Corrida Com Barreiras 1

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Centro de Formao de Associao das Escolas de Matosinhos

Escola-Sede: Escola Secundria Augusto Gomes

e-revista ISSN 1645-9180

N 23 Abordagem Multidisciplinar do Atletismo na Escola

Corrida com Barreiras


Mrio Paiva (*) e Sara Fernandes (**)

Esta corrida de velocidade associa a aptido de percorrer determinada distncia o mais rpido
possvel capacidade de transpor obstculos da forma mais eficaz possvel, ou seja, reduzindo as
perdas de tempo.

Nas competies oficiais encontramos corridas de 100 e 400 metros, no sector feminino, e 110 e
400 metros, no sector masculino. Na escola, dado o escalo etrio da populao e os espaos
fsicos habitualmente disponveis, devemos adoptar distncias entre os 40 e os 100 metros, e neste
ltimo caso, s em instalaes com dimenses adequadas e, para jovens dos escales etrios mais
elevados.
Nas corridas com barreiras, podemos identificar cinco fases distintas: a partida, a aproximao
primeira barreira, a transposio da barreira, a corrida entre barreiras e, por fim, a corrida da ltima
barreira at meta.
A partida igual de qualquer corrida de velocidade, no entanto, necessrio definir a posio
inicial dos apoios, em funo do nmero de passadas at primeira barreira e da definio da
perna de ataque.
A aproximao primeira barreira um factor
decisivo, uma vez que uma m aproximao origina
uma perda de velocidade que condicionar o resto
da corrida. Entre a partida e o ataque primeira
barreira, o nmero de passadas ideal de oito (nas
corridas de 100 e 110 metros, ou equivalentes).

R. Damo 4450-107 MATOSINHOS

tel. 229399260 Ext. 44

fax. 229389686

E-mail: cfaematosinhos@gmail.com

http://www.cfaematosinhos.eu

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A transposio das barreiras deve ser feita o mais rasante possvel, sem grande alterao do centro
de gravidade, de forma a originar perdas de tempo e de velocidade.
Na corrida entre barreiras, tendo por base os 100 e 110 metros, o nmero de passadas deve ser
sempre o mesmo (trs passadas).
A corrida da ltima barreira meta igual ltima fase de qualquer corrida de velocidade.
O sucesso do ensino da corrida com barreiras est fortemente condicionado pelos materiais
utilizados na sua abordagem. Segundo Carr, J. (1991)1, nada destri mais o entusiasmo de um
aluno do que ter conscincia de que o contacto com o obstculo vai causar dor.
Na iniciao e exercitao do ensino desta
disciplina, fundamental proceder ao uso de
obstculos no agressivos e de fcil derrube,
como por exemplo: ripas de persiana sobre
sinalizadores, ripas de persianas sobre mecos e
barreiras de fcil derrube.
Numa primeira fase da aprendizagem da corrida com barreiras, necessrio que os alunos
desenvolvam a noo de obstculo e a noo da unidade corrida/ impulso. Para tal, podemos
apresentar vrios percursos com obstculos no agressivos, de diferentes alturas e colocados a
distncias variadas, bem como recorrer a percursos de corrida, alternados com impulses sobre
obstculos horizontais ou verticais.

Carr, G. (1991) Fundamentals of Track and Field. Leisure Press. Champaign, Illinois. USA. Sprint Relays. Chapter 4, 45-62.

Desta forma, promovemos a aquisio de um conhecimento global do gesto e a tomada de


conscincia das duas principais dificuldades a superar: a tcnica de transposio e a estrutura
rtmica entre barreiras.
Todo o processo de ensino aprendizagem pode ser construdo desenvolvendo, simultaneamente, a
tcnica de transposio e o ritmo.
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Esta corrida de velocidade constituda por estruturas rtmicas de quatros apoios (trs passadas).
Para desenvolver este ritmo de corrida entre as barreiras, devemos criar vrios percursos com
diferentes nveis de dificuldade, jogando com a altura e a distncia entre os obstculos.

Outro aspecto importante para associar ao desenvolvimento do ritmo de corridas entre barreiras a
aproximao primeira barreira.
Para tal, necessrio criar situaes
de

aprendizagem

aperfeioar

que

permitam

modelao

da

frequncia de passada, como, por


exemplo, colocar ripas de persiana a
distncias progressivamente maiores.

Numa fase seguinte, utilizando como referncia, entre a partida e o ataque primeira barreira, as
oito passadas, poderemos ento explorar a primeira fase da corrida com barreiras, fase esta que ir
condicionar, de forma decisiva, o resto da corrida.

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O desenvolvimento da tcnica desta disciplina, atravs da decomposio do gesto de transposio


da barreira, implica que os alunos tomem conscincia da aco motora sincronizada da perna de
ataque, da perna de impulso, do brao de ataque e do brao livre.
Seguem-se alguns exemplos:
1 Passagens a passo.

2 Passagens a passo.

3 Passagem como quem vai para a escola

4 Passagem em skipping alto.

(girofls).

6 Passagem em skipping com transposio lateral

5 - Ataque parede

da perna de ataque e tambm da perna de impulso.

7 Passagem em corrida com diferentes alturas.

8 - Corrida com diferentes alturas e distncias, criando diferentes nveis de dificuldade.

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Um dos aspectos mais importantes do ensino da corrida com barreiras , sem dvida, sermos
capazes de proporcionar aos alunos situaes de aprendizagem que incluam diferentes nveis de
dificuldade, de forma a poder proporcionar a todos experincias de sucesso .

Estes diferentes nveis de dificuldade podem ser concretizados, como evidenciado no exemplo
anterior, atravs da manipulao da altura e distncia dos obstculos.
Uma das formas mais prticas de aferir a distncia entre barreiras partir de uma distncia fixa (por
exemplo 6,50m entre barreiras) e ir acrescentando ou retirando ps.

Para alm das sugestes j apresentadas, poderemos ainda construir circuitos ou percursos
especficos, para exercitar os contedos pretendidos, bem como recorrer a formas jogadas com
grande contedo ldico (como por exemplo, realizar competies entre grupos).

(*) Professor Auxiliar. Universidade do Porto, Faculdade de Desporto


(**) Professora. Escola Secundria da Boa Nova - Lea da Palmeira

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