Enunciados Pres Civil

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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

MARCO ANTONIO ARAUJO E DARLAN BARROSO

Enunciados Exercícios – 2ª Fase – PRESENCIAL (Direito Civil)

PEÇA 1

João Macedo é desenhista (“designer”) de produtos, na Cidade de São Paulo, onde é


domiciliado. Ao ser contratado para participar de um grande projeto, João adquiriu um
microcomputador portátil (“notebook”) de última geração, da loja ABC Eletronics Ltda.,
sediada na Cidade de Curitiba (PR), pelo valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). O
produto, fabricado pela empresa Pearl Inc., norte-americana, é importado com
exclusividade por algumas lojas no Brasil, como a ABC Eletronics. O produto não
possui qualquer prazo de garantia além daqueles informados no Código de Defesa do
Consumidor. João efetuou a compra do produto pelo telefone e solicitou a entrega do
mesmo em sua residência. O pagamento foi debitado em uma única prestação em seu
cartão de crédito. Três dias depois da compra, o microcomputador foi entregue na
residência de João. Seguindo todas as instruções contidas no manual, João tentou
ligar o aparelho, sem sucesso, já que o produto simplesmente não funcionava. Quatro
dias depois da compra, João dirigiu-se à ABC Eletronics, em Curitiba (PR), para exigir
a substituição do produto, e foi informado de que a empresa, por ser representante da
marca do computador, possuía um serviço de assistência técnica para onde o produto
deveria ser encaminhado para verificar as razões pelas quais não ligava. João assinou
e recebeu cópia de uma ordem de serviço para comprovar o envio do produto ao
conserto. Trinta dias depois, o produto retornou da assistência técnica. João testou o
aparelho na própria loja e constatou que, apesar do equipamento ligar, o monitor
apresentou defeitos na imagem. Irritado, João recusou-se a retirar o produto e exigiu,
dessa vez, a restituição da quantia paga. Ao ter seu pedido negado, João deixou a
loja, levando o aparelho defeituoso, após protocolar um documento informando sua
insatisfação e exigindo a devolução do dinheiro. Como nada foi feito, João procurou
um advogado para providências judiciais, pretendendo receber tudo o que gastou,
corrigido monetariamente, além de perdas e danos.

QUESTÃO: Como advogado(a) de João, promova a demanda cabível, sabendo que,


além do produto não funcionar direito, João, para concluir o projeto para o qual foi
contratado, precisou alugar um equipamento similar, por trinta dias, pelo valor total de
R$ 3.000,00 (três mil reais).

PEÇA 2

Antônio, domiciliado em São Paulo e proprietário de um sítio em Jundiaí, emprestou-o


a Benedito, que não tinha onde morar com sua família, sem contrato escrito, para que
lá ficasse por 3 anos. Decorrido esse prazo, e após a devida interpelação, Benedito
recusa-se a sair do sítio, sob alegação de que havia plantado muitas árvores e que
tinha até colhido seus frutos, necessitando ficar no imóvel por mais um ano, dizendo,
ainda, que se Antônio tomasse alguma providência, alegaria posse velha e usucapião
e conseguiria a propriedade do sítio.

QUESTÃO: Prepare a ação cabível a ser proposta por Antônio, utilizando-se das
circunstâncias narradas.
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PEÇA 3

Dario trabalhou como auxiliar de escritório na empresa Alpha Ltda., no período de


janeiro a dezembro de 2003. Antes disso, trabalhou durante 10 (dez) anos no
Aeroporto de Congonhas em São Paulo, junto à pista de pouso de aviões. Sob o
fundamento de que é portador de surdez adquirida no trabalho e que a moléstia
profissional equipara-se a acidente de trabalho, Dario ajuizou ação de rito ordinário,
visando responsabilizar a empresa Alpha Ltda. pelos prejuízos daí decorrentes. O
pedido abrange o pagamento de uma pensão mensal vitalícia no valor equivalente ao
salário anteriormente percebido, a título de compensação pela redução da sua
capacidade laborativa, além de importância não inferior a 500 (quinhentos) salários
mínimos, a título de danos morais.

QUESTÃO: Considerando que a ação foi distribuída na Comarca de São Paulo-SP e


que a citação foi realizada há 10 (dez) dias, como advogado da Alpha Ltda., apresente
a peça processual adequada para defender os interesses da empresa no processo.

PEÇA 4

Silas decidiu, por questões particulares, ausentar-se do país pelo período de um ano
e, nesse ínterim, constituiu Alcebíades como seu bastante procurador, com poderes
gerais para representá-lo nos atos da vida civil. A procuração foi outorgada pelo
mesmo prazo e, passado esse tempo, Silas, de volta ao país, procurou Alcebíades
para se inteirar das novidades. Este, muito solícito, disse que não havia sido
necessário utilizar o mandato e disse a Silas que ficasse traqüilo, pois nada havia
ocorrido. Contudo, dirigindo-se ao banco em que mantinha conta corrente, Silas
percebeu que seu saldo estava deve-dor em R$ 100.000,00 (cem mil reais), pois a
conta havia sido movimentada por Alcebíades, com uso da procuração. Buscando
explicações, Silas novamente procurou Alcebíades, mas este vem se esquivando de
dar qualquer demonstração das despesas pagas no período.

QUESTÃO: Constituído advogado de Silas, atue em prol de seu cliente. Atente para o
fato de que ambos são domiciliados na Comarca de Canhambebe e o saldo credor
anterior à viagem de Silas era de R$ 20.000,00 (vinte mil reais).

PEÇA 5

José e Juscelino celebraram contrato de locação, por meio do qual este locava àquele
imóvel de sua propriedade, para instalação de estabelecimento comercial mantido por
José. Passados 6 (seis) anos de relação contratual contínua e formalizada, houve
significativa queda do preço de mercado das locações nas vizinhanças do imóvel.
Com isso, o preço justo dos alugueres seria, no entender de José, R$ 3.000,00 (três
mil reais) mensais, ao invés dos R$ 5.000,00 (cinco mil reais) vigentes.

QUESTÃO: Como advogado de José, proponha a ação cabível para readequar o valor
locatício. Considere que José é domiciliado em São Paulo, no bairro da Penha − local
do imóvel −, ao passo que Juscelino é domiciliado em Campinas.
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PEÇA 6

João havia dado a Pedro um apartamento em usufruto, por prazo determinado.


Terminado o prazo, João foi obrigado a mover ação de reintegração de posse contra
Pedro, pois este se recusara a devolver-lhe o imóvel. Pedro moveu reconvenção,
pleiteando por sua vez indenização por benfeitorias necessárias que realizou no
apartamento durante a vigência do usufruto. A sentença julgou procedente a ação e
improcedente a reconvenção, sustentando que Pedro, por não ter atendido notificação
premonitória de desocupação, passou a ser considerado possuidor de má-fé e, como
tal, não teria direito a indenização pelas benfeitorias necessárias. Pedro conforma-se
com a devolução do imóvel, mas não abre mão da indenização.

QUESTÃO: Como advogado de Pedro, tome a medida cabível. A sentença foi


publicada há 10 (dez) dias e o processo tramita perante a 50.ª Vara Cível Central de
São Paulo

PEÇA 7

Dario, residente no bairro do Jardim Paulista, em São Paulo - SP, ajuizou ação de
indenização em face da empresa Girassol Ltda., visando ao ressarcimento de danos
físicos causados por produto defeituoso, que havia adquirido junto à fábrica ré, para
utilização na qualidade de destinatário final. A ação foi ajuizada na Comarca de São
Paulo - SP e distribuída para o MM. Juízo da 10a Vara Cível do Foro Central. A
empresa ré argüiu a incompetência relativa daquele juízo, por meio de adequada
exceção ritual, pugnando pela remessa dos autos para a Comarca do Rio de Janeiro -
RJ, local onde está estabelecida a sua sede. A exceção de incompetência relativa foi
acolhida, determinando-se o envio do processo a uma das varas cíveis daquela
Comarca, tendo em vista a regra do art. 94 do Código de Processo Civil. Na mesma
decisão, condenou-se o Autor ao pagamento de honorários advocatícios em favor da
Ré, no importe de 20% sobre o valor dado à ação principal.

QUESTÃO: Como advogado do excepto, aja buscando manter o processo na


Comarca de São Paulo - SP e excluir a condenação em honorários.

PEÇA 8

Horácio propõe contra Aldo ação de reintegração de posse, pelo rito ordinário. Em
contestação, Aldo alega a ilegitimidade do autor, pois só quem poderia propor a
demanda seria o seu pai, legítimo proprietário e possuidor do imóvel (arts. 926; 267,
inc. VI, CPC). No mérito, alega que estaria na posse de forma regular em razão de
comodato. O juiz de primeiro grau rejeita a alegação de ilegitimidade, tendo Aldo
interposto agravo na forma retida. Meses depois, a demanda vem a ser julgada
procedente, tendo Aldo interposto apelação, requerendo que o Tribunal conheça
preliminarmente do agravo retido. Ao julgar a apelação, o Tribunal de Justiça de São
Paulo nega provimento por maioria de votos ao agravo retido, apreciado
preliminarmente e, por unanimidade de votos, nega provimento à apelação, tendo
apreciado integralmente todas as questões debatidas.
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QUESTÃO: Como advogado de Aldo, interponha o recurso cabível.

PEÇA 9

A ação ordinária movida por ABC Empreendimentos Ltda. contra Aristides da Silva foi
julgada procedente, para condenar este ao pagamento da quantia de R$ 100.000,00
(cem mil reais) a título de perdas e danos causados por má prestação de serviços.
Aristides recorreu e o recurso aguarda distribuição no Tribunal competente. Enquanto
isso, a ABC Empreendimentos Ltda. descobriu que Aristides pôs à venda os dois
únicos imóveis desembaraçados de sua propriedade – um na cidade de Poá e outro
na cidade de Itu – e pretende dilapidar seu patrimônio para furtar-se ao pagamento da
indenização.

QUESTÃO: Como advogado de ABC Empreendimentos Ltda., tome a medida cabível


para a defesa de seus interesses. Considere que a ação tramitou perante a 20a Vara
Cível da comarca de Santos, domicílio de Aristides e sede da ABC Empreendimentos
Ltda.

PEÇA 10

Doutor Roberto Martins, fisiatra, casado contratou Rita Gonçalves para ser a sua
arquiteta na reforma que abrangeria a sua residência e seu consultório. A reforma
totalizou o montante de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais). O Doutor
Roberto gostaria de começar a reforma com o seu consultório, uma vez que este era
um cômodo de sua residência. Quando do fechamento do contrato Dr. Roberto deu
como sinal o montante de R$100.000,00 (cem mil reais). No dia 13 de maio de 2009, o
projeto foi aprovado e ficou estipulado que os funcionários de Rita iniciariam a obra no
dia 16 de maio. Acontece que até o dia 1 de junho do referido, ano a obra não se
iniciou. O médico tirou umas férias de dois meses para a realização da reforma de seu
domicilio, tempo este informado por Rita como suficiente para a reforma do cômodo
que fora reservado ao consultório. Roberto já entrou em contato com a arquiteta para
reclamar da demora no início da execução das obras, vez que suas férias já estão
correndo e as obras não se iniciaram. Como advogado de Roberto, tome a medida
cabível.

PEÇA 11

José Pedro, residente e domiciliado na cidade de São Paulo, vendeu, em 15 de maio


de 2008, por R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais), um automóvel a André Luiz,
residente e domiciliado na cidade de São Paulo. José Pedro recebeu um sinal, no
valor de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais), e firmou com André Luiz
documento escrito, no qual este último comprometia-se a pagar o restante do preço
devido, mediante depósito em dinheiro a ser efetuado direto na conta corrente de José
Pedro, em três parcelas, cada uma no valor de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos
reais), com vencimento para os dias 15 de maio, 15 de julho e 15 de setembro de
2008. Ocorre, entretanto, que José Pedro, até o presente momento, não recebeu
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qualquer das parcelas avençadas, muito embora tenha se esforçado para tanto,
constituindo portanto em mora o devedor. De assinalar-se que o documento foi
assinado somente pelas partes.

QUESTÃO: Como advogado de José Pedro, tome a correta providência judicial para
que seu cliente receba a quantia a que tem direito, com os acréscimos devidos, ou
seja o mesmo convertido em cumprimento sentença.

PEÇA 12

A empresa "A", no dia 2 de junho de 2009, contratou com a empresa "B", mediante
instrumento particular firmado por elas e duas testemunhas suficientemente
qualificadas, a confecção de móveis de madeira para sua nova sede, que deveriam
ser montados conforme as medidas e o desenho previamente apresentados pela
empresa "A". De acordo com o estipulado em contrato, ajustou-se o preço de R$
50.000,00, nas seguintes condições: R$ 25.000,00 no ato da assinatura do contrato, e
o saldo remanescente no ato da entrega e instalação dos bens, que se efetivaria, na
sede da contratante, no dia 4 de julho de 2009. A empresa "A" alega que, embora
tenha pago a primeira parcela do preço ajustado, a contratada, até o dia de hoje, não
procedeu à confecção e entrega dos bens.

Em face da situação hipotética acima descrita, na qualidade de advogado(a)


contratado(a) pela empresa lesada, redija a peça processual adequada, considerando
que, apesar do inadimplemento da contratante, a contratada mantém interesse jurídico
quanto ao cumprimento integral do contrato. Além das argumentações fáticas,
apresente os fundamentos legais aplicáveis ao caso, bem como formule todos os
pedidos cabíveis, inclusive os subsidiários ao principal.

PEÇA 13

José, servidor público aposentado da Secretaria de Educação do Estado de São


Paulo, é casado com Joana, domiciliada em Santo Amaro – SP, do lar e sem filhos.
José, no dia 18 de maio de 2008, por volta das 16 h, após discussão com Joana, saiu
de casa e, desde então, passou a residir em um hotel da cidade. Entretanto, desde
aquela data, o cônjuge varão deixou de contribuir para o sustento do lar conjugal, de
modo que já estão vencidas as contas mensais de água (R$ 200,00), energia (R$
400,00), salário e encargos da empregada doméstica (R$ 700,00), impostos diversos
(R$ 500,00), manutenção de veículos (R$ 500,00), e a quantia gasta com gêneros
alimentícios essenciais está chegando ao fim (R$ 1.500,00). Joana não dispõe de
renda própria, mas o casal possui vários bens imóveis, alguns deles alugados, além
dos proventos da aposentadoria de José, estimados por Joana em R$ 8.000,00, já
descontados a verba previdenciária e o imposto sobre a renda. Além disso, o cônjuge
virago decidiu contratar advogado, cuja verba honorária fora acordada em R$
4.000,00, a fim de pleitear, na esfera judicial, o suprimento das suas necessidades
naturais e sociais e, após, ressalvada a possibilidade de acordo, Joana pretende
também ingressar com ação de separação judicial e partilha de bens.
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MARCO ANTONIO ARAUJO E DARLAN BARROSO

Considerando a situação hipotética descrita, na qualidade de advogado(a)


contratado(a) por Joana, redija a petição inicial da medida judicial cabível à espécie.
Além das argumentações fáticas, apresente os fundamentos legais pertinentes ao
direito material e processual aplicáveis ao caso.

PEÇA 14

Sílvia, residente em São Paulo – SP, foi citada, no foro de sua residência, em ação de
separação judicial litigiosa proposta por seu marido, Hamilton, que, em sede de
fundamento jurídico, atribuiu-lhe a prática de injúria grave e pediu, na petição inicial, a
citação da ré, a sua condenação nos ônus da sucumbência, a decretação da
separação judicial, bem como juntou documentos e arrolou testemunhas. Por fim,
esclareceu que o casal não tem filhos nem bens a partilhar. No entanto, Sílvia
esclareceu que não praticara qualquer ato de injúria contra o marido e que, ao
contrário, apenas se indignara ante a divulgação de informações de adultério cometido
por Hamilton com a pessoa de Joana. Dadas as circunstâncias do caso, Sílvia, além
das defesas pessoais que deseja arguir em sede de contestação, pretende também
ver decretada a separação judicial do casal em razão do aludido adultério.

Em face da situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a)


constituído(a) por Sílvia, elabore a medida judicial apropriada para atender à
pretensão de sua cliente de separação em razão do adultério. Além das
argumentações fáticas, apresente os fundamentos legais de direito material e
processual aplicáveis ao caso. Os dados eventualmente ausentes no contexto da
situação hipotética, se obrigatórios sob o aspecto legal, devem ser complementados,
observada a respectiva pertinência temática.

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