Apostila Motores A Combustão Interna
Apostila Motores A Combustão Interna
Apostila Motores A Combustão Interna
Teoria e Prtica
Agosto 2016
MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
FORMAO PARA CONHECIMENTO E MANUTENO EM MOTORES: TEORIA & PRTICA
MONITORES
NICOLAS SCHIEMANN MAIA
Aluno do Ensino Mdio Colgio - COC
FELIPE RUTHES
Aluno de Graduao de Economia UFSC
COORDENAO TCNICA
GILSON NUNES MAIA
EQUIPE - LabCET
Ftima
Servios Gerais - (Laboratrio de Combusto e Engenharia de Sistemas Trmicos- UFSC)
________________________________
Publicado por LabCET Digital Regime Copyleft. Florianpolis, Fevereiro de 2012.
gilsonmaia@labcet.ufsc.br
GMaia 2
MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
PREFCIO
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
PREFCIO 2
A crnica extrada da edio 2351 da revista Veja, como segue abaixo, retrata com
muita qualidade, um tema que se relaciona diretamente com o contedo abordado ao longo
de todo o curso Motores a Combusto Interna: Teoria e prtica. Por esta razo, est sendo
citado como o Prefcio 2, com a inteno de homenagear o seus autores, e
fundamentalmente para difundir as ideias do texto.
O caso dos mecnicos que sabiam ler.
Autor: Claudio de Moura Castro.
Economista.
Veja Edio 2351 ano 46 n 50 11/12/2013.
1
Nota do autor da apostila: Filsofo, Cientista e Diplomata, Francis Bacon
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
da rosca de um reles parafuso. O invento do senhor Joseph Whitworth usado at hoje e foi
um dos primeiros de uma srie de muitos que o tornaram milionrio. A sua magnfica casa
virou um museu de tecnologia.
Uma alternativa era associar-se a banqueiros. Quem passar na porta de um certo
restaurante, no centro de Manchester, ver um cartaz dizendo que ali, na virada do sculo XX,
se encontraram um mecnico e um banqueiro, com a finalidade de forjar uma sociedade. Um
se chamava Rolls e o outro, Royce.
Os tais mecnicos-leitores comeam a inovar, criando bombas a vapor, teares e uma
infinidade de pequenas invenes que permitem os grandes saltos subsequentes.
O inventor do motor a vapor, James Watt, por haver feito um aprendizado em
construo de instrumentos cientficos, trabalhava como vidreiro da Universidade de Glasgow.
Convivia, portanto, com Adam Smith e David Hume. So tais pontes com o mundo das ideias
que fertilizaram as inovaes.
A primeira locomotiva de sucesso (1829), chamada Rocket, embarcava mais de 1000
patentes, registradas por mecnicos que, como Whitworth, viravam milionrios.
Portanto, os mecnicos-leitores foram diretamente responsveis por uma das duas
mais importantes transformaes da humanidade. Sugestivo. pois no?
Autor: Claudio de Moura Castro.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
SUMRIO
EQUIPE TCNICA - GRUPO MOTORES - CURSO MCI-T&P ......................................................... 2
EQUIPE - LabCET ............................................................................................................................... 2
PREFCIO ............................................................................................................................................. 3
PREFCIO 2 .......................................................................................................................................... 4
SUMRIO .......................................................................................................................................... 6
O Autor ............................................................................................................................................... 8
1 INTRODUO HISTRICA S MQUINAS TRMICAS ................................................. 11
2 CRONOLOGIA DE EVENTOS HISTRICOS ....................................................................... 12
3 OS MOTORES A COMBUSTO INTERNA (M.C.I) ............................................................. 14
4 CLASSIFICAO E PRINCPIOS OPERATIVOS (M.C.I) ................................................... 15
5 PARTES PRINCIPAIS (M.C.I) ALTERNATIVOS.................................................................. 16
5.1 FASES DOS (M.C.I.) CICLO OTTO DE 4 TEMPOS................................................................... 17
6 CICLO DIESEL ......................................................................................................................... 19
7 DIAGRAMA PRESSO x VOLUME ...................................................................................... 20
8 EQUAO DA CILINDRADA E RELAO DE COMPRESSO ...................................... 22
9 NIKOLAUS OTTO .................................................................................................................... 24
10 RUDOLF DIESEL ................................................................................................................. 25
11 NICOLAS LONARD SADI CARNOT ............................................................................... 31
12 ALPHONSE BEAU DE ROCHAS ........................................................................................ 32
13 JEAN JOSEPH TIENNE LENOIR ...................................................................................... 32
14 JOSEPH WHITWORTH ........................................................................................................ 32
15 THOMAS SAVERY .............................................................................................................. 33
16 THOMAS NEWCOMEN ....................................................................................................... 33
17 JAMES WATT ....................................................................................................................... 34
18 SISTEMAS DOS (M.C.I.) ALTERNATIVOS ...................................................................... 36
18.1 SISTEMAS DE ALIMENTAO ........................................................................................ 36
18.2 CARBURADORES ................................................................................................................ 36
18.3 A BOMBA ELTRICA ......................................................................................................... 37
18.4 SISTEMA DE IGNIO ....................................................................................................... 39
18.5 SISTEMA DE IGNIO TRANSISTORIZADO ................................................................. 40
18.6 VELA DE IGNIO ............................................................................................................. 40
19 SISTEMA DE VLVULAS ...................................................................................................... 41
20 SISTEMAS DE LUBRIFICAO ........................................................................................ 46
20.1 ANIS DE SEGMENTO .................................................................................................... 46
20.2 RETENTORES DE VLVULAS ...................................................................................... 46
21 SISTEMA DE TRANSFERNCIA DE ENERGIA .................................................................. 47
22 SISTEMA DE ARREFECIMENTO ...................................................................................... 48
23 RELAO ESTEQUIOMTRICA ....................................................................................... 49
24 SONDA LAMBDA ................................................................................................................ 51
25 DETONAO ....................................................................................................................... 52
26 A GASOLINA PARA AVIAO ......................................................................................... 55
27 VELOCIDADE DE PROPAGAO DA CHAMA ............................................................. 56
28 AVANO DE IGNIO ....................................................................................................... 58
29 MELHOR APROVEITAMENTO DO TORQUE ................................................................. 59
30 TORQUE E POTNCIA ........................................................................................................ 61
31 DESEMPENHO DOS MOTORES ........................................................................................ 63
32 VOLATILIDADE .................................................................................................................. 65
33 OS VEICULOS DE 1000 CILINDRADAS ........................................................................... 67
34 O MOTOR FLEX E O GS NATURAL .............................................................................. 70
35 COMPONENTES ELETRNICOS ADAPTAO DE GNV ............................................. 71
36 COMPONENTES PARA INSTALAO DE GNV: corpo de borboleta tbi .................... 72
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
36.1 ESTUDO DE CASO ........................................................................................................... 74
36.2 COMENTRIOS ................................................................................................................ 75
37 AS GERAES DOS KITS PARA GNV ............................................................................. 76
38 CHUMBO TETRAETILA ..................................................................................................... 78
39 PR-IGNIO ....................................................................................................................... 79
40 RELAO DE COMPRESSO (TAXA DE COMPRESSO) ....................................... 80
41 INJEO ELETRNICA ..................................................................................................... 81
42 RETIFICAO DE MOTORES ........................................................................................... 82
42.1 RETIFICAO DO BLOCO DE CILINDROS ................................................................ 82
42.2 BRONZINAS - DEFORMAO DOS MANCAIS .......................................................... 82
42.3 BRUNIMENTO .................................................................................................................. 83
42.4 MANUTENO ADEQUADA ........................................................................................ 83
43 TECNOLOGIA FLEXIBLE FUEL (Flex) ............................................................................. 84
44 COMBUSTVEIS ................................................................................................................... 86
45 PODER CALORIFCO .......................................................................................................... 87
46 RENDIMENTO TRMICO x RELAO DE COMPRESSO .......................................... 88
47 NDICE DE OCTANO (OCTANAGEM) ............................................................................. 89
48 NDICE DE CETANO ........................................................................................................... 90
49 MOTOR A GASOLINA VERSUS MOTOR DIESEL .......................................................... 91
50 COMBUSTVEL GASOLINA .............................................................................................. 92
51 GASOLINA PODIUM ........................................................................................................... 93
52 GASOLINA PREMIUM ........................................................................................................ 94
53 GASOLINA TIPO A .......................................................................................................... 95
54 GASOLINA TIPO C ........................................................................................................... 96
55 GASOLINA TIPO CADITIVADA .................................................................................... 97
56 LCOOL ETILICO ANIDRO COMBUSTIVEL (AEAC) ................................................... 98
57 LCOOL ETILICO HIDRATADO (AEHC) ........................................................................ 99
58 COMBUSTVEL LCOOL (METANOL) ......................................................................... 100
59 ATIVIDADE PRTICA: ANLISE DE QUALIDADE DA GASOLINA BRASILEIRA 101
60 GNV Gs Natural Veicular................................................................................................ 104
61 GNV O Cilindro ................................................................................................................ 107
62 CAPACIDADE DOS CILINDROS ..................................................................................... 108
63 GNV Vlvula do Cilindro.................................................................................................. 109
64 GNV Segurana; documentos; Cuidados. ......................................................................... 110
65 BIOCOMBUSTVEIS .......................................................................................................... 112
66 LEOS VEGETAIS E BIODIESEL .................................................................................... 113
67 CONCLUSO ...................................................................................................................... 115
68 LABORATRIO DE MOTORES Breve Histrico .......................................................... 116
APNDICE 1 .................................................................................................................................. 117
APNDICE 2 .................................................................................................................................. 119
TEMPO DE VIDA TIL DO MOTOR ......................................................................................... 119
APNDICE 3 .................................................................................................................................. 121
DEFEITOS DO MOTOR QUANDO TERMINA A SUA VIDA MDIA TIL. ......................... 121
APNDICE 4 .................................................................................................................................. 122
PROVA 3 DO CONCURSO VESTIBULAR UFSC-2014. ........................................................... 122
GLOSSRIO .................................................................................................................................. 130
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... 132
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................ 133
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
O Autor
B
Gilson Nunes Maia
Tcnico responsvel pelas atividades
r
b
experimentais desenvolvidas no LabMotores
a desde 1987. Ministra o curso Motores a
r
a
combusto, para a comunidade interna e
externa a UFSC desde 1994;
S
c
Atua no LabCET Laboratrio de
h Combusto e Engenharia de Sistemas
i
e
Trmicos da Universidade Federal de Santa
m Catarina, desde 1999, como Coordenador
a
n
das atividades experimentais e aulas prticas
n de laboratrio, relacionadas com o uso
Gilson Maia - Praia do Campeche, vero 2012. racional de combustveis convencionais,
gasolina, gs natural, e renovveis como o biodiesel, bio-leo e biogs, em mquinas
trmicas e motores a combusto interna. Ministra as aulas prticas na disciplina Tpicos
Especiais em Cincias Trmicas V, do curso de Engenharia Mecnica da UFSC;
Atualmente aluno do curso de Engenharia Sanitria e Ambiental da UFSC.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
2 CONHECIMENTO E SABEDORIA
CONHECIMENTO E SABEDORIA (autor desconhecido)
Dois discpulos procuraram um mestre para saber a diferena entre Conhecimento e
Sabedoria. O mestre disse-lhes: Amanh, bem cedo, coloquem dentro dos sapatos vinte
gros de feijo, dez em cada p. Subam, em seguida, a montanha que se encontra junto a
esta aldeia, at o ponto mais elevado, com os gros dentro dos sapatos. No dia seguinte os
jovens discpulos comearam a subir o monte. L pela metade um deles estava padecendo de
grande sofrimento: seus ps estavam doloridos e ele reclamava muito. O outro subia
naturalmente a montanha. Quando chegaram ao topo um estava com o semblante marcado
pela dor; o outro, sorridente.
Ento, o que mais sofreu durante a subida perguntou ao colega: - Como voc
conseguiu realizar a tarefa do mestre com alegria, enquanto para mim foi uma verdadeira
tortura?
O companheiro respondeu: - Meu caro colega, ontem noite cozinhei os vinte gros de
feijo. comum que se confunda Conhecimento com Sabedoria, mas essas so coisas bem
diferentes. Se prestarmos ateno, podemos verificar que a diferena clara e visvel. O
Conhecimento o somatrio das informaes que adquirimos, a base daquilo que
chamamos de Cultura. Podemos adquirir Conhecimento sem sequer vivermos uma
experincia fora dos livros e das aulas tericas. Podemos nos tornar Cultos sem sairmos da
recluso de uma biblioteca. J a Sabedoria, por outro lado, o reflexo da vivncia, na prtica,
quer pela experimentao, quer pela observao, da utilizao dos conhecimentos
previamente adquiridos.
Para se ser Sbio preciso viver, experimentar, ousar, ponderar, amar, respeitar, ver e
ouvir a prpria vida. preciso buscar, sim, o conhecimento, a informao.
Deve-se atentar para no se tornar algum fechado em si mesmo e no prprio
processo de aprendizado. Fazer isso o mesmo que iniciar uma viagem e se encantar tanto
com a estrada a ponto de se esquecer para onde se est indo.
E isso no parece ser uma atitude muito sbia. Ento, sejamos Sbios: vivamos,
amemos e compartilhemos o que h em nossos coraes! E que saibamos cozinhar nossos
feijes...
http://pt.slideshare.net/rosanabc/conhecimento-e-sabedoria-historia-dos-gros-de-feijao
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
James Watt Esccia 1736 1819 83 1765 Inventou a mquina a vapor
com menos perdas de energia e que
tambm poderia gerar movimentos
circulares. Patenteou-a em 1769.
Aumentou a eficincia em 75% em
relao mquina de Newcomen. (29
anos)
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Os motores de 4t dividem-
se em trs principais partes:
cabeote, bloco de cilindros e
crter. Para os motores de 2t,
utilizamos a nomenclatura de:
tampa do cilindro, cilindro (ou
bloco de cilindros, quando houver
mais de um) e crter.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
O estudo termodinmico para descrever o ciclo acima, permite identificar o ciclo Otto
terico e o ciclo Otto real ou indicado. Teoricamente, as quatro fases so realizadas existindo
somente ar no interior do cilindro. No existe combusto, porm existe uma adio
instantnea (hipottica) de calor entre a fase 2 e a fase 3. J o ciclo Otto real ou indicado
obtido atravs de medies em motores sob condies normais de funcionamento. Mostra a
irreversibilidade e perdas de energia no computados no ciclo terico.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
9 CICLO DIESEL
As fases dos motores do ciclo Otto, como princpio de funcionamento, so semelhantes
ao do ciclo Diesel, mas h uma grande diferena. No ciclo Otto a mistura ar/combustvel ainda
que comprimida, precisa de uma centelha para dar incio ao processo de queima. J nos
motores Diesel, a mistura substituda por ar puro na fase de admisso, e comprimida a
uma razo bem maior que nos do ciclo Otto (16:1 a 24:1 para o ciclo Diesel). Essa maior
compresso d origem a uma elevao significativa da temperatura que, combinada com o
Diesel, pulverizado atravs de pequenos jatos e a alta presso, iniciam o processo de
combusto espontnea, isto evita o efeito de detonao que ocorre com o combustvel nos
motores do ciclo Otto, aumentando significativamente o rendimento volumtrico do motor
Diesel. Outras caractersticas dos gases de escape dos motores Diesel so os altos ndices
alcanados pela temperatura do fludo e pela presso na cmara de combusto: de 600C a
800C e de 65 kgf/cm2 a 80 kgf/cm2, respectivamente.
A diferena bsica entre os ciclos tericos Otto e Diesel consistem, no caso do Otto,
que o calor adicionado ao ciclo sob volume constante, e para o Diesel que o calor
fornecido a presso constante. Isso muda a relao entre o calor fornecido ao ciclo e o
aumento de temperatura dos gases na cmara de combusto e consequentemente a presso
no interior do cilindro. Os motores Diesel tm rendimento superior aos motores Otto, pois
trabalham sob uma maior relao de compresso.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
a) Ciclo Ideal
O combustvel, durante a passagem pelo motor, submetido a uma srie de
transformaes qumicas e fsicas, (compresso, combusto, expanso, transmisso de calor
com as paredes do cilindro, atrito viscoso devido presena das paredes, etc.), condies
que constituem o ciclo do motor e determinam a sua eficincia.
Um exame quantitativo terico desses fenmenos, levando em conta todas as
variveis, representa um problema muito complexo. Por este motivo, se recorre a diferentes
hipteses simplificativas. Para os ciclos termodinmicos as aproximaes s condies reais
normalmente empregadas referem-se ao ciclo ideal.
Legendas:
introduo instantnea de calor
subtrao instantnea de calor
W trabalho realizado pelo pisto
P presso
V volume
Patm. Presso atmosfrica
b) Ciclo Real
Na prtica, se comparam estes ciclos idealizados aos ciclos reais, obtidos em medies
no motor. Historicamente, estas medies eram obtidas por equipamentos mecnicos dotados
de um sensor de presso por mola, ligado rigidamente a um traador contnuo em rolo de
papel denominado indicadores e, por esta razo, o ciclo real se chama tambm ciclo
indicado. Ainda que os ciclos ideais no reproduzam exatamente os ciclos reais, eles
constituem uma referncia til para o estudo termodinmico, bem como para comparao de
motores.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
O ciclo real se obtm experimentalmente por meio de sensores de presso cujo sinal
permite desenhar o diagrama de presso versus volume, de um cilindro-motor funcionando.
(Oliveira Junior, Amir Antnio Martins, 2011 UFSC)
O diagrama indicado reflete as condies reais do ciclo e, portanto leva em conta
tambm as perdas de calor, a durao da combusto, as perdas causadas por atrito viscoso
no fluido, o tempo finito de abertura e fechamento de vlvulas, o transvasamento dos gases,
enquadramento da distribuio, trocas de calor entre gases e paredes dos cilindros, cmaras,
perdas por blow-by entre outros.
Legenda:
Figura 4: Diagrama PxV. Diferenas entre o ciclo Otto ideal e o ciclo real (indicado)
2
O ciclo ideal somente considera entrada de calor na combusto e sada de calor na exausto
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Onde: Onde:
Vc - volume da cilindrada; relao de compresso;
Z nmero de cilindros; Vi volume inicial;
D dimetro do cilindro; Vf volume final;
L curso do pisto. Vcc volume da cmara de combusto;
Vc volume da cilindrada.
a) Os Motores Automotivos
Um motor automotivo de combusto interna, como se conhece, converte a energia
qumica de um combustvel em potncia de eixo que, por sua vez, utilizada para movimentar
o veculo.
Essa converso de energia qumica se d pela queima do combustvel. Para que um
combustvel queime, ele precisa ser misturado com um comburente em determinadas
propores. O comburente utilizado o oxignio, abundante no ar atmosfrico.
A queima do combustvel em um motor automotivo se d na cmara de combusto. Os
cilindros dos motores so cmaras com volume varivel devido ao movimento do pisto.
Quando o pisto se encontra no ponto morto superior, o volume do cilindro mnimo;
reciprocamente, no ponto morto inferior, o volume mximo. A soma dos volumes mximos
dos cilindros define a capacidade cbica do motor, ou cilindrada. Um motor 1.4, conforme
referncia comercial que determina o tamanho do motor. Se for dotado de quatro cilindros,
significa que sua capacidade cbica de 1.4 litros, e que cada cilindro tem 350 mililitros de
volume deslocado aproximadamente.
b) Rendimento Volumtrico
O rendimento volumtrico (v) pode ser interpretado como a massa de ar e combustvel
realmente admitido, dividido pela massa terica admitida. O desempenho do motor est
diretamente relacionado com sua capacidade de encher seus cilindros com ar. De fato, a
expanso do ar no interior dos cilindros que movimenta os pistes. A expanso do ar obtida
pela queima do combustvel nele misturado. A queima da mistura promove um drstico
aumento da temperatura, fazendo com que seu volume aumente proporcionalmente. Portanto,
quanto mais ar dentro dos cilindros, melhor o desempenho do motor.
Visando maximizar a admisso de ar nos cilindros, vrias tecnologias surgiram, tais
como motores com quatro e cinco vlvulas por cilindro, turbos compressores e compressores
mecnicos. Entretanto, a quantidade de ar nos cilindros no est relacionada com seu
volume, mas com sua massa. Assim, quanto mais denso o ar, maior a massa de ar admitida
no cilindro. por isso que um motor funcionando ao nvel do mar tem desempenho superior
do que se funcionasse em elevadas altitudes.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
A partir do que precede fica evidente que a massa de combustvel e a quantidade de ar
que se introduz no cilindro devem ter uma relao rigorosa, exata, e que a energia oferecida
pelo motor depende principalmente da quantidade de ar e combustvel utilizados.
Quanto maior o volume de ar admitido no cilindro, tanto maior resulta a quantidade de
combustvel que pode queimar-se, e em consequncia, maior a energia que produz o motor.
O rendimento volumtrico indica o maior ou o menor grau de enchimento do cilindro.
Define-se como a relao entre o peso efetivo de ar, introduzido no cilindro durante a unidade
de tempo que o pisto leva do ponto morto superior, em direo ao ponto morto inferior, e o
peso de volume do ar que teoricamente deveria introduzir-se ao mesmo tempo, calculando a
base da cilindrada unitria, e as condies de temperatura e presso no cilindro.
Onde:
te = Rendimento Trmico efetivo
Q1 = Calor adicionado (fornecido ao sistema)
Q2 = Calor retirado (eliminado pelo sistema)
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
12NIKOLAUS OTTO
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
13 RUDOLF DIESEL
Em 1890 concebeu a ideia que mais tarde resultaria no motor, diesel cuja patente
obteve em 1892. No ano seguinte publicou uma descrio terica e prtica de seu mecanismo
no livro Theorie und Konstruktioneines rationellen Wrmemotors, (teoria e construo de um
motor trmico racional).
Em 1900, Diesel foi para os Estados Unidos, onde tinha grande prestigio, mas arruinou-
se em maus negcios e voltou a Europa. Ao que parece Diesel morreu ao cair ao mar durante
uma travessia do Canal da Mancha, de Anturpia para Londres em 29 de setembro de 1913.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
14 BLAISE PASCAL
16 ROBERT BOYLE
Ele tambm atrado pela qumica, notadamente no seu tratado "Of the Atomicall
Philosophy" onde aparecem ideias atomsticas. Emite tambm crticas ao "Qumico Vulgar",
aquele que no tem um mtodo filosfico para estudar a natureza.
Durante esta estadia em Oxford, antes de sua ida para Londres em 1668, sua atividade
literria foi intensa. A lista das publicaes grande e elas foram feitas pela recente
criada Royal Society nas "Philosoficals Transactions" cujo primeiro secretrio, Henry
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Oldenburg, iniciou em 1665. Suas obras foram tambm publicadas em latim, que era a lngua
cientfica da poca. Boyle multiplicou as obras experimentais durante a vida inteira.Sua obra a
mais notvel "Experiments, Notes, &c., about the Mechanical Origin or Production of Divers
Particular Qualities (1675)".
Publicou tambm obras de Medicina como "Memoirs for the Natural History of Human
Blood (1684)". Nas duas ltimas dcadas de sua vida publicou trabalhos de Teologia como
"Excellency of Theology, Compared with Natural Philosophy(1674) ".
17 DENIS PAPIN
Denis Papin, nascido em 22 de agosto de 1647, em Blois,
na Frana, morreu em Londres, em 1712 na Inglaterra. O
fsico britnico nascido na Frana, inventou a panela de
presso e sugeriu a utilizao do primeiro cilindro e pisto do
motor de vapor. Embora seu projeto no era prtico, foi
melhorada por outros e levou ao desenvolvimento da
mquina a vapor, uma grande contribuio para a Revoluo
Industrial.
Denis Papin foi o inventor da clebre Marmita de Papin (mquina a vapor), apresentada
em 1679, que precedeu a inveno do autoclave e a panela de presso.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
18 BENJAMIM THOMPSON
Rumford tinha observado o calor de atrito gerado pela usinagem da boca do canho no
arsenal de armas em Munique. Rumford imergiu um canho em gua e preparou a ferramenta
de perfurao (broca) especialmente desgastada. Ele mostrou que a gua poderia ser fervida
dentro de horas e o meio de fornecimento de calor pelo atrito parecia inesgotvel. Rumford
confirmou que nenhuma mudana fsica teve lugar no material do canho, comparando os
calores especficos do material usinado com os restantes.
Rumford argumentou que a gerao aparentemente indefinido de calor era incompatvel com
a teoria calrica. Ele sustentou que a nica coisa relacionada com o calor estaria associado
ao movimento.
Rumford no fez qualquer tentativa para quantificar ainda mais o calor gerado ou para medir o
equivalente mecnico do calor. Embora este trabalho se apresentou com uma recepo hostil,
foi posteriormente importante para estabelecer as leis de conservao de energia no final do
sculo XIX.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
GMaia 31
MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
23 JOSEPH WHITWORTH
GMaia 32
MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
24 THOMAS SAVERY
Thomas Savery. Engenheiro militar, mecnico, inventor e
industrial ingls nascido em Shilstone, Devonshire, prxima a
Plymouth, considerado o pai da mquina a vapor, pois inventou e
patenteou (1698) uma mquina vapor realmente prtica, para
esvaziamento da gua de infiltrao das minas de carvo, a Mine's
Friend Machine,
Ele descobriu uma maneira de se arranjar tanques e
operaes manuais para se utilizar vapor e sua energia para
bombear gua de um poo. Ele usou os trabalhos de Denis Papin, as
observaes de Torricelli sobre o vcuo e as de Della Porta sobre a
capacidade de elevao da suco, alm da tcnica de condensao
proposta por Thornton. Sua pioneira mquina a vapor realmente
prtica possua vlvulas operadas manualmente, abertas para
permitir a entrada do vapor em um recipiente fechado. Despejava-se gua fria no recipiente
para resfria-lo e condensar o vapor.
O inventor do motor a vapor foi apresentado na Real Sociedade de Londres (1699) e
morreu em Londres, 16 anos depois. A inveno do motor a vapor, no sc. XVIII, deu incio
Revoluo Industrial, facilitando a produo em massa nas fbricas e os transportes.
25 THOMAS NEWCOMEN
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
A utilizao de presso de ar, em vez da fora de vapor de alta presso no ciclo
classifica este mecanismo como um motor atmosfrico. O motor tambm designado como a
segunda mquina auto acionada, sendo o primeiro os relgios. Manteve-se em uso,
principalmente nas minas de carvo da Europa, por quase 50 anos at que os motores mais
eficientes de Watt se tornaram popular. Newcomen morreu em Londres, Inglaterra, em 05 de
agosto de 1729.
26JAMES WATT
O matemtico e engenheiro James Watt, nasceu em
Greenock, Esccia, a 19 de Janeiro de 1736. Passou muito tempo
na oficina de seu pai ajudando a construir modelos. Estudou a
fabricao de equipamentos em Londres durante um ano voltando
depois Esccia, onde investiu na fabricao dos seus prprios
mecanismos, acabando por trabalhar numa oficina da Universidade
de Glasgow.
Comeou a fazer experincias com a mquina de vapor
quatro anos aps ter aberto a sua loja e conseguiu mostrar que 80%
do calor produzido consumido para aquecer o cilindro uma vez
que o vapor era condensado e separado num compartimento do
pisto que mantm o cilindro temperatura do vapor injetado.
Watt desenvolveu ento, em 1769, um novo tipo de mquina, na qual o vapor era
liberado para a atmosfera atravs da abertura de uma vlvula, o que evitava as desvantagens
da condensao do vapor por ao de um jato de gua fria. A abertura e o fechamento da
vlvula de escape era feita por um complexo sistema de engrenagens e canais de
transmisso, comandados por um eixo que se movia em conjunto com o mbolo.
Para isso desenvolveram-se diversos mecanismos de vlvulas, instalados numa caixa
de distribuio que permitia que o vapor escapasse alternadamente por cada um dos setores
definidos pelo mbolo no interior do cilindro. Dois pndulos cnicos, constitudos por duas
esferas que se moviam numa trajetria circular num plano horizontal, eram utilizados para
acionar uma segunda vlvula no sistema de escape da mquina, permitindo regular o fluxo de
vapor e, portanto, a velocidade da mquina.
Este mecanismo conhecido por regulador de Watt, em homenagem ao seu inventor.
O motor de Watt usava 75% menos carvo que o motor original de Newcomen.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gottlieb_Daimler
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
29.2 CARBURADORES
Fonte: MANUAL TCNICO Curso Metal Leve Motores de Combusto Interna. 8 Edio. So Paulo, 1995
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Figura 2: Conjunto aberto - corpo da bomba de linha, rotor e escovas. Fora do tanque
a) Os Filtros
Os modelos de bombas de combustvel submersas no tanque possuem um pr-filtro
em sua extremidade, filtro primrio, que impede a possibilidade de corpos estranhos alojarem-
se no interior da bomba, que venham comprometer o funcionamento. O pr-filtro , um
componente fundamental para garantir a ausncia de partculas abrasivas no circuito do
combustvel que viriam a provocar desgaste prematuro no sistema. Deve ser limpo e avaliado
ou substitudo preventivamente a cada 30.000 km e obrigatoriamente trocado quando a
bomba de combustvel for substituda.
Recomenda-se inspeo interna no tanque de combustvel para avaliar o estado em
relao a possveis impurezas. Os filtros descartveis instaladas nas linhas de
abastecimentos, antes da bomba, necessitam ser substitudos a cada 15 mil quilmetros
conforme recomendao do fabricante.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
A vida til das bombas
Os motores com injeo eletrnica usam bombas eltricas para deslocar e pressurizar
o combustvel, esta pea relativamente frgil, a julgar comparativamente pelo aparato
eletromecnico do alternador, essencialmente robusto, por exemplo, referida bomba funciona
sem parar enquanto o motor estiver ligado ao longo de toda a vida til do automvel ao
contrrio de alguns sistemas que usam motores eltricos similares, porm so ligados por
perodos muito curto prolongando a utilizao do componente, tais como, o motor de partida,
motor eltrico do limpador de para-brisas, vidro eltrico, trava eltrica, ventoinha para
arrefecimento do radiador, entre outros de constituio eltricas semelhantes, porm com
tempo de uso extremamente diferentes.
Figura 5: coletor de
escovas
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
2 4 3 1
Figura 10 Principais componentes do sistema de ignio.
Fonte: MANUAL TCNICO Curso Metal Leve Motores de Combusto Interna. 8 Edio. So Paulo, 1995
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
29.5 SISTEMA DE IGNIO TRANSISTORIZADO
Neste sistema o platinado substitudo por um sensor magntico formado por
um im permanente e por uma bobina de captao de tenso. O im permanente possui uma
salincia para cada cilindro sendo este o substituto do came convencional. O resto do sistema
do distribuidor permanece inalterado.
Como a tenso na sada do sensor muito pequena usa-se um amplificador de
pulsos para excitar o transistor que liga e desliga o primrio da bobina.
Fonte: MANUAL TCNICO Curso Metal Leve Motores de Combusto Interna. 8 Edio. So Paulo, 1995
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
30 SISTEMA DE VLVULAS
Fonte: MANUAL TCNICO Curso Metal Leve Motores de Combusto Interna. 8 Edio. So Paulo, 1995
Com o passar do tempo, poder ocorrer uma variao destes valores, o que
comprometer o funcionamento normal do motor. Se houver uma folga excessiva, isto
ocasionar um rudo caracterstico e provocar um maior desgaste nos cames. Caso ocorra
uma reduo destas folgas, isto poder levar as vlvulas a trabalharem sempre abertas.
Sendo assim, importante que se verifiquem estas folgas e se cuide para que estejam
sempre dentro das especificaes. O prazo para verificao a cada 15.000 Km, sendo que a
primeira deve ser realizada aos 7.500 Km.
a) Diagrama de vlvulas
As regulagens feitas nos motores de combusto interna tm por finalidade aumentar o
trabalho til desenvolvido por ciclo e manter o motor em uma condio de funcionamento que
aperfeioe a operao do conversor cataltico. Estas regulagens podem ser obtidas tanto no
prprio projeto do motor, como a dimenso e a abertura da borboleta do acelerador, o
avano das aberturas das vlvulas de admisso e descarga e o atraso do fechamento das
vlvulas de descarga e de admisso, bem como na regulagem dinmica durante a operao,
e na variao do avano de ignio e, do avano de injeo.
No diagrama polar abaixo possvel identificar o cruzamento de vlvulas de um motor
tpico. Dependendo do motor, especialmente aqueles com maior potncia, tanto maior poder
ser o ngulo que determina o avano e o atraso no fechamento das vlvulas tornando o
sistema exposto a transvasamentos que podem culminar com os efeitos da combusto
indesejada no coletor de admisso.
Legenda:
APMI antes do ponto morto inferior
APMS antes do ponto morto superior
DPMI depois do ponto morto inferior
DPMS depois do ponto morto superior
c) A sede de vlvulas
O anel de assentamento de vlvula, a sede, em conjunto com a vlvula, forma um
sistema tribolgico3 que, mesmo depois de milhes de ciclos, deve garantir a vedao
adequada. Assim, os motores modernos exigem taxas de desgaste que garantam o
funcionamento dos mecanismos de vlvulas, livres de manuteno, sem a necessidade de
compensao da abertura de vlvulas mesmo aps os 300.000 km. Condies extremamente
exigentes de funcionamento que podem ser alcanadas, mas que, sabidamente, estrapolam
os requisitos de projeto.
Para garantir essa condio se investe em estudos do atrito, onde se analisa o
desgaste e a lubrificao presentes, determinando que a resistncia ao desgaste e a fora ou
coeficiente de atrito, no so dependentes apenas dos materiais envolvidos em movimento
relativo ou do material que as compe. A rugosidade superficial, a presena de xidos, a
contaminao dos lubrificantes por materiais abrasivos, o tipo de deteriorao envolvido e as
condies do ambiente, afetam sobremaneira a incidncia dos fenmenos prematuros de
desgastes.
3
Tribologia. Com a necessidade de especificar um sistema para delimitar o campo de validade das propriedades
adotou-se o nome de Tribossistema ou Sistema Tribolgico. Segundo Horst Czichos, criador das propostas. A estrutura
consiste em quatro elementos constituindo o sistema: Corpo, Contra-Corpo, Meio Interfacial e Ambiente.(neste caso: vlvula,
sede, combustvel, calor) LEAL, L. C.(1981) Apostila de Tribologia.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
A vedao se realiza, em geral, por meio de uma superfcie tronco-cnica ligada
periferia do prato. Esta superfcie se apoia sobre um assento que coincide ligeiramente menor
que a da vlvula para assegurar a vedao com o desgaste. A vlvula se abre, desviando-se
para o interior da cmara de combusto. Esta condio favorece a vedao, uma vez que a
presso dos gases se ope sua abertura.
O deslocamento completo da vlvula desde sua posio de fechamento at a de
abertura, durante a primeira fase de seu movimento alternativo, se faz por meio de uma came,
diretamente sobre o tucho, ou atravs de varetas e balancins. O eixo gira acionado pelo
sistema de comando de vlvulas, atravs de uma engrenagem (corrente ou correia dentada)
ligados ao eixo do motor, o virabrequim.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
31 SISTEMAS DE LUBRIFICAO
O sistema de lubrificao do motor colocado sob presso atravs de uma
bomba, que pode ser de engrenagens, com rotores (trocoidal), de palhetas entre outras.
Fixada ao bloco do motor a bomba comandada comumente por engrenagens, atravs da
rvore de comando auxiliar ou do comando de vlvulas. Uma vlvula limitadora controla a
presso do sistema. Durante a admisso o leo filtrado atravs de um filtro de rede no corpo
de admisso e, a seguir, atravs de um elemento filtrante que pode ser substitudo, existente
na linha de alimentao.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
pequena parcela de leo passando para a cmara de combusto e queimando-se junto com a
mistura ar/combustvel.
33 SISTEMA DE ARREFECIMENTO
Os motores a combusto interna so mquinas que devem operar sob uma
determinada faixa de temperatura. Um eventual superaquecimento provoca diminuio do
rendimento e pode at mesmo provocar graves avarias, como a fuso do motor (o motor
fundiu) devido a resposta dos materiais metlicos s altas temperaturas.
Existem dois tipos de sistema de arrefecimento mais difundidos: arrefecimento a ar e
arrefecimento a gua. Arrefecimento a ar tem uma capacidade menor de refrigerao sendo
utilizado em motores de motocicleta de baixa cilindrada e nos motores Volkswagen do tipo
Boxer (cilindro contrapostos) que equipam o Fusca, a Kombi entre outros.
J para motores com cilindros em linha, em V ou com outra disposio onde a
superfcie de troca de calor entre os cilindros e o ambiente seja pequena, o arrefecimento a ar
insuficiente. Nestes casos necessrio um sistema de arrefecimento a gua, que possui
uma capacidade trmica maior do que a do ar.Um sistema tpico de arrefecimento a gua
funciona pela circulao de gua no interior do motor. Esta gua entra a baixa temperatura,
resfria o motor atravs de canais internos e deixa o motor por sua parte superior, se a vlvula
termosttica estiver aberta, a uma temperatura maior do que a que entrou. A gua ento
segue at o radiador, onde transfere calor para o ambiente atravs da ao de um ventilador
popularmente conhecido como ventuinha, retornando ao motor pela parte inferior, reiniciando
o ciclo de arrefecimento.
Fonte: MANUAL TCNICO Curso Metal Leve Motores de Combusto Interna. 8 Edio. So Paulo, 1995
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
A temperatura de trabalho do motor varia para cada combustvel da, o aumento da
importncia da vlvula termosttica para o bom funcionamento dos motores do tipo flex, que
funcionam com gasolina, lcool ou qualquer proporo da mistura entre os dois.
O funcionamento da vlvula termosttica eletrnica, patenteada pela Ford, similar ao
funcionamento de uma vlvula termosttica comum, exceto pelo fato que a cera, elemento
sujeito a variao de volume por ao do calor, pode ser aquecida tambm por uma
resistncia eltrica do tipo PTC. Isso significa que a vlvula termosttica eletrnica pode
funcionar tanto pela gua aquecida do motor quanto pelo acionamento do aquecedor.
Fonte: www.oficinabrasil.com.br/tcnicas - escrito por Fabio Ribeiro.
34 RELAO ESTEQUIOMTRICA
CH + 2O CO + 2HO
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Alm do metano o gs natural pode conter etano, CH, propano, CH, e butano, CH.
Os dados acima foram obtidos de PETROBRAS Distribuidora S/A, atravs do servio de
Atendimento ao Cliente referente a consulta virtual enviada para os engenheiros Qumicos
responsveis, e o informativo da PETROBRAS, Produtos Petrobras REGAP Refinaria Gabriel
Passos, Betim MG. Abril de 1997, e o livro, Tecnologia da Industrial do Gs Natural, 1 edio
2008.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
35 SONDA LAMBDA
Diz-se mistura rica quando a quantidade de ar aspirado pelo motor for menor que a
quantidade estequiomtrica (quantidade de ar terica) e, neste caso, o coeficiente lambda
<1.Por outro lado diz-se mistura pobre quando a quantidade de ar aspirado pelo motor for
maior que a quantidade estequiomtrica (quantidade de ar terica) e, neste caso, o coeficiente
lambda >1.
a) Relao Ar-Combustvel
Em um motor que usa combustvel lquido, gasolina, por exemplo, a mistura ar-
combustvel composta de minsculas gotas de combustvel dispersas no ar. Como os
lquidos apresentam densidade muito maior que a do ar, as gotas ocupam pouco espao no
volume total da mistura, e o espao restante todo ocupado por ar atmosfrico.
Ao se utilizar um combustvel gasoso, o gs natural veicular, por exemplo, a mistura ar-
combustvel ter caractersticas de uma mistura homognea de gs combustvel e ar. A
densidade dos gases da mesma ordem de grandeza, o que significa que o combustvel gs
natural ocupa mais espao no volume da mistura do que um combustvel lquido, fazendo com
que sobre menos espao para o ar. O motor que utiliza combustvel gasoso atravs dos
convencionais misturadores, que no estiver perfeitamente adaptado, admite menos ar do que
se utilizasse combustvel lquido sem os misturadores, levando em conta as mesmas
dimenses do motor em questo
Observa-se no grfico abaixo a relao entre o fator lambda e a tenso mV (milivolt)
que ir alimentar a ECU. (unidade de controle do motor).
= 1 mistura ideal
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
36 DETONAO
A detonao pode ser definida como uma combusto proveniente da reao rpida e
espontnea de uma parte da mistura ar/combustvel quando esta submetida a altas
presses e temperaturas originadas da combusto normal. Uma das formas do surgimento da
detonao ocorre quando a mistura ignificada pela centelha da vela e a combusto se
processa normalmente at que a frente de chama avanando, superaquece, por compresso,
os gases ainda no queimados. Surge ento uma chama no controlada, que pode provocar
algo semelhante a uma exploso na cmara.
Essa frente de chama secundria avana com velocidade supersnica at colidir com a
frente original, criando o rudo caracterstico conhecido como batida de pinos, que ressoa
sobre as paredes e as superfcies da cmara, que identificamos como detonao. A
detonao cria uma exploso com presses e velocidades elevadas dentro da cmara.
Como o motor no pode efetivamente utilizar essa energia, ela dissipada na forma de
calor e vibraes de alta freqncia, que podem exercer esforos sobre os pistes e os anis
alm dos seus limites de resistncia mecnica. Os topos so perfurados, as cabeas sofrem
eroses, a zona dos anis so fraturadas e os prprios anis quebrados, tudo isso devido a
essa energia no utilizada.
As principais causas que podem provocar a detonao so:
Relativas ao combustvel:
combustvel inadequado, com baixo ndice de octanagem (baixo poder
antidetonante);
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
a) Nmero de Octano e Octanagem dos Combustveis Lquidos
A qualidade dos combustveis permanentemente avaliada para garantir as suas
propriedades, levando em conta o seu nmero de octano ou o seu ndice antidetonante (IAD).
A octanagem de uma gasolina indica sua resistncia a detonao, em comparao com uma
mistura contendo iso-octano, na qual atribudo o nmero de octano igual a 100 (cem), e ao
normal eptano, n-eptano com nmero de octano igual a 0 (zero). O combustvel ensaiado ter
uma octanagem igual a 91 (noventa e um) se durante os testes apresentar a mesma
resistncia a detonao de uma mistura contendo 91% em volume, de iso-octano, e 9% em
volume de n-eptano. [Produtos Petrobras Gasolina Automotiva, REGAP, 1997]
O nmero de octano indica a resistncia detonao dos combustveis que se utilizam
nos motores do ciclo Otto. Quanto maior esse ndice mais controlado estar a combusto da
mistura e menor a possibilidade de acontecer a autoignio do combustvel. Os motores de
ignio por centelha tm limitado a sua relao de compresso de 8:1 a 12:1, devido a
tendncia a detonao. A relao de compresso determina o tipo de combustvel a ser
adotado. Ao utilizar-se de um combustvel com o nmero de octanos baixo, incompatvel com
a relao de compresso do motor em questo, estar sujeito aos prejuzos da detonao.
Este fenmeno provoca uma expanso brusca e descontrolada da mistura reduzindo a
eficincia do motor.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
O Brasil e os Estados Unidos da Amrica adotam a tcnica em conformidade e com a
norma ASTM D-4814 que determina o ndice como sendo a mdia entre as octanagens MON
e RON, ou seja: IAD = (MON+RON) /2. O ndice antidetonante apresenta-se com um valor
sempre superior ao da octanagem motor (MON) Este detalhe deve ser levado em
considerao ao se comparar a resistncia detonao de combustveis em questo. O que
deve ser feito somente se for considerada a mesma caracterstica de seu desempenho
[Produtos Petrobras Gasolina Automotiva, REGAP, 1997].
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
O nmero de metano dever ser calculado de acordo com a ltima verso da
norma ISO 15403-1. Na verso ISO 15403-1:2006(E), considera-se o mtodo GRI do Anexo
D. Calcula-se inicialmente o Nmero de Octano Motor MON a partir da equao linear
emprica, funo da composio dos componentes discriminados. Em seguida com o valor
determinado para o MON calcula-se o nmero de metano ou NM a partir da correlao linear
entre NM e MON.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
39 AVANO DE IGNIO
Para o timo aproveitamento do processo de combusto da mistura ar combustvel nos
motores do ciclo Otto de ignio por centelha, seja combustvel liquido ou gasoso, a centelha
deve ocorrer antes do ponto morto superior (PMS). Este avano aplicado para dar tempo ao
processo de combusto total. O ngulo formado pela manivela em relao ao eixo longitudinal
do cilindro, no instante que salta a centelha na vela o ngulo de avano.
Aps a combusto ocorre aumento da temperatura e expanso do volume. A presso
originada desse processo desloca o pisto em movimento descendente com presso intensa.
O mecanismo biela-manivela responsvel pela transformao do movimento retilneo no
pisto em movimento circular na manivela. Desta maneira o calor transformado em energia
cintica rotacional. a transformao da energia qumica em energia de calor que por sua
vez transformada em energia mecnica.
A mxima potncia do ciclo alcanada com a correta determinao do ngulo de
avano. O pisto deve alcanar o PMS com a metade da presso por efeito da combusto da
mistura, regularmente nessas condies, a mxima presso se d entre os 15 e 25 depois
do ponto morto superior PMS.
Os graus de avano dependem fundamentalmente da velocidade de propagao de
chama e da distncia que ela tem de percorrer para que haja a combusto total.
O avano de ignio varia ao mudar o regime de rotao ou carga do motor, sobretudo
porque a durao da primeira parte da combusto, a de baixa velocidade, praticamente
independente do regime de rotao. Ao aumentar a rotao deve-se adiantar o ponto de
ignio modificando tambm a posio em graus, do ngulo de avano, garantindo que o
motor obtenha a mximo torque e a potncia, em qualquer regime de rotao.
O processo de desenvolvimento da propagao de chama e o tempo que leva at a
sua extino esto entre 30 e 90 graus de eixo de manivelas.
A combusto comea antes do final da compresso, continua no inicio da expanso e
termina no intervalo da maior projeo da curva de presso no interior do cilindro.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Ocorre com os motores que utilizam combustveis que tem velocidade de propagao
de chama lenta, em relao aos parmetros de projeto ao qual foi concebido. A ignio deve
ser definida em posio muito adiantada para compensar o tempo de queima da mistura ar-
combustvel, culminando com o fim do processo de combusto fora da faixa ideal de torque,
como pode ser observado na simulao das figuras ilustrativas abaixo, para a melhor
compreenso do exposto. Onde o X representa a distancia em relao ao centro do sistema
que dever ser multiplicado pela fora tangencial para determinar o torque.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
41 TORQUE E POTNCIA
O pisto o rgo do motor que recebe diretamente o impulso da combusto dos
gases e o transmite para biela. As dimenses bsicas de um motor de combusto interna de
movimento alternativo relaciona-se pelo dimetro do cilindro (dimetro do pisto), curso do
pisto, volume total da cilindrada e da cmara de combusto. Referidas dimenses
determinam as caratersticas de rotao, torque, potncia e consumo especfico.
A potncia efetiva do conjunto propulsor o trabalho realizado pelo motor por unidade
de tempo que pode ser representado por kW e expresso pela equao como segue na pgina
seguinte.
A combusto no cilindro tem incio antes do ponto morto superior e provoca o aumento
da presso e da temperatura, com isso resulta uma fora contra a cabea pisto e essa fora
determina o deslocamento do pisto, que o empurra para baixo em direo ao ponto morto
inferior. A fora transmitida atravs do pisto para a biela e dela para o virabrequim.
O ponto onde a biela se liga ao virabrequim est a certa distncia do centro do seu
eixo. A distncia horizontal muda durante a rotao do virabrequim e assim, o torque tambm
muda, j que torque igual fora multiplicada pela distncia.
O torque definido pela presso na rea do pisto, vezes o seu curso e tem como
resultado a produo de rotao no eixo de sada do motor, tendo como unidade quilograma
fora vezes metro [kgf.m]. Rotao do motor o nmero de giros que efetua a rvore de
manivelas por unidade de tempo e dada em rotaes por minuto [RPM]. A curva de
consumo especfico um grfico levantado experimentalmente. O consumo especfico a
massa de combustvel consumida, dividida pela potncia e esta multiplicada pelo tempo, em
gramas de combustvel por C.V./hora [g/CV. h].
Onde:
= potncia efetiva, W
= torque no eixo da rvore de manivelas (torque do motor), N.m
= rotao na rvore de manivelas (rotao do motor), rpm
= fora tangencial, (N)
= raio da circunferncia, (m)
= velocidade angular
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
A elevao da potncia do motor obtida com o aumento de sua rotao, enquanto
que o torque mximo do motor obtido aproximadamente com a metade dessa rotao. O
torque no eixo da rvore de manivelas obtido pela equao abaixo.
Onde:
= Torque no eixo da rvore de manivelas (virabrequim), (N.m)
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Figura 12: Diagrama que representa a fora tangencial aplicada a uma distancia do centro do eixo da
rvore de manivelas (virabrequim).
Para o entendimento da questo que envolve o melhor ponto para determinar o melhor
torque, faz-se uso do diagrama de foras que se apresenta na figura 12.
Para calcular a fora na haste da biela e o torque no eixo da rvore de manivelas do
mecanismo pisto, biela e manivela utilizam-se as expresses e os dados como seguem
abaixo.
Onde:
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Onde:
= Torque no eixo da rvore de manivelas (virabrequim), (N.m)
43 VOLATILIDADE
Volatilidade a propriedade que um combustvel tem de passar o mximo de sua
forma lquida para o estado de vapor com o mnimo de absoro de calor do ambiente, pode
ser definido como a tendncia de um lquido a evaporar. Essa qualidade de importncia
bsica nos motores com carburadores devido a influencia na razo vapor-ar nos cilindros no
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
instante da formao da mistura. A volatilidade do combustvel deve ser suficiente para pelo
menos provocar a partida a frio e em todas as condies de operaes do motor.
A grande maioria dos motores carburados, que funcionam com combustveis lquidos,
faz uso da tcnica de aquecimento dos coletores com a prpria gua do processo de
arrefecimento do motor. O processo de aquecimento do coletor de admisso condio
necessria para facilitar a vaporizao do combustvel liquido e a sua interao com o ar de
admisso.
Nos motores adaptados para a utilizao de gs natural veicular quando houver o
aquecimento dos coletores este dever ser bloqueado durante a utilizao do gs, e
novamente religado quando do retorno ao combustvel liquido. Se essa condio no for
atendida, a relao da mistura combustvel-ar tende a empobrecer diminuindo
significativamente a massa de combustvel na mistura interferindo diretamente no torque e na
potncia mxima.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Figura 20: Participao dos automveis novos de 1000 cilindradas no licenciamento de automveis
novos - 1990/2009 - ANFAVEA
Ainda com base no grfico acima observamos que a procura por veculos de 1000
cilindradas diminuiu ao longo dos ltimos anos. Em abril 2011, a comercializao de veculos
de 1000 cilindradas apresenta reduo significativa demonstrando o pouco interesse das
montadoras em manter a produo desses veculos.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Na tabela abaixo se observa a quantidade de modelos de veculos disponibilizados
pelas montadoras brasileiras e oferecidos para o publico consumidor. Usamos como exemplo
a montadora Fiat que fabricou 284 modelos de veculos de todas as cilindradas de 1997 a
2011 e somente 58 modelos so de 1000 cilindradas perfazendo um total de 20,4%. Hoje os
20 modelos oferecidos representam 7,0 % de todos os modelos fabricados no perodo.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Figura. 13 TBI corpo de borboleta completo de um sistema mono ponto. (single point)
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
a) Misturadores
Os misturadores, tambm conhecidos por mescladores, introduzidos nos sistemas de
admisso de ar dos motores, so mais uma das peas no processo de converso para gs
natural. Esses dispositivos podem ser fixados antes do corpo de borboleta, nos motores
carburados.
Os que utilizam injeo eletrnica, mono ponto (single point), e so dotados de
dispositivo TBI, tambm permitem a utilizao de misturadores mescladores de gs, inseridos
imediatamente aps o bico injetor.
Os misturadores restringem a passagem da tubulao de alimentao de ar dos
motores, com a inteno de permitir o acionamento da cmara de baixa presso dos
reguladores, pelo efeito Venturi, explicados pelo Princpio de Bernoulli que descreve o
comportamento de um fluido ao longo de uma tubulao.
Referida restrio determina que aumentando a velocidade do fluxo de ar atravs da
passagem, a presso no estreitamento diminui e nesse ponto est instalado o duto que
permite a comunicao com a cmara de baixa presso do regulador de presso. proporo
que a presso reduzida, abaixo da presso atmosfrica, ocorre a movimentao de um
diafragma instalado estrategicamente nos reguladores de presso que por sua vez acionam
uma alavanca posicionada por uma mola que permite a abertura de uma passagem liberando
o gs combustvel proporcional ao fluxo de ar deslocado pelos dutos de admisso. Por essa
razo tais sistemas se distinguem dos modernos kits que usam presso positiva e no
necessitam da restrio dos coletores.
Um misturador com dimetro muito grande proporciona baixa resistncia passagem
do ar que alimenta os motores, porm, no permite o acionamento da vlvula redutora de
presso tornando a ao inoperante. Misturadores com dimetro muito pequeno
proporcionam alta resistncia passagem do ar promovendo o acionamento do mecanismo
da vlvula, porm, interferem na alimentao de ar dos motores e consequentemente
comprometendo o torque e a potncia. O projeto de um misturador passa por rigorosos
comparativos, relacionados ao processo de anlises de desempenho dos motores, para
garantir o funcionamento em todos os regimes de transio sem perdas significativas de
potncia e torque permitindo a partida e a acelerao suave at a mxima solicitao.
Baseado nessa tcnica os misturadores so lanados no mercado para atender ao pblico
consumidor.
Mesmo com todos os cuidados na elaborao dos misturadores observaram-se
adaptaes em motores que se utilizam de misturadores ou mescladores e no conseguem
garantir a boa relao ar-combustvel. Os gases deslocam mais ar do que no caso dos
combustveis lquidos, isto , ocupam o lugar do ar com combustvel de menor densidade
relativa e, dessa forma, tendem a reduzir a mxima potncia fornecida.
Segue abaixo a figura de misturadores mescladores encontrados no mercado comum.
Observa-se a gama enorme de dimetros para atender aos variados tamanhos de motores
associados a seus deslocamentos volumtricos ou cilindrada.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Figura 15: 50 mm - Dimenso original da entrada Figura 16: 46 mm - Dimenso original da sada
do ar de admisso do corpo de borboletas de um do corpo de borboletas
motor a etanol com injeo eletrnica e 1800cc
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
47.2 COMENTRIOS
Ocorre algumas vezes que veculos que tiveram seus motores adaptados para gs,
funcionarem melhor com gs natural, do que com os combustveis lquidos como gasolina e
lcool. No raro encontrar-se proprietrios com veculos adaptados para gs natural,
comentarem que seus veculos andam bem melhor quando esto a gs natural.
A caracterstica gasosa do gs natural, a pureza da sua constituio e a ausncia de
contaminaes, associados baixa incidncia de peas mveis e ao nmero reduzido de
orifcios calibrados, fazem o sistema de gs natural mais confivel e mais durvel em relao
ao sistema que utiliza carburadores com dezenas de passagens de dimenses reduzidas
sujeitas a incrustaes e processos oxidantes de formao natural, provocando entupimento
dos carburadores e dificuldade na formao da mistura, bicos injetores que param de
funcionar por formao de goma e carbonizao, e ou obstruo por contaminantes.
Devem ainda ser observados dois conceitos: Um popular, de que cada usurio
costuma prestigiar sua iniciativa, dizendo sempre que a alternativa de combustvel que
adotou melhor, mesmo que preos de combustveis, no mercado, recomendem o contrrio.
E outro, de origem tcnica, que merece avaliao mais prolongada. O uso de gs natural
aumenta em muito a vida til do motor, com pequena influncia nas alteraes das
caractersticas do leo lubrificante. (Tomelin, H.A.)
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
e) 4 Gerao componentes para veculos com ignio eletrnica, injeo eletrnica e sistema
de alimentao de gs por injeo positiva.
5
Emulador programa que reproduz as funes de um determinado sistema de controle de um processo qualquer, para
permitir a execuo de outras instrues paralelamente. No caso dos kits de converso h necessidade de interromper, por
exemplo, a funo dos atuadores de injeo.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Mantm itens do terceira gerao exceto mescladores e controle eletrnico de vazo.
A vlvula reguladora projetada com dois estgios fornece presso de 4bar manomtrico. O
sistema de alimentao de gs por injeo positiva abandona os misturados atmosfricos
efetuando a injeo sob presso paralelamente aos eletroinjetores originais do veculo.
f) 5 Gerao componentes para veculos com ignio eletrnica, injeo eletrnica e sistema
de alimentao de gs por injeo positiva sequencial.
Mantm os mesmos componentes do equipamento de quarta gerao. A injeo de
gs feita por bicos injetores de forma sequencial no coletor de admisso. Dessa forma
impede a ocorrncia do retorno da chama e garante excelente desempenho em todas as
solicitaes impostas, relacionadas carga, torque, potncia e economia, permitindo o
controle mais amplo sobre as emisses.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
49 CHUMBO TETRAETILA
O chumbo tetraetila, antes de qualquer outra funo que lhe seja atribuda, um aditivo
utilizado para aumentar o poder antidetonante da gasolina. Adicionado em propores que
podem chegar a 0,28 gramas por litro de gasolina, so suficientes para mudar a caracterstica
do combustvel transformando-o num poderoso energtico capaz de suportar elevadas
presses de compresso, sem entrar em processo de detonao, elevando o rendimento
trmico do processo.
Em contrapartida o subproduto da combusto produz a formao de depsitos de
xidos de chumbo que iro depositar-se nas velas de ignio e na superfcie do catalizador,
rea impregnada de metais nobres que perdem a funo por causa dessa contaminao.
Para eliminar esta formao adiciona-se dibrometo de etila que na combusto se combina
com o xido de chumbo para formar brometo de chumbo, que voltil e expulso pelo
escapamento (Tomelin, 1987). O perigo maior est associado s consequncias negativas
para a sade do ser humano e para o equilbrio do meio ambiente, atingindo tambm os
animais e as plantas que estejam prximos a essas emisses.
Considerado altamente poluente interfere com o sistema nervoso do ser humano e
animais, foi completamente banido pela organizao mundial da sade. Alguns pases ainda
relutam em aceitar a proibio por questes politicas e econmicas.
a) Teste de Resistncia
O teste de 60mil quilmetros realizado pela revista especializada em veculos e
motores, no Brasil, Quatro Rodas edio 566, informa que apesar do kit de terceira gerao
ter sido reprovado por no apresentar o nvel de qualidade e tranquilidade que se esperava
para um carro zero quilmetro, mesmo assim o resultado foi positivo. Afirma o consultor
tcnico responsvel pelo desmonte: Virabrequim, cilindros e pistes e a parte de baixo do motor
esto zero quilmetros. A parte de cima (cabeote) funcionava como se fosse nova. a declarao.
Aps a desmontagem completa o motor apresentava-se em perfeitas condies, sem
relacionar qualquer avaria nas sedes das vlvulas e nenhum defeito mecnico para mostrar
(Moura, 2007).
b) A Stellite
A liga metlica Stellite6, surgiu nos Estados Unidos da Amrica para controlar
desgastes excessivos em peas com movimentos relativos, expostas a elevadas solicitaes.
Quando introduzidas nos revestimentos de vlvulas dos motores, e suas respectivas sedes,
revolucionaram o mercado permitindo o uso de gasolina sem chumbo. Todos os motores
desde 1971 receberam essa melhoria que viria a prevenir o desgaste prematuro nas peas.
A Estelita, como conhecida no Brasil, tem uma elevada lubricidade, isto garante sua
capacidade de deslizar sobre outro material, o que a torna muito mais resistente que o ao
normal que no possui esta caracterstica. A Estelita tem tambm uma elevada resistncia ao
calor, ao desgaste e corroso.
Essa tecnologia alcanou tambm a indstria de instrumentos cirrgicos, e aeronutica
no desenvolvimento de ps das turbinas de avies e ainda em ferramentas de corte em que a
resistncia ao desgaste seja importante.
6
Stellite: Estelite ou Estelita uma liga de cromo e cobalto especialmente resistente ao desgaste. Pode ser composto
tambm por tungstnio, carbono e outros elementos. Foi inventada pelo americano Elwood Haynes, criador da companhia
que viria a produzir e comercializar a sua descoberta, a Haynes Stellite co.
O nome portugus deriva da marca registada "stellite" havendo tambm quem lhe chame "talonita". (Wikipdia, 2011.)
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
50 PR-IGNIO
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Relao de
compresso corresponde relao
entre o volume do cilindro somado
ao volume da cmara de
combusto dividido pelo volume da
cmara de combusto. Sendo V o
volume de um cilindro e v o volume
da cmara de combusto de um
cilindro temos:
Tc = (V + v) / v
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
52 INJEO ELETRNICA
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53 RETIFICAO DE MOTORES
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53.3 BRUNIMENTO
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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Um fator importante que foi levado em considerao pelas montadoras foi o descrdito
por parte dos consumidores, quanto a ineficincia do etanol em determinadas situaes, como
por exemplo, nas problemticas partidas 'a frio'. No inicio foi adotado um coletor de admisso
que possui um sistema interligado a um reservatrio de gasolina, que automaticamente injeta
esse combustvel nos dutos quando a temperatura ambiente muito baixa. Nos sistemas
mais atuais utilizam-se pequenos aquecedores eltricos instalados nos bicos injetores para o
aquecimento do lcool (ou mistura com gasolina) eliminando o problema.
Outros sistemas foram reestudados por causa das caractersticas particulares do
lcool: as vlvulas injetoras tiveram a vazo ampliada, as sedes de vlvulas receberam
tratamento anticorrosivo, e novas velas de ignio foram desenvolvidas. A bomba de
combustvel foi redimensionada, para proporcionar uma vazo equilibrada entre o lcool e a
gasolina. O 'cnister' (sistema de controle das emisses evaporativas), que encontrado
apenas em motores a gasolina, continua sendo usado.
O SOFTWARE. Desenvolvido h sete anos, paralelamente pela Robert Bosch e
Magneti Marelli (da qual vem a denominao SFS - Software Flex Fluel Sensor), este software
pode ser considerado como uma das partes mais importantes desta nova tecnologia. Ele foi
compilado levando em conta aquele que seria o principal problema encontrado pelos
sensores, responsveis pela emisso dos dados do motor central eletrnica: a grande
mistura de gua existente no lcool etlico.
Em operao, ele recebe e traduz informaes sobre tudo o que acontece no motor,
fazendo um aprendizado e uma atualizao automtica a todo instante. Esse sistema se auto
programa cada vez que a bateria retirada, quando h uma variao do nvel de combustvel
no reservatrio, quando h perda de alimentao da central eletrnica (panes em circuitos
eltricos) e tambm na primeira partida do motor nesse caso, usando a partida ' frio'
quando se usa apenas lcool ou a convencional, quando est usando gasolina. O sistema
tambm analisa a ps-combusto, readequando os parmetros de emisso de poluentes e
economia de combustvel.
Esses efeitos proporcionam uma melhora constante nas condies de entrosamento
entre motor e transmisso, que fazem com que o veculo proporcione uma direo suave e de
alto desempenho. Em sistemas mais atuais foram agregados sensores que quantificam a
mistura lcool-gasolina j no tanque de combustvel informando a central eletrnica que ento
j muda seus parmetros para nova realidade. Em 2004 a Chevrolet lanou seu primeiro
modelo multiflex trifuel, que pode operar utilizando lcool, gasolina ou gs. Este veculo
apresenta uma chave comutadora, para gs natural ou lcool-gasolina. Os princpios bsicos
de funcionamento so semelhantes ao flexfuel.
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55 COMBUSTVEIS
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56 PODER CALORIFCO
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70
Rendimento Trmico do Ciclo Otto (%)
60
50
40 R e n d im e n to T rm ic o = 1 - 1 / (tx c o m p r e s s o )^ (k - 1 )
k = re la o e n tr e o s c a lo re s e s p e c ifc o s d o c o m b u s tiv e l
30
20
10
0
0 4 8 12 16 20
Relao
T a x a de
d eCompresso
C o m p re s s o
Figura 20: Grfico relacionando rendimento trmico versus relao de compresso. Ciclo Otto.
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59 NDICE DE CETANO
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a) Mistura ar-combustvel
As maiores diferenas de eficincia surgem quando os motores esto em regime de
marcha-lenta ou de carga parcial. Nestes casos necessrio uma quantidade muito menor de
combustvel para faz-los funcionar.
Mas, em um motor a gasolina, no se pode reduzir a quantidade injetada de
combustvel abaixo de certo limite, porque a cmara de combusto deve ter nvel de
preenchimento mnimo, caso contrrio o motor simplesmente apaga.
Por isso, a mistura submetida a um controle de relao, para que no entre ar
demais, quebrando o equilbrio da mistura ar-combustvel. J um motor diesel permite que a
proporo ar-combustvel chegue at a uma relao de 100 para 1(cem partes de ar para uma
de combustvel) sem que ele pare de funcionar.
At hoje os motores diesel tm apresentado uma eficincia muito superior em regimes
de carga parcial quando comparados com motores a gasolina, mas os motores a gasolina
geram maior potncia para um dado tamanho de motor.
Para saber mais: http://www.musicombustion.com/ O motor a gasolina MUSIC agora
demonstrou eficincias em regime de carga parcial to boas quanto a dos motores diesel,
mas a um custo mais baixo. Na maioria dos veculos, a maior parte de sua vida operacional
gasta em regimes de carga parcial ou marcha-lenta," diz Merritt.
A empresa do Dr. Merritt, a Powertrain Technologies, j firmou acordo com a Ford, que
comeou a testar o motor MUSIC desde 2009. A expectativa que a reduo do consumo de
combustvel chegue a 25% em relao aos motores a gasolina convencionais. Alm disso,
como consome menos combustvel em regimes de baixa rotao, o novo motor dever emitir
menos poluentes.
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61 COMBUSTVEL GASOLINA
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62 GASOLINA PODIUM
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63 GASOLINA PREMIUM
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64 GASOLINA TIPO A
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65 GASOLINA TIPO C
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O lcool Etlico Hidratado AEHC, utilizado como combustvel para queima direta em
motores do Ciclo Otto, possui um teor alcolico inferior ao lcool anidro combustvel,
especificado entre 93,2 % +/- 0,4. O lcool tem a vantagem de ser uma fonte de energia
renovvel e menos poluidora que os derivados do petrleo, o que estimulou o
desenvolvimento de uma tecnologia nacional, o PROLCOOL.
As primeiras investidas registradas no Brasil remontam a 1927. Em 1933 foi criado o
Instituto do Acar e do Alcool IAA, estimulando o uso de outras fontes de lcool alm da
cana de acar. Em 1934 instalou-se uma bomba de lcool produzido a partir da mandioca. O
Pr-lcool teve seu auge entre 1986 e 1989, quando mais de 90% dos automveis que saam
das linhas de montagem das fbricas nacionais eram movidos lcool. O exterior teve tmidas
iniciativas no passado; a Alemanha utilizou-se da tecnologia do lcool durante a segunda
Guerra Mundial.
Trata-se de um combustvel que no permite a formao de goma ou borras portanto
no tem problemas de incrustaes como a gasolina porm, sensivelmente mais corrosivo.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Metanol, conhecido como lcool metlico, um composto qumico com frmula qumica
CH3OH. Lquido, inflamvel, possui chama invisvel, fundindo-se a cerca de -98 C. Pode ser
preparado pela destilao de madeiras, ou pela reao do gs de sntese. O metanol
comumente encontrado como subproduto da indstria do petrleo.
O metanol usado no processo de transesterificao da gordura, para produzir
biodiesel. Essencialmente um solvente industrial, dissolve alguns sais melhor do que o etanol.
utilizado na indstria de plsticos, na extrao de produtos animais e vegetais, e como
solventes em reaes de importncia farmacolgica, como no preparo de colesterol, vitaminas
e hormnios. matria prima na produo de formaldedo. Usado como combustvel em
algumas categorias de competio dos EUA. As equipes e o piloto so instrudos como agir
diante de um incndio provocado por um acidente. O fogo no visvel preciso jogar gua
em todos os lugares onde supostamente est ocorrendo as chamas. Txico. Irrita as
membranas da mucosa. Pode causar intoxicao e cegueira. Dose fatal: 100125ml.
A maior utilizao do metanol atualmente est na produo de formaldedo, metil-tert-
butil-ter (MTBE) - aditivo para a gasolina e que est sendo banido aos poucos nos EUA - e
como combustvel puro ou em mistura com gasolina para automveis leves.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
2. Solubilidade
O carter polar ou apolar de uma substncia influencia significativamente na
solubilidade. Em funo da polaridade, estas substncias sero mais ou menos solveis.
Assim, substncias polares tendem a se dissolver em lquidos polares e substncias apolares,
em lquidos apolares.
No caso do etanol utilizado em nosso experimento, observamos que ele
imensamente solvel na gua, mas tambm dissolve materiais apolares, como, por exemplo,
a gasolina. Isso se deve ao fato de haver na molcula do etanol uma parte polar (formada
pela hidroxila) e uma parte apolar, que responsvel por dissolver bem os compostos
orgnicos.
3. Polaridade
O cloreto de sdio polar, a gua polar e a gasolina apolar. Substncias polares
ligam-se mais facilmente a outras substncias polares, o mesmo acontece entre substncias
apolares, as quais se ligam mais facilmente a substncias apolares, assim quando um soluto
tem o mesmo tipo de ligao (ligao polar ou apolar) do que um solvente ocorre a dissoluo
do solvente mais facilmente, pois as molculas do solvente e do soluto se ligam com mais
facilidade. No experimento descrito a seguir, considerando as interaes entre as molculas
do soluto e do solvente, podemos relacion-las as suas polaridades.
4. Qualidade do combustvel
A qualidade do combustvel tem importncia significativa quando queimado no interior
os motores; sua composio tem relao direta com o desempenho do veculo. A adio de
etanol anidro nas gasolinas brasileiras garante o ndice de qualidade exigido para o melhor
aproveitamento do rendimento trmico a partir da queima na cmara de combusto. Uma lei
Federal garante a adio de etanol, o lcool Etlico Anidro Combustvel (AEAC) em todas as
gasolinas, cujo teor varia de 20 25% dependendo da estratgia adotada. Nos dias de hoje o
percentual voltou a 25%, conforme pode ser observado na reportagem a seguir. A partir
desta quarta-feira (1/05/2013), o percentual de etanol na gasolina passa de 20% para 25%.
A mudana foi anunciada no fim de janeiro pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobo,
e publicada no Dirio Oficial da Unio em maro. (economia.uol.com.br).
Apresentamos o procedimento que expresso em porcentagem de lcool, verifica sua
quantidade na gasolina, identificando o excesso, ou a falta desse composto antidetonante, e
que pode ainda auxiliar na deteco da existncia de substncias indesejveis misturadas
gasolina.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
5.1.3 Amostragem
Coletar a amostra de acordo com a NBR 5800, ASTM D 4057 ou ASTM D 4177.
5.1.4 Procedimento
Colocar 50 mL da amostra na proveta previamente limpa, desengordurada e seca.
Adicionar a soluo de NaCl at completar o volume de 100 mL.
Tampar a proveta e inverter por dez vezes, evitando agitao enrgica, para completar a
extrao do etanol pela camada aquosa.
Deixar em repouso por 15 min, a fim de permitir a separao completa das duas camadas.
Anotar o volume final da camada aquosa, em mililitros.
5.1.5 Resultados
Calcular o teor de AEAC presente na amostra, utilizando a seguinte equao:
AEAC = [(A - 50) x 2] + 1 [% em volume]
onde: A o volume final da camada aquosa, em mililitros.
Quando a diferena (A - 50) for inferior a 0,5 mL, registrar o resultado como 1% vol.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
6. Concluso do experimento.
A gasolina uma mistura de hidrocarbonetos obtida a partir da destilao fracionada do
petrleo, no sendo, portanto, uma substncia pura. Com a adio do etanol anidro
gasolina, observa-se mistura resultante homognea (monofsica).
A mistura gua e etanol tambm um sistema homogneo (monofsico), com
propriedades diferentes daquelas das substncias que a compem (densidade, ponto de
fuso, ponto de ebulio, etc.). A soluo e a gasolina so consideradas sistema
heterogneo, bifsico. Quando a gasolina (que contm etanol) misturada soluo de
cloreto de sdio, o etanol extrado pela soluo e o sistema resultante continua sendo
bifsico: gasolina e soluo de cloreto de sdio a 10%, misturada ao etanol.
Para extrair o lcool necessitamos de uma soluo muito polar por isso utilizamos a
soluo de cloreto de sdio, e no somente gua pura, pois a soluo mais polar que a
gua, reagindo melhor com o lcool, dissolvido na gasolina.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Figura 23: Comparao entre as emisses de xidos de nitrognio, materiais particulados, hidrocarbonetos e monxido de
carbono. So comparadas as emisses do GNV e das normas europias Euro 2 e Euro 3, que limitam as emisses gasosas
para veculos diesel.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Tabela 2 Comparativo Econmico entre o GNV, o lcool e a gasolina (dados de 20 de Dezembro/2013). * Valores
podem alterar-se para diferentes veculos, modos de pilotagem e condies atmosfricas e da pista de rolagem.
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72 GNV O Cilindro
Cilindro de GNV (Gs Natural Veicular) - GNC (Gs Natural Comprimido)
O cilindro um reservatrio desenvolvido em conformidade com normas tcnicas de
fabricao nacionais e internacionais. So fabricados a partir de tubos de ligas de ao
especiais sem costura e sem solda (que proibida), de forma a garantir resistncia s altas
presses de servio. A presso de trabalho dos cilindros de 200bar (20Mpa). Os cilindros
tambm apresentam elevada resistncia a choques e colises.
Para isto, os cilindros passam por muitos testes e ensaios durante o processo de
fabricao, alm de peas aleatoriamente separadas e destrudas para testes mecnicos
feitos pelo Controle de Qualidade da empresa e pelo Organismo de Certificao do produto
credenciado pelo Inmetro.
Vale ressaltar que a resistncia mecnica dos cilindros aprimorada aps a execuo
de tratamentos trmicos especficos e avanados na fbrica.
Capacidade de Armazenamento de Gs no Cilindro.
Analisando-se o volume de gs em m (metros cbicos) que cabe em um cilindro em
funo da temperatura, podemos verificar que h uma variao. Vamos observar, por
exemplo, o cilindro de 80 litros. Sua capacidade de gua em litros de 80, portanto, caber
dentro dele, a uma temperatura de 15C, 20m de gs.
Devemos destacar que o cilindro acondiciona um gs que tem comportamento diferente
dos lquidos. Se a temperatura sobe, o gs expande e ocupa mais espao, cabendo menos
gs do que inicialmente. Em uma situao de temperatura elevada (36C, por exemplo), o
mesmo cilindro de 80 litros dever acondicionar cerca de 16,5m de gs (vide tabela).
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Por isso, no mundo inteiro, utiliza-se para identificar os cilindros a capacidade em litros de
gua, que constante, e no a capacidade de armazenamento de gs, que varivel, pois
depende da temperatura, dentre outras variveis. Desta forma, a capacidade em litros est
marcada na ogiva dos cilindros, conforme regem as normas de fabricao.
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76 BIOCOMBUSTVEIS
A biomassa pode ser definida como toda matria orgnica de origem vegetal ou animal
que pode ser convertida em energia. Mas de onde vem essa energia? Do Sol. a energia
calorfica cuja origem a energia eletromagntica da radiao solar que, atravs da
fotossntese, encontra-se armazenada nos hidratos de carbono (biomassa) dos vegetais, sob
forma qumica. Assim, os hidratos de carbono so obtidos atravs da reduo fotossinttica
do dixido de carbono do ar. Uma reao muito simples, porm de fundamental importncia
para vida na Terra.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
78 CONCLUSO
Assim o assunto mquinas trmicas assume uma posio de destaque, nas discusses
sobre qual o futuro que desejamos para as prximas geraes. E isso no se restringe
somente ao pessoal tcnico especializado no assunto, mas interessa a coletividade na
medida em que o assunto est relacionado com transformao de energia e emisses
atmosfricas, que influem diretamente na qualidade de vida de nosso planeta.
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APNDICE 1
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APNDICE 2
TEMPO DE VIDA TIL DO MOTOR
A vida til de um motor a combusto interna est relacionada diretamente com os
cuidados determinados pelo proprietrio, responsvel pela manuteno e deciso da escolha
do lubrificante, que dever no mnimo, acompanhar as especificaes associadas ao leo,
indicadas pelo fabricante. Especificaes estas, relacionadas viscosidade e sua
classificao, junto a instituies competentes.
a) Sistema de lubrificao
Por tratar-se de elemento decisivo na conservao da mquina, o sistema de
lubrificao de um motor de automvel, deve ser objeto de extremo cuidado, para alcanar o
objetivo que relaciona o tempo de durao da vida til, e o uso adequado do veculo, impondo
as solicitaes de dirigibilidade, controle e manuteno, de acordo com informaes
constantes no projeto, divulgadas no manual do veculo.
d) Travamento do pisto
No considerando erro de projeto o travamento do pisto pode ser ocasionado por
aquecimento excessivo do motor, devido diferena do coeficiente de dilatao das peas em
GMaia 119
MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
contato. Quando a temperatura do motor atinge limites crticos a dilatao do pisto cancela a
folga podendo ocasionar o rompimento da pelcula de leo e dar origem ao travamento.
e) Caratersticas do lubrificante
A camada de lubrificante quando insuficiente pode ter origem nas escolhas de leos
lubrificantes inadequados, com viscosidades muito altas, expostos a baixas temperaturas
ambientes, leo lubrificante com uma fluidez muito alta, sujeito a temperatura ambiente
elevada. A exposio do motor a rotaes acima das previstas pelo fabricante, principalmente
durante o perodo de amaciamento, pode levar ao desgaste prematuro das partes que esto
em contato, atravs do filme de leo, que pode no ser suficientemente capaz de impedir o
contato, principalmente pela ao da elevada da rugosidade, prpria de peas novas.
f) A bomba de leo
A fuso dos mancais de escorregamento, na maioria dos casos, provocado pela falta
de leo lubrificante em decorrncia da presso insuficiente na bomba, possvel vazamento no
circuito de leo originado por interferncia no canal de lubrificao oriundo de manuteno
incorreta. Os desgastes acentuados das bronzinas, que produz folgas excessivas nos
sistemas, prprios do longo perodo de uso, no permitem a reteno necessria do
lubrificante, entre o eixo e a superfcie de contato, e com isso facilita o escoamento do fluido,
culminando com a baixa presso nas galerias levando ao rompimento do filme de leo,
colapsando o sistema. O aquecimento excessivo do circuito de refrigerao intensifica o
problema, abreviando a vida til dos componentes.
g) A mola de vlvula
As causas provveis que podem provocar a ruptura das vlvulas esto relacionadas
com a rotao excessiva do motor, quando o motor atinge uma rotao acima daquela
limitada pelo fabricante. A carga da mola no consegue acompanhar a solicitao de abre e
fecha (principalmente se o sistema estiver no fim de sua vida til, molas fracas) fazendo com
que a vlvula flutue, isto , permanea aberta no momento que o pisto se encontra no ponto
morto superior no processo de compresso, por exemplo.
Em alguns motores, principalmente com a relao de compresso muito alta, o volume
da cmara de combusto muito pequeno, e quando as vlvulas se encontram abertas, fora
do tempo, podero chocar-se com o pisto provocando a quebra.
GMaia 120
MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
APNDICE 3
DEFEITOS DO MOTOR QUANDO TERMINA A SUA VIDA MDIA
TIL.
Aps certo tempo de uso considerando que foram cumpridos todos os itens referentes
manuteno do motor conforme determinado pelo fabricante, o principal e mais comum
defeito apresentado o consumo excessivo de leo lubrificante. Os rgos responsveis por
esse consumo so os cilindros, os anis, os pistes, as guias de vlvulas e respectivos
vedadores da haste da vlvula, entre outros menos importantes.
b) Consumo de leo
medida que a folga entre os cilindros e os anis aumentarem, o consumo de leo
tambm aumentar. Quando a folga for excessiva, a quantidade de leo impelida para dentro
da cmara de combusto atingir os eletrodos da vela de ignio, impedindo o salto da
centelha provocando a parada do cilindro envolvido, podendo ocorrer a suspenso total de
todos os cilindros, se os anis sofrerem desgastes semelhantes simultaneamente.
c) Guias de vlvulas
Com o uso prolongado as folgas entre a guia e a vlvula tendem a aumentar permitindo
a passagem de leo para dentro do coletor durante o processo de admisso. A entrada do
leo se d, principalmente, pela guia da vlvula de escape, que por estar mais aquecida
proporciona maiores vazamentos. Esse fenmeno ocorre com maior incidncia no momento
que as duas vlvulas esto abertas, durante o cruzamento de vlvulas.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
APNDICE 4
PROVA 3 DO CONCURSO VESTIBULAR UFSC-2014.
Segue anexo a discusso do material relacionado na prova 3, elaborado pela
COPERVE, para o concurso vestibular da UFSC-2014, que apresenta questes utilizadas no
desenvolvimento de nosso curso de motores.
QUESTES DISCURSIVAS
Questo Discursiva 1
Os novos padres de consumo
Num perodo de aproximadamente cinquenta anos, de 1930 at o incio dos anos 80 e, mais
aceleradamente nos anos que vo de 1950 at o final da dcada de 70, tnhamos sido capazes de
construir uma economia moderna, incorporando os padres de produo e de consumo prprios aos
pases desenvolvidos. Fabricvamos quase tudo na Companhia Siderrgica Nacional, na Cosipa, na
Usiminas, na Acesita em Tubaro, etc. O petrleo e seus derivados, a gasolina, o leo diesel, o leo
combustvel, o asfalto, o plstico, o detergente, vrios outros materiais de limpeza, os produtos que
permitem a fibra sinttica, etc., saam da Petrobras, de suas subsidirias e da indstria petroqumica.
MELLO, Joo Manuel Cardoso de; NOVAIS, Fernando A. Capitalismo tardio e sociabilidade moderna. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (Org.). Histria da
vida privada no Brasil. So Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 562. v. 4. [Adaptado]
Ao longo de seus sessenta anos de histria, a Petrobras transformou-se em uma das maiores empresas do setor
no cenrio mundial.
a) Cite o nome do presidente que governava o Brasil no momento de fundao da Petrobras. (Qualquer outra
informao no ser considerada).
b) Desde sua inaugurao at a atualidade, a Petrobras muito se destacou no cenrio mundial da explorao de
petrleo, em especial no mbito da explorao em alto-mar, em que referncia.
A evoluo nesse tipo de explorao de energia implica tambm grande desenvolvimento na rea de
transporte e armazenamento do petrleo. Pelo mar, no mundo, transportada uma infinidade de barris de
petrleo por dia. Esse transporte acontece em navios construdos especialmente para isso, os chamados
navios-petroleiros. Essas embarcaes so estruturas de grande tamanho, podendo o seu comprimento ser
comparado com a altura de algumas torres pelo mundo.
Na figura, temos a representao das maiores torres do mundo e as medidas aproximadas de suas alturas
num comparativo com o comprimento de um navio-petroleiro que foi posicionado verticalmente, considerando
assim a altura que seu comprimento determina. Sabe-se ainda que a mdia aritmtica simples das medidas
das sete estruturas (torres e o navio) representadas na figura 506 metros. Apresentando os clculos,
determine a medida do comprimento desse navio em metros.
GMaia 122
MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
828 m
527 m
?m 509 m
452 m
443 m
324 m
Eiffel Tower Empire State Petronas Towers Navio- Taipei 101 Sears Tower Burj Dubai
(Paris) (New York) (Kuala Lumpur) petroleiro (Taipei) (Chicago) (Dubai)
c) Os reservatrios de combustveis nas refinarias tm diversos formatos. Entre eles, existem alguns que so
esfricos (como mostra a figura) e que geralmente so usados para o armazenamento de gs. Considere um
3
reservatrio esfrico cujo volume de 18432 m . Apresentando os clculos, determine o nmero inteiro que
expressa a medida de seu raio em metros. No sero consideradas respostas nas formas de frao, de
radical ou de potncia.
d) Considere outro reservatrio no formato de um cilindro circular reto, de mesmo raio e mesmo volume do
reservatrio do item anterior. Apresentando os clculos, determine o nmero inteiro que representa a altura
desse cilindro, em metros. No sero consideradas respostas nas formas de frao, de radical ou de
potncia.
Formulrio
4 r3
Vcilindro = (rea da base) x altura Vesfera = Acrculo = r2
3
Clculos elaborados pelo autor da apostila com base no gabarito oferecido pela COPERVE vestibular 2014/UFSC.
a) Getlio Dornelles Vargas ou Getlio Vargas.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
b) Seja x a medida do comprimento do navio petroleiro, ento:
324+443+452+X+509+527+828/7= 506
3083 + X = 3542
X = 3542 3083
X = 459 metros
Portanto o comprimento do navio petroleiro de 459 metros.
c) Sabendo que o volume da esfera dado por e substituindo os valores dados temos:
d) Usando a medida do raio, obtida no item anterior, e sabendo que o volume do cilindro dado por
, temos:
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Questo Discursiva 2
A gasolina automotiva um dos produtos desenvolvidos pela Petrobras. A gasolina constituda por uma
mistura de hidrocarbonetos e no possui gua na sua composio. De acordo com a Resoluo n. 1, de 28 de
o
fevereiro de 2013, o Conselho Interministerial do Acar e do lcool CIMA dispe que, a partir de 1 de maio
de 2013, o percentual obrigatrio de etanol anidro combustvel na gasolina de vinte e cinco por cento (25%).
A Petrobras no tem o poder de fiscalizar e/ou multar postos. Essa uma atribuio da Agncia Nacional de
Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis ANP.
Disponvel em: <http://www.petrobras.com.br/pt/>. Acesso em: 1 out. 2013. [Adaptado]
Com o intuito de avaliar de forma rpida o teor de etanol anidro combustvel presente na gasolina para carros,
pode-se realizar o seguinte teste:
Etapa I: Em uma proveta de 10 mL, colocam-se 5 mL de gasolina.
Etapa II: Adiciona-se gua at completar 10 mL.
Etapa III: Agita-se fortemente a mistura, a qual ficar em repouso por 15 minutos.
Resultado observado: O etanol anidro ser extrado da gasolina, aumentando o volume da fase aquosa.
Para investigar suspeitas de adulterao, amostras de gasolina de trs postos diferentes (A, B e C), foram
submetidas a este teste, e a tabela abaixo mostra os resultados obtidos:
a)
(*)Postos A e C
b)
Ligaes de hidrognio ou pontes de hidrognio
c)
23 g
d)
2 C8H18() + 25 O2(g) ----> 16CO2(g) + 18H2O(g)
2 + 25 + 16 + 18 = 61
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
Questo Discursiva 3
A Petrobras uma empresa que nasceu 100% nacional, em 1953, como resultado da campanha
popular que comeou em 1946 com o histrico slogan "O petrleo nosso". Ao longo desses sessenta
anos, a Petrobras superou vrios desafios e desenvolveu novas tecnologias relacionadas extrao
de petrleo, assim como produtos de altssima qualidade, desde leos lubrificantes at gasolina para a
Frmula 1. Em 1973, a crise do petrleo obrigou a Petrobras a tomar algumas medidas econmicas,
entre elas investir em um lcool carburante como combustvel automotivo, o etanol, atravs do
programa Pr-lcool. Sendo assim, alm do diesel, da gasolina comum, da gasolina aditivada e da
gasolina de alta octanagem, a Petrobras oferece o etanol como combustvel automotivo.
Os automveis atuais no Brasil so praticamente todos flex, ou seja, funcionam tanto com gasolina
quanto com etanol. Claro que o desempenho do automvel muda dependendo do combustvel
utilizado. A tabela abaixo apresenta as principais propriedades da gasolina e do etanol e explica em
parte a diferena de desempenho entre os combustveis.
GASOLINA ETANOL
Poder calorfico (MJ/L) 35,0 24,0
Calor latente de vaporizao (kJ/kg) 376 ~ 502 903
Temperatura de ignio (C) 220 420
Razo estequiomtrica ar/combustvel 14,5 9
Fonte: Goldemberg & Macedo [Adaptado]
Independentemente do projeto do motor 4 tempos, alguns parmetros so iguais. Por exemplo, a temperatura
mdia da cmara de combusto de 280 C (fonte quente) e a temperatura mdia do sistema de arrefecimento
de 80 C (fonte fria).
a) Apresente de maneira esquemtica o fluxo de energia (calor) de um motor 4 tempos, que considerado uma
mquina trmica quente.
b) Considere o motor 4 tempos como ideal. Com base nos dados do enunciado, determine qual seria o seu
rendimento, apresentando todos os clculos.
c) Com base no rendimento de 20% de um motor 4 tempos, determine a quantidade de etanol necessria para
obter a mesma quantidade de energia til que cada litro de gasolina disponibiliza.
Formulrio
W TF Q2
= = 1 = 1
Q1 TQ Q1
a)
b)
c)
1 litro de gasolina fornece 35,0MJ de energia, mas com um rendimento de 20%, somente 7,0MJ
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
so utilizadas para o carro andar.
1 litro de etanol fornece 24,0MJ de energia, mas com um rendimento de 20%, somente 4,8 MJ
so utilizados para o carro andar.
Para que o etanol disponibilize a mesma quantidade de energia til que 1 litro de gasolina, ser
necessrio 1,46L de etanol. Por isso os carros movidos somente com etanol consomem mais
combustvel.
Questo Discursiva 4
A Bacia de Campos, localizada aproximadamente entre os paralelos de 21 e 23 sul e no fuso horrio de
45W, a bacia petrolfera que mais produz na margem continental brasileira, respondendo atualmente por
mais de 80% da produo nacional de petrleo. A explorao da Bacia de Campos ganhou impulso em
1974, com a descoberta do Campo de Garoupa. Entretanto, a sua produo comercial predominantemente
de petrleo pesado teve incio somente em 1977, no Campo de Enchova. Essa bacia estende-se por 100
mil quilmetros quadrados do estado do Esprito Santo, nas imediaes da cidade de Vitria, at Arraial do
Cabo, no litoral norte do estado do Rio de Janeiro, onde a Petrobras montou um dos maiores complexos
petrolferos do mundo.
b) A maioria das atuais reservas de petrleo comeou a se formar no perodo Jurssico. O Jurssico pertence a
qual era geolgica?
c) A Bacia de Campos est localizada em qual Complexo Regional e, de acordo com a sua posio latitudinal,
situa-se em qual hemisfrio, respectivamente?
d) Um engenheiro de petrleo que voltava ao Brasil em um dos navios da Transpetro precisou se comunicar, no
o
dia 1 de maio de 2013, s 4 horas, atravs do seu telefone celular, com um dos seus filhos, que mora no Rio
de Janeiro. A diferena de horas entre onde ele se encontrava e o Rio de Janeiro de +6 horas. Determine
em qual fuso horrio esse engenheiro se encontrava no momento da ligao e, considerando que a ligao foi
efetuada com sucesso, cite o dia em que o filho atendeu o telefonema.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
b) Mesozoica
c) Est localizada no Complexo Regional do Centro Sul e situada no hemisfrio sul (ou Meridional)
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GLOSSRIO
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AGRADECIMENTOS
Aos Professores Edson Bazzo e Amir A. M. Oliveira Jr., do Departamento de
Engenharia Mecnica da UFSC, que viabilizaram apoio institucional atravs do LabCET, bem
como a acadmica Sara Dotta Correa pelo suporte administrativo aplicado ao grupo Motores.
Aos alunos Jaime Fabianski, Felipe Ruthes, Pedro Bernardo Warmling Neto e Vincius
Pinheiro pela dedicao e empenho para o sucesso da realizao da srie de cursos de
motores. Agradecimento especial ao professor Honorato Antnio Tomelin, professor titular da
cadeira de Motores a Combusto Interna da UFSC, at 1999, pelo suporte tcnico na
elaborao da pesquisa, que resultou neste trabalho.
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MOTORES A COMBUSTO INTERNA: TEORIA E PRTICA
BIBLIOGRAFIA
[1] MAIA, Gilson Nunes; BAZZO, Edson; MATELLI, Jos Alexandre. Resultados
Experimentais de uma Planta de Cogerao de Pequena Escala Baseada em Microturbina a
Gs Natural IBP1975_06 Rio leo e Gs 2006
[2] Goldemberg, Jos; Lucon, Oswaldo: Energia, Meio Ambiente & Desenvolvimento / Jos
Goldemberg e Oswaldo Lucon. 3.ed.rev.ampl. So Paulo: Editora da Universidade
de So Paulo, 2008.
[3] Taylor, C. F.: Anlise dos motores a combusto interna/ Charles Fayette Taylor 1 Edio,
Editora Edgard Blcher Ltda. So paulo 1988.
TAYLOR, Charles F. ANLISE DOS MOTORES DE COMBUSTO INTERNA. So Paulo:
Blcher, 1995. 2 v.
[4] Tomelin, Honorato A., M. Sc. : Motores de Combusto Interna / Honorato Antnio Tomelin
Texto bsico da
Disciplina EMC-1422. 1 Edio. Florianpolis, 1987
[6] Boamar, Paulo Fernando de Azambuja: Combustveis Automotivos: Manual dos Usurios e
Revendedores / Paulo Fernando de Azambuja Boamar Blumenau: Nova Letra, 2005.
[7] MANUAL TCNICO Curso Metal Leve Motores. 8 Edio. So Paulo, 1995.
[14] Vaz, Clio Eduardo Martins: Tecnologia da Indstria do Gs Natural / Clio Eduardo
Martins Vaz, Joo Luiz Ponce Maia, Walmir Gomes dos Santos. 1 edio So
Paulo: Blucher,2008.
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