Plumbum Mellitum
Plumbum Mellitum
Plumbum Mellitum
Plumbum mellitum
Daniel Conti Evangelista,I Nilo E. Gardin,II Mary Uchiyama NakamuraIII
I
Mdico. Ps-graduando Lato Sensu em RESUMO
Antroposofia na Sade Universidade A elaborao do Plumbum mellitum por Rudolf Steiner e Ita Wegman evidencia um
Federal de So Paulo (UNIFESP). princpio teraputico essencial da medicina ampliada pela cincia espiritual: a busca
das foras curativas e restituidoras de vida e sade nos processos da natureza e do
II
Mdico antroposfico e homeopata. Universo. Este medicamento composto por chumbo, mel e acar, preparados por
um complexo processo farmacutico, realizado pelo Laboratrio Weleda AG. Tem in-
III
Mdica, professora. Departamento de dicao principal nos processos de esclerose. Fisiologicamente, a organizao do eu
Obstetrcia Universidade Federal de So provoca desgaste no organismo para o desenvolvimento da conscincia. Na esclerose,
Paulo (UNIFESP). a atuao da organizao do eu torna-se muito fraca, e como ela mesma no con-
segue promover um desgaste suficiente, o desgaste realizado pelo corpo astral. O
Endereo para correspondncia: Daniel C. Plumbum mellitum age restaurando esse equilbrio entre o corpo astral e a organi-
Evangelista: dcemedicina@gmail.com zao do eu. O mel transfere o efeito catablico do corpo astral, induzindo a organi-
zao do eu a exercer o necessrio domnio do processo. J o acar atua diretamente
Trabalho apresentado no Curso de na organizao do eu, fortalecendo-a em si mesma e promovendo o cumprimento de
Especializao em Antroposofia na Sade suas tarefas. Consequentemente, esse medicamento propicia que o chumbo exera
da Universidade Federal de So Paulo um efeito de desgaste a partir da organizao do eu, e no do corpo astral. Desta
(UNIFESP) forma, retira do corpo astral a relativa autonomia apresentada na esclerose.
Para uso homeoptico necessrio o chumbo puro. Para neurossensorial. Em uma dosagem suficiente, a sua introdu-
tanto, deve ser dissolvido o chumbo comercial no cido n- o no organismo em que a atividade de desgaste da organi-
trico, adicionando gua e um pedao de zinco, ao redor do zao do eu muito pequena, passa a atuar como estmulo a
qual o chumbo no demora em se precipitar. Este precipita- ela. Logo, quando essa dosagem for superior a necessidade,
do, lavado e seco, se reduz com o morteiro (recipiente para ou seja, demasiadamente forte, ocorre uma hipertrofia da
misturar e triturar materiais) em poeira fina e, a partir da, organizao do eu. O corpo desgasta-se mais do que se re-
possvel a preparao do medicamento por triturao e as constitui, tendo basicamente de desintegrar-se.3
dinamizaes mais elevadas por diluies sucessivas.7 O medicamento a base de chumbo promove uma resposta
eficiente no tratamento para a tendncia esclerose, quando
houver endurecimento dos tecidos. As consequncias desta
O CHUMBO E SUAS AES ao fisiopatolgica se revela por sintomas de paralisia, ato-
O processo do chumbo no organismo humano caracterizado nia, atrofia muscular e dores violentas e espasmdicas.7
em trs fases: a primeira na solidificao dos ossos, a segunda
na regenerao/ressurreio do sangue e a terceira no tornar
possvel o entusiasmo no mundo das ideias e dos pensamentos.6 PROCESSO FARMACUTICO
Esse processo atua de forma complexa em cada fase do ser O mtodo de preparao do Plumbum mellitum requer que
humano e conduz a algumas patologias, quando seu desenvol- sejam feitas depresses em uma folha de chumbo, as quais
vimento em algumas dessas fases fraco ou unilateral, sendo so preenchidas com mel e o conjunto coberto com chumbo
possvel a utilizao do prprio chumbo como frmaco em for- derretido. Aps seu resfriamento ele ralado, derretido outra
ma dinamizada para o tratamento. Sob a ao do chumbo a di- vez e, em seguida, colocado como uma folha. Novas depres-
nmica do processo cognitivo um pensamento preciso e cien- ses so feitas e preenchidas com sacarose fundida (a-
tificamente exato. Desta forma, impresses e acontecimentos car de cana) e cobertas com chumbo derretido a partir da
ficam interligados na conscincia de forma resumida, podendo primeira folha de chumbo. Aps resfriamento, finalmente
ser experimentados tambm como lembrana.6 ralado e a primeira potncia decimal (D1) preparada por
De acordo com Lathoud: triturao com monoidrato de lactose.8
Desde que foi proposto como medicamento, por Steiner
O chumbo provoca modificaes profundas nos tecidos e Wegman, o Plumbum mellitum preparado pelo Laborat-
e estas se traduzem por uma intensa vasoconstrio de rio Weleda AG (Sua) segundo a mesma tcnica. A matria
todos os pequenos vasos, esclerose progressiva dos teci- prima dinamizada at chegar ao medicamento acabado,
dos, principalmente do tecido nervoso, nas terminaes dispensado ao paciente.
nervosas e cornos anteriores da medula.7
tambm se mostra efetivo nesses estados.3 Desta forma, o em conta a potncia em que o chumbo dado, ou seja, exami-
Plumbum mellitum chumbo preparado com mel e a- nar se, em relao ao do corpo astral, a organizao do eu
car um remdio bsico para a esclerose. Puramente se manifesta muito fraca ou fortemente, visto que o chumbo
administrado, o chumbo pode induzir a uma atividade que determina a direo do processo da organizao do eu.
deveria ser cumprida pela organizao do eu. Ao substituir Esse processo deve ser mantido numa volatilidade constante,
a organizao do eu na sua tarefa, a mesma fica enfraque- para tanto, mistura-se o mel e o acar. O mel pe a organizao
cida e este enfraquecimento ser mais intenso quanto mais do eu na condio de exercer o domnio necessrio sobre o cor-
prolongado for tratamento. A interferncia do acar e do po astral. J o acar contido no medicamento ativa as foras da
mel obriga a organizao do eu a retornar sua atividade, organizao do eu. O Plumbum mellitum se dirige, portanto,
harmonizando desse modo a ao do chumbo.4 reproduo do equilbrio entre organizao do eu e corpo astral.
Moraes indica esse medicamento para a arteriosclerose: Conclu-se que a qualidade hiperformativa do sistema neu-
rossensorial tem ntima relao com o processo do chumbo. O
Nas calcificaes esclerticas temos uma matria iner- Plumbum mellitum tem indicao principal nos processos de
te, sem objetivo, distanciada da sabedoria trmica da esclerose, pois nele se reconhece o princpio interno destes pro-
organizao do eu. O chumbo com mel pode evocar a cessos. Respeitando os princpios da medicina antroposfica,
atuao da organizao do eu quando h tendncia de esse medicamento estimula o organismo humano a buscar sua
se formarem focos de calcificao errada.9 harmonizao, direcionando suas foras no sentido da cura, to-
mando como referncia os processos da natureza.
Da mesma forma, Matthias Girke sugere a mesma indi-
cao, quando considera a arteriosclerose como processo de Agradecimentos
doena em que o sistema neurossensorial atua exagerada- Ao Instituto Mahle pelo apoio na realizao do Curso de Es-
mente na organizao vascular.5 pecializao em Antroposofia na Sade da UNIFESP.
Plumbum mellitum tem ao e indicao no tratamento
auxiliar de processos esclerosantes, particularmente vascu- Declarao de conflito de interesses
lares, como j foi dito, alm de fraqueza de concentrao e Nada a declarar.
senilidade precoce, pois estimula o efeito frenador dos pro-
cessos mineralizantes.10 Referncias bibliogrficas
Schramm indica o Plumbum mellitum D12, no mbito an- 1. Associao Brasileira de Farmcia Antroposfica (Farmantropo).
mico-espiritual, para indivduos desmemoriados, distrados. Farmcia Antroposfica [monografia na Internet]. So Paulo [s/d]
[citado 2015 mar 15]. Disponvel em: <http://www.farmantropo.com.
No campo funcional e dos processos, podem ser tratados com
br/index_arquivos/Farmacia_Antroposofica.pdf>.
Plumbum mellitum D20 os indivduos que apresentam baixa 2. Gardin N. O que so medicamentos antroposficos? [monografia na
presso sistlica, mineralizao muito forte ou deslocada, ate- Internet] Associao Brasileira de Medicina Antroposfica [s.d.] [citado
rosclerose e zumbidos. J o infarto cardaco e angioespasmos 2015 mar 15]. Disponvel em: <http://www.abmanacional.com.br/
index.php?link=8&id=17>.
podem ser tratados com Plumbum mellitum D12.6
3. Steiner R, Wegman I. Elementos fundamentais para uma ampliao
Devido a importante e intensa eficcia, plausvel ad- da arte de curar segundo os conhecimentos da cincia espiritual. 2
ministrar com precauo uma terapia a base de Plumbum ed. So Paulo: Antroposfica; 2001.
mellitum com a posologia especfica: 4. Bott V. Medicina antroposfica uma ampliao da arte de curar. So
Paulo: Associao Beneficente Tobias; 1982.
5. Girke M. Medicina Interna: Fundamentos e conceitos teraputicos da
Ampola [no disponvel no Brasil]: injetar 1 ml via subcu- medicina antroposfica. So Paulo: Joo de Barro; 2014.
tnea, desde 2 vezes por semana at 1 vez por dia; 6. Schramm HM. Compendio farmaceutico di medicina antroposofica.
Diluio e triturao em D8: 3 vezes ao dia, respectiva- Oriago: Arcobaleno; 2002.
7. Lathoud JA. Estudos de matria mdica homeoptica. 2 ed. So
mente 5 a 10 gotas ou uma colher medida (aproximada-
Paulo: Organon; 2004.
mente 200 mg); 8. International Association of Anthroposophic Pharmacists.
Glbulos: adultos: 3 vezes ao dia, 3 a 5 glbulos; Anthroposophic Pharmaceutical Codex, 3rd. ed. [monografia na
Comprimidos [no disponveis no Brasil]: 3 vezes ao dia, Internet]. 2013 [citado 2015 mar 15]. Disponvel em: <http://www.iaap.
org.uk/>.
1 comprimido de Scleron (Plumbum mellitum D12);
9. Moraes WA. Medicina antroposfica: um paradigma para o sculo XXI.
Pomada [no disponvel no Brasil]: de 1 a 2 vezes por So Paulo: Associao Brasileira de Medicina Antroposfica; 2007.
semana, aplicar uma camada fina.6 10. Gardin N, Schleier R. Medicamentos antroposficos: vademecum. So
Paulo: Joo de Barro; 2009.