam
freqentemente os membros do solo; quando caminham apresentam
marcha trpega e posteriormente recusam-se a andar. Apresentam
ansiedade, tremores musculares, moderada elevao da temperatura e
respirao superficial. A postura apresenta-se caracterstica, com os 4
membros estendidos para a frente e o lombo arqueado. Os animais
podem permanecer por longos perodos deitados e a leve palpao
dos rodetes coronrios induz uma resposta dor acentuada. Nos
estgios crnicos observa-se separao das lminas drmicas do casco
e em conseqncia a sola desloca-se para trs. A parede do casco
apresenta-se cncava e com estrias transversais, dando ao casco o
aspecto caracterstico de sapato chins. Eventualmente a claudicao
pode desaparecer, porm os animais continuam apresentando
alteraes na marcha e podem sofrer repetidos e moderados ataques
da enfermidade.
Em bovinos a laminite apresenta-se subitamente, tambm
com sinais clnicos de dor, caracterizados por claudicao e pode
afetar os 4 membros, ou apenas os anteriores ou posteriores. Observase aumento da temperatura do casco, edema e hiperemia do rodete
coronrio e do espao interdigital. Os animais permanecem longos
perodos em decbito e relutam em levantar-se. A postura apresentase alterada com o lombo arqueado e os membros estendidos. O casco
apresenta-se alargado e pode observar-se amolecimento do mesmo e
presena de manchas marron-avermelhadas sugestivas de
hemorragias. Estes sinais clnicos permenecem estveis por cerca de
uma semana, melhorando gradativamente a partir desse perodo. Em
touros, muitas vezes, so observados sinais de laminite crnica
evidenciada por deformao do casco, com presena de estrias
longitudinais e concavidades na face anterior, produzindo-se, em
conseqncia, um crescimento exagerado do casco (2).
PATOLOGIA
A doena de modo geral no fatal. Em necropsias de
animais com laminite aguda pode observar-se a presena de excessiva
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Laminite
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Outras doenas
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Leses bucais
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Outras doenas
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Mielopatia cervical
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Outras doenas
PATOLOGIA
As leses na MCE so primariamente sseas e restritas
coluna vertebral. As leses na medula espinhal so secundrias
compresso e ocorrem na regio cervical. As leses sseas ocorrem,
geralmente, nos processos articulares e consistem de artropatia
secundria a osteocondrose. A cartilagem das facetas articulares est
erodida com eburnao do osso subjacente. H espessamento do
ligamento flavo e das lminas dorsais dos arcos das vrtebras. A
proliferao ssea provoca assimetria das facetas articulares, mas
essas alteraes podem ocorrer sem sinais clnicos associados (4).
Para a observao das leses vertebrais nos processos articulares,
necessria a desarticulao das vrtebras cervicais com preservao da
medula espinhal (6).
As leses da medula ocorrem em reas correspondentes s
leses de osteocondrose mais intensas e podem ser
macroscopicamente visveis externamente. A medula deve ser retirada
do canal vertebral e colocada com a superfcie ventral voltada para
cima. Passando-se o dedo indicador umedecido ao longo da superfcie
ventral da medula, notar-se- um segmento com perda de substncia
medular bem definido no local afetado (6). A leso particularmente
perceptvel na superfcie de corte, como reas segmentares amolecidas
e marrom avermelhadas (7).
Histologicamente, a substncia branca das pores lateral e
ventral do segmento medular afetado apresenta degenerao
walleriana acentuada com perda da bainha de mielina e tumefao e
desaparecimento de axnios. Uma faixa ao redor da substncia
cinzenta geralmente poupada. Pode haver astrocitose e proliferao
de clulas gitter. Na rea de malacia ocorre fibrose perivascular. O
trajeto da degenerao ascendente na substncia branca dorsal da
medula geralmente pode ser seguido por apenas alguns segmentos. O
trajeto da degenerao descendente na substncia branca lateral e
ventral pode ser seguido at a intumescncia lombar (6).
DIAGNSTICO
Um diagnstico sugestivo pode ser feito pelo exame
neurolgico e por radiografias da regio cervical e pode ser
confirmado por mielografia (3). No ocorrem alteraes no lquor,
mas sua anlise serve para afastar outras doenas que causam sinais
semelhantes. Os diagnsticos diferenciais incluem fraturas e tumores
de vrtebras (1), mieloencefalite por protozorio e mielite por
Herpesvrus eqino-1. A diferenciao feita com base no exame
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Mielopatia cervical
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Outras doenas
NECROSE DA CAUDA
Ricardo Antnio Amaral de Lemos
Luciano Nakazato
Necrose da cauda uma enfermidade de etiologia ainda no
esclarecida que foi descrita inicialmente no Mato Grosso do Sul (3).
Como possveis agentes etiolgicos mencionam-se o provvel
envolvimento de parasitas (piolhos), bactrias (Dermatophilus
congolensis), micotoxinas (esporidesmina), deficincias nutricionais
(zinco, cobre, vitamina A) e traumatismos (3). Traumatismos causados
durante o manejo para vacinao de bovinos so consideradas como
possveis causas da doena. Prticas comuns em algumas fazendas,
como dobrar (quebrar) a cauda do animal ou dobr-la contra a tbua
do brete para que os animais passem mais rapidamente pelo tronco
podem estar relacionadas com a etiologia. Adicionalmente, carncias
minerais podem estar associadas ao problema. Estas seriam
responsveis por enfraquecimento dos ossos, favorecendo fraturas e,
tambm, fazendo com que os animais, por estarem debilitados,
movam-se mais lentamente, estando portanto sujeitos s prticas
acima citadas. Outras causas que poderiam estar associadas necrose
da cauda so traumatismos ou cortes provocados por ces ou, ainda,
tesouras e facas utilizadas para identificao dos animais durante a
vacinao. Animais que pastoreiam em campos sujos ou prximos a
cercas, ao se defenderem de moscas e mosquitos utilizando a cauda,
esto sujeitos a traumatismos da mesma que poderiam desencadear o
processo (3).
Um quadro clnico-patolgico semelhante descrito em
bovinos confinados nos Estados Unidos e Canad, o qual
considerado como decorrncia de traumatismo, causado,
principalmente, pelos cascos de animais que ao moverem-se pisam na
cauda dos que esto deitados. Esta leso traumtica seguida por
necrose isqumica da cauda (1).
A enfermidade endmica no Pantanal do Mato Grosso.
Ocorre, tambm, esporadicamente, no Planalto do Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul. Dois surtos foram observados em propriedades
no localizadas no Pantanal. O primeiro ocorreu no municpio de
Campo Grande, MS, no ms de agosto de 1996 e afetou 60 vacas
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Necrose da cauda
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538
Outras doenas
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Neoplasias
539
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Outras doenas
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Neoplasias
541
SARCIDE EQINO
A denominao sarcide dada a um tumor individual,
constitudo por tecido conjuntivo fibroso e tecido epitelial. Como ele
possui os dois componentes, difere dos papilomas, fibromas e
fibrossarcomas.
o tumor mais comum dos eqinos e ocorre, tambm, em
muares (9). O sarcide ocorre principalmente na cabea (orelhas e
comissuras labiais), tronco ventral e patas. Apesar de ser invasivo e
produzir recidivas ps-cirrgicas, raramente produz metstases
(10,19).
Estudos retrospectivos indicam que o risco de
desenvolvimento de sarcides maior em eqinos castrados que nos
garanhes. No h diferenas entre machos e fmeas. Algumas raas
como Apaloosa, rabe e Quarto de Milha so mais predispostos que
os animais sem raa definida. Em relao idade, o risco aumenta at
os 15 anos e ento declina (6). Outros autores no relatam qualquer
tipo de predisposio ao aparecimento do sarcide (10).
Macroscopicamente, podem ser observados trs tipos:
fibroblstico, verrucoso e misto. O tipo fibroblstico tem aparncia
bastante varivel. Alguns so ndulos fibrosos discretos no tecido
subcutneo e ainda revestidos de pele. Outros so massas ssseis, que
podem atingir mais de 25cm, com superfcie ulcerada e hemorrgica.
O tipo verrucoso geralmente pequeno, no ultrapassando 6cm; pode
ser sssil ou pedunculado; tem a superfcie seca, crostosa e com
aspecto de couve-flor; bem demarcado do tecido adjacente e
destitudo de plos (10,19). O tipo fibroblstico o mais freqente,
seguido pelo misto. O tipo verrucoso raro (19).
Histologicamente, quase todos os sarcides apresentam
componentes dermais e epidermais. Se a epiderme estiver intacta,
estar acanttica e hiperquerattica. Hiperplasia pseudoepiteliomatosa pode ser observada. O componente dermal se constitui
de proliferao desorganizada de tecido conjuntivo (7).
A etiologia do sarcide ainda no est clara e parece ser
multifatorial (1). Existem fortes evidncias de que um vrus idntico
ou geneticamente relacionado com o vrus do papiloma bovino (BPV)
esteja envolvido na etiologia do sarcide (5,9,19). O papel exato do
BPV na doena e sua contribuio no desenvolvimento dos diferentes
tipos de tumores ainda no claro (9). Por outro lado, sabe-se que
existe uma predisposio ao sarcide entre eqinos devido a um gene
autossmico dominante de penetrncia incompleta ligado ao
complexo de histocompatibilidade principal (MHC) (1,5).
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542
Outras doenas
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Neoplasias
543
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544
Outras doenas
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Neoplasias
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Outras doenas
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11. Zubaidy A. J. 1976. Horn cancer in cattle in Iraq. Vet. Path. 13:
453-454.
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Polioencefalomalacia
547
POLIOENCEFALOMALACIA
Ricardo A. A. Lemos
Luciano Nakazato
ETIOLOGIA
A polioencefalomalacia, conhecida, tambm, como necrose
cerebrocortical, um termo descritivo que, literalmente, significa
malacia da sustncia cinzenta do encfalo. Carateriza-se
histologicamente por necrose laminar do crtex cerebral, que
dependendo do tempo de evoluo seguida de infiltrao por
macrfagos e cavitao. A utilizao do termo poliencefalomalacia
tem gerado confuso, uma vez que este pode ser utilizado com dois
significados: o primeiro indicando leso de necrose laminar do crtex
cerebral que ocorre em diversas doenas incluindo intoxicao por
cloreto de sdio e sndrome de privao de gua em sunos e bovinos,
envenenamento por chumbo em bovinos, encefalite por herpesvrus
bovino-5 (BHV-5) em bovinos, envenenamento por cianeto em vrias
espcies e intoxicao por enxofre em bovinos e ovinos (13); o
segundo, para descrever uma doena neurolgica causada por
distrbios no metabolismo da tiamina, que apresenta, tambm, necrose
laminar do crtex cerebral (7).
Esta
ltima
enfermidade,
denominada
como
polioencefalomalacia (PEM), desde a sua primeira descrio em 1956
e durante os 25 anos subsequentes, foi atribuda a deficincia ou
distrbio no metabolismo da tiamina, principalmente pela presena de
tiaminases no rmen dos animais afetados. A proliferao de bactrias
produtoras de tiaminases pode estar associada ingesto de raes
ricas em gros, deficincia de cobalto, uso de anti-helmnticos e
antibiticos orais, e acidose ruminal; entretanto, tentativas de
reproduo experimental da doena nas condies citadas, tm sido
falhas. A ingesto de plantas que contm tiaminases causa, tambm, a
doena. Um fator que tem levado concluso de que a PEM est
associada a carncia de tiamina a recuperao dos animais afetados
mediante o tratamento com esta vitamina. Outro fato a reproduo
experimental da doena administrando-se experimentalmente anlogos
de tiamina como o Amprolium. No Rio Grande do Sul, um surto da
doena foi diagnosticado em cabras, associado ingesto de Uva do
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548
Outras doenas
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Polioencefalomalacia
549
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550
Outras doenas
PATOLOGIA
Os achados de necropsia variam de acordo com a severidade e
durao do curso clnico. Nos casos de evoluo rpida podem ser
observados, apenas, edema e diminuio da consistncia do crebro.
Deve-se salientar que estas alteraes podem ser de difcil percepo.
Nos casos com curso mais prolongado pode notar-se depresso e
achatamento das circunvolues, e o cerebelo encontra-se deslocado
caudalmente. Ao corte, principalmente aps a fixao, reas do crtex
apresentam-se de consistncia diminuda e amareladas. Em alguns
casos h intensa hemorragia subcortical.
As alteraes histolgicas caracterizam-se por necrose laminar
no crtex cerebral. Os neurnios apresentam leses degenerativas e
necrticas, caracterizadas por aumento da eosinofilia citoplasmtica,
cromatlise ou picnose nucleares, dilatao dos espaos perineuronais
e perivasculares e proliferao endotelial acompanhada por infiltrado
inflamatrio mononuclear. Em casos avanados nota-se infiltrao de
macrfagos grandes, com ncleos perifricos e citoplasma espumoso
(clulas gitter). Em alguns casos, associado s leses acima descritas,
observa-se marcado infiltrado de eosinfilos nos espaos
perivasculares, regies submeningeanas e neurpila. Esses achados
so quase sempre observados nos casos em que h hemorragias na
regio cortical e so associados a intoxicao por cloreto de sdio (6).
DIAGNSTICO
O diagnstico da PEM, tanto os casos atribudos a deficincia
de tiamina como os atribudos a dietas ricas em enxofre, realizado
com base nos achados histopatolgicos, sendo reforado pelo quadro
clnico, achados de necropsia e pela resposta ao tratamento com
tiamina.
O diagnstico diferencial deve ser realizado com outras
afeces nas quais ocorre necrose laminar do crtex cerebral e,
portanto, cursam com sinais neurolgicos semelhantes, principalmente
a intoxicao por chumbo, a encefalite por BHV-5 e a intoxicao por
sal.
A encefalite por BHV-5, devido semelhana dos sinais
clnicos e, principalmente, pelas leses histolgicas caracterizadas por
extensas reas de malacia no crtex cerebral dos animais afetados,
pode ser, muitas vezes, confundida com PEM. A presena de leses
inflamatrias na substncia branca e regies extra corticais e a
presena de corpsculos de incluso intranucleares em astrcitos e
neurnios permitem o diagnstico da infeco por BHV-5 (16).
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Polioencefalomalacia
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Outras doenas
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Polioencefalomalacia
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15. Riet-Correa F., Schild A.L., Mndez M.C., Oliveira J.A., GilTurnes C. 1983. Laboratrio Regional de Diagnstico. Relatrio
de atividades e doenas da rea de influncia no perodo 19781982. Editora e Grfica Universitria, Pelotas, 98 p.
16. Salvador S.C., Lemos R.A.A., Riet-Correa F., Roehe P.M., Osrio
A.L.A.R. 1998. Meningoencefalite em bovinos causada por
herpesvrus bovino-5 no Mato Grosso de Sul e So Paulo. Pesq.
Vet. Bras. 18 (2): 76-83.
17. Santos M.N., Jardim Filho J.O., Grando F.A. 1983.
Polioencefalomalacia em bovinos no Rio Grande do Sul. Pesq.
Vet. Bras. 3: 37-39.
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554
Outras doenas
RETICULOPERITONITE TRAUMTICA
Josiane Bonel Raposo
ETIOLOGIA E PATOGENIA
A reticuloperitonite traumtica uma doena de bovinos
resultante da perfurao do retculo ou rmen por objetos pontiagudos.
Ocorre em conseqncia dos hbitos indiscriminados de ingesto de
alimentos (2). As causas mais comuns so farpas de madeira,
estruturas metlicas e pontiagudas, pedaos de arame ou pregos, que
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Reticuloperitonite traumtica
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Outras doenas
EPIDEMIOLOGIA
A presena de corpos estranhos comum no estmago de
bovinos, que no diferenciam materiais duros na rao e mastigam
incompletamente o alimento (4). Esses hbitos alimentares facilitam
que objetos pontiagudos sejam apreendidos e engolidos (2). O gado
leiteiro adulto mais comumente afetado, devido exposio mais
freqente. Casos espordicos podem ocorrer em bezerros, bovinos
confinados, gado de corte, reprodutores leiteiros, ovinos e caprinos
(2,3). Existem, tambm, relatos de casos em camelos e bfalos (3).
A doena muito comum em animais que recebem alimentos
estocados (3) ou forragem e concentrados e, tambm, naqueles que
ficam em pastagens prximas a cercas em reparos, currais ou nas
proximidades do cocho (3,4).
No sul do Rio Grande do Sul, a doena de ocorrncia
espordica e, freqentemente, o diagnstico apenas clnico. Nessa
regio, no perodo de 1978-1996, os casos de reticuloperitonite e
pericardite traumtica representaram 0,57% do total de diagnsticos
realizados em bovinos.
SINAIS CLNICOS
Na forma aguda da doena os animais aparecem subitamente
com anorexia completa, agalactia, dor abdominal e hipomotilidade ou
estase ruminal (2). O animal reluta em movimentar-se e o faz
vagarosamente. A marcha, particularmente nas descidas, costuma ser
acompanhada de gemidos. A maioria dos animais prefere permanecer
em estao durante um longo tempo e deitar-se com cuidado. O
arqueamento do dorso acentuado, h rigidez dos msculos
abdominais, de forma que o animal parece estar encolhido. A
defecao e a mico so dolorosas e realizadas poucas vezes,
geralmente, acompanhadas de gemidos. Ocorre reao sistmica
moderada, com elevao da temperatura, do pulso e da freqncia
respiratria. A ruminao cessa, ocorre moderado timpanismo e
constipao ou fezes escassas.
A pericardite traumtica manifesta-se, geralmente, pela
camuflagem dos rudos cardacos com a presena, varivel, de sons de
frico do pericrdio e, ocasionalmente, pela presena de rudos
gasosos ou lquidos auscultao. O ingurgitamento da jugular, com
pulso atrial pronunciado, est presente no incio do curso e,
posteriormente, ocorre insuficincia cardaca congestiva e edema de
peito e barbela. A pericardiocentese pode ser realizada e a inspeo
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Reticuloperitonite traumtica
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Outras doenas
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Reticuloperitonite traumtica
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Outras doenas
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Urolitase
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UROLITASE EM RUMINANTES
Franklin Riet-Correa
ETIOLOGIA, PATOGENIA E EPIDEMIOLOGIA
A urolitase define-se como a formao de clculos no trato
urinrio. O quadro clnico observado quando h obstruo da
passagem da urina por clculos denomina-se urolitase obstrutiva.
A urolitase uma doena nutricional que ocorre em
conseqncia da precipitao de minerais ou substncias orgnicas no
trato urinrio. Trs diferentes tipo de fatores atuam para a formao de
clculos: a) os que favorecem a precipitao das substncias que se
encontram em soluo; b) os que favorecem a formao de uma matriz
orgnica que atua como ncleo para a formao dos urlitos; c) os que
favorecem a unio e concreo dos precipitados e do ncleo
agregando-os para formar os clculos (2,4).
A principal causa de urolitase em ruminantes alimentados
com concentrados o aporte excessivo de fsforo com desequilbrio
na relao Ca e P da dieta. Estas dietas aumentam a fosfatemia e,
conseqentemente, a eliminao de fosfatos pela urina. Dietas com
uma relao Ca:P de 1,5:1 a 2:1 dificilmente causam urolitase.
Quando a relao Ca:P diminui, aumenta o risco de urolitase. Na
alimentao por longos perodos com raes com relao Ca:P de 1:1
a 0,5:1 freqente a formao de clculos urinrios. Os gros e seus
subprodutos, principais responsveis pela ocorrncia de urolitase em
animais confinados, contm aproximadamente 0,02%-0,1% de Ca e
0,2%-0,4% de fsforo. A quantidade de rao ingerida diariamente e o
tempo de ingesto so importantes na ocorrncia de urolitase. Em
bovinos a formao de sedimentos na urina comea a ocorrer quando
os animais ingerem rao equivalente a 1,5% do peso vivo; a
urolitase freqente quando ingerem 2,5% do peso vivo, por um
perodo superior a 2 meses. A forma de alimentao tem tambm
influncia. Em ovinos a alimentao com grandes quantidades de
rao, administradas de uma s vez, causa uma reduo momentnea
no volume de urina e o aumento da concentrao e excreo de Ca,
que favorece a formao de urlitos (2,4).
Uma limitao no consumo dirio de gua ou a diminuio da
eliminao renal da mesma, em conseqncia de altas temperaturas
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Outras doenas
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Urolitase
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Outras doenas
PATOLOGIA
Na necropsia podem observar-se dilatao ou ruptura da uretra
ou bexiga, uretrite necrtica ou hemorrgica no local da obstruo,
hidronefrose, cistite ou pielonefrite. A ruptura da bexiga causa
peritonite qumica e, se h ruptura da uretra, observa-se celulite com
acmulo de urina. Alm dos urlitos, que causaram a obstruo,
podem ser encontrados clculos na plvis renal ou na bexiga.
Principalmente em casos de animais em pastagens importante
determinar a constituio qumica dos clculos.
DIAGNSTICO
O diagnstico realiza-se pelos sinais clnicos caractersticos.
Os dados epidemiolgicos, principalmente aqueles relacionados com
as prticas nutricionais e de manejo, so, tambm, importantes. A
determinao dos nveis sangneos de uria e creatinina podem servir
para acompanhar a evoluo do quadro clnico. No exame da urina, se
for possvel, podem ser observados cristais, hematria e clulas
inflamatrias.
CONTROLE E PROFILAXIA
O tratamento medicamentoso deve ser tentado nos estgios
iniciais da obstruo ou quando esta parcial. Devem administrar-se
relaxantes do msculo liso junto a analgsicos. O uso parenteral de
antibiticos poder evitar as infeces bacterianas secundrias. A
acidificao da urina mediante a administrao de cloreto de amnio
(10-40g dirias para carneiros) pode ajudar na dissoluo dos clculos
para evitar novas obstrues quando o tratamento for eficiente (2,4).
Se o tratamento medicamentoso no der resultado, deve ser
realizado o tratamento cirrgico. Em ovinos, quando o clculo est
localizado no processo uretral, fcil a amputao do mesmo, sem
que haja prejuzos para a vida reprodutiva dos carneiros. Quando o
clculo est localizado em outras regies a cirurgia mais difcil,
tanto pelas dificuldades em localizar a obstruo, quanto pelas
complicaes cicatrizais aps a cirurgia, que podem inutilizar o
animal para a reproduo. Pode ser realizada laparotomia para
implantao de sonda na bexiga, que permita a recuperao clnica do
animal at que seja solucionada a obstruo (4). Em animais que no
vo ser utilizados para a reproduo pode ser realizada a uretrostomia
perineal que permite a sua recuperao para posterior abate.
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Urolitase
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Outras doenas
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NDICE REMISSIVO
A
aborto, 44, 274, 275, 289, 349, 420,
426, 457, 462
acaricidas, 26, 58
acetonemia, 339
aciclia ovariana, 365
acidentes ofdicos, 169
cido ciandrico, 268
acidose, 335, 510, 527
adenomiose, 394
agalactia, 288
agressividade, 194, 221, 224, 341,
549
alopecia, 167, 213, 306, 505
Amaranthus, 247
Ammi majus, 179, 231
ampolite, 395
Anaplasma marginale, 35
anaplasmose, 35
andar cambaleante, 549
andar rgido, 272
anemia, 37, 44, 95, 140, 149, 213,
266, 283
anestro, 276, 289, 362, 365, 431, 440
Anoplocephala magna, 137
Anoplocephala perfoliata, 137
anorexia, 140, 194, 221, 248, 253,
284, 286, 524
antibiticos ionforos, 156, 186
anti-helmnticos, 88, 98, 125, 142
antiparasitrios, 208
apatia, 224
Arrabidaea bilabiata, 278
arsenicais orgnicos, 191
ascite, 96, 164, 284
ataxia, 160, 187, 236, 244, 245, 251
ataxia enzotica, 316
ataxia simtrica, 533
Ateleia glazioviana, 164, 190, 274,
280, 357
atonia uterina, 276
atrofia da lngua, 160
B
Babesia bigemina, 25, 35
Babesia bovis, 25, 35
Babesia caballi, 42
Babesia equi, 42
babesiose, 35
babesiose cerebral, 37
babesiose eqina, 42
Baccharidastrum triplinervium, 255
Baccharis coridifolia, 253
Baccharis megapotamica, 255
balanopostite, 354, 382
berne, 61
bcio, 208, 306
Boophilus microplus, 19, 23, 35
Bothrops, 169
Bovicola bovis, 50
Bovicola caprae, 50
Bovicola equi, 50
Bovicola ovis, 48
Brachiaria decumbens, 179
Brachiaria radicans, 282
Brachiaria spp., 227
Brucella abortus, 351
Brucella ovis, 408, 420
bunostomose, 91
Bunostomum spp., 89
Bunostomum trigonocephalum, 106
C
clcio, 523
clculos, 561
campilobacteriose, 455
Campylobacter fetus subsp. fetus, 455
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ndice Remissivo
D
defeitos espermticos, 393
deficincia de cobalto, 310
deficincia de cobre, 312
deficincia de fsforo, 321
deficincia de iodo, 306
deficincia de magnsio, 308
deficincia de mangans, 307
deficincia de sdio, 305
deficincia de tiamina, 550
deficincia de vitamina E e Se, 329
deficincia de zinco, 307
deficincias minerais, 301
degenerao da mielina, 317
degenerao testicular, 389
degenerao Walleriana, 234
depresso, 131, 160, 194, 248, 284,
524
dermatite, 52, 168, 178, 191, 213,
228, 231, 286, 505
dermatite alrgica, 505
dermatite digital, 508
dermatite interdigital, 508
Dermatobia hominis, 61
desequilbrios minerais, 302
desgaste dentrio, 200
desidratao, 149, 155
desmielinizao, 317
diarria, 95, 140, 187, 194, 209, 224,
248, 251, 255, 256, 258, 267, 284,
337
diarria sanguinolenta, 266
diarria viral bovina, 357
Dichelobacter (Bacteroides) nodosus,
511
dictiocaulose, 85
Dictyocaulus filaria, 85
Dictyocaulus viviparus, 85
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ndice Remissivo
dilatao gstrica, 478
Dimorphandra mollis, 248
dioxina, 212
Diplodia maydis, 243
diplodiose, 243
disfagia, 160, 242
disfuno epididimria primria, 393
disfuno epididimria secundria,
393
dispnia, 194, 216, 268, 288
distenso abdominal, 475
distocia, 419
distocias, 426
Ditaxis desertorum, 283
doena da linha branca, 508
doena das mucosas, 357
doena digital bovina, 507
doena do neurnio motor em
eqinos, 516
doena do peito inchado, 163
doena dos msculos brancos, 331
dor abdominal, 216
Draschia megastoma, 135
E
e atrofia dos massteres, 242
Echium plantagineum, 179, 223
edema, 95, 172, 229
edema de peito, 164, 187, 556
edema maligno, 531
Eimeria, 147, 152
Eimeria caprovina, 152
eimeriose, 147
eimeriose dos caprinos, 152
endometrite, 353, 361, 375, 458, 464
endometrite em guas, 425
endometrites degenerativas crnicas,
425
endometroses, 425
endoparasitoses, 96
enterite catarral, 287
enterlitos, 492
Enterolobium contortisiliquum, 179
Enterolobium spp., 228, 275
epididimite, 392
Equisetum spp, 241
ergotismo gangrenoso, 288
eroso do talo, 509
esferides axonais, 234, 236
espasmo intestinal, 482
569
F
farelo de arroz desengordurado, 165
fasciculao muscular, 517
Fasciola hepatica, 118
fasciolicidas, 125
fasciolose, 118
febre do leite, 523
febre vitular, 523
fertilidade do garanho, 445
fezes aquosas, 149
fezes diarricas, 155
fezes ressequidas, 221, 228, 253
fibrose endometrial, 426
fibrose periportal, 229
flegmo interdigital, 509
flegmes retrofarngeos, 531
fluorose, 198
fsforo, 321
fotodermatite, 224
fotossensibilizao, 177, 228
fotossensibilizao hepatgena, 177,
275
fotossensibilizao primria, 177, 231
fraqueza generalizada, 517
fraqueza muscular, 187, 251
free-martin, 372
Fusarium moniliforme, 245
Fusobacterium necrophorus, 511
G
gangrena seca, 288
Gasterophilus nasalis, 65
gastrite hemorrgica, 195
granuloma espermtico, 394
granuloma nasal, 521
H
Habronema, 135
Haematobia irritans, 75, 135
Haematopinus asini, 49
Haematopinus eurysternus, 49
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570
ndice Remissivo
Haematopinus quadripertusus, 49
Haematopinus tuberculatus, 49
Haemonchus contortus, 90, 106
Haemonchus spp, 89
Halimium brasiliense, 239
hematria enzotica, 265
hemoglobinria, 37, 44, 183
hemorragia da cmara anterior do
olho, 286
hemosiderose, 317
hermafrodita verdadeiro, 372
herpesvrus bovino-1, 356
hidranencefalia, 317
hidrometra, 374
hidropericrdio, 96
hidrossalpinge, 374
hidrotrax, 96, 284
hipercalcemia, 272
hiperemia do rodete coronrio, 286
hiperexcitabilidade, 245
hiperexitabilidade, 341
hiperfosfatemia, 272
hipermetria, 233, 286, 533
hiperostose, 201
hiperparatireoidismo, 344
hiperplasia interdigital, 509
hiperqueratose, 168
hipersensibilidade imediata, 506, 521
hipocalcemia, 523
hipocuprose, 312
hipogalaxia, 289
hipomielinognese, 316
hipomotilidade intestinal, 476
hipoplasia ovariana, 370
hipoplasia testicular, 391
hipoproteinemia, 96
hipospermatognese, 392
hipotermia, 418
I
ictercia, 37, 44, 178, 183, 224, 228,
229, 289
leo paraltico, 481
impactao do mecnio, 494
inanio/exposio, 418
incoordenao, 132, 194, 216, 221,
239, 248, 255, 341, 549
infeces neonatais, 420
infertilidade, 353, 361, 392, 426
infertilidade em ovinos, 400
L
Lachesis, 169
laminite, 526
Lantana camara, 179
Lantana spp., 227
lasalocida, 156, 186
Leptospira interrogans, 352
leptospirose, 352
leses dentrias, 200
leucoencefalomalacia, 245
Linognathus pedalis, 49
Linognathus stenopsis, 49
Linognathus vituli, 49
Listeria monocytogenes, 420
Lolium multiflorum, 276
Lymnaea, 118
M
macerao fetal, 462
magnsio, 308
mal do eucalipto, 286
malformao vertebral cervical, 532
malformaes congnitas, 420
mangans, 307
Manihot spp, 268
Mascagnia, 278
Medicago hispida, 260
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ndice Remissivo
Medicago sativa, 260
meteorismo, 259
metrite, 276
micotoxinas, 212
Micrurus, 169
mielite, 160
mieloencefalite, 160
mieloencefalite eqina, 158
mielopatia cervical estentica, 532
miases, 60
mioglobinria, 187, 331, 553
mioglobinria paraltica, 553
mio-mio, 253
miopatia, 250
miopatia nutricional, 330
monensina, 156, 186
morfologia espermtica, 385
mortalidade embrionria, 407
mortalidade perinatal, 276, 417
morte embrionria, 289, 426, 457,
462
morte sbita, 155, 317
mortes sbitas, 316
mosca dos chifres, 75
mosca dos estbulos, 72
Musca domestica, 135
muscdeos, 71
Muscina stabulans, 135
Myoporum laetum, 179, 228
N
narasina, 186
necrose cerebrocortical, 547
necrose da cauda, 536
necrose do tecido linftico, 285
necrose laminar, 547
nefrose tubular, 285
nematdeos de caprinos, 107
nematdeos gastrintestinais, 89, 106
nematodirose, 90
Nematodirus spp., 89
neoplasias, 538
Neospora caninum, 354
Nierembergia hippomanica, 255
Nierembergia veitchii, 271
nutaliose, 43
571
O
obstruo intestinal, 478
oesofagostomose, 91
Oesophagostomum columbianum,
106
Oesophagostomum spp., 89
Oestrus ovis, 64
ofdios venenosos, 169
ooforite, 373
opacidade da crnea, 231
opisttono, 233, 240, 286, 288, 316
organofosforados, 208
orquite, 390
osteodistrofia fibrosa, 344
osteofagia, 322
osteomalacia, 321
Ostertagia spp, 89
ostertagiose, 92
ostertagiose tipo I, 92
ostertagiose tipo II, 92
otite mdia, 82
otite parasitria, 81
otocarase, 55
ovrios csticos, 276
oxiurose, 141
Oxyuris equi, 141
P
Palicourea marcgravii, 278
palpao retal, 428
papilomavrus, 540
paracentese abdominal, 476
paralisia, 244, 288
paralisia facial, 160
paralisia flcida, 209, 317
Paranoplocephala mamillana, 137
paraplegia, 316
Parascaris equorum, 136
parasitoses gastrintestinais, 94, 134
paresia, 132, 317
paresia puerperal, 523
partos distcicos, 276
Paspalum, 236
pericardite traumtica, 555
Phalaris angusta, 238
Phytolacca decandra, 256
pielonefrite, 564
piolhos, 47
pimetra, 376, 462
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572
ndice Remissivo
R
rabdomilise, 553
Raillietia auris, 81
Ramaria flavo-brunnescens, 286
raquitismo, 321
repetio de cio, 457, 462
resistncia aos inseticidas, 79
reteno de placenta, 375, 378, 426
reticuloperitonite traumtica, 554
Riedeliella graciliflora, 284
rinite alrgica, 521
rumenite, 337
ruptura da uretra, 564
S
sablose, 486, 489
salinomicina, 156, 186
salivao, 209, 242, 244, 256, 284,
286
T
Taenia (Multiceps) multiceps, 131
tenesmo, 149, 224
teratoma, 373
tetania, 240
Tetrapterys acutifolia, 275, 280
Tetrapterys multiglandulosa, 275
Tetrapterys multiglandulosa, 280
Thiloa glaucocarpa, 247
tiamina, 547
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ndice Remissivo
timpanismo, 259, 485, 487
toro do clon maior, 487, 491
torneio, 131, 194
tosse, 267
toxemia da prenhez, 339
Toxoplasma gondii, 420
tremores, 517
tremores musculares, 206, 209, 216,
221, 236, 244, 253, 255, 268, 286,
341, 549, 553
Trichostrongylus axei, 89, 134
Trichostrongylus columbriformis, 106
Trichuris ovis, 106
Trichuris spp., 89
tricomonase, 354, 462
tricostrongilose, 90
tricuriose, 91
Trifolium pratense, 260
Trifolium repens, 260
Trifolium subterraneum, 276
Trifolium vesiculosum, 183
tristeza parasitria, 35
Tritrichomonas foetus, 354, 458, 462
tumor da granulosa, 373
tumor enzotico nasal, 542
tumores do trato digestivo, 266
tumores testiculares, 392
U
ulcerao gstrica, 480
ulceraes da lngua, 287
lceras de Rusterholz, 510
573
uria, 215
urolitase, 561
tero didelfo, 375
tero duplex, 374
V
vaginite, 464
vaginites, 363
vaginoscopia, 364, 429
Vernonia mollissima, 221
Vernonia rubricaulis, 221
vesiculite seminal, 394
Vicia spp., 260
Vicia villosa, 214
vitamina B12, 309
vitamina E, 329
vlvulo, 484
vulvite ulcerativa, 467
W
wobbler, 532
X
Xanthium cavanillesii, 220
xifose, 272
Z
zinco, 307
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Sumrio do Volume 1
DOENAS CONGNITAS E HEREDITRIAS
Artrogripose, deficincia de adeso de leuccitos, degenerao cerebelar
cortical,
condrodisplasia,, dermatose mecnico-bolhosa, hiperplasia
muscular, hipermetria hereditria, hipomielinognese congnita, hipoplasia
cerebelar, hipoplasia linftica, megaesfago, paralisia hipercalcmica
peridica, paraqueratose hereditria, porfiria eritropoitica.
DOENAS VRICAS
Adenomatose pulmonar, aftosa, anemia infecciosa eqina, artrite e encefalite
caprina, dermatites vricas da glndula mamria, diarria viral bovina, ectima
contagioso, encefalomielite eqina, estomatite vesicular, febre catarral
maligna, infees por herpesvrus bovino, infeces por herpesvrus eqino,
influenza eqina, leucose, lngua azul, maedi visna, papilomatose, peste
bovina, raiva,
DOENAS BACTERIANAS
Abscesso de p, abscessos do SNC, actinobacilose, actinomicose, adenite
eqina, botulismo, brucelose bovina, brucelose ovina, carbnculo hemtico,
carbnculo sintomtico, ceratoconjuntivite em bovinos, dermatite interdigital,
dermatofilose, edema maligno, enterotoxemia, footrot, hemoglobinria
bacilar, infeces por Rhodococcus equi, lechiguana, leptospirose, linfadenita
caseosa, listeriose, manqueira ps balneao, mastite bovina, mastite ovina,
mastite caprina, mormo, onfaloflebite e poliartrite, paratuberculose,
pielonefrite, salmonelose, ttano, tuberculose, yersiniose
DOENAS CAUSADOS POR FUNGOS E PSEUDOFUNGOS
Dermatofitose, pytiose, rinosporidiose..
DOENAS
CAUSADAS
POR
CLAMIDIA,
ERLICHIA,
MYCOPLASMA E PRON
Ceratoconjuntivite em ovinos e caprinos, erlichiose em eqinos, poliartrite
por Chlamidia, Scrapie.
DOENAS MULTIFACTORIAIS
Cara inchada, diarrias de bezerros, complexo respiratrio bovino
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