Mozambique TN Arroz Web
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Junho 2014
Esta nota tcnica um produto do projeto de Monitoria e Anlise de Polticas Agrcolas e Alimentares (MAFAP,
sigla em Ingls). um documento tcnico destinado principalmente para o uso interno como antecedente para
o Relatrio do MAFAP em Moambique. Esta nota tcnica pode ser atualizada medida que novos dados
estiverem disponveis.
A anlise apresentada neste documento o resultado das parcerias estabelecidas no mbito do projecto
MAFAP com os governos dos pases participantes e uma variedade de instituies nacionais.
Esta nota tcnica foi preparada por Dolito Loganemio do MINAG com o apoio e contribuies de Luis Monroy
da FAO. Esta nota tem por base um trabalho prvio elaborado por Megan Witwer (2012): Anlise dos
incentivos e desincentivos para o arroz em Moambique. Srie de notas tcnicas, MAFAP, FAO, em Roma.
Para mais informaes: www.fao.org/in-action/mafap
Recommended citation:
FAO. 2014. Anlise de incentivos e desincentivos para arroz em Moambique. Srie de notas tcnicas, by
Loganemio, Dolito Lucas, Rome.
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FAO, 2014
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CONTEDO
CONTEDO ......................................................................................................................................................... ii
SUMRIO DA NOTA ........................................................................................................................................... iii
PROPSITO DA NOTA ......................................................................................................................................... 1
CONTEXTO DO PRODUTO................................................................................................................................... 3
PRODUO ..................................................................................................................................................... 3
CONSUMO/UTILIZAO ................................................................................................................................. 6
COMERCIALIZAO E COMRCIO .................................................................................................................. 7
DESCRIO DA CADEIA DE VALOR ................................................................................................................. 9
DECISES E MEDIDAS POLTICAS ................................................................................................................. 11
DADOS NECESSRIOS, DESCRIO E CLCULO DE INDICADORES ................................................................... 15
CLASSIFICAO COMERCIAL DO PRODUTO ................................................................................................. 15
PREOS DE REFERNCIA ............................................................................................................................... 16
PREOS LOCAIS............................................................................................................................................. 19
TAXAS DE CMBIO........................................................................................................................................ 21
CUSTOS DE ACESSO ...................................................................................................................................... 21
EXTERNALIDADES ......................................................................................................................................... 26
ORAMENTOS E OUTRAS TRANSFERNCIAS................................................................................................ 26
AJUSTES NA QUALIDADE E A QUANTIDADE ................................................................................................. 26
RESMO DOS DADOS ................................................................................................................................... 26
CLCULO E RESUMO DOS INDICADORES ..................................................................................................... 28
RESULTADOS E INTERPRETAO DOS INDICADORES ...................................................................................... 31
CONCLUSES E RECOMENDAES PRELIMINARES ......................................................................................... 35
MENSAGENS PRINCIPAIS .............................................................................................................................. 35
RECOMENDAES PRELIMINARES ............................................................................................................... 35
LIMITAES .................................................................................................................................................. 36
INVESTIGAO E PESQUISAS FUTURAS ....................................................................................................... 36
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................... 37
SUMRIO DA NOTA
Produto:
Perodo de anlise:
Situao comercial:
Arroz
2005-2013
Importao
CONTEXTO DO PRODUTO
Mais do 50% do arroz consumido no Pas importado, mas a produo domestica mostra
uma tendncia crescente;
Mais do 90% produzido pelo sector familiar com rendimentos abaixo de 1 tonelada/ha;
O segundo cereal pelo qual as famlias gastam a maior parte do seu oramento alimentar;
A estrutura do mercado mostra caractersticas oligopsmicas no segmento da
comercializao local, alm do um numero reduzido de importadores;
As recentes polticas fiscais retiraram as taxas na importao deste cereal
10%
0%
-10%
-20%
-30%
-40%
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
A taxa de proteo nominal observada (TPN, linha verde) no grfico acima mede o efeito de
distores das polticas e o desempenho global do mercado sobre os incentivos de preos para os
produtores. O TPN ajustado (linha azul) capta os mesmos elementos que o TPN observado mais
quaisquer distores de mercado resultantes das ineficincias na cadeia de valor do produto. A rea
em vermelho reflete o custo estimado que estas ineficincias representam para os produtores.
FACTORES CONCORRENTES
RECOMMENDATIONS
Suporte adicional necessrio para aumentar ou pelo menos manter o nvel de produo
actualmente verificado;
Melhorar as vias de acesso para reduzir os custos de tranzao assim como meios de
informao sobre mercados para reduzir a assimetria de informao;
As polticas fiscais devem encontrar sempre um equilbrio de benefcio entre o produtor e o
consumidor;
Necessidade de uma anlise profunda sobre a abordagem de marcao de preos mnimos.
iii
PROPSITO DA NOTA
Esta nota tcnica tem como objectivo descrever os incentivos e desincentivos de mercado para o
arroz em Moambique. A nota um documento tcnico e serve como contribuio para o Relatrio
da MAFAP no Pas.
Para este efeito, as mdias anuais dos preos ao produtor e preos grossistas so comparados com
os preos de referncia, os quais so calculados com referncia nos preo do produto agrcola no
mercado internacional. As diferenas entre os preos de referncia e os preos ao longo da cadeia de
valor indicar o nvel dos incentivos (diferencial positivo) ou desincentivos (diferencial negativo) at o
nvel da porta da explorao e a nvel grossista. Em termos relativos, os diferenciais de preos so
expressos como taxas nominais de proteco (TNP). Estes indicadores-chaves so usados pela
MAFAP para destacar os efeitos da poltica e das lacunas de desenvolvimento do mercado sobre os
preos.
A nota comea com uma breve reviso da produo, consumo, comrcio e polticas que afetam o
produto e, em seguida, fornece uma descrio detalhada de como os componentes-chave da anlise
de preos foram obtidos. Ento, os indicadores MAFAP so calculados baseados nestes dados e
interpretados em funo das polticas existentes e as caractersticas do mercado. A anlise que tem
sido feita especfica para o produto e o pas em analise, e abrange o perodo de 2005-2013. Os
indicadores foram calculados usando dados disponveis de diferentes fontes para este perodo e
esto descritos no Captulo 3.
Os resultados desta anlise podem ser utilizados por aqueles actores envolvidos na formulao de
polticas para o sector alimentar e agrcola. Os indicadores resultantes so comparveis entre
produtos agrcolas, pases e ao longo prazo, fornecem as informaes necessrias para o dilogo
poltico baseado em evidncias a nvel nacional, regional e internacional.
Esta nota tcnica no deve ser interpretada como uma anlise da cadeia de valor ou uma descrio
detalhada da produo, consumo ou padres de comrcio. Todas as informaes relacionadas a
estas reas so apresentadas apenas para fornecer contexto sobre o produto em anlise, ajudar a
compreender as principais tendncias e facilitar a interpretao dos indicadores.
Todas as informaes so preliminares e esto sujeitas reviso e validao.
CONTEXTO DO PRODUTO
De acordo com o relatrio anual do frica Rice Center (2012), o consumo de arroz na regio da frica
Austral tem vindo a aumentar (11.6% entre 2001 e 2005). Ainda o mesmo relatrio refere que frica
de Sul e Moambique registaram a mais alta taxa de consumo de arroz nesta regio em 2008. Em
Moambique, o consumo mdio deste cereal tem vindo a crescer mais depressa que o crescimento
da produo. Por exemplo de 1997 a 2007 a taxa de crescimento no consumo deste cereal foi de
10%. No entanto, o Trabalho de Inqurito Agrcola (TIA, 2002-2012) mostra que a taxa de
crescimento da produo de arroz ronda por volta de 6.9% anual e no mesmo periodo, Mosca (2011)
refere que o consumo mdio ronda por volta de 20,3 Kg/ano/pessoa.
O fosso entre a oferta (via produo local) e a procura de arroz tem vindo a aumentar. Este cenrio
tem sobrecarregado as importaes deste cereal numa altura em que vrios pases produtores do
arroz, especialmente do sudoeste asitico, tm vindo a adoptar medidas contra o comrcio livre de
produtos agrrios e particularmente do arroz, especialmente na epoca da crisis dos preos dos
alimentos em 2007-2008 (MINAG, 2008).
Dados do Inqurito Agrcola Integrado (IAI, 2012) 1, refere que dentre os produtos bsicos de
segurana alimentar em Moambique, o arroz (13.5%) o terceiro alimento bsico mais consumido
depois de milho (53.03%) e mandioca (30.08%). E dados do Inqurito do Oramento Familiar (IOF,
2008), indicam ainda que este cereal o segundo para o qual as famlias gastam mais do seu
oramento alimentar em Moambique com cerca de 6.4%: 8.5% nas zonas urbanas e 5.4% nas zonas
rurais. As famlias na regio sul do pas so aquelas que mais alocam o seu prprio oramento para
arroz (8.1%).
PRODUO
O arroz uma cultura produzida em Moambique h cerca de 500 anos. Perto de 90% do arroz
produzido em Moambique provm de pequenos agricultores, os quais exploram menos de 0,5
hectares de terra e plantam arroz como cultura de subsistncia, de acordo com o Instituto Nacional
de Estatstica (INE, 2010).
Com uma rea cultivada de 637,300 ha em 2008, o arroz a terceira principal cultura de consumo no
grupo dos cereais depois do milho e o trigo em Moambique (INE, 2013). Ocupa a quarta posio na
produo das principais culturas alimentares com uma produo de cerca de 280 000 toneladas
(arroz con casca) em 2012.Em termos do valor de produto, este cereal ocupa a terceira posio
depois da mandioca e milho. E dentre os cereais, o arroz mais importante depois de milho em
termos de valor de produo (TIA,2008).
A produo de arroz em Moambique, teve 2005 como o ano crtico altura em que a produo foi de
67,000 toneladas. Mas neste perodo a produo por hectar foi de cerca de 1000 toneladas (grfico
abaixo). O rendimento crtico desta cultura foi de 0.5 ton/ha em 2008. Desde 2009 at 2013, a
produo tem incrementado como resultado das polticas neste sector especfico assim como
polticas no sector agrrio em geral (distribuio de sementes melhorados e utenslios). No s,
tambm este aumento de produo est associado ao crescente aumento das reas de cultivo dese
ceral (grafco 1).
Grfico 1. Produo, rea colhida e rendimento de arroz em Moambique 1993-2013
Producao
Rendimento
Area Colhida
1.400
1.200
250
0.800
150
0.600
100
Ton/Hectar
1.000
200
0.400
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
0.000
1996
1995
0.200
1994
50
1993
300
Fonte: FAOSTAT
Moambique um pas vasto, com uma grande variabilidade em termos de padres de chuvas e
outros factores climticos e agro-ecolgicos. A regio Sul de Moambique caracterizada por um
clima semi-rido, com regime de chuvas irregular, com nveis anuais que variam entre 350 mm a 900
mm. Com poucas excepes, os solos na parte sul do pas tem baixa fertilidade e baixa capacidade de
reteno de gua. Entre outras, estas caractersticas fazem com que a regio Sul de Moambique
seja menos adequada para a produo agrcola em sequeiro. Apesar dos elevados investimentos
pblico no sector do arroz ao nvel da regio sul, ao longo do tempo, a importncia da produo do
arroz tem vindo aumentar nas regies centro e norte do Pas onde as condies agro-ecolgicas so
mais favorveis para a produo de arroz (a precipitao anual varia entre 1000 mm a 2900 mm)
relativamente regio sul. Na dcada de 1960, com uso de insumos melhorados e sistema de rega
(regadio de Chkw) apenas uma Provncia no Sul, nomeadamente Gaza, contribuiu em 50% de toda
produo nacional; actualmente produz cerca de 4%.
A tendncia da mudana do local de produo do sul para o centro e norte continua (Zandamela et
al, 2011). Ao longo do perodo 1993/1994 2003/2004 o peso da produo total do arroz da regio
sul diminuiu de 24.4% para 7%. Desta feita, grande parte da produo do arroz ocorre agora na
regio central do Pas (71%), a seguir vem a regio Norte (25%). A provncia da Zambzia a maior
contribuinte da regio centro. Este facto pode estar associado para alm das condies agroecolgicas aos investimentos em reabilitao dos regadios localizados nas zonas com potencialidades
em produo de arroz (vide o grfico 2).
2008
Gaza
3%
Maputo
0%
Inhambane
1%
Sofala
21%
Niassa
5%
Gaza
4%
Maputo
0%
Manica
0%
Niassa
4%
Cabo
Delgado
7%
Inhambane
1%
Cabo
Delgado
8%
Sofala
12%
Tete
0%
Nampula
14%
Manica
1%
Tete
0%
2012
Nampula
14%
Zambezia
58%
Zambezia
47%
Tabela 1. Proporo dos agregados familiares com acesso aos insumos agrcolas em 2012
Semente
Rega
Fertilizante
Pesticida
Estrume
melhorada
1,8
0,7
0,4
0,1
0,1
Fonte: IAI (2012)
Baixo acesso ao mercado: O acesso a mercados de insumos e produtos, ainda constitui problema em
Moambique. Como consequncia ainda reside o problema da assimetria de informao ligada aos
preos justos constituindo este, um factor inibidor aos agricultores no que respeita o aumento da
produo e o processo de comercializao dos seus produtos (Lima, 1997 citado por Loganemio,
2013). Na perspectiva de melhorar o acesso ao mercado, o MINAG (2011) atravs do seu Plano
Estratgico de Desenvolvimento do Sector Agrrio (PEDSA) definiu um dos seu pilares como acesso
ao mercado. Este pilar visa desenvolver as infra-estruturas de armazenamento e comercializao.
A tabela 2 abaixo exemplo do acesso ao mercado para AFs que produzem milho, arroz, amendoim,
feijo manteiga e feijo nhemba. Os AFs que vendem cereais tm decrescido e os que vendem
leguminosas estveis. Em 2012 dos 79.6% dos AFs que praticaram cultura de milho somente 17.8%
comercializaram enquanto para arroz dos 20.7% que praticaram mais da metade vendeu (12.9%).
Tabela 2: Proporo dos Agregados familiares que acederam mercado por tipo de cultura
Ano
2002
2003
2005
2006
2007
2008
2012
Milho
26.1
23.1
22.3
22.3
20.5
20.8
17.8
Baixo acesso ao crdito para agricultura: Em Moambique, a evidncia mostra que o acesso ao
crdito tem alcanado, em mdia 2.7% aos AFs por ano. Em 2012, 2.1% dos AFs das pequenas e
mdias exploraes diziam ter tido acesso ao crdito. Isto representava um decrscimo em 26.2%
relativamente aos nveis de 2002. O grfico abaixo mostra a evoluo do acesso ao crdito para os
AFs das pequenas e mdias exploraes em Moambique de 2002 a 2012.
Grfico 3: Evoluo percentual do acesso ao crdito para agricultura em Moambique
Fracas infraestruturas de comunicao: As vias de acesso que ligam as zonas de produo com os
centros de consumo (vilas ou cidades) ainda so de difcil transitabilidade. Por exemplo o estudo de
Tosto e Brorsen (2005) sobre a eficincia espacial de preos de milho nos mercados de Norte,
Centro e Sul de Moambique no perrodo ps reforma, justificava a limitao do comrcio espacial
entre estas zonas devido a m qualidade das vias de acesso. Umas das consequncias dste cenrio
o agravado os custos de transporte.
CONSUMO/UTILIZAO
Entre 1997 a 2007, segundo o ltimo censo geral da populao e habitao, a populao de
Moambique cresceu em cerca de 27,7% com uma taxa mdia anual de cescimento estimada em
2,4%. Este facto pode estar associado com o aumento no consumo. Por exemplo neste perodo,
registou-se uma variao no consumo de arroz de 118,28% com uma taxa de crescimento mdia
anual de cerca de 10%. O consumo total de arroz segundo o balano alimentar (BA 2012) fornecido
pelo Ministrio de Indstria e Comrcio estava situado em 2012 em 554.000 toneladas de arroz
limpo das quais 288.000 so supridas pelas importaes (IIAM- Relatrio anual, 2012). Grande parte
da procura deste cereal provm dos mercados urbanos, os quais preferem variedades de boas
qualidades, com gro de tamanho mdio a longo. O arroz contribui em cerca de 10.55% do total da
dieta alimentar moambicana em termos de calorias per capita, e a terceira maior fonte de calorias
da dieta depois da mandioca (719 calorias/por/dia) e milho (534 calorias/pessoa/dia), (Zamdamela,
2001). O consumo por pessoa aumentou de 8.3 kilo por ano em 1997 at 19 kilo por ano em 2009
(vide o grfico 4).
Grfico 4. Evoluo do consumo de arroz em Moambqie (1997-2009)
25
20
Rice consumption per capita (kg/year)
15
10
5
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
COMERCIALIZAO E COMRCIO
O mercado do arroz em casca basicamente oligopsnio, isto , caracteriza-se por ter de um lado
muitos vendedores dispersos, e por outro lado poucos compradores. A quantidade de produo de
arroz nacional que realmente comercializado muitas vezes insuficiente para sustentar os
mercados nacionais. De acordo com Arlindo e Keyser (2007) citado por Dias (2013), o excedente de
arroz inteiramente vendido e consumido localmente. Isto sugere que o volume de produo em
muitas reas no alto o suficiente para justificar a transport-lo distncias maiores para os
mercados maiores, regionais. Por isso, muitos mercados regionais e provinciais dependem de
importaes de arroz para satisfazer a demanda do consumidor. Os subprodutos so quase na
totalidade vendidos no mercado interno. Os clientes so fbricas de rao e os pequenos criadores.
Os subprodutos de arroz concorrem no mercado com os subprodutos de outros cereias como milho e
trigo.
Tabela 3: Arroz (equivalente branqueado) Produo e Comrcio de Moambique (em toneladas), 20052011
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Produo
65,000
97,600
102,900
101,914
179,000
257,527 271,402
Importao
344,601 454,923
487,293
367,900
495,392
303,638 348,870
Exportao
34
300
95
76
76
Relaco de Auto-suficiencia
18.9%
21.5%
21.1%
27.7%
36.1%
84.8%
77.8%
Fonte: UN Comtrade
Neste trabalho, usou-se o princpio da Balana Comercial (BC) para explicar a diferena entre as
exportaes de arroz com as importaes deste cereal. As difrenas aqui referem-se as quantidades
exportadas com importadas de arroz branco. Como visvel no grfico 5 abaixo, Moambique
considerado deficitrio pois a diferena entre as exportaes com as importaes negativo em
todo perodo em estudo.
Grfico 5. Diferena de exportaes com importaes de arroz branco em Moambique (2005 2011)
0
-100000
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
-200000
-300000
-400000
-500000
-600000
Trade Balance
Fonte: FAOSTAT
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Produco
65,000
97,600
102,900
101,914
179,000
257,527
271,402
Exportao
34
300
95
76
76
Importao
344,601
454,923
487,293
367,900
495,392
303,638
348,870
Balana comercial
-344567
-454923
-486993
-367805
-495392
-303562
-348794
84%
82%
83%
78%
73%
54%
56%
Intensidade de comercio
Fonte: FAOSTAT
Fonte: UN Comtrade
Canal interno. A cadeia de valor do arroz produzido internamente composta de diferentes actores,
entre eles: os provedores de insumos, produtores (pequenos e empresas), pequenos comerciantes,
pequenos processadores, indstria de descasque, grossistas, retalhistas, transportadores e
consumidores (Figura 1). Diferentemente de muitas cadeias de valor de produtos agrcolas em
Moambique que no apresentam empresas produtoras, a de arroz observa-se o envolvimento de
empresas na produo. Os dados do IAI (2012), indicam que Moambique tem cerca de 791.400
pequenos produtores de arroz e destes 102.178 que vendem. A maior concentrao de produo
deste cereal na provncia da Zambzia. Os mesmos dados mostram ainda que a produo deste
cereal na campanha 2011/2012 foi cerca de 280,000 toneladas (com casca) e desta quantidade, cerca
de 12,9% que foi comercializada.
Provedores de insumos; O uso de insumos como sementes melhoradas e fertilizantes na produo de
arroz em Moambique ainda muito baixo. As lojas de insumos esto presentes nas cidades e vilas
sede de alguns distritos. O Ministrio da Agricultura (MINAG) tem distribuido sementes melhoradas
de arroz e fertilizantes para pequenos produtores.
Pequenos produtores: Estes, quase na totalidade so produtores de subsistncia e cobrem da
necessidade total com 24 mil correspondente a 10% (Jacobs, 2005). Os pequenos produtores, que
produzem um excedente costumam vender seu arroz com casca para fbricas de processamento ou
para comerciantes no mercado local assim como sem casca diretamente para outras famlias.
9
10
seja alto encarecendo os custos de diferentes actores e como consequncia o preo alto ao
consumidor.
Retalhistas; Estes tambm jogam um papel preponderante na cadeia de valor. Os retalhistas tem o
papel de colocar o produto no mercado para o consumidor final. O estudo de Paulo e Loganemio
(2013), referenciava que os retalhistas angariavam uma margem de comercializao de cerca de
35,03% 2 na regio centro de pas. Esta margem de comercializao alta, faz com que o preo do arroz
nacional ao consumidor seja mais alto quando comparado com o preo do arroz importado e preo
no mercado internacional (Muendane , 1999)
Auto-consumo
Consumidores
Proviso de Insumos
Produo
Processamento
Comercializao
Consumo
Consumo Animal
Indstrias de
Rao (Farelo)
Retalhistas
Grossistas
Auto
processamento
(Manual)
Pequenas
Moageiras
Processamen
to industrial
Auto-Processamento
Industrial
Importao
Pequenos Produtores
Mo-de-Obra
Familiar
MINAG
(Investigao,
Sementes,
Extenso)
Grandes
Produtores
Agro-Dealers (sementes,
adubos, fertilizantes)
11
Agrcola, PAPA), que foi desenvolvido em resposta ao aumento dos preos dos alimentos e dos
combustveis globais em 2008. PAPA, juntamente com o Plano Estratgico do pas para
desenvolvimento do Sector Agrcola (PEDSA) 2009-2019, est focalizado no desenvolvimento de
cultivos alimentares, incluindo arroz.
O PAPA terminado em 2009 visava aumentar o investimento pblico em infra-estrutura, junto a
distribuio de sementes melhoradas para os agricultores e a retirada do 2,5 por cento tarifa de
importao de insumos agrcolas. Para a intensificao da produo de arroz o plano considera, em
particular:
Desenvolvimento, produo e distribuio de sementes melhoradas e aumento da adoo de
tecnologias melhoradas;
Apoio tcnico e financeiro aos agricultores;
Reabilitaar e expandir os sistemas de irrigao;
Ampliao da capacidade de processamento de arroz, atraindo investimentos do setor
privado para reabilitar instalaes e para fornecer equipamento de processamento;
Definir preos de referncia para estimular produo em consulta com os agricultores e as
agroindstrias;
Promover a compra de arroz usando o rdio e comunicaes mveis.
Polticas aos preos agrcolas
As polticas de preos podem influenciar o processo de transformao rural e urbano. No passado,
grande parte dos preos agrrios at 1983 (altura do incio gradual das reformas e liberalizao dos
preos) era estabelecida administrativamente, e como consequncia, as ineficcias estavam
automaticamente includas nos preos a praticar ao cliente (Mosca, 2011).
Mas mesmo em mercados funcionais, os governos podem e muitas vezes intervm mediante a
criao de incentivos que favoream certas culturas, tecnologias ou investimentos que favoream o
desenvolvimento de determinada zona do pas. As intervenes do governo moambicano na
agricultura aps a independncia podem ser agrupadas em trs perodos distintos. De 1975 at 1987,
aquando da introduo do programa de reestruturao econmica, o governo praticamente deu
continuidade s polticas coloniais. O governo fixava os preos ao consumidor e ao produtor atravs
de empresas estatais de comercializao (AGRICOM). Estas, por sua vez, detinham o monopsnio da
comercializao de cereais (Mosca, 2011). O segundo perodo vai de 1987 at meados dos anos
1990s, e foi caracterizado pela liberalizao progressiva de preos e privatizaes. Neste perodo, os
preos foram gradualmente liberalizados e foi introduzida uma nova estrutura de impostos. O
terceiro perodo estende-se desde a assinatura dos acordos gerais de paz. O pas continuou com a
transio de uma economia planificada para a economia de mercado. Atualmente os precos de
productos agricolas (exceto por algodao) esto liberalizados.
Polticas de subsidios aos insumos
Em 2009, o governo introduciou um programa de subsidios aos insumos agricolas para beneficiar
25,000 agricultores em 17 provincias do pas atraves a distribuio de pacotes de insumos para
cultivo de arroz (40 quilos de sementes e 2 sacos de fertilizante) e milho (12.5 quilos de sementes e 2
sacos de fertilizante). Os agricoltores pagavam soamente 30% do custo total. Projecoes do governo
indicam um impacto positivo dos subsidios na productividade dos pequnos productires (PES, 2012)
mas nao ficam disponiveis dados concreatos para medir o beneficio.
12
Polticas fiscais
Actualmente, a interveno do governo acontece geralmente mediante taxas de importao e o
imposto sobre o valor acrescentado (IVA). A teoria neoclssica estipula que os preos podem
determinar a alocao ptima de recursos, caso hajam mercados funcionais. Analogamente, a
poltica de impostos pode influenciar na alocao de recursos produtivos. Mosca (2011), questiona a
relevncia do IVA para a produo agrcola e comercializao domstica. Primeiro, o autor refere que
apesar do IVA ser sempre aplicvel nas importaes, a maioria da produo domstica e vendas a
retalho de produtos agrcolas no pagam o IVA, devido a dificuldades na fiscalizao. Segundo,
existem algumas considerveis isenes na agricultura, tais como em sementes, acar,
equipamentos e insumos agrcolas. Concluindo assim que o IVA funciona como uma taxa de
importao de 17% sobre os produtos agrcolas importados, incluindo arroz.
Poltica de comrcio internacional
semelhana dos preos, a poltica de comercio internacional tambm foi mudando ao longo o
tempo. No perodo colonial, o sector agrrio era fortemente protegido. Tal proteco permaneceu
aps a independncia durante o perodo de economia planificada. Desde 1989 as taxas de
importao foram reduzidas e simplificadas e Moambique tornou-se signatrio do General
Agreement on Tariffs and Trade (GATT) em 1992. At em 2006, os produtos agrrios estavam sujeitos
a uma tarifa de importao de 20%, excepto a matria-prima ou os alimentos bsicos de primeira
necessidade.
Como resposta crise internacional dos precos em 2008, o governo decidiou reduzir as tarifas sobre
milho, trigo, arroz, tabaco, semente de algodao de 25% at 2.5% 3, enquanto o acar paga 7.5%
(Alfieri et al 2007; Anderson et al 2008). Em 2010, apois da taxa de inflao medida pelo ndice de
preo ao consumidor atingir 12.12%, o governo dicidiu remover as tarifas de importao de arroz da
terceira classe (consumida pelo sector mais pobre da populao) do 2.5% at o 0%.4 Devido a
dificuldade das alfndegas para inspecionar todas as importaes de arroz, na prtica a taxa foi
removida para todas a classes de arroz.
O comrcio preferencial de produtos agrrios na frica Austral apenas iniciou depois de 2007 no
contexto da Comunidade de Desenvolvimento da frica Austral (SADC). Este cenrio, culminar com
a retirada total das barreiras comerciais e tarifas de importao na regio podendo assim sufocar os
produtores das economias mais baixas.
Poltica de taxa de cambio
A taxa de cmbio um preo central na economia de Moambique. uma varivel fundamental para
estabelecer o nvel de preos no mercado interno. Desde a independncia em meados dos anos 70,
Moambique teve uma srie de regimes de taxas de cmbio (Pimpo 1996). At 1986,
predominaram as taxas fixas, seguidas pela depreciao e terapia de choque intensa em 1987-88 e,
posteriormente, prevaleceu um regime de desvalorizao deslizante at ao incio dos anos 90,
quando as taxas de cmbio foram unificadas e liberalizadas num regime de taxas flutuantes em 1994.
At ento, o mercado cambial moambicano de regime flutuante.
3
4
http://www.iisd.org/sites/default/files/pdf/ag_scenarios_south_africa_mozambique.pdf
http://blogs.worldbank.org/africacan/sobre-os-tumultos-em-mo-ambique-ser-que-os-subs-dios-s-o-a-solu-o
13
A taxa de cmbio tem efeitos na importao e exportao de bens e servios. No caso concreto,
Moambique como importador de arroz sofre muitas influncias da flutuao das taxas de cmbio. O
principal efeito directo ocorre atravs do impacto nos preos das importaes, o qual, por via da
cadeia do clculo de preos, provoca alteraes nos preos no consumidor e nos custos no produtor.
Estes efeitos de preos, por sua vez, provocam impactos indirectos e uma segunda ronda de
impactos, por meio das alteraes nos rendimentos reais, nos gastos do consumidor e nos fluxos
comerciais, os quais tm consequncias acrescidas no sentido geral das mudanas, no ndice dos
preos no consumidor (CPI). Outro efeito directo de alteraes das taxas de cmbio ocorre por via do
impacto nos preos das exportaes, o que conduz a alteraes nas margens de lucro do exportador
e nos volumes de comrcio.
14
15
Zona de
Produo
Ponto de
concorrncia
Ponto de
entrada
PREOS DE REFERNCIA
Para calcular o preo de referncia com o qual determina se os produtores de arroz de Moambique
recebem incentivos ou desincentivos de mercado, requer o estabelecimento de um preo de
referncia na fronteira.
Observados
A base de clculo do preo de paridade (referncia) para determinar se os produtores de arroz em
Moambique recebem incentivos ou desincentivos de mercado foi a definio do ponto de
referncia. A determinao do ponto de referncia julga estar insenta de intervees polticas
representando assim o preo do mercado. Para Moambique sendo um Pas importador, foi
considerado o preo CIF nominal no porto de Beira como o preo de referncia.
Os preos CIFs reportados em Moambique, no apresentavam suficiente consistncia. 5 Para o
efeito, foram tirados do sitio da UN Comtrade preos FOBs nos pas que mais exportaram para
Moambique (tabela 5).
As alfndegas no forneceram preos oficiais. A fonte de dados utilizada foi o UN Comtrade. Para os preos CIF em
Moambique os dados disponveis no UN Comtrade referem-se a estimativos, alm, estes dados so sempre menores aos
preos FOB dos pases exportadores de arroz para Moambique (de acordo ao UN Comtrade, os preos FOB nestes pases
referem-se sim a valores reais).
16
2005
235.23
237.47
226.98
472.46
2006
236.24
221.29
302.65
242.62
2007
265.86
259.39
316.39
299.99
2011
506.83
480.80
485.59
472.59
2012
399.38
476.49
504.96
454.70
2013
401.20
369.12
461.92
389.27
Fonte: UNcomtrade
Foi tambm necessrio adicionar os custos de transporte destes pas para Moambique
concretamente no porto da Beira. Para isto, s estavam disponveis dados de 2013 sobre custos de
transporte, por isso para obter os restantes anos foi preciso obter os deflatores (D).
Duas metodologias foram consideradas para deflacionar estes custos de transporte, tomando 2013
como ano base: (A) deflacionar usando PIB de Estados Unidos (mtodo mais comum); e (B)
deflacionar pelo preo internacional do petrleo, pressuposto que 40% dos custos de transporte so
fixos e o 60% so custos de combustvel. No caso B, os custos foram ajustados baseados nas
mudanas nos valores reais (com inflao) deste preo internacional do petrleo. O custo de
transporte para cada ano fica definido pela multiplicao dum 40% pelo custo de transporte em 2013
(C2013) adicionado a multiplicao dum 60% com os mesmos custos de transporte e pelo deflator de
cada ano (tabela 6). A formula aplicada : Ct = (0.4*C2013)+[0.6*(C2013*Dt)].
Os grficos 6 e 7 (e as suas respectivas tabelas) reportam os resultados das duas metodologias
consideradas. Ao fim, foi decidido usar a segunda serie de valores (aqueles deflacionados por custo
de combustvel) porque reflexa melhor os efeitos do cambio do preo do combustvel, sobre tudo no
ano 2008. Contrariamente aos preos deflacionados pelo PIB, os custos de transporte deflacionados
pelo preo internacional de combustvel parecem mais consistentes com a situao real, na qual a
subida dos preo em 2007/2008 impactou consideravelmente nos custos de transportes.
Grfico 7. Custo de transporte desde cada pais exportador estimados com deflator de PIB
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
2005
2006
India
2007
2008
Pakistan
2009
2010
Thailand
17
2011
2012
Vietnam
2013
Custos de
Custos de
Custos de
GDP Deflator GDP Deflator
transporte da
transporte do
transporte da
(base 2009)
(base 2013)
ndia
Paquisto
Tailndia
93.12
0.87
134
144
52
95.58
0.89
137
148
53
97.96
0.91
141
152
55
99.81
0.93
143
155
56
100.16
0.93
144
155
56
101.94
0.95
146
158
57
103.78
0.97
149
161
58
105.67
0.99
152
164
59
107.2
1.00
154
166
60
Fonte do deflator do PIN US http://www.multpl.com/gdp-deflator/table
Fonte dos custos de transporte (2013): http://worldfreightrates.com/en/freight
Custos de
transporte do
Vietname
85
87
90
91
92
93
95
97
98
Grfico 8. Custo de transporte desde cada pais exportador, estimados com deflator de preo
internacional de petrleo
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
2005
2006
India
2007
2008
Pakistan
2009
2010
Thailand
2011
2012
2013
Vietnam
Preo de
Custos de
Custos de
Custos de
Custos de
petrleo
Preo de
transporte da
transporte do
transporte
transporte do
(nominal)
petrleo (real) Deflator ndia
Paquisto
da Tailndia
Vietname
50.04
59.59
0.68
124.51
134.21
48.51
79.24
58.3
67.3
0.77
132.65
142.99
51.68
84.42
64.2
71.94
0.82
137.55
148.27
53.59
87.53
91.48
98.58
1.13
165.68
178.59
64.55
105.43
53.48
57.92
0.66
122.75
132.31
47.82
78.11
71.21
76.01
0.87
141.85
152.90
55.27
90.27
87.04
90.08
1.03
156.70
168.91
61.05
99.72
86.46
87.68
1.00
154.17
166.18
60.07
98.11
87.13
87.52
1.00
154.00
166.00
60.00
98.00
Source of oil prices: http://inflationdata.com/Inflation/Inflation_Rate/Historical_Oil_Prices_Table.asp
Source for transport costs (2013): http://worldfreightrates.com/en/freight
Moambique importa arroz sem casca. O preo CIF de arroz em Moambique foi obtido atravs da
adio do preo FOB em Tailndia, Paquisto, ndia e Vietname (pases que mais exportam para
Moambique) com os seus respectivos custos de transporte. O resultados desta soma representam o
preo CIF para cada pas de importao. Da, foi achada a mdia ponderada na base das quantidades
que cada pas exportou para Moambique, obtendo assim o preo CIF usado como preo de
18
referncia neste trabalho. Os dados das quantidades foram obtidos do stio de UN Comtrade no
perodo de 2005-2012. e de Global Trade Atlas para 2013. A tabela 8 e o grfico abaixo mostram os
preos CIF de arroz em Moambique de 2005 2012 como a mdia dos pases exportadores.
Tabela 8. Preos CIF de arroz branqueado em Moambique 2005-2012
Ano
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Preo (USD/MT)
375.77
359.49
391.77
509.11
504.07
537.46
589.27
579.66
566.56
700
600
500
400
300
200
100
0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
O preo CIF de importao de arroz em Moambique, teve o valor mais alto em 2011 H um
aumento grande no ano 2008 que pode estar associado a crise econmica e financeira de 2008.
Desde 2011, o valor CIF de importao deste cereal apesar de ter registado uma diminuio mas
continuou alto. Como resposta do governo moambicano em 2010 retirou (reduziu para 2.5%) a taxa
de importao e IVA de arroz.
Adjustados
No foram ajustados.
PREOS LOCAIS
Ponto de Concorrncia
Atualmente em Moambique funcionam dois sistemas de recolha de preos: Sistema de informao
de mercados agrcolas (SIMA) e Informao comercial (INFOCOM). Nos dois sistemas no foi possivel
encontrar dados ao nvel de grossista para arroz em Quelimane. Para este trabalho foram usados
dados do nvel de armazm fornecidos pelo SIMA. Estes dados so mensais e atravs deles foram
calculadas as mdias anuais. A tabela 9 abaixo mostra os dados de preo de arroz corrente
(importado) em Quelimane de 2005-2013.
Tabela 9. Preos de arroz corrente (sem casca) no armazm em Quelimane em MZN por tonelada
(2005-2013)
Ano
MZN/ton
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
9,604.51
11,408.00
12,125.37
20,467.23
17,012.66
18,433.33
21,733.33
18,863.89
18,814.91
Fonte: SIMA
19
Porta de explorao
Os preos na zona de produo foram fornecidos pela fbrica de arroz de Nicoadala, considerada a
zona produtora. Os preos mostrados na Tabela 10, apresentam o preo mnimo acordado pelas
fbricas com os produtores e o preo mximo pago ao longo da campanha agrcola. Os dados
utilizados so as mdias aritimticas dos dois preos.
Considerou-se o preo mdio de cada ano porque desde 2005 a 2010, apois o preo mnimo
acordado, os produtores chegavam a receber preos que partiam do mnimo at mximo de cada
ano. Este preo mximo no era o mesmo recebido por todos produtores.
A diferena entre o preo acordado e o preo mximo pago devido aos movimentos na procura e
demanda no mercado local, assim como a estrutura de concorrncia. A partir do ano 2011, fecharam
algumas fabricas importantes do arroz na zona, ficando s aquela que forneceu a informao. Devido
ao fato de no ter muita concorrncia na procura de arroz, o preo pago ao produtor quase sempre
foi o mesmo que o acordado no inicio da campanha (Grafico 10).
Tabela 10. Preos de arroz com casca em Nicoadala para o produtor de 2005-2013 (MZN/kg)
Anos
2005 2006 2007
2008
2009 2010 2011 2012
2013
Preo minmo Acordado
4.5
6.5
7
8
8.5
9
9
10
10
Preco mximo pago
7
7
7.5
9
9.5
9.5
10
10
10
Preo Medio Produtor
5.75 6.75
7.25
8.5
9
9.25
9.5
10
10
Fonte: Fbrica de arroz de Nicoadala
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
O grafico 11 abaixo mostra que os preos ao produtor no sofreram muita variao ao longo do
tempo em anlise. Este facto no se verifica aos preos do armazm. O 2008 e 2011 foram os anos
em que o preo deste cereal ao nvel do armazm atingiu preos mais altos. Isto, pode estar
associado as crises de preos verificadas nestes perodos. Nos mesmo anos o preo no mudo ao
nivel do produtor, talvs pela fraca informao que chegou ao produtor sobre as mudanas nos
preos grossistas.
20
Precoss (MZN/ton)
20,000
Armazem
15,000
Produtor
10,000
5,000
0
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Anos
TAXAS DE CMBIO
Observadas
A taxa de cmbio entre o Metical moambicano e o dlar dos Estados Unidos foi tirado do banco de
dados do Banco Mundial. A mdia da taxa de cmbio para cada ano foi calculado a partir dos dados
reportados mensalmente nesta base de dados.
Tabela 11: Taxa de cmbio nominal oficial MT / USD
Ano
2005
2006
2007
2008 2009 2010
Taxa de cmbio (MZN/USD)
23.1
25.4
25.8
24.3
27.5
34.0
Fonte: BM
2011
29.1
2012
28.4
2013
29.9
Ajustadas
Como no h uma poltica cambial explcita, nem controlos sobre a moeda estrangeira, no h
justificao para considerar uma taxa de cmbio ajustada.
CUSTOS DE ACESSO
Os custos de acesso incluem todos os custos associados com trazer a mercadoria da Beira (fronteira)
para Quelimane (ponto de concorrncia), bem como a partir de Nicoadala (produtor) a Quelimane.
Estes custos incluem, principalmente, os custos de transao, processamento, armazenamento,
manuseamento, transporte e as diferentes margens aplicadas pelos agentes econmicos ao longo da
cadeia de valor.
Custos de acesso da fronteira ponto de concorrncia:
Observados
Para o clculo dos custos de transporte da Beira (fronteira) para Quelimane (ponto de concorrncia),
foram usados os custos de transportes obtidos no SIMA de 2005 a 2013. Mas, este sistema de
informao de mercados no tem a srie de preos de transporte da Beira para Quelimane. Por isso,
foram escolhidos dois mercados (Maputo e Nhamtanda) que tinham sries de preos de transporte
do perodo de estudo. Os custos esto abaixo apresentados. Foram divididos pela distncia total
21
entre Nhamatanda e Maputo para obter o preo por unitrio de transporte por ano (MZN/ton/km).
O resultado foi multiplicado pela distncia entre Quelimane e Beira (aproximadamente 500km).
Os custos de transporte colhidos pelo SIMA no descriminam o tipo de produto e nem os custos de
de manuseamento. Portanto os preos aqui apresentados supem que refletem os custos para
transportar arroz.
Os custos de transporte adicionados a outros custos (custos pagos as alfndegas, manuseamento,
documentos e a margem de lucro dos armazenistas) obteve-se os custo totais de acesso da Beira
para Quelimane. A margem de lucro, foi obtida multiplicando o preo do armazenista pelo 15%. 6
Tabela 12. Clculo de custos totais para transportar arroz da Beira para Quelimane (MZN/ton), 20052013
Formula
1. Custo de transporte
Nhamatanda para Maputo
(ton) 1114km
2. Custo unitrio
(MT/Tonne/Km)
3. Custo de transporte da
Beira to Quelimane (ton)
500km
Custos com documentos
Custos com alfandegas
custos de manuseamento
Sub Total 1
4. Lucro (15%)
5. Custo total de acesso
[1]/1114
[2]x500 =
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
846.4
3
868.0
7
1128.
57
1370.
92
1064.
29
1102.
04
1214.
29
1210.
08
1000.
00
0.76
0.78
1.01
1.23
0.96
0.99
1.09
1.09
0.90
379.9
1
634.8
3
530.6
0
492.7
0
2038.
03
1440.
677
3478.
71
389.6
2
786.6
8621
657.5
2877
610.5
6
2444.
39
1711.
2
4155.
59
506.5
4
865.6
4
723.5
2
671.8
4
2767.
54
1818.
806
4586.
35
615.3
1
814.0
5
680.4
0
631.8
0
2741.
56
3070.
084
5811.
65
477.6
9
1169.
6
770.5
6
1100.
80
3518.
65
2551.
899
6070.
55
494.6
3
1443.
3
950.8
8
1358.
40
4247.
21
545.0
1
1235.
48
813.9
6
1162.
80
3757.
25
2765
7012.
21
3260
7017.
25
543.1
3
1234.
095
964.5
8
1134.
80
3876.
60
2829.
584
6706.
18
448.8
3
1301.
955
1017.
62
1197.
20
3965.
61
2822.
237
6787.
84
Fonte: Clculo do autor usando dados do SIMA,Doing Bussines e Cadeia de valor de Pedro Arlindo
Ajustados
Os custos de acesso da fronteira para Quelimane foram ajustados. O ajuste foi feito somente no
lucro porque 15% do preo de venda foi considerado alto para ser lucro do armazenista. Para tal
assumiu-se 10% do custo de investimento como o lucro do armazenista. O custo de investimento do
armazenista em Quelimane a soma dos custos de transporte da Beira para Quelimane, custos de
manuseamento, custos com documentos, custos com as alfndegas e custos com a compra de arroz
(preo CIF).
Assumindo que a estrutura do lucro a mesma de Pedro Arlindo e Keyser (2008). Nesta cadeia de valor o valor de lucro foi
de 15% do preo de venda.
22
Tabela 13: Custos totais ajustados para transportar arroz da Beira para Quelimane (MZN/ton), 20052013
1. Custo total de
transporte
Nhamatanda Maputo (ton)
1114km
2. Custo unitrio
(MT/Tonne/Km)
3. Custo de
transporte da
Beira to
Quelimane (ton)
500km
Custos com
documentos
Custos com
alfandegas
Custos de
manuseamento
Sub Total 1
4. Lucro (10% CI)
5. Custo total de
acesso
Formula
2005
846.43
2006
868.07
2007
1128.57
2008
1370.92
2009
1064.29
2010
1102.04
2011
1214.29
2012
1210.08
2013
1000.00
[1]/1114
0.76
0.78
1.01
1.23
0.96
0.99
1.09
1.09
0.90
[2]x500
=
379.91
389.62
506.54
615.31
477.69
494.63
545.01
543.13
448.83
634.83
786.68
865.64
814.05
1169.6
1443.3
1235.48
530.60
657.53
723.52
680.40
770.56
950.88
813.96
1234.09
5
964.58
1301.95
5
1017.62
492.70
610.56
671.84
631.80
1100.80
1358.40
1162.80
1134.80
1197.20
2038.03
1070.35
3108.39
2444.39
1142.76
3587.16
2767.54
1278.19
4045.73
2741.56
1504.88
4246.45
3518.65
1698.15
5216.80
4247.21
2200.73
6447.94
3757.25
2079.25
5836.50
3876.60
2031.23
5907.83
3965.61
2087.65
6053.26
Fonte: Clculo do autor usando dados do SIMA,Doing Bussines e Cadeia de valor de Pedro Arlindo
O preo do armazenista em Quelimane foi obtido subtraindo 10% do preo ao retalho em Quelimane.
23
Tabela 14. Clculo das margens de lucro na cadeia de valor de Nicoadala para Quelimane em 2006
Assembleia
%
Custos variveis
Custos de
transporte
Empacotamento
Depreciao
Energia e
operacao
Mao de obra
Licenciamento
Armazenamento
Taxas de estrada
Outros custos
Lucro
Percentangem do
lucro
100%
36.1%
57.0%
6.2%
0.7%
MT
(casca)
243
87.7
Process
adores
%
Distribuio
MT (sem
casca)
982
776.8
Factor
converso
casca
(0.63)
618.7
489.4
Total
2006
MT(casca)
MT(casca)
100.0%
292
0
100%
79.1%
138.5
0
0
8.0%
33.4%
9.7%
23.4
97.5
28.3
11.3%
0
110.9
0
0
69.9
0
161.9
167.4
28.3
0
0
15.1
0
1.701
858
7.0%
2.8%
20.9%
20.4
8.2
61.0
0
53.144
541
8.6%
1.1%
0
0
84.5
10.802
0
1468
0
0
53.2
6.80526
0
924.84
20.4
8.2
129.3
6.8
54.8
2323.8
26%
18%
1153.7
577.1
2005
60.0940994
2006
67.608918
2007
73.127541
0.88884871
1.0816257
2008
2009
2010
80.680001 83.32129
93.88404
Indice de deflao
1.1933337 1.232401
1.388634
Fonte: SIMA
24
2011
103.6275
2012
105.7658
2013
110.15417
1.53274899
1.564377
1.6292846
Tabela 16. Custos totais de acesso para comprar, processar e levar at ao consumidor uma tonelada de
arroz
Custos Total
Custo de transporte (Fbricaquelima =37.8km)
Custo de transporte (machamfabrica = 30km)
Empacotamento
Depreciao
Energy e operacao
Mao de obra
Licenciamento
Armazenamento
Taxas de estrada
Outros custos
Sub total
Lucro (26% Preco de venda)
2005
283.6
2006
365.3
2007
371.3
2008
371.9
2009
329.9
2010
374.0
2011
383.9
2012
393.8
2013
403.8
225.1
289.9
294.7
295.2
261.8
296.8
304.7
312.6
320.5
143.9
148.8
25.2
18.2
7.3
114.9
6.0
48.7
1,021.7
161.9
167.4
28.3
20.4
8.2
129.3
6.8
54.8
1,232.4
175.1
181.1
30.6
22.1
8.8
139.9
7.4
59.3
1,290.3
193.2
199.8
33.8
24.4
9.8
154.3
8.1
65.4
1,355.8
199.5
206.3
34.9
25.2
10.1
159.3
8.4
67.6
1,303.1
224.8
232.5
39.3
28.4
11.4
179.5
9.5
76.2
1,472.3
248.1
256.6
43.4
31.3
12.5
198.2
10.4
84.1
1,573.3
253.2
261.9
44.3
32.0
12.8
202.3
10.6
85.8
1,609.4
263.7
272.8
46.1
33.3
13.3
210.7
11.1
89.4
1,664.6
1,956.5
2,323.8
2,470.0
4,169.2
3,465.5
3,754.9
4,427.1
3,842.6
3,832.6
5,497.3
33%
Total
Ajustados
Os custos de acesso do produtor para ponto de concorrncia foram tambm ajustados. O ajuste
somente ocorreu tambm nos lucros, por se considerar altos. Para tal foi calculado o lucro do
armazenista para cada ano em relao ao seu custo de investimento. Depois deste clculo, notou se
que em alguns anos os armazenistas chegavam a ter cerca de 44% de lucro em relao ao seu custo
de investimento. Considerado tambm alto, decidiu-se usar a margem de lucro modal (29%). Esta
percentagem multiplicado a custos totais incluindo o preo de compra ao produtor obteve-se a
margem do lucro do armazenista. Para o clculo do custo total de acesso foi somado os custos acima
descritos com o lucro de armazenista.
Tabela 17. Custos totais de acesso ajustados para comprar, processar e levar at ao consumidor uma
tonelada de arroz
Custos
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Custos de
transporte
508.68
655.18
666.01
667.05
591.75
670.82
688.62
706.43
724.23
1,956.4
6
2,306.2
4
2,467.4
4
2,847.5
2
2,976.7
4
3,097.8
6
3,199.2
7
3,354.1
5
3,370.1
2
343.31
386.25
417.77
460.92
476.01
536.36
592.02
604.24
629.31
114.93
129.30
139.85
154.30
159.35
179.55
198.18
202.27
210.66
48.75
54.85
59.32
65.45
67.59
76.16
84.06
85.80
89.36
2,972.1
3
3,531.8
2
3,750.4
0
4,195.2
4
4,271.4
4
4,560.7
5
4,762.1
6
4,952.8
8
5,023.6
7
Lucro do
armazenista
Procesamento
Armazenamento
Outros custos
Total
Fonte: Clculo do autor usando dados do SIMA, Doing Bussines e Cadeia de valor de Pedro Arlindo
25
EXTERNALIDADES
Nenhumas externalidades foram tidos em conta na anlise.
A gestora da fbrica de descasque de arroz em Nicoadala 8 e autores como Arlindo e Keyser (2007),
referem que h uma diferena significativa de qualidade entre o arroz importado e arroz nacional. O
preo de arroz nacional (saco de 25kg) na Cidade de Quelimane custa 750 MZN e a mesma unidade
de arroz importado mais caro (Arroz Dona Ana) custa 600 MZN. " Com base nessas informaes, um
factor de 1.25 de converso de qualidade foi utilizado na anlise de todos os anos em anlise. Este
fator de converso foi aplicado ao preo de referncia quando levado do ponto de concorrncia ao
produtor.
Alm de um fator de converso de qualidade, um fator de converso quantidade foi aplicado ao
preo de referncia quando levado do ponto de concorrncia para produtor, a fim de ajustar as
diferenas de quantidade entre arroz e arroz branqueado ao longo deste segmento da cadeia de
valor. Para tal um factor de converso de 63 por cento tirado do manual do Trabalho de Inqurito
Agrcola (TIA) actual Inqurito Agrcola Integrado (IAI) do Ministrio da Agricultura foi utilizada na
anlise de todos os anos em anlise.
Observados
1. UNComtrade
Ajustados
Nao ajustados
2. SIMA
No ajustados
Nicoadala
4. Banco de Moambique
No ajustados
5. SIMA
6. SIMA, Doing Bussiness e Cadeia de valor
de Arlindo e Keyser
TIA
N.A.
N.A.
N.A.
N.A.
No ajustados
26
Unidad
e
Preo de referncia
Ano
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Situao
comercial
375.7
7
359.4
9
391.7
7
509.1
1
504.0
7
537.4
6
589.2
7
579.6
6
566.5
6
23.06
24.99
25.56
24.17
26.71
33.04
28.91
28.35
29.85
3,478.
71
3108.
39
4,155.
59
3587.
16
4,586.
35
4045.
73
5,811.
65
4246.
45
6,070.
55
5216.
80
7,012.
21
6447.
94
7,017.
25
5836.
50
6,706.
18
5907.
83
6,787.
84
6053.
26
Smbolo
Observado
USD/T
Pb(int$)
Ajustado
USD/T
Pba
Taxa de cmbio
Observado
Ajustado
MT/US
D
MT/US
D
ERo
ERa
Custos de acesso
fronteira ponto de
concorrncia
Observado
MT/T
ACowh
Ajustado
MT/T
ACawh
Preo domstico no
ponto de concorrncia
MT/T
Pdwh
9,604.
51
11,40
8.00
12,12
5.37
20,46
7.23
17,01
2.66
18,43
3.33
21,73
3.33
18,86
3.89
18,81
4.91
Observado
MT/T
ACofg
2,978.
18
3,556.
22
3,760.
29
5,525.
07
4,768.
61
5,227.
25
6,000.
46
5,452.
00
5,497.
29
Ajustado
MT/T
ACafg
2,972.
13
3,531.
82
3,750.
40
4,195.
24
4,271.
44
4,560.
75
4,762.
16
4,952.
88
5,023.
67
Preo domstico na
porta da fazenda
MT/T
Pdfg
5,750.
00
6,750.
00
7,250.
00
8,500.
00
9,000.
00
9,250.
00
9,500.
00
10,00
0.00
10,00
0.00
MT/T
MT/T
BOT
Frao
QTwh
Frao
QLwh
Frao
QTfg
0.63
0.63
0.63
0.63
0.63
0.63
0.63
0.63
0.63
Frao
QLfg
1.25
1.25
1.25
1.25
1.25
1.25
1.25
1.25
1.25
Externalidades
ligadas na produo
Oramento e outras
transferncias
Fator de converso
na quantidade
(fronteira ponto de
concorrncia)
Fator de converso
na qualidade
(fronteira ponto de
concorrncia)
Fator de converso
na quantidade
(ponto de
concorrncia porta
da fazenda)
Fator de converso
na qualidade (ponto
de concorrncia
porta da fazenda)
27
A anlise MAFAP usa quatro medidas de incentivos de preos de mercado. Em primeiro lugar, so as
duas taxas nominais observadas de proteo de cada um a nvel grossista e fazenda. Estes comparam
os preos observados para os preos de referncia livre de intervenes de poltica interna.
Os preos de referncia so calculados a partir de um preo de referncia, como uma importao ou
preo de exportao expressos em moeda local, e levado para os nveis grossista e explorao
agrcola com ajustes de qualidade, retrao e perda, e os custos de acesso ao mercado.
As Taxas Nominais de Proteo - observadas (NRPo) so a diferena de preo entre o preo no
mercado interno eo preo de referncia dividido pelo preo de referncia, tanto a nvel da fazenda e
grossista:
O NRPofg captura as polticas de comrcio e locais, bem como outros fatores que tm impacto sobre
o incentivo ou desincentivo para o agricultor. O NRPowh ajuda a identificar onde incentivos e
desincentivos possivelmente esto sendo distribudos na cadeia de mercado de commodities.
Em segundo lugar esto as Taxas Nominais de Proteo - ajustado (NRPA), em que os preos de
referncia so ajustados para eliminar as distores encontradas nas cadeias de abastecimento do
mercado do pas. As equaes para estimar as taxas ajustadas de proteo, no entanto, seguem o
mesmo padro geral:
28
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
835,39
40,63
487,78
243,60
1613,98
5030,92
3440,89
2772,28
3165,49
549,81
382,61
71,93
340,83
1438,83
5253,06
3749,35
2642,68
3060,62
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
-12,69
-0.60
-6,30
-2,79
-15,21
-35,23
-26,59
-21,71
-24,04
-8,73
6,01
-0,98
-3,86
-13,78
-36,22
-28,30
-20,90
-23,43
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
291,63
447,64
425,73
1232,59
672,32
444,36
929,84
628,70
578,48
29
31
Grafico 12. Grfico das Taxas Nominais de Proteo (%) de Arroz para os produtores e armazenistas em
Moambique de 2005-2013
20%
10%
0%
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
-10%
-20%
-30%
-40%
A diferena entre a Taxa Nominal de Proteo (TNP) observados e ajustados constitui uma Lacuna de
Desenvolvimento de Mercado (LDM) em ingls Market Development Gap (MDG), presenteada na
figura 13. Esta lacuna de desenvolvimento de mercado mede o desvio entre os custos de acesso
observados e ajustados do ponto de concorrncia at a ao produtor e da fronteira at ao ponto de
concorrncia. Esta medida importante para identificar possveis ineficincias ao longo da cadeia de
valor. A barra verde representa a lacuna de mercado entre a fronteira e o ponto de concorrncia e a
barra azul representa do ponto de concorrncia para o produtor.
As barras verdes so todas positivas em todos anos de anlise. Estas refletem os ajustes feitos sobre
a magem do lucro ao armazenista. De 2005 a 2007, o nvel das lacunas de desenvolvimento de
mercado foi moderado. Em 2008, foi o ano em que o benefcio dos armazenistas atingiu o valor mais
alto de cerca de (1230MZN/ton). Com o aumento de preos em 2008, nota-se que este aumento no
foi repassado aos produtores isto , os produtores no receberam preos altos como era esperado
tendo um custo por tonelada de -1330MZN. Este facto, poder estar associada a assimentria de
informaao dos actores ao longo da cadeia de valores. Os produtores sem informao de mercados
mantiveram os baixos preos enquanto os arbitragistas com mais acesso a informao conseguiram
tirar proveitos nesta crise.
Depois de 2008, os produtores continuaram a ter custos altos como resultado das lacunas de
mercado. Depois de 2008, o outro custo mais alto ao produtor foi verificado em 2011 (1238MZN/ton). Duma maneira geral, quando as barras azuis so negativas significa que os
armazenistas tiveram maiores margens de lucro mais que o normal.
Por ltimo as barras vermelhas, so o resultado da soma das LDM dos armazenistas e produtores. Em
2008, 2010 e 2011, a soma das LDM foram negativas. Este resultado indica que nestes anos, os
produtores tiveram custos maiores em relao ao benefcio obtido pelos armazenistas. As LDM,
atingiram a ineficincia mais alta (-2%) na cadeia de valor em 2011.
32
Grafico 13. Grfico de Lacunas de Mercado de arroz para produtores e comerciantes em Moambique
de 2005-2013
1,500.00
8%
7%
1,000.00
6%
5%
500.00
4%
3%
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2%
1%
(500.00)
0%
-1%
(1,000.00)
-2%
(1,500.00)
-3%
International markets gap
33
RECOMENDAES PRELIMINARES
As zonas produtoras com as zonas consumidoras etso ligadas por vias com transitabilidade
deficiente. Por isso, recomenda-se tambm que o governo se compromete a investir nestas vias,
a fim de reduzir os custos de acesso excessivos, que atualmente limitam a comercializao do
arroz nacional. Alm disso, deve continuar a proteger os produtores nacionais, revendo a
estrutura tributria atual para importao de aroz at que a produo nacional seja capaz de
competir com as importaes .
35
Os baixos preos que so oferecidos ao produtor mesmo quando o preo intenacional est alto,
poder estar associado a assimetria de informao de mercados por parte dos produtores. Para
tal, as estratgias de comercializao devem-se incedir tambm mais na informao sobre
mercados e preos para todos os actores da cadeia de valor.
LIMITAES
A falta de dados a limitao principal. Para os dados de transporte por exemplo, foram usados
dados fornecidos pelo SIMA mas este sistema de informao no especifica o tipo de produto. No
s, mas tambm o sistema de transporte de arroz da fronteira para ponto de concorrncia feita via
frete enquanto os dados de transporte de SIMA referem a uma negociao informal feita nas
principais vias de acesso. O SIMA no colhe preos de transporte do produtor ao consumidor para o
local de estudo por isso foram feitas algumas inferncias. Dado que os preos de transporte, muitas
vezes variam por regio e por transportador (negociao informal) esta limitao no conjunto de
dados pode ter introduzido alguma impreciso na anlise.
A outra limitao a falta de dados disponveis para o clculo mais exacto de factores de converso
para cada ano em anlise para converter a qualidade. Mais uma vez, o SIMA no faz recolha de
preos de arroz nacional ao nvel de retalho o que poderia facilitar no clculo da taxa de conversao
de qualidade para cada ano.
Tambm a falta de dados para subsidios aos insumos nao permite incluir as transferncia aos
productores nesta analise.
Para todo perodo em anlise, o preo do arroz nacional foi sempre superior quando comparado
com o preo do arroz importado a pesar da zona de produo (Nicoadala) estar mais proxima do
ponto de concorrncia (Quelimane). Este facto poder estar a ssociado aos custos de produo
de arroz domstica que so significativamente maior do que os custos de produo nos pases
exportadores. Estes custos altos de produo, podem tambm representar um dos principais
entraves ao aumento da produo e um forte desincentivo para os produtores de arroz. Uma
anlise mais aprofundada dos custos de produo em Moambique poderia ser realizado para
verificar estes resultados e avaliar a competitividade da produo domstica de arroz em
relao ao arroz importado.
Pesquisas sobre a cadeia de valor do arroz podem ser realizado para fortalecer o entendimento
da variao dos custos de acesso observados e lacunas de desenvolvimento de mercado entre
os anos. Pesquisas adicionais sobre os diferentes componentes dos custos de acesso tambm
seria til para compreender melhor os fatores especficos que contribuem para os altos custos
de transporte de arroz para o mercado.
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