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(SES0222)
FLORIANPOLIS
2017
ANA PAULA TABORDA CRUZ
FLORIANPOLIS
2017
A APLICAO DE MEDIDAS DISCIPLINARES PUNITIVAS AOS REEDUCANDOS
DA PENITENCIRIA ESTADUAL DE FLORIANPOLIS
POR
___________________________________________
Presidente: Prof.. LUIZA MARIA LORENZINI GERBER CRESS 0968 12 R -
Orientadora Local
___________________________________________
Membro: ROSANE PEREIRA - CRESS 3254 12 R - Supervisora de Campo
____________________________________________
Membro: BERNARDO CALIXTO KNABBEN Diretor Geral Uniasselvi Polo de
Florianpolis Profissional da rea
FLORIANPOLIS
30/05/2017
DEDICATRIA
1 INTRODUO .................................................................................................... 10
4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 28
CONTEXTUALIZAO DO TEMA NO CAMPO DE ESTGIO
8 CONCLUSO ....................................................................................................... 67
REFERNCIA .......................................................................................................... 69
ANEXOS ................................................................................................................... 71
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1. INTRODUO
2. APRESENTAO DO TEMA
1 No pertencem Defensoria Pblica de Santa Catarina, mas assumem papel de Defensor Pblico.
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identidade e uma referncia com vistas sua sada, garantindo os direitos sociais
previstos na Lei de Execues Penais/ LEP.
Neste sentido, foram realizadas tentativas de discutir e avaliar com os
diferentes setores do sistema prisional a crescente utilizao de Medidas
Disciplinares (MD) na Penitenciria Estadual de Florianpolis, buscando em comum
solues que levem a ressocializao e a um efetivo sistema humanizado.
Como j referenciado o Setor de Servio Social, nem sempre entendido e
respeitado pelos demais setores, observa-se por aporte de alguns setores, um olhar
pouco tcnico ao trabalho realizado, um entendimento muitas vezes ancorado no
senso comum, ou seja, de que o servio social, fica passando a mo na cabea de
bandido.
Garantir o acesso aos direitos sociais dos reeducandos e fortalecer o vnculo
familiar do reeducando um preceito da tica profissional.
A atuao sempre pautada visando socializar/divulgar informaes aos
familiares e aos reeducandos, acompanhando a apreenso as informaes por parte
dos mesmos e avaliando posteriormente a eficcia do trabalho no ambiente
institucional.
Acredita-se que as aes resultantes deste estudo reforaro as questes de
ressocializao e tratamento para com os reeducandos, surtindo efeitos positivos
junto ao sistema.
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priso e fazer com que ela deixe de ser apenas um castigo ou o pagamento
do mal praticado e torne-se um ambiente de educao, aprendizagem e
preparao para o trabalho, possibilitando aos presos crescimento humano,
intelectual, profissional e social. Isso pode contribuir imensamente para a
vida ps-crcere, pois alm de sair da priso menos revoltados, saem em
condies de trabalhar, estudar e reintegrar-se com a sociedade.
4. JUSTIFICATIVA
Desta forma, se faz necessrio uma anlise profunda dos motivos pelos quais
os reeducandos esto sendo punidos com estas Medidas; para uma interveno
eficaz, no somente o Setor Social que dever intervir nestas questes, mas
tambm todos os responsveis pelo bom andamento dos trabalhos na Penitenciria
Estadual de Florianpolis.
Uma forma inicial para tratamento desta demanda o Setor Social realizar um
acompanhamento do comportamento do reeducando em um perodo mnimo de 6
(seis) meses; objetivando averiguar a frequncia destes atos/infraes, impostas
quando as regras so descumpridas pelos reclusos.
Aps, uma anlise do por que deste comportamento, de forma com que no
apenas seja julgado pela sua infrao, mas tambm pelo seu estado emocional e
afetivo que possa influenciar o recluso naquele determinado momento.
Com base nas intervenes anteriores e o estudo de cada caso de punio,
dever ser realizado pelos agentes penitencirios da instituio, concomitante com o
Setor Social e demais autoridades uma reunio para anlise dos dados coletados,
verificando-se a necessidade de aplicao de determinada Medida Disciplinar e o
perodo correspondente a cada infrao, esta deciso objetiva a reduo das
punies e a garantia de melhorias no clima organizacional, no ambiente e no
funcionamento da Penitenciria Estadual de Florianpolis.
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5. OBJETIVOS
6. METODOLOGIA DE PESQUISA
Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
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Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
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Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
Fonte: Sistema Integrado de Segurana Pblica SISP SISTEMATIZADO POR TABORDA, 2017
7.3 RESULTADOS
Isto se deve ao fato tambm, de que esto inseridos neste quantitativo todo
reeducando que realiza entrada na Penitenciria Estadual de Florianpolis e possui
o perodo de 10 dias nos quais no poder receber visita e ficar em observao,
chamado de 1 fase.
Desta porcentagem, alguns reeducandos acabam no ficando alocados na
unidade e so transferidos outra instituio o que interfere nos resultados.
Porm, avaliou-se casos, no qual o reeducando recebeu uma ou mais Medida
Disciplinar em um perodo de trinta dias, casos que precisam ser analisados, devido
alta frequncia destas aplicaes, gerando certa preocupao da eficcia ou forma
deste mtodo de controle de infraes em casos isolados e/ou especiais.
J o grfico N 10, demonstra a porcentagem de reincidncia na mesma
Medida Disciplinar por reeducando, a fim de analisar os casos nos quais podem
demonstrar alguma deficincia na ateno s necessidades bsicas no atendidas a
estes reeducandos.
Observa-se que a priso por longo tempo se torna nociva ao recluso; sua
capacidade de retorno satisfatrio ao convvio social fica reduzida, dado que grande
parte da sua vida se empenha para suportar condies do presdio que na sua
maioria so extremamente desumanas.
O tempo excessivo de priso pode propiciar sequelas como melancolia,
depresso, psicoses etc. Foucault confronta aspectos negativos da priso (aplicao
das leis penais) com os positivos (tticas de dominao poltica) com a moderna
tecnologia de punir.
Percebe o sistema punitivo como um subsistema social, onde a prtica de
punir est associada a uma poltica corporal para criar a docilidade e extrair
alguma utilidade das foras do corpo humano, atravs de fora submetida, por
intermdio de poder poltico sobre o poder econmico do corpo.
Para o autor o Binmio poder/saber observado. Percebe-se uma gradual
substituio da punio tipo sistema feudal para punio tipo sistema capitalista.
Para Foucault, priso a forma do aparelho disciplinar do modelo panptico2,
2
O modelo panptico remete ideia de viso total, sendo que pan significa tudo e ptico viso;
Foucault estudou as instituies disciplinares da sociedade moderna, que tem como modelo de
panoptismo o conceito de priso criado no sculo XVIII pelo tambm filsofo ingls Jeremy Bentham,
que pensou em uma arquitetura de priso na qual as celas formam um anel em torno de uma grande
torre. Nela fica um guarda que no pode ser visto pelos presos, que so vigiados o tempo todo; as
celas so vazadas, ou seja, somente com paredes laterais, de modo que os encarcerados no
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construdo para exerccio do poder de punir mediante supresso do tempo livre, tido
como o bem jurdico mais geral das sociedades modernas.
Na atualidade, os homens de sucesso de hoje seriam aqueles bem-sucedidos
em suas carreiras, bem resolvidos emocionalmente em aspectos sexuais, familiares
e de bom convvio social, mas tambm aquele capaz de desfrutar as boas coisas da
vida, de lazer, cultura, esportes.
Uma pessoa de sucesso aquela que tem tempo livre para desfrutar as boas
coisas da vida. Nesse sentido, a priso um aparelho jurdico-econmico que cobra
a dvida do crime em tempo de liberdade suprimida.
ainda um aparelho tcnico disciplinar construdo para aprimorar
multiplicidades humanas mediante exerccio de coao educativa total sobre o
condenado, gerando a reduo da fora poltica deles (corpos dceis) e ampliao
da fora til (corpos teis) dos sujeitos condenados.
Historicamente falando, a priso (local de cumprimento de penas privativas de
liberdade) e de execuo do projeto de ressocializao de indivduos condenados
(produo de sujeitos dceis e teis) antiga e vem fracassando, sendo revistas
sempre. Mas continua com mais fracassos, reformas, e novos fracassos.
A eficcia das prises no mnimo duvidosa, visto que em vez de reduzir a
criminalidade, introduz os condenados em carreiras criminosas, o que se observa
que diante da ociosidade, da falta de perspectivas os reclusos tm na priso uma
verdadeira escola do crime.
Esta escola do crime comandada pelas diferentes faces existentes nos
presdios brasileiros; o ano de 2017 comeou expondo ao Brasil e ao Mundo a real
situao destas faces e a fora com que conseguem irradiar suas ordens para
eliminar rivais e/ou inimigos de causa.
Apresentam-se duas reportagens publicadas recentemente e que tratam do
assunto:
O ano de 2017 mal comeou, e o Brasil, infelizmente, passa por uma das
piores crises no sistema prisional de sua histria. Tudo comeou na virada
do ano novo, quando uma rebelio no Complexo Penitencirio Ansio Jobim,
em Manaus, deixou 56 mortos. Depois, foi a vez da Penitenciria Agrcola
Monte Cristo, em Roraima, que matou 33 presos. E agora a situao
crtica na Penitenciria de Alcauz, no Rio Grande do Norte, que deixou um
saldo de 16 mortes. Apenas quatro dias aps a morte de quase 70 detentos
conseguem fugir da vigilncia permanente do guarda na torre central; esse modelo nunca chegou a
ser plenamente implantado.
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2) CV Comando Vermelho
69) V7 (RS)
entre unidades de Santa Catarina, porm esta alocao acaba por prejudicar os
reeducandos que possuem famlias que residem na cidade e no possuem
condies financeiras para visit-los em outras cidades; as decises so bruscas
e sem a devida informao para os familiares dos envolvidos.
Na maioria dos casos, as famlias no so avisadas destas transferncias e
so pegas de surpresa nos dias marcados para a visita, gerando revolta e
prejuzos nos casos de entregas de itens que no podero ser repassados.
Para os reeducandos, as famlias so seu nico suporte e incentivo para
manterem a calma em um perodo to difcil de suas vidas.
Outro grave problema que est relacionado com a aplicao da chamada
1 fase e a incidncia da aplicao de Medidas Disciplinares pouco tempo aps
sua chegada na instituio, a falta de informao aos reeducandos dos seus
direitos e deveres no local.
H casos onde os reeducandos repassam que h regras nas instituies
que se diferem de um local a outro, por exemplo, o porte de cigarro, comunicao
por telefone com parentes, dias de visita, dentre outros.
Uma proposta para uma futura interveno a longo prazo, seria a
distribuio de cartilhas e o atendimento pessoal do Setor Social com os
reeducando que esto chegando na instituio, pois em muitos casos os
reeducandos nem possuem informao do que o Setor de Servio Social existe e
o que oferece para auxili-los.
Porm, esta interveno ir gerar a necessidade de contratao de novos
estagirios e Assistentes Sociais, demanda que j se percebe atualmente, porm
com o atual corpo de funcionrios, no seria vivel este acompanhamento sem o
devido aumento numrico da equipe.
Subsequente ao elencado, dispe-se de outro problema recorrente a 1
fase e j citado anteriormente, a alocao de reeducandos no local sem a
realizao de uma anlise clinica sobre seu estado de sade, tratamento para
vcio em drogas e/ou problemas psicolgicos.
Constata-se que a alocao destes indivduos juntos a outros reeducandos,
sem um tratamento preliminar, dosagem de medicamentos e acompanhamento
mdico e psicolgico.
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8. CONCLUSO
REFERNCIAS
SMITH, Adam. A Riqueza das Naes: uma biografia. P.J. OROURKE; traduo,
Roberto Franco Valente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
3254 Funcionria Pblica do Estado pelo cargo de Assistente Social desde agosto
de 2009.
SMITH, Adam. A Riqueza das Naes: uma biografia. P.J. OROURKE; traduo,
Roberto Franco Valente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
MAAR, Wolfgang Leo. O que Poltica. So Paulo: Brasiliense, 1982.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da priso. Rio de Janeiro: Editora
Vozes, 2014.
ANEXOS