Rqi 753
Rqi 753
Rqi 753
QI
Revista
ISSN: 23581697
de
Qumica Industrial
Edio Eletrnica 11 do N 753
Biossensores
e Sensores
Qumicos
2016
P
A biodiversidade na produo
de biocombustveis o
d
Teresina - Piau za
27 a 29 de abril de 2016 li
ea
Simpsio Nacional
de Biocombustveis
Trabalhos: 7 de maro R
P
SimpsioBase curricular nacional para
o Brasileiro de
a Qumica na educao bsica
d Educao
a
l iz Qumica Manaus - Amazonas
ea 10 a 12 de agosto de 2016
R Trabalhos: 15 de junho
IMPEQUI
P
Tecnologias limpas: Um desafio
o
ENTE Q UI econmico e ambiental
za
d
Goinia - Gois li
Encontro Nacional 19 a 21 de setembro de 2016 ea
de Tecnologia Qumica R
Trabalhos: 21 de julho
P
Qumica: Tecnologia, desafios
o e perspectivas na Amaznia
d
ea
li
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CBQ
Congresso Brasileiro
Belm - Par
7 a 11 de novembro de 2016
R de Qumica Trabalhos: 2 de agosto
Editorial
Nosso ltimo editorial de 2016 comea com o planejamento anual traado pelo
Editor e pelo Conselho Editorial para o ano de 2017 durante a reunio presencial do
o
Conselho Editorial e do Editor da RQI por ocasio do 56 CBQ de Belm. As seguintes
temticas centrais (matria de capa) sero: RQI 754 (1 trimestre de 2017):
Poluio Atmosfrica; RQI 755 (2 trimestre de 2017): Etanol de Segunda Gerao
(Etanol 2G). Esse tema est alinhado com o BIOCOM a ser realizado em Recife em
abril; RQI 756 (3 trimestre de 2017): Megatendncias: Desafios e Oportunidades
para o Futuro da Qumica (tema do 57 CBQ de Gramado); RQI 757 (4 trimestre de
2017): Poluio Indoor (qualidade do ar em ambientes selados/fechados). Cabe
ainda destacar que o nmero 754 trar uma mteria sobre os 85 anos da RQI.
O 56o CBQ passado em revista nesta edio. Belm e seu espao Hangar -
Convenes e Feiras da Amaznia, se transformaram num grande palco onde
qumicos de todas as regies do pas se encontraram e celebraram a Qumica em um
clima de confraternizao e cordialidade. Foi o maior evento da Qumica do pas
neste ano. Duas pequenas matrias esto intimamente associadas cobertura deste
CBQ: uma volta ao passado, quando a ABQ Regional Par acolheu em 1991 em
Belm um Prmio Nobel de Qumica que desejava conhecer a riqueza da Regio
Amaznica, e um olhar para o futuro: o 57o CBQ de Gramado celebrar importantes
eventos da Qumica no Rio Grande do Sul e mesmo no pas ocorridos ao longo do
sculo XX.
A ABQ segue firme em sua trajetria, cumprindo a misso prevista em seus
estatutos: palavras de incentivo comunidade qumica, feitas pelo seu presidente,
Prof. Robrio Fernandes Alves de Oliveira, sinalizam as diretrizes para o ano novo
que se aproxima.
Outro ponto que merece destaque neste nmero a Cerimnia de
Encerramento da Olimpada Brasileira de Qumica, ocorrida no Teatro da
Universidade Federal do Piau.
Lembro sempre das novas normas de submisso de artigos para a RQI, cuja
verso completa est no portal da revista (www.abq.org.br/rqi). Depois de um
perodo mais calmo, aumentou significativamente o nmero de trabalhos
submetidos. Este nmero traz cinco artigos completos. Enquanto isso, o acesso ao
portal da revista (www.abq.org.br/rqi) continua sua trajetria ascendente, hoje com
um mdia de 70 visitas por dia. A digitalizao dos nmeros editados antes de 1960
avanou bastante e, certamente, teremos novidades no portal da revista no ano
novo.
A matria de capa deste nmero foca o tema Sensores Qumicos, uma das
palestras nacionais do 55o CBQ de Goinia, e que h muito merecia uma abordagem
nesta revista. A Qumica Verde continua marcando presena com a terceira edio
de seu Caderno.
Alm, claro, de desejar uma boa leitura, aproveito tambm este momento
para desejar a todos os nossos caros leitores um maravilhoso Natal e um Ano Novo
repleto de realizaes em todos os campos da vida. Em 2017, mais novidades
continuaro a aparecer na nossa RQI, mantendo a nossa expectativa de crescimento
como veculo de publicao de bons trabalhos na rea qumica. Continue
aproveitando tudo o que ela tem a oferecer! Divulgue, sugira, indique a RQI a quem
possa usufruir de seu contedo.
RQI: o passado e o presente da qumica aplicada no Brasil passa por aqui!
Artigo de Opinio
Conselho Editorial
Alvaro Chrispino (CEFET-RJ) 10 Aconteceu em belm no sculo passado
Cludio Jos de Arajo Mota (UFRJ)
David Tabak (FIOCRUZ)
Eduardo Falabella Sousa-Aguiar (CENPES e UFRJ)
Geraldo Andr Fontoura (Bayer e UFF) 10.1 Caderno de Qumica Verde
Gil Anderi da Silva (USP)
Magda Beretta (UFBA)
Maria de Ftima Vitria de Moura (UFRN) Aconteceu
Newton Mario Battastini (SINDIQUIM - RS)
Peter Rudolf Seidl (UFRJ)
11 Encerramento da Olimpada Brasileira
de Qumica 2016
Sergio Roberto Bulco Bringel (INPA e CRQ-XIV)
Silvana Carvalho de Souza Calado (UFPE)
Viridiana Santana Ferreira-Leito (INT) Capa
13 Sensores Qumicos
Um assunto fascinante
Capa, arte e diagramao
Adriana Lopes - asl.eventos@globo.com
Artigo de Opinio
Impresso 16 Acontecer em Gramado no ano que vem...
Grfica Nova Brasileira - guilhermeventurelli@gmail.com
Solenidade de
abertura do 56 CBQ:
Mesa de Abertura
Sesso de Psteres
Editorial
A Qumica Verde e a Indstria do Petrleo so
incompatveis? A resposta depende de seu ponto de vista sobre o Neste Caderno
assunto. Em termos estratgicos, a economia mundial ainda
depender do petrleo por muito tempo e uma das expectativas
mais promissoras para que o nosso pas consiga vencer esta fase 10-2
difcil justamente a explorao de nossas significativas reservas
do Pr-Sal. Acima de tudo, a posio da Petrobras na inovao
tecnolgica, apoio a empresas nacionais, criao de empregos
qualificados, incentivo educao de qualidade e exemplo para
futuras geraes da nossa competncia e capacidade de realizar As idias e opinies de
trabalhos de alto nvel so crticos para qualquer esperana de Eduardo Falabella de Sousa-Aguiar
melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. sobre a Qumica Verde
De fato, desde o incio das atividades da Qumica Verde
no Brasil, o apoio da Petrobrs ao desenvolvimento da
sustentabilidade em processos qumicos tem sido fundamental.
10-5 QUMICA VERDE nas Empresas
Notcias da
Tanto atravs de sua prpria atividade de pesquisa e Petrobrs, BASF,
desenvolvimento de combustveis e aditivos para melhorar o seu Genomatica e Radix
desempenho quanto na orientao e apoio financeiro a grupos
em universidades e empresas que executam projetos de
converso de biomassa. A prpria empresa emprega mtodos
avanados para esverdear seus procedimentos e compartilha 10-6
seus conhecimentos no assunto com seus colegas em outras
empresas e rgos de governo. O Depoimento de um dos
profissionais egressos da empresa que teve um destacado papel
na implantao da Qumica Verde no Brasil abre esta edio.
O uso de matrias primas renovveis uma das principais Qumica Verde na Indstria
prioridades do pas e o petrleo representa o seu maior de Explorao e Produo (E&P)
concorrente em termos de tecnologia e custos. Entretanto ainda de Petrleo
h muito a esverdear na rea de processos e produtos
empregados na rea de petrleo, particularmente na rea de
Explorao e Produo (E&P) vital para aproveitamento, da
10-15 QUMICA VERDE em Cpsulas
Etanol, matria prima verde.
forma mais eficiente e rentvel, de nossas reservas. As
Metano, vilo do efeito estufa.
consequncias do mais recente acidente numa plataforma
martima ainda no foram completamente avaliadas, mas j
resultaram em um impacto significativo sobre a legislao sobre o
assunto. Vrias regies do mundo adotam medidas rigorosas
sobre a descarga de qualquer produto no meio ambiente e a
10-15 QUMICA VERDE Eventos
2016 Global Innovation Imperative
qumica verde pode apontar os caminhos para enfrentar este Demonstraes de Qumica Verde
desafio. para Locais Remotos
Peter Seidl
Editor
Adriana: Uma das propostas da Qumica Verde Eduardo: Indubitavelmente, dos 12 Princpios da
alinhar o desenvolvimento econmico com a Qumica Verde, o mais caracterstico para o Brasil
preservao do ambiente e da sade humana. o que diz respeito s matrias-primas renovveis. O
Voc acredita que isto possvel? Quais aes Brasil o pas da Biomassa. Portanto, o alto grau de
so necessrias para chegar a este resultado? desenvolvimento tanto da Agroindstria quanto do
Eduardo: Sim, possvel. Mas temos que respeitar Agronegcio em nosso pas representa uma grande
a sustentabilidade, ou seja, o modelo do triple oportunidade no que tange Qumica Verde. Eu
bottom line. Portanto, alm do social e ambiental, h costumo dizer que, no Brasil, deveramos ter uma
que se incluir, em qualquer modelo de Qumica Qumica Verde...e Amarela!. Outro princpio (uso
Verde, o aspecto econmico. Sem esse, no se de catalisadores) encontra no Brasil alto nvel de
sustentvel e, portanto, no se Verde. importante conhecimento. A rea de Catlise muito
dizer que Qumica Verde uma filosofia, um desenvolvida no pas, um dos poucos a ter uma
processo. No se pode dizer sou Verde, e sim sou fbrica de catalisadores de grande porte.
mais Verde. Qumica Verde se confunde com tica,
a tica pregada por Nietsche, que em seus escritos Adriana: No Acordo de Paris, um nmero recorde
opunha tica Moral. Ser tico ser capaz de atuar de 195 pases comprometeram-se em reduzir as
em processos que possam se desenvolver emisses de gases do efeito estufa e, assim,
eternidade. Portanto, em termos filosficos, as limitar a 1,5C o aumento da temperatura no
aes que devem ser tomadas passam por uma planeta. O governo Trump uma ameaa para
conscientizao tica. Em termos prticos, as aes esses acordos de cooperao? Como isso afeta
pragmticas so muitas. No h espao para o Brasil? Tendo em vista que o presidente
descrever todas. Mas, basicamente, faz-se Obama havia afirmado que o pas um lder-
necessria uma mudana de cultura, entendendo chave no G-20 e um parceiro global
cultura como o conjunto de solues praticadas por indispensvel para implementar medidas
um determinado segmento da populao que so pblicas e desenvolver tecnologias de
suficientemente vlidas para serem perpassadas conteno das mudanas climticas.
para geraes futuras. Eduardo: O governo Trump uma incgnita e, sem
qualquer dvida, pode representar uma ameaa s
Adriana: Qual a importncia da Qumica Verde polticas climticas. Mas Qumica Verde
para o Brasil? Quais conceitos j esto sustentvel e, por conseguinte, menos vulnervel.
estabelecidos no pas e quais so promissores Temos que buscar rotas de transformao a partir de
para impulsionar nossa economia? biomassa que impliquem Economia Atmica.
E ser Verde
pensar
adiante
Eduardo Falabella
trmico, aquecimento, separadores magnticos, por acidente. As iniciativas da Qumica Verde podem
desobstruo por raspagem ou passagem de pigs, etc. contribuir para solucionar os problemas da Indstria
Entretanto a viabilidade do emprego destas tcnicas E&P, por exemplo: desenvolver insumos qumicos no
diminui com a profundidade dos depsitos e a distncia danosos ao meio ambiente e sade humana, buscar a
a ser percorrida pelos fluidos. eficincia energtica, desenvolver processos
Os combustveis fsseis e os produtos intrinsecamente mais seguros, adotar aes de
petroqumicos so fundamentais para a manuteno da monitoramento e controle da poluio, evitar a
vida no planeta, porm sua alta toxicidade e a poluio utilizao de auxiliares qumicos e dar a destinao
gerada na fase E&P ameaam a vida humana e animal. adequada aos rejeitos gerados.
Na explorao martima, por exemplo, cerca de 600.000 As vezes difcil encontrar solues mais verdes
toneladas/ano de petrleo bruto so derramadas em que apresentam o mesmo desempenho que os produtos
acidentes ou descargas ilegais. Deste total, 98% so tradicionais, mas a preveno da descarga de poluentes
considerados de pequena proporo (< 7 toneladas). As qumicos no meio ambiente uma preocupao
principais causas dos vazamentos de leo so: falhas constante das empresas que fabricam, manuseiam e
estruturais de equipamentos, falhas humanas, a ruptura empregam tais produtos. Por isso, crescente o
de oleodutos de distribuio e o surgimento de fissuras interesse por projetos de pesquisa e desenvolvimento
no reservatrio. em Qumica Verde. Nesta edio sero apresentadas,
Porm, nas ltimas dcadas houve uma queda portanto, tecnologias mais verdes com potencial
significativa dos ndices de derramamento de leo no aplicao nos processos E&P, como: produtos e aditivos
oceano por navios petroleiros (Figura 2) devido aos q u m i c o s b i o d e g ra d v e i s e a t x i c o s , n a n o -
avanos tecnolgicos e normatizaes discutidas em desemulsificantes de base biolgica para a limpeza do
convenes internacionais sobre segurana e proteo leo derramado no mar e o monitoramento
do ambiente marinho. Alguns eventos assinados pelo ecotoxicolgico dos fluidos de perfurao.
Brasil foram: Preveno da Poluio do Mar por leo
(Londres - 1954), Interveno em Alto Mar no Caso de Qumicos biodegradveis e/ou atxicos aplicados na
Incidentes que Cause ou Possa Causar Poluio por E&P
hidrocarbonetos (Bruxelas - 1969) e Conveno sobre O aumento do consumo de petrleo e derivados
responsabilidade Civil por Danos Causados a Poluio do tem estimulado o mercado de qumicos inseridos nos
Mar por leo (Bruxelas - 1969). processos de perfurao, completao e cimentao dos
Por isso, faz-se necessrio buscar tecnologias poos e de separao, transporte e tratamento do
inovadoras cada vez mais limpas e seguras para produzir petrleo e do gs. De acordo com a Figura 3, a demanda
petrleo, alm de solues mais eficientes para tratar nacional por aditivos qumicos da indstria E&P cresceu
tanto os resduos txicos inevitavelmente produzidos, de 0,2 para 1,4 bilho de dlares nos ltimos dez anos.
quanto as grandes manchas de leo lanadas no oceano Estima-se que este valor ir dobrar nos prximos 5 anos.
Polmeros
Aumenta o fator de recuperao
Estimulao Surfactantes
do poo
lcalis
Isola o poo hidraulicamente, Cimento
Cimentao sustenta a estrutura da coluna de Aceleradores e retardantes
revestimento Estendedores
Desemulsificante
Separa o leo, gua e gs, evita a
Produo Sequestrante de H2S
formao de bolhas e corroso
Biocidas
Fluidos de perfurao:
Figura 1 - Bolas de material sinttico usadas em diferentes esportes
- base gua: gua ou salmoura e aditivos;
- base leo: leo mineral, diesel,
Remove cascalhos, mantm a
querosene ou parafinas e aditivos;
estabilidade e resfria a broca e a
Perfurao - base sinttica: olefinas, acetais, steres e
coluna de perfurao, lubrifica e
di-steres graxos e aditivos.
suporta a coluna de perfurao
- base gs: ar seco ou gs; agente
espumante e ar; surfactante, argilas e
polmeros; lama com ar injetado
Figura 3 - Demanda nacional de qumicos usados nos processos de E&P (Adaptado de Bain & Company; Gas Energy; BNDES, 2014)
Os fluidos sintticos de perfurao so de soja, palma, canola, oliva, rcino) e um alcool (C4 ou
substitutos biodegradveis dos base leo, pois so maior).
aplicveis nos mesmos tipos de formao, como A Tabela 2 contm alguns exemplos e funes de
mostrado na Tabela 1. Porm, so compostos por biopolmeros, compostos inorgnicos e minerais usados
steres graxos, poliglicis ou olefinas LAO (alfa-olefinas- co m o a d i t i vo s q u m i co s n o s p ro c e s s o s E & P,
lineares), IO (olefinas internas) ou PAO (poli-alfa- principalmente nos fluidos de perfurao, uma vez que
olefinas) de origem renovvel. correspondem a cerca de 10-40% da sua composio. O
As olefinas LAO e IO podem ser produzidas: pelo ajuste das caractersticas dos fluidos para cada condio
processo PACOL de desidrogenao cataltica de n- da formao essencial para prevenir erupes, o baixo
parafinas verdes desenvolvido pela UOP; pela reao de rendimento da perfurao, o desmoronamento das
Fisher-Tropsch a partir de biomassas vegetais da Sasol; e paredes, o alagamento e a reduo do dimetro do
pela reao de polimerizao do eteno verde (oriundo poo, entre outros problemas que podem levar sua
do bioetanol de cana-de-acar, bagao ou milho), cujos perda.
processos foram desenvolvidos pelas empresas: Ineos, As questes relacionadas ao fluxo dos
Chevron Phillips Chemical Company (CPChem), Shell, hidrocarbonetos extrados do poo at a plataforma ou
Lummus, SABIC-Linde -Sablin, Axens e Institut Francais linhas de produo esto includas no conceito de
du Petrole (IFP). As olefinas PAO so produzidas pela garantia de escoamento, expresso utilizada pela
polimerizao das LAO e PAO. J os steres graxos ou primeira vez pela prpria Petrobras nos anos 1990. Seu
poliglicis so formados pela reao de esterificao alvo principal evitar a formao de depsitos em
entre um cido graxo de origem animal ou vegetal (leo operaes com maiores profundidades e baseada em
QUMICA VERDE
Eventos
2016 Global Innovation Imperative
Demonstraes de Qumica Verde para Locais Remotos
A Escola Brasileira de Qumica Verde tem como objetivo informar a sociedade sobre questes relacionadas
sustentabilidade em processos qumicos. Para tanto promove o ensino de Qumica Verde em todos os nveis.
Recentemente, na conduo destes trabalhos junto aos professores do ensino mdio, foi identificada uma tendncia
extremamente perigosa vrias escolas esto fechando seus laboratrios e abandonando trabalhos prticos por causa
dos custos crescentes e limitaes no acesso a instalaes apropriadas. Este um problema muito srio, pois o trabalho
experimental representa um componente essencial do ensino de qumica.
Assim, com o apoio do Brazil International Chapter da American Chemical Society, foi realizado o 2016 Global
Innovation Imperative (Gii) Demonstraes de Qumica Verde para Locais Remotos que reuniu especialistas em
prticas de Qumica Verde tanto ao nvel nacional quanto internacional em Belm, Par, nos dias 4 a 6 de novembro. O
evento tratou da discusso e disseminao de experimentos simples, seguros e de baixo custo capazes de engajar
alunos de todos os nveis. Os trabalhos apontaram abordagens para o ensino de qumica em diferentes nveis e
situaes, um elenco de prticas que podem ser aplicadas em regies remotas, com acesso reduzido a materiais e
instalaes, e o estabelecimento de sites e redes para apoiar tais atividades. Uma descrio detalhada destes trabalhos e
as propostas para a sua continuidade sero tratadas na prxima edio do Caderno.
Expediente
O Caderno de Qumica Verde uma Conselho de Redao: Diagramao e arte:
publicao da Escola Brasileira de Adriana Karla Goulart, Evanildo da Adriana dos Santos Lopes.
Qumica Verde. Tem por objetivo Silveira, Julio Carlos Afonso, Roberio Contato:
divulgar fatos, entrevistas, notcias Fernandes Alves de Oliveira. quimicaverde@eq.ufrj.br
ligadas ao setor. permitida a reproduo de matrias
desde que citada a fonte.
Editor Responsvel: Consultor Senior: Os textos assinados so de
Peter Rudolf Seidl. Celso Augusto Caldas Fernandes. responsabilidade de seus autores.
No dia 25 de novembro de 2016, no Teatro da A tradicional cerimnia foi aberta com um duo de
Universidade Federal do Piau, ocorreu a Cerimnia de alunos de graduao de Msica da UFPI, que brindou
Encerramento da Olimpada Brasileira de Qumica, com a plateia com uma apresentao de voz e violo. Logo aps,
entrega das premiaes aos melhores alunos brasileiros o Magnfico Reitor da UFPI declarou aberta a solenidade
de Qumica nas diversas competies e nveis. Estiveram oficialmente.
presentes o Magnfico Reitor da UFPI, Prof. Jos Arimateia A premiao foi dada aos melhores alunos da
o o
Dantas Lopes, o Presidente da ABQ, Engenheiro Qumico Olimpada Brasileira de Qumica Junior (alunos dos 8 e 9
Robrio Fernandes Alves de Oliveira, o Coordenador Geral anos), da Olimpada Norte Nordeste de Qumica (alunos
da OBQ, Prof. Sergio Maia Melo, representantes de rgos das trs sries do Ensino Mdio) e da Olimpada Brasileira
estaduais e federais, os Coordenadores das Olimpadas de de Qumica (alunos das trs sries do Ensino Mdio de
Qumica Estaduais, alunos e seus responsveis para a festa todo Brasil). Salvas de palmas, assovios e gritos festivos
de congraamento e premiao. eram ouvidos a cada entrega de medalhas.
Acima: Sergio Melo, Diretor de Assuntos das Olimpadas da ABQ, fazendo entrega de medalhas
Ao lado e abaixo:
Membros participantes
das Olimpadas
nacional e estaduais
Sensores Qumicos
Um assunto fascinante
Segundo o Jornal da UNICAMP, em sua edio 262 (agosto de 2004), "No h muito tempo, a
determinao de substncias qumicas presentes em misturas, entre as quais a vitamina C em sucos e
remdios, exigia um conjunto de operaes trabalhosas e muitas vezes complexas. A identificao e a
determinao quantitativa em geral s eram possveis com o isolamento da substncia ou com a
eliminao de espcies que poderiam interferir na anlise. Nas ltimas dcadas, porm, foram
desenvolvidos sensores qumicos que permitem determinar quase que instantaneamente a presena e a
quantidade de um universo de substncias.
Softwares adequados comparam dados padronizados com os que chegam ao computador, atravs
da utilizao de um eletrodo imerso na soluo. A transformao qumica que ocorre junto ao eletrodo
produz uma corrente eltrica com certa intensidade, numa operao que permite a determinao."
De acordo com o Laboratrio de Materiais Eletroativos do Instituto de Qumica da Universidade de
So Paulo, "Um biossensor consiste em um dispositivo analtico que contm um componente biolgico que
garante a especificidade e produz uma resposta que traduzida pelo componente fsico em um sinal ptico
ou eltrico. Podemos citar como componentes biolgicos: antgenos, anticorpos, enzimas, cidos
nucleicos, receptores, clulas e suas organelas. Todos estes materiais biolgicos so capazes de produzir
respostas especficas a vrios analitos. Os componentes fsicos so diversos, como fibras pticas,
dispositivos acsticos, cristais piezoeltricos alm de diversos tipos de eletrodos modificados
quimicamente. J os sensores qumicos se diferenciam dos biossensores no fato de que os mesmos no
utilizam componentes biolgicos na transduo do sinal fsico emitido. Para tanto, tem-se amplamente
desenvolvido compostos que mimetizem as principais caractersticas de biocomponentes.
Uma grande vantagem destes sensores reside no fato que os mesmos podem ser produzidos com
maior economia, e aplicado em sistemas onde os biocomponentes no tm alcance, como por exemplo,
m o d i f i c a e s b r u s c a s d e p H e t e m p e r a t u r a "
(http://www.iq.usp.br/rtorresi/portugues/interesse/Sensores.htm).
o
Durante o 55 CBQ de Goinia, ocorrido em novembro de 2015, uma das palestras nacionais mais
concorridas foi exatamente "Sensores Qumicos", proferida pelo Prof. Wendell Karlos Tomazelli Coltro, do
Instituto de Qumica da Universidade Federal de Gois. Face a isso, e sendo assunto indito em nossa
Revista, o Editor convidou o Prof. Wendell para uma pequena entrevista sobre esse apaixonante tema da
qumica.
FOTO: Wikipedia
mundo (de:
http://betaeq.blogspot.com.br/2014/10/pesquis
ador-cria-exame-de-sangue-mais.html, 14 de
outubro de 2014).
R QI: O que se entende por sensores nos ltimos anos, tem permitido a construo de
qumicos? Como eles se classificam? mltiplos sensores em uma mesma plataforma.
Wendell: Os sensores so dispositivos que Isso vantajoso porque com uma nica anlise
funcionam de modo a indicar algum tipo de voc pode obter mltiplas respostas diferentes.
alterao em funo das propriedades fsico-
qumicas. Eles podem ser classificados, de uma RQI: Como os sensores qumicos podem ser
maneira geral, em sensores eltricos, sensores produzidos?
pticos, sensores colorimtricos, dentre outros. Wendell: Os sensores podem ser produzidos
em diferentes materiais explorando-se tcnicas
RQI: Quais so as suas vantagens em relao sofisticadas ou tcnicas mais simples. No nosso
a outros tipos de sensor? laboratrio, usamos mtodos extremamente
Wendell: Alguns tipos de sensores qumicos simplificados como uma impressora a laser, um
permitem a visualizao da mudana de carimbo metlico, uma impressora 3D, etc.
resposta a olho nu. o que acontece, pode Projetamos a geometria do sensor e fazemos a
exemplo, nas fitas que medem pH. Os sensores impresso de modo a criar trilhas, ou caminhos,
microfludicos, cuja rea vem avanando muito para transporte da soluo.
Alguns tipos de
sensores mais
comuns:
termmetro de
mercrio
( esquerda) e
termistor, um resistor
sensvel
temperatura
( direita)
Acima,
contador Geiger
direita,
sensor de luz
RQI: Que aplicaes hoje existem para os passam por um dinamismo incrvel.
sensores qumicos? Por isso, o importante hoje na formao
We n d e l l : E x i s t e m i n f i n i t a s a p l i c a e s bsica buscar se completar o mximo possvel
comerciais incluindo os testes de gravidez e tentando sempre ter um olhar crtico sobre
glicemia que so bem populares. No entanto, inovao e mercado.
podemos incluir os sensores dedicados para Isso passa necessariamente pela
testes rpidos para nitrito, nitrato, ureia, cido interdisciplinaridade, atravs das quais surgem
rico, dentre outros. Alm destes, os dispositivos as grandes ideias.
para doenas esto aparecendo com maior
incidncia nos ltimos anos. Exemplos para Notas do Editor:
detectar pacientes infectados com dengue, HIV O entrevistado pode ser contatado pelo
e Alzheimer, bem como dispositivos para e-mail: wendellcoltro@gmail.com
detectar marcadores tumorais j so realidade. Seu Currculo Lattes pode ser acessado pelo
link http://lattes.cnpq.br/8302650734477213
RQI: Qual seria a fronteira das pesquisas Alguns artigos e trabalhos de ps-graduao
para o desenvolvimento de novos sensores? que complementam esta entrevista podem ser
Wendell: A microfludica uma cincia acessados, gratuitamente, por meio dos
multidisciplinar, onde as fronteiras entre a seguintes links:
Qumica e as reas correlatas como a Fsica, a http://www.scielo.br/pdf/qn/v29n6/28.pdf
Biologia e a Engenharia esto cada vez mais http://www.scielo.br/pdf/qn/v32n6/47.pdf
estreitas. Isso uma tendncia na cincia http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/V
moderna, na qual a inter e a multidisciplinaridade ol29No6_1318_28-RV05268.pdf
devem caminhar juntas. http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/V
ol19No1_76_v19_n1_13.pdf
RQI: Que mensagem gostaria de deixar para http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/188
os leitores da RQI? 4/26905/TESE_versao%20final_Marcia_corrigi
Wendell: As necessidades da sociedade da_revisora.pdf?sequence=1
O 57o Congresso Brasileiro de Qumica, que do Brasil (AQB, as razes mais novas da nossa ABQ), a
ter lugar em Gramado, estado do Rio Grande do Sul Associao de Qumicos decidiu, dois anos depois, se
em outubro de 2017, ter, afora a excelncia de sua dissolver, transferindo seu patrimnio e seus
programao cientfica em curso de estruturao, um associados para a recm-criada seo regional da
lado histrico e afetivo muito especial. AQB, dentro do mais completo esprito de unio dos
Os primeiros esforos para o estabelecimento qumicos gachos. Em 1945, havia 52 associados, e
de uma seo regional de qumica no Rio Grande do 106 em 1948.
Sul remontam a 1923 quando a Sociedade Brasileira Uma das realizaes mais marcantes dessa
de Chimica, base sobre a qual se assenta a nossa ABQ Seo Regional da AQB foi a organizao do 5o CBQ,
de hoje, estabeleceu seu ncleo sul rio-grandense de em Porto Alegre, ocorrido de 24 de fevereiro a 2 de
qumica; algumas reunies chegaram a ser realizadas, maro de 1947.
mas a durao desse ncleo foi efmera. Era o segundo CBQ na regio
Bernardo Geisel (1901-
Nesse mesmo ano ocorreu a formatura 1985), um dos sul do pas (Curitiba sediou o CBQ em
dos primeiros qumicos industriais em formandos da primeira 1943). Contando com mais de 100
turma de qumicos
solo gacho. O Instituto de Qumica industriais do RS, um dos participantes e dezenas de trabalhos
fundadores da
Industrial, antes instalado no Instituto de Associao dos Qumicos apresentados, o 5o CBQ foi terreno frtil
do Rio Grande do Sul, um
Eletrotcnica e mais tarde na Escola de dos organizadores do 5o para que fosse fundada, logo em
CBQ de Porto Alegre e
Engenharia de Porto Alegre, veio a presidente em exerccio seguida, a Sociedade Brasileira de
ganhar vida prpria em maro de 1925. da AQB por dois Cincia do Solo.
periodos
Foi preciso esperar o dia 5 de Desse modo, o CBQ de 2017
outubro de 1937 para que um grupo de celebrar datas festivas muito
qumicos fundasse a Associao dos importantes para a comunidade qumica
Qumicos do Rio Grande do Sul, abrigado do Rio Grande do Sul, unindo o passado
no prdio do Instituto de Qumica ao presente, numa conjugao de
Industrial. Com a fundao em 18 de esforos para fazer deste evento um
janeiro de 1941, da Seo Regional do momento marcante para todos os seus
Rio Grande do Sul da Associao Qumica participantes.
Qumica Verde
(por Lucia Gorenstin Appel, do Instituto Nacional de Tecnologia)
"Atualmente, grande parte da Industria Qum ica Nacional e tambe m da Acade mica esta o
conscientes da importa ncia da QV. Isto ocorre na o so com relaa o a s questo es
ambientais, mais tambe m, pelo fato de que ao es neste a mbito sa o uma grande
oportunidade para a inovaa o em produtos e processos produtivos. Em muitas ocasio es
e atualmente possvel notar que esta conscie ncia vem se transformando em ao es
efetivas." No que diz respeito ao papel do poder pu blico para melhorar a insera o dos
princp ios da Qum
ica Verde no Brasil junto a populaa o, "A questa o da educaa o e
crucial e esta deveria se iniciar ainda no ensino me dio."
Segurana Qumica em Foco: 4 Conferncia Internacional Segurana Qumica em Foco: 4o Seminrio de Educao em
sobre Gesto Qumica Segurana Qumica na Indstria
A Segurana Qumica um conceito global, No Brasil, as aes governamentais, da sociedade civil e da indstria vm
desenvolvido para assegurar a proteo da sade, da vida e sendo desenvolvidas e articuladas pela Comisso Nacional de Segurana
das condies normais do ambiente, frente aos riscos Qumica CONASQ (...). Neste 4 Seminrio foi abordada a educao em
decorrentes das atividades compreendidas no ciclo de vida Segurana Qumica na indstria. O evento ocorreu em 2 de dezembro, na
das substncias qumicas, com base na sua utilizao racional Faculdade SENAI Rio - Sede Tijuca do Sistema FIRJAN (Federao das
e consciente. Indstrias do Estado do Rio de Janeiro). (...) Foram debatidos temas da
O tema tem merecido crescente ateno, levando maior relevncia para a indstria qumica e os profissionais do setor:
realizao de numerosos eventos regionais e internacionais. divulgao da evoluo da Segurana Qumica no cenrio internacional
Nesse contexto, a 4 Conferncia Internacional sobre Gesto (...) enfatizando a importncia do desenvolvimento de aes preventivas
Qumica (4 t h Internactonal Conference on Chemical e corretivas no Brasil; apresentao das expectativas e contribuies dos
Management ICCM4), realizada em Genebra, no perodo diversos setores envolvidos, promover o debate e colher subsdios para o
de 28/09 a 02/10/2015, contou com a participao de mais fortalecimento da educao corporativa na rea de Segurana Qumica;
de 800 delegados, incluindo presidentes, ministros, chefes dar continuidade s diversas iniciativas e articulaes interinstitucionais
de organizaes intergovernamentais e lderes da sociedade efetivadas a partir dos resultados dos 3 Seminrios realizados
civil da maior parte dos pases. Durante o evento foi anteriormente; e ampliao da Rede Brasileira de Educao em
divulgado documento elaborado pelo Programa das Naes Segurana Qumica. (...). A ABQ se fez presente no evento por meio do
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e outros organismos Editor da RQI, Prof. Jlio Afonso, do Instituto de Qumica da UFRJ. A
internacionais admitindo que, na atualidade, a principal preveno de acidentes, doenas e poluio ambiental relacionados aos
causa de mortalidade no mundo a poluio qumica. O produtos qumicos demandam esforos dos rgos pblicos, empresas,
Brasil como 5 maior produtor qumico mundial e o maior organizaes no governamentais e outros segmentos da sociedade
consumidor de agrotxicos deve dar ateno prioritria organizada. Dentre as formas de se alcanar os objetivos da Segurana
preveno da exposio da populao a produtos qumicos. Qumica, destacam-se a educao e o treinamento, (...).
1 Escola de Modelagem Molecular da Unesp Araraquara Workshop Internacional sobre Validao de mtodos
Araraquara, SP, 9 a 13 de janeiro de 2017 de ensaio, erros humanos e a incerteza de medio
Info: facte.com.br/escola-de-modelagem- dos resultados
molecular-da-unesp-araraquara-1a-emmunesp/ Tel Aviv, Israel, 23 de janeiro de 2017
info: https://iupac.org/events/
Seminrio de Educao a Distancia
Goinia, GO, 8 a 10 de maro de 2017 14 UNESCO / IUPAC Oficina e Conferncia sobre
Info: www.ciar.ufg.br Macromolculas & Materials
Trabalhos: 15 de dezembro Stellenbosch , frica do Sul, 10 a 13 de abril de 2017
info: http://academic.sun.ac.za/unesco/
10 Simpsio Nacional de Biocombustveis - BIOCOM
Recife, PE, 24 a 26 de abril de 2017
25 Encontro de croatas qumicos e engenheiros
Info: www.abq.org.br/biocom
qumicos
Trabalhos: 9 de maro
Porec, Crocia, 19 a 22 de abril de 2017
info: http://25hskiki.org/en/homepage/
15 Simpsio Brasileiro de Educao Qumica- SIMPEQUI
Manaus, AM, 7 a 9 de agosto de 2017
Info: www.abq.org.br/simpequi 12 Advanced Polymers via Engenharia
Trabalhos: 29 de junho Macromolecular (APME 2017)
Ghent, Blgica, 21 a 25 de maio de 2017
info: http://www.APME2017.org
10 Encontro Nacional de Tecnologia Qumica- ENTEQUI
Goinia, GO, 4 a 6 de setembro de 2017
Info: www.abq.org.br/entequi 9 Simpsio Internacional sobre Molecular Mobilidade
Trabalhos: 3 de agosto e Ordem em sistemas polimricos
St.Petersburg, Russia, 19 a 23 de junho de 2017
57 Congresso Brasileiro de Qumica - CBQ info: http://www.mmops2017.com
Gramado, RS, 23 a 27 de outubro de 2017
Info: www.abq.org.br/cbq
Trabalhos: 19 de julho Simpsios Internacionais de Qumica Organometlica
dirigida para Sntese Orgnica (OMCOS 19)
Jeju, Coreia do Sul, 25 a 29 de junho de 2017
info: http://www.omcos19.org
www.abq.org.br
QI
ISSN: 2358-1697
Revista de Qumica Industrial
Ano 84 N 753 4 trimestre de 2016
Edio Eletrnica 11
ndice
42 Adsoro de zinco (II) e cobre (II) utilizando como adsorvente a borra de caf
Zinc (II) and copper (II) adsorption using coffee grounds as adsorbent
Resumo
Os inibidores de corroso tem sido muito empregados na indstria de petrleo, no entanto os
inibidores sintticos vem sendo substitudos pelos chamados inibidores verdes, pois estes
apresentam menor toxidez e so obtidos de fontes renovveis. Neste trabalho, foram
desenvolvidas formulaes orgnicas inibidoras de corroso a partir de subproduto da indstria da
castanha de caju. Primeiramente, foram realizados experimentos para avaliar a interao do
produto bruto e de seus princpios ativos isolados (obtidos aps destilao vcuo) com solventes
orgnicos. Os princpios ativos foram usados em 10 formulaes distintas estabilizadas em fluido
cido orgnico. As eficincias das formulaes foram avaliadas empregando ensaios de perda de
massa a 60 e 80C, utilizando aos carbono e inoxidvel. Os materiais foram analisados em
1
microscpio ptico, e os princpios ativos foram caracterizados por FTIR, TGA e H-RMN. O melhor
desempenho foi observado nos inibidores cujo princpio ativo o resduo da destilao do LCC
tcnico.
Palavras-chave: inibidores verdes, formulaes orgnicas, perda de massa
Abstract
Corrosion inhibitors have been largely used in the oil industry, however synthetic inhibitors have
been substituted for the green inhibitors as these ones are less toxic and are obtained from
renewable sources. In this work, corrosion inhibiting organic formulations were created from a
byproduct of cashew nuts industry. At first, experiments were done to evaluate the interaction of the
crude product and its fractions (obtained after vacuum fractional distillation) with organic solvents.
The active principles were used in 10 different formulations that were stabilized in an organic fluid
with acidic characteristics. The efficiencies of the formulations were evaluated through weight loss
measurements at 60C and 80C, using low carbon and stainless steels. The materials were
examined by optical microscopy, and the active substances were characterized by FTIR, TGA and
1
H-NMR. The most effective inhibitors are those whose active substances are the distillation
residue of the crude product.
Keywords: green inhibitor, organic formulations, weight loss
(1)
Figura 1: Espectro de FTIR do LCC tcnico
1
O espectro de H-RMN (Figura 8) do resduo
tambm se mostrou diferente em relao aos
demais, com a intensificao do sinal relativo aos
hidrognios alifticos da cadeia lateral, em 1,25
Figura 5: Curvas trmicas de TG do LCC tcnico ppm, assim como os sinais entre 1,57 e 1,58 ppm,
1 *a b
Antonio Csar Teixeira de Toledo , Letcia Cristina Moraes de Souza ,
c d
Flvio Gramolelli Jnior , Jonny Francisco Ros de Almeida
a
Instituto de Pesquisa Energtica Nuclear, IPEN, Centro de Qumica e Meio Ambiente, So Paulo
b
Departamento de Engenharia Qumica, Centro Universitrio Padre Anchieta, UniAnchieta, Jundia, So Paulo
c
Coordenao de Engenharia Qumica, Centro Universitrio Padre Anchieta, UniAnchieta, Jundia, So Paulo
d
Khemia Equipamentos Tecnolgicos de Efluentes, Centro de Inovao, Empreendedorismo e Tecnologia do
Instituto de Pesquisa Energtica Nuclear, IPEN, So Paulo
*
acesartoledo@usp.br
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo testar o uso de Nanopartculas de Prata em substituio aos
produtos clorados comumente utilizados em Estaes de Tratamento de guas (ETA's) e
Estaes de Tratamento de Efluentes (ETE's), com a finalidade de desinfeco e menor
probabilidade de gerao de THM's (Trihalometanos), subprodutos comprovadamente txicos e
carcinognicos. A fim de avaliar a eficcia da soluo nanoparticulada de prata foram realizados
testes bacteriolgicos e fsico-qumicos. Os resultados foram satisfatrios quando comparados a
ao do Hipoclorito de Sdio. O uso da soluo nanoparticulada em ETA's e ETE's torna-se vivel
tcnica e economicamente pela facilidade do uso, no formao de THM's e menor potencial
corrosivo em tubulaes quando comparado ao cloro inorgnico.
Palavra-Chave: nanopartculas de prata, trihalometanos, tratamento de gua.
Abstract
This study aims to test the use of Silver Nanoparticles to replace chlorinated products commonly
used in water treatment plants and wastewater, for the purpose of disinfection and less likely to
THM's generation (Trihalomethanes), proven toxic and carcinogenic by-products. In order to
assess the effectiveness of the silver nanoparticle solution they were performed bacteriological and
physico-chemical tests. The results were satisfactory compared to the action of sodium
hypochlorite. The use of nanoparticle solution ETA's and ETE's becomes technically and
economically feasible for ease of use, no THM's training and less corrosive potential pipes when
compared to inorganic chlorine.
Keyword: silver nanoparticles, trihalomethanes , water treatment.
Figura 4: Plaqueamento pelo Mtodo Pour Plate. A amostra proveniente da ETE, pelo mtodo
Pour Plate, em adio por Superfcie, observou-se
uma total eliminao de atividade bacteriana, com
reduo de 1.200 UFC/mL para 0 UFC/mL aps
adio da soluo nanoparticulada de prata de 60
ppm, conforme a Figura 7.
Tabela 1
Anlises Fsico-Qumicas.
Anlises Fsico-Qumicas
gua ETA
gua ETA + Efluente Tratado ETE
Clorada com Efluente Tratado
gua Bruta ETA Soluo Prata (60 + Soluo Prata (60
Hipoclorito de ETE
ppm) ppm)
Sdio
Cloro Total 0,22 mg/L 4,02mg/L 0,14 mg/L 0,08 mg/L 0,02 mg/L
Turbidez 19,2 Ntu 0,96 Ntu 2,11 Ntu 24,3 Ntu 1,72 Ntu
Vale destacar que as amostras dessas guas substituir o Hipoclorito, com as seguintes vantagens:
tiveram valores de turbidez reduzidos aps a adio i) diminui a gerao de THM's; ii) menor custo
das Nanopartculas de Prata, o que resultou em uma comparado aos produtos clorados; iii) no corrosivo
significativa melhoria no aspecto da gua, pois s tubulaes; iv) reduz a turbidez da gua ao
quando h excesso de cloro observa-se uma leve substituir produtos clorados; vi) pode-se testar
turvao, que tende a diminuir com aumento da menores dosagens de prata (piloto e grande escala)
temperatura e consequente disperso do cloro no a fim de garantir um enquadramento mais seguro do
meio aquoso. Esse excesso de cloro no momento do ponto de vista toxicolgico, e com eficincia
tratamento se faz necessrio justamente por conta aceitvel.
das perdas observadas nas tubulaes, do contrrio Acreditamos que essa pesquisa possa estar
o consumidor receberia uma gua abaixo do valor de inserida numa vertente social pois vislumbramos um
clorao estipulado para controle de bactrias. cenrio em que esse estudo possa contribuir para
outras pesquisas de utilizao da prata
CONCLUSES nanoparticulada como agente de descontaminao
em locais onde os sistemas convencionais de
Os testes apontaram uma reduo completa tratamento de gua e esgoto so precrios, ou at
para atividades bacterianas nas mostras guas de mesmo inexistentes. Neste sentido o produto em
ETA e ETE, portanto conclui-se que o produto em estudo neste trabalho tornar-se uma alternativa
estudo eficiente para fins de desinfeco ao simples, rpida, eficiente e barata para a eliminao
a* a
Yvna de Salles Mol Lembi Ferreira ; Edgar Alexandre Reis de Lima ;
a
Maria Alice Moreno Marques
Departamento de Engenharia Qumica, Universidade Vila Velha 29.102-920 - Vila Velha ES - Brasil
*e-mail: yvnamol@hotmail.com
Resumo
O presente trabalho visou a avaliar a capacidade de adsoro da borra de caf na remoo dos
ons metlicos zinco (II) e cobre (II) por meio dos modelos de isoterma de Langmuir e Freundlich. O
modelo que melhor se ajustou aos dados experimentais foi de Freundlich, cujos parmetros Kf e n
para os ons de Zn e Cu foram: 0,9074 e 5,2967 (mg.g-1) (L.mg-1)1/n, 1,0811 e 1,2823 (mg.g-1)
(L.mg-1)1/n, respectivamente, indicando que a borra de caf possui afinidade pelos ons metlicos e
que adsoro favorvel. Verificou-se que o aumento de pH reduz a capacidade de adsoro do
cobre enquanto que para o zinco a adsoro foi favorecida. No estudo da influncia da
temperatura, observou-se que o percentual adsorvido diminuiu com o aumento da temperatura
tanto para o cobre como para o zinco. Dessa forma, resultados sugerem que a borra de caf
possui potencial para o tratamento de efluentes contendo metais txicos.
Palavras-chave: Adsoro, borra de caf, metais txicos.
Abstract
This paper focuses on evaluating the adequacy of Langmuir and Freundlich isotherms as a way to
describe the capacity of adsorption of the heavy metals zinc (Zn) and lead (Pb) in residues by
commercial coffee. The model that best fitted the experimental data was the Freundlich, whose
parameters Kf and n for Zn and Cu ions were: 0.9074 and 5.2967 (mg.g-1) (L.mg-1)1/n and 1.0811 and
1.2823(mg.g-1) (L.mg-1)1/n, respectively. Results imply that coffee grounds have affinity for copper (II)
and zinc (II) ions and that the adsorption is favorable. It was noticed that pH increase causes a
decrease in the adsorption capacity of copper, whereas, for zinc, adsorption was enhanced by an
increase in pH. In the assessment of temperature influence, it was revealed that the adsorbed
percentage was reduced with temperature rise, for both copper and zinc. Therefore, the results
suggest that coffee grounds have good potential for the treatment of effluents containing toxic
metals.
Keywords: Adsorption, coffee grounds, toxic metals.
Ci 100 (2)
escala. Em busca de novas tecnologias tem se
pesquisado a utilizao de adsorventes alternativos
para a remoo de metais pesados. No processo de adsoro, o pH, a
A utilizao de adsorventes a partir de temperatura, tempo de contato e o tipo de material
resduos agrcolas tais como casca de arroz, de adsorvente so parmetros que influenciam na
laranja, de coco, talo da uva, e outros, surge como forma da isoterma. O comportamento grfico das
uma alternativa promissora e de grande interesse isotermas pode apresentar-se de diferentes formas,
para o tratamento de efluentes industriais contendo fornecendo informaes importantes sobre o
metais em soluo (SALVADOR, 2009). Sendo modelo matemtico que o representa. Os modelos
assim, o uso da borra de caf como um adsorvente de isoterma de Langmuir e de Freundlich so os
para o tratamento de efluentes pode ser uma mais comumente utilizados na literatura.
DH DS (5)
C 1 C lnkabs = - +
= + (3) RT R
q qmx . K ads qmx
Em que: kabs a constante de equilbrio da
Em que: q quantidade de adsorvato (metal) adsoro, R a constante dos gases ideais
-1
retido no slido no equilbrio (mg g ), qmx parmetro (8,314 JK-1mol-1) e T a temperatura absoluta
de Langmuir relativo capacidade de adsoro (K). O grfico de ln kabs versus 1/T construdo para
-1
(mg g ), C concentrao do on na soluo quando obteno dos parmetros termodinmicos, em que
-1
esta em equilbrio (mg L ), K ads constante de pelo coeficiente angular da reta, calcula-se o valor
Langmuir relacionada com a energia de ligao do de H (-H/R), e pelo coeficiente linear o valor de S
-1
metal na borra de caf (mg L ). (S/R) (COTTET, 2009).
A isoterma de Langmuir pode ser obtida a A entalpia e a entropia se relacionam com a
partir de um grfico linear da razo entre as energia livre de Gibbs por meio da Equao 6.
concentraes de adsorvato na fase lquida e slida
(C/q) versus a concentrao de adsorvato na fase
DG = DH - T DS (6)
lquida (C) (CAPUDI, 2010).
O modelo de isoterma de Freundlich assume
que a adsoro ocorre em multicamadas em que os MATERIAIS E MTODOS
stios podem adsorver mais de uma molcula de
adsorvato, porm os stios no so idnticos, nem A borra de caf, utilizada como adsorvente, foi
sempre esto disponveis e possuem diferentes coletada diariamente em uma residncia entre os
energias de adsoro (GARCIA, 2010; CAPUDI, meses de novembro e dezembro de 2014. Coletou-
2010). A Equao 4 expresso linear de se aproximadamente 1000g de borra de caf de uma
Freundlich: mesma marca de caf comercial, para garantir que
amostra tivesse a mesma classificao
Tabela 1
Resultados obtidos para a percentagem e a capacidade
de remoo de Cobre e Zinco
qe (mg g-1)
Influncia do pH na Adsoro
O pH tem expressivos efeitos na solubilidade,
especiao e capacidade de adsoro dos metais
pesados (BUENO, 2009). O pH pode influenciar a
adsoro dos ons metlicos pela competio entre
+
o metal e os ons H pelos stios ativos. A
dependncia do pH na captao das espcies
metlicas pelo biossorvente pode ser tambm
justificada pela associao-dissociao de certos
Desta forma, verifica-se pela Tabela 2 que o grupos funcionais tais como os grupos carboxilas
modelo de Langmuir no representa de forma (VAGHETTI,2009). O efeito do pH na capacidade
significativa e quantitativa o modelo matemtico de adsoro dos ons de cobre (II) e zinco (II) pela
apropriado para os dados experimentais deste borra de caf foi investigado variando-se o pH nas
estudo. Observa-se na Tabela 3 que o modelo de faixas 3, 5 e 7, a temperatura ambiente. As Tabelas 4
Freundlich se ajustou de maneira satisfatria aos e 5, representam o efeito da concentrao de
dados experimentais. Nota-se que o cobre biomassa na adsoro de Cu (II) e Zn (II),
apresentou melhor ajuste, com menor desvio em respectivamente, em relao faixa de pH.
relao aos dados experimentais (0,4598), menor Tabela 4
Efeito da concentrao de biomassa de borra de caf na adsoro de
erro (0,8457) e menor disperso (0,2114) ao
ons cobre (II). Condies: pH: 3,0, 5,0 e 7,0; velocidade de agitao:
comparar com os dados obtidos para o zinco, desvio 150 rpm; tempo de contato: 15min
Anlise termodinmica
A variao dos parmetros termodinmicos
entalpia (H), entropia (S) e energia livre de Gibbs Partindo do valor obtido para a variao da
(G) foram determinados em funo da temperatura entalpia, possvel analisar a natureza das foras
para o processo de adsoro os ons metlicos na i n t e r m o l e c u l a r e s p r e s e n t e s n o p r o c e s s o
Acesso em: 2 de maio de 2015. Janeiro: Editora Guanabara dois, 5 edio, 1980.
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Qumica) , Instituto de Qumica, Universidade Federal do
MONTEIRO, Raquel Almeida. Avaliao do potencial
Rio Grande do Sul, 2009.
Resumo
Neste trabalho foi estudada a aplicao da reao de Fenton integrada coagulao/floculao no
tratamento de efluente da linha de produo de filtros solares. Com o processo de otimizao
realizado em ensaios de jarros, a concentrao tima de Fe+2 e H2O2 foi de 110,00 mg L-1 e 700,00
mg L-1, respectivamente e um valor de pH 4,50. Nestas condies os valores de remoo foram
90,75% de Demanda Qumica de Oxignio (DQO), 99,61% de turbidez, 98,24% da colorao
(valores de absorvncia), 96,24% de Carbono Orgnico Total (COT), 99,26% de leos e graxas,
97,36% de slidos suspensos totais (SST), 73,12% de surfactantes e 81,85% de fenis totais. O
tempo total de tratamento foi 226 minutos e 30 segundos. Quando aplicados de maneira isolada,
os processos oxidativos avanados no apresentam boa eficincia, no entanto, neste trabalho o
tratamento via reao de Fenton integrado tecnologia coagulao/floculao apresentou
elevada capacidade para uma aplicao em escala real no segmento cosmtico.
Palavras Chave: filtro solar, reagente de Fenton, indstria cosmtica.
Abstract
In this work the application of integrated Fenton's reaction with the coagulation/flocculation in the
treatment of sunscreens lotion production line wastewater. After optimizing (performed at jar test
equipment) of the treatment processes was possible to verify that in concentrations of 700.00 mg.L-1
H2O2, 110.00 mg.L-1 Fe+2 and at pH 4.50, reductions of Chemical Oxygen Demand (COD) values,
turbidity values and coloration (absorbance values) were respectively 90.75%, 99.61% and
98.24%. Other environmental analyzes were also carried out, and the values reductions were: Total
Organic Carbon (TOC) 96.24%, Oil and Grease 99.26%, Total Suspend Solids 97.36%,
Surfactants 73.12% and Totals Phenols 81,85%. The total treatment time was 226 minutes and 30
seconds. When applied in an isolated way, the advanced oxidation processes do not have good
efficiency; however, in this study the treatment means Fenton's reaction integrated
coagulation/flocculation technology shown high capacity for a full-scale application in the cosmetic
segment.
Keywords: sunscreen, fenton, cosmetic industry.
Pela anlise dos valores da tabela 1 foi maior variao durante o processo de otimizao.
possvel observar que os testes 03 e 04 Para melhor interpretao dos efeitos da
3
apresentaram elevados nveis de remoo tanto combinao das variveis (Planejamento Fatorial 2 )
para os valores na DQO quanto para os valores de em relao reduo dos valores na DQO foi
turbidez e absorvncia. A partir dos percentuais de construdo um diagrama geomtrico (Figura 1).
remoo observa-se que a eficincia do reagente de Pde ser observado que o aumento da
2+
Fenton, nestas condies reacionais, pode estar concentrao de Fe teve uma influncia
sendo influenciada em maior efeito pela significativa no rendimento cataltico apresentando
+2
concentrao de Fe e pelo pH, sendo a melhora em torno de 50,20% quando a
2+ -1
concentrao de H2O2 o parmetro que pode sofrer concentrao de Fe passa de 9,20 mg L
+2
Sendo assim a concentrao tima de Fe
para o efluente bruto real situa-se na faixa de
-1
106,84 a 147,36 mg L , sendo a concentrao de
-1
110,50 mg L a que apresentou maior eficincia na
remoo dos valores dos parmetros analisados.
A partir da otimizao da concentrao tima
+2
de Fe para o tratamento do efluente real bruto, a
prxima etapa caracterizou-se pela otimizao dos
valores de pH.
-1
mg L-1
degradao de 100 mg L de corante txtil reativo leos e Graxas 4216,00 31,00 99,30% At 70,0
vermelho HE-3B as melhores condies mg L-1 mg L-1
Ferro Total NR 5,50 --------- 15,00 mg L-1
operacionais alcanadas foram: pH 3,0; mg L-1
-1 Perxido de NR 13,48 --------- NE
concentrao de H2O2 500 mg L e concentrao de
2+ -1
hidrognio
nanocompsito de Fe 1000 mg L . residual mg L-1
NE: No Existe NR: No Realizado
Sendo assim neste tratamento as condies
ideais encontradas para a remediao do efluente
cosmtico da linha de produo do filtro solar com Estudo da DQO
-1
uma DQO de entrada em torno de 9660,00 mg L Para anlise de DQO ao final do processo de
2+ -1
foram: Fe 110,50 mg L , valor de pH 4,50 e H2O2 de otimizao do tratamento, o efluente real bruto teve
-1 -1
700,00 mg L . Com isso a relao [Fe]:[H2O2] foi de a anlise de DQO reduzida de 9660,00 mg L para
-1
1:6,33, dentro da faixa especificada por Bianco e 158,40 mg L , caracterizando uma reduo de
colaboradores (2011), de 1:5 a 1:10. 98,30%. Embora a resoluo Conama 430 de 2011
no referencia valores para remoo do valor na
Outros parmetros analisados DQO, a mesma estipula uma remoo mnima de
No efluente bruto real e no efluente tratado 60,00% de DBO.
via reagente de Fenton foram realizados alguns A remoo dos valores na DQO foi alcanada
estudos analticos referentes aos parmetros neste tratamento utilizando uma concentrao de
-1 +2
ambientais tais como: Demanda Qumica de 110,50 mg L de Fe . Segundo Bautista e
Oxignio (DQO), Turbidez, Absorvncia, Oxignio colaboradores (2007) para a aplicao do reagente
Dissolvido (OD), Carbono Orgnico Total (COT), de Fenton em efluente cosmtico, uma
+2 -1
leos e Graxas (OG), Ferro Total e Perxido de concentrao de Fe na ordem de 200 mg L ,
Hidrognio Residual e encontram-se na Tabela 2. suficiente na maioria dos casos para a degradao
Aps a disposio das anlises foi realizada uma dos contaminantes orgnicos.
Renata Almeida Farias*, Maria da Conceio Tavares Cavalcanti Liberato, Euciene de Brito Cipriano,
Glemilson Moita de Aguiar, Italo Ramon Rocha Muniz, Joaquim Rodrigues de Vasconcelos Neto,
Camila Ribeiro dos Santos Gomes
Universidade Estadual do Cear - UECE - Av. Dr. Silas Munguba, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza-CE, Brasil.
renata.almeidaxm@gmail.com
Resumo
Resumo
O objetivo desse trabalho foi investigar a taxa de inibio da enzima acetilcolinesterase (AChE) em
mis oriundos dos estados do Cear e Piau para que possam ser usados em novas pesquisas
para desenvolver frmacos que atuem no tratamento da Doena de Alzheimer (DA). Foi realizado
um ensaio em cromatografia em camada delgada baseado no mtodo de Ellman e adaptado por
Rhee. O mel desde a antiguidade utilizado como frmaco e tem mostrado eficincia com suas
diversas propriedades fitoterpicas e teraputicas como as atividades antibacteriana e
cicatrizante. Portanto, h necessidade de uma investigao das propriedades dos mis como
alternativa no tratamento de DA, devido a presena de inibidores de AChE em sua composio e a
demanda de novos medicamentos de combate a esta doena. O padro utilizado na anlise foi o
alcaloide fisostigmina, que exibe um halo de inibio da enzima de 0,9 cm. As amostras analisadas
apresentaram resultados de inibio variando de 0,7 a 1 cm.
Palavras chave: mel, acetilcolinesterase, Alzheimer
Abstract
The objective of this work was to investigate the rate of inhibition of the acetylcholinesterase
enzyme (AChE), in honeys from Cear and Piau States in order that they can be used in new
researches to develop drugs to the treatment of Alzheimer Disease (AD). It was made an assay in
thin-layer chromatography based on the Ellman method adapted by Rhee. Honey has been used
since ancient times as a remedy and has showed efficiency by its therapeutic properties like the
antibacterial and healing activities among others. However, it is necessary an investigation about
honey's biological properties as an alternative to the cure of AD, due the presence of AChE's
inhibitors in chemical composition and the imperative need for new drugs against this disease. The
standard used in this analysis was the alkaloid physostigmine which shows an enzyme's inhibition
spot of 0.9 cm. The samples presented inhibition spots with variation between 0.7 cm and 1 cm.
Keywords: honey, acetylcholinesterase, Alzheimer
Tabela 1
Indice de inibio da AChE nas amostras analisadas
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